O TEXTO
Irene A. Machado
Quando se fala em texto, identifica-se o uso da linguagem (verbal ou não verbal) que tem
significado, unidade e objetivo comunicativo.
É importante considerar que todo texto tem um contexto, ou seja, a situação concreta à
qual o texto faz referência. O contexto envolve sempre o conhecimento sobre o que está sendo
dito e também as crenças e conclusões relativas ao texto em questão. Há diferentes tipos de
contexto (social, cultural, estético, político) e sua identificação é fundamental para a
compreensão do texto. Também é importante interpretar os pressupostos (circunstância ou fato
considerado como antecedente necessário de outro) e os implícitos (algo que está envolvido
naquele contexto, mas não é revelado, é deixado subentendido, é apenas sugerido) que o texto
traz.
Exemplo: A palavra cadeira não é a cadeira (você não senta na palavra cadeira!), mas
quando é dita ou lida, imediatamente se tem a ideia de cadeira. O simples fato de dizer a palavra
que nomeia o objeto é suficiente para que sua imagem venha à mente, devido ao seu valor
simbólico partilhado pelos usuários da língua, que se torna convenção em uma sociedade.
Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são
as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem
corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc.
Linguagem mista: é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não verbal, usando
palavras escritas e figuras ao mesmo tempo.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
De acordo com a visão clássica, para que haja comunicação é necessário que os
interlocutores (remetente e destinatário de uma dada mensagem) utilizem um sistema de sinais
– o código - devidamente organizado e comum a ambos. A mensagem a ser transmitida refere-
se a um contexto e para que chegue ao destinatário necessita de um canal, um meio físico
concreto de contato.
Ex: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã
verde, uma maçã vermelha e uma pêra.
É aquela centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a
primeira pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias,
memórias, poesias líricas e cartas de amor.
Ex: Muito obrigada, não esperava surpresa tão boa assim! Não,... não estou triste, mas
também não quero comentar o assunto.
4. Função Fática
É aquela centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o
receptor, ou testar a eficiência do canal.
5. Função poética
Ex: Tecendo a manhã (João Cabral de Melo Neto) “Um galo sozinho não tece uma
manhã:/ele precisará sempre se outros galos[...]”
6. Função metalinguística
É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia
que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente
os dicionários são repositórios de metalinguagem.
Ex: - Não entendi o que é metalinguagem, você poderia explicar novamente, por favor? -
Metalinguagem é usar os recursos da língua para explicar alguma teoria, um conceito, um filme,
um relato, etc.
EFEITOS DE SENTIDO
Conotação e denotação
Figuras de Linguagem
a) figuras de som;
b) figuras de palavras ;
c) figuras de pensamento;
d) figuras de construção.
Homônimos homófonos
acender - pôr fogo a ascender - elevar-se estrato - camada; tipo extrato - que se
de nuvem extraiu
acento - inflexão da assento - objeto onde passo – passada paço - palácio
voz se senta imperial
asado - com asas azado – oportuno incerto – duvidoso inserto – inserido
caçar – perseguir cassar – anular incipiente - que está insipiente - que não
no início sabe
cegar - tirar a visão segar - ceifar, cortar lasso – cansado laço - tipo de nó
cela - cômodo sela – arreio remissão – perdão remição – resgate
pequeno
censo – senso – juízo seda - tipo de tecido ceda - flexão do
recenseamento verbo ceder
cerração – nevoeiro serração - ato de taxa – imposto tacha - tipo de prego
serrar
cheque - ordem de xeque - lance do jogo viagem – jornada viajem - flexão do
pagamento de xadrez verbo viajar
cidra - certa fruta sidra - um tipo de estático - firme, extático - em êxtase
bebida parado
conserto – reparo concerto – harmonia espiar – olhar expiar – sofrer
Parônimos
GÊNEROS TEXTUAIS
Os gêneros textuais são os textos materializados em situações
comunicativas recorrentes, encontrados em nossa vida diária e apresentam
padrões sócio-históricos característicos, ou seja, são textos orais ou escritos
produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento histórico.
Os gêneros textuais são definidos por composições funcionais, objetivos
comunicativos e estilos concretamente realizados na integração de forças
históricas, sociais, instituições e técnicas. Os gêneros textuais se enquadram
(relativamente) em um tipo textual. Porém, ao contrário dos tipos textuais, os
gêneros possuem número ilimitado, enquanto os tipos possuem cinco ou seis
categorias.
ASPECTOS TIPOLÓGICOS
DOMÍNIOS SOCIAIS DE CAPACIDADES DE EXEMPLOS DE
COMUNICAÇÃO LINGUAGEM GÊNEROS
DOMINANTES ORAIS E ESCRITOS
Cultura literária ficcional NARRAR Conto maravilhoso
Mimesis da ação através Fábula
da Lenda
criação da intriga Narrativa de aventura
Narrativa de ficção
científica
Narrativa de enigma
Novela fantástica
Conto parodiado
Texto disponível em
<http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna>. Acesso em 06 de março
de 2017, às 20h.
Exercícios
1. O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o
jantar. Nesta situação, podemos dizer que o canal é:
a) o pai
b) a filha
c) fios de telefone
d) o código
e) a fala
2. Assinale a alternativa incorreta:
a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende
o seu significado.
b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o
código.
c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de
palavras, desenhos, números etc.
d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras.
e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de
várias maneiras, criando novas mensagens.
TextoII
11. Veja a charge a seguir o e diga o que você sabe sobre o assunto tratado
Após ver a imagem, responda em forma de texto as perguntas: Sobre o que ela
fala? É um problema atual? Você lembra de algum exemplo relacionado ao
assunto? Há solução para o problema?
Produção de texto
B) As manifestações políticas
Que estão acontecendo nas ruas, mas que participaram das redes sociais,
como essas ferramentas de comunicação e interação “virtual” estão
despertando o interesse político e levando às pessoas as ruas
1
Resumos são, igualmente, ferramentas úteis ao estudo e à memorização de textos escritos.
Além disso, textos falados também são passíveis de resumir. Anotações de idéias significativas
ouvidas no decorrer de uma palestra, por exemplo, podem vir a constituir uma versão resumida
de um texto oral.
fazer uma "colagem", sob a alegação de buscar fidelidade às idéias do autor não é
permitido, pois o resumo deve ser o resultado de um processo de "filtragem", uma
(re)elaboração de quem resume. Se for conveniente utilizar excertos do original (para
reforçar algum ponto de vista, por exemplo), esses devem ser breves e estar
identificados (autor e página).
Estrutura do resumo
g. redigir o texto.
Evidentemente, alguns resumos são mais fáceis de fazer do que outros,
dependendo especialmente da organização e da extensão do texto original. Assim, um
texto não muito longo e cuja estrutura seja perceptível à primeira leitura, apresentará
poucas dificuldades a quem resume. De todo modo, quem domina a técnica - e esse
domínio só se adquire na prática - não encontrará obstáculos na tarefa de resumir,
qualquer que seja o tipo de texto.
Tipos de resumo
Exemplo 1
Exemplo 2
Esta revisão sistemática visa a entender qual o ganho que o computador promove na
ação pedagógica para alunos do Ensino Fundamental e Médio, tendo como base
publicações das últimas três décadas, indexadas no banco de dados do “Education
Research Information Center” (ERIC). Obteve-se como resultado um total de 109
artigos considerados relevantes para esta pesquisa; estes foram classificados em
artigos experimentais positivos, negativos e neutros. Foram considerados como
positivos artigos que apontam algum resultado favorável ao uso educacional dos
computadores; como negativos, o oposto a estes e, ainda, como neutros, aqueles que
não informam, em seu resumo, o resultado do experimento estudado. A conclusão foi
de que ainda que há poucas evidências experimentais publicadas em revistas
internacionais que suportem a crença de que o computador proporciona ganhos na
Educação Fundamental e Média. Já a revisão das metanálises indica resultados mais
otimistas, para o uso de computadores na educação, que os resultados experimentais
permitiriam deduzir, e que muitas apresentam problemas metodológicos.
Exemplo 3
RESUMO INDICATIVO:
RESUMO CRÍTICO: