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UNIDADE 1 – Estudo do texto

O TEXTO

Na era da informação tudo é texto. Um slogan político ou publicitário, um anúncio


visual sem nenhuma palavra, uma canção, um filme, um gráfico, um discurso oral
que nunca foi escrito, enfim, os mais variados arranjos organizados para informar,
comunicar, veicular sentidos são texto. O texto não é, pois, exclusivamente da
palavra.

Irene A. Machado

Quando se fala em texto, identifica-se o uso da linguagem (verbal ou não verbal) que tem
significado, unidade e objetivo comunicativo.

É importante considerar que todo texto tem um contexto, ou seja, a situação concreta à
qual o texto faz referência. O contexto envolve sempre o conhecimento sobre o que está sendo
dito e também as crenças e conclusões relativas ao texto em questão. Há diferentes tipos de
contexto (social, cultural, estético, político) e sua identificação é fundamental para a
compreensão do texto. Também é importante interpretar os pressupostos (circunstância ou fato
considerado como antecedente necessário de outro) e os implícitos (algo que está envolvido
naquele contexto, mas não é revelado, é deixado subentendido, é apenas sugerido) que o texto
traz.

Em relação à linguagem, pode-se defini-la como um sistema de signos capaz de


representar, através de som, letra, cor, imagem, gesto etc., significados básicos que resultam de
uma interpretação da realidade e da construção de categorias mentais que representem os
resultados dessa interpretação.

Os signos linguísticos são os elementos de significação nos quais se baseiam as línguas.


Possuem uma dupla face: a face do significado (o conceito do objeto) e a face do significante (os
sinais gráficos ou sonoros que representam o objeto).

Exemplo: A palavra cadeira não é a cadeira (você não senta na palavra cadeira!), mas
quando é dita ou lida, imediatamente se tem a ideia de cadeira. O simples fato de dizer a palavra
que nomeia o objeto é suficiente para que sua imagem venha à mente, devido ao seu valor
simbólico partilhado pelos usuários da língua, que se torna convenção em uma sociedade.

LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL


Verbal: aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.

Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são
as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem
corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc.

Linguagem mista: é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não verbal, usando
palavras escritas e figuras ao mesmo tempo.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM
De acordo com a visão clássica, para que haja comunicação é necessário que os
interlocutores (remetente e destinatário de uma dada mensagem) utilizem um sistema de sinais
– o código - devidamente organizado e comum a ambos. A mensagem a ser transmitida refere-
se a um contexto e para que chegue ao destinatário necessita de um canal, um meio físico
concreto de contato.

Segundo a Teoria da Comunicação proposta por Roman Jakobson em 1969, toda


mensagem tem uma finalidade predominante que pode ser a transmissão de informação, o
estabelecimento puro e simples de uma relação comunicativa, a expressão de emoções, e assim
por diante. O conjunto dessas finalidades tem sido entendido sob o rótulo geral de funções da
linguagem. As seis funções são:

1. Função referencial (ou denotativa)

É aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece informações da realidade.


Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do singular. Essa linguagem é usada
na ciência, na arte realista, no jornal, no “campo” do referente e das notícias de jornal e livros
científicos.

Ex: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã
verde, uma maçã vermelha e uma pêra.

2. Função emotiva (ou expressiva)

É aquela centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a
primeira pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias,
memórias, poesias líricas e cartas de amor.

Ex: Muito obrigada, não esperava surpresa tão boa assim! Não,... não estou triste, mas
também não quero comentar o assunto.

3. Função apelativa (ou conativa)

É aquela que se centraliza no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do


receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da
pessoa, além de vocativos e imperativos. É usada nos discursos, sermões e propagandas que
se dirigem diretamente ao consumidor.

4. Função Fática

É aquela centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o
receptor, ou testar a eficiência do canal.

Ex: - Olá, como vai, tudo bem?

- Alô, quem está falando?

5. Função poética

É aquela centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo


emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas
combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música e em
algumas propagandas.

Ex: Tecendo a manhã (João Cabral de Melo Neto) “Um galo sozinho não tece uma
manhã:/ele precisará sempre se outros galos[...]”

6. Função metalinguística
É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia
que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente
os dicionários são repositórios de metalinguagem.

Ex: - Não entendi o que é metalinguagem, você poderia explicar novamente, por favor? -
Metalinguagem é usar os recursos da língua para explicar alguma teoria, um conceito, um filme,
um relato, etc.

Quadro-resumo das funções de linguagem

Função Objetivo da mensagem


REFERENCIAL OU DENOTATIVA Transmitir informação

EMOTIVA OU EXPRESSIVA Expressar as emoções, atitudes, estados de


espírito do emissor com relação ao que fala

CONATIVA OU APELATIVA Persuadir o destinatário, influenciando em seu


comportamento

FÁTICA Estabelecer ou manter comunicação

METALINGUÍSTICA Falar sobre a própria linguagem

POÉTICA Provocar algum efeito de sentido no receptor

EFEITOS DE SENTIDO

Conotação e denotação

Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo


contexto.

Ex: Você tem um coração de pedra.

Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.

Ex: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem


mais expressiva. É um recurso linguístico para expressar experiências comuns de formas
diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso. As figuras revelam
muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A
palavra empregada em sentido figurado, não denotativo, passa a pertencer a outro campo de
significação, mais amplo e criativo. As figuras de linguagem classificam-se em:

a) figuras de som;

b) figuras de palavras ;

c) figuras de pensamento;

d) figuras de construção.

Significação das palavras


I) Campos semânticos: as palavras podem associar-se de várias maneiras. Quando se
relacionam pelo sentido, temos um campo semântico. Não se trata de sinônimos ou antônimos,
mas de aproximação de sentido num dado contexto.
Ex.: variados de acordo com o contexto. Não
- perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, se trata de homonímia, que estudaremos
nariz (partes do corpo humano) adiante.
- azul, verde, amarelo, cinza, marrom, Ex.: Ele anda muito. Mário anda doente.
lilás (cores) Aquele executivo só anda de avião. Meu
- martelo, serrote, alicate, torno, enxada relógio não anda mais.
(ferramentas) O verbo andar tem origem no latim
- batata, abóbora, aipim, berinjela, ambulare. Possui inúmeros significados
beterraba (legumes) em português, dos quais destacamos
Observações apenas quatro. Trata-se, pois, de uma
a) Também constituem campos mesma palavra, de uso diverso na língua.
semânticos palavras como flor, jardim, Nas frases do exemplo, significa,
perfume, terra, espinho, embora não respectivamente, caminhar, estar, viajar e
pertençam a um grupo delimitado; mas a funcionar.
associação entre elas é evidente. III) Sinonímia: outro item de suma
b) As palavras podem pertencer a importância para a interpretação de
campos semânticos diferentes. Veja o textos. Há sinonímia quando duas ou
caso de abóbora: ela também serve para mais palavras têm o mesmo significado
indicar cor, o que a colocaria no segundo em determinado contexto. Diz-se, então,
grupo de palavras. que são sinônimos.
II) Polissemia: é a capacidade que as
palavras têm de assumir significados
Ex.: O comprimento da sala é de oito
metros. A extensão da sala é de oito
metros.
A substituição de comprimento por
extensão não altera o sentido da frase,
pois os termos são sinônimos.
Em verdade, as palavras são sinônimas
em certas situações, mas podem não ser
em outras. É a riqueza da língua
portuguesa falando mais alto. Pode-se
dizer, em princípio, que face e rosto são
dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela
tem uma bela face. Mas não se consegue
fazer a troca de face por rosto numa frase
do tipo: em face do exposto, aceitarei.
IV) Antonímia: requer os mesmos
cuidados da sinonímia. Na realidade, tudo
é uma questão de bom vocabulário.
Antonímia é o emprego de palavras de
sentido contrário, oposto.
Ex.: É um menino corajoso.
É um menino medroso.
V) Homonímia: diz-se que há homonímia
quando duas ou mais palavras possuem
identidade de pronúncia (homônimos
homófonos) ou de grafia (homônimos
homógrafos). Em alguns casos, as
palavras possuem iguais a pronúncia e a
grafia (homônimos perfeitos). A
classificação em si não é importante, mas
sim o significado das palavras.
Ex.: ceda - seda -> homônimos homófonos
peso (A) -> peso (ê) -> homônimos homógrafos
pena - pena -> homônimos perfeitos (ou homófonos e homógrafos)
VI) Paronímia: emprego de parônimos, palavras muito parecidas e que
confundem as pessoas.
Ex.: O tráfego era intenso naquela estrada.
O tráfico de escravos é uma nódoa em nossa história.
As palavras tráfego e tráfico são parecidas, mas não se trata de homônimos,
pois a pronúncia e a grafia são diferentes. Tráfego é movimento de veículo;
tráfico, comércio.
Veja os principais homônimos e parônimos:

Homônimos homófonos
acender - pôr fogo a ascender - elevar-se estrato - camada; tipo extrato - que se
de nuvem extraiu
acento - inflexão da assento - objeto onde passo – passada paço - palácio
voz se senta imperial
asado - com asas azado – oportuno incerto – duvidoso inserto – inserido
caçar – perseguir cassar – anular incipiente - que está insipiente - que não
no início sabe
cegar - tirar a visão segar - ceifar, cortar lasso – cansado laço - tipo de nó
cela - cômodo sela – arreio remissão – perdão remição – resgate
pequeno
censo – senso – juízo seda - tipo de tecido ceda - flexão do
recenseamento verbo ceder
cerração – nevoeiro serração - ato de taxa – imposto tacha - tipo de prego
serrar
cheque - ordem de xeque - lance do jogo viagem – jornada viajem - flexão do
pagamento de xadrez verbo viajar
cidra - certa fruta sidra - um tipo de estático - firme, extático - em êxtase
bebida parado
conserto – reparo concerto – harmonia espiar – olhar expiar – sofrer

Parônimos

imoral - contrário à moral flagrante - evidente fragrante - aromático


amoral - sem o senso da
moral
apóstrofe – chamamento apóstrofo - tipo de sinal fluir - correr; manar fruir –desfrutar
gráfico
arrear - pôr arreios arriar – abaixar inerme - desarmado inerte – parado
astral - dos astros austral - que fica no sul inflação - desvalorização infração - transgressão
cavaleiro - que anda a cavalheiro – gentil infligir - aplicar pena infringir - transgredir
cavalo
comprimento - extensão cumprimento – saudação intemerato - puro intimorato - corajoso
conjetura - hipótese conjuntura – situação lactante - que amamenta lactente - que mama
delatar - denunciar dilatar – alargar lista - relação listra - linha, risco
descrição - ato de discrição - qualidade de locador - proprietário locatário - inquilino
descrever discreto
descriminar - inocentar discriminar – separar lustre - candelabro lustro - cinco anos; brilho
despercebido - sem ser desapercebido – mandado - ordem judicial mandato - procuração
notado desprevenido
destratar - insultar distratar – desfazer pleito - disputa preito - homenagem
docente - professor discente – estudante preeminente - nobre, proeminente - saliente
distinto
emergir - vir à tona, sair imergir – mergulhar prescrever - receitar; proscrever - afastar,
expirar (prazo) desterrar
emigrar - sair de um país imigrar - entrar em um país ratificar - confirmar retificar - corrigir
eminente - importante iminente - que está para sortir - abastecer surtir - resultar
ocorrer
esbaforido - ofegante espavorido – apavorado sustar - suspender suster - sustentar
estada - permanência de estadia - permanência de tráfego - movimento de tráfico – comércio
alguém veículo veículo
facundo – eloquente fecundo - fértil; criador usuário - aquele que usa usurário - avarento; agiota

GÊNEROS TEXTUAIS
Os gêneros textuais são os textos materializados em situações
comunicativas recorrentes, encontrados em nossa vida diária e apresentam
padrões sócio-históricos característicos, ou seja, são textos orais ou escritos
produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento histórico.
Os gêneros textuais são definidos por composições funcionais, objetivos
comunicativos e estilos concretamente realizados na integração de forças
históricas, sociais, instituições e técnicas. Os gêneros textuais se enquadram
(relativamente) em um tipo textual. Porém, ao contrário dos tipos textuais, os
gêneros possuem número ilimitado, enquanto os tipos possuem cinco ou seis
categorias.

ASPECTOS TIPOLÓGICOS
DOMÍNIOS SOCIAIS DE CAPACIDADES DE EXEMPLOS DE
COMUNICAÇÃO LINGUAGEM GÊNEROS
DOMINANTES ORAIS E ESCRITOS
Cultura literária ficcional NARRAR Conto maravilhoso
Mimesis da ação através Fábula
da Lenda
criação da intriga Narrativa de aventura
Narrativa de ficção
científica
Narrativa de enigma
Novela fantástica
Conto parodiado

Documentação RELATAR Relatos de experiência


e memorização de ações Representação pelo vivida
humanas discurso de experiências Relatos de viagem
vividas, situadas no tempo Testemunho
Curriculum vitae
Notícia
Reportagem
Crônica esportiva
Ensaio biográfico

Discussão de problemas ARGUMENTAR Textos de opinião


sociais controversos Sustentação, refutação e Diálogo argumentativo
negociação de tomadas de Carta do leitor
posição Carta de reclamação
Deliberação informal
Debate regrado
Discurso de defesa
Discurso de acusação
Transmissão e construção EXPOR Seminário
de saberes Apresentação textual de Conferência
diferentes formas dos Artigo enciclopédico
saberes Entrevista de especialista
Tomada de notas
Resumos de textos
expositivos e explicativos
Relatório científico
Relato de experiências
científicas
É importante considerar que um tipo textual pode aparecer em qualquer
gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um
tipo textual. Um tipo textual está contido num gênero e nunca ao contrário. Uma
carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas, e
assim por diante, sem perder sua funcionalidade.
LEITURA
Indicação:
Livro: Ler e Compreender: os sentidos do texto
Autoras: Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias
Editora: Contexto
Ano: 2006

Como interpretar bem um texto?


Gustavo Bernado
A interpretação dos textos não é uma atividade inventada pelos professores
para desespero dos alunos. Antes da gente, as cartomantes, os quiromantes,
os astrólogos e outros jogadores de búzios, entre tantos outros decifradores de
mensagens ocultas, dedicam-se a interpretar imagens, indícios, coincidências,
cartas, linhas das mãos, estrelas, conchas, cinzas e sonhos.
A interpretação se torna uma atividade nobre, porém, quando se torna uma
tarefa religiosa: instituir o significado da palavra de Deus através da
interpretação dos livros sagrados, por exemplo a Bíblia. No princípio, só
poderia haver uma interpretação correta do texto bíblico, restava encontrá-la.
Esta origem do ato de interpretar deixou alguns problemas para o presente. Há
leitores que ainda acham que só se possa encontrar uma e apenas uma
interpretação correta para cada texto. Há outros leitores que defendem com
ardor o seu direito à interpretação livre, entendendo que cada pessoa tem a
sua interpretação, pessoal e intransferível.
Ambos os grupos de leitores incorrem em equívoco.
Por um lado, não há uma interpretação única sequer para a própria Bíblia. Por
isso surgiram as religiões protestantes, que por definição protestavam contra a
interpretação dominante dos católicos. Por esta razão, elas traduziram os
textos sagrados para as línguas vulgares de modo a permitir a leitura e,
consequentemente, a interpretação dos fiéis.
Por outro lado, construir uma interpretação pessoal de um texto não é uma
tarefa automática. Depende de respeito ao texto que se lê e aos contextos,
quer do texto, quer do momento em que se lê. Na maioria das vezes, o que se
chama de “minha interpretação” não passa de um aglomerado desorganizado
de clichês e citações alheias lidas ou ouvidas sem digestão, sem trabalho
pessoal de construção.
Que a obra seja aberta, como mostrou Umberto Eco, não implica que ela seja
escancarada. Ou seja: não vale tudo. O próprio Eco alertou: “dizer que um
texto potencialmente não tem fim não significa que todo ato de interpretação
possa ter um final feliz”.” As palavras do texto configuram um conjunto
embaraçoso de evidências materiais que o leitor não pode deixar passar.
Se não há, para cada texto, uma única interpretação correta, e se a
interpretação de cada leitor também não é necessariamente correta, o
problema de como interpretar bem persiste.
Os filósofos antigos já se depararam com o fato perturbador de que cada livro
possui alguma verdade, e que esta verdade é contraditória em relação à
verdade de outros livros. Ora, se os livros falam a verdade mesmo quando se
contradizem entre si, cada um deles deve ser compreendido como parte da
mensagem: é a leitura de todos os livros que contém a mensagem. A verdade
da interpretação se encontra no processo global de leitura, jamais neste texto
ou naquele leitor.
A popularização da interpretação dos textos bíblicos foi obviamente um avanço
mas trouxe de contrabando um atraso, a saber: a multiplicação das seitas.
Como boa parte das interpretações se esforça por excluir as demais, muitos
religiosos de origem protestante negam a origem e a denominação de sua
própria religião, aproximando-se do catolicismo (palavra que deriva de
“universal”, sugerindo a ideia de uma única religião possível) que combatiam no
começo de tudo.
Ora, se a interpretação dos textos literários vai por esse caminho, entra em
conflito frontal com a própria literatura, que pressupõe a suspensão
momentânea de quaisquer verdades para melhor perspectivizar as
possibilidades de saber.
Preocupada com este conflito, a escritora Susan Sontag dedicou-se a escrever
contra a própria interpretação, questionando a tendência dos interpretadores a
separar a forma do conteúdo para atribuir caráter acessório à primeira e
essencial ao segundo. Essa tendência leva à formulação da pior de todas as
perguntas: “o que o autor quis dizer?”. Encontramos essa pergunta pouco
inteligente em muitas aulas e muitos manuais didáticos. A resposta do aluno
mal educado pode ser, infelizmente, a mais correta: “sei lá, pô!”.
O autor não se encontra presente, em alguns casos faleceu há séculos, logo
deveria ter respeitado o seu direito mínimo de não ter mensagens postas na
sua boca à revelia. O máximo que o leitor pode entender do texto é o que ele
mesmo se tornou capaz de entender. É para esta condição que Oscar Wilde
alertava, quando disse: “It is the spectator, and not life, that art really mirrors” –
é o espectador, e não a vida, que a arte realmente reflete.
Quando o leitor interpreta um texto, fala tão-somente do que pode falar: a
verdade da sua leitura. A não ser para desqualificar todos os outros leitores e
todas as outras leituras do mundo, não se pode falar da verdade intrínseca ou
absoluta de um texto literário. O intérprete corre sempre o risco da arrogância,
quando escava debaixo do texto para desenterrar o tal do “Sentido” maiúsculo
que ali se encontraria soterrado.
Para Susan Sontag, há uma minoria de casos em que a interpretação
configura-se como um ato liberador que revê e transpõe valores. No entanto, a
maioria das interpretações atuais seria “reacionária, impertinente, covarde,
asfixiante.” Neste caso, a interpretação deveria ser condenada, porque “a Arte
verdadeira tem a capacidade de nos deixar nervosos. Quando reduzimos a
obra de arte ao seu conteúdo e depois interpretamos isto, domamos a obra de
arte.”
Nas palavras de Sontag, é preciso manter-se nervoso, perturbado, inquieto,
depois do contato com a arte. Nas minhas palavras, é preciso preservar o
enigma levantado pelo poeta, sem jamais resolvê-lo.
O personagem de um romance de Isaías Pessoti declarava: “nenhum amor
sobrevive à palavra, mas nenhum poder prescinde dela”. Nenhum amor
sobrevive à palavra que se quer completa, ao “conte-me tudo não me esconda
nada”, à insistência em escavar as verdades mais íntimas, em perguntar
diariamente “mas o que é que você está pensando agora?”. Essa insistência
não é amor, ou pelo menos não é só amor, se vem melada de um certo tipo de
desespero que se traveste de suficiência para melhor esconder a necessidade
de controle, isto é, a necessidade de exercer poder sobre o outro.
Ora: o que vale para o amor vale para toda leitura – dos livros ou do mundo.
Um exemplo sofisticado se encontra na interpretação usual dos narradores dos
romances de Machado de Assis. Muitos críticos os consideram “unreliable” (em
inglês, para parecer mais chique) – isto é, “não confiáveis”. De fato, Machado
escreve muitos dos seus romances contra o próprio narrador – por tabela,
contra o próprio leitor, uma vez que o leitor é forçado a tomar como sua a
perspectiva da narrativa. Todavia, quando considera não confiável o narrador
do escritor, o crítico finge que ele mesmo não seria também um dos alvos
prioritários da ironia machadiana. Desta maneira, o crítico sugere que só ele
mesmo, “o Crítico”, seria confiável.
Na verdade, os narradores machadianos em primeira pessoa são tão
confiáveis ou não confiáveis quanto qualquer narrador em primeira pessoa ou,
mais amplamente, quanto qualquer pessoa. Bento Santiago, ao mesmo tempo
que nos força a pressupor a traição de Capitu, mostra tantos indícios de que
ela o traiu quanto de que não o fez. Brás Cubas mostra a si mesmo como um
canalha, mas através das suas próprias palavras também podemos ler a
decadência do sistema patriarcal do qual Brás Cubas é vítima e não causa.
Todas estas restrições não nos permitem, entretanto, condenar a interpretação
à morte, se este é o seu tempo. Condenada, a interpretação rirá de nós outros
e ainda por cima nos obrigará a interpretar o seu riso. Como solucionar, então,
o conflito entre a interpretação, que pressupõe tudo-dizer e tudo-esgotar, e a
literatura, que pressupõe a suspensão momentânea das verdades, justo para
não esgotá-las?
Como sói acontecer, a formulação do problema contém a sua solução. Deve-se
manter a questão e o conflito ativos e abertos. Um projeto inteligente de
interpretação recua diante da solução final e protege a dúvida, preservando
tanto o enigma do texto quanto a leitura do outro.

Texto disponível em
<http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna>. Acesso em 06 de março
de 2017, às 20h.
Exercícios

1. O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o
jantar. Nesta situação, podemos dizer que o canal é:
a) o pai
b) a filha
c) fios de telefone
d) o código
e) a fala
2. Assinale a alternativa incorreta:
a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende
o seu significado.
b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o
código.
c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de
palavras, desenhos, números etc.
d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras.
e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de
várias maneiras, criando novas mensagens.

3. Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não


aceita o convite, pois não sabia falar com fluência a língua Espanhola. Se esta
pessoa tivesse aceitado fazer esta palestra seria um fracasso porque:
a) não dominava os signos
b) não dominava o código
c) não conhecia o referente
d) não conhecia o receptor
e) não conhecia a mensagem
4. Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta
velocidade. Faz um gesto pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o
guarda faz para o motorista parar, podemos dizer que é:
a) o código que ele utiliza
b) o canal que ele utiliza
c) quem recebe a mensagem
.d) quem envia a mensagem
e) o assunto da mensagem

5. A mãe de Felipe sacode-o levemente e o chama: “Felipe está na hora de


acordar”. O que está destacado é:
a) o emissor
b) o código
c) o canal
d) a mensagem
e) o referente
6. Reconheça nos textos a seguir, as funções da linguagem:
a) "O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de
se romperem, ou serem rompidas, mas o de não funcionarem e de
desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito covarde
de acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do mundo e diante
de nós mesmos, o que é preciso agora é fazer funcionar corajosamente as
instituições para lhes devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso (e já
não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o conceito
que o Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a
quem doer." (O Estado de São Paulo)

b) O verbo infinitivo Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e


a carne em amor; nascer Respirar, e chorar, e adormecer E se nutrir para
poder chorar Para poder nutrir-se; e despertar Um dia à luz e ver, ao mundo e
ouvir E começar a amar e então ouvir E então sorrir para poder chorar. E
crescer, e saber, e ser, e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e
se sentir maldito E esquecer tudo ao vir um novo amor E viver esse amor até
morrer E ir conjugar o verbo no infinito...
(Vinícius de Morais)

c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos


pré-históricos, de sons a que se dá o nome genérico de voz, determinados pela
corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da respiração, quando,
de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da
boca." (Matoso Câmara Jr.)
.
d) " - Que coisa, né? - É. Puxa vida! - Ora, droga! - Bolas! - Que troço! -
Coisa de louco! - É!" e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra
Lights."
.
f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito
me anunciasse qualquer acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles
rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui-me,
desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo
ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o
pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede
horrível... Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à janela,
olhando as pernas dos transeuntes." (Graciliano Ramos)
g) " - Que quer dizer pitosga? - Pitosga significa míope. - E o que é
míope? - Míope é o que vê pouco."

7. No texto abaixo, identifique as funções da linguagem:


"Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de Marcela, não
já cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo
manhoso e teimoso. Que, em verdade, há dois meios de granjear a vontade
das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, como o
cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que,
por estarem fora de moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno." (Machado
de Assis)

8. Descubra, nos textos a seguir, as funções de linguagem:


a) "O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm linguagem comum."
(Rose-Marie Muraro)
b) "O discurso comporta duas partes, pois necessariamente importa indicar o
assunto de que se trata, e em seguida a demonstração. (...) A primeira destas
operações é a exposição; a segunda, a prova." (Aristóteles)
c) "Amigo Americano é um filme que conta a história de um casal que vive feliz
com o seu filho até o dia em que o marido suspeita estar sofrendo de câncer."
d) "Se um dia você for embora Ria se teu coração pedir Chore se teu coração
mandar." (Danilo Caymmi & Ana Terra)
e) "Olá, como vai? Eu vou indo e você, tudo bem? Tudo bem, eu vou indo em
pegar um lugar no futuro e você? Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono
tranquilo..." (Paulinho da Viola)

9. Quais as funções da linguagem predominantes no poema abaixo?


Poética
Que é poesia? uma ilha cercada de palavras por todos os lados Que é um
poeta? um homem que trabalha um poema com o suor do seu rosto Um
homem que tem fome como qualquer outro homem. (Cassiano Ricardo)

10. Qual a função da linguagem comum às duas historinhas?


Texto I

TextoII

11. Veja a charge a seguir o e diga o que você sabe sobre o assunto tratado
Após ver a imagem, responda em forma de texto as perguntas: Sobre o que ela
fala? É um problema atual? Você lembra de algum exemplo relacionado ao
assunto? Há solução para o problema?
Produção de texto

1) Produza um texto Dissertativo sobre um dos temas abaixo:


A) Os desafios do relacionamento familiar no contexto das novas
tecnologias

B) As manifestações políticas
Que estão acontecendo nas ruas, mas que participaram das redes sociais,
como essas ferramentas de comunicação e interação “virtual” estão
despertando o interesse político e levando às pessoas as ruas

c)A importância da Formação Superior nos dias atuais

d)O uso da Tecnologia em sala de aula: Um aliado ou desafio?


PRODUÇÃO DE TEXTO – RESUMO

Resumo é a condensação breve, a apresentação concisa das ideias mais


importantes de um texto; sua característica básica é a fidelidade às ideias do texto.
O resumo tem por objetivo apresentar com fidelidade idéias ou fatos essenciais
contidos num texto. Sua elaboração é bastante complexa, já que envolve habilidades
como leitura competente, análise detalhada das idéias do autor, discriminação e
hierarquização dessas idéias e redação clara e objetiva do texto final. Em
contrapartida, dominar a técnica de fazer resumos é de grande utilidade para qualquer
atividade intelectual que envolva seleção e apresentação de fatos, processos, idéias,
etc.

O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que se


destina. No sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do autor do texto
original, a ordem como essas são apresentadas e as articulações lógicas do texto,
sem emitir comentários ou juízos de valor. Dito de outro modo, trata-se de reduzir o
texto a uma fração da extensão original, mantendo sua estrutura e seus pontos
essenciais.

Quando não há a exigência de um resumo formal, o texto pode igualmente ser


sintetizado de forma mais livre, com variantes na estrutura. Uma maneira é iniciar com
uma frase do tipo: "No texto ....., de ......, publicado em......., o autor apresenta/ discute/
analisa/ critica/ questiona ....... tal tema, posicionando-se .....". Esta forma tem a
vantagem de dar ao leitor uma visão prévia e geral, orientando, assim, a compreensão
de que segue. Este tipo de síntese pode, se for pertinente, vir acompanhada de
comentários e julgamentos sobre a posição do autor do texto e até sobre o tema
desenvolvido.11

Em qualquer tipo de resumo, entretanto, dois cuidados são indispensáveis:


buscar a essência do texto e manter-se fiel às idéias do autor. Copiar partes do texto e

1
Resumos são, igualmente, ferramentas úteis ao estudo e à memorização de textos escritos.
Além disso, textos falados também são passíveis de resumir. Anotações de idéias significativas
ouvidas no decorrer de uma palestra, por exemplo, podem vir a constituir uma versão resumida
de um texto oral.
fazer uma "colagem", sob a alegação de buscar fidelidade às idéias do autor não é
permitido, pois o resumo deve ser o resultado de um processo de "filtragem", uma
(re)elaboração de quem resume. Se for conveniente utilizar excertos do original (para
reforçar algum ponto de vista, por exemplo), esses devem ser breves e estar
identificados (autor e página).

Estrutura do resumo

A estrutura do resumo envolve um plano sequencial, lógico, com introdução,


desenvolvimento e conclusão, que mostra o fio condutor delineado pelo autor do texto
a ser resumido. A extensão do resumo varia de acordo com a finalidade do trabalho.
Conforme Martins e Zilberknop (2002), deve-se dar preferência ao uso da terceira
pessoa do singular e do verbo na voz ativa; o estilo do resumo deve ser objetivo,
conciso, mas sem ser uma enumeração de tópicos.

Uma seqüência de passos eficiente para fazer um bom resumo é a seguinte:


ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as idéias que forem
parecendo significativas à primeira leitura;

a. identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo,


uma receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc.

b. identificar a idéia principal (às vezes, essa identificação demanda seleções


sucessivas, como nos concursos de beleza...);

c. identificar a organização - articulações e movimento - do texto (o modo como


as idéias secundárias se ligam logicamente à principal);

d. identificar as idéias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo:


segundo sua ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de
importância; segundo pontos em comum, quando se perceberem subtemas);

e. identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras


vozes que ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no resumo
formal, apenas no livre, quando necessário);

f. esquematizar o resultado desse processamento;

g. redigir o texto.
Evidentemente, alguns resumos são mais fáceis de fazer do que outros,
dependendo especialmente da organização e da extensão do texto original. Assim, um
texto não muito longo e cuja estrutura seja perceptível à primeira leitura, apresentará
poucas dificuldades a quem resume. De todo modo, quem domina a técnica - e esse
domínio só se adquire na prática - não encontrará obstáculos na tarefa de resumir,
qualquer que seja o tipo de texto.

Tipos de resumo

A NBR 6028/2003, da ABNT, destaca que o resumo pode ser indicativo,


informativo ou crítico: a) resumo informativo: informa suficientemente o leitor para que
ele possa ter uma ideia geral sobre o texto, expondo finalidades, metodologias,
resultados e conclusões, podendo, por essa síntese, dispensar a consulta ao original.
Esse tipo de resumo é o indicado para artigos científicos e artigos acadêmicos.

Exemplo de resumo informativo:

Exemplo 1

Muitas mulheres param de fumar durante a gestação, mas a maioria volta ao


tabagismo pouco tempo após o parto. O objetivo da pesquisa relatada neste artigo é
testar um programa para a prevenção da recidiva do tabagismo no período pósparto
comparando-se os índices de abstinência contínua do fumo, os cigarros fumados por
dia e a autoconfiança no abandono do fumo nos grupos em tratamento e de controle.
Os métodos envolveram um ensaio clínico aleatório, realizado inicialmente no hospital,
na época do nascimento, em que as enfermeiras proporcionaram sessões de
aconselhamento face a face, seguidas por aconselhamento por telefone. A
populaçãoalvo incluía as mulheres que interromperam o fumo durante a gestação e
deram à luz em um de cinco hospitais. As 254 mulheres participantes foram
entrevistadas seis meses depois do parto e investigadas bioquimicamente para a
determinação do estado de tabagismo. Os resultados indicaram que o índice de
abstinência contínua do fumo foi de 38% no grupo de tratamento e 27% no grupo de
controle [...]. Mais participantes do grupo de controle (48%) do que do grupo de
tratamento (34%) declararam fumar diariamente [...]. A autoconfiança no abandono do
tabagismo não variou significativamente entre os grupos. As conclusões são de que as
intervenções para o abandono do tabagismo concentradas no período pré-natal não
resultaram em abstinência a longo prazo e que elas podem ser fortalecidas se forem
estendidas no período pós-parto.

Exemplo 2

Esta revisão sistemática visa a entender qual o ganho que o computador promove na
ação pedagógica para alunos do Ensino Fundamental e Médio, tendo como base
publicações das últimas três décadas, indexadas no banco de dados do “Education
Research Information Center” (ERIC). Obteve-se como resultado um total de 109
artigos considerados relevantes para esta pesquisa; estes foram classificados em
artigos experimentais positivos, negativos e neutros. Foram considerados como
positivos artigos que apontam algum resultado favorável ao uso educacional dos
computadores; como negativos, o oposto a estes e, ainda, como neutros, aqueles que
não informam, em seu resumo, o resultado do experimento estudado. A conclusão foi
de que ainda que há poucas evidências experimentais publicadas em revistas
internacionais que suportem a crença de que o computador proporciona ganhos na
Educação Fundamental e Média. Já a revisão das metanálises indica resultados mais
otimistas, para o uso de computadores na educação, que os resultados experimentais
permitiriam deduzir, e que muitas apresentam problemas metodológicos.

Exemplo 3

O estudo linguístico, focalizando o que é mentado, relaciona-se com a Psicologia.


Além disso, a língua traz consigo a ideia de pensamento socializado, constituindose
em ato mental coletivo também estudado na Psicologia Social. A Linguística, porém,
não se confunde com nenhum ramo da ciência psicológica, pois, ao estudar os
processos de linguagem, trata do modo pelo qual a humanidade cria a representação
e a comunicação intelectiva. Dessa forma, a Linguística deve servir-se de técnicas
próprias, as quais não se confundem com as utilizadas pela Psicologia.

RESUMO INDICATIVO:

Indica somente os pontos principais do texto, sem apresentar dados


qualitativos, quantitativos ou outros. De modo geral, esse tipo de resumo não dispensa
a consulta ao texto original.
Assim, os exemplos dos resumos informativos anteriores podem ser resumidos
desta forma:
b1) Há mulheres que param de fumar durante a gestação, mas retomam o hábito
depois do parto. A pesquisa testou programa para a prevenção do fumo nesse
período, por meio de ensaio clínico aleatório, realizado com grupos de tratamento e de
controle. Um programa de intervenções para o abandono do tabagismo no período pré
e pós-parto é fundamental para aumentar a abstinência a longo prazo.
b2) A revisão sistemática da literatura indexada sobre os ganhos do uso do
computador no Ensino Fundamental e Médio indica que essa crença carece de
evidências experimentais. Problemas metodológicos nos resumos e resultados mais
otimistas do que efetivos para esse uso são apontados na metanálise.
b3) O estudo linguístico, focalizando o que é mentado, relaciona-se com a Psicologia.
Ambas, porém, não se confundem, porque a Linguística estuda os processos de
linguagem (representação e comunicação intelectiva), servindo-se de técnicas
próprias.

RESUMO CRÍTICO:

Possui finalidade interpretativa. Nele aparecem comentários, juízos de valor do


resumidor, sendo também chamado de resenha crítica ou recensão, conforme o maior
ou menor grau de juízo crítico.

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