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EXMO. SR. DR. JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE ESTÂNCIA/SE

PROCESSO Nº. 00138-2007-012-20-00-4

PINHEIRO SEGURANÇA E VIGILANCIA LTDA, devidamente


qualificado nos autos do processo trabalhista em tela, movido pelo Sr. NIVALDO
RODRIGUES DOS SANTOS, vem respeitosamente à presença de V. Exa., por
seus advogados devidamente constituídos mediante o instrumento de
substabelecimento anexo, opor EMBARGOS DE DECLARAÇAO em face da
sentença de fls., pelos motivos expostos a seguir:

I - DOS FATOS

A embargada moveu ação trabalhista contra a embargante,


alegando entre outros fatos, o problema do “adicional de periculosidade” não pago
pelo reclamado.
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Em audiência, os depoimentos das partes, reclamante e reclamado,


restaram divergentes entre si, posto que cada um alegou o contrario do alegado
pelo outro, ficando o ônus da prova para as partes terem que fazê-lo de outra
forma, a exemplo da apresentação de provas testemunhal e documental. Vejamos:

INTERROGATÓRIO DO RECLAMANTE. Às perguntas disse


que:

“das 18 às 19 horas o depoente ficava na portaria, tempo em que o operador


ainda estava na subestação; depois desse horário, o depoente ficava fazendo
ronda, sendo que de hora em hora observava se não tinha algum buraco na
cerca; fazia cerca de 10 rondas durante a noite; o depoente trabalhava sozinho;
quando fazia ronda a guarita ficava fechada; quando chegava algum operador da
CHESF, normalmente ligava antes e o depoente se dirigia até a portaria para
recebê-lo; ficava à disposição do vigilante um telefone sem fio, fornecido pelo
pessoal da CHESF. Nada mais disse nem lhe foi perguntado.”

INTERROGATÓRIO DO PREPOSTO DA RECLAMADA. Às perguntas disse que

“o vigilante fica na guarita, de onde dá para ver toda a área.”

A reclamada, apresentou provas documentais e testemunhal, sendo


que a Reclamante sequer apresentou prova testemunhal a amparar seu direito.

O juízo ante a divergência dos fatos, entendeu por bem requerer


prova pericial no local trabalhado pelo reclamante a fim de apuração dos fatos
alegados.

DO DIREITO

O laudo foi apresentado, sendo que o Sr. Perito não possuía


condições de verificação acerca de COMO TRABALHAVA O RECLAMANTE,
POSTO NÃO TER VISTO TAL FATO, somente sendo possível a este verificar se o
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local onde o reclamante trabalhava fornecia sinais de perigo ou não a ensejar sua
indenização em adicional de periculosidade.

Na conclusão do laudo respectivo, encontramos em sua pagina 06,


no item Q.5 a seguinte conclusão do Sr. Perito:

“Não foi constatado que o ambiente é


perigoso....”

Ora, ao que pode ser verificado, a sentença embargada baseou-se


no laudo pericial apresentado e em sendo assim, não poderia a mesma ser no
sentido de conceder o direito pleiteado pelo reclamante, ainda expressando que o
reclamado não se pronunciou acerca do malsinado laudo.

Exa., em primeiro lugar, há que se ressaltar que o reclamado não se


pronunciou sobre o laudo, uma vez que o mesmo é bastante claro ao amparar o
direito perseguido por ele, conforme podemos observar na transcrição acima do
citado laudo, uma vez que a conclusão dele é no sentido de não ser perigoso o
ambiente e não sendo perigoso o ambiente ao qual trabalhava o reclamante, não
há que se falar em “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE” para um
ambiente que não contem perigo.

Sobre o tema, assim expressa nossa jurisprudência dominante:

TRT-RS-2664/00 - Ac. TP n. 3140/2000

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
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RS-2664/2000 AC.TP 3140/2000 Sessão n.º 53ª Data


ORDINÁRIA 12.12.2000

Presidente: JUÍZA LEILA BOCCOLI MPT ELINEY BEZERRA VELOSO

ORIGEM: 5ª VARA DO TRAB. DE JUIZ ALEXANDRE AUGUSTO CAMPANA


CUIABÁ PINHEIRO

QUORUM:

Relator : JUIZ TARCÍSIO VALENTE

ROBERTO BENATAR, JOÃO CARLOS RIBEIRO DE SOUZA

PARTES:

RECORRENTE RONALDO ROSA RIBEIRO

Advogado(s) : ODEVALDO LEOTTI

RECORRIDO VOVÓ HÉLIDE PANIFICADORA E CONFEITARIA LTDA

Advogado(s) : FERNANDO CESAR ZANDONADI e OUTRO


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por unanimidade, conhecer do presente Recurso Ordinário interposto pelo


reclamante bem como das contra-razões e, no mérito, negar-lhe provimento.
Deferido ao Juiz Relator a juntada da fundamentação de seu voto. A douta
representante do Ministério Público do Trabalho, em sessão, manifestou-se pelo
conhecimento do recurso e, no mérito, pelo seu improvimento, mantendo na
íntegra a r. sentença por seus doutos e jurídicos fundamentos, pois comprovada
através de laudo pericial que o reclamante não trabalhava em funções ou
locais insalubres. Presidiu o julgamento dos presentes autos a Juíza Leila
Boccoli, em face da ausência momentânea e com causa justificada do Juiz José
Simioni, Presidente.”

Em outro julgado:

“ACÓRDÃO 00518.512/98-3 (RO )

EMENTA: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. As atividades do reclamante, de


manutenção em cabos telefônicos, ainda que próximo à rede elétrica, não se
enquadram nas hipóteses previstas no Decreto n.º 93.412/86.

VISTOS e relatados estes autos de RECURSO ORDINÁRIO, interposto de


sentença da 2ª Vara do Trabalho de Bento Gonçalves, sendo recorrentes
COMPANHIA IOGRANDENSE DE TELECOMUNICAÇÕES - CRT E FUNDAÇÃO
DOS EMPREGADOS DA COMPANHIA RIOGRANDENSE DE
TELECOMUNICAÇÕES - FCRT e recorridos OS MESMOS E JAQUES CAPELÃO
ALVES

Data venia da conclusão pericial, entende este Relator que as atividades do


recorrido não se enquadram nas hipóteses previstas no Decreto nº 93.412/86.

Examinando-se o "Quadro de Atividades/Área de risco", anexo ao mencionado


Decreto, verifica-se que somente são suscetíveis de gerar a
periculosidade as atividades ligadas aos sistemas
elétricos de potência, que não é o caso dos autos, em
que o autor, mesmo executando tarefas próximas às
redes elétricas, na manutenção em cabos telefônicos que
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se encontram fixados nos mesmos postes da rede


elétrica, não mantém qualquer contato com esta, visto
que os cabos são distintos e estendem-se por alturas
diversas. Salienta-se, ainda, por oportuno, que os cabos telefônicos são os
primeiros no poste, portanto, o risco de contato com os cabos de
energia elétrica é uma possibilidade muito remota , pois estes ficam
acima daqueles.

Desta forma, há que se dar provimento ao apelo, para absolver a demandada da


condenação ao pagamento do adicional de periculosidade e reflexos, revertendo-
se ao autor o pagamento das custas processuais e dos honorários periciais, de
cujo ônus é dispensado, em face do benefício da justiça gratuita. Diante da
procedência do recurso, no item, resta prejudicado o exame dos demais itens do
presente recurso, bem como do recurso interposto pela Fundação
Ante o exposto, ACORDAM os Juízes da 5ª Turma do Tribunal Regional do
Trabalho da 4ª Região: por maioria de votos, vencido em parte o Exmo. Juiz
Antônio Johann, DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO DA PRIMEIRA
RECLAMADA para absolvê-la da condenação ao pagamento do adicional de
periculosidade e reflexos, revertendo-se ao autor o pagamento das custas
processuais e dos honorários periciais, de cujo ônus é dispensado, em face do
benefício da justiça gratuita, ficando prejudicado o exame dos demais itens do
presente recurso, bem como do recurso interposto pela Fundação.”

Ora, restou dito pelo Perito Judicial que o reclamante não trabalhava
em local perigoso e mesmo que trabalhasse próximo à rede elétrica, ainda assim
não deveria receber o adicional pleiteado, em face de ser eventual sua
proximidade e não ter acesso direto à referida rede. Vejamos o entendimento do
TRT :

“6ª. Turma deste Regional, RO 01351.402/97-8, em que funcionou como relator o


juiz Otacílio Silveira Goulart Filho:

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. Não faz jus ao adicional de periculosidade o


trabalhador que opera sistemas de telefonia, ainda que ingresse, de modo
intermitente e habitual, em área de risco, dada a proximidade à rede elétrica.
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Inteligência da Lei 7.369/85 e do respectivo Decreto regulamentador


(nº.93.412/86).

Em outro julgado:

ACÓRDÃO Nº 26.857/97-19-02-98

1ª TURMA

RECURSO ORDINÁRIO Nº 134.96.0231-50

4ª JCJ de Camaçari

Recorrentes: EDVALDO SALES DOS SANTOS

INDÚSTRIA DE BEBIDAS

ANTÁRTICA DO NORDESTE S.A.

Recorridos: OS MESMOS

Relatora: JUÍZA ILMA AGUIAR

Quer o Recorrente receber o pagamento de adicional de periculosidade, sem


prova do exercício de atividade dita perigosa, ou evidência de que laborasse, em
área de risco, em caráter permanente.

Por outro lado, não faz jus o Reclamante ao adicional de periculosidade, com base
nas disposições da Lei Nº 7.369/1986, porquanto indemonstrado que o mesmo
permanecesse em área de risco, em exposição contínua.
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Veja-se que o § 1º do mesmo artigo prescreve: "o ingresso ou a permanência


eventual em área de risco não geram direito ao adicional de periculosidade.

Com efeito, o Recorrente não atende às exigências legais, sendo, destarte,


indevido o adicional pleiteado.”

Dessa forma Exa., a sentença ora embargada restou omissa no


tocante ao contido no laudo pericial em sua conclusão onde expressa não ser o
ambiente de trabalho do reclamante tido como ambiente perigoso.

Ademais, alem do laudo pericial ser em favor do reclamado, também


este apresentou prova testemunhal que assim disse em seu depoimento:

“Às perguntas disse que: trabalha há três anos e pouco para a reclamada, como
vigilante, prestando serviço na subestação de Itabaianinha; trabalha atualmente
das 18h às 06h, também já trabalhou das 06h às 18h; a área da subestação gira
em torno de 08 a 10 tarefas; antes a subestação era cercada com arame farpado,
atualmente com muro, há menos de 01 ano; o vigilante, durante o dia fica na
guarita vigiando o portão para entrada e saída de carros; durante a noite, o
vigilante não tem a obrigação de fazer ronda;
perguntado sobre o mato, conforme as fotos de fls. 258/265, que pode impedir a
visão de alguém que esteja na área da subestação, disse que tem uma empresa
que sempre limpa essas áreas. Nada mais disse nem lhe foi perguntado”
(GRIFAMOS)

Exa., sentença ora embargada restou omissa quanto ao depoimento


prestado pela testemunha do reclamado no sentido de alegar que ao vigilante não
é dada ordem para realizar rondas, não sendo obrigação deste e que ele fica na
guarita vigiando o portão. Ora, em sendo assim, não há que se falar em exposição
do reclamante em ambiente perigoso a ensejar o pleiteado adicional.

Sobre tal fato, assim disciplina o TST:

É condição para ter direito ao recebimento do adicional de periculosidade


que o empregado permaneça habitualmente na área de risco ou nela
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ingresse de modo freqüente. A exposição eventual a condições de perigo não


gera direito ao adicional. Com base nesse entendimento, previsto no artigo 193 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Quarta Turma do Tribunal Superior do
Trabalho (TST) negou provimento a recurso movido por um técnico de segurança
contra a Brasil Telecom S.A. (BrT). O relator do processo no TST, cuja decisão foi
seguida à unanimidade, foi o ministro Milton de Moura França.

O reclamante foi admitido em 1º de outubro de 1977 para exercer funções de


supervisor de segurança na Telecomunicações de Santa Catarina (Telesc) – hoje
sob denominação Brasil Telecom S.A. – e dispensado sem justa causa em 15 de
dezembro de 1999. Sustentou, na ação trabalhista, que efetuava vistorias
internas e externas em subestações da operadora de telefonia, locais onde já
havia ocorrido casos de morte devido a descargas.

O técnico de segurança defendeu, ainda, que o deferimento do pagamento do


adicional independe da habitualidade da exposição ao risco, uma vez que
eventuais acidentes poderiam ocorrer a qualquer momento.

A operadora defendeu a improcedência do pedido de pagamento do adicional.


Alegou que o reclamante não pertencia à classe dos eletricitários e que jamais
teria trabalhado em contato com sistema elétrico de potência – que compreende
instalações para geração e distribuição de energia elétrica. A Brasil Telecom
acrescentou que as funções do funcionário consistiam em averiguar condições de
segurança e tarefas administrativas, estando descartado o manuseio de energia.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Santa Catarina (12ª Região)


indeferiu o pedido de pagamento do adicional de periculosidade, por
entender que o contato do reclamante com o fator de risco era eventual. Para
a decisão, levou em consideração laudo pericial anexado ao processo,
que afirmou que o técnico de segurança não desempenhava
atividades perigosas e que, muito embora entrasse em área de
risco, o fazia esporadicamente. A conclusão do perito foi de que, no
período de 60 meses, a exposição ao perigo foi de apenas quatorze horas,
perfazendo uma média de quatorze segundos por dia em área de risco.
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O TST ratificou a decisão do Tribunal estadual. “Não faz ele jus à percepção do
adicional de periculosidade, ante a manifesta excepcionalidade do contato com o
agente perigoso, cuja configuração afasta o risco acentuado, dada a pouca
probabilidade de se verificar o infortúnio”, afirmou o ministro Moura França no
acórdão da Quarta Turma. (RR 788726/01).

Perceba Exa., que o caso acima transcrito é análogo ao


presente, posto que em ambos o laudo pericial foi no sentido de não haver
ambiente perigoso no trabalho dos respectivos reclamantes.

DO PEDIDO

Ante a todo o exposto, requer que se digne em sanar a


omissão apontada quanto a conclusão do laudo pericial ter sido no sentido de que
“NÃO FOI CONSTATADO QUE O AMBIENTE É PERIGOSO”, bem como na não
valorização da prova testemunhal e documental apresentada pela reclamante
ambas esclarecendo que o reclamante não realizava rondas e que o vigilante não
recebia ordens para realizá-las, julgando dessa forma, improcedente o pleito do
reclamante acerca do adicional de periculosidade, uma vez que todas as provas
carreadas aos autos, inclusive a prova pericial foram nos sentido de negar tal
ambiente perigoso, não se desincumbindo ao reclamante de trazer provas de seu
direito, não juntando nada aos autos nem fazendo sequer produção de prova
testemunhal.

Termos em que
Pede Deferimento.
Aracaju, 08 de novembro de 2007.

JOSE RILTON TENORIO MOURA


OAB/BABA 1178/A

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