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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ


CAMPUS CORNÉLIO PROCÓPIO
COORDENAÇÃO DE ELETROTÉCNICA
ENGENHARIA ELÉTRICA

SEGURANÇA NO TRABALHO
Prof. Me. Marco Antonio Ferreira Finocchio

ABRIL DE 2016
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NOTA DO AUTOR

Este material é de apoio didático utilizado pelo autor nas suas aulas dos Cursos de
Engenharia Industrial Elétrica, Engenharia de Manutenção Mecânica, Tecnologia em
Automação, Tecnologia de Manutenção Mecânica, Técnico em Eletrotécnica e Técnico em
Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus de Cornélio
Procópio.
Tal material não tem a pretensão de esgotar, tampouco inovar o tratamento do
conteúdo aqui abordado, mas, simplesmente, facilitar a dinâmica de aula, com expressivos
ganhos de tempo e de compreensão do assunto por parte dos alunos. A complementação da
disciplina de Segurança no Trabalho ocorrerá através de exemplificações, apontamentos de
sala, trabalhos e discussões.
Saliento que este trabalho foi elaborado com base nas referências, citadas ao final
desta apostila, nos apontamentos e na experiência do autor na abordagem do assunto. Portanto
é um trabalho alicerçado no entusiasmo e na necessidade de aprender e solidificar novas
fronteiras do conhecimento.
Quaisquer contribuições e críticas construtivas a este trabalho serão bem-vindas.
Em se tratando de um material didático elaborado em uma Instituição Pública de
Ensino, é permitida sua reprodução, desde que devidamente citada a fonte.

Qui nescit dissimulare, nescit regnare.


Quem não sabe fingir, não sabe governar.
Vincit qui tapitut.
Quem não sabe sofrer, não sabe vencer.

Prof. Me. Marco Antonio Ferreira Finocchio


mafinocchio@utfpr.edu.br
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ÍNDICE:

1. O ACIDENTE DO TRABALHO 04
1.1 CONCEITUAÇÃO LEGAL DO ACIDENTE DO TRABALHO 05
1.2 A SEGURANÇA DO TRABALHO 06
1.3 CONSEQÜÊNCIAS DO ACIDENTE DE DO TRABALHO 07
1.4 DOENÇA PROFISSIONAL OU DOENÇA DO TRABALHO 08

2. CAUSAS DO ACIDENTE DO TRABALHO 09


2.1 ATO INSEGURO 09
2.2 FATOR HUMANO E A PROPENSÃO AO ACIDENTE 11
2.3 FATOR HUMANO - CAPACIDADE FÍSICA 13
2.4 CONDIÇÕES INSEGURAS 14

3. RECURSOS GENÉRICOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO 18


3.1 MEIOS GERAIS DE PROTEÇÃO DE ACIDENTES (AMBIENTE DE TRABALHO) 18
3.2 MEIOS GERAIS DE PROTEÇÃO DE ACIDENTES (O TRABALHADOR) 19

4. SERVIÇO DE SEGURAÇA 22
4.1 SERVIÇO DE MANUTENÇÃO 23
4.2 SERVIÇO DE SEGURANÇA 23
4.3 SERVIÇO DE MANUTENÇÃO 23

5. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) 24

6. INVESTIGAÇÕES DOS ACIDENTES E INSPEÇÕES DE SEGURANÇA 26

7. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) 27

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA 28
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1. O ACIDENTE DO TRABALHO

ACIDENTE DO TRABALHO

Quem quer conhecer algo a respeito do acidente do trabalho deve, em primeiro


lugar, saber o que se entende por isso. Observe ambos os casos abaixo:

1. Um funcionário jogou um cigarro aceso no cesto de lixo. Ocasionando um início de


incêndio, rapidamente apagado pelo próprio funcionário. Ninguém se feriu e, dez
minutos depois, a seção voltava a seus trabalhos normais.

2. Um funcionário, ao subir numa escada para retirar mercadorias da prateleira mais alta,
não sabia que a mesma estava com um degrau quebrado. Caiu e torceu o tornozelo.

Por esses dois exemplos podemos compreender a definição de acidente do


trabalho:

 Acidente de Trabalho é qualquer acontecimento imprevisto que interrompa as


atividades normais de trabalho. Esses acontecimentos não são planejados e deles
podem resultar danos físicos a alguém, ou a um grupo de pessoas, e danos materiais e
econômicos à empresa.

Um acidente não precisa causar vítimas, como vimos no caso 1. Nem por isso
deixar de ser considerado um acidente, do ponto de vista prevencionista: foi um
acontecimento não planejado que interrompeu o ritmo normal do trabalho, provocando
perda de tempo. Embora não tenha causado lesões físicas a ninguém, devem ser tomadas
determinadas medidas que visem evitar a sua repetição. O caso 2, ao contrário, causou
uma vítima.

Como não é possível saber “quando” os acidentes vão ocorrer e quais serão
suas conseqüências, é preciso prevenir, ou seja, tomar medidas que evitem as
possibilidades de que ocorram, garantindo a segurança e a tranqüilidade do trabalhador.

As respostas revelam um conceito fundamental a respeito de prevenção de


acidentes: nenhum acidente acontece sem nenhuma causa. O objetivo da ‘Prevenção de
Acidentes” é identificar essas causas para elimina-las ou controlá-las.

No exemplo 1, o acidente foi causado por um ato inseguro feito pelo funcionário.
No exemplo 2, foi causado por uma condição insegura existente no ambiente de
trabalho.

Para prevenir acidentes, é necessário compreender-se a seqüência em que eles


ocorrem: o homem, ao se relacionar com o meio ambiente, está sujeito a cometer Falhas
Humanas que, por sua vez, provocam Atos e Condições Inseguras, causando acidentes e,
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possivelmente, perda de material, equipamento e podendo provocar lesões físicas.


Prevenir acidentes significa quebrar essa seqüência.

1.1 CONCEITUAÇÃO LEGAL DO ACIDENTE DO TRABALHO

Você teve oportunidade de conhecer, anteriormente, conceitos Fundamentais de


“Prevenção de Acidentes”:

 Acidente do Trabalho: é qualquer acontecimento imprevisto que interrompa


as atividades normais do trabalho.
 Os acidentes não são planejados e deles podem resultar danos físicos e danos
materiais e econômicos.
 Nenhum acidente acontece sem causas.
 A causa do acidente pode ser um ato inseguro do funcionário ou condições
inseguras no ambiente do trabalho.
 Prevenir acidentes é conhecer causa e eliminá-las ou controlá-las.

Agora, conheceremos a conceituação legal de acidente do trabalho, ou seja, sua


definição por Lei:

Acidente do trabalho será aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço
da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho”.
Lei n.º 6367 de 21/10/76 da Consolidação das Leis da Previdência Social-
CLPS.

Além de definir acidente do trabalho, ainda determina que o trabalhador que


contraia doença no exercício de suas funções tem os mesmos direitos concedidos ao
funcionário acidentado no trabalho.

A lei ainda determina que deve ser considerado acidente do trabalho, aquele que
ocorrer fora do ambiente da empresa, no seguintes casos:

 Na execução de serviço ou viagem a serviço da empresa:

No trajeto da residência ao local de trabalho e do local do trabalho à residência do


trabalhador, bem como nos intervalos das refeições.
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Por Lei, são direitos do trabalhador, doente ou acidentado no trabalho, os


seguintes benefícios e serviços:

 Auxílio-Doença
 Aposentadoria por Invalidez
 Pensão por Morte
 Auxílio-Acidente
 Pecúlio
 Assistência - Médica
 Reabilitação Profissional

Esses benefícios e serviços são devidos ao empregado ou a seus dependentes sem


necessidade de período de carência, ou seja, independente do tempo de contrato.

1.2 A SEGURANÇA DO TRABALHO

SEGURANÇA DO TRABALHO é o conjunto de medidas técnicas, administrativas,


educacionais, médicas e psicológicas empregadas para prevenir acidentes.

Essas medidas são de responsabilidade da empresa, para garantia da segurança e


bem-estar de seus empregados.

Só é possível conseguir Segurança do Trabalho, eliminando condições inseguras


do ambiente e ensinando as pessoas ou convencendo- as da necessidade da implantação
dessas medidas práticas.

A “Segurança do Trabalho” é tão importante, que é imposta por lei, ou seja, existe
uma lei que obriga as empresas a manterem um departamento encarregado pelas medidas
necessárias à ‘Segurança do Trabalho”.
A aplicação dos recursos ou medidas de segurança possíveis é o Objetivo Máximo
da ‘PREVENÇÃO DE ACIDENTES”. Mesmo com todo cuidado e atenção por parte do
trabalhador e da empresa, os acidentes não vão deixar de acontecer; porém, o número de
acidentes pode em muito ser reduzido. Para isso, as medidas de segurança devem ser
aplicadas de maneira planejada e racional.

Dois conceitos devem ser bem fixados:

 SEGURANÇA DO TRABALHO: é um conjunto de medidas empregadas


para prevenir acidentes.

 É possível prevenir acidentes.


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1.3 CONSEQÜÊNCIAS DO ACIDENTE DE DO TRABALHO

As conseqüências de um acidente do trabalho poderão ser mais bem


compreendidas, se examinarmos um exemplo. Leia com atenção o texto que segue.

“Carlos, empregado da firma” Vidro Lux”, tropeçou em caixas mal colocadas,


num corredor pouco iluminado, ao transportar alguns pacotes para o almoxarifado.

Feriu-se gravemente e ficou afastado do trabalho durante 20 dias.

Além dos ferimentos, o acidente causou prejuízos financeiros e econômicos (os


vidros quebrados eram de grande valor e os funcionários da seção não puderam trabalhar
no local do acidente durante um dia, interrompendo esses serviço)”.

Algumas conseqüências desse “caso” devem ser destacadas:

 Ferimento do empregado
 Afastamento do mesmo por 20 dias
 Prejuízos financeiros e econômicos para a empresa

Essas conseqüências puderam ser observadas no texto, mas existe mais uma que é
preciso citar: conseqüência psicológica. Um acidente do trabalho estabelece um clima de
insegurança tanto para os familiares do empregado, quanto para os companheiros de
trabalho.

Todos esses sofrimentos físicos e psicológicos poderão ser evitados, ou


pelo menos reduzidos ao mínimo, com a aplicação correta de medidas de segurança
contra os acidentes do trabalho. Os acidentes do trabalho representam uma grande
preocupação para a sociedade. Para se ter uma idéia do problema, basta lembrar que é
muito grande o numero de pessoas portadoras de incapacidade parcial, total e permanente
para trabalhar.

Embora sejam muitas as conseqüências de um acidente do trabalho, o maior


prejudicado é o homem. Os prejuízos podem ser reparados com a compra e reposição dos
objetos ou máquinas danificadas, mas o homem não pode ser recuperado com a mesma
facilidade. Se o empregado morre num acidente, sua família não terá como substituí- lo.
A vida humana deve ser preservada e é do interesse do empregado que a firma onde
trabalha ofereça as condições necessárias ao exercício seguro de seu trabalho.

As empresas devem dispensar grande atenção ao problema de “Prevenção de


Acidentes” porque elas são, em princípio, as maiores interessadas em que nada
prejudique o bom andamento dos serviços e o ritmo do trabalho de seus funcionários. Os
acidentes trazem sérios prejuízos econômicos e financeiros a empresa, e os gastos são
elevados.
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O problema dos prejuízos materiais é bastante importante, mas “Prevenção de


Acidentes” deve ter - como principal meta - a segurança e bem estar do trabalhador. O
homem deve ser o objetivo maior da “Prevenção de Acidentes”.

1.4 DOENÇA PROFISSIONAL OU DOENÇA DO TRABALHO.

Além dos acidentes do trabalho, cujos efeitos ou conseqüências podem ser


avaliadas logo após a ocorrência dos mesmos, é importante para o estudante de
“Prevenção de Acidentes” conhecer as doenças profissionais ou as doenças do trabalho,
cujos efeitos ou conseqüências só podem ser avaliados no decorrer de um prazo mais
longo.

Imagine o seguinte caso:

“Marcus trabalhou num ambiente com ruído acima do normal durante sete anos e
sua audição sofreu uma redução de mais de 60%, incapacitando-o para o trabalho, a não
ser com a utilização de aparelho próprio para surdez”.

Imagine agora outro caso:

“Maria sofria de bronquite asmática e conseguiu um emprego num supermercado,


onde sua função exigia que ela entrasse no frigorífico para apanhar mercadorias
congeladas. Depois de 6 meses, Maria foi obrigada a pedir licença do emprego para
tratamento médico, por agravamento de sua bronquite.

As leituras e respostas facilitam a compreensão dos conceitos de doença do


trabalho e doença profissional:

 Doença do Trabalho: é uma doença comum à sociedade, adquirida em


função do exercício de atividades profissionais nocivas à saúde.

 Doença Profissional: é a enfermidade adquirida somente durante o


exercício de determinadas atividades profissionais, previamente relacionadas em
Ato pelo Ministério do Trabalho.

Ambas são adquiridas em função do trabalho. A diferença entre elas reside no


fato de que, no primeiro caso, a enfermidade pode ser adquirida também em situações
extraprofissionais, daí a necessidade de comprovação médica de que a doença foi
adquirida através das condições de trabalho ( por exemplo: um empregado que trabalha
com jateamento de areia- pó de sílica em suspensão - e adquire silicose). Neste caso, a
doença é característica dessa profissão.

A diferença entre o acidente e a doença profissional ou a do trabalho é que o


acidente acontece de forma rápida e aguda, enquanto que a doença manifesta-se de
maneira lenta e só pode ser constatada após determinado espaço de tempo.
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2. CAUSAS DO ACIDENTE DO TRABALHO

2.1 ATO INSEGURO

SEQÜÊNCIA RESPONSÁVEL POR UM ACIDENTE DO TRABALHO

Participação do homem no desencadeamento de um acidente. Ele pode, ser exemplo de um


Ato Inseguro.

ATO INSEGURO: é ação pela qual as pessoas se expõem, consciente ou


inconscientemente a riscos de acidentes. Por exemplo:

Mendonça, mecânico de manutenção de uma loja, serviu-se de um estilete de metal


para abrir a caixa do mecanismo de uma calculadora elétrica defeituosa. O resultado foi um
desastroso: Mendonça recebeu uma descarga elétrica nos dedos, estragou a máquina e
causou um curto-circuito no andar da seção, impossibilitando o trabalho dos demais colegas
por alguns minutos.

O ato praticado por Mendonça deve ser considerado INSEGURO porque ele se
expôs ao risco de um acidente. O instrumento de que se utilizou para abrir a calculadora era
inadequado. O que caracteriza o ATO INSEGURO é a ação incorreta praticada pelo
funcionário.

ATOS CONSIDERADOS INSEGUROS:

 IMPROVISAR E MAL FERRAMENTAS MANUAIS: as ferramentas utilizadas


numa empresa devem estar em bom estado e os usuários devem ser instruídos sobre
a melhor forma de utilizá-las. Cabe à empresa a manutenção dessas ferramentas em
bom estado.

 FICAR JUNTO OU EMBAIXO DE CARGA SUSPENSA: as cargas suspensas


oferecem risco e as pessoas não devem esquecer do perigo que representam. No
caso de um funcionário ter que trabalhar junto ou sob uma carga suspensa, a carga
deve estar devidamente calçada para evitar um possível acidente. (Exemplo:
empilhadeira de mercadorias, num supermercado).

 COLOCAR PARTE DO CORPO EM LUGAR PERIGOSO: os trabalhos devem


ser planejados e os equipamentos construídos de modo a não ser preciso que as
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mãos ou outras partes do corpo sejam colocadas em pontos onde possam sofrer
ferimentos. Mas qualquer que seja a condição do equipamento, colocação de parte
do corpo em lugar perigoso é um ato inseguro que deve ser evitado. (Exemplo:
guilhotina de cortar papel, num escritório)

 NÃO USAR OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL: algumas


funções exigem que os empregados utilizem EPI’s. É um ato inseguro não utilizá-
los. (Exemplo: soldador)

 MANIPULAR DE MODO INSEGURO PRODUTOS QUÍMICOS: quem


trabalha com produtos químicos deve conhecer suas características agressivas, o
perigo de misturá-los com outros, a maneira segura de serem guardados e mantidos
fora do alcance de curiosos. (Exemplo: ácidos diversos, num laboratório de
farmácia)

 TRANSPORTAR OU EMPILHAR INSEGURAMENTE: quem carrega volumes


deve saber o quanto pode carregar sem prejuízos para sua espinha e seus músculos,
assim como quem empilha deve dispor os volumes de maneira adequada, para evitar
desmoronamentos que representam risco para o empilhador e para outras pessoas
que se utilizem o material empilhado.

 GANHAR TEMPO DE MODO INSEGURO: na tentativa de ganhar tempo, um


empregado pode cometer um ato inseguro - seja improvisando ferramentas ou
equipamentos, seja pulando uma valeta, seja ainda substituindo uma escada por um
amontoado de caixas. Ganhar tempo, por esses meios, pode não ser o caminho mais
curto para a realização de um trabalho. (Exemplos: um ascensorista admitir no
elevador, número de passageiros acima do estipulado como carga máxima, na
tentativa de ganhar tempo e fazer menor número de viagens).

 FUMAR E USAR CHAMAS EM LUGARES INDEVIDOS: é necessário evitar


cigarros acesos excessos de calor em locais de depósitos de infamáveis ou de
material de fácil combustão. (Exemplo: fumar ou usar maçarico em almoxarifado
onde haja estoque de papel, e pouca ventilação).

Atos inseguros são causas diretas de acidentes de trabalho. O combate à prática


dos atos inseguros deve ser constantes em todos os programas que visam realmente prevenir
acidentes. Serviço de segurança, treinamento, serviço médico e principalmente
supervisionadores devem participar, em conjunto, da correção e eliminação dos hábitos que
levam a essas atitudes inseguras. Isto, porque os atos inseguros têm origem em fatores
pessoais que podem ser corrigidos ou, pelo menos, bastante atenuados pelas pessoas ou
órgãos acima citados.
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2.2 FATOR HUMANO E A PROPENSÃO AO ACIDENTE

Alguns fatores humanos são responsáveis por acidentes de trabalho. Esses fatores
estão divididos em dois grupos: PROPENSÃO AO ACIDENTE e CAPACIDADE
FÍSICA. Veremos agora a propensão ao acidente.

Existem estados de ânimo e temperamentos que, em determinadas circunstâncias ou


ocasiões, proporcionam condições para a ocorrência de acidente de trabalho.

INAPTIDÃO - o funcionário que desconhece as técnicas para empilhar mercadorias não


está apto para executar esse serviço sem colocar em risco as pessoas que o cercam.

A aptidão para o trabalho é tão importante para a perfeita execução da tarefa como
para a segurança de quem a executa. A inaptidão, ao contrário, chega a ser um desastre.

TEMPERAMENTO E EMOÇÃO - o garçom, sem paciência necessária, depois de


algumas reclamações do mesmo cliente, poderá jogar a bandeja sobre a mesma.

Os diferentes tipos de temperamento existentes podem propiciar a ocorrência de


acidentes, conforme a intensidade e circunstância em que se manifestam.

As alterações emocionais repentinas, quer seja por motivo de alegria, tristeza,


aborrecimento ou mesmo susto, alteram os reflexos e as reações das pessoas, levando- as a
falhas perigosas nas atividades que exercem. O índividuo está sempre mais sujeito a
acidentes, quando sob a influência de qualquer impacto emocional ( Exemplo: um
funcionário, desconcentrado com a noticia da morte repentina de um ente querido, sofreu
corte nos dedos, ao fechar as janelas do escritório ).

PREOCUPAÇÃO - um trabalhador, preocupado com problemas pessoais de ordem


financeira, não prestou atenção ao que fazia e esmagou um dedo numa prensa.

A preocupação é um estado de ânimo que pode levar à prática de atos condenáveis


sob o ponto de vista da segurança do trabalho.

ANALFABETISMO - um trabalhador analfabeto não pôde ler o aviso proibindo fumar,


numa sala de explosivos, e provocou a explosão do prédio em que trabalhava.

O analfabetismo é um problema social e pode causar acidentes do trabalho.

FADIGA - João, fatigado pelo barulho contínuo no ambiente de trabalho, derrubou a


máquina de escrever sobre os próprios pés.

A fadiga é a redução da capacidade funcional do organismo em decorrência do


excesso de trabalho. É um desgaste emocional e orgânico acompanhado por um mal-estar
característico.
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OUTRAS CAUSAS POSSÍVEIS DA FADIGA FÍSICA E MENTAL

A ) RELACIONADAS COM O AMBIENTE DE TRABALHO:

 Temperatura, umidade e ventilação impróprias;


 Má iluminação (insuficiente ou ofuscamento)
 Barulho contínuo
 falta de limpeza

B ) RELACIONADAS COM AS CONDIÇÕES DO TRABALHO:

 Duração do trabalho (horário incompatível);


 Regime de trabalho (noturno, suplementar, por tarefa);
 Gênero do trabalho (pesado ou monótono);
 Posições fixas, viciadas ou forçadas;
 Movimentos inúteis ou arrítmicos;
 Aparelhos mal posicionados (colocam o trabalhador em posição fatigante).

C ) RELACIONADOS COM OS FATORES EXTRÍNSECOS AO TRABALHO E AO


TRABALHADOR ( CAUSAS SOCIAIS ):

 Má alimentação, sono incompleto;


 Residência distante do local de trabalho;
 Moradia em condições precárias de Higiene e Conforto;
 Preocupações;
 Encargos domésticos;
 Pauperismo;
 Outras ocupações extras (biscates);
 Lazer mal utilizado.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO RELATIVAS À FADIGA

As causas da fadiga devem ser combatidas, com as medidas preventivas


correspondentes:

 Jornadas de trabalho adequadas, períodos para alimentação e descanso


adequados (principalmente nos períodos noturnos);
 Treinamento;
 Educação profissional;
 Orientação e seleção profissionais;
 Exames médicos prévios e periódicos adaptação profissional;
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 Incentivos ao lazer combate à insalubridade boas condições ambientais.

2.3 FATOR HUMANO - CAPACIDADE FÍSICA

O departamento de seleção de pessoal de uma empresa deve selecionar o homem certo para
o lugar certo. Isso quer dizer, selecionar e colocar pessoas que estejam aptas para ocupar a
vaga existente, desempenhando suas funções de modo eficaz e sem colocar em risco a si
próprio e seus companheiros. Esse departamento pode deste modo, colaborar na diminuição
dos acidentes do trabalho.

O deficiente físico de modo algum fica excluído da possibilidade de colocar-se num


emprego. Cabe ao setor de seleção e recrutamento colocá-lo no exercício de função que
possa exercer igualmente de modo eficaz. O deficiente físico também pode ser o homem
certo no lugar certo.

Estamos aqui visando o aproveitamento seguro, por parte das empresas, pessoas
portadoras de certas deficiências físicas, tais como: surdez, insuficiência visual e
daltonismo.

SURDEZ

A surdez é uma falha que pode complicar a segurança do trabalho de seus


portadores, assim como de outros. Um alarme não ouvido, avisos e ordens mal entendidas
poderão acarretar conseqüências catastróficas.

O surdo, para trabalhar com segurança, pode:

- Tratar e curar a surdez, se possível;


- corrigi-la com aparelho auditivo;
- redobrar as precauções quanto ao entendimento de avisos, sinais etc., para execução de
suas tarefas.

INSUFICIÊNCIA VISUAL

Qualquer mal nos órgãos visuais deve merecer toda atenção, a fim de preservar esse
sentido tão valioso para o exercício do trabalho. As insuficiências visuais devem sempre ser
corrigidas com tratamento ou com óculos adequados, tão logo sejam percebidas.

É boa política das empresas manter controle auditivo e visual dos empregados, tanto
para a segurança do trabalho como para a eficiência do serviço.
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DALTONISMO

O daltonismo é uma falha visual específica que pode trazer complicações à


segurança do trabalho.

É aconselhável que pessoas daltônicas só executem serviços nos quais a distinção


das cores não tenha importância sob o ponto de vista da segurança do trabalho.

As deficiências nem sempre são totalmente sanáveis, mas quase sempre, podem ser
atenuadas de modo a livrar seus portadores de ocorrências lamentáveis.

2.4 CONDIÇÕES INSEGURAS

Os itens referentes às causas do acidente demonstraram, até aqui, que os atos


inseguros e as deficiências físicas dos funcionários podem ser responsáveis pela ocorrência
de acidentes do trabalho. Isso pode levar a crer que apenas o funcionário seja responsável
por esse tipo de acidente. Veremos, agora, que falhas e deficiências no ambiente de trabalho
podem favorecer, igualmente, os acidentes.

Condições Inseguras dos locais de trabalho são aquelas que comprometem a


segurança do trabalhador, ou, em outras palavras, as falhas, defeito, irregularidades
técnicas, carência de dispositivos de segurança etc., que põem em risco a integridade física
e/ou a saúde das pessoas, e a própria segurança das instalações e dos equipamentos.

No ambiente do trabalho podem existir riscos inerentes - características agressivas


dos materiais, energia e equipamentos empregados nos trabalhos - e podem existir
condições inseguras - falhas materiais criadas ou mantidas no ambiente.

Observe os exemplos:

-Cegatti encarregado pela manutenção da casa de força dos elevadores de uma empresa,
trabalha em ambiente onde os riscos inerentes são muitos. Por isso, trabalha constantemente
protegido por luvas de borracha e consegue garantir-se e evitar acidentes.

-Canônico, vendedor de uma loja de roupas, recebeu violenta descarga elétrica nas mãos, ao
tocar em fios desencapado existentes no interior de um armário embutido. A má
conservação da instalação elétrica caracteriza a condição insegura do local de trabalho.

A corrente elétrica é um risco inerente aos trabalhos que envolvem eletricidade,


aparelhos ou instalações elétricas; a eletricidade, no entanto, não pode ser considerada uma
condição insegura, por ser perigosa. Instalações mal feitas ou improvisadas, fios expostos
etc., são condições inseguras; a energia elétrica, em si, não. A corrente elétrica, quando
devidamente isolada do contato com as pessoas, passa a ser um risco controlado e não
constitui uma condição insegura.
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CONDIÇÕES INSEGURAS:

As mais encontradas nas empresas comerciais e escritórios são:

* má arrumação e falta de limpeza no local de trabalho


* escassez de espaço na área de trabalho
* defeitos nas edificações
* instalações elétricas inadequadas ou defeituosas
* falta de protetores individuais

Vejamos de que maneira as condições inseguras relacionadas podem favorecer a


ocorrência de acidentes do trabalho:

MÁ ARRUMAÇÃO

A falta de ordem nos locais de trabalho vai contra a segurança, como também
dificulta o bom andamento do serviço em todos os demais aspectos. Peças, caixas, materiais
etc. fora do lugar, atravancando áreas de circulação, obstruindo corredores ou dificultando o
acesso a comandos e maquinarias, caixas de força, registros de água, ar, etc., são condições
que dificultam o bom andamento do trabalho, e também a sua segurança.

A boa arrumação dos locais de trabalho e a limpeza são fatores imprescindíveis à


segurança do trabalho.

ESCASSEZ DE ESPAÇO

A falta de espaço é um problema sério, enfrentado em muitos locais de trabalho. Por


exemplo, agrupamento de máquinas, mobiliário e equipamentos, muito próximas umas das
outras; excesso de estoque de peças, equipamentos e mobiliário.

DEFEITOS NAS EDIFICAÇÕES

As várias partes dos edifícios, tais como paredes, tetos, janelas, pisos, escadas,
plataformas etc., podem constituir-se em condições inseguras. Alguns exemplos são:
paredes que possam ruir totalmente ou em parte; teto com telhas que possam cair ou que
não proteja suficientemente contra o sol ou a chuva; janelas com vidros quebrados ou
inexistentes; pisos escorregadios, com degraus defeituosos, sem corrimão ou patamar;
plataformas sem corrimãos, sem rodapés etc.

Algumas dessas condições podem ser originárias dos projetos e da construção, mas
muitas são criadas pela falta de cuidados na manutenção dos edifícios. Esta é uma das
razões porque se recomenda que, desde o projeto, a segurança do trabalho seja levada a
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sério e em consideração.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INADEQUADAS OU DEFEITUOSAS

É importante preservar o funcionamento dos circuitos elétricos do local de trabalho.


A energia elétrica, fornecida pelas Empresas de Eletricidade, chega ao prédio e é distribuída
pelas diversas salas e andares.

Essas distribuições são feitas por meio de uma série de fios que transmitem
eletricidade às tomadas e lâmpadas.

A corrente elétrica que circula por estes fios produz um aquecimento.

Se a instalação elétrica foi bem feita, esse aquecimento é pequeno e não causa
problemas.

Os fios das instalações elétricas devem ser adequados à corrente elétrica que circula
por eles. Isso é sempre planejado para um número fixo de tomadas e lâmpadas do que o
previsto para que aquele circuito possa suportar, provoca sobrecarga. Muitas vezes a
sobrecarga de um circuito elétrico pode provocar um incêndio.

Prevendo as sobrecargas nos circuitos elétricos, é que se torna obrigatório o uso de


fusíveis na Instalação Elétrica. Ele é feito com um material que pode se fundir em alta
temperatura.

Se o circuito elétrico for submetido a uma sobrecarga, o fusível funde e interrompe a


corrente elétrica antes que um mal maior aconteça.

As pessoas que substituem os fusíveis por moedas, fios de cobre e outros objetos
semelhantes, eliminam a grande defesa do circuito elétrico, pois permitem que, numa
sobrecarga, se aqueça até o ponto de provocar um incêndio.

A corrente elétrica, embora perigosa, não constitui condição insegura, desde que
devidamente controlada pelos meios de segurança já conhecidos. Condições inseguras, no
caso, são condutores sem a devida isolação ou com a isolação deficiente, instalações mal
feitas, defeitos em tomadas, instalações provisórias feitas sem os devidos cuidados etc.
Enfim, são todos os defeitos ou falhas das instalações elétricas que, como se sabe, podem
causar lesões às pessoas e mesmo incêndio das instalações, por curto - circuito ou
aquecimento.

APARELHOS ELÉTRICOS

O aparelho elétrico, ao mesmo tempo em que facilita o trabalho, pode transformar -


se numa oportunidade para um acidente. Qualquer aparelho elétrico em funcionamento,
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sempre se aquece.

O aparelho elétrico é sempre projetado e construído para produzir um aquecimento


determinado, normal a segurança. Em caso de defeito, o aquecimento poderá ser maior do
que o normal e, esse aquecimento excessivo do aparelho, pode causar um incêndio.

Aparelhos elétricos funcionando em superaquecimento vão derretendo lentamente a


cobertura isolante dos fios, o que pode provocar dois tipos de acidentes:

 Choque elétrico;
 Curto – circuito.

FALTA DE PROTETORES INDIVIDUAIS

O empregado, ao não usar os equipamentos de proteção individual recomendados,


está praticando um dos mais perigosos atos inseguros. E se não houver equipamento
disponível? Estará a pessoa praticando o mesmo ato? A falta dos equipamentos que, por lei,
a empresa deve fornecer aos empregados, constitui uma condição insegura à qual as pessoas
se expõem, condição essa que, como as demais, cabe à empresa resolver. Não deixa, no
entanto, de constituir também um ato inseguro, desses que a pessoa pratica
inconscientemente ou forçado por circunstância, que, no caso, é a falta de EPI.

Corrigir as condições inseguras existentes no ambiente de trabalho é função de quem


se encarrega da prevenção de acidentes, não permitindo que outras condições inseguras
sejam criadas e evitando a prática de atos inseguros por parte das pessoas.

A empresa tem o dever de dar condições seguras a seus funcionários e o trabalhador


deve exigir essas condições de segurança.
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3. RECURSOS GENÉRICOS DA SEGURANÇA DO


TRABALHO

3.1 MEIOS GERAIS DE PROTEÇÃO DE ACIDENTES (AMBIENTE DE


TRABALHO)

Você já sabe que existem possibilidades de prevenir acidentes de trabalho, mas para
isso algumas medidas são imprescindíveis e são específicas de segurança.

O serviço de segurança do trabalho deve selecionar as medidas adequadas a cada


caso e estabelecer a maneira mais correta e proveitosa de colocá-la em prática. Qualquer
medida é, em princípio, aplicada sempre contra algum risco, mesmo que esse risco seja
apenas potencial.

No ambiente de trabalho, as Medidas de Segurança visam proteger as pessoas por


intermédio de uma das seguintes alternativas:

 Eliminando o risco;
 Isolando o risco;
 Sinalizando o risco.

Eliminar o Risco é torná-lo definitivamente inexistente. Isso nem sempre é possível, mas
alguns exemplos dessa medida podem ser: a substituição de um produto tóxico por um
produto inócuo (não tóxico); a reparação imediata de defeitos no piso e nas escadas, a
correção de falhas em máquinas, instalações, etc...

Isolar o Risco é colocá-lo distante de pessoas ou cercado de tal forma, que o trabalhador
não corra perigo. É alternativa muito aplicada, mas não válida como substitutiva de medida
anterior. É necessário eliminar um risco apenas isolá-lo, embora em alguns casos seja essa a
única medida possível.

Um risco pode ser isolado com a proteção de protetores - grades, correntes cordas,
pilares, corrimãos, chaves, cadeados, portas, etc. Um exemplo dessa medida pode ser o
isolamento das correias de uma máquina industrial, para evitar que peças de roupas dos
trabalhadores possam enroscar em seu mecanismo.

Sinalizar o Risco significa chamar a atenção das pessoas para a existência de um risco,
com a intenção de evitar que aconteçam acidentes. É o recurso que se aplica quando não há
possibilidade de aplicar os anteriores. Não deve ser usada em substituição a um dos dois, a
não ser em caráter precário e temporário, enquanto se tomam as medidas definitivas. Um
exemplo dessa medida pode ser a colocação de cartazes nas paredes de uma escada,
alertando a respeito de eventuais defeitos nos degraus ou nos corrimãos.
19

O ideal é prever os aspectos da segurança do trabalho desde os projetos e instalações do


prédio.

Os aspectos perigosos são relevados por inspeções de segurança e por análises de riscos.

Outra oportunidade é depois da ocorrência de um acidente, embora todos os riscos devam


ser corrigidos antes. A ocorrência de acidentes é, sem dúvida, uma oportunidade para
identificação destes riscos e aplicação de medidas de segurança, mas não se deve esperar
por ela para tomar as medidas que os riscos requerem.

OBJETIVOS DAS MEDIDAS TÉCNICAS DE SEGURANÇA: ambiente de trabalho é,


na ordem de preferência:

 Eliminar definitivamente a possibilidade de ocorrência de acidentes;


 Dificultar ao máximo a ocorrência destes acidentes;
 Evitar maior gravidade, caso ocorram acidentes.

3.2 MEIOS GERAIS DE PROTEÇÃO DE ACIDENTES (O TRABALHADOR)

Um ambiente de trabalho seguro é apenas metade do que é fundamental para que se


diminuam as possibilidades de acidentes de trabalho. O restante depende do elemento
HUMANO. O elemento humano pode e deve estar preparado para exercer suas atividades
com eficiência e segurança, o que pode ser conseguido por meio de:

* seleção adequada de pessoal


* treinamento e integração ao trabalho
* manutenção do estado físico e psicológico

Esses tópicos pertencem a campos especializados - recrutamento e serviço médico.


A prevenção dos acidentes do trabalho depende muito da participação desses serviços que,
obrigatoriamente, devem atuar em cooperação e estreito entendimento com o setor de
segurança das empresas.

TREINAMENTO DO PESSOAL

Tem como objetivo diminuir o número de atos inseguros cometidos pelo


trabalhador. Esses atos inseguros acontecem, muitas vezes, em conseqüência de:
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DESCONHECIMENTO DOS RISCOS DE ACIDENTE

O trabalhador é muito bem informado sobre todos os problemas que vai encontrar no
exercício de suas funções, mas nem sempre é informado dos cuidados que deve tomar no
manejo de determinados instrumentos ou dos perigos existentes em determinadas áreas etc.
O empregado deve ser muito bem esclarecido quanto a esses detalhes.

TREINAMENTO INADEQUADO

Um trabalhador mal treinado no manejo de determinado instrumento de trabalho


pode, com muita facilidade, descontrolar - se diante de um imprevisto e lançar mão de
recursos absurdos, na tentativa de corrigir ou controlar a situação. O resultado só pode ser o
risco de acidente, senão o próprio acidente. Cabe ao setor de treinamento e ao de segurança
agir para que seja dado um bom treinamento ao trabalhador.

O uso correto de máquinas e EPI’s indispensáveis ao desempenho de determinadas funções


são apenas alguns dos aspectos a serem lembrados na realização de treinamentos.

Os treinamentos não se destinam apenas aos funcionários novos, como medida para
integrá-los às novas funções, mas também aos funcionários antigos, que devem ser
reciclados de tempos em tempos.

A eficiência de um treinamento será nulo, se o funcionário não apresentar as


condições mínimas necessárias à execução do trabalho que lhe é destinado. Não se trata,
exatamente, de o trabalhador gostar ou não daquilo que faz, é mais do que isso. O
funcionário deve estar apto para executar a função; estar apto significa conhecer o serviço e
ter condições de levá-lo a bom termo. A importância do serviço de recrutamento e seleção
de pessoal é fundamental sob esse aspecto. Por exemplo, um trabalho monótono e que exige
atenção não pode, em princípio, ser executado por um indivíduo irriquieto e extrovertido,
sem riscos de erros e até de atos inseguros.

Para escolher convenientemente, o serviço de recrutamento r seleção depende


também do serviço médico, o que é exigido por lei, com objetivo de evitar que uma pessoa,
fisicamente incapaz para o exercício da função, venha a exerce-la com prejuízo para si
mesma e , eventualmente, para quantos a cercam.

As medidas médicas são:

 Exames médicos pré – admissional (admissional);


 Exames revisionais (periódicos), dependendo trabalho;
 Adaptação;
 De retorno ao trabalho;
 Exame demissional.
21

O trabalhador não deve esconder do médico seus eventuais problemas de saúde, pois
o médico poderá auxiliar para que lhe seja dado um tipo de serviço compatível com sua
saúde ou adequá-lo ao serviço para o qual foi indicado.

Por exemplo, um indivíduo que sofra de sinusite não deve trabalhar nas câmaras
refrigeradoras de um frigorífico, mas a sinusite é quase sempre curável e o serviço médico
poderá orientar o trabalhador a respeito.

O serviço médico e o de segurança devem estar bem sincronizados no programa de


prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, por razões óbvias diante do apresentado até
aqui.

Os atos inseguros responsáveis por muitos acidentes do trabalho poderão diminuir


no caso de o trabalhador ser selecionado corretamente, com o auxílio do setor médico da
empresa, e se o treinamento desse empregado for executado com os cuidados necessários.

A segurança e prevenção de acidentes do trabalho dependem, em termos, do


trabalhador, da integração dos serviços de recrutamento e seleção, assistência médica (física
e psicológica) e treinamento de pessoal.
22

4. SERVIÇO DE SEGURAÇA
O trabalhador movimenta - se numa determinada área, onde executa seus trabalhos.
Essa área é seu ambiente e tanto o trabalhador quanto ambiente devem estar
convenientemente preparados para que os acidentes ocorram cada vez menos e façam cada
vez menos vítimas.

A lei prevê a obrigatoriedade de Serviços Especializados de Segurança e Higiene do


Trabalho em empresas, de acordo com os riscos da atividade e o número de funcionários.
Esse serviço é dedicado exclusivamente à segurança e manutenção da saúde do trabalhador
e é exercido por empregados qualificados para fazê-lo.

A segurança do trabalho exige dos funcionários diretamente encarregados uma série


de contatos com pessoas e setores da empresa, uma cadeia de intercomunicação, para a
obtenção de bons resultados. Embora existam pessoas encarregadas do serviço, todo
empregado é, em princípio, responsável por sua própria segurança e pela segurança dos
demais.

Imaginemos que um operário notou que uma determinada máquina apresenta um defeito e
não comunicou o fato aos responsáveis pela manutenção. O ato desse operário demonstra
que o mesmo não se preocupa com a sua própria segurança e ainda põe em risco outras
pessoas. O Serviço de Segurança, por mais bem equipado que esteja, nada poderá fazer para
evitar um acidente com esse operário, além de esclarecê-lo sobre o risco que corre e a que
expõe os demais.

Já nos referimos aos contatos que o Serviço de Segurança mantém com os demais
setores de uma empresa. Esses contatos cruzados entre administração, segurança serviço
médico e alta supervisão são necessários para:

a ) correção das condições inseguras e insalubres do ambiente por meio de serviços de


engenharia, de manutenção, de pesquisa e de estudos nas áreas de trabalho;

b ) seleção adequada e integração dos empregados no trabalho, de forma técnica e segura;

c ) controle das condições dos ambientes de trabalho e da saúde dos trabalhadores;

d ) emissão de instruções e regras gerais do programa de segurança estabelecido.

O serviço de segurança de uma empresa deve ser organizado de acordo com as


características da empresa, sua extensão (tamanho) e diretrizes (normas de funcionamento) .
Além disso, o serviço de segurança deve receber todo o apoio dos demais setores ligados à
prevenção de acidentes e trabalhar em estreita cooperação com eles.
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4.1 SERVIÇO DE MANUTENÇÃO

É uma extensão do serviço de segurança é tão importante quanto ele.

Os ambientes de trabalho devem estar sempre em condições de oferecer ao


trabalhador a segurança necessária par que execute suas funções com o mínimo risco. Cabe
ao serviço de manutenção e garantia de conservação dos aparelhos, instrumentos e
instalações de uma empresa.

4.2 SERVIÇO DE SEGURANÇA:

* Localiza o risco;
* Sinalizá-lo;
* Isolá-lo.

* ao mesmo tempo aciona o Serviço de Manutenção.

4.3 SERVIÇO DE MANUTENÇÃO:

Eliminação do perigo evidente ou potencial.

A preocupação do Serviço de Manutenção envolve:


* Edificações;
* Iluminação e Instalações Elétricas;
* Ventilação e Controle de Calor;
* Equipamentos em Geral.

A manutenção, conseqüentemente, é um serviço que deve ter condições de reparar


cada um desses aspectos, tão logo seja acionado pela segurança.

Conforme o tamanho da empresa, o Serviço de Manutenção inclui desde


Engenheiros até Faxineiros em seu quadro de pessoal permanente. Se a empresa for
pequena, compensa terceirizar o serviço.

É importante saber, no entanto, que à segurança cabe acompanhar desde o projeto


das edificações até as adaptações, para providenciar corretamente a manutenção.
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5. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)


Você já leu, anteriormente, que o vestuário do trabalhador pode ser um fator de risco
de acidente do trabalho, se não for adequado. Agora, você vai saber que existem funções
que exigem, para quem executa, roupas e equipamentos especiais. Esses equipamentos
servem para diminuir o risco de acidentes para o trabalhador e reduzir, no que for possível,
as condições inseguras de trabalho.

São instrumentos normais de proteção para quem os usa e devem ser usados sempre
que a tarefa exigir.

O uso dos EPI’s é obrigatório por lei que assim os define:


“Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo meio ou dispositivo de uso pessoal,
destinado a preservar a incolumidade do trabalhador no exercício de suas funções”.

A Lei ainda determina que:

* sejam fornecidos gratuitamente pelo empregador


* os empregados são obrigados a usar os EPI, assim como os demais meios
destinados à sua segurança.

O Serviço de Segurança deve desenvolver ação técnica, educacional e


psicológica para garantir que os EPI’s sejam utilizados pelos trabalhadores.

ASPECTOS TÉCNICOS - Cabe ao serviço de segurança:

*determinar o tipo de EPI em face do risco que pretende neutralizar

*determinar o modelo adequado, que melhor satisfaz sob o aspecto de segurança,


levando em consideração:

a ) capacidade de neutralização de agressividade do trabalho


b ) tempo de vida útil do equipamento
c ) conforto que deve proporcionar ao usuário

ASPECTOS EDUCACIONAIS - Cabe ao serviço de segurança informar o


trabalhador a respeito de:

* finalidade dos EPI’s utilizados


* maneira correta de utilização
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* maneira de conservá-los

O uso adequado dos EPI’s é o aspecto mais importante das medidas educacionais a
serem tomadas.

ASPECTOS PSICOLÓGICOS - Nos treinamentos ou medidas educacionais com


o fim de orientar sobre o uso correto dos EPI’s, devem ser levados em consideração os
aspectos psicológicos do assunto:

Alguns EPI’s usados com freqüência são:


- Botas impermeáveis contra umidade;
- Sapatos antiderrapantes, próprios para piso lisos e escorregadios;
- Luvas e braçadeiras para evitar queimaduras ou cortes;
- Aventais impermeáveis para evitar água e queimaduras provocadas por líquidos;
- Perneiras.
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6. INVESTIGAÇÕES DOS ACIDENTES E INSPEÇÕES DE


SEGURANÇA

A Segurança do Trabalho serve-se de duas fontes de informação para melhorar ou


aprimorar sua atuação numa empresa:

* as investigações dos acidentes ocorridos;


* as inspeções de segurança.

AS INVESTIGAÇÕES DE ACIDENTES:

São estudos, pesquisas e inquirições que são levadas a efeito para apurar as causas de
acidentes ocorridos. É uma das atividades mais comuns da CIPA na ausência de serviço
especializado de Segurança.

O resultado de uma investigação será a indicação das medidas de segurança a serem


adotadas para prevenir outras ocorrências semelhantes. Quando uma medida é recomendada
em decorrência de investigação, deve ser estendida a todas as outras condições semelhantes
que possam existir na empresa.

Um exemplo é esclarecedor:

Devido a um acidente num saguão com piso de mármore, foi efetuada rigorosa investigação
e concluiu- se que o acidente não teria ocorrido se o piso fosse de borracha antiderrapante.
Foi determinada a mudança do piso daquele saguão e demais 4 saguões de piso igual. A
medida recomendada para o local do acidente foi estendida a todos os locais com iguais
características.

AS INSPEÇÕES DE SEGURANÇA:

Têm como finalidade descobrir constara ou comprovar a existência de riscos. São, enfim,
fontes de informação da existência de riscos ou condições que devem ser corrigidas.

As inspeções de segurança cobrem uma grande parte da segurança do trabalho, que


vai desde a inspeção elementar e rotineira até a análise de risco e a pesquisa de condições
ambientais.

A partir da informação, deve-se chegar a solução do caso. As inspeções bem


processadas determinam a tomada de medidas preventivas, ou seja, anteriores à ocorrência
de acidentes.
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7. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES


(CIPA)

Para ajudar a cumprir as regras e recomendações para segurança do trabalho,


existem órgãos - dentro das próprias empresas - que foram criados pôr lei com esta
finalidade.

Estes órgãos são as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes ou simplesmente


CIPA.

A lei reza que:

“Doravante, para se saber de quantos membros a CIPA deve compor- se, é preciso, em
primeiro lugar, enquadrar o estabelecimento na lista anexa, ( com 4 graus de riscos ); em
seguida, pelo número de empregados, encontra- se a lotação da CIPA nos quadros anexos
das NR 5, NR 29 e NRR 5”.

Os componentes da CIPA reúnem-se mensalmente para analisar as condições de


segurança da empresa e estudar soluções práticas para os problemas encontrados.

Os estudos da CIPA são transformados em sugestões para a empresa e para os


empregados. Desta forma, é favorecida a colaboração mútua para melhorar as condições de
segurança.

A participação dos trabalhadores é muito importante para a manutenção das


atividades da CIPA e pode ser oferecida da seguinte maneira:

 Como representante dos empregados, se indicado pôr eles;


 Respeitando rigidamente os avisos e as recomendações da CIPA;
 Encaminhando à CIPA todas as sugestões para melhoria das condições de segurança
da empresa;
 Participando ativamente dos treinamentos de prevenção de acidentes e primeiros
socorros.

É esse tipo de trabalho de colaboração que torna eficiente o trabalho da CIPA. A


medida que a CIPA é alertada para determinadas situações de risco, pode estudá-las e
apontar sugestões para a empresa.
Não se deve pensar que as empresas que disponham dos serviços de segurança a
existência das CIPA's seja desnecessária, pois não há órgão oficializado que possa substituí-
la na capacidade de levantar problemas, agitá-los, indicar falhas e apresentar soluções.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
BASSETO, Edson Luiz. Apostila: Ergonomia. Cornélio Procópio: Publicação Interna.
CEFET - PR. 2.006.

BASETTO, Edson Luis. Apostila: Higiene do Trabalho Riscos Ambientais. I Curso de


Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho. Publicação Interna, UTFPR,
Campus de Cornélio Procópio 2006.

FINOCCHIO, Marco Antonio Ferreira. Apostila: Segurança no Trabalho. Curso de


Tecnologia em Automação. Publicação Interna, CEFET-PR, Cornélio Procópio, 2002.

FINOCCHIO, Marco Antonio Ferreira. Segurança na Refrigeração. Apostila do Curso de


Especialização em Sistemas de Refrigeração. CEFET-PR, Cornélio Procópio, 2004.

FINOCCHIO, Marco Antonio Ferreira. Apostila: Prevenção e Controle de Riscos em


Máquinas, Equipamentos e Instalações. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Cornélio Procópio, 2006.

FINOCCHIO, Marco Antonio Ferreira, BASSETO, Edson Luiz. Apostila: Gerência de


Riscos. Cornélio Procópio: Publicação Interna. CEFET - PR. 2.006.

MORALES, Eduardo. Apostila: Agentes Químicos. Cornélio Procópio: Publicação Interna.


CEFET - PR. 2.006.

MORELES, Eduardo. Apostila: Preservação do Meio Ambiente. Cornélio Procópio:


Publicação Interna. CEFET - PR. 2.006.

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