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REDE DE PEQUENOS GRUPOS

Pr. Manoel T. Nunes


Ministério dos Pequenos Grupos – UCOB

A
prática da nossa visão “Ser igreja é ser amigo” passa de forma direta e
inevitavel pelo processo de discipulado. Isso deve ocorrer via relacio-
namentos pessoais profundos e significativos à partir de uma comu-
nidade discipuladora, ou seja, o pequeno grupo. Essa experiência de vida em
uma comunidade, deve permear toda essa engrenagem que faz discipulos.

Amigo, é pensando nisso que chega em suas mãos mais essa ferramenta
que tem como objetivo ajuda-lo a iniciar um processo de transição nas igrejas
postas sob seu cuidado pastoral.

Trata-se de um guia com orientações práticas e teóricas que lhe trarão


clareza desde uma breve fundamentação teológica para os relacionamentos
até o processo prático de implantação e gerenciamento da rede de pequenos
grupos na igreja local.

Espero que com oração e prática você tenha a alegria de ver sua igreja tran-
sicionada, discipulando e cuidando daquilo que é o elemento mais precioso
dentro dela: pessoas. Que você tenha a alegria de ver gente cuidando de gente
em comunidades de amor.

Um abraço e sucesso!
4
A IGREJA
EM
PEQUENOS
GRUPOS

A Igreja em Pequenos Grupos .......................................................... 4

Os Pequenos Grupos e sua implantação .................................... 8

O encontro semanal do Pequeno Grupo ...................................13

A estrutura da rede de Pequenos Grupos na igreja local ...15

O gerenciamento da rede ................................................................16

Os compromissos de um líder de Pequeno Grupo ...............18

O coordenador de Pequenos Grupos ......................................... 21


Rede de Pequenos Grupos
O supervisor na rede de Pequenos Grupos ............................. 22
Produção Executiva:
Alijofran Brandão
Jim Soares
Jairo dos Anjos

Autor:
OS COMPROMISSOS 18
Manoel T. Nunes DE UM LÍDER DE
Colaboradores: PEQUENO GRUPO
Adeilton Silva
Ariel Tenório
Emerson Boa Sorte
Giulian Vasques
Paulo Alvarenga

Projeto Gráfico:
Marcos S. Santos

Revisão:
Anne Lizie Hirle 8 OS
Foto da Capa:
Freepik
PEQUENOS
Fotos internas:
GRUPOS E SUA
Megapixl e Freepik IMPLANTAÇÃO
A IGREJA EM
PEQUENOS
GRUPOS
A TEOLOGIA DOS RELACIONAMENTOS No relato geral da criação
ANTIGO TESTAMENTO (Gn 1:1-2:3), percebe-se que Deus
Sendo o homem um ser social, por assume uma postura profundamen-
natureza, ele necessita de relacio- te relacional na produção e formação
namentos saudáveis, consistentes do mundo criado. Esse fato mostra
e profundos. Essa necessidade é uma dimensão relacional com di-
parte de sua natureza e constitui- versas nuances diretas e indiretas
ção. Basta observarmos as despe- concernentes aos relacionamentos
didas, os encontros aguardados; (Gn.5:3; 1:26-28; 11:7). Nota-se que
eles estão carregados de emoção “aos animais a ordem dada foi que se
silenciosa, ruidosa e as vezes de multiplicassem; no entanto, aos se-
lágrimas. É interessante notar que res humanos Ele ordenou que trou-
isso faz parte de seu DNA, posto ali xessem a existência outras criaturas
4 pelo Seu Criador. para povoar e encher a terra. Há um
A imagem de Deus no ser humano
provê a base para desenvolver-
mos relacionamentos saudáveis e
caracterizados por solidariedade,
confiança e amor.
Não podemos repetir plenamente
a imagem de Deus se escolhermos vi-
ver isolados de nossos semelhantes.

NOVO TESTAMENTO
A igreja é o corpo de Cristo (Rm 12.4-5;
1Co 12.12-13). Essa metáfora aponta
para um fato importante:
Apesar do cuidado legítimo com
estruturas físicas e organizacionais,
a igreja não pode ser identificada ab-
solutamente com um prédio ou uma
instituição humana. Como grupo so-
elemento relacional na ordem criada”. cial organizado ela possui uma per-
Por decisão divina fomos criados como sonalidade jurídica, um patrimônio e
parte de um sistema relacional. lugar onde articula se atividades de
Potencialidades e realização plena adoração, encontros sociais, capaci-
só se desenvolvem em um ambiente de tações diversas e serviços a comuni-
pleno relacionamento com Deus e com dade à sua volta. No entanto, todas
outras pessoas. Eles também são vitais essas coisas não são propriamente “a
para a manutenção da vida. Vejamos: igreja”. Igreja significa pessoas ajun-
Deus criou o homem e a mulher (Gn. tadas para a adoração, testemunho
1:26-28) à Sua imagem e semelhança e serviço de Deus. Ela é composta
para representá-Lo diante da ordem de “pedras vivas” - pessoas (1Pe.
criada e exercer domínio sobre as de- 2:5); sendo Cristo a pedra principal
mais criaturas. Não para domínio preda- (Ef. 2:20). Com isso podemos sugerir
tório, mas para proteção e preservação. que a base da igreja é gente; sobretu-
Cabe salientar que, entre todas as do, pessoas firmadas em Cristo; que
criaturas, apenas o ser humano foi cria- se relacionam umas com as outras e
do à imagem de Deus. Essa imagem di- com Deus. Em suma, a igreja é você;
vina nele possibilita o relacionamento sou eu. Somos a igreja em todo o
especial dos humanos com Deus e dos tempo; em todo e qualquer lugar.
humanos entre si. Tais relacionamen-
tos não são determinados por instintos OS PEQUENOS GRUPOS NA IGREJA
ou por condicionamentos ambientais, Com o passar dos anos a tímida igre-
como ocorre entre outros seres criados, ja saída das mãos de Cristo se tornou
mas pela razão, vontade e afetos de se- numa multidão que se reúne sema-
res irmanados pela paternidade divina. nalmente para adoração coletiva. Em 5
alguns edifícios são centenas trazendo Ef 4.25 a 5:2; Fp 2.1-8; Cl 3.12-17; Hb
com isso, a dificuldade de se formar re- 10.23-25, 12.4-13). Existem, no Novo
lacionamentos profundos e significati- Testamento, dezenas de mandamen-
vos descaracterizando sua atmosfera tos de reciprocidade. A expressão “uns
primária. É nesse contexto que os pe- aos outros” ocorre 53 vezes na Bíblia
quenos grupos são essenciais. Neles os Almeida Revista e Atualizada (ARA). A
membros da igreja tem a oportunidade intenção do Senhor é estabelecer uma
de viver a experiência do cuidado e pas- comunidade de ministração mútua.
toreio mútuos. Para novos conversos Igreja, então, é um corpo que se relaciona
ele fornece o ambiente e a convivência, (Jo 17.21-23).
que são imprescindíveis no processo de
transformação e discipulado. A BÊNÇÃO DE UMA
Assim como um recém nascido em REDE DE PASTOREIO
um seio familiar precisa ter suas neces- Como igreja a prática do cuidado mútuo
sidades básicas atendidas para sobre- produz uma rede de pastoreio – uma ma-
viver, da mesma forma todo novo dis- lha de relacionamentos fraternos per-
cípulo também precisa de um ambiente meada pela graça de Deus, que inspira e
de apoio e proteção que pode ser encon- capacita os cristãos, sob a motivação e
trado em um Pequeno Grupo relacional bênção do Espírito Santo, para darem de
e discipulador. si mesmos em favor uns dos outros. Nos
Sobre grupos pequenos Ellen G. Whi- pequenos grupos, cada membro pode
te faz uma importante afirmação base- ser acompanhado ao mesmo tempo em
ada em sua experiência pessoal como que acompanha outros. Os pequenos
pioneira: “Reunimo-nos para nos edifi- grupos proveem atenção e cuidado para
carmos mutuamente pelo intercâmbio seus participantes (At 4.32, 34).
de pensamentos e sentimentos, para Redes de pastoreio funcionam a par-
juntar forças, luz e ânimo, familiarizan- tir dos seguintes paradigmas:
do-nos com as esperanças e aspirações ƒƒ Os cristãos são responsáveis pelo
mútuas; e por nossas fervorosas e sin- bem-estar uns dos outros (Gn 4.9-
ceras orações, feitas com fé, recebemos 10; Gl 6.1-2; Hb 10.24-25).
refrigério e vigor da Fonte de nossa for- ƒƒ A igreja é uma comunidade gra-
ça. Essas reuniões devem ser períodos ciosa, cuja característica mais pro-
muito preciosos”. Testemunhos para a eminente é o amor de Cristo de-
igreja, Vol. 2; pg. 578. monstrado nos relacionamentos
(Jo 13.35).
A GRAÇA DE DEUS NOS ƒƒ Todos nós precisamos de apoio
RELACIONAMENTOS uns dos outros (1Co 12.12-27).
A graça de Deus também é vista nos re-
lacionamentos. Isso é chamado de cui- O PLANO MESTRE DE JESUS – MT 16:18:
dado mútuo. Os cristãos são responsá- Jesus iniciou seu ministério escolhendo
veis uns pelos outros e devem amar-se, um pequeno grupo de 12 discípulos –
acolher-se, perdoar-se e cuidar uns dos Mc 3:13-14; e planejou a sua continui-
6 outros (Rm 15.7; Gl 5.15, 22- 23, 6.1-2; dade por meio da igreja – Mt 28:18-20;
ƒƒ De igreja de meros espectadores
para família de discípulos.
ƒƒ De igreja impessoal para corpo de
O Salvador alicerçou seu ministé- cristãos voluntários, comprometi-
rio em relacionamentos. Pode-se vê-lo dos e auxiliando na restauração e
conversando, comendo e dormindo com cura de outros.
eles durante o seu ministério, que era ƒƒ De igreja voltada para o encontro
muito ativo – Jo 1:39; 2:2; 4:7 Lc 6:12; sabático apenas e às vezes des-
11:1. Andaram juntos em estradas, visi- compromissado, para igreja vol-
taram cidades, viajaram de barco, pes- tada para o envolvimento diário
caram no mar da Galileia, oraram juntos, com Deus e o próximo. O resultado
foram às sinagogas e ao templo. Jesus disso é discipulado (amar, libertar,
investiu tempo de qualidade naquele liderar e enviar), ou seja, cumpri-
grupo. Esteve com eles nas mais dife- mento obediente da Grande Co-
rentes circunstâncias e lugares; Ele os missão (Mt 28.18-20).
amou, discipulou, pois por meio deles o Precisamos ter a consciência de que
mundo conheceria Sua Pessoa e Seu po- vivemos tempos de ambiguidade nas
der para salvar. relações entre os seres humanos. Esses
são caracterizados por uma busca inten-
A BÊNÇÃO DA PRÁTICA DO DISCIPULADO sa de relacionamentos, mas ao mesmo
O retorno e prática do modelo de Cristo tempo são superficiais e sem compro-
implica nas seguintes mudanças: metimento. Esse fenômeno tem afetado
ƒƒ De igreja centrada no pastor para as relações na igreja atual.
igreja centrada nos crentes traba- Cremos que, como Igreja de Cristo,
lhando (sacerdócio universal; cf. temos um grande desafio: Conquistar
Êx 19.5-6; 1Pe 2.9-10, 4.10; Ap 1.6). amigos para a nossa vida e para Deus
ƒƒ De igreja centrada em eventos para pois somos um povo de missão relacio-
igreja centrada em relacionamentos. nal, com foco em Deus e nas pessoas. 7
OS PEQUENOS
GRUPOS E SUA
IMPLANTAÇÃO
8
O QUE É UM PEQUENO GRUPO?
Para explicarmos o que é um Pequeno Grupo, primeiramente preci-
samos dizer o que não é um Pequeno Grupo:

ƒƒ Grupo de Oração – Este tipo de grupo está interessado so-


mente em crescer no movimento de oração. Os grupos fa-
miliares são recheados de muita oração e os dons do Espírito
fluem com liberdade; no entanto, quem vai ao grupo está se
vinculando e crescendo como igreja. Precisamos s aber que a
oração e os dons são apenas os ingredientes, o prato principal
ainda precisa ser preparado.
ƒƒ Grupo de Estudo Bíblico – Este tipo de grupo não estimula a
comunhão e geralmente é liderado por pessoas que se consi-
deram grandes mestres e que gostam de demonstrar conhe-
cimento teológico; o incrédulo não é bem-vindo. São estéreis
e não servem como estrutura de igreja.
ƒƒ Grupo de comunhão entre crentes ou grupo de crescimento
– As pessoas interessadas neste tipo de grupo desejam um
crescimento espiritual em um ambiente fechado e exclusivis-
ta. É importante salientar que o crescimento apenas acontece
quando estamos interagindo com o ambiente que nos rodeia.
ƒƒ Grupo de cura interior e de apoio – Os que desejam partici-
par deste tipo de grupo estão interessados em terapias para
a cura de seus traumas emocionais. Neste tipo de grupo as
pessoas têm um problema real e querem se livrar dele. São
grupos semelhantes aos Alcoólatras Anônimos, em que as
pessoas falam de seus problemas vez por vez, semana após
semana. Este tipo de grupo leva o amor, mas não leva os
membros a Cristo.
ƒƒ Ponto de pregação – São grupos conhecidos como aqueles
em que as pessoas frequentam sem compromisso. Elas vêm
e vão, e o grupo é apenas um ajuntamento. Tais grupos têm
como deficiência básica o fato de não compartilhar a realidade
da vida do Corpo.

ENTÃO, O QUE É UM PEQUENO GRUPO?


Conceitualmente, o Pequeno Grupo é uma estrutura de discipulado.
Ele desenvolve pessoas comprometidas com os valores do reino de
Deus, gera maturidade espiritual e compromisso com a missão da
igreja. No território da União Centro Oeste Brasileira, ele é a comu-
nidade transformadora onde o discipulado acontece. É o lugar onde
os discípulos são guiados ao crescimento em comunhão, relaciona-
mento e missão. 9
Além disso, os Pequenos Grupos PROTÓTIPO
proporcionam outros benefícios para a O protótipo é o Pequeno Grupo modelo
igreja local, como flexibilidade para al- composto por aqueles que serão líderes
terar procedimentos (ou funções), para de novos Pequenos Grupos no processo
enfrentar situações novas e alcançar de implantação da rede em uma igreja.
objetivos diferentes. Por ser informal, Preferencialmente, o líder deve ser o
não têm muita necessidade de padrões pastor distrital.
rígidos de operação. Há mobilidade para
se reunir quase em qualquer lugar: uma PASSOS INICIAIS DO PROTÓTIPO
casa, um escritório, ou uma oficina, faci- 1º passo – Orar. Essa é a fase em que
litando a integração e a continuidade do o pastor deverá se dedicar na busca por
Pequeno Grupo. Por ser inclusivo, pode orientação de Deus para a escolha das
atrair pessoas de todos os tipos, cre- pessoas que participarão do protótipo.
dos e classes sociais, sem preconceitos. 2º passo – Listar, observar e escolher
Finalmente, ele é pessoal e seus parti- os nomes das pessoas que comporão o
cipantes podem interagir entre si, de protótipo. A quantidade deve ser de 12 a
maneira que a comunicação flui natural- 18 pessoas, de acordo com o número de
mente e todos compreendem. membros na igreja.
Na igreja local, os Pequenos Grupos 3º passo – Visitar as pessoas esco-
integram pessoas e criam vínculos. Pro- lhidas e convidá-las para os encontros
porcionam um ambiente acolhedor onde do protótipo.
se compartilham experiências, trazendo 4º passo – Realizar um encontro co-
um sentimento de pertencimento à igre- letivo com todos os que aceitaram o con-
ja. Fortalecem a vida cristã ao favorecer vite. Esse encontro pode ser na casa pas-
a identificação e o desenvolvimento dos toral. Deve ser um momento de reflexão
dons espirituais. Incentivam a leitura da sobre a condição atual da igreja local e o
Bíblia, aplicando-a à vida prática. Contri- sonho de ser uma igreja mais acolhedora,
buem para o desenvolvimento de novos amorosa, reavivada e missionária.
líderes em potencial, através das opor-
tunidades de servir. Observação: Neste encontro coletivo,
todos devem receber de presente um dos
PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO seguintes livros: Como Reavivar a Igreja do
DA REDE DE PEQUENOS GRUPOS Século 21, Pense Grande Pense em Peque-
A rede é o sistema de liderança e pasto- nos Grupos e Discípulos Modernos.
reio que conecta os Pequenos Grupos a
um processo contínuo de discipulado. A ENCONTROS REGULARES
estrutura de liderança é composta pelo As reuniões do protótipo devem ocorrer
pastor, que é o líder geral dos Pequenos semanalmente, de preferência às sex-
Grupos no distrito; seguido pelo coorde- tas-feiras. O foco nessas reuniões é o
nador de Pequenos Grupos, que é o líder estudo relacional da Bíblia. Além desses
principal na igreja local. O coordenador encontros semanais, haverá necessida-
lidera os supervisores que, por sua vez, de de realizar reuniões extras para for-
10 apoiam os líderes de Pequenos Grupos. mação teórica. Devem ser abordados
temas que fundamentam a vida em co- (oração, escolha, convite, encontro cole-
munidade e a importância dos Pequenos tivo) desempenhados pelo pastor como
Grupos para igreja. líder do protótipo deverão ser repetidos
É importante lembrar que o mo- por cada novo líder na formação de seu
mento é de mudança de pensamentos, próprio Pequeno Grupo.
de valores e de quebra de paradigmas.
Diante disso, todo o processo precisa
estar firmado na oração, em vigílias de
curta duração, jejuns coletivos, retiros de
um dia, e outras atividades devocionais.
Isso definirá o sucesso de cada Pequeno
Grupo após o protótipo.
Durante o protótipo, o líder (pastor)
instruirá os participantes na teoria e na
prática da vida em comunidade. O pastor
deverá ser uma pessoa de intensa ora-
ção pessoal e intercessora. Pelo exem-
plo, deverá ser um modelo de pastoreio,
interessando-se pessoalmente por cada
membro. É fundamental a leitura de
bons livros que o ajudarão no exercício
de sua liderança, bem como na forma-
ção e consolidação da visão de Peque-
nos Grupos em seu coração e também
nos membros do protótipo.
MULTIPLICAÇÃO DOS PEQUENOS GRUPOS
O LUGAR DO ENCONTRO A multiplicação é a reprodução dos Pe-
O Pequeno Grupo deve ter um lugar de- quenos Grupos na igreja local. Significa
finido para a reunião, criando um senso também o crescimento da experiência
de identidade, constância e segurança. É da vida em comunidade para um número
impossível produzir um ambiente fami- cada vez maior de pessoas. Por traz dela
liar se nos reunirmos a cada semana em está a ordem bíblica de fazer discípulos.
uma casa diferente. Por isso, não basta Cremos que os Pequenos Grupos são o
ter um lugar de reunião, é preciso que o melhor ambiente para isso acontecer.
grupo se reúna em uma base regular. Multiplicar Pequenos Grupos significa
multiplicar discípulos. A visão de uma
A PRIMEIRA MULTIPLICAÇÃO comunidade de amor que apoia, cuida e
Esse período de encontros deve durar de salva, precisa chegar a cada membro da
4 a 6 meses, ao final dos quais chega o igreja local.
momento muito especial: a multiplica-
ção, quando o Pequeno Grupo protótipo O LÍDER APRENDIZ
se transforma em novos Pequenos Gru- É o membro do Pequeno Grupo com
pos. Fique atento, pois os passos iniciais grande potencial para liderança que está 11
sendo discipulado pelo líder do grupo a liderança. A escola de líderes dará os
que frequenta. É importante lembrar fundamentos teóricos, práticos e meto-
que todo líder precisa, em oração, buscar dológicos de liderança.
alguém que depois de preparado esta- Ela pode ser conduzida de três
rá apto para assumir a liderança de um maneiras:
Pequeno Grupo resultante da próxima 1. Intensiva – em um final de sema-
multiplicação. na (sexta e sábado)
2. Bimestral – acontecendo em 8
ESCOLHA DE COORDENADORES encontros (1 hora a cada domingo)
E SUPERVISORES 3. Trimestral – realizada em 3 manhãs
Com as multiplicações, surge a neces- inteiras de domingo, uma vez por mês
sidade de estabelecer a estrutura de
liderança da rede de Pequenos Grupos. GERENCIAMENTO DA REDE
O pastor distrital escolhe o coordena- No gerenciamento da rede, destaca-se
dor e os supervisores da rede. Durante a necessidade dos encontros semanais
o período de realização do protótipo, o (com o coordenador e supervisor) e quin-
pastor seleciona o líder mais promissor zenais com toda a rede (coordenadores,
e se dedica a prepará-lo para ser o pri- supervisores e líderes) para ajustes no
meiro supervisor do grupo após a multi- foco, aprofundamento da visão, moti-
plicação inicial. Este líder deve evidenciar vação e inspiração. Cada Pequeno Grupo
espiritualidade, credibilidade, tato, bom é extremamente importante, por isso,
relacionamento e vibração com o apren- recebe um cuidado especial. Em suma,
dizado da visão dos Pequenos Grupos. pastor, coordenador, supervisor e líder
À medida que os grupos vão se trabalham para estimular o crescimento
multiplicando, outros supervisores são e a saúde de cada Pequeno Grupo.
escolhidos para cuidar de 3 a 5 líderes.
Durante este processo, um supervisor CONCLUSÃO
deve ser capacitado para se tornar o co- É impressionante o impacto positivo que
ordenador de Pequenos Grupos da igre- uma rede de Pequenos Grupos traz para
ja. Será sua responsabilidade coordenar qualquer igreja. Ela se torna mais espi-
o trabalho dos supervisores e pastore- ritual, mais amorosa, receptiva e mis-
á-los. Para cada cinco líderes, um su- sionária. Quanto mais fortes forem os
pervisor; e para cada cinco supervisores, Pequenos Grupos, mais dinâmica e atra-
um coordenador. ente será a igreja local. Cristo será visto
na vida prática dos membros da congre-
ESCOLA DE LÍDERES gação, pois a maior evidência a favor do
A escola de líderes é a capacitação dos evangelho é a unidade visível de Seus se-
futuros líderes de Pequenos Grupos guidores. Portanto, uma igreja que tem,
fora do protótipo. Ela trabalha com os semanalmente, a maior parte de seus
líderes aprendizes que já são membros membros reunidos orando, estudando a
de um Pequeno Grupo, já vivenciam os Bíblia e relacionando-se está em franco
valores práticos da vida em comunida- preparo para o recebimento do Espírito
12 de, mas precisam ser preparados para Santo em forma de chuva serôdia.
O ENCONTRO SEMANAL DO
PEQUENO GRUPO
TEMPO
1 ESTIMADO
LANCHE E COMUNHÃO (20’) 1H30

ƒƒ Momento de descontração 2
e oportunidade para que as QUEBRA-GELO (10’)
pessoas possam conversar e se
conhecer um pouco mais; ƒƒ É importante principalmente
ƒƒ Poderá acontecer tanto no início quando o grupo é novo e as
como no final da reunião. pessoas não se conhecem;
ƒƒ Características:
3  Não é um jogo. É uma
LOUVOR E ADORAÇÃO (10’) atividade que ajuda a pessoa
a tirar a atenção de si mesma,
ƒƒ As pessoas agora movem o para se sentir à vontade com
foco para o Senhor; os outros;
ƒƒ Escolha cânticos conhecidos e  Concentra todos os
fáceis; participantes em um assunto
ƒƒ Providencie as letras das central;
músicas;  Quebra a hesitação inicial que
ƒƒ Não fique pregando e falando cada pessoa tem para falar
entre os cânticos; abertamente;
ƒƒ O líder precisa ter comunhão  É preciso cuidado para não
com Deus para que este expor detalhes da intimidade
momento realmente flua. de alguém.

COMPARTILHAMENTO (10’)

ƒƒ Este momento dá a oportunidade para os membros testemunharem as


bênçãos recebidas durante a semana anterior, ou compartilhar problemas que
estejam enfrentando. Também podem fazer pedidos específicos de oração;
ƒƒ É como se fosse um link entre a lição ministrada na reunião passada e sua
aplicação prática na vida das pessoas. [continua uu] 13
5
EDIFICAÇÃO/ESTUDO
DA PALAVRA (30’)

ƒƒ O foco agora se move para


as necessidades das pessoas
presentes;
ƒƒ O estudo relacional da Bíblia é o
ponto central;
ƒƒ O líder é um facilitador e não um
professor;
ƒƒ O alvo são as verdades simples
da Bíblia e a aplicação pessoal
delas; 6
DESAFIOS MISSIONÁRIOS
ƒƒ Características de um bom E AVISOS (10’)
estudo:
 Relaciona-se com a vida dos ƒƒ É hora de estabelecer ou
membros e suas necessidades relembrar os alvos e as metas
diversas; missionárias para a vida
 Transmite ânimo, estímulo ou pessoal de cada um e para o
desafio; Pequeno Grupo.
 Ministra a alguma ƒƒ Neste momento, o líder dá os
necessidade; avisos necessários.
 Focaliza-se na vida, não
apenas nos conhecimentos;

ƒƒ Dicas para um bom estudo:


 Organize as cadeiras em
círculo;
 Receba o retorno do grupo:
“Que conclusões podemos
tirar do que acabamos de
estudar?”
 Sonde para ver se os membros
do grupo conseguiram reter os
princípios ensinados;
 Gaste um momento
perguntando como o que foi
aprendido poderia ser aplicado
14 à vida.
A ESTRUTURA DA REDE DE
PEQUENOS GRUPOS NA
IGREJA LOCAL

PASTOR

COORDENADOR

SUPERVISOR SUPERVISOR SUPERVISOR SUPERVISOR SUPERVISOR SUPERVISOR

LÍDER APRENDIZ LÍDER APRENDIZ LÍDER APRENDIZ LÍDER APRENDIZ LÍDER APRENDIZ LÍDER APRENDIZ

15
O GERENCIAMENTO
[ ]
ESTA ETAPA COMEÇA
APÓS A MULTIPLICAÇÃO
ORIUNDA DO PROTÓTIPO.
FOCO A IMPORTÂNCIA
PRINCIPAL DO ENCONTRO
Ajudar a rede a ser um lugar
Os encontros são essenciais
saudável de crescimento
para a vida da rede em qualquer
para todos, onde comunhão,
lugar, tanto para coordenadores
relacionamento e missão
e supervisores quanto para os
sejam vivenciados. O pastor,
líderes dos Pequenos Grupos.
o coordenador e o supervisor
Sem ele, é grande o risco de
precisam estar focados em três
naufrágio de todo o processo
aspectos essenciais: pastoreio,
construído até então.
gerenciamento e capacitação.
Veja alguns benefícios do
encontro:
1. Promove a força
O PASTOREIO corporativa;
Cada membro do grupo 2. Proporciona senso de
precisa ser tratado de modo propósito;
personalizado. Suas limitações, 3. Unidade e troca de
lutas pessoais e familiares experiências;
necessitam ser notadas 4. Mantém viva a experiência
e atendidas com de receber atenção;
atenção. 5. Cuidado e manutenção.

16
DA REDE
CONTEÚDO DOS
ENCONTROS
(COORDENADORES E
PERIODICIDADE SUPERVISORES)
ƒƒ Sua maior parte será de
ƒƒ Coordenadores e supervisores:
cunho espiritual. Bíblia,
Se possível, semanal
oração, ampliação da visão,
ƒƒ Líderes: quinzenal dicas e uma curta agenda de
trabalho. O encontro deverá
durar no máximo 1h30.
O objetivo sempre será:
inspirar, motivar, ajustar foco,
alinhar e atualizar.
ƒƒ Relatórios devem ser
feitos com cautela,
para não constranger
publicamente aqueles
que estão enfrentando
desafios e dificuldades com
a liderança do Pequeno
Grupo. As debilidades em
alguém deverão ser tratadas
em particular, de forma
LOCAL personalizada.

ƒƒ Coordenadores e
supervisores: pode-se fazer
nas suas residências, com
variação semanal sempre.
ƒƒ Líderes: na igreja, podendo
variar de acordo com a
realidade local.
17
OS COMPROMISSOS
DE UM LÍDER DE
PEQUENO GRUPO
O líder de um Pequeno Grupo é o pastor de um peque-
no rebanho. Espera-se, então, que seja um bom pastor.
O que seria um bom pastor?
ƒƒ É uma referência para suas ovelhas;
ƒƒ Alimenta suas ovelhas;
ƒƒ Desafia suas ovelhas;
ƒƒ Guia suas ovelhas;
ƒƒ Conhece e chama suas ovelhas pelo nome.

18
Quais os riscos de um grupo de ove- suas ovelhas. Esse trabalho seria uma
lhas sem pastor ou com um pastor des- demonstração do amor do apóstolo pelo
cuidado? Em João 10:11-14, Jesus diz ser Mestre. Enquanto discípulos de Jesus,
o bom pastor, cuja grande característica também somos chamados a cuidar das
é dar a vida pelas ovelhas. Ele faz uma ovelhas do Senhor, demonstrando, as-
distinção entre o bom pastor e o assala- sim, amor por Ele.
riado, ou mercenário, aquele que trabalha Cuidar das ovelhas de Jesus é o que
no cuidado das ovelhas em troca de um um líder de PG faz. Neste trabalho, ele
pagamento. Como o assalariado não é o pode agir como um bom pastor ou um
dono das ovelhas, quando surge um pe- mercenário, ser comprometido ou ape-
rigo, ele as abandona e foge, deixando-as nas estar envolvido. São quatro as dire-
vulneráveis. Ele não se importa com elas. ções do compromisso de um líder de PG:
Cuida delas apenas por interesse.
Compromisso é a palavra que dife- 1. Compromisso com Deus;
rencia o pastor do mercenário. O pastor 2. Compromisso com a Igreja;
é comprometido. O mercenário, apenas 3. Compromisso com o supervisor
envolvido. Em João 21:15-17, Jesus cha- e o coordenador;
ma Pedro, por três vezes, a cuidar de 4. Compromisso com o PG.

Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas;


e elas me conhecem; João 10:14

19
1. COMPROMISSO COM DEUS 3. COMPROMISSO COM O SUPERVISOR E
Este é o primeiro compromisso de um O COORDENADOR
líder de PG. Afinal, foi Jesus quem o cha- Segundo Joel Comiskey, “o supervisor é
mou para cuidar de suas ovelhas. Acima um líder de líderes de PG, responsável
de tudo, uma pessoa é líder de PG porque pelo seu pastoreio direto. Idealmente, é
ama a Deus e obedece às suas ordens. um líder de PG experiente e bem-suce-
Os compromissos de um líder com dido, que já multiplicou seu PG algumas
Deus são: vezes e irá ajudar líderes a alcançarem
ƒƒ Cuidar de suas ovelhas como um essa vitória.”
bom pastor, dando a vida por elas; Os compromissos do líder com o su-
ƒƒ Crescer no conhecimento de Deus, pervisor são:
através da leitura da Bíblia, da ora- ƒƒ Submeter-se à sua liderança;
ção, do jejum, da leitura de bons ƒƒ Prestar contas de sua vida e do PG;
livros e de amizades cristãs; ƒƒ Participar do encontro quinzenal-
ƒƒ Viver em santidade, tratando os mente;
seus pecados; ƒƒ Atualizar o sistema de PG mensal-
ƒƒ Ter uma vida equilibrada, tendo tem- mente;
po para si mesmo e para sua família. ƒƒ Liderar seu PG com excelência, de
modo que ele seja saudável, cresça
2. COMPROMISSO COM A IGREJA e se multiplique;
O compromisso com a Igreja é o segun- ƒƒ Orar pelo supervisor e pelo coorde-
do de um líder de PG. Foi Deus quem nador.
o chamou, mas foi a Igreja, através de
seus pastores, que lhe deu autoridade 4. COMPROMISSO COM O PG
para liderar. Enquanto bom pastor, o líder é alguém
Os compromissos de um líder com comprometido com seu PG. Ele se im-
a Igreja são: porta com as pessoas e tem a disposi-
ƒƒ Ser leal à liderança da Igreja e à sua ção de dar a vida por elas.
visão; Os compromissos de um líder com
ƒƒ Zelar pelo nome da Igreja através o PG são:
de seu testemunho; ƒƒ Sonhar em liderar um PG saudável,
ƒƒ Participar do encontro quinzenal que cresce e se multiplica;
de líderes; ƒƒ Orar diariamente pelas pessoas do
ƒƒ Participar dos eventos-chaves (Es- PG;
cola de líderes com seu aprendiz, ƒƒ Convidar semanalmente pessoas
celebrações, vigílias e encontros de novas para visitar a reunião do PG;
oração, etc.); ƒƒ Contatar regularmente as pessoas
ƒƒ Realizar a reunião do PG semanal- do PG;
mente, conforme roteiro estabele- ƒƒ Preparar-se para a reunião do PG;
cido; ƒƒ Mentorear novos líderes;
ƒƒ Ministrar as lições fornecidas pela ƒƒ Planejar atividades de comunhão
Igreja; de PG;
20 ƒƒ Orar pela Igreja. ƒƒ Crescer pessoalmente.
O SUPERVISOR
NA REDE DE
PEQUENOS GRUPOS

Em países de fala inglesa, as igrejas em orientadores e treinadores profissio-


Pequenos Grupos têm usado o termo nais. Em ambos os casos, o alvo é levar
coach para designar seus supervisores. as pessoas sob sua responsabilidade ao
Este termo é usado não só para téc- melhor desempenho possível, garantin-
nicos de esportes, mas também para do ou tornando mais viável a vitória. 21
A mesma ideia se aplica à supervisão 3. A supervisão pode prevenir desas-
em uma igreja. O alvo de supervisores tres. O desencorajamento pode ser
cristãos é mover as pessoas na direção tratado antes que se torne mortal.
de Jesus Cristo. Paulo expressou seu 4. A supervisão ajuda os líderes a
alvo como um supervisor cristão: “Nós o trabalharem juntos como uma
proclamamos, advertindo e ensinando a equipe. A cooperação previne o
cada um com toda sabedoria, para que isolamento doentio e promove
apresentemos todo o homem perfeito unidade.
em Cristo. Para isso eu me esforço, lu- 5. A supervisão pode promover a
tando conforme a sua força, que atua descoberta e o desenvolvimen-
poderosamente em mim.” O supervisor to de novos líderes. Uma rede de
cristão se esforça para levar as pesso- Pequenos Grupos cresce quando
as a Jesus Cristo, sabendo que a última novos líderes em potencial são
coroa é aquela que durará para sempre descobertos no contexto de gru-
(1Co 9:25). pos saudáveis.

SUPERVISORES DE PGS Essas igrejas frequentemente co-


Os Pequenos Grupos têm se torna- meçam criando grupos e focalizando em
do o foco de muitas igrejas ao redor do recrutar líderes. Uma vez que tenham
mundo. Eles são estimulantes porque sido treinados, eles são liberados para
proveem um lugar onde as pessoas po- assumirem seus grupos. Mas a maioria
dem compartilhar sua vida umas com das igrejas encontra um problema: falta
as outras, podem alcançar não cristãos de supervisores qualificados. Sem uma
sem usar táticas evangelísticas que supervisão sólida, o ânimo inicial dos
pressionem, e pessoas comuns podem Pequenos Grupos desaparece. Líderes
se tornar líderes. É natural que pasto- que estavam animados com os PGs fi-
res e líderes de igrejas que aprendem cam esgotados, lamentando não terem
sobre a visão de Pequenos Grupos fi- se envolvido em um ministério menos
quem extremamente animados com exigente. Sem supervisão, os Pequenos
as coisas que podem acontecer em Grupos que eram saudáveis começam a
suas igrejas. morrer lenta e dolorosamente.
David Cho, fundador e pastor da
A IMPORTÂNCIA DA SUPERVISÃO maior igreja na história do cristianismo,
1. A supervisão mantém a motiva- disse certa vez: “A chave por trás da rede
ção do líder de PG fortalecida. A de PGs é o supervisor.” A pesquisa de
supervisão constante e bem de- Dwight Marable e Jim Egli confirma isso.
senvolvida pode manter um líder Eles pesquisaram Pequenos Grupos ao
de PG inspirado e afiado. redor do mundo e descobriram que a
2. A supervisão pode melhorar a ha- supervisão é o elemento-chave para se
bilidade de liderança do líder de obter sucesso duradouro.
PG. Pequenas diferenças na es- Assim como os melhores atletas
tratégia fazem a diferença entre precisam de técnicos para ajudá-los a
22 ganhar e perder. jogar melhor, os líderes de PG também
precisam. Nenhum líder de PG, não im- precisa de ajuda. Ele ou ela também são
porta quão talentoso ou bem treinado, cuidados por outro líder, normalmente
conseguirá liderar tão eficientemente um coordenador. Igrejas em PGs bem-
sozinho como poderia com a ajuda de -sucedidas desenvolveram pessoas
supervisor de PG. para cuidar tanto de supervisores como
de líderes de PG, para que todas as pes-
POR QUE SUPERVISIONAR? soas sejam cuidadas e protegidas, do
“Os propósitos do coração dos homens pastor distrital aos membros do PG.
são águas profundas, mas quem tem dis- Muitas vezes, líderes de igreja ficam
cernimento os traz à tona” (Prov 20:5). tão apaixonados pela estrutura dos PGs
que falham em entender os papéis den-
tro dessa estrutura.

“O supervisor O QUE UM SUPERVISOR NÃO É?


Muitas pessoas se tornaram super-
cristão se esforça visoras somente para ficarem frustra-
para levar as das. A maioria dessas frustrações vem
de mitos sobre o papel do supervisor.
pessoas a Jesus Muitos confundem supervisão com
Cristo” consultoria. Consultores são pessoas
experientes que dão conselhos e dicas
sábias em uma base de curto prazo para
um cliente. Consultores têm um papel
O QUE É UM SUPERVISOR DE PG? importante, mas quando supervisores
A palavra “supervisor” descreve o pa- adotam esse modelo, há pelo menos
pel que a pessoa desempenha ao apoiar dois perigos.
os líderes de PG sob seu cuidado. Não é
um termo sagrado. Na verdade, as igre- 1. Criar dependência
jas usam muitos termos diferentes para O líder é forçado a depender da pes-
identificar o papel desempenhado pelo soa experiente e raramente quebra essa
supervisor de PG: supervisor, líder de se- dependência. O supervisor é, ao contrá-
ção, líder de G-12, etc. rio, um ouvinte e encorajador com o alvo
O supervisor de PG equipa os líderes de capacitar os líderes a serem o que
com ferramentas, conhecimento e opor- Deus quer que eles sejam.
tunidades de que eles precisam para se
desenvolverem e se tornarem mais efi- 2. Sobrecarga de informações que
cientes. O supervisor encoraja, supre e não funcionam a longo prazo
desafia os líderes a crescerem e multi- A informação é necessária para lide-
plicarem seus PGs. rar e multiplicar um PG com sucesso. O
As melhores estruturas de supervi- maior obstáculo, no entanto, é aplicar na
são apontam 5 líderes para 1 supervisor. prática essa informação a longo prazo.
Um líder de PG não deve ficar sozinho, Os consultores proveem informação para
assim como um supervisor também um propósito predeterminado, enquanto 23
E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o
fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós,
porém, uma incorruptível. 1 Coríntios 9:25

o objetivo do supervisor é trabalhar com se tornam elementos tão integrados ao


líderes de PG por período extenso em caráter da pessoa que nenhum esforço
qualquer área que seja importante. consciente é necessário. Há sete hábitos
O supervisor deve apoiar de for- de bons supervisores. Para adotar esses
ma proativa seus líderes, buscando hábitos, o supervisor terá de trabalhar
interceptar problemas antes de eles conscientemente com cada um deles.
acontecerem. Veja quais são:
ƒƒ Recebem de Deus o que vão
OS MELHORES SUPERVISORES ministrar a outros;
ESTÃO NA BATALHA ƒƒ Ouvem o líder de PG;
Alguns supervisores veem seu papel ƒƒ Encorajam o líder de PG;
como uma formatura do ministério “mãos ƒƒ Cuidam do líder de PG;
na massa” no PG. Nada poderia estar ƒƒ Formam/treinam o líder de PG;
mais longe da verdade. Para encorajar os ƒƒ Desenvolvem estratégias com o
líderes, o supervisor precisa poder dizer: líder de PG;
“Eu estive lá”. No início da rede, é interes- ƒƒ Desafiam o líder de PG.
sante que os supervisores participem de
um PG para continuar experimentando a “Os hábitos são fatores poderosos
vida de PG, de modo que sejam exemplo. em nossa vida. Por serem padrões
Os melhores supervisores são aque- consistentes, e às vezes inconscientes,
les que lideraram e multiplicaram um com frequência expressam diariamente
grupo com sucesso. Por que? Porque nosso caráter e nos tornam eficientes.”
eles sabem como é experimenta a dor
de “dar à luz”, as alegrias do ministério DÊ O QUE VOCÊ TEM
e as lutas do evangelismo. Eles podem Você pode estar se sentindo muito
oferecer uma palavra renovadora e con- inadequado para supervisionar alguém.
selhos relevantes aos líderes que estão Mas lembre-se de que Deus não está
supervisionando. procurando supervisores perfeitos. Olhe
para si mesmo como um catalisador
OS HÁBITOS DE BONS para ajudar outros a se desenvolve-
SUPERVISORES DE PGS rem (supervisor e consultor). Não tenha
Os melhores supervisores de PGs medo de dar o que você tem. Quando
têm hábitos comuns no ministério de você o fizer, Deus irá derramar sobre
apoio a seus líderes. Hábitos são coisas sua vida novo discernimento e sabedoria
24 que uma pessoa faz “sem pensar”. Eles para você continuar.
O COORDENADOR
DE PEQUENOS GRUPOS
O coordenador é o líder principal dos Pe- SUA ESCOLHA
quenos Grupos na igreja local. É a voz do A fase do protótipo é um período de
pastor distrital junto aos supervisores e descobertas interessantes. É também o
líderes na rede. Ele tem a visão bem cla- momento para a escolha das pessoas
ra em seu coração, e por isso fará todo o (peças-chaves) que darão solidez e con-
possível para apoiar a rede na direção de sistência na formação da rede de Peque-
seus objetivos. nos Grupos na igreja local. 25
É muito importante que o pastor, despersonaliza o ministério de PGs.
como líder do protótipo, ore e observe Quando coordenadores se tornam um
aquele que será sua referência na igre- modelo de “passar informações e checar
ja. Durante esse processo, alguns sinais fatos” para os líderes de PG, eles esta-
poderão indicar, entre os participantes, belecem um padrão ruim para os líderes
a pessoa que assumirá essa função imitarem.
posteriormente. Geralmente, é aquele
que faz perguntas, comenta as leituras
e vibra com as descobertas durante a
vivência do protótipo. Além disso, essa
pessoa evidencia credibilidade, espiri- “O coordenador tem
tualidade, tato, equilíbrio e bom rela- a visão bem clara
cionamento com os demais membros.
Ele, inicialmente, será o supervisor dos em seu coração”
Pequenos Grupos oriundos do protótipo.
Com a multiplicação de novos grupos,
outros assumirão a supervisão e ele se
tornará o coordenador. Às vezes, o coordenador vai dar con-
selhos, agir como administrador inter-
SUA RESPONSABILIDADE mediário e servir como conselheiro em
O coordenador não é uma espécie de situações de crise, mas tais papéis não
administrador intermediário (que faz o devem ser o foco. O coordenador é al-
meio de campo). Muitos coordenadores guém que ajuda aqueles que estão sob
se sentem como se fossem burocra- seu pastoreio a cumprir o chamado de
tas que apenas passam informação aos Deus para elas. Será responsabilidade
seus supervisores e líderes, certificando- dele coordenar o trabalho dos supervi-
-se de que entreguem seus relatórios a sores e pastoreá-los. Para cada cinco
tempo. A imagem do coordenador ape- líderes, um supervisor; e para cada cinco
nas como administrador intermediário supervisores, um coordenador.

REFERÊNCIAS
Elias Brasil de Souza - Pequenos Grupos - Aprofundando a Caminhada - (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2011), pp. 7-11.
Misael Nascimento - Grupos da igreja nos lares: Início rápido; 2014 - p. 10-17.
Joel Comiskey. Seja um supervisor de células eficaz. 1ª edição, 2003, p. 11-16.
Jolivê Chaves. Porque eu acredito nos Pequenos Grupos – Revista Foco na Pessoa – p. 14-23.
José Umberto Moura. Pequenos Grupos: Uma Fundamentação Bíblica, Teológica e Histórica.
Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009, p. 28-46.
LIDERE – IBCBH – Lidere uma célula vitoriosa. 2ª edição – p. 1-15.
Wilson Paroschi. “Os Pequenos Grupos e a Hermenêutica: Evidências Bíblicas e Históricas
em Perspectiva” – publicado no livro editado por Elias Brasil de Souza, “Teologia e Metodologia da
Missão”. Cachoeira, BA: Centro de Pesquisa de Literatura Bíblica, SALT- IAENE, 2011, p. 368.
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