Ariane

história e Ilustrações de
ADRIANO EDO NEUENFELDT

“Simplesmente dedicado a minha esposa:

minha amiga, companheira e eterna

namorada , sem a qual ,certamente, estes

livros estariam engavetados.

Obrigado...”

1ª EDIÇÃO
SANTA MARIA
2010
 BIOGRAFIA DO AUTOR

Adriano Edo Neuenfeldt é formado em Matemática (Licenciatura

Plena) e bacharel em Desenho e Plástica, ambos pela UFSM.
Também é Mestre em Educação e desenvolve oficinas pedagógicas
trabalhando prioritariamente com literatura infantil e ensino e
aprendizagem de matemática. Atuou durante dois períodos como
professor substituto na UFSM e como professor da rede pública de
ensino. Atualmente é professor de Matemática do Ensino à
Distância – Curso de Pedagogia – UAB.

Contato: nea2007@bol.com.br

N481a Neuenfeldt, Adriano Edo

Ariane /
história e ilustrações de Adriano Edo Neuenfeldt. –
1. ed. – Santa Maria : [s. n.], 2010.
24 p. : il. ; 30 cm.

1. Literatura 2. Literatura infanto-juvenil

3. Literatura infantil I. Título.

CDU 82-93
 Esta é a história de uma menina muita

esperta e curiosa, de nome Ariane.

Ariane gostava de saber do que eram feitas
as coisas, de
onde vinham e
para que
serviam. Assim,
passava o dia
perguntando, por
que isso, por que
aquilo. Muitas
vezes obtinha a
resposta, outras
vezes, não. Mas
não importava,
ela seguia
sempre
perguntando.
 Ariane adorava pássaros e quando podia
passava o dia observando-os. Achava
interessante como eles podiam voar. Ela até
tentava, mas por mais que mexesse os braços
não conseguia.
O pássaro que ela mais gostava era o bem-
te-vi. Era amarelo e toda vez que olhava para
ele, ele piava bem-te-vi, bem-te-vi! Ela adorava
aquilo.
 Certa vez,
Ariane, que
estava no
colo, brincava
com o cabelo
de sua mãe,
alinhando os
fios e
rodeando com
o dedo os
cachos dos
longos
cabelos.
A mãe que apenas observava, sabia que
aquilo era um sinal de que a menina queria
perguntar algo:
- O que foi minha filha? Perguntou a mãe
de Ariane.
A menina fitou a mãe e perguntou:
 - Mãe porque temos a cabeça de gente e
não temos a cabeça de passarinho? Por que o
canarinho tem cabeça de canarinho e não tem
cabeça de cavalo? Por que o cavalo não voa?
Por que ...
Bem, não sei minha filha, acho que as
coisas são assim porque precisam ser assim.
- Hummm... Ariane fitou a mãe, com um ar
de seriedade, porém não se contentou com a
resposta.
- Mas precisam ser assim por quê?
A mãe estava sem resposta e resolveu
mudar de assunto, mas Ariane não queria.
- Manhê... Se eu quiser, posso colocar uma
cabeça de canarinho no lugar da cabeça de
tucano?
- Não sei minha filha, não sei, acho que ele
não vai viver.
- Por quê?
 A mãe não sabendo como responder
entregou um livro com figuras e disse a
menina:
- Ariane, melhor você ir olhar estas figuras,
tome a tesoura e vá brincar no seu quarto.
- Ufa!! Pensou aliviada a mãe.
Ariane foi para o quarto, mas ainda queria
saber as respostas para as suas perguntas.
Folheou a
contra gosto o
livro. Havia muitas
figuras. Então teve
uma idéia,
procurou as
figuras e começou
a recortar.
Encontrou
muitos pássaros.
Então teve outra idéia, ia tentar combinar
os animais para ver se funcionava.
Achou, primeiramente, um tucano
Depois encontrou um joão-de-barro.

Recortou, então, a cabeça dos dois

pássaros e trocou-as de lugar
Bem, pensou ela, será que o joão-de-barro
podia ter a cabeça de tucano?
 Pensou e pensou.
Enfim:
- Ah, não dá, com um bicão desses o joão-
de- barro não vai mais poder entrar na sua
casinha. Deixou cada um com a sua cabeça.
Procurou outras figuras. Encontrou uma
garça.
E logo depois a figura de canarinhos.

- Agora vou fazer diferente, vou colocar o

corpo dos canarinhos na cabeça da garça.
Pensou a menina.
Ficou pensando se dava.
Olhou a água onde estava a garça, olhou
os canarinhos.
- Mas isso também não dá! Os canarinhos
têm perninhas curtas, vão se afogar!
- Vou procurar outras figuras.
Achou uma linda arara azul.
 E, em seguida, um beija-flor.

- Será que posso mudar alguma coisa?

Resmungou Ariane.
 Novamente, pensou e pensou, enfim
chegou a uma conclusão:
- Você vai morrer de fome, seu beija-flor!
Com o bico da arara você não vai retirar o
néctar das flores!
Ariane estava frustrada, nenhuma
combinação funcionava. Mas estava feliz por
que estava conseguindo obter as respostas
que queria.
Procurou,
então, outra
figura.
- Quero um
cavalo.
Ariane
procurou e
procurou, até
que enfim
encontrou a
figura que desejava.
 Era um lindo cavalo.
- Por que você não voa? Ariane se fez esta
pergunta. Procurou respostas, mas nenhuma
lhe satisfazia. Ficou horas ali, debruçada em
cima da figura. Juntou mais figuras e observou.
A figura de um tucano entre galhos e
folhas.
 E outra figura de pequenos coleirinhas,
balançando-se em pequenas e finas folhas de
capim.
 De repente, como que num estalo a
menina, sorriu, como quem tinha achado a
coisa mais importante do mundo, pegou as
suas figuras e foi correndo procurar a sua mãe:
- Mãe, mãe eu sei por que o cavalo não
voa! Eu sei!
A mãe a olhou admirada e quis saber a
resposta:
- Por que minha filha?
E Ariane com a inocência de uma criança,
mas com a esperteza e a imaginação que é só
delas disse:
- Se o cavalo voasse, em algum momento
ia ter que descansar,não ia? A mãe concordou.
A menina continuou: - Bem, então ele ia
procurar as árvores e ia querer sentar nos
galhos,não ia? Mas os galhos são fracos, bem
fininhos, não aguentam o peso do cavalo. Por
isso, cavalo fica no chão e não voa.
A mãe sorriu e suspirou:
 - Que bom minha filha, que bom...
Ariane sorriu.
Mas, de repente, ficou novamente
pensativa:
- Manhê... será que se o cavalo
emagrecesse ele poderia voar?

Continue a história, se quiser...