Neste tema, você irá conhecer o que vem a ser planejamento familiar, quais
os métodos existentes para prevenir a concepção, suas características, van-
tagens e contraindicações.
Agora, que tal fazer uma pausa e pensar sobre o significado da palavra “pla-
nejamento”? Esta é uma palavra que faz parte do seu dia a dia? Reflita um
pouco sobre isso.
Ajudando um pouco mais nas suas reflexões: para que o salário possa durar
até o final do mês, o que você precisa fazer? Você pode gastar à vontade e
comprar tudo o que lhe der “na telha”? Se fizer assim, o que vai acontecer
com o seu orçamento?
Planejando o futuro
“Existe o risco que você não pode jamais correr, e existe o risco que
você jamais pode deixar de correr.”
Planejamento familiar
Fonte: portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cartilha_di-
reitos_sexuais_2006.pdf
Métodos anticoncepcionais
• os métodos naturais;
• os métodos de barreira;
• os métodos hormonais;
• os métodos definitivos.
Métodos naturais
• Temperatura basal
• Método sintotérmico
Métodos de barreira
• Diafragma
• Espermicida
Métodos hormonais
• Minipílulas
• Pílulas combinadas
• Injetável
• DIU
Métodos definitivos
• Vasectomia
• Ligadura tubária
Métodos naturais
Se o resultado for menor que 10, a mulher deve usar a seguinte fórmula para
calcular o período fértil:
duração dos ciclos durante 6 meses: 30, 30, 29, 28, 25 e 32 dias;
Temperatura basal
Este método é feito a partir da observação das variações da temperatura ba-
sal corporal (que é a temperatura do corpo em repouso). Nas diferentes fases
do ciclo menstrual, o organismo apresenta variação de temperatura. A partir
da observação da temperatura, pode ser determinado o período fértil e en-
tão haver abstenção de relação sexual com contato genital nesse período.
Alguns fatores podem alterar a temperatura basal:
• mudanças de ambiente (férias);
• gripes e resfriados;
• estresse e fadiga;
• distúrbios emocionais;
• interrupção do sono;
• ingestão de bebidas alcoólicas;
• mudança no horário da medição da temperatura.
Os métodos naturais são contraindicados nos seguintes casos:
• amenorreia;
• irregularidades menstruais;
• mulheres com alto risco gestacional; Glossário
• alterações psíquicas graves;
• lactação;
Amenorreia
• pós-menarca; Suspensão do ciclo
menstrual em uma mulher
• pré-menopausa, pós-parto; com idade ovulatória.
• pós-aborto;
Menarca
• primeiro ciclo após anticoncepcional hormonal. Primeira menstruação.
Este método baseia-se na combinação de múltiplos indicadores da ovulação,
com a finalidade de determinar o período fértil com maior precisão e con-
fiabilidade. A mulher que desejar fazer uso dele deve estar completamente
familiarizada com as técnicas de cada um dos métodos comportamentais já
descritos anteriormente.
Para evitar as diversas DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis),
inclusive a Aids, é aconselhável o uso de preservativo masculino,
pois somente ele pode preveni-las.
• quando for necessário lubrificação, não se deve usar vaselina, pois pode
provocar o rompimento da camisinha. Deve ser usado um lubrificante à
base de água;
Você sabia?
• Os chineses foram os primeiros a usar barreiras protetoras fei-
tas com papel de seda untado com óleo.
Esse preservativo ainda não está disponível na rede pública. A única con-
traindicação para seu uso é se a mulher apresentar alergia ao poliuretano.
Glossário
Diafragma
Côncavo O diafragma é um dispositivo de borracha, côncavo, com uma borda de me-
Objeto cuja superfície é
cavada. tal flexível ou borracha mais firme, que é colocado na vagina sobre o colo do
Púbis útero, antes da relação sexual. A borda anterior fica atrás do púbis e a pos-
O mais anterior dos três terior no fundo de saco de Douglas; a parte côncava fica em contato com o
principais ossos que formam
a pelve ou pélvis; forma o colo do útero, impedindo a ascensão do espermatozoide pelo canal cervical.
terço inferior e anterior do
ilíaco.
Saco de Douglas
Região que fica por dentro
da vagina, lá no fundo,
posterior ao colo do útero.
Figura 2.5: Aqui podemos visualizar a barreira física que o diafragma faz no caminho
do espermatozoide ao óvulo.
O diafragma deve ser usado junto com espermicida, que é colocado nas
bordas e na parte côncava, que fica em contato com o colo. A mulher deve
colocá-lo até 6 horas antes da relação sexual. Para verificar se está colocado
corretamente, ela deve, com o dedo indicador, sentir se o colo do útero está
coberto pela membrana de borracha.
• alterações psíquicas;
O espermicida é ativo por um período de 6 horas. Caso haja rela-
ção sexual após esse período, deve ser feita nova administração do
espermicida com o aplicador.
• parto;
• aborto;
Figura 2.7: O uso do espermicida deve ser associado a outro método anticoncepcio-
nal de barreira física.
• evitar duchas vaginais até oito horas após relação sexual; a ducha dani-
fica a mucosa e destrói a flora vaginal, que é responsável por proteger a
região contra infecções.
• após o uso, lavar o aplicador com água e sabão, não devendo ser fervido.
O espermicida não deve ser usado por mulheres com alto risco
gestacional e quando houver reação alérgica. Além disso, esse mé-
todo não oferece proteção satisfatória quando usado isoladamen-
te nem protege contra DST.
Minipílulas
Glossário
Este método consiste no uso contínuo de minidoses de progestógeno puro,
apresentado em cartela com 35 comprimidos. A mulher deve iniciar a cartela
Puérperas no primeiro dia da menstruação (exceto as puérperas) e seguir tomando um
Mulheres que acabaram
de ter neném ou que estão comprimido por dia, sempre no mesmo horário.
prestes a tê-lo.
Quando acabar a cartela, ela deve iniciar outra no dia seguinte. No caso de
esquecimento de uma pílula, tomá-la na hora em que lembrar ou junto com
aquela que deverá ser tomada no dia seguinte. Se esquecer de tomar duas
ou mais, o procedimento correto é abandonar a cartela, aguardar a mens-
truação e recomeçar uma nova cartela, no primeiro dia do ciclo menstrual.
Pílulas combinadas
Este método consiste na combinação de estrógeno e progestógeno em uma
cartela com 21 comprimidos. As pílulas de baixa dosagem contêm 0,03mg
de estrógeno e as de média dosagem, 0,05mg de estrógeno. A primeira
opção deve ser pelas pílulas de baixa dosagem. Mas se a mulher apresentar
sangramentos intermenstruais (spotting) por mais de três meses, será indica-
da a pílula de média dosagem.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/360579
Figura 2.8: As orientações de uso da pílula anticoncepcional devem ser seguidas com
seriedade. Caso contrário, o efeito contraceptivo pode ser prejudicado.
Veja agora algumas orientações que devem ser dadas à mulher em relação a
esse método, pelo enfermeiro ou pelo médico:
• é prático;
Injetável
Os métodos hormonais injetáveis consistem em dose elevada de progestá-
genos de ação prolongada ou combinados de estrógenos e progestágenos,
administrados por via intramuscular. O mecanismo de ação é semelhante ao
da pílula, à exceção da maneira como é administrado (por via intramuscular).
É eficaz e também cômodo, por ser dose única mensal ou trimestral, e é
oferecido pela rede pública básica.
Glossário
Esse dispositivo deve ser inserido por médicos devidamente capacitados. Para
inserção do DIU, a mulher deve passar pelo grupo de direitos reprodutivos,
ter exame preventivo atual e, como dito antes, estar no período menstrual. Preventivo
Exame, por meio do qual
temos possibilidade de
Logo após a colocação, a mulher é orientada a tocar o colo do útero para detectar não só a presença
do câncer de colo uterino
percepção do fio de extensão do DIU a fim de que ela mesma futuramente como também alterações
das células que possam se
possa verificar se o DIU está em posição correta. Ela deve procurar anual- transformar em câncer nos
mente o serviço de saúde para avaliação médica. Em casos de atraso mens- próximos anos.
trual, sangramento severo ou irregular, dor, febre ou então quando a mulher
não consegue perceber o fio de extensão do DIU, ela deve procurar o serviço
de saúde imediatamente.
• suspeita de gravidez;
• sangramento uterino;
• malformação uterina;
• risco aumentado para DST (por exemplo, em caso de mulheres com múl-
tiplos parceiros);
• nulípara (mulher que não teve filhos), pois esse método apresenta um
risco aumentado de DIP (Doenças Infecciosas Parasitárias) e infertilidade;
• vaginites.
Métodos definitivos
A mulher deve ser informada de que não existe risco de frigidez causado Frigidez
Disfunção ou alteração da
pelo procedimento, mas alguns estudos mostram alterações menstruais função sexual feminina,
como aumento do fluxo e dismenorreia (cólica). principalmente no que tange
ao desejo sexual.
Vedadas por meio Canais deferentes
Cortadas e atadas de cauterização Canais musculares
Ligadura de Trompas que conduzem os
espermatozoides dos
testículos às vesículas
seminais.
Obstruídas com
Obstruídas com pinça
uma tira plástica
Vasectomia
A vasectomia é um procedimento que consiste na secção (corte) dos canais
deferentes, impedindo a passagem dos espermatozoides. São realizadas
duas incisões de cada lado da bolsa escrotal, e os canais deferentes são
seccionados e suturados nas extremidades.
• febre;
• sangramento;
Figura 2.13: Anticoncepção de emergência, como o próprio nome diz, só deve ser
usada em último caso.
• ruptura da camisinha.
Essa medicação está disponível na rede básica do SUS, devendo ser utilizada
após consulta e prescrição médica. Quando a pílula não está disponível, uti-
Em caso de vômitos, a dose deve ser repetida. Caso haja persistência de vô-
mitos, a mulher deve procurar o serviço de saúde para consulta médica. Em
determinadas situações, alguns comprimidos podem ser usados via vaginal.
Em todo caso, o médico da unidade deve ser procurado para auxiliar a mu-
lher na indicação da medicação mais adequada.
Anticoncepção no pós-parto
Amenorreia
Ausência de menstruação.
Anticoncepção na adolescência
(...)
Já chegou no coração
(...)
Diante desses fatos, percebemos hoje cada vez mais adolescentes procu-
rando o serviço de saúde em busca de métodos anticoncepcionais. Elas de-
vem sempre ser acolhidas e encaminhadas para consulta médica. Mas será
a maioria? Será que as adolescentes vão à procura de atendimento médico
com consentimento dos pais? Será que os pais estão incentivando essa prá-
tica considerando-a normal?
Talvez pelo corre-corre do dia a dia, os pais estejam cada vez mais afastados
dos filhos. Isso, além de dificultar o diálogo de pais e filhos, dá ao adoles-
cente uma liberdade sem responsabilidade. Ele passa, muitas vezes, a não
ter a quem dar satisfações de sua rotina diária, vindo a procurar os pais ou
responsáveis apenas quando o problema já se instalou.
A adoção pode ser uma feliz solução para os casais que desejam
ter filhos mas têm dificuldade ou impedimento na concepção, por
quaisquer motivos. Os casais que optam pela adoção devem pro-
curar o juiz da comarca da sua cidade; ele poderá orientar todos os
passos necessários para tal iniciativa.
As Him
Leroy Skalstad
Fonte: www.sxc.hu/photo/1022434
Alguns fatores devem ser considerados para avaliação da infertilidade: por
exemplo, na mulher com idade acima de 35 anos há um declínio na fertilida-
de. A investigação deve começar sempre com uma anamnese e um exame
físico cuidadoso para excluir as principais afecções clínicas ou ginecológicas.
Também devem ser considerados:
• a idade do parceiro;
• antecedentes de parceiros.
• fatores genéticos;
• radiação;
• estresse;
• produtos químicos.
• traumas;
• infecções na próstata;
• DST;
• distúrbios psiquiátricos;
• ejaculação prematura;
• paraplegia;
• tetraplegia;
• impotência sexual;
• diabetes mellitus;
• ocorrência de ovulação;
• permeabilidade tubária;
Figura 2.15: Um casal acolhido e bem orientado na unidade de saúde: passos certei-
ros no caminho da saúde e da felicidade.
Atividade 3
Cite cinco fatores que devem ser considerados para avaliação da infertilidade:
Conclusão
Resumo
• Neste tema, você conheceu o que vem a ser planejamento familiar, quais
os métodos existentes para prevenir a concepção, suas características,
vantagens e contraindicações.
Atividade 1
2, 4, 1, 3.
(2) são os métodos em que se utiliza uma barreira física, química ou físico-
química para impedir que o espermatozoide alcance o óvulo.
(4) conhecidos como pílulas anticoncepcionais, são hormônios esteroides
não naturais, similares aos produzidos pelos ovários.
(1) são chamados de periódicos, de abstinência ou comportamentais.
(3) são a vasectomia (no homem) e a ligadura tubária (na mulher).
Atividade 2
1. fatores genéticos;
2. consumo de drogas como tabaco, álcool, cocaína, maconha;
3. uso de medicamentos: antidepressivos, anticonvulsivantes, anti-hiperten-
sivos, antiulcerosos;
4. idade avançada;
5. frequência do coito, isto é, das relações sexuais.
Referências bibliográficas
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CURITIBA. Prefeitura. Programa mãe curitibana: planejamento familiar e risco reprodutivo.
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MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa; REZENDE FILHO, Jorge de. Obstetrícia
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