FERNANDA MASCARENHAS
MATHEUS MEDRADO
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Entende-se atividade-meio como aquela que se presta apenas para facilitar a empresa para alcançar seu propósito,
por exemplo: atividades de limpeza, conservação, vigilância, suporte de informática, transporte, fornecimento de
alimentos, etc.
correspondente. É o mecanismo jurídico que permite a um sujeito de direito tomar
serviços no mercado de trabalho sem responder, diretamente, pela relação empregatícia
estabelecida com o respectivo trabalhador. (ibid). Em outras palavras, é a ausência de
pessoalidade e subordinação: entre trabalhador e empresa tomadora não haverá
pessoalidade, ou seja, caráter intransmissível do contrato de trabalho; os empregados
são juridicamente subordinados à empresa prestadora de serviços, e não a tomadora.
O presente trabalho irá se dispor ao entendimento jurisprudencial acerca da
terceirização anterior à aprovação da nova lei de terceirização – Lei nº 13.429/2017,
projetando as consequências sociais e simbólicas deste processo legislativo na vida dos
trabalhadores.
Como se percebe, quando a lei resolveu trabalhar sobre a terceirização dos serviços, não
cumpriu ela o papel de delimitadora das hipóteses as quais podem ser adotadas o
trabalho terceirizado, limitando-se a dizer que os serviços fornecidos pela empresa
prestadora devem envolver "serviços determinados e específicos”. Essa não lacuna
legislativa abre implicações diretas na vida dos trabalhadores. Em um cenário
econômico de recessão e abundância de mão-de-obra, é evidente que a generalização da
terceirização é benéfica para os grandes empresários: abundância de mão-de-obra a
custos baixos. As consequências que estes processos legislativos tem sobre a sociedade
são massivos e ultrapassam os efeitos de curto prazo: relações simbólicas são
modificadas; autopercepções sobre o corpo são deturpadas; deslegitima-se, muitas
vezes, à classe o direito de trabalhar em condições dignas ao mesmo tempo em que o
mercado demanda cada vez mais de velocidade, multifuncionalidade, adaptação e
competitividade. Estes efeitos e outras questões serão abordadas na seção subsequente.
3. Considerações finais
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Súmula nº 331. Relator: Min. Marco Aurélio
Mendes de Farias Mello. Contrato de Prestação de Serviços. Legalidade..
Brasília,2011
CRUZ, Luiz Guilherme Ribeiro da. A terceirização trabalhista no Brasil: aspectos gerais
de uma flexibilização sem limite. Caap, Belo Horizonte, v. 16, n. 1, p.319-341, dez.
2009. Disponível em:
<https://www2.direito.ufmg.br/revistadocaap/index.php/revista/issue/view/6/showToc>.
Acesso em: 20 jul. 2017.
OLIVEIRA, Ancelmo Pereira de. Condição pós-moderna. Unoesc, São Paulo, v. 32, n.
1, p.143-152, jun. 2007.