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12/04/2016 Encargos Sociais Sobre a Folha de Pagamento

Encargos Sociais Sobre a Folha de Pagamento


1. Introdução
Além do salário, vários outros custos devem ser calculados ou estimados de modo que se conheça a real dimensão do custo da mão de obra.

Certos encargos são fixados por lei como um percentual fixo sobre a folha de pagamento. No entanto, a maioria tem que ser calculada a partir de estimativas que envolvam
desde o número de dias efetivamente trabalhados, até as estatísticas sobre taxa de natalidade, acidentes no trabalho, número de conduções tomadas pelo trabalhador, etc.

O presente trabalho tem por finalidadeapresentar, um roteiro básico dosprincipais encargos sociais incidentessobre a folha de pagamento. Nestetrabalhos não consideraremos
benefícios não obrigados por lei, taiscomo, assistência médica, previdênciaprivada, refeição, entre outros.

2. Cálculo dos Encargos

O recolhimento previdenciário das empresas em geral corresponde à aplicação das seguintes alíquotas, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer
título, no decorrer do mês, aos segurados empregados:

a) 20% referente ao INSS Patronalpara as empresas NÃO optantes doSimples Nacional;

b)  1%,
2% ou 3% referente a Risco deAcidente do Trabalho (RAT) econtribuição adicional, se for o caso,variando conforme o grau de risco,acrescido do Fator Acidentário dePrevenção
janeiro/2010; e

c) geralmente 5,80% de contribuiçãovariável de Outras Entidade(Terceiros), destinada às entidadesSENAI, SESC, SESI, etc., onde o INSSse incumbe de arrecadar e repassar.

2.1. Enquadramento no SAT/RAT

O Risco de Acidente do Trabalho (RAT) é o seguro obrigatório, instituído por lei, mediante uma contribuição a cargo exclusivo da empresa, sobre a folha de pagamento, que
se destina à cobertura de eventos resultantes de acidente do trabalho.

A alíquota aplicada sobre o valor da Folha de Pagamento para a cobertura deste seguro pode ser:

­ 1% para a empresa em cuja atividade o risco de acidente do trabalho seja considerado leve;

­ 2% para a empresa em cuja atividade o risco de acidente do trabalho seja considerado médio;

­ 3% para a empresa em cuja atividade o risco de acidente do trabalho seja considerado grave.

O grau de risco que cada empresaestá enquadrada é determinado peloCódigo de Atividade Ecônomicaconstante no Cartão do CNPJ, emtabela divulgada pelo Ministério doTrabalho
apurada nos registros dos Acidentesde Trabalho.

A partir de janeiro/2010 entrou em vigor o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

O  Fator Acidentário  Prevenção  (FAP)  consiste  em  um  multiplicador  variável  num  intervalo  0,5000  a  2,0000,  aplicado  com  quatro  casas  decimais,  a  ser  aplicado  sobre  a
alíquota RAT de 1%, 2% ou 3%.

Neste sentido, as alíquotas do RAT poderão ser reduzidas em até 50% ou majoradas em até 100% em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva
atividade, aferida pelo FAP.

Não há tabela divulgada do FAP,dessa forma, cada empresa deveacessar o sítio da Previdência Social everificar qual a sua alíquota demajoração.

Para efeito desse trabalho, paraapuração dos encargos sociais(Tabela “A”), vamos adotar opercentual de 2%, sem considerar aalíquota FAP de majoração.Lembramos que cada
levar em consideração o seu próprioenquadramento e alíquota.

2.2. Outras entidades (Terceiros)

Para  o  cálculo  das  contribuições,  paraoutras  entidades  (terceiros),  cadaempresa  deverá  enquadrar­
se em umdos FPAS e, com base nesse código,saberá qual o percentual derecolhimento a que estará sujeita,conforme orientações administrativasdo INSS.

Para apuração dos encargos sociais (Tabela “A”), será considerada uma alíquota de 5,8% para as empresas em geral.

Lembramos mais uma vez que cadaempresa deve levar em consideraçãoo seu próprio enquadramento ealíquota.

3. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)

Todas as empresas são obrigadas adepositar, até o dia 7 de cada mês, oFGTS dos funcionários,correspondente a 8% da remuneraçãode cada trabalhador, incluídas naremuneração
extras, 13ºSalário, etc.

Salientamos que o depósito na conta vinculada do FGTS é obrigatório também nos casos de interrupção do contrato de trabalho previsto em lei, tais como:

a) auxílio­doença de até15 dias;

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b) durante todo período de afastamento por acidente de trabalho;

c) licença­maternidade;

d) licença­paternidade.

4. Encargos Básicos ­ Tabela “A”

Nesta tabela foram reunidas ascontribuições incidentes sobre o totalda Folha de Pagamento, no decorrerdo mês, aos empregados.

Tabela “A”

Contribuição à Previdência Social (INSS) 20%

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 8%
(FGTS)

Salário­Educação 2,5%

SENAC/SESC 1,5%

SENAI/SESI 1%

SEBRAE 0,6%

INCRA 0,2%

Risco de Acidente do Trabalho (RAT) 2%

TOTAL 35,80%

5. Tabela “B” ­ Encargos que Recebem a Incidência da Tabela “A”

A Tabela “B” é constituída de encargospagos diretamente ao funcionário,incluídos na folha de pagamento e porisso sofrem a incidência dos encargosda Tabela “A”.

O ponto de partida para o cálculo desses encargos é a determinação do número de dias produtivos do trabalhador em um ano de 365 dias.

Para se chegar a esse número é necessário determinar o número de dias não trabalhados no ano, ou seja, de férias, descanso semanal remunerado (DSR), feriados e de
faltas abonadas legalmente.

Considerando  365  dias  do  ano,  menos  52  domingos,  25  dias  de  férias  (veja  letra  “b”  a  seguir),  e,  em  média,  12  dias  entre  feriados  e  dias  santificados  além,  do  feriado
estadual, temos:

Dias úteis: 365 ­ (52 + 25 + 12) = 365 ­ 89 = 276

a) Repouso Semanal Remunerado (RSR)

O (RSR), constituído de 52 domingosanuais e 12 feriados, pode sercalculado da seguinte forma:

RSR = 52 + 12 = 64 / 276 = 0,2319 x100 = 23,19%

b) Férias

As férias foram calculadas à base de 25 dias, embora o direito do empregado corresponda a 30 dias, posto que, no período de 30 dias de gozo há, em média, 4 domingos e 1
feriado intercalados.

Férias: 25 / 276 = 0,0905 x 100 = 9,05%

Para o cálculo do 1/3 Constitucionalsobre as férias, deve ser consideradoos 30 dias de férias:

30 / 276 = 0,1086 / 3 = 0,0362 x 100 = 3,62%

Férias + 1/3 constitucional = 9,05 + 3,62% = 12,67%

c) Feriados

Para o cálculo dos feriados (7nacionais, 1 estadual e 4 municipais),temos:

Total de feriados no ano = 12 = 12 / 276 = 0,0434 x 100 = 4,34%

Nota:

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Lembramos que os dias em que se comemora o Carnaval não se encontram discriminados entre os feriados oficiais, exceto para o Estado do Rio de Janeiro que, a terça­
feira é feriado (Lei nº 5.243/08).

d) Aviso Prévio

Vamos considerar neste exemplo queem média a rotatividade defuncionários seja de 1 ano e que oAviso­Prévio seja Indenizado, ondeteremos o seguinte:

30 dias / 276 = 0,1086 x 100 = 10,86%

e) 13º Salário

Considerando que o valor do 13ºsalário corresponde a 30 dias detrabalho e, que o ano de 365 dias, tem276 dias úteis, temos como encargodessa verba:

30 / 276 = 0,1086 x 100 = 10,86%

f) Auxílio­Doença e Acidentes de Trabalho

Em se tratando de afastamento, sejapor doença ou acidente, a empresapaga os 15 primeiros dias desseafastamento e, a partir do 16º dia, omesmo é custeado pelo INSS.

Para este item utilizaremos dadosestatísticos divulgados pelo IBGEonde há uma incidência de 35% decasos de auxilio doença e/ou acidentede trabalho. Logicamente que esse
percentual pode variar em razão decampanhas desenvolvidas em cadaempresa, na qual se reduzirá onúmero dos afastamentos, seja pordoença ou por acidente de trabalho.

15 x 0,35 = 0,0190 x 100= 1,90

g) Licença­Paternidade

Pela legislação todo funcionário tem o direito de ausentar­se do serviço por cinco dias quando do nascimento de filho.

Para este item também utilizaremosdados estatísticos do IBGE, onde emmédia nascem filhos de 1,5% dostrabalhadores no período de um ano.Dessa forma, poderá ser adotado
seguinte cálculo:

5 dias de licença­paternidade ÷ 30 dias/mês = 0,17

0,17 x 0,015 x 100 = 0,02%.

Com isto formamos a tabela B:

TABELA “B”

09 ­ Repouso Semanal Remunerado 23,19%

10 – Férias + 1/3 Constitucional 12,67%

11 – Feriados 4,34%

12 ­ Aviso Prévio Indenizado 10,86%

13 ­ 13º Salário 10,86%

14 ­ Auxílio­Doença ­ 15 dias 1,90%

15 ­ Licença­paternidade 0,02%

Total 63,84%

5.1. Empresas NÃO optantes peloSIMPLES Nacional

Para as empresas não optantes pelo SIMPLES Nacional para determinação da taxa de incidência da Tabela “A” sobre a Tabela “B”, deve ser obtido da seguinte forma:

Total de encargos da Tabela “A” xTabela “B”: 0,3580 x 0,6384 = 0,2285 x100 = 22,85%

5.2. Empresas optantes pelo SIMPLES Nacional

Para definição da taxa de incidênciade Tabela “A” sobre a Tabela “B”, paraas empresas optantes pelo SIMPLESNacional, deve ser levado emconsideração a atividade da empresa
e o Anexo a qual estiver enquadrada.Vamos considerar aqui os Anexos I, IIe III, onde a empresa estará sujeitasomente ao encargo sobre a folha depagamento de 8% de FGTS.

Assim, temos:

Taxa de incidência de Tabela “A”sobre Tabela “B” = 0,08 x 0,6384 = 0,05107 x 100 = 5,11%

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6. Tabela “C” ­ Encargos Sociais ­Rescisão ­ FGTS

6.1. Depósito por dispensa sem justa causa

Assumimos que a empresa pague um valor mensal referente ao depósito por dispensa sem justa causa igual a 40% do recolhimento do FGTS do mês, o percentual a ser
considerado:

Incidência do FGTS sobre a Tabela “B”

40% (Multa) x (8% x 63,84% + 8%)

0,4 x (0,08 x 0,6384 + 0,08) = 0,0524

0,4 x 0,0524 x 100 = 2,10%

6.2. Adicional da LC nº 110/01 – 10%referente as perdas do Plano Collore Verão

Referente ao recolhimento da Contribuição Social de 10% do FGTS, o percentual a ser considerado:

10% (Multa) x (8% x 63,84% + 8%) = 0,1 x (0,08 x 0,6384 + 0,08) =

= 0,1 x 0,1310 = 0,0131

0,0131 x 100% = 1,31%

7. Resumo dos encargos sociaissobre a Folha de Pagamento dasempresas NÃO optantes optantespelo SIMPLES Nacional

Resumo dos Encargos Sociais do Empregador

TABELA “A”

01 – INSS 20%

02 ­ SENAC/SESC 1,50%

03 ­ SENAI/SESI 1%

04 – SEBRAE 0,60%

05 – INCRA 0,20%

06 ­ Salário­Educação 2,50%

07 – RAT 2%

08 – FGTS 8%

Total 35,80%

TABELA “B”

09 ­ Repouso Semanal Remunerado 23,19%

10 – Férias + 1/3 Constitucional 12,67%

11 – Feriados 4,34%

12 ­ Aviso Prévio Indenizado 10,86%

13 ­ Auxílio Doença ­ 15 dias 1,90%

14 ­ 13º Salário 10,86%

15 ­ Licença­paternidade 0,02%

Total 63,84%

TABELA “C”

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16 ­ Multa rescisória de 40% do FGTS nas dispensas sem justa causa 2,10%

17 ­ Adicional 10% referente a Lei Complementar nº 110/01 1,31%

Total 3,41%

Incidências da Tabela (“A” sobre a Tabela “B”) + a soma das Tabelas “A” + “B” + “C”

(0,3580 x 0,6384) = (22,85%) + 35,80% + 63,84% + 3,41% = Total dos Encargos = 125,90%

8. Resumo dos encargos sociaissobre a Folha de Pagamento dasempresas OPTANTES pelo SIMPLESNacional enquadradas nos Anexos I,II e III

Resumo dos Encargos Sociais do Empregador, Optante pelo SIMPLES Nacional

TABELA “A”

01 – INSS ­

02 ­ SESI/SESC ­

03 ­ SENAI/SENAC ­

04 – SEBRAE ­

05 – INCRA ­

06 ­ Salário­Educação ­

07 ­ Risco Acidente Trabalho (RAT) ­

08 – FGTS 8%

Total 8%

TABELA “B”

09 ­ Repouso Semanal Remunerado 23,19%

10 – Férias 12,67%

11 – Feriados 4,34%

12 ­ Aviso Prévio Indenizado 10,86%

13 ­ Auxílio­Doença – 15 dias 1,90%

14 ­ 13º Salário 10,86%

15 ­ Licença­paternidade 0,02%

Total 63,84%

TABELA “C”

16 ­ Multa rescisória de 40% do FGTS nas dispensas sem justa causa 2,10%

17 ­ Adicional 10% referente a Lei Complementar n° 110/01 1,31%

Total 3,41%

Incidências da Tabela (“A” sobre a Tabela “B”) + a soma das Tabelas “A” + “B” + “C”

(0,08 x 0,6384) = (5,11%) + 8,0% + 63,84% + 3,41% = Total dos Encargos = 80,36%

Fonte pesquisada: Cenofisco.

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