• “Uma performance não premeditada de uma partitura musical” (SLOBODA, 1985, p. 68)
• “Leitura à primeira vista significa a performance a partir de uma partitura sem nenhuma
prática precedente no instrumento para o qual a peça foi escrita, tocar a prima vista”
(GABRIELSON, 2003 p.243).
• Lehman e Kopiez (2009, p. 344) observam que, para alguns músicos, estudar uma peça
longe do instrumento (isto é, sem a performance física) também pode ser considerada uma
leitura à primeira vista.
• Gordon (1993, p. 79) afirma que se não audiamos, não podemos dar um significado ao
que está escrito. Assim “a leitura não deveria ser um ato de decodificação, mas de
audiação” (p.79).
• Walker (1992) considera que, nas fases iniciais, a leitura é muito mais um ato de
relacionar imagens na partitura com ações físicas. Entretanto, quanto mais sofisticado o
leitor se torna, mais há influência entre as imagens da partitura e seu correspondente
sonoro (p. 345).
Leitura musical ou Leitura musical à primeira vista?
• O primeiro termo é mais genérico significando leitura musical em geral, isto é, “o processo de
leitura e interpretação dos vários tipos de símbolos musicais e sua conversão em som” não
implicando, dessa forma, “a precisa reprodução à primeira vista”
(PETZOLD, 1960, p. 271) .
• A LMPV, pressupõe uma resposta rápida ao estímulo visual que envolve duas habilidade sendo
escanear e processar a música impressa; e colocar os dedos no instrumento no local exato e no
momento preciso (WOLF, 1976, p. 143).
• Para uma LMPV a peça deve ser “fisicamente executada (gesticulada, murmurada ou melhor
dizendo transformada em som) em um tempo aceitável e com uma expressão apropriada” .
Excluindo, dessa forma, a “mera decodificação da notação, especialmente o lento e cansativo tatear
por notas só intentando internalizar a peça” (LEHMANN & MCARTHUR, 2002. p. 135-6).
1.3 - Função (Lehmann et McArthur, 2002).
2 canais:
Pictórico e Verbal
Transferência e Metacognição
Furneaux e Land (1999) - 1,4 notas a mais no mesmo índice-tempo de ca. 1 seg.
Os pesquisadores não acreditam que isso se deva ao fato dos profissionais terem
um buffer maior, mas sobretudo, porque eles são capazes de reagrupar (chunking)
várias notas juntas e de as tratar como uma só unidade de informação.
Essa teoria é também sustentada por Sloboda (2005), Comeau (2009) e Dahaene
(2007) (apud Comeau 2009). Esta capacidade estaria relacionada a uma melhor
percepção do que poderíamos chamar de “gramática musical”. Uma comparação
com a leitura de textos faz-se inevitável.
Ainda sobre automatismos – profissionais e iniciantes
Cinco pontos:
Ponto 1. Consciência da limitação da MT.
Ponto 2. Relação entre os tipos de conhecimento (declarativo,
procedural e condicional).
Ponto 3. Teoria da codificação dupla
Ponto 4. Metacognição.
Ponto 5. Transferência de conhecimento.
Considerações finais
Bibliografia:
BOGO, Danilo. Aplicação de conceitos da psicologia cognitiva na construção de automatismos na
leitura musical. Revista Música Hodie, [S.l.], v. 16, n. 1, set. 2016. ISSN 1676-3939.
Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/musica/article/view/43114/21622>. Acesso em: 07 jun. 2017.
doi:https://doi.org/10.5216/mh.v16i1.43114.
Bibliografia
ANDERSON, John Robert. Cognitive psychology and its implications. 2. ed. New York: Freeman, 1985. 472 p.
COMEAU, Gilles. L’apprentissage de la lecture musicale. Revue de Recherche en éducation Mu- sicale, Laval, v. 28, p. 83-104, 2010.
FURNEAUX, S.; LAND, M. F. The effects of skill on the eye–hand span during musical sight–reading. Proceedings of the Royal Society of London B:
Biological Sciences, Londres, v. 266, n. 1436, p. 2435-2440, 1999.
GABRIELSSON, Alf. Music performance research at the millennium. Psychology of music, v. 31, n. 3, p. 221-272, 2003.
GORDON, Edwin E. All about audiation and music aptitudes. Musical Educators Journal, Virgi- nia, vol. 86, n. 2, p. 41-44, sep. 1999.
LEHMANN, Andreas C.; McARTHUR, Victoria. Sight-reading. In: PARNCUTT, Richard; McPHERSON, Gary. The science and psychology of music
performance: creative strategies for teaching and learning. New York: Oxford University Press, 2002. p. 135-150.
MARZANO, Robert, J. et al. Dimensions of thinking: A framework for Curriculum and Instruc- tion. Alexandria: Association for Supervision and Curriculum
development, 1988. 162 p.
PAIVIO, Allan. Perceptual comparisons through the mind’s eye. Memory & Cognition, London, v. 3, n. 6, p. 635-647, 1975.
PETZOLD, Robert G. The perception of music symbols in music reading by normal children and by children gifted musically. The Journal of
Experimental Education, v. 28, n. 4, p. 271-319, 1960.
SLOBODA, John A. The musical mind: The cognitive psychology of music. Oxford University Press, 1985.