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Playtime de Jaques Tati

A verdadeira matéria prima da obra de Jacques Tati é o tempo, que ele utiliza de uma forma
cirúrgica, matemática e rigorosa.
Para fazer este filme,Tati construiu na escala real uma cidade inteira, aquilo que vemos não são
simples adereços ou montagens de imagens, a dimensão do projeto levou o seu autor à falência, os
escassos resultados de bilheteira e a fraca aceitação da critica da época fizeram desta obra um
fiasco a todos os níveis.
Em vez de uma estrutura narrativa fácil de seguir, este filme é constituído por um elaborado
conjunto de observações, ou melhor de coisas dadas a observar.
O que levou ao fiasco deste filme foi talvez o excesso de pormenor e a falta de uma lógica narrativa,
trata-se de um filme que nos faz ver coisas a acontecerem, mas isto é tudo feito de uma forma muito
minimal, de facto, só nos mostra o que é necessário e durante o tempo estritamente necessário.
O que sucedeu com os espetadores dos anos sessenta, foi que eles estavam programados para
pensar um filme com a ajuda da mensagem nele contida.
Ninguém tinha tempo para se entregar à observação de uma sucessão de imagens sem dialogo (o
que mais se aproxima de um diálogo são as falas de uns turistas americanos)
Temos um hipotético protagonista que é o próprio Tati, encarnando mais uma vez Monsieur Hulot,
o alter ego do realizador,é apenas hipotético, pois serve como um mero pivot nalgumas cenas, como
na entrada do edifício de escritórios , ou as cenas em que vemos diversos gabinetes de escritórios
sem teto. Tudo é pensado para tentar fazer pensar na modernidade, aquilo que nos anos sessenta era
já muito moderno,o próprio Hulot aparenta estar deslocado no meio de tanta modernidade, como
que enfatizando ainda mais a incoerência.
Temos pois uma cidade encenada e sem pessoas, ou melhor sem personagens, pois as pessoas
assemelham-se todas a adereços do filme.
O tempo é tratado, como ele de facto se vive na modernidade, sem demoras desnecessárias.
Há um restaurante que vai inaugurar quando as obras ainda não estão completas, há imenso trânsito
, enfim tudo é feito para nos fazer ver a realidade, aquela realidade que nos escapa, pelo facto de
tanto estarmos envolvidos nela.
Tati dá-nos a ver através de pormenores ínfimos e absurdos a nossa realidade moderna, desatenta
e absurda.
Tati foi um mestre a trabalhar com o tempo,um verdadeiro pensador , daqueles que questionam ,
que nos indagam com as imagens, tentando fazer-nos pensar naquilo que fazemos.
Playtime não é um filme fácil, talvez pelo seu excessivo minimalismo,não é um filme para
divertir,mas para nos fazer pensar e isso em cinema é tão raro quanto difícil, sobretudo quando não
temos tempo para pensar.

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