Boletim Filme B
Ano 17 - semana 10 - 06/03/2014 - Edição 850
A RioFilme promoveu um encontro no Rio, na última quarta-feira, dia 26 de fevereiro, para divulgar os
resultados da pesquisa Cinema – O Que os Cariocas Querem Ver, elaborada pela empresa de consultoria
cultural JLeiva Cultura & Esporte. O evento, realizado no auditório da Federação das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro (Firjan), no Centro, contou com a presença de nomes da indústria num debate
acalorado sobre o panorama atual e futuro do cinema nacional, com ênfase na produção carioca. Os
convidados da mesa mediada por Adrien Muselet eram o presidente da Riofilme e secretário municipal de
Cultura, Sergio Sá Leitão, Bruno Wainer , da Downtown Filmes, o produtor Rodrigo Teixeira e Paulo Sérgio Almeida,
diretor da Filme B.
Para elaborar a pesquisa, foram entrevistados 1.500 moradores, a partir de 12 anos, de variados níveis
socioeconômicos e de todas as regiões da cidade. Entre as conclusões do estudo, estão a de que os
gêneros preferidos dos consumidores de cinema são aventura/ação (45%) e comédia (42%). Segundo os
dados apresentados, a produção nacional tem privilegiado o drama, que não está entre os gêneros com
maior interesse dos entrevistados.
Sergio Sá Leitão abriu a discussão afirmando que o resultado da pesquisa é o reflexo de políticas
públicas voltadas apenas para o interesse dos realizadores, o que gera um evidente desequilíbrio entre o
que está sendo produzido e o que o público deseja assistir. Bruno Wainer, por sua vez, destacou que,
assim como o mercado internacional, onde o gosto do público é respeitado, o Brasil está na direção
certa. “Aos poucos vamos entregando o que o público deseja”, completou.
A questão da pluralidade dos gêneros permeou grande parte do debate. Foi consenso que diversificar é
preciso, mas sem abandonar as raízes da produção nacional. “A comédia é um gênero confiável, o
brasileiro gosta e sabe fazer. Ela veio para ficar, até quando não se sabe, mas temos pelo menos mais
cinco anos pela frente”, afirmou Paulo Sérgio Almeida. Ele destacou ainda que a competição que os
dramas nacionais enfrentam dos internacionais é muito maior que aquela vivida pelas comédias. “No
drama ainda há a concorrência com os melhores diretores do mundo, como Woody Allen e Pedro
Almodóvar”.
No final da discussão, Rodrigo Teixeira salientou que uma das dificuldades do filme nacional está na
exibição. “Muitos exibidores não querem exibir os filmes nacionais. O exibidor quer o filme em que ele
tem certeza que irá ganhar dinheiro”. Paulo Sérgio Almeida rebateu afirmando que “o mercado é que
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14/5/2014 FILME B
deve tornar o produto algo de prestígio. A imagem do filme brasileiro melhorou muito desde o início da
RioFilme”.
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