AULA 02
Relações de trabalho e emprego. Empregado e
empregador. Terceirização.
Sumário
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Sejam bem vindos (as) a mais uma aula do nosso curso de questões
comentadas de Direito do Trabalho.
Os assuntos da aula de hoje são bastante importantes e freqüentes em
concursos públicos.
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2 – Questões comentadas
2.1 – Relação de trabalho e relação de emprego
1. FCC/TRT1 - Juiz do Trabalho - 2016
Considere a Lei nº 11.788/2008 que regula o estágio:
I. A carga horária da atividade do estagiário nunca pode ultrapassar a 20
horas semanais, sendo 4 horas diárias, sempre compatíveis com as
atividades escolares.
II. A duração do estágio para a mesma parte concedente, exceto para os
portadores de deficiência, é de, no máximo, 2 anos.
III. Na hipótese de estágio não obrigatório, a atividade do estagiário deve
necessariamente ser remunerada, com a concessão de, pelo menos, bolsa
e auxílio-transporte.
IV. Nos estágios com duração superior a um ano, o estagiário tem direito a
recesso por período de 30 dias, preferencialmente coincidente com as
férias escolares, sendo a bolsa devida neste período acrescida de um terço.
Está correto o que se afirma em
(A) II e IV, apenas.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.
Comentários
Gabarito (B).
A assertiva I está incorreta, pois pode haver estágio de até 30 horas
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semanais:
Lei 11.788/2008, art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida
de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o
aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de
compromisso ser compatível com as atividades escolares e não
ultrapassar:
I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de
estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental,
na modalidade profissional de educação de jovens e adultos;
II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de
estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e
do ensino médio regular.
Gabarito (C), pois é a única opção que não representa um requisito da relação
de EMPREGO.
Na verdade, o requisito para a relação de emprego é o contrário, ou seja, a
“não eventualidade”.
Relações de Trabalho
Relações de emprego
Trabalhador avulso
Trabalhador
Empregado urbano autônomo
Empregado rural Trabalhador eventual
Empregado doméstico Estagiário
Aprendiz etc.
etc.
Subordinação
jurídica
(A) pessoalidade.
(B) alteridade.
(C) não eventualidade.
(D) onerosidade.
(E) subordinação.
Comentários
Gabarito (B). A alteridade, também chamada de princípio da alteridade, é
um requisito existente nas relações de emprego.
Subordinação
jurídica
A mesma pessoa física pode ter mais de uma relação de emprego, com
empregadores distintos (mantendo com ambos, no caso, a não eventualidade).
Neste contexto, nota-se que não se exige exclusividade na prestação de
serviços para o reconhecimento do vínculo de emprego: estando presentes
todos os elementos fático jurídicos da relação de emprego (entre eles a não
eventualidade), a mesma pessoa física poderá ter relação de emprego com
mais de um empregador.
Subordinação
jurídica
Continuidade
Onerosidade
Empregado doméstico Não eventualidade
(E) subordinação.
Comentários
Gabarito (A), pois nada impede que a mesma pessoa labore para mais de um
empregador.
Subordinação
jurídica
Subordinação
jurídica
Relações de Trabalho
Relações de emprego
Trabalhador avulso
Trabalhador
autônomo
Empregado urbano Trabalhador eventual
Empregado rural Estagiário
Empregado doméstico etc.
Aprendiz
etc.
empregado.
(E) é necessária a existência de prestação de trabalho intelectual, técnico
ou manual, de natureza não eventual, por pessoa física, jurídica ou grupo
de empresas, sem alteridade e com subordinação jurídica.
Comentários
Gabarito (D). Havendo pessoalidade, subordinação, onerosidade e não
eventualidade estaremos diante de uma relação de emprego, independente de
a pessoa física prestar serviços a um ou a mais de um empregador.
Um dos elementos da relação de emprego é a onerosidade, e por isso a
alternativa (A) está errada.
temporário) isto deve ser permitido, não sendo admitida cláusula de reserva:
Lei 6.019/74, art. 11, parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer
cláusula de reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela
empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado
à sua disposição pela empresa de trabalho temporário.
A assertiva II está incorreta, pois o trabalho temporário é prestado em favor
da empresa tomadora dos serviços (. Se fosse prestado em favor da própria
empresa de trabalho temporário, seria uma relação de trabalho comum
(bilateral).
A assertiva III está correta, já que a direção da prestação dos serviços é feita
pela empresa tomadora dos serviços e esta pode se dar de forma pessoal (único
caso de terceirização em que pode haver pessoalidade).
Trabalho.
Comentários
Gabarito (D), em questão difícil que explorou alguns artigos da Lei 6.019/74
raramente - ou nunca antes - exigidos em concursos.
Segue abaixo um esquema da terceirização envolvendo o trabalho temporário:
Contrato de
Empresa de
Empresa tomadora natureza civil
«» «» trabalho
de mão de obra (intermediação de
temporário
mão de obra)
Trabalho subordinado
(entretanto não há Relação de emprego
vínculo de emprego)
Trabalhador
temporário
Comentários
Gabarito (C), tendo em vista que a Lei 6.019/74, que dispõe sobre o trabalho
temporário, não admite tal cláusula nos contratos:
Lei 6.019/74, art. 11, parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer
cláusula de reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela
empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado
à sua disposição pela empresa de trabalho temporário.
Em relação à jornada do trabalhador temporário, citada na alternativa (A), a
mesma é de 8 (oito) horas:
Lei 6.019/74, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os
seguintes direitos:
(...)
b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não
excedentes de duas, com acréscimo de 20% (vinte por cento);
Sobre este dispositivo legal é de notar que o mesmo deve ser interpretado de
acordo com a atual Constituição Federal1, que prevê duração do trabalho diário
de 08 (oito) horas e semanal de 44 (quarenta e quatro), além do adicional
mínimo de 50%.
Sobre a alternativa (B), incorreta, a Lei 6.019/74 conceitua a empresa de
trabalho temporário como sendo necessariamente urbana:
Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho
temporário a pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em
colocar à disposição de outras empresas, temporariamente,
trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e
assistidos.
A alternativa (D), também incorreta, errou no prazo máximo admitido para
que um mesmo empregado da empresa de trabalho temporário preste serviço a
uma tomadora:
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1
CF/88, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
(...)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;
(...)
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
normal;
2
CLT, art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à
relação de emprego.
Subordinação
jurídica
doméstico:
Continuidade
Onerosidade
Empregado doméstico Não eventualidade
recuperação judicial
de empresa Subsidiária SUM-331, IV
terceirizada
(B)
se houver (SUM-331, IV),
terceirização em subsidiária. Lei 8.666/1993, art.
órgão público Via de regra, não há 71, § 1º
responsabilidade.
sucessão de subsidiária
Doutrina3
empregadores (quanto ao sucedido)
(D)
contratação irregular
Formação de vínculo com o
de mão de obra SUM-331, I
tomador
terceirizada
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subsidiária
terceirização de
(quanto ao tomador, caso SUM-331, IV
serviços de vigilância
(E) lícita)
3
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 429.
A letra (A) está incorreta com o que dispõe a SUM-129, já que, ante a
ausência de previsão, a presunção é pela solidariedade ativa (ou seja, apenas
um contrato de trabalho):
Comentários
Gabarito (B), já que a solidariedade no direito do trabalho decorre da
existência de grupo econômico. Com relação à natureza do grupo que
responderá solidariamente pelos créditos trabalhistas, observem que a lei fala
de natureza econômica, e por isso nem todos os empregadores poderão
constituir grupo econômico:
CLT, art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora,
cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção,
controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial,
comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os
efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a
empresa principal e cada uma das subordinadas.
Comentários
Gabarito (C). A alteridade, também chamada de princípio da alteridade, é um
requisito existente nas relações de emprego.
A alteridade se relaciona ao risco do negócio, que deve ser assumido pelo
empregador. Nesta linha, não se admite que sejam transferidos ao empregado
os riscos do empreendimento, pois estes devem ser suportados pelo
empregador.
A alteridade encontra-se presente no seguinte dispositivo da CLT:
CLT, art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e
dirige a prestação pessoal de serviço.
afirmar:
(A) A relação de emprego se desenvolve com pessoalidade, ou seja, o
empregado tem que prestar o serviço pessoalmente, não podendo
mandar qualquer pessoa trabalhar em seu lugar.
(B) Empregado é sempre pessoa física.
(C) Entidade beneficente, sem finalidade lucrativa, pode ser empregadora.
(D) Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de
trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
(E) Empregador é sempre pessoa jurídica.
Comentários
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manual.
A assertiva (E) decorre da despersonalização do empregador, o qual
mantém o contrato de trabalho válido mesmo quando há modificação do sujeito
passivo (empregador), como ocorre na sucessão trabalhista:
CLT, art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da
empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos
empregados.
4
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 410.
contrário.
2.4 – Terceirização
57. FCC/TRT1 - Juiz do Trabalho - 2016
Maria Eduarda foi contratada pela empresa Tudo Limpo Prestadora de
Serviços de Limpeza Ltda., em 24/04/2012. Por força de contrato
celebrado por esta empresa com a Ora, Veja Materiais Ópticos S/A, para a
realização de serviços de asseio e conservação, Maria Eduarda prestou
serviços na sede da empresa tomadora dos serviços, do início do contrato
de trabalho até 13/02/2014. Nesta data, em função do término do contrato
Portanto, cada uma das três tomadoras do serviço (Veja Materiais Ópticos, Rosa
Rosa Floricultura e Altos Móveis Armários) será subsidiariamente responsável
pelos créditos não pagos pelo empregador de Maria Eduarda, mas somente no
período em que estas empresas se beneficiaram dos serviços por ela prestados.
Comentários:
Gabarito (D), com fundamento na Súmula 331 do TST:
SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE
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(...)
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da
relação processual e conste também do título executivo judicial.
brasileira,
(A) contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
correspondente à relação de emprego.
(B) toda relação de trabalho é caracterizada como relação de emprego,
sendo que o contrário não é verdadeiro.
(C) trabalho realizado de forma eventual constitui-se em uma das
modalidades de contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis do
Trabalho − CLT.
(D) o vínculo formado entre empregado e empregador é uma relação de
trabalho que não possui natureza jurídica contratual, conforme previsão
expressa da Consolidação das Leis do Trabalho − CLT.
2011
Para a configuração da relação de emprego
(A) não é necessário o recebimento de salário, uma vez que há relação de
emprego configurada mediante trabalho voluntário.
(B) é necessária a existência de prestação de contas, requisito inerente à
subordinação existente.
(C) é preciso que o empregado seja uma pessoa física ou jurídica que
preste serviços com habitualidade, onerosidade, subordinação e
pessoalidade.
trabalhadores.
(C) O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a tomadora de
serviço ou cliente pode ser escrito ou verbal, desde que fique claro o
motivo justificador da demanda de trabalho temporário.
(D) É defeso às empresas de prestação de serviço temporário a
contratação de estrangeiros com visto provisório de permanência no país.
(E) O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa
tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá
exceder de cento e vinte dias, salvo autorização do Ministério do
Trabalho.
(E) É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-
se, porém de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de
dezoito anos dar, sem assistência dos pais ou responsáveis legais,
quitação ao empregador pelo recebimento de indenização que lhe for
devida.
(B) 24 anos.
(C) 22 anos.
(D) 21 anos.
(E) 18 anos.
dois anos, Minerva foi dispensada sem justa causa e não recebeu verbas
rescisórias. Em reclamação trabalhista Minerva acionou duas empresas, a
sua empregadora Gama Marketing e a empresa controladora do grupo
econômico Gama Participações, sendo que essa última,
(A) não responderá por não ter sido empregadora da reclamante.
(B) responderá de forma subsidiária se houver previsão contratual nesse
sentido.
(C) responderá subsidiariamente somente se for decretada falência da
empresa empregadora.
(D) será responsável solidariamente por força de disposição legal.
(C) II e IV.
(D) I, III e IV.
(E) I, II e IV.
(D) I e IV.
(E) III e IV.
2.4 – Terceirização
57. FCC/TRT1 - Juiz do Trabalho - 2016
Maria Eduarda foi contratada pela empresa Tudo Limpo Prestadora de
Serviços de Limpeza Ltda., em 24/04/2012. Por força de contrato
celebrado por esta empresa com a Ora, Veja Materiais Ópticos S/A, para a
realização de serviços de asseio e conservação, Maria Eduarda prestou
serviços na sede da empresa tomadora dos serviços, do início do contrato
de trabalho até 13/02/2014. Nesta data, em função do término do contrato
de prestação de serviços entre as empresas já referidas, e por
determinação da empregadora, Maria Eduarda passou a trabalhar, nas
mesmas condições, em outra empresa para a qual sua empregadora
prestava serviços: Rosa Rosa, Floricultura Ltda. Maria Eduarda trabalhou
até 29/09/2014, quando novamente pelo término do contrato de prestação
de serviços (entre Tudo Limpo e Rosa Rosa), por determinação de sua
empregadora, passou, também, nas mesmas condições anteriores, a
trabalhar para a Altos Móveis Armários Ltda. Maria Eduarda trabalhou até
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8.666/1993.
(D) subsidiária e dependente de ser evidenciada a sua conduta culposa no
cumprimento das obrigações previstas na Lei no 8.666/1993.
(E) subsidiária porque decorre do mero inadimplemento das obrigações
trabalhistas assumidas pela empresa prestadora de serviços.
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4 – Gabarito
1. B 22. D 43. A
2. D 23. D 44. D
3. A 24. A 45. E
4. C 25. C 46. D
5. A 26. B 47. A
6. E 27. E 48. D
7. C 28. E 49. A
9. D 30. B 51. D
58. D
18. D 39. C
19. E 40. E
20. D 41. A
21. C 42. D