1. Introdução
- Descolamento de placenta
- Placenta prévia
- Rotura uterina.
b) Causas não-obstétricas:
- Hemopatias;
2. Situação Clínica
Situação clínica
A paciente está com 35 semanas, sangrando, o que a gente pensa em primeiro
lugar? Vamos pelo mais simples, ela poderia estar com um parto prematuro. Então o
que vamos fazer? Vamos verificar se o bebê está vivo ainda, se o sangramento vem
forte da vagina, do colo e a pressão dela, pois se estiver elevada poderíamos pensar
em descolamento de placenta e HELLP. Se a pressão estiver normal, já excluímos
essas possibilidades e pensamos em outras. Então vamos trocar a ordem de consulta,
deixar a anamnese para depois do exame e vamos logo examinar o colo, verificar o
BCF e aferir a pressão. Se o colo estiver mais aberto, pode ser trabalho de parto e
vamos fazer o toque para ver se o colo está dilatado ou não. Só tem uma exceção, na
qual não se deve realizar o toque, na placenta prévia, pois o tecido fica parecido com
uma esponja e se tocar sangra.
O sangue acumulado separa a placenta da decídua inicialmente por meio de uma fina camada:
o hematoma resultante pode ser pequeno e autolimitado (separação parcial), ou pode
continuar a dissecar a interface placenta-decídua, levando à separação quase completa ou
completa desta (separação total);
Pelo fato de a placenta separada não ser capaz de manter sua função de troca de gases e
nutrientes, o feto toma-se progressivamente comprometido à medida que esse processo
evolui;
Apresentações:
3.1. Causas
- Síndromes hipertensivas;
- Gravidez múltipla;
- Traumas abdominais;
3.2. Diagnóstico
Basicamente clínico, podendo ser auxiliado pela ultrassonografia e sugerido por achados da
cardiotocografia.
Quadro clínico:
- Apresentação típica: 80% das pacientes cursam com hemorragia externa (sangramento
vaginal), assim como hipertonia e dor constante de intensidade variável (diferente da dor
relacionada ao trabalho de parto, a qual coincide com as contrações);
- 20% das pacientes cursam com o útero de Couvelaire, sendo tal caso de maior gravidade,
uma vez que, pela infiltração de sangue no miométrio, o útero para de contrair, sendo
necessária a realização de histerectomia na paciente e havendo a possibilidade de
hemoâmnio;
3.3. Complicações
- CIVD
-Insuficiência hepática
-Hemorragia intra-craniana
3.4. Conduta
a) Conduta clínica:
Avaliar fibrinogênio e plaquetas: se diminuídos, pode ser evidência de CIVD (não deve ser
realizada raquianestesia, mas sim anestesia geral, a qual passa ao feto);
b) Conduta obstétrica:
4. Placenta Prévia
Classicamente, a placenta prévia é definida como a presença de tecido placentário que recobre
ou está muito próximo ao orifício interno do colo uterino após 28 semanas.
- Placenta prévia: a placenta recobre total ou parcialmente o orifício interno do colo uterino
(anteriormente denominada placenta prévia centrototal ou centroparcial).
- Placenta de inserção baixa: a borda placentária se insere no segmento inferior do útero, não
chega a atingir o orifício interno e se localiza em um raio de 2 cm de distância desta estrutura
anatômica (anteriormente denominada placenta prévia marginal).
4.1. Causas
- Cesáreas prévias (mais comum, quanto mais cesáreas, mais fina é a cicatriz)
- Multíparas
- Endometrites
- Tabagismo
- Altitudes
4.2. Classificação
- Completa: não pode realizar parto normal;
OBS.: Na paciente com placenta completa ou parcial, o parto normal iria gerar DPP. Enquanto
isso, na placenta marginal, se a criança já estiver insinuada, não haverá sangramento, uma vez
que a cabeça estará encaixada.
- Cesárea prévia;
- Multiparidade;
- Fetos GIGs
- Útero superestendido;
- Polidrâmnio;
- Gemelaridade;
- DPP anterior;
4.4. Diagnóstico
Apresentação clínica: sangramento indolor, de início súbito, cor vermelho vivo, reincidivante e
progressivo, podendo ou não haver contrações uterinas (em geral não há);
Toque vaginal não deve ser realizado!!! (risco de sangramento abundante; aspecto esponjoso
ao toque).
4.5. Complicações
- DPP;
- Associação com acretismo placentário (placenta que penetra muito nas camadas do útero);
4.6. Conduta
5. Rompimento Uterino
Apresentação clínica: principal sinal é a parada súbita das contrações, estando este associada a
dores muito maiores que o normal, palidez, agitação e extensão segmentar, o principal é a
parada súbita das contrações.
OBS.: De acordo com US de perfil biofísico fetal, pode-se avaliar o bem-estar fetal. Quando o
bebê evolui normal na barriga da mãe ele desenvolve a sequência (produção de líquido
amniótico, se feto produz tônus, se há movimento fetal, se há movimento respiratório, se há
alterações/acelerações transitórias), assim como se há um problema no bem-estar fetal, ele
vai perdendo as capacidades conforme o contrário da mesma sequência acima: primeiro perde
as acelerações transitórias, depois os movimentos respiratórios, depois o movimento fetal,
depois para de produzir tônus até que para de produzir líquido amniótico.
OBS.2: Em uma cardiotocografia, normalmente, o pico de contração uterina coincide com o
ponto mais baixo do vale do BCF, sendo tal fato fisiológico, pois há diminuição da frequência
cardíaca fetal quando a contração promove compressão intracraniana do feto com o osso da
bacia da mãe. Já na cardiotocografia alterada, o pico de contração uterina não coincide com o
ponto mais baixo do vale do BCF, o que indica sofrimento fetal (acontece porque o feto não
tem reserva de O2, ou seja, entra em hipóxia e compensa só depois do pico de contração
uterina). Diante de sinais de sofrimento fetal, deve-se encaminhar a paciente direto para a
urgência.
6. Vasa Prévia
7. Acretismo Placentário
Placenta increta: Quando a placenta penetra mais profundamente no útero e atinge a camada
muscular (miométrio) mais profundamente, é chamada de "increta".
Conduta de paciente assim é mandar para centro terciário e avisar paciente dos riscos.
Conduta ativa: cesariana com incisão mediana, ligadura das artérias hipogástricas e uterinas ou
cateterização das artérias ilíacas internas para embolização.