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CRONOMETRAGEM

2.ª edição
EM COOPERAÇÃO COM O
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
DIRETORIA DO ENSINO INDUSTRIAL
Direção editorial de

ARTUR NEVES E WASHINGTON HELOU

Orientação de:
PAULO PARDAL — Fac. Fluminense de Engenharia

Elaboração de:

THOMAZ JACÓE — Eg. Clark S.A.

Pedidos à

EDART-SÃO PAULO — LIVRARIA EDITÔRA LTDA.


Rua Conde de Sarzedas, 38
Tel.: 37-1336 e 33-1520
CP.: 4108
SÃO PAULO (3), SP

Impresso nas oficinas da Emprêsa Gráfica da Revista dos Tribunais S.A., Rua Conde de Sarzedas,
38, São Paulo, para a Edart-São Paulo — Livraria Editôra Ltda. em papel Offset de
primeira da Indústria de Papel Simão, especialmente fabricado para esta edição.
Esta coleção, publicada pela EDART-SÃO PAULO em cooperação com a
Diretoria do Ensino Industrial do Ministério da Educação e Cultura, tem
em vista facilitar o aprendizado de técnicas industriais a operários
qualificados, agentes de mestria, auxiliares técnicos, técnicos industriais, à
direção média das emprêsas fabris e aos leitores em geral.

Todos os livros da série foram elaborados por especialistas convocados


pelo MEC, das mais diversas regiões do País, para o exame do acervo de
material didático produzido pelo SENAI, pela CBAI, Diretoria do Ensino
Industrial, rêdes estaduais de ensino industrial e escolas particulares. Cada
manual contém, além do texto, vasado em linguagem clara e simples,
programas, instruções, quadros analíticos, planos de tarefas e informações
tecnológicas destinados a imprimir orientação prática e segura ao
aprendizado.

Como editôres, não podemos deixar de assinalar o valor da colaboração


dos professôres, técnicos e funcionários da Diretoria do Ensino Industrial,
no sentido de tornar exeqüível êste utilíssimo projeto editorial. Devemos
ressaltar e agradecer também a participação direta e a orientação segura
do Prof. Jorge Alberto Furtado que, como Diretor do Ensino Industrial e
Coordenador Nacional do Programa Intensivo da Mão-de-Obra Industrial,
não tem poupado esforços para criar a bibliografia básica do ensino
industrial e ampliar os cursos de formação e aperfeiçoamento tão
necessários ao progresso da tecnologia nacional.
ÍNDICE

Apresentação ................................................................... 3

Objetivos — Condições de Recrutamento e Se


leção — Programa ......................................................... 5
Informações Gerais............................................................ 6

Avaliação do Rendimento .............................................. 7

FÔLHAS DE INFORMAÇÕES

1 — Importância do tempo ........................................ 11

2 — Origens da cronometragem .............................. 12

3 — Terminologia usada em cronometragem 13

4 — Funções e definições de um departamento

de estudo de tempos e movimentos ... 17

5 — Usos e aplicações do tempo-padrão ... 21

6 — Instrumentos e objetos usados na cro-

nometragem ...................................................... 29

7 — Procedimento de cronometragem ........................ 33

8 — Registro e arquivos ................................................. 55

9 — Responsabilidades do supervisor referen-


tes aos tempos-padrões .................................. 57

10 — Distribuição da hora-padrão..................................... 61
CONDIÇÕES DE RECRUTAMENTO E
SELEÇÃO

candidatos devem ter a idade mínima de 18


anos; ser empregados da indústria, de
preferência; estar quites com o serviço militar;
possuir condições físicas e mentais para a
aprendizagem da especialidade; e, no mínimo,
possuírem curso ginasial completo ou equivalente.
OBJETIVOS
Os candidatos devem ser selecionados
através de provas de verificação dos co-
nhecimentos relacionados com o nível escolar
roporcionar aos treinandos, por meio de indicado (ginasial, no mínimo) de modo a permitir
cursos rápidos de duração efetiva total de 30 a formação de grupos homogêneos.
horas, o conhecimento e a prática dos pontos
essenciais da Cronometragem, que lhes permitam:
analisar os movimentos de um operário na
execução de uma operação, objetivando o
emprêgo do melhor método; decompor o método
em seus elementos; cronometrar os elementos; PROGRAMA
estudar e determinar as tolerâncias necessárias;
calcular o tempo-padrão; aplicar o tempo-padrão.
Os cursos funcionarão de preferência
dentro da própria fábrica, em regime noturno ou programa apresenta um desenvolvimento
diurno, duas vêzes por semana, com duas horas gradual da matéria em duas etapas. A primeira dá
de duração em cada dia. ao treinando uma visão retrospectiva rápida sôbre
as origens da Crono-metragem, seguida de
noções gerais sôbre o emprêgo efetivo da técnica
na Indústria Moderna.
A segunda parte do programa permite ao
treinando a aquisição dos conhecimentos
essenciais da técnica de Cronome-tragem bem
como o desenvolvimento das habilidades de um
cronometrista, através da exposição metódica e
sistemática que orientará os exercícios práticos.
INFORMAÇÕES GERAIS sadas com muito critério e abundância de exemplos,
de modo a estimular a participação ativa dos
treinandos. Na realidade, o ambiente ideal para as
exposições seria o de uma "mesa redonda", em que
o instrutor lançasse o problema e orientasse a
discussão para as respostas corretas e desejadas.
ubentendendo-se que tenham sido respeitadas as Já assim não se verifica nas aulas práticas.
condições previstas para o recrutamento e seleção Na aula precedente à de exercícios práticos, o
dos candidatos, o curso todo vai toar com a instrutor deve orientar cuidadosamente os
personalidade do instrutor. De fato, se o instrutor treinandos quanto aos pontos específicos do
fôr entusiasta, realmente interessado pela matéria, o exercício, de modo a evitar explicações
ensino será agradável, e os resultados da desnecessárias ou supérfluas junto do operário
aprendizagem mais rápidos e efetivos. objetivo da cronometragem. Igualmente, deve
São os seguintes os elementos que o ins- escolher de antemão os operários e informá-los dos
trutor deve ter à disposição: exercícios que se estão programando. É conveniente
formar grupos de cinco treinandos no máximo para
1. Material. a observação de um operário. O instrutor informará
2. Local de trabalho. cada grupo do que deseja e, iniciado o exercício,
deixará os grupos à vontade, mas atento para
3. Ferramentas.
responder às possíveis perguntas, solucionar
O curso em si pouco exige de material. Êsse dúvidas e acompanhar o desenvolvimento das
pouco contudo tem de ser empregado pelo instrutor tomadas de tempo.
ao máximo de sua capacidade, se êle desejar obter Na aula seguinte à de exercícios de cro-
resultados compensadores. nometragem, ao mesmo tempo em que orienta o
Por material necessário entende-se o desenvolvimento dos cálculos, faz comentários e
didático: Fôlha de Cronometragem, Cartão críticas sôbre a prática, de modo a orientar o grupo
Processo, Requisição de Cronometragem, etc. Êsse para o objetivo desejado com o máximo interêsse
material deve ser preparado de antemão, de modo a possivel.
estar disponível no momento exato e em quantidade A prática tem demonstrado que a seguinte
suficiente. Cada treinando irá consumir dez a quinze distribuição do tempo disponível é eficiente,
fôlhas de cronometragem e duas a três fôlhas dos embora não seja absoluta:
outros impressos apresentados nas fôlhas de
informação. 3 aulas de exposição para a primeira parte
O local de trabalho ideal é a sala de aula do programa.
para as exposições teóricas e cálculos dos exercícios 2 aulas de exercício de leitura do cro-
e, indispensàvelmente, a fábrica, para a realização nômetro, antes de ir para a fábrica.
dos exercícios práticos de análise e de
1 aula na fábrica para exemplificar a
cronometragem das operações.
decomposição da operação em elementos,
As ferramentas requeridas são cronômetros e
com análise dos elementos.
pranchetas em número suficiente para atender à
formação de um grupo de cinco pelo menos, embora 9 aulas alternadas, uma de cronometragem
menor número possa ser usado, o que irá estender na fábrica com uma de comentários e
um pouco a duração prevista para o curso. cálculos, reservando-se a última para os
As exposições teóricas deverão ser do- comentários finais, sôbre as
responsabilidades dos supervisores de
produção com referência aos tempos
padrões.
AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO

A avaliação do rendimento será, feita pelo


instrutor e pelo treinando, à medida que se forem
desenvolvendo os exercícios práticos de cro-nometragem
e cálculos.
O próprio treinando verificará que a princípio é
muito difícil ler e registrar os tempos com precisão. Para
evitar confusão, êle procurará decompor a operação em
elementos de maior duração, de modo que lhe sôbre
tempo para registrar com mais vagar os tempos
observados. À medida que vai praticando, aumenta a sua
proficiência, e os elementos passam a ter menor duração.
Também os valôres elementares de tempo encontrados
serão mais definidos, mais regulares, apresentando menor
número de variações. Os cálculos serão mais precisos
porque haverá menos hesitações, mais confiança do
próprio treinando na tarefa a que se está aplicando.
Convém sempre fazer também a verificação
comparativa, isto é, comparar os valôres encontrados
pelos cinco treinandos de um mesmo grupo. Se os
resultados finais de um grupo estão dentro de uma linha
de regularidade, isto demonstrará que o treinamento foi
conduzido de modo uniforme, e que todos os treinandos
estão recebendo a mesma mensagem.
FÔLHAS DE INFORMAÇÕES
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM IMPORTÂNCIA DO TEMPO
INFORMAÇÃO 1/1

James A. Parton Jr. abre o primeiro capítulo lização do tempo disponível. Cada minuto ou fração
de seu livro "MOTION AND TIME STUDY de minuto que se perde numa linha de produção,
MANUAL" com a seguinte afirmação: "O elemento cada movimento desnecessário, cada parada
de tempo é sem dúvida alguma o fator simples de controlável, representa custo adicional do produto
maior importância de nossa vida cotidiana, tanto final. Segue-se também que quanto mais elevado o
doméstica como industrial" (1). Nada é mais custo, tanto maior será o preço da venda, tanto
verdadeiro do que isto para um povo que vive menor será a procura. Não havendo procura, não há
segundo os preceitos de uma filosofia produção em grandes níveis, não há emprêgos, não
predominantemente pragmática, a ponto de ter há melhores salários, não há melhores condições de
identificado mesmo o conceito de tempo com o vida. Por isso os americanos, que alcançaram tão
conceito de dinheiro: "Time is money". grande desenvolvimento industrial no panorama
Não é nosso propósito defender ou combater mundial, identificaram o conceito de dinheiro com
tal filosofia. Cabe-nos apenas o papel de apresentar o conceito de tempo: "Time is money".
fatos. E é um fato que o elemento de tempo passa a Se o grande desenvolvimento industrial
adquirir, paulatinamente, uma importância cada vez alcançado pelos Estados Unidos da América do
maior no cenário nacional, mormente na indústria, Norte se deve ao espírito de empreendimento e de
onde a nossa preocupação, que até há pouco era a patriotismo de seu povo, deve-se também à
de produzir a qualquer custo, passa a ser a de compreensão que êsse povo tem do preceito básico
produzir com o menor custo possível, evitando ao do máximo aproveitamento do tempo disponível,
máximo as perdas de tempo. que leva à criação de meios e métodos para a
De fato, se considerarmos que cada produto utilização e emprêgo sempre mais efetivo do tempo.
individual custa o material direto de que é feito, Um dos preceitos básicos desta ciência, que
mais o material indireto e as despesas nos interessa diretamente aqui, é esperar do
administrativas, ou despesas gerais, custa também o operário "um dia de trabalho correto e justo por um
salário do operário, representado pelo tempo que êle salário correto e justo". Isto só se consegue por
consome para produzi-lo. Dentro de um meio de ura instrumento de aferição, por meio de
departamento produtivo, o supervisor tem uma série um padrão preesta-belecido que permita à
de responsabilidades que afetam diretamente o administração medir o que ela está recebendo das
custo do produto, e uma dessas responsabilidades, a linhas de produção a trôco de cada cruzeiro gasto
mais importante talvez, é o tempo. O supervisor não
em mão-de-obra direta. Tal instrumento é o tempo-
dispõe de meios para controlar o preço da matéria-
padrão, estabelecido por meio das técnicas de
prima que está utilizando na fabricação do produto.
Cronometragem.
Igualmente, não é responsável direto pelas despesas
indiretas, nem é êle que, até certo ponto, determina Levaria muito tempo e utilizaria muito
as faixas salariais dos operários que trabalham no espaço detalhar as relações entre os resultados da
seu departamento, que é outro fator importante na cronometragem e a Administração Científica, mas
composição do custo do produto. Mas êle é não é êsse nosso propósito. O nosso intento é
responsável pelo cumprimento integral do programa apresentar aos Supervisores de Produção os meios
de produção com a melhor utilização possível de que essa técnica lhes proporciona para auxiliá-los
seus homens e do equipamento, o que implica no desempenho de suas atividades.
diretamente na melhor uti-

(1) — Motion and Time Study Manual, pág. 1. Conover


Mast Publications, Inc., 1952.
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM ORIGENS DA CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO 2/1

Desde que o trabalho, na longa história das muito baixos. Não se levava em consideração o fato
artes e das profissões, se constituiu em valor de que alguns operadores trabalham mais depressa
comercializável, surgiu o problema da unidade de que os outros, nem que alguns são mais habilidosos,
medida para a sua justa recompensa. Cereais outros menos.
medem-se aos quilos, líquidos aos litros, áreas aos Foi graças a algum administrador pre-
metros quadrados, e assim por diante. Mas, como se vidente, verdadeiro soldado desconhecido dessa luta
mede o trabalho? A solução parcial foi determinar que se avolumava, que se deram os primeiros
um valor em cruzeiros para um dia de trabalho. passos no sentido de se determinar um processo
Solução parcial, apenas, porque se foi determinado justo e uniforme para a avaliação de um trabalho a
o valor do dia de trabalho em cruzeiros, não foi ser executado dentro de um período de tempo.
determinado o justo trabalho dêsse dia, a trôco dos
Nesse sentido, as primeiras cronome-tragens
cruzeiros pagos pelo contratante ou empresário.
de que temos notícia foram feitas na França em
A princípio, nas indústrias primitivas, os
meados do século dezoito, e na Inglaterra, cêrca de
mestres e contramestres procuraram uma solução,
setenta anos mais tarde. Eram entretanto tomadas de
estimando qual seria o trabalho de um dia. Para isso,
tempo total de uma operação, nas quais não existia
baseavam-se na experiência anterior, nos relatos
arquivados, ou simplesmente determinavam o ainda a decomposição dos elementos, nem a
quanto o operário deveria produzir. É natural que avaliação do ritmo, indispensáveis para uma boa
êsse sistema levasse a descontentamentos, a análise, conforme veremos mais adiante. Foram,
desentendimentos, e fôsse a causa de atritos não obstante, os protótipos dos estudos que seriam
constantes entre o operário e a administração. realizados mais tarde, nos fins do século dezenove,
Naqueles tempos, não se dava importância alguma à por Frederick Winslow Tay-lor, na Midvale Steel
correção ou à justiça dos valôres de tempo. Isto, Co., Filadélfia, Estados Unidos. Por isso, Taylor é
naturalmente, fazia com que alguns valôres fôssem hoje justamente reconhecido como o pai da técnica
muito altos, enquanto outros eram de crono-metragem.
FÔLHA DE
CRONOMETRÁGEM TERMINOLOGIA USADA EM CRONOMETRÁGEM
INFORMAÇÃO 3/1

A Cronometragem, como qualquer outra duração mínima de um elemento não deve ser
técnica ou ciência, possui uma terminologia inferior a .03 (três centésimos de minuto).
especial. Assim, antes de prosseguirmos, convém
3. A decomposição da operação em elemen
definir alguns dos termos especiais empregados na
tos e a descrição dos elementos deve ser
cronometragem, e com mais razão ainda, quando se
feita com clareza e precisão de detalhes, de
considera que o problema da terminologia técnica,
modo a permitir a utilização rápida e fácil por
que deveria ser padronizada, é muito grande no
outras pessoas, bem como a sua incorporação
Brasil, em virtude da pouca idade do nosso
num sistema de padronização de elementos,
desenvolvimento industrial.
sempre que possível.
Algumas das definições apresentadas aqui
foram extraídas e traduzidas da padronização 4. Os elementos manuais (ou do operário)
A.S.M.E. (American Society of Mechan-ical devem ser separados dos elementos da má
Engineers). quina, bem como os constantes dos variá-
veis, sempre que possível.
Elemento
É uma subdivisão de um ciclo de trabalho Elemento constante
composta de uma seqüência de um ou vários É um elemento para o qual o tempo
movimentos fundamentais. Numa operação normalizado é sempre o mesmo, a despeito das
verificam-se, geralmente, três elementos principais: características das peças nas quais êle é realizado,
1. Preparar (ou carregar). tanto quanto o método e as condições de trabalho
permaneçam inalteradas. É também um elemento
2. Fazer (ou processar).
para o qual, sob um grupo de circunstâncias, o
3. Descarregar. tempo-padrão é sempre o mesmo.
Há várias razões para se proceder à sub-
divisão do ciclo de trabalho em elementos: EXEMPLO:

a) Obter a descrição detalhada e sistemática do Baixar a árvore de uma furadeira de certa


método cronometrado. marca e tamanho num curso determinado.
b) Possibilitar uma reconstituição precisa do
método, quando necessária. Elemento variável
c) Verificar a regularidade dos tempos de cada É um elemento para o qual o tempo
elemento de ciclo para ciclo, e determinar as normalizado é variável, embora o método e as
causas de tempos excessivos quando ocorrerem. condições do trabalho permaneçam os mesmos. As
d) Avaliar o ritmo do operário em cada elemento variações são devidas às características das peças:
individual, conforme veremos no capítulo do tamanho, pêso, fôrma, densidade, dureza,
procedimento da cronometragem. viscosidade, tolerância de usina-gem, acabamento,
e) Padronizar o tempo para uma mesma seqüência etc.
de movimentos. Na tomada de uma operação, considerando-
se os vários ciclos cronometrados, a duração de um
f) Balancear linha de montagem. elemento está sujeita a variações, quer pela
Há regras práticas que auxiliam a de- deficiência da leitura do cronômetro, quer pela
terminar qual a seqüência de movimentos que imperícia do operário, quer ainda por motivos
constitui um elemento: atinentes à própria operação, ou à máquina. Dêste
modo ocorrem os chamados ELEMENTOS
1. Um elemento é a mínima porção comen-surável
ANORMAIS, isto é, aquêles elementos cujos tempos
de tempo, tendo princípio e fim definidos.
registrados durante uma observação são
2. Um elemento deve ter duração suficiente para excessivamente mais longos ou mais curtos do que
permitir uma tomada de tempo precisa. Embora a maioria ou a média dos tempos decorridos. Por
haja seqüências que permitam a leitura de outro lado, são ELEMENTOS NORMAIS aquêles cujos
elementos de uma duração de . 02 (dois tempos registrados durante a cronometragem se
centésimos de minuto), a mantêm dentro de certa regularidade, de ciclo para
ciclo.
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM TERMINOLOGIA USADA EM CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO 3/2

Elemento cíclico OUTROS EXEMPLOS:


É o elemento que se repete cada vez que a "Fresar um rasgo de 3/16 R num eixo ou
operação é realizada, isto é, cada vez que uma peça varão de engate", usando uma fresadora horizontal.
ou uma unidade é produzida em determinada
máquina ou pôsto de trabalho. 1. Pegar peça de sôbre a mesa da máquina e
posicioná-la no dispositivo de fresar.
EXEMPLO: 2. Apertar porcas de alça do dispositivo para
"Pegar uma peça e introduzi-la no dis- prender a peça.
positivo". 3. Avançar a mesa da máquina para a posição de
fresar.
Elemento não cíclico
4. Máquina: Fresar um rasgo de 3/16 R.
É um elemento que não ocorre em cada
ciclo. É uma parte necessária da operação. Pode, 5. Retroceder a mesa da máquina para a posição de
entretanto, ser realizado cada cinco, dez ou cem descarregar e carregar o dispositivo.
peças, ou em intervalos irregulares. Eis alguns 6. Soltar as porcas de alça do dispositivo.
exemplos:
7. Retirar a peça do dispositivo e descarregar sôbre
1. Ir buscar um lote de peças num local distante ou a mesa da máquina.
afastado da estação de trabalho.
8. Limpar cavacos ou aparas do dispositivo com
2. Aplicar lubrificante à ferramenta. bico de ar.
3. Controlar dimensões de usinagem, etc.
"Serrar ao meio, no sentido longitudinal,
uma prancha de madeira de 1 m de comprimento",
Elemento estranho usando serra de fita para madeira.
É o elemento representado por uma in-
terrupção que não seja uma ocorrência regular do 1. Pegar prancha de uma pilha ao lado da máquina.
ciclo de trabalho, e para a qual não se fêz provisão 2. Transportá-la à mesa da máquina e posicionar
na seqüência normal dos elementos de uma uma borda contra a guia.
cronometragem.
3. Manualmente empurrar a prancha contra a serra
EXEMPLO: de fita para serrar.

Deixar cair uma ferramenta. Conversar com NOTA:


um colega de trabalho. Prestar informações ao As partes serradas caem ao solo, do outro
supervisor, etc. lado da máquina.
"Cortar papelão em tiras", usando máquina
Ciclo de cortar.
É a realização completa pelo operário de
1. Pegar fôlha de papelão, de pilha ao lado da
todos os elementos de uma operação, com início e
máquina.
fim definidos. Assim, por exemplo, a soma dos
seguintes elementos de uma operação simples de 2. Posicionar fôlha nas guias dá máquina e entre os
fazer um furo de 1/8" numa peça constitui o ciclo da rolos.
operação, o qual se repete para cada peça que 3. Ligar máquina.
recebe o furo:
4. Máquina: Cortar fôlha em tiras.
1. Pegar peça sôbre a mesa da máquina e po-
sicioná-la sob a broca.
Tempo elementar normalizado (ou normal)
2. Baixar a árvore até a broca encostar na peça. É o tempo elementar médio ou selecionado,
3. Fazer o furo. ajustado por avaliação de ritmo, ou outro método de
ajustagem, que representa o tempo requerido de um
4. Levantar a árvore.
operário qualificado para realizar um elemento de
5. Pôr a peça de lado, sôbre a mesa da máquina. uma operação.
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM TERMINOLOGIA USADA EM CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO 3/3

Ritmo normal uma quantidade específica de trabalho de qualidade


aceitável é ou pode ser feita por um operário
É o ritmo de trabalho geralmente empregado qualificado, seguindo um método prescrito,
pelos operários trabalhando sob supervisão trabalhando em ritmo normal, sujeito a paradas e a
capacitada. Êste passo pode ser mantido dia após fadigas normais.
dia, sem fadiga mental ou física excessiva, e é
caracterizado pelo exercício quase ininterrupto de
esfôrço razoável. Tempo-padrão
É o tempo que se determina seja necessário
Tempo normalizado (ou normal) para um operário qualificado, trabalhando num
ritmo normal e sujeito a demoras e a fadigas
É o tempo requerido por um operário normais, para executar uma quantidade definida de
qualificado, trabalhando no ritmo normal dos trabalho de uma qualidade especificada, seguindo
operários em geral sob supervisão hábil, para um método preestabelecido. É o tempo normalizado
completar um elemento, ciclo ou operação, acrescido das tolerâncias para fadigas e demoras.
seguindo um método preestabelecido. É também a
soma de todos os tempos elementares normais que
constituem um ciclo ou uma operação.
Tolerâncias
São os acréscimos de tempo incluídos no
Avaliação do ritmo tempo normalizado de uma operação, a fim de
É um método que compara a rapidez e a compensar o operário pela produção perdida por
precisão com que o operário realiza os movimentos causa de fadiga e das interrupções normalmente
necessários para executar uma operação com o previstas, tais como as paradas pessoais e as
conceito que o observador tem de tempo normal. inevitáveis.
Além dos têrmos que aqui ficam definidos, e
que serão de grande importância para a boa
Hora-padrão
compreensão do que ainda temos de discutir, outros
É uma hora de tempo durante a qual há cuja explicação será feita oportunamente, à
medida que ocorrerem.
FUNÇÕES E DEFINIÇÕES DE UM DEPARTAMENTO DE FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM
ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS INFORMAÇÃO 4/1

Antes de prosseguirmos no assunto, convém definição nos leva a concluir a necessidade da


delinear as funções básicas do Departamento de análise do método empregado pelo operário e dos
Estudo de Tempos e Movimentos, do qual a movimentos que êle executa. O objeto da análise é
Cronometragem faz parte, bem como sistematizar a economia de esfôrço e de tempo. Em seguida, o
os seus conceitos. autor define Cronometragem como "a análise de um
Embora a técnica de Cronometragem e serviço com o fim de determinar o tempo gasto por
análise dos movimentos possa ser utilizada para uma pessoa qualificada, trabalhando em ritmo nor-
uma grande variedade de finalidades, a sua função mal, para realizar o serviço, usando um método
primária é a de determinar e fornecer os meios preestabelecido de operar, estabelecendo-se em
necessários para a avaliação e o contrôle adequados seguida um tempo-padrão correto e justo para
do custo de mão-de-obra da produção. aquela operação.
O assunto é ainda muito controvertido, e A separação feita por Parton visa apenas à
cada autor que trata dêle apresenta uma definição. facilidade de definição. Na realidade, e pelos
Ralph M. Barnes, um dos mais abalizados têrmos das definições, a técnica e a análise são
tratadistas modernos do assunto, define o estudo dos absolutamente inseparáveis. De fato, para se
movimentos e dos tempos como "a análise dos determinar o movimento mais econômico, há que
métodos, materiais, ferramentas e equipamentos conhecer-lhe o tempo; para se obter o tempo, deve
utilizados, ou que se hão de utilizar, na execução de haver o movimento.
um trabalho; análise que se leva a efeito com o fim Se através de uma análise conscienciosa o
de: 1) normalizar os métodos, materiais, fer- Departamento de Estudo de Tempos e Movimentos
ramentas e equipamentos; 2) encontrar a forma mais estabelece o padrão para um dia justo de trabalho,
econômica de fazer o trabalho; 3) êle também estabelece condições padronizadas de
DETERMINAR EXATAMENTE O TEMPO NECESSÁRIO PARA trabalho, reconhecendo cada operário como um
QUE UMA PESSOA COMPETENTE REALIZE O TRABALHO elemento humano, proporcionando-lhe meios e
NUM RITMO NORMAL; 4) auxiliar O ferramentas adequadas para realizar o seu serviço,
operário na aprendizagem de nôvo método. coibindo abusos, lutando pelo que é justo e honesto,
Com pequenas diferenças, a mesma de- criando dêsse modo melhores relações de em-
finição é empregada por Maynard, Stegemer-ten e pregado para empregador e vice-versa.
Schwab em "Medida do Tempo dos Métodos". Infelizmente, nem sempre um Departamento
Muito recentemente o Prof. Giuseppe de Estudo de Tempos e Movimentos tem sido
Michelino, sem entrar no campo das definições, criado com tão elevados propósitos. Bem por isso,
apresenta seis finalidades para o Estudo de Tempos em muitos lugares e em diferentes épocas, êle
e Movimentos: 1) controlar o custo; 2) melhorar os gozou de má reputação. Nos dias que correm,
métodos; 3) selecionar o pessoal; 4) treinar os contudo, são raros os exemplos dos usos incorretos
homens; 5) manter boas relações humanas e, das técnicas de Estudo de Tempos e Movimentos. O
finalmente; 6) garantir o êxito dos incentivos. crescente desenvolvimento industrial, o
Para o propósito que temos em vista, vamos aparecimento de técnicas e máquinas cada vez mais
adotar a definição de Parton, Engenheiro Industrial aperfeiçoadas têm exigido dos analistas de tempo e
da Hughes Aircraft Com-pany. Inicialmente, Parton movimento uma participação sempre mais ativa e
decompõe o assunto em duas partes: preponderante no sentido de:

1. Estudo de Movimentos. 1. Estabelecer padrões de trabalho corretos e justos


2. Estudo de Tempos. para tôdas as operações de produção.
2. Estabelecer contrôle diário ou semanal do custo
Em seguida, define o Estudo de Movimentos
da produção.
como "uma técnica para observação e análise dos
movimentos básicos feitos por um operário na 3. Prover a administração de meios acurados de
execução de uma tarefa, com o fim de efetuar análise e contrôle do custo da produção.
melhoramentos naqueles movimentos e possibilitar
4. Habilitar o operário a realizar a operação com
uma execução econômica com o mínimo de tempo
maior facilidade e sob as' melhores condições,
e esfôrço". Essa
que tendam a conduzir à boa saúde e à maior
satisfação no serviço.
FUNÇÕES E DEFINIÇÕES DE UM DEPARTAMENTO DE FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM
ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS INFORMAÇÃO
4/2

Ao lado dessas finalidades êssenciais, um do de Tempos e Movimentos não tenha sido ainda
Departamento de Estudo de Tempos e Movimentos adotado por uma ou outra indústria. É um programa
tem uma série de responsabilidades muito relativamente dispendioso, e poderia onerar o
importantes. Damos a seguir uma sistematização orçamento de uma pequena fábrica. Mesmo assim,
das principais: o conhecimento das técnicas, embora sem a
existência oficial de um departamento
1. Análise de métodos e movimentos.
especializado, poderia trazer muitos benefícios, se
2. Simplificação do trabalho e racionalização de aplicadas com real interêsse.
métodos. Os relatos que se seguem, extraídos de
3. Estabelecimento de tempos-padrões por vários autores, já se tornaram trechos clássicos de
unidade por meio de tomada de tempos dos obras sôbre êste assunto. Falam por si e dispensam
elementos ou de outras técnicas. quaisquer comentários.
O primeiro caso trata de uma operação que
4. Amostragens para determinar eficiência e havia sido preparada segundo os princípios de
utilização do homem e da máquina. economia de movimentos e simplificação de
5. Comparações e vistorias para justificativa de trabalho, e demonstra a importância atribuída à
equipamentos e de "lay-out" (arranjo das segurança do operário. Havia na operação
máquinas). recipientes metálicos para as peças utilizadas na
montagem de um pequeno conjunto, queda por
6. Preparação, apresentação e manutenção de gravidade para remoção dos conjuntos prontos, bico
programas de treinamento: de redução de de ar para limpeza, etc. Do ponto de vista dos
custos, de métodos, para o nível de supervisão. princípios reconhecidos e aceitos de engenharia
7. Cronometragem das operações. industrial, o método da operação era o que se
poderia chamar de melhor. Depois de alguns dias,
8. Preparação e manutenção de padrões. entretanto, o método da operação teve de ser mo-
9. Auxílio a todos os supervisores para o de- dificado e o tempo deliberadamente aumentado por
senvolvimento de novos métodos. causa de um risco de segurança.
Originalmente, o operário usava um pedal
10. Estimativa de mão-de-obra.
para acionar a prensa, pois quando o método da
11. Preparação de carga de máquina. operação foi estabelecido por meio de análise e
estudos adequados, ficou decidido que o pedal
12. Descrição de cargos dos operadores de má- ofereceria melhores vantagens. Igualmente, foi
quina.
decidido o uso de recipientes metálicos para as
Enumerar as vantagens que podem advir a peças, que até então ficavam espalhadas sôbre a
uma indústria através da instalação, ou criação, de bancada, de onde o operário as pegava, quando
um departamento de Estudo de Tempos e necessário. Entretanto, descobriu-se logo que o
Movimentos seria um trabalho supérfluo, dada a pedal constituiria um risco de segurança para o
grande quantidade de obras que versam sôbre o operário. Recomendaram-se então dois botões sôbre
assunto. Não podemos, entretanto, em sã a bancada para acionar a prensa. Dêste modo, e de-
consciência, furtar-nos de relacionar nêste ponto liberadamente, o tempo da operação foi aumentado
pelo menos algumas das vantagens mais a fim de proporcionar a máxima segurança ao
importantes. São vantagens que tendem apenas a operário, apesar de o pedal representar maior
mostrar o que o Estudo de Tempos e Movimentos economia de tempo e movimentos.
pode fazer pela indústria, e cuja finalidade não é Não obstante, outra modificação foi
outra senão a de apontar o fato, que um tal depar- necessária depois de mais alguns dias, porque o
tamento não pode ser ignorado pela administração, operário descobrira um meio de acionar um dos
nem pelos operários de uma emprêsa moderna. botões com o cotovelo enquanto segurava as peças
Apesar do dinamismo do assunto, não nas mãos, acelerando a produção horária. Êle havia
obstante a sua atuante realidade nos dias que simplesmente restabelecido o risco de segurança
correm, existem ainda emprêsas e supervisores que que fôra eliminado com a remoção do pedal.
desconhecem totalmente as suas técnicas e as suas Tornou-se necessário mudar os botões para uma
vantagens. Em alguns casos, é verdade, há razões posição mais afastada
plausíveis por que o Estu-
FUNÇÕES E DEFINIÇÕES DE UM DEPARTAMENTO DE FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM
ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS INFORMAÇÃO
4/3

na bancada. Esta mudança, contudo, não ocasionou mais sãos princípios de engenharia industrial, para
perda de tempo. geral satisfação de tôdas as partes interessadas.
O segundo caso tende a demonstrar o Entretanto, dada a ignorância e o an-
desperdício de tempo e de dinheiro quando as tagonismo da gerência e da administração geral, o
atividades do departamento não são bem nôvo programa não foi aceito. Como resultado,
compreendidas, nem apoiadas, por aquêles que depois de alguns meses de colecio-namento de
delas devem fazer uso. dados, durante os quais se fizeram mapas de fluxo,
Em uma organização de tamanho médio mapas de processo, novos sistemas de arquivo, etc,
havia uma série de condições muito indesejáveis. O o pessoal que havia sido contratado,
plano de incentivo em vigor pagava os operários compreendendo o desinterêsse da administração,
pelo número de unidades produzidas. Por muitos desencorajou-se. Muitos abandonaram o serviço, e
anos a organização não tinha tido pessoal os que ficaram, entraram na mesma rotina que
capacitado no Departamento de Estudo de Tempos e prevalecia anteriormente.
Movimentos, de modo que os padrões estabelecidos O ultimatum da resignação dos outros, foi o
não eram justos, nem corretos. Não existiam da-dos- sistema de emitir o tempo-padrão para os
padrões de espécie alguma e havia desconfiança por departamentos produtivos. A emissão da hora-
parte dos operários, porque muitas vêzes não havia padrão era feita em têrmos de cruzeiros por cem
uma base para estabelecimento de novos padrões. peças, no lugar de tempo-padrão por unidade.
Muitos dos padrões em vigor tinham estado em Assim, cada vez que havia um aumento salarial, ou
efeito por uma série de anos e serviam de base para um acôrdo sindical, tornava-se necessário recalcular
a administração e para o operariado, para determi- todos os preços em vigor, tarefa que tomava
nação de novos padrões. Óbviamente muitas vêzes semanas a fio de trabalho árduo, rotineiro,
os padrões originais estavam fora de linha por causa cansativo.
de alterações de métodos, inclusões de novos Nos casos em que não havia informação
elementos, etc. Na maioria dos casos não havia nada escrita de como o tempo-padrão havia sido
escrito, e quando havia, a pobreza de detalhes era calculado, a administração e o operariado da fábrica
muito grande. Uma análise cuidadosa de tôdas as procuravam soluções por meio de acôrdos,
cronome-tragens em arquivo revelou que cêrca de verdadeiras "negociatas" em muitos casos, o que
75 por cento eram apenas tomadas de tempos de contribuía para o descrédito do Departamento.
chão a chão, sem decomposição em elementos; os O caso a seguir, porém, ocorrido em uma
25 por cento restantes continham uma ou outra das fábricas da indústria automobilística nacional,
decomposição, porém insuficiente para uma análise tende a ilustrar as reais vantagens de um programa
detalhada. de estudo de tempos e movimentos.
Tais condições levavam o operariado da A fábrica em apreço vinha funcionando há
fábrica e a administração a discussões contínuas, alguns anos, com cêrca de 1.200 operários, em
sem que se chegasse a uma conclusão satisfatória. regime de produção deficiente. O Departamento de
Houve mesmo o caso de um operário que ganhava Estudo de Tempos e Movimentos havia sido
num ano mais de 15 milhões de cruzeiros numa instalado adequadamente, segundo os padrões da
simples operação de montagem, porque o tempo matriz, e vinha analisando as operações, fazendo
padrão para a operação estava "folgado". recomendações de métodos, auxiliando a
Dada a necessidade de se cumprir um estruturação do custo-padrão, sem obter, contudo,
programa de produção urgente, novos analistas e resultados satisfatórios. É que a Gerência, estranha
cronometristas foram contratados. A nova equipe às técnicas de Engenharia Industrial, não via com
elaborou um programa completo de estudos de bons olhos o departamento, embora tivesse de
movimentos e cronometragem, o qual foi mantê-lo por instâncias da matriz.
apresentado à administração. Aprovado o programa, Uma análise realizada pela equipe de
a equipe começou a trabalhar nos vários analistas e cronometristas mostrou que a utilização
departamentos produtivos, analisando as operações, média do equipamento era de apenas 25% do tempo
fazendo recomendações de métodos, eliminando as disponível e que a eficiência dos operadores dêsse
condições indesejáveis. Com base nos dados equipamento se definia pela linha dos 60% a 70%.
acumulados, novos padrões foram calculados, Tal situação, é
dentro dos
FUNÇÕES E DEFINIÇÕES DE UM DEPARTAMENTO DE FÔLHA DE
CRONOMETRÁGEM
ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS INFORMAÇÃO
4/4

claro, não poderia produzir os lucros desejados ou mentaram. Em conseqüência, fôram aumentados os
esperados. Pelo contrário, as despesas e os prejuízos salários dos operários, dos supervisores e do pessoal
que se acumulavam de período para período fizeram em geral. Com a confirmação dos resultados,
com que a matriz tomasse a deliberação de estudar melhoraram-se as condições de trabalho, criou-se
o problema. O resultado foi uma mudança completa um sistema de assistência médica e social, fundou-
no nível de gerência. se uma agremiação recreativa e esportiva para os
A nova gerência instalada, conhecedo-ra das operários, instituíram-se prêmios aos mais aplicados
vantagens proporcionadas pela aplicação dos e criaram-se as melhores relações entre os operários
princípios de Engenharia Industrial, deu ao e a administração. A prova da satisfação geral de
Departamento de Estudo de Tempos e Movimentos todos foi dada quando das últimas agitações que
a importância e o reconhecimento que lhe eram abalaram o país, não havendo nenhum operário se
devidos. Realizou-se um programa de treinamento afastado de seu serviço por greve ou por qualquer
intensivo de todos os supervisores nas técnicas de outra forma de protesto.
análise e simplificação do trabalho, intensificaram- Muitos outros casos poderiam ser apre-
se em seguida as cronometragens das operações e, sentados aqui para mostrar a importância de um
logo, inaugurou-se um sistema de contrôle do dia de programa bem elaborado de estudo de tempos e
trabalho com o auxílio dos supervisores de movimentos. Cremos, contudo, que os casos
produção. Alguns meses mais tarde, nôvo relatados até êste ponto tenham sido suficientes para
levantamento foi feito. Desta vez, verificou-se que a trazer à evidência as vantagens de se adotarem as
utilização média do equipamento havia subido para técnicas de tempos e movimentos, aplicando-as com
70% e a eficiência de cada operário para 80%. Tais real interêsse nas várias operações de produção.
resultados, louvados pela Gerência, entusiasmaram Outrossim, a comprovação mais interessante
ainda mais os supervisores, que passaram a se dedi- é aquela que podemos fazer nós mesmos nos nossos
car com mais interêsse às técnicas de análise. campos de trabalho, após a tomada de contacto com
Alguns meses mais tarde, a utilização média chegou os princípios de economia de tempos e movimentos,
ao nível de 80% e a eficiência individual de cada redução de custos, melhoramentos das condições de
operário de 100%—110%. trabalho, etc.
Os lucros da companhia, é claro, au-
FÔLHA DE
CRONOMETRÁGEM USOS E APLICAÇÕES DO TEMPO-PADRÃO 5/1
INFORMAÇÃO

Temos tratado até êste ponto das definições O custo do material direto é representado
e dos conceitos de um Departamento de Estudo de pelo preço do material no mercado corrente. Em se
Tempos e Movimentos, bem como de alguns têrmos tratando de um produto que vai ser fabricado, e para
especiais a êle relacionados. Vimos igualmente as o qual não existe ainda um preço no mercado, os
vantagens provenientes da manutenção de um fornecedores podem preparar estimativas bem
Departamento de Estudo de Tempos e Movimentos aproximadas com respeito a quanto irá custar o
dentro de uma fábrica moderna, e delineamos as material direto de que iremos necessitar no nosso
principais responsabilidades de tal departamento. produto. Na falta de tal informação, o próprio
Uma rápida análise dessas responsabilidades departamento de compras de uma companhia pode
revela que tôdas se ligam, direta ou indiretamente, fornecer a estimativa, pois êsse departamento está
ao tempo-padrão ou dêle se originam. sempre a par dos preços correntes e de suas
Por definição, já sabemos que o tempo- tendências a aumentar ou a diminuir.
padrão é o tempo estabelecido por meio de estudos As despesas de produção são determinadas pelo
para que um operário execute uma quantidade Departamento de Custos. Geralmente, tais despesas
definida de trabalho de qualidade especificada, são expressas em porcentagens sôbre o custo da
mão-de-obra direta. Elas são obtidas por estudos
seguindo-se um método preestabelecido,
detalhados e demorados, por intermédio de análises
trabalhando em ritmo normal e sujeito a demoras e à
fastidiosas e cálculos complicados, e levam em
fadiga normais. Segue-se, pois, que o tempo-padrão consideração todos os itens que possam refletir
é um elemento essencialmente normalizador, uma sôbre o custo do produto: área construída, ilumina-
vez que estabelece um trabalho normal sob ção, energia elétrica, óleos de corte, lubrificantes,
condições normais. Por essa razão o tempo-padrão é produtos químicos, máquinas e equipamentos, mão-
a chave fundamental de uma série de atividades ou de-obra indireta (salários de mecânicos,
funções de uma indústria bem organizada. Entre ferramenteiros, projetistas, etc), tudo enfim
essas atividades ou funções contam-se, por contribuindo com uma parcela. Em alguns casos, os
exemplo, a estimativa do custo de produção, materiais de processo são calculados à parte e o seu
orçamentação, planejamento de produção, previsão custo é incorporado ao custo do produto. Em outros,
de mão-de-obra, custo-padrão, contrôle de custo, êsses materiais são considerados como despesas.
melhoramento das operações e outras. Essas porcentagens representativas das despesas que
recaem sôbre o produto são recalculadas pe-
riódicamente, como parte rotineira das atividades de
1. Estimativa do custo de produção
um departamento de custos.
Para se determinar o preço de venda de um Então, considerando o que ficou exposto,
produto, é necessário conhecer-lhe o custo de poderíamos dizer que o material direto e as
produção. Tal tarefa, embora complexa, não é muito despesas são duas quantidades conhecidas. Resta,
difícil, se o produto estiver nas linhas de usinagem pois, o problema da incógnita, o custo da mão-de-
ou de montagem, por exemplo, onde apontadores obra. Êste custo só pode ser determinado se forem
podem manter registro do tempo e dos materiais conhecidos os tempos de produção. Tendo em
gastos na fabricação do produto. Entretanto, essa mente que as despesas por-centuais serão aplicadas
prática já está superada pela técnica moderna, que sôbre êsse custo, podemos agora compreender a
determina o custo do produto antes mesmo de êle grande importância do tempo-padrão no
entrar nas linhas de fabricação. estabelecimento do custo estimativo de um produto.
O custo de um produto, já vimos an- Para se chegar ao tempo de produção, torna-
teriormente, é composto por três elementos se necessário conhecer a seqüência das operações,
principais: bem como as máquinas e os dispositivos e as
a) Material direto. ferramentas que irão ser utilizadas no produto. Isto
se obtém dos engenheiros de processo. Êles
b) Mão-de-obra. desenvolvem os esquemas de fabricação que
c) Despesas. indicam as várias operações pelas quais as matérias
diretas têm de passar para se obter o produto final,
bem como as
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM USOS E APLICAÇÕES DO TEMPO-PADRÃO
INFORMAÇÃO 5/2

máquinas, as ferramentas e os dispositivos zer a peça apresentada no modêlo A, fornecendo


necessários. Com essa informação, o analista de inclusive o custo estimativo do ferramental por
tempos e movimentos visualiza todos os operação. Essa informação detalhada é sumarizada
movimentos individuais e as seqüências de no modêlo C, e a partir do sumário calcula-se o
movimentos fundamentais que constituem os custo de produção por peça.
elementos, atribui tempos normais a cada elemento A dificuldade maior reside, naturalmente, na
de cada operação, obtendo assim os tempos-padrões determinação dos tempos para as operações. Neste
das operações e, por conseguinte, o tempo total ponto, é indispensável o conhecimento da máquina,
requerido para a fabricação do produto. É evidente das ferramentas e do material. A título de exemplo,
que o analista de tempos e movimentos tem de vejamos como se procede para achar o tempo da
recorrer à sua experiência, a estudos comparativos e
operação 10, isto é, .0667, ou 4 minutos por peça
a outras técnicas apuradas para chegar ao resultado
(60 X .0667 = 4,00).
desejado.
O estimador visualiza os movimentos
Preparados os tempos, êles são enviados ao
Departamento de estimativa de Custo, que os necessários e os anota em seqüência, com os
converte em cruzeiros, coleciona tôdas as respectivos tempos, obtidos de tabelas de dados
informações e conclui o custo estimativo da desenvolvidos de estudos anteriores e de fórmulas
fabricação do produto. para os tempos da máquina. Para a operação em
Os formulários A, B e C, anexos, ilustram o foco, seriam os seguintes os movimentos do homem
procedimento. O modêlo B descreve a seqüência e da máquina:
das operações necessárias para fa-

N.° ELEMENTO TEMPO EM


MINUTOS
1 Carregar máquina com barra (1 barra para 20 peças). 0,10

2 Avançar barra para o comprimento de 7" e prender. 0,20


3 Avançar tôrre quadrada, avançar ferramenta até encos-
tar na peça. 0,25
4 Facear (avanço manual). 0,35
5 Afastar ferramenta, indicar, avançar ferramenta até
encostar na peça. 0,20
6 Fazer chanfro de 1/32" X 45° (avanço manual). 0,25
7 Afastar ferramenta, indicar, afastar tôrre quadrada. 0,20
8 Avançar tôrre hexagonal, posicionar tarracha. 0,15
9 Mudar R.P.M., regular "stop", engatar avanço auto-
mático. 0,25
10 Máquina: fazer rôsca de 3/8" X 24 NF, no comprimen-
to de 1 3/8" e retroceder. 0,50
ll Retroceder tôrre hexagonal mudar R.P.M. 0,15
12 Avançar tôrre quadrada, avançar ferramenta até encos-
tar na peça. 0,25
13 Cortar no comprimento de 7" (avanço manual). 0,35
14 Afastar ferramenta, afastar tôrre quadrada, indicar fer-
ramenta. 0,20
Total. 3,40
Tolerâncias (18% do total). 0,60
Tempo padrão. 4,00
Peças por hora (60 4,00). 15
Hora-padrão (1 15). .0667
ANEXO - A

MATERIAL
AÇO SAE IOIO - 1020
3/8"x 7"
GRAMPO " U" Peça
ZBJ-435-48
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM USOS E APLICAÇÕES DO TEMPO-PADRÃO
INFORMAÇÃO 5/3

2. Orçamentação carga da máquina para êsse período, levando-se em


consideração o atraso do mês anterior. Calcula-se
O custo geral da produção deve ser con-
em seguida o tempo disponível da máquina. Os
trolado a fim de que se tornem efetivas as previsões
dias de trabalho programados para agôsto,
orçamentárias da companhia. Êsse contrôle,
exclusive sábados, domingos e feriados, são 21;
geralmente, se faz por meio de orçamentos. O
tempo-padrão é empregado para se determinar para setembro 20. Suponhamos que, no regime de
quantos cruzeiros poderão ser dispendidos pelos um turno, a fábrica trabalhe 9 horas e 1/4 por dia,
vários departamentos produtivos em mão-de-obra ou 9,25 por dia. Como temos 3 máquinas no setor,
direta num período fixo, digamos, um mês. Feito o segue-se que há 3 X 9,25, isto é, 27,75 horas por
orçamento da mão-de-obra direta, calcula-se o custo dia. As horas diárias, 27,75, multiplicadas pelo
total de tôdas as despesas administrativas ou outras número de dias do mês produzem o total de
e estabelecem-se também os orçamentos para todos máquina-horas do mês, isto é:
os departamentos não produtivos da companhia.
21 X 27,75 = 583 horas para o mês de
Êsses orçamentos, ou verbas, são controlados
agosto e
cuidadosamente para que as verbas não sejam
excedidas. 20 X 27,75 = 555 horas para o mês
de setembro.
3. Planejamento de produção
Acontece, porém, que durante um dia de
O fluxo do produto através das linhas de
trabalho a máquina está sujeita a paradas
produção deve ser controlado para que os programas
obrigatórias, quer para fins de manutenção, quer
sejam cumpridos nas datas préviamente
para atrasos na entrega do material, quer ainda por
estabelecidas. Os tempos-padrões das operações
outros motivos fora do contrôle do operário.
fornecem ao Contrôle da Produção os meios para se
Suponhamos que tenhamos feito um levantamento,
calcular o tempo requerido para a fabricação do
e que os dados tivêssem indicado que essas
produto, bem como a coordenação da mão-de-obra,
paradas totalizem 25% do tempo disponível das
do material e do equipamento.
máquinas. Isto significa que as máquinas só
4. Previsão de mão-de-obra operam produtivamente 75% do tempo disponível.
É necessário ajustar, então, o tempo total da
De tempos em tempos faz-se necessária uma máquina a êsse índice de utilização.
comparação de mão-de-obra disponível em relação a
requisitos futuros. Tal previsão se faz, de modo Agôsto: 583 horas X 75% = 437 h.
especial, sempre que se projeta um aumento ou um Setembro: 555 horas X 75% = 416 h.
decréscimo de produção. Os tempos-padrões são
empregados para se determinar o tempo total de Suponhamos agora que o mesmo levan-
produção de um programa, e a partir do tempo total, tamento já mencionado tivesse revelado que a
calcula-se com facilidade o número de homens eficiência do operário fôsse de 100%, isto é, que êle
requeridos para cumprir o programa. produz eficientemente durante todo o tempo em que
Reproduzimos em anexo, um formulário trabalha, a saber 75% do tempo disponível. Um
comumente usado para essa finalidade. Êsse homem trabalhando 9,25 horas por dia produz, a
formulário contém uma lista de várias peças 75% de utilização e 100% de eficiência:
programadas para uma operação, no caso, a
operação da Serra Mecânica. Cada sector de 9,25 X 75% X 100% = 6,94 horas por dia
trabalho de cada departamento produtivo é tratado ou
da mesma maneira. Conhecidas as quantidades
programadas, isto é, 500 peças de cada tipo, 21 X 6,94 == 146 horas em agosto e
atrasadas de julho, 2.000 peças para agôsto e 1.500 20 X 6,94 = 139 horas em setembro.
peças para setembro, multiplicam-se essas
quantidades pela hora-padrão de cada peça, sendo o Fácil se torna agora determinar o número
resultado o total de horas requeridas da máquina de horas requeridos para as cargas de agôsto e
para completar as peças. Ao final, somam-se as ho- setembro. A carga de agô]sto é representada pelas
ras de preparação, representando o total a horas do programa mais as ho-
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM USOS E APLICAÇÕES DO TEMPO-PADRÃO
INFORMAÇÃO
5/4

ras do atraso, isto é, 488,3 + 121,8 = 610 horas; a 6. Contrôle de custo


carga de setembro é de 367 horas. Dividindo a
carga de cada mês pelo total de ho-mens-horas Embora os supervisores de produção sejam,
obtemos o número de homens requeridos: de certo modo, responsáveis pelos três maiores
fatôres do custo da produção (mão-de-obra, material
Agôsto: 610 : 146 = 4 homens. e despesas), a sua maior responsabilidade é
controlar os cruzeiros gastos em mão-de-obra
Setembro: 367 : 139 = 3 homens.
direta. Isto êles fazem procurando a melhor
Como só dispomos de 3 máquinas, é utilização de homens e equipamentos, reduzindo ao
evidente que em agôsto devemos ter 3 homens mínimo os tempos inativos, ou de paradas, e
trabalhando no 1.° turno e 1 homem no 2.°. O exigindo de cada operário que cumpra
mesmo problema não se repetirá em setembro integralmente, dentro das possibilidades, o seu dia
quando um turno apenas será suficiente para de trabalho. Dêsse modo, evitarão gastar mais
cumprir o programa. cruzeiros do que os que foram previstos por meio
Êstes cálculos fôram feitos para o mês dos tempos-padrões aplicados na elaboração dos
corrente e para o mês previsto. Conhecidas as orçamentos. Os tempos-padrões fornecem também
quantidades a produzir, os cálculos podem estender-
aos supervisores os meios de aferir o trabalho que
se por vários meses e até por períodos anuais, se
estão obtendo de seus homens.
necessário.

5. Custo-padrão 7. Melhoramentos das operações

O custo-padrão é o custo normal desejado São de Harloiw H. Curtice as seguintes


de uma operação, processo ou produto e é palavras: "A mente inquisidora nunca se satisfaz
constituído dos gastos de obra, material e despesas com as coisas como elas são. Ela sempre pesquisa
calculados por estimativas, por registros históricos por melhores meios de tornar as coisas melhores.
ou por tempos-padrões. Normalmente, usam-se os Ela crê que tôda e qualquer coisa pode ser
tempos-padrões para se calcular o custo-padrão. Os aperfeiçoada". Tal é a atitude de um analista de
custos reais da operação, processo ou produto são tempos e métodos. Êle sempre está buscando os
calculados depois de completada a produção. Então,
melhores métodos de fazer as coisas de um modo
os custos reais são comparados com o custo-padrão
mais perfeito e menos caro, e muitas vêzes,
para verificar a margem dos lucros, ou das perdas,
se fôr o caso. Com base nessas comparações, a comparados os custos de materiais, ferramentas e
diretoria pode tomar decisões importantes com equipamentos de dois métodos diferentes, tem que
respeito às atividades futuras da fábrica. recorrer aos tempos-padrões de cada método indi-
vidual para chegar a uma decisão final.
INSTRUMENTOS E OBJETOS USADOS NA FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM
CRONOMETRAGEM INFORMAÇÃO 6/1

Afirmamos em um capítulo anterior que um O tacômetro pode ser dos mais simples,
Departamento de Estudo de Tempos e Movimentos muito embora os haja complexos, para medir
não estaria talvez ao alcance de uma fábrica de revoluções por minuto e velocidades periféricas,
pequeno porte. Não quisemos dizer com isso que com extensões e adaptadores para todos os tipos e
fôsse a tal ponto dispendioso em si mesmo que não tamanhos de centros. O uso do tacômetro é muito
pudesse ser criado ou mantido por uma indústria pe-
recomendável porque nem sempre as velocidades
quena. É que um programa de estudo de tempos e
constantes nas tabelas das máquinas conferem com
movimentos envolve modificações, alterações e
melhoramentos cujo custo inicial poderia ser as que as máquinas estão realmente trabalhando. No
proibitivo para a fábrica pequena. caso de se exigir precisão, o que é muito freqüente,
O departamento em si pouco exige para tais tabelas não podem ser usadas nem mesmo
funcionar eficientemente: mesas, cadeiras, arquivos, quando a máquina é nova, em virtude de uma série
talvez uma máquina de escrever, alguns formulários de condições locais que podem ocasionar variações
especiais e as facilidades ou comodidades comuns a de velocidades.
qualquer escritório de fábrica. O sucesso das De todos os instrumentos, o cronômetro é
técnicas é mais dependente da qualidade dos sem dúvida alguma o mais importante. Existe
analistas que as aplicam do que do equipamento de atualmente grande variedade de tipos, desde os mais
que se utilizam. Entretanto, os poucos instrumentos simples aos mais complexos, que marcam o tempo
e objetos requeridos para uma cronometragem decorrido em centésimos ou milésimos de minuto,
devem ser usados com perícia se desejarem re- em segundos, em quintos e/ou décimos de segundo,
sultados satisfatórios. em centésimos de hora e até mesmo em centésimo
Tais objetos e instrumentos são: milésimo de hora (0,00001 hora). Alguns são
1. Lápis. usados para a leitura contínua de tempo, outros são
dotados de dois ponteiros de modo a fazer retornar
2. Régua de cálculo.
a zero um dos ponteiros enquanto o outro continua
3. Prancheta. registrando o tempo total decorrido.
4. Tacômetro. Apresentamos em anexo um modêlo de
5. Cronômetro. cronômetro centesimal. O ponteiro maior dá uma
volta completa em um minuto e a leitura é feita em
6. Formulários. minutos decimais. A leitura mínima é de um
Quanto ao lápis e à régua de cálculo nada há centésimo de minuto. Totaliza até 30 minutos.
Funciona, para voltar a funcionar do ponto em que
a dizer, exceto que o lápis deve ser de dureza tal
parou pelo simples deslizar da trava A para cima ou
que evite manchas e borrões no manuseio dos para baixo. Pressão na haste B fazem os ponteiros
formulários. Um lápis para desenho, "H", ou mesmo voltarem a zero.
"F", é recomendado. A régua de cálculo facilita os Tanto o cronômetro como o tacômetro
cálculos e diminui a possibilidade de êrros. Além requerem cuidados especiais comuns a qualquer
disso, não é tão onerosa quanto uma máquina de instrumento de precisão. Convém que sejam
calcular, ainda que manual e das mais simples. periódicamente conferidos, a fim de se evitar erros
A prancheta é relativamente fácil de fazer. nas tomadas de tempos.
Um pedaço de madeira compensada, leve, ou uma Os formulários abaixo relacionados são os
chapa de alumínio, com um prendedor de papéis e mais comumente usados:
um porta-cronômetro é quanto basta. Há no 1. Requisição de Cronometragem.
mercado, contudo, pranchetas bem elaboradas, de
2. fôlha de Cronometragem.
contornos anatômicos, de ebonite, adaptáveis à mão
esquerda ou à direita. Em anexo, apresentamos um 3. fôlha ou Ficha de Emissão da Hora-Pa-drão.
modêlo simples, que pode ser fácilmente con-
feccionado de "duraplac" ou de alumínio. 4 . fôlha de Método 5. Outros
Cronômetro Decimal com dois ponteiros

Cronômetro Decimal Simples


fôra de escala

PRANCHETA 1
ESCALA 1:1

PRANCHETA 2
FÔLHA DE
CRONOMETRÁGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRÁGEM
INFORMAÇÃO 7/1

A - REQUISIÇÃO
A requisição de cronometragem é iniciada que estão sendo usados. Seria perda de tempo e de
pelos departamentos produtivos interessados e deve dinheiro requisitar a cronometragem de uma peça
ser preenchida em duas vias no mínimo, que são que está sendo feita numa máquina que não esteja
enviadas as Departamento de Estudo de Tempos e em condições, que esteja exigin do reparos
Movimentos. Ela deve conter as informações mecânicos, ou que não permita os avanços e as
básicas que permitam rápida identificação do rotações adequadas para a peça.
departamento requi-sitante, da peça e da operação a
ser estudada, bem como da máquina em que a c) Material
operação é feita.
O material em uso na peça deve estar de
Supõe-se que o supervisor já esteja su-
acôrdo com as especificações do desenho da peça.
ficientemente familiarizado com as técnicas e os
Muitas vêzes, por necessidade de produção, usam-
procedimentos da Análise e Simplificação do
se outros materiais que não o especificado.
Trabalho. Dêsse modo, antes de requisitar o estudo
Naturalmente, o supervisor recebeu instruções para
de uma operação, êle deve certificar-se de que uma
proceder dêsse modo, mas a cronometragem não
série de pontos básicos já tenham sido conferidos, e
pode ser feita em tais circunstâncias, e, se o fôr será
de que estejam em ordem.
válida apenas para o lote em questão.
É fácil compreender a influência do material
a) Número de operários
no tempo de usinagem ou de fabricação. Tomemos,
A operação pode estar sendo feita por mais por exemplo, a normalização em forno fechado de
de um operário, ou, então, é de natureza tal que um forjado feito de aço SAE 8620. O tempo total da
exija um grupo de operários trabalhando em equipe. operação, grosso modo, é calculado da seguinte ma-
Numa bancada de re-barbação, por exemplo, vários neira:
operários podem estar fazendo uma mesma
1. Carga do forno ................................ 30 min.
operação. O supervisor deve selecionar os melhores
operários e avisá-los de que a operação vai ser estu- 2. Elevação da temperatura a 900° 60 min.
dada com o propósito de melhorar o método, 3. Tempo dos forjados dentro do
estabelecer o tempo-padrão para aquêle método, forno à temperatura de 900° . . 120 min.
tempo que irá ser usado mais tarde na preparação e 4. Descarga do forno ......................... 30 min.
contrôle do custo da peça. Total........................................... 240 min.
Certas máquinas exigem um grupo de
operários. Isto é muito comum numa forjaria ou O tempo de resfriamento ao ar não é
numa estamparia, onde os operários trabalham em considerado, porque não requer participação do
equipe. Numa forjaria, por exemplo, um homem forno ou do operário.
cuida do forno de aquecimento, outro opera a Se o mesmo forjado, por uma razão ou por
prensa ou o martelo de forjar. Um terceiro homem outra, fôsse feito com aço SAE 8640, bem diferente
fica encarregado da limpeza das matrizes com bico seria o tempo total da operação de normalizar para
de ar e de aplicação de óleo, etc, muitas vêzes se obter a mesma qualidade:
necessária durante a operação de forjar, enquanto 1. Carga do forno ................................ 30 min.
um quarto homem tem a tarefa de aparar e
2. Elevação da temperatura a 900° 60 min.
puncionar os forjados numa prensa especial.
Geralmente, o líder do grupo é o operador da prensa 3. Tempo dos forjados dentro do
de forjar. Todos êsses pontos devem ficar
forno à temperatura de 900° . . 120 min.
esclarecidos antes de se requisitar a cronometragem.
4. Descarga do forno ......................... 30 min.
b) Máquina 5. Resfriamento ao ar livre
A máquina deve estar trabalhando em 6. Carga do forno ................................ 30 min.
condições normais. A preparação deve ter 7. Elevação à temperatura de 700° 45 min.
sído feita racionalmente ou tão racionalmente 8. Tempo dos forjados dentro do
quanto possivel.O supervisor deve ter veri-
forno à temperatura de 700° . . 120 min.
ficado os avanços e as revoluções por minuto
9. Descarga do forno........................... 30 min.
10. Resfriamento ao ar livre
Total .......................................... 465 min.
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM INFORMAÇÃO 7/2

REQUISIÇÃO PARA ESTUDO DE TEMPO

Para: Departamento de Estudo de tempo


Departamento ................................................

................................................................................................................................... foi preparada no meu departamento

Os seguintes pontos já foram verificados:


Número de operadores envolvidos . . . . . . . . . . . . ( )
A máquina está trabalhando devidamente . . . . . . . . . . . ( )
Os materiais estão de acôrdo com as especificações . . . . . . . . . ( )
O operador é experiente e qualificado para êste serviço . . . . . . . . ( )
O operador foi avisado de que a operação vai ser estudada . . . . . . . . ( )
As ferramentas e o equipamento necessário estão prontos . . . . . . . . ( )
6

Creio que esta operação está pronta para estudo de tempo

Data ............................................................. Assinatura .......................................................................................................


Chefe

NOTA: O espaço abaixo é reservado para o Dept. de Estudo de Tempo

Data de recebimento ................................................................. Data de verificação.................................................................

Data da tomada de estudos.................................................................... Observador .............................................................

Data do estabelecimento da média ................................................ ,.............................................................................................

Outras disposições.......................................................................................................................................................................

Assinado por .......................................................................................................


Engenharia industrial

(modêlo)

Suponhamos que a carga do forno, em a operação seja um operário aproximado do normal.


ambos os casos, fôsse de 100 peças. O tempo Queremos dizer com isto que o operário deve estar
por peça, no primeiro caso, seria de ........................ bem familiarizado com a operação, que seja
240: 100 = 2,40 minutos, e no segundo, de 465:100 experiente e trabalhe num ritmo normal, que possa
= 4,65 minutos — uma diferença considerável. ser mantido por qualquer outro operário em
Por essa razão, uma cronometragem para condições normais. Não é recomendável tomar os
determinação do tempo-padrão da operação só é tempos de uma operação quando o operário esteja
feita quando o material está de acôrdo com as trabalhando num ritmo muito superior ou muito
especificações. inferior ao normal. No primeiro caso, entre
operários poderiam alegar não serem capazes de
d) O operário manter o mesmo ritmo, embora o procedimento de
Se o objetivo da cronometragem é o avaliação do ritmo reduza o tempo à normalidade, e
estabelecimento do tempo-padrão, é indispensável no segundo caso, o analista provávelmente tenderia
que o operário que esteja executando a subestimar
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM INFORMAÇÃO 7/3

o ritmo. Conforme ficou expresso anteriormente, o permitir ao supervisor verificar não só os itens
supervisor indica ao analista os operários que êle mencionados, mas também outros julgados de
julga estarem trabalhando dentro das condições importância préviamente à chamada do analista
normais. para a operação.
O operário normal é aquêle que atingiu um Além do supervisor de produção, há outras
estado de treinamento ou de habilidade que lhe pessoas da organização que podem, e algumas
permite realizar uma operação sob condições vêzes devem requisitar uma cronometragem,
adequadas de iluminação, calor, arejamento, etc, embora nesses casos o estudo não seja usado para o
com dispêndio normal de energia. Poderíamos dizer estabelecimento da hora-padrão da operação.
que o operário normal, cumprindo seus deveres num Dos vários departamentos que podem
ritmo normal e com dispêndio normal de energia, requisitar uma cronometragem, destacam-se a
será capaz de manter êsse ritmo o dia todo sem Secção de Vendas, a Chefia de Produção, a Ad-
sofrer grau notável de cansaço. É um trabalhador ministração Geral, o Departamento de Processos e
firme, não introduz elementos desnecessários à Ferramentas, etc. Em tais casos deseja-se alguma
operação e parece estar sempre interessado na informação específica, para um fim específico,
execução do seu serviço. nunca o estabelecimento de um tempo-padrão para
uma operação. Êste é um privilégio e uma
e) Equipamento e ferramentas responsabilidade do supervisor de produção.
Assinada a requisição em duas vias no mínimo, ela
Além da máquina, do material e do operário,
é encaminhada ao Supervisor do Departamento de
três elementos importantes a serem considerados na
Estudo de Tempos e Movimentos, que a examina,
requisição de uma cronome-tragem, é preciso que as
entrega-a em seguida ao analista competente para o
ferramentas e os dispositivos em uso sejam
estudo da operação.
adequados, ou pelo menos, que sejam os
recomendados ou indicados para a operação. O objetivo do analista, que é o tempo-
Êsses itens, devidamente conferidos pelo padrão da operação, será alcançado através das
supervisor, representam uma análise prévia da seguintes etapas sucessivas:
operação, durante a qual êle pode perceber falhas ou — Obter informações a respeito da operação e do
ineficiências maiores e corrigi-las antes de operário.
requisitar a cronometragem. Naturalmente, isto — Analisar e simplificar a operação, se possível, e
facilita a tarefa do analista, cujo tempo pode ser dividi-la em elementos.
dedicado a outros serviços não menos importantes. — Cronometrar a operação.
O modêlo de requisição de cronometragem — Avaliar ou julgar o ritmo do operário.
que anexamos, foi projetado de modo a — Determinar as tolerâncias.
— Calcular o tempo-padrão.

B - OBTER INFORMAÇÕES A RESPEITO DA OPERAÇÃO E DO OPERÁRIO

O analista recebe a requisição e procura no munica-lhe que foi designado para estudar a
arquivo o desenho e o processo de fabricação para a operação, objeto da requisição. Geralmente o
peça ou a operação e estuda rápidamente o desenho, supervisor já está à espera do analista, para
para colhêr informações como: tipo de acompanhá-lo à área ou à máquina onde a operação
equipamento, ferramentas e materiais usados. está sendo feita. Caso haja mais um operário na
Prepara em seguida os objetos e os instrumentos
mesma operação, é dever do supervisor indicar ao
necessários (formulários, prancheta, cronômetro,
tacôme-tro, lápis) e dirige-se para o setor da fabrica- analista qual dêles se acha em melhores condições
ção que deu origem à requisição. de treinamento. Se o desejar, o supervisor poderá
O primeiro dever do analista, ao chegar ao acompanhar o analista na análise da operação e na
departamento em que está sendo feita a operação, é tomada de tempos; deve entretanto cooperar com o
entrar em contacto com o supervisor ou com quem analista no sentido de prestar-lhe tôdas as in-
lhe faça as vêzes. Co- formações necessárias.
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO
7/4

C - ANALISAR E SIMPLIFICAR A OPERAÇÃO, SE POSSÍVEL, E


DECOMPÔ-LA EM ELEMENTOS

Esta é uma das fases mais importantes de auxílio do supervisor, treina o operador no nôvo
todo o trabalho. É neste ponto que o analista tem método assim estabelecido.
que se deter e revisar completamente a operação, O treinamento deve ser feito calmamente,
submetendo cada uma de suas fases ao orientando-se o operário nos mínimos detalhes,
procedimento estabelecido na Análise e dando-se-lhe pouco a pouco tôdas as explicações
Simplificação do Trabalho (2), fazendo à operação necessárias para que êle compreenda as razões dos
as perguntas fundamentais do tipo: movimentos propostos. O analista acompanha o
operário no nôvo método, e quando julgar que êle já
— Que se faz nesta operação?
tenha alcançado o desembaraço e a proficiência
— Por que se faz esta operação? necessárias, revisa rápidamente a análise feita,
— Como se faz esta operação? perguntan-do-se se a operação está realmente pronta
— Quando se faz esta operação? para a cronometragem.
— Onde se faz esta operação? Passa em seguida a decompor a operação
nos seus elementos, tendo em mente os pontos
A fim de evitar que uma fase deixe de ser práticos estabelecidos no Capítulo III. Escolhe as
analisada, o analista recorre a questionários do tipo seqüências de movimentos compatíveis com a
dos apresentados na Análise e Simplificação do leitura do cronômetro, definindo com precisão os
Trabalho. Partindo dos pontos mais grosseiros, tais topes (ou pontos finais) de cada seqüência em
como o manuseio das peças e o arranjo do pôsto de particular. São bons exemplos de tope:
trabalho, o analista vai interrogando a operação em
todos os seus aspectos, tais como: — Sinais luminosos indicativos do ciclo da
máquina.
— Dispositivos e ferramental em uso. — Clarões de solda.
— Preparação da máquina. — Batida de uma prensa de forjar ou estampar.
— Condições do material. — Estalo de uma alavanca automática.
— Estado, condições e adequabilidade do — Ruído de uma ferramenta que toca a peça no
equipamento. início de um corte.
— Condições de segurança, etc, buscando a
— A mão do operário quando toca um ponto
normalização de avanços, rotações, ferramentas,
determinado, etc
dispositivos, equipamentos, materiais, etc, que
lhe permitirão chegar ao melhor método. A título de exemplo de uma decomposição,
Muitas vêzes esta análise revela que a consideremos a seguinte operação feita numa
fresadora horizontal comum:
operação é desnecessária, que vinha sendo feita por
"Fresar um rasgo com 3/16" de raio com
tradição apenas. Outras, podem-se introduzir
inclinação de 40° em relação ao furo de trava num
melhorias consideráveis, através de um método
eixo ou varão de engate, carregando duas peças de
mais simplificado. Há casos em que as alterações
cada vez no dispositivo."
propostas não podem ser feitas imediatamente.
Recomenda-se então a cro-nometragem da operação Os elementos dessa operação, a serem
conforme está para o estabelecimento de um padrão anotados nas colunas oblíquas numeradas de 1 a 12
temporário enquanto se aguardam as melhorias. no anverso da fôlha de Cronometragem anexa,
seriam os seguintes:
Terminada a análise da operação quanto aos
pontos mencionados, o analista observa agora a 1. Com a mão direita, pegar duas peças à direita da
seqüência dos movimentos realizados pelo mesa da máquina, transportá-las ao dispositivo;
operador. Recorrendo às Leis de Economia de com ambas as mãos, posicionar as peças no
Movimentos, êle planeja os melhores movimentos e dispositivo e levar as travas à posição de
distâncias possíveis e, com o prender.

(2) — Ver Análise e Simplificação do Trabalho, desta mesma série e


autor.
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO 7/5

COMENTÁRIOS: 7. Soltar duas travas, retirar peças e descarre


gar sôbre a mesa da máquina, à esquerda.
Esta seqüência inicia no momento era que a
mão do operário descarrega o bico de ar no
COMENTÁRIOS:
gancho e se dirige para a direita da mesa da
máquina. O tope (ou ponto final da seqüência) se Êste elemento, cujo início se dá no tope anterior,
verifica quando as mãos, tendo posicionado as termina quando a mão esquerda do operário
traves alcançam as porcas de alça do dispositivo. deposita as duas peças sôbre a mesa da máquina.

2. Com ambas as mãos, apertar duas porcas 8. Limpar cavacos ou aparas do dispositivo
de alça do dispositivo. com bico de ar.

COMENTÁRIOS: COMENTÁRIOS:

Êste elemento tem início no tope do anterior Inicia quando a mão direita do operário retira o bico
e termina quando a mão direita deixa a porca de de ar do gancho à frente da máquina e termina
alça, dirigindo-se para a direita e abaixo da mesa da quando o repõe no gancho, iniciando a mão direita,
máquina para alcançar a alavanca. a seguir, o movimento em direção às peças sôbre a
mesa da máquina, à direita.

3. Fazer avançar a mesa, avanço rápido ma Terminada a decomposição da operação em


nual. elementos, o analista preenche a Fôlha de
Cronometragem com os dados referentes ao
COMENTÁRIOS: operário e à operação.
Inicia no tope do elemento anterior e termina Eis como se preencheriam os claros re-
quando a mão direita, tendo feito avançar a mesa da ferentemente à identificação da peça e da operação.
máquina, solta a alavanca.
1-) Estudo número: —..........................
4. Máquina: Fresar rasgo de 3/16" de raio 2-) Data: — 21 de agôsto de 1964.
em duas peças de cada vez. 3-) Departamento ou Locação: — 834 — Fre-
sas.
COMENTÁRIOS: 4-) Peça Número: - 225306.
Inicia no tope do elemento anterior e termina 5-) Operação n°: — 60.
quando a mão direita do operário toca a alavanca à 6-) Operação: — Fresar um rasgo com 3/16" de
direita e abaixo da mesa para acionar o retôrno da raio com inclinação de 40° em relação ao furo
mesa. de trava, duas peças por vez.
7-) Nome da Peça: — Eixo de engate.
5. Retornar a mesa, avanço rápido manual. 8-) Materiais usados: — Aço SAE 8620, .635".
9-) Nome da ferramenta:
COMENTÁRIOS:
Fresa de forma n.° Mat.
Iniciado no tope do elemento anterior, o tope dêste 225306-17 - Aço Rápido
elemento se verifica quando a mão direita do Disp. Fixação 225306-16 -
operário solta a alavanca para se dirigir à porca de 10-) Nome da Máquina: — Fresadora Horiz.
alça do dispositivo. Cincinnati.
ll-) Tamanho: - 2".
6. Soltar duas porcas de alça do dispositivo. 12-) Número: - F - 3181.
13-) Velocidades: — 78 r.p.m.
COMENTÁRIOS:
14-) Alimentação: — 4 3/4"/Min.
Iniciado no tope anterior, termina no momento em
15-) Corte: — Vide esbôço.
que as mãos do operário deixam as porcas de alça
para alcançar as travas.
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM INFORMAÇÃO 7/6

No verso da fôlha, anotar-se-iam ain- 9-) N.° do operário: - 6950.


da: - 10-) Observador: - J.F.P.
1-) Estudo n.°: — ......................... ll-) Aprovado: A.Z.R. (Supervisor de Produção).
2-) Data: — 21 de agôsto de 1964. Não haveria talvez necessidade de men-
3-) Fôlha n.° 1 de 1 fôlha. cionar que nem sempre é possível anotar todos os
itens citados antes de se terminar a observação.
4-) Início: - 13:10 h.
Contudo, convém sempre fazer um esfôrço para
5-) Término: - 14:00 h. anotar tantos quantos possíveis, completando-se o
6-) Número da operação: — 60. que faltar em outro momento oportuno, no decorrer
da finalização da cro-nometragem.
7-) N° da peça: - 225306.
8) Nome do operário: — José Silva.

D - CRONOMETRAR A OPERAÇÃO

Ler com precisão as marcações sucessivas que significa dividir a atenção entre várias coisas e
dos ponteiros de um cronômetro em movimento é concentrá-la em tôdas ao mesmo tempo. De fato,
uma habilidade. E é uma habilidade tanto maior se ura músico, por exemplo, deve ver a um só tempo:
considerarmos que o observador tem necessidade de
a) As notas musicais.
dividir sua atenção entre várias coisas ao mesmo
tempo; mais ainda, não só dividir a atenção entre b) A batuta do maestro.
várias coisas ao mesmo tempo, mas também, con- Além disso, êle está consciente dos colegas
centrar-se em tôdas elas. À primeira vista, esta que o rodeiam, do público que está à sua frente,
assertiva é paradoxal, mas é exatamente nisto que percebe muito do que se passa no ambiente, embora
consiste a habilidade a que nos referimos e que esteja concentrado naqueles dois pontos principais.
pode ser desenvolvida, ou adquirida, com um pouco Por essa razão, numa orquestra sinfônica, todos os
de prática. violinistas executam um movimento uniforme de
Ao fazer uma tomada de tempos, o ob- levantar ou abaixar os arcos. É que todos êles, além
servador deve focalizar a sua atenção nos seguintes da atenção dirigida às notas impressas e à batuta,
pontos simultâneamente: acompanham com o "rabo dos olhos" os
1. Topes dos elementos; movimentos do primeiro violinista, que lhes serve
de guia.
2. Ponteiro do cronômetro (atenção princi-pal); O desenvolvimento dessa habilidade requer
3. Lugar onde vai registrar a leitura. um pouco de prática e paciência, mas qualquer
pessoa pode adquiri-la. De qualquer modo, a leitura
Isto requer prática, porém, não é nada mais de um cronômetro requer máxima consideração à
do que usar as faculdades com que a natureza nos precisão. Qualquer êrro de leitura, insignificante
dotou. A expressão "ver alguma coisa com o rabo que seja, pode ocasionar tôda a diferença que
dos olhos" é muito comum. Quer dizer que medeia entre um padrão correto e justo e um padrão
enquanto nossa atenção principal está dirigida a um medíocre. É preciso um bom treinamento para
ponto fixo, digamos à linha do papel em que podermos ler com precisão os centésimos de
estamos escrevendo, mesmo sem levantar os olhos minuto. No cronômetro da maioria dos
dêsse ponto conseguimos ver o que se passa em departamentos de Estudo de Tempos e Movimentos,
volta de nós: uma pessoa que passa, uma porta que o mos-trador está dividido em cem partes iguais,
se abre, etc, mesmo que não consigamos distinguir correspondendo cada uma a um centésimo de
com precisão qual é a pessoa ou quanto da porta foi minuto. De dez em dez divisões há um número
aberto. indicativo das divisões: 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70,
Quem quer que tenha cantado num côro, 80, 90 e 100. Porém, entre 10 e 20, 20 e 30, etc. não
tocado numa orquestra ou num conjunto musical, há números. Há apenas divisões iguais, sendo a do
compreende perfeitamente o meio assinalada com um
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO 7/7

traço mais grosso, e, em alguns casos, mais longo. de subtração torna-se realmente fastidioso. Os
Com um pouco de treinamento, é relativamente resultados finais, porém, justificam e compensam o
fácil fazer a leitura de qualquer centésimo, usando- trabalho.
se êsses pontos como referência. O método de "volta a zero" consiste em
Entre os analistas de estudo de tempos e fazer a leitura do tempo e pressionar a haste,
movimentos, há duas expressões que são co- fazendo os ponteiros retornar a zero, muito
mumente ouvidas: — "leitura contínua" e "volta a rápidamente, iniciando-se assim a marcação do
zero". Referem-se elas aos dois métodos básicos de tempo do elemento seguinte. Êsse método diminui a
se fazer a leitura dos tempos dos elementos de uma possibilidade de erros na leitura, uma vez que os
operação. Existe mesmo certa rivalidade entre os ponteiros estão trabalhando enquanto o tempo é
defensores dos dois métodos. A verdade porém é registrado na fôlha de observação. O observador
que ambos os métodos têm vantagens e tem uma pequena parcela de preocupação a menos.
desvantagens. Além disso, não haverá posteriormente necessidade
O método de "leitura contínua", consiste em de efetuar as subtrações para se calcularem os
disparar o cronômetro no início do primeiro valôres de tempos elementares: o que foi registrado
elemento do primeiro ciclo a cronometrar, e só fazê- na fôlha de observação já é o tempo individual de
lo parar no fim do último elemento do último ciclo cada elemento. Isto representa considerável
cronometrado. Isto quer dizer que a leitura se faz economia de tempo e de trabalho cansativo.
com os ponteiros em movimento, o que exige um Entretanto, êste método tem as seguintes
pouco mais de habilidade do observador e o que desvantagens:
pode constituir, às vêzes, em fonte de erros de 1. Sempre se perde algum tempo do
leitura. Entretanto, êste método permite obter-se o elemento no ato de fazer os ponteiros voltar a zero.
tempo total de todos os ciclos cronometrados. A 2. O observador poderia deixar fôra do
prática tem-nos ensinado que êste é um fator muito
estudo alguns elementos estranhos à operação,
convincente. Muitas vêzes o operário não está
poderia mesmo deixar de tomar os tempos de
interessado em saber quantas peças por hora o
estudo indica, mas sim quantos minutos êle gastou alguns dos elementos, se o desejasse. Desde que
para fazer tantas ou quantas peças. A partir daí êle muitas vêzes não é tarefa nada fácil "vender um
usa a sua própria aritmética e consegue compreen- estudo de tempo" ao supervisor ou ao operário, tal
der, facilmente, a seu modo aquilo que lhe método deixa de ser tão recomendável quanto o
desejáramos explicar por caminhos diferentes. outro.
O que é mais importante, contudo, é que Para sanar a deficiência apontada em 1.
êste método de leitura obriga o analista a anotar inventou-se um dispositivo, fixo à prancheta, que
tôdas as ocorrências durante o estudo, quer façam permite a leitura dos tempos por meio de dois
parte da operação ou não, para justificar o tempo cronômetros. Dessa maneira, ao iniciar a tomada de
total decorrido. Graças a isto, registra-se a presença tempo, o observador faz funcionar um dos
de muitos fatôres importantes que poderiam passar cronômetros. Ao terminar o elemento, êle empurra
desapercebidos se outro método fôsse usado. uma alavanca que faz parar o primeiro cronômetro e
Não obstante as vantagens enumeradas, há funcionar o segundo. Assim, enquanto o segundo
que admitir que êste método apresenta certas cronômetro vai marcando o tempo do elemento se-
desvantagens, mínimas contudo, se tivermos em guinte, o observador lê e registra o tempo do
mente os resultados obtidos. Uma das desvantagens primeiro elemento e faz os ponteiros voltar a zero.
é a perda de tempo no cálculo dos valôres de tempos Terminado o segundo, a alavanca funciona em
elementares. Sendo a leitura contínua, torna-se sentido contrário, travando o segundo cronômetro e
necessário subtrair uma leitura de outra a fim de se disparando o primeiro, que passa a marcar o tempo
obter o tempo de cada elemento cronometrado. A do terceiro elemento, e assim sucessivamente.
tarefa não é muito grande quando se trata de poucos Embora fique eliminada a possibilidade de êrro na
elementos numa operação, e quando alguns ciclos leitura ou a perda de tempo no início do elemento,
apenas foram cronometrados. Há, porém, estudos permanece o fato de que certos tempos podem
que contêm centenas de elementos e dezenas de deixar de ser registrados, se assim o desejar o
ciclos, estudos levados a efeito durante semanas, às observador.
vêzes. Então, o processo James Parton, já citado anteriormente,
comparando os 2 métodos, resume assim as
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO r/8

vantagens decorrentes do método contínuo sôbre o Pronto para iniciar a tomada dos tempos, o
de volta a zero: analista avisa o operário e coloca-se numa posição
tal de modo a manter o cronômetro em linha reta
com o centro das atividades a cronometrar, isto é,
1. Não há êrro originado pela volta dos ponteiros a
os topes dos elementos que o operário está
zero no término de cada elemento.
realizando. É muito importante que o analista se
2. Os elementos estranhos são SEMPRE re- mantenha sempre de pé e de preferência ao lado ou
gistrados na fôlha de observação no decorrer da em frente do operário, nunca por trás dêle.
operação e da observação. Segurando a prancheta com o braço e o antebraço,
3. Permite localizar êrro de leitura com maior mantém os dedos polegar e indicador livres para o
facilidade. manejo do cronômetro.
4. Todo e qualquer tempo elementar ou cíclico tem No momento em que a mão direita do
de ser registrado e explicado. operário deixa o bico de ar e pára para pegar as
5. É muito mais fácil "vender o estudo" ao duas peças da mesa da máquina, êle faz o
supervisor ou à administração, porque todos os cronômetro funcionar, deslizando a trava dos
tempos decorridos estarão integralmente ponteiros e faz a leitura no exato momento em que
registrados. as mãos do operário tocam as duas porcas que
prendem a peça no dispositivo. Essa leitura, 08, é
A fôlha de observação apresentada an- anotada sob a letra R, coluna 1, na primeira coluna
teriormente oferece agora 12 colunas verticais que horizontal, enquanto o operário dá apêrto às duas
partem das colunas oblíquas em que se registraram porcas. Quando o operário retira as mãos das
os elementos, e essas colunas verticais são cortadas porcas, novamente o analista faz a leitura, 30, e
por 16 colunas horizontais, o que permite tomar os anota-a sob a letra R, coluna 2, na primeira coluna
tempos de 16 ciclos da operação. No alto de cada horizontal, e assim sucessivamente, elemento após
coluna há uma subdivisão caracterizada pelas letras elemento, ciclo após ciclo.
T e R, e a linha da subdivisão divide cada coluna O resultado final da tomada de tempos
em duas, uma para a letra T e outra para a letra R. apareceria na fôlha de observação da seguinte
As leituras do cronômetro, neste estágio, serão forma:
anotadas na sub-coluna da letra R para cada
elemento da operação.

08 30 39 85 91 108 14 37
43 64 72 218 27 41 51 69
76 97 306 52 58 72 78 95
402 19 27 73 78 93 97 514
24 41 49 95 99 615 19 37
45 64 72 717 23 41 46 65
74 99 808 54 60 77 81 99
907 24 32 78 82 99 1004 31
44 61 70 116 20 38 43 64
73 92 201 47 52 71 76. 98
308 27 36 82 89 406 ll 34
42 63 71 517 23 42 47 65
74 95 603 49 53 67 72 87
99 718 27 73 80 96 804 20
30 54 62 908 13 34 39 57
66 92 2002 48 54 72 77 97

Durante a tomada de tempos, ocorrem que essas ocorrências se verificam, o analista as vai
muitas vêzes elementos estranhos à operação, ou anotando na fôlha de cronometragem no elemento e
ainda pequenos incidentes que podem influenciar no ciclo em que elas acontecem. Para isso, utiliza
os tempos elementares. À medida um sistema codificado prè-
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO
7/9

viamente. Suponhamos que na realização do oitavo ser observados, e se existe, as aplicações práticas
elemento do primeiro ciclo o operário tenha se são limitadas. A lei-geral, entretanto, é que se
distraído conversando com um colega. Juntamente devem cronometrar tantos ciclos (mantos o analista
com o registro do tempo, êle fará a anotação da julgar necessários para obter uma média bem
ocorrência: representativa dos tempos elementares. Nas
operações em que os movimentos manuais
predominam, e são curtos em duração, digamos até
um minuto, é necessário cronometrar um número
maior de ciclos (20 a 30) do que quando os
denotando o símbolo T a interferência havida. Mais elementos automáticos, ou da máquina, sejam os
tarde, no cálculo dos tempos elementares, veremos predominantes, ou de maior duração. Poder-se-á,
como o analista irá tratar essas ocorrências. caso necessário, estabelecer uma relação tempo
Não existe uma fórmula que indique com manual sôbre tempo máquina para se obter um
exatidão o número de ciclos que devem índice representativo.

E - AVALIAR OU JULGAR O RITMO DO OPERÁRIO

A fase mais importante no procedimento de faz uma cronometragem. O ritmo de trabalho do


uma cronometragem reside no estabelecimento dos operário é avaliado quando se faz a cronometragem
tempos básicos. O tempo básico para uma operação a fim de se determinar o tempo normalizado para a
é o tempo requerido por um operário normal, de operação.
habilidade média e que trabalhe num passo normal A fim de avaliar o ritmo de um operário,
que possa manter por todo o turno, sem fadiga que faz o analista? Êle tem um conceito formado de
indevida ou sem cansaço excessivo. um operário trabalhando em ritmo normal, com o
Por causa das diferenças individuais existem qual êle compara o ritmo do operário que está
variações no ritmo de trabalho de um homem para observando. O seu conceito de normal baseia-se
outro. A habilidade e o esfôrço variam de indivíduo num certo padrão de movimentos numa fase de
para indivíduo. O nível de eficiência também varia "tempo" particular, de modo que o observador
em diferentes horas do dia. Em virtude do fato de focaliza sua atenção no ritmo com que o operário
estarmos determinando um tempo normal, não uma está trabalhando e julga êsse ritmo baseado no con-
simples média, é preciso que se compense êste ceito de normal.
fator, de algum modo, dado o caso de que a O assunto da avaliação do ritmo como se há
execução observada êsteja abaixo ou acima da de ver dentro em breve, é um ponto de grandes
normal. A avaliação do passo exprime as variações controvérsias. Sem dúvida alguma, êle tem recebido
acima ou abaixo do passo ou ritmo normal. a sua dose de criticismo e de queixas. Nos nossos
Sabemos todos que há uma diferença de dias, nenhuma cronometragem é de valor se ela não
esfôrço e de rapidez com que diferentes pessoas apresentar o reajuste dos valôres de tempo
trabalham. Por exemplo, poucas pessoas registrados por meio do fator de avaliação do ritmo,
usualmente andam em passo muito rápido, e poucas que o analista estimou durante a tomada dos tem-
pessoas andam em passo muito lento. A maioria, pos. Faça-se o leitor esta pergunta: "Você é capaz
entretanto, anda num passo situado de julgar seus homens?" Por exemplo, suponha o
aproximadamente a meio têrmo dos dois extremos. leitor que fôsse um oficial de trânsito numa rodovia,
Assim, na fábrica, algumas pessoas trabalham num e que tivesse de estabelecer a velocidade de 80
ritmo que se pode dizer excelente, ao mesmo tempo quilômetros por hora como velocidade normal de
em que outros se aplicam num ritmo de trabalho carros viajando por aquela rodovia. Pela
que se considera muito lento. O ritmo normal de observação, ou pela experiência, é perfeitamente
trabalho recebe um índice de 100% quando se possível dizer se o carro vai indo a cem quilômetros
por hora. Isto em relação ao normal, seria um ritmo
de
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO
7/10

125%; pode-se também dizer que o carro vai a uma Afirmamos que o esfôrço varia de medíocre
velocidade de 60 quilômetros, o que representaria a excelente. Assumindo que tentaremos conservar
um ritmo de 75% sôbre o normal. Assim também se fora do quadro todos os operários excepcionais,
procede na indústria, ao fazer a análise e a tanto quanto possível, e sempre que possível,
cronometragem de certa operação para estabelecer esforçar-nos-emos para estudar um operário bom
uma quantidade definida de produção que mais que um operário medíocre ou outro
esperamos se obtenha naquela operação por hora, excepcional, de modo que possamos ser capazes de
de um operário normal, trabalhando num ritmo manter os dados mais em linha com o que deveriam
normal, com dispêndio normal de energia e de ser em têrmos da normal.
esfôrço, e sob condições normais. É óbvio que um esfôrço medíocre será
Os fatôres a serem considerados na ava- evidenciado pela falta de espírito por parte do
liação do ritmo são básicamente: operário, um retardamento proposital do ritmo da
operação. Haverá um retardamento deliberado de
— Rapidez e precisão dos movimentos. esfôrço, e considerável atenção da parte do operário
para muitas condições externas.
— esfôrço.
Tem-se verificado que no processo de
A rapidez e a precisão dos movimentos avaliação, do mesmo modo que em outro processo
qualquer onde haja necessidade de uma
depende inteiramente do operário e resultam do
comparação, é necessário que comecemos a
grau de esfôrço e do interêsse que êle dedica à
medição com um instrumento definido, ou com um
operação, partindo do pressuposto de que êle já
valor padrão. Isto assim deve ser a fim de que
tenha sido convenientemente treinado no método.
possamos determinar o ritmo ou o nível de esfôrço
Dêste modo, há uma série de fatôres que podem
com que o operário está trabalhando.
intervir na rapidez ou na precisão dos movimentos
que realiza, porque tais fatôres mantêm uma ligação Tem sido nossa experiência que se obtêm os
direta com o esfôrço. Diferentes graus de esfôrço melhores resultados pela determinação do máximo
empregados irão resultar vários valôres para cada que possa ser atingido por um operário excelente
em circunstâncias normais e comparar a execução
ciclo da operação. O grau pode variar de medíocre a
de cada operação com aquêle valor teórico para
excelente, e é nos ombros do observador que recai a
determinar o nível de esfôrço do operário. Por
responsabilidade de uma avaliação correta. Cabe ao
exemplo, tem-se verificado que um operário
observador determinar o grau de esfôrço
excelente, trabalhando em condições normais, será
equivalente a "bom", "excelente". O observador
capaz de realizar uma operação num nível de cêrca
deve ser capaz de avaliar o esfôrço por parte do
de 125% quando comparado com o normal de
operário em relação a uma operação normal. Para
100% para um operário médio. Ao avaliar a
fazer isto adequadamente, e com tanta precisão execução de um operário consideramos o nível
quanto possível, será necessário tornar-se perito em excelente como sendo 125%. Podemos mais
rápidamente determinar o esfôrço despendido pelo fácilmente determinar o nível do operário que
operário. Êle deve aprender os vários graus de estamos submetendo à observação se começarmos a
esfôrço de modo que possa classificar o operário descer daquele ponto (isto é, 125%). Normalmente,
com rapidez. O observador deve ser a classificação dos operários trabalhando em
cuidadosamente treinado de modo que possa circunstâncias chamadas normais estará entre 105%
determinar um esfôrço normal baseado no seu e 120%.
conhecimento do significado de esfôrço normal com Recomenda-se que os níveis em que o
respeito à operação. analista classifica o operário, sejam considerados
Ao fazer uma observação de estudo de em têrmos de porcentagem. Recomenda-se
tempos o analista deve avaliar os elementos da igualmente que a avaliação de todos os elementos
operação em têrmos de uma normal, que recebe o seja feita em incrementos de 5% para cima ou para
índice de 100%, como dissemos anteriormente. baixo do nível de 100%, tendo-se sempre em mente
Cada elemento é avaliado para cima ou para baixo que o operador excelente atingirá sempre o nível de
desta normal de 100% para nivelar o tempo 125%. Assim, o passo de um operário deve ser
consumido pelo operário. avaliado em 90%, 95%, 100%, 105%, 110%, etc.
Não é
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO 7/n

prático para o observador tentar avaliar um de confundir os observadores, se possível. Todos os


operador em incrementos mais refinados que 5%, observadores do grupo, menos um, avaliaram o
por causa de sua inabilidade de avaliar um serviço serviço acima do normal, pelo fato de que não
com aproximação maior do que aquela. Tem-se estavam realmente tomando em consideração que a
descoberto em alguns casos que um observador operação de apertar os parafusos não foi executada
tenha realmente tentado avaliar um operário com numa média normal de esfôrço. O êrro foi
valôres tais como 81%, 93%, 108%, etc, e tais imediatamente apontado ao grupo. Para provar o
valôres já têm sido encontrados em fôlhas de fato, o operário realizou a operação de apertar os
observação. Isto, óbviamente, é prática quase inútil. três parafusos no mesmo nível de esfôrço com que
Êste método de avaliar em têrmos de 5% abaixo ou tinha realizado os outros elementos da operação.
acima do normal de 100% tem sido bastante Seria igualmente difícil para o observador
satisfatório em condições ordinárias, em cir- fazer avaliações apropriadas das operações em
cunstâncias normais de operação. Verificações com execução numa oficina de máquinas ou de prensas,
cronômetros mais precisos, filmagens de operações, por exemplo, se êle não tivêsse tido experiência
etc, por um período de anos têm demonstrado que com aquêle tipo de operação, ou conhecimento das
os valôres de tempo desenvolvidos com êste método máquinas ou do equipamento em uso. Mesmo para
são bastante satisfatórios. um analista de estudo de tempos e movimentos já
O conhecimento do serviço submetido à treinado e experimentado é difícil avaliar operações
operação e à observação é extremamente importante tais como polir, retificar, soldar e outras. Certos
como pré-requisito para uma avaliação correta do tipos de operações resultam na exigência de
ritmo do operário. O observador deve estar considerável conhecimento do observador. Tal
meticulosamente familiarizado com o tipo de conhecimento, por sua vez, é conseqüência de um
trabalho que está estudando para ser capaz de tipo de treinamento altamente especializado ou de
apresentar um grau correto de avaliação do esfôrço experiência.
empregado pelo operário, especialmente com Neste ponto, estamos prontos para aplicar os
respeito às ferramentas usadas pelo operário. fatôres de avaliação do ritmo empregado em cada
A título de exemplo, lembramo-nos do caso operação, elemento por elemento, expressos em
de um grupo de analistas de estudo de tempo de porcentagens na fôlha de crono-metragem.
uma grande companhia, que estavam sendo Devemos, pois, retomar nossa discussão no ponto
orientados a uma série de sessões de treinamento em que estávamos falando da observação física da
para avaliação. Fizeram-se várias tentativas com o operação.
fito de determinar se todos os analistas pensavam O observador deve focalizar sua atenção no
do mesmo modo em têrmos de nivelamento das operário durante alguns ciclos, se assim o fôr
várias operações e se o têrmo "operário normal" permitido pela natureza da operação e pelo tamanho
significava a mesma coisa para todos. Mostraram a do lote. Êle deve tentar determinar em sua mente o
êstes analistas várias operações em curso na oficina, nível do ritmo do operário, baseado nos critérios
sob variadas condições, e foi-lhes pedido que porcentuais de valôres que já temos discutido.
avaliassem o esfôrço do operário em cada operação.
Em cada caso diferente, o operário executava a Quando o observador estiver satisfeito com
a avaliação mental genérica da operação, êle estará
operação em três ou quatro níveis diversos de
em condições de avaliar com mais facilidade o
esfôrço a fim de testar o conhecimento e a
ritmo de cada elemento. Isto se deve fazer tanto
habilidade de cada observador.
quanto possível durante a observação. Não deve ser
Num caso particular, um operário montou feito mais tarde, quer o operário e o observador
três parafusos num dispositivo de uma máquina êstejam ainda na cena da operação, quer depois que
usando uma chave de fenda de catraca "Yankee". o observador já tenha voltado ao escritório, onde
Êle realizou todos os elementos com exceção do poderia vir tentar registrar avaliações de memória.
apêrto real dos parafusos com a chave, e num ritmo Para maior precisão, recomenda-se que o
bem acima do normal. O elemento de apertar os observador avalie o ritmo de cada elemento da
parafusos, em si, foi executado bem abaixo do operação, isto é, que faça a avaliação mais dos
normal, ao contrário de todos os outros, com o elementos individuais do que da operação
intento
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO 7/12

como um todo, e a partir dêsse todo, aplicar o e de outras operações. Por outro lado, para efetuar
mesmo fator a todos os elementos. uma comparação verdadeira, devemos certificar-nos
A fôlha de cronometragem ilustrada aqui de que todos os observadores usaram os mesmos
apresenta a aplicação da avaliação a cada elemento critérios no processo de avaliação do esfôrço. Cada
individual, como recomendamos. Pode-se observar analista de estudo de tempos e movimentos do
na fôlha que o símbolo % foi omitido. Isto se departamento deve ter em sua mente o mesmo
considera aconselhável porque abrevia o trabalho quadro do que seja um operário normal.
que o analista deve fazer ao preparar a fôlha e, O supervisor do departamento de estudo de
secundáriamente, porque não é necessário que se tempos e movimentos deve desenvolver, apresentar
incluam os símbolos uma vez que representam uma e manter um programa organizado para instrução de
constante através de todo o estudo. todo o pessoal do departamento nos métodos
Já fizemos constar que os valôres de tempos apropriados de avaliação a fim de se assegurar de
da operação registrados na fôlha e usados para o que todo o pessoal use os mesmos padrões. Tem-se
cálculo dos padrões de tempo para a operação provado muitas vêzes que problemas de hora-
devem ser adequadamente avaliados por meio da padrão e queixas quanto às tarefas desaparecem tão
avaliação de ritmo. Êstes valôres de tempos, logo se descobre que todo o pessoal do
contudo, mesmo que tenham sido avaliados pelo departamento de estudo de tempos e movimentos é
observador de acôrdo com seu conceito da consistente em suas avaliações, e que a idéia de
execução da operação, só são válidos quando todos com respeito a um dia normal de trabalho do
comparados com valôres obtidos por outros operário é aproximadamente a mesma.
analistas em circunstâncias semelhantes em estudos
de outros operários

F. DETERMINAÇÃO DAS TOLERÂNCIAS

Uma tolerância é um tempo que se adiciona em consideração e que tolerâncias adequadas são
ao tempo normalizado para dar cobertura a vários aduzidas ao tempo normalizado para que se chegue
itens que exigem tempo do operário e que não depois à hora-padrão (tarefa) por peça. Algumas
sejam parte do ciclo da operação. A determinação e vêzes convém mesmo entrar em detalhes e explicar
estabelecimento de tolerâncias corretas é um passo que as porcentagens de tempo são determinadas
muito importante no trabalho de estudo de tempos. segundo um processo honesto, justo e, em adição,
O analista pode ser chamado pelo supervisor bem mostrar quanto a tolerância se faz necessária para
como pelos operários para responder a perguntas cada fator retardativo da operação.
quanto ao porquê disto ou daquilo. A fim de que êle A necessidade de se concederem tolerâncias
possa estar numa posição de responder a tais deve ser aparente pelo fato de que não é prático
perguntas inteligentemente, êle deve fazer um fazer concessões de tempo em serviços individuais
estudo cuidadoso das condições do serviço para para demoras do homem, quebras de menor
determinar quais as tolerâncias aplicar sôbre o importância, e outras irregularidades imprevisíveis.
tempo normalizado. Mesmo que fôsse possível agir assim, não seria
Quando se faz a tomada dos tempos de uma desejável, uma vez que é melhor distribuir tal tempo
operação, deduzem-se os tempos consumidos na em proporção igual para todos os ciclos de uma
realização de elementos estranhos. O operário operação.
muitas vêzes acha injusto que se faça tal dedução, Não se pode esperar que um operário
uma vez que êle não tem contrôle sôbre, nem é trabalhe continuamente durante o dia todo sem
responsável por certas demoras inevitáveis. O demoras, mesmo que a sua condição física fôsse tal
analista de tempos deve ser capaz de explicar que êle pudêsse manter um ritmo normal durante
claramente que a finalidade do estudo de tempos é todo o dia, de dia para dia, sem que houvêsse
determinar o tempo correto para a realização do afetação de seu estado de saúde. Necessidades
serviço, exclusive de qualquer coisa que não seja físicas, quebras de máquina (de menor importância,
um elemento regular da operação, e que tôdas as fácilmente re-paráveis) e outras irregularidades que
demoras necessárias e inevitáveis são tomadas não se
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CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO 7/13

podem prever interfeririam. A situação de se suas necessidades pessoais, para descanso e


trabalhar na indústria pode ser comparada com a de para razões além de seu contrôle. As conces sões de
um homem fazendo sua primeira viagem de tempo para tais interrupções da produção devem ser
automóvel — exemplo que nos foi apresentado já classificadas como segue:
não nos lembra onde. Êle planeja ir de Campinas a
São Paulo, uma distância de aproximadamente 100 1 — Tolerância para tempo pessoal.
quilômetros. Ao estimar quanto tempo lhe tomará 2 — Tolerância para fadiga.
para cobrir a distância, êle raciocina que se mantiver
3 — Tolerância para demoras.
uma velocidade de 80 km/h, fará a viagem em 100
dividido por 80, isto é. 1 hora e 15 minutos. 4 — Tolerâncias especiais.
Teóricamente isto está correto, mas depois de ter
realizado a viagem, o motorista provávelmente irá O tempo-padrão deve incluir tempo para
todos os elementos da operação e, em adição deve
verificar que ela lhe tomou 1 hora e 45 minutos.
conter tempo para tôdas as tolerâncias necessárias.
Uma revisão do percurso para determinar a causa do O tempo-padrão deve ser igual à soma do tempo
atraso em relação ao tempo programado revelaria normalizado, mais as tolerâncias. Tolerâncias não
diversas paradas imprevistas e vários casos de são parte do fator de normalização, e obtém-se
redução de velocidade. Isto levaria nosso homem à melhores resultados quando elas são aplicadas em
conclusão de que no futuro, ao planejar nova separado.
viagem, teria de fazer tolerâncias para essas
demoras necessárias, inevitáveis ou imprevisíveis. Tempo pessoal
Assim também com os operários. Um operário
A tolerância de tempo para a satisfação de
experiente em certa operação e desenvolvendo um necessidades pessoais será considerada em primeiro
nível de eficiência normal verificará que pode lugar porque todo trabalhador necessita de tempo
executar uma operação em 10 minutos. Se êle para tal fim. O montante da tolerância pode ser
trabalhar 8 horas por dia, êle completará peças no determinado pela tomada de estudo de tempos do
total de 8 vêzes 60 dividido por 10, isto é,48. No fim dia ou por amostragem de várias classes de serviço.
do dia, contudo, êle sempre irá verificar que a sua Para trabalhos leves, em que o trabalhador esteja
porcentagem de produção é mais baixa do que ativo 8 horas por dia sem períodos de descanso
esperava e, refletindo sôbre as várias razões, organizado, 2% a 5% (10 a 24 minutos) por dia é
decidirá que assim deve ser, pois há várias coisas tudo quanto êle necessita para atender às suas
que interferem com o ritmo de seu trabalho e que necessidades pessoais.
não podem ser eliminadas. Esta condição torna Embora o montante de tempo pessoal varie
necessário que se estude e determine exatamente mais com o indivíduo do que com a classe de
trabalho, é fato que os empregados necessitam de
quanto se deve aduzir ao tempo normalizado para
mais tempo pessoal quando o trabalho é pesado do
cobrir as perdas de tempo devidas a demoras
que quando o trabalho é leve, especialmente se o
inevitáveis. A determinação de tolerâncias corretas e trabalho pesado é feito sob circunstâncias
precisas é tão importante quanto a determinação do desfavoráveis, particularmente em atmosfera úmida
tempo normalizado correto, pois, é evidente que se e quente. Em tais condições, os estudos poderiam
um valor que não é correto é aduzido a outro que é mostrar que mais do que 5% de tolerância deve ser
correto, o resultado será incorreto, e os valôres de concedido para tempo pessoal.
tempos incorretos daí resultantes destroem a con-
fiança e a cooperação do operário. Tempo de fadiga
O tempo normal de uma operação não Na fábrica moderna e bem administrada
contém tais tolerâncias. É meramente o tempo que tantos passos se tomaram para eliminar a fadiga,
um operário qualificado necessita para realizar o que ela já não é mais tão grande motivo de
serviço trabalhando num ritmo normal. O operário preocupação quanto o era antes. Na realidade, a
pode utilizar tempo para as fadiga é de tão pequena conseqüência em certos
tipos de serviço que não há necessidade de se
fazerem tolerâncias de
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO
7/14

espécie alguma. Há muitas razões para isto. A armazéns ou em caminhões, têm experimentado
duração do dia e da semana de trabalho foi várias combinações de períodos de trabalho e de
abreviada: o maquinário, o equipamento mecânico descanso até que chegaram a resultados
para substituir a mão, as ferramentas, os satisfatórios.
dispositivos, as condições de trabalho têm sido Períodos organizados de descanso durante
melhoradas a tal ponto, que o dia de trabalho se os quais não se permite que os empregados de um
tornou fácil e que o operário trabalha com muito departamento trabalhem, parecem ser um dos
maior confôrto físico do que antigamente. Os riscos melhores meios de resolver o problema. O ótimo do
de acidentes também se reduziram tanto que o mêdo intervalo em tempo e o número de tais intervalos
de danos físicos pessoais é muito menos importante. devem ser determinados. Talvez o plano mais
O Prof. A. G. Anderson da Universidade de comum seja o de proporcionar um período de
Illinois, passou um ano estudando o efeito da fadiga descanso de manhã e outro à tarde. A duração de
sôbre o operário numa grande fábrica do Oeste cada período de descanso dêsse tipo varia de 5 a 15
Médio dos E.U.A. Êle diz: minutos.
"A conclusão geral e final dêste estudo da Há também a teoria de se determinar uma
fadiga humana é que as operações industriais como tolerância justa de tempo que deve ser adicionada
são realizadas numa fábrica moderna e ao tempo normal da operação, para ser usada
progressivamente administrada, não sujeitam o segundo a discrição do operário. Assim aquêles
operário a uma fadiga excessiva, quer física ou cujas condições físicas sejam tais que lhes permitem
mental, e que a fadiga não é um fator que tenda a trabalhar ininterruptamente ou mais
limitar a produção (Human Fatigue in Industry. A. continuadamente do que outros, receberão o
G. Anderson, da Universidade de Illinois)." benefício de seu esfôrço em forma de maiores
Há naturalmente certas espécies de trabalho vencimentos. Isto é igualmente justo para os que
que requerem pesado esfôrço físico e que são necessitam de descanso bem como para os que dêle
realizadas sob circunstâncias adversas de calor; não necessitam, pois a capacidade física é uma
umidade, pó e riscos de segurança e que, por medida de habilidade e de valor. Há certas classes
conseguinte, exigem que o operário descanse. A de serviço para as quais sómente os fisicamente
fadiga resulta de um grande número de causas, fortes se adaptam e mesmo os mais fortes só podem
algumas das quais são mentais e outras físicas. trabalhar uma parte comparativamente pequena do
tempo. O analista de estudo de tempo deve
Atualmente não há meio satisfatório de
determinar as condições particulares que se situam
medir a fadiga exceto em têrmos de rendimento
em volta de cada serviço para lhes determinar
reduzido do trabalho, e, ainda assim, não nos é
tolerâncias corretas.
possível dizer com certeza qual redução da
Se nenhum plano de incentivo salarial
produção resulta do trabalho, qual da fadiga. O fato
estiver em vigor, algumas companhias costumam
de que um trabalhador produz menor número de
pagar os períodos de descanso na base dos ganhos
unidades durante a última hora do dia pode ser
horários do empregado. Entretanto, se se usa o
devido ao fato de que êle êsteja cansado, mas pode
plano de incentivo salarial, e se as tolerâncias para a
também ser devido a outros fatôres.
fadiga fôram incorporadas ao padrão de tempo, os
Sabemos pela experiência que uma pessoa empregados não são pagos pelos períodos de
necessita de tempo para descanso quando o trabalho descanso como tais. O trabalhador meramente se
é árduo. O problema de determinar o tanto de utiliza da tolerância durante o período de descanso
tempo a ser concedido para descanso é muito ao invés de usá-la em outros períodos, no decorrer
complexo. O tempo exigido varia com o indivíduo, do dia de trabalho, à sua vontade.
com a duração do intervalo do ciclo durante o qual Deve-se repetir que uma concessão de
a pessoa está em exerção, com as condições sob as tempo para fadiga não necessita ser feita em muitos
quais se realiza o trabalho, e com muitos fatôres. trabalhos leves, e períodos organizados de descanso
Algumas companhias, por meio de longa são suficientes para prover descanso, quando
experiência chegaram a tolerâncias para fadiga, que necessário, em outros tipos de trabalho. A
parecem ser bastante satisfatórias. Algumas orga- quantidade de trabalho pesado na fábrica de hoje
nizações onde há trabalho pesado, tais como está gradualmente diminuída por causa do maior
empilhamento de caixas de grande pêso em uso de máquinas, de mecanismos que substituem o
braço humano, conseqüentemente, o problema de
concessões
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO 7/15

de tempo para a fadiga torna-se também diminuído pervisores de produção, por engenheiros, demoras
na sua importância e nas considerações do analista de ferramentaria ou de almoxarifado, tempo
de tempos e métodos. perdido em fundidos que se revelam inúteis depois
de certa fase de usinagem, quando a quantidade não
é tão grande, e outras demoras inevitáveis de tipos
Tempos para demoras semelhantes.

As demoras podem ser evitáveis ou ine- Cada demora inevitável deve ser consi-
vitáveis. Aquelas demoras que o operário causa derada um desafio tanto para o analista como para o
intencionalmente não serão, é claro, consideradas supervisor e todo esfôrço razoável deve ser
na determinação de padrões de tempo. envidado para eliminar tais demoras. O tipo e a
quantidade de demoras para certo tipo de serviço
Demoras inevitáveis são demoras que
podem ser melhor determinados por estudos de
ocorrem a despeito dos esfôrços do operário para
tempo de dia inteiro.
evitá-las. São demoras que estão fôra do contrôle do
operário e podem ocorrer tanto ao bom como ao
péssimo trabalhador. É verdade que um bom
Tolerâncias especiais
operário, de maior experiência terá menos demoras
do que o operário medíocre e inexperiente. Mas isto
Dentro de certa classe de trabalho pode
é devido à sua própria experiência com as condi-
haver certos serviços para os quais as demoras e a
ções, adquirida no decorrer de um número de anos
fadiga são muito maiores do que costumam ser. As
que lhe permite planejar de antemão.
tolerâncias comuns para dado grau de fadiga ou
Espera-se que as máquinas e equipamentos demoras não serão suficientes para tais serviços.
sejam mantidos em boa ordem. Quando há quebra, Por exemplo, um ferreiro pode não ter tempo para
ou quando há necessidade de reparos, o operário é descanso entre dois aquecimentos sucessivos da
retirado do serviço e tais demoras não entram no peça a trabalhar. Nesse caso, a fadiga é muito maior
tempo-padrão. Em tais casos, o operário é pago pelo do que a que poderia ser coberta pelas tolerâncias
tempo de espera à base de seu salário-hora. normais, e é necessário que se faça uma tolerância
adicional.
As demoras inevitáveis que podem ocorrer
em dada classe de serviço dependem da natureza do
trabalho e das condições que se situam ao seu redor.
Aplicação das tolerâncias
Quando uma máquina é preparada por um
preparador especializado, o operário pode ter de A tolerância de tempo pessoal é aplicada
esperar até que o preparador tenha completado a sua como porcentagem do tempo normal e afeta tanto o
parte. Se o período de tempo é longo, permite-se- tempo de elementos manuais como o de elementos
lhe que dê entrada da hora numa outra ficha de da máquina. Para maior conveniência, as
serviço a fim de que êle seja recompensado pelo tolerâncias para fadiga são às vêzes aplicadas do
tempo de espera. Quando o período é relativamente mesmo modo, embora achem que esta tolerância
curto, não lhe pagará a pena de fazer as viagens deva ser aplicada sómente àqueles elementos
necessárias à mesa do apontador, mas êle perderá o durante os quais o operário trabalha, e não aos
tempo de espera, do mesmo modo. Nesse caso, a elementos em que trabalha a máquina. As demoras
tolerância para essa espera deverá ser incluída no são aplicadas como porcentagens do tempo normal
padrão. Deve também cobrir tais demoras como as ou, sendo uma tolerância sómente por causa da má-
causadas por um ou outro forjado muito duro, quina, será aplicada apenas sôbre o tempo da
quebra de ferramentas tais como brocas ou machos, máquina.
tempo gasto em reparos de ordem menor na
máquina ou no dispositivo, interrupções causadas Se estas tolerâncias são aplicadas unifor-
pelo encarregado, pelos su- memente sôbre todos os elementos, podem ser
totalizadas e aplicadas juntas, o que requer apenas
um cálculo.
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO 7/16

G. CÁLCULO DO TEMPO-PADRÃO

Passemos agora à sétima e última etapa das ção que vimos considerando. O trabalho do analista
atividades do analista no processo de análise e agora é o de subtrair uma de outra tôdas as leituras
cronometragem de uma operação. sucessivas, anotando as diferenças, preferivelmente
Nesta fase, êle vai inicialmente calcular os a lápis vermelho, na coluna mais estreita, sob a letra
valôres de tempo para cada elemento e para cada "T". Dêsse modo, começando pelo primeiro ciclo,
ciclo da operação. Reportemo-nos ao ponto em que êle subtrai 00 de 08 e anota 08 na primeira coluna
apresentamos o registro de tôdas as leituras do vertical. Êsse é o tempo correspondente ao
cronômetro para a opera-

TABELAS DE COMPENSAÇÃO DE FADIGA

esfôrço ATENÇÃO
Usando dedos, pulsos e mãos 1% Área de concentração %
Usando mãos e braços 2% Até 2,5 cm 7%
Usando tronco, braços e mãos 3% 2,5 - 10 cm 5%
Andando sem carga no nível 5% 10 - 40 cm 4%
Andando com carga para cima 30% 40 - 90 cm 3%
Andando com carga para baixo 10% 90 para cima 1%

POSIÇÃO ESFÔRÇO APLICADO


Sentado confortàvelmente 0% Pêso/kg Homens Mulheres
Sentado em posição difícil 2% 2 1% 2%
De pé, normal 2% 3 1,5% 3%
De pé, corpo meio inclinado 4% 4 2% 4%
De pé, corpo compl. inclinado 6% 5 3,5% 7%
Ajoelhado 4% 6 6% 12%
Abaixar e levantar contínuo 7% 7 8% 16%
Agachado 10%
8 10% 20%
9 12% 24% 10 14% 28% 12 18%
CONDIÇÕES
Para cada quilo acima de 15, aumentar 2%
37° C ou mais 15%
para homens e 4% para mulheres.
35° C - 37° C 12%
32° C - 35° C ou 0o C - 4° C 8%
29° C - 32° C ou 4° C - 6o C 5%
26° C - 29° C ou 6o C - 10° C 2%
10° C - 26° C 0%

PESSOAL MONOTONIA
Em todos os casos conceder 5 % para necessidades Ciclo de Serviço Contínuo
pessoais. Menos de 10 segundos 2-3%
Menos de 5 segundos 4-5%
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM INFORMAÇÃO 7/17

primeiro elemento do primeiro ciclo. Subtrai agora mento do primeiro ciclo. E assim vai procedendo,
08 (primeira coluna) de 30 (segunda coluna) e anota até terminar o primeiro ciclo, subtraindo 14 de 37, e
a diferença 22 na segunda coluna vertical. Êsse é o anotando a diferença 23 sob a letra "T" da oitava
tempo do segundo ele- coluna vertical.

TABELA DOS FATÔRES DE ESFÔRÇO

Fatôres de esfôrço em Função:


1) do esfôrço mental (bonecos de cabeça).
2) do esfôrço dinamométrico (erguer ou transportar).
3) da posição do corpo.
Passa agora do mesmo modo a determinar os e anota a diferença 06 sob 08 préviamente
valôres de tempo para o segundo ciclo. De 43, da primeira determinado. Assim sucessivamente. A fôlha de
leitura do segundo ciclo, subtrai 37, última leitura do observação, depois de efetuadas as subtrações,
primeiro ciclo, apareceria assim:
CRONOMETRAGEM
PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
FÔLHA DE
INFORMAÇÃO
7/18
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM
INFORMAÇÃO
7/19

Torna-se necessária agora uma análise de com duas peças por vez. Isto quer dizer que .080
cada uma das colunas verticais a fim de se representa o tempo para duas peças. Em outras
determinar a regularidade dos valôres de tempo palavras, teóricamente só a metade dêsse tempo
para cada elemento. Durante a tomada dos tempos, corresponde a uma peça. Considera-se então que o
o operário pode ter retardado ou acelerado alguns elemento ocorre meia vez por peça. Êsse fator, 1/2,
movimentos, algumas peças podem ter tido é escrito na coluna "Ocorrência por Unidade", e
rebarbas que fizeram difícil o "posicionar", pode ter multiplicando-se o tempo elementar pelo fator
havido interferências na operação e, ainda, o ocorrência, 1/2 no caso presente, obtém-se o tempo
analista pode ter feito uma leitura incorreta. Todos básico por unidade para o primeiro elemento da
êsses possíveis fatores constituem anomalias, e operação, isto é, .080 X 1/2 = .040. Procede-se do
como tal não fazem parte do tempo normal. A mesmo modo com referência a todos os outros
análise de regularidade tem por finalidade eliminar elementos da operação, completando-se assim o
aquêles tempos elementares que, fugindo de certa anverso da fôlha de cronometragem.
regularidade, são considerados anormais. De modo No verso da fôlha, no canto superior à
geral é prática corrente admitir-se uma variação de esquerda, encontram-se quatro colunas verticais
.02 (dois centésimos) para cima ou para baixo de cruzadas por doze horizontais. As colunas verticais
um valor médio, embora em muitos casos especiais permitem classificar os elementos da operação em
êsse limite possa e deva ser ampliado. O anverso da manuais, internos ao tempo da máquina e elementos
fôlha de observação anexa mostra vários tempos da máquina. As colunas horizontais correspondem
elementares circulados, isto é, considerados anor- aos elementos da operação. Voltando ao anverso da
mais, bem como as razões especiais, na coluna de fôlha, verifica-se que os elementos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
observações, que levaram o analista a considerá-los e 8, são manuais e que o elemento 4 é de máquina.
como tais. Os valôres dêsses elementos, assim classificados,
Feita a eliminação dos elementos anormais, são transferidos para as colunas verticais do verso
o analista efetua a soma dos tempos elementares de da fôlha, conforme se vê no exemplo anexo, e são
cada coluna vertical "T" e anota o total na coluna totalizados na coluna horizontal (A).
horizontal "Tempo Total". Na coluna horizontal No espaço destinado às observações, faz-se
seguinte, "Número de valôres Usados", êle escreve a demonstração das tolerâncias que devem ser
o número de ciclos que considerou como normais concedidas ao operário, conforme ficou exposto em
para dada coluna vertical. Considerando o primeiro uma fase anterior. Essas tolerâncias são
elemento da operação ilustrada, o tempo total dos inicialmente expressas em têrmos de minutos por
ciclos cronometrados e considerados normais é dia de trabalho, e são determinadas por meio de
1.18, e o número de valôres e ciclos considerados, é estudos especiais por tomadas de tempos, durante
14. A divisão de 1.18 por 14 dá por quociente .084, vários períodos de trabalho. Na operação em
que é o tempo médio selecionado para o primeiro aprêço, conforme a demonstração feita, elas
elemento, e que vai anotado na coluna horizontal totalizam 70 minutos. Êsses 70 minutos devem ser
correspondente. Êsse tempo médio selecionado é o distribuídos por todo o dia de trabalho. Seria
tempo que o operário gastou para realizar aquêle praticamente impossível prever em que momento
elemento em particular. Multiplicando-se êsse particular poderiam ocorrer as paradas, nem seria
tempo pela avaliação do ritmo, 95% no caso do prático distribuí-las pelo número de peças feitas no
primeiro elemento, obtém-se o tempo elementar final do dia de trabalho. O sistema que tem apre-
normal por peça, .080, anotado na coluna sentado as melhores vantagens é o de incorporar as
correspondente. Na operação considerada, o tolerâncias ao tempo normal da operação, em
operário estava carregando a máquina têrmos de porcentagem.
PROCEDIMENTO DE CRONOMETRAGEM FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM 7/20
INFORMAÇÃO

Considerando-se um dia de trabalho de 9 porcentagem dos 70 minutos para cada ciclo da


horas e 1/4, a sua duração em minutos seria de 555 operação.
minutos (9 X 60 15). Dêsses 555 minutos, prevê- Para se determinar as unidades-padrão por
se que o operário trabalhe produtivamente 485 (555 hora, isto é, a tarefa do operário, basta dividir uma
— 70) minutos. Determina-se fácilmente, a quantos hora sexagesimal (60 minutos) pelo tempo-padrão
por cento do dia total correspondem as paradas, total, 849, obtendo-se o quociente de 70,6 peças
mais fácilmente, 555 485, e encontra-se 114%, por hora. A hora-padrão por peça obtém-se pela
isto é, 100% + 14%, em que 100%, é o dia pro-
divisão de uma hora decimal (1) pelo número de
dutivo (485 minutos) e 14% são as paradas (70
unidades por hora (70,6). Assim 1 : 70,6 = .0142.
minutos), representado 114% e o dia total (555
Poder-se-ia também obter a hora-padrão pela
minutos). Êsse fator, 114%, é escrito na coluna
divisão de tempo-padrão por unidade pela hora
horizontal (B). Totaliza-se em seguida o tempo da
sexagesimal, isto é, .849 : 60 = .0142, e as unida-
máquina (.230) com o tempo manual (.515), para se
obter .745, que é o tempo normalizado, e escreve-se des por hora pela divisão de uma hora decimal pela
.745 na coluna (C). Multiplicando-se o tempo hora-padrão, isto é, 1 : .142 = 70,6 peças por hora.
normalizado pela taxa de tolerâncias 114%, obtém- Finalizando a fôlha de observação, o
se o tempo-padrão para a operação, .849. Dêsse analista melhoraria agora o esbôço do local de
modo, o tempo-padrão representa o tempo re- trabalho, bem como um croqui da peça e da
querido para a operação acrescido de uma operação, feitos rápidamente na oficina.
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM REGISTRO E ARQUIVOS
INFORMAÇÃO
8/1

Cada indústria tem o seu sistema específico garantir ao operário que o tempo-padrão não será
de registrar e arquivar documentos e informações, e alterado se êle ganhar muito num sistema de
um departamento de tempos e movimentos não incentivo salarial.
encontra dificuldades para entrosar-se no sistema.
Feita essa ressalva, vamos apresentar em seguida Mudança de método
um sistema simples e pouco dispendioso, através do Quando há uma alteração de métodos,
fluxo da requisição de cronometragem, material, ferramentas e outros fatôres que afetam o
anteriormente descrita e exemplificada. tempo da operação, deve-se reestudar o serviço e
Como vimos, o Supervisor de Produção um nôvo-padrão deve ser estabelecido. Se o
preenche a requisição em duas vias e encaminha-a operário sugere uma alteração que resulte na
ao Departamento de Estudo de Tempos e redução do tempo da operação, melhore a
Movimentos. Com a informação contida na qualidade, ou torne o serviço mais seguro, êle deve
requisição, o analista retira do arquivo a pasta ser recompensado imediatamente por sua sugestão.
correspondente à peça ou ao produto, no caso que A companhia deve manter um sistema de sugestões
vimos considerando, a peça 225306. Essa pasta e o operário deve ser recompensado através dos
contém uma cópia do desenho da peça, com tôdas meios regulares. Quando o nôvo padrão para o nôvo
as especificações, bem como uma cópia do processo método tenha sido estabelecido, o operário deve
de fabricação com tôdas as fases, ferramentas, achá-lo tão fácil no que diz respeito à possibilidade
dispositivos e máquinas requeridas. Terminada a de ganhar prêmio quanto o era antes de o método
observação e os cálculos, conforme se explicou no ser melhorado. Uma mudança de método não deve
capítulo anterior, o analista junta à pasta a nunca ser usada como desculpa para reduzir um
requisição e a fôlha de cronometragem. tempo-padrão. Se a supervisão espera conquistar e
A secretária do departamento, referindo-se à manter a cooperação de seus subordinados, é
informação preparada pelo analista, datilografa o preciso que se certifique de que os empregados
rodapé da requisição em duas vias. Retém uma via ganhem e não percam com o resultado de sua
do documento na pasta e expede a outra via para o própria sugestão.
supervisor do departamento produtivo. Em seguida,
usando a mesma informação básica, datilografa em O estudo de tempos como atividade auxiliar
seis vias o cartão "Processo e Estudo de Tempos", O Departamento de Estudo de Tempos é um
modêlo 3/422, anexo. O original dêsse cartão é departamento auxiliar e não uma linha ou agência
retido no Departamento de Tempos e Movimentos e de operações. É importante que todo engenheiro
as cópias são distribuídas como segue: industrial mantenha êste fato em mente, e
1. Contabilidade de Custo. constantemente, desde que um departamento
auxiliar deve trabalhar através do supervisor. É
2. Apontador. importante que o pessoal de supervisão esteja bem
3. Contrôle de Produção. relacionado com os princípios, técnicas e métodos
4. Superintendente da Produção. do Departamento de Estudo de Tempos e Movi-
5. Carga de máquina e Previsão de Mão-de-Obra. mentos, e os supervisores devem estar bem a par
das atividades do estudo de tempos, de modo a
Os fins a que se destinam essas cópias, bem
poderem explicar a um operário de seu
como o original do cartão, são aquêles
departamento como se faz um estudo de tempos,
detalhadamente expostos no capítulo 6Ôbre "Usos e
que elementos são incluídos na operação e
Aplicações do Tempo-Padrão".
exatamente como o tempo-padrão de uma operação
O tempo-padrão assim estabelecido vigora
é determinado. O supervisor deve também ser capaz
enquanto vigorarem as condições em que se tomou
de fazer isto sem o auxílio do Departamento de
o estudo de tempos. Ao se estabelecer o tempo-
Estudo de Tempos e Movimentos. Em
padrão de uma operação, subentende-se que o
circunstâncias especiais, é claro, poderia ser
operário deva realizar exatamente os mesmos
aconselhável ao supervisor requisitar o auxílio do
elementos como especificados na prática
analista de estudo de tempos para suplementar a
padronizada. Se a operação não se faz desta
informação dada ao operário.
maneira, o tempo-padrão não está em efeito, ou está
Às vêzes é útil traçar um paralelo entre as
sómente enquanto o operário faz o serviço no
duas atividades correlatas a fim de esclarecer a
método prescrito. Deve-se
situação. Bates, da General Motors,
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM REGISTRO E ARQUIVOS
INFORMAÇÃO 8/2

tem usado a seguinte analogia: "Quando o número de estudo de tempos seja enviado ao departamento
de rejeições da produção aumenta repentinamente, e para examinar o padrão. O encarregado pode, ou
o operário da máquina diz que a causa é um não, permanecer no recinto ou no pôsto de trabalho
calibrador fora de ajuste, o supervisor, enquanto o analista de estudo de tempos examina a
ordináriamente, examina o calibrador para ver se há operação, mas êle com tôda a certeza seguirá a
algo errado, e toma a medida de algumas peças para operação de verificação em todos os detalhes e
se certificar de que o operário esteja usando o saberá a causa da dificuldade pelos meios que sejam
calibrador adequadamente. Se não puder determinar finalmente usados para corrigir a situação. No que
a causa da dificuldade, êle irá chamar o chefe do diz respeito às atividades auxiliares de uma fábrica,
departamento de inspeção para pedir-lhe que é necessário que haja correção de todos os mal-
examine o calibrador. O supervisor poderá estar entendidos e que se estabeleça um equilíbrio
presente enquanto se faz o exame, mas êle espera cuidadoso dos deveres do engenheiro industrial para
que o chefe do departamento de inspeção tome as com a supervisão de produção. Embora o
medidas necessárias para determinar se o número Departamento de Estudo de Tempos e Movimentos
excessivo de rejeições é devido ao calibrador seja grandemente responsável pelo estabelecimento
defeituoso". Assim também no estudo de tempos. e manutenção dos tempos-padrões numa fábrica, o
Do mesmo modo que o inspetor no departamento de engenheiro industrial trabalha através do supervisor
ferramentas presta auxílio e examina todos os ca- de produção e não o substitui. Se um supervisor
libradores, assim também o Departamento de preguiçoso, indiferente ou antago-nista não der a sua
Estudo de Tempos e Movimentos estabelece os cooperação sincera em tal situação, essa atitude é
tempos-padrões e os mantém. Se um operário se um desafio ao Departamento de Estudo de Tempos e
queixa de que o padrão é muito baixo e de que êle Movimentos e à Administração, para que mostrem
não pode ganhar o prêmio, o supervisor deve ao supervisor por que lhe é vantajoso para si e para a
conferir a operação com o método prescrito. Isto Companhia, e não menos para o operário de seu
significa exames de materiais, avanços e rotações da departamento que êle compreenda o estudo de
máquina e outras condições do serviço. Tempos e desempenhe o que é estabelecido pela
Se depois de examinar estas coisas, o supervisor organização com respeito à aplicação dos padrões e
é incapaz de descobrir o que está errado no tempo- dos planos de incentivos salariais.
padrão, êle pedirá que um analista
RESPONSABILIDADES DO SUPERVISOR FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM INFORMAÇÃO
9/1
REFERENTES AOS TEMPOS-PADRÕES

Relacionamos e explanamos a seguir as 7. Certificar-se de que as condições sejam as


principais responsabilidades do supervisor referentes mesmas que atendam aos princípios de nor-
ao estabelecimento e à aplicação dos tempos-padrões. malidade.
Cumpre relevar que grande parte do sucesso de um 8. Ver que o serviço produzido na operação a ser
programa de estudo de tempos e métodos com vistas estudada seja de qualidade aceitável.
à redução de custos e maior eficiência da operação, 9. Examinar o estudo depois que o analista tiver
depende muito da atitude do supervisor. Suas completado a sua decomposição em elementos.
responsabilidades maiores nesse sentido são: 1) A
Nos primeiros capítulos dêste manual,
conservação dos tempos-padrões; 2) a informação
tratamos dos métodos usuais de observação, demos
imediata a quem de direito sôbre quaisquer mudanças
um fundo histórico, bem como as funções de estudo
de métodos, ferramenta, equipamento, etc, a fim de de tempos e movimentos, estudamos um pouco da
que os tempos-padrões possam sempre refletir condi- avaliação do ritmo, a necessidade de medir os
ções atualizadas que são, em outras palavras, resultados do trabalho e a terminologia usada por
refletidas no custo, e 3) assistência irrestrita ao analistas de estudo de tempos e movimentos.
analista para o estabelecimento de padrões justos e Mencionamos algo sôbre os requisitos de mão-de-
corretos. obra. Mencionamos as responsabilidades maiores
Para que possa bem desempenhar essas que estão a cargo de um supervisor, ao aplicar os
responsabilidades, torna-se necessário que o padrões em seu departamento. Mais uma vez
supervisor: voltamos a êste assunto, algo enfáticamente, e com
detalhes. São as seguintes as responsabilidades
1. Conheça e compreenda os tempos-padrões. maiores, se o leitor bem se lembra.
2. Distribua a carga de trabalho eqüitativa e 1. O supervisor é responsável pelo acompa-
adequadamente para os operários. nhamento do operário para que êle cumpra os
3. Treine e instrua os operários nos melhores padrões.
métodos e procedimentos. 2. O supervisor deve relatar qualquer mudança que
4. Assegure-se de que as condições existentes na ocorra em ferramentas, métodos e equipamento,
ocasião em que se estabeleceu o padrão sejam processo ou condições normais, a fim de que os
sempre as mesmas. padrões possam, em qualquer momento
5. Aplique ação disciplinatória sempre que fôr representar o custo padrão.
necessário. 3. O encarregado é responsável pela assistência no
estabelecimento dos padrões.
Ao auxiliar no estabelecimento dos tempos-
padrões, o supervisor deve: Temos aí as três responsabilidades maiores
do encarregado com referência aos padrões. O
1. Certificar-se de que as ferramentas corretas e o
primeiro item, talvez, seja bem familiar, nesta
equipamento em uso êstejam em boa ordem.
altura, uma vez que já tem aparecido muitas vêzes
2. Certificar-se de que na preparação não haja riscos em nossas considerações. O segundo é novo, e está
de segurança. sendo introduzido agora para ser discutido algo
3. Certificar-se de que o material está na posição detalhadamente um pouco mais adiante. Vejamos
apropriada. agora as responsabilidades do encarregado quanto a
4. Certificar-se de que o material está de acôrdo com obter de seus operários que cumpram os padrões.
as especificações. O padrão de ferramenta posta à nossa
disposição quase do mesmo modo que o material,
5. Auxiliar na seleção de um operário normal.
martelos, chaves de fenda, e muitas outras
6. Informar o operário do método adequado a ser facilidades que contribuem para a fabri-
usado.
RESPONSABILIDADES DO SUPERVISOR FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM
REFERENTES AOS TEMPOS-PADRÕES INFORMAÇÃO
9/2

cação de um produto. A fim de usar êste fer- Podemos levar avante êste programa de
ramental eficientemente, é preciso que conheçamos treinamento com o uso dêste método tão simples de
e compreendamos os tempos-padrões. O supervisor 4 degraus. Inclusos no treinamento devem estar
tem a obrigação de saber quais são e de todos os movimentos eliminados, que possam ser
compreender os tempos-padrões de cada operação eliminados e que o supervisor conhece, ou os cortes
em curso no seu departamento. Depois de de movimento que êle possa vir a desenvolver uma
adquirirmos conhecimentos completos da hora- vez que o padrão, com tôda a probabilidade, foi
padrão e suas finalidades, a coisa seguinte a fazer é baseado no corte de tais movimentos elimináveis.
aplicar os padrões de tal modo que usemos o Às vêzes é desejável que o supervisor obtenha para
método apropriado, baseado nos planos e nos si auxílio numa operação que exija perícia. Então,
padrões. Isto nos leva ao problema de atribuição de pode ser necessário delegar uma parte de seu
trabalho aos operários individuais. serviço de treinamento a uma pessoa competente
debaixo de suas ordens. Em tal caso, o supervisor
DEVEMOS DESIGNAR A CARGA APROPRIADA DE
deve entregar o processo de treinamento e verificar
TRABALHO PARA CADA EMPREGADO. Êste
apenas o progresso.
assunto, naturalmente, pertence à atribuição de
Temos falado a respeito de treinamento em
cargas de trabalho. sôbrecarregar um operário pode
muitos lugares nestas notas, e temos também falado
resultar em dificuldades trabalhistas. O resultado de
a respeito de programa. O treinamento dos
carregar um empregado abaixo do normal, é perda
operários para que venham a atingir os padrões de
de eficiência; em aditamento, pode surgir um
trabalho é um detalhe que o supervisor deve tratar
problema de relações humanas, quando outros
cuidadosamente. Há desvantagens em ter um
empregados notam o fato e julgam estar
operário mais idoso treinando um outro mais
trabalhando demais, por comparação.
jovem. O velho pode vir a ensinar ao jovem uma
É responsabilidade do supervisor fazer
série de maus hábitos ao mesmo tempo em que lhe
distribuição de trabalho da maneira melhor e mais
mostra como realizar o serviço. É preciso que nos
eficiente possível.
esforcemos sempre para mostrar ao pessoal como
Para cumprir tão importante obrigação, o
fazer o serviço corretamente. Devemos esforçar-nos
supervisor deve conhecer:
sempre para ensinar aos operários o método correto
1. O planejamento da produção para a sua secção. e certificarmo-nos de que o método está sendo
2. A hora-padrão de cada operação. usado.

Falando de modo geral, boas atribuições de Conservação das condições


trabalho consistem em distribuir a cada operário, ou
a cada pôsto de trabalho debaixo de seu contrôle, Como já sabemos, os padrões se baseiam
um dia completo de trabalho. nas condições existentes na época da
Se houver alterações de planejamento, e em cronometragem. É IMPORTANTE QUE o ENCAR-
REGADO MANTENHA AS CONDIÇÕES QUE PREVA-
conseqüência, de operações, é preciso re-ordenar a
LECIAM QUANDO O TEMPO-PADRÃO FOI DETER-
atividade de modo a refletir tais alterações.
MINADO: As condições que prevaleciam no pôsto
Treinamento e Instrução de trabalho na época em que se estabeleceu o
padrão, devem continuar enquanto estiver em vigor,
Depois de têrmos determinado e distribuído se é que desejamos que os empregados mantenham
a carga apropriada de trabalho para cada operário, o o plano de produção individualmente. Se um
passo seguinte a ser aplicado homem estiver trabalhando numa operação de
É TREINAR E INSTRUIR OS OPERÁRIOS NOS MÉTODOS marcação e estabelecer-se um padrão com base
E PROCEDIMENTOS ADEQUADOS, PARA QUE numa pressão que proporcione 5.000 cursos por
SE POSSAM ALCANÇAR os OBJETIVOS de fazerem hora, supondo-se que a matriz seja posteriormente
aquilo que se espera que êles façam. montada numa prensa que só proporcione 4.000
O supervisor deve considerar o treinamento cursos por hora terá havido mudança de condições
como sua responsabilidade pessoal: 1) Explicar; 2) sôbre as quais se baseou o estabelecimento do
mostrar; 3) deixar fazer, e 4) acompanhar padrão. Sé se supõe que um operário aperte
periódicamente. parafusos com uma chave de impacto, e mandam-
lhe a ferramenta para uma
RESPONSABILIDADES DO SUPERVISOR FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM
REFERENTES AOS TEMPOS-PADRÕES INFORMAÇÃO
9/3

chave de soquête do tipo manual, há igualmente As condições algo elaboradas estabelecidas


uma alteração de condições, e o operário com tôda para um caso disciplinatório que envolva falha na
a probabilidade, não será capaz de alcançar o realização do padrão são necessárias a fim de que
padrão. É, portanto, necessário que mantenhamos as tais casos sejam suprimidos. Tais medidas não se
condições normais. estabelecem assim arbitráriamente, mas se baseiam
na experiência da companhia com casos
semelhantes no passado.
Ação Disciplinatória
b) QUEIXAS CONCERNENTES AOS PADRÕES:
Até agora temos falado a respeito da
Nosso objetivo ao lidar com queixas que
obtenção do padrão. Falemos agora sôbre a ação
envolvam padrões é o mesmo que, quando
disciplinatória que deve ser iniciada quando um
lidamos com qualquer outro tipo de queixa:
operário não consegue alcançar um tempo-padrão.
isto é, que ela seja resolvida sem qualquer
descontentamento formal. O pessoal do
O SUPERVISOR DEVE APLICAR A AÇÃO DIS-
estudo de tempos e métodos e do supervisor
CIPLINATÓRIA ADEQUADA QUANDO INDICADA.
está sempre disposto a qualquer tentativa
Antes de que qualquer ação seja iniciada, o para ajudar a solucionar queixas que digam
supervisor deve estar de posse dos fatos precisos respeito aos padrões e isto com tanta rapidez
pertinentes ao caso. Êle deve assegurar-se de que quanto possível. O supervisor não deve
está operando através dos canais apropriados. A hesitar em chamar um ou outro em seu
penalidade por não conseguir obter um padrão pode auxílio.
variar desde uma advertência até uma demissão. c) DESCANSO DURANTE TEMPO PESSOAL: Deve
Na maioria das companhias, sómente uma ficar bem claro ao supervisor que, de acôrdo
pequena porcentagem dos casos de de- com as leis dêste país, os empregados têm
sentendimentos entre o operário e o departamento direito a parar o serviço para dispor de seu
do pessoal se refere à não obtenção de padrões. tempo pessoal sómente para fins
Contudo, a ação disciplinatória é necessária a fim necessários. Na prática, o supervisor usa seu
de se ter um departamento bem administrado e próprio discernimento para concessões de
manter a produção em ritmo, sem qualquer ou com paradas para uso de tempo pessoal para
o mínimo de perturbação de pessoal. O supervisor coisas tais como comer um sanduíche, tomar
não deve hesitar em tomar tal ação, quando uma xícara de café, etc. Enquanto tais pri-
necessária. É preciso, porém ter em mente que vilégios não sejam levados ao abuso, por
precisamos estar de posse de todos os dados exatos exemplo, leitura de jornais, "tirada de
pertinentes a qualquer dos casos. sonecas", parar o serviço antes da hora para
1. Pontos que devem ser sublinhados do ponto de lavar as mãos, etc, não se deve permitir ao
vista de relações trabalhistas e de competência empregado que adquira o hábito de pensar
do supervisor no treinamento para consecução que tem um tanto específico de tempo cada
dos padrões. dia, o qual período possa dedicar a seus pró-
prios fins.
a) AÇÃO DISCIPLINATÓRIA POR NÃO CONSEGUIR
REALIZAR O PADRÃO ESTABELECIDO.
Ao mesmo tempo em que damos ênfase à Procedimento disciplinar
responsabilidade do supervisor em fazer
O empregado pode ser enviado ao de-
com que seus empregados realizem o padrão
partamento de relações quando não consegue obter
estabelecido, deve-se deixar bem claro que,
o padrão e quando as seguintes condições forem
na maioria dos casos, um bom supervisor
observadas:
conseguirá que seus empregados satisfaçam
às exigências do padrão sem recorrer à ação 1. O empregado, repentinamente, deixa de obter o
disciplinatória. Esta deve ser considerada padrão estabelecido numa operação regular. Tal
apenas como "último recurso". Não deve ser falha deve ser devida à negligência ou à própria
usada como muleta do supervisor medíocre. vontade do empregado.
RESPONSABILIDADES DO SUPERVISOR FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM
REFERENTES AOS TEMPOS-PADRÕES INFORMAÇÃO 9/4

2. O supervisor já fêz tôdas as tentativas para ver não haja um padrão estabelecido, ou em que haja
se o operário conseguia realizar o padrão. um padrão preliminar, ou estimativo, deverá seguir,
3. O departamento de Estudo de Tempos examinou de modo geral, as normas apresentadas acima.
a operação recentemente com o intento de se Contudo, não se deve acusar o operário pela falha
certificar que as condições existentes eram as de obter o padrão de trabalho, mas sim pelo fato de
mesmas de quando se estabeleceu o padrão. não trabalhar a contento, ou de estar ausente do
pôsto de trabalho sem permissão, ou seja, pela
4. O supervisor informou o operário a respeito do
violação específica ocasionada na realização do tra-
padrão e de sua posição pelo menos quatro dias
balho diário. A fim de fundamentar um caso como
antes de mandá-lo ao departamento do pessoal
êsse, o supervisor deve descrever especificamente
(isto deve ser feito em presença do líder do
as violações do empregado.
departamento e o supervisor deve fazer uma
notificação por escrito).
Empregados em experiência
5. O supervisor avisou o operário de que êle
sofreria ação disciplinar se continuasse falhando O período de experiência dá ao supervisor
na realização do padrão. uma oportunidade de fazer com que um empregado
realize o padrão. Se o supervisor não conseguir que
6. O supervisor informou o líder de que informou o
um empregado satisfaça ao padrão dentro de seu
empregado e requisitou a assistência do líder
período de experiência, êle deve mandá-lo ao
para que oriente o empregado, em mais uma
Departamento de Pessoal, como "empregado em
tentativa de alcançar o padrão.
experiência — resultado não satisfatório". O
7. O supervisor solicitou do empregado e do líder supervisor deve explicar especificamente qual foi a
que declarem qualquer que seja a razão por que falha do empregado, mas não se exige que êle passe
julgam que o empregado não consegue pelas normas gerais acima expostas.
satisfazer o padrão. O supervisor deve verificar
a validade de tais razões e registrá-las, bem Procedimentos para resolução de queixas com
como o resultado de sua verificação. relação à hora-padrão
8. O supervisor informou o Departamento de Se um empregado, ou o líder de um
Pessoal, ou o Departamento de Relações
departamento apresenta queixas sôbre o padrão de
Trabalhistas, de que pretende iniciar um caso
uma operação, o supervisor deve:
disciplinar contra o empregado e aconselhou o
Departamento de Relações Trabalhistas ou o a) Determinar se a queixa é contra o padrão em si
Departamento de Pessoal, segundo os dados
ou contra algumas condições que podem ser
específicos requeridos, para provar a falha do
corrigidas ou explicadas.
empregado em não obter o padrão estabelecido,
naquela operação. b) Se sentir que um exame da operação pelo
9. O supervisor observou e registrou os dados Estudo de tempo é necessário, e resolveria as
requeridos para provar a falha na obtenção do queixas, requisitar a assistência do Supervisor
padrão. de Estudo de Tempos.
c) Se tiver dificuldade em resolver o problema
Falhas na realização do trabalho diário rápidamente, informar imediatamente o
Se um supervisor está certo de que um Departamento de Relações Trabalhistas. Se tal
operário está falhando na realização de um trabalho departamento determinar que a queixa se
diário ou de uma operação em que prende aos padrões, êle marcará uma entrevista
com o supervisor de Estudo de Tempos e um
representante do empregado ou seu líder.
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM DISTRIBUIÇÃO DA HORA-PADRÃO
INFORMAÇÃO
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Deve ser bem compreendido pelo supervisor sabilidade em ajudar a manter o custo em dia.
de produção que o objetivo do Departamento de O supervisor de produção deve relatar as
Estudo de Tempos e Movimentos é determinar um mudanças, ou as alterações de métodos, fer-
dia justo de trabalho e que nada tem a esconder. ramentas, equipamento, processo, ou condições
Contudo, o padrão é um campo técnico no qual normais a fim de que os padrões possam em todos
pessoas de conhecimentos limitados sôbre o assunto os momentos refletir o custo-padrão. Esta
causam confusão de interpretação, especialmente se responsabilidade maior já foi apresentada uma vez,
assim o quiserem fazer. Portanto, é muito ou talvez mais de uma vez, mas estaremos
importante que sómente a informação que seja de repetindo êste assunto continuamente, com um
uso prático seja distribuída, ou esteja disponível, o propósito.
que evitará confusões. Cada supervisor de produção O supervisor deve, imediatamente, relatar as
recebe uma comunicação, a qual lhe fornece o alterações de processo, ferramentas ou métodos,
padrão de cada uma de suas operações. Êle deve, é quando ocorrem, bem como quaisquer outras
claro, e de imediato, informar a hora-padrão a cada alterações do normal.
um de seus operários. Deve também informar o A direção geral da fábrica está sempre se
líder do departamento ou do grupo a respeito da referindo ao custo-padrão da produção. Referem-se
hora-padrão para a operação, se por uma razão ou também os diretores da companhia, às condições
por outra o líder assim o exigir. econômicas do país e estão bem cientes da situação.
O supervisor pode também requisitar do A fim de manter-se uma posição firme no mercado
Departamento de Estudo de Tempos uma é necessário que os preços sejam competitivos.
decomposição dos elementos de qualquer das Pode ser mesmo que amanhã a companhia tenha de
operações. Esta informação também deve transmitir efetuar uma redução no preço de venda de qualquer
ao líder, se o líder a solicitar. Êle deve permitir que dos produtos fabricados. O custo-padrão informa
o líder veja os dados e os copie, se o desejar, mas até que ponto pode ser feita a redução. Se formos
não- deve entregar-lhe o material escrito. Nenhuma forçados a vender a um preço que esteja abaixo do
outra informação de padrões que não seja o cartão- custo, naturalmente, iremos perder dinheiro. Assim,
processo e a decomposição elementar deve ser dada a fim de que a direção-geral tenha dados precisos
a qualquer líder ou representante sem o con- em que basear suas decisões, quando tais decisões
sentimento do Supervisor do Departamento de devem ser tomadas, é preciso que comuniquemos as
Estudo de Tempos e do Gerente das Relações alterações à medida que ocorrerem na fábrica.
Trabalhistas.
No início desta secção vimos que uma nova Responsabilidade de grande alcance para
responsabilidade havia sido adicionada à lista das melhores métodos
conhecidas. Vamos considerá-la agora.
Parece ser um pensamento comum em
Os padrões para tôdas as operações da
muitas áreas de uma companhia que o supervisor de
companhia refletem o custo-padrão corrente da
produção tem pouca ou nenhuma responsabilidade
produção. A Administração determina a partir de assistência ao estabelecimento de um padrão.
dêstes padrões se a companhia está ganhando, se Um ponto muito importante a lembrar é que o
está apenas nivelando lucros e despesas, ou se está supervisor de produção, estando mais intimamente
perdendo dinheiro, e isto nas várias áreas de suas ligado às operações do que qualquer outra pessoa,
atividades. Um dos maiores objetivos de todo o deve ter maior conhecimento de suas operações.
programa de Estudo de Tempos e Movimentos é Em outras palavras, quem conhece as operações
fazer com que êstes padrões reflitam o custo-padrão melhor do que o supervisor de produção? A
corrente. Se se fazem alterações nas operações da companhia reconhece êste fato e designa, em
fábrica e a informação não é transmitida ao De- conseqüência, aquêles que melhores são no
partamento de Estudo de Tempos e Movimentos, conhecimento do serviço para darem assistência ao
então os padrões não refletem o verdadeiro quadro estabelecimento do tempo-padrão correto.
do custo. Logo, como membros da administração, O SUPERVISOR TEM RESPONSABILIDADE MUITO
supervisor de produção e analista de tempos têm GRANDE NO PREPARO DAS ESTAÇÕES DE TRABALHO COM
grande respon- O INTENTO DE OBTER MELHO-
FÔLHA DE
CRONOMETRAGEM DISTRIBUIÇÃO DA MORA-PADRÃO
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RES MÉTODOS. O objetivo básico dos métodos êste objetivo, introduzem-se no quadro, natu-
melhores é capacitar o operário a desempenhar seu ralmente, engenhos de manejo e transporte tais
serviço no mínimo tempo possível ao mesmo tempo como deslisadores, quedas, transportadores,
que mantém os melhores padrões de qualidade. De recipientes econômicos do ponto de vista de
modo geral, os melhores métodos são determinados movimentação, alimentadores automáticos e outros
pela preparação do local de trabalho, pela engenhos similares para economia do serviço. O
distribuição de trabalho e por outros fatôres. transporte do material, ou seu manuseio, em nada
Qualquer método usado num departamento não é, contribui para o valor do produto. O processo em si
teóricamente, o melhor. Podemos dizer que seja o é que conta. Logo, devemos fazer tudo quanto
melhor desenvolvido até o momento presente, mas estiver ao nosso alcance para reduzir o tempo
sabemos que existe sempre um método melhor que requerido para esta fase de preparação da operação.
o atual.
DEVE IGUALMENTE CERTIFICAR-SE DE QUE
Afastando-nos do ponto de vista muito A PREPARAÇÃO NÃO APRESENTA RISCOS DE SAÚDE
amplo de melhorar as operações visando à redução ou DE SEGURANÇA. O senso comum nos diz que
de padrões, consideremos os detalhes das devemos eliminar tais riscos de uma operação
responsabilidades que um supervisor tem antes que quando consideramos que é nosso dever proteger o
se estabeleça um tempo-padrão para uma operação empregado sob nossa supervisão. Ocasionalmente,
em seu departamento. tentando desenvolver a melhor preparação possível,
Como mencionamos anteriormente, alguns sentimo-nos inclinados a menosprezar certos riscos
supervisores acham que o estabelecimento de um de segurança. A fim de nos certificarmos de que um
tempo-padrão é função restrita do Departamento de risco de saúde ou de segurança não esteja presente
Estudo de Tempos. Antes que se estabeleça um na operação, façamos com que o inspetor de
tempo-padrão, é necessário que o método esteja segurança examine a preparação.
bem fixado, para que não resulte um tempo-padrão Antes de se estabelecer um padrão para uma
"folgado" depois que o operário tiver trabalhado no determinada operação, há outro ponto referente ao
método por um período considerável de tempo. material que será usado na operação. O supervisor,
Logo, o supervisor é responsável no sentido de que antes do estudo de tempo, deve estar seguro de que
as coisas, de modo geral, na estação de trabalho, o material está de acordo com as especificações. O
estejam corretas antes de se aplicar o processo de material deve ser examinado pelos desenhos,
aferição do trabalho. amostras, ou em dispositivos, ou por qualquer outra
O SUPERVISOR DEVE ESTAR CERTO DE QUE AS ferramenta de inspeção. O supervisor deve relatar
FERRAMENTAS CORRETAS E O EQUIPAMENTO EM USO tôdas as condições do material ao analista de estudo
ESTEJAM EM BOA ORDEM. O supervi- de tempos.
sor deve ter conhecimento de tôdas as espécies de
ferramentas e equipamentos usados para as Auxílio na seleção do operário
operações dentro de sua área. Êle seleciona e
emprega as ferramentas apropriadas para Suponhamos agora que tenhamos na estação
possibilitar as ferramentas e a máquina, para se de trabalho, já completamente preparada, o
assegurar de que estão em perfeitas condições de problema de escolher o operário. O supervisor deve
trabalho. Uma corrente não é mais forte que o seu conhecer a habilidade relativa de cada operário em
elo mais fraco. Retiremos os elos fracos da corrente seu departamento. Êle deve conhecer, dentro de sua
de nossas ferramentas e equipamentos antes de área, quais as pessoas que êstejam dispostas a dar
estabelecermos o tempo-padrão. uma demonstração aproximada do normal.
Deve certificar-se ainda de que o material Sabemos que quando o analista de tempo
esteja no local apropriado. O material deve ser entra no departamento, e que se êle tem escôlha do
colocado em posição adequada para a operação. operário a estudar, êle vai optar pelo indivíduo que
Isto significa que deve ser colocado numa posição esteja usando o método correto e desempenhando
que é a mais próxima ao ponto de uso, dentro da suas funções mais pròximamente do normal. Às
área normal de trabalho, a uma altura conveniente vêzes perguntamo-nos por que o analista escolhe
com respeito ao ponto de uso. Sempre que possível sempre os operários mais rápidos. Pode ser que o
deve ser entregue ao operário por meios mecânicos. operário que êle escolha seja aquêle que esteja
Na fábrica, quando há uma tentativa de obter
CRONOMETRAGEM DISTRIBUIÇÃO DA HORA-PADRÃO FÔLHA DE
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usando o método correto e que esteja trabalhando 4. Os fatôres de iluminação, calor e limpeza devem
num ritmo que é o mais próximo de 100%. Êstes ser normais.
100%, naturalmente, não representam a velocidade
máxima. Se tôdas as operações diárias estivêssem O SUPERVISOR DEVE ESTAR CERTO DE QUE
numa base de incen-tivo, operários qualificados na CONDIÇÕES NORMAIS SÃO AS PREVALECENTES
maioria dos serviços, trabalhariam num passo de QUANDO SE ESTABELECE O TEMPO-PADRÃO. De-
110% a 125% do conceito que o analista faz do pois que o operário começou a trabalhar na nova
"normal". operação, está usando o método apropriado, e está
Ao auxiliar o analista na seleção do ope- trabalhando em condições normais, há um ponto
rário, lémbremo-nos dos pontos principais que final para a consideração do supervisor antes de
discutimos, e façamos tudo o que pudermos para que o serviço seja estudado.
nos certificarmos de que estamos obtendo um bom
O SUPERVISOR DEVE VER SE O TRABALHO
padrão.
PRODUZIDO NA ESTAÇÃO É DE QUALIDADE ACEI-
Depois de auxiliar na seleção de um
TÁVEL. O supervisor, bem como o analista de
operário tão próximo dó normal quanto possível,
estudo de tempos sabe que a operação tem de se
designamos-lhe a estação de trabalho.
conformar com certos requisitos de qualidade. O
O supervisor deve informar o operário a
supervisor ou o inspetor devem examinar o trabalho
respeito do método apropriado a usar. O supervisor
para se certificarem de que esteja de acôrdo com os
precisa ensinar ao operário, môço ou velho, os
padrões estabelecidos pelo contrôle de qualidade.
exatos detalhes do método correto. Naturalmente, é
Sabemos que há certos momentos em que os
preciso conhecer o método correto para cada
processos fogem do contrôle. Nestes momentos, é
operação do departamento. A razão de ensinar
preciso que se tome ação corretiva para trazê-los de
exatamente os detalhes é incluir aquêles cortes
volta ao controle.
mínimos de economia de movimentos que podem
ser feitos em qualquer linha de serviço. Depois que o analista terminou a sua tarefa
de decompor a operação em elementos, depois de
ter anotado os elementos, feito a avaliação do passo
Condições normais e obtido os dados adicionais com número da peça,
Consideremos as condições presentes no da operação, etc. o supervisor é ainda responsável
local de trabalho, tais como o fluxo do material, por mais um ponto: conferir o estudo com o analista
interferências de outras pessoas, número de antes de se iniciar a tomada dos tempos da ope-
unidades planejadas para o lote, calor, luz e fatôres ração.
de limpeza. O SUPERVISOR DEVE CONFERIR O ESTUDO
Sabemos que o tempo-padrão é baseado em COM o ANALISTA. Êle verificará a inclusão de
condições normais. Sabemos que: elementos cíclicos e não cíclicos. Êle descobrirá por
que razão não se fêz a concessão de tempo para
1. O fluxo material deve ser continuado, não
certos detalhes, Êle fará uma verificação do estudo
intermitente.
e determinará melhoramentos, onde possível, em
2. Não deve haver interferência por parte de outros uma data futura. Êle também fará planos e tomará
operários. as medidas necessárias para instalar tais
3. O número de unidades planejadas para o lote melhoramentos.
deve estar num nível normal.
BIBLIOGRAFIA

Obras consultadas para a elaboração e compilação dêste trabalho.

MOTION AND TIME STUDY MANUAL

James A. Parton, Jr. Industrial Engineer.


Conover-Mast Publications,Ic. New York.

TIME AND MOTION STUDY

Lowry, Maynard & Stegemerten.


McGraw — Hill Book Company, Inc. — New York.

MOTION AND TIME STUDY

Ralph M. Barnes.
Professor of Production Engineering and Management, University of
California.
McGraw-Hill Book Company, Inc. — New York.

ESTUDO DE TEMPOS PARA SUPERVISORES

Giuseppe Michelino.
Prof. do Inst. de Org. Racional do Trabalho.
Publicações Educacionais Ltda.

MEDIDA DE LOS TIEMPOS E DE LOS MÉTODOS

Lowry, Maynard & Stegemerten.


MANUAIS TÉCNICOS
ELABORADOS PELO
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA DIRETORIA DO ENSINO INDUSTRIAL

Mecânica
1 — Ajustador
2 — Torneiro Mecânico
3 — Fresador
4 — Retificador
5 — Soldador Elétrico
6 — Soldador Oxi-acetilênico
7 — Contrôle de Qualidade Dimensional
8 — Cronometragem
9 — Tecnologia Mecânica 10 —
Serralheiro
1 1 — Reparador de Aparelhos Domésticos de Refrigeração
12 — Mecânico de Refrigeração
13 — Ferramenteiro

Mecânica de Autos
14 — Mecânico de Suspensão e de Alinhamento de Rodas
15 — Eletricista de Autos
16 — Afinador de Motores

Fundição
17 — Modelador de Fundição
18 — Moldador de Fundição

Construção Civil
19 — Carpinteiro de Obras
20 — Instalador de Água e Esgôto
21 — Pedreiro
22 — Pintor de Obras

Desenho Técnico
23 — Desenhista Mecânico
24 — Leitura de Desenho Técnico Mecânico

Rádio e Televisão
25 — Reparador de Rádio Receptor
26 — Reparador de Televisores

Eletricidade
27 — Eletricista Enrolador
28 — Reparador de Aparelhos Eletrodomésticos
29 — Eletricista Instalador

Organização
30 — Conceitos Básicos para a Elaboração de Séries
Metódicas de Aprendizagem Industrial

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