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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO

PAULO
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Processo: TC-862.989.16-7

Representante: Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio Paulista, por seu


advogado José Sérgio Saraiva (OAB/SP nº 94.907).

Representada: Prefeitura Municipal de Patrocínio Paulista.


Responsável: Marcos Antônio Ferreira (Prefeito).

Objeto: Representação contra o edital de Chamamento Público nº 01/2016,


instaurado para “COOPERAÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
COMPLEMENTARES NA ÁREA DA SAÚDE, ABRANGENDO – ESPECIALIDADES,
CIRURGIAS ELETIVAS E RETAGUARDA MÉDICA A SER CELEBRADO A
PARTIR DA PROPOSTA DE PROGRAMA DE TRABALHO SELECIONADA NAS
CONDIÇÕES ESTABELECIDAS NO PRESENTE EDITAL E SEUS ANEXOS, PELO
PERÍODO DE 06 MESES, PODENDO SER PRORROGADO POR IGUAL PRAZO,
ATÉ O LIMITE DE 60 MESES CONFORME LEI FEDERAL 8.666/93 E SUAS
POSTERIORES ALTERAÇÕES.”

Observação: data da sessão de abertura: 27/01/2016 às 14:00 horas.

Vistos.

Representação formulada pela Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio Paulista,


contra o edital de Chamamento Público nº 01/2016 que objetiva“COOPERAÇÃO E
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COMPLEMENTARES NA ÁREA DA SAÚDE,
ABRANGENDO – ESPECIALIDADES, CIRURGIAS ELETIVAS E RETAGUARDA
MÉDICA A SER CELEBRADO A PARTIR DA PROPOSTA DE PROGRAMA DE
TRABALHO SELECIONADA NAS CONDIÇÕES ESTABELECIDAS NO PRESENTE
EDITAL E SEUS ANEXOS, PELO PERÍODO DE 06 MESES, PODENDO SER
PRORROGADO POR IGUAL PRAZO, ATÉ O LIMITE DE 60 MESES CONFORME
LEI FEDERAL 8.666/93 E SUAS POSTERIORES ALTERAÇÕES”, lançado pela
Prefeitura Municipal de Patrocínio Paulista.

A Representante afirma caracterizar-se como “entidade filantrópica ou pessoa jurídica


de direito privado (associação de pessoas), sem fins lucrativos, cujas atividades são
dirigidas à saúde médica e hospitalar não só nos termos das Leis nº. 8.080/90 e
alterações (também a nº. 8.142/90), inclusive obedecendo as normas do Sistema Único
de Saúde, especialmente aqueles existentes no Município, tanto que vem prestando
serviços à população há mais de 100 (cem) anos na cidade e para região e qualquer
pessoa humana”.
Assevera, ainda, ser a atual prestadora dos “serviços de "especialidades", "cirurgias
eletivas" e "retaguarda médica" e outros convênios”, e, assim, “já comprovado o
cumprimento dos princípios citados e de todos os requisitos técnicos e jurídicos.”

Diante disso, alega que o objeto do edital impugnado “se mostra "subjetivo", senão
"impreciso", "incógnito", "capcioso" e até "dúbio" ao inserir sorrateiramente a
possibilidade de firmar "CONVÊNIO”, “COOPERAÇÃO” e até CONTRATO
PÚBLICO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COMPLEMENTARES NA ÁREA DE
SAÚDE", abrangendo os mesmos serviços, convênios, parcerias que já eram prestados
pela impugnante ao Município há mais de 15 (quinze) ANOS, com obediência a todos
os princípios constitucionais, especialmente os de "EFICIÊNCIA", “EFICÁCIA" e
"ECONOMICIDADE.”

Acusa, nesse cenário, que a instauração do procedimento transparece “uma "tentativa


sorrateira", "maliciosa", próxima "daqueles que de má-fé e desonestamente" tentam
"burlar" ou dar "sutil disfarce" ao cumprimento da lei e dos princípios constitucionais
na sua aplicação, ao inserir de forma premeditada, única e exclusivamente com o fito
de prejudicar a representante, apontado apenas as Leis 8.080, 8.142/90, indicando a
Lei nº. 8.666/93 e alterações, mas inclui o termo "demais leis atinentes", e condições
fixadas no respectivo Edital e seus Anexos, inserindo todas as regras da Lei Federal nº.
13.019/2014 e alteração, fulminando-o de ilegalidade.”

Aduz “que as exigências desta Lei (13.019/14, alterada pela 13.204/2015), não se
aplicam "aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins
lucrativos nos termos do §lº do art. 199 da Constituição Federal", e afirma que “se é
chamamento público o edital, não pode ser para convênio nos moldes do Edital de
Chamamento por afrontar a referida lei.”

Sustenta que os valores máximos mensais dos repasses estipulados no edital, se


comparados com os montantes históricos dos dispêndios realizados para a consecução
das atividades pretendidas por meio do vertente chamamento, levarão à
“inexequibilidade da proposta econômica”.

Pede a suspensão do procedimento e a declaração de nulidade do edital.

É a síntese.

Em sede de Exame Prévio, esta Corte consagrou entendimento de que determinação de


sustação de procedimentos seletivos instaurados ou, em última instância, a retificação
de editais lançados, somente tem lugar quando patente a ilegalidade e/ou
restritividade da licitação.

Na hipótese, ausentes tais premissas, o pedido não comporta acolhimento.

O ato convocatório, já em seu preâmbulo, define com clareza e precisão a intenção do


órgão em “
firmar convênio, aberto a todas as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas à saúde, consoantes às Leis 8.080, de 12 de
setembro de 1990 e 8.142, de 28 de dezembro de 1990, mais correspondentes Normas
do Sistema Único de Saúde – SUS emanadas do Ministério da Saúde, demais leis
atinentes, e condições fixadas neste Edital e seus Anexos”, pelo período de 06 (seis)
meses, prorrogáveis na forma da Lei 8.666/93.

Informações pormenorizadas sobre as atividades, forma de pagamento, fiscalização,


responsabilidades, dentre outros aspectos, constam do Anexo I do edital e da Minuta do
Convênio (Anexo II), suprindo as supostas e genéricas dúvidas articuladas na petição
inicial.

Aliás, nenhuma impugnação objetiva é dirigida aos itens e exigências específicas do ato
convocatório, denotando-se mero inconformismo da Representante quanto à forma e
sistema de gestão do setor de saúde do município.

Com efeito, infere-se do teor da Representação que a Prefeitura deixou de firmar ajuste
diretamente com Entidade impugnante para, nesse interregno temporal de transição - até
a entrada em vigor do promulgado Marco Regulatório das Organizações da Sociedade
Civil (Lei Federal nº 13.019/2014) -, segmentar as atividades de saúde e fomentar
parcerias precedidas de seleção mediante chamamento público de entidades do terceiro
setor, com aparentes critérios objetivos de escolha e obediência aos princípios da
impessoalidade, moralidade, isonomia e transparência (reitere-se que não há na inicial
insurgência pontual e fundamentada em relação aos itens do edital), aliados à
obrigatoriedade de fiscalização e acompanhamento pelo órgão público concessor.

O instituto da Representação contra edital obviamente não é rito processual adequado


para aferir e examinar a política municipal de organização da área de saúde do órgão
licitante.

Nas circunstâncias, pois, ausentes motivos que demandem intervenção imediata no


processamento do certame, relegando-se a análise da matéria ao rito ordinário, ocasião
em que eventual conduta dos responsáveis pelo processamento do torneio em
dissonância com a lei e a jurisprudência da Corte poderá ensejar a aplicação das
penalidades legais.

Ante o exposto, adstrito aos pontos suscitados na petição inicial, indefiro os pleitos da
representante.

Publique-se.

Após, encaminhe-se para ciência do Ministério Público e arquive-se.

G.C., em 26 de janeiro de 2016.

EDGARD CAMARGO RODRIGUES


Conselheiro
GC ECR
RVC

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