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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

BEATRIZ NASCIMENTO COSTA


DAVI GOMES DA SILVA
MARIAH ALMEIDA FERREIRA
REBECA LAÍSE VIEIRA SOARES
THADEU LEANDRO DA SILVA

ESTUDO DE VIABILIDADE DE REFORÇO EM SOLO MOLE NO TERMINAL


PORTUÁRIO DE SANTOS
Vibrosubstituição por coluna de brita

SÃO PAULO
2017
BEATRIZ NASCIMENTO COSTA
DAVI GOMES DA SILVA
MARIAH ALMEIDA FERREIRA
REBECA LAÍSE VIEIRA SOARES
THADEU LEANDRO DA SILVA

ESTUDO DE VIABILIDADE DE REFORÇO EM SOLO MOLE NO TERMINAL


PORTUÁRIO DE SANTOS
Vibrosubstituição por coluna de brita

Monografia de conclusão apresentada ao curso


de Engenharia Civil da Universidade Paulista a
ser utilizado como requisito para a obtenção do
título de Graduação em Engenharia Civil.

Orientador: Prof.º Eng.º Civil Gerson Zorio de


Mattos

SANTOS – SP
2017
FICHA CATALOGRÁFICA

Estudo de viabilidade de reforço em solo mole no Terminal Portuário


de Santos / Beatriz Nascimento Costa... [et al.]. - 2017.
0085 p. : il. color

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto


de Ciência Exatas e Tecnologia da Universidade Paulista, Santos, 2017.
Área de Concentração: Engenharia civil.
Orientador: Prof. Eng. Gerson Zorio de Mattos.

1. Reforço. 2. Recalques. 3. Solos moles. 4. Vibrosubstituição por


coluna de brita. I. Costa, Beatriz Nascimento. II. Zorio de Mattos, Gerson
(orientador).
BEATRIZ NASCIMENTO COSTA
DAVI GOMES DA SILVA
MARIAH ALMEIDA FERREIRA
REBECA LAÍSE VIEIRA SOARES
THADEU LEANDRO DA SILVA

ESTUDO DE VIABILIDADE DE REFORÇO EM SOLO MOLE NO TERMINAL


PORTUÁRIO DE SANTOS
Vibrosubstituição por coluna de brita

Monografia de conclusão apresentada ao curso


de Engenharia Civil da Universidade Paulista a
ser utilizado como requisito para a obtenção do
título de Graduação em Engenharia Civil.

Orientador: Prof.º Eng.º Gerson Zorio de Mattos

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

______________________/__/__
Prof. Eng.º Gerson Zório de Mattos

______________________/__/__
Prof.ª Iara Migotto

______________________/__/__
Prof.ª Júlia Barrio
Universidade Paulista – UNIP
AGRADECIMENTOS

Agradecemos em primeiro lugar à Deus, por ter nos ajudado até aqui, nos dado força
para superar as dificuldades encontradas no decorrer dessa caminhada.

Aos nossos pais, familiares e amigos pelo incentivo constante, apoio e por nunca
duvidarem da nossa capacidade.

Aos nossos professores pelo conhecimento e experiências transmitidas durante o


curso, em especial ao nosso orientador Prof.º Gérson Zório de Mattos pela dedicação
e interesse em nos ajudar nesse momento importante das nossas vidas.

E em especial ao Eng.º Daniel Whately da empresa Keller Brasil, por nos ajudar com
informações de suma importância para o desenvolvimento dessa pesquisa, sempre
se dedicando a esclarecer nossas dúvidas com total presteza.
“As grandes ideias surgem da
observação dos pequenos detalhes”.

(Augusto Cury)
RESUMO

Esta monografia apresenta um estudo referente aos solos moles, abordando os


problemas de recalque na área portuária da cidade de Santos, estado de São Paulo,
trazendo comparações entre formas de reforço e manutenção, visando esclarecer
qual prática é mais viável e econômica. Os estudos foram baseados em revisões
bibliográficas de especialistas na área de fundações e geotecnia, envolvendo
aspectos históricos, geológicos e geotécnicos do subsolo do município de Santos. A
pesquisa vem para elucidar as técnicas mais utilizadas atualmente para estabilização
dos recalques que ocorrem na região portuária de Santos. Essas técnicas visam
minimizar a desestabilização do solo, devido ao grande tráfego de veículos e cargas
que excedem facilmente o peso de 40 toneladas. Essas técnicas e processos são de
suma importância para que o solo que serve de plataforma para toda essa
movimentação venha se manter estável diante de toda essa compressibilidade que o
solo sofre. Perante o exposto, este trabalho apresenta a técnica para reforço do solo
por vibrosubstituição por coluna de brita.

Palavras-chave: Reforço. Recalques. Solos moles. Vibrosubstituição por coluna de


brita.
ABSTRACT

This monograph presents a study on soft soils, approaching the problems of repression
in the port area of the city of Santos, state of São Paulo, bringing comparisons between
reinforcement and maintenance, in order to clarify which practice is more feasible and
economical. The studies were based on bibliographical reviews of specialists in the
area of foundations and geotechnics, involving historical, geological and geotechnical
aspects of the subsoil of the municipality of Santos. The research comes to elucidate
the techniques currently used to stabilize the settlements that occur in the Santos port
region. These techniques aim to minimize soil destabilization due to the large traffic of
vehicles and loads that easily exceed the weight of 40 tons. These techniques and
processes are of paramount importance for the soil that serves as a platform for all this
movement to remain stable in the face of all this compressibility that the soil suffers. In
view of the above, this work presents the technique for soil reinforcement by vibro
replacement by gravel column.

Keywords: Reinforcement. Repression. Soft soil. Vibro replacement by gravel column.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Local da ampliação do cais 16


Figura 2 - Avanço da muralha do cais 17
Figura 3 - Pedreira do Jabaquara – Santos (SP). 18
Figura 4 - Esquema de corte geológico (como visualizado nos anos 50). 22
Figura 5 - Perfis de sondagens (A) Ponta da Praia, Santos; (B) Guarujá – próximo à
Ponta da Praia, em Santos 28
Figura 6 - Perfis de sondagens em Santos e imediações 29
Figura 7 - Recalques de sapatas e de carregamentos flexíveis 33
Figura 8 - Localização terminal Marítimo Empresa de Logística relação Brasil 38
Figura 9 - Localização terminal Marítimo Empresa de Logística relação estado de
São Paulo 38
Figura 10 - Localização terminal Marítimo Empresa de Logística relação cidade de
Santos 39
Figura 11 - Terminal Marítimo Empresa de Logística 39
Figura 12 - Deformidade no pátio. 40
Figura 13 - Pátio de armazéns gerais 42
Figura 14 - Corte Transversal 43
Figura 15 - Detalhe do corte transversal 44
Figura 16 - Tabela de Movimentação de Contêineres nos últimos anos 45
Figura 17 - Fluxo de empilhadeira de grande porte, Terex. 46
Figura 18 - Movimentação de empilhadeira de grande porte. 46
Figura 19 - Resultante das cargas no solo. 47
Figura 20 - Pátio do Terminal, rua 01 48
Figura 21 - Área de armazenamento de contêineres do Terminal, rua 01. 48
Figura 22 - Pátio do Terminal, rua 01. 49
Figura 23 - Pátio do Terminal, rua 01. 49
Figura 24 - Pátio do Terminal, rua 02. 50
Figura 25 - Resultado da sondagem, perfil de solo do terminal portuário 54
Figura 26 - Processo de instalação de Geodreno. 56
Figura 27 - Processo de Jet Grouting 57
Figura 28 - Bico Injetor 58
Figura 29 - Equipamento de perfuração de solo. 59
Figura 30 - Processo do Cutter Soil Mixing 60
Figura 31 - Malha quadrada 62
Figura 32 - Malha triangular 62
Figura 33 - Ábaco de Priebe 63
Figura 34 - Etapas construtivas 64
Figura 35 - Seção Típica Coluna de Britas 65
Figura 36 - Painel da máquina de monitoramento 66
Figura 37 - Vibrador 67
Figura 38 - Equipamento Vibrocat 68
Figura 39 - Sistema S-Alpha 68
Figura 40 - Rodovia (antes) 69
Figura 41 - Rodovia (depois) 69
Figura 42 - Ferrovias (antes) 70
Figura 43 - Ferrovias (depois) 70
Figura 44 - Encontro de Ponte (antes) 70
Figura 45 - Encontro de Ponte (depois) 70
Figura 47 – Mapa de frequência de recalque 72
Figura 48 - Layout da malha do reforço 74
LISTA DE TABELAS
Tabela I - Parâmetros geotécnicos de Santos e da Baixada Santista 27
Tabela II - Manutenção anual 73
Tabela III - Manutenção da área de 5000m² 73
Tabela IV - Planilha orçamentaria do reforço vibrosubstituição 75
Tabela V - Custo-benefício da manutenção 76
Tabela VI - Custo-benefício da vibrosubstituição por coluna de brita 76
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14
1.1 Contexto Histórico ............................................................................................ 14
1.2 Problema de Pesquisa ...................................................................................... 19
1.3 Hipótese ............................................................................................................. 19
1.4 Objetivo Geral .................................................................................................... 19
1.5 Objetivo Específico ........................................................................................... 19
1.6 Justificativa........................................................................................................ 20
1.7 Metodologia....................................................................................................... 20
1.8 Estrutura do trabalho........................................................................................ 20
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA .............................................................................. 21
2.1 Estudos geológicos .......................................................................................... 21
2.1.1 História Geológica do Litoral ............................................................................ 22
2.1.2 Influência das elevações do nível do mar na Baixada Santista ........................ 23
2.1.3 Planícies sedimentares quaternárias de São Paulo ......................................... 24
2.1.4 Avanços geológicos ......................................................................................... 25
2.2 Características Geotécnicas ............................................................................ 25
2.2.1 Parâmetros geotécnicos dos sedimentos da Baixada Santista ........................ 26
2.2.2 Perfil geotécnico da cidade de Santos ............................................................. 27
2.3 Aterro sobre solo mole ..................................................................................... 30
2.3.1 Características dos solos moles ....................................................................... 31
2.3.2 Recalque .......................................................................................................... 31
2.3.3 Métodos para estimativa do recalque ............................................................... 32
2.4 Tratamento dos solos moles ............................................................................ 34
2.4.1 Construção por etapas ..................................................................................... 34
2.4.2 Aplicação de sobrecargas temporárias ............................................................ 34
2.4.3 Drenos verticais ................................................................................................ 35
2.4.4 Colunas de pedra ............................................................................................. 36
2.4.5 Estacas de distribuição..................................................................................... 36
3 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................ 37
3.1 Descrição do projeto ......................................................................................... 37
3.1.1 Localização ...................................................................................................... 37
3.1.2 Objeto ............................................................................................................... 40
3.1.3 Problemas no local ........................................................................................... 40
3.2 Sistema utilizado no estudo de caso ............................................................... 55
3.2.1 Forma de execução da manutenção do pavimento .......................................... 42
3.2.1.1 Escopo .......................................................................................................... 42
3.2.2 Fatores externos que influenciam no recalque ................................................. 44
3.2.2.1 Movimentação de cargas por máquinas de grande porte.............................. 44
3.2.2.2 Armazenamento de contêineres .................................................................... 47
3.2.3 Recalque do pátio de armazenamento............................................................. 48
3.3 Sondagem do solo e ensaio SPT ..................................................................... 50
3.3.1 Visita técnica .................................................................................................... 52
3.4 Principais tecnologias para reforço no solo ................................................... 55
3.4.1 Geodrenos (ou drenos fibroquímicos) .............................................................. 55
3.4.2 Jet grouting....................................................................................................... 56
3.4.3 Deep Soil Mixing (Mistura Profunda de Solo) ................................................... 57
3.4.4 Cutter soil mixing CSM (Mistura de solo in situ)............................................... 59
3.4.5 Vibrosubstituição por coluna de brita................................................................ 60
3.4.5.1 Equipamentos ............................................................................................... 66
3.4.5.2 Aplicação das colunas de brita...................................................................... 69
3.5 Estudo de viabilidade entre o reforço e a manutenção periódica ................ 71
4 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE REFORÇO E MANUTENÇÃO .................. 72
4.1 Manutenção ....................................................................................................... 73
4.2 Reforço do Solo ................................................................................................. 74
4.3 Comparativos .................................................................................................... 75
4.4 Resultado da análise de comparação ............................................................. 77
5 CONCLUSÃO...................................................................................................... 78
REFERÊNCIAS................................................................................................... 79
ANEXO A............................................................................................................ 81
ANEXO B............................................................................................................ 82
ANEXO C............................................................................................................ 83
ANEXO D............................................................................................................ 84
ANEXO E............................................................................................................ 85
14

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contexto Histórico

A cidade de Santos foi elevada à vila em 1546, mas sua ocupação se deu antes
disso. Segundo Giraud (2000, pág. 11), o porto e a cidade de Santos surgiram na
mesma época do descobrimento do Brasil e seu início está ligado com os relatos sobre
a Ilha de São Vicente. Os colonizadores portugueses estavam em busca de novos
locais para se instalar e que estivessem livres de piratas e tempestades.
Santos subiu para a categoria de cidade em 26 de janeiro de 1839 através de
uma Assembleia Provincial que corresponde hoje a Assembleia Legislativa Estadual.
A data coincide com a mesma data em que ela foi elevada à vila em 26 de janeiro de
1546, razão pela qual é nessa data em que se comemora o aniversário da cidade
desde a fundação da vila por Brás Cubas até hoje.
No princípio, as naus1 ancoravam no antigo porto em São Vicente. De lá as
cargas iam por terra até a Ilha de São Vicente. Brás Cubas foi quem teve a decisão
de alterar o local de ancoradouro para um lugar mais seguro. Sua escolha foi pelo
Lagamar do Enguaguaçu, hoje centro da cidade de Santos, mais especificamente
entre as ruas Visconde de Rio Branco e Brás Cubas.
A primeira fase da realização do trecho de 2.200 metros do cais linear do porto
de Santos, que iam do cais do Armazém 1 até o 10, ocorreu de 1892 a 1898. Seus
primeiros 260 metros iam da área do Arsenal (atual Armazém 4) à Alfândega, onde o
famoso vapor Nasmyth atracou, inaugurando-o em 2 de fevereiro de 1892.
Basicamente no século 18, o porto movimentava o sal que era importado de
Portugal e que não precisava de navios com grandes calados. Mais à frente, São
Paulo iniciou sua produção de açúcar e a exportação do produto exigia navios
maiores. Nesse momento se fez necessário a construção de trapiches2.
Foi através das antigas pontes de madeira e pelos trapiches onde
descarregavam-se as cargas que iam e vinham dos portos da Europa, que Santos se
desenvolveu no início da parceria entre vila e porto.

1 Denominação genérica dada a navios de grande porte com capacidade de 200 pessoas, até o
século XV usados em viagens de grande percurso.
2 Pontes de madeira para acesso aos navios de grande calado.
15

A continuação das obras decorreu em direção à ponte trapiche da São Paulo


Railway, correspondendo aos cais dos Armazéns 4 a 1.
A construção da estrada de ferro São Paulo Railway, com destino ao planalto
contribuiu com o desenvolvimento da cidade, que continuou crescendo, sentido
interior, com a implantação das autoestradas.
O que não agradava eram as deficiências nas condições de atracação e
operação no Porto de Santos, que eram precárias comparadas com a evolução que o
planalto paulista havia sofrido devido ao cultivo do café e a imigração estrangeira para
a Província de São Paulo, combinados com as ferrovias e navios a vapor.
O novo porto era reivindicado pelo comércio paulista, surgindo como o polo de
riqueza do novo país, independente em 1822 e tornado República em 1889. De acordo
com Hélio Lobo (1936, p.9) nessa fase, as diversas epidemias que afetaram Santos
como a febre amarela, por exemplo, afastavam a mão de obra contratada.
Santos estava marcado como lugar maldito nos portos a fora, acumulando
queixas de transportadores marítimos. A cidade era então um lugarejo de 20 mil
habitantes, e a capital paulista não contava com mais de 150 mil habitantes, com vida
tumultuada em função do embarque e desembarque de mercadorias em trapiches.
Era necessária e urgente a modernização do Porto de Santos, e após tentativas
frustradas em 1892 foi criada juridicamente a sociedade que tinha como nome
Companhia Docas de Santos (CDS), de Eduardo Guinle e Cândido Gaffrée.
Entre 1892 e 1982, houve a expansão da Cia das Docas de Santos, ampliação
do cais de atracação e zonas de armazéns, saneamento adequado da área portuária
e também da cidade, já que em Santos ainda não havia estrutura para receber o
desenvolvimento que o Porto trouxe à cidade.
A história da Companhia Docas de Santos, responsável pela construção,
organização e administração do porto de Santos, está ligada à história do
desenvolvimento nacional com a entrega do primeiro trecho de cais linear em pedra e
cimento, do novo Porto.
A fim de permitir a atracação de navios de grande calado3, os sócios Gaffrée e
Guinle proporcionaram a Santos o início do seu saneamento e alguns quilômetros
quadrados úteis a mais à sua expansão urbana.

3 Espaço ocupado pelo navio dentro da água. Distância entre a quilha do navio e a linha de flutuação.
16

Na segunda fase, de 1898 a 1913, iniciou-se a demolição dos antigos


trapiches. Em 1900 já existiam os 11 primeiros Armazéns e o cais era iluminado em
toda a sua extensão por luz elétrica. Na área de Outeirinhos, a Cia Docas de Santos
havia criado um enorme depósito de carvão, com 5 mil toneladas e com uma ponte
de desembarque, em dois pavimentos, com trilhos e guindastes a vapor.

Figura 1- Local da ampliação do cais

Fonte: Novo Milênio, 2013.

Neste mesmo ano começou a construção da muralha do cais entre Paquetá e


Outeirinhos, seguida do aterro da lagoa formada pelo aparecimento do cais linear
entre os atuais Armazéns 12 e 23, conforme ilustrado nas figuras 1 e 2.
17

Figura 2 - Avanço da muralha do cais

Fonte: Livro Santos e a Cia Docas, 2000.

Seja para o aterro, seja para a muralha foi utilizado um material proveniente
do desmonte dos Outeirinhos e da pedreira do Jabaquara.
Para a construção do cais e dos armazéns do Porto de Santos, foi necessário
aterrar a região, e as rochas que eram retiradas do bairro do Jabaquara, como mostra
figura 3, eram transportadas por uma pequena linha férrea até a área do porto.
18

Figura 3 - Pedreira do Jabaquara – Santos (SP).

Fonte: Livro Santos e a Cia das Docas, 2000.

Em dezembro de 1909, foi assentado o último bloco da muralha. Hoje, há uma


muralha de cais que se estende desde a estação da São Paulo Railway, até os
Outeirinhos, numa extensão de 4.800 metros, com espaço amplo para os grandes
transatlânticos. O belo cais de granito foi preparado com os últimos e melhores
guindastes hidráulicos da época. Um navio trazendo ou levando 12.000 toneladas de
carga, podia ser despachado em dez dias. A cidade de Santos, que em 1892 não
passava de vestígios insalubres dos tempos coloniais, transformou-se com as obras
do cais em conhecido porto de saúde, com belas ruas e avenidas, bonitos edifícios e
trens elétricos.
A data 30 de agosto de 1981 marca de certa forma o início de uma nova época
na história do porto, pois a movimentação de contêineres, sensivelmente em
crescimento na década de 70, passou a se elevar cada vez mais nos anos 80, a partir
da inauguração naquela data do terminal de contêineres do porto. Os efeitos da
conteinerização progressiva das cargas transformaram a paisagem da região, com o
19

surgimento de terminais retro portuários especializados e o uso de todos os terrenos


vazios disponíveis como depósitos de contêineres.
Também o trânsito se modificou com o surgimento dos veículos especializados
em transporte de contêineres, e até de um viaduto especial para a ligação das
estradas às vias portuárias.

1.2 Problema de Pesquisa

O Terminal Portuário de Santos é constituído por vastas camadas de solos


moles de baixa resistência, que são submetidos a grandes cargas, apresentando
recalques frequentes.

1.3 Hipótese

O nosso estudo visa demonstrar a partir de análises, o custo que se tem para
aplicar métodos de reforço em solo mole, a fim de manter nivelado o pavimento da
área de um terminal de contêineres do porto, e o custo e tempo que se leva fazendo
manutenções em solos não reforçados.

1.4 Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo é analisar os métodos de reforço de solo para


assim avaliar a melhor solução para os recalques ocorridos na pavimentação de pátios
com armazéns e contêineres do Porto de Santos, e demonstrar custos e benefícios
entre fazer apenas manutenções frequentes no pavimento ou reforçar o solo com
tecnologias apresentadas pelo mercado.

1.5 Objetivo Específico

O objetivo específico é obter parâmetros para o estudo de implantação de


reforço de solos moles pelas novas tecnologias que o mercado oferece, através do
aprofundamento do conhecimento sobre as propriedades geotécnicas de solos moles.
20

1.6 Justificativa

A Baixada Santista no estado de São Paulo sempre foi um desafio para a


engenharia civil, principalmente a cidade de Santos, que tem uma grande importância
no cenário nacional, pelo fato de abrigar o maior porto da américa latina,
em movimentação de cargas.
O desenvolvimento alcançado na região portuária de Santos nos últimos anos
tem provocado uma crescente demanda por realização de obras civis. Por outro lado,
o que se verifica é a escassez de subsolos de boa qualidade nas proximidades do
porto, não restando alternativa senão ocupar áreas antes julgadas inapropriadas.
Sendo assim, essa pesquisa visa fazer um estudo sobre o solo mole da Baixada
Santista e o histórico da ampliação do cais através de aterramento, para melhor
entendimento da motivação que gera os problemas de recalque da área, analisando
também, quais métodos são usados para minimizar o problema citado.

1.7 Metodologia

A metodologia dessa pesquisa consiste no embasamento teórico dos livros


Obras de Terra (2003) e Solos Marinhos da Baixada Santista (2009), ambos de Faiçal
Massad e também do livro Santos e a Cia das Docas (2000).

1.8 Estrutura do trabalho

Este trabalho está dividido em cinco capítulos: introdução, que consta a história
de Santos e do Porto, e a apresentação da importância desse estudo para a região
portuária; revisão bibliográfica, com a explicação da origem e das características do
solo do litoral santista e especificamente de Santos; o estudo de caso, para analisar
os recalques ocorridos na pavimentação em terminais de contêineres no Porto, os
tipos de métodos de reforço que existe e estudar a viabilidade da implementação de
um reforço no solo; análise comparativa entre reforço e manutenção, onde veremos
as características das duas técnicas e o custo benefício para executá-lo; e a
conclusão.
21

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1 Estudos geológicos

De acordo com M. Vargas para Revista USP (1999) há muito tempo atrás a
região da baixada santista estava coberta por uma camada de aproximadamente 50
metros de água, era possível ver apenas os morros mais altos. Embora a região
tivesse grande importância histórico-geológica, até recentemente suas características
geológicas e geográficas não haviam sido analisadas suficientemente.
A partir de 1940, através das novas instalações da Cia. Docas de Santos, que
mediante a necessidade do conhecimento do solo, solicitou um estudo do mesmo ao
IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológicas); com os estudos iniciais para a construção
do trecho da Via Anchieta na Baixada Santista; com as análises geotécnicas para os
primeiros edifícios residenciais na Praia do Gonzaga e a partir de 1950 com os estudos
de fundação da Cosipa em Piaçaguera, que a geologia da Baixada Santista passou a
ser conhecida.
Os estudos possibilitaram que fosse traçado um esboço de perfil geológico,
ilustrado na Figura 4, desde o pé da serra até a praia de Santos. O solo de Cubatão
era formado por 15m de argila orgânica mole preta sobre uma camada de pedregulho
sobre uma base gnáissica decomposta. Considerou que a camada de argila orgânica
mole, intervalados com as camadas de areia, estavam sobre a base gnáissica que
descia suavemente até chegar no Rio Casqueiro. Desse ponto em diante a superfície
era coberta por areia, onde na praia atingia mais ou menos 15 m de profundidade e a
base gnáissica ficaria a mais de 80 m de profundidade.
O embasamento gnáissico consiste em rochas de origem metamórfica que
segundo F. Machado, professor doutor, para UNESP; são rochas que resultam da
combinação de determinados fatores como pressão e temperatura. As rochas
metamórficas se formam sempre que sedimentos, materiais ígneos ou mesmo
metamórficos são submetidos a condições de pressão e temperatura diferentes das
iniciais.
22

Figura 4 - Esquema de corte geológico (como visualizado nos anos 50).

Fonte: Revista USP, maio/1999

Conforme M. Vargas para Revista USP (1999) o esquema de corte geológico


usado na década de 50 traz um erro. No perfil não aparecem os morros que surgem
ao longo da baixada como ilhas rodeadas de vasas, que são os afloramentos
gnáissicos. Os morros gnáissicos são recobertos pelos solos de alteração das rochas
in situ ou por coluviões formados por deslizamentos de solo e blocos de rocha.
Segundo M. Vargas (1999 apud A. de Oliveira e O. Leonardos, 1943) no pé da
serra, há camadas superficiais de argila orgânica com textura de lama fina, cobertas
de mangues e inundadas pela maré alta, enquanto as areias perto do mar são
acumuladas pela água e pelo vento.
.
2.1.1 História Geológica do Litoral

Conforme M. Vargas para Revista USP (maio/1999), foi em agosto de 1962 que
se iniciaram estudos amplos guiados por professores do Departamento de Geografia
da USP sobre aspectos geográficos da Baixada Santista. Os resultados da pesquisa
foram publicados em quatro volumes, pela Editora da USP. No primeiro volume da
obra, As Bases, encontram-se informações satisfatórias sobre aspectos Físicos, traz
um sumário sobre a geologia da serra e da região redigido por José Carlos Rodrigues
e uma exposição da evolução geomorfológica escrita por Aziz Ab’Saber, que afirma
23

que na verdade, há indícios de que na época do Cretáceo4 e no decorrer do período


Paleogêneo aconteceram importantes falhas, como o levantamento epirogênico do
núcleo do sul-oriental do Escudo Brasileiro.
A partir desse movimento epirogênico, ou seja, movimentos lentos em grandes
áreas da crosta terrestre, surgiram, na região de Santos, diversos vales na serra. Os
vales foram submersos através da elevação do nível do mar, já no período
quaternário, resultando em uma baía profunda e diversas ilhas. A essa transgressão
é incumbido toda a irregularidade da costa sudeste brasileira.
Conforme Massad (2009), durante o quaternário, pode-se afirmar que a costa
brasileira se comportou de forma homogênea. É importante ressaltar destacando duas
transgressões, a mais elevada (8±2m acima do atual) chamada de Transgressão
Cananéia ocorrida a cerca de 120 mil anos e a mais baixa denominada Transgressão
de Santos que ocorreu a 7 mil anos.
Segundo Massad (2009), as primeiras pesquisas sobre argila no litoral, se
iniciaram nas cidades de Santos, Rio de Janeiro e Recife. Desde a década de 40
achava-se que este solo era um solo simples, com apenas um único ciclo de
sedimentação, porém a história geológica dos sedimentos não é simples, ao longo
das últimas duas décadas do século passado os conhecimentos veem sendo
compilados e continuam evoluindo.

2.1.2 Influência das elevações do nível do mar na Baixada Santista

Até a década de 60, pesquisas sobre flutuações do nível do mar durante o


Quaternário eram muito escassas no Brasil. Após 1974, foram intensificados os
estudos sobre as mudanças de nível relativo do mar, principalmente nos últimos 7500
anos.
De acordo com os estudos de Suguio e Martin (1978), verificou-se que na
região de Santos – Bertioga, o nível máximo relativo do mar foi atingido por volta de
5100 anos, situando-se 4,5m acima do nível atual, por volta de 3500 anos o nível do
mar passou por um segundo máximo atingindo + 4,0m e há cerca de 2000 anos o
nível do mar estava 1,5 e 2,0m.

4Diz-se de um período geológico do final da era mesozoica ou secundária, durante o qual se formou
a greda.
24

Os depósitos sedimentares da Baixada Santista se formaram nos últimos


120.000 anos por processos transgressivos e foram fortemente influenciados pelas
variações relativas do nível do mar. Essas formações estão diretamente relacionadas
com dois ciclos de elevações do nível do mar:
O primeiro é conhecido como Transgressão Cananéia, depositado há 100.000
– 120.000 anos. Processo que deu origem às Argilas Transicionais e Areias
Transgressivas. O nome “Transicional” é devido ao ambiente misto, continental –
marinho de sua formação. Como consequência a regressão ocorrida, onde o nível do
mar baixou 110m em relação ao atual, os sedimentos passaram por um intenso
processo erosivo, apresentam-se fortemente sobreadensados por peso total. (Massad
1985 e 1999).
O segundo, chamado de Transgressão Santos, deu origem a Sedimentos
Flúvios – Lagunares e de Baias (SFL). Essa Formação, mais recente se deu cerca de
7000 – 5000 anos. O nome “SFL” é devido ao fato de às vezes se formarem pelo
retrabalhamento dos sedimentos da Formação Cananéia e outras por sedimentação
em Lagunas e Baias. (Massad, 1985 e 1999).

2.1.3 Planícies sedimentares quaternárias de São Paulo

Suguio e Martin (1976), com o trabalho sobre as flutuações do nível do mar e a


evolução costeira do Brasil, conseguiram propor um modelo geológico para explicar a
formação das planícies quaternárias do Estado de São Paulo, apontando as
elevações do nível do mar como causa principal da origem dos depósitos
sedimentares.
A evolução destas planícies foi, resumidamente, dividida em cinco etapas:
1º no auge da transgressão Cananéia o mar atingiu o pé da Serra do Mar e se
formaram os sedimentos argilo-arenosos chamados transicionais e as areias
marinhas transgressivas.
2º iniciou-se o processo de regressão e com isso cordões de areias regressivas
foram depositados sobre os sedimentos transgressão que posteriormente foram
retrabalhados pela ação do vento.
3º por volta de 17.000 anos atrás, o nível do mar abaixou até a cota -110m,
com isso os sedimentos superficiais da formação Cananéia foram erodidos, formando
25

vales profundos. Com cordões de praias, a superfície original da formação Cananéia


foi preservada ficando entre os vales.
4º Com a Transgressão Santos o mar subiu rapidamente e invadiu as zonas
rebaixadas pela erosão, originando um longo sistema de lagunas, onde sedimentos
argilo-arenosos foram depositados. Em conjunto com isso, as partes mais altas da
Formação Cananéia foram erodidas pelo mar e as areias redepositadas, dando
origem aos depósitos marinhos holocênicos arenosos.
5º O mar retornou para a sua posição atual e assim se formaram cordões
litorâneos de regressão. Diferentes gerações desses cordões podem ser notadas
como consequência das flutuações do nível do mar durante o final da Transgressão
de Santos.

2.1.4 Avanços geológicos

De acordo com Suguio e Martin (1981, apud MASSAD, 2009, p. 26), o


significado da palavra eustasia vinha das variações do nível do mar em escala
mundial, com grandes mudanças de volume, provocadas, por exemplo, por degelos
ou movimentos tectônicos.
Atualmente essa definição está renovada. Ela se refere a variações de qualquer
grau do nível do mar, independentemente de sua causa, de escala local e regional e
não mundial. A gravidade, a rotação da Terra, a movimentação da crosta terrestre, o
clima, todos esses pontos influenciam e afetam o nível do mar. Baseando-se nesse
conceito na década de 70 foram feitos vários levantamentos de curvas de variação,
dando posições de antigos níveis marinhos em vários pontos do litoral da Suécia,
Noroeste da Europa, Leste dos EUA e do Brasil, resultando em uma curva eustática
(Massad, 2009).

2.2 Características Geotécnicas

De Acordo com Almeida (2005), os solos são originários da decomposição das


rochas ou sedimentação não consolidada de seus grãos, sem ou com matéria
orgânica. São reconhecidos pela textura, granulometria, plasticidade, consistência,
compacidade, estrutura, forma dos grãos, cor, cheiro, presença de outros materiais
(conchas, matéria vegetal, mica, etc.)
26

Serão analisadas nos subitens a seguir, algumas das características dos solos
e sedimentos da baixada santista, principalmente da cidade de Santos, onde é o foco
da pesquisa, para que nos capítulos posteriores, possa-se dar, através dos estudos
uma análise das possíveis soluções técnicas de reforço no solo.

2.2.1 Parâmetros geotécnicos dos sedimentos da Baixada Santista

Tornou-se de suma importância o estudo e a caracterização geotécnica dos


solos da Baixada Santista, em função de sua formação. São realizados vários ensaios,
para a criação de critérios e diferenciação dos vários tipos de sedimentos, sua
distribuição em subsuperfície e os mecanismos que controlam o seu sobre
adensamento.
Para a execução construtiva de alguns edifícios na cidade de Santos, diversos
ensaios foram executados in loco. A tabela I, elaborada por Massad, 2003, apresenta
parâmetros geotécnicos dos solos, os valores encontrados são de quatro edifícios em
pontos distintos na cidade, onde há comparação com os parâmetros geotécnicos da
Baixada Santista.
A tabela I abaixo, expõem valores semelhantes de acordo com a sua
classificação. Exceção é feita para algumas propriedades de estado, como índice de
vazios e resistência não drenada, de acordo com Massad (2003). Isso é devido as
argilas de SFL na cidade de Santos terem sido adensadas sob pressões de terra
maiores. Nesse contexto, verifica-se também que a pressão de pré-adensamento
desempenha papel decisivo quanto à classificação de acordo com Dias (2010).
27

Tabela I - Parâmetros geotécnicos de Santos e da Baixada Santista

Fonte: Livro Solos Marinhos da Baixada Santista, 2009.

Legenda:
(1) Machado (1961); (2) Teixeira (1960-b e 1994);
(3) Gonçalves e Oliveira (2002); (4) Teixeira (1960-a)

2.2.2 Perfil geotécnico da cidade de Santos

Segundo Massad (2009) foram analisados mais de 30 perfis geotécnicos de


vários pontos da baixada santista onde, desde 1942, o IPT extraiu centenas de
amostras shelby. Após uma análise dos dados, percebe-se que para cada unidade
genética, há uma distribuição dos parâmetros de acordo com a profundidade. Abaixo
mostra-se a figura 5 com os perfis de sondagens analisados.
28

Figura 5 - Perfis de sondagens (A) Ponta da Praia, Santos; (B) Guarujá – próximo à
Ponta da Praia, em Santos

Fonte: Livro Solos Marinhos da Baixada Santista, 2009.

Na figura acima, observa-se nos perfis de sondagem SII e SIII a presença, na


base, de camada de areia grossa subjacente à camada de areia, com nódulos de
argila dura, e a camada de argila média com restos de vegetais, em profundidades
superiores a 25 m.
Na figura 6, mostra-se o perfil de subsolo em local próximo ao cais
Conceiçãozinha onde se nota, abaixo dos 18 metros, uma camada de argila marinha
SFL com SPT variando de 1 a 4 e, a maiores profundidades (abaixo de 25 metros),
uma terceira camada de argila (AT), com SPT de 7 a 10.
As sondagens feitas no Guarujá SI e SII, no local de atracação do ferryboat
(Guarujá), em que uma delas atingiu a alteração de uma rocha. Observa-se
novamente a existência de uma discordância entre os sedimentos argilosos acima e
abaixo de 28 metros. Para os mais profundos, nota-se a ocorrência de duas camadas
de argilas, com consistência média rija, com SPT atingindo até 10.
29

Figura 6 - Perfis de sondagens em Santos e imediações

Fonte: Livro Solos Marinhos da Baixada Santista, 2009.

De acordo com Dias (2010) essas sondagens permitiram o conhecimento do


perfil geotécnico do município de Santos bem como o reconhecimento das camadas
subsequentes, que se passa a descrever:
Em seguida ocorrem camadas de argila muito mole, que foram qualificadas por
Massad, (1985) como sendo argilas de SFL, com profundidades entre 10 e 30m e
valores de SPT entre 0 e 4, de acordo com Dias (2010).
Logo mais abaixo, encontra-se camada de areia de capacidade variável abaixo
dos 20 – 25 m de profundidade, são encontradas as argilas transicionais (A.T),
também definidas por Massad (1985).
Conforme Dias (2010), abaixo das argilas transicionais é possível encontrar
camadas de areia compacta e/ou sedimentos continentais. Em profundidade
encontra-se o solo residual. Nas margens e fundos de canais da rede de drenagem,
se encontram ainda os mangues, que são diferentes dos SFl; tratam-se de sedimentos
mais recentes, caracterizados como sedimentos tipo vasa (lama), e apresentam
valores de SPT = 0.
Essa informação sintetiza um prévio conhecimento do que ocorre nas
subcamadas do solo na cidade de Santos, sendo que, para cada novo
30

empreendimento é necessário realizar novos estudos do perfil geotécnico onde se


efetuará a construção, pois como se observa, a cada ponto distinto do município há
variação das camadas geotécnicas.
Os estudos cautelosos do solo são verdadeiramente necessários para fornecer
dados suficientes para tomada de decisão, pois a segurança e a durabilidade da
infraestrutura dependem exclusivamente do tipo de fundação a ser realizada de
acordo com a resistência que o solo proporciona.

2.3 Aterro sobre solo mole

Para tomar conhecimento da importância desse assunto, deve-se mencionar


brevemente as ligações terrestres históricas entre Santos e São Paulo. No fim do
século XIX, ia-se de São Paulo a Cubatão por meio de carruagens, e o restante da
viagem de Cubatão a Santos era feito de barca. Da mesma maneira, a primeira
estrada de ferro brasileira fazia a conexão Petrópolis-Mauá.
A primeira rodovia da Baixada Santista foi feita por lançamento de aterro em
ponta, processo que ainda é muito utilizado nos dias de hoje, apesar de seus riscos,
que são as rupturas localizadas do solo mole, provocando grandes volumes de aterro
e recalques diferenciais, que acarretam ondulações nas pistas.
Problemas relacionados ao aterro sobre solo mole vem sendo demonstrado ao
longo da história do Brasil, como na queda da ponte sobre o rio Guandu, localizado
no Rio de Janeiro, a qual entrou em colapso devido à instabilidade causada pelo aterro
de encontro realizado. Porém, esses acontecimentos resultaram no aprendizado de
que obras de arte devem começar a ser executadas somente após o solo aterrado se
consolidar o qual demanda um certo tempo. (Massad, 2003)
Ainda de acordo com Massad (2003) com essa informação histórica, pode-se
compreender os problemas sob ponto de vista técnico como, a estabilidade do aterro
logo após a construção e os recalques dos aterros ao longo do tempo.
Na etapa de construção dos aterros, alguns problemas podem acontecer, tais
como:
a) Tráfego dos equipamentos de construção;
b) Amolgamento5 da superfície do terreno, diante ao lançamento do aterro;

5 É o fenômeno da perda de resistência de um solo por efeito da destruição de sua estrutura.


31

c) Riscos de ruptura, que pode afetar a integridade dos trabalhadores das


obras e provocar danos aos equipamentos.

2.3.1 Características dos solos moles

Pode-se classificar os solos moles por solos sedimentares de baixa resistência


a penetração, isto é, valores de SPT inferiores a 4, em que a parte da argila imprime
as características de solo coesivo e compressível. Geralmente são argilas moles ou
areias argilosas formadas durante o Quaternário.
Os ambientes de deposição variam, desde o fluvial até o costeiro, abrangendo
as lagunas e as baias. Eles se diferenciam pelo meio de deposição, pelo processo de
deposição ou pelo local de deposição. A deposição depende do estudo das camadas
de rochas da área de erosão, do seu clima e da forma de transporte dos sedimentos.
A diferença dos depósitos sedimentares é dada pela condição ambiental, que variam
no espaço e no tempo, onde necessita uma condição ambiental estável para que a
formação de um depósito uniforme ocorra.
Esse é um fenômeno muito complexo, pois existem vários fatores que
prejudicam a sedimentação, por exemplo, a velocidade das águas, a quantidade e a
composição da matéria em suspensão na água, a salinidade e a floculação das
partículas e a presença de húmus, detritos vegetais e etc. (Massad, 2003).

2.3.2 Recalque

De acordo com a NBR 6122 (1996, p. 3),

“O recalque é definido como um movimento vertical descendente


de um elemento estrutural. Quando o movimento for
ascendente, denomina-se levantamento. Define também o
recalque conhecido como recalque diferencial específico como
uma relação entre as diferenças dos recalques de dois apoios e
a distância entre eles.”

Segundo Massad (2003) com o passar do tempo, na parte operacional de um


aterro de estrada, a camada de argila mole adensa-se, se tornando cada vez mais
rija. Em consequência, o coeficiente de segurança aumenta, e o mesmo acontece com
32

os recalques. É por esse motivo que a estabilidade é um problema na hora da


construção (já que a estabilidade se dá em relação ao tempo) enquanto os recalques
interessam na fase operacional. No caso de aterros de estrada, isto significa trabalho
de manutenção para eliminar ondulações na pista e ressaltos nos encontros dos
aterros com pontes e viadutos.
De acordo com Souza Pinto (2011) para a Engenharia Geotécnica um dos
aspectos que mais chamam a atenção é a determinação das deformações causadas
por carregamentos verticais nas superfícies dos terrenos ou em níveis próximos a ele,
isto é, os recalques de edifícios ou de aterros feitos sobre os terrenos. As deformações
podem ser de dois tipos: as que ocorrem logo após a construção e as que aumentam
de acordo com a aplicação de cargas. Deformações rápidas são vistas em solos
arenosos ou solos argilosos não saturados, já em solos argilosos saturados os
recalques são muito lentos, pois há a necessidade de saída de água dos vazios do
solo.
O comportamento dos solos diante dos carregamentos depende da sua
estrutura e do estado em que ele se encontra, e pode ser conhecido pelos parâmetros
obtidos nos ensaios de compressão axial e compressão edométrica, ou através de
correlações definidas entre esses parâmetros e as diversas classificações.
Os recalques que acontecem por causa de carregamentos na superfície do
terreno podem ser estimados pela teoria da elasticidade ou pela analogia edométrica.

2.3.3 Métodos para estimativa do recalque

Segundo Souza Pinto (2011) a determinação dos recalques é encontrada pela


Teoria da Elasticidade, onde ela mostra que os recalques na parte externa de uma
área carregada podem ser encontrados pela equação:
𝜎0 .𝐵
𝜌 = 𝐼. . (1 − 𝜗 2 ) (1)
𝐸

onde: 𝜎0 é a pressão uniformemente distribuída na superfície;

𝜗 é o coeficiente de Poisson;

E é o módulo de elasticidade do solo;

B é a largura da área carregada;


I é um coeficiente que considera a forma da superfície carregada.
33

Figura 7 - Recalques de sapatas e de carregamentos flexíveis

Fonte: Livro Curso básico de mecânica dos solos, 2011.

Como mostra a figura 7, na primeira situação, o recalque é uniforme em toda a


área com carregamento (embora as pressões deixem de ser iguais, o valor adotado
só representa a relação entre a carga aplicada e a área de aplicação). Na segunda
situação, os recalques nas áreas onde tem o carregamento, são maiores do que onde
não tem.
Existem duas situações de difícil aplicação da Teoria da Elasticidade. A
primeira é referente à grande mudança dos módulos de cada solo, em função do nível
de tensão aplicado, e do nível de confinamento do solo. Mesmo sendo materiais
homogêneos, o módulo aumenta de acordo com a profundidade, pois o confinamento
cresce com a profundidade.
A segunda dificuldade está na realidade de que os solos são formados por
camadas de diferentes compressibilidades. Mesmo que a camada mais compressível
seja bem identificada, onde recebe a maior parte do recalque, não tem como aplicar
a teoria da elasticidade, pois a teoria se aplica em uma superfície uniforme.
Souza Pinto (2011) diz que, utilizando o método da compressibilidade
edométrica o recalque corresponde à aplicação de uma básica proporcionalidade: se
um carregamento ∆𝜎𝑣 causa um determinado recalque 𝜌 no corpo de prova, essa
carga acarretará na camada deformável do terreno um recalque cada vez maior
quanto maior for a espessura da camada. O recalque específico, é constante. Se
considerar uma certa carga, e o corpo de prova de 2 cm de altura apresentar um
recalque de 1 cm, tendo essa camada representada 2 m de espessura, terá um
recalque de 10 cm para o mesmo carregamento.
34

2.4 Tratamento dos solos moles

A principal característica do solo mole é a baixa resistência ao cisalhamento6 e


alta deformabilidade devido à compressão. De acordo com Massad (2003), são
citados cinco métodos para o melhoramento das propriedades geotécnicas do solo
mole: construção por etapas, aplicação de sobrecargas temporárias, instalação de
drenos verticais para acelerar os recalques, execução de colunas de pedras e estacas
de distribuição.

2.4.1 Construção por etapas

Faz-se o aterro por camadas, ou seja, subdivide-se a altura do aterro para ser
feito em duas ou em três etapas. Cada camada, ao ser depositada deve passar por
um período de repouso para que o solo mole que está sob esta, possa consolidar e
ganhar resistência para que suporte a carga da próxima camada de aterro. Devido a
essa espera, esse método por etapas demanda tempo, sendo viável apenas se for
permitido um longo prazo para a execução.

2.4.2 Aplicação de sobrecargas temporárias

Também chamado de pré-compressão, essa técnica consiste em depositar


uma carga superior à carga calculada em projeto e a que o solo irá suportar durante
a vida útil da obra, para adiantar os recalques primários e secundários e para que o
solo mole ganhe resistência. Porém, para que esse método seja eficaz, é fundamental
que o coeficiente de adensamento7 do solo mole seja relativamente alto, ou que a
camada do mesmo seja delgada.
Esse método possui duas formas distintas para ser executado, porém ambas
utilizam bomba a vácuo:
a) Sob uma membrana de borracha encobrindo todo o solo, é aplicado vácuo,
o qual produz uma pressão sobre o solo de 80 kPa, equivalente a um aterro de
aproximadamente 4 metros de altura.

6 Tensão gerada por forças aplicadas em sentidos opostos, porém em direções semelhantes.
7 Diminuição dos vazios do solo devido à saída da água do seu interior.
35

Por não necessitar de empréstimo de material e não precisar se preocupar com


a estabilidade do aterro para a instalação e retirada dos equipamentos, esse método
é relativamente rápido.
b) Abre-se um poço no solo mole, podendo ser profundo, para atingir a camada
de estratos8 arenosos. Insere-se a bomba a vácuo, reduzindo a pressão neutra
hidrostática e aumentando a tensão efetiva do solo com o próprio peso do solo mole,
provocando o adensamento da camada.

2.4.3 Drenos verticais

São utilizados quando a camada do solo mole for espessa ou o coeficiente de


adensamento for muito baixo, não sendo aconselhável a técnica de sobrecarga
temporária. E são vantajosos pois encurtam a distância de drenagem e aceleram o
adensamento e recalque do aterro.
Os drenos mais modernos são de plástico ou fibroquímicos e possuem forma
de tiras com seção retangular de 100 por 3 mm². Porém, usualmente é empregado o
dreno vertical de areia, um tubo metálico de ponta aberta com diâmetro que varia de
20 a 45 cm, cravado no solo com espaçamento entre 1 a 4,5 metros, e devendo atingir
a cota subjacente ao solo mole, geralmente uma camada de areia. Após o correto
posicionamento, é feita uma limpeza em seu interior com jato de água e em seguida
é inserida areia ao mesmo tempo em que o tubo vai sendo retirado do solo.
Deve-se ter um cuidado com essa técnica devido a dois fatores: o primeiro é
na retirada dos tubos, podendo o dreno ser seccionado, e o segundo é sobre minimizar
o amolgamento do solo mole que pode ocorrer em volta dos drenos, acarretando na
redução da permeabilidade do solo.
Se o material constituinte do aterro não for drenante, deposita-se uma camada
de areia ou manta geotêxtil para que possa ocorrer a interação entre aterro e dreno.

8 Conjunto de rochas sedimentares que, pelas suas características físicas e pelo seu conteúdo
fossilífero, se diferenciam umas das outras.
36

2.4.4 Colunas de pedra

São feitos furos de 70 a 90 cm de diâmetro no solo mole até chegar na cota da


camada subjacente de estrato firme. Os furos devem possuir um espaçamento de 1 a
2,5 m e são feitos através de um torpedo com massa excêntrica, que também provoca
uma vibração horizontal e possui jato de água. Esse mesmo aparelho é utilizado para
preencher o furo com pedras ou britas, adensando-as por vibração.
O objetivo dessas colunas de pedra é transmitir a carga do aterro para camadas
profundas do solo e funcionar como um dreno vertical.

2.4.5 Estacas de distribuição

Método considerado dispendioso, consiste em utilizar estacas para fazer a


transferência de carga do aterro para as camadas subjacentes, nas quais se encontra
geralmente maior resistência e menor compressibilidade. Para reforçar o topo da
sapata que está em contato com o aterro, é feito um capeamento9 e as sapatas são
dispostas de forma que fiquem espaçadas entre si em 1 a 2 metros.

9 Blocos ou capitéis cuja função é transferir a carga do aterro para as estacas.


37

3 ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo relacionado com o tema deste trabalho é um pátio de


contêineres de uma empresa de Logística na cidade de Santos, infelizmente devido a
integridade de informações a empresa não permitiu a divulgação do nome no trabalho.
O peso concentrado em pontos específicos cria no solo deformidades, e esses
recalques são prejudiciais para a movimentação e armazenamento dos contêineres.
Analisaremos neste capítulo, tipos de reforços mais utilizados, tecnologias de
reforço de solo, a solução escolhida para análise no estudo de caso e a comparação
entre a técnica de reforço e manutenção.

3.1 Descrição do projeto

A Empresa de Logística atua em operações de importação, exportação,


transporte e distribuição de cargas. O grupo é composto por terminais marítimo e de
contêineres, armazém alfandegado de importação e exportação, centro de distribuição
e transporte rodoviário. Possui uma transportadora, com frota própria de caminhões,
e serviços que englobam toda a cadeia logística, da importação à distribuição.
Segundo a Empresa de Logística, a área é de mais de 29.000m². São mais de
7000m² de armazéns, com capacidade estática superior a 2.000 TEUS, onde será a
base de estudo de caso.

3.1.1 Localização

A Empresa de Logística está estrategicamente localizada na Av. Eduardo


Pereira Guinle, S/N, nos armazéns 22 e 23 do Porto de Santos, Conforme as figuras
a seguir.
38

Figura 8 - Localização terminal Marítimo Empresa de Logística relação Brasil

Fonte: Google Earth, 2015.

Figura 9 - Localização terminal Marítimo Empresa de Logística relação estado de


São Paulo

Fonte: Google Earth, 2015.


39

Figura 10 - Localização terminal Marítimo Empresa de Logística relação cidade de


Santos

Fonte: Google Earth, 2015.

Figura 11 - Terminal Marítimo Empresa de Logística

Fonte: Google Earth, 2015.


40

3.1.2 Objeto

A Empresa de Logística é uma empresa de Sociedade Anônima (SA).

3.1.3 Problema no local

Um problema visível encontrado no local é a deformação do solo em vários


pontos do pátio de contêineres, conforme a figura abaixo.

Figura 12 - Deformidade no pátio.

Fonte: Autoria própria, 2017.

Com esses recalques que o solo sofre, a viabilidade de transporte desses


contêineres e armazenamento fica bastante prejudicada e perigosa.
A empilhadeira, máquina de transporte utilizada para a movimentação de
contêineres, passando por uma depressão no solo conforme as imagens acima, pode
causar a movimentação da carga e por consequência disso, vir a ocorrer avarias.
Em entrevista com o engenheiro mecânico da área de manutenção de
equipamentos da Empresa de Logística, as depressões no solo provocam um
momento torsor na empilhadeira, na qual ela não foi feita para resistir, além de diminuir
41

a vida útil do equipamento em si, diminui também a resistência do pneu de 3.000 (três
mil) horas para 1500 (mil e quinhentos) horas e segundo o engenheiro mecânico o
custo de cada pneu da empilhadeira é de R$ 15.000,00 reais.
A manutenção do pátio é de suma importância, pois a agilidade na
movimentação das cargas é um grande diferencial para o terminal portuário e devido
a precariedade das vias de movimentação, este processo tende a ser oneroso tanto
em tempo quanto a recurso financeiros.

3.2 Sistema utilizado no estudo de caso

Para tratar do problema no local do estudo de caso, o pátio de uma empresa


de armazéns gerais (Figura 13), foi escolhida a opção de manutenção ao invés do
reforço, já que naquele momento era necessária a opção mais rápida, pois cada metro
quadrado inoperante geraria custos a empresa.
Para isso anualmente foi contratado o serviço de manutenção de pavimento,
em torno de 3500 m², já que mesmo tendo uma área quadrada de 16.440 m², os
recalques ocorriam em pontos aleatórios. A metragem contratada é dividida ao longo
do ano, conforme necessidade da manutenção, porém essa opção apenas minimiza
o problema, como já relatado as contratações são anuais, sendo assim, o problema é
recorrente e esperado pela empresa, que optou pela opção que geraria menos
impacto em curto prazo.
42

Figura 13 - Pátio de armazéns gerais

Fonte: Autoria própria, 2017.

3.2.1 Forma de execução da manutenção do pavimento

Para o estudo de caso, tivemos acesso ao escopo dos serviços de manutenção


realizados por uma empresa terceirizada;

3.2.1.1 Escopo

a) Remoção mecanizada de piso em paralelepípedo existente, com o cuidado de


reaproveitar todas as pedras, em área definida pela empresa contratante;
b) Abertura de solo com escavação de até no máximo a 45 cm de profundidade,
abaixo da pedra tipo paralelepípedo;
c) Compactação da caixa aberta no solo do terreno;
d) Aplicação da primeira camada da base com rachão, aproximadamente 22 cm;
e) Compactação do material aplicado na primeira camada;
f) Aplicação da segunda camada com bica corrida, entre 11 e 15 cm;
g) Compactação do material aplicado na segunda camada;
h) Aplicação da terceira camada com coxim de areia;
i) Compactação do material aplicado na terceira camada;
43

j) Recolocação de piso, com as pedras tipo paralelepípedo reaproveitadas, na


área total;
k) Rejuntamento com pedrisco limpo e pó de pedra;
l) Fiscalização e acompanhamento da obra;
m) Fornecimento de rejeito de minério misto (escoria) ou similar. Será aplicada
camada de escória mista ou similar, para a execução dos trabalhos e areia de cava
para assentamento das pedras;
n) Fornecimento de pedrisco limpo para rejuntamento de piso. Será aplicado
sobre toda a superfície da área envolvida na recomposição.
o) Fornecimento de mão de obra especializada como calceteiros / ajudantes /
operadores de equipamentos / motoristas de caminhão, retroescavadeira e demais
ferramentas manuais para o bom desempenho dos trabalhos contratados se
necessário.
p) Fornecimento de transportes e demais complementos necessários aos seus
colaboradores envolvidos nos serviços contratados.
q) Limpeza da obra;

Abaixo, a Figura 14 apresenta o corte do terreno para demonstrar as camadas


da base.

Figura 14 - Corte Transversal

Fonte: Autoria própria, 2017.


44

A Figura 15 abaixo, detalha o corte transversal do terreno mostrado acima.

Figura 15 - Detalhe do corte transversal

Fonte: Autoria própria, 2017.

3.2.2 Fatores externos que influenciam no recalque

3.2.2.1 Movimentação de cargas por máquinas de grande porte

Segundo a Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público


(ABRATEC), a movimentação de contêineres nos terminais tem registrado índices de
crescimento. O aumento é devido à eficiência operacional dos terminais
especializados que já realizaram investimentos de US$ 2,8 bilhões em obras civis,
aquisição de modernos equipamentos e especialização de mão de obra.
Confira abaixo (Figura 16) a movimentação de contêineres (unidades) em
alguns portos brasileiros:
45

Figura 16 - Tabela de Movimentação de Contêineres nos últimos anos

Fonte: ABRATEC, 2017.

Pode-se observar como o porto de Santos se difere a outros portos, com o seu
contínuo crescimento na movimentação de contêineres. As instalações vieram
sofrendo diversas alterações. As operações foram agilizadas devido ao intenso uso
de equipamentos, tais como: empilhadeiras de grande porte. A consequência disso foi
o aumento de produtividade de carga movimentada no cais que antes era um típico
berço de carga geral. (Stopford, 1997, pg. 342).
O porto de Santos se destaca, em virtude de ser localizado em São Paulo, o
mais rico estado do país, além de possuir a melhor malha rodoviária do país e uma
das maiores redes ferroviárias do Brasil, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2014). O estado e suas conexões modais proporcionam um grande
volume de cargas ao porto, transformando-o no maior porto em movimentação de
contêineres do Brasil. Atraindo para suas instalações as principais linhas de
navegação nos tráfegos marítimos nas direções norte e sul no longo curso.
As informações anteriores justificam o volume do fluxo no local do estudo de
caso, devido ao seguimento da empresa, varia entre caminhões e empilhadeiras de
grande porte, destacando-se a última com aproximadamente 110 toneladas e
erguendo cargas de até 45 toneladas. Podemos ter noção quanto às dimensões nas
figuras abaixo.
46

Figura 17 - Fluxo de empilhadeira de grande porte, Terex.

Fonte: Autoria própria, 2017.

Figura 18 - Movimentação de empilhadeira de grande porte.

Fonte: Autoria própria, 2017.

Conforme as imagens acima, o peso da empilhadeira associado à carga que


carrega, faz com que o solo abaixo sofra grandes tensões e por não apresentar
resistência suficiente, acaba cedendo aos poucos. Todas as camadas sofrem
deformações, porém a carga se distribui em parcelas proporcionais à rigidez das
47

camadas. A seguir, veremos na figura 19 que esses pontos que são tensionados, são
os pontos de contato máquina-solo, ou seja, as rodas.

Figura 19 - Resultante das cargas no solo.

Fonte: Cargas no Pavimento (SANTANA, 1993).

3.2.2.2 Armazenamento de contêineres

Outro fator que influencia no recalque são as toneladas provenientes das pilhas
de contêineres. Os dois primeiros contêineres que desembarcaram em Santos por
volta de 1965, foram trazidos para testes por uma empresa estadunidense. Nos anos
90, eram comuns os terminais retroportuários de contêineres em Santos, tendo pilhas
de até cinco contêineres, para melhor aproveitamento do espaço.
Os contêineres utilizados na área de estudo, são os mais usados atualmente,
com comprimento padronizado de 20 e 40 pés. Sabendo que esses contêineres
pesam, respectivamente, 2 e 3,5 toneladas, é possível atingir um valor estimado das
cargas, oriundas dessas pilhas de contêineres, em que o solo é submetido.
A tendência conforme Tabela II (Movimentação de Contêineres nos últimos
anos), é que os terminais continuem investindo em meios de se obter mais espaços
para a armazenagem de contêineres, porém esse investimento não deve se restringir
apenas as áreas acima do solo, devendo se ater também, aos estudos do solo para
que, se necessário, o mesmo seja melhorado.
48

3.2.3 Recalque do pátio de armazenamento

Com todos esses fatores que ajudam na deformação do solo, já relatados no


decorrer do estudo, os resultados são facilmente notados ainda no seu início, podendo
ser visto regularmente nas áreas de armazenamento de contêineres do terminal, como
mostrado nas imagens abaixo.

Figura 20 - Pátio do Terminal, rua 01

Fonte: Autoria própria, 2017.

Figura 21 - Área de armazenamento de contêineres do Terminal, rua 01.

Fonte: Autoria própria, 2017.


49

Figura 22 - Pátio do Terminal, rua 01.

Fonte: Autoria própria, 2017.

Figura 23 - Pátio do Terminal, rua 01.

Fonte: Autoria própria, 2017.


50

Figura 24 - Pátio do Terminal, rua 02.

Fonte: Autoria própria, 2017.

3.3 Sondagem do solo e ensaio SPT

Segundo Caputo (1988) a necessidade do homem conhecer o solo é tão antiga


quanto a civilização e grandes acidentes em construções históricas em diferentes
países no século XIX e início do século XX, como consecutivos escorregamentos de
taludes de terra durante a construção do Canal do Panamá e recalques de grandes
edifícios nos Estados Unidos, mostrou que os ineficazes conceitos tidos como base
precisavam ser atualizados.
Conforme Caputo (1988), em 1925 um professor chamado Karl Terzagui; tido
hoje como pai da mecânica dos solos; publicou um livro que mudou a orientação de
estudo do comportamento dos solos. Desde 1936, quando através do professor ficou
definitivamente batizada a Mecânica dos Solos, o progresso dos estudos sobre o solo
tem sido excepcional, com participação de diversos países do mundo, inclusive do
Brasil.
De acordo com Caputo (1988), iniciar qualquer construção sem o conhecimento
necessário do solo em que a edificação se apoia é um dos maiores riscos que se pode
correr na engenharia. As investigações geotécnicas são de extrema importância e o
51

primeiro passo para saber qual tipo de fundação utilizar em determinado solo e para
oferecer segurança ao empreendimento.
A NBR 6484/2001 e a 8036/1983 trazem os parâmetros que devem ser
seguidos para realização da sondagem do solo através do SPT, Sondagem de simples
reconhecimento. Essas normas explicam como realizar o ensaio, quantidade de furos,
profundidade necessária e materiais utilizados. Define-se sondagem como perfuração
de um terreno para verificação da sua natureza geológica; pesquisa, investigação
(AMORA, 2008).
A NBR 6484/2001 mostra as definições necessárias para leitura da sondagem
e análise do perfil do solo. Solos grossos são aqueles onde a maior parte dos grãos é
visível a olho nu, é o caso da areia e pedregulho. Solos finos são aqueles em que a
maior parte dos grãos não é visível a olho nu, como as argilas e siltes. Solos orgânicos
são aqueles nos quais há uma significativa quantidade de matéria orgânica o que
deixa a cor do solo geralmente escura, solos pretos e cinza escuro. Essa norma
também define plasticidade como a capacidade dos solos finos argilosos de se
deformarem permanentemente sem nenhuma ruptura, fissura ou grandes variações
de volume.
De acordo com a NBR 6484/2001, a sondagem de simples reconhecimento ou
SPT tem por finalidade determinar os tipos de solo em cada profundidade que ele
ocorre, a posição do nível d’água e os índices de resistência à penetração a cada
metro, mas apesar de trazer tantas informações importantes do solo, conforme Caputo
(1988) citou, por conta da perplexidade que há no solo de um terreno sempre existe
um risco na execução de uma fundação, mas os ensaios geotécnicos buscam reduzi-
lo ao mínimo possível.
Conforme explica a NBR 8036/1983, a sondagem deve ser 1 para cada 200 m²
de área da projeção da edificação em planta, até 1200 m². Passando de 1200 m² até
2400 m² é preciso 1 sondagem a cada 400 m² que passarem dos 1200 m². Acima de
2400 m² a quantidade de furos pode ser fixada seguindo o plano particular da
construção. Em estudos de viabilidade ou escolha do local, onde ainda não há a
planta, deve-se adotar o número de sondagem considerando que a distância máxima
entre elas seja de 100 metros, com o mínimo de 3 sondagens.
A NBR 8036/1983 determina que os furos devem ser igualmente distribuídos
em toda área, ainda na fase de projeto é possível localizar os furos de acordo com
52

critérios específicos como a estrutura, no caso da utilização de mais de 3 sondagens,


as mesmas não podem ser distribuídas em um mesmo alinhamento.
Segundo a NBR 8036/1983 a profundidade a ser explorada através da
sondagem depende do tipo da edificação, das características da estrutura, das
dimensões em planta e condições geotécnicas do solo do terreno. A sondagem deve
ir até a profundidade que abranja todas as camadas impróprias para apoio da
fundação.

3.3.1 Visita técnica

Realizou-se uma visita técnica com acompanhamento à sondagem SPT para


entendimento e visualização do procedimento, já que não foi possível visualizar a
realização da sondagem do estudo de caso, apenas seu resultado.
O local onde foi realizado o ensaio SPT foi em um terreno em Mongaguá/SP.
O terreno foi aproveitado para a construção de 2 casas térreas e embora nunca tenha
tido moradores, a casa já apresenta grandes rachaduras nas paredes e desnível no
piso por conta do recalque; o que já demonstra erro na escolha da fundação.
O ensaio foi realizado pela empresa Arsolo Ensaios Geotécnicos e coordenado
por Ernest Janssen, funcionário da empresa.
O ensaio é executado da seguinte forma, de acordo com a NBR 6484/2001
cada furo de sondagem deve ser marcado com um piquete de madeira ou de material
apropriado. No piquete deve estar gravado a identificação do furo e estar cravado no
solo de forma que sirva de referência de nível para execução da sondagem.
Utiliza-se uma torre com roldana, semelhante a um grande tripé. Depois do
equipamento montado a sondagem se inicia com o trado-concha ou cavadeira manual
até 1 metro de profundidade.
A partir de 1 metro de profundidade posiciona-se o amostrador padrão. Para
realizar a cravação, utiliza-se também a cabeça de bater, que receberá o impacto do
martelo.
Com um giz é feita a marcação de 45 centímetros dividido em 3 partes iguais
de 15 centímetros, que servirá de referência para a contagem das batidas do martelo
em cada trecho. O martelo deve ser posicionado a 75 centímetros de altura da cabeça
de bater.
53

Iniciam-se os golpes e deve ser contado e anotado a quantidade de golpes a


cada 15 centímetros até que se atinja os 45 centímetros necessários.
Conforme pede a NBR 6484/2001, é preciso retirar uma amostra representativa
com o trado-concha do solo durante a penetração até 1 metro de profundidade e
também uma amostra diferente a cada metro de penetração após 1 metro de
profundidade através do amostrador padrão. Após atingir 1 metro de profundidade
utiliza-se o trado helicoidal até chegar no nível do lençol freático.
A NBR 6484/2001 também permite que seja utilizado outros tipos de trado para
perfuração desde que haja qualidade na limpeza do furo e garantia quanto a
perturbação do solo no local do ensaio.
Segue a sondagem, repetindo os procedimentos e como explica a NBR
6484/2001, durante toda a operação deve-se anotar as profundidades das transições
de camadas percebidas através de exame tátil-visual e da mudança de cor do solo.
Cautela especial para situações em que haja a existência de mais de um lençol
freático, independentes e intercalados e também para os casos de sondagens muito
profundas em solos instáveis onde a remoção do tubo de revestimento é difícil,
podendo-se utilizar lamas de estabilização para manter o furo aberto. Na sondagem
assistida foi usado bentonita, uma argila que com água se expande e impede o
fechamento do furo.
Através da sondagem foi traçado o perfil de solo do local, abaixo segue o
resultado da sondagem tipo SPT e perfil do solo do terminal portuário estudado como
vemos na figura 25, o perfil completo da sondagem encontra-se nos anexos C, D e E.
54

Figura 25 - Resultado da sondagem, perfil de solo do terminal portuário

Fonte: Empresa de Sondagem, 2015.

Como é possível verificar através dos ensaios geotécnicos realizados o solo do


terminal portuário em questão é predominantemente argila marinha e acima dela
camadas de um solo formado de areias finas e silte arenoso, como é comum no solo
da cidade de Santos por conta de sua formação geológica. Esse tipo de solo exige
uma atenção especial nas fundações para obras de engenharia e um
acompanhamento e manutenção, se necessário, das mesmas.
55

3.4 Principais tecnologias para Reforço no Solo

Na atualidade, encontram-se disponíveis várias técnicas de reforço de solos,


dependendo das suas aplicações. Segundo a Geofoco, antes de aplicar as técnicas
de reforço do solo, é necessário analisar alguns fatores, como o tipo e condições do
solo, grau de melhoramento pretendido e o nível de tolerância dos recalques. Além
disso, é importante verificar o custo previsto, o prazo de execução, o espaço e os
equipamentos disponíveis para a execução do trabalho.

3.4.1 Geodrenos (ou drenos fibroquímicos)

De acordo com a Geoesp, empresa especializada em geotecnia e fundações,


o geodreno é utilizado especificamente em terrenos argilosos moles e pouco
permeáveis, tem por objetivo principal a retirada da água do subsolo, ocasionando o
adensamento vertical da camada de argila mole e a estabilização do solo.
O geodreno fica protegido dentro de uma haste metálica (chamada de mandril)
e é instalado com o auxílio de equipamentos hidráulicos sobre esteiras e é cravado
no solo até a cota especificada.
Após a instalação, o dreno é cortado e deixa-se um trecho deste acima da
superfície, pois durante a construção do aterro, ocorre o recalque e esse trecho irá
transferir a água do subsolo, para o colchão drenante. A seguir, está esquematizado
na figura 26, o processo de instalação do geodreno:
56

Figura 26 - Processo de instalação de Geodreno

Fonte: PET Eng. Civil UFSC, 2013.

3.4.2 Jet grouting

De acordo com a Brasfond Fundações Especiais S/A, o Jet Grounting consiste


em introduzir no solo uma haste rotacional, com bico injetor o qual através de um jato
de calda de cimento com alta pressão e velocidade, desagrega o solo e ao mesmo
tempo faz uma mistura deste com a calda de cimento. A figura a seguir está
apresentado o processo do Jet Grounting:
57

Figura 27 - Processo de Jet Grouting

Fonte: Costa Fortuna, 2014.

3.4.3 Deep Soil Mixing (Mistura Profunda de Solo)

Segundo a Keller Brasil, essa técnica é feita injetando até a camada de solo
virgem, um material ligante como o cimento, cal virgem calcítica, escória de alto forno
ou cinza volante, que combinado com o solo, melhora as propriedades geomecânicas
deste, formando uma coluna de solo-ligante. O equipamento possui um bico injetor,
por onde sai o material ligante através de ar comprimido, e palhetas, parecidas com
hélices, para fazer a mistura homogênea do solo com o material ligante,
simultaneamente, formando uma coluna até a superfície, observe a figura 28.
58

Figura 28 - Bico Injetor

Fonte: Keller Brasil, 2015.

De acordo com a Votorantim Cimentos, os diâmetros das colunas variam entre


0,60 m e 1,20 m.
Essa técnica possui dois métodos: o seco e o úmido. O método seco não utiliza
água para fazer a mistura do solo com o ligante. É utilizada a água do próprio solo
para fazer a reação. E todo o processo de execução e pós-execução é controlado com
ensaios. A seguir, a Figura 29 exemplifica um equipamento de perfuração de solo:
59

Figura 29 - Equipamento de perfuração de solo.

Fonte: Votorantim Cimentos, 2014.

3.4.4 Cutter soil mixing CSM (Mistura de solo in situ)

Segundo a Brasfond, essa técnica é baseada numa rosca que faz a mistura de
cimento com o solo do terreno dentro da cava, criando uma estrutura homogênea com
painel impermeável in situ. É utilizado em na Construção de cut-off de barragens,
paredes de contenção; encapsulamento in situ de áreas contaminadas e contenção
de estruturas vizinhas. A metodologia está exemplificada na figura a seguir:
60

Figura 30 - Processo do Cutter Soil Mixing

Fonte: Votorantim Cimentos, 2014.

3.4.5 Vibrosubstituição por coluna de brita

De acordo com a Keller, empresa líder mundial em serviços de fundação e


engenharia geotécnica, criada por Johann Keller em 1860, na cidade de Renchen na
Alemanha, essa técnica começou a ser desenvolvida na Europa, na década de 1950,
que consiste basicamente em um vibrador que perfura o solo, lança brita e a
compacta, formando uma coluna que aumenta a resistência do solo na área.
Segundo Rocha (2012, apud Mohammed et al., 2010), antes da utilização da
vibração para a execução destas colunas de brita, o conceito da substituição do solo
mole por inserção de colunas de brita já era bem conhecido em França, em 1830,
tendo sido usado no reforço do solo de fundação do arsenal militar de Bayonne. As
colunas tinham apenas 2 m de comprimento e 0,2 m de diâmetro, construídas através
da cravação de estacas rígidas ocas nos depósitos moles. Posteriormente as estacas
ocas eram preenchidas com agregados calcários e removidas. A carga suportada por
cada estaca era de 10 kN. Hoje, de acordo com a Keller, cada coluna de brita tem
capacidade para suportar uma carga máxima de 300 kN.
61

Essas inclusões de brita são flexíveis, com módulo de deformabilidade elevado,


sem coesão, com grande capacidade de drenagem, reduzem o período de
consolidação, e através da concentração e redistribuição das cargas aplicadas,
aumentam a capacidade de suporte do solo e diminuem os recalques, conforme a
Keller.
De acordo com Rocha (2012) esta técnica proporciona uma solução econômica
e flexível, visto ser simples de implementar, rápida e adaptar-se facilmente a
diferentes condições do solo. Tendo em conta a profundidade de tratamento, a carga
a ser aplicada e as diferentes tecnologias de instalação de estacas de brita
disponíveis, estas podem ser aplicadas a uma vasta gama de solos, desde arenosos
soltos a compressíveis moles. De um modo geral, a técnica de reforço de solos por
intermédio de estacas de brita proporciona os seguintes benefícios:
 Incremento da rigidez do solo tratado com consequente redução dos
assentamentos;
 Diminuição do tempo de consolidação, visto funcionarem acessoriamente
como drenos;
 Melhoria da resistência ao corte devido à maior capacidade resistente das
inclusões de estacas;
 Compactação e drenagem de solos soltos mitigando o potencial de liquefação.

O dimensionamento da coluna está associado à resistência do solo, ao


diâmetro da coluna, à malha a ser adotada e ao equipamento que será utilizado. O
diâmetro varia entre 60 a 100 cm e as malhas podem ser quadradas ou triangulares,
e espaçadas entre as colunas com 1,4 a 3 metros como na figura 31 e 32 a seguir.
62

Figura 31 - Malha quadrada

Fonte: Keller Brasil, 2017

Figura 32 - Malha triangular

Fonte: Keller Brasil, 2017

Para avaliar o recalque após o reforço, é utilizado o método de Priebe Figura


33, o qual apresenta um ábaco que permite expressar graficamente a relação entre o
fator de redução dos recalques (fator de melhoramento do solo) e a razão de
substituição de áreas (Ac/As; Ac= área das colunas e As= área do solo).
63

Figura 33 - Ábaco de Priebe

Fonte: Keller Brasil, 2015.

O método de Priebe conceitua que a base da coluna de brita está assente em


uma camada rígida e os recalques da coluna e do solo são iguais. A brita não sofre
coesão interna apresentando uma propensão a se expandir radialmente. E em
contrapartida, o solo com uma reação passiva, atua com tensão de confinamento. A
eficácia deste método está diretamente ligada a uma distribuição uniforme de coluna
pela área a ser reforçada, e em geral, é um método relativamente fácil de ser
executado.
O processo construtivo da coluna de brita se baseia em 5 etapas:
 Preparação: o equipamento é situado no ponto onde será feita a
perfuração e estabilizado com macaco hidráulico;
 Enchimento: o vibrador é alimentado com brita a qual, por meio de ar
comprimido, é movimentada continuamente desde a tremonha, até o
orifício de saída;
 Penetração: pela insuflação do ar comprimido e a ativação do vibrador,
este se desloca de cima para baixo até a profundidade estabelecida,
comprimindo lateralmente o solo;
64

 Compactação: ao atingir a camada rígida, o vibrador é elevado


ligeiramente e o espaço livre começa a ser preenchido com brita. Logo
após o vibrador desce novamente compactando a brita e ocasionando
também a sua expansão lateral;
 Acabamento: o processo de compactação é repetido até atingir a
superfície. Em seguida é feita uma plataforma de trabalho com uma
camada de material granular muito pouco compressível, com espessura
que varia entre 30 a 100 cm. O objetivo dessa camada é proporcionar
uma melhor locomoção das máquinas em obra, eficiência da coluna
devido ao confinamento próximo à superfície causar um alargamento da
coluna em uma maior profundidade, cria uma margem drenante para
escoamento das águas e através do efeito de arco, permite uma melhor
redistribuição das cargas para as colunas.

A seguir, está apresentado na figura 34, todos os processos descritos acima:

Figura 34 - Etapas construtivas

Fonte: Keller Brasil, 2015.


65

A seção das colunas de brita está demonstrado na figura abaixo:

Figura 35 - Seção Típica Coluna de Britas

Fonte: Keller Brasil, 2017.

O controle de qualidade feito pela Keller é executado eletronicamente e em


tempo real. E permite que o cliente acompanhe a execução da coluna desde o início
até o final por meio de relatórios individuais de cada coluna com todos os dados
importantes como a quantidade de brita utilizada e sua distribuição, a profundidade
final alcançada, o tempo de execução e a energia de compactação desenvolvida ao
longo do comprimento da coluna. A seguir, está apresentada a Figura 36, o interior de
uma cabine de monitoramento:
66

Figura 36 - Painel da máquina de monitoramento

Fonte: Keller Brasil, 2015.

3.4.5.1 Equipamentos

O sistema consiste em um equipamento montado sobre uma esteira chamado


vibrocat, que possui um vibrador tremie de baixa frequência, com comprimento em
torno de 3 a 5 metros, que pode ser prolongado para atingir profundidades maiores,
um crivo e uma tremonha na extremidade superior para ser inserida a brita (uma
caçamba elevatória vem acoplada ao sistema para fazer esta alimentação). O motor
elétrico do vibrador é montado dentro de um cilindro que faz girar uma massa
excêntrica em torno de um eixo vertical, provocando as vibrações radiais como mostra
a Figura 37. Para a perfuração de coluna de brita de até 20 metros, é utilizado um
equipamento chamado vibrocat ilustrado na Figura 38. Já para perfuração superior a
20 metros, os vibradores são conectados a guindastes, chamado de sistema S-Alpha
mostrado na Figura 39. Este equipamento vibratório aliado ao peso do vibrador,
garante a verticalidade da coluna de brita, a expansão lateral desta e a compactação.
67

Figura 37 - Vibrador

Fonte: Keller Brasil, 2015.

Segundo a empresa Keller, as vantagens da utilização do vibrador Tremie


são:

 A verticalidade e seguimento da coluna é garantida devido à brita ser


conduzida por ar comprimido diretamente ao orifício de saída localizado
na ponta do vibrador;
 A compactação faz-se numa só passagem
 Não existe o risco de desabamento da furação em solos instáveis
 Garantia de verticalidade das colunas devido ao uso de vibradores
guiados pelos mastros das gruas.
68

Figura 38 - Equipamento Vibrocat

Fonte: Keller Brasil, 2015.

Figura 39 - Sistema S-Alpha

Fonte: Keller Brasil, 2015.


69

3.4.5.2 Aplicação das colunas de brita

De acordo com a Keller Brasil, esse método permite a implantação de diversos


tipos de obras sobre solos moles. Na prática, as colunas de brita garantem ao solo
originalmente mole do terreno um ganho de resistência que torna possível a
construção de:
 Rodovias;
 Ferrovias;
 Encontro de pontes;
 Retro - áreas portuárias;
 Pátio de estocagem;
 Tanques;
 Aeroportos;
 Apoio para fundações diretas de diversas construções;
 Apoio para fundações de obras offshore de abrigo como quebra-mar;
 Obras sobre aterros de resíduos sólidos urbanos, que em geral são muito
compressíveis, as colunas de brita aumentam os parâmetros de resistência
desse material.

Abaixo seguem as figuras do antes e depois do uso da vibrosubstituição:

Figura 40 - Rodovia (antes) Figura 41 - Rodovia (depois)

Fonte: Keller Brasil, 2015 Fonte: Keller Brasil, 2015


70

Figura 42 - Ferrovias (antes) Figura 43 - Ferrovias (depois)

Fonte: Keller Brasil, 2015 Fonte: Keller Brasil, 2015

Figura 44 - Encontro de Ponte (antes) Figura 45 - Encontro de Ponte (depois)

Fonte: Keller Brasil, 2015 Fonte: Keller Brasil, 2015

O dimensionamento adequado desta solução substitui com grandes vantagens


os métodos convencionais de estabilização de solos moles. A primeira delas é a
expressiva redução no prazo da realização de obras desta natureza, uma vez que o
processo permite a execução de até 10.000 metros de colunas, por equipamento, por
mês. Isto significa o dobro de velocidade, quando comparado aos métodos
convencionais. Além disso, a execução de colunas de brita vibrocompactadas
proporciona grande aceleração dos recalques do terreno, previstos no projeto e
garantem maior estabilidade as obras executadas sobre solos moles. A altíssima
permeabilidade das colunas as transforma em grandes drenos verticais, acelerando a
expulsão da água existente no solo. Mais ainda, trata-se de um processo que respeita
o meio ambiente, pois a brita é um material mineral, natural e inerte. Também
perturbações como barulho e vibrações são muito limitadas, permitindo a aplicação
desses processos na vizinhança imediata de construções vizinhas. (Keller Brasil,
2015).
71

3.5 Estudo de viabilidade entre o reforço e a manutenção periódica

Conforme visto durante esse trabalho, a área do Terminal Portuário de Santos


é composta por uma grande camada de solos moles, sendo que na maioria das vezes
esse solo está sendo submetido a cargas de muitas toneladas, sofrendo recorrente
adensamento.
Esse problema acaba gerando diversos custos às empresas que operam nesse
local, pois há necessidade de fazer o reparo sempre que o solo apresentar esses
sinais de recalque.
Somando tudo isso, a empresa constata a indispensabilidade da realização dos
reparos, procurando técnicas viáveis e econômicas para a efetuação do serviço, ou
seja, as empresas procuram por uma técnica que a satisfaçam no quesito financeiro,
na eficiência e na questão do tempo de execução.
Essas empresas não utilizam técnicas para reforçar o solo, elas realizam
manutenções periódicas sempre que for constatado uma deformação no solo do pátio.
Dessa forma, elas acabam tendo um gasto anual e contínuo com essa manutenção,
pois as mesmas não têm interesse em parar a movimentação do pátio para que seja
feito um estudo e consequentemente uma solução.
Com o objetivo de analisar um possível método de realização de reforço nesse
local, uma técnica foi escolhida como objeto de estudo. Essa técnica chamada
vibrosubstituição, pode ser definida como a construção de colunas de brita, a partir do
preenchimento dos solos de baixa resistência com material granular.
Esse método de melhoramento do solo, foi desenvolvido no final da década de
1950 na Europa. Essas inserções de brita são flexíveis com módulo de
deformabilidade elevado, sem coesão e com grande capacidade de drenagem,
diminuem o período da consolidação, através da concentração e redistribuição das
cargas sofridas, aumentam a capacidade de suporte do solo e diminuem os recalques.
Por estes motivos, foi visto que essa técnica tem um grande potencial para ser
estudada, analisada e se possível até implementada no âmbito de estudo.
72

4 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE REFORÇO E MANUTENÇÃO

Nesse capítulo será analisado, o estudo de viabilidade entre o reforço e a


manutenção do solo, técnica que é utilizada atualmente no Terminal Portuário, como
objeto de análise serão apresentadas comparações orçamentais e tempo de
execução dos serviços, com base nas áreas onde os mesmos são realizados.
Será desenvolvido o estudo de implementação do reforço de solo utilizando a
técnica de vibrosubstituição por coluna de brita, no qual os dados financeiros foram
fornecidos pela empresa Keller Brasil. O gerente comercial da Keller Brasil, Eng.º
Daniel Whately, colaborou ativamente dando total atenção e prestando todos os
esclarecimentos em relação a valores financeiros e operacionais da técnica de
vibrosubstituição por coluna de brita, conforme anexo A.
Os dados financeiros e de execução relacionados com a manutenção periódica,
foram fornecidos pela empresa executora deste serviço no Terminal Portuário,
conforme anexo B.
O layout do pátio de contêineres do Terminal Portuário foi utilizado para
demonstrar a área com maior frequência de recalque, que se encontra destacada em
vermelho no centro da figura 46, devido ao intenso fluxo de veículos de médio e
grande porte e pela movimentação de contêineres. Conforme ilustrado abaixo.

Figura 46 – Mapa de frequência de recalque

Fonte: Autoria própria, 2017.


73

4.1 Manutenção

Atualmente na Empresa de Logística, a técnica utilizada para solucionar os


recalques é a manutenção do solo, essa técnica foi esplanada amplamente no capítulo
anterior, conforme o item 3.4.1.
Segundo informações da empresa de Serviços de Manutenção, o contrato
anual do pátio de contêineres é de 3.500m², o anexo B, informa o serviço de 1000m²,
multiplicando o valor pela metragem anual, será obtido o valor anual de manutenção,
conforme a tabela abaixo:

Tabela II - Manutenção anual

Serviço Metragem m² Valor de 1000 m² Valor Anual


Serviço de 3.500 R$ 98.500,00 R$ 344.750,00
nivelamento

Conforme a tabela II, é possível observar o gasto anual que essa empresa
possui, somente para realizar a manutenção do pátio, excluindo-se contratempos e
avarias dos equipamentos.
Para uma área de 5.000m² conforme a área de estudo o valor se resultaria
conforme a tabela abaixo:

Tabela III - Manutenção da área de 5000m²

Serviço Metragem m² Valor 1000 m² Valor Total


Serviço de 5000 R$ 98.500,00 R$ 492.500,00
nivelamento

Sobre a tabela III, mostra-se o valor referente à manutenção do pátio, caso


considerasse a mesma área que o reforço está sendo analisado.
74

4.2 Reforço do Solo

A técnica escolhida para o reforço do solo por razões técnicas já explicadas no


item 3.2.1 foi a vibrosubstituição por coluna de brita, os dados financeiros relacionados
a esta operação foram fornecidas pela empresa Keller Brasil.
De acordo com a figura 46, foi verificado que a área que possui um número de
recalques elevado, que se encontra indicada na cor vermelha, esse setor tem
aproximadamente 5.000m² e é nesse local onde há necessidade da execução do
reforço através da técnica escolhida, abaixo segue o layout da configuração da malha
de reforço.

Figura 47 - Layout da malha do reforço

Fonte: Autoria própria, 2017.

Através de todos os estudos preliminares resultantes da área afetada e os


pesos das cargas, foi aderida uma malha de 2 metros por 2 metros, com as colunas
de diâmetro de 80 cm, com isso determinou-se a quantidade de 1250 colunas de brita
com profundidade de 38 metros cada, com base nessas informações foi possível
chegar a um orçamento estimado desenvolvido com a colaboração do Eng.º Daniel
Whately, Gerente Comercial da Keller Brasil, conforme ilustrado na tabela IV.
75

Tabela IV - Planilha orçamentaria do reforço vibrosubstituição

ORÇAMENTO VIBROSUBSTITUIÇÃO POR COLUNA DE BRITA


ITEM UNIDADE QUANTIDADE R$ UNIT. R$ TOTAL
Mobilização/Desmob. Equipamento 4,0 R$ 26.600,00 R$ 106.400,00
Execução de colunas
de brita com 80 cm de
M 47500,0 R$ 80,00 R$3.800.000,00
diâmetro (exceto
material)

Controle de qualidade
Mês 5,0 R$ 12.500,00 R$ 62.500,00
com protocolos digitais

Rachão para colchão


drenante (espessura
m³ 2500,0 R$ 56,00 R$ 140.000,00
50 cm) – Faturamento
direto ao cliente

Brita para composição


das colunas –
m³ 31000,0 R$ 58,00 R$ 1.798.000,00
Faturamento direto ao
cliente

Custo total R$5.906.900,00

4.3 Comparativos

Ao analisar a comparação entre o reforço e a manutenção é possível enxergar


que os resultados mostram que a manutenção periódica possui o menor custo,
chegando a um valor 17 vezes menor em relação ao reforço.
Mas se observarmos somente valores, a implementação da técnica de reforço
através da vibrosubstituição por coluna de brita é relativamente insatisfatória e
inicialmente entra em forte desvantagem em relação a manutenção.
Então, será proposta uma síntese de custo-benefício da técnica de
vibrosubstituição por coluna de brita e manutenção periódica do solo.
76

Tabela V - Custo-benefício da manutenção

Baixo custo de manutenção Através dos cálculos demonstrados foi


constatado que o custo total de operação
desse serviço é relativamente baixo.
O serviço de manutenção depende do Em caso de chuva e mal tempo o serviço
tempo pode ser interrompido.

A manutenção do solo do pátio acontece Ao interromper a operação de


periodicamente sempre interrompendo a movimentação do pátio de contêineres,
operação gera prejuízos devido a não utilização do
espaço.
Sistema mecânico/manual Trabalho boa parte manual no
assentamento dos paralelepípedos
Manutenção anual A manutenção precisa ser realizada
anualmente, promovendo gastos anuais
e sem previsão de término

Tabela VI - Custo-benefício da vibrosubstituição por coluna de brita

Alto custo de implementação Inicialmente o valor estimado para o


reforço na área de estudo é 6 vezes
superior ao da manutenção
Execução do tempo de Serviço 10.000 metros de coluna de brita por
equipamento, por mês, ao iniciar o
serviço gastaremos 20 dias para
execução do reforço
Sistema mecanizado Pouca mão de obra para a execução do
projeto
Estabilização do solo O reforço tende a melhorar a capacidade
de resistência do solo
O reforço é realizado apenas uma vez Com a realização do reforço, não será
necessário gastos anuais com
manutenção.
77

4.4 Resultado da análise de comparação

Diante de todo o exposto através das técnicas demonstradas e os pontos de


convergência de cada uma das operações elencamos as razões para escolha do
método mais viável para implementação.
De acordo com a empresa de manutenção o reparo nessa área de estudo onde
a circulação de cargas é mais crítica, ocorre a cada 2 meses e toda vez a operação
dessa área é interrompida para a realização da mesma. Essa paralização gera muito
transtorno e stress entre as áreas de manutenção e gestão.
Em contato com a empresa, a mesma realiza 50 m² por dia, então é necessária
muita mão de obra para consertar uma grande área em pouco tempo de execução.
Com a solução utilizada no momento, analisando primariamente, inicialmente
gera menos despesa financeira, mas quando é posto em evidência todos os pontos
em relação as paralizações, gastos com equipamentos devido a problemas
recorrentes de recalque no solo e sabendo que essa técnica possui um custo anual,
é possível dizer que o longo prazo se torne mais vantajoso que o curto prazo.
Em relação ao reforço de solo, com a técnica de vibrosubstituição por coluna
de brita, o gasto inicial de implementação é muito superior ao da manutenção,
conforme já ressaltado, porém ao analisar o longo prazo, vê-se que essa técnica se
torna pouco dispendiosa.
Conforme já elucidado, somente o valor da implementação não é o suficiente
para se tomar a decisão tática do projeto, todos os fatores que envolve o planejamento
estratégico têm que ser analisados com diligência para uma decisão mais assertiva.
O reforço do solo pela técnica de vibrosubstituição tem inúmeras vantagens
conforme já explanado anteriormente, além de ter um ganho substancial na garantia
da interrupção das operações de movimentação de carga no setor crucial da empresa.
Inicialmente de acordo com os dados obtidos e as análises realizadas, o valor
assusta, mas com o passar do tempo em relação ao custo-benefício entre uma técnica
e outra, fica evidente que o custo do melhoramento do solo com a técnica de
vibrosubstituição por coluna de brita se sobressai perante a manutenção.
78

5 CONCLUSÃO

Como alternativa para resolução do problema de recalque, foi considerado


vários parâmetros, dependendo todos eles das características do solo analisado e do
tipo de melhoria sugerida, tendo sido analisados ao longo deste trabalho, em conjunto
com a caracterização do solo a ser reforçado e de acordo com a perspectiva do solo
apresentada, o método que teve maior adequação para o estudo de caso é a técnica
de vibrosubstituição por coluna de brita.
Face aos resultados obtidos dos quadros comparativos, entre reforço do solo
utilizando a vibrosubstituição por coluna de brita e a manutenção periódica, conclui-
se que mesmo diante de um grande investimento financeiro inicial para
implementação do reforço do solo, com o decorrer de 15 anos o investimento do
capital inicial começaria a retornar.
Isto resulta principalmente pelo fato das operações de movimentação de carga
não serem mais interrompidas, tendo o fluxo contínuo das operações sem nenhum
imprevisto, menor desgaste nos equipamentos de movimentação de contêineres,
gerando maior eficiência na operação e tempo útil de utilização do maquinário,
evitando avarias e possíveis reparos.
Por sua característica de aceleração dos recalques, capacidade drenante, o
reforço por vibrosubstituição de coluna de brita tende a melhorar a capacidade de
resistência do solo, evitando possíveis recalques como ocorre atualmente.
Diante do exposto, fica evidente que o reforço de solo por vibrosubstituição por
coluna de brita é uma tecnologia que tem um grande potencial para solucionar o
problema mostrado durante o trabalho, se analisado a longo prazo, ou caso seja
implementado durante a fase inicial da construção de um Terminal Portuário.
79

REFERÊNCIAS

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SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO DOS SOLOS PARA
FUNDAÇÕES DE EDIFÍCIOS. RIO DE JANEIRO, 1983.

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SIMPLES RECONHECIMENTO COM SPT- MÉTODO DE ENSAIO. RIO DE
JANEIRO, 2001.

ABNT- associação brasileira de normas técnicas. NBR 6122: PROJETO E


EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES. RIO DE JANEIRO, 1996.

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80

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2017.
81

ANEXO A – Informações dos valores sobre vibrosubstituição por coluna de brita


82

ANEXO B – Informações dos valores sobre manutenção periódica.


83

ANEXO C – Perfil completo da sondagem (Folha 01)


84

ANEXO D – Perfil completo da sondagem (Folha 02)


85

ANEXO E – Perfil completo da sondagem (Folha 03)

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