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Ernani Pimentel • Márcio Wesley • Marcelo Andrade • Fabrício Sarmanho • Eduardo

Muniz Machado Cavalcanti • Saulo Fontana • Raquel Mendes de Sá Ferreira


Gladson Miranda • Samantha Pozzer Kühleis • Welma Maia

Língua Portuguesa • Noções de Informática • Noções de Direito • Direitos Humanos


e Cidadania • Legislação Especial • Conhecimentos Específicos

2017

Este eBook foi adquirido por RANIO ALVES - CPF: 011.950.171-62.


A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
© 2017 Vestcon Editora Ltda.

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como às suas características gráficas.

Título da obra: Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará – Sejus-CE


Agente Penitenciário – Nível Médio
Conhecimentos Gerais e Específicos
Atualizada até 6-2017 (AS332)

(De acordo com o Edital nº 001/2017 - 17 de julho de 2017 - Instituto AOCP)

Língua Portuguesa • Noções de Informática • Noções de Direito


Direitos Humanos e Cidadania • Legislação Especial
Conhecimentos Específicos

Autores:
Ernani Pimentel • Márcio Wesley • Marcelo Andrade • Fabrício Sarmanho
Eduardo Muniz Machado Cavalcanti • Saulo Fontana • Raquel Mendes de Sá Ferreira
Gladson Miranda • Samantha Pozzer Kühleis • Welma Maia

GESTÃO DE CONTEÚDOS ASSISTENTE DE REVISÃO


Welma Maia Pedro Igor

PRODUÇÃO EDITORIAL EDITORAÇÃO ELETRÔNICA


Érida Cassiano Marcos Aurélio Pereira
Adenilton da Silva Cabral
REVISÃO
Érida Cassiano
Mariana Lacerda
Ylka Ramos

www.vestcon.com.br

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Compreensão e interpretação de texto................................................................................................................................. 3

Tipologia e gêneros textuais................................................................................................................................................... 6

Figuras de linguagem............................................................................................................................................................ 13

Significação de palavras e expressões.................................................................................................................................... 9

Relações de sinonímia e de antonímia................................................................................................................................. 10

Ortografia.............................................................................................................................................................................. 15

Acentuação gráfica............................................................................................................................................................... 25

Uso da crase.......................................................................................................................................................................... 27

Divisão silábica..................................................................................................................................................................... 35

Fonética e Fonologia:
som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos....................................................................................... 34

Morfologia:
classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto.............................................................................36

Locuções verbais (perífrases verbais).................................................................................................................................. 91

Funções do “que” e do “se”.................................................................................................................................................. 63

Formação de palavras........................................................................................................................................................... 67

Elementos de comunicação.................................................................................................................................................... 8

Sintaxe:
relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período composto
por coordenação e subordinação)...................................................................................................................................70

Concordância verbal e nominal............................................................................................................................................ 87

Regência verbal e nominal................................................................................................................................................... 94

Colocação pronominal.......................................................................................................................................................... 49

Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto................................................................................................... 96

Elementos de coesão............................................................................................................................................................ 11

Função textual dos vocábulos.............................................................................................................................................. 36

Variação linguística................................................................................................................................................................. 7

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Língua Portuguesa
Ernani Pimentel / Márcio Wesley

Ernani Pimentel INTERPRETAÇÃO


Interpretação significa dedução, inferência, conclusão,
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE ilação. As questões de interpretação não querem saber o
TEXTOS que está escrito, mas o que se pode inferir, ou concluir, ou
deduzir do que está escrito.
Textum, em latim, particípio do verbo tecer, significa
tecido. Dessa palavra originou-se textus, que gerou, em Comandos para Questão de Interpretação
português, “texto”. Portanto, está-se falando de “tecido” de
frases, orações, períodos, parágrafos... Uma “tessitura” de Da leitura do texto, infere-se que...
ideias, de argumentos, de fatos, de relatos... O texto permite deduzir que...
Da fala do articulista pode-se concluir que...
INTELECÇÃO (OU COMPREENSÃO) Depreende-se do texto que...
Qual a intenção do narrador quando afirma que...
Intelecção significa entendimento, compreensão. Os Pode-se extrair das ideias e informações do texto que...
testes de intelecção exigem do candidato uma postura muito
voltada para o que realmente está escrito. Questão

1. Observe a tirinha a seguir, da cartunista Rose Araújo:


Comandos para Questão de Compreensão
O narrador do texto diz que...
O texto informa que...
Segundo o texto, é correto ou errado dizer que...
De acordo com as ideias do texto...

Questão

1. Assinale a opção correta em relação ao texto. (www.fotolog.com/rosearaujocartum)

O Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recur- Infere-se que o humor da tirinha se constrói:
sos Hídricos – PROÁGUA Nacional é um programa do a) pois a imagem resgata o valor original do radical que
Governo Brasileiro financiado pelo Banco Mundial. O compõe a gíria bombar.
Programa originou-se da exitosa experiência do PRO- b) pois o vocábulo bombar foi dito equivocadamente
5
ÁGUA / Semiárido e mantém sua missão estruturante, no sentido de “bombear”.
com ênfase no fortalecimento institucional de todos os c) pois reflete o problema da educação no país, em
atores envolvidos com a ges­tão dos recursos hídricos que os alunos só se comunicam por gírias, como é
no Brasil e na implantação de infraestruturas hídricas o caso de fessor.
viáveis do ponto de vista técnico, financeiro, econômico, d) porque a forma fessor é uma tentativa de incluir na
10
ambiental e social, promovendo, assim, o uso racional norma culta o regionalismo fessô.
dos recursos hídricos. e) porque o vocábulo bombar não está dicionarizado.

(http://proagua.ana.gov.br/proagua) Gabarito
a
a) O PROÁGUA / Semiárido é um dos subprojetos de-
rivados do PROÁGUA/Nacional.
b) A expressão “sua missão estruturante” (l. 5) refere- Preste, portanto, atenção aos comandos para não errar.
-se a “Banco Mundial” (l. 3). Se o texto diz que o rapaz está cabisbaixo, você não pode
“deduzir”, ou “inferir”, que ele está de cabeça baixa, porque
c) A ênfase no fortalecimento institucional de todos os
isso já está dito no texto. Mas você pode interpretar ou con-
atores envolvidos com a gestão de recursos hídricos cluir que, por exemplo, ele esteja preo­cupado, ou tímido, em
é exclusiva do PROÁGUA/Semiárido. função de estar de cabeça baixa.
d) Tanto o PROÁGUA/Semiárido como o PROÁGUA/
Nacional promovem o uso racional dos recursos
Comandos para Medir Conhecimentos Gerais
Língua Portuguesa

hídricos.
e) A implantação de infraestruturas hídricas viáveis do Tendo o texto como referência inicial...
ponto de vista técnico, financeiro, econômico, am- Considerando a amplitude do tema abordado no texto...
biental e social é exclusiva do PROÁGUA/Nacional. Enfocando o assunto abordado no texto...

Gabarito Nesses casos, o examinador não se apega ao ponto de


vista do texto em relação ao assunto, mas quer testar o
d conhecimento do candidato a respeito daquela matéria.

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Questões Aqui a questão pretende medir o conhecimento grama-
tical do candidato e pode abordar assuntos de morfologia,
Texto para os itens de 1 a 11. sintaxe, semântica, estilística, coesão e coerência...

Os oceanos ocupam 70% da superfície da Terra, Questões


mas até hoje se sabe muito pouco sobre a vida em suas
regiões mais recônditas. Segundo estimativas de ocea- Considerando as estruturas linguísticas do texto, julgue os
nógrafos, há ainda 2 milhões de espécies desconhecidas itens seguintes.
5
nas profundezas dos mares. Por ironia, as notícias mais 6. No trecho “até hoje se sabe” (l.2), o elemento linguís-
frequentes produzidas pelas pesquisas científicas relatam
tico “se” tem valor condicional.
não a descoberta de novos seres ou fronteiras marinhas,
mas a alarmante escalada das agressões impingidas
aos oceanos pela ação humana. Um estudo recente do 7. O trecho “muito pouco sobre a vida em suas regiões
10
Greenpeace mostra que a concentração de material mais recônditas” (ls.2-3) é complemento da forma
plástico nas águas atingiu níveis inéditos na história. Se- verbal “sabe” (l.2).
gundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, existem
46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros 8. A palavra “recônditas” (l.3) pode, sem prejuízo para
quadrados da superfície dos oceanos. Isso significa que a informação original do período, ser substituída por
15
a substância já responde por 70% da poluição marinha profundas.
por resíduos sólidos.
9. O termo “mas” (l.8) corresponde a qualquer um dos
Veja, 5/3/2008, p. 93 (com adaptações). seguintes: todavia, entretanto, no entanto, conquanto.

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a 10. Na linha 9, a presença de preposição em “aos oceanos”
amplitude do tema por ele abordado, julgue os itens de 1 a 5. justifica-se pela regência do termo “impingidas”.

1. Ao citar o Greenpeace, o texto faz menção a uma das 11. O termo “a substância” (l.15) refere-se ao antecedente
mais conhecidas organizações não governamentais “plástico” (l.11).
cuja atuação, em escala mundial, está concentrada na
melhoria das condições de vida das populações mais Gabarito
pobres do planeta, abrindo-lhes frentes de trabalho no
setor secundário da economia. Itens 6, 7 e 9 errados; itens 8, 10 e 11 certos.

2. Por se decompor muito lentamente, o plástico pas-


sa a ser visto como um dos principais responsáveis Erros Comuns de Leitura
pela degradação ambiental, razão pela qual cresce o
movimento de conscientização das pessoas para que Extrapolação ou ampliação
reduzam o consumo desse material. A questão abrange mais do que o texto diz.
O texto disse: Os alunos do Colégio Metropolitano es-
3. Considerando o extraordinário desenvolvimento cien- tavam felizes.
tífico que caracteriza a civilização contemporânea, é A questão diz: Os alunos estavam felizes.
correto afirmar que, na atualidade, pouco ou quase Explicação: o significado de “alunos” é muito mais amplo
nada da natureza resta para ser desvendado. que o de “alunos de um único colégio”.
4. A exploração científica da Antártida, que enfrenta enor-
mes dificuldades naturais próprias da região, envolve Redução ou limitação
a participação cooperativa de vários países, mas os A questão reduz a amplitude do que diz o texto.
elevados custos do empreendimento impedem que O texto disse: Muitos se predispuseram a participar do
representantes sul-americanos atuem no projeto. jogo.
A questão diz: Alguns se predispuseram a participar do
5. Infere-se do texto que a Organização das Nações Unidas jogo.
(ONU) amplia consideravelmente seu campo de atuação Explicação: o sentido da palavra “alguns” é mais limitado
e, sem deixar de lado as questões cruciais da paz e da que o de “muitos”.
segurança internacional, também se volta para temas
que envolvem o cotidiano das sociedades, como o meio Contradição
ambiente. A questão diz o contrário do que diz o texto.
O texto disse: Maria é educada porque é inteligente.
Gabarito A questão diz: Maria é inteligente porque é educada.
Explicação: no texto, “inteligente” justifica “educada”; na
Itens 1, 3 e 4 errados; itens 2 e 5 certos. questão se inverteu a ordem e “educada” é que justifica
Língua Portuguesa

“inteligente”.
Comandos para Medir Conhecimentos
Linguísticos Desvio ou Deturpação
O texto disse: A contratação da funcionária pode ser
Considerando as estruturas linguísticas do texto, julgue considerada competente.
os itens. A questão diz: A funcionária contratada pode ser consi-
Assinale a alternativa que apresenta erro gramatical. derada competente.
Aponte do texto a construção que não foge aos preceitos Explicação: no texto, “competente” refere-se a “contra-
da norma culta. tação” e não a “funcionária”.

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Leia o Texto 6. Errado Por quê? Primeiro, o texto não abrange as-
sunto nacional, mas internacional. Segun-
Em vida, Gustav Mahler (1860-1911), tanto por sua per- do, não se pode deduzir que haja unanimi-
sonalidade artística como por sua obra, foi alvo de intensas dade, mas uma boa ou grande aceitação.
polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incom-
preensão estética e o preconceito antissemita também o 7. Certo
acompanhariam postumamente e foram raros os maestros 8. Certo
que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empe- 9. Certo
nharam na apresentação de suas obras. [...]
10. Certo
Julgue os itens a seguir. 11. Certo Por quê? Conforme o texto, tais críticos,
além de não compreenderem o lado esté-
1. Deduz-se do texto que Gustav Mahler foi alvo de inten- tico do artista, incorreram em preconceito.
sas polêmicas.
2. Deduz-se do texto que o personagem central (Mahler)
foi um compositor. IDEIA PRINCIPAL E SECUNDÁRIA
3. Deduz-se do texto que o personagem central (Mahler)
era de origem judaica. Em vida, Gustav Mahler (1860-1911), tanto por sua per-
4. Pode-se deduzir do texto que o personagem central sonalidade artística como por sua obra, foi alvo de intensas
(Mahler) foi um compositor de músicas eruditas. polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incom-
5. Pode-se inferir do texto que só depois de se terem preensão estética e o preconceito antissemita também o
passado algumas ou várias décadas desde sua morte acompanhariam postumamente e foram raros os maestros
é que Mahler acabou por ser admirado artisticamente que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empenha-
e deixou de ter sua obra segregada. ram na apresentação de suas obras.
6. Pode-se inferir do texto que hoje a avaliação positiva da
obra de Mahler constitui uma unanimidade nacional. Julgue os itens.
7. Intelecção, ou entendimento do texto é a captação 12. O parágrafo lido constitui-se de dois períodos, residindo
objetiva das informações que o texto traz abertamente, a ideia principal no segundo.
explicitamente. 13. A ideia principal está contida no primeiro período,
8. Interpretação, ilação, dedução, conclusão, percepção representando o segundo um desenvolvimento das
do texto é resultado de raciocínio aplicado, permitindo ideias do primeiro.
captar-lhe tanto as informações explícitas, quanto as
implícitas. 14. Qual a ideia principal do texto?
9. A aplicação do raciocínio lógico às informações contidas a) Mahler foi um compositor.
no texto, expostas ou subentendidas, permite ao leitor b) Mahler tinha origem judaica.
tirar dele conclusões ou interpretá-lo corretamente. c) Mahler compunha música erudita.
10. A leitura de um texto deve levar em consideração o mo- d) O valor de Mahler só foi reconhecido devidamente
mento e as circunstâncias em que foi construído, bem a partir de algumas décadas após seu falecimento.
como à finalidade a que se propõe. e) A finalidade do texto é dizer que boa parte da críti-
11. Segundo opinião dedutível do texto, os críticos que ca foi contrária a Mahler.
desprezaram o compositor estavam errados.
Gabarito Comentado
Gabarito Comentado
12. Errado A questão seguinte esclarece o assunto.
1. Errado. Por quê? Esta informação – “foi alvo de in- 13. Certo
tensas polêmicas” – não “se deduz” do tex- 14. d
to, está claramente expressa nele.
2. Certo Por quê? Esta dedução se origina da infor- Nesta questão 14, todas as cinco alternativas exprimem
mação de que “maestros” apresentaram informações contidas no texto dado. Contudo, entre as
obras dele. ideias lançadas em qualquer texto, existe uma hierarquia,
uma gradação de importância. Daí os conceitos de IDEIA
3. Certo Por quê? A informação de que ele foi alvo CENTRAL OU PRINCIPAL e IDEIAS SECUNDÁRIAS OU PERIFÉ-
de ”preconceito antissemita” leva à conclu- RICAS. A ideia central ou principal será a responsável pelo
são de que ele era “de origem judaica”. TEMA, que não se define por uma só palavra, mas por uma
4. Certo Por quê? A palavra “maestro” tem uma co- AFIRMAÇÃO. Pode-se dizer que o tema do trecho lido é a
notação diferente (sem vírgula) de “cantor”, valorização póstuma da obra mahleriana. As demais ideias,
“compositor”, “DJ”, “intérprete” etc. Maes- secundárias, servem para dar maior compreensão ao texto
tro pressupõe erudição, por sua própria for- e propiciar ao leitor uma visão mais detalhada do assunto.
mação acadêmica; por isso, “pode-se dedu-
zir que as músicas sejam eruditas, pois ‘eru-
Língua Portuguesa

COMO ACHAR A IDEIA PRINCIPAL OU O TEMA


ditos’ se empenham na sua apresentação”.
O “pode-se deduzir” é aceitável, porque não Tratando-se de texto expositivo, argumentativo, os exa-
impõe que seja uma “dedução obrigatória”. minadores buscam avaliar no candidato a capacidade de
5. Certo Por quê? Essa inferência (dedução) nasce captar o mais importante. Quando você tem pouco tempo
da informação de que “foram raros os ma- na prova e precisa responder a uma questão que indaga
estros que, nas décadas que se seguiram à sobre o tema ou a ideia central de um longo texto, ou de
sua morte, se empenharam na apresenta- um texto completo, basta concentrar-se na leitura do último
ção de suas obras.” parágrafo. Necessariamente lá está a resposta da questão.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Normalmente, num parágrafo, a ideia principal se encon- Subentendidos
tra na parte inicial sendo seguida de um desenvolvimento, Os subentendidos se formam por dedução subjetiva do
em forma de explicação, detalhamento, exemplificação etc.. leitor, pois baseiam-se em sua visão de mundo, por isso são
Essa ideia principal também é conhecida por TÓPICO FRASAL. discutíveis.
Mais raramente, pode ser encontrada no final do parágrafo, Ex.: Teresa voltou da Índia.
sob a forma de conclusão das informações ou explanações
que a antecedem. Repetindo: a ideia central ou principal de Subentendidos: Teresa gastou muito (discutível, pois
um parágrafo se situa no início ou no final. Nas outras partes, pode alguém ter pago tudo); ela é uma felizarda, aproveitou
aparecem os argumentos. bastante (discutível, porque pode ter ido a trabalho, com
Quando a abordagem é não apenas de um parágrafo, pouco dinheiro, e ter ficado hospitalizada o tempo todo).
mas de um texto completo, o tema ou ideia principal se Exercícios
encontra no último parágrafo, podendo também aparecer
no primeiro, conhecido como parágrafo introdutório. Os Assinale C ou E nos parênteses.
parágrafos centrais são reservados às argumentações, que Na frase Carlos mudará de profissão,
contribuem para dar suporte à principal ideia. 1. ( ) tem-se como pressuposto que ele ganha pouco.
2. ( ) tem-se como pressuposto que ele tem profissão.
3. ( ) é possível que ele esteja contrariado.
INTERTEXTUALIDADE 4. ( ) é possível que ele tenha profissão.
Chama-se intertextualidade a relação explícita ou implí-
Gabarito
cita de um texto com outro.
Quando Chico Buarque diz, na música Bom Conselho, “de- 1. E 2. C 3. C 4. E
vagar é que não se vai longe”, “quem espera nunca alcança”,
cria uma intertextualidade implícita com os ditos populares
“devagar se vai ao longe” e “quem espera sempre alcança”. TIPOLOGIA TEXTUAL

Veja a estrofe seguinte: Narração ou história


Minha terra tem palmares Texto que conta uma história, curtíssima ou longa, tendo
Onde gorjeia o mar personagem, ação, espaço e tempo, mas o tempo tem de
Os passarinhos daqui estar em desenvolvimento.
Não cantam como os de lá Ela chegou, abriu a porta, entrou e olhou para mim. (As
(Oswald de Andrade) ações acontecem em sequência)

E responda C (certo) ou E (errado): Descrição ou retrato


( ) Esses versos lembram “Minha terra tem palmeiras, / 1. Texto que mostra um ambiente.
Onde canta o sabiá; / As aves, que aqui gorjeiam, / Não O Sol estava a pino, as portas trancadas, as janelas
gorjeiam como lá. /”, de Gonçalves Dias. escancaradas, as ruas vazias, os carros estacionados, os
( ) A criação de Oswald de Andrade constitui um combate galhos das árvores e o capim absolutamente parados.
à estética romântica.
( ) trata-se de bom exemplo de intertextualidade. 2. Texto que mostra ações simultâneas.
Enquanto ela falava, o cachorro latia, a criança cho-
Gabarito rava, o vizinho aplaudia. (As ações acontecem no
mesmo momento, o tempo está parado)
C, C, C
Dissertação ou ideias
IMPLÍCITOS: PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS
Texto construído não para contar história ou fazer um
retrato, mas para desenvolver um raciocínio.
Implícitos É sábio dizer-se que o limite de um homem é o limite de
Implícitos constituem informações que não se encontram seu próprio medo.
exteriorizadas (ou escritas ou pronunciadas) no texto, estando
apenas sugeridas por um ou outro índice linguístico. É a leitura Na prática, um texto pode misturar as tipologias, por isso
atenta e competente que permite ao leitor a percepção do que é comum classificá-lo com base em qual tipologia predomina,
ficou implícito, ou se mostra apenas nas entrelinhas. ou seja, para atender a qual tipologia o texto foi feito.

Pressupostos O tipo DISSERTAÇÃO modernamente vem sendo subs-


Língua Portuguesa

Os pressupostos são identificados por estarem sugeridos tituído, conforme o caso, por Argumentação, Exposição, ou
por palavras ou outros elementos do texto, não são difíceis Injunção:
de encontrar-se e não podem ser desmentidos pelo uso do • Argumentação: apresenta argumentos na defesa
raciocínio lógico. de um ponto de vista:
Ex.: Teresa voltou da Índia. A sua expansão industrial e comercial ocorreu muito antes
dos países vizinhos, não só porque dispunha de extensa
Pressupostos: ela foi à Índia (indiscutível); a viagem teve rede de ferrovias, hidrovias e rodovias, mas também por-
início há mais que dois dias (indiscutível). que detinha maiores recursos para investimento.

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• Exposição: apenas expõe as ideias, sem apresentar Texto 5.
argumentos: ( ) A manhã estava radiosa e cálida. Sequer uma nuvem.
A Bulgária se tornou membro da União Europeia em As folhagens das árvores, dos arbustos e das gramíneas
janeiro de 2007, após dez anos de negociação. oscilavam suavemente. Juritis, sabiás e bemtevis har-
• Injunção: orienta o comportamento do receptor: monizavam seus cantares, vez por outra salpicados por
Manuais de utilização de equipamentos. Orientações latidos um tanto quanto lentos e preguiçosos. O perfu-
de como tomar um remédio. Como ligar e desligar a me do jasmim ocupava a beira da piscina, envolvendo
irrigação do jardim... o tom rosado da pele de Janaína.

( ) Ponha nestes parênteses o número do texto que faz uso


Exercícios do diálogo em sua organização.
Use as letras iniciais das cinco frases seguintes para identificar
nos parênteses, os cinco textos que as acompanham. Gabarito
N. Constitui exemplo de narração. Texto 1 (I)
D. Predomina o caráter de descrição. Texto 2 (N)
I. Tem como base um parágrafo injuntivo. Texto 3 (A)
E. Exemplifica dissertação expositiva. Texto 4 (E)
A. Classifica-se como dissertação argumentativa. Texto 5 (D)
Texto 1
Atenção para as partes em itálico.

Texto 1 (EP). NÍVEIS DE FORMALIDADE/INFORMALIDADE


( ) Quando Clarice se mostrou chateada com algumas es-
trias no seio, Rogério prontamente informou: Níveis de Fala (Tipos de Norma)
– Tenho solução para isso.
– É verdade que você tem?
Registro formal ou adloquial
– Claro! No registro formal (adloquial, culto, padrão), as circuns-
– Então me ensina. tâncias exigem do emissor postura concentrada e adequada
– Ponha duas colheres de sopa de azeite numa frigi- a um grupo sofisticado de falantes. Tende ao uso da norma
deira. Amasse três dentes de alho, depois de tirar a culta (também chamada de padrão, ou erudita), que se
casca, e misture-os ao azeite. Deixe a mistura no fogo estuda nas gramáticas normativas.
médio por cinco minutos e apague o fogo. Aguarde que Por favor, entenda que seria importante para nós sua
ela esfrie um pouco até a temperatura ficar suportável presença.
ao tato. Durante oito minutos, embeba quantas vezes
necessárias um algodão naquele azeite, e passe-o su-
avemente em movimentos circulares no seio estriado. Registro informal ou coloquial
A informalidade ou coloquialismo acontece quando o
Vá ao espelho e veja o resultado.
ambiente permite ao emissor uma postura mais à vontade,
– As estrias vão embora?
sem preocupações gramaticais.
– Podem ir, mas se não forem, você pode estrear um
Vem, que sua presença é importante. (A gramática orien-
peitinho a alho e óleo.
ta: Vem, que tua presença... ou Venha, que sua presença...)
Na informalidade, a língua é usada na forma de cada
Texto 2 (EP).
região, profissão, esporte, gíria, internet...
( ) Paulo abriu a porta devagar, observou com calma o
ambiente, caminhou pé ante pé até a janela, abriu a
cortina, esperou que os olhos se acostumassem à clari- Registro vulgar
dade que invadiu o quarto, só então deitou-se no chão Normalmente envolve uso de calão ou gíria.
e vasculhou com os olhos a parte embaixo da cama. Oi, cara, pinta lá no pedaço.
Teve certeza de que o bicho não estava lá.
Registro de baixo calão
Texto 3 (EP). É o nível das gírias pesadas e dos palavrões.
( ) Berenice percebeu que André não lhe estava sendo fiel Naquele cafofo só vai ter piranha e Zé-mané, porra.
porque ele dissera não conhecer Isaura, mesmo depois Cada texto deve obedecer a um nível de formalidade
de ter dormido na casa dela. Além disso, as duas vezes ou informalidade, com a escolha do vocabulário e de cons-
que Berenice citou o nome de Isaura, André desviou truções frásicas adequada ao público e ao ambiente a que
primeiro o olhar, em seguida mudou de assunto. Sem se destina.
falar no perfume que o acompanhava quando entrou
em casa: o preferido de Isaura. Variação linguística
Língua Portuguesa

Uma língua se realiza na fala de grupos diferentes, no


Texto 4. tempo (compare os escritos da carta de Caminha, de José
( ) Para investigadores, há indícios de que parte do dinheiro de Alencar e de hoje), no espaço (veja as diferenças de ex-
desviado tenha sido usado por Collor para compra de pressão das várias regiões brasileiras), nas profissões (atente
carros de luxo em nome de empresas de fachada. Al- para seus jargões ou expressões características), em grupos
guns desses automóveis foram apreendidos pela Polícia de relacionamentos (cada um com suas gírias e constru-
Federal na Operação Politeia, um desdobramento da ções frásicas identificadoras: DJs, políticos, cantores de rap,
Lava Jato, realizada em 14 de julho. religiosos, surfistas, tatuadores, traficantes, escaladores...)

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Já houve o tempo em que se considerava certo apenas o 2. prender a atenção do receptor – Bom dia. Como vai?
uso da norma então conhecida como culta ou erudita, porém a Até logo. Certo ou errado?
sociolinguística substituiu o conceito de certo/errado pelo de 3. distrair a atenção do receptor –
adequado/inadequado. Em termos de comunicação, fala-se Ele: Onde você estava até esta hora?
em o emissor adequar seu código ao do receptor para se Ela: Por favor, ligue agora para o José e lhe deseje
fazer entender bem. Por isso, tanto o “nós vai”, como o sorte. (Ela desviou a atenção do assunto dele)
“nós vamos” podem ou não estar adequados, dependendo
do ambiente ou do grupo de falantes a que se destine, bem Função Metalinguística
como da intenção do comunicador, que pode justamente Predomina o assunto “língua”, é o uso da língua para
pretender comunicar que pertence a outro grupo. falar da própria língua.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM Língua: tipo de código usado na comunicação.

Todo emissor, no momento em que realiza um ato de fala, Os dicionários, as gramáticas, os livros de texto, de re-
atribui, consciente ou inconscientemente, maior importância dação, as críticas literárias são exemplos de metalinguagem.
a um dos seis elementos da comunicação (emissor, recep-
tor, referente, canal, código ou mensagem). Descobrir qual Função Poética (ou Estética)
elemento está em destaque é definir a função da linguagem. Predomina em importância a elaboração da mensagem.

Função Emotiva (ou Expressiva) Mensagem, fala ou discurso: é o como se diz e não o
Predomina em importância o emissor e é muito usada que se diz.
em textos líricos, amorosos, autobiográficos, testemunhais...
Constitui uma característica de subjetividade. As frases “Você roubou minha caneta” e “Você achou
minha caneta antes de eu a perder”, embora tenham o mes-
Emissor: aquele que fala, representado por eu, nós, a mo assunto ou referente, são mensagens, falas ou discursos
gente (no sentido de “nós”). diferentes, tanto é que provocam sensações diferentes no
receptor.
São índices desta função: A função poética valoriza a escolha das palavras, ora pela
1. sujeito emissor – Eu vi Mariana chegar. A gente viu sonoridade, ora pelo ritmo (Quem casa quer casa. Quem tudo
Mariana chegar. Nós vimos Mariana chegar. quer tudo perde. Quem com ferro fere com ferro será ferido),
2. uso de exclamação – Mariana chegou! ora pelo significado inusitado (Penso, logo desisto), ora por
3. uso de interjeição – Ih! Mariana chegou. mais de uma dessas ou outras características.

Função Conativa (ou Apelativa) Obs.: todas essas funções podem interpenetrar-se no
Predomina em importância o receptor e é frequente em texto, mas uma (qualquer uma) tenderá a ser predominante.
linguagem de publicidade e de oratória. No caso de um texto poético ou estético, as demais funções
ocupam o segundo plano.
Receptor: com quem se fala, representado por tu, vós,
você(s), Vossa Senhoria, Vossa Alteza, Vossa... TIPOS DE DISCURSO
São índices desta função:
1. sujeito receptor – Você sabia que Mariana chegou? Discurso Direto
2. vocativo – Paulo, tu estás correto. Reprodução exata da fala do personagem.
3. imperativo – Por favor, venha cá. Beba guaraná. Julieta respondeu: Estou satisfeita com sua resposta.
Pode vir entre aspas: “Estou satisfeita com sua resposta.”
Função Referencial (ou Informativa) Pode vir após travessão: – Estou satisfeita com sua
Predomina em importância o referente e é empregada resposta.
nos textos científicos, jornalísticos, profissionais – correspon-
dências oficiais, atas... É uma característica de objetividade. Discurso Indireto
O narrador traduz a fala do personagem.
Referente: de que ou de quem se fala, representado por Julieta respondeu que estava satisfeita com a resposta
ele(s), ela(s), Sua Excelência, Sua Majestade, Sua..., ou por qual- dele.
quer substantivo ou pronome substantivo de terceira pessoa. Julieta respondeu estar satisfeita com a resposta dele.
É índice desta função:
1. sujeito referente – Mariana chegou. Ele chegou. Sua Discurso Indireto Livre
Senhoria chegou. Quem chegou? A fala do personagem se confunde com a do narrador.
Mariana sentou-se em frente ao guri, o que se passava
naquela cabecinha? Que sorrisinho maroto...
Função Fática
Língua Portuguesa

Predomina em importância o canal e normalmente


aparece em trechos pequenos, dentro de outras funções. Discurso do Narrador
É a fala de quem conta a história.
Canal: meio físico (ar, luz, telefone...) e psicológico (a Julieta respondeu: Estou satisfeita com sua resposta.
atenção) que interliga emissor e receptor.
Monólogo
Usa-se a função fática para: Fala de um personagem consigo mesmo.
1. testar o funcionamento do canal – Um, dois, três... Paulo atravessou o bar, resmungando: “Não acredito no
Alô, alô... que acabei de ver”.

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Diálogo moral. Famosas são as fábulas de Esopo, como A Raposa e
Conversa entre dois ou mais personagens. as Uvas, O Lobo e o Cordeiro.
– Você devia ser mais suave na sua fala.
– Vou tentar. Sátira
Texto crítico, picante, sarcástico, maledicente, irônico,
GÊNEROS DO DISCURSO, GÊNEROS TEXTUAIS zombeteiro para criticar instituições, costumes ou ideias.

Desde os estudos de Bakhtin até os de Koch, chegou-se Apólogo


à percepção de certas sequências relativamente estáveis de Narrativa didática, em prosa ou verso, em que se animam
enunciados, voltadas a atender necessidades diferentes da e dialogam seres inanimados. Um bom exemplo é o texto de
vida social, sequências essas definidoras do que se conven- Machado de Assis intitulado A Agulha e a Linha.
cionou chamar Gêneros do Discurso, adaptáveis à sociedade
e seus comportamentos.
Lenda
História com base em informações imaginárias. São len-
Gêneros primários dários o saci-pererê, a boiuna, a mula sem cabeça...
São os que se desenvolvem primeiro, realizados em situa-
ções de comunicação, no âmbito social cotidiano das relações
humanas: diálogo, telefonema, bilhete, carta, piada, oração,
Anedota
comando militar rápido, situações de interação face a face.. História curta engraçada ou picante.

Gêneros secundários Paródia


Referentes a circunstâncias mais complexas, públicas, de Imitação artística, jocosa, satírica, bufa; arremedo de
interação social, muitas vezes escritas, monologadas, capazes outro texto. Vejam-se os segundos textos.
de incorporar e transmutar os gêneros primários. Necessitam Quem com ferro fere com ferro será ferido.
de instrução formal e aparecem sob a forma de 1. Gêneros Quem confere ferro, com ferro...
literários: provérbios, crônicas, contos, novelas, romances, Penso, logo existo.
dramas...; 2. Gêneros oficiais: cartas, ofícios, memorandos, Penso, logo desisto.
anais, tratados, textos de lei, documentos de escritório...; 3.
Gêneros científicos: pesquisas, relatórios, críticas, análises, Paráfrase ou frase paralela
teses, ensaios... 4. Gêneros Jornalísticos: notícia, matéria, É um texto criado na tentativa de reproduzir o sentido
entrevista, charge ... 5. Gêneros outros como dos círculos de outro. É um texto sinônimo, de sentido semelhante. Veja
artísticos, sócio-políticos, retóricos, jurídicos, políticos, o segundo texto.
publicísticos, esportivos... Todo dia ela faz tudo sempre igual / Me sacode às três
horas da manhã / Me sorri um sorriso pontual / E me beija
Eis alguns tipos explorados em provas elaboradas pelo com a boca de hortelã... (Chico Buarque)
Cespe: Dia após dia ela faz as mesmas coisas. Me tira da cama
às três da madrugada. Me dá um sorriso rotineiro e um beijo
Crônica com gosto de pasta de dente...
Texto curto dissertativo, comentando fato ou situação Obs.: a paráfrase sempre altera algo no sentido subjetivo
do momento. do texto.

Conto Epígrafe
História curta com poucos personagens em torno de um Inscrição que antecede um texto (no frontispício de um
núcleo de ação. livro, no início de um capítulo, de um poema, de uma crô-
nica...).
Novela
História mais longa que o conto e que também envolve Título: EPICÉDIO III
só um núcleo de ação.
Epígrafe: À morte apressada de um amigo
Romance
História longa e complexa em que os personagens atuam Texto: Comigo falas; eu te escuto; eu vejo
em torno de vários núcleos de ação. As chamadas novelas de Quanto apesar de meu letargo, e pejo,
televisão literariamente são romances porque revezam vários Me intentas persuadir, ó sombra muda,
núcleos temáticos, revezando também como protagonistas Que tudo ignora quem te não estuda.
grupos diferentes de personagens.
(Cláudio Manuel da Costa)
Parábola
Língua Portuguesa

Narrativa que transmite uma mensagem indireta, geral- SEMÂNTICA


mente de cunho moral, por meio de comparação ou analogia.
Cristo falava por parábolas, como a do Filho Pródigo e a Sema
do Joio e do Trigo. É unidade de significado. A palavra “garotas” tem três
semas:
Fábula 1. garot é o radical e significa ser humano em formação;
Tipo de parábola curta, em prosa ou verso, que apresenta 2. a é desinência e significa feminino;
animais como personagens e que ilustra um ensinamento 3. s é desinência e significa plural.

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Monossemia ou unissignificação QUALIDADES DO TEXTO
É o fato de uma expressão ter no texto apenas um sig-
nificado. Um texto bem redigido deve ter algumas qualidades.
A seguir, cada tópico apresenta uma dessas qualidades e,
Polissemia ou plurissignificação também, seu defeito, o oposto.
É o fato de uma expressão, no texto, ter múltiplos sig-
nificados. Clareza
Clareza é a qualidade que faz um texto ser facilmente
entendido. Obscuridade é o seu antônimo.
Ambiguidade ou anfibologia
Significa duplo sentido.
Questões
Denotação O menino e seu pai foram hospedados em prédios diferentes
Sentido objetivo da palavra – Teresa é agressiva. o que o fez ficar triste.
Assinale C para certo e E para errado.
Conotação 1. ( ) A estruturação da frase se dá de maneira clara e
Sentido figurado da palavra – Teresa é um espinho. objetiva.
2. ( ) A leitura desse trecho se torna ambígua em virtude
Campo Semântico do mau uso do pronome oblíquo “o”.
3. ( ) Colocando-se o oblíquo “o” no plural, caberia plu-
Área de abrangência ou de interpenetração de
ralizar “ficar triste” (o que os fez ficarem tristes) e a
significado(s).
clareza se restaura porque o “triste” passa a se referir
Chuteira, pênalti, drible, estádio... pertencem ao campo
a ambos, “o menino” e “seu pai”.
semântico do futebol.
4. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “este” (o que fez
Oboé, melodia, contralto... pertencem ao campo semân-
este ficar triste ), também se elimina a ambiguidade,
tico da música.
passando a significar que só o pai ficou triste.
Aeromoça, aterrissar, taxiar... pertencem ao campo se- 5. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “aquele” (o que
mântico da aviação. fez aquele ficar triste) comete-se uma incorreção
gramatical.
Contexto 6. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “aquele” (o que
As palavras ou signos podem estar soltos ou contextua- fez aquele ficar triste) resolve-se também a obscu-
lizados. O contexto é a frase, o texto, o ambiente em que a ridade, pois afirma-se que só o menino ficou triste,
palavra ou signo se insere. Normalmente, uma palavra solta, porque o demonstrativo “aquele” refere-se ao subs-
fora de um contexto, desperta vários sentidos (polissemia) tantivo mais distante.
e os dicionários tentam relacioná-los, apresentando cada
um dos sentidos (monossemia) ligado a um determinado Gabarito
contexto.
No Dicionário Houaiss, a palavra ponto tem 62 significa- Itens 2, 3, 4 e 6 certos; itens 1 e 5 errados.
dos e contextos; linha tem outros 58, sendo que, em cada
um desses contextos, a monossemia prevalece. Coerência
Nos textos literários ou artísticos, ambiguidade e po- Se as ideias estão entrelaçadas harmoniosamente em
lissemia são valores positivos. O texto artístico pode ser termos lógicos, encontra-se no texto coerência. O seu an-
considerado tão mais valioso quanto mais plurissignificativo. tônimo é ilogicidade, incoerência.
Nos textos informativos (jornalísticos, históricos, cien-
tíficos... ), a monossemia é valor positivo, enquanto a ambi- Questões
guidade e a polissemia devem ser evitadas.
I – Toda mulher gosta de ser elogiada. Se queres agradar a
Sinonímia uma, mostra-lhe suas qualidades.
Existência de palavras ou termos com significados con-
vergentes, semelhantes: vermelho e encarnado, brilho e II – Toda mulher gosta de ser elogiada. Se queres agradar a
luminosidade, branquear e alvejar... uma, mostra-lhe seus defeitos.

Antonímia Assinale C para certo e E para errado.


Existência de palavras ou termos de sentidos opostos: 1. ( ) O texto I exemplifica raciocínio incoerente.
claro e escuro, branco e negro, alto e baixo, belo e feio... 2. ( ) O texto II desenvolve raciocínio coerente.
3. ( ) A incoerência se faz presente em ambos os parágrafos.
4. ( ) Os dois parágrafos são perfeitamente coerentes.
Língua Portuguesa

Homonímia 5. ( ) O raciocínio do texto I é perfeitamente lógico e


Palavras iguais na escrita ou no som com sentidos dife- coerente.
rentes: cassa e caça, cardeal (religioso), cardeal (pássaro), 6. ( ) O desenvolvimento racional do texto II peca por
cardeal (principal)... incoerência.

Paronímia Gabarito
Palavras parecidas: eminência e iminência, vultoso e
vultuoso... Itens 1, 2, 3 e 4 errados; itens 5 e 6 certos.

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Concisão Coesão gramatical (ou coesão referencial
Concisão é a capacidade de se falar com poucas palavras. endofórica)
O seu oposto é prolixidade.
Os componentes de um texto se inter-relacionam, referin-
Questões do-se uns aos outros, evidenciando o que se chama coesão
referencial endofórica, ou coesão gramatical. Além do uso das
I – Andresa trouxe Ramiro e Osvaldo à minha presença, no preposições e conjunções, eis alguns recursos de coesão refe-
meu escritório e me apresentou essas duas pessoas. rencial endofórica e seus elementos coesivos ou conectores:

II – Andresa trouxe-me ao escritório Ramiro e Osvaldo e Nominalização


mos apresentou. Substantivo que retoma ideia de verbo anteriormente
expresso.
Assinale C para certo e E para errado. Os alunos esforçados foram aprovados e a aprovação
1. ( ) Os dois textos apresentam o mesmo teor informativo. lhes trouxe euforia.
2. ( ) O primeiro é mais prolixo (dezessete palavras, uma Elemento coesivo: “aprovação” retoma “foram apro-
vírgula e um ponto final). vados”.
3. ( ) O segundo é mais conciso (onze palavras e um ponto
final). Pronominalização
4. ( ) A última oração da frase II deve ser corrigida para Pronome retomando ou antecipando substantivo.
“e nos apresentou”. Conector: na frase anterior, “lhes” retoma “alunos”.
5. ( ) No período II, “mos” funciona como objeto indireto e
direto, porque representa a fusão de dois pronomes Repetição vocabular
oblíquos átonos (me + os). Repetição de palavra.
A mulher se apoia no homem e o homem na mulher.
Elemento coesivo: na segunda oração repetem-se os
Gabarito substantivos “homem” e “mulher”.
Itens 1, 2, 3 e 5 certos; item 4 errado.
Sintetização
Uso de expressão sintetizadora.
Correção Gramatical Viagens, passeios, teatros, espetáculos... Tudo nos mos-
Correção é o ajuste do texto a um determinado padrão tra o mundo.
gramatical. Tradicionalmente as provas sempre visaram a Conector: na segunda oração, a expressão “tudo” sinte-
medir o conhecimento da norma culta (também chamada de tiza “Viagens, passeios, teatros, espetáculos...”.
erudita ou padrão), por isso, quando simplesmente pedem
para apontar o que está certo ou errado gramaticalmente, Uso de numerais
estão-se referindo à adequação ou inadequação do texto a São possíveis três situações. A primeira é ela estar sendo
essa norma culta. sincera. A segunda é estar mentindo. A terceira é não saber
o que fala.
Questões Elemento coesivo: os ordinais, “primeira”, “segunda” e
“terceira” retomam o cardinal “três”.
I – Nóis num é loco, nóis só véve ansim pruquê nóis qué.
Uso de advérbios
Hesitando, entrou no quarto de Raquel. Ali deveria estar
II – Não somos loucos, só vivemos assim porque queremos.
escondida a resposta.
Conector: o advérbio “Ali” recupera a expressão “quarto
Assinale C ou E, conforme julgue a afirmação certa ou errada. de Raquel”.
a) O texto I está correto em relação ao padrão popular
regional e errado relativamente ao culto. Elipse
b) O texto II está certo de acordo com o padrão culto e Omissão de termo facilmente identificável.
errado se a referência for o popular regional. Nós chegamos ao jardim. Estávamos sedentos.
Elemento coesivo: a desinência verbal “mos” retoma o
Gabarito sujeito “nós” expresso na primeira oração.
Ambas as afirmações estão corretas. Sinonímia
Palavras ou expressões de sentidos semelhantes.
Coesão O extenso discurso se prolongou por mais de duas horas.
A peça de oratória cansativa foi responsável pelo desinte-
Língua Portuguesa

Coesão é a inter-relação bem construída entre as partes


resse geral.
de um texto. Seu antônimo é a incoesão ou desconexão.
Conector: o sinônimo “peça de oratória” retoma a ex-
pressão “discurso”.
COESÃO E CONECTORES
Hiperonímia
Coesão é a inter-relação bem construída entre as partes Hiperônimo é palavra cujo sentido abrange o de outra(s).
de um texto e se faz com o uso de conectores ou elementos Roupa constitui hiperônimo em relação a calça, vestido,
coesivos. paletó, camisa, pijama, saia...

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Ela escolheu a saia, a blusa, o cinto, o sapato e as meias... 6. a) Era uma situação que ele fugia.
Aquele conjunto estaria, sim, adequado ao ambiente. b) Era uma situação de que ele fugia.
Elemento coesivo: o hiperônimo “conjunto” retoma os
substantivos anteriores. 7. a) Estamos diante de um texto que falta coesão.
b) Estamos diante de um texto a que falta coesão.
Hiponímia
Hipônimo é palavra de sentido incluído no sentido de 8. a) Finalmente chegou ao quarto onde estava escondido
outra. Boneca, pião, pipa, bambolê, carrinho, bola de gude... o dinheiro.
são hipônimos de brinquedo. b) Finalmente chegou ao quarto aonde estava escon-
Naquela disputa havia cinco times, contudo apenas o dido o dinheiro.
Flamengo se pronunciou.
9. a) Veja o local onde você chegou.
Conector: o hipônimo “Flamengo” cria coesão com a
b) Veja o local aonde você chegou.
palavra “times”.
10. a) Convide para a mesa as senhoras cujos os maridos
Anáfora estão presentes.
chama-se anafórico ao elemento de coesão que retoma b) Convide para a mesa as senhoras cujos maridos estão
algo já dito. presentes.

O lobo e o cordeiro se olharam; aquele, com fome; este, Gabarito


com temor.
Coesivos anafóricos: “aquele” e “este” retomam “lobo” 1. b. Uso dos demonstrativos: aquele, para o mais dis-
e “cordeiro”. tante; esse, para o intermediário; este, para o mais
próximo.
Catáfora 2. a. Uso dos demonstrativos: este refere-se ao que se
Palavra ou expressão que antecipa o que vai ser dito. vai falar; esse, ao que já foi dito.
3. a. Uso dos demonstrativos: este refere-se ao que se
Não se esqueça disto: já estamos comprometidos. vai falar; esse, ao que já foi dito.
Conector catafórico: “disto” antecipa a oração “já esta- 4. b (falar de um artigo).
mos comprometidos”. 5. a (falar uma frase).
6. b (fugir de algo).
Obs.: a coesão é uma qualidade do texto e sua falta cons- 7. b (falta coesão a algo).
titui erro. Desconexo ou incoeso é o texto a que falta coesão. 8. a (o dinheiro estava escondido no quarto).
9. b (você chegou a um local).
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO 10. b (cujo não vem seguido de artigo).
TEXTUAL
Os mecanismos de coesão textual exigem conhecimentos OUTROS CONCEITOS
outros, como uso dos pronomes, regência, concordância,
colocação... Barbarismo
Erro no uso de uma palavra.
Resolva as questões seguintes, onde aparecem 10 co- 1. Erro de pronúncia ou grafia: Ele é adevogado e co-
esões bem feitas e 10 imperfeitas, com relação à norma nhece o pograma.
padrão oficial. 2. Erro de flexão: Eu reavi os leitães. (O certo é reouve
os leitões)
Qual dos dois textos está mais bem escrito, levando em con- 3. Troca de sentido: tráfico x tráfego, estrutura x esta-
sideração os mecanismos de coesão textual? tura, ascendente x descendente...
1. a) O cavalo, o ganso e a ovelha andavam lado a lado;
enquanto este relinchava, aquele grasnava e ela Cacofonia
balia. Som desagradável ou ambíguo.
b) O cavalo, o ganso e a ovelha andavam lado a lado; Meus afetos por ti são (tição). Louca dela (cadela), por
enquanto aquele relinchava, esse grasnava e esta não perceber que dedico a ti (quati) o meu amor.
balia.
Eco ou Colisão
2. a) Atenção a este aviso: “Piso Escorregadio”. Rima na prosa.
b) Atenção a esse aviso: “Piso Escorregadio”. Depois da primeira porteira, encontrou a costureira
descendo a ladeira da goiabeira.
3. a) Silêncio e respeito. Essas palavras se viam por toda
Estrangeirismo
Língua Portuguesa

parte.
b) Silêncio e respeito. Estas palavras se viam por toda Uso de palavras ou expressões estrangeiras.
parte. Internet, slow motion, pick-up, abat-jour, débauche,
front-light...
4. a) Encontrei o artigo que você falou.
b) Encontrei o artigo de que você falou. Solecismo
Erro sintático.
5. a) Foi essa a frase que você falou. 1. De regência: Emprestei de você um calção. Ele obede-
b) Foi essa a frase de que você falou. ceu o pai.

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2. De concordância: Nós vai... A gente pensamos... As Elipse
menina... Omissão de termo facilmente identificável – (eu) cheguei,
(nós) chegamos.
Arcaísmo
Uso de palavras ou expressões antigas. Zeugma
Palavras adrede escolhidas (especialmente). Brincavam Elipse de termo já dito.
de trocar piparotes (petelecos). – Comprei dois presentes; ela, três.
– José chegou cedo; Maria, não.
Neologismo
Palavra recém-inventada.
– O que ele está fazendo?
Hipérbato
Inversão da frase – Para o pátio correram todos.
– Ah! Deve estar internetando.

Preciosismo Pleonasmo vicioso


Preocupação exagerada com a construção do texto. Repetição desnecessária de ideia – Chutou com o pé,
roeu com os dentes, saiu para fora, lustro de cinco anos...
FIGURAS DE LINGUAGEM
Pleonasmo estilístico
Podem-se subdividir em Figuras de Pensamento, Figuras A mim, não me falaste. Aos pais, lhes respondi que...
de Sintaxe, Figuras de Sonoridade, e ainda Tropos (Uso de
Sentido Figurado ou Conotação). Assíndeto
Ausência de conjunção coordenativa – Chegou, olhou,
Figuras de Pensamento sorriu, sentou.

São as figuras que atuam no campo do significado. Polissíndeto


Repetição de conjunção coordenativa – Chegou, e olhou,
Antítese e sorriu, e sentou.
Aproximação de ideias opostas – O belo e o feio podem
ser agressivos ou não. Gradação
Sequência de dados em crescendo – Balbuciou, sussur-
Paradoxo rou, falou, gritou...
Aparente contradição – Esta sua tia é uma beleza de
feiura. Paralelismo Sintático
Obediência a um mesmo padrão.
Ironia Sem paralelismo: Quero de você admiração, honestidade
Afirmação do contrário – O animal estava limpo, com e que me obedeça.
os cascos reluzentes, firme, saudável... Muito maltratado! Ela é alta, inteligente e tem beleza.
Com paralelismo: Quero de você admiração, honestidade
Eufemismo e obediência. (todos, substantivos)
Suavização do desagradável – Passou desta para a me- Ela é alta, inteligente e bela. (todos, adjetivos)
lhor (= morreu).
Silepse
Hipérbole Concordância com a ideia, não com a palavra.
Exagero – Já repeti cem mil vezes.
Silepse de Gênero: Vossa Senhoria está cansado?
Perífrase
Substituição de uma expressão mais curta por uma mais Silepse de Número: E o casal de garças pousaram tran-
longa e pode ser estilisticamente negativa ou positiva, de- quilamente.
pendendo do contexto.
Silepse de Pessoa: Todos deveis estar atentos.
Texto: Apoio sinceramente sua decisão.
Perífrase: Antes de mais nada, é importante que você Figuras de Sonoridade
me permita neste momento comunicar-lhe meus sinceros
sentimentos de apoio ao resultado de suas meditações. São as figuras relacionadas ao trabalho com os sons das
palavras.
Língua Portuguesa

Também constitui perífrase o uso de duas ou mais pala-


vras em vez de uma: Aliteração
titular da presidência (= presidente); a região das mil e Repetição de sons consonantais próximos – “Gil engendra
uma noites (= Arábia) em Gil rouxinol” (Caetano Veloso).

Figuras de Sintaxe Assonância


Repetição de sons vocálicos próximos – Cunhã poranga
São as figuras relacionadas à construção da frase. na manhã louçã.

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Onomatopeia PONTO DE VISTA DO AUTOR
Tentativa de imitação do som – coxixo, tique-taque, zum-
-zum, miau... Todo e qualquer autor, ao produzir um texto, falado,
cantado ou escrito, seja para descrever uma cena, narrar
um fato, ou desenvolver um raciocínio, coloca nesse texto,
Paronomásia ou trocadilho
mesmo que não o perceba, sua visão de mundo, sua posição
Contudo... ele está com tudo.
política, religiosa, artística, econômica, social etc., além de
sua preferência por este ou aquele assunto, este ou aquele
Tropos (Uso do Sentido Figurado ou personagem. A linguística textual levanta com base nos vo-
Conotação) cábulos escolhidos e na organização dos enunciados, o que
se denomina Ponto de Vista do Autor.
Comparação ou Analogia
Relação de semelhança explícita sintaticamente. INTENCIONALIDADE
Ele voltou da praia parecendo um peru assado.
Teresa está para você, assim como Júlia, para mim. Paralelamente ao ponto de vista, o autor também mani-
Corria qual uma lebre assustada. festa uma intencionalidade, ou tendência psicológica, a favor
ou contra determinada realidade, personalidade ou atitude,
Sua voz é igual ao som de panela rachada.
o que se pode deduzir, também, das palavras utilizadas e/ou
da organização das frases. Nos cartazes das ruas e da im-
Metáfora prensa, duas frases usando as palavras “impeachment” e
Relação de semelhança subentendida, sem conjunção “golpe” se opuseram insistentemente: 1) Impeachment sem
ou palavra comparativa. crime é golpe e 2) Impeachment não é golpe. Por trás de
Voltou da praia um peru assado. cada uma está a intencionalidade do emissor. A intenção da
A sua Tereza é a minha Júlia. frase 1 é impedir o impeachment, enquanto a frase 2 tem
Correndo, ele era uma lebre assustada. como propósito a sua aprovação.
Sua voz era uma panela rachada.
Leia com atenção o depoimento de duas testemunhas
Metonímia sobre o fato que presenciaram.
Relação de extensão de significado, não de semelhança. Testemunha A: o irmão Antônio, com frieza, gestos con-
Continente x conteúdo trolados, voz macia e baixa, olhar de Madalena arrependida,
Só bebi um copo. (Bebeu o conteúdo e não o copo) consciente da importância de sua postura no convencimento
dos irmãos, desfiava um rosário de mentiras que convencia os
presentes. Em dado momento, deixou escapar, numa fração
Origem x produto
de segundo, um esboço de sorriso vitorioso que fez o irmão
Comeu um bauru. (Bauru é a origem do sanduíche)
Lauro levantar-se e se aproximar dele. De repente estavam os
dois no chão, irmão Antônio por cima, irmão Lauro por baixo
Causa x efeito e com dificuldade foram separados pelos outros.
Cigarro incomoda os vizinhos. (A fumaça é que incomoda) Testemunha B: Seu Antônio estava falando, Seu Lauro
voou pra cima dele com um soco armado que passou no
Autor x obra vazio. Seu Antônio, mais forte e mais pesado, atracou-se ao
Vamos curtir um Gilberto Gil? (Curtir a música) agressor, derrubou-o no chão e o dominou completamente,
segurando-lhe ambos os punhos, numa montada completa,
Abstrato x concreto sem desferir um golpe sequer, mas incapaz de impedir que o
Estou com a cabeça em Veneza. (O pensamento em Veneza) subjugado lhe mandasse, de baixo para cima, uma cusparada
no rosto. Eu e um colega caímos sobre eles, seguramos os
Símbolo x simbolizado dois e os separamos.
A balança impôs-se à espada. (Justiça... Forças Armadas)
Exercícios
Instrumento x artista
O cavaquinho foi a grande atração. (O artista) Veja agora como os pontos de vista das duas testemunhas são
diferentes, respondendo C ou E para as afirmações seguintes
Parte x todo e conferindo suas respostas com as do gabarito.
Havia mais de cem cabeças no pasto. (Cem reses) 1 ( ) O fato motivador de ambas as narrativas foi o mes-
mo: uma briga entre dois indivíduos.
2 ( ) Ambas as narrativas indicam que as duas testemu-
Catacrese
Língua Portuguesa

nhas demonstram bom nível de escolaridade pelo


Metáfora estratificada, que já faz parte do uso comum.
domínio do padrão linguístico apresentado.
Asa da xícara, asa do avião, barriga da perna, bico de 3 ( ) No trecho “o irmão Antônio, com frieza, gestos con-
bule, pé de limão...
trolados, voz macia e baixa, olhar de Madalena arre-
pendida, consciente da importância de sua postura
Prosopopeia ou Personificação no convencimento dos irmãos, desfiava um rosário
O céu sorria aberto e cintilante... As folhas das palmeiras de mentiras”, a testemunha A descreve psicologica-
sussurravam aos nossos ouvidos. mente Antônio como frio, calculista e mentiroso.

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4 ( ) as expressões “o irmão”, “Madalena arrependida”, Márcio Wesley
“dos irmãos”, ”rosário”, “o irmão”, “outros irmãos”
e a própria repetitividade, refletem repertório reli-
gioso e caracterizam o autor do texto como conviva
ORTOGRAFIA OFICIAL
do mesmo grupo dos demais personagens.
5 ( ) No segundo período a testemunha A indica que O Alfabeto
Antônio agrediu moralmente com “um esboço de
sorriso vitorioso” a Lauro, tendo provocado a briga. Com a nova ortografia, o alfabeto passa a ter 26 letras.
6 ( ) A testemunha A se mostrou imparcial. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
7 ( ) Com a descrição psicológica (item 3) e a agressão
moral (item 5), pode-se perceber, na testemunha A, a ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
tendência para construir a culpabilidade de Antônio.
8 ( ) A testemunha A narra em 3ª pessoa, como obser- As letras k, w e y, que na verdade não tinham desapare-
vadora dos acontecimentos. cido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas
9 ( ) O tratamento “Seu” usado em “Seu Antônio” e “Seu em várias situações. Por exemplo:
Lauro” indica pouca intimidade e distanciamento
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km
respeitoso da testemunha B.
(quilômetro), kg (quilograma), w (watt);
10. ( ) A linguagem da testemunha B não indica ponto de
vista religioso, mas de quem entende ou convive b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus
com ambiente de luta (“voou pra cima dele com derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu,
um soco armado que passou no vazio”, “mais forte yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
e mais pesado, atracou-se ao agressor, derrubou”,
“dominou completamente”, “montada completa”, Emprego das Letras
“desferir golpe” , “subjugado” ).
11. ( ) Segundo a testemunha B, “Seu Lauro” agrediu duas • Ortho = Correta
vezes “Seu Antônio”: uma fisicamente (“voou pra
Graphia = Escrita
cima dele com um soco armado”) e outra física e
• A Nova Ortografia, desde 2016, vigora como forma
moralmente (“uma cusparada no rosto”).
12. ( ) A testemunha B mostrou-se imparcial. obrigatória.
13. ( ) Pode-se perceber na testemunha B a intencionali-
dade de culpar “seu Lauro”. Emprego do “S”
14. ( ) A testemunha B, como narrador de 1ª pessoa (Eu
e um colega caímos sobre eles, seguramos os dois • O “s” intervocálico tem sempre o som de “z”:
e os separamos), coloca-se na cena como um dos casa, mesa, acesa etc.
personagens, ou seja, como narrador participante. • O “s” em início de palavras tem sempre o som de “ss”:
sílaba, sabonete, seno etc.
Gabarito
1. V Usa-se o “S”
2. V
3. V • Depois de ditongos:
4. V
Neusa, Sousa, maisena, lousa, coisa, deusa, faisão,
5. V
mausoléu etc.
6. F
7. V
8. V • Adjetivos terminados pelos sufixos “oso”, “osa” (indi-
9. V cadores de abundância):
10. V cheiroso, prazeroso, amoroso, ansioso etc.
11. V
12. F • Palavras com os sufixos “es”, “esa” e “isa” (indicadores
13. V de títulos de nobreza, de origem, gentílicos ou pátrios,
14. V cargo ou profissão):
duquesa, chinês, poetisa etc.
Conclusão:
Pela leitura dos dois textos, percebem-se pontos de vis-
ta diferentes dos dois autores, no caso os dois narradores. • Nas palavras em que haja “trans”:
Ponto de vista do narrador A: usa a 3ª pessoa, fala transigir, transação, transeunte etc.
Língua Portuguesa

como observador, visão de fora; demonstra bom domínio


linguístico; posta-se como integrante de uma irmandade; • Nos substantivos não derivados de adjetivos:
considera agressor e provocador o “irmão Antônio””. marquesa (de marquês), camponesa (de camponês),
Ponto de vista do narrador B: usa a 1ª pessoa, fala como defesa (de defender).
um dos personagens; demonstra bom domínio linguístico;
posta-se como entendedor de luta; mostra distanciamento • Nos derivados dos verbos “pôr” e “querer”:
e pouca intimidade com os envolvidos na briga; considera
ela não quis; se quiséssemos; ela pôs o disco na estante;
agressor e provocador o “Seu Lauro”.
compus uma música; se ela quisesse; eu pus etc.

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• Nos sufixos gregos “ese”, “ise”, “ose” (de aplicação b) Ela é uma mulher obesa.
científica, ou erudita – culta): c) Ela está com náusea, está grávida.
trombose, análise, metamorfose, virose, exegese, os- d) Ao dirigir, cuidado com os transeuntes.
mose etc. e) Devemos suavisar o impacto.

• Nos vocábulos derivados de outros primitivos que são GABARITO


escritos com “s”:
análise – analisar, analisado
1. b 2. d 3. e 4. d 5. e
atrás – atrasar, atrasado
casa – casinha, casarão, casebre
Emprego do “Z”
Porém há algumas exceções:
catequese – catequizar
Usa-se o “z”
síntese – sintetizar
batismo – batizar
• Nas palavras derivadas de uma primitiva já grafada
com “z”:
• Nos diminutivos “inho”, “inha”, “ito”, “ita”:
Obs.: Se a palavra primitiva já termina com “s”, basta cruz ‑ cruzamento – cruzeta – cruzeiro
acrescentar o sufixo de diminutivo adequado: juiz – juízo – ajuizado – juizado
pires – piresinho desliza – deslizamento – deslizante
casa – casinha, casita • Nos sufixos “ez/eza” formadores de substantivos abs-
empresa – empresinha tratos e adjetivos com o acréscimo dos sufixos citados:
beleza – belo + eza
• Usa-se o “s” nos substantivos cognatos (pertencentes gentileza – gentil + eza
à mesma família de formação) de verbos em “-dir” e insensatez – insensato + ez
“-ender”.
dividir – divisão • Nos diminutivos “inho” e “inha”:
colidir – colisão Obs. 1: Se a palavra escrita primitiva já termina com “z”,
aludir – alusão basta acrescentar o sufixo de diminutivo adequado:
rescindir – rescisão juiz – juizinho
iludir – ilusão raiz – raizinha
xadrez – xadrezinho
EXERCÍCIOS
Obs. 2: Se a palavra primitiva não tiver “s” nem “z”;
1. Assinale a alternativa em que, na frase, a palavra subli- então se acrescenta: “zinho” ou “zinha”:
nhada esteja escrita incorretamente. sofá – sofazinho
a) Paula saiu da sala muito pesarosa. mãe – mãezinha
b) Esta água possui muita impuresa. pé – pezinho
c) Faça a gentileza de sair rapidamente.
d) A nossa amizade é muito sólida. EXERCÍCIOS
e) A buzina do meu carro disparou, o que faço?
1. Em todas as alternativas abaixo as palavras são grafadas
2. Assinale a alternativa em que, na frase, a palavra subli- com “z”, exceto:
nhada esteja escrita incorretamente. a) limpeza – beleza.
a) O rapaz defendeu uma tese. b) canalizar – utilizar.
b) O teste será realizado amanhã. c) avizar – improvizar.
c) Comerei, mais tarde, um sanduíche misto. d) catequizar – sintetizar.
d) Deixe os parafusos em uma lata com querozene. e) batizar – hipnotizar.
e) A usina de açúcar fica distante da fazenda.
2. Complete corretamente os espaços do período a seguir
3. O sufixo “isar” foi usado incorretamente na alternativa:
com uma das alternativas abaixo.
a) É necessário bisar muitas músicas.
b) De longe, não consigo divisar as coisas. “Nossa ______ não tem ______ para terminar, disse a
c) É necessário pesquisar incansavelmente. ______.”
d) É muito importante paralisar as obras, agora. a) amizade – praso – meretriz
e) Não há erro em nenhuma alternativa. b) amisade – prazo – meretris
c) amizade – prazo – meretris
4. Há palavra estranha em um dos grupos abaixo: d) amizade – prazo – meretriz
e) amisade – praso – meretriz
Língua Portuguesa

a) pesaroso – previsão – empresário.


b) querosene – gasolina – música.
c) celsa – virose – maisena. 3. Há, nas alternativas abaixo, uma palavra diferente do
d) quiser – puser – hipnotisar. grupo em relação à ortografia:
e) anestesia – dosagem – divisa. a) avidez, beleza.
b) algoz, baliza.
5. Assinale a frase em que a palavra sublinhada esteja es- c) defesa, limpeza.
crita incorretamente. d) gozado, bazar.
a) Eu não quero acusar ninguém. e) miudeza, jeitoza.

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4. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação EXERCÍCIOS
à ortografia, exceto:
a) utilizar. 1. Todas as palavras sublinhadas nas frases abaixo são es-
b) grandeza. critas com “g”, exceto:
c) certeza. a) Joga esta geringonça no lixo.
d) orgulhoza. b) A geada foi muito forte na região Sul do Brasil.
e) agonizar. c) A giboia é uma serpente não venenosa.
d) Guarde a tigela no armário da sala.
5. Complete os espaços do período abaixo com uma das e) Pessoas cultas não falam muita gíria.
alternativas que se seguem de forma correta e ordenada.
“Ela era ______ de ______ e ______ o trabalho com 2. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas
______.” em relação à ortografia, exceto:
a) incapaz – atualizar – finalizar – presteza a) gengiva – Sergipe – evangelho.
b) trage – ogeriza – cangica.
b) incapás – atualisar – finalisar – prestesa
c) giz – monge – sargento.
c) incapas – atualizar – finalizar – presteza
d) vagem – ogiva – tangerina.
d) incapaz – atualisar – finalisar – presteza e) gim – ogiva – sugestão.
e) incapaz – atualizar – finalizar – prestesa
3. Todas as palavras das alternativas abaixo estão incorretas
GABARITO em relação à ortografia, exceto:
a) ultrage – lage – berinjela.
1. c 2. d 3. e 4. d 5. a b) cangerê – cafageste – magé.
c) refúgio – estágio – ferrugem.
d) geca – girau ‑cangica.
Emprego do “G”
4. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação
• Nas palavras que representam o mesmo som de “j” à ortografia, exceto:
quando for empregada antes das vogais “e” e “i”: a) fuselagem.
gente, girafa, urgente, gengiva, gelo, gengibre, giz etc. b) aflige.
Obs.: apenas nesses casos, surgem dúvidas quanto ao c) angina.
d) grangear.
uso. Nos demais casos, usa-se o “g”.
e) fuligem.
• Nas palavras derivadas de outras que já são escritas 5. Todas as palavras das alternativas abaixo são grafadas
com “g”: com “g”, exceto:
ágio – agiota – agiotagem a) ceregeira.
gesso – engessado – engessar b) cingir.
exigir – exigência – exigível c) contágio.
afligir – afligem – afligido d) algema.
e) página.
• Nas terminações “agem”, “igem” e “ugem”:
margem, coragem, vertigem, ferrugem, fuligem, GABARITO
garagem, origem etc.
1. c 2. b 3. c 4. d 5. a
Exceção:
pajem, lajem, lambujem.
Emprego do “J”
Note bem:
O substantivo viagem escreve-se com “g”, mas viajem Usa-se o “j”:
(forma verbal de viajar) escreve- se com “j”:
• Nos vocábulos de origem tupi:
Dica: maracujá, caju, jenipapo, pajé, jerimum, Ubirajara etc.
Quando podemos escrever artigo antes (a, uma), temos
o substantivo “viagem”, com “g”. Exceção:
A viagem para Búzios foi maravilhosa. Mogi das cruzes, Mogi-guaçu, Mogi-mirim, Sergipe.
Quando podemos ter o sujeito e conjugar, então tere-
mos o verbo, escrito com “j”: • Nas palavras cuja origem latina assim o exijam:
majestade, jeito, hoje, Jesus etc.
Que eles viajem muito bem.
Língua Portuguesa

• Nas palavras de origem árabe:


• Nas terminações “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio”, “úgio”, alforje, alfanje, berinjela.
“ege”, “oge”:
pedágio, relógio, litígio, colégio, subterfúgio, estágio, • Nas palavras derivadas de outras já escritas com “j”:
prodígio, egrégio, herege, doge etc. gorja – gorjeio, gorjeta, gorjear
laranja – laranjinha, laranjeira, laranjeirinha
• Nos verbos terminados em “ger” e “gir”: loja – lojinha, lojista
corrigir, fingir, fugir, mugir etc. granja – granjear, granjinha, granjeiro

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• Nas palavras de uso um tanto e quanto discutíveis: chocalho / enchocalhar
manjerona, jerico, jia, jumbo etc. chouriço / enchouriçar
chumaço / enchumaçar
• A terminação “aje” é sempre com “j”: cheio / encher, enchimento
ultraje, laje etc. enchova / enchovinha

EXERCÍCIOS • Nas palavras após “re”:


brecha, trecho, brechó
1. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
a) pajem. • Nas palavras aportuguesadas, oriundas de outros idio-
b) varejo. mas:
c) gorjeta. salsicha / do itálico “salsíccia”
d) ajiota. sanduíche / do inglês “sandwich”
e) rijeza. chapéu / do francês “chapei”
chope / do francês “chope” e do alemão “Schoppen”
2. Assinale a alternativa correta em relação à ortografia.
a) refújio. • O “ch” provém, também, da formação do dígrafo “ch”
b) estájio. latino que se originou da evolução ao longo dos tempos:
c) rijeza. cheirar, cheio, chão, chaleira etc.
d) pedájio.
e) ferrujem. EXERCÍCIOS

3. Observe as frases que se seguem: 1. Todas as palavras das alternativas abaixo estão correta-
I – Minha coragem é algo incontestável. mente grafadas, exceto:
II – O jiló é um fruto amargo, mas delicioso. a) enchumaçar.
III – A giboia é uma serpente brasileira. b) cachumba.
Agora, responda, em relação à ortografia das palavras c) chave.
sublinhadas. d) brecha.
a) Todas estão corretas. e) galocha.
b) Somente a III está correta.
c) Todas estão incorretas. 2. Todas as palavras abaixo estão incorretamente grafadas,
d) Somente a III está incorreta. exceto:
e) Somente a I está correta. a) faicha.
b) fachina.
4. Assinale a alternativa correta em relação à ortografia. c) repuchão.
a) Jertrudes. d) chuteira.
e) relachado.
b) jestão.
c) jerimum.
3. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
d) jesso.
a) chilindró.
e) jerminar.
b) estrebuchar.
c) facho.
5. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
d) chafurdar.
a) jereré.
e) chamego.
b) jeropiga.
c) jenipapo. 4. Assinale a afirmação incorreta.
d) jequitibá. a) A palavra “boliche” está corretamente grafada.
e) jervão. b) A palavra “rocho” está corretamente grafada.
c) A palavra “mecha” está corretamente grafada.
GABARITO d) A palavra “richa” está incorretamente grafada.
e) A palavra “chereta” está incorretamente grafada.
1. d 2. c 3. d 4. c 5. e
5. Assinale a alternativa correta.
a) tachinha (prego).
Emprego do “ch” b) chilindró.
c) cocho (manco).
O “ch” provém da evolução de grupos consonantais la- d) muchocho.
tinos: e) muchiba.
Língua Portuguesa

CI ‑ clave / Ch – Chave
FI – Flagrae / Ch – Cheirar GABARITO
PI – Plenu / Ch – Cheio
PI – Planu / Ch – Chão. 1. b 2. d 3. a 4. b 5. a
• Na palavra derivada de outra que já vem escrita com
“ch”: Emprego do “X”
charco / encharcar, encharcado
chafurda / enchafurdar • O “x” representa cinco fonemas tradicionais:

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– “s” em final de sílabas seguido de consoante: 2. Assinale a alternativa correta.
extático, externo, experiência, contexto etc. a) enxarcar.
b) enxocalhar.
– “z” em palavras com prefixo “ex”, seguido de vogal: c) enxouriçar.
exame, exultar, exequível etc. d) enxurrada.
e) enxumaçar.
– “ss” como “ss” intervocálico:
trouxe, próximo, sintaxe etc. 3. Assinale a alternativa incorreta em relação ao uso do
“X”:
– “ch” no início ou no interior de algumas palavras: a) cambaxirra.
xícara, xarope, luxo, ameixa etc. b) flexar.
c) taxar (preço).
– “cs” no meio ou no fim de algumas palavras: d) explicar.
fixo, tórax, conexão, tóxico etc.
4. Todas as palavras abaixo estão corretas em relação ao
Obs.: uso do “X”, exceto:
Quando no final de sílabas o “x” não for precedido da a) enxerto.
vogal “a”, deve-se empregar o “s” em vez de “x”: b) sintaxe.
misto, justaposição etc. c) textual.
• Em vocábulos de origem árabe e castelhana: d) síxtole.
xadrez, oxalá, enxaqueca, enxadrista etc.
5. Complete as lacunas das palavras, com uma das alter-
• Em palavras de formação popular, africana ou indígena: nativas que se segue:
xepa, xereta, xingar, abacaxi, caxumba, muxoxo, xa- e__pontâneo; e__terior; e__perto; e__cessivo.
vante, xiquexique, xodó etc. a) x – s – x – s
b) s – x – s – x
• Geralmente é usado após a sílaba inicial “en”, em pa- c) s – s – x – x
lavras primitivas: d) x – x – s – s
enxada, enxergar, enxaqueca, enxó, enxadrezar, enxam-
brar, enxertar, enxoval, enxovalhar, enxurrada, enxofre, GABARITO
enxovia, enxuto etc.
Exceções: 1. c 2. d 3. b 4. d 5. b
encher, derivada de cheio
anchova ou enchova e seus derivados etc.
Uso do “E”
Obs.:
Se a palavra é derivada, dependerá da grafia da primitiva. • Nos verbos terminados em “uar”, “oar”, nas formas do
charco – encharcar; chocalho – enchocalhar presente do subjuntivo:
chafurda – enchafurdar; chouriço – enchouriçar continuar – continue – continues
chumaço – enchumaçar (estofar) etc. efetuar – efetue – efetues
habituar – habitue – habitues
• Emprega-se o “x” após ditongos: averigue – averigues
ameixa, caixa, peixe, feixe, frouxo, deixar, baixa, rou- perdoar – perdoe – perdoes
xinol etc. abençoar – abençoe – abençoes

Exceções: • Palavras formadas com o prefixo “ante”:


caucho, cauchal, caucheiro, recauchutar, recauchuta- antecipar, anterior, antevéspera
gem etc.
Uso do “I”.
• Emprega-se “ex” quando seguido de vogal:
exame, exército, exato etc. • Nos verbos terminados em “uir” nas segunda e tercei-
ra pessoas do singular do presente do indicativo e a
• Emprega-se “ex” quando se segue: segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo:
PLI – exPLIcar constituir – constitui – constituis
CI – exCItante possuir – possui – possuís
CE – exCElência influir – influi – influis
PLO – exPLOrar fluir – flui – fluis
diminuir ‑diminui – diminuis
Língua Portuguesa

EXERCÍCIOS instituir – institui – instituis

1. Assinale a alternativa incorreta. EXERCÍCIOS


a) enxada.
b) enxaqueca. 1. Assinale a alternativa incorreta em relação ao uso do
c) enxova. “e” e do “i”:
d) enxofre. a) destilar.
e) enxertar. b) cumeeira.

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c) quase. 3. Em relação às seguintes palavras:
d) cadiado. I – muleque;
II – mulambo;
2. Assinale a alternativa correta em relação ao uso do “e” III – buate,
e do “i”:
a) criolina. podemos afirmar:
b) cemitério. a) todas estão corretas.
c) palitó. b) somente a I e II estão corretas.
d) orquídia. c) somente a I e III estão corretas.
d) todas estão incorretas.
3. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação
ao uso do “e” e do “i”, exceto: 4. Em relação às seguintes palavras:
a) seringa. I – bueiro;
b) seriema. II – manoel;
c) umedecer. III – jaboticaba
d) desinteria.
podemos afirmar como verdadeiro:
4. Todas as alternativas abaixo estão incorretas em relação a) somente a II e III estão incorretas.
ao uso do “e” e do “i”, exceto: b) somente a II e III estão corretas.
a) crâneo. c) somente a I está correta.
b) meretíssimo. d) todas estão corretas.
c) previlégio. e) somente II está incorreta.
d) Filipe.
5. Assinale a alternativa de palavra incorretamente grafada.
5. Quanto às palavras a) custume.
I – impigem; b) tribo.
II – terebentina; c) romênia.
III – pinicilina. d) buliçoso.

podemos afirmar: GABARITO


a) somente a I está correta.
b) somente a II está correta. 1. d 2. a 3. d 4. e 5. a
c) todas estão incorretas.
d) todas estão corretas.
Algumas Dificuldades Gramaticais
GABARITO
Notações sobre o uso de “mal” e “mau”:
1. d 2. b 3. d 4. d 5. a
• Usa-se “mal” nos seguintes casos:

Como substantivo (opõe-se a “bem”)


Uso do “O” e do “U” Assim varia de número (males) e, geralmente, vem
precedido de artigo:
A letra “o” átono pode soar como “u”, acarretando he-
“O chato da bebida não é o mal que ela nos pode trazer,
sitação na grafia.
são os bêbados que ela nos traz.” (Leon Eliachar)
Pode-se recorrer ao artifício da comparação com palavras “Para se trilhar o caminho do mal, é indispensável não
da mesma família: se importar com o constrangimento.” (Fraga)
abolir – abolição
tábua – tabular Como advérbio (opõe-se a “bem”)
comprimento – comprido Nesse caso, modifica o verbo, o adjetivo e o próprio
cumprimento – cumprimentar advérbio:
explodir – explosão “Andam mal os versos de pé quebrado.” (Jaab)
“Varam o espaço foguetes mal intencionados.” (Cecília
EXERCÍCIOS Meireles)
“Mendicância vai muito mal: falta de verba.” (Sylvio
1. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas Abreu)
em relação à grafia, exceto:
a) nódoa. Como conjunção
b) óbolo. Equivale a quando, assim que, apenas:
Língua Portuguesa

c) poleiro. “Mal o Flamengo entrou em campo, foi delirantemente


d) pulir. aplaudido”.
“Mal colocou o papel na máquina, o menino começou
2. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas a empurrar a cadeira pela sala, fazendo um barulho
em relação à grafia, exceto: infernal”. (Fernando Sabino)
a) capueira. 

b) embolo. • Usa-se “mau” nos seguintes casos
c) focinho.
d) goela. Como adjetivo (opõe-se a bom)

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Modifica o substantivo a que se relaciona: Notações sobre o uso do porquê (e variações)
“Um bom romance nos diz a verdade sobre o seu herói,
mas um mau romance nos diz a verdade sobre seu • Porque – Conjunção causal ou explicativa:
autor”. (Chesterton Apud Josué Montello) “Vende-se um segredo de cofre a quem conseguir abrir
“Quando a previsão diz tempo bom, isso é mau.” (Leon o cofre, porque o dono não consegue”. (Leon Eliachar)
Eliachar) “Os macróbios são macróbios porque não acreditam
em micróbios”. (Mário Quintana)
Como substantivo
Normalmente vem precedido de artigo: • Por que – Nas interrogações
“Por que não prender os maus para vivermos tranqui- “ – Diga-se cá, por que foi que você não apareceu mais
los?” lá em casa?” (Graciliano Ramos) (Interrogativa direta)
“O Belo e o Feio... O Bom e o Mau... Dor e Prazer”. “Não sei por que você foi embora”. (Interrogação indi-
(Mário Quintana) reta)
“... só que viera a pé e foi-se sentado, cansado talvez Como pronome relativo, equivalente a o qual, a qual,
de cavalgar por montes e vales do Oeste, e de tantas os quais, as quais.
lutas contra os maus”. (CDA) “Não sei a razão por que me ofenderam”.
“Contavam fatos da vida, incidentes perigosos por que
Notações sobre o uso de “a”, “há” e “ah” tinham passado”. (José Lins do Rego)

• Usa-se “há” • Por quê – No final da frase.


Com referência a tempo passado: “Mas por quê? Por quê? Por amor? (Eça de Queiroz)
“Estou muito doente. Há dez anos venho sofrendo de “Sou a que chora sem saber por quê”. (Florbela Espanca)
mal súbito”. (Aldu)
“Isso aconteceu há quatro ou cinco anos”. (Rubem Braga) • Porquê
Quando é formado do verbo haver: É substantivo e, então, varia em número; normalmen-
“Já não há mais tempo. O futuro chegou”. te, o artigo o precede:
“Eu sem você não tenho porquê”. (Vinícius de Morais)
“O garçom era atencioso, você sabia que há garçons
“Só mesmo Deus é quem sabe o porquê de certas von-
atenciosos?” (CDA)
tades femininas, se é que consegue saber.” (CDA)
• Usa-se “a”
Notações sobre o uso de “quê” e “’que”
Com referência a tempo futuro:
“... mas daí a pouco tinha a explicação”. (Machado de • Quê
Assis) Como interjeição exclamativa (seguida de ponto de
“Fui casado, disse ele, depois de algum tempo, daqui exclamação):
a três meses posso dizer outra vez: sou casado”. (Ma- “Quê! Você ainda não tomou banho?”
chado de Assis)
No final de frases:
• Usa-se “ah” Zombaria de todos, mesmo sem saber de quê.
Como interjeição enfatizante: “Medo de quê?” (José Lins do Reco)
“Ah, ia-se me esquecendo: um escritório funcional deve Como substantivo
ter também uma secretária funcional”. (Leon Eliachar) “Um quê misterioso aqui me fala.” (Gonçalves Dias)
“Ah! Disse o velho com indiferença”. (Machado de Assis) “A arte de escrever é, por essência, irreverente e tem
sempre um quê de proibido...” (Mário Quintana)
Notações sobre o uso de “mas”, “más” e “mais”
• Que
• Mas Em outros casos usa-se a forma sem acento:
É conjunção adversativa (dá ideia de oposição, retifi- “Da igreja – exclamou. Que horror.” (Eça de Queiroz)
cação): “E que sonho mau eu tive.” (Humberto de Campos)
“Sinto muito, doutor, mas não sinto nada”. (Aldu)
“O dinheiro não traz felicidade, mas acalma os nervos”. Notações sobre o uso de “onde”, “aonde” e “donde”
(Aldu)
• Onde
• Más É estático. Usa-se com os verbos chamados de repouso,
Plural feminino de “MAU” situação, fixação, como o verbo “ser” e suas modali-
“Não tinha más qualidades, ou se as tinha, eram de dades (estar – permanecer) e outros (ficar, estacionar
pouca monta”. (Machado de Assis) etc.); corresponde a “lugar em que” (ubi, em latim):
“Não há coisas, na vida, inteiramente más”. (Mário “Onde foi inventado o feijão com arroz? (Clarice Lis-
Língua Portuguesa

Quintana) pector)
“Vende-se uma bússola enguiçada. Infelizmente não
• Mais sei onde estou, senão não venderia a bússola”. (Leon
Advérbio de intensidade Eliachar)
“As fantasias mais usadas no carnaval são: homem
vestido de mulher e mulher vestida de homem”. (Leon • Aonde
Eliachar) É dinâmico. Usa-se com os verbos chamados de mo-
Ele nunca está satisfeito. Sempre quer mais do que vimento, como ir, andar, caminhar etc.; corresponde
recebe. a lugar em que (quo, em latim):

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“Tal prática era possível na cidade, aonde ainda não • Ao par
haviam chegado os automóveis.” (Manuel Bandeira) Tem o significado de igual, equilibrado, paralelo:
“Se chegares sempre aonde quiseres, ganharás”. (Paulo O câmbio está ao par.
Mendes Campos)
EXERCÍCIOS
• Donde
Equivale a “de onde” e apresenta ideia de afastamento; 1. Preencha as lacunas com “mal”, “mau”, “má”:
corresponde a lugar do qual (unde, em latim):
a) Foi um _______ resultado para a equipe.
“Tomás estava, mas encerrara-se no quarto, donde só
b) Foi um ______ irrecuperável.
saíra...” (Machado de Assis)
c) Não me interprete _____ quando lhe digo _____ que
“Às vezes se atiram a distantes excursões donde regres-
sas com uma enorme lava.” (Manoel Bandeira) responderá pelo que fez a esta criança.
d) ______ entrou no campo, deu um _______ jeito no
Notações sobre o uso de “senão” e “se não” pé, devido à _______ condição do gramado.
e) Uma redação _______ escrita pode ser, apenas, o
• Senão resultado de uma _______ organização de ideias.
Conjunção adversativa com o sentido de “em caso f) Ele organizou ______ o texto.
contrário”, “de outra forma”: g) Sua _______ redação foi um negócio ________ para
“Cala a boca, mulher, senão aparece polícia”. (Raquel ela.
de Queiroz) h) Este menino é _______ porque sempre aprendeu a
Com o sentido de “mas sim” e com o sentido de “a não praticar o _______.
ser”: i) Se não tivesse recebido ______ exemplos, evitaria os
“Ele, a quem eu nada podia dar senão minha sincerida- ______ que tem causado.
de, ele passou a ser uma acusação de minha pobreza”. j) Há pessoas que têm o _____ costume de fazer ______
(Clarice Lispector) juízo dos outros, ______ os conhecem.

Quando substantivo com o sentido de “falha”, “defei- 2. Preencha as lacunas com porque, por que, porquê, por
to”, “imperfeição”. Admite, então, flexão de número: quê, ou quê:
“Esfregam as mãos, têm júbilos de solteiras histéricas, dão a) Você não disse _________ veio, ontem, à festa.
pulinhos, apenas porque encontram senões miúdos nas b) Não sei ________ você não veio, ontem, à festa.
páginas que não saberiam compor”. (Josué Montello) c) Você sabe se José não veio à aula hoje, ________ não
chegou ainda do passeio de final de semana?
• Se não
d) Todos temos direitos inalienáveis, ________ somos
Quando conjunção condicional “se”:
pessoas humanas.
‘’Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?”
(Mário Quintana) e) _________ se questiona tanto o progresso e se ques-
tionam pouco os responsáveis pela ampliação desu-
Quando advérbio de negação “Não” mana da técnica? ___________?
“Os ex-seminaristas, como os ex-padres, permanecem f) Os caminhos __________ temos andado, os valores
ligados indissoluvelmente à Igreja. Se não, pela fé – _________ temos lutado, podem não ser os mais
pelo rito”. (Josué Montello) certos, porém são aqueles em que acreditamos.
‘’Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?” g) Há um _______ misterioso em tudo isso.
(Mário Quintana) h) Não consigo perceber o _________ de tudo isso, mas
as razões ________ não consigo perceber tudo isso
Notações sobre “afim” e “a fim de” já estão bem identificadas.

• Afim GABARITO
Adjetivo com o sentido de parente, próximo:
“... era meu parente afim, [...] interrogou-nos de cara
1. a) mau 2. a) por que
amarrada e mandou-nos embora.” (CDA) b) mal b) por que
Naquele grupo todos eram afins; por isso brigavam c) mal, mal c) porque
tanto. d) Mal, mau, má d) porque
e) mal, má e) Por que, Por quê
• A fim f) mal f) por que, por que
Locução prepositiva; dá ideia de finalidade; equivale g) má, mau g) porquê
a “para”: h) mau, mal h) porquê, por que
Viajou a fim de se esconder. i) maus, males
j) mau, mau, mal
Língua Portuguesa

“Metade da massa ralada vai para a rede da goma, a fim


de se lhe tirar o excesso de amido”. (Raquel de Queiroz)

Notações sobre o uso de “a par” e “ao par”


Emprego do Hífen
(Conforme a Nova Ortografia)
• A par
Tem o significado de conhecer, saber, tomar conheci- a) Não será usado hífen quando o prefixo termina em
mento: vogal e o segundo elemento começa com r ou s. Essas letras
Estamos a par da evolução técnica. serão duplicadas. Observe as regras no quadro abaixo.

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Velha Regra Nova Regra infra-escapular infraescapular
ante-sala antessala infra-escrito infraescrito
anti-reumatismo antirreumatismo infra-específico infraespecífico
infra-estrutura infraestrutura
auto-recuo autorrecuo infra-ordem infraordem
contra-senso contrassenso
intra-epidérmico intraepidérmico
extra-rigoroso extrarrigoroso intra-estelar intraestelar
infra-solo infrassolo intra-orgânico intraorgânico
ultra-rede ultrarrede intra-ósseo intraósseo
ultra-sentimental ultrassentimental neo-academicismo neoacademicismo
semi-sótão semissótão neo-aristotélico neoaristotélico
supra-renal suprarrenal neo-aramaico neoaramaico
supra-sigiloso suprassigiloso neo-escolástica neoescolástico
neo-escocês neoescocês
Os prefixos hiper-, inter- e super- se ligam com hífen a neo-estalinismo neoestalinismo
elementos iniciados por r. neo-idealismo neoidealismo
neo-imperialismo neoimperialismo
hiper-risonho, hiper-realidade, hiper-rústico, hiper-regu-
lagem, inter-regional, inter-relação, inter-racial, super- semi-erudito semierudito
-ramificado, super-risco, super-revista. supra-ocular supraocular
* Observe que a palavra extraordinário já era escrita sem hífen antes
b) Passa a ser usado o hífen, agora, quando o prefixo do novo acordo.
termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento.
Lembremos que, nas regras anteriores ao acordo ortográfico, d) Não se usa mais o hífen em palavras compostas por
os prefixos abaixo eram grafados sem hífen diante de vogal. justaposição, quando se perde a noção de composição e
Observe o quadro: surge um vocábulo autônomo. Observe o quadro:

Velha Regra Nova Regra Velha Regra Nova Regra


manda-chuva mandachuva
antiinflacionário anti-inflacionário
antiictérico anti-ictérico pára-quedas paraquedas
antiinflamatório anti-inflamatório pára-lama, pára-brisa paralama, parabrisa
arquiinimigo arqui-inimigo pára-choque parachoque
arquiinteligente arqui-inteligente
Devemos observar que continuam com hífen: ano-luz,
microondas micro-ondas
arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, tio-avô,
microônibus micro-ônibus
mato-grossense, norte-americano, sul-africano, afro-luso-
microorganismo micro-organismo
-brasileiro, primeiro-sargento, segunda-feira, guarda-chuva.
Exceção:
Não se usa hífen com o prefixo co-, mesmo que o segundo e) Fica sendo regra geral o hífen antes de h:
elemento comece com a vogal o: anti-higiênico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra-
coordenação, cooperação, coocorrência, coocupante, -harmônico, extra-humano, pré-histórico, sub-hepático,
coonestar, coobrigar, coobrar. super-homem.

c) Não será mais usado quando o prefixo termina em O que não muda no hífen
vogal diferente da que inicia o segundo elemento. Lem-
bremos que, nas regras anteriores ao acordo ortográfico, os Continua-se a usar hífen nos seguintes casos:
prefixos abaixo eram sempre grafados com hífen antes de • Em palavras compostas que constituem unidade sin-
vogal. Observe o quadro: tagmática e semântica e nas que designam espécies:
ano-luz, azul-escuro, conta-gotas, guarda-chuva,
segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor,
Velha Regra Nova Regra erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi.
auto-análise autoanálise • Com os prefixos ex-, sota-, soto-, vice-, vizo-:
auto-afirmação autoafirmação ex-mulher, sota-piloto, soto-mestre, vice-campeão,
auto-adesivo autoadesivo vizo-rei.
auto-estrada autoestrada • Com prefixos circum- e pan- se o segundo elemento
auto-escola autoescola começa por vogal h e m ou n:
auto-imune autoimune circum-adjacência, pan-americano, pan-histórico.
Língua Portuguesa

extra-estatutário extraestatutário • Com prefixos tônicos acentuados pré-, pró- e pós- se


extra-escolar extraescolar o segundo elemento tem vida à parte na língua:
extra-estatal extraestatal pré-bizantino, pró-romano, pós-graduação.
extra-ocular extraocular • Com sufixos de base tupi-guarani que representam for-
extra-oficial extraoficial mas adjetivas: -açu, -guaçu, e -mirim, se o primeiro
extraordinário* extraordinário elemento acaba em vogal acentuada ou a pronúncia
extra-urbano extraurbano exige a distinção gráfica entre ambos:
extra-uterino extrauterino amoré-guaçu, manacá-açu, jacaré-açu, paraná-mirim.

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• Com topônimos iniciados por grão- e grã- e forma ver- b) O ex-aluno fez a sua autodefesa.
bal ou elementos com artigo: c) O contra-regra comeu um contrafilé.
Grã-Bretanha, Santa Rita do Passa-Quatro, Baía de d) Sua autobiografia é um verdadeiro contrassenso.
Todos-os-Santos, Trás-os-Montes etc. e) O meia-direita deu início ao contra-ataque.
• Com os advérbios mal e bem quando formam uma
unidade sintagmática com significado e o segundo 5. Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção quan-
elemento começa por vogal ou h: to ao emprego do hífen.
bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal- a) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura para
-estar, mal-humorado. assumir um relacionamento extraconjugal.
Obs.: Os compostos com o advérbio bem se escrevem b) Era extra-oficial a notícia da vinda de um extraterreno.
sem hífen quando tal prefixo é seguido por elemento c) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultrama-
iniciado por consoante: rinas.
bem-nascido, bem-criado, bem-visto (ao contrário de d) O antissemita tomou antibiótico e vacina antirrábica.
“malnascido”, “malcriado” e “malvisto”). e) Era um suboficial de uma superpotência.
• Nos compostos com os elementos além, aquém, recém
e sem: 6. Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do
além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém- hífen.
-casados, sem-número, sem-teto. a) Pelo interfone ele me comunicou bem-humorado que
estava fazendo uma superalimentação.
Hífen em locuções b) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assombrada.
c) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
Não se usa hífen nas locuções (substantivas, adjetivas, d) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos.
pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjunti- e) O autodidata fez uma auto-análise.
vas), como em:  cão de guarda, fim de semana, café com leite,
pão de mel, pão com manteiga, sala de jantar, cor de vinho,
7. Fez um esforço ______ para vencer o campeonato
à vontade, abaixo de, acerca de, a fim de que.
_________.
São exceções algumas locuções consagradas pelo uso. É
a) sobre-humano – inter-regional
o caso de expressões como: água-de-colônia, arco-da-velha,
b) sobrehumano – interregional
cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à
c) sobreumano – interregional
queima-roupa.
d) sobrehumano – inter-regional
e) sobre-humano – inter-regional
EXERCÍCIOS
8. Usa-se hífen nos vocábulos formados por sufixos que re-
Responda conforme as novas regras da ortografia.
presentam formas adjetivas, como açu, guaçu, e mirim.
Com base nisso, marque as formas corretas.
1. Nas frases que seguem, indique a única que apresente a
a) capim-açu.
expressão incorreta, levando em conta o emprego do hífen.
b) anajá-mirim.
a) Aqueles frágeis recém-nascidos bebiam o ar com
c) paraguaçu.
aflição.
b) Nunca mais hei-de dizer os meus segredos. d) para-guaçu.
c) Era tão sem ternura aquele afago, que ele saiu mal-
-humorado. 9. Marque as formas corretas.
d) Havia uma super-relação entre aquela região deserta a) autoescola.
e esta cidade enorme. b) contra-mestre.
e) Este silêncio imperturbável, amá-lo-emos como uma c) contra-regra.
alegria que não deixa de ser triste. d) infraestrutura.
e) semisselvagem.
2. Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub- às f) extraordinário.
palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale g) proto-plasma.
aquela que tem que ser escrita com hífen. h) intra-ocular.
a) (sub) chefe. i) neo-republicano.
b) (sub) entender. j) ultrarrápido.
c) (sub) desenvolvido.
d) (sub) reptício. 10. Marque, então, as formas corretas.
e) (sub) liminar. a) supra-renal.
b) supra-sensível.
3. Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do hífen: c) supracitado.
a) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo. d) supra-enumerado.
Língua Portuguesa

b) O meia-direita fez um gol sem-pulo na semifinal do e) suprafrontal.


campeonato. f) supra-ocular.
c) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
d) O recém-chegado veio de além-mar. GABARITO
e) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
1. b 4. c 7. a 10. c, e
4. Em qual alternativa ocorre erro quanto ao emprego do 2. d 5. b 8. a, b, c
hífen? 3. a 6. e 9. a, d, e, f, j
a) Foi iniciada a campanha pró-leite.

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EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA Os nomes das notas musicais são monossílabos tôni-
cos: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Apesar de serem todos tônicos,
Regras Básicas acentuam-se apenas: dó, ré, fá, lá.

Importante! Dica:
A nova ortografia não modificou estas regras básicas de O sistema de acentuação da Língua Portuguesa se baseia
acentuação. nas terminações a(s), e(s), o(s), em, ens.
Memorize!
As paroxítonas terão acento quando a terminação for
Posição da diferente de a(s), e(s), o(s), em, ens.
Terminação Exemplos
sílaba tônica
Proparoxítonas todas lúcido, anátema, arsê- Obs. 2:
nico, paralelepípedo. O sinal til (~) não é acento. É apenas o sinal para indicar
Monossílabas a(s), e(s), o(s) lá, ré, pó, pás, mês, vogal com som nasal. Portanto: rã (monossílaba tônica sem
tônicas cós. acento), sã (feminino de são = saudável), irmã (oxítona sem
acento), ímã (paroxítona com acento agudo e final ã).
Oxítonas a(s), e(s), o(s), crachá, Irecê, trenó,
em, ens ananás, Urupês, re- Obs. 3:
trós, armazém, para- O único caso de palavra com dois acentos no Português
béns. é verbo no futuro com pronome mesoclítico:
Paroxítonas r, n, l, x, ditongo, fêmur, próton, fácil, Cantará o hino → Cantará + o → Cantar + o + á → Cantá-lo-á.
ps, i, is, us, um, látex, colégio, pônei, Note acima a forma verbal oxítona em “cantará” e em
uns, ão(s), ã(s). bíceps, júri, lápis, bô- “cantá”.
nus, álbum, fóruns,
acórdão, ímã, órfãs. Regras Especiais
Obs. 1: As regras especiais resolvem casos que as regras básicas
Monossílabo tônico é a palavra (sílaba) com sentido pró- não resolviam.
prio. Continua com seu sentido mesmo que fora da frase. Atenção!
Geralmente, verbos, advérbios, substantivos e adjetivos. Estas regras mudam com a nova ortografia.
Quando não possui sentido, o monossílabo é átono.
Tenho dó do menino. Dica:
dó: monossílaba tônica Só muda na penúltima sílaba da palavra.
do: monossílaba átona (de + o) Lembrete: a pronúncia não se altera.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acentuavam-se os ditongos abertos tônicos: éi, ói, éu: Nos ditongos abertos tônicos ei, oi perdeu-se o acento na
idéia, asteróide, jóia, factóide, platéia, colméia, esquizóide, penúltima sílaba:
Eritréia, fiéis, corrói, chapéu. ideia, asteroide, joia, factoide, plateia, colmeia, esquizoide,
Eritreia.
Note que a regra básica das paroxítonas não acentuaria:
ideia, asteroide, plateia, colmeia, esquizoide, Eritreia. Cuidado!
Continuam acentuados éi e ói de oxítonas e monossílabas
tônicas de timbre aberto:
corrói, dói, fiéis, papéis, faróis, anéis, anzóis.

Note que é a sílaba final. Não muda, continua acentuada.


Lembre-se: Só muda na penúltima sílaba da palavra.

Também se conserva o acento do ditongo de timbre aberto


éu:
céu, véu, chapéu, escarcéu, ilhéu, tabaréu, mausoléu.
Note que é a sílaba final. Não muda.

Atenção!
Na palavra “dêitico” temos proparoxítona. O acento deve-se
à regra das proparoxítonas. Continua acentuado.
Língua Portuguesa

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acentuavam-se a penúltima sílaba das terminações ee e oo. Perdeu-se o acento na penúltima sílaba das terminações ee
Verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados: e oo.
Eles crêem, eles dêem, eles lêem, eles vêem. Eles descrêem, Verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados:
eles relêem, eles prevêem. Eles creem, eles deem, eles leem, eles veem. Eles descreem,
Lembrete: são verbos do credelever. eles releem, eles preveem.
Lembrete: são verbos do credelever.

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Velha Ortografia Nova Ortografia
Verbos com final -oar, -oer: Verbos com final -oar, -oer:
perdoar: perdôo, perdoar: perdoo,
voar: vôo, voar: voo,
moer: môo, moer: moo,
roer: rôo. roer: roo.

Note que o acento é na penúltima sílaba. São paroxítonas.


A regra básica não acentuaria essas palavras.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acentuavam-se í e ú na 2ª vogal diferente do hiato, tônico, Perdem o acento o i e o u tônicos na penúltima sílaba, se
sozinho na sílaba ou com s, não seguido de nh: precedidos de ditongo.
caído, país, miúdo, baús, ruim (com m não acentuamos), sair, Lembre-se: só muda na penúltima sílaba:
Saul, tainha, moinho, xiita, Piauí (Pi-au-í), tuiuiú (tui-ui-ú). sau-í-pe (velha) → sau-i-pe (nova regra)
bo-cai-ú-va (velha) → bo-cai-u-va (nova regra)
Outros na nova regra:
bai-u-ca, fei-u-ra.
Cuidado!
Em friíssimo e seriíssimo temos proparoxítonas. É outra re- Note que o acento dessas palavras desaparece da penúltima
gra. Não é a regra do hiato com i ou u. sílaba após ditongo.
Atenção:
Em Pi-au-í e tui-ui-ú, o acento está na sílaba final. Não muda
nada.

Cuidado!
Em fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo, pe-rí-o-do continuamos tendo
proparoxítonas acentuadas. Não é a regra do hiato com i ou u.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Trema ( ¨ ) O trema está extinto das palavras portuguesas e aportu-
Era usado sobre a semivogal u antecedida de g ou q, e se- guesamentos. Lembre que a pronúncia continua a mesma.
guida de e ou i: O acordo é só ortográfico.
seqüela, tranqüilo, agüenta, argüir, argüir, delinqüir, tran-
qüilo, cinqüenta, agüentar, pingüim, seqüestro, qüinqüênio. Porém, é mantido o trema em nomes próprios estrangeiros
e seus derivados:
Obs.: Quando temos vogal u tônica, nesses grupos, surge um Müller, mülleriano, Hübner, hübneriano, Bündchen.
acento agudo diferencial:
obliqúes, apazigúe, argúi, averigúe. Atenção:
Como o trema foi extinto, então perdeu o acento o u tônico
de formas verbais rizotônicas (com acento na raiz) quando
parte dos grupos que e qui, gue e gui:
obliques, apazigue, argui, averigue.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acento Diferencial Acento Diferencial
Morei no Pará. → oxítona final “a”, nome do Estado. Regra Fica extinto na penúltima sílaba (palavras paroxítonas ho-
básica. mógrafas):
Vou para casa. → paroxítona final “a” não tem acento pela para (verbo) x para (prep.); coa, coas (verbo) x coa, coas (com
regra básica. +a); pelo, pelos (subst.), pelo (verbo) x pelo, pelos (per + o);
Pára com isso. → paroxítona final “a” não deveria ter acento pela, pelas (subst. ou verbo) x pela, pelas (per + a; arcaico);
pela regra básica, mas recebe acento para diferenciar a forma polo, polos [filhote de gavião], polo, polos [extremidade]
verbal “pára” e a preposição “para”. (substantivos) x polo, polos (por + o; arcaico); pera (subst.) x
pera (= para; arcaico).
Lista de palavras com acento diferencial:
pára (verbo) x para (prep.); côa, côas (verbo) x coa, coas (com
+a); pêlo, pêlos (subst.), pélo (verbo) x pelo, pelos (per + o); Entretanto, é mantido pôde e pôr. Além desses, também
péla, pélas (subst. ou verbo) x pela, pelas (per + a; arcaico); ficam mantidos têm e tem, vêm e vem.
Língua Portuguesa

pôlo, pôlos [filhote de gavião], pólo, pólos [extremidade] pôde (passado) x pode (presente); pôr (verbo) x por (prep.);
(substantivos) x polo, polos (por + o; arcaico); pêra (subst.) têm (eles), tem (ele); vêm (eles), vem (ele).
x pera (= para; arcaico), mas peras (plural da fruta “pêra”).

Atenção:
Para os verbos ter, vir e derivados: têm (eles), tem (ele),
vêm (eles), vem (ele).

Cuidado com pôde (passado) e pode (presente).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Curiosidade! Gostei de + o filme. = Gostei do filme.
O caso da proparoxítona eventual Acredito em + o filho. = Acredito no filho.
Palavras paroxítonas terminadas em ditongo crescente Refiro-me a + o filme. = Refiro-me ao filme.
(semivogal + vogal) podem ser pronunciadas como se fosse Refiro-me a + a revista. = Refiro-me à revista.
hiato no final.
História → duas pronúncias: his-tó-ria ou his-tó-ri-a Exercitando e fixando a diferença entre a letra “a” como ar-
Vácuo → duas pronúncias: vá-cuo ou vá-cu-o tigo somente e a letra “a” como preposição somente.
Cárie → duas pronúncias: cá-rie ou cá-ri-e 1. Ponha nos parênteses P se o a for preposição, A se for
Colégio → duas pronúncias: co-lé-gio ou co-lé-gi-o artigo:
a) A nave americana Voyager chegou a ( ) Saturno.
E com hiato final, tais palavras são chamadas proparoxí- b) O Papa visitou a ( ) nação brasileira.
tonas eventuais. As duas pronúncias são aceitas. A pronúncia
c) Admirava a ( ) paisagem.
como hiato no final atende ao uso regional de Portugal. Note
d) Cabe a ( ) todos contribuir para o bem comum.
bem: são duas pronúncias, mas apenas uma separação si-
lábica correta (como ditongo final). e) Ele só assiste a ( ) filmes de cowboy.
f) Procure resistir a ( ) essa tentação.
g) Ajude a ( ) Campanha.
EXERCÍCIOS
h) O acordo satisfez a ( ) direção do Sindicato.
Responda às questões conforme as novas regras de acen- i) Falou a ( ) todos com simpatia contagiante.
tuação. j) O acordo convém a ( ) funcionários e a ( ) funcionárias.

1. Assinale a alternativa de vocábulo corretamente acen- Exercitando e fixando a regra prática de crase com artigo.
tuado: 2. Complete as lacunas com a, as, à ou às junto dos subs-
a) hífen. tantivos femininos, observando as correspondências
b) hífens. necessárias: o = a; os = as; ao = à; aos = às.
c) itens. Observe o paralelismo.
d) rítmo. a) Dava comida aos gatos e ____ gatas.
e) ítem. b) Estimava o pai e ____ mãe.
c) Perdoa aos devedores e ___ devedoras.
2. Assinale a alternativa que completa corretamente as d) Prefiro o dia para estudar; ela prefere ____ noite.
frases: e) Terás direito ao abono e ____ gratificação.
I – Normalmente ela não ... em casa. f) Confessou suas dúvidas ao amigo e ___ amiga.
II – Não sabíamos onde ... os discos. g) Nunca faltava aos bailes e _____ festas de São João.
III – De algum lugar ... essas ideias. h) Sempre auxilio os vizinhos e __ vizinhas.
i) Tinha atitudes agradáveis aos homens e ___ mulheres.
a) pára / pôr / provém
b) para / pôr / provém
c) pára / por / provêem
Pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo
d) para / pôr / provêm
e) para / por / provém Método prático
Entregue o livro a este menino.
3. Assinale a alternativa onde aparecem os vocábulos que Note: a + este  a + aquele (veja que temos a + a).
completem corretamente as lacunas dos períodos:
I – Os professores ... seus alunos constantemente. Então:
II – Temos visto, com alguma ... fatos escandalosos nos Entregue o livro àquele menino.
jornais.
III – Estudam-se as ... da questão social. Leia este livro.
Note: só temos este, sem preposição a. Então ficará sem
a) arguem / freqüência / raízes crase com “aquele”:
b) argúem / freqüência / raízes Leia aquele livro.
c) arguem /freqüência / raízes
d) argüem /freqüência / raízes Exercitando e fixando a regra prática de crase com pronome
e) arguem / frequência / raízes aquele(s), aquela(s), aquilo.
3. Preencha as lacunas com aquele, aqueles, aquela, aque-
GABARITO las, aquilo, se não houver preposição a; ou então com
àquele, àqueles, àquela, àquelas, àquilo, se ocorrer a
1. a 3. e preposição a exigida pelo termo anterior regente.
2. d a) A verba aprovada destinava-se apenas ________ des-
Língua Portuguesa

pesas inadiáveis.
b) Prefiro este produto __________.
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE c) As providências cabem ________ que estejam inte-
CRASE ressados.
d) Submeterei _________ alunos a uma prova.
Crase é a contração de a + a = à. e) Nunca me prestaria a isso nem ____________.
O acento (`) é chamado de acento grave, ou simplesmen- f) Ficaram todos obrigados ____________ horário.
te de acento indicador de crase. g) Já não amava __________ moça.

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h) Ofereceu uma rosa _______ moça. Conclusão:
i) Reprovo _______ atitude. O artigo definido é necessário para acompanhar nomes
j) Não teremos direito ______ abono. já definidos, únicos, específicos. Mas é facultativo, do ponto
k) Não se negue alimento _______ que têm fome. de vista de correção gramatical, quando o nome não está
definido, não é específico. Apenas o sentido se altera.
l) ___________ hora tudo estava tranquilo.
m) Deves ser grato _______ que te fazem benefícios. 5. (TJDFT) Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase,
n) Traga-me _____ cadeira, por favor. julgue os fragmentos apresentados nos itens a seguir.
o) Diga _______ candidatos que logo os atenderei. a) Direito a trabalho e a remuneração que assegure con-
p) É isso que acontece ______ que não têm cautela. dições de uma existência digna.
q) Ofereça uma cadeira ______ senhora. b) Direito à unir-se em sindicatos.
r) Abra ___________ janelas: o calor está sufocante. c) Direito a descanso e à lazer.
s) Compareceste ________ festa? d) Direito à uma segurança social.
e) Direito à proteção à família.
f) Assistência para a mãe e às crianças.
Exercitando e fixando a regra prática de crase com a(s) = g) Direito à boa saúde e à educação de qualidade.
aquela(s).
Faça o exercício a seguir observando as comparações entre (TST) “São parâmetros hoje exigidos pelo mercado no que
parênteses. Onde tiver a + o no masculino, você usará crase se refere à empregabilidade.”
(a + a) no feminino. 6. Ocorre acento grave em “à” antes de “empregabilida-
4. Preencha as lacunas com a, as, quando se tratar do artigo de” para indicar que, nesse lugar, houve a fusão de uma
ou do pronome demonstrativo; e com à, às, quando hou- preposição, exigida pelo vocábulo antecedente, com um
ver crase da preposição a com artigo ou o demonstrativo artigo definido, usado antes dessa palavra feminina.
a, as:
a) Estavam acostumados tanto ____ épocas de guerra (TJDFT) “A fé crescente na revolução científica gerava otimis-
quanto ____ de paz. (Compare: Estavam acostumados mo quanto às futuras condições da humanidade.”
7. O acento indicativo de crase é opcional no texto; por-
tanto aos tempos de guerra quanto aos de paz.)
tanto, pode ser retirado sem prejuízo para a correção
b) Confiava ____ tarefas difíceis mais _____ velhas gramatical da frase.
amizades do que _____ novas. (Compare: Confiava
os trabalhos difíceis mais aos velhos amigos do que (HUB) “Há contradições entre o mundo universitário tradi-
aos novos.) cional e as aspirações dos estudantes e de seus familiares
c) ______ espadas antigas eram mais pesas que ___ de quanto a possibilidades finais de inserção profissional no
hoje. (Compare: Os rifles antigos eram mais pesados mundo real.”
que os de hoje.) 8. O emprego do sinal indicativo de crase (à) em “quanto
d) _____ forças de Carlos Magno eram tão valentes como a possibilidades” dispensaria outras transformações no
____ do Rei Artur. (Compare: Os soldados de Carlos texto e manteria a correção gramatical do período.
Magno eram tão valentes como os do Rei Artur.)
e) _____ forças de Bernardo deram combate ____ que (PRF) “Muitos creem que a Internet é um meio seguro de
acesso às informações.”
defendiam Carlos Magno. (Compare: Os homens de
9. A omissão do artigo definido na expressão “acesso às
Bernardo deram combate aos que defendiam Carlos informações”, semanticamente, reforçaria a noção ex-
Magno.) pressa pelo substantivo em plena extensão de seu sig-
f) Esta moça se assemelha ____ que você me apresentou nificado e, gramaticalmente, eliminaria a necessidade
ontem. (Compare: Este rapaz se assemelha ao que do emprego do sinal indicativo de crase, resultando na
você me apresentou ontem.) seguinte forma: acesso a informações.
g) ______ Medicina dá combate ____ doenças dos ho-
mens e ____ dos animais. (Compare: Os médicos dão Julgue os itens 10, 11 e 12 quanto ao uso da crase.
combate aos males dos homens e aos dos animais.) 10. (TRF) “O TCU quer avaliar o controle exercido pela Supe-
h) Esta tinta não se compara ___ que usaram antes. rintendência da Receita Federal sobre à rede arrecada-
(Compare: Este papel não se compara ao que usaram dora de receitas federais.
antes.)
11. (AFRF) Para os membros da Comissão de Assuntos Eco-
i) Prestava atenção ___ palavras dos velhos, mas não
nômicos do Senado (CAE), a qual os acordos internacio-
____ dos jovens. (Compare: Prestava atenção aos nais são submetidos, cabe ao Brasil novas solicitações de
ensinamentos dos velhos, mas não aos dos jovens.) empréstimos ao FMI.

Importante: 12. (AFRF) As Metas de Desenvolvimento do Milênio preve-


Precisamos enxergar situações em que o artigo definido em a redução da pobreza a metade até 2015.
Língua Portuguesa

pode ser suprimido corretamente. Apenas o sentido mudará.


Todo o país comemorou. 13. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas
Sentido: país definido. do texto.
Todo país comemorou. Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desen-
volvimento do Milênio no Brasil, o presidente Luiz Inácio
Sentido: país qualquer.
Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa
do governo federal em conjunto com o Movimento Na-
Todo Brasil comemorou. (errado) cional pela Cidadania e Solidariedade e o Programa das
Todo o Brasil comemorou. (certo) Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vai se-

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
lecionar e dar visibilidade __1___ experiências em todo à maneira de
o país que estão contribuindo para o cumprimento dos à beira de
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), como à procura de
__2__ erradicação da extrema pobreza e __3__ redu-
ção da mortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um Locução adverbial possui a seguinte estrutura:
compromisso assumido, perante __4__ Organização das Preposição + substantivo
Nações Unidas, por 189 países de cumprir __5__ 18 me- à vista
tas sociais até o ano de 2015. a prazo
1 2 3 4 5 a lápis
a) a à à a às à caneta
b) as a a à as
c) às à a à às 3. Locução adjetiva
d) a a a a as Estrutura: preposição + substantivo
e) as a a à às Relação: qualifica, especifica um substantivo.
Houve pagamento à vista.
Casos Especiais de Crase Houve pagamento a prazo.
O risco à caneta não sai.
Sinal de Crase em Locuções Femininas O risco a lápis sai.

1. Locuções adverbiais 4. Locução conjuntiva


Risquei o lápis. À proporção que / À medida que
Risquei a caneta. Ele enriqueceu à medida que investiu na bolsa.
Risquei a lápis. Foi grande a medida que ele investiu na bolsa. (Notemos
Risquei à caneta. aqui o sujeito: a medida foi grande)
À proporção que estudava, surgiam dúvidas.
Regra: Os matemáticos estudam a proporção que existe entre
O sinal de crase distingue entre a locução adverbial fe- os números. (Note aqui o objeto direto de “estudam”: estu-
minina e o objeto direto. dam o quê? Resposta: estudam a proporção..., como alguém
Vendo a prazo. estuda o limite e a derivada).
Vendo à vista.
Vendo a vista. Sinal de Crase na Indicação de Horário
Dobrei a direita.
Dobrei à direita. Regra:
Ocorre crase somente se indicarmos a hora como horário
Nota: quando algo ocorre, ocorreu ou ocorrerá.
Será facultativo o sinal de crase somente com a locução Não ocorre crase quando indicamos quanto tempo pas-
adverbial feminina de instrumento, apenas no caso de não sou ou passará.
haver duplo sentido sem o sinal de crase. Nós vamos chegar lá às duas horas.
Risquei o muro a caneta. (certo) Compare com: Nós chegaremos lá ao meio-dia.
Risquei o muro à caneta. (certo) Nós vamos estar lá daqui a duas horas. (quantidade de
Perceba que se trata de locução adverbial de instrumen- tempo que vai passar)
to, mesmo sem ter visto o sinal de crase. Nós estamos aqui há duas horas. (quantidade de tempo
que já passou, tempo decorrido)
2. Locuções prepositivas
A espera de vagas terminou. Sinal de Crase após a Palavra “Até”
Consegui matricular-me.
À espera de vagas, ficamos todos. Vou ao clube.
Ainda não nos matriculamos. Vou até o clube.
Vou até ao clube.
Regra:
O sinal de crase é necessário para indicar a locução pre- Nota:
positiva feminina. O sinal distingue entre a locução e outras Após “até”, será facultativa a preposição pedida pelo
estruturas. termo anterior.

Quais outras estruturas? Então:


Sujeito, objeto, complemento não constituem locução Vou à praia.
prepositiva. Vou até a praia.
Vou até à praia.
Dica:
Língua Portuguesa

De modo geral, a locução prepositiva introduz locução Conclusão:


adverbial. Crase facultativa após “até”, desde que seja pedida pre-
Os trabalhadores já concluíram a cata de cocos. posição pelo termo anterior.
Os trabalhadores saíram cedo à cata de cocos.
Mas, cuidado!
Observação: Vi o clube. (certo)
Locução prepositiva possui a seguinte estrutura: Vi até o clube. (certo)
Preposição + substantivo + preposição Vi até ao clube. (errado)
à custa de Vi a praia. (certo)

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Vi até a praia. (certo) Sinal de Crase diante de Pronome Possessivo Feminino:
Vi até à praia. (errado) minha, sua, tua, nossa, vossa
Meu livro chegou. (certo)
Sinal de Crase diante de Pronomes de Tratamento O meu livro chegou. (certo)

Vossa Senhoria deve comparecer. (certo) Conclusão:


A Vossa Senhoria deve comparecer. (errado) O artigo definido é facultativo antes de pronomes pos-
sessivos.
Regra: Minha revista chegou. (certo)
De modo geral, não se pode empregar artigo antes de A minha revista chegou. (certo)
pronomes de tratamento.
Refiro-me a Vossa Senhoria. (certo) Aplicação (Como o artigo fica facultativo, então a crase
Refiro-me à Vossa Senhoria. (errado) ficará também facultativa):
Refiro-me a meu livro. (certo)
Observe também: Refiro-me ao meu livro. (certo)
O senhor deve comparecer. (certo) Refiro-me a minha revista. (certo)
Senhor deve comparecer. (errado) Refiro-me à minha revista. (certo)
Regra: Informação:
Exigem artigo os pronomes de tratamento: Senhor, Se- Artigo pressupõe substantivo escrito ao qual se refere
nhora, Madame, Senhorita. na sequência.
Refiro-me ao Senhor. O uso de água e o de combustível são prioritários.
Refiro-me à Senhora.
Note:
Mas, cuidado! Substantivo “uso”. Artigo “o”, que acompanha “uso”.
Visitarei o Senhor. Mas, em “o de combustível”, apenas subentendemos
Visitarei a Senhora. “uso”. Não está escrito. Então, não temos aqui artigo defini-
do. Trata-se de pronome demonstrativo “o = aquele”.
Atenção:
O artigo é opcional com o tratamento dona. Observe ainda:
Dona Maria chegou. Meu livro chegou e o seu não.
A Dona Maria chegou.
Note que o artigo é facultativo, porém o pronome “o”
não é. O pronome é obrigatório para representar o termo
Então:
“livro” não repetido.
Refiro-me a Dona Maria.
Refiro-me à Dona Maria.
Aplicação (Onde o pronome “o” ou “a” for obrigatório,
então a crase também será obrigatória):
Vamos analisar uma questão interessantíssima!
(MI/Agente Adm.) A expressão nominal “D. Fortunata” é em- Refiro-me a meu livro e não ao seu. (certo)
pregada, no texto, sem artigo. Por essa razão, caso a palavra Refiro-me a meu livro e não a seu. (errado)
sublinhada em “deu joias à mulher” fosse substituída por “D. Refiro-me ao meu livro e não ao seu. (certo)
Fortunata”, o acento grave sobre o a que sucede “joias” não Refiro-me ao meu livro e não a seu. (errado)
deveria ser empregado.
Resposta: Certo Então:
Refiro-me a minha revista e não à sua. (certo)
(MJ/Analista) “Às vezes faz bem chorar / E nas velhas cordas Refiro-me a minha revista e não a sua. (errado)
procurar / Notas e acordes esquecidos / Os dedos calejados Refiro-me à minha revista e não à sua. (certo)
deslizar / Recordar, saudoso, um samba antigo”. Refiro-me à minha revista e não a sua. (errado)
14. A letra de Ivor Lancelllotti emprega adequadamente o
acento de crase. Também está correto esse uso do acento 16. (MJ/Agente) “À margem das rodovias de grande movi-
em mento...” Diferente do exemplo destacado, o único caso
a) Deixei o carro no lava à jato e fui à confeitaria escolher em que o acento grave foi usado de forma ERRADA, nas
uns doces. alternativas abaixo, é
b) Quando saímos à cavalo estamos apenas à procura a) Ficamos à vontade no evento.
de paz e sossego. b) Refiro-me à minha irmã.
c) Retiraram-se às pressas para não responderem às c) Chegarei à uma hora, não ao meio-dia.
perguntas da mídia. Nota:
d) Daqui à uma hora e meia irei até à piscina para exa- Aqui temos o numeral “uma”. Só ele pode ter crase
minar a água e o cloro. antes de si. Não há crase antes do artigo indefinido
Língua Portuguesa

e) Encaminhamos ontem à V. Sa. os convites para a re- “uma”.


cepção à família. d) Dirija-se à qualquer moça do balcão.
Nota:
(MJ/Economista) Presente à entrevista de apresentação da Proibido crase diante de palavras indefinidas. Lembre
pesquisa, o secretário de Educação Continuada, Alfabetiza- que o artigo que a crase contém é definido.
ção e Diversidade do MEC, André Luiz Lázaro, admitiu que e) À medida que os anos passam, fico pior.
há um desafio de qualidade a ser superado no EJA.
15. A supressão do acento grave em “presente à entrevista” 17. (IBGE) Assinale a opção incorreta com relação ao empre-
manteria a correção gramatical e o sentido do texto. go do acento indicativo de crase.

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a) O pesquisador deu maior atenção à cidade menos b) Pedimos silêncio a todos. Pouco a pouco, a praça cen-
privilegiada. tral se esvaziava.
b) Este resultado estatístico poderia pertencer à qual- c) Esta música foi dedicada a ele. / Os romeiros chegaram
quer população carente. a Bahia.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entre- d) Bateram a porta! Fui atender. / O carro entrou a direita
vista. da rua.
d) A verba aprovada destina-se somente àquela cidade e) Todos a aplaudiram. / Escreve a redação a tinta.
sertaneja.
e) Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade. GABARITO
Sinal de Crase diante de Nomes Próprios de Lugar (To- 1. a) P c) àqueles f) à
pônimos) b) A d) aqueles g) a,às,às
c) A e) àquilo h) à
Regra Prática: d) P f) àquele i) às,às
Se volto da, crase no a. e) P g) aquela
Se volto de, crase pra quê. f) P h) àquela 5. CEEECCC
g) A i) aquela 6. C
Saímos de Brasília, fomos a Fortaleza (voltamos de Forta- h) A j) àquele 7. E
leza), depois fomos a Natal (voltamos de Natal), descemos i) P k) àqueles 8. E
à Bahia (voltamos da Bahia). Então retornamos a Brasília j) PP l) àquela 9. C
(voltamos de Brasília). m) àqueles 10. E
2. a) às n) aquela 11. E
Mas: b) a o) àqueles 12. E
Saímos de Brasília, fomos à Fortaleza dos sonhos (volta- c) às p) àqueles 13. d
mos da Fortaleza dos sonhos), depois fomos à Natal dos d) a q) àquela 14. c
holandeses (voltamos da Natal dos holandeses), desce- e) à r) aquelas 15. E
mos à Bahia (voltamos da Bahia). Então retornamos à f) à s) àquela 16. d
bela Brasília (voltamos da bela Brasília). g) às 17. b
h) as 4. a) às, às 18. d
18. (IBGE) Assinale a opção em que o a sublinhado nas duas i) às b) as,às,às
frases deve receber acento grave indicativo de crase. c) as,as
a) Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar 3. a) àquelas d) as,as
em voz alta. b) àquele e) as,às

QUADRO-RESUMO DE CRASE

CRASE OBRIGATÓRIA CRASE PROIBIDA CRASE FACULTATIVA


Antes de hora = trocar por ao meio-dia. Antes de palavra masculina. Antes de pronome possessivo adjetivo
Chegou às duas horas. (ao meio-dia) Andava a pé. feminino.
Espero desde as três horas. (o meio-dia) Foi assassinato a sangue-frio. Refiro-me à/a sua tia.
Escreveu a lápis.
Com as palavras moda ou maneira Antes de verbo. Antes de nome de mulher.
ocultas. Estava decidido a fugir. Dei o carro à/a Maria.
Quero bife à milanesa. (à moda milanesa) Tudo a partir de 1,99.
Estilo à Rui Barbosa. (à maneira de Rui
Barbosa)
Subentendendo as palavras faculdade, A (no singular) + palavra no plural. Depois da preposição Até.
universidade, escola, companhia, em- Só faço favor a pessoas dignas. Fui até à / a praia.
presa e semelhantes. Dê isto a suas irmãs. Mas: Visitei até a praia. (VTD)
O Governo não fez concessões à Ford.
Preferiu a Faculdade de Letras à Hélio
Afonso.
Antes da palavra distância, quando de- Antes de pronome indefinido ou pala- Antes de Europa, Ásia, África, Espanha,
terminada. vra por ele modificada. França, Inglaterra, Escócia e Holanda
Fiquei à distância de dez metros. Disse isso a toda pessoa.
Fiquei a distância. Não irei a festa alguma.
Língua Portuguesa

Aqui não cabe crase, pois a palavra “fes-


ta” está determinada por pronome in-
definido. Compare com masculino: Não
irei a baile algum.
Nas locuções com palavras femininas. Antes de pronome de tratamento, salvo Antes do tratamento dona.
Choveu à noite. Dona, Senhora, Madame, Senhorita. Ele dirigiu a palavra a / à dona Maria.
Ele melhora à medida que é medicado. Enviarei tudo a Vossa Senhoria.
Houve um baile à fantasia.

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Antes de terra, salvo quando antônimo Antes de terra antônimo de bordo. Em locuções adverbiais femininas de
de bordo. Mandou o marinheiro a terra. instrumento.
O agricultor tem apego à terra. Galdesteu matou o rei a / à faca.
Do céu à terra. Voltou à terra onde nasceu. Antes de quem e cujo(s), cuja(s). Mas: Preencher à máquina ou em letra
O prêmio cabe a quem chegar primeiro. de forma. (crase obrigatória para evitar
Esta é a autora a cuja peça me referi. duplo sentido)
Antes de Senhora, Madame, Senhorita. Entre palavras repetidas.
Ninguém resiste à Senhora Neide. (Mas: Estavam cara a cara.
Vi a Senhora Neide. – VTD) Venceu a corrida de ponta a ponta.
Antes de nomes de lugar especificados Depois de preposições (ante, após, com,
ou que aceitem artigo. conforme, contra, desde, durante, entre,
Fui à bela Brasília. mediante, para, perante, sob, sobre, se-
Fui à Bahia. gundo).
Após as aulas, conforme a ocasião, para
a paz; segundo a lei etc.
Quando ocorre as diante de pronome Quando se subentende um indefinido
possessivo adjetivo no plural. entre a preposição a e o substantivo
Refiro-me às suas tias. feminino.
Estacionamento sujeito a multa. (a uma
multa)
Antes da palavra casa, quando deter- Antes de casa = lar.
minada por adjunto de posse. Retornei a casa.
Chegamos à casa de Pafúncio.
Antes de nomes de lugar que não ad-
mitem o artigo.
Fui a Brasília.
Chegamos a Maceió.
Antes de numerais.
O número de acidentes chegou a 35.
Antes de nomes de santas.
Sou grato a Santa Clara.

EXERCÍCIOS (Funiversa/Iphan) Os povos da oralidade são portadores de


uma cultura cuja fecundidade é semelhante à dos povos da
(Funiversa/Terracap) Acerca da frase “Às vezes até esqueço escrita.
que fui adotada”. 5. O acento indicativo de crase em “semelhante à dos povos
1. O verbo esquecer está empregado com traços tipica- da escrita” pode ser eliminado, pois é opcional.
mente coloquiais, pois a forma padrão culta exige que,
na frase, ele seja acompanhado de pronome me e pre- 6. (Funiversa/Sejus) Cada uma das alternativas a seguir
posição de. apresenta reescritura de fragmento do texto. Assinale
aquela em que a reescritura apresenta erro relacionado
(Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans- ao emprego ou à ausência do sinal indicativo de crase.
mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e a) Seu desenvolvimento pode ser atribuído a violações
alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.” de direitos humanos.
2. A troca da preposição “de”, na segunda ocorrência, b) O legado do nazismo foi condicionar a titularidade de
por em provocaria uma falha na regência do verbo direitos aquele que pertencesse à raça ariana.
desconfiar. c) Pelo horror absoluto à exterminação.
d) A ruptura do paradigma deve-se à barbárie do totali-
(Funiversa/Terracap) A respeito do texto “Cada órgão do tarismo.
nosso corpo tem uma função vital e precisa estar 100% em e) É necessária a reconstrução dos direitos humanos.
condições.”
3. A expressão “em condições”, segundo a gramática da 7. (Funiversa/Terracap) No trecho: “Em meio à burocracia
língua portuguesa, exige um complemento que integre oficial, o rock ocupou o espaço urbano, os parques, as
o seu sentido. Porém, no texto, a ausência desse com- superquadras de Lucio Costa, cresceu e apareceu.”, o uso
plemento não promoveu prejuízo para a compreensão do sinal indicativo de crase é
da informação. a) facultativo, pois antecipa palavra feminina seguida de
Língua Portuguesa

adjetivo masculino.
Por maiores que sejam os esforços e a generosidade dos b) inadequado, pois não indica contração.
que lhes oferecem atenção e cuidado, essas crianças estarão c) proibido, porque não se admite crase antes de subs-
desprovidas do fundamental: carinho e referência familiar. tantivos abstratos.
4. O termo “lhes” pode ser substituído pela expressão à d) obrigatório, pois indica uma vogal átona representada
elas, com acento indicativo de crase, pois o pronome por um artigo.
elas remete a “crianças”, substantivo feminino utilizado e) adequado, pois representa a contração da preposição
no texto. a e do artigo definido feminino a.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
(Funiversa/Terracap) Na frase “O que se opõe à nossa cultura 16. (SP/BIBLIOT) Alguns atribuem ...... linguagem as infindá-
de excessos e complicações é a vivência da simplicidade”. veis possibilidades de comunicação entre os homens.
8. O acento indicativo de crase é facultativo. Mas é comum que durante uma conversa o falante faça
alusões ...... conteúdos implícitos que ultrapassam aquilo
No texto “A simplicidade sempre foi criadora de excelên- que está de fato sendo dito; tais conteúdos podem ser
cia espiritual e de liberdade interior. Henry David Thoreau corretamente inferidos pelo interlocutor, devido, por
(+1862), que viveu dois anos em sua cabana na floresta junto exemplo, ...... entonação usada pelo falante.
a Walden Pond, atendendo estritamente às necessidades Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
vitais, recomenda incessantemente em seu famoso livro- ordem dada:
-testemunho: Walden ou a vida na floresta: “simplicidade, a) a − à − à
simplicidade, simplicidade”.” b) à − a − à
9. O acento indicativo de crase antes de “necessidades vi- c) a − a − à
tais” é exigência da palavra “estritamente”. d) à − à − a
e) a − à − a
(Funiversa/HFA) Na frase: “As demissões recordes nas com-
panhias americanas devido à crise fizeram vítimas inusitadas
17. (TJ-SE/Técnico Judiciário) A frase inteiramente correta,
– os próprios executivos de recursos humanos.”
10. O uso da crase em “à crise” deve-se ao fato de ser uma considerando-se a colocação ou a ausência do sinal de
locução adverbial feminina. crase, é:
a) Brigas entre torcidas de times rivais se iniciam sem-
11. (Alesp) Orientação espiritual ...... todas as pessoas é um pre com provocações de parte à parte, à qualquer
dos propósitos ...... que escritores e pensadores vêm se momento.
dedicando, porque a perplexidade e a dúvida são inevi- b) O respeito as medidas de segurança tomadas em um
táveis ...... condição humana. evento de grande interesse garante à alegria do es-
As lacunas da frase acima estarão corretamente preen- petáculo.
chidas, respectivamente, por: c) Uma multidão polarizada pode ser induzida à atitudes
a) à - a – à hostis, tomadas em oposição às medidas adotadas.
b) à - à - a d) Com a constante invasão às sedes de clubes, os diri-
c) a - a – à gentes passaram a monitorar a presença de torcedo-
d) a - à - à res, até mesmo nos treinos.
e) a - a - a e) As pessoas, enfurecidas, iam em direção à um dos
dirigentes, quando os policiais conseguiram controlar
12. (Bagas) Tomando a melodia ...... música europeia, ao toda a multidão.
mesmo tempo em que a harmonia era inspirada no jazz
americano, a bossa nova foi buscar o ritmo na música 18. (TRT 16ª R) Lado ...... lado das restrições legais, são im-
africana, o que resultou numa mistura que parece encan- portantes os estímulos ...... medidas educativas, que
tar ...... todos os estrangeiros que vêm ...... conhecê-la. permitam avanços em direção ...... um desenvolvimento
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na sustentável do setor da saúde.
ordem dada: As lacunas da frase acima estarão corretamente preen-
a) à - a – a chidas, respectivamente, por
b) à - a - à a) a − à − à c) à − a − a e) a − à − a
c) a - à – a b) à − a − à d) a − a − a
d) a - à - à
e) à - à - a 19. (TRT 7ª R) Pela internet, um grupo de jovens universi-
tários buscou a melhor formar de ajudar ...... vítimas de
13. (TCE/SP) A alimentação diária, ...... base de feijão com
enchentes em Santa Catarina, e um deles foi ...... Itapema,
arroz, fornece ...... população brasileira os nutrientes
disposto ...... colaborar na reconstrução da cidade.
necessários ...... uma boa saúde.
As lacunas da frase acima estarão corretamente preen- As lacunas da frase acima estarão corretamente preen-
chidas, respectivamente, por: chidas, respectivamente, por:
a) a - à – à c) à - à – a e) à - à - à a) as - a - a c) as - à - à e) as - a – à
b) à - a - a d) a - a - à b) às - à - a d) às - a - à

14. (FCC/TRE-RN) Graças ...... resistência de portugueses e 20. (TRT 20ª R) Exportadores brasileiros lançaram-se ...... con-
espanhóis, a Inglaterra furou o bloqueio imposto por Na- quista de vários mercados internacionais, após ...... mo-
poleão e deu início ...... campanha vitoriosa que causaria dernização do setor agropecuário, que passou a oferecer
...... queda do imperador francês. ...... esses mercados produtos de qualidade reconhecida.
Preenchem as lacunas da frase acima, na ordem dada, As lacunas da frase acima estarão corretamente preen-
a) a - à - a c) à - à - a e) à - a - à chidas, respectivamente, por
b) à - a - a d) a - a - à a) à - a - a c) a - a - à e) à - à – a
b) à - a - à d) a - à - à
Língua Portuguesa

15. (DNOCS) Muitos consumidores não se mostram atentos


...... necessidade de sustentabilidade do ecossistema e GABARITO
não chegam ...... boicotar empresas poluentes; outros
se queixam de falta de tempo para se dedicarem ...... 1. E 6. b 11. c 16. b
alguma causa que defenda o meio ambiente. As lacu- 2. C 7. e 12. a 17. d
nas da frase acima estarão corretamente preenchidas,
3. C 8. C 13. c 18. d
respectivamente, por
4. E 9. E 14. c 19. a
a) à - a - a c) à - à - a e) a - à – à
b) à - a - à d) a - a - à 5. E 10. E 15. a 20. a

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
FONÉTICA X FONOLOGIA representou o fonema semivogal /w/; em “mãe”, temos a
letra “e” com som de /y/ junto da vogal /a/ na mesma síla-
• Fonética estuda a produção dos sons da linguagem ba, então a letra “e” representou o fonema semivogal /y/;
humana. em “cantam”, temos a letra “m” com som de /w/ junto da
• Fonologia estuda os fonemas de uma língua. vogal /a/ na mesma sílaba, então a letra “m” representou o
fonema semivogal /w/ (assim, a letra “m” não representou
Fonema consoante, mas sim uma semivogal).

Cada som capaz de estabelecer diferença de significado Encontros Vocálicos


entre duas palavras de uma língua recebe o nome de fone-
ma. Veja: saco difere de sapo pelo fonema /k/ diferente do Vogais e semivogais formam encontros vocálicos quando
fonema /p/. aparecem juntas na mesma sílaba (um só jato de voz). Os
encontros vocálicos podem ser:
Fonema x Letra • ditongo: grupo formado por semivogal + vogal (his-
• Fonema é o som, a fala. -tó-ria, á-gua) ou por vogal + semivogal (seu, pai, lei,
• A letra representa o som. vai-da-de);
• A mesma letra pode representar diferentes fonemas, • tritongo: grupo formado por semivogal + vogal + se-
diferentes sons: em “casa”, temos a letra “s” com mivogal na mesma sílaba. Veja: i-guais, a-ve-ri-guei;
som de /z/; já em “sol”, temos a letra “s” com som de • hiato: grupo formado por vogal + vogal em sílabas se-
/sê/. paradas (dois jatos de voz). Veja: ra-iz, ru-a, pas-se-ar,
• O mesmo som, o mesmo fonema pode ser repre- do-er, sa-a-ra, cru-el, mo-í-do, vi-ú-va, en-jo-o.
sentado por diferentes letras: o som de /z/ pode ser
representado pela letra “z” em “cozinha”, pela letra O ditongo pode ser:
“s” em “casa”, pela letra “x” em “exame”. • oral: pau, quadro (vogal oral, soprada apenas pela
• Uma mesma letra pode representar dois sons ao boca);
mesmo tempo: a letra “x” em “sexo” representa os • nasal: pão, quando (vogal nasal, soprada em parte pelo
sons /ks/. nariz; com til ou letras “m” e “n”);
• Algumas letras às vezes não representam fonemas: • crescente: semivogal + vogal. Veja: gênio, rósea, pás-
na palavra “canto”, a letra “n” após a letra “a” indica o coa, língua, tênue, vácuo, quando, pinguim;
som /ã/. • decrescente: vogal + semivogal. Veja: vai, nau, pastéis,
• Outras letras não representam som nenhum, mas são comeu, sumiu, faróis, tesoura, gratuito, pães, cem,
preservadas em razão da origem da palavra (etimolo- senões, muito, são, falam.
gia): a letra “h” em “hoje”; a letra “s” em “discípulo”; O tritongo pode ser:
a letra “u” em “quero”; a letra “x” em “exceção”. • oral: vogal oral. Veja: quais, enxaguei;
• Em algumas palavras sons que as letras não represen- • nasal: vogal nasal. Veja: saguões, águam (verbo
taram: na palavra “cantam”, os sons (fonemas) que “aguar”).
ouvimos são /kãtãu/. Você percebe que escuta o som
de /u/ no final da palavra “cantam”, mas enxerga a letra
“m” no final.
Encontros Consonantais

Duas ou mais consoantes numa mesma palavra. Os mais


Classificação dos Fonemas
frequentes são formados com letras “l” ou “r” na segunda
• Vogais: soam livres na passagem de ar pela boca e
posição: blusa, glória, clima, trigo, fraco, livro, Vladimir. Estes
nariz. São a base da sílaba. Não existe sílaba sem
vogal. Nunca pode faltar vogal em uma sílaba. Nunca encontros são inseparáveis, ficam sempre na mesma sílaba:
existe mais de uma vogal em uma sílaba. Podem ser tri-go, a-tra-vés, a-bra-çar.
representadas pelas letras: a, e, i, o, u. Encontros consonantais menos frequentes: mnemoteste,
• Semivogais: o som de /i/ ou de /u/ pronunciado menos psicologia, gnomo, pneumonia. Também estes são insepará-
forte junto de uma vogal. Veja: coisa (i), tábua (u). veis, ficam na mesma sílaba.
• Consoantes: ruídos formados pela obstrução na Alguns encontros consonantais se separam, são cha-
passagem do ar pela boca. Só formam sílaba quando mados de disjuntos, ficam em sílabas separadas: ap-ti-
juntos de uma vogal. Podem ser representadas pelas -dão, af-to-as, ad-vo-ga-do, as-pec-to, dig-no, ab-sol-ver,
demais letras do alfabeto: b, c, d, f, g, j, l, m, n, p, q, rit-mo.
r, s, t, v, x, z.
Dígrafos
Semivogal
Duas letras representam um só fonema. Podem ser:
Língua Portuguesa

Os sons /i/ e /u/ não serão vogais quando apoiados em • dígrafos consonantais:
uma vogal na mesma sílaba, pronunciados em um único
jato de voz. Esses são os fonemas semivogais. Veja: Mário ch – chave, achar gu – guincho, joguinho
(i), automóvel (u). lh – lhama, telha qu – quiabo, aquilo
Representação das semivogais: /i/ -> /y/, /u/ -> /w/. nh – terra, sonho sç – cresça, desça
Nem sempre as letras que representam o som semivogal ss – isso, pássaro xc – excelente, excêntrico
serão “i” e “u”. Veja: em “pão”, temos a letra “o” com som rr – carro, errado
de /w/ junto da vogal /a/ na mesma sílaba, então a letra “o”

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• dígrafos vocálicos: representam vogais nasais. Veja: Ortoepia e Prosódia

am – campo in – findo “Ortoepia” ou “ortoépia” vem do grego: orto = ‘correto’


an – anta om – bomba + epos = ‘palavra’. Estuda a correta articulação e produção
em – embora on – desponta dos fonemas. Ocorre que a língua falada às vezes retira,
en – tentar um – atum acrescenta, troca vogais, consoantes ou sílabas inteiras.
im - tímpano un - assunto Um exemplo é a expressão original “corro de burro quando
foge”, que se deteriorou na forma coloquial, popular “cor
Contagem de Fonemas de uma Palavra de burro quando foge”. Essa deterioração recebe o nome
de corruptela.
O número de fonemas de uma palavra é obtido da se- A prosódia estuda a posição correta de pronunciar a
guinte forma: sílaba tônica de uma palavra. Ocorre na pronúncia popular
• anote o total de letras da palavra; como “RÚbrica”, quando a norma oficial indica a pronún-
• agora anote o total de dígrafos; cia “ruBRIca”; o mesmo ocorre com a pronúncia popular
• então diminua “número de letras” menos “número de “REcorde”, quando a norma oficial indica a pronúncia
“reCORde”.
dígrafos”.
Alguns erros mais correntes de pronúncia e ortografia:
Veja: na palavra “assembleia”, temos dez letras, e temos
dois dígrafos (“ss” e “em”). Então, a conta fica: 10 – 2 = 8. PRONÚNCIA COLOQUIAL
NORMA CULTA
Assim, a palavra “assembleia” possui oito fonemas. (ERRADA)
abóbada abóboda
Divisão Silábica
adivinhar advinhar
A partição de palavras é necessária quando se chega
ao final da linha, numa redação, e é preciso interromper a babadouro babador
palavra continuá-la na linha seguinte. É necessário saber em bebedouro bebedor
que ponto se pode fazer a separação.
bandeja bandeija
Importante! beneficente beneficiente
A separação leva em conta a silabação. Fale a palavra
pausadamente. Cada sopro, cada jato de voz é uma sílaba. cabeleireiro cabelereiro
Não pense na palavra formada de prefixo, radical ou sufixo.
caranguejo carangueijo
Fale a palavra e ouça. Veja: sabemos que a palavra “bisavó”
é formada de “bis” + “avó”, mas não é isso que importa, e perturbar pertubar
sim que falamos “bi-sa-vó”. Veja também “tran-sa-tlân-ti-co”,
“de-ses-pe-ro”. disenteria desinteria
empecilho impecilho
Casos especiais:
• na palavra iniciada por consoante não seguida de vogal, lagartixa largatixa
essa consoante é parte inseparável da primeira sílaba:
mendigo mendingo
pneu, mne-mo-téc-ni-ca, psi-có-lo-go;
• com exceção dos encontros consonantais vistos mais meritíssimo meretíssimo
acima, uma consoante no interior da palavra não se-
guida de vogal vai pertencer à sílaba anterior: op-ção, mortadela mortandela
sub-ju-gar, ét-ni-co, subs-ti-tu-to, ab-so-lu-to, trans- reivindicar reinvindicar
-por-tar;
• letras iguais sempre se separam: co-o-pe-rar, ca-a-tin- tireoide tiroide
-ga, xi-i-ta, ju-u-na, as-sa-do, car-ro, sec-ção.
látex latex
Não se separam: ínterim interim
• ditongos: pai-sa-gem, joi-a, i-dei-a, mais, á-gua, ré-gua,
má-goa; fluorescente florescente
• tritongos: sa-guão, a-ve-ri-guou, i-guais, de-lin-quiu; digladiar degladiar
• dígrafos ch, lh, nh, gu, qu: cha-ve, fi-lho, chu-chu, ma-
-nhã, pa-lha-ço, guer-ra, que-ri-do; lêvedo levedo
Língua Portuguesa

• encontros consonantais: gra-ma, plei-to, fran-cês, a- grosso modo a grosso modo


-fli-to.
Devem ser separados: condor côndor
• hiatos: ga-ro-a, ra-i-nha, Pi-au-í, ál-co-ol;
• dígrafos rr, ss, sc, sç, xc: pror-ro-gar, a-do-les-cên-cia, macérrimo magérrimo
as-cen-so-ris-ta, ex-ce-ção, des-ça; salsicha salchicha
• encontros consonais disjuntos: op-tar, es-tre-la, pers-
-cru-tar, felds-pa-to. subentendido subtendido

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CLASSES DE PALAVRAS Substantivos que podem Suscitar Dúvidas

Substantivo • Só masculinos: o alvará, o anátema, o aneurisma, o


apêndice, o axioma, o champanha, o diadema, o dó
É a palavra que se emprega para nomear seres, coisas, (pena; nota musical), o lança-perfume, o matiz, o pro-
ideias, qualidades, ações, estados, sentimentos. clama.
• Só femininos: a agravante, a aguardente, a alface,
Classificação dos Substantivos a apendicite, a bacanal, a cal, a cataplasma, a cólera,
a comichão, a elipse, a gênese, a ioga, a libido, a nuança,
a sentinela.
• Comuns (nomes comuns a todos os seres da mesma
• Masculinos ou femininos: ágape, aluvião, amálgama,
espécie): casa, felicidade, mesa, chão, criança, bondade.
diabete (ou diabetes), ilhós, laringe, sabiá, suéter,
• Concretos (seres com existência própria, real ou ima-
usucapião.
ginária): fada, saci, mesa, cadeira, caneta.
• Abstratos (nomeiam ações, qualidades ou estados, to-
Gênero e Semântica
mados como seres. Indicam coisas que não existem por
si, que são o resultado de uma abstração): felicidade,
pobreza, honra, caridade. Cabeça Masculino: o chefe, o dirigente, o líder.
• Próprios (designam um ser específico, determinado): Feminino: parte do corpo; pessoa muito in-
teligente; extremidade mais dilatada de um
Tânia, Pagu, Recife, Brasil, Coca-Cola.
objeto; pessoa ou animal numericamente.
• Simples (um só radical): janela, livro, trem, porta.
• Composto (mais de um radical): arco-íris, sempre-viva, Caixa Masculino: livro contábil.
Feminino: recipiente; seção de pagamentos;
arranha-céu.
estabelecimento financeiro.
• Primitivo (forma outros substantivos): rosa, pedra, mar.
Capital Masculino: riqueza, conjunto de bens.
• Derivado (formado a partir de um primitivo): roseiral,
Feminino: cidade onde se localiza a sede do
rosácea, pedreiro, pedregulho.
Poder Executivo.
• Coletivos (nomeiam uma coleção de seres ou coisas
Moral Masculino: ânimo, brio.
da mesma espécie): acervo (bens, obras artísticas), al-
Feminino: conjunto de regras de comporta-
cateia (lobos), atilho (espigas), arsenal (armas), atlas mento; parte da filosofia que estuda essas
(mapas), baixela (utensílios de mesa), banca (exami- regras; conclusão que se tira de uma história.
nadores), bandeira (exploradores), boana (peixes miú-
Grama Masculino: unidade de massa.
dos), cabilda (selvagens), cáfila (camelos), código (leis), Feminino: erva, relva, planta rasteira.
corja (bandidos), cortiço (abelhas, casas velhas), correi-
ção (formigas), dactilioteca (anéis), enxoval (roupas), Número dos Substantivos
falange (soldados, anjos), farândola (maltrapilhos),
fressura (vísceras), girândola (fogos), hemeroteca (jor- Alguns substantivos usados só no plural: as núpcias, as
nais, revistas), matilha (cães), mó (gente), pinacoteca fezes, os óculos, as cócegas, os víveres.
(quadros), tertúlia (amigos), súcia (gente ordinária). Outros são uniformes, ou seja, uma única forma tanto
para o plural como singular: tênis, vírus, lápis, ônibus, pires.
Gênero dos Substantivos Nesses casos, o número será indicado por artigo, pronome
ou outra palavra que especifique o substantivo: o ônibus, os
Uniformes (uma só forma para o masculino e para o ônibus, um pires, dois pires, meu lápis, meus lápis.
feminino):
• Comum de dois gêneros (masculino e feminino dis- 1) Formação do plural dos substantivos simples
tinguem-se com artigo, pronome ou outra): dentista,
jovem, imigrante, fã, motorista, jornalista, rival. a) Substantivos terminados em vogal ou ditongo.
• Sobrecomum (um só gênero, sem flexão nem do ar- Acrescenta-se a desinência s: caneta(s), livro(s), rei(s), pai(s),
tigo): a criança, o cônjuge, o sósia, a vítima, o ídolo, herói(s), mãe(s).
a mascote. b) Substantivos terminados em ão. Plural em ôes, ães ou
• Epiceno (designa certos animais, diferindo-se pelo ãos: balão – balões; alemão – alemães; cidadão – cidadãos.
acréscimo de macho e fêmea): o jacaré, a cobra, Admitem mais de uma forma para o plural: ancião – anciões,
a onça, a borboleta, mosca, tatu, barata, anta. anciães, anciãos; corrimão – corrimões, corrimãos; guardião
– guardiões, guardiães; vilão – vilões, vilãos.
Biformes (uma forma para masculino e outra para o fe- c) Substantivos terminados em r ou z. Acrescenta-se es
minino): ao singular (no caso, o e é vogal temática; o s é desinência):
Língua Portuguesa

• Feminino com o mesmo radical (flexão por desinên- pintor – pintores, cruz – cruzes, hambúrguer – hambúrgueres,
cia): menino / menina, aluno / aluna, prefeito / prefeita, júnior – juniores, sênior – seniores.
pintor / pintora. d) Substantivos terminados em s. Podemos distinguir
• Heterônimos (feminino com radical diferente da for- dois casos: se o substantivo é proparoxítono ou paroxítono,
ma masculina): bode / cabra, cão / cadela, carneiro / ele invariável (ônibus, pires, lápis); se é oxítono, acrescenta-
ovelha, cavaleiro / amazona, cavalheiro / amazona, -se es (país – países, japonês – japoneses).
compadre / comadre, genro / nora, homem / mulher, e) Substantivos terminados em n. Podem formar o plural
patriarca / matriarca. em es ou s, sendo a última forma a mais usada (hífen – hífens

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ou hífenes; pólen – pólens ou pólenes; abdômen – abdomens advérbio + adjetivo: sempre-viva – sempre-vivas;
ou abdômenes). abaixo-assinado – abaixo-assinados; alto-falante –
f) Substantivos terminados em al, el, ol, ul. Perdem o l alto-falantes.
final, que é substituído por is: varal – varais, papel – papéis, prefixo + substantivo: vice-reitor – vice-reitores; pré-
farol – faróis, paul – pauis. Exceções: cônsul – cônsules, mal -candidato – pré-candidatos.
– males, real – réis (a moeda). Reduplicação (palavras repetidas ou quase): ono-
g) Substantivos terminados em il: matopeias (pingue-pongues, tico-ticos, tique-taques,
• quando oxítonos, trocam o l por s: fuzil – fuzis, barril bem-te-vis, reco-recos), mas verbos repetidos têm dois
– barris. plurais (pisca-piscas ou piscas-piscas, corre-corres ou
• quando paroxítonos, trocam o l por eis: projétil – pro- corres-corres).
jéteis, réptil – répteis, fóssil – fósseis. • Varia somente o primeiro ou variam os dois
h) Todos os substantivos terminados em x são unifor- Substantivo + substantivo (o segundo especifica tipo,
mes: o tórax – os tórax, o látex – os látex, a fênix – as fênix. finalidade, semelhança ao primeiro, parecendo um ad-
jetivo): pombo-correio – pombos-correio ou pombos-
2) Formação do plural dos substantivos compostos -correios; peixe-espada – peixes-espada ou peixes-es-
a) Elementos grafados sem hífen, o plural segue as re- padas; manga-rosa – mangas-rosa ou mangas-rosas.
gras utilizadas para os substantivos simples: passatempo – • Invariáveis
passatempos, pontapé – pontapés, televisão – televisões, Verbo + advérbio: pisa-mansinho – os pisa-mansinho.
planalto – planaltos. Verbos antônimos: senta-levanta – os senta-levanta.
b) Radicais unidos por hífen: Frases substantivas: deus-nos-acuda – os deus-nos-
• Ambos se flexionam: -acuda; maria-vai-com-as-outras – os/as maria-vai-
substantivo + substantivo: couve-flor – couves-flores. -com-as-outras; louva-a-deus – os louva-a-deus, estou-
substantivo + adjetivo: guarda-florestal – guardas- -fraco – os estou-fraco.
-florestais, obra-prima – obras-primas. • Alguns substantivos que admitem dois plurais
adjetivo + substantivo: puro-sangue – puros-sangues. guarda-marinha – guardas-marinhas ou guardas-
numeral + substantivo: terça-feira – terças-feiras. -marinha
• Somente o primeiro varia salvo-conduto – salvos-condutos ou salvo-condutos
Substantivo + preposição + substantivo: pé de mole- xeque-mate – xeques-mates ou xeques-mate
que – pés de moleque; mula sem cabeça – mulas sem fruta-pão – frutas-pães ou frutas-pão
cabeça; água-de-colônia – águas-de-colônia.
• Somente o segundo varia: 3) Plural com metafonia. Alguns substantivos, no singu-
verbo + substantivo: guarda-sol – guarda-sóis; beija- lar, têm o o tônico fechado e, quando se pluralizam, trocam
-flor – beija-flores; arranha-céu – arranha-céus. o o tônico fechado pelo o tônico aberto. Principais casos:

Singular (ô) Plural (ó) Singular (ô) Plural (ó) Singular (ô) Plural (ó)
aposto apostos fogo fogos poço poços
caroço caroços forno fornos porco porcos
corno cornos foro foros porto portos
coro coros fosso fossos posto postos
corvo corvos imposto impostos povo povos
despojo despojos jogo jogos reforço reforços
desporto desportos miolo miolos socorro socorros
destroço destroços olho olhos tijolo tijolos
esforço esforços ovo ovos troco trocos

Grau dos Substantivos nho agradável ou que Fulano é um amigão são formas que
expressam juízos de valor, possuem conotação afetiva e não
A flexão de grau exprime ideia de aumento ou de dimi- podem ser classificadas como flexão de grau.
nuição de tamanho, tendo como referência um grau normal, Por outro lado, a flexão de grau é mais nítida com o uso
que seria o substantivo tal como aparece no dicionário. do processo analítico.
Outra curiosidade é perceber que o grau pode conduzir
Formação do grau do substantivo a novos significados. Exemplo: portão, cartão, cartilha, fo-
lhinha (calendário).
Utilizamos dois processos para formar o aumentativo e
o diminutivo: EXERCÍCIOS
a) sintético: acrescentam-se sufixos ao grau normal:
Língua Portuguesa

concurso – concursão (aumentativo sintético) e concursinho


1. Indique a opção em que só aparecem substantivos abs-
(diminutivo sintético).
b) analítico: o substantivo é modificado por adjetivos que tratos.
expressem ideia de aumento ou de diminuição: concurso – a) tempo, angústia, saudade, ausência, esperança, ima-
concurso grande e concurso pequeno. gem.
b) angústia, choro, sol, presença, esperança, amizade.
É curioso notar que o processo sintético expressa, com c) amigo, dor, claridade, esperança, luz, tempo.
frequência, não uma variação de tamanho, mas uma carga d) angústia, saudade, presença, esperança, amizade.
afetiva, ou pejorativa. Exemplo: falar que tal obra é um livri- e) espaço, mãos, claridade, rosto, ausência, esperança.

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2. Aponte a opção em que haja erro quanto à flexão do Adjetivo
nome composto.
a) vice-presidentes, amores-perfeitos, os bota-fora. Adjetivo é a palavra que caracteriza o substantivo,
b) tico-ticos, salários-família, obras-primas. atribuindo-lhe qualidades (ou defeitos) e modos de ser, ou
c) reco-recos, sextas-feiras, sempre-vivas. indicando-lhe o aspecto ou o estado.
d) pseudoesferas, chefes de seção, pães de ló. Imprensa injusta, sensacionalista, partidária, tenden-
e) pisca-piscas, cartões-postais, mulas sem cabeças. ciosa.
Acusações substantivas, ferozes, infundadas, justas.
3. Preencha a frase seguinte com uma das opções. Dese-
javam transformar os...... em ....... do céu.
a) pagões – cidadões A palavra adjetivo significa “colocado ao lado de, jus-
b) pagãos – cidadões taposta a”. Esse significado enfatiza o caráter funcional do
c) pagões – cidadãos conceito de adjetivo: observe que é necessário apresentar
d) pagãos – cidadãos a relação que se estabelece entre o substantivo e o adjetivo
para poder conceituar este último. Na realidade, substantivos
4. Assinale o par de vocábulos que formam o plural como e adjetivos apresentam muitas características semelhantes e,
balão e caneta-tinteiro: em muitas situações, a distinção entre ambos só é possível
a) vulcão, abaixo-assinado. a partir de elementos fornecidos pelo contexto:
b) irmão, salário-família. O jovem brasileiro tornou-se participativo.
c) questão, manga-rosa. O brasileiro jovem enfrenta dificuldades profissionais.
d) bênção, papel-moeda.
e) razão, guarda-chuva. Na primeira frase, jovem é substantivo, e brasileiro é
adjetivo. Na segunda, invertem-se esses papéis: brasileiro
5. Assinale a opção incorreta. é substantivo, e jovem passa a ser adjetivo. Ser adjetivo ou
a) Borboleta é substantivo epiceno. ser substantivo não decorre, portanto, de características
b) Rival é comum de dois gêneros. morfológicas da palavra, mas de sua situação efetiva numa
c) Omoplata é substantivo masculino. frase da língua.
d) Vítima é substantivo sobrecomum. Há conjuntos de palavras que têm o valor de um adjetivo:
e) Nenhuma opção.
são as locuções adjetivas. Essas locuções são normalmente
6. Indique o período que não contém um substantivo no formadas por uma preposição e um substantivo ou por uma
grau diminutivo. preposição e um advérbio; para muitas delas, existem adje-
a) Todas as moléculas foram conservadas com as pro- tivos equivalentes.
priedades particulares, independentemente da atu- Conselho de pai (= paterno) / Jornal de ontem / Inflama-
ação do cientista. ção da boca (= bucal) Gente de longe.
b) O ar senhoril daquele homúnculo transformou-o no
centro de atenções na tumultuada assembleia. Flexões dos Adjetivos
c) Através da vitrina da loja, a pequena observava curio-
samente os objetos decorativos expostos à venda, Os adjetivos se flexionam em gênero e número e apre-
por preço bem baratinho. sentam variações de grau bem mais complexas que as dos
d) De momento a momento, surgiam curiosas sombras substantivos.
e vultos apressados na silenciosa viela.
e) Enquanto distraía as crianças, a professora tocava Flexão de Gênero
flautim, improvisando cantigas alegres e suaves.
O adjetivo concorda em gênero com o substantivo a que
7. Numere a segunda coluna de acordo com o significado
se refere:
das expressões da primeira coluna e assinale a opção
que contém os algarismos na sequência correta. Um comportamento estranho.
(1) o óleo santo ( ) a moral Uma atitude estranha.
(2) a relva ( ) a crisma Um jornalista ativo.
(3) um sacramento ( ) o moral Uma jornalista ativa.
(4) a ética ( ) o crisma
(5) a unidade de massa ( ) a grama Formação do feminino dos adjetivos biformes
(6) o ânimo ( ) o grama Os adjetivos biformes possuem uma forma para o gênero
masculino e outra para o feminino. A formação do feminino
a) 6, 1, 4, 3, 5, 2 d) 4, 3, 6, 1, 2, 5 desses adjetivos costuma variar de acordo com a terminação
b) 6, 3, 4, 1, 2, 5 e) 6, 1, 4, 3, 2, 5 da forma masculina.
c) 4, 1, 6, 3, 5, 2
• Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos,
8. Assinale a opção em que a flexão do substantivo com- apenas o último elemento sobre flexão:
posto está errada. cidadão luso-brasileiro – cidadã luso-brasileira
a) os pés de chumbo. casaco verde-escuro – saia verde-escura
Língua Portuguesa

b) os corre-corre. consultório médico-dentário – clínica médico-dentária


c) as públicas-formas.
d) os cavalos-vapor. Destaque-se surdo-mudo, em que variam os dois ele-
e) os vai-véns. mentos:
rapaz surdo-mudo – moça surda-muda
GABARITO
Adjetivos uniformes
1. d 3. d 5. c 7. d
São os adjetivos que possuem uma única forma para
2. e 4. c 6. e 8. e o masculino e o feminino.

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pássaro frágil/ave frágil Essa solução é melhor (do) que a outra.
ator ruim/atriz ruim Minha voz é pior (do) que a sua.
empresa agrícola/planejamento agrícola O descaso pela miséria é maior (do) que o senso huma-
vida exemplar/comportamento exemplar nitário.
homem audaz/mulher audaz A preocupação social é menor (do) que a ambição in-
• São uniformes os adjetivos compostos em que o se- dividual.
gundo elemento é um substantivo.
casaco amarelo-limão – camisa amarelo-limão As formas analíticas correspondentes (mais bom, mais
carro verde-garrafa – bicicleta verde-garrafa mau, mais grande, mais pequeno) só devem ser usadas quan-
papel verde-mar – tinta verde-mar do se comparam duas características de um mesmo ser:
• Também são uniformes os compostos azul-marinho e Ele é mais bom (do) que inteligente.
azul-celeste. Todo corrupto é mais mau (do) que esperto.
Meu salário é mais pequeno (do) que justo.
Flexão de Número Este país é mais grande (do) que equilibrado.

O adjetivo concorda em número com o substantivo a Atente para o fato de que a forma menor é um compara-
que se refere.
tivo de superioridade, pois equivale a mais pequeno.
governante capaz / governantes capazes
salário digno/salários dignos
Grau superlativo
Formação do plural dos adjetivos compostos A característica atribuída pelo adjetivo é intensificada de
O plural dos adjetivos compostos segue os mesmos pro- forma relativa ou absoluta.
cedimentos da variação de gênero desses adjetivos: No grau superlativo relativo, a intensificação da caracte-
• Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos, rística atribuída pelo adjetivo é feita em relação a todos os
apenas o segundo elemento vai para o plural: demais seres de um conjunto que a possuem.
tratado luso-brasileiro / tratados luso-brasileiros O superlativo relativo pode exprimir superioridade ou
intervenção médico-cirúrgica / intervenções médico- inferioridade, e é sempre expresso de forma analítica:
-cirúrgicas
Destaque-se novamente surdo-mudo: Superlativo relativo Ele é o mais atento de todos.
rapaz surdo-mudo / rapazes surdos-mudos de superioridade Ele é o mais exigente de todos
• Os adjetivos compostos em que o segundo elemento os irmãos.
é um substantivo são invariáveis também em número:
recipiente verde-mar / recipientes verde-mar
uniforme amarelo-canário / uniformes amarelo-canário Superlativo relativo Você é o menos crítico de todos.
Também são invariáveis azul-marinho e azul-celeste: de inferioridade Você é o menos passivo de to-
camisa azul-marinho / camisas azul-marinho dos os amigos.
camiseta azul-celeste / camisetas azul-celeste
As formas do superlativo relativo de superioridade dos
Flexão de Grau adjetivos bom, mau, grande pequeno também são sintéti-
cas: o melhor, o pior, o maior e o menor.
Os adjetivos variam em grau quando se deseja comparar No grau superlativo absoluto, intensifica-se a caracterís-
ou intensificar as características que atribuem. Há, portanto, tica atribuída pelo adjetivo a um determinado ser. O super-
dois graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo. lativo absoluto pode ser analítico ou sintético:
a) O superlativo absoluto analítico é formado normal-
Grau comparativo mente com a participação de um advérbio:
Compara-se a mesma característica atribuída a dois ou Você é muito crítico. Ele é demasiadamente exigente.
mais seres ou duas ou mais características atribuídas a um Somos excessivamente tolerantes.
mesmo ser. Observe as frases seguintes:
b) O superlativo absoluto sintético é expresso com a
Comparativo Ele é tão exigente quanto justo. participação de sufixos. O mais comum deles é -íssimo; nos
de igualdade Ele é tão exigente quanto (ou adjetivos terminados em vogal, esta desaparece ao ser acres-
como) seu irmão. centado o sufixo do superlativo:
Trata-se de um artista originalíssimo.
Ele é exigentíssimo. Seremos tolerantíssimos.
Comparativo de Estamos mais atentos (do) que
superioridade eles. Muitos adjetivos possuem formas irregulares para expri-
Estamos mais atentos (do) que mir o grau superlativo absoluto sintético. Muitas dessas irre-
ansiosos. gularidades ocorrem porque o adjetivo, ao receber o sufixo,
reassume a forma latina. É o caso dos adjetivos terminados
Língua Portuguesa

Comparativo de Somos menos passivos (do) que em -vel, que assumem a terminação -bilíssimo:
inferioridade eles. volúvel – volubilíssimo / indelével – indelebilíssimo
Somos menos passivos (do) que
tolerantes Os adjetivos terminados em -io formam o superlativo
absoluto sintético em -íssimo:
Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno têm formas sério – seriíssimo
sintéticas para o grau comparativo de superioridade: melhor, necessário – necessariíssimo
pior, maior e menor, respectivamente: frio – friíssimo

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Locução Adjetiva h) Seria um homem bom.
i) É uma solução boa.
Compõe-se de preposição (de) e substantivo. Ex.: de pai j) Teria sido um animal feroz.
(paterno), bucal (da boca). Essa correspondência entre lo­ k) Fora um espírito livre.
cução adjetiva e adjetivo, no entanto, nem sempre se verifica, l) É um sujeito magro.
ou por não existir um dos dois, ou por não ser preservado o m) É um país pobre.
sentido quando se substitui um pelo outro. Colar de marfim, n) Tinha sido uma pessoa simpática.
por exemplo, é expressão usada cotidianamente, mas seria o) É uma alma volúvel.
pouco recomendável dizer, no mesmo contexto cotidiano,
colar ebúrneo ou colar ebóreo, porque tais adjetivos têm 5. Alguns concursos cobram diferença entre o nível formal
uso restrito à linguagem literária e, portanto, seriam ade- e o nível coloquial. Observe algumas dessas formas co-
quados somente em contextos eruditos, mais formais. Ana- loquiais nas frases abaixo; reescreva as frases utilizando
logamente, contrato leonino é uma expressão empregada na o superlativo absoluto apropriado à língua formal.
linguagem jurídica; entretanto, é pouquíssimo provável que a) É um piloto hiperveloz!
os advogados passem a dizer contrato de leão. b) Crianças subnutridas têm uma constituição vulnerá-
Observe: vel, vulnerável.
A greve de professores tem tomado proporções incontro- c) Ela adotou uma posição supercrítica.
láveis. O movimento docente se justifica em face da inércia d) É superpossível que a gente vá viajar.
do governo. e) Tem uma cabeça arquipequena!
f) É um cão supermanso.
g) Ele é arquiamigo de meu irmão.
EXERCÍCIOS h) É uma planta fragilzinha.
i) Saiu daqui felizinho da silva!
1. Complete as frases abaixo com a forma apropriada do j) É um cara sabidão!
adjetivo colocado entre parênteses.
a) Apesar de ser uma dentista ___________________
(recém-formado), possuía já uma ______________ GABARITO
(numeroso) clientela.
b) Comprei uma camisa __________________ (ama- 1. a) recém-formada, numerosa.
relo-claro) e um chapéu __________________ (cor- b) amarelo-clara, cor-de-rosa.
-de-rosa) para desfilar no Carnaval. c) sandia, amarelo-limão.
c) Aquela moça é __________ (sandeu). Onde já se viu d) sulinas, europeia.
dar tanto dinheiro por uma motocicleta __________ e) branca, azul-marinho, pretos.
____________ (amarelo-limão)!
d) Todas aquelas famílias __________ (sulino) são de 2. a) É um indivíduo tão capaz quanto seus companheiros.
b) É um rio menos poluído (do) que outros.
origem __________ (europeu).
c) É um animal mais feroz (do) que outros.
e) Sou do tempo em que se usava camisa __________
d) É uma cidade menor (do) que as cidades vizinhas.
(branco), calça _____________________ (azul-ma-
rinho) e sapatos __________ (preto) como uniforme 3. a) é a mais razoável de todas.
nos colégios ____________ (estadual). b) é o mais aplicado de todos.
c) é a pior de todas.
2. Seguindo o modelo, construa frases comparativas a d) é o maior de todos.
partir dos elementos fornecidos em casa item seguinte.
A relação de comparação a ser feita vem indicada entre 4. a) fragílima
parênteses. b) talentosíssimo.
País pobre – países vizinhos (igualdade) c) agílimo
É um país tão pobre quanto (ou como) os países vizinhos. d) agradabilíssimo
a) indivíduo capaz – seus companheiros (igualdade). e) amabilíssima
b) rio poluído – outros rios (inferioridade). f) antiguíssima
c) animal feroz – outros animais (superioridade). g) audacíssimo
d) cidade pequena – cidades vizinhas (superioridade). h) boníssimo
I) boníssima
3. Complete as frases de acordo com o modelo. j) ferocíssimo
Ela não é apenas uma funcionária competente: ela é a k) libérrimo
mais competente de todas! l) macérrimo/magríssimo
a) Esta não é apenas uma solução razoável: m) pobríssimo/paupérrimo
b) Ele não é apenas um aluno aplicado: n) simpaticíssima
c) Esta não é apenas uma má saída: o) volubilíssima
d) Ele não é apenas um grande amigo:
5. a) velocíssimo
Língua Portuguesa

4. Complete as frases de acordo com o modelo: b) vulnerabilíssima


É um poema belo. Não: é belíssimo! c) criticíssima
a) A vida é frágil. d) possibilíssimo
b) Era um homem talentoso. e) mínima
c) É um jogador ágil. f) mansuetíssimo
d) Foi um lugar agradável. g) amicíssimo
e) Será uma pessoa amável. h) fragílima
f) É uma moeda antiga. i) felicíssimo
g) É um corredor audaz. j) sapientíssimo

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Artigo b) Artigo definido: indica seres determinados dentro
de uma espécie; seu sentido é particularizante. Assume as
Canção Mínima formas o, a; os, as.
Meu vizinho gosta muito de animais: você precisa ver o
No mistério do Sem-Fim, cachorro, a gata, os tucanos e as araras que ele tem em casa.
Equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim, Combinações dos Artigos
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta, É muito frequente a combinação dos artigos definidos e
e, sobre ela, o dia inteiro, indefinidos com preposições. O quadro seguinte apresenta
entre o planeta e o sem-fim, a forma assumida por essas combinações:
a asa de uma borboleta.
(Cecília Meireles)
Preposições Artigos Combinações
Julgue os itens. a ao, aos, à, às
1. Nesse jogo de retomadas e acréscimos, os substantivos o, os, a, do, dos, da, das, dum, duma,
surgem inicialmente precedidos pelo artigo um (“um de
as, um, duns, dumas
planeta”, “um jardim”) e depois pelo artigo o (“no pla- uma, uns, no, nos, na, nas, num, numa,
neta”, “no jardim”). A diferença que essa troca de artigo em
umas nuns, numas
estabelece constitui passagem do particular para o geral.
2. A introdução do substantivo asa, no último verso do po- por (per) pelo, pelos, pela, pelas
ema, precedido pelo artigo a, rompe o processo indicado
na questão anterior, produzindo o efeito de retomar o Observações:
texto como um todo. 1. As formas à e às indicam a fusão da preposição a com
o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhe-
Comentários: cida por crase.
No poema “Canção mínima”, ocorre seguidamente um 2. As formas pelo(s) /pela(s) resultam da combinação
mesmo processo: um substantivo surge inicialmente pre- dos artigos definidos com a forma per, equivalente a por.
cedido pelo artigo um para, pouco depois, ser repetido,
desta vez precedido do artigo o. Dessa forma, passa-se de EXERCÍCIOS
“um planeta” para “o planeta”, de “um jardim” para “o
jardim” e de “um canteiro” para “o canteiro”. Há, nessa 1. Os artigos são responsáveis por diversos detalhes de sig-
substituição de um artigo por outro, uma evidente dife- nificação nas diferentes situações comunicativas em que
rença de significado: aquilo que era genérico e indefinido são empregados. Leia as frases seguintes e comente o
ao ser nomeado pela primeira vez surge como particula- valor dos artigos destacados.
rizado e definido ao ser retomado. No poema, esse jogo a) Estou levando produtos da região.
envolvendo artigos e substantivos é o principal recurso b) O menino estava tão encabulado que não sabia o que
no caminho do amplo e universal ao mínimo e particular. fazer com as mãos.
c) Em poucos instantes, pôs-se a chorar e a chamar pela
Artigo é a palavra que pressupõe substantivo escrito. mãe.
Generaliza ou particulariza o sentido desse substantivo. Ob- d) A carne está custando 20 reais o quilo.
serve: um planeta/o planeta; um canteiro/o canteiro; um e) Aquele era o momento de minha vida.
jardim/o jardim; uma violeta/a violeta.
Em muitos casos, o artigo é essencial na especificação 2. Explique as diferenças de significado entre as frases de
do gênero e do número do substantivo. cada par:
O jornalista recusou o convite do representante dos ar- a) Todo dia ele faz isso.
tistas. A jornalista recusou o convite da representante das Todo o dia ele faz isso.
artistas. b) Pedro não veio.
A empresa colocou em circulação o ônibus de três eixos. O Pedro não veio.
A empresa colocou em circulação os ônibus de três eixos. c) Essa caneta é minha.
Essa caneta é a minha.
Quando antepostos a palavras de qualquer classe gra- d) O dirigente sindical apresentou reivindicações dos
matical, os artigos as transformam em substantivos. Nesses trabalhadores na reunião.
casos, ocorre a chamada derivação imprópria. O dirigente sindical apresentou as reivindicações dos
É um falar que não tem fim. trabalhadores na reunião
O assalariado vive um sofrer interminável. e) Chico Buarque, grande compositor brasileiro, é tam-
O aqui e o agora nem sempre se conjugam favoravel- bém escritor.
mente. Chico Buarque, o grande compositor brasileiro, é tam-
bém escritor.
Sintaticamente, os artigos atuam sempre como adjuntos
Língua Portuguesa

adnominais. 3. Observe:
“... foram intimados a comparecer...”
Classificação dos artigos “... não a fizeram...”
“... a sua oração...”
a) Artigo indefinido: indica seres quaisquer dentro de
uma mesma espécie; seu sentido é genérico. Assume as for- As três ocorrências do a são, respectivamente:
mas um, uma; uns, umas. a) preposição, pronome, preposição.
Gosto muito de animais: queria ter um cachorro, uma b) artigo, artigo, preposição.
gata, uns tucanos e umas araras. c) pronome, artigo, preposição.

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d) preposição, pronome, artigo. Numeral
e) artigo, pronome, pronome.
Do Ponto de Vista Semântico
4. Assinale a opção correta.
a) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco. Numeral é a palavra que quantifica numericamente os
b) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco livros. seres ou indica a ordem que eles ocupam numa certa se-
c) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos os cinco. quência.
d) Mostraram-me cinco livros. Comprei a todos cinco Apenas dois fatos ocorreram.
livros. Apenas o segundo fato merece atenção.
e) Nenhuma das alternativas.
Subclassificação do Numeral
5. “O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário ape-
nas um disparo: o assaltante recebeu a bala na cabeça e • Cardinal: indica uma quantidade determinada de seres.
morreu na hora.” Há cinco vagas para cem candidatos.
No texto, os vocábulos destacados são, respectivamente: • Ordinal: indica a posição relativa de um ou vários seres
a) preposição e artigo. numa determinada sequência.
b) preposição e preposição. Acerte o quarto botão da esquerda para a direita.
c) artigo e artigo. • Multiplicativo: indica quantas vezes uma quantidade
d) artigo e preposição. é multiplicada.
e) artigo e pronome indefinido. Os especuladores lucraram o triplo do capital investido.
• Fracionário: indica em quantas partes uma quantidade
6. Procure e assinale a única opção em que há erro no em- é dividida.
prego do artigo. Os agricultores só recuperaram um terço das sementes
a) Nem todas as opiniões são valiosas. plantadas.
b) Disse-me que conhece todo o Brasil.
c) Leu todos os dez romances do escritor. Do Ponto de Vista Sintático
d) Andou por todo Portugal.
e) Todas as cinco, menos uma, estão corretas. O numeral, sintaticamente, pode funcionar como:
• palavra adjetiva
7. Assinale a opção em que há erro. O juiz expulsou dois jogadores.
a) Li a notícia no Estado de S. Paulo. O corretor cometeu duplo engano.
b) Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
• palavra substantiva
c) Essa notícia, eu a vi em A Gazeta.
Dois mais dois são quatro.
d) Vi essa notícia em A Gazeta.
A inflação subiu o dobro em 1982.
e) Foi em O Estado de S. Paulo que li a notícia.

8. Indique o erro quanto ao emprego do artigo.


Do Ponto de Vista Mórfico
a) Em certos momentos, as pessoas as mais corajosas
Numeral cardinal: exceto um, os cardinais são todos
se acovardam. plurais. Os cardinais terminados em ão ocorrem sob forma
b) Em certos momentos, as pessoas mais corajosas se singular e plural (um milhão / dois milhões) e são masculinos.
acovardam. Os milhares de vítimas (certo).
c) Em certos momentos, pessoas as mais corajosas se As milhares de vítimas (errado).
acovardam.
d) Em certos momentos, as mais corajosas pessoas se Os cardinais um, dois e todas as centenas a partir de
acovardam. duzentos apresentam forma masculina e feminina.
um – uma; dois – duas; duzentos – duzentas; novecentos
GABARITO – novecentas

1. a) Região específica. Numeral ordinal: flexiona-se em gênero e número.


b) Sentido de posse (mãos dele). primeiro – primeira
c) Posse (mãe dele). primeiro – primeiros
d) Sentido de cada quilo.
e) Momento específico. Numeral multiplicativo: flexiona-se em gênero e número
quando funcionam como palavras adjetivas. Caso contrário,
2. a) Diariamente x O dia inteiro. ficam invariáveis.
Arriscou dois palpites duplos.
b) Qualquer Pedro, pouco conhecido x Pedro especí-
O atacante cometeu dupla falta.
Língua Portuguesa

fico, bem conhecido.


Os atletas renderam o dobro do que costumavam.
c) Uma entre minhas canetas x Minha única caneta.
d) Algumas reivindicações x A totalidade das reivindi-
Alguns numerais multiplicativos
cações.
e) Um dos grandes compositores brasileiros x O único duplo ou dobro = duas vezes
grande, o maior compositor brasileiro. triplo ou tríplice = três vezes
quádruplo = quatro vezes
3. d 4. c 5. a 6. d 7. a quíntuplo = cinco vezes

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sêxtuplo = seis vezes invariável. Ex.: Usa-se inscrição 2101 e lê-se: inscrição dois
séptuplo, sétuplo = sete vezes mil cento e um, em vez de 2101ª inscrição (dois milésima
óctuplo = oito vezes centésima primeira inscrição).
nônuplo = nove vezes
décuplo = dez vezes Bento XVI – Século XIX
undécuplo = onze vezes Na inscrição de séculos, reis, papas, capítulos de obras:
duodécuplo = doze vezes • Usa-se o ordinal até dez:
cêntuplo = cem vezes século V = século quinto
Paulo VI = Paulo sexto
Desses, os mais usados são duplo ou dobro e triplo ou • Usa-se o cardinal acima de dez:
tríplice. Os demais, muito menos usados, são substituídos século XIX = século dezenove
pelo cardinal seguido de vezes. Assim, em vez de undécuplo, Luiz XIV = Luiz quatorze
usa-se onze vezes; em vez de duodécuplo, usa-se doze vezes. Bento XVI = Bento dezesseis
Obs.: Muitas vezes o numeral foge do seu significado exato, Obs.: se, nesses casos, o numeral vier antes do substan-
indicando uma quantidade indefinida e conseguindo, com tivo, sempre se usa o ordinal:
isso, um efeito expressivo ou enfático.
vigésimo século
Eu já lhe disse mil vezes que não gosto dessa sua atitude.
décimo nono século
(exagero)

Numeral fracionário: concorda com o cardinal indicador EXERCÍCIOS


do número de partes em que se dividiu a quantidade. Com-
prou um terço das terras do município. 1. Complete os espaços, segundo o modelo:
Comprou dois quartos da produção anual. O dólar subiu duas vezes mais. (o dobro)
Obs.: O fracionário meio concorda em gênero e número a) Cada quilo de grão produziu dez vezes mais. _________
com o substantivo a que se refere. b) Em condições mais favoráveis, os operários renderão
É meio-dia e meia (hora). cem vezes mais. __________
São homens de meias palavras.
2. Complete os espaços vazios com o numeral fracionário,
Leitura dos Numerais Fracionários segundo o modelo:
Queria duas de cada cem sacas de café. (dois centésimos)
Apenas dois numerais fracionários apresentam formas a) Seu lucro era de um por mil. ___________________
típicas: meio e terço. Os demais fracionários são indicados ______________________
de duas maneiras: b) Pretendia nove partes entre cinquenta da produção.
• por um cardinal (representando o numerador da fra- _______________________
ção) seguido de um ordinal (representando o deno- c) A seca estragou sete de cada dez alqueires da plan-
minador). 1/4 = um quarto; 2/8 = dois oitavos ; 5/10 = tação. _____________________________
cinco décimos ; 3/100 = três centésimos; d) Treze entre vinte e cinco perfurações jorravam petró-
• por um cardinal (representando o numerador) e outro leo. _____________________________
cardinal seguido de avos (representando o denomina-
dor). Esse processo é utilizado para os ordinais que se 3. Classifique os numerais destacados nos versos a seguir.
situam no intervalo de onze a noventa e nove. “A primeira vez que te vi, / Era menino e tu menina (...)
5/12 = cinco doze avos ; 3/67 = três sessenta e sete Quando te vi pela segunda vez, / Já eras moça. (...)
avos Vejo-te agora. Oito anos faz / Oito anos que não te via...
(...)” (Manuel Bandeira)
Alguns numerais cardinais e ordinais apresentam formas
variantes: quatorze / catorze; bilhão / bilião; septuagésimo / Resposta:
setuagésimo. Entretanto, as formas cincoenta (50) e hum (1), Primeira: _____________________________________
ainda que usadas nas relações bancárias, não são registradas Segunda: _____________________________________
e, portanto, devem ser tidas como erradas.
Oito: _________________________________________
Leitura do cardinal
4. “Inquietante expectativa marcou a aproximação do 800º.
pavimento.” (Murilo Rubião)
Na leitura (ou escrita por extenso) do cardinal, coloca-se
e após as centenas e após as dezenas. A leitura correta do numeral destacado na frase acima é:
2623 = dois mil seiscentos e vinte e três. a) octogésimo.
b) octagésimo.
Leitura dos ordinais superiores a dois mil c) octogenário.
d) octingentésimo.
Língua Portuguesa

Segundo a tradição gramatical, nos ordinais superiores


a dois mil (2000), lê-se o milhar como cardinal e os demais 5. Estabeleça correspondência entre as duas colunas, rela-
como ordinais. Ex.: 2101ª inscrição – a duas milésima centési- cionando o numeral cardinal ao ordinal correspondente.
ma primeira inscrição. Nesse caso, entretanto, o número todo a) 91 ( ) quinquagésimo quinto
pode ser lido como ordinal. Ex.: 10203º quilômetro rodado – b) 901 ( ) quingentésimo quinto
o décimo milésimo ducentésimo terceiro quilômetro rodado. c) 55 ( ) nonagésimo primeiro
Obs.: Muitas vezes, como forma de compensar a dificul- d) 505 ( ) noningentésimo primeiro
dade de se ler um ordinal muito extenso, usa-se o cardinal e) 704 ( ) setingentésimo quarto
posposto ao substantivo. O cardinal, nessa situação, fica f) 74 ( ) setuagésimo quarto

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6. No preenchimento de cheques, faz-se uso dos numerais Pronomes
cardinais. Preencha o cheque abaixo com a quantia indi-
cada. Pronome substitui e/ou acompanha o nome.
Pague por este cheque a quantia de: R$5657,12 Pedro acordou tarde. Ele ainda dormia, quando sua mãe
______________________________________________ o chamou.
______________________________________________ Pronomes: Ele = Pedro (só substitui).
_____________________________________________ Sua = de Pedro (substitui Pedro e acompanha “mãe”).
ou a sua ordem. O = Pedro (só substitui Pedro).

7. Assinale a alternativa em que o numeral não está em- Existem seis tipos de pronomes:
pregado corretamente. • pessoais
a) A citação encontra-se à altura da página vinte e duas. • demonstrativos
b) As declarações estão na página duzentos e trinta e • possessivos
dois. • relativos
c) A vigésima quarta hora já havia soado. • interrogativos
d) A encomenda foi entregue na Rua Vinte e um, casa • indefinidos
dois.
As provas cobram muito os pronomes relativos, os de-
8. Assinale a alternativa que traz a leitura correta dos nu- monstrativos e os pessoais “o” e “lhe”.
merais destacados nas frases seguintes.
I – “João Paulo II manteve-se em Roma por 27 anos.” Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos
II – Segundo dizem, o capítulo X é o mais interessante
do livro todo. Quando um pronome é empregado junto de um subs-
III – A supremacia papal entrou em declínio no fim do tantivo, ele é chamado de pronome adjetivo; e quando um
século XI. pronome aparece isolado, sozinho na frase, ele é chamado
IV – Tutmósis III subiu ao trono egípcio em 174+9 1479 de pronome substantivo.
a.C. Ninguém pode adivinhar suas vontades?
Ninguém → pronome substantivo (pois está sozinho).
suas → pronome adjetivo (pois está junto do substantivo
a) João Paulo Dois; capítulo dez; século onze; Tutmósis
vontades).
três.
b) João Paulo Segundo; capítulo décimo; século décimo Encontrei minha caneta, mas não a apanhei.
primeiro; Tutmósis terceiro. minha → pronome adjetivo.
c) João Paulo segundo; capítulo décimo; século onze; a → pronome substantivo.
Tutmósis terceiro.
d) João Paulo segundo; capítulo dez; século onze; Tut-
EXERCÍCIO
mósis terceiro.
Coloque: (1) para pronome substantivo e (2) para pro-
9. Muitas vezes os numerais são utilizados para indicar nome adjetivo.
quantidade indeterminada. Assinale, dentre as frases a) Estas montanhas escondem tesouros.
abaixo, aquela em que isso ocorreu: b) Aquilo jamais se repetirá.
a) “já pedi duzentos mil réis emprestados ao André c) Qualquer pessoa o ajudaria.
Gonzaga, para as alianças e outros proveitos.” (José d) Nossa esperança é que ele volte.
Candido de Carvalho)
b) “Como e por que lhe veio aos vinte anos a deter- Pronomes Pessoais
minação de sair do convento, não sei (...)” (Clarice
Lispector) Vamos supor que a Gorete esteja com fome e que ela
c) “Mas reconheço que em Frederico viveu uma raposa queira contar isso para uma outra pessoa que a esteja ouvin-
de mil astúcias.” (José Cândido de Carvalho) do. É claro que, numa situação normal de comunicação, não
usaria a frase Gorete está com fome, e sim a frase:
GABARITO Eu estou com fome.
• eu designa o que chamamos de 1ª pessoa gramatical,
1. a) O décuplo isto é, a pessoa que fala.
b) O cêntuplo Se, no entanto, fosse mais de uma pessoa que estivesse
2. a) Um milésimo com fome, uma delas poderia falar assim:
b) Nove cinquenta avos Nós estamos com fome.
c) Sete décimos
d) Treze vinte avos Vamos supor, agora, que Gorete esteja conversando com
Língua Portuguesa

3. Ordinal, ordinal, cardinal. um amigo e queira saber se tal amigo está com fome. Ela,
então, usaria a seguinte frase:
4. d
Tu estás com fome? ou: Você está com fome?
5. c, d, a, b, e ,f
• Tu (você) designa o que chamamos de 2ª pessoa gra-
6. Cinco mil seiscentos e cinquenta e sete reais e doze
matical, isto é, a pessoa com quem se fala.
centavos.
7. b Se, por outro lado, Gorete estiver conversando com mais de
8. C uma pessoa e quiser saber se elas estão com fome, falará assim:
9. c Vós estais com fome? ou: Vocês estão com fome?

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Vamos imaginar, agora, que Gorete esteja conversando sujeito. Nas frases em que isso ocorre, tais pronomes são
com um amigo e queira afirmar que o cão que acompanha chamados pronomes reflexivos.
esse amigo está doente. Ela pode se expressar assim: Eu me machuquei. me (= a mim mesmo) → pronome
O cão está doente, ou então, Ele está doente. reflexivo.
• ele designa o que chamamos de 3ª pessoa gramatical,
isto é, a pessoa, o ser a respeito de quem se fala. b) Os pronomes oblíquos si e consigo são sempre re-
flexivos.
eu, nós, tu, vós, ele, eles são, nas frases analisadas, exem- Márcia só pensa em si. (= pensa nela mesma)
plos de pronomes pessoais. Ele trouxe consigo o livro. (= com ele mesmo)

Podemos concluir, então, que pronomes pessoais são Note, portanto, que frases como as exemplificadas a se-
aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas guir são gramaticalmente incorretas.
gramaticais. Marcos, eu preciso falar consigo.
São três as pessoas gramaticais: Eu gosto muito de si, minha amiga.
• 1ª pessoa (a que fala): eu, nós
• 2ª pessoa (com quem se fala): tu, vós c) Os pronomes oblíquos nos, vos e se, quando significam
• 3ª pessoa (de quem se fala): ele(s), ela(s). um ao outro, indicam a reciprocidade (troca) da ação. Nesse
caso são chamados de pronomes reflexivos recíprocos.
Quadro dos pronomes pessoais Os jogadores se abraçavam após o gol. Onde: se (= um
ao outro) → pronome reflexivo recíproco.
Caso oblíquo (outras funções)
Caso reto
(sujeito) Átonos (sem Tônicos (com d) Eu x mim: eu (pronome reto) só pode funcionar como
preposição escrita) preposição escrita) sujeito, enquanto mim (pronome oblíquo) só pode ter outras
Singular: funções, nunca sujeito. Daí termos frases como:
eu, me, mim, comigo Ela trouxe o livro para eu ler. (correto)
tu te, ti, contigo
ele(a) se, o, a, lhe si, consigo, ele, ela Sujeito

Plural: Ela trouxe o livro para mim. (correto)


nós, nos, nós, conosco
vós, vos, vós, convosco Não pode ser sujeito
eles(as) se, os, as, lhes si, consigo, eles, elas Ela trouxe o livro para mim ler. (errado)

Observações: Não pode ser sujeito
1. Um pronome pessoal é pronome reto quando exerce a
função de sujeito da oração e é um pronome oblíquo e) Entre todos os pronomes pessoais somente os pro-
quando exerce função que não seja a de sujeito da nomes eu e tu não podem ser pronomes oblíquos (reveja
oração. o quadro). Esses dois pronomes só podem exercer a função
Ela pediu ajuda para nós. de sujeito da oração. Nas frases em que não for para exercer
Ela: pronome reto (funciona como sujeito). a função de sujeito, tais pronomes devem ser substituídos
nós: pronome oblíquo (não funciona como sujeito). pelos seus pronomes oblíquos correspondentes.
Eu → me, mim; Tu → te, ti.
Nós jamais a prejudicamos.
Nós: pronome reto (sujeito). Eu e ela iremos ao jogo. (correto)
a: pronome oblíquo (não sujeito).
Sujeito
2. Os pronomes oblíquos átonos nunca aparecem pre-
cedidos de preposição. Uma briga aconteceu entre mim e ti. (correto)
A vida me ensina a ser realista.
Sujeito não sujeito

pron. obl. átono Não houve nada entre eu e ela. (errado)
Não houve nada entre mim e ela. (correto)
3. Os pronomes oblíquos tônicos sempre aparecem
precedidos de preposição. Pronomes Pessoais de Tratamento
Ela jamais iria sem mim.
Os pronomes de tratamento* são pronomes pessoais
prep. pron. obl. tônico usados no tratamento cerimonioso e cortês entre pessoas.
Língua Portuguesa

Os principais são:
4. Os pronomes oblíquos tônicos, quando precedidos da Vossa Alteza (V.A.) → Príncipe, Duques
preposição com, combinam-se com ela, originando as Vossa Majestade (V.M.) → Reis
formas: comigo, contigo, consigo, conosco, convosco. Vossa Santidade (V.S.) → Papas
Vossa Eminência (V.Emª.) → Cardeais
Emprego dos Pronomes Pessoais Vossa Excelência (V.Exª.) → Autoridades em geral

a) Os pronomes oblíquos me, nos, te, vos e se podem * Ver Manual de Redação da Presidência da República, para usos
indicar que a ação praticada pelo sujeito reflete-se no próprio conforme normas de redação oficial.

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Observação: Pronomes Indefinidos
Existem, para os pronomes de tratamento, duas formas
distintas: Vossa (Majestade, Excelência etc.) e Sua (Majesta- Pronomes indefinidos são pronomes que se referem à 3ª
de, Excelência etc.). Você deve usar a forma Vossa quando pessoa gramatical (pessoa de quem se fala), quando consi-
estiver falando com a própria pessoa e usar a forma Sua derado de modo vago e indeterminado.
quando estiver falando a respeito da pessoa. Acredita em tudo que lhe dizem certas pessoas.
Vossa Majestade é cruel. (falando com o rei)
Sua Majestade é cruel. (falando a respeito do rei) Quadro dos pronomes indefinidos

Pronomes Possessivos
Variáveis Invariáveis
Pronomes possessivos são aqueles que se referem às algum(ns); alguma(s) alguém
três pessoas gramaticais (1ª, 2ª e 3ª), indicando o que cabe nenhum(ns); nenhuma(s) ninguém
ou pertence a elas. todo(s); toda(s) tudo
Tuas opiniões são iguais às minhas. outro(s); outra(s) outrem
• tuas: pronome possessivo correspondente à 2ª pessoa muito(s); muita(s) nada
do singular (tu). pouco(s); pouca(s) cada
• minhas: pronome possessivo correspondente à 1ª certo(s); certa(s) algo
pessoa do singular (eu). tanto(s); tanta(s)
quanto(s); quanta(s)
É importante fixar bem que há uma relação entre os pro- qualquer; quaisquer
nomes possessivos e os pronomes pessoais.
Observe atentamente o quadro abaixo: Observação:
Um pronome indefinido pode ser representado por ex-
pressões formadas por mais de uma palavra. Tais expressões
Pronomes pessoais Pronomes possessivos
são denominadas locuções pronominais. As mais comuns
eu → meu, minha, meus, minhas são: qualquer um, todo aquele que, um ou outro, cada um,
seja quem for.
tu → teu, tua, teus, tuas Seja qual for o resultado, não desistiremos.
ele → seu, sua, seus, suas
nós → nosso, nossa, nossos, nossas Pronomes Interrogativos
vós → vosso, vossa, vossos, vossas Pronomes interrogativos são aqueles empregados para
eles → seu, sua, seus, suas fazer uma pergunta direta ou indireta. Da mesma forma que
ocorre com os indefinidos, os interrogativos também se re-
Emprego dos Pronomes Possessivos ferem, de modo vago, à 3ª pessoa gramatical.
Os pronomes interrogativos são os seguintes:
a) Quando são usados pronomes de tratamento (V.Sª, Que, quem, qual, quais, quanto(s) e quanta(s).
V.Excia etc.), o pronome possessivo deve ficar na 3ª pessoa
Que horas são? (frase interrogativa direta)
(do singular ou do plural) e não na 2ª pessoa do plural.
Gostaria de saber que horas são. (interrogativa indireta)
Vossa Majestade depende de seu povo.
Quantas crianças foram escolhidas?

Pron. tratamento 3ª pessoa
Pronomes Relativos
Vossas Majestades confiam em seus conselheiros?
Vamos supor que alguém queira transmitir-nos duas in-
Pron. tratamento 3ª pessoa formações a respeito de um menino. Esse alguém poderia
falar assim:
b) Os pronomes possessivos seu(s) e sua(s) podem se Eu conheço o menino. O menino caiu no rio.
referir tanto à 2ª pessoa (pessoa com quem se fala), como
à 3ª pessoa (pessoa de quem se fala). Mas essas duas informações poderiam também ser trans-
Sua casa foi vendida (sua = de você) mitidas utilizando-se não duas frases separadas, mas uma
Sua casa foi vendida (sua = dele, dela) única frase formada por duas orações. Com isso, seria evitada
a repetição do substantivo menino. A frase ficaria assim:
Essa dupla possibilidade de uso de tais pronomes pode

gerar ambiguidade ou frases com duplo sentido. Quando isso
Eu conheço o menino que caiu no rio.
ocorrer, você deve procurar trocar os pronomes seu(s) e sua(s)
por dele(s) ou dela(s), a fim de tornar a frase mais clara.
Língua Portuguesa

1ª oração 2ª oração
c) Os pronomes seu(s) e sua(s) são usados tanto para 3ª
pessoa do singular como para 3ª pessoa do plural (confira Observe que a palavra que substitui, na segunda oração,
tal afirmação no quadro acima). a palavra menino, que já apareceu na primeira oração. Essa
é a função dos pronomes relativos.
d) Os pronomes possessivos podem, em muitos casos, Podemos dizer, então, que pronomes relativos são os que
ser substituídos por pronomes oblíquos equivalentes. se referem a um substantivo anterior a eles, substituindo-o
A chuva molha-me o rosto. (= molha meu rosto). na oração seguinte.

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Quadro dos pronomes relativos EXERCÍCIOS
Variáveis
Invariáveis (Cespe/Prefeitura do Rio Branco) À semelhança do Brasil, o
Masculino Feminino Acre compõe-se de uma grande diversidade de povos indí-
o qual, os quais, a qual, as quais, genas, cujas situações frente à sociedade nacional também
que, quem, são muito variadas.
cujo, cujos, quanto, cuja, cujas,
onde, como 1. A substituição de “cujas” por as quais mantém a correção
quantos quanta, quantas
gramatical do período e as relações lógicas originais.
Observações:
• Como relativo, o pronome que é substituível por o qual, Analisando o emprego do pronome relativo CUJO
a qual, os quais, as quais. • acompanha substantivo posterior;
Já li o livro que comprei. (= livro o qual comprei) • refere-se a substantivo anterior;
• sentido de posse;
• Há frases em que a palavra retomada, repetida pelo • varia com a palavra posterior.
pronome relativo, é o pronome demonstrativo o, a,
os, as. Observo os povos indígenas cujo líder é guerreiro.
Ele sempre consegue o que deseja. Observo os povos indígenas cuja cultura é milenar.
Observo as tribos indígenas cujos líderes são guerreiros.
pron. dem. pron. relativo Observo as tribos indígenas cujas culturas são milenares.
(= aquilo) (o qual)
Cuidado!
• O relativo quem só é usado em relação a pessoas e São estruturas inadequadas as seguintes:
aparece sempre precedido de preposição. Observo os povos indígenas que o líder é guerreiro.
O professor de quem você gosta chegou. Observo os povos indígenas que o líder deles é guerreiro.

pessoa preposição Regra:
Para “ligar” dois substantivos com relação de posse entre
• O relativo cujo (e suas variações) é, normalmente, em- si, somente é correto no padrão da Língua Portuguesa o
pregado entre dois substantivos, estabelecendo entre emprego do relativo cujo e suas variações.
eles uma relação de posse e equivale a do qual, da
qual, dos quais, das quais. (PMVTEC/Analista) Na saúde, o município destaca o proje-
Compramos o terreno cuja frente está murada. (cuja to MONICA – Monitoramento Cardiovascular –, em que se
frente = frente do qual) quantificou o risco de a população de Vitória na faixa de 25
a 64 anos ter problemas cardiovasculares.
Note que após o pronome cujo (e variações) não se 2. Mantendo-se a correção gramatical do período, o trecho
usa artigo. Por isso, deve-se dizer, por exemplo: “em que se quantificou” poderia ser reescrito da seguinte
Visitei a cidade cujo prefeito morreu, e não: maneira: por meio do qual se quantificou.
Visitei a cidade cujo o prefeito morreu.
(PMVSEMUS/Médico) Texto dos itens 3, 4 e 5:
• O relativo onde equivale a em que. Preocupam-se mais com a AIDS do que os meninos e as me-
Conheci o lugar onde você nasceu. ninas da África do Sul, onde a contaminação segue em ritmo
alarmante. Chegam até a se apavorar mais com a gripe do
(em que) frango do que as crianças chinesas, que conviveram com a
epidemia. Esses dados constam de uma pesquisa inédita que
• Quanto(s) e quantas(s) só são pronomes relativos se ouviu 2.800 crianças com idade entre 8 e 15 anos das classes
estiverem precedidos dos indefinidos tudo, tanto(s), A e C em catorze países.
tanta(s), todo(s), toda(s). 3. Preservam-se as ideias e a correção gramatical do texto
Sempre obteve tudo quanto quis. ao se substituir o pronome “onde” por cuja, apesar de
o texto tornar-se menos formal.
indefinido relativo
Estudando o pronome relativo ONDE
Outros exemplos de reunião de frases por meio de pro- Observe:
nomes relativos: Visitei o bairro. Você mora no bairro.
Eu visitei a cidade. Você nasceu na cidade. Note que no = em + o.
Então: Visitei o bairro no qual você mora.
onde Note que no qual = em + o qual.
Eu visitei a cidade em que você nasceu.
na qual Empregando onde, teremos:
Visitei o bairro onde você mora.
Observe que, nesse exemplo, antes dos relativos que e
qual houve a necessidade de se colocar a preposição em, que é Regras:
Língua Portuguesa

exigida pelo verbo nascer (quem nasce, nasce em algum lugar). • onde só pode se referir a um lugar;
Você comprou o livro. Eu gosto do livro. • podemos substituir onde por no qual e suas variações;
• podemos substituir onde por em que.
de que
Você comprou o livro eu gosto.
do qual ONDE versus AONDE
Observe:
Da mesma forma que no exemplo anterior, aqui houve Visitei o bairro onde você mora. (Quem mora, mora em...)
a necessidade de se colocar a preposição de, exigida pelo Visitei o bairro aonde você foi. (Quem foi, foi a...)
verbo gostar (quem gosta, gosta de alguma coisa). Então: aonde = a + onde.

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Pronomes Demonstrativos Senhor Governador,
Informo a V. Exa. que esta Casa colocará em pauta na
Pronomes demonstrativos são os que indicam a posição quarta-feira próxima a análise do projeto que destina
ou o lugar dos seres, em relação às três pessoas gramaticais. verba para reforma do Ginásio Américo de Almeida.
Aquela casa é igual à nossa. Essa Governadoria pode aguardar informativo na
quinta-feira.
Pron. dem.
Exemplo 2:
Quadro dos pronomes demonstrativos Aqui nesta sala onde estamos, às vezes, escutamos vo-
zes vindas daquela sala onde estão tendo aula de Finanças
Variáveis Invariáveis Públicas.
este, esta, estes, estas isto
2) Para referência a termos anteriores e posteriores
esse, essa, esses, essas isso
Regra:
aquele, aquela, Para termos a serem mencionados: este, esta, isto.
aquilo
aqueles, aquelas Para termos já mencionados: esse, essa, isso.
o, a, os, as o
3) Para referência a termos anteriores separadamente
Atenção! Regra:
Também podem funcionar como pronomes demonstra- Para referência ao primeiro mencionado: aquele, aquela,
tivos as palavras: o(s), a(s), mesmo(s), semelhante(s), aquilo.
tal e tais, em frases como: Para referência ao último mencionado: este, esta, isto.
Chegamos hoje, não o sabias? (o = isto) Para referência ao termo entre o primeiro e o último:
Quem diz o que quer, ouve o que não quer. (o = aquilo) esse, essa, isso.
Tais coisas não se dizem em público! (tais = estas)
4. (AFRF) Em relação aos elementos que constituem a coe­
É importante saber distinguir quando temos artigo o, são do texto abaixo, assinale a opção correta.
a, os, as e quando pronomes demonstrativos o, a, os, as.
O livro que você trouxe não é o que te pedi. 1 O caráter ético das relações entre o cidadão e o
– Note que o equivale a aquele. poder está naquilo que limita este último e, mais que
A revista que você trouxe não é a que te pedi. isso, o orienta. Os direitos humanos, em sua primei-
– Note que a equivale a aquela. 4 ra versão, como direitos civis, limitavam a ação do
Pode fazer o que você quiser. Estado sobre o indivíduo, em especial na qualidade
– Note que o equivale a aquilo. que este tivesse, de proprietário. Com a extensão
7 dos direitos humanos a direitos políticos e sobretudo
Cuidado! sociais, aqueles passam – pelo menos idealmente
Artigo pressupõe um substantivo ligado a ele na expressão. – a fazer mais do que limitar o governante: devem
O livro, a revista, o grande e precioso livro, a nova e in- 10 orientar sua ação. Os fins de seus atos devem estar di-
teressante revista. recionados a um aumento da qualidade de vida, que
não se esgota na linguagem dos direitos humanos,
São três situações de uso dos pronomes demonstrativos: 13 mas tem nela, ao menos, sua condição necessária,
este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas, isso, ainda que não suficiente.
aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
1) Para referência a objetos em relação às pessoas que a) Em “o orienta” (l. 3), “o” refere-se a “cidadão” (l. 1).
participam de um diálogo (pessoas do discurso). b) Em “este tivesse” (l. 6), “este” refere-se a “Estado” (l. 5).
c) Em “aqueles passam” (l. 8), “aqueles” refere-se a “di-
Regra: reitos políticos” (l. 7).
Primeira pessoa: eu, nós (pessoa que fala). Deve-se em- d) “sua ação” (l. 10) e “seus atos” (l. 10) remetem ao
pregar este, esta, isto com referência a objeto próximo de mesmo referente: “proprietário” (l. 6).
quem fala. e) “sua condição” (l. 13) refere-se a “um aumento na
Segunda pessoa: tu, vós, você (pessoa que ouve). Deve- qualidade de vida” (l. 11).
-se empregar esse, essa, isso com referência a objeto pró-
ximo de quem ouve. (PMDF/Médico)
Terceira pessoa: ele, ela, eles, elas (pessoa ou assunto
da conversa). Deve-se empregar aquele, aquela, aquilo com 1 Notaria apenas que, em nossos dias, as regiões
referência a objeto distante tanto de quem fala, como de onde essa grade é mais cerrada, onde os buracos
quem ouve. negros se multiplicam, são as regiões da sexualidade
4 e as da política: como se o discurso, longe de ser
Língua Portuguesa

Exemplo 1: elemento transparente ou neutro no qual a sexua-


• Correspondência do Governador para o Presidente da lidade se desarma e a política se pacifica, fosse um
Assembleia Legislativa. 7 dos lugares onde elas exercem, de modo privilegiado,
Senhor Presidente, alguns de seus mais temíveis poderes. Por mais que
Solicito a V. Exa. que essa Casa Legislativa analise com o discurso seja aparentemente bem pouca coisa, as
urgência o projeto que destina verba para reforma do 10 interdições que o atingem revelam logo, rapidamen-
Ginásio Estadual Américo de Almeida. te, sua ligação com o desejo e com o poder.
• Resposta do Presidente da Assembleia Legislativa para Nisto não há nada de espantoso, visto que o
o Governador. 13 discurso — como a psicanálise nos mostrou — não

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é simplesmente aquilo que manifesta (ou oculta) o 13. Os pronomes “essa” e “dela” são flexionados no feminino
desejo; é, também, aquilo que é objeto do desejo; e porque remetem ao mesmo referente do pronome em
16 visto que — isto a história não cessa de nos ensinar “completá-la”.
— o discurso não é simplesmente aquilo que traduz 14. Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual,
as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo por ao se retirar do texto a expressão “que são”.
19 que, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos
apoderar. É preciso sublinhar o fato de que todas as posições existen-
ciais necessitam de pelo menos duas pessoas cujos papéis
Julgue os itens, relativos às estruturas linguísticas do texto. combinem entre si. O algoz, por exemplo, não pode conti-
5. Preservam-se a correção gramatical e o sentido do texto nuar a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima procurará
se o pronome “onde” (l. 2) for substituído por as quais. seu salvador e este último, uma vítima para salvar.
6. A expressão “no qual” (l. 5) tem como referente a ex- 15. O pronome “cujos” atribui a “pessoas” a posse de uma
pressão “elemento transparente ou neutro”. característica que também pode ser expressa da seguinte
7. O pronome “aquilo” (l. 14 e 17) pode ser substituído maneira: com papéis que combinem entre si.
por o, sem prejuízo do sentido original e de correção
gramatical. (MS/Agente) “Tempo é Vida” é o bordão da campanha, que
8. O pronome “isto” (linha 16) recupera o sentido do trecho expressa o apelo daqueles que estão à espera de um trans-
“visto que o discurso (…) desejo”. (l. 12-15) plante.
16. A substituição de “daqueles” por dos prejudica a correção
(TCE-AC/Analista) Há umas ocasiões oportunas e fugitivas, gramatical e a informação original do período.
em que o acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia;
outras vezes, ao contrário, as primas de Sapucaia são an- (TRT1ª R/Analista) A raça humana é o cristal de lágrima / Da
tes um benefício do que um infortúnio. Era à porta de uma lavra da solidão / Da mina, cujo mapa / Traz na palma da mão.
igreja. Eu esperava que as minhas primas Claudina e Rosa 17. A respeito do emprego dos pronomes relativos, assinale
tomassem água benta, para conduzi-las à nossa casa, onde a opção correta.
estavam hospedadas. a) É correto colocar artigo após o pronome relativo cujo
9. Na oração “em que o acaso nos inflige duas ou três pri- (cujo o mapa, por exemplo).
mas de Sapucaia”, a substituição de “em que” por onde b) O relativo cujo expressa lugar, motivo pelo qual apare-
manteria o sentido original e a correção gramatical do ce no texto ligado ao substantivo mapa na expressão
texto. “cujo mapa”.
c) O pronome cujo é invariável, ou seja, não apresenta
(Cariacica/Assistente Social) Em alguns segmentos de nossa flexões de gênero e número.
d) O pronome relativo quem, assim como o relativo que,
sociedade, o trabalho fora de casa é considerado inconve-
tanto pode referir-se a pessoas quanto a coisas em
niente para o sexo feminino. É óbvio que a participação de
geral.
um indivíduo em sua cultura depende de sua idade. Mas é
e) O pronome relativo que admite ser substituído por o
necessário saber que essa afirmação permite dois tipos de
qual e suas flexões de gênero e número.
explicações: uma de ordem cronológica e outra estritamente
cultural. (DFTrans/Analista) Ao se criticar a concepção da linguagem
10. A expressão “essa afirmação” retoma a ideia de que o como representação do outro e para o outro, não se a de-
trabalho fora de casa pode ser considerado inconveniente sautoriza nem sequer a refuta.
para as mulheres. 18. Mantêm-se a coerência e a correção da estrutura sintá-
tica e das relações semânticas do texto ao se inserir o
(Iema-ES/Advogado) O destino dos compostos orgânicos pronome se logo após “sequer”.
no meio ambiente, dos mata-matos aos medicamentos, é
largamente decidido pelos micróbios. Esses organismos que-
Pronomes Pessoais Oblíquos
bram alguns compostos diretamente em dióxido de carbono
(CO2), mas outros produtos químicos permanecem no meio (Emprego e Colocação Pronominal)
ambiente por anos, absolutamente intocados.
o, a, os, as → somente no lugar de trechos sem prepo-
11. O termo “Esses organismos” está empregado em referên-
sição inicial.
cia a “mata-matos” e “medicamentos”, ambos na mesma
lhe, lhes → somente no lugar de trechos com preposição
linha.
inicial.
Devemos dar valor aos pais. → Devemos dar-lhes valor.
(BB/Escriturário) Em meio a uma crise da qual ainda não sabe
Amo os pais. → Amo-os.
como escapar, a União Europeia celebra os 50 anos do Tra- Apertei os pregos da caixa. → Apertei-lhe os pregos.
tado de Roma, pontapé inicial da integração no continente. Apertei os pregos da caixa. → Apertei-os.
12. O emprego de preposição em “da qual” atende à regência
do verbo “escapar”.
Língua Portuguesa

Cuidado!
Pronomes que podem ficar no lugar de trechos com ou
(TRT 9ª R/Analista) Relação é uma coisa que não pode exis- sem preposição: me, te, se, nos, vos.
tir, que não pode ser, sem que haja uma outra coisa para Eu lhe amo. (errado)
completá-la. Mas essa “outra coisa” fica sendo essencial Eu te amo. (certo)
dela. Passa a pertencer à sua definição específica. Muitas Eu a amo. (certo)
vezes ficamos com a impressão, principalmente devido aos Dei-lhe amor. (certo)
exemplos que são dados, de que relação seja algo que “une”, Dei-te amor. (certo)
que “liga” duas coisas. Dei-a amor. (errado)

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Alterações gráficas dos pronomes Correção: Tenho-me dedicado. (Portugal)
Verbo com final -r, -s, -z, diante de pronomes o, a, os, as. Tenho me dedicado. (Brasil)
Vamos cantar os hinos. →Vamos cantá-los.
Cantamos os hinos. → Cantamo-los. • Não escrever esses pronomes após verbo no futuro:
Fiz o relatório. → Fi-lo. Ele faria-me um favor. (errado)
Ele me faria um favor. (correto)
Verbo com final -m, -ão, -õe, diante de pronomes o, a,
os, as. Casos de próclise obrigatória
Eles cantam os hinos. → Eles cantam-nos. 1. Advérbios.
Pais dão presentes aos filhos. → Pais dão-nos aos filhos. 2. Negações.
Põe o livro aqui. → Põe-no aqui. 3. Conjunções subordinativas (que, se, quando, embora
etc.).
19. (S. Leopoldo-RS/Advogado) A substituição das palavras 4. Pronomes relativos (que, o qual, onde, quem, cujo).
grifadas pelo pronome está incorreta em: 5. Pronomes demonstrativos (este, esse, aquele, aquilo).
a) “que transpõe um conceito moral” – que o transpõe. 6. Pronomes indefinidos (algo, algum, tudo, todos, vários
b) Em “a democracia convida a um perpétuo exercício de etc.).
reavaliação. Isso quer dizer que, para bem funcionar, 7. Exclamações.
exige crítica. Substituir “exige crítica” por exige-a. 8. Interrogações.
c) “o que expõe o Brasil” – o que o expõe. 9. Em mais pronome mais gerúndio (-ndo).
d) “seria extirpar suas camadas iletradas” – seria extir-
par-lhes. Observação:
e) “mais apto a exercer a crítica” – mais apto a exercê-la. Em caso de não ser obrigatória a próclise, então ela
será facultativa.
20. (Guarapari/Técnico de Informática) A substituição do
segmento grifado pelo pronome está feita de modo in- 22. Julgue os itens seguintes, quanto à colocação pronominal.
correto em: a) Jamais devolver-te-ei aquela fita.
a) “o privilégio de acessar o caminho da universidade” b) Deus pague-lhe esta caridade!
= o privilégio de acessá-lo. c) Tenho dedicado-me ao estudo das plantas.
b) “no final têm que saltar o muro do vestibular” = no d) Ali fazem-se docinhos e salgadinhos.
final têm que saltar-lhe. e) Te amo, Maria!
c) “ficam impedidos de desenvolver seus talentos” = f) Algo vos perturba?
ficam impedidos de desenvolvê-los. g) Eu me feri.
d) “perdendo a proteção de escolas especiais desde a h) Eu feri-me.
infância” = perdendo-a desde a infância. i) Eu não feri-me.
e) “Injusta porque usa seus recursos” = injusta porque j) O rapaz que ofendeu-te foi repreendido.
os usa. k) Em me chegando a notícia, tratarei de divulgá-la.
Colocação dos pronomes oblíquos átonos: me, te, se, Colocando pronomes na locução verbal
nos, vos, o, a, os, as, lhe, lhes.
Pronome antes do verbo chama-se próclise: Regra:
Eu te amo. Você me ajudou. • Se não houver caso de próclise, o pronome está livre.
Pronome depois do verbo chama-se ênclise: • Se houver caso de próclise, o pronome só pode ficar
Eu amo-te. Você ajudou-me. antes do verbo auxiliar ou após o verbo principal, sem-
pre respeitadas as regras básicas.
Pronome no meio da estrutura do verbo chama-se me-
sóclise: 23. Julgue as alternativas em C ou E.
Amar-te-ei. Ajudar-te-ia. a) Elas lhe querem obedecer.
b) Elas querem-lhe obedecer.
21. (Seplan/MA) Quanto aos jovens de hoje, falta a estes c) Elas querem obedecer-lhe.
jovens maior perspectiva profissional, sem a qual não d) Elas não querem-lhe obedecer.
há como motivar estes jovens para a vida que os espera. e) Elas não querem obedecer-lhe.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituin-
do-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: Casos de ênclise obrigatória
a) faltam-lhes - motivar-lhes. 1. Verbo no início de oração:
b) falta-lhes - motivar-lhes. Me trouxeram este presente. (errado)
c) lhes falta - lhes motivar. Trouxeram-me este presente. (certo)
d) falta-lhes - motivá-los.
e) lhes faltam - os motivar. 2. Verbo no imperativo afirmativo:
Vá ali e me traga uma calça. (errado)
Língua Portuguesa

Colocação Pronominal Vá ali e traga-me uma calça. (certo)

Pronomes oblíquos átonos: me, nos, te, vos, se, o, a, lhe. Casos de mesóclise obrigatória
A mesóclise é obrigatória somente se o verbo no futuro
Regras básicas: iniciar a oração:
• Não iniciar oração com pronome oblíquo átono: Te darei o céu. (errado)
Me dedico muito ao trabalho. (errado) Dar-te-ei o céu. (certo)
• Não escrever tais pronomes após verbo no particípio: Eu te darei o céu. (certo)
Tenho dedicado-me. (errado). Eu dar-te-ei o céu. (certo)

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Observação: EMPREGO/CORRELAÇÃO DE TEMPOS E
Se houver caso de próclise, prevalece o pronome antes MODOS VERBAIS
do verbo.
Eu não te darei o céu. (certo)
Eu não dar-te-ei o céu. (errado) Tempos Verbais

Cuidado! Para visualizar e memorizar melhor, vamos esquematizar os


Verbo no infinitivo fica indiferente aos casos de próclise. tempos e modos verbais com suas desinências (terminações).
É importante não se irritar à toa. (certo) No esquema a seguir, observe as letras a, b, c, d, e, f, g,
É importante não irritar-se à toa. (certo) h, i. Essas letras representam os tempos verbais.
Já as letras I e S representam os modos indicativo e sub-
24. “Encontrará lavrado o campo”. Com pronome no lugar juntivo, respectivamente.
de “campo”, escreveríamos assim: Em cada tempo, observe a terminação que o verbo ado-
a) encontrará-o lavrado tará, conforme a conjugação.
b) encontrará-lhe lavrado 1 – primeira conjugação: final – ar. Cantar.
c) encontrar-lhe-á lavrado 2 – segunda conjugação: final – er. Comer.
d) lhe encontrará lavrado 3 – terceira conjugação: final – ir. Sorrir.
e) encontrá-lo-á lavrado
I – Modo Indicativo S – Modo Subjuntivo
(Abin/Analista) Em 2005, uma brigada completa, atualmente a – presente g – presente
instalada em Niterói – com aproximadamente 4 mil soldados –, b – futuro do presente h – futuro
será deslocada para a linha de divisa com a Colômbia. c – futuro do pretérito i – pretérito imperfeito
25. A substituição de “será deslocada” por deslocar-se-á d – pretérito imperfeito
mantém a correção gramatical do período. e – pretérito perfeito
f – pretérito mais-que-perfeito
26. (Metrô-SP/Advogado) O termo grifado está substituído
de modo incorreto pelo pronome em:
a) Como forma de motivar funcionários = como forma
Padrão dos Verbos Regulares
de motivar-lhes.
Na primeira pessoa singular (EU)
b) De que todos na empresa tenham habilidades múlti-
plas = de que todos as tenham.
c b
c) Para obter sucesso = para obtê-lo.
1 – ria 1 – rei
d) Essas mudanças causam perplexidade = essas mudan-
2 – ria 2 – rei
ças causam-na.
3 – ria 3 – rei
e) As pessoas buscam novas regras = as pessoas bus-
cam-nas.

27. (TRT 19ª R) Antonio Candido escreveu uma carta, fez a


cópias da carta e enviou as cópias a amigos do Rio. Subs- 1–o
tituem de modo correto os termos sublinhados na frase, 2–o
respectivamente,
3–o
a) destas – enviou-as
b) daquela – os enviou
c) da mesma – enviou-lhes
d) delas – lhes enviou
e) dela – as enviou d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
1 – ava 1 – ei 1 – ara
28. Assinale abaixo a alternativa que não apresenta correta 2 – ia 2 – i 2 – era
colocação dos pronomes oblíquos átonos, de acordo com 3 – ia 3 – i 3 – ira
a norma culta da língua portuguesa:
a) Eu vi a menina que apaixonou-se por mim na juven-
tude. h
b) Agora se negam a falar. 1-r
c) Não te afastes de mim. 2-r
d) Muitos se recusaram a trabalhar. (se/ quando) 3-r

GABARITO
Língua Portuguesa

1. E 9. E 17. e 24. e
2. C 10. E 18. C 25. C
3. E 11. E 19. e 26. a g 1–e
4. e 12. C 20. b 27. e (que) 2–a
5. E 13. E 21. d 28. a 3–a
6. C 14. C 22. E E E E E i (se) 1-asse
7. C 15. C CCCEEC 2-esse
8. E 16. E 23. C C C E C 3-isse

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EXERCÍCIOS Nas provas de concursos em geral, podemos observar
que basta conhecer a conjugação de nove verbos irregulares.
Conjugue os verbos cantar, vender e partir em todos os E, melhor ainda, basta conhecer bem três tempos verbais
tempos simples. em que as questões incidem mais. É claro que não ficamos
dispensados de conhecer todos os tempos verbais.
Esses verbos mais importantes formam famílias de verbos
Verbos irregulares sofrem mudança de letra e som no derivados deles. O resultado é que ficamos sabendo, por
radical e ou nas terminações padronizadas acima, para ver- tabela, um número grande de verbos.
bos regulares. Repito: muda letra e som. Não basta mudar São eles: ser, ir, ver, vir, intervir, ter, pôr, haver, reaver.
letra para ser verbo irregular.
Certa vez a prova do concurso do Senado perguntou se Conjugação dos Verbos Irregulares Ver e Vir
o verbo “agir” é irregular. Vamos fazer o teste?
O teste consiste em conjugar o verbo em uma pessoa c b
qualquer, no presente, no passado e no futuro. Se for regu- 2 – veria 2 – verei
lar, o verbo passa no teste completo, mantém-se inalterado. 3 – viria 3 – virei
Talvez mude letra, mas não muda o som.
Já para ser irregular, o verbo só precisa de uma mudança a
em um desses tempos. 2 – vejo
3 – venho
TESTE:
d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
Verbo Presente Passado Futuro Classifi- 2 – via 2 – vi 2 – vira
cação 3 – vinha 3 – vim 3 – viera
Agir Eu ajo Eu agi Eu agirei Regular
(muda só (no padrão) (no padrão) h
letra) (se / quando) 2 – vir
3 – vier
Fazer Eu faço Eu fiz Eu farei Irregular
(mudou (mudou Observe
letra e letra e som) que perde g
som) o “z”. (que) 2 – veja
3 – venha
Observação:
Alguns verbos sofrem tantas alterações que seu radical i
desaparece e muda totalmente ao longo da conjugação. Cha- (se) 2 – visse
mamos tais verbos de anômalos: SER e IR. 3 – viesse
EXERCÍCIOS
Conjugação dos Dois Verbos Anômalos: Ser e Ir
Conjugue os verbos ver e vir em todos os tempos simples.
c b Conjugação dos Verbos Irregulares Haver, Ter e Pôr
2 – seria 2 – serei
3 – iria 3 – irei c b
haveria haverei
teria terei
a poria porei
2 – sou
3 – vou a
hei
d (antigamente) e (ontem) f (outrora) tenho
2 – era 2 – fui 2 – fora ponho
3 – ia 3 – fui 3 – fora d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
havia houve houvera
h tinha tive tivera
(se / quando) 2 – for punha pus pusera
3 – for
h
(se / quando) houver
tiver
g puser
(que) 2 – seja
3 – vá
Língua Portuguesa

g
i
(que) haja
(se) 2 – fosse
3 – fosse tenha
ponha
i
EXERCÍCIOS (se) houvesse
tivesse
Conjugue os verbos ser e ir em todos os tempos simples. pusesse

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EXERCÍCIOS Os tempos podem assumir duas formas:
• Simples: um só verbo: Estudo Francês. Terminamos o
Conjugue os verbos haver, ter e pôr em todos os tempos livro. Faremos revisão.
simples. • Composto: verbos “ter” ou “haver” com particípio:
tenho estudado, tínhamos estudado, haveremos feito.
Verbos defectivos apresentam falhas na conjugação. Mas
tenha cuidado: a falha ocorre apenas no presente. Esses Flexão de Modo
verbos não serão defectivos no passado, nem no futuro.
Modo Indicativo
Flexão Verbal
Verbo é a palavra variável que expressa: Indica atitude do falante e condições do fato.
• ação (estudar) O modo indicativo traduz geralmente a segurança: Estu-
• posse (ter, possuir) dei. Não agi mal. Amanhã chegarão os convites.
• fato (ocorrer)
• estado (ser, estar) Tempos do Modo Indicativo
• fenômeno (chover, ventar), situados no tempo: chove Presente: basicamente significa o fato realizado no mo-
agora, choveu ontem, choverá amanhã. mento da fala. Ele estuda Francês. A prova está fácil.
Pode significar também:
Conjugação é a distribuição dos verbos em sistemas con- • Permanência: O Sol nasce no Leste. José é pai de Jesus.
forme a terminação do infinitivo: A Constituição exige isonomia.
-ar → cantar, estudar: primeira conjugação • Hábito: Márcio leciona Português. Vou ao cinema todos
-er → ver, crer: segunda conjugação os domingos.
-ir → dirigir, sorrir: terceira conjugação. • Passado histórico: Cabral chega ao Brasil em 1500.
Militares governam o Brasil por 20 anos.
As vogais a, e, i dessas terminações chamam-se vogais • Futuro próximo: Amanhã eu descanso. No próximo ano,
temáticas. Somente “pôr” e derivados (compor, repor) ficam o país tem eleições.
sem vogal temática no infinito, mas têm nas conjugações: • Pedido: Você me envia os pedidos do memorando
põe, pusera etc. amanhã.
• Radical: é a parte invariável do verbo no infinitivo, re-
tirada a vogal temática e a desinência “-r”: cant-, cr-,
O presente dos verbos regulares se forma com adição ao
dirig-.
radical das terminações:
• Tema: é o resultado de juntar a vogal temática ao ra-
dical: canta-, cre-, dirigi-. • 1a conjugação: -o, -as, -a, -amos, -ais, -am: canto, can-
• Rizotônica: é a forma verbal com vogal tônica no radi- tas, canta, cantamos, cantais, cantam.
cal: estUda, vIvo, vImos. • 2a conjugação: -o, -es, -e, -emos, -eis, -em: vivo, vives,
• Arrizotônica: é a forma verbal com vogal tônica fora vive, vivemos, viveis, vivem.
do radical: estudAmos, vivEis, virIam. • 3a conjugação: -o, -es, -e, -imos, -is, -em: parto, partes,
• Flexão verbal: pode ser de número (singular e plural), parte, partimos, partis, partem.
de pessoa (primeira, segunda, terceira) ou de tempo e
modo. Pretérito imperfeito
– flexão de número: no singular, eu aprendo, ele che- Passado em relação ao momento da fala, mas simultâneo
ga; no plural, nós aprendemos, eles chegam. em relação a outro fato passado. Pode significar:
– flexão de pessoa: na primeira pessoa, ou emissor • Hábitos no passado: Quando jogava no Santos, Pelé
da mensagem, eu canto, nós cantamos; eu venho, fazia gols espetaculares.
nós vimos. Na segunda pessoa, o receptor da men- • Descrição no passado: Ela parecia satisfeita. A estrada
sagem: tu cantas, vós cantais; tu vens, vós viestes. fazia uma curva fechada.
Obs.: Quando “vós” se refere a uma só pessoa, indica • Época: Era tempo da seca quando Fabiano emigrou.
singular apesar de tomar a flexão plural: Senhor, Vós • Simultaneidade: Paulo estudava quando cheguei. Es-
que sois todo poderoso, ouvi minha prece. tava conversando quando a criança caiu.
• Frequência, causa e consequência: Eu sorria quando
Flexão de Tempo ela chegava.
• Ação planejada, mas não feita: Eu ia estudar, mas
Situa o momento do fato: presente, pretérito e futuro.
São três tempos primitivos: infinitivo impessoal, presente chegou visita. Pretendíamos chegar cedo, mas houve
do indicativo e pretérito perfeito simples do indicativo. congestionamento.
• Fábulas, lendas: Era uma vez um professor que canta-
Derivações: va...
• Do infinitivo impessoal, surge o pretérito imperfeito • Fato preciso, exato: Duas horas depois da prova, o ga-
barito saía no site da banca.
Língua Portuguesa

do indicativo, o futuro do presente do indicativo, o


futuro do pretérito do indicativo, o infinitivo pessoal,
o gerúndio e o particípio. O imperfeito se forma com adição ao radical das termi-
• Da primeira pessoa do singular (eu) do presente do nações a seguir (exceto ser, ter, vir e pôr):
indicativo, obtemos o presente do subjuntivo. • 1a conjugação: -ava, -avas, -ava, -ávamos, -áveis, -avam:
• Da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito sim- cantava, cantavas, cantava, cantávamos, cantáveis,
ples do indicativo, encontramos o pretérito mais que cantavam.
perfeito do indicativo, o pretérito imperfeito do sub- • 2a e 3a conjugação: -ia, -ias, -ia, -íamos, -íreis, -iam:
juntivo e o futuro do subjuntivo. vivia, vivias, vivia, vivíamos, vivíeis, viviam.

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Pretérito perfeito simples Futuro do presente composto
Ação passada terminada antes da fala. Forma-se, nos Indica:
verbos regulares, com adição ao radical das terminações: • Futuro realizado antes de outro futuro: Já teremos lido
• 1ª conjugação: -ei, -aste, -ou, -amos, -astes, -aram: can- o livro quando o professor perguntar.
tei, cantaste, cantou, cantamos, cantastes, cantaram. • Possibilidade: Já terão chegado?
• 2ª conjugação: -i, -este, -eu, -emos, -estes, -eram: vivi,
viveste, viveu, vivemos, vivestes, viveram. Forma-se com o futuro do presente de ter (ou haver)
• 3ª conjugação: -i, -iste, -iu, -imos, -istes, -iram: parti, mais o particípio: teremos lido, haveremos lido.
partiste, partiu, partimos, partistes, partiram.
Futuro do pretérito simples
Pretérito perfeito composto • Futuro em relação a um passado: Ele me disse que
Indica repetição ou continuidade do passado até o pre- estaria aqui até as 17h.
sente: Tenho feito o melhor possível. Não temos nos preju- • Hipóteses, suposições: Iríamos se ele permitisse.
dicado. • Incerteza sobre o passado: Quem poderia com isso?
Forma-se com o presente do indicativo de ter (ou haver) Ele teria 25 anos quando se formou.
mais o particípio. • Surpresa ou indignação: Nunca aceitaríamos tal humi-
lhação! Seria possível uma crise assim?
Pretérito mais que perfeito simples • Desejo presente de modo educado: Gostariam de sair
Fato concluído antes de outro no passado. Usa-se: conosco? Poderia me ajudar?
• Em situações formais na escrita: Já explicara o conte-
údo na aula anterior. Forma-se com adição ao infinitivo de: -ia, -ias, -ia, -íamos,
• Para substituir o imperfeito do subjuntivo: Comportou- -íeis, -iam:
-se como se fora (=fosse) senhora das terras. cantaria, cantarias, cantaria, cantaríamos, cantaríeis,
• Em frases exclamativas: Quem me dera trabalhar no cantariam.
Senado. viveria, viverias, viveria, viveríamos, viveríeis, viveriam.
(Exceto fazer, dizer, trazer, que trocam “z” por “r”: faria,
diria, traria)
Forma-se trocando o final –ram (cantaram, viveram, par-
tiram) por: -ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram:
Futuro do pretérito composto
cantara, cantaras, cantara, cantáramos, cantáreis, can-
• Suposição no passado: Se os juros caíssem, o consumo
taram.
teria aumentado.
vivera, viveras, vivera, vivêramos, vivêreis, viveram.
• Incerteza no passado: Quando teriam entregado as
partira, partiras, partira, partíramos, partíreis, partiram. notas?
• Possibilidade no passado: Teria sido melhor ficar.
Pretérito mais que perfeito composto
O mesmo sentido da forma simples. Usado na língua fa- Forma-se com o futuro do pretérito simples de ter (ou
lada e também na escrita, sem causar erro, nem diminuir o haver) mais o particípio: teria aumentado, teriam entregado.
nível culto: Já tinha explicado o conteúdo na aula anterior.
Forma-se com o imperfeito de ter ou haver mais o par- Modo Subjuntivo
ticípio: havia explicado, tinha vivido (=vivera), havia partido
(partira). Indica incerteza, dúvida, possibilidade. Usado sobretudo
em orações subordinadas: Quero que ele venha logo. Gosta-
Futuro do presente simples ria que ele viesse logo. Será melhor se ele vier a pé.
Fato posterior em relação à fala: Trabalharei no Senado
em dois anos. E também: Tempos do Modo Subjuntivo
• Fatos prováveis, condicionados: Se os juros caírem,
existirá mais consumo. Presente
• Incerteza, dúvida: Será possível uma coisa dessas? Por Indica presente ou futuro: É pena que o país esteja em
que estarei aqui? crise. (presente) Espero que os empregos voltem. (futuro)
Forma-se trocando o final -o do presente (canto, vivo,
Forma-se com adição ao infinitivo das seguintes termi- parto) por:
nações: -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão: • 1a conjugação: -e, -es, -e, -emos, -eis, -em: cante, can-
cantarei, cantarás, cantará, cantaremos, cantareis, tes, cante, cantemos, canteis, cantem.
cantarão. Viverei, viverás, viverá, viveremos, vivereis, • 2a e 3a conjugação: -a, -as, -a, -amos, -ais, -am: viva,
viverão. vivas, viva, vivamos, vivais, vivam.
partirei, partirás, partirá, partiremos, partireis, partirão. Exceção: dar, ir, ser, estar, querer, saber, haver: dê, dês,
(Exceto fazer, dizer e trazer, que mudam o “z” em “r”.) dê, demos, deis, deem; vá, vás, vá, vamos, vais, vão; seja...;
queira...; saiba...; haja...
Língua Portuguesa

Obs.: Locuções verbais substituem o futuro do presente


simples. Veja: Pretérito imperfeito
• com ideia de intenção: Hei de falar com ele até do- Ação simultânea ou futura: Duvidei que ele viesse. Eu
mingo. queria que ele fosse logo. Gostaríamos que eles trouxessem
• com ideia de obrigação: Tenho que falar com ele até os livros.
domingo. Forma-se trocando o final -ram do perfeito simples do
• com ideia de futuro próximo ou imediato: verbo “ir” indicativo (cantaram, viveram, partiram) por: -sse, -sses,
mais infinitivo (exceto ir e vir): Que fome! Vou almoçar. -sse, -ssemos, -sseis, -ssem: cantasse, cantasses, cantasse,
Corre, que o carro vai sair. (vou ir, vou vir – erros) cantássemos, cantásseis, cantassem; vivesse...; partisse...

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Pretérito perfeito b) Negativo
• Suposta conclusão antes do tempo da fala: Talvez ele Copia exatamente o presente do subjuntivo: não
tenha chegado. Duvido que ela tenha saído sozinha. deixes tu, não deixe você, não deixemos nós, não
• Suposta conclusão antes de um futuro: É possível que deixeis vós, não deixem vocês.
ele já tenha chegado quando vocês voltarem. ð Verbos sem “eu” no presente indicativo não pos-
suem imperativo negativo.
Forma-se com o presente do subjuntivo de ter (ou haver)
mais o particípio: tenha chegado, tenha saído. Formas Nominais

Pretérito mais que perfeito Não exprimem tempo nem modo. Valores de substantivo
Passado suposto antes de outro passado: Se tivessem ou adjetivo. São: infinitivo, gerúndio e particípio.
lido o aviso, não se atrasariam. Infinitivo é a pura ideia da ação. Subdivide-se em infini-
Forma-se com o imperfeito do subjuntivo de ter (ou ha- tivo impessoal e pessoal.
ver) mais o particípio: tivessem lido. 1. Infinitivo impessoal: não se refere a uma pessoa, ne-
nhum sujeito próprio. É agradável viajar. Posso falar
Futuro simples com João. Usos:
Suposição no futuro: Posso aprender o que quiser. Poderei • Como sujeito: Navegar é preciso, viver não é preciso.
aprender o que quiser. • Como predicativo: Seu maior sonho é cantar.
Forma-se trocando o final -ram do perfeito do indicati- • Objeto direto: Admiro o cantar dos pássaros.
vo (cantaram, viveram, partiram) por: r, res, r, rmos, rdes, • Objeto indireto: Gosto de viajar.
rem. Quando/que/se cantar, cantares, cantar, cantarmos, • Adjunto adnominal: Comprei livros de desenhar.
cantardes, cantarem. Quando/que/se viver, viveres, viver, • Complemento nominal: Este livro é bom de ler.
vivermos, viverdes, viverem. • Em lugar do gerúndio: Estou a pensar (=Estou pen-
sando).
Futuro composto • Valor passivo: O dano é fácil de reparar. Frutas boas
Futuro suposto antes de outro: Isso será resolvido depois de comer.
que tivermos recebido a verba. • Tom imperativo: O que nos falta é estudar.
Forma-se com o futuro simples do subjuntivo de ter (ou
haver) mais o particípio: tivermos recebido. Duas formas do infinitivo impessoal:
Simples (valor de presente). Ações de aspecto não con-
Modo Imperativo cluído: Estudar Português ajuda em todas as provas. Perder
o jogo irrita.
Composto (passado). Ações de aspecto concluído: Ter es-
Expressa ordem, conselho, convite, súplica, pedido, a de-
tudado Português ajuda nas provas. Ter perdido o jogo irrita.
pender da entonação da voz. Dirige-se aos ouvintes apenas:
tu, você, vós, vocês.
2. Infinitivo pessoal: refere-se a um sujeito próprio. Não
• Quando o falante se junta ao ouvinte, usa-se a primeira
estudou para errar. Não estudei para errar. Não estu-
pessoa plural (nós): cantemos, vivamos.
damos para errarmos. Não estudaram para errarem.
• O imperativo pode ser suavizado com: Usos:
a) Presente do indicativo: Você me ajuda amanhã. • Mesmo sujeito: Para nós sermos pássaros, precisa-
b) Futuro do presente: Não matarás, não furtarás. mos de imaginação.
c) Pretérito imperfeito do subjuntivo: Se você falasse • Sujeitos diferentes: (Eu) Ouvi os pássaros cantarem.
baixo! (eu x os pássaros)
d) Locução com imperativo de ir mais infinitivo: Felipe • Preposicionado: Nós lhes dissemos isso por sermos
rasgou a roupa; não vá brigar com ele. amigos. Nós lhes dissemos por serem amigos.
e) Expressões de polidez (por favor, por gentileza etc.): • Sujeito indeterminado: Naquela hora ouvi chegarem.
Feche a porta, por favor.
f) Querer no presente ou imperfeito (interrogação), Duas formas do infinitivo pessoal:
ou imperativo, mais infinitivo: Quer calar a boca? Simples (presente). Aspecto não concluído: Por chegar-
Queria calar a boca? Queira calar a boca. mos cedo, estamos em dia. Por chegarmos cedo, obtivemos
g) Infinitivo (tom impessoal): Preencher as lacunas uma vaga.
com a forma verbal adequada. Composto (passado). Aspecto concluído: Por termos
• O imperativo pode ser reforçado: chegado cedo, estamos em dia. Por termos chegado cedo,
a) Com repetição: Saia, saia já daqui! obtivemos uma vaga.
b) Advérbio e expressões: Venha aqui! Repito outra
vez, fique quieto! Suma-se, seu covarde! Gerúndio é processo em ação. Papel de adjetivo ou de
• O imperativo pode ser: advérbio: Chegou com os olhos lacrimejando. Vi-o cantando.
a) Afirmativo Usos:
1. Tu e vós vêm do presente do indicativo, retiran- • Início da frase para: I) ação anterior encerrada (Jurando
do-se -s final: deixa (tu), deixai (vós). vingança, atacou o ladrão.); II) ação anterior e continu-
Língua Portuguesa

ð Exceção: “ser” forma sê (tu) e sede (vós). ada (Fechando os olhos, começou a imaginar a festa.).
ð Verbo “dizer” e terminados em -azer e -uzir • Após um verbo, para ação simultânea: Saí cantando.
podem perder “-es” ou só “-s”: diz/dize (tu), Morreu jurando inocência.
traz/traze (tu), traduz/traduze (tu). • Ação posterior: Os juros subiram, reduzindo o consumo.
2. Você, nós e vocês vêm do presente do subjunti-
vo: deixe (você), deixemos (nós), deixem (vocês). Duas formas de gerúndio:
ð Verbos sem a pessoa “eu” no presente indi- Simples (presente): aspecto não concluído. Sorrindo, olha
cativo terão apenas tu e vós: abole (tu), aboli para o pai. Ignorando os perigos, continuou na estrada. =>
(vós). Forma-se trocando o -r do infinitivo por -ndo.

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Composto (passado): aspecto de ação concluída. Tendo • Auxiliar são os verbos anteriores na locução. Servem
sorrido, olhou para o pai. Tendo compreendido os perigos, para matizar aspectos da ação do verbo principal:
abandonou a estrada. ser, estar, ter, haver, ir, vir, andar. Devo estudar.
Comecei a sorrir. O carro foi lavado. Temos vivido.
Particípio Ando estudando. Vou lavar.
Com verbo auxiliar
• ter ou haver, locução verbal chamada tempo composto Ser: forma a voz passiva de ação. O livro será aberto
(não varia em gênero e número): A polícia tem pren- pelo escolhido.
dido mais traficantes. Já havíamos chegado quando
você veio. Estar:
• ser ou estar, locução verbal (varia em gênero e nú- ð Na voz passiva de estado: O livro está aberto.
mero): Muitos ladrões foram presos pela milícia. Os ð Com gerúndio, ação duradoura num momento
corruptos estão presos. preciso: Estou escrevendo um livro.

Sem verbo auxiliar ter e haver


Estado resultante de ação encerrada: Derrotados, os sol- ð Nos tempos compostos com particípio: Já tinham
dados não ofereceram resistência. (ou haviam) aberto o livro. Se tivesse (ou houvesse)
Forma-se trocando o -r do infinitivo por -do: beber ⇒ ficado, não perderia o trem.
bebido, aparecer ⇒ aparecido, cantar ⇒ cantado. ð Com preposição “de” e infinitivo, sentido de obriga-
ção (ter) ou de promessa (haver): Tenho de estudar
Atenção! mais. Hei de chegar cedo amanhã.
• Vir e derivados têm a mesma forma no gerúndio e no Ir
particípio: Tenho vindo aqui todo dia. (particípio) Estou ð Com gerúndio, indicando:
vindo aqui todo dia. (gerúndio) – ação duradoura: O professor ia entrando devagar.
• Se apenas estado, trata-se de adjetivo: A criança as- – ação em etapas sucessivas: Os alunos iam chegando
sustada não dorme. a pé.
• Pode ser substantivado: A morta era inocente. Muitos ð No presente do indicativo mais infinitivo, indicando
mortos são enterrados como indigentes. intenção firme ou certeza no futuro próximo: Vou
encerrar a reunião. Corra! O avião vai decolar!
Vozes do Verbo
Vir
Verbos que indicam ação admitem voz ativa, voz passiva, ð Com gerúndio, indica:
– ação gradual: Venho estudando este fenômeno há
voz reflexiva. A voz verbal consiste em uma atitude do sujeito
tempo.
em relação à ação do verbo.
– duração rumo à nossa época ou lugar: Os alunos
Lembrete! Sujeito é o assunto da oração. Não precisa ser
vinham chegando, quando o sinal tocou.
o praticante da ação.
ð Com infinitivo, sentido de resultado final: Viemos
a descobrir o culpado mais tarde.
1. Voz ativa: o sujeito só pratica ação.
O governo aumentou os juros. Andar, com gerúndio, sentido de duração, continui-
2. Voz passiva: o sujeito só recebe ação. dade: Ando estudando muito. Ele anda escrevendo
Os juros foram aumentados pelo governo. livros.
Note que o sentido se mantém nas duas frases acima.
Há dois tipos de voz passiva: b) Pela Flexão: regular, irregular, defectivo e abundante.
a) Passiva analítica: com verbo ser (passiva de ação) • Regular: o radical e as terminações do padrão de
ou estar (passiva de estado): Os juros foram au- cada conjugação não mudam letra e som. Pode até
mentados pelo governo. O ladrão foi preso pelos mudar letra, mas o som permanece: agir ⇒ ajo, agi,
guardas. O ladrão está preso. agirei; ficar ⇒ fico, fiquei, ficarei; tecer ⇒ teço, teci,
Repare: tecerei.
• O agente da voz passiva (pelo governo, pelos • Irregular: o radical e/ou as terminações mudam letra
guardas) indica o ser que pratica a ação sofrida e som. Não basta mudar letra. Deve mudar também
pelo sujeito. Preposição “por” ou “de”: Ele é o som: fazer ⇒ faço, fiz, farei.
querido de todos. Obs.: fazer é capaz de substituir outro verbo na
• Locuções: temos sido amados. Tenho sido ama- sequência de frases. Veja: Gostaríamos de reverter
do. Estou sendo amado. o quadro do país como fez (=reverteu) o governo
b) Passiva sintética: a partícula apassivadora “se” anterior.
com verbo transitivo direto (não pede preposi- • Defectivo: não possui certas formas, em razão de
ção): Não se revisou o relatório = O relatório não eufonia ou homofonia.
foi revisado. Grupo 1: impessoais e unipessoais, conjugados
3. Voz reflexiva: o sujeito pratica e recebe ação. Ocorre apenas na terceira pessoa. Indicam fenômenos da
Língua Portuguesa

pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos): Eu me natureza, vozes de animais, ruídos, ou pelo sentido
lavei. Ele se feriu com facas. Nós nos arrependemos tarde. não admitem certas pessoas. chover, zurrar, zunir.
Grupo 2: verbos sem a primeira pessoa do singular
Classificando os Verbos no presente do indicativo e suas derivadas: abolir,
jungir, puir, soer, demolir, explodir, colorir.
a) Pela função: Grupo 3: adequar, doer, prazer, precaver, reaver,
• Principal é sempre o último verbo de uma locução urgir, viger, falir.
(verbos com o mesmo sujeito): Devo estudar. Co- • Abundante: possui mais de uma forma correta.
mecei a sorrir. Diz/dize, faz/faze, traz/traze, requer/requere, tu

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destruis/destróis, tu construis/constróis, nós he- c) Os consumidores se absteram de comprar produtos
mos/havemos. A maioria possui duplo particípio: de empresas que não consideram a sustentabilidade
Tinha expulsado os invasores. Os invasores foram do planeta.
expulsos. A gráfica havia imprimido o livro. O livro d) A constatação de que a vida humana estaria compro-
está impresso. Tínhamos entregado a encomenda. metida deteu a exploração descontrolada daquela
A encomenda será entregue. área de mata nativa.
Como regra: ter e haver pedem o particípio regular e) Com a alteração climática sobreviu o excesso de chuvas
(-ado/-ido); ser e estar pedem o particípio irregular. que destruiu cidades inteiras com os alagamentos.

EXERCÍCIOS 6. (FCC/Bagas) Ambos os verbos estão corretamente fle-


xionados na frase:
1. (FCC/TCE-SP) “... quando há melhoria também em fa- a) O descrédito sofrido pelo mais recente relatório so-
tores de qualidade de vida ...”. O verbo flexionado nos breviu da descoberta de ter havido manipulação dos
mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado dados nele apresentados.
está na frase: b) As informações que comporam o relatório sobre
a) que levou nota máxima... Mudanças Climáticas contiam erros só descobertos
b) O destaque, aqui, cabe ao Tocantins. depois de algum tempo.
c) era um dos estados menos desenvolvidos do país. c) Os relatórios sobre o aquecimento global, sem que
d) ainda que siga como um dos mais atrasados ... se queresse, troxeram conclusões pessimistas sobre
e) conseguiu se distanciar um pouco dos retardatários. a vida no planeta.
d) Alguns cientistas de todo o mundo tiveram sua repu-
2. (FCC/Bagas) “De um lado, havia Chega de Saudade, de tação abalada por fazerem previsões aleatórias, sem
Tom Jobim e Vinicius de Morais”. A frase cujo verbo está base científica.
flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado na e) Ninguém preveu com segurança as consequências
frase é: que o derretimento de geleiras poderia trazer para
diversas populações.
a) A “Divina” era uma cantora presa ao sambacanção...
b) um compacto simples que ele gravou em julho de
7. (FCC/Bagas) Transpondo-se o segmento “João Gilberto
1958.
segue as duas estratégias” para a voz passiva, a forma
c) A batida da bossa nova, por sua vez, aparecera no
verbal resultante é:
LP...
a) eram seguidos.
d) Quando se pergunta a João Gilberto por que...
b) segue-se.
e) Ele recompõe músicas tradicionais e contemporâneas.
c) é seguido.
d) são seguidas.
3. (FCC/PBGAS) “Assim, mesmo que tal evolução impacte e) foram seguidas.
as contas públicas ...”. O verbo flexionado nos mesmos
tempo e modo em que se encontra o grifado está tam- 8. (FCC/Sergas) Transpondo-se para a voz passiva a cons-
bém grifado na frase: trução “um artista plástico pesquisando linguagem”, a
a) Entre os fatores apontados pela pesquisa, deve ser forma verbal resultante será:
considerado o controle dos índices de inflação. a) sendo pesquisada.
b) Com a valorização do salário mínimo, percebe-se um b) estando a pesquisar.
aumento do poder de compra dos trabalhadores mais c) tendo sido pesquisada.
humildes. d) tendo pesquisado.
c) A última pesquisa Pnad assinala expressiva melhoria e) pesquisava-se.
das condições de vida em todas as regiões do país.
d) É desejável que ocorra uma redução dos índices de 9. (FCC/Bagas) “Os relatórios do IPCC são elaborados por
violência urbana, consolidando as boas notícias tra- 3000 cientistas de todo o mundo ...”. O verbo que ad-
zidas pela pesquisa. mite transposição para a voz passiva, como no exemplo
e) Segundo a pesquisa, a renda obtida por aposentados grifado, está na frase:
acaba sendo veículo de movimentação da economia a) Cientistas de todo o mundo oferecem dados para os
regional. relatórios sobre os efeitos do aquecimento global.
b) As geleiras do Himalaia estão sujeitas a um rápido der-
4. (FCC/PBGAS) “Apesar do rigor científico das pesquisas retimento, em virtude do aquecimento do planeta.
que conduzira ...”. O tempo e o modo em que se encontra c) Os cientistas incorreram em erros na análise de dados
o verbo grifado acima indicam sobre o derretimento das geleiras do Himalaia.
a) ação passada anterior a outra, também passada. d) Populações inteiras dependem da água resultante do
b) fato que acontece habitualmente. derretimento de geleiras, especialmente na Ásia.
c) ação repetida no momento em que se fala. e) São evidentes os efeitos desastrosos, em todo o mun-
d) situação presente em um tempo passado. do, do aquecimento global decorrente da atividade
e) situação passada num tempo determinado. humana.
Língua Portuguesa

5. (FCC/Assembl.Leg./SP) Os verbos grifados estão corre- 10. (FCC/PBGAS) “... de como se pensavam essas coisas antes
tamente flexionados na frase: dele”. A forma verbal grifada acima pode ser substituída
a) Após a catástrofe climática que se abateu sobre a corretamente por
região, os responsáveis propuseram a liberação dos a) havia pensado.
recursos necessários para sua reconstrução. b) deveriam ser pensadas.
b) Em vários países, autoridades se disporam a elaborar c) eram pensadas.
projetos que prevessem a exploração sustentável o d) seria pensada.
meio ambiente. e) tinham sido pensados.

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11. (FCC/Assembl.Leg./SP) Quanto à flexão e à correlação instâncias internacionais, como a Organização Mundial do
de tempos e modos, estão corretas as formas verbais Comércio (OMC).
da frase: 15. Pelo emprego do subjuntivo em “estivesse”, estaria de
a) Não constitue desdouro valer-se de uma frase feita, a acordo com a norma culta escrita a substituição de “ti-
menos que se pretendesse que ela venha a expressar nha de apelar” por teria de apelar.
um pensamento original.
b) Se os valores antigos virem a se sobrepor aos novos, a (Cespe/IRBr/Diplomata) Píndaro nos preveniu de que o futu-
sociedade passaria a apoiar-se em juízos anacrônicos ro é muralha espessa, além da qual não podemos vislumbrar
e hábitos desfibrados. um só segundo. O poeta tanto admirava a força, a agilidade
c) Dizia o Barão de Itararé que, se ninguém cuidar da e a coragem de seus contemporâneos nas competições dos
moralidade, não haveria razão para que todos não estádios quanto compreendia a fragilidade dos seres huma-
obtessem amplas vantagens. nos no curto instante da vida. Dele é a constatação de que o
d) Para que uma sociedade se cristalize e se estaguine, homem é apenas o sonho de uma sombra. Apesar de tudo,
basta que seus valores tivessem chegado à triste con- ele se consolará no mesmo poema: e como a vida é bela!
solidação dos lugares-comuns. 16. Embora o efeito de sentido seja diferente, no lugar do
e) Não conviria a ninguém valer-se de um cargo público futuro do presente em “consolará”, estaria gramatical-
para auferir vantagens pessoais, houvesse no hori- mente correto e textualmente coerente o emprego do
zonte a certeza de uma sanção. futuro do pretérito consolaria ou do pretérito perfeito
consolou.
12. (FCC/Bagas) Está correta a flexão verbal, bem como
adequada a correlação entre os tempos e os modos na (Cespe/STJ/Técnico) Tudo o que signifique para os negros
frase: possibilidades de ascensão social mais amplas do que as
a) Zeus teria irritado-se com a ousadia de Prometeu e oferecidas pelo antigo e caricato binômio futebol/música
o havia condenado a estar acorrentado ao monte popular representará um passo importante na criação de
Cáucaso. uma sociedade harmônica e civilizada.
b) Seu sofrimento teria durado várias eras, até que Hér- 17. O emprego do tempo futuro do presente do verbo re-
cules intercedera, compadecido que ficou. presentar é exigência do emprego do modo subjuntivo
c) O sofrimento de Prometeu duraria várias eras ainda, em signifique.
não viesse Hércules a abater a águia e livrá-lo do su-
plício. A opinião é de Paul Krugman, um dos mais importantes e
d) Irritado com a ousadia que Prometeu cometesse, polêmicos economistas do mundo, atualmente. Segundo ele,
Zeus o teria condenado e acorrentado ao monte países emergentes como o Brasil embarcaram, durante a dé-
Cáucaso. cada passada, na ilusão de que a adoção de reformas liberais
e) Prometeu haveria de sofrer por várias eras, quando resolveria todos os seus problemas. Isso não aconteceu. E,
Hércules o livrara do suplício, e abateu a águia. segundo ele, está claro que faltaram políticas de investimento
em educação e em saúde.
13. (FCC/Sergas) Está plenamente adequada a correlação 18. Como introduz a ideia de probabilidade, se a forma ver-
entre tempos e modos verbais na frase: bal “resolveria” fosse substituída por poderia resolver,
a) Se separássemos drasticamente o visível do invisível, estariam preservadas as relações semânticas e a corre-
o efeito de beleza das obras de arte pode reduzir-se, ção gramatical.
ou mesmo perder-se.
b) Diante do frêmito que notou na relva, o autor com- O Brasil ratificou o Protocolo de Kyoto, para combater o au-
pusera um verso que havia transcrito nesse texto. mento do efeito estufa, e apresentou uma proposta à Rio+10
c) Ambrosio Bierce lembraria que houvesse sons inau- de aumento da participação de energias renováveis na matriz
díveis, da mesma forma que nem todas as cores se energética em todo o mundo. Se os líderes mundiais não
percebam no espectro solar. foram capazes de dar um passo significativo em prol das
d) Se o próprio ar que respiramos é invisível, argumenta energias do futuro, o Rio de Janeiro demonstrou que não
Mário Quintana, por que não viéssemos a crer que aceita mais os impactos ambientais negativos da energia do
pudesse haver cor na passagem do tempo? passado, apontando a direção a ser seguida por uma política
e) A caneta esferográfica, de onde saírem as mágicas energética realmente sustentável no país.
imagens de um escritor, é a mesma que repousará 19. Por fazer parte de uma estrutura condicional, a forma
sobre a cômoda, depois de o haver servido. verbal “foram” pode ser substituída por fossem.

(Cespe/Anatel/Analista) Durante muitos anos discutiu-se (Cespe/TRT-PE/Analista Judiciário) Talvez o habeas corpus da
apaixonadamente se as empresas multinacionais (EMNs) iam saudade consinta o teu regresso ao meu amor.
dominar o mundo, ou se serviam aos interesses imperialistas 20. O advérbio “Talvez” admite que a forma verbal “Consin-
de seus países-sede, mas esses debates foram murchando, ta” seja alterada para Consente, no modo indicativo.
seja porque não fazia sentido econômico hostilizar as EMNs,
Língua Portuguesa

seja porque elas pareciam, ao menos nas grandes questões, (Cespe/TRT 9ª R/Técnico) O material orgânico presente no
alheias e inofensivas ao mundo da política. lixo se decompõe lentamente, formando biogás rico em
14. A substituição das formas verbais “iam” e “serviam” por metano, um dos mais nocivos ao meio ambiente por con-
iriam e serviriam preserva a coerência e a correção textual. tribuir intensamente para a formação do efeito estufa. No
Aterro Bandeirantes, foi instalada, no ano passado, a Usina
(Cespe/Anatel/Analista) Até agora, quando os países-mem- Termelétrica Bandeirantes, uma parceria entre a prefeitura
bros divergiam sobre assuntos comerciais, era acionado o e a Biogás Energia Ambiental. Lá, 80% do biogás é usado
Tribunal Arbitral. Quem estivesse insatisfeito com o resul- como combustível para gerar 22 megawatts, energia elétrica
tado do julgamento, no entanto, tinha de apelar a outras suficiente para atender às necessidades de 300 mil famílias.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Em relação às ideias e a aspectos morfossintáticos do texto 28 superintendências e sua modernização tecnológica tam-
acima, julgue os itens a seguir. bém foram algumas das ações realizadas no período. Foram
21. A substituição de “se decompõe” por é decomposto nomeados 1.300 servidores aprovados no concurso realizado
mantém a correção gramatical do período. em 2005. Somado aos nomeados desde 2003, o número de
22. A substituição de “foi instalada” por instalou-se preju- novos servidores passou para 1.800, o que representa um
dica a correção gramatical do período. aumento de mais de 40% na força de trabalho do Instituto.
Em questão, nº 481, Brasília, 14/2/2007 (com adaptações).
(Cespe/TRT 9ª R) Relação é uma coisa que não pode exis-
tir, que não pode ser, sem que haja uma outra coisa para 25. Estão empregadas em função adjetiva as seguintes pala-
completá-la. vras do texto: “investidos”, “aplicados”, “beneficiando”
23. O emprego do modo subjuntivo em “haja”, além de ser e “assentados”.
exigido sintaticamente, indica que a existência de “uma 26. O vocábulo “Somado” é forma nominal no particípio e
outra coisa” é uma hipótese ou uma conjectura. introduz oração reduzida com valor condicional.

É preciso sublinhar o fato de que todas as posições existen- (TCU)


ciais necessitam de pelo menos duas pessoas cujos papéis Veja – Dez anos não é tempo curto demais para mudanças
combinem entre si. O algoz, por exemplo, não pode continuar capazes de afetar o clima em escala global?
a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima procurará seu Al Gore – Não precisamos fazer tudo em dez anos. De qual-
salvador e este último, uma vítima para salvar. O condicio- quer forma, seria impossível. A questão é outra. De acordo
namento para o desempenho de um dos papéis é bastante com muitos cientistas, se nada for feito, em dez anos já não
sorrateiro e trabalha de forma invisível. teremos mais como reverter o processo de degradação da
24. O uso do futuro do presente em “procurará” sugere mais Terra. (Veja, 11/10/2006, com adaptações).
uma probabilidade ou suposição decorrente da situação 27. O emprego do futuro-do-presente do indicativo em “te-
do que uma realização em tempo posterior à fala. remos” indica que a preposição “em”, que precede “dez
anos”, tem o sentido de daqui a.
(TRE-AP)
Nesse período foram implantados 2.343 projetos de Época – Em seu livro, o senhor diz que todos os países devem
assentamento (PA). A criação de um PA é uma das etapas ter uma estratégia para se desenvolver.
do processo da reforma agrária. Quando uma família de Vietor – Qualquer país precisa ter uma estratégia de cres-
trabalhador rural é assentada, recebe um lote de terra para cimento.
morar e produzir dentro do chamado assentamento rural. 28. A locução verbal “devem ter” expressa uma ação ocor-
A partir da sua instalação na terra, essa família passa a ser rida em um passado recente.
beneficiária da reforma agrária, recebendo créditos de apoio
(para compra de maquinários e sementes) e melhorias na (Cespe/Prefeitura de Rio Branco/AC) As sociedades indígenas
infraestrutura (energia elétrica, moradia, água etc.), para se acreanas dividem-se de maneira desigual em duas grandes
estabelecer e iniciar a produção. O valor dos créditos para famílias linguísticas: Pano e Arawak. Alguns desses povos
apoio à instalação dos assentados aumentou. Os montantes encontram-se também nas regiões peruanas e bolivianas
investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para R$ fronteiriças ao Acre.
871,6 milhões, empenhados em 2006. 29. A substituição de “dividem-se” por são divididas man-
Também a partir do assentamento, essa família passa a tém a correção gramatical do período.
participar de uma série de programas que são desenvolvidos 30. Em “encontram-se”, o pronome “se” indica que o sujei-
pelo governo federal. Além de promover a geração de renda to da oração é indeterminado, o que contribui para a
das famílias de trabalhadores rurais, os assentamentos da impessoalização do texto.
reforma agrária também contribuem para inibir a grilagem
de terras públicas, combater a violência no campo e auxiliar A história do Acre começou a se definir em 1895, quando
na preservação do meio ambiente e da biodiversidade local, uma comissão demarcatória foi encarregada de estabelecer
especialmente na região Norte do país. os limites entre o Brasil e a Bolívia, com base no Tratado de
Na qualificação dos assentamentos, foram investidos R$ Ayacucho, de 1867.
2 bilhões em quatro anos. Os recursos foram aplicados na No processo demarcatório foi constatado, no ponto inicial
construção de estradas, na educação e na oferta de luz elétri- da linha divisória entre os dois países (nascente do Javari),
ca, entre outros benefícios. O governo também construiu ou que a Bolívia ficaria com uma região rica em látex, na época
reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e pontes, ocupada por brasileiros. Internet: <www.agenciaamazonia.
beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o com.br> (com adaptações).
número de famílias assentadas beneficiadas com assistência 31. A substituição de “se definir” por ser definida prejudica
técnica cresceu significativamente. Em 2006, esse número a correção gramatical e a informação original do período.
foi superior a 555 mil. 32. O emprego do futuro do pretérito em “ficaria” justifica-
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrá- -se por se tratar de uma ideia provável no futuro.
ria (PRONERA), que garante o acesso à educação entre os
Língua Portuguesa

trabalhadores rurais, promoveu, mediante convênios com O Brasil tem-se caracterizado por perenizar problemas, para
instituições de ensino, a realização de 141 cursos. Com o os quais não se encontram soluções ao longo de décadas.
programa Luz Para Todos – parceria do Ministério do Desen- Ellen Gracie e Paulo Skaf. Folha de S. Paulo, 18/3/2007
volvimento Agrário, INCRA e Ministério das Minas e Energia 33. Para o trecho “não se encontram soluções”, a redação
–, os assentamentos também ganharam luz elétrica. Mais de não são encontradas soluções mantém a correção gra-
132 mil famílias em 2,3 mil assentamentos já foram benefi- matical do período.
ciadas com o programa.
O fortalecimento institucional do INCRA, com a realiza- Na região entre Caravelas, sul da Bahia, e São Mateus, norte
ção de dois concursos públicos, e o aumento no número de do Espírito Santo, a plataforma continental prolonga-se por

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
mais de 200 quilômetros para fora da costa, formando 25 Os pequenos tecercam, perguntam se você será o pai delas,
extensos planaltos submersos com profundidades médias disputam o teu colo ou a garupa como que implorando pelo
de 200 metros. toque físico, TE convidam para voltar, te perguntam se você
34. A redação para fora da costa e forma em lugar de “para irá passear com elas.
fora da costa, formando” mantém a correção gramatical 43. O pronome “te” destacado pode ser corretamente subs-
do período. tituído por lhe.

A Petrobras e o governo do Espírito Santo assinaram um “Ações que não emancipam os usuários, pelo contrário, re-
protocolo de intenções com o objetivo de identificar opor- forçam sua condição de subalternização perante os serviços
tunidades de negócios que potencializem o valor agregado prestados.”
da indústria de petróleo e gás no estado. 44. O fragmento ações que não emancipam os usuários,
35. O emprego do modo subjuntivo em “que potencializem” pelo contrário, reforçam a condição deles de subalter-
justifica-se por tratar-se de uma hipótese. nização perante os serviços prestados substitui corre-
tamente o original.
(PM-ES) A economia colonial brasileira gerou uma divisão
de classes muito hierarquizada e bastante simples. No topo (Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país que passe
da pirâmide, estavam os grandes proprietários rurais e os pela nossa mente – e alguns outros de cuja existência sequer
grandes comerciantes das cidades do litoral. No meio, loca- desconfiávamos.”
lizavam-se os pequenos proprietários rurais e urbanos, os 45. O pronome “cuja” tem valor possessivo, já que equivale
pequenos mineradores e comerciantes, além dos funcioná- a sua.
rios públicos.
36. A substituição de “localizavam-se” por estavam locali- Ao coração, coube a função de bombear sangue para o res-
zados prejudica a correção gramatical do período. to do corpo, mas é nele que se depositam também nossos
mais nobres sentimentos. Qual é o órgão responsável pela
(Petrobras/Advogado) Cabe lembrar que o efeito estufa saudade, pela adoração? Quem palpita, quem sofre, quem
existe na Terra independentemente da ação do homem. É dispara? O próprio.
importante que este fenômeno não seja visto como um pro- 46. A repetição do pronome na frase “Quem palpita, quem
blema: sem o efeito estufa, o Sol não conseguiria aquecer sofre, quem dispara?” cria destaque e certo suspense
a Terra o suficiente para que ela fosse habitável. Portanto o na informação.
problema não é o efeito estufa, mas, sim, sua intensificação. 47. A resposta “O próprio.”, dada às perguntas feitas ante-
37. Preservam-se a coerência da argumentação e a correção riormente, omite o nome (coração) ao qual se refere o
gramatical do texto ao se substituir “que este fenômeno adjetivo, o que valoriza enfaticamente o termo “próprio”.
não seja” por este fenômeno não ser.
(Terracap) Foi pensando nisso que me ocorreu o seguinte:
Trabalho Semiescravo se alguém está com o coração dilacerado nos dois sentidos,
biológico e emocional, e por ordens médicas precisa de um
Autoridades europeias ameaçam impor barreiras não tari- novo, o paciente irá se curar da dor de amor ao receber o
fárias ao etanol e exigir certificados de que, desde o cultivo, órgão transplantado?
são observadas relações de trabalho não degradantes e pro- Façamos de conta que sim. Você entrou no hospital com o
cessos autossustentáveis. coração em frangalhos, literalmente. Além de apaixonado por
38. No fragmento intitulado “Trabalho semiescravo”, pre- alguém que não lhe dá a mínima, você está com as artérias
servam-se a correção gramatical e a coerência textual obstruídas e os batimentos devagar quase parando. A vida
ao se empregar forem em lugar de “são”. se esvai, mas localizaram um doador compatível: já para a
mesa de cirurgia.
(Inmetro) Atualmente, o PEFC é composto por 30 membros Horas depois, você acorda. Coração novo.
representantes de programas nacionais de certificação flo- 48. O pronome “Você” é empregado na frase como forma
restal. de indeterminar o agente da ação, traço característico
39. A substituição da expressão “é composto” por com- da oralidade brasileira. Assim, “Você entrou no hospital”
põem-se mantém a correção gramatical do período. corresponde a Entrou-se no hospital.
49. A sequência “a mínima”, à qual falta o nome importân-
Em dezembro de 2004, foi editado o Decreto nº 5.296. cia, faz do qualificativo “mínima” o núcleo, o foco da
40. A substituição de “foi editado” por editou-se mantém informação.
a correção gramatical do período.
(Adasa) Na história da humanidade, a formação de grandes
O Inmetro tem realizado estudos aprofundados que visam comunidades, com a sobrecarga do meio natural que ela
diagnosticar a realidade do país e encontrar melhores solu- implica, priva cada vez mais os seres humanos de seu acesso
ções técnicas para que o Programa de Acessibilidade para livre aos recursos de subsistência de que eles necessitam e re-
Transportes Coletivos e de Passageiros seja eficaz. Idem, cai, necessariamente, sobre a sociedade enquanto sistema de
ibidem (com adaptações). convivência, a tarefa (responsabilidade) de proporcioná-los.
41. O segmento “tem realizado” pode, sem prejuízo para Essa tarefa (responsabilidade) é frequentemente negada com
Língua Portuguesa

a correção gramatical do período, ser substituído por algum argumento que põe o ser individual como contrário ao
qualquer uma das seguintes opções: vem realizando, ser social. Isso é falacioso. A natureza é, para o ser humano, o
está realizando, realiza. reino de Deus, o âmbito em que encontra à mão tudo aquilo
de que necessita, se convive adequadamente nela.
(MS/Agente) Não ingira nem dê remédio no escuro para que 50. O pronome demonstrativo ‘Isso’ tem como referência
não haja trocas perigosas. anafórica o termo “ser social” do período anterior.
42. Em “para que não haja trocas perigosas”, o emprego do
modo subjuntivo justifica-se por se tratar de situação (Iphan) Os povos da oralidade são portadores de uma cul-
hipotética. tura cuja fecundidade é semelhante à dos povos da escrita.

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Em vez de transmitir seja lá o que for e de qualquer ma- Advérbio e Locução Adverbial
neira, a tradição oral é uma palavra organizada, elaborada,
estruturada, um imenso acervo de conhecimentos adquiridos Advérbio exprime uma circunstância do fato expresso
pela coletividade, segundo cânones bem determinados. Tais pelo verbo, pelo adjetivo ou pelo advérbio.
conhecimentos são, portanto, reproduzidos com uma meto-
dologia rigorosa. Existem, também, especialistas da palavra
cujo papel consiste em conservar e transmitir os eventos do Um advérbio
passado: trata-se dos griôs. Longe, o rio roncava ameaçadoramente.
51. O termo “cujo” refere-se a palavra.
Uma locução adverbial
(Terracap) Há cinquenta anos, a cidade artificial procura en- Fabiano falava com dificuldade.
contrar uma identidade que lhe seja natural. “Nós queremos
ação! Acabar com o tédio de Brasília, essa jovem cidade mor- Uma oração adverbial
ta! Agitar é a palavra do dia, da hora, do mês!”, gritava Renato Quando começou a chuva, todos se recolheram.
Russo, com todas as exclamações possíveis, no fim dos anos 70,
quando era voz e baixo da banda punk Aborto Elétrico. Em Conforme a circunstância que exprimir, o advérbio ou a
meio à burocracia oficial, o rock ocupou o espaço urbano, os locução adverbial podem ser:
parques, as superquadras de Lucio Costa, cresceu e apareceu. De modo: O vento soprava fortemente.
Foi a primeira manifestação cultural coletiva a dizer ao país De lugar: A família estava em tomo da fogueira.
que a cidade existia fora da Praça dos Três Poderes e que, De tempo: Amanhã procuraremos água fresca.
além disso, estava viva. De afirmação: De fato, o tempo se apresenta nublado.
52. A palavra “que” pode ser substituída por o(a) qual em De negação: Não era propriamente uma conversa de
todas as ocorrências do primeiro parágrafo. amigos.
De dúvida: Talvez o frio diminua pela madrugada.
Texto: A alternativa existente seria o aproveitamento da
De intensidade: Iniciou uma história bastante confusa.
energia elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada
53. O tempo do verbo indica um fato passado em relação a De causa: Os meninos tremiam de frio.
outro, ocorrido também no passado. De companhia: Os meninos mais velhos saíram com o pai.
De instrumento: O garoto feriu-se com a faca.
Texto: No que se refere às práticas assistenciais, tem sido De meio: Fabiano navegava a vela.
comum a confusão na utilização dos termos assistência e De fim ou finalidade: O lenhador trouxe o machado para
assistencialismo. o trabalho.
54. O fragmento Referindo-se às práticas assistenciais, era De concessão: Apesar do calor, permanecemos na praia.
comum a confusão na utilização dos termos assistência De preço: Vendemos os ovos a cinco cruzeiros.
e assistencialismo é uma reescrita correta, de acordo De opção: Lutava contra a tempestade.
com as normas gramaticais, do original acima.
OBS.: Estudaremos as conjunções, com maior detalhe,
(Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país que passe juntamente com as orações subordinadas.
pela nossa mente – e alguns outros de cuja existência sequer
desconfiávamos.”, julgue. Preposição
55. A forma verbal “desconfiávamos” indica a ideia de tempo
passado inacabado.
Preposição é a palavra invariável que liga dois termos da
56. A forma verbal “passe” indica a ideia de possibilidade,
um fato incerto de acontecer. oração, subordinando um ao outro.
Chegou de ônibus.
(Iphan) Pode-se dizer que ele assume o papel de historiador
se admitirmos que a história é sempre um reordenamento O termo que antecede a preposição é denominado re-
dos fatos proposto pelo historiador. gente; o termo que a sucede é denominado regido.
57. A forma verbal “é” pode ser substituída por seja.
Classificação das Preposições
GABARITO
a) Essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde,
1. b 16. C 31. E 46. C em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
2. a 17. E 32. C 47. C Obs.: A preposição per só é utilizada na expressão de per
3. d 18. C 33. C 48. C si (que significa cada um por sua vez, isoladamente) ou nas
4. a 19. E 34. C 49. C contrações pelo, pela, pelos, pelas.
5. a 20. E 35. C 50. E b) Acidentais. Não são efetivamente preposições, mas
6. d 21. C 36. E 51. E podem funcionar como tal: afora, conforme, consoante, du-
7. d 22. E 37. C 52. E rante, exceto...
Língua Portuguesa

8. a 23. C 38. E 53. C


9. a 24. C 39. E 54. E Locução Prepositiva
10. c 25. E 40. C 55. C
11. e 26. E 41. C 56. C Conjunto de duas ou mais palavras com valor de pre-
12. c 27. C 42. C 57. C posição:
13. e 28. E 43. E
abaixo de, acerca de, a fim de, ao lado de, apesar de,
14. C 29. C 44. C
através de, de acordo com, em vez de, junto de, para
15. C 30. E 45. C
com, perto de, ...

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Emprego das Preposições 4. Reescreva as frases seguintes, corrigindo-as.
a) Está na hora do menino sair.
Algumas preposições podem aparecer combinadas com b) Chegou a hora do povo falar.
outras palavras. Quando na junção da preposição com outra
palavra não houver alteração fonética, temos combinação. 5. As relações expressas pelas preposições estão corretas
Caso a preposição sofra redução, temos contração. na sequência:
I – Sai com ela.
II – Ficaram sem um tostão.
combinação contração III – Esconderam o lápis de Maria.
ao (a + o) do (de + o) IV – Ela prefere viajar de navio.
aos (a + os) dum (de + um) V – Estudou para passar.
aonde (a + onde) desta (de + esta)
a) companhia, falta, posse, meio, fim.
Obs.: Não se deve contrair a preposição de com o artigo b) falta, companhia, posse, meio, fim.
que encabeça o sujeito de um verbo. c) companhia, falta, posse, fim, meio.
Está na hora da onça beber água. (errado) d) companhia, posse, falta, meio, fim.
Está na hora de a onça beber água. (certo) e) companhia, falta, meio, posse, fim.

Esta regra vale também para construções como: GABARITO


Chegou a hora de sair. (Errado)
Chegou a hora de ele sair. (Errado) 1. a) oposição
b) lugar fixo
As preposições podem assumir inúmeros valores: c) distância
• de lugar: ver de perto d) causa
• de origem: ele vem de Brasília e) material
f) modo
• de causa: morreu de fome g) instrumento
• de assunto: falava de futebol h) assunto
• de meio: veio de trem i) lugar de destino
• de posse: casa de Paulo j) posição
• de matéria: chapéu de palha k) tempo de início
l) intervalo de tempo
Morfossintaxe da Preposição m) posição
n) condição
o) assunto.
A preposição não desempenha função sintática na ora- 2. a) dentro do museu para visitante comprar.
ção. Ela apenas une termos, palavras. É um conectivo e, como b) para o museu comprar.
tal, é responsável pela coesão de um texto. 3. a) apesar de, de acordo com
b) em vez de, perto de, junto de
EXERCÍCIOS 4. a) Está na hora de o menino sair.
b) Chegou a hora de o povo falar.
1. Indique as relações estabelecidas pelas preposições des- 5. a
tacadas nas frases seguintes.
a) Ergueram-se todos contra Getúlio.
b) Resido em São Paulo há anos. Interjeição
c) O estádio fica a dois quilômetros daqui.
Palavra invariável que exprime sensações e estados emo-
d) O mendigo morreu de fome.
cionais.
e) Ganhei uma linda caneta de ouro.
f) Os cavalos partiram a galope.
g) Arrombaram a porta com uma chave falsa. Tipos de Interjeição
h) Ele não entende nada de política.
i) A vaca não vai para o brejo. Classifica-se de acordo com o sentimento traduzido:
j) Ante o crime organizado, o governo tomará atitude. • Alegria: oba!, oh!, ah! Viva!, aleluia!, maravilha
• Alívio: ufa!, uf!, arre!, até que enfim
k) Desde maio, chove continuamente.
• Animação ou estímulo: coragem!, vamos!, avante!,
l) Entre hoje e amanhã, sairá o resultado.
eia!, firme!
m) Tu vais comparecer perante o trono.
• Aplauso: bravo!, bis!, viva!
n) Sem combater a inflação, não se pode baixar os juros.
• Desejo: tomara!, oxalá!
o) Existe interesse por concursos aqui. • Dor: ai!, ui!
• Espanto ou surpresa: ah!, chi!, ih!, oh!, ué!, puxa!,
2. Explique a diferença de sentido entre:
Língua Portuguesa

uau!, opa!, caramba!, gente!, céus!, uai!, hem! (va-


a) Ele queria vender antiguidades no museu. riante: hein!), hã!
b) Ele queria vender antiguidades ao museu. • Impaciência: hum!
• Invocação ou chamamento: olá!, alô!, ô!, psiu!, psit!,
3. Nas frases seguintes, selecione as locuções prepositivas. ó!, atenção!, olha!
a) Apesar de João ter saído cedo, de acordo com as ins- • Silêncio: silêncio!, psiu!
truções de seu pai, não chegou a tempo. • Suspensão: alto!, basta!, chega!
b) Em vez de Marica ficar perto de mim, ela preferiu ficar • Medo ou terror: credo!, cruzes!, uh!, ai!, Jesus!, ui!
junto de ti. • Tristeza: oh! meu Deus! que pena! que azar!

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Obs.: Essa lista pode ser aumentada com palavras que Macacos me mordam!
passam a funcionar como interjeições, dependendo do con- Ai de mim!
texto em que ocorrem. Ora, bolas!
Oh, céus!
Locuções Interjetivas Que horror!
Puxa vida!
São grupos de duas ou mais palavras que funcionam Raios o partam!
como interjeições: Quem me dera!
Valha-me Deus! Que coisa incrível!
Meu Deus do céu! Quem diria!
Ai, meu Deus! Cruz-credo!
Minha Nossa Senhora! Alto lá!
Jesus Cristo! Bico fechado!

CLASSES E FUNÇÕES DA PALAVRA “QUE”


Classes da Palavra “que” (Estudo Morfológico)

CLASSE GRAMATICAL EXEMPLOS E OBSERVAÇÕES


Ele tem um quê de mistério. Suas palavras aparentam um quê de
ironia. Obs.: Não se acentua quando especifica outro substantivo.
Substantivo: nomeia um ser e é acentuada. A palavra “que” tem muitas funções. (Qual palavra? – Foi especifica-
da: que.) O “que” não pode ser classificado como verbo. (Subentenda:
o termo “que”.)
Que alegrias um filho nos dá! (Quantas alegrias um filho nos dá! 
quantas = pronome adjetivo indefinido.)
Pronome: pode ser substituída por pronome equi- Em que espelho ficou perdida a minha face? (Em qual espelho ficou
valente. perdida a minha face?  qual = pronome adjetivo interrogativo.)
As questões que resolvi eram difíceis. (As questões as quais resolvi
eram difíceis.  as quais = pronome substantivo relativo.)
Que inteligente ela é! (Ela é muito inteligente!) Que longe ele traba-
Advérbio: apenas advérbio de intensidade.
lha! (Ele trabalha muito longe!)
Temos que estudar. (Temos de estudar.) Obs.: Este uso do “que” é
Preposição: liga verbo auxiliar com verbo principal
tido como linguagem coloquial.
na locução verbal.
Existe muito que aprender. (Existe muito a aprender.)
Falou que falou, mas não disse nada. (Falou e falou, mas não disse
nada.  que = e conjunção coordenativa aditiva.)
Diga esse absurdo de um doido que não dele. (Diga esse absurdo de
um doido, mas não dele.  que = mas conjunção coordenativa
Conjunção
adversativa.)
coordenativa
Corra, que a polícia vem aí. (Corra, pois a polícia vem aí. que = pois
conjunção coordenativa explicativa.)
Obs.: Uso coloquial: Saiu cedo de casa, só que chegou atrasado ao
trabalho. (só que = mas  conjunção coordenativa adversativa.)
Disse que viria cedo, mas chegou tarde. (Disse isso.  conjunção
subordinativa integrante.)
Fiz-lhe sinal que se levantasse. (que = para que conjunção subor-
Conjunção: pode ser trocada
dinativa final.)
pela conjunção equivalente.
Estudou tanto que gabaritou as questões. (sentido de resultado
conjunção subordinativa consecutiva.)
O olho está vermelho, que ela chorou. (que = porque conjunção
Conjunção subordinativa causal.)
subordinativa Chegados que foram à margem do rio, pararam para descansar. (Quan-
do chegaram à margem do rio, pararam para descansar. conjunção
subordinativa temporal.)
Que fosse domingo, ainda teria de trabalhar. (Embora fosse domingo,
Língua Portuguesa

ainda teria de trabalhar.  que = embora  conjunção subordinativa


concessiva.)
Obs.: Uso coloquial: Trabalhava que nem um relógio. (que nem =
como  conjunção subordinativa comparativa.)
Interjeição: exprime espanto. Quê! Isso é um abuso! Quê! Você ainda fez a tarefa?
Que vida agitada que eles levam! (Que vida agitada eles levam!)
Partícula de realce (expletiva): pode ser retirada da
Que felicidade que ela teve na formatura! (Que felicidade ela teve
frase, sem causar erro.
na formatura!)

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Funções Sintáticas da Palavra “que” (Estudo Sintático)

CLASSE FUNÇÃO SINTÁTICA EXEMPLOS E OBSERVAÇÕES


Núcleo do sujeito Um quê de surpresa ficou em seu rosto.
Substantivo Núcleo do objeto Agora entendemos este que com facilidade.
Aposto especificativo A palavra que exerce várias funções.
Que questões fáceis nesta prova! (Quantas questões fáceis
Pronome adjetivo indefinido ou nesta prova!)
Adjunto adnominal
Pronome adjetivo interrogativo Em que espelho ficou perdida a minha face? (Em qual es-
pelho ficou perdida a minha face?)
O edital que saiu exige nível superior. (que = o edital o
Sujeito
edital saiu.)
Encontrei o livro de que você tinha necessidade. (que = o
Complemento nominal
livro  você tinha necessidade do livro.)
Não conheço mais o homem gentil que ele era. (que = o
Predicativo do sujeito
homem gentil  ele era o homem gentil.)
Cláudio se tornou esse professor que todos respeitam. (que
Pronome substantivo relativo Objeto direto
= esse professor todos respeitam esse professor.)
Vi o filme a que vocês se referiram. (que = o filme  vocês
Objeto indireto
se referiram ao filme.)
O bairro em que moramos apareceu na tevê. (que = o bairro
Adjunto adverbial
 moramos no bairro.)
O cachorro por que o menino foi mordido desapareceu.
Agente da passiva
(que = o cachorro  o menino foi mordido pelo cachorro.)
Adjunto adverbial de in- Que bonito é o apartamento de Flávio. (O apartamento de
Advérbio de intensidade
tensidade Flávio é muito bonito!)
Tinha que sair naquela hora. (Tinha de sair naquela hora.)
Preposição Não tem função sintática.
Havia tanto que falar. (Havia tanto a falar.)
Conjunção Não tem função sintática Disse que o filme foi ótimo. (Disse isso.)
Interjeição Não tem função sintática Quê! Isso é um roubo!
Nossa! Em qual cidade que vamos morar? (Nossa! Em qual
Partícula de realce (expletiva) Não tem função sintática
cidade vamos morar?)

EXERCÍCIOS 3. Nos versos seguintes, indique a que classe pertencem


as palavras que:
1. Indique a classe gramatical das palavras que em desta- “O que será de nossas vidas / eu não sei dizer. / Só sei
que nas frases a seguir: que juntos / seremos tudo / contra o que de mau vier.”
a) Ana rogou que parassem.
4. Nos versos seguintes, indique a que classe pertencem
b) Que seja só o amor que nos ligue.
as palavras que:
c) Que horas são? “Acho tão natural que não se pense, que me ponho a rir
d) Notei em teus olhos um quê de meiguice. às vezes, sozinho, não sei bem de quê, mas é de qualquer
e) Que cor viva que tem esta flor! cousa que tem que ver com haver gente que pensa...”
f) Quê? Ele teve coragem de fazer isso? (Fernando Pessoa como Alberto Caeiro)
g) Andava que andava, mas não achava o endereço.
h) Mas que saudade de um banho de chuva! 5. Indique a função sintática da palavra que nas frases:
i) Logo vi que você é pai de primeira viagem. a) “...saudade que eu sinto / de tudo que eu ainda não
j) Quanto carinho que existe nesse olhar! vi.” (Legião Urbana)
k) Que longa foi a estrada que percorremos! b) No quintal, que tinha uma árvore, pássaros cantavam.
l) Que foi feito do teu sorriso que era tão claro e tão c) Que esperto está você!
perfeito? d) As mudanças que começamos a observar na última
semana, já ocorriam há meses.
m) Ele que disse que viu o acidente. e) Um quê ficou no ar sem resposta.
n) Quê! Teremos que ficar sem reajuste! f) “Mas crianças, que sabem mais do que eu, e vão dire-
o) Que lutemos bravamente, haverá ainda muito que tas ao assunto, ouviram, pensaram e disseram: ‘Que
fazer. engraçado! Um bem-te-vi gago!” (Cecília Meireles)
p) Choveu que choveu, que o rio transbordou. g) O carteiro conseguiu achar a casa em que as notícias
nunca apareciam.
2. No trecho de poema de Carlos Drummond de Andrade, h) “Que desforra para o chuchu!” (Manuel Bandeira)
Língua Portuguesa

classificar as palavras que: i) O vento, por que a porta foi fechada, só cessou ao
“Que é loucura: ser cavaleiro andante / ou segui-lo como bater na vidraça.
escudeiro? / De nós dois, quem o louco verdadeiro? / j) Ele falou um que enfático.
O que, acordado, sonha doidamente? / O que, mesmo k) Ficou provado o crime de que era culpado.
vedado, / vê o real e segue o sonho / de um doido pelas l) “É um teatro em que se apresentam todas as cenas
[...]” (Ferreira de Araújo)
bruxas embruxado? / Eis-me, talvez, o único maluco, / e m) “Homens conturbados que corriam atrás da roda e
me sabendo tal, sem grão, de siso, / sou – que doideira do fogo [...]” (Tércio de Abreu)
– um louco de juízo.” n) Se fosse pelo nome que ele tem, seria ator.

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GABARITO k) Complemento nominal (que = o crime [ele] era
1. a) Conjunção subordinativa integrante: Ana rogou isso. culpado do crime: note que “do crime” completa o
b) Partícula de realce (expletiva): pode ser retirada. adjetivo “culpado”).
c) Pronome adjetivo interrogativo. l) Adjunto adverbial de lugar (que = um teatro  todas
d) Substantivo (acompanhado de artigo “um”). as cenas se apresentam em um teatro).
e) Partícula de realce (expletiva): pode ser retirada. m) Sujeito (que = homens conturbados  homens cor-
f) Interjeição (espanto). riam atrás da roda...)
g) Conjunção coordenativa aditiva (que = e). n) Objeto direto (que = o nome  ele tem o nome)
h) Pronome adjetivo indefinido (que = quanta).
i) Conjunção subordinativa integrante (Logo vi isso). FUNÇÕES DO “SE”
j) Partícula de realce (expletiva): pode ser retirada.
k) Advérbio de intensidade (que longa = muito longa)e Como Pronome
pronome relativo (que = a qual), nesta ordem.
l) Pronome interrogativo e pronome relativo (que = o Na voz passiva sintética, a palavra “SE” é partícula apas-
qual). sivadora, ou também chamada de pronome apassivador.
m) Partícula de realce (expletiva, pode ser retirada) e O sujeito é paciente. (Lembre-se: sujeito começa sem pre-
conjunção subordinativa integrante (Ele disse isso). posição.)
n) Interjeição e preposição (que = de). Ainda se planejava uma reforma. (Uma reforma ainda
o) Conjunção subordinativa concessiva (que = embora) era planejada.)
e preposição (que = a). Descobriu-se que haveria cortes no orçamento. (Isso foi
p) Conjunção coordenativa aditiva (que = e), conjunção descoberto).
subordinativa consecutiva (consequência).
2. Em ordem de ocorrência no texto: pronome interro- Na voz reflexiva, a palavra “SE” é pronome reflexivo. E
gativo, pronome interrogativo, pronome interrogativo, como pronome reflexivo, pode ter função sintática de objeto
ou de sujeito.
pronome indefinido (que doideira = quanta doideira).
A cozinheira cortou-se. (objeto direto)
3. Em ordem de aparecimento: pronome interrogativo Os parlamentares deram-se reajuste salarial. (objeto
(traz questionamento, interroga de forma indireta). indireto)
Atenção: Não se trata de pronome relativo. Em “o que O rapaz deixou-se ficar na rede. (sujeito do infinitivo “ficar”)
será de nossas vidas”, devemos enxergar “o” como ex-
pletivo (pode ser retirado). Quando o sujeito não está escrito, nem se pode ter cer-
Conjunção integrante (Só sei isso.) teza, então o sujeito é indeterminado. Assim, a palavra “SE”
Pronome relativo (note agora que “o” = aquilo; por isso, é chamada índice de indeterminação do sujeito (IIS).
vamos entender o trecho assim: seremos tudo contra Aqui se trabalha.
aquilo que de mau vier. Assim, que = o qual: seremos Vai-se precisar de gente qualificada.
tudo contra aquilo o qual de mau vier.) Nesta casa se é feliz.

4. Em ordem de aparecimento: conjunção subordinativa in- Quando o verbo é pronominal, o pronome “SE” é parte
tegrante (Acho tão natural isso.), conjunção subordinativa integrante do verbo.
consecutiva (consequência de achar tão natural), substan- Aqui precisamos distinguir os verbos pronominais. Exis-
tivo (acentuado é substantivo; note também o sentido: rir tem dois grupos de verbos pronominais:
de algo), pronome relativo (qualquer cousa a qual tem que • verbos pronominais essenciais, ou seja, sempre conju-
ver...), preposição (qualquer cousa que tem a ver com haver gados com pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos,
gente...), pronome relativo (haver gente a qual pensa...). vos). São alguns desses verbos: referir-se, ajoelhar-se,
arrepender-se, suicidar-se, apoderar-se, queixar-se.
5. a) objeto direto (que = saudade  eu sinto saudade), Veja a conjugação:
objeto direto (que = tudo  eu ainda não vi tudo). Eu me arrependo (certo)
b) Sujeito (que = o quintal  o quintal tinha uma árvore). Eu arrependo (errado)
c) Adjunto adverbial de intensidade (que = muito  Vargas se suicidou (certo)
você está muito esperto). Vargas suicidou (errado)
d) Objeto direto (que = as mudanças  [nós] começa-
mos a observar as mudanças). • verbos pronominais acidentais, ou seja, nem sempre
e) Núcleo do sujeito (Pergunte assim: o que ficou no são conjugados com pronomes oblíquos átonos. Tais
ar? Resposta = sujeito: um quê). verbos mudam de sentido e ou de regência. Compare:
f) Em ordem de aparecimento: sujeito (que = crianças O rapaz se dirigiu ao tribunal. (sentido de ir) pronome
crianças sabem), sem função sintática (conjunção “se” parte integrante do verbo
subordinativa comparativa [crianças sabem mais do O rapaz dirigiu o tribunal. (sentido de chefiar, comandar)
que eu  comparação], e conjunção não tem função O presidente se valeu de lacunas da lei. (sentido de
sintática), adjunto adverbial de intensidade (que = utilizar) => pronome “se” parte integrante do verbo
muito: muito engraçado). O carro valeu R$ 20.000,00. (sentido de valor)
Língua Portuguesa

g) Adjunto adverbial de lugar (que = a casa  as notícias


nunca apareciam na casa). Cuidado!
h) Adjunto adnominal (que = quanta  pronome adje- Compare:
tivo indefinido determinado o substantivo “desforra”, Ele matou o rato. (certo)
por isso adjunto adnominal). Ele se matou. (certo) => pronome reflexivo
i) Agente da passiva (que = o vento  a porta foi fe-
chada pelo vento). Note:
j) Núcleo do objeto direto (sujeito = ele, ele falou algo, O verbo da voz reflexiva admite ação sobre outro ser
então objeto direto = um que). diferente do sujeito.

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Já o verbo pronominal não admite. a) A tristeza daquele jovem funda-se em problemas
Ele suicidou o rato. (errado) sociais.
Ele se suicidou. (certo) => parte integrante do verbo b) Em suas palavras, não se separam mentiras e verdades.
c) Se esta obra fosse impressa no Brasil, teria o valor de
Quando o verbo é intransitivo, o pronome “SE” é partí- cem reais.
cula expletiva ou de realce. Pode ser retirada da frase sem d) Os indígenas indagaram se seriam ordens adequadas
causar erro. a seus subalternos.
Vão-se os anéis, ficam os dedos. (certo) e) Os chefes administrativos mantêm-se atualizados
Vão os anéis, ficam os dedos. (certo) quanto a questões existenciais das mais complexas.
Todos se riram. (certo)
Todos riram. (certo) 5. “Catulo não morreu: luarizou-se...” (Mário Quintana)
Em “luarizou-se” o se indica
Como Conjunção a) reciprocidade.
b) reflexibilidade.
Introduzindo oração subordinada substantiva, a palavra c) passividade.
“SE” é conjunção integrante. d) indeterminação.
Ninguém sabe se ela vem. e) condição.
Se Lula venceria eles não previam.
6. (FCC) “O corpo encontra-se estendido na sarjeta; o le-
Introduzindo oração subordinada adverbial condicional, gista aproxima-se do cadáver...”. Nesse trecho, o se deve
a palavra “SE” é conjunção condicional. ser classificado, respectivamente, como
O consumo pode aumentar, se os juros baixarem. a) partícula apassivadora – pronome pessoal reflexivo.
Se não chover, vamos sair. b) partícula expletiva – partícula expletiva.
c) partícula apassivadora – partícula apassivadora.
Introduzindo oração subordinada adverbial causal, a d) pronome pessoal reflexivo – partícula apassivadora.
palavra “SE” equivale a “porque” e se classifica como con- e) parte integrante do verbo – pronome pessoal reflexivo.
junção causal.
Se Nova Iorque venceu a guerra contra o fumo, então 7. (Cespe) “De repente da calma fez-se o vento / Que dos
São Paulo também pode vencer. olhos desfez a última chama” (Vinícius de Moraes”. Com
Se os juros baixaram, o consumo aumentou. a palavra vento escrita no plural, deve-se reescrever obri-
gatoriamente, assim
Dica: a) De repente da calma fez-se os ventos / Que dos olhos
Repare que o tempo verbal da condicional é hipotético desfizeram a última chama.
(se baixarem, se não chover). Já o tempo verbal da causa b) De repente da calma fizeram-se os ventos / Que dos
indica fato (se Nova Iorque venceu, se os juros baixaram). olhos desfez a última chama.
c) De repente da calma fizeram-se os ventos / Que dos
EXERCÍCIOS olhos desfizeram a última chama.
d) De repente da calma fez-se os ventos / Que dos olhos
1. “Sumiu-se por entre as matas e a cena não se pôde desfez a última chama.
descrever”. A palavra se, destacada no período, é, res- e) De repente da calma fazem-se os ventos / Que dos
pectivamente, olhos desfaz a última chama.
a) partícula expletiva – partícula apassivadora.
b) pronome reflexivo – partícula apassivadora. 8. (Cesgranrio) Assinale a opção em que houve incorreta
c) partícula expletiva – pronome pessoal reflexivo. análise do se.
d) partícula apassivadora – índice de indeterminação a) Imagine se um dia as pessoas pudessem transformar
do sujeito. areia em ouro. (Conjunção subordinativa integrante)
e) índice de indeterminação do sujeito – partícula ex- b) Logo adiante, estendia-se um tapete vermelho, ra-
pletiva. ríssimo. (Partícula apassivadora)
c) Então resolveu concentrar-se em decifrar palavras
2. Na frase “Não se sabe se é verdade ou não”, os monossíla- cruzadas. (Pronome reflexivo, objeto direto)
bos destacados são identificados, respectivamente, como d) Só bem mais tarde, lembrou-se do que tinha ouvido
a) partícula apassivadora – pronome reflexivo, sujeito. na mesquita. (Pronome reflexivo, objeto indireto)
b) partícula apassivadora – conjunção integrante. e) Suspendemos o plantio quando se vislumbrou a pos-
c) parte integrante do verbo – conjunção condicional. sibilidade de geadas. (Partícula apassivadora)
d) índice de indeterminação do sujeito – partícula ex-
pletiva. 9. (Esaf) Assinale a opção em que a identificação e/ou a
e) parte integrante do verbo – conjunção integrante. descrição da função do se foi/foram feita(s) corretamente.
a) Recolheram-se ao Tesouro as taxas legais correspon-
3. Assinale a opção em que o se é partícula apassivadora. dentes ao objeto do contrato. (Pronome reflexivo,
a) O tempo não se mede pelos ponteiros do relógio. empregado como objeto direto)
Língua Portuguesa

b) Faço questão de que os clientes se sintam à vontade. b) Ana Lúcia deixou-se ficar calada, aguardando o de-
c) No epílogo da vida, vão-se embora todos os belos senrolar da conversa das duas senhoras. (Pronome
sonhos. reflexivo, empregado na função de objeto direto)
d) Não se esqueça das belas manhãs ensolaradas. c) O peregrino ajoelhou-se contrito e deslumbrado ante
e) Necessita-se de calma e perseverança para alcançar tanta beleza da basílica. (Partícula apassivadora, sem
o objetivo. função sintática)
d) O maior defeito dos homens é darem-se valores di-
4. Aponte o período em que a palavra se é conjunção su- vinos. (Pronome reflexivo, empregado como objeto
bordinativa integrante. indireto)

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e) Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha ESTRUTURA E PROCESSOS DE FORMAÇÃO
mulher, para que serve esta narrativa? (Conjunção
subordinativa integrante, sem função sintática) DAS PALAVRAS

10. (Cespe) Em qual das opções o se não foi analisado cor- Estrutura das Palavras
retamente?
a) Deitada de lado, a menina se vê nos dois espelhos Em geral, a palavra pode ser decomposta em partes: a
negros. (Pronome pessoal reflexivo, na função de raiz, o radical, o tema, os afixos (sufixos e prefixos), a desi-
objeto direto) nência (nominal e verbal), a vogal temática; os infixos (a vogal
b) Depois os dois deram os braços como há muito tempo e a consoante de ligação).
não se usava dar. (Partícula apassivadora, formando
a voz passiva sintética)
Raiz: é o elemento fundamental da palavra; não pode ser
c) O cipreste inclina-se em fina reverência e as mar-
garidas estremecem. (Pronome pessoal reflexivo, na decomposta e nele se concentra o sentido básico: é, além dis-
função de objeto direto) so, comum às palavras da mesma família (palavras cognatas):
d) Não, não se trata de um congresso de gurus, bruxos (‑reg‑) é a raiz das palavras cognatas:
ou remanescentes. (Pronome pessoal reflexivo, na reger; régua; regular etc.
função de objeto indireto)
e) Adriana deixou-se cair, no canapé, a rir. – Pronome A raiz chama-se também radical primário.
pessoal reflexivo, na função de sujeito.
Radical (ou radical secundário): é a raiz acrescida de
11. A palavra se é conjunção subordinativa integrante (por afixos, se houver. Não havendo qualquer afixo (sufixo ou
introduzir oração subordinada substantiva objetiva di- prefixo) raiz e radical se confundem.
reta) em qual das orações seguintes?
Assim, na palavra “reger”, eliminando-se a desinência
a) Ele se morria de ciúmes pelo patrão.
b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo. “‑er” fica-se a raiz que, nessa palavra, é, também, o radical
c) O aluno fez-se passar por doutor. primário. Mas na palavra “desregular”, eliminando-se a desi-
d) Precisa-se de pedreiros. nência “‑ar”, fica-se o radical “desregul –”, que é o radical se-
e) Não sei se o vinho está bom. cundário, por ter sido ampliado com afixos (sufixo e prefixo).

12. Na frase “Trabalhou-se com prazer”, a palavra se é: Tema: é o radical acrescido de uma vogal, denominada
a) partícula de realce. “vogal temática”. Nos nomes nem sempre é fácil apontar a
b) partícula expletiva. vogal temática, quando coincide com as desinências do gê-
c) pronome relativo. nero, ou não passa de simples semivogal; além disso, pode
d) índice de indeterminação do sujeito. nem existir. Nos verbos, obtemos o “tema” com a eliminação
e) n.d.a. da desinência do infinitivo (r).
Exemplo:
13. “O herdeiro, longe de compadecer-se, sorriu e, por es-
“ama ‑” é o tema do verbo “amar”, “am” é o radical e
mola, atirou-lhe três grãos de milho.” O se na oração é:
a) índice de indeterminação do sujeito. “a” a vogal temática (característica da primeira conjugação).
b) pronome apassivador.
c) pronome reflexivo. Afixos: são os elementos de significação secundária que
d) partícula de realce. se agregam à raiz para formar uma nova palavra, derivada da
e) parte integrante do verbo. primeira. Os afixos chamam-se “prefixo” quando se antepõe
à raiz e “sufixo” quando se pospõe a ela:
14. Quanto ao uso do se, a gramática tradicional não admite Exemplos:
a construção: reluzir ‑ “re” prefixo
a) Vendem-se casas. sapateiro ‑ “eiro” sufixo
b) Aluga-se apartamento.
c) Não se vá tão cedo! Desinências: são os elementos que terminam as palavras,
d) Trabalhou-se muito hoje. indicando as flexões gramaticais. Dividem-se em:
e) Conserta-se sapatos.
• desinências nominais: quando, nas palavras, indicam
15. A classificação da palavra se está correta em: as flexões de gênero e de número dos nomes;
a) Passavam-se os meses, e nenhuma notícia chegava. • desinências verbais: quando indicam as flexões de
(parte integrante do verbo) número e pessoa, tempo e modo do verbo.
b) Venha à festa se estiver disposta. (conjunção inte-
grante) Assim, nas formas “menino”, “menina”, “o” e “a” são
c) Quero perguntar-lhe se você está satisfeita. (conjun- desinências de gênero; já em “meninos” e “meninas” o “s”
ção subordinativa condicional) é desinência de número (desinências nominais).
d) Com o susto, deixou-se cair no sofá. (partícula de realce)
Língua Portuguesa

e) Compram-se bonecas de louça. (partícula apassiva- Na palavra “amávamos”, temos:


dora) “am” – raiz ou radical primário
“‑a”: vogal temática
GABARITO “‑va” – desinência modo temporal
“‑mos” desinência número-pessoal => (desinências verbais).
1. a 4. d 11. e 14. e
2. b 5. b 12. d 15. e Vogal temática: é a vogal que se acrescenta ao radical de
3. a 6. a 13. e certas palavras; essa vogal amplia o radical e o prepara para

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receber as desinências. Só tem importância, no momento, Obs.: essa palavra “entardecer” possui um significado,
a vogal temática dos verbos, pois caracteriza a conjugação: pois a agregação dos afixos (prefixo e sufixo) ocorreu de for-
“a”: vogal temática da primeira conjugação ma “simultânea”, quer dizer: “ao mesmo tempo”.
“‑ e ‑”: vogal temática da segunda conjugação en + tard + ecer = entardecer
“– i –”: vogal temática da terceira conjugação a + noit + ecer” = anoitecer.

Vogais e consoantes de ligação: são elementos, sem e) Regressiva: forma-se uma palavra nova pela subtração
quaisquer sentidos, que se intercalam entre outros para de um elemento da palavra primitiva.
facilitar a pronúncia.
café‑i‑cultor, gas-ô-metro, cha-l-eira, pau‑l‑ada, café‑t‑ei- primitiva derivada
ra etc. chorar choro
combater combate
Processo de Formação de Palavras
Observação:
Dois são os principais processos de formação de palavras Na derivação regressiva, formam-se, geralmente, subs-
tantivos abstratos indicativos de ação, através da queda do
na língua portuguesa: composição e derivação.
“r” da palavra primitiva (o verbo).
Composição f) Imprópria: formação de uma palavra nova sem que seja
Consiste na criação de palavras por meio de duas ou mais alterada a forma da palavra primitiva. É um caso especial de
palavras. A associação dos referidos elementos pode ser feita derivação, a palavra não sofre modificações em sua estrutura
por “justaposição” ou por “aglutinação”. básica, nem acréscimo nem redução, o que ocorre, na reali-
a) Justaposição dade, é uma mudança na função que a palavra exerce num
Na justaposição, os elementos conservam a sua indepen- determinado contexto; isso acontece quando uma palavra
dência, tendo cada radical o seu acento tônico, não havendo muda de classe gramatical.
perda de sons em qualquer dos componentes. Exemplo:
carro-dormitório, amor-perfeito, segunda-feira, mula- A palavra “não”, tomada isoladamente, é um advérbio
-sem-cabeça, vira-lata, guarda-comida, madrepérola, de negação; exerce essa função em frase do tipo: Não irei
passatempo, pontapé etc. ao cinema.
Entretanto, sua função pode ser modificada, dependendo
b) Aglutinação do contexto:
Na aglutinação, os dois elementos se fundem num todo O não é uma palavra terrível.
com um só acento tônico, havendo inclusive perda de sons. Nesse caso, a palavra “não” passa a ser um substantivo.
O mais comum na derivação imprópria é a mudança de
aguardente (água + ardente); embora (em + boa + hora);
verbos, adjetivos, advérbios e conjunções em substantivos.
outorga (outra + hora); pernalta (perna + alta) etc.
Observação:
Derivação Para sabermos se a palavra é substantivo ou verbo, usa-
Consiste na formação de palavras novas por meio de mos o seguinte critério: “Se o substantivo denota ação, será
prefixos ou sufixos. Daí a divisão em: palavra derivada, e o verbo palavra primitiva; mas, se o nome
a) Prefixação ou derivação prefixal: quando antepomos denota algum objeto ou substância, será palavra primitiva e o
ao radical da palavra, um elemento denominado “prefixo”, verbo derivada.” Desta forma, exemplifiquemos: caça (subs-
formando aí uma nova palavra. tantivo, denota ação) vem do verbo caçar. O substantivo
in‑feliz = infeliz arquivo (denota um objeto) dá origem ao verbo arquivar.

b) Sufixação ou derivação sufixal: quando pospomos Outros Processos de Formação de Palavras


ao radical da palavra um elemento denominado “sufixo”,
formando, aí, uma nova palavra. Além dos dois principais processos de formação de pa-
feliz + mente = felizmente lavras, derivação e composição, temos alguns outros que
produziram um número razoável de palavras, destacamos
c) Prefixal e sufixal (junção não simultânea): quando an- os seguintes:
tepomos e pospomos, um elemento de cada vez, formando 1) Abreviação vocabular: consiste na redução de uma
com cada um deles, independentemente, uma palavra: “infe- palavra, normalmente longa, polissilábica, para uma comu-
liz” e “felizmente”, criando, em seguida, uma terceira palavra: nicação mais ágil, mais rápida. Observe que a palavra “mo-
tocicleta” é hoje usada em uma forma reduzida: moto; assim
in + feliz + mente = infelizmente.
como telefone – fone; automóvel – auto.
Entretanto, é fundamental não confundir “abreviação vo-
d) Parassíntese ou junção simultânea: consiste em agre- cabular”, com “abreviatura”. Abreviação vocabular consiste
garmos ao radical da palavra primitiva os afixos: (prefixo e na redução de uma palavra, e abreviatura consiste na repre-
sufixo), desde que, com agregação individual de cada um
Língua Portuguesa

sentação de uma palavra por algumas letras, como ocorre


deles não se forme nenhuma palavra de significação. em “obs.” – abreviatura de “observação”; “dr. – abreviatura
en + tarde de “doutor”; “i.e.” (abreviatura de “isto é”) etc.
tard + ecer
Obs.: essas duas palavras não têm significados isolada- Exemplos de abreviação vocabular mais comuns:
mente. cine ‑ cinema
foto ‑fotografia
Agora observe o exemplo que se segue: quilo ‑ quilograma
en + tard + ecer = entardecer rebu ‑ rebuliço

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2) Siglas: as siglas não devem ser confundidas nem com 8. Assinale a alternativa em que ocorre uma palavra com
abreviação vocabular, nem com abreviatura. É discutível mes- um sufixo do mesmo valor que o da palavra sublinhada
mo chamar uma sigla de palavra; melhor seria definir a sigla na frase abaixo:
como um caso de abreviatura. “Depois o menino desceu e foi dar umas maniveladas
As siglas surgem, em geral, com iniciais das palavras que para o motor pegar.”
formam o nome de instituições, sociedades, partidos políti- a) meninada.
cos, associações etc. b) boiada.
SANBRA ‑ Sociedade Algodoeira do Nordeste do Brasil c) martelada.
OMS ‑ Organização Mundial de Saúde d) manada.
ONU ‑ Organização das Nações Unidas
9. “Era a declaração amorosa feita geralmente à dama ca-
3) Onomatopeia: consiste na imitação de sons, seja o som sada, mais de uma vez pelo fidalgo que o senhor feudal
das vozes dos animais, seja o som dos ruídos da natureza, criava no castelo.”
ou mesmo o som produzido pelos objetos e pelo próprio As palavras destacadas são respectivamente, formadas,
homem. por:
miau – voz do gato a) parassíntese, prefixação e sufixação.
tique‑taque – barulho do relógio b) sufixação, sufixação e aglutinação.
toc‑toc – batida da porta c) prefixação, parassíntese e aglutinação.
chuc‑chuc – ruído da roupa sendo lavada d) composição, sufixação e justaposição.

EXERCÍCIOS 10. Na palavra “avozinha” o elemento sublinhado classifica-


-se como:
1. (IBFC/Ideci-CE/Advogado) A palavra “imaturas” é for- a) desinência de gênero.
mada por b) desinência de número.
a) justaposição. c) desinência de infinitivo.
b) aglutinação. d) consoante de ligação.
c) derivação.
d) abreviação. 11. Na frase “nunca deponhas contra um teu semelhante,
antes de certificaste da verdade”, o verbo destacado
2. (IBFC/Seplag-MG/Analista) A palavra “grafiteiros” é for- pertence à:
mada por a) primeira conjugação.
a) aglutinação. b) segunda conjugação.
b) justaposição. c) terceira conjugação.
c) sufixação. d) quarta conjugação.
d) derivação imprópria.
12. As palavras antiamericano, petrodólar, moto, Sudene
3. A palavra “inquieta” é formada por derivação prefixal. e espaçonave são formadas, respectivamente, por:
a) prefixação, aglutinação, abreviação, sigla, justaposição.
4. Indique a palavra formada por “parassíntese”: b) aglutinação, prefixação, regressão, sufixação, sigla,
a) ataque. justaposição.
b) emudecer. c) sufixação, prefixação, regressão, justaposição, sigla.
c) passatempo. d) justaposição, aglutinação, sufixação, regressão, sigla.
d) automóvel.
13. Assinale a alternativa que descreve, corretamente, o pro-
5. As palavras “aguardente”, “livro”, “barco” e “bebedouro”, cesso de formação das palavras destacadas no seguinte
quanto ao processo de formação, classificam-se, respec- texto:
tivamente, em: “Na feira-livre do arrabaldezinho, um homem loquaz
a) composta, primitiva, primitiva, derivada. apregoa balõezinhos coloridos.”
b) derivada, primitiva, primitiva, composta. a) derivação, composição, composição.
c) composta, derivada, primitiva, primitiva. b) derivação, derivação, derivação.
d) derivada, derivada, derivada, composta. c) composição, derivação, derivação.
d) derivação, composição, derivação.
6. Assinale a série de palavras em que todas são formadas
por “parassíntese”:
14. Assinale a alternativa em que todas as palavras foram
a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer.
formadas pelo mesmo processo de composição:
b) aguardente, infeliz, cinema, enrijecer.
a) aeromoça, couve-flor, pernalta.
c) deslealdade, moto, entardecer, girassol.
Língua Portuguesa

b) girassol, guarda-civil, planalto.


d) encontro, fidalgo, boquiaberto, felizmente.
c) contramão, pontiagudo, aguardente.
7. O vocábulo “vaivém” constituiu-se através do processo d) furta-cor, verde-claro, vaivém.
de
a) derivação prefixal. 15. As palavras: claramente / bonzinho / homenzinho são
b) composição por aglutinação. formadas por derivação:
c) composição por justaposição. a) regressiva.
d) derivação parassintética. b) sufixal.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) parassintética. SINTAXE DA ORAÇÃO
d) prefixal.
Relações Morfossintáticas e Semânticas no
16. Se a partir da palavra tarde formamos “tardar” e “entar-
decer”, essas duas últimas serão (quanto à formação):
Período Simples
a) derivação por sufixação e prefixação.
Conceituando frase, período e oração
b) derivação por sufixação e parassintetismo.
c) derivação por prefixação e parassintetismo.
Frase precisa ter sentido completo. Sem verbo, é frase
d) derivação por prefixação e prefixação.
nominal. Com verbo, é frase verbal. Início com maiúscula, fim
com ponto, exclamação, interrogação ou reticências.
17. Em qual dos exemplos abaixo está presente um caso de
Psiu! Chuva, fogo, vento, neve, tudo de uma vez. (frases
derivação parassintética:
nominais)
a) Lá vem ele vitorioso do combate.
Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (frase verbal)
b) Ora, vá plantar batatas.
O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (frase
c) Começou o ataque.
verbal)
d) Não vou mais me entristecer, vou é cantar.
Período é frase com verbo, ou seja, é frase verbal. Sen-
18. A palavra “endomingado” ( = vestido com a melhor rou-
tido completo. Início com maiúscula, fim com ponto, excla-
pa) é formada pelo processo de:
mação, interrogação ou reticências.
a) parassíntese.
O período é simples quando tem só uma oração. Esta
b) prefixação.
oração é chamada de oração absoluta.
c) aglutinação .
Entre as várias oportunidades de trabalho no mercado,
d) justaposição.
destacam-se as vagas em concurso público. (período simples
tem apenas um verbo ou locução, com o mesmo sujeito; a
19. (Iades/CAU-RJ) No que tange ao processo de formação
oração é absoluta)
de palavras, é correto afirmar que a palavra inspiração
é formada por derivação
a) sufixal. O período é composto quando tem mais de uma ora-
b) prefixal. ção. Haverá oração principal, oração coordenada e oração
subordinada.
c) parassintética.
Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (período com-
d) regressiva.
posto tem dois ou mais verbos independentes. Orações in-
e) imprópria.
dependentes são coordenadas)
O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (perí-
20. (Cetro/Botucatu) Em relação à estrutura e formação de
odo composto. Uma oração tem função sintática para outra:
palavras, leia o trecho.
uma é subordinada e a outra é principal).
A busca pela solução do mistério foi incessante, porém,
em vão.
Oração só precisa ter verbo. O sentido não precisa ser
Assinale a alternativa cujo vocábulo destacado se origina completo.
pela mesma forma de derivação que busca no trecho Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (três orações,
acima. porque são três verbos independentes)
a) “As pesquisas procuraram abordar a presença estran- O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (duas
geira na capital paulista a partir de sua diversidade orações, porque são dois verbos com sentidos próprios, in-
de formas.” dependentes, ou seja, não formam locução verbal)
b) “Partimos da figura do estrangeiro, mais ampla, com Entre as várias oportunidades de trabalho no mercado,
maior heterogeneidade de inserções e experiências, destacam-se as vagas em concurso público. (uma oração
para tentar compreender como a cidade se trans- absoluta)
forma a partir dessa multiplicidade de encontros
possíveis.” EXERCÍCIOS
c) “Os temas de investigação foram articulados e tive-
ram ajuda em duas linhas de pesquisa.” Identifique frases, períodos e orações
d) “As reflexões realizadas sobre os vários grupos de
estrangeiros e os aspectos relacionados aos trabalhos 1. Casa de ferreiro, espeto de pau.
foram associadas a outros recortes.” 2. Todos os que lançam mão da espada, à espada perece-
e) “O projeto também teve a preocupação de salvaguar- rão. (Mt. 26, 52)
dar parte dos acervos com os quais os pesquisado- 3. O temer ao Senhor é o princípio da sabedoria.
res trabalharam, que estavam sob a guarda da FAU 4. Foi escolhido o projeto que tinha sido mais bem elaborado.
e do MP.” 5. Dentre as mais belas histórias, uma não tão bela.
Língua Portuguesa

6. Sobre a mesa, um copo de leite.


GABARITO 7. O candidato da oposição está melhor do que os da situação.

1. c 6. a 11. b 16. b Termos da Oração


2. c 7. c 12. a 17. d
3. C 8. c 13. c 18. a • Termos essenciais: sujeito e predicado.
4. b 9. b 14. d 19. a • Termos integrantes: objeto, complemento nominal,
5. a 10. d 15. b 20. c agente da passiva.

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• Termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto ad- 26. ( ) Assaltaram um banco na cidade.
verbial, aposto. 27. ( ) Já é muito tarde.
• Vocativo. 28. ( ) São sete horas da noite.
29. ( ) ( ) Convém que o país cresça.
Estudo dos Termos em Sequência Didática 30. ( ) Abre a porta, Maria!
31. ( ) Chegaste antes da hora marcada.
1) Sujeito 32. ( ) Devagar, caminhavam os tropeiros na estrada.
33. ( ) Aquelas aves azuis cruzavam o céu cinzento.
O primeiro passo para uma análise sintática correta é 34. ( ) Nada o aborrecia.
encontrar o sujeito. 35. ( ) Poucos entenderam a palavra do chefe.
Para encontrar o sujeito, lembremos que o sujeito é o 36. ( ) Brincavam na calçada os meninos e as meninas.
assunto da oração. 37. ( ) Chegaram os primeiros imigrantes italianos.
Uma pergunta bem feita ajuda a encontrar o sujeito com 38. ( ) Ouviu-se uma voz de choro dentro da noite brasi-
segurança. Devemos perguntar antes do verbo: O que é que leira.
+ verbo? ou Quem é que + verbo? 39. ( ) Ao longe, tocavam os sinos da aldeia.
Aqui faltava um caderno. 40. ( ) Atropelaram um cão na estrada.
Pergunte: O que é que faltava?
Resposta (sujeito): um caderno. 41. (MJ/Adm.) Aparece uma oração sem sujeito em:
a) “... há uma linha divisória entre o trabalho formal e
A resposta pode estar onde estiver (antes ou depois do informal...”
verbo). Ela será o sujeito. Só depois de encontrar o sujeito, b) “No entanto, creditam à prática apenas um ‘jeito de
podemos procurar complementos para o verbo. ganhar a vida’ sem cometer crimes.”
c) “Todos gostariam de trabalhar tendo um patrão...”
São quatro casos de sujeito inexistente d) “Isso é quase um sonho para muitos”
e) “São pouquíssimos os que ganham mais de R$ 300
VERBO SENTIDO por mês.”
= existir 2) Predicativo Versus Aposto
haver = ocorrer
= tempo decorrido Observe a Questão:
= tempo (Cespe/Abin) A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência
fazer (Sisbin) e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligên-
= clima cia (Abin) permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a
= tempo atividade de Inteligência, mediante uma ação coordenadora
ser = data, hora do fluxo de informações necessárias às decisões de governo,
= distância no que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades,
aos antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, relativos
Fenômenos naturais: chover, ventar, nevar etc.
aos mais altos interesses da sociedade e do país.
Coloque nos parênteses que precedem as orações: 42. As vírgulas que isolam a expressão “reais ou potenciais”
(S) para sujeito simples (um só núcleo). são obrigatórias, uma vez que se trata de um aposto
(C) para sujeito composto (dois ou mais núcleos). explicativo.
(O) para sujeito oculto, elíptico ou implícito (subentendido
no contexto). Veja o quadro:
(I) para sujeito indeterminado (3ª plural; ou com índice e
verbo na 3ª singular). Predicativo Aposto
(SS) para sujeito inexistente ou oração sem sujeito. É adjetivo ou equivalente. É substantivo ou equivalente.
(SO) para sujeito for uma oração (sujeito oracional).
Refere-se a um substantivo Refere-se a um substantivo
ou equivalente. ou equivalente.
8. ( ) Voavam, nas alturas, os pássaros.
9. ( ) Entraram, apressadamente na sala, o diretor e o Estado passageiro ou perma- Explica, resume, restringe,
secretário. nente. enumera.
10. ( ) Deixaremos a cidade amanhã. Separado explica, junto res-
Separado do nome.
11. ( ) Havia muitas pessoas no gabinete do diretor. tringe.
12. ( ) Todos os dias passavam muitos vendedores pelas
estradas. Exemplos de Predicativo
13. ( ) Entregaram a ela um bilhete anônimo.
14. ( ) Choveu copiosamente no dia de ontem. Nós somos estudantes. (substantivo na função de pre-
15. ( ) Apareceu um pássaro no jardim. dicativo)
16. ( ) Hoje, pela manhã, telefonaram muitas vezes para você. Nós somos vinte. (numeral na função de predicativo)
Língua Portuguesa

17. ( ) A mente humana é poderosa arma contra o mal. Eu sou seu. (pronome na função de predicativo)
18. ( ) A vida e a morte são os extremos da raça humana. Nós somos esforçados. (adjetivo na função de predicativo)
19. ( ) Necessitamos de muita paz. Nós somos de ferro. (locução adjetiva na função de pre-
20. ( ) O querer e o fazer são alcançáveis. dicativo)
21. ( ) ( ) ( ) Querer e fazer é alcançável. A solução é que você venha. (oração não função de pre-
22. ( ) Todos necessitam de ajuda. dicativo)
23. ( ) O valor do homem é medido pela cultura.
24. ( ) Houve dias de sol em pleno inverno. (SGA-AC/Administrador) Uma decisão singular de um juiz
25. ( ) Caíram ao solo os lápis e os cadernos. da Vara de Execuções Criminais de Tupã, pequena cidade a

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534 km da cidade de São Paulo, impondo critérios bastante 53. A mãe carinhosa observava o filho.
rígidos para que os estabelecimentos penais da região pos- Morfologia:
sam receber novos presos, confirma a dramática dimensão Sintaxe:
da crise do sistema prisional. Semântica:
43. O trecho “pequena cidade a 534 km da cidade de São
Paulo” encontra-se entre vírgulas por exercer a função 54. A mãe, carinhosa, observava o filho.
de aposto. Morfologia:
Sintaxe:
(MS/Agente) A diretora-geral da OPAS, com sede em Washing- Semântica:
ton (EUA), Mirta Roses Periago, elogiou a iniciativa de estados
e municípios brasileiros de levar a vacina contra a rubéola 55. A mãe era carinhosa.
aos locais de maior fluxo de pessoas, especialmente homens, Morfologia:
como forma de garantir a maior cobertura vacinal possível. Sintaxe:
44. O nome próprio “Mirta Roses Periago” funciona como Semântica:
aposto de “A diretora-geral da OPAS”.
56. O trem atrasado chegou.
Indique se o termo destacado é aposto ou predicativo. Morfologia:
45. A moça, bonita, chegou. Sintaxe:
Morfologia: Semântica:
Sintaxe:
Semântica: 57. O trem chegou atrasado.
Morfologia:
46. A moça, chefe da seção, chegou. Sintaxe:
Morfologia: Semântica:
Sintaxe:
Semântica: 58. O trem, atrasado, chegou.
Morfologia:
47. A mãe, carinhosa, observava o filho. Sintaxe:
Morfologia: Semântica:
Sintaxe:
Semântica: 59. O trem continua atrasado.
Morfologia:
48. A mãe, fonte de carinho, observava o filho. Sintaxe:
Morfologia: Semântica:
Sintaxe:
Semântica: 60. Os inquietos meninos esperavam o resultado.
Morfologia:
49. As ameaças, reais ou potenciais, ainda existem. Sintaxe:
Morfologia: Semântica:
Sintaxe:
Semântica: 61. Os meninos esperavam o resultado inquietos.
Morfologia:
3) Adjunto Adnominal Versus Predicativo Sintaxe:
Semântica:
Adjunto adnominal Predicativo
62. Os meninos, inquietos, esperavam o resultado.
É adjetivo ou equivalente. É adjetivo ou equivalente.
Morfologia:
Refere-se ao substantivo. Refere-se ao substantivo. Sintaxe:
Estado passageiro ou perma- Semântica:
Estado permanente.
nente.
Restrição. Explicação. 63. O furioso Otelo matou Desdêmona.
Morfologia:
Indique se o termo sublinhado é adjunto adnominal ou Sintaxe:
predicativo. Semântica:
50. A moça bonita chegou.
Morfologia: 64. Otelo estava furioso.
Sintaxe: Morfologia:
Semântica: Sintaxe:
Semântica:
Língua Portuguesa

51. A moça, bonita, chegou.


Morfologia: 4) Adjunto Adnominal Versus Predicativo do Objeto
Sintaxe:
Semântica: Técnica. Fazer a voz passiva. Ver se fica junto ou separado,
quando faz mais sentido.
52. A moça parece bonita. Lembrar que junto é adjunto adnominal.
Morfologia: Lembrar que separado é predicativo.
Sintaxe: Obs.: separado significa fora do objeto, quando anali-
Semântica: samos.

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65. O juiz considerou a jogada ilegal. Analise os termos destacados colocando ADN para adjunto
Na voz passiva: A jogada foi considerada ilegal pelo juiz. adnominal e ADV para adjunto adverbial.
Note: “ilegal” separado de “a jogada”. Então: 74. Muitos animais da floresta são perigosos.
Morfologia: adjetivo. 75. Estes belos animais vieram da floresta.
Sintaxe: predicativo do objeto. 76. Ele é um narciso às avessas.
Semântica: estado. 77. Ele sempre agiu às avessas.
78. Investigaram em sigilo os escândalos de alguns políticos.
66. O juiz observou a jogada ilegal. 79. Uma investigação em sigilo desvendou alguns mistérios.
Na voz passiva: A jogada ilegal foi observada pelo juiz. 80. É saudável caminhar de manhã.
Note: “ilegal” junto de “a jogada”. Então: 81. Passeios de manhã fazem bem à saúde.
Morfologia: adjetivo.
82. Devemos dirigir com cautela.
Sintaxe: adjunto adnominal.
83. Manobras com cautela são mais seguras.
Semântica: característica.
84. As enchentes causam muito prejuízo à população.
67. O edital deixou a turma agitada. 85. A população sofre muito com as enchentes.
Morfologia:
Sintaxe: 6) Adjunto Adverbial
Semântica:
Indique a circunstância expressa pelos adjuntos adverbiais
68. Um fraco rei faz fraca a forte gente. destacados.
Morfologia: 86. No Pátio do Colégio afundem meu coração paulistano.
Sintaxe: 87. As cores das janelas e da porta estão lavadas de velhas.
Semântica: 88. Clara passeava no jardim com as crianças.
89. Ainda era muito cedo, não podia aparecer ninguém.
69. Gosto de vocês alegres. 90. Foi para vós que ontem colhi, senhora, este ramo de
Morfologia: flores que ora envio.
Sintaxe: 91. A gente não pode dormir com os oradores e os perni-
Semântica: longos.
92. Quando Ismália enlouqueceu, pôs-se na torre a sonhar...
70. O pai tornou o filho um vencedor. 93. És tão mansa e macia, que teu nome a ti mesma acaricia.
Morfologia: 94. Sigo depressa machucando a areia.
Sintaxe: 95. Saio de meu poema como quem lava as mãos.
Semântica: 96. O céu jamais me dê a tentação funesta de adormecer
ao léu, na lomba da floresta.
71. Helena virou professora.
97. A bunda, que engraçada. Está sempre sorrindo, nunca
Morfologia:
é trágica.
Sintaxe:
98. Talvez um dia o meu amor se extinga.
Semântica:

72. A vida fez dele um lutador. 7) Predicativo Versus Adjunto Adverbial


Morfologia:
Sintaxe: Predicativo Adjunto adverbial
Semântica: É advérbio ou locução ad-
É adjetivo ou equivalente.
verbial.
73. (Idene-MG/Analista) No fragmento a seguir (...) não con- Refere-se a um verbo, um
sidero desertor um jogador que, por qualquer motivo, Refere-se ao substantivo.
adjetivo ou um advérbio.
não queira defender a seleção de seu país), o termo Estado passageiro ou perma- Tempo, modo, lugar, causa,
“desertor” desempenha a função de nente. intensidade etc.
a) predicativo do sujeito.
Varia. Não varia.
b) predicativo do objeto direto.
c) predicativo do objeto indireto.
Analise os termos destacados colocando PDV para predica-
d) adjunto adverbial de modo.
tivo e ADV para adjunto adverbial.
e) adjunto adverbial de causa.
99. A moça chegou bonita.
5) Adjunto Adnominal Versus Adjunto Adverbial 100. A moça chegou rápido.
101. A moça chegou rápida.
102. A moça chegou rapidamente.
Língua Portuguesa

Adjunto adnominal Adjunto adverbial


103. A cerveja desceu redondo.
É advérbio ou locução ad- 104. A cerveja desceu redonda.
É adjetivo ou equivalente.
verbial. 105. Dona Vitória entrou lenta.
Refere-se a um verbo, um 106. Dona Vitória lentamente entrou.
Refere-se a um substantivo.
adjetivo ou um advérbio. 107. Dona Vitória, lento, entrou.
Varia. Não varia. 108. Dona Vitória, lenta, entrou.
Tempo, modo, lugar, causa, 109. Vivem tranquilos os anões do orçamento.
Estado, situação.
intensidade etc. 110. Vivem na tranquilidade os anões do orçamento.

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8) Complemento Nominal Versus Adjunto Adnominal d) “de jovens e idosos” é locução adjetiva e funciona
como complemento nominal de ingresso.
Complemento nominal Adjunto adnominal e) O emprego dos parênteses em “(o que acho válido)”
deve-se à intercalação de um comentário à margem.
Pode ser agente, posse ou
É alvo, é passivo.
espécie. 129. (Idene-MG/Analista) O segmento inicial do Hino Na-
Completa adjetivo, advérbio cional Brasileiro diz o seguinte: “Ouviram do Ipiranga
Só determina substantivo.
ou substantivo abstrato. as margens plácidas// De um povo heroico o brado
retumbante”. Mantendo o sentido original do excerto,
Identifique os termos destacados conforme o código: CN reescrevendo seus versos a partir do sujeito da oração
para complemento nominal e ADN para adjunto adnominal. original e desfazendo as inversões nele ocorrentes, o
111. Foi forte o chute do jogador na bola. texto resultaria em
112. O mergulho do atleta no mar causou espanto. a) As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado
113. A comunicação do crime à polícia deixou revoltada a retumbante de um povo heroico.
população do bairro. b) As plácidas margens ouviram do Ipiranga o heroico
114. O ataque dos EUA ao Iraque promoveu inimizade do brado retumbante de um povo.
povo árabe contra o Ocidente. c) As margens do Ipiranga, plácidas, ouviram de um
115. Nenhum de nós seria capaz de tanto. povo o retumbante brado heroico.
116. Rumor suspeito quebra a doce harmonia da seta. d) Do Ipiranga as margens plácidas ouviram o brado
117. As outras filhas do latim se mantiveram mais ou menos retumbante de um povo heroico.
fiéis às suas tradições. e) Ouviram as margens plácidas do Ipiranga de um povo
118. Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos! o heroico brado retumbante.
119. As leis de assistência ao proletariado ainda não são
muito eficientes. 9) Função Sintática dos Pronomes Oblíquos
120. O interesse do povo não diminuiu.
121. Minha terra tem macieiras da Califórnia. Indique a função sintática dos pronomes oblíquos destaca-
122. Os vigilantes, enérgicos, regularizavam a ocupação dos dos:
(OD) objeto direto
lugares.
(OI) objeto indireto
123. O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração.
(CN) complemento nominal
124. (...) fez o paraíso cheio de amores e frutos, e pôs o (ADN) adjunto adnominal
homem nele. (S) sujeito
125. O olho da vida inventa luar.
126. Lá vem o acendedor de lampiões da rua! Técnica: trocar o pronome por o menino e analisar.
127. O estudante de Direito elogiou o leitor de alfarrábios.
130. Agora, meu filho, diga-me toda a verdade.
(Jucerja/Administrador)
Trocando por “o menino”: Agora, meu filho, diga toda a
“Velhos e novos” verdade AO MENINO.
Assim, temos “diga” como VTDI e “AO MENINO” como
Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2006. objeto indireto. Portanto, o pronome “me” também será
objeto indireto.
Quero discutir uma questão que vem há muito me in-
comodando. Há alguns anos, o governo e a sociedade se 131. O vento batia-me gostosamente no rosto.
preocupam com o ingresso no mercado de trabalho de jovens
e idosos (o que acho válido). E a faixa intermediária, como Trocando por “o menino”: O vento batia gostosamente
fica? Sendo velhos para o mercado de trabalho e novos para no rosto DO MENINO.
se aposentarem, ficam esquecidos, sujeitos a todo tipo de Assim, temos “DO MENINO” conectado a “rosto”, que
humilhação, caindo muitas vezes na depressão, no alcoolis- é substantivo concreto. Portanto, “do menino” só pode ser
mo, com baixa autoestima. Por que até o momento ainda adjunto adnominal e, portanto, o pronome “me” também
não foram lembrados? Alguém já fez alguma pesquisa a esse será adjunto adnominal.
respeito, para saber o número dos cidadãos brasileiros que
passam por esse momento? Agora, continue seguindo o modelo acima.
132. Aquele mal atormentou-me durante muito tempo.
133. Deixei-me ficar ali em paz.
Atenciosamente,
134. O processo me foi favorável.
Jussimar de Jesus
135. Comuniquei-lhe os fatos ontem de manhã.
136. Os meus conselhos foram-lhe bastante úteis.
128. Com referência às palavras e expressões empregadas
Língua Portuguesa

137. Vejo-lhe na fronte uma certa amargura.


no texto, está incorreto o que se afirma em: 138. Confiei-lhe todos os meus segredos.
a) A carta foi escrita em linguagem formal, e as inter- 139. Sempre te considerei um grande amigo.
rogações cumprem um papel retórico. 140. Vocês devem ser-me sempre fiéis.
b) A maioria dos verbos está no presente do indicativo, 141. Contou-nos essa jovem uma triste história.
mas “ainda não foram lembrados” está no pretérito 142. Deixou-nos o moribundo uma bela obra.
perfeito passivo. 143. Eles nos viram entrar aqui.
c) “que vem há muito me incomodando”, que refere-se 144. O resultado nos será benéfico.
à questão e é sujeito de vem. 145. Chora-lhe de saudade o coração.

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146. O leitor deve permitir-se repousar um pouco. a cidadania, muitas vezes com o hino nacional de fundo, seja
147. O leitor deve perguntar-se a razão da leitura. exercida em outras atividades do dia-a-dia. Por exemplo? Na
148. O professor deu-se férias. cobrança de transparência das ações de políticos, no con-
149. A minha paz vos dou. trole do dinheiro arrecadado pelos impostos, no banimento
150. Esta regra vos permitirá entender o caso. da vida pública daqueles que nos roubam recursos, mas,
151. Batei na porta e abrir-se-vos-á. sobretudo sonhos.
153. Os pronomes pessoais são muito versáteis quanto aos
(Jucerja/Administrador) valores sintáticos que expressam, em função dos con-
textos frasais em que se encontrem. Considerando essa
Operário em construção (fragmento) reflexão, compare, nos dois fragmentos retirados do
texto de Grecco, o emprego dos pronomes pessoais
Era ele que erguia casas nele presentes e indique a alternativa que contém a
Onde antes só havia chão. indicação correta das funções que eles desempenham
Como um pássaro sem asas nas orações.
Ele subia com as casas I. “que nos roubam recursos”
Que lhe brotavam da mão. II. “que me incomodam”
Mas tudo desconhecia Ambos os termos desempenham a função de:
De sua grande missão: a) objeto direto tanto de roubar quanto de incomodar.
Não sabia, por exemplo b) objeto indireto tanto de roubar quanto de incomodar.
Que a casa de um homem é um templo c) objeto direto e indireto, respectivamente.
Um templo sem religião d) objeto indireto e direto, respectivamente.
Como tampouco sabia e) adjunto adnominal e complemento nominal.
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade 10) Podem ser Verbos de Ligação
Era a sua escravidão.
Veja o mnemônico: CAFÉ SPP MTV
De fato, como podia
Um operário em construção C Continuar
Compreender por que um tijolo A Andar
Valia mais do que um pão?
F Ficar
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria E Estar
Quanto ao pão, ele o comia... Obs.: somente serão verbos de liga-
Mas fosse comer tijolo! S Ser ção se tiverem predicativo do sujeito.
E assim o operário ia P Parecer
Com suor e com cimento Nota: Outros verbos sinônimos des-
Erguendo uma casa aqui P Permanecer tes podem ser de ligação.
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente M Manter-se
Um quartel e uma prisão: T Tornar-se
Prisão de que sofreria
V Virar
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção. Classifique os verbos.
154. Ana estava tranquila.
(MORAES, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Org.
Eucanaã Ferraz. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004, p. 461)
155. Ana estava em casa.
156. Fernando foi elogiado.
152. Considere as afirmações a seguir sobre o emprego dos 157. Fernando era calmo.
pronomes nos versos. 158. O país anda preocupado.
159. O país anda depressa com as reformas.
I – “Era ele que erguia casas” – pronome pessoal reto,
160. João continua esforçado.
em função de sujeito.
161. João continua no trabalho.
II – “Que lhe brotavam da mão.” – pronome pessoal
162. A moça chegou bonita.
oblíquo, em função de objeto indireto. 163. A moça chegou rápido.
III – “Que a casa que ele fazia” – pronome relativo, em 164. A moça chegou a piloto.
função de objeto direto. 165. Ela vive despreocupada.
IV – “Sendo a sua liberdade” – pronome possessivo, 166. Ela vive bem aqui.
em função de adjunto adnominal. 167. Ele tornou o setor mais produtivo.
168. Ele tornou-se mais produtivo.
É correto apenas o que se afirma na alternativa:
Língua Portuguesa

a) I e II. 11) Termo Essencial: Predicado


b) I e III.
c) I, II e IV.
d) I, III e IV. V.LIG. + P.S. => P.N.
e) I, II e III. SUJEITO V. NÃO LIG. + SEM P.S. => P.V.
V. NÃO LIG. + COM predvo.=> P.V.N.
(Prefeitura Cel. Fabriciano-MG/) Há duas expressões no fute-
bol que me incomodam. (...) Sem ditar regras, e muito menos Classifique os predicados: verbal, nominal ou verbo-nominal.
sem a pretensão de dar aula de educação cívica, prefiro que 169. Todo aquele monumento foi restaurado.

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170. Muitos vícios são curados pelas boas leituras. • Aposto resumitivo consiste de termo que sintetiza uma
171. Ana continua a mesma doçura. lista de elementos já citados. Veja:
172. Elogiaram Pafúncio. Lemos Castro Alves, Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo,
173. Faz quatro noites que me estão observando. todos poetas do Romantismo.
174. A cantora apareceu sorridente e parecia cansada. Obs.: aposto resumitivo: todos.
175. Alguém chegou atrasado.
176. Eles falaram sério. 194. A cidade, os campos, as plantações, as montanhas, tudo
177. Elas falaram sérias. era mar.
178. Joana e eu entramos apressados no cinema. 195. João, Maria, Lúcio e Teresa, ninguém acreditava.
196. Piratas modernos, os sequestradores precisam ser de-
12) Aposto Versus Vocativo tidos.
197. Piratas modernos, os sequestradores, serão detidos.
Aposto Vocativo 198. Nem todos estavam escalados. Restavam alguns: Robi-
Fala sobre. Fala com. nho, Fernando e Franco.
Explica, resume, restringe ou enumera. Chama.
GABARITO
Identifique predicativos, adjuntos adnominais, apostos e
vocativos nas orações. 1. frase nominal.
179. Bem-vindo sejas às terras dos Tabajaras, senhores da 2. frase verbal, período composto, duas orações.
aldeia. 3. frase verbal, período simples, oração absoluta.
180. Bem-vindo sejas às terras dos Tabajaras, senhor da al- 4. frase verbal, período composto, duas orações.
deia. 5. frase nominal.
181. A mãe, dona de bela voz, entre cantos dizia: 6. frase nominal.
– Vá ao mercado para mim, filho! 7. frase verbal, período composto, duas orações (note
182. Durante sete anos, Jacó serviu Labão, pai de Raquel, verbo subentendido: estão).
serrana, bela. 8. S 27. SS
183. Jacó serviu ao pai de Raquel, serrana bela. 9. C 28. SS
10. O 29. SO,S
Tipos de Aposto 11. SS 30. O
12. S 31. O
Aposto Explicativo Versus Aposto Restritivo 13. I 32. S
14. SS 33. S
Restrição significa atributo dado a uma parte do todo. 15. S 34. S
Explicação significa atributo dado à totalidade. 16. I 35. S
17. S 36. C
Entendendo restrição e explicação
18. C 37. S
184. homem honesto.
185. homem mortal. 19. O 38. S
186. pedra amarela. 20. C 39. S
187. pedra dura. 21. I,I,SO 40. I
188. homem fiel. 22. S 41. a
189. céu azul. 23. S 42. E
24. SS 43. C
Entendendo aposto explicativo e aposto restritivo 25. C 44. C
• Aposto restritivo é nome próprio atribuído a um substan- 26. I
tivo anterior, com a finalidade de particularizar um ser 45. Morfologia: adjetivo
entre outros. Sintaxe: predicativo
• Aposto explicativo repete o sentido com outras palavras, Semântica: estado
igualando o sentido das expressões. 46. Morfologia: substantivo (chefe)
Sintaxe: aposto
190. Gosto do poeta Fernando Pessoa e do Drummond, mi- Semântica: explicação
neirão ensimesmado. 47. Morfologia: adjetivo
191. A obra de Drummond é orgulho da citada de Itabira. Sintaxe: predicativo
192. O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, no es- Semântica: estado
tado de Minas Gerais. 48. Morfologia: substantivo (mãe)
193. O rio Amazonas nasce na Cordilheira dos Andes, maior Sintaxe: aposto
acidente geográfico das Américas. Semântica: explicação
49. Morfologia: adjetivo
Língua Portuguesa

Aposto Enumerativo Versus Aposto Resumitivo Sintaxe: predicativo


Semântica: estado
• Aposto enumerativo constitui lista de seres que especifica 50. Morfologia: adjetivo
um termo genérico antecedente. Veja: Sintaxe: adj. adn.
Lemos autores românticos: Castro Alves, Casimiro de Semântica: característica
Abreu, Álvares de Azevedo.
51. Morfologia: adjetivo
=> Aposto enumerativo: Castro Alves, Casimiro de Abreu,
Sintaxe: predicativo
Álvares de Azevedo.
Semântica: estado
Termo genérico antecedente: autores românticos.

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52. Morfologia: adjetivo 76. ADN
Sintaxe: predicativo 77. ADV
Semântica: estado 78. ADV
53. Morfologia: adjetivo 79. ADN
Sintaxe: adj. adn. 80. ADV
Semântica: característica: 81. ADN
54. Morfologia: adjetivo 82. ADV
Sintaxe: predicativo 83. ADN
Semântica: estado 84. ADN
55. Morfologia: adjetivo 85. ADV
Sintaxe: predicativo 86. lugar
Semântica: estado 87. causa
56. Morfologia: adjetivo 88. companhia
Sintaxe: adj. adn. 89. tempo, intensidade, tempo, negação
Semântica: característica 90. finalidade
57. Morfologia: adjetivo 91. causa
Sintaxe: predicativo 92. lugar
Semântica: estado 93. intensidade
58. Morfologia: adjetivo 94. modo
Sintaxe: predicativo 95. lugar
Semântica: estado 96. negação, lugar, lugar
59. Morfologia: adjetivo 97. tempo, negação/tempo
Sintaxe: predicativo 98. negação
Semântica: estado 99. PDV
60. Morfologia: adjetivo 100. ADV
Sintaxe: adj. adn. 101. PDV
Semântica: característica 102. ADV
61. Morfologia: adjetivo 103. ADV
Sintaxe: predicativo 104. PDV
Semântica: estado 105. PDV
62. Morfologia: adjetivo 106. ADV
Sintaxe: predicativo 107. ADV
Semântica: estado 108. PDV
63. Morfologia: adjetivo 109. PDV
Sintaxe: adj. adn. 110. ADV
Semântica: característica 111. CN
64. Morfologia: adjetivo 112. ADN, CN
Sintaxe: predicativo 113. CN, CN, ADN
Semântica: estado 114. AND, CN, ADN, CN
65. Morfologia: adjetivo 115. CN
Sintaxe: predicativo do objeto 116. ADN
Semântica: estado 117. CN
66. Morfologia: adjetivo 118. ADN
Sintaxe: adj. adn. 119. CN
Semântica: característica 120. ADN
67. Morfologia: adjetivo 121. ADN
Sintaxe: predicativo 122. CN
Semântica: estado 123. ADN
68. Morfologia: adjetivo 124. CN
Sintaxe: adj. adn. 125. ADN
Semântica: característica 126. ADN
69. Morfologia: adjetivo 127. ADN, ADN
Sintaxe: predicativo do objeto 128. D (ADN)
Semântica: estado. 129. A
70. Morfologia: substantivo (vencedor) 130. OI
Sintaxe: predicativo do objeto 131. ADN
Semântica: estado 132. OD
71. Morfologia: substantivo 133. S
Língua Portuguesa

Sintaxe: predicativo do sujeito 134. CN


Semântica: estado 135. OI
72. Morfologia: substantivo 136. CN
Sintaxe: predicativo do sujeito 137. ADN
Semântico: estado 138. OI
73. b 139. OD
74. ADN 140. CN
75. ADV 141. OI

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142. OI SINTAXE DO PERÍODO
143. S
144. CN Relações Morfossintáticas e Semânticas no
145. ADN Período Composto
146. S
147. OI Período Composto por Coordenação
148. OI
149. OI No período composto por coordenação, as orações re-
150. O cebem o nome de orações coordenadas e podem ser assin-
151. OI déticas ou sindéticas.
152. D • São assindéticas quando não são introduzidas por co-
153. D nectivos (conjunções).
154. VL • São sindéticas quando são introduzidas por conectivos
155. VI (conjunções).
156. VTD (loc. verbal)
Observe:
157. VL
No período:
158. VL Compramos, vendemos, fazemos qualquer negócio.
159. VI Há quatro orações coordenadas e todas assindéticas.
160. VL
161. VI Porém no período:
162. VI As casas estavam fechadas e as ruas desertas.
163. VI Há duas orações coordenadas, sendo a primeira assin-
164. VL dética e a segunda sindética.
165. VL
166. VI As orações coordenadas sintédicas podem ser:
167. VL
168. VL 1. Orações coordenadas sindéticas aditivas
169 - PV Quando simplesmente ligadas à anterior, sendo introdu-
170. PV zidas por conjunções ou locuções conjuntivas coordenativas
171. PN aditivas, que são: e, nem, e não, mas também, bem como,
172. PV também etc.
173. PV, PV Ele não toma uma atitude nem nos apoia.
A casa foi vendida e o carro trocado.
174. PVN, PN
Ele comprou o carro e não comprou a casa.
175. PVN
176. PV 2. Orações coordenadas sindéticas adversativas
177. PVN Quando o seu sentido se opõe ao da anterior, sendo in-
178. PVN troduzidas por conjunções ou locuções conjuntivas coorde-
179. aposto nativas adversativas, que são: mas, porém, todavia, contudo,
180. vocativo entretanto, no entanto, não obstante etc.
181. aposto, vocativo Queremos lutar, mas ninguém nos apoia.
182. aposto Estou estudando, porém preciso parar.
183. aposto Ele estudou, contudo não passou.
184. restrição
185. explicação 3. Orações coordenadas sindéticas alternativas
186. restrição Quando têm significados que se excluem (ou um ou ou-
187. explicação tro), sendo introduzidas por conjunções ou locuções conjun-
188. restrição tivas coordenativas alternativas, que são: ou, ou... ou, já...
189. explicação já, ora... ora, seja... seja, quer... quer etc.
190. restritivos: Fernando Pessoa, Drummond. Ou ele resolve tudo, ou tenho de ir eu mesmo.
Quer estude, quer trabalhe, ele não muda.
Explicativo: Mineirão ensimesmado.
Esta terra é assim mesmo, ora chove, ora faz sol.
191. ADN: de Drummond.
Aposto restritivo: de Itabira. 4. Orações coordenadas sindéticas conclusivas
192. apostos restritivos: São Francisco, da Canastra, de Quando exprimem uma conclusão, sendo introduzidas
Minas Gerais. ADV: no estado de Minas Gerais. por conjunções ou locuções conjuntivas coordenativas con-
193. apostos restritivos: Amazonas, dos Andes.
Língua Portuguesa

clusivas, que são: logo, portanto, então, por isso, por con-
Aposto explicativo: maior acidente geográfico das seguinte, pois (depois do verbo) etc.
Américas. ADN: das Américas. Houve algum engano, por isso vamos verificar.
194. aposto resumitivo: TUDO. Ele estudou muito, logo venceu na vida.
195. aposto resumitivo: NINGUÉM. Ele pagou seus compromissos, então merece crédito.
196. aposto explicativo: piratas modernos.
197. aposto explicativo: os sequestradores. 5. Orações coordenadas sindéticas explicativas
198. aposto enumerativo: Robinho, Fernando e Franco. Quando encerram uma explicação daquilo que vem ex-
I presso na anterior, sendo introduzidas por conjunções ou

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locuções conjuntivas coordenativas explicativas, que são: Período Composto por Subordinação
pois (antes do verbo), que, porque, por quanto etc.
Saia logo, pois já são nove horas. Vimos no período composto por coordenação que as
Ele está lutando, pois precisa vencer. orações são independentes, não havendo nenhuma ligação
Não a prejudique, porque ela é doente. de subordinação entre elas, ou seja, uma principal e uma,
ou várias subordinadas.
Quanto ao período composto por subordinação, haverá
EXERCÍCIOS uma espécie de dependência entre elas, havendo é claro,
uma principal e uma ou mais subordinadas.
Coloque nos parênteses que precedem os períodos a seguir, As orações de um período composto por subordinação
em relação às orações sublinhadas: podem ser:
(A) para oração coordenada assindética. • substantivas;
(B) para oração coordenada sindética adversativa. • adjetivas;
(C) para oração coordenada sindética aditiva. • adverbiais.
(D) para oração coordenada sindética alternativa.
(E) para oração coordenada sindética explicativa. • Orações Subordinadas Substantivas
(F) para oração coordenada sindética conclusiva.
As orações subordinadas substantivas, além de desempe-
1. ( ) O vaqueiro do Sul ou está cavalgando ou está par- nharem as funções de substantivo, desempenham também
ticipando de corrida. as funções dos elementos de um período simples, ou seja:
2. ( ) Havia muita gente na sala, mas ninguém socorreu a) Sujeito – oração subordinada substantiva subjetiva
Desempenha a função de sujeito da oração principal.
a vítima.
Veja:
3. ( ) O vaqueiro no Norte conhece bem os seus espaços, Período simples:
pois nasceu nas caatingas. É necessário a morte do peru.
4. ( ) Ele devia estar muito enfraquecido, pois desmaiou. (sujeito)
5. ( ) O trabalho do vaqueiro é duro, portanto ele tem de Período composto:
ser um homem forte. É necessário que o peru morra.
6. ( ) Você vem comigo, ou vai-se embora com eles? (oração subordinada substantiva subjetiva)
7. ( ) Telefonei-lhe ontem, mas você tinha saído.
8. ( ) Meus amigos, o verdadeiro homem não foge, en- b) Objeto direto – oração subordinada substantiva ob-
frenta tudo. jetiva direta
Desempenha a função de objeto direto da oração prin-
9. ( ) Ele foi a São Paulo de automóvel e voltou de avião.
cipal.
10. ( ) Passou a noite, veio o novo dia e ele continuava Veja:
dormindo. Período simples:
11. ( ) Você não estuda, portanto não passará de ano. Eu quero a tua colaboração.
12. ( ) Tudo parecia difícil, mas ela não reclamava, nem (objeto direto)
perdia o ânimo. Período composto:
13. ( ) Havia problemas, mas ninguém tentava resolvê-los. Eu quero que tu colabores.
14. ( ) Ninguém nos atendeu; ou estavam dormindo, ou (oração subordinada substantiva objetiva direta)
tinham saído.
15. ( ) Não perturbes teu pai, que ele está trabalhando. c) Objeto indireto – oração subordinada substantiva
16. ( ) Nós o prevenimos; portanto ele acautelou-se. objetiva indireta
Desempenha a função de objeto indireto da oração
17. ( ) Ele não só me atrapalha, como também me preju-
principal.
dica. Veja:
18. ( ) Nós o prevenimos, mas ele descuidou-se. Período simples:
19. ( ) Vocês sentem-se prejudicados; ninguém, no entan- Eu preciso de tua colaboração.
to, protesta. (objeto indireto)
20. ( ) Certamente ele acautelou-se, pois nós o prevenimos. Período composto:
21. ( ) Tudo já está terminado, portanto vamo-nos embora. Eu preciso de que tu colabores.
22. ( ) Provavelmente seremos punidos, porque transgre- (oração subordinada substantiva objetiva indireta)
dimos a lei.
23. ( ) O professor não veio; logo não haverá aula. d) Complemento nominal – oração subordinada subs-
tantiva completiva nominal
24. ( ) Transgredimos a lei, logo seremos punidos.
Desempenha a função de complemento nominal da
25. ( ) Você se diz meu amigo, todavia nem sempre o en- oração principal.
tendo. Veja:
Período simples:
GABARITO Sou favorável à execução da fera.
Língua Portuguesa

(complemento nominal)
1. D 8. A 15. E 22. E Período composto:
2. B 9. C 16. F 23. F Sou favorável a que executem a fera.
(oração subordinada substantiva completiva nominal)
3. E 10. A 17. C 24. A
4. E 11. F 18. B 25. B e) Predicativo – oração subordinada substantiva pre-
5. F 12. B 19. B dicativa
6. D 13. A 20. E Desempenha a função de predicativo do sujeito da ora-
7. B 14. D 21. F ção principal.

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Período simples: 13. Observe as orações sublinhadas nos períodos seguintes:
Meu desejo é a vossa felicidade. I – Era necessário que Tistu compreendesse.
(predicativo do sujeito) II – Todos esperavam que vencêssemos.
Período composto: III – Tistu precisava de que o ajudassem.
Meu desejo é que sejais feliz.
(oração subordinada substantiva predicativa) São respectivamente:
f) Aposto – oração subordinada substantiva apositiva a) objetiva direta, objetiva direta e subjetiva.
Desempenha a função de aposto da oração principal. b) subjetiva, objetiva direta e objetiva indireta.
Veja: c) subjetiva, subjetiva e completiva nominal.
Período simples: d) predicativa, completiva nominal e subjetiva.
Só quero uma coisa: a tua absolvição. e) subjetiva, objetiva indireta e objetiva direta.
(aposto)
Período composto: 14. Numere corretamente, de acordo com a classificação
Só quero uma coisa: que sejais absolvido. das orações subordinadas substantivas:
(oração subordinada substantiva apositiva)
(1) Subjetiva
(2) Objetiva direta
Observação: (3) Objetiva indireta
Você deve ter notado que as orações subordinadas subs- (4) Predicativa
tantivas começaram todas por: (5) Completiva nominal
• Conjunção integrante: que ou se (6) Apositiva
Todavia podem também ser introduzidas por:
• Advérbio interrogativo: por que? onde? quando? ( ) Fabiano viu que tudo estava perdido.
como? ( ) O seu desespero era que os bichos se finavam.
• Pronomes interrogativos: que? quem? qual? quanto? ( ) Era preciso que chovesse.
• Pronomes indefinidos: quem? quantos? ( ) Tudo dependia de que Deus fizesse um milagre.
( ) Eles só esperavam uma coisa: que chovesse.
EXERCÍCIOS ( ) Sinhá Vitória fez referência a que Fabiano a acom-
panhasse.
Coloque nos parênteses que precedem os períodos a seguir,
analisando o que estiver sublinhado. Assinale a sequência obtida:
(OSSSU) para oração subordinada substantiva subjetiva. a) 2 – 4 – 1 – 3 – 6 – 5
(OSSSOD) para oração subordinada substantiva objetiva di- b) 2 – 4 – 3 – 1 – 5 – 6
reta. c) 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6
(OSSSOI) para oração subordinada substantiva objetiva in- d) 2 – 4 – 1 – 6 – 5 – 3
direta.
(OSSSPR) para oração subordinada substantiva predicativa. GABARITO
(OSSSAP) para oração subordinada substantiva apositiva.
(OSSSCN) para oração subordinada substantiva completava 1. OD 5. CN 9. SU 13. b
nominal. 2. SU 6. AP 10. PR 14. a
1. ( ) Ali, bem ali, esperávamos que os balões caíssem. 3. OD 7. PR 11. c
2. ( ) É necessário que você colabore. 4. CN 8. SU 12. d
3. ( ) Alberto disse que não morava na cidade.
4. ( ) Ficamos à espera de que o barco se aproximasse.
5. ( ) Somos gratos a quem nos ajuda. • Orações Subordinadas Adjetivas
6. ( ) Reconheço-lhe uma qualidade: você é sincera.
7. ( ) O sonho do pai era que o filho se formasse. A oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor
8. ( ) Convém que te justifiques. de um adjetivo e funciona como adjunto adnominal de um
termo que a antecede. Observe:
9. ( ) Está provado que esta doença já tem cura.
Na hora da despedida, o japonês disse uma frase co-
10. ( ) Roberto era quem mais reclamava.
movente.
A palavra sublinhada funciona como adjunto adnominal
11. No período: “Que conversassem de amores, é possível”.
da palavra frase.
A primeira oração classifica-se como:
a) subordinada substantiva predicativa.
Veja agora a substituição:
b) subordinada substantiva apositiva.
Na hora da despedida, o japonês disse uma frase que
c) subordinada substantiva subjetiva. me comoveu.
d) subordinada substantiva objetiva direta. O termo sublinhado, que substitui a palavra comovente
e) Principal. da oração, recebe o nome de oração subordinada adjetiva,
Língua Portuguesa

e está sendo introduzida pelo pronome relativo que.


12. A oração sublinhada em: “Não permita Deus que eu
morra...” tem: Veja outros exemplos:
Valor de função sintática de Restavam-se as conversas interrompidas à noite.
a) adjetivo objeto direto Restavam-se as conversas que eram interrompidas à noite.
b) substantivo sujeito Algumas fábricas liberam gases prejudiciais à saúde.
c) advérbio adjunto adverbial Algumas fábricas liberam gases que prejudicam à saúde.
d) substantivo objeto direto As orações subordinadas adjetivas são introduzidas por
e) adjetivo sujeito um pronome relativo (que, quem, qual, cujo, onde, quando).

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Que: Mulher que muito se mira, pouco fiado tira. • Oração Subordinada Adjetiva
Quem: Sou eu quem perde.
1. Restritiva
Observação:
Para analisar orações em que entre o relativo quem, é Características
necessário desdobrá-lo em: aquele que. a) Restringe a significação do substantivo ou do pronome
Qual: Dê-me o troco do dinheiro com o qual você pagou antecedente .
a entrada. b) É indispensável ao sentido da frase.
Cujo: Xadrez é um jogo cujas regras nunca entendi. c) Não se separa por vírgula da oração principal.
Onde: Conheço a rua onde mora o professor. O livro que ela lia era a loucura do homem agoniado.

Observação: 2. Explicativa
Onde = em que
Quanto: Tudo quanto existe é obra divina. Características
a) Acrescenta uma qualidade acessória ao antecedente.
A oração subordinada adjetiva pode ser: b) É dispensável ao sentido da frase.
c) Vem separada por vírgulas da oração principal.
Restritiva ou Explicativa Jorge de Lima, que foi um poeta da segunda fase, do
Modernismo brasileiro, escreveu uma obra junto com
É restritiva quando restringe ou limita o sentido do nome Murilo Mendes.
ou pronome a que se refere. A qualidade ou propriedade
expressa pela oração subordinada adjetiva, nesses casos, não EXERCÍCIOS
é intrínseca, não é essencial ao nome ou pronome a que se
reporta a oração. Coloque nos parênteses que precedem os períodos seguin-
O homem que crê, nunca se desespera. tes, em relação à oração que estiver sublinhada.
Oração principal: O homem nunca se desespera. (R) para oração subordinada adjetiva restritiva.
Oração subordinada adjetiva: que crê. (E) para oração subordinada adjetiva explicativa.
Justificativa: Nem todo homem crê.
Logo, a crença não é qualidade comum a todos os ho- 1. ( ) Os alunos que chegarem atrasados serão advertidos.
mens. 2. ( ) A vida, que é curta, deve ser bem aproveitada.
3. ( ) A perseverança, que a marca dos fortes, leva a su-
A oração restringe ou limita o sentido do termo homem, cessos na vida.
pois o autor refere-se somente ao homem que crê, e não a
4. ( ) Quero somente as fotos que saírem perfeitas.
todo e qualquer homem.
5. ( ) Pedra que rola fica lisa.
6. ( ) O carro que bateu vinha a mais de oitenta.
É explicativa quando exprime uma qualidade inerente,
7. ( ) O Amazonas, que é o maior rio do mundo em vo-
essencial ao nome com que se relaciona.
O homem, que é mortal, tem no túmulo o epílogo da vida. lume d’água, nasce nos Andes.
Oração principal: O homem tem no túmulo o epílogo da 8. ( ) O cavalo que ganhou o grande prêmio Brasil chama-
vida. -se Sun Set.
Oração subordinada adjetiva explicativa: que é mortal. 9. ( ) Os carros que não tiverem placa serão multados.
Justificativa: todo homem é mortal. 10. ( ) O homem, que é um ser mortal, tem uma missão
Logo, a morte é inerente à natureza do homem. sobre a terra.
11. ( ) A lua, que é um satélite da terra, recebe a luz solar.
Os exemplos apresentados revelam-nos que a adjetiva 12. ( ) O negro que está faminto precisa de cuidados especiais.
restritiva é indispensável ao sentido do período, enquanto 13. ( ) A vida, que é boa, deve ser aproveitada.
que a adjetiva explicativa pode ser retirada do período sem 14. ( ) Ali fica o consultório que pertence a meu amigo.
prejudicar o sentido. A adjetiva explicativa vem sempre en- 15. ( ) As justificativas, que escutei, são do pobre coitado.
tre vírgulas e as restritivas aceitam vírgulas apenas, onde 16. ( ) Ontem vi o amigo que vai viajar comigo.
terminam. 17. ( ) O médico, que está a serviço do povo, atendeu a
um chamado.
Importante: 18. ( ) Era um homem que tinha muita coragem.
Se, no entanto, as palavras: quem, qual, onde, quan- 19. ( ) O médico prestou favores que não podem ser esti-
to, quando e como figuram na oração, sem antecedente mados.
expresso, as orações por eles introduzidas não mais serão 20. ( ) É deliciosa a sensação inusitada que senti.
adjetivas, mas sim, subjetivas. 21. ( ) Ontem examinei a senhora gorda que está diabética.
Exemplifiquemos comparando adjetivas com subjetivas: 22. ( ) O cliente que chegar atrasado será advertido.
Conheço a rua onde mora o professor. 23. ( ) O médico que ajudou o preto chama-se Jamur.
Antecedente expresso: rua 24. ( ) O Rio de Janeiro, que é a cidade rica em belezas
Or. sub. adj. restr.: onde mora o professor naturais, é hospitaleira.
25. ( ) O homem que desmaiou vinha mal intencionado.
Língua Portuguesa

Diga-me onde mora o professor.


oração sub. sub. ob. direta GABARITO
Ficamos admirados todos quantos o viram. 1. R 6. R 11. E 16. R 21. R
Antecedente expresso: todos 2. E 7. E 12. R 17. E 22. R
Or. sub. adj. restr.: quantos o viram 3. E 8. R 13. E 18. R 23. R
4. R 9. R 14. R 19. R 24. E
Veja quanto pode emprestar-me. 5. R 10. E 15. E 20. R 25. R
or. sub. sub. obj. direta

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• Orações Subordinadas Adverbiais toras são: antes que, quando, assim que, logo que, até que,
depois que, mal, apenas.
Além das orações subordinadas substantivas e adjeti- Assim que deu o sinal, os alunos saíram.
vas, existem as adverbiais, que exercem a função de adjunto
adverbial, ou seja, funcionam como adjunto adverbial de EXERCÍCIOS
outras orações e vêm, normalmente, introduzidas por uma
conjunção subordinativa (com exceção das integrantes). 1. No período: “As nuvens são cabelos crescendo como
São classificadas de acordo com a conjunção ou locução rios” (JCMN).
conjuntiva que as introduz. A oração sublinhada é classificada como:
a) adverbial consecutiva.
1) Causal b) adverbial final.
Indica a causa da ação expressa pelo verbo da oração c) adverbial proporcional.
principal. As principais conjunções introdutoras são: porque, d) adverbial comparativa.
visto que, já que, uma vez que, como.
Só não morri à míngua, porque o povo daqui me socorreu. 2. Nos versos:
“... delas se emite um canto
2) Comparativa de uma tal continuidade
Estabelece uma comparação com a ação indicada pelo que continua cantando (1)
verbo da oração principal. As principais conjunções introdu- se deixa de ouvi-lo a gente;
toras são: que e do que (precedidos do mais, menos, melhor, como a gente às vezes canta (2)
pior, maior, menor), como. para sentir-se existente” (3)
(J.C.M.N.)
Obs.: frequentemente, omite-se nas comparativas o ver-
bo da oração subordinada.
Temos nos versos (1), (2) e (3) sublinhados, respectiva-
Ela é tão bela como uma flor. mente, orações subordinadas adverbiais:
a) consecutiva ‑ comparativa – final.
3) Concessiva b) final – proporcional – comparativa.
Indica uma concessão às ações do verbo da oração prin- c) Causal – conformativa – final.
cipal. Isto é, admite uma contradição ou um fato inesperado. d) causal – comparativa – final.
As principais conjunções introdutoras são: embora, a menos
que, se bem que, ainda que, contanto etc. 3. No período: “Não permita Deus que eu morra sem que
Fiz a prova, embora tivesse chegado atrasado. eu volte para lá”. (Gonçalves Dias)
A oração subordinada adverbial deve ser classifica como:
4) Condicional a) comparativa.
Indica a situação necessária à ocorrência da ação do b) consecutiva.
verbo da oração principal. As principais conjunções condi- c) condicional.
cionais que as introduzem são: se, salvo se, exceto, desde d) final.
que, contanto que, sem que.
Só irei com vocês, se me pagarem a passagem. 4. No período: “Como havia pouca gente presente, a reu-
nião foi suspensa”.
5) Conformativa A oração destacada apresenta uma circunstância de:
Indica uma conformidade entre o fato que expressa e a a) tempo.
ação do verbo da oração principal. As principais conjunções b) condição.
introdutórias são: como, consoante, segundo, conforme. c) causa.
Como havíamos previsto, a festa esteve ótima. d) consequência.

6) Consecutiva 5. Coloque nos parênteses que precedem os períodos


Indica a consequência resultante da ação do verbo da abaixo, em relação às orações subordinadas adverbiais
oração principal. As principais conjunções introdutórias são: sublinhadas:
(tão)... que, (tanto) ... que, (tamanho)... que etc. (1) para causal
Tremia tanto, que mal podia andar. (2) para comparativa
(3) para concessiva
(4) para condicional
7) Final
(5) para conformativa
Indica o fim, o objetivo a que se destina o verbo da oração (6) para consecutiva
principal. As principais conjunções que as introduzem são: (7) para final
para que, afim de que, (= para que). (8) para proporcional
Fiz-lhe sinal, para que viesse. (9) para temporal
8) Proporcional a) ( ) À medida que o trem se aproximava, o barulho
Língua Portuguesa

Indica uma relação de proporcionalidade com o verbo aumentava.


da oração principal. As principais conjunções introdutoras b) ( ) Ele agia, como devia.
são: à medida que, enquanto, quanto mais... mais, quanto c) ( ) Nada farei, sem que me auxilies.
mais... menos, à proporção que. d) ( ) Leem, como analfabetos.
À medida que caminhávamos, víamos aparecer a casa. e) ( ) Sempre que posso, leio alguma coisa.
f) ( ) Ainda que as estatísticas comprovem, não acre-
9) Temporal dito no que dizem.
Indica a circunstância de tempo em que ocorre a ação do g) ( ) A inflação está tão acelerada, que os preços dos
verbo da oração principal. As principais conjunções introdu- gêneros alimentícios aumentam diariamente.

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h) ( ) Os preços dos gêneros alimentícios aumentam (Teresina-PI/Agente Fiscal) A produtividade industrial, que
diariamente, porque a inflação está acelerada. se mede dividindo o volume da produção pelo número de
i) ( ) Semeie hoje, para que colha bons frutos amanhã. trabalhadores, vem crescendo há bastante tempo, mas, até
j) ( ) Os deveres tomam-se agradáveis, se os cumpri- recentemente, o crescimento era fruto da redução do nível
mos com boa vontade. de emprego.
k) ( ) Os outros nos tratam, conforme os tratamos. 5. A oração “que se mede dividindo o volume da produ-
l) ( ) À proporção que lemos, vamos adquirindo mais ção pelo número de trabalhadores” está entre vírgulas
cultura. porque tem natureza restritiva.
m) ( ) Só valorizamos certas coisas, quando as perdemos.
n) ( ) Tanto vai o vaso à fonte, que um dia se rompe. Emprego das Conjunções
o) ( ) O amor só floresce, se o regarmos com muito
carinho. 1) Conjunções subordinativas e locuções prepositivas
p) ( ) O silêncio pode comunicar tanto, quanto a palavra. Causais: porque, pois, visto que, já que, na medida em
q) ( ) Habituai-vos a obedecer, para aprender a mandar que, que, visto como, uma vez que, como (anteposto à oração
(R.R.) principal), porquanto.
r) ( ) Se eu não fosse imperador, desejaria ser profes- Os turistas desistiram da visita, visto que chovia.
sor (D. Pedro II) Já que o país não crescia, o investidor se retirava.
s) ( ) Os olhos nunca enganam; nem mesmo quando
pretendem enganar. Concessivas: embora, ainda que, se bem que, mesmo
t) ( ) Se os espelhos falassem, haveria menos gente que, posto que, apesar de que, por mais que, por menos que,
diante deles.
apesar de, não obstante, malgrado, conquanto.
Embora chova, sairei.
GABARITO Por mais que tente, não te entendo.
A fé ainda move montanhas, posto que esteja abalada.
1. d c) 4 i) 7 o) 4 Malgrado seja domingo, ela está trabalhando.
2. a d) 2 j) 4 p) 2
3. c e) 9 k) 5 q) 7 Condicionais: se, caso, desde que, contanto que, a não
4. c f) 3 l) 8 r) 4 ser que, sem que.
5. a) 8 g) 6 m) 9 s) 9 O amor não se rompe, desde que sejam fortes os laços.
b) 5 h) 1 n) 6 t) 4 Se viagens instruíssem homens, os marinheiros seriam
o mais sábios.
A não ser que trabalhe, não prosperará.
EXERCÍCIOS
Consecutivas: tal que, tanto que, de sorte que, de modo
(MMA) Foram expedidas cerca de 7 mil cartas de expulsão que, de forma que, tamanho que.
de brasileiros no ano passado. O medo faz parte da rotina A fé era tamanha que muitos milagres se operavam.
de boa parte dos cerca de 60 mil brasileiros sem papéis, Choveu tanto que a ponte caiu.
que vivem de casa para o trabalho e do trabalho para casa,
receosos de serem detidos e repatriados. Conformativas: conforme, como, segundo, consoante.
1. O uso das vírgulas justifica-se por isolar oração subor- Chorarão as pedras das ruas, como diz Jeremias sobre as
dinada adjetiva restritiva.
de Jerusalém destruída.
(MMA/Analista) Quando, há cerca de cinco anos, chegou ao
Comparativas: como, assim como, tal qual, que, do que,
mercado brasileiro o primeiro modelo de carro bicombustí-
(tanto) quanto / como.
vel, que pode utilizar gasolina e álcool em qualquer propor-
ção, ninguém apostava no seu êxito imediato e muito menos Janete estuda mais que trabalha.
na sua permanência no mercado por muito tempo. Elias canta tal qual Zezé.
2. A vírgula após “bicombustível” isola oração subordinada Jesus crescia tanto em estatura quanto em sabedoria.
adjetiva explicativa.
Finais: para que, porque, a fim de que, para, a fim de.
(MPE-RR/Atendente) Os Estados Unidos da América (EUA), O gerente deu ordens para que nada faltasse aos hós-
que desde a última década vinham relegando para um segun- pedes.
do plano esforços direcionados à conservação de energia – os Estudei porque vencesse na vida.
carros grandes têm hoje maior participação relativa, no total
da frota norte-americana, que a registrada antes do primeiro Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao pas-
choque do petróleo, em 1973/1974 –, até estabeleceram me- so que, quanto mais... mais, quanto mais... menos, quanto
tas ambiciosas de redução do consumo de óleo no setor de menos... mais, quanto menos... menos.
transportes, contando com expressiva produção de etanol. Quanto mais conhecia os homens, mais Pafúncio confiava
3. A vírgula empregada após “transportes” isola oração em Deus.
adjetiva restritiva. À medida que enxergava, o ex-cego se alegrava.
Língua Portuguesa

(MRE/Assistente de Chancelaria) Segundo o ex-assessor es- Temporais: quando, enquanto, logo que, antes que, de-
pecial de Lula, Frei Betto, que chegou recentemente de Cuba, pois que, mal, sempre que.
onde esteve com Raúl Castro, de quem é amigo pessoal, os Sempre que corríamos à janela, assistíamos ao pôr-do-sol.
cubanos fazem sérias ressalvas ao processo chinês, exata- Mal as provas chegaram, os alunos se agitaram.
mente por valorizar o crescimento econômico sem levar em
conta o desenvolvimento social. 2) Conjunções coordenativas (para comparar e distin-
4. O trecho “que chegou recentemente de Cuba” está entre guir)
vírgulas por tratar-se de oração subordinada adjetiva Aditivas: e, nem ( = e não), mas também.
restritiva. Astolfo não cantou nem dançou.

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Anita trabalhou e estudou. contra 1.044 da Boeing. No entanto, a Airbus entregou 434
O povo não só exige respeito, mas também paga im- aviões a jato; sua concorrente, 398.
postos. 10. O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção
gramatical do período, ser substituído por ao passo que.
Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto,
entretanto, não obstante. (Banco do Brasil/Escriturário) Uma pesquisa realizada em 16
O país cresceu, mas não gerou empregos. países mostrou que os jovens brasileiros são os que colecio-
nam o maior número de amigos virtuais. A média brasileira
Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja. de contatos é mais do que o dobro da mundial, que tem como
Ou saio para ir com você ou fico em casa. base países como Estados Unidos da América (EUA) e China.
11. Em “mais do que”, a eliminação de “do” prejudica a cor-
Conclusivas: logo, pois (após o verbo da oração e entre reção gramatical do período.
vírgulas), portanto, assim, por isso, por conseguinte, dessar-
te/destarte, posto isso. (Banco do Brasil/Escriturário) O século XX testemunhou o
Mílvio estuda Português faz dois anos, portanto já sabe desenvolvimento de grandes eventos esportivos, tanto em
muito. escala mundial – como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mun-
do – quanto regional, com disputas nos vários continentes.
Explicativas: pois (antes do verbo), que ( = porque), por- 12. O emprego de “tanto” está articulado ao emprego de
que, porquanto. “quanto” e ambos conferem ao período o efeito de sen-
Feche a porta, que está frio. tido de comparação.
O país cresceu, porque o desemprego diminuiu. 13. Subentende-se após “quanto” a elipse da expressão
como.
EXERCÍCIOS
(CBM-ES/Soldado) Exigências da paz
(Banco do Brasil/Escriturário) As empresas que pretendem
fazer um investimento social mais eficaz tendem a não ser as 1 Acredito na paz e na sua possibilidade como forma
executoras dos projetos, contratando consultores ou orga- normal de existência humana. Mas não acredito nas ca-
nizações especializadas para desenvolvê-los. Ao adotar essa ricaturas de paz que nos são constantemente propostas,
estratégia, a empresa compartilha o papel de produtora so- 4 e até inculcadas. Há por aí uma paz muito proclamada,
cial com a organização executora. mas que na realidade atrapalha a verdadeira paz.
6. A substituição de “Ao adotar” por Quando adota man- A paz não é uma abstração. É uma forma de convi-
tém a correção gramatical e o sentido original do perí- 7 vência humana. Expressa o modo existencial como os
odo. homens trabalham, se relacionam e conduzem o destino
da História.
(Banco do Brasil/Escriturário) O número de mulheres no 10 Sendo assim, não adianta apregoar a sublime paz.
mercado de trabalho mundial é o maior da História, tendo Que não passe de fórmula sem conteúdo. Pois o
alcançado, em 2007, a marca de 1,2 bilhão, segundo relatório que importa são as situações concretas em que vive a
da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em dez anos, 13 humanidade.
houve um incremento de 200 milhões na ocupação feminina. Sociedade pacífica não é a sociedade que usa e con-
Ainda assim, as mulheres representaram um contingente some slogans de paz, mas a que desenvolve concreta-
distante do universo de 1,8 bilhão de homens empregados. 16 mente formas de existência social em que os homens
7. O desenvolvimento das ideias do texto confere à ora- vivam com dignidade, e possam participar dos valores
ção reduzida iniciada por “tendo alcançado” um valor materiais e espirituais que respondam às necessidades
adjetivo, correspondente a que tem alcançado. 19 básicas da vida humana.
8. A relação de sentidos entre as orações do 1º parágrafo Se a humanidade quiser a paz efetiva, deve estar
do texto permite substituir “Ainda assim” por No en- disposta a remover tudo aquilo que a impede. E a buscar
tanto ou por Apesar disso, sem prejuízo da correção 22 tudo aquilo que a possibilita. Antes de tudo, remover a
gramatical do texto. falsa paz: A paz concordista que aceita, com tolerância
descabida, situações injustas.
(Banco do Brasil/Escriturário) Vale notar, também, que os 25 A paz conformista que adia soluções contorna pro-
bons resultados dos bancos médios brasileiros atraíram gran- blemas, silencia dramas sob a alegação de que o mun-
des instituições do setor bancário internacional interessa- do sempre foi assim, e de que é preciso esperar com
das em participação segmentada em forma de parceria. O 28 paciência.
Sistema Financeiro Nacional só tem a ganhar com esse tipo A paz alienante que distrai a consciência para que
de integração. Dessa forma, o cenário, no médio prazo, é não se percebam os males que machucam o corpo e
de acelerado movimento de fusões entre bancos médios, 31 encolerizam a alma da humanidade. A paz cúmplice que
processo que já começou. Será um novo capítulo da história disfarça absurdos, desculpa atrocidades, justifica opres-
bancária do país. sões e torna razoáveis espoliações desumanas.
9. A relação semântico-sintática entre o período que ter- 34 A paz não tem a missão de camuflar erros, mas
mina em “parceria” e o que começa com “O Sistema de diagnosticá-los com lucidez. Não é um subterfúgio
Língua Portuguesa

Financeiro” seria corretamente explicitada por meio da para evitar a solução reclamada. Existe para resolver o
conjunção Entretanto. 37 problema.
Pode haver paz onde há fome crônica? Pode haver
(Banco do Brasil/Escriturário) A Airbus mantém 4.463 aerona- paz no lar em que a criança está morrendo por falta de
ves em operação, enquanto a Boeing tem 24 mil – incluindo 40 remédios? Pode haver paz onde há desemprego? Pode
5 mil Boeing 737, o principal rival do Airbus 320, o mesmo haver paz onde o ódio domina? Pode haver paz onde a
modelo do envolvido em recente acidente aéreo. As duas perseguição age bem acobertada? Nesses casos, o pri-
empresas travam um duelo à parte pelo mercado da aero- 43 meiro passo é suprimir a fome, a doença, o desemprego,
náutica. No ano passado, a Airbus recebeu 791 encomendas o ódio, a perseguição.

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E então a paz começa a chegar. 23. As ocorrências da preposição “para” nas linhas 7 e 18
46 A paz é uma infatigável busca de valores para o bem introduzem, no desenvolvimento da argumentação, fi-
de todos. É o esforço criador da humanidade gerando nalidades para as ações centradas em “relacionar” (l. 6)
recursos econômicos, culturais, sociais, morais, espiri- e em “desenrolaram-se” (l. 20), respectivamente.
49 tuais, que são indispensáveis à subsistência, ao cresci-
mento e ao relacionamento consciente e fraterno da (MMA/Analista) Por ironia, as notícias mais frequentes pro-
humanidade. duzidas pelas pesquisas científicas relatam não a descober-
ta de novos seres ou fronteiras marinhas, mas a alarmante
Acerca das ideias e da sintaxe do texto, julgue os itens. escalada das agressões impingidas aos oceanos pela ação
14. A oração “Pois o que importa são as situações concretas” humana.
(l.11-12) estabelece uma relação de causa com a oração 24. O termo “mas” corresponde a qualquer um dos seguin-
anterior.
tes: todavia, entretanto, no entanto, conquanto.
15. A oração “Se a humanidade quiser a paz efetiva” (l. 20)
estabelece uma relação de condição.
16. Nos períodos “A paz conformista que adia soluções” (MPE-RR/Atendente) Enquanto autoridades internacionais
(l. 25), “A paz alienante que distrai a consciência” (l. 28) vêm condenando duramente a expansão da produção de
e “A paz cúmplice que disfarça absurdos” (l. 31), o vo- biocombustíveis, o governo federal arma-se, acertadamente,
cábulo “que” é um pronome relativo que exerce função para enfrentar a onda de rejeição daí nascida.
de sujeito. 25. A substituição do termo “Enquanto” por À medida que
17. Na oração “A paz é uma infatigável busca de valores” prejudica a correção gramatical do período.
(l. 46), a expressão sublinhada é predicativo do sujeito.
(MRE/Assistente de Chancelaria) O boom no preço das com-
Julgue os itens subsequentes, relativos à sintaxe do trecho: modities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia
“Expressa o modo existencial como os homens trabalham, nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar
se relacionam e conduzem o destino da História”. o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também
18. Subentende-se a expressão essa forma de convivência produz efeitos adversos, não neutralizados pela política eco-
como sujeito da forma verbal “Expressa”. nômica.
19. Antes de “se relacionam” e de “conduzem” subentende- 26. O termo “entretanto” pode, sem prejuízo para a corre-
-se o conector “como”. ção gramatical e a informação original do período, ser
20. A expressão “o destino da história” é complemento substituído por qualquer um dos seguintes: contudo,
direto das formas verbais “trabalham”, “relacionam” e mas, porém, todavia, conquanto.
“conduzem”.
(MRE/Assistente de Chancelaria) Certamente, o recorde de
(CPC) Se a Holanda tivesse vencido os portugueses no Nor-
atração de investimentos externos confirmado agora tem
deste no século XVII, nosso herói não seria Matias de Albu-
relação direta com o fato de o país ter-se transformado de
querque, mas Domingos Fernandes Calabar, senhor de terras
e contrabandista que traiu os portugueses e se passou para devedor em credor internacional. Ao assegurar um volume
o lado dos batavos. de reservas cambiais superior ao necessário para garantir o
21. A substituição de “Se a Holanda tivesse vencido” por pagamento da dívida externa, o Brasil tranquilizou os credo-
Tivesse a Holanda vencido preserva a correção e o sig- res sobre a sua possibilidade de honrar os compromissos.
nificado. 27. A substituição de “Ao assegurar” por Quando assegurou
prejudica a correção gramatical do período e altera as
(Seplag/DFTrans/Técnico) suas informações originais.

1 A compreensão dos processos históricos relacio- (MRE/Assistente de Chancelaria) O afastamento de Fidel Cas-
nados a determinados assuntos é possível quando se tro, como quer que deva ser analisado de diversos pontos
levam em consideração manifestações concretas que de vista, tem certamente significado simbólico. Ele aponta
4 acontecem na vida das pessoas, contextualizando-as no para o fim de uma singular experiência revolucionária no
espaço e no tempo. Assim sendo, é de suma importância hemisfério, que, não obstante o que aparece como sobrevi-
relacionar fatos históricos brasileiros ao desenvolvimen- da melancólica nas condições de hoje, ao nascer incendiou
7 to dos meios de transporte para facilitar o entendimento romanticamente a imaginação de muitos de nós e nos mo-
da participação e da importância destes na integração bilizou.
das regiões brasileiras e no seu desenvolvimento so- 28. O termo “não obstante o” pode, sem prejuízo para a
10 cioeconômico. correção gramatical e para as informações originais do
Tão antigos quanto a existência do próprio homem período, ser substituído por apesar do ou a despeito do.
são o desejo e a necessidade humanos de se deslocar, de
13 se mover, de transportar, enfim, de transitar, fato que se
(Teresina-PI/Agente Fiscal) No ano passado, a produção in-
antecipa mesmo ao surgimento dos meios de transporte.
dustrial cresceu 6%, enquanto o emprego aumentou 2,2% e o
Foi exatamente pela necessidade de transitar que, há
16 500 anos, os europeus chegaram ao continente ameri- total de horas pagas pela indústria aumentou 1,8%. Isso quer
cano e fizeram do território que hoje se chama Brasil o dizer que a produtividade cresceu sem necessidade de de-
Língua Portuguesa

seu espaço de exploração. Entretanto, para descobrir as missões de trabalhadores, como ocorreu entre 1990 e 2003.
19 potencialidades de um país com tamanha vastidão terri- 29. O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção
torial e conhecê-lo em sua totalidade, desenrolaram-se gramatical e para as informações originais do período,
muitas histórias. ser substituído por qualquer um dos seguintes: ao passo
que, na medida que, conquanto.
22. A relação que o período iniciado por “Assim sendo”
(l. 5-6) mantém com as ideias do período imediatamente (Teresina-PI/Agente Fiscal) A despeito da desaceleração
anterior permite que esse termo seja substituído por econômica nas nações ricas, as cotações das commodities
Desse modo ou Por isso. agrícolas, minerais e energéticas persistem em ascensão.

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30. A expressão “A despeito da” pode, sem prejuízo para a e) “Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e
correção gramatical e as informações originais do perí- carros, por exemplo, que são impactados pela de-
odo, ser substituída por qualquer uma das seguintes: cisão dos juros) não estão aumentando”, disse ele
Apesar da, Embora haja, Não obstante a. a jornalistas. O ministro avaliou, entretanto, que o
impacto maior se dará nas operações de comércio
(Prefeitura de Vila Velha-ES) O restante corresponde à água exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a
salgada dos mares (97%) e ao gelo nos polos e no alto das trazer mais recursos para o Brasil “Isso porque a de-
montanhas. Administrar essa cota de água doce já desperta cisão sobre juros tende a trazer mais recursos para
preocupação. o Brasil”. (conclusão)
31. A oração “Administrar essa cota de água doce” exerce
função sintática de sujeito. (SGA-AC) A sentença determina, entre outras medidas, que
as penitenciárias somente acolham presos que residam em
Ele só descobre que um bem é fundamental quando dei- um raio de 200 km. Segundo o juiz, as medidas que tomou
xa de possuí-lo. Preso naquele porão, eu descobria que a são previstas pela Lei de Execução Penal. Sua sentença foi
liberdade mais importante que existia era a liberdade de ir muito elogiada. Contudo, o governo estadual anunciou que
e vir, a liberdade de movimento. Eu tinha todas as outras irá recorrer ao Tribunal de Justiça.
liberdades, preso no porão. 37. As orações subordinadas “que as penitenciárias somente
32. A oração “que um bem é fundamental” exerce a mesma acolham presos”, “que tomou” e “que irá recorrer ao
função sintática que “todas as outras liberdades”. Tribunal de Justiça” desempenham a função de com-
plemento do verbo.
33. No trecho “de que me adiantava isso”, o pronome “isso”
complementa a forma verbal “adiantava”. (SGA-AC) Sua sentença foi muito elogiada. Contudo, o gover-
no estadual anunciou que irá recorrer ao Tribunal de Justiça.
(Abin/Analista) A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência 38. O emprego da conjunção “Contudo” estabelece uma
(Sisbin) e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligência relação de causa e efeito entre as orações.
(Abin) permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a ativi-
(SGA-AC) Falara com voz sincera, exaltando a beleza da pai-
dade de Inteligência, mediante uma ação coordenadora do
sagem e revelando que, se dependesse só dele, passaria o
fluxo de informações necessárias às decisões de governo, no
resto da vida ali, morreria na varanda, abraçado à visão do
que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades, aos
rio e da floresta. Era isso o que mais queria, se Alícia estivesse
antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, relativos
ao seu lado.
aos mais altos interesses da sociedade e do país. 39. As orações “se dependesse só dele” e “se Alícia estivesse
34. O primeiro período sintático permaneceria gramatical- ao seu lado” estabelecem circunstância de condição em
mente correto e as informações originais estariam pre- relação às orações às quais se subordinam.
servadas com a substituição da palavra “mediante” por
qualquer uma das seguintes expressões: por meio de, (SGA-AC) Não parecia estar no iate, e sim em sua casa, em
por intermédio de, com, desencadeando, realizando, Manaus: sentado, pernas e pés juntos, tronco ereto, a cabeça
desenvolvendo, empreendendo, executando. oscilando, como se fizesse um não em câmera lenta.
40. A oração “como se fizesse um não em câmera lenta”
O dinheiro foi aplicado em um poderoso esquema para evitar expressa uma comparação estabelecida pelo narrador.
ataques terroristas, como ocorreu nos Jogos de Munique, em
1972, quando palestinos da organização Setembro Negro (SGA-AC) Eu esperava o fim da tarde com ansiedade.
invadiram a Vila Olímpica e mataram dois atletas israelenses. 41. A correção gramatical e o sentido do texto seriam manti-
35. A inserção de o que imediatamente antes de “ocorreu” dos se a preposição a fosse incluída após a forma verbal
prejudicaria a sintaxe do período e modificaria o sentido “esperava”: Eu esperava ao fim da tarde com ansiedade.
da informação original.
(DFTrans/Analista) Acho que se compreenderia melhor o
36. (TRT 1ª R/Analista)As conjunções destacadas nos trechos funcionamento da linguagem supondo que o sentido é um
a seguir estão associadas a uma determinada interpre- efeito do que dizemos, e não algo que existe em si, inde-
tação. Assinale a opção que apresenta trecho do texto pendentemente da enunciação, e que envelopamos em um
seguido de interpretação correta da conjunção desta- código também pronto.
cada. 42. O valor condicional da oração iniciada por “supondo”
a) A série de dados do Caged tem início em 1992. Con- permite sua substituição, no texto, por se supusermos,
tra os três primeiros meses de 2007, quando foram sem que sejam prejudicadas a coerência ou a correção
criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo gramatical.
informações do MTE, o crescimento no número de
empregos formais criados foi de 38,7%. (proporcio- (MS/Agente) Para aumentar o volume de doações e trans-
nalidade) plantes de órgãos no país, o ministro da Saúde lançou a Cam-
b) “Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos, panha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos.
bombou”, afirmou o ministro do Trabalho a jornalis- 43. A primeira oração do texto estabelece com a segunda
Língua Portuguesa

tas. (comparação) uma relação de tempo.


c) “É um erro imaginar que há inflação no Brasil. ‘É um
erro imaginar que há inflação no Brasil’. (consequência) (MS/Agente) Acredito que todos possam fazer uma reflexão
d) “Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e diante disso: 28,6% das intoxicações por medicamentos ocor-
carros, por exemplo, que são impactados pela decisão ridas com 25 crianças são acidentais, portanto, poderiam ser
dos juros) não estão aumentando”, disse ele a jorna- evitadas, observa a coordenadora.
listas. O ministro avaliou, entretanto, que o impacto 44. O termo “portanto” estabelece uma relação adversativa
maior se dará nas operações de comércio exterior. entre as informações da oração que o precede e as da
(oposição) oração subsequente.

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(Abin/Oficial de Inteligência) Há histórias, no plural; o mundo CONCORDÂNCIA VERBAL
tornou-se intensamente complexo e as respostas não são
diretas nem estáveis. Mesmo que não possamos olhar de • Sujeito composto com pessoas gramaticais diferentes.
um curso único para a história, os projetos humanos têm um Verbo no plural e na pessoa de número mais baixo.
assentamento inicial que já permite abrir o presente para a Carlos, eu e tu vencemos.
construção de futuros possíveis. Carlos e tu vencestes ou venceram.
45. A relação que a oração iniciada por “e as respostas” man-
tém com a anterior mostra que a função da conjunção • Sujeito composto posposto ao verbo. Verbo no plural ou
“e” corresponde à função de por isso. de acordo com o núcleo mais próximo.
Vencemos Carlos, eu e tu. Ou:
(Detran/Analista de Trânsito) Construções e usos de interesse Venceu Carlos, eu e tu.
particular desrespeitam sistematicamente os códigos de obra
e as leis de ocupação do solo. Invadem o espaço público, e • Sujeito composto de núcleos sinônimos (ou quase) ou em
o resultado é uma cidade de edificação monstruosa e hostil gradação. Verbo no plural ou conforme o núcleo próximo.
ao transeunte. É preciso, portanto, que o espírito da blitz na A alegria e o contentamento rejuvenescem. Ou:
avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. A alegria e o contentamento rejuvenesce.
46. A palavra “portanto” estabelece relação de condição Os EUA, a América, o mundo lembraram ontem o Onze de
entre segmentos do texto. Setembro. Ou:
Os EUA, a América, o mundo lembrou ontem o Onze de
(Detran/Analista de Trânsito) Há, porém, outras mais graves,
Setembro.
que se instalam lentamente no organismo, como o aumento
da pressão arterial e a ocorrência de paradas cardíacas. Estas
• Núcleos no infinitivo, verbo no singular.
podem passar despercebidas, já que nem sempre apresen-
Obs.: artigo e contrários, verbo no plural.
tam uma relação tão clara e direta com o fator ambiental.
De imediato, existe o alerta: onde morar em metrópoles? Cantar e dançar relaxa.
47. A locução “já que” estabelece uma relação de compa- Obs.: O cantar e o dançar relaxam.
ração no período. Subir e descer cansam.

(Detran/Analista de Trânsito) Todavia, foi somente após a • Sujeito = mais de, verbo de acordo com o numeral.
Independência que começou a se manifestar explicitamente, Obs.: repetição ou reciprocidade, só plural.
no Brasil, a preocupação com o isolamento das regiões do Mais de um político se corrompeu.
país como um obstáculo ao desenvolvimento econômico. Mais de dois políticos se corromperam.
48. O termo “Todavia” estabelece uma relação de causa Obs.: Mais de um político, mais de um empresário se cor-
entre as ideias expressas no primeiro e no segundo pe- romperam. Mais de um político se cumprimentaram.
ríodos do texto.
• Sujeito coletivo, partitivo ou percentual, verbo concorda
(Detran/Analista de Trânsito) Observe o trecho: com o núcleo do sujeito ou com o adjunto.
linguagem. S.f. 1. o uso da palavra articulada ou escrita como Obs.: coletivo distante do verbo fica no singular ou no plural.
meio de expressão e de comunicação entre as pessoas. O bando assaltou a cidade (assaltar, no passado).
49. No texto do verbete de dicionário, o valor de comparação O bando de meliantes assaltou ou assaltaram a cidade.
da palavra “como” deixa subentender uma expressão A maior parte das pessoas acredita nisso. Ou:
mais complexa: assim como. A maior parte das pessoas acreditam nisso.
A maior parte acredita.
(Ibama/Analista) Preso em diversas ocasiões, só foi defini- Oitenta por cento da turma passaram ou passou.
tivamente absolvido em 1º de março de 1984, quatro anos Obs.: O povo, apesar de toda a insistência e ousadia, não
depois, portanto, de iniciadas as perseguições. De acordo conseguiu ou conseguiram evitar a catástrofe.
com a conselheira Sueli Bellato, embora o relatório não tenha
se aprofundado na questão, foi possível constatar que Chico • Sujeito = pronome pessoal preposicionado
Mendes também foi torturado enquanto estava sob custódia a) núcleo singular, verbo singular.
de policiais federais. Algum de nós errou. Qual de nós passou.
50. Os termos “portanto” e “enquanto” estabelecem idên- b) núcleo plural, verbo plural ou com o pronome pessoal.
ticas relações de sentido. Alguns de nós erraram ou erramos. Quais de nós
erraram ou erramos.
GABARITO
• Sujeito = nome próprio que só tem plural
1. E 14. E 27. E 40. C a) Não precedido de artigo, verbo no singular.
2. C 15. C 28. C 41. E Estados Unidos é uma potência. Emirados Árabes fica
3. E 16. C 29. E 42. E no Oriente Médio.
4. E 17. C 30. C 43. E b) precedido de artigo no plural, verbo no plural.
5. E 18. E 31. C 44. E Os Estados Unidos são uma potência. Os Emirados Ára-
Língua Portuguesa

6. C 19. C 32. C 45. C bes ficam no Oriente Médio.


7. E 20. E 33. E 46. E
• Parecer + outro verbo no infinitivo, só um deles varia.
8. C 21. C 34. C 47. E
Os alunos parecem gostar disso. Ou:
9. E 22. C 35. E 48. E
Os alunos parece gostarem disso.
10. C 23. C 36. d 49. E
11. E 24. E 37. E 50. E
• Pronome de tratamento, verbo na 3ª pessoa.
12. C 25. E 38. E
Vossas Excelências receberão o convite.
13. E 26. E 39. C Vossa Excelência receberá seu convite.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Sujeito = que, verbo de acordo com o antecedente. EXERCÍCIOS
Fui eu que prometi.
Foste tu que prometeste. Regra Básica
Foram eles que prometeram.
O núcleo do sujeito conjuga o verbo.
• Sujeito = quem
a) verbo na 3ª pessoa singular; ou Dica:
Fui eu quem prometeu. (prometer, passado) Núcleo do sujeito começa sem preposição.
Foste tu quem prometeu. Foram eles quem prometeu.
b) verbo concorda com o antecedente. 1. (TRT 1ª R/Analista) Julgue os fragmentos de texto apre-
Fui eu quem prometi. Foste tu quem prometeste. Foram sentados nos itens a seguir quanto à concordância verbal.
eles quem prometeram. I – De acordo com o respectivo estatuto, a proteção
à criança e ao adolescente não constituem obrigação
• Dar, bater, soar exclusiva da família.
a) Se o sujeito for número de horas, concordam com nú- II – A legislação ambiental prevê que o uso de água para
mero. o consumo humano e para a irrigação de culturas de
Deu uma hora. Deram duas horas. subsistência são prioritários em situações de escassez.
Soaram dez horas no relógio. III – A administração não pode dispensar a realização
b) Se o sujeito não for número de horas. do EIA, mesmo que o empreendedor se comprometa
O relógio deu duas horas. Soou dez horas no relógio. expressamente a recuperar os danos ambientais que,
porventura, venham a causar.
• Faltar, restar, sobrar, bastar, concordam com seu sujeito IV – A ausência dos elementos e requisitos a que se
normalmente. referem o CPC pode ser suprida de ofício pelo juiz, em
Obs.: sujeito oracional, verbo no singular. qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não for
Faltam cinco minutos para o fim do jogo. proferida a sentença de mérito.
Restavam apenas algumas pessoas.
Sobraram dez reais. A quantidade de itens certos é igual a
Basta uma pessoa. a) 0.
Obs.: Ainda falta depositar dez reais. (note o sujeito ora- b) 1.
cional) c) 2
d) 3.
• Com os verbos mandar, deixar, fazer, ver, ouvir e sentir e) 4.
a) seguidos de pronome oblíquo, o infinitivo não se fle-
xiona. Obs.: 1
Mandei-os sair da sala. Ele deixou-as falar. O professor Depois que o primeiro núcleo do sujeito já está escrito,
o segundo que houver deve estar escrito ou representado
viu-os assinar o papel. Eu os senti bater à porta.
por um pronome.
b) seguidos de substantivo, o infinitivo pode se flexionar
O uso de água e o de combustível são prioritários. (dois
ou não.
núcleos)
Mandei os rapazes sair ou saírem. Ele deixou as amigas
Veja a repetição do “o”. O segundo é pronome. Sem
falar ou falarem. O professor viu os diretores assinar ou
preposição. É núcleo.
assinarem.
Mas em: O uso de água e de combustível é prioritário.
c) seguidos de infinitivo reflexivo, este pode se flexionar (um só núcleo = uso)
ou não.
Cuidado: Na locução verbal, o infinitivo é impessoal Obs.: 2
(sem variação). O pronome relativo pode exercer a função de sujeito,
Vi-os agredirem-se no comício. Ou: Vi-os agredir-se no de objeto, de complemento etc., sempre dentro da oração
comício. Ele prefere vê-las abraçarem-se ou abraçar-se. adjetiva.
Cuidado: Os números da fome podem ficar piores. (fi-
carem: errado) Cuidado!
O pronome relativo refere-se a um termo antes, mas
• Concordância especial do verbo ser. esse termo faz parte de outra oração. O termo referido pre-
a) se sujeito indica coisa no singular, e predicativo indica enche, supre apenas o sentido. Esse termo referido não é o
coisa no plural, ser prefere o plural, mas admite o sin- sujeito, o objeto etc. da oração subordinada adjetiva.
gular. A casa / que comprei / era velha.
Tua vida são essas ilusões. (presente). Ou: Tua vida é
essas ilusões. Oração principal: A casa era velha
b) se sujeito ou predicativo for pessoa, ser conforme a Sujeito = A casa
Língua Portuguesa

pessoa. Oração subordinada adjetiva: que comprei


Você é suas decisões. Seu orgulho eram os velhinhos. Sujeito = eu
O motorista sou eu. Ou: Eu sou o motorista. Objeto direto (sintático) = que
c) data, hora e distância, verbo conforme o numeral.
É primeiro de junho. (presente) São ou é quinze de maio. Atenção:
É uma hora. São vinte para as duas. É uma légua. São Somente o sentido é que nos leva a ver que: comprei a casa.
três léguas. Porém, o pronome relativo está no lugar da casa. O pronome
d) indicando quantidade pura, verbo na 3ª pessoa singular. relativo é o objeto sintático.
Quinze quilos é pouco. Três quilômetros é suficiente. Podemos chamar de objeto semântico o termo “A casa”,

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mas apenas pelo sentido, jamais pela análise sintática. A aná- 12. ( ) Na sala, existiam vinte pessoas.
lise sintática deve ser feita dentro de cada oração. 13. ( ) Na sala, existia vinte pessoas.
14. ( ) No carnaval, houve menos acidentes.
(TCU) “Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz, 15. ( ) No carnaval, houveram menos acidentes.
creio que não poderemos escapar da conclusão de que o pro- 16. ( ) No carnaval, ocorreram menos acidentes.
cesso é totalmente coerente com as premissas da ideologia 17. ( ) No carnaval, ocorreu menos acidentes.
econômica que têm se afirmado como a forma dominante 18. ( ) Haverá dois meses que não o vejo.
de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos, 19. ( ) Haverão dois meses que não o vejo.
aproximadamente.” 20. ( ) Jamais pode haver incoerências no texto.
2. A forma verbal “têm” em “têm se afirmado” estabele- 21. ( ) Jamais podem haver incoerências no texto.
ce relação de concordância com o termo antecedente 22. ( ) Jamais podem existir incoerências no texto.
“ideologia”. 23. ( ) Jamais pode existir incoerências no texto.
3. Qual é o sujeito sintático de “têm”? 24. ( ) Haviam sido eleitos novos presidentes.
4. Qual é o sujeito semântico de “têm”? 25. ( ) Havia sido eleito novos presidentes.
5. Qual é a função sintática de “as premissas da ideologia”?
Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens a se-
(TCU) “Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no guir quanto à concordância verbal.
mês seguinte cinquenta e cinco; em março de 1877 contava
quatrocentas e noventa.” 26. (TRT 9ª R) Na redação da peça exordial, deve haver indi-
6. O verbo ter está empregado no sentido de haver, existir, cações precisas quanto à identificação das partes bem
por isso mantém-se no singular, sem concordar com o como do representante daquele que figurará no polo
sujeito da oração – “vinte aranhas”. ativo da eventual ação.

Obs.: Verbo sem sujeito chama-se verbo impessoal. (TCU) “O melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá
A regra é ficar na 3ª pessoa do singular. Ver verbo haver. andando, até achar entrada. Há de haver alguma”.
27. Na expressão Há de haver verifica-se o emprego impes-
“Novos instrumentos vêm ocupar o lugar dos instrumentos soal do verbo haver na forma “Há”.
velhos e passam a ser utilizados para fazer algo que nunca
tinha sido imaginado antes.” (DFTrans) “As estradas da Grã-Bretanha tinham sido cons-
7. É gramaticalmente correta e coerente com a argumen- truídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por car-
tação do texto a seguinte reescrita para o período final: ruagens romanas”.
Cada novo instrumento que vêm ocupar o lugar dos ins- 28. Devido ao valor de mais-que-perfeito das duas formas
trumentos antigos passam a ser utilizados para fazer algo verbais, preservam-se a coerência textual e a correção
que ainda não fôra imaginado. gramatical ao se substituir “tinham sido” por havia sido.

“Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar (PMDF) “Jamais houve tanta liberdade e o crescimento das
o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam, democracias foi extraordinário”.
temia que me abordasse para conversar sobre o filho.” 29. A substituição do verbo impessoal haver, na sua forma
8. A forma verbal “temia” concorda com o sujeito de tercei- flexionada “houve”, pelo verbo pessoal existir exige
ra pessoa do singular ele, que foi omitido pelo narrador. que se faça a concordância verbal com “liberdade” e
“crescimento”, de modo que, fazendo-se a substituição,
9. A substituição de “teria” por teriam não altera o sentido deve-se escrever existiram.
nem a adequação gramatical do trecho “o valor de suas
casas, que serviam de garantia para os empréstimos, (Abin) “Melhorar o mecanismo de solução de controvérsias
teria de continuar subindo indefinidamente”. é um dos requisitos para o fortalecimento do Mercosul, vide
as últimas divergências entre Brasil e Argentina”.
Regras Especiais 30. Mantém-se a obediência à norma culta escrita ao se
substituir a palavra “vide” por haja visto, uma vez que
Verbo haver com sujeito. as relações sintáticas permanecem sem alteração.
Eles haviam chegado.
Outros Verbos Impessoais
Verbo haver sem sujeito tem o sentido de existir, acon-
tecer ou tempo decorrido. Verbo fazer indicando tempo ou clima.

Regra: 31. (Metrô-DF) Assinale a opção correspondente ao período


Verbo sem sujeito (impessoal) fica no singular (3ª pessoa). gramaticalmente correto.
Aqui havia uma escola. → Aqui existia uma escola. a) Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas,
uma escola = objeto direto mas até agora eles não tem nenhum resultado con-
uma escola = sujeito clusivo.
Língua Portuguesa

b) Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas. En-


Aqui havia duas escolas. → Aqui existiam duas escolas. tretanto, até agora, eles não têm nenhum resultado
Cuidado: Aqui haviam duas escolas. (errado) conclusivo.
c) Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas,
Obs.: O verbo haver no sentido de existir é invariável. mas, até agora eles não têm nenhum resultado con-
clusivo.
Certo ou errado? d) Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas en-
10. ( ) Na sala, havia vinte pessoas. tretanto, até agora, eles não tem nenhum resultado
11. ( ) Na sala, haviam vinte pessoas. conclusivo.

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Sujeito com Núcleo Coletivo, Partitivo ou Percentual Sujeito Composto Escrito após o Verbo

Regra: Regra:
O núcleo conjuga o verbo, ou o adjunto adnominal Os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo
conjuga o verbo. próximo conjuga o verbo.

(Ibram-DF) “Um caso de amor e ódio. A maioria dos estudio- “Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz
sos evita os clichês como o diabo foge da cruz, mas as frases um livro, um governo, ou uma revolução”.
39. No trecho “assim se faz um livro”, a expressão “um livro”
feitas dão o tom do uso da língua.”
exerce a função de sujeito.
32. No segundo período do texto, a forma verbal “evita”, em-
pregada no singular, poderia ser substituída pela forma Atenção:
flexionada no plural, evitam, caso em que concordaria Com a palavra se, o verbo de ação não tem objeto direto.
com “estudiosos”, sem que houvesse prejuízo gramatical Quando temos a palavra se, o objeto direto vira sujeito pacien-
para o período. te. Então, chamamos a palavra se de partícula apassivadora.

(MPU) “A maioria dos países prefere a paz.” “Acho que se compreenderia melhor o funcionamento da lin-
33. Está de acordo com a norma gramatical escrever “pre- guagem supondo que o sentido é um efeito do que dizemos,
ferem”, em lugar de “prefere”. e não algo que existe em si, independentemente da enun-
ciação, e que envelopamos em um código também pronto.
(PF) “Hoje, 13% da população não sabe ler.” Poderiam mudar muitas perspectivas: se o sentido nunca
34. A forma verbal “sabe”, no texto, está flexionada para é prévio, empregar ou não um estrangeirismo teria menos a
concordar com o núcleo do sujeito. ver com a existência ou não de uma palavra equivalente na
língua do falante. O que importa é o efeito que palavras es-
trangeiras produzem. Pode-se dar a entender que se viajou,
(PCDF) “Uma equipe de policiais está junta por dez anos e
que se conhecem línguas. Uma palavra estrangeira em uma
aprenderam a investigar.”
placa ou em uma propaganda pode indicar desejo de ver-se
35. Está adequada à norma culta a redação do texto. associado a outra cultura e a outro país, por seu prestígio.”
40. Para se manter o paralelismo com o primeiro e o último
(TCU) “Os meus pupilos não são os solários de Campanela períodos sintáticos do texto, o segundo período também
ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que admitiria uma construção sintática de sujeito indeter-
não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares.” minado, podendo ser alterado para Poderia se mudar
36. A forma verbal “formam” está flexionada na 3ª pessoa muitas perspectivas.
do plural para concordar com a ideia de coletividade
que a palavra “povo” expressa. Atenção:
Muito cuidado com as duas opções de análise! Em lo-
Cuidado com a exceção! cução verbal com a palavra SE na função de partícula apas-
Quando o núcleo coletivo, partitivo ou percentual está sivadora, podemos analisar como sujeito simples nominal,
após o verbo, somente o núcleo conjuga o verbo. (regra: o núcleo conjuga o verbo) ou como sujeito oracional,
(regra: o verbo fica no singular).
(Iema-ES) “Quando se constrói um transgênico, os objetivos
41. A flexão de plural em lugar de “Pode-se” respeita as
são previsíveis, bem como seus benefícios. Entretanto, os
regras de concordância com o sujeito oracional “dar a
riscos de efeitos indesejáveis ao meio ambiente e à saúde
entender”.
humana são imprevisíveis, a não ser que se gere também
uma série de estudos para avaliar suas reais consequências.” Regra:
37. Seria mantida a correção gramatical do período caso a Sujeito oracional pede verbo no singular.
forma verbal “gere” estivesse flexionada no plural, em Cantar e dançar relaxa. (certo) => O sujeito de “relaxa”
concordância com a palavra “estudos”. é oração: cantar e dançar.
Cantar e dançar relaxam (errado).
Sujeito com Núcleos Sinônimos ou Quase
Atenção:
Regra: Caso os verbos do sujeito oracional expressem sentidos
Os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo opostos, teremos plural.
próximo conjuga o verbo. Subir e descer cansam. (certo) => Note os opostos: subir
A paz e a tranquilidade descansam a alma. e descer.
A paz e a tranquilidade descansa a alma. Subir e descer cansa. (errado)

Verbo no Infinitivo
(Abin) “A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin)
Língua Portuguesa

e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)


Regra 1:
permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a atividade de Como verbo principal, não pode ser flexionado.
Inteligência.” Temos de estudarmos. (errado)
38. Como o sujeito do primeiro período sintático é formado Temos de estudar. (certo)
por duas nominalizações articuladas entre si pelo sentido
– “criação” e “consolidação” –, estaria também gramati- Observe:
calmente correta a concordância com o verbo permitir Os países precisam investir em novas tecnologias e oti-
no singular – permite. mizarem os processos burocráticos. (errado)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Os países precisam investir em novas tecnologias e oti- Regra:
mizar os processos burocráticos. (certo) A flexão volta a ser opcional, mesmo que o sujeito
do infinitivo seja representado por pronome.
Note: Mandei-os abraçar-se. (certo)
Subentendemos “precisam” antes de “otimizar”. Então, Mandei-os abraçarem-se. (certo também)
“otimizar” é verbo principal. Forma locução verbal. Note que o sentido de “abraçar” é fazer ação um ao
outro (recíproca).
Dica:
O verbo principal é o último da locução verbal. O pri- (MI) “A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o prêmio,
meiro é auxiliar. Conforme o padrão da Língua Portuguesa, foi comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes
só o verbo auxiliar se flexiona. para a mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar
vir da Europa alguns pássaros etc.”
Regra 2: 45. Em “mandar vir da Europa alguns pássaros”, a forma
Como verbo que complementa algum termo, o infinitivo verbal “vir” poderia concordar com a expressão nominal
pode se flexionar ou não. É facultativo. Claro que precisa se “alguns pássaros”, que é o sujeito desse verbo.
referir, pelo menos, a um sujeito semântico no plural.
Regra 4:
(TRT 9ª R) “E a crise norte-americana, que levou investidores Infinitivo após o verbo parecer.
a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos
de hedge.” Regra:
42. No trecho “que levou investidores a apostar no aumento Flexionamos o verbo parecer, mas não o verbo no infini-
dos preços de alimentos em fundos de hedge”, a substi- tivo; ou deixamos o verbo parecer no singular e flexionamos
tuição de “apostar” por apostarem manteria a correção o verbo no infinitivo.
gramatical do texto. Os meninos parecem brincar. (certo)
Os meninos parece brincarem. (certo também)
(Iema-ES) “O Ibama tem capacitado seus quadros para au-
xiliar as comunidades a elaborarem o planejamento do uso Atenção:
sustentável de áreas de proteção ambiental, florestas nacio- Somente quando flexionamos apenas o verbo auxiliar é
nais e reservas extrativistas.” que se pode considerar de fato uma locução verbal.
43. Se a forma verbal “elaborarem” estivesse no singular Os meninos parecem brincar.
elaborar, a correção gramatical seria preservada.
Portanto, não temos locução verbal em
(HFA) “Essa fartura de tal modo contrasta com o padrão de Os meninos parece brincarem.
vida médio, que obriga aquelas pessoas a se protegerem Trata-se de uma figura de linguagem de ordem sintáti-
do assédio, do assalto e da inveja, sob forte esquema de ca que consiste em antepor a uma oração parte da oração
segurança.” seguinte (prolepse).
44. Se o infinitivo em “se protegerem” fosse empregado, Traduzindo: a oração subordinada substantiva subjetiva
alternativamente, na forma não flexionada, o texto man- tem seu sujeito escrito antes do verbo da oração principal,
teria a correção gramatical e a coerência textual. mas o predicado da oração subordinada substantiva subjetiva
permanece após o verbo da principal.
Regra 3:
Muita atenção com os verbos causativos mandar, fazer, Os meninos parece brincarem. É o mesmo que, na ordem
deixar e semelhantes e os sensitivos ver, ouvir, notar, per- direta: Os meninos brincarem parece.
ceber, sentir, observar e semelhantes. Oração principal: parece.
Esses verbos não são auxiliares do infinitivo, ou seja, não Oração subordinada substantiva subjetiva: Os meninos
formam locução verbal como verbo principal do infinitivo. brincarem.
É simples: basta ver que o sujeito de um, geralmente,
não é o mesmo do outro. E verbos que formam locução Regra especial do verbo ser.
verbal devem possuir o mesmo sujeito sintático.
Sujeito “Ser” varia Predicativo
Vejamos as regras em três situações diferentes:
a) O sujeito do infinitivo é representado por substantivo.
Regra: Coisa Singular Singular ou Plural Coisa Plural
A flexão do infinitivo é opcional. Obs.: o plural é preferível.
Mandei os meninos entrar. (certo) Seu orgulho são os livros.
Mandei os meninos entrarem. (certo também) Seu orgulho é os livros.

b) O sujeito do infinitivo é representado por pronome. Cuidado!


Língua Portuguesa

Regra: Se o plural vier primeiro, somente verbo no plural.


A flexão do infinitivo é proibida. Os livros são seu orgulho.
Mandei-os entrar. (certo)
Coisa Com a Pessoa Pessoa
Mandei-os entrarem. (errado)
Obs.: a ordem não importa.
Observação: Seu orgulho eram os filhos.
Note o pronome “OS” no lugar de “os meninos”. Os filhos eram seu orgulho.
As alegrias da casa será Gabriela.
c) O sentido do infinitivo é de reciprocidade. Gabriela será as alegrias da casa.

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Sem Sujeito Com o Numeral Hora Substantivos + Adjetivo
Distância Adjetivo concorda com substantivo mais próximo ou com
Data todos. No plural, o masculino prevalece sobre o feminino.
Acordo e relação diplomática / diplomáticos
São nove horas.
Proposta e relação diplomática / diplomáticas
Eram vinte para a uma da tarde.
Relação e acordos diplomáticos
É uma e quarenta da manhã.
Até lá são duzentos quilômetros.
Adjetivo + Substantivo
Adjetivo concorda com substantivo mais próximo.
Obs.: nas datas, o núcleo do predicativo conjuga o verbo.
Novo acordo e relação, nova relação e acordo.
Hoje são 19.
Amanhã serão 20.
Substantivo + Adjetivos
É dia 20.
Artigo e substantivo no plural + adjetivos no singular.
(núcleo = dia)
Artigo e substantivo no sing. + adjetivos no sing. (2º com
Quantidade pura Singular Nada artigo)
Pouco As embaixadas brasileira e argentina.
Bastante... A embaixada brasileira e a argentina.
Dois litros é bastante. O mercado europeu e o americano.
Vinte milhões de reais é muito. Os mercados europeu e americano.
Três quilômetros será suficiente.
Quinze quilos é pouco. Ordinais + Substantivo
Ordinais com artigo => substantivo no singular ou no plural.
(PMDF) “Antes da Revolução Industrial, um operário só pos- Só o 1º ordinal com artigo => substantivo no plural.
suía a roupa do corpo. Sua maior riqueza eram os pregos O penúltimo e o último discurso / discursos
de sua casa.” O penúltimo e último discursos.
46. A flexão de plural na forma verbal “eram” deve-se à
concordância com “os pregos”; mas as regras gramaticais É bom, é necessário, é proibido
permitiriam usar também a flexão de singular, era. Não variam com sujeito em sentido vago ou geral (sem
artigo definido, pronome...)
GABARITO É necessário aprovação rápida do acordo.
É necessária a aprovação rápida do acordo.
1. a 20. C
2. E 21. E Um e outro, nem um nem outro
3. que, pronome relativo 22. C Substantivo seguinte no singular, adjetivo no plural.
com função de sujeito 23. E Um e outro memorando foi encaminhado.
sintático. 24. C O governo não aprovou nem uma nem outra medida
4. As premissas da ideolo- 25. E provisória.
gia econômica, referen- 26. C
te do pronome relativo. 27. C Particípio
5. Complemento nominal 28. E Só não varia nos tempos compostos (com ter ou haver)
do adjetivo “coerente”. 29. E – voz ativa.
6. E 30. E O Ministério havia obtido informações.
7. E 31. b Informações foram obtidas. Terminada a conferência,
8. E 32. C procedeu-se ao debate.
9. E 33. C
7. C 34. E De + Adjetivo
8. C 35. E Adjetivo não varia ou concorda com termo a que se refere.
9. E 36. E Essa decisão tem pouco de sábio / de sábia.
10. C 37. E
11. E 38. E Meio, bastante, barato e caro
12. C 39. C Variam quando adjetivos (modificam substantivo).
13. E 40. E Não variam quando advérbios (modificam verbo ou ad-
14. C 41. E jetivo).
15. E 42. C Bastantes índios invadiram o Ministério. Reivindicações
16. C 43. C de meias palavras, porém protestos meio confusos.
17. E 44. C Atendê-las custa caro, pois não são baratos os prejuízos.
18. C 45. C
19. E 46. C Possível
Língua Portuguesa

O mais, o menos, o maior... + possível.


Os mais, os menos, os maiores... + possíveis.
CONCORDÂNCIA NOMINAL Quanto possível não varia.
Haverá reuniões o mais curtas possível.
Regra Geral Haverá reuniões as mais curtas possíveis.
As reuniões serão tão curtas quanto possível.
Adjetivo concorda com substantivo
Acordo diplomático, relação diplomática, acordos diplo- Só
máticos, relações diplomáticas. Varia = sozinho.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Não varia = somente. Julgue os itens seguintes.
Não estamos sós na sala. “Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre
Só nós estamos na sala. sua mãe e seu marido”.
21. O vocábulo meio é um advérbio, por isso não concorda
Variam com cômica.
• Mesmo, próprio
Os membros mesmos / próprios ignoram a solução. “Existe toda uma hierarquia de funcionários e autoridades re-
• mesmo = realmente ou até: não varia presentados pelo superintendente da usina, o diretor-geral,
A solução será mesmo essa. o presidente da corporação, a junta executiva do conselho
Mesmo os membros criticaram. de diretoria e o próprio conselho de diretoria.”
• extra 22. Com relação à norma gramatical de concordância, o
As horas extras serão pagas. autor poderia ter usado, sem incorrer em erro, a forma
• quite funcionários e autoridades representadas.
Os servidores estão quites com suas obrigações.
• nenhum “Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos,
Não entregaremos propostas nenhumas. alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio
• obrigado desbotado.”
– Obrigada, disse a secretária. 23. No texto lido seria gramaticalmente correta a construção
• anexo, incluso apertada em uma roupa de chita, meia desbotada.
As planilhas estão anexas / inclusas.
Em anexo não varia (Iades) “Oitenta e cinco por cento dos casos estudados foram
As planilhas estão em anexo. muito bem-sucedidos”.
• todo 24. O verbo ser, conjugado como “foram”, pode ser empre-
As regras todas foram estabelecidas. gado também no singular.
Não variam (Iades) “O fundamental é não morrer de fome e ver supridas
• alerta certas necessidades básicas”.
Os vigias do prédio estão alerta. 25. O termo “supridas” poderia ser usado no masculino
• menos
singular, sem prejuízo gramatical.
Essas eram nações menos desenvolvidas.
• haja vista
(Iades) “Essa é uma questão delicada, daí a importância que
Haja vista as negociações, os americanos não cederão.
se tenha clareza sobre ela, pois, quando se trabalha com a
• em via de
Os europeus estão em via de superar os americanos. política de assistência social nos espaços”,
• em mão 26. O verbo “trabalha” poderia ser usado no plural, sem
Entregue em mão os convites. prejuízo gramatical.
• a olhos vistos
A reforma agrária cresce a olhos vistos. (Funiversa/Terracap) “São emissoras transmitidas de qual-
• de maneira que, de modo que, de forma que quer país que passe pela nossa mente – e alguns outros de
Os ouvintes silenciaram, de maneira que estão do nosso cuja existência sequer desconfiávamos.”
lado. 27. A forma verbal “passe”, se usada no plural, provocaria
• cor com nome proveniente de objeto mudança inaceitável de sentido, uma vez que remeteria
Papéis rosa, tecidos abóbora. Carros vinho. a emissoras, e não mais a país.

EXERCÍCIOS (Funiversa/Terracap) “Já existem vários portais ativos e em


crescimento que disponibilizam para o internauta canais de
Julgue os itens seguintes quanto à concordância nominal. televisão. O wwitv, por exemplo, oferece atualmente nada
1. É proibida entrada de pessoas não autorizadas. menos de 1.827 estações on-line (número de 4 de dezembro,
2. Fica vedada visita às segundas-feiras. crescendo à razão de duas por dia). São emissoras transmiti-
3. Os consumidores não somos nenhuns bobocas. das de qualquer país que passe pela nossa mente – e alguns
4. Traga cervejas o mais geladas possível. outros de cuja existência sequer desconfiávamos.”
5. Houve menas gente no comício hoje. 28. A forma verbal “São” é usada no plural porque concorda
6. Vai inclusa à relação o recibo dos depósitos. com o sujeito implícito duas por dia.
7. Era deserta a vila, a casa, o campo.
8. É necessária muita fé. (Funiversa/Terracap) “Em meio à burocracia oficial, o rock
9. Em sua juventude, escreveu bastantes poemas. ocupou o espaço urbano, os parques, as superquadras de
10. Ele usava uma calça meia desbotada. Lucio Costa, cresceu e apareceu.”
11. A Marinha e o Exército brasileiro participaram do desfile. 29. Os verbos “cresceu” e “apareceu” deveriam vir flexio-
12. A Marinha e o Exército brasileiros participaram do desfile. nados no plural para concordar com seus referentes, os
13. Remeto-lhe incluso uma fotocópia do certificado. parques e as superquadras.
14. O garoto queria ficar a só.
Língua Portuguesa

15. Os Galhofeiros é um ótimo filme dos Irmãos Marx. GABARITO


16. Descontado o imposto, restou apenas R$10.000,00.
17. Muito obrigada – disse-me ela – eu mesma resolverei o 1. E 7. C 13. E 19. E 25. E
problema: vou comprar trezentos gramas de presunto. 2. C 8. E 14. E 20. E 26. E
18. Necessitam-se de leis mais rigorosas para controlar os 3. C 9. C 15. C 21. C 27. E
abusos dos motoristas inescrupulosos. 4. C 10. E 16. E 22. C 28. E
19. Já faziam duas semanas que a reunião estava marcada,
5. E 11. C 17. C 23. E 29. E
mas os diretores não compareciam para concretizá-la.
6. E 12. C 18. E 24. E
20. Senhor diretor, já estamos quite com a tesouraria.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL Julgue os itens a seguir.
14. O plano visa o combate da inflação.
Observe: 15. O plano visa ao combate da inflação.
16. O plano visa combater a inflação.
Todos leram o relatório. 17. O plano visa a combater a inflação.
18. O policial visou o sequestrador e atirou.
Todos se referiram ao rela- Verbo + objeto
Regência 19. O policial visou ao sequestrador e atirou.
tório.
verbal 20. O combate que o plano visa exige rigor.
Todos chegaram ao colégio. Verbo + adjunto 21. O combate a que o plano visa exige rigor.
adverbial 22. O combate ao qual o plano visa exige rigor.
Todos fizeram referência ao 23. O combate a quem o plano visa exige rigor.
relatório. Nome + 24. O sequestrador que o policial visou fugiu.
Regência
O voto foi favorável ao re- complemento 25. O sequestrador a que o policial visou fugiu.
nominal
latório. nominal 26. O sequestrador a quem o policial visou fugiu.
Obs.: o pronome relativo “quem” sempre é preposicio-
nado, quando seu papel é complemento.
Problemas estudados pela regência: 27. O sequestrador ao qual o policial visou fugiu.
1) Diferença entre o uso formal e o uso informal: Chegamos
em São Paulo. (informal) x Chegamos a São Paulo. (formal)
Verbo Prep. Complemento Sentido
2) Diferença de sentido com diferentes regências: Assis-
timos ao filme. (sentido de “ver”) x Assistimos os doentes. implicar algo = acarretar
(sentido de “ajudar”) implicar com alguém = embirrar

Atenção! Julgue os itens.


Os verbos que serão estudados aqui exigem cuidado, 28. A crise implicou em desemprego.
porque podem receber diferentes tipos de complemen- 29. A crise implicou desemprego.
to e mudar de sentido. CUIDADO também para notar 30. Ele implica com a sogra.
que pode existe uma forma culta (correta) e uma forma 31. Foi grande o desemprego em que a crise implicou.
coloquial (incorreta). E as provas podem pedir que o can- 32. Foi grande o desemprego que a crise implicou.
didato saiba a diferença. 33. O estudo implica vitória.
34. O estudo implica na vitória.
Verbos Importantes:
assistir, avisar, informar, comunicar, visar, aspirar, custar, cha- Verbo Prep. Complemento
mar, implicar, lembrar, esquecer, obedecer, constar, atender, obedecer a algo/alguém
proceder.
Julgue os itens.
Para as provas de diversas bancas, é importante estudar 35. Os motoristas obedecem o código de trânsito.
e saber a maneira correta de completar esses verbos. 36. Os motoristas obedecem ao código de trânsito.
37. Eles estudaram o código e o obedecem.
Verbo Prep. Complemento Sentido 38. Eles estudaram o código e lhe obedecem.
Assistir a algo = ver 39. Eles estudaram o código e obedecem a ele.
Assistir (a) alguém = ajudar 40. O código que eles obedecem é rigoroso.
41. O código a que eles obedecem é rigoroso.
Obs.: Entre parênteses (a) quando for elemento facultativo. 42. Os funcionários obedecem o chefe.
43. Os funcionários obedecem ao chefe.
Julgue os itens a seguir. 44. Eles ouvem o chefe e o obedecem.
1. Ontem, assistimos ao jogo do Vasco. 45. Eles ouvem o chefe e lhe obedecem.
2. Ontem, assistimos o jogo do Vasco. 46. Eles ouvem o chefe e obedecem a ele.
3. O bombeiro assistiu o acidentado. 47. O chefe que eles obedecem é rigoroso.
4. O bombeiro assistiu ao acidentado. 48. O chefe a que eles obedecem é rigoroso.
5. Foi bom o jogo que assistimos. 49. O chefe a quem eles obedecem é rigoroso.
6. Foi bom o jogo a que assistimos.
7. Foi bom o jogo ao qual assistimos.
8. Foi bom o jogo o qual assistimos. avisar algo a alguém
9. O acidentado que o bombeiro assistiu melhorou. informar alguém de / algo
10. O acidentado a que o bombeiro assistiu melhorou. comunicar sobre
11. O acidentado a quem o bombeiro assistiu melhorou.
Língua Portuguesa

12. O acidentado ao qual o bombeiro assistiu melhorou. Julgue os itens.


13. O acidentado o qual o bombeiro assistiu melhorou. 50. Avise o prazo aos estudantes.
51. Avise os estudantes sobre o prazo.
Verbo Prep. Complemento Sentido 52. Avise do prazo os estudantes.
53. Avise aos estudantes o prazo.
visar a algo = almejar
54. Avise aos estudantes sobre o prazo.
visar (a) verbo = almejar 55. Avise-lhes o prazo.
visar algo/alguém = mirar 56. Avise-lhes do prazo.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
57. Avise-os do prazo. Obs.: A mesma regra do verbo “esquecer” vale também para
58. Avise-os o prazo. os verbos “lembrar” e “recordar”.
59. Avise-o a eles.  
60. O prazo que lhes avisei expirou. Verbo Prep. Complemento
61. O prazo de que lhes avisei expirou.
62. O prazo de que os avisei expirou. atender (a) algo
63. O prazo que os avisei expirou. atender (a) alguém
64. Avisamos-lhe que é feriado.
65. Avisamos-lhe de que é feriado. Julgue os itens a seguir.
66. Avisamo-lo que é feriado. 89. Atendi o cliente.
67. Avisamo-lo de que é feriado. 90. Atendi ao cliente.
91. Atendi o telefonema.
Verbo Prep. Complemento Sentido 92. Atendi ao telefonema.
aspirar a algo = almejar 93. Vi o cliente e o atendi.
94. Vi o cliente e lhe atendi.
aspirar algo = respirar, sorver

Julgue os itens. Verbo Prep. Complemento Sentido


68. Estava no centro de São Paulo. Ali, aspirava o ar puro proceder a algo = realizar, fazer
do campo.
proceder = ter fundamento
69. Estava no centro de São Paulo. Ali, aspirava ao ar puro
do campo. proceder de lugar = ser originário de
70. Estava na fazenda. Ali, aspirava o ar puro do campo. proceder = agir, comportar-se
71. Estava na fazenda. Ali, aspirava ao ar puro do campo.
  Julgue os itens seguintes.
Verbo Prep. Complemento Sentido 95. O delegado procedeu ao inquérito.
chamar alguém = convidar, invocar 96. O delegado procedeu o inquérito.
97. Os argumentos do advogado procedem.
chamar (a) alguém = qualificar, atribuir
98. O delegado procede de Brasília.
característica
99. O delegado procedeu com firmeza.
Julgue os itens.  
72. Chamaram o delegado para o evento. Verbo Prep. Complemento Sentido
73. Chamaram ao delegado para o evento. constar de partes = ser formado de
74. Chamaram o delegado de corajoso. partes
75. Chamaram ao delegado de corajoso.
constar em um todo = estar dentro de um
76. Chamaram corajoso o delegado.
todo
77. Chamaram corajoso ao delegado.
78. Chamaram-lhe corajoso. constar = estar presente
79. Chamaram-lhe de corajoso.
80. Chamaram-no de corajoso. Julgue os itens.
81. Chamaram-no corajoso. 100. O nome do candidato constava na lista de aprovados.
  101. O nome do candidato constava da lista de aprovados.
102. O relatório consta de dez páginas.
Verbo Prep. Complemento
103. O relatório consta com dez páginas.
esqueci algo ou alguém
104. Tais informações constam.
esqueci-me de algo ou alguém 105. Consta uma multa.
esqueci-me (de) algo ou alguém  
Lembre-se: entre parênteses (de), preposição facultativa. Verbo Prep. Complemento Sentido
custar adverbial = valor
Julgue os itens.
82. Esqueci dos eventos. Julgue os itens.
83. Esqueci os eventos. 106. O carro custa R$20.000,00.
84. Esqueci-me dos eventos. Atenção! O sentido não pode ser “demorar”:
85. Esqueci-me que era feriado. 107. O desfile custou a terminar.
86. Esqueci-me de que era feriado. Cuidado! O sujeito não pode ser pessoa.
Língua Portuguesa

87. Esqueci de que era feriado. 108. O pai custou a acreditar no filho.
88. Esqueci que era feriado. Importante! O sentido adequado é algo (sujeito) custar
(ser difícil) para alguém (complemento). Veja:
Atenção! Existe um uso literário raro: O relatório custou ao especialista.
Esqueceu-me o seu aniversário. Sentido: o seu aniversário Custou-me acreditar. (Sentido: acreditar foi difícil para
saiu de minha memória. mim). Aqui o sujeito é oracional: acreditar.
Sujeito: o seu aniversário (não é complemento). Aqui o com- Custou ao pai acreditar no filho. (Certo). Aqui o sujeito
plemento é representado pelo pronome “me”. é a oração: acreditar no filho. O complemento é: ao pai.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Julgue os itens. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
(PMDF/Médico) A leitura crítica pressupõe a capacidade do
indivíduo de construir o conhecimento, sua visão de mundo, Aspectos Sintáticos, Semânticos, Estilísticos –
sua ótica de classe.
Prática Aplicada
109. O trecho “de construir o conhecimento” estabelece
relação de regência com o termo “capacidade”, espe- Vírgula
cificando-lhe o significado.
• Separa objeto direto ou indireto antecipado e com
(TRT 9ª R/Técnico) Ao realizar leilões de créditos de car- pleonástico.
bono no mercado internacional, São Paulo dá o exemplo a Ao injusto, nada lhe devo.
outras cidades brasileiras de como transformar os aterros, • Separa adjunto adverbial longo e deslocado.
de fontes de poluição e de encargos onerosos para as fi- Antes do início do mês, começam as obras.
nanças municipais, em fontes de receitas, inofensivas ao • Separa predicativo do sujeito deslocado, com verbo
meio ambiente. intransitivo ou transitivo.
110. Em “de como transformar”, o emprego da preposição Descrente, chorou. Ivo, aflito, pedia explicações.
• Separa aposto explicativo.
“de” é exigido pela regência de “transformar”.
Salvador, minha cidade natal, tem muitas igrejas.
• Separa vocativo.
GABARITO Não diga isso, Mariana.
• Separa expressões explicativas e corretivas.
1. C 45. C 89. C Falei, quer dizer, explodi! São, aliás, somos felizes.
2. E 46. C 90. C • Separa nome de lugar antes de data.
3. C 47. E 91. C Brasília, 17 de janeiro de 1998.
• Entre elementos enumerados.
4. C 48. C 92. C
Estão aí Júlio, Carlos, Maria e Sílvia.
5. E 49. C 93. C • Indica verbo oculto.
6. C 50. C 94. C O pai trabalha na capital; a mãe, no interior.
7. C 51. C 95. C • Antes de subordinada substantiva apositiva.
8. E 52. C 96. E Teve um pressentimento, que morreria jovem.
9. C 53. C 97. C • Antes de subordinada adjetiva explicativa.
10. C 54. E 98. C Esta é a minha casa, que recebeu tanta gente.
11. C 55. C 99. C • Separa subordinada adverbial deslocada.
12. C 56. E 100. C Se perder o emprego, vou para outra cidade.
13. C 57. C 101. E • Entre coordenadas assindéticas.
14. E 58. E 102. C Entrou no carro, ligou o rádio, ficou à espera.
15. C 59. C 103. E • Separa conjunção coordenativa deslocada.
Não se defende; quer a própria condenação, portanto.
16. C 60. C 104. C
• Antes de conjunção coordenativa.
17. C 61. E 105. C Decida logo, pois seu concorrente age rápido.
18. C 62. C 106. C • Antes de e e nem só em oração com sujeito diferente
19. E 63. E 107. E do da anterior.
20. E 64. C 108. E A vida continua, e você não muda.
21. C 65. E 109. C • Antes de mas também, como também (em correlação
22. C 66. E 110. E com não só).
23. E 67. C Não só reclama, mas também torce contra nós.
24. C 68. E
25. E 69. C Ponto e vírgula
26. C 70. C
27. E 71. E • Para fazer uma pausa maior que a da vírgula e menor
28. E 72. C que a do ponto.
29. C 73. E A sala está cheia de móveis; o quadro cheira a mofo.
30. C 74. C • Separa coordenadas adversativas e conclusivas com
conjunção deslocada.
31. E 75. C
Não estuda; não quer, pois, a aprovação.
32. C 76. C • Separa orações que já tem vírgula no seu interior.
33. C 77. C Ivo, sozinho, lutava; Ana, sem forças, rezava.
34. E 78. C • Separa coordenadas que formam um paralelismo ou
35. E 79. C um contraste.
36. C 80. C Muitos entendem pouco; poucos entendem muito.
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37. E 81. C • Aparece no final dos itens de uma enumeração.


38. E 82. E Há duas hipóteses para o seu gesto: a) não conseguiu
39. C 83. C o emprego; b) saúde da filha pirou.
40. E 84. C
41. C 85. C Dois-pontos
42. E 86. C
43. C 87. E • Antes de aposto (explicativo ou enumerativo) e de
44. E 88. C oração apositiva.
Tem um sonho: viajar. Leu três itens: “a”, “c” e “i”.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Antes de citações. • Separa o latinismo sic (confirma algo exagerado ou
Ana gritava: “Eu faço tudo!”. improvável).
• Antes de explicação ou esclarecimento. Levava na mala US$20 milhões (sic).
Sombra e água fresca: as férias começaram. • O ponto sempre vem após o segundo parêntese, salvo
Festa no prédio: o síndico se mudou. se um período inteiro estiver entre parênteses.
• Depois da invocação nas correspondências. Todos votaram contra (alguns rasgaram a célula).
Cara amiga: O perigo já passara. (A mão ainda tremia.)
• Depois de exemplo, nota, observação.
Nota: aos domingos o preço será maior. Travessão
• Depois de a saber, tais como, por exemplo.
Combate doenças, tais como: dengue, tifo e malária. • É usado, duplamente, para destacar uma palavra ou
expressão.
Aspas A vida – quem sabe? – pode ser melhor.
• Aparece, nos diálogos, antes da fala de um interlocutor
• No início e no final das transcrições. e, depois dela, quando se segue uma identificação de
O preso se defendia: “Não fui eu”. quem falou.
• Só aparecem após a pontuação final se abrangem o – Agora? – indaguei.
período inteiro. – imediatamente! – explodiu Júlio.
“Fica, amor”. Quantas vezes eu te disse isso. • Liga palavras ou expressões que indicam início e final
• Destacam palavras ou expressões nos enunciados de de percurso.
regras. Inaugurada a nova estrada Rio-Petrópolis.
A preposição “de” não cabe aqui. • É usando duplamente quando um trecho extenso se
• Indicam estrangeirismos, gírias, arcaísmos, formas po- intercala em outro.
pulares etc. (tais expressões podem vir sublinhadas ou Vi Roma – quase me perdi pelas vielas – e Paris.
em itálico).
Você foi muito “legal” com a gente.
Ortografia é o seu maior “problema”. Ponto
• Destacam palavras empregadas em sentido irônico.
Foi “gentilíssimo”: gritou comigo e bateu a porta. • Aparece no final da frase, quando se conclui todo o
• Destacam títulos de obras. pensamento.
“Quincas Borba” é o meu livro preferido. Mudemos de assunto. O povo espera fortes medidas.
• É usado nas abreviaturas.
Gen., acad., ltda.
Reticências
• Estando a abreviatura no final da frase, não há outro
• Indicam interrupção ou suspensão por hesitação, sur- ponto.
presa, emoção. Comprou ações da Multimport S.A.
Você... Aqui... Para sempre... Não acredito! • Separa as casas decimais nos números, salvo os indi-
• Para realçar uma palavra ou expressão seguinte. cativos de ano.
Abriu a caixa de correspondência e... nada. 127.814; 22.715.810. Nasceu em 1976.
• Indicam interrupção por ser óbvia a continuação da
frase. QUESTÕES DE CONCURSOS
Eu cumpro cada um dos meus deveres; já você...
• Indicam a supressão de palavras num texto transcrito. (TST) Os trabalhadores cada vez mais precisam assumir novos
Ficar ou fugir, “... eis a questão”. papéis para atender às exigências das empresas.
• Podem vir entre parênteses, se o trecho suprimido é 1. Por constituir uma expressão adverbial deslocada para
longo. depois do sujeito, seria correto que a expressão “cada
“São onze jogadores: José, Mário (...) e Paulo”. vez mais” estivesse, no texto, escrita entre vírgulas.

Parênteses (TST) O cenário econômico otimista levou os empresários


brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de
• Separam a intercalação de uma explicação ou de um trabalho nos últimos cinco anos.
comentário. 2. Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se
Ativistas (alguns armados) exigiam reforma. deslocar o trecho “nos últimos cinco anos” para depois
• Separam a indicação da fonte da transcrição. de “brasileiros”, desde que esse trecho seja seguido de
“Todo óbvio é ululante.” (Nelson Rodrigues). vírgula.
• Separam a sigla de estado ou de entidade após seu
nome completo. (TJDFT) Investir no país é considerado uma burrice; constituir
Vitória (ES). Programa de Integração Social (PIS). uma família e mantê-la saudável, um atraso de vida.
Língua Portuguesa

• Separam uma unidade (moeda, peso, medida) equi- 3. A vírgula depois da oração “e mantê-la saudável” indica
valente a outra. que essa oração constitui um aposto explicativo para a
O animal pesaria 10 arrobas (150 kg). oração anterior.
• Separam números e letras, numa relação de itens, e
asterisco. (MS) Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, bri-
(1), (2), (a), (b), (*). lhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a
• Deslocado para a linha seguinte, basta usar o segundo atenção e a curiosidade natural das crianças; não estimule
parêntese. essa curiosidade; mantenha medicamentos e produtos do-
1), 2), a), b). mésticos trancados e fora do alcance dos pequenos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
4. A substituição dos sinais de ponto e vírgula por ponto b) É muito comum que as pessoas valendo-se do sen-
final, no último tópico, mesmo com ajuste na letra ini- so comum, vejam o pessimismo e o otimismo como
cial para maiúscula da palavra seguinte, prejudicaria a simples oposições: no entanto, não é esta a posição
correção gramatical do período. do autor do texto.
c) Talvez, se não houvesse a expectativa da suprema
(Banco do Brasil) Representantes dos maiores bancos brasi- felicidade, também não haveria razão para sermos
leiros reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir um tema pessimistas, ou otimistas, eis uma sugestão, das en-
desafiante. trelinhas do texto.
5. Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do d) O autor nos conta que outro dia, interessou-se por um
texto, é possível deslocar a oração “para discutir um fragmento de um blog; e o transcreveu para melhor
tema desafiante”, que expressa uma finalidade, para explicar a relação entre otimismo e pessimismo.
o início do período, fazendo-se os devidos ajustes nas e) Quem acredita que o pessimismo é irreversível, não
letras maiúsculas e acrescentando-se uma vírgula logo observa que, na vida, há surpresas e espantos que
após “desafiante”. deveriam nos ensinar algo, sobre a constante impre-
visibilidade de tudo.
6. (Pref. Mun. S.P.) A frase corretamente pontuada é:
(DFTrans) As estradas da Grã-Bretanha tinham sido constru-
a) Nas cidades europeias; onde foram implantados pe-
ídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por carru-
dágios o fluxo de automóveis se reduziu, diminuindo agens romanas:
o número, e a extensão dos engarrafamentos. 10. A vírgula que precede a conjunção “e” indica que esta
b) Nas cidades, europeias onde foram, implantados pe- liga duas orações de sujeitos diferentes; mas a retirada
dágios o fluxo de automóveis se reduziu; diminuindo desse sinal de pontuação preservaria a correção e a co-
o número e a extensão dos engarrafamentos. erência textual.
c) Nas cidades europeias onde foram implantados pe-
dágios o fluxo de automóveis se reduziu diminuindo, (TCU/Analista) Ao apresentar a perspectiva local como infe-
o número e a extensão, dos engarrafamentos. rior à perspectiva global, como incapaz de entender, de ex-
d) Nas cidades europeias onde foram implantados pe- plicar e, em última análise, de tirar proveito da complexidade
dágios; o fluxo de automóveis se reduziu diminuindo do mundo contemporâneo, a concepção global atualmente
o número, e a extensão dos engarrafamentos. dominante tem como objetivo fortalecer a instauração de um
e) Nas cidades europeias onde foram implantados pe- único código unificador de comportamento humano, e abre o
dágios, o fluxo de automóveis se reduziu, diminuindo caminho para a realização do sonho definitivo de economias
o número e a extensão dos engarrafamentos. globais de escala.
11. A supressão da vírgula logo após o termo “humano” não
7. (TCE-AL) Está inteiramente correta a pontuação da se- prejudica a correção gramatical do texto.
guinte frase:
a) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano 12. (TRT 18ª R) Está inteiramente adequada a pontuação
Novo, pois não há como de fato alguém começar algo da seguinte frase:
inteiramente do nada. a) Quem cuida da saúde, conta com os recursos do
b) É realmente muito difícil: cumprir propósitos de Ano corpo, já quem cultiva uma amizade, conta com o
Novo; pois não há como, de fato, alguém começar conforto moral.
algo inteiramente do nada. b) No que me diz respeito, não me interessam os amigos
c) É, realmente, muito difícil – cumprir propósitos de de ocasião: prezo apenas os verdadeiros, os que me
Ano Novo: pois não há como de fato, alguém começar apoiam incondicionalmente.
algo inteiramente do nada. c) De que pode valer, gozarmos um momento de felici-
d) É, realmente, muito difícil cumprir propósitos de Ano dade, se não dispomos de alguém, a quem possamos
estendê-la?
Novo, pois não há como, de fato, alguém começar
d) Confio sempre num amigo; pois minha confiança
algo inteiramente do nada.
nele, certamente será retribuída com sua confiança
e) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano
em mim.
Novo; pois não há como de fato alguém começar algo, e) São essas enfim, minhas razões para louvar a amiza-
inteiramente do nada. de: diga-me você agora quais as suas?
(MMA) O alívio dos que, tendo a intenção de viver irregular- 13. (TCESP/Agente Fiscal) O emprego das vírgulas assinala
mente na Espanha, conseguem passar pelo controle de imi- a ocorrência de uma ressalva em:
gração do Aeroporto Internacional de Barajas não dura muito a) onde é vista como a pequena, mas muito respeitada,
tempo. A polícia está pelas ruas, uniformizada ou à paisana, irmã.
e constantemente faz batidas em lugares que os imigrantes b) que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito,
frequentam ou onde trabalham. Foram expedidas cerca de no restrito clube...
7 mil cartas de expulsão de brasileiros no ano passado.
Língua Portuguesa

c) de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de


8. As vírgulas da primeira linha justificam-se por isolar ora- Buenos Aires, se estão esgotando.
ção reduzida de gerúndio intercalada na principal. d) abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades.
e) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das
9. (TRF 5ª R) A frase cuja pontuação está inteiramente cor- reservas totais, é úmido e rico em etano...
reta é:
a) Momentos de extrema felicidade, sabe-se, costumam (TST/Técnico) É preciso “investir no povo”, recomenda o Per
ser raros e efêmeros; por isso, há quem busque tirar Capita — um centro pensante, criado recentemente na Aus-
o máximo proveito de acreditar neles e antegozá-los. trália —, com seus dons progressistas.

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14. No segundo parágrafo do texto, os dois travessões de- d) indica a aceitação de um fato real e comum, sem
marcam a inserção de uma informação que define o que qualquer observação particular.
é “Per Capita”. e) introduz enumeração das possibilidades decorrentes
das descobertas antes citadas.
(STF/Analista) A ação ética só é virtuosa se for livre e só o
será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão
interior do próprio agente e não de uma pressão externa. (Banco do Brasil/Escriturário) Os brasileiros com idade entre
Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre 14 e 24 anos têm em média 46 amigos virtuais, enquanto
a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana a média global é de 20. No mundo, os jovens costumam
apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores ter cerca de 94 contatos guardados no celular, 78 na lista
morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao de programas de mensagem instantânea e 86 em sítios de
sujeito). relacionamento como o Orkut.
15. Os sinais de parênteses têm a função de organizar as 20. O emprego da vírgula após “celular” justifica-se por iso-
ideias que destacam e de inseri-las na argumentação do lar oração de natureza explicativa.
texto; por isso, sua substituição pelos sinais de travessão
(Banco do Brasil) Nas Américas, os jogos estimulam a reflexão
preservaria a coerência textual e a correção do texto.
sobre as possibilidades de um continente unido, pacífico,
próspero, com a construção de uma rede de solidariedade
(STF/Analista) Muito da experiência humana vem justamente e cooperação por meio do esporte, uma das principais ex-
de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por pressões do pan-americanismo.
isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade 21. O emprego de vírgulas após “unido” e após “pacífico”
de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta tem justificativas diferentes.
em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto. 22. (Metrô-SP/Téc.Segurança) Apontado por entidades
16. O deslocamento do travessão para logo depois de “pro- internacionais como um dos mais bem estruturados e
fissionalmente” preservaria a correção gramatical do bem geridos programas ambientais do mundo, o Projeto
texto e a coerência da argumentação, com a vantagem Tietê está sob ameaça de ser interrompido. Sua segunda
de não acumular dois sinais de pontuação juntos. etapa está terminando e, apesar do cumprimento do
cronograma e do vulto das obras – que permitiram sig-
(Banco do Brasil/Escriturário) O século XX testemunhou o nificativo avanço nos serviços de coleta e de tratamento
desenvolvimento de grandes eventos esportivos, tanto em de esgoto –, a diretoria de Controle Ambiental da Cetesb
escala mundial — como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mun- alerta: a meta de aumentar o número de empresas no
do — quanto regional, com disputas nos vários continentes. monitoramento de efluentes despejados no rio não foi
17. A substituição dos travessões por parênteses prejudica cumprida. O não atendimento dessa exigência do con-
a correção gramatical do período. trato de financiamento, firmado pelo governo estadual
com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),
18. (SADPB/Agente Seg.Penitenciária) “O estudo do cérebro poderá impedir a liberação dos recursos para a terceira
conheceu avanços sem precedentes nas últimas duas etapa do programa. Essa fase prevê a universalização da
décadas, com o surgimento de tecnologias que permi- coleta de esgoto e o combate à poluição nos afluentes
tem observar o que acontece durante atividades como do rio.
o raciocínio, a avaliação moral e o planejamento. Ao
mesmo tempo, essa revolução na tecnologia abre novas Considere as afirmativas seguintes, a respeito dos sinais
possibilidades para um campo da ciência que sempre de pontuação empregados no texto.
despertou controvérsias de caráter ético – a interferên- I – Os travessões isolam um segmento explicativo, mar-
cia no cérebro destinada a alterar o comportamento de cado por uma pausa maior do que haveria caso esse
segmento estivesse separado por vírgulas.
pessoas.
II – Os dois-pontos (9ª linha) assinalam a causa da amea-
– a interferência no cérebro destinada a alterar o com-
ça referida anteriormente, introduzida pela forma verbal
portamento de pessoas”.
alerta.
III – A vírgula que aparece após a expressão do mundo
O emprego do travessão indica, considerando-se o con- (3ª linha) pode ser corretamente substituída por ponto
texto, e vírgula.
a) enumeração de fatos de caráter científico.
b) retomada resumida do assunto do parágrafo. Está correto o que se afirma em
c) repetição destinada a introduzir o desenvolvimento a) I e II, somente.
posterior. b) I e III, somente.
d) retificação de uma afirmativa feita anteriormente. c) II e III, somente.
e) especificação de uma expressão usada anteriormente. d) III, somente.
Língua Portuguesa

e) I, II e III.
19. (Metrô-SP) No trecho “– e comerciais, por meio das pa-
tentes.” O emprego do travessão (Banco do Brasil) A turbulência decorrente do estouro de
a) confere pausa maior no contexto, acrescentando mais essa bolha ainda não teve suas consequências totalmen-
sentido de crítica ao segmento. te dimensionadas. A questão que se coloca é até que ponto
b) introduz segmento desnecessário no contexto, pois é possível injetar alguma previsibilidade em um mercado tão
repete o que foi afirmado anteriormente. interconectado, gigantesco e que tem o risco no DNA. O único
c) assinala apenas escolha pessoal do autor, sem signi- consenso é que o mercado precisa ser mais transparente.
ficação importante no parágrafo. (Veja, 12/3/2008 com adaptações).

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23. Preservam-se a coerência da argumentação e a correção Assinale aquela em que a reescritura não apresenta erro
gramatical do texto ao se inserir um sinal de dois-pontos de pontuação.
depois da primeira ocorrência de “é” e um ponto de a) A cooperação entre seus países, permitiria à região
interrogação depois de “DNA”. fazer frente a outras potências, como os Estados Uni-
dos e o Japão, e assim, assegurar o bem-estar social
24. (TCEAM/Analista Controle Externo) Está inteiramente e a segurança da população.
correta a pontuação da seguinte frase: b) Com o passar dos anos o bloco incorporou nações
a) A realização de estudos com primatas não humanos, menos desenvolvidas do continente; e instituiu uma
tem revelado que a inteligência ao contrário do que moeda única – o euro que atraiu investidores e che-
se pensa, não é nosso dom exclusivo. gou a ameaçar o domínio do dólar como reserva in-
b) A conclusão é, na verdade, surpreendente: a cons- ternacional de valor.
ciência humana, longe de ser um dom sobrenatural, c) Mas, a crise financeira mundial fez emergir as fragi-
emerge da consciência dos animais. lidades na estrutura econômica de algumas nações
c) Ernst Mayr, eminente biólogo do século passado não do bloco: à medida que, a turbulência dos mercados
teve dúvida em afirmar que, a nossa consciência, é se acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal
uma evolução da consciência dos animais. de alguns países, sobretudo a Grécia.
d) Sejam sinfonias sejam equações de segundo grau, há d) Diante do risco de que o deficit crescente no orça-
operações que de tão sofisticadas, não são acessíveis mento grego pudesse contaminar outros europeus
à inteligência de outros animais. com situação fiscal semelhante e pôr em xeque a
e) O que caracteriza efetivamente o verdadeiro altruís- confiabilidade do bloco, líderes regionais reuniram-
mo, é o comportamento cooperativo que se adota, -se, às pressas, na semana passada.
de modo desinteressado. e) Levar as reformas adiante terá um custo político. Na
semana passada, as ruas de Atenas, foram tomadas
25. (GOVBA/Soldado/PMBA) Analise as frases a seguir: por manifestantes e os funcionários públicos entra-
I – Este quadro moral levou a duas situações dramáticas: ram em greve.
o gosto do mal e o mau gosto.
II – O grande desafio de hoje é de ordem ética: construir (Funiversa/HFA/Ass.Téc.Adm.) Na frase: “As demissões re-
uma vida em que o outro não valha apenas por satisfazer cordes nas companhias americanas devido à crise fizeram
necessidades sensíveis. vítimas inusitadas – os próprios executivos de recursos hu-
manos.”
Considerando-se o emprego dos dois-pontos nos perí- 30. Não haverá incorreção gramatical, caso o travessão seja
odos acima, é correto o que se afirma em: substituído por vírgula.
a) Os dois-pontos introduzem segmentos de sentido
enumerativo e conclusivo, respectivamente, assina- Reescritura de Frases e Parágrafos – Substituição
lando uma pausa maior em cada um deles. de palavras ou de trechos de texto
b) Os segmentos introduzidos pelos dois-pontos apre-
sentam sentido idêntico, de realce. Texto para responder à questão seguinte.
c) Os sinais marcam a presença de afirmativas redun-
dantes no contexto, mas que reforçam a opinião do O suprimento de energia elétrica foi um dos sérios pro-
autor. blemas que os responsáveis pela construção da Nova Capital
d) Os dois-pontos indicam a interferência de um novo da República enfrentaram, desde o início de suas atividades
interlocutor no contexto, representando o diálogo no Planalto Central, em fins de 1956.
com o leitor. A região não contava com nenhuma fonte de geração de
e) Os dois segmentos introduzidos pelos dois-pontos energia elétrica nas proximidades, e o prazo, imposto pela
são inteiramente dispensáveis, pois seu sentido está data fixada para a inauguração da capital — 21 de abril de
exposto com clareza nas afirmativas anteriores a eles. 1960 —, era relativamente curto para a instalação de uma
fonte de energia local, em caráter definitivo.
Na frase: “Ela encontrou um bebê recém-nascido em um A alternativa existente seria o aproveitamento da ener-
terreno baldio em frente de sua casa, em Curitiba.” gia elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada, das
26. No trecho “de sua casa, em Curitiba”, a eliminação da Centrais Elétricas de Goiás S/A-CELG, no Rio Parnaíba, divisa
vírgula e a substituição da preposição “em” por de man- dos estados de Minas Gerais e Goiás, distante quase 400 km
têm o sentido original da frase. de Brasília. Assim, tendo em vista o surgimento da nova Ca-
pital do Brasil, as obras foram aceleradas, e a primeira etapa
27. (Funiversa/Terracap) A vírgula da frase “Ao coração, cou- da Usina de Cachoeira Dourada foi inaugurada em janeiro de
be a função de bombear sangue para o resto do corpo” 1959, com 32 MW e potência final prevista para 434 MW.
justifica-se pelo deslocamento do termo “Ao coração”, Entretanto, paralelamente à adoção de providências
com finalidade estilística de criar ênfase. para o equacionamento do problema de suprimento de ener-
gia elétrica da nova Capital após sua inauguração, outras me-
Língua Portuguesa

(Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans- didas tiveram de ser tomadas pela Companhia Urbanizadora
mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e da Nova Capital do Brasil — NOVACAP — objetivando à ins-
alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.” talação de fontes de energia elétrica necessárias às ativida-
28. O travessão foi usado para enfatizar trecho do enuncia- des administrativas desenvolvidas no gigantesco canteiro de
do. Efeito similar se conseguiria com o uso de negrito, obras. Assim sendo, já nos primeiros dias de 1957, a energia
ou, no discurso oral, com entonações enfáticas. elétrica de origem hidráulica era gerada, pela primeira vez,
no território do futuro Distrito Federal, pela usina pioneira
29. (Funiversa/Sejus/Téc. Adm.) Cada uma das alternativas do Catetinho, de 10 HP, instalada em pequeno afluente do
a seguir apresenta reescritura de fragmento do texto. Ribeirão do Gama.

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Hoje, a Capital Federal conta com a CEB, Companhia O Programa Ecoelce de troca de resíduos por bônus na
Energética de Brasília, que já recebeu vários prêmios. Em conta de luz gerou créditos de R$ 570 mil a 88 mil clientes res-
novembro de 2009, ela conquistou uma importante vitória ponsáveis pelo recolhimento de pouco mais de quatro mil tone-
em seu esforço pela melhoria no atendimento aos clientes. ladas de lixo reciclável, como vidro, plástico, papel, metal e óleo.
Venceu o prêmio IASC - Índice Aneel de Satisfação do Con- A COELCE instalou 62 pontos de coleta no Ceará a partir
sumidor, pela quinta vez. A empresa foi escolhida a melhor de pesquisas em comunidades de baixa renda de Fortaleza e
distribuidora de energia elétrica do Centro-Oeste, a partir região metropolitana da capital, para montar a arquitetura
de pesquisa que abrange toda a área de concessão das 63 do programa.
distribuidoras no Brasil. Para participar, o cliente procura o posto de coleta ou a
Na premiação, que ocorreu na sede da Aneel, a CEB associação comunitária e solicita o cartão do Programa Ecoel-
foi apontada como uma das cinco melhores distribuidoras ce. A cada entrega, o operador do posto registra o volume de
de energia elétrica do País. O Índice Aneel de Satisfação do resíduos, com informações sobre o tipo de material e peso, e,
Consumidor para a CEB, de 70,33 pontos, ficou acima da mé- por meio da máquina de registro de coleta, calcula o bônus a
dia nacional, de 66,74 pontos. Anteriormente, a Companhia ser creditado na conta do cliente. Os resíduos recebidos são
obteve o Prêmio IASC em 2003, 2004, 2006 e 2008. separados e encaminhados para a indústria de reciclagem.
Entre suas importantes iniciativas sociais, destaca-se o Reconhecido pela Organização das Nações Unidas
Programa CEB Solidária e Sustentável, um projeto de inser- (ONU), o programa tem como vantagens estimular a eco-
ção e reinserção social de crianças, denominado “Gente de nomia de energia com melhoria da qualidade de vida das
Sucesso”, que foi implementado em parceria com o Instituto comunidades envolvidas, tanto pela diminuição da conta
de Integração Social e Promoção da Cidadania — INTEGRA de luz quanto pela redução dos resíduos nas vias urbanas.
e com a Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal. Alberto B. Gradvohl et alii. Programa Ecoelce de troca de
Internet: <http://www.ceb.com.br> (com adaptações). resíduos por bônus na conta de energia. Agência Nacional de
Acesso em 3/1/2010. Energia Elétrica (Brasil). In: Revista pesquisa e desenvolvimento
da ANEEL, n.º 3, jun./2009, p. 115-6 (com adaptações).
31. (Funiversa/CEB – Adaptada) Em cada uma das alternativas
a seguir, há uma reescritura de parte do texto. Assinale 32. (Funiversa/CEB – Adaptada) Em cada uma das alternativas
aquela em que a reescritura altera o sentido original. a seguir, há uma reescritura de uma parte do texto. Assi-
a) A empresa foi escolhida a melhor distribuidora de nale aquela em que a reescritura mantém a ideia original.
energia elétrica do Centro-Oeste / Escolheu-se a em- a) A preocupação com o planeta intensificou-se a partir
presa como a melhor distribuidora de energia elétrica dos anos 1970, com a crise petroleira, ocasião em que
do Centro-Oeste. as questões ambientais começaram a ser tratadas de
b) A partir de pesquisa que abrange toda a área de con- forma relevante e participativa nos diversos setores
cessão das 63 distribuidoras no Brasil / A partir de socioeconômicos. / A preocupação com o planeta
pesquisa que abrange todas as áreas de concessão intensificou-se com a crise petroleira, a partir dos
de todas as distribuidoras no Brasil. anos 1970, pois as questões ambientais começaram
c) O suprimento de energia elétrica foi um dos sérios a ser tratadas de forma relevante e participativa nos
problemas que os responsáveis pela construção da diversos setores socioeconômicos.
Nova Capital da República enfrentaram / O suprimen- b) O processo de reciclagem é muito relevante na medi-
to de energia elétrica foi um dos sérios problemas da em que o lixo recebe o devido destino, retornan-
enfrentados pelos responsáveis pela construção da do à cadeia produtiva. / O processo de reciclagem é
Nova Capital da República. muito relevante à medida que o lixo recebe o devido
d) O prazo, imposto pela data fixada para a inauguração destino, retornando à cadeia produtiva.
da capital – 21 de abril de 1960 –, era relativamente c) A COELCE instalou 62 pontos de coleta no Ceará a
curto para a instalação de uma fonte de energia local / partir de pesquisas em comunidades de baixa renda
O prazo (...) era relativamente curto para a instalação, de Fortaleza e região metropolitana da capital, para
em caráter definitivo, de uma fonte de energia local. montar a arquitetura do programa. / Por causa de
e) Paralelamente à adoção de providências / Paralela- pesquisas em comunidades de baixa renda de For-
mente ao fato de se adotarem providências. taleza e região metropolitana da capital, a COELCE
instalou 62 pontos de coleta no Ceará, para montar
Texto para responder à questão seguinte. a arquitetura do programa.
d) Para participar, o cliente procura o posto de coleta
A preocupação com o planeta intensificou-se a partir ou a associação comunitária e solicita o cartão do
dos anos 1970, com a crise petroleira, ocasião em que as Programa Ecoelce. / O cliente, para participar, assim
questões ambientais começaram a ser tratadas de forma que procura o posto de coleta ou a associação comu-
relevante e participativa nos diversos setores socioeconômi- nitária, solicita o cartão do Programa Ecoelce.
cos. Preservar o ambiente e economizar os recursos naturais e) Reconhecido pela Organização das Nações Unidas
tornou-se importante tema de discussão, com ênfase no uso (ONU), o programa tem como vantagens estimular
a economia de energia com melhoria da qualidade
Língua Portuguesa

racional, em especial de energia elétrica.


O processo de reciclagem é muito relevante na medida de vida das comunidades envolvidas, tanto pela di-
em que o lixo recebe o devido destino, retornando à cadeia minuição da conta de luz quanto pela redução dos
produtiva. resíduos nas vias urbanas. / Reconhecido pela ONU,
Uma economia de 15,3 gigawatts.hora (GWh) em dois o programa tem como vantagens estimular a econo-
anos foi um dos resultados do projeto desenvolvido pela mia de energia com melhoria da qualidade de vida
Companhia Energética do Ceará (COELCE). O montante é das comunidades envolvidas, em virtude tanto da
equivalente ao suprimento de quase oito mil residências diminuição da conta de luz quanto da redução dos
com perfil de consumo da ordem de 80 kilowatts.hora/mês. resíduos nas vias urbanas.

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Em uma manhã de inverno de 1978, a assistente social Zé- Um homem vai devagar.
lia Machado, 49 anos de idade, encontrou um bebê recém- Um cachorro vai devagar.
-nascido em um terreno baldio. Um burro vai devagar.
33. A expressão “a assistente social”, caso seja colocada após
o substantivo próprio a que se refere, cria, necessaria- Devagar... as janelas olham.
mente, uma falha gramatical. Eta vida besta, meu Deus.

Essa é uma questão delicada, daí a importância que se tenha Carlos Drummond de Andrade. Reunião, 10.ª ed.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1980, p. 17.
clareza sobre ela.
34. A frase Essa é uma questão delicada, por isso é impor-
tante que se tenha clareza sobre ela é uma reescrita 40. (Funiversa/Iphan) Com base no texto, assinale a alter-
adequada da original registrada. nativa incorreta.
a) Para o autor, em uma visão integral, porém dinâmica
da cidade, a ausência de artigos na primeira estrofe
Parte da população torna-se receptora de “benefícios” não
do texto reflete a similaridade conceitual estabele-
no sentido do patamar do direito e, sim, na perspectiva da
cida entre os substantivos.
troca votos-favores.
b) A fusão dos elementos humanos à paisagem natu-
35. A frase parte da população torna-se receptora de “be-
ral, em uma visão panorâmica, ratifica a ausência de
nefícios” não somente no sentido do patamar do direi-
artigos na primeira estrofe.
to, mas também na perspectiva da troca votos-favores
c) Ao longo do texto, quase não há inserção de adje-
é uma reescrita adequada da original.
tivos, dado o fato de a dinamicidade do texto não
promover espaço para o detalhamento.
(Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans- d) O emprego da pontuação ao longo do texto sugere
mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e ausência de conhecimento sintático, promovendo
alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.” lentidão e morosidade na leitura.
36. A sequência “de qualquer país” pode ser reescrita, sem e) É empregada a sinonímia de estruturação sintática e
perda de sentido, como por seja qual for o país. lexical na segunda estrofe.
(Funiversa/Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país 41. (Funiversa/Iphan) Com base no texto, assinale a alter-
que passe pela nossa mente – e alguns outros de cuja exis- nativa incorreta.
tência sequer desconfiávamos.” a) Se, ao penúltimo verso, for dada a seguinte redação:
37. A conjunção “e” poderia ser substituída, sem perda de Devagar... às janelas olham ter-se-á modificação se-
sentido, pela locução além de. mântica da estrutura textual.
b) A variação da abordagem semântica na estrutura
(Funiversa/Terracap) A vida se esvai, mas localizaram um sintática do texto tornou-o incoeso e inacessível ao
doador compatível: já para a mesa de cirurgia. leitor.
38. A seguinte reescritura do trecho está gramaticalmente c) Nenhum atributo é legado aos substantivos da se-
correta: localizaram um doador compatível; portanto, gunda estrofe, porém, apesar desta característica, é
vá urgente para a mesa de cirurgia. Porém, ela perde em perceptível a introdução de movimentação espacial.
qualidade para a original, mais sintética e mais expressiva. d) No texto, é possível verificar a ocorrência de artigo
indefinido.
39. (Funiversa/Adasa) O trecho “É a conduta dos seres hu- e) No trecho “Devagar... as janelas olham.”, foi emprega-
manos, cegos entre si mesmos e ao mundo na defesa da da a personificação, processo que humaniza objetos.
negação do outro, o que tem feito do presente humano
o que ele é.” pode ser reescrito, sem que haja alteração GABARITO
de sentido, da seguinte forma:
a) É o agir humano, cego ao outro e ao mundo na negação 1. C 22. a
de outro mundo, o que faz do presente o que ele é. 2. E 23. C
b) É o mal inerente ao homem, que o torna cego em 3. E 24. b
relação ao próximo e ao mundo, que faz do presente 4. E 25. a
o que ele é. 5. C 26. E
c) É a maneira de agir do homem, alienado ao negar o 6. e 27. C
outro seja na forma do semelhante ou na forma do 7. d 28. C
mundo, que faz do presente o que ele é. 8. C 29. d
d) É a forma de agir dos homens que se tornam cegos 9. a 30. C
para com os outros e para com o mundo que faz deste 10. C 31. b
mundo o que ele é. 11. C 32. e
e) É a conduta da humanidade, cega entre si e ao mundo 12. b 33. E
por negar o outro, o que torna o homem mau como 13. a 34. C
Língua Portuguesa

o presente em que ele vive. 14. C 35. E


15. C 36. C
Texto para responder às questões 40 e 41. 16. E 37. C
17. E 38. E
Cidadezinha qualquer 18. e 39. c
19. a 40. d
Casas entre bananeiras 20. E 41. b
mulheres entre laranjeiras 21. E
pomar amor cantar.

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Noções de Informática

Conceitos e fundamentos básicos de informática................................................................................................................. 3

Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de
e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus)................................................................................ 7

Identificação e manipulação de arquivos, backup de arquivos........................................................................................... 12

Periféricos de computadores.................................................................................................................................................. 4

Ambientes operacionais. Utilização dos sistemas operacionais Windows 7 e Windows 8.1....................................... 13/19

Utilização dos editores de texto (Microsoft Word e LibreOffice Writer)....................................................................... 26/51

Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)..................................................................... 36/54

Utilização do Microsoft PowerPoint.................................................................................................................................... 45

Utilização e configuração de e-mail no Microsoft Outlook................................................................................................. 56

Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, busca e pesquisa na Web, Mecanismos de busca
na Web...........................................................................................................................................................................59

Navegadores de internet (Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome).................................................................. 68

Segurança na Internet, Vírus de computadores, Spyware, Malware, Phishing.................................................................. 93

Transferência de arquivos pela internet.............................................................................................................................. 58

Este eBook foi adquirido por RANIO ALVES - CPF: 011.950.171-62.


A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
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Noções de Informática
Marcelo Andrade

HARDWARE E SOFTWARE Múltiplo Quantidade de bytes


Equivale a
1 Kilobyte (KB) 1.024 bytes (210)
Sistemas de Informação 1 Megabyte (MB) 1.048.576 bytes (220) 1.024 KB
1 Gigabyte (GB) 1.073.741.824 bytes (230) 1.024 MB
De um modo geral, o  termo Sistema de Informação
1 Terabyte (TB) 1.099.511.627.776 bytes (240) 1.024 GB
refere-se a uma estrutura organizada de pessoas, equipa-
mentos e processos que coletam, manipulam, armazenam
O número 1.024 foi escolhido, pois é a potência de duas
e distribuem os dados e informações e fornecem um meca-
mais próxima de 1.000 (103). Para efeitos práticos, podemos
nismo de feedback. Uma visão comum desse sistema está
adotar que 1 KB equivale a mil bytes, 1 MB a um milhão de
no uso dos computadores, máquinas capazes de aceitar uma
bytes e 1 GB a um bilhão de bytes.
ENTRADA DE DADOS estruturada, realizar seu PROCESSA-
MENTO através de regras preestabelecidas e produzir uma
Hardware
SAÍDA DE INFORMAÇÃO com resultados aceitáveis.
Os principais componentes de um computador en-
contram-se instalados dentro de um gabinete (conhecido
erroneamente como CPU) em uma placa-mãe (mainboard
ou motherboard), como o processador, a memória principal,
as unidades de armazenamento e o chipset.
Itens de hardware conectados à placa-mãe e acessíveis
ao usuário, fora do gabinete, são periféricos.

Processador

Processador, UCP (Unidade Central de Processamento)


ou CPU, conhecido como “cérebro” da máquina, é o principal
circuito eletrônico (chip) de um computador, onde acontece
O funcionamento do computador depende da interação
o processamento dos dados. Entre suas funções estão:
entre os elementos que o compõe: o Peopleware (usuários)
1) execução dos cálculos necessários ao processamento;
manipula o Software, parte lógica (programas, instruções)
2) processamento das instruções (comandos); e
que controla o Hardware, parte física, tangível (dispositivos,
3) gerenciamento do fluxo de informações entre o pro-
equipamentos), fazendo com que atividades úteis sejam
cessador, memórias, periféricos e demais itens de hardware.
realizadas.
É composto pela Unidade de Controle (UC), Unidade
Linguagem Binária
Lógica e Aritmética (ULA) e Registradores.
É na CPU que os dados são convertidos em informações.
Existem duas maneiras de representar uma informação:
São chips responsáveis pela execução de cálculos, testes
analógica ou digitalmente. Um equipamento analógico ma-
lógicos e instruções que resultam em todas as tarefas que
nipula a eletricidade variando-a de forma contínua, irregular,
um computador pode fazer. Embora haja poucos fabricantes
permitindo que a mesma assuma qualquer valor entre o
(essencialmente, Intel, AMD e VIA), o mercado conta com
mínimo (zero) e o máximo. O equipa­mento digital, como os
uma variedade de processadores.
nossos computadores pessoais, permite que a eletricidade
assuma apenas dois valores bem definidos: o mínimo, 0
(zero), e o máximo, 1 (um). Cada um desses valores recebe
o nome de bit (binary digit, ou dígito binário).
Qualquer tipo de informação, seja um texto, imagem ou
programa, será processado e armazenado pelo computador na
forma de uma grande sequência de uns e zeros. Um conjunto
de 8 bits forma um byte (binary term, ou termo binário) que
é usado para representar caracteres (A=01000001 no padrão
ASCII) e medir capacidades de armazenamento de informação.
A representação através de um “B” maiúsculo significa
byte, enquanto o bit é representado por um “b” minúsculo.
Quando uma questão apresentar um valor em bytes e for ne-
Noções de Informática

cessário convertê-lo em bits, basta multiplicá-lo por 8 (oito);


se, por outro lado, apresentar um valor em bits, consiga o
equivalente em bytes dividindo-o por 8 (oito).

30 Bytes = 240 bits 32 bits = 4 Bytes

Como um byte é uma unidade com valor muito peque-


no (armazena apenas um caractere), é comum que sejam
utilizados prefixos multiplicadores, conhecidos da nossa
linguagem decimal, como o kilo, para apresentar grandes
quantidades de informação:

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Microfone: transmite sons para uma placa de som que
os converte para sinais digitais, possibilitando seu armaze-
namento e transmissão.
Centrino: nome comercial da combinação de Joystick: dispositivo de controle de ações do computador
três componentes de hardware com a marca Intel, num para aplicações especiais, como jogos e programas gráficos.
mesmo equipamento – processador (Pentium M, Core, Core Drives de CD-ROM (Leitoras de CD): equipamentos que
2 ou Core i7), chipset e interface de rede wireless. A partir de fazem apenas a leitura de dados gravados em um CD e os
janeiro de 2010 o nome Centrino passa a se referir apenas transfere ao computador, usando tecnologia ótica (laser).
a dispositivos sem fio.
Periféricos de Saída
Impressora e plotter: periférico exclusivamente de saída
Atom: processador de 15 mm desenvolvido que permite a visualização de textos e imagens em diversos
para netbooks (subnotebooks), smart phones e computado- substratos como papéis especiais, transparências, lona, PVC,
tecido, cerâmica etc.
res ultraportáteis (nettops), privilegiando baixo consumo de
Monitor: serve de interface visual para o usuário, permi-
energia em detrimento de perfomance (baixa frequência
tindo a visualização de informações na tela e sua interação
interna e pouca memória cache). Podem ter um ou dois
com elas.
núcleos e GPU integrada.
Periféricos de Entrada e Saída (Híbridos ou Mistos)
Clock Interno
Monitor Touch Screen (tela sensível ao toque): tecnologia
presente na tela de um monitor ou acoplado a ela que detecta
a presença e localização de um toque, permitindo interação
direta com o usuário que envia dados (sem a necessidade
de outros periféricos) e recebe de volta novas informações.
Drive de Disquete (FDD, Floppy Disk Drive): dispositivo
eletromecânico que lê e grava dados em um pedaço de
plástico circular revestido de material ferromagnético, de
forma semelhante a uma fita cassete. Expondo esse disco a
um campo magnético, ele ficará permanentemente magne-
Frequência de trabalho do processador que identifica a
tizado, armazenando a informação.
capacidade do processador de realizar cálculos e processar
Gravadoras de CD, DVD e Blu-ray: equipamentos que
instruções. É medido em bilhões de operações por segundo
transferem dados entre um disco de 12 cm (5¼”) de diâmetro
(GHz). Atualmente, encontrada nas frequências de 1,4 a e o computador, usando tecnologia ótica (laser). Podem ser
4,2 GHz. chamadas de unidade CD-RW ou unidade DVD-RAM.
Drive de Fita Magnética (streamer, hexabyte ou DAT):
Clock Externo dispositivo de armazenamento de grande capacidade em
fita plástica revestida de material magnético, assim como as
Frequência de trabalho da placa-mãe, ou FSB, é o ritmo fitas de áudio ou vídeo. Normalmente utilizada nas cópias
(velocidade) com que ocorre a comunicação entre o proces- de segurança (backup).
sador e as outras partes da máquina. É medido em milhões Zip e Jaz Drives: dispositivos que permitem o armaze-
de acessos por segundo (MHz). Atualmente, encontrada nas namento de dados em discos magnéticos de média capa-
frequências de 266 a 1.600 MHz. cidade (Zip Disks de 100, 250 e 750 MB; Jaz Disks de 1 e 2
GB), criados pela Iomega em 1994. Os discos apresentam a
Periféricos conveniência do disquete 3.5”, mas armazenam mais dados
e são mais rápidos.
São equipamentos que ligam o usuário ao computador, USB Flash Drive (UFD): conhecido como Pen Drive, é um
permitindo a entrada de dados que serão levados ao pro- dispositivo de armazenamento de dados em massa, com-
cessador (periféricos de entrada, input devices) onde serão posto por uma memória flash (EEPROM) integrada a uma
analisados e, posteriormente, apresentados ao usuário, interface USB para conexão com o computador.
através de periféricos de saída (output devices). Hard Disk Drive (HDD, HD, Disco Rígido, Disco Local ou
Winchester): dispositivo que armazena dados em discos de
Periféricos de Entrada metal recobertos por material magnético onde os dados são
gravados através de cabeçotes de leitura e gravação. É a me-
Scanner: aparelho de leitura ótica que permite converter mória permanente do computador, não volátil, que fornece
imagens e textos em papel para um formato digital que pode um meio de armazenamento para o sistema operacional,
ser manipulado em computador. dados do usuário e demais programas.
Teclado: principal meio de comunicação entre o usuário
Noções de Informática

e o computador. Transforma os toques em códigos para o Barramentos e Slots de Expansão


computador. É  semelhante a uma máquina de escrever e
permite a inserção de dados através de caracteres. Slot é um termo em inglês para designar ranhura, fenda,
Mouse: utilizado em softwares com ambiente gráfico, conector, encaixe ou espaço. Tem a finalidade de dotar a pla-
permite a movimentação de um ponteiro na tela e a execu- ca-mãe de novos recursos ou melhorar o seu desempenho.
ção de algumas ações através de cliques com seus botões. Barramentos são as vias de comunicação que levam
Webcam: câmera de vídeo de baixo custo que capta a informação de um componente a outro no computador
imagens e as transfere para o computador, sendo utilizada (normalmente, essa ligação liga o chipset da placa-mãe
em videoconferência, em editores de vídeo, editores de aos demais equipamentos, como impressora, placa de som
imagem e monitoramento de ambientes. etc.). Há vários tipos de barramentos em um computador,

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para ligar diversos equipamentos diferentes. Todos os barra- – Ótica: armazenam informações em uma superfície
mentos existentes na placa-mãe vão culminar em conectores capaz de refletir a luz e usam laser para sua leitura
(slots) que podem estar na própria placa-mãe (barramentos (CD e DVD).
internos) ou na traseira do gabinete do computador (portas
ou barramentos externos). Nosso computador tem vários tipos de memórias, que
Em algumas provas, pode-se encontrar o termo Interface podem ser classificadas (didaticamente) em:
para representar também a palavra barramento.
DRAM SDRAM
(dinâmica) (DDR)
Barramentos Externos: ligam os componentes que ficam RAM
SRAM
fora do gabinete. O Barramento Paralelo transmite sinais em Primária
(estática)
ROM
vários condutores elétricos em paralelo (8 bits simultanea-
mente), enquanto o Barramento Serial envia bit a bit, em Secundária
Unidades de
Armazenamento
Disquete, HD, CD,
DVD, Pen Drive
Memórias
série, por um condutor elétrico único. Cache
Barramento Paralelo: LPT (Linha Paralela de Transmis- Intermediária (SRAM)
são), DB 25 (conector tipo A, host), IEEE 1284. Apoio Virtual (HD)
Taxas de transferência: entre 150 Kbps e 16 Mbps.
Usado para: impressoras, scanners, Zip e Jaz Drive.
Observações: barramento antigo está em desuso devido Memória Primária (Principal)
à grande possibilidade de falhas na transmissão de dados e
Memória essencial, indispensável para o funcionamento
comprimento limitado do cabo (2 m).
do computador. São endereçadas diretamente pelo proces-
sador e usadas durante o processamento. É capaz de arma-
Barramento Serial RS-232 (Recommended Standard):
zenar não somente os dados, mas também os programas
COM1, COM2, ... DB9, EIA232 (Electronic Industries Alliance).
que irão manipular esses dados. É dividida em ROM e RAM.
Usado para: monitores, mouses, canetas óticas e joys-
ticks.
Taxas de Transferência: 115 Kbps (14,4 KB/s).
Memória RAM (Random Access Memory)
Observações: barramento antigo (usa-se preferencial-
mente a USB).

Barramento Serial PS/2 (Personal System): conector


miniDIN 6.
Usado para: mouse e teclado.
Taxas de Transferência: 115 Kbps.
Observações: barramento que veio substituir o barra-
mento RS232 para mouses e o DIN 5 pinos para teclados
(antigo padrão AT).

Barramento Serial USB (Universal Serial Bus): conector


padrão USB tipo A, B, mini A e mini B, micro A e Micro B,
fornecendo até 6 amperes a voltagens de 5, 12 ou 24 V. Memória de acesso aleatório que pode ser lida ou gra-
Usado para: qualquer equipamento externo (impressora, vada pelo processador e outros dispositivos, responsável
scanner, teclado, mouse, caneta óptica, joystick, câmeras pelo armazenamento temporário das informações para a
fotográficas, webcam etc.). CPU. Quando um programa está em execução, seus dados e
Taxas de Transferência: USB1.1 = 12 Mbps (Full-speed, instruções estão na memória RAM, e por isso ela é também
1996), USB2.0 = 480 Mbps (Hi-speed, 2000) e USB3.0 = 4,8 chamada de memória de trabalho. Armazena informações na
Gbps (Super-speed, 2007). forma de pulsos elétricos e, por isso, é considerada VOLÁTIL,
Observações: permite conectar até 127 equipamentos si- ou seja, seu conteúdo é totalmente apagado com a falta de
energia elétrica.
multaneamente. Esse barramento usa as tecnologias Hotbus
Um programa que não está aberto não está na RAM,
(é possível conectar e remover dispositivos sem reinicializar
mas armazenado em outro tipo de memória, dita auxiliar
o computador) e Plug and Play (dispositivos conectados são
ou secundária. Quando o usuário abre o programa, suas
reconhecidos pelo sistema operacional sem reinicializar o
instruções e dados são jogados na memória RAM, de onde
computador). a CPU passa a trazer essas instruções e dados para permitir
que o programa seja executado. Portanto, a capacidade de
Memórias armazenamento e “velocidade” da memória RAM influen-
ciam diretamente no desempenho do computador.
Memória é todo componente eletrônico capaz de arma-
zenar dados e informações. Há vários tipos de memórias, Tipos de Memória RAM
desde as utilizadas o tempo todo pelo computador até as
Noções de Informática

raramente solicitadas; desde as que armazenam dados por De acordo com a sua fabricação, a memória RAM pode
muito tempo (mesmo com o computador desligado) até ser de dois tipos principais: a DRAM (RAM Dinâmica) e a
aquelas que só armazenam informações enquanto o com- SRAM (RAM Estática):
putador está sendo utilizado. – DRAM: menos rápida, mais barata e encontrada em
De acordo com o meio de armazenamento, as memórias maior quantidade em nossos computadores. São
podem ser classificadas em: fabricadas com capacitores (pequenas pilhas) que
– Semicondutoras: armazenam informações em chips se descarregam com o tempo e devem sofrer atua­
de silício (RAM, ROM, EPROM, Cache). lizações frequentes (refresh, realimentação). Esse
– Magnéticas: armazenam informações em uma super- processo toma tempo do processador e aumenta o
fície magnetizável (disquete, HD, fita). tempo final de processamento.

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• A SDRAM (DRAM Síncrona) tinha uma velocidade – EEPROM (ROM programável e apagável eletricamen-
boa e acessos com frequências sincronizadas com te) pode ser gravada e apagada milhares de vezes
a frequência da placa-mãe (uma revolução em por meio do aumento da tensão elétrica em seus
relação aos modelos anteriores). conectores. Quando um chip EEPROM permite que
• Atualmente as memórias mais comuns são chama- múltiplos endereços sejam apagados ou escritos numa
das de DDR-SDRAM ou simplesmente DDR (Dupla só operação, é então conhecido como Memória Flash
Taxa de Dados). São mais rápidas que a SDRAM e usado em pen drives.
convencional porque utilizam duas vezes cada ciclo
de sua frequên­cia para transmitir/receber dados. A principal característica em comum entre esses tipos
– SRAM: mais rápida, mais cara, e, por isso, aparece em de memória é que NÃO SÃO VOLÁTEIS, ou seja, o conteúdo
menor quantidade em nossos micros. São usadas na dessas memórias é mantido mesmo quando não houver
construção de memória cache e nos registradores. Não energia elétrica alimentando o computador.
há a necessidade de refresh nesse tipo de RAM, porque No computador, um exemplo de memória ROM é o chip
utiliza semicondutores ao invés de capacitores. que armazena o BIOS (Sistema Básico de Entrada e Saída),
que existe em toda placa-mãe:
Memória ROM (Read Only Memory) – BIOS (Basic Input Output System): é a primeira camada
de software do sistema, a mais intimamente ligada ao
Memória não volátil que, uma vez gravada, não pode ser hardware. É encarregado de reconhecer os componen-
alterada. Normalmente é usada por fabricantes de hardware para tes de hardware instalados, realizar o boot e prover
armazenar nela o programa básico que determina o funciona- informações básicas para o funcionamento do micro.
mento de um equipamento (Firmware ou software embarcado).
Nos computadores é possível encontrar chips de memó- Memória Secundária (Memória Auxiliar)
ria ROM e outros com variações da ROM original:
– PROM (ROM Programável): vem de fábrica “limpa” Qualquer dispositivo capaz de armazenar dados perma-
e pode ser gravada uma única vez por equipamentos nentemente, mesmo na ausência de energia elétrica (não
especiais. voláteis). Podem conter programas que controlam o com-
– EPROM (ROM programável e apagável): pode ser putador, como o Sistema Operacional, e ainda os arquivos
gravada e apagada por meio de luz ultravioleta. de dados e programas do usuário.

Memória Tecnologia de Leitura e Gravação Capacidade de armazenamento


HD (disco rígido) magnética, acesso direto
160 GB a 2 TB
Fita de backup magnética, acesso sequencial
Disquete de 3½” magnética 1,44 MB ≈ 1.474 KB (1,38 MB utilizáveis)
Zip Disk magnética 100, 250 e 750 MB
Jaz Disk magnética 1 e 2 GB
CD ótica 800 MB
DVD ótica 4,7 (padrão) a 17 GB
Blu-ray ótica (laser azul) 23 a 54 GB
Pen Drive elétrica, flash, EEPROM 1 a 256 GB

Memória Cache (Memória Intermediária) chamada de Arquivo de Troca, Permuta ou Paginação, Swap
File e Memória Paginada.
Além da RAM principal (SDRAM), há uma pequena quan- A memória virtual é um recurso de armazenamento
tidade de memória RAM estática (SRAM) nos nossos compu- temporário usado por um computador para executar pro-
tadores. Essa memória é muito rápida e fica localizada dentro
do processador (5 ns contra 70 ns da SDRAM), interposta entre gramas que precisam de mais memória do que ele dispõe.
ele e a RAM principal. O nome cache vem do francês e significa Quando o computador está com pouca memória RAM e
“escondida”, pois quem controla o que entra e o que sai dela é precisa de mais, imediatamente, para completar a tarefa
a própria CPU, e não os programas ou o sistema operacional. atual, o Windows usará um espaço reservado em disco rígido
A cache serve para armazenar os dados e instruções que para simular a RAM do sistema.
foram mais frequentemente trazidos da memória principal. Ou O Windows XP define o tamanho inicial do arquivo de
seja, se um dado está sendo requisitado na RAM, ele é arma- paginação como 1,5 vezes e o tamanho máximo como duas
zenado na cache para que, quando for requisitado novamente, vezes a quantidade de RAM instalada no computador. Essa
não precise ser buscado na RAM, que está mais distante e é “reserva” de espaço é feita quando o Windows é carregado
menos rápida, aumentando a performance do processador e
reduzindo o tempo de acesso aos dados e instruções. (inicialização), mas a área em si de memória virtual só será
De acordo com a proximidade em relação ao núcleo de utilizada quando (e se) necessário.
processamento, a  memória cache recebe níveis: a cache Usando a memória virtual, se o processador procurar
Noções de Informática

primária (L1) é a mais próxima, a mais rápida e a mais cara. por um dado na memória RAM, poderá encontrar apenas
A cache secundária (L2) está ainda dentro do processador, um endereço, um atalho, para o dado que está de fato ar-
porém um pouco mais afastada do núcleo e tem capacidade mazenado no HD.
de armazenamento superior à L1. Alguns processadores para Quando um programa está sendo mais usado que outro,
servidores possuem um terceiro nível (L3), como o Xeon e o
eles trocam de lugar: o programa mais usado, se estiver na
Itanium, da Intel, e o Opteron, da AMD.
Virtual, é transposto para a real e o programa menos usado,
Memória Virtual (Memória de Apoio) se estiver na real, é transposto imediatamente para a virtual.
Se a memória virtual estiver sendo utilizada.
É a parte do HD usada como memória RAM, ou é a parte O desempenho do computador será bastante prejudica-
da memória fixa usada como memória provisória. Pode ser do, pois o acesso ao HD é mais lento que à RAM.

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também conhecido pelos usuários como Gchat, Gtalk ou Gmes-
sage, embora o Google não aprove esses nomes. Usuários do
GOOGLE TALK Google e do seu serviço de e-mail (Gmail) podem, pelo Gtalk,
trocar mensagens de texto e voz, online e off-line, trocar arqui-
Google Talk é um serviço de mensagens instantâneas (IM vos e compartilhar links, sendo o programa baseado no proto-
– Instant Messaging, ou mensageiro instantâneo) do Google, colo de comunicação XMPP (também conhecido como Jabber).

Conversa por Texto

A principal funcionalidade do Google Talk é a conversação Transferência de Arquivos e Visualização


baseada em texto, como acontece no Facebook Messenger. Multimídia
Sem formatação especial do texto a ser enviado (como no
Live Messenger) ou emoticons especiais para ocasiões dis- Embora não seja sua principal função, o Google Talk tem a
tintas (como no AIM), o foco desse aplicativo está na simpli- opção de transferência de arquivos entre usuários, tornando
cidade da comunicação. fácil e simples enviar um arquivo para um contato que está
Como grandes vantagens em relação a outros programas conectado ao GTalk, em tempo real e sem necessidade de confir-
semelhantes, o Google Talk se aproveita de todo o poder de mação de recebimento (como normalmente acontece quando
arquivos são enviados por e-mail).
busca e hospedagem do Google e armazena as conversas
Além disso, como é integrado aos serviços do Google, o
no Gmail, deixando as mensagens disponíveis em qualquer Google Talk permite o envio de links para informação multimídia
lugar onde haja uma conexão com a internet. na Internet que poderá ser incluído na conversa e automatica-
É possível, ainda, bloquear contatos e saber se o usuário mente mostrada num exibidor de fotos ou player do Youtube.
foi bloqueado por algum contato no GTalk.
Integração com Gmail
Chamadas de Voz
Noções de Informática

O programa tem um contador de mensagens não lidas


O Google Talk oferece chamadas de voz gratuitas entre e avisa quando chegam novos e-mails, exibindo o nome do
remetente e o assunto da mensagem.
usuários do serviço, como acontece no Skype, mas sem recur-
Em fevereiro de 2015, o Google Talk foi descontinuado
sos mais sofisticados, como conferência entre várias pessoas e a Google instruiu seus usuários a migrar para o aplicativo
ao mesmo tempo ou compartilhamento do que está sendo Google Hangouts na plataforma do navegador Chrome, men-
visualizado no monitor. Como vantagem, o Google Talk tem sageiro totalmente gratuito e traduzido para o português,
secretária eletrônica, ou seja, se o contato não estiver online disponível para dispositivos Android e iOS. No Windows
é possível gravar uma mensagem de voz que será entregue continuou sendo possível conectar-se ao Google Talk com
a ele por e-mail. aplicativos de terceiros compatíveis, como Pidgin e Gajim.

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MICROSOFT SECURITY ESSENTIALS

O Microsoft Security Essentials (MSE) é um antivírus da Microsoft, lançado em novembro de 2008, liberado para o público
em geral e apenas para Windows oficialmente registrados, substituindo o Windows Live OneCare, e que oferece proteção
em tempo real contra spyware, vírus, rootkits e outros tipos de software mal-intencionado, verificação e limpeza online do
sistema, serviço de assinaturas dinâmicas, verificação e limpeza off-line do sistema, proteção avançada contra rootkits e
bootkits (no Windows 8, como Windows Defender).
Antes de instalar o Microsoft Security Essentials é recomendável desinstalar outros softwares antivírus que estejam
em execução no computador. Executar mais de um programa antivírus ao mesmo tempo pode causar conflitos e afetar o
desempenho do computador.

Guia Página Inicial quando foi realizada a última atualização do aplicativo e,


caso o banco de dados esteja obsoleto, a opção “Atualizar”
A primeira guia do Microsoft Security Essentials mos- trará uma nova versão.
tra o status do antivírus, alertas do aplicativo e o que os
está causando, como falta de atualização ou conflitos, por Guia Histórico
exemplo. É também na guia Página inicial que o usuário
confere para quando a próxima verificação está agendada Relaciona as ações tomadas pelo programa para ajudar
e quando a última varredura foi executada. Além disso, na prevenção de futuras infecções. É exibida uma lista com
há a possibilidade de iniciar um exame completo, rápido todos os itens colocados em quarentena ou que tenham sido
Noções de Informática

ou personalizado no computador em busca de pragas que detectados como uma ameaça pelo programa.
infectaram o sistema.
Guia Configurações
Guia Atualizar
Possui opções do programa para personalizar diversas
Manter o banco de dados de um antivírus sempre atuali- ações do Microsoft Security Essentials, como a mensagem a
zado é essencial para que ele consiga proteger o computador ser exibida para cada nível de ameaça detectada. Além disso,
contra o maior número de vírus possível, inclusive das novas o agendamento de verificações também é feito nessa guia,
ameaças que surgem todos os dias. A aba Atualizar mostra em “Exame agendado”.

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WINDOWS LIVE MAIL

1. Interface

2. Painel de Pastas 2.6. Caixa de Saída: guarda as mensagens prontas para


envio ao servidor de e‑mail, mas que ainda não saíram efe-
2.1 Caixa de Entrada: guarda as mensagens que o usuá- tivamente do computador.
rio recebeu (entre parênteses aquelas marcadas como não
lidas). 3. Nova conta de e‑mail
2.2. Rascunhos: mensagens que o usuário está escre-
vendo ou as salvou sem enviá‑las. O usuário pode concluir Para criar ou modificar a configuração de contas de
a edição das mensagens e enviá‑las posteriormente. e‑mail, use uma das seguintes opções:
2.3. Itens Enviados: guarda uma cópia das mensagens que
foram enviadas para o servidor de saída (SMTP).
2.4. Lixo Eletrônico: armazena mensagens identificadas Contas / Nova conta / Email ou botão Mail
como spam. / Opções / Contas de email...
2.5. Itens Excluídos: armazena mensagens que foram
excluídas (como uma lixeira do Windows, dentro do Live Na caixa de diálogo que se abre, informar endereço de
Mail); as mensagens podem ser restauradas e a pasta pode e‑mail, senha e nome para exibição – o Windows Live Mail
ser esvaziada. cria a conta ao clicar em Avançar. Noções de Informática

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Caso o usuário deseje informar as configurações dos ser- Imagem Nome Atalho Menu
vidores de entrada e saída, deve marcar Definir configurações
do servidor manualmente e clicar Avançar. Início/Responder/
Encami- Encaminhar ou
CTRL + F
nhar botão direito/Enca-
minhar
Ativado pela seleção de uma mensagem recebida. Abre a
janela Nova Mensagem, com campos preenchidos auto-
maticamente:
• Assunto e barra de título (Fw: Título anterior )
• Para (em branco) e Corpo (mensagem original)

5. Nova Mensagem
5.1. Barra de título: mostra os botões de controle da
janela e, em sua área livre, o título da janela, na forma do
assunto da mensagem (Nova mensagem, quando o campo
assunto está em branco). Mostra ainda a Barra de ferra-
mentas Acesso Rápido, com atalhos para os comandos mais
frequentemente utilizados.
5.2. Barra de menus: apresenta botões e menus dro-
pdown distribuídos em grupos para utilizar os recursos do
programa.
4. Barra de Ferramentas
Imagem Nome Atalho Menu
Imagem Nome Atalho Menu
Início/Novo/Men-
sagem de email Enviar ALT + S
Mensa-
Mail/Novo/Mensa-
gem de CTRL+N
gem de email
e‑mail Coloca a mensagem na Caixa de Saída.
Guia de acesso
rápido/Novo
Abre uma janela Nova Mensagem, em branco, para criação Mensagem / Con-
de nova mensagem de e‑mail. Verificar
--- tatos / Verificar no-
nomes
mes
Email com Início/Novo/E‑mail
CTRL+ALT+P
imagem com imagem Permite que endereços de e‑mail escritos parcialmente
nos campos Para, Cc e Cco sejam verificados no catálogo
Abre uma janela Nova Mensagem e uma janela Adicionar de endereços e sejam completados.
fotos, permitindo ao usuário selecionar um grupo de ima- Mensagem / Entre-
gens a serem enviadas apenas como anexos ou em usando Prioridade ga / Prioridade...
um estilo de álbum. Alta / Bai- --- Barra de ferramen-
Início/Ferramentas/ xa tas de acesso rápido
Enviar/ Enviar‑Receber / Prioridade...
F5
Receber Guia de acesso rá- Aplica alta ou baixa Prioridade à mensagem. Não altera a
pido/Atualizar tudo
forma como a mensagem vai chegar ao destinatário, ou a
Faz conexão com o servidor POP/IMAP e SMTP do serviço torna mais rápida ou segura.
de e‑mail configurado, enviando todas as mensagens que
estiverem na Caixa de Saída e recebendo todas as mensa- Mensagem / Inserir
gens armazenadas no servidor, colocando‑as na Caixa de Anexar / Anexar Arquivo
---
Entrada. O menu dropdown permite enviar/receber usando arquivo Inserir / Incluir /
uma conta específica. Anexar Arquivo
Início/Responder/ Abre a caixa de diálogo Inserir / Anexo, que permite esco-
Noções de Informática

Responder lher arquivos para serem anexados à mensagem. Inserir /


Responder CTRL+R botão direito/Res- Imagem... coloca imagens no corpo da mensagem.
ponder ao Reme-
tente
Mensagem / Edição
Ativado pela seleção de uma mensagem recebida. Abre a Ortografia F7
/ Ortografia
janela Nova Mensagem, com campos preenchidos auto-
maticamente:
• Assunto e barra de título (Re: Título anterior ) Permite analisar e corrigir a ortografia das palavras escritas
• Para (remetente da mensagem original) no corpo da mensagem. Não corrige a gramática, como
• Corpo (mensagem original). no Word.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Imagem Nome Atalho Menu Imagem Nome Atalho Menu
Permite incluir uma assinatura digital à mensagem, per-
Mensagem / Inserir
mitindo que o destinatário confirme a identidade do re-
/ Emoticon
Emoticon --- metente. Para usá‑la é preciso adquirir uma identificação
Inserir / Mídia /
digital na Internet.
Emoticon
Criptogra- Opções / Ferramen-
Mostra uma lista de emoticons para ilustrar a mensagem. ---
far tas / Criptografar
Opções / Ferra-
Assinar di- Permite enviar a mensagem criptografada (com seu con-
--- mentas / Assinar
gitalmente teúdo “embaralhado”). A  criptografia só é possível se o
digitalmente
usuário possuir uma identificação digital.

5.3. Campos 2. Ações para a regra: definir qual ação deverá ser reali-
• De: endereço de e‑mail que será usado para enviar a zada sobre a mensagem recebida, quando obedecida
mensagem (remetente). a condição.
• Para: endereços de e‑mail dos destinatários principais, 3. Descrição: além de mostrar um resumo da regra,
separados por vírgula ou ponto e vírgula. permite indicar palavras que devem aparecer no cri-
• Cc: destinatários secundários que receberão uma cópia tério de filtragem e para qual local deverá ser levada
da mensagem (com cópia, ou cópia carbono). a mensagem filtrada.
• Cco: destinatários ocultos a todos (cópia carbono 4. Nome da regra: nome usado para identificar aregra
oculta ou BCc). numa lista.

Nenhum dos campos de destinatário é de preenchimento


obrigatório.

• Assunto: resumo da mensagem – deve ser preenchido,


mas não tem preenchimento obrigatório.
• Anexar: arquivos selecionados para envio junto com
a mensagem.

5.4. Corpo da Mensagem: espaço disponível para re-


digir a mensagem. É possível inserir texto de um arquivo,
imagem, linha horizontal, mudar o plano de fundo e aplicar
papel de carta.

6. Regras para Mensagens


Noções de Informática

As regras permitem classificar e redirecionar mensagens


de acordo com uma condição obedecida por mensagens
recebidas. O recurso pode ser acessado em Pastas / Regras

de mensagens . Uma janela dividida em 4 etapas


será mostrada: As regras ficam armazenadas e podem ser modificadas,
1. Condições para a regra: definir qual será o critério de duplicadas e removidas. Podem ainda ser aplicadas a qual-
filtragem (remetente, assunto, corpo da mensagem). quer momento.

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BACKUP Tipos de Backup
O termo backup é usado para descrever uma cópia de Normal
segurança. Caso dados originais sejam apagados ou substi-
tuídos por engano ou se tornem inacessíveis devido a falhas, O backup Normal copia todos os arquivos indicados,
é possível usar a cópia para restaurá-los. não verificando dentre eles quais possuem marcação. Após
a realização do processo de cópia, marca todos os arquivos
Fazer backup NÃO significa compactar arquivos para que como tendo passado por backup. Pode realizar a compressão
ocupem menos espaço e liberarem espaço em disco. dos arquivos copiados, é demorado e ocupa muito espaço
em mídia.
O procedimento de arrastar o ícone de arquivos e pastas para É utilizado quando os arquivos são copiados pela primeira
um local qualquer, criando uma cópia deles, é considerado vez ou no início de uma estratégia de backup, podendo ser
uma forma de backup de dados. seguido por repetidos processos de backup diferencial ou
incremental.
A realização de backups objetiva minimizar a probabilida- O backup Normal pode também é conhecido por Total,
de de perda de dados importantes, enquanto a realização de Global, Full ou Completo.
restauração visa recuperar dados previamente armazenados.
Qualquer mídia não volátil pode ser usada para armaze- Incremental
namento de dados “backupeados”, sendo comum o uso de
fita magnética, pois sendo uma unidade de armazenamento Backup que copia somente os arquivos criados ou alte-
removível, possui a vantagem de permitir transporte de rados desde o último backup normal ou incremental (veri-
dados de maneira prática e rápida. fica marcação) e marca todos os arquivos como tendo sido
Dispositivos como pen drives, disquetes de 3½” e discos submetidos a backup, ou seja, o atributo de arquivamento
rígidos locais ou acessíveis em rede também são úteis para é desmarcado.
a realização de cópias de segurança. Quando se está executando uma combinação de backups
Existem softwares capazes de automatizar o processo de normais e incrementais para restaurar os dados, será preciso
criação de backups, como o Microsoft Backup, incluído no ter o último backup normal e todos os conjuntos de backups
Windows XP e acessível em Iniciar / Todos os programas / incrementais criados deste o último backup normal.
Acessórios / Ferramentas do Sistema / Backup. Este utiliza a Usa menor quantidade de mídia porque apenas os dados
extensão .bkf (backup files) em seus arquivos e pode realizar que foram modificados ou criados desde o último backup
os procedimentos mais comuns de backup: Cópia Simples, total ou incremental são copiados. Entretanto, a restaura-
Diário, Normal, Diferencial e Incremental. ção de arquivos gravados em backups incrementais é mais
trabalhosa do que a restauração de um arquivo em um
Marcação backup completo ou diferencial, porque diferentes arquivos
de backup incremental podem conter versões diferentes do
No Windows, todos os arquivos têm três atributos mesmo arquivo.
básicos: Oculto, Somente Leitura e Arquivamento. Se este
último estiver marcado, o  arquivo deverá ser copiado no Diferencial
próximo backup.
Backup que copia somente os arquivos criados ou alte-
rados desde o último backup normal (verifica marcação) e
não os marca como arquivos que passaram por backup (não
remove a marcação). Usa maior quantidade de mídia que o
backup incremental, porque todos os dados que foram modi-
ficados ou criados desde o último backup total são copiados.
Quando se está executando uma combinação de backups
normal e diferencial, para restaurar arquivos e pastas serão
necessários apenas o último backup normal e o último ba-
ckup diferencial. Portanto, a restauração de arquivos grava-
dos em backups diferenciais é mais simples e rápida do que
a restauração de um arquivo em um backup incremental.

Cópia Simples

O backup de cópia copia todos os arquivos selecionados,


Noções de Informática

mas não marca cada arquivo como tendo sofrido backup.


É útil no caso de se efetuar backup de arquivos entre os ba-
ckups normal e incremental, pois ele não afeta essas outras
operações de backup.
Novos arquivos têm, por padrão, o  atributo marcado.
Alguns processos de backup removem essa marcação quando
realizados. Nesses casos, os arquivos que tiveram a opção O
Diário
arquivo está pronto para ser arquivado desativada são ditos
identificados ou “marcados” como tendo participado de pro- O backup diário copia todos os arquivos selecionados que
cesso de backup ou “perderam a marcação”. Se o usuário mo- tenham sido criados ou modificados na data da execução
dificar e salvar o arquivo, o atributo será ativado novamente. do backup.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
WINDOWS 7 segundo plano somente quando o usuá­rio precisar deles.
Ele foi feito para executar programas, hibernar, voltar e se
Introdução reconectar a redes sem fio mais rápido. E, com suporte a
64 bits, o usuário aproveita totalmente os mais recentes e
O Windows 7 é um sistema operacional com caracterís- poderosos computadores de 64 bits.
ticas gerais semelhantes as suas versões anteriores:
• gerencia o software instalado e o hardware disponível Personalize seu Computador
no computador, permitindo interação entre usuário e O Windows 7 deixa o usuário se expressar facilmente,
computador; com temas, planos de fundo de área de trabalho, apresen-
• oferece suporte a instalações Plug and Play; tações de slides da área de trabalho personalizados, barra
• é multitarefa preemptivo, multiusuário e multisessão. de tarefas reformulada e gadgets mais flexíveis e divertidos.
Novos downloads estão disponíveis na Galeria de Personali-
Com o intuito de corrigir as muitas falhas do seu último zação, para que o usuário possa baixar extras divertidos para
sistema operacional lançado, o  Windows Vista, e  apro- dar um toque pessoal ao seu computador.
veitando a oportunidade para lançar algumas novidades,
a Microsoft divulgou assim suas melhorias mais interessantes Avisos que não Chateiam
para o Windows 7. A Central de Ações, uma novidade do Windows 7,
permite que o usuário controle as mensagens de manuten-
Uma área de trabalho melhor ção e segurança. Ele pode ativar ou desativar as notificações
Com o Windows 7 é possível acessar as coisas no compu- para coisas como o Windows Defender ou o Controle de
tador mais rápido do que nunca. A Barra de Tarefas tem bo- Conta do Usuário. Se o Windows precisar da sua atenção,
tões maiores e visualizações em tamanho grande, e o usuário
o  usuário verá uma notificação no canto direito da barra
pode fixar programas nela, para acessá-los com um só clique.
de tarefas.
As Listas de Atalhos contêm atalhos para arquivos, pastas e
sites. E o Snap, o Peek e o Shake oferecem maneiras novas,
fáceis e divertidas de se livrar de todas as janelas abertas. Windows Live Essentials

Listas de Atalhos – Novidade do Windows 7: são listas de O Windows 7 não disponibiliza, em sua instalação padrão,
itens abertos recentemente, como arquivos, pastas ou sites, programas para fotos, filmes, mensagens instantâneas, e-
organizados pelo programa que o usuário usa para abri-los. -mail, blogs, proteção para a família. Usuários de qualquer
Além de poder abrir itens recentes usando uma Lista de versão do W7 que desejem utilizar programas da Microsoft
Atalhos, o usuário também pode fixar favoritos na Lista de para estas finalidades podem baixar do site da empresa um
Atalhos; dessa forma, é possível acessar de maneira rápida conjunto de programas chamado Windows Live Essentials
os itens usados diariamente. Para abrir uma Lista de Atalhos, que inclui Messenger, Galeria de Fotos, Mail, Movie Maker,
basta clicar com o botão direito do mouse em um ícone de Writer, Proteção para a Família e a Barra de Ferramentas,
programa na barra de tarefas do Windows 7 ou clicar uma além do Microsoft Office Outlook Connector, Suplemento
vez sobre ícones no Menu Iniciar. do Office Live e Microsoft Silverlight.

Aero Snap: novo e rápido jeito de redimensionar as jane- Utilização do Windows 7


las abertas, simplesmente arrastando-as para as bordas da
tela. Dependendo de onde o usuário arrastar uma janela, será Ao iniciar o Windows 7, o usuário é recepcionado por
possível expandi-la verticalmente, colocá-la na tela inteira ou uma Tela de Boas-vindas, onde deve-se informar o nome
exibi-la lado a lado com outra janela. do usuário e sua senha para que o Windows efetue seu
logon (entrada no sistema) e apresente a área de trabalho
Aero Shake: minimiza rapidamente todas as janelas personalizada.
abertas, exceto a que está sacudida pela barra de título No Windows XP, a Tela de Boas-Vindas pode ser ativada
(arrastada de um lado para outro). ou desativada. Nesta versão do Windows, não é possível
desativá-la.
Aero Peek: exibe temporariamente a área de trabalho
apontando para o botão Mostrar Área de Trabalho, na ex-
Área de Trabalho
tremidade da Barra de Tarefas.

Pesquisa mais Inteligente Ao inicializar o Windows todo o ambiente gráfico visua-


Digitando na caixa de pesquisa do menu Iniciar os resul- lizado é definido como área de trabalho, onde encontra-se
tados aparecem instantaneamente, agrupados por categoria, apenas um ícone, a Lixeira, uma barra horizontal, localizada
documentos, imagens, músicas, e-mail e programas. na parte inferior da tela, chamada Barra de Tarefas (Taskbar)
Noções de Informática

e um plano de fundo (papel de parede ou desktop). Outros


Compartilhamento fácil com o Grupo Doméstico ícones (representações gráficas de arquivos, pastas e recur-
Com o Grupo Doméstico é simples compartilhar arquivos sos do sistema) podem ser adicionados à área de trabalho
e impressoras em uma rede doméstica. Um Grupo Domés- e ativados por um duplo clique.
tico é um conjunto de computadores em uma rede os quais Outros itens presentes na área de trabalho do Windows
podem compartilhar arquivos e impressoras. são os gadgets (bugigangas), miniprogramas que oferecem
informações rápidas e acesso fácil a ferramentas usadas
Feito para ser Veloz com frequência, como apresentação de slides ou manchetes
O Windows 7 tem melhorias de desempenho funda- atualizadas continuamente, calendário, bloco de anotações
mentais para usar menos memória e executar serviços em e medidor de uso da CPU e RAM.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Barra de Tarefas Menu Iniciar ou clicando-se em uma área livre da barra com
o botão direito do mouse e a opção Propriedades. O menu
Parte da área de trabalho que é, por padrão, visível todo de contexto apresentado após o clique com o botão direito
o tempo (mesmo com várias janelas de programas abertos), em uma área livre da Barra de Tarefas permite realizar as
foi completamente reprojetada para ajudar o usuário a ge- seguintes atividades:
renciar e acessar mais facilmente seus arquivos e programas • Barras de Ferramentas: acrescenta ou remove barras
mais importantes. Ela contém o botão Iniciar, botões fixos da com funcionalidades adicionais à Barra de Tarefas,
Barra de Tarefas e botões de programas em execução. Cada como a Barra de Endereços.
programa aparece como um botão único sem rótulo, mesmo • Janelas: organiza automaticamente as janelas de
quando vários itens de um programa estão abertos, para se programas abertos.
obter uma aparência limpa e organizada. • Iniciar Gerenciador de Tarefas: mostra a janela do
A Barra de Ferramentas Inicialização Rápida não está mais Gerenciador de Tarefas (CTRL + ALT + DEL ou CTRL +
disponível, enquanto outras, como a barra de endereços, SHIFT + ESC).
ainda podem ser mostradas e agora dispõem de mais espaço. • Bloquear a Barra de Tarefas: impede ou permite que
A Barra de Tarefas pode ser usada para ver rapidamente a barra de tarefas seja movida ou redimensionada.
outras janelas abertas sem clicar fora da janela em que está
trabalhando. Basta apontar o mouse para um botão da barra Menu Iniciar
de tarefas, e as visualizações de qualquer janela aberta asso-
ciada a esse botão serão exibidas acima da barra de tarefas. O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tare-
A Área de Notificação (região mais à direita da Barra de Ta- fas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, que mostra uma lista de
refas, onde se localiza o relógio do sistema) contém atalhos para opções onde o usuário pode iniciar a utilização do sistema,
programas e informações de status importantes. No passado, como iniciar programas, abrir pastas usadas com frequência,
a área de notificação podia às vezes ficar cheia de ícones. Agora, pesquisar arquivos, pastas e programas, ajustar configura-
o usuário pode escolher quais ícones estão sempre visíveis e ções do computador, obter ajuda para o uso do sistema,
manter o restante deles disponíveis em uma área de exceden- desligar o computador, fazer logoff ou alternar para outra
Noções de Informática

tes, onde estarão acessíveis com apenas um clique de mouse. conta de usuário.
O botão Mostrar Área de Trabalho foi movido para a O lado esquerdo do Menu Iniciar permite acesso a to-
extremidade oposta da barra de tarefas do botão Iniciar, dos os programas instalados no computador, inclusive aos
facilitando clicar ou apontar para o botão sem abrir aciden- Acessórios do Windows e Ferramentas do Sistema. É atu-
talmente o menu Iniciar. alizado com links para os 10 (dez) programas abertos com
mais frequência pelo usuário atual e, na parte superior são
Propriedades da Barra de Tarefas fixados atalhos para outros programas, os quais aparecerão
independentemente de utilização frequente.
A Barra de Tarefas pode ser personalizada através do O lado direito permite acessar pastas especiais do Win-
Painel de Controle, usando-se o ícone Barra de Tarefas e dows criadas para cada usuário e outros recursos do sistema.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O Menu Iniciar não pode mais ser configurado para ser Itens Recentes: exibe uma lista de até 15 itens, com ata-
visualizado usando o estilo de versões antigas do Windo- lhos para os últimos arquivos abertos. A limpeza da lista Do-
ws, chamado Menu Iniciar clássico. O cabeçalho do menu cumentos recentes não exclui os arquivos correspondentes.
Iniciar, contendo o nome e imagem de exibição do usuário
atual, foi transferido para o painel da direita. As opções dos Caixa de Pesquisa: é uma das maneiras mais convenien-
botões do rodapé do menu Iniciar do Windows XP foram tes de encontrar algo no computador. Para usá-la, basta abrir
o menu Iniciar e começar a digitar. À medida que se digita,
adaptadas em único botão e incluído na base do painel da
os  resultados da pesquisa são exibidos acima da caixa de
direita do menu Iniciar.
pesquisa, no painel esquerdo do menu Iniciar.
• Trocar Usuário: se houver mais de uma conta de Painel de Controle: personaliza as configurações do com-
usuário no computador, a Troca Rápida de Usuário é putador, altera a aparência e o funcionamento do Windows,
um modo fácil de outra pessoa fazer logon no com- adiciona e remove programas ou dispositivos de hardware,
putador sem fazer seu logoff ou fechar os programas configura as conexões de rede e as contas de usuário, entre
e arquivos da sessão atual. Também disponível após outras opções.
pressionamento de CTRL + ALT + DEL.
• Fazer Logoff: permite a entrada de um novo usuário,
fechando todos os programas abertos do usuário atu-
al, encerrando a sessão, sem desligar o computador. Backup e Restauração : os backups ajudam a
• Bloquear: mostra a Tela de Boas-vindas e apenas o garantir que os arquivos não serão permanentemente per-
usuário atual ou um administrador poderão desblo- didos ou danificados em caso de acidentes. Caso o Backup
queá-lo. do Windows não tenha ainda sido usado, o  assistente de
• Desligar: fecha todos os arquivos e programas abertos Backup do Windows criará automaticamente uma agenda
e encerra o Windows, para que o computador seja para o usuário, que poderá ser alterada. Com o recurso de
desligado com segurança. backup do Windows 7 é possível realizar backup e restaura-
• Reiniciar: encerra o Windows, desliga o computador ção de arquivos de todos os usuários do computador e da
e o reinicia. imagem do sistema, lidar com versões anteriores e realizar
restauração do sistema a um ponto anterior.
• Suspender: estado de economia de energia que
permite que o computador reinicie rapidamente a
operação de energia plena quando o usuário desejar
continuar o trabalho.
• Hibernar: estado de economia de energia projetado Barra de Tarefas e Menu Iniciar : personaliza a
principalmente para laptops. Enquanto a suspensão aparência e comportamento da Barra de Tarefas e do Menu
coloca o trabalho atual e as configurações na memória Iniciar, indicando os tipos de itens a serem exibidos e a ma-
e usa uma pequena quantidade de energia, a hiberna- neira como devem ser mostrados:
ção coloca no disco rígido os documentos e programas • Mantidos: bloquear e ocultar automaticamente a
Barra de Tarefas, comportamento dos ícones inativos
abertos e desliga o computador.
na Área de Notificação.
• Alterados: agrupar botões semelhantes para combi-
Suspensão Híbrida: projetada especificamente para nar e ocultar rótulos dos botões da Barra de Tarefas.
computadores desktop. É  uma combinação de suspensão • Novidades: usar ícones pequenos; Local da Barra de
e hibernação. Ele coloca todos os documentos e programas Tarefas na tela (inferior, superior, esquerda, direita);
abertos na memória e no disco rígido e, em seguida, coloca ativar/desativar Aero Peek; ação do botão de energia;
o computador em um estado de energia fraca, de forma que armazenar e exibir programas e itens abertos recen-
o usuário possa retomar rapidamente o seu trabalho. temente.
• Removidos: manter a Barra de Tarefas sobre as outras
Os itens Executar e Itens Recentes não estão mais janelas; mostrar o relógio; estilos visuais (Windows XP
disponíveis no menu Iniciar, por padrão. Para mostrar o ou Clássico); limpar lista de documentos recentes e
Executar: programas usados com mais frequência.
1) clicar em Propriedades da Barra de Tarefas e do
Menu Iniciar do Painel de Controle, ou com o botão
direito no botão Iniciar / Propriedades.
2) clicar Menu Iniciar / Personalizar e ativar a opção Central de Ações : substituiu a Central de Segu-
Comando Executar. rança do Windows nesta versão do Windows, gerenciando as
Para mostrar os Itens Recentes: configurações do firewall, o Windows Update, as configura-
1) clicar em Propriedades da Barra de Tarefas e do ções do software antispyware, a segurança da internet e as
Menu Iniciar do Painel de Controle, ou com o botão configurações de controle da Conta do Usuário. A Central de
Noções de Informática

direito no botão Iniciar / Propriedades. Ações também monitora as configurações de manutenção


2) em Privacidade, marcar a caixa de seleção Armaze- do computador e fornece links para soluções de problemas e
nar e exibir itens abertos recentemente no menu Iniciar outras ferramentas que podem ajudar a corrigir problemas.
e na barra de tarefas. É  o local central para exibir alertas e tomar providências
3) clicar no botão Personalizar e ativar a opção Itens que podem ajudar a executar o Windows uniformemente.
Recentes.

Executar: apresenta uma janela onde, de maneira prática


e rápida, é possível abrir programas instalados no Windows, Grupo Doméstico : facilita o compartilhamen-
arquivos, pastas e quando conectado à internet, sites. to de bibliotecas e impressoras em uma rede doméstica,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
permitindo compartilhar imagens, músicas, vídeos, documen­ Para ajudar a manter as definições atualizadas, o Windows
tos e impressoras com outras pessoas do grupo doméstico. Defender trabalha com o Windows Update para instalar
O grupo doméstico é protegido por senha e o usuário poderá automaticamente novas definições à medida que elas são
sempre escolher o que vai compartilhar com o grupo. lançadas.

Windows Explorer

Windows Defender : software antispyware É o gerenciador de arquivos do Windows. No Windows


incluído no Windows e executado automaticamente ao Explorer, é possível ver a hierarquia das pastas no computa-
ser ativado. O uso do software antispyware pode ajudar o dor e todos os arquivos e pastas localizados em cada pasta
usuário a proteger seu computador contra spyware e outros selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mover
possíveis softwares indesejados. arquivos.

Elementos das Janelas programa. Por padrão não é mostrada no Windows


Explorer do Windows 7, pois os comandos de menu
Embora o conteúdo de cada janela seja diferente, todas mais comuns agora podem ser acessados pela Barra
têm alguma coisa em comum. A maioria das janelas possui de Ferramentas. Quando necessário, o pressionamen-
as mesmas partes básicas: to do ALT ou F10 permite visualizá-la temporariamen-
• Barra de Título 1 : na área superior livre, exibe o título te. Para fixá-la, deve-se clicar em Organizar / Layout
do arquivo em uso e o nome do programa aberto. No / Barra de Menus.
canto esquerdo, aparece um ícone que representa • Barra de Ferramentas 8 : de forma geral, uma Barra
o programa que está usando a janela (no Windows de Ferramentas apresenta botões e menus dropdown
Explorer a Barra de Título não apresenta ícone do distribuídos para facilitar a ativação de recursos do
programa ou título do objeto selecionado). No canto programa, facilitando a execução de tarefas comuns.
Noções de Informática

direito são mostrados os botões Minimizar, Restaurar, No Windows Explorer do Windows 7, a Barra de Fer-
Maximizar e Fechar 2 , os quais permitem ocultar a ramentas e o Painel de Tarefas do Windows XP foram
janela, reduzi-la, alargá-la para preencher a tela in- fundidos e a Barra de Ferramentas atual não apresenta
teira e fechá-la, respectivamente. Ainda na Barra de mais botões para ativar comandos. Sempre que um
Título, os botões Voltar e Avançar são mostrados 3 , objeto é selecionado, as ações que podem ser exe-
cutadas junto a este objeto são mostradas na barra,
a Barra de Endereços 4 , Botão Atualizar 5 e Caixa como em um menu de contexto, mostrando apenas
de Pesquisa 6 . as tarefas que são relevantes. Três botões aparecem
• Barra de Menus 7 : contém itens nos quais o usuário sempre na Barra de Ferramentas: Organizar, Modos
pode clicar para ativar recursos e comandos em um de Exibição e Mostrar o Painel de Visualização:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1.
No Painel de Pastas podemos visualizar sinais de e
antes das pastas ou unidades. O sinal de indica
que dentro da unidade ou pasta podemos encontrar
outra(s) pasta(s). O sinal de indica que já estamos
visualizando a(s) outra(s) pasta(s) existente(s) naquela
pasta ou unidade.
• Painel da Biblioteca 11 : é exibido apenas quando uma
biblioteca está sendo visualizada (como a biblioteca
Documentos) e aparece logo acima do Painel do
Conteúdo. Mostra informações sobre a biblioteca se-
lecionada, como seu nome e quantos locais estão nela
agrupados e permite alterar o modo de organização
dos ícones mostrados no Painel do Conteúdo.
• Painel da Visualização 14 : mostra o conteúdo da maioria
dos arquivos. Se uma mensagem de e-mail, um arquivo
de texto ou uma imagem forem selecionados, seu con-
A opção Layout permite mostrar ou ocultar a Barra teúdo poderá ser visto sem abri-lo em um programa.
de Menus e os Painéis de Detalhes 9 , Visualização Ações com Arquivos
14 , Navegação 10 e Biblioteca 11 .
Selecionar vários arquivos e/ou pastas
• Adjacentes: clique o 1º arquivo, mantenha pressiona-
2. Modos de Exibição : ao ser clicada a
da a tecla SHIFT, clique o último arquivo.
imagem do botão, cinco dos modos de exibição vão • Não adjacentes: clique o 1º arquivo, mantenha pres-
sendo ativados um a um, em sequência (a opção sionada a tecla CTRL, clique outros arquivos.
Ícones ativa apenas Ícones Grandes). Clicar a seta
preta ao lado do botão permite escolher um de um Renomear uma pasta ou arquivo selecionado
total de oito modos visuais diferentes de ícones.
A guia deslizante permite definir com precisão o • Pressionar F2.
tamanho do ícone a ser mostrado. • Clique sobre o nome da pasta ou arquivo já selecio-
nado.
• Arquivo / Renomear.
• Botão direito sobre o arquivo/pasta e clicar Renomear.
Mover e copiar arquivos e pastas
Usando o botão esquerdo do mouse, a partir do painel da
direita, arrastando seu ícone para o painel da esquerda, de um
local em uma unidade de armazenamento para outro local...
• Na mesma unidade, MOVE.
• Pressionando simultaneamente CTRL, COPIA.
• Em outra unidade, COPIA.
• Pressionando simultaneamente SHIFT, MOVE.
3. Mostrar o Painel de Visualização 14 : mostra
ou oculta o Painel de Visualização. Usando o botão esquerdo do mouse, a partir do painel
da direita, arrastando-se uma pasta ou arquivo e soltando-o
• Barra de Status x Painel de Detalhes: a maioria dos em qualquer local pressionando simultaneamente a tecla
programas mostra uma barra horizontal na parte infe- ALT (ou CTRL + SHIFT), será criado um atalho para o arquivo.
Usando o botão direito do mouse, a partir do painel da
rior da janela onde aparecem informações ao usuário
direita, arrastando-se um arquivo para o painel da esquerda
sobre o arquivo em uso ou sobre o objeto selecionado e soltando-o em qualquer local será mostrada uma lista com
na janela. No Windows Explorer, essa Barra de Status opções para copiar, mover ou criar atalho para o arquivo.
foi substituída por um Painel de Detalhes 9 , que apa-
rece na mesma posição da primeira, mas ocupando um
espaço maior e mostrando mais informações. O painel
de detalhes mostra as propriedades mais comuns as-
sociadas ao arquivo selecionado, como o autor, a data
da última alteração e qualquer marca descritiva que
Noções de Informática

possa ter sido adicionada ao arquivo.

• Painel de Navegação 10 : substituto do Painel de Pastas,


é um painel à esquerda da área de trabalho do WE que
mostra uma árvore de pastas hierarquizada com atalhos
para todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de tra-
balho, Atalhos Favoritos, Bibliotecas, Grupo Doméstico,
Redes e Pesquisas salvas. Quando uma das pastas deste
Painel é clicada, seu conteúdo é mostrado no Painel do
Conteúdo 12 (único sempre visível).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Bibliotecas um arquivo do computador, ele apenas é movido para a
Lixeira onde fica temporariamente armazenado até a Lixeira
Nas versões anteriores do Windows, o gerenciamento ser esvaziada. Com isso, o usuário tem a oportunidade de
de arquivos significava organizá-los em pastas e subpastas recuperar arquivos excluídos e restaurá-los para os locais
diferentes. Nesta versão do Windows, o usuário pode usar originais. Características da Lixeira:
também bibliotecas para organizar e acessar arquivos, inde-
pendentemente de onde eles estejam armazenados. • Para excluir arquivos e levá-los para a Lixeira, pode-se
Bibliotecas é o local onde o usuário gerencia documen- adotar, inicialmente, os seguintes procedimentos:
tos, músicas, imagens e outros arquivos. O  usuário pode – pressionar a tecla delete;
procurar arquivos da mesma forma como faz em uma pasta – clicar com o botão direito do mouse sobre o objeto
ou exibir os arquivos organizados por propriedades como a ser excluído e escolher a opção Excluir no menu
data, tipo e autor. de contexto;
Uma biblioteca se assemelha em alguns pontos a uma – clicar a opção de menu Arquivo / Excluir;
pasta. Por exemplo, ao abri uma biblioteca, o usuário vê um – recortar o objeto e colar na pasta Lixeira;
ou mais arquivos. Porém, diferente de uma pasta, a biblioteca – arrastar o ícone do objeto para a Lixeira.
reúne os arquivos que estão armazenados em diversos locais.
As bibliotecas não armazenam de fato os itens. Elas monito- • Para excluir definitivamente arquivos ou pastas, sem
ram as pastas que contêm os itens e permitem que o usuário passar pela lixeira, é possível realizar as mesmas ta-
os acesse e organize de várias maneiras. Por exemplo, se o refas acima, mantendo pressionada a tecla SHIFT.
usuário tem arquivos de música em pastas no disco rígido • Por padrão, uma caixa de diálogo é apresentada ao
e na unidade externa, poderá todos esses arquivos de uma usuário para confirmar a exclusão de uma pasta ou
vez usando a Biblioteca de música. arquivo, exceto quando arrastados para a Lixeira. Essa
caixa de diálogo é uma ferramenta de segurança do
Windows que tenta impedir exclusões acidentais.
• Um arquivo, enquanto armazenado na Lixeira, ainda
ocupa espaço no disco rígido de onde foi excluído. Seu
espaço será liberado quando o arquivo for removido
da Lixeira.
• Não é possível restaurar arquivos excluídos definiti-
vamente, usando ferramentas disponíveis em uma
instalação padrão do Windows.
• Apenas arquivos de discos rígidos (HDs) conectados
diretamente ao computador vão para a lixeira.

O Windows tem quatro bibliotecas padrão: Documentos,


Músicas, Imagens e Vídeos. O usuário também pode criar
novas bibliotecas, que podem incluir até 50 pastas.
• Biblioteca Documentos. Organiza documentos de pro-
cessamento de texto, planilhas, apresentações e outros
arquivos relacionados a texto. Por padrão, os arquivos
movidos, copiados ou salvos na Biblioteca Documentos
são armazenados na pasta Meus Documentos.
• Biblioteca Imagens. Organiza as imagens digitais, se-
jam elas obtidas da câmera, do scanner ou de e-mails • O Windows reserva, por padrão, 10% da capacidade
recebidos de outras pessoas. Por padrão, os arquivos de armazenamento de cada disco local ou partição
movidos, copiados ou salvos na Biblioteca Imagens para a Lixeira, podendo o usuário configurar esse
são armazenados na pasta Minhas Imagens. tamanho até o limite da capacidade total do disco.
• Biblioteca Músicas. Organiza as músicas digitais, • É possível configurar a Lixeira para que os arquivos
como as que o usuário copia de um CD de áudio ou não sejam para ela movidos, mas sempre removidos
as baixadas da Internet. Por padrão, os arquivos mo- permanentemente.
vidos, copiados ou salvos na biblioteca Músicas são • Não é possível abrir arquivos que estão na Lixeira.
armazenados na pasta Minhas Músicas. • É possível esvaziar toda a Lixeira, confirmando a exclusão.
• Biblioteca Vídeos. Organiza e arrumar seus vídeos, • Ao restaurar um arquivo da Lixeira, o mesmo voltará
Noções de Informática

como clipes da câmera digital ou da câmera de vídeo, para o local de origem, usando opções do clique duplo
ou arquivos de vídeo baixados da Internet. Por padrão, / Restaurar, botão direito / Restaurar, menu Arquivo
os arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca / Restaurar ou clicar o botão Restaurar este item da
Vídeos são armazenados na pasta Meus Vídeos. Barra de Ferramentas.
• É possível restaurar arquivos e pastas da Lixeira para
Lixeira qualquer outro local usando Recortar / Colar ou
arrastando-os.
Lixeira é uma pasta especial do Windows que pode • Para mostrar novamente o ícone da Lixeira na área de
ser acessada através de seu ícone na área de trabalho ou trabalho do Windows: Painel de Controle / Persona-
Windows Explorer . Quando o usuário exclui lização / Alterar ícones da área de trabalho.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
WINDOWS 8 A Preempção (direito de “recompra”, mudança de con-
texto) é um esquema de processamento computacional no
1. Características Gerais dos Sistemas qual o Kernel tem o controle do tempo que será usado por
Operacionais cada processo e o poder de tomar de volta esse tempo e
dá-lo para outro processo, segundo seu esquema de priori-
1.1. Definição e Funções dades. Isso significa que a preferência pelo controle da CPU
é sempre do sistema operacional e retorna para ele depois
Um sistema operacional é um conjunto de programas de repassado a um programa qualquer.
que trabalham de modo cooperativo para permitir geren-
ciamento dos recursos do computador e intermediar o re- 1.5. Multiusuário e Multissessão
lacionamento entre o hardware e o usuário.
Deve ser o primeiro programa instalado e executado, Capacidades de criar diversos perfis de usuários e per-
funcionando como uma plataforma, ou seja, uma espécie de mitir seu acesso (logon) simultâneo ao computador. Cada
base sobre a qual são executados os programas usados em usuário deverá utilizar um conjunto de nome e senha para
um computador. Além disso, traduz as tarefas requisitadas acesso ao sistema operacional, carregando suas característi-
pelo usuário ou por programas para uma linguagem que o cas especiais como plano de fundo, pasta Meus Documentos,
computador compreenda. Histórico, Favoritos, Documentos Recentes, tipo de usuário
O Windows é um software básico, indispensável ao fun- (Administrador ou Limitado) ao início de sua sessão de uso.
cionamento do computador, com as seguintes funções: A Multissessão no Windows é percebida quando o usu-
• gerenciar os programas abertos e dividir o tempo de ário atual permite a criação de uma nova sessão de uso do
processador entre eles (gerenciamento da memória e sistema sem encerrar sua sessão. Seus programas e arquivos
do processador); abertos são mantidos em funcionamento e é possível al-
• instalar, gerenciar e permitir a utilização de outros sof- ternar para outra conta de usuário, usando o recurso Troca
twares; Rápida de usuário (Trocar usuário).
• controlar o acesso e integridade dos dados das memó-
rias secundárias (sistema de arquivos); 1.7. Sistema de Arquivos FAT32 ou NTFS
• controlar os drivers dos dispositivos de entrada e saída
(gerenciamento dos periféricos – dispositivos de E/S); Um sistema de arquivos é um conjunto de estruturas
• controlar o acesso à memória pelos demais compo- lógicas e de rotinas que permitem ao sistema operacional
nentes de hardware; controlar o acesso ao disco rígido. Diferentes sistemas ope-
• reconhecer os comandos do usuário em uma interface racionais usam diferentes sistemas de arquivos. Sistema de
simplificada (shell). arquivo refere-se à forma como os dados são armazenados,
organizados e acessados pelo sistema operacional.
1.2. Módulos (partes) dos Sistemas Operacionais
1.8. Windows 32 x 64 bits
Kernel é o núcleo do sistema operacional encarregado
de controlar o acesso à memória de demais componentes de O Windows 8 (assim como Windows XP e Vista) suporta
hardware, gerenciar os programas abertos, dividir o tempo tecnologias de 32 bits (x86) e de 64 bits (x64) nos proces-
de processador entre eles. É a base sobre a qual rodam as sadores e oferece duas versões: a de 32 bits e a de 64 bits.
demais partes do sistema operacional, drives de dispositivo e A maioria dos programas feitos para a versão de 32 bits
programas; funciona como a camada mais baixa de interface do Windows funciona com uma versão de 64 bits do Windo-
com o hardware, sendo responsável por gerenciar os recursos ws. Os programas antivírus são uma notável exceção a isso.
do sistema como um todo. Entretanto, os drivers de dispositivos feitos para a versão
Shell é a camada mais externa do sistema operacional, o de 32 bits do Windows não funcionam em computadores
elo entre o usuário e o sistema, funcionando como intérprete com uma versão de 64 bits do Windows. Uma impressora
entre os dois. Ele traduz os comandos digitados pelo usuário ou outro dispositivo que somente tenha drivers de 32 bits
para a linguagem usada pelo Kernel e vice-versa. Sem o Shell disponíveis não funcionará corretamente em uma versão de
a interação entre usuário e o Kernel seria bastante complexa.
64 bits do Windows.
Os programas e drivers de dispositivos especialmente
1.3. Sistema Operacional gráfico (GUI) x textual
projetados para a versão de 64 bits do Windows não fun-
cionam na versão de 32 bits.
O usuário pode executar tarefas no computador sem usar
a interface gráfica do Windows. O Prompt de Comando é um
recurso do Windows que oferece um ponto de entrada (não 2. Utilização do Windows 8
amigável) para a digitação de comandos, na forma de texto,
do MS-DOS (Microsoft Disk Operating System). No Windows, Ao iniciar o Windows 8, o usuário é recepcionado por uma
o Prompt de Comando pode ser obtido por meio do arquivo Tela de Boas-vindas, na qual deve-se informar um nome de
usuário e senha para que o Windows faça seu logon (entrada
Noções de Informática

executável cmd.exe e pelo menu clique com o botão direito


no botão Iniciar. no sistema) e apresente a sua área de trabalho personalizada.
As contas de usuário podem ser de dois tipos: uma conta
1.4. Multitarefa Preemptiva local para esse computador ou uma conta da Microsoft, que
funciona em todos os computadores com o Windows 8.1.
Multitarefa ou Multiprogramação é a capacidade de o sis- A conta da Microsoft consiste em um endereço de e-mail
tema operacional executar concorrentemente vários proces- e uma senha, usados para entrar no Windows, conectando o
sos, alternando-os entre CPU e memória. A multiprogramação computador a pessoas, arquivos, dispositivos importantes e
tem como vantagem evitar que a CPU fique ociosa enquanto ao armazenamento em nuvem online:
outros processos em execução realizam operações que não • as configurações pessoais do usuário são sincronizadas
requerem seu uso, como as operações de entrada/saída. com qualquer computador em que o usuário informar

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
essa conta do Windows 8.1, incluindo temas, preferên- são acessados diariamente, bem como será habilitada uma
cias de idioma, favoritos do navegador e a maioria dos lista de tarefas.
aplicativos; O que é mostrado em uma Lista de Atalhos depende
• o usuário pode obter aplicativos na Windows Store e totalmente do programa. A Lista de Atalhos do Internet Ex-
usá-los em até cinco computadores com o Windows plorer 8 mostra os sites visitados com frequência. Windows
8.1; Media Player 12 lista músicas que o usuário escuta mais. É
• as informações de contato e o status dos amigos são possível ainda fixar um arquivo na lista para encontrá-lo ali
sempre atualizados no Outlook.com, Facebook, Twitter sempre que necessário.
e LinkedIn; Também é possível arrastar um ícone de arquivo ou um
• o usuário pode acessar e compartilhar fotos, docu- atalho do menu Iniciar ou da área de trabalho para a barra
mentos e outros arquivos de locais como OneDrive, de tarefas. Isso fixa o item na Lista de Atalhos e também
Facebook e Flickr. fixa o programa à barra de tarefas, caso não esteja fixado
ainda. Pastas são consideradas itens do Windows Explorer e
Uma conta local permite entrar apenas em um compu- aparecem na Lista de Atalhos do Windows Explorer quando
tador e será necessário ter uma conta separada para cada fixadas ou abertas.
computador usado. Nenhuma configuração será sincronizada As Listas de Atalhos não mostram apenas atalhos de
entre os computadores com Windows 8.1 e o usuário não arquivos. Às vezes, elas também fornecem acesso rápido
obterá os benefícios de conectar seu computador aos seus a comandos para coisas como redigir novas mensagens de
arquivos, configurações, aplicativos e serviços online na nu- e-mail ou reproduzir músicas.
vem e não poderá baixar aplicativos da Windows Store sem
uma conta da Microsoft. 2.1.2. Efeitos Visuais do grupo AERO para a área de
trabalho
2.1. Área de Trabalho Com o Aero, o usuário pode apreciar efeitos e aparência
visualmente atraentes e também se beneficiar de um melhor
Ao inicializar o Windows todo o ambiente gráfico visua- acesso aos seus programas. O hardware e a placa de vídeo
lizado é definido como área de trabalho, onde encontra-se do computador devem atender aos requisitos de hardware
apenas um ícone, a Lixeira ②, uma barra horizontal, loca- para exibir os gráficos do Aero.
lizada na parte inferior da tela, chamada Barra de Tarefas
(Taskbar) ③ e um plano de fundo ① (papel de parede ou 2.1.2.1. Aero Glass: estilo visual diferenciado das janelas
desktop). Outros ícones ④ (representações gráficas de ar- combinando uma aparência leve e translúcida (envidraçada)
quivos, pastas e recursos do sistema) podem ser adicionados com poderosos avanços gráficos, não está mais disponível
à área de trabalho e ativados por um duplo clique. no Windows 8.

2.1.1. Barra de tarefas 2.1.2.2. Aero Snap: novo e rápido jeito de redimensionar
Parte da área de trabalho que é, por padrão, visível todo as janelas abertas, simplesmente arrastando-as para as bor-
o tempo (mesmo com várias janelas de programas abertos), das da tela. O recurso Ajustar facilita o trabalho com janelas
ajuda o usuário a gerenciar e acessar mais facilmente seus abertas. Com esse recurso, para maximizar uma janela, deve-
arquivos e programas mais importantes. Ela contém o botão -se arrastar a barra de título da janela para a parte superior
Iniciar, botões fixos da barra de tarefas e botões de programas da tela e liberar a janela para expandi-la e preencher toda
em execução. Cada programa aparece como um botão único a área de trabalho. Dependendo de onde o usuário arrastar
sem rótulo, mesmo quando vários itens de um programa es- uma janela, será possível expandi-la verticalmente, colocá-la
tão abertos, para se obter uma aparência limpa e organizada. na tela inteira (maximizar) ou exibi-la lado a lado com outra
A Área de Notificação apresenta ícones que permanecem janela. Para ajustar uma janela ativa para o lado da área de
ativos em segundo plano e informações de status importan- trabalho usando o teclado, pressione +← ou +→.
tes. No passado, a área de notificação podia, às vezes, ficar
cheia de ícones. Agora, o usuário pode escolher quais ícones 2.1.2.3. Aero Shake: recurso da área de trabalho que
estão sempre visíveis e manter o restante deles disponíveis permite minimizar todas as janelas abertas, de forma rela-
em uma área de excedentes, onde estarão acessíveis com tivamente rápida, exceto a janela ativa, na qual se deseja
apenas um clique de mouse. trabalhar. Para ativar o Shake, pode-se ainda pressionar
O botão Mostrar área de trabalho permanece na extre- +Home para minimizar todas as janelas exceto a janela ativa
midade oposta da barra de tarefas do botão Iniciar, facilitan-
do clicar ou apontar para o botão sem abrir acidentalmente no momento. Pressione +Home novamente para restau-
o menu Iniciar. rar todas as janelas.

2.1.1.2. Listas de Atalhos (Lista de Saltos, Jump List): 2.1.2.4. Espiar (Aero Peek): exibe temporariamente a
novidade do Windows 7, são listas de itens abertos recen- área de trabalho apontando para o botão Mostrar área de
temente, como arquivos, pastas ou sites, organizados pelo trabalho, na extremidade da barra de tarefas. As janelas aber-
Noções de Informática

programa que o usuário usa para abri-los. Além de poder tas esmaecem da exibição, revelando a área de trabalho.
abrir itens recentes usando uma Lista de Atalhos, o usuário Isso pode ser útil para exibir rapidamente ícones da área de
também pode fixar favoritos na Lista de Atalhos; dessa forma, trabalho ou quando o usuário não deseja minimizar todas
é possível acessar de maneira rápida os itens usados diaria- as janelas abertas e depois precisar restaurá-las.
mente. Ao se clicar com o botão direito do mouse o ícone O Aero Peek também é acionado quando o ponteiro do
de um programa na barra de tarefas, serão listados atalhos mouse é colocado sobre a miniatura de uma janela aberta na
relacionados a esse programa. Caso o programa Windows Barra de Tarefas e quando o ALT + TAB é usado para alternar
Media Player esteja na barra de tarefas, por exemplo, e se entre as janelas abertas – apenas a janela selecionada é exi-
clique com o botão direito do mouse o ícone desse programa, bida e as demais ficam transparentes. A tecla de atalho +,
serão listados os atalhos de acesso a músicas e vídeos que (vírgula) também pode ser usada.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
2.2. Menu Iniciar e Tela Inicial e usa uma pequena quantidade de energia, a hibernação
permite fechar os aplicativos que estejam em uso, desli-
gar o computador e, quando este for religado, carregar
os mesmos aplicativos fechados anteriormente.

Para ativar a hibernação: Painel de controle / Opções de


energia / Escolher a função do botão de energia / Alterar con-
figurações não disponíveis no momento – marcar “hibernar”
na lista e clicar em Salvar alterações.

Charms Bar
Os cinco Botões da Charms Bar – Pesquisar, Comparti-
lhar, Iniciar, Dispositivos e Configurações – são maneiras
rápidas de acessar as ações que o usuário realiza com fre-
quência, como pesquisar a Internet e o computador, impri-
mir documentos e enviar fotos e links por e-mail. Eles estão
sempre disponíveis no lado direito da tela, mostrados ao
se apontar com o mouse o canto superior direito da tela e
mover o ponteiro do mouse para baixo – ou usar Winkey +
C, a qualquer momento.
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tare- Pesquisar
fas. Ele dá acesso à Tela Inicial (tecla Winkey), exibindo as Usa a Pesquisa Inteligente Bing para que o usuário possa
opções de uso do sistema operacional, tanto para fins de pesquisar seu computador, a Internet e o OneDrive, além
administração da máquina quanto para uso de seus aplica- de alguns aplicativos e a Windows Store. É possível limpar o
tivos de diversas finalidades – pesquisar arquivos, pastas e histórico de pesquisa, escolher como suas informações de
programas, ajustar configurações do computador, obter aju- pesquisa são compartilhadas com o Bing e alterar opções de
da para o uso do sistema, desligar o computador, fazer logoff Pesquisa Segura que filtram conteúdo adulto dos resultados
ou alternar para outra conta de usuário. Algumas opções de sua pesquisa. E, se quiser, o usuário poderá desativar
de uso frequente podem ser listadas no menu Link Rápido a pesquisa na Internet para ver somente os resultados do
pressionando-se Winkey + X. computador e do OneDrive.
• Apontar para o canto superior direito da tela, mover o
2.2.1. Opções de Energia e Troca de Usuário ponteiro do mouse para baixo (mostrar Charms Bar),
No Windows 8.1, as opções de desligamento, economia clicar em Configurações e em Mudar configurações
de energia e troca de usuário foram alocadas em diversos do computador, Pesquisar e aplicativos e depois em
locais e podem ser acessadas de maneiras diferentes: Pesquisar.
• Charms Bar (Botões, Barra Lateral) / Configurações /
Liga/Desliga; Compartilhar
• Tela Inicial / ícone do usuário e Opções Liga / Desliga; O botão Compartilhar é um modo rápido de compartilhar
• pressionar ALT+F4 na área de trabalho do Windows; arquivos, fotos e informações com pessoas conhecidas, ou
• menu Link Rápido do Botão Iniciar (Winkey + X) / Des- salvar itens para mais tarde, sem sair do aplicativo atual. O
ligar ou sair; usuário pode compartilhar uma foto com apenas algumas
• CTRL+ALT+DEL. pessoas de cada vez, compartilhar um link com sua rede
social inteira ou enviar um artigo interessante ao aplicativo
• Reiniciar: encerra o Windows, desliga o computador Lista de Leitura para que possa lê-lo mais tarde.
e o reinicia – sem acesso à sessão anterior.
• Trocar usuário: se houver mais de uma conta de usu- Dispositivos
ário no computador, caso a troca rápida de usuários O botão Dispositivos é um modo rápido de enviar arqui-
esteja ativada, quando o usuário fizer logoff e outro, vos e informações a outros dispositivos que estão conectados
logon, os programas do primeiro permanecerão sendo ao computador, como impressora, Xbox, telefone, alto-falan-
executados no computador. A opção de troca de usu- tes, TV ou projetor, a partir de um aplicativo em execução:
ários, após a realização do login no sistema Windows, • transmite vídeos, música ou uma apresentação de sli-
permite a execução de tarefas por um usuário sem des de fotos para outro dispositivo (como uma TV ou
a interferência de outro usuário, que pode acessar o um aparelho de som);
sistema usando conta e senha próprios. • imprime um documento, uma foto ou um e-mail;
• Fazer logoff: realiza a troca de usuário no Windows, • projeta o que estiver sendo exibido na tela do compu-
sem desligar o computador, a fim de encerrar a sessão tador em outra tela.
atual de trabalho e deixar o computador disponível
Noções de Informática

para outro usuário. Configurações


• Suspensão: estado de economia de energia que permite
que o computador reinicie rapidamente a operação de
energia plena quando o usuário desejar continuar o tra-
balho. Então, o modo de suspensão, por meio do qual é
possível manter o computador em estado de baixo con-
sumo de energia, possibilita o retorno rápido ao ponto
do trabalho, sem apresentar risco de perda de dados
• Hibernar: estado de economia de energia projetado
principalmente para laptops. Enquanto a suspensão
coloca o trabalho atual e as configurações na memória

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O botão Configurações realiza ajustes rápidos em algumas tivo (o cursor de mão será exibido), clicar e arrastar a janela
configurações comuns (como o brilho e o volume), encon- da ferramenta até o lugar desejado. Ao soltar o botão do
tra configurações para o computador (como personalização, mouse, app e Área de trabalho passarão a ser exibidos ao
contas de usuário e dispositivos) e altera configurações do mesmo tempo, permitindo que o usuário trabalhe em diver-
aplicativo que está sendo usado. Há algumas configurações sas ferramentas simultaneamente. Clicar com o botão direito
comuns do computador, como volume, energia e conexão de do mouse o ícone do aplicativo no canto superior esquerdo
rede, que estão sempre disponíveis no Botão Configurações: exibirá uma lista de opções onde também se consegue fixar
o aplicativo às laterais:
Tela Inicial
Os blocos na tela Inicial podem mostrar atualizações
de amigos, novos e-mails, notificações de aplicativos e o
próximo compromisso do calendário de uma só vez, sem a
necessidade de abrir nenhum aplicativo. E, como qualquer
pessoa que use um computador pode entrar usando sua
própria conta da Microsoft, cada um pode personalizar seus
blocos, suas cores e suas telas de fundo. Os blocos dinâmicos
reposicionados e configurados: É possível determinar o espaço reservado para cada
metade da tela, bastando posicionar o cursor no separador
mostrado e arrastá-lo para os lados.

3. Explorador de Arquivos– Gerenciamento de


Arquivos e Pastas
Com o Explorador de Arquivos do Windows é possível ver
a hierarquia das pastas no computador e todos os arquivos
e pastas localizados em cada pasta selecionada. Ele é espe-
cialmente útil para facilitar o gerenciamento das informações
em um computador, permitindo criar, excluir e renomear
arquivos e pastas.
É possível localizar todos os aplicativos e programas no 3.1. Elementos das Janelas
modo de exibição Aplicativos, clicando-se a seta para baixo
próxima ao canto inferior esquerdo da tela Inicial. Embora o conteúdo de cada janela seja diferente, todas
têm algumas coisas em comum. A maioria das janelas possui
as mesmas partes básicas:
Se quiser, o usuário também poderá optar por exibir o 3.1.1. Barra de Título
modo de exibição Aplicativos ao entrar. Por padrão, a maioria Na área superior livre, exibe o título do arquivo em uso
das pessoas irá abrir a área de trabalho ao entrar no compu- e o nome do programa aberto. No canto esquerdo, aparece
tador, mas pode-se optar por ver a área de trabalho, a tela um ícone que representa o programa que está usando a ja-
Inicial ou o modo de exibição Aplicativos ao entrar no com- nela. No canto direito são mostrados os botões Minimizar,
putador do usuário – basta acessar Propriedades da Barra Restaurar, Maximizar e Fechar, os quais permitem ocultar
de Tarefas e Navegação (Painel de controle ou botão direito a janela, reduzi-la, alargá-la para preencher a tela inteira e
clicado na Barra de Tarefas / Propriedades) e selecionar a fechá-la, respectivamente. Ainda na Barra de Título é exibida
opção desejada na guia Navegação: a Barra de Acesso Rápido, personalizável, contendo os botões
Propriedades e Nova Pasta.
Noções de Informática

3.1.2. Barra de menus e Ferramentas (Faixa de Opções)


De forma geral, uma barra de menus, logo abaixo da barra
de título, contém listas verticais com itens nos quais o usuário
pode clicar para ativar todos os recursos e comandos em um
programa. Uma barra de ferramentas apresenta botões e me-
Para fixar um app do Windows 8 à uma das laterais da nus dropdown distribuídos para facilitar a ativação de recursos
tela, basta posicionar o mouse na parte superior do aplica- do programa, facilitando a execução de tarefas comuns.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
No Explorador de Arquivos, como acontece no MSOffice, Para renomear uma pasta ou arquivo selecionado:
as barras de menus e ferramentas foram fundidas, gerando • pressionar F2;
a Faixa de Opções, em que as funções do programa estão • clicar sobre o nome da pasta ou arquivo já selecionado;
todas exibidas na forma de botões e listas de opções, sepa- • Menu Início / Organizar / Renomear;
radas por guias identificadas por um nome, como nos menus • Menu de contexto / Renomear;
tradicionais, e semelhantes a abas de navegador. • Menu Início / Abrir / Propriedades (ALT + ENTER).
Por padrão, apenas os títulos dos menus são exibidos e
serão fixados ao se aplicar sobre eles um clique duplo (ou O nome do computador deve usar nomes curtos (quinze
teclando-se CTRL + F1). Quando necessário, o pressionamen- caracteres, no máximo) e facilmente reconhecíveis. Convém
to do ALT exibe Dicas de Tela, com teclas que podem ser usar somente caracteres padrão da Internet no nome do
pressionadas em uma sequência para ativar os recursos do computador. Os caracteres padrão são os números de 0 a 9,
menu, sem a necessidade de uso do mouse. letras maiúsculas e minúsculas de A a Z e o hífen (-). Nomes
Sempre que um objeto é selecionado, as ações que po- de computador não podem ser formados apenas por núme-
dem ser executadas junto a este objeto são mostradas na ros nem incluir espaços. O nome também não pode conter
Faixa de Opções, como em um menu de contexto, deixando caracteres especiais, como ? * : < > “ / | \ .
disponíveis apenas as tarefas que são relevantes. A seleção
de arquivos de imagem, atalhos e programas, da barra de 3.2.5. Mover e copiar arquivos e pastas
pesquisa ou das pastas especiais (Lixeira, Meu Computador Usando o botão esquerdo do mouse, a partir do painel
e Rede) faz surgir um menu adicional com opções específicas da direita, arrastando seu ícone para o painel da esquerda,
para o item selecionado. de um local em uma unidade de armazenamento para outro
Adicionalmente, uma barra de ferramentas com os botões local...
Voltar, Avançar, Até um Nível, Atualizar, e a Barra de Endereços • na mesma unidade, MOVE;
e de Pesquisa e exibida logo abaixo da Faixa de Opções. • pressionando simultaneamente a tecla CTRL nessa ope-
ração, o arquivo arrastado é COPIADO para a pasta de
3.1.5. Painel Esquerdo e Direito destino, mesmo que ela esteja na mesma unidade que
Substituto do Painel de Pastas e Painel de Navegação, é a pasta de origem;
um painel à esquerda da área de trabalho do Explorador de • em outra unidade, COPIA;
Arquivos que mostra uma árvore de pastas hierarquizada • pressionando simultaneamente a tecla SHIFT, MOVE.
com atalhos para Favoritos, OneDrive (apenas com Conta
da Microsoft ativada), Grupo Doméstico, Meu Computador 3.7. Lixeira
e Rede. Podem ser exibidas ainda, após configuração e sob Lixeira é uma pasta especial do Windows que pode ser
o nome de Área de Trabalho, Bibliotecas, Painel de Controle,
Lixeira e pasta do Usuário. Quando uma das pastas deste
Painel é clicado, seu conteúdo é mostrado no Painel do Con-
teúdo (único sempre visível, à direita). acessada por meio de seu ícone na área de trabalho
No Windows, as pastas e os arquivos são classificados,
ou no Explorador de Arquivos . Quando o usuário
em uma janela de pasta, pelo nome, em ordem alfabética,
e todas as subpastas são apresentadas antes de todos os ar- exclui um arquivo do computador, ele apenas é movido para
quivos, sendo possível alterar a ordem dos itens no painel de a Lixeira onde fica temporariamente armazenado até a Lixeira
conteúdo, classificando-os de acordo com qualquer uma das ser esvaziada. Com isso, o usuário tem a oportunidade de
propriedades disponíveis no modo de exibição Detalhes. As recuperar arquivos excluídos e restaurá-los para os locais
unidades de armazenamento que representam memórias per- originais. Características da Lixeira:
manentes do computador são identificadas, no Windows, por • Para excluir arquivos e levá-los para a Lixeira, pode-se
uma letra seguida do sinal de dois-pontos, como C:, A:, D: etc. adotar, inicialmente, os seguintes procedimentos:
1. pressionar a tecla delete ou CTRL + D;
3.2. Conceitos e utilização de Arquivos e Pastas 2. clicar com o botão direito do mouse sobre o objeto
a ser excluído e escolher a opção Excluir no menu de
3.2.3. Selecionar arquivos e/ou pastas contexto;
Para selecionar um grupo de arquivos ou pastas con- 3. clicar a opção de menu Início / Organizar / Excluir;
secutivos: 4. recortar o objeto e colar na pasta Lixeira;
• clicar no primeiro item, manter a tecla SHIFT pressiona- 5. arrastar o ícone do objeto para a Lixeira.
da e clicar no último item da lista de arquivos a serem • No Windows, um arquivo excluído nem sempre irá
selecionados; para a Lixeira. Para excluir definitivamente arquivos
• arrastar o ponteiro do mouse para criar uma seleção ou pastas, sem passar pela lixeira, é possível realizar as
em torno da área externa de todos os itens que se mesmas tarefas acima, mantendo pressionada a tecla
desejam incluir. SHIFT.
• Por padrão, a caixa de diálogo que funcionava como
Para selecionar arquivos ou pastas não consecutivos, uma ferramenta de segurança do Windows que tentava
Noções de Informática

manter a tecla CTRL pressionada e clicar em cada um dos impedir exclusões acidentais NÃO mais é apresentada
itens que se desejam selecionar. ao usuário para confirmar a exclusão de uma pasta ou
arquivo.
3.2.4. Renomear uma pasta ou arquivo selecionado • Um arquivo, enquanto armazenado na Lixeira, ainda
O nome de um arquivo é composto de duas partes, se- ocupa espaço no disco rígido de onde foi excluído. Seu
paradas por um ponto (.). A primeira é geralmente definida espaço será liberado quando o arquivo for removido
pelo usuário ou pelo programa que cria o arquivo e pode da Lixeira.
identificar o conteúdo ou a finalidade do arquivo. A segunda • Não é possível restaurar arquivos excluídos definitiva-
parte representa a extensão do arquivo e segue padrões que mente, usando ferramentas disponíveis numa instala-
identificam o tipo de arquivo, como exe, doc e ini. ção padrão do Windows.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Apenas arquivos de discos rígidos (HDs), internos ou 4.2. Otimizar Unidade
externos, conectados diretamente ao computador,
podem usar a lixeira.
• O Windows reserva um espaço no disco rígido para o
uso da lixeira, por padrão, igual a 10% dos primeiros 40
GB (4 GB) e mais 5% da capacidade de armazenamento Se em razão de ter gravado, de forma separada, informa-
do disco local (ou partição onde estiver instalado o ções no disco rígido, o computador comece a operar de forma
sistema) acima dos 40 GB iniciais. lenta, requerendo tempo maior que o usual para acessar os
arquivos, nessa situação, para tornar o computador mais
• O usuário pode configurar esse tamanho até o limite
rápido, recomenda-se a utilização da ferramenta de desfrag-
da capacidade total do disco. mentação, que é um utilitário que reorganiza os dados no
• O tamanho mínimo personalizado da lixeira é de 1 MB. disco rígido, de modo que cada arquivo seja armazenado em
• Ao excluir arquivo de forma que a capacidade de arma- blocos contíguos, ao invés de serem dispersos em diferentes
zenamento atual da lixeira seja excedida, ela eliminará áreas do disco e elimina os pequenos espaços em branco.
os mais antigos para liberar espaço e, assim, armazenar
o atual. 4.4. Limpeza de Disco
• Ao excluir arquivo que, individualmente, exceda a capa-
cidade total de armazenamento da lixeira, o Windows
avisa ao usuário que a exclusão será definitiva.
• É possível configurar a Lixeira para que os arquivos
não sejam para ela movidos, mas sempre removidos A Limpeza de disco (cleanmgr) ajuda a reduzir o núme-
permanentemente. ro de arquivos desnecessários no disco rígido selecionando
• Não é possível abrir arquivos que estão na Lixeira. automaticamente arquivos que possam ser excluídos com
• É possível esvaziar toda a Lixeira, confirmando a exclusão. segurança, possibilitando a liberação de espaço no disco rí-
• Ao restaurar um arquivo da Lixeira, o mesmo voltará gido do computador e ajudando, em alguns casos, a tornar
para o local de origem, usando opções do clique duplo mais rápida a execução do computador.
Ela pesquisa a unidade e mostra os arquivos que o usuário
/ Restaurar, botão direito / Restaurar ou menu Ferra-
pode excluir com segurança.
mentas da Lixeira, Restaurar.
• É possível restaurar arquivos e pastas da Lixeira para Histórico de Arquivos
qualquer outro local usando Recortar / Colar ou arras-
tando-os. Realiza cópias de segurança das pastas Documentos, Mú-
sicas, Imagens, Vídeos e Área de Trabalho e dos arquivos do
4. Ferramentas Administrativas OneDrive disponíveis off-line no computador de forma au-
tomática. Por padrão, esse recurso de backup é desabilitado,
São utilitários do sistema operacional que podem ser mas o processo para ativa-lo é simples: Painel de controle /
acessados a partir do Painel de Controle / Sistema e Segu- Sistema e Segurança / Histórico de Arquivos / Ligar.
Toda vez que arquivos pessoais forem alterados, haverá
rança / Ferramentas Administrativas ou pelo Explorador de uma cópia armazenada em um dispositivo de armazena-
Arquivos, clicando com o botão direito do mouse sobre o mento externo, dedicado, à escolha do usuário. Esse recurso
ícone de uma unidade de disco rígido e selecionando a opção continuamente protege os arquivos pessoais armazenados
Propriedades. e periodicamente (a cada hora por padrão) verifica o siste-
ma de arquivos procurando por mudanças e copia arquivos
Manutenção Automática alterados para outro local.

Recurso que permite ao Windows executar automatica- Novos Aplicativos


mente tarefas de manutenção, como atualizações de sof-
tware, verificação de segurança e diagnósticos do sistema. É Aplicativo Lista de Leitura
executada diariamente em um horário agendado ou quando
o computador não estiver em uso, sem atrapalhar a sua uti- A Lista de Leitura é um aplicativo onde o usuário pode
lização. O usuário também pode definir se o computador manter um controle do conteúdo da Web ou de seus apli-
cativos favoritos ao qual deseja retornar mais tarde. Esse
deve ser ativado, mesmo se a máquina estiver desligada,
aplicativo organiza o conteúdo que compartilhado com ele
quando a Manutenção Automática for executada, marcando em ordem cronológica, com títulos e imagens.
a opção Permitir que a Manutenção Automática ative meu • Aponte para o canto superior direito da tela, mova o
computador no horário agendado. A Central de Ações do ponteiro do mouse para baixo e clique em Compartilhar.
Windows notifica o usuário sobre a Manutenção Automática
em execução. Para acrescentar algo a ser lido mais tarde à Lista de Lei-
Noções de Informática

tura, durante a utilização de um aplicativo, deve-se apontar


4.1. Verificação de Erros para o canto superior direito da tela, mover o ponteiro do
mouse para baixo (Charms Bar) e clicar em Compartilhar. O
usuário receberá uma visualização do conteúdo e poderá
escolher uma categoria para o item ou criar uma nova. Clicar
em Adicionar fará o item aparecer na lista em Hoje.
Também conhecido como Scandisk, é um utilitário que Windows Store
procura e corrige erros nas unidades de disco, falhas que
envolvam a organização de arquivos e outras estruturas de Os aplicativos podem facilitar o uso do computador,
dados. apresentando novas possibilidades para realizar tarefas e

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se divertir. O Windows 8.1 vem com aplicativos nativos que o Pressione
ajudam a se socializar, manter contato com as pessoas, com- Para
esta tecla
partilhar e exibir documentos, organizar fotos, ouvir músicas Abrir a área de trabalho e iniciar o aplicativo
e assistir a filmes, mas podem ser encontrados ainda mais fixado na barra de tarefas, na posição indi-
aplicativos na Windows Store. +número cada pelo número. Se o aplicativo já estiver
Para localizar aplicativos para instalação na Windows em execução, alternar para esse aplicativo.
Store, deve-se clicar em Loja na tela Inicial ou na barra de Abrir a área de trabalho e iniciar uma nova
tarefas da área de trabalho. É preciso estar conectado à In- instância do aplicativo fixado na barra de
ternet para abrir a Loja e entrar no Windows usando uma +Shift+número tarefas, na posição indicada pelo número
conta da Microsoft. Abrir a área de trabalho e alternar para a úl-
+Ctrl+número tima janela ativa do aplicativo fixado na barra
Teclas de atalho com winkey de tarefas, na posição indicada pelo número
Abrir a área de trabalho e abrir a Lista de
Pressione +Alt+número Atalhos do aplicativo fixado na barra de
Para tarefas, na posição indicada pelo número
esta tecla
Abrir a área de trabalho e abrir uma nova
+F1 Abrir a Ajuda e Suporte do Windows
+Ctrl+Shift+ instância do aplicativo localizado na posição
Exibir ou ocultar a tela inicial número especificada, na barra de tarefas, como um
administrador
+B Definir o foco na área de notificação Percorrer aplicativos utilizados recentemen-
+Tab te (exceto aplicativos da área de trabalho)
+C Abrir os Botões
Percorrer aplicativos utilizados recentemen-
Exibir e ocultar a área de trabalho +Ctrl+Tab te (exceto aplicativos da área de trabalho)
+D
Percorrer aplicativos utilizados recentemen-
+E Abrir o Explorador de Arquivos te (exceto aplicativos da área de trabalho)
+Shift+Tab
Abrir o botão Pesquisar e procurar arquivos na ordem inversa
+F Alternar para o aplicativo que exibiu uma
Abrir o botão Compartilhar +Ctrl+B mensagem na área de notificação
+H
+I Abrir o botão Configurações +Seta para Maximizar a janela
cima
+K Abrir o botão Dispositivos
+Seta para Remover o aplicativo atual da tela ou mini-
+L Bloquear o computador ou trocar de usuário baixo mizar a janela da área de trabalho

+M Minimizar todas as janelas +Seta para a Maximizar a janela do aplicativo ou da área


esquerda de trabalho, no lado esquerdo da tela
+O Bloquear a orientação do dispositivo
Escolher um modo de exibição de apresen- +Seta para a Maximizar a janela do aplicativo ou da área
+P tação direita de trabalho, no lado direito da tela
Abrir o botão Pesquisar para pesquisar em Minimizar todas as janelas da área de traba-
qualquer lugar ou no aplicativo aberto (des- +Home lho, menos a ativa (restaura todas as janelas
+Q de que o aplicativo dê suporte à pesquisa com um segundo pressionamento)
de aplicativo) Alongar a janela da área de trabalho até as
+Shift+Seta
+R Abrir a caixa de diálogo Executar para cima partes superior e inferior da tela
Abrir o botão Pesquisar para pesquisar no Restaurar/minimizar janelas ativas da área de
+S Windows e na Web +Shift+Seta
para baixo trabalho verticalmente, mantendo a largura
+T Percorrer aplicativos na barra de tarefas
+Shift+Seta Mover um aplicativo ou uma janela na área
+U Abrir a Central de Facilidade de Acesso para a esquerda de trabalho, de um monitor para outro
ou direita
+V Percorrer notificações
+Barra de Alternar o idioma de entrada e o layout do
+Shift+V Percorrer notificações em ordem inversa espaços teclado
Abrir o botão Pesquisar e procurar confi- Alterar para uma entrada anteriormente
+W gurações +Ctrl+Barra
de espaços selecionada
+X Abrir o menu Link Rápido
+Enter Abrir o Narrador
Mostrar os comandos disponíveis no apli-
cativo +Shift+ponto Percorrer aplicativos abertos
Observação
Noções de Informática

+Z final (.)
Você também poderá ver algumas configu-
rações e opções se for para o botão Confi- +ponto final Percorrer aplicativos abertos
gurações, quando o aplicativo for aberto. (.)
+, Espiar temporariamente a área de trabalho Iniciar a reconversão do IME
+/
Exibir a caixa de diálogo Propriedades do
+Pause +Alt+Enter Abrir o WindowsMedia Center
Sistema
Procurar computadores (se você estiver em +adição (+)
+Ctrl+F uma rede) Ampliar ou reduzir usando a Lupa
ou subtração (-)
Restaurar janelas minimizadas na área de
+Shift+M trabalho +Esc Sair da Lupa

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WORD 2016 Faixas de Opções
Também chamadas de menus horizontais, guias ou abas ①
foram introduzidas no Office 2007. Esse novo componen-
te substitui menus, barras de ferramentas e a maioria dos
painéis de tarefas das versões anteriores do Word por um
O Word 2016 é a 16ª versão do processador de textos mecanismo único simples e fácil de explorar. Os novos menus
mais usado do mundo, lançado em 1983 para DOS e em agrupam as ferramentas por tarefa, mantendo os comandos
1989 para Windows. É um software que facilita a criação, usados com mais frequência sempre à mão.
edição e publicação de textos, permitindo ainda a inserção O local onde o Excel (e Word) mantém os botões faz
de imagens, tabelas e gráficos, como parte da suíte (pacote) parte da composição da barra de ferramentas do software,
de aplicativos para escritório Microsoft Office 2016. A ins- nome comum inclusive em diversos aplicativos Microsoft.
talação do Office 2016 exige, no mínimo, um computador O nome faixa de opções faz menção inclusive à barra de
com processador de 1 GHz (32 ou 64 bits), 1 GB (32 bits) ou ferramentas (equivalente ao conjunto de ícones na parte
2 GB (64 bits) de RAM, 3 GB de espaço livre no HD, sistema superior do software, onde o usuário pode acessar diversas
operacional Windows 7 ou mais recente. funcionalidades do software por meio de um único clique)

Os antigos menus verticais e as barras de ferramentas do • personalizar a Barra de Ferramentas de Acesso Rápido;
Word 2003 foram fundidos e se estendem em sentido hori- • mostrar a Barra de Ferramentas de Acesso Rápido
zontal de uma ponta à outra da interface. Cada uma das nove abaixo da Faixa de Opções;
guias básicas (Arquivo, Página Inicial, Inserir, Design, Layout, • personalizar a Faixa de Opções...;
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir) possui vários • recolher a Faixa de Opções.
Grupos ② que mostram comandos agrupados por funciona-
lidade. Um Comando ③ pode ser um botão, uma caixa ou A sequência dos menus, seus nomes e botões conti-
um menu (galeria). Mais opções de cada grupo podem ser dos em cada grupo podem ser alterados.
acessadas em uma janela, clicando nos Iniciadores de caixa
de diálogo ④, marcas em forma de seta diagonal existentes
no canto inferior direito de alguns grupos. Localização dos Comandos nos Menus

Guias adicionais/contextuais aparecerão sob de- De forma generalizada, os programas guardam em seus
manda ⑤, sempre que imagens, tabelas, desenhos, dia- menus todos os comandos disponíveis aos usuários, organi-
gramas (SmartArts), cabeçalhos, equações ou gráficos forem zados em uma ou outra lista de acordo com alguma caracte-
selecionados. Essas ferramentas contextuais permitem tra- rística comum entre eles. Mais importante do que memorizar
balhar com um conjunto específico de comandos voltados quais comandos estão dispostos em certo menu é conseguir
para o objeto selecionado, que aparecem com uma cor de perceber em qual deles deve estar certo comando, asso-
ênfase, após a última guia padrão. ciando seu funcionamento e características principais às de
outros pertencentes ao mesmo menu.
Personalização da Faixa de Opções Não existe uma definição oficial a respeito do tipo de co-
mando que pertence a cada menu. Obtida com a prática, uma
Para ganhar algum espaço na região central do aplicativo proposta para essa definição, apresentando o conteúdo dos
e exibir um trecho um pouco maior do documento em edição, menus e seus representantes de uso mais comum vem a seguir.
Noções de Informática

a faixa de opções pode ser retraída/ocultada/minimizada


com um clique duplo sobre qualquer uma das guias. A tecla Menu Página Inicial

de atalho CTRL+F1 ou o botão ⑥ também podem Em entrevistas com usuários, a Microsoft registrou os
ser usados com a mesma finalidade. comandos utilizados com maior frequência e os dispôs numa
guia exibida sempre que o Word é iniciado. Com isso, co-
Menu Arquivo/Opções/Personalizar Faixa de Opções mandos dos antigos menus Editar e Formatar, como Fonte,
ou clicar com o botão direito numa área livre ou botão da Parágrafo e Estilo, do Word 2003, entre os mais usados, são
Faixa de Opções mostra opções que permitem: facilmente encontrados no Menu Página Inicial.
• adicionar Grupo à Barra de Ferramentas de Acesso No Word, ao se selecionar um trecho de texto e se cli-
Rápido ⑦ (adiciona o botão ou grupo clicado); car o menu Página Inicial, é exibido um menu com diversas

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opções, entre as quais, a opção Copiar, que permite copiar funcionalidade que permite localizar palavras no documento
o trecho selecionado para a área de transferência, além de que está sendo editado.

Menu Arquivo e edição do texto com opções dos comandos desse menu,
denominado Backstage. Muito do que se faz no Word tem
Comandos usados com menor frequência durante a a ver com o gerenciamento de arquivos, executando-se
edição do texto e que executam ações no documento como tarefas comuns como abrir, fechar, salvar, imprimir e criar
um todo, sem alterar seu conteúdo. Então, como durante novos documentos. A organização dos comandos no menu
a utilização dos itens do menu Arquivo não há necessidade Arquivo mostra as tarefas de “bastidores” no programa - em
de enxergar o documento, o visual do menu Arquivo foi al- resumo, tudo aquilo que o usuário faz para um arquivo, e
terado para ocupar todo o espaço destinado à visualização não no arquivo.

Menu Layout

Apresenta comandos para configurar as páginas, onde aqueles mais importantes alteram todo o documento, ou partes
dele, gerando modificações no conteúdo das páginas.

Menu Exibir

Mostra recursos já disponibilizados pelo Word que alteram a visualização do documento e não necessitam configuração
antes de exibidos ao redor do documento, para orientar o trabalho do usuário.
Noções de Informática

Menu Inserir

Em oposição aos itens do menu Exibição, o menu Inserir mostra recursos que poderão ser trazidos de fora do Word e
necessitam configuração antes de inseridos dentro do documento.

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Menu Referências

Disponibiliza comandos para a inserção de Sumários (índices analítico, remissivo, de ilustrações e autoridades), Legenda
e Notas de rodapé.

Menu Revisão

Mostra comandos usados após a edição do documento, como revisão da ortografia, inserção de comentários e controle
de alterações do revisor.

Menu Correspondências

Mostra comandos para a criação de Malas Diretas, Envelopes e etiquetas.

Menu Página inicial Colar Especial (CTRL + ALT + V)


A parte inferior do botão Colar permite optar por um
Grupo Área de Transferência formato de colagem diferente do padrão – Colar Especial...
Um trecho de planilha do Excel será colado, por padrão,
A Área de Transferência (clipboard, em inglês – prancheta) como tabela comum no Word se usado CTRL+V, simples-
é um espaço da memória RAM do computador usado como mente. Caso se necessite aplicar de outra forma a planilha
área de armazenamento temporário para os itens que são co- no documento atual, como uma imagem, apenas seu texto
piados ou recortados e podem ser depois aplicados (colados) ou mantendo vínculo com a planilha de origem (colar como
no mesmo aplicativo ou em outro. Os comandos do Word que, objeto), o atalho de teclado CTRL+ALT+V pode ser usado,
de alguma forma, usam a área de transferência do Windows
ficam dispostos neste grupo, como Recortar, Copiar, Colar. assim como o pequeno ícone que aparece ao
A seguinte sequência de ações permitirá copiar a palavra lado do trecho colado de forma simples, permitindo escolher
“fértil” em outro ponto do texto: aplicar um clicar duplo sobre entre as opções:

a palavra “fértil”; clicar o botão ; clicar no local onde


se deseja colocar a cópia da palavra; clicar o botão .
Noções de Informática

Como as teclas de atalho para os comandos Copiar


(CTRL+C) e Colar (CTRL+V) são amplamente usadas e conhe-
cidas, é comum que sejam exigidas as imagens dos botões
associadas a eles. Memorize-as.
Considerando-se que o computador em uso esteja exe-
cutando o sistema operacional Windows, é correto afirmar

que, por meio do ícone , pode-se saber se a área de


transferência do Windows está vazia.

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① Marcadores, ② Numeração e ③ Lista de Vários Níveis:
Pincel de Formatação criam listas destacando o início de cada parágrafo com símbo-
los ou números. Podem-se criar listas com vários níveis, usando
Copia a FORMATAÇÃO de um trecho de texto ou elemen-
quaisquer símbolos, imagem, letras e números variados.
to gráfico para outro. Basta selecionar o trecho que possui
a formatação desejada, clicar no pincel e selecionar o tre- ④ Diminuir Recuo (esquerdo): CTRL + SHIFT + M. ⑤
cho que receberá a formatação. Clicar duas vezes no botão Aumentar recuo (esquerdo): CTRL + M.
mantém a ferramenta ativa enquanto a formatação copiada ⑥ Classificar: coloca o texto selecionado em ordem al-
é colada em vários trechos de texto. fabética ou classifica dados numéricos.
⑦ Mostrar Tudo (CTRL+*): mostra os caracteres não
Página Inicial / Área de Transferência / Pincel de For- imprimíveis, como marcas de parágrafo e outros símbolos
matação ou (CTRL + SHIFT + C – copiar formatação e CTRL + de formatação ocultos.
SHIFT + V – colar formatação).
Alinhamento: define a posição dos parágrafos com
Grupo Fonte relação a qualquer formatação de recuo. Para alinhar os
parágrafos com relação às margens esquerda e direita do
documento, deve-se remover qualquer formatação de recuo.

⑧ ⑨
Alinhar à Esquerda Centralizar
① Tipo da Fonte (CTRL+SHIFT+F). CTRL + Q CTRL + E
② Tamanho da Fonte (CTRL+SHIFT+P): tamanhos de 8
a 72. Limites: mínimo 1 e máximo 1638, com variações de
0,5 ponto.
⑩ ⑪
③ Aumentar Fonte: CTRL + > (lista pré-definida) ou CTRL Alinhar à Direita Justificar
+ ] (um ponto mais). CTRL+G CTRL + J
④ Reduzir Fonte: CTRL + < (lista pré-definida) ou CTRL
+ [ (um ponto menos).
⑤ Maiúsculas e Minúsculas: altera a capitalização do ⑫ Espaçamento Entre linhas: define o espaço vertical
texto selecionado. O atalho de teclado SHIFT+F3 alterna o entre as linhas dentro dos parágrafos selecionados texto.
texto selecionado entre maiúsculas e minúsculas, como no
ciclo representado a seguir, funcionando como alternativa
ao uso desse botão.
⑥ Limpar Formatação: remove formatos de fonte (CTRL
+ Espaço) e parágrafo (CTRL + F), devolvendo o texto se- Simples 1,5 Duplo
lecionado ao estilo Normal, padrão de formatação que o (CTRL + 1) (CTRL + 5) (CTRL + 2)
documento usava quando criado.
O comando Limpar Formatação não removerá o real- ⑬ Sombreamento: colore o plano de fundo atrás do
ce do seu texto. Para limpá-lo, selecione o texto realçado texto ou parágrafo selecionado. ⑭ Bordas.
e clique na seta ao lado de Cor de Realce de Texto e clique
em Sem Cor. 3.5. Estilos (e formatação)
⑦ Negrito: CTRL + N ou CTRL + SHIFT + N ⑧ Itálico: CTRL
+ I ou CTRL + SHIFT + I. Conjunto de ações de formatação que podem ser apli-
⑨ Sublinhado: aplica à seleção o último estilo de subli- cadas ao texto, tabelas e listas do documento para alterar
nhado selecionado nas opções da seta. A tecla de atalho sem- rapidamente sua aparência. Ao aplicar um estilo, todo um
pre aplica sublinhado simples (CTRL + S ou CTRL + SHIFT + S). grupo de formatos é aplicado em uma simples operação.
⑩ Tachado ⑪ Subscrito: CTRL + =. ⑫ Sobrescrito: CTRL
+ +.
⑬ Efeitos de texto: aplica um efeito visual ao texto se-
lecionado como sombra, brilho e reflexo.
⑭ Realce. ⑮ Cor da Fonte.
Noções de Informática

Grupo Parágrafo

É possível criar e modificar os estilos. As modificações


em um estilo serão aplicadas automaticamente a todos os
trechos de texto que usem esse estilo no documento atual.

No Word, as opções de modificação de um estilo, por


exemplo, o Normal, incluem alterações na formatação de
fonte e de tabulação do texto.

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Um índice analítico pode ser inserido no Word para faci- formatação do documento e possibilita o compar-
litar a identificação de conteúdos de um documento, sendo tilhamento de arquivo. O formato PDF garante que
necessárias configurações específicas que atribuam estilos quando o arquivo é exibido online ou é impresso,
de títulos como entradas para formar o índice. É necessário mantenha exatamente o formato pretendido e os da-
aplicar estilos apropriados aos títulos do documento a serem dos no arquivo não podem ser facilmente alterados.
inseridos no sumário, para, dessa forma, o programa poder O formato PDF também é útil para documentos que
identificar tais títulos. serão reproduzidos usando métodos de impressão
comercial.
Menu Arquivo (ALT + A) XPS (XML Paper Specification) XPS é um formato de ar-
quivo eletrônico de layout fixo que preserva a formata-
Substitui o Botão Office da versão anterior, apresen- ção do documento e possibilita o compartilhamento de
tando várias opções do menu Arquivo do Word 2003, arquivo. O formato XPS garante que quando o arquivo é
como Novo, Abrir, Salvar, Salvar como, Imprimir, Fechar. exibido online ou é impresso, mantenha exatamente o
Uma nova coluna com várias opções aparece à direita dos formato pretendido e os dados no arquivo não podem
botões mostrando recursos adicionais, como em Recente, ser facilmente alterados.
Novo e Imprimir. Um documento elaborado no Microsoft Word pode
A exibição padrão é Informações, que mostra infor- ser convertido em um arquivo no formato pdf, o que
mações sobre o arquivo em uso, como tamanho, número impede que ele seja alterado.
de palavras e páginas e a data da última alteração. É aqui A principal vantagem do formato pdf é a consistência
também onde se converte um arquivo de versão anterior, obtida em todos os tipos de computadores, ou seja, o
definem permissões, prepara o compartilhamento de um documento aparecerá de maneira idêntica indepen-
documento e gerencia diferentes versões que tenham sido dentemente da plataforma em que ele estiver sendo
salvas. lido.
• Outros formatos – abre a caixa de diálogo Salvar como
Salvar Como... (F12) para selecionar entre todos os tipos de arquivos pos-
síveis.
– TXT – texto sem formatação (compatibilidade com
Mostra uma lista de opções para que Bloco de Notas).
o usuário salve o documento atual com outro nome, em ou- – RTF – Rich Text Format (compatibilidade com Wor-
tro local (cria cópias de segurança) e com outras extensões: dPad, editor de textos do Windows).
• Documento do Word – mantém a extensão DOCX ou – HTML – página Web.
DOTX (modelo de arquivo, sem macro). – XML – linguagem de marcação extensível.
• Documento Habilitado para Macro – extensão DOCM
ou DOTM (modelo do Word com macro). No Word, por meio do recurso de compartilhamento de
No Word, um modelo pode assumir as extensões .dotx documento, diferentes usuários podem editar um mesmo
ou .dotm. O tipo de terminação de arquivo .dotx per- documento, ao mesmo tempo, mantendo a sincronia das
mite habilitar macros no arquivo. alterações efetuadas.
Documentos, planilhas e apresentações criados na É possível definir senhas para proteger um documen-
versão 2010 do Office são salvos no formato XML e, to, permitindo que somente os revisores autorizados mo-
por isso, apresentam as letras “x” ou “m” nas exten- difiquem o conteúdo de um arquivo. Na caixa de diálogo
sões de nome de arquivo; “x” significa um arquivo XML Salvar como, o item Ferramentas / Opções Gerais... mostra
sem macros. Por exemplo, ao salvar um documento no
as seguintes opções:
Word, o arquivo utilizará, por padrão, a extensão .docx
em vez da extensão .doc.
• Documento do Word 97-2003 – salva uma cópia do
documento que será totalmente compatível com o
Word 97-2003.
• Documento do Works – salva uma cópia com formato
WPS.
• Texto OpenDocument – salva o documento no formato
Documento Aberto (ODT).
Quando o usuário trabalha com dois formatos de ar-
Noções de Informática

quivo, como .docx e .odt, pode haver diferenças de for-


matação e nem todos os recursos estarão disponíveis.
O usuário poderá converter dados e conteúdo, mas a
maneira como se trabalha com o conteúdo pode ser No Word, as informações de um documento podem ser
diferente, dependendo dos formatos usados. protegidas/desprotegidas, por meio de senha, de modo a
• PDF ou XPS – publica uma cópia do documento como restringir/permitir a determinados usuários os processos de
um arquivo PDF ou XPS. formatação e de edição do texto. Por meio dessa opção, é
PDF (Portable Document Format) PDF é um formato possível atribuir funções específicas apenas aos usuários aos
de arquivo eletrônico de layout fixo que preserva a quais foi concedida permissão.

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Menu Layout da Página

Colunas (estilo de boletim informativo)

Contínua: insere uma quebra de seção e começa a nova


seção na mesma página. Útil para criar uma alteração de
formatação, como um número diferente de colunas em uma
Em colunas em estilo de boletim informativo, o texto flui mesma página.
continuamente do fim de uma coluna para o início da coluna
seguinte. O usuário pode especificar o número de colunas
que deseja em estilo de boletim informativo, ajustar suas
larguras e adicionar linhas verticais entre colunas. Também
é possível adicionar um título de faixa que abranja a largura
da página.

Página Ímpar ou Página Par: insere uma quebra de seção


e inicia a nova seção na próxima página de número ímpar ou
par. Útil para que os capítulos do documento sejam sempre
iniciados em uma página ímpar ou par.
Quando uma linha, coluna ou página é preenchida com
texto ou elementos gráficos, o Word insere uma quebra “au-
tomática” (ou involuntária) e cria uma nova. O usuário pode
forçar uma quebra em um local específico inserindo uma
quebra de linha, coluna ou página “manual” (ou forçada).

Quebras

Seção: é uma parte independente de um documento em


que o usuário define determinadas opções de formatação
de página, como numeração de linha, número de colunas ou
cabeçalhos e rodapés. As seções permitem variar o layout de
um documento em uma página ou entre páginas.
① Quebra de página automática.

② Quebra de página manual.


① Seção formatada como uma única coluna.
② Seção formatada como duas colunas.
Por exemplo, o usuário pode forçar uma quebra de página
Quebras de seção: dividem o documento em seções que, para assegurar que o título de um capítulo comece sempre
depois, podem ser formatadas independentemente. É possí- em uma nova página.
vel formatar um documento em seções diferentes para que
uma use orientação retrato e, outra, paisagem.
Numa monografia onde a capa não deve mostrar núme-
Noções de Informática

ros de página, o índice deve ter numeração romana e o corpo


do trabalho numeração arábica, a quebra do documento em
três seções permite que todas estas partes permaneçam jun-
tas num arquivo único. Quebra de página: o Word insere uma quebra de página
Tipos de quebras de seção (a linha pontilhada dupla re- automaticamente quando o texto digitado atinge o final de
presenta uma quebra de seção): uma página. Se for necessário que a página seja quebrada
Próxima Página: insere uma quebra de seção e começa em um local diferente, o usuário poderá inserir uma quebra
a nova seção na próxima página. Útil para iniciar novos ca- de página manual, que marca o ponto em que uma página
pítulos em um documento. termina e outra página começa.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Quebra de linha: a quebra de linha manual encerra a Clip-Art: mostra um painel para pesquisa por imagem
linha atual e faz com que o texto continue na linha seguinte. vetorial, filmes, sons ou fotos de catálogo no documento.
Formas: insere formas geométricas prontas, como círcu-
los, quadrados e setas.
SmartArt: um elemento gráfico SmartArt é uma repre-
sentação visual das informações que podem ser criadas com
rapidez e facilidade, escolhendo entre vários layouts dife-
Quebra de coluna: leva o texto após o cursor para uma rentes, para comunicar mensagens ou ideias com eficiência.
nova coluna. Gráfico: insere vários tipos de gráficos de dados, como
gráficos de colunas linhas, pizza, barras, área, dispersão,
ações, superfície, rosca, bolha e radar.
Instantâneo: tira uma foto de todas as janelas abertas no
computador ou de parte delas e as adiciona ao documento.
Hyperlink (CTRL+K): cria uma ligação entre o objeto se-
lecionado e um outro objeto (página da web, arquivo, outro
Quebra Automática de Texto: separa o texto ao redor do local do mesmo documento, envio de email ou criação de
objeto. Por exemplo, separa o texto das legendas do corpo novo documento).
do texto.

quebras atalhos (ENTER)


coluna CTRL + SHIFT + ENTER
linha SHIFT + ENTER
página CTRL + ENTER

No MS Word, a opção de inclusão de uma quebra de Indicador: atribui um nome ao ponto do documento
seção contínua possibilita, na seção selecionada, atribuir al- onde está o cursor, para que um hiperlink possa ser criado
guns recursos de formatação, exclusivos à seção desejada, apontando para este local específico.
sem que os mesmos recursos sejam efetivos nas demais se- Referência Cruzada: insere um hiperlink automático para
ções do documento, como formatação de colunas, margens o local atual, que pode mais tarde ser citado em outros pon-
e parágrafos. tos do documento e trazer o usuário de volta àquele local
específico.
Menu Inserir Cabeçalho e Rodapé: áreas situadas nas margens supe-
rior e inferior, de cada página de um documento, onde pode-
Folha de Rosto: insere uma página no início do documen- -se inserir textos ou elementos gráficos – como números de
to, completamente formatada, com alguns campos para pre- página, data, logotipo de uma empresa, o nome de arquivo
enchimento com informações sobre o arquivo, autor e data. do documento— que são impressos no início ou no fim de
cada página de um documento.

Página em Branco: insere uma nova página em branco


na posição do cursor.
Quebra de Página: insere quebra de página na posição
do cursor, levando o texto à sua direita dele para uma nova
página, na mesma seção.
Imagem: abre caixa de diálogo para seleção de imagem
a ser inserida na posição atual do cursor.
Noções de Informática

Os cabeçalhos e rodapés aparecem apenas no modo de


exibição de layout de impressão (modo de exibição de um
documento da forma como ele aparecerá quando for impres-
so. Por exemplo, itens como cabeçalhos, notas de rodapé,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
colunas e caixas de texto aparecem em suas posições reais) Equação (ALT+=): para criar e editar equações e fórmu-
e em documentos impressos. Eles não aparecem nem são las, as versões anteriores do Word usavam o suplemento
impressos nos documentos da Web exibidos em navegado- Microsoft Equation 3.0. O Word 2013 inclui suporte interno
res. No entanto, são mantidos no documento da Web, de para escrever e editar equações.
modo que apareçam quando o usuário retornar ao formato Símbolo: adiciona ao texto caracteres que não estão
disponíveis no teclado, como letras gregas, símbolos mate-
.docx do documento.
máticos, de moeda etc.
Número de Página: insere numeração da página com for-
matações e posições pré-definidas. A numeração da página Tabela
pode ser formatada pelo usuário para iniciar em numeração
específica e usar algarismos romanos ou letras.
Caixa de Texto: insere caixas de texto pré-formatadas,
que podem ser redimensionadas, colocadas sobre qualquer
parte do texto e apresentar formatação independente do
restante do texto no documento.
Partes Rápidas: cria, armazena, localiza e insere partes
reutilizáveis de conteúdo, incluindo AutoTexto, propriedades
do documento, como título e autor, e campos.
• AutoTexto: conteúdo reutilizável que pode ser arma-
zenado e acessado sempre que necessário. O usuário pode
salvar o AutoTexto na galeria de AutoTexto selecionando
o texto que deseja reutilizar, clicando em AutoTexto e em
Salvar Seleção na Galeria de AutoTexto (ALT+F3), definin-
do um pequeno nome pelo qual o bloco de texto deve ser
conhecido e armazenado. Para reutilizá-lo basta digitar seu
nome e pressionar F3.
• Propriedade de Documento: permite escolher em
uma lista de propriedades que o usuário pode inserir no
documento.
• Campo: códigos de campo para inserir campos que
podem fornecer informações atualizadas automaticamente,
O Word oferece diversas maneiras de criar uma tabela. A
como a hora, título, números de página e assim por diante.
melhor maneira depende do grau de complexidade desejado.
• Organizador de Blocos de Construção: mostra todos Tabelas Rápidas: modelos de tabelas para inserir uma
os blocos de construção disponíveis no Word. Também é tabela com base em uma galeria de tabelas pré-formatadas.
possível editar propriedades, excluir e inserir blocos de cons- Converter Texto em Tabela...: transforma o texto selecionado
trução. em tabela, usando caracteres separadores — como vírgulas
WordArt: forma rápida de fazer o texto se destacar com ou tabulações — para indicar onde se deseja dividir o texto
efeitos especiais. Após definição do efeito artístico a ser apli- em colunas e marcas de parágrafo para indicar onde se deseja
cado ao texto selecionado, a guia contextual Ferramentas de começar uma nova linha.
Desenho permite configurar o efeito aplicado.
Letra Capitular: transforma a primeira letra do parágrafo
selecionado em letra maiúscula grande, destacando-o. É possível criar uma tabela dentro de outra tabela (ta-
Linha de Assinatura: insere uma linha de assinatura que bela aninhada) para elaborar páginas da Web ou inserir
especifica quem deve assinar. textos e elementos gráficos em diferentes células de tabela
Data e Hora: adiciona rapidamente a data e hora atuais compondo um layout diferenciado. Uma tabela pode ainda
no ponto de inserção, permitindo escolher o formato e so- ser copiada para dentro de outra.
licitar atualização automática.
Objeto: insere um objeto externo que permanecerá vin-
culado ao programa que o criou. Quando clicado duas vezes
o programa será executado para modificar o objeto, como
planilhas, apresentações, imagens, fórmulas e gráficos.
Noções de Informática

Planilha do Excel: insere uma pasta de trabalho do Excel


no ponto de inserção, como um objeto, a qual pode ser edi-
tada no Word, usando-se todas as ferramentas e recursos
do Excel.
Inserir Tabela...: arrastar o mouse sobre a grade selecio-
na o número de linhas e colunas que se deseja inserir no local
do cursor. O comando Inserir Tabela... permite que o usuário:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Especifique as dimensões e o formato da tabela antes AutoVerificação
da inserção da tabela no documento. SINALIZA trechos de texto usando um sublinhado ondula-
• Em Tamanho da tabela, insira o número de colunas e do vermelho para indicar possíveis problemas de ortografia e
linhas. sublinhado ondulado verde para indicar possíveis problemas
• Em Comportamento de AutoAjuste, escolha as opções gramaticais, facilitando sua identificação e posterior corre-
para ajustar o tamanho da tabela. ção, usando as seguintes opções:
1) clicar com botão direito no trecho sublinhado com
Após criar uma tabela, o Word oferece diversas maneiras ondulado vermelho ou verde.
de formatar essa tabela. Se o usuário decidir usar Estilos
de tabela (guia contextual Ferramentas de Tabela/Design), 2) clicar em na barra de status.
poderá formatar sua tabela de uma vez e até mesmo ter 3) ALT + F7.
uma visualização de como será a aparência de sua Tabela
formatada em um determinado estilo antes de aplicar de
fato o estilo (Visualização Dinâmica). 4) na Guia Revisão.
5) F7.
Menu Referências 6) alteração direta no texto.
7) alterar o idioma da revisão.
Sumário (Índice Analítico)

O Sumário é um campo do Word que prepara uma pe-


quena lista organizada e enumerada para exibir a sequência
dos assuntos abordados em um documento.

Durante a correção, é possível ignorar, adicionar ao


Dicionário ou alterar os erros baseado em sugestões que
A preparação para a criação de um sumário consiste na o Word apresenta. Os erros gramaticais mais comuns são:
aplicação de estilos de título — por exemplo, Título 1, Título concordância nominal e verbal, pontuação, excesso de es-
2 e Título 3 — ao texto que deseja incluir no sumário. O Word paços, crase, capitalização.
pesquisa esses títulos e os insere no sumário do documento.
Criado o sumário dessa maneira, pode-se atualizá-lo fa- No Microsoft Word, o recurso de verificação de ortografia
cilmente após alterações no documento, clicando sobre ele e gramática é útil para o usuário corrigir termos ou trechos
com o botão direito do mouse, a opção Atualizar Sumário que são marcados conforme determinada convenção. Por
da guia Referências ou o atalho de teclado F9. exemplo, quando a marcação aparece como uma linha ver-
melha ondulada abaixo do termo, significa que esse termo
Notas de Rodapé apresenta grafia incorreta; se a marcação aparece como uma
linha verde ondulada abaixo do segmento marcado, há indí-
Notas de Rodapé são usadas para apresentar informa- cios de potenciais erros gramaticais nesse segmento.
ções adicionais que são inapropriadas para o corpo do texto
e para identificar as citações incluídas no documento. São Controlar Alterações (CTRL+SHIFT+E): para evitar que o
exibidas ao final da página onde a nota foi inserida e o Word usuário distribua documentos inadvertidamente contendo
acrescenta automaticamente uma marca no ponto de sua alterações controladas e comentários, o Word exibe as alte-
inserção no texto. rações controladas e os comentários por padrão.

As notas de fim são idênticas às notas de rodapé, exceto


pelo fato de aparecerem ao final do documento, e não no Novo Comentário: insere uma observação ou anota-
ção ao documento. O Word exibe o comentário em um
Noções de Informática

fim da página onde foram inseridas.


balão na margem direita ou no Painel de Revisão com as
iniciais do usuário que inseriu o comentário. Eles podem
Menu Revisão ser impressos.
Ortografia e Gramática

No Microsoft Word, é possível encontrar recursos como


dicionário de sinônimos, verificação ortográfica, controle de
alterações e, ainda, criar restrições de formatação e edição
do documento.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Menu Correspondências Tabulação e Recuos: as marcas de tabulação sobre a ré-
gua permitem indicar onde começa um recuo ou uma coluna
No Word, é possível criar uma mala direta a partir de de texto, indicando o alinhamento do texto à esquerda, à
um modelo de carta. Nesse caso, o modelo é conectado a direita, centralizado ou de acordo com um caractere decimal
uma fonte de dados, a qual é um arquivo que contém as ou de barra.
informações a serem mescladas no documento principal. Os recuos determinam a distância das linhas dos parágra-
fos selecionados em relação às margens esquerda ou direita.

Recuo especial de primeira linha


Recuo especial de deslocamento
Recuo à esquerda
Recuo à direita

Botão esquerdo 2x: Página Inicial / Parágrafo ou


(CTRL + M) – os recuos especiais não podem ser negativos.

Mala Direta Exibição/Janela/Dividir e Remover divisão: no Word


2013, a partir do menu Exibição, é possível dividir em duas
No Microsoft Word, pode-se usar a mala direta para partes a janela de um documento que esteja em edição, de
enviar e-mails personalizados a uma lista de endereços de modo que seções diferentes do mesmo documento possam
e-mail contida no Outlook ou em um banco de dados. ser vistas simultaneamente.

Área de Trabalho
Réguas

As réguas horizontais e verticais no Word são normal-


mente usadas para alinhar texto, gráficos, tabelas e outros
elementos em um documento. Podem ser ocultadas e pos- Visualização Dinâmica
sibilitam controlar a formatação das margens, cabeçalho e
rodapé, recuos, tabulação. Mostra uma visualização da forma como um recurso afeta
o documento ao passar o mouse sobre uma opção de forma-
Margens: clicar duas vezes a região escura da régua mos- tação de fonte, estilo, imagem etc. A formatação será aplicada
tra a caixa de diálogo Configurar Página, onde se pode definir ao documento apenas após o clicar com o mouse (desativação
o tamanho das margens. em Arquivo / Opções / Geral / Visualização Dinâmica).

Seleção com o mouse

Local clicar... seleciona...


2x sobre uma palavra a palavra
1x sobre uma palavra, com a tecla CTRL pressionada a frase onde está a palavra
3x sobre uma palavra o parágrafo onde está a palavra
texto

e arrastar ou com a tecla SHIFT pressionada do início ao fim do trecho


selecionando um trecho, segurar CTRL, selecionar outros trechos trechos não adjacentes
e arrastar sob qualquer trecho, com a tecla ALT pressionada uma área retangular
1x a linha mais próxima do clicar
esquerda
margem

2x o parágrafo próximo ao clicar


Noções de Informática

3x (ou CTRL + clicar) o documento todo (texto todo)

Minibarra de Ferramentas

Ao selecionar texto em um documento, a Minibarra de


ferramentas aparecerá de maneira desbotada. Apontar o
mouse para ela fará com que fique sólida e será possível
clicar em uma opção de formatação nela.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
EXCEL 2016 alfabética, da esquerda para a direita (nome da última co-
luna = XFD), e 1.048.576 linhas (220) ② numeradas de cima
para baixo.
No MS Excel, a planilha corresponde às páginas dispo-
níveis ou criadas para uso dentro de um arquivo do Excel,
enquanto a pasta de trabalho é o nome do arquivo propria-
O Microsoft Office Excel 2016 é a 16ª versão da planilha
mente dito. Ao se salvar um arquivo, salvam-se todas as
eletrônica mais usada no mundo, lançado em 1987 para Win-
planilhas nele contidas.
dows. É um software que facilita a análise de dados inseridos
em uma grande tabela (folha de cálculo), realizando cálculos
e construindo gráficos. O Excel é destinado à elaboração de Guia das Planilhas ④: mostra a planilha atual de tra-
tabelas e planilhas eletrônicas para cálculos numéricos, além balho e, por padrão, outras duas disponíveis. Podem ser
de servir para a produção de textos organizados por linhas e renomeadas e coloridas, excluídas ou adicionadas, movidas
colunas identificadas por números e letras. ou duplicadas.
Para se alterar o nome da planilha é suficiente dar um
Área de Trabalho duplo clique em ; digitar o nome e pressionar
a tecla Enter.
Pasta: arquivo do Excel criado com uma planilha (página)
pronta para edição. Página Inicial / Células / Inserir / Inserir Planilha (SHIFT
+ F11) ou
Planilha: tabela, folha ou página de cálculo, formada por
16.384 colunas (214) ①, dispostas na vertical, em ordem Página Inicial / Células / Formatar / Renomear Planilha

Célula ③: retângulo formado pelo cruzamento de uma Fórmulas / Nomes Definidos / Definir Nome... ou
coluna e uma linha, onde são inseridos os dados e cálculos. Gerenciador de Nomes
O nome, endereço ou referência de uma célula é dado pela
coluna, seguida da linha que a formam. O Excel 2010 possui Barra de fórmulas ⑥: mostra o CONTEÚDO da célula
17.179.869.184 células (234). Quando é inserido um cálculo ativa e permite editá-lo.
na célula, esta pode ser chamada célula de absorção ou cé- Ao se realizar um cálculo no Excel, a fórmula é inserida
lula de resultado.
Para se inserir dados em uma planilha do Microsoft Excel, na barra de fórmulas, no campo eo
resultado é disponibilizado em uma célula.
deve-se, inicialmente, selecionar a célula onde os dados serão
Noções de Informática

inseridos. Esse procedimento pode ser realizado com o uso do


mouse, posicionando o cursor na célula desejada, ou a partir das Conteúdo x Resultado: o que é mostrado na barra de
setas do teclado, ou teclando ENTER, para, em seguida, se digitar fórmulas é o conteúdo – o que é mostrado na célula é a
os dados na célula e, por fim, confirmar a operação com ENTER. representação do conteúdo, ou o seu resultado.

Caixa de nome ⑤: identifica a célula ativa, gráfico ou Autocálculo ⑦: recurso presente na barra de status que
objeto de desenho selecionado, localiza uma célula qualquer, mostra, para células selecionadas, a média aritmética, con-
atribui nome a uma célula ou intervalo de células. tagem de células com dados e a soma desses valores. Pode
Página Inicial / Edição / Localizar e Selecionar / Ir para... mostrar ainda o mínimo, máximo e contagem de números.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Seleção e Edição de Células

clicar... seleciona...
1x em uma célula a célula
2x em uma célula edita o conteúdo na célula
e arrastar intervalo de células (células adjacentes)
em uma célula, manter a tecla SHIFT pressionada, clicar em
intervalo de células (células adjacentes)
outra célula
em uma célula, manter a tecla CTRL pressionada, clicar em adiciona células à seleção anterior
outra célula (seleciona células não-adjacentes)
no cabeçalho da coluna ou linha toda a coluna ou linha
no retângulo entre os cabeçalhos das colunas e linhas todas as células da planilha atual
no ponto médio entre duas colunas ou linhas e arrastar altera a largura da coluna anterior ou altura da linha anterior

Caracteres Especiais
Iniciadores de Cálculo

Caractere Nome Características Os operadores aritméticos do Excel 2007 para a multi-


= igual caractere amplamente utilizado plicação, divisão, potenciação e porcentagem são, respecti-
mesma funcionalidade do =, menos vamente, *, /, ^ e %.
+ mais Ao se iniciar uma fórmula no MS Excel com o sinal de =,
usado
indica-se que o conteúdo de determinada célula será um cálculo,
- menos altera o sinal do primeiro valor
cujas operações, se houver vários operadores aritméticos, serão
@ arroba usado apenas para funções resolvidas na seguinte sequência: potenciação, multiplicação e
No Microsoft Excel, o caractere que se utiliza para iniciar divisão, adição e subtração, respectivamente. O uso de parên-
fórmulas de cálculo é o sinal de igual (=), sem o qual o sistema teses pode alterar a sequência de resolução de uma operação.
interpreta os dados como sendo números simples ou dados Para se calcular a média aritmética dos números contidos
alfanuméricos. nas células B2, B3 e B4, inserindo-se o resultado na célula
No Excel, uma célula de resultado, também conhecida B5, é suficiente clicar a célula B5, digitar =B2+B3+B4/3 e, em
como célula de absorção, deve ser preenchida com conteú- seguida, teclar ENTER.
do antecedido dos seguintes sinais: = (igual), @ (arroba), +
(mais) ou – (menos). Operadores de Comparação
Operadores Matemáticos
Caractere Operação Caractere Operação
Prioridade Caractere Operação = igual a >= maior ou igual a
1º ()e% Parênteses e Porcentagem > maior que <= menor ou igual a
Potenciação (Exponenciação) < menor que <> diferente de
2º ^ e ^(1/x)
e Radiciação
3º *e/ Multiplicação e Divisão
4º +e- Soma e Subtração

Operadores de Referência

Símbolo Função / Exemplo leitura


Representa intervalos de células (células adjacentes) Soma de
: dois pontos
=SOMA(A1:A20) A1 ATÉ A20
Operação de união, usada para unir células ou intervalos
Soma de
; ponto e vírgula distintos
A1 E A20
=SOMA(A1;A20)
Operação de interseção. O espaço em branco é usado para Soma da interseção de A1 até
Noções de Informática

espaço simples destacar células comuns a dois intervalos A10


=SOMA(A1:A10 A1:C5) com A1 até C5
Cria referências mistas e absoluta. Fixa o endereço da célula. A1 multiplicado
$ cifrão
=$A$1*B$2 por B2
Identifica uma célula de outra planilha, na mesma pasta Multiplica a célula A1, da planilha
! exclamação
=Plan2!A1*B5 Plan2 por B5 da planilha atual
Multiplica a célula A1, da planilha
Identifica uma célula de outra planilha, em outra pasta
[] colchetes Plan2, da pasta Teste.xls por B5
=[Teste.xls]Plan2!A1*B5
da planilha atual

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
vazias, valores lógicos, texto ou valores de erro na matriz ou
referência são ignorados. Nos cálculos simples, onde apenas
referências e operadores matemáticos são utilizados, células
com texto geram erro e células vazias são tratadas como zero.

No Excel, é comum o uso de referências para a criação de


intervalos em uma tabela. Por exemplo, B20:D30 se refere
às células que se encontram nas colunas B, C e D, da linha
20 a 30.
No Excel, em uma planilha em edição, caso se deseje
fazer referência à célula A22 de uma outra planilha denomi-
nada Planejamento, que esteja em outro arquivo chamado
receitas.xls, localizado no mesmo diretório em que esteja o Os argumentos que são valores de erro ou texto que não
arquivo que contenha a planilha em edição, será suficien- podem ser traduzidos em números geram erros.
te digitar, na planilha em edição, a expressão [receitas.xls]
Planejamento!A22.
Inserir fórmulas
Operador de Texto
Quando o usuário cria uma fórmula que contém uma
função, a caixa de diálogo Inserir função ajuda o usuário a
Caractere Operação inserir funções de planilha. Enquanto o usuário digita uma
& conecta, ou concatena, valores de células função na fórmula, a caixa de diálogo Inserir função exibe
diferentes para produzir um valor de texto seu nome, cada um de seus argumentos, as descrições, seu
único resultado atual e o resultado atual da fórmula inteira.

Principais Funções do Excel

=SOMA(núm1; núm2;...)
• Retorna a soma de todos os números na lista de ar-
gumentos.
3.6. Precedência (prioridade)
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 255 que se de-
seja somar.

Em uma planilha do Excel 2016, a fórmula =SOMA(B2:B11)


apresenta a sintaxe correta para se obter a soma dos valores
contidos nas células da linha 2 à linha 11 da coluna B.
Funções Em uma planilha Excel, para somar os valores contidos
nas células de B2 até B16 e colocar o resultado na célula B17,
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos é suficiente que o usuário digite, na célula B17, a fórmula
usando valores específicos, denominados argumentos, em uma =SOMA(B2:B16) e tecle ENTER.
determinada ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas
para executar cálculos simples ou complexos. Por exemplo, a =MULT(núm1;núm2;...)
função ARRED arredonda um número na célula A10. • Multiplica todos os números fornecidos como argu-
mentos e retorna o produto.
Sintaxe (estrutura) de uma função • núm1, núm2,... são números de 1 a 255 que se deseja
multiplicar.

=SOMAQUAD(núm1;núm2; ...)
• Retorna a soma dos quadrados dos argumentos.
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 255 para os
quais se deseja a soma dos quadrados.
Estrutura ①: a estrutura de uma função começa com um
sinal de igual (=), seguido do nome da função, um parêntese
de abertura, os argumentos da função separados por ponto
e vírgula (;) e um parêntese de fechamento.
Nome da função ②: comando que indica qual o cálculo
ou avaliação será realizado com os argumentos da lista. Para
Noções de Informática

obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula


e pressione SHIFT+F3.
=MÍNIMO(núm1;núm2;...)
Argumentos ③: os argumentos podem ser números,
texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matri- • Retorna o menor número na lista de argumentos.
zes, valores de erro como #N/D ou referências de célula. O • núm1, núm2,... são de 1 a 255 números dos quais se
argumento que o usuário atribuir deve produzir um valor deseja saber o valor mínimo.
válido para esse argumento. Os argumentos também podem • Caso o texto e os valores lógicos não devam ser igno-
ser constantes, fórmulas ou outras funções. rados, utilize a função MÍNIMOA.
Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas os • Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO
números nesta matriz ou referência serão contados. Células retornará 0.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
=MÁXIMO(núm1;núm2;...) • Se uma matriz ou argumento de referência contiver
• Idem MÍNIMO, retorna o maior número na lista de texto, valores lógicos ou células vazias, estes valores serão
argumentos. ignorados; no entanto, células com valor zero serão incluídas
(devem ser consideradas no cálculo).
=MENOR(matriz;k)
• Retorna o k-ésimo menor valor do conjunto de dados. Em uma planilha, seja do Excel, seja do Calc, em que
Use esta função para retornar valores com uma posição es- apenas as células B1, B2, B3 e B4 estejam preenchidas, res-
pecífica relativa em um conjunto de dados. pectivamente, com os valores 265, 234, 645 e 700, para se
• matriz é um intervalo de dados numéricos cujo menor calcular a média desses valores e inseri-la na célula B5, é
k-ésimo valor se deseja determinar. suficiente clicar essa célula, digitar no local apropriado a
• k é a posição (a partir do menor) no intervalo de dados fórmula =média (B1:B4) e teclar ENTER.
a ser fornecido.
• Se matriz estiver vazia, MENOR retornará o valor de =MED(núm1;núm2;...)
erro #NÚM!. • Retorna a mediana dos números indicados. A mediana
• Se k ≤ 0 ou k exceder o número de pontos de dados, é o número no centro de um conjunto de números ORGANI-
MENOR retornará o valor de erro #NÚM!. ZADOS; isto é, metade dos números possui valores que são
• Se n for o número de pontos de dados em ma- maiores do que a mediana e a outra metade possui valores
triz, MENOR(matriz;1) será igual ao menor valor, e menores.
MENOR(matriz;n) será igual ao maior valor. • núm1; núm2;... são de 1 a 255 números dos quais se
deseja obter a mediana.
=MAIOR(matriz;k) • Se houver uma quantidade par de números no con-
• Idem MENOR, retorna o k-ésimo maior valor do con- junto, MED calculará a média dos dois números do meio.
junto de dados.
=MODO(núm1;núm2;...)
=ARRED(núm;núm_dígitos) • Retorna o valor que ocorre com mais frequência em
• Arredonda um número até uma quantidade especifi- uma matriz ou intervalo de dados.
cada de dígitos. • núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 255 para os
• núm é o número que você deseja arredondar. quais se deseja calcular o modo.
• núm_dígitos especifica o número de dígitos para o qual • Se o conjunto de dados não contiver pontos de dados
você deseja arredondar núm. duplicados (amodal), MODO retornará o valor de erro #N/D.
• Se núm_dígitos for maior que 0, então núm será ar- • Numa amostra bimodal, o Excel mostrará como res-
redondado para o número especificado de casas decimais. posta o valor que aparecer primeiro, entre aqueles que se
• Se núm_dígitos for 0, então núm será arredondado repetem, na sequência de leitura e escrita (da esquerda para
para o inteiro mais próximo. direita e de cima para baixo).
• Se núm_dígitos for menor que 0, então núm será ar-
redondado para a esquerda da vírgula decimal.

=HOJE( ) =CONT.VALORES(valor1;valor2;...)
• Retorna o número de série da data atual. O número de • Calcula o número de células não vazias e os valores na
série é o código de data-hora usado pelo Excel para cálculos lista de argumentos.
de data e hora. • valor1; valor2;... são argumentos de 1 a 255 que re-
• O Excel armazena datas como números de série se- presentam os valores que se deseja calcular. Neste caso, um
quenciais para que eles possam ser usados em cálculos. Por valor é qualquer tipo de informações, incluindo texto vazio
padrão, 1° de janeiro de 1900 é o número de série 1 e 1° (“”), mas não incluindo células em branco.
de janeiro de 2008 é o número de série 39448 porque está • Se um argumento for uma matriz ou referência, as cé-
39.448 dias após 1° de janeiro de 1900. lulas vazias na matriz ou referência são ignoradas.
• Se o usuário não precisa calcular valores lógicos, texto
=AGORA( ) ou valores de erro, utilize a função CONT.NÚM.
• Retorna o número de série sequencial da data e hora
atuais. =CONTAR.VAZIO(intervalo)
• Os números à direita da vírgula decimal no número de • Conta o número de células vazias no intervalo espe-
série representam a hora; os números à esquerda represen- cificado.
tam a data. Por exemplo, o número de série 0,5 representa • intervalo é o intervalo no qual se deseja contar as cé-
Noções de Informática

a hora 12:00 (meio-dia). lulas em branco.


• A função AGORA só muda quando a planilha é calculada • Células com fórmulas que retornam “” (texto vazio)
ou quando a macro que contém a função é executada (ao abrir também são contadas. Células com valores nulos não são
a pasta, por exemplo), não sendo atualizada continuamente. contadas.
No Excel, a função AGORA( ) permite obter a data e hora
do sistema operacional. =CONT.NÚM(valor1;valor2;...)
• Conta quantas células contêm números e também os
=MÉDIA(núm1;núm2; ...) números na lista de argumentos.
• Retorna a média aritmética dos argumentos. • valor1; valor2, ... são argumentos de 1 a 255 que con-
• núm1; núm2;... são de 1 a 255 argumentos numéricos têm ou se referem a uma variedade de diferentes tipos de
para os quais se deseja obter a média. dados, mas somente os números são contados.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Os argumentos que são números, datas ou representa- • intervalo_soma são as células que serão realmente
ções de texto de número são calculados; os argumentos que somadas.
são valores de erro ou texto que não podem ser traduzidos • As células em intervalo_soma são somadas somente
em números são ignorados. se suas células correspondentes em intervalo coincidirem
com os critérios estipulados.
=CONT.SE(intervalo;critérios) • Se intervalo_soma for omitido, as células em intervalo
• Calcula o número de células não vazias em um intervalo serão somadas.
que corresponde a determinados critérios.
• intervalo é o intervalo de células no qual se deseja
contar células não vazias.
• critérios é o critério na forma de um número, expres-
são ou texto que define quais células serão contadas. Por
exemplo, os critérios podem ser expressos como 32, “32”,
“>32”, “maçãs”. Atualização de Cálculos
Quando células que contenham cálculos com referências
são arrastadas pela alça de preenchimento, as células são pre-
enchidas com uma atualização do conteúdo da célula original.
Essa operação pode ser usada para automatizar a cons-
trução de cálculos repetitivos, construindo nas demais células
cálculos com a mesma estrutura da original, porém com re-
ferências de célula atualizadas, de acordo com o movimento
realizado a partir da primeira.
As referências nos cálculos serão atualizadas também
=SE(teste_lógico;valor_se_verdadeiro;valor_se_falso) quando copiadas e coladas em outra célula, sem a neces-
• Retorna um valor se uma condição especificada for sidade da alça. Recortar e colar não irá atualizá-las, apenas
avaliada como VERDADEIRO e um outro valor se for avaliado movê-las.
como FALSO. Use SE para conduzir testes condicionais sobre
valores e fórmulas.
• teste_lógico é qualquer valor ou expressão que possa
ser avaliado como VERDADEIRO ou FALSO. Esse argumento
pode usar qualquer operador de comparação.
• valor_se_verdadeiro é o valor retornado se teste_ló-
gico for VERDADEIRO e pode ser uma fórmula, uma outra
função, texto ou simplesmente um número.
• valor_se_falso é o valor retornado se teste_lógico for As células C1 e C2 conterão, respectivamente, os números
FALSO. 14 e 4, após a realização da seguinte sequência de ações:
• Se teste_lógico for FALSO e valor_se_falso for omitido clicar a célula C1; digitar =A1 + B1 e teclar ENTER; clicar no-
(ou seja, se não houver ponto-e-vírgula após valor_se_verda-
deiro), o valor lógico FALSO será retornado. Se teste_lógico
for FALSO e valor_se_falso for vazio (ou seja, se houver um vamente C1; clicar ; clicar C2; pressionar e manter
ponto-e-vírgula após valor_se_verdadeiro seguida dos pa- pressionada a tecla CTRL; teclar V; liberar a tecla CTRL.
rênteses de fechamento), o valor 0 (zero) será retornado.
• É possível aninhar até sete funções SE como argumen- Os números 18 e 24 aparecerão, respectivamente, nas
tos valor_se_verdadeiro e valor_se_falso para construir tes- células E2 e E3, ao final da seguinte sequência de ações:
tes mais elaborados. clicar a célula E2; digitar =C2+D2 e teclar ENTER; clicar no-

vamente a célula E2, clicar o botão ; clicar a célula

E3; clicar .

Referências Relativas, Absolutas e Mistas


Ao se executar a função SE do Excel, verifica-se se uma
Referências relativas: uma referência relativa em uma
condição é satisfeita ou não. Caso a condição seja satisfeita,
haverá o retorno de um valor relativo a verdadeiro, se a con- fórmula, como A1, é baseada na posição relativa da célula
dição for falsa, haverá o retorno de outro valor. que contém a fórmula e da célula à qual a referência se re-
No Microsoft Excel, a função SE pode avaliar uma con- fere. Se a posição da célula que contém a fórmula se alterar,
dição e retornar um valor, se a condição for verdadeira, ou a referência será alterada. Se o usuário copiar a fórmula ao
longo de linhas ou colunas, a referência se ajustará auto-
Noções de Informática

retornar outro valor, se a condição for falsa.


Por exemplo, a fórmula =SE(MÉDIA(C7:C12)>10;SOMA maticamente. Por padrão, novas fórmulas usam referências
(C7:C12);0) está sintaticamente correta e pode ser inserida relativas. Por exemplo, se o usuário copiar uma referência
na célula C14. relativa que está na célula B2 para a célula B3, a referência
será automaticamente ajustada de =A1 para =A2.
=SOMASE(intervalo;critérios;intervalo_soma)
• Adiciona as células especificadas por um determinado
critério.
• intervalo é o intervalo de células que se deseja calcular.
• critérios são os critérios na forma de um número, ex-
pressão ou texto, que define quais células serão adicionadas.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Referências absolutas: uma referência absoluta de célula meses do ano, dias da semana, datas, sequências numéricas
em uma fórmula, como $A$1, sempre se refere a uma célula (Editar/Preencher/Série).
em um local específico. Se a posição da célula que contém É possível criar séries de preenchimento personalizadas
a fórmula se alterar, a referência absoluta permanecerá a através do menu Ferramentas/Opções/Listas personalizadas.
mesma. Se o usuário copiar a fórmula ao longo de linhas ou Arrastar a alça de preenchimento para baixo ou para a
colunas, a referência absoluta não se ajustará. Por padrão, direita (no sentido crescente das linhas e colunas) cria uma
novas fórmulas usam referências relativas e o usuário precisa sequência progressiva.
trocá-las para referências absolutas. Por exemplo, se o usuá- Arrastar a alça de preenchimento para cima ou para a
rio copiar uma referência absoluta na célula B2 para a célula esquerda (no sentido decrescente das linhas e colunas) cria
B3, ela permanecerá a mesma em ambas as células =$A$1. uma sequência regressiva.
Por exemplo, as seleções iniciais na tabela a seguir são
estendidas da forma mostrada. Os itens separados por vír-
gulas estão em células adjacentes.

Seleção inicial Série expandida


1, 2, 3 4, 5, 6
9:00 10:00, 11:00, 12:00
Referências mistas: uma referência mista tem uma coluna Seg Ter, Qua, Qui
absoluta e linha relativa, ou linha absoluta e coluna relativa.
Uma referência de coluna absoluta tem o formato $A1, $B1 Segunda-feira Terça-feira, Quarta-feira
e assim por diante. Uma referência de linha absoluta tem o Jan Fev, Mar, Abr
formato A$1, B$1 e assim por diante. Se a posição da célula que Jan, Abr Jul, Out, Jan
contém a fórmula se alterar, a referência relativa será alterada Jan-99, Abr-99 Jul-99, Out-99, Jan-00
e a referência absoluta não se alterará. Se o usuário copiar a 15-Jan, 15-Abr 15-Jul, 15-Out
fórmula ao longo de linhas ou colunas, a referência relativa 1999, 2000 2001, 2002, 2003
se ajustará automaticamente e a referência absoluta não se
1-Jan, 1-Mar 1-Mai, 1-Jul, 1-Set,...
ajustará. Por exemplo, se o usuário copiar uma referência mista
da célula A2 para B3, ela se ajustará de =A$1 para =B$1. Trim3 (T3 ou Trimestre3) Trim4, Trim1, Trim2,...
texto1, textoA texto2, textoA, texto3, textoA,...
1o Período 2o Período, 3o Período,...
Produto 1 Produto 2, Produto 3,...

No aplicativo Excel, um sinal de cifrão ($) deve ser utili-


zado imediatamente antes de uma referência absoluta a ser
fixada. Esse procedimento evita que a referência da célula Para preencher a célula ativa com o conteúdo da célula
possa ser alterada ao ser usada uma alça de preenchimento posicionada acima (preencher para baixo), pressione CTRL+D.
ou comandos, como copiar e colar. Para preencher com o conteúdo da célula posicionada à es-
A inserção do símbolo $ na identificação de uma célula, querda (preencher à direita), pressione CTRL+R.
como, por exemplo, em $A$1, NÃO permite a proteção do Para obrigar o Excel a repetir um valor que está sendo
conteúdo dessa célula contra alterações. atualizado quando arrastado pela alça de preenchimento,
mantenha o CTRL pressionado. Essa mesma ação irá atua-
lizar um número, acrescendo-o em uma unidade, quando
arrastado pela alça.

É possível usar Opções de AutoPreenchimento


para escolher opções de como preencher a seleção. Por
exemplo, pode-se escolher Preencher Formatação Somente
Após a execução da seguinte sequência de ações, os ou Preencher sem Formatação.
números 143 e 33 estarão contidos, respectivamente, nas
células F3 e F4: clicar a célula F3; digitar =D2+$E$2 e, em AutoSoma
seguida, teclar ENTER; clicar novamente a célula F3 e clicar
O Excel disponibiliza aos usuários um recurso que facilita
a soma de um conjunto de valores contidos em células. O
; clicar a célula F4; clicar .
botão (ALT + =) pode ser usado de diversas formas,
Noções de Informática

Alça de Preenchimento automatizando o uso da função SOMA.


Página Inicial / Edição / AutoSoma ou Fórmulas /
A alça de preenchimento é o pequeno quadrado preto AutoSoma
visível sempre no canto inferior direito da seleção. Quando o
ponteiro está sobre a alça sua aparência muda de uma cruz As funções MÉDIA, CONT.NÚM, MÁXIMO e MÍNIMO tam-
branca e grossa para uma cruz preta e fina. bém podem ser automatizadas através do clique na seta ao
Arrastar a alça de preenchimento de uma célula copia o lado da imagem do botão AutoSoma, que ainda dá acesso
conteúdo de uma célula para outras células na mesma linha a um assistente de funções, permitindo acesso a todas as
ou coluna. Entretanto, o Excel pode preenchê-las rapidamen-
te com vários tipos de séries de dados como, por exemplo, outras funções do Excel - SHIFT + F3 ou .

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Seleção da célula de resposta e aceitação da sugestão • Caso mais de um valor tenha sido selecionado numa
mesma coluna, o Excel os somará em colunas.
• Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da
soma apareça.
• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• Visualizar a sugestão de intervalo dada pelo Excel (su-
gere somar os valores adjacentes à célula selecionada). O
intervalo de sugestão será interrompido por células com
funções, vazias ou com texto.
• Mostrar o resultado, pressionando ENTER (move célu-
la ativa para baixo), TAB (move célula ativa para a direita),
clicando Inserir ou novamente no botão Soma (mantêm a
seleção na mesma célula).

No Microsoft Excel 2016, o acionamento do botão ,


depois de se ter selecionado uma sequência de células conten-
do números, todas dispostas em uma mesma coluna de uma
planilha, produzirá como resultado a soma desses números.

Formatação e Alinhamento de Células


Menu Página Inicial / Número

Este grupo oferece ao usuário as principais opções de


formatação das células e seus valores, permitindo ainda a
formatação de itens selecionados de gráficos. A tecla de ata-
lho CTRL + 1 pode ser usada para abrir uma caixa de diálogo
e acessar configurações da célula ou objeto selecionado.

Seleção da célula de resposta e alteração da sugestão Guia Categoria


Mostra opções para um formato numérico. A caixa Exemplo
• Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da mostra como ficarão as células selecionadas com a formata-
soma apareça. ção escolhida. Clicar em Personalizado permite criar formatos
personalizados para números, como para códigos de produtos.
• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• Visualizar e alterar a sugestão de intervalo dada pelo Geral: células sem formato específico de número.
Excel, editando-a ou selecionando-se um novo intervalo de
células a serem somadas. Número: usada em células que devem mostrar números
• Mostrar o resultado, pressionando ENTER, TAB, clicando em geral. É possível escolher quantas casas decimais serão
Inserir ou novamente no botão Soma. mostradas, ativar o separador de milhar e escolher o estilo
de número negativo. Formatar um valor numa célula com
esta categoria e optar por duas casas decimais e ativar o se-
parador de milhar é equivalente a aplicar o botão Separador

de milhares .

Considere que, em planilha em edição no Excel 2016, um


usuário registre, nas células C2, C3, C4, C5, C6 e C7, os seguin-
tes valores, respectivamente: 10, 20, 20, 30, 50, 100. Nessa
situação, caso o usuário selecione a célula C8, formate-a com
a opção Separador de Milhares, nela digite =C4/C2+C7/C6 e,
em seguida, tecle ENTER, aparecerá nessa célula o valor 4,00.

Para exibir mais ou menos dígitos após a vírgula decimal,


pode-se também utilizar os botões Aumentar casas decimais
Noções de Informática

e Diminuir casas decimais .

Para se aumentar o número de casas decimais da coluna


Seleção do intervalo a ser somado B, é suficiente selecionar os dados da referida coluna e clicar

• Selecionar o intervalo de células que se deseja somar. o botão .


• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• A função soma será automatizada, mostrando o resul- Moeda (CTRL + $): usado para quantias monetárias em
tado na primeira célula livre e adjacente aos valores previa- geral – permite selecionar a quantidade de casas decimais,
mente selecionados. símbolo de moeda e estilo de número negativo.

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rizontal e Vertical. Cada incremento na caixa Recuo equivale
Contábil : usado para quantias monetárias com à largura de um caractere.
símbolo de moeda e casas decimais alinhadas em uma colu-
na – permite escolher apenas quantidade de casas decimais Orientação : altera a inclinação do texto nas
e símbolo da moeda. células selecionadas e permite criar texto empilhado. Pode
ser usada para economizar espaço em células, na direção
horizontal.

Controle de texto: ajusta a maneira como o texto deve


ser exibido em uma célula.

• Quebrar texto automaticamente: divide o texto


automaticamente em várias linhas dentro de uma célula. O
número de linhas depende da largura da coluna e do com-
• Data e hora: exibem números de série de data e hora primento do conteúdo da célula.
como valores de data e hora – valores numéricos podem ser • Reduzir para caber: reduz o tamanho dos caracteres
apresentados na forma de data e vice-versa. para que todos os dados de uma célula selecionada caibam
• Porcentagem: multiplica o valor das células seleciona- dentro da coluna. O tamanho dos caracteres será ajustado
das por 100 e exibe o resultado com um símbolo de porcen- automaticamente caso a largura da coluna seja modificada.
tagem. Pode ser ativado através do uso do botão Estilo de • Mesclar células: combina duas ou mais células selecio-
nadas em uma única célula. A referência de célula de uma
célula mesclada será a da célula superior esquerda da faixa
porcentagem (CTRL + %).
original de células selecionadas. Caso várias células com con-
• Fração: mostra o valor atual na forma de um número
teúdos diferentes estejam selecionadas, mesclar as células
inteiro acrescido de uma fração, na base escolhida, que re-
irá manter apenas o dado da célula superior esquerda, des-
presente seus valores decimais.
prezando os demais. Pode-se usar ainda o botão Mesclar e
• Científico: usa notação científica para representar nú-
mero de valores elevados.
• Texto: exibe células com formato de texto mesmo centralizar .
quando houver um número na célula – a célula é exibida
exatamente como digitada.
• Especial: útil para rastrear valores de bancos de dados
e listas, como CEP, telefone e CPF.
• Personalizado: permite mostrar números usando como
base um formato pré-existente que pode alterado pelo usuário.

No Excel, o recurso de mesclar células de uma planilha


permite criar uma célula de planilha a partir de células vizi-
nhas selecionadas.

Congelar Painéis
O botão possui funcionalidades que podem ser
utilizadas para excluir todos os elementos da célula ou remover Quando se rola para baixo numa planilha para ver as
seletivamente a formatação, o conteúdo ou os comentários. linhas de dados, mas, ao chegar no final da tela, os nomes
das colunas na primeira superior desaparecem, ou deixam de
Alinhamento de Texto estar visíveis. Para corrigir isso, a opção de congelar painéis
no programa Excel permite que, a partir do menu Exibição/
Horizontal: altera o posicionamento horizontal do conte- Janela, seja fixada, em tela, uma parte desejada da tabela
údo das células. Por padrão, o Excel alinha texto, na direção para que essa parcela permaneça visível mesmo quando a
horizontal, à esquerda, números à direita e os valores lógicos tabela estiver sendo rolada.
e de erro são centralizados. O alinhamento horizontal padrão É possível congelar quantas linhas e colunas forem ne-
é Geral. As alterações no alinhamento dos dados não alteram
Noções de Informática

cessárias, desde que esteja selecionada, antes de aplicar o


congelamento, selecionada a linha abaixo da última que se
os tipos de dados. pretende congelar e selecionada a coluna à direita da última
que se pretende congelar, clicando então em Congelar Pai-
Vertical: altera o posicionamento vertical do conteúdo néis. Todas as colunas à esquerda e linhas acima da célula que
das células. Por padrão, o Excel alinha o texto verticalmen- estiver selecionada serão impedidas de se movimentarem
te na parte inferior das células. O alinhamento horizontal quando a planilha for rolada.
padrão é Geral.

Recuo: recua o conteúdo das células a partir de qualquer O recurso Congelar Painéis não impede a alteração das
borda da célula, dependendo das opções escolhidas em Ho- informações nas células congeladas.

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Classificar – Menu Dados
A classificação de dados permite colocar uma lista de
nomes em ordem alfabética, compilar uma lista de níveis
de inventário de produtos do mais alto para o mais baixo,
por exemplo. A classificação de dados ajuda a visualizar e a
compreender os dados de modo mais rápido e melhor, or-
ganizar e localizar dados desejados e por fim tomar decisões
mais efetivas.
O usuário pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), Para classificar os processos do menor valor para o maior,
números (dos menores para os maiores ou dos maiores para é suficiente selecionar as células de C2 a C7, clicar a ferra-
os menores) e datas e horas (da mais antiga para o mais nova
e da mais nova para o mais antiga) em uma ou mais colunas. menta , selecionar a opção Classificar do menor para
o maior e, em seguida, clicar o botão Classificar.

Classificar linhas por 2 ou 3 critérios (colunas)

Para obter melhores resultados, o intervalo classificado


deve ter rótulos de colunas ou cabeçalhos.
1. Clicar no intervalo que se deseja classificar.
2. No menu Dados, clicar em Classificar.
3. Nas caixas Classificar por e Em seguida por, clicar nas
colunas que se deseja classificar, começando pela mais im-
portante.
4. Selecionar outras opções de classificação desejadas
e clicar em OK.
Na planilha mostrada, para se colocarem em ordem al- No Microsoft Excel, a filtragem de dados consiste em
fabética as regiões administrativas, é suficiente selecionar uma maneira fácil e rápida de localizar e trabalhar um sub-
conjunto de dados em um intervalo de células ou de tabela;
as células de A2 até B6, clicar o botão e, na lista por meio dessa ferramenta, pode-se, por exemplo, filtrar
disponibilizada, clicar Classificar de A a Z. os dados para visualizar apenas os valores especificados, os
valores principais (ou secundários) ou os valores duplicados.
Classificar linhas na ordem crescente (A a Z ou 0 a 9) ou Na guia Dados do Microsoft Excel 2016, é possível acionar
na ordem decrescente (Z a A ou 9 a 0) a funcionalidade Filtrar, que realiza a filtragem de informações
em uma planilha, permitindo filtrar uma ou mais colunas de
1. Clicar em uma célula na coluna pela qual se deseja dados com base nas opções escolhidas em uma lista ou com
classificar. filtros específicos focados exatamente nos dados desejados.

Mensagens de Erro
2. Clicar em Classificar em Ordem Crescente ou
Quando um usuário digita o nome da função ou argumen-
tos de fórmulas e funções errados o Excel retornará um valor
em Classificar em Ordem Decrescente . de erro, que varia de acordo com o tipo de erro ocorrido.

Erro Quando ocorre Como corrigir


Corrigir o divisor para um número diferente de zero,
A fórmula ou função tenta realizar uma divisão por
#DIV/0! alterar o valor zero para #N/D ou usar uma função do
zero.
tipo =SE(B5=0;””;A5/B5).
O Excel não reconhece o texto em uma fórmula.
#NOME? Corrigir o nome da função.
=SUM(A1:A3) ou =SSOMA(A1:A3)
Rastrear erro, corrigir referências inválidas e fórmulas
#REF! Referência de célula inválida. =B2+A0
que apontam para elas.
O Excel não reconhece um argumento ou operando
#VALOR! como válido para determinada operação (como Verificar valores das células envolvidas.
somar um texto). =A1+“teste”
Um valor não está disponível para a função ou Verificar as células a que a fórmula ou função faz
Noções de Informática

#N/D
fórmula. referência.
O usuário fornece uma interseção de duas áreas
#NULO! Alterar a referência para que ela intercepte.
que não se interceptam.
Certifique-se de que os argumentos usados na
Valores numéricos inválidos foram inseridos em função são números. Por exemplo, mesmo se o valor
#NÚM!
uma fórmula ou função. que o usuário deseja inserir for R$ 1.000, insira 1000
na fórmula.
Ocorre quando uma coluna não é larga o bastante Alterar a largura da coluna. Corrigir o valor negativo
#########
ou quando é usada uma data ou hora negativa. da data ou hora.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
POWERPOINT 2016

O Microsoft Office PowerPoint 2016 é a 16ª versão do editor de apresentações de slides da Microsoft. É um software
que facilita a criação e animação de slides, permitindo a inserção de imagens, sons, vídeos, tabelas e gráficos. O PowerPoint
é um aplicativo utilizado para a criação de apresentações de slides para palestras, cursos, organização de conteúdos, entre
outras finalidades.

Interface (área de trabalho) menu, estão as que permitem mudar o layout do slide e a
formatação do plano de fundo do slide.

Painel de Slides

Grande espaço de trabalho central ①, com áreas me-


nores ao redor. Os textos podem ser digitados diretamente
nas caixas com uma borda tracejada, chamadas de espaços
reservados. Todo o texto digitado em um slide fica em uma
caixa como essa.
A maioria dos slides inclui um ou mais espaços reserva-
dos para títulos, corpo de texto, como listas ou parágrafos
normais, e outros conteúdos, como imagens ou gráficos.

Painel de Miniaturas
Noções de Informática

Região que apresenta versão em miniatura do slide no Novo slide: adiciona um slide à sequência da apresenta-
qual está trabalhando ②. O usuário pode clicar nas minia- ção com o MESMO LAYOUT do anterior.
turas lá exibidas para navegar entre os slides, num painel
chamado Slides. Clicar essas miniaturas com o botão direito
do mouse mostra um menu de contexto com opções.
Em um slide em branco de uma apresentação criada Guia Página Inicial / Grupo Slides / Novo slide…
utilizando-se o Microsoft PowerPoint 2016 (em português), (CTRL + M)
uma das maneiras de acessar alguns dos comandos mais • Copiar e colar no painel de miniaturas.
importantes é clicando com o botão direito do mouse so- • Segurar CTRL e arrastar com o botão esquerdo.
bre a área vazia do slide. Dentre as opções presentes nesse • Arrastar um slide com o botão direito.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Adicionar Seção: no PowerPoint é possível usar o novo Redefinir slide: remove todas as formatações aplicadas
recurso Seções para organizar os slides, muito semelhante ao slide, devolvendo-o ao formato do slide mestre.
à maneira como usam-se pastas para organizar arquivos. O
usuário pode usar seções nomeadas para controlar grupos Ocultar slide: oculta os slides selecionados para impres-
de slides e pode atribuir seções a colegas para esclarecer a são e apresentação, mantendo a possibilidade de edição.
propriedade durante a colaboração. Se estiver começando
do zero, as seções poderão até ser usadas para destacar os
tópicos na apresentação.

Guia Apresentação de Slides / Configurar / Ocultar

slide

Um eslaide oculto é mostrado, no modo de Classificação


de Slides ou na guia Slides, com um símbolo especial, para
informar que ele está oculto. Quando se faz a apresentação,
os eslaides ocultos são ignorados automaticamente.

Layout do Slide: aplica um layout (distribuição de con-


teúdo predefinida) aos slides selecionados. Estrutura de Tópicos
Guia Página Inicial / Grupo Slides / Layout do slide
O painel de Slides pode ser alternado para outro cha-
Os layouts de slides contêm formatação, posicionamento mado Tópicos, onde a visualização dos slides em forma de
e espaços reservados para todo o conteúdo que aparece tópicos permite a leitura dos títulos e tópicos, o que facilita
em um slide. Os espaços reservados são os contêineres em a revisão do texto, sem características de edição de leiaute
layouts que retêm esse conteúdo como texto (incluindo e design.
texto do corpo, listas com marcadores e títulos), tabelas,
gráficos, gráficos SmartArt, filmes, sons, imagens e clip-art. Painel de Anotações
E um layout também contém o tema (cores, fontes, efeitos e
plano de fundo) de um slide. Painel no modo de exibição normal ③ usado para incluir
anotações no slide, as quais serão impressas ou salvas com a
apresentação. O usuário pode imprimir anotações como pá-
ginas de anotações (páginas impressas que exibem anotações
do autor abaixo do slide que contém as anotações) e usá-las
Noções de Informática

para si mesmo enquanto executa a apresentação, ou então,


se forem anotações a serem fornecidas ao público, podem ser
distribuídas para que acompanhem a apresentação de slides.
No MS PowerPoint, o usuário pode utilizar o modo de
anotações para fazer comentários sobre conteúdos ou partes
dos slides, na condução de uma apresentação ou para im-
pressão do material. No entanto, durante a transição de um
slide para outro, essas anotações não são exibidas em tela no
Elementos de layout que o usuário pode incluir em um modo tela cheia, ficando invisíveis durante a apresentação,
slide do PowerPoint. inclusive para o apresentador.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Modos de Exibição animados e efeitos de transição terão durante a apresentação
real. Para iniciar a apresentação a partir do slide atual, deve-se
Os modos de exibição do PowerPoint 2016 que o usuário executar o seguinte atalho de teclado SHIFT + F5.
pode usar para editar e imprimir apresentações são:
1. Modo de exibição Normal ④. Anotações: localizado abaixo do painel Slide, permite
2. Modo de exibição de Classificação de Slides. digitar anotações que se apliquem ao slide atual. Mais tarde,
3. Modo de exibição de Anotações. o usuário poderá imprimir suas anotações e consultá-las ao
4. Modo de exibição Apresentação de Slides (inclui o fornecer a apresentação. O usuário também poderá impri-
modo de exibição Apresentador). mir as anotações para distribuí-las ao público ou incluir as
5. Modo de exibição Leitura. anotações em uma apresentação que enviará para o público
6. Modos de exibição mestres: Slide, Folheto e Anotações. ou publicará em uma página da Web.

Modo de Exibição do Apresentador: maneira de exibir


a apresentação com as anotações do orador em um com-
putador (o laptop, por exemplo), ao mesmo tempo em que
o público-alvo exibe a apresentação sem anotações em um
monitor diferente.

Normal: visualização padrão, mais usada, mostra todas O PowerPoint dá suporte ao uso de apenas dois monito-
as ferramentas de edição. O modo de exibição Normal é o res por apresentação. Entretanto, o usuário pode configurar
principal modo de exibição de edição, no qual o usuário pode seu computador para executar uma apresentação em três ou
escrever e criar sua apresentação. mais monitores que estejam conectados a um computador.

Classificação de Slides: amplia o painel Slides para facilitar


a reorganização dos slides e visualização ampla da apresenta- As anotações do orador são mostradas em letras gran-
ção. Clique duplo edita o slide clicado no modo Normal. Esse des e claras, para que o usuário possa utilizá-las como um
modo de exibição facilita a classificação e a organização da script para a sua apresentação.
sequência de slides à medida que o usuário cria a apresentação
e também quando prepara a apresentação para impressão.
Nesse modo, também é possível adicionar seções.

Modo de Exibição
Classificação de Slides

Modo de Exibição Normal

Modo de exibição Leitura: fornece a apresentação não


para um público (por exemplo, em uma tela grande), mas,
em vez disso, para uma pessoa que a visualizará no próprio 1. O número do slide (por exemplo, slide 1 de uma apre-
computador. Pode ser usado também quando for necessário sentação de 8 slides).
exibir uma apresentação sem a utilização do modo de exi- 2. O slide que está sendo exibido no momento para o
bição Apresentação de Slides em tela inteira, mas sim em público.
uma janela com controles simples que facilitem a revisão da 3. As anotações do orador, que podem ser usadas como
Noções de Informática

apresentação. O usuário sempre poderá alternar do modo um script para a apresentação.


de exibição Leitura para outro modo de exibição, se quiser 4. Clicar para ir para o slide anterior.
alterar a apresentação. 5. Caneta ou marca-texto.
6. Clicar para exibir um menu que permite terminar a
Apresentação de Slides (F5): inicia a apresentação dos apresentação, escurecer ou clarear a tela do público ou ir
slides em tela cheia (ESC para sair) e mostra a apresentação para um número de slide específico.
à audiência. O primeiro slide da apresentação é exibido. Esse 7. Clicar para ir para o próximo slide.
modo ocupa toda a tela do computador, exatamente como a 8. O tempo decorrido da apresentação, em horas e minutos.
apresentação será vista pela audiência em uma tela grande. É 9. Miniaturas dos slides que o usuário pode clicar para
possível ver a aparência que gráficos, intervalos, filmes, efeitos pular um slide ou retornar para um slide já apresentado.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A função do Modo de Exibição do Apresentador, presente Seção aparecem também no menu de contexto das minia-
no MS Powerpoint versão 2016, é exibir as anotações na tela turas do painel Slides.
do laptop/desktop, mas não no projetor.

Slide Mestre
Exibe uma guia especial onde é possível editar os slides
com layout padrão, os quais poderão ser aplicados a qual-
quer outro slide.
O eslaide mestre é um elemento do modelo de design
que armazena informações sobre o modelo, inclusive esti-
los de fontes, tamanhos e posições de espaços reservados, A ferramenta correspondente ao botão pode ser
design do plano de fundo e esquemas de cores. usada em uma sequência de ações para se ajustar o espa-
No Microsoft PowerPoint, o slide mestre facilita a cria- çamento entre caracteres de um texto da apresentação que
ção de apresentações com mais de um estilo e com temas for selecionado.
diferentes.
Quando se deseja que no PowerPoint 2016 todos os
slides contenham as mesmas fontes e imagens (como lo-
gotipos), essas alterações devem ser feitas no Slide Mestre.
Cada apresentação contém, pelo menos, um slide mes-
tre. O principal benefício de modificar e usar slides mestres
é que o usuário pode fazer alterações de estilo universal
em todos os slides de sua apresentação, inclusive naqueles É possível se alterar a orientação (de horizontal para ver-
adicionados posteriormente a ela. Ao usar um slide mestre, tical) do texto que está dentro do retângulo tracejado com
o usuário poupa tempo, pois não precisa digitar as mesmas
informações em mais de um slide. o auxílio da ferramenta .
Como os slides mestres afetam a aparência de toda a
apresentação, ao criar e editar um slide mestre ou os layouts
correspondentes, o usuário trabalha no modo de exibição
Slide Mestre. As alterações nos slides mestres e seus layouts
são realizadas em uma área de edição especial. Para voltar
ao modo de edição da apresentação, o modo de exibição
mestre deve ser fechado. Menu Inserir
O eslaide mestre serve de modelo para os eslaides da
apresentação, de modo que modificações feitas na estru-
tura desse eslaide refletirão em todos os outros eslaides da
apresentação.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide
mestre, o usuário está modificando essencialmente o slide
mestre. Cada layout de slide é configurado de maneira dife-
rente, mas todos os layouts associados a um determinado Durante a criação de uma apresentação no PowerPoint
slide mestre contêm o mesmo tema (esquema de cores, 2016, para inserir uma figura, deve-se clicar na guia Inserir,
fontes e efeitos). no grupo Ilustrações, clicar em Imagem e, em seguida, sele-
Para que uma apresentação contenha dois ou mais estilos
cionar a figura que se deseja a partir de seu local. A opção
ou temas diferentes (como planos de fundo, esquemas de
Do scanner ou câmera, para adicionar imagens a uma apre-
cores, fontes e efeitos), o usuário precisa inserir um slide
mestre para cada tema diferente. sentação ou álbum de fotografias, presente no PowerPoint
O usuário pode criar uma apresentação que contenha 2003, não está disponível no PowerPoint 2016.
um ou mais slides mestres e salvá-la como um arquivo de
Modelo do PowerPoint (.potx ou .pot) e usá-la para criar
outras apresentações.

Folheto Mestre: visualiza a impressão de vários slides por


página e mostra as opções para edição dos folhetos (1, 2, 3,
4, 6 e 9 slides por página), incluindo cabeçalho e rodapé.
No Microsoft PowerPoint, as caixas de texto são elemen-
Uma forma de se fazer a impressão de slides do Power-
Point é organizá-los por meio de folhetos, podendo ser im- tos gráficos que podem ser dimensionados com a finalidade
pressos até 6 slides por página. de inclusão, no eslaide, de letras, palavras ou textos que se
Noções de Informática

deseje digitar e inserir em qualquer espaço do eslaide, dentro


Anotações Mestras: personaliza a impressão das anota- de uma apresentação.
ções, incluindo cabeçalho e rodapé. Utilizando-se o Microsoft PowerPoint, é possível importar
para um mesmo slide tanto planilha do Excel quanto texto
Faixas de Opções do Word.

Menu Página Inicial

Menu com opções semelhantes àquelas encontradas no


mesmo menu do Word 2016. Novo Slide, Layout, Redefinir e

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Ao se criar uma apresentação no MS PowerPoint, é Arquivo MIDI .mid ou .midi
possível inserir textos do MS Word ou da Internet e ainda
Arquivo de áudio MP3 .mp3
inserir planilha do MS Excel bem como imagens e vídeos de
diversos tipos. Arquivo de áudio do Windows .wav
Uma vantagem do PowerPoint 2016, em relação às ver- Arquivo Windows Media Audio .wma
sões anteriores, é o suporte aos arquivos de vídeo do tipo
MPEG. Formato de arquivo Extensão
Com o Microsoft PowerPoint 2016, o usuário pode sal- Adobe Flash Media .swf
var sua apresentação em qualquer um dos tipos de arquivo
listados na tabela a seguir: Arquivo do Windows Media .asf
Arquivo de vídeo do Windows .avi
Salvar Como tipo de arquivo Extensão Arquivo de filme .mpg ou .mpeg
Apresentação do PowerPoint .pptx Arquivo Windows Media Video .wmv
Apresentação do PowerPoint Habilitada
.pptm
para Macro Vídeos nos formatos .mp4, .mov e .qt poderão ser
Apresentação do PowerPoint 97-2003 .ppt executados no PowerPoint se o player Apple QuickTime
Formato de Documento PDF .pdf estiver instalado.
Formato de Documento XPS .xps
Guia sob Demanda – Ferramentas de Desenho
Modelos de Design do PowerPoint .potx
Modelo de Design Habilitado para Macros Depois de inseridos com opção do menu Inserir, selecio-
.potm
do PowerPoint nar uma imagem, SmartArt, tabela ou desenho faz com que
Modelo de Design do PowerPoint 97-2003 .pot seja exibida uma guia especial com comandos específicos
Tema do Office .thmx adaptados para o objeto selecionado. Selecionar um desenho
faz com a guia abaixo seja mostrada:
Apresentação do PowerPoint .pps; .ppsx
Apresentação de Slides do PowerPoint Ha-
.ppsm
bilitada para Macro
Apresentação do PowerPoint 97-2003 .ppt
Suplementos do PowerPoint .ppam
Suplemento do PowerPoint 97-2003 .ppa
Vídeo do Windows Media wmv
GIF (Graphics Interchange Format) .gif
Formato de Arquivo JPEG (Joint Photo-
.jpg A inserção, por meio da guia Inserir, de uma caixa de texto
graphic Experts Group)
Formato PNG (Portable Network Graphics) .png no slide mostrado causa a exibição do comando Ferramentas
de Desenho. Nesse caso, se, em seguida, for aplicado um
TIFF (Tag Image File Format) .tif
clique na guia Formatar, serão disponibilizadas ferramentas
Bitmap independente de dispositivo .bmp que permitem definir o estilo do texto e a cor de preenchi-
Metarquivo do Windows .wmf mento para a caixa de texto.
Metarquivo Avançado do Windows .emf No Microsoft PowerPoint, a opção de agrupar objetos
Estrutura de tópicos/RTF .rtf permite que sejam unidas em uma única autoforma diversos
itens de um eslaide, de modo que se atribua a todos eles um
Apresentação de Imagens do PowerPoint .pptx único comando, como, por exemplo, alterar o tamanho dos
Apresentação OpenDocument .odp objetos por proporção.
Formatos de arquivo de áudio compatíveis: Menu Design

Formato de arquivo Extensão No Microsoft PowerPoint, conjuntos de eslaides para


Arquivo de áudio AIFF .aiff apresentação podem ser criados em mesmo tamanho,
respeitando-se as dimensões padrão dos eslaides para que
Arquivo de áudio AU .au
caibam na tela ou possam ser projetados em superfícies.
Noções de Informática

Na guia Design, encontra-se a opção que permite definir, para o slide mostrado na figura, a aparência do plano de fundo,
o layout de espaço reservado, além das cores e estilos de fonte.

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Menu Transições

No aplicativo PowerPoint, o tipo de efeito de animação em que o slide é apresentado por meio de um efeito do tipo
padrão quadriculado ou de exibição gradativa é chamado Transição.

No PowerPoint 2016, é possível controlar a velocidade de cada efeito de transição de eslaides e também adicionar a
execução de som em cada transição.
No PowerPoint 2016, os slides podem ter imagens animadas do tipo gif e a transição de um slide para o próximo pode
ocorrer de forma automática, por meio da configuração de um temporizador.

Menu Animações

No PowerPoint 2016, a ferramenta Pincel de Animação permite copiar efeitos de animação de um objeto para outro, de
forma semelhante à cópia de formatação de texto realizada com a ferramenta Pincel de Formatação.

Menu Apresentação de Slides Uma das funções do recurso Testar Intervalos do MS Po-
werPoint 2016 é gravar o tempo utilizado em cada slide e
trocar automaticamente os slides com base neste tempo.

Para se iniciar a apresentação dos eslaides a partir do


Menu Revisão
eslaide atual, é suficiente clicar o botão .
No PowerPoint, em uma apresentação definida como
personalizada, apenas os slides que tenham sido seleciona-
dos serão exibidos.
No aplicativo Microsoft PowerPoint, uma das maneiras
possíveis de se iniciar a apresentação dos slides de um arqui-
vo em edição é clicar no menu Apresentações e selecionar a
opção Exibir Apresentação.

Menu Exibir

No PowerPoint, é possível associar a emissão de sons a


um slide, devendo esse slide ser adequadamente configu-
rado para indicar o momento exato em que será iniciada a
execução do som.
Uma narração pode ser adicionada a uma apresentação Para exibir um slide mestre no Microsoft PowerPoint ou
de eslaides nos seguintes casos: para uma apresentação com no BrOffice.org Impress, deve-se clicar, sucessivamente, o
Noções de Informática

base na Web; para arquivar uma reunião de modo que os menu Exibir, a opção Mestre e a subopção Slide Mestre.
oradores possam examiná-la mais tarde e ouvir os comen- No MS PowerPoint, os mestres que contêm e refletem os
tários feitos durante a apresentação; e para apresentações elementos de estilo, usados na apresentação toda, podem
executadas automaticamente. ser aplicados em slides, anotações e folhetos.

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LIBREOFFICE 5 Impress Apresentação .odp PowerPoint .pptx
Banco de .mdb e
Base .odb Access
dados .accdb
Math Fórmula .odf Equation ---
Draw Desenho .odg Publisher .pub

SOBRE O LIBREOFFICE LIBREOFFICE WRITER 5


A origem do LibreOffice remonta a meados da década O Writer é o aplicativo do LibreOffice equivalente ao Word
de 1990, quando a empresa alemã Star Division criou um da Microsoft, permitindo realizar praticamente as mesmas
pacote de escritório chamado StarOffice e começou a distri- ações de redação e edição de textos simples e multimídia.
bui‑lo gratuitamente para as plataformas Windows e Linux.
Em 1999, a Star Division foi adquirida pela empresa
americana Sun Microsystems. Logo após lançar o StarOffice Área de Trabalho
5.2, em 13 de outubro de 2000, a Sun Microsystems doou
parte do código fonte do StarOffice para a comunidade de
código aberto, tornando-se colaboradora e patrocinadora
principal do recém lançado projeto OpenOffice.org.
No Brasil, uma comunidade de voluntários se formou
com a missão de adaptar o OpenOffice.org para o português
brasileiro. Em fevereiro de 2002, a um grupo de brasilei-
ros foi destinada a primeira grande tarefa do projeto: a
tradução do glossário padrão, que daria o subsídio para a
compilação das primeiras versões do OpenOffice.org em
português do Brasil.
Em 2004, no entanto, devido a problemas com a marca
OpenOffice, registrada anteriormente por uma empresa do
Rio de Janeiro, foi necessário trocar o nome da comunidade
e do produto. Surgiu assim o BrOffice.org.
No dia 25 de janeiro de 2006, foi anunciado oficialmente
o lançamento da ONG BrOffice.org que passou a organizar
as atividades da comunidade OpenOffice.org.br. Apesar da
mudança de nome, o BrOffice.org continuou representando Barra de Status
o OpenOffice.org, com a garantia de todos os instrumentos
jurídicos de proteção à marca BrOffice.org.
Em 2010, com a aquisição da Sun Microsystems pela
Oracle, a comunidade OpenOffice.org sofreu uma grande
avaria devido à forma que a Oracle trata os projetos de
código aberto, trazendo um grande prejuízo ao projeto, se
traduzindo na insatisfação dos voluntários do projeto, o Significado Clique ...
que resultou um fork (derivação) deste projeto, surgindo Modo de inserção para alternar entre o modo de
o LibreOffice. atual inserção e o modo de sobres-
Como o nome OpenOffice pertence à Oracle, os mem- crever textos em um documento

bros da comunidade de desenvolvedores da suíte de aplica- pressione a tecla Insert ou clique
tivos de mesmo nome decidiram dar o novo nome LibreO- duas vezes na área INSER/SOBRE
ffice ao software e um nome diferente para a comunidade: da barra de Status.
The Document Foundation (TDF). Modos de seleção Esquerdo ou direito: mostra menu
A TDF é uma empresa alemã independente e sem fins para definir Seleção padrão, Esten-
lucrativos, criada em setembro de 2010, por membros da ⑥ der seleção (SHIFT), Adicionar se-
comunidade OpenOffice, para desenvolver uma suíte de leção (CTRL) ou Seleção em bloco
aplicativos para escritório livre (seguindo a LGPL), com su- (ALT) .
porte a OASIS ODF (formato de arquivo aberto e público, O asterisco (*) in- duplo: salva o documento.
aceito como padrão mundial sob o nome ISO/IEC 26300, dica que um docu-
já tendo sido oficialmente aprovado pela Associação Bra- mento em processo
Noções de Informática

sileira de Normas Técnicas (ABNT), baseado em XML e sem ⑦ de edição apresenta


direitos autorais. alterações que
O LibreOffice é um conjunto de aplicativos livre, para ainda não foram
escritório, que possui interface similar à de outros produtos salvas
do gênero em ambiente gráfico e oferece os programas: Assinatura digital duplo ou botão direito: Arquivo /

Assinaturas digitais ...
Tipo de Extensão Funcionalmente Extensão Informações sobre duplo: abre caixa de diálogo para
Programa
arquivo nativa idêntico ao MS nativa o objeto seleciona- formatação do objeto selecionado.

Writer Texto .odt Word .docx do, como figuras e
Calc Planilha .ods Excel .xlsx tabelas

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Layouts de visuali- em cada imagem para ativar um documento editado no Writer como PDF (portable document
zação layout de visualização diferente: format) permite que esse documento seja visualizado utilizan-
Página Individual (exibe as pági- do-se aplicativo não pertencente à suíte LibreOffice.
nas uma em baixo da outra e nun-

ca lado a lado), Colunas (páginas
lado a lado) e Modo de Livro (a Exportar como PDF...: arquivos editados no
primeira página é uma página à aplicativo Writer do LibreOffice podem ser exportados para
direita com um número de pági- arquivos com a extensão .pdf usando a janela exibida por este
na ímpar e as demais lado a lado comando, permitindo definição de qualidade das imagens,
como em um livro aberto). intervalo de páginas a exportar e senha de proteção. Usando
na guia deslizante ou nos símbo- o mesmo comando disponível na barra de ferramentas será
⑪ Zoom los de + e – aumenta ou diminui exibida uma janela na qual poderá ser definido apenas o local
o zoom. onde um arquivo PDF será criado a partir do documento atu-
al, sem a possibilidade de configurar o intervalo de páginas,
Seleção de Texto com o Mouse qualidade das imagens e senhas para o arquivo gerado. O
documento atual não é fechado ou alterado.
clicar... seleciona...
Menu Exibir
2x sobre uma palavra a palavra clicada
3x sobre uma palavra a frase onde está a palavra Comandos para exibir novos elementos ao redor do
o parágrafo onde está a documento atual e/ou não essenciais, sem necessidade
4x sobre uma palavra de configurações iniciais.
palavra
e arrastar ou a tecla SHIFT pres-
do início ao fim do trecho
sionada
com a tecla CTRL pressionada trechos não adjacentes
e arrastar sob qualquer trecho,
uma área retangular
pressionando a tecla ALT

Diferentemente do que acontece no Word, clicar na


margem esquerda do Writer não realiza nenhuma forma
de seleção especial. Para selecionar todo o documento, pode
usar o menu Editar / Selecionar tudo, o atalho CTRL + A ou

o botão . Se o cursor estiver dentro de uma tabela, o


CTRL + A selecionará inicialmente a célula, depois a tabela Navegador (F5): permite navegar pelos objetos do docu-
e, só então, o documento todo. mento, acessando com agilidade algumas “categorias”, como
páginas, gráficos, tabelas e seções. O painel exibido permite
Menu Arquivo definir o objeto usado na navegação entre as diferentes par-
tes do documento, como títulos, tabelas, quadros, objetos
Comandos que executam ações no documento como um ou hyperlinks e permite uma rápida movimentação entre
todo e não o alteram internamente. eles. Clicar com o botão direito / Objeto / Renomear permite
alterar o nome padrão para facilitar a identificação do objeto.
Editar / Localizar (CTRL + F) / Navegar por...
Novo (CTRL + N): quando acionado pela ima- Barra de status: mostra ou oculta a barra de status na
gem do botão ou tecla de atalho cria, imediatamente, um borda inferior da janela.
documento novo, em branco, pronto para edição, em uma Limites do texto: no LibreOffice 3 Writer, a manutenção
nova janela, sem alterar o documento atual. Se o coman- ou não das linhas demarcadoras dos limites do texto é uma
do for acionado pelo menu Arquivo/Novo ou pela seta ao opção primária do menu Exibir e mostra ou oculta os limites
lado da imagem do botão serão apresentadas opções para da área imprimível da página. As linhas de limite não são
criação de novos arquivos de qualquer programa do pacote impressas.
LibreOffice, como planilhas, apresentações e modelos para
formulários e etiquetas. Caracteres não Imprimíveis (CTRL+F10): mostra
Salvar Tudo: salva alterações realizadas em todos os ou oculta os caracteres não imprimíveis no texto, é exibido
arquivos do LibreOffice atualmente abertos e modificados. normalmente na barra de ferramentas padrão. Esses carac-
teres incluem marcas de parágrafo, quebras de linha, paradas
Recarregar: no aplicativo Writer do pacote Libre- de tabulação e espaços.
Office, a partir do menu Arquivo, é possível acessar a opção
Noções de Informática

Recarregar, que substitui o documento atual pela última Fontes de Dados (F4): mostra uma faixa horizon-
versão salva. Todas as alterações efetuadas após o último tal entre as Barras de Ferramentas e a régua mostrando os
salvamento serão perdidas. bancos de dados registrados. A exibição da fonte de dados
pode ser usada para arrastar campos de tabela de bancos
Exportar... e Exportar como PDF... : abrem uma janela de dados registrados e soltá-los nos documentos, bem como
para configuração de opções de criação de arquivo PDF a partir para criar arquivos de mala direta.
do documento atual, como definição do intervalo de páginas,
qualidade das imagens e senhas de abertura e permissão do ar- Tela Inteira (CTRL+SHIFT+ J): exibe ou oculta os
quivo gerado. A opção Exportar... permite a criação de arquivos menus e as barras de ferramentas no Writer ou no Calc.
em formato HTML, XHTML, XML e TXT. A opção de exportar um Para sair do modo de tela inteira, clique no botão Ativar/

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Desativar tela inteira. ⑩ Subscrito (CTRL + SHIFT + B): rebaixa a posição e re-
duz o tamanho da fonte do trecho de texto selecionado.
Galeria de Clipart: a execução da função do ícone Exemplo: H2O.
Galeria pode ser ativada, também, no menu Ferramentas ⑪ Limpar Formatação Direta (CTRL+M): remove forma-
e mostra um painel vertical à direita da; área de trabalho tações de fonte e parágrafo aplicadas ao texto selecionado,
do Writer com listas de imagens que podem inseridas no devolvendo-o ao Estilo Padrão.
documento arrastando e soltando.

Menu Inserir Parágrafo: para se formatar um parágrafo não


é necessário selecioná-lo todo. Basta selecionar uma parte
Comandos para inserir novos elementos dentro do qualquer ou manter o cursor dentro dele.
documento atual, com necessidade de configurações iniciais.

Caractere Especial: insere caracteres especiais a


partir das fontes instaladas. Um caractere especial é aquele ① Ativar/Desativar marcadores: destaca e recua o início
que não é encontrado em um teclado padrão. Por exemplo, de cada parágrafo selecionado com um símbolo.
© ¾ æ ç ñ ö ø ¢ são caracteres especiais. ② Ativar/Desativar numeração: destaca e recua o início
de cada parágrafo selecionado com uma sequência numérica.
Sumário e Índice: mostra um submenu para inserir en- ③ Alinhar à Esquerda (CTRL + L): mantêm as linhas do
tradas de índice, índices e entrada bibliográfica. parágrafo alinhadas apenas à esquerda em relação aos re-
Sumário, Índice ou Bibliografia: permite a construção de cuos definidos.
índice automatizado de conteúdo a partir dos títulos no docu- ④ Centralizar (CTRL + E): mantêm as linhas do parágrafo
mento. Antes de começar, o texto a ser usado no índice deve alinhadas pelo centro (desalinhadas pela esquerda e pela
estar formatado com estilos de parágrafo para níveis de título direita ao mesmo tempo) em relação aos recuos definidos.
diferentes (tal como títulos de capítulo e seção): Título 1, Título 2, ⑤ Alinhar à Direita (CTRL + R): mantêm as linhas do pará-
Título 3, e assim por diante. Estes estilos vão aparecer no sumário. grafo alinhadas apenas à direita em relação aos recuos definidos.
⑥ Justificado (CTRL + J): mantêm as linhas do parágrafo
Menu Formatar alinhadas ao mesmo tempo pela direita e esquerda em re-
lação aos recuos definidos. Com esse alinhamento definido
Comandos para modificar os elementos existentes no para o parágrafo atual, o alinhamento para a última linha
documento atual. do parágrafo pode ser especificado como esquerdo, direito
ou justificado. Se a última linha de um parágrafo justificado
Caractere: para se formatar toda uma palavra não consistir em uma palavra, a palavra será alongada até a lar-
é necessário selecioná-la. Basta que o cursor esteja dentro da gura do parágrafo com opção Expandir palavra única ativada.
palavra (entre dois caracteres quaisquer da palavra) – exceto ⑦ Entrelinhas: altera o espaçamento entre as linhas
com o uso do botão cor da fonte, que exige seleção de texto. dentro do parágrafo selecionado. O espaçamento simples
acomoda a maior fonte na linha, além de uma pequena
quantidade de espaço adicional. A quantidade de espaço
adicional varia de acordo com a fonte usada. O espaçamen-
to 1,5 aplica uma vez e meia o espaçamento simples entre
linhas e o duplo, o dobro. Outras opções estão disponíveis
no menu Formatar / Parágrafo.
① Nome da Fonte: permite selecionar um tipo de letra ⑧ Aumentar espaçamento entre parágrafos.
(fonte) a ser aplicado, disponibilizadas pelo Windows. A es- ⑨ Diminuir espaçamento entre parágrafos.
colha da fonte pode ser realizada digitando-se o nome da ⑩ Aumentar recuo: reduz em 1,25 cm o recuo esquerdo
fonte pelo teclado. do parágrafo.
② Tamanho da Fonte: apresenta uma lista de tamanhos de ⑪ Diminuir recuo: aumenta em 1,25 cm o recuo es-
fontes sugeridas, com valores de 6 a 96 (em intervalos irregula- querdo do parágrafo.
res). Esta ferramenta aceita a digitação e aplicação de qualquer
tamanho de fonte entre 2 e 999,9 (com variações de 0,1). Estilos
③ Cor da Fonte: aplica a última cor utilizada ao texto se-
lecionado. A pequena seta permite selecionar uma nova cor.
④ Cor de Realce: faz o texto selecionado parecer mar- Estilos e Formatação (F11):
cado com marca-texto ou ativa a ferramenta Realce com a conjunto de ações de formatação que podem ser aplicadas
última cor usada. A pequena seta permite escolher cores e ao texto, tabelas e listas do documento para alterar rapida-
remover o realce. mente sua aparência. Ao aplicar um estilo, todo um grupo
⑤ Negrito (CTRL + B): aplica o efeito (também chamado de formatos é aplicado com um clique do mouse.
estilo) negrito ao texto selecionado, dando-lhe destaque.
Menu Ferramentas
Noções de Informática

⑥ Itálico (CTRL + I): aplica o efeito itálico ao texto sele-


cionado, dando-lhe destaque.
⑦ Sublinhado (CTRL + U): aplica uma linha contínua sob Comandos úteis, mas dispensáveis ao usuário.
todo o trecho de texto selecionado, dando-lhe destaque. A
opção Formatar / Caractere / Efeitos de fonte / Sublinhado Ortografia e Gramática (F7): inicia uma caixa de
permite a escolha de cores e outros tipos de sublinhado, diálogo para verificação ortográfica separada no documento
como duplo, pontilhado e ondulado. (ou numa seleção de texto).
⑧ Tachado
⑨ Sobrescrito (CTRL + SHIFT + P): eleva a posição e re-
duz o tamanho da fonte do trecho de texto selecionado.
Exemplos: 23 - 1º. Autoverificação Ortográfica: sinaliza trechos

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
de texto usando um sublinhado ondulado vermelho para Operadores de Referência
indicar possíveis problemas de ortografia, facilitando sua
identificação e posterior correção. A Autoverificação pode SÍMBOLO FUNÇÃO / EXEMPLO LEITURA
ser desativada com um clique sobre o botão Autoverificação Operação de interseção,
ortográfica na Barra de Ferramentas Padrão ou pelo menu Soma da interse-
usado para destacar células
! exclamação ção de A1 até A10
Ferramentas / Opções / Configurações de idioma / Recursos comuns a dois intervalos
com A1 até C5
para redação / Verificar ortografia ao digitar. =SOMA(A1:A10!A1:C5)
Identifica uma célula de Multiplica a célula
outra planilha, na mesma A1, da planilha
Recursos Especiais da Barra de Ferramentas . ponto
pasta Plan2 por B5 da
Padrão =Plan2.A1*B5 planilha atual
Multiplica a célula
Identifica uma célula de
A1, da planilha
outra planilha, em outra
# cerquilha
pasta
Plan2, da pasta
Modo de Edição: ativa ou desativa o modo de =‘Teste.ods’#Plan2.A1*B5
Teste.xls por B5 da
edição. Para desativá-lo, será necessário salvar as alterações planilha atual
no documento, ele se tornará Somente leitura e não será
possível realizar modificações. Alça de Preenchimento
Por exemplo, as seleções iniciais na tabela a seguir são
estendidas da forma mostrada. Os itens separados por vír-
gulas estão em células adjacentes.
LIBREOFFICE CALC 5
Seleção inicial Série expandida
Área de Trabalho 1, 2, 3 4, 5, 6
1 2, 3, 4
Planilha: tabela, folha ou página de cálculo, formada por
1.024 colunas (AMJ) ①, dispostas na vertical, em ordem Em uma planilha em edição no Calc do LibreOffice, se
alfabética, da esquerda para a direita, e 1.048.576 linhas ② uma célula for preenchida com número e, em seguida, a
numeradas de cima para baixo. alça de preenchimento dessa célula for arrastada para cé-
lulas seguintes na mesma linha ou coluna, as células serão
Caracteres Especiais automaticamente preenchidas com uma sequência numérica
iniciada com número digitado.
Iniciadores de Cálculo
Autosoma
No Calc, apenas os caracteres igual (=), mais (+) e menos O Calc disponibiliza aos usuários um recurso que facilita a
(-) podem ser usados como iniciadores de cálculos, para fór- soma de um conjunto de valores contidos em células. O botão
mulas ou funções. O arroba (@), usado no Excel, não inicia
cálculos, inserindo apenas texto nas células do Calc. pode ser usado de diversas formas, automatizando o
Diferentemente do Excel, as funções que utilizam acen- uso da função SOMA. Este botão não permite, como acon-
tos, como MÉDIA, MÍNIMO e MÁXIMO, devem ser acentua- tece no Excel, automatizar também o uso de outras funções
das pelo usuário para que sejam aceitas no Calc. além da soma.

LIBREOFFICE DRAW 5.3


Noções de Informática

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Principais comandos do Menu Arquivo Principais Comandos do Menu Inserir

Abrir arquivo remoto: cria conexão com serviços de ar- Nova página: cria página em branco após atualmente
mazenamento em nuvem como OneDrive e Google Drive e selecionada.
lista seus arquivos. Duplicar página: cria nova página com o mesmo conte-
Visualizar no navegador web: mostra a página/desenho údo daquela selecionada atualmente.
atual no navegador padrão.
Exportar: salva o desenho ou objeto selecionado na for- Principais Comandos do Menu Formatar
ma de arquivo com extensão .html, .xhtml, .pdf, .sfw (Flash),
.bmp, .emf, .eps. .gif, .jpg, .png, .svg, .tif, .wmf.
Linha: definição de estilo, seta, espessura e cores das
bordas do objeto atual.
Principais comandos do Menu Editar Área: definição de cor de preenchimento, sombra e trans-
parência do objeto atual.
Duplicar... (SHIFT + F3): cria cópias do objeto selecio- Texto: ajuste do texto ao objeto e da distância limite do
nado, permitindo identificar a quantidade de cópias, deslo- texto às bordas, animação do texto no objeto.
camento (colocação), ampliação e cores dos novos objetos
criados.
Principais Comandos do Menu Ferramentas
Pontos (F8): permite a modificação das bordas de uma
figura geométrica (para arredondar os cantos de um qua-
drado, por exemplo). Substituir cores: abre a caixa de diálogo do conta-gotas
para substituir cores em figuras de meta-arquivo e de bitmap.
Mapa de Imagem: atribui ação/link a partes da imagem.

Principais Comandos do Menu Exibir Principais Comandos do Menu Modificar

Dispor: razer para a frente, Enviar para trás, Avançar,


Normal: alterna para a exibição normal na qual é possível
Recuar...
criar e editar formas.
Alinhar: Esquerda, Centralizado, Direita, Em cima, Centro,
Mestre: alterna para a exibição de páginas-modelo, onde
Embaixo.
as imagens inseridas serão exibidas em todas as páginas de
desenhos. Agrupar, Desagrupar, Combinar, Dividir.

LIBREOFFICE MATH 5.3

Noções de Informática

① Painel de Elementos: lista de operadores, funções, relações e formatos que podem ser inseridos na equação.
② Edição Gráfica da Equação: permite visualização da equação pronta e seleção do elemento a ser alterado.
③ Edição da Equação: mostra o código interno gerado pela equação e permite alterá-lo.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
MICROSOFT OUTLOOK 2013 Nota
Por enquanto, a Microsoft não disponibilizou uma versão
O Outlook 2013 é a última versão do gerenciador de independente do Microsoft Outlook 2013. Para testar o
emails da Microsoft, incluído no pacote Office 2013. Potente programa, você deve baixar o pacote Office 2013 com-
como sempre e com um visual mais bem cuidado, o programa pleto.
traz poucas novidades importantes.
Com o Microsoft Outlook 2013 você pode gerenciar facil- Prós Contras
mente suas contas de e-mail POP3 e IMAP. A função Exchage
ActiveSync serve para usar no Outlook contas de correio de • Visual melhor trabalhado; • Poucas novidades im-
serviços como o Gmail. • Leitura de e-mails mais fácil; portantes.
Além do e-mail, o Microsoft Outlook 2013 permite geren- • Sincronização com redes so-
ciar outras informações importantes como contatos, eventos, ciais;
calendário e compromissos da sua agenda. A interface do • Integração com o YouTube
programa foi melhorada e agora está com um visual mais para inserir vídeos no e-mail.
parecido com o do Windows 8.
O Microsoft Outlook 2013 recebeu melhoras na inte- Guia de Introdução
gração com serviços externos como LinkedIn, Facebook e
Twitter, entre outros. Sincronize sua conta Microsoft para O Microsoft Outlook 2013 tem uma aparência diferente
receber as atualizações de seus contatos das redes sociais das versões anteriores, pelo que criámos este guia para o
diretamente no Outlook. orientar na aprendizagem.

Torne-o seu 4. Faça mais na Barra de Ações a Fazer


Personalize o Outlook. Escolha entre cores de esquema e A Barra de Ações a Fazer apresenta o navegador de data,
fundos diferentes e sincronize-os com outros computadores os seus compromissos, pessoas e a sua lista de tarefas.
que possui.
5. Painel Pessoas
1. Vista Backstage Consulte detalhes sobre todos nas linhas Para, De ou Cc
Clique no separador Ficheiro para abrir a vista Backstage,
Noções de Informática

de cada mensagem.
onde pode adicionar contas e alterar definições.
6. Responda a partir do painel de leitura
2. Procurar
Pode Responder e Reencaminhar diretamente a partir
Pode procurar uma pasta, subpastas e até outras caixas
de correio. do painel de leitura. Também pode escrever uma resposta
no painel de leitura.
3. Faça gestão de tarefas de mensagem na Lista de Men-
sagens 7. Pré-visualize
Categorize, Sinalize ou Elimine mensagens onde residem Veja uma vista rápida do seu Calendário, Pessoas e Tare-
– na Lista de Mensagens. fas. Veja também compromissos futuros.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Comecemos pelo início: Adicionar a sua conta
Antes de poder enviar ou receber mensagens, terá de ligar a sua conta de e-mail. Se a sua empresa utiliza o Microsoft
Exchange, o Outlook 2013 tentará configurar a sua conta de e-mail.
Se utiliza serviços de e-mail baseados na Internet (tais como o Hotmail, Gmail ou Yahoo!), introduza o seu nome, ende-
reço de e-mail e palavra-passe para configurar a sua conta.

Alterar o Tema do Office


Reestruturamos o Office 2013 para disponibilizar uma experiência limpa e uniforme - como uma folha de papel em
branco. Se pretender ver as diferentes áreas do Outlook de forma mais distinta, pode alterar o Tema do Office.
Utilize as definições em Ficheiro > Conta do Office para alterar o esquema de cores do Office 2013 em todos os compu-
tadores, ou utilize as Opções do Outlook para alterar o esquema de cores apenas no computador que está a utilizar. Pode
escolher entre Branco, Cinzento Claro ou Cinzento Escuro.

Algumas coisas que poderá procurar. Utilize a seguinte lista para localizar algumas das ferramentas e comandos mais
comuns no Outlook 2013.

Para... Clique em... E, em seguida, veja no...


Aplicar papel de carta ou fundos a Ficheiro Clique em Ficheiro > Opções > Correio > Papel de Carta e Tipos de Letra. No
uma mensagem separador Papel de Carta Pessoal, clique em Tema.
Enviar respostas automáticas Ficheiro Em Informações de Conta, clique em Respostas Automáticas > Enviar respos-
quando estiver fora do escritório tas automáticas e, em seguida, selecione as suas opções (esta funcionalidade
necessita de uma conta do Microsoft Exchange Server).
Inserir uma imagem ou clip art Inserir A partir de uma nova mensagem de correio, clique em Ilustrações e, em seguida,
clique em um dos seguintes: Imagens, Imagens Online, Formas, Smart Art,
Noções de Informática

Gráfico ou Captura de Ecrã.


Gerir mensagens de e-mail atri- Base Na vista de Correio, clique em Mover > Regras.
buindo regras
Inserir um símbolo ou caráter es- Inserir A partir de uma nova mensagem de correio, clique em Símbolos > Símbolo.
pecial
Adicionar feriados ao calendário Ficheiro Clique em Opções > Calendário. Em Opções do calendário clique em Adicionar
Feriados.
Partilhar um calendário Base A partir da vista de Calendário, no grupo Partilhar, clique em Enviar Calendário
por E-mail > Partilhar Calendário (esta funcionalidade necessita de uma conta
do Microsoft Exchange Server) ou em Publicar Online.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O correio não é a única função. A comunicação é importante, mas o seu tempo também. O Outlook 2013 atualizou a
forma de gerir o seu tempo, tarefas e pessoas.

1. Veja calendários de outras pessoas 4. Pré-visualize


Consulte rapidamente as melhores alturas para agendar Paire o cursor sobre uma reunião ou compromisso para
uma reunião com outras pessoas. ver os seus detalhes.

2. Agende uma Reunião do Lync


Criar uma assinatura de e-mail
Encontre-se com alguém pessoalmente ou poupe a via- Para criar uma nova assinatura de e-mail, faça o seguinte:
gem agendando uma reunião online com o Lync 2013. 1. Clique em Ficheiro > Opções > Correio. Em Compor
mensagens, clique em Assinaturas.
3. Faça planos conforme o tempo 2. No separador Assinatura de E-mail, clique em Novo e,
Veja a previsão meteorológica para a sua e outras cidades em seguida, escreva um nome para a assinatura.
3. Na caixa Editar assinatura, escreva o texto que preten-
(máximo de cinco). Quando planear uma reunião fora da
de incluir na assinatura e, em seguida, utilize as ferramentas
cidade, saberá o que arrumar na mala. incorporadas para a formatar.

Adicionar automaticamente uma assinatura a mensagens clique em Assinatura e, em seguida, clique na assinatura
Noções de Informática

Para adicionar automaticamente uma assinatura a novas que pretende.


mensagens de e-mail, efetue o seguinte procedimento:
1. A partir de qualquer vista, clique em Ficheiro > Opções
> Correio. Em Compor mensagens, clique em Assinaturas.
2. Em Escolher assinatura predefinida escolha a assi-
natura a adicionar a Novas Mensagens. Se quiser, pode
escolher uma assinatura diferente para Respostas/ reenca-
minhamentos.
3. Para adicionar manualmente uma assinatura a uma
nova mensagem, no separador Mensagem, no grupo Incluir,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET empresa. Consequentemente, todos os conceitos aplicados
à Internet podem ser também aplicados à Intranet, que
Redes e Internet pode ser então considerada uma Internet “em miniatura”
ou “privada”.
Uma rede de computadores é qualquer estrutura física Extranet é a parte de uma Intranet que usa a Internet
e lógica que permita a conexão de computadores, com a para compartilhar parte de suas informações. Uma Extranet
finalidade de troca de informações e compartilhamento de também pode ser entendida como uma porção da rede da
recursos. empresa que é disponibilizada a usuários externo. Outro uso
A Internet é o conjunto das redes, em escala mundial, comum do termo Extranet se dá na designação da “parte
interligadas utilizando uma mesma tecnologia (protocolos privada” de um site, onde somente “usuários registrados”
TCP/IP), permitindo o acessoà informações e transferência podem navegar, previamente autenticados por sua senha
de dados. (login de acesso).
Normalmente, um computador que se conecta a Inter-
net pode acessar informações a partir de uma vasta gama VPN (Rede Privada Virtual)
de servidores disponíveis e outras informações a partir de
computadores, movendo-os para a memória do computador
Uma VPN é uma rede privada que usa a infraestrutura
local. A  mesma conexão permite que o computador para
das redes públicas para transmitir dados. Porém, como as
enviar informações para servidores da rede e que, por sua
redes são públicas há, normalmente, necessidade de se
vez, a informação é acessada e potencialmente modificada
por uma variedade de outros computadores interligados. utilizar protocolos de segurança para que os dados sejam
A maioria das informações amplamente acessíveis na Inter- transmitidos de forma sigilosa.
net consiste de hipertexto (documentos interligados) e de As VPNs seguras utilizam protocolos de segurança e con-
outros recursos da World Wide Web (WWW). troles de acesso (criptografia e firewall). A VPN é bloqueada
A circulação de informações na Internet é alcançada por da parte pública para assegurar que mesmo estando fisica-
meio de um sistema de redes interconectadas que compar- mente hospedada, apenas os usuários autorizados tenham
tilham dados com comutação por pacotes padronizados. acesso a ela, garantindo assim a integridade dos dados e a
Trata-se de uma “rede de redes”, que consiste de milhões confidencialidade da comunicação.
de redes públicas e privadas, acadêmicas, empresariais, As redes VPNs também são conhecidas pelos termos
governamentais e de redes de âmbito local ao global que “Túneis Virtuais” ou simplesmente “tunelamento”.
estão ligados por fios de cobre, fibra óptica, cabos, ligações
sem fios, e outras tecnologias. Classificação das Redes quanto a Extensão
Geográfica

PAN (Personal Area Network): rede pessoal; dispositivos


ligados a um único computador.

LAN (Local Area Network): rede local, de pequena ex-


tensão (1 km), capaz de conectar salas e prédios vizinhos.

MAN (Metropolitan Area Network): rede metropolitana,


com a extensão de uma cidade (10 km) – campus de univer-
sidades e TV a cabo.

WAN (Wide Area Network): rede extensa, sem limita-


ção geográfica – grandes bancos e operadoras de cartão de
crédito.

Os termos Internet e World Wide Web são frequente-


mente utilizados sem muita distinção. No entanto, a Internet
e a World Wide Web não são a mesma. A Internet é um siste-
ma de comunicações de dados global. É uma infraestrutura
Noções de Informática

de hardware e software que fornece conectividade entre os


computadores. Em contraste, a Web é um dos serviços de co-
municação através da Internet. É uma coleção interligada de
documentos e outros recursos, ligadas por hiperlinks e URLs.

Intranet e Extranet
A Intranet é uma rede privada que se baseia na mesma
tecnologia da Internet, mas que é utilizada para agilizar e
incrementar a comunicação e a produtividade dentro de uma

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Meios Físicos de Transmissão
Com Fios

coaxial par trançado fibra ótica


cabeamento

tipos fino ou grosso UTP ou STP monomodo ou multimodo


conector BNC, formato de T e terminadores RJ 45 SC, FC, ST, FDDI
velocidade de
10 Mbps 10, 100 ou 1.000 Mbps 100 ou 1.000 Mbps
transmissão
padrão 10base2 e 10base5 10, 100 ou 1.000baseT 100baseF, 1.000baseS ou L

não sofre interferência


características eletromagnética. Resistente à
corrosão

Sem Fios (ondas eletromagnéticas)

tipos infravermelho (IrDA) microondas (radiofrequência RF)


obstáculos entre os dispositivos não podem existir podem existir
alcance máximo 1m 1 m a 50 km
velocidade de transmissão 4 a 16 Mbps 3 a 108 Mbps
características requer “sight line”: ponto focal e desvio máximo de 15 o
Bluetooth, WiFi, WiMAX

Topologias e Arquiteturas
Topologias são formas de construção das redes que definem a forma de conexão (física) e o funcionamento da rede (lógica).

BARRA ANEL ESTRELA


através de cabo central diretamente um ao outro, por meio do concentrador,
ligação entre os PCs
compartilhado formando caminho fechado ou núcleo da rede
se um computador falha a rede NÃO para a rede PARA a rede NÃO para
tipo de cabo coaxial UTP ou fibra UTP ou fibra
chega a todos da rede e é chega ao destinatário, que o passa sempre pelo núcleo
distribuição da
descartada, exceto pelo destinatário copia e reenvia até o emissor, da rede e de lá segue até
informação
(difusão, ou broadcast) cruzando todo o anel seu destino

A arquitetura de uma rede é um conjunto de características padronizadas que especificam como uma rede funciona
(cabos, conectores, concentradores, placas de rede, protocolos, regras). É o “modelo” da rede. Todos os equipamentos
usados em uma mesma rede devem ter as mesmas especificações (mesma arquitetura).
Noções de Informática

arquiteturas Ethernet FDDI Token Ring Wi-Fi


IEEE 802.3 802.4 802.5 802.11
topologia barra (coaxial) ou estrela (par trançado) anel duplo anel barra, sem cabos
A mais usada atualmente. Gerações:
Com 4 ou 16 Mbps,
1. Ethernet 10 Mbps (coaxial ou PT) Self Healing Estrutura de WLAN mais
características é pouco usada
2. Fast Ethernet 100 Mbps (PT ou FO) CDDI (PT) usada atualmente
atualmente
3. Giga Ethernet 1.000 Mbps (PT ou FO)

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Wi-Fi: Modos de funcionamento

Infraestrutura: requer equipamento central (concentrador sem fio), chamado ponto de acesso.
Ad-Hoc: as placas de rede dos computadores se comunicam diretamente entre si, sem a necessidade de concentradores.

Subpadrões Wi-Fi

802.11b 802.11a 802.11g 802.11n


velocidade de 104 Mbps
11 Mbps (6) 54 Mbps (30) 54 Mbps
transmissão (600-MIMO)
frequência 2,4 GHz 5 GHz 2,4 GHz 2,4 e 5 GHz
alcance 100 m 50 m 100 m 500 m
telefones sem fio,
interferência rede menos saturada
microondas, bluetooth
mais cara, usada em compatível com o
mais usado em hotspots,
características empresas, não se comunica “b” e mais rápido
mais barato (2001)
com outros padrões (2002) (2006)

Protocolos sucessivamente de uma camada a outra chegar à camada


Física que levará a solicitação ao destinatário. Ao se chegar
Até o fim dos anos de 1970 cada desenvolvedor de ao destino, o caminho é feito ao inverso.
tecnologias para redes era responsável por criar seu pró- As camadas são dividas em três grupos: Aplicação (Apli-
prio método de transporte que se encarregasse de fazer a cação, Apresentação, Sessão), Transporte (Transporte) e Rede
comunicação entre dois computadores em uma rede. Como (Rede, Link de Dados e Física), onde em cada uma alguns
os padrões eram muito divergentes a ISO (International Or- softwares específicos (protocolos) atuarão.
ganization for Standardization – Organização Internacional Um Protocolo é um conjunto de regras que estabelece
para Padronização) criou um modelo chamado OSI (Open um padrão de comunicação entre os computadores de uma
Systems Interconnection  – 1977) para que os fabricantes rede. Ou seja, para que esses computadores possam inte-
pudessem criar tecnologias a partir deste modelo. ragir, se entender, devem seguir a mesma regra de envio e
O modelo OSI é estruturado em sete camadas: Aplicação, recebimento de informações. Com isso pode-se dizer que o
Apresentação, Sessão, Transporte, Rede, Link de Dados e protocolo é uma linguagem que permite aos computadores
Física. Quando uma informação é solicitada, deverá passar ligados a uma rede se comuniquem.

Modelo de camadas OSI

• define o protocolo a ser usado de acordo com a solicitação do aplicativo


7 APLICAÇÃO
e usuário (SMTP, POP, IMAP, HTTP, FTP, ONS)

6 Apresentação • traduz as mensagens para um formato padrão universal

• negocia o método de comunicação, estabelece e encerra as sessões de


5 Sessão
comunicação

4 TRANSPORTE • divide a mensagem em pacotes sequenciais e adiciona um número de


controle (TCP, UDP)

3 REDE • adiciona aos pacotes um endereço para que localizem o destino, trans-
formando-os em datagramas (IP, roteador)
Noções de Informática

2 Link de Dados • adiciona o MAC e transforma datagramas em quadros – conjuntos de


bits (placas de rede, switch)

1 Física • os bits são transferidos (cabos, conectores, hub, repetidor)

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Protocolos da Camada de Aplicação vez recebida a mensagem, está impossibilitado o acesso à
mesma em outros computadores.
SMTP (Simple Mail Tranfer Protocol): usado para o IMAP4 (Internet Message Access Protocol): recebe men-
envio de e-mails do remetente para o servidor de saída de sagens do servidor de correio eletrônico, mantendo uma cópia
mensagens e entre os servidores de e-mails. e permitindo que a mesma mensagem seja vista em diferentes
POP3 (Post Office Protocol): usado no recebimento de computadores. Útil para situações em que o usuário utiliza o
e-mails e, por regra, os apaga do servidor de entrada. Uma correio eletrônico em dois ou mais ambientes distintos.

HTTP (Hyper Text Tranfer Protocol): realiza a transfe- são gratuitas, enquanto chamadas de VoIP para rede pública
rência de documentos hipermídia (hipertexto), escritas em podem ter custo.
linguagem HTML (HyperText Markup Language) entre um SNMP (Simple Network Management Protocol): pro-
servidor Web e um programa cliente (navegador, browser), tocolo de gerência e monitoramento de redes TCP/IP, que
os  quais interpretam as páginas e as descarregam para o facilita a troca de informação entre os dispositivos de rede,
computador do usuário final. A implementação do protocolo como placas e comutadores. O SNMP permite aos adminis-
HTTP sobre uma camada adicional, SSL (Secure Socket Layer) tradores de rede verificar o desempenho da rede, encontrar
ou TLS (Transport Layer Security), fazem com que as informa- e resolver problemas, e reunir informações para planejar sua
ções sejam enviadas através de uma conexão criptografada expansão, dentre outras.
e autenticada entre servidor e cliente e cria uma variação DNS (Domain Name Service): protocolo que realiza o ser-
do HTTP, o HTTPS (o “S” lembra seguro). viço de consulta a um banco de dados hierárquico, realizando
FTP (File Transfer Protocol): transfere arquivos entre a tradução (resolução, transformação) de um nome amigável,
dois computadores usando a arquitetura servidor/cliente, nome domínio ou URL (fácil de guardar na memória, como
sendo um dos mais utilizados na Internet. Pode-se usar um www.google.com.br) em um endereço IP (74.125.93.103),
navegador ou programas específicos para acessar, copiar, usado para acessar recursos em redes.
apagar e renomear arquivos remotos. Todos os recursos presentes em servidores na Internet
TELNET (Terminal Emulator): protocolo para acesso são localizados por meio de um endereço padronizado – o
remoto a um computador numa intranet ou na Internet, URL (Uniform Resource Locator), que obedece ao formato
permitindo controle sobre seus recursos – simula a presença protocolo://domínio/recurso. O nome de domínio deve ser
de um usuário diante da máquina de outro. adquirido junto a um órgão competente e será único na
SSH (Secure Shell): conecta dois computadores na rede, Internet, para que não haja confusões no acesso às páginas.
permitindo que um envie comandos que serão executados No Brasil, a responsável pela distribuição dos nomes de do-
na unidade remota. Tem as mesmas funções do TELNET, mínio é a Registro.br, ligada ao Comitê Gestor da Internet
com a vantagem da conexão entre o cliente e o servidor ser Brasileira (CGI.br).
criptografada e, consequentemente, segura, criando um Quando desejamos visualizar o site do Google, por
Noções de Informática

túnel de dados. exemplo, informamos ao navegador sua URL (www.google.


VoIP (Voice over Internet Protocol): voz sobre IP, tele- com.br), o qual enviará a requisição de consulta ao servidor
fonia IP, telefonia Internet, telefonia em banda larga ou voz DNS do provedor de acesso à Internet. Caso seja encontrado
sobre banda larga é o roteamento de conversação humana o endereço IP correspondente, o servidor DNS retorna ao
usando a Internet ou qualquer outra rede de computadores usuário essa informação que será usada para, então, trazer
baseada na pilha de protocolos TCP/IP, tornando a transmis- os arquivos da página.
são de voz mais um dos serviços suportados pela rede de Cada provedor de acesso possui um servidor DNS que é
dados. Usa softwares como o Skype e um conjunto de proto- alimentado pelo servidor DNS principal no Brasil. Os regis-
colos especiais nas camadas de aplicação (SIP) e transporte tros DNS brasileiros (.br) começaram a ser feitos na Fapesp
(RTCP). Ligações de sistemas VoIP para VoIP normalmente (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo),

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de forma espontânea. Atualmente, quem mantém o registro IRC (Internet Relay Chat): utilizado em salas de bate-
de domínios brasileiros é a NIC.br (Núcleo de Informação e -papo (chat) e para a troca de arquivos, permite conversa
Coordenação do Ponto Br), ligada ao CGI. em grupo ou privada. No fim da década de 1990, o IRC foi
A localização do endereço IP pelo DNS, a partir da URL substituído por mensageiros instantâneos como o MSN e
solicitada, obedece a uma sequência hierárquica, em três sites de relacionamento como o Orkut. O IRC é hoje usado
níveis, analisando o nome de domínio da direita para a para fins específicos como troca de arquivos e suporte
esquerda: domínio geográfico ou de 1º nível (indica o país técnico.
onde o domínio foi registrado  – .br indica que o registro WAP (Wireless Application Protocol): conjunto de proto-
aconteceu no Brasil), domínio de tipo ou 2º nível (indica a colos que define um ambiente semelhante à web, mas que
natureza do domínio, ou tipo da instituição – .com mostra funciona em redes de aparelhos sem fio e em velocidades
fins comerciais) e nome da instituição ou 3º nível (mostra o mais baixas, como celulares e PDAs. O acesso à web é feito
nome adquirido – google). através de um browser miniatura que interpreta linguagem
WML ou XML, disponibilizada por alguns sites.
IDNA (Internationalizing Domain Names in Applica- NNTP (Network News Transfer Protocol): protocolo da
tions): nome de Domínio Internacionais em Aplicação é uma Internet para grupo de discussão, ou fórum. Especifica o
tecnologia que permite o registro de nomes de domínios modo de distribuição, busca, recuperação e postagem de
com caracteres permitidos na língua portuguesa (vogais informações usando um sistema de transmissão confiável.
acentuadas e a cedilha exclusivamente). O IDNA converte
uma URL com caracteres especiais em uma URL compreendia Protocolos da Camada de Transporte
pelo serviço DNS.
DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol): protocolo Na camada de transporte atuam, basicamente, dois
de serviço da pilha de protocolos TCP/IP que configura de protocolos de suma importância: o TCP e o UDP. Têm como
forma dinâmica os terminais, concedendo endereços IP de responsabilidade dividir as mensagens em pacotes no com-
host e outros parâmetros de configuração para clientes de putador de origem, recebê-las e montá-las no computador
rede. É um protocolo sucessor do limitado BOOTP. de destino.

TCP UDP
(Transmission Control Protocol) (User Datagram Protocol)
Serviço orientado por conexão Serviço sem conexão
(é estabelecida uma sessão entre os hosts) (nenhuma sessão é estabelecida entre os hosts)
Garante a entrega através de confirmações e entrega sequen- Não garante e nem confirma a entrega dos dados
ciada dos dados
Numera os pacotes e garante sua entrega no destino; controla o Não numera os pacotes e não garante sua entrega no destino;
fluxo para que o destino não receba mais do que pode processar não controla o fluxo e não dá falta por nenhum pacote extraviado
É confiável, porém mais lento Não é confiável, porém é rápido
Usado em quase todos os serviços: páginas, email, transferência Usado em situações de menor prioridade, como músicas e
de arquivos vídeos, VoIP

Protocolos da Camada de Rede atribuição a operadores se esgote é de Outubro de 2010,


o que mostra que a implantação do IPv6 era inevitável.
IPv4 (Internet Protocol): é um dos mais importantes Como os endereços IPv6 usam agora 128 bits em sua
protocolos da pilha TCP/IP. Sua função é criar meios para que construção, são escritos em 8 grupos de 4 dígitos hexadeci-
as informações trafeguem pela estrutura física das redes, mais cada, separados por dois pontos (:), como estes:
facilitando a decisão do melhor caminho a ser tomado pela
mensagem para a chegada ao destino. 8000:0000:0000:0000:0123:4567:89AB:CDEF
O IP é o identificador numérico de um computador,
definindo um endereço de origem e outro de destino para Como os endereços IPv6 possuem muitos bytes usando
cada pacote entregue pela camada de transporte. Cada o valor 0 (zero), duas otimização dos números podem ser
computador conectado à Internet possui um número que o realizadas:
identifica na rede. Ele deve ser único para que as informações • zeros podem ser omitidos no início do grupo. Assim,
possam chegar até este computador. Este endereço pode ser 0123 pode ser escrito como 123.
estático (fixo) ou dinâmico. • grupos com 4 bytes usando o valor 0 (zero) podem ser
As informações são enviadas para a camada física em omitidos, e substituídos por um par de dois pontos.
pacotes que têm o endereço do remetente, do destinatário
e o tempo de vida do pacote. O IP é um protocolo de ende- IPSec (IP Security Protocol): é um protocolo da camada
reçamento e permite roteamento dos pacotes. de rede (ou camada 3) do modelo OSI. Outros protocolos de
Noções de Informática

O protocolo IP não garante a entrega dos pacotes no segurança como SSL e TLS trabalham da camada de trans-
destino. Essa função é do TCP. porte (camada 4) até a camada de aplicação (camada 7).
É uma variação do protocolo IP que visa fornecer privacidade
IPv6: é a versão mais atual do protocolo IP. Ele está sendo ao usuário (aumentando a confiabilidade das informações
implantado gradativamente na Internet e deve funcionar em fornecidas pelo usuário), integridade dos dados (garantindo
conjunto com o IPv4, numa situação temporária chamada que o mesmo conteúdo que chegou ao seu destino seja a
de “pilha dupla” ou “dual stack”. A longo prazo, o IPv6 deve mesma da origem) e autenticidade das informações ou
substituir o IPv4, que aceita criar cerca de 4 bilhões (4 x 109) identity spoofing (garantia de que uma pessoa é quem diz
de endereços, contra 3.4 x 1038 endereços do novo protocolo. ser), quando se transferem informações através de redes IP
A previsão para que todos os endereços livres do IPv4 para pela internet.

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NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A PESQUISA DO • Termos a serem excluídos (-): colocar um sinal de
GOOGLE menos antes de uma palavra indica que o usuário
não deseja que apareçam nos resultados as páginas
que contenham essa palavra. O sinal de menos deve
Pesquisar é simples: basta digitar o que quiser na caixa de
aparecer imediatamente antes da palavra, precedida
pesquisa, pressionar Enter ou clicar no botão Pesquisar, e o
por um espaço. Por exemplo, na consulta [ couve-
Google pesquisará na web conteúdos relevantes para a pes-
-flor ] o sinal de menos não será interpretado como
quisa.
um símbolo de exclusão, enquanto que a consulta [
Na maioria das vezes, o usuário encontrará exatamente
couve -flor ] pesquisará por ocorrências de “couve”
o que procura fazendo uma consulta básica (a palavra ou
em sites que não apresentem a palavra flor. O usuário
frase pesquisada). Porém, as dicas a seguir poderão ajudá-
poderá excluir quantas palavras desejar, usando o
-lo a obter o máximo das suas pesquisas. No artigo, serão
sinal – antes de todas, como por exemplo [ universal
usados colchetes [] para assinalar uma consulta de pesquisa,
-studios -canal -igreja ]. O sinal – pode ser usado para
portanto [Preto e branco] é uma consulta, enquanto [preto]
e [branco] são duas consultas distintas. excluir mais do que palavras. Por exemplo, coloque
um hífen antes do operador “site:” (sem espaço)
para excluir um site específico dos resultados de
Algumas Noções Básicas
pesquisa.
• Todas as palavras são importantes. Geralmente, todas
• Preenchimento de espaços (*): o asterisco *, ou ca-
as palavras inseridas na consulta serão usadas.
ractere curinga, é um recurso pouco conhecido que
• As pesquisas nunca diferenciam o uso de maiúsculas
pode ser muito útil. Se o usuário incluir o * em uma
e minúsculas. Uma pesquisa sobre [new york times]
consulta, o Google considerará o asterisco como um
gera os mesmos resultados que uma pesquisa sobre
[New York Times]. espaço reservado para termos desconhecidos e ten-
tará encontrar os resultados que melhor correspon-
• Geralmente, a pontuação é ignorada, incluindo
derem. Por exemplo, a pesquisa [ Google * ] retornará
@#$%^&*()=+[]\ e outros caracteres especiais.
resultados sobre muitos dos produtos Google (vá para
a página seguinte, e  para a seguinte -- nós temos
Para garantir que as pesquisas do Google retornem os
diversos produtos). A consulta [ * ganhou oscar de *
resultados mais relevantes, existem algumas exceções às
] retornará resultados sobre diferentes ganhadores
regras citadas acima. Mesmo os usuários mais avançados,
do Oscar. Observe que o operador * funciona so-
como os membros do grupo de pesquisa do Google, utilizam
mente com palavras completas e não com partes de
os recursos avançados de pesquisa em menos de 5% do
palavras.
tempo. Geralmente, a pesquisa básica é suficiente.

• Pesquisa exata (+): o Google emprega sinônimos au-


• Pesquisa de frase (“”): ao colocar conjuntos de pala-
tomaticamente, de maneira que sejam encontradas
vras entre aspas, o usuário estará dizendo ao Google
páginas que mencionem, por exemplo, “catavento”
para procurar exatamente essas palavras nessa mes-
ma ordem, sem alterações. O Google já utiliza a orde- nas consultas por [ cata vento ] (com espaço), ou pre-
nação e o fato de palavras estarem juntas como um feitura de Porto Alegre para a consulta [ prefeitura de
forte sinal e desviará desse padrão somente por um poa ]. No entanto, às vezes o Google ajuda um pouco
bom motivo. Portanto, as aspas são desnecessárias. além da conta, fornecendo um sinônimo quando o
A insistência na pesquisa de frases poderá fazer com usuário não o deseja. Colocar um sinal + antes de uma
que o usuário não tenha acesso a bons resultados. Por palavra, sem deixar um espaço entre o sinal e a pala-
exemplo, uma pesquisa por [“Pedro Cabral”], entre vra, o usuário estará informando ao Google que está
aspas, excluirá páginas que possam se referir a Pedro procurando por resultados idênticos ao que digitou.
Álvares Cabral. Colocar palavras entre aspas também funcionará do
mesmo modo.
• Pesquisa em um site específico (site:): o Google per-
mite que se especifique de qual site deverão sair os re- • O operador OR: por padrão, o Google considera todas
sultados de pesquisa. Por exemplo, a consulta [ iraque as palavras em uma pesquisa. Se o usuário deseja que
site:estadao.com.br ] retornará páginas sobre o Iraque, qualquer uma das palavras pesquisadas retornem
Noções de Informática

mas somente dentro do site estadao.com.br. As con- resultados, poderá usar o operador OR (observe que
sultas mais simples [ iraque estadao.com.br ] ou [ ira- o usuário precisará digitar OR em LETRAS MAIÚS-
que Estadão ] geralmente funcionarão com a mesma CULAS). Por exemplo, [ campeão brasileiro 1994 OR
eficiência, ainda que possa haver resultados de outros 2005 ] retornará resultados sobre qualquer um desses
sites que mencionem o Estadão. Também é possível anos, enquanto [ campeão brasileiro 1994 2005 ] (sem
especificar um tipo de site, por exemplo [ iraque OR) mostrará páginas que incluam ambos os anos
site:.gov ] somente retornará resultados de sites com na mesma página. O símbolo | pode substituir OR.
domínio .gov, enquanto [ iraque site:.iq ] somente A propósito, o operador AND é o padrão; portanto,
retornará resultados de sites iraquianos. não é necessário.

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Resumo dos Principais Operadores de Pesquisa

Função (operador) Exemplo Descrição


“sorvete de morango” Busca pelo termo completo, exatamente como
Pesquisa exata “aspas” ou (+)
sorvete+de+morango aparece entre as aspas (com a expressão)
Mostra resultados para sorvete sem o termo mo-
Exclusão de termos (-) sorvete -morango
rango (sem as palavras)
Procura por sorvete com quaisquer dos dois ter-
Busca alternativa (OR) sorvete morango OR chocolate mos, morango ou chocolate (com qualquer uma
das palavras)
Curingas (*) “receitas de * com morango” Permite trocar o * por qualquer palavra na busca
Busca por sorvete no site da Globo. site:com (sem
Pesquisa em site específico (site:) sorvete site:globo.com
espaço) procuraria em todos os sites .com
Busca por tipo de arquivo (filetype:) sorvete filetype:pdf Procura por sorvete apenas em arquivos do tipo pdf
Busca na URL (inurl:) inurl:wiki Busca por sites que tenham o termo wiki em sua URL
Busca por sites que tenham o termo wiki em seu
Busca no título (intitle:) intitle:wiki
título
Busca por conceitos (define:) define:sorvete Busca pela definição de sorvete em sites da internet
Mostra a página do Google armazenada no cache
Visualizar página em cache (cache:) cache:www.google.com.br gmail
com o termo gmail destacado
Links para sites (link:) link:globo.com Lista sites que possuam links para a página indicada
Páginas similares (related:) related:cespe.unb.br Lista sites que sejam similares ao indicado
Informações sobre sites info:www.globo.com Mostra informações sobre o site

O uso desses operadores pode ser feito também, de • Uma palavra específica pode não aparecer em uma
forma simplificada, usando a Pesquisa Avançada do Google. página de resultados se ficar comprovado que a página
é relevante. A comprovação poderá vir de uma análise
Exceções do idioma que o Google faz ou de outras fontes. Por
exemplo, a consulta [ visão aérea do Maracanã ] trará
A pesquisa raramente é absoluta. Os mecanismos de pes- imagens aéreas de páginas que não apresentem a
quisa utilizam uma variedade de técnicas para imitar como palavra “aérea”.
as pessoas pensam e para aproximar seu comportamento.
Consequentemente, a  maioria das regras têm exceções. A Pontuação não é Ignorada
Por exemplo, a consulta [ to be or not to be ] (em inglês),
não será interpretada pelo Google como uma consulta que • Pontuações existentes em termos comuns, com
utilize o operador OR e sim como uma expressão conhecida. significados específicos, como [ C++ ] ou [ C# ], que
O Google mostrará resultados matemáticos [ 34 * 87 ], em vez são nomes de linguagens de programação, não são
de utilizar o operador para “preencher espaços em branco”. ignoradas.
Ambos os casos seguem a óbvia intenção da consulta. • O sinal de cifrão ($) é usado para indicar preços. [ nikon
400 ] e [ nikon $400 ] trará resultados diferentes.
Exceções para a Regra “Todas as Palavras São • O hífen – poderá ser usado como sinal de que as duas
Importantes” palavras unidas por ele têm forte relação. No entanto,
isso somente ocorrerá se não houver um espaço antes
• Palavras de uso comum, como “a”, “um” e “de”, e depois de -. Nesse caso, significará que se trata de
geralmente são ignoradas porque são conhecidas um sinal negativo.
Noções de Informática

como “stop words”, ou palavras de parada. Também • O caractere de sublinhado _ não será ignorado, quan-
há exceções nessa exceção. A pesquisa [ a fazenda ] do conectar duas palavras. Ex.: [ quick_sort ].
provavelmente estará se referindo ao programa de TV,
enquanto que a consulta [ fazenda ] provavelmente Dicas para Aperfeiçoar as Pesquisas
estará buscando informações sobre o Ministério da
Fazenda. O  Google não irá ignorar o termo “a” na • Mantenha a simplicidade. Se estiver procurando por
primeira pesquisa. uma empresa em particular, insira apenas o nome ou a
• Sinônimos poderão substituir algumas palavras em parte dele que o usuário souber. Se estiver procurando
sua consulta original. Como adicionar o + antes de por um conceito, lugar ou produto específico, comece
uma palavra desativa sinônimos. pelo nome. No caso de estar buscando uma pizzaria,

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insira apenas “pizza” e o nome da sua cidade ou seu ário terá acesso à versão da página exibida no momento da
código postal. A maioria das consultas não necessi- última indexação. O link “Em cache” não estará disponível
tam de operadores avançados ou sintaxes incomuns. para sites que não tenham sido indexados ou para qualquer
A simplicidade é eficaz. site cujo conteúdo, a pedido do proprietário, não tenha sido
• Pense em como a página que você busca foi escrita. indexado pelo Google.
Um mecanismo de pesquisa não é um ser humano, Similares: clicar em Similares mostrará outros websites
é um programa que combina as palavras pesquisadas relacionados ao mesmo resultado.
com páginas da web. Use as palavras com maior pos- Resultados secundários: quando o Google encontra
sibilidade de aparecer na página. Por exemplo, em vez
vários resultados do mesmo website, o  resultado mais
de dizer [ minha cabeça dói ], diga [ dor de cabeça ],
relevante é listado em primeiro lugar e as outras páginas
porque esse é o termo usado em uma página sobre
relevantes desse site são relacionadas abaixo. Se encontrados
medicina. A consulta [ em que país os morcegos são
mais de dois resultados no mesmo site, os resultados restan-
considerados prenúncio de boa sorte? ] é bastante cla-
ra para uma pessoa, mas o documento que responde tes poderão ser acessados ao clicar no link Mais resultados
a essa pergunta pode não ter essas palavras. Em vez de.
disso, use a consulta [ morcegos são considerados boa Resultados integrados: a tecnologia de pesquisa do
sorte em ] ou até mesmo [ morcegos boa sorte ], já Google busca as informações mais relevantes em todos os
que é o que a página certa irá dizer. tipos de conteúdo da Internet, e  por isso seus resultados
• Descreva o que você precisa com o menor número podem incluir imagens, mapas, vídeos, artigos de notícias,
de termos possível. O objetivo de cada palavra em livros e muito mais.
uma consulta é aumentar o seu foco. Como todas as Resultados marcados com uma estrela: um resultado
palavras são usadas, cada palavra adicional limita o de pesquisa específico pode ser salvo pelo usuário ao clicar
número de resultados. Se a limitação for demasiada, em . Quando tiver feito login na sua Conta do Google,
informações úteis serão perdidas. A maior vantagem o usuário verá seus resultados marcados com estrela sempre
de começar com um número menor de palavras-chave que fizer pesquisas iguais ou semelhantes.
é que, se o usuário não encontrar o que busca, os re- Pré-visualizações do Instant: clicar no ícone de lupa ao
sultados provavelmente indicarão quais palavras adi- lado do resultado da pesquisa mostra uma prévia da página
cionais serão necessárias para refinar seus resultados antes de clicar no resultado.
na próxima pesquisa. Por exemplo, [ tempo cancun ] é
uma forma simples de encontrar informações sobre o Outros Recursos de Pesquisa
tempo e é provável que forneça melhores resultados
do que [ previsão do tempo para cancun méxico ]. A página de pesquisas do Google inclui um botão cha-
• Escolha palavras descritivas. Quanto mais específica mado Estou com sorte (I’m Felling Lucky).
for a palavra, maior será a chance de obter resultados
relevantes. Palavras que não são muito descritivas,
como “documento”, “website”, “empresa” ou “in-
formação”, geralmente não são necessárias. Porém,
lembre-se de que se a palavra tiver o significado Quando um usuário clica esse botão, será levado direta-
correto, mas não for a mais usada pelas pessoas, ela mente para o primeiro resultado de pesquisa, ignorando a
poderá não corresponder às páginas que o usuário página completa de resultados. A ideia é que, se um usuário
busca. Por exemplo, [ toques de celebridades ] é uma está “com sorte”, o motor de pesquisa irá abrir de imediato
pesquisa mais descritiva e específica do que [ sons de
a página desejada sem ter que procurá-la nos resultados
celebridades ].
da pesquisa.
Além de fornecer acesso fácil a bilhões de páginas da
Resultados da Pesquisa no Google web, o Google tem muitos recursos especiais para ajudar
o usuário a encontrar exatamente o que está procurando.
Alguns dos recursos mais populares estão listados a seguir.

• Meteorologia: para ver a previsão do tempo de muitas


cidades dos EUA e do mundo todo, digite “tempo”
seguido pela cidade e pelo estado, pelo CEP dos EUA
ou pela cidade e pelo país.
Título: a primeira linha de qualquer resultado da pes-
Noções de Informática

quisa é o título da página da web. Clicar no título acessa a


página da web. Tempo Brasília
Snippet: abaixo do título, há uma descrição dessa página
da web, que pode incluir um trecho real do texto. Os termos
de pesquisa aparecerão em negrito para que o usuário decida • Calculadora: para usar a função de calculadora inte-
mais facilmente se a página contém o que a busca desejava. grada do Google, basta inserir o cálculo que o usuário
URL: o endereço da página da web relativa a cada resul- gostaria que fosse feito na caixa de pesquisa.
tado é exibido em verde.
Em cache: o Google rastreia a web e obtém imagens (5*9)+3=
instantâneas de cada página. Ao clicar em Em cache, o usu-

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• Conversão de unidades: o usuário pode usar o Google para converter diferentes unidades de medida de altura, peso
e massa, entre outras. Basta inserir a conversão desejada e pesquisar.

10,5 cm em pol

• Conversão de moeda: para usar o nosso conversor de moeda, basta inserir a conversão que o usuário gostaria de
fazer na caixa de pesquisa do Google e forneceremos a resposta diretamente na página de resultados.

250 libras em reais

• Mapas: digite o nome ou código postal dos EUA de um local e a palavra “mapa”. Exibiremos um mapa dessa região.
Se o usuário clicar no mapa, acessará uma visualização ampliada no Google Maps.

mapa Brasília

• Refinamentos de consulta – Operador de adição (+): o Google ignora palavras e caracteres comuns como onde, o/a,
como e outros dígitos e letras que afetam o desempenho da pesquisa sem melhorar os resultados. Se uma palavra
comum for essencial para obter os resultados desejados, coloque o sinal “+” antes dessa palavra.

queijo +goiabada

• Preencha a lacuna: às vezes, a melhor maneira de fazer uma pergunta é deixar que o Google “preencha a lacuna”
adicionando um asterisco (*) como parte da sentença ou pergunta que deseja fazer à caixa de pesquisa do Google.

Isaac Newton descobriu*

• Rastreamento de pacotes: o usuário pode acompanhar os pacotes digitando o número de rastreamento do seu pacote
UPS, Fedex ou USPS (correio americano) diretamente na caixa de pesquisa. Os resultados incluirão links rápidos para
acompanhar o status do envio com facilidade.

1Z9999W99999999999

• Definições de dicionário: para ver a definição de uma palavra ou frase, digite a palavra “definir”, coloque um espaço
e, em seguida, a palavra desejada. Para obter uma lista com diferentes definições de várias fontes on-line, digite
“definir:” seguido por uma palavra ou frase. Os resultados definirão a frase inteira.

Definir pescar

• Corretor ortográfico: o software de correção ortográfica do Google verifica automaticamente se a sua consulta usa
a ortografia mais comum de uma determinada palavra. Se o programa considerar que o usuário provavelmente teria
melhores resultados com uma ortografia alternativa, fará a pergunta “O usuário quis dizer: (ortografia mais comum)?”.
Clique na ortografia sugerida para iniciar uma pesquisa do Google para esse termo.

Imobiriaria

• Pesquisa local: se o usuário estiver procurando uma loja, um restaurante ou alguma outra empresa local, poderá
pesquisar pela categoria da empresa e pelo local. Retornaremos os resultados na lateral direita da página, junto com
um mapa, comentários e informações de contato.
Noções de Informática

pizzaria Rio de Janeiro

• Horários de exibição de filmes: para encontrar comentários e horários de exibição de filmes perto de o usuário, digite “fil-
mes” ou o nome de um filme atual na caixa de pesquisa do Google. Se sua localização já tiver sido salva em uma pesquisa
anterior, o primeiro resultado de pesquisa mostrará horários de cinemas próximos de o usuário que estão exibindo o filme
escolhido.

Filmes Rio de Janeiro

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INTERNET EXPLORER 11

1. Área de Trabalho

Seguindo a tendência minimalista dos demais navegadores, a interface (janela, área de trabalho, sessão) do Internet
Explorer está bastante enxuta – alguns de seus recursos foram removidos ou agrupados para dar mais espaço às páginas
e aos serviços web. Com essas mudanças, o Internet Explorer 9 é o browser com maior espaço para as páginas web ④,
dando ao navegador sua real função: a de palco de teatro, não a de espetáculo*.

2. Barra de Título • Clicar e manter pressionado um desses botões mos-


tra um menu com atalhos para os dez últimos sites
acessados na guia atual e para o Histórico, a ser usado
caso o site desejado não se encontre nessa relação.
• Quando um atalho de site fixado na Barra de Tarefas
do Windows (Pinned Site) é aberto, um ícone o re-
presenta ao lado do botão Voltar e a cor dos botões
é alterada para o tom predominante desse ícone (o
botão Home fica indisponível).

2.2 Sites Fixos (Pinned Sites)

Podem ser abertos diretamente da Barra de Tarefas do


Windows 7 – sem ter que abrir o Internet Explorer antes.
Para fixar um site pode‑se clicar no ícone à esquerda do
endereço da web na barra de endereços, na guia do site ou
2.1 Voltar e Avançar
o ícone do site na página nova guia e, em seguida, arrastá‑lo
para a Barra de Tarefas. Uma vez que um site é fixado, ele
Noções de Informática

Os botões Voltar (ALT+ ←) e Avançar (ALT+ →) ② re-


tornam e avançam para páginas visitadas anteriormente. aparece como sua própria miniatura, separado do Internet
Explorer. Cada site fixado na Barra de Tarefas tem uma Lista
Os  botões 1permitem recuar ou avançar, de Atalhos (Jump List).
de maneira linear, nas páginas que foram abertas no IE. Alguns mostrarão tarefas especiais do site, como contro-
• Funcionam de forma independente para cada aba. les de visualização em miniatura (tocar ou pausar um vídeo);
• O comando Voltar ficou maior por ter sido identificado sobreposições de ícone, que fornecem informações sobre
como o botão mais utilizado pelos internautas. o status de um site, como o número de novas mensagens
na caixa de entrada. Fixando um site, ele estará no centro
*
http://info.abril.com.br/downloads/windows/internet‑explorer-9.
da experiência, não o navegador.

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2.3 Barras de Endereços Ⓐ e Pesquisa Ⓑ integradas –
One Box (F4) que estará disponível no lugar do botão Atualizar
Ⓔ, o site será carregado na guia atual – ALT+ENTER abre o
Permite digitar o endereço do site que se deseja visitar site digitado em nova guia e SHIFT+ENTER abre a primeira
e, pressionando a tecla ENTER ou clicando‑se o botão Ir página sugerida na guia atual.

Basta o usuário começar a digitar na barra de endereços 2.3.1 Realce de domínio


➀ qualquer texto que não seja uma URL válida ou se o texto O Internet Explorer 8 é o primeiro navegador a fornecer
começa com as palavras “pesquisar,” “encontrar,” “ir” ou realce de domínio, para que o usuário sempre saiba ime-
um ponto de interrogação e o Internet Explorer recomenda diatamente qual site está visitando. Com o realce de domí-
automaticamente sites ② (Sites Sugeridos, que podem ser nio, o usuário pode interpretar URLs com mais facilidade,
abertos com o pressionamento de SHIFT+ENTER), termos de ajudando‑o a evitar sites enganosos, que tentam levá‑lo para
pesquisa com base nos sites que o usuário mais visita ③, endereços errados. É mais fácil identificar os sites visitados
em seus favoritos ④ ou nos termos de pesquisa populares com o realce de domínio porque o nome do domínio na barra
⑤. Sites sugeridos não funcionam em janelas de Navegação de endereço é exibido de forma destacada, em preto, com o
InPrivate. restante da URL aparecendo em cinza mais claro.

2.4 Modo de Exibição de Compatibilidade Ⓓ enquanto a página é carregada, interromper; depois de


carregada, atualizar.
O conjunto de botões pode ocupar o lado esquerdo
da barra de endereços: clicar com o botão direito o botão
Atualizar / Exibir os botões Parar e Atualizar antes da Barra
de endereços.
O Modo de Exibição de Compatibilidade ajuda a me- F5, CTRL + R ou CTRL + F5, menu Exibir / Atualizar, ou
lhorar a aparência dos sites desenvolvidos para navega- ainda no menu de contexto das guias Atualizar e Atualizar
dores mais antigos quando exibidos no Internet Explorer. Tudo, são opções para a ativação do comando Atualizar.
Às vezes, um site que o usuário está visitando não tem a
aparência que se espera. Podem estar faltando imagens, 2.6 Interromper (ESC) Ⓔ
os menus podem estar fora do lugar e o texto pode estar
todo amontoado. Isso pode ser causado por um problema
de compatibilidade entre o Internet Explorer e o site visita-
do. Quando um site é incompatível com o Internet Explorer,

o botão Modo de Exibição de Compatibilidade aparece Interrompe o carregamento do sítio mostrado na guia
na barra de endereços. Ativando o Modo de Exibição de atual. Não interrompe downloads de arquivos em janelas
Compatibilidade, a página da Web que está sendo exibida diferentes da atual, nem desconecta o computador da In-
é recarregada e será mostrada como se estivesse usando ternet ou fecha a janela do navegador.
uma versão anterior do Internet Explorer. A opção de menu Exibir / Parar também permite a
ativação do comando Interromper.
2.5 Atualizar (F5) Ⓔ
Caso haja processo de download em execução no acesso

acima referido, o  uso do botão permite que esse


Noções de Informática

processo seja interrompido.

Recarrega (refresh, refresca) a página atual usando, 2.7 Abas (guias, separadores de molduras) ➑
quando possível, arquivos da pasta de Arquivos da Internet
Temporários, o que faz a página ser exibida mais rapida- O Internet Explorer é um browser que permite acessar
mente. Os comandos Atualizar, Interromper e Ir comparti- mais de um site da Internet em uma mesma sessão de usos.
lham um único botão na extremidade direita da barra de A  navegação por abas caracteriza‑se pela possibilidade
endereços, que muda de acordo com a necessidade do de abrir várias páginas na mesma janela do navegador da
usuário: enquanto se digita na barra, exibe‑se o botão ir; Internet.

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2.8.2 Exibir favoritos, feeds e histórico (ALT+C) – Central
de Favoritos
De forma semelhante às versões anteriores do navegador,
clicar o botão com formato de estrela ➋ exibe uma janela
suspensa apresentando três guias com listas de atalhos
2.7.1 Nova Guia (CTRL + T) armazenados pelo usuário e pelo navegador, para acesso
Cria uma nova guia, pronta para navegação, mais à futuro facilitado:
direita da última guia aberta, mostrando uma página local • Favoritos (CTRL+I) Ⓐ  – Atalhos para páginas web
(about:Tabs). Essa nova guia apresenta as seguintes opções: armazenados em arquivo HTML, criados pelo usuário
• clicar um dos dez atalhos para as páginas mais aces- (páginas preferenciais).
sadas pelo usuário, exibidas na forma de um mosaico, • Feeds (CTRL+G) Ⓑ – Atalhos para pastas com resumos
onde um ícone, a cor principal de cada site e barras de novidade de conteúdos atualizados em servidores
com o grau de atividade de cada uma delas (muito web, criados pelo usuário.
ativo, ativo, menos ativo) facilitam a identificação de • Histórico (CTRL+H) Ⓒ – Atalhos para as páginas web
cada site; acessadas pelo usuário nos últimos 20 dias, registradas
• remover um dos atalhos para sites frequentemente pelo próprio navegador.
usados, que será substituído por outro;
• reabrir uma guia fechada recentemente, disposta em
uma lista;
• reabrir a última sessão de navegação;
• iniciar navegação InPrivate.

Para abrir uma nova janela do Internet Explorer, já se


estando em uma janela desse aplicativo, é suficiente pres-
sionar simultaneamente as teclas CTRL+N.
Para abrir uma nova guia quando segue‑se um link
em uma página da Web, deve‑se pressionar a tecla CTRL
enquanto o link é clicado ou clicar com o botão direito do
mouse no link e clicar em Abrir na Nova Guia. Se um mouse
com scroll está sendo usado, pode‑se clicar em um link com
o scroll para abri‑lo em uma nova guia.
Quando uma nova guia é aberta, o IE11 pode exibir a
primeira home page definida pelo usuário. Para isso, deve‑se
clicar no menu Ferramentas / Opções da Internet, clicar na
guia Geral / Guias / Guias. Na caixa de diálogo Configura- O botão Adicionar a Favoritos Ⓓ permite, por meio de
ções de Navegação com Guias, clicar na lista em Quando caixa de diálogo mostrada, acrescentar à lista de Favoritos
uma nova guia é aberta, abrir: clicar em Sua primeira home um atalho para a página atual através da utilização da janela
page e, em seguida, clicar em OK duas vezes. Outras opções ilustrada abaixo (CTRL + D). É possível atribuir um nome ao
disponíveis são Uma página em branco e, o padrão, A página atalho e gravá‑lo em uma pasta existente ou criar uma nova.
da nova guia. A seta ao lado do botão (ALT + Z) permite Adicionar à Barra
de Favoritos, Adicionar Guias Atuais a Favoritos..., Importar
e Exportar e Organizar Favoritos (criar novas pastas, arrastar
2.8 Início, Central de Favoritos e Ferramentas
atalhos para elas).
Para acessar sites favoritos ainda mais rapidamente,
é possível salvá‑los na Barra de Favoritos. Basta clicar no bo-
tão Favoritos , clicar a seta para baixo ao lado de Adicionar
a Favoritos e selecione Adicionar à Barra de Favoritos. Todo
atalho criado nessa pasta será exibido na Barra de Favoritos,
abaixo da barra de endereços, quando solicitada sua exibi-
ção, clicando‑se com o botão direito na barra de título e, no
Com a simplificação do visual da área de trabalho do IE11, menu de contexto, Barra de Favoritos. Essa tarefa pode ser
apenas três botões de função são exibidos na extremidade
Noções de Informática

direita da tela, logo após a última guia aberta e o botão Nova facilitada usando‑se o botão , da Barra de Comandos.
Guia – eles abrigam as funções mais úteis do navegador, de
uso mais frequente. 2.8.2.1 Feeds
Exibe a lista dos sites cadastrados para receber atualiza-
ções de conteúdo de forma prática e rápida.
2.8.1 Início (ALT+HOME) RSS é uma tecnologia que começou a ser desenvolvida
Quando clicado o botão Início ➊, carregam‑se todas as em 1999 pela Netscape com o nome de Rich Site Summary
páginas iniciais (máximo oito) definidas pelo usuário, a partir (RSS 0.91) e hoje é amplamente utilizada como Really Simple
da guia atualmente selecionada. Não é possível configurar Syndication (RSS 2.0). Permite a criação e envio de arquivos
páginas iniciais com recursos desse botão. (chamados Feeds, ou alimentadores) em linguagem RSS e

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Atom, baseados em XML, contendo resumos de informa-
ções atualizadas disponibilizadas por um sítio nos formatos pelos sítios, onde o botão fica ativo (muda de cinza
de texto, áudio (podcasting) ou vídeo. Esses arquivos serão para laranja) e permite fácil inscrição. Alternativamente,
enviados, sempre que disponíveis, ao usuário que se inscre- deve‑se procurar por outros ícones dentro da página, como
va nesse serviço, evitando visitas constantes ao sítio para ou . Inscreva‑se no RSS do MTE (por exemplo,
manter‑se informado. Um gerenciador de correio eletrônico incluindo o endereço http://www.mte.gov.br/imprensa/rss/
ou um software chamado Agregador (leitor RSS) recebe RSSdoMTE.xml ao seu agregador) e resumos das últimas
automaticamente os arquivos enviados por todos os sítios notícias lhe serão enviadas assim que publicadas. Se forem
onde o usuário se cadastrou. O  IE11 apresenta um leitor do seu interesse, clicar neles para ser levado ao sítio, onde
RSS integrado e monitora o fornecimento da tecnologia RSS a notícia completa estará disponível.

Quando um site de notícias, como o PCIConcursos, des- primeiros duzentos caracteres da novidade, por exemplo,
cobre um edital novo lançado por algum órgão ou prefeitura é  criado e armazenado em arquivo .XML, normalmente
ele é copiado e deve ser publicado no site www.pciconcursos. na forma de texto, e armazenado numa pasta especial do
com.br na forma de uma novidade ①, a ser consultada pelos servidor web ③. Vários destes feeds (alimentadores) são
visitantes do site. criados, um para cada novidade do site, e aguardam a visita
De forma automatizada, um resumo ② contendo os dos usuários.

Noções de Informática

Usando o IE11, um usuário acessa a página inicial do Clicar no cabeçalho do Feed levará o usuário até o site
servidor da PCI e percebe que o botão Feeds, antes sem cor, da PCI onde a novidade completa, postada anteriormente,
se acende e torna‑se laranja ④: é um sinal do navegador ao estará disponível para leitura de forma completa. Para
usuário que o site oferece a tecnologia de RSS Feeds para sua receber os resumos das novidades desse site com maior
consulta e inscrição. Clicar o botão laranja trará o conteúdo facilidade, basta assinar seu Feed – copiar um atalho para a
pasta FEEDS da PCI e deixá‑lo pronto para uso na guia Feeds
da pasta FEEDS da PCI para o leitor de RSS Feeds embutido da Central de Favoritos. Isso é sinônimo de realizar a inscrição
no IE11 ⑤ para que o usuário defina se o conteúdo real- ou assinatura nos Feeds da PCI. Para isso, o botão Assinar
mente o interessa. este Feed na página mostrada ou na Central de Favoritos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Feed é um conteúdo frequentemente atualizado e Rastreamento se refere à maneira como sites, provedo-
publicado por um sítio. O recurso RSS (Rich Site Summary res de conteúdo terceirizados, anunciantes e outros ficam
ou Really Simple Syndication) é uma forma simplificada sabendo sobre o modo como o usuário interage com sites.
de apresentar o conteúdo de um sítio, permitindo, por Eles podem, por exemplo, monitorar as páginas que o usuário
exemplo, que o usuário receba notícias do MTE em tem- visita, os links em que o usuário clica e os produtos que o
po reala. É uma forma de agregar notícias e blogs por meio usuário compra ou avalia. Isso ajuda esses sites a oferecer
de assinatura. conteúdo personalizado como anúncios ou recomendações,
Podcasting é uma forma de publicação de arquivos de mas também significa que a sua atividade de navegação está
mídia digital que permite aos usuários acompanhar a sua sendo coletada e, muitas vezes, compartilhada com outras
atualização. empresas.
O recurso Proteção contra Rastreamento ajuda a evi-
tar que as informações de navegação sejam enviadas a
provedores de conteúdo terceirizados nos sites visitados,
bloqueando o conteúdo desses provedores. Isso ajuda
a manter sua atividade de navegação mais privada. Para
Web Slices: conteúdos ou porção específica de uma ativar a Proteção contra Rastreamento, é preciso instalar
página da Web que o usuário pode monitorar por meio de uma Lista de Proteção contra Rastreamento. Uma Lista de
assinatura, que permite saber quando um conteúdo atuali-
Proteção contra Rastreamento é como um aviso de “não
zado (como a temperatura atual ou a alteração do preço de
um leilão) está disponível nos sites favoritos. perturbe”. O Internet Explorer bloqueia todo o conteúdo
Após a assinatura do Web Slice, ele será exibido como um de terceiros proveniente dos sites dessa lista e limita as
link na barra de Favoritos. Quando o Web Slice for atualizado, informações que esses sites de terceiros podem coletar
o link na barra Favoritos será exibido em negrito. O usuário sobre o usuário.
pode, então, clicar no link para visualizar o conteúdo atua­ Enviar uma solicitação Do Not Track não garante a
lizado. Quando um Web Slice estiver disponível em uma proteção da sua privacidade. Alguns sites podem respeitar a
página da Web, aparecerá o botão do Web Slice na barra de solicitação, mas outros podem continuar realizando ativida-
Comandos. O botão Web Slice também irá aparecer na página des que o usuário consideraria rastreamento mesmo depois
da Web, próximo ao conteúdo que está disponível quando de o usuário ter expressado sua preferência. Tudo depende
esse conteúdo for apontado com o mouse. das práticas de privacidade de cada site.
2.8.2.2 Histórico
Exibe a lista dos atalhos para os sites visitados pelo usuá- 3. Barra de Comandos
rio (criados pelo IE8), facilitando o acesso a eles. Por padrão
são armazenados todos os sítios visitados nos últimos vinte 3.1 Home
dias (três semanas). Este valor pode ser alterado com nú-
meros entre 0 e 999. É possível pesquisar dentro dos sítios
visitados e excluí‑los, usando opções disponíveis no menu
Ferramentas / Opções da Internet / Geral / Histórico de Na-
vegação. Com essa ação, os sítios deixarão de ser sugeridos
Noções de Informática

na barra de endereços até que uma nova visita seja feita.


Durante a navegação, o pressionamento da imagem do
2.8.3 Ferramentas botão mostra as páginas definidas como iniciais em abas
separadas, na ordem em que foram configuradas. A pequena
2.8.3.1 Do Not Track seta ao lado da imagem do botão permite visualizar apenas
Quando o recurso Do Not Track está ativado, o Internet uma das páginas iniciais na aba atual, adicionar, alterar e
Explorer envia uma solicitação Do Not Track aos sites que o remover páginas iniciais.
usuário visita e a terceiros cujo conteúdo está hospedado ALT + HOME mostra as páginas iniciais e ALT + M ativa
nesses sites para informar a eles que o usuário prefere não as opções da seta do botão.
ser rastreado. Exibir / Ir Para / Home Page.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
3.2 Feeds e Web Slices (ALT+J) 3.5.1 Excluir Histórico de Navegação...

O IE11 procura feeds e Web Slices em cada página da Arquivos de Internet Temporários são arquivos (ele-
Web visitada. Quando encontra feeds disponíveis, o botão mentos gráficos, pequenos aplicativos) e informações que
passa de cinza a laranja e emite um som. Se encontrar Web o IE armazena no computador, incluindo uma lista de sites
Slices, o botão muda para o botão do Web Slice. visitados, cookies, informações digitadas em formulários
da Web, senhas de site e outras informações salvas tem-
3.3 Ler Email porariamente. Um programa navegador na Internet pode
armazenar uma cópia dos itens acessados recentemente.
A vantagem desse procedimento é permitir acelerar a visão
novamente desses itens. A desvantagem é o gasto de espaço
de armazenamento.
Excluir regularmente o histórico de navegação ajuda a
Abre o cliente de email padrão, substituindo algumas proteger a privacidade, especialmente se o usuário estiver
funções do botão Correio do IE6. usando um computador compartilhado ou público. O usuário
pode configurar o Internet Explorer para excluir seu histórico
3.4 Página (ALT+G) toda vez que o usuário fechar uma sessão de navegação ou
excluir manualmente todos os arquivos de internet tempo-
rários, usando o menu Ferramentas/Opções da Internet/
Geral, ou atalho de teclado CTRL SHIFT+DEL.

3.5.2 Filtro do SmartScreen


Conjunto de botões que permite ativar, de forma prática,
comandos disponíveis em alguns menus  – Arquivo (Nova
janela, Salvar como, Enviar Página por Email, Enviar Link por
Email, Editar com), Editar (Recortar, Copiar, Colar) e Exibir
(Zoom, Tamanho da fonte, Codificação, Exibir Código‑Fonte).
Ajuda a detectar sites de phishing, fraude online, sites
3.4.1 Salvar como...: armazena o conteúdo completo ou
falsos e sites que distribuem softwares mal‑intencionados
apenas o HTML da página atual.
ou malwares, que são programas que manifestam compor-
3.4.2 Editar com...: copia o conteúdo da página atual para
tamento ilegal, viral, fraudulento ou mal‑intencionado.
uma pasta temporária e abre o HTML em um editor padrão.
Não é possível republicar o conteúdo modificado. Se o usuário visitar um site e acreditar que o SmartScreen
3.4.3 Enviar por email: abre o gerenciador de correio deve avisá‑lo no futuro, poderá relatar o site para a Microsoft.
Para isso, deve clicar o botão Ferramentas , apontar para
eletrônico padrão e inclui o link da página atual ou Segurança e escolha Relatar Site Não Seguro, ou através do
seu conteúdo completo por email em uma janela de botão Segurança/Filtro SmartScreen.
nova mensagem.
3.5.3 Navegação InPrivate
3.4.4 Navegação por Cursor
Em vez de usar um mouse para selecionar texto e mo-
ver‑se pela página da Web, o usuário pode usar as teclas de
navegação padrão do teclado – HOME, END, PAGE UP, PAGE
DOWN e as teclas de seta. Esse recurso é chamado Navega-
Navegadores da Web podem ser configurados para não
ção por Cursor e é conhecido como o sinal de intercalação
registrar os registros (logs) de navegação ou para excluí‑los
ou – cursor – que aparece quando se edita um documento.
automaticamente. Esse tipo de ação dificulta o exame de
A Navegação por Cursor pode ser ativa usando a tecla informações acerca de sítios web visitados a partir de de-
F7, no menu Exibir/Navegação por cursor ou Ferramentas/ terminado sistema.
Opções da Internet/Avançado/Acessibilidade/Habilitar Na-
Caso se Deseje, na Sessão de Uso do Ie, Dar Início a uma
vegação por Cursor para novas janelas e guias.
Navegação Inprivate, Buscando Evitar, Dessa Forma, Deixar
3.5 Segurança (ALT+S) Vestígios nos Arquivos de Armazenamento do Ie Acerca de
Informações Referentes a Sítios Visitados, é Correto o Uso
Noções de Informática

da Opção Navegação Inprivate, que Pode Ser Selecionada a


Partir do Menu Ferramentas.
Quando o usuário navegar usando a Navegação InPriva-
te, o Internet Explorer armazenará algumas informações,
como cookies e arquivos de Internet temporários, de forma
Conjunto de botões que permite ativar, de forma prática, que as páginas da Web visitadas funcionem corretamente.
comandos disponíveis no menu Ferramentas relacionados Entretanto, no final da sessão da Navegação InPrivate, es-
à segurança e privacidade da navegação – Navegação InPri- sas informações são descartadas. Esse modo de navegação
vate, Filtro do SmartScreen, Excluir Histórico de Navegação, permite, então, que o usuário navegue na Web sem deixar
Filtragem InPrivate, Windows Update. vestígios, impedindo que qualquer outra pessoa que possa

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
estar usando o computador veja quais páginas foram visita- podem ter sua visualização limitada ou bloqueada, de acordo
das e o que foi procurado na Web. com configuração do usuário.
O modo de navegação InPrivate impede que o IE ar- Nesse navegador, é  possível habilitar bloqueador de
mazene informações sobre os websites visitados. No entanto, pop‑ups. O Internet Explorer fornece alguns recursos que
é possível que os websites visitados ainda tenham registros ajudam a proteger a privacidade e a tornar o computador e
da visita do usuário. Além disso, os  arquivos e favoritos as informações de identificação pessoal mais seguras, como,
salvos no computador serão mantidos após o fechamento por exemplo, alertas de privacidade que informam quando o
da janela anônima. usuário está tentando acessar um sítio que não atende aos
critérios das configurações de privacidade.
Durante a navegação na janela InPrivate, as barras de
ferramentas e extensões são desabilitadas por padrão, uma 3.6.2 Exibir Downloads
vez que poderiam armazenar informações sobre a navegação O Internet Explorer possui um modo integrado para o
do usuário sem controle do navegador. usuário acessar, monitorar e interagir com os arquivos que
No IE, com a ativação da opção Navegação InPrivate baixar: o Gerenciador de Download. Trata‑se de um único
no menu Segurança, informações da sessão de navegação, programa que lhe permite ver o status dos downloads,
tais como cookies, arquivos de Internet temporários e fornece informações sobre eles serem, possivelmente,
histórico, são excluídas quando o IE é fechado. Para ativar perigosos ou não, oferece uma ampla gama de verificações
a Navegação InPrivate, pode‑se usar o botão Segurança e, de segurança nos arquivos baixados e mostra ao usuário a
em seguida, clicar em Navegação InPrivate ou simplesmente localização final dos downloads.
pressionar CTRL+SHIFT+P. O Gerenciador de Download está integrado à pasta de
download do Windows. É um modo fácil de interagir com
3.5.4 Filtragem ActiveX os downloads de arquivos, o  que significa que o usuário
O ActiveX é uma tecnologia inserida em muitos dos prin- pode classificar, imprimir ou enviar seus downloads para
cipais sites para aprimorar sua experiência de navegação. Ele outro local, da mesma forma que faria com outros arquivos.
pode ser usado para ações como reproduzir vídeos, exibir Também é possível usar o Gerenciador de Download para
animações e visualizar determinados tipos de arquivos. controlar seus downloads, inclusive tudo desde executar ou
Entretanto, o  ActiveX também pode representar riscos à abrir arquivos até pausar ou cancelar downloads. O usuário
segurança e tornar seu computador lento. pode até excluir downloads do Gerenciador de Download.
Os controles ActiveX e os complementos do navegador da
Web são pequenos programas bastante usados na Internet. 3.6.3 Gerenciar Complementos
Eles permitem que o usuário use barras de ferramentas,
barras de cotação de ações, podem reproduzir áudio, vídeo
ou mostrar imagens em uma página da Web. Entretanto,
às vezes, esses programas podem funcionar mal ou fornecer
conteúdo indesejado.
Browsers como Mozilla Firefox, Google Chrome ou
Em alguns casos, esses programas podem ser usados
Microsoft Internet Explorer podem ser customizados, adi-
para coletar informações, danificar informações e instalar
cionando‑se novas funcionalidades, por meio de extensões,
software em seu computador sem o consentimento do também denominadas add‑ons.
usuário ou permitir que outra pessoa controle o computador O Internet Explorer 9.0 permite que sejam instaladas
remotamente. Esses controles podem ainda exercer impacto extensões que acrescentem funcionalidades ao navegador.
sobre o desempenho, a segurança e a confiabilidade do In- Complementos, são aplicativos usados pelo Internet Ex-
ternet Explorer. Com a Filtragem ActiveX, é possível navegar plorer para interagir com conteúdo da Web como vídeos e jo-
pela Web com esses controles desativados. Quando o usuário gos, também conhecidos como controles ActiveX, extensões
exibe uma página da Web que tenha Controles ActiveX, parte do navegador, objetos auxiliares ou barras de ferramentas
do conteúdo dessa página pode ser desabilitada. do navegador, os quais podem melhorar a experiência de
navegação em um site habilitando conteúdo, como anima-
3.6 Ferramentas (ALT+T) ções de alta qualidade. No entanto, alguns complementos
também podem funcionar incorretamente ou exibir conte-
údo indesejado, como anúncios pop‑up.
Os complementos podem ser identificados, habilita-
dos, desabilitados e localizados através do menu Ferramentas /
Conjunto de botões que permite ativar, de forma práti- Gerenciar complementos ou Gerenciar complementos
ca, comandos disponíveis em alguns menus – Ferramentas no Botão Ferramentas. A janela mostrada permite também
(Opções da Internet, Bloqueador de Pop‑ups, Gerenciar configurar Provedores de Pesquisa, Aceleradores e Proteção
Complementos, Configurar o Modo de Exibição de Compa- contra Rastreamento.
tibilidade), Arquivo (Trabalhar Offline), Exibir (Tela Inteira, Nem todos os complementos podem ser removidos.
Noções de Informática

Barras de Ferramentas e Barras do Explorer). Alguns deles são necessários ao funcionamento correto do
Internet Explorer e do computador.
3.6.1 Bloqueador de pop‑up
3.6.3.1 Acelerador

Pop‑up é pequena janela do navegador que aparece


sobre a página em exibição, geralmente, assim que se entra Cria um link instantâneo para executar tarefas como abrir
em um site e quase sempre é criada por anunciantes. Pop‑ups um endereço físico em um site de mapeamento da Web,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
tradução ou pesquisa quando uma palavra ou frase em uma 5.2 Proteção Contra Click‑Jacking
página da Web é realçada. O usuário também pode esco-
lher os serviços da Web ou sites que os Aceleradores usam Click‑jacking é uma ameaça online em que a página
para executar vários tipos de tarefas. O Internet Explorer é de um invasor faz com que o usuário clicar em conteúdo
fornecido com uma seleção de Aceleradores incluídos por mal‑intencionado, apresentando‑o como conteúdo legítimo.
padrão, mas o usuário pode adicionar outros ou removê‑los Por exemplo, uma página da Web legítima pode ser oculta
como desejar. como um “quadro” dentro de uma página mal‑intencionada.
Para usar um Acelerador, basta selecionar um trecho de Ao clicar nela, na verdade, o usuário está clicando em outras
locais: comprando algo do site, alterando algumas configu-
texto da página e clicar no botão para exibir uma lista rações do seu navegador ou computador ou visualizando
de Aceleradores. Se o usuário passar o ponteiro do mouse anúncios pelos quais os criminosos cibernéticos são pagos.
sobre cada Acelerador, terá uma visualização de informações O Internet Explorer permite que os desenvolvedores de sites
ou conteúdo. Em muitos casos, a visualização trará o que protejam seus sites desses tipos de ataques, evitando que
o usuário procura, como a definição ou tradução de uma páginas legítimas sejam “enquadradas”.
palavra. Caso contrário, clicar em Acelerador e em Internet
Explorer para abrir o serviço da Web usando o texto que o 5.3 Dashboard de Desempenho
usuário realçou.
Para gerenciar os Aceleradores disponíveis, clicar Esta ferramenta exibe em tempo real informações como
no botão Ferramentas / Gerenciar Complementos / Tipos taxa de quadros por segundo, uso de CPU e outras.
de Complemento / Aceleradores para exibir uma lista dos
Aceleradores atuais.

4. Barra de Notificações

A Barra de notificação é uma barra dourada e branca


exibida na parte inferior de uma página da Web contendo
informações sobre o status do navegador, de uma página da
Web ou de um download. Ela geralmente fornece ao usuário
uma ou mais ações que podem ser executadas, como Abrir
ou Salvar, e, em seguida, desaparece se o usuário navegar
Clicar em uma das quatro informações disponíveis mos-
para fora da página da Web. trará detalhes sobre ela no Dashboard, que pode ser posicio-
Essas notificações permitem uma navegação mais rápida nado em qualquer posição da área de trabalho do navegador
e fluida, exibindo informações sobre segurança, downloads,
Para acessar a ferramenta, o  usuário pode usar o
janelas pop‑up bloqueadas e outras atividades. No lugar de
menu Ferramentas ou a combinação de teclas CTRL+SHIFT+U.
caixas de diálogo sendo abertas inesperadamente na frente
do usuário, todas as mensagens de notificação são conso- 5.4 Modo de Exibição de Leitura
lidadas na Barra de Notificação, localizada na parte inferior
do quadro do navegador. O Internet Explorer no Windows 8.1 fornece um modo
de exibição de leitura para proporcionar uma experiência de
5. Recursos Diversos leitura de páginas da Web mais simplificada e semelhante à
leitura de um livro, sem a distração de conteúdo secundário
5.1 Filtro XSS (Cross‑Site Scripting) ou não relacionado na página. O modo de exibição de leitura
é um modo do Internet Explorer na nova interface de usuário
Os ataques de scripts entre sites tentam explorar vul- do Windows que, quando disponível para uma determinada
nerabilidades nos sites que o usuário visita. Em um ataque página, pode ser ligado ou desligado no modo de exibição
desse tipo, o usuário poderá clicar em um link e ser dire- Alternar para o botão do modo de exibição de leitura / Sair
cionado a um site legítimo comprometido com conteúdo do modo de exibição de leitura (ícone do livro) na barra de
endereços (ou com CTRL+SHIFT+R).
mal‑intencionado, que pode capturar os toques nas teclas
e registrar seu login e senha. Esses ataques surgiram como Esse recurso não tem suporte no IE11 no Windows
uma dominante ameaça online. 7 ou no Internet Explorer para a área de trabalho no Win-
O Internet Explorer inclui um filtro Cross‑Site Scripting dows 8.1.
(XSS), que pode detectar esses tipos de ataques e desativar
5.5 Sincronizando Dispositivos
scripts danosos, impedindo que sites mal‑intencionados
Noções de Informática

roubem as informações pessoais do usuário durante visita A sincronização de guias e configurações do usuário no
a sites confiáveis. Os níveis de segurança mais altos podem IE11 no Windows 8.1 permite que os usuários possam tran-
proteger de hackers e ataques na Web. O filtro XSS perma- quilamente ver e interagir com o site em seus dispositivos.
nece ativado por padrão para ajudar a protegê‑lo. Os novos recursos de sincronização do IE11 no Windows 8.1
O Filtro XSS analisa como os sites interagem e, quando foram projetados com base na alternância entre dispositivos.
reconhece um ataque em potencial, ele bloqueia automati- Quando um usuário sai de um dispositivo, todas as guias
camente a execução do código de script. Se isso acontecer, abertas, com exceção das guias Navegação InPrivate, são
o usuário verá uma mensagem na Barra de notificação in- sincronizadas por meio dos servidores Microsoft OneDrive;
formando que a página da Web foi modificada para ajudar portanto, elas são prontamente disponibilizadas quando o
a proteger sua privacidade e segurança. usuário abre o IE em outro dispositivo.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
PROJETO MOZILLA 1.7. Limpar tudo sobre este site: disponível nos menus
de contexto do painel Histórico e da janela Biblioteca, per-
O projeto Mozilla traduz-se numa comunidade global mite remover todos os dados de um site que constem nos
de pessoas que acreditam que a abertura da rede, inovação registros do Firefox, incluindo histórico, cookies e senhas
e oportunidade são elementos-chave para a continuidade memorizadas.
de uma Internet saudável. O projeto Mozilla foi criado em
1998 com a liberação do código-fonte do browser Netscape, 1.8. Novo autocompletar: ao digitar no campo de en-
que foi destinado a aproveitar o poder criativo de milhares dereço, são sugeridas páginas do histórico ou dos favoritos.
de programadores na internet e foi um incentivo sem pre- A relevância do resultado baseia-se em acessos anteriores
cedentes para a inovação no mercado de navegadores. No ao endereço. O Firefox 3 localiza pelo título ou endereço das
primeiro ano, novos membros da comunidade ao redor do páginas. A pesquisa pode ser feita por várias partes de um
mundo já tinham contribuído para novas funcionalidades, endereço, separando-as com espaço.
para melhorar os recursos existentes, e se envolveram na
gestão e no planejamento do projeto em si.
Ao criar uma comunidade aberta, o projeto Mozilla havia
se tornado maior do que qualquer empresa. Os membros
da comunidade se envolveram e expandiram o escopo do
projeto original: em vez de apenas trabalhar com o próximo
navegador Netscape, as  pessoas começaram a criar uma
variedade de navegadores, ferramentas de desenvolvimento
e uma série de outros projetos. Pessoas contribuíram para 1.9. Criando e editando favoritos: é possível adicionar
o Mozilla de diferentes maneiras, mas todo mundo estava a página visitada aos favoritos clicando na estrela do lado
apaixonado pela criação de softwares livres que permitiriam direito do endereço. Quando uma página salva nos favoritos
que as pessoas pudessem escolher como experimentariam é aberta, a estrela muda de cor. Clicar nela permite editar as
a Internet. propriedades ou removê-la dos favoritos.

MOZILLA FIREFOX 3
Mozilla Firefox é um navegador livre e multiplataforma,
desenvolvido pela Fundação Mozilla com ajuda de centenas
de colaboradores. A intenção da fundação é desenvolver um
navegador leve, seguro, intuitivo e altamente extensível.

1. Novidades
1.1. Filtro para sugestão de endereços: para procurar
por um endereço que está nos favoritos, o  usuário pode 1.10. Biblioteca: substitui o gerenciador de favoritos das
digitar o filtro * no campo de endereços. O Firefox vai su- versões anteriores (Favoritos > Organizar favoritos). Engloba
gerir apenas os itens dos favoritos. Os outros filtros são: ^ favoritos e histórico; backup mais fácil (há um menu dedi-
histórico, + tags, # título da página, @ endereço, ~ endereços cado a essa função); propriedades de favoritos podem ser
que foram digitados. modificadas rapidamente; pastas de pesquisa – salva uma
pesquisa de forma permanente como uma pasta.

1.2. Botão na barra de abas: para abrir uma aba,


foi adicionado um botão do lado direito da última aba. Outra
mudança é que a barra de abas aparece mesmo quando há
apenas uma página aberta. Isso pode ser modificado pela
janela de preferência, painel Abas.

1.3. Reabrir janela: reabre uma janela com todas as suas


abas (menu Histórico > Reabrir janela ou CTRL+SHIFT+N).

1.4. Abas destacáveis: arrastar uma aba para fora da barra


de abas abre uma nova janela e a aba será movida para ela.
1.11. Navegação: os botões Voltar e Avançar foram
Mover uma aba para a barra de abas de outra janela a moverá
unificados. O  histórico das páginas recentes está reunido
para lá (menu de contexto da aba > Abrir em nova janela).
em uma única lista.
Noções de Informática

1.5. Navegação privativa: quando o Firefox está nesse


1.12. Novo memorizar senha: a janela Deseja memorizar
modo (Ferramentas > Iniciar navegação privativa), nenhum
esta senha foi removida. Agora o Firefox exibe os botões na
rastro da navegação é armazenado, incluindo histórico,
barra de notificação no topo da página. Isso permite ignorar
cookies e arquivos temporários.
a pergunta sem clicar em nada e o usuário pode memorizar
a senha só depois que o login tiver ocorrido.
1.6. Limpeza de dados pessoais com mais controle:
é possível remover os dados de navegação armazenados
pelo Firefox apenas de um determinado período, como, por
exemplo, apenas das últimas 4 horas (Ferramentas > Limpar
histórico recente).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1.13. Proteção contra download de malware: sites 1.14. Verificação de plugins e extensões: o Firefox 3
que reconhecidamente distribuem programas espiões são desativa versões que contém falhas de segurança tanto de
bloqueados pelo Firefox. É  um complemento à proteção plugins (como o Java) quanto de extensões do Firefox.
existente contra sites fraudados, que agora não exibe mais
o conteúdo da página, apenas o aviso de bloqueio.

1.15. Atualização segura: extensões sem suporte a um


método seguro de atualização são desativadas e não podem
ser instaladas.

2. Interface (Área de Trabalho)

3. Barra de Menus

Noções de Informática

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4. Ferramentas / Opções
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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
GOOGLE CHROME 58 de 2008 com base em componentes de código aberto
do Chromium, escrito em C++, Assembly, Java e Python,
disponível em 47 idiomas. Hoje, o Google Chrome já é o
browser mais usado do mundo, deixando para trás Inter-
net Explorer e Mozilla Firefox. Em fevereiro de 2017, cerca
de 60% dos usuários de Internet do mundo mantinham o
Google Chrome como seu browser principal, segundo a
O Google Chrome é um navegador freeware, multi- StatCounter. Está disponível gratuitamente sob condições
plataforma (Windows, Linux, MacOS, iOS, Chrome OS, de serviço específicas, usa licenças BSD, LGPL e a Google
Android) desenvolvido pelo Google a partir de setembro V8 JavaScript Engine.

1. Interface (Área de Trabalho)

1.1. Facilitadores de Navegação


Recarregar esta página (F5): ④ quando clicado,
faz novamente download dos arquivos que compõe a pá-
Nova Guia (CTRL+T) ①: cria nova guia mais à gina atual. Quando a página está sendo carregada, o botão
direita da guia atual, contendo atalhos em forma de minia-
Parar de carregar esta página (ESC) é exibido em seu
turas para as seis páginas mais visitadas pelo usuário atual. lugar e interrompe o processo de download dos arquivos
Para remover um site visitado com frequência, basta que montam a página.
passar o mouse sobre sua miniatura e clicar no ícone X, no
canto superior direito da miniatura. Adicionar esta página aos favoritos ⑤: a ferramenta
Para abrir um link em uma nova guia, pressionar pode ser utilizada para adicionar a página em exibição
CTRL ao clicar no link. a lista de favoritos. Localizada na extremidade direita da
Para duplicar a guia atual, clicar com o botão direito barra de endereços, cria um favorito por meio da caixa de
Noções de Informática

do mouse na guia que contém a página da Web em questão diálogo exibida:


e selecionar Duplicar.

Voltar (ALT+←) e Avançar (ALT+→): visitam páginas


anteriormente abertas no sentido anterior (Voltar ②) ou
posterior (Avançar ③) à navegação na sessão atual.
Clicar e manter pressionado o Clicar mostra uma lista
de atalhos para as últimas páginas acessadas para onde se
pode Voltar ou Avançar, além de atalho para o Histórico.

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Mostrar aplicativos ⑥: abre a página local chrome://
O ícone aparece ao lado dos sites já adicionados
apps com atalhos para sites comuns do Google (Chrome
como favoritos. Web Store, Google Docs, Gmail, Google Drive, YouTube) e
Atalhos favoritos criados na pasta Barra de Favoritos aplicativos web do Google instalados pelo usuário (Wunder-
serão mostrados na Barra de Favoritos ⑦. list, Gliffy, LucidChart, Lockify).

1.2. Personalizar e Controlar o Google Chrome ⑨


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2. Trabalhando com Guias

Para reorganizar as guias abertas, basta clicar em uma guia e arrastá‑la para uma posição diferente na parte superior
da janela do navegador.

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Para mover uma guia para uma nova janela, basta clicar Se não desejar que alguma guia apareça cada vez
a guia e arrastá‑la para baixo e para fora da barra de endereço. em um local diferente, pode‑se fixá‑la à esquerda da janela
O usuário verá uma miniatura da guia se movendo. Da mesma do navegador. Basta clicar na guia com o botão direito do
forma, para mover a guia para uma janela diferente, é suficiente mouse e selecionar Fixar guia. O usuário saberá que uma
clicar a guia e arrastá‑la da janela original até a parte superior da guia está fixada se ela estiver menor e exibir apenas o
janela de destino – a guia deve se encaixar automaticamente. ícone do site.

2.1. Modo de Navegação Anônima (navegar em modo visitados ainda tenham registros da visita do usuário.
privado) Além disso, os arquivos salvos no computador ou nos
dispositivos móveis serão mantidos. Por exemplo, se o
O modo de navegação anônimo, disponibilizado no nave- usuário fizer login na Conta do Google enquanto estiver
gador Google Chrome, possibilita que o usuário navegue na no modo de navegação anônima, suas pesquisas do
Internet sem que as páginas por ele visitadas sejam gravadas Google serão registradas no seu Histórico da Web do
no histórico de navegação. Google. Neste caso, para impedir que suas pesquisas
Quando o usuário quiser navegar na Web sem salvar sejam armazenadas na Conta do Google, o  usuário
determinadas informações, pode usar o modo de navegação pode desativar o Histórico da Web do Google.
anônima do Google Chrome. Uma nova janela anônima pode • As páginas da Web que o usuário abrir e os arquivos
Noções de Informática

ser criada clicando na barra de ferramentas do navegador que transferir por download no modo anônimo não
e selecionando a seguir Nova janela anônima. Uma nova são registrados nos seus históricos de navegação e de
download.
janela será aberta com o ícone de anonimato exibido • Todos os novos cookies são excluídos depois que o
no canto superior esquerdo. O usuário também pode usar usuário fecha todas as janelas anônimas que estavam
os atalhos do teclado CTRL+SHIFT+N para abrir uma janela abertas.
anônima. Detalhes importantes: • As alterações que o usuário faz nos favoritos e nas
• O modo de navegação anônima impede que o Google configurações gerais do Google Chrome enquanto
Chrome armazene informações sobre os websites está no modo de navegação anônima AINDA SERÃO
visitados. No entanto, é  possível que os websites SALVAS.

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3. Trabalhando com Arquivos 3.1.2. Histórico de download
No Chrome, é  possível excluir informações referentes
Para abrir um arquivo o usuário pode arrastar o arquivo ao histórico de navegação. O usuário pode remover alguns
da área de trabalho ou da pasta do computador para o Goo- ou todos os downloads da lista de downloads mantida pelo
gle Chrome. Quando a ação é concluída, o cursor exibe um Google Chrome. Essa ação não remove os arquivos reais do
pequeno sinal de “+”. Outra alternativa seria digitar o local, computador.
também conhecido como caminho, do arquivo na barra de 1. Clicar no ícone na barra de ferramentas do na-
endereço e pressione Enter. O  atalho de teclado CTRL+O vegador.
também pode ser usado. 2. Selecionar Mais ferramentas.
3. Selecionar Limpar dados de navegação (CTRL+
3.1. Fazer o Download de um Arquivo SHIFT+DEL).
4. Usar o menu na parte superior para selecionar a quan-
Quando o usuário faz o download de algo da web no tidade de dados que deseja excluir.
Google Chrome, é possível observar o progresso do downlo- 5. Marcar a opção Histórico de download.
ad na barra de downloads na parte inferior da guia. Quando 6. Clicar em Limpar dados de navegação.
o download do arquivo é concluído, basta clicar no botão
para abri‑lo. Todos os arquivos dos quais o usuário já fez o A opção limpar dados de navegação do Google Chrome
download estão listados na página Downloads (CTRL+J ou aplica‑se aos sistemas operacionais Windows, Mac, Linux e
chrome://downloads/). Chrome, e o usuário pode excluir o histórico de navegação,
Para ver onde o arquivo está localizado no computa- histórico de downloads, esvaziar o cache, excluir cookies e
dor, Clicar na seta ao lado do botão do arquivo na barra de outros dados do sítio e de plug‑in, apagar senhas salvas e
downloads e Selecionar Mostrar na pasta. limpar dados de formulário.

4. Navegação 4.2. Pesquisa

4.1. Página Inicial A barra de endereços, algumas vezes chamada “OMNI-


BOX”, pode ser usada para pesquisar na Web, em favoritos e
O usuário pode adicionar o botão da página inicial à barra histórico de navegação. Basta digitar o termo de pesquisa na
de ferramentas do navegador e clicar nesse botão a qualquer barra e pressione ENTER para ver os resultados do mecanis-
Noções de Informática

momento para ir para sua página inicial. mo de pesquisa padrão. São várias as formas e ferramentas
Personalizar / Configurações / Aparência / Mos- para pesquisa no navegador:
trar botão “Página inicial” • Se o Google Chrome tiver um registro do mecanismo
de pesquisa do site, ele oferecerá automaticamente
Quando a caixa de seleção Mostrar botão “Página inicial” a opção de pesquisar nesse site. Caso se lembre da
está selecionada, um endereço da Web aparece abaixo. Se palavra‑chave do mecanismo de pesquisa, o usuário
desejar que o botão “Página inicial” abra uma página da também pode digitar a palavra‑chave na barra de
Web diferente, pode‑se clicar em Alterar para inserir um endereço. Digitado o termo de busca, pressionar TAB
link. O usuário também pode escolher a página “Nova guia” para escolher o mecanismo de pesquisa, digitar o
como sua página inicial. termo de pesquisa e pressionar ENTER.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• A barra de localização para pesquisar palavras ou ter- O preenchimento automático é integrado à Pesquisa
mos específicos na página que se está visualizando. do Google e não pode ser desativado.
Pressionar o atalho de teclado CTRL+F mostra a barra
Localizar na página. 4.5. Pesquisa por Voz e Ações de Voz no Google
• Pesquisar no histórico de navegação, downloads e Chrome
favoritos: o usuário também pode usar as caixas de
pesquisa na parte superior da página “Histórico”, pá- O usuário pode falar para o seu Google Chrome fazer
gina “Downloads” e no gerenciador de favoritos para coisas como pesquisar, conseguir direções e enviar mensa-
pesquisar seu histórico de navegação, histórico de gens. Por exemplo, o usuário pode perguntar ao Google como
download e favoritos, respectivamente. Esses recursos estará o tempo amanhã ou configurar um lembrete para o
estão disponíveis no menu do Google Chrome na usuário pegar o sabão em pó no supermercado.
barra de ferramentas do navegador.
1. Clicar no ícone do microfone no canto direito da
• Pesquisa com o botão direito do mouse: usando o
caixa de pesquisa.
cursor para destacar qualquer texto ou imagem em
2. Quando o alerta “Fale agora” for exibido, o usuário
uma página da Web, clicar a seleção com o botão
deve dizer os termos de pesquisa.
direito do mouse e selecionar a opção “Pesquisar...”
Quando o usuário clica no ícone do microfone, o Goo-
realizará uma pesquisa sobre a imagem ou o texto em
gle ouve o usuário falar e inicia a pesquisa. Se a Pesquisa por
destaque no mecanismo de busca padrão.
voz não entender o que o usuário disse, alguns significados
• Colar e pesquisar: destacar qualquer texto em uma
possíveis serão listados e o usuário pode clicar na sugestão
página da Web com o cursor e o copia‑lo, clicar com o
desejada.
botão direito do mouse na barra de endereço e selecio-
nar Colar e pesquisar facilita o processo de pesquisa.
4.6. Gerenciador de Tarefas
• Destacar e arrastar a pesquisa: destacar qualquer
texto em uma página da web com o cursor e arrasta‑o
Se uma guia, janela ou extensão não estiver funcionando
para a barra de endereço exibirá automaticamente os
corretamente, o gerenciador de tarefas no Chrome ou no
resultados da pesquisa fornecidos pelo mecanismo de
Windows pode forçá‑la a fechar. O Chrome usa uma arquite-
pesquisa padrão para o texto destacado.
tura de vários processos, o que significa que seus processos
são desenvolvidos para funcionar independentemente um do
4.3. Previsões na Barra de Endereço
outro. Desse modo, os problemas de uma guia não devem
afetar o desempenho de outras guias nem a capacidade de
Quando o usuário digita na barra de endereço, o Google
resposta geral do navegador.
Chrome pode usar um serviço de previsões para ajudá‑lo a
O Gerenciador de tarefas é como um monitor de hospital:
completar os endereços da Web e os termos de pesquisa
o usuário pode usá‑lo para monitorar o desempenho de seus
que se está inserindo. Por exemplo, digitar vestcon na barra
processos internos. Se o navegador estiver lento, o usuário
de endereços pode trazer http://www.vestcon.com como
pode abrir o gerenciador de tarefas para encontrar mais
uma previsão de site ou [vestconcursos] como uma previsão
detalhes sobre cada processo ativo e fechar o que parece
de pesquisa.
estar usando uma grande quantidade de recursos.
Para ajudar o usuário a diferenciar entre endereços da
1. Clicar no menu do Google Chrome , na barra de
Web e pesquisas, o ícone aparecerá ao lado das pes- ferramentas do navegador.
quisas, se o serviço de previsões estiver ativado, e um ícone 2. Selecionar Mais ferramentas / Gerenciador de tarefas
aparece ao lado de endereços da Web. A não ser que o (SHIFT+ESC).
mecanismo de pesquisa padrão use um serviço de previsões 3. Na caixa de diálogo exibida, selecionar o processo que
diferente, os termos de pesquisa exibidos serão os mesmos deseja fechar.
que apareceriam se o usuário estivesse pesquisando no 4. Clicar em Encerrar processo.
Google.
5. Privacidade
4.4. Preenchimento Automático
5.1. Pop‑ups
Quando o usuário digita na caixa de pesquisa no Google,
o preenchimento automático ajuda a encontrar informações O Google Chrome impede que os pop‑ups apareçam
rapidamente, apresentando pesquisas semelhantes ao que automaticamente e poluam a tela. Sempre que o navega-
o usuário está digitando. Enquanto o usuário digita, o pre-
dor bloquear pop‑ups de um site, o  ícone aparecerá
enchimento automático prevê e exibe consultas que podem
na barra de endereço. Clicar nesse ícone mostra os pop‑ups
ser selecionadas. As consultas de pesquisa que o usuário vê
que foram bloqueados e permite gerenciar as configurações
como parte do preenchimento automático são um reflexo
de pop‑up do site.
da atividade de pesquisa de usuários e do conteúdo das pá-
Noções de Informática

1. Se pop‑ups tiverem sido bloqueados, o usuário verá o


ginas da Web indexadas pelo Google. Além dessas consultas,
o usuário também pode ver sugestões de: ícone na barra de endereço. Clicar no ícone mostra uma
• Pesquisas anteriores relevantes (se estiver conectado lista de pop‑ups bloqueados.
e tiver o Histórico da Web ativado); 2. Clicar no link da janela pop‑up que o usuário deseja ver.
• Perfis do Google+ que correspondem ao nome de uma 3. Para ver sempre os pop‑ups do site, selecionar “Sem-
pessoa que o usuário está procurando; pre mostrar pop‑ups de [site].” O site será adicionado à lista
• Além dos perfis do Google+ que podem aparecer, to- de exceções, que pode ser gerenciada na caixa de diálogo
das as consultas previstas mostradas na lista suspensa “Configurações de conteúdo” – Personalizar / Configu-
foram digitadas anteriormente por usuários do Google rações / Mostrar configurações avançadas... / Privacidade /
ou aparecem na Web. Configurações de conteúdo / Pop‑ups / Gerenciar exceções.

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5.2. Senhas de Site 5.5. Preenchimento Automático de Formulários

O Google Chrome pode salvar nomes de usuários e Na primeira vez que o usuário preenche um formulário,
senhas para diferentes sites. O  navegador poderá, então, o Google Chrome salva automaticamente as informações
preencher os campos de login automaticamente, na próxima inseridas, por exemplo, “nome”, “endereço”, “telefone” ou
vez em que o usuário visitar esses sites. “endereço de email”, como uma entrada do Preenchimento
Essas senhas são armazenadas no mesmo sistema que automático. O  usuário pode armazenar vários endereços
contém suas senhas salvas de outros navegadores. Todas como entradas separadas.
essas senhas, incluindo as senhas salvas de outros nave- Quando o usuário começa a preencher um formulário,
gadores, podem ser sincronizadas com a Conta do Google, as entradas do Preenchimento automático que correspon-
para que estejam disponíveis em outros computadores que dem àquelas que o usuário está digitando aparecem em um
o usuário for usar. menu. Selecionar uma entrada completará automaticamente
Decidir se o usuário quer salvar senhas (o Google o formulário com as informações anteriormente armazena-
Chrome deve perguntar se o usuário deseja salvar sua senha das. O Google Chrome também salva o texto que o usuário
digitou em campos específicos de formulários. A  próxima
sempre que fizer login em um novo site): Personalizar /
vez que o usuário preencher o mesmo campo, o texto que
Configurações / Mostrar configurações avançadas... / Senhas
o usuário digitou anteriormente aparecerá em um menu.
e formulários / Oferecer para salvar senhas com o Google
Smart Lock para senhas. Editar entradas do Preenchimento automático: Perso-
Excluir senhas salvas: Personalizar / Configura- nalizar / Configurações / Mostrar configurações
ções / Mostrar configurações avançadas... / Senhas e formu- avançadas... / Senhas e formulários / Gerenciar confi-
lários / Gerenciar senhas (lista as senhas salvas, pesquisa, gurações do preenchimento automático
mostra e exclui as senhas).
5.6. Configurações de Privacidade
5.3. Sincronização
Várias opções do navegador usam informações como as
Tanto o Google Chrome quanto o Mozilla Firefox pos- páginas da Web visitadas, a fim de aprimorar e proteger a
suem recursos que possibilitam aos usuários sincronizarem experiência do usuário na Web.
para uma determinada conta o histórico de navegação, Todos esses recursos são ativados por padrão, exceto
os favoritos e as senhas e, desse modo, estarem acessíveis “Enviar automaticamente estatísticas de uso e relatórios de
em outras máquinas. erros” e “Enviar uma solicitação para “Não rastrear” com
A sincronização do Google Chrome salva as personaliza- seu tráfego de navegação”. O usuário também pode optar
ções do navegador na Web e permite acessá‑las a partir do por desativá‑los nas configurações “Privacidade”, clicando
Google Chrome em qualquer computador. no menu do Google Chrome / Configurações / Mostrar
Quando o usuário faz login no navegador Google Chrome configurações avançadas... / Privacidade.
ou em um Chromebook, seus favoritos, guias, histórico e • Utilizar um serviço da Web para ajudar a solucionar
outras preferências do navegador são salvos e sincronizados erros de navegação: em casos em que o endereço da
com sua Conta do Google. O usuário pode então carregar Web não funciona ou não é possível estabelecer uma
essas configurações sempre que usar o Google Chrome em conexão, o navegador envia ao Google o URL da página
outros computadores e dispositivos. Fazer login no Google que o usuário tentou acessar e recebe sugestões de
Chrome também facilita a utilização de serviços do Google páginas da Web alternativas que sejam parecidas com
como Gmail, YouTube e Google Maps, pois geralmente é a página que o usuário está tentando acessar.
necessário fazer login apenas uma vez no navegador. • Utilizar um serviço de previsão para ajudar a preen-
cher pesquisas e URLs digitados na barra de endere-
Para fazer login: Personalizar / Fazer login.
ço: o navegador pode usar um serviço de previsões,
Opções de sincronização: Personalizar / Fazer à medida que o usuário digita na barra de endereço,
login / Configurações de sincronização avançadas... para mostrar pesquisas da Web relacionadas, corres-
pondências com seu histórico de navegação e websites
5.4. Gerenciamento de Usuários populares.
• Usar um serviço de previsão para carregar páginas
Se o usuário compartilha o computador com alguém mais rapidamente: os navegadores usam o endereço
regularmente, adicionar novos usuários ao Google Chrome IP para carregar uma página. Ao pesquisar essas infor-
pode manter suas configurações de navegação separadas. mações com antecedência, os links em que o usuário
Os perfis de usuários também são úteis se o usuário deseja clicar na página da Web serão carregados mais rapi-
manter suas configurações de navegação profissionais e damente. Websites também podem usar tecnologia
pessoais separadas. de pré‑processamento para carregar previamente os
Personalizar / Configurações / Pessoas / Adi- links em que o usuário pode clicar depois.
Noções de Informática

cionar pessoa... • Proteger você e seu dispositivo de sites perigosos:


A capacidade de adicionar vários usuários ao mostra um alerta instantâneo sempre que o navega-
Google Chrome tem por objetivo fornecer uma maneira dor detectar que o site que o usuário está tentando
simples e rápida de configurar cópias personalizadas do acessar pode ser prejudicial. Quando o usuário visita
Google Chrome para pessoas que compartilham o navega- uma página da Web, a Navegação segura consulta o
dor no mesmo computador. O objetivo não é proteger os site que o usuário está visitando em uma lista de sites
dados do usuário de outras pessoas que usam o computa- conhecidamente suspeitos que fica armazenada no
dor. Para realmente impedir que seus dados sejam vistos computador. Se o URL que o usuário está visitando está
por outras pessoas, deve‑se usar as contas de usuários do na lista, seu navegador envia uma cópia parcial do URL
sistema operacional. ao Google para determinar se o site é arriscado.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Utilizar um serviço da Web para ajudar a solucionar começam o processo de instalação fazendo o download de
erros de ortografia: permite que o Google Chrome um arquivo de instalação no computador, devendo o usuá-
use a mesma tecnologia de verificação ortográfica da rio confirmar o download clicando em “Salvar” na barra de
Pesquisa do Google. Para ativar esse recurso, deve‑se downloads que aparece na parte inferior da janela do nave-
clicar com o botão direito do mouse dentro do campo gador. Depois que o download tiver sido concluído, é preciso
de texto em que o usuário está digitando e selecionar reiniciar o Google Chrome fechando todas as janelas abertas
Opções do corretor ortográfico / Solicite sugestões para concluir o processo de instalação.
ao Google. Todos os plug‑ins são permitidos por padrão (a menos
• Enviar automaticamente estatísticas de uso e relató- que o Google Chrome detecte que eles estejam desatuali-
rios de erros ao Google automaticamente: permite zados). Para bloquear determinados plug‑ins: Personalizar
que o sistema envie ao Google informações sobre os / Configurações / Mostrar configurações avançadas... /
arquivos, aplicativos e serviços em execução no mo- Privacidade / Configurações de conteúdo... / Acesso a plug‑in
mento de uma falha, para ajudar o Google a priorizar os sem sandbox / Gerenciar exceções...
recursos e aprimoramentos nos quais devem trabalhar. Se optou por não permitir plug‑ins, o usuário verá um
• Enviar uma solicitação “Não rastrear” com seu
tráfego de navegação: o usuário pode solicitar para ícone na barra de endereço sempre que uma página
“Não rastrear”, mas o efeito depende da resposta dos contiver plug‑ins bloqueados.
websites a essa solicitação e de como a solicitação é
interpretada. Por exemplo, alguns sites podem respon- 6.3. Temas, Aplicativos e Extensões
der a essa solicitação mostrando‑lhe anúncios que não
são baseados em outros sites que o usuário visitou. Extensões são recursos e funcionalidades extras que
Muitos sites ainda coletarão e usarão seus dados de podem ser adicionados ao Chrome. Por exemplo, a extensão
navegação, por exemplo, para melhorar a segurança, Verificador de mensagens do Gmail avisa quando novos
fornecer conteúdos, serviços, anúncios e recomenda- emails chegaram.
ções em seus sites e gerar estatísticas de relatórios.
O usuário pode aplicar, selecionar outro ou redefinir
6. Complementos um tema através do menu Personalizar / Configurações /
Aparência.
6.1. Verificar ortografia
6.3.1. Aplicativos
O corretor ortográfico integrado do Google Chrome pode Os aplicativos baseados na Web são programas proje-
verificar automaticamente sua ortografia em formulários da tados para serem usados totalmente dentro do navegador.
web e em campos de texto. Com eles, é possível criar documentos, editar fotos e ouvir
Considera‑se que o Google Chrome seja o primeiro música, sem ter de instalar softwares complicados.
navegador a incorporar tradução automática no próprio Hoje em dia, os  websites possuem a funcionalidade
navegador, sem a necessidade de plug‑ins ou extensões dinâmica esperada de aplicativos de área de trabalho no
adicionais. Ou seja, quando o idioma da página da web não computador. Chamamos esses sites robustos de app da Web
corresponde às preferências de idioma definidas no nave- ou “apps” na forma abreviada. Caso use serviços como Gmail
gador, ele oferece automaticamente a tradução da página ou Google Maps, o  usuário já está usando os aplicativos.
da web para o seu idioma preferido. Os aplicativos possuem as seguintes vantagens em relação
aos aplicativos de área de trabalho:
É possível adicionar idiomas e usá‑los como linguagem • Os aplicativos são instalados em apenas alguns segun-
padrão no Chrome ou apenas para verificar a ortografia. dos com o clicar de um botão. Não é necessário nem
O Chrome pode traduzir páginas em idiomas que mesmo reiniciar o navegador ou computador.
forem marcados em Sugerir a tradução de páginas que não • Os aplicativos estão sempre disponíveis. Independente
estão em um idioma que você conheça. do computador utilizado, será sempre possível acessar
Se o corretor ortográfico continua sublinhando os aplicativos.
uma palavra que o usuário utiliza com frequência, pode‑se • Os aplicativos estão sempre atualizados. Como os
clicar nela com o botão direito e selecionar Adicionar ao aplicativos são hospedados na Web, onde eles podem
dicionário. ser atualizados instantaneamente, é  possível ter a
Uma vez adicionada palavra ao dicionário, ela pode certeza de estar usando sempre a versão mais recente
ser removida em Configurações / Idioma / Configurações de disponível do aplicativo.
Idioma e de entrada... / Dicionário ortográfico personalizado. • Os aplicativos não causam falhas ao computador. Se um
aplicativo não funcionar corretamente, pode‑se fechar
6.2. Plug‑ins apenas uma guia, e o navegador e o computador não
serão afetados.
Noções de Informática

Os plug‑ins ajudam o navegador a processar tipos espe-


ciais de conteúdo da web, como arquivos Flash ou Windows 7. Outras Características
Media. O Google Chrome suporta os plug‑ins mais populares,
incluindo Adobe Flash Player, Adobe Reader, Java, Win- 7.3. Atualizações automáticas: garante que a versão do
dows Media Player, Real Player, QuickTime, e  Microsoft Google Chrome seja automaticamente atualizada com os
Silverlight. últimos recursos de segurança e correções, sem que seja
Se o usuário permitir que sites usem plug‑ins e o Google necessária qualquer ação por parte do usuário.
Chrome detectar que está faltando um plug‑in para uma de-
terminada página, na parte superior da página da web será 7.4. Chrome Web Store: mercado on‑line no qual o
solicitado que o usuário instale esse plug‑in. Alguns plug‑ins usuário pode descobrir milhares de aplicativos, extensões e

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temas interessantes usando a caixa de pesquisa ou nave- • Segurança: cada renderizador é executado em uma
gando em diferentes categorias. Cada item da loja tem sua Sandbox, o que significa que ele tem quase nenhum
própria página, na qual o usuário pode ler e contribuir com acesso direto ao disco, rede ou tela. Todas as soli-
comentários e avaliações. citações precisam ser executadas pelo processo do
navegador. Isso permitirá que o processo do navegador
7.5. Arquitetura de vários processos do Chrome: o monitore qualquer atividade suspeita;
usuário poderá observar que há várias entradas do Google • Desempenho: computadores modernos possuem vá-
Chrome no Gerenciador de tarefas do Windows (chrome. rias CPUs. A arquitetura de vários processos aproveita
exe), porque o Chrome mantém processos de guias, exten- o uso dessas CPUs. Além disso, quando o usuário fecha
sões, aplicativos da Web e plug‑ins independentes um do a guia associada ao renderizador, toda a memória é de-
outro. Dessa forma, um problema com um processo não irá volvida ao sistema para permitir que outros processos
afetar negativamente outros processos ou a capacidade de a utilizem.
resposta geral do navegador.
Por exemplo, quando o usuário está navegando em
SANDBOX (caixa de areia): mecanismo de segurança
um site, o Chrome usa um renderizador ou um mecanismo
de renderização para processar o código do site para ser que realiza a separação, o isolamento de programas em exe-
exibido corretamente. Como os renderizadores ficam mais cução. É normalmente usado para avaliar o funcionamento
complexos com o passar do tempo, a  página pode travar de programas não testados ou perigosos em um ambiente
ocasionalmente. controlado. O programa isolado na “caixa de areia” não tem
Ao separar diferentes processos, o Google Chrome ofe- acesso a recursos do computador como inspeção do sistema
rece os seguintes benefícios: operacional, leitura de dispositivos de entrada e acesso às
• Resposta: quando uma guia trava ou encontra um redes, impedindo que cause danos à máquina. Todos os
problema que congela o renderizador, isso não afetará registros e danos causados pelo programa executado dentro
outras guias que usam renderizadores diferentes nem da SandBox são apagado quando o programa hospedeiro é
travará o navegador inteiro; fechado ou o computador reiniciado.

8. Menus

Noções de Informática

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9. Configurações
Noções de Informática

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10. Teclas de Atalho
Atalhos de Guias e Janelas

AÇÃO ATALHO
Abrir uma nova janela CTRL + N
Abrir uma nova janela no modo de navegação anônima CTRL + SHIFT + N
Abrir uma nova guia e acessá‑la CTRL + T
Reabrir a última guia fechada e acessá‑la CTRL + SHIFT + T
Acessar a próxima guia aberta CTRL + TAB ou CTRL + PGDN
Acessar a guia aberta anterior CTRL + SHIFT + TAB ou CTRL + PGUP
Acessar uma guia específica CTRL + 1 a CTRL + 8
Acessar a última guia CTRL + 9
Abrir a página inicial na guia atual ALT + HOME
Abrir a página anterior do histórico de navegação na página atual ALT + SETA PARA A ESQUERDA
Abrir a próxima página do histórico de navegação na página atual ALT + SETA PARA A DIREITA
Fechar a guia atual CTRL + W ou CTRL + F4
Fechar todas as guias abertas e o navegador CTRL + SHIFT + W
Minimizar a janela atual ALT + ESPAÇO + N
Maximizar a janela atual ALT + ESPAÇO + X
Fechar a janela atual ALT + F4
Sair do Google Chrome CTRL + SHIFT + Q

Atalhos de Recursos do Google Chrome

AÇÃO ATALHO
Abrir o menu do Google Chrome ALT + F ou ALT + E ou F10
Exibir ou ocultar a barra de favoritos CTRL + SHIFT + B
Abrir o Gerenciador de favoritos CTRL + SHIFT + O
Abrir a página do histórico em uma nova guia CTRL + H
Abrir a página de downloads em uma nova guia CTRL + J
Abrir o Gerenciador de tarefas do Chrome SHIFT + ESC
Definir o foco no primeiro item na barra de ferramentas do Chrome SHIFT + ALT + T
Mover o foco para frente entre a barra de endereço, a barra de favoritos F6
(se ela estiver sendo exibida) e o conteúdo da página
Mudar o foco para trás entre a barra de endereço, a barra de favoritos SHIFT + F6
(se ela estiver sendo exibida) e o conteúdo da página
Abrir a barra “Localizar” para pesquisar na página atual CTRL + F ou F3
Ir para a próxima correspondência da pesquisa da barra “Localizar” CTRL + G
Ir para a correspondência anterior da pesquisa da barra “Localizar” CTRL + SHIFT + G
Abrir as ferramentas do desenvolvedor CTRL + SHIFT + J ou F12
Abrir as opções de “Limpar dados de navegação” CTRL + SHIFT + DELETE
Abrir a Central de Ajuda do Chrome em uma nova guia F1
Fazer login como um usuário diferente ou navegar como visitante CTRL + SHIFT + M
Abrir um formulário de feedback ALT + SHIFT + I

Atalhos da Barra de Endereço

AÇÃO ATALHO
Noções de Informática

Pesquisar com o mecanismo de pesquisa padrão Digitar um termo de pesquisa + ENTER


Pesquisar usando um mecanismo de pesquisa diferente Digitar o nome de um mecanismo de
pesquisa + TAB
Adicionar www. e .com a um nome de site e abri‑lo na guia atual Digitar o nome de um site + CTRL + ENTER
Abrir uma nova guia e realizar uma pesquisa no Google Digitar um termo de pesquisa + ALT + ENTER
Ir para a barra de endereço CTRL + l ou ALT + d ou F6
Pesquisar a partir de qualquer lugar da página CTRL + k ou CTRL + e
Remover previsões da barra de endereço Seta para baixo para destacar + SHIFT +
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Atalhos de Páginas da Web

AÇÃO ATALHO
Abrir opções para imprimir a página atual CTRL + P
Abrir opções para salvar a página atual CTRL + S
Atualizar a página atual F5 ou CTRL + R
Atualizar a página atual, ignorando o conteúdo armazenado em cache SHIFT + F5 ou CTRL + SHIFT + R
Interromper o carregamento da página ESC
Navegar por itens clicáveis deslocando‑se para a frente TAB
Navegar por itens clicáveis deslocando‑se para trás SHIFT + TAB
Abrir um arquivo do computador no Chrome CTRL + O + SELECIONAR UM ARQUIVO
Exibir o código fonte HTML não editável da página atual CTRL + U
Salvar a página da Web atual como um favorito CTRL + D
Salvar todas as guias abertas como favoritos em uma nova pasta CTRL + SHIFT + D
Ativar ou desativar o modo de tela cheia F11
Aumentar tudo na página CTRL E +
Diminuir tudo na página CTRL E -
Retornar tudo na página para o tamanho padrão CTRL + 0
Rolar para baixo em uma página da Web, uma tela por vez ESPAÇO ou PGDN
Rolar para cima em uma página da Web, uma tela por vez SHIFT + ESPAÇO ou PGUP
Ir para a parte superior da página HOME
Ir para a parte inferior da página FIM
Rolar a página na horizontal SHIFT + ROLAR O MOUSE
Mover o cursor para o final da palavra anterior em um campo de texto CTRL + SETA PARA A ESQUERDA
Mover o cursor para o começo da próxima palavra em um campo de texto CTRL + SETA PARA A DIREITA
Excluir a palavra anterior em um campo de texto CTRL + BACKSPACE
Mover o foco para uma notificação ALT + N
Conceder permissão dentro de uma notificação ALT + SHIFT + A
Negar permissão dentro de uma notificação ALT + SHIFT + D
Abrir a página inicial na guia atual ALT + HOME

Atalhos do Mouse

Ação Atalho
Abrir um link em uma guia atual (somente com o mouse) Arrastar um link para uma guia
Abrir um link em uma nova guia em segundo plano CTRL + clicar em um link
Abrir um link e acessá‑lo CTRL + SHIFT + clicar em um link
Abrir um link e acessá‑lo (somente com o mouse) Arrastar um link para uma área em
branco na barra de guias
Abrir um link em uma nova janela SHIFT + clicar em um link
Abrir uma guia em uma nova janela (somente com o mouse) Arrastar a guia para fora da barra
de guias
Mover uma guia para a janela atual (somente com o mouse) Arrastar a guia para uma janela já exis-
tente
Retornar uma guia para a posição original Pressionar ESC ao arrastar
Salvar a página da Web atual como um favorito Arrastar o endereço da Web para a bar-
ra de favoritos
Noções de Informática

Fazer o download do destino de um link ALT + clicar em um link


Exibir o histórico de navegação Clicar com o botão direito do mouse em
Voltar   ou Próxima ou clicar e man-
ter pressionada a opção Voltar   ou
Próxima
Alternar entre o modo maximizado e de janela Clicar duas vezes em uma área em bran-
co da barra de guias
Aumentar tudo na página CTRL + Rolar o mouse para cima
Diminuir tudo na página CTRL + rolar o mouse para baixo

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SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO envolvem Engenharia Social e que tentam persuadir o
usuário a fornecer seus dados pessoais e financeiros.
Ameaças aos Sistemas de Informação Em muitos casos, o usuário é induzido a instalar um
código malicioso (malware), preencher um formulário
São componentes que podem prejudicar, de forma tem- ou acessar uma página falsa, para que dados pessoais
porária ou permanente, o funcionamento de um sistema de e sensíveis possam ser furtados.
informação.
Malwares (Softwares Maliciosos)
Agentes Humanos
Vírus
Hacker: invasor passivo: tem conhecimentos avançados
de informática e explora falhas de segurança em sistemas Programa malicioso que infecta (parasita) outros progra-
de informação. Normalmente não é uma ameaça: invade, mas e arquivos (hospedeiros) fazendo cópias de si mesmo, na
espiona, copia, entra em contato com os responsáveis, sem tentativa de se espalhar para outros computadores.
gerar prejuízos. A principal característica do vírus, fora a sua capacidade
Cracker: invasor ativo, é um hacker que usa seus conhe- de destruição, é a capacidade de se propagarem de diversas
cimentos para quebrar sistemas de segurança, danificar os maneiras. Geralmente os vírus ficam alojados em outros
dados acessados e/ou obter vantagens ilícitas. Normalmente programas, após este programa hospedeiro ser executado
é uma ameaça e gera prejuízos. o vírus entra no sistema e faz seu papel malicioso. Por estas
semelhanças com os vírus biológicos: ser um programa pe-
SPAM queno, aloja-se dentro de um arquivo que contenha códigos
de instrução e por se autoreplicarem é que surgiu o nome
E-mail não solicitado, enviado para um grande número vírus. Alguns vírus podem também ficar em estado de dor-
de pessoas. Esse fenômeno é conhecido como spamming, mência no computador, atacando em datas programadas.
as mensagens em si como spam e seus autores como spam- Para ativar o vírus, o programa, parte do programa ou
mers. Como motivação para a manutenção dessa prática, arquivo que o esconde tem que ser executado, ou seja, tem
podemos citar seu baixo custo, automatização do processo que estar na memória RAM.
e anonimato dos spammers. A simples cópia do arquivo infectado não significa que o
Etimologia: SPiced hAM – presunto condimentado en- vírus ficou ativo, portanto, não significa que o computador
latado da Hormel Foods, associado ao envio de mensagens está infectado.
não solicitadas devido a um quadro do grupo de humoristas A maioria das contaminações ocorre pela ação do usuário
ingleses Monty Python. executando o anexo de um e-mail. Podem ocorrer por meio
de outras ações, como:
Tipos de SPAMs • abrir arquivos do pacote Office da Microsoft;
• abrir arquivos disponíveis em recursos compartilhados
• Corrente (Chain Letter): pede para que o usuário (redes);
(destinatário) repasse a mensagem “para todos os • abrir arquivos de qualquer tipo de mídia removível
amigos” ou “para todos que ama”. Prometem sorte, (FD, HD, CD, DVD, pen drive);
riqueza ou algum outro tipo de benefício àqueles • instalar programas não confiáveis, de procedência
que a repassarem. O texto pode contar uma história duvidosa ou desconhecida.
antiga, descrever uma simpatia (superstição) ou,
simplesmente, desejam sorte. Worm (Verme, Praga)
• Boato (Hoax): pessoas que necessitam urgentemente
de algum tipo de ajuda, alerta a algum tipo de ameaça Programa autônomo e autorreplicante que se copia
ou perigo, difamação de marcas e empresas ou ofertas usando a estrutura de uma rede de computadores (como a
falsas de produtos gratuitos. Internet ou intranets), tornando-as lentas.
• Ofensivo: divulga conteúdo agressivo e violento, como Normalmente, o  Worm não causa maiores danos aos
por exemplo: acusações infundadas contra indivíduos sistemas de computador, a não ser pelo fato de consumir
específicos, defesa de ideologias extremistas, apolo- recursos desnecessariamente (como o envio de milhares de
gia à violência contra minorias, racismo, xenofobia, e-mails com cópias dele mesmo), mas também pode deletar
pedofilia, pornografia. arquivos e enviar arquivos por e-mail.
• Propaganda: divulga desde produtos e serviços até O Worm não precisa de hospedeiro, ele é um malware
propaganda política. autônomo, que pode se copiar automaticamente para vários
• Golpe (scam): pirâmides, oportunidades enganosas e computadores, lotando caixas postais e HDs.
ofertas de produtos que prometem falsos resultados, Sua propagação se dá através da exploração de vulnera-
Noções de Informática

propostas para trabalhar em casa e empréstimos bilidades existentes ou falhas na configuração de softwares
facilitados. instalados em computadores.
• Spit (spam via Internet Telephony): mensagens não
solicitadas atingindo os usuários dos “telefones IP” Cavalo de Troia (Trojan Horse)
(VoIP).
• Spim (spam via Instant Messenge): envio de spam É um programa, normalmente recebido como um “pre-
por meio dos aplicativos de troca de mensagens ins- sente” (cartão virtual, álbum de fotos, protetor de tela, jogo
tantâneas como o Messenger e o ICQ. etc.), que além de executar as funções para as quais foi apa-
• Estelionato (Phishing): consiste no envio de e-mails, rentemente projetado, também executa funções maliciosas
mensagens instantâneas ou scraps com textos que e sem o conhecimento do usuário.

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Entre as funções maliciosas executadas por um Trojan es- Princípios da Segurança da Informação
tão a instalação de malwares como keyloggers, screenloggers,
backdoors e spywares. Conjunto de técnicas, processos e componentes que
O Trojan distingue-se de um vírus ou de um worm por não visa garantir CONFIABILIDADE às transações digitais, ou seja,
infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo
o Sistema de Informação funcionará de forma eficiente de
automaticamente.
acordo com suas atribuições – DICA.
Spyware

Programa automático que monitora informações sobre


o usuário e as transmite a uma entidade externa na Internet,
sem o conhecimento ou consentimento da vítima.
Diferem dos Trojans por não terem como objetivo que
o sistema do usuário seja dominado e manipulado por uma
entidade externa (hacker).
• Monitoramento de páginas acessadas na Internet;
• Varredura dos arquivos armazenados no disco rígido Disponibilidade: garantia de que um sistema estará
do computador; sempre disponível quando necessário (estar disponível,
• Alteração da página inicial do browser do usuário acessível).
(Hijacker);
Integridade: garantia de que uma informação não foi
• Monitoramento de teclas digitadas pelo usuário
(Keylogger) ou regiões da tela próximas ao clique do alterada durante seu trajeto do emissor ao receptor.
mouse (Screenlogger). Confidencialidade (Privacidade, Sigilo): garantia de que
os dados serão acessados apenas por pessoas autorizadas.
Adware é um tipo de software especificamente projetado Autenticidade: garantia da identidade de quem está
para apresentar propagandas por maio de um browser ou enviando a mensagem.
outro programa, como o MSN e Kazaa. Não repúdio: garantia de que um emissor não consiga
Ransomwares criptografam o conteúdo do HD, exigindo negar falsamente um ato ou documento de sua autoria.
da vítima o pagamento de um “resgate”.

Agentes de Segurança Criptografia

Processo matemático utilizado para reescrever uma


mensagem de forma ilegível para pessoas não autorizadas.
Do grego kryptos = enigma, oculto e graphe = escrita (escrita
enigmática, oculta). O emissor da mensagem realiza o proces-
so de embaralhar a mensagem original, tornado-a codificada
e a envia. Ao receber a mensagem, o receptor irá transformar
a mensagem codificada de volta em mensagem original.

Termos da criptografia :
• Algoritmo de criptografia: programa (sequên­cia
finita de passos) usado para realizar a encriptação e
decriptação.
• Chave: é um número binário, um código que o progra-
ma deve conhecer para cifrar e decifrar a mensagem.
• Tamanho da chave: é a medida, em bits, do tamanho
Firewall do número usado como chave. Quanto maior a chave,
mais complexa ela será para ser descoberta (mais
Pode ser definido como uma barreira de proteção, que segura).
controla o tráfego de dados entre seu computador e a Inter-
net (ou entre a rede onde seu computador está instalado e a Criptografia Simétrica (Chave Secreta)
Internet). Seu objetivo é permitir somente a transmissão e a
recepção de dados autorizados. Existem firewalls baseados Utiliza a mesma chave tanto para codificar quanto para
Noções de Informática

na combinação de hardware e software e firewalls baseados decodificar mensagens. Apesar de ser um método bastan-
somente em software. Este último é o tipo recomendado ao te eficiente em relação ao o tempo gasto para codificar e
uso doméstico e também é o mais comum.
decodificar mensagens tem como principal desvantagem
Explicando de maneira mais precisa, o  firewall é um
mecanismo que atua como “defesa” de um computador ou a necessidade de utilização de um meio seguro para que a
de uma rede, controlando o acesso ao sistema por meio de chave possa ser compartilhada entre pessoas ou entidades
regras e a filtragem de dados. A vantagem do uso de firewalls que desejem trocar informações criptografadas  – a chave
em redes é que somente um computador pode atuar como precisa ser compartilhada entre emissor e receptor para que
firewall, não sendo necessário instalá-lo em cada máquina a mensagem possa ser cifrada ou decifrada, mas somente
conectada. os dois sujeitos podem possuir a chave.

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Criptografia Assimétrica (Chaves Pública e Privada) A chave que encripta mensagens (chave de codificação,
ou chave de encriptação) será distribuída livremente e, por
Utiliza duas chaves distintas, uma que serve apenas para isso, pode ser chamada de Chave Pública, ou Chave Com-
encriptar e outra que serve apenas para decriptar mensa- partilhada.
gens – uma fecha, a outra abre. Por sua vez, a chave que decripta mensagens (chave de
As duas chaves são matematicamente relacionadas, não decodificação criptográfica, ou chave de decriptação) será
podendo haver uma delas sem a outra – ambas tem que ser armazenada secretamente com seu titular – servirá pra seu
geradas ao mesmo tempo. uso exclusivo. É a chamada Chave Privada.

Noções de Informática

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Simétrica alteradas durante uma interceptação. Também não garante a
Assimétrica Autenticidade e, consequentemente, o não repúdio.
(Convencional)
Usa uma única chave para Usa duas chaves diferentes:
cifrar e decifrar mensagens. uma para cifrar e outra para Assinatura Digital
decifrar mensagens.
A assinatura digital consiste na criação de um código,
A chave tem que ser compar- Apenas a chave de cifragem através da utilização de uma chave privada, de modo que a
tilhada entre os usuários que é compartilhada (pública). pessoa ou entidade que receber uma mensagem contendo
irão se comunicar e deve ser A  chave de decifragem é este código possa verificar se o remetente é mesmo quem
distribuída por meio seguro. mantida em segredo (pri- diz ser e identificar qualquer mensagem que possa ter sido
vada). modificada. Garante, portanto, autenticidade aos documen-
Processo mais simples e Processo muito mais lento, tos digitais. Se as chaves forem reconhecidas por um terceiro
mais rápido, porém pouco porém quase impossível de de confiança (Autoridade Certificadora), a assinatura garante
seguro. ser quebrado. também não repúdio (irretratabilidade, irrefutabilidade) e
256 = 72 quatrilhões de com- validade jurídica. Na prática, é um hash + criptografia e o
binações, quebrada em me- algoritmo mais usado é o DSA.
nos de um dia usando força A Assinatura Digital será útil quando um emissor ne-
bruta cessitar transmitir uma mensagem autêntica e quer que o
Principais algoritmos: DES (40 Principal algoritmo: RSA, com receptor tenha certeza acerca de quem a enviou. Poderá
e 56 bits), 3DES (168 bits) e chaves de 256, 512, 1024 e então utilizar a sua chave privada para cifrar uma mensagem
AES (256 bits) 2048 bits e enviá-la para um ou mais destinatários.
O receptor pode decifrá-la por meio da chave pública do
A criptografia impede que uma mensagem seja entendida próprio emissor, tendo assim certeza de quem enviou e de
por pessoas não autorizadas atingindo, com isso, o princípio da que a mensagem não foi alterada na transmissão. Porém,
Confidencialidade (privacidade). Entretanto, a criptografia não qualquer pessoa pode decifrar a mensagem por que a chave
garante a Integridade das informações, porque elas podem ser pública está disponível a todos.

Certificado Digital Algumas das principais informações encontradas em um


certificado digital são:
Documento emitido por uma Autoridade Certificadora • dados que identificam o dono (nome, número de
(CA), que garante a identidade de uma pessoa ou empresa identificação, estado etc.);
Noções de Informática

em transações digitais. Garante autenticidade, irretrata- • nome da Autoridade Certificadora (AC) que emitiu o
bilidade e validade jurídica aos documentos e transações certificado;
comerciais realizadas pela Internet. • o número de série e o período de validade do certifi-
Instalado no browser e no programa de correio ele-
cado;
trônico do proprietário do certificado digital, contém as
seguintes informações: nome e endereço de e-mail do titular • a assinatura digital da AC.
do certificado, chave pública, data de validade da chave
pública, identificação e assinatura digital da CA, algoritmos O objetivo da assinatura digital no certificado é indicar
usados. Pode ser visto nos sites por meio de duplo clique no que outra entidade (a Autoridade Certificadora) garante a
cadeado da barra de status. veracidade das informações nele contidas.

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EXERCÍCIOS a) Substituição ou troca de um disco rígido sem ter a
necessidade de desligar ou reiniciar o sistema ope-
1. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017) racional.
FPM, RAM, DRAM, DIP, SIMM, DIMM, DDR, DDR2, DDR3 b) Replicar dados, tornado dois ou mais discos possu-
são tipos de írem exatamente o mesmo conteúdo.
a) HD. c) Fracionamento de dados, ou seja os dados são divi-
b) monitores. didos em pequenos segmentos e distribuídos entre
c) memórias. discos.
d) processadores. d) Reservar uma unidade de armazenamento apenas
e) impressoras. para guardar as informações de paridade.
e) Contar com um mecanismo de detecção de falhas.
2. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017)
Algumas empresas criam ambientes virtuais com ser- 7. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017)
vidores de páginas para manterem sites, servidores Esses tipos de periféricos podem possuir diversos mo-
de e‑mail para permitir a comunicação via correio delos. Os tipos mais comuns são: MATRICIAL, LINHA,
eletrônico e até mesmo servidores de arquivos. Essa MARGARIDA, LASER, JATO DE TINTA, TÉRMICA, CERA
estrutura visa à obtenção de uma comunicação mais entre outros modelos. A qual tipo de periférico o enun-
rápida e centralizada entre os funcionários da empresa. ciado se refere?
Tal estrutura é conhecida como a) Zip Drive.
a) intranet. b) Scanner.
b) internet. c) Drive de DVD‑ROM.
c) telnet. d) Drive de CD‑ROM.
d) SMTP. e) Impressoras.
e) FTP.
8. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017)
3. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017) É No Microsoft Windows XP, é possível criar pastas e tam-
uma das partes principais do hardware do computador bém alterar o nome delas de algumas maneiras. Uma
e é responsável pelos cálculos, pela execução de tarefas das formas seria clicar com o botão direito do mouse
e pela demanda de dados. A  velocidade com que o sobre a pasta e ir até a opção “Renomear”, porém é
computador executa as tarefas está diretamente ligada possível renomear uma pasta ou arquivo utilizando o
à velocidade desse componente. Qual é o componente próprio teclado do computador através de uma tecla
em questão? de atalho. Para isso, basta clicar sobre a pasta e, em
a) Memória. seguida, pressionar qual tecla de atalho?
b) Processador. a) F2.
c) HD (Hard Disk). b) F3.
d) Placa Mãe. c) F4.
e) Roteador. d) F5.
e) F6.
4. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017)
Esse tipo de memória permite apenas leitura. As  in-
9. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017)
formações são gravadas pelo fabricante uma única vez
É um programa do pacote Office, do tipo planilha ele-
e não é possível alterar essa informação ou apagá‑la,
trônica, que permite trabalhar com tabelas e realizar
somente é possível acessá‑la. Outra característica
cálculos nessas tabelas, inserir gráficos, mapas geográ-
importante é que esse tipo de memória não é volátil.
ficos e objetos de outros programas. O programa em
A memória em questão é conhecida como
questão é o
a) memória RAM.
b) memória ROM. a) Excel.
c) memória PROM. b) Word.
d) memória EPROM. c) PowerPoint.
e) memória Flash. d) Access.
e) Outlook.
5. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017)
São pequenos pedaços de programas que se copiam 10. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017)
sozinhos e se agregam (infectam) a outros programas Este editor de texto é o aplicativo, ou programa com
quando são executados. Alguns não são prejudiciais, função específica, que tem como objetivo criar e
outros, por sua vez, podem danificar um sistema ope- modificar textos. Possui recursos de formatação e é
racional e os programas do computador. O tipo de vírus classificado não apenas como editor e sim como um
em questão normalmente tem extensões como: .COM, processador de texto. Tal processador, que faz parte
Noções de Informática

.EXE, .VBS, .PIF. Esse tipo de vírus é conhecido como do pacote Microsoft Office, é conhecido como
a) vírus de BOOT a) Excel.
b) vírus de Programa. b) Word.
c) worms. c) PowerPoint.
d) vírus de Macro.w d) Access.
e) vírus stealtf. e) Outlook.

6. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017) 11. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017)


Qual é a principal característica de um disco rígido com Acerca dos Browsers de Internet em relação ao EDGE,
tecnologia hot swap? é correto afirmar que

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a) é uma nova versão do Chrome. d) Stuxnet, Cavalo‑de‑Tróia, Avira.
b) é o novo navegador da Microsoft. e) Avast, Comodo, Spyware.
c) é uma nova versão do Mozilla Firefox.
d) é o novo navegador do Ubunto. 17. (Instituto AOCP/Casan/Técnico em Eletrotécnica/2016)
e) é o novo navegador do OppenOffice. Os computadores possuem alguns tipos de software
para desempenhar suas funções. Sabendo disso, os sof-
12. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017) twares que gerenciam o hardware e ainda fornecem
No Google Chrome, o Modo de Navegação Anônima aos programadores e aos programas de aplicativos um
é um recurso que possibilita o acesso a diversos sites, conjunto de recursos abstratos e claros, ao  invés de
fazer downloads e navegar de maneira totalmente dis- recursos confusos de hardware, são conhecidos como
creta. O Mozilla Firefox possui um recurso semelhante, a) Sistemas Seguros.
que recebe o nome de navegação b) Softwares Utilitários.
a) restrita. c) Softwares Aplicativos.
b) direta. d) Softwares Embarcados.
c) oculta. e) Sistemas Operacionais.
d) privada.
e) dinâmica. 18. (Instituto AOCP/Casan/Assistente Administrativo/2016)
Existem diversos softwares com licenças livres (GNU)
13. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017) como alternativa para pessoas ou empresas que não
No Google Chrome instalado em um ambiente Windo- possuem condições ou não querem pagar licenciamen-
ws, para abrir o Gerenciador de Favoritos, basta utilizar to de software. Assinale a alternativa que apresenta
qual “Atalho”? apenas softwares baseados em GNU.
Obs. O caractere “+” foi utilizado apenas para a inter- a) Calc, Windows, Writer.
pretação da questão. b) Writer, GNU/ Linux, MS‑Word.
a) Ctrl + Alt + f. c) Impress, Writer, Calc.
b) Ctrl + F7. d) MS‑Excel, GNU/Linux, Base.
c) Shift + F11. e) Linux/GNU, MS‑Office 365, Internet Explorer.
d) Ctrl + Shift + o.
e) Alt + Shift + h. 19. (Instituto AOCP/Casan/Assistente Administrativo/2016)
Na atualidade, com o advento da internet e da informa-
14. (Instituto AOCP/Ebserh/Técnico em Informática/2017) ção, tornaram‑se muito comuns diferentes formas de
Assinale a alternativa que apresenta o aplicativo gratui- ataques a computadores. Esses crimes, os quais todos
to Antimalware, que auxilia na proteção contra vírus e os usuários correm o risco de sofrer, podem causar da-
outros malwares, incluído no Windows e que pode ser nos aos computadores e aos seus usuários, como perda
de arquivos, invasão de privacidade, danos financeiros,
atualizado através do Windows Update.
dentre outros. Sendo assim, existe uma gama de técni-
a) WinBoot.
cas para vitimar um computador. Assinale a alternativa
b) Scandisk.
que apresenta somente o nome de técnicas de ataque
c) Spyboot.
a computadores.
d) Combofix.
a) Trojan, McAfee, Spam.
e) Windows Defender.
b) Worms, DoS, Phishing.
c) Vírus, Conficker, Kaspersky.
15. (Instituto AOCP/Casan/Técnico em Eletrotécnica/2016) d) Stuxnet, Cavalo‑de‑Tróia, Avira.
Existem diversos softwares com licenças livres (GNU) e) Avast, Comodo, Spyware.
como alternativa para pessoas ou empresas que não
possuem condições ou não querem pagar licenciamen- 20. (Instituto AOCP/Casan/Assistente Administrativo/2016)
to de software. Assinale a alternativa que apresenta Os computadores possuem alguns tipos de software
apenas softwares baseados em GNU. para desempenhar suas funções. Sabendo disso, os sof-
a) Calc, Windows, Writer. twares que gerenciam o hardware e ainda fornecem
b) Writer, GNU/ Linux, MS‑Word. aos programadores e aos programas de aplicativos um
c) Impress, Writer, Calc. conjunto de recursos abstratos e claros, ao  invés de
d) MS‑Excel, GNU/Linux, Base. recursos confusos de hardware, são conhecidos como
e) Linux/GNU, MS‑Office 365, Internet Explorer. a) Sistemas Seguros.
b) Softwares Utilitários.
16. (Instituto AOCP/Casan/Técnico em Eletrotécnica/2016) c) Softwares Aplicativos.
Na atualidade, com o advento da internet e da informa- d) Softwares Embarcados.
ção, tornaram‑se muito comuns diferentes formas de e) Sistemas Operacionais.
ataques a computadores. Esses crimes, os quais todos
Noções de Informática

os usuários correm o risco de sofrer, podem causar da- 21. (IDIB/CRO‑BA/Técnico Administrativo/2017) Analise as
nos aos computadores e aos seus usuários, como perda seguintes afirmativas acerca das tecnologias de Internet
de arquivos, invasão de privacidade, danos financeiros, e Intranet.
dentre outros. Sendo assim, existe uma gama de técni- I – Tanto a Internet como a Intranet utiliza o protoco-
cas para vitimar um computador. Assinale a alternativa lo HTTP.
que apresenta somente o nome de técnicas de ataque II – Na Internet é possível acessar clientes de correio
a computadores. eletrônico como, por exemplo, o gmail da Microsoft.
a) Trojan, McAfee, Spam. III  – A Intranet é um espaço restrito a determinado
b) Worms, DoS, Phishing. público, sendo utilizado para compartilhamento de
c) Vírus, Conficker, Kaspersky. informações restritas.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Analisando as afirmativas acima, marque a alternativa 26. (Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2017) No
verdadeira. sistema operacional Windows 10, em sua configuração
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. padrão, um usuário clicou com o botão direito domou-
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. se em um espaço livre da Área de Trabalho, e a seguinte
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. lista de opções surgiu na tela.
d) Apenas a afirmativa I está correta.

22. (IDIB/CRO-BA/Técnico Administrativo/2017) Acerca da


realização de cópias de seguranças, analise as seguintes
afirmativas:
I – Os backups dos dados armazenados em um compu-
tador são importantes, não só para recuperar eventuais
falhas, mas também evitar consequências de uma pos-
sível infecção por vírus, ou de uma invasão.
II – Um backup é a cópia de dados de um dispositivo de
armazenamento a outro para que possam ser restaura-
dos em caso da perda dos dados originais.
III – Atualmente são utilizados disquetes para backup
de dados nas empresas.

Analisando as afirmativas acima, marque a alternativa


verdadeira.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. Esse usuário deseja criar um atalho para um arquivo
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. na Área de Trabalho, e, para isso, ele deve clicar em
c) Apenas a afirmativa II está correta. a) “Exibir”, em seguida, selecionar “Atalho” na lista de
d) Apenas a afirmativa I está correta. opções que surge na tela, e seguir as orientações na
janela “Criar Atalho”.
23. (IDIB/CRO-BA/Técnico Administrativo/2017) A seguran- b) “Novo”, em seguida, digitar o nome do atalho na
ça da informação compreende um conjunto de regras janela que surge na tela.
e medidas que visam proteger a informação. Acerca c) “Novo”, em seguida, selecionar “Atalho” na lista de
desse assunto, marque a alternativa incorreta. opções que surge na tela, e seguir as orientações na
a) Ativo é tudo que tem valor para uma organização. janela “Criar Atalho”.
b) Ameaça é a causa potencial de um incidente inde- d) “Atualizar”, em seguida, selecionar “Atalho” na lista
sejado e seus resultados. de opções que surge na tela, e seguir as orientações
c) Vulnerabilidade é a fragilidade de uma ameaça que na janela “Criar Atalho”.
pode ser explorado por um ativo. e) “Exibir”, em seguida, digitar o nome do atalho na
d) Assinatura digital é um mecanismo que utiliza crip- janela que surge na tela.
tografia assimétrica (chave pública) para garantir a
autenticidade e o não repúdio. 27. (Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2017) No
sistema operacional Windows, em sua configuração pa-
24. (IDIB/CRO-BA/Técnico Administrativo/2017) O pacote drão, os nomes de arquivos ou pastas seguem algumas
Office 2007 é uma suíte que contém programas que regras, sobre as quais é correto afirmar que
permitem criar documentos de textos, planilhas eletrô- a) o tamanho máximo de caracteres que pode ser
nicas, apresentações de slides, banco de dados, dentre utilizado no Windows 10 inclui o nome do arquivo
outras funcionalidades. e do seu caminho.
Com relação às ações que podem ser realizadas por
b) o nome do arquivo no Windows 10 não pode ter
esses softwares, marque a alternativa incorreta.
caracteres como \ / : * ? “ < > |, mas a sua extensão
a) No Word, é possível imprimir um intervalo de pági-
pode incluí-los.
nas parametrizadas na caixa de impressão.
c) os nomes dos arquivos no Windows 10 podem ter
b) No Excel, é possível acessar dados de documentos
até 128 caracteres.
externos a planilha.
c) Em uma apresentação do PowerPoint, é possível in- d) caracteres como \ / : * ? “ < > | podem ser utilizados
serir imagens e vídeos para auxiliar na apresentação. nos nomes no Windows 10.
d) No Word 2007, é possível apenas salvar documentos e) o nome do arquivo no Windows 10 não pode ter
com extensões .docx que é a extensão padrão dessa caracteres como \ / : * ? “ < > |, mas o nome do seu
aplicação. caminho pode incluí-los.
NOçõES dE INFORMÁTICA

25. (Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2017) No 28. (Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2017)


sistema operacional Windows 10, em sua configuração Alguns navegadores utilizados na internet, como o
padrão, um usuário aciona o Explorador de Arquivos, Microsoft Edge e o Chrome, permitem um tipo de na-
seleciona um arquivo e pressiona a tecla F3. Em seguida, vegação conhecida como privada ou anônima. Sobre
a) o arquivo será deletado definitivamente. esse recurso, é correto afirmar que ele foi concebido
b) as propriedades do arquivo serão exibidas. para, normalmente,
c) o arquivo será deletado e colocado na Lixeira. a) não permitir o armazenamento de “favoritos” du-
d) a Ajuda do Windows 10 será ativada. rante uma navegação.
e) o cursor será colocado no campo de busca da Fer- b) não permitir que sejam realizados downloads de
ramenta de Pesquisa. quaisquer tipos de arquivos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) substituir os dados do usuário por outros fictícios, 32. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) Observe a figura
definidos pelo próprio usuário, e evitar que pro- a seguir, que ilustra parte da lista de arquivos sobre o
paganda comercial e e-mails do tipo spam sejam Censo Agropecuário 2017 armazenados no computador
posteriormente encaminhados ao usuário. de Pedro com Windows 7 instalado.
d) permitir que sites sejam acessados sem que sejam
guardados quaisquer dados ou informações que pos-
sam ser usados para rastrear, a partir do navegador,
as visitas efetuadas pelo usuário.
e) impedir que o provedor de internet e os sites visita-
dos tenham acesso aos dados relativos à navegação
do usuário.

29. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) Entidades públicas


e privadas vêm adotando medidas para aumentar a
proteção de seus usuários, tornando mais difícil para
um terceiro obter dados sensíveis. Uma dessas medidas
visa prevenir o acesso à conta do usuário, mesmo que
o terceiro conheça a sua senha. Essa medida requer
que, além da senha, o usuário utilize um dispositivo,
ou outro método por ele aprovado, para liberar acesso
às informações da sua conta.
Essa medida refere-se à(às):
a) chave pública e chave privada;
b) senha forte; Pedro precisa filtrar os arquivos dos recenseadores que
não estão pendentes. Para isso, Pedro estabeleceu o
c) verificação em duas etapas;
seguinte critério de pesquisa sobre o nome do arquivo:
d) criptografia de senhas; – Deve conter a palavra Recenseador;
e) chaves RSA. – Não pode conter a palavra Pendente; e
– Pode ser de qualquer tipo.
30. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) O Antivírus do
departamento de tecnologia da informação de uma Para executar essa pesquisa, no Windows Explorer,
empresa identificou que um programa de computador Pedro deve utilizar o filtro:
invadiu máquinas de funcionários do departamento e a) “Recenseador” NOT Pendente
abriu portas através das quais é possível controlar os b) Recenseador (marca: -Pendente) c) Recenseador?-
sistemas afetados sem que os usuários percebam. -Pendente (tipo: *)
Esse tipo de ataque ou técnica encontrada pelo Anti- d) (nome: Recenseador marca: -Pendente tipo: *)
vírus é o: e) (nome: Recenseador nome: ~!Pendente)
a) backdoor;
b) bug; 33. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) No Windows 7,
c) bloatware; para abrir o Menu Iniciar deve-se pressionar a tecla:
d) dns poisoning; a) ESC.
e) adware. b) TAB.
c) ALT.
31. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) Observe a seguinte d) CTRL.
tela do Windows 7. e) Logotipo do Windows .

34. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) Observe a figura a


seguir, que ilustra o acesso ao site do IBGE disponível
na Internet.
NOçõES dE INFORMÁTICA

Para percorrer os botões da barra de tarefas usando o


Aero Flip 3D, alternando entre janelas abertas, deve-se
pressionar as teclas: Com relação ao endereçamento de recursos na Internet,
a) ALT+TAB analise as afirmativas a seguir:
b) CTRL+ALT I – www.ibge.gov.br/home/ é uma URL (Uniform Re-
c) CTRL+TAB source Locator).
II – home é o local, de endereçamento lógico ou físico,
d) Logotipo do Windows onde se encontra o recurso (ex.: arquivo) dentro do
e) Logotipo do Windows servidor.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
III – www.ibge.gov.br é o domínio principal que indica
o endereço do servidor.

Está correto o que se afirma em:


a) somente I;
b) somente II;
c) somente III;
d) somente I e II;
e) I, II e III.

35. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) Observe a figura a


seguir, que ilustra o diagrama de um teclado genérico
com agrupamentos de teclas.

Ao clicar no item número 4 ( ), será possível acessar


a função:
a) Menu;
b) Conta;
c) Ligar/Desligar;
d) Configurações;
e) Explorador de Arquivos.

O grupo de teclas número 2 representa teclas de: 39. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) No Windows 10,
a) função; para abrir a Central de Ações, deve-se clicar no ícone:
b) controle; a)
c) navegação;
d) digitação alfanumérica; b)
e) numeração.
c)
36. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) No Windows 7, d)
para capturar a imagem da janela ativa, aquela que
está em primeiro plano na tela, devem-se pressionar e)
a(s) tecla(s):
a) ALT + PrintScreen. 40. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) A parte do sistema
b) PrintScreen. computacional que realiza as instruções de um progra-
c) Backspace. ma de computador executando operações básicas de
d) Logotipo do Windows . aritmética, lógica e entrada/saída de dados é o(a):
e) Logotipo do Windows . a)

37. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) Observe a figura a


b)
seguir, que ilustra um dispositivo móvel com o cabo a
ser conectado em um computador utilizado por Paulo.
c)

d)

e)

41. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) Observe a figura a


seguir, que ilustra diversos itens de uma Biblioteca de
Documentos do Windows 7.
Para transferir dados do dispositivo móvel para o
computador, Paulo deve conectar o periférico usando
NOçõES dE INFORMÁTICA

a porta:
a) DVI;
b) HDMI;
c) Ethernet;
d) USB;
e) VGA.

38. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) Observe os itens


do Menu Iniciar do Windows 10 enumerados na figura
a seguir.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O arquivo que possui o nome correspondente ao seu a) “Criar atalho”.
tipo é: b) “Propriedades”.
a) Documento Word. c) “Enviar para”.
b) Figura.xlsx. d) “Formatar”.
c) Pasta Compactada.zip.
d) Pasta.bmp. 47. (Fadesp/Cosanpa/Técnico Industrial/Saneamento/2017)
e) Planilha Eletrônica.docx. O recurso presente no Microsoft Windows 7 (instala-
ção padrão) que possibilita o redimensionamento das
42. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) Para navegar na janelas, permitindo, por meio do mouse ou do teclado,
Internet é necessário utilizar um programa do tipo organizá-las rapidamente dentro da área de trabalho é o
a) SNAP.
browser, como o Internet Explorer e o(a):
b) GADGET.
a) Google Chrome; c) MPA.
b) Painel de Controle; d) AERO.
c) Central de Rede e Compartilhamento;
d) Microsoft Word; 48. (Fadesp/Cosanpa/Assistente Administrativo/Contabilida-
e) Central de Acessibilidade. de/2017) As palavras reservadas do “Google” (ferramenta
de busca de dados na Internet) devem ter suas sintaxes
43. (FGV/IBGE/Agente Censitário/2017) Pedro verificou o com letras minúsculas e ser seguidas de um caractere “:”
status da rede do computador em que estava trabalhan- (dois pontos). Para exibir links de arquivos no formato
do. No Windows 10, a seguinte tela foi apresentada. “pdf”, cujo texto, título ou URL contenha a expressão
exata “concurso público”, é necessário utilizar a sintaxe
a) “concurso público” typetext: “pdf”.
b) “concurso público” filetype: pdf.
c) “concurso público” typetitle: “pdf”.
d) “concurso público” fileurl: pdf.

49. (Fadesp/Cosanpa/Agente Administrativo/2017) O na-


vegador livre e de multiplataforma desenvolvido pela
Mozilla Foundation denomina-se
a) Firefox.
Sobre o computador de Pedro, é correto afirmar que: b) Explorer.
a) está no Modo Avião; c) Chrome.
b) há uma conexão Bluetooth; d) Torch.
c) é necessário configurar uma VPN;
d) está conectado à Internet por uma rede sem fio; 50. (Instituto de Seleção/Crefito-1ª Região (PE, PB, RN e AL)/
e) foi criada uma conexão discada para acessar a Internet. Assistente Administrativo/2017) Nos últimos meses,
o número de atendimentos realizados no setor onde
44. (Fadesp/Cosanpa/Técnico Industrial/Saneamen- Vitor trabalha aumentou bastante.
to/2017) Para efetuar a exclusão dos arquivos tempo- Na mesma proporção aumentou a quantidade de pro-
rários, cookies, senhas salvas, histórico e informações blemas gerados pelo sistema de senhas distribuídas em
de formulários da Web no Microsoft Internet Explorer rolos de papel, com cores diferentes para cada tipo de
11 (instalação padrão), é necessário acessar o menu atendimento solicitado.
“Ferramentas”, clicar na opção “Opções da Internet”, Vitor, buscando tornar os atendimentos mais eficientes,
a qual mostrará a Janela “Opções da Internet”, e pres- resolveu modernizar o sistema de senhas, substituindo
sionar o botão “Excluir...” na guia os rolos de papel, por um sistema da informação insta-
a) “Privacidade”. lado em um computador.
b) “Conteúdo”. Para compor sua solução, Vitor optou por um dispo-
sitivo de entrada e saída instalado neste computador.
c) “Geral”.
Qual das opções abaixo é o dispositivo de entrada e
d) “Segurança”. saída, utilizado na solução do Vitor?
a) Microfone.
45. (Fadesp/Cosanpa/Técnico Industrial/Saneamen- b) Scanner
to/2017) As palavras reservadas do “Google” (ferra- c) Leitor biométrico.
menta de busca de dados na Internet) devem ter suas d) Tela sensível ao toque (touchscreen).
sintaxes com letras minúsculas e ser seguidas de um e) Webcam.
caractere “:” (dois pontos). Para exibir links de arquivos
no formato “pdf”, cujo texto, título ou URL contenha a GABARITO
expressão exata “concurso público”, é necessário utilizar
a sintaxe
NOçõES dE INFORMÁTICA

1. c 11. b 21. b 31. e 41. c


a) “concurso público” typetext: “pdf”. 2. a 12. d 22. a 32. e 42. a
b) “concurso público” filetype: pdf. 3. b 13. d 23. c 33. e 43. d
c) “concurso público” typetitle: “pdf”. 4. b 14. e 24. d 34. e 44. c
d) “concurso público” fileurl: pdf. 5. b 15. c 25. e 35. a 45. b
6. a 16. b 26. c 36. a 46. d
46. (Fadesp/Cosanpa/Técnico Industrial/Saneamen- 7. e 17. e 27. a 37. d 47. a
to/2017) Clicando-se, com o botão direito do mouse, 8. a 18. c 28. d 38. d 48. b
sobre um arquivo selecionado no Windows Explorer do 9. a 19. b 29. c 39. e 49. a
Microsoft Windows 7 (instalação padrão), abre-se um 10. b 20. e 30. a 40. e 50. d
menu que não possui a opção

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Noções de Direito

DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Garantias Fundamentais (artigo 5º).................................................................................................................... 4
Da Administração Pública (artigo 37) ............................................................................................................................... 20
Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, do estado de defesa e do estado de sítio (artigos 136 ao 141)...24
Da Segurança Pública (artigo 144).................................................................................................................................... 26

DIREITO PENAL
Do crime (artigo 13 ao 25)................................................................................................................................................ 40
Das Penas (artigos 32 ao 52)............................................................................................................................................. 60
Dos crimes contra a honra (artigos 138 ao 145)............................................................................................................... 86
Dos crimes contra a Pessoa (artigos 121 ao 154).............................................................................................................. 75
Dos crimes contra a liberdade individual (artigos 146 ao 150)......................................................................................... 89
Dos crimes contra o Patrimônio (artigos 155 ao 180)....................................................................................................... 94
Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em Geral (artigos 312 ao 327)........................111

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Noções de Direito
Fabrício Sarmanho / Eduardo Muniz Machado Cavalcanti /
Saulo Fontana / Raquel Mendes de Sá Ferreira

Fabrício Sarmanho / co significa liberdade de adoção de concepções políticas.


Eduardo Muniz Machado Cavalcanti O pluripartidarismo, por sua vez, que está previsto no art.
17 da Constituição Federal, traduz‑se na possibilidade de se
DIREITO CONSTITUCIONAL criar, no País, mais de um partido político.
No art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal já se
encontra traduzida a soberania popular. Segundo a Consti-
Princípios Fundamentais tuição Federal, todo poder emana do povo, que o exerce
por meio de seus representantes eleitos ou diretamente,
Fundamentos nos termos desta Constituição.
Nosso País é denominado República Federativa do Brasil. Separação dos Poderes
República representa nossa forma de governo. Na repú-
blica a figura estatal possui um caráter público, deixando, Visando à limitação dos poderes estatais, desenvolveu‑se
assim, de pertencer a uma monarca. A forma de governo a teoria da tripartição dos poderes. Parte‑se do pressuposto
republicana pressupõe alguns elementos que a diferenciam de que a divisão das principais funções estatais para serem
da forma monárquica: exercidas separadamente evita a formação de poderes ab-
• temporariedade dos cargos; solutos. Sendo assim, desenvolveu‑se, inspirada nas ideias
• eletividade; de Montesquieu, a técnica de separação das três principais
• responsabilidade dos governantes. funções do Estado (admi­nistrar, legislar e julgar) para que
sejam exercidas por três poderes.
Federação é nossa forma de estado. A forma fe­derativa No Brasil foi adotada uma separação que, podemos dizer,
de estado traduz‑se na descentralização política do país, não se mostra absoluta, já que as funções não são exercidas
tornando‑o uma reunião de entes autônomos, que não podem de maneira exclusiva por um dos agentes estatais. Define o
se desvincular dessa união, ou seja, não podem exercer direito art. 2º da Constituição Federal que “são Poderes da União,
de secessão. A autonomia dos entes fe­derados não pode ser independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
confundida com a soberania que possui o país. A soberania e o Judiciário”. Um poder não poderá, dessa forma, intervir nas
pressupõe a não sujeição a qualquer vontade externa. A autono- atividades do outro, mas a atuação dos poderes será harmônica,
mia, por sua vez, apenas impõe a existência de três elementos: envolvendo todos os poderes na execução das políticas públicas.
• auto‑organização (capacidade de estabelecer legisla- Tendo em vista que a execução de uma função não
ção própria); é atribuída de forma exclusiva a nenhum dos poderes,
• autogoverno (eleição de seus representantes); desenvolveu‑se a divisão de funções em típicas e atípicas.
• autoadministração (prestação de serviços públicos). As funções típicas são aquelas para as quais um determinado
poder é criado, representando a vocação dessa estrutura
No Brasil a federação compõe‑se pela união indissolúvel política. A função atípica representa uma atribuição exercida
dos Estados, Municípios e Distrito Federal1. de maneira excepcional por um determinado poder, dado
É também um princípio fundamental de nosso país o que é concebida como uma função típica de outro poder.
fato de constituirmos um Estado Democrático de Direito, O Poder Judiciário possui a função típica de julgar, exer-
o que significa que o Estado obedece às imposições legais, cendo, porém, a função atípica de administrar quando, por
que são elaboradas de maneira democrática (feitas pelo exemplo, realiza um concurso público.
povo e para o povo).2 O Poder Legislativo possui as funções típicas de legislar
O art. 1º da Constituição Federal define cinco fundamen- e de fiscalizar, exercendo, por outro lado, a função atípica
tos, quais sejam: de julgar, quando julga os crimes de responsabilidade, bem
a) Soberania; como a função atípica de administrar, quando, por exemplo,
b) Cidadania;3 realiza uma licitação7. Nesse sentido, observe a seguinte
c) Dignidade da Pessoa Humana;4 assertiva de prova: no Brasil, as funções atípicas, relacio‑
d) Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa; nadas à teoria da separação de poderes, possibilitam ao
Observe a seguinte assertiva cobrada em prova: caso Senado Federal julgar o Presidente da República por crime
o Governo Federal decidisse adotar medidas a partir das de responsabilidade.8
quais o Estado passasse a planejar e dirigir, de forma O Poder Executivo exerce função típica de administrar,
determinante, a ordem econômica do país, inclusive em mas também exerce atividade atípica ao legislar, editando
relação ao setor privado, essas medidas violariam o valor medidas provisórias ou leis delegadas9.
constitucional da livre iniciativa.5 A busca pela harmonia das funções exercidas pelo
e) Pluralismo Político6. Estado levou à adoção de um mecanismo denominado
checks and balances, checks and counter checks, ou freios
Importante observar que pluralismo político não é e contrapesos. O referido sistema consiste na previsão de
sinônimo de pluripartidarismo político. Pluralismo Políti- freios mútuos, que servem à manutenção do equilíbrio de
forças entre os Poderes.
1
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012. Objetivos Fundamentais
Noções de Direito

2
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012.
3
Assunto cobrado na prova do Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/ De acordo com o art. 3º da Constituição Federal, são
Técnico em Radiologia/2012. objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
4
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
Padrão I/2012.
5
Cesgranrio/Bacen/Técnico/2010. 7
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
6
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
Legislativo/Técnico em Radiologia/2012; Esaf/Ministério da Integração Nacio- 8
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/Direito/2010.
nal/Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/ 9
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos/2010. Judiciário/Área Administrativa/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• construir uma sociedade livre, justa e solidária; Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmôni-
• garantir o desenvolvimento nacional; cos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
• erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
desigualdades sociais e regionais10; Federativa do Brasil:
• promover o bem de todos, sem preconceitos de ori- I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas II – garantir o desenvolvimento nacional;
de discriminação. III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
As normas definidoras dos objetivos fundamentais são, IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de
por sua natureza, normas programáticas. Isso não significa origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
que elas possam ser esquecidas pelo poder público. As nor- discriminação.
mas programáticas vinculam o Estado mas são sujeitas à Art. 4º A República Federativa do Brasil rege‑se nas suas
reserva do possível, que significa a necessidade de o Estado relações internacionais pelos seguintes princípios:
implementar políticas públicas dentro do que é considerado I – independência nacional;
economicamente viável. O princípio da reserva do possível II – prevalência dos direitos humanos;
não pode servir de estímulo ao total desprezo das normas III – autodeterminação dos povos;
programáticas, já que há um mínimo existencial a vincular a IV – não intervenção;
implementação de tais objetivos. Quando o Poder Judiciário V – igualdade entre os Estados;
intervém na atuação administrativa para determinar o respeito VI – defesa da paz;
a tais objetivos, tem‑se o que é denominado ativismo judicial. VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
Princípios Aplicáveis às Relações Internacionais IX – cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade;
Os princípios aplicáveis nas relações internacionais estão X – concessão de asilo político.
definidos no art. 4º da Constituição Federal. Tais princípios Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará
são sempre aplicáveis com vistas à reciprocidade, princípio a integração econômica, política, social e cultural dos povos
geral que incide em nossas relações internacionais. Estão da América Latina, visando à formação de uma comunidade
listados no referido artigo os seguintes princípios: latino‑americana de nações.
• independência nacional11;
• prevalência dos direitos humanos;
• autodeterminação dos povos12;
Direitos e Garantias Fundamentais
• não intervenção13;
• igualdade entre os Estados; Os direitos fundamentais ganham destaque principal-
• defesa da paz; mente após a Revolução Francesa, momento em que diversas
• solução pacífica dos conflitos; correntes filosóficas e políticas como o racionalismo e o
• repúdio ao terrorismo e ao racismo; contratualismo inspiram a vontade popular de impor limites
• cooperação entre os povos para o progresso da huma- ao Estado, reconhecendo um núcleo mínimo de proteção do
nidade; indivíduo perante o Estado. A ideia de direitos fundamentais
• concessão de asilo político. surge da tentativa de se estabelecer um rol de direitos que
seria inerente à própria condição humana, que não depen-
A República Federativa do Brasil buscará a integração desse de uma vontade política. São, por isso, considerados
econômica, política, social e cultural dos povos da América direitos naturais.
Latina, visando à formação de uma comunidade latino‑ame- Nossa Constituição relaciona os direitos fundamentais
ricana de nações. em seu Título II, denominado “Dos Direitos e Garantias
Fundamentais”. A posição “geográfica” desse título, logo
Dispositivos Constitucionais no início do texto constitucional, demonstra a importância
dos direitos fundamentais em nossa ordem constitucional.
TÍTULO I Partindo do pressuposto de que o constituinte não utiliza
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS palavras inúteis, podemos concluir que direitos e garantias
possuem diferenças axiológicas. Os direitos possuem um ca-
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela ráter declaratório, enquanto as garantias possuem um nítido
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito sentido assecuratório. Os direitos se declaram, enquanto as
Federal, constitui‑se em Estado Democrático de Direito e garantias se estabelecem, demonstrando que as garantias
tem como fundamentos: são elementos instrumentais que garantem o respeito aos
I – a soberania; direitos que são declarados na Constituição Federal.
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana; Titularidade dos Direitos Fundamentais
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político. Os direitos fundamentais podem ser exercidos tanto
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o pelas pessoas físicas quanto pelas pessoas jurídicas. Apesar
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, de o art. 5º, caput, da Constituição Federal referir‑se tão
nos termos desta Constituição. somente aos brasileiros e estrangeiros residentes no país,
Noções de Direito

entende‑se que os estrangeiros em geral, ainda que apenas


10
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria visitando a República Federativa do Brasil, também são
Nacional de Defesa Civil/2012. titulares desses direitos.
11
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012.
A título de exemplo: Pablo, argentino e residente na
12
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/Assistente Técnico/Adminis- Argentina, solteiro, de dezoito anos de idade, de passagem
trativo/2012 e Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico em pelo Brasil, com destino aos Estados Unidos da América, foi
Radiologia/2012. interceptado em operação da PRF. Nessa situação hipotéti-
13
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico
Legislativo/Direito/2010. ca, não obstante Pablo não seja residente no Brasil, todos

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
os direitos individuais fundamentais elencados no caput No caso de choque de direitos fundamentais, teremos
do art. 5º da CF devem ser respeitados durante a referida de observar certos parâmetros. Em primeiro lugar, deve ser
operação policial.14 observado o princípio da legalidade. Segundo esse princípio,
As pessoas jurídicas também podem ser titulares de a atuação do intérprete deve ser pautada nos critérios de
direitos fundamentais, mas apenas daqueles direitos que necessidade e adequação. Além disso, a hipótese de choque
são com elas compatíveis. São, assim, impedidas de exercer de direitos fundamentais também inspira a utilização do
certos direitos como os direitos políticos (votar, ser votado princípio da harmonização ou da concordância prática, que
etc.). Até mesmo as pessoas jurídicas de direito público são requer que o aplicador adote uma interpretação que evite
titulares de direitos fundamentais. o sacrifício total de um dos direitos em conflito.
Inalienabilidade – Não é possível transferir um direito
Geração dos Direitos Fundamentais fundamental.
Irrenunciabilidade – Não é possível renunciar totalmente
Os direitos fundamentais não surgiram de forma instantâ- a um direito fundamental.
nea. A conquista dos direitos fundamentais ocorreu ao longo Imprescritibilidade – Os direitos fundamentais não são
da história, de tal forma que podemos identificar diversas alcançados pela prescrição. A prescrição corresponde à perda
gerações de direitos, que nada mais são do que a represen- de uma pretensão em virtude do decurso do tempo.
tação de momentos históricos e os direitos ali conquistados.
Historicidade – Os direitos e garantias fundamentais
As gerações de direitos também podem ser denominadas
possuem origem histórica.
dimensões de direitos fundamentais, termo que deixa mais
Inviolabilidade – Não podem ser violados os direitos
claro o fato de que as gerações não são superadas, mas sim
incorporadas às novas gerações de direitos fundamentais. fundamentais.
Efetividade – O Estado deve primar por garantir o res-
peito e a efetividade dos direitos fundamentais.
Primeira Geração
Surge no Século XVIII, no âmbito da Revolução Fran- Universalidade – Os direitos fundamentais alcançam a
cesa. Os direitos fundamentais conquistados nessa época todos.
configuram liberdades negativas (status negativus), já que
representam um impedimento à atividade estatal, uma Obs.: os direitos e as garantias fundamentais consa‑
omissão, um não fazer. Trata‑se dos direitos civis e políticos. grados constitucionalmente não são ilimitados, uma vez
que encontram seus limites nos demais direitos igualmente
Segunda Geração consagrados na mesma Carta Magna.15
Desenvolvem‑se no Século XIX, inspirados pela Revolu-
ção Industrial, sendo reconhecidos constitucionalmente no Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Século XX. Tais direitos possuem um caráter positivo (status
positivus) e exigem uma prestação do Estado. Inserem, assim, Assim dispõe o art. 5º da Constituição Federal:
uma obrigação de fazer, uma ação do ente estatal. São os
direitos sociais, econômicos e culturais. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo‑se aos brasileiros e aos
Terceira Geração estrangeiros residentes no País a inviolabi­lidade do
Os direitos de terceira geração, desenvolvidos no Sé- direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
culo XX, voltam‑se à defesa dos interesses de titularidade e à propriedade, nos termos seguintes:
coletiva, denominados interesses difusos. Esses direitos
são supraindividuais, já que não pertencem a um indivíduo Em primeiro lugar, há que se frisar que o dispositivo acima
especificamente, mas sim a uma coletividade. São exemplos transcrito reproduz o princípio da isonomia, que consiste
o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado na proibição de criação de distinções que não sejam funda-
e a proteção do idoso. mentadas. Assim, impõe a Constituição que os iguais sejam
A primeira geração remonta ao ideal de liberdade. tratados de forma igual e que os desiguais sejam tratados de
A segunda geração volta‑se à igualdade. Por fim, a terceira forma desigual. Assim, por exemplo, justifica‑se a existência
geração preocupa‑se com a fraternidade ou solidariedade. de critérios diferenciados para homens e mulheres em uma
Temos, assim, a célebre frase, que marcou a Revolução Fran- prova física em um concurso público ante as nítidas diferen-
cesa: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. ças fisiológicas entre os gêneros.
Há quem defenda a existência de quarta e quinta geração Denomina‑se igualdade material aquela que permite
de direitos fundamentais. Não há, porém, um consenso sobre a existência de diferenciações, desde que devidamente
quais sejam esses direitos fundamentais. justificadas. A igualdade formal que impede a estipulação
de distinções em qualquer hipótese muitas vezes resultará
Características dos Direitos Fundamentais em injustiças, pois deixa de considerar as peculiaridades de
certas formações sociais.
Relatividade – Os direitos não são absolutos: eles podem A igualdade em nossa ordem constitucional deve ser le-
ser relativizados, principalmente quando entram em choque. vada em conta tanto na lei quanto perante a lei. A igualdade
Até mesmo o direito à vida, que pode ser considerado o mais na lei é verificada quando da elaboração legislativa, impondo
fundamental dos direitos, pode ser relativizado. Exemplo a formação de leis que tenham como pilar a inexistência de
de relativização do direito à vida é encontrado no caso da diferenciações odiosas. A igualdade perante a lei impõe o
pena de morte, autorizada na hipótese de guerra declarada. tratamento igualitário por parte do aplicador do direito, ou
Noções de Direito

A relativização dos direitos fundamentais pode advir da seja, por parte daquele que venha a interpretar a norma e a
capacidade de conformação que é dada ao legislador. Assim, aplicar a disposição abstrata a um caso concreto.
mesmo nos casos em que não existe uma reserva legal, ou
seja, mesmo quando a constituição não faz referência à lei Passamos a comentar os setenta e oito incisos que com-
é possível que o legislador venha a delimitar a forma de põem o art. 5º da Constituição Federal.
utilização dos direitos fundamentais.
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
14

Padrão I/2012. Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010.


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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
ções, nos termos desta Constituição; agravo, além da indenização por dano material, moral ou
à imagem;
Comentário: trata‑se de mais uma decorrência do prin-
cípio da isonomia. A previsão acima, porém, não impede Comentário: duas possíveis punições contra quem uti-
a existência de distinções entre homens e mulheres. Tais liza de forma errada sua liberdade de expressão estão aqui
diferenciações podem ser feitas tanto no âmbito constitu- dispostas. Primeiramente, temos o direito de resposta, que
cional quanto na órbita legal16. A Constituição Federal de exige do ofensor a concessão de meios para que o ofendido
1988 estabelece uma série de prerrogativas para as mulhe- venha a defender‑se publicamente. A segunda forma de
res, como a proteção de seu mercado de trabalho, prazo punição corresponde à indenização por dano material, moral
diferenciado para a licença à gestante, prazo reduzido para ou à imagem. A Constituição não define parâmetros para a
a aposentadoria e inexistência de obrigação de alistamento fixação do valor da indenização, que deverá ser fixado, em
militar em tempos de paz. regra, pelo Poder Judiciário.

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
alguma coisa senão em virtude de lei; sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto
Comentário: traduz esse inciso o princípio da legalida- e a suas liturgias21;
de17. Todos nós podemos fazer tudo o que a lei não proíba,
o que exprime a nossa capacidade de autodeterminação, Comentário: a liberdade acima descrita alcança os fenô-
também chamada autonomia das vontades. menos, possibilitando o livre exercício das crenças religiosas e
a livre adoção de concepções científicas, filosóficas, políticas
A autonomia das vontades definida no art. 5, II, da Cons- etc. Sendo o Brasil um país laico, não é mais aceita a previsão
tituição Federal não pode ser confundida com o princípio da de religião oficial no País.
legalidade estrita ou restrita, que está descrito no art. 37
da Constituição Federal. O referido artigo, ao estipular a VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
necessidade de observância da legalidade, impõe que o assistência religiosa nas entidades civis e militares de
administrador público apenas faça o que está previsto em internação coletiva22;
lei. Podemos assim distinguir as duas legalidades:
Comentário: são considerados locais de internação
Autonomia das vontades Legalidade estrita (art. 37 da CF) coletiva os hospitais, as prisões e os quartéis, por exemplo.
(art. 5º, II, da CF)
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de
Vincula os particulares. Vincula o administrador público. crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se
Permite que se faça tudo Apenas admite que se faça o que as invocar para eximir‑se de obrigação legal a todos imposta
o que a lei não proíba. a lei prevê. e recusar‑se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei23;

O princípio da legalidade não pode ser confundido com Comentário: são consideradas obrigações a todos im-
o princípio da reserva legal. A reserva legal impõe que certas postas, a obrigação de votar e o alistamento militar, que em
matérias sejam regidas apenas por lei em sentido estrito18. tempos de paz obriga a todos os homens de nacionalidade
É o caso, por exemplo, da previsão de crimes e cominação brasileira. Se alguém oferecer uma excusa de consciência
de penas, que somente pode ser feita por lei. para deixar de cumprir uma obrigação a todos imposta,
terá de se sujeitar ao ônus de uma obrigação alternativa.
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamen‑ Se, porém, a obrigação alternativa não for cumprida, será
to desumano ou degradante19; aplicada, por exemplo, a pena de perda dos direitos políticos,
nos termos do art. 15, IV, da Constituição Federal.
Comentário: cuida o dispositivo da dignidade da pessoa
humana. Este inciso está em consonância com o que dispõe IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artís-
o art. 1º, III, da Constituição Federal. tica, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença24;
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo ve‑
dado o anonimato20; Comentário: a proibição da censura não impede que o
Estado venha a limitar a atividade de comunicação social,
Comentário: a liberdade de expressão, como todo direito impedindo que os meios de comunicação venha a oferecer pro-
fundamental, não é absoluta. Diversos limites serão encon- gramação que não seja condizente com os valores da sociedade
trados no exercício concreto de tais direitos. Primeiramente, ou que sejam ofensivos a determinados grupos. A classificação
não se pode utilizar a liberdade de expressão para cometer indicativa de diversões públicas e a limitação à publicidade de
atos ilícitos, ofendendo os direitos fundamentais. Assim, tabaco, bebidas alcoólicas, remédios, terapias e agrotóxicos são
impede‑se, por exemplo, a utilização desse direito com a in- exemplos desse tipo de atividade, que é plenamente legítima.
tenção de ofender alguém. A repressão contra a má utilização
dos direitos fundamentais somente é efetiva se acompanhada X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
de identificação do responsável. O anonimato é vedado jus- e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Noções de Direito

tamente por impossibilitar a responsabilização daqueles que


venham a utilizar o direito fora dos limites constitucionais. 21
Assunto cobrado na prova da Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012.
22
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
16
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis- tiva/2010.
trativa/2013. 23
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Ministério da Integração Nacio-
17
Assunto cobrado na prova da Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligên- nal/Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012; FCC/Assembleia Legislativa-SP/
cias/2012. Agente Técnico Legislativo/Direito/2010 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área
18
Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ-RO/Técnico Judiciário/2012. Administrativa/2010.
19
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012. 24
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ancine/Técnico Administrati-
20
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012. vo/2012 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Comentário: a proteção ao direito de intimidade pode está sujeito à reserva jurisdicional. O conteúdo das ligações
ser relativizado quando entra em choque com outros direi- é o que se denomina sigilo telefônico e está protegido pela
tos, como o direito de informação, que será estudado mais reserva jurisdicional.
à frente. A proteção da intimidade, como veremos a seguir, O sigilo de dados engloba, por exemplo, os dados ban-
é apta até mesmo para justificar o segredo de justiça, que cários, fiscais e telefônicos.
impede a publicidade de atos processuais. Não estão sujeitos à reserva jurisdicional o sigilo da cor-
O direito de imagem envolve aspectos físicos, inclusive respondência, das comunicações telegráficas e de dados. As-
a voz. Fica configurada a proteção, por exemplo, com a utili- sim, é possível que a quebra seja determinada, nesses casos,
zação comercial da imagem sem a autorização do titular do por ordem de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito.
direito. Pessoas públicas possuem uma tendência à relativi-
zação do direito de imagem frente ao direito de informação XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
da sociedade. profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer;
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo Comentário: esse inciso dispõe sobre norma de eficácia
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar contida, já que a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial25; profissão pode ser restringida pela lei que venha a estabele-
cer qualificações profissionais para determinada profissão.
Comentário: a penetração sem o consentimento do mo- Dessa forma, a inexistência de uma lei regulamentadora de
rador pode ocorrer a qualquer hora do dia quando se tratar certa profissão não é impedimento ao seu exercício, mas
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro. sim a garantia de uma ampla liberdade de acesso à atividade
Para que o ingresso no domicílio seja realizado mediante profissional.
determinação judicial, porém, é necessário que ele ocorra A liberdade profissional não engloba, porém, atividades
durante o dia, considerado esse o período entre a aurora e ilícitas. O princípio da legalidade, anteriormente estudado,
o crepúsculo, ou seja, aquele em que há luz solar. permite que se faça tudo que não seja proibido por meio de
O ingresso por determinação judicial está limitado por lei. Assim, não se pode exercer a “profissão” de traficante de
reserva jurisdicional, o que significa que não poderá ocorrer drogas porque tal atividade é ilícita, proibida pela legislação.
por determinação de qualquer outra autoridade (polícia, Por outro lado, a prostituição é totalmente livre em nosso
Ministério Público etc.) ou por comissão parlamentar de País porque não existe lei regulamentando a atividade.
inquérito.
O conceito de casa para efeito de inviolabilidade de do- XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e
micílio não se limita ao conceito civil, alcançando os locais resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer‑
habitados de maneira exclusiva. São incluídos no conceito cício profissional28;
os escritórios, as oficinas, os consultórios e, ainda, os locais
de habitação coletiva, como hotéis e motéis. Comentário: o direito de informação pode ser encarado
A título de exemplo: no curso de uma investigação criminal, sobre duas óticas.
a autoridade policial competente encontra indícios de que Sob o ponto de vista privado, o direito de informação da
bens furtados há um ano de uma repartição pública estejam sociedade englobará, por exemplo, a atividade jornalística,
guardados na residência dos pais de um dos investigados. A que pode divulgar informações, ainda que pessoais, que
autoridade policial dirige-se, então, ao imóvel, durante o dia, sejam de interesse da sociedade. Admite‑se, nessa atividade,
onde, sem o consentimento dos moradores e independen‑ porém, o sigilo da fonte, quando for necessário ao exercício
temente de determinação judicial, efetua busca que resulta profissional. Esse sigilo não impede, porém, a responsabi-
na localização dos bens furtados. Nessa hipótese, será inad‑ lização do responsável pela informação no caso de ela ser
missível, no processo, por ter sido obtida de maneira ilícita.26 inverídica, por exemplo.
O direito de informação sob o aspecto privado será es-
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das tudado adiante, no inciso XXXIII deste artigo.
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
investigação criminal ou instrução processual penal27; entrar, permanecer ou dele sair com seus bens29;

Comentário: os sigilos, assim como todos os demais direi- Comentário: o direito de locomoção, como os demais
tos fundamentais, não são absolutos. Eles podem sofrer limi- direitos fundamentais, não é absoluto.
tação legal ou judicial. Em relação ao sigilo das comunicações Primeiramente, há que se observar, para o seu exercício,
telefônicas, verifica‑se a previsão de uma reserva jurisdicional. a prevalência da paz. Em hipóteses de guerra, que suscitam
Sendo assim, somente por ordem judicial é possível quebrar a instituição de Estado de Sítio, é possível a restrição da
o referido sigilo. Outra imposição posta em relação ao sigilo liberdade de locomoção no território nacional. Além desse
das comunicações telefônicas é a necessidade de que somente aspecto, há que se observar que o direito de locomoção
seja determinada a quebra para fins de investigação criminal inclui os bens pertencentes ao seu titular. Isso não significa,
ou instrução processual penal. Não é possível quebrar o refe- porém, que os bens possuam de forma autônoma o direito
rido sigilo em causas cíveis. Além disso, é necessário que seja de locomoção, mas sim que eles possam acompanhar o
observada a forma estabelecida em lei. proprietário que esteja se locomovendo.
O sigilo das comunicações telefônicas não pode ser O direito de locomoção é protegido pelo habeas corpus
Noções de Direito

confundido com o sigilo dos dados telefônicos. O extrato das e somente é garantido dentro do território nacional.
ligações telefônicas é protegido pelo sigilo de dados, que não
XVI – todos podem reunir‑se pacificamente, sem armas,
25
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Ministério da Integração Nacio-
em locais abertos ao público, independentemente de autori‑
nal/Secretaria Nacional de Defesa Civil/201 e Vunesp/Tribunal de JUStiça-SP/
Escrevente Técnico Judiciário/2010. 28
Assunto cobrado na prova do Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico
26
FCC/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2012. Judiciário/2010.
27
Assunto cobrado na prova do Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico 29
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
Judiciário/2010. Padrão I/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
zação, desde que não frustrem outra reunião anteriormente Comentário: como estudado no inciso anterior, as as-
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio sociações podem ser compulsoriamente dissolvidas ou
aviso à autoridade competente30; terem suas atividades suspensas por uma decisão judicial.
A hipótese de dissolução, porém, mostra uma medida mais
Comentário: o direito de reunião, como se pode perce- drástica, o que impõe que a decisão judicial seja revestida de
ber, depende do preenchimento de uma série de requisitos: um caráter definitivo, sem possibilidade de reforma por meio
a) ser realizada de forma pacífica; de recurso. Por conta disso, exige‑se o trânsito em julgado
b) seus participantes não podem estar armados; de uma decisão judicial para que ela possa dissolver uma
c) a reunião deve ocorrer em locais abertos ao públicos; associação. Uma decisão terá trânsito em julgado quando
d) exige um prévio aviso à autoridade competente, sem não for mais cabível a interposição de recurso contra ela.
a necessidade, porém, de autorização dessa autoridade;
e) não pode frustrar uma reunião anteriormente convo- XX – ninguém poderá ser compelido a associar‑se ou a
cada para o mesmo local. permanecer associado;
Outro requisito que pode ser inserido nesse rol é o de
que a reunião seja temporária e episódica, como nos ensina Comentário: assim como há a liberdade de criação de
o autor Alexandre de Moraes. associações, temos também a liberdade individual de inte-
O direito de reunião também engloba passeatas, carrea- grar ou deixar de integrar a associação. Os integrantes da
tas, comícios, desfiles, assim como cortejos e banquetes de associação, portanto, não poderão ser compelidos a ingressar
caráter político, que são formas legítimas de reunião. Caso na entidade ou de continuar compondo a associação.
o direito de reunião seja desrespeitado, o remédio cabível
será o mandado de segurança, ação cabível para a proteção XXI – as entidades associativas, quando expressamente
de direito líquido e certo. autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente35;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
vedada a de caráter paramilitar31; Comentário: a principal finalidade de uma associação é,
sem dúvida, a defesa de interesses dos associados. A defesa
Comentário: o direito de associação permite que pessoas dos interesses pode ocorrer perante o poder judiciário ou
físicas e jurídicas se agrupem em prol de um interesse comum. de forma extrajudicial. A defesa de interesses por meio da
Segundo o texto constitucional, é livre a formação de asso- associação, porém, depende de autorização dos associados,
ciações, desde que elas tenham um fim lícito e não possuam que podem se expressar de forma individualizada ou conce-
caráter paramilitar. Para que uma associação tenha caráter der uma autorização genérica.
paramilitar, é necessário que ela venha a ter características A defesa de interesses dos associados é realizada por
similares às estruturas militares, tais como o uso de uniformes, meio do instituto da representação processual. Na represen-
palavras de ordem, hierarquia militarizada, táticas militares etc. tação processual a associação fala em nome do associado e,
por tal razão, precisa da autorização desse associado.
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de Existe uma situação em que a associação atua de forma
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a extraordinária por meio da substituição processual. Trata‑se
interferência estatal em seu funcionamento32; da hipótese de impetração de mandado de segurança
coletivo. A associação, nesse caso, defende interesses dos
Comentário: como visto no inciso anterior, é livre a associados em nome próprio, razão pela qual não necessita
criação de associações. A associação de pessoas em um de autorização.
regime de cooperativa, porém, pressupõe o preenchimen-
to de diversos requisitos legais, tendo em vista os diversos XXII – é garantido o direito de propriedade;
benefícios que são concedidos a esse tipo de associativismo.
Não é permitida a interferência do estado no funcionamento Comentário: o núcleo de direitos enumerados no caput
das associações, o que não impede que o Poder Judiciário do art. 5º já dispõe sobre o direito de propriedade, consi-
venha a suspender ou dissolver uma associação no caso de derado pela doutrina como inserido em norma de eficácia
se verificar a prática de uma atividade ilícita. contida. Isso significa que é possível que o legislador venha a
A título de exemplo: cinco amigos, moradores de uma restringir certos aspectos da propriedade, desde que não ve-
favela, decidem criar uma associação para lutar por me‑ nha a reduzi‑la aquém de seu núcleo mínimo, ou seja, desde
lhorias nas condições de saneamento básico do local. Um que não venha a desconfigurar esse direito de propriedade.
político da região, sabendo da iniciativa, informa-lhes XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
que, para tanto, será necessário obter, junto à Prefeitura,
uma autorização para sua criação e funcionamento. Nesta Comentário: a propriedade, como qualquer direito
hipótese, a informação que receberam está errada, pois a fundamental, não é absoluta, devendo ser garantida na pro-
Constituição Federal estabelece que a criação de associa‑ porção em que também garante o bem‑estar da sociedade.
ções independe de autorização.33 O descumprimento da função social da propriedade pode
levar, por exemplo, à desapropriação do bem, destinando‑o
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente a uma finalidade que atenda ao interesse social, como a
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão ju‑ reforma agrária.
dicial, exigindo‑se, no primeiro caso, o trânsito em julgado34;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
Noções de Direito

priação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse


30
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
Legislativo/Técnico em Radiologia, Esaf/Ministério da Integração Nacional/ ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012. Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/
Escrevente Técnico Judiciário/2010.
31
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012. Comentário: a desapropriação não pode ser confundida
32
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legis- com o confisco, que é uma forma de expropriação definida
lativo/2010 e Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.
33
FCC/Instituto Nacional do Seguro Social/Técnico do Seguro Social/2012.
34
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Legislativo Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judi-
35

de Serviços Técnicos e Administrativos/2010. ciário/2013 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/2010.

Este eBook foi adquirido por RANIO ALVES - CPF: 011.950.171-62.


A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
no art. 243 da Constituição Federal. A desapropriação resulta b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
na aquisição compulsória de uma propriedade por parte do das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
Estado, que deverá fundamentar tal ato de força na neces- aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
sidade pública, na utilidade pública ou no interesse social. associativas;
Essa previsão demonstra bem a ideia do inciso anterior, que
demonstra que o interesse do Estado está acima de interes- Comentário: a coautoria, por exemplo, também deve ser
ses particulares quando se trata de dar à propriedade uma protegida, tendo em vista que o texto constitucional protege
função social. A indenização devida pelo ente estatal será, as participações individuais em obras coletivas. A imagem e
de regra, justa, prévia e em dinheiro. A própria Constituição a voz humanas também são protegidas, independentemente
Federal, porém, excepciona tal previsão, dispondo, em seus de sua utilização comercial. Cabe lembrar, porém, que tanto a
arts. 182, §4º, III, e 184, acerca da desapropriação‑sanção, imagem quanto a voz podem sofrer divulgação, independen-
na qual a indenização é recolhida com base em títulos da temente de autorização, quando houver um interesse público
dívida pública e títulos da dívida agrária. de informação. Nesse caso, a relativização desse dispositivo
encontra amparo no art. 5º, XIV, da Constituição Federal, que
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade trata do direito de informação. O direito de fiscalização do
competente poderá usar de propriedade particular, assegu‑ aproveitamento econômico das obras é feito, por exemplo,
rada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano36; por meio do ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Dis-
tribuição, entidade que arrecada e distribui direitos autorais.
Comentário: esse inciso trata da requisição adminis-
trativa, que permite ao Estado a utilização compulsória da XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos indus-
propriedade particular. Existem duas diferenças quanto à triais privilégio temporário para sua utilização, bem como
indenização paga na requisição e na desapropriação. Pri- proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
meiramente, a indenização na requisição administrativa não aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo
representará o valor total do bem, mas apenas o valor do em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
dano eventualmente causado. Em segundo lugar, tendo em e econômico do País;
vista que o perigo iminente não é previsível, temos que o pro-
prietário somente será indenizado posteriormente ao uso, Comentário: apesar de se relacionar também com a
e não de forma prévia, como acontece na desapropriação. propriedade intelectual, a propriedade industrial se difere do
direito autoral em virtude do caráter pragmático da invenção,
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em que se volta à utilidade da atividade criativa. Como a utilidade
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de deve ser regulada segundo o interesse social e o desenvolvi-
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua ati- mento tecnológico e econômico do País, o privilégio de utili-
vidade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar zação dessa propriedade será apenas temporário. Após um
o seu desenvolvimento; determinado período, uma invenção, por exemplo, poderá ser
produzida e comercializada sem necessidade de licença de seu
Comentário: a penhora consiste na utilização de bens do inventor ou do detentor do direito de propriedade industrial.
devedor para a quitação de sua dívida. O Poder Judiciário,
porém, não poderá utilizar‑se desse instituto para penhorar XXX – é garantido o direito de herança;
propriedades rurais se estiverem presentes alguns requisitos:
– tratar‑se de uma propriedade pequena, tal qual defi- Comentário: o direito de herança, como todos os de-
nido em lei; mais direitos fundamentais, não é absoluto, podendo ser
– for a propriedade trabalhada pela família; relativizado, por exemplo, quando a ele se opõem débitos
– a obrigação objeto do inadimplemento referir‑se a decorrentes de atividades ilícitas praticadas pelo de cujus,
dívida contraída para a produção. como estudaremos no dispositivo a seguir.

Tendo em vista a impossibilidade de penhora dessas XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no
terras, torna‑se pouco interessante o empréstimo de valores País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
aos respectivos produtores rurais. Por tal razão, dispõe a ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
Constituição que a lei disporá sobre os meios de financiar seu favorável a lei pessoal do de cujus38;
desenvolvimento, que muitas vezes é fomentado pelo Estado.
Comentário: a Constituição brasileira tenta proteger
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de cônjuge e filhos brasileiros quando da partilha de bens de
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, trans‑ estrangeiros situados no Brasil. Para tanto, dispõe que deve
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar37; ser aplicada a lei mais favorável aos familiares brasileiros,
mesmo que, para tanto, seja necessário afastar a legislação
Comentário: a propriedade intelectual também é pro- civil brasileira para que seja aplicada a legislação do país de
tegida no âmbito constitucional. Aqui estamos a tratar dos origem do de cujus, ou seja, do estrangeiro falecido. Impor-
direitos autorais, que protegem bens imateriais destinados tante salientar que essa regra, por questões de soberania,
essencialmente a uma função estética (obras literárias, somente é aplicável aos bens situados no Brasil.
músicas, pinturas etc.). Compete à legislação a definição
do prazo o qual os herdeiros poderão usufruir dos direitos XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
patrimoniais da propriedade intelectual. do consumidor;
Noções de Direito

XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:


a) a proteção às participações individuais em obras co- Comentário: o Direito Constitucional constitui a base de
letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive diversos ramos do Direito, instituindo as diretrizes necessá-
nas atividades desportivas; rias para que o legislador venha a criar a base legal necessária
à plena eficácia de seus preceitos.
Isso é exatamente o que ocorre com o Direito do Con-
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PRF/Agente Administrativo/ sumidor. Estudar o Direito Consumerista sob a ótica cons-
36

Classe A/ Padrão I/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria


Nacional de Defesa Civil/2012.
37
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2012. FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/2010.
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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
titucional é visitar os preceitos que servem de base para a ao direito de ser informado, independentemente de censu-
instituição de diversas garantias, tal qual aquelas definidas ra. Sob a ótica pública, podemos entender tal prerrogativa
no Código de Defesa do Consumidor. como o direito que possuímos de obter, junto aos órgãos
Sendo assim, não se cuida aqui de estudar o Direito do públicos, informações de interesse particular, ou de interesse
Consumidor, mas sim as disposições inseridas dentro da coletivo ou geral. Esse direito é essencial, tendo em vista a
ótica constitucional. Esse é um ponto que merece destaque adoção de forma de governo republicana, que insere a ideia
no presente estudo. de que o Estado é uma coisa pública, de todos, razão pela
A Constituição Federal começa a referir-se ao consumidor qual deve imperar o princípio da publicidade. A lei definirá o
em seu art. 5º, XXXII, que assim determina: “XXXII – o Estado prazo no qual, sob pena de responsabilidade, a informação
promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;”. será prestada. Há, porém, exceções a esse princípio e que
Verifica-se que a Constituição Federal não elabora lista- possibilitam a existência de informações sigilosas nos órgãos
gem sobre o que venha a ser o direito do consumidor. Por públicos. Esse sigilo deverá estar amparado na segurança da
outro lado, traz a obrigação constitucional de sua proteção sociedade e do Estado.
pelo Estado. Tal defesa será efetivada por meio da edição de Interessante notar que os fundamentos para o sigilo das
leis, como se verifica no Código de Defesa do Consumidor informações constantes dos órgãos públicos recebeu funda-
(Lei nº 8.078/1990). mento diverso do segredo de justiça, que, segundo o art. 5º,
O referido código também possui previsão no Ato das LX, da CF, será possível nos casos de proteção do interesse
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). O ADCT, social ou da intimidade.
em seu art. 48, determina que o Congresso Nacional deveria
elaborar o Código de Defesa do Consumidor dentro de cento XXXIV – são a todos assegurados, independentemente
e vinte dias após a promulgação da Constituição Federal. do pagamento de taxas:
Esse dispositivo possui grande importância, já que criou a a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
obrigação de legislar sobre a matéria, reduzindo, assim, a direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
discricionariedade do Poder Legislativo. b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
O referido prazo não foi respeitado, visto a data de edição para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
da Lei nº 8.078, 11 de setembro de 1990. interesse pessoal40;
Os consumidores também são protegidos pelo texto cons-
titucional quando é estabelecida, no art. 24, VIII, da Constitui- Comentário: trata o presente inciso de uma gratuidade
ção Federal, a competência concorrente para a edição de lei constitucional incondicionada, o que significa dizer que a
que disponha sobre a responsabilidade por dano causado ao cobrança de taxas para o exercício do direito de petição ou
consumidor. Amplia-se, assim, a gama de normas que podem do direito de obter certidões será sempre inconstitucional.
ser editadas nesse sentido, nas órbitas federal e estadual. Há que se ressaltar que a constituição dispõe também sobre
Outro dispositivo de grande interesse para o direito do a gratuidade de duas certidões específicas: de óbito e de
consumidor é o que garante o esclarecimento acerca dos nascimento, no art. 5º, LXXVI, da CF, que no âmbito consti-
impostos que incidem sobre mercadorias e serviços. Assim tucional alcança apenas os reconhecidamente pobres, nos
dispõe o art. 150, § 5º, da CF: termos da lei.

A lei determinará medidas para que os consumidores XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam lesão ou ameaça a direito;
sobre mercadorias e serviços.
Comentário: cuida‑se da inafastabilidade da jurisdição
Essa disposição constitucional ganha destaque pelo fato ou do princípio do amplo acesso ao Poder Judiciário, que
de consistir em obrigação destinada ao ente Estatal, que demonstra a intenção do constituinte de submeter ao Poder
institui tributos. Demonstra-se, assim, que o Direito do Con- Judiciário toda lesão ou amea­ça de lesão a direito, afastando,
sumidor não se restringe a impor obrigação ao fornecedor de assim, o modelo francês de contencioso administrativo, ou
bens ou serviços, mas também a todos aqueles que possam seja, de submissão de questões administrativas a tribunais
atingir a categoria dos consumidores. específicos. Sendo assim, seria inconstitucional, por exemplo,
Por fim, destacamos a disposição expressa no a estipulação de taxas judiciárias elevadas ou fixadas em per-
art. 170, V, que estabelece a defesa do consumidor como um centuais sobre o valor da causa, sem limite, pois impedem o
dos princípios da ordem econômica. A inserção do direito amplo acesso da população ao Poder Judiciário.
consumerista em nossa ordem econômica representa um Em certos casos é possível transacionar acerca do direito
contrapeso ao liberalismo econômico, destacado pela liber- de acesso à máquina judiciária, por exemplo, nas hipóteses
dade de iniciativa. Demonstra que a atividade econômica, de convenção de arbitragem livremente acordada em um
apesar de livre, não se situa em posição de anarquia, tendo negócio jurídico. É possível também que a Fazenda Pública
em vista o papel cogente dos direitos fundamentais, como venha a condicionar um parcelamento tributário à renúncia
do consumidor. do direito de discutir o débito perante o Poder Judiciário.
Essas são as disposições constitucionais relacionadas ao Em alguns casos, o prévio acesso à via recursal adminis-
Direito do Consumidor. trativa se mostra necessário para a configuração do interesse
de agir, condição para o ajuizamento de uma ação. Para
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos a impetração de habeas data, por exemplo, é necessário
informações de seu interesse particular, ou de interesse que o interessado em obter acesso ou a retificação de seus
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob dados pessoais comprove a existência de prévia negativa do
detentor do banco de dados.
Noções de Direito

pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo


seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado39; A justiça desportiva possui uma precedência sobre o
sistema judicial no que se refere às causas relativas à dis-
Comentário: o direito de informação pode ser encarado ciplina e às competições desportivas. Nesse caso, a justiça
sob ótica pública ou privada. Sob o aspecto privado, refere‑se desportiva terá o prazo de 60 dias, a partir da instauração
do processo, para proferir sua decisão final. Somente após
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
39

Judiciário/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
40

de Defesa Civil/2012. vil/2012.

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o esgotamento da instância desportiva é que será possível outros valores, mas que acabam por atingir também a vida
submeter a causa ao Poder Judiciário. da vítima, tais como o latrocínio e a lesão corporal seguida
de morte.
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato No júri, é admitida a utilização de quaisquer meios lícitos
jurídico perfeito e a coisa julgada; para o convencimento do conselho de sentença, garantia que
a Carta Maior denomina plenitude de defesa. Também será
Comentário: nosso sistema constitucional adota a ideia garantido o sigilo da votação, o que impede que os juízes
de irretroatividade da lei, impedindo, assim, que uma nova leigos sejam ameaçados ou que sejam feitas tentativas de
lei produza efeitos sobre atos anteriormente realizados, até suborno, por exemplo. Por fim, cabe lembrar que o vere-
mesmo sobre os efeitos futuros desses atos. A irretroativida- dicto resultante do julgamento do conselho de sentença é
de, porém, não é total. A proibição constitucional limita‑se soberano, o que impede que o juiz‑presidente do tribunal
aos casos em que a aplicação retroativa da lei prejudica o venha a alterar alguma conclusão decorrente da votação. Isso
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. não impede, por outro lado, que sejam interpostos recursos
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, contra a decisão proferida pelo tribunal do júri, ocasião na
o Decreto‑Lei nº 4.657/1942, define o alcance dos referidos qual é possível que o julgamento seja desconstituído.
termos da seguinte forma:
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, pena sem prévia cominação legal;
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
e a coisa julgada. Comentário: trata‑se do princípio da reserva legal ou da
§ 1º Reputa‑se ato jurídico perfeito o já consumado anterioridade da lei penal. A definição de crimes e a comina-
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. ção de penas somente é possível por meio de lei em sentido
§ 2º Consideram‑se adquiridos assim os direitos estrito, excluindo‑se portanto atos normativos primários,
que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como as medidas provisórias. A previsão constitucional
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo desse inciso, porém, não impede a existência de leis penais
pré‑fixo, ou condição preestabelecida inalterável, em branco, que admitem a existência de complemento a ser
a arbítrio de outrem. veiculado por normas infraconstitucionais, como a Lei de
§ 3º Chama‑se coisa julgada ou caso julgado a decisão Tóxicos, por exemplo, que possui regulamento infraconstitu-
judicial de que já não caiba recurso. cional no intuito de disciplinar quais substâncias devem ser
consideradas entorpecentes para efeitos penais.
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Comentário: a proibição da existência de juízo ou tribunal
de exceção impede que alguém seja julgado por um órgão
judicial que não seja aquele ordinariamente competente para Comentário: trata‑se do princípio da irretroatividade da
o julgamento da causa. A vedação do dispositivo, porém, não lei penal mais maléfica, da retroatividade da lei penal mais
se limita a esse aspecto, relativo à competência. A proibição benéfica ou da ultratividade da lei penal mais benéfica.
também visa a evitar que no processo seja utilizado proce- Segundo o referido princípio, a legislação penal não pode
dimento diverso daquele previsto em lei, ofendendo, assim, ser aplicada a fatos produzidos antes de sua vigência, salvo
a legislação processual. quando tratar‑se de aplicação que beneficie o réu.
Dessa forma, se uma pessoa comete um crime quando
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a orga- da vigência de uma Lei A e, posteriormente, surge uma lei
nização que lhe der a lei, assegurados: B, mais maléfica, a data do julgamento será aplicada a Lei A,
a) a plenitude de defesa; ainda que não mais tenha vigência, tendo em vista que não
b) o sigilo das votações; se trata de retroatividade em prol do réu.
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
contra a vida;

Comentário: o júri configura uma forma de exercício


direto da soberania popular, tendo em vista que assegura
ao povo o julgamento de crimes dolosos contra a vida. No
tribunal do júri, o conselho de sentença, formado por pes- No caso de a lei posterior ser mais benéfica, a condena-
soas leigas, do povo, será o juiz de fato, sendo que o juiz de ção aplicar‑lhe‑á, ainda que não vigente à época da conduta
direito, togado, apenas terá a função de coordenar os atos delitiva. Essa retroação pode até mesmo desconstituir deci-
processuais.
Como foi dito, o tribunal do júri possui competência para sões que já tenham transitado em julgado.
julgar os crimes dolosos contra a vida, que são aqueles crimes Cabe nota de que não se admite a Combinação de Leis.
cometidos intencionalmente e que se voltam diretamente Se a lei posterior for em parte melhor e em parte pior que a
contra o bem “vida”. São exemplos de crimes contra a vida anterior, o juiz não pode se utilizar da parte benéfica de uma
o homicídio, o aborto, auxílio ou a instigação ao suicídio e o Lei W e da parte benéfica da Lei K, sob pena de agir como
infanticídio. Para que o crime seja julgado pelo júri, é neces- um legislador positivo, já que criará uma terceira lei. O juiz
sário que ele se volte diretamente contra a vida, não sendo deverá, portanto, analisar qual das leis é mais branda para
Noções de Direito

cabível o julgamento de crimes que se destinam a ofender beneficiar o réu no caso concreto.

Ex. 1:

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Crime Permanente
Na hipótese de crime permanente, a prática criminosa se alonga no tempo. Como na extorsão mediante sequestro, a lei
será aplicada levando‑se em conta o último momento em que praticado ato executório do crime. Vejamos.

Ex. 2:

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos Cabe lembrar que nada impede que a legislação venha a
direitos e liberdades fundamentais; ampliar as características aqui listadas, prevendo, por exem-
plo, que outros crimes também sejam sujeitas a prescrição.
Comentário: trata‑se de cláusula genérica de proteção
ao próprio sistema de garantias fundamentais do cidadão. XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
Comentário: primeiramente, há que se asseverar que o
racismo consiste em atitude de segregação, não se limitando a Comentário: o princípio da pessoalidade da pena impede
que a condenação penal venha a ser estendida, subjetiva-
ofensas verbais de conteúdo discriminatório. Ademais, o racis-
mente, extrapolando a figura do autor. Nosso sistema repudia
mo não precisa estar atrelado a critérios biológicos, englobando a responsabilidade de pena objetiva, razão pela qual a pena
qualquer forma de discriminação baseada em critérios étnicos, somente pode ser aplicada a quem seja culpado (em sentido
religiosos etc. A inafiançabilidade impede a concessão de liber- lato) pela conduta delitiva. A referida limitação, porém, não
dade provisória mediante pagamento de fiança. A imprescriti- se aplica aos reflexos patrimoniais da atividade criminosa.
bilidade impede que o Estado venha a perder sua pretensão A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento
punitiva em virtude do decurso do tempo. Por fim, a pena de de bens pode alcançar os herdeiros, desde que a execução
reclusão impõe a aplicação de regime de pena inicialmente da dívida se limite ao patrimônio efetivamente transferido.
fechado, sendo cabível, porém, a progressão de regime. Dessa forma, ainda que os reflexos patrimoniais sejam
transferidos aos sucessores, a obrigação nunca poderá ser
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí- cobrada em montante superior ao valor do patrimônio
veis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito transferido, o que, de certa forma, impede a existência de
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos uma responsabilidade penal objetiva.
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandan-
tes, os executores e os que, podendo evitá‑los, se omitirem; XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes:
Comentário: os delitos definidos nesse inciso não admitem a) privação ou restrição da liberdade;
o pagamento de fiança com a finalidade de se obter a liberdade b) perda de bens;
provisória, bem como a concessão dos benefícios da graça ou c) multa;
da anistia. Interessante notar que será cabível a modalidade d) prestação social alternativa;
omissiva em relação àqueles que puderem evitar esses crimes. e) suspensão ou interdição de direitos;

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a Comentário: as penas descritas no presente inciso for-
malizam um rol meramente exemplificativo das penas que
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
podem ser adotadas em nosso ordenamento jurídico. Estabe-
constitucional e o Estado Democrático41;
lece a Constituição, ainda, o princípio da individualização da
pena, que impõe a pena adequada ao réu, segundo elemen-
Comentário: o presente inciso disciplina o terceiro grupo tos objetivos (relacionados à conduta criminosa) e subjetivos
de crimes que mereceram do constituinte uma repressão (relativos ao perfil do réu). Segundo esse preceito, deve o juiz,
especial. Tal qual no racismo, foi excluída a possibilidade de ao proceder à dosimetria da pena, adequar a pena de forma
pagamento de fiança e de prescrição de tais delitos. a amoldar‑se perfeitamente à situação segundo critérios de
Sendo assim, temos o seguinte panorama no que se quantidade, tipo e regime de cumprimento.
refere aos crimes com repressão especial, definidos cons- Por conta desse preceito já foi considerada inconstitucional
titucionalmente: a tentativa de se proibir a progressão de regime, que permite
– inafiançáveis: racismo, crimes hediondos, tráfico, ao réu progredir, passando do regime fechado, mais grave,
tortura, terrorismo e ação de grupos armados contra para os regimes semiaberto e aberto. A imposição de regime
a ordem constitucional e o Estado Democrático; integralmente fechado retira do juiz a possibilidade de indivi-
– imprescritíveis: racismo e ação de grupos armados dualizar a pena segundo as peculiaridades existentes no caso,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; aplicando o mesmo regime de pena em qualquer situação.
Noções de Direito

– sujeitos a reclusão: racismo;


– insuscetíveis de graça ou anistia: hediondos, tráfico, XLVII – não haverá penas:
tortura e terrorismo. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente
41 c) de trabalhos forçados;
Técnico Legislativo/2010; FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrati- d) de banimento;
va/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área e) cruéis;
Administrativa/2010.

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Comentário: a pena de morte, como podemos perce- Por fim, registra a Constituição do Brasil a proibição
ber, somente é cabível quando o Presidente da República de aplicação de penas cruéis, já que ferem a dignidade da
declara guerra, sendo aplicada nas hipóteses previstas na pessoa humana.
legislação penal específica57.
Apesar de a Constituição Federal proibir a condenação XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos
em relação a penas de caráter perpétuo, é possível que uma distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sentença condenatória venha a impor pena de duzentos anos sexo do apenado;
de reclusão, por exemplo. Ocorre que, apesar de a sentença
impor pena que provavelmente extrapola a prazo de vida Comentário: a medida acima visa a resguardar a figura do
de um ser humano, impõe o Código Penal que a execução preso, evitando abusos em virtude da maior suscetibilidade
dessa pena não poderá ultrapassar o prazo de trinta anos, de certos presos. Evita também que a prisão deixe de ser
o que acaba por impedir que a condenação resulte em uma um local de ressocialização para se tornar uma verdadeira
penalidade de caráter perpétuo. escola de crime, já que os presos de menor periculosidade
A pena de trabalhos forçados impede que o condenado poderiam ser influenciados pelos presos de maior tendência
seja obrigado a trabalhar de forma desumana, sendo obri- à criminalidade.
gado a empreender esforços que extrapolem o limite da
capacidade humana. XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade
O banimento significa o exílio, o desterro de um nacional. física e moral;
Consiste na proibição de permanência no território de seu
país. Não pode ser confundido com a expulsão, que se refere Comentário: o preso fica sob a tutela do Estado, devendo
apenas aos estrangeiros e não é propriamente uma pena, ter resguardada sua integridade física e moral. O Estado será
mas uma medida de resguardo da soberania do país. Se fosse responsável tanto pelos danos gerados por seus agentes,
considerada uma pena, seríamos obrigados a obedecer a um quanto por aqueles que sejam gerados pelos demais presos,
devido processo legal para poder expulsar um estrangeiro, tendo em vista o dever de cuidar da integridade daqueles
o que não ocorre. Na expulsão, o estrangeiro é retirado do que estão sob sua custódia.
País por ter cometido ato contrário aos interesses nacionais.
Também não pode ser confundida com banimento a ex- L – às presidiárias serão asseguradas condições para
tradição, que consiste na entrega de um estrangeiro ou de um que possam permanecer com seus filhos durante o período
brasileiro naturalizado a um país estrangeiro, permitindo‑se, de amamentação;
assim, seu julgamento e a aplicação de pena naquele Estado.
Por fim, registramos que o banimento não pode ser Comentário: o direito à amamentação assegura, de certa
confundido com a deportação, que decorre da retirada do forma, a obediência ao princípio da pessoa­lidade da pena,
território brasileiro daqueles estrangeiros que não cumprem já que a criança não será afetada nem sofrerá prejuízo em
com os requisitos legais migratórios. virtude do fato cometido pela mãe.
Resumindo:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o na-
turalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei58;

Comentário: cuida‑se, aqui, da primeira distinção trazida


no texto constitucional acerca dos brasileiros natos e dos na-
turalizados. Graficamente podemos representar a disposição
acima da seguinte maneira:
4243
Noções de Direito

Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.


42

Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico em Radiologia/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente
43

Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos/2010.

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LII – não será concedida extradição de estrangeiro por prova ilícita por derivação (teoria dos frutos da árvore en-
crime político ou de opinião44; venenada). Segundo tal regra, também serão inadmitidas no
processo as provas que forem obtidas a partir de uma prova
Comentário: o disposto neste inciso impede que o instituto obtida por meio ilícito. Vamos supor, por exemplo, que um
da extradição venha a ser utilizado como forma de perseguição policial faça uma escuta clandestina, descobrindo que um
política. É respeitado, portanto, o pluralismo político, que é a crime será cometido no dia seguinte, em tal lugar, em tal
liberdade de se optar por determinadas concepções políti- hora. Se esse policial presenciar o crime e fotografar a cena,
cas. Cabe lembrar, ainda, que a Constituição Federal, em seu tais fotos também serão ilícitas, pois somente foram obtidas
art. 4º, X, prevê a concessão de asilo político, que nada mais é a partir das informações colhidas na escuta clandestina,
do que um impedimento à extradição, concedido àqueles que atividade criminosa que contamina as provas subsequentes.
sofrem de perseguição política em país estrangeiro. Por fim, ressaltamos que o simples fato de existirem provas
obtidas por meios ilícitos em um processo não significa que
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão haverá absolvição do réu. É possível, dessa forma, a conde-
pela autoridade competente45; nação se existirem no processo outras provas independentes
e capazes de fundamentar eventual sentença condenatória.
Comentário: cuida‑se do princípio do juiz natural, que
garante ao jurisdicionado o direito a receber a prestação LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito
jurisdicional segundo as regras rigidamente estabelecidas em em julgado de sentença penal condenatória;
lei. Se uma causa é julgada em juiz incompetente, por exem-
plo, estamos diante de nítida ofensa ao referido princípio. Comentário: cuida o presente inciso do que comumente
Há quem defenda a existência do princípio do promotor se denomina princípio da presunção de não culpabilidade
natural, que também seria um consectário do presente inci- ou da presunção de inocência. Com base nesse dispositivo,
so. Esse princípio diz respeito à impossibilidade de alteração, somente após o trânsito em julgado da sentença condenató-
de forma arbitrária, do membro do Ministério Público desig- ria, o réu poderá ser considerado culpado. Isso não significa,
nado para uma causa, buscando‑se, dessa forma, a garantia porém, que ele não poderá ser preso antes disso. A prisão
da independência funcional, já que impede que os membros não é atrelada à culpa, já que pode ser uma medida de cau-
do parquet sofram qualquer pressão. tela, evitando‑se a fuga do preso ou o risco de cometimento
de novos delitos.
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens São exemplos de prisões cautelares as temporárias,
sem o devido processo legal; preventivas, por pronúncia etc.

Comentário: estamos diante do princípio do devido pro- LVIII – o civilmente identificado não será submetido a
cesso legal, que impõe a observância das normas processuais identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
vigentes para que alguém seja privado de sua liberdade
ou de seus bens. A presente regra também é denominada Comentário: em nosso país, privilegiando‑se a presun-
“devido processo legal substancial” e impõe a observância ção de legitimidade e a fé pública, adota‑se como regra a
da proporcionalidade de da razoabilidade. identificação feita por meio de documentos civis. Em casos
excepcionais, porém, desde que haja previsão legal, poderá
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrati- ser feita a identificação criminal, papiloscópica ou fotográfica,
por exemplo.
vo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório
Assim, quando alguém é detido, somente será obrigado
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
a proceder a uma identificação criminal se, por exemplo,
não possuir identificação civil, tiver identificação civil em
Comentário: este inciso explicita o conteúdo do devido mau estado de conservação ou cometer delitos específicos,
processo legal processual, estipulando duas regras básicas, previstos em lei.
que são o contraditório e a ampla defesa.
O contraditório consiste no direito de con­tra‑argumen­tar, LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação
ou seja, de apresentar uma versão que conteste as alegações pública, se esta não for intentada no prazo legal46;
feitas pela parte adversa.
A ampla defesa pressupõe a possibilidade de se produzir Comentário: esse é o caso da ação penal privada sub-
provas no processo, juntando elementos fáticos à argumen- sidiária da pública. Vamos aqui, de forma sintética, resumir
tação feita em sua defesa. esse trâmite.
O Poder Judiciário somente age quando é provocado.
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas A isso chamamos princípio da inércia. Dessa forma, para
por meios ilícitos; que o Estado possa condenar alguém pelo cometimento de
um crime, é necessário que o Judiciário seja provocado por
Comentário: no exercício da ampla defesa, não é possível meio de uma ação penal.
juntar aos autos provas que tenham sido obtidas por meios As ações penais podem ser ajuizadas pela vítima (ação
ilícitos. A presente medida busca evitar que a atividade de pro- penal privada) ou pelo Ministério Público (ação penal pú-
blica), quando for o caso. Quando proposta pela vítima,
Noções de Direito

dução de provas se torne um estímulo à prática de atos ilícitos.


Em certos casos, porém, essa proibição é relativizada, denominamos queixa‑crime; quando iniciada pelo Ministério
desde que a prova obtida por meio ilícito seja o único meio Público, denominamos denúncia.
A lei penal possui o papel de definir qual será a forma de
de prova capaz de garantir o direito de defesa de pessoa que
propositura da ação, sendo mais comum a propositura pelo
esteja na condição de acusada.
Ministério Público. Nesse caso, se o Ministério Público não
A doutrina e a jurisprudência reconhecem a regra da apresentar denúncia no prazo legal, abrir‑se‑á oportunidade
Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.
44

Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.
45 FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
de a vítima substituir o Ministério Público, por meio da ação A segunda hipótese de prisão diz respeito à ordem
penal privada subsidiária da pública. judicial escrita e fundamentada. Nesse caso, deverá o juiz
determinar a expedição do respectivo mandado, que poderá
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos instrumentalizar diversos tipos de prisão (preventiva, tem-
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse porária etc.). Cabe notar o fato de que essa prisão, por ser
social o exigirem47; escrita, nada tem a ver com a voz de prisão, que pode ser
dada pelo juiz em uma audiência, por exemplo.
Comentários: os atos processuais, via de regra, são A terceira hipótese de prisão refere‑se à transgressão
públicos, assim como os julgamentos realizados no âmbito militar ou crime propriamente militar, que, no caso, pres-
do Poder Judiciário (art. 93, IX, da CF). Excepcionalmente, cindem de ordem judicial. Ressalte‑se que a Constituição
porém, teremos o chamado “segredo de justiça”, que impõe expressamente proíbe a impetração de habeas corpus, que
restrição à publicidade dos atos processuais. A Constituição é uma medida destinada à proteção do direito de ir e vir,
Federal traz duas hipóteses de restrição do acesso aos atos nas hipóteses de punição disciplinar militar (art. 142, § 2º).
processuais: Por fim, cabe registrar uma hipótese bem específica de
a) defesa da intimidade; prisão, que será criada no caso de decretação de Estado de
b) interesse social. Defesa. Trata‑se da prisão por crime contra o Estado, que
É importante que o aluno não confunda esse segredo tem previsão no art. 136, § 3º, da Constituição do Brasil.
com o segredo relativo às informações de caráter público.
O art. 5º, XXXIII, da CF dispõe sobre o acesso às informações LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
constantes de órgãos públicos. Naquele caso, as hipóteses de encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com‑
sigilo são as relacionadas à defesa do Estado e da sociedade. petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada49;
Interessante notar que a Constituição defenda a possi-
bilidade de um julgamento ser sigiloso para a proteção da Comentário: duas são, portanto, as comunicações obri-
intimidade, mas dispõe que não será possível restringir a gatórias relativas à prisão de uma pessoa e ao local onde
publicidade se a sua divulgação for necessária para o res- se encontre:
guardo do direito de informação (art. 5º, XIV, da CF), que a) ao juiz competente. Essa comunicação justifica‑se, por
possui titularidade coletiva. exemplo, pelo fato de esse juiz possuir o poder de relaxar a
prisão, quando ilegal.
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou b) à família do preso ou à pessoa por ele indicada. A co-
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária municação à família ou a pessoa indicada é essencial para
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou que o direito à assistência seja prontamente exercido.
crime propriamente militar, definidos em lei48; Se, porém, o preso não indicar nenhuma pessoa, torna‑se
irrelevante a previsão da segunda comunicação, segundo o
Comentário: nesse ponto do texto constitucional, come- entendimento do Supremo Tribunal Federal.
ça a ser tratado o instituto da prisão. A utilização do termo
“ninguém será preso senão...” dá a entender que se trata LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre
de um rol taxativo, motivo pelo qual não há que se aceitar os quais o de permanecer calado, sendo‑lhe assegurada a
hipóteses de prisão que não se ajustem às hipóteses previstas assistência da família e de advogado50;
constitucionalmente.
O presente inciso inicialmente dispõe sobre duas hipóte- Comentário: o presente dispositivo garante ao preso três
ses de prisão: prisão em flagrante e prisão por ordem judicial prerrogativas: permanecer calado, assistência da família e
escrita e fundamentada. assistência de advogado.
A prisão em flagrante, primeira hipótese tratada, pode O direito de permanecer calado deve ser garantido a
ser feita por “qualquer do povo”, nos termos do que dispõe todos, independentemente de serem presos. As testemu-
o art. 301 do Código de Processo Penal. Está em situação nhas, porém, somente possuem direito de permanecerem
de flagrante quem: caladas em relação às informações que possam servir para
• está cometendo a infração penal; sua incriminação. Essa determinação protege o direito que
• acaba de cometê‑la; temos contra autoincriminação (princípio do nemo tenetur
• é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofen- se detegere).
dido ou por qualquer pessoa, em situação que faça O direito de permanecer calado pode ser estendido
presumir ser autor da infração; para alcançar também o direito de mentir sem incorrer em
• é encontrado logo depois com instrumentos, armas, atividade ilícita.
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da A assistência da família impede, por exemplo, que o preso
infração. fique incomunicável. A assistência do advogado é irrestrita,
devendo ser assegurada proteção da defensoria pública ao
Atenção! Nas infrações permanentes, como na de ex- preso que não possua condições de contratar um advogado
torsão mediante sequestro, entende‑se o agente em fla- às suas expensas.
grante delito enquanto não cessar a permanência. Dessa
forma, é possível sua prisão durante todo o período do LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsá-
sequestro, sem necessidade de autorização judicial. veis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
Noções de Direito

Como a prisão em flagrante pode ser feita por qualquer Comentário: a identificação dos responsáveis pela prisão
do povo, ela será a única possibilidade de prisão que é con- ou pelo interrogatório do preso é um instrumento necessário
cedida às Comissões Parlamentares de Inquérito. à proteção contra abusos, já que intimida o agente público
49
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/Senado Federal/Técnico Legisla-
47
Assunto cobrado na prova da FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Admi- tivo/Administração/2012 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrati-
nistração/2012. va/2010.
48
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012. 50
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
quanto às práticas abusivas ou ilícitas. Importante notar que tornou, na prática, inviável a utilização do instrumento de
a identificação será obrigatória mesmo nas hipóteses de cri- prisão nessas hipóteses.
minosos de alto grau de periculosidade, independentemente
de supostamente oferecerem risco de retaliação em relação LXVIII – conceder‑se‑á habeas corpus sempre que al‑
aos agentes públicos. guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela abuso de poder51;
autoridade judiciária;
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
Comentário: como já ressaltado, cabe ao juiz analisar “Remédios Constitucionais”.
a legalidade da prisão, podendo, de ofício, determinar o
relaxamento da prisão. LXIX – conceder‑se‑á mandado de segurança para prote-
ger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Comentário: a liberdade provisória consiste no direito de Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
o preso responder ao processo em liberdade. A lei definirá “Remédios Constitucionais”.
quais são as hipóteses em que a liberdade provisória será
admitida, casos em que o acusado não poderá ser levado à LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser im‑
prisão ou nela mantido. petrado por:
Existem duas modalidades de liberdade provisória: sem a) partido político com representação no Congresso
pagamento de fiança e mediante pagamento de fiança. Com- Nacional.
pete à lei definir quais serão as hipóteses em que a liberdade b) organização sindical, entidade de classe ou associa‑
provisória exigirá o pagamento de fiança, que é um valor ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo
dado em garantia pelo preso, assegurando sua colaboração menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros
nas investigações e na instrução. ou associados52.
Não admitem fiança: racismo, crime de grupos armados
contra o Estado Democrático e contra a ordem constitucional, Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
crimes hediondos, tráfico de drogas, tortura e terrorismo. “Remédios Constitucionais”.

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do LXXI – conceder‑se‑á mandado de injunção sempre que
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania53;
Comentário: a prisão civil é aquela utilizada na cobrança
de dívidas. Não tem um caráter punitivo, mas sim coerciti- Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Remédios Constitucionais”.
vo, voltado ao adimplemento da obrigação. A prisão civil é
admitida em duas hipóteses: LXXII – conceder‑se‑á habeas data:
a) inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação a) para assegurar o conhecimento de informações
alimentícia; relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
b) depositário infiel. ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
A prisão por obrigação alimentícia somente ocorrerá caráter público.
nos casos em que a dívida é voluntária, ou seja, quando não b) para a retificação de dados, quando não se prefira
houver um motivo de força maior para o inadimplemento fazê‑lo por processo sigiloso, judicial ou administra­tivo.
da obrigação.
O depositário infiel é responsável pelo bem, devendo Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
devolvê-lo imediatamente nas hipóteses legais. “Remédios Constitucionais”.
Tais hipóteses eram definidas em nosso ordenamento
jurídico. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal veio a consi- LXXIII – qualquer cidadão54 é parte legítima para propor
derar o Pacto de São José da Costa Rica, tratado internacional ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio pú‑
que impede esse tipo de prisão, uma norma supralegal, ou blico ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
seja, superior às demais normas legais. Isso fez com que administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
fossem derrogadas as normas legais que dispunham sobre e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má‑fé, isento
a prisão civil do depositário infiel. de custas judiciais e do ônus da sucumbência55;
Antes desse entendimento, a prisão do depositário infiel
era justificada por uma obrigação processual ou por uma Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
obrigação contratual. Na primeira situação, estando o bem “Remédios Constitucionais”.
em discussão perante o Poder Judiciário, determinava-se que
Noções de Direito

o detentor fosse nomeado depositário infiel. Na segunda si- 51


Assunto cobrado nas seguintes provas: Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de
tuação, o depositário recebia o bem em virtude de uma obri- Diligências/2012 e FCC/Instituto Nacional do Seguro Social /Técnico do Seguro
gação contratual, como no contrato de alienação fiduciária. Social/2012.
Em resumo, a situação que temos hoje é a seguinte: 52
Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.
53
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
a prisão civil do depositário infiel é prevista na Constituição vil/2012.
nos casos previstos em lei. O Pacto de São José da Costa 54
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/
Rica, porém, com seu status supralegal, derrogou todas as Administrativo/2013.
55
Assunto cobrado na prova da Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico
previsões legais de prisão do depositário, de tal forma que Judiciário/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico República Federativa do Brasil seja parte.
“Gratuidades Constitucionais”.
Comentário: o presente dispositivo deixa claro que o rol
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judi- de direitos do art. 5º não possui caráter exaustivo, mas sim,
ciário, assim como, o que ficar preso além do tempo fixado exemplificativo. Fica, portanto, aberta a oportunidade de
na sentença; reconhecimento de novos direitos e garantias decorrentes
do regime e dos princípios constitucionais, bem como de
Comentário: essa indenização não poderá ser plei­teada tratados internacionais.
pela via do habeas corpus. Será necessário portanto que, Nesse sentido, já foi reconhecida a existência de direitos
além do habeas corpus liberatório, seja ajuizada ação ordi- e garantias individuais até mesmo no art.150 da Constituição
nária para demonstração da responsabilidade civil do Estado. Federal, que estabelece as limitações constitucionais ao
poder de tributar.
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, Cabe lembrar que os tratados internacionais que apenas
na forma da lei: disponham de direitos e garantias fundamentais, sem se
a) o registro civil de nascimento; submeter ao procedimento de aprovação similar ao da pro-
b) a certidão de óbito56. posta de emenda constitucional, não terá status de emenda
constitucional, mas força de norma supralegal.
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Gratuidades Constitucionais”. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
exercício da cidadania57. emendas constitucionais59.

Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico Comentário: o presente dispositivo, inserido pela Emen-
“Gratuidades Constitucionais”. da Constitucional nº 45/2004, abriu a possibilidade de trata-
dos e convenções internacionais possuírem força de emenda
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são constitucional. Para tanto, será necessário preencher os dois
assegurados a razoável duração do processo e os meios que requisitos, de forma cumulada: tratar de direitos humanos
garantam a celeridade de sua tramitação. e ser aprovado por três quintos de cada Casa do Congresso
Nacional em dois turnos de votação.
Comentário: esse dispositivo foi inserido na reforma Os tratados que não cumprirem tais requisitos, como
constitucional de 2004 que, por meio da Emenda Constitucio- vimos, terão forma de lei ordinária ou força supralegal.
nal nº 45, realizou a chamada “reforma do Poder Judiciário”.
No caso, os processos judicial e administrativo passam a ter § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
a garantia da razoável duração do processo. Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão60.
Dois problemas surgem em relação a tal dispositivo.
Primeiramente, temos a dificuldade em definir qual será a Comentário: essa importante determinação acaba por
duração razoável do processo, principalmente pelo fato de colocar em discussão a noção clássica de soberania, que vê no
que as ações possuem múltiplos graus de complexidade. Estado Soberano um ente totalmente independente. Passa
Em segundo lugar, a dificuldade encontrada reside no fato o Brasil, a partir da inserção desse dispositivo pela Emenda
de o dispositivo possuir uma redação muito ampla, que não Constitucional nº 45/2004, a submeter‑se à jurisdição de um
especifica, no caso concreto, as medidas a serem adotadas. organismo internacional se houver manifestado adesão ao
A conclusão a que chegamos, portanto, é a de que se trata ato de criação. Cumpre ressaltar, porém, que essa previsão
de uma norma‑princípio, que exigirá concretização por meio se limita aos tribunais penais, não podendo ser estendida a
de políticas públicas e da atividade legislativa. outras áreas como a do comércio internacional.
O judiciário, em caráter excepcional, tem deferido pedi-
dos de julgamento imediato da causa em respeito ao direito Remédios Constitucionais
à razoável duração do processo.
Os remédios constitucionais são garantias definidas no
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias corpo do art. 5º da Constituição Federal, que visam à prote-
fundamentais têm aplicação imediata58. ção de valores também definidos na Carta Maior. Apesar de
a maioria dos remédios tramitar perante o Poder Judiciário,
Comentário: o fato de as normas desse artigo terem apli- existem remédios, como o direito de petição, que podem
cação imediata significa dizer que podem ser aplicadas a um tramitar perante órgãos administrativos. Consideraremos,
caso concreto imediatamente, sem necessidade de norma em nosso estudo, os seguintes remédios constitucionais:
regulamentadora, por exemplo. Essa é a razão pela qual di- • habeas corpus;
versos remédios constitucionais, ainda que não tivessem seu • habeas data;
papel bem definido pela legislação, puderam ser utilizados • mandado de segurança;
Noções de Direito

imediatamente, como é o caso do mandado de segurança. • mandado de injunção;


A aplicação imediata, porém, não impede que uma nor- • ação popular;
ma tenha eficácia contida, ou seja, que admita a restrição • direito de petição.
de sua eficácia por meio da atuação do legislador ordinário.
59
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
56
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- Judiciário/2012; Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico
va/2010. em Radiologia/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legisla-
57
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. tivo/2010.
58
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. 60
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.

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Habeas Corpus da atitude do réu, pode conceder habeas corpus de ofício, para
reconhecer que o crime está prescrito.
Finalidade: este remédio constitucional, previsto no
art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal, visa à proteção da Gratuidade: trata‑se de ação gratuita, independente-
liberdade de locomoção (direito de ir, vir e permanecer) mente de qualquer condição.
contra lesão ou ameaça causada por abusos de poder ou
ilegalidade61. Como se percebe, não há uma necessária Habeas Data
correlação desse remédio ao Direito Penal, motivo pelo qual Finalidade: o presente remédio constitucional, previsto
o habeas corpus poderá ser impetrado até mesmo no caso no art. 5º, LXXII, da Constituição do Brasil possui uma dupla
de prisão civil por dívida, já que está envolvida, nesse caso, finalidade. Vejamos no quadro abaixo.
a liberdade de locomoção.
Como já salientamos anteriormente, este remédio constitu- de informações relativas à pessoa do
cional não se presta a discutir punições disciplinares militares. acesso impetrante, constantes de registros
Visa a
O habeas corpus não se submete a prazo prescricional
assegurar
ou  ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter
ou decadencial, sendo cabível enquanto durar a lesão ou retificação público.
ameaça de lesão ao direito que se pretende proteger.

Legitimidade ativa: possui legitimidade ativa aquele Portanto, uma das finalidades do habeas data é a pos‑
que pode impetrar o habeas corpus, chamado, portanto, sibilidade de retificação de dados, quando não se prefira
de impetrante. Esse remédio é dos mais informais, já que fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.62
pode ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica, A impetração do habeas data exige, ainda, a demonstra-
independentemente de capacidade civil, de advogado e de ção de que houve uma prévia negativa administrativa. Em
mandato outorgado pelo paciente. Exige‑se, porém, como outras palavras, o impetrante deve demonstrar que buscou
um formalismo mínimo, que a petição seja assinada, já que previamente o acesso às informações diretamente junto ao
é considerado inexistente o habeas corpus apócrifo. banco de dados, sem obter, porém, sucesso.
Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode impetrar o
Paciente: será considerado paciente aquele que estiver a habeas data, desde que as informações pleiteadas se refiram
sofrer lesão ou ameaça a seu direito de locomoção e venha exclusivamente ao impetrante. Trata‑se, dessa forma, de uma
a ser protegido pelo remédio constitucional. O paciente ação personalíssima.
será necessariamente uma pessoa física, já que as pessoas
jurídicas não possuem liberdade de locomoção, prerrogativa Legitimidade passiva: apenas pode ser impetrado o
que é incompatível com elas. banco de dados de caráter público (Serasa, SPC etc.) ou
respectiva entidade governamental (INSS, Receita Federal
Legitimidade passiva: a legitimidade passiva é conferida do Brasil, Polícia Federal etc.).
àquele que age como coator, praticando atos ilícitos ou em
abuso de poder, razão pela qual será considerado impetrado. Gratuidade: trata‑se de ação gratuita, independente-
mente de qualquer condição.
Tipos: podemos classificar o habeas corpus como pre-
ventivo, que é aquele impetrado quando há uma amea­ça ao Mandado de Segurança
direito de locomoção, ou repressivo, impetrado quando já
se configura a ilegalidade ou o abuso de poder, e “de ofício”, Finalidade: o mandado de segurança se presta à proteção
concedido pelo juiz independentemente de impetração. de direito líquido e certo contra abuso de poder ou ilegalida-
No habeas corpus preventivo, pode ser expedido salvo de. Direito líquido e certo é aquele que se mostra delimitado
conduto, que é instrumento que impede a prisão do paciente quanto à extensão e inquestionável quanto à existência. De
nas hipóteses descritas na ordem judicial concessiva da ordem. forma simplificada, podemos dizer que o direito líquido e
Imaginemos uma situação em que o paciente será ouvido certo é aquele que não demanda ampla instrução probatória,
como acusado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito motivo pelo qual a única prova admitida no mandado de
e requer, por meio de um habeas corpus, a expedição de um segurança é a de caráter documental.
salvo conduto para garantia de seu direito de permanecer ca- No mandado de segurança, o direito é facilmente aferí-
lado. Poderá o Supremo Tribunal Federal, nesse caso, conceder vel a partir da leitura das normas legais aplicáveis ao caso.
o remédio para que o paciente não seja preso caso venha a Compete à parte, portanto, apenas demonstrar que se
legitimamente exercer seu direito sem que incida, portanto, enquadra na situação descrita na lei. Cabe mandado de se-
em crime, caso recaia em falso testemunho. gurança, portanto, para pleitear aposentadoria por tempo de
No writ repressivo, já existe a situação de coação e o serviço, quando bastar a certidão de tempo de serviço para
paciente requer, portanto, a sua soltura, por exemplo. Tanto comprovar que o impetrante preenche os requisitos legais
no habeas corpus preventivo quanto no repressivo, há a para usufruir do benefício. No caso, porém, de aposentadoria
possibilidade de concessão de medida liminar. por invalidez, quando é necessário realizar perícias e ouvir
A liminar é uma medida precária, que busca a proteção testemunhas, o direito não é líquido e certo, motivo pelo qual
do bem quando exista perigo de dano irreparável ao bem não será possível, a priori, impetrar mandado de segurança.
tutelado. Somente será concedida a liminar se houver a fu- Dessa forma, no mandado de segurança não se discute
maça do bom direito, ou seja, a plausibilidade das alegações matéria probatória, de cunho fático. Por outro lado, mos-
Noções de Direito

feitas pelo impetrante. tra‑se plenamente possível discutir questões de direito, de


Por fim, o habeas corpus ex officio é aquele que é concedi- cunho abstrato. Nesse sentido, a Súmula nº 625/STF dispõe
do pelo juiz independentemente de provocação. Imaginemos que “a controvérsia sobre matéria de direito não impede
que um impetrante ingressa com um recurso requerendo a concessão de mandado de segurança”.
atipicidade da conduta do réu. Nesse caso, o magistrado, ainda A impetração do mandado de segurança não está vincu-
que não concorde com o impetrante no que toca à atipicidade lado ao esgotamento da instância administrativa. Por conta
disso, dispõe a Súmula nº 430/STF que “pedido de reconsi-
61
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. 62
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/Direito/2010.

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deração na via administrativa não interrompe o prazo para meio de uma ação ordinária. Cabe lembrar que, no mandado
o mandado de segurança”. de segurança preventivo, não há prazo decadencial, tendo
em vista que o ato coator sequer foi produzido.
Legitimidade ativa: o mandado de segurança pode ser
ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica. Súmula nº 512/STF: segundo entendimento jurispru-
dencial do Supremo Tribunal Federal, não cabe condenação
Legitimidade passiva: somente pode ser impetrado em em pagamento de honorários advocatícios em Mandado de
um mandado de segurança quem seja autoridade pública Segurança. Em outras palavras, a parte que sucumbente não
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições será obrigada a pagar à parte vencedora uma parcela do valor
do Poder Público63, ou seja, a ela equiparado por atuar em da causa para pagamento do advogado responsável pelo êxito.
função eminentemente pública, mediante delegação.
Tipos: o mandado de segurança pode ser classificado em Atenção! O prazo decadencial para impetração do man-
preventivo ou repressivo, e ainda em individual ou coletivo. dado de segurança foi considerado constitucional pelo
O mandado de segurança preventivo presta‑se a evitar Supremo Tribunal Federal, o que resultou na edição da
ofensa a direito líquido e certo que seja e que se ache ame- Súmula nº 632/STF.
açado, ainda que não exista o ato lesivo.
O mandado de segurança repressivo volta‑se a afastar Jurisprudência: vejamos alguns entendimentos jurispru-
ofensa já perpetrada contra direito líquido e certo. Já existe, denciais acerca do cabimento do mandado de segurança.
nesse caso, lesão ao bem jurídico que se quer tutelar.
O mandado de segurança individual busca a proteção Cabe mandado de se­gurança Não cabe mandado de se­­
dos interesses do impetrante. O mandado de segurança será gurança
individual ainda que vários impetrantes optem por ajuizar Para a proteção do direito de Contra lei em tese.
uma só ação, na condição de litisconsortes. reunião.
No mandado de segurança coletivo, previsto no art. 5º, Para proteção do direito de Contra decisão judicial transi-
LXIX, da Constituição Federal, o impetrante defende, em certidão. tada em julgado.
nome próprio, um direito alheio. Cuida‑se de forma de subs- Para a proteção de direito que Contra ato judicial passível
tituição processual, razão pela qual não há necessidade de esteja na pendência de decisão de recurso.
autorização dos titulares do direito protegido. Nesse sentido, na esfera administrativa.
a Súmula nº 629/STF, que determina que a “impetração de
mandado de segurança coletivo por entidade de classe em Mandado de Injunção
favor dos associados independe da autorização destes”.
São legitimados a impetrar o mandado de se­gurança Cabimento: o mandado de injunção, previsto no art. 5º,
coletivo: LXXI, da Constituição Federal, pode ser impetrado sempre que
• partido político com representação no Congresso a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
Nacional64;
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania67.
• organização sindical, entidade de classe ou associação
Cuida‑se, assim, de ação voltada à supressão de omissão
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos legislativa relativa à regulamentação de direitos previstos cons-
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou titucionalmente. Se tivermos uma norma de eficácia limitada,
associados. por exemplo, que ainda não produza totalmente seus efeitos
porque ainda não foi produzida lei regulamentadora, será
Um partido político com representação no Congresso cabível o mandado de injunção contra o órgão responsável
Nacional possui legitimidade para impetrar mandado de pela omissão, buscando‑se a edição da norma.
segurança coletivo apenas em defesa de seus filiados.65 Durante muito tempo defendeu‑se que o mandado de
É possível a concessão de mandado de segurança cole‑ injunção não poderia dar ao Poder Judiciário o poder de,
tivo impetrado por partido político com representação no persistindo a omissão, determinar qual será a disciplina legal
Congresso Nacional, para proteger direito líquido e certo a ser aplicada ao caso concreto. Entendia‑se, nesse caso, que
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando estaríamos ferindo o princípio da separação dos poderes,
o responsável pelo abuso de poder for ministro de Estado.66 motivo pelo qual era necessário adotar posicionamento não
Destaca‑se que a entidade de classe possui legitimidade concretista. Esse não é, porém, o atual entendimento do Su-
para impetrar o mandado de segurança ainda que a preten- premo Tribunal Federal, que já admite que o Poder Judiciário
são veiculada interesse apenas a uma parte da categoria indique, no caso de omissão, quais serão as regras aplicáveis
(Súmula nº 630/STF). para que os impetrantes possam usufruir de forma plena os
direitos que lhe foram conferidos pela Constituição do Brasil.
O desrespeito à determinação de regulamentação de um
Atenção! O mandado de segurança coletivo é hipótese iso-
dispositivo constitucional é denominada inconstitucionalida-
lada em que as associações fazem substituição processual. de por omissão, e também pode ser combativa por meio da
Nas demais ações ajuizadas pelas associações, o que se ação direta de inconstitucionalidade por omissão, que será
pratica é a representação processual, que exige autorização posteriormente tratada.
dos representados.
Legitimidade ativa: o mandado de injunção pode ser
Prazo Decadencial: a impetração do mandado de se­ impetrado por qualquer pessoa que possua interesse direto
na regulamentação do dispositivo constitucional.
Noções de Direito

gurança deve ser feita no prazo de cento e vinte dias, con-


tados da data da ciência do ato ilegal ou cometido em abuso Legitimidade passiva: será considerado impetrado aque-
de poder. A perda desse prazo, porém, não leva à perda do le que seja responsável pela omissão legislativa.
direito, já que o seu titular poderá pleitear seu direito por
Tipos: são cabíveis o mandado de injunção individual e o
63
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012.
64
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa- SP/Agente Legislativo
mandado de injunção coletivo. O mandado de injunção não
de Serviços Técnicos e Administrativos/2010.
65
Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012. 67
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Admi-
66
Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2013. nistrativos/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
possuía regulamentação até a edição da Lei 13.300/2017, que Gratuidades Constitucionais
estabeleceu diversas regras novas e também consagrou constru- O texto constitucional trata de diversas hipóteses de
ções da jurisprudência, como o mandado de injunção coletivo. gratuidade, sendo de suma importância que o candidato
Uma das maiores contribuições da lei nesse aspecto identifique quais as condicionantes para a fruição desse
foi a ampliação do rol de legitimados para o mandado de direito. Vamos esquematizar.
injunção coletivo, que, além de fazer referência aos mesmos
legitimados para o mandado de segurança coletivo, que já Dispositivo Gratuidade Observações
eram previstos no art. 5, LXX, da CF, incluíram o Ministério
Público e a Defensoria Pública dentre as autoridades capazes 5º, XXXIV Direito de peti- Incondicionada – independe
de impetrar esse remédio. ção do pagamento de taxas
5º, XXXIV Direito de certi- Incondicionada – independe
Ação Popular dão do pagamento de taxas
5º, LXXIII Ação Popular Condicionada à boa-fé do autor
Finalidade: a ação popular é voltada à anulação de ato 5º, LXXIV Assistência jurídi- Condicionada à comprovação
lesivo: ca integral da insufi­ciência de recursos
• ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
5º, LXXVI Certidão de nas- Condicionada à comprovação
participe;
• à moralidade administrativa; cimento de pobreza, na forma da lei
• ao meio ambiente; 5º, LXXVI Certidão de óbito Condicionada à comprovação
• ao patrimônio histórico e cultural. de pobreza, na forma da lei
5º, LXXVII Habeas corpus Incondicionada
Cumpre notar que a ação popular só se presta à anulação 5º, LXXVII Habeas data Incondicionada
desses atos, não sendo o instrumento adequado à punição
5º, LXXVII Atos necessários Gratuitos na forma da lei
do agente público que causou um dano a interesses da socie-
ao exercício da
dade. A punição, no caso, poderá ser discutida em eventual
cidadania
ação de improbidade.
É possível declarar a inconstitucionalidade de uma lei
por meio da ação popular, desde que essa declaração não Direitos Sociais
seja o objeto principal da ação popular. Assim, a declaração
de inconstitucionalidade da lei pode ser um meio, nunca a A Constituição dedica um capítulo inteiro aos direitos
finalidade precípua da ação. sociais, quais sejam: a educação, a saúde, a alimentação o
A ação popular deverá ter por objeto um ato adminis- trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
trativo. Não é cabível essa ação contra uma decisão judicial. previdência social, a proteção à maternidade e à infância
Por permitir que o cidadão defenda diretamente os e a assistência aos desamparados69.
interesses do povo, pode‑se considerar a ação popular uma Esses direitos, delineados no art. 6º da CF, possuem um
forma de exercício da democracia direta.
Não existe foro por prerrogativa de função em relação à caráter protetivo, assistencial. Trata‑se de direitos funda-
ação popular. Assim, ainda que a ação seja ajuizada contra mentais de segunda geração (introduzidos em larga escala
o Presidente da República, não será julgada pelo Supremo no Brasil com a política social introduzida por Getúlio Vargas,
Tribunal Federal. principalmente em 1934). Outros direitos sociais podem ser
encontrados no Título VIII do texto constitucional.
Legitimidade ativa: só podem ajuizar ações populares Os direitos sociais consubstanciam, em sua grande maio-
os cidadãos, ou seja, aqueles que possuam direitos políticos. ria, normas programáticas. Esse tipo de norma possui eficácia
Ficam excluídas, portanto, as pessoas jurídicas e as pessoas fí-
limitada, exigindo, para seu alcance, a construção de políticas
sicas que não estejam no pleno gozo de seus direitos políticos.
públicas pelo legislador constituído. Questão tormentosa
Legitimidade passiva: a ação popular deve ser ajuizada que hoje se apresenta é aquela relativa à possibilidade de
contra a autoridade pública autora do ato impugnado. se limitar a efetividade dos direitos fundamentais em nome
do princípio da reserva do possível. Em outras palavras, isso
Gratuidade: a ação popular será gratuita, mas sua gratuida- resulta em saber se o Estado pode deixar de cumprir com
de é condicionada à boa‑fé. Se a ação for ajuizada com má‑fé, seu papel de garantir os direitos sociais à população, sob a
o autor será condenado ao pagamento das custas judiciais. alegação de não possuir recursos materiais para tanto.
Em contraposição à limitação da reserva do possível,
Direito de Petição encontra‑se a previsão de um mínimo existencial no que
tange à concretização dos direitos sociais. Esse contraponto
Finalidade: o direito de petição, previsto no art. 5º, XX-
XIV, da CF, também considerado um remédio constitucional, é reforçado pela proibição do retrocesso, outra teoria que
difere‑se dos demais por não consistir em uma ação judicial. também impede que a reserva do possível sirva de justificati-
Trata‑se de instrumento exercido perante o Poder Público va ao abandono das previsões constitucionais programáticas.
com o objetivo de: A proibição do retrocesso impede que venha a reduzir
• defesa de direitos; o montante de recursos voltados à execução de políticas
• representação contra ilegalidade ou abuso de poder. públicas concretizadoras dos direitos fundamentais. Essa
Noções de Direito

teoria, porém, pode desenvolver um perigoso efeito colateral.


Qualquer pessoa pode utilizar‑se do direito de petição, Caso reconhecida a proibição da diminuição dos recursos
que não pode ser impedido por meio de obstáculos legais. alocados em determinada atividade, é possível que o gestor
Dessa forma, segundo o novo entendimento do Supremo evite aumentar a parcela orçamentária destinada à política
Tribunal Federal, é inconstitucional exigir depósito prévio pública desenvolvida, com vistas a evitar uma vinculação nos
ou arrolamento de bens e direitos como condição de ad-
orçamentos vindouros.
missibilidade de recurso administrativo68.

Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.


68
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ibama/Técnico Administrativo/2012.
69

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Sobre a eficácia das normas programáticas, o Supremo • Salário mínimo, fixado em lei e nacionalmente uni-
Tribunal Federal vem expedindo alguns pronunciamentos no ficado. Mesmo aqueles que recebem remuneração
sentido de que o Estado não pode deixar de atender à popu- variável não podem receber nunca salário inferior ao
lação sob a alegação de que não possui receita orçamentária. mínimo.
A maioria dos casos se relaciona à atuação do Estado na área
da saúde, nos quais o Tribunal tem julgado procedentes re- O salário mínimo deve ter aumentos periódicos, de modo
cursos interpostos com o objetivo de se autorizar a compra a manter seu poder aquisitivo. O reajuste, porém, deve ser
de medicamentos. veiculado por lei, nada impedindo que a matéria seja tratada
Conforme estudamos, o Brasil terá como um de seus fun- também por meio de medida provisória.
damentos a busca da função social do trabalho e, para tanto, O salário mínimo atender às necessidades básicas do
prevê a Constituição Federal alguns direitos do trabalhador. trabalhador e de sua família, com moradia, alimentação,
Os direitos dos trabalhadores podem ser divididos em duas educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
categorias: direitos individuais e direitos coletivos do trabalho. previdência social.
Os trabalhadores urbanos e rurais são tratados de forma igua- A economia não pode ser indexada ao salário mínimo. Em
litária, sendo que a maioria dos seus direitos individuais está outras palavras, o salário mínimo não pode servir de valor
descrita no art. 7º da CF, que passaremos a estudar.
de referência, vinculando reajustes de preços e serviços. Isso
Antes de visualizarmos os direitos em espécie, devemos
evita que os reajustes periódicos deixem de surtir efeitos
registrar que para o Direito do Trabalho não há uma total
reais, já que, ao mesmo tempo em que o salário mínimo
coincidência entre os termos “trabalhador” e “emprega-
do”, sendo que o segundo pressupõe o preenchimento de aumentasse, toda a economia sofreria um fenômeno infla-
diversos requisitos, como a habitualidade, a onerosidade, cionário automático.
a subordinação e a pessoalidade. Para o Direito Constitu- A Suprema Corte entende que o salário mínimo não pode
cional, porém, de natureza marcantemente principiológica, servir de base de cálculo de nenhum adicional, inclusive do
essa distinção deixa de ter importância, de tal forma que adicional de insalubridade. Nesse julgamento foi aprovada a
utilizaremos os dois termos indiscriminadamente. quarta súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, que
recebeu a seguinte redação:
Isonomia Trabalhista
Salvo os casos previstos na Constituição, o salário
A Constituição Federal se preocupou com a discriminação mínimo não pode ser usado como indexador de base
entre os trabalhadores que apresentam formas diferentes de cálculo de vantagem de servidor público ou de
de contratos. Sendo assim, cuidou o texto de impor o trata- empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
mento igualitário entre os trabalhadores:
• urbanos e rurais; Nada impede que pensões, estipuladas em virtude de
• portador de deficiência; ato ilícito (morte de um pai de família, por exemplo), sejam
• trabalhador manual, técnico e intelectual; fixadas com base no salário mínimo, já que essas prestações
• trabalhadores com vínculo empregatício permanente buscam satisfazer as necessidades básicas tratadas pelo
e trabalhador avulso70; art. 7º, IV, da CF. Então, se alguém atropela um trabalhador,
• não pode, ainda, haver diferenças por motivos de sexo, pode ser obrigado a pagar um salário mínimo à viúva, du-
idade, cor ou estado civil. rante o prazo provável em que a vítima teria de sobrevida,
sem que isso signifique ofensa à proibição de vinculação ao
Proteção da Relação de Trabalho salário mínimo.
• Piso salarial. É aquele valor considerado como o mí-
• Proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa nimo a ser pago por determinada empresa. Não deve
causa, a ser definida em lei complementar, que deve ser confundido com o salário mínimo profissional.
prever indenização compensatória, entre outros direitos: • Irredutibilidade do salário. Não é possível ao em-
atualmente, uma indenização compensatória imposta ao pregador diminuir o salário, salvo por meio acordo
empregador que promove a demissão arbitrária ou sem ou convenção coletiva de trabalho, que são acordos
justa causa é a multa de 40% sobre o saldo do FGTS do firmados entre o sindicato e o empregador ou entre o
trabalhador, autorizada pelo art. 10 do ADCT. sindicato patronal e os sindicatos dos trabalhadores,
• Seguro-desemprego, no caso de despedida involuntá- respectivamente.
ria do trabalhador. • Décimo terceiro salário.
• Aviso prévio proporcional, no mínimo de trinta dias, • Remuneração do trabalho noturno superior ao
proporcional ao tempo de serviço, nos termos da lei. diurno. Para cumprir tal determinação a legislação
• Proteção em face da automação: a evolução de ramos infraconstitucional prevê, além de um percentual
da ciência, tal qual a mecatrônica, pode levar a uma a mais no salário daquele que trabalha no período
demissão em massa (exemplo: uso de catracas ele-
noturno, também uma redução na contagem da hora
trônicas em ônibus coletivos). Deve o Estado cuidar
trabalhada, que se reduz a 52 minutos e 30 segundos.
para que os trabalhadores se preparem para as novas
• Proteção contra a retenção dolosa do salário, cons-
tecnologias e não se tornem “obsoletos” no mercado
tituindo crime o não pagamento sem justificativa71.
Noções de Direito

de trabalho.
Proíbem‑se, assim, descontos no salário que não sejam
Prestações Pecuniárias autorizados pelos trabalhadores. No caso de a empresa
estar passando por sérios problemas financeiros, o não
• Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, obri- pagamento do salário pode não ser doloso, e sim,
gatório aos trabalhadores. culposo, não constituindo, portanto, crime.

Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-


70
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
71

tiva/2010. tiva/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada • Redução dos riscos de acidentes de trabalho, utilizan-
da remuneração, e participação na gestão da empre- do‑se de medidas eficazes na prevenção de acidentes
sa, conforme definido em lei, sendo que a participa- e de doenças profissionais.
ção na gestão tem um caráter excepcional72. • Seguro contra acidentes de trabalho, que deverá ser
• Salário‑família: pago por cada dependente do traba- pago pelo empregador, sem que isso exclua a possibili-
lhador de baixa renda, nos termos da lei. dade de sua responsabilização civil quando houver culpa
• Remuneração das horas extras em pelo menos cin- desse no acidente. As ações acidentárias atualmente são
quenta por cento superior à hora normal73: a legisla- julgadas na Justiça do Trabalho (art. 114 da CF).
ção, porém, pode determinar a aplicação de hora extra
em percentual superior em casos específicos. Prescrição Trabalhista
• Remuneração paga em virtude do gozo de férias,
correspondente a 1/3 (um terço) do salário normal, • A prescrição resulta da perda de uma pretensão em
independentemente da remuneração ordinariamente virtude da inércia de seu titular. O direito de ação, vi-
devida no período. sando ao recebimento de créditos trabalhistas, existe
• Pagamento de adicional para as atividades penosas desde que o empregado busque a proteção jurisdi-
(que exigem muito esforço do trabalhador), insalu- cional no prazo de cinco anos após o surgimento do
bres (que oferecem risco à saúde do trabalhador) direito reclamado, limitado tal prazo a dois anos após
ou perigosas (que apresentam risco de morte ao o término do contrato de trabalho. Anteriormente,
trabalhador). havia uma diferenciação para o prazo prescricional dos
trabalhadores rurais. Porém, com a Emenda Constitu-
Jornada de Trabalho cional nº 28/2000, o prazo passou a ser único para os
trabalhadores urbanos e rurais.
• Jornada de trabalho não superior a oito horas diá­rias Interessante notar que, no caso de morte do trabalha-
de forma a não ultrapassar, no total, quarenta e quatro dor, se aplica apenas o prazo de cinco anos, sem se le-
horas semanais. Por meio de acordo ou convenção var em conta o prazo de dois anos. Assim, a prescrição
coletiva é possível a compensação de horários ou total dos direitos ocorrerá apenas cinco anos após a
redução de jornada. morte do trabalhador.
O turno ininterrupto de revezamento, hipótese na
qual o empregado não desfruta do intervalo intrajor- Vejamos alguns exemplos de prescrição.
nada, exige jornada de trabalho máxima de seis horas,
salvo negociação coletiva74. O STF, no julgamento do
RE nº 205.815/RS firmou o entendimento de que o
fato de a empresa conceder intervalo para descanso
e refeição não descaracteriza o turno ininterrupto de
revezamento, com direito a jornada de seis horas,
prevista no art. 7º, XIV, da Constituição Federal.
• Repouso semanal remunerado. Tal repouso deve ser
concedido preferencialmente aos domingos.
• Férias anuais remuneradas, com o pagamento de um
adicional correspondente a 1/3 do salário normal,
conforme tratado anteriormente. Interessante notar
que, apesar de o direito de férias possuir fundamento
constitucional, o período de gozo das férias não tem
cunho constitucional, sendo definido pela legislação.
Assim, uma eventual redução do período de férias, Maioridade Trabalhista
visando à flexibilização das relações trabalhistas, no
ponto, sequer exigiria a edição de norma constitucio- • Os menores de 18 anos não podem exercer trabalho
nal, bastando uma reforma legislativa. noturno, perigoso ou insalubre75. Somente a legislação
infraconstitucional restringe o exercício de atividade
Proteção à Saúde do Trabalhador penosa pelo menor, não havendo, portanto, previsão
constitucional. Os menores de 16 anos só podem tra-
• Licença-gestante, com garantia de manutenção do balhar na condição de aprendiz, que é um contrato de
emprego e do salário, pelo período de 120 (cento trabalho específico, o qual busca a profissionalização
e vinte) dias e licença‑paternidade de acordo com do educando. Por fim, temos que os menores de 14
o que a lei estabelecer, que é atualmente de cinco anos não podem exercer nenhum trabalho.
dias. A licença‑paternidade pode, sob determinados
aspectos, se afastar de uma literal medida de proteção Em resumo, temos o seguinte quadro:
à saúde do trabalhador. Sua manutenção neste tópico
Noções de Direito

se faz sob o ponto de vista didático. Menores de Menores de Menores de


18 anos 16 anos 14 anos
Proibição de trabalho Somente podem exer-
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Ad- Não podem exercer
72
noturno, perigoso ou cer trabalho na condi-
ministrativa/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/ atividade laborativa.
insalubre. ção de aprendiz.
Área Administrativa/2010.
73
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
tiva/2010.
74
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
tiva/2010. Assunto cobrado na prova da Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012.
75

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Outros direitos • seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do em-
pregador, sem excluir a indenização no caso de dolo
• Incentivo ao mercado de trabalho da mulher. ou culpa;
• Aposentadoria, desde que preenchidos os critérios • integração à previdência social.
previstos na legislação.
• Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde Continuaram sem previsão o piso salarial, a participa-
o nascimento até cinco anos de idade em creches e ção nos lucros, jornada reduzida para turnos ininterruptos,
pré‑escolas. proteção do mercado de trabalho da mulher, adicional por
atividades penosas, insalubres ou perigosas, proteção em
Com a nova redação do art. 7º, parágrafo único, dada face da automação, ação trabalhista com prazo prescricional
pela EC nº 72/2013, foram assegurados aos trabalhadores de cinco anos, proibição de distinção entre trabalho manual,
domésticos os seguintes direitos em total equiparação aos técnico ou intelectual e igualdade entre trabalhador com
demais trabalhadores: vínculo permanente e trabalhador avulso. Alguns desses não
• salário mínimo; são previstos, pois são incompatíveis com o vínculo domés-
• irredutibilidade de salário; tico, como a distribuição de lucros e o trabalhador avulso.
• garantia de salário mínimo a quem percebe remune-
O rol de direitos aqui apresentado é meramente exem-
ração variável;
plificativo, sendo que outros podem ser previstos na própria
• décimo terceiro salário;
Constituição ou pela legislação infraconstitucional. Nesse
• proteção do salário, constituinte crime sua retenção dolosa;
sentido, o Supremo Tribunal Federal julgou constitucional
• jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias e
quarenta e quatro semanais; o art. 118 da Lei nº 8.213/1991, que garante a manutenção
• repouso semanal remunerado; do contrato de trabalho, em caso de acidente de trabalho,
• hora extra; pelo prazo mínimo de doze meses.
• férias anuais remuneradas;
• licença à gestante; Sindicatos
• licença-paternidade; Em nosso País, é livre a associação profissional ou sin-
• aviso prévio proporcional; dical, constituindo uma importante forma de proteção dos
• redução dos riscos inerentes ao trabalho; direitos sociais. Assim, seria inconstitucional a estipulação
• aposentadoria; por meio da legislação de restrições à liberdade de criação
• reconhecimento das convenções e acordos coletivos de sindicatos ou associação profissional. Isso não significa,
de trabalho; porém, que não existam na Constituição inúmeras restri-
• proibição de diferença de salários, de exercício de ções à sua atuação. O texto constitucional, por exemplo,
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, estipula que somente é permitida a criação de uma única
idade, cor ou estado civil; organização sindical, para cada categoria profissional ou
• proibição de discriminação do trabalhador portador econômica, em cada base territorial, que nunca será inferior
de deficiência; à área de um Município. Não existe, portanto, concorrência
• proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a entre sindicatos, já que cada trabalhador estará vinculado
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores a uma categoria, que, por sua vez, terá um único sindicato
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a na base territorial.
partir dos quatorze anos. Os sindicatos não dependem de autorização do Estado
para sua fundação, porém a Constituição impõe que sejam
Outros direitos foram estendidos, porém com ressal- registrados no órgão competente. Dispõem, assim, de direito
vas. A Constituição define que os direitos a seguir devem de auto‑organização, que impede a interferência e a inter-
ser conferidos às empregadas domésticas se atendidas as venção estatal na organização sindical.
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação Além disso, cabe registro de que os trabalhadores tam-
do cumprimento das obrigações tributárias, decorrentes da bém são livres para decidir se serão ou não inscritos nos
relação de trabalho doméstico e suas peculiaridades. Em
quadros do sindicato. Mesmo que não inscrito no sindicato,
outras palavras, podemos dizer que são direitos que depen-
o trabalhador possui direito de ser protegido por essa ins-
dem de regulamentação específica, que levará em conta as
tituição. A filiação ao sindicato pode trazer algumas prer-
características e peculiaridades da relação doméstica, que é
rogativas que não são previstas em lei como, por exemplo,
marcada por um grau de informalidade e pela simplicidade
do empregador, que não possui tanto aparato econômico e a utilização de serviços assistenciais (clubes de recreação,
burocrático quanto uma empresa. São eles: planos de saúde etc.), que são um atrativo à filiação.
• relação de emprego protegida contra a despedida ar- O objetivo do sindicato é a defesa dos interesses da
bitrária ou sem justa causa, inclusive com indenização categoria, razão pela qual, por exemplo, é obrigatória a parti-
compensatória, dentre outros direitos; cipação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
• seguro-desemprego, em caso de desemprego involun- Essa defesa de direitos e interesses coletivos ou individuais da
Noções de Direito

tário; categoria envolve tanto questões judiciais quanto administra-


• fundo de garantia do tempo de serviço; tivas. Na defesa no âmbito judicial, os sindicatos exercem o
• remuneração do trabalho noturno superior à do diur- que se denomina direito de substituição processual, no qual
no; se defende em nome próprio direito alheio. A substituição
• salário-família; processual é feita sem a necessidade de autorização de seus
• assistência gratuita aos filhos e dependentes desde filiados ou dos integrantes da categoria.
o nascimento até cinco anos de idade, em creches e Quanto à substituição processual, cabe notar que se for-
pré-escolas; maram duas correntes. A primeira entendia que os sindicatos

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poderiam defender interesses coletivos (supraindividuais) Dispositivos Constitucionais
e individuais homogêneos, mas não teria a capacidade de
executar a sentença, papel que caberia individualmente aos TÍTULO II
beneficiados. A segunda corrente, mais ampliativa, defendia DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
a possibilidade ampla de os sindicatos defenderem os inte- .............................................................................................
resses da categoria. No julgamento do RE nº 210.029‑STF, CAPÍTULO II
a Suprema Corte, em votação por maioria, definiu a preva- Dos Direitos Sociais
lência em nosso País da segunda corrente, findando, assim,
a discussão a respeito da amplitude do art. 8º, III, da CF. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimen-
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, o art. 8º, III, tação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança,
da CF, assegura ampla legitimidade ativa ad causam dos a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
sindicatos como substitutos processuais das categorias que assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Re-
representam na defesa de direitos e interesses coletivos ou dação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 15/9/2015)
individuais de seus integrantes. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
A contribuição confederativa/assistencial, destinada além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
à manutenção do sistema confederativo, será fixada em I – relação de emprego protegida contra despedida
assembleia, tem incidência facultativa aos trabalhadores arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei comple-
da categoria e não se confunde com a contribuição sindical, mentar, que preverá indenização compensatória, dentre
fixada em lei e de pagamento obrigatório por todos aqueles outros direitos;
II – seguro‑desemprego, em caso de desemprego in-
que integram a categoria.
voluntário77;
Os aposentados têm direito de votar e serem votados nas
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
organizações sindicais. A Carta Maior traz ainda a estabilida-
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unifica-
de sindical, que significa que o empregado sindicalizado não
do, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às
pode ser dispensado a partir do registro da candidatura a
de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
cometer falta grave.
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
Por fim, note‑se que as disposições constitucionais
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexi‑
acerca dos sindicatos também se aplicam à organização de
dade do trabalho78;
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
condições que a lei estabelecer.
convenção ou acordo coletivo79;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para
Considerações Finais
os que percebem remuneração variável;
A Constituição Federal de 1988 assegura aos trabalha- VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração
dores o direito de greve76, que não deve, no entanto, ser integral ou no valor da aposentadoria;
confundido com o direito de greve dos servidores públicos, IX – remuneração do trabalho noturno superior à do
o qual possui fundamento em norma de eficácia limitada, diurno;
prescrita no art. 37, VII, da Constituição Federal. X – proteção do salário na forma da lei, constituindo
Essa prerrogativa deverá ser utilizada segundo a vontade crime sua retenção dolosa;
dos trabalhadores, não sendo admitida a greve do empre- XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada
gador, chamada lock out. Dessa forma, compete aos traba- da remuneração, e, excepcionalmente, participação na ges-
lhadores decidir sobre a oportunidade de exercer o direito tão da empresa, conforme definido em lei;
de greve e os interesses que devam por meio dele defender. XII – salário‑família pago em razão do dependente do
A lei deve definir os serviços ou atividades essenciais, dis- trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
pondo sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da XIII – duração do trabalho normal não superior a oito
comunidade, bem como deve prever penalidades para o caso horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
de cometimento de abusos no exercício do direito de greve. compensação de horários e a redução da jornada, mediante
Dispõe ainda o texto constitucional, que é assegurada acordo ou convenção coletiva de trabalho;
a participação dos trabalhadores e dos empregadores nos XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão coletiva;
e deliberação. XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente
Finalizando o rol do Capítulo II do Título II, dispõe o texto aos domingos80;
constitucional que é assegurada, nas empresas com mais XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no
de duzentos empregados, a eleição de um representante mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
dos trabalhadores com a finalidade exclusiva de promover XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo me-
Noções de Direito

o entendimento direto com os empregadores. Seria assim, nos, um terço a mais do que o salário normal;
um verdadeiro representante eleito pelos empregados para XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
a defesa de seus direitos junto ao empregador. Cabe ressal- salário, com a duração de cento e vinte dias;
var que isso não retira a obrigatoriedade da intervenção do
sindicato nas negociações coletivas de trabalho. 77
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
78
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
79
Assunto cobrado na prova da Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligên-
cias/2012.
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.
76 80
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
XIX – licença‑paternidade, nos termos fixados em lei81; IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, me- tratando de categoria profissional, será descontada em folha,
diante incentivos específicos, nos termos da lei; para custeio do sistema confederativo da representação sindical
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei82; V – ninguém será obrigado a filiar‑se ou a manter‑se
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio filiado a sindicato;
de normas de saúde, higiene e segurança; VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas
XXIII – adicional de remuneração para as atividades pe- negociações coletivas de trabalho84;
nosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado
XXIV – aposentadoria; nas organizações sindicais;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
e pré‑escolas83; representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos cole- um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave
tivos de trabalho; nos termos da lei.
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam‑se à
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores,
do empregador, sem excluir a indenização a que este está atendidas as condições que a lei estabelecer.
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê‑lo
de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
após a extinção do contrato de trabalho; disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis
a) e b) (Revogadas pela Emenda Constitucional nº 28, da comunidade.
de 25/5/2000)
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de
penas da lei.
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores
cor ou estado civil;
e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante
seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto
a salário e critérios de admissão do trabalhador portador
de discussão e deliberação.
de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados,
técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; é assegurada a eleição de um representante destes com a
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou finalidade exclusiva de promover‑lhes o entendimento direto
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a com os empregadores.
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
a partir de quatorze anos; Nacionalidade
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Nacionalidade é o laço de caráter político e jurídico que
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos traba- liga um indivíduo a um determinado Estado, de forma a
lhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, qualificá‑lo como parte integrante do povo. Esse laço traz em
VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, si muitos direitos e muitos deveres àqueles que se enquadram
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas nos requisitos necessários à aquisição de uma nacionalidade.
em lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes Origem da Nacionalidade
da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua in- A nacionalidade pode ser adquirida por um critério terri-
tegração à previdência social. (Redação dada pela Emenda torial ou por critério hereditário. No primeiro caso, trata‑se
Constitucional nº 72, de 2013) do ius soli, hipótese na qual se adquire uma nacionalidade em
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, ob- virtude do nascimento dentro do território de determinado
servado o seguinte: Estado. Por outro lado, a aquisição de uma nacionalidade
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para pode decorrer da nacionalidade dos pais do indivíduo, caso
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão em que teremos um direito transferido de maneira consan-
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a guínea, hereditária, o que a doutrina denomina ius sanguinis.
intervenção na organização sindical; Na maioria dos países, os critérios utilizados para a con-
II – é vedada a criação de mais de uma organização cessão do vínculo da nacionalidade combinam os critérios
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria pro- consanguíneo e territorial, como no caso do Brasil, que
fissional ou econômica, na mesma base territorial, que será veremos à frente.
Noções de Direito

definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, Cabe notar que o Direito Constitucional tem um caráter
não podendo ser inferior à área de um Município; histórico muito marcante, decorrente da evolução gradativa
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses nos negócios do Estado. Dessa maneira, conseguimos per-
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões ceber fatores históricos que influenciam demasiadamente
judiciais ou administrativas; na adoção dos critérios de nacionalidade. Por exemplo,
em países que tiveram forte movimento emigratório ou
81
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
82
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
83
Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2013. Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
84

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
que apresentam baixa densidade demográfica, percebe‑se brasileira a serviço do Brasil em Cuba. A utilização do
uma tendência à adoção do critério do ius sanguinis (ex.: termo ou deixa claro que basta que um dos genitores
Itália e Japão). Em outros, porém, que recebem um grande esteja na situação descrita para que o filho receba a
contingente de imigrantes ou que possuem alta densidade nacionalidade brasileira.
demográfica, nota‑se que o critério do ius soli ganha mais Ex.: conforme disposição da CF, será brasileiro nato
força (ex.: Estados Unidos da América). o filho, nascido em Paris, de mulher alemã e de em‑
baixador brasileiro que esteja a serviço do governo
Espécies de Nacionalidade brasileiro naquela cidade quando do nascimento do
filho.88
Destacam‑se duas espécies de nacionalidade: a primária 3º caso:
e a secundária. A primária ou originária é aquela que resulta • nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros,
do nascimento, por mais que o reconhecimento somente desde que:
ocorra posteriormente. Em nosso país denominamos bra- – sejam registrados em repartição brasileira compe-
sileiro nato aquele que possui esse tipo de nacionalidade. tente; ou
A nacionalidade secundária, derivada ou adquirida, se forma – venham a residir na República Federativa do Brasil e
após o nascimento do indivíduo, caso em que brasileiros são optem, em qualquer tempo, após atingida a maiorida-
denominados naturalizados. de, pela nacionalidade brasileira. A jurisprudência do
STF diz que, nesse caso, a nacionalidade é primária,
Polipátridas e Apátridas pois existe desde o nascimento, ficando apenas sujeita
a uma condição para o seu implemento.
É possível que uma pessoa possua mais de uma nacio-
nalidade. Trata‑se do polipátrida, indivíduo que adquire, A título de exemplo: Eulina, nascida em 18 de novembro
de forma primária ou de forma secundária, nacionalidades de 2011 no Brasil, é filha de cidadão espanhol e de cidadã
diversas, mantendo‑as85. No caso do Brasil, as hipóteses de croata que estavam passando suas férias em passeio turís‑
dupla (ou múltipla) nacionalidade estão prevista no art. 12, tico no Piauí. Carmem, nascida em 22 de fevereiro de 2012
§ 4º, II, que estudaremos a seguir. na Grécia, é filha de cidadãos brasileiros que estavam a
Por sua vez, os apátridas, também chamados heimatlos, serviço da República Federativa do Brasil no mencionado
não possuem qualquer nacionalidade. Tal situação ocorrerá, país. Neste caso, Eulina e Carmem são brasileiras natas89.
por exemplo, no caso de os pais possuírem a nacionalidade Segundo o Supremo Tribunal Federal, a opção pela na-
de um país que adota exclusivamente o critério do ius soli e cionalidade tem caráter personalíssimo (só pode ser exercida
terem seu filho em um país que apenas aceita o ius sanguinis. pelo titular do direito), só podendo ser exercida quando o
A criança não possuirá a nacionalidade do país de origem indivíduo adquirir a capacidade civil, ou seja, o menor não
de seus pais nem a nacionalidade do país em que nasceu. pode ser representado ou assistido pelos pais para exercer
O art. 15 da Declaração Universal dos Direitos Humanos
a opção. Assim sendo, depois de atingir a maioridade civil,
estatui que todos têm direito a uma nacionalidade e proíbe
a opção passa a ser condição suspensiva da nacionalidade
que as pessoas sejam privadas de sua nacionalidade ou que
brasileira, isto é, o direito só vale a partir do implemento da
sejam obrigados a mudar a nacionalidade de forma arbitrária.
condição. O menor, antes da opção, é, portanto, brasileiro
Formas de Aquisição de Nacionalidade no Brasil nato, sendo que, após a maioridade, a opção passa a cons-
tituir condição para a continuidade do vínculo do indivíduo
Primária (brasileiros natos) com o Brasil. A necessidade da maioridade para a realiza-
A Constituição brasileira denominou natos aqueles bra- ção da opção foi positivada pela Emenda Constitucional
sileiros que adquirem a nacionalidade primária. A naciona- nº 54/2007, que inseriu, ainda, a possibilidade de registro
lidade primária pode ser estabelecida pelo ius soli (critério em repartição brasileira no exterior.
territorial), que é aquele determinado pelo local de nasci-
mento, ou pelo ius sanguinis (critério hereditário), quando Secundária
a aquisição se dá pela ascendência, ou seja, pelo sangue86. Existem duas formas de se adquirir a nacionalidade
No Brasil os critérios de ius soli e ius sanguinis foram brasileira, que estão previstas na Constituição Federal. Há
adotados de forma mesclada, de tal maneira que diversas outras hipóteses de naturalização, que são previstas em lei,
hipóteses descritas no texto constitucional envolvem ques- mas não possuem cunho constitucional, estando afetas à
tões territoriais e hereditárias ao mesmo tempo. matéria Direito Internacional Público. Deixaremos de tratar
das hipóteses legais, referindo‑nos apenas às hipóteses
São brasileiros natos: previstas expressamente no texto constitucional.
1º caso: São brasileiros naturalizados:
• nascidos no Brasil; 1º Caso (naturalização ordinária)
• excetuando‑se os filhos de pais estrangeiros a serviço • ser um estrangeiro originário de país de língua por-
de seu país de origem. tuguesa;
2º caso: • residir há pelo menos um ano, sem interrupção, no
Noções de Direito

• nascidos no estrangeiro, filho de pai ou mãe brasilei- Brasil;


ro (não importa se nato ou naturalizado), a serviço • possuir idoneidade moral, ou seja, ter uma conduta
do Brasil87. Por exemplo, o filho de uma diplomata moralmente correta perante a sociedade.90
85
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2013. 88
Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
86
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/ 89
FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/Técnico Ministerial/Auxiliar Ad-
Administrativo/2013. ministrativo/2012.
87
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/Assistente Técnico/Adminis- 90
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/Assistente Técnico/Adminis-
trativo/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de trativo/2012 e Esaf/Ministério da Intergação Nacional/Secretaria Nacional de
Defesa Civil/2012. Defesa Civil/2012.

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2º Caso (naturalização extraordinária) • restrições quanto à propriedade de empresas de
• ser estrangeiro, de qualquer nacionalidade; comunicação social para os brasileiros naturalizados,
• residir no Brasil há pelo menos quinze anos, sem consistente na exigência de um mínimo de dez anos
interrupção; de naturalização (art. 222 da CF);
• não possuir condenação penal; • previsão de cargos privativos de brasileiros natos
• requerer a naturalização.91 (art. 12, § 3º, da CF).

O primeiro caso de naturalização depende de um ato São cargos privativos, ou seja, reservados apenas aos
discricionário do Presidente da República, enquanto o se- brasileiros natos:
gundo caso configura um direito subjetivo do estrangeiro, • Presidente e Vice‑Presidente da República93;
ficando o Estado brasileiro obrigado a concedê‑la caso todos • Presidente da Câmara dos Deputados94;
os requisitos estejam preenchidos. A concessão da naturali- • Presidente do Senado Federal;
zação, portanto, não está sujeita a juízo de conveniência da • Ministro do Supremo Tribunal Federal95;
administração, sendo um ato vinculado. • Carreira diplomática;
Importante lembrar que a naturalização sempre depen- • Oficial das Forças Armadas96;
derá de requerimento do estrangeiro, não existindo mais • Ministro de Estado da Defesa;
previsão para a naturalização automática, como a grande • Membros do Conselho da República (art. 89, VII), que
naturalização que ocorreu no governo provisório do marechal define a existência de seis brasileiros natos a serem
Deodoro da Fonseca (1889‑1891). indicados para esse Conselho.
O STF decidiu que o requerimento de naturalização
possui caráter meramente declaratório. O que isso traz de Perda da Nacionalidade
efeito prático? Na prática, isso leva ao entendimento de que
os efeitos da naturalização retroagem à data da solicitação. Perderá a nacionalidade o brasileiro que:
Assim, um estrangeiro que possua os 15 anos de residência • tiver contra si sentença judicial que cancele a naturali-
ininterrupta e não tenha sido condenado criminalmente, zação, por haver o brasileiro cometido atividade nociva
nos termos do art. 12, II, b, da CF, poderá ser investido em ao interesse nacional (não alcança os natos).
um cargo público, mesmo que sua posse tenha ocorrido • adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos em que
antes da naturalização, desde que ele já tenha solicitado a é admitida a dupla nacionalidade:
nacionalidade brasileira. – concessão de nacionalidade estrangeira de forma
originária pela lei estrangeira, ou seja, o brasileiro não
Observação: aos portugueses residentes no Brasil tenha optado por adquiri‑la. Ainda que o brasileiro se
podem ser atribuídos os mesmos direitos reservados esforce por reconhecer essa nacionalidade, esse reco-
aos brasileiros naturalizados107. Tal instituto, chamado nhecimento não pode ser confundido com pedido de
de quase nacionalidade (a ser estudado a seguir), não naturalização, já que se trata de nacionalidade originá-
pode ser confundido com a naturalização ordinária. ria. Tal situação é muito comum com os descendentes
92 de italianos, caso em que a nacionalidade italiana é
concedida pelo critério do ius sanguinis, tornando o
Quase Nacionalidade brasileiro um polipátrida.
– exigência da aquisição da nacionalidade estrangeira
É possível que os portugueses possuam todas as prerro- para que o brasileiro exerça seus direitos civis no país
gativas dos brasileiros naturalizados, caso em que teremos a estrangeiro, ou para que permaneça no território desse
figura do português equiparado. Para obter um certificado de país.
equiparação, é necessário que o português venha a residir
no Brasil e que haja reciprocidade em relação aos brasileiros
Dispositivos Constitucionais
que venham a residir em Portugal. Não há, como se pode
perceber, um prazo mínimo de residência e sequer critérios
TÍTULO II
quanto à índole do português que requer a naturalização.
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Cabe ressaltar que a quase nacionalidade não é concedida
.............................................................................................
a todos aqueles que sejam oriundos de países que adotem
CAPÍTULO III
o idioma português como língua oficial, mas apenas àqueles
Da Nacionalidade
que sejam oriundos da República de Portugal.
Nesse caso, não teremos um português naturalizado
Art. 12. São brasileiros:
brasileiro, mas sim, um português que, mesmo sem se natu-
I – natos:
ralizar, possui todos os direitos que são conferidos aos brasi-
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
leiros naturalizados, bastando um certificado de equiparação.
que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
serviço de seu país97;
Distinções entre Natos e Naturalizados
Noções de Direito

93
Assunto cobrado na prova da FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/
Não poderá haver distinções entre brasileiros natos e na- Técnico Ministerial/Auxiliar Administrativo/2012.
turalizados, salvo nos casos previstos na Constituição, a saber: 94
Assunto cobrado na prova da FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/
Técnico Ministerial/Auxiliar Administrativo/2012.
• possibilidade de extradição apenas dos brasileiros 95
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judi-
naturalizados (art. 5º, LI, da CF); ciário/2012; FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/Técnico Ministerial/
Auxiliar Administrativo/2012; Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secre-
taria Nacional de Defesa Civil/2012 e Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente
Assunto cobrado na prova da Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.
91
Técnico Judiciário/2010.
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
92 96
Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012.
vil/2012. 97
Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe to e não fica vinculado à vontade dos representados. Além
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da disso, o eleito não representa apenas os seus eleitores, mas
República Federativa do Brasil; toda a população de um território. Desse modo, o mandato
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe é considerado livre e geral.98
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasi- A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal
leira competente ou venham a residir na República Federativa e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos99.
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a Deve‑se ter muito cuidado com esses termos:
maioridade, pela nacionalidade brasileira; • Sufrágio é o núcleo básico do direito político, que se
II – naturalizados: exprime pela capacidade de atuar politicamente, vo-
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade tando, sendo votado etc. O sufrágio aqui adotado é o
brasileira, exigidas aos originários de países de língua universal, que garante a todos o direito do voto com
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e peso único, contrapondo‑se ao sufrágio censitário ou
idoneidade moral; capacitário, em que há critérios discriminatórios para
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes o acesso à cidadania.
na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos • Voto representa o próprio exercício do poder decisório.
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram O voto é direto, secreto e tem valor igual.
a nacionalidade brasileira. • Escrutínio é o modo de exercício do direito de voto.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no
País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão Segundo o art. 60, § 4º, o voto direto, secreto, universal
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos e periódico é cláusula pétrea, ou seja, algo que não pode
previstos nesta Constituição. ser extinto por meio de emenda constitucional. Cabe res-
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi- saltar que não é cláusula pétrea o voto obrigatório, o que
leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta nos leva a pensar que podemos, por meio de uma emenda
Constituição. constitucional, instituir o voto facultativo como regra. Voto
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: universal significa o fim do voto censitário ou capacitário,
I – de Presidente e Vice‑Presidente da República; no qual apenas aqueles que tinham riquezas podiam votar.
II – de Presidente da Câmara dos Deputados; Outras formas de exercício da soberania popular são o
III – de Presidente do Senado Federal; plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. Tais instrumen-
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal; tos se apresentam como emanações da democracia direta,
V – da carreira diplomática; aquela por meio da qual os cidadãos definem diretamente
VI – de oficial das Forças Armadas; suas pretensões, sem a intervenção de representantes.
VII – de Ministro de Estado da Defesa. Tanto o plebiscito quanto o referendo são formas de
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasi- perguntar aos cidadãos o que eles pensam sobre determi-
leiro que: nada opção política do Estado (lei ou ato administrativo a ser
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judi- adotado). Tais formas de consulta pública, porém, não são
cial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; idênticas. A grande diferença entre o plebiscito e o referendo
II – adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: é que, naquele, o Estado realiza a consulta pública antes de
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela editar o ato, enquanto no referendo, o ato é instituído an-
lei estrangeira; teriormente à consulta pública. Tanto no plebiscito quanto
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, no referendo a decisão popular é soberana.
ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição Um exemplo prático de plebiscito decorreu da previsão
para permanência em seu território ou para o exercício de contida no art. 2º do ADCT. Em tal dispositivo, havia a pre-
direitos civis. visão de um plebiscito a ser realizado com a finalidade de
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Repú- se estipular a forma de governo (república ou monarquia
blica Federativa do Brasil. constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a ou presidencialismo). Tal plebiscito, que fora previsto ini-
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. cialmente para o dia 7 de setembro de 1993, acabou sendo
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pode- transferido para a data de 21 de abril de 1993 pela Emenda
rão ter símbolos próprios. Constitucional nº 2/1992.
Quanto ao referendo, podemos citar aquele realizado em
Direitos Políticos outubro de 2005, com a finalidade de decidir a respeito do
fim do comércio de armas e munição no Brasil.
Essa parte da Constituição prevê uma série de regras De acordo com o art. 49, XV, da Constituição, compete
destinadas a delimitar a forma de atuação do indivíduo nas exclusivamente ao Congresso Nacional, independentemente
decisões políticas do Estado. Aquele que se enquadra nos de sanção do Presidente da República, autorizar o referendo
requisitos impostos pela Constituição para atuar ativamente e convocar plebiscito. A Lei nº 9.709/1998 regulamentou o
na vida política do País recebe a denominação “cidadão”. exercício do referendo e do plebiscito, assim definindo os
Noções de Direito

A atuação política é um direito público subjetivo que institutos em seu art. 2º:


confirma a opção feita no parágrafo único do art. 1º da
Constituição Federal, de um regime político democrático, Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formu-
no qual “o poder emana do povo, que o exerce por meio de ladas ao povo para que delibere sobre matéria de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta acentuada relevância, de natureza constitucional,
Constituição”. legislativa ou administrativa.
A participação indireta do povo no poder ocorre com a Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
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representação. Nesta, o representante exerce um manda‑ FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.


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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a • Pleno exercício dos direitos políticos. Se o cidadão
ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, sofre uma suspensão ou perda dos direitos políticos,
pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido por exemplo, não está apto a ocupar um cargo público
submetido. eletivo.
§ 2º O referendo é convocado com posterioridade a • Alistamento eleitoral. É possível o exercício isola­do da
ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo capacidade eleitoral ativa, ou seja, é possível que uma
a respectiva ratificação ou rejeição. pessoa possa votar sem ter capacidade de ser votado,
tal qual os analfabetos. Por outro lado, o exercício da
A iniciativa popular de lei é uma forma de os cidadãos capacidade eleitoral passiva depende do alistamento
iniciarem um projeto de lei, que será votado pelo Congresso como eleitor, de tal forma que não é possível ser votado
Nacional, pelas Assembleias Legislativas ou pelas Câmaras sem ter a capacidade de votar.
Municipais de Vereadores, conforme a iniciativa seja de ato • Domicílio eleitoral na circunscrição. O domicílio
legislativo federal, estadual ou municipal, respectivamente. eleitoral, que não se confunde com o domicílio civil,
Cabe ressaltar que o termo “iniciativa popular” não é o mais é aquela região onde o cidadão se alista e mantém
adequado, pois não é qualquer um do povo que pode iniciar algum vínculo.
o processo legislativo, mas tão somente os cidadãos. • Filiação partidária. Não é permitida a candidatura
Os requisitos para a iniciativa popular variam segundo a de candidato não filiado a partido político. Existem
esfera, conforme quadro abaixo: regras próprias para a candidatura daqueles que não
podem exercer atividade político‑partidária, tais como
os militares.
Iniciativa popular • Idade mínima. A idade mínima será definida de acor-
Ato normativo requisitos do com o cargo que o candidato pretende ocupar.
Assinatura de 1% do eleitorado nacional, Segundo o art. 11, § 2º, da Lei nº 9.504/1997, o preen-
dividido em pelo menos cinco Estados, chimento desse requisito será verificado com base na
Federal sendo que em cada Estado deve ser re- data da posse, não do registro da candidatura. Vejamos
colhida assinatura de 0,3% (três décimos quais são as idades relativas a cada cargo eletivo de
por cento) do eleitorado estadual. nossa república:
Os requisitos devem ser definidos em lei – trinta e cinco anos para Presidente da República,
Estadual Vice‑Presidente da República e senador;
estadual.
Assinatura de 5% (cinco por cento) do – trinta anos para governador e vice‑governador;
Municipal – vinte e um anos para deputado federal, estadual e
eleitorado do Município.
distrital, prefeito, vice‑prefeito e juiz de paz; e
Capacidade Eleitoral Ativa – dezoito anos para vereador.

Para votar é necessário o alistamento eleitoral. O alis- Inelegibilidade


tamento eleitoral é um procedimento administrativo feito
junto à Justiça Eleitoral e que irá permitir a aquisição dos As inelegibilidades são condições impeditivas do exercício
direitos políticos àquele que preencher os requisitos legais da capacidade eleitoral passiva. A Constituição traz algumas
para ser eleitor. hipóteses de inelegibilidade e prevê que uma lei complemen-
É obrigado a se alistar e a votar o brasileiro que possua tar deverá estabelecer
mais de dezoito anos.
Podem ou não se alistar e votar, ou seja, possuem alis- outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua ces-
tamento e voto facultativo o analfabeto, o maior de setenta sação, a fim de proteger a probidade administrativa,
a moralidade para o exercício do mandato, conside-
anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
rada a vida pregressa do candidato, e a normalidade
Cabe lembrar que tanto o alistamento eleitoral quanto o voto
e legitimidade das eleições contra a influência do
são facultativos. Assim, um cidadão que se aliste aos dezessete
poder econômico ou o abuso do exercício da função,
anos, ainda assim, mantém a sua opção de votar ou não.
cargo ou emprego na administração direta e indireta.
Não podem se alistar, sendo considerados, portanto,
inalistáveis, os estrangeiros e, durante o serviço militar
Esse papel é exercido pela Lei Complementar nº 64/1990.
obrigatório, os militares conscritos100. Não é possível a criação de inelegibilidade por lei ordi-
nária ou medida provisória. Não cabe à lei complementar
Capacidade Eleitoral Passiva – Condições de a criação de inelegibilidades absolutas, papel reservado à
Elegibilidade própria Constituição.
Há vários tipos de inelegibilidade:
Para que um cidadão possa se candidatar é necessário • absoluta: são impedimentos para a eleição em qual-
comprovar sua elegibilidade. Para tanto, são necessários quer cargo.
alguns requisitos: São absolutamente inelegíveis os inalistáveis (como os
Noções de Direito

• Nacionalidade brasileira. A nacionalidade brasi­leira estrangeiros e militares conscritos101) e os analfabetos.


nata só é exigível para a candidatura a Presidente da O rol de inelegibilidades absolutas é taxativo, sendo
República e Vice‑Presidente da República. Nos cargos impossível o seu implemento por meio de lei.
de senador e deputado federal, a nacionalidade nata • relativa: não são impedimentos relativos à própria pes-
só é exigida do presidente da respectiva Casa. soa, mas a uma condição circunstancial que restringe

Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Adminis-


100
Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administra-
101

trativa/2010. tiva/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
o exercício da capacidade eleitoral passiva no que • Se o vice desejar disputar cargo que não seja o do seu
tange a certos cargos. A Constituição Federal admite respectivo titular, deverá obedecer à norma descrita
a criação de novas inelegibilidades relativas por meio no art. 1º, § 2º, da LC nº 64/1990, que assim dispõe:
de lei complementar. Tratando dessas inelegibilidades
legais, temos a Lei Complementar nº 64/1990. o Vice‑Presidente, o Vice‑Governador e o Vice‑Pre-
feito poderão candidatar‑se a outros cargos, preser-
Inelegibilidades Relativas vando os seus mandatos respectivos, desde que,
O doutrinador Alexandre de Moraes, em seu Direito nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não
Constitucional, sintetizou com grande clareza as possíveis tenham sucedido ou substituído o titular.
inelegibilidades relativas. Ousamos, porém, em discordar
quanto à suposta inelegibilidade relativa referente aos mi- • Se o vice houver sucedido o titular, ele ocupará de
litares. As regras distintas, aplicadas aos militares com mais forma plena esse cargo e, com isso, recebe também
ou com menos de dez anos de serviço, não são, em verdade, todas as incompatibilidades. Dessa forma, caso queira
inelegibilidades, tendo em vista que não impedem de ne- se candidatar a cargo diverso, deverá proceder à de-
nhuma forma o exercício da capacidade eleitoral passiva por sincompatibilização.
parte daquele que compõe as forças armadas ou as forças
militares estaduais. Trata‑se, como veremos, de uma regra Estes mesmos chefes do Executivo, caso queiram se ele-
funcional castrense, que somente definirá a possibilidade de ger para outros cargos, deverão renunciar ao mandato seis
permanência do candidato nas forças armadas. meses antes das eleições. Esta norma não se aplica para o
A primeira inelegibilidade que encontramos é a inele- caso de reeleição para o mesmo cargo, em que é inexigível
gibilidade por motivos funcionais. Nesse caso, temos que tal afastamento. Essa renúncia é o que a doutrina chama de
os chefes do Poder Executivo federal, estadual, distrital e norma de desincompatibilização do chefe do Poder Execu-
municipal e quem os houver sucedido ou substituído ao tivo, já que tem a função de retirar uma incompatibilidade,
longo do mandato somente poderão ser reeleitos para um evitando o uso da máquina pública para favorecimento do
único período subsequente. candidato.
Essa possibilidade foi inserida pela Emenda Constitucio- O vice que deseja se candidatar ao cargo de titular não
nal nº 16/1997, beneficiando o então Presidente da República, tem obrigação de proceder à desincompatibilização.
Fernando Henrique Cardoso (1995‑1998 e 1999‑2002). Tam- A renúncia ou licença para o exercício de outros cargos
bém foi reeleito o Presidente da República Luiz Inácio Lula da pode ser requerida, mas não é obrigatória e nem gerará
Silva (2003‑2006 e 2007‑2010). A experiência mostrou que inelegibilidade do renunciante.
há forte tendência de que o povo venha a preferir a estabi- O Vice‑Presidente, vice‑governador e vice‑prefeito po-
lidade, evitando a quebra do ciclo iniciado pelo Presidente derão concorrer para outros cargos sem a necessidade de
da República em seu primeiro mandato. Essa tendência tam- renunciar, desde que nos seis meses antes das eleições não
bém pode ser verificada em outros países, como os Estados tenham sucedido ou substituído o titular.
Unidos da América do Norte. Outra inelegibilidade relativa é aquela que aparece por
O que se proíbe não é o exercício de mais de dois man- motivo de casamento, parentesco ou afinidade. No território
datos, mas que se exerça mais de dois mandatos de forma de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos
sucessiva. Nesse ponto, a Constituição brasileira se distingue ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente
da Norte Americana, que proíbe que alguém exerça o car- da República, de governador de Estado ou Território, do
go de Presidente da República mais de uma vez, de forma Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído
sucessiva ou não. dentro dos seis meses anteriores não poderão ser eleitos.
A renúncia antes do término do mandato não retira a No caso de reeleição do cônjuge ou parente, não há esse
vedação a um terceiro mandato sucessivo, já que, do con- impedimento, ou seja, se o cônjuge ou parente já é titular de
trário, a norma poderia ser facilmente burlada, bastando mandato eletivo e está concorrendo ao mesmo cargo, não
que se renunciasse em períodos muito próximos ao fim haverá tal impedimento, que é denominado inelegibilidade
do mandato. Além disso, essa vedação também alcança as reflexa.
eleições previstas no art. 81 da CF, que são aquelas abertas Como consequência de estar restrita à jurisdição do chefe
no caso de vacância dos cargos de Presidente da República e do Executivo, os parentes do prefeito não podem se eleger
Vice‑Presidente da República antes do término do mandato. para cargos no Município, os parentes do governador ficam
Também não é possível que o titular de dois mandatos impedidos de se elegerem pelo próprio Estado e os paren-
presidenciais sucessivos venha a se candidatar a Vice‑Presi- tes do Presidente da República não podem se eleger para
dente, ainda que realize a desincompatibilização, pois o vice qualquer cargo no território brasileiro. Já houve decisão do
substitui e sucede o presidente. Assim, teríamos a possibilidade TSE que estendeu esse impedimento não só para o cônjuge,
de um indivíduo exercer o cargo três vezes consecutivas. mas também para o companheiro, ou seja, aquele a que se
Diferente é a situação do vice, que possui interessantes une por meio de uma união estável. Interessante notar que
posicionamentos jurisprudenciais. Vejamos: a união estável entre pessoas do mesmo sexo, denominada
• O vice, reeleito ou não, pode se candidatar ao cargo do homoafetiva ou homossexual, também resulta em inelegi-
titular, mesmo se houver substituído o titular durante bilidade, equiparando‑se ao casamento para tais efeitos.
Noções de Direito

o mandato. A desincompatibilização (afastamento do cargo nos


• Se o vice houver substituído o titular nos últimos seis seis meses anteriores ao pleito) também traz reflexos para
meses anteriores à eleição, poderá se candidatar ao a inelegibilidade reflexa. Assim, de acordo com o entendi-
cargo do titular, mas não poderá buscar, posterior- mento do Tribunal Superior Eleitoral, caso o titular do cargo
mente, a reeleição. A substituição já terá contado eletivo executivo renuncie ao mandato seis meses antes das
como um primeiro mandato. Essa mesma regra, com eleições, seus parentes e cônjuge (ou companheiro) poderão
maior razão, também é aplicada no caso de sucessão, se candidatar para cargos eletivos no mesmo território de
a qualquer tempo. jurisdição.

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Cabe, porém, uma ressalva no sentido de que o parente A partir do registro da candidatura o militar será:
somente poderá ocupar o mesmo cargo preenchido pelo • afastado da atividade se tiver menos de dez anos de
renunciante por uma vez consecutiva. Então, se João, pai de serviço; ou
Marília, é prefeito de uma cidade e realiza a desincompati- • agregado pela autoridade superior se contar com mais
bilização, Marília somente poderá ocupar o cargo por um de dez anos de serviço. O militar ficará na condição de
mandato. Essa regra se mostra de extrema importância, pois agregado a partir do registro da candidatura até a diplo-
considera os parentes como um único candidato, mesmo que mação, caso eleito, ou até o regresso à força armada,
pela via reflexa, evitando assim a perpetuação de oligarquias caso não seja eleito. Na hipótese de ser eleito, o militar
no poder pela técnica do revezamento entre membros da que estava agregado, passará para a inatividade no ato
mesma família. A possibilidade de ocupar o cargo de chefe da diplomação.
do Poder Executivo não será concedida ao parente, porém,
se o atual ocupante estiver no segundo mandato, caso em O afastamento da atividade do militar que possui menos
que, efetuada a desincompatibilização por um prefeito, por de dez anos de serviço é considerado definitivo, sem possi-
exemplo, o parente fica elegível, não podendo, entretanto, se bilidade de retorno à atividade, portanto.
candidatar ao cargo de prefeito, nem mesmo de vice‑prefeito,
em respeito ao art. 14, § 5º e 7º, da CF. Perda ou Suspensão dos Direitos Políticos
Dessa forma, se o renunciante ao mandato for o prefeito
Não existe mais no Brasil a cassação de direitos políticos,
reeleito do Município de Cabrobró, sua companheira poderá
utilizada como instrumento político de repressão em tempos
se candidatar a deputada federal, mas não a prefeita do
passados. Atualmente, somente é permitida a perda (tempo
referido Município. indefinido) ou suspensão (tempo definido) desses direitos.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que não subsiste a O fato de a perda não ter tempo definido de duração não
inelegibilidade se havia separação de fato do cônjuge antes significa que ela seja perpétua. Haverá sempre a possibi-
do início do mandato, já que o que a norma busca é evitar lidade de se afastar a causa da perda, restaurando‑se os
o monopólio do poder político por grupos hegemônicos direitos políticos.
ligados por laços familiares. No caso concreto analisado A perda/suspensão dos direitos políticos implica a im-
pela Suprema Corte, a separação de fato foi reconhecida na possibilidade de votar, de ser votado e, se já detentor de
sentença que decidiu o pedido de divórcio. mandato eletivo, de perder o cargo.
Outra inelegibilidade é a denominada inelegibilidade por São hipóteses de perda dos direitos políticos:
motivo de domicílio, que deriva da condição para exercício • cancelamento da naturalização por sentença transitada
da cidadania passiva e envolve a exigência de que, na forma em julgado; e
da lei, o requisito do domicílio eleitoral seja preenchido. As- • recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou pres-
sim sendo, a legislação eleitoral determina um prazo mínimo tação alternativa (art. 5º, VIII, da CF).
de domicílio na circunscrição eleitoral em que se pretende
concorrer. Isso acaba gerando um obstáculo ao cidadão que São hipóteses de suspensão:
deseja alterar seu domicílio para se candidatar em uma outra • condenação criminal com trânsito em julgado, enquan-
circunscrição, por exemplo. to durarem os efeitos da pena;
Por fim, cabe registro de que as inelegibilidades e as • improbidade administrativa (art. 37, § 4º, da CF); e
condições de elegibilidade são aferidas ao tempo do registro • incapacidade civil absoluta.
da candidatura.
Basta a verificação judicial da incapacidade civil abso-
Militares luta, mediante decretação de interdição de incapaz, para a
imediata suspensão dos direitos políticos.
O militar das Forças Armadas e os militares dos Estados, A suspensão por condenação criminal com trânsito em
Distrito Federal e Territórios são plenamente alistáveis, desde julgado se aplica inclusive aos casos de condenação por con-
que não estejam na condição de conscritos. Por outro lado, travenções penais. No caso de o condenado ser beneficiado
com a suspensão condicional da pena, o sursis, não ocorre
o art. 142, § 3º, V, da Constituição Federal, determina que
a reaquisição dos direitos políticos, continuando suspensos
o “militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado
até a extinção da punibilidade.
a partidos políticos”.
É necessária uma sentença judicial para a decretação da
Diante desse quadro surgiu um problema: como permitir
perda dos direitos políticos, de uma forma geral.
o registro da candidatura do militar se, para comprovar a Existem outras hipóteses previstas na Constituição
elegibilidade, é necessário comprovar filiação partidária? A Federal que acabarão por resultar em perda e suspensão
resposta foi dada pelo Tribunal Superior Eleitoral. dos direitos políticos, por também resultarem na perda da
O TSE entendeu que o militar da ativa, sendo alistável e nacionalidade, por exemplo, a perda da nacionalidade pela
elegível, mas não filiável, em função de sua condição excep- aquisição de outra (art. 12, § 4º, II).
cional, não precisa comprovar a prévia filiação partidária,
bastando demonstrar o pedido do registro da candidatura, Princípio da Anualidade da Lei Eleitoral
Noções de Direito

apresentado pelo partido e autorizado pelo candidato.


Interessante notar que a mesma regra não será aplica- Para evitar mudanças de última hora nas regras do “jogo”,
da ao servidor da Justiça Eleitoral, tendo em vista que se a Constituição Federal prevê que uma lei editada para alterar
trata de situação diversa. O referido servidor, em respeito à o processo eleitoral só se aplicará às eleições que ocorram
moralidade que deve ser preservada nos pleitos eleitorais, pelo menos um ano após sua vigência. A vigência dessas leis
para candidatar‑se deverá pedir exoneração do cargo público coincidirá com a sua publicação, não existindo, via de regra,
em tempo hábil para o cumprimento da exigência legal de vacatio legis, ou seja, período de tempo entre a publicação
filiação partidária. e a vigência.

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Dispositivos Constitucionais I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá
afastar‑se da atividade;
TÍTULO II II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS pela autoridade superior e, se eleito, passará automatica-
............................................................................................. mente, no ato da diplomação, para a inatividade.
CAPÍTULO IV § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
Dos Direitos Políticos inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger
a probidade administrativa, a moralidade para exercício de
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio mandato considerada vida pregressa do candidato, e a nor-
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para malidade e legitimidade das eleições contra a influência do
todos, e, nos termos da lei, mediante: poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo
I – plebiscito; ou emprego na administração direta ou indireta.
II – referendo; § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante
III – iniciativa popular102. a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da di-
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: plomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos; econômico, corrupção ou fraude110.
II – facultativos para: § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em
a) os analfabetos; segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se
b) os maiores de setenta anos; temerária ou de manifesta má‑fé.
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
§ 2º Não podem alistar‑se como eleitores os estran‑ perda ou suspensão só se dará nos casos de:
geiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, I – cancelamento da naturalização por sentença transi-
os conscritos103. tada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
III – condenação criminal transitada em julgado, enquan-
I – a nacionalidade brasileira104;
to durarem seus efeitos;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
III – o alistamento eleitoral;
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição105;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
V – a filiação partidária;
§ 4º.
VI – a idade mínima de: Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice‑Presidente vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição
da República e Senador106; que ocorra até um ano da data de sua vigência.
b) trinta anos para Governador e Vice‑Governador de
Estado e do Distrito Federal107;
Partidos Políticos
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice‑Prefeito e juiz de paz108; Os partidos políticos podem ser livremente criados,
d) dezoito anos para Vereador. fundidos, incorporados ou extintos, desde que se resguarde:
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. • a soberania nacional;
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de • o regime democrático;
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver • o pluripartidarismo;
sucedido, ou substituído, no curso dos mandatos poderão • os direitos fundamentais da pessoa humana.
ser reeleitos para um único período subsequente.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Existem alguns preceitos que devem ser observados
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal pelos partidos políticos. São eles:
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos • caráter nacional111;
até seis meses antes do pleito109. • proibição de recebimento de recursos financeiros de
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titu- entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação
lar, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o a estes112;
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, • prestação de contas à Justiça Eleitoral113;
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, • funcionamento parlamentar de acordo com a lei114.
de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato Os partidos políticos são dotados de autonomia no que
eletivo e candidato à reeleição. tange à sua estrutura interna. Os estatutos, que devem ser
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes registrados no Tribunal Superior Eleitoral após a aquisição da
condições: personalidade civil, devem estabelecer normas de fidelidade
e disciplina partidárias.
102
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
Noções de Direito

103
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012. 110
Assunto cobrado na prova da FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Admi-
104
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012. nistração/2012.
105
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Di- 111
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
ligências/2012 e FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012. Judiciário/Área Administrativa/2010.
106
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área 112
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Ad-
Administrativa/2013; Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012 e ministrativa/2013 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012. Área Administrativa/2010.
107
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012. 113
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
108
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012. Judiciário/Área Administrativa/2010.
109
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- 114
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
va/2010. Judiciário/Área Administrativa/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O Supremo Tribunal Federal entende que a fidelidade damentais da pessoa humana e observados os seguintes
partidária emana da Constituição e impede que os candi- preceitos:
datos eleitos venham a migrar de partido. Entendeu‑se que I – caráter nacional;
o caráter partidário é particularmente verificado no sistema II – proibição de recebimento de recursos financeiros
proporcional e que a mudança de partido quebra um voto de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação
de confiança que é dado pelo cidadão‑eleitor e gera uma re- a estes;
lação desequilibrada de forças no parlamento. Ressaltou‑se, III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
na hipótese, que não se tratava de impor sanções como as IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
descritas no art. 55 da Constituição Federal, mas de reco- § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para
nhecer que não há direito subjetivo a manter‑se no cargo, definir sua estrutura interna, organização e funcionamento
que, em essência, pertence ao partido. Considera‑se, assim, e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas co-
a desfiliação ou a transferência injustificada um ato culposo ligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre
incompatível com a função representativa do ideário político as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
responsável pelo ingresso do parlamentar na sua função municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
representativa. disciplina e fidelidade partidária.
Ainda em relação à fidelidade partidária, entendeu a Su- § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade
prema Corte que o reconhecimento da fidelidade partidária jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
Tribunal Superior Eleitoral.
não implicava atividade legiferante do Poder Judiciário, mas
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do
sim conferir a máxima efetividade das normas constitucio-
fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
nais. Asseverou‑se, ainda, que não haveria nulidade nos atos
forma da lei.
praticados pelos parlamentares tidos por infiéis, tendo em
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
vista a aplicação da teoria do agente estatal de fato. organização paramilitar.
Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo
partidário e a horários gratuitos na televisão e no rádio.
É proibida a formação de partidos políticos de caráter
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
paramilitar. Aliás, toda forma de associação é proibida de
A legislação brasileira ordenou a administração pública
possuir tal caráter. Uma associação de caráter paramilitar é
em direta e indireta.
aquela que se caracteriza, por exemplo, pelo uso de unifor-
Administração pública direta: é formada pela União,
mes, patentes e palavras de ordem com fins militares. Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios.
Administração pública indireta: é formada pelas au-
Verticalização tarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista.
A Emenda Constitucional nº 52, de 8 de março de 2006, A administração pública direta corresponde à entidade
acabou com o instituto denominado verticalização, ou política (unidade-federada) centralizada, já a administração
seja, a obrigação de que as coligações de âmbito nacional pública indireta compõe-se das entidades descentralizadas.
encontrassem paralelo nas coligações feitas no âmbito es- A Constituição Federal estabeleceu cinco princípios
tadual, municipal e distrital. Essa regra, apesar de constituir expressos (não significa que outros não existam) a serem
importante norma de moralização do sistema partidário, obedecidos pela administração pública. São eles: legalida-
impedindo a utilização do partido para efeitos eleitorais que de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
subvertessem as diferentes ideologias por eles defendidas, (L.I.M.P.E).
limitava a atuação dos partidos, o que levou o Congresso
Nacional a promulgar a EC nº 52/2006, com a intenção de Atenção! Os concursos costumam trocar os princípios
que ela tivesse validade para as eleições que ocorreriam no acima, como impessoalidade por isonomia. Mas é preciso
mesmo ano. ficar atento, pois, embora possuam conceitos muito próxi-
A tentativa de fazer com que a verticalização já se extinguis- mos, às vezes, a questão exige a literalidade do dispositivo.
se no ano de 2006 feria o art. 16 da Constituição Federal, que
prevê o princípio da anterioridade da lei eleitoral, o que foi reco-
Vejamos o conceito de cada um:
nhecido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI
• Legalidade: a noção de legalidade para a administração
nº 3.685/DF–STF, em que se entendeu que o § 1º do art. 17
pública pode ser bem resumida na expressão usada pelo
alterava profundamente o processo eleitoral em nosso País,
direito administrativo: o particular pode fazer tudo aquilo
razão pela qual somente deve incidir sobre as eleições que
que não estiver vedado em lei, enquanto a administração
ocorram após um ano da sua inserção no texto constitucional. pública somente pode fazer o que determina o ordenamen-
to jurídico. Isso não significa que os cidadãos não estejam
Dispositivos Constitucionais submetidos à imperatividade das normas, pelo contrário,
ambos – Estado e sociedade – estão sob a sujeição da Cons-
TÍTULO II tituição e das leis infraconstitucionais. Contudo, o Estado tem
Noções de Direito

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS rigidamente controlada sua conduta de administrar, desde
............................................................................................. o Presidente da República até o mais modesto servidor.
CAPÍTULO V É uma forma de preservar o patrimônio público ao impor
Dos Partidos Políticos procedimentos de atuação.
O agente público tem o poder-dever de agir conforme o
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção ordenamento jurídico.
de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, Essa distinção é chamada por Hely Lopes Meirelles de cri-
o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fun- tério de subordinação à lei (o agente público somente pode

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
fazer o que a lei determina) e critério de não contradição A moralidade na administração pública deve ser vista
à lei (o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe). não só sobre o resultado, mas no procedimento realizado
para alcançá-lo.
Cuidado! Pelo princípio da legalidade, a conduta do agente
público não precisa estar descrita totalmente na lei. É o • Publicidade: o agente público deve agir com transpa-
que acontece nos atos discricionários, em que a lei confere rência, fazendo com que os administrados (cidadãos) tomem
certa margem de liberdade de atuação, segundo um juízo conhecimento (ciência/informação) dos atos praticados.
de conveniência e oportunidade do agente público, obser- Como exemplos, podem ser citados: o oferecimento de
vados os parâmetros fixados no ordenamento jurídico. certidões quando requeridas; a publicação dos contratos
Exemplo: quando o município concede permissão de uso celebrados pela administração pública na Imprensa Oficial,
de bem público para que seja realizada uma festa de bairro. dentre outros meios.
Esse princípio representa uma forma de tornar possível
Caso o agente público venha a desrespeitar o princípio a fiscalização dos atos (e contratos) públicos pela sociedade
da legalidade, estará sujeito à responsabilidade disciplinar e órgãos oficiais de controle, assim como uma forma de
(administrativa), civil e criminal, conforme o caso. se exigir da sociedade e do Estado o cumprimento dos co-
A doutrina faz uma distinção decorrente do princípio mandos administrativos, já que, após a publicidade, não há
da legalidade. justificativa para alegação de desconhecimento da existência
– princípio da legalidade em sentido estrito: nos termos de determinado ato administrativo.
explicados acima; Em curtas palavras, o dinheiro público é do povo, que tem
– princípio da reserva de lei: quando a Constituição direito a saber o que está sendo feito com as verbas públicas.
faz referência à determinada matéria que venha a ser re­
gulamentada por certa espécie legislativa, ou seja, o assunto Atenção! O princípio da publicidade pode sofrer exceções,
X deve ser tratado por meio de lei ordinária, ou que o tema considerando que os princípios, de uma maneira geral, não
Y deve ser abordado por meio de lei complementar. são rígidos em sua aplicação. A doutrina aponta a situação
na qual o direito à informação sobre atos administrativos
• Impessoalidade: por este princípio, o agente público pode acarretar insegurança nacional. Por isso, deve haver
deve conduzir suas atividades de forma genérica e abstrata, uma ponderação de interesses: informação x segurança.
sem visar interesses pessoais próprios ou de terceiros. Ou Mas, a regra é de publicidade dos atos públicos.
seja, a administração pública não pode agir com o intuito de
beneficiar ou prejudicar pessoas ou grupos. A impessoalida- • Eficiência: este princípio foi incorporado via emenda
de representa o interesse público, e a pessoalidade significa constitucional (EC nº 19/1998). Significa agilidade, sem
o interesse particular (subjetivo). desperdício de dinheiro público, ao tempo em que venha
Nada impede, contudo, que em determinadas situa­ atender ao interesse do bem comum. Deve ser visto como
ções o interesse público também represente um interesse qualidade no serviço público, ou seja, celeridade com resul-
particular, como ocorre, por exemplo, nos casos de contratos tado satisfatório.
entre particulares e administração pública para realização O administrador deve obter um bom resultado, com o
de uma obra. O que não pode acontecer, nesse exemplo, é menor custo possível.
eleger uma empresa (particular) sem a licitação necessária
– concorrência pública. Observações:
a) Os atos que venham a violar os princípios nortea­dores
Atenção! O fato de haver políticas públicas voltadas para da administração pública podem caracterizar improbidade
o desenvolvimento de determinado setor econômico, ou administrativa. Importarão como penalidades: a suspen-
mesmo políticas públicas sociais direcionadas para certas são dos direitos políticos, a perda da função pública, a
regiões, não significa, necessariamente, violação ao princípio indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
da impessoalidade, pois se estiver em consonância com o na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
princípio da igualdade (isonomia) – tratar os iguais de forma ação penal cabível.
igualitária e os desiguais de forma desigual na medida de sua b) Os cidadãos, usuários dos serviços públicos, têm o
desigualdade – não haverá afronta à norma constitucional. direito de reclamar indenização das pessoas jurídicas de
direito público e das de direito privado prestadoras de
serviços públicos, pelos danos que seus agentes, nessa
• Moralidade: o agente público deve atuar com hones- qualidade, causarem, assegurado o direito de regresso
tidade, lealdade, retidão, integridade, boa-fé, norteando-se contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
pelos princípios éticos e morais. A aplicação do princípio da
moralidade ao agente público deve ser revestida de boa Estrutura da Administração Pública
administração (bom administrador), buscando as melhores
condutas gerenciais. Administração Pública direta: União, Estados-Mem­bros,
O princípio da moralidade administrativa, que deve Distrito Federal e Municípios.
reger a atuação do poder público, confere substância e dá
expressão a uma pauta de valores éticos sobre os quais A Administração Pública direta foi objeto de estudo no
Noções de Direito

se funda a ordem jurídica do Estado. Nesse contexto, a capítulo pertinente à organização político-administrativa.
inobservância do referido princípio pode configurar impro‑
bidade administrativa e acarretar, para o agente público, a Administração Pública indireta: Autarquias, Fundações,
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
sem prejuízo da ação penal cabível, se sua conduta confi‑ • Autarquias: segundo Maria Sylvia Di Pietro, é a pessoa
gurar, também, a prática de ato tipificado como crime.115 jurídica de direito público, criada por meio de lei, com aptidão
Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010.
115 de autoadministração, para o desempenho de serviço público

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
descentralizado, mediante controle administrativo exercido A Constituição prevê que a administração pública direta
nos limites da lei. Um exemplo é o Instituto Nacional do e indireta venha a oferecer condições, re­gulamentadas por
Seguro Social – INSS; ou o Instituto Nacional de Colonização lei, para a participação do usuário (cidadão), especialmente:
e Reforma Agrária – INCRA. • reclamações relativas à prestação de serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendi-
• Fundações: podem ser de direito privado ou de direito mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna,
público. As fundações de direito privado são entes dotados da qualidade dos serviços;
de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucra- • acesso dos usuários a registros administrativos e às
tivos, com patrimônio próprio. Têm o intuito de desenvolver informações sobre atos de governo, observado o disposto
atividades em que não seja necessária a execução por órgão no art. 5º, X e XXXIII;
ou entidade de direito público. Como exemplo, temos a • disciplina da representação contra o exercício negligen-
Fundação Roberto Marinho. As fundações também podem te ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração
ostentar natureza jurídica de direito público, assemelhando- pública.
-se às autarquias. Um exemplo é a Fundação Universidade
de Brasília. Dispositivos Constitucionais
• Empresas públicas: possuem personalidade jurídica TÍTULO III
de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclu- DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
sivamente público. São criadas para exploração de atividade .............................................................................................
econômica ou prestação de serviço, em razão da necessária CAPÍTULO VII
intervenção do poder público, principalmente como forma Da Administração Pública
de fomentar determinado setor. Como exemplo, pode-se
citar a Caixa Econômica Federal e a Empresa Brasileira de Seção I
Correios e Telégrafos. Disposições Gerais
• Sociedades de economia mista: assim como as empresas
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
públicas, possuem personalidade jurídica de direito privado,
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
tendo como objetivo a exploração de atividade econômica,
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali-
sob a forma de sociedade anônima. Constitu­i-se por parte
dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
do capital público e parte do capital privado, ou seja, colabo-
e, também, ao seguinte116:
ração do Estado e do particular. Pode-se citar como exemplo
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
a Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A) e o Banco do Brasil S.A.
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei117;
Segundo a Constituição, somente por lei específica pode-
II – a investidura em cargo ou emprego público depende
rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
de aprovação prévia em concurso público de provas ou
pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
de provas e títulos118, de acordo com a natureza e a com-
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
áreas de sua atuação.
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
• Autarquia: lei específica cria a autarquia. em lei de livre nomeação e exoneração;
• Empresas públicas, sociedade de economia mista III – o prazo de validade do concurso público será de até
e fundação: lei específica autoriza a criação dessas dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
entidades. IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital
de convocação, aquele aprovado em concurso público de
Depende de autorização legislativa, em cada caso, a provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
criação de subsidiárias das entidades mencionadas ante- sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego,
riormente, assim como a participação de qualquer delas em na carreira119;
empresa privada. V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente
A Administração Pública direta e indireta, como regra, por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
deve fazer licitação para contratação de obras, serviços, comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
compras e alienações, que assegure igualdade de condições nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas assessoramento120;
da proposta, nos termos da lei. A licitação exigirá somente VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre
a qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia associação sindical;
do cumprimento das obrigações. VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos
A licitação corresponde ao processo de concorrência para limites definidos em lei específica;
Noções de Direito

que a administração pública realize, de forma impessoal, a


contratação de obras, serviços, compras e alienações. 116
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
Judiciário/2013, Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012 e Cespe/Anac/
A administração pública não pode se valer da publicidade Técnico Administrativo/2012.
de seus atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 117
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
órgãos públicos, constando nomes, símbolos ou imagens que Nacional de Defesa Civil/2012.
118
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
caracterizem promoção pessoal de autoridade e servidores vil/2012.
públicos. A publicidade deve ter caráter educativo, informa- 119
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
vil/2012.
tivo ou de orientação social. 120
Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos XIX  – somente por lei específica poderá ser criada
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
os critérios de sua admissão; de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
determinado para atender a necessidade temporária de sua atuação124;
excepcional interesse público; XX – depende de autorização legislativa, em cada caso,
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio a  criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em empresa privada;
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na XXI – ressalvados os casos especificados na legislação,
mesma data e sem distinção de índices; as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, mediante processo de licitação pública que assegure igual-
funções e empregos públicos da administração direta, autár- dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
quica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o  qual
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remu- econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
neratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas obrigações;
as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados,
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Minis- do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
tros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carrei-
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no ras específicas, terão recursos prioritários para a realização
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e com o compartilhamento de cadastros e de informações
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos fiscais, na forma da lei ou convênio.
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educa‑
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
tivo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos125.
Defensores Públicos;
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res-
do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos
ponsável, nos termos da lei.
pelo Poder Executivo;
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quais- § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usu-
quer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração ário na administração pública direta e indireta, regulando
de pessoal do serviço público121; especialmente:
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor I  – as reclamações relativas à prestação dos serviços
público não serão computados nem acumulados para fins de públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
concessão de acréscimos ulteriores; de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e interna, da qualidade dos serviços;
e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a
nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, informações sobre atos de governo, observado o disposto
153, III, e 153, § 2º, I; no art. 5º, X e XXXIII;
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos pú- III  – a disciplina da representação contra o exercício
blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. administração pública.
a) a de dois cargos de professor122; § 4º Os atos de improbidade administrativa importa‑
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
científico; pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissio- erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
nais de saúde, com profissões regulamentadas; da ação penal cabível126.
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilí-
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, citos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e socieda- causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações
des controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; de ressarcimento.
XVIII  – a administração fazendária e seus servidores § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
Noções de Direito

fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e juris‑ privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
dição, precedência sobre os demais setores administrativos, danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-
na forma da lei123; ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
121
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012. 124
Assunto cobrado na prova da Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.
122
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria 125
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
Nacional de Defesa Civil/2012. vil/2012.
123
Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012. 126
Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao O Estado de Defesa e o Estado de Sítio
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. O estado de defesa e o estado de sítio são medidas que
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira podem ser tomadas visando à superação de uma situação
dos órgãos e entidades da administração direta e indireta excepcional que esteja prejudicando o País. Como sabemos,
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado en- os direitos e garantias individuais findam por enfraquecer
tre seus administradores e o poder público, que tenha por o Estado, já que coloca freios em sua atuação. Quando há
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou uma situação excepcional em que é necessário um Estado
entidade, cabendo à lei dispor sobre: fortalecido, como na hipótese de guerra, mostra-se essencial
I – o prazo de duração do contrato; impor limitações a liberdades e direitos individuais e cole-
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, tivos, de modo a possibilitar o restabelecimento da ordem
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; sob o ponto de vista interno ou internacional. Nesse caso,
III – a remuneração do pessoal. a legalidade normal dá espaço a uma legalidade extraordi-
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públi- nária, que possibilita a adoção de medidas inimagináveis em
cas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, uma situação ordinária.
que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Vejamos quais são as hipóteses de cabimento dessas
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de medidas e suas consequências.
pessoal ou de custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de Estado de Defesa
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 O estado de defesa será decretado para preservar ou
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, prontamente restabelecer, em locais restritos e determina-
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constitui- dos, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave
ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados e iminente instabilidade institucional ou atingidas por ca-
em lei de livre nomeação e exoneração. lamidades de grandes proporções na natureza.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites re- O decreto presidencial deverá definir: I) duração da medida;
muneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, II) áreas abrangidas; III) medidas coercitivas que devem vigorar.
as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. Após a decretação do estado de defesa, o ato será sub-
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste metido com a respectiva justificação, dentro de 24 horas,
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, ao Congresso Nacional, que decidirá, por maioria absoluta,
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constitui- dentro do prazo de dez dias contados do recebimento do
ções e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos ato. Caso o Congresso Nacional rejeite o decreto, cessará
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado imediatamente o estado de defesa.
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do A medida terá duração não superior a trinta dias, po-
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dendo ser prorrogada apenas uma vez, por igual período.
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Poderão ser adotadas as seguintes medidas:
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. • Restrição aos direitos de:
Art. 38. Ao  servidor público da administração direta, – reunião (ainda que exercida no seio das associações);
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, – sigilo das comunicações (correspondência, comunica-
aplicam-se as seguintes disposições: ção telegráfica e telefônica).
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou • Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos,
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; na hipótese de calamidade pública. Nessa hipótese, a União
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do será responsável pelos danos e custos decorrentes127.
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela Durante a vigência do estado de defesa, será possível
sua remuneração; a prisão por crime contra o Estado, que será determinada
III – investido no mandato de Vereador, havendo compa- pelo executor da medida.
tibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, Nessa hipótese de prisão, o juiz competente deve ser
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo imediatamente comunicado, podendo relaxar a prisão se
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a ilegal. A comunicação da prisão será acompanhada de decla-
norma do inciso anterior; ração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o no momento de sua autuação.
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será Faculta-se ao preso o requerimento de exame de corpo
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção de delito à autoridade policial. Ao preso também há a prer-
por merecimento; rogativa de não ficar incomunicável, bem como a de não
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de ficar preso ou detido por prazo superior a dez dias, exceto
afastamento, os  valores serão determinados como se no quando houver decisão judicial.
exercício estivesse.
Estado de Sítio
Noções de Direito

DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES


O estado de sítio, que configura medida mais gravosa,
DEMOCRÁTICAS será decretado nas seguintes hipóteses:
No título ora tratado, a Constituição do Brasil institui um • comoção grave de repercussão nacional;
verdadeiro sistema constitucional das crises, composto pelas • ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de
situações de estado de exceção (Estado de Defesa e Estado medida tomada durante o estado de defesa;
de Sítio), bem como pela possibilidade de intervenção das Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
127

Forças Armadas e do sistema de Segurança Pública. vil/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• declaração de estado de guerra ou resposta à agressão ca, em mensagem ao Congresso Nacional, com especifica-
armada estrangeira. ção e justificação das providências adotadas, com relação
Sua decretação também será feita pelo Presidente da nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
República. Nesse caso, porém, devido à relevância da me- Ainda que cessado o estado de defesa ou o estado de
dida, deverá ser solicitada autorização prévia do Congresso sítio, será possível a responsabilização dos executores ou
Nacional, relatando os motivos para a decretação ou a sua agentes pelos ilícitos cometidos durante a medida.
prorrogação. Nesse caso, a autorização será concedida ape-
nas se aprovada por maioria absoluta. Dispositivos Constitucionais
O decreto presidencial indicará:
• duração da medida; TÍTULO V
• normas necessárias a sua execução; DA DEFESA DO ESTADO E
• garantias constitucionais que ficarão suspensas. DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
Depois de publicado, o Presidente da República designará CAPÍTULO I
o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. Do Estado de Defesa e Do Estado de Sítio
A duração do estado de sítio será de até trinta dias,
podendo ser prorrogável, cada vez, por prazo não superior Seção I
a esse período. No caso de declaração de estado de guerra Do Estado de Defesa
ou resposta à agressão armada estrangeira, o estado de sítio
será decretado por todo o tempo que perdurar a situação Art. 136. O  Presidente da República pode, ouvidos o
motivadora. Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
No caso de estado de sítio decretado por comoção gra- decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
ve ou ineficácia do estado de defesa, somente podem ser restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
tomadas as seguintes medidas: pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente
• obrigação de permanência em localidade determinada; instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de
• detenção em edifício não destinado a acusados ou grandes proporções na natureza.
condenados por crimes comuns; § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determi-
• restrições relativas à inviolabilidade da correspondên- nará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem
cia, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas
e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
da lei. Essas restrições não se aplicam, porém, à  difusão I – restrições aos direitos de:
de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa;
b) sigilo de correspondência;
• suspensão da liberdade de reunião;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
• busca e apreensão em domicílio;
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços pú-
• intervenção nas empresas de serviços públicos;
blicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a
• requisição de bens.
União pelos danos e custos decorrentes.
Na listagem acima foram destacadas aquelas medidas
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será
que possuem identidade ou semelhança com as também
superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez,
adotadas no estado de defesa.
por igual período, se persistirem as razões que justificaram
a sua decretação.
Disposições Gerais
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo
Em ambos os casos que acabamos de tratar, o Conselho
executor da medida, será por este comunicada imediatamente
da República e o Conselho de Defesa Nacional deverão ser
ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao
ouvidos previamente.
No caso de decretação de estado de defesa ou pedido preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
de decretação de estado de sítio, se o Congresso estiver de II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela
recesso, será obrigado a se reunir extraordinariamente em autoridade, do estado físico e mental do detido no momento
cinco dias. Durante a vigência do estado de defesa ou das de sua autuação;
medidas coercitivas do estado de sítio, o Congresso Nacional III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá
deve permanecer em funcionamento. ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder
Ouvidos os líderes partidários, a  Mesa do Congresso Judiciário;
Nacional designará comissão composta de cinco de seus IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.
membros para acompanhar e fiscalizar a execução das me- § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação,
didas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas,
Compete ao Poder Judiciário realizar o controle sobre submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso
Noções de Direito

os atos praticados durante tais medidas, de forma a evitar Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
abusos. Não compete ao Judiciário, porém, em respeito à § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será
separação dos Poderes, estabelecer juízo quanto à oportuni- convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
dade e à conveniência no tocante aos motivos da decretação § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de
do estado de defesa ou do estado de sítio. dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar
Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
também seus efeitos, hipótese em que as medidas aplicadas § 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da Repúbli- de defesa.

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Seção II Congresso Nacional, com especificação e justificação das
Do Estado de Sítio providências adotadas, com relação nominal dos atingidos
e indicação das restrições aplicadas.
Art. 137. O  Presidente da República pode, ouvidos o
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
SEGURANÇA PÚBLICA
solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o
estado de sítio nos casos de: Busca garantir a todos os cidadãos a proteção de seus di-
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência reitos, individuais e sociais, proporcionando um convívio social
de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada mais harmônico. É dever do Estado manter uma segurança
durante o estado de defesa; pública, assim como é direito e responsabilidade de todos os
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão cidadãos manter a ordem pública e a salvaguarda das pessoas
armada estrangeira. e do patrimônio. Isso significa que as pessoas não são obrigadas
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar a manter a segurança pública, sob pena de regresso à vingança
autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorroga- privada, mas revela que é imprescindível a participação dos
ção, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo cidadãos no cumprimento das leis e no respeito ao próximo,
o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. fomentando a consciência de cidadania na sociedade.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua du- A segurança pública brasileira pode ser preventiva, de na-
ração, as normas necessárias a sua execução e as garantias tureza administrativa, ou judiciária, de natureza repressiva.
constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publi- • Preventiva: é aquela que atua no sentido de evitar a
cado, o Presidente da República designará o exe­cutor das prática de condutas delituosas. Função administrativa de
medidas específicas e as áreas abrangidas. manter a tranquilidade pública, evitando a prática de ilícitos
§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá (Polícia administrativa).
ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de • Judiciária: é aquela que visa descobrir a autoria de in-
cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser frações criminais já praticadas. Função de investigar os delitos
decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a praticados, no sentido de embasar uma futura ação penal, se for
agressão armada estrangeira. o caso. É importante dizer que o termo Judiciária aqui empre-
§  2º Solicitada autorização para decretar o estado de gado não significa propriamente que a Polícia exerce função
sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Sena- judiciária, exclusiva do Poder Judiciário (Polícia judiciária).
do Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Órgãos da Segurança Pública
Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim I – Polícia Federal;
de apreciar o ato. II – Polícia Rodoviária Federal;
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funciona- III – Polícia Ferroviária Federal;
mento até o término das medidas coercitivas. IV – Polícias Civis;
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com V – Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares.
fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra
as pessoas as seguintes medidas: Esfera de Segurança Pública
I – obrigação de permanência em localidade determinada; • nível federal: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal
II – detenção em edifício não destinado a acusados ou e Polícia Ferroviária Federal;
condenados por crimes comuns; • nível estadual: Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de
III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, Bombeiros;
ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à • nível municipal: Guarda Municipal.
liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV – suspensão da liberdade de reunião; Polícia Federal: é organizada em carreira e tem natureza
V – busca e apreensão em domicílio; de polícia preventiva e repressiva. A Polícia Federal tem como
VI – intervenção nas empresas de serviços públicos; atribuição evitar a prática de ilícitos penais, apurar as infrações
VII – requisição de bens. penais praticadas, especialmente, contra bens, serviços e inte-
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a di- resses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
fusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas públicas, assim como os crimes de repercussão interestadual,
Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. internacional ou que exigem repressão uniforme. A polícia
judiciária no âmbito federal é de sua exclusividade. Incluem-
Seção III -se, portanto, nessas atribuições, prevenir e reprimir o tráfico
Disposições Gerais de entorpecentes e drogas afins, o contrabando; policiar os
aeroportos, mares e as fronteiras do País, entre outras.
Art. 140. A  Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os Polícia Rodoviária Federal: tem a função de patrulhar
líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de as rodovias federais, tanto para evitar acidentes como para
seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das
Noções de Direito

impedir a prática de crimes.


medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. Polícia Ferroviária Federal: tem a função de patrulhar
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, as ferrovias federais.
cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabili- Polícia Civil: é o exercício da Polícia Judiciária, ou seja,
dade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. apuração de infrações cometidas, exceto as infrações mili-
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o tares e aquelas reservadas à Polícia Federal.
estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão Polícia Militar: tem a função de repressão, ou seja, im-
relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao pedir a prática de infrações.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Corpo de Bombeiros: tem a função de executar ativida- § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
des de defesa civil, especialmente o combate a incêndios organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
e acidentes128. destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
* As Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares rodovias federais130.
são forças auxiliares e reserva do Exército, podendo atuar § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
externamente em caso de guerra declarada. organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
Guarda Municipal: os Municípios poderão constituir destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
Guardas Municipais destinadas à proteção de seus bens, ferrovias federais.
serviços e instalações. É importante dizer que muitos mu- § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia
nicípios têm se utilizado da Guarda Municipal como polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,
repressiva. Contudo, tal atividade não se reveste de emba- as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
samento constitucional. penais, exceto as militares.
* A remuneração dos servidores policiais será feita por § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
representação ou outra espécie remuneratória. execução de atividades de defesa civil.
A EC nº 82/2014 inseriu no capítulo da Segurança Pública § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros mi­litares,
previsão expressa acerca da segurança viária, exercido por forças auxiliares e reserva do Exército, subor­dinam-se, junta-
órgãos ou entidades executivos e agentes de trânsito no mente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados,
âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. do Distrito Federal e dos Territórios.
Tais carreiras, estruturadas em Carreira, são responsáveis § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento
pela preservação da ordem pública e da incolumidade das dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas, por meio de a garantir a eficiência de suas atividades.
políticas que envolvam educação, engenharia e fiscalização § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
de trânsito. destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
conforme dispuser a lei.
Dispositivos Constitucionais § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes
dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma
TÍTULO V do § 4º do art. 39.
DA DEFESA DO ESTADO E DAS § 10. A segurança viária, exercida para a preservação
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
............................................................................................. patrimônio nas vias públicas:
CAPÍTULO III I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de
Da Segurança Pública trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que asse-
gurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal
e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades exe-
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do pa- cutivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira,
trimônio, através dos seguintes órgãos: na forma da lei. (Parágrafo e incisos acrescidos pela Emenda
I – Polícia Federal; Constitucional nº 82, de 16/7/2014)
II – Polícia Rodoviária Federal; ...................................................................................................
III – Polícia Ferroviária Federal;
IV – Polícias Civis; Saulo Fontana / Raquel Mendes de Sá Ferreira
V – Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
§ 1º A Polícia Federal, instituída por lei como órgão per- DIREITO PENAL
manente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se a: Teoria Geral do Crime
I – apurar infrações penais contra a ordem política e
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da O que é Crime?
União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão a) Conceito material  – Conduta humana que lesa ou
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, expõe a perigo bens jurídicos tutelados.
segundo se dispuser em lei; b) Conceito formal – Conduta humana proibida por lei,
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e com cominação de pena.
drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da c) Conceito analítico – Analisa cada um dos elementos
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas do crime, sem que com isso se queira fragmentá-lo, já que
áreas de competência;
Noções de Direito

o crime é um todo unitário e indivisível.


III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária
e de fronteiras; Deve-se considerar duas visões:
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia • bipartida: o crime é um fato típico e antijurídico;
judiciária da União129. • tripartida: o crime é um fato típico, antijurídico e
culpável.
128
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012.
129
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/2012. Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/2012.
130

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A visão bipartida considera a culpabilidade um mero pressu- Diferença entre Crime e Contravenção Penal
posto para aplicação da pena, por isso a exclui de seu conceito.
Já a visão tripartida inclui a culpabilidade em seu conceito. Contravenção
Adotaremos, então, a  Teoria Tripartida, que é a mais
aceita pela doutrina. É um crime anão, um pequeno crime no sentido de
Conceito de crime a partir da Teoria Tripartida. ferir patrimônio jurídico de menor reprovabilidade ante a
sociedade. Em suma, definido apenas como um crime anão.
Quadro Esquemático Para Nélson Hungria, as contravenções, por serem infrações
menos graves que os crimes, ofendem bens jurídicos não tão
importantes quanto os protegidos ao se tipificar um crime.
Antijurídico As contravenções penais são infração de menor potencial
Fato Típico Culpável
(ilícito) ofensivo (suas penas isoladamente não excedem a dois anos),
(Elementos) (Elementos)
(Excludentes) portanto, são da competência dos Juizados Especiais. Elas são
Conduta. Estado de necessi- Imputabilidade. infrações de ação penal pública incondicionada (não neces-
dade. sitam de representação como condição de procedibilidade
Resultado. Legítima defesa. Potencial consciência para a propositura da ação penal).
da ilicitude. O Brasil adotou o sistema dicotômico, sendo que as infra-
Nexo causal. Estrito cumprimen- Exigibilidade de condu- ções penais se classificam em crimes (ou delitos) e contraven-
to de dever legal. ta diversa. ções. Nos crimes ocorre uma lesão ou um perigo concreto/
Tipicidade. Exercício regular de objetivo, ou seja, a probabilidade de ocorrência de uma lesão,
direito. nas contravenções penais há apenas um perigo subjetivo, ou
seja, aquele abstrato, mera representação mental.
O fato típico é composto dos seguintes elementos: con- As contravenções penais não admitem tentativa. É o que
duta (dolosa/culposa, omissiva/comissiva), resultado (para se depreende do art. 4º da LCP (Lei de Contravenções Pe-
os crimes materiais – aqueles que dependem do resultado nais). O legislador adotou esse critério por política criminal,
para se consumarem), nexo de causalidade (elo entre a em virtude da pequena potencialidade lesiva da tentativa
conduta e o resultado) e a tipicidade (formal – subsunção de contravenção.
O art. 7º da LCP traz:
do fato à norma; conglobante – que é a tipicidade formal
associada à tipicidade material, ou seja, leva-se em conside-
verifica-se a reincidência quando o agente pratica
ração o princípio da insignificância). uma contravenção depois de passar em julgado a
A ilicitude refere-se à relação de contrariedade ao orde- sentença que tenha condenado, no Brasil ou no
namento jurídico. Por exclusão, lícita será toda conduta em estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
que o agente tiver atuado sobre o amparo das excludentes de motivo de contravenção.
ilicitude previstas no Código Penal, a saber: legítima defesa,
estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal No que se refere à conversão da pena de multa (caso não
e o exercício regular de direito. Ainda, segundo a doutrina, fosse paga) em prisão simples, a legislação atual já não mais
existe uma causa supralegal como excludente de ilicitude, permite, embora fosse esse o teor do art. 9º da LCP. Contudo,
que é o consentimento do ofendido, contudo, este requer foi ele revogado pela Lei nº 9.268/1996. O referido artigo
que o ofendido tenha capacidade para consentir, que o bem trazia que a multa era convertida em prisão simples, de acor-
sobre o qual recaia a conduta do agente seja disponível e do com o que dispõe o Código Penal sobre a conversão de
que o consentimento tenha sido dado anteriormente ou multa em detenção. Todavia, a lei aqui mencionada, alterou
simultaneamente ao ato. a redação do art. 51 do CP estabelecendo que, “transitada
A culpabilidade, que é um juízo de reprovação pessoal em julgado a sentença penal condenatória, a  multa será
que se faz sobre a conduta do agente, para a teoria finalis- convertida em dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas da
ta, é composta dos seguintes elementos: a imputabilidade, legislação relativa à dívida da Fazenda Pública, inclusive no
a potencial consciência da ilicitude do fato e a exigibilidade que concerne às causas interruptivas e suspensivas da pres-
de conduta diversa. crição”. Resumindo, hoje não existe mais no CP a conversão
de multa em detenção e, reflexamente, também não mais
existe a citada conversão para prisão simples no caso das
Objeto de um Crime contravenções penais. É o que ensina Vítor E. Rios Gonçalves.
Traz, também, o art. 8º da LCP:
Pode-se afirmar que o objeto é aquilo sobre o que incide
a conduta delituosa. Ele se divide em: no caso de ignorância ou de errada compreensão da
a) jurídico: é o bem ou interesse protegido pela norma; lei, quando escusáveis (aquele em que qualquer pes-
Exemplo: homicídio (vida) e furto (patrimônio). soa comum incorreria, nas mesmas circunstâncias),
b) material: é a pessoa, coisa ou interesse sobre a qual a pena pode deixar de ser aplicada.
recai a conduta do agente.
Há entendimento de que este artigo foi revogado desde 1984
Sintetizando, temos como um dos exemplos o crime de com a reforma do CP, que trouxe o erro de proibição, se ine-
vitável, como causa de exclusão da culpabilidade, devendo o
Noções de Direito

furto, em que o objeto jurídico seria o patrimônio e o objeto


réu ser absolvido. Como o referido artigo faz alusão a crime,
material seria a coisa furtada. Pode haver coincidência entre que é infração mais grave que contravenção, seria injusto
esses objetos quando ocorre, por exemplo, o homicídio, pois que nas contravenções, infrações de menor gravidade, não
o homem é objeto material e também o titular do objeto se aplicasse o referido princípio.
jurídico lesionado, ou seja, a vida. A regra é que inexistindo Finalmente, quanto às penas previstas para as contra-
objeto material, surge o crime impossível. Contudo, pode venções penais, o art. 5º da LCP traz prisão simples e multa,
haver crime sem objeto material, nos casos de ato obsceno que poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativamente.
ou falso testemunho, por exemplo. A prisão simples é aquela cumprida, sem rigor penitenciário,

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em cadeia pública, no regime semiaberto ou aberto, ficando 8. Crime especial ou próprio: para a sua existência é ne-
o preso separado dos condenados a pena de detenção ou cessário que o agente detenha alguma condição específica,
reclusão, penas estas aplicadas aos praticantes de crime e sem a qual inexiste o crime. Exemplo: a condição de funcio-
não de contravenção. nário público para a prática do crime de corrupção passiva.
9. Crime de mão própria: essa espécie de crime poderá
Diferenças básicas entre Crime e Contravenção ser praticada por qualquer pessoa, desde que o faça dire-
tamente, sendo incabível a autoria imediata. É impossível a
coautoria, podendo haver, porém, a participação.
Crime Contravenção A título de exemplo: Túlio, em razão de seu casamento
1. Pune as condutas mais 1. Pune as condutas menos com Maria, declarou no cartório de registro de pessoas
graves. graves. naturais que era divorciado, sendo o matrimônio com Maria
2. Punido com pena de reclu- 2. Punida apenas com pena consumado. Entretanto, Túlio era casado com Claudia, mas
são ou pena de detenção, de prisão simples ou multa. estavam separados de fato há muitos anos. Serviram como
podendo haver a multa 3. Tem caráter preventivo, testemunhas Joana e Paulo, primos de Túlio, que tinham
cumulativa ou alternativa. visando à lei das contraven- conhecimento do casamento e da separação de fato deste
3. Tem caráter repressivo, ções penais a coibir condu- com Claudia. Assim pode-se afirmar que se trata de crime
situando o direito somente tas conscientes que possam próprio, sendo coautores Joana e Paulo, primos de Túlio.131
após a ocorrência do dano trazer prejuízo a alguém. 10. Crime preterdoloso ou preterintencional: em linhas
a alguém. 4. Só é cabível a Ação Penal gerais, são os crimes qualificados pelo resultado. O agente
4. São possíveis todos os tipos Pública Incondicionada. não pretende o resultado que alcança; entretanto, por culpa,
de ações penais. 5. Cometido no exterior, não produz resultado além do desejado. É necessária a vontade
5. Cometido no exterior pode pode ser punido no Brasil. (dolo). Exemplo: lesões corporais seguidas de morte.
ser punido no Brasil. 6. A tentativa não é punida. Poderia ser assim também dissertado: é o crime no qual
6. É punível a tentativa. 7. Limite máximo de cumpri- o resultado lesivo vai além daquele pretendido pelo agente.
7. Limite máximo de cumpri- mento da pena: 5 anos. Este visa a um determinado ato lesivo, mas o resultado ex-
mento da pena: 30 anos. 8. S e g u e o r i t o d a L e i cede o desejado. Há dolo no antecedente (conduta inicial)
8. Segue qualquer rito proces- nº 9.099/1995, Lei do Jui- e culpa no consequente (resultado final). Há um resultado
sual. zado Especial Criminal, agravador culposo após a conduta típica dolosa.
pois trata-se de conduta de
11. Crimes qualificados pelo resultado: segundo Rogério
menor potencial ofensivo.
Greco, o  crime será qualificado pelo resultado quando o
agente atua com dolo na conduta e dolo quanto ao resultado
Classificação dos Crimes do qualificador, ou dolo na conduta e culpa no que diz respei-
to ao resultado qualificador (que é o crime preterdoloso). No
1. Crime comissivo: resulta de um agir, de um fazer por crime qualificado pelo resultado existe dolo e dolo ou dolo
parte do agente, que alcança o resultado mediante uma e culpa, daí, pode-se afirmar que todo crime preterdoloso é
ação positiva. qualificado pelo resultado, mas nem todo crime qualificado
2. Crime omissivo: nasce de um não agir por parte do pelo resultado é preterdoloso. Caracteriza dolo e dolo a con-
agente, quando era seu dever agir. Independe de qualquer re- duta descrita como lesão corporal qualificada pela perda ou
sultado. É um típico crime de mera conduta. Em consequên­ inutilização de membro e dolo e culpa na conduta descrita
cia, não se admitem a tentativa e a coautoria. como lesão corporal qualificada pelo resultado do aborto.
3. Crime comissivo por omissão (omissivo impróprio): O crime será, ainda, qualificado pelo resultado quando hou-
ver culpa e culpa, como, por exemplo, causar lesão corporal
ocorre a omissão do agente que, por disposição legal, tem
a terceiro acidentalmente, que devido a elas, correr à vítima
o dever de se manifestar em determinadas situações, e sua risco de morte, ocorrendo a forma culposa tanto no tipo
omissão concorre para a ocorrência de uma ação criminosa. quanto no seu resultado, ou culpa e dolo, como, por exemplo,
Exemplo clássico é quando a mãe abandona o próprio filho no caso de o agente causar lesões corporais a terceiros sem
recém-nascido, provocando-lhe a morte. Essa classificação intenção, mas, propositalmente, deixar de prestar socorro.
só é admitida nos crimes materiais (crimes de resultado), 12. Crime simples: é aquele que apresenta apenas um
entretanto eles admitem a tentativa, mas não admitem a tipo penal, como no homicídio.
coautoria, sendo possível a participação. 13. Crime complexo: dá-se quando a conduta é tipificada
4. Crime material: é aquele em que a lei prevê a conduta pela fusão de mais de um tipo legal. São também chamados
e o respectivo resultado. Exemplo: furto. pluriofensivos por lesarem ou exporem a perigo de lesão mais
5. Crime formal: para a sua caracterização, exige-se ape- de um bem jurídico tutelado. Exemplo: latrocínio (roubo e
nas a ação, independentemente do resultado pretendido ser homicídio). Em outras palavras, é aquele no qual há a fusão
de dois ou mais tipos penais. O crime complexo tutela mais de
ou não alcançado. Exemplo: crime de extorsão. Como regra, um bem jurídico. O crime complexo pode existir, também, no
esta modalidade não admite tentativa, só ocorrendo quando caso em que um tipo serve como circunstância qualificadora
verificada a possibilidade de fracionamento da conduta. de outro. Exemplificam a fusão de dois ou mais tipos penais o
6. Crime de mera conduta: caracteriza-se com a simples crime de extorsão mediante sequestro (em que se conjuga o
conduta do agente que não deseja qualquer resultado. crime de extorsão e o crime de sequestro, que são dois tipos
Exemplo: crime de violação de domicílio. Em outras palavras, penais distintos), o roubo (que une o crime de furto ao crime
de violência corporal e/ou ao constrangimento ilegal, que tam-
Noções de Direito

é aquele em que o tipo penal somente prevê a conduta e com a


sua prática ocorre a consumação. Não há previsão de um resul- bém são tipos penais distintos). Exemplifica o segundo caso, ou
tado naturalístico. A consumação se dá com a ação prevista na seja, quando um tipo serve como circunstância qualificadora
norma. Ex.: porte ilegal de arma; violação de domicílio. Esses de outro o latrocínio (em que o homicídio qualifica o roubo).
Ressalte-se que o delito de latrocínio é crime hediondo e é
crimes não admitem tentativa e nem concurso de agentes.
julgado por juízes singulares, por não se tratar de crime doloso
7. Crime geral: pode ser praticado por qualquer pessoa, contra a vida, mas de crime contra o patrimônio.
não exigindo condição ou situação de seu agente. Exemplo:
furto. Funcab/PC-ES/Delegado de Polícia/2013.
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14. Crimes permanentes: o delito tem sua consumação seu intento, como no caso daquele que vai lesionando seu
por todo o tempo em que o bem jurídico tutelado está sendo desafeto gradativamente até levá-lo à morte. Note que neste
atacado, vindo a prolongar-se no tempo. Exemplo: crime de caso ele só irá responder por homicídio, já que este crime
cárcere privado. absorve o de lesões corporais (princípio da consunção).
15. Crime continuado: é a prática reiterada da mesma 28. Progressão criminosa: diferentemente do crime pro-
conduta típica considerada dentro de um lapso temporal que gressivo, nesse o agente busca atingir um resultado e o atinge,
caracterize a homogeneidade da conduta. O agente pratica sendo que, após conseguir realizar o seu intento, resolve
vários crimes, mas, por uma ficção jurídica, será punido violar outro bem jurídico protegido pela norma, produzindo
considerando-se uma só ação com a pena aumentada de um crime ainda mais grave, como querer lesionar alguém e,
um sexto a dois terços. após atingir esse objetivo, resolve matar a vítima. Observe que,
16. Crime plurissubjetivo: exige-se o concurso de pesso- mesmo tendo praticado dois delitos, irá o agente responder
as, ou seja, somente poderá ser praticado por duas ou mais apenas pelo mais grave (princípio da consunção), no caso, por
pessoas. Exemplo: formação de quadrilha. homicídio. O que diferencia a progressão criminosa do crime
17. Crime hediondo: são insuscetíveis de fiança, anistia, progressivo é que neste caso há um só crime; já, naquele, há
graça e indulto, mas admitem liberdade provisória, devendo dois crimes, daí ser chamado de progressão criminosa. Em
ainda a pena ser cumprida inicialmente em regime fechado, outras palavras, no crime progressivo existe apenas o crime
podendo, entretanto, haver progressão de regime após o fim, embora, para alcançá-lo, o agente tivesse que percorrer
cumprimento de 2/5 da pena (se o réu é primário) ou 3/5 um caminho que violasse bens jurídicos tutelados pelo orde-
(no caso de reincidência). É bom ressaltar ainda que para tais namento jurídico. Já na progressão criminosa, o agente pratica
crimes, a prisão temporária terá duração de 30 (trinta) dias, mais de um crime, querendo violar o ordenamento jurídico e,
prorrogáveis uma vez, por igual período, no caso de extrema não satisfeito, procura realizar outro delito, atingindo um outro
necessidade. São hediondos os crimes: bem jurídico tutelado e mais grave que o primeiro.
• homicídio simples, quando praticado em atividade 29. Crime falho: é o mesmo que tentativa perfeita ou
típica de grupo de extermínio, ainda que praticado por acabada, em que o agente esgota toda sua capacidade ofen-
um só agente; siva, mas que não produz nenhum resultado naturalístico.
• homicídio qualificado; 30. Crime exaurido: é o crime em que o agente o con-
• latrocínio; suma e, logo após, vem a agredir o mesmo bem jurídico,
• extorsão qualificada pela morte; lesionando-o, contudo, não representa irrelevante penal,
• extorsão mediante sequestro e na forma qualificada; como no caso de furtar um celular de alguém e, logo após,
• estupro; destruí-lo. Nessa situação, o agente só responderá pelo furto.
• estupro de vulnerável; 31. Crime unissubsistente: é aquele em que, com um
• epidemia resultando em morte; único ato, ele se perfaz, como no caso da injúria verbal.
• falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de 32. Crime plurissubsistente: é aquele em que, para se
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais; consumar, depende da realização de mais de um ato, como
• genocídio. no estelionato.
33. Crime vago: é aquele em que o seu sujeito passivo
18. Crimes putativos: quando o agente supõe estar pra- é a coletividade, por não ter personalidade jurídica, como
ticando uma conduta delituosa e, na realidade, os seus atos o ato obsceno.
não caracterizam crime. Há erro, blefe. 34. Crime multitudinário: é aquele cometido por tumul-
19. Crimes comuns: são aqueles que podem ser pratica- to, como o linchamento.
dos por qualquer pessoa. 35. Crime de opinião: é aquele decorrente do abuso de
20. Crimes próprios: para que existam, é necessário que liberdade de expressão, como o crime de injúria.
o agente detenha uma condição especial, como ser mãe em 36. Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: é
infanticídio, ou funcionário público em crimes de peculato, aquele em que o próprio tipo já o descreve de várias modali-
corrupção passiva etc. dades de realização, como no caso de induzimento, instigação
21. Crimes de perigo: são crimes que se consumam com ou auxílio ao suicídio.
a mera possibilidade de dano, basta que haja exposição do 37. Crime habitual: é todo aquele que só pode se con-
bem a perigo de dano, como no caso do crime de periclitação sumar se houver habitualidade na conduta.
da vida ou saúde de outrem. O perigo pode ser concreto, 38. Crime de ímpeto: é aquele cometido por um mo-
quando o próprio tipo exige a existência de uma situação mento de impulsividade.
de perigo efetivo, ou abstrato, em que a situação de perigo 39. Crime funcional: é aquele em que o sujeito ativo é
é somente presumida, como no caso do crime de quadrilha, funcionário público.
em que o agente será punido, mesmo que o bando não tenha
cometido um ilícito sequer. Infração Penal (arts. 13 a 22)
22. Crimes de dano: para que existam é necessário que
haja efetiva lesão ao bem jurídico protegido pela norma, Infração penal significa ofensa real ou potencial a um
como no caso de homicídio. bem jurídico, levando-se em consideração os elementos
23. Crime instantâneo: é aquele em que o seu momento subjetivos do tipo, a ilicitude e a culpabilidade.132
consumativo se dá num instante determinado, como no Em linhas gerais, infração penal se refere a crime, o qual
homicídio. pode ser conceituado sob dois aspectos: o material e o
24. Crimes instantâneos de efeitos permanentes: são formal ou analítico. No material, o crime se relaciona a um
comportamento humano voluntário ou descuidado, que lesa
aqueles que se consumam em um dado instante, mas os seus
Noções de Direito

ou expõe a perigo bens jurídicos colocando a coletividade


efeitos são permanentes, como no homicídio. ou sociedade em desarmonia. Sob o aspecto formal ou ana-
25. Crime principal: ele existe independentemente de lítico, o crime seria todo fato que subsumiria a uma norma
outro, como no furto. preestabelecida num ordenamento jurídico.
26. Crime acessório: é aquele que depende de outro para O Brasil adotou o sistema dicotômico, sendo que as infra-
existir, como o crime de receptação. ções penais se classificam em crimes (ou delitos) e contraven-
27. Crime progressivo: é aquele em que agente quer ções. Nos crimes ocorre uma lesão ou um perigo concreto/
atingir um resultado mais grave, mas, para atingi-lo, vai
praticando várias e sucessivas ações delituosas até atingir o Funcab/PC-ES/Escrivão de Polícia/2013.
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objetivo, ou seja, a probabilidade de ocorrência de uma lesão, um resultado. O fato típico era meramente descritivo.
nas contravenções penais há apenas um perigo subjetivo, ou Para um fato ser típico somente interessava quem
seja, aquele abstrato, mera representação mental. tinha causado o resultado e se este resultado estava
Para se atingir um ilícito penal, o agente normalmente previsto em lei. Se um suicida pulasse em frente a um
perfaz alguns caminhos a fim de obter uma meta delineada. carro e morresse, o motorista teria praticado um fato
A esse caminho dá-se o nome de iter criminis, que, nada mais típico. Na parte subjetiva do crime é que se discutiria
é do que o caminho percorrido pelo agente para a obtenção se houve intenção de matar ou não.
do resultado delituoso. O iter criminis é composto das se- • A ilicitude era objetiva, traduzida como a contrariedade
guintes fases: cogitação, preparação, execução, consumação ao Direito. Não havia a necessidade que o agente esti-
e exaurimento. vesse atuando com consciência da causa de exclusão
Pois bem, vamos voltar ao conceito de crime e passar a de ilicitude. Era definida por exclusão: todo fato típico
estudá-lo de forma pormenorizada, que é a chamada Teoria que não fosse acobertado por uma causa de exclusão
Geral do Crime. de ilicitude era um fato ilícito. Estávamos diante do
Lembrando o conceito de crime, segundo a teoria tri- injusto penal.
partida: • Assim, a ação era desgarrada de qualquer finalidade.
Se havia uma modificação no mundo exterior por
Fato Típico Antijurídico (Ilícito) Culpável obra da conduta, havia nexo de causalidade. Se este
(Elementos) (Excludentes) (Elementos) fato estivesse tipificado em lei havia fato típico. Se a
Conduta. Estado de necessidade. Imputabilidade. conduta não estivesse amparada por uma causa de
excludente de ilicitude, estávamos diante da parte
Resultado. Legítima defesa. Potencial consciên- objetiva completa de um crime.
cia da ilicitude. • A culpabilidade era psicológica, formada apenas: pela
Nexo causal. Estrito cumprimento Exigibilidade de finalidade do agente (dolo e a culpa) e a imputabi-
de dever legal. conduta diversa. lidade. Assim a ausência de dolo ou culpa excluía a
Tipicidade. Exercício regular de culpabilidade. O dolo era natural, formado de: vontade
Direito. e consciência de praticar os elementos do tipo.
Assim, a culpabilidade era concebida como o vínculo
Elementos ou Requisitos do Fato Típico psicológico que une o autor ao fato.133
• O erro de tipo excluía o dolo, sendo tratado como causa
Conduta: é a ação ou omissão, consciente e voluntária, de excludente de culpabilidade.
manifestada no mundo exterior, dirigida a uma finalidade. • Nesta fase a concepção bipartida de crime era incabí-
(CAPEZ). vel, uma vez que não se pode admitir um delito sem
O conceito de conduta evoluiu durante os séculos atra- dolo ou culpa. Como estes elementos se encontravam
vessando várias teorias quais sejam: Teoria Naturalista ou na culpabilidade, esta necessariamente deveria ser
Causal ou Clássica, Teoria NeoKantista ou Causal-Valorativa elemento do crime. Assim a teoria adotada era a Tri-
ou Neoclássica, Teoria Finalista, Teoria Social da Ação, Teoria partida.
Funcional e Teoria Constitucionalista do Delito (elaborada
por Luiz Flávio Gomes). b) Teoria Neokantista ou Causal-Valorativa ou Neoclássica
• É uma reação a teoria clássica, pois afirma que o
a) Teoria Naturalista ou Causal ou Clássica tipo penal não é somente descritivo de uma conduta
• Concebida no século XIX, por Liszt e Beling, perdurou reprovável. A definição de crime como composto de
até o século XX, com a chegada do finalismo. elementos puramente objetivo (fato típico e ilícito) e
• O momento histórico era o fim do absolutismo monár- elemento subjetivo (culpabilidade) é questionado.
quico e domínio do positivismo, em que havia forte • Em 1915, Mezger afirma que alguns tipos penais eram
influência das ciências físicas e naturais. compostos além de componentes objetivos, de subjeti-
• A sociedade vinha de um histórico em que o Estado vos (“para si ou para outrem”, “com o intuito de” etc.) e
era submetido ao império de uma pessoa e agora com normativos (“ato obsceno”, “documento”, “coisa alheia”).
o positivismo passou ao império da lei. • A conduta não era neutra, como afirma os causalistas,
• Neste contexto político nasceu a Teoria Naturalista, e sim expressava uma valoração.
em que pouco havia para se interpretar a norma. A lei • Mezger afirma que na análise do revogado tipo penal
era para ser cumprida. Portanto crime era aquilo que da rapto para fins libidinosos (“raptar + mulher honesta
o legislador dizia sê-lo e ponto final. + com fim libidinoso”) era impossível uma mera com-
• O conceito de fato típico era o resultado de uma sim- paração externa do fato concreto com a norma. Há a
ples comparação objetiva com o que fora praticado,
necessidade de um outro tipo de análise.
com o que se encontra descrito em lei. Não havia
• Assim concluiu-se que o tipo penal não era composto
nenhuma apreciação subjetiva.
somente de elementos objetivos, mas havia a presença
• Segundo essa teoria, o conceito de conduta é a ação
de elementos normativos e subjetivos.
ou omissão voluntária e consciente que exterioriza
• A ilicitude não era puramente formal. Nasce o tipo do
movimentos corpóreos. Ela é meramente neutra, ou
injusto: a tipicidade perde sua autonomia e é inserida
seja, sem qualquer valoração, não se analisando neste
Noções de Direito

na antijuridicidade (ratio essendi).


momento a finalidade do agente.
• O crime estava dividido em dois momentos: Parte • Frank, em relação à culpabilidade, em 1907, descobriu
Objetiva, ou também chamada de externa (era o a existência de elementos normativos. Assim a culpabi-
chamado injusto penal formado pelo fato típico e anti- lidade deixa de ser psicológica e passa a ser psicológico-
juridicidade) e a Parte Subjetiva ou também chamada -normativa. A culpabilidade passou a ser formada de
de interna (culpabilidade). imputabilidade, dolo normativo (vontade, consciência
• O fato típico era oco, sem valoração. A conduta era a de praticar elementos do tipo e consciência da ilicitude
exteriorização de movimentos corpóreos que causava UEG/PC-GO/Delegado de Polícia/2013.
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real e atual) e exigibilidade de conduta diversa. Assim, sobre os elementos do tipo exclui o dolo, o que de-
os elementos normativos são: consciência da ilicitude monstra que este último pertence ao fato típico.
no dolo e a exigibilidade de conduta diversa. • Críticas: há três hipóteses em que o CP não é finalista:
• O erro de tipo continua sendo tratado como causa de a) Crime impossível: o CP adotou a Teoria Objetiva
excludente da culpabilidade. Da mesma forma a inim- temperada. Se houver absoluta ineficácia do meio
putabilidade, o erro de proibição e a inexigibilidade de ou do objeto, o fato será atípico. Todavia segundo
conduta diversa. a teoria finalista a ação dirigida a uma finalidade
• Nesta fase há uma teoria unitária do erro, pois tanto o (ex.: matar alguém) deve ser punida. Welzel adotou
erro de tipo como o erro de proibição excluem o dolo a Teoria Subjetiva, encontrada no CP Alemão, pois
que aqui é normativo, pois contém a consciência da se alguém tenta matar um cadáver responderá pelo
ilicitude. crime tentado.
• Assim, segundo a Teoria Neoclássica, descobriu-se que b) A pena da tentativa: o CP adotou a Teoria Objetiva,
o tipo penal continha elementos objetivos, normativos em que a pena da tentativa é menor que a pena do
e subjetivos, todavia não se transportou o dolo e a crime consumado. Segundo a Teoria Finalista de
culpa da culpabilidade para o fato típico.
Welzel, a teoria a ser adotada deveria ser a Subje-
tiva, uma vez que se deve prestigiar o desvalor da
c) Teoria Finalista
• Reação a Teoria Naturalista. Preconizada por Welzel, ação de não o desvalor do resultado. O Código Penal
no final de 1920 e início de 1930. Militar Brasileiro adotou em relação a tentativa a
• Welzel parte do pressuposto que o delito não poderia Teoria Subjetiva.
ser mais qualificado a partir de um simples desvalor c) Concurso de pessoas: o CP adotou a Teoria Restritiva
do resultado, sendo primeiro um desvalor da conduta. em que o mandante é considerado partícipe. Para
Segundo exemplo de Fernando Capez, matar alguém Welzel a teoria a ser adotada é a Teoria do Domínio
do ponto de vista objetivo, configura sempre a mesma Final do Fato.
ação. Todavia matar alguém para vingar o estupro da
filha é diferente de matar por dinheiro. A diferença está d) Teoria Social da Ação
no desvalor da ação, já que o resultado em ambos os • Preconizada por Hans-Heinrich Jescheck, afirma aceitar
casos foi o mesmo: a morte. a Teoria Finalista da Ação, todavia acrescentado a ela
• Assim dependendo de elemento subjetivo do agente, a visão do impacto social da conduta praticada.
ou seja, a sua finalidade mudará a qualificação jurídica • Para Jescheck, um fato quando for considerado por
do crime. Portanto o dolo e a culpa estão na própria uma sociedade como normal, correto e justo, não
conduta. Com a mera observação externa não se pode poderá ao mesmo tempo ser enquadrado como um
concluir qual crime foi praticado. Ex.: um médico apal- fato típico.
pa um a mulher despida. Sem a análise da finalidade • Assim, para Jescheck, a conduta é toda ação ou omis-
não é possível saber se estamos diante do tipo penal são com a finalidade de causar um resultado típico
de atentado violento ao pudor ou de um simples exa- socialmente relevante. Tal pensamento foi por ele
me, fato atípico. Da mesma forma em atropelamento, denominado de Teoria da Adequação Social.
não se sabe se decorreu de uma imprudência ou da • Para esta teoria, todo fato típico possui uma elementar
vontade de matar. implícita, não escrita, que consiste na repercussão do
• A conduta, portanto é conceituada como a ação ou dano na coletividade. Se a conduta for socialmente
omissão voluntária, voltada a uma finalidade do agente. aceita, não há que se falar em fato típico.
• O dolo e a culpa saem da culpabilidade e passam a • Atenção: não confundir adequação social com princípio
integrar a conduta. O dolo deixa de ser normativo e
da insignificância: este o fato é atípico porque o bem
volta a ser natural, composto de vontade e consciência
jurídico tutelado sofreu uma lesividade ínfima na ade-
de praticar os elementos do tipo.
• A ilicitude continua sendo a contrariedade ao Direito. quação social a conduta é atípica porque a sociedade
Constitui um desvalor sobre o fato típico. Em princípio deixou de considerá-la injusta.
todo fato típico é ilícito. A tipicidade é ratio cognoscendi • Portanto, para a Teoria Social da Ação, somente será
da ilicitude, ou seja, é critério indicador da ilicitude. crime aquelas condutas voluntárias que produzam re-
O fato típico somente não será ilícito se o agente atuar sultados típicos de relevância social. As ações humanas
sob o abrigo de uma causa de excludente de ilicitude que não produzirem um dano socialmente relevante
(legítima defesa, estado de necessidade, estrito cum- e se mostrarem ajustadas à vida social num determi-
primento do dever legal e exercício regular do Direito). nado momento histórico não podem ser consideradas
• A culpabilidade é a reprovação social da conduta do crimes.
agente. O dolo e a culpa deixam de ser seus elementos • Jescheck exemplifica a sua teoria: ferimentos produzi-
e passam a integrar a conduta. A culpabilidade passa dos em uma luta entre profissionais do boxe. A conduta
a ser normativa pura composta de: imputabilidade, a despeito de ser voluntária e finalística produz um
potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de resultado típico e aceito socialmente. Assim, conclui
conduta diversa. que se trata de um fato atípico.
• O erro de tipo passa a excluir o fato típico e o erro de proi- • Críticas
Noções de Direito

bição a culpabilidade. Excluem também a culpabilidade, a) Mutação de critérios de justo e injusto na evolução
a imputabilidade e a inexigibilidade de conduta diversa. dos costumes.
• O atual Código Penal Brasileiro adotou a teoria finalista b) O nosso ordenamento jurídico no art. 2º da LICC
da ação. Em seu art. 18, I e II, expressamente reconhece afirma que o costume, ainda que contrário à lei, não
que um crime é doloso ou culposo, desconhecendo a a revoga. Da mesma forma, não é dado ao julgador
nossa legislação a existência de um crime em que não revogar regras editadas pelo legislador. O desuso
haja dolo ou culpa. deve compelir o legislador a retirar a norma do
• O art. 20, caput, do CP, afirma que o erro incidente ordenamento jurídico.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) O termo “relevância social” é extremamente vasto, • Fato típico é: conduta, resultado, nexo causal e tipicida-
podendo abarcar fenômenos diversos. de penal. A TIPICIDADE PENAL = TIPICIDADE FORMAL
d) O nosso ordenamento jurídico prevê para diversas + TIPICIDADE MATERIAL. A tipicidade formal é a ade-
situações o estrito cumprimento do dever legal e o quação do fato a lei. A tipicidade material é: Existência
exercício regular do Direito. de um resultado jurídico (lesão ou perigo de lesão ao
e) Concentra enorme subjetivismo nas mãos do julga- bem jurídico); Imputação objetiva da conduta (criação
dor, o que gera uma enorme insegurança e contraria de um incremento de um risco proibido penalmente
o princípio da taxatividade. relevante); Imputação objetiva do resultado (cone-
f) Conclui-se, portanto, que a Teoria Social da Ação xão direta com o risco criado e esteja o resultado no
pretendeu ir além da Teoria Finalista, todavia ao âmbito de proteção da norma); Imputação subjetiva
privilegiar o resultado socialmente relevante, regre- (dolo e culpa e outros eventuais requisitos subjetivos
diu a Teoria Causalista, pois enfatizou o desvalor do especiais).
resultado deixando de lado o desvalor da ação. • Ilicitude: é a contrariedade da conduta com o ordena-
mento jurídico.
e) Teoria Funcional • Punibilidade abstrata: existência de um fato formal-
• Não se trata de uma Teoria da Conduta, e sim, de uma mente ameaçado por uma pena.
análise de toda a Teoria Geral do Crime. Tal teoria tenta • A culpabilidade está fora do Direito Penal. É o juízo de
explicar o Direito Penal a partir de suas funções. Há reprovação do agente. É o elo entre o delito e a pena.
duas concepções em relação a essa teoria: segundo
Roxin e segundo Jakobs. Passemos a analisar cada uma das partes do conceito
• Com Roxin, em 1970, nasce o funcionalismo teleoló- de conduta: “é a ação ou omissão, consciente e voluntária,
gico, que analisa a Teoria Geral do Crime não a partir manifestada no mundo exterior, dirigida a uma finalidade”.
da dogmática e do tecnicismo jurídico, e sim, a partir (CAPEZ).
de políticas criminais.
• O Estado deve, em primeiro lugar, estabelecer qual 1) Ação: comportamento positivo. Toda ação no Direito
a sua estratégia de política criminal, tendo em vista Penal deve ser revestida de dolo ou culpa.
a defesa da sociedade, o desenvolvimento pacífico e 2) Omissão: o comportamento negativo pode gerar duas
harmônico entre os cidadãos e a aplicação da justiça hipóteses de crime:
ao caso concreto. A subsunção formal do fato concreto • Crime omissivo próprio: inexiste o dever jurídico de agir.
e a norma pouco valem aos fins de Direito Penal. Assim para a omissão ter relevância causal com o resul-
• A conduta para essa teoria não pode ser entendida tado deve haver um tipo incriminador descrevendo a
somente em sua concepção finalista, mas inserida omissão. Ex.: crime de omissão de socorro, art. 135 CP.
dentro de um contexto social. Se o Direito Penal tem • Crimes omissivos impróprios (omissivos impúrios,
a função de proteger bens jurídicos, somente haverá espúrios ou comissivos por omissão): o agente possui
crime quando tais valores forem lesados ou expostos o dever jurídico de agir previsto em uma norma e se
a lesão. omite. Há uma norma dizendo o que deve ser feito,
• Assim, Roxin passa a considerar a Teoria Geral do Crime criando uma relação causal. Omitindo-se, responderá
a partir de dois aspectos: a separação da causação pelo resultado ocorrido. O art. 13 § 2º descreve quem
da imputação e aplicação da política criminal como são as pessoas que possuem o dever jurídico de agir:
norteadora do conceito de crime. a) Dever legal: quando houver determinação especí-
• CRIME = FATO TÍPICO + ILÍCITO + RESPONSABILIDADE fica em lei, ex.: pai, mãe, policial, bombeiro – mãe
(CULPABILIDADE e NECESSIDADE CONCRETA DA PENA). deixa de amamentar o filho e este morre.
• É a aplicação do princípio da insignificância. b) Dever do garantidor: quando o omitente assumiu
• Com Jakobs, em 1984, nasce o funcionalismo-sistêmi- por qualquer modo a obrigação de agir, podendo ser
co, em que afirma que o Direito Penal não existe para obrigação contratual ou extracontratual. Ex.: olha
simples proteção do bem jurídico. Sua função é cuidar meu filho para mim que eu vou dar um mergulho,
da vigência da norma e da estabilidade do Direito e a pessoa se distrai e a criança morre afogada.
Penal. Não se deve preocupar-se com o conteúdo da c) Dever por ingerência da norma: com o seu compor-
norma, mas, sim, com o seu cumprimento, de forma a tamento anterior criou o risco. Ex.: “A” joga “B” na
manter a estabilidade do sistema. Assim, o crime não piscina e não procura salvá-lo, vindo “B” a falecer.
tem a finalidade de proteção a bens jurídicos, e sim,
conservar o sistema e a norma. Aquele que descumpre Nos três exemplos, a mãe, o desconhecido e o “A” têm
a norma e pratica um crime desestabiliza o sistema e o dever jurídico de agir, e se omitiram, respondendo, então,
deve ser retirado dele. A finalidade da pena é exercitar pelo resultado ocorrido, qual seja a morte, e, portanto, pelo
a confiança despertada pela norma, não havendo que crime de homicídio, e não pelo crime de omissão de socorro.
se falar em aspecto retributivo. É o chamado Direito Para finalizar o entendimento, observe o exemplo a se-
Penal do Inimigo. guir: Maria está passeando no parque e avista uma criança se
afogando, e nada faz, vindo a criança a morrer. Como Maria
Noções de Direito

f) Teoria Constitucionalista do Delito (Luiz Flávio Gomes) não está relacionada entre as pessoas que têm o dever jurí-
• Luiz Flávio Gomes, baseado em Munhoz Conde e Silva dico de agir, responderá pelo crime de omissão de socorro
Sanches (doutrinadores espanhóis) constrói um con- qualificado pela morte, classificado como crime omissivo
ceito analítico tripartite. Ele chama o crime de injusto próprio. Todavia, se um bombeiro avista uma criança se
punível. Para ele, a Teoria Geral do Crime, ou melhor, afogando, e nada faz, vindo a criança a morrer, como há o
do injusto punível consiste em: dever jurídico de agir, responderá o bombeiro pelo resultado
• INJUSTO PUNÍVEL = FATO TÍPICO + ILÍCITO + PUNIBILI- ocorrido, ou seja, pelo crime de homicídio, classificado aqui
DADE ABSTRATA. como crime omissivo impróprio.

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Crimes Omissivos Crimes Omissivos causa. É também conhecida como a Teoria da conditio sine
Próprios Impróprios qua non. Temos como espécies de causas: dependentes: é
aquela que se origina na conduta e independentes: é aquela
Omissão prevista no tipo Omissão não prevista no
que foge ao desdobramento causal da conduta, produzindo
penal. tipo penal.
por si só o resultado. As causas ou concausas absolutamente
Agente não tem o dever Agente tem o dever jurídico independentes e as causas relativamente independentes
jurídico de agir. de agir. constituem limitações ao alcance da teoria da equivalência
Crime de mera Conduta. Crime Material. das condições.134 Quanto às causas independentes podemos
Não cabe tentativa nem Comporta tentativa. Não com- classificá-las em:
concurso de agentes. porta concurso de agentes.
a) Causas absolutamente independentes podem ser
3) Consciente e Voluntária: possibilidade, ainda que (exemplos segundo CAPEZ):
mínima de escolha consciente. • Preexistente: existe antes da conduta ser praticada
• Haverá vontade: atos impulsivos (emoção e paixão), e atua independentemente de seu cometimento de
atos automáticos, atos de inimputáveis, coação moral maneira que com ou sem ação o resultado ocorreria.
irresistível (há conduta o que não há é culpabilidade), Ex.: A aguarda B sair de casa para atirar nele. A atira
atos instintivos. e B morre. Causa da morte envenenamento ocorrido
• Não haverá vontade: atos inconscientes (sedado, hip- anteriormente. B estava com depressão e tomou ve-
notizado, sonâmbulos), atos reflexos (susto), atos de neno.
caso fortuito, força maior e coação física. • Concomitante: não tem qualquer relação com a con-
duta e produzem o resultado independentemente
desta, no entanto por coincidência, atuam no mesmo
4) Manifestado no mundo exterior: ao Direito, só importa
momento. Ex.: no momento que A atira em B, B está
o que é externado. O pensamento ou a mera vontade não
sofrendo um infarto. Causa mortis: infarto.
configuram crime. • Superveniente: atuam após a conduta. Ex.: A queren-
5) Dirigida a uma finalidade: segundo a Teoria Finalista do matar B coloca veneno em seu copo. B toma e sai
da Ação, adotada por nosso Código Penal, o dolo e a culpa para trabalhar. Antes que o veneno faça efeito, B ao
encontram-se na conduta. atravessar a rua é atropelado por um ônibus. Causa
mortis: atropelamento.
Resultado: é a modificação do mundo exterior decor-
rente de um comportamento, ou seja, é onde se chegou Consequências: rompe o nexo causal e o agente somente
devido à conduta delituosa. A Teoria Naturalística classifica responde pelos atos até então praticados. Nos três exem-
os crimes em: plos, A não deu causa à morte de B, portanto responde por
• Crimes materiais: é aquele que o tipo penal prevê homicídio tentado.
conduta e resultado e o crime se consuma com a ocor-
rência do resultado. Ex.: homicídio (a conduta é matar b) Causas Relativamente Independentes
e o resultado é a morte. O crime somente se consuma São elas:
com o resultado morte). • Preexistente: atuam antes da conduta. Ex.: A desfere
• Crime formal: é aquele que o tipo penal prevê conduta uma facada no braço de B, com o intuito de lesionar,
e resultado e o crime se consuma com a ocorrência da todavia B é hemofílica e vem a falecer em face da
conduta. Ex.: extorsão mediante sequestro. São tam- conduta somada à contribuição de seu peculiar estado
bém chamados de crimes incongruentes (a conduta é fisiológico.
a privação da liberdade, o resultado é a obtenção do • Concomitante: A atira na vítima que, com o susto, sofre
resgate. Assim, com a privação da liberdade o crime um ataque cardíaco e morre. O tiro provocou o susto
já se consuma, independentemente da obtenção do e, indiretamente, a morte. A  causa da morte fora a
resgate, sendo este chamado exaurimento do crime). parada cardíaca.
• Crime de mera conduta: é aquele que o tipo penal • Superveniente: A colide no carro de B, causando-lhe
somente prevê a conduta e com a sua prática ocorre lesões. No caminho do hospital, a ambulância capota
a consumação. Não há previsão de um resultado natu- e B morre.
ralístico. Ex.: porte ilegal de arma (a conduta é portar Obs.: em relação às causas relativamente indepen-
arma sem possuir a permissão para tanto. O crime não dentes, preexistentes e concomitantes, não rompem o
prevê resultado, consumando-se, assim, com o simples nexo causal , respondendo o autor pelo resultado ocor-
rido: Homicídio Consumado. Na causa superveniente,
porte de arma ilegal).
se ela estiver na linha de desdobramento físico da ação
(choque anafilático), responderá pelo crime na forma
Nexo de causalidade: assim como no resultado, o nexo consumada, caso contrário, se não estiver na linha de
causal só pode ser verificado nos crimes materiais. É a re- desdobramento (ambulância capotar), responderá
lação objetiva de causa e efeito existente entre a conduta pelo crime ocorrido em sua forma tentada.
e o resultado naturalístico, averiguando-se se a conduta foi
a causadora do resultado. A sua verificação atende apenas Tipicidade: em linhas gerais, a tipicidade nada mais é do
as leis da física, mais especificamente da causa e efeito. Por que a perfeita subsunção da conduta praticada pelo agente a
Noções de Direito

esta razão a sua aferição independe de qualquer apreciação um tipo penal incriminador. Em outras palavras, procura-se
jurídica, da verificação de dolo ou culpa. Ex.: motorista diri- verificar se a conduta do agente se amolda a alguma descri-
gindo prudentemente atropela pedestre que atravessa a rua ção trazida pela lei penal. Se a conduta é contrária à norma
sem olhar. Mesmo sem atuar com dolo ou culpa o motorista penal, ou seja, antinormativa, ter-se-á a chamada tipicidade
deu causa ao resultado. A teoria adotada pelo nosso CP é a formal. Se a conduta ofender a bens considerados relevan-
Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais: segundo tes para a legislação penal, ter-se-á a chamada tipicidade
essa teoria, toda e qualquer conduta que de algum modo,
ainda que minimamente tiver causado o resultado, será Cespe/PC-BA/Delegado de Polícia/2013.
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material. Ao somatório de tais tipicidades, dá-se o nome de Em síntese, o  modelo clássico do finalismo de Hanz
tipicidade conglobante. Welzel não se afasta da Teoria Indiciária, pelo contrário,
prevalece em detrimento da Teoria dos Elementos Negativos
Tipicidade conglobante = Tipicidade formal + Tipicidade do Tipo, uma vez que a tipicidade opera como um desvalor
material. provisório, que deve ser configurado ou descartado mediante
• Tipicidade formal: verifica-se se a conduta praticada a comprovação de causas de justificação, em que o tipo nada
amolda-se a um tipo penal. mais é do que a razão indiciária da ilicitude (GRECO).
• Tipicidade material: verifica-se se a conduta praticada Em outras palavras, a  tipicidade poderia ser definida
ofende a bens considerados relevantes para a legisla- como a subsunção do fato à norma. É a integral correspon-
ção penal. dência do fato praticado com a conduta prevista no tipo
penal. É a relação entre o fato e a descrição legal. Segundo
Ex.: “A” subtrai uma caneta de “B”. A conduta de sub- Zaffaroni, o tipo penal é um instrumento legal, logicamente
trair um patrimônio alheio amolda-se ao crime de fur- necessário e de natureza predominantemente descritiva,
to, portanto, temos a tipicidade formal. Todavia, a sub- que tem por função a individualização de condutas humanas
tração de uma caneta, lesiona de forma insignificante penalmente relevantes.
o patrimônio alheio, aplicando-se, assim, o princípio A tipicidade conglobante seria a tipicidade formal asso-
da insignificância. Portanto, temos no exemplo acima ciada à tipicidade material.
a tipicidade formal, mas não a material, e então, não Tipicidade formal (ou tipicidade legal) seria a subsunção
há que se falar em tipicidade conglobante, tendo em do fato à norma penal, ou seja, seria o ato antinormativo; já a
vista que esta é a somatória daquela. tipicidade material deve se atentar para a relevância do bem
jurídico lesado do caso concreto, a fim de que se aplique o
O tipo penal passa por três momentos distintos: no princípio da insignificância.
primeiro, procura-se, tão somente, verificar se a conduta O tipo penal pode ser básico ou derivado. Básico será
praticada pelo agente encontra-se descrita na norma penal; o tipo descrito na conduta proibida ou imposta pela lei
no segundo, procura-se verificar se a conduta praticada pelo penal. Ex.: homicídio simples. Derivado são as descrições
agente tem comportamento ilícito, ou seja, procura-se veri- complementares por circunstâncias que podem aumentar
ficar se o caráter da conduta tem indício de antijuridicidade ou diminuir a pena prevista para o tipo básico. Ex.: homicídio
(tipo como ratio cognoscendi – tipo como razão indiciária privilegiado, homicídio qualificado etc.
da ilicitude); no terceiro, há uma fusão entre a tipicidade e Também é relevante mencionar as chamadas elemen-
a antijuridicidade, ou seja, não existe fato típico se a con- tares do crime. Segundo Greco, elementares são figuras
duta praticada pelo agente é permitida pelo ordenamento essenciais da conduta tipificada, sem as quais podem ocorrer
jurídico. Sendo assim, quem atua de forma típica também duas formas de atipicidade: absoluta ou relativa. A absoluta
atua antijuridicamente, enquanto não houver uma causa ocorre quando, pela falta da elementar, o fato se torna um
de exclusão do injusto. Havendo causa justificativa, elas indiferente penal. Ex.: furtar coisa própria, pensando ser de
atingem não só a tipicidade da conduta, mas, também, outrem. Neste caso o agente não pratica furto, por lhe faltar
a antijuridicidade. No terceiro momento o tipo passa a ser a elementar “coisa alheia móvel”, prevista no tipo. A relativa
a razão de ser da ilicitude (ratio assendi). Em decorrência passa a existir quando, pela ausência da elementar ocorre
da ratio assendi surge a teoria dos elementos negativos do desclassificação do fato para uma outra figura típica. Ex.: mãe
tipo, ou seja, sempre que a conduta do agente não é ilícita que mata o próprio filho, logo após o parto, sem estar sob
não existe o próprio fato típico, tendo em vista que a anti- influência do estado puerperal. Nessa situação, ela não irá
juridicidade integra o tipo penal e a existência de causas de responder por infanticídio, mas, por homicídio.
justificação faz desaparecer a tipicidade. Em outras palavras, Em síntese, a atipicidade absoluta é um indiferente pe-
os pressupostos das causas de justificação nada mais são do nal, enquanto que a atipicidade relativa é a desclassificação
que elementos negativos do tipo, os quais, quando faltarem, do crime.
tornam-se possível fazer um juízo definitivo sobre a antiju-
ridicidade do fato. Os elementos negativos do tipo são as Crime Doloso
causas de justificação, uma vez que eles integram o tipo e só
permitem que ele opere quando ausentes no caso concreto O dolo é a vontade livre e consciente de realizar a conduta
(GRECO). Partindo-se do pressuposto de que se deve estudar prevista no tipo penal incriminador. Nos termos do CP, a carac‑
a conduta típica concomitantemente com as suas causas jus- terização de uma conduta dolosa prescinde da consciência ou
tificativas, surge a Teoria Finalista de Welzel afirmando que do conhecimento da antijuridicidade dessa conduta e requer
uma ação só pode ser convertida em um delito, se presentes apenas a presença dos elementos que compõem o tipo obje‑
a tipicidade, a antijuridicidade e a culpabilidade, sendo que tivo.135 No Brasil, duas teorias são adotadas para explicá-lo: a
cada elemento seguinte deve pressupor o antecedente. Para Teoria da Vontade, que define o dolo direto, ou seja, aquele
a Teoria dos Elementos Negativos do Tipo, ou o fato é típico em que o agente quer levar a efeito a conduta prevista no tipo
e antijurídico, ou não é nenhuma coisa e nem outra. A partir incriminador; e a Teoria do Assentimento (ou consentimento),
do instante em que o agente realiza uma conduta típica sem que define o dolo eventual, ou seja, aquele em que o agente
nenhuma justificativa, faz surgir a ideia do injusto (injusto não quer diretamente o resultado, mas o aceita de antemão.
penal ou injusto típico), que é a terceira fase da análise do Aqui, atua com dolo aquele que, antevendo como possível o
delito. Enquanto os adeptos da Teoria dos Elementos Nega- resultado lesivo com a prática de uma conduta, mesmo não
Noções de Direito

tivos do tipo afirmam que a tipicidade e a antijuridicidade o querendo de forma direta, não se importa com a sua ocor-
compõem a mesma fase do delito e a culpabilidade compõe a rência, assumindo o risco de vir a produzi-lo.
segunda fase do crime, para a concepção tripartite bem como Também chamado intencional, o dolo é a vontade livre
para a Teoria da Ratio Cognoscendi (ou Teoria Indiciária), e consciente de realizar a conduta prevista no tipo penal
incriminador. Para Welzel, o  dolo possui dois momentos,
que é a que tem preferência da maioria dos doutrinadores,
sendo um intelectual (o sujeito decide o que quer) e um
haveria três fases do crime: a tipicidade, a antijuridicidade
volitivo (o sujeito decide fazer o que queria).
e a culpabilidade, esta sendo entendida como injusto típico
ou injusto penal. Cespe/TC-DF/Procurador/2013.
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Para o Código Penal, ninguém pode ser punido por um Observações
fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosa- Faz-se mister ressaltar que a punição por dolo é a regra,
mente, exceto se tal modalidade vier prevista em lei admitin- mas admite-se sanção por culpa. É caso excepcional, uma vez
do a punição na forma culposa. Em outras palavras, a regra que ela só é admissível quando a lei textualmente a prevê.
é que todo crime é doloso, só podendo haver punição por
crime culposo se houver previsão expressa em lei, ou seja, Vários são os elementos que compõem o delito culposo.
a culpa é exceção. São eles:
Partindo dessas premissas, sinteticamente, dois seriam • conduta humana voluntária, seja ela comissiva ou
os tipos de dolo: omissiva (geralmente dirigida a uma finalidade lícita);
a) direto (determinado): o agente quer, efetivamente, • inobservância de um dever objetivo de cuidado (de-
corrente de imprudência, negligencia ou imperícia,
cometer a conduta descrita no tipo penal incriminador, livre
causando, por consequência, danos a bens de terceiros);
e conscientemente. Aqui, se adotada a Teoria da Vontade.
• resultado lesivo não querido nem assumido pelo
Exemplo: A atira em B, porque quer matá-lo.
agente (é necessário que cause resultado naturalís-
b) indireto (indeterminado): divide-se em: tico, ou seja, alteração no mundo exterior para que
1) dolo eventual: embora o agente atue sem a vontade seja penalmente relevante)20;
de efetivamente causar o resultado danoso, assumiu o risco • nexo de causalidade (o resultado só será imputado ao
de fazê-lo136. Aqui, encontra-se o dolo eventual, aquele em agente se a sua conduta lhe tiver dado causa);
que o agente assume o risco e antevê o resultado, mas tem • previsibilidade (previsível é o resultado quando puder
dúvida quanto a sua efetivação. Adota-se a Teoria do Assen- ser mentalmente antecipado por normal diligência do
timento (ou Consentimento). Exemplo: A quer tirar um racha agente). Observe que se o agente não puder prever
com B e acaba por atropelar e matar C. A vontade de A era aquilo que é previsível, tem-se a culpa inconsciente,
tirar um racha, mas assumiu o risco de atropelar e matar C. visto que, no caso da culpa consciente, o agente é capaz
2) dolo alternativo: o agente dirige a sua ação a resultado de prever que o resultado possa ocorrer, mas acredita
incerto, não lhe importando qual venha ser o alcançado. sinceramente que não ocorrerá. A Doutrina divide a
Exemplo: o agente atira para matar ou ferir a vítima. previsibilidade em objetiva e subjetiva. A objetiva
se refere a saber se é possível a uma pessoa comum
Crime Culposo prever o resultado naturalístico, pois, caso não seja
possível, ou seja, se qualquer homem comum agisse
Também dito quando não há intenção. No delito culposo, da mesma forma, não poderia ser imputado ao agente
a conduta do agente é dirigida, em regra, a um fim lícito. o resultado. Já na previsibilidade subjetiva não se faz
Enquanto que no delito doloso, pune-se o agente pela ação a substituição pelo homem médio. O que se analisa
impulsionada para uma finalidade ilícita, no culposo, visto ser são as condições pessoais, particulares às quais estava
a finalidade geralmente lícita, pune-se o agente pelos meios submetido o agente ao tempo da conduta realizada,
empregados, já que desatendeu à obrigação objetiva de cui- ou seja, consideram-se as limitações e experiências
dado para não lesar a bens jurídicos de terceiros (GRECO). pessoais do agente no caso concreto (GRECO);
Já Mirabete define delito culposo como a conduta humana • tipicidade (deve haver previsão legal expressa para tal
voluntária que produz resultado antijurídico não querido, modalidade de infração).
mas previsível, e  excepcionalmente previsto, que podia,
com a devida atenção, ser evitado. Os crimes culposos, por Os crimes culposos decorrem de três fatores:
sua natureza, são considerados tipos penais abertos, tendo a) imprudência (ação descuidada): prática de ato que
em vista que o texto não traz uma definição precisa que se não deveria ter ocorrido. É o desprezo pela conduta normal
adéque à conduta do agente ao modelo abstrato previsto (conduta positiva sem os devidos cuidados, que causa resul-
tado lesivo previsível ao agente). É exteriorizada em um fazer.
na lei. Aqui, a ação típica não está determinada legalmente,
Exemplo: dirigir em alta velocidade. Outro exemplo: João, que
contudo, não fere o princípio da legalidade, pois, impossível
nunca usou uma arma de fogo, manuseia uma e acaba por
é que a lei possa descrever com exatidão todos os compor-
dispará-la, matando José, que a tudo assistia ao seu lado.
tamentos negligentes suscetíveis de se realizar. Ao fazer isso, pratica uma conduta culposa imprudente.21
No Direito Penal não existem compensação e nem b) negligência: deixar de praticar um ato que deveria
presunção de culpas. O primeiro caso ocorre quando dois ter sido praticado. Falta o comportamento esperado do
agentes, agindo de forma culposa, causam danos recíprocos, agente (conduta negativa, uma omissão). É considerada uma
neste caso, cada agente responderá por sua conduta culposa, inércia psíquica. Ex.: esquecer arma municiada em local de
independentemente da conduta do outro. No segundo caso, fácil acesso;
a culpa do agente deve ser sempre provada e nunca presu- c) imperícia (falta de conhecimento técnico): prática de
mida, tendo em vista o princípio da presunção de inocência. um ato sem a devida aptidão, seja ela momentânea ou não.
Parte da doutrina tradicional e da jurisprudência brasi- Há, nesse ato praticado, imprudência e negligência. Exemplo:
leira admite coautoria em crime culposo. Quanto à partici- médico-cirurgião que comete um erro médico durante uma
pação, a doutrina é praticamente unânime: não é possível cirurgia. Observe que a imperícia está ligada a uma atividade
nos crimes culposos. A verdade é que a culpa (como infração profissional do agente.
do dever de cuidado ou como criação de um risco proibido
relevante) é pessoal. Doutrinariamente, portanto, também Diferença entre Dolo Eventual e Culpa Consciente
não é sustentável a possibilidade de coautoria em crime
Noções de Direito

culposo. Cada um responde pela sua culpa, pela sua parcela Em ambos os casos, o agente é capaz de prever o resultado
de contribuição para o risco criado. A jurisprudência admite lesivo. No dolo eventual, o agente não queria diretamente o
coautoria em crime culposo, mas tecnicamente não deveria resultado, mas assume o risco de vir a produzi-lo. Ele não se
ser assim, mesmo porque a coautoria exige uma concordân- importa que o resultado ocorra. A ele é indiferente. Já na cul-
cia subjetiva entre os agentes (Luiz Flávio Gomes). pa consciente, o agente espera sinceramente que não ocorra
o resultado. Na culpa consciente há superconfiança; no dolo
eventual, indiferença. Havendo dúvida na ocorrência de um ou
Vunesp/PC-SP/Papiloscopista Policial/2013.
136 outro, deve-se optar pelo culposo (Princípio do in dubio pro reo).

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Culpa Imprópria constitui erro de tipo permissivo. A culpa imprópria também
pode ser chamada culpa por assimilação, por extensão ou
É aquela em que o agente por erro de tipo inescusável por equiparação, onde o agente age com dolo, quando o
(evitável) supõe estar diante de uma causa excludente de erro é vencível, respondendo por um crime culposo. Parte
licitude. Em virtude de erro evitável pelas circunstâncias, da Doutrina entende que se o ato é doloso, mas o crime é
o agente dá causa dolosamente a um resultado, mas res- culposo, seria uma exceção no cabimento de tentativa em
ponde como se tivesse praticado um delito culposo. É  a crime culposo, contudo, o entendimento majoritário é que
chamada descriminante putativa prevista no art. 20, § 1º, não se admite tentativa para os delitos culposos, tendo em
do CP, em que traz que não há isenção de pena quando o vista que o primeiro elemento da tentativa é o dolo, àquele
erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. definido como a vontade livre e consciente de querer praticar
A culpa imprópria ocorre sob a forma de descriminante pu- infração penal. Como nos crimes culposos o agente não tem
tativa, como, por exemplo, a legítima defesa putativa, que em sua conduta um fim ilícito, não cabe tentativa.

Dolo Direito Dolo Eventual Culpa Inconsciente Culpa Consciente


O agente prevê o resul- O agente prevê o resultado O agente possui previsibilidade, todavia O agente tem previsão do resul-
tado e quer o resultado. e assume o risco de produ- diante do caso concreto há ausência de tado, mas em momento algum
zir o resultado. previsão e o agente em nenhum mo- aceita a produção do resultado.
mento quis produzir o resultado.

Crime Consumado Crime Tentado

Consumado é quando nele se reúnem todos os elemen- Crime tentado é aquele que, iniciada a execução, não se
tos de sua definição legal. Iter criminis é o caminho percorrido consuma por motivos alheios à vontade do agente, também
pelo crime desde sua idealização até sua consumação. Cinco denominado de tentativa idônea. O agente tem noção do que
são as fases do iter criminis: quer, inicia sua prática a fim de obter o resultado típico, mas
• cogitação (cogitatio ): é a fase interna ao agente. São não consegue por algum fato alheio.
os pensamentos, as maquinações; Como regra, a pena para o crime tentado é a mesma do
• preparação (atos preparatórios): é munir-se de ape- crime consumado reduzida de um a dois terços.
trechos, ou seja, é a escolha dos meios utilizáveis na
A tentativa pode ser:
produção do resultado; • perfeita ou acabada: também conhecida como crime
• execução: o bem jurídico tutelado começa a ser atin- falho. Dá-se quando o agente pratica todos os atos
gido ou exposto a perigo. Coloca-se em prática aquilo executórios, mas não se consuma o crime por questões
que se programou; alheias à sua vontade. Observe que aqui ele esgota
• consumação: é a realização de todos os atos contidos toda sua capacidade ofensiva, porém o crime não se
no tipo penal. Normalmente o agente atinge o resul- consuma. Ex.: desferir todos os tiros de que dispõe
tado a que se quis chegar. contra a vítima, mas esta não vem a óbito;
• exaurimento: é quando se esgota plenamente o delito. • imperfeita ou inacabada: ocorre quando não são
praticados todos os atos executórios, que são inter-
Obs.: o exaurimento, de acordo com a doutrina domi- rompidos, geralmente por circunstâncias externas. Ex.:
nante, é  fase do iter criminis, embora, para muitos, não o agente inicia atos de execução do crime de estupro,
se enquadra, haja vista a possibilidade da consumação do mas, quando chega a polícia, ele empreende fuga;
137138 • branca ou incruenta: a vítima sequer é atingida, não
crime sem o seu exaurimento, fato verificado nos crimes sofrendo qualquer dano. Não resulta nenhum tipo
formais, como, por exemplo, o  crime de extorsão, que se de lesão na vítima. Ela pode ser verificada tanto na
consuma mesmo que o autor não receba a vantagem inde- tentativa perfeita quanto na imperfeita;
vida. O recebimento da vantagem indevida, aqui menciona- • cruenta: a vítima é atingida, mas não da forma que
pretendia o agente. Ex.: o agente, com animus necandi
do, seria mero exaurimento. Só há se falar em iter criminis
(vontade de matar), dispara vários tiros, não mata a
quando se tratar de delito doloso, não existindo quando a
vítima, mas lhe causa lesões. Também se verifica na
conduta do agente for culposa.
tentativa perfeita e imperfeita;
• inidônea: também denominada crime impossível.
Em princípio, não há punição para a preparação. Excepcio- Verifica-se quando iniciada a execução, o crime jamais
nalmente, haverá se se tratar de formação de quadrilha ou crime se consumaria por ineficácia absoluta do meio (como
independente. Observe que a cogitação e preparação são fases usando arma desmuniciada para matar alguém) ou
internas de realização do crime e, como regra, são irrelevantes por absoluta impropriedade do objeto (como tentando
para Direito Penal, exceto quando o CP tipifica a simples cogita- matar uma pessoa que já se encontra morta, fato este
ção e preparação como infrações de per si, autônomas, ou seja, desconhecido pelo agente).
não se trata de mero ato preparatório, mas de crime autônomo.
Noções de Direito

Ex.: incitação ao crime; quadrilha ou bando etc. Segundo o Mestre Guilherme de Souza Nucci, os crimes
que não admitem tentativas , dentre outros, são: os culposos
Obs.: vale ressaltar que a cogitação jamais poderá ser ob- (pois o resultado é sempre involuntário); os preterdolosos
jeto de repreensão penal (cogitationis poenam nemo patitur). (pois o resultado não advém de dolo. Ex.: lesão corporal
seguida de morte, vez que deve haver dolo no antecedente
e culpa no consequente); unissubsistentes (pois são consti-
137
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Judiciá- tuídos de ato único, não admitindo iter criminis – fases pelas
ria/2013.
138
UEG/PC-GO/Escrivão de Polícia Civil/2013. quais o crime passa, quais sejam: a cogitação, os atos prepa-

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ratórios, a execução, a consumação e o exaurimento), como,
por exemplo, a ameaça verbal, que se consuma quando o tentativa de tentativa de
agente a profere e a vítima toma conhecimento da promessa homicídio homicídio
de um mau futuro, injusto e grave); omissivos próprios (pois
a omissão por si só configura o crime. Ex.: omissão de so-
corro); habituais próprios (pois só vai se configurar quando A B
determinada conduta é reiterada pelo agente com habitu-
alidade. Ex.: rufianismo, uma vez que os atos isolados são
penalmente irrelevantes); contravenções penais (pois, por
se tratarem de delitos ditos menores, deixa de ser relevante
para o Direito Penal a mera tentativa); permanentes na forma
omissiva (pois não há iter criminis possível de diferenciar a
preparação da execução. Ex.: carcereiro que recebe um alvará C
de soltura e decide não dar cumprimento, deixando preso o
beneficiado. Aqui ele comete o crime de cárcere privado na A e B, desconhecidos, atiram em C, mas não
modalidade omissiva, sem possibilidade de fracionamento); é possível provar de onde saiu o tiro que
condicionados (pois, para que se concretizem, submetem- matou C. Sendo assim, leva-se em
-se à superveniência de uma condição. Ex.: o crime de consideração oo princípio
princípiodo
doin
indubio
dubiopro
proreu.
reu.
induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, que somente
se configurará se houver lesão grave ou morte da vítima).
É de bom alvitre distinguir tentativa, de crime impossível.
Saliente-se que o CP adotou a Teoria Objetiva Moderada ou
Temperada pela qual só há crime impossível se a ineficácia do homicídio homicídio
meio e a impropriedade do objeto forem absolutas; por isso,
se forem relativas haverá crime tentado, como no caso de
alguém que faz uso de revólver e projéteis verdadeiros que, A B
entretanto, não detonam por estarem velhos; aqui, a inefi-
cácia do meio é acidental e existe tentativa de homicídio.
É salutar também relacionar a tentativa com o crime com-
plexo. É sabido que este se origina da fusão de dois ou mais tipos
penais. Também pode ocorrer quando um tipo penal funciona
como qualificadora de outro. Em outras palavras, pode-se afir-
mar que no crime complexo a norma penal tutela dois ou mais
bens jurídicos. Ex.: extorsão mediante sequestro, o qual surge C
da fusão do “sequestro” e da “extorsão” e, portanto, tutela
o patrimônio e a liberdade individual. Outro exemplo seria o A e B, conhecidos, atiram em C, após
latrocínio, que é um roubo qualificado pelo resultado morte e, combinarem o crime. Nesse caso, há o
concurso de pessoas, logo todos os
assim, atinge também dois bens jurídicos, o patrimônio e a vida.
participantes respondem pelo mesmo crime.
Sendo assim, embora exista o questionamento, vê-se,
aqui, que é perfeitamente possível a existência da tentativa
em crime complexo.
Sinteticamente, tentado é o crime em que, iniciada a exe-
cução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade Elementos da Tentativa:
do agente. Veja a seguir quadros esquemáticos que tradu-
zem, na sua essência, uma sutil diferença entre um crime a) conduta dolosa;
tentado e um consumado, mesmo tendo sido o resultado b) prática de atos de execução;
almejado alcançado com a conduta delituosa. c) não consumação por circunstâncias alheias à vontade
do agente (por interrupção dos atos executórios ou, mesmo
tentativa de tendo sido utilizados todos os meios disponíveis, não ocorreu
homicídio homicídio o resultado pretendido).

Consequência da Tentativa
A B
Aplica-se a mesma pena do crime consumado, reduzida
de 1/3 a 2/3.
Exceção: para o crime previsto no art. 352 do CP, em que
a simples tentativa de fuga do indivíduo preso ou submetido
à medida de segurança faz com que a pena seja aplicada
integralmente. Crime este em que a simples prática da ten-
Noções de Direito

tativa é punida com as mesmas penas do crime consumado.


C É a chamada adequação típica de subordinação mediata ou
indireta.

A e B, desconhecidos, atiram Crime Impossível (tentativa inidônea ou quase-crime)


em C, mas o tiro que matou
C foi o de A
Segundo a legislação, não se pune a tentativa quando,
por ineficácia absoluta do meio (quando totalmente inade-

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quado ou inidôneo para alcançar o resultado criminoso) ou ofensiva. Exemplo: o agente ministra veneno à vítima, mas,
por absoluta impropriedade do objeto (o objeto material do quando esta vai ingerir, ele mesmo impede que ela sequer
crime é absolutamente impróprio para que o ilícito se consu- venha a fazer uso de tal substância, interrompendo, assim
me), é impossível consumar-se o crime. Ineficácia absoluta sua ação delituosa. A  desistência é voluntária, mas não
do meio pode ser exemplificada quando se tenta ceifar a precisa ser espontânea. O legislador não exige que a ideia
vida de alguém, utilizando-se de uma arma desmuniciada, da desistência parta espontaneamente do agente, basta
enquanto que absoluta impropriedade do objeto pode se que ele no momento em que interrompe a ação seja dono
dar quando se tenta matar alguém que já está morto, sendo de sua vontade. Ocorre inação do agente após o início da
tal circunstância desconhecida pelo agente, ou mulher que execução do crime. Só pode ocorrer onde aconteceria a ten-
ingere pílulas abortivas, pensando estar grávida, quando na tativa imperfeita. O agente só responde pelos atos até então
verdade não está. praticados. A desistência voluntária ocorre quando o agente
Em outras palavras, quando não existe a possibilidade já ingressou na fase dos atos de execução de um crime.
de o crime se consumar devido à ineficácia absoluta do O objetivo do instituto é impedir que o agente responda pela
tentativa, portanto, quando se fala em o agente responder
meio ou à absoluta impropriedade do objeto tem-se o
somente pelos atos já praticados, não se está falando de
crime impossível. Aqui, o agente não responde sequer pela
tentativa, tanto é, que se a conduta antecedente, por si só,
tentativa. Veja que a ineficácia ou a impropriedade devem não configurar crime, o agente por nada responderá. A de-
ser absolutas para que o agente não seja punido, pois, se sistência voluntária se diferencia da tentativa, pois, nesta,
relativas, haverá tentativa. o agente quer prosseguir na ação, mas não pode, enquanto
Nessa situação, não há que se falar em tentativa, já que naquela, o agente pode prosseguir na ação, mas não quer.
a conduta é considerada atípica. Segundo entendimento majoritário, a natureza jurídica da
a) ineficácia absoluta do meio: meio é tudo aquilo uti- desistência voluntária, é que se trata de causa que conduz
lizado pelo agente capaz de ajudá-lo a produzir o resultado à atipicidade do fato.
por ele pretendido. Ineficaz é aquele meio em que o agente Segundo o ordenamento jurídico, o agente que volun-
jamais conseguiria com a sua utilização atingir o seu intento. tariamente desiste de prosseguir na execução (interrompe
Usar arma desmuniciada, quebrada ou de brinquedo para o processo de execução que iniciara por medo, decepção
praticar homicídio, acreditando que ela esteja em perfeito ou remorso) só responde pelos atos já praticados, se estes
funcionamento; ministrar açúcar no lugar do veneno para constituírem crime. Ex.: A põe veneno na xícara de café que B
praticar homicídio, acreditando ser, por exemplo, arsênico. está utilizando. Porém, quando B vai tomar o café, A detém-
b) absoluta impropriedade do objeto (o objeto material -se abandonando a empreitada. Neste caso ele pode vir a
não existe ou até existe, mas não está no local do delito): ob- não responder por nada, já que a conduta, em tese, não
jeto é tudo aquilo contra o qual recaia a conduta do agente. constituiria crime. Seria também exemplo de desistência
Impropriedade absoluta do objeto se refere à impossibili- voluntária alguém que, visando a seu desafeto em parte vital
dade de se lesar o bem jurídico tendo em vista que ele não do corpo (cabeça, tórax), desfecha-lhe um tiro que apenas
existe ou cuja lesão já se exauriu de forma absoluta. Matar o fere levemente, e deixa de fazer novos disparos, embora
dispondo de outras munições em sua arma. Neste caso,
o morto (tentar contra a vida de alguém que já está morto
o agente iria responder apenas pelos atos já praticados, ou
acreditando que a pessoa esteja viva); usar pílula abortiva
seja, por lesões corporais leves.
acreditando que está grávida, quando na verdade não está. Segundo CAPEZ, para o item “desistência voluntária”,
Obs.: o Código Penal adotou a Teoria Objetiva Temperada deve-se observar:
(os atos praticados pelo agente, só são puníveis se os meios • voluntariedade, mas não se exige espontaneidade.
e os objetos são relativamente eficazes), pois, se a ineficácia • inação do agente após o início da execução do crime.
for absoluta, será crime impossível. Se relativa, será tentativa. • só pode ocorrer onde aconteceria a tentativa imper-
Segundo a Súmula nº 145 do STF, “não há crime, quando feita.
a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua • responde pelos atos até então praticados.
consumação”. Flagrante preparado é aquele em que o agen-
te é induzido a praticar uma conduta delituosa, ou seja, se Arrependimento Eficaz
não houvesse a ação do agente preparador (isca), não haveria
o crime, pois, se o agente não tiver qualquer possibilidade Segundo o CP, só responde pelos atos já praticados o
de chegar à consumação do delito, o crime será impossível. agente que impede que o resultado se produza, depois de
Por fim, o crime impossível se difere do delito putativo. realizados todos os atos necessários à consumação. Ex.:
No crime impossível, a  conduta do agente é descrita em semelhante à conduta descrita no exemplo da desistência
voluntária, mencionada anteriormente, porém, A  deixa B
algum tipo penal, mas o resultado não ocorre por ineficácia
tomar o café envenenado, mas, de imediato, ele o socorre e
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto. B, por essa atitude, vem a se salvar. Ressalte-se que se mesmo
Já no delito putativo, a conduta não é descrita em qualquer assim B viesse a falecer, teria havido o arrependimento, mas,
tipo penal, tendo em vista que o agente acredita está prati- por não ter sido eficaz, responderia A por homicídio doloso.
cando o crime, quando na verdade não está, por atipicidade Frise-se, ainda, que, se a paralisação se deveu a ações
da conduta, ou seja, o delito putativo é considerado apenas externas, não há que se falar em desistência voluntária
Noções de Direito

um indiferente penal, como, por exemplo, vender chá pen- ou arrependimento eficaz, mas em tentativa, que é puní-
sando ser maconha. vel. O  arrependimento eficaz, assim como a desistência
voluntária, possui como natureza jurídica, para a maior
Desistência Voluntária parte da doutrina, causa que conduz à atipicidade do fato.
Este instituto ocorre quando o agente, após esgotar todos
Também é conhecida por tentativa abandonada ou qua- os meios de que dispunha para chegar à consumação do
lificada (ou ponte de ouro). O agente desiste voluntariamente crime, arrepende-se e atua em sentido contrário, evitando
de prosseguir na execução. Ele não esgota sua capacidade a produção do resultado inicialmente pretendido. O que o

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diferencia da desistência voluntária reside no momento em do magistrado. Ainda é de bom alvitre salientar que o texto,
que o agente interrompe a conduta que era direcionada quanto ao arrependimento posterior, é bem claro quando
para a produção do ilícito penal. Enquanto na desistência aduz somente crimes praticados sem violência ou grave
voluntária, o processo de execução do crime está em curso, ameaça à pessoa, portanto, para alguns crimes como roubo
no arrependimento eficaz a execução do crime já foi encer- e extorsão, não há que se falar em arrependimento posterior.
rada. Dessa forma, o agente só irá responder pelos atos já O arrependimento posterior diferencia-se da desistência
praticados, mas nunca pelo crime fim, na sua forma tentada. voluntária e do arrependimento eficaz, pois, quando se fala em
Em suma, havendo desistência voluntária ou arrependimento arrependimento posterior, o resultado do delito já foi atingido.
eficaz, não se fala em tentativa. Pode-se concluir do referido A natureza jurídica do arrependimento posterior é ser causa de
instituto (arrependimento eficaz): o agente impede que o diminuição de pena. Tal instituto tem por objetivo beneficiar
resultado se produza. Ele esgota sua capacidade ofensiva; o infrator para que ele, em contrapartida, venha a reparar o
se, no exemplo apresentado, a vítima sobreviver, o agente dano ou a restituir a coisa, beneficiando, também, a vítima.
pode responder por lesão corporal ou periclitação da vida e O referido instituto cabe para qualquer crime que não exista
da saúde. Se a vítima não sobreviver, o agente responderá como elementar do tipo a violência ou a grave ameaça contra
por homicídio, mesmo prestando socorro; o arrependimento a pessoa. Haverá, pois, arrependimento posterior:
deve ser voluntário, não necessitando ser espontâneo. Deve • somente para crimes em que não há emprego de
ser eficaz, pois, sendo ineficaz, poderá haver mera atenuante. violência ou grave ameaça à pessoa;
Trata-se de uma ação que ocorre após iniciada a execução • o agente deve reparar o dano ou restituir a coisa
e esgotados todos os seus meios. Só pode ocorrer onde totalmente antes do recebimento da denúncia ou
aconteceria a tentativa perfeita (ou crime falho). da queixa. Se depois, haverá apenas uma atenuante
Segundo Capez, para o item “arrependimento eficaz”, genérica (art. 65, III, b, CP);
deve-se observar: • o ato deve ser voluntário por parte do agente. Não
• voluntariedade, mas não espontaneidade; necessita ser espontâneo;
• deve ser eficaz. Se ineficaz, atenuante do art. 65, III, b • a pena será reduzida de 1/3 a 2/3;
do CP; • é um instituto que concede uma premiação àquele
• trata-se de uma ação, depois que iniciada a execução que ainda, em tempo, se arrepende da conduta típica
e esgotado todos os meios de execução; praticada.
• só pode ocorrer onde aconteceria a tentativa perfeita
ou crime falho; Se o delito foi praticado em concurso de agentes, mas
• responde pelos atos até então praticados. apenas um deles resolveu restituir a coisa ou reparar o dano,
antes do recebimento da denúncia ou queixa, por ato volun-
Situação tário, o benefício da diminuição de pena se estenderá a todos
Conduta Atitude Responde por
da Vítima os concorrentes do crime, porém, a reparação deve ser total
Veneno Socorro Volun- Salvação Atos praticados e não parcial. Entretanto, se houver uma conjugação com o
tário conformismo da vítima, poderá ser reconhecido o instituto
Veneno Socorro Volun- Morte Homicídio do arrependimento posterior.
tário O arrependimento posterior se difere do arrependimento
eficaz. Enquanto neste, o resultado do crime foi evitado, na-
Veneno Socorro Involun- Salvação Tentativa de Ho-
quele, o resultado já foi produzido. Ainda, no arrependimento
tário micídio
posterior, haverá diminuição de pena sob a condição de não ter
Veneno Socorro Involun- Morte Homicídio sido praticado o ilícito penal com violência ou grave ameaça
tário à pessoa, enquanto que no arrependimento eficaz não existe
tal restrição. Por fim, no arrependimento posterior, há uma
redução obrigatória de pena, enquanto que no arrependi-
Obs.1: no caso de concurso de pessoas, ainda que um
mento eficaz, o agente só responde pelos atos já praticados.
só deles desista voluntariamente ou se arrependa, os insti-
Não se pode também confundir os efeitos produzidos
tutos da desistência voluntária ou do arrependimento eficaz
pelo arrependimento posterior com os benefícios da repa-
se aplicam a todos os envolvidos, desde que o crime não
ração dos danos previstos na Lei nº 9.099/1995, que trata
ocorra. O  mesmo se aplica ao arrependimento posterior.
dos juizados especiais criminais. Neste, não importa se o
Observe que neste caso (arrependimento posterior) o crime
já ocorreu. crime foi cometido com violência ou grave ameaça à pessoa,
pois, havendo a reparação dos danos, haverá extinção da
Obs.2: tanto na desistência voluntária quanto no arre- punibilidade (art. 107, V, CP), enquanto que no arrependi-
pendimento eficaz o  agente não responde por tentativa, mento posterior, além de o crime não poder ser praticado
mas pelos atos já praticados. Somente poderá responder com violência ou grave ameaça à pessoa, não haverá ex-
por tentativa no caso do arrependimento eficaz, quando o tinção da punibilidade, apenas causa de redução de pena.
socorro for involuntário. Por fim, a causa de extinção da punibilidade prevista na Lei
nº 9.099/1995, aplica-se aos crimes de ação penal privada
Arrependimento Posterior ou de ação penal pública condicionada à representação,
exigência esta não relacionada ao arrependimento posterior.
Noções de Direito

Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à Segundo Fernando Capez, o Arrependimento Posterior
pessoa (como no crime de furto, por exemplo), reparado o é instituto que concede uma premiação àquele que ainda
dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia em tempo se arrepende da conduta típica praticada. Tem
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será redu- por Natureza jurídica uma causa de diminuição de pena.
zida de um a dois terços. Note-se que alguns examinadores Estende-se aos coautores e partícipes.
trazem capciosamente a expressão “antes do oferecimento Requisitos:
da denúncia”, o  que tornaria a questão errada, já que tal • crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a
momento é atribuição do Ministério Público e o primeiro pessoa;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• reparação do dano ou restituição da coisa; a) Erro sobre o objeto (error in objecto): é o objeto
• voluntariedade do agente; material de um crime. Não exclui a tipicidade nem a pena.
• até o recebimento da denúncia – sendo após, trata-se O  agente imagina que sua conduta esteja recaindo sobre
de atenuante genérica (art. 65, III, b do CP). determinada coisa, mas, na verdade, está recaindo sobre
outra. Exemplo: furtar açúcar pensando ser sal, ou furtar
Erros no Direito Penal uma lata de verniz pensando tratar-se de tinta, fato que não
altera a figura típica do furto.
É a falsa ideia que se tem de fato ou circunstância. b) Erro sobre a pessoa (error in persona): é o erro na
Na Legislação Penal brasileira, dois tipos de erros são representação mental do agente. Não exclui a tipicidade
mencionados: o erro de tipo e o erro de proibição. nem a pena. O agente atinge pessoa diversa, pensando estar
atingindo aquela por ele pretendida. Irá responder levando-
Erro de Tipo
-se em consideração todas as qualidades da pessoa contra
quem o agente queria efetivamente atingir. Ex.: matar B,
Há determinados crimes que trazem em sua conduta
típica elementos constitutivos de sua estrutura que muitas pensando tratar-se de A, fato que não altera a figura típica
vezes são mal compreendidos, fazendo com que o agente do homicídio. Com isso, se o agente desejava matar um velho
pratique atos que julga serem ilícitos quando, na verdade, e vem a atingir pessoa diversa sem essa condição, ser-lhe-á
não o são. O  agente se engana sobre o fato, pensa estar agravada a pena.
fazendo uma coisa e está fazendo outra. Exemplo: quem, c) Erro na execução (aberratio ictus): o agente não se
juntamente com servidor público, subtrai bem que estava confunde quanto à pessoa que pretende atingir, mas realiza
sob a guarda deste, sem, entretanto, saber a qualidade de o crime de forma desastrada. Não exclui a tipicidade do
servidor de seu comparsa, não responderá por peculato, mas, fato. O agente atinge pessoa diversa da pretendida por erro
sim, apenas por furto. Uma outra situação poderia se dar no de pontaria. Se o resultado for único (unidade simples),
caso de uma pessoa atirar em outra pensando se tratar de ou seja, o agente só atinge terceiro inocente, ao invés de
um boneco de cera. O erro de tipo exclui o dolo, mas permite atingir a vítima pretendida, responde pelo mesmo modo
a punição por crime culposo. que no erro sobre a pessoa, contudo, se o resultado for
No erro de tipo, o agente acredita que sua conduta não duplo (unidade complexa), ou seja, o agente atinge tanto a
seja crime, supondo que a lei permita praticá-lo. Esse erro pessoa visada quanto a um terceiro inocente, aplicar-se-á a
exclui o dolo, mas permite punição na modalidade culposa. pena do concurso formal, impondo-se a pena do crime mais
Em outras palavras, o erro de tipo pode ser traduzido como grave, aumentando-se de 1/6 até a metade. Se houver dolo
a falsa percepção da realidade. O  erro de tipo pode ser eventual em relação ao terceiro inocente, aplica-se a regra
essencial ou acidental. A título de exemplo: João, ao sair do concurso formal impróprio ou imperfeito, onde as penas
do mercado, pega uma bicicleta idêntica à sua, que havia serão somadas.
estacionado do lado de fora do estabelecimento, e deixa o d) Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis):
local conduzindo-a. Ao fazer isso, incide em erro de tipo.139 pune-se o agente a título de culpa pelo resultado diverso do
pretendido. O agente atinge espécie de crime diferente da
Essencial
que pretendia. Exemplificaria a conduta do agente que des-
fere uma pedrada em um veículo tentando danificá-lo, mas,
Incide sobre elementares, circunstâncias e pressupostos
fáticos de uma justificante. A falsa percepção impede que acaba por atingir uma pessoa, ao invés de danificar o veículo.
o sujeito compreenda a natureza criminosa do fato. Ele se As mesmas consequências previstas para o erro na execução,
subdivide em: quanto ao resultado simples ou duplo, são aplicadas. Aqui,
a) Erro invencível, inevitável, escusável ou inculpável: o erro leva à lesão de um bem ou interesse diverso daquele
aquele que não poderia ser evitado por normal exigência, ou que o agente procurava atingir. Pelo resultado não desejado
seja, qualquer pessoa naquela situação incidiria no mesmo o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime
erro. Ele exclui o dolo e a culpa e o agente não responde culposo. Se ocorrer também o resultado pretendido, aplica-
por crime algum140. Exemplo: matar um homem, numa ca- -se a regra do concurso formal.
çada a animais, em local escuro, pensando tratar-se de um e) erro sobre o nexo causal (aberratio causae): dá-se
animal feroz, desde que fique comprovado que o erro jamais quando o agente, imaginando já ter consumado um crime,
poderia ser evitado. realiza nova conduta, acreditando tratar-se, tão somente, de
b) Erro vencível, evitável ou inescusável: aquele que po- um mero exaurimento e, com esta atitude, é que, de fato, faz
deria ser evitado, ou seja, uma outra pessoa, naquela situação, consumar o crime. Esse erro pode ser também chamado de
não incidiria no mesmo erro. Exclui o dolo, mas não a culpa, dolo geral ou erro sucessivo. Não há exclusão do crime se o
respondendo o agente culposamente pelo crime, se previsto resultado desejado vier a ocorrer por uma outra coisa, dire-
em lei como ilícito penal141. Devem-se verificar, portanto, tamente relacionada com a ação desenvolvida pelo agente.
as modalidades de negligência e imprudência, por tratar-se Luiz Flávio Gomes exemplifica a modalidade com a conduta
de crime culposo. Exemplo: na mesma situação hipotética do agente que, depois de estrangular a vítima, crendo que
descrita no item anterior, contudo, seria o caso de o erro poder ela está morta, enforca-a para simular um suicídio; todavia,
ser evitado, já que houve imprudência por parte do agente. fica comprovado que a vítima na verdade morreu em razão
Acidental do enforcamento. Consequência: o agente irá responder por
Noções de Direito

um só homicídio doloso consumado.


O erro acidental ou secundário refere-se a circunstâncias
situadas à margem da descrição do crime. Incide sobre da- Descriminantes Putativas por Erro de Tipo
dos secundários do tipo penal, não impedindo que o sujeito
compreenda o caráter ilícito da conduta. As excludentes do crime são decorrentes de situações
reais (legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal,
139
UEG/PC-GO/Escrivão de Polícia Civil/2013.
140
Assunto cobrado na prova do Cespe/PC-BA/Delegado de Polícia/2013.
exercício regular de direito e estado de necessidade). Con-
141
Assunto cobrado na prova do Cespe/PC-BA/Delegado de Polícia/2013. forme o CP:

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É isento de pena quem, por erro plenamente justi- normal, embora para ele seja ilícita. É o caso, por exemplo,
ficado pelas circunstâncias, supõe situação de fato do pugilista que nocauteia seu opositor, vindo este a experi-
que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há mentar lesões graves. Para o nocauteador, ele praticou crime,
isenção de pena quando o erro deriva culpa e o fato quando, na verdade, não o fez.
é punível como crime culposo.
Coação Moral Irresistível e Obediência Hierárquica
Na descriminante putativa por erro de tipo ou erro de
tipo permissivo, não há uma perfeita noção da realidade. A coação irresistível trata-se de coação moral, pois a coa-
O  agente imagina situação de fato totalmente divorciada ção física é excludente da conduta e, portanto, da tipicidade
da realidade na qual está configurada a hipótese em que ele do fato, já que o indivíduo, por si só, não agiria. Nessa coação
pode agir acobertado por uma causa de exclusão de ilicitude. geralmente figuram três pessoas, vez que é constituída por
Ex.: A está em sua residência, à noite, quando um parente ameaça feita ao agente, dirigida a um bem jurídico seu ou de
seu, brincalhão, surge a sua frente disfarçado de assaltante. terceiro. Essas pessoas são o coator (quem dirige a ameaça),
Imaginando uma situação de fato, na qual se apresenta uma o coacto (ou coagido, que sofre a ameaça) e a vítima (que
agressão iminente, o agente dispara, pensando estar agindo suporta a ação criminosa). Permite-se que a própria vítima
em legítima defesa. Consequência: se inevitável exclui o dolo aja como coatora (quando a própria vítima ameaça o agente,
e a culpa, e o agente não responde por crime algum. Se evi- obrigando-o a matá-la). Essa coação deve ser irresistível, ou
tável, excluirá o dolo, mas o agente responderá pelo crime seja, não se poderia exigir do agente que, naquelas circuns-
a título de culpa, se prevista tal modalidade como crime. tâncias, agisse de forma diversa. Se a coação for resistível o
No delito putativo (ou imaginário), o agente acredita que agente responde, mas pode ter sua pena atenuada. A coação
está cometendo um crime, quando, na verdade, sua conduta moral irresistível é uma hipótese de autoria mediata, em
é um irrelevante penal. Se o delito é putativo por erro de tipo, que o autor da coação detém o domínio do fato e comete o
o crime é impossível, em face da absoluta impropriedade do fato punível por meio de outra pessoa.142 A título de exem-
objeto, como no caso daquele que atira numa pessoa para plo: Joaquim, mediante um soco desferido contra o rosto
matá-la, sem saber que ela já estava morta. da frágil Maria, obrigou-a a assinar um cheque no valor
de R$ 5.000,00, utilizando-o para saldar uma dívida em
Erro de Proibição um comércio, sabendo que não existia tal importância no
banco. O cheque foi depositado e devolvido. Assim, Maria
Nessa modalidade, o agente não se engana sobre o fato não praticou crime, pois estava sob coação moral irresistí‑
que pratica, mas pensa erroneamente que o mesmo é lícito. vel143. Já na obediência hierárquica, como o próprio nome diz,
Aqui, não se desconhece a lei, ao contrário, o agente acha que deve haver uma relação de hierarquia calcada em normas de
a conhece, mas o faz erroneamente. É a interpretação leiga Direito Público, vez que não há que se falar em obediência
da lei. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta hierárquica quando se tratar de natureza religiosa, familiar,
de pena; se evitável, poderá diminuí-la de 1/6 a 1/3. Tal erro associativa etc. A ordem proferida aqui deve ser ilegal, pois,
não exclui o dolo nem o crime, pode excluir a culpabilidade se fosse lícita, tratar-se-ia de estrito cumprimento de dever
e, em consequência, a pena. Exemplo: A subtrai algo de B, legal, que é causa excludente da antijuridicidade, porém tal
seu devedor, a título de cobrança forçada, pensando ser tal ilicitude não pode ser explícita, pois se for clara a ilegalidade
atitude lícita. da ordem, o subordinado pode e deve se negar a cumpri-
O erro de proibição, como regra, é excludente da cul- -la. Caso o agente tema por reprimenda, e cumpra a ordem
pabilidade. Ele pode se contrapor a um dos elementos da mesmo sabendo de sua ilicitude, agiria sob coação moral,
culpabilidade, a saber, a potencial consciência da ilicitude, e não por obediência hierárquica. Porém, caso ele pratique
que se refere à possibilidade de que tem o agente de co- o fato acreditando na legalidade da ordem, incidiria em
nhecer o caráter injusto do fato. Ele também é chamado de erro de proibição. É necessária a dúvida sobre a legalidade,
erro sobre a ilicitude do fato. O agente age supondo que sua não podendo o subordinado recusar-se a cumpri-la, porém,
conduta está de acordo com a lei. O desconhecimento da lei quando do cumprimento, o  agente não pode ultrapassar
é inescusável, não se pode alegar a ignorância da lei dizendo os limites da ordem proferida, caso contrário, responderá
que não a conhece. o agente pelo excesso. A  obediência hierárquica é causa
Aqui, o agente acha que conhece a lei, mas o faz erro- excludente de culpabilidade. Somente será punido o autor
neamente. da ordem, devendo ser a ordem não manifestamente ilegal
As consequências são: e desde que haja subordinação hierárquica.
a) inevitável: isenta de pena o autor; Tanto a coação moral irresistível quanto a obediência
b) evitável: poderá a pena ser reduzida de 1/6 a 1/3. hierárquica são causas de exclusão da culpabilidade. Elas se
Exemplo: contrair novas núpcias sem estar divorciado, mas contrapõem a um dos elementos da culpabilidade, a saber,
apenas separado judicialmente. a exigibilidade de conduta diversa. Se o fato é cometido sob
coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
Descriminantes Putativas por Erro de Proibição manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível
o autor da coação ou da ordem.
Erro de proibição indireto ou descriminante putativa por Assim, na coação moral irresistível, só responde pelo
erro de proibição – o erro incide sobre os limites normativos crime o coator, o coato não. Na obediência hierárquica, só
responde pelo crime o superior hierárquico (na qualidade de
de uma excludente ou sobre a existência da justificante não
autor mediato) que deu a ordem não manifestamente ilegal
reconhecida em lei. Aqui, diferentemente da descriminante
(ordem aparentemente legal).
putativa por erro de tipo, há uma perfeita noção da realidade.
Noções de Direito

Ex.: um senhor de idade é esbofeteado por um jovem e supõe


Artigos Pertinentes
poder matá-lo em legítima defesa. Imagina, por erro, a exis-
tência de uma causa de exclusão de ilicitude que, na verdade,
Relação de causalidade
não existe. Consequência: as mesmas do erro de proibição.
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do
No delito putativo (ou imaginário), o agente acredita que
crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
está praticando uma conduta delituosa, quando, de fato, não
está. Se o delito é putativo por erro de proibição, não há Cespe/TC-DF/Procurador/2013.
142

crime, haja vista que a conduta do agente é perfeitamente Funcab/PC-ES/Escrivão de Polícia/2013.


143

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o Descriminantes putativas
resultado não teria ocorrido. § 1º É isento de pena quem, por erro plenamente
justificado pelas circunstâncias, supõe situação de
Superveniência de causa independente fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não
§  1º A superveniência de causa relativamente in- há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e
dependente exclui a imputação quando, por si só, o fato é punível como crime culposo.
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. Erro determinado por terceiro
§ 2º Responde pelo crime o terceiro que determina
Relevância da omissão o erro.
§  2º A omissão é penalmente relevante quando o
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. Erro sobre a pessoa
O dever de agir incumbe a quem: § 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou é praticado não isenta de pena. Não se consideram,
vigilância; neste caso, as  condições ou qualidades da vítima,
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de senão as da pessoa contra quem o agente queria
impedir o resultado; praticar o crime.
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
ocorrência do resultado. Erro sobre a ilicitude do fato
Art. 14. Diz-se o crime: Art.  21. O  desconhecimento da lei é inescusável.
Crime consumado O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta
I  – consumado, quando nele se reúnem todos os de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto
elementos de sua definição legal;  a um terço.
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o
Tentativa agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude
II – tentado, quando, iniciada a execução, não se con- do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias,
suma por circunstâncias alheias à vontade do agente; ter ou atingir essa consciência.
Pena de tentativa Coação irresistível e obediência hierárquica
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune- Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou
-se a tentativa com a pena correspondente ao crime em estrita obediência a ordem, não manifestamente
consumado, diminuída de um a dois terços. ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE
prosseguir na execução ou impede que o resultado
se produza, só responde pelos atos já praticados. Causas de Exclusão da Antijuridicidade – Ilicitude ou
Arrependimento posterior Crime (Arts. 23 a 25)
Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a Ilicitude é a contrariedade entre a conduta e o ordena-
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, mento jurídico em que a conduta típica também se torna
por ato voluntário do agente, a pena será reduzida ilícita. Em regra, o fato típico também é ilícito, exceto quando
de um a dois terços. ocorrer alguma causa que lhe retire a ilicitude. Essas causas
podem estar previstas em lei, sendo chamadas de legais,
Crime impossível ou, podem decorrer de aplicações analógicas ante a falta
Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficá- de previsão legal, sendo chamadas de supralegais. As causas
cia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade legais de exclusão de ilicitude estão previstas no art. 23 do
do objeto, é impossível consumar-se o crime. CP, a saber: estado de necessidade, legítima defesa, estrito
Art. 18. Diz-se o crime: cumprimento de dever legal e exercício regular de direito.
A antijuridicidade consiste na falta de autorização da ação
Crime doloso típica. As causas de exclusão da antijuricidade reconhecem-
I  – doloso, quando o agente quis o resultado ou -se em regra pela expressão “não há crime”. O excesso no
assumiu o risco de produzi-lo; exercício da justificativa pode ser punido a título de dolo
ou de culpa.
Crime culposo Conforme Rogério Greco, as  causas de exclusão de
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado ilicitude são também denominadas causas de exclusão da
por imprudência, negligência ou imperícia; antijuridicidade, justificativas ou descriminantes. São elas
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, nin- condições especiais em que o agente atua que impedem que
guém pode ser punido por fato previsto como crime, elas venham a ser antijurídicas. O art. 23, CP, prevê quatro
senão quando o pratica dolosamente. formas de exclusão de ilicitude: “o estado de necessidade,
a legítima defesa, o estrito cumprimento de dever legal e o
Agravação pelo resultado exercício regular de direito”. Contudo, esse rol não é taxativo,
Noções de Direito

Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a existindo causas de exclusão da ilicitude também na parte
pena, só responde o agente que o houver causado especial do Código Penal, como no art. 128 (o aborto provo-
ao menos culposamente. cado por médico, quando não há outro meio de salvar a vida
da gestante e aquele em que a gravidez foi decorrente de
Erro sobre elementos do tipo estupro e o aborto foi precedido de consentimento da ges-
Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo tante, ou, quando incapaz, de seu representante legal) e no
legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição art. 146, § 3º (em que não constitui o constrangimento ilegal
por crime culposo, se previsto em lei. as seguintes condutas: intervenção médica ou cirúrgica, sem

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consentimento do paciente ou de seu representante legal, O direito aqui mencionado se refere a qualquer bem
se justificada por iminente perigo de morte, ou na coação jurídico como a vida, a integridade física, o patrimônio
exercida para impedir suicídio). Existem ainda outras causas etc., contudo tal bem deve estar protegido pelo ordena-
que, embora não constem no rol do art. 23, nem estejam mento jurídico. Conforme exemplifica Capez, o conde-
expressamente previstas na lei penal, constituem causas nado a morte não poderia alegar estado de necessidade
justificantes, também chamadas de causas supralegais de contra o carrasco no momento da execução;
exclusão de ilicitude, tal como o consentimento do ofendido. • que não se exija sacrifício por parte do agente em
decorrência da situação (razoabilidade do sacrifício);
Estado de Necessidade aqui, o CP não estipula que o bem sacrificado deva ser
de menor valor que o bem protegido, todavia, quando
Conforme preceitua o art. 24 do CP, houver desproporção nessa relação, ou seja, falta de
razoabilidade, o agente responderá pelo crime com di-
considera-se em estado de necessidade quem pra- minuição de pena de 1/3 a 2/3. A falta de razoabilidade
tica o fato para salvar-se de perigo atual, que não não exclui a ilicitude, já que se trata de uma faculdade
provocou por sua vontade, nem podia de outro do juiz e não de um direito do réu;
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifí- • que haja por parte do agente conhecimento da situa-
cio, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.144 ção justificante. Na verdade, refere-se a um elemento
subjetivo do estado de necessidade, haja vista que
Está amparado pela referida excludente, por exemplo, mesmo tendo sido reconhecidos todos os requisitos
aquele que se encontra na iminência de ser atacado por um da referida excludente, o seu desconhecimento pelo
bravo cão e vem a matá-lo. agente não lhe dá o direito de alegar o estado de ne-
Ressalte-se que existem profissões que, por sua própria cessidade, já que a sua vontade talvez não fosse a de
natureza, possuem riscos que são previamente assumidos salvar alguém, mas a de causar um crime que não deu
pelas pessoas que as ocupam, tais como: polícia, segurança, certo.
salva-vidas etc. Tais profissionais, geralmente, não podem
alegar a excludente do estado de necessidade, é o que se
Formas de estado de necessidade:
aduz do art. 24, § 1º que diz: “não pode alegar estado de
a) próprio (defende direito próprio) ou de terceiros
necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo”.
Contudo, essa regra não é absoluta, já que não é razoável (defende direito de terceiros);
exigir que o agente se comporte de maneira heroica, agindo b) agressivo (o agente se volta contra bem de terceiros)
em situações que coloquem suas vidas ou integridade em ou defensivo (o agente se volta contra bem do agressor);
risco acima do normal para a atividade que executam. c) real (a situação de perigo é real) ou putativo (a situa­
Conforme ensina NUCCI, o dever legal é o resultante de ção de perigo é irreal) . Sendo putativo, não há a extinção
lei, considerada esta em seu sentido lato. Entretanto, deve- da antijuridicidade, apenas da culpabilidade e, por conse­
-se ampliar o sentido da expressão para também abranger o quência, da pena.
dever jurídico, aquele que advém de outras relações previstas
no ordenamento jurídico, como o contrato de trabalho ou Segundo Capez, o  Estado de Necessidade possui os
mesmo a promessa feita pelo garantidor de uma situação seguintes requisitos:
qualquer. Assim, de fato, a abnegação em face do perigo só • Perigo atual: é aquele que está ocorrendo no exato
é exigível quando corresponde a um especial dever jurídico. momento.
Por isso, tem o dever de enfrentar o perigo tanto o policial • Perigo deve ameaçar direito próprio ou de terceiro.
(dever advindo de lei), quanto o segurança particular con- • Perigo não causado voluntariamente pelo agente  –
tratado para a proteção do seu empregador (dever jurídico dolosamente.
advindo do contrato de trabalho), mas, nas duas situações, • Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo.­
não se exige dos referidos agentes atos de heroísmo ou ab- • Inevitabilidade da lesão ao perigo de outrem.
dicação de direitos fundamentais, a pretexto de sacrificarem • Razoabilidade do sacrifício: o CP não estipula que o
suas próprias vidas em detrimento de outrem. bem sacrificado deva ser de menor valor que o bem
Há duas teorias que definem o estado de necessidade: a protegido, todavia quando houver desproporção nes-
Unitária, que defende que o estado de necessidade é sem- ta relação, ou seja, falta de razoabilidade, o  agente
pre causa de exclusão de ilicitude; e a Diferenciadora, que responderá pelo crime com diminuição de 1/3 a 2/3.
defende que só haverá a excludente de ilicitude, se o bem A falta de razoabilidade não exclui a ilicitude.
sacrificado for de valoração inferior ao salvo, haja vista que • Conhecimento da situação justificante.
se for de igual valor, só haverá exclusão da culpabilidade e
não da ilicitude. O Código Penal adotou a teoria unitária, que Legítima Defesa
tem como natureza jurídica ser o estado de necessidade que
sempre causa excludente de ilicitude, ou seja, o estado de ne- O instituto da legítima defesa tem por fundamento per-
cessidade é sempre justificante e não meramente exculpante. mitir que uma pessoa se defenda de uma agressão atual ou
São requisitos para que haja a referida excludente: iminente, quando não houver outro meio, haja vista que o
• que o perigo ao qual esteja submetido o agente deva Estado não teria, naquelas circunstâncias, como oferecer ao
ser atual. Embora a lei fale somente no perigo atual, agredido a devida proteção, já que não há presença estatal
a doutrina admite o perigo iminente; em todos os lugares e momentos. Outrossim, deve-se en-
• que o perigo não tenha sido provocado pela vontade tender como natureza jurídica da legítima que ela é sempre
Noções de Direito

do agente (dolosamente); causa de exclusão da ilicitude.


• que não haja como evitar de outro modo (inevitabilida- São requisitos da referida excludente:
de da lesão ao perigo de outrem). Em outras palavras, • que os meios utilizados na repulsa sejam moderados
só se admite o sacrifício do bem, quando não há uma e necessários (meios necessários são aqueles menos
outra forma de se evitar; lesivos colocados à disposição do agente no momento
• que o perigo deva ameaçar direito próprio ou alheio. que ele sofre lesão, para fazê-la cessar). A utilização do
meio desnecessário caracteriza o excesso doloso ou
Assunto cobrado na prova da Vunesp/PC-SP/Papiloscopista Policial/2013.
144 culposo, que é punível. Meios moderados são aqueles

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dentro do limite razoável para conter as agressões. c) Legítima defesa subjetiva: o agente está inicialmente
Ele deve escolher dentre os meios colocados a sua em uma situação de legítima defesa, todavia não percebe
disposição aquele necessário, tão somente, capaz de que a agressão cessou e continua a se defender, imaginando
conter a agressão. Ocorrendo imoderação, o agente ainda estar sofrendo agressões, transformando-se em um
responderá pelo excesso. ataque. É o erro de tipo permissivo.
• que a agressão seja humana e injusta (observe que ani-
mal não agride, ataca. Sendo assim, contra animal não Outro ponto relevante é que não existe legítima defesa
configura legítima defesa, mas pode configurar estado da honra conjugal na conduta do cônjuge traído agredir o
de necessidade). Em outras palavras, contra animais cônjuge traidor ou o(a) amante deste(a), ou ambos, pois
ou coisas caracteriza-se estado de necessidade e não a honra que foi atingida não é a do cônjuge traído, mas a
de legítima defesa. Pode haver legítima defesa contra daquele que traiu, podendo ser reconhecido em favor do
animais, se estes forem usados por um ser humano primeiro apenas a atenuante da violenta emoção ou do re-
como uma arma, ou seja, caso sejam atiçados pelo ser levante valor moral. Os direitos passíveis de lesão ou ameaça
humano para que venham a atacar alguém, do contrá- são protegidos pela legislação penal brasileira, não fazendo
rio, tal excludente não estará caracterizada. No que se o Código Penal distinção expressa entre os direitos passíveis
refere à agressão injusta, ela nada mais é do que aquela de proteção pelo instituto da legítima defesa, além do que
contrária ao ordenamento jurídico, portanto, ilícita. o CP admite a legítima defesa da honra, mas não a da honra
• que a agressão seja atual ou iminente. Sendo passada conjugal, neste sentido. É possível como na repulsa a calú-
ou futura, não haverá legítima defesa. nia, a injúria e a difamação, por exemplo. Mas, em relação
• que a agressão seja invocada na defesa de direito pró- à honra conjugal, não se fala na referida excludente. Senão,
prio ou alheio. Todo e qualquer direito é abrangido pela vejamos: é entendimento doutrinário e social, por consequ-
justificativa, não se distinguindo entre bens pessoais ência segue as decisões dos Tribunais: “Não age em legítima
ou patrimoniais, pertencentes ao próprio defendente defesa da honra quem, em razão de traição por adultério,
ou a terceiro. A reação deve ser moderada e os meios mata o respectivo amante [...]”. (TJ-SC  – ACr 01.000885-
realmente necessários. 3 – 1ª C.Crim. – Rel. Des. Solon Deça Neves – J. 12/6/2001).
• que o agente tenha conhecimento da situação justifi- “Hodiernamente, afigura-se inconcebível a tese da legítima
cante – o agente deve conhecer que está agindo em defesa da honra, eis que não se pode admitir que a honra,
tal situação. bem em tese juridicamente protegido pela excludente de
ilicitude, possa se sobrepujar à vida, bem supremo do ser
A título de exemplo: O policial militar Efigênio estava humano”. (TJ-MG – ACr 000.270.179-5/00 – 2ª C.Crim. – Rel.
efetuando uma ronda, quando se deparou com dois elemen‑ Des. Reynaldo Ximenes Carneiro – J. 9/5/2002).
tos que se agrediam, um deles já bastante ferido. Solicitou
que parassem de brigar, mas eles não o atenderam. Apesar *Obs.: pode haver coexistência entre estado de neces-
do PM portar um bastão, que seria suficiente para contê‑ sidade e legítima defesa. Um bom exemplo seria aquele em
-los, efetuou um disparo com sua arma de fogo para o ar, que “A”, para se defender legitimamente de “B”, pega a arma
haja vista o local não ser habitado. Entretanto, o agressor de “C” sem a sua autorização. (CAPEZ)
que estava em vantagem não se intimidou e partiu em sua
direção para agredi-lo, ocasião em que Efigênio efetuou Segundo Fernando Capez, a  legítima defesa possui os
um disparo contra o agressor, causando-lhe lesões, que o seguintes requisitos:
levaram a permanecer durante trinta e cinco dias em coma. • Agressão atual ou iminente: a agressão deve estar
Pode-se, então, afirmar que o policial militar Efigênio não acontecendo ou prestes a acontecer.
praticou crime, pois obrou nos estritos limites da legítima • Agressão injusta: é a contrária ao ordenamento jurídico.
defesa.145 • Direito próprio ou de terceiro.
Obs.: não existe legítima defesa recíproca, nem contra • Repulsa com meios necessários: são os meios menos
agressão futura, nem contra aquela que já cessou. lesivos colocados à disposição do agente no momento
em que ele sofre a lesão, para fazê-la cessar. A utili-
Obs.: quanto aos quesitos desafio e provocação, deve-se zação do meio desnecessário caracteriza o excesso
ter em mente: doloso, culposo.
a) desafio: quem aceita desafio para uma luta, não pode • Uso moderado de tais meios: é o emprego do meio
alegar legítima defesa, porque o duelo não é aceito pela lei necessário dentro do limite razoável para conter as
brasileira; agressões. Ocorrendo imoderação, responderá pelo
b) provocação: só pode alegar legítima defesa aquele excesso.
que foi provocado. • Conhecimento da situação justificante: o agente deve
conhecer que está agindo em tal situação.
Formas de legítima defesa:
a) Legítima defesa putativa: é a errônea suposição da Estrito Cumprimento do Dever Legal
existência de uma legítima defesa por erro de tipo ou de
proibição ou hipótese de legítima defesa não prevista no É a prática de um fato típico por força do cumprimento
ordenamento jurídico. Ocorre quando há erro, blefe. Não há de um dever legal. Estrito cumprimento refere-se à prática
a extinção da antijuridicidade, mas da culpabilidade. da conduta típica dentro dos limites de seu dever legal. Aqui
b) Legítima defesa sucessiva: conforme ensina Greco, também o agente deve ter conhecimento da justificante. A
ocorre quando se repele o excesso na legítima defesa146. título de exemplo: O oficial de justiça que, acompanhando
Noções de Direito

A  agressão praticada pelo agente, embora inicialmente o cumprimento de uma ordem judicial de busca e apreen‑
legítima, transforma-se em agressão injusta quando incidiu são pela polícia, diante da recusa do morador em facultar
no excesso. Nessa hipótese, o revide caracteriza a legítima a entrada na residência, determina o arrombamento da
defesa sucessiva. Em outras palavras, é a repulsa contra o porta pelos agentes policiais, atua em estrito cumprimento
excesso, pois quem pratica a agressão não pode alegar a do dever legal.147 O excesso, no início da conduta, chama-
legítima defesa em seu favor, somente em relação ao excesso. -se excesso na causa e não há excludente de ilicitude, e sim,
abuso de autoridade ou outro delito.
Funcab/PC-ES/Delegado de Polícia/2013.
145

Assunto cobrado na prova da Funcab/PC-ES/Escrivão de Polícia/2013.


146 UEG/PC-GO/Escrivão de Polícia Civil/2013.
147

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Quando se fala em estrito cumprimento do dever legal, existir a legítima defesa preordenada. Sendo uma ou outra,
deve-se ter em mente que o agente aqui deve agir em nome trata-se de excludente de ilicitude, portanto, qualquer ex-
da lei e não da ética, moral ou religião. Apesar de praticar cesso, seja ele doloso ou culposo, fará com que o instalador
uma conduta típica, quem age em estrito cumprimento de do ofendículo venha a responder pelo ilícito causado. Isso
um dever que lhe é imposto pela lei não pratica crime, mas significa que, no caso de cerca eletrificada, a intenção tem
poderá vir a responder pelos excessos que vier a cometer. de ser apenas a de repelir o invasor, logo o ofendículo deve
Não pode ser invocado nos delitos praticados na modalida- ser razoável e moderado (obedecendo às normas técnicas),
de culposa. Quando se fala em dever legal, fala-se naquele devendo o agente tomar certas precauções na utilização
decorrente de lei, decreto, entre outros. A estrita obediência desses instrumentos, sob pena de responder pelos resultados
se refere aos limites impostos pelo próprio dever, já que se advindos caso coloque em perigo inocentes.
houver excesso, haverá punição para o autor, ou seja, o ex- Finalmente, assim como as demais excludentes de ilicitu-
cesso após a prática da conduta será caracterizado como de, o agente deve ter conhecimento da situação justificante.
doloso ou culposo, que também é punível. Sendo assim,
pode-se exemplificar a referida excludente pela conduta Consentimento do Ofendido
de um policial, que no estrito cumprimento do dever legal,
provoca lesões no indivíduo que, logo após receber voz Embora não esteja expressamente previsto na legislação
de prisão, continua sua ação fugitiva. Poder-se-ia figurar penal como causa excludente de ilicitude, trata-se, na ver-
também, como exemplo, a conduta do policial que efetua dade, de uma causa supralegal de excludente da antijuridi-
legalmente uma prisão em flagrante. cidade. Contudo, sendo reconhecida a referida excludente
apenas para bens disponíveis (patrimoniais), nunca para bens
Exercício Regular de Direito indisponíveis (vida, integridade física), já que se esta fosse
reconhecida pelo ordenamento jurídico brasileiro, admitir-
Caracteriza-se pela utilização de um direito ou faculdade -se-ia a eutanásia.
que pode decorrer da lei, de um fim social ou dos costumes, Ilicitude é a relação de contrariedade que se estabelece
dando ao agente a permissão para que pratique condutas entre o fato típico e o ordenamento jurídico. Existem previ-
dentro dos limites estabelecidos e com finalidades diversas. sões de excludentes de ilicitude (ou tipos permissivos) ex-
Quem não atender às regras impostas por normas regula- pressos na parte especial do Código Penal. São eles: o aborto
para salvar a vida da gestante ou quando a gravidez resulta de
mentares deve ser punido.
estupro (art. 128, I e II, CP); a injúria e a difamação, quando a
O exercício regular de direito é a prática de um fato
ofensa é irrogada em juízo na discussão da causa, na opinião
típico pelo agente autorizado por um direito, entendido
desfavorável da crítica artística, literária ou científica e no
em sentido amplo, ou seja, abrangendo todas as formas de conceito emitido por funcionário público em informação
direito subjetivo, penal ou extrapenal (CAPEZ). Também, por prestada no desempenho de suas funções (art. 142, I, II e III,
qualquer excesso, poderá o agente receber punição, já que CP); o constrangimento ilegal se é feita à intervenção médica
faz desaparecer a excludente. São exemplos de exercício ou cirúrgica sem o consentimento do paciente, ou de seu
regular de direito: corretivo aplicado pelos pais aos filhos; representante legal, se justificada por iminente perigo de
lesões provocadas no adversário durante uma luta de boxe, vida, e na coação exercida para impedir suicídio (art. 146,
desde que as regras sejam obedecidas; incisão realizada § 3º, I e II, CP); e na violação de domicílio, quando um crime
por médico. está sendo ali cometido (art. 150, § 3º, II, CP).
Questiona-se, ainda, se é possível haver estupro entre Em síntese, conforme ensina Vinícius Paulo Mesquita,
marido e mulher, ou se há amparo pelo exercício regular o  consentimento do ofendido funciona como uma causa
de direito. Ora, embora a conjunção carnal seja débito con- legal de exclusão da tipicidade e como causa supralegal de
jugal, não justifica o ato de se constranger a companheira, exclusão da ilicitude. Porém, para que possamos falar em
obrigando-a ao ato sexual, pois não há se falar em exercício consentimento do ofendido deve ser o aquiescente penal-
regular de direito, mas de uma irregularidade desse exercício, mente capaz e o bem jurídico em questão deve estar no rol
o que tipifica a conduta criminosa. Reforçando a possibili- dos bens disponíveis.
dade de crime sexual entre cônjuges, a Lei nº 11.106/2005, Para que o consentimento do ofendido possa ser consi-
em seu art.  226, II, prevê que se o agente é ascendente, derado como excludente, é necessário, segundo Francisco
padrasto, madrasta, irmão, cônjuge, companheiro, tutor ou de Assis Toledo:
curador, preceptor ou empregador da vítima ou se assumiu, • que o ofendido tenha manifestado a sua aquiescência
por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou livremente, sem coação, fraude ou vício da vontade;
vigilância, a  pena será majorada de metade, bem como • que o ofendido, no momento da aquiescência, esteja
a Lei nº  11.340/2006, em seu art.  7º, III, etiquetou esse em condições de compreender o significado e as con-
comportamento como violência doméstica e familiar conta sequências de sua decisão, possuindo, pois, capacidade
a mulher (CUNHA). para tanto;
Quanto aos ofendículos (ofensáculos), que são os apa- • que o bem jurídico lesado e exposto se situe na esfera
ratos para defesa de uma propriedade (como cacos de vidro da disponibilidade do aquiescente;
ou cercas elétricas sobre muros, ponta de lança em portão, • que o fato típico realizado se identifique com o que
animais etc.), por exemplo, a doutrina não é unânime. Há foi revisto e se constitua em objeto de consentimento
quem defenda que se trata de exercício regular de direito pelo ofendido. A título de exemplo: Geraldino permitiu
no momento de sua instalação e não de seu funcionamento, seu encarceramento pelo patologista André, para se
que é sempre futuro; há outros que defendem tratar-se de submeter a uma experiência científica. Ao terminar
Noções de Direito

legítima defesa preordenada já que ele é colocado em uma o período da experiência, Geraldino procurou a de‑
propriedade para funcionar no momento em que esse local legacia de polícia da circunscrição de sua residência,
é invadido contra a vontade do morador, portanto serve alegando que fora vítima de crime, em face do seu
como defesa necessária contra injusta agressão. Há uma encarceramento. Do relato apresentado, conclui-se
terceira corrente que defende ser exercício regular de direito que não há crime, pois o consentimento do ofendido
enquanto ali predispostos e que sejam facilmente perceptí- excluiu a ilicitude.148
veis, contudo, a partir do momento em que tal aparato entra
em ação para defender a propriedade de alguém, passa a Funcab/PC-ES/Delegado de Polícia/2013.
148

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Esquematicamente, tem-se como causas excludentes da Pena de Reclusão
antijuridicidade:
• Regime inicial será o fechado se pena aplicada ao
Parte Geral Parte Especial criminoso for superior a 8 anos.
do Código do Código • Regime inicial será o semiaberto se pena aplicada ao
criminoso for maior de 4 anos, e não superior a 8 anos.
1. estado de neces- 1. ofensa irrogada em juízo na dis- • Regime inicial será o aberto se a pena aplicada ao
sidade. cussão da causa (art. 142, I, CP). criminoso for 4 anos ou menos.
2. legítima defesa. 2. aborto para salvar a vida da • Se o réu for reincidente, a lei diz que, independente-
gestante ou quando a gravidez é mente da pena o início de cumprimento da pena, será
resultante de estupro. o regime fechado. Todavia, a Súmula nº 269 do STJ diz
3. estrito cumprimen­ 3. violação de domicílio quando um que o juiz poderá fixar semiaberto se a pena aplicada
to de dever legal. crime é praticado, ou para prestar so- ao reincidente não for superior a 4 anos.
corro ou por ordem judicial (art. 150, • Da mesma forma, o juiz poderá, se as circunstâncias
§ 3º, II, CP c/c art. 5º da CF). judiciais do art. 59 do CP forem desfavoráveis, impor
4. exercício regular 4. coação visando a impedir a prática o cumprimento da pena em regime inicial fechado,
de direito. de suicídio. independentemente da quantidade da pena.
Observe que a parte geral do CP traz as causas legais de Pena da Detenção
exclusão de ilicitude (ou antijuridicidade). Já na parte especial
do mesmo ordenamento jurídico, veem-se algumas causas
• Regime inicial será o semiaberto se a pena aplicada ao
supralegais de exclusão da ilicitude.
criminoso for superior a 4 anos.
• Regime inicial será o aberto se a pena aplicada ao
Artigos Pertinentes
criminoso for igual ou inferior a 4 anos.
Exclusão de ilicitude • Se o réu for reincidente, o regime inicial será o semia-
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: berto.
I – em estado de necessidade; • Da mesma forma, o juiz poderá, se as circunstâncias
II – em legítima defesa; judiciais do art. 59 do CP forem desfavoráveis, impor
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no o cumprimento da pena em regime inicial semiaberto,
exercício regular de direito. independentemente da quantidade da pena.

Excesso punível Pena de Prisão Simples


Parágrafo único. O  agente, em qualquer das hipó-
teses deste artigo, responderá pelo excesso doloso Não existe regime inicial fechado, devendo a pena ser
ou culposo. cumprida no regime semiaberto ou aberto, em estabele-
cimento especial ou seção especial de prisão comum, sem
Estado de necessidade rigor penitenciário. A lei não admite o regime fechado nem
Art.  24. Considera-se em estado de necessidade em caso de regressão e somente se aplica em relação às
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que contravenções penais.
não provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, Regras do Regime Fechado
nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º Não pode alegar estado de necessidade quem • Exame criminológico – No início do cumprimento da
tinha o dever legal de enfrentar o perigo. pena, o condenado será submetido, obrigatoriamente,
§  2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do ao exame criminológico de classificação para individu-
direito ameaçado, a  pena poderá ser reduzida de alização da execução.
um a dois terços.
• Trabalho interno
Legítima defesa – Está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usan- e capacidades. Será durante o dia. A recusa ocasionará
do moderadamente dos meios necessários, repele falta grave.
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou – O preso provisório não está obrigado a trabalhar.
de outrem. – Tem finalidade educativa e produtiva.
– Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocu-
DAS PENAS pação adequada à sua idade. Os doentes ou deficientes
físicos somente exercerão atividades apropriadas ao
As Penas: as penas previstas em nosso CP são: privati- seu estado.
vas de liberdade, restritiva de direito e multa. Passemos a – O trabalho poderá ser gerenciado por fundação ou
estudar cada uma separadamente. empresa pública, com autonomia administrativa, e terá
por objetivo a formação profissional do condenado.
Noções de Direito

Da pena privativa e liberdade – Os órgãos da Administração direta ou indireta da União,


• Subdividem-se nas seguintes espécies: Reclusão, De- estados, territórios, Distrito Federal e dos municípios
tenção e Prisão simples. adquirirão, com dispensa de concorrência pública,
• Quanto aos regimes, dividem-se em: Fechado, Semia- os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que
berto e Aberto. não for possível ou recomendável realizar-se a venda
a particulares.
Obs.: o regime inicial de cumprimento da pena é esta- – Todas as importâncias arrecadadas com as vendas
belecido pelo juiz na sentença. reverterão em favor da fundação ou empresa pública

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do esta- Regras do Regime Semiaberto
belecimento penal.
– É remunerado, não podendo ser inferior a ¾ do salário • Exame criminológico: será facultativo.
mínimo. • Trabalho interno e externo: idem às regras aplicadas
– O produto da remuneração pelo trabalho deverá ao regime fechado.
atender: à indenização dos danos causados pelo • Permissão de saída: idem ao regime fechado.
crime, desde que determinados judicialmente e não • Saída temporária: os condenados que cumprem pena
reparados por outros meios; à assistência à família;
em regime semiaberto poderão obter autorização para
a pequenas despesas pessoais; ao ressarcimento ao
Estado das despesas realizadas com a manutenção do saída temporária do estabelecimento, sem vigilância
condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo direta, nos seguintes casos: visita à família; frequência
da destinação prevista nas letras anteriores. Ressalva- a curso supletivo profissionalizante, bem como de
das outras aplicações legais, será depositada a parte instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo
restante para constituição do pecúlio, em Caderneta da Execução; participação em atividades que concor-
de Poupança, que será entregue ao condenado quando ram para o retorno ao convívio social. A autorização
posto em liberdade. será concedida por ato motivado do Juiz da execução,
– As tarefas executadas como prestação de serviço à ouvidos o Ministério Público e a administração pe-
comunidade não serão remuneradas. nitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes
– Não segue as regras da CLT, todavia tem direito aos requisitos: comportamento adequado; cumprimento
benefícios da Previdência social. mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado
– A jornada não será inferior a 6 horas nem superior for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente; com-
a 8 horas, com descansos nos domingos e feriados. patibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Os serviços de manutenção e conservação do estabe- A autorização será concedida por prazo não superior a
lecimento penal poderão ser em horário especial. 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro)
– A cada 3 dias de trabalho, terá descontado um dia de
vezes durante o ano. Quando se tratar de frequência
pena. Todavia, se praticar falta grave, o preso perderá
o direito a todo o tempo remido. a curso profissionalizante, de instrução de 2º grau ou
– Se já estava trabalhando e sofrer acidente do trabalho superior, o tempo de saída será o necessário para o
e ficar impossibilitado de prosseguir, será beneficiado cumprimento das atividades discentes. O  benefício
pela remição. será automaticamente revogado quando o condenado
– Os governos federal, estadual e municipal poderão praticar fato definido como crime doloso, for punido
celebrar convênio com a iniciativa privada, para im- por falta grave, desatender as condições impostas na
plantação de oficinas de trabalho referentes a setores autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento
de apoio dos presídios. do curso. A recuperação do direito à saída temporária
dependerá da absolvição no processo penal, do can-
• Trabalho externo celamento da punição disciplinar ou da demonstração
– Somente em serviços ou obras públicas, desde que to- do merecimento do condenado.
madas as cautelas contra fuga e em favor da disciplina • Local de cumprimento: colônia agrícola industrial ou
(para o preso em regime fechado). similar. O condenado poderá ser alojado em compar-
– O limite máximo é de 10% do total dos empregados timento coletivo, observada a seleção adequada de
na obra. presos e o limite de capacidade máxima que atenda
– Requisitos para o trabalho externo: responsabilidade
os objetivos da individualização da pena.
e cumprimento de 1/6 da pena, prévio exame crimi-
nológico e autorização do diretor do estabelecimento
prisional. Saída Temporária
– Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao
preso que vier a praticar fato definido como crime, se A alteração da Lei nº 12.258/2010 reza que “A ausência
for punido por falta grave, ou tiver comportamento de vigilância direta não impede a utilização de equipamento
contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim
– Caberá ao órgão da administração, à  entidade ou à determinar o juiz da execução”.
empresa empreiteira a remuneração desse trabalho. Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao bene-
– A prestação de trabalho à entidade privada depende ficiário as seguintes condições, entre outras que entender
do consentimento expresso do preso. compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação
– Permissão de saída – Condenados e presos provisórios: pessoal do condenado:
falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, • fornecimento do endereço onde reside a família a ser
ascendente, descendente ou irmão; necessidade de tra- visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo
tamento médico. A permissão de saída será concedida do benefício;
pelo diretor do estabelecimento em que se encontra o
• recolhimento à residência visitada, no período noturno;
preso. A permanência do preso fora do estabelecimento
• proibição de frequentar bares, casas noturnas e esta-
terá a duração necessária à finalidade da saída.
– Local de cumprimento – Penitenciária (reclusão e regime belecimentos congêneres.
Noções de Direito

fechado). Será para presos provisórios e condenados,


bem como para o regime disciplinar diferenciado. O con- Quando se tratar de frequência a curso profissionalizan-
denado será alojado em cela individual, que conterá te, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de
dormitório, aparelho sanitário e lavatório, com área saída será o necessário para o cumprimento das atividades
mínima de 6 m². Deverá ser localizada em local afastado discentes.
do centro urbano, a distância que não restrinja a visita- Nos demais casos, as autorizações de saída somente
ção. A penitenciária de mulheres poderá ser dotada de poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta
seção para gestante e parturiente e creche. e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Regras do Regime Aberto Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferen-
ciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam
• Exame criminológico: não necessário. fundadas suspeitas de envolvimento ou participação,
• Requisitos: o ingresso do condenado em regime aberto a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha
supõe a aceitação de seu programa e das condições ou bando.
impostas pelo Juiz. Somente poderá ingressar no re- A autorização para a inclusão do preso em regime disci-
gime aberto o condenado que: estiver trabalhando ou plinar dependerá de requerimento circunstanciado elabo-
comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente, rado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade
apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado administrativa.
dos exames a que foi submetido, fundados indícios de A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime dis-
que se ajustará, com autodisciplina e senso de respon- ciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público
sabilidade, ao novo regime. Poderão ser dispensadas e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.
do trabalho as pessoas referidas no art. 117 desta Lei
(regime aberto em residência). Fixação do Regime
• O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a
concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguin- O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o
tes condições gerais e obrigatórias permanecerem no condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de
local que for designado, durante o repouso e nos dias liberdade, observado o disposto no art. 33 e seus parágrafos
de folga; sair para o trabalho e retornar, nos horários do Código Penal.
fixados; não se ausentar da cidade em que reside, sem Se a sentença for omissa quanto ao regime inicial, a dú-
autorização judicial comparecer a Juízo, para informar vida deve ser resolvida em prol do regime mais benéfico,
e justificar as suas atividades, quando for determinado. desde que juridicamente cabível.
• O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas,
de ofício, a  requerimento do Ministério Público, da Do Juízo da Execução
autoridade administrativa ou do condenado, desde
que as circunstâncias assim o recomendem. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local
• Local de cumprimento: casa do Albergado destina- de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade,
em regime aberto, e da pena de limitação de fim de Progressão de Regime
semana. O prédio deverá situar-se em centro urbano,
separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar- A pena privativa de liberdade será executada em forma
-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. progressiva com a transferência para regime menos rigoroso,
Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido
Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
para acomodar os presos, local adequado para cursos bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor
e palestras. O estabelecimento terá instalações para os do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
serviços de fiscalização e orientação dos condenados. progressão.
• A legislação local poderá estabelecer normas comple- A decisão será sempre motivada e precedida de mani-
mentares para o cumprimento da pena privativa de festação do Ministério Público e do defensor.
liberdade em regime aberto. A cada nova progressão, exige-se o requisito temporal,
• Prisão-albergue domiciliar: somente se admitirá o ou seja, um novo cumprimento de 1/6 da pena, porém
recolhimento do beneficiário de regime aberto em referente ao restante da pena, e  não à pena inicialmente
residência particular quando se tratar de: condenado fixada na sentença.
maior de 70 (setenta) anos; condenado acometido de Todavia, o art. 112 da LEP, § 2º, exige para a progressão de
doença grave; condenada com filho menor ou deficiente regime o mesmo procedimento do livramento condicional,
físico ou mental; condenada gestante. Atenção: a ine- ou seja, prévio parecer do Conselho Penitenciário.
xistência de vaga em casa de albergado o STJ entende Na Lei nº 8.072/1990, o novo posicionamento permite a
que é autorizada a prisão domiciliar. progressão de regime para crimes hediondos e assemelha-
dos, onde já houve alteração expressa no texto legal. Assim,
a Súmula nº 698 do STF deverá ser cancelada.
Regime Disciplinar Diferenciado Nos crimes praticados contra a Administração Pública,
a  progressão de regime ficará condicionada à reparação
A prática de fato prevista como crime doloso constitui dos danos causados ao Erário ou à devolução do produto
falta grave e, quando ocasiona subversão da ordem ou dis- do crime.
ciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, Na LEP, não é permitida a progressão por salto, ou seja,
sem prejuízo da sanção penal, ao  regime disciplinar dife- a passagem direta do regime fechado para o regime aberto.
renciado, com as seguintes características: duração máxima É obrigatória a passagem pelo regime intermediário. Só há
de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da um caso em que a jurisprudência permite a progressão por
sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de salto: quando o condenado já cumpriu 1/6 da pena em re-
Noções de Direito

um sexto da pena aplicada; recolhimento em cela individual; gime fechado, não conseguiu a passagem para o semiaberto
visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, por falta de vaga, permanece mais 1/6 no regime fechado,
com duração de duas horas; o preso terá direito à saída da que acaba por ser entendido como se estivesse no semia-
cela por 2 horas diárias para banho de sol. berto, e, terminando esse prazo, vai direto para o aberto.
O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar O preso provisório – segundo a Súmula nº 716 do STF:
presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, “Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena
que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do ou a aplicação de regime menos severo nela determinada,
estabelecimento penal ou da sociedade. antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.”

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Regressão de Regime As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e
graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem
É a volta do condenado ao regime mais rigoroso, por ter assim as respectivas sanções.
descumprido as condições impostas para ingresso e perma- Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta
nência no regime mais brando. consumada.
Embora a lei vede a progressão de regime por salto,
é perfeitamente possível a regressão por salto, podendo Das Sanções
o condenado passar diretamente do regime aberto para
o fechado. Constituem sanções disciplinares: advertência verbal;
Do mesmo modo, a despeito de a pena de detenção repreensão; suspensão ou restrição de direitos (art.  41,
não comportar regime inicialmente fechado, ocorrendo a parágrafo único, da Lei de Execuções Penais – 7.210/1984);
regressão, o condenado poderá ser transferido para aquele isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos esta-
regime. belecimentos que possuam alojamento coletivo, observado
Hipóteses: prática de fato definido como crime doloso, o disposto no art. 88 desta Lei. Podem ser aplicadas por ato
(se crime culposo ou contravenção penal, a regressão ficará motivado do diretor do estabelecimento. Inclusão no regime
disciplinar diferenciado, só podendo ser aplicada por prévio
a critério do juiz da execução), devendo ser previamente
despacho fundamentado do juiz.
ouvido o condenado; prática de faltas graves: incitar ou
Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em
participar de movimento para subverter a ordem ou a disci-
conta a natureza, os  motivos, as  circunstâncias e as con-
plina, fugir; possuir, indevidamente, instrumento capaz de sequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu
ofender a integridade física de outrem; provocar acidente tempo de prisão.
de trabalho; descumprir, no regime aberto, as  condições Nas faltas graves, aplicam-se as sanções de suspensão ou
impostas; inobservar os deveres previstos nos incisos II e restrição de direitos; isolamento na própria cela ou em local
V do art. 39 da Lei de Execuções Penais – 7.210/1984; tiver adequado e inclusão no regime disciplinar diferenciado, bem
em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de como a regressão de regime quando cabível.
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não
presos ou com o ambiente externo. O disposto neste artigo poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do
aplica-se, no que couber, ao preso provisório. Comete falta regime disciplinar diferenciado.
grave o condenado à pena restritiva de direitos que: des- O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da exe-
cumprir, injustificadamente, a  restrição imposta; retardar, cução.
injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
inobservar os deveres previstos nos incisos II e V do art. 39 Do Procedimento Disciplinar
da Lei de Execuções Penais – 7.210/1984, sofre condena-
ção, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o
pena em execução, torne incabível o regime (art. 111 da procedimento para sua apuração, conforme regulamento,
Lei de Execuções Penais – 7.210/1984); frustrar o fim da assegurado o direito de defesa. A decisão será motivada.
execução no caso de estar em regime aberto, por exemplo, A autoridade administrativa poderá decretar o isolamen-
quando o condenado assume uma conduta que demonstre to preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias.
incompatibilidade com o regime aberto, como abandonar A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no
o emprego; não pagamento de multa cumulativa, no caso interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá
de regime aberto. de despacho do juiz competente.
O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regi-
Das Disciplinas me disciplinar diferenciado será computado no período de
cumprimento da sanção disciplinar.
A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na
obediência às determinações das autoridades e seus agentes Das Recompensas
e no desempenho do trabalho. Estão sujeitos à disciplina o
condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de As recompensas têm em vista o bom comportamento
direitos e o preso provisório. Não haverá falta nem sanção reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração
com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.
disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regu-
São recompensas: o elogio; a concessão de regalias. A le-
lamentar.
gislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e
As sanções não poderão colocar em perigo a integridade
a forma de concessão de regalias.
física e moral do condenado. É vedado o emprego de cela
escura, bem como são vedadas as sanções coletivas.
Da Remição
O condenado ou denunciado, no início da execução da
pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou
O poder disciplinar, na execução da pena privativa de semiaberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de
liberdade, será exercido pela autoridade administrativa execução da pena.
conforme as disposições regulamentares. A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita
Noções de Direito

Na execução das penas restritivas de direitos, o poder à razão de um dia de pena por três de trabalho.
disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por
que estiver sujeito o condenado. acidente, continuará a beneficiar-se com a remição.
Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido
execução para os fins dos arts. 118, inciso I, 125, 127, 181, o Ministério Público.
§  1º, d, e  §  2º, da Lei de Execuções Penais  – 7.210/1984 O condenado que for punido por falta grave perderá o
(praticar fato definido como crime doloso, perda do tempo direito ao tempo remido, começando o novo período a partir
remido). da data da infração disciplinar.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O tempo remido será computado para a concessão de nalizante. Assim, será perfeitamente possível a implemen-
livramento condicional e indulto. tação efetiva do estudo no interior do sistema carcerário
A autoridade administrativa encaminhará, mensalmente, brasileiro. Faltará, no entanto, vontade política para tanto.
ao Juízo da execução, cópia do registro de todos os conde-
nados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de Identificação Genética
cada um deles.
Ao condenado dar-se-á relação de seus dias remidos. A Lei nº 12.654/2012 estabelece a identificação genética
Constitui o crime do art. 299 do Código Penal declarar ou para os condenados por crime praticado com violência contra
atestar, falsamente, prestação de serviço para fim de instruir pessoa ou considerado hediondo.
pedido de remição. Assim, o art. 9º-A da Lei de Execução Penal (LEP), confor-
De acordo com o art. 126, § 1º, da Lei de Execução Penal me o novo texto, os condenados por crime praticado dolo-
– LEP (Lei nº 7.210/1984), alterado pela Lei nº 12.433/2011, samente com violência de natureza grave contra pessoa ou
a contagem de prazo, para fins de remição, será feito da considerado hediondo serão submetidos obrigatoriamente
seguinte maneira: à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA
a) 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência (ácido desoxirribonucleico) por técnica adequada e indolor. A
escolar (atividade de ensino fundamental, médio, inclusive autoridade policial, federal ou estadual poderá requerer ao
profissionalizante, ou superior, ou, ainda, de requalificação juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso
profissional), divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; ao banco de dados de identificação de perfil genético.
b) 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho,
cuja jornada deverá ser de 6 (seis) a 8 (oito) horas diárias. Das Penas Restritivas de Direito
O estudo, nos termos do art. 126, § 2º, da LEP, já com as As penas restritivas de direitos são:
alterações promovidas pelo diploma legal acima referido, I – prestação pecuniária;
poderá ser desenvolvido de forma presencial ou por meto- II – perda de bens e valores;
dologia de ensino a distância (telepresencial), sendo de rigor III – prestação de serviço à comunidade ou a entidades
a certificação pelas autoridades educacionais competentes públicas;
dos cursos frequentados. V – interdição temporária de direitos;
É perfeitamente possível a cumulação do trabalho e do V – limitação de fim de semana.
estudo do preso para fins de remição (ex.: trabalho na parte
da manhã e estudo à noite). Nesse caso, a cada 3 (três) dias Regras de Aplicação: as penas restritivas de direitos são
trabalhados e de estudo, será o condenado recompensado autônomas e substituem as privativas de liberdade, ou seja,
com o abatimento de 2 (dois) dias de pena. após o juiz condenar o réu em sentença, aplicando-lhe uma
Ainda, deve-se registrar que o preso impossibilitado, por pena privativa de liberdade, preenchidos os requisitos legais,
acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos, conti- poderá haver a substituição desta pena privativa de liberdade
nuará a beneficiar-se com a remição (art. 126, § 4º, da LEP). em restritiva de direito. Vejamos os requisitos:
Ao preso que, durante o cumprimento da pena, concluir I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a
o ensino fundamental, médio ou superior, desde que haja quatro anos e o crime não for cometido com violência ou
certificado expedido pelo órgão competente, terá acrescido grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada,
1/3 (um terço) às horas de estudo que serão utilizadas para se o crime for culposo (Atenção: se o crime for doloso, deverá
a remição (art.126, § 6º, da LEP). ser observada a quantidade da pena, ou seja, até quatro
Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um anos, se o crime for culposo, não há quantificação de pena);
terço) do tempo remido, recomeçando a contagem a partir II – o réu não for reincidente em crime doloso;
da data da infração disciplinar (art. 127, da LEP). A regra em III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
comento foi introduzida em nossa legislação especial (LEP) personalidade do condenado, bem como os motivos e as cir-
pela Lei nº 12.433/2011, motivo pelo qual resta revogada, cunstâncias, indicarem que essa substituição seja suficiente.
ainda que tacitamente, a Súmula Vinculante nº 9, do STF, que Verificados os requisitos para se efetivar a substituição
assim dispõe: “O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 de uma pena privativa de liberdade em restritiva de direito,
foi recebido pela ordem constitucional vigente e não se lhe passemos a analisar as formas possíveis de substituição:
aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58”. • na condenação igual ou inferior a um ano, a substitui-
ção pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva
Em suma, a Súmula em questão produzia o seguinte
de direitos;
efeito: a prática de falta grave pelo condenado acarretava a
• se superior a um ano, a pena privativa de liberdade
perda de todos os dias remidos. Porém, como visto, com a
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos
alteração da redação do precitado art. 127, da LEP, perdeu
e multa ou por duas restritivas de direitos;
o sentido o enunciado, devendo-se aplicar a novel regula-
• se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar
mentação da matéria. a substituição, desde que, em face de condenação
A remição, até o advento da Lei nº 12.433/2011, que, anterior, a medida seja socialmente recomendável e
como dito, alterou sobremaneira o instituto em comento, a reincidência não se tenha operado em virtude da
somente era admissível aos condenados aos regimes fechado prática do mesmo crime.
e semiaberto, visto que o trabalho é requisito indispensável
Noções de Direito

à progressão ao regime aberto. Atenção:


No entanto, com a admissão do estudo como fato gerador 1) Em caso de descumprimento – A pena restritiva de
da remição, aos condenados que estejam cumprindo pena direitos converte-se em privativa de liberdade quando
em regime aberto, também será possível o aproveitamento ocorrer o descumprimento injustificado da restrição
do benefício, desde que estudem. imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a
Finalmente, cabe-nos registrar que a Lei nº 12.245/2010 executar, será deduzido o tempo cumprido da pena
determinou a instalação de salas de aula nos estabelecimen- restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de
tos penais, destinadas a cursos do ensino básico e profissio- trinta dias de detenção ou reclusão.

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2) Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade cará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do
por outro crime – O juiz da execução penal decidirá condenado.
sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la, se for Da Interdição Temporária de Direitos – As penas de
possível, ao condenado que cumprir a pena substitu- interdição temporária de direitos são: proibição do exercício
tiva anterior. de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato
eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou
Características das penas restritivas de direito: ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou
Da Prestação Pecuniária – A prestação pecuniária consis- autorização do poder público; suspensão de autorização ou
te no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes de habilitação para dirigir veículo e proibição de frequentar
ou a entidade pública ou privada com destinação social, de determinados lugares. Caberá ao Juiz da execução comunicar
importância fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo à autoridade competente a pena aplicada, determinada a
nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários míni- intimação do condenado.
mos. O valor pago será deduzido do montante de eventual
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os Da Pena de Multa
beneficiários. Todavia, se houver aceitação do beneficiário,
a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra É uma das modalidades de penas a ser aplicada ao cri-
natureza. minoso. É  realizada mediante pagamento em dinheiro ao
Da Perda de Bens e Valores – A perda de bens e valores Fundo Penitenciário.
pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legis- O valor da multa é fixado pelo juiz na sentença. No Brasil,
lação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, adota-se o sistema de dias-multa em que são verificadas
e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante três etapas: encontrar o número de dias-multa, encontrar
do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou o valor de cada dia multa, multiplicar o valor do número de
por terceiro, em consequência da prática do crime. dias-multa pelo valor de cada um deles. O dias-multa será de
Da Prestação de Serviços à Comunidade – A prestação no mínimo 10 dias e no máximo 360 dias. O valor da multa
de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicá- não poderá ser inferior a 1/30 do salário mínimo mensal
vel às condenações superiores a seis meses de privação da vigente na época dos fatos, nem superior a 5x esse salário.
liberdade e consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao O juiz ao fixar o valor da pena deve atender, principalmente
condenado. A prestação de serviço à comunidade dar-se-á a situação econômica do réu, podendo seu valor ser aumen-
em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e tado até o triplo se o juiz considerar que é ineficaz, embora
outros estabelecimentos congêneres, em programas comu-
aplicada ao máximo. O valor da multa será atualizado pelos
nitários ou estatais. As tarefas serão atribuídas conforme as
índices monetários.
aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de
O procedimento para a execução da pena de multa
uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo
está disciplinado nos arts. 164 a 170 da Lei de Execuções
a não prejudicar a jornada normal de trabalho. Se a pena
Penais. Entretanto, em face da modificação do art. 51 do CP,
substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado
mantém-se o entendimento predominante de que deve ser
cumprir a pena substitutiva em menor tempo, nunca inferior
considerada dívida de valor, passível de execução conforme
à metade da pena privativa de liberdade fixada. Caberá ao
as regras da Lei nº 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais),
Juiz da execução: designar a entidade ou programa comunitá-
rio ou estatal, devidamente credenciado ou convencionado, sendo competente o juízo da Vara Cível.
junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, Procedimento será a extração de certidão da sentença
de acordo com as suas aptidões; determinar a intimação do condenatória após o trânsito em julgado formando autos
condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em apartados, nos quais se fará a execução. O MP irá requerer a
que deverá cumprir a pena; alterar a forma de execução, citação do condenando para dentro de 10 dias pagar a multa
a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de ou nomear bens a penhora.
trabalho. Decorrido o prazo sem pagamento ou nomeação de bens,
O trabalho terá a duração de oito horas semanais e será o escrivão extrairá nova certidão e remeterá à Procuradoria
realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, da Fiscal o Estado a qual se encarregará de promover a exe-
de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, cução fiscal da pena de multa.
nos horários estabelecidos pelo Juiz. A execução terá início Sobrevindo doença mental acarretará a suspensão da
a partir da data do primeiro comparecimento. A entidade execução de multa, todavia prescrição continua correndo.
beneficiada com a prestação de serviços encaminhará,
mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado Dos Estabelecimentos Penais
das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo,
comunicação sobre ausência ou falta disciplinar. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado,
Da Limitação de Fim de Semana – A limitação de fim de ao submetido à medida de segurança, ao preso provisório e
semana consiste da obrigação de permanecer, aos sábados e ao egresso.
domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente,
outro estabelecimento adequado. Durante a permanência, serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à
poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras sua condição pessoal. “§ 2º O mesmo conjunto arquitetôni-
Noções de Direito

ou atribuídas atividades educativas. co poderá abrigar estabelecimentos de destinação diversa


A execução terá início a partir da data do primeiro com- desde que devidamente isolados.”
parecimento. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza,
Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz deverá contar em suas dependências com áreas e serviços
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agres- destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação
sor a programas de recuperação e reeducação. e prática esportiva.
O estabelecimento designado encaminhará, mensal- Haverá instalação destinada a estágio de estudantes
mente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim comuni- universitários.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Os estabelecimentos penais destinados a mulheres • Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do
serão dotados de berçário, onde as condenadas possam Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos
amamentar seus filhos. para acomodar os presos, local adequado para cursos
O preso provisório ficará separado do condenado por e palestras. O estabelecimento terá instalações para os
sentença transitada em julgado; da mesma forma, o preso serviços de fiscalização e orientação dos condenados.
primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada
para os reincidentes. Do Centro de Observação. No Centro de Observação,
O preso que, ao  tempo do fato, era funcionário da realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos
Administração da Justiça Criminal ficará em dependência resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Clas-
separada. sificação. “Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas
O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível pesquisas criminológicas.”
com a sua estrutura e finalidade. O Conselho Nacional de • O Centro de Observação será instalado em unidade
Política Criminal e Penitenciária determinará o limite má- autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.
ximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua • Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técni-
natureza e peculiaridades. ca de Classificação, na falta do Centro de Observação.
As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça
de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. O
unidade, em estabelecimento local ou da União. Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se
A União Federal poderá construir estabelecimento aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no art. 26 e seu
penal em local distante da condenação para recolher os parágrafo único do Código Penal. Parágrafo único. Aplica-se
condenados, quando a medida se justifique no interesse ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafo único
da segurança pública ou do próprio condenado. Conforme do art. 88 desta Lei.
a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os • O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao
liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou
tratamento são obrigatórios para todos os internados.
ao aproveitamento de terras ociosas.
• O tratamento ambulatorial, previsto no art. 97, segun-
Caberá ao juiz competente, a  requerimento da auto-
da parte, do Código Penal, será realizado no Hospital
ridade administrativa, definir o estabelecimento prisional
de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro
adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em
local com dependência médica adequada.
atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos.
Da Penitenciária. A penitenciária destina-se ao condena-
do à pena de reclusão, em regime fechado. A União Federal, Da Cadeia Pública. A cadeia pública destina-se ao reco-
os estados, o Distrito Federal e os territórios poderão cons- lhimento de presos provisórios.
truir penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos • Cada comarca terá pelo menos uma cadeia pública
provisórios e condenados que estejam em regime fechado, a fim de resguardar o interesse da Administração da
sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do Justiça Criminal e a permanência do preso em local
art. 52 da Lei de Execuções Penais. próximo ao seu meio social e familiar.
• O condenado será alojado em cela individual, que • O estabelecimento de que trata este Capítulo será
conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. instalado próximo de centro urbano, observando-se na
• São requisitos básicos da unidade celular: a) salubrida- construção as exigências mínimas referidas no art. 88
de do ambiente pela concorrência dos fatores de aera- e seu parágrafo único desta Lei.
ção, insolação e condicionamento térmico adequado
à existência humana; b) área mínima de 6,00 m2 (seis Da Suspensão Condicional da Pena – É um direito público
metros quadrados). subjetivo do réu de ter a execução da pena suspensa quando
• Além dos requisitos referidos no artigo anterior, a peni- preenchidos os requisitos legais. A  sua finalidade é evitar
tenciária de mulheres poderá ser dotada de seção para o cumprimento da pena por parte de alguns condenados
gestante e parturiente e de creche com a finalidade de frente à superlotação do sistema carcerário brasileiro, sendo,
assistir ao menor desamparado cuja responsável esteja portanto, política criminal. Também é conhecido pela sua
presa. abreviatura Sursis.
• A penitenciária de homens será construída, em local Atenção: não confundir a suspensão condicional da pena
afastado do centro urbano, a distância que não res- prevista no Código Penal com a suspensão condicional do
trinja a visitação. processo prevista na Lei nº 9.099/1995:

Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar. A  Colônia Suspensão condicional Suspensão condicional do pro-
Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena cesso
da pena em regime semiaberto.
• O condenado poderá ser alojado em compartimento Prevista no Código Penal Prevista na Lei nº 9.099/1995 –
coletivo, observados os requisitos da alínea a do pará- Juizado Especial Criminal
grafo único do art. 88 desta Lei. São também requisitos Já houve um processo e Inicia-se o processo com o
básicos das dependências coletivas: a) a seleção ade- uma sentença. O  que se oferecimento da denúncia pelo
quada dos presos; b) o limite de capacidade máxima suspende é o cumprimen- Ministério Público e então se
Noções de Direito

que atenda aos objetivos de individualização da pena. to da pena suspende o trâmite processual

Da Casa do Albergado. A Casa do Albergado destina-se A pena privativa de liberdade, uma vez aplicada na sen-
ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime tença pelo juiz, poderá ser suspensa a sua execução, desde
aberto, e da pena de limitação de fim de semana. que preenchidos os seguintes requisitos, quais sejam:
• O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado 1) A execução da pena privativa de liberdade, não su-
dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela perior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a
ausência de obstáculos físicos contra a fuga. 4 (quatro) anos, desde que:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – o condenado não seja reincidente em crime doloso (é Revogação do Sursis: Ela pode ser:
cabível no caso de condenação anterior em pena de multa
e após, em crime doloso, do mesmo modo quando ocorrer a) Obrigatória
transação pena ou suspensão condicional do processo). • Durante o período de prova, o sentenciado é conde-
II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e nado, irrecorrivelmente, por crime doloso;
personalidade do agente, bem como os motivos e as circuns- • Frustra, embora solvente, a  execução de pena de
tâncias, autorizem a concessão do benefício; multa;
III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista • Frustra a prestação de serviço à comunidade ou à
no art. 44 deste Código (penas restritivas de direito) limitação de final de semana.
Obs.: primeiro verifica-se a possibilidade de substituição
da pena privativa de liberdade em restritiva de direito. Em b) Facultativa
não sendo possível, então, passe-se a aplicação da suspensão • Descumpre as regras de proibição de frequentar cer-
condicional da pena, desde que preenchido os requisitos tos lugares, proibição de se ausentar da comarca em
legais. que reside sem autorização do juiz, comparecimento
2) A execução da pena privativa de liberdade, não mensal obrigatório perante o juiz para justificar suas
atividades;
superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a
• Durante o período de prova, é condenado, irrecorri-
seis anos, desde que:
velmente, por crime culposo e contravenção penal;
I – o condenado seja maior de setenta anos de idade;
• Descumpre qualquer das condições impostas pelo juiz.
II – ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
Cassação do Sursis
Período de Prova  – É o período em que a execução
da pena privativa de liberdade encontra-se suspensa e o
Quando o condenado não comparece na audiência ad-
condenado, em liberdade, cumpre algumas condições a ele moestatória, momento no qual lhe é comunicado o benefício
imposta. Tais são as condições: que lhe será aplicado e as condições a que tem que cumprir,
a) Legais – No primeiro ano do prazo, deverá o condenado o prazo de seu período de prova, bem como as consequências
prestar serviços à comunidade ou submeter-se à limitação em caso de descumprimento.
de fim de semana. Se o condenado houver reparado o dano, Quando ocorre um recurso da sentença que aplicou o
salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do sursis e o Tribunal revoga a decisão de 1º grau reformando
art. 59 do Código Penal lhe forem inteiramente favoráveis, a sentença.
o juiz poderá substituir as exigências anteriores pelas seguin-
tes condições, aplicadas cumulativamente: a) proibição de Prorrogação do Período de Prova – Prorroga-se o período
frequentar determinados lugares; b) proibição de ausentar-se de prova quando o réu está sendo processado por crime
da comarca onde reside, sem autorização do juiz; c) compa- doloso, culposo ou contravenção penal. Tal prorrogação
recimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para será até julgamento definitivo. Durante a prorrogação, não
informar e justificar suas atividades. subsistem as condições impostas. Tal é a regra, tendo em
b) Judiciais – São aquelas impostas, pelo juiz, nas senten- vista que a revogação somente ocorrerá com o trânsito em
ças diversas das estabelecidas na lei, desde que adequadas julgado. Assim, deve-se aguardar a decisão do julgamento
ao fato e à situação pessoal do condenado. para verificar se houve uma absolvição e então ser prosseguir
na aplicação do suris ou se houve uma condenação, e sendo
Classificação dos Sursis em crime doloso, a revogação do sursis torna-se obrigatória,
se culposo ou contravenção penal, facultativa.
a) Etário  – É aquele em que o condenado é maior de Findo o prazo do período de provas sem ter havido
70 anos à data da sentença. Neste caso, o sursis poderá ser nenhuma revogação, considera-se extinta a pena privativa
concedido desde que a pena não exceda a 4 anos, mais os de liberdade.
demais requisitos previsto em lei . O período de prova será no
mínimo de 4 e no máximo de 6 anos, todavia não se aplicam Do Livramento Condicional
as condições legais acima descritas.
b) Humanitário – É aquele que, por razões de saúde, in- Trata-se de um incidente aplicado na fase de execução da
dependentemente de sua idade, tem direito ao sursis, desde pena privativa de liberdade que consiste na antecipação de
que a pena não exceda a 4 anos, mais os demais previsto em liberdade do condenado, desde que preenchido os requisitos
lei. O período de prova será de no mínimo de 4 e no máximo legais, devendo o condenado cumprir certas regras. É um
direito público subjetivo.
de 6 anos, todavia não se aplicam as condições legais acima
São os requisitos:
descritas. Deve ser aplicado aos casos de doentes terminais.
a) Estar cumprindo pena privativa de liberdade igual ou
c) Simples – Basta apenas o preenchimento dos requi-
superior a 2 anos;149
sitos legais. Período de prova de 2 a 4 anos. O primeiro ano b) Ter reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
do período de prova fica sujeito à prestação de serviço à c) Cumprimento de:
comunidade ou à limitação de final de semana. • 1/3 da pena se não for reincidente e tiver bons ante-
Noções de Direito

d) Especial – Igual ao sursis simples. A diferença está se cedentes;


o réu reparar o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, não • 1/2 se for se reincidente em crime doloso;
mais ficará sujeito à prestação de serviço à comunidade ou • entre 1/3 e 1/2 se tiver maus antecedentes, mas não
limitação de final de semana e sim ficará sujeito cumulati- for reincidente;
vamente: proibição de frequentar certos lugares, proibição • 2/3 se for crime hediondo, vedado se reincidente
de se ausentar da comarca onde reside sem autorização do específico.
juiz, comparecimento mensal obrigatório perante o juiz para
justificar suas atividades. Assunto cobrado na prova da Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013.
149

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Obs.: as penas que correspondem às infrações diversas Suspensão do Livramento Condicional
devem ser somadas para concessão do benefício.
a) Quando cometido crime durante a vigência do benefí-
d) Comportamento carcerário satisfatório; cio, o livramento é suspenso, decreta-se a prisão e ouve-se o
e) Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; Conselho Penitenciário e o MP. A revogação fica submetida
f) Aptidão para prover a própria subsistência mediante à decisão final153. O STJ afirma a necessidade de defesa do
trabalho honesto sentenciado antes da suspensão do benefício.
g) Nos crimes dolosos cometidos com violência ou grave
b) Nas hipóteses de descumprimento das obrigações
ameaça à pessoa, o benefício fica sujeito à verificação da
constantes na sentença – o art. 145 da LEP não admite tal
cessação da periculosidade do agente150.
suspensão.
Condições a Serem Cumpridas – Uma vez preenchidos
os requisitos legais, o condenado, ao fazer jus à concessão Extinção da Pena
do benefício do livramento condicional, deverá cumprir as
seguintes condições: a) Art. 90 do CP – Cumprida as condições sem nenhum
motivo para revogação, a pena será declara extinta.
Obrigatórias b) Art.  89 do CP  – O juiz não poderá declarar extinta
a) Proibição de ausentar-se da comarca sem autorização a pena enquanto não transitar em julgado a sentença em
do juiz. processo a que responde o liberado por crime cometido
b) Comparecimento periódico do juiz para justificar suas na vigência do livramento. Assim, o período de prova será
atividades. prorrogado até a decisão final para saber se o livramento
c) Obter ocupação lícita dentro do prazo razoável. condicional será ou não revogado. Se o crime foi praticado
Facultativas antes da concessão do livramento, não há que se falar em
a) Não mudar de residência sem comunicar o juiz. prorrogação do período de prova, uma vez que este fato não
b) Recolher-se à habitação em hora marcada invalida o tempo em que o condenado esteve em livramento
c) Não frequentar determinados locais condicional.

Judiciais – Nada impede que o juiz coloque novas con- Da Medida de Segurança
dições.
Revogação do Livramento Condicional – São causas que O termo Sanção penal é gênero que tem como espécies:
revogam a concessão do benefício: pena e medida de segurança. Aquele que pratica um fato
a) Obrigatória  – Condenação irrecorrível por crime a típico ilícito e culpável surge como consequência a pena. To-
pena privativa de liberdade por crime praticado antes do be- davia, ao que pratica um injusto penal, ou seja, um fato típico
nefício, condenação irrecorrível por crime a pena privativa e ilícito, mas não culpável por ser inimputável decorrente de
de liberdade por crime praticado durante do benefício.151
doença mental, aplica-se, em regra, medida de segurança.
b) Facultativa  – Condenação irrecorrível por crime ou
contravenção a pena não privativa de liberdade: pena res- A pena tem por finalidade reprovar e prevenir a prática
tritiva de direito ou pena de multa e descumprimento das da infração penal. Já a medida de segurança tem a finalidade
condições impostas. exclusiva de prevenção, no sentido de evitar que o autor de
Obs.: na revogação facultativa, o juiz poderá: revogar uma infração penal que tenha demonstrado periculosidade
o benefício; advertir novamente o condenado; alterar as volte a delinquir, bem como tratá-lo ou ainda curá-lo.
condições impostas acrescentando outras.152 O CP adotou o sistema Vicariante, ou seja, ou se aplica
à pena, ou se aplica à medida de segurança. No Brasil, não
Efeitos da Revogação do Livramento Condicional vigora o sistema Duplo Binário em que há a possibilidade de
se aplicar pena e medida de segurança.
a) Por crime praticado durante o benefício: não se des- A medida de segurança é aplicada aos inimputáveis: “o
conta o tempo em que o sentenciado esteve solto e deve agente que por doença mental ou desenvolvimento mental
cumprir, integralmente, a sua pena, somente podendo obter incompleto era ao tempo da ação ou omissão inteiramente
novo benefício em relação à nova condenação. Não poderá incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se
somar o tempo que deverá cumprir com a nova pena, resul- de acordo com esse entendimento.” O inimputável pratica
tante de outro delito para obter novo benefício. um fato típico e ilícito, mas é inculpável. Na verdade, ele
b) Por crime anterior ao benefício: é descontado o tempo pratica um injusto penal. Deverá ser absolvido, mas sua
em que o sentenciado esteve solto, devendo cumprir preso absolvição é chamada de imprópria porque lhe é aplicado
apenas o tempo que falta para completar o período de prova.
uma medida de segurança. A periculosidade, que é a poten-
Além disso, terá direito de somar o que resta da pena com a
cialidade para praticar ações lesivas, é presumida, bastando
nova condenação, calculando o livramento sobre este total.
c) Por descumprimento das condições impostas: não é o laudo apontar a perturbação mental para que a medida de
descontado o tempo em que esteve solto e não pode obter segurança seja imposta.
novo livramento em relação a essa pena, um vê que traiu a Já o semi-inimputável poderá receber a pena reduzida
Noções de Direito

confiança do juízo. 1/3 a 2/3 ou medida de segurança. Para tanto, deve-se veri-
Obs.: é inadmissível a revogação do livramento condi- ficar se o agente em virtude da perturbação de saúde mental
cional sem prévia oitiva do condenado para então exercer o ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado
seu direito de ampla defesa e contraditório. não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
150
Assunto cobrado na prova da Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013. Aqui, a  periculosidade não é presumida. Mesmo o laudo
151
Assunto cobrado na prova da Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013.
152
Assunto cobrado na prova da Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013. Assunto cobrado na prova da Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013.
153

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apontando a perturbação mental deverá ser investigado no sobrevenha doença mental ao condenado, devendo o juiz de
caso concreto se é caso de pena ou de medida de segurança. ofício ou a requerimento do MP ou da autoridade adminis-
Assim, poderá haver uma sentença condenatória com dimi- trativa realizar a conversão. Efetivada a conversão, discute-se
nuição de pena ou uma sentença absolutória imprópria com por quanto tempo deverá perdurar, pelo restante da pena pri-
aplicação de medida de segurança. vativa de liberdade a cumprir, ou por tempo indeterminado.
a) Capez – Por tempo indeterminado, fazendo um exame
São espécies de medida de segurança: de cessação de periculosidade, anualmente, pois passarão
a) Detentiva: a incidir todas as regras das medida de segurança (art. 97 e
• internação em hospital de custódia e tratamento psi- SS do CP e 171 e SS da LEP).
quiátrico (art. 97 CP). b) STJ – A medida de segurança convertida não poderá
• obrigatória quando a pena imposta é de reclusão, não ultrapassar o tempo de duração do restante da pena, de
podendo aplicar a medida restritiva modo que, encerrado o prazo de duração da pena e ainda
• por tempo indeterminado, perdurando enquanto não persistindo a necessidade de tratamento, deverá o conde-
for averiguado, mediante perícia médica, a cessação nado ser encaminhado ao juízo cível nos termos do art. 682,
da periculosidade. § 2º do CPP.
• na falta de vaga, o  tratamento poderá ocorrer em Obs.: a nova lei de drogas deixa a critério do juiz a ava-
hospital comum ou particular, mas nunca em cadeia liação quando a necessidade ou não de internação, inde-
pública. pendentemente da natureza da pena privativa de liberdade.
b) Restritiva: Assim, não se aplica a regra do art. 97 do CP.
• tratamento ambulatorial (art. 97 do CP). Não há a previsão de execução progressiva, ou seja,
• quando a pena imposta é de detenção, sendo facul- a passagem da medida de segurança da internação para o
tativa. Se o juiz achar mais conveniente a internação tratamento ambulatorial.
em hospital de custódia, assim poderá fazê-lo, mesmo
sendo crime apenado com detenção. Dosimetria da Pena (Esquema baseado na obra de
• será por prazo indeterminado até a constatação da Fernando Capez)
cessação de periculosidade.
• § 4º do art. 97 afirma que o juiz poderá, em qualquer Art. 68 do CP – A pena-base será fixada atendendo-se
fase do tratamento ambulatorial, determinar a inter- ao critério do art. 59 do CP; em seguida serão consi-
nação do agente se essa medida for necessária para deradas as circunstâncias atenuantes e agravantes;
fins curativos. O contrário não é possível ocorrer. por último, as causas de diminuição e de aumento.

Obs.: Greco afirma que poderá o juiz, em qualquer das Regras para Aplicação da Pena pelo Juiz
penas previstas, optar pelo tratamento mais adequado ao
inimputável. 1) O juiz fixará a pena-base baseado nos critérios do
art. 59 do CP.
Procedimento de aplicação da medida de segurança: 2) Verificação da presença de circunstâncias atenuantes
a) O juiz, na sentença, irá fixar o prazo mínimo de inter- e agravantes.
nação, que poderá ser de 1 a 3 anos. 3) Verificação de causa de aumento e diminuição da pena.
b) Cumprido esse prazo, será realizado o primeiro exame Obs.: há quem fale em uma quarta fase, a substituição da
de cessação de periculosidade. pena privativa de liberdade em restritiva de direito.
c) Segundo a LEP, esse exame poderá ser determinado
pelo juiz a qualquer momento. Atenção: o juiz deverá fundamentar cada etapa da
d) Constatada a presença de periculosidade, será reno- dosimetria da pena, garantindo ao réu o amplo direito do
vado todo ano o exame até sua melhora. exercício da defesa.
e) Constatada a sua melhora, será posto em liberdade
(desinternação) e acompanhado por 1 ano. Nesse prazo, se Primeira Fase – Art. 59 do CP
não praticar atos que demonstrem a sua periculosidade,
estará revogada a medida de segurança. Se praticar, retoma a) O juiz analisará livremente as circunstâncias elencadas
a aplicação da medida de segurança. no art. 59 para a escolha da pena abstrada a ser aplicada.
f) Transitada em julgado a sentença, expede-se a guia de (Ex.: homicídio, pena reclusão de 6 a 20 anos. O juiz, por
internamento ou tratamento. meio das circunstancias do art. 59, escolherá se vai aplicar
g) Ciência obrigatória ao MP da expedição da guia. a pena 6, 8, 10, 12 ou 20 anos).
h) O diretor do estabelecimento de cumprimento da b) Para se aplicar a pena-base, deverá se verificar se o
medida de segurança, até um mês antes de expirar o prazo fato praticado se enquadra na forma simples do tipo penal ou
mínimo, remeterá ao juiz um minucioso relatório para auxiliar em sua modalidade qualificada. (Ex.: roubo simples, art. 157,
Noções de Direito

o julgamento da revogação ou não da medida de segurança. caput, ou latrocínio, 157, § 2º, do CP). A forma simples do
i) O relatório será instruído com laudo psiquiátrico, pois crime é chamada de tipo fundamental. Já a qualificadora
aquele não supre a este. estão sediadas em parágrafos dos tipos incriminadores,
j) Juiz decide. Caberá agravo, com efeito suspensivo. tipo derivado.
Não há possibilidade de aplicação de medida de segu- c) O início da dosagem da pena parte sempre do limite
rança em caráter provisório. mínimo da pena em abstrato.
É possível a conversão da pena em medida de segurança d) As circunstâncias previstas no art. 59 estão previstas
durante a execução da pena privativa de liberdade quando de forma exaustiva.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
e) O juiz fará uma análise discricionária das circunstâncias Circunstâncias e Consequências do Crime – As circuns-
e terá liberdade de escolha da pena a ser aplicada. tâncias dizem respeito à prática do crime, são elementos aci-
f) Segundo a Súmula nº 231 do STJ, nessa primeira fase dentais que não participam da estrutura de cada crime, mas
de fixação da pena, o juiz jamais poderá fixar a pena-base que influem na quantidade punitiva. São elas: duração do
abaixo de seu mínimo previsto abstratamente, bem como delito, que pode demonstrar maior ou menor determinação
acima de seu máximo legal. do criminoso, local do crime, que indica maior periculosidade
do agente, tempo de preparação. As consequências dizem
As circunstâncias judiciais são: respeito à extensão do dano produzido pelo delito, por
Culpabilidade  – Crítica ao nome, pois culpabilidade, exemplo, morte de um pai de família, atropelamento que
conforme a teoria adotada, poderá ser, segundo a tripartida, deixa uma pessoa paralítica, como também o exaurimento
elemento do crime, e segundo a bipartida, pressuposto de do crime nas condutas em que ele é cabível.
aplicação da pena. Assim, o  que o legislador quis dizer a Comportamento da Vítima – No direito penal, não há
respeito dessa circunstância seria “o grau de culpabilidade”, a compensação de penas, todavia, por vezes, a vítima, com
pois todos os culpáveis serão puníveis, mas aqueles que seu comportamento, faz nascer o ato criminoso, embora
tiverem um grau maior de culpabilidade receberão, por não justificando os mesmos. Deve-se ressaltar quando o
justiça, uma apenação mais severa. Assim, o grau de culpa comportamento da vítima for circunstância atenuante (“in-
e a intensidade do dolo importam na quantidade da pena justa provocação da vítima”, art. 65, III, c, última parte do
será atribuída ao acusado. CP) ou causa de diminuição (art. 121, § 1º, segunda parte e
Antecedentes – São os fatos da vida pregressa do agente art. 129, § 4º, do CP), não será ela considerada na primeira
no que diz respeito ao seu histórico criminal; inquéritos po- fase da dosimetria da pena.
liciais e processos penais. Todavia, a polêmica consiste em
saber qual a amplitude do termo “antecedentes”: Segunda Fase – Circunstâncias agravantes e
a) 1ª corrente – Anteriores envolvimentos em inquéritos atenuantes
policiais, processos criminais. Considera-se, ainda que em
caso de absolvição por insuficiência de provas (art. 386, VI, do Circunstâncias – Greco: são dados periféricos que gravi-
CPP) e inquéritos policiais arquivados, também configuram tam ao redor da figura típica e tem por finalidade diminuir
maus antecedentes. ou aumentar a pena aplicada ao sentenciado. Por permane-
b) 2ª corrente  – Antecedentes é a vida pregressa do cerem ao lado da definição típica, as circunstâncias em nada
agente que não configura reincidência, em virtude do interferem na definição jurídica da infração penal. As ele-
princípio da presunção de inocência. Assim, somente as mentares, ao contrário, são dados essenciais indispensáveis
condenações anteriores com trânsito em julgado que não à definição da figura típica, sem os quais o fato poderá ser
sirvam para forjar reincidência é que poderão ser conside- considerado atípico (atipicidade absoluta) ou se transformará
radas maus antecedentes, jamais inquéritos ou ações em em outro crime (atipicidade relativa).
andamento. (Ex.: sentenciado que possui três condenações O CP não apresenta um quantum para fins de atenuação
transitadas em julgado, todavia o fato que praticou ocorreu ou agravamento da pena, diferentemente do que ocorre com
antes destes trânsitos em julgado. Será considerado para
as causas de aumento e diminuição.
maus antecedentes e não reincidência, da mesma forma se
A atenuação ou o agravamento deverá respeitar os limi-
o fato praticado ocorreu após 5 anos do trânsito em julgado,
tes mínimos e máximos da pena em abstrato.
não será mais reincidência, pois a mesma terá prescrito, mas
Segundo Bitencourt, pelo princípio da razoabilidade,
será maus antecedentes).
ante a ausência de determinação legal para a quantidade
Obs. 1: transação penal e suspensão condicional do
de agravamento e atenuação previstos em lei, estas deverão
processo não geram maus antecedentes (art. 76, § § 4º e
ser fixadas em 1/6, média de agravamentos e atenuações da
6º, e art. 89 da Lei nº 9.099/1990).
parte especial do CP.
Obs. 2: a prova de maus antecedentes será realizado por
Agravantes Genéricas – Estão previstas no art. 61 do CP:
certidão do cartório, art. 155 do CPP, não bastando para isto
sempre agravam a pena, não podendo o juiz deixá-las de
a folha de antecedentes criminais.
levar em consideração. A enumeração é taxativa. Todavia,
Conduta Social – Enquanto os antecedentes se restrin-
se qualificarem ou forem elementares do tipo penal, não
gem aos envolvimentos criminais do agente, a conduta social
serão aplicadas. São as hipóteses legais:
tem alcance mais amplo, referindo-se a sua atividade do
1) Reincidência  – prática de um crime após ter sido
trabalho, familiar e social ou qualquer outro comportamento
condenado por crime anterior com sentença transitada em
em sociedade.
Personalidade do Agente – Não se trata de um conceito julgado. Tem como termo inicial:
jurídico, mas, sim, da psicologia e da psiquiatria. Relaciona-se a) se a pena foi cumprida: contagem de 5 anos, inicia-se
ao nível de periculosidade e irritabilidade, bem como a in- na data em que o agente termina o cumprimento da pena;
tensidade de violência, brutalidade, ausência de sentimento b) se a pena foi extinta: inicia-se a contagem dos 5 anos
humanitário, de arrependimento dentre outros. da data da extinção em que a pena realmente ocorreu;
c) se houve aplicação de sursis ou de livramento condi-
Noções de Direito

Motivos do Crime  – As razões que antecederam e le-


varam o agente a praticar o crime. Influenciará na pena a cional: termo inicial da contagem é a data da audiência de
maior ou menor aceitação da motivação que levou o agente advertência.
a praticar o crime, por exemplo, praticou por piedade ou por Obs.: crimes que não induzem reincidência: crime mi-
ruindade. Atenção: caso o motivo configure qualificadora, litar próprio e crimes políticos154. Se condenado por crime
agravante ou atenuante, causa de aumento ou diminuição, e apenado com multa, haverá reincidência.
não poderá ser considerada circunstância judicial, evitando
o bis in idem. Assunto cobrado na prova do Cespe/TC-DF/Procurador/2013.
154

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A transação penal e suspensão condicional do processo 11) Contra maior de 60 anos, enfermo ou mulher
não geram reincidência. grávida.
Em caso de reincidência, fixada a pena em patamar 12) Quando o ofendido estava sob proteção da au-
inferior a 4 (quatro) anos, o condenado poderá iniciar o toridade.
cumprimento da pena em regime semiaberto, desde que 13) Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou
as circunstâncias judiciais o recomendem.155 qualquer calamidade pública ou desgraça particular do
Reincidência específica significa o mesmo tipo incrimina- ofendido – Pune-se o sadismo e oportunismo.
dor (furto/furto; lesão/lesão). Na lei dos crimes hediondos, 14) Em caso de embriaguez preordenada – O agente
é  a prática de qualquer crime hediondo. Já a reincidente se embriaga para cometer crimes.
em crime doloso significa a prática de crime doloso, e após As agravantes genéricas previstas no art. 62 do CP estão
outro crime doloso. relacionadas ao de concurso de pessoas.
Por fim, a terminologia primário retrata aquele que não 15) Promover ou organizar a cooperação no crime – É
é reincidente. Já a primariedade técnica é aquele que possui o autor intelectual do crime.
várias condenações anteriores, mas não é considerado rein- 16) Dirigir a atividade dos demais – Quem fiscaliza a
cidente, porque não praticou nenhum delito após ter sido execução do crime.
condenado definitivamente. 17) Induzir ou coagir outrem à execução do crime – Co-
3) Motivo fútil  – Sem significância, sem importância. agir fisicamente ou moralmente. A agravante incidirá quer
Quanto à ausência de motivos, a jurisprudência diverge se a coação seja irresistível, quer não. Induzir é dar uma ideia.
é o caso de motivo fútil. O ciúme não é motivo fútil, pois 18) Instigar ou determinar a cometer crime alguém que
se origina da paixão, um forte motivo para praticar crimes. esteja sob a sua autoridade ou não seja punível em virtu-
4) Motivo torpe – Motivo repugnante, ofensivo à mora- de de condição ou qualidade pessoal – Instigar é reforçar
lidade média da sociedade. A vingança não é motivo torpe ideia já existente. Determinar é ordenar. Deve haver uma
para jurisprudência. relação de subordinação qualquer que seja. Não punível:
5) Finalidade de facilitar ou assegurar a execução, ocul- menor, insanidade mental.
tação, impunidade ou vantagem de outro crime – Quando 19) Executar o crime ou dele participar em razão de
há conexão entre os crimes (teleológica: para assegurar a pagar ou promessa de recompensa – Pune-se o criminoso
execução de outro crime; consequencial: quando praticado mercenário, não necessitando do efetivo recebimento da
em consequência de outro visando a garantir a impunidade, recompensa. Não se aplica essa agravante aos crimes contra
ocultação ou vantagem de outro crime). o patrimônio, uma vez que esse delito visa à obtenção de
6) Traição, emboscada, dissimulação ou qualquer ou- vantagem econômica.
tro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do
ofendido – Traição – quebra de prévia confiança; embosca- Atenuantes Genéricas  – art.  65 do CP: obrigatória a
da – tocaia; dissimulação – disfarce; qualquer outro meio
atenuação da pena, nunca poderá ir aquém do mínimo
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido  –
legal (Súmula nº  231 do STJ). Possui no art. 66 do CP as
formulação genérica, cujo significado se extrai por meio de
atenuantes inomindas, as quais muito embora não previstas
interpretação analógica.
em lei, podem ser aplicadas.
7) Emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou ou-
1) Ser o agente menor de 21 anos na data do fato – A
tro meio insidioso ou cruel, ou que possa resultar perigo
lei diz que a prova se faz mediante certidão de nascimento.
comum  – Veneno: substância tóxica; fogo: combustão ou
Todavia, a  jurisprudência tem admitido prova por meio
qualquer outro meio que provoque queimadura; explosivo:
do RG ou outro documento hábil, Súmula nº  74 do STJ.
substância inflamável; tortura: sofrimento físico e moral
É  irrelevante, se houve emancipação civil, tal efeito não
desnecessário; meio insidioso: formulação genérica, meio
repercute na esfera penal.
que se inicia sem se perceber e somente se percebe quando
2) Ser o agente maior de 70 anos na data da sentença –
está em grau avançado (ministração de veneno sem que a
Data da publicação.
vítima perceba); meio cruel: outra fórmula geral, onde se
aumenta o sofrimento ou revela uma brutalidade intensa 3) Desconhecimento da lei – Não isenta de pena, ape-
(várias facadas); resultar perigo comum: fórmula genérica, nas atenua (todavia o erro sobre a ilicitude do fato exclui a
por exemplo, disparo de arma de fogo em praça pública. culpabilidade.
8) Contra ascendente, descendente, cônjuge e irmão – 4) Motivo de relevante valor moral ou social – Valor
CADI. O  parentesco pode ser natural ou civil. Inclui-se a moral é interesse individual, valor social é interesse cole-
união estável. Em caso de separação da fato ou judicial, não tivo.
prevalece a agravante. 5) Ter o agente procurado, por sua espontânea vontade
9) Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar
relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade – as consequências  – No arrependimento eficaz, o  agente
Abuso de autoridade está relacionado às relações privadas, consegue evitar o resultado, aqui, o resultado já ocorreu.
6) Reparação do dano até o julgamento – Deve ser o
Noções de Direito

e não públicas, por exemplo, tutores. Coabitação é debaixo


do mesmo teto. julgamento de primeiro grau. Se reparar o dano até o rece-
10) Com abuso de poder ou violação de dever inerente bimento da denúncia e o crime for sem violência ou grave
a cargo, ofício, ministério ou função (o crime de concussão ameaça contra a pessoa, será arrependimento posterior.
já tem essa situação como elementar, não se aplicando essa 7) Praticar o crime sob coação moral resistível, obedi-
qualificadora). ência de autoridade superior, ou sob influência de violenta
emoção provocada por ato injusto da vítima  – Coação
UEG/PC-GO/Delegado de Polícia/2013.
155 irresistível e obediência à ordem não manifestamente ilegal

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exclui a culpabilidade. O domínio de violenta emoção pode Legislação
ser causa de diminuição de pena no homicídio e na lesão
corporal (mais o requisito “logo após”). DAS PENAS
8) Confissão espontânea do crime perante a autorida-
de – Pode ser judicial ou extrajudicial. Deve ocorrer quando CAPÍTULO I
a autoria ainda não é conhecida. Se concedida e depois de Das Espécies de Pena
negada, não incidirá a atenuante, bem como a confissão em
segunda instância. Art. 32. As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
9) Praticar o crime sob a influência de multidão e tu- de 11/7/1984)
multo, se não o provocou. I – privativas de liberdade;
As atenuantes inominadas  – Não estão especificadas II – restritivas de direitos;
em lei, podendo ser anteriores ou posteriores ao crime. Ex.: III – de multa.
praticar o crime em virtude de longo desemprego, moléstia
grave na família ou própria. Seção I
Das Penas Privativas de Liberdade
Terceira Fase – Causas de aumento e diminuição de
Reclusão e detenção
pena Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime
fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime
São de aplicação obrigatória e podem aumentar a pena semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência
além do máximo e diminuir aquém do mínimo. Estão pre- a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº  7.209, de
vistas na Parte Geral do CP – causa de diminuição: tentativa 11/7/1984)
(art. 14), arrependimento posterior (art. 16), erro de proibi- § 1º Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
ção evitável (art. 21), semi-imputabilidade (art. 26, parágrafo 11/7/1984)
único); causa de aumento: concurso formal (art. 70), crime a) regime fechado a execução da pena em estabeleci-
continuado e na parte especial do CP – furto privilegiado, mento de segurança máxima ou média;
homicídio privilegiado. b) regime semiaberto a execução da pena em colônia
No conflito entre agravantes e atenuantes – No fato con- agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
creto, poderá haver 3 agravantes e duas atenuantes. Como c) regime aberto a execução da pena em casa de alber-
resolver? Subtrai-se 3 agravantes das duas atenuantes e gado ou estabelecimento adequado.
sobra uma agravante e agrava-se a pena? Não. O art. 67 do § 2º As penas privativas de liberdade deverão ser executa-
CP e a jurisprudência trazem as repostas. São preponderantes das em forma progressiva, segundo o mérito do condenado,
segundo o art. 67 os motivos do crime, a personalidade do observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
agente e a reincidência (caráter subjetivo). Jurisprudência de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela
afirma que a mais importante é a menoridade. Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Já no conflito entre circunstâncias judiciais preponderam a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá
as de caráter subjetivo: personalidade do agente, motivos começar a cumpri-la em regime fechado;
do crime e antecedentes. b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior
No concurso entre agravantes genéricas e qualificadoras, a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
por exemplo: homicídio triplamente qualificado (motivo tor- princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
pe, emprego de veneno e recurso que impossibilite a defesa c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou
inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
do ofendido), a primeira serve para qualificar o crime, na
em regime aberto.
primeira fase, fixando a pena base. As duas outras:
§ 3º A determinação do regime inicial de cumprimento
1º corrente – As demais qualificadoras assumem a função
da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no
de circunstâncias judiciais, influindo na pena-base.
art. 59 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
2º corrente – As demais qualificadoras funcionam como
11/7/1984)
agravantes genéricas na segunda fase de fixação da pena §  4º O condenado por crime contra a administração
No concurso entre causa de aumento de pena na Parte pública terá a progressão de regime do cumprimento da
Geral e na Parte Especial, aplicam-se ambos os aumentos, pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à
primeiro o da parte específica e após e sobre o valor já au- devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos
mentado, a outra causa de aumento agora da parte geral. legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12/11/2003)
No que tange ao concurso entre causa de diminuição
de pena na Parte Geral e na Parte Especial, aplica-se a regra Regras do regime fechado
acima exposta. Art. 34. O condenado será submetido, no início do cum-
Se houver concurso de causa de diminuição prevista na primento da pena, a exame criminológico de classificação
Noções de Direito

parte especial, segundo o art. 68 do CP, o juiz poderá optar para individualização da execução. (Redação dada pela Lei
pela causa que mais diminua ou aumente a pena, aplicar nº 7.209, de 11/7/1984)
somente ela. Ex.: art. 226, CP – concurso de agentes, sendo §  1º O condenado fica sujeito a trabalho no período
um deles ascendente, cometem um estupro. diurno e a isolamento durante o repouso noturno. (Redação
Obs.: nas hipóteses de concurso entre causas de aumento dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
e diminuição da parte especial, o juiz poderá aplicar todas, § 2º O trabalho será em comum dentro do estabeleci-
mas sempre a partir da pena-base. mento, na conformidade das aptidões ou ocupações anterio-

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res do condenado, desde que compatíveis com a execução Brasil ou no estrangeiro, o  de prisão administrativa e o de
da pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no
§ 3º O trabalho externo é admissível, no regime fecha- artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
do, em serviços ou obras públicas. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11/7/1984) Obs.: Segundo entendimento consolidado do Superior
Tribunal de Justiça, em tema de aplicação e execução da
Regras do regime semiaberto pena admite-se a aplicação do benefício da detração pe‑
Art. 35. Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, nal em processos distintos, desde que o delito pelo qual o
ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime sentenciado cumpre pena tenha sido cometido antes da
semiaberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) segregação cautelar.156
§ 1º O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante
o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabeleci- Seção II
mento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Das Penas Restritivas de Direitos
§ 2º O trabalho externo é admissível, bem como a frequ-
ência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de Penas restritivas de direitos
segundo grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, Art.  43. As  penas restritivas de direitos são: (Redação
de 11/7/1984) dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Regras do regime aberto II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714,
Art. 36. O regime aberto baseia-se na autodisciplina e de 1998)
senso de responsabilidade do condenado. (Redação dada III – (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades
§  1º O condenado deverá, fora do estabelecimento e públicas; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984, renume-
sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra rado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25/11/1998)
atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o V – interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei
período noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984, renumerado com alteração pela Lei
nº 7.209, de 11/7/1984) nº 9.714, de 25/11/1998)
§ 2º O condenado será transferido do regime aberto, se VI  – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei
praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da nº 7.209, de 11/7/1984 , renumerado com alteração pela
execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamen- Lei nº 9.714, de 25/11/1998)
te aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas
e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação
Regime especial dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 37. As mulheres cumprem pena em estabelecimento I  – aplicada pena privativa de liberdade não superior
próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua a quatro anos e o crime não for cometido com violência
condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei
Direitos do preso nº 9.714, de 1998)
Art. 38. O preso conserva todos os direitos não atingidos II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação
pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
o respeito à sua integridade física e moral. (Redação dada III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficien-
Trabalho do preso te. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 39. O trabalho do preso será sempre remunerado, § 1º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. § 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substitui-
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) ção pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de di-
reitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode
Legislação especial ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por
Art. 40. A legislação especial regulará a matéria prevista duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os § 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar
deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e a substituição, desde que, em face de condenação anterior,
transferência dos regimes e estabelecerá as infrações disci- a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não
plinares e correspondentes sanções. (Redação dada pela Lei se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
nº 7.209, de 11/7/1984) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa
Superveniência de doença mental
de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado
Noções de Direito

Art. 41. O condenado a quem sobrevém doença men-


da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liber-
tal deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento
dade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena
psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberda-
Detração
de, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre
Art. 42. Computam-se, na pena privativa de liberdade e
na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no UEG/PC-GO/Delegado de Polícia/2013.
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a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao IV  – proibição de frequentar determinados lugares;
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
pela Lei nº 9.714, de 1998) V – proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou
exame públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011)
Conversão das penas restritivas de direitos
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo Limitação de fim de semana
anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e Art. 48. A limitação de fim de semana consiste na obri-
48. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) gação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco)
§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimen-
dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública to adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
ou privada com destinação social, de importância fixada Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser
pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas
a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos157. O  valor atividades educativas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
pago será deduzido do montante de eventual condenação 11/7/1984)
em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Seção III
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do Da Pena de Multa
beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em pres-
tação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Multa
§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos conde- Art. 49. A pena de multa consiste no pagamento ao fundo
nados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em
Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de
que for maior – o montante do prejuízo causado ou do pro- 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela
vento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 1º O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não poden-
§ 4º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) do ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo men-
sal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
públicas § 2º O valor da multa será atualizado, quando da exe-
Art.  46. A  prestação de serviços à comunidade ou a cução, pelos índices de correção monetária. (Redação dada
entidades públicas é aplicável às condenações superiores pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela
Lei nº 9.714, de 1998) Pagamento da multa
§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entida- Art. 50. A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias
des públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento
condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) do condenado e conforme as circunstâncias, o  juiz pode
§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.
entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários §  1º A cobrança da multa pode efetuar-se mediante
ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) desconto no vencimento ou salário do condenado quando:
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas a) aplicada isoladamente;
à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de
de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. direitos;
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) c) concedida a suspensão condicional da pena.
§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facul- §  2º O desconto não deve incidir sobre os recursos
tado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela
Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Art. 47. As penas de interdição temporária de direitos Modo de conversão.
são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória,
I – proibição do exercício de cargo, função ou atividade a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes
pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda
Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
Noções de Direito

II  – proibição do exercício de profissão, atividade ou suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268,
ofício que dependam de habilitação especial, de licença de 1º/4/1996)
ou autorização do poder público; (Redação dada pela Lei § 1º e § 2º (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º/4/1996)
nº 7.209, de 11/7/1984)
III – suspensão de autorização ou de habilitação para di- Suspensão da execução da multa
rigir veículo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Art.  52. É  suspensa a execução da pena de multa, se
sobrevém ao condenado doença mental. (Redação dada
Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.
157 pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA ralístico para a sua consumação), de forma livre (pode ser
praticado de qualquer maneira, não existindo no tipo penal
O seu estudo subdivide-se em: dos crimes contra a vida, uma forma previsão), comissivo (por ação) ou omissivo (por
das lesões corporais, da periclitação da vida e da saúde, da omissão), instantâneo de efeitos permanentes (a consuma-
rixa e dos crimes contra a honra. ção ocorre em um dano momento, ou seja, com a morte,
porém este efeito, a morte, se prolonga no tempo), de dano
(há efetiva lesão ao bem jurídico protegido pela norma),
Dos Crimes Contra a Vida  unissubjetivo (pode ser praticado por apenas uma pessoa),
plurissubsistente (para se consumar, depende da realização
Quando praticado de forma dolosa, são julgados perante
de mais de um ato), admite tentativa, monoofensivo (atinge
o Tribunal do Júri. Abarcam:
apenas um objeto jurídico).
• Homicídio doloso (o homicídio culposo não será jul- 10) Homicídio simples é crime hediondo? Somente se
gado perante o Tribunal do Júri); praticado em grupo de extermínio.
• Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio;
• Infanticídio; Homicídio privilegiado 
• Aborto.
Art. 121. [...]
Homicídio § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio
Consiste na conduta de “Matar alguém”. Ele se classifi- de violenta emoção, logo em seguida a injusta provo-
ca em: homicídio simples, homicídio privilegiado, homicídio cação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um
qualificado e homicídio culposo. sexto a um terço.

Homicídio simples Também consiste em matar alguém, todavia tal homicídio


decorre de algumas circunstâncias, tais como: por motivo de
Art. 121. Matar alguém. relevante valor moral, por motivo de relevante valor social ou
Pena – reclusão de 6 a 20 anos. sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima. Desta formam o autor responde pelo
1) Classificação: dos crimes contra a vida. Julgamento: crime, contudo, com uma diminuição de pena.
Tribunal do Júri.
2) Conceito: matar alguém. 1) Natureza jurídica ­­­­­­­­­­­­­­­­­­do crime de homicídio privilegiado:­­­
3) Objeto jurídico (bem jurídico tutelado, protegido, por causa de diminuição de pena de 1/6 a 1/3.
aquele tipo penal): vida humana extrauterina (a morte de 2) A redução de pena é obrigatória ou facultativa? Obriga-
uma vida intrauterina será aborto). tória. Estando presentes tais circunstâncias o juiz é obrigado
4) Objeto material (coisa sobre a qual recai a ação do a reduzir a pena.
agente): vida humana.
5) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Portanto, crime comum, Hipóteses
ou seja, aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa. a) Motivo de relevante valor moral  – Significa matar
6) Sujeito passivo: ­­­­qualquer pessoa. alguém motivado por um sentimento individual, que por
7) Consumação: morte, que para o direito penal ocorre muitos é considerado morte, por exemplo, a eutanásia, em
com o encerramento das atividades encefálicas. Portanto, que o agente por piedade desliga os aparelhos de um parente
crime material, pois necessita do resultado naturalístico para que encontra-se em um estado vegetativo. Será um homi-
a sua consumação. cídio, todavia com a aplicação de uma diminuição de pena.
8) Cabe tentativa. b) Motivo de relevante valor social  – Significa matar
alguém motivado por um interesse coletivo, por um anseio
Qual a diferença entre o crime de tentativa de homicídio, social, por exemplo, matar um traidor da pátria.
em que a vítima ao receber um tiro na perna fica ferida, ou c) Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
seja, com lesões corporais, do crime de lesão corporal con- injusta provocação da vítima – O agente deve ter ser sido pro-
sumado? É o dolo, vejamos o esquema abaixo: vocado injustamente pela vítima, o que o deixou dominado
por uma violenta emoção que o levou a matá-la. Exemplo:
Tentativa de Homicídio Crime de Lesão Corporal pai encontra o estuprador de sua filha e mata-o.
Todavia, não confundir:
Consumado
• Domínio  – O agente deve estar dominado de uma
“A” querendo matar “B” “A” querendo lesionar “B” violenta emoção e não apenas sob a influência de uma
(portanto, dolo de matar) (portanto, dolo de lesionar) violente emoção. Estar dominado significa estar total-
atirou. todavia, a bala atingiu atirou em sua perna. Assim, mente controlado pela emoção, sem indícios de razão.
a perna de “B” causando “A” responderá pelo crime Desta forma, estará dentro da norma do homicídio
lesões corporais, e não vindo de lesão corporal consu- privilegiado. Agora, se ele estiver apenas influenciado
“B” a falecer. Assim, como a mado. por uma violenta emoção é porque há ainda indícios
intenção de “A” era matar, de razão, assim, estaremos diante de um homicídio
apesar da morte não ter simples com a aplicação da atenuante genérica prevista
Noções de Direito

ocorrido por circunstâncias no art. 65, inciso III, alínea c do Código Penal.


alheia à vontade do agente, • Emoção – Atenção, o legislador usou o termo emoção
“A” responderá por tentativa e não paixão, tendo em vista que a emoção é algo
de homicídio e não por lesão passageiro e a paixão, algo duradouro. Assim, há o
corporal consumada. homicídio privilegiado quando estamos diante de um
descontrole momentâneo e não duradouro. Portanto,
9) Classificação: crime comum (pode ser praticado por matar por ciúmes não será homicídio privilegiado, pois
qualquer pessoa), material (necessita do resultado natu- este não é um sentimento repentino e sim prolongado.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Logo em seguida – Não pode haver um lapso temporal – Sufocação – Objeto que impede a entrada do ar.
muito grande entre momento da provocação e o ho- Pano ou travesseiro no nariz, boca;
micídio. No momento do crime o agente ainda deve – Afogamento – Submersão em meio líquido;
estar dominado de violente emoção. – Soterramento – Submersão em meio sólido;
• Injusta provocação – Xingamento, flagrante adultério. – Imprensamento – Peso na região do diafragma;
Todavia, se houver uma injusta agressão, estaremos – Uso de gás asfixiante;
diante de legítima defesa. – Confinamento – Reduto fechado sem circulação
de ar.
Atenção! Observe que todas as causas privilegiadoras • Meio insidioso – Armadilha ou fraude para atingir a
são de caráter subjetivo, porque estão ligadas a motiva- vítima sem que ela perceba, por exemplo, sabotagem
ção do crime e conforme a aplicação do art. 30 do Código de freio.
Penal não se comunicam aos coautores e partícipes que • Qualquer meio que possa ocasionar perigo comum –
tenham atuado por outros motivos. Assim, no exemplo Meio utilizado para causar a morte da vítima e tenha
do pai que mata o estuprador da filha, supondo que um potencialidade de causar risco de vida para inúmeras
amigo do pai ao ver a cena, não sabendo que se tratava de outras pessoas, por exemplo, desabamento, corte
um estuprador, ajude o amigo o matá-lo. O pai responderá de luz em hospital. Se for fogo ou explosivo, será a
qualificadora de fogo e explosivo.
por homicídio privilegiado e o seu amigo por homicídio.
• Tortura ou qualquer outro meio cruel  – Sujeitar a
vítima a graves e inúteis sofrimento físico e mental.
3) Existe homicídio privilegiado hediondo? Não. Ex.: apedrejamento, pisoteamento, choque elétrico,
mutilações.
Homicídio qualificado

Art. 121. [...] Atenção! Qual a diferença entre o crime de homicídio


§ 2º Se o homicídio é cometido: qualificado pela tortura e o crime de tortura qualificado
I – mediante paga ou promessa de recompensa ou pela morte? Novamente afirmados que é o dolo. Vejamos:
por outro motivo torpe; Homicídio Qualificado Crime de Tortura
II – por motivo fútil; pela Tortura Qualificado pela Morte
III  – com o emprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou Aqui o agente tem o dolo de Aqui o agente tem o dolo de
que posso resultar perigo comum; matar e usa a tortura como torturar e a título de culpa
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimula- meio. a vítima acaba vir a falecer.
ção ou outro recurso que dificulte ou torne impossível
a defesa do ofendido; c) Quanto ao modo de execução
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impu- • Traição – A vítima tem uma prévia confiança no autor
nidade ou vantagem de outro crime. de crime, nunca imaginando que ele a mataria.
Pena – reclusão de 12 a 30 anos. • Emboscada – Tocaia.
• Dissimulação – Usa-se de um disfarce para cometer
1) O homicídio qualificado é crime hediondo? Sim. o crime.
2) Passemos a estudar todas as qualificadoras. Vamos • Qualquer outro recurso que dificulte ou torne impos-
dividi-las por grupo: sível a defesa da vítima. Ex.: atirar pelas costas, matar
a) Quanto ao motivo quem está dormindo.
• Mediante paga ou promessa de recompensa – Homi- d) Por conexão – O tempo entre o dois crimes é irrelevante.
cídio mercenário. O mandante paga para o executor • Teleológica  – Mata-se para assegurar a execução
cometer o crime ou o executor comete o crime de outro crime. Ex.: mata o marido para estuprar a
mediante a promessa de uma recompensa. Ambos esposa. Este homicídio será qualificado.
• Consequencial  – Mata para assegurar a ocultação,
respondem pelo crime. A recompensa não necessita
impunidade ou vantagem de outro crime. Ex.: mata
ser apenas econômica, podendo ser uma promessa testemunha que presenciou o crime, ou matar o
de emprego, um casamento etc. É um crime de con- comparsa para ficar com toda a vantagem do crime.
curso necessário, pois pressupõe o envolvimento de
no mínimo duas pessoas. Obs.: a premeditação não é qualificadora.
• Motivo torpe – Repugnante. Ex.: matar os pais para
ficar com a herança. e) É possível homicídio privilegiado qualificado? Sim,
• Motivo fútil  – Insignificante. Ex.: matar alguém em desde que as qualificadoras sejam objetivas, uma vez que
uma briga de trânsito. todas as causas privilegiadoras são subjetivas. Assim, as qua-
b) Quanto aos meios empregados lificadoras podem ser classificadas:
• Veneno – Substância química introduzida no organis- • Qualificadoras objetivas – Quanto aos meios empre-
mo que pode causar a morte. Deve ser introduzida gados e quanto ao modo de execução;
sem que a vítima perceba. Se esta perceber considera- • Qualificadoras subjetivas – Quanto ao motivo e por
-se homicídio qualificado pelo meio cruel. conexão.
• Fogo ou explosivo – O crime de dano qualificado fica
Noções de Direito

absorvido, art. 163, II do CP, princípio da subsidiarie- Dessa maneira, para montar a figura do homicídio privile-
dade expresso. giado qualificado deve-se unir as qualificadoras objetivas
• Asfixia – Impedimento da função respiratória. Poderá com as causas privilegiadoras (que são todas subjetivas).
ser: Ex.: matar o estupra da filha (sob domínio de violenta
– Esganadura – Mãos e pés no pescoço do agente; emoção – causa privilegiadora) mediante uma emboscada
– Estrangulamento – Fios, arames, cordas no pescoço (qualificadora objetiva).
do agente;
– Enforcamento – O próprio peso da vítima; f) Homicídio qualificado privilegiado é hediondo? Não.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Perdão judicial. Somente é aplicado ao homicídio culposo:
a) quando o sofrimento percebido pelo próprio agente
Art. 121. [...] em face de sua conduta culposa for tão grande que torna a
§ 2º Se o homicídio é cometido: aplicação da pena insignificante;
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo b) aplica-se no momento da sentença;
feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) c) natureza jurídica – causa de extinção da punibilidade.
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do Obs. 1: “A” e “B” agem imprudentemente e matam o filho
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança de “A”. Somente A receberá o perdão judicial.
Pública, no exercício da função ou em decorrência Obs. 2: “A” imprudentemente causa a morte de seu filho
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou paren- e do colega dele. A  doutrina e a jurisprudência divergem
te consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa acerca do cabimento de perdão em relação a ambos ou
condição: H (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
somente em relação ao filho.
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de Obs.: com a regra prevista no art. 121, § 6º:
sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela
Lei nº 13.104, de 2015) § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
I – violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei metade se o crime for praticado por milícia privada,
nº 13.104, de 2015) sob o pretexto de prestação de serviço de segurança,
II – menosprezo ou discriminação à condição de mu- ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº
lher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 12.720, de 2012)
Homicídio culposo Obs.: com a nova regra prevista no art. 121, § 7º:
Art. 121. [...] § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um
§ 3º Se o homicídio é culposo: terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído
Pena – detenção, de um a três anos. pela Lei nº 13.104, de 2015)
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses poste-
Dar causa ao resultado morte por imprudência, negli- riores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
gência e imperícia. II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior
De maneira diferente ao homicídio doloso o agente não de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído
quer a produção do resultado morte, apenas pratica a conduta pela Lei nº 13.104, de 2015)
de forma desastrosa de forma a alcançar o resultado, morte. III – na presença de descendente ou de ascendente
1) Matar alguém por imprudência – Ação descuidada. da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Ex.: limpar a arma em local público, vindo esta a disparar.
2) Matar alguém por negligência  – Ausência de uma Induzimento, Auxílio ou Instigação ao Suicídio
precaução. Ex.: deixar uma arma ao alcance de crianças.
3) Matar por imperícia – Falta de aptidão para o exercício
de uma função. Ex.: erro médico. Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou
prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se
Atenção! Não existe compensação de culpas. Se o consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentati-
agente e a vítima agiram culposamente para a ocorrência va de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
do crime, a responsabilidade de um não exclui a do outro.
1) A doutrina chama o presente crime de participação
Causa de aumento de pena em suicídio.
2) Conduta: a lei não pune quem tenta se suicidar e sim
Art. 121. [...] quem:
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de a) induz: dar a ideia;
1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância b) instiga: reforçar a ideia já existente;
de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o c) auxilia materialmente, por exemplo, quer empresta
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, uma arma para quem manifestou a vontade de se suicidar.
não procura diminuir as consequências do seu ato, 3) Objeto jurídico (bem jurídico tutelado, protegido, por
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso aquele tipo penal): vida humana.
o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) 4) Objeto material (coisa sobre a qual recai a ação do
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 agente): vida humana.
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 5) Sujeito ativo: qualquer pessoa. É crime comum.
§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá 6) Sujeito passivo:  qualquer pessoa determinada ou
deixar de aplicar a pena, se as consequências da in- determinável, bem como que tenha capacidade de enten-
fração atingirem o próprio agente de forma tão grave dimento e resistência. A  conduta deve ser dirigida a uma
que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pessoa ou grupo de pessoas determinados. Assim, autores de
pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977) livros ou de letras de música que instigam ao suicídio, e tendo
alguém que efetivamente influenciado por tais ideias vem a
Homicídio doloso tem Homicídio culposo tem como se matar, tais autores não respondem por este crime, pois
como causa de aumento causa de aumento de pena: 1/3. ao escreverem suas letras e obras acabaram por atingirem
Noções de Direito

de pena: 1/3. Quando praticado: uma gama indeterminada de pessoas.


Quando praticado contra • Inobservância de regra téc- 7) Consumação: com a ocorrência da morte ou da lesão
menor de 14 anos e maior nica de profissão ou ofício. grave. Este crime possui uma característica peculiar, pois não há
de 60 anos. • Deixar de prestar socorro. tentativa. Vejamos, ou o agente induz, instiga ou auxilia alguém
• Não procura diminuir as a se matar e esta pessoa efetivamente morre ou fica com uma
consequências de seus atos. lesão grave e o crime encontra-se efetivamente consumado, ou
• Foge para evitar prisão em a vítima apenas fica com lesões leves é o fato é atípico, hipótese
flagrante. do crime tentado. Esta foi uma opção do legislador.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
8) Casos clássicos: Ambos respondem pelo A mãe responde por infanti-
• várias pessoas fazem roleta-russa, uns estimulando crime de infanticídio. cídio e o pai por homicídio.
os outros, os  sobreviventes respondem pelo crime
do artigo 122; 5) Sujeito passivo: próprio filho recém-nascido. Deve ser
• se duas pessoas fazem pacto de morte e uma delas apenas o recém-nascido porque o tipo penal fala em “durante
se mata e a outra desiste, a sobrevivente responderá o parto ou logo após”. Assim:
pelo crime previsto no artigo 122;
• se duas pessoas decidem morrer conjuntamente e se
trancam em um compartimento fechado e uma delas Mãe sob a influência do Mãe sob a influência do
liga o gás, mas apenas a outra morre, haverá homicídio estado puerperal mata seu estado puerperal mata seu
por parte daquela que ligou o gás. próprio filho recém-nascido. próprio filho recém-nascido
9) Causa de aumento de pena: e o outro filho de 5 anos.
• se o crime é praticado por motivos egoísticos. Ex.: ob- Responderá por infanticídio. Em relação ao recém-nasci-
tenção de vantagem econômica com a morte da vítima; do responderá pelo crime de
• a vítima é menor de idade, 18 anos; infanticídio. Já em relação ao
• se a vítima tem diminuída a sua capacidade de resis- filho de 5 anos responderá
tência – está bêbado ou em depressão. pelo crime de homicídio.

Atenção! Se a vítima não tiver nenhuma capacidade de 6) Consumação: morte. É crime material.
resistência (ex.: débil mental) o crime será de homicídio.
Obs.: somente haverá o crime de infanticídio se este foi
10) Classificação: crime comum (pode ser praticado por praticado por influência do estado puerperal. Do contrário,
qualquer pessoa); material (necessita do resultado naturalísti- não diagnosticado por perícia médica o estado de puerpério,
co para a sua consumação); de forma livre (pode ser praticado estaremos diante do crime de homicídio.
de qualquer maneira, não existindo no tipo penal uma forma
previsão); comissivo (por ação); instantâneo (a consumação 7) Não confundir os crimes abaixo:
ocorre em um dano momento); de dano (há efetiva lesão ao
bem jurídico protegido pela norma); unissubjetivo (pode ser Infanticídio – Art. 123 do CP Abandono de recém-nas-
praticado por apenas uma pessoa), não admite tentativa; • Conduta – Matar, sob a in- cido – Art. 134, § 2º do CP
monoofensivo (atinge apenas um objeto jurídico). fluência do estado puerpe- • Conduta  – Expor ou
ral, o próprio filho, durante abandonar recém-nas-
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um o parto ou logo após. cido, para ocultar de-
terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído • O dolo é de matar e se sonra própria.
pela Lei nº 13.104, de 2015) pratica sob a influência do • O dolo é de abandonar
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses poste- estado puerperal. o recém-nascido devido
riores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) a vergonha acerca da
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior gestação.
de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído
pela Lei nº 13.104, de 2015) Obs.: se o dolo for de matar
III – na presença de descendente ou de ascendente mediante abandono do
da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) recém-nascido, se a mãe
estiver sob o estado puer-
Infanticídio peral será infanticídio, se
não será homicídio.
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal,
o próprio filho, durante o parto ou logo após. Aborto
Pena – detenção de 2 a 6 anos.
Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir
1) Conduta: matar + influência do estado puerperal + pró- que outrem lho provoque.
prio filho + durante o parto ou logo após. Trata-se de um tipo de Pena – detenção de 1 a 3 anos.
homicídio, mas o legislador entendeu que por se tratar de uma Art. 125. Provocar aborto sem o consentimento da
pena mais branda. É a aplicação do princípio da especialidade. gestante.
2) Objeto jurídico (bem jurídico tutelado, protegido, por
Pena – reclusão de 3 a 10 anos.
aquele tipo penal): vida humana extrauterina (a morte de
uma vida intrauterina será aborto). Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da
3) Objeto material (coisa sobre a qual recai a ação do gestante.
agente): vida humana. Pena – reclusão de 1 a 4 anos.
4) Sujeito ativa: mãe no estado puerperal. É crime próprio, Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior,
pois somente pode ser praticado por este sujeito ativo. Agora se a gestante não é maior de 14 anos ou é alienada
em relação ao concurso de pessoas: deve-se verificar se o coau- ou débil mental, ou se o consentimento é obtido
tor conhece a elementar “sob a influência do estado puerperal”. mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Art. 127. As penas cominadas nos artigos anteriores
são aumentadas de 1/3, se, em consequência do
Mãe sob a influência do Mãe sob a influência do es- aborto ou dos meios empregados para provocá-lo,
Noções de Direito

estado puerperal juntamen- tado puerperal juntamente a  gestante sofre lesão corporal de natureza grave;
te com o pai (concurso de com o pai (concurso de pes- são duplicadas, se, por destas causas, lhe sobrevém
pessoas), que sabe do estado soas), que não sabe do esta- a morte.
de saúde de sua mulher (co- do de saúde de sua mulher Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico:
nhece a elementar do tipo (não conhece a elementar do I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
penal “sob a influência do tipo penal “sob a influência II  – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
estado puerperal”) matam do estado puerperal”) ma- precedido de consentimento da gestante ou quando
o filho recém-nascido. tam o filho recém-nascido. incapaz, de seu representante legal.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1) Conceito de aborto: interrupção da gravidez com o consentimento dela responderá pelo crime previsto
consequente morte do feto. no art. 126 do CP: “Aborto provocado com o consen-
2) Início da gravidez: há uma divergência em relação ao timento da gestante”.
início da vida, parte entende que ocorre com a fecundação e
parte entende que ocorre com a nidação, que é a implantação Resumo
do óvulo já fecundado no útero.
Gestante consente que terceiro pratique aborto nela, es-
3) Objeto jurídico: tutela-se a vida intrauteirna, ou seja,
tando diante de uma coautoria:
a vida do feto.
4) Objeto material: também será a vida do feto. • Gestante – Responderá pelo crime previsto no art. 124
do CP.
• Terceiro – Responderá pelo crime previsto no art. 126
Atenção! Para configurar o crime de aborto a conduta deve do CP.
ser praticada enquanto o feto encontra-se no ventre da
gestante, independentemente se é expelido ou não com O sujeito passivo será o feto e a consumação ocorrerá
vida, pois conforme a Teoria Geral do Crime, o crime ocorre com morte deste.
no momento da ação ou omissão, independentemente do
momento de resultado criminoso. Assim, vejamos: b) Aborto provocado com o consentimento da gestan-
a) são praticadas manobras abortivas enquanto o feto te – art. 126 do CP.
encontra-se no ventre da gestante e ali mesmo ele vem a Neste caso, como já colocado o sujeito ativo do crime
óbito – configura-se o crime de aborto; é o terceiro que pratica o aborto com o consentimento da
gestante. Ela, responderá pelo crime previsto no artigo 124
b) são praticadas manobras abortivas enquanto o feto do Código Penal. O sujeito passivo será o feto e a consuma-
encontra-se no ventre da gestante, todavia ele é expelido ção ocorrerá com morte deste.
com vida e logo após vem a óbito – configura-se o crime
de aborto porque a conduta foi praticada quando o feto c) Aborto provocado por terceiro sem o consentimento
encontrava-se no ventre materno; da gestante – art. 125 do CP.
c) são praticadas manobras abortivas enquanto o feto Aqui estamos diante de uma situação diversa. O crime
encontra-se no ventre da gestante, todavia o feto é expelido ocorrerá nas seguintes situações:
com vida, vindo a sobreviver. Logo em seguida ele é asfi- • Terceiro pratica aborto na gestante sem o consenti-
xiado – configura-se o crime de homicídio, pois a conduta mento desta;
foi praticada quando o feto encontrava-se fora do ventre • Terceiro pratica aborto na gestante e esta lhe dá um
da gestante. consentimento, todavia, este não pode ser conside-
Assim: rado válido por que:
• Conduta praticada com o feto dentro do ventre da ges- I – a gestante não é maior de 14 anos;
tante – aborto. II – a gestante é alienada ou débil mental;
• Conduta praticada com o feto fora do ventre da gestan- III – o consentimento da gestante foi obtido mediante
te – homicídio. fraude, grave ameaça ou violência.
Assim o sujeito ativo deste crime será o terceiro que pra-
5) Consumação: com a morte do feto. É crime material. tica o aborto nestas condições descritas acima. O sujeito pas-
6) Tentativa: se são realizadas manobras abortivas e o sivo será o feto e a consumação ocorrerá com morte deste.
feto é expelido com vida e sobrevive.
7) Espécies: Atenção! O art.127 prevê uma causa de aumento de pena
a) Autoaborto e consentimento para o aborto – art. 124
de 1/3 a ser aplicada apenas ao terceiro que pratica aborto
do CP.
na gestante, com ou sem o consentimento dela, nos casos
em que em consequência do aborto ou dos meios empre-
• 1ª parte: “Autoaborto” é o aborto praticado pela pró-
gados para provocá-lo a gestante sofre lesão corporal de
pria gestante em si mesma. Tem como sujeito ativo a
natureza grave ou a pena é duplicada se sobrevém a morte
gestante e o sujeito passivo o feto. Consuma-se com
a morte do feto. Destaca-se que qualquer pessoa que da gestante. Algumas considerações:
auxilie a gestante nesta conduta será considerada • A pena somente é aplicada ao terceiro que pratica o
partícipe deste crime, pois é considerado crime de aborto com ou sem o consentimento da gestante, não
mão-própria o qual não admite coautoria. se aplicando a gestante, tendo em vista que o direito
• 2ª parte: “Consentir que terceiro lhe pratique o penal não pune a autolesão.
aborto”  – ocorre quando a gestante consente que • Somente se aplica o aumento de pena de 1/3 se sobre-
uma terceira pessoa pratique o aborto nela. Nesta vier a gestante lesão corporal grave ou gravíssima. Se
situação, vemos uma coautoria, pois os sujeitos ati- a lesão for leve a causa de aumento de pena não será
vos deste crime serão tanto o terceiro que pratica as aplicada.
manobras abortivas quanto a gestante que lhe deu o • Se a gestante vier a falecer, a pena será duplicada.
consentimento para tal prática. Todavia, aqui temos
uma exceção à Teria Monista adotada pelo Código Pe- Obs.: trata-se de crimes preterdolosos, ou seja, onde
nal, a qual prevê que “todos os que concorrem para o houve o dolo na prática do aborto e culpa no resul-
Noções de Direito

crime, respondem pelo mesmo crime”. Se não estivés- tado lesão grave ou morte da gestante. Se o terceiro
semos diante de uma exceção prevista pelo legislador, quis praticar o aborto e após quis lesionar ou matar a
tanto a gestante como o terceiro responderiam por gestante, o terceiro responderá pelo crime de aborto e
este crime previsto no art. 124 do CP. Porém, estamos lesão corporal grave ou homicídio.
diante da Exceção Pluralista à Teria Monista, porque
o próprio legislador previu que a gestante neste caso • Se mesmo que o crime de aborto não tenha se consuma-
responderá pelo crime descrito no art. 124 do CP e o do, mas a gestante tenha sofrido lesão grave ou morte,
terceiro que pratica manobras abortivas nela e com a aumento de pena será aplicado.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
d) Aborto legal – art. 128 do CP: causa especial de ex- Lesão corporal seguida de morte
clusão de ilicitude. § 3º Se resultar morte e as circunstâncias evidencia-
rem que o agente não quis o resultado, nem assumiu
• Aborto necessário: médico + não há outro meio para o risco de produzi-lo.
salvar a vida da gestante.
Não é necessário que o risco que a gestante sofre Diminuição de pena
seja atual, apenas deve ficar comprovado que o pros- Pena – reclusão de 4 a 12 anos.
seguimento da gravidez irá gerar risco de vida para § 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo
a gestante. Deve ser praticado por médico, mas em de relevante valor social ou moral ou sob o domínio
um caso de emergência extrema em que não se pode de violenta emoção, logo em seguida a injusta pro-
esperar a chegada e de um médico, o aborto poderá vocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um
ser praticado por uma enfermeira. sexto a um terço.
• Aborto sentimental: médico + consentimento da
gestante ou seu representante lega se incapaz + crime Substituição da pena
de estupro. § 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
Neste caso, somente pode ser praticado por médico, substituir a pena de detenção pela de multa:
pois não há situação de emergência. Se cometido I  – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
pela própria gestante ou por uma enfermeira, estas anterior;
responderão pelo crime de aborto. Não é necessário II – se as lesões são recíprocas.
que haja uma condenação pelo crime de estupro, ape-
nas que o médico tenha prova da existência do crime. Lesão corporal culposa
§ 6º Se a lesão é culposa:
Atenção! Não há em nossa legislação a previsão de aborto Pena – detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano.
para casos em que durante os exames pré-natais verifique-
-se que o feto padece de alguma anomalia, mal formação Aumento de pena
ou doença grave. Nestes casos, a interrupção da vida será § 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
considerada aborto. Aguarda-se o julgamento do STF acerca qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 des-
dos fetos anencéfalos. te Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do
Algumas Situações Peculiares: art. 121.
1) O agente quer o aborto e quer a morte da gestante:
responderá pelo crime de aborto e homicídio. Violência doméstica
2) O agente quer matar a mulher e sabe que ela está §  9º Se a lesão for praticada contra ascendente,
grávida, caso o feto também morra – responderá pelo crime descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou
de homicídio e aborto em dolo eventual, pois assumiu o risco com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
deste crime ao matar mulher. prevalecendo-se o agente das relações domésticas,
3) O agente quer matar a mulher e não sabe que ela de coabitação ou de hospitalidade:
está grávida e o feto vem a óbito – responderá apenas pelo Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
crime de homicídio. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo,
se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste
Das Lesões Corporais artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será
Código Penal aumentada de um terço se o crime for cometido
contra pessoa portadora de deficiência.
Art.129. Ofender a integridade corporal ou a saúde § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou
de outrem. agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Pena – detenção de 3 meses a 1 ano. Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função
Lesão corporal de natureza grave ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, com-
§ 1º Se resultar: panheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau,
I – incapacidade para as ocupações a habituais, por em razão dessa condição, a pena é aumentada de um
mais de 30 dias; a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou 1) Conceito de lesão corporal: ofender a integridade
função; física ou a saúde de outrem. Abrange tanto a ofensas ao
IV – aceleração de parto. corpo como ao funcionamento de órgãos. Assim, incluem
Pena – reclusão de 1 a 5 anos. a causação de hematomas, provocação de vômitos, convul-
Noções de Direito

§ 2º Se resultar: sões, desmaios.


I – incapacidade permanente para o trabalho; 2) Objeto jurídico: a incolumidade da pessoa em sua
II – enfermidade incurável; integridade física ou psíquica.
III  – perda ou inutilização de membro, sentido ou 3) Objeto material: o físico e o psíquico da vítima.
função; 4) Sujeito ativo: qualquer pessoa. É crime comum.
IV – deformidade permanente; 5) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
V – aborto. 6) Consumação: com a ocorrência da lesão a integridade
Pena – reclusão de 2 a 8 anos. física ou psíquica da vítima.

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7) Espécies: Passemos a estudar cada uma das espécies.
a) Lesão corporal dolosa, ela pode ser classificada em: a) Lesão Corporal Leve:
• Leve – art. 129, caput; Conceito – Prevista no caput do art. 129 do CP, o seu
• Grave – art. 129, § 1º; conceito é retirado por exclusão, ou seja, será lesão corpo-
ral leve aquela que não for nem grave nem gravíssima. Da
• Gravíssima – art. 129, § 2º;
mesma maneira, ela não se confunde com a contravenção
• Seguida de morte – art. 129, § 3º. de vias de fato nem com o crime de injúria real. Portanto,
b) Lesão corporal culposa – art. 129, § 6º. é necessário não confundir os conceitos. Vejamos o quadro:

Lesão Leve Contravenção de Vias de Fato Injúria Real


Conceito previsto no art. 129 do CP. Conceito previsto no art.  21 da Lei Conceito previsto no art.  140, §  2º do CP,
É tido como por exclusão, não sendo de Contravenções Penais e consiste consiste na violência empregada com o fim
a lesão nem grave nem a gravíssima. em uma violência que é empregada, de humilhar a vítima. Exemplo: uma bofetada
todavia não causa qualquer dano ao leve na cara em público.
corpo da vítima. Exemplo seria um
empurrão.

Atenção! Com a Lei nº 9.099/1995, a lesão corporal leve passou a ser processada através da ação penal pública condi-
cionada à representação da vítima ou de seu representante legal (art. 88 da Lei nº 9.099/1995). As demais formas de lesões
corporais permanecem sendo processadas por meio de ação penal pública incondicionada.

Passemos a analisar as lesões corporais graves e gravíssimas:

Lesão Corporal Grave – Prevista no art. 129, § 1º, do CP. Lesão Corporal Gravíssima – Prevista no art. 129, § 2º, do CP.
I) Resultar incapacidade para ocupações habituais por mais I) Resultar incapacidade permanente para o trabalho
de 30 dias Aqui as agressões causaram incapacidade permanente e
Para o delito estar configurado é necessário que a vítima, não temporária para o trabalho, não se referindo às demais
devidos as lesões sofridas fique incapacitada para desenvol- atividades.
ver as suas atividades habituais. É necessária a realização de
exame de corpo de delito. Deve-se destacar que atividades
habituais são as condutas rotineiras da vítima como andar,
trabalhar, praticar esportes, não sendo, portanto, apenas o
trabalho. Da mesma forma, se a vítima conseguir desenvolver
suas atividades rotineiras e não as fizer apenas por vergonha
das lesões, não se tratará de lesão corporal grave e sim de
lesão corporal leve.
II) Resultar perigo de vida II) Resultar enfermidade incurável
Se a vítima em decorrência da lesão estiver correndo risco Das agressões surge uma enfermidade incurável, por exem-
de morte. Exemplo: em decorrência das lesões sofridas plo, atingido o pâncreas, diminui-se a produção de insulina
houve grande perda de sangue. Necessário se faz o exame e a vítima torna-se diabética.
de corpo de delito.
III) Resultar debilidade permanente de membro, sentido III) Perda ou inutilização de membro, sentido ou função
e função Muito semelhante ao item ao lado, todavia enquanto no inci-
Debilidade consiste na redução ou enfraquecimento da ca- so IV do § 1º do art. 129 fala-se em redução permanente, aqui
pacidade de funcionamento. Ela deve ser permanente para falamos em perda ou inutilização total de membros, sentidos
então estar configurada a lesão corporal grave. ou função. Exemplo: mutilação de um braço, amputação de
Membros – São braços e pernas. uma perna, perda da visão, incapacidade reprodutora.
Sentido – Olfato, visão, audição, paladar e tato.
Função – Digestiva, reprodutora, respiratória.
Assim, para se configurar o crime de lesão corporal grave a
agressão deve reduzir de forma permanente a capacidade
de membros, sentidos e função, por exemplo: diminuir os
movimentos de um braço, o paladar, o sistema circulatório.
IV) Aceleração do parto IV) Resultar aborto
Das agressões sofridas decorrer um parto prematuro. Só é Neste caso o aborto não foi praticado intencionalmente,
aplicado quando o feto nasce com vida, pois se ocorrer o ele decorreu das agressões. É crime preterdoloso em que
aborto o crime será de lesão corporal gravíssima. o agente tem o dolo de praticar lesões corporais na vítima
Noções de Direito

que está gestante e por culpa acaba por cometer o aborto.


O agente deve saber que a vítima está grávida. Se o agente
tiver a intenção de também causar o aborto, não responderá
pelo crime de lesão corporal gravíssima e sim pelo crime de
aborto.
V) Resultar deformidade permanente
Se das agressões advir um dano estético como queimaduras
ou cicatrizes. O dano estético deve ser permanente.

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b) Lesão Corporal Seguida de Morte corporais em outrem, mesmo em momento algum tendo
É aquela prevista no art.  129, §  3º, do CP em que se pretendido alcançar este resultado.
verifica a presença do dolo na lesão corporal, todavia Diferentemente da lesão corporal dolosa, a culposa não
em decorrência desta acaba por advir uma morte cul- possui a classificação em graus de leve, grave ou gravíssima.
posa. O  agressor quis causar lesões corporais na vítima, A pena será aumentada de 1/3 nas seguintes situações –
todavia em nenhum momento quis a ocorrência de sua quando praticado com:
morte, nem tampouco assumiu o risco para que esta • inobservância de regra técnica de profissão ou ofício;
ocorresse. É um crime preterdoloso e assim, não admitem • deixar de prestar socorro;
tentativa. • não procura diminuir as consequências de seus atos;
Qual a diferença entre o crime de homicídio e de lesão • foge para evitar prisão em flagrante.
corporal seguida de morte, tendo em vista que nos dois casos Da mesma forma do homicídio culposo, na lesão corporal
teremos um cadáver estendido ao chão? culposa é cabível o perdão judicial. Relembrando:

– Perdão judicial:
Crime de Homicídio Crime de Lesão Corporal • quando o sofrimento percebido pelo próprio agente
seguida de Morte em face de sua conduta culposa for tão grande que torna a
Aqui o dolo é de matar. Aqui o dolo é de lesionar aplicação da pena insignificante;
Ex.: A atira em B com vonta- e por culpa (negligência, • aplica-se no momento da sentença;
de de matar e B morre. imprudência ou imperícia) a • natureza jurídica – causa de extinção da punibilidade.
vítima vem a morrer.
Ex.: A querendo lesionar B e) Violência Doméstica  – Se a lesão corporal leve for
começa a espancá-lo, toda- praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge
via B acaba por morrer dos ou companheiro ou ainda prevalecendo-se o agente da
ferimentos. relação doméstica de coabitação e hospitalidade a pena
c) Lesão Corporal Privilegiada será de detenção de 6 meses a 1 ano.
Requisitos – Muito se assemelha ao crime de homicídio Todavia, se esta lesão for grave ou gravíssima ou seguida
privilegiado: se o agente comete o crime impelido por motivo de morte e for praticada contra estas mesmas pessoas a
de relevante valor social ou relevante valor moral ou sob pena será de 1/3.
o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta Da mesma forma, se quaisquer das pessoas elencadas
provocação da vítima (neste item se aplicam os mesmo acima forem portadoras de deficiência física, a  pena será
comentários atribuídos ao crime de homicídio privilegiado). aumentada de 1/3.
Consequências – O juiz pode reduzir a pena de um sex-
to a um terço. Da mesma forma, poderá, ainda o juiz, não Da Periclitação da Vida e da Saúde
sendo graves as lesões, substituir a pena de detenção pela
de multa, tanto no caso de lesão corporal privilegiada como Perigo de Contágio Venéreo – art. 130 do CP e Perigo
de lesões recíprocas. de Contágio de Moléstia Grave – art. 131 do CP
d) Lesão Corporal Culposa
Conceito – Quando o agente por praticar uma conduta Devido à proximidade destes dois crimes passemos a
imprudente, negligente ou imperita acaba por causar lesões estudá-los de forma comparativa:

Crime de Perigo de Contágio Venéreo – Art. 130 do CP Crime de Perigo de Contágio de Moléstia Grave – Art. 131 do CP
Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
saber que está contaminado: Pena – reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
§ 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Objeto jurídico: incolumidade física. Objeto jurídico: incolumidade física.
Sujeito ativo: qualquer pessoa contaminada com uma doença Sujeito ativo: qualquer pessoa contaminada com uma moléstia
venérea. grave.
Obs.: doença venérea é aquela sexualmente transmissível. Obs.: moléstia grave é qualquer doença que provoca séria per-
turbação da saúde, pouco importando se curável ou não, todavia
deve ser transmissível.
Sujeito passivo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Modo de execução do crime: mediante ato sexual ou qualquer Modo de execução do crime: qualquer meio como aperto de
ato libidinoso. É um crime de ação vinculada, em que o legislador mão, beijo, abraço, injeção, talheres.
prevê a forma em que o delito é praticado. Atenção! Se estivermos diante de uma doença venérea, sendo
Noções de Direito

ela grave e desde que ela não tenha sido transmitida através de
um ato sexual ou ato libidinoso, estaremos diante do presente
delito e não do crime previsto no art. 130 do CP.
O autor do delito sabe que é portador da doença (dolo direto) O autor de delito sabe da doença a qual é portador (dolo direto).
ou deveria saber (modalidade culposa). O tipo penal não traz a previsão de sua prática na modalidade
culposa. Assim, se por descuido pessoal o autor não sabe que
estar infectado com uma moléstia grave e por isso não toma os
devidos cuidados, não haverá crime.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Será processada mediante ação penal pública condicionada a Será processada mediante ação penal pública incondicionada.
representação.
Consumação: ocorre com a prática do ato sexual ou do ato Consumação: com a prática do ato capaz de transmitir a molés-
libidinoso independentemente de haver contaminação. É crime tia grave, independentemente de haver contaminação. É crime
formal. formal.
Atenção! Dolo presente neste crime é classificado como dolo de Atenção! Aqui o dolo é de dano, pois o tipo penal prevê a con-
perigo, tendo em vista que o tipo penal afirma que a conduta duta de “praticar ato com o fim de transmitir moléstia grave”.
delituosa é “expor alguém a contágio de doença venérea”, não Neste caso a intenção do agente é o contágio da doença e não
sendo necessário a contaminação ou a morte da vítima. A sim- a simples exposição a uma situação de perigo.
ples exposição já cria uma situação de perigo.
§ 1º Se a intenção do agente é transmitir a doença”. Neste caso
a pena do crime é maior devido a presença do dolo de dano,
bem como o agente deve saber que está contaminado com uma
doença venérea.

Perigo para Vida ou Saúde de Outrem dano efetivo a alguém. A simples exposição já configura o
presente crime. É o chamado dolo de perigo.
Código Penal 5) Consumação: com a prática do ato que faz gerar a
situação de perigo.
Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo 6) Ação nuclear: a exposição a perigo pode ser praticada
direto e iminente: através de uma ação, por exemplo, agredir motorista de
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se ônibus colocando em risco a vida de todos os passageiros,
o fato não constitui crime mais grave. ou por omissivo, patrão não concede aparelhos de segurança
Parágrafo único. A  pena é aumentada de 1/6 (um aos empregados.
sexto) a 1/3 (um terço) se a exposição da vida ou da 7) A conduta deve ser praticada em relação a pessoas
saúde de outrem a perigo decorre do transporte de determinadas.
pessoas para a prestação de serviços em estabele- 8) O perigo deve ser concreto.
9) Previsão expressão do princípio da subsidiariedade –
cimentos de qualquer natureza, em desacordo com
somente haverá o presente crime se o fato não constituir
as normas legais.
um delito mais grave.
1) Objeto jurídico: vida ou saúde de outrem. Abandono de Incapaz – art. 133 e Abandono de
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Recém-Nascido – art. 134
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
4) Elemento subjetivo: o crime consiste em expor alguém Passemos a estudar estes crimes de forma comparativa.
a uma situação de perigo, não necessitando que ocorra um Vejamos:

Abandono de Incapaz – Art. 133 do CP Abandono de Recém-Nascido – Art. 134 do CP


Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guardar, vi- Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra
gilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de própria:
defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos. § 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. § 2º Se resulta a morte:
§ 2º Se resulta a morte: Pena – detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

Aumento de pena
§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um
terço:
I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão,
tutor ou curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Objeto jurídico: a vida e saúde do incapaz. Objeto jurídico: a vida e a saúde do recém-nascido.
Sujeito ativo: pessoa que tenha o dever de zelar pelo in- Sujeito ativo: somente pode ser praticado pela mãe ou pelo
capaz, pois o tem sob o seu cuidado, vigilância, guarda ou pai para esconder uma gravidez indesejada.
autoridade.
Noções de Direito

Obs.: não havendo esta relação de assistência entre as partes


o crime poderá ser eventualmente de omissão de socorro,
art. 135 do CP.
Sujeito passivo: a pessoa que esta subordinada ao sujeito Sujeito passivo: o recém-nascido.
ativo.
Elemento subjetivo: dolo de abandonar, dolo de perigo Elemento subjetivo: dolo de abandonar, dolo de perigo
concreto. concreto.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Consumação: com o abandono a vítima sofre uma situação Consumação: quando o recém-nascido é abandonado.
de perigo concreto.
Forma qualificada (preterdolo): se do abandono resultar Forma qualificada (preterdolo): se do abandono resultar
lesão corporal grave ou a morte. lesão corporal grave ou a morte.
Haverá dolo de abandonar e culpa no resultado lesão grave Haverá dolo de abandonar e culpa no resultado lesão grave
ou morte. ou morte.
Aumento de pena de 1/3 se o abandono:
• ocorrer em lugar ermo (desabitado);
• o agente for ascendente, descendente, cônjuge, irmão
tutor e curador;
• vítima maior de 60 anos.

Crime de Omissão de Socorro são – responderá pelo crime de omissão de socorro


qualificado.
Código Penal • O agente tem dolo de omitir socorro e a vítima vem
Art.  135. Deixar de prestar assistência, quando a falecer em decorrência desta omissão – responderá
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abando- pelo crime de omissão de socorro qualificado.
nada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, • O agente tem dolo de matar, atira na vítima e estando
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não esta ainda com vida, nega o socorro, vindo, então,
pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: a  vítima a falecer  – responderá apenas pelo crime
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. de homicídio, sendo o crime de omissão de socorro
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se absorvido por se tratar de post factum impunível.
da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, • O agente comete um crime de homicídio culposo e
e triplicada, se resulta a morte. não presta socorro à vítima – responderá pelo crime
de homicídio culposo com causa de aumento de pena
1) Conduta: consiste em deixar de prestar socorro a (art. 121, § 4º do CP).
quem necessite.
2) Objeto jurídico: dever de assistência e solidariedade 8) Consumação: momento da omissão do socorro.
entre os homens. 9) Omissão de socorro no trânsito:
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. a) aquele que age culposamente na direção de veículo
4) Sujeito passivo: as pessoas enumeradas na lei: automotor e causar lesões corporais e não socorre a vítima:
• criança abandonada; responderá pelo crime previsto no art. 303, parágrafo único,
• criança extraviada – perdida (perigo abstrato); III, do CTB (Lei nº 9.503/1997);
• pessoa inválida ao desamparo; b) aquele que se envolve em acidente automobilístico,
• pessoa ferida ao desamparo; todavia sem ter agido culposamente e causou lesão e não
• pessoa em grave e eminente perigo (perigo concreto). socorreu a vítima: responderá pelo crime previsto no art. 304
do CTB;
5) Elemento subjetivo: dolo de perigo. c) qualquer outra pessoa envolvida no acidente ou que
6) Elemento objetivo: o crime pode ser praticado de presencia o acidente e não presta socorro – responderá pelo
duas maneiras: crime previsto no art.135 do CTB.
a) falta de assistência imediata – Quando o agente pode
prestar o socorro pessoalmente, sem colocar em risco a sua Exemplo: A dirigindo o seu carro de forma imprudente vem
própria vida e mesma assim se omite; a bater no B, que com a pancada sobe na calçada e atropela
b) falta de assistência mediata – Quando o agente corre C que está no ponto de ônibus. D, pedestre, que também
risco em prestar socorro à vítima pessoalmente deve este está no ponto de ônibus não sofre nenhum ferimento.
solicitar ajuda imediatamente à autoridade pública. Tanto A, como B, como D não prestam socorro a C. Assim:
Obs.: o pedido de ajuda deve ser imediato. • A por estar dirigindo um veículo automotor de forma
imprudente, sua omissão de socorro está prevista no
Atenção! Havendo possibilidade de prestação de socorro Código de Trânsito – art. 303, parágrafo único, III do CTB.
pessoalmente ante a ausência de risco pessoal, o  agente • B por estar dirigindo um veículo automotor, mesmo sem
assim deve proceder, pois não se trata de opção do agente, ter dado causa a ele, contribuiu para a ocorrência das
pois se tem condições de socorrer pessoalmente e não o faz, lesões, sua omissão de socorro está prevista no Código
responde pelo crime de omissão de socorro, ainda que peça de Trânsito – art. 304 do CTB.
auxílio imediato a autoridade competente. • D por ser um pedestre que a tudo presencia e nada faz,
responderá pelo crime de omissão de socorro previsto
7) Crime de omissão de socorro qualificadora: trata-se no Código Penal – art. 135.
de crime preterdoloso:
• se da omissão de socorro ocorrer lesão corporal na 10) Não confundir crimes omissivos próprios com crimes
Noções de Direito

vítima a pena é aumentada de ½; omissivos impróprios.


• se da omissão de socorro ocorrer a morte da vítima
a pena é triplicada. a) Crime omissivo próprio  – Inexiste o dever jurídico
de agir. Assim para a omissão ter relevância causal com o
Todavia, não se deve confundir: resultado deve haver um tipo incriminador descrevendo a
omissão. Ex.: crime de omissão de socorro, art. 135 CP.
• O agente tem dolo de omitir socorro e a vítima vem b) Crimes omissivos impróprios (omissivos impuros, es-
a sofre lesão corporal em decorrência desta omis- púrios ou comissivos por omissão) – O agente possui o dever

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jurídico de agir previsto em uma norma e se omite. Há uma quer abusando de meios de correção ou disciplina:
norma dizendo o que deve ser feito, criando uma relação Pena  – detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano,
causal. Omitindo-se, responderá pelo resultado ocorrido. ou multa.
O art. 13, § 2º descreve quem são as pessoas que possuem § 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
o dever jurídico de agir: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
• Dever legal – Quando houver determinação específica § 2º Se resulta a morte:
em lei, ex.: pai, mãe, policial, bombeiro, mãe deixa de ama- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
mentar o filho e este morre. § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
• Dever do garantidor – Quando o omitente assumiu por praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
qualquer modo a obrigação de agir, podendo ser obrigação
contratual ou extracontratual. Ex.: olha meu filho para mim 1) Conduta: o crime prevê a situação de o agente, o qual
que eu vou dar um mergulho, e a pessoa se distrai e a criança tem um dever de cuidado em relação à vítima, acaba por
morre afogada. expor a perigo a vida desta, trazendo o tipo penal as formas
• Dever por ingerência da norma – Com o seu compor- desta exposição.
tamento anterior criou o risco. Ex.: “A” joga “B” na piscina e 2) Sujeito ativo: trata-se de crime próprio, pois o tipo
não procura salvá-lo, vindo “B” a falecer. penal descreve a existência de uma relação jurídica de subor-
dinação entre o autor da infração penal e a vítima: tal como
Nos três exemplos, a mãe, o desconhecido e o “A” têm de guarda, vigilância ou autoridade para fim de educação,
o dever jurídico de agir e se omitiram, respondendo então ensino, tratamento ou custódia o sobre a vítima. Ex.: pais,
pelo resultado ocorrido, qual seja, a morte, e, portanto, pelo tutores, carcereiro, professores, enfermeiros etc.
crime de homicídio, e não pelo crime de omissão de socorro. 3) Sujeito passivo: as pessoas subordinadas ao sujeito
Para finalizar o entendimento observe o exemplo a se- ativo.
guir: Maria está passeando no parque e avista uma criança se 4) Assim, o tipo penal prevê em seu texto a forma pela
afogando e nada faz, vindo a criança a morrer. Como Maria qual o sujeito ativo irá “expor a perigo de vida ou a saúde...”
não está relacionada dentre as pessoas que têm o dever ju- do sujeito passivo, sendo, portanto, classificado como um cri-
rídico de agir, responderá pelo crime de omissão de socorro me de ação vinculada. Desta forma, o sujeito ativo deve agir:
qualificado pela morte, classificado como crime omissivo • privando à vítima de alimentação;
próprio. Todavia, se um bombeiro avista um a criança se • privando à vítima de cuidados indispensáveis (trata-
afogando e nada faz, vindo a criança a morrer, como há o mento médico, agasalho);
dever jurídico de agir, responderá o bombeiro pelo resultado • ocasionando trabalho excessivo ou inadequado à vítima;
ocorrido, ou seja, pelo crime de homicídio, classificado aqui • abusando dos meios de disciplina e correção.
como crime omissivo impróprio.
5) Consumação: no momento da produção do perigo,
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar sendo classificado como crime formal. É cabível a tentativa
emergencial nas figuras comissivas.
6) Crime de maus-tratos qualificado:
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória • Se dos maus-tratos resultar lesão corporal ou morte.
ou qualquer garantia, bem como o preenchimento
prévio de formulários administrativos, como condição 7) Causa de aumento de pena: a pena será aumentada
para o atendimento médico-hospitalar emergencial: de 1/3 se o crime for praticado contra menor de 14 anos.
(Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012) E se for contra um idoso? Tal conduta está previsto no es-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e tatuto do idoso.
multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012)
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se Atenção! Não confundir o crime de maus-tratos com
da negativa de atendimento resulta lesão corporal o crime de tortura: se o meio empregado é muito intenso,
de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. estará configurado o crime de tortura. A intensidade do sofri-
(Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012) mento físico e mental sentido pela vítima é o que diferencia
este crime do crime de maus-tratos.
1) Conduta: exigir garantia para atendimento médico-
-hospitalar em caso de emergência, bem como preenchi- Diferença entre:
mento prévio de formulário.
2) Sujeito ativo: pessoa responsável pelo primeiro aten- Crime de Maus-Tratos – Perigo para a Vida ou Saú-
dimento emergencial. Art. 136 do CP de de Outrem – Art. 132
3) Sujeito passsivo: qualquer pessoa. do CP.
4) Consumação: com a exigência. É crime formal. 1) Crime de ação vinculado, 1) Crime de ação livre, po-
5) A pena é aumentada de metade se da omissão re- pois o legislador prevê as dendo ser praticado de qual-
sultar lesão corporal grave, e triplicada se resultar morte. formas de sua prática. quer forma.
2) Sujeitos ativo e passivo 2) Sujeitos ativo e passivo
Maus-Tratos previstos no tipo penal  – indeterminados.
Noções de Direito

crime próprio.
Código Penal
Da Rixa
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa
sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim Código Penal
de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, Art.  137. Participar de rixa, salvo para separar os
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, contendores:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, Exceção da verdade
ou multa. § 3º Admite-se a prova da verdade, salvo: (Acrescen-
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal tado pela Lei nº 8.069, 13/7/1990)
de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participa- I – se, constituindo o fato imputado crime de ação
ção na rixa, a pena de detenção, de 6 (seis) meses a privada, o  ofendido não foi condenado por sen-
2 (dois) anos. tença irrecorrível; (Acrescentado pela Lei nº 8.069,
13/7/1990)
1) Conduta: participar de rixa salva para separar os II  – se o fato é imputado a qualquer das pessoas
contentores. indicadas no inciso I do art. 141; (Acrescentado pela
Lei nº 8.069, 13/7/1990)
Obs.: rixa é um tumulto, uma luta desordenada onde III – se do crime imputado, embora de ação pública,
não se sabe quem está agredindo a quem. Assim, quando o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
tratar-se de grupos rivais se enfrentando não há que se falar
rixa, pois as pessoas são identificáveis, respondendo cada 1) Conduta: imputar falsamente a alguém fato definido
qual pelas lesões corporais praticadas. como crime.
Ex.: João diz que Maria matou seu pai, todavia João sabe
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Todavia, devem ser que quem matou seu pai foi Antônia.
várias pessoas, pois uma única pessoa jamais conseguirá
praticar este crime. Assim classifica-se como crime de con- Obs. 1: no crime de calúnia imputa-se fato criminoso
curso necessário. falso. Esta falsidade pode ser do fato criminoso (o crime não
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa, desde que sejam várias. ocorreu) ou pode ser quanto à autoria (o crime ocorreu, mas
não foi aquela pessoa que cometeu).
Atenção 1! Não há crime na conduta de quem quer
separar os agressores.
Obs. 2: quando falamos em fato, significa a descrição de
uma situação, como no exemplo acima: “Maria matou meu
4) Consumação: com as múltiplas agressões.
pai”. Se apenas o agente disser “Maria, a assassina”, será o
5) Rixa qualificada: se das agressões advir lesão grave
crime de injúria, que trata-se de um xingamento, pois não
ou morte.
há a descrição de um fato.
Atenção 2! Todos os envolvidos na rixa responderão pelo
crime na sua forma qualificada, se do tumulto ocorrido, al- Obs. 3: se o agente pensa que o que diz não é falso,
gum dos participantes vier a sofrer uma lesão grave ou morte, ou seja, que a imputação é verdadeira há erro de tipo que
independentemente de terem sido os responsáveis por tais exclui o dolo.
resultados. Até mesmo a vítima das lesões graves responderá
por rixa qualificada. Todavia devemos considerar que: 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
• se identificado o autor da lesão grave ou morte, este 3) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
responderá pelo crime de lesão corporal grave ou 4) Consumação: no momento que a imputação chega aos
homicídio, bem como pelo crime de rixa. Os demais ouvidos de terceira pessoa. Trata-se de ofensa a honra obje-
participantes responderão pelo crime de rixa; tiva. É crime formal independe da ocorrência do resultado,
• se alguém participou do crime de rixa e saiu antes ou seja, do sujeito passivo se sentir ofendido.
de ocorrer uma lesão grave ou morte, responderá 5) Tentativa: é possível sua ocorrência apenas na forma
pelo crime de rixa qualificada, pois a sua participação escrita. Ex.: alguém escreve uma carta com a descrição de
contribuiu para ocorrência de tais resultados. fatos criminosos inverídicos e esta é lida por uma autoridade
• se alguém ingressou nas múltiplas agressões após a pública antes de chegar a seu destinatário.
ocorrência do resultado lesão grave ou morte, res- 6) O § 1º prevê que nas mesmas penas incorre quem
ponderá apenas pelo crime de rixa simples. propala (relata verbalmente) ou divulga (relata por qualquer
outro meio) sabendo falsa imputação. É o crime do fofo-
Dos Crimes Contra a Honra queiro – aquele que espalhou o crime do caput. Todavia, aqui
só cabe o dolo direto, ele tem que saber que a imputação
Conceito de honra: atributos morais, físicos e intelectuais é falsa.
de uma pessoa. Ela pode ser: 7) O § 2º prevê a punição do crime de calúnia contra os
• Honra objetiva: é o que os outros pensam de você. mortos. Mas atenção, o sujeito passivo neste caso não é o
• Honra subjetiva: sentimento que cada um tem a res- morto e sim seus familiares.
peito de seus próprios atributos. Autoestima. 8) Exceção da verdade: é um instituto previsto pelo
legislador como um meio de defesa. Só existe o crime de
Calúnia calúnia se a imputação criminosa feita a outrem é falsa, se
Código Penal ela for verdadeira será fato atípico. A falsidade da imputação
Noções de Direito

é presunção relativa. Assim se o ofendido ingressa com uma


Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente ação criminal, é  possível ao ofensor alegar a exceção da
fato definido como crime: verdade provando que sua imputação é verdadeira. Ficando
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, provado que o fato imputado como crime é verdadeiro,
e multa. ocorrerá atipicidade do crime de calúnia, uma vez que a
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a “falsidade” integra a descrição do crime.
imputação, a propala ou divulga. Assim no exemplo acima em que João alegou que Maria
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos. matou seu pai, tendo Maria entrado com uma ação criminal

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de calúnia contra João, este poderá utilizar-se da exceção Injúria
da verdade, ou seja, tentar provar que realmente foi Maria
que matou seu pai. Se isto ficar comprovado, João não pra- Código Penal
ticou o crime de calunia, pois, o fato criminoso imputado é
verdadeiro. Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade
ou o decoro:
Atenção! A regra no crime de calúnia é caber a exceção Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
da verdade. Todavia, o  legislador optou por apresentar § 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
algumas hipóteses em que não será possível a utilização da I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
exceção da verdade: diretamente a injúria;
a) fato imputado como crime de ação privada, o ofendido II – no caso de retorsão imediata, que consista em
outra injúria.
não foi condenado por sentença irrecorrível, pois se o ofensor
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato,
quiser provar que sua ofensa é verdadeira estará passando
que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
por cima da vítima real do crime e tocando em assunto que considerem aviltantes:
ela quis evitar; Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,
b) se o fato é imputado ao Presidente da República ou e multa, além da pena correspondente à violência.
Chefe de governo estrangeiro; § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos
c) se o ofendido foi absolvido pelo crime tanto em Ação referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a con-
Penal Pública, como em Ação Penal Privada em sentença dição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
irrecorrível. Pena – reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

Difamação 1) Conduta: é o xingamento, atribuição de qualidade


negativa. Ex.: assassino, ladrão, bêbado, safado, burro, im-
Código Penal becil, entre outros.
Obs. 1: não há descrição de nenhum fato como na calúnia
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofen- e na difamação, apenas trata-se um xingamento.
sivo à sua reputação:
Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
e multa. 3) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
4) Consumação: trata-se de crime contra a honra subje-
Exceção da verdade tiva e somente se consuma quando o fato chega ao conhe-
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se cimento da vítima. Crime Formal.
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa 5) Tentativa: é possível na forma escrita.
é relativa ao exercício de suas funções.” 6) Não cabe exceção da verdade, pois não há a impu-
tação de fato.
1) Conduta: imputar a alguém um fato ofensivo que não
seja crime. Obs. 2: na queixa-crime ou denúncia é necessário trans-
Ex.: Douglas sempre vai trabalhar embriagado. crever as palavras injuriosas sob pena de inépcia.

Obs. 1: na difamação é a imputação de um FATO DESON- 7) Injúria qualificada: se a injúria consiste na utilização
de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem,
ROSO, em que não importa se é verdadeiro ou falso, pois
pessoa idosa ou portadora de deficiência. Ex.: xingar a pessoa
será crime. Não se confunde com o crime de calúnia que é
de manco, velho caduco, negrinho.
um fato criminoso falso.
Obs. 3: não confundir com o crime de racismo previsto
Obs. 2: quando falamos em fato, significa a descrição de na Lei nº 7.716/1989. Estas são manifestações preconcei-
uma situação, como no exemplo acima: “Douglas sempre vai tuosas generalizadas ou a prática de algum tipo de segre-
trabalhar embriagado”. Se o que for dito tratar-se de “Dou- gação. Ex.: todo índio é safado e preguiçoso, ou neste clube
glas, bêbado”, o crime será de injúria, pois é um xingamento é proibida a entrada de negros ou deficientes.
e não a descrição de um fato.
Obs. 4: o crime de injúria qualificada visa pessoas deter-
Obs. 3: se o fato imputado for contravenção penal tam- minadas e não trata de segregações.
bém será difamação. 8) A lei prevê ao crime de injúria a possibilidade de apli-
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. cação do perdão judicial, no qual o juiz deixará de aplicar a
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa. pena ao ofensor quando:
a) o ofendido de forma reprovável provocou diretamente
4) Consumação: quando terceira pessoa fica sabendo da
(face a face) a injúria;
imputação. Crime formal. b) no caso de retorsão (revide, tão logo é ofendida a
5) Tentativa: somente possível por escrito. vítima também ofende).
Noções de Direito

6) Exceção da verdade: A regra é não caber exceção 9) Injúria real: se a injúria consiste em violência ou vias
da verdade no crime de difamação, já que na difamação é de fato. Ex.: tapa na cara, empurrão com o fim de humilhar,
indiferente que a imputação seja falsa ou verdadeira. levantar a saia, rasgar a roupa.
7) Hipótese de cabimento da exceção da verdade: a) se 10) Se ocorrer alguma lesão corporal o agente responderá
o fato é imputado a funcionário público e diz respeito ao pelo crime de injúria real + o crime de lesão corporal (que
exercício de suas funções. Assim se ofensor provar que é poderá ser leve, grave ou gravíssima).
verdadeira a imputação ocorrerá excludente específica de 11) Se ocorrer apenas vias de fato o agente responderá
ilicitude, já que a falsidade não integra o tipo penal. somente pelo crime de injúria real.

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Quadro Esquemático

Calúnia – Art. 138 do CP Difamação – Art. 139 do CP Injúria – Art. 140 do CP


Conduta: imputar falsamente a alguém fato definido Conduta: imputar a alguém um fato ofen- Conduta: é o xingamento, atribuição de qua-
como crime. sivo que não seja crime. lidade negativa.
No crime de calúnia imputa-se fato criminoso falso, Na difamação é a imputação de um fato Não há descrição de nenhum fato como na
que significa a descrição de uma situação. desonroso, em que não importa se é calúnia e na difamação, apenas trata-se um
verdadeiro ou falso, pois será crime. Não xingamento.
se confunde com o crime de calúnia que
é um fato criminoso falso.
Ex.: João diz que Maria matou seu pai, todavia João Ex.: Douglas sempre vai trabalhar em- Ex.: Maria assassina, Douglas bêbado.
sabe que quem matou seu pai foi Antônia. briagado.
Consumação: no momento que a imputação chega Consumação: quando terceira pessoa fica Consumação: Trata-se de crime contra a honra
aos ouvidos de terceira pessoa. Trata-se de ofensa a sabendo da imputação. Trata-se de ofensa subjetiva e somente se consuma quando o fato
honra objetiva. a honra objetiva. chega ao conhecimento da vítima.
A regra no crime de calúnia é caber a exceção da A regra é não caber exceção da verdade Não cabe exceção da verdade, pois não há a
verdade. no crime de difamação. imputação de fato.
Hipóteses em que não será possível a utilização da Hipótese de cabimento da exceção da Injúria qualificada: se a injúria consiste na
exceção da verdade: verdade: se o fato é imputado a funcio- utilização de elementos referentes a raça,
1) fato imputado como crime de ação privada, o ofen- nário público e diz respeito ao exercício cor, etnia, religião, origem, pessoa idosa ou
dido não foi condenado por sentença irrecorrível, pois de suas funções. Assim se ofensor provar portadora de deficiência. Ex.: xingar a pessoa
se o ofensor quiser provar que sua ofensa é verdadeira que é verdadeira a imputação ocorrerá de manco, velho caduco, negrinho.
estará passando por cima da vítima real do crime e excludente específica de ilicitude, já
tocando em assunto que ela quis evitar; que a falsidade não integra o tipo penal.
2) se o fato é imputado ao Presidente da República ou
Chefe de governo estrangeiro;
3) se o ofendido foi absolvido pelo crime tanto em
Ação Penal Pública, como em Ação Penal Privada em
sentença irrecorrível.
Injúria real: se a injúria consiste em violência ou
vias de fato. Ex.: tapa na cara, empurrão com o
fim de humilhar, levantar a saia, rasgar a roupa.

Disposições comuns Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha


praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de
Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se
aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em
é cometido: que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188,
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de 2015)
de governo estrangeiro; Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se
II - contra funcionário público, em razão de suas infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga
funções; ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as
facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da dá satisfatórias, responde pela ofensa.
injúria. Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somen-
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou te se procede mediante queixa, salvo quando, no caso
portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
(Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Parágrafo único. Procede-se mediante requisição
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput
paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena do art. 141 deste Código, e mediante representação
em dobro. do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo,
bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.
Exclusão do crime (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009)
Art. 142. Não constituem injúria ou difamação pu-
nível: Considerações Gerais acerca dos Crimes Contra a
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, Honra
pela parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística Tais considerações abaixo descritas, aplicam-se a todos
ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de os crimes contra a honra: calúnia, difamação e injúria.
injuriar ou difamar; 1) Sujeito ativo: apresentamos em relação aos três
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário crimes como sendo qualquer pessoa o seu sujeito ativo.
público, em apreciação ou informação que preste no Todavia, há exceções:
cumprimento de dever do ofício. a) Imunidade parlamentar: segundo o art.  53 da CF,
Noções de Direito

Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde os  deputados e senadores são invioláveis em palavras
pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publi- quando no exercício do mandato. Assim, se um deputado
cidade. quando estiver discursando na Tribuna do Congresso Nacio-
nal e disser, por exemplo, “Vossa Excelência é um corrupto,
Retratação desonesto, que desviou o dinheiro público para compra de
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se Fazendas”, não estará praticando o crime de calúnia, nem
retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica difamação, nem injúria. Porém, se este mesmo parlamentar
isento de pena. estiver na reunião de condomínio de seu prédio e ofender a

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um vizinho, não estará no exercício de suas funções e assim a) a retratação deve ocorrer antes da sentença;
praticará os crimes contra a honra. b) a retratação de ser total e incondicional;
b) Vereadores: da mesma forma o art. 29, VIII da CF prevê c) a retratação causará a extinção da punibilidade
que os vereadores também possuem a mesma inviolabilidade (art. 107, VI );
dos parlamentares, todavia, além de terem que estar no exer- d) por se tratar de circunstância subjetiva, a retratação
cício de suas funções, devem também estar na circunscrição não se comunicando com os demais coauotres, somente
do seu município. Assim, se um vereador vai até uma rádio será aplicada àquele que se retratou;
da cidade vizinha discursar e ali pronunciar palavras contra a e) a retratação independe de aceitação da vítima;
honra de alguém, apesar de estar no exercício de suas funções, f) a retratação somente será aplicada em relação aos
estará fora de sua circunscrição e praticará, então, um crime. crimes de calúnia e difamação.
c) Advogado: segundo a Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da
OAB), os advogados possuem imunidade, não praticando injúria 7) Pedido de Explicação: está previsto no art. 144 do CP
e difamação no exercício regular de suas atividades, sem preju- e trata-se de meio utilizado pelo ofendido para obter escla-
ízo das sanções aplicáveis pela OAB. Assim, em uma audiência recimento acerca das palavras proferidas pelo ofensor, para
se o advogado disser: “Excelência, está mulher se prostitui, não então decidir se irá ou não ingressar com uma ação criminal.
cuida de seus filhos, é preguiçosa, descuidada, não pode ficar São os requisitos legais:
com a guarda das crianças”, não terá praticado crime algum. No a) o pedido de explicação é facultativo;
entanto, se disser: “Esta mulher trafica drogas” e este fato for b) deve ser realizado antes do oferecimento da denúncia
inverídico, o advogado terá praticado o crime de calúnia, pois ou queixa-crime;
a sua imunidade não alcança tal ilícito penal. c) é utilizada quando a vítima fica com dúvida acerca de
ter sido ofendida;
2) Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa – desonra- d) o Juiz receberá o pedido, notificará o autor da imputa-
do, doente mental, menor de idade, pessoa jurídica (somente ção para se explicar. Com ou sem resposta do ofensor, o Juiz
em relação ao crime de calúnia no que tange a crimes am- entregará os autos ao requerente, não julgando o pedido
bientais; todavia em relação ao crime de difamação e injúria de explicação;
não há a possibilidade de sua prática, pois a pessoa jurídica e) o pedido de explicação não interrompe o prazo de-
não possui honra subjetiva) e o morto (tendo em vista que cadencial para queixa crime, mas torna o juízo prevento.
o sujeito passivo será a família). 8) Ação Penal:
3) O consentimento da vítima exclui o crime porque a a) Regra: os crimes contra a honra serão processados
honra é um bem disponível. Se a pessoa aceita o fato que mediante Ação Penal Privada.
lhe é imposto ou o xingamento, não haverá crime. b) Exceção:
4) Causas de aumento de pena, 1/3 (art.141): aplicam-se • será processada mediante Ação Penal Púbica Condicio-
a todos os crimes: nada a Requisição do Ministro da Justiça – quando a ofensa
a) contra o Presidente da República ou Chefe de Governo for praticada contra o Presidente da República ou Chefe de
estrangeiro (se a calúnia ou difamação contra o Presidente Governo Estrangeiro;
tiver motivação política e lesão real ou potencial a bens • será processada mediante Ação Penal Pública Condi-
inerentes à Segurança Nacional, haverá crime contra a Se- cionada a Representação da vítima ou seu representante
gurança Nacional – Lei nº 7.170/1983); legal – quando a ofensa for praticada contra o funcionário
b) contra funcionário público em razão de suas funções, des- público no exercício de suas funções e no caso de injúria real
de que aja nexo de causalidade da ofensa com a função exercida; quando a lesão corporal for de natureza leve;
c) na presença de várias pessoas que facilite a divulgação • será processada mediante Ação Penal Pública Incondi-
(mínimo de três pessoas. Não se computa coautores e os que cionada no caso de injúria real e a lesão corporal for grave
não podem entender os fatos); ou gravíssima.
d) contra maior de 60 anos ou portador de deficiência, exce-
to no caso de injúria, pois como vimos será injúria qualificada; Dos Crimes Contra a Liberdade Individual
e) será em dobro se o crime é cometido mediante paga
ou promessa de recompensa. Constrangimento Ilegal

5) Causas especiais de exclusão da antijuridicidade: não Código Penal


constituem injúria ou difamação:
a) ofensa ocorrida em juízo na discussão da causa pela Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou
parte ou seu procurador (advogado é aplicado o estatuto da grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por
OAB. A ofensa tem nexo com a causa. Ofensa contra o juiz qualquer outro meio, a  capacidade de resistência,
não se aplica tal excludente); a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela
b) opinião desfavorável da crítica literária, artística e não manda:
Noções de Direito

científica; Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,


c) conceito desfavorável emitido por funcionário público ou multa.
em cumprimento de dever de ofício.
Aumento de pena
6) Retratação: retirar o que foi dito. O  ofensor tem a §  1º As penas aplicam-se cumulativamente e em
possibilidade de se retratar desde que preenchido os re- dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem
quisitos abaixo: mais de três pessoas, ou há emprego de armas.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as cor- A doutrina coloca, ainda, que a ameaça deve ser veros-
respondentes à violência. símil (plausível de acontecer) e iminente.
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consen- 2) Objeto jurídico: a liberdade e tranquilidade das pessoas.
timento do paciente ou de seu representante legal, 3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
se justificada por iminente perigo de vida; 4) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
II – a coação exercida para impedir suicídio. 5) Consumação: quando a vítima toma conhecimento
da ameaça, independentemente de se sentir amedrontada.
1) Conduta: constranger alguém mediante violência ou É crime formal.
grave ameaça ou reduzindo a sua capacidade de resistência 6) Crime subsidiário: na existência de um delito mais
a não fazer o que a lei permite ou fazer aquilo que ela não grave, como por exemplo, roubo, extorsão, estupro, o crime
manda. de constrangimento ilegal ficará afastado.
A principal diferença entre o crime de constrangimento
Obs.: constranger  – obrigar, coagir. O  crime pode ser ilegal e ameaça consiste no momento consumativo:
praticado de duas maneiras:
a) obrigar a vítima a fazer algo, por exemplo, obrigar a
Crime de Constrangimento Crime de Ameaça
vítima a ir a um local em que ela não deseja. Ilegal
b) obrigar a vítima a deixar de fazer algo, exemplo, obriga
a vítima a deixar de ir prestar um concurso público. Conduta: constranger al- Conduta: ameaçar alguém
guém mediante violência ou de causa mal grave ou in-
2) Objeto jurídico: a liberdade de agir do cidadão, dentro grave ameaça ou reduzindo justo.
dos limites da lei. a sua capacidade de resis-
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. tência a não fazer o que a lei
4) Sujeito passivo: qualquer pessoa. permite ou fazer aquilo que
5) Modo de execução do crime: mediante violência, grave ela não manda.
ameaça ou reduzindo a capacidade de resistência da vítima.
6) Consumação: quando a vítima toma a atitude preten- Sujeito ativo/Sujeito passi- Sujeito ativo/Sujeito passi-
dida pelo agente. É crime material. vo: qualquer pessoa. vo: qualquer pessoa.
7) Crime subsidiário: na existência de um delito mais Consumação: quando a ví- Consumação: quando a
grave, como, por exemplo, roubo, extorsão, estupro, o crime tima toma a atitude preten- vítima toma conhecimento
de constrangimento ilegal ficará afastado. dida pelo agente. É  crime da ameaça, independen-
8) Causa de aumento de pena do crime de constrangi- material. temente de se sentir ame-
mento ilegal: drontada. É crime formal.
a) praticado por mais de três pessoas, ou seja, há a ne-
cessidade de serem pelo menos quatro pessoas; Crime subsidiário: na exis- Crime subsidiário: na exis-
b) emprego de armas, abrange tanto as armas próprias tência de um delito mais tência de um delito mais
(arma de fogo,faca, punhal) quanto as armas impróprias grave, como, por exemplo, grave, como, por exemplo,
(navalha, faca de cozinha). roubo, extorsão, estupro, roubo, extorsão, estupro,
9) Excludente de ilicitude: não irá configurar o crime de o crime de constrangimento o crime de constrangimento
constrangimento ilegal: ilegal ficará afastado. ilegal ficará afastado.
a) a intervenção médico cirúrgica sem o consentimento
do paciente ou de seu representante legal, se houver imi-
nente perigo de vida; Sequestro ou Cárcere Privado
b) coação para evitar o suicídio.
Código Penal
Ameaça
Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante
Código Penal sequestro ou cárcere privado:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Art.  147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou § 1º A pena é de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos:
gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar- I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge
-lhe mal injusto e grave: ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. anos;
Parágrafo único. Somente se procede mediante II – se o crime é praticado mediante internação da
representação. vítima em casa de saúde ou hospital;
1) Conduta: ameaçar alguém de causa mal grave ou III  – se a privação da liberdade dura mais de 15
Noções de Direito

injusto. (quinze) dias;


IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (de-
Obs: ameaçar – Intimidar alguém por meio de palavras, zoito) anos;
gestos, escrita. A ameaça deve ser grave (de morte, lesões) e V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
injusta (não acolhida pela lei). Assim, se houver a ameaça de §  2º Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos
processar judicialmente alguém que está lhe devendo uma ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico
quantia em dinheiro, não será crime de ameaça, pois esta ou moral:
conduta é prevista em lei, e, portanto, justa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1) Conduta: privar alguém de sua liberdade. 2) Objeto jurídico: liberdade do cidadão.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Obs.: não confundir o crime de sequestro (privar alguém 4) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
de sua liberdade) com o crime de extorsão mediante se- 5) Modo de execução do crime: é um crime classificado
questro (privar alguém de sua liberdade no intuito de obter como de ação vinculada, pois o tipo penal prevê as forma pelas
um resgate). quais irá se reduzir alguém a condição análoga à de escravo:
Exemplo de crime de sequestro: privar uma filha de sua a) submetendo a trabalhos forçados;
liberdade trancafiando-a no porão de casa por anos. Não b) submetendo a jornada exaustiva;
há que se falar em extorsão mediante sequestro, pois em c) sujeitando a condições degradantes de trabalho;
nenhum momento houve a requisição de resgate. d) restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em
razão de dívida contraída com o empregador ou preposto.
2) Objeto jurídico: a liberdade de ir e vir do cidadão. 6) Consumação: quando o agente efetivamente reduz
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. alguém a condição análoga de escravo. É crime material.
4) Sujeito passivo: qualquer pessoa. 7) Figuras equiparadas: também considera-se crime de
5) Consumação: com a privação de liberdade. Trata-se de redução a condição análoga de escravo:
crime permanente, ou seja, aquele em que a consumação a) cerceiar o uso de qualquer meio de transporte por par-
se prolonga no tempo. Se uma pessoa encontra-se privada te do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;
de sua liberdade por anos, a consumação do crime estará b) manter vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
acontecendo a todo momento, e quando descoberto caberá apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador,
prisão em flagrante. com o fim de retê-lo no local de trabalho.
6) Causas de aumento de pena do crime de sequestro: 8) Crime de redução a condição análoga de escravo
• Se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge, qualificado:
companheiro ou maior de 60 anos. a) se cometido contra criança ou adolescente;
• Se o crime é praticado mediante internação da vítima. b) por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião
• Se a privação da liberdade dura mais de 15 dias. ou origem.
• Se o crime é praticado contra menor de 18 anos.
• Se o crime é praticado com fins libidinosos. Também constitui condição análoga de Escravo:

Obs. 2: se efetivamente ocorrer um estupro, o agente Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar,
responderá pelo crime de sequestro e estupro. transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, median-
te grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso,
7) Crime de sequestro qualificado: se do sequestro com a finalidade de:
resultar grave sofrimento físico ou mental. I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
II – submetê-la a trabalho em condições análogas à
Redução a Condição Análoga de Escravo de escravo;
III – submetê-la a qualquer tipo de servidão;
Código Penal IV – adoção ilegal; ou
V – exploração sexual.
Art.  149. Reduzir alguém a condição análoga à de Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou § 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se:
a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições I – o crime for cometido por funcionário público no
degradantes de trabalho, quer restringindo, por exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las;
qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
contraída com o empregador ou preposto: II – o crime for cometido contra criança, adolescente
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além ou pessoa idosa ou com deficiência;
da pena correspondente à violência. III – o agente se prevalecer de relações de paren-
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: tesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade,
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por de dependência econômica, de autoridade ou de
parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local superioridade hierárquica inerente ao exercício de
de trabalho; emprego, cargo ou função; ou
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do
ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do território nacional.
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. § 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é for primário e não integrar organização criminosa.
cometido:
I – contra criança ou adolescente; Violação de Domicílio
II  – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, Código Penal
religião ou origem.
Noções de Direito

Art.  150. Entrar ou permanecer, clandestina ou


1) Conduta: reduzir alguém a condição análoga à de es- astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou
cravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de tra- dependências:
balho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. § 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em
Obs.: “Reduzir alguém a condição análoga à de escravo” – lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de
sujeitar uma pessoa ao poder de outra. arma, ou por duas ou mais pessoas:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, • durante o dia com observância das formalidades
além da pena correspondente à violência. legais;
§ 2º Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é co- • a qualquer hora do dia ou da noite: com autorização
metido por funcionário público, fora dos casos legais, do morador, em caso de flagrante delito, em caso de
ou com inobservância das formalidades estabelecidas desastre e para prestar socorro a alguém.
em lei, ou com abuso do poder.
§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência Violação de Correspondência
em casa alheia ou em suas dependências: Código Penal
I – durante o dia, com observância das formalidades
legais, para efetuar prisão ou outra diligência; Art.  151. Devassar indevidamente o conteúdo de
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando al- correspondência fechada, dirigida a outrem:
gum crime está sendo ali praticado ou na iminência Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
de o ser.
§ 4º A expressão “casa” compreende: Sonegação ou destruição de correspondência
I – qualquer compartimento habitado; § 1º Na mesma pena incorre:
II – aposento ocupado de habitação coletiva; I  – quem se apossa indevidamente de correspon-
III  – compartimento não aberto ao público, onde dência alheia, embora não fechada e, no todo ou em
alguém exerce profissão ou atividade. parte, a sonega ou destrói;
§ 5º Não se compreendem na expressão “casa”: Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habita- ou telefônica
ção coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem
nº II do parágrafo anterior; ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação
telefônica entre outras pessoas;
1) Conduta: entrar ou permanecer clandestinamente, III – quem impede a comunicação ou a conversação
astuciosamente ou contra a vontade expressa ou tácita de referidas no número anterior;
quem de direito, em casa alheia ou suas dependências. IV  – quem instala ou utiliza estação ou aparelho
radioelétrico, sem observância de disposição legal.
Obs.: algumas considerações: § 2º As penas aumentam-se de metade, se há dano
a) entrar em casa alheia – ingressar sem autorização; para outrem.
b) permanecer em casa alheia – o ingresso foi autoriza- §  3º Se o agente comete o crime, com abuso de
do pelo morador, todavia em dado momento solicitou-se a função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico
retirada do agente e ele permaneceu. ou telefônico:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. § 4º Somente se procede mediante representação,
salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
3) Sujeito passivo: morador. A lei diz “de quem de direi-
to”. Assim inclui proprietário, locatário, possuidor.
Obs.: este artigo foi tacitamente revogado pelo art. 40
4) Conceito de casa para o crime de violação de domicílio:
da Lei nº 6.538/1978.
a) qualquer compartimento habitado e suas adjacências
(quintal, garagem, jardim);
Correspondência Comercial
b) aposento ocupado de habitação coletiva (quarto de
hotel); Código Penal
c) compartimento não aberto ao público, onde alguém
exerce profissão ou atividade (consultório médio, escritório Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado
de advocacia, parte interna de uma oficina). de estabelecimento comercial ou industrial para,
5) Modo de execução do crime: o ingresso ou perma- no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou
nência em casa alheia deve ocorrer: suprimir corre spondência, ourevelar a estranho
a) clandestinamente – sem a percepção do morador; seu conteúdo:
b) astuciosamente – com emprego de fraude; Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
c) contra a vontade expressa ou tácita de quem de di- Parágrafo único.  Somente se procede mediante
reito – expressa é a verbalizada; tácita é a comportamental. representação.
6) Consumação: quando a vítima entra ou permanece
sem autorização em casa alheia. 1) Conduta: abusar da condição de sócio ou empregado
7) Crime de violação de domicílio qualificada: de estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou
• Se praticado durante a noite – ausência de luz solar; em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspon-
• Lugar ermo – desabitado; dência, ou revelar a estranho seu conteúdo.
• Com violência contra a pessoa ou coisa;
Noções de Direito

• Emprego de arma – tanto arma própria (faca, punhal, Obs.: trata-se de um tipo misto alternativa, pois em
revólver), como arma imprópria (faca de cozinha, um único tipo penal há a previsão de 4 condutas – desviar
navalha); (dá rumo diverso), sonegar (esconder), subtrair (furtar) ou
• Por duas ou mais pessoas. suprimir (destruir) correspondência comercial, abusando da
8) Causa de aumento de pena: se praticado por funcio- condição de sócio ou empregado.
nário público.
9) Excludente de ilicitude: não haverá crime de violação 2) Objeto jurídico: inviolabilidade das correspondências.
de domicílio quando praticado nas seguintes condições: 3) Objeto material: a correspondência comercial.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
4) Sujeito ativo: é crime próprio e somente pode ser § 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
praticado pelo sócio ou empregado do estabelecimento distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa
comercial ou industrial. de computador com o intuito de permitir a prática
5) Sujeito passivo: o estabelecimento comercial ou da conduta definida no caput. (Incluído pela Lei
industrial. nº 12.737, de 2012)
6) Consumação: com o desvio, sonegação, subtração ou § 2º Aumenta‑se a pena de um sexto a um terço se
supressão de correspondência comercial. da invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela
Lei nº 12.737, de 2012)
Divulgação de Segredo
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo
Código Penal de comunicações eletrônicas privadas, segredos
comerciais ou industriais, informações sigilosas,
Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo assim definidas em lei, ou o controle remoto não
de documento particular ou de correspondência con- autorizado do dispositivo invadido: (Incluído pela Lei
fidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja nº 12.737, de 2012)
divulgação possa produzir dano a outrem: Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilo- (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
sas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou § 4º Na hipótese do § 3o, aumenta‑se a pena de um a
não nos sistemas de informações ou banco de dados dois terços se houver divulgação, comercialização ou
da Administração Pública:
transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
ou informações obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737,
§ 1º Somente se procede mediante representação.
de 2012)
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração
§  5º Aumenta‑se a pena de um terço à metade
Pública, a ação penal será.
se o crime for praticado contra: (Incluído pela Lei
1) Conduta: divulgar conteúdo de documento particular nº 12.737, de 2012)
ou correspondência confidencial cuja divulgação possa pro- I – Presidente da República, governadores e prefeitos;
duzir dano a outrem. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído
Obs.: é necessário que a informação seja vinculada pela Lei nº 12.737, de 2012)
através de documento particular ou de correspondência III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Sena-
confidencial. do Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da
Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara
2) Objeto jurídico: inviolabilidade de segredo. Municipal; ou (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
3) Sujeito ativo: destinatário da correspondência. IV  – dirigente máximo da administração direta e
4) Sujeito passivo: a pessoa que pode sofrer o dano com indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito
a divulgação do segredo. Federal. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
5) Consumação: quando o segredo é divulgado para um
número indeterminado de pessoas, sendo desnecessário Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
que alguém sofra efetivamente um prejuízo. É crime formal. Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, so-
6) O crime deve ser praticado “sem justa causa”, ou seja, mente se procede mediante representação, salvo se
o  segredo deve ser divulgado sem que exista um motivo o crime é cometido contra a administração pública
razoável para tal conduta. direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União,
Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra em-
Violação do Segredo Profissional presas concessionárias de serviços públicos. (Incluído
pela Lei nº 12.737, de 2012)
Código Penal
1) Conduta: revelar segredo que tem ciência em razão de
Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, função, ministério, ofício ou profissão, o qual possa produzir
de que tem ciência em razão de função, ministério,
dano a outrem. Ex.: advogado, médico, padre que revelam
ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir
informações obtidas no exercício de suas atividades.
dano a outrem:
2) Objeto jurídico: inviolabilidade de segredo.
Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,
3) Sujeito ativo: são os confidentes das informações
ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante obtidas através de suas funções, ministérios, ofícios ou
representação. profissões.
4) Sujeito passivo: quem sofre com o dano da divulgação
Art.  154-A. Invadir dispositivo informático alheio, do segredo.
Noções de Direito

conectado ou não à rede de computadores, mediante 5) Consumação: no momento que o segredo chega a
violação indevida de mecanismo de segurança e com terceiros, mesmo que não cause dano a vítima.
o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou infor- 6) Se o agente tomar conhecimento do segredo em
mações sem autorização expressa ou tácita do titular razão da função pública o crime será de Violação de Sigilo
do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter Profissional, art. 325 do CP.
vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) 7) O crime deve ser praticado “sem justa causa”, ou seja,
Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, o  segredo deve ser divulgado sem que exista um motivo
e multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) razoável para tal conduta.

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DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO c) Coisa alheia – que tem dono. Assim:
• Res nullius (coisa que nunca teve dono) e res derelicta
Furto (coisa abandonada)  – não são objetos do crime de
furto.
Código Penal • Res despereticta (coisa perdida) – se a coisa está per-
dida é porque tem dono, podendo tratar-se de crime
Art.  155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa de furto, se a coisa foi encontrada em local privado,
alheia móvel: ou crime de apropriação de coisa achada, art. 169,
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. parágrafo único, II do CP, se encontrada em local
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é público.
praticado durante o repouso noturno.
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno va- d) Para si ou para outrem – a subtração da coisa alheia
lor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de móvel deve ter o fim de assenhoramente definitivo, ou seja,
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois não há a intenção de devolver. Assim aqui surge a figura do
terços, ou aplicar somente a pena de multa. furto de uso:
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
qualquer outra que tenha valor econômico. Furto de uso – quando o agente desde o início tem in-
tenção de usar momentaneamente a coisa alheia móvel e a
Furto Qualificado devolvê-la, bem como restitui o bem que utilizou de forma
§ 4º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, imediata e integral. Ex.: o agente pega a bicicleta de seu
e multa, se o crime é cometido: vizinho, sem autorização deste para ir ao trabalho e logo
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à após o final do expediente a restitui sem nenhum dano. Não
subtração da coisa; haverá crime de furto.
II  – com abuso de confiança, ou mediante fraude,
escalada ou destreza; 2) Objetivo jurídico: patrimônio.
III – com emprego de chave falsa; 3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas. 4) Sujeito passivo: qualquer pessoa física ou jurídica.
§ 5º A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, 5) Consumação e tentativa: há três teorias para explicar
se a subtração for de veículo automotor que venha a o momento consumativo do crime de furto:
ser transportado para outro Estado ou para o exterior a) Teoria da Apphreensio  – Para o crime de furto se
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos consumar basta que o agente tocar na coisa e removê-la.
se a subtração for de semovente domesticável de Não aplicada.
produção, ainda que abatido ou dividido em partes b) Teoria da Ablacio – Para o crime de furto se consumar
no local da subtração. há a necessidade de que o agente retire o bem da esfera de
disponibilidade da vítima e obtenha a posse mansa e pacífica
1) Conceito: subtrair para si ou para outrem, coisa alheia deste. Esta teoria foi aplicada por muitos anos em nosso
móvel. Direito Penal. Desta forma se, por exemplo, A subtraísse
a bolsa de B e saísse correndo, e B também corresse atrás
Obs.: passemos a analisar cada elemento do tipo penal:
para recuperar o seu bem, o crime de furto somente estaria
a) Subtrair – pode ser praticado de duas formas:
consumado quando A conseguisse despistar B, estando então
• Lançar mão de bem, tirando-o do poder de alguém,
com a posse da bolsa de forma mansa e pacífica. Entretanto,
ex.: O agente entre em uma loja, furtando uma blusa
se B em perseguição conseguisse recuperar a sua bolsa, sem
sem ninguém perceber.
• Quando a vítima entrega o bem na mão do agente, que A tivesse conseguido lograr com a posse mansa e pacífica
mas não autoriza a sua retirada. Ex.: a vendedora desta, estaríamos diante do crime de tentativa de furto.
entrega a blusa na mão do agente para este provar, c) Teoria da Amotio  – É a teoria aplicada em nosso
quando ela se distrai ele sai da loja levando a blusa Direito Penal. O crime de furto consuma-se com a retirada
sem pagar. Aqui é o caso em que o agente tem a do bem da esfera de disponibilidade da vítima, sem haver
posse vigiada do bem. Não confundir com crime de a necessidade da posse mansa e pacífica do bem. Desta
apropriação indébita, que estudaremos logo a frente, forma seguindo o mesmo exemplo: A subtrai a bolsa de B
onde o agente tem a posse desvigiada do bem. e sai correndo. B, vítima, sai em perseguição e retoma sua
bolsa sem que A tenha conseguido a posse mansa e pacífica
b) Coisa móvel – que pode ser removido. Não se utiliza a deste bem. A, segundo esta teoria responderá pelo crime de
classificação de bens móveis e imóveis do Código Civil, pois se furto consumado.
um bem classificado como imóvel para o Direito Civil puder
ser removido, ele será objeto material do crime de furto. Vejamos o entendimento dos Tribunais Superiores: se-
• Da mesma forma os semoventes e os animais quando gundo o entendimento do STF e do STJ, para a consumação
tiverem dono podem ser objeto de furto. do furto, basta a posse, ainda que momentânea, é desneces-
• O artigo 155 parágrafo 3º equipara à coisa móvel a ener- sária a posse tranquila do bem subtraído por parte do agente,
Noções de Direito

gia com valor econômico. Assim pode ser objeto de furto ou a sua retirada da esfera de vigilância da vítima, bastando
a energia elétrica, a TV a cabo, a internet, bem como a a posse do objeto material por curto tempo.
energia genética, que é o caso de sêmen de animais.
• O ser humano não poderá ser objeto de furto pois 6) Tentativa: quando o agente não consegue, por
não é coisa, tratando-se pois do crime de sequestro. circunstâncias alheias a sua vontade, a  posse, ainda que
• Cadáver poderá ser objeto de furto se pertencer a momentânea, da coisa.
um museu ou universidade, do contrário será o crime 7) Furto noturno: a pena aumenta-se de um terço, se o
previsto no artigo 211 do CP. crime é praticado durante o repouso noturno.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Obs.: verifica-se que se o crime de furto for praticado Furto de Coisa Comum
durante o repouso noturno a pena será aumentada de 1/3.
Todavia, o que é repouso noturno? Este não se confunde Código Penal
com noite, que é ausência de luz solar. O repouso noturno é
verificado quando determinada localidade dorme, momento Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio,
em que o patrimônio fica mais vulnerável, e, portanto, mais para si ou para outrem, a  quem legitimamente a
fácil de ser subtraído. Assim, por vezes em uma capital, detém, a coisa comum:
às 20h30min já é noite, mas não podemos dizer que aquela Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
cidade está tranquila, pois na verdade deve estar ainda en- ou multa.
frentando alguns congestionamentos. § 1º Somente se procede mediante representação.
§  2º Não é punível a subtração de coisa comum
fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
8) Furto privilegiado: se o criminoso é primário, e é de
direito o agente.
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, 1) Aplica-se tudo relativo ao crime de furto simples, salvo
ou aplicar somente a pena de multa. em relação ao sujeito ativo, que, no presente crime somente
poderá ser praticado por condômino, co-herdeiro ou sócio,
Obs.: são requisitos para aplicação do furto privilegiado: tratando-se, pois de crime próprio.
a) Primariedade do criminoso – Primário é o não reinci- 2) Se a coisa comum for fungível (pode ser substituído
dente, ou seja, aquele que após o trânsito em julgado de uma por outra) e não exceder a quota a que o sujeito ativo tem
sentença condenatória não praticou mais nenhum crime. direito, não haverá crime.
b) Coisa de pequeno valor – Segundo a jurisprudência é
aquela cujo valor não excede a um salário mínimo. Roubo
Atenção: Não confundir “coisa de pequeno valor” com Código Penal
“coisa de valor insignificante”. A primeira trata-se de furto
privilegiado se conjugado com o fato do criminoso ser pri- Art.  157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou
mário. A segundo é a aplicação do princípio da insignificância para outrem, mediante grave ameaça ou violência
que torna o fato atípico, como, por exemplo, furtar uma a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
caneta comum. reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena  – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos,
9) Furto qualificado: o crime de furto será qualificado e multa.
quando se verificar: § 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de
a) Destruição ou rompimento de obstáculo – O obstáculo subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa
a ser destruído ou rompido deve ser diverso da coisa a ser ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
subtraída, por exemplo, destrói-se uma janela, porta, trinco,
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade:
cadeado para adentrar em uma casa e furtar. A destruição
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
deve ocorrer para viabilizar a prática do crime de furto, fi- de arma;
cando desta forma absorvido o crime de dano. Se, todavia, II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
primeiramente o agente furtar e depois de consumado este III  – se a vítima está em serviço de transporte de
crime destruir ou romper algum obstáculo, o crime de dano valores e o agente conhece tal circunstância;
ocorrerá. IV  – se a subtração for de veículo automotor que
b) Com abuso de confiança  – A vítima possui prévia venha a ser transportado para outro Estado ou para
confiança no agente, de forma a deixar seu patrimônio o exterior;
vulnerável. Ex.: amizade, parentesco, relações profissionais. V – se o agente mantém a vítima em seu poder, res-
c) Mediante fraude – É a utilização de um meio enganoso tringindo sua liberdade.
para iludir a vítima e efetivar a subtração. Ex.: disfarce de §  3º Se da violência resulta lesão corporal grave,
agente de inspeção da dengue para adentrar na residência a pena é de reclusão, de 7 (sete) a 15 (quinze) anos,
da vítima. além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20
d) Escalada – Ingresso anormal em determinado local, (vinte) a 30 (trinta) anos, sem prejuízo da multa.
por exemplo, transpor muito, janelas, cavar túneis.
e) Destreza – Boa habilidade com as mãos, onde a vítima 1) Conceito: possui os mesmos requisitos do furto:
não percebe que está sendo subtraída. Ex.: batedores de • Subtração;
carteira. • Coisa alheia móvel (objeto material);
• Para si ou para outrem (com o fim de assenhoramento
f) Com emprego de chave falsa – Instrumento utilizado
definitivo – elemento subjetivo);
para abrir ou fechar. Ex.: gazua, mixa, grampo, arame.
• Todavia, para efetuar a subtração deve haver emprego
g) Mediante concurso de duas ou mais pessoas – Para de uma das seguintes formas de execução:
computar o número de duas ou mais pessoas inclui-se os
Noções de Direito

inimputáveis, bem como agente não identificável. a) Violência – vis absoluta. É o emprego de desforço físico
h) Subtração de veículo automotor que venha se trans- que deve ser praticada sempre contra a pessoa. Ex.: Tapas,
porta para o exterior ou para outro Estado – Já deve haver o socos, violentos empurrões ou trombadas, todavia se forem
dolo em retirar o veículo do Estado. Todavia, se o agente leves não será o crime de roubo.
for detido antes de conseguir chegar a outro Estado ou País b) Grave ameaça – vis relativa promessa de mal grave
responderá pelo crime de furto simples e não tentativa de e iminente.
furto qualificado. Só restará configurado o presente crime c) Qualquer outro meio que reduza á vitima à impossi-
se a apreensão ocorrer próximo da divisa. bilidade de resistência – Ex.: sonífero.

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Atenção: se o agente dá sonífero para vítima para Atenção! O Roubo Impróprio não admite a terceira hipó-
aproveitar e realizar a subtração é roubo. Se a vítima toma tese de execução: “de qualquer modo reduza a capacidade
o sonífero e o agente se aproveita dessa situação é furto. da vítima”, somente podendo ser praticado por violência
ou grave ameaça.
Obs.: uso de arma de brinquedo e abordagem à vítima
de surpresa gritando que se trata de um assalto mesmo não Assim o roubo impróprio será praticado da seguinte
mostrando qualquer arma configura violência ou grave ame- forma:
aça, tratando-se, portanto, de crime de roubo e não de furto. a) o agente subtrai a coisa alheia móvel;
b) após estar na posse do bem;
2) Objeto jurídico: patrimônio e liberdade. Trata-se de c) emprega violência ou grave ameaça;
um crime complexo, pois atine mais de um bem jurídico. d) com o fim de garantir a impunidade ou a detenção da
3) Objeto material: a coisa alheia subtraída. coisa para si ou para terceiro.
4) Sujeito ativo: qualquer pessoa, menos o proprietário.
É crime comum é possível a coautoria, por exemplo, A segura Enquanto que no roubo próprio (art. 157, caput) a vio-
a vítima e B subtrai. É concurso de agentes porque ambos lência ou grave ameaça são empregadas antes ou durante
cometeram parte executória do crime: violência e subtração. a subtração, no roubo impróprio o agente inicialmente pra-
Houve divisão de tarefas. tica um furto, e, já tendo se apoderado do bem, emprega
5) Sujeito passivo: proprietário, possuidor e detentor violência ou grave ameaça para garantir a impunidade da
da coisa, bem como qualquer outra pessoa que seja vítima subtração ou assegurar a detenção do bem.
da violência ou grave ameaça, por exemplo, A ameaça B e C
com uma arma com o fim de subtrair o carro que pertence 1) Consumação e tentativa: consuma-se no exato mo-
a B. Assim, B é vítima do patrimônio e da violência e C é mento em que é empregada a violência ou grave ameaça,
vítima da violência. mesmo que o agente não consiga garantir a impunidade ou
6) Consumação: mesmas teorias aplicadas ao furto. Se- assegurar a posse dos objetos subtraídos. Consequentemen-
gundo entendimento do STF e do STJ, para a consumação do te, não admite tentativa, pois ou se pratica a violência e o
roubo é desnecessária a posse tranquila do bem subtraído crime estará consumado ou será furto.
por parte do agente, bastando a posse do objeto material por
curto período de tempo, não precisa tirar a coisa da esfera Resumo
de vigilância da coisa (STJ, HC nº 25.489, EREsp. nº 235.205).
Ocorre a tentativa quando o agente não consegue, por
circunstâncias alheias a sua vontade, a  posse, ainda que Roubo Próprio Roubo Impróprio
momentânea, da coisa. Também está consumado o roubo O agente utiliza de violência, O agente subtrai a coisa
quando o agente se desfaz da coisa subtraída ou a mesma grave ameaça ou qualquer alheia móvel.
se extravia na fuga, não a recuperando a vítima, ou quando, outro meio que reduza á Após estar na posse do bem.
havendo concurso de agentes, um deles consegue empre- vitima à impossibilidade de
ender fuga na posse do bem. resistência.
7) Crime de roubo e princípio da insignificância: é inad- Para subtrair a coisa alheia Emprega violência ou grave
missível a sua aplicação, pois ainda que ínfimo o valor da móvel. ameaça.
coisa, não afetando o bem jurídico patrimônio, a violência Consumação: com a retirada Com o fim de garantir a im-
e a grave ameaça permanecem. do bem da esfera de disponi- punidade ou a detenção da
8) Concurso de crimes: segundo Victor Eduardo Rios bilidade da vítima. coisa para si ou para terceiro.
Gonçalves:
Consumação: com o em-
• Grave ameaça concomitantemente contra duas pes-
prego da violência ou grave
soas, mas subtrai objeto de apenas uma: crime de
ameaça.
roubo único, um patrimônio foi lesado e houve duas
vítimas.
Causa de Aumento de Pena – A pena do crime de roubo
• Mesmo contexto fático emprega violência contra duas
será aumentada de um terço até metade nos seguintes casos
pessoas ou mais e subtrai o objeto de todas, crime
(art. 157, § 2º):
de roubo em concurso formal (na verdade são dois
roubos). Ex.: assalto em ônibus. a) Se a violência ou ameaça é exercida com emprego
• Grave ameaça contra uma só pessoa, mas subtrai de arma – A causa de aumento de pena está relacionada
bens de pessoas distintas que estão com essa pes- ao uso de arma que é um meio executório do crime com
soa, crime formal, desde que o agente saiba que os grande poder intimidatório. Todavia para esta majoração
bens pertencem a pessoas distintas, para se evitar a de pena considera-se arma todo e qualquer objeto com
responsabilidade objetiva, por exemplo, leva dinheiro potencial vulnerante. Assim é possível abarcar tanto arma
do caixa do banco e o relógio do funcionário. própria ou imprópria (revólver, faca, garrafa, barra de ferro,
gás de pimenta etc.).
Roubo Impróprio
Para a aplicação do aumento de pena não basta que o
Noções de Direito

Código Penal agente apenas porte a arma, sendo necessária a sua utiliza-
ção ostensiva e intimidadora.
Art. 157. [...] A Súmula nº 174 do STJ (que estabelecia que “no crime de
§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa o aumento de pena”) foi revogada (STJ, REsp. nº 213.054);
ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade arma de brinquedo apenas configura violência ou grave
do crime ou a detenção da coisa para si ou para ter- ameaça, sendo, portanto, crime de roubo e não de furto,
ceiro. (Grifo nosso) todavia não é causa de aumento de pena.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Arma de brinquedo – É crime de roubo e não de furto, pois dolo no ato de roubar e pode haver culpa ou dolo no ato
a utilização da arma representa grave ameaça. Todavia, de causar lesão corporal grave ou a morte. Assim, não se
não se aplica a causa de aumento de pena, pois arma de trata necessariamente de um crime preterdoloso.
brinquedo não é arma e sim brinquedo.
Roubo Qualificado:
Deve haver a comprovação que a pessoa estava arma-
da e comprovar que a mesma foi usada para intimidar a Dolo de roubar + culpa ou Dolo de roubar + culpa ou
vítima. Assim, falar que está armado (simulação de arma) e dolo nas lesões corporais dolo na morte causada à
não mostrá-la, estando ou não realmente armado e a vítima causadas na vítima (estas vítima (estas decorrentes da
não a vê, configura grave ameaça do caput, sem o aumento decorrentes da violência violência utilizada no crime
de pena, pois do contrário seria bis in idem. utilizada no crime de roubo). de roubo). Também chama-
Arma desmuniciada, não aumenta a pena, pois não do de latrocínio.
causa perigo a mais, mas se der uma coronhada com esta
arma haverá aumento de pena. O aumento de pena deve 1) Tais qualificadoras são aplicadas tanto ao roubo pró-
ser algo a mais, que aumente o perigo. prio como ao impróprio.
Se em concurso de agentes, apenas um dos coautores
utiliza arma de fogo, este aumento de pena comunica com 2) Lesões corporais graves são aquelas descritas no
os demais, pois trata-se de circunstância objetiva. art.  129, §§  1º e 2º. Assim, segundo a classificação da
doutrina, engloba tanto as lesões corporais graves como as
b) Se há o concurso de duas ou mais pessoas – Exige-
gravíssimas. Já a lesão corporal leve é absorvida pelo roubo,
-se no mínimo duas pessoas. Agente inimputável ou não
identificado também computa para o número de duas ou pois trata-se de uma elementar, qual seja a violência.
mais pessoas, qualificando o crime. Não é necessário que
mais de um agente esteja no local do fato para qualificar Atenção! Somente haverá o crime de roubo qualificado
o crime, bastando a comprovação da divisão de tarefas do se as lesões corporais graves ou a morte decorrerem da
concurso de pessoas. violência exercida para a prática do crime de roubo. Se estas
decorrerem da grave ameaça exercida para a execução do
c) Se a vítima está em serviço de transporte de valores crime de roubo estaremos diante do concurso formal entre
e o agente conhece tal circunstância – Abrange qualquer roubo e lesão corporal ou homicídio. Assim:
transporte de valores, como roubo a carro-forte, a office-boy
que carrega valores para depósito em banco, todavia o autor Se da violência exercida para Se da grave ameaça exercida
deve saber que tais pessoas estão transportando valores. a prática do crime de roubo para a prática do crime de
ocorrer lesão corporal grave roubo ocorrer lesão corpo-
d) Se a subtração for de veículo automotor que venha na vítima ou a sua morte, ral grave na vítima ou a sua
a ser transportado para outro estado ou para o exterior – estaremos diante do crime morte, estaremos diante
Dolo de transportar para fora. Igual comentário do furto de roubo qualificado (que no concurso formal entre roubo
qualificado. caso de ocorrer o resultado e lesão corporal ou homicí-
morte também denomina-se dio. Ex.: A querendo subtrair
e) Se o agente mantém a vítima em seu poder, restrin- latrocínio). Ex.: A querendo o carro de B ameaça-o com
gindo sua liberdade – O inciso utiliza a expressão “restrição subtrair o carro de B atirou uma arma de fogo. B, com
de liberdade” e não “privação de liberdade”. Quando a neste que veio a falecer em o susto sai correndo e é
vítima deve permanecer por um período prolongado com decorrência dos ferimentos. atropelado.
o agente, ou seja, um tempo maior que o necessário para
a execução do crime de roubo, ocorrerá a prática do crime 3) A violência empregada para o crime de roubo que vem
de roubo em concurso material com o crime de sequestro.
a causar lesões graves ou a morte da vítima deve observar
Deve haver subtração. A vítima passa o cartão no caixa
alguns requisitos: (conforme exposição de Victor Eduardo
eletrônico e o SA retira o $. Houve subtração.
Rios Gonçalves – Sinopse Jurídica)
Se ele quer a senha para subtrair será extorsão mediante
sequestro, porque aqui o agente exige que a vítima faça algo. a) A violência deve ser empregada no mesmo contexto
Se a privação da liberdade ocorre após a subtração, há fático do roubo. Ex.: três meses depois o agente encontra
concurso de crimes (roubo e sequestro). a vítima e a mata com medo de ser reconhecido. Não será
latrocínio;
Obs.: tais causas de aumento de pena são aplicadas tanto b) Nexo causal entre a morte e a subtração: violência
ao roubo próprio como ao impróprio. foi empregada durante e em razão do roubo. Mata inimigo
durante o roubo que avista do outro lado da rua. Não será
Roubo Qualificado latrocínio;
c) Respeitados os requisitos acima, haverá latrocínio
Código Penal qualquer que seja a morte: tanto da vítima como de quem
a acompanhava, como também do segurança do estabele-
Art. 157. [...] cimento comercial que está sendo roubado, do policial que
Noções de Direito

§  3º Se da violência resulta lesão corporal grave, tenta evitar o roubo.


a  pena é de reclusão, de 7 a 15 anos, e  multa; se
resulta morte, a reclusão é de 20 a 30 anos, e multa. Obs.1: a lesão grave ou morte de coautor ou partícipe
(Grifo nosso) não qualifica o roubo.

O crime de roubo pode ser qualificado tanto com a Obs.2: mata-se a vítima e após a morte surge a ideia de
ocorrência de lesão corporal grave como pela morte. O que subtrair seus pertences, será crime de homicídio em concurso
se tem é o chamado crime qualificado pelo resultado. Há material com o crime de furto.

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4) Dá-se o nome de latrocínio ao roubo qualificado pelo • Sempre no intuito de se obter uma vantagem econô-
resultado morte. mica (porque estamos nos crime contra o patrimônio)
indevida (injusta, pois se for devida, haverá o crime
5) O latrocínio, consumado ou tentado, é crime hediondo de exercício arbitrário das próprias razões).
(art. 1º, II, da Lei nº 8.072/1990).
1) Objetividade jurídica: o patrimônio, a liberdade indi-
6) Consumação do crime de roubo qualificado: com a vidual e a integridade física (em caso de violência).
ocorrência da lesão grave ou morte, independentemente do 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
agente conseguir efetuar a subtração do bem pretendido: 3) Sujeito passivo: qualquer pessoa sofra a violência ou
a) o agente subtrai o bem e a vítima não morre – latro- prejuízo patrimonial.
cínio tentado; 4) Tipo subjetivo: o dolo. Exige o elemento subjetivo do
b) o agente subtrai o bem e a vítima morre – latrocínio tipo, consistente na vontade de obter indevida vantagem
consumado; econômica, para si ou para outrem.
c) o agente não subtrai o bem e a vítima não morre – 5) Consumação e tentativa: consuma-se no instante em
latrocínio tentado; que a vítima, após sofrer a violência ou grave ameaça, toma
d) o agente não subtrai o bem e a vítima morre – latro- a atitude que o agente deseja, ainda que este não consiga
cínio consumado; obter qualquer vantagem econômica. É crime formal. (Sú-
e) o agente subtrai o bem e a vítima não fica com lesão mula nº 96 do STJ). A obtenção da vantagem econômica é
corporal grave – roubo qualificado tentado; mero exaurimento do crime. Ocorre a tentativa quando a
f) o agente subtrai o bem e a vítima fica com lesão cor- vítima, apesar da violência ou grave ameaça, não se submete
poral grave – roubo qualificado consumado; à vontade do agente.
g) o agente não subtrai o bem e a vítima não fica com 6) Ação penal: pública incondicionada.
lesão corporal grave – roubo qualificado tentado; 7) O crime de extorsão difere-se do crime de roubo: se
h) o agente não subtrai o bem e a vítima fica com lesão o bem for subtraído o crime será sempre de roubo. Agora
corporal grave – roubo qualificado consumado.
se a vítima entrega o bem, mediante violência ou grave
ameaça, para o agente, o crime poderá ser tanto de roubo
Obs.: assim deve-se verificar se ocorreu o resultado lesão
como de extorsão. Será extorsão quando a colaboração da
grave ou morte para o crime estar consumado, não devendo
vítima é imprescindível para que o agente obtenha o que
se ater a subtração ocorreu ou não.
visa. Agora se a entrega era prescindível, ou seja, mesmo se
a vítima não entregasse havia a possibilidade de subtração
Extorsão será o crime de roubo.
Código Penal
Roubo Extorsão
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou O comportamento da víti- O comportamento da vítima
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para ma é dispensável. Mesmo é indispensável. Se a vítima
outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar se a vítima não colaborar, não colaborar não é possível
que se faça ou deixar fazer alguma coisa: o agente conseguirá subtrair executar a subtração do
Pena  – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, o bem. Ex.: A aponta arma bem. Ex.: A querendo a se-
e multa. para B exigindo que este lhe nha do banco de B, ameaça-
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, entregue a sua carteira. Se B -o com uma arma de fogo.
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um não quiser colaborar entre- Se B não lhe disser qual é
terço até metade. gando a carteira é possível a senha, A  não tem como
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência que A a subtrai-a. Será crime subtraí-la. Será crime de
o disposto no § 3º do artigo anterior. de roubo. extorsão.
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da
liberdade da vítima, e  essa condição é necessária 8) O crime de extorsão se difere do estelionato: na
para a obtenção da vantagem econômica, a  pena hipótese em que a vítima é obrigada a entregar algo para o
é de reclusão, de 6 (seis) a12 (doze) anos, além da agente, assemelha-se ao crime de estelionato já que neste é
multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, também a própria vítima quem entrega os seus pertences ao
aplicam-se as penas previstas no art.  159, §§  2º e sujeito ativo da infração. No estelionato, entretanto, ela quer
3º, respectivamente. efetivamente entregar o objeto, uma vez que foi induzida ou
mantida em fraude. Na extorsão a vítima desapoja-se de seu
O crime decorre de o agente constranger a vítima me- patrimônio contra a sua vontade já que o faz em decorrência
diante violência ou grave ameaça com o intuito de obter uma de ter sofrido violência ou grave ameaça.
vantagem econômica indevida através da prática de uma
conduta ou de uma omissão da vítima. Passemos a analisar
as elementares deste tipo penal: Extorsão Estelionato
• Constranger significa obrigar, coagir alguém. A vítima entrega o bem por- A vítima entrega o bem por-
• O meio executório do crime, ou seja, de se realizar o que está sofrendo violência que foi ludibriada por uma
Noções de Direito

constrangimento é mediante violência (física) ou grave ou grave ameaça. fraude.


ameaça (moral).
• Após constrangida a vítima deve: fazer algo (entregar Obs.: Sequestro Relâmpago? Há duas formas de seques-
dinheiro ou bem móvel ou imóvel, comprar alguma tro relâmpago: a vítima, mediante violência ou grave ameaça,
coisa para o agente), tolerar que se faça (permitir que retira o dinheiro do caixa eletrônico, e o assaltante subtrai o
o agente rasgue um contrato ou título de crédito) ou dinheiro. Neste caso é o crime de roubo. Se a vítima entre-
deixar de fazer alguma coisa (não ingressar com ação ga o cartão e diz a senha será crime de extorsão, porque o
de execução ou cobrança). assaltante que retira o dinheiro.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Causa de Aumento de Pena 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa, podendo ser tanto
Código Penal a que sofre a privação da liberdade ou a lesão patrimonial
através do pagamento do resgate.
Art. 158. [...] 4) Consumação e tentativa: é crime formal e permanen-
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, te. Consuma-se com o sequestro ou cárcere privado, por
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um tempo juridicamente relevante, independentemente da
terço até metade. (Grifo nosso) obtenção da vantagem pretendida. O pagamento do resgate
é mero exaurimento do crime. Quando a vítima se liberta
1) Por duas ou mais pessoas: prevalece o entendimento ou é liberada pelo próprio agente, por insucesso da exigên-
de que é indispensável a presença de pelo menos duas cia, o crime já está consumado. Ocorre a tentativa quando,
pessoas quando da execução do delito, diferente do furto e iniciada a execução do crime, os  agentes não conseguem
do roubo, porque o 157, § 2º, I do CP, que fala em concurso arrebatar a vítima, não conseguiu sequestrar.
de duas ou mais pessoas. 5) Ação penal: pública incondicionada.
2) Com emprego de arma: a causa de aumento de pena 6) A extorsão mediante sequestro, consumada ou
está relacionada ao uso de arma que é um meio executório tentada, simples e nas suas formas qualificadas, é crime
do crime com grande poder intimidatório. Contudo, para hediondo (art. 1º, IV, da Lei nº 8.072/1990).
esta majoração de pena considera-se arma todo e qualquer 7) A privação de liberdade de animal de estimação ou de
objeto com potencial vulnerante. Assim é possível abarcar raça, mesmo que tenha por finalidade a obtenção de resgate,
tanto arma própria ou imprópria (revólver, faca, garrafa, barra caracteriza crime de extorsão.
de ferro, gás de pimenta etc.). Para a aplicação do aumento
de pena não basta que o agente apenas porte a arma, sendo Extorsão Mediante Sequestro Qualificado:
necessária a sua utilização ostensiva e intimidadora. 1) se o sequestro dura mais de 24 horas;
2) se o sequestrado é menor de 18 anos ou maior de
Extorsão Qualificada 60 anos;
3) se o crime é cometido por bando ou quadrilha;
Código Penal 4) se do fato resulta lesão corporal de natureza grave;
5) se do fato resulta morte.
Art. 158. [...]
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência Obs.: nas duas últimas hipóteses a lei diz “se do fato”
o disposto no art. 157, § 3º do CP. e não “da violência” resultar lesão grave ou morte, não ha-
vendo necessidade de que a lesão grave ou morte decorram
1) As qualificadoras somente se aplicam quando a extor- de violência, bastando que decorram do sequestro. Todavia,
são é cometida com emprego de violência. em ambas as hipóteses, o resultado qualificador deve recair
2) São seguidas as mesmas regras já estudadas no roubo sobre a pessoa sequestrada. Se os sequestradores matam
qualificado. o segurança da vítima ou a pessoa que estava efetuando o
3) Somente a extorsão qualificada pela morte, con- pagamento do resgate, há concurso material com homicídio
sumada ou tentada, é crime hediondo (art. 1º, III, da Lei qualificado. Trata-se de duas hipóteses de crime qualificado
nº 8.072/1990). pelo resultado. O resultado qualificador pode advir de dolo
ou culpa.
Extorsão Mediante Sequestro
Delação Premiada
Código Penal
Código Penal
Art.  159. Sequestrar pessoa com o fim de obter,
para si ou para outrem, qualquer vantagem, como Art. 159. Se o crime é cometido em concurso, o con-
condição ou preço do resgate. A pena é de 8 a 15 corrente que o denunciar à autoridade, facilitando
anos de reclusão. a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida
de um a dois terços.
O crime consiste em privar alguém de sua liberdade
como fim de se obter resgate. Abrange o cárcere privado 1) Para que seja aplicada a causa de diminuição de
(quando a vítima é colocada em recinto fechado, havendo pena, a  delação tem que ser eficaz (facilitar a libertação
maior restrição da liberdade). do sequestrado).
Não se deve confundir com o crime de sequestro ou 2) É causa obrigatória de diminuição.
cárcere privado previsto no art. 148 do CP, que apesar de tam- 3) O quantum da diminuição leva em conta a maior ou
bém consistir no fato de privar alguém de sua liberdade, não menor colaboração para libertação da vítima.
tem a visão patrimonial, qual seja, da obtenção do resgate.
Extorsão Indireta
Noções de Direito

Extorsão mediante Sequestro ou cárcere


sequestro privado Código Penal
Privar alguém de sua liber- Privar alguém de sua li-
dade para obter um resgate. berdade. Crime contra a Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida,
Crime contra o patrimônio. restrição de liberdade. abusando da situação de alguém, documento que
pode das causa a procedimento criminal contra a
1) Objetividade jurídica: o patrimônio e a liberdade vítima ou contra terceiro.
individual. Pena – reclusão de 1 a 3 anos e multa.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Para a prática do crime deve-se verificar a presença de 4) Sujeito passivo: a vítima que sofre o dano em decor-
três requisitos: rência do desvio das águas.
a) Exigência (crime formal) ou recebimento (crime ma- 5) Consumação: no momento em que a agente desvia
terial) de documento que possa dar causa a processo penal ou represa as águas alheias, independentemente de obter
contra a vítima ou terceiro; proveito próprio.
b) Intenção do agente em garantir ameaçadoramente o
pagamento da dívida; Esbulho Possessório
c) Abuso da situação de necessidade financeira do su-
jeito passivo (deve saber que a vítima está em momento Código Penal
de dificuldade).
Art. 161. [...]
Exemplo: ocorrência de simulação de um corpo de delito § 1º [...]
de uma infração penal, preenchimento de cheque sem fundo, II – na mesma pena incorre quem invade, com violên-
assinatura em duplicata simulada, ou qualquer outra coisa cia a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso
capaz de dar início ao um processo criminal. de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio,
para o fim de esbulho possessório.
Os demais itens assemelham-se ao crime de extorsão.
1) Conduta: invadir mediante violência ou grave ame-
Da Alteração de Limites aça exercida contra a pessoa, bem como em concurso de
mais de duas pessoas, terreno alheio com o fim de esbulho
Código Penal possessório.

Art.  161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou Obs.: Esbulho Possessório – desejo de excluir a posse de
qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, quem a exerce para passar exercê-la.
para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa
imóvel alheia: 2) Meio executório: deve-se invadir terreno alheio me-
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa. diante violência ou grave ameaça, bem como em concurso
§ 1º Na mesma pena incorre quem: de mais de duas pessoas, ou seja, deve haver ao menos três
Usurpação de águas pessoas.
I  – desvia ou represa, em proveito próprio ou de 3) Objeto jurídico: proteção da posse alheia.
outrem, águas alheias; 4) Sujeito ativo: qualquer pessoa salvo o possuidor do
Esbulho possessório terreno.
II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, 5) Sujeito passivo: o proprietário ou possuidor do ter-
ou mediante concurso de mais de duas pessoas, reno invadido.
terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho 6) Consumação: no momento da invasão.
possessório. 7) Se no momento da invasão o agente causar lesões
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também corporais, ainda que leves responderá por ambos os crimes.
na pena a esta cominada. 8) Se a propriedade é particular, e não há emprego de
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego violência, somente se procede mediante queixa.
de violência, somente se procede mediante queixa.
Supressão ou Alteração de Marca em Animais
1) Conduta: suprimir (retirar) ou deslocar (mover) ta-
pume, marco ou qualquer outro sinal indicativo de linha Código Penal
divisória com o fim de apropriar-se de coisa alheia móvel.
2) Objeto jurídico: visa a resguardar a posse a proprie- Art.  162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em
dade de bens imóveis. gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo
3) Sujeito ativo: o vizinho do imóvel alterado. É crime de propriedade:
próprio. Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
4) Sujeito passivo: o proprietário do imóvel que teve sua e multa.
propriedade invadida.
5) Consumação: com a supressão ou deslocamento do 1) Conduta: suprimir (retirar) ou alterar (modificar),
marco, ainda que o agente não atinja a sua finalidade de indevidamente, marca ou sinal indicativo de propriedade
apropriar-se do imóvel alheio. É crime formal. em gado ou rebanho alheio.
2) Objeto jurídico: propriedade e posse de animais
Usurpação de Águas semoventes.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Código Penal 4) Sujeito passivo: dono do animal.
5) Consumação: com a supressão ou alteração da marca,
Art. 161. [...] ainda que ocorra em apenas um animal.
§ 1º [...] 6) Em caso de furto de animal e posterior supressão da
Noções de Direito

I – na mesma pena incorre quem desvia ou represa, marca, este último crime fica absorvido pelo crime de furto.
em proveito próprio ou de outrem, águas alheias.
Dano
1) Conduta: desviar ou represar em proveito próprio
águas alheias. Código Penal
2) Objeto jurídico: resguardar as águas públicas ou par-
ticulares que passem por um determinado local. Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

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Dano Qualificado 1) Conduta: introduzir (é uma ação, locar o animal) deixar
Parágrafo único. Se o crime é cometido: (é uma omissão, em que o agente não retira o animal que
I – com violência à pessoa ou grave ameaça; livremente adentrou em propriedade alheia) animal em
II – com emprego de substância inflamável ou explo- propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito,
siva, se o fato não constitui crime mais grave; desde que resulte prejuízo.
III – contra o patrimônio da União, Estado, Municí-
pio, empresa concessionária de serviços públicos ou Atenção! Não é somente introduzir ou deixar animal em
sociedade de economia mista; propriedade alheia, deve também tal conduta não estar auto-
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo conside- rizada por quem de direito e mais, deve causar um prejuízo.
rável para a vítima:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa, proprietário ou não
e multa, além da pena correspondente à violência. do animal.
3) Sujeito passivo: proprietário ou possuidor do imóvel.
1) Conduta: destruir (eliminar, destituir), inutilizar (retirar 4) Consumação: com a introdução ou abandono de
a sua finalidade) ou deteriorar (danificar) coisa alheia. Ex.:
apenas um animal em propriedade alheia.
destruir em carro, matar um animal, arrebentar uma fiação
5) Processa-se mediante queixa-crime.
elétrica.

Obs.: o ato de pichar monumentos urbanos configura o Dano em Coisa de Valor Artístico Econômico ou Histórico
crime previsto no art. 65, caput da Lei n º 9.605/1998. Toda-
via, se o monumento ou coisa for tombado será o parágrafo Código Penal
único do art. 65 da Lei nº 69.605/1998.
Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tom-
2) Objeto jurídico: propriedade alheia. bada pela autoridade competente em virtude de
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa, salvo o proprietário valor artístico, arqueológico ou histórico:
da coisa danificada. Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
4) Sujeito passivo: o proprietário da coisa. e multa.
5) Consumação: com a destruição, inutilização ou dete-
riorização da coisa. Obs.: revogado pelo art. 62, I da Lei nº 9.605/1998.
6) Para que o crime de dano exista é necessário que a
destruição, inutilização ou deteriorização da coisa seja um fim Alteração de Local Especialmente Protegido
em si mesmo. Se, todavia constituir um meio para prática de
um crime mais grave, como, por exemplo, crime de furto com Código Penal
destruição de obstáculo, o crime de dano restará absorvido.
Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade compe-
Crime de Dano Qualificado – O crime será qualificado tente, o  aspecto de local especialmente protegido
quando cometido com: por lei:
• Violência à pessoa ou grave ameaça – A violência ou Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou
grave ameaça devem constituir meio para execução multa.
do crime de dano. Se praticadas após a deteriorização
da coisa o agente responderá pelo crime de dano e Obs.: revogado pelo art. 63 da Lei nº 9.605/1998.
por lesões corporais ou ameaça. Da mesma forma a
violência pode ser praticada contra o próprio dono do
Apropriação Indébita
objeto danificado como contra terceiros.
• Com o emprego de substância inflamável ou explosi-
va, se o fato não constituir crime mais grave – É uma Código Penal
qualificadora expressamente subsidiária.
• Contra o patrimônio da União, Estado, Município, Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que
empresa concessionária de serviço público ou socie- tem a posse ou a detenção:
dade de economia mista – Embora não haja a menção Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
expressa em relação a empresa pública, autarquias Aumento de pena
e fundações instituídas pelo poder público, estas §  1º A pena é aumentada de um terço, quando o
integram, ainda que parcialmente, o patrimônio da agente recebeu a coisa:
União, Estados e Municípios. I – em depósito necessário;
• Por motivo egoístico ou com prejuízo considerável II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquida-
para vítima – No caso deste inciso somente se pro- tário, inventariante, testamenteiro ou depositário
cessa mediante queixa-crime. judicial;
III – em razão de ofício, emprego ou profissão.
Introdução ou Abandono de Animais em Propriedade
Alheia 1) Conduta: apropriar-se de coisa alheia móvel, de que
Noções de Direito

tem a posse ou detenção.


Código Penal
Obs. 1: o crime se caracteriza pela quebra de confiança,
Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade pois a vítima espontaneamente entrega o objeto ao agente,
alheia, sem consentimento de quem de direito, desde e este, depois de já estar na sua posse ou detenção, inverte
que o fato resulte prejuízo: seu ânimo em relação ao bem, passando a comportar-se
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, como proprietário. Assim, são as elementares do crime de
ou multa. apropriação indébita:

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a) Apropriar-se – É a disposição do agente de fazer sua 8) Diferença entre o crime de apropriação indébita e o
a coisa alheia. Ele inverte o título da posse, comportando-se crime de estelionato – É o momento de surgimento do dolo.
como se fosse o dono. Isso pode ocorrer de duas formas: com No estelionato o agente se utiliza de fraude, há dolo para o
a prática de um ato de disposição que somente poderia ser bem ser entregue, na apropriação o agente recebe o bem
efetuado pelo proprietário (venda, locação, doação, troca de boa-fé e posteriormente haverá inversão da vontade
etc.) ou quando o agente resolve ficar com a coisa para si, surgindo o dolo.
recusando-se a devolvê-la ao sujeito passivo;
b) Posse ou detenção – Que deve ser legítima, tendo em
Apropriação indébita Estelionato
vista que o agente recebe o bem entregue pela vítima de
boa-fé. Poderá haver apropriação indébita nas relações de Primeiro a vítima recebe o O agente antes de entrar na
locação, mandato, depósito, penhor, usufruto etc.; bem de boa-fé, e após estar posse do bem já possui o
c) A posse deve ser desvigiada (se for vigiada, haverá na posse do bem surge o dolo de apropriar-se. Assim
furto); dolo de apropriar-se. aplica uma fraude e então
d) Coisa móvel é o objeto material da apropriação indébi- apropria-se do bem.
ta. Somente bens móveis podem ser objeto de apropriação.
Se imóvel o fato é atípico. O STF e o STJ consideram admissível 9) Se o agente é funcionário público e apropria-se de
a apropriação indébita de bem fungível; bem que tenha vindo ao seu poder em razão do cargo que
e) Coisa alheia (elemento normativo) é aquela que exerce, comete o crime de peculato (art. 312).
tem dono ou possuidor, não pertencendo àquele que está
apropriando-se da mesma. Causa de Aumento de Pena

Obs. 2: requisitos para prática do crime de apropriação Aumenta-se a pena de um terço, quando o agente rece-
indébita: beu a coisa (art. 168, § 1º):
a) a vítima entrega o bem ao agente a posse ou a deten- Em depósito necessário – O depósito pode: legal, mi-
ção do bem de forma livre, espontânea e consciente; serável e por equiparação – art. 647, I, II, III do CC. Abrange
b) o agente recebe a coisa de forma lícita e de boa-fé, somente o depósito miserável, por exemplo, em uma cala-
não pretendendo praticar crime; midade pública como é o caso de uma inundação, a vítima
c) a posse deve ser desvigiada. Caracteriza um crime de em desespero entregar seus bens para primeira pessoa que
quebra de confiança; aparece. Apesar de não haver uma relação de confiança,
d) após estar na posse ou detenção do bem resolve se o agente recebe os bens de boa-fé e se, depois decidir se
apoderar do bem e assim comete o crime. apropriar de tais bens será o crime de apropriação indébita
com causa de aumento de pena.
2) Objeto jurídico: a posse e a propriedade. Na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa que tenha a posse inventariante, testamenteiro ou depositário judicial – É um
ou detenção lícita de um bem. Deve estar de boa-fé para rol taxativo. Tais pessoas não são funcionários públicos, as-
receber a coisa. Se já estiver de má-fé será estelionato. Se sim, não será peculato e sim apropriação indébito. Atenção!
funcionário público, no exercício de sua função, será peculato Não existe mais a figura do liquidante e o síndico passou a
apropriação. chamar administrador judicial.
4) Sujeito passivo: geralmente é o proprietário da coisa, Em razão de ofício, emprego ou profissão – O recebi-
mas pode ser também o possuidor. mento da coisa deve ter sido em razão do ofício, emprego ou
5) Consumação e tentativa: a apropriação indébita se profissão, exigindo-se, ainda, que haja relação de confiança.
consuma no momento em que o agente inverte o título da Emprego é a prestação de serviço com subordinação. Ofício
posse, comportando-se como dono, ou no momento em que
é a ocupação manual ou mecânica que supõe certo grau de
o agente se recusa a devolver o objeto material.
habilidade (mecânico, costureiro). Profissão diz respeito ao
Ocorre a tentativa quando o agente, por circunstâncias
exercício de atividade técnica e intelectual sem vinculação
alheias a sua vontade, não consegue inverter o título da
posse, por exemplo, quando tenta vender a coisa e não hierárquica (médico, advogado), é o profissional liberal.
consegue. Na negativa de devolução, é impossível a tenta-
tiva, pois ou não devolve e o crime consuma ou devolve e Apropriação Indébita Previdenciária
não há crime.
6) Não há crime quando o agente tem direito de retenção Código Penal
da coisa (ex.: arts. 644 e 681 do CC), pois o exercício regular
de direito exclui a antijuridicidade. Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
7) Diferença ente o crime de apropriação indébita e o contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo
crime de furto: e forma legal ou convencional. A pena é de 2 a 5 anos
de reclusão, e multa.
Apropriação indébita Furto 1) Conduta: deixar de repassar à previdência social as
Posse desvigiada e há apro- Posse vigiada e há subtração contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e for-
priação do bem (atos de dis- do bem. ma legal ou convencional. O responsável pelo repassar dos
Noções de Direito

posição como venda, troca tributos recolhidos, não o faz no prazo legal.
etc. ou a passar comportar- 2) Objetividade jurídica: o patrimônio previdenciário.
-se como dono). 3) Sujeito ativo: somente a pessoa que seja responsável
Ex.: bibliotecária empresta Ex.: bibliotecária empresta pelo repasse, à previdência social, das contribuições reco-
livro ao aluno para consulta livra ao aluno para consulta lhidas dos contribuintes (firma individual, sócios, gerentes,
em casa por 10 dias. No local. Quando esta se distrai diretores, administradores). É um crime próprio.
terceiro dia o aluno vende ele subtrai o livro e se retira 4) Sujeito passivo: é o órgão da previdência social (INSS)
o livro. da biblioteca. e o contribuinte lesado. Dupla subjetividade passiva.

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5) Tipo objetivo: a conduta é omissiva própria, pois o • o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
agente deixa de praticar uma ação que a norma penal impõe. seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previ-
Trata-se de norma penal em branco, pois os prazos e as dência social, administrativamente, como sendo o
formas de repasse estão estabelecidos na Lei nº 8.212/1991. mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
6) Consumação e tentativa: a apropriação indébita
previdenciária se consuma no momento em que se esgota Apropriação de Coisa alheia por Erro ou Caso Fortuito
o prazo para o repasse da contribuição à previdência social. ou Força Maior
A tentativa é inadmissível, pois o crime é omissivo próprio.
É crime de mera conduta. Código Penal
7) Ação penal: pública incondicionada.
Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao
Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
qualquer acessório constitui crime de sonegação de contri- Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou
buição previdenciária (art. 337-A). multa.

Figuras Assemelhadas Obs. 1: a apropriação neste caso ocorrerá devido a erro –


a vítima entrega o bem espontaneamente para o agente,
Código Penal como na apropriação indébita do caput, todavia, por algum
motivo incide em erro. O agente somente percebe o erro
Art. 168-A. [...] após estar na posse ou detenção do bem e então decide se
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: apropriar do bem. Ex.: compro uma bijuteria e o vendedor
embrulha uma joia e somente percebo depois que chego em
• Recolher, no prazo legal, contribuição ou outra im- caso, todavia resolvo me apropriar da jóia.
portância destinada à previdência social que tenha
sido descontada de pagamento efetuado a segurados, Obs. 2: agora se a vítima incide em erro e o agente perce-
a terceiros ou arrecadada do público. be desde logo o erro e incentiva o erro ou aplica uma fraude
• Recolher contribuições devidas à previdência social para que permaneça no erro será estelionato.
que tenham integrado despesas contábeis ou custos
relativos à venda de produtos ou à prestação de ser- Obs. 3: se não há a possibilidade de devolução da coisa
viços. que lhe foi entregue espontaneamente e erroneamente, não
• Pagar benefício devido a segurado, quando as respec- haverá crime, pois diferentemente da apropriação de coisa
tivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à achada, não há obrigação de procurara a autoridade pública.
empresa pela previdência social (ex.: salário-família,
salário-maternidade). Esses são pagos pelo emprega- 1) Caso Fortuito – Quando há participação humana, por
dor, que recebe essa verba da previdência e repassa exemplo, em um acidente automobilístico e as coisas do
ao empregado. carroceiro vieram parar em seu quintal.
2) Força Maior – Evento da natureza, por exemplo, vento
Extinção da Punibilidade lança roupas de um varal para o seu quintal.

• É extinta a punibilidade se o agente, espontanea- Atenção! Somente existe crime se o agente sabe que o
objeto é alheio e veio parar em suas mãos por Caso Fortuito
mente, declara, confessa e efetua o pagamento das
ou Força Maior.
contribuições, importâncias ou valores e presta as
informações devidas à previdência social, na forma
Apropriação de Tesouro
definida em lei ou regulamento, antes do início da
ação fiscal (art. 168-A, § 2º).
Código Penal
• O art. 9º, § 2º, da Lei nº 10.684/2003, que prevê a
extinção da punibilidade a qualquer momento, só se
Art. 169. [...]
aplica ao crime da sonegação fiscal, não se aplicando
I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria,
a apropriação indébita previdenciária, quando a
no todo ou em parte, da quota a que tem direito o
pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o
proprietário do prédio;
pagamento integral dos débitos oriundos de tributos
e contribuições sociais, inclusive acessórios, não se Quem encontra casualmente tesouro em terreno alheio
aplicando à apropriação indébita previdenciária, já deve dividi-lo com o proprietário da terra. Se, porventura,
que o art. 5º, § 2º, da mesma lei, foi vetado, razão pela se apoderar de tudo, cometerá o crime de apropriação de
qual a referência ao art. 168-A existente no caput do tesouro.
art. 9º restou inócua (STF, HC nº 81.134).
Apropriação de Coisa Achada
Noções de Direito

Perdão Judicial ou Aplicação Exclusiva de Pena de Multa


Código Penal
O juiz pode conceder o perdão judicial ou aplicar somente
a pena de multa, quando o agente for primário e de bons Art. 169. [...]
antecedentes, desde que (art. 168-A, § 3º): II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
• tenha promovido após o início da ação fiscal e antes total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono
de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
social previdenciária, inclusive acessórios; ou competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Obs. 1: o objeto material é a coisa perdida, ou seja, aque- 4) Sujeito passivo: é a pessoa física ou jurídica que sofre
la que se extraviou de seu dono em local público. O agente o prejuízo patrimonial, e também quem é ludibriado pela
deve ter consciência que se trata de coisa perdida. fraude.

Obs. 2: quando o agente encontrar coisa perdida, terá 15 Obs. 1: na hipótese de enganar uma máquina clonando
dias para efetuar a entrega da coisa para autoridade pública. cartão bancário e sacando dinheiro da conta corrente junto
O delito somente se consuma após o prazo de 15 dias, salvo a um caixa eletrônico, não existe “alguém” que tenha sido
se o agente antes disso praticar atos de disposição. Antes ludibriado, tratando-se, portanto, de crime de furto.
desse prazo se a pessoa é presa o fato é atípico.
Obs. 2: deve ser pessoa determinada. Assim no caso
Obs. 3: será crime de furto: de adulteração de taxímetro ou de bomba de gasolina, inú-
• se o agente achar coisa perdida dentro de uma resi- meras pessoas, indeterminadas serão vítimas, tratando-se,
dência e dela se apoderar; portanto de crime contra a economia popular (art. 2º, XI da
• se o agente provocar a perda; Lei nº 1.521/1951).
• se o agente presenciar a perda, por exemplo, o agente
vê a carteira da vítima caindo e nada faz para alertar 5) Tipo subjetivo: o dolo, consistente na vontade de
a vítima, pois tem o intuito de subtraí-la. enganar a vítima e obter a vantagem econômica ilícita. Exige
ainda o elemento subjetivo do tipo (contido na expressão
Obs. 4: agora se achar coisa abandonada não comete “para si ou para outrem”).
crime algum, porque não constitui coisa alheia. 6) Consumação e tentativa: o estelionato se consuma no
momento em que o agente obtém a vantagem ilícita visada,
Estelionato em prejuízo alheio.
A tentativa é admissível:
Código Penal a) quando o agente emprega a fraude e não consegue
enganar a vítima (desde que a fraude empregada seja capaz
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem de enganar);
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo b) sendo a vítima enganada, quando o agente não con-
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer segue obter a vantagem pretendida.
outro meio fraudulento: 7) Ação penal: pública incondicionada.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor O estelionato difere do furto mediante fraude, pois neste
o prejuízo, o  juiz pode aplicar a pena conforme o a fraude ilude a vigilância do ofendido, que não sabe que a
disposto no art. 155, § 2º. coisa está sendo subtraída, enquanto que naquele a própria
vítima, voluntariamente, se despoja de seus bens.
1) Conduta: obter, para si ou para outrem, vantagem
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém Estelionato Furto mediante fraude
em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio A fraude é utilizada para que A fraude é utilizada para
fraudulento. a vítima entregue o bem ao distrair a vítima para que o
agente. agente realize a subtração.
Obs.: o crime de estelionato exige quatro requisitos:
a) Obtenção de vantagem ilícita, pelo agente ou por A diferença entre o crime de apropriação indébita e o
terceiro – Se a vantagem pretendida for lícita, o crime é de crime de estelionato está no momento em que surge o dolo.
exercício arbitrário das próprias razões. A vantagem tem que No estelionato o agente se utiliza de fraude, há dolo para o
ser de natureza econômica; bem ser entregue, na apropriação o agente recebe o bem
b) Causação de prejuízo alheio; de boa-fé e posteriormente haverá inversão da vontade
c) Induzimento ou manutenção da vítima em erro  – surgindo o dolo.
Induzir a vítima em erro é fazer a vítima ter uma percepção
errônea da realidade. Manter a vítima em erro é, percebendo
Apropriação indébita Estelionato
que ela equivocou-se em relação a determinada situação,
incentivar para que ela continue equivocada; Primeiro a vítima recebe o O agente antes de entrar na
d) Artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento bem de boa-fé, e após estar posse do bem já possui o
• Artifício é a utilização de algum aparato ou objeto na posse do bem surge o dolo de apropriar-se. Assim
para enganar a vítima (disfarce, documento falso). dolo de apropriar-se. aplica uma fraude e então
• Ardil é a conversa enganosa, a astúcia. apropria-se do bem.
• Ou qualquer outro meio fraudulento, por exemplo,
Diferença entre o crime de extorsão e o crime de este-
o silêncio – percebe que a vítima está incidindo em
lionato:
erro e fica em silêncio.
Noções de Direito

A idoneidade da fraude deve ser verificada em relação à Estelionato Extorsão


vítima efetiva (critério objetivo), levando em consideração A vítima entrega o bem ao A vítima entrega o bem ao
sua ignorância ou especial ingenuidade. agente devido ao emprego agente devido ao emprego de
Se a fraude for inidônea, haverá crime impossível. de uma fraude. violência ou grave ameaça.

2) Objetividade jurídica: o patrimônio. A falsificação de documento utilizada como meio fraudu-


3) Sujeito ativo: qualquer pessoa que emprega a fraude lento no estelionato fica por este absorvida (Súmula nº 17
ou recebe a vantagem ilícita. do STJ).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A fraude bilateral (quando a vítima também quer enganar e) Destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa
o agente) não afasta o estelionato. A boa-fé da vítima não é própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava
elementar do crime. as consequências de lesão ou doença, com o intuito de
Falsa promessa de cura quando esta é improvável e o haver indenização ou valor de seguro – Exige a existência
agente recebe dinheiro por tal prática será estelionato e de contrato de seguro em vigor. A lei pune alternativamente
ficará absorvido o crime de curandeirismo. três condutas:
I – destruir ou ocultar coisa própria;
Estelionato Privilegiado II – lesionar o próprio corpo ou a saúde;
III – agravar as consequências da lesão ou doença.
• Se o criminoso é primário, e  é de pequeno valor o Exige o dolo de receber o valor do seguro. Nesta hipó-
prejuízo (não superando 1 salário mínimo), o  juiz tese, o crime é formal, não exigindo o resultado (obtenção
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, de vantagem ilícita).
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa (art. 171, § 1º do CP). Emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em
• Aplica-se tanto ao caput quanto ao § 2º do artigo. poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento:
a) Emitir é colocar em circulação. É necessário que não
Figuras Assemelhadas (baseado em Victor Eduardo Rios haja fundos em poder do sacado e o dolo do agente. Na
Gonçalves: Sinopse Jurídica) segunda modalidade, frustrar o pagamento significa sacar
o dinheiro ou sustar o cheque antes que a vítima consiga
Nas mesmas penas do estelionato incorre quem (art. 171, receber o pagamento;
§ 2º): b) Para que haja o crime é necessário que o agente tenha
a) Vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou agido de má-fé (Súmula nº 246 do STF);
em garantia coisa alheia como própria  – Distingue-se da c) Cheque pré-datado ou entregue como garantia de
apropriação indébita, pois exige dolo anterior à posse ou dívida descaracteriza o crime, pois não há dolo;
detenção da coisa. Pode ser bem móvel ou imóvel. Se houver d) É necessário que a emissão do cheque tenha sido a
crime anterior (furto, apropriação indébita), a venda de coisa causa direta do convencimento da vítima e a razão de seu
alheia como própria será mero exaurimento daquele (post prejuízo. Assim, de ocorreu uma colisão de veículo e dali
factum não punível); Consuma-se com o recebimento do va- para ressarcir o prejuízo fora emitido um cheque sem fundo,
lor mesmo sem ter havido a tradição ou transcrição do bem. não será estelionato porque a causa do prejuízo é anterior a
b) Vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia emissão do cheque (agora basta uma execução e não mais
coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou uma ação de indenização por perdas e danos);
imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante paga- e) Também não há estelionato na emissão de cheque sem
mento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas fundo para substituir outro titulo de crédito, pois trata-se de
circunstâncias  – Neste caso a coisa é do agente, mas ele causa anterior;
dispõe do bem omitindo circunstância importante sobre o f) Quando o agente susta o cheque ou encerra a conta
mesmo. Coisa inalienável é aquela que não pode ser vendida bancária antes de emitir o cheque, pratica estelionato co-
mum, pois a fraude foi anterior à emissão do título de crédito;
em razão de determinação legal, convenção ou testamento.
g) A emissão de cheque sem fundo deve causar prejuízo
Coisa gravada de ônus é aquela sobre a qual recai um direito
para vítima, assim se for decorrente de pagamento de jogo
real (hipoteca, anticrese). Coisa litigiosa é a que é objeto de
do bicho, não haverá crime;
discussão judicial;
h) Em se tratando de cheque especial, só haverá crime
se ultrapassar o limite;
Obs.: alienar coisa litigiosa não é crime, silenciar-se a
i) Quem recebe cheque nominal e vai ao banco sacá-lo
respeito dela que será crime.
e descobre que não tem fundo e endossa-o passando para
outra pessoa, comete estelionato, divergindo a doutrina se
c) Defrauda, mediante alienação não consentida pelo do caput ou do 2º, VI;
credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando j) O pagamento de cheque emitido sem suficiente provi-
tem a posse do objeto empenhado – Com a celebração do são de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta
contrato de penhor, o  bem normalmente é entregue ao ao prosseguimento da ação penal (Súmula nº 554 do STF).
credor. Excepcionalmente, o  objeto pode ficar em poder O STF criou uma extinção de punibilidade por súmula, que
do devedor. Nesse caso, se ele o alienar sem autorização é um absurdo;
ou de alguma outra forma inviabilizar o objeto da garantia k) Consumação  – Quando o banco sacado recusa o
(destruindo-o, ocultando-o), cometerá tal delito. O objeto pagamento em razão da ausência e fundos ou em razão da
material é coisa móvel, pois somente ela pode ser empenha- contra-ordem de pagamento;
da; Consuma-se quando o agente aliena ou destrói o bem. l) Competência; Súmula nº 521 do STF 244 do STJ – Local
onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado;
d) Defrauda substância, qualidade ou quantidade de coi- m) Basta uma única apresentação do cheque;
sa que deve entregar a alguém – Pressupõe a existência de n) Se o agente se arrepende antes do crime se consumar
um negócio jurídico envolvendo agente e vítima. Se o agente e deposita o valor, será arrependimento eficaz, e o fato será
modifica fraudulentamente a substância a ser entregue, sua atípico;
Noções de Direito

qualidade ou quantidade, pratica o delito; Pode ser crime o) Se o agente se arrepende após a consumação do cri-
contra a economia popular, ou crime contra o consumidor. Só me, ma antes do recebimento da denúncia haverá extinção
será estelionato se for contra vítima certa e determinada. Ex.: da punibilidade, se após haverá uma atenuante genérica,
empresário encomenda remessa de combustível para o pos- art. 65, III, b, do CP;
to, que envia substância adulterada. O proprietário responde p) Tentativa é possível: emite cheque sem fundo e um
por estelionato. Se todo o combustível é adulterado, não parente deposita o valor sem seu conhecimento, emite o
somente uma remessa será crime contra economia popular. cheque e manda uma carta para o banco sacado para sustar
Consuma-se com a entrega da substância. o cheque, mas a carta se extravia.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Causas de Aumento de Pena qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir
efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
em detrimento de entidade de direito público ou de institu-
to de economia popular, assistência social ou beneficência 1) Conduta: abusar (fazer mau uso, aproveitar-se), em
(art. 171, § 3º). proveito próprio ou alheio, de menor de idade ou alienado
Entidade de direito público é a União, os  Estados, mental, convencendo-o a praticar um ato jurídico que possa
o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias, entidades produzir efeito em seu próprio prejuízo ou em prejuízo de
paraestatais e a Previdência Social (Súmula nº 24 do STJ). terceiro.
Se o crime for cometido contra idoso, a pena será apli- 2) Objeto jurídico: o patrimônio do menor ou alienado
cada em dobro (art. 171, § 4º) mental.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Duplicata Simulada 4) Sujeito passivo: menor ou alienado mental.
5) Consumação: com a prática do ato pela vítima, ainda
Código Penal que este não venha resultar em prejuízo para ela própria ou
terceiro. É crime formal.
Art.172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda
que não corresponda à mercadoria vendida,em Obs.: o crime em tela não se confunde com o crime de
quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. estelionato, tendo em vista que este utiliza-se de fraude para
Pena  – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, ludibriar a vítima e o crime de abuso de incapaz o agente
e multa. aproveita-se da necessidade, paixão ou inexperiência da
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele
vítima, muito embora a intenção em ambos os crimes seja
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de
a obtenção de vantagem econômica ilícita.
Registro de Duplicatas.

1) Conduta: emitir fatura, duplicata ou nota de venda que Crime de estelionato Crime de abuso de incapaz
não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou O meio utilizado para ludi- O meio utilizado é a neces-
qualidade, ou ao serviço prestado. briar a vítima é a fraude. sidade, paixão ou inexperi-
O  sujeito passivo pode ser ência. O sujeito passivo é o
Obs. 1: passemos a analisar as elementares deste tipo qualquer pessoa. menor ou alienado mental.
penal
a) Emitir – Por em circulação; Induzimento à Especulação
b) Fatura, duplicata, nota de venda – Títulos de crédito
utilizados nas vendas à prazo. Código Penal

Obs. 2: a duplicata uma vez emitida será posta em circula- Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
ção podendo o vendedor ter o valor nela contido descontado inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade
antecipadamente com terceira pessoa, e esta por ocasião do mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou
vencimento receberá do comprador o a quantia respectiva. aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias,
Todavia, se o valor contido nela for inverídico, poderá gerar sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:
um prejuízo para quem a descontar, tendo em vista que não Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
obterá o valor nela descrito.
1) Conduta: abusar (fazer mau uso, aproveitar-se), em
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa que falsifique o conte- proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simpli-
údo do título de crédito. cidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa. prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou
4) Consumação: com a simples emissão da duplicata, mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é
fatura ou nota de venda. A tentativa é inadmissível, pois ou
ruinosa.
o agente emite o documento e o crime está consumado ou
nada faz e a conduta é atípica.
Obs.: aqui a figura penal também apresenta a situação
de abuso, todavia delimita a vítima (pessoa inexperiência,
Falsidade no Livro de Registro da Duplicata
simples ou com inferioridade mental), em como a maneira de
Código penal se praticar o crime: induzindo-o à prática de jogo ou aposta,
ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou
Art. 172. [...] devendo saber que a operação é ruinosa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de 2) Objeto jurídico: a proteção do patrimônio de pessoas,
Registro de Duplicatas. simplórias, rústicas ou ignorantes.
Noções de Direito

3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.


Abuso de Incapaz 4) Sujeito passivo: pessoa inexperiente (com pouco
vivência nos negócios), simples (sem malícia) ou com desen-
Código Penal volvimento mental deficiente (índice de inteligência inferior
ao normal).
Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de 5) Consumação: com a prática do ato pela vítima, in-
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da dependentemente da obtenção de vantagem por parte do
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo autor ou te terceiro.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Fraude no Comércio 1) Conduta: a lei prevê três condutas distintas:
a) tomar refeição em restaurante sem dispor de recursos
Código Penal para efetuar o pagamento;
b) alojar-se em hotel sem dispor de recursos para efetuar
Art. 175. Enganar, no exercício de atividade comercial, o pagamento;
o adquirente ou consumidor: c) utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recur-
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, merca- sos para efetuar o pagamento.
doria falsificada ou deteriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra: Obs. 1: a primeira conduta engloba lanchonetes, bares,
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, cafés, bem como bebidas. A  segunda, motéis e pensões.
ou multa. A terceira, táxi, ônibus, avião, trem, metrô etc.
§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a qua-
lidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo Obs. 2: para a realização do crime é necessário que o
caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de me- agente não disponha de recursos para o pagamento. Assim,
nor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, se ele dispõe de dinheiro para pagar e se recusar a quitar
como precioso, metal de outra qualidade: sua dívida, como é o caso dos famosos “pinduras” realizados
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. pelos estudantes de direito, não haverá a prática deste crime.
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. Da mesma forma, quem efetuar o pagamento com cheque
sem fundo, pratica o crime previsto no art. 171, § 2º, VI do CP.
1) Conduta: enganar, no exercício da atividade comercial,
2) Objeto jurídico: patrimônio.
adquirente ou consumidor da seguinte forma:
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
a) vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria 4) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
falsificada ou deteriorada; 5) Consumação: com a utilização do serviço de restau-
b) entregando uma mercadoria por outra; rante, hospedagem e meio de transporte.
c) alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade
ou o peso de metal; Obs. 3: o juiz poderá conceder perdão judicial se as
d) substituindo pedra verdadeira por falsa ou por outra circunstâncias, tais como pequeno valor, antecedentes fa-
de menor valor; voráveis, conduta social, forem benéficas.
e) vendendo pedra falsa por verdadeira;
f) vendendo, como precioso, metal de outra qualidade. Obs. 4: no caso de estado famélico, não haverá crime
por se considerar estado de necessidade.
Obs. 1: o crime é classificado de como de forma vincula-
da, tendo em vista que o legislador apresentou as maneiras Fraudes e Abusos na Fundação ou Administração de
em que o crime pode ser praticado. Sociedade por Ações

Obs. 2: a conduta descrita na aliena a foi revogada pelo Código Penal


art. 7º da Lei nº 8.137/1990 que rege os crimes de relação
de consumo. Art.  177. Promover a fundação de sociedade por
ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação
2) Objeto jurídico: patrimônio e a boa-fé nas relações ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a
de consumo. constituição da sociedade, ou ocultando fraudulen-
3) Sujeito ativo: comerciante. tamente fato a ela relativo:
4) Sujeito passivo: qualquer adquirente, incluindo até Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, se
um comerciante, e o consumidor. o fato não constitui crime contra a economia popular.
5) Consumação: no momento da entrega do bem ao § 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui
adquirente ou consumidor. crime contra a economia popular:
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por
Obs. 3: se o crime for praticado por qualquer outra pes- ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balan-
soa que não seja um comerciante, restará configura do tipo ço ou comunicação ao público ou à assembleia, faz
penal de fraude na entrega de coisa, art. 171, § 2º, IV do CP. afirmação falsa sobre as condições econômicas da
sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou
Obs. 4: é aplicado ao crime em tela do privilégio, desde em parte, fato a elas relativo;
que preenchidos os requisitos previstos no art.  155, §  2º II  – o diretor, o  gerente ou o fiscal que promove,
do CP. por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de
outros títulos da sociedade;
III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à
Outras Fraudes
sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro,
dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização
Código Penal
da assembleia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende,
Noções de Direito

Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em por conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo
hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor quando a lei o permite;
de recursos para efetuar o pagamento: V  – o diretor ou o gerente que, como garantia de
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, crédito social, aceita em penhor ou em caução ações
ou multa. da própria sociedade;
Parágrafo único. Somente se procede mediante VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço,
representação, e o juiz pode, conforme as circuns- em desacordo com este, ou mediante balanço falso,
tâncias, deixar de aplicar a pena. distribui lucros ou dividendos fictícios;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por inter- 4) Sujeito passivo: é o endossatário ou portador que
posta pessoa, ou conluiado com acionista, consegue recebe o título sem saber das irregularidades.
a aprovação de conta ou parecer; 5) Consumação: com a circulação do título.
VIII – o liquidante, nos casos dos nºs I, II, III, IV, V e VII;
IX – o representante da sociedade anônima estran- Fraude à Execução
geira, autorizada a funcionar no País, que pratica os
atos mencionados nos nºs I e II, ou dá falsa informação Código Penal
ao Governo.
§ 2º Incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a Art.  179. Fraudar execução, alienando, desviando,
2 (dois) anos, e multa, o acionista que, a fim de obter destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
deliberações de assembleia geral. ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante
1) Conduta: promover sociedade por ações (sociedade queixa.
anônima e comandita por ações) induzindo ou mantendo em
erro os candidatos à sócios, o público ou presentes à assembleia, 1) Conduta: a conduta pode ser praticada de três for-
fazendo falsa afirmação sobre circunstâncias referentes à sua mas – fraudar execução:
constituição ou ocultando, fraudulentamente fato a ela relativo. a) alienando bens;
2) Objeto jurídico: patrimônio e a boa-fé. b) desviando bens;
3) Sujeito ativo: o fundador da sociedade por ações. c) destruindo bens;
4) Sujeito passivo: qualquer pessoa. d) danificando bens;
5) Consumação: no momento da afirmação falsa ou omis- e) simulando dívidas.
são, ainda que deles não decorram qualquer resultado lesivo.
Obs.: o crime consiste na existência de uma ação civil,
Obs. 1: a fraude pode constar de prospecto ou de comu- em que já há a prolação de sentença e esta encontra-se
nicação feita ao pública ou assembleia geral. em fase de execução. Tal execução de sentença que ao ser
fraudada nas modalidades apresentadas pelo tipo penal,
Obs. 2: este dispositivo é expressamente subsidiário, constitui crime.
tendo em vista que somente será aplicado se a conduta não
configurar crime contra a economia popular. 2) Objeto jurídico: patrimônio.
3) Sujeito ativo: devedor, não comerciante.
Obs. 3: o § 1º pune também o diretor, o gerente, repre- 4) Sujeito passivo: credor da ação de execução.
sentante de sociedade estrangeira, e em alguns casos o fiscal 5) Consumação: com o prejuízo patrimonial percebido
e liquidante que incidam em fraude afirmando situações pela vítima. É crime material.
enganosas em relação a situação econômica da empresa.
Receptação
Obs. 4: o § 2º perdeu sua importância com a aplicação do
art. 118 da Lei nº 6.404/1976, que permitiu o acordo entre Código Penal
acionistas em relação ao exercício do direito ao voto. Assim,
somente haverá crime se a negociação envolvendo o voto Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou
não estiver revestida das formalidades legais ou contrariar ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe
texto expresso da lei. ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de
boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Emissão Irregular de Conhecimento de Depósito ou Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Warrant
Receptação qualificada
Código Penal § 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar,
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, ven-
Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou war- der, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
rant, em desacordo com disposição legal: proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. comercial ou industrial, coisa que deve saber ser
produto de crime:
1) Conduta: emitir conhecimento de depósito ou warrant Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
em desacordo com disposição legal. § 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito
do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio
Obs. 1: o crime não reside no fato de se emitir conhe- irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
cimento de depósito ou warrant, e sim a sua emissão em residência.
desacordo com a disposição legal, que vem a ser o Decreto § 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza
nº 1.102/1903. Assim, trata-se de norma penal em branco. ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou
pela condição de quem a oferece, deve presumir-se
Obs. 2: conhecimento de depósito ou warrant consiste obtida por meio criminoso:
em títulos negociáveis por endosso em relação a mercadorias Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou
Noções de Direito

que são depositadas em armazéns gerais. O primeiro é o do- multa, ou ambas as penas.
cumento de propriedade da mercadoria e confere ao dono o § 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido
poder de disponibilidade sobre a coisa. Já o segundo confere ou isento de pena o autor do crime de que proveio
ao portador o direito real de garantia sobre as mercadorias. a coisa.
§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,
2) Objeto jurídico: patrimônio. pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
3) Sujeito ativo: é quem emite o conhecimento de de- deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-
pósito ou warrant em desacordo com a lei. -se o disposto no § 2º do art. 155.

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§ 6º Tratando-se de bens e instalações do patrimônio • Haverá receptação mesmo que o crime anterior seja
da União, Estado, Município, empresa concessioná- mediante queixa e a mesma não fora apresentada.
ria de serviços públicos ou sociedade de economia • A receptação exige a finalidade de proveito próprio ou
mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se alheio. Se o agente quiser beneficiar o próprio autor
em dobro. do crime antecedente, cometerá favorecimento real
(art. 349).
1) Conduta: adquirir, receber, transportar, conduzir ou • Aquele que encomenda carro furtado é partícipe do
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser furto e não comente o crime de receptação porque,
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, pois instigou ou induziu a ideia do furto.
a adquire, receba ou oculte. • O advogado comete receptação quando recebe como
forma de pagamento produto de crime.
Obs. 1: o crime é classificado como receptação própria • A receptação é punível, ainda que desconhecido ou
ou imprópria: isento de pena o autor do crime de que proveio a
a) Receptação Própria: coisa (art. 180, § 4º). Foi acrescentado em 1996.
• Adquirir significa obter a propriedade (compra, doação,
permuta); Basta o fato original ser típico e ilícito para haver recepta-
• Receber é tomar a posse da coisa (depósito, uso, ção, não necessitando o agente ser culpável. Portanto, adqui-
penhor); rir produto de furto praticado por menor haverá receptação.
• Transportar é levar a coisa de um lugar a outro; Se houver exclusão de ilicitude, não há como punir o
• Conduzir é dirigir, guiar; receptador.
• Ocultar é esconder; • Assim, para haver receptação é necessária a existência
b) Receptação Imprópria – Só exista uma modalidade: de crime anterior. Todavia não há necessidade que o
influir significa convencer, estimular. O  agente atua como agente seja punido. Agora se estiver extinta a punibili-
intermediário sendo evidente que ele não pode ter sido o dade do crime anterior como regra haverá receptação,
autor do crime antecedente, uma vez que o ato de influir segundo o art. 108 do CP. Se o crime de furto já estiver
será post factum não punível, seja em relação a receptação prescrito, esta nada afetará o crime de receptação.
imprópria, seja em relação a disposição de coisa alheia como • Contudo, se ocorrer a abolitio criminis do crime ante-
própria (art. 171, § 2º, I) cedente, não há que se falar em receptação, uma vez
O terceiro que adquire, recebe ou oculta deve estar de que não haverá “produto do crime”.
boa-fé, ou seja, não saiba da origem ilícita do bem. Se o
terceiro estiver de má-fé, comete receptação própria. Causa de aumento de pena

Obs. 2: a coisa, objeto material do crime, é um produto 1) Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da
União, Estado, Município, empresa concessionária de servi-
de crime, obtido pelo autor do crime antecedente, sendo,
ços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista
portanto, a receptação um crime acessório que possui como
no caput deste artigo aplica-se em dobro (art. 180, § 6º).
pressuposto indispensável a sua existência a ocorrência de
O receptador deve saber que trata-se de bens dessas
um crime anterior. O crime anterior não necessita ser contra
entidades.
o patrimônio podendo ser, por exemplo, o crime de peculato. 2) O agente tem que saber que o objeto material provém
de uma das pessoas jurídicas mencionadas.
Obs. 3: se o objeto a ser receptado for se for produto de
contravenção não haverá crime de receptação. Somente se aplica ao caput, não incidindo sobre a recep-
tação qualificada ou culposa.
Obs. 4: o agente deve saber que a coisa é produto de
crime anterior, ou seja, não admite dolo eventual, somente Receptação Qualificada
dolo direto. Assim se o agente recebe o bem de boa-fé e após
descobre a origem ilícita do bem e continua usando-o não 1) Conduta: adquirir, receber, transportar, conduzir, ocul-
será receptação. Se houver mera desconfiança da origem tar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender,
ilícita do objeto será crime de receptação culposa. expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
2) Objeto jurídico: o patrimônio. industrial, coisa que deve saber ser produto de crime.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa, salvo o autor, coautor
ou partícipe do crime anterior. Para eles, a receptação é post Obs.: muito embora somente se refira ao dolo eventual,
factum não punível. o tipo o penal abrange toda e qualquer forma de dolo.
4) Sujeito passivo: é a mesma vítima do crime anterior,
titular da posse, detenção ou propriedade. 2) O crime é próprio, pois só pode ser praticado por
5) Consumação e tentativa: comerciante ou industrial. Este é o motivo da qualificadora,
a) no caso de receptação própria, o crime é material, a  facilidade de repassar o produto a terceiro de boa-fé,
consumando-se com a efetiva tradição da coisa; iludidos pela impressão de maior garantia oferecidos por
b) na receptação imprópria, o crime é formal, exigindo profissionais desta área.
apenas que haja a influência sobre terceiro de boa-fé; 3) É tipo misto alternativo, praticando vários verbos do
c) o crime é permanente nas modalidades transportar, caput responde somente por uma infração penal.
Noções de Direito

conduzir e ocultar; 4) Equipara-se à atividade comercial qualquer forma de


d) a tentativa somente é admissível na receptação pró- comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
pria, pois a imprópria é crime unissubsistente, que se pratica residência (art. 180, § 2º) – norma penal explicativa.
mediante um único ato (influir).
6) Ação penal: pública incondicionada. Receptação Privilegiada
7) Considerações gerais:
• É possível a receptação de receptação, respondendo 1) Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do
todos pela receptação. art. 155 (art. 180, § 5º, 2ª parte).

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2) Assim, se o criminoso é primário, e é de pequeno valor I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
a coisa receptada, o juiz pode substituir a pena de reclusão II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
somente a pena de multa (art. 155, § 2º). Art.  182. Somente se procede mediante represen-
tação, se o crime previsto neste título é cometido
Receptação Culposa em prejuízo:
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
1) Conduta: adquirir ou receber coisa que, por sua natu- II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
reza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos
meio criminoso (art. 180, § 3º). anteriores:
I  – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em
Obs. 1: na receptação culposa estão descritos apenas os geral, quando haja emprego de grave ameaça ou
verbos “adquirir” e “receber”. Ao contrário do que acontece violência à pessoa;
com os delitos culposos em geral, o tipo penal não é aberto, II – ao estranho que participa do crime;
e o legislador descreve os parâmetros que indicam a culpa III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
do agente, capaz de gerar no homem médio a presunção igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
de origem ilícita.
O legislador previu duas espécies de imunidades aos
Obs. 2: há três modalidades de receptação culposa: praticantes de crimes contra o patrimônio:
a) Natureza do objeto – Certos objetos, por sua própria na-
tureza, indicam que não foram comercializados conforme a lei,
e, levarão ao reconhecimento da receptação culposa (revólver Imunidade Absoluta Imunidade Relativa
desacompanhado de registro ou sem numeração, automóvel É isente de pena quem pra- Somente será processado
sem documentação ou com adulteração grosseira do chassi); ticar um dos crimes contra o mediante representação,
b) Desproporção entre o valor de mercado e o preço patrimônio contra: quem praticar o crime con-
pago – A desproporção entre o valor e o preço deve ser sufi- a) cônjuge na constância da tra:
ciente para fazer surgir desconfiança sobre a origem do bem; sociedade conjugal (ou seja, a) cônjuge desquitado ou
c) Condição do ofertante – Adquirir ou receber objeto devem estar casados); judicialmente separado (não
de desconhecido ou criminoso, ou de pessoa que não tem b) contra ascendente ou des- necessita estar divorciado);
condições financeiras de possuir o bem oferecido. cendente, seja o parentesco b) irmão, legítimo ou ilegí-
legítimo ou ilegítimo, seja timo;
Obs. 3: deve-se provar efetivamente que o objeto é ilícito civil ou natural (incluindo os c) tio ou sobrinho, com quem
para, então poder haver uma condenação em receptação casos de adoção). o agente coabita (devem
culposa. Ex.: furtar o pai, o  marido, morar na mesma residência).
o neto, o avô.
Perdão Judicial
Somente se aplicará a isen- Somente será processado
1) Na receptação culposa, se o criminoso é primário, ção de pena nos casos acima mediante representação nos
pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar se: casos acima se:
de aplicar a pena (art. 180, § 5º, 1ª parte). a) não se tratar de crime de a) não se tratar de crime de
2) Requisitos: roubo ou extorsão, ou se não roubo ou extorsão, ou se não
a) Primariedade do agente houver a prática de violência houver a prática de violência
b) As circunstâncias do crime devem indicar que ele não ou grave ameaça; ou grave ameaça;
se revestiu de especial gravidade, por exemplo, adquirir coisa b) ao estranho que partici- b) ao estranho que partici-
de pequeno valor. pa do crime (por exemplo, pa do crime (por exemplo,
3) Presentes os requisitos legais é obrigatória a concessão o filho e a namorada deste, o filho e a namorada deste,
do perdão. furtam o pai do primeiro. furtam o pai do primeiro.
4) É causa de extinção da punibilidade, conforme Súmula Somente haverá isenção de Somente haverá isenção de
nº 18 do STJ. pena ao filho); pena ao filho);
c) se a vítima tiver idade igual c) se a vítima tiver idade igual
Atenção! ou superior a 60 anos (por ou superior a 60 anos (por
A Lei nº 13.330, de 2 de agosto de 2016, inseriu o art. exemplo, filho furta pai que exemplo, filho furta pai que
180-A no Capítulo VII, criminalizando a Receptação de tem 74 anos. A ele não será tem 74 anos. A ele não será
animal. Vejamos: aplicada a isenção de pena). aplicada a isenção de pena).

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, Algumas observações:


ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade 1. Estas enumerações são taxativas;
de produção ou de comercialização, semovente do- 2. Somente são aplicadas aos crimes contra o patrimônio;
mesticável de produção, ainda que abatido ou dividi- 3. No que tange ao art. 182, os crimes contra o patrimô-
do em partes, que deve saber ser produto de crime: nio, em regra são processados mediante ação penal pública
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. incondicionada, ou seja, aquela em que o Ministério Público
Noções de Direito

é seu titular, não havendo necessidade de autorização da


Disposições Gerais acerca dos Crimes Contra o vítima para início da ação penal. Assim nos casos previstos no
Patrimônio art. 182, o legislador afirmou que tais crimes não serão pro-
cessados por ações penais públicas incondicionadas, e sim
Código Penal por ações penais públicas condicionadas à representação,
que são aquelas que apesar de também terem como titular
Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos o Ministério Público, somente poderão ser iniciadas quando
crimes previstos neste título, em prejuízo: as vítimas ou seus representantes legais a autorizarem.

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DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO Peculato-Apropriação
PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM Código Penal
GERAL – ARTS. 312 A 327
Art.  312. Apropriar-se o funcionário público de di-
Os delitos previstos neste capítulo (arts. 312 a 326) so- nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
mente podem ser praticados de forma direta por funcionário ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.
público, razão pela qual são chamados de crimes funcionais. [...]
São, portanto, crimes próprios, pois exigem uma qualidade Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
especial do sujeito ativo.
Os crimes funcionais podem ser: 1) Conduta: apropriar-se o funcionário público de dinhei-
• Próprios: são aqueles cuja exclusão da qualidade ro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular,
de funcionário público torna o fato atípico (prevari- de que tem a posse em razão do cargo, em proveito próprio
cação). ou alheio (art. 312, 1ª parte).
• Impróprios: excluindo-se a qualidade de funcionário
público ocorrerá a desclassificação para crime de outra Obs. 1: apropriar-se significa passar a se comportar
como se fosse dono. Ter a posse em razão do cargo abrange
natureza (peculato).
a detenção e a posse indireta. A posse deve ser obtida de
forma lícita.
O funcionário público é denominado intraneus. O não
funcionário público é chamado extraneus. Obs. 2: assim, os  requisitos para prática do crime em
O condenado por qualquer crime contra a administração tela são:
pública (contido no Título XI da Parte Especial) terá a pro-
gressão de regime no cumprimento da pena condicionada à
reparação do dano que causou, ou à devolução do produto – Funcionário Público;
do ilícito praticado, com os acréscimos legais (art. 33, § 4º). – Apropria-se de bem público ou particular que está sob
Caso contrário cumprirá a pena integral no regime em que a custódia da Administração Pública;
foi condenado. – Bem este de que tem a posse lícita em razão do cargo
que exerce.
Conceito de Funcionário Público
2) Objeto jurídico: o patrimônio público ou particular e
Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, a probidade administrativa.
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exer- 3) Tipo subjetivo: o dolo. Exige também o elemento
ce cargo, emprego ou função pública (art. 327). subjetivo do tipo, contido na expressão “em proveito próprio
ou alheio”. O proveito pode ser material ou moral, não se
São funcionários públicos para efeitos penais: Presiden-
referindo apenas à vantagem econômica, porque o peculato
te da República, Prefeitos, Deputados, Vereadores, Juízes, não é crime contra o patrimônio.
Promotores de Justiça, Delegados de Polícia, serventuários 4) Sujeito ativo: funcionário público. E o particular pode
das instituições públicas etc. praticar este crime? Somente se estiver em concurso de pes-
soas com o funcionário público e conhecer desta elementar .
Funcionário Público por Equiparação 5) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
quando o bem pertencer a este.
Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, 6) Consumação e tentativa: o crime se consuma no
emprego ou função em entidade paraestatal (empresa momento em que o agente inverte o título da posse,
pública e sociedade de economia mista, segundo o Direito comportando-se como dono. Ocorre a tentativa quando o
Administrativo, mas para o Direito Penal inclui a fundação agente, por circunstâncias alheias a sua vontade, não con-
pública e a autarquia), e  quem trabalha para empresa segue inverter o título da posse.
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a 7) O objeto material do peculato é o dinheiro, valor (tí-
execução de atividade típica da Administração Pública, tulos da dívida pública, apólices, ações) ou qualquer outro
CEB, CAESB, Brasil Telecon, (art.  327, §  1º). Ex.: médico bem móvel. Não existe peculato de bem imóvel.
de hospital particular credenciado pelo SUS (STJ, REsp. 8) A lei tutela bem público ou particular que esteja sob
nº 331.055). custódia da Administração. No último caso, o crime é cha-
mado de peculato-malversação.
Aumento de Pena 9) Se a coisa particular não estiver sob a guarda ou cus-
tódia da Administração Pública e o funcionário público dela
se apropriar, haverá crime de apropriação indébita.
A pena será aumentada da terça parte quando os au-
10) Não há crime na conduta de usar serviço ou mão de
tores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes obra pública, restando configurado tão somente a conduta
de cargos em comissão ou de função de direção ou asses- de improbidade administrativa, salvo se o funcionário público
soramento de órgão da administração direta, sociedade de for Prefeito, tendo em vista a previsão de crime específico
economia mista, empresa pública ou fundação instituída para este caso no Decreto-Lei nº 201/1967, art. 1º, II.
Noções de Direito

pelo poder público.


Peculato-Desvio
Peculato
Código Penal
O crime de Peculato classifica-se em:
a) Peculato Doloso  – Peculato-apropriação, Peculato- Art. 312. [...] ou desviá-lo, em proveito próprio ou
-desvio, Peculato-furto, Peculato mediante erro de outrem; alheio:
b) Peculato Culposo. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

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1) Conduta: funcionário público desvia, em proveito pró- Obs. 1: o crime pode ser praticado em duas modalidades:
prio ou alheio, dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, a) funcionário, valendo-se da facilidade que lhe propor-
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. ciona o cargo, pratica o peculato furto.
b) funcionário, valendo-se da facilidade que lhe propor-
Obs. 1: desviar significa alterar o destino. Sempre que ciona o cargo, concorre para que terceiro subtraia. O funcio-
para desviar a coisa houver a necessidade de primeiro se nário público deve colaborar dolosamente para a subtração.
apropriar dela, o  crime será de peculato apropriação e o
desvio é um exaurimento do crime. Obs. 2: o peculato é impróprio porque o funcionário não
tem a posse lícita do bem, apenas o fato de ser funcionário
Obs. 2: se o desvio não foi em proveito próprio ou de lhe favorece para a prática do crime.
terceiro, mas sim da própria Administração, haverá crime de
emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315 Obs. 3: subtrair significa furtar, tirar, desapossar com
do CP). ânimo de assenhoramento definitivo.

Obs. 4: assim, os  requisitos para prática do crime em


Obs. 3: assim, os  requisitos para prática do crime em
tela são:
tela são:

– Funcionário público;
– Funcionário público;
– Subtrair ou concorrer para a subtração de bem público
– Desviar bem público ou particular que está sob a custó- ou particular que está sob custódia da Administração
dia da Administração Pública; Pública, em razão do cargo que ocupa;
– Bem este de que tem a posse lícita em razão do cargo – Bem este de que não tem a posse lícita.
que exerce.
2) Objeto jurídico: o patrimônio público ou particular e
2) Objeto jurídico: o patrimônio público ou particular e a probidade administrativa.
a probidade administrativa. 3) Sujeito ativo: funcionário público. E o particular pode
3) Sujeito ativo: funcionário público. E o particular pode praticar este crime? Somente se estiver em concurso de pes-
praticar este crime? Somente se estiver em concurso de pes- soas com o funcionário público e conhecer desta elementar .
soas com o funcionário público e conhecer desta elementar . 4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular quando o bem pertencer a este.
quando o bem pertencer a este. 5) Tipo subjetivo: o dolo. Exige também o elemento
5) Tipo subjetivo: o dolo. Exige também o elemento subjetivo do tipo, contido na expressão “em proveito próprio
subjetivo do tipo, contido na expressão “em proveito próprio ou alheio”.
ou alheio”. 6) Consumação e tentativa: o crime se consuma da
6) Consumação e tentativa: o crime se consuma no mo- mesma forma que o furto, ou seja, com a posse do objeto
mento em que ocorre o desvio, pouco importando se a van- material por curto período de tempo, sendo desnecessária
tagem visada é conseguida ou não. A tentativa é admissível. a posse tranquila do bem subtraído por parte do agente.
7) Só há crime de peculato-desvio quando o objeto A tentativa é admissível.
material é fungível (agente que usa dinheiro público para
comprar alguma coisa: o crime está consumado, mesmo que Peculato Culposo
depois o agente reponha o dinheiro aos cofres públicos).
8) Se o objeto material é infungível, não há crime, porque Código Penal
a lei não pune o mero uso.
9) O uso de bem público por funcionário público para fins Art. 312. [...]
particulares caracteriza ato de improbidade administrativa, § 2º Se o funcionário concorre culposamente para o
sendo, para fins penais, fato atípico (salvo se o funcionário crime de outrem:
público for Prefeito conforme o Decreto-Lei nº  201/1967, Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
art. 1º, II). § 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
10) Se o agente se apropriar do bem e após desviá-lo,
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a
cometerá apenas o crime de peculato-apropriação.
pena imposta.
Peculato-Furto 1) Conduta: o funcionário ao praticar uma conduta negli-
gente, imperita ou imprudente contribui para a ocorrência
Código Penal de crime praticado por outrem.
Art. 312. [...] Obs. 1: aqui há dois crimes: funcionário pratica peculato
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário públi- culposo e o terceiro pode praticar crime doloso contra a
co, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou Administração Pública ou contra o patrimônio.
Noções de Direito

bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, Ex.: o porteiro da escola pública esquece (negligência)
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilida- de trancar o colégio – Peculato Culposo. Um terceiro que
de que lhe proporciona a qualidade de funcionário. presencia a cena, adentra na escola e subtrai os computa-
dores – crime doloso.
1) Conduta: funcionário público que, embora não tendo a
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para Obs. 2: não há concurso de agente entre o funcionário
que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se e o terceiro, porque não há identidade de infração penal e
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. nem liame subjetivo.

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Obs. 3: assim, os  requisitos para prática do crime em – O funcionário público recebe o bem de boa-fé e em
tela são: razão do cargo;
– Após estar na posse do bem, percebe o erro e apropria-se
– Funcionário público pratica uma conduta culposa; do bem.
– Terceiro pratica crime doloso, aproveitando-se da faci-
lidade provocada pelo funcionário público; 2) Objeto jurídico: o patrimônio público ou particular e
– Não há concurso de pessoas entre o funcionário e o a probidade administrativa.
terceiro. 3) Sujeito ativo: funcionário público. E o particular pode
praticar este crime? Somente se estiver em concurso de pes-
2) Objeto jurídico: o patrimônio público ou particular e soas com o funcionário público e conhecer desta elementar .
a probidade administrativa. 4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
3) Sujeito ativo: funcionário público. quando o bem pertencer a este.
4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular 5) Tipo subjetivo: o dolo.
quando o bem pertencer a este. 6) Consumação e tentativa: com a apropriação do bem,
5) Tipo subjetivo: a culpa. que ocorre no momento em que o agente, tomando conhe-
6) Consumação e tentativa: o crime de peculato culposo cimento do erro e torna a coisa sua. A tentativa é admissível.
se consuma no momento em que se consuma o crime doloso 7) Se o agente induziu ou manteve a vítima em erro,
praticado pelo terceiro. Se o crime doloso for apenas tentado o crime é de estelionato.
não há que se falar em peculato culposo, tendo em vista que
a tentativa de crime culposo é inadmissível Inserção de Dados Falsos em Sistema de Informação
7) No caso de peculato culposo, a reparação do dano
antes do trânsito em julgado da sentença extingue a puni- Código Penal
bilidade; após o trânsito em julgado, a reparação reduz de
metade a pena imposta (art. 312, § 3º). Inédito, reduzir a Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autori-
pena depois de prolatada a sentença. zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
8) No peculato doloso, a reparação do dano reduz a pena indevidamente dados corretos nos sistemas infor-
de um a dois terços, se antecede o recebimento da denúncia matizados ou bancos de dados da Administração
(arrependimento posterior – art. 16), ou atenua a pena, se Pública com o fim de obter vantagem indevida para
si ou para outrem ou para causar dano:
antecede a sentença (atenuante – art. 65, III, b).
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
9) Se o funcionário público pratica uma conduta culposa
que vem a gerar um prejuízo ao erário, sem que resulte na
1) Conduta: o funcionário público autorizado a operar no
ocorrência de um crime doloso praticado por terceiro, o fato
sistema informatizado ou no banco de dados da Administra-
será atípico. Ex.: porteiro de escola pública esquece a janela
ção Pública, acaba por inserir ou facilitar a inserção de dados
aberta e naquela noite chove intensamente inundando a sala
falsos, ou ainda excluir indevidamente dados verdadeiros,
em que se encontram os computadores.
sempre com o fim de obter uma vantagem indevida.
Peculato mediante Erro de Outrem (ou Peculato
Obs.: a conduta pode ser praticada de três formas:
Estelionato)
a) inserir dados falsos;
b) facilitar a inserção de dados falsos;
Código Penal
c) excluir dados verdadeiros.
Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer uti-
2) Objeto jurídico: a probidade administrativa.
lidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro 3) Sujeito ativo: funcionário público autorizado a operar
de outrem: no sistema informatizado da Administração Pública.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
se este vier a ser prejudicado.
1) Conduta: apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilida- 5) Tipo subjetivo: o dolo.
de que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. 6) Consumação e tentativa: com a inserção ou exclusão
Obs. 1: Tipo objetivo: apropriar-se significa fazer sua indevida.
coisa que pertence a outrem. É  chamado de peculato-
-estelionato, pois o terceiro entrega um bem ao agente Modificação ou Alteração não Autorizada no Sistema
por estar em erro. O erro do terceiro é espontâneo, não é de Informações
provocado pelo agente.
Código Penal
Obs. 2: o objeto material é dinheiro ou qualquer coisa
móvel de valor econômico. Art.  313-B. Modificar ou alterar, o  funcionário,
sistema de informações ou programa de informá-
Noções de Direito

Obs. 3: o recebimento da coisa deve decorrer em razão tica sem autorização ou solicitação de autoridade
do exercício do cargo. competente:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos,
Obs. 4: assim, os  requisitos para prática do crime em e multa.
tela são: Parágrafo único. As  penas são aumentadas de um
terço até a metade se da modificação ou alteração
– A vítima entrega espontaneamente e erroneamente o resulta dano para a Administração Pública ou para
bem ao funcionário público; o administrado.

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1) Conduta: o funcionário público não autorizado a Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas
operar no sistema informatizado da Administração Pública,
acaba por modificar ou alterar informações sem autorização Código Penal
ou solicitação de autoridade.
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
Obs. 1: a conduta pode ser praticada de duas formas: diversa da estabelecida em lei:
a) modificar informações; Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
b) alterar informações.
1) Conduta: o funcionário público que emprega verbas
Obs. 2: este crime se difere do crime anterior, tendo ou rendas públicas em destinação diversa da prevista em lei.
em vista que a conduta prevista no art. 313-A é praticada
por funcionário público autorizado a operar no sistema Obs. 1: para a ocorrência deste crime é necessária a
informatizado da Administração Pública, já no presente existência de uma lei anterior que regule a destinação das
artigo, a conduta é praticada por funcionário público não verbas ou rendas públicas.
autorizado a operar em tal sistema.
Obs. 2: neste crime, o funcionário público não desvia ou
se apropria das verbas ou rendas públicas, apenas a emprega
2) Objeto jurídico: a probidade administrativa.
de forma diversa da previsão legal. Ex.: determinada verba
3) Sujeito ativo: funcionário público não autorizado a deveria ser empregada para construção de determinada obra
operar no sistema informatizado da Administração Pública. pública e acaba sendo empregada em outra obra pública.
4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
se este vier a ser prejudicado. 2) Objeto jurídico: a regularidade da Administração
5) Tipo subjetivo: o dolo. Pública.
6) Consumação e tentativa: com a modificação ou alte- 3) Sujeito ativo: funcionário público.
ração indevida. 4) Sujeito passivo: a Administração Pública e a entidade
eventualmente prejudicada.
Extravio, Sonegação ou Inutilização de Livro ou 5) Tipo subjetivo: o dolo.
Documento 6) Consumação e tentativa: com o efetivo emprego
irregular das verbas públicas.
Código Penal
Concussão
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documen-
to, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo Código Penal
ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o Art.  316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou
fato não constitui crime mais grave. indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
1) Conduta: o funcionário público em razão do cargo que Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
ocupa extravia, sonega ou inutiliza livro oficial ou qualquer
outro documento. Excesso de exação
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição
Obs. 1: a conduta pode ser praticada de três formas: social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quan-
a) extraviar: desaparecer; do devido, emprega na cobrança meio vexatório ou
b) sonegar: ocultar; gravoso, que a lei não autoriza:
c) inutilizar: tornar imprestável. Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
§  2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio
ou de outrem, o que recebeu indevidamente para
2) Objeto jurídico: a probidade administrativa.
recolher aos cofres públicos:
3) Sujeito ativo: funcionário público.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
nos casos em que este tenha o documento sob a guarda da 1) Conduta: o funcionário público que EXIGE, para si ou
Administração. para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
5) Tipo subjetivo: o dolo. função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
6) Consumação e tentativa: com o extravio ou inutili- indevida.
zação, bem como no caso de sonegação, no momento em Passemos a analisar as elementares do tipo penal:
que o agente deveria fazer a entrega do documento ou livro a) Exigir significa impor como obrigação, ordenar,
oficial e não o faz. aproveitando-se do temor de represálias a que fica cons-
7) Princípio da subsidiariedade: a própria lei em seu trangida a vítima.
preceito secundário estabelece que somente haverá o crime b) A vantagem exigida tem que ser indevida, e não se
Noções de Direito

o fato não constituir um crime mais grave. limita à vantagem de natureza patrimonial, pois não se trata
8) Não confundir o crime em tela: com o previsto no de crime contra o patrimônio.
art. 356 do Código Penal, o qual descreve a conduta daquele c) É indispensável que o agente se valha da função que
que inutiliza documento ou objeto de valor probatório que exerce ou vai exercer, ou que se prevaleça da autoridade
recebeu na qualidade de advogado ou procurador, bem como que possui ou vai possuir.
previsto no art. 337 do Código Penal, o qual prevê a conduta d) “Ainda que fora da função” – Não importa que esteja
do particular que subtrai ou inutiliza, total ou parcialmente, afastado da função pública, desde que se valha dela. To-
livro oficial, processo ou documento confiado à Administração. davia, a lei não abrange a pessoa exonerada ou demitida,

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caso em que irá praticar usurpação de função pública em 5) Tipo subjetivo: o dolo direto e eventual.
concurso formal com estelionato, por fato de fraude enganar 6) Consumação e tentativa: consuma-se com a exigência
o particular. Aposentado não comete este crime porque não indevida do tributo ou contribuição social, ou ainda com o
é mais funcionário público. emprego do meio vexatório na cobrança do tributo ou con-
e) “Antes de assumi-la” – Engloba a pessoa que foi no- tribuição social devidos.
meada, mas ainda 7) Quando o funcionário público desviar para si ou para
outrem o que recebe indevidamente o crime será qualifica-
2) Objetividade jurídica: o normal desenvolvimento dos do – art. 316, § 2º, do CP.
encargos funcionais, por parte da Administração Pública, e o
patrimônio do particular. Corrupção Passiva
3) Sujeito ativo: o funcionário público.
4) Sujeito passivo: o Estado e a pessoa contra quem é Código Penal
dirigida a exigência.
5) Tipo subjetivo: o dolo. Exige ainda o elemento subje- Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
tivo do tipo contido na expressão “para si ou para outrem”. direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
6) Consumação e tentativa: consuma-se no momento antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
em que a exigência da vantagem chega ao conhecimento indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
da vítima. Sobrevém-se a percepção desta, ocorre o exauri- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
mento. A tentativa é admissível, desde que a exigência não § 1º A pena é aumentada de um terço, se, em con-
seja verbal. CRIME FORMAL. sequência da vantagem ou promessa, o funcionário
7) Distingue-se da corrupção passiva (art. 317) porque retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício
nesta o agente solicita, recebe ou aceita a vantagem indevida, ou o pratica infringindo dever funcional.
enquanto que na concussão o funcionário público constran- §  2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
ge, exige a vantagem indevida. Na corrupção passiva, a vítima retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
visa obter benefício em troca da vantagem prestada, enquan- cedendo a pedido ou influência de outrem:
to que na concussão, temendo alguma represália, ela cede Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
à exigência. Assim, a concussão descreve fato mais grave.
1) Conceito: funcionário público que solicita ou recebe,
Concussão Corrupção Passiva para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
O agente EXIGE vantagem O agente SOLICITA vanta-
vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem.
indevida em razão do cargo. gem indevida em razão do
Passemos a analisar as elementares do tipo penal:
O que motiva a vítima a pagar cargo que ocupa. O  que
a) Solicitar é pedir.
a vantagem indevida é o te- motiva a vítima a pagar a
b) Receber é obter, adquirir, alcançar.
mor de represália. Ex.: agente vantagem indevida é o fato
penitenciário exige propina dela também se beneficiar c) Aceitar é concordar, consentir, anuir ao futuro rece-
de mãe de preso. Esta paga da situação. Ex.: policial so- bimento.
o valor requerido em razão licita propina de motorista d) É indispensável que o agente se valha da função que
do temor de represálias em que carregava seu filho de exerce ou vai exercer. Não importa que esteja afastado da
razão do cargo ocupado. 5 anos sem estar na cadei- função pública, desde que se valha dela.
rinha apropriada. O  fato e) A vantagem visada tem de ser indevida, e  não se
de o pai pagar a propina o limita à vantagem de natureza patrimonial. Normalmente,
beneficiará da multa que essa vantagem indevida tem a finalidade de fazer com que o
não lhe será aplicada. funcionário público pratique ato ilegal ou deixe de praticar,
de forma ilegal, ato que deveria praticar de ofício.
Excesso de Exação – art. 316, § 1º, do CP
Obs. 1: se funcionário público atende ao oferecimento
1) Conduta: exigir tributo ou contribuição social, que ou promessa da vantagem indevida será autor do crime de
sabe ou devia saber indevido, ou quando devido emprega corrupção passiva, e o particular autor do crime de corrupção
na cobrança meio vexatório ou gravoso. ativa. Todavia, se o particular pagar a vantagem indevida
solicitada pelo funcionário público não há que se falar em
Obs. 1: o crime pode ser praticado de duas maneiras: crime de corrupção ativa, somente de corrupção passiva.
a) Funcionário público exigir tributo ou contribuição so-
cial, que sabe ou devia saber indevido (cabendo as hipóteses Corrupção Passiva Corrupção Ativa
de dolo direito – saber se; ou dolo eventual – devia saber).
b) Funcionário público ao cobrar tributo ou contribui- Sujeito ativo  – funcionário Sujeito ativo – particular.
público.
ção social devida emprega na cobrança meio vexatório ou
gravoso. Funcionário público SOLICI- Não há crime na conduta
TA vantagem indevida. correspondente praticada
Noções de Direito

Obs. 2: em ambas as hipóteses o recolhimento indevido pelo particular  – “pagar” a


destina-se aos cofres públicos. vantagem indevida.
Funcionário público RECEBE Particular OFERECE vanta-
2) Objetividade jurídica: o normal desenvolvimento das vantagem indevida. gem indevida.
cobranças de tributos.
3) Sujeito ativo: o funcionário público. Funcionário público ACEITA Particular PROMETE vanta-
4) Sujeito passivo: o Estado e a pessoa contra quem é PROMESSA de vantagem gem indevida.
dirigida a exigência. indevida.

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Obs. 2: para a configuração da corrupção passiva não é Corrupção Ativa
imprescindível a ocorrência concomitante da corrupção ativa.
Código Penal
Obs. 3: se em um mesmo fato o particular oferecer ou
promoter vantagem indevida ao funcionário público e este Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida
receber ou aceitar tal promessa de vantagem indevida, a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
estaremos diante da aplicação da exceção a teoria monista, omitir ou retardar ato de ofício:
em que todos que contribuem para ocorrência de um crime Pena – reclusão de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
não irão responder pelo mesmo crime, sendo, portanto, Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço,
o funcionário público responsável pelo crime de corrupção se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
passiva e particular pelo crime de corrupção ativa. retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo
dever funcional.
2) Objetividade jurídica: a moralidade administrativa e
o patrimônio do particular. 1) Conduta: oferecer ou prometer vantagem indevida a
3) Sujeito ativo: o funcionário público. funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
4) Sujeito passivo: o Estado e a pessoa lesada, quando retardar ato de ofício.
não pratica o crime de corrupção ativa.
5) Tipo subjetivo: o dolo. Exige ainda o elemento subje- Obs. 1: aplicação da teoria monista: funcionário público
tivo do tipo contido na expressão “para si ou para outrem”. responde por corrupção passiva e particular por corrupção ativa.
6) Consumação e tentativa: consuma-se com a solicita-
ção ou recebimento da vantagem, ou com a aceitação da 2) Sujeito ativo: particular.
promessa. Nas formas “receber” e “aceitar”, a tentativa é im- 3) Sujeito passivo: a Administração Pública.
possível, porque o crime é unissubsistente. CRIME FORMAL. 4) Consumação: com a oferta ou promessa. CRIME
FORMAL.
Obs. 4: dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer
outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor Obs. 2: se o particular pedir para o funcionário “dar um
ou intérprete para fazer afirmação falsa, negar ou calar a jeitinho”, sem haver o oferecimento de vantagem indevida,
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou não há crime de corrupção ativa, somente o crime de cor-
interpretação, dentro do processo: haverá o crime de falso rupção passiva privilegiada.
testemunho ou falsa perícia.
Particular pede para o fun- O funcionário público ce-
Causa de Aumento de Pena – Crime de Corrupção cionário “dar um jeitinho”, dendo ao pedido de “dar
Passiva sem haver o oferecimento um jeitinho”, formulado
de vantagem indevida, não pelo particular, e acaba por
A pena é aumentada de um terço, se, em consequência há crime de corrupção ativa. praticar, deixar de praticar ou
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa retardar ato de ofício, pratica
de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo o crime de corrupção passiva
dever funcional. privilegiada.
Corrupção Passiva Privilegiada Obs. 3: causa de aumento de pena do crime de corrupção
passiva: a pena é aumentada de um terço, se, em consequên-
Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda cia da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo
pedido ou influência de outrem. dever funcional.
Nessa hipótese, o agente, ao invés de atuar no interesse
próprio, visando uma vantagem indevida para si ou para Resumão:
outrem, cede a pedido ou influência de terceiro. Não há
vantagem indevida, apenas o funcionário público cede ao
pedido de “dar um jeitinho” formulado pelo particular. Este, Corrupção Passiva Corrupção Ativa
por sua vez, não comete crime algum. Sujeito ativo  – funcionário Sujeito ativo – particular.
1) O crime é material, pois exige a ocorrência do resul- público.
tado. Funcionário público SOLICITA Não há crime na conduta
2) Não está solicitando nenhuma vantagem, apenas vantagem indevida. correspondente praticada
atendendo ao pedido de terceiro ou influência do mesmo. pelo particular – “pagar” a
vantagem indevida.
Atenção! Não confundir: Funcionário público RECEBE Particular OFERECE vanta-
vantagem indevida. gem indevida.
1) Corrupção Passiva – Solicitar, receber ou aceitar pro- Funcionário público ACEITA Particular PROMETE vanta-
messa de vantagem indevida. PROMESSA de vantagem in- gem indevida.
Noções de Direito

2) Corrupção Passiva com Causa de Aumento de Pena – Se devida.


o funcionário público em consequência da vantagem A pena é aumentada de um A pena é aumentada de um
indevida retarda ou deixa de praticar qualquer ato de terço, se, em consequência terço, se, em consequência
ofício ou o pratica infringindo dever funcional. da vantagem ou promessa, da vantagem ou promessa,
3) Corrupção Passiva Privilegiada  – Se o funcionário o funcionário retarda ou deixa o  funcionário retarda ou
pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, de praticar qualquer ato de deixa de praticar qualquer
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou ofício ou o pratica infringindo ato de ofício ou o pratica in-
influência de outrem. dever funcional. fringindo dever funcional.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Se o funcionário pratica, deixa O particular que realiza o c) Pratica ato contra disposição expressa na lei, por exem-
de praticar ou retarda ato de pedido, não pratica crime plo, delegado arquiva Inquérito Policial (somente Juiz pode
ofício, com infração de dever algum. arquivar Inquérito Policial a pedido do Ministério Público).
funcional, cedendo a pedido
ou influência de outrem. Obs. 2: o que motiva o funcionário público a praticar
ou deixar de praticar tais atos de ofício é para satisfazer
Facilitação de Contrabando ou Descaminho interesse pessoal, como vingança, inveja, preguiça, prote-
ção. NESTE CRIME NÃO HÁ A OBTENÇÃO DE VANTAGEM
Código Penal INDEVIDA.

Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, 2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública.
a prática de contrabando ou descaminho: 3) Sujeito ativo: funcionário público.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 4) Sujeito passivo: Estado e o particular eventualmente
prejudicado.
1) Conduta: funcionário público que facilita a prática do 5) Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Exige-se o
contrabando ou descaminho. elemento subjetivo específico consistente na vontade de
satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Obs. 1: diferença ente contrabando e descaminho. 6) Consumação: com a omissão ou retardo ou a realiza-
a) Contrabando  – Mercadoria ilícita, ou seja, que não ção do ato. CRIME FORMAL.
possui autorização para ser comercializada no país; 7) Não se confunde com corrupção passiva, pois nesta o
b) Descaminho – Mercadoria lícita, a qual possui autoriza- funcionário negocia seus atos visando vantagem indevida.
ção para ser comercializada no país. Todavia, o seu ingresso 8) Não se confunde com corrupção passiva privilegiada,
ocorre de forma ilegal, tendo em vista o não pagamento dos pois nesta o agente atende a pedido ou influencia de outrem.
tributos referentes a tal ingresso.

Obs. 2: a conduta é praticada por um funcionário público Prevaricação Corrupção Passiva com
que facilita a entrada de mercadorias oriundas de contra- Causa de Aumento de Pena
bando ou descaminho, todavia tal facilitação deve infringir Deixa de praticar ato de ofí- Em consequência da vanta-
o dever funcional. cio ou pratica ato de ofício gem indevida ou promessa
contra disposição expres- de tal vantagem, o funcioná-
2) Objetividade jurídica: Administração Pública. sa de lei, para satisfazer rio retarda ou deixa de prati-
3) Sujeito ativo: o funcionário público que facilita a en- interesse ou sentimento car qualquer ato de ofício ou
trada de mercadorias infringindo o dever funcional. pessoal. o pratica infringindo dever
4) Sujeito passivo: o Estado. funcional.
5) Tipo subjetivo: o dolo. Não há elemento subjetivo.
6) Consumação e tentativa: consuma-se com a facilitação Prevaricação Corrupção Passiva
para entrada das mercadorias oriundas de contrabando ou Privilegiada
descaminho. CRIME FORMAL. Deixar de praticar ato de O funcionário pratica, deixa
7) O crime é de ação penal pública incondicionada e ofício ou praticar ato de de praticar ou retarda ato de
será processado perante a Justiça Federal. ofício contra disposição ex- ofício, com infração de dever
8) Em caso de entrada de drogas ou armas, incide o pressa de lei, para satisfazer funcional, cedendo a pedido
princípio da especialidade, aplicando-se a lei de drogas e interesse ou sentimento ou influência de outrem.
o estatuto do desarmamento. pessoal.
9) O agente do contrabando ou descaminho que tem
facilitada a entrada de sua mercadoria pela conduta de Código Penal
um funcionário público pratica o crime previsto no art. 334
do CP. Art.  319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao
Prevaricação preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou si-
milar, que permita a comunicação com outros presos
Código Penal
ou com o ambiente externo:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Art.  319. Retardar ou deixar de praticar, indevida-
mente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou senti- 1) Conduta: o Diretor de Penitenciária ou outro funcio-
mento pessoal: nário público que deixando de cumprir o seu dever funcional
Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, permite ao preso o acesso a aparelhos telefônicos.
e multa. 2) Objeto jurídico: segurança da Administração Pública.
3) Sujeito ativo: funcionário público.
Noções de Direito

1) Conduta: retardar ou deixar de praticar indevidamente 4) Sujeito passivo: Estado e a sociedade como um todo.
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, 5) Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Não se exige o
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. elemento subjetivo específico.
6) Consumação: com a omissão.
Obs. 1: análise dos elementos do tipo penal:
a) Retardar, por exemplo, não expedir uma certidão; Obs.: a famosa “vista grossa”, que significa fingir não ver
b) Deixar de fazer – Conduta que deveria fazer, por exem- o aparelho circulando no estabelecimento penitenciário já é
plo, delegado não instaura Inquérito Policial; suficiente para configuração do crime.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Condescendência Criminosa Advocacia Administrativa

Código Penal Código Penal

Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interes-
responsabilizar subordinado que cometeu infração no se privado perante a administração pública, valendo-
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, -se da qualidade de funcionário:
não levar o fato ao conhecimento da autoridade Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
competente: Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês,
além da multa.
ou multa.
1) Conduta: patrocinar, direta ou indiretamente, interes-
1) Conduta: funcionário público que deixa por indulgên- se privado perante a Administração Pública, valendo-se da
cia de responsabilizar subordinado que cometeu infração no qualidade de funcionário.
exercício do cargo quando possuir competência para tal ou
quando lhe falte competência não levar o fato ao conheci- Obs. 1: o delito ocorre quando um funcionário público
mento da autoridade competente. valendo-se de sua condição defende interesse alheio legítimo
ou ilegítimo perante a Administração.
Obs. 1: o crime pode ser praticado de duas maneiras:
a) funcionário público que deixa por indulgência de res- Obs. 2: não necessita ser na repartição que trabalha,
ponsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício podendo ser em outra e se valer de valendo da qualidade de
do cargo quando possuir competência para tal; funcionário público para obter privilégios (amizades, contatos).
b) funcionário público que deixa por indulgência de co-
municar à autoridade competente infração que subordinado Obs. 3: se estiver defendendo interesse próprio não há
cometeu no exercício do cargo. crime.

Obs. 2: para a configuração deste crime, não há a neces- 2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública.
sidade de que o subordinado seja sancionado pela infração 3) Sujeito ativo: funcionário público. Apesar do nome
não necessita ser praticado por advogado.
cometida, nem tampouco que o superior seja obrigado
4) Sujeito passivo: Estado.
a puni-lo. O que realmente deve ser levado em conta é o 5) Elemento subjetivo do tipo: dolo.
cumprimento do dever funcional do superior em apurar a 6) Consumação: no ato de patrocinar interesse alheio.
responsabilidade do subordinado pela infração, em tese, que CRIME FORMAL.
praticou no exercício do cargo. 7) Tentativa: é admissível.
Obs. 3: o que a move omissão do funcionário público em Violência Arbitrária
apurar a falta de seu subordinado é a indulgência, ou seja,
o sentimento de piedade. Código Penal

Obs. 4: assim, se um fiscal adentra em um estabelecimen- Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou
to comercial e verifica que o mesmo não possui condições a pretexto de exercê-la:
mínimas de higiene para o regular funcionamento e mesmo Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
assim deixa de aplicar uma multa, por sentir pena do pro- além da pena correspondente à Violência.1
prietário, qual crime terá praticado? Mesmo verificando que Abandono de Função
o que moveu a omissão do funcionário público foi o senti-
mento de indulgência, o  proprietário do estabelecimento Código Penal
comercial não é seu subordinado, não havendo que se falar
na ocorrência do crime de condescendência criminosa. Mas Art.  323. Abandonar cargo público, fora dos casos
permitidos em lei:
qual crime este fiscal praticou? No citado exemplo, não há
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês,
menção acerca do recebimento de vantagem indevida, o que ou multa.
de pronto nos leva a descartar a hipótese do crime de cor- § 1º Se do fato resulta prejuízo público:
rupção passiva. Todavia, o que motivou o funcionário público Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,
foi um sentimento pessoal, tendo, portanto ele praticado o e multa.
crime de prevaricação. § 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa
de fronteira:
2) Objeto jurídico: moralidade da administração pública. Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
3) Sujeito ativo: funcionário público.
4) Sujeito passivo: Estado. 1) Conduta: abandonar cargo público fora dos casos
Noções de Direito

5) Elemento subjetivo do tipo: dolo de omissão, mo- permitidos em lei.


tivado pela indulgência. Se deixar de punir por vantagem
indevida será corrupção passiva. Se deixar de punir por Obs. 1: abandonar significa deixar o cargo por tempo
sentimento pessoal será prevaricação. juridicamente relevante. Falta eventual ou desleixo na rea-
6) Consumação: quando o superior toma conhecimento lização do serviço é apenas falta funcional punida na esfera
da infração e nada faz. administrativa.
7) Tentativa: é inadmissível em crimes omissivos pró-
prios. 1
Este dispositivo encontra-se revogado pela Lei nº 4.898/1965.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Obs. 2: muito embora o nome do crime seja abandono de Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
função, somente comete este delito aquele que ocupa cargo. ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
Obs. 3: o abandono por caso fortuito ou força maior não I  – permite ou facilita, mediante atribuição, for-
configuram crime (prisão, doença). necimento e empréstimo de senha ou qualquer
outra forma, o  acesso de pessoas não autorizadas
2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública. a sistemas de informações ou banco de dados da
3) Sujeito ativo: funcionário público que ocupa um cargo Administração Pública;
público. II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
4) Sujeito passivo: Estado. § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Adminis-
5) Elemento subjetivo do tipo: dolo de abandonar. tração Pública ou a outrem:
6) Consumação: com o abandono do cargo por tempo Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
juridicamente relevante, ainda que não traga efetivo prejuízo
para Administração. 1) Conduta: o crime pode ser praticado de duas maneiras:
7) Tentativa: é inadmissível por se tratar de crime omis- a) revelar fato de quem ciência em razão do cargo e que
sivo próprio. deva permanecer em segredo;
8) Formas qualificadas: se do abandono resultar prejuízo, b) Facilitar a revelação de fato de quem ciência em razão
se o fato ocorrer em lugar compreendido na faixa de fronteira.
do cargo e que deva permanecer em segredo.
Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou
Prolongado 2) Objeto jurídico: sigilo das informações da Adminis-
tração Pública.
Código Penal 3) Sujeito ativo: funcionário público e particular que
colabora com a divulgação em coautoria. O particular que se
Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes de limita a tomas conhecimento não pratica o delito.
satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, 4) Sujeito passivo: Estado e particular que sofre o pre-
sem autorização, depois de saber oficialmente que foi juízo com a divulgação.
exonerado, removido, substituído ou suspenso: 5) Elemento subjetivo do tipo: dolo de revelar.
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, 6) Consumação: no momento em que terceiro, que
ou multa. não podia tomar conhecimento, passa a saber, seja outro
funcionário ou particular. CRIME FORMAL. Independe da
1) Conduta: o crime pode ser praticado de duas formas: ocorrência do prejuízo.
a) entrar no exercício de função pública antes de satis- 7) Subsidiariedade explícita: só haverá o presente crime
feitas as exigências legais; se o fato praticado não constituir crime mais grave, por exem-
b) continuar a exercer a função pública, sem autorização, plo, fraude a licitação, crime contra a segurança nacional
depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, etc. Tal regra vem descrita no preceito secundário do crime.
substituído ou suspenso.
Violação do Sigilo de Proposta de Concorrência
Obs. 1: analisaremos as elementares do tipo penal:
a) Entrar no exercício de função pública antes de satis- Código Penal
feitas as exigências legais – o agente já foi nomeado, mas,
ainda, não pode exercer legalmente a função por restarem Art.  326. Devassar o sigilo de proposta de concor-
exigências a serem observadas, como, por exemplo, realiza- rência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo
ção de exame médico ou a posse; de devassá-lo:
b) Continuar no exercício da função – deve o agente ter Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,
sido comunicado oficialmente que foi exonerado, removido, e multa2.
substituído ou suspenso. Deve ser pessoalmente, não bas-
tando à publicação do Diário Oficial.
c) Não há crime continuar exercendo a função de está EXERCÍCIOS
de férias, licença ou aposentado, por falta de previsão legal.
1. (Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2017) Sem-
2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública. pre que a falta de norma regulamentadora torne inviá-
3) Sujeito ativo: na primeira hipótese é o funcionário vel o exercício dos direitos e liberdades constitucionais,
público que foi nomeado e ainda não tomou posse. Na se- conceder-se-á
gunda, o funcionário público que foi exonerado, removido, a) mandado de segurança coletivo.
substituído ou suspenso. b) mandado de injunção.
4) Sujeito passivo: Estado. c) ação de descumprimento de preceito fundamental.
5) Elemento subjetivo do tipo: dolo de entrar ou continuar. d) habeas data.
6) Consumação: com a prática de ato inerente a função e) mandado de segurança.
pública. Crime material.
7) Tentativa: é admissível. 2. (Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2017) Nos
Noções de Direito

termos da Constituição Federal, extinto o cargo, o ser-


Violação de Sigilo Profissional vidor público estável ficará em disponibilidade
a) sem remuneração, até seu adequado aproveitamen-
Código Penal to em outro cargo.
b) com remuneração integral, até seu adequado apro-
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão veitamento em outro cargo.
do cargo e que deva permanecer em segredo, ou
facilitar-lhe a revelação: 2
Este dispositivo encontra-se revogado pela Lei nº 8.666/1993.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) com remuneração proporcional ao tempo de serviço, b) o texto constitucional prevê que os empregados pú-
até serem preenchidas as condições necessárias para blicos das empresas públicas devem se sujeitar ao
sua aposentadoria. mesmo regime jurídico dos servidores públicos, in-
d) com remuneração proporcional ao tempo de serviço, clusive com relação ao exercício do direito de greve.
até seu adequado aproveitamento em outro cargo. c) o Supremo Tribunal Federal, em razão da ausência
e) com remuneração integral, até serem preenchidas de regulamentação do direito de greve do servidor
as condições necessárias para sua aposentadoria. público, entendeu ser livre o seu exercício, sem qual-
quer restrição, descabendo punições aos grevistas.
3. (Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2017) d) o Supremo Tribunal Federal, em recente julgamen-
Sobre os servidores públicos, a Constituição Federal to, decidiu que a Administração Pública deve fazer
estabelece expressamente que o corte do ponto dos grevistas, asseverando a im-
a) ato do chefe do Poder Executivo da União, dos Es- possibilidade de acordo para compensação dos dias
tados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá parados.
estabelecer a relação entre a maior e a menor re-
muneração dos servidores públicos. 6. (Comperve/MPE-RN/Técnico de Administração/2017)
b) lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos O Estado Democrático de Direito, conquista da Moder-
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orça- nidade, traz intrínseca a ideia de direitos e garantias
mentários provenientes da economia com despesas fundamentais aplicáveis a todos os indivíduos. Nesse
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para sentido, a Constituição brasileira prevê, como direito
aplicação no desenvolvimento de programas de qua- fundamental, que
lidade e produtividade. a) nenhum brasileiro será extraditado, mesmo o na-
c) os detentores de mandato eletivo não poderão ser turalizado, na hipótese de crime comum, praticado
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em antes da naturalização.
parcela única. b) a prisão civil por dívida está excluída do ordenamen-
d) a União, os Estados e o Distrito Federal manterão to jurídico.
escolas de governo para a formação e o aperfeiço- c) nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
amento dos servidores públicos, constituindo-se a
podendo a obrigação de reparar o dano e a decre-
participação nos cursos um dos requisitos para a
tação do perdimento de bens ser estendida a seus
manutenção do servidor na carreira.
sucessores.
e) os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publi-
d) a irretroatividade se aplica à seara penal, ainda que
carão semestralmente os valores do subsídio e da
em prejuízo do réu.
remuneração dos cargos e empregos públicos.

4. (Objetiva/Samae de Caxias do Sul-RS/Assistente/2017) 7. (Comperve/MPE-RN/Técnico de Administração/2017)


Considerar a Constituição Federal para responder a As regras para a aposentadoria do servidor público
questão. Em relação aos servidores públicos, analisar são diferenciadas. Dessa forma, algumas peculiarida-
os itens abaixo: des existem para a devida concessão desse benefício.
I – Invalidada por sentença judicial a demissão do servi- Atualmente, de acordo com a Constituição Federal, o
dor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante servidor se aposenta
da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, a) por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo porcionais ao tempo de contribuição, em qualquer
ou posto em disponibilidade com remuneração propor- circunstância.
cional ao tempo de serviço. b) de forma voluntária, desde que cumprido tempo
II – Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
o servidor estável ficará em disponibilidade, com re- público, sem idade mínima para a aposentadoria.
muneração proporcional ao tempo de serviço, até seu c) de forma compulsória, com proventos proporcionais
adequado aproveitamento em outro cargo. ao tempo de contribuição, aos setenta anos de ida-
III – É facultativa a avaliação especial de desempenho de, ou aos setenta e cinco anos de idade, na forma
do servidor público estatutário para a aquisição de es- de lei complementar.
tabilidade. d) por tempo de serviço, calculados os proventos a
partir de seu último salário em atividade, caso seja
Está(ão) correto(s): abrangido pelo regime geral da previdência.
a) Somente o item I.
b) Somente o item II. 8. (Ibade/PC-AC/Agente de Polícia Civil/2017) Leia a seguir
c) Somente os itens I e II. os seguintes artigos enunciados pela CRFB/88 e, a partir
d) Somente os itens II e III. dos respectivos conteúdos, responda.
e) Todos os itens. 1, Artigo 5º, XXXVII: “Inexiste juízo ou tribunal de exce-
ção”.
5. (Comperve/MPE-RN/Técnico de Administração/2017) 2. Artigo 5º, LIII: “Ninguém será processado nem sen-
Noções de Direito

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu diversos tenciado senão pela autoridade competente”.
direitos aos trabalhadores e também aos agentes pú-
blicos. Com relação ao direito de greve e de associação Qual princípio a seguir melhor sintetiza o conteúdo?
sindical dos agentes públicos, a) Razoabilidade.
a) o texto constitucional prevê expressamente o direito b) Do juiz e do promotor natural.
de greve e de livre associação sindical ao servidor c) Ampla Defesa.
público, sendo a primeira norma de eficácia limitada, d) Contraditório.
dependente de lei, e o segundo, autoaplicável. e) Duplo grau de jurisdição.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
9. (Ibade/PC-AC/Agente de Polícia Civil/2017) Epitácio, b) moralidade
brasileiro naturalizado, cometera crime de tráfico ilí- c) efetividade.
cito de drogas, na Itália, antes de sua naturalização. d) publicidade.
Considerando que: 1) A Itália requereu sua extradição e) eficiência.
ao Brasil; 2) Epitácio casou-se com uma brasileira nata
e deste relacionamento adveio um filho, assinale a al- 13. (Cespe/TRE-PE/Técnico Judiciário/Área Administrati-
ternativa correta. va/2017) A respeito dos direitos e deveres individuais
a) Configura o caso hipótese de deportação. Diferen- e coletivos, assinale a opção correta.
temente da extradição e da expulsão, a deportação a) É livre a manifestação do pensamento, seja ela exer-
é a entrega por um Estado a outro, a requerimento cida por pessoa conhecida ou por pessoa anônima.
deste, de pessoa que nele deva respondera processo b) Ninguém pode fazer ou deixar de fazer alguma coisa
penal ou cumprir pena. senão em virtude de lei.
b) A CRFB/88 veda expressamente a extradição de bra- c) Todos poderão reunir-se pacificamente, em locais
sileiro naturalizado em caso de crime comum pra- abertos ao público, desde que haja prévia autoriza-
ticado antes da naturalização, ou de comprovado ção do poder público.
envolvimento em tráfico ilícito de drogas. d) É plena a liberdade de associação para fins lícitos,
c) O STF, em reiteradas decisões, decidiu que s cons- inclusa a de caráter paramilitar.
tituição de filho brasileiro impede a extradição, em e) A expressão de atividade artística é livre, não estando
observância ao princípio do melhor interesse do sujeita a censura ou licença.
menor.
d) A hipótese narrada, no caso em tela, é de expulsão, 14. (Educa/CRQ 19ª Região-PB/Assistente Administrati-
tendo em vista que a CRFB/88 não permite que bra- vo/2017) De acordo com a Constituição Federal, em
sileiro naturalizado tenha cometido crime, por se seu Art.37, a administração pública direta e indireta de
tornar nocivo à conveniência e aos interesses na- qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
cionais. Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
e) Epitácio poderá ser extraditado, tendo em vista que legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
não impede a extradição a circunstância de ser o eficiência e, também, ao seguinte, exceto:
extraditado casado com brasileira ou ter filho brasi- a) Os cargos, empregos e funções públicas são aces-
leiro. síveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros,
10. (UEM/Técnico Administrativo/2017) De acordo com o na forma da lei.
artigo 41 da Constituição Federal, quando os servido- b) A investidura em cargo ou emprego público depende
res nomeados para cargo de provimento efetivo, em de aprovação prévia em concurso público de provas
virtude de concurso público, tornam-se estáveis? ou de provas e títulos, de acordo com a natureza
a) Após quatro anos de efetivo exercício. e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
b) Após três anos da sua convocação. prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e
c) Após três anos de efetivo exercício.
exoneração.
d) Após dois anos da sua convocação.
c) O prazo de validade do concurso público será de até
e) Após dois anos de efetivo exercício.
três anos, prorrogável uma vez, por igual período.
d) Durante o prazo improrrogável previsto no edital de
11. (UEM/Técnico Administrativo/2017) Considerando os
convocação, aquele aprovado em concurso público
princípios e as normas constitucionais da administração
de provas ou de provas e títulos será convocado com
pública, assinale a alternativa correta.
prioridade sobre novos concursados para assumir
a) Os cargos, os empregos e as funções públicas são cargo ou emprego, na carreira.
vedados aos estrangeiros residentes no território e) As funções de confiança, exercidas exclusivamente
nacional. por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os car-
b) Os acréscimos pecuniários de qualquer natureza gos em comissão, a serem preenchidos por servido-
percebidos por servidor público serão computados res de carreira nos casos, condições e percentuais
e acumulados para fins de concessão de acréscimos mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
ulteriores. atribuições de direção, chefia e assessoramento.
c) O prazo de validade do concurso público será de
até três anos, prorrogável por iguais e sucessíveis 15. (Ieses/Cegás/Assistente Técnico/Administração e Finan-
períodos. ças/2017) Assinale como “V” as assertivas verdadeiras
d) É permitida a acumulação remunerada de cargos pú- e “F” as falsas, de acordo com o art. 37 da Constituição
blicos de qualquer natureza, exceto quando houver Federal, que regula a administração pública:
compatibilidade de horários. I – Os cargos, empregos e funções públicas são acessí-
e) É garantido ao servidor público civil o direito à livre veis aos brasileiros que preencham os requisitos esta-
associação sindical. belecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma
da lei.
Noções de Direito

12. (Coseac/UFF/Assistente em Administração/2017) No II – A investidura em cargo ou emprego público depende


art. 37 da Constituição Federal de 1988, estão estabe- de aprovação prévia em concurso público de provas ou
lecidos alguns princípios que deverão ser obedecidos de provas e títulos, de acordo com a natureza e a com-
pela administração pública direta e indireta de qualquer plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
e dos Municípios. São princípios a serem obedecidos declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
os abaixo relacionados, exceto: III – O prazo de validade do concurso público será de
a) legalidade. até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
IV – Durante o prazo prorrogável previsto no edital de prejuízo da remuneração do cargo eletivo e, não
convocação, aquele aprovado em concurso público de havendo compatibilidade, não poderá perceber sua
provas ou de provas e títulos será convocado com prio- remuneração.
ridade sobre novos concursados para assumir cargo ou c) não será afastado do seu cargo, emprego ou função,
emprego, na carreira. mas não receberá sua remuneração, sendo que seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos
a) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. legais, inclusive para promoção por merecimento.
b) Somente as assertivas II e III são verdadeiras. d) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sen-
c) Apenas as assertivas III e IV são falsas. do-lhe facultado optar pela sua remuneração, e seu
d) Somente as assertivas I e IV são verdadeiras. tempo de serviço será contado para todos os efeitos
legais, exceto para promoção por merecimento.
16. (Consulplan/TRF 2ª Região/Técnico Judiciário/2017) e) será afastado do seu cargo, emprego ou função,
“Iliel e Anel travaram intenso debate a respeito da re- sendo-lhe vedado optar pela sua remuneração, e
levância da distinção, para a República Federativa do seu tempo de serviço não será contado durante o
Brasil, do conceito de nacionalidade, em especial sob período do afastamento para nenhum efeito.
o prisma da fruição de direitos e garantias individuais.
Para Iliel, os direitos e garantias individuais são privati- 20. (NC-UFPR/Técnico em Mecânica/2017) Considere os
vos dos brasileiros, natos ou naturalizados. Anel, por sua seguintes direitos e garantias fundamentais:
vez, acresceu que somente quem tem direitos políticos 1 – É garantido o respeito à integridade física e moral
possui direitos e garantias individuais.” À luz do disposto dos presos condenados, independentemente do crime
na Constituição da República, é correto afirmar que cometido.
a) somente a afirmação de Iliel está incorreta. 2 – O registro civil de nascimento e a certidão de óbito
b) as afirmações de Iliel e Anel estão totalmente incor- são gratuitos para os reconhecidamente pobres.
retas. 3 – A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
c) somente a afirmação de Anel está incorreta. réu.
d) as afirmações de Iliel e Anel estão totalmente cor- 4 – É vedada a criação de associação de natureza para-
retas. militar.

17. (Consulplan/TRF 2ª Região/Técnico de enferma- De acordo com a Constituição Federal, estão corretos
gem/2017) “Edson era investigado pela prática de um os itens:
crime e estava com receio de ser julgado por um Juiz Fe- a) 1 e 4 apenas.
deral que considerava seu desafeto. Ao conversar com b) 2 e 3 apenas.
seu amigo Pedro, estudante de direito, foi informado c) 1, 2 e 3 apenas.
que a Constituição da República dispõe, em seu Art. 5º, d) 1, 2 e 4 apenas.
XXXVII, que ‘não haverá juízo ou tribunal de exceção’.” e) 1, 2, 3 e 4.
À luz da sistemática constitucional, o comentário de
Pedro indica que: 21. (IBFC/Polícia Científica-PR/Odontólogo/2017) Consi-
a) A causa de Edson será julgada pelo Juiz Federal que dere as regras básicas aplicáveis ao Direito Penal e ao
a escolher. Direito Processual Penal para assinalar a alternativa em
b) Os critérios de escolha do Juiz Federal devem ante- que não conste crime contra a pessoa.
ceder a prática do crime. a) Homicídio.
c) As regras gerais de competência não admitem exce- b) Aborto.
ção, aplicando-se a todos. c) Feminicídio.
d) A competência de todos os Juízes deve ser detalhada d) Indução a suicídio.
na Constituição, sem exceção. e) Extorsão.

18. (Vunesp/Unesp/Assistente Administrativo/2017) Se- 22. (IBFC/Polícia Científica-PR/Odontólogo/2017) Consi-


gundo a Constituição Federal, sempre que alguém so- dere as regras básicas aplicáveis ao Direito Penal e ao
frer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou co- Direito Processual Penal para assinalar a alternativa
ação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade correta sobre as espécies de infração penal.
ou abuso de poder, conceder-se-á a) Crime e contravenção penal são sinônimos.
a) mandado de segurança. b) No caso de contravenção penal, admitem-se penas
b) alvará de soltura. de reclusão e detenção, enquanto que, para os cri-
c) habeas corpus. mes, admite-se prisão simples.
d) habeas data. c) No caso de crime, admitem-se penas de reclusão
e) mandado de injunção. e detenção, enquanto que, para as contravenções
penais, admite-se prisão simples.
19. (FCC/TRT 11ª Região (AM e RR)/Técnico Judiciário/ d) No caso de contravenção penal, admite-se pena de
Área Administrativa/2017) Sérgio é servidor público da reclusão, enquanto que, para os crimes, admite-se
Administração direta e candidatar-se-á, nas próximas detenção.
eleições municipais, para o cargo de Prefeito. Investido e) No caso de contravenção penal, admite-se pena de
Noções de Direito

no mandato de Prefeito, Sérgio detenção, enquanto que, para os crimes, admite-se


a) será afastado do seu cargo, emprego ou função, reclusão.
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração,
e seu tempo de serviço será contado para todos os 23. (IBFC/Polícia Científica-PR/Odontólogo/2017) Considere
efeitos legais, inclusive para promoção por mereci- as regras básicas aplicáveis ao Direito Penal e ao Direi-
mento. to Processual Penal para assinalar a alternativa correta
b) perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou sobre a pena cabível contra quem fizer afirmação falsa,
função, havendo compatibilidade de horários, sem ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou de C, que morre em razão da violência empregada.
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral. Segundo entendimento consolidado no STJ, A e B
a) Detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. respondem pelo crime de latrocínio (CP, art. 157, §
b) Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. 3º), sem incidência da majoração relativa às causas
c) Prisão simples de 2 (dois) a 3 (três) anos, apenas. de aumento de pena do emprego de arma e do con-
d) Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, apenas. curso de agentes.
e) Detenção de 3 (três) a 4 (quatro) anos e multa. d) Crime de lesões corporais (CP, art. 129): a forma
simples admite transação penal ou suspensão con-
24. (IBFC/Câmara de Franca-SP/Advogado/2016) Constitui dicional do processo; a forma qualificada, que resulte
crime contra as finanças públicas: em debilidade permanente de membro, não admite
a) propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não transação penal e admite suspensão condicional do
contenha as metas fiscais na forma da lei. processo; a forma qualificada, que resulte em defor-
b) ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, midade permanente, não admite transação penal ou
interno ou externo, sem prévia autorização legisla- suspensão condicional do processo.
tiva. e) O crime de violação de domicílio (CP, art. 150), em
c) deixar de expedir ato determinando limitação de suas formas simples ou qualificada, é de ação penal
empenho e movimentação financeira, nos casos e pública incondicionada; o crime de estupro (CP, art.
condições estabelecidos em lei. 213), em sua forma simples, praticada contra vítima
d) deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo maior de 18 (dezoito) anos, é de ação penal pública
e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal, condicionada à representação; o crime de exercício
nos prazos e condições estabelecidos em lei. arbitrário das próprias razões (CP, art. 345), sem uti-
lização de violência, é de ação penal privada.
25. (IBFC/Câmara de Franca-SP/Advogado/2016) Constitui
crime próprio, contra a administração pública, no qual 29. (Cetro/TJ-RJ/Titular de Serviços de Notas e de Regis-
se exige do sujeito ativo a qualidade jurídica especial tros/2017) Acerca da aplicação da lei penal no tempo,
de funcionário público: em especial, abolitio criminis, assinale a alternativa
a) Tráfico de Influência. correta.
b) Usurpação de função pública. a) A anistia ou cancelamento de infração disciplinar
c) Corrupção ativa. ou criminal de servidor público estadual configura
d) Facilitação de contrabando ou descaminho. hipótese de aplicação de abolitio criminis, estando,
portanto, sob competência exclusiva da União para
26. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) efeito de concessão do benefício, de acordo com o
Majoritariamente entende-se que, de acordo com o entendimento do STF.
conceito analítico, crime é um: b) A Lei nº 11.343/2006, que trata de tráfico de drogas,
a) Fato típico e antijurídico. ao revogar a Lei nº 6.368/1976, anterior, aponta para
b) Fato antijurídico e culpável. a existência de abolitio criminis ao deixar de prever
c) Fato típico, antijurídico e culpável. que a associação eventual de menores de 21 (vinte
d) Fato típico, antijurídico, culpável e punível. e um) anos incorra em causa de aumento de pena.
c) A chamada “despenalização” da conduta de porte de
27. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) drogas, de acordo com o entendimento jurispruden-
O crime de peculato tem a seguinte descrição típica: cial do STF, constitui hipótese de abolitio criminis.
“apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor d) Abolitio criminis tem efeito retroativo, atingindo,
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de inclusive, os processos em fase de execução penal
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em e afastando os efeitos civis de reparação do dano
proveito próprio ou alheio”. Quanto ao sujeito ativo ele causado.
pode ser classificado como um crime: e) A revogação do artigo do Código Penal que tratava
a) Próprio. do delito de atentado violento ao pudor configura-
b) Impróprio. abolitio criminis, uma vez que a modificação legal
c) Plurissubjetivo. posterior não deteve o condão de unificar este tipo
d) De mão própria. penal com o de estupro.

28. (MPE-PR/Promotor de Justiça/2017) Analise as asser- 30. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Sobre a doutri-
tivas relacionadas a crimes previstos na Parte Especial na da ação finalista, tal qual formulada por Hans Welzel,
do Código Penal, e assinale a alternativa incorreta. é correto afirmar que:
a) Crime de homicídio (CP, art. 121): se praticado con- a) o tipo, para Welzel, é objetivo e neutro, ao passo em
tra ascendente, constitui homicídio simples com cir- que o injusto é uma criação normativa, propiciada
cunstância agravante; se praticado contra criança, por juízos de valor que teriam como norte o objetivo
constitui homicídio simples majorado por causa de almejado pelo legislador, seja a proteção de bens
aumento de pena; se praticado contra mulher por jurídicos, seja outra situação estatal de conveniência.
razões da condição de sexo feminino, constitui ho- b) para a teoria finalista de Welzel. ação é uma ma-
micídio qualificado. nifestação da personalidade, que abrange todos
Noções de Direito

b) A escusa absolutória, como fundamento de isenção os acontecimentos atribuíveis ao centro de ação


de pena de natureza pessoal, é aplicável, por exem- psíquico-espiritual do homem, não distinguindo a
plo, para os crimes de furto (CP, 155, caput), apro- manifestação da personalidade da realização de um
priação indébita (CP, art. 168, caput) e estelionato propósito.
(CP, art. 171, caput), quando praticados em prejuízo c) a direção final de uma ação se dá em duas fases, que
de cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. nas ações simples se entrecruzam, a saber, uma que
c) A e B, em concurso de agentes e munidos de arma ocorre na esfera do pensamento, com a antecipação
de fogo, utilizam de violência para subtrair valores do fim a realizar, a seleção dos meios necessários à

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sua realização e a consideração dos efeitos simul- b) não comete crime de calúnia quem. com intenção de
tâneos decorrentes dos fatores causais eleitos; e a ampliar a lesão à honra do ofendido, propala ou di-
concretização da ação no mundo real, de acordo com vulga a imputação prévia feita por outrem, sabendo
a projeção mental. da falsidade da imputação, hipótese capaz de gerar
d) ora a ação é apresentada como comportamento hu- apenas responsabilidade civil.
mano socialmente relevante, ora como fenômeno c) xingar um nomem casado de “corno” ou “cornudo”
social, em modelos nos quais a finalidade humana é uma hipótese de injúria reflexa, dando azo ao con-
é apresentada como um fator formador de sentido curso formal de crimes.
da realidade social. d) o crime de calúnia pressupõe a falsidade da impu-
e) a teoria foi desenvolvida a partir de modelos ditados tação, cuja ciência deve integrar o dolo do agente,
pelo método científico de Descartes, com as con- de modo que somente se admitirá dolo direto no
tribuições positivistas de pensadores como Comte, referido delito.
resultando em uma formulação na qual o conteúdo e) escarnecer de alguém por motivo de crença e de
da vontade é dissociado do processo causal que de- forma privada caracteriza crime de ultraje a culto,
sencadeia a vontade no mundo exterior. que prevalecerá sobre o crime de injúria.

31. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Atendendo 34. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Setembrino,


ao pedido do marido que se encontra preso, Silmara, oficial de Justiça, recebe ligação de um amigo, o qual
durante visita, ingressa no presídio com um aparelho solicita a protelação do cumprimento de certa decisão
de telefonia móvel, entregando-o ao cônjuge. Saliente- judicial. A fim de atender ao pedido do amigo, o funcio-
-se que o ingresso do aparelho só foi possível porque o nário público retarda o ato de ofício. Nesse contexto, é
agente penitenciário Ferdinando, ao se distrair, esque- correto dizer que Setembrino cometeu:
ceu de revistar a bolsa que Silmara trazia consigo. Dias a) mero ato de improbidade administrativa.
depois, o detento Josimar pede ao marido de Silmara b) desobediência.
para usar o aparelho de telefonia, sendo certo que, c) corrupção passiva majorada.
durante a ligação, Josimar é flagrado pelo diretor da d) corrupção passiva privilegiada.
penitenciária , que apreende o aparelho. Considerando e) prevaricação.
que o art. 180 do Código Penal incrimina a receptação;
que o art. 319 do CP traz em seu bojo o delito de pre- 35. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Naiara, ado-
varicação; que o art. 319-A contempla a prevaricação lescente, ao chegar à própria casa depois do colégio,
encontra seu pai caído, com um ferimento na cabe-
imprópria; e que o art. 349- A do CP prevê a conduta
ça, aparentemente produzido por disparo de arma de
de favorecimento real impróprio, é correto afirmar que:
fogo realizado por ele mesmo, todavia ainda respiran-
a) Silmara praticou o crime do art. 349-A do Código
do. Desesperada, corre até a casa de seu tio Hermínio,
Penal; o agente penitenciário não praticou crime;
cunhado da vítima, solicitando ajuda. Como houvera
Josimar praticou o crime do art. 180 do Código Penal. uma rusga entre Hermínio e a vítima, aquele se recusa a
b) Silmara praticou o crime do art. 349-A do Código Pe- prestar auxílio, limitando-se a dizer à sobrinha: “tomara
nal; o agente penitenciário e Josimar não praticaram que morra”. Naiara, então, vai à casa de um vizinho, que
crime. se compromete a ajudá- la. Ao retornarem ao local do
c) Silmara não praticou crime: o agente penitenciário fato, encontram a vítima ainda viva, mas dando seus
cometeu o crime do art. 319 do Código Penal; Josi- últimos suspiros, vindo a óbito em menos de um mi-
mar praticou o crime do art. 180 do Código Penal. nuto. Do momento em que Naiara viu a vítima ferida
d) Silmara praticou o crime do art. 349-A do Código até sua morte não transcorreram mais do que quinze
Penal; o agente penitenciário cometeu o crime do minutos. Realizado o exame cadavérico, o laudo peri-
art. 319-A do Código Penal; Josimar praticou o crime cial indica que o ferimento seria inexoravelmente fatal,
doart. 180 do Código Penal. ainda que o socorro tivesse sido prestado de imediato.
e) Silmara praticou o crime do art. 349-A do Código Nesse contexto, com base nos estudos sobre a omissão
Penal; o agente penitenciário cometeu o crime do e acerca do bem jurídico-penal, é correto afirmar que
art. 319 do Código Penal; Josimar praticou o crime a conduta de Hermínio caracteriza:
doart. 180 do Código Penal. a) homicidio qualificado.
b) induzimento. instigação ou auxílio ao suicídio.
32. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Alcides, admi- c) homicídio culposo.
nistrador de um cemitério, percebendo que, depois de d) conduta atípica.
uma chuva torrencial, ossos anteriormente sepultados e) omissão de socorro.
em uma cova rasa ficaram expostos, decide levar para
sua casa o crânio que compunha aquele esqueleto. Assi- 36. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Jomar alega
nale a alternativa que corretamente indica a subsunção ser capaz de influir na decisão a ser tomada por um
de seu comportamento à norma penal. Juiz de Direito, solicitando certa quantia em dinheiro a
a) Conduta atipica Ovídio para garantir uma sentença favorável aos interes-
b) Subtração de cadáver ses deste. Jomar insinua, ainda, que parte do dinheiro
c) Apropriação indébita será direcionada ao Juiz. Considerando que todas as
d) Furto alegações são fraudulentas, majoritariamente se afirma
Noções de Direito

e) Vilipêndio a cadáver que a conduta de Jomar:


a) é atípica.
33. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Acerca dos b) configura crime de estelionato.
crimes contra a honra, é correto afirmar que: c) afeta a honra objetiva do magistrado, existindo ca-
a) apenas a calúnia, considerados todos os crimes con- lúnia.
tra a honra, pode ter a pessoa morta como sujeito d) caracteriza exploração de prestigio.
passivo do delito, hipótese em que o bem jurídico e) se subsome ao tipo penal que prevê o tráfico de
atingido será a honra objetiva ou externa do morto. influência.

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37. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Horácio, trafi- a) homicídio culposo, feminicídio majorado, na forma
cante de drogas, é integrante de uma facção criminosa tentada, e aborto, na forma tentada.
instalada em certa comunidade carente. Lucinda, ao b) aborto, na forma tentada, e feminicidio majorado.
seu turno, mora em comunidade dominada porfacção c) homicídio culposo e aborto, na forma tentada.
criminosa rival. Devido ao preço do aluguel, Lucinda se d) feminicídio majorado.
muda para a mesma comunidade de Horácio, que, ao e) aborto, na forma tentada, e homicídio.
descobrir a origem de Lucinda, decide matá-la. Assim,
usando uma arma de fogo adquirida exclusivamente 42. (Ibade/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil/2017) Desejando
para aquela finalidade, Horácio vai à casa de Lucinda e roubar um estabelecimento comercial, Celidônio rouba
derruba a porta. Após percorrer alguns cômodos, Horá- primeiramente um carro, deixando-o ligado em fren-
cio descobre o quarto de seu alvo, encontrando Lucinda te ao estabelecimento para a facilitação de sua fuga.
sentada em uma cadeira de rodas. Só então descobre Quando Celidônio se afasta, Arlindo casualmente passa
que a mulher é tetraplégica. Não obstante, Horácio co- pelo local e, vendo o veículo ligado, opta por subtraí-
loca em prática sua intenção criminosa e mata a vítima -lo, dirigindo ininterruptamente até ingressar em outro
com um tiro na testa. Considerando apenas as informa- Estado da Federação. Nesse contexto, é correto falar
ções contidas no enunciado, pode-se dizer que Horácio que Arlindo cometeu crime de:
praticou crime de: a) receptação.
a) feminicídio majorado. b) furto qualificado.
b) homicídio qualificado pelos motivos determinantes c) roubo.
e pelo modo de execução. d) furto.
c) homicídio qualificado pelos motivos determinantes. e) roubo majorado.
d) homicídio qualificado pelo modo de execução.
e) feminicídio. 43. (Ibade/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil/2017) Encami-
nhar uma mensagem de texto a um policial civil que
38. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Apropriar-se se encontra em outro município, xingando-o de ladrão,
de coisa que está em sua detenção - embora vigiada -, configura crime de:
com dolo de assenhoramento surgido posteriormente a) calúnia.
ao recebimento da coisa e valendo-se de concurso de b) desacato.
pessoas na execução da conduta, configura crime de: c) injúria.
a) furto qualificado. d) difamação.
b) apropriação indébita. e) denunciação caluniosa.
c) apropriação indébita qualificada.
d) furto. 44. (Ibade/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil/2017) Abigail, de-
e) estelionato. pois de iniciado parto caseiro, mas antes de completá-
-lo, sob influência do estado puerperal, mata o próprio
39. (Ibade/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil/2017) O delito filho. Abigail praticou crime de:
de sequestro ou cárcere privado é classificado como a) consentimento para o aborto.
crime: b) homicídio.
a) permanente e de perigo. c) homicídio qualificado.
b) continuado e de perigo. d) infanticídio.
c) permanente e de dano. e) autoaborto.
d) habitual e de perigo.
e) continuada e de dano. 45. (Ieses/CRMV-SC/Advogado/2017) Dos crimes contra a
administração pública encontramos a seguinte defini-
40. (Ibade/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil/2017) Sobre o ção para um dos delitos: “Exigir, para si ou para outrem,
crime de receptação, é correto afirmar que: direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
a) não é possível a receptação que tenha como crime antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
prévio uma outra receptação.
devida”. Aponte qual o tipo penal correto:
b) a receptação qualificada admite a modalidade cul-
a) Concussão.
posa.
b) Excesso de exação.
c) cuida-se de crime subsidiário ao delito de favoreci-
c) Corrupção passiva.
mento real.
d) Peculato.
d) majoritariamente, entende-se que. se a infração pe-
nal prévia for um ato infracional, não há receptação,
pois esta tem como objeto material o produto de um 46. (VUNESP/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2017)
crime. É direito constitucional dos trabalhadores urbanos e
e) aquele que encomenda a prática de crime patrimo- rurais:
nial prévio não responde por receptação ao receber a) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
para si o produto do crime. salário, com a duração de cento e oitenta dias.
b) remuneração do serviço extraordinário superior em,
41. (Ibade/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil/2017) Terêncio, no mínimo, trinta por cento à do serviço normal.
Noções de Direito

em razão da condição de sexo feminino, efetua disparo c) seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do em-
de arma de fogo contra sua esposa Efigênia, percepti- pregador, sem excluir a indenização a que este está
velm ente grávida, todavia atingindo, por falta de ha- obrigado quando incorrer em dolo ou culpa.
bilidade no manejo da arma, Nereu, um vizinho, que d) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, no
morre imediatamente. Desconsiderando os tipos penais máximo de trinta dias, nos termos da lei.
previstos no Estatuto do Desarmamento e levando em e) assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
conta apenas as informações contidas no enunciado, nascimento até os 06 (seis) anos de idade em creches
é correto afirmar que Terêncio praticou crime(s) de: e pré-escolas.

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47. (VUNESP/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2017) Ma- 51. (FCC/TRT 24ª Região (MS)/Técnico Judiciário/Área
ria, brasileira, estava grávida quando viajou para a Ale- Administrativa/2017) Silmara, brasileira naturalizada,
manha. Em virtude de complicações de saúde, seu bebê verificou a Constituição Federal brasileira a respeito de
nasceu antes do tempo, quando Maria ainda estava na possível extradição de brasileiro naturalizado. Assim,
Alemanha. Considerando apenas os dados apresenta- constatou que, dentre os direitos e deveres individuais
dos, pode-se afirmar que, nos termos da Constituição e coletivos, está previsto que
Federal, o filho de Maria será considerado a) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturali-
a) brasileiro nato, bastando que venha a residir na Re- zado, em caso de crime comum, praticado antes ou
pública Federativa do Brasil. depois da naturalização, ou de comprovado envol-
b) brasileiro nato se Maria estiver, na Alemanha, a ser- vimento em milícia armada e grupos guerrilheiros.
viço da República Federativa do Brasil. b) a extradição de qualquer brasileiro, seja ele naturali-
c) brasileiro nato, bastando que o pai do bebê também zado ou não, consta em diversas hipóteses taxativas
seja brasileiro, nato ou naturalizado. do artigo 5o da Carta Magna.
d) brasileiro naturalizado desde que opte, em qualquer c) a extradição de qualquer brasileiro, seja ele natu-
ralizado ou não, somente poderá ocorrer em caso
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacio-
de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
nalidade brasileira.
entorpecentes e drogas afins.
e) brasileiro nato, pois Maria é brasileira.
d) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natura-
lizado, em caso de crime comum, praticado antes
48. (Fundep (Gestão de Concursos)/CRM-MG/Agente Ad- da naturalização, ou de comprovado envolvimento
ministrativo/2017) Sobre o direito fundamental de as- em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
sociação, tal como previsto na Constituição brasileira, forma da lei.
é correto afirmar: e) a extradição de qualquer brasileiro, seja ele natu-
a) As associações só poderão ser dissolvidas e ter suas ralizado ou não, somente poderá ocorrer em caso
atividades suspensas após o devido processo legal de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
no âmbito de processo judicial ou administrativo. entorpecentes e drogas afins, envolvimento em mi-
b) A obrigatoriedade da associação de determinadas lícia armada e grupos guerrilheiros e prática de ato
categorias profissionais depende de previsão legal. de terrorismo.
c) A criação de associações e, na forma da lei, a de
cooperativa independem de autorização, vedada a 52. (FCC/TRT 24ª Região (MS)/Técnico Judiciário/Área Ad-
interferência estatal em seu funcionamento. ministrativa/2017) A Constituição Federal prevê, ex-
d) As entidades associativas não têm legitimidade para pressamente, dentre os direitos sociais, que é direito
representar seus filiados judicialmente, podendo dos trabalhadores urbanos e rurais, a
fazê-lo extrajudicialmente, desde que autorizadas. a) redução do salário proporcional a diminuição do
trabalho limitada em 10%.
49. (Fundep (Gestão de Concursos)/CRM-MG/Agente de b) redução do salário proporcional a diminuição do
Fiscalização/2017) Segundo o art. 1º da Constituição, trabalho limitada em 30%.
a República Federativa do Brasil é formada pela união c) redução do salário proporcional a diminuição do
indissolúvel dos estados e municípios e do Distrito Fe- trabalho limitada em 15%.
deral, constituindo-se em Estado democrático de direito d) irredutibilidade do salário, salvo o disposto em acor-
que se baseia nos seguintes fundamentos: do coletivo, sendo vedada a convenção coletiva es-
a) soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, tipular qualquer tipo de redução salarial.
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e plu- e) irredutibilidade do salário, salvo o disposto em con-
ralismo político. venção ou acordo coletivo.
b) soberania, participação popular direta, dignidade da
53. (FCC/TRT 24ª Região (MS)/Técnico Judiciário/Área Ad-
pessoa humana e liberdade associativa e partidária.
ministrativa/2017) A Constituição Federal de 1988 pre-
c) cidadania, pluralismo político, fraternidade e tran-
vê expressamente uma série de disposições normativas
sitoriedade do exercício do poder político
trabalhistas que, segundo a doutrina, pode ser conside-
d) soberania, solidariedade e justiça, defesa da paz e rada como patamar mínimo civilizatório do trabalhador.
autodeterminação dos povos. Entre outros direitos trabalhistas, a Constituição Federal
de 1988 prevê, expressamente, o direito
50. (Comperve/MPE-RN/Técnico de Administração/2017) a) ao adicional de sobreaviso e de prontidão e a redu-
Os objetivos fundamentais da república brasileira são ção dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
metas que o Estado deve promover com força vincu- normas de saúde, higiene e segurança.
lante e imediata, servindo como norte a ser seguido b) ao adicional de horas extras e observância da pro-
em toda e qualquer atividade estatal. Nessa acepção, porcionalidade para contratação de empregado es-
a Constituição Federal aponta, expressamente, como trangeiro.
objetivo fundamental a promoção c) ao seguro-desemprego, em caso de desemprego
Noções de Direito

a) do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, voluntário ou não, e gozo de intervalo para refeição
sexo e cor. e descanso na forma da lei.
b) de uma sociedade livre, justa e solidária com repúdio d) à proteção do mercado de trabalho da mulher, me-
ao racismo e ao terrorismo. diante incentivos específicos, nos termos da lei, e
c) da erradicação da miséria e da marginalização e da ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
redução da desigualdade nacional. sendo no mínimo de trinta dias, conforme previsão
d) da autodeterminação dos povos e dos direitos hu- legal.
manos. e) ao intervalo intrajornada e interjornada.

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54. (Cespe/TRE-PE/Técnico Judiciário/Área Administrativa/ de Vereador, filho do Governador do Estado em que
2017) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios possui domicílio eleitoral, poderá, à luz da Constituição
para Federal, candidatar-se, na esfera
a) maiores de setenta e cinco anos de idade. a) municipal, à reeleição para Vereador, apenas, sem
b) maiores de dezoito anos de idade. precisar para tanto renunciar ao respectivo mandato.
c) maiores de dezesseis e menores de dezoito anos de b) municipal, a Prefeito, apenas, desde que renuncie ao
idade. respectivo mandato até seis meses antes do pleito
d) analfabetos. c) municipal, à reeleição para Vereador ou a Prefeito,
e) maiores de setenta anos de idade. devendo, neste último caso, renunciar ao respectivo
mandato até seis meses antes do pleito.
55. (FCC/TRT 11ª Região (AM e RR)/Técnico Judiciário/Área d) estadual, a Deputado Estadual, mas não a Gover-
Administrativa/2017) Péricles candidatou-se ao cargo nador do Estado, estando ainda impossibilitado de
de Governador de determinado Estado e ganhou as concorrer a mandatos na esfera municipal.
eleições em primeiro turno. No dia seguinte à sua di- e) estadual, a Governador do Estado, mas não a De-
plomação, descobriu-se que foi eleito mediante corrup- putado Estadual, estando ainda impossibilitado de
ção. De acordo com a Constituição Federal, o mandato concorrer a mandatos na esfera municipal.
eletivo de Péricles
a) poderá ser impugnado ante a Justiça Federal, no 59. (FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Área Administrativa/
prazo de 15 dias contados da diplomação, instruída 2017) Nos termos da Constituição Federal, o filho de pai
a ação com provas da corrupção. brasileiro e mãe estrangeira, nascido no exterior, será
b) não poderá ser impugnado, tendo em vista que já a) estrangeiro, em qualquer hipótese.
houve a diplomação, mas poderá sofrer as sanções b) brasileiro naturalizado, desde que resida no Brasil
criminais cabíveis. por dez anos ininterruptos, sem condenação penal,
c) poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral, no e requeira a nacionalidade brasileira.
prazo de 30 dias contados da diplomação, instruída c) brasileiro nato, se, quando de seu nascimento, o pai
a ação com provas da corrupção. estiver a serviço da República Federativa do Brasil.
d) poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral, ape- d) brasileiro nato, desde que, quando de seu nascimen-
nas no prazo de 20 dias após a sua posse, instruída to, a mãe não esteja a serviço de seu país de origem.
a ação com provas da corrupção, pois antes dela não e) brasileiro naturalizado, desde que registrado em re-
há mandato a ser impugnado. partição brasileira competente ou venha a residir no
e) poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral, no Brasil e opte, a qualquer tempo, depois de atingida
prazo de 15 dias contados da diplomação, instruída a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
a ação com provas da corrupção.
60. (FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Área Administrativa/
56. (VUNESP/UNESP/Assistente Administrativo/2017) Nos 2017) Os direitos ao décimo terceiro salário com base
termos do que dispõe a Constituição Federal a respei- na remuneração integral ou no valor da aposentado-
to dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, é ria, à remuneração do serviço extraordinário superior,
correto afirmar que o menor de idade no mínimo, em cinquenta por cento à do normal e à
a) pode trabalhar legalmente em qualquer tipo de ser- redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
viço, a partir de dezesseis anos, incluído o trabalho normas de saúde, higiene e segurança, são todos as-
noturno. segurados, na Constituição Federal, aos
b) está proibido de exercer qualquer trabalho antes a) trabalhadores urbanos e rurais, mas não aos do-
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, mésticos, nem aos servidores ocupantes de cargo
a partir de doze anos. público.
c) está proibido de exercer qualquer trabalho antes de b) trabalhadores urbanos e rurais, bem como aos do-
dezoito anos, salvo na condição de aprendiz, a partir mésticos e aos servidores ocupantes de cargo público.
de dezesseis anos. c) trabalhadores urbanos e rurais, bem como aos do-
d) não pode exercer trabalho noturno, perigoso ou in- mésticos, mas não aos servidores ocupantes de car-
salubre antes de completar dezoito anos de idade. go público.
e) é livre para exercer qualquer tipo de trabalho, diurno d) trabalhadores domésticos, mas não aos urbanos e
ou noturno, exceto insalubre ou perigoso, a partir rurais, nem aos servidores ocupantes de cargo pú-
de dezesseis anos de idade. blico.
e) servidores ocupantes de cargo público, mas não aos
57. (VUNESP/UNESP/Assistente Administrativo/2017) Confor- trabalhadores urbanos e rurais, nem aos domésticos.
me estabelece a Constituição Federal, são dois exem-
plos de cargos públicos privativos de brasileiro nato: 61. (FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Área Administrativa/
a) de Ministro do Supremo Tribunal Federal e de oficial 2017) Seria incompatível com a Constituição Federal a
das Forças Armadas. constituição de associação sindical
b) de Deputado Federal e de Presidente da República. a) por servidores públicos civis.
Noções de Direito

c) de Senador da República e de Ministro de Estado da b) em base territorial compreendendo a área de dois


Defesa. Municípios.
d) de Deputado Federal e de Deputado Estadual. c) que outorgasse a aposentados filiados o direito de
e) de Vereador e da carreira diplomática. votarem e de serem votados.
d) cuja Assembleia Geral fixasse contribuição, exigível
58. (FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Área Administrativa/ de seus filiados, para custeio do sistema confedera-
2017) Brasileiro naturalizado, com 25 anos de idade, tivo de representação sindical respectiva, indepen-
pela segunda vez consecutiva no exercício do mandato dentemente da contribuição prevista em lei.

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e) que estabelecesse a filiação automática de traba- Estão corretos:
lhadores da categoria que representa, quando de a) Os incisos I, II, IV e V.
sua contratação por empresa sediada em sua base b) Os incisos I, II, III e IV.
territorial. c) Os incisos II, IV, V e VI.
d) Nenhuma das alternativas.
62. (NC-UFPR/UFPR/Técnico em Mecânica/2017) Assinale
a alternativa que indica apenas direitos sociais na Cons- GABARITO
tituição Federal.
a) Educação, lazer e previdência social. 1. b 18. c 35. d 52. e
b) Trabalho, propriedade e inviolabilidade de domicílio. 2. d 19. d 36. d 53. d
c) Educação, moradia e acesso à jurisdição. 3. b 20. e 37. c 54. b
d) Trabalho, liberdade de expressão e lazer. 4. c 21. e 38. a 55. e
e) Acesso à jurisdição, propriedade e saúde. 5. a 22. c 39. c 56. d
6. c 23. b 40. e 57. a
63. (MPE-RS/Secretário de Diligências/2017) De acordo 7. c 24. b 41. b 58. a
com o tratamento constitucional dispensado aos di- 8. b 25. d 42. b 59. c
reitos políticos e à nacionalidade, assinale a alternativa 9. e 26. c 43. c 60. b
incorreta. 10. c 27. a 44. d 61. e
a) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para 11. e 28. b 45. a 62. a
os maiores de dezoito anos. 12. c 29. b 46. c 63. b
b) Os analfabetos são inalistáveis e inelegíveis. 13. e 30. c 47. b 64. a
c) Não podem alistar-se como eleitores, os estrangeiros 14. c 31. b 48. c 65. b
e, durante o período do serviço militar obrigatório, 15. a 32. a 49. a
os conscritos. 16. b 33. c 50. a
d) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de 17. b 34. d 51. d
pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que re-
gistrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil
e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.
e) São privativos de brasileiro nato os cargos de Mi-
nistro do Supremo Tribunal Federal e de Oficial das
Forças Armadas.

64. (Instituto Excelência/SAAE de Barra Bonita-SP/Almoxa-


rife/2017) Com referência na Constituição da República
Federativa do Brasil TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDA-
MENTAIS Art. 1º A República Federativa do Brasil, for-
mada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos. Assinale a alter-
nativa correta que apresenta os fundamentos:
a) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa
humana; os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa; o pluralismo político.
b) prevalência dos direitos humanos; a soberania; a ci-
dadania; a dignidade da pessoa humana; os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa.
c) prevalência dos direitos humanos; a soberania; a
cidadania; solução pacífica dos conflitos; repúdio
ao terrorismo e ao racismo.
d) Nenhuma das alternativas.

65. (Instituto Excelência/SAAE de Barra Bonita-SP/Almoxa-


rife/2017) Sobre a Constituição da República Federativa
do Brasil Título I – Dos Princípios Fundamentais, art.
3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Noções de Direito

II - garantir o desenvolvimento nacional;


III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz.

128

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Direitos Humanos e Cidadania

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:


Dos princípios fundamentais (artigos 1 ao 4). Direitos e garantias fundamentais (artigos 5 ao 16). Da segurança
pública (artigo 144)........................................................................................................................................................... *

Direitos Humanos:
Concepções. O Estado e as garantias à pessoa em privação de liberdade...................................................................... **
Carta das Nações Unidas (1945): art. 1º e art.55. 2.4. Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada
e proclamada pela Resolução 217-A (III) – da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de
1948): universalidade, igualdade e não discriminação (artigos 1º, 2º e 7º); direito à vida, à liberdade e à
segurança (art. 3º); direito de ir e vir e proibição de prisão arbitrária (arts. 9º e 13); asilo (art. 14)................................3

Convenção para a prevenção e a repressão do crime de genocídio:


conceito de genocídio (art.2º), responsabilidade (art.4º), genocídio e extradição (art.13)..............................................6

* Este conteúdo encontra-se na matéria Noções de Direito.


** Este conteúdo encontra-se na matéria Noções de Direito.

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Direitos Humanos e Cidadania
Welma Maia

DIREITOS HUMANOS códigos e legislações e que têm força vinculativa enquanto


estiverem ao máximo expressos na “letra da lei”. A margem
Sabe‑se que a conceituação dos Direitos Humanos apre- de interpretação é exígua e somente podem ser invocados
senta uma diversidade de interpretações e concepções, justi- se o objeto, quem pode demandá‑los e quem pode ser
ficada pelo fato de que o “conteúdo dos Direitos Humanos é demandado por ele estiverem definidos. Faltando qualquer
marcadamente político e ideológico, não existindo uma unifor- um destes componentes fica inviabilizada sua efetivação, por
midade conceitual sobre o tema.” (DORNELLES, 2005; p. 121). mais importante que seja o conteúdo em questão.
Apresentamos a seguir, os traços gerais das concepções Em termos jurídicos, esta discussão aparece num debate
clássicas de direitos humanos elaborada por Paulo César muito comum que põe em comparação os direitos humanos
Carbonari1. e os direitos fundamentais. Em resumo, a ideia defendida
pelos adeptos da teoria dos direitos fundamentais é que
Concepção Naturalista somente são direitos humanos exigíveis aqueles que forem
incorporados na legislação como direitos fundamentais, fora
Do ponto de vista naturalista os direitos humanos são vis- desta possibilidade os direitos humanos não têm força mais
tos como direitos naturais, inerentes à natureza humana. Por do que como orientação doutrinária e moral.
consequência, não passíveis de qualquer consensualização
e, portanto, exigindo, pura e simplesmente, seu reconhe- Concepção Histórico‑Crítica
cimento e proteção. Este tipo de concepção está presente
no Direito e na Filosofia modernos, por mais que muitas de A concepção histórico‑crítica dos direitos humanos os
suas raízes possam ser localizadas já na época clássica grega, entende como construção histórica marcada pelas contra-
romana e medieval. dições e condições da realidade social. Reconhece as liber-
O conceito clássico de natureza humana entende o ser dades fundamentais, mas entende que sua garantia exige
humano essencialmente como ser social. O reconhecimen- estrutura e condições sociais, econômicas e culturais que
to de seus direitos ocorre somente na sociedade. Fora da possam torná‑las efetivas para todos.
sociedade não há cidadania em sentido estrito. É ela que A igualdade é complemento da liberdade, como condição
garante ao ser humano a realização em plenitude. Têm fundamental da garantia dos direitos. Igualdade deixa de ser
direitos, portanto, somente aqueles que estão nela, já que princípio formal para se transformar em condição histórica
sua natureza é essencialmente social – escravos e mulheres de garantias estruturais.
não são, por isso, sujeitos de direitos. Nesta concepção, perde‑se a vinculação dos direitos
humanos a uma natureza humana, já que ela própria é
Concepção Liberal entendida como construção histórica. A  humanidade não
é, portanto, uma entidade ou um produto. Direitos hu-
Uma concepção liberal de direitos humanos entende os manos são construção histórica, assim como é histórica a
direitos humanos como garantia das liberdades fundamen- construção da dignidade humana. Entende que o núcleo
tais. A medida do direito já não é a natureza, mas a liberdade. conceitual dos direitos humanos radica na busca de realiza-
Se, de um lado, a natureza determina a liberdade, a liber- ção de condições para que a dignidade humana seja efetiva
dade, por outro, e aqui está o centro da força, determina a na vida de cada pessoa, ao tempo em que é reconhecida
natureza, promovendo, inclusive sua modificação. como valor universal. A dignidade não é um dado natural
A concepção liberal também tem uma noção forte de ou um bem (pessoal ou social). A dignidade é a construção
indivíduo, não mais como entidade anterior e determinante
de reconhecimento e, portanto, luta permanente contra a
do social (construído compulsoriamente), mas como agente
exploração, o domínio, a vitimização, a exclusão. É luta per-
da liberdade. É em nome da liberdade que os indivíduos se
manente pela emancipação, profundamente ligada a todas
associam, criam e se submetem a determinadas regras de
as lutas libertárias construídas ao longo dos séculos pelos
convivência. São caros aos liberais três princípios fundamen-
tais: o da igualdade formal de todos ante a lei, a regra de oprimidos para abrir caminhos e construir pontes de maior
representação social pela vontade da maioria e a distinção humanidade. Carrega a marca da contradição e da busca de
profunda entre o público e o privado. Estas noções levam a sínteses históricas que possam vir realizá‑la como efetividade
uma postura formalista da liberdade como sendo condição na vida de todos e todas.
de realização, independente de como se dá de fato, em geral Em consequência, o  estabelecimento dos direitos hu-
em situações de profunda desigualdade. manos em instrumentos normativos (legais e jurídicos) é
Direitos Humanos e Cidadania

Os liberais, portanto, reconhecem a primazia dos direitos sempre precário, pois, mesmo que possa significar avanço
civis, mas também lhes acrescentam os direitos políticos importante na geração de condições para sua efetivação,
como sendo fundamentais. É  preciso não esquecer que também pode significar seu estreitamento, já que se dá nos
as primeiras formulações dos direitos humanos nasceram marcos da institucionalidade disponível que, de regra, não
bastante carregadas desta concepção. está construída na lógica dos direitos humanos. Contradito-
riamente, toda luta pela institucionalização dos direitos gera
Concepção Positivista condições, instrumentos e mecanismos para que possam ser
exigidos publicamente, mas também tende a enfraquecer a
A concepção positivista de direitos humanos advoga força constitutiva da dignidade humana como processo per-
a ideia de que direitos humanos são aqueles inscritos em manente de geração de novos conteúdos e de alargamento
permanente do seu sentido. Ademais, a  positivação dos
direitos não significa, por si só, garantia de sua efetivação,
1
CARBONARI, Paulo César. Direitos Humanos: Sugestões Pedagógicas. Passo
Fundo: IFIBE, 2008. mesmo que sua não‑positivação os deixe ainda em maior

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dificuldade, já que não dotaria a sociedade de condições Carta por China, Estados Unidos, França, Reino Unido e a
públicas de ação. ex‑União Soviética, bem como pela maioria dos signatários.
A noção de direitos humanos tem uma unidade nor- O dia 24 de outubro é comemorado em todo o mundo como
mativa interna que se funda na dignidade igual/diversa de o “Dia das Nações Unidas”.
cada ser humano como sujeito moral, jurídico, político e O Brasil ratificou a Carta em 22 de outubro de 1945
social. Esta unidade normativa abre‑se tanto à orientação (Decreto nº 19.841).
da construção dos arranjos históricos para sua efetivação e Sobre a Carta das Nações Unidas, o edital cobrou o co-
à crítica daqueles arranjos que não permanente da própria nhecimento dos artigos 1º e 55.
noção de dignidade como conteúdo construído na dinâmica O art. 1º da Carta das Nações Unidas expressa os propó-
de sua efetivação. sitos dos povos cujos governos se uniram para constituir as
Por isso, direitos humanos são construção histórica e Nações Unidas. Vejamos:
estão sendo gestados permanentemente pelos diversos
sujeitos sociais em sua diversidade. Aquilo que resta reconhe- Artigo 1º Os propósitos das Nações unidas são:
cido nos textos legislativos, nas convenções, nos pactos, nos 1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para
tratados, é a síntese possível, circunstanciada ao momento esse fim: tomar, coletivamente, medidas efetivas para
histórico, mas que se constitui em parâmetro, em referência, evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão
fundamental, mesmo não sendo o fim último da luta em ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios
direitos humanos. A  construção dos direitos humanos se pacíficos e de conformidade com os princípios da
faz todo dia, se faz nas lutas concretas, se faz nos processos justiça e do direito internacional, a  um ajuste ou
históricos que afirmam e inovam direitos a todo o tempo. solução das controvérsias ou situações que possam
A concepção histórica de direitos humanos reconhece levar a uma perturbação da paz;
que a raiz de todas as lutas e de uma concepção contempo- 2. Desenvolver relações amistosas entre as nações,
rânea de direitos humanos não está no arcabouço jurídico, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de
não está no status quo que os reconhece por algum motivo direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar
ou porque não tinha como não reconhecê‑los. A  raiz dos outras medidas apropriadas ao fortalecimento da
direitos humanos está nas lutas emancipatórias e libertárias paz universal;
do povo, dos homens e mulheres que as fizeram e continuam 3. Conseguir uma cooperação internacional para
fazendo ao longo dos séculos. resolver os problemas internacionais de caráter
econômico, social, cultural ou humanitário, e  para
Carta das Nações Unidas (1945): art.1 e art.55 promover e estimular o respeito aos direitos huma-
nos e às liberdades fundamentais para todos, sem
A Organização das Nações Unidas, também conhecida distinção de raça, sexo, língua ou religião; e
pela sigla ONU, é uma organização internacional formada 4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das
por países que se reuniram voluntariamente para trabalhar nações para a consecução desses objetivos comuns.
pela paz e o desenvolvimento mundial.
A ideia de criar a ONU2 não surgiu de uma hora para ou- O art. 55 da Carta, por sua vez trata da cooperação eco-
tra. Depois da II Guerra Mundial, que devastou dezenas de nômica e social internacional nos seguintes termos:
países e tomou a vida de milhões de seres humanos, existia
na comunidade internacional um sentimento generalizado Artigo 55. Com o fim de criar condições de estabili-
de que era necessário encontrar uma forma de manter a paz dade e bem estar, necessárias às relações pacíficas
entre os países. Foram anos de planejamento e dezenas de e amistosas entre as Nações, baseadas no respeito
horas de discussões antes do surgimento da Organização. ao princípio da igualdade de direitos e da autodeter-
O nome “Nações Unidas” foi concebido pelo presidente minação dos povos, as Nações Unidas favorecerão:
norte‑americano Franklin Roosevelt e utilizado pela primeira a) níveis mais altos de vida, trabalho efetivo e con-
vez na Declaração das Nações Unidas, de 1º de janeiro de dições de progresso e desenvolvimento econômico
1942, quando os representantes de 26 países assumiram o e social;
compromisso de que seus governos continuariam lutando b) a solução dos problemas internacionais econô-
contra as potências do Eixo. micos, sociais, sanitários e conexos; a cooperação
A Carta das Nações Unidas foi elaborada pelos represen- internacional, de caráter cultural e educacional; e
tantes de 50 países presentes à Conferência sobre Organiza- c) o respeito universal e efetivo dos direitos huma-
ção Internacional, que se reuniu em São Francisco de 25 de nos e das liberdades fundamentais para todos, sem
abril a 26 de junho de 1945. distinção de raça, sexo, língua ou religião.
Direitos Humanos e Cidadania

As Nações Unidas, entretanto, começaram a existir ofi-


cialmente em 24 de outubro de 1945, após a ratificação da Para tanto, os  membros da Organização das Nações
Unidas se comprometem a agir em cooperação com esta,
2
Organizações internacionais que precederam a ONU: No fim do século 19, em conjunto ou separadamente.
países começaram a criar organismos internacionais para cooperar em assuntos
específicos. Por exemplo, já em 1865 foi fundada a União Telegráfica Interna-
cional, conhecida hoje como União Internacional de Telecomunicações (ITU) DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS
e, em 1874, surgiu a União Postal Universal (UPU). Hoje, ambas são agências
do Sistema das Nações Unidas. Em 1899, aconteceu a primeira Conferência HUMANOS
Internacional para a Paz, em Haia (Holanda), que visava a elaborar instrumentos
para a resolução de conflitos de maneira pacífica, prevenir as guerras e codificar
as regras de guerra. A Organização que podemos chamar de predecessora da A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)
ONU é a Liga das Nações, uma instituição criada em circunstâncias similares foi aprovada e proclamada pela Resolução nº 217 A (III) da
durante a I Guerra Mundial, em 1919, sob o Tratado de Versailles. A Liga das Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro
Nações deixou de existir por causa da impossibilidade de evitar a II Guerra
Mundial. de 1948 (ONU).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O documento é a base da luta universal contra a opres- • art.  3º (que trata do direito à vida, à  liberdade e à
são e a discriminação, defende a igualdade e a dignidade das segurança);
pessoas e reconhece que os direitos humanos e as liberdades • arts. 9º e 13 (que tratam direito de ir e vir e proibição
fundamentais devem ser aplicados a cada cidadão do planeta. de prisão arbitrária); e
Os direitos humanos são os direitos essenciais a todos • 13 (que trata do asilo político).
os seres humanos, sem que haja discriminação por raça, cor,
gênero, idioma, nacionalidade ou por qualquer outro motivo A seguir, disponibilizamos os referidos arts. para conhe-
(como religião e opinião política). Eles podem ser civis ou cimento de seu enunciado.
políticos, como o direito à vida, à igualdade perante a lei e
à liberdade de expressão. Podem também ser econômicos,
sociais e culturais, como o direito ao trabalho e à educação
Declaração Universal dos Direitos Humanos
e coletivos, como o direito ao desenvolvimento. A garantia
dos direitos humanos universais é feita por lei, na forma de Adotada e proclamada pela
tratados e de leis internacionais, por exemplo. Resolução nº 217 A (III) da Assem-
bleia Geral das Nações Unidas em
10 de dezembro de 1948.
História
PREÂMBULO
Quando a Declaração Universal dos Direitos Humanos
começou a ser pensada, o mundo ainda sentia os efeitos da Considerando que o reconhecimento da dignidade ine-
Segunda Guerra Mundial, encerrada em 1945. rente a todos os membros da família humana e de seus di-
Outros documentos já haviam sido redigidos em reação reitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da
a tratamentos desumanos e injustiças, como a Declaração justiça e da paz no mundo,
de Direitos Inglesa (elaborada em 1689, após as Guerras Ci- Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos di-
vis Inglesas, para pregar a democracia) e a Declaração dos reitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram
Direitos do Homem e do Cidadão (redigida em 1789, após a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo
a Revolução Francesa, a fim de proclamar a igualdade para em que todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da
todos). liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi
Depois da Segunda Guerra e da criação da Organização proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,
das Nações Unidas (também em 1945), líderes mundiais Considerando ser essencial que os direitos humanos se-
decidiram complementar a promessa da comunidade inter- jam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano
nacional de nunca mais permitir atrocidades como as que não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra
haviam sido vistas na guerra. Assim, elaboraram um guia tirania e a opressão,
para garantir os direitos de todas as pessoas e em todos os Considerando ser essencial promover o desenvolvimen-
lugares do globo. to de relações amistosas entre as nações,
O documento foi apresentado na primeira Assembleia Considerando que os povos das Nações Unidas rea-
Geral da ONU em 1946 e repassado à Comissão de Direi- firmaram, na Carta da ONU, sua fé nos direitos humanos
tos Humanos para que fosse usado na preparação de uma fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na
declaração internacional de direitos. Na primeira sessão da igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que de-
comissão em 1947, seus membros foram autorizados a ela- cidiram promover o progresso social e melhores condições
borar o que foi chamado de “esboço preliminar da Declaração de vida em uma liberdade mais ampla,
Internacional dos Direitos Humanos”.
Considerando que os Estados-Membros se comprome-
teram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o
A Força Jurídica da Declaração respeito universal aos direitos humanos e liberdades funda-
mentais e a observância desses direitos e liberdades,
Tecnicamente, a Declaração Universal dos Direitos do Considerando que uma compreensão comum desses di-
Homem é uma recomendação, que a Assembleia Geral das
reitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno
Nações Unidas faz aos seus membros. Nessas condi-
cumprimento desse compromisso,
ções, sustentou-se, originalmente, que o documento não
teria força vinculante. Essa interpretação, porém, pecava
por excesso de formalismo e acabou sendo abandonado. A ASSEMBLEIA GERAL proclama a presente DECLARA-
O entendimento, hoje largamente majoritário, é de que a ÇÃO UNIVERSAL DOS DIRETOS HUMANOS como o ideal co-
vigência dos direitos humanos independe de sua declaração mum a ser atingido por todos os povos e todas as nações,
Direitos Humanos e Cidadania

em constituições, leis e tratados internacionais; exatamente com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da socie-
porque se está diante de exigências de respeito à dignidade dade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce,
humana, exercidas contra todos os poderes estabelecidos, através do ensino e da educação, por promover o respeito a
oficiais ou não. “Todo homem”, proclama o art. VI da Declara- esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas pro-
ção, “tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido gressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o
como pessoa perante a lei”. seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva,
tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto
Tópicos da Declaração Cobrados no Edital entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

O edital cobrou o conhecimentos dos dos seguintes ar- Artigo 1.


tigos da Declaração em comento: Todas os seres humanos nascem livres e iguais em digni-
• arts. 1º, 2º e 7º (que tratam dos princípios da univer- dade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem
salidade, igualdade e não discriminação); agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

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Artigo 2. CONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO E A
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os di- REPRESSÃO DO CRIME DE GENOCÍDIO
reitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idio- As Partes Contratantes,
ma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem Considerando que a Assembleia Geral da Organização das
nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra Nações Unidas, em sua Resolução 96 (1) de 11 de dezembro
condição. de 1945, declarou que o genocídio é um crime contra o Direi-
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na to Internacional, contrário ao espírito e aos fins das Nações
condição política, jurídica ou internacional do país ou territó- Unidas e que o mundo civilizado condena;
rio a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território Reconhecendo que todos os méritos da história o geno-
independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito cídio causou grandes perdas à humanidade;
a qualquer outra limitação de soberania. Convencidas de que, para libertar a humanidade de
flagelo tão odioso, a cooperação internacional é necessária.
Artigo 3. Convém no seguinte:
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à
segurança pessoal. Artigo I

Artigo 7. As Partes Contratantes confirmam que o genocídio quer


Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer cometido em tempo de paz ou em tempo de guerra, é um
distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual crime contra o Direito Internacional, que elas se comprome-
proteção contra qualquer discriminação que viole a presente tem a prevenir e a punir.
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo II
Artigo 9.
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Na presente Convenção entende-se por genocídio
qualquer dos seguintes atos, cometidos com a intenção de
Artigo 13. destruir no todo ou em parte, um grupo nacional étnico,
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomo- racial ou religioso, como tal:
ção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. a) matar membros do grupo;
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer b) causar lesão grave à integridade física ou mental de
país, inclusive o próprio, e a este regressar. membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condição de
Artigo 14. existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total
1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de ou parcial;
procurar e de gozar asilo em outros países. d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos
2. Este direito não pode ser invocado em caso de per- no seio de grupo;
seguição legitimamente motivada por crimes de direito e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo
comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios para outro grupo.
das Nações Unidas.
Artigo III
DECRETO Nº 30.822, DE 6 DE MAIO DE 1952
Serão punidos os seguintes atos:
Promulga a Convenção para a a) o genocídio;
Prevenção e a Repressão do Crime b) a associação de pessoas para cometer o genocídio;
de Genocídio, concluída em Paris, c) a incitação direta e pública a cometer o genocídio;
a 11 de dezembro de 1948, por d) a tentativa de genocídio;
ocasião da III Sessão da Assem- e) a co autoria no genocídio.
bleia Geral das Nações Unidas.
Artigo IV
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS
DO BRASIL: As pessoas que tiverem cometido o genocídio ou qual-
Tendo o Congresso Nacional aprovado pelo Decreto quer dos outros atos enumerados no Artigo III serão punidas,
Legislativo nº 2, de 11 de abril de 1951, a Convenção para a sejam governistas, funcionários ou particulares.
Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, concluída
Direitos Humanos e Cidadania

em Paris a 11 de dezembro de 1948, por ocasião da III Sessão Artigo V


da Assembleia Geral das Nações Unidas; e
Tendo sido depositado no Secretariado Geral da Orga- As Partes Contratantes assumem o compromisso de
nização das Nações Unidas, em Lake Sucess, Nova York, a tomar, de acordo com suas respectivas constituições as
15 de abril de 1952, o Instrumento brasileiro de ratificação, medidas legislativas necessárias a assegurar as aplicações
Decreta: das disposições da presente Convenção, e, sobretudo a
que a referida Convenção, apensa por cópia ao presente estabelecer sanções penais eficazes aplicáveis às pessoas
Decreto, seja executada e cumprida tão inteiramente como culpadas de genocídio ou de qualquer dos outros atos enu-
nela se contém. merados no Artigo III.
Rio de Janeiro, em 6 de maio de 1952; 131º da Indepen-
dência e 64º da República. Artigo VI

Getúlio Vargas As pessoas acusadas de genocídio ou qualquer dos outros


João Neves da Fontoura atos enumerados no Artigo III serão julgadas pelos tribunais

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competentes do Estado em cujo território foi o ato cometido A presente Convenção entrará em vigor noventa dias
ou pela Corte Penal Internacional competente com relação às após a data do depósito do vigésimo instrumento de ratifi-
Partes Contratantes que lhe tiverem reconhecido a jurisdição. cação ou adesão.
Qualquer ratificação ou adesão efetuada posteriormente
Artigo VII à última data entrará em vigor noventa dias após o deposito
do instrumento de ratificação ou adesão.
O genocídio e os outros atos enumerados no Artigo III
não serão considerados crimes políticos para efeitos de Artigo XIV
extradição.
As partes Contratantes se comprometem em tal caso a A presente Convenção vigorará por dez anos a partir da
conceder a extradição de acordo com sua legislação e com data de sua entrada em vigor.
os tratados em vigor. Ficará, posteriormente, em vigor por um período de
cinco anos e assim sucessivamente, com relação às Partes
Artigo VIII Contratantes que não tiverem denunciado pelo menos seis
meses antes do termo do prazo.
Qualquer Parte Contratante pode recorrer aos órgãos A denuncia será feita por notificação escrita dirigida ao
competentes das Nações Unidas a fim de que estes tomem, Secretário Geral das Nações Unidas.
de acordo com a Carta das Nações Unidas, as medidas que
julguem necessárias para a prevenção e a repressão dos atos Artigo XV
de genocídio ou em qualquer dos outros atos enumerados
no Artigo III. Se, em consequência de denuncias, o número das Partes
na presente Convenção se reduzir a menos de dezesseis, a
Artigo IX Convenção cessará de vigorar a partir da data na qual a última
dessas denuncias entrar em vigor.
As controvérsias entre as Partes Contratantes relativas à A Assembleia Geral decidirá com relação às medidas
interpretação, aplicação ou execução da presente Convenção que se deve tomar, se for o caso, com relação a esse pedido.
bem como as referentes à responsabilidade de um Estado
em matéria de genocídio ou de qualquer dos outros atos Artigo XVI
enumerados no Artigo III, serão submetidas à Corte Interna-
cional de Justiça, a pedido de uma das Partes na controvérsia. A qualquer tempo, qualquer Parte Contratante poderá
formular pedido de revisão da presente Convenção, por meio
Artigo X de notificação escrita dirigida ao Secretário-Geral.
A presente Convenção, outros textos inglês, chinês,
Artigo XVII
espanhol, francês e russo serão igualmente autênticos terá
a data de 09 de dezembro de 1948.
O Secretário Geral das Nações Unidas notificará todos
os membros das nações Unidas e os Estados não membros
Artigo XI
mencionados no Artigo XI:
a) das assinaturas, ratificações e adesões recebidas de
A presente Convenção ficará aberta, até 31 de dezembro
de 1949, à assinatura de todos os Membros das Nações acordo com o Artigo XI;
Unidas e de todo Estado não membro ao qual a Assembleia b) das notificações recebidas de acordo com o Artigo XII;
Geral houver enviado um convite para esse fim. c) da data em que a presente Convenção entrar em vigor
A presente Convenção será ratificada e dos instrumentos de acordo com o Artigo XIII;
de ratificação far-se-á depósito no Secretariado das Nações d) das denúncias recebidas de acordo com o Artigo XIV;
Unidas. e) da aprovação da Convenção de acordo com o Artigo XV;
A partir de 1º de janeiro de 1950, qualquer Membro das f) das notificações recebidas de acordo com o Artigo XVI.
nações Unidas e qualquer Estado não membro que houver
recebido o convite acima mencionado poderão aderir à Artigo XVIII
presente Convenção.
Os instrumentos de adesão serão depositados no Secre- O original da presente Convenção será depositado nos
tariado das Nações Unidas. arquivos da Organização das Nações Unidas.
Enviar-se-á cópia autentica a todos os Membros das
Artigo XII Nações Unidas e aos Estados não membros mencionados
no Artigo XI.
Direitos Humanos e Cidadania

Qualquer Parte Contratante poderá a qualquer tempo,


por notificação dirigida ao Secretário Geral das Nações Uni- Artigo XIX
das, estender a aplicação da presente Convenção a todos
os territórios ou a qualquer dos territórios ou qualquer dos A presente Convenção será registrada pelo Secretário
territórios de cujas relações exteriores seja responsável. Geral das Nações Unidas na data de sua entrada em vigor.

Artigo XIII Pelo Afeganistão – Pela Argentina – Pela Austrália: Her-


bert V. Evatt - 11 de dezembro de 1948.
Na data em que os vinte primeiros instrumentos de ra- Pelo Reino da Bélgica - Pela Bolívia. A Costa du Rels - 11
tificação ou adesão tiverem sido depositados, o Secretário de dezembro de 1948.
Geral lavrará uma ata, e transmitirá cópia da mesma a todos Pelo Brasil: João Carlos Muniz - 11 de dezembro de 1948.
os membros das Nações Unidas e aos Estados não membros Pela União da Birmânia - Pela República Socialista Sovié-
a que se refere o Artigo XI. tica da Bielo-Russia - Pelo Canadá - Pelo Chile: com a reserva

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
que requer também a aprovação do Congresso do meu país a) três valores fundamentais dos direitos humanos são
- H. Arancibia Laso. a liberdade, a igualdade e a fraternidade.
Pela China - Pela Colômbia - Por Costa Rica - Por Cuba b) pessoas vítimas de perseguição tem direito de pro-
- Pela Tchecoslováquia - Pela Dinamarca - Pela República curar asilo em outro país, mesmo nos casos em
Dominicana: Joaquim Balaguer - 11 de dezembro de 1948. que a perseguição é motivada por crimes de direito
Pelo Equador: Homero Viteri - La fronte - 11 de dezembro comum.
de 1948. c) liberdade de opinião e de expressão não inclui
Pelo Egito: Ahmed Mohamed Khachaba - 12 de dezembro a liberdade de transmitir informações por qualquer
de 1948. meio e independente de fronteiras.
Por el Salvador - Pela Etiópia: - Aklilou - 11 de dezembro d) direitos de liberdade previsto são relativos à esfera
de 1948. individual, não prevendo liberdades políticas relati-
Pela França: Robert Schuman - 11 de dezembro de 1948. vas à participação do povo no governo.
Pela Grécia - Pela Guatemala - Por Haiti: (ilegível) - 11 de e) liberdade religiosa é acessível a qualquer pessoa des-
dezembro de 1948. de que sua manifestação seja feita de forma coletiva
Por Honduras - Pela Islândia - Pela Índia - Pelo Irã - Pelo e em particular apenas.
Iraque - Pelo Líbano - Pela Libéria: Henry Coop - 11 de de-
zembro de 1948. 3. (Cespe/PC-GO/Nível Superior/2016) A Declaração
Pelo Grão Ducado de Luxemburgo - Pelo México: L. Pa- Universal dos Direitos Humanos
dilha Nervo - 14 de dezembro de 1948. a) não apresenta força jurídica vinculante, entretanto
Pelo Reino dos Países Baixos - Pela Nova Zelândia - Pela consagra a ideia de que, para ser titular de direitos,
Nicarágua - Pelo Reino da Noruega: Finn Moe, - 11 de de- a pessoa deve ser nacional de um Estado-membro
zembro de 1948. da ONU.
Pelo Paquistão: Zafrullah Khan - 11 de dezembro de 1948. b) não prevê expressamente instrumentos ou órgãos
Pelo Panamá: R. J. Alfaro - 11 de dezembro de 1948. próprios para sua aplicação compulsória.
Pelo Paraguai: (ilegível) - 11 de dezembro de 1946. c) prevê expressamente a proteção ao meio ambiente
Pelo Peru: f. Berckmeyer - 11 de dezembro de 1948. como um direito de todas as gerações, bem como
Pela República das Filipinas: Carlos P. Rômulo - 11 de repudia o trabalho escravo, determinando sanções
dezembro de 1948. econômicas aos Estados que não o combaterem.
Pela Polônia - Pela Arábia Saudita - Pelo Sião - Pela d) é uma declaração de direitos que deve ser respeitada
Suécia - Pela Síria - Pela Turquia - Pela República Socialista pelos Estados signatários, mas, devido ao fato de não
Soviética da Ucrânia - Pela União Sul Africana - Pela União ter a forma de tratado ou convenção, não implica
das Repúblicas Socialistas Soviéticas - Pelo Reino Unido da vinculação desses Estados.
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte - Pelos Estados Unidos da e) inovou a concepção dos direitos humanos, porque
América: Ernest A. Gross - 11 de dezembro de 1948. universalizou os direitos civis, políticos, econômicos,
Pelo Uruguai : Enrique C. Armanã Ugon - 11 de dezembro sociais e culturais, privilegiando os direitos civis e
de 1948. políticos em relação aos demais.
Pela Venezuela - Pelo Imen - Pela Iugoslávia: Ales Bebler -
11 de dezembro de 1948. 4. (Vunesp/TJM-SP/Juiz de Direito/2016) A Declaração
Universal dos Direitos do Homem foi adotada em 10 de
A presente é a tradução oficial, em idioma português, do dezembro de 1948. A seu respeito, assinale a alternativa
texto original e autêntico da Convenção para a Prevenção e correta.
a Repressão do Crime de Genocídio, firmada em Paris, em a) Dada sua correlação com os direitos naturais, hou-
dezembro de 1948, por ocasião da 3ª Sessão da Assembleia ve grande consenso em torno do documento que
Geral das Nações Unidas. contou com a aprovação unânime dos Estados, sem
reprovações ou abstenções.
Secretaria de Estado das Relações Exteriores, Rio de b) Estabelece três categorias de direitos: os direitos
Janeiro, D.F., em 28 de abril de 1952. civis e políticos, os direitos econômicos, sociais e
culturais e os direitos coletivos, combinando, de
Jayme de Barros Gomes forma inédita, os discursos liberal, social e plural.
Chefe da Divisão de Atos, Congressos c) Não tratou do direito à propriedade, tendo em vista
e Conferências Internacionais que esse ponto poderia ser objeto de impasse com
os Estados do bloco socialista.
EXERCÍCIOS d) Embora sem grande repercussão, garante o direito
Direitos Humanos e Cidadania

à felicidade que, nos últimos anos, tem sido tema


1. (Ibade/Sejudh-MT/Psicólogo/2017) Sobre a Declaração de grande debate nacional e internacional.
Universal dos Direitos Humanos, é correto afirmar que:  e) Não apresenta força de lei, por não ser um tratado.
a) foi editada em 1958.  Foi adotada pela Assembleia das Nações Unidas
b) é vinculante em sua integralidade, por se tratar de sob a forma de resolução. Contudo, como consagra
resolução da Organização das Nações Unidas.  valores básicos universais, reconhece-se sua força
c) não faz referência a direitos políticos. vinculante.
d) prega os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
e) não trata da liberdade religiosa. 5. (FCC/DPE-ES/Defensor Público/2016) A Declaração
Universal dos Direitos Humanos de 1948
2. (Funcab/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) Com relação a) não tratou do direito à instrução, como direito à
à Declaração Universal dos Direitos Humanos, é correto educação.
afirmar que a(os):  b) proibiu a pena de morte.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) restringiu-se aos direitos civis e políticos por se tratar e) Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento
de um documento inaugural. ou castigo cruel, desumano ou degradante, exceto
d) não tratou do direito ao voto, por se tratar de um aqueles que por ventura estiverem recolhidos em
direito político não reconhecido por todos os Estados alguma unidade prisional. 
signatários.
e) consolida a ética universal e, combinando o valor da 8. (Segplan-GO/SEAP-GO/Analista de Saúde/2016) Os
liberdade com o da igualdade, enumera tanto os di- direitos humanos são direitos inerentes a todos os
reitos civis e políticos quanto os direitos econômicos seres humanos, independentemente de raça, sexo,
sociais e culturais. nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra
condição. De acordo com o que prescreve a Declaração
6. (Segplan-GO/SEAP-GO/Técnico de Saúde/2016) De Universal dos Direitos Humanos leia e analise as asser-
acordo com o prescrito pela Declaração Universal dos tivas abaixo:
Direitos Humanos é incorreto afirmar que:  I – Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os
a) Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.
exilado, exceto aquele que já tenha sido preso an- II – Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem
teriormente.  qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm
b) Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, direito a igual proteção contra qualquer discriminação
a uma justa e pública audiência por parte de um que viole a presente Declaração e contra qualquer
tribunal independente e imparcial, para decidir incitamento a tal discriminação. 
sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de III – Todo ser humano tem direito a receber dos tribu-
qualquer acusação criminal contra ele. nais nacionais competentes remédio efetivo para os
c) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
o direito de ser presumido inocente até que a sua reconhecidos pela constituição ou pela lei. 
culpabilidade tenha sido provada de acordo com a a) Somente as assertivas I e II estão corretas.
lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido b) Somente as assertivas II e III estão corretas.
asseguradas todas as garantias necessárias à sua c) Somente as assertivas I e III estão corretas. 
defesa.  d) Somente a assertiva I está correta.
d) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou e) Todas as assertivas estão corretas. 
omissão que, no momento, não constituíam delito
perante o direito nacional ou internacional. Também 9. (CEPS-UFPA/UFPA/Assistente de Alunos/2015) A Assem-
não será imposta pena mais forte do que aquela bleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração
que, no momento da prática, era aplicável ao ato Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a
delituoso.  ser atingido por(pelos)
e) Ninguém será sujeito à interferência em sua vida a) todos os povos da América Latina.
privada, em sua família, em seu lar ou em sua corres- b) países em desenvolvimento.
pondência, nem a ataque à sua honra e reputação. c) todos os povos indígenas e quilombolas.
Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra d) todos os povos e todas as nações.
tais interferências ou ataques.  e) países desenvolvidos do mundo inteiro.

7. (Segplan-GO/SEAP-GO/Analista de Saúde/2016) A 10. (CEPS-UFPA/UFPA/Assistente de Alunos/2015) A De-


Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é claração Universal dos Direitos Humanos foi adotada e
um documento marco na história dos direitos humanos. proclamada pela Resolução nº 217 A (III) da Assembleia
Elaborada por representantes de diferentes origens ju- Geral das Nações Unidas em
rídicas e culturais de todas as regiões do mundo, tendo a) 1955.
sido proclamada pela Assembleia Geral das Nações b) 1948.
Unidas reunida em Paris através da Resolução 217 A c) 1888.
(III) da Assembleia Geral como uma norma comum a ser d) 2014.
alcançada por todos os povos e nações. Ela estabelece, e) 1999.
pela primeira vez, a proteção universal dos direitos
humanos. De acordo com o que prescreve a Declaração 11. (Segplan-GO/SEAP-GO/Agente Penitenciário/Mé-
Universal dos Direitos Humanos é INCORRETO afirmar dio/2015) A Declaração Universal dos Direitos Humanos
que:  (DUDH) é um documento marco na história dos direitos
a) Todos os seres humanos nascem livres e iguais em humanos. Elaborada por representantes de diferentes
dignidade e direitos. São dotados de razão e consci- origens jurídicas e culturais de todas as regiões do
Direitos Humanos e Cidadania

ência e devem agir em relação uns aos outros com mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia
espírito de fraternidade.  Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de Dezembro
b) Todo ser humano tem capacidade para gozar os direi- de 1948. Dessa forma, considera 
tos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, a) que o reconhecimento da dignidade inerente a al-
sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, guns membros da família humana e de seus direitos
cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de iguais e alienáveis é o fundamento da liberdade, da
outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, justiça e da paz no mundo.
nascimento, ou qualquer outra condição.  b) que o apreço e o respeito pelos direitos humanos
c) Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a cons-
segurança pessoal. ciência da Humanidade e que o ser humano comum
d) Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; não tem como aspiração o advento de um mundo
a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em que todos gozem de liberdade de palavra, de
em todas as suas formas.  crença e da liberdade de viverem a salvo do temor.

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c) ser dispensável promover o desenvolvimento de
relações amistosas entre as nações.
d) que é desnecessária uma compreensão comum des-
ses direitos e liberdades para o pleno cumprimento
desse compromisso.
e) ser essencial que os direitos humanos sejam pro-
tegidos pelo império da lei, para que o ser humano
não seja compelido, como último recurso, à rebelião
contra a tirania e a opressão.

12. (Prefeitura do Rio de Janeiro-RJ/Câmara Municipal do


Rio de Janeiro/Analista Legislativo/2014) De acordo
com as concepções filosóficas justificadoras dos direitos
fundamentais, é possível afirmar que, para os realistas,
os direitos humanos são:
a) ideias, princípios abstratos que a realidade vai aco-
lhendo ao longo do tempo.
b) imperativos do direito natural, anteriores e superio-
res à vontade do Estado.
c) faculdades outorgadas pela lei e regulamentadas
por ela.
d) o resultado direto de lutas sociais e políticas.

13. (Vunesp/PC-SP/Atendente de Necrotério Policial/2014)


Assinale a alternativa correta com relação ao conceito
de direitos humanos.
a) Direitos humanos é uma forma sintética de se referir
a direitos fundamentais da pessoa humana, aqueles
que são essenciais à pessoa humana, que precisa ser
respeitada pela dignidade que lhe é inerente.
b) Direitos humanos são aqueles que estão previstos de
forma expressa em uma Constituição e que se refe-
rem somente a direitos das pessoas que respondem
a um inquérito ou a um processo penal.
c) Como os direitos humanos são inerentes à natureza
humana, somente derivam do espírito humano e não
devem ser positivados nas leis.
d) No âmbito da filosofia, a expressão direitos humanos
significa a independência do ser humano, tratando
exclusivamente do direito de liberdade.
e) Considerando o que prevê a Constituição de 1988,
os direitos humanos se dão por meio da proprie-
dade, que se impõe como um valor incondicional e
insubstituível, que não admite equivalente.

GABARITO
1. d 8. e
2. a 9. d
3. b 10. b
4. e 11. e
5. e 12. d
6. a 13. a
Direitos Humanos e Cidadania

7. e

10

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Legislação Especial

Lei Federal nº 10.826, de 22/12/2003 (Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e
munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm)...................................................................................................... 3

Decreto Federal nº 5.123, de 1/07/2004 (Regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dispõe
sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas -
Sinarm e define crimes).......................................................................................................................................................... 9

Lei Estadual nº 12.567, de 3/4/1996, publicada no DOE de 29/4/1996 (Institui porte de arma de defesa para
Agentes Penitenciários do Estado do Ceará e dá outras providências).............................................................................. 34

Lei Federal nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal):


Direitos preservados (artigo 3º); Do condenado, do internado e egresso (artigos 5º a 26); Dos deveres, direitos
e disciplina do condenado (artigos 38 a 52); Dos estabelecimentos penais (artigos 82 a 104); Dos regimes
(artigos 110 a 118)...........................................................................................................................................................34

Leis Federais nº 8.072/1990 e nº 8.930/1994 (Dá nova redação ao art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de
1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e
determina outras providências)........................................................................................................................................... 18

Lei Federal nº 9.455/1997 (Define os crimes de tortura e dá outras providências)........................................................... 20

Lei Federal nº 11.343/2006 (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD):
Título III - Capítulo III, Dos crimes – arts. 27 ao 30; Título IV - Capítulo II, Dos Crimes – arts. 33 ao 47..........................23

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Legislação Especial
Gladson Miranda / Samantha Pozzer Kühleis

Gladson Miranda rência do cargo que ocupa, que no caso do julgado era um
policial civil, é obrigatório fazer o registro da arma no ór-
ESTATUTO DO DESARMAMENTO gão competente. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº
719/STF – RHC nº 111.931, Relator(a): Min. Gilmar Mendes,
(LEI Nº 10.826/2003) Segunda Turma, julgado em 4/6/2013, Processo Eletrônico
DJe-117, Divulg 18/6/2013, Public 19/6/2013).
O Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003) dis- O interessado em adquirir arma de fogo de uso permiti-
põe sobre o registro, posse e comercialização de armas de do, além de declarar a efetiva necessidade, deverá atender
fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), a determinados requisitos5. São três requisitos: o primeiro é
além de definir crimes e dar outras providências. Entrou em a comprovação de idoneidade, com a apresentação de cer-
vigor na data da sua publicação, em 22 de dezembro de 2003, tidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela
e revogou a Lei nº 9.437/1997 (art. 36). Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que
Do Sistema Nacional de Armas poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; o segundo é
a apresentação de documento comprobatório de ocupação
O Sistema Nacional de Armas (Sinarm), instituído no lícita e de residência certa; e o terceiro requisito é a compro-
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem vação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para
circunscrição em todo o território nacional1 (art. 1º). Será o manuseio de arma de fogo, que serão atestadas na forma
mediante o cadastro da arma de fogo que o Sinarm identi- do regulamento (art. 4º e incisos). Com relação ao terceiro
ficará as características e a propriedade da arma de fogo2. requisito, observa-se que este poderá ser dispensado quando
Além disso, compete também ao Sinarm cadastrar as armas o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido
de fogo produzidas, importadas e vendidas no País, cadastrar comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações características daquela a ser adquirida (art. 4º, § 8º).
expedidas pela Polícia Federal, cadastrar as transferências
Atendidos os requisitos, o Sinarm expedirá autoriza-
de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências
ção de compra de arma de fogo em nome do requerente e
suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as de-
para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização
correntes de fechamento de empresas de segurança privada
(art. 4º, § 1º). Ressalta-se que a concessão dessa autorização,
e de transporte de valores, identificar as modificações que
alterem as características ou o funcionamento de arma de ou mesmo a sua recusa com a devida fundamentação, se dará
fogo, e integrar no cadastro os acervos policiais já existentes no prazo de 30 dias úteis, contados da data do requerimen-
(art. 2º, incisos I a V). to (art. 4º, § 6º). Já com relação à aquisição de munição,
Compete, ainda, ao Sinarm cadastrar as apreensões de esta só poderá ser feita no calibre correspondente à arma
armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos po- registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
liciais e judiciais, cadastrar os armeiros em atividade no País, (Decreto nº 5.123/2004)6 (art. 4º, § 2º).
bem como conceder licença para exercer a atividade, cadas- A empresa que comercializar arma de fogo em territó-
trar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, rio nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade
exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, competente7, como também a manter banco de dados com
acessórios e munições, cadastrar a identificação do cano da todas as características da arma e cópia dos documentos
arma, as características das impressões de raiamento e de que foram necessários para adquirir a autorização para
microestriamento de projétil disparado, conforme marca- aquisição da arma8 (art. 4º, § 3º).
ção e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante e Com relação às armas de fogo, acessórios e munições,
informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e estes são de responsabilidade da empresa que as comercia-
do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de liza, ficando registradas como de sua propriedade enquanto
armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter não forem vendidas (art. 4º, § 4º). Este registro em nome da
o cadastro atualizado para consulta (incisos VII a XI do art. 2º). empresa trata-se de registro precário e, por isso, prescinde
Ressalta-se que essas competências do Sinarm não al- de cumprir os requisitos que são exigidos do interessado
cançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, em adquirir arma de fogo de uso permitido (art. 4º, § 7º).
bem como as demais que constem dos seus registros próprios No caso de se dar entre pessoas físicas, a comercialização
(art. 2º, parágrafo único). somente será efetivada mediante autorização do Sinarm9
(art. 4º, § 5º).
Do Registro O certificado de Registro de Arma de Fogo tem valida-
de em todo o território nacional e é expedido pela Polícia
Com relação ao registro, o Estatuto prevê que é obriga- Federal após a obtenção da autorização do Sinarm10. Este
tório que se proceda ao registro de arma de fogo no órgão certificado autoriza o seu proprietário a manter a arma
competente3. As armas de fogo de uso restrito serão regis- de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou
tradas no Comando do Exército4 (art. 3º e parágrafo único). domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local
Legislação Especial

O STF já se posicionou que mesmo no caso de o indivíduo de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável
possuir autorização para portar arma de fogo em decor-
5
Assunto cobrado na prova: UESPI/PC-PI/Escrivão de Polícia Civil/2014.
6
Assunto cobrado na prova: Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciá-
1
Movens/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2009. ria/2013.
2
FCC/TRT 1ª Região (RJ)/Técnico Judiciário/Segurança/2011. 7
Assunto cobrado na prova: UESPI/PC-PI/Escrivão de Polícia Civil/2014.
3
Assunto cobrado nas seguintes provas: UESPI/PC-PI/Escrivão de Polícia Ci- 8
Assunto cobrado na prova: EJEF/TJ-MG/Juiz/2006.
vil/2014; Movens/PC-PA/Investigador/2009. 9
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Polícia Federal/Agente Admi-
4
Assunto cobrado nas seguintes provas: Movens/PC-PA/Escrivão de Polícia Ci- nistrativo/2014; Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciária/2013.
vil/2009; Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013; FCC/TRF 4ª Região/Técnico 10
Assunto cobrado na prova: Fundação Sousândrade/Emap/Guarda Portuá-
Judiciário/Segurança e Transporte/2014. rio/2012.

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legal pelo estabelecimento ou empresa (art. 5º, § 1º)11. Para tribunais do Poder Judiciário e os Ministérios Públicos da
que haja a renovação do Certificado de Registro de Arma União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de
de Fogo, é preciso que os três requisitos que devem ser seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exer-
cumpridos pelo interessado em adquirir arma de fogo de cício de funções de segurança, na forma de regulamento a
uso permitido sejam comprovados periodicamente, em um ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ e pelo
período não inferior a 3 (três) anos (art. 5º, § 2º)12. Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP (art. 6º e
O Estatuto do desarmamento prevê que aquele proprie- incisos IX a XI).
tário de arma de fogo com certificados de registro de proprie- As exceções acima citadas dizem respeito à exceção ge-
dade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até ral. Passamos agora a analisar as peculiaridades de algumas
a data da publicação do Estatuto, que se deu em 22 de de- dessas exceções.
zembro de 2003, e que não optou pela entrega espontânea, Com relação aos integrantes das Forças Armadas; aos
deveria renová-lo mediante o pertinente registro federal, integrantes da polícia federal, polícia rodoviária federal, po-
até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de lícia ferroviária federal, polícias civis e polícias militares e
documento de identificação pessoal e comprovante de resi- corpos de bombeiros militares; aos integrantes das guardas
dência fixa, sendo dispensado do pagamento de taxas e do municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com
cumprimento dos três requisitos que devem ser cumpridos mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes; aos agen-
pelo interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido tes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os
(art. 5º, § 3º). Ressalta-se que a Lei nº 11.922, de 2009, pror- agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de
rogou este prazo para o dia 31 de dezembro de 2009. Para Segurança Institucional da Presidência da República e aos
o cumprimento dessa renovação que mencionamos aqui, integrantes dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados
o proprietário poderia obter no Departamento de Polícia e Senado Federal existe o direito de portar arma de fogo de
Federal, certificado de registro provisório, expedido pela in- propriedade particular ou fornecida pela respectiva corpo-
ternet com validade de 90 (noventa) dias e revalidação pela ração ou instituição, mesmo fora de serviço. Esse direito terá
unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado validade em âmbito nacional, salvo para os integrantes das
de registro provisório pelo prazo que estimar como neces- guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios
sário para a emissão definitiva do certificado de registro de com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes que ficará
propriedade (art. 5º, § 4º, I e II). adstrito ao território dos respectivos Estados e Municípios
(art. 6º, § 1º).
Do Porte A autorização para o porte de arma de fogo aos agentes
operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes
Em regra, é proibido o porte de arma de fogo em todo o do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança
território nacional13. A exceção é com relação aos integran- Institucional da Presidência da República; aos integrantes dos
tes das Forças Armadas; aos integrantes da polícia federal, órgãos policiais da Câmara dos Deputados e Senado Federal;
polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias aos integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas pri-
civis e polícias militares e corpos de bombeiros militares; aos sionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas
integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados portuárias e aos integrantes das Carreiras de Auditoria da
e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho,
habitantes14; aos integrantes das guardas municipais dos cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário condiciona-se à
Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica
500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço15; para o manuseio de arma de fogo (art. 6º, § 2º).
aos agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência Já a autorização para o porte de arma de fogo das guar-
e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete das municipais está condicionada à formação funcional de
de Segurança Institucional da Presidência da República; aos seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade
integrantes dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de
e Senado Federal; aos integrantes do quadro efetivo dos controle interno, com a supervisão do Ministério da Justiça
agentes e guardas prisionais, aos integrantes das escoltas (art. 6º, § 3º). Além disso, somente quando em serviço, será
de presos e as guardas portuárias; às empresas de segurança autorizado o porte de arma de fogo aos guardas municipais
privada e de transporte de valores constituídas, nos termos dos municípios que integrem regiões metropolitanas nos
do Estatuto do Desarmamento16 (art. 6º e incisos I a VIII). estados da Federação18 (art. 6º, § 7º).
A exceção também se aplica para os integrantes das enti- Ressalta-se, ainda, que são dispensados de demons-
dades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades trar o cumprimento dos três requisitos para adquirir arma
esportivas demandem o uso de armas de fogo, nos termos do de fogo de uso permitido os integrantes das Forças Arma-
Estatuto do Desarmamento, e com observância à legislação das, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,
ambiental; para os integrantes das Carreiras de Auditoria da bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal19
Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, (art. 6º, § 4º).
cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário17 e para os O porte de arma de fogo aos maiores de 25 anos re-
sidentes em áreas rurais, que comprovem depender do
11
Assunto cobrado nas seguintes provas: UESPI/PC-PI/Escrivão de Polícia Ci- emprego de arma de fogo para prover sua subsistência,
vil/2014; Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciária/2013; EJEF/
Legislação Especial

TJ-MG/Juiz/2006; FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Segurança e Trans- será autorizado, na forma prevista no regulamento dessa
porte/2014. Lei, o porte de arma de fogo na categoria “caçador”20, de
12
Assunto cobrado na prova: FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Segurança
e Transporte/2014.
uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou
13
Assunto cobrado na prova: FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Segurança 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
e Transporte/2014. 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva
14
Assunto cobrado na prova: FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Segurança
e Transporte/2014.
necessidade em requerimento e que anexe o documento de
15
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Investigador/2009.
16
Assunto cobrado na prova: Cesgranrio/Bacen/Técnico do Banco Central/Área 18
Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciária/2013.
2/2010. 19
Assunto cobrado na prova: Cespe/Polícia Federal/Agente Administrativo/2014.
17
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2009. 20
Ejef/TJ-MG/Juiz/2006.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
identificação pessoal, o comprovante de residência em área Em regra, a autorização para o porte de arma de fogo
rural e atestado de bons antecedentes (art. 6º, § 5º, I, II e III). de uso permitido, em todo o território nacional, compete
O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma à Polícia Federal e somente será concedida após autoriza-
de fogo, independentemente de outras tipificações penais, ção do Sinarm24. Essa autorização pode ser concedida com
responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo eficácia temporária e territorial limitada e depende da de-
de arma de fogo de uso permitido21 (art. 6º, § 6º). monstração efetiva da necessidade por exercício de atividade
Uma das exceções à proibição do porte de arma é com profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
relação às empresas de segurança privada e de transporte além da demonstração dos requisitos para adquirir arma de
de valores. As armas de fogo utilizadas pelos empregados fogo e a apresentação de propriedade de arma de fogo, bem
destas empresas serão de propriedade, responsabilidade como o seu devido registro no órgão competente (art. 10, §
e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser 1º, I, II e III). Destaca-se que ocorrerá a perda automática
utilizadas quando em serviço, devendo essas observar as da eficácia dessa autorização caso o portador dela seja de-
condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo tido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito
órgão competente, sendo o certificado de registro e a au- de substâncias químicas ou alucinógenas25 (art. 10, § 2º).
torização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome Conforme o que foi dito acima, em regra a competência
da empresa22 (art. 7º). Essas empresas devem, ainda, apre- para a autorização de arma de fogo de uso permitido é da
sentar a documentação comprobatória dos requisitos com Polícia Federal. Ocorre que há duas exceções. A primeira é que
relação aos empregados que portarão arma de fogo, além de a autorização de porte de arma para os responsáveis pela se-
atualizar semestralmente a listagem dos empregados junto gurança de cidadãos estrangeiros em visita ao Brasil ou aqui
ao Sinarm (art. 7º, §§ 2º e 3º). sediados é de responsabilidade do Ministério da Justiça.26 A
O proprietário ou diretor responsável responderá por segunda exceção é que será de competência do Comando
omissão de cautela, prevista no parágrafo único do art. do Exército o registro e a concessão de porte de trânsito de
13 do Estatuto do Desarmamento, se deixar de registrar arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e
ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, de representantes estrangeiros em competição internacional
furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, oficial de tiro realizada no território nacional27 (art. 9º).
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas Haverá a cobrança de taxa pela prestação de serviços
primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o relativos ao registro de arma de fogo; à renovação de regis-
fato23. Esta responsabilidade ocorre sem prejuízo das sanções tro de arma de fogo; à expedição de segunda via de registro
administrativas e civis (art. 7º, § 1º). de arma de fogo; à expedição de porte federal de arma de
Com relação às armas de fogo que são utilizadas pelos fogo; à renovação de porte de arma de fogo e à expedição de
servidores dos Tribunais do Poder Judiciário e dos Ministérios segunda via de porte federal de arma de fogo. Esses valores
Públicos da União e dos Estados, responsabilidade e guarda destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do
dessas serão das respectivas instituições, somente podendo Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no
ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar âmbito de suas respectivas responsabilidades. As empresas
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo de segurança privada e de transporte de valores, os integran-
órgão competente, sendo o certificado de registro e a au- tes das entidades de desporto cujas atividades esportivas
torização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome demandem o uso de armas de fogo e os tribunais do Poder
da instituição, independentemente do pagamento de taxa Judiciário e os Ministérios Públicos da União e dos Estados,
(art. 7º-A e § 1º). para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais
O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público que efetivamente estejam no exercício de funções de segu-
designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício rança deverão pagar as taxas, sendo as demais pessoas e
de funções de segurança que poderão portar arma de fogo, entidades do art. 6º isentas do pagamento (art. 11, incisos
sendo esta listagem atualizada semestralmente no Sinarm. e §§ 1º e 2º).
Destaca-se que deve ser observado o limite máximo de 50% O Ministério da Justiça é o órgão responsável por disci-
(cinquenta por cento) do número de servidores que exerçam plinar a forma e as condições do credenciamento de profis-
funções de segurança. O porte de arma para esses servidores sionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão
condiciona-se à apresentação dos documentos que compro- psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma
vem o atendimento aos requisitos para adquirir arma de de fogo. O valor cobrado pelo psicólogo, na comprovação
fogo de uso permitido, além da formação funcional em es- da aptidão psicológica, não poderá exceder ao valor médio
tabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência dos honorários profissionais para realização de avaliação
de mecanismos de fiscalização e de controle interno. Essas psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
instituições têm a obrigação de registrar ocorrência policial Federal de Psicologia. Já com relação à comprovação da ca-
e comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo pacidade técnica, versa o Estatuto do Desarmamento que o
valor cobrado não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais),
ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios
mais o valor da munição. Caso ocorra a cobrança de valores
e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
superiores, a consequência será o descredenciamento do
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato (art. 7º-A,
profissional pela Polícia Federal (art. 11-A e parágrafos).
§§ 2º, 3º, 4º, 5º).
As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas
Dos Crimes e das Penas
Legislação Especial

legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso


e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente.
O possuidor ou o autorizado a portar a arma responde pela O Estatuto do Desarmamento define em seu texto sete
sua guarda (art. 8º). crimes:
24
Assunto cobrado na prova: FCC/TRT 1ª Região (RJ)/Técnico Judiciário/Segu-
21
Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013. rança/2011.
22
Assunto cobrado na prova: Ejef/TJ-MG/Juiz/2006. 25
Assunto cobrado na prova: UESPI/PC-PI/Escrivão de Polícia Civil/2014.
23
Assunto cobrado nas seguintes provas: Movens/PC-PA/Investigador/2009; 26
Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciária/2013.
Cespe/PC-DF/Escrivão de Polícia/2013; MPE-SP/Promotor de Justiça/2006; 27
Assunto cobrado na prova: Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciá-
PC-SP/Delegado de Polícia/2011; TJ-PR/Assessor Jurídico/2012. ria/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• posse irregular de arma de fogo de uso permitido; contempla crime de mera conduta, sendo suficiente a ação
• omissão de cautela; de portar ilegalmente a arma de fogo, ainda que desmu-
• porte ilegal de arma de fogo de uso permitido; niciada. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 699/
• disparo de arma de fogo; STF – HC nº 95073, Relator(a): Min. Ellen Gracie, Relator(a)
• posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito; p/ Acórdão: Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, julgado em
• comércio ilegal de arma de fogo; 19/3/2013, DJe-066, divulg. 10/4/2013, public. 11/4/2013,
• tráfico internacional de arma de fogo. EMENT VOL-02687-01 PP-00001). Neste mesmo sentido,
A posse irregular de arma de fogo de uso permitido temos o posicionamento do STJ que para a configuração do
consiste na conduta de possuir ou manter sob sua guarda tipo penal de porte ilegal de arma de fogo, é irrelevante o
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em fato de a arma estar desmuniciada, visto se tratar de delito
desacordo com determinação legal ou regulamentar, no in- de mera conduta ou de perigo abstrato (STJ/AgRg no AREsp
terior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no 603.097/RO, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado
seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o respon- em 3/2/2015, DJe 13/2/2015).
sável legal do estabelecimento ou empresa28. A pena é de Ainda sobre o porte ilegal de arma de fogo de uso permi-
detenção de um a três anos e multa (art. 12). Então, aquele tido, destacamos que o STJ entende que é típica a conduta
que é o responsável legal pela empresa e, em desacordo do praticante de tiro desportivo que transportava a arma
com determinação legal ou regulamentar, possui arma de municiada em desacordo com a guia de tráfego que auto-
fogo de uso permitido no seu local de trabalho, comete, rizava o transporte da arma desmuniciada. (Jurisprudência
em tese, o crime de posse irregular de arma de fogo de uso noticiada no Informativo nº 540/STJ – RHC nº 34.579/RS, Rel.
permitido29 e não omissão de cautela. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado
Já a omissão de cautela ocorre quando deixar de obser- em 24/4/2014, DJe 6/5/2014).
var as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 O disparo de arma de fogo ocorre mediante a conduta
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental de disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habi-
se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou tado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção
que seja de sua propriedade30, sujeito à pena de detenção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade
de um a dois anos e multa (art. 13). Incorrerá no crime de a prática de outro crime36. No parágrafo único do art. 15,
omissão de cautela, nas mesmas penas, o proprietário ou também há previsão de que seria delito inafiançável, po-
diretor responsável de empresa de segurança e transporte rém, este parágrafo também foi julgado inconstitucional
de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de na ADIN 3.112-137. A previsão de pena é de reclusão de 2 a
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras 4 anos e multa (art. 15 e parágrafo único).
formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição O delito de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) restrito ocorre com a conduta de possuir, deter, portar, ad-
horas depois de ocorrido o fato31 (art. 13, parágrafo único). quirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é a ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
conduta de portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocul- em desacordo com determinação legal ou regulamentar38,
tar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, com pena de reclusão de 3 a 6 anos e multa. Nas mesmas
sem autorização e em desacordo com determinação legal penas incorrerá quem suprimir ou alterar marca, numeração
ou regulamentar32. Há a previsão no texto legal, no pará- ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou arte-
grafo único do art. 14, de que este crime é inafiançável, fato; modificar as características de arma de fogo, de forma
salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou
do agente. Entretanto, o STF julgou inconstitucional o que restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir
consta no parágrafo único, conforme a ADIN 3.112-133. Feita a erro autoridade policial, perito ou juiz; possuir, detiver,
esta ressalva, a pena para o delito aqui é de reclusão de 2 a fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem
4 anos e multa34 (art. 14 e parágrafo único). Tem-se, ainda, autorização ou em desacordo com determinação legal ou re-
que em caso de porte ilegal de munição, a ausência de po- gulamentar; portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
tencialidade lesiva, vez que a munição não pode ser usada arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro
sozinha, configura o crime, por ser ele de mera conduta35. sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado39;
Ressalta-se que, segundo o STF, o tipo penal do art. 14 vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma
da Lei n° 10.826/2003, ao prever as condutas de portar, de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou ado-
deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transpor- lescente; e produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização
tar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, Ressalta-se que o crime de posse ou porte ilegal de arma de
acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização fogo de uso restrito é classificado como de perigo abstrato40
e em desacordo com determinação legal e regulamentar, (art. 16 e parágrafo único).
Destacamos aqui que é típica a conduta de possuir arma
28
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Investigador/2009. de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qual-
29
Vunesp/MPE-SP/Analista de Promotoria I/2010.
Legislação Especial

30
Assunto cobrado nas seguintes provas: Fumarc/PM-MG/Oficial da Polícia quer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou
Militar/2011; UFPR/DPE-PR/Defensor Público/2014. adulterado, praticada após 23/10/2005, pois, em relação
31
Assunto cobrado nas seguintes provas: Fumarc/PM-MG/Oficial da Polícia
Militar/2011; Cespe/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/2012; PC-SP/
Delegado de Polícia/2011; Cespe/TRF 5ª Região/Juiz Federal/2013; IBFC/PC-RJ/ 36
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Polícia Federal/Agente Admi-
Oficial de Cartório/2013; Cespe/PM-CE/Oficial da Polícia Militar/2014. nistrativo/2014; TJ-PR/Assessor Jurídico/2012.
32
Assunto cobrado nas seguintes provas: Movens/PC-PA/Investigador/2009; 37
Assunto cobrado na prova: Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia Civil de 1a
Cespe/PC-DF/Escrivão de Polícia/2013; MPE-SP/Promotor de Justiça/2006; Classe/2015.
PC-SP/Delegado de Polícia/2011; TJ-PR/Assessor Jurídico/2012. 38
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-RS/Secretário de Diligên-
33
Assunto cobrado na prova: IBFC/PC-RJ/Oficial de Cartório/2013. cias/2010; Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe/2015.
34
Assunto cobrado na prova: Cespe/PC-AL/Agente de Polícia/2012. 39
Assunto cobrado na prova: IBFC/PC-RJ/Oficial de Cartório/2013.
35
COMVEST/UEPB/PM-PB/Soldado da Polícia Militar/2008. 40
Officium/TJ-RS/Juiz/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a esse delito, a abolitio criminis temporária cessou nessa Ressalta-se aqui que no texto do Estatuto do Desarma-
data, termo final da prorrogação dos prazos previstos na mento há a previsão de que os crimes de posse ou porte
redação original dos arts. 30 e 32 da Lei nº 10.826/2003. A ilegal de arma de fogo de uso restrito, o comércio ilegal de
nova redação do art. 32 da Lei nº 10.826/2003, trazida pela arma de fogo e o tráfico internacional de arma de fogo são
Lei nº 11.706/2008, não mais suspendeu, temporariamente, insuscetíveis de liberdade provisória (art. 21). Ocorre que
a vigência da norma incriminadora ou instaurou uma abo- o STF, na já mencionada aqui ADIN nº 3.112-1, declarou
litio criminis temporária – conforme operado pelo art. 30 inconstitucional essa vedação da lei47.
da mesma lei –, mas instituiu uma causa permanente de ex-
clusão da punibilidade, consistente na entrega espontânea Disposições Gerais
da arma. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 519/
STJ – REsp 1311408/RN, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, O Estatuto do Desarmamento traz algumas disposições
Terceira Seção, julgado em 13/3/2013, DJe 20/5/2013). Ade- gerais sobre a matéria de seu texto. Entre elas, está a possi-
mais, o porte de arma de fogo com numeração raspada, bilidade de o Ministério da Justiça celebrar convênios para
previsto no parágrafo único, inciso IV, do art. 16, refere-se o cumprimento do que é previsto neste Estatuto (art. 22).
tanto à arma de fogo de uso permitido como à arma de Traz, também, que serão disciplinadas, em ato do chefe
fogo de uso proibido/restrito41. do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Coman-
Uma observação importante aqui é com relação aos do do Exército a classificação legal, técnica e geral bem como
delitos dos arts. 12, 14 e 16 do Estatuto do Desarmamen- a definição das armas de fogo e demais produtos controla-
to. O STJ posiciona-se no sentido de que para a caracte- dos, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos
rização desses delitos não é necessário que a arma seja e de valor histórico48 (art. 23).
apreendida e periciada, uma vez que são crimes de perigo Todas as munições comercializadas no País deverão estar
abstrato. Ocorre que, uma vez apreendidas e periciadas,
acondicionadas em embalagens com sistema de código de
se ficar demonstrado que a arma é totalmente inapta a
barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação
realizar disparos, não estará caracterizado o crime, desde
do fabricante e do adquirente, além de outras informações
que desmuniciada. (Jurisprudência noticiada no Informativo
definidas no regulamento do Estatuto do Desarmamento
nº 544 STJ – AgRg no AREsp 397.473/DF, Rel. Ministro Marco
Aurélio Bellizze, Quinta Turma, julgado em 19/8/2014, DJe (art. 23, § 1º). Observa-se que, para os órgãos mencionados
25/8/2014). como exceção à regra da proibição de porte de arma de fogo
O comércio ilegal de arma de fogo é a conduta de ad- no território nacional (art. 6º), somente serão expedidas au-
quirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em torizações de compra de munição com identificação do lote
depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, e do adquirente no culote dos projéteis (art. 23, §§ 1º e 2º).
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito As armas de fogo que forem fabricadas a partir de um
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou ano da data de publicação deste Estatuto, ou seja, a partir
industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem auto- de 22 de dezembro de 2003, conterão dispositivo intrínseco
rização ou em desacordo com determinação legal ou regu- de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma,
lamentar42. Será equiparada à atividade comercial ou indus- definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos
trial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação previstos no art. 6º (art. 23, § 3º). Ademais, é possível que
de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, as instituições de ensino policial e as guardas municipais
inclusive o exercido em residência. A pena prevista para este adquiram insumos e máquinas de recarga de munição para
delito é de 4 a 8 anos e multa (art. 17 e parágrafo único). o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante
Por fim, tem-se o crime de tráfico internacional de autorização concedida nos termos definidos em regulamento
arma de fogo que é importar, exportar, favorecer a entrada (art. 23, § 4º).
ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma Excetuadas as atribuições do Sinarm, é de competência
de fogo, acessório ou munição, sem autorização da auto- do Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção,
ridade competente, com pena de reclusão de 4 a 8 anos e exportação, importação, desembaraço alfandegário e o co-
multa43 (art. 18). mércio de armas de fogo e demais produtos controlados,
Em havendo a utilização de armas de fogo, acessórios inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de
ou munições de uso proibido ou restrito, terá a pena au- colecionadores, atiradores e caçadores (art. 24).
mentada da metade o crime de comércio ilegal de arma As armas de fogo que forem apreendidas, após a elabora-
de fogo44 e tráfico internacional de arma de fogo (art. 19). A ção do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais
pena também será aumentada da metade, com relação aos interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo
crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo
disparo de arma de fogo, posse ou porte ilegal de arma de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
de fogo de uso restrito, comércio ilegal de arma de fogo e órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma
tráfico internacional caso esses delitos sejam praticados por do regulamento (art. 25). As que receberam parecer favorável
integrantes dos órgãos que mencionamos como exceções à à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força
proibição do porte de arma45 (art. 6º), além de os integran- Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os crité-
tes empregados das empresas de segurança privada e de rios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e
transporte de valores e com uso de armas de fogo utilizadas ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório
Legislação Especial

em entidades desportivas46 (art. 20). reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições,
abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse (art. 25,
41
Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe/2015.
42
Assunto cobrado nas seguintes provas: PC-SP/Delegado de Polícia/2011; TJ-PR/ § 1º). A relação das armas a serem doadas será enviada pelo
Assessor Jurídico/2012. Comando do Exército ao juiz competente, que determinará
43
Assunto cobrado nas seguintes provas: MPE-SP/Promotor de Justiça/2006; o perdimento em favor da instituição beneficiada (art. 25, §
PC-SP/Delegado de Polícia/2011; TJ-PR/Assessor Jurídico/2012.
44
FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Segurança e Transporte/2014.
45
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-RO/Analista Judiciário/Oficial de Justi- 47
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/PC-RJ/Oficial de Cartório/2013;
ça/2012. UFPR/DPE-PR/Defensor Público/2014.
46
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MPE-PI/Promotor de Justi- 48
Assunto cobrado na prova: FCC/TRT 1ª Região (RJ)/Técnico Judiciário/ Segu-
ça/2012; Cespe/DPE-RR/Defensor Público/2013. rança/2011; PC-SP/Delegado de Polícia/2011.

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2º). O transporte das armas doadas será de responsabilidade de dezembro de 2008. A Lei nº 11.922 é que prorrogou para
da instituição beneficiada, que deverá proceder ao cadas- 31 de dezembro de 2009.
tramento no Sinarm (armas de uso permitido) ou no Sigma Para cumprir a exigência de registro das armas ainda não
(armas de uso restrito), conforme o caso49 (art. 25, § 3º). registradas, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
Há a disposição para que o Poder Judiciário institua ins- Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provi-
trumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, sório, expedido na forma do § 4º do art. 5º desta Lei (parágrafo
conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso res- único do art. 30). Destaca-se que a abolitio criminis temporária
trito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em prevista na Lei nº 10.826/2003 aplica-se ao crime de posse
juízo, mencionando suas características e o local onde se de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca
encontram (art. 25, § 5º). ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido
Ressalta-se que, pelo Estatuto do Desarmamento, são ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005 (Súmula
vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a im- nº 513, STJ). Ainda sobre a abolitio criminis, a jurispruden-
portação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas cia do STJ é pacífica no sentido de ser atípica a conduta de
de fogo, que com estas se possam confundir. A exceção possuir arma de fogo ou munição, seja de uso permitido ou
à vedação fica com relação às réplicas e aos simulacros restrito, sem autorização ou em desconformidade com de-
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de terminação legal ou regulamentar, no período abrangido
usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando pela abolitio criminis temporária prevista no art. 30 da Lei
do Exército50 (art. 26 e parágrafo único). Destacamos aqui nº 10.826/2003, cujo prazo de entrega foi prorrogado pelas
que, para efeito de tipificação dos crimes do Estatuto do Leis nº 10.884/2004, 11.118/2005 e 11.191/2005, permitin-
Desarmamento, as réplicas e simulacros de armas de fogo do a devolução das armas e munições até 23 de outubro de
nunca se equiparam às armas de fogo51. 2005. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 506/STJ – HC
Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcio- nº 187.023/MS, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Quinta
nalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito52. Turma, julgado em 9/10/2012, DJe 17/10/2012).
Entretanto, isso não se aplica às aquisições dos Comandos O Estatuto prevê que os possuidores e proprietários de
Militares (art. 27 e parágrafo único). armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer
Nos termos do Estatuto do Desarmamento é vedado tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e inde-
ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, nização (art. 31). Além disso, poderão entregar a arma de
ressalvados os integrantes das Forças Armadas; os inte- fogo, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se
grantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento,
144 da Constituição Federal; os integrantes das guardas ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular
municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com da referida arma54 (art. 32). Sobre o assunto, é pacífico no STF
mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições que a conduta de posse de arma de fogo com numeração
estabelecidas no regulamento desta Lei; os agentes ope- raspada não está abrangida pela vacatio legis prevista nos
racionais da Agência Brasileira de Inteligência; os agentes arts. 30 a 32 da Lei 10.826/200355.
do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Há, ainda, previsão de multa de R$ 100.000,00 (cem mil
Institucional da Presidência da República; os integrantes reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme espe-
dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, cificar o regulamento desta Lei, à empresa de transporte aé-
XIII, da Constituição Federal; os integrantes do quadro efe- reo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
tivo dos agentes e guardas prisionais; os integrantes das deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite
escoltas de presos; as guardas portuárias; e os integrantes ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida
das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e autorização ou com inobservância das normas de seguran-
de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e ça e também será aplicada multa à empresa de produção
Analista Tributário53 (art. 28). ou comércio de armamentos que realize publicidade para
As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação do Estatuto exceto nas publicações especializadas56 (art. 33 e incisos).
do Desarmamento. Poderá o detentor de autorização com Por fim, os promotores de eventos em locais fechados,
prazo de validade superior a 90 (noventa) dias renová-la, com aglomeração superior a mil pessoas, adotarão, sob pena
perante a Polícia Federal, no prazo de 90 dias após a publi- de responsabilidade, as providências necessárias para evi-
cação, sem ônus para o requerente (art. 29). tar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos
Com relação aos possuidores e proprietários de arma garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Federal
de fogo de uso permitido ainda não registrada, deverão (art. 34 e parágrafo único).
solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2009,
mediante apresentação de documento de identificação Disposições Finais
pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados
de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita Pelas disposições finais, é proibida a comercialização de
da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou arma de fogo e munição em todo o território nacional57, salvo
declaração firmada na qual constem as características da para as entidades previstas no art. 6º, que já listamos quando
arma e a sua condição de proprietário, ficando este dis- tratamos do capítulo “Do porte”. Entretanto, essa vedação de-
pendia de aprovação mediante referendo popular, que ocorreu
Legislação Especial

pensado do pagamento de taxas e do cumprimento das


demais exigências (art. 30). Ressalta-se aqui que o prazo em outubro de 2005. A pergunta do referendo foi “o comércio
previsto no Estatuto para solicitar o registro é até o dia 31 de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?” e a
resposta vencedora foi “não”. Como não houve aprovação do
49
Assunto cobrado na prova: Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciá- referendo, a proibição não entrou em vigor (art. 35, §§ 1º e 2º).
ria/2013.
50
Assunto cobrado nas seguintes provas: Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013; 54
Assunto cobrado na prova: OFFICIUM /TJ-RS/Juiz/2012.
Officium/TJ-RS/Juiz/2012. 55
STF/HC nº 117206, Relator(a): Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, julgado em
51
UFPR/DPE-PR/Defensor Público/2014. 5/11/2013, Processo Eletrônico DJe-228 divulg 19/11/2013 public 20/11/2013.
52
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2009. 56
Cespe/PC-RN/Escrivão de Polícia Civil/2009.
53
TJ-PR/Juiz/2010; Cespe/TJ-RO/Analista Judiciário/Oficial de Justiça/2012. 57
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Investigador/2009.

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Busca Informatizada Vestcon ser recolhidas aos depósitos do Comando do Exército, para
guarda, a critério da mesma autoridade.
§ 4º O cadastramento das armas de fogo de que trata
DECRETO Nº 5.123, DE 1º DE JULHO DE 2004 o inciso I do § 1º observará as especificações e os procedi-
mentos estabelecidos pelo Departamento de Polícia Federal.
Regulamenta a Lei nº 10.826,
(Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
de 22 de dezembro de 2003, que
Art. 2º O SIGMA, instituído no Ministério da Defesa, no
dispõe sobre registro, posse e co-
âmbito do Comando do Exército, com circunscrição em todo
mercialização de armas de fogo e
o território nacional, tem por finalidade manter cadastro ge-
munição, sobre o Sistema Nacio-
ral, permanente e integrado das armas de fogo importadas,
nal de Armas – SINARM e define produzidas e vendidas no país, de competência do SIGMA,
crimes. e das armas de fogo que constem dos registros próprios.
§ 1º Serão cadastradas no SIGMA:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que I – as armas de fogo institucionais, de porte e portáteis,
lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em constantes de registros próprios:
vista o disposto na Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de a) das Forças Armadas;
2003, decreta: b) das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares;
c) da Agência Brasileira de Inteligência; e
CAPÍTULO I d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
Dos Sistemas de Controle de Armas de Fogo da República.
II – as armas de fogo dos integrantes das Forças Armadas,
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – SINARM, instituído da Agência Brasileira de Inteligência e do Gabinete de Segu-
no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, com rança Institucional da Presidência da República, constantes
circunscrição em todo o território nacional e competência es- de registros próprios;
tabelecida pelo caput e incisos do art. 2º da Lei nº 10.826, de III – as informações relativas às exportações de armas de
22 de dezembro de 2003, tem por finalidade manter cadastro fogo, munições e demais produtos controlados, devendo o
geral, integrado e permanente das armas de fogo importadas, Comando do Exército manter sua atualização;
produzidas e vendidas no país, de competência do SINARM, IV – as armas de fogo importadas ou adquiridas no país
e o controle dos registros dessas armas. para fins de testes e avaliação técnica; e
§ 1º Serão cadastradas no SINARM: V – as armas de fogo obsoletas.
I – as armas de fogo institucionais, constantes de regis- § 2º Serão registradas no Comando do Exército e cadas-
tros próprios: tradas no SIGMA:
a) da Polícia Federal; I – as armas de fogo de colecionadores, atiradores e ca-
b) da Polícia Rodoviária Federal; çadores; e
c) das Polícias Civis; II – as armas de fogo das representações diplomáticas.
d) dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Art. 3º Entende-se por registros próprios, para os fins des-
Senado Federal, referidos nos arts. 51, inciso IV, e 52, inciso te Decreto, os feitos pelas instituições, órgãos e corporações
XIII da Constituição; em documentos oficiais de caráter permanente.
e) dos integrantes do quadro efetivo dos agentes e guar- Art. 4º A aquisição de armas de fogo, diretamente da fá-
das prisionais, dos integrantes das escoltas de presos e das brica, será precedida de autorização do Comando do Exército.
Guardas Portuárias; Art. 5º Os dados necessários ao cadastro mediante re-
f) das Guardas Municipais; e gistro, a que se refere o inciso IX do art. 2º da Lei nº 10.826,
g) dos órgãos públicos não mencionados nas alíneas de 2003, serão fornecidos ao SINARM pelo Comando do
anteriores, cujos servidores tenham autorização legal para Exército.
portar arma de fogo em serviço, em razão das atividades Art. 6º Os dados necessários ao cadastro da identifica-
que desempenhem, nos termos do caput do art. 6º da Lei ção do cano da arma, das características das impressões de
nº 10.826, de 2003. raiamento e microestriamento de projetil disparado, a mar-
II – as armas de fogo apreendidas, que não constem dos ca do percutor e extrator no estojo do cartucho deflagrado
cadastros do SINARM ou Sistema de Gerenciamento Militar pela arma de que trata o inciso X do art. 2º da Lei nº10.826,
de Armas – SIGMA, inclusive as vinculadas a procedimentos de 2003, serão disciplinados em norma específica da Polícia
policiais e judiciais, mediante comunicação das autoridades Federal, ouvido o Comando do Exército, cabendo às fábricas
competentes à Polícia Federal; de armas de fogo o envio das informações necessárias ao
III – as armas de fogo de uso restrito dos integrantes dos órgão responsável da Polícia Federal.
órgãos, instituições e corporações mencionados no inciso II Parágrafo único. A norma específica de que trata este
do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003; e artigo será expedida no prazo de cento e oitenta dias.
IV – as armas de fogo de uso restrito, salvo aquelas men- Art. 7º As fábricas de armas de fogo fornecerão à Polí-
cionadas no inciso II, do §1º, do art. 2º deste Decreto. cia Federal, para fins de cadastro, quando da saída do esto-
§ 2º Serão registradas na Polícia Federal e cadastradas que, relação das armas produzidas, que devam constar do
no SINARM: SINARM, na conformidade do art. 2º da Lei nº 10.826, de
I – as armas de fogo adquiridas pelo cidadão com aten- 2003, com suas características e os dados dos adquirentes.
Legislação Especial

dimento aos requisitos do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003; Art. 8º As empresas autorizadas a comercializar armas de
II – as armas de fogo das empresas de segurança privada fogo encaminharão à Polícia Federal, quarenta e oito horas
e de transporte de valores; e após a efetivação da venda, os dados que identifiquem a
III – as armas de fogo de uso permitido dos integrantes arma e o comprador.
dos órgãos, instituições e corporações mencionados no inciso Art. 9º Os dados do SINARM e do SIGMA serão interliga-
II do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003. dos e compartilhados no prazo máximo de um ano.
§ 3º A apreensão das armas de fogo a que se refere o in- Parágrafo único. Os Ministros da Justiça e da Defesa es-
ciso II do §1º deste artigo deverá ser imediatamente comuni- tabelecerão no prazo máximo de um ano os níveis de acesso
cada à Policia Federal, pela autoridade competente, podendo aos cadastros mencionados no caput.

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CAPÍTULO II § 5º É intransferível a autorização para a aquisição da
Da Arma de Fogo arma de fogo, de que trata o §4º deste artigo.
§ 6º Está dispensado da comprovação dos requisitos a
Seção I que se referem os incisos VI e VII do caput o interessado em
Das Definições adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar
autorizado a portar arma da mesma espécie daquela a ser
Art. 10. Arma de fogo de uso permitido é aquela cuja adquirida, desde que o porte de arma de fogo esteja válido
utilização é autorizada a pessoas físicas, bem como a pessoas e o interessado tenha se submetido a avaliações em período
jurídicas, de acordo com as normas do Comando do Exército não superior a um ano, contado do pedido de aquisição.
e nas condições previstas na Lei nº 10.826, de 2003. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
Art. 11. Arma de fogo de uso restrito é aquela de uso Art. 13. A transferência de propriedade da arma de fogo,
exclusivo das Forças Armadas, de instituições de segurança por qualquer das formas em direito admitidas, entre particu-
pública e de pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devida- lares, sejam pessoas físicas ou jurídicas, estará sujeita à prévia
mente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo autorização da Polícia Federal, aplicando-se ao interessado
com legislação específica. na aquisição as disposições do art. 12 deste Decreto.
Parágrafo único. A transferência de arma de fogo registra-
Seção II da no Comando do Exército será autorizada pela instituição
Da Aquisição e do Registro da e cadastrada no SIGMA.
Arma de Fogo de Uso Permitido Art. 14. É obrigatório o registro da arma de fogo, no SI-
NARM ou no SIGMA, excetuadas as obsoletas.
Art. 12. Para adquirir arma de fogo de uso permitido o Art. 15. O registro da arma de fogo de uso permitido
interessado deverá: deverá conter, no mínimo, os seguintes dados:
I – declarar efetiva necessidade; I – do interessado:
II – ter, no mínimo, vinte e cinco anos; a) nome, filiação, data e local de nascimento;
III – apresentar original e cópia, ou cópia autenticada, b) endereço residencial;
de documento de identificação pessoal; (Redação dada pelo c) endereço da empresa ou órgão em que trabalhe;
Decreto nº 6.715, de 2008). d) profissão;
IV – comprovar, em seu pedido de aquisição do Cer- e) número da cédula de identidade, data da expedição,
tificado de Registro de Arma de Fogo e periodicamente, a órgão expedidor e Unidade da Federação; e
idoneidade e a inexistência de inquérito policial ou processo f) número do Cadastro de Pessoa Física – CPF ou Cadastro
criminal, por meio de certidões de antecedentes criminais da Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;
Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral, que poderão ser II – da arma:
fornecidas por meio eletrônico; (Redação dada pelo Decreto a) número do cadastro no SINARM;
nº 8.935, de 2016) b) identificação do fabricante e do vendedor;
V – apresentar documento comprobatório de ocupação c) número e data da nota Fiscal de venda;
lícita e de residência certa; d) espécie, marca, modelo e número de série;
VI – comprovar, em seu pedido de aquisição do Certifica- e) calibre e capacidade de cartuchos;
do de Registro de Arma de Fogo e periodicamente, a capaci- f) tipo de funcionamento;
dade técnica para o manuseio de arma de fogo; e (Redação g) quantidade de canos e comprimento;
dada pelo Decreto nº 8.935, de 2016) h) tipo de alma (lisa ou raiada);
VII – comprovar aptidão psicológica para o manuseio de i) quantidade de raias e sentido; e
arma de fogo, atestada em laudo conclusivo fornecido por j) número de série gravado no cano da arma.
psicólogo do quadro da Polícia Federal ou por esta creden- Art. 16. O Certificado de Registro de Arma de Fogo expe-
ciado. dido pela Polícia Federal, precedido de cadastro no SINARM,
§ 1º A declaração de que trata o inciso I do caput deve- tem validade em todo o território nacional e autoriza o seu
rá explicitar os fatos e circunstâncias justificadoras do pedi- proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no
do, que serão examinados pela Polícia Federal segundo as interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda,
orientações a serem expedidas pelo Ministério da Justiça. no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
(Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008) responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Reda-
§ 2º O indeferimento do pedido deverá ser fundamen- ção dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
tado e comunicado ao interessado em documento próprio. § 1º Para os efeitos do disposto no caput deste artigo
§ 3º O comprovante de capacitação técnica, de que trata considerar-se-á titular do estabelecimento ou empresa todo
o inciso VI do caput, deverá ser expedido por instrutor de aquele assim definido em contrato social, e responsável legal
armamento e tiro credenciado pela Polícia Federal e deverá o designado em contrato individual de trabalho, com poderes
atestar, necessariamente: (Redação dada pelo Decreto nº de gerência.
6.715, de 2008). § 2º Os requisitos de que tratam os incisos IV, V e VII do
I – conhecimento da conceituação e normas de segurança art. 12 deverão ser comprovados, periodicamente, a cada cinco
pertinentes à arma de fogo; anos, junto à Polícia Federal, para fins de renovação do Certifica-
II – conhecimento básico dos componentes e partes da do de Registro. (Redação dada pelo Decreto nº 8.935, de 2016)
arma de fogo; e § 2º-A. O requisito de que trata o inciso VI do art. 12
Legislação Especial

III – habilidade do uso da arma de fogo demonstrada, deverá ser comprovado, periodicamente, a cada duas re-
pelo interessado, em estande de tiro credenciado pelo Co- novações, junto à Polícia Federal. (Incluído pelo Decreto nº
mando do Exército. 8.935, de 2016)
§ 4º Após a apresentação dos documentos referidos nos § 3º (Revogado pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
incisos III a VII do caput, havendo manifestação favorável § 4º O disposto nos § 2º e § 2º-A não se aplica, para a aqui-
do órgão competente mencionada no §1º, será expedida, sição e a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo,
pelo SINARM, no prazo máximo de trinta dias, em nome aos integrantes dos órgãos, das instituições e das corporações,
do interessado, a autorização para a aquisição da arma de mencionados nos incisos I e II do caput do art. 6º da Lei nº
fogo indicada. 10.826, de 2003. (Redação dada pelo Decreto nº 8.935, de 2016)

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Art. 17. O proprietário de arma de fogo é obrigado a co- legalmente por essas mercadorias, que ficarão registradas
municar, imediatamente, à unidade policial local, o extravio, como de sua propriedade, de forma precária, enquanto não
furto ou roubo de arma de fogo ou do Certificado de Registro forem vendidas, sujeitos seus responsáveis às penas previstas
de Arma de Fogo, bem como a sua recuperação. (Redação em lei. (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008). Art. 21. A comercialização de acessórios de armas de
§ 1º A unidade policial deverá, em quarenta e oito ho- fogo e de munições, incluídos estojos, espoletas, pólvora e
ras, remeter as informações coletadas à Polícia Federal, para projéteis, só poderá ser efetuada em estabelecimento cre-
fins de cadastro no SINARM. (Redação dada pelo Decreto nº denciado pela Polícia Federal e pelo comando do Exército
6.715, de 2008) que manterão um cadastro dos comerciantes.
§ 2º No caso de arma de fogo de uso restrito, a Polícia § 1º Quando se tratar de munição industrializada, a venda
Federal repassará as informações ao Comando do Exército, ficará condicionada à apresentação pelo adquirente, do Cer-
para fins de cadastro no SIGMA. (Redação dada pelo Decreto tificado de Registro de Arma de Fogo válido, e ficará restrita
nº 6.715, de 2008) ao calibre correspondente à arma registrada.
§ 3º Nos casos previstos no caput, o proprietário deverá, § 2º Os acessórios e a quantidade de munição que cada
também, comunicar o ocorrido à Polícia Federal ou ao Co- proprietário de arma de fogo poderá adquirir serão fixados
mando do Exército, encaminhando, se for o caso, cópia do em Portaria do Ministério da Defesa, ouvido o Ministério
Boletim de Ocorrência. da Justiça.
§ 3º O estabelecimento mencionado no caput deste
Seção III artigo deverá manter à disposição da Polícia Federal e do
Da Aquisição e Registro da Arma Comando do Exército os estoques e a relação das vendas
de Fogo de Uso Restrito efetuadas mensalmente, pelo prazo de cinco anos.

Art. 18. Compete ao Comando do Exército autorizar a CAPÍTULO III


aquisição e registrar as armas de fogo de uso restrito. Do Porte e do Trânsito da Arma de Fogo
§ 1º As armas de que trata o caput serão cadastradas no
SIGMA e no SINARM, conforme o caso. Seção I
§ 2º O registro de arma de fogo de uso restrito, de que Do Porte
trata o caput deste artigo, deverá conter as seguintes infor-
mações: Art. 22. O Porte de Arma de Fogo de uso permitido, vin-
I – do interessado: culado ao prévio registro da arma e ao cadastro no SINARM,
a) nome, filiação, data e local de nascimento; será expedido pela Polícia Federal, em todo o território
b) endereço residencial; nacional, em caráter excepcional, desde que atendidos os
c) endereço da empresa ou órgão em que trabalhe; requisitos previstos nos incisos I, II e III do § 1º do art. 10
d) profissão; da Lei nº 10.826, de 2003. (Redação dada pelo Decreto nº
e) número da cédula de identidade, data da expedição, 6.715, de 2008)
órgão expedidor e Unidade da Federação; e Parágrafo único. A taxa estipulada para o Porte de Arma
f) número do Cadastro de Pessoa Física – CPF ou Cadastro de Fogo somente será recolhida após a análise e a aprovação
dos documentos apresentados.
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;
Art. 23. O Porte de Arma de Fogo é documento obriga-
II – da arma:
tório para a condução da arma e deverá conter os seguintes
a) número do cadastro no SINARM;
dados:
b) identificação do fabricante e do vendedor;
I – abrangência territorial;
c) número e data da nota Fiscal de venda;
II – eficácia temporal;
d) espécie, marca, modelo e número de série;
III – características da arma;
e) calibre e capacidade de cartuchos; IV – número do cadastro da arma no SINARM; (Redação
f) tipo de funcionamento; dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
g) quantidade de canos e comprimento; V – identificação do proprietário da arma; e
h) tipo de alma (lisa ou raiada); VI – assinatura, cargo e função da autoridade concedente.
i) quantidade de raias e sentido; e Art. 24. O Porte de Arma de Fogo é pessoal, intransferí-
j) número de série gravado no cano da arma. vel e revogável a qualquer tempo, sendo válido apenas com
§ 3º Os requisitos de que tratam os incisos IV, V, VI e VII relação à arma nele especificada e com a apresentação do
do art. 12 deste Decreto deverão ser comprovados periodi- documento de identificação do portador. (Redação dada pelo
camente, a cada três anos, junto ao Comando do Exército, Decreto nº 6.715, de 2008)
para fins de renovação do Certificado de Registro. Art. 24-A. Para portar a arma de fogo adquirida nos
§ 4º Não se aplica aos integrantes dos órgãos, instituições termos do § 6º do art. 12, o proprietário deverá solicitar a
e corporações mencionados nos incisos I e II do art. 6º da Lei expedição do respectivo documento de porte, que observará
nº 10.826, de 2003, o disposto no § 3º deste artigo. o disposto no art. 23 e terá a mesma validade do documento
referente à primeira arma. (Incluído pelo Decreto nº 6.715,
Seção IV de 2008)
Legislação Especial

Do Comércio Especializado de Art. 25. O titular do Porte de Arma de Fogo deverá co-


Armas de Fogo e Munições municar imediatamente:
I – a mudança de domicílio, ao órgão expedidor do Porte
Art. 19. É proibida a venda de armas de fogo, munições e de Arma de Fogo; e
demais produtos controlados, de uso restrito, no comércio. II – o extravio, furto ou roubo da arma de fogo, à Unidade
Art. 20. O estabelecimento que comercializar arma de Policial mais próxima e, posteriormente, à Polícia Federal.
fogo de uso permitido em território nacional é obrigado a Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo
comunicar à Polícia Federal, mensalmente, as vendas que implicará na suspensão do Porte de Arma de Fogo, por prazo
efetuar e a quantidade de armas em estoque, respondendo a ser estipulado pela autoridade concedente.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 26. O titular de porte de arma de fogo para defesa § 1º As armas pertencentes às entidades mencionadas
pessoal concedido nos termos do art. 10 da Lei nº 10.826, no caput e seus integrantes terão autorização para porte
de 2003, não poderá conduzi-la ostensivamente ou com ela de trânsito (guia de tráfego) a ser expedida pelo Comando
adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como igre- do Exército.
jas, escolas, estádios desportivos, clubes, agências bancárias § 2º A prática de tiro desportivo por menores de dezoito
ou outros locais onde haja aglomeração de pessoas em vir- anos deverá ser autorizada judicialmente e deve restringir-se
tude de eventos de qualquer natureza. (Redação dada pelo aos locais autorizados pelo Comando do Exército, utilizan-
Decreto nº 6.715, de 2008) do arma da agremiação ou do responsável quando por este
§ 1º A inobservância do disposto neste artigo implicará acompanhado.
na cassação do Porte de Arma de Fogo e na apreensão da § 3º A prática de tiro desportivo por maiores de dezoito
arma, pela autoridade competente, que adotará as medidas anos e menores de vinte e cinco anos pode ser feita utilizando
legais pertinentes. arma de sua propriedade, registrada com amparo na Lei nº
§ 2º Aplica-se o disposto no §1º deste artigo, quando o 9.437, de 20 de fevereiro de 1997, de agremiação ou arma
titular do Porte de Arma de Fogo esteja portando o arma- registrada e cedida por outro desportista.
mento em estado de embriaguez ou sob o efeito de drogas Art. 31. A entrada de arma de fogo e munição no país,
ou medicamentos que provoquem alteração do desempenho como bagagem de atletas, para competições internacionais
intelectual ou motor. será autorizada pelo Comando do Exército.
Art. 27. Será concedido pela Polícia Federal, nos termos § 1º O Porte de Trânsito das armas a serem utilizadas por
do § 5º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, o Porte de delegações estrangeiras em competição oficial de tiro no país
Arma de Fogo, na categoria “caçador de subsistência”, de será expedido pelo Comando do Exército.
uma arma portátil, de uso permitido, de tiro simples, com § 2º Os responsáveis e os integrantes pelas delegações
um ou dois canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a estrangeiras e brasileiras em competição oficial de tiro no
16, desde que o interessado comprove a efetiva necessidade país transportarão suas armas desmuniciadas.
em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes
documentos: Subseção II
I – documento comprobatório de residência em área ru- Dos Colecionadores e Caçadores
ral ou certidão equivalente expedida por órgão municipal;
Art. 32. O Porte de Trânsito das armas de fogo de co-
(Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
lecionadores e caçadores será expedido pelo Comando do
II – original e cópia, ou cópia autenticada, do documento
Exército.
de identificação pessoal; e (Redação dada pelo Decreto nº
Parágrafo único. Os colecionadores e caçadores trans-
6.715, de 2008)
portarão suas armas desmuniciadas.
III – atestado de bons antecedentes.
Parágrafo único. Aplicam-se ao portador do Porte de Subseção III
Arma de Fogo mencionado neste artigo as demais obriga- Dos Integrantes e das Instituições Mencionadas
ções estabelecidas neste Decreto. no art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003
Art. 28. O proprietário de arma de fogo de uso permi-
tido registrada, em caso de mudança de domicílio ou outra Art. 33. O Porte de Arma de Fogo é deferido aos militares
situação que implique o transporte da arma, deverá solici- das Forças Armadas, aos policiais federais e estaduais e do
tar guia de trânsito à Polícia Federal para as armas de fogo Distrito Federal, civis e militares, aos Corpos de Bombeiros
cadastradas no SINARM, na forma estabelecida pelo Depar- Militares, bem como aos policiais da Câmara dos Deputa-
tamento de Polícia Federal. (Redação dada pelo Decreto nº dos e do Senado Federal em razão do desempenho de suas
6.715, de 2008) funções institucionais.
Art. 29. Observado o princípio da reciprocidade previs- § 1º O Porte de Arma de Fogo das praças das Forças
to em convenções internacionais, poderá ser autorizado o Armadas e dos Policiais e Corpos de Bombeiros Militares é
Porte de Arma de Fogo pela Polícia Federal, a diplomatas regulado em norma específica, por atos dos Comandantes
de missões diplomáticas e consulares acreditadas junto ao das Forças Singulares e dos Comandantes-Gerais das Cor-
Governo Brasileiro, e a agentes de segurança de dignitários porações.
estrangeiros durante a permanência no país, independente- § 2º Os integrantes das polícias civis estaduais e das For-
mente dos requisitos estabelecidos neste Decreto. ças Auxiliares, quando no exercício de suas funções institu-
Art. 29-A. Caberá ao Departamento de Polícia Federal cionais ou em trânsito, poderão portar arma de fogo fora
estabelecer os procedimentos relativos à concessão e reno- da respectiva unidade federativa, desde que expressamen-
vação do Porte de Arma de Fogo. (Incluído pelo Decreto nº te autorizados pela instituição a que pertençam, por prazo
6.715, de 2008) determinado, conforme estabelecido em normas próprias.
Art. 33-A. A autorização para o porte de arma de fogo
Seção II previsto em legislação própria, na forma do caput do art. 6º
Dos Atiradores, Caçadores e Colecionadores da Lei nº 10.826, de 2003, está condicionada ao atendimento
dos requisitos previstos no inciso III do caput do art. 4º da
Legislação Especial

Subseção I mencionada Lei. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)


Da Prática de Tiro Desportivo Art. 34. Os órgãos, instituições e corporações menciona-
dos nos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º da Lei
Art. 30. As agremiações esportivas e as empresas de nº 10.826, de 2003, estabelecerão, em normativos internos,
instrução de tiro, os colecionadores, atiradores e caçadores os procedimentos relativos às condições para a utilização das
serão registrados no Comando do Exército, ao qual caberá armas de fogo de sua propriedade, ainda que fora do serviço.
estabelecer normas e verificar o cumprimento das condições (Redação dada pelo Decreto nº 6.146, de 2007)
de segurança dos depósitos das armas de fogo, munições e § 1º As instituições mencionadas no inciso IV do art. 6º
equipamentos de recarga. da Lei nº 10.826, de 2003, estabelecerão em normas próprias

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os procedimentos relativos às condições para a utilização, em § 1º O cumprimento destes requisitos será atestado pelas
serviço, das armas de fogo de sua propriedade. instituições, órgãos e corporações de vinculação.
§ 2º As instituições, órgãos e corporações nos procedi- § 2º Não se aplicam aos integrantes da reserva não re-
mentos descritos no caput, disciplinarão as normas gerais munerada das Forças Armadas e Auxiliares, as prerrogativas
de uso de arma de fogo de sua propriedade, fora do serviço, mencionadas no caput.
quando se tratar de locais onde haja aglomeração de pesso-
as, em virtude de evento de qualquer natureza, tais como Subseção IV
no interior de igrejas, escolas, estádios desportivos, clubes, Das Empresas de Segurança Privada
públicos e privados. e de Transporte de Valores
§ 3º Os órgãos e instituições que tenham os portes de
arma de seus agentes públicos ou políticos estabelecidos em Art. 38. A autorização para o uso de arma de fogo expedi-
lei própria, na forma do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, da pela Polícia Federal, em nome das empresas de segurança
de 2003, deverão encaminhar à Polícia Federal a relação privada e de transporte de valores, será precedida, necessa-
dos autorizados a portar arma de fogo, observando-se, no riamente, da comprovação do preenchimento de todos os
que couber, o disposto no art. 26. (Incluído pelo Decreto nº requisitos constantes do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003,
6.715, de 2008)
pelos empregados autorizados a portar arma de fogo.
§ 4º Não será concedida a autorização para o porte de
§ 1º A autorização de que trata o caput é válida apenas
arma de fogo de que trata o art. 22 a integrantes de órgãos,
para a utilização da arma de fogo em serviço.
instituições e corporações não autorizados a portar arma de
fogo fora de serviço, exceto se comprovarem o risco à sua § 2º As empresas de que trata o caput encaminharão,
integridade física, observando-se o disposto no art. 11 da Lei trimestralmente, à Polícia Federal, para cadastro no SINARM,
nº 10.826, de 2003. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) a relação nominal dos empregados autorizados a portar arma
§ 5º O porte de que tratam os incisos V, VI e X do caput de fogo. (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, e aquele previsto em lei § 3º A transferência de armas de fogo, por qualquer mo-
própria, na forma do caput do mencionado artigo, serão con- tivo, entre estabelecimentos da mesma empresa ou para
cedidos, exclusivamente, para defesa pessoal, sendo vedado empresa diversa, deverão ser previamente autorizados pela
aos seus respectivos titulares o porte ostensivo da arma de Polícia Federal.
fogo. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) § 4º Durante o trâmite do processo de transferência de
§ 6º A vedação prevista no parágrafo 5º não se aplica aos armas de fogo de que trata o § 3º, a Polícia Federal poderá,
servidores designados para execução da atividade fiscalizató- em caráter excepcional, autorizar a empresa adquirente a
ria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos utilizar as armas em fase de aquisição, em seus postos de
Naturais Renováveis – IBAMA e do Instituto Chico Mendes serviço, antes da expedição do novo Certificado de Registro.
de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
(Incluído pelo Decreto nº 6.817, de 2009) Art. 39. É de responsabilidade das empresas de seguran-
Art. 35. Poderá ser autorizado, em casos excepcionais, ça privada e de transportes de valores a guarda e armazena-
pelo órgão competente, o uso, em serviço, de arma de fogo, gem das armas, munições e acessórios de sua propriedade,
de propriedade particular do integrante dos órgãos, institui- nos termos da legislação específica.
ções ou corporações mencionadas no inciso II do art. 6º da Parágrafo único. A perda, furto, roubo ou outras formas
Lei nº 10.826, de 2003. de extravio de arma de fogo, acessório e munições que es-
§ 1º A autorização mencionada no caput será regulamen- tejam sob a guarda das empresas de segurança privada e
tada em ato próprio do órgão competente. de transporte de valores deverá ser comunicada à Polícia
§ 2º A arma de fogo de que trata este artigo deverá ser Federal, no prazo máximo de vinte e quatro horas, após a
conduzida com o seu respectivo Certificado de Registro. ocorrência do fato, sob pena de responsabilização do pro-
Art. 35-A. As armas de fogo particulares de que trata prietário ou diretor responsável.
o art. 35, e as institucionais não brasonadas, deverão ser
conduzidas com o seu respectivo Certificado de Registro ou Subseção V
termo de cautela decorrente de autorização judicial para uso, Das guardas Municipais
sob pena de aplicação das sanções penais cabíveis.(Incluído
pelo Decreto nº 6.715, de 2008).
Art. 36. A capacidade técnica e a aptidão psicológica para
Art. 40. Cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio da
o manuseio de armas de fogo, para os integrantes das insti-
Polícia Federal, diretamente ou mediante convênio com os
tuições descritas nos incisos III, IV, V, VI, VII e X do caput do
órgãos de segurança pública dos Estados, do Distrito Federal
art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, serão atestadas pela pró-
pria instituição, depois de cumpridos os requisitos técnicos ou dos Municípios, nos termos do § 3º do art. 6º da Lei nº
e psicológicos estabelecidos pela Polícia Federal. (Redação 10.826, de 2003: (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de
dada pelo Decreto nº 6.146, de 2007 2008)
Parágrafo único. Caberá à Polícia Federal expedir o Porte I – conceder autorização para o funcionamento dos cur-
de Arma de Fogo para os guardas portuários. (Redação dada sos de formação de guardas municipais;
pelo Decreto nº 8.935, de 2016) II – fixar o currículo dos cursos de formação;
Legislação Especial

Art. 37. Os integrantes das Forças Armadas e os servido- III – conceder Porte de Arma de Fogo;
res dos órgãos, instituições e corporações mencionados nos IV – fiscalizar os cursos mencionados no inciso II; e
incisos II, V, VI e VII do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de V – fiscalizar e controlar o armamento e a munição uti-
2003, transferidos para a reserva remunerada ou aposenta- lizados.
dos, para conservarem a autorização de porte de arma de Parágrafo único. As competências previstas nos inci-
fogo de sua propriedade deverão submeter-se, a cada cinco sos I e II deste artigo não serão objeto de convênio.
anos, aos testes de avaliação psicológica a que faz menção Art. 41. Compete ao Comando do Exército autorizar a
o inciso III do caput do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003. aquisição de armas de fogo e de munições para as Guardas
(Redação dada pelo Decreto nº 8.935, de 2016) Municipais.

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Art. 42. O Porte de Arma de Fogo aos profissionais ci- III – estabelecer, nas ações preventivas com vistas à se-
tados nos incisos III e IV, do art. 6º, da Lei nº 10.826, de gurança da aviação civil, os procedimentos de restrição e
2003, será concedido desde que comprovada a realização condução de armas por pessoas com a prerrogativa de Porte
de treinamento técnico de, no mínimo, sessenta horas para de Arma de Fogo em áreas restritas aeroportuárias, ressal-
armas de repetição e cem horas para arma semiautomática. vada a competência da Polícia Federal, prevista no inciso III
§ 1º O treinamento de que trata o caput desse artigo do §1º do art. 144 da Constituição.
deverá ter, no mínimo, sessenta e cinco por cento de con- Parágrafo único. As áreas restritas aeroportuárias são
teúdo prático. aquelas destinadas à operação de um aeroporto, cujos aces-
§ 2º O curso de formação dos profissionais das Guardas sos são controlados, para os fins de segurança e proteção
Municipais deverá conter técnicas de tiro defensivo e defesa da aviação civil.
pessoal. Art. 49. A classificação legal, técnica e geral e a defini-
§ 3º Os profissionais da Guarda Municipal deverão ser ção das armas de fogo e demais produtos controlados, de
submetidos a estágio de qualificação profissional por, no uso restrito ou permitido são as constantes do Regulamento
mínimo, oitenta horas ao ano. para a Fiscalização de Produtos Controlados e sua legislação
§ 4º Não será concedido aos profissionais das Guardas complementar.
Municipais Porte de Arma de Fogo de calibre restrito, priva- Parágrafo único. Compete ao Comando do Exército pro-
tivos das forças policiais e forças armadas. mover a alteração do Regulamento mencionado no caput,
Art. 43. O profissional da Guarda Municipal com Porte de com o fim de adequá-lo aos termos deste Decreto.
Arma de Fogo deverá ser submetido, a cada dois anos, a teste Art. 50. Compete, ainda, ao Comando do Exército:
de capacidade psicológica e, sempre que estiver envolvido I – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de ar-
em evento de disparo de arma de fogo em via pública, com mas, munições e demais produtos controlados, em todo o
ou sem vítimas, deverá apresentar relatório circunstanciado, território nacional;
ao Comando da Guarda Civil e ao Órgão Corregedor para II – estabelecer as dotações em armamento e munição
justificar o motivo da utilização da arma. das corporações e órgãos previstos nos incisos II, III, IV, V, VI
Art. 44. A Polícia Federal poderá conceder Porte de Arma e VII do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003; e
de Fogo, nos termos no §3º do art. 6º, da Lei nº 10.826, de III – estabelecer normas, ouvido o Ministério da Justiça,
2003, às Guardas Municipais dos municípios que tenham em cento e oitenta dias:
criado corregedoria própria e autônoma, para a apuração de a) para que todas as munições estejam acondicionadas
infrações disciplinares atribuídas aos servidores integrantes em embalagens com sistema de código de barras, gravado
do Quadro da Guarda Municipal. na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e
Parágrafo único. A concessão a que se refere o caput do adquirente;
dependerá, também, da existência de Ouvidoria, como órgão b) para que as munições comercializadas para os órgãos
permanente, autônomo e independente, com competên- referidos no art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, contenham
cia para fiscalizar, investigar, auditorar e propor políticas de gravação na base dos estojos que permita identificar o fa-
qualificação das atividades desenvolvidas pelos integrantes bricante, o lote de venda e o adquirente;
das Guardas Municipais. c) para definir os dispositivos de segurança e identifica-
ção previstos no §3º do art. 23 da Lei nº 10.826, de 2003; e
Art. 45. (Revogado pelo Decreto nº 5.871, de 2006)
IV – expedir regulamentação específica para o controle
da fabricação, importação, comércio, trânsito e utilização
CAPÍTULO IV
de simulacros de armas de fogo, conforme o art. 26 da Lei
Das Disposições Gerais, Finais e Transitórias
nº 10.826, de 2003.
Art. 51. A importação de armas de fogo, munições e aces-
Seção I
sórios de uso restrito está sujeita ao regime de licenciamen-
Das Disposições Gerais
to não-automático prévio ao embarque da mercadoria no
exterior e dependerá da anuência do Comando do Exército.
Art. 46. O Ministro da Justiça designará as autoridades § 1º A autorização é concedida por meio do Certificado
policiais competentes, no âmbito da Polícia Federal, para Internacional de Importação.
autorizar a aquisição e conceder o Porte de Arma de Fogo, § 2º A importação desses produtos somente será autori-
que terá validade máxima de cinco anos. zada para os órgãos de segurança pública e para coleciona-
Art. 47. O Ministério da Justiça, por intermédio da Po- dores, atiradores e caçadores nas condições estabelecidas
lícia Federal, poderá celebrar convênios com os órgãos de em normas específicas.
segurança pública dos Estados e do Distrito Federal para Art. 52. Os interessados pela importação de armas de
possibilitar a integração, ao SINARM, dos acervos policiais fogo, munições e acessórios, de uso restrito, ao preencherem
de armas de fogo já existentes, em cumprimento ao disposto a Licença de Importação no Sistema Integrado de Comércio
no inciso VI do art. 2º da Lei nº 10.826, de 2003. (Redação Exterior – SISCOMEX, deverão informar as características es-
dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008) pecíficas dos produtos importados, ficando o desembaraço
Art. 48. Compete ao Ministério da Defesa e ao Ministério aduaneiro sujeito à satisfação desse requisito.
da Justiça: Art. 53. As importações realizadas pelas Forças Armadas
I – estabelecer as normas de segurança a serem obser- dependem de autorização prévia do Ministério da Defesa e
Legislação Especial

vadas pelos prestadores de serviços de transporte aéreo de serão por este controladas.
passageiros, para controlar o embarque de passageiros ar- Art. 54. A importação de armas de fogo, munições e aces-
mados e fiscalizar o seu cumprimento; sórios de uso permitido e demais produtos controlados está
II – regulamentar as situações excepcionais do interes- sujeita, no que couber, às condições estabelecidas nos arts.
se da ordem pública, que exijam de policiais federais, civis 51 e 52 deste Decreto.
e militares, integrantes das Forças Armadas e agentes do Art. 55. A Secretaria da Receita Federal e o Comando do
Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Ins- Exército fornecerão à Polícia Federal, as informações relativas
titucional da Presidência da República, o Porte de Arma de às importações de que trata o art. 54 e que devam constar
Fogo a bordo de aeronaves; e do cadastro de armas do SINARM.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 56. O Comando do Exército poderá autorizar a entra- III – nacionalização de mercadoria entrepostadas;
da temporária no país, por prazo definido, de armas de fogo, IV – ingresso e saída de armamento e munição de atletas
munições e acessórios para fins de demonstração, exposição, brasileiros e estrangeiros inscritos em competições nacionais
conserto, mostruário ou testes, mediante requerimento do ou internacionais;
interessado ou de seus representantes legais ou, ainda, das V – ingresso e saída de armamento e munição;
representações diplomáticas do país de origem. VI – ingresso e saída de armamento e munição de órgãos
§ 1º A importação sob o regime de admissão temporária de segurança estrangeiros, para participação em operações,
deverá ser autorizada por meio do Certificado Internacional exercícios e instruções de natureza oficial; e
de Importação. VII – as armas de fogo, munições, suas partes e peças,
§ 2º Terminado o evento que motivou a importação, o trazidos como bagagem acompanhada ou desacompanhada.
material deverá retornar ao seu país de origem, não podendo Art. 64. O desembaraço alfandegário de armas de fogo
ser doado ou vendido no território nacional, exceto a doa- e munição somente será autorizado após o cumprimento
ção para os museus das Forças Armadas e das instituições de normas específicas sobre marcação, a cargo do Comando
policiais. do Exército.
§ 3º A Receita Federal fiscalizará a entrada e saída desses
Art. 65. As armas de fogo apreendidas, observados os
produtos.
procedimentos relativos à elaboração do laudo pericial e
§ 4º O desembaraço alfandegário das armas e munições
quando não mais interessarem à persecução penal, serão
trazidas por agentes de segurança de dignitários estrangei-
ros, em visita ao país, será feito pela Receita Federal, com encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército,
posterior comunicação ao Comando do Exército. no prazo máximo de quarenta e oito horas, para destruição
Art. 57. Fica vedada a importação de armas de fogo, seus ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças
acessórios e peças, de munições e seus componentes, por Armadas. (Redação dada pelo Decreto nº 8.938, de 2016)
meio do serviço postal e similares. § 1º A doação de que trata este artigo restringe-se às
Parágrafo único. Fica autorizada, em caráter excepcional, armas de fogo portáteis previstas no art. 3º, caput, incisos
a importação de peças de armas de fogo, com exceção de XXXVII, XLIX, LIII e LXI, do Anexo ao Decreto nº 3.665, de 20
armações, canos e ferrolho, por meio do serviço postal e de novembro de 2000 - Regulamento para a Fiscalização de
similares. Produtos Controlados (R-105). (Redação dada pelo Decreto
Art. 58. O Comando do Exército autorizará a exportação nº 8.938, de 2016)
de armas, munições e demais produtos controlados. § 2º Os órgãos de segurança pública ou das Forças Ar-
§ 1º A autorização das exportações enquadradas nas madas responsáveis pela apreensão manifestarão interesse
diretrizes de exportação de produtos de defesa rege-se por pelas armas de fogo de que trata o § 1º, respectivamente,
legislação específica, a cargo do Ministério da Defesa. ao Ministério da Justiça e Cidadania ou ao Comando do Exér-
§ 2º Considera-se autorizada a exportação quando efe- cito, no prazo de até dez dias, contado da data de envio das
tivado o respectivo Registro de Exportação, no Sistema de armas ao Comando do Exército, na forma prevista no caput.
Comércio Exterior – SISCOMEX. (Redação dada pelo Decreto nº 8.938, de 2016)
Art. 59. O exportador de armas de fogo, munições ou § 3º A relação das armas a serem doadas e a indicação
demais produtos controlados deverá apresentar como prova das instituições beneficiárias serão elaboradas, desde que:
da venda ou transferência do produto, um dos seguintes (Redação dada pelo Decreto nº 8.938, de 2016)
documentos: I - verificada a necessidade de destinação do armamento;
I – Licença de Importação (LI), expedida por autoridade (Redação dada pelo Decreto nº 8.938, de 2016)
competente do país de destino; ou II - obedecidos o padrão e a dotação de cada órgão; e
II  – Certificado de Usuário Final (End User), expedido (Redação dada pelo Decreto nº 8.938, de 2016)
por autoridade competente do país de destino, quando for III - atendidos os critérios de priorização estabelecidos
o caso. pelo Ministério da Justiça e Cidadania, nos termos do § 1º
Art. 60. As exportações de armas de fogo, munições ou do art. 25 da Lei nº 10.826, de 2003. (Redação dada pelo
demais produtos controlados considerados de valor histórico
Decreto nº 8.938, de 2016)
somente serão autorizadas pelo Comando do Exército após
§ 4º Os critérios de que trata o inciso III do § 3º deverão
consulta aos órgãos competentes.
considerar a priorização de atendimento ao órgão que efe-
Parágrafo único. O Comando do Exército estabelecerá,
em normas específicas, os critérios para definição do termo tivou a apreensão. (Redação dada pelo Decreto nº 8.938,
“valor histórico”. de 2016)
Art. 61. O Comando do Exército cadastrará no SIGMA § 5º A análise da presença dos requisitos estabelecidos
os dados relativos às exportações de armas, munições e no § 3º será realizada no prazo de até cinco dias, contado da
demais produtos controlados, mantendo-os devidamente data de manifestação de interesse de que trata o § 2º, pela
atualizados. Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da
Art. 62. Fica vedada a exportação de armas de fogo, de Justiça e Cidadania, caso a manifestação tenha sido apresen-
seus acessórios e peças, de munição e seus componentes, tada pelos órgãos de segurança pública, ou pelo Comando do
por meio do serviço postal e similares. Exército, caso a manifestação tenha sido apresentada pelas
Forças Armadas. (Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016)
Legislação Especial

Art. 63. O desembaraço alfandegário de armas e muni-


ções, peças e demais produtos controlados será autorizado § 6º Cumpridos os requisitos de que trata o § 3º, o Co-
pelo Comando do Exército. mando do Exército encaminhará, no prazo de até vinte dias,
Parágrafo único. O desembaraço alfandegário de que a relação das armas ao juiz competente, que determinará o
trata este artigo abrange: seu perdimento em favor da instituição beneficiária. (Incluído
I – operações de importação e exportação, sob qualquer pelo Decreto nº 8.938, de 2016)
regime; § 7º Na hipótese de não haver manifestação expressa
II – internação de mercadoria em entrepostos aduanei- do órgão que realizou a apreensão das armas de que trata
ros; o § 1º, os demais órgãos de segurança pública ou das Forças

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Armadas poderão manifestar interesse pelas armas, no prazo prazo máximo de sessenta dias, aplicando-se, ao interessado
de trinta dias, contado da data de recebimento do relatório na aquisição, as disposições do art. 4º da Lei nº 10.826, de
a que se refere o art. 25, § 1º, da Lei nº 10.826, de 2003, 2003. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
cabendo-lhes encaminhar pedido de doação ao Comando do § 2º A cassação da autorização de posse ou de porte
Exército. (Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016) de arma de fogo será determinada a partir do indiciamento
§ 8º O Comando do Exército apreciará o pedido de do- do investigado no inquérito policial ou do recebimento da
ação de que trata o § 7º, observados os requisitos estabe- denúncia ou queixa pelo juiz. (Incluído pelo Decreto nº 6.715,
lecidos no § 3º, e encaminhará, no prazo de sessenta dias, de 2008)
contado da data de divulgação do relatório a que se refere o § 3º Aplica-se o disposto neste artigo a todas as armas
art. 25, § 1º, da Lei nº 10.826, de 2003, a relação das armas de fogo de propriedade do indiciado ou acusado. (Incluído
a serem doadas, para que o juiz competente determine o pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
seu perdimento, nos termos do § 6º. (Incluído pelo Decreto Art. 67-B. No caso do não-atendimento dos requisitos
nº 8.938, de 2016) previstos no art. 12, para a renovação do Certificado de
Registro da arma de fogo, o proprietário deverá entregar a
§ 9º As armas de fogo de valor histórico ou obsoletas,
arma à Polícia Federal, mediante indenização na forma do
objetos de doação nos termos deste artigo, poderão ser desti-
art. 68, ou providenciar sua transferência para terceiro, no
nadas pelo juiz competente a museus das Forças Armadas ou
prazo máximo de sessenta dias, aplicando-se, ao interessado
de instituições policiais, indicados pelo Comando do Exército. na aquisição, as disposições do art. 4º da Lei nº 10.826, de
(Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016) 2003. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
§ 10. As armas de fogo de uso permitido apreendidas Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput
poderão ser devolvidas pela autoridade competente aos seus implicará a apreensão da arma de fogo pela Polícia Federal
legítimos proprietários se cumpridos os requisitos estabe- ou órgão público por esta credenciado, aplicando-se ao pro-
lecidos no art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003. (Incluído pelo prietário as sanções penais cabíveis. (Incluído pelo Decreto
Decreto nº 8.938, de 2016) nº 6.715, de 2008)
§ 11. A decisão sobre o destino final das armas de fogo
não doadas nos termos deste Decreto caberá ao Comando Seção II
do Exército, que deverá concluir pela sua destruição ou pela Das Disposições Finais e Transitórias
doação às Forças Armadas. (Incluído pelo Decreto nº 8.938,
de 2016) Art. 68. O valor da indenização de que tratam os arts. 31
§ 12. Ato conjunto do Ministro de Estado da Defesa e do e 32 da Lei nº 10.826, de 2003, bem como o procedimento
Ministro de Estado da Justiça e Cidadania disciplinará o pro- para pagamento, será fixado pelo Ministério da Justiça.
cedimento de doação de munições e acessórios apreendidos. Parágrafo único. Os recursos financeiros necessários para
(Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016) o cumprimento do disposto nos arts. 31 e 32 da Lei nº 10.826,
Art. 66. A solicitação de informações sobre a origem de de 2003, serão custeados por dotação específica constante
armas de fogo, munições e explosivos deverá ser encami- do orçamento do Ministério da Justiça. (Redação dada pelo
Decreto nº 7.473, de 2011)
nhada diretamente ao órgão controlador da Polícia Federal
Art. 69. Presumir-se-á a boa-fé dos possuidores e proprie-
ou do Comando do Exército.
tários de armas de fogo que espontaneamente entregá-las na
Art. 67. No caso de falecimento ou interdição do proprie-
Polícia Federal ou nos postos de recolhimento credenciados,
tário de arma de fogo, o administrador da herança ou cura- nos termos do art. 32 da Lei nº 10.826, de 2003.
dor, conforme o caso, deverá providenciar a transferência da Art. 70. A entrega da arma de fogo, acessório ou munição,
propriedade da arma mediante alvará judicial ou autorização de que tratam os arts. 31 e 32 da Lei nº 10.826, de 2003,
firmada por todos os herdeiros, desde que maiores e capa- deverá ser feita na Polícia Federal ou nos órgãos e entidades
zes, aplicando-se ao herdeiro ou interessado na aquisição credenciados pelo Ministério da Justiça. (Redação dada pelo
as disposições do art. 12. (Redação dada pelo Decreto nº Decreto nº 7.473, de 2011)
6.715, de 2008). § 1º Para o transporte da arma de fogo até o local de
§ 1º O administrador da herança ou o curador comunicará entrega, será exigida guia de trânsito, expedida pela Polícia
à Polícia Federal ou ao Comando do Exército, conforme o Federal, ou órgão por ela credenciado, contendo as especi-
caso, a morte ou interdição do proprietário da arma de fogo. ficações mínimas estabelecidas pelo Ministério da Justiça.
(Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008). (Redação dada pelo Decreto nº 7.473, de 2011)
§ 2º Nos casos previstos no caput deste artigo, a arma § 2º A guia de trânsito poderá ser expedida pela rede
deverá permanecer sob a guarda e responsabilidade do mundial de computadores – Internet, na forma disciplinada
administrador da herança ou curador, depositada em local pelo Departamento de Polícia Federal. (Incluído pelo Decreto
seguro, até a expedição do Certificado de Registro e entrega nº 6.715, de 2008)
ao novo proprietário. § 3º A guia de trânsito não autoriza o porte da arma, mas
§ 3º A inobservância do disposto no § 2º implicará a apre- apenas o seu transporte, desmuniciada e acondicionada de
ensão da arma pela autoridade competente, aplicando-se ao maneira que não possa ser feito o seu pronto uso e, somen-
te, no percurso nela autorizado. (Incluído pelo Decreto nº
administrador da herança ou ao curador as sanções penais
Legislação Especial

6.715, de 2008)
cabíveis. (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
§ 4º O transporte da arma de fogo sem a guia de trânsito
Art. 67-A. Serão cassadas as autorizações de posse e de
ou o transporte com a guia, mas sem a observância do que
porte de arma de fogo do titular a quem seja imputada a nela estiver estipulado, poderá sujeitar o infrator às sanções
prática de crime doloso. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de penais cabíveis. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
2008) Art. 70-A. Para o registro da arma de fogo de uso per-
§ 1º Nos casos previstos no caput, o proprietário deverá mitido ainda não registrada de que trata o art. 30 da Lei nº
entregar a arma de fogo à Polícia Federal, mediante indeniza- 10.826, de 2003, deverão ser apresentados pelo requerente
ção na forma do art. 68, ou providenciar sua transferência no os documentos previstos no art. 70-C e original e cópia, ou

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cópia autenticada, da nota fiscal de compra ou de compro- no SINARM a transferência da arma para o novo proprietário
vação da origem lícita da posse, pelos meios de prova ad- e a respectiva arma de fogo deverá ser entregue à Polícia Fe-
mitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem deral para posterior encaminhamento à autoridade policial ou
as características da arma e a sua condição de proprietário. judicial competente. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
(Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) § 8º No caso do requerimento de renovação do Certifi-
Art. 70-B. Para a renovação do Certificado de Registro de cado de Registro de que trata o § 6º, além dos documentos
Arma de Fogo de que trata o § 3º do art. 5º da Lei nº 10.826, previstos no art. 70-B, deverá ser comprovada a origem lícita
de 2003, deverão ser apresentados pelo requerente os docu- da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou,
mentos previstos no art. 70-C e cópia do referido Certificado ainda, apresentada declaração firmada na qual constem as
ou, se for o caso, do boletim de ocorrência comprovando o características da arma e a sua condição de proprietário.
seu extravio. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
Art. 70-C. Para a renovação do Certificado de Registro § 9º Nos casos previstos neste artigo, além dos dados de
de Arma de Fogo ou para o registro da arma de fogo de que identificação do proprietário, o Certificado de Registro pro-
tratam, respectivamente, o § 3º do art. 5º e o art. 30 da visório e o definitivo deverão conter, no mínimo, o número
Lei nº 10.826, de 2003, o requerente deverá: (Incluído pelo de série da arma de fogo, a marca, a espécie e o calibre.
Decreto nº 6.715, de 2008) (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
I – ter, no mínimo, vinte e cinco anos de idade; (Incluído Art. 70-D. Não se aplicam as disposições do § 6º do art.
pelo Decreto nº 6.715, de 2008) 70-C às armas de fogo cujos Certificados de Registros tenham
II – apresentar originais e cópias, ou cópias autenticadas, sido expedidos pela Polícia Federal a partir da vigência deste
do documento de identificação pessoal e do comprovante Decreto e cujas transferências de propriedade dependam de
de residência fixa; (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) prévia autorização. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
III – apresentar o formulário SINARM devidamente pre- Art. 70-E. As armas de fogo entregues na campanha do
enchido; e (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) desarmamento não serão submetidas a perícia, salvo se es-
IV – apresentar o certificado de registro provisório e com- tiverem com o número de série ilegível ou houver dúvidas
provar os dados pessoais informados, caso o procedimento quanto à sua caracterização como arma de fogo, podendo,
tenha sido iniciado pela rede mundial de computadores – nesse último caso, serem submetidas a simples exame de
Internet. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) constatação. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
§ 1º O procedimento de registro da arma de fogo, ou sua Parágrafo único. As armas de fogo de que trata o caput
renovação, poderá ser iniciado por meio do preenchimento serão, obrigatoriamente, destruídas. (Incluído pelo Decreto
do formulário SINARM na rede mundial de computadores nº 6.715, de 2008)
– Internet, cujo comprovante de preenchimento impresso Art. 70-F. Não poderão ser registradas ou terem seu regis-
valerá como certificado de registro provisório, pelo prazo tro renovado as armas de fogo adulteradas ou com o número
de noventa dias. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) de série suprimido. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
§ 2º No ato do preenchimento do formulário pela rede Parágrafo único. Nos prazos previstos nos arts. 5º, § 3º, e
mundial de computadores – Internet, o requerente deverá 30 da Lei nº 10.826, de 2003, as armas de que trata o caput
escolher a unidade da Polícia Federal, ou órgão por ela cre- serão recolhidas, mediante indenização, e
denciado, na qual entregará pessoalmente a documentação Art. 70-G. Compete ao Ministério da Justiça estabelecer
os procedimentos necessários à execução da campanha do
exigida para o registro ou renovação. (Incluído pelo Decreto
desarmamento e ao Departamento de Polícia Federal a re-
nº 6.715, de 2008)
gularização de armas de fogo. (Redação dada pelo Decreto
§ 3º Caso o requerente deixe de apresentar a documen-
nº 7.473, de 2011)
tação exigida para o registro ou renovação na unidade da Po-
Art. 70-H. As disposições sobre entrega de armas de que
lícia Federal, ou órgão por ela credenciado, escolhida dentro
tratam os arts. 31 e 32 da Lei nº 10.826, de 2003, não se
do prazo de noventa dias, o certificado de registro provisório,
aplicam às empresas de segurança privada e transporte de
que será expedido pela rede mundial de computadores – In- valores. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
ternet uma única vez, perderá a validade, tornando irregular Art. 71. Será aplicada pelo órgão competente pela fisca-
a posse da arma. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) lização multa no valor de:
§ 4º No caso da perda de validade do certificado de regis- I – R$ 100.000,00 (cem mil reais):
tro provisório, o interessado deverá se dirigir imediatamente a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário,
à unidade da Polícia Federal, ou órgão por ela credenciado, marítimo, fluvial ou lacustre que permita o transporte de
para a regularização de sua situação. (Incluído pelo Decreto arma de fogo, munição ou acessórios, sem a devida auto-
nº 6.715, de 2008) rização, ou com inobservância das normas de segurança; e
§ 5º Aplica-se o disposto no art. 70-B à renovação dos b) à empresa de produção ou comércio de armamentos
registros de arma de fogo cujo certificado tenha sido expe- que realize publicidade estimulando a venda e o uso indis-
dido pela Polícia Federal, inclusive aqueles com vencimento criminado de armas de fogo, acessórios e munição, exceto
até o prazo previsto no § 3º do art. 5º da Lei nº 10.826, de nas publicações especializadas;
2003, ficando o proprietário isento do pagamento de taxa nas II – R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), sem prejuízo das
condições e prazos da Tabela constante do Anexo à referida sanções penais cabíveis:
Lei. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário,
Legislação Especial

§ 6º Nos requerimentos de registro ou de renovação de marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qual-
Certificado de Registro de Arma de Fogo em que se constate quer meio, faça, promova ou facilite o transporte de arma
a existência de cadastro anterior em nome de terceiro, será ou munição sem a devida autorização ou com inobservância
feita no SINARM a transferência da arma para o novo pro- das normas de segurança; e
prietário. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) b) à empresa de produção ou comércio de armamentos,
§ 7º Nos requerimentos de registro ou de renovação de na reincidência da hipótese mencionada no inciso I, alínea
Certificado de Registro de Arma de Fogo em que se constate “b”; e
a existência de cadastro anterior em nome de terceiro e a III  – R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), sem prejuízo
ocorrência de furto, roubo, apreensão ou extravio, será feita das sanções penais cabíveis, na hipótese de reincidência da

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conduta prevista na alínea “a”, do inciso I, e nas alíneas “a” lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º)
e “b”, do inciso II. e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando
Art. 72. A empresa de segurança e de transporte de praticadas contra autoridade ou agente das Forças Armadas e
valores ficará sujeita às penalidades de que trata o art. 23 Segurança Pública, integrantes do sistema prisional e da For-
da Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, quando deixar ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou
de apresentar, nos termos do art. 7º, §§ 2º e 3º, da Lei nº em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
10.826, de 2003: parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa con-
I – a documentação comprobatória do preenchimento dição; latrocínio61 (art. 157, § 3º, in fine); extorsão qualificada
dos requisitos constantes do art. 4º da Lei nº 10.826, de pela morte62 (art. 158, § 2º); extorsão mediante sequestro e
2003, quanto aos empregados que portarão arma de fogo; ou na forma qualificada63 (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); es-
II – semestralmente, ao SINARM, a listagem atualizada tupro64 (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); estupro de vulnerável65
de seus empregados. (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); epidemia com resultado
Art. 74. Os recursos arrecadados em razão das taxas e morte66 (art. 267, § 1º); falsificação, corrupção, adulteração
das sanções pecuniárias de caráter administrativo previstas ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou me-
neste Decreto serão aplicados na forma prevista no § 1º do dicinais67 (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação
art. 11 da Lei nº 10.826, de 2003. dada pela Lei nº 9.677, de 2 de julho de 1998); favorecimento
Parágrafo único. As receitas destinadas ao SINARM serão da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de
recolhidas ao Banco do Brasil S.A., na conta “Fundo para criança ou adolescente ou de vulnerável68 (art. 218-B, caput,
Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-Fim da e §§ 1º e 2º). (Artigo 1º, incisos I a VIII).
Polícia Federal”, e serão alocadas para o reaparelhamento, Também se considera crime hediondo o crime de geno-
manutenção e custeio das atividades de controle e fiscali- cídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de
zação da circulação de armas de fogo e de repressão a seu outubro de 1956, tentado ou consumado69 (art. 1º, parágrafo
tráfico ilícito, a cargo da Polícia Federal. (Redação dada pelo único). Importante destacar aqui que este rol de crimes he-
Decreto nº 6.715, de 2008) diondos trata-se de rol taxativo70. Além disso, o critério ado-
Art. 75. Serão concluídos em sessenta dias, a partir da tado de definição é o legal71. Isto significa que será crime he-
publicação deste Decreto, os processos de doação, em an- diondo aquele crime que estiver na letra da Lei nº 8.072/1990.
damento no Comando do Exército, das armas de fogo apre- Sobre os crimes hediondos, destacamos que por in-
endidas e recolhidas na vigência da Lei nº 9.437, de 20 de compatibilidade axiológica e por falta de previsão legal,
fevereiro de 1997.
Art. 76. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu- Defensor Público/2012; Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor Público/2010;
blicação. PC-SP/Escrivão de Polícia Civil/2010; Cespe/TJ-DF/Analista Judiciário/Área
Art. 77. Ficam revogados os Decretos nºs 2.222, de 8 de Judiciária/2008; PC-SP/Delegado de Polícia/2011.
61
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/PC-RJ/Papiloscopista Policial de 3ª
maio de 1997, 2.532, de 30 de março de 1998, e 3.305, de Classe/2014; IOBV/PM-SC/Soldado da Polícia Militar/2013; Funcab/PC-ES/Perito
23 de dezembro de 1999. em Telecomunicação/2013; FCC/TRF 2ª Região/Analista Judiciário/Execução de
Mandados/2012; Vunesp/TJ-SP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/Critério
Remoção/2011; Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor Público/2010; PC-SP/Escrivão
Brasília, 1º de julho de 2004; 183º da Independência e de Polícia Civil/2010; Funcab/PC-RO/Agente de Polícia/2009.
116º da República.
62
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/TRE-PA/Técnico Judiciário/Segu-
rança Judiciária/2011; Funcab/PC-RO/Agente de Polícia/2009.
63
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Execu-
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA ção de Mandados/2014; FGV/AL-MT/Procurador/2013; Funcab/PC-ES/Perito
em Telecomunicação/2013; Cespe/TJ-RO/Técnico Judiciário/2012; FCC/TJ-PE/
Márcio Thomaz Bastos Juiz/2011; Vunesp/TJ-SP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/Critério
José Viegas Filho Remoção/2011; PC-SP/Escrivão de Polícia Civil/2010; FCC/TRF 5ª Região/Analista
Judiciário/Área Judiciária/2008; PC-SP/Delegado de Polícia/2011.
64
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Área Ju-
Gladson Miranda diciária/2014; FGV/AL-MT /Procurador/2013; IOBV/PM-SC/Soldado da Polícia
Militar/2013; Funcab/PC-ES/Perito em Telecomunicação/2013; Vunesp/TJ-SP/
Titular de Serviços de Notas e de Registros/Critério Remoção/2011; PC-SP/
CRIMES HEDIONDOS (LEI Nº 8.072/1990) 65
Escrivão de Polícia Civil/2010; PC-SP/Delegado de Polícia/2011.
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/DPE-MS/Defensor Públi-
co/2012; FCC/TRF 5ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012; Cespe/
A Lei nº 8.072, publicada em 25 de julho de 1990, dispõe DPE-PI/Defensor Público/2009; PC-SP/Delegado de Polícia/2011.
66
Assunto cobrado nas seguintes provas: IOBV/PM-SC/Soldado da Polícia Mili-
sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, tar/2013; Funcab/PC-ES/Perito em Telecomunicação/2013; CAIP-IMES/Câmara
da Constituição Federal, e determina outras providências. Municipal de São Caetano do Sul-SP/Procurador/2012; FCC/TRF 5ª Região/
Esta lei entrou em vigor na data de sua publicação. Analista Judiciário/Área Judiciária/2012; FGV/TRE-PA/Técnico Judiciário/Segu-
rança Judiciária/2011; Funcab/PM-GO/Soldado da Polícia Militar/2010; PC-SP/
Escrivão de Polícia Civil/2010; Funcab/PC-RO/Agente de Polícia/2009; Vunesp/
Dos Crimes Hediondos DPE-MS/Defensor Público/2008; FCC/TRF 5ª Região/Analista Judiciário/Área
Judiciária/2008.
67
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/AL-MT/Procurador/2013; Funiver-
São considerados hediondos os seguintes crimes, todos sa/PM-DF/Soldado da Polícia Militar/Combatente/2013; MPE-SC/Promotor de
Justiça/2013; Vunesp/DPE-MS/Defensor Público/2012; FCC/TRF 5ª Região/
tipificados no Código Penal, consumados ou tentados58: ho- Analista Judiciário/Área Judiciária/2012; Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor
micídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de Público/2010; Cespe/MPU/Técnico de Apoio Especializado/Transporte/2010;
Legislação Especial

grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente59, PC-SP/Escrivão de Polícia Civil/2010; Funcab/PC-RO/Agente de Polícia/2009;
PC-SP/Delegado de Polícia/2011.
e homicídio qualificado60 (art. 121, § 2º, I, II, III, IV, V, VI e VII); 68
Assunto cobrado na prova: IBFC/PC-RJ/Papiloscopista Policial de 3ª Classe/2014.
69
Assunto cobrado nas seguintes provas: CAIP-IMES/Câmara Municipal de São
58
Assunto cobrado nas seguintes provas: Copese/UFT/DPE-TO/Analista em Gestão Caetano do Sul-SP/Procurador/2012; PC-SP/Escrivão de Polícia Civil/2010; PC-
Especializado/Ciências Jurídicas/2012; MPE-RS/Assessor/2011; Funcab/PM-GO/ -SP/Delegado de Polícia/2011.
Soldado da Polícia Militar/2010; Cespe/CBM-DF/Advogado/2007. 70
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia
59
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/Susam/Advogado/2014; IBFC/MPE-SP/ Civil de 1ª Classe/2015; Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013;
Analista de Promotoria I/2013; Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor Público/2010; MPE-PR/Promotor de Justiça/2008.
TJ-SC/Juiz/2010; Cespe/TJ-DF/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008. 71
Assunto cobrado nas seguintes provas: UEG/PM-GO/Cadete da Polícia Mili-
60
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/PC-RJ/Papiloscopista Policial de tar/2013; MPE-PR/Promotor de Justiça/2008; Cespe/TJ-RR/Analista Judiciário/
3ª Classe/2014; Cespe/PRF/Policial Rodoviário Federal/2013; Vunesp/DPE-MS/ Área Judiciária/2006.

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o homicídio qualificado-privilegiado não integra o rol dos no julgamento do HC nº 111.84077. (STF – HC nº 111840,
denominados crimes hediondos. (STJ – HC nº 153.728/ Relator(a): Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julgado em
SP, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, julgado em 27/6/2012, Processo Eletrônico DJe-249, divulg. 16/12/2013,
13/4/2010, DJe 31/5/2010). Outra informação importante é public. 17/12/2013). Desde que o STF declarou incidental-
que, no que concerne aos crimes hediondos e equiparados, mente a inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei nº
não pode ser classificado como de tal natureza a extor- 8.072/1990 (“A pena por crime previsto neste artigo [crime
são qualificada pela lesão grave72. Isto porque a extorsão hediondo] será cumprida inicialmente em regime fechado”),
qualificada que é crime hediondo é aquela qualificada pela não é mais obrigatória a fixação do regime inicial fechado
morte da vítima. para o condenado pelo crime de tráfico de entorpecentes,
Destaca-se que o Superior Tribunal de Justiça tem o en- podendo a pena privativa de liberdade ser substituída por
tendimento de que o delito de atentado violento ao pudor restritivas de direitos quando o réu for primário e sem an-
praticado antes da vigência da Lei nº 12.015/2009, ainda tecedentes e não ficar provado que ele se dedique ao crime
que na sua forma simples e com violência presumida, con- ou esteja envolvido com organização criminosa78. Assim, o
figura crime hediondo. (Jurisprudência noticiada no Infor- condenado pela prática de crime hediondo ou assemelhado
mativo nº 519 do STJ – AgRg no HC nº 250.451/MG, Rel. pode iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade
Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 19/3/2013, em regime mais brando do que o fechado79.
DJe 25/3/2013). Ademais, é irrelevante a existência, ou não, de funda-
mentação cautelar para a prisão em flagrante por crimes
Disposições sobre os Crimes Hediondos e os hediondos ou equiparados80.
Equiparados
Da Progressão do Regime
Destaca-se que os crimes hediondos, a prática da tor-
tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o Além disso, a progressão de regime ocorrerá após o cum-
terrorismo são insuscetíveis de anistia, graça e indulto; e primento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for
fiança73 (art. 2º, incisos I e II). Existe previsão constitucional, primário, e de 3/5 (três quintos), se for reincidente81 (art.
no art. 5º, inciso XLIII, que versa que a lei considerará crimes 2º, § 2º). Entretanto, ressaltamos a existência da Súmula nº
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática 471, do STJ, que versa que os condenados por crimes hedion-
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, dos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei nº
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de
podendo evitá-los, se omitirem74. regime prisional. Ou seja, se sujeitarão ao cumprimento de
Sobre o indulto, o STF entende que os crimes hediondos 1/6 (um sexto) da pena82.
e os equiparados são insuscetíveis ao indulto, não sendo Registra-se, de acordo com a Súmula Vinculante nº 26,
possível ser concedido nem mesmo o indulto humanitário. que para efeito de progressão de regime no cumprimento
(Jurisprudência noticiada no Informativo nº 745/STF – HC nº de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da exe-
118213, Relator(a): Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, cução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei
nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar
julgado em 6/5/2014, Processo Eletrônico DJe-149, divulg.
se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e
1/8/2014, public. 4/8/2014).
subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de
Importante ressaltar aqui que a prática da tortura, o
modo fundamentado, a realização de exame criminológico83.
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo
Caso ocorra a sentença condenatória, o juiz decidirá
não são crimes hediondos. Estes crimes são, na verdade,
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade84
equiparados aos crimes hediondos. Ou seja, devem receber
(art. 2º, § 3º).
o mesmo tratamento que os crimes hediondos, mas com
Sobre o livramento condicional, existe previsão no Códi-
eles não se confundem75.
go Penal, que o juiz pode concedê-lo ao condenado a pena
Anote-se aqui que é pacífico na jurisprudência que o
crime de associação para o tráfico não é equiparado aos cri-
77
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia Civil
mes hediondos. (STJ – HC nº 123.945/RJ, Rel. Ministro Jorge de 1ª Classe/2015; Vunesp/MPE-SP/Analista de Promotoria I/2010; Cespe/
Mussi, Quinta Turma, julgado em 6/9/2011, DJe 4/10/2011). PC-RN/Escrivão de Polícia Civil/2009.
78
Cespe/PG-DF/Procurador/2013; Cespe/Segesp-AL/Papiloscopista/2013; Cespe/
A lei prevê que a pena para estes crimes será cumprida MPE-PI/Promotor de Justiça/2012; FCC/TJ-PE/Juiz/2011; Cespe/OAB-SP/Exame
inicialmente em regime fechado76 (art. 2º, § 1º). Entretan- de Ordem/2008; Cespe/TJ-DF/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008.
79
FGV/Susam/Advogado/2014; IBFC/MPE-SP/Analista de Promotoria I/2013;
to, esta previsão já foi declarada inconstitucional pelo STF Cespe/TJ-RR/Analista/Processual/2012; MPE-RS/Assessor/2011; FCC/TJ-PE/
Juiz/2011.
80
Cespe/PC-ES/Escrivão de Polícia/Específicos/2011.
72
FCC/TJ-PE/Juiz/2011.
81
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia Civil
de 1ª Classe/2015; Cespe/TJ-SE/Analista Judiciário/2014; FGV/Susam/Advoga-
73
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Execu- do/2014; Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Área Judiciária/2014; IBFC/MPE-SP/
ção de Mandados/2014; IBFC/MPE-SP/Analista de Promotoria I/2013; Cespe/ Analista de Promotoria I/2013; Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013; Cespe/
Sefaz-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2013; TRF 3ª Região/TRF 3ª Região/ PC-BA/Delegado de Polícia/2013; PUC-PR/TJ-RO/Juiz/2011; Cespe/TJ-ES/Analista
Legislação Especial

Juiz Federal/2013; FAURGS/TJ-RS/Analista Judiciário/2012; MPE-RS/Assessor/ Judiciário/Área Judiciária/2011; Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor Público/2010;
Direito/2011; FCC/MPE-RS/Secretário de Diligências/2010; Cespe/MPU/Técnico Funcab/PM-GO/Soldado da Polícia Militar/2010; Cespe/OAB/Exame de Or-
de Apoio Especializado/Segurança/2010; Cespe/MPU/Técnico de Apoio Especia- dem/2009; Movens/PC-PA/Delegado de Polícia/2009; TJ-SC/Juiz/2009; Cespe/
lizado/Transporte/2010; TJ-SC/Técnico Judiciário/Auxiliar/2010; Funcab/PM-GO/ OAB-SP/Exame de Ordem/2008; Cespe/IPAJM/Advogado/2006.
Soldado da Polícia Militar/2010; Cespe/Polícia Federal/Escrivão da Polícia Federal/
82
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TJ-CE/Juiz/2014; FGV/AL-MT/Pro-
Regional/2004; Cespe/PC-RN/Escrivão de Polícia Civil/2009. curador/2013; Cespe/DPE-DF/Defensor Público/2013; Cespe/TJ-ES/Analista
74
Assunto cobrado na prova: Fumarc/Cemig-Telecom/Advogado Júnior/2010. Judiciário/Área Judiciária/2011.
75
Assunto cobrado nas seguintes provas: Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor
83
Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2014; Cespe/TCE-BA/
Público/2010; Cespe/Sejus-ES/Agente Penitenciário/2009; Vunesp/DPE-MS/ Procurador/2010.
Defensor Público/2008; Cespe/Polícia Federal/Escrivão da Polícia Federal/Na- 84
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-RS/Secretário de Diligên-
cional/2004; Cespe/Polícia Federal/Agente Federal da Polícia Federal/2000. cias/2010; Vunesp/MPE-SP/Analista de Promotoria I/2010; Cespe/OAB-SP/
76
Assunto cobrado na prova: TJ-SC/Juiz/2009. Exame de Ordem/2008.

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privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, des- LEI DE TORTURA (LEI Nº 9.455/1997)
de que cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico A Lei nº 9.455, publicada em 7 de abril de 1997, define os
ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o crimes de tortura e dá outras providências. A lei entrou em
apenado não for reincidente específico em crimes dessa vigor na data da sua publicação (art. 3º) e revogou o art. 233
natureza85. Isto está previsto no art. 83, V, do Código Penal. da Lei nº 8.069/1990 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
A Constituição Federal tem como cláusula pétrea a ga-
Da Prisão Temporária rantia de que ninguém será submetido a tortura nem a
tratamento desumano ou degradante89. Isto está previsto
A prisão temporária, nos casos de crimes hediondos e no art. 5º, III, CF. Além disso, o crime de tortura é crime
equiparados, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável contra o Direito Internacional e interno, tendo em vista a
por igual período em caso de extrema e comprovada ne- Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas
cessidade86 (art. 2º, § 4º). Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Lei nº 9.455/1997,
que define e pune crime de tortura, por ele respondendo
os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-lo, se
Dos Estabelecimentos Penais omitirem90 (art. 5º, XLIII).
A União manterá estabelecimentos penais, de segurança
Das Condutas Consideradas Crimes
máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a
condenados de alta periculosidade, cuja permanência em Tortura
presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade
pública (art. 3º). Esta lei prevê que constitui crime de tortura constran-
ger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
Das Penas causando-lhe sofrimento físico ou mental91 com o fim de
obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
A lei de crimes hediondos prevê que será de três a 6 (seis) de terceira pessoa92; para provocar ação ou omissão de
anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, natureza criminosa93; em razão de discriminação racial ou
quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, religiosa94 (art. 1º, inciso I, a, b, c). Observa-se que cons-
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo tranger alguém com emprego de violência ou grave ame-
(art. 8º). Ressalta-se que o participante e o associado que aça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, em razão
denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibili- de discriminação sexual não constitui crime de tortura95.
tando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um Isto porque a discriminação sexual como tortura não está
a dois terços87 (art. 8º, parágrafo único). prevista na Lei nº 9.455/1997.
Prevê, ainda, que as penas fixadas no art. 6º para os crimes Também é crime de tortura submeter alguém, sob sua
capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência
§§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas preventivo, com previsão de pena de reclusão, de 2 (dois)
de metade, respeitado o limite superior de 30 (trinta) anos de a 8 (oito) anos96 (art. 1º, II).
reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa
no art. 224 também do Código Penal (art. 9º). Entretanto, a ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou
causa especial de aumento de pena prevista na lei de crimes mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei
ou não resultante de medida legal97 (art. 1º, § 1º). Anote-se
hediondos, com acréscimo de metade da pena, respeitado o
que no crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita
limite superior de 30 (trinta) anos de reclusão, foi revogada
em relação ao crime de estupro de vulnerável88. Isto porque 89
Vunesp/MPE/SP/Promotor de Justiça/2008.
com o advento da Lei nº 12.015/2009, que deu novo trata- FCC/SEAD/AP/Agente Penitenciário/2002.
90
91
Assunto cobrado nas seguintes provas: Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor
mento aos denominados “Crimes contra a Dignidade Sexual”, Público/2010; Cespe/PC-PB/Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009;
caiu por terra a causa de aumento prevista no art. 9º da Lei nº Cespe/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/Regional/2004.
92
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ/CE/Analista Judiciário/Execu-
8.072/1990, devendo ser aplicado ao condenado por estupro ção de Mandados/2014; IOBV/PM/SC/Soldado da Polícia Militar/2013; FGV/
ou atentado violento ao pudor praticados mediante violência OAB/Exame de Ordem Unificado III/Primeira Fase/2011; Cespe/PM/DF/Aspi-
ou grave ameaça a menor de 14 (quatorze) anos o preceito rante/Quadro de Praças Especiais/2010; PC/SP/Escrivão de Polícia Civil/2010;
Cespe/PC/PB/Delegado de Polícia/2009.
secundário do art. 217-A do Código Penal. (Jurisprudência 93
Assunto cobrado nas seguintes provas: IOBV/PM/SC/Soldado da Polícia Mili-
noticiada no Informativo nº 504/STJ – HC nº 107.949/SP, Rel. tar/2013; Instituto Cidades/DPE/AM/Defensor Público/2011.
94
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/DPU/Defensor Público Fede-
Ministro OG Fernandes, Sexta Turma, julgado em 18/9/2012, ral de Segunda Categoria/2015; FCC/DPE/PB/Defensor Público/2014; IOBV/
DJe 1º/10/2012). PM/SC/Soldado da Polícia Militar/2013; Vunesp/Sejus/ES/Agente Penitenci-
ário/2013; Copese/UFT/DPE/TO/Analista em Gestão Especializado/ Ciências
Jurídicas/2012; Fumarc/PM/MG/Oficial da Polícia Militar/2011; Ceperj/PC-RJ/
Delegado de Polícia/2009; Cespe/DPF/Agente da Polícia Federal/2009; FCC/
Legislação Especial

DPE/SP/Defensor Público/2006.
95
TJ/SC/Juiz/2010.
85
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Exe- 96
Assunto cobrado nas seguintes provas: IOBV/PM/SC/Soldado da Polícia Mi-
cução de Mandados/2014; MPE-RS/Assessor/2011; FCC/TJ-PE/Juiz/2011. litar/2013; Vunesp/Sejus/ES/Agente Penitenciário/2013; Instituto Cidades/
86
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/MPE-SP/Analista de Promotoria DPE-AM/Defensor Público/2011; Cespe/MPU/Técnico de Apoio Especializado/
I/2013; FCC/MPE-RS/Secretário de Diligências/2010; Vunesp/MPE-SP/Analista Transporte/2010; Funiversa/PC/DF/Agente de Polícia/2009; Funrio/Depen/
de Promotoria I/2010; Cespe/OAB-SP/Exame de Ordem/2008; Cespe/TJ-RR/ Agente Penitenciário/2009; FGV/PCRJ/Oficial de Cartório/2008; Cespe/Polícia
Analista Judiciário/Área Judiciária/2006. Federal/Agente Federal da Polícia Federal/Nacional/2004.
87
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC-SP/Investigador de Polí- 97
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PC/DF/Agente de Polícia/2013;
cia/2014; FCC/MPE-RS/Secretário de Diligências/2010; Cespe/PC-RN/Escrivão Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013; Vunesp/Sejus/ES/ Agente Peniten-
de Polícia Civil/2009. ciário/2013; Copese/UFT/DPE/TO/Analista em Gestão Especializado/Ciências
88
Cespe/DPE-BA/Defensor Público/2010. Jurídicas/2012; FCC/DPE/SP/Defensor Público/2006.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a medida de segurança é submetida a sofrimento físico ou No caso de resultar morte, a reclusão é de 8 (oito) a 16
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei (dezesseis) anos107 (art. 1º, § 3º).
ou não resultante de medida legal, não é exigido, para seu Atente-se que as lesões leves suportadas pela vítima
aperfeiçoamento, especial fim de agir por parte do agente, serão absorvidas pelo crime de tortura108.
bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo
de praticar a conduta descrita no tipo objetivo98. Causas de aumento da pena
Ademais, a denominada tortura para a prática de crime
ocorre quando o agente usa de violência ou grave ameaça Aumenta-se a pena de 1/6 (um sexto) até 1/3 (um terço)
para obrigar a vítima a realizar ação ou omissão de natu- se o crime é cometido por agente público109; se o crime é
reza criminosa. Assim, essa forma de tortura não abrange cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
a provocação de ação contravencional99. adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos110; se o crime
Em regra, o crime de tortura é considerado crime co- é cometido mediante sequestro111 (art. 1º, § 4º, incisos I,
mum, uma vez que não se exige qualidade ou condição II e III).
especial do agente que o pratica, ou seja, qualquer pessoa
pode ser considerada sujeito ativo desse crime100. Assim, o Efeitos da condenação
art. 1.º da Lei nº 9.455/1997, ao tipificar o crime de tortura
como crime comum, não ofendeu o que já determinava A condenação acarretará a perda do cargo, função ou
o art. 1º da Convenção da ONU Contra a Tortura e Ou- emprego público e a interdição para seu exercício pelo do-
tros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degra- bro do prazo da pena aplicada112 (art. 1º, § 5º). Ressalta-se
dantes, de 1984, em face da própria ressalva contida no que esses efeitos da condenação são automáticos113 (Juris-
texto ratificado pelo Brasil101 (Jurisprudência do STJ – REsp prudência noticiada no Informativo nº 419 do STJ – HC nº
1299787/PR, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado 47.846/MG, Rel. Ministro Og Fernandes, Sexta Turma, julga-
em 10/12/2013, DJe 3/2/2014). do em 11/12/2009, DJe 22/2/2010). Assim, prescindem de
motivação114 (Jurisprudência do STJ – AgRg no Ag 1388953/
Tortura por omissão SP, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma,
julgado em 20/6/2013, DJe 28/6/2013)
Registra-se que, aquele que se omite em face dessas
Tem-se, ainda, que para fins da Lei nº 9.455/1997, a
condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las102,
perda do cargo público, função ou emprego público é efeito
incorre na pena de detenção de (1) um a 4 (quatro) anos103
extrapenal da sentença condenatória; e em se tratando de
(art. 1º, § 2º). A figura típica prevista no § 2º do art. 1º da
condenação de oficial da Polícia Militar pela prática do cri-
Lei de Tortura constitui-se em crime próprio, porquanto exige
condição especial do sujeito. Ou seja, é um delito que somen-
te pode ser praticado por pessoa que, ao presenciar tortura, Área Judiciária/2012; TJ/SC/Juiz/2010; PC/SP/Escrivão de Polícia Civil/2010;
omite-se, a despeito do “dever de evitá-las ou apurá-las” 104 Funrio/Depen/Agente Penitenciário/2009.
107
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança
(Jurisprudência do STJ – HC nº 131.828/RJ, Rel. Ministra Laurita Socioeducativo/2014; Funcab/PM/GO/Soldado da Polícia Militar/2010; Cespe/
Vaz, Quinta Turma, julgado em 19/11/2013, DJe 2/12/2013) PC/PB/Delegado de Polícia/2009.
Assim, conclui-se que a tortura, conduta expressamente
108
Vunesp/PC/CE/Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe/2015; Funrio/Depen/
Agente Penitenciário/2009; Cespe/TJ/RR/Analista Judiciário/Área Judiciá-
proibida pela Constituição Federal e lei específica, pode ser ria/2006; Cespe/Polícia Federal/Agente Federal da Polícia Federal/2000.
praticada por meio de uma conduta comissiva (positiva, 109
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/SEDS/MG/ Agente de Segurança
Penitenciária/2014; Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Civil/2014; Vunesp/
por via de uma ação) ou omissiva (negativa, por via de SejusES/Agente Penitenciário/2013; Copese/UFT//DPE/TO/Analista Jurídico
uma abstenção)105. de Defensoria Pública/2012; Vunesp/TJ/MG/Juiz/2012; FGV/OAB/Exame de
Ordem Unificado III/Primeira Fase/2011; FCC/SJCDH/BA/Agente Penitenciá-
rio/2010; Funcab/PM/GO/Soldado da Polícia Militar/2010; Vunesp/Fundação
Tortura em que resulta lesão corporal ou morte Casa/Analista Administrativo/Direito/2010; Cespe/PC/RN/ Escrivão de Polícia
(tortura qualificada) Civil/2009; Cespe/PC/PB/Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009;
PC/RJ/ PC/RJ/Inspetor de Polícia/2008.
110
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE/RS/Defensor Público/2014;
Se da tortura resulta lesão corporal de natureza grave ou IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança Penitenciária/2014; Aroeira/PC/TO/Es-
gravíssima, a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos106. crivão de Polícia Civil/2014; Vunesp/PC/SP/ Escrivão de Polícia/2014; IBFC/
MPE/SP/Analista de Promotoria II/2013; Copese/UFT/DPE/TO/Analista Jurídico
98
Cespe/PC/ES/Escrivão de Polícia/2011. de Defensoria Pública/2012; FEC/PC/RJ/Inspetor de Polícia/6ª Classe/2012;
99
Cespe/TJ-RR/Analista Judiciário/Área Judiciária/2006. FCC/SJCDH/BA/Agente Penitenciário/2010; Vunesp/Fundação Casa/Analista
100
Funiversa/PM/DF/Soldado da Polícia Militar/Combatente/2013; Upnet/Seres/ Administrativo/Direito/2010; Cespe/PC-RN/Escrivão de Polícia Civil/2009;
PE/Agente Penitenciário/2010; Cespe/TJ/RR/Analista Judiciário/Área Judiciá- Funiversa/PC/DF/Agente de Polícia/2009.
ria/2006; FCC/DPE-SP/Defensor Público/2006. 111
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança
101
FCC/DPE/PB/Defensor Público/2014; FCC/MPE/PE/Promotor de Justiça/2014; Penitenciária/2014; Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Civil/2014; Fumarc/PM/
Cespe/TJ/CE/ Analista Judiciário/Execução de Mandados/2014; Cespe/MPE/ MG/Oficial da Polícia Militar/2011; FCC/SJCDH/BA/Agente Penitenciário/2010;
AC/2014. Vunesp/Fundação Casa/Analista Administrativo /Direito/2010; Ceperj/PC-RJ/
102
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE/RS/Defensor Público/2014; Delegado de Polícia2009; Cespe/PC/RN/Escrivão de Polícia Civil/2009; MPE/
FCC/MPE/PE/Promotor de Justiça/2014; IBFC/MPE/SP/Analista de Promotoria SP/Promotor de Justiça/2006.
II/2013; Cespe/PC/DF/Escrivão de Polícia/2013; Cespe/PC/BA/Delegado de 112
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-PE/Promotor de Justi-
Polícia/2013; Fumarc/PM/MG/Oficial da Polícia Militar/2011; Funcab/PM-GO/ ça2014; Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Civil/2014; Cespe/PG/DF/Pro-
Soldado da Polícia Militar/2010; Funcab/PC/RO/Delegado de Polícia/2009; Ces- curador/2013; Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013; Vunesp/Sejus/ES/
pe/PC/RN/Escrivão de Polícia Civil/2009; FCC/DPE-SP/Defensor Público/2009; Agente Penitenciário/2013; Vunesp/PC/SP/Investigador de Polícia/2013; Ins-
Cespe/MPE/RR/Promotor de Justiça/2008. tituto Cidades/DPE/AM/Defensor Público/2011; Funiversa/PC/DF/Agente de
Legislação Especial

103
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ/CE/Analista Judiciário/Execu- Polícia/2009; Cespe/PC/PB/Delegado de Polícia/2009; Funrio/Depen/Agente
ção de Mandados/2014; Instituto Cidades/DPE/AM/Defensor Público/2011; Penitenciário/2009; FGV/PC/RJ/Oficial de Cartório/2008; Cespe/MPE/RR/
Cespe/PC/PB/Delegado de Polícia/2009; Funrio/Depen/Agente Penitenciá- Promotor de Justiça/2008; Cespe/Polícia Federal/Escrivão da Polícia Federal/
rio/2009. Regional/2004.
104
FCC/DPE/PB/Defensor Público/2014; FCC/MPE/PE/Promotor de Justiça/2014; 113
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC/CE/Delegado de Polícia
FCC/DPE/SP/Defensor Público/2006. Civil de 1ª Classe/2015; Cespe/MPE/AC/2014; TJ/SC/Juiz/2013; Cespe/TJ/RO/
105
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/OAB/Exame de Ordem Unificado Analista/Processual/2012; Funcab/PM/GO/Soldado da Polícia Militar/2010;
III/2011; Cespe/PM/DF/Aspirante/Quadro de Praças Especiais/2010; Cespe/ Upnet/2010/Seres/PE/Agente Penitenciário; Vunesp/MPE/SP/Promotor de
PC/PB/Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009. Justiça/2008.
106
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ/DF/Juiz de Direito Substitu- 114
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PG/DF/Procurador/2013; Ces-
to/2014; IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança Socioeducativo/2014; Funcab/ pe/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/2012; Cespe/PC/PB/Agente de
PC/MT/Investigador/Escrivão de Polícia/2014; Cespe/TJ/AC/Técnico Judiciário/ Investigação e Agente de Polícia/2009.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
me de tortura, a competência para decretar a perda do ofi- hediondos121. Isto significa que deve receber o mesmo tra-
cialato, como efeito da condenação, é da Justiça Comum115. tamento que os crimes hediondos, mas com eles não se
confunde.
Das vedações e regime de cumprimento da pena
Da extraterritorialidade da aplicação da lei de tortura
O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça
ou anistia116 (art. 1º, § 6º). Além disso, o condenado por cri- Pela lei que define os crimes de tortura, o legislador
me de tortura, salvo no caso de tortura por omissão prevista incluiu, no ordenamento jurídico brasileiro, mais uma hi-
no art. 1º, § 2º, desta lei, iniciará o cumprimento da pena pótese de extraterritorialidade da lei penal brasileira, qual
em regime fechado117 (art. 1º, § 7º). Entretanto, isto foi de- seja, a de o delito não ter sido praticado no território e a
clarado inconstitucional pelo STF no julgamento do HC nº vítima ser brasileira, ou encontrar-se o agente em local sob
111.840118 (Julgamento do STF – HC nº 111840, Relator(a): a jurisdição nacional122 (art. 2º).
Em regra, a competência de julgamento é da Justiça Co-
Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julgado em 27/6/2012,
mum Estadual. O STJ já se posicionou no sentido de que o
Processo Eletrônico DJe-249, divulg. 16/12/2013, public. fato de o crime de tortura, praticado contra brasileiros, ter
17/12/2013) ocorrido no exterior não torna, por si só, a Justiça Federal
competente para processar e julgar os agentes estrangeiros.
Da progressão do regime prisional e do livramento (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 549 do STJ – CC
condicional 107.397/DF, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Terceira Seção, jul-
gado em 24/9/2014, DJe 1/10/2014).
Registre-se que não há óbice à progressão de regime
prisional ao condenado por crime de tortura119. Sobre o Da competência para processo e julgamento
assunto, tem-se a Súmula nº 471 do Superior Tribunal de
Justiça que prevê que os condenados por crimes hedion- O crime de tortura, tipificado na Lei nº 9.455/1997, não
dos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº se qualifica como delito de natureza castrense, achando-se
11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei nº incluído, por isso mesmo, na esfera de competência penal
7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de da Justiça comum (federal ou local, conforme o caso), ain-
regime prisional. Ou seja, se sujeitarão ao cumprimento de da que praticado por membro das Forças Armadas ou por
1/6 (um sexto) da pena. integrante da Polícia Militar123 (Jurisprudência do STF – AI
O condenado pela prática de crime de tortura, por ex- 769637 AgR-ED-ED, Relator(a): Min. Celso de Mello, Segunda
pressa previsão legal, não poderá ser beneficiado por livra- Turma, julgado em 25/6/2013, Acórdão Eletrônico DJe-205,
mento condicional, se for reincidente específico em crimes divulg. 15/10/2013, public. 16/10/2013). Isto porque não há
dessa natureza120. Isto está previsto no Código Penal, art. 83, crime de tortura previsto no Código Penal Militar, razão pela
qual a conduta típica de tortura por policial militar enseja
V, que versa que o juiz poderá conceder livramento condi-
a aplicação da Lei nº 9.455/1997124.
cional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou Ademais, para que um cidadão seja processado e julga-
superior a 2 (dois) anos, desde que cumprido mais de 2/3 do por crime de tortura, é prescindível que esse crime deixe
(dois terços) da pena, nos casos de condenação por crime vestígios de ordem física125.
hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente Da ação penal pública incondicionada
específico em crimes dessa natureza.
A ação penal para o crime de tortura é de ação penal
Do crime de tortura equiparado aos crimes hediondos pública incondicionada126. Logo, o defensor público, ao to-
mar conhecimento de que o réu, preso pelo processo, sofreu
Importante ressaltar que o crime de tortura não é cri- tortura nos termos da Lei nº 9.455/1997, por agente público,
me hediondo. Na verdade, é crime equiparado aos crimes deverá representar ao órgão do Ministério Público que tiver
competência para iniciar processo crime contra a autorida-
115
MPE/SC/Promotor de Justiça/2013. de culpada127. Isto porque o MP é que detém a legitimidade
116
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE/PB/Defensor Público/2014; de promover privativamente a ação penal pública.
Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Civil/2014; Cespe/TJ-CE/Analista Judiciá-
rio/Execução de Mandados/2014; IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança So-
cioeducativo/2014; Vunesp/ PC/SP/Escrivão de Polícia/2014; IBFC/MPE/SP/ Concurso material de crimes
Analista de Promotoria II/2013; Funiversa/PM-DF/Soldado da Polícia Militar/
Combatente/2013; Vunesp/Sejus-ES/Agente Penitenciário/2013; Vunesp/PC/ Há concurso de crimes de abuso de autoridade e de tortura
SP/Investigador de Polícia/2013; Copese/UFT/DPE/TO/Analista em Gestão
Especializado/Ciências Jurídicas/2012; Instituto Cidades/DPE/AM/Defensor se, em um mesmo contexto, mas com desígnios autônomos,
Público/2011; FGV/OAB/Exame de Ordem Unificado III/Primeira Fase/2011; dois agentes torturam preso para que ele confesse a autoria
Cespe/MPU/Técnico de Apoio Especializado/Segurança/2010; Cespe/MPU/ de delito e, em seguida, o exibem, sem autorização, para as
Técnico de Apoio Especializado/Transporte/2010; TJ-SC/ Técnico Judiciário/
Auxiliar/2010; Fundep/TJ/MG/Assistente Social/2010; Funcab/PM-GO/Solda- redes de televisão como suposto autor confesso do crime128.
do da Polícia Militar/2010; Funiversa/PC/DF/Agente de Polícia/2009; Funrio/
Depen/Agente Penitenciário/2009; Cespe/Polícia Federal/Delegado de Polícia/ 121
Assunto cobrado na prova: Cespe/Sejus/ES/Agente Penitenciário/2009.
Regional/2004. 122
Cespe/DPE/BA/Defensor Público/2010; FCC/DPE/PB/Defensor Público/2014;
117
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE/RS/Defensor Público/2014; FCC/MPE/PE/Promotor de Justiça/2014; Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia
IBFC/MPE/SP/Analista de Promotoria II/2013; Vunesp/Sejus-ES/Agente Pe- Civil/2014; IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança Socioeducativo/2014; IBFC/
Legislação Especial

nitenciário/2013; Vunesp/PC/SP/Investigador de Polícia/2013; Copese/UFT/ MPE/SP/Analista de Promotoria II/2013; Funiversa/PM/DF/Soldado da Polícia


DPE/TO/Analista em Gestão Especializado/Ciências Jurídicas/2012; TJ-SC/ Militar/Combatente/2013; Vunesp/PC-SP/Investigador de Polícia/2013; FGV/
Juiz/2010. PC-RJ/Oficial de Cartório/2008; Vunesp/MPE-SP/ Promotor de Justiça/2008.
118
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE/PE/Promotor de Justiça/2014; 123
Vunesp/PC/CE/Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe/2015; Cespe/PG-DF/Pro-
Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Civil/2014; Vunesp/PC-SP/Escrivão de Po- curador/2013; Cespe/PC/ES/Delegado de Polícia/Específicos/2011; Cespe/PC/
lícia/2014; Funiversa/PM-DF/Soldado da Polícia Militar/Combatente/2013; PB/Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009.
Cespe/TJ-AC/Técnico Judiciário/Área Judiciária/2012; Cespe/PC-ES/Escrivão 124
Assunto cobrado na prova: TJ/SC/Juiz/2010.
de Polícia/Específicos/2011; Upenet/ Seres/PE/Agente Penitenciário/2010; 125
Cespe/PRF/Policial Rodoviário Federal/2013; Cespe/PC-BA/Delegado de Po-
Cespe/PC-PB/Delegado de Polícia/2009. lícia/2013.
119
Assunto cobrado nas seguintes provas: Upnet/Seres/PE/ Agente Penitenciá- 126
Assunto cobrado na prova: MPE-SP/Promotor de Justiça/2006.
rio/2010; Cespe/DPU/Defensor Público/2007. 127
FCC/DPE-SP/Defensor Público/2006.
120
Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008. 128
Cespe/PC/AL/Escrivão de Polícia/2012; Cespe/MPU/Analista/Processual/2010.

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LEI DE DROGAS (LEI Nº 11.343/2006) mente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; o respeito
à diversidade e às especificidades populacionais existentes;
A Lei de Drogas institui o Sistema Nacional de Políticas a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do
Públicas sobre Drogas (Sisnad); prescreve medidas para povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de para o uso indevido de drogas e outros comportamentos cor-
usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para relacionados; a promoção de consensos nacionais, de ampla
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de participação social, para o estabelecimento dos fundamentos
drogas129; define crimes e dá outras providências (art. 1º). e estratégias do Sisnad; a promoção da responsabilidade
Essa lei foi publicada em 23 de agosto de 2006 e entrou em compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a
vigor 45 dias depois da publicação (art. 74). Além disso, re- importância da participação social nas atividades do Sisnad; o
vogou as Leis nºs 6.368/1976 e 10.409/2002 (art. 75). reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacio-
nados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não
Disposições Preliminares autorizada e o seu tráfico ilícito; a integração das estratégias
nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido,
Para fins desta lei, serão consideradas como drogas as atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao
assim especificados em lei ou relacionados em listas atuali- seu tráfico ilícito133 (art. 4º, incisos I a VII).
zadas periodicamente pelo Poder Executivo da União (art. Além dos já mencionados, ainda tem-se como princípios
1º, parágrafo único). No Brasil, é a Anvisa que, por meio de do Sisnad a articulação com os órgãos do Ministério Público
portaria, edita a lista de substâncias que serão considera- e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação
das drogas. Assim, trata-se de norma penal heterogênea mútua nas atividades do Sisnad; a adoção de abordagem mul-
em branco, já que o complemento da norma é dado por tidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza
uma norma de fonte normativa diferente da que precisa complementar das atividades de prevenção do uso indevido,
do complemento130. atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
Por essa lei, ficam proibidas, em todo o território nacio- drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico
nal, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e ilícito de drogas; a observância do equilíbrio entre as ativi-
a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser dades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de au- social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à
torização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando
a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias a garantir a estabilidade e o bem-estar social e a observância
Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estrita- às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional
mente ritualístico-religioso (art. 2º). Entretanto, a União pode Antidrogas – Conad (art. 4º, incisos VIII a XI).
autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais que, Com relação aos objetivos do Sisnad, são eles: contribuir
em regra, são proibidos, exclusivamente para fins medicinais para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos
ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso in-
fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas (art. devido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos
2º, parágrafo único). correlacionados; promover a construção e a socialização do
Fazemos aqui uma observação importante para as provas conhecimento sobre drogas no país; promover a integração
de concurso: caso uma substância psicotrópica seja retirada entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção
da lista de uso proscrito da autoridade sanitária competen- e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
te, o princípio da aplicação da retroatividade da lei penal de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico
mais benéfica levaria à extinção da punibilidade, e não à ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder
atipicidade da conduta, no caso de crime de porte e tráfico Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios134
de drogas cometido antes da exclusão da substância da lista e assegurar as condições para a coordenação, a integração
mencionada131. e a articulação das atividades que são finalidade do Sisnad
(art. 5º e incisos).
Do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
Drogas Da Composição e da Organização do Sistema
O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre drogas
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
(Sisnad) tem a finalidade de articular, integrar, organizar e
coordenar as atividades relacionadas com a prevenção do Tem-se que a organização do Sisnad assegura a orienta-
uso indevido132, a atenção e a reinserção social de usuários ção central e a execução descentralizada das atividades rea-
e dependentes de drogas e a repressão da produção não lizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual
autorizada e do tráfico ilícito de drogas (art. 3º e incisos). e municipal e se constitui matéria definida no regulamento
desta Lei (art. 7º).
Dos Princípios e dos Objetivos do Sistema
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas Da Coleta, Análise e Disseminação de
Informações sobre Drogas
Legislação Especial

O Sisnad é regido por 11 (onze) princípios. São eles: o res-


peito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especial- O legislador se preocupou em determinar que as ins-
tituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da
129
Assunto cobrado na prova: Copese/UFT/DPE-TO/Analista Jurídico/Defensoria assistência social que atendam usuários ou dependentes
Pública/2012. de drogas devem comunicar ao órgão competente do res-
130
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Sejus/ES/Agente Penitenciá- pectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e
rio/2009; FGV/OAB/2013.
131
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de
Registros/2014. 133
Assunto cobrado na prova: Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012.
132
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Delegado de Polícia/2009. 134
Assunto cobrado na prova: CRSP/PMMG/Assistente Administrativo/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, Das atividades de atenção e de reinserção social de
conforme orientações emanadas da União135 (art. 16). Essas usuários ou dependentes de drogas
informações serão transformadas em dados estatísticos. Com
isso, os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico Para efeito desta lei, constituem atividades de atenção
ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder ao usuário e dependente de drogas e respectivos familia-
Executivo (art. 17). res aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida
e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de
Das Atividades de Prevenção do Uso Indevido, drogas137 (art. 20). Já as atividades de reinserção social do
Atenção e Reinserção Social de Usuários e usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares
são aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração
Dependentes de Drogas em redes sociais (art. 21).
Destaca-se que as atividades de atenção e as de rein-
Da prevenção
serção social do usuário e do dependente de drogas e res-
pectivos familiares devem observar os seguintes princípios
Constituem atividades de prevenção do uso indevido de e diretrizes: respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a independentemente de quaisquer condições, observados os
redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a pro- direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e
moção e o fortalecimento dos fatores de proteção (art. 18). diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional
Essas atividades devem observar os seguintes princípios e de Assistência Social; a adoção de estratégias diferenciadas
diretrizes: o reconhecimento do uso indevido de drogas como de atenção e reinserção social do usuário e do dependente
fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na de drogas e respectivos familiares que considerem as suas
sua relação com a comunidade à qual pertence; a adoção peculiaridades socioculturais; definição de projeto terapêu-
de conceitos objetivos e de fundamentação científica como tico individualizado, orientado para a inclusão social e para a
forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitá- redução de riscos e de danos sociais e à saúde; atenção ao
rios e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das usuário ou dependente de drogas e aos respectivos fami-
pessoas e dos serviços que as atendam; o fortalecimento liares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por
da autonomia e da responsabilidade individual em relação equipes multiprofissionais138; observância das orientações
ao uso indevido de drogas; o compartilhamento de respon- e normas emanadas do Conad e o alinhamento às diretrizes
sabilidades e a colaboração mútua com as instituições do dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas
setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo (art. 22 e incisos).
usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do
por meio do estabelecimento de parcerias; a adoção de es- Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de
tratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especi- atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas
ficidades socioculturais das diversas populações, bem como as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios expli-
das diferentes drogas utilizadas; o reconhecimento do “não citados acima, sendo obrigatória a previsão orçamentária
uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como adequada (art. 23).
resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, Ademais, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
quando da definição dos objetivos a serem alcançados; o nicípios poderão conceder benefícios às instituições privadas
tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da que desenvolverem programas de reinserção no mercado
população, levando em consideração as suas necessidades de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encami-
específicas (art. 19, incisos I a VII) nhados por órgão oficial (art. 24). Poderão receber recursos
Além desses princípios e diretrizes, devem observar tam- do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentá-
bém a articulação entre os serviços e organizações que atuam ria e financeira, as instituições da sociedade civil, sem fins
em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da
a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e assistência social, que atendam usuários ou dependentes
respectivos familiares; o investimento em alternativas espor- de drogas (art. 25).
tivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como O usuário e o dependente de drogas que, em razão da
forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida; prática de infração penal, estiverem submetidos a medi-
o estabelecimento de políticas de formação continuada na da de segurança terão garantidos os mesmos serviços de
área da prevenção do uso indevido de drogas para profissio- atenção à sua saúde que tinham antes do início do cumpri-
nais de educação nos 3 (três) níveis de ensino; a implantação mento de pena privativa de liberdade, independentemente
de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de da posição do respectivo sistema penitenciário 139 (art. 26).
drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinha-
dos às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos Dos Crimes e das Penas
relacionados a drogas; a observância das orientações e nor-
mas emanadas do Conad e o alinhamento às diretrizes dos Disposições gerais
órgãos de controle social de políticas setoriais específicas
(art. 19, incisos VIII a XIII). Com relação às penas dos delitos que passaremos a dis-
Legislação Especial

Cumpre ressaltar que as atividades de prevenção do correr neste tópico, frise-se que poderão ser aplicadas isola-
uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente da ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer
deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor140 (art. 27).
pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-
lescente – Conanda136 (art. 19, parágrafo único). 137
Assunto cobrado na prova: Copese/UFT/DPE-TO/Analista Jurídico/Defensoria
Pública/2012.
138
Assunto cobrado na prova: Copese/UFT/DPE-TO/Analista Jurídico/Defensoria
135
Assunto cobrado na prova: Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012. Pública/2012.
136
Assunto cobrado na prova: Copese/UFT/DPE-TO/Analista Jurídico/Defensoria 139
Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012.
Pública/2012. 140
Assunto cobrado na prova: FCC/SJCDH-BA/Agente Penitenciário/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Droga para consumo pessoal Anote-se que o réu não tem o dever se comprovar que
a droga encontrada com ele trata-se de droga apenas para
O delito que versa que quem adquirir, guardar, tiver consumo pessoal. O Supremo Tribunal Federal já se posicio-
em depósito141, transportar ou trouxer consigo, para con- nou que cabe ao Ministério Público comprovar a imputação,
sumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo contrariando o princípio da não culpabilidade a inversão
com determinação legal ou regulamentar será submetido a ponto de concluir-se pelo tráfico de entorpecentes em
às seguintes penas: advertência sobre os efeitos das drogas; razão de o acusado não haver feito prova da versão se-
prestação de serviços à comunidade; medida educativa de gundo a qual a substância se destinava ao uso próprio e
comparecimento a programa ou curso educativo142 (art. 28 de grupo de amigos que se cotizaram para a aquisição.
e incisos). Com relação às penas de prestação de serviços (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 711 do STF – HC
à comunidade e à medida educativa de comparecimento nº 107448, Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski, Relator(a)
p/ Acórdão: Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, julgado em
a programa ou curso educativo, estas serão aplicadas pelo
18/6/2013, Processo Eletrônico DJe-196, divulg. 3/10/2013,
prazo máximo de 5 (cinco) meses143 (art. 28, § 3º). Em caso public. 4/10/2013)
de reincidência, o prazo máximo passa a ser de 10 (dez) A lei de drogas prevê que a prestação de serviços à
meses144 (art. 28, § 4º). comunidade será cumprida em programas comunitários,
Ressaltamos aqui sobre a pena que, se o condenado pelo entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabe-
delito do art. 28 for adolescente, não será possível medida lecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lu-
socioeducativa privativa de liberdade. Isso porque é vedada crativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção
a submissão de adolescente a tratamento mais gravoso do do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes
que aquele conferido ao adulto. Se nem mesmo é prevista de drogas149 (art. 28, § 5º).
pena de privação de liberdade ao adulto, não se pode aplicar Ressaltamos aqui que com relação à posse de droga para
pena de privação de liberdade ao adolescente, mesmo que consumo pessoal, prevista no art. 28 da Lei nº 11.343/2006,
seja caso de reiteração ou de descumprimento de medidas no qual, para a Corte Suprema, tal conduta foi despenaliza-
anteriormente aplicadas. (Jurisprudência noticiada no Infor- da150. Atentar para o fato de que não houve descriminaliza-
mativo nº 742 do STF – HC nº 119160, Relator(a): Min. Roberto ção, ou seja, continua sendo crime. O que houve, segundo
Barroso, Primeira Turma, julgado em 9/4/2014, Processo Ele- o STF, foi a despenalização, ou seja, uma não aplicação de
trônico DJe-093, divulg. 15/5/2014, public. 16/5/2014) pena privativa de liberdade151.
Outra observação com relação a este delito, é que não Para o fim de garantir o cumprimento das medidas edu-
há o verbo “usar”, por exemplo. Assim, caso uma pessoa cativas, caso o agente injustificadamente se recuse, o juiz
injete em seu próprio organismo substância entorpecente poderá submetê-lo, sucessivamente, a admoestação verbal
e, em seguida, seja encontrada por policiais, se os agentes e multa152 (art. 28, § 6º, I e II). Sobre esta pena de multa aqui
mencionada, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta,
não encontrarem as substâncias entorpecentes em poder
fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior
dessa pessoa, ela não responderá por crime de porte de
a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois
drogas, previsto no art. 28145. a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o
Continuando na análise, a essas mesmas medidas de valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior
advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de servi- salário mínimo (art. 29). Os valores decorrentes da multa
ços à comunidade e medida educativa de comparecimento serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas
a programa ou curso educativo, também será submetido (art. 29, parágrafo único).
quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe Ademais, o juiz determinará ao Poder Público que colo-
plantas destinadas à preparação de pequena quantidade que à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento
de substância ou produto capaz de causar dependência fí- de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento
sica ou psíquica146 (art. 28, § 1º). Para fim de determinar se especializado (art. 28, § 7º).
a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá Em vista do direito vigente, o crime de posse de drogas
à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao ilícitas para consumo pessoal tem prazo prescricional or-
local e às condições em que se desenvolveu a ação, às cir- dinário de 2 (dois) anos153 (art. 30).
cunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
antecedentes do agente147 (art. 28, § 2º). Destaca-se aqui Da Repressão à Produção não Autorizada e ao
que é pacífico na jurisprudência que o delito de porte de Tráfico Ilícito de Drogas
drogas é de perigo abstrato148. (Jurisprudência do STJ/RHC nº
36.195/DF, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado Disposições Gerais
em 20/6/2013, DJe 6/8/2013)
Tem-se que é indispensável a licença prévia da autorida-
141
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-AC/Juiz/2012; Cespe/ de competente para produzir, extrair, fabricar, transformar,
OAB/2009.
142
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC-SP/Investigador de Po- 149
Assunto cobrado nas seguintes provas: UEPA/PC-PA/Escriturário/Investiga-
lícia/2014; Vunesp/PC-SP/Escrivão de Polícia/2014; Cespe/TJ-BA/Titular de dor/2013; Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008; FCC/SJCDH-BA/
Serviços de Notas e de Registros/2013; Cespe/OAB/2009; TRF 4ª Região/Juiz Agente Penitenciário/2010.
Federal/2009; FGV/PC-AP/Delegado de Polícia/2010. 150
Trata- se entendimento do STF (RE nº 430105 QO, Relator(a): Min. Sepúlveda
143
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-RJ/Juiz/2013; FCC/SJCDH- Pertence, Primeira Turma, julgado em 13/2/2007, DJe-004, divulg. 26/4/2007,
Legislação Especial

-BA/Agente Penitenciário/2010. public. 27/4/2007 DJ 27/4/2007 PP-00069 EMENT VOL-02273-04 PP-00729


144
Assunto cobrado nas seguintes provas: UEG/PC-GO/Escrivão de Polícia Ci- RB v. 19, nº 523, 2007, p. 17-21 RT v. 96, nº 863, 2007, p. 516-523). Assunto
vil/2013; FCC/MPE-AL/Promotor de Justiça/2012; FCC/SJCDH-BA/Agente cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-PA/Juiz de Direito Substituto/2014;
Penitenciário/2010; FCC/DPE-RS/Defensor Público/2011. Cespe/STF/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008.
145
Assunto cobrado na prova: Cespe/PRF/Policial Rodoviário Federal/2013. 151
Assunto cobrado nas seguintes provas: FEC/PC-RJ/Inspetor de Polícia/2012;
146
Assunto cobrado na prova: MPE-MS/Promotor de Justiça/2013; MPE-SP/ Cespe/TJ-AC/Juiz/2012; Cespe/DPE-ES/Defensor Público/2009; Cespe/
Promotor de Justiça/2010; Movens/PC-PA/Investigador/2009; Cespe/TRF 3ª OAB/2010; Vunesp/TJ-MT/Juiz/2009; Cespe/PC-ES/Delegado de Polícia/2011.
Região/Juiz Federal/2011. 152
Assunto cobrado nas seguintes provas: UEG/PC-GO/Escrivão de Polícia Ci-
147
Assunto cobrado nas seguintes provas: MPE-SC/Promotor de Justiça/20013; vil/2013; FCC/TJ-GO/Juiz/2012; Cespe/OAB/2010; Cespe/PC-ES/Escrivão de
Cespe/MPE-ES/Promotor de Justiça/2010. Polícia/2011.
148
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de 153
FCC/DPE-PB/Defensor Público/2014; Assunto cobrado na prova: UEG/PC-GO/
Registros/2014. Escrivão de Polícia Civil/2013; FCC/SJCDH-BA/Agente Penitenciário/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, em matéria-prima para a preparação de drogas e utiliza local
reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade,
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, dro- posse, administração, guarda ou vigilância160, ou consente
gas ou matéria-prima destinada à sua preparação, obser- que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem
vadas as demais exigências legais154 (art. 31). Assim, para autorização ou em desacordo com determinação legal ou
comercializar produtos químicos que possam ser utilizados regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas (art. 33, § 1º,
como insumo na elaboração de substâncias entorpecentes, incisos I, II e III). O crime de tráfico de drogas é um crime
o comerciante deverá ser cadastrado no Departamento de perigo abstrato161.
de Polícia Federal e possuir licença de funcionamento, Sobre as condutas acima explicitadas, a lei de drogas
concedida pelo mesmo departamento155 (previsto na Lei versa que as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
nº 10.357, art. 4º). dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de
As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas direitos, desde que o agente seja primário, de bons an-
pelo delegado de polícia, quando a apreensão da droga tecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem
ocorrer sem prisão em flagrante, no prazo máximo de 30 integre organização criminosa162 (art. 33, § 4º). Esses re-
dias da data da apreensão, guardando-se amostra necessá- quisitos são subjetivos e cumulativos163. Aliás, destaca-se
ria à realização do laudo definitivo. A autoridade policial re- que a aplicação da causa especial de diminuição de pena
colherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 não cons-
lavrando auto de levantamento das condições encontradas, titui mera discricionariedade do Juiz, mas, ao contrário,
com a delimitação do local, asseguradas as medidas neces- representa direito subjetivo do condenado que cumprir os
sárias para a preservação da prova156 (art. 32). requisitos explicitados na norma, sendo, portanto, um dever
Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plan- do aplicador da norma analisar a presença ou não desses
tação, será observado, além das cautelas necessárias à prote- requisitos164. (Jurisprudência do STJ – HC nº 271.161/SP, Rel.
ção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 Ministra Marilza Maynard (Desembargadora Convocada do
de julho de 1998, que regulamenta o parágrafo único do art. TJ/SE), Sexta Turma, julgado em 22/4/2014, DJe 5/5/2014).
27 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Código Flo- Cumpre ressaltar aqui que, se um dos requisitos para o
restal), mediante o estabelecimento de normas de precaução reconhecimento do tráfico privilegiado é que o agente não
relativas ao emprego do fogo em práticas agropastoris e flo- integre organização criminosa, é tranquilo o entendimento
restais, e dá outras providências, no que couber, dispensada de que o agente não poderá ser processado e condenado
a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional pela prática de tráfico privilegiado em concurso material
do Meio Ambiente (Sisnama)157 (art. 32, § 3º). com associação para o tráfico, ainda que esses crimes sejam
As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expro- considerados crimes autônomos165. Para o STJ, é inaplicável
priadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição a causa especial de diminuição de pena do § 4º do art. 33 da
Federal, que versa que serão expropriadas e destinadas à Lei nº 11.343/2006 ao réu também condenado pelo crime
reforma agrária e a programas de habitação popular, sem de associação para o tráfico de drogas tipificado no art.
qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de ou- 35 da mesma lei. (Jurisprudência noticiada no Informativo
tras sanções previstas em lei, de acordo com a legislação nº 517 do STJ – REsp nº 1199671/MG, Rel. Ministra Maria
em vigor158 (art. 32, § 4º). Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 26/2/2013,
DJe 6/3/2013)
Dos Crimes Ainda sobre o tráfico privilegiado, a respeito da parte
que veda a conversão em penas restritivas de direitos, te-
Tráfico de Drogas mos a Resolução nº 5 do Senado Federal que suspendeu a
execução dessa expressão. Assim, é possível sim que haja
A lei de drogas tipifica a conduta de importar, exportar, a conversão em pena restritiva de direitos (art. 33, § 4º)166.
remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à Ademais, importante saber que é pacífico no Superior Tri-
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, bunal de Justiça que essa causa de diminuição da pena não
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou for- afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas (Súmula
necer drogas, ainda que gratuitamente159, sem autorização nº 512 do STJ)167.
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, Outra súmula que merece destaque é a Súmula 501/
com pena prevista de reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) STJ, que versa que é cabível a aplicação retroativa da Lei nº
anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e qui- 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas
nhentos) dias-multa (art. 33). Incorrerá nas mesmas penas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
quem importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, 160
Assunto cobrado na prova: Cespe/STF/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008.
161
Assunto cobrado na prova: UEG/PC-GO/Delegado de Polícia/2013.
transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, 162
Assunto cobrado nas seguintes provas: IESES/TJ-MS/Titular de Serviços de
sem autorização ou em desacordo com determinação legal Notas e de Registros/2014; Fepese/MPE-SC/Promotor de Justiça/2014; Cespe/
ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico Polícia Federal/Escrivão da Polícia Federal/2013; TJ-SC/Juiz/2013; UEG/PM-
-GO/Cadete da Polícia Militar/2013; Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judi-
destinado à preparação de drogas; semeia, cultiva ou faz a ciária/2008; PUC-PR/TJ-RO/Juiz/2011; FCC/DPE-RS/Defensor Público/2011;
Legislação Especial

colheita, sem autorização ou em desacordo com determi- Cespe/MPU/Analista Processual/2010; MPE-MT/Promotor de Justiça/2012.
nação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam
163
Cespe/PC-AL/Escrivão de Polícia/2012.
164
Cespe/TJ-CE/Oficial de Justiça/2008.
165
Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014; Cespe/TJ-SE/
154
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funrio/PRF/Policial Rodoviário Fede- Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014; MPE-PR/Promotor de Jus-
ral/2009; Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012. tiça/2011.
155
Cespe/Polícia Federal/Escrivão da Polícia Federal/2013. 166
Assunto cobrado nas seguintes provas: UFG/DPE-GO/Defensor Público/2014;
156
Assunto cobrado na prova: Acafe/PC-SC/Delegado de Polícia/2014. Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014; Cespe/DPE-ES/
157
Assunto cobrado na prova: Acafe/PC-SC/Delegado de Polícia/2014. Defensor Público/2012; FCC/DPE-SP/Defensor Público/2012.
158
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/Senado Federal/Advogado/2008; 167
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/PC-RJ/Papiloscopista Policial de 3ª
Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012. Classe/2014; Vunesp/DPE-MS/Defensor Público/2014; FCC/MPE-PA/Promotor
159
Assunto cobrado na prova: FCC/DPE-PB/Defensor Público/2014. de Justiça/2014; Officium/TJ-RS/Juiz/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
advindo da aplicação da Lei nº 6.368/1976, sendo vedada tre a oferta dirigida a pessoa imputável ou inimputável174.
a combinação de leis168. Assim, vemos que há distinção entre o traficante e o forne-
Ainda sobre o crime de tráfico ilícito de drogas, é im- cedor eventual de drogas, tendo a legislação abrandado a
portante também fazer algumas observações que são co- punição deste em relação àquele, tratando a questão como
bradas constantemente em provas de concursos. Tem-se crime de menor potencial ofensivo, desde que presentes,
que o crime de tráfico é um delito equiparado aos crimes além da eventualidade no fornecimento da droga, a ausên-
hediondos, conforme art. 2º da Lei de Crimes Hediondos cia de objetivo de lucro, a intenção de consumir droga em
(Lei nº 8.072). Esta lei versa, ainda, que a progressão de conjunto e o oferecimento da droga a pessoa de relaciona-
regime, no caso dos condenados aos crimes previstos mento do agente175. Ressalta-se que o fornecedor eventual
neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois não é equiparado ao usuário, mas sim ao traficante176.
quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três
quintos), se reincidente169. Entretanto, a Súmula nº 471 do Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender,
Superior Tribunal de Justiça versa que os condenados por distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar
crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário,
aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado
vigência da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto
à fabricação, preparação, produção ou transformação
no art. 112 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal)
de drogas, sem autorização ou em desacordo com
para a progressão de regime prisional. Assim, para o con-
determinação legal ou regulamentar.
denado por tráfico de drogas (bem como os condenados
por crimes hediondos e os outros equiparados), que forem Outra conduta típica é a de fabricar, adquirir, utilizar,
cometidos antes de 2007, deverão cumprir um sexto da transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qual-
pena para fins de progressão de regime prisional, confor- quer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratui-
me art. 112 da LEP170. tamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer
Ademais, de acordo com entendimento jurisprudencial objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou
do Superior Tribunal de Justiça, se for adolescente, ele não transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo
deverá obrigatoriamente receber medida socioeducativa de com determinação legal ou regulamentar177, com pena de
internação. Este entendimento está na Súmula nº 492/STJ, reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200
que versa que o ato infracional análogo ao tráfico de dro- (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa (art. 34).
gas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição
de medida socioeducativa de internação do adolescente171. Associação para o tráfico

Induzir, instigar, ou auxiliar ao uso indevido de droga Já a conduta de associarem-se duas ou mais pessoas
para o fim de praticar178, reiteradamente ou não, qualquer
Dando continuidade aos crimes na atual lei de drogas, dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei
existe também tipificada a conduta de induzir, instigar ou traz previsão de pena de reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos,
auxiliar alguém ao uso indevido de droga, com pena de de- e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos)
tenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a dias-multa. Incorrerá nas mesmas penas quem se associa
300 (trezentos) dias-multa (art. 33, § 2º). Destaca-se aqui a para a prática reiterada de financiar ou custear a prática de
Adin 4.274-2, que deu interpretação conforme a Constitui- qualquer crime previsto nos art. 33, caput, e § 1º e art. 34
ção, para excluir aqui qualquer significado que vise proibir da Lei de Drogas (art. 35 e parágrafo único). Anote-se que é
manifestações de debates públicos sobre a descriminalização pacífico na jurisprudência que o crime de associação para
ou legalização de drogas. o tráfico não é equiparado aos crimes hediondos. (Jurispru-
dência do STJ/HC nº 123.945/RJ, Rel. Ministro Jorge Mussi,
Quinta Turma, julgado em 6/9/2011, DJe 4/10/2011). Tem-se,
Tráfico privilegiado
ainda, que para a materialidade do crime de tráfico ilícito
de entorpecentes pressupõe-se a apreensão da droga, to-
Também é típica conduta de oferecer droga, eventu- davia, o mesmo não ocorre para o crime de associação para
almente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu rela- o tráfico, cuja materialidade pode advir de outros meios
cionamento, para juntos a consumirem172, com pena de de prova179.
detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento Destacamos aqui que exige-se o dolo de se associar com
de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, permanência e estabilidade para a caracterização do cri-
sem prejuízo das penas de advertência sobre os efeitos das me de associação para o tráfico, previsto no art. 35 da Lei
drogas, prestação de serviços à comunidade e medida edu- nº 11.343/2006. Dessa forma, é atípica a conduta se não
cativa de comparecimento a programa ou curso educativo173 houver ânimo associativo permanente (duradouro), mas
(art. 33, § 3º). Este tipo penal não estabelece distinção en- apenas esporádico (eventual)180. (Jurisprudência noticiada
no Informativo nº 509 do STJ/HC 139.942-SP, Rel. Min. Maria
168
Assunto tratado na prova: FCC/MPE-PA/Promotor de Justiça/2014. Thereza de Assis Moura, julgado em 19/11/2012)
169
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-SE/Analista do Ministério Público/2009.
Legislação Especial

170
Assunto cobrado nas seguintes provas: Ieses/TJ-MS/Titular de Serviços de
Notas e de Registros/2014; FCC/MPE-PA/Promotor de Justiça/2014. 174
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Polícia Federal/Delegado de
171
Assunto cobrado na prova: Vunesp/TJ-RJ/Juiz/2013; Cespe/DPE-DF/Defensor Polícia/2013; UESPI/PC-PI/Delegado de Polícia/2009.
Público/2013. 175
MPE-MS/Promotor de Justiça/2013.
172
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/STF/Analista Judiciário/Área 176
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-AC/Juiz/2012.
Judiciária/2013; Cespe/PC-DF/Agente de Polícia/2013; UEPA/PC-PA/Delegado 177
Assunto cobrado na prova: Vunesp/DPE-MS/Defensor Público/2014.
de Polícia/2013; Cespe/TJ-AC/Técnico Judiciário/Área Judiciária/2012; Cespe/ 178
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE-PB/Defensor Público/2014;
OAB/2009; Vunesp/TJ-MT/Juiz/2009; UESPI/Delegado de Polícia/2009. FCC/TJ-AP/Juiz/2014; FGV/Senado Federal/Advogado/2008; MPE-SP/Promotor
173
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PC-DF/Escrivão de Polícia/2013; de Justiça/2010; UESPI/PC-PI/Delegado de Polícia/2009; FCC/TJ-PE/Juiz/2011;
Vunesp/TJ-RJ/Juiz/2013; FGV/Senado Federal/Advogado/2008; Vunesp/DPE- FCC/DPE-RS/Defensor Público/2011.
-MS/Defensor Público2008; Cespe/OAB/2010; Cespe/MPE-ES/Promotor de 179
Cespe/PC-AL/Delegado de Polícia/2012.
Justiça/2010. 180
Cespe/TJ-RR/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Financiar ou custear o tráfico Registre-se aqui que prescinde da efetiva transposição
das fronteiras estaduais a incidência da causa legal de au-
Para o delito de financiar ou custear a prática de qual- mento de pena prevista para o tráfico de droga entre esta-
quer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34181, dos da Federação190. (Jurisprudência do STF – HC nº 115893,
tem-se a pena de reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, jul-
pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) gado em 21/5/2013, Processo Eletrônico DJe-104, divulg.
dias-multa (art. 36). 3/6/2013, public. 4/6/2013)

Informante Prescrever ou ministrar drogas

A conduta de colaborar, como informante, com grupo, Prescrever ou ministrar, culposamente191, drogas, sem
organização ou associação destinados à prática de qualquer que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses exces-
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta sivas ou em desacordo com determinação legal ou regula-
Lei182, tem como previsão de pena a reclusão, de 2 (dois) a 6 mentar é a conduta que tem como pena prevista a deten-
(seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecen- ção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50
tos) dias-multa (art. 37). Sobre este crime, o STJ entende que (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa192. Neste delito,
o tipo penal trazido no art. 37 da Lei de Drogas se reveste de o juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da
verdadeiro caráter de subsidiariedade, só ficando preenchi- categoria profissional a que pertença o agente193 (art. 38
da a tipicidade quando não se comprovar a prática de crime e parágrafo único).
mais grave. De fato, cuidando-se de agente que participa
do próprio delito de tráfico ou de associação, a conduta Conduzir embarcação ou aeronave após consumo de
de colaborar com informações para o tráfico já é inerente drogas
aos mencionados tipos. Considerar que o informante possa
ser punido duplamente, pela associação e pela colabora- O ilícito de conduzir embarcação ou aeronave após o
ção com a própria associação da qual faz parte, além de
consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolu-
contrariar o princípio da subsidiariedade, revela indevido
midade de outrem194 tem como pena prevista a detenção,
bis in idem. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 527
de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do
do STJ – HC 224.849/RJ, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze,
veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição
Quinta Turma, julgado em 11/6/2013, DJe 19/6/2013)
de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de li-
As penas para os delitos até aqui previstos são aumen-
berdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400
tadas de 1 (um) sexto a 2 (dois) terços183, se a natureza, a
procedência da substância ou do produto apreendido e as (quatrocentos) dias-multa195. As penas de prisão e multa
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade previstas aplicadas cumulativamente com as demais, serão
do delito184; se o agente praticar o crime prevalecendo-se de de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600
função pública ou no desempenho de missão de educação, (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste
poder familiar, guarda ou vigilância185; se a infração tiver artigo for de transporte coletivo de passageiros (art. 39 e
sido cometida nas dependências ou imediações de estabe- parágrafo único).
lecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes
de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, es- Delação premiada
portivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo,
de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de A lei prevê que, se o indiciado ou acusado que colabora
qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependen- voluntariamente com a investigação policial e o processo
tes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes
ou policiais ou em transportes públicos186; se o crime tiver do crime e na recuperação total ou parcial do produto do
sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de crime, no caso de condenação, ele terá a pena reduzida de
arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa um terço a dois terços196 (art. 41).
ou coletiva187; caracterizado o tráfico entre Estados da Fe-
deração ou entre estes e o Distrito Federal188; se sua prática Circunstâncias preponderantes
envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem
tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a ca- Na Lei nº 11.343/2006, o legislador elegeu como cir-
pacidade de entendimento e determinação e, por fim, se o cunstâncias preponderantes para fixação da pena, dentre
agente financiar ou custear a prática do crime189 (art. 40). aquelas prevista no art. 59 do CP, a natureza e a quantidade
da substância ou do produto, a personalidade e a conduta
181
UEPA/PC-PA/Delegado de Polícia/2013.
182
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/DPE-MS/Defensor Públi-
co/2014; Funcab/PC-ES/Delegado de Polícia/2013; FCC/DPE-SP/Defensor 190
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MPE-RO/Promotor de Justi-
Público/2012; Cespe/Polícia Federal/Agente Federal da Polícia Federal/2009; ça/2013; Cespe/TJ-RR/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2013; UEG/
TRF 4ª Região/Juiz Federal/2009; Movens/PC-PA/Investigador/2009. PC-GO/Delegado de Polícia/2013.
183
Assunto cobrado na prova: Vunesp/DPE-MS/Defensor Público/2014. 191
Assunto cobrado na prova: TJ-SC/Juiz/2009; FCC/DPE-RS/Defensor Públi-
184
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de co/2011.
Legislação Especial

Notas e de Registros/2014; FCC/MPE-AL/Promotor de Justiça/2012; FCC/TJ- 192


Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE-AM/Defensor Público/2013;
-GO/Juiz/2009. Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012.
185
Assunto cobrado na prova: Copese/UFT/DPE-TO/Analista em Gestão Especia- 193
Assunto cobrado na prova: Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012.
lizado/2012. 194
Assunto cobrado nas seguintes provas: MPE-MS/Promotor de Justiça/2013;
186
Assunto cobrado na prova: IBFC/PC-SE/Agente de Polícia Judiciária/Substituto Funcab/PC-ES/Escrivão de Polícia/2013; Movens/PC-PA/Investigador/2009.
A/2014; Copese/UFT/DPE-TO/Analista em Gestão Especializado/2012; TJ-SC/ 195
Assunto cobrado na prova: FCC/DPE-SP/Defensor Público/2012.
Juiz/2009. 196
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de
187
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012. Registros/Provimento/2014; UEG/PM-GO/Cadete da Polícia Militar/2013; FCC/
188
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Re- MPE-AL/Promotor de Justiça/2012; FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012;
gistros/2014; Cespe/MPE-RO/Promotor de Justiça/2013; FCC/TJ-GO/Juiz/2009. Fumarc/TJ-MG/Titular de Serviços de Notas e de Registros/Critério Provimen-
189
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/DPE-MS/Defensor Públi- to/2012; Cespe/TJ-AL/Juiz/2008; Cespe/OAB-SP/2008; TJ-PR/Juiz/2010; TJDFT/
co/2014; FCC/TJ-GO/Juiz/2009. Juiz/2011.

28

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
social do agente197 (art. 42). Anote-se aqui que a quantidade tráfico de drogas ter sido praticado no intuito de introduzir
e a espécie da droga apreendida, como indicativos do maior substâncias ilícitas em estabelecimento prisional, por si só,
ou menor envolvimento do agente no mundo das drogas, não impede a substituição da pena privativa de liberdade
constituem elementos que podem ser validamente sopesa- por restritivas de direitos, devendo essa circunstância ser
dos no dimensionamento do benefício previsto no § 4º do ponderada com os demais requisitos necessários para a
art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Não se trata de bis in idem, concessão da benesse. (Jurisprudência noticiada no Informa-
ainda que tais elementos já tenham sido considerados no tivo nº 536 do STJ – AgRg no REsp 1359941/DF, Rel. Ministro
dimensionamento da pena-base na condição de circuns- Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 4/2/2014,
tâncias do crime. (Jurisprudência noticiada no Informativo DJe 20/2/2014)
nº 719 do STF – HC nº 117024, Relator(a): Min. Rosa Weber, Aliás, a vedação à liberdade provisória também já foi
Primeira Turma, julgado em 10/9/2013, Processo Eletrônico declarada inconstitucional no HC nº 104.339 (O Plenário do
DJe-188 divulg. 24/9/2013 public. 25/9/2013) Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade
da vedação legal à concessão de liberdade provisória para
Da fixação de multa réu preso em flagrante por tráfico de entorpecentes, enun-
ciada no art. 44 da Lei nº 11.343/2006 (HC nº 104.339, Rel.
Já com relação à fixação de multa a que se referem os Min. Gilmar Mendes)203.
artigos 33 a 39, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, Vale ressaltar, ainda, que a previsão de regime inicial-
o juiz determinará o número de dias-multa, atribuindo a mente fechado para os crimes hediondos e os equiparados
cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, (aqui se insere o crime de tráfico de drogas), prevista no
valor não inferior a 1/30 (um trinta) avos nem superior a 5 art. 2º, § 2º da Lei nº 8.072/1990, também já teve sua in-
(cinco) vezes o maior salário-mínimo198 (art. 43). Destaca-se constitucionalidade declarada pelo STF no HC nº 111.840/ES.
que as multas, que em caso de concurso de crimes serão (Jurisprudência do STF – HC nº 111840, Relator(a): Min. Dias
impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas Toffoli, Tribunal Pleno, julgado em 27/6/2012, Processo Ele-
até o décuplo se, em virtude da situação econômica do trônico DJe-249, divulg. 16-12-2013, public. 17/12/2013)
acusado, o juiz considerá-las ineficazes, ainda que aplicadas Sobre o indulto, o STF entende que os crimes hedion-
no máximo199 (art. 43, parágrafo único). dos e os equiparados (aqui se insere o tráfico de drogas)
são insuscetíveis ao indulto, não sendo possível ser conce-
Das vedações dido nem mesmo o indulto humanitário. (Jurisprudência
noticiada no Informativo nº 745 do STF – HC nº 118213,
Já os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 Relator(a): Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em
a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, 6/5/2014, Processo Eletrônico DJe-149, divulg. 1/8/2014,
graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a con- public. 4/8/2014)
versão de suas penas em restritivas de direitos200. Ademais,
o livramento condicional para estes crimes se dará após o Inimputabilidade e semi-imputabilidade
cumprimento de dois terços da pena201, vedada a sua con-
cessão ao reincidente específico (art. 44 e parágrafo único). Será isento de pena o agente que, em razão da depen-
Sobre a vedação da conversão de suas penas em restritiva dência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou
de direitos, é importante ressaltar que essa expressão foi força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omis-
declarada inconstitucional pelo STF no HC nº 9.7256/RS202 são, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
(“Ordem parcialmente concedida tão somente para remo- inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ver o óbice da parte final do art. 44 da Lei nº 11.343/2006, ou de determinar-se de acordo com esse entendimento204
assim como da expressão análoga “vedada a conversão em (art. 45). Quanto este agente for absolvido, sendo reco-
penas restritivas de direitos”, constante do § 4º do art. 33 do nhecido por perícia que apresentava, à época dos fatos, as
mesmo diploma legal. Declaração incidental de inconstitucio- condições aqui referidas, o juiz pode determinar na senten-
nalidade, com efeito ex nunc, da proibição de substituição da ça o encaminhamento para tratamento médico205 (art. 45,
pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos; parágrafo único). Com relação à semi-imputabilidade, que
determinando-se ao Juízo da execução penal que faça a ava- ocorre quando o agente não possuía, ao tempo da ação
liação das condições objetivas e subjetivas da convolação em ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
causa, na concreta situação do paciente”). Sobre a substitui- ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse en-
tendimento, as penas podem ser reduzidas de um a dois
ção da pena, anote-se que o STJ já afirmou que o fato de o
terços206 (art. 46).
197
Vunesp/DPE-MS/Defensor Público/2014; MPE-SC/Promotor de Justiça/2013; Da sentença condenatória
UEG/PC-GO/Delegado de Polícia/2013; OFFICIUM/TJ-RS/Juiz/2012; FCC/
MPE-AL/Promotor de Justiça/2012; FCC/TJ-GO/Juiz/2012; Vunesp/TJ-MG/
Juiz/2012; FGV/Senado Federal/Advogado/2008; Cespe/TJ-AL/Juiz/2008; Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação
MPE-SP/Promotor de Justiça/2010. que ateste a necessidade de encaminhamento do agente
198
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012.
199
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012; para tratamento, realizada por profissional de saúde com
FCC/TJ-GO/Juiz/2012. competência específica na forma da lei, determinará que a
Legislação Especial

200
Assunto cobrado na prova: TRF 4ª Região/TRF 4ª Região/Juiz Federal/2009;
FGV/PC-AP/Delegado de Polícia/2010.
201
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012; 203
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de
Cespe/OAB-SP/2008. Registros/2014.
202
Jurisprudência do STF – HC nº 97256, Relator(a): Min. Ayres Britto, Tribunal 204
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-RR/Titular de Serviços de
Pleno, julgado em 1/9/2010, DJe-247, divulg. 15/2/2010, public. 16/2/2010, Notas e de Registros/2013; FCC/MPE-AL/Promotor de Justiça/2012; FCC/
ement vol-02452-01, pp-00113 RTJ vol-00220, pp-00402 RT v. 100, nº 909, MPE-AP/Promotor de Justiça/2012; Cespe/OAB-SP/2008; Cespe/Polícia Fe-
2011, p. 279-333). Assunto cobrado na prova: FCC/DPE-PB/Defensor Públi- deral/Agente/2009; Movens/PC-PA/Delegado de Polícia/2009; Cespe/DPF/
co/2014; Ieses/TJ-MS/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014; Cespe/ Agente/2009.
MPE-RO/Promotor de Justiça/2013; Cespe/TJ-RR/Titular de Serviços de Notas 205
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRF 5ª Região/Juiz Federal/2009;
e de Registros/2013; MPE-SC/Promotor de Justiça/2013; MPE-MT/Promotor FCC/MPE-RS/Secretário de Diligências/2010.
de Justiça/2012. 206
Assunto cobrado na prova: Vunesp/TJ-RJ/Juiz/2013; FCC/TJ-PE/Juiz/2011.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. Este Após recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o
artigo versa que o usuário e o dependente de drogas que, em juiz, no prazo de 10 dias, certificará a regularidade formal do
razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena laudo de constatação e determinará a destruição das drogas
privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização
têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos do laudo definitivo (art. 50, § 3º).
pelo respectivo sistema penitenciário (art. 47).
Da destruição das drogas apreendidas
Do procedimento penal
A destruição das drogas será executada pelo delega-
Os procedimentos dos crimes serão regidos pelas normas do de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na
que passaremos a analisar aqui, com aplicação subsidiária do presença do Ministério Público e da autoridade sanitária212
Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal (art. 48). (art. 50, § 4º). O local será vistoriado antes e depois de efe-
A lei de drogas prevê, com relação ao delito do artigo 28, tivada a destruição das drogas, e será lavrado auto circuns-
que será processado e julgado na forma da lei de juizados tanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a
especial criminal, salvo se houver concurso com os crimes destruição total delas (art. 50, § 5º).
previstos nos artigos 33 a 37207 (art. 48 e § 1º). Com relação à destruição de drogas apreendidas sem a
Ainda sobre o delito do artigo 28, a conduta não impor- ocorrência de prisão em flagrante, esta será feita por incine-
tará em prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser ração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data
imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização
falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedi-
lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se mento descrito no parágrafo acima (art. 50-A).
as requisições dos exames e perícias necessários208. Caso
a autoridade judicial estiver ausente, essas providências Prazo do inquérito policial na lei de drogas
podem ser tomadas de imediato pela autoridade policial,
no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente O inquérito policial, com relação aos crimes previstos
(art. 48, §§ 2º e 3º). Após a conclusão desses procedimen- na lei de drogas, será concluído no prazo de 30 (trinta)
tos, o agente será submetido a exame de corpo de delito, dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias,
se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária en- quando solto. Estes prazos podem ser duplicados pelo juiz,
tender conveniente, e em seguida liberado. Para fins de ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado
transação penal, prevista no artigo 76 da Lei nº 9.099, o da autoridade de polícia judiciária213 (art. 51 e parágrafo
Ministério Público pode propor a aplicação imediata de único). Ao término desses prazos, a autoridade de polícia
pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo, rela-
proposta209 (art. 48, § 5º). tará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando
Quando se tratarem de condutas tipificadas nos arts. as razões que a levaram à classificação do delito214, indican-
33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as do a quantidade e natureza da substância ou do produto
circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu
protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a
no 9.807, de 13 de julho de 1999 (art. 49). qualificação e os antecedentes do agente215; ou requererá
sua devolução para a realização de diligências necessárias
Da Investigação (art. 52, incisos I e II).
Ocorre que a remessa dos autos far-se-á sem prejuízo
Da prisão em flagrante de diligências complementares necessárias ou úteis à plena
elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado
Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz compe- instrução e julgamento; e sem prejuízo de diligências comple-
tente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será mentares necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos
dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em
e quatro) horas210. É suficiente o laudo de constatação da seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo
natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução
ou, na falta deste, por pessoa idônea, para efeito da la- e julgamento (art. 52, parágrafo único, incisos I e II).
vratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento
da materialidade do delito211 (art. 50 e § 1º). O perito que Infiltração de agentes e flagrante diferido ou ação
controlada
subscrever esse laudo não ficará impedido de participar da
elaboração do laudo definitivo (art. 50, § 2º).
Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos cri-
mes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos
207
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funcab/PC-RO/Delegado de Polí-
Legislação Especial

cia/2009; FCC/MPE-SE/Analista/2010.
208
Assunto cobrado nas seguintes provas: UEPA/PC-PA/Delegado de Polícia/2013; 212
Assunto cobrado na prova: Acafe/PC-SC/Delegado de Polícia/2014.
Fumarc/TJ-MG/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2012; Cespe/DPE- 213
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PC-AL/Delegado de Polícia/2012;
-ES/Defensor Público/2009; Cespe/PC-PB/Delegado de Polícia/2009; Cespe/ Fumarc/TJ-MG/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2012; Cespe/TJ-AL/
PC-ES/Delegado de Polícia/2011; FCC/MPE-SE/Analista/2010; FCC/MPE-SE/ Juiz/2008; FCC/MPE-SE/Analista do Ministério Público/2009; Cespe/PC-PB/
Analista/2010. Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009; Cespe/PC-PB/Delegado
209
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-SE/Analista/2010 de Polícia/2009; TJ-PR/Juiz/2010; Funcab/PC-RO/Delegado de Polícia/2009;
210
Assunto cobrado na prova: Cespe/PC-PB/Agente de Investigação e Agente de Funcab/PC-RO/Escrivão de Polícia Civil/2009; Movens/PC-PA/Delegado de
Polícia/2009. Polícia/2009; Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/Civil/2012.
211
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-AL/Juiz/2008; Cespe/PC-PB/ 214
Assunto cobrado na prova: Cespe/PC-PB/Delegado de Polícia/2009.
Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009; Cespe/PC-PB/Delegado de 215
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/PC-AP/Delegado de Polícia/2010;
Polícia/2009; Funcab/PC-RO/Delegado de Polícia/2009. Movens/PC-PA/Investigador/2009.

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em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério A audiência designada será realizada dentro dos 30 (trin-
Público, a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de ta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se
investigação, constituída pelos órgãos especializados per- determinada a realização de avaliação para atestar depen-
tinentes216 e a não atuação policial sobre os portadores de dência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias
drogas, seus precursores químicos ou outros produtos uti- (art. 56, § 2º).
lizados em sua produção, que se encontrem no território
brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar Da audiência de instrução e julgamento
maior número de integrantes de operações de tráfico e dis-
tribuição, sem prejuízo da ação penal cabível217 (art. 53, inci- Na audiência de instrução e julgamento, primeiro ocor-
sos I e II). Nesta hipótese de não atuação, a autorização será rerá o interrogatório do acusado e depois a inquirição das
concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável testemunhas. Após, será dada a palavra, sucessivamente,
e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores ao representante do Ministério Público e ao defensor do
(art. 53, parágrafo único). acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte)
minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a cri-
Da Instrução Criminal tério do juiz (art. 57). Com relação ao interrogatório, após
proceder a este, o juiz indagará das partes se restou algum
Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de fato para ser esclarecido, formulando as perguntas corres-
Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informa- pondentes se o entender pertinente e relevante (art. 57,
ção, será dado vista ao Ministério Público para, no prazo parágrafo único). O art. 57 da Lei de Drogas dispõe que
de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências: o interrogatório ocorrerá em momento anterior à oitiva
requerer o arquivamento; requisitar as diligências que en- das testemunhas, diferentemente do que prevê o art. 400
tender necessárias; oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) do Código de Processo Penal. Com esta observação, o STF
testemunhas e requerer as demais provas que entender decidiu que o interrogatório na lei de drogas deve seguir o
pertinentes218 (art. 54, incisos I, II e III). rito descrito no artigo 57 da Lei nº 11.343. Assim, não há
qualquer nulidade em, seguindo o rito da lei de drogas, o
Da denúncia e resposta preliminar interrogatório do réu ocorrer antes da inquirição das teste-
munhas. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 750 do
Após oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notifica- STF – RHC nº 116713, Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski,
ção do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, Segunda Turma, julgado em 11/6/2013, Processo Eletrônico
no prazo de 10 (dez) dias219 (art. 55). Na resposta, que con- DJe-120, divulg. 21-06-2013, public. 24/6/2013)
siste em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá Tendo sido encerrados os debates, o juiz pode proferir
arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa, sentença imediatamente ou pode proferir a sentença em 10
oferecer documentos e justificações, especificar as provas (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam con-
que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar clusos (art. 58). No caso dos crimes do arts. 33, caput e § 1º,
testemunhas220 (art. 55, § 1º). As exceções arguidas serão e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-
processadas em autos apartados, conforme artigos 95 a 113 -se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes,
do Código de Processo Penal (art. 55, § 2º). assim reconhecido na sentença condenatória222 (art. 59).
Caso não seja apresentada resposta, o juiz nomeará
defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo- Da Apreensão, Arrecadação e Destinação de Bens
-lhe vista dos autos no ato de nomeação (art. 55, § 3º).
do Acusado
Após apresentada a defesa, o juiz terá o prazo de 5 (cinco)
dias para decidir (art. 55, § 4º). Entendendo imprescindível,
O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Públi-
o juiz determinará, no prazo máximo de 10 (dez) dias), a
co ou mediante representação da autoridade de polícia
apresentação do preso, realização de diligências, exames
judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios
e perícias (art. 55, § 5º).
suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da
Se o juiz receber a denúncia, ele designará dia e hora
ação penal, a apreensão e outras medidas assecurató-
para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a
rias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores
citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Pú-
consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei,
blico, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos
ou que constituam proveito auferido com sua prática,
periciais (art. 56). Quando se tratar das condutas previstas
procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Código
nos artigos 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao
de Processo Penal223 (art. 60).
receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cau-
Sendo decretadas quaisquer dessas medidas assecura-
telar do denunciado de suas atividades, se for funcionário
tórias, é facultado pelo juiz ao acusado, no prazo de 5 (cin-
público, comunicando ao órgão respectivo221 (art. 56, § 1º).
co) dias, que apresente ou requeira a produção de provas
216
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/OAB-SP/2008; Cespe/TJ-AL/ acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto
Juiz/2008; Cespe/TRF 5ª Região/Juiz Federal/2009; FGV/PC-AP/Delegado de da decisão (art. 60, § 1º). Se provada a origem lícita, o
Legislação Especial

Polícia/2010; Funcab/PC-RO/Delegado de Polícia/2009.


217
Assunto cobrado na prova: Fumarc/TJ-MG/Titular de Serviços de Notas e de Re-
juiz decidirá pela sua liberação (art. 60, § 2º). Ressalta-se
gistros/2012; Cespe/TJ-AL/Juiz/2008; Cespe/PC-PB/Delegado de Polícia/2009. que nenhum pedido de restituição será conhecido sem o
Assunto cobrado nas seguintes provas: Ieses/TJ-MS/Titular de Serviços de comparecimento pessoal do acusado, e o juiz pode de-
218

Notas e de Registros/2014; TJ-DFT/TJ-DF/Juiz/2011.


219
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-SE/Analista do Ministério terminar a prática de atos necessários à conservação de
Público/2009; Cespe/DPE-AL/Defensor Público/2009; FCC/DPE-MT/Defensor bens, direitos ou valores224 (art. 60, § 3º). O juiz, ouvido o
Público/2009.
220
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-SE/Analista do Ministério Público/2009;
Funcab/PC-RO/Delegado de Polícia/2009. 222
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-SE/Analista/2009.
221
Assunto cobrado nas seguintes provas: FMP-RS/MPE-MT/Promotor de Justi- 223
Assunto cobrado na prova: Cespe/MPU/Analista Processual/2010.
ça/2008; Vunesp/TJ-SP/Juiz/2008. 224
Assunto cobrado na prova: PC-SP/PC-SP/Delegado de Polícia/2011.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Ministério Público, poderá suspender a ordem de apreen- clusivamente no interesse dessas atividades (art. 62, § 4º).
são ou sequestro de bens, direitos ou valores quando a sua Ressalvados esses bens, o requerimento de alienação deverá
execução imediata possa comprometer as investigações225 conter a relação de todos os demais bens apreendidos, com a
(art. 60, § 4º). descrição e a especificação de cada um deles, e informações
Se não houver prejuízo para a produção da prova dos sobre quem os tem sob custódia e o local onde se encontram
fatos e comprovado o interesse público ou social, mediante (art. 62, § 5º).
autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Pú- Essa petição que requer a alienação dos bens será autua-
blico e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão da em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em
ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na relação aos da ação penal principal (art. 62, § 6º). Após isto,
prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de os autos serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença
usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção de nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos
não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente utilizados para a sua prática e risco de perda de valor eco-
no interesse dessas atividades. No caso de a autorização nômico pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos
recair em autorização sobre veículos, embarcações ou aero- bens relacionados, cientificará a Senad e intimará a União,
naves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equiva- o Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por
lente órgão de registro e controle a expedição de certificado edital com prazo de 5 (cinco) dias (art. 62, § 7º).
provisório de registro e licenciamento, em favor da instituição Depois de feita a avaliação e dirimidas eventuais di-
à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento vergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença,
de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em homologará o valor atribuído aos bens e determinará que
julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor sejam alienados em leilão (art. 62, § 8º). Ocorrido o leilão,
da União (art. 61 e parágrafo único). a quantia apurada ficará em conta judicial até o final da
Entretanto, essa autorização não pode recair sobre os ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad,
veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios juntamente com os valores de que trata o § 3o do art. 60
de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e (art. 60, § 9º).
objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos Anote-se que os recursos com relação aos procedimen-
crimes definidos nesta lei (ressalva prevista no artigo 61, tos descritos aqui neste tópico terão efeito devolutivo (art.
primeira parte). Isto porque estes bens aqui enumerados, 62, § 10). Ademais, quanto aos bens apreendidos, excetu-
após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da auto- ados aqueles que a União, indicados conforme o § 4º do
ridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão art. 62, se recair a autorização sobre veículos, embarcações
recolhidas na forma de legislação específica226 (art. 62). Se ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou
for comprovado interesse público na utilização de qualquer ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de
dos bens mencionados, a autoridade de polícia judiciária certificado provisório de registro e licenciamento, em favor
poderá fazer uso deles, sob sua responsabilidade e com o da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha
objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas,
ouvido o Ministério Público (art. 62, § 1º). encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da
Feita a apreensão de veículos, embarcações, aeronaves decisão que decretar o seu perdimento em favor da União
e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, (art. 62, § 11).
utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza,
utilizados para a prática dos crimes definidos nesta lei, e Da sentença
recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem
de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que pre- No momento em que proferir a sentença, o juiz decidirá
sidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido,
competente a intimação do Ministério Público227 (art. 62, sequestrado ou declarado indisponível (art. 63). Os valores
§ 2º). Quando intimado, o MP deve querer ao juízo em apreendidos em decorrência dos crimes tipificados na lei
caráter cautelar a conversão do numerário apreendido em de drogas e que não forem objeto de tutela cautelar, após
moeda nacional, se for o caso, a compensação dos cheques decretado o seu perdimento em favor da União, serão re-
emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autên- vertidos diretamente ao Funad (art. 63, § 1º).
ticas dos respectivos títulos, e o depósito das correspon- É de competência do Senad a alienação dos bens apreen-
dentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos didos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento
o recibo (art. 62, § 3º). já tenha sido decretado em favor da União (art. 63, § 2º).
O Ministério Público, após a instauração da competen- Para isso, poderá firmar convênios de cooperação, a fim
te ação penal, e em peça autônoma, irá requerer ao juízo de dar imediato cumprimento da alienação aqui referida
competente que, em caráter cautelar, proceda à alienação (art. 63, § 3º).
dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a União, por Depois do trânsito em julgado da sentença condenatória,
intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso o juiz do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério
e custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores
Legislação Especial

inteligência ou militares, envolvidos nas ações de preven- declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto
ção ao uso indevido de drogas e operações de repressão à aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, ex- órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação
nos termos da legislação vigente (art. 63, § 4º).
225
Assunto cobrado na prova: PC-SP/PC-SP/Delegado de Polícia/2011. Por intermédio do Senad, a União poderá firmar con-
226
Assunto cobrado nas seguintes provas: Acafe/PC-SC/Delegado de Polícia/2014; vênio com os Estados, com o Distrito Federal e com or-
FMP-RS/MPE-MT/Promotor de Justiça/2008; PC-SP/PC-SP/Delegado de Polí- ganismos orientados para a prevenção do uso indevido
cia/2011.
227
Assunto cobrado na prova: Acafe/PC-SC/Delegado de Polícia/2014. de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
dependentes e a atuação na repressão à produção não au- lações; ordenar à autoridade sanitária competente a urgente
torizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na libera- adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda,
ção de equipamentos e de recursos por ela arrecadados, em depósito, das drogas arrecadadas e dar ciência ao órgão
para a implantação e execução de programas relacionados do Ministério Público, para acompanhar o feito (art. 69, in-
à questão das drogas (art. 64). cisos I, II e III).
Com relação à licitação para alienação de substâncias ou
Da Cooperação Internacional produtos não proscritos arrecadados, só podem participar
pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde
De conformidade com os princípios da não intervenção ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita
em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à in- a ser dada ao produto a ser arrematado (art. 69, § 1º). O
tegridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública,
nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Con-
das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos interna- selhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público (art.
cionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é 69, § 2º), ressalvadas as especialidades farmacêuticas em
parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, coo- condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas
peração a outros países e organismos internacionais. Quando sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede
necessário, o governo brasileiro solicitará a colaboração deles pública de saúde (art. 69, § 3º).
nas áreas de intercâmbio de informações sobre legislações,
experiências, projetos e programas voltados para atividades Da competência para processo e julgamento
de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção
social de usuários e dependentes de drogas; intercâmbio Ressalta-se aqui que, em regra, a competência para o
de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e processo e julgamento dos delitos previstos nos artigo 33
a 37 é da Justiça Estadual228. Ocorre que, se caracterizado
delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem
ilícito transnacional, serão de competência da Justiça Federal
de dinheiro e o desvio de precursores químicos; e intercâm-
(art. 70). Ainda sobre a competência, o tráfico de drogas
bio de informações policiais e judiciais sobre produtores e
transnacional, praticado nos Municípios que não sejam sede
traficantes de drogas e seus precursores químicos (art. 65,
de vara federal, serão processados e julgados na vara fede-
incisos I, II e III).
ral da circunscrição respectiva229 (art. 70, parágrafo único).
Sobre o assunto, tem-se a Súmula nº 522 do STF que versa
Disposições Finais e Transitórias que salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando, en-
tão, a competência será da justiça federal, compete à justiça
Nas disposições finais e transitórias, a lei de drogas versa dos estados o processo e julgamento dos crimes relativos a
que, até que seja atualizada a terminologia da lista de que entorpecentes.
quais substâncias serão consideradas drogas, serão deno- Destaca-se que o comércio ilegal de drogas envolven-
minadas drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, do mais de um estado faz surgir o tráfico interestadual
precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/ de entorpecentes, deslocando-se a competência para
MS no 344, de 12 de maio de 1998 (art. 66). Ressaltamos apuração e atuação da Polícia Federal, todavia, a com-
que esta lista já existe, é elaborada pela Anvisa por meio petência para processar e julgar o criminoso continua a
de portaria. ser da justiça estadual230. Ademais, o STJ já decidiu que,
Prevê, ainda, que a liberação dos recursos previstos na em relação à remessa de substâncias entorpecentes –
Lei no 7.560/1986 (esta lei cria o Fundo de Prevenção, Recu- por via postal ou qualquer outro meio de transporte – a
peração e de Combate às Drogas de Abuso, dispõe sobre os competência para os atos investigatórios e para processar
bens apreendidos e adquiridos com produtos de tráfico ilícito e julgar a ação penal correspondente é do juízo do lugar
de drogas ou atividades correlatas, e dá outras providên- onde ocorreu a sua apreensão. (Jurisprudência noticiada
cias), em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá no Informativo nº 543 do STJ – CC nº 132.897/PR, Rel.
de sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos Ministro Rogerio Schietti Cruz, Terceira Seção, julgado em
convênios firmados e do fornecimento de dados necessários 28/5/2014, DJe 3/6/2014)
à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas
respectivas polícias judiciárias (art. 67). Das disposições finais
Há, também, a previsão de que a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos Encerrado o processo penal ou arquivado o inquérito po-
fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas licial, o juiz, de ofício, mediante representação do delegado
que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, de polícia ou a requerimento do Ministério Público, determi-
atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na nará a destruição das amostras guardadas para contraprova,
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de sendo isso certificado nos autos (art. 72).
drogas (art. 68). Por fim, a União poderá estabelecer convênios com os
Legislação Especial

No caso de falência ou liquidação extrajudicial de em- Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e
presas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e
ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso inde-
que produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, pres- vido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de
creverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em usuários e dependentes de drogas (art. 73).
que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo
perante o qual tramite o feito determinar, imediatamente à
228
Assunto cobrado na prova: FMP-RS/MPE-MT/Promotor de Justiça/2008.
229
FMP-RS/MPE-MT/Promotor de Justiça/2008.
ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas insta- 230
Cespe/PC-AL/Delegado de Polícia/2012.

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Busca Informatizada Vestcon impossibilitando, desde 1984, a aplicação mútua de pena e
medida de segurança.
LEI Nº 12.567, DE 3 DE ABRIL DE 1996
(D.O. de 29/4/1996 – veto parcial) Conceito de Execução Penal
 
Institui Porte de Arma de de- Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o
fesa para Agentes Penitenciários processo passa para a fase de execução, sendo esta sentença
do Estado do Ceará e dá outras um título executivo judicial. Nesse momento, cumpre-se o
providências. teor da sentença, aplicando-se ao condenado a pena pri-
  vativa de liberdade, pena restritiva de liberdade ou a pena
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ pecuniária. Não há necessidade, nesta fase processual, de
  citação, pois o condenado já tomou ciência desta quando
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu intimado da sentença para recorrer.
sanciono a seguinte Lei: O processo de execução, como afirma Ricardo Antônio
 Art. 1º Fica permitido aos ocupante do cargo/função de Andreucci (2015, p. 301)231,
Agente Penitenciário o uso de arma de fogo, com observância
dos princípios constitucionais em vigor, para sua defesa e de o processo de execução comporta particularidades
terceiros na forma abaixo estabelecida: especiais, como, por exemplo, ter seu início, via de
I – No deslocamento residência/trabalho e deste para o regra, determinado pelo juiz, e o seu cumprimento
domicílio do servidor. se dá sob a tutela do Estado. Por essa razão se fala
II – Quando do deslocamento em efetivo exercício na que é na fase de execução que o Estado efetivamente
escolta de presos de uma para outra unidade penitenciária, exerce a sua pretensão punitiva, vale dizer, executa a
hospitais ou outros determinado pela direção do Presídio ou pena ficada ao condenado.
Coordenadoria do Sistema Penal - COSIPE.
III – Quando acompanhar o preso a sua residência, nos
termos do inciso I do art. 120 da Lei nº 7.210 de 11 de julho Finalidade da LEP
de 1984.
 Art. 2º As Cédulas de Identificação dos servidores deve- Conforme previsto no art. 1º da LEP e nas palavras de
rão constar impresso no texto:  Andreucci (2015, p. 301)232,
“PERMISSÃO PARA PORTAR ARMAS”.
1º A Secretaria de Justiça providenciará, junto a Secre- o direito de punir é monopólio do Estado e quando
taria da Segurança Pública, através da Academia de Polícia este o exerce, tem por objetivo castigar o agente
Civil, treinamento sobre armamento e tiro, para habilitação criminoso, inibir o surgimento de outros crimes, de-
dos Agentes Penitenciários portarem armas. monstrando a certeza da punição, oferecer certeza à
2º É vedado o uso de armas pelos Agentes Penitenciários coletividade da busca por justiça, reeducar, readaptar
no interior das unidades presidiárias. o condenado, socialmente.
3º (Vetado) A Secretaria de Justiça fará a distribuição das
cédulas de identificação, constituindo-se crime de respon- Vejamos o que dispõe o art. 1º da LEP:
sabilidade o desvio de suas concessões.
Art. 3º (Vetado) Ao Agente Penitenciário será permitido Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar
o livre acesso aos locais destinados à exibição de espetáculos as disposições de sentença ou decisão criminal e
e diversões públicas. proporcionar condições para a harmônica integração
Art. 4º As atividades desempenhadas pelos ocupantes social do condenado e do internado.
de cargo/função de Agente Penitenciário são consideradas
de permanente risco de vida e de saúde.
O art. 6º da Resolução nº 113 do CNJ regulamenta o art.
Art. 5º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publica-
1º da LEP, vejamos:
ção, revogadas as disposições em contrário.
 
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em For- Art. 6º Em cumprimento ao artigo 1º da Lei nº
taleza, aos 03 de abril de 1996. 7.210/1984, o juízo da execução deverá, dentre as
ações voltadas à integração social do condenado e
TASSO RIBEIRO JEREISSATI do internado, e para que tenham acesso aos serviços
PAULO CARLOS SILVA DUARTE sociais disponíveis, diligenciar para que sejam expe-
didos seus documentos pessoais, dentre os quais o
CPF, que pode ser expedido de ofício, com base no
Samantha Pozzer Kühleis artigo 11, V, da Instrução Normativa RFB nº 864, de
25 de julho de 2008.
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Legislação Especial

Natureza Jurídica da Execução Penal


Para introduzir o tema, é de suma importância ter a
consciência de que vivemos em um Estado Democrático de Parcela da doutrina considera que é de natureza jurisdi-
Direito, portanto a execução da pena deve observar todas cional, com intuito de efetivar a pretensão punitiva estatal,
as garantias constitucionais atinentes ao Direito Penal e Pro- observando os princípios do contraditório e da ampla defe-
cessual Penal, assegurando as garantias individuais do preso.
Com a edição da Lei de Execução Penal (LEP), a principal 231
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação Penal Especial. 10 ed. atual. e ampl.
mudança ocorrida na lei foi a alteração da adoção do antigo São Paulo: Saraiva, 2015.
sistema duplo binário para a adoção do sistema vicariante, 232
Ibidem.

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sa. Outra parcela da doutrina, por sua vez, considera que a Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X
natureza jurídica da execução penal é administrativa, sem a e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante
observância dos princípios referentes ao processo judicial. ato motivado do diretor do estabelecimento.
A melhor posição é a que considera uma natureza jurídica Art. 43. É garantida a liberdade de contratar médico
mista entre a jurisdicional e a administrativa. de confiança pessoal do internado ou do submetido
Cumpre ressaltar que alguns doutrinadores falam em a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou
desjurisdicionalização da execução penal em prol da cele- dependentes, a fim de orientar e acompanhar o
ridade processual. tratamento.
Parágrafo único. As divergências entre o médico
Direito Penitenciário x Direito de Execução Penal oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da
execução.
O Direito Penitenciário é considerado como parte do
Direito de Execução Penal. É uma disciplina voltada à esfera Já os direitos constitucionais garantidos ao sentenciado
administrativa da execução penal, englobando tanto os as- estão previstos no caput e incisos III, V, VI, VII, VIII, IX, X, XII,
pectos administrativos quanto jurisdicionais. Mas vale des- XLIV, XXII, XXVII, XXVIII, XXIX e XXX, XXXIV, “a” e “b”, LXXII,
tacar que, muito embora o Direito de Execução Penal tenha “a” e “b”, do art. 5º da Constituição Federal.
ligação com o Direito Penal e Processual Penal, é considerado
um ramo autônomo, com princípios próprios. Atestado de Pena a Cumprir

Dos Direitos do Preso A Lei nº 10.713/2003 alterou os artigos 41, inciso XVI
(supracitado) e 66, inciso X, ambos da LEP, introduzindo o
A expressão “direitos não atingidos pela sentença ou pela direito do preso a um atestado de pena a cumprir, o qual
lei” contida no caput do art. 3º da LEP é referente ao disposto deve ser emitido anualmente pela autoridade judiciária
nos artigos 41 e 43, também da LEP, vejamos: competente, sob pena de responsabilidade. O objetivo
deste atestado é impedir que os presos permaneçam em
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegu- cárcere por mais tempo que o necessário. Vejamos o art.
rados todos os direitos não atingidos pela sentença 66, inciso X, da LEP:
ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
natureza racial, social, religiosa ou política. [...]
[...] X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
Art. 41. Constituem direitos do preso: (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
I – alimentação suficiente e vestuário;
II – atribuição de trabalho e sua remuneração; Acerca deste atestado, a Resolução nº 113, do CNJ, dis-
III – Previdência Social; põe:
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para Art. 12. A emissão de atestado de pena a cumprir e
o trabalho, o descanso e a recreação; a respectiva entrega ao apenado, mediante recibo,
VI – exercício das atividades profissionais, intelec- deverão ocorrer:
tuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que I – no prazo de sessenta dias, a contar da data do
compatíveis com a execução da pena; início da execução da pena privativa de liberdade;
VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacio- II – no prazo de sessenta dias, a contar da data do
nal, social e religiosa; reinício do cumprimento da pena privativa de liber-
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacio- dade; e
nalismo; III – para o apenado que já esteja cumprindo pena
IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado; privativa de liberdade, até o último dia útil do mês
X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes de janeiro de cada ano.
e amigos em dias determinados; Art. 13. Deverão constar do atestado anual de
XI – chamamento nominal; cumprimento de pena, dentre outras informações
XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exi- consideradas relevantes, as seguintes:
gências da individualização da pena; I – o montante da pena privativa de liberdade;
XIII – audiência especial com o diretor do estabele- II – o regime prisional de cumprimento da pena;
cimento; III – a data do início do cumprimento da pena e a
XIV – representação e petição a qualquer autoridade, data, em tese, do término do cumprimento integral
em defesa de direito; da pena; e
Legislação Especial

XV – contato com o mundo exterior por meio de IV – a data a partir da qual o apenado, em tese, po-
correspondência escrita, da leitura e de outros meios derá postular a progressão do regime prisional e o
de informação que não comprometam a moral e os livramento condicional.
bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anual- Do Dever do Estado
mente, sob pena da responsabilidade da autoridade
judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, O art. 4º da LEP prevê como dever do Estado, recorrer à
de 2003) cooperação da comunidade na execução da pena, vejamos:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da Art. 1º A sentença penal condenatória será executada
comunidade nas atividades de execução da pena e nos termos da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984,
da medida de segurança. da lei de organização judiciária local e da presente
Resolução, devendo compor o processo de execução,
Conforme Guilherme de Souza Nucci (2010, p. 457)233, além da guia, no que couber, as seguintes peças e
informações:
havendo a integração da comunidade, através de I – qualificação completa do executado;
organismos representativos, no acompanhamento da II – interrogatório do executado na polícia e em juízo;
execução das penas, torna-se maior a probabilidade III – cópias da denúncia;
de recuperação do condenado, inclusive porque, IV – cópia da sentença, voto(s) e acórdão(s) e res-
quando findar a pena, possivelmente já terá apoio pectivos termos de publicação, inclusive contendo,
garantido para a sua reinserção social, mormente no se for o caso, a menção expressa ao deferimento de
mercado de trabalho. Para tanto, são previstos como detração que importe determinação do regime de
órgãos da execução penal o Patronato (arts.78 e 79, cumprimento de pena mais benéfico do que seria
LEP) e o Conselho da Comunidade (arts. 80 e 81, LEP). não fosse a detração, pelo próprio juízo do processo
de conhecimento, nos termos do art. 387, § 2º, do
Da Competência Código de Processo Penal, acrescentado pela Lei
12.736/12; (Redação dada pela Resolução nº 180,
O art. 65 da LEP outorga à lei estadual, a Lei de Organi- de 3/10/2013)
zação Judiciária, a prerrogativa de estabelecer o juiz com- V – informação sobre os endereços em que possa
petente para presidir a execução, ou seja, o juiz natural. Em ser localizado, antecedentes criminais e grau de
regra, estabelecem que é o juiz do local onde o sentenciado instrução;
cumpre a pena que tem esta competência. Vejamos o que VI – instrumentos de mandato, substabelecimentos,
dispõe o art. 65 da LEP: despachos de nomeação de defensores dativos ou de
intimação da Defensoria Pública;
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado VII – certidões de trânsito em julgado da condenação
na lei local de organização judiciária e, na sua ausên- para a acusação e para a defesa;
cia, ao da sentença. VIII – cópia do mandado de prisão temporária e/ou
preventiva, com a respectiva certidão da data do
Independente da natureza de sua condenação, seja, pela cumprimento, bem como com a cópia de eventual
justiça federal, eleitoral ou militar, por exemplo, o juiz da alvará de soltura, também com a certidão da data
execução é estadual. É o que prevê a Súmula nº 192 do STJ, do cumprimento da ordem de soltura, para côm-
vejamos: puto da detração, caso, nesta última hipótese, esta
já não tenha sido apreciada pelo juízo do processo
de conhecimento para determinação do regime de
Súmula nº 192. Compete ao Juízo das Execuções
cumprimento de pena, nos termos do art. 387, § 2º,
Penais do Estado a Execução das penas impostas a
do Código de Processo Penal, acrescentado pela Lei
sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleito-
12.736/2012; (Redação dada pela Resolução nº 180,
ral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a
de 3/10/13)
Administração Estadual.
IX – nome e endereço do curador, se houver;
X – informações acerca do estabelecimento prisional
Importante ressaltar que se o condenado estiver com a
em que o condenado encontra-se recolhido e para o
execução de sua pena suspensa ou cumprindo pena de res-
qual deve ser removido, na hipótese de deferimento
trição de direitos, o juiz competente é o da comarca de seu
de detração que importe determinação do regime de
domicílio. Se a pena aplicada tiver sido a multa, a comarca
cumprimento de pena mais benéfico do que haveria
competente para a execução é aquela na qual tramitou o
não fosse a detração, pelo próprio juízo do processo
processo de conhecimento.
de conhecimento, nos termos do art. 387, § 2º, do
Para os condenados com foro privilegiado, por sua vez,
Código de Processo Penal, acrescentado pela Lei
a competência para a execução da pena é do Tribunal que o 12.736/2012; (Redação dada pela Resolução nº 180,
julgou. Vejamos o que dispõe o art. 2º da LEP: de 3/10/2013)
XI – cópias da decisão de pronúncia e da certidão de
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da preclusão em se tratando de condenação em crime
Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será doloso contra a vida;
exercida, no processo de execução, na conformidade XII – certidão carcerária;
desta Lei e do Código de Processo Penal. XIII – cópias de outras peças do processo reputadas
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao indispensáveis à adequada execução da pena.
preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleito- [...]
Legislação Especial

ral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento Art. 3º O Juiz competente para a execução da pena
sujeito à jurisdição ordinária. ordenará a formação do Processo de Execução Penal
(PEP), a partir das peças referidas no artigo 1º.
A Resolução nº 113, do CNJ, regulamenta o assunto em § 1° Para cada réu condenado, formar-se-á um
seus seguintes artigos, vejamos: Processo de Execução Penal, individual e indivisível,
reunindo todas as condenações que lhe forem im-
postas, inclusive aquelas que vierem a ocorrer no
233
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 5.
ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2010. curso da execução.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2° Caso sobrevenha condenação após o cumpri- não transitada em julgado, o fato de o réu se encon-
mento da pena e extinção do processo de execução trar em prisão especial.
anterior, será formado novo processo de execução
penal. Art. 8° Tratando-se de réu preso por sentença con-
§ 3º Sobrevindo nova condenação no curso da exe- denatória recorrível, será expedida guia de recolhi-
cução, após o registro da respectiva guia de recolhi- mento provisória da pena privativa de liberdade,
mento, o juiz determinará a soma ou unificação da ainda que pendente recurso sem efeito suspensivo,
pena ao restante da que está sendo cumprida e fixará devendo, nesse caso, o juízo da execução definir o
o novo regime de cumprimento, observada, quando agendamento dos benefícios cabíveis.
for o caso, a detração ou remição. Art. 9º A guia de recolhimento provisória será expe-
dida ao Juízo da Execução Penal após o recebimento
Transferência para Presídio Federal do recurso, independentemente de quem o interpôs,
acompanhada, no que couber, das peças e informa-
Poderão, estes condenados, que cumprem pena em ju- ções previstas no artigo 1º.
ízo estadual, serem encaminhados para presídios federais, § 1° A expedição da guia de recolhimento provisória
fiscalizados por um juiz federal, com fundamento na segu- será certificada nos autos do processo criminal.
rança pública ou do próprio preso, observando os requisitos § 2° Estando o processo em grau de recurso, sem
previstos na Lei nº 11.671/1978. expedição da guia de recolhimento provisória, às Se-
Primeiramente, o juiz estadual encaminha os autos da cretarias desses órgãos caberão expedi-la e remetê-la
execução ao juiz federal, requisitando a admissão do senten- ao juízo competente.
ciado, ou mesmo do preso provisório, em presídio federal. Art. 10. Sobrevindo decisão absolutória, o respectivo
O juiz federal irá analisar a possibilidade: poderá admitir o órgão prolator comunicará imediatamente o fato ao
preso e passará a competência a um juiz federal para presidir juízo competente para a execução, para anotação do
a sua execução penal; se entender que não é caso de admis- cancelamento da guia.
são, ocorrerá um conflito a ser resolvido pelo STJ. Art. 11. Sobrevindo condenação transitada em
julgado, o juízo de conhecimento encaminhará as
peças complementares, nos termos do artigo 1º, ao
Expedição da Carta de Guia juízo competente para a execução, que se incumbirá
das providências cabíveis, também informando as
A Constituição Federal, em seu art. 5º, LVII, deixa claro alterações verificadas à autoridade administrativa.
ser imprescindível o trânsito em julgado da sentença penal
condenatória ou sentença penal absolutória imprópria, em
O que Contém na Carta de Guia de Recolhimento
caso de Medida de Segurança, para que se inicie o cumpri-
mento da pena.
Deverá conter o que prevê o artigo 106 da LEP, a seguir:
A expedição da carta em execução provisória, a chamada
“guia provisória”, antes do trânsito em julgado, é possível,
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escri-
dependendo de algumas condições, independentemente de vão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará
quem recorreu da sentença, Ministério Público ou defesa. com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa
Esta guia provisória não será expedida quando o objetivo incumbida da execução e conterá:
da ação penal for apurar a culpabilidade do agente que está I – o nome do condenado;
em liberdade, sobrevindo sentença condenatória recorrível. II – a sua qualificação civil e o número do registro
Se possível, portanto, a expedição da guia provisória, o geral no órgão oficial de identificação;
juiz que sentenciou a expedirá e a encaminhará ao juiz da III – o inteiro teor da denúncia e da sentença conde-
Vara de Execuções Penais. Esta matéria já está regulamentada natória, bem como certidão do trânsito em julgado;
por esta Resolução do CNJ, em seus artigos 8º e 9º, pela Lei IV – a informação sobre os antecedentes e o grau
de Execuções Penais, em seus artigos 105 e seguintes e pelo de instrução;
STF, através das seguintes súmulas, vejamos: V – a data da terminação da pena;
VI – outras peças do processo reputadas indispensá-
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que veis ao adequado tratamento penitenciário.
aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver § 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de
ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de recolhimento.
guia de recolhimento para a execução. § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre
que sobrevier modificação quanto ao início da exe-
Súmula nº 716 do STF – Pena. Execução. Progressão cução ou ao tempo de duração da pena.
do regime antes do trânsito em julgado da sentença. § 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcio-
Admissibilidade. Lei nº 7.210/1984 (LEP), art. 112. nário da Administração da Justiça Criminal, far-se-á,
Admite-se a progressão de regime de cumprimento
Legislação Especial

na guia, menção dessa circunstância, para fins do


da pena ou a aplicação imediata de regime menos disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei.
severo nela determinada, antes do trânsito em jul-
gado da sentença condenatória. Sobre o tema, a Resolução nº 113 do CNJ editou seu
Súmula nº 717/STF – Pena. Execução. Progressão de artigo 2º, vejamos:
regime. Sentença não transita em julgado. Admissi- Art. 2º A guia de recolhimento para cumprimento da
bilidade. Réu em prisão especial. Irrelevância. Lei n] pena privativa de liberdade e a guia de internação
7.210/1984 (LEP), art. 112. Não impede a progressão para cumprimento de medida de segurança obede-
de regime de execução da pena, fixada em sentença cerão aos modelos dos anexos e serão expedidas em

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duas vias, remetendo-se uma à autoridade adminis- Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo
trativa que custodia o executado e a outra ao juízo os seus antecedentes e personalidade, para orientar
da execução penal competente. a individualização da execução penal.
§ 1º Estando preso o executado, a guia de recolhi- Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica
mento definitiva ou de internação será expedida ao de Classificação que elaborará o programa individu-
juízo competente no prazo máximo de cinco dias, a alizador da pena privativa de liberdade adequada ao
contar do trânsito em julgado da sentença ou acór- condenado ou preso provisório. (Redação dada pela
dão, ou do cumprimento do mandado de prisão ou Lei nº 10.792, de 2003)
de internação.
§ 2º (Revogado pela Resolução nº 116, de 3/8/2010) Esta Comissão Técnica existe em cada estabelecimento
prisional, e é formada conforme o previsto no art.7º, da LEP,
§ 3º Recebida a guia de recolhimento, que deverá
vejamos:
conter, além do regime inicial fixado na sentença,
informação sobre eventual detração modificativa do
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente
regime de cumprimento da pena, deferida pelo juízo em cada estabelecimento, será presidida pelo dire-
do processo de conhecimento, nos lindes do art. 387, tor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de
§ 2º, do Código de Processo Penal, acrescentado pela serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um)
Lei nº 12.736/2012, o estabelecimento penal onde assistente social, quando se tratar de condenado à
está preso o executado promoverá a sua imediata pena privativa de liberdade.
transferência à unidade penal adequada, salvo se por Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará
outro motivo ele estiver preso, assegurado o controle junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais
judicial posterior. (Alterado pela Resolução nº 180, do serviço social.
de 3 de outubro de 2013 – disponibilizada no DJ-e nº
189/2013, em 4/10/2013, pág. 2-3) Exame Criminológico
§ 4º Expedida a guia de recolhimento definitiva, os
autos da ação penal serão remetidos à distribuição O exame de classificação diferencia-se do exame crimi-
para alteração da situação de parte para “arquivado” nológico, pois, como afirma Nucci (2010, 459)235,
e baixa na autuação para posterior arquivamento.
o primeiro é mais amplo e genérico, envolvendo as-
Nucci (2010, p. 541) 234
leciona que pectos relacionados à personalidade do condenado,
seus antecedentes, sua vida familiar e social, sua
os detalhes, em especial quanto às datas (fato, sen- capacidade laborativa, entre outros fatores aptos a
tença, acórdão, trânsito em julgado etc.), são úteis evidenciar o modo pelo qual deve cumprir sua pena
para o cálculo da prescrição, uma das primeiras pro- nos estabelecimento penitenciário (regime fechado
ou semiaberto); o segundo é mais específico, abran-
vidências a ser tomada pelo juiz da execução penal.
gendo a parte psicológica e psiquiátrica do exame de
Não há sentido em se providenciar a execução de
classificação, pois concede maior atenção à maturi-
pena prescrita. dade do condenado, sua disciplina, capacidade de
suportar frustrações (...) destinados a construir um
Importante destacar que a expedição desta guia é im- prognóstico de periculosidade, isto é, sua tendência
prescindível para o recolhimento do sentenciado, conforme à voltar à vida criminosa.
prevê o art. 107, da LEP, vejamos:
Acerca do exame criminológico, o art. 8º da LEP dispõe:
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento
de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privati-
pela autoridade judiciária. va de liberdade, em regime fechado, será submetido a
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da exe- exame criminológico para a obtenção dos elementos
cução passará recibo da guia de recolhimento para necessários a uma adequada classificação e com
juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos vistas à individualização da execução.
seus termos ao condenado. Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em poderá ser submetido o condenado ao cumpri-
livro especial, segundo a ordem cronológica do re- mento da pena privativa de liberdade em regime
cebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, semiaberto.
aditando-se, no curso da execução, o cálculo das
remições e de outras retificações posteriores. A Súmula Vinculante nº 26, editada pelo STF, permite
que o juiz da Vara de Execuções penais realize, excepcional-
mente o exame criminológico, desde que fundamente sua
Classificação dos Condenados para decisão, vejamos:
Individualização das Penas
Legislação Especial

Súmula Vinculante nº 26: Para efeito de progressão


Os condenados serão classificados por uma Comissão de regime no cumprimento de pena por crime hedion-
Técnica, conforme os arts. 5º e 6º da LEP que tratam deste do, ou equiparado, o juízo da execução observará a
assunto, vejamos: inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de
25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o
234
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 5.
ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2010. 235
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 5.
ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2010.

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condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
e subjetivos do benefício, podendo determinar, para Art. 11. A assistência será:
tal fim, de modo fundamentado, a realização de I – material;
exame criminológico. II – à saúde;
III – jurídica;
Sobre a análise da personalidade do preso pela Comissão IV – educacional;
Técnica, o art. 9º da LEP dispõe: V – social;
VI – religiosa.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de
dados reveladores da personalidade, observando a
O art. 10 da LEP, supracitado, deixa claro que a prevenção
ética profissional e tendo sempre presentes peças ou
informações do processo, poderá: pela reeducação é a finalidade principal da pena, de modo a
I – entrevistar pessoas; favorecer a reinserção do condenado na sociedade. Evidente
II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos pri- que o egresso (aquele que deixa o cárcere), principalmente
vados, dados e informações a respeito do condenado; se passou muitos anos preso, necessita do apoio do Estado,
III – realizar outras diligências e exames necessários. da família e dos amigos para voltar ao convívio social. No en-
tanto, o que realmente importa é a necessidade que o Estado
Coleta de Material Genético do Condenado tem de proporcionar a este egresso condições de moradia e
sustento, bem como colocação no mercado de trabalho. É o
A Lei nº 12.654/2012 inseriu o art. 9º-A na LEP, prevendo que dispõe também os arts. 26 e 27 da LEP, vejamos:
a possibilidade de ser realizada uma nova espécie de iden-
tificação criminal, por meio da coleta de material biológico Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
para a obtenção do perfil genético. I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em
O objetivo desta coleta decorre da existência de inúmeros liberdade;
crimes que deixam vestígios materiais genéticos, como o II – na concessão, se necessário, de alojamento e
sêmen do estuprador, sangue do assassino, fios de cabelo de alimentação, em estabelecimento adequado, pelo
agressor etc. Então, nestes casos, a existência de um banco prazo de 2 (dois) meses.
de dados com o DNA dos condenados, como prevê o art. Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II
9º-A, da LEP, pode facilitar e acelerar a conclusão de uma
poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado,
investigação.
Sempre que um condenado iniciar o cumprimento de por declaração do assistente social, o empenho na
pena por crime violento com resultado lesão grave, por cri- obtenção de emprego.
mes hediondos ou equiparados, segundo este dispositivo Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta
legal, deverá passar pela identificação do perfil genético, Lei:
consistente na extração do ácido desoxirribonucleico. I – o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a
Todos que trabalham na persecução penal terão acesso contar da saída do estabelecimento;
a estes dados, porém eles são mais direcionados à polícia II – o liberado condicional, durante o período de
judiciária. prova.
Como ninguém é obrigado a produzir prova contra si mes- Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com
mo, esta coleta de perfil genético não pode ser determinada o egresso para a obtenção de trabalho.
em processo que já está em curso. Porém, não há barreiras
para a sua realização em quaisquer dos crimes previstos no
Da Assistência Material
art. 1º da Lei dos Crimes Hediondos após o trânsito em jul-
gado da sentença penal condenatória.
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado
Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, do- consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário
losamente, com violência de natureza grave contra e instalações higiênicas.
pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e
art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão serviços que atendam aos presos nas suas necessi-
submetidos, obrigatoriamente, à identificação do dades pessoais, além de locais destinados à venda
perfil genético, mediante extração de DNA – ácido de produtos e objetos permitidos e não fornecidos
desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. pela Administração.
(Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 1o A identificação do perfil genético será armaze- Da Assistência à Saúde
nada em banco de dados sigiloso, conforme regula-
mento a ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído Art. 14. A assistência à saúde do preso e do interna-
pela Lei nº 12.654, de 2012)
do de caráter preventivo e curativo, compreenderá
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá
requerer ao juiz competente, no caso de inquérito atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado).
Legislação Especial

instaurado, o acesso ao banco de dados de identifi-


cação de perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver
de 2012) aparelhado para prover a assistência médica neces-
sária, esta será prestada em outro local, mediante
Da Assistência autorização da direção do estabelecimento.
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto,
do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei nº
retorno à convivência em sociedade. 11.942, de 2009)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Da Assistência Jurídica I – o nível de escolaridade dos presos e das presas;
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos II – a existência de cursos nos níveis fundamental
e aos internados sem recursos financeiros para cons- e médio e o número de presos e presas atendidos;
tituir advogado. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter servi- III – a implementação de cursos profissionais em nível
ços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela De- de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número
fensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº
penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010) 13.163, de 2015)
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar IV – a existência de bibliotecas e as condições de seu
auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria acervo; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora V – outros dados relevantes para o aprimoramento
dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei nº educacional de presos e presas. (Incluído pela Lei nº
12.313, de 2010) 13.163, de 2015)
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá
local apropriado destinado ao atendimento pelo De- Da Assistência Social
fensor Público. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão im- Art. 22. A assistência social tem por finalidade am-
plementados Núcleos Especializados da Defensoria parar o preso e o internado e prepará-los para o
Pública para a prestação de assistência jurídica inte- retorno à liberdade.
gral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
egressos e seus familiares, sem recursos financeiros I – conhecer os resultados dos diagnósticos ou
para constituir advogado. (Incluído pela Lei nº 12.313, exames;
de 2010) II – relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimen-
to, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo
Da Assistência Educacional assistido;
III – acompanhar o resultado das permissões de
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a saídas e das saídas temporárias;
instrução escolar e a formação profissional do preso IV – promover, no estabelecimento, pelos meios
e do internado. disponíveis, a recreação;
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, inte- V – promover a orientação do assistido, na fase final
grando-se no sistema escolar da Unidade Federativa. do cumprimento da pena, e do liberando, de modo
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com a facilitar o seu retorno à liberdade;
formação geral ou educação profissional de nível VI – providenciar a obtenção de documentos, dos
médio, será implantado nos presídios, em obediência benefícios da Previdência Social e do seguro por
ao preceito constitucional de sua universalização. acidente no trabalho;
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) VII – orientar e amparar, quando necessário, a família
§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar- do preso, do internado e da vítima.
-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será
mantido, administrativa e financeiramente, com o
apoio da União, não só com os recursos destinados
Da Assistência Religiosa
à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de
administração penitenciária. (Incluído pela Lei nº
culto, será prestada aos presos e aos internados,
13.163, de 2015)
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e permitindo-se-lhes a participação nos serviços or-
às presas cursos supletivos de educação de jovens e ganizados no estabelecimento penal, bem como a
adultos. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) posse de livros de instrução religiosa.
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para
Federal incluirão em seus programas de educação à os cultos religiosos.
distância e de utilização de novas tecnologias de en- § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado
sino, o atendimento aos presos e às presas. (Incluído a participar de atividade religiosa.
pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível
de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. Do Trabalho
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino
profissional adequado à sua condição. O preso não se sujeita ao regime celetista e sequer tem
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto carteira de trabalho anotada. Porém, faz jus aos benefícios
do INSS.
Legislação Especial

de convênio com entidades públicas ou particulares,


que instalem escolas ou ofereçam cursos especiali-
zados. Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar- e condição de dignidade humana, terá finalidade
-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para educativa e produtiva.
uso de todas as categorias de reclusos, provida de § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de tra-
livros instrutivos, recreativos e didáticos. balho as precauções relativas à segurança e à higiene.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) da Consolidação das Leis do Trabalho.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, me- Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta
diante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos
(três quartos) do salário mínimo. Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá pública, os bens ou produtos do trabalho prisional,
atender: sempre que não for possível ou recomendável
a) à indenização dos danos causados pelo crime, des- realizar-se a venda a particulares.
de que determinados judicialmente e não reparados Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas
por outros meios; com as vendas reverterão em favor da fundação ou
b) à assistência à família; empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na
c) a pequenas despesas pessoais; sua falta, do estabelecimento penal.
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realiza-
das com a manutenção do condenado, em proporção Do Trabalho Externo
a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas
letras anteriores. É praticamente impossível o trabalho externo para o
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depo- preso em regime fechado. No entanto, para concursos, res-
sitada a parte restante para constituição do pecúlio, ponder que há esta possibilidade em caso de obras públicas.
em Caderneta de Poupança, que será entregue ao
condenado quando posto em liberdade. Art. 36. O trabalho externo será admissível para os
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de presos em regime fechado somente em serviço ou
serviço à comunidade não serão remuneradas. obras públicas realizadas por órgãos da Administra-
ção Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde
Do Trabalho Interno que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor
da disciplina.
Quem cumpre pena privativa de liberdade é obrigado a § 1º O limite máximo do número de presos será de
trabalhar. O trabalho é facultativo para o preso provisório 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.
ou cautelar, conforme o art. 31 da LEP: § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade
ou à empresa empreiteira a remuneração desse
trabalho.
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada de-
está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões
pende do consentimento expresso do preso.
e capacidade.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser auto-
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho
rizada pela direção do estabelecimento, dependerá
não é obrigatório e só poderá ser executado no in- de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do
terior do estabelecimento. cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser le- Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de
vadas em conta a habilitação, a condição pessoal trabalho externo ao preso que vier a praticar fato
e as necessidades futuras do preso, bem como as definido como crime, for punido por falta grave, ou
oportunidades oferecidas pelo mercado. tiver comportamento contrário aos requisitos esta-
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o belecidos neste artigo.
artesanato sem expressão econômica, salvo nas
regiões de turismo.
Humanização da Execução Penal
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão soli-
citar ocupação adequada à sua idade. É a garantia dada ao condenado de que, conforme dispõe
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exer- o art. 40 da LEP, terá sua integridade física e moral preser-
cerão atividades apropriadas ao seu estado. vadas. Tal dispositivo legal tem como base o princípio da
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será in- dignidade humana e o disposto no art. 5º, XVLII, da CF e o
ferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com art. 38 do Código Penal, senão, vejamos:
descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial CF – Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dis-
de trabalho aos presos designados para os serviços tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
de conservação e manutenção do estabelecimento sileiros e aos estrangeiros residentes no País a invio-
penal. labilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fun- à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
dação, ou empresa pública, com autonomia adminis- [...]
trativa, e terá por objetivo a formação profissional XLVII – não haverá penas:
do condenado. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade geren- termos do art. 84, XIX;
ciadora promover e supervisionar a produção, com b) de caráter perpétuo;
Legislação Especial

critérios e métodos empresariais, encarregar-se de c) de trabalhos forçados;


sua comercialização, bem como suportar despesas, d) de banimento;
inclusive pagamento de remuneração adequada. e) cruéis.
(Renumerado pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal po- CP – Art. 38. O preso conserva todos os direitos não
derão celebrar convênio com a iniciativa privada, atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a
para implantação de oficinas de trabalho referentes todas as autoridades o respeito à sua integridade
a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
nº 10.792, de 2003) 11/7/1984)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Da Disciplina Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no
que couber, ao preso provisório.
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena
ordem, na obediência às determinações das autori- restritiva de direitos que:
dades e seus agentes e no desempenho do trabalho. I – descumprir, injustificadamente, a restrição im-
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o conde- posta;
nado à pena privativa de liberdade ou restritiva de II – retardar, injustificadamente, o cumprimento da
direitos e o preso provisório. obrigação imposta;
III – inobservar os deveres previstos nos incisos II e
O art. 45 da LEP, a seguir colacionado, respeita o princípio V, do artigo 39, desta Lei.
da legalidade e o princípio da anterioridade.
Regime Disciplinar Diferenciado (RDD)
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar. O RDD está previsto no artigo 52 da LEP, e é constitucio-
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a nal. Neste regime, o sentenciado será encaminhado para
integridade física e moral do condenado. presídio que tenha o sistema e será colocado em cela indivi-
§ 2º É vedado o emprego de cela escura. dual. O preso terá direito a visitas semanais, porém limitadas
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. a 2 pessoas adultas e número ilimitado de filhos (crianças).
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da O sentenciado permanecerá por 22 horas diárias dentro
execução da pena ou da prisão, será cientificado das da cela individual, com direito a apenas 2 horas de banho
normas disciplinares. de sol, com isolamento total em relação aos outros presos
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena pri- do RDD.
vativa de liberdade, será exercido pela autoridade ad-
ministrativa conforme as disposições regulamentares. Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, constitui falta grave e, quando ocasione subversão
o poder disciplinar será exercido pela autoridade da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
administrativa a que estiver sujeito o condenado. provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as
representará ao Juiz da execução para os fins dos seguintes características: (Redação dada pela Lei nº
artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 10.792, de 2003)
2º desta Lei. I – duração máxima de trezentos e sessenta dias,
sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta
Das Faltas Disciplinares grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da
pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
As faltas tentadas e consumadas recebem o mesmo tra- II – recolhimento em cela individual; (Incluído pela
tamento pela LEP. Lei nº 10.792, de 2003)
III – visitas semanais de duas pessoas, sem contar as
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela
médias e graves. A legislação local especificará as Lei nº 10.792, de 2003)
leves e médias, bem assim as respectivas sanções. IV – o preso terá direito à saída da cela por 2 horas
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792,
correspondente à falta consumada. de 2003)
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá
Faltas Graves abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais
ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a
São faltas contra o sistema e estão previstas no art. 50 da ordem e a segurança do estabelecimento penal ou
LEP. As faltas serão apuradas dentro dos presídios, e a decisão da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
acerca destas encaminhada ao juiz para que homologue e § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar
imponha as consequências. diferenciado o preso provisório ou o condenado sob
o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena ou participação, a qualquer título, em organizações
privativa de liberdade que: criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº
I – incitar ou participar de movimento para subverter 10.792, de 2003)
a ordem ou a disciplina;
II – fugir; Das Sanções e das Recompensas
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de
ofender a integridade física de outrem; Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
Legislação Especial

IV – provocar acidente de trabalho; I – advertência verbal;


V – descumprir, no regime aberto, as condições II – repreensão;
impostas; III – suspensão ou restrição de direitos (artigo 41,
VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e parágrafo único);
V, do artigo 39, desta Lei. IV – isolamento na própria cela, ou em local adequa-
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho do, nos estabelecimentos que possuam alojamento
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comuni- coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei;
cação com outros presos ou com o ambiente externo. V – inclusão no regime disciplinar diferenciado.
(Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007) (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão II – o Juízo da Execução;
aplicadas por ato motivado do diretor do estabele- III – o Ministério Público;
cimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado IV – o Conselho Penitenciário;
despacho do juiz competente. (Redação dada pela V – os Departamentos Penitenciários;
Lei nº 10.792, de 2003) VI – o Patronato;
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime VII – o Conselho da Comunidade;
disciplinar dependerá de requerimento circunstan- VIII – a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº
ciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou 12.313, de 2010)
outra autoridade administrativa. (Incluído pela Lei nº
10.792, de 2003) Do Conselho Nacional de Política Criminal e Peniten-
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em ciária
regime disciplinar será precedida de manifestação
do Ministério Público e da defesa e prolatada no Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e
prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº Penitenciária, com sede na Capital da República, é
10.792, de 2003) subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom com- Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e
portamento reconhecido em favor do condenado, de Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros
sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação designados através de ato do Ministério da Justiça,
ao trabalho. dentre professores e profissionais da área do Direi-
Art. 56. São recompensas: to Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
I – o elogio; correlatas, bem como por representantes da comu-
II – a concessão de regalias. nidade e dos Ministérios da área social.
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos Parágrafo único. O mandato dos membros do Conse-
estabelecerão a natureza e a forma de concessão lho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um
de regalias. terço) em cada ano.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal
Da Aplicação das Sanções e Penitenciária, no exercício de suas atividades, em
âmbito federal ou estadual, incumbe:
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, I – propor diretrizes da política criminal quanto à pre-
levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as cir- venção do delito, administração da Justiça Criminal
cunstâncias e as consequências do fato, bem como e execução das penas e das medidas de segurança;
a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Redação II – contribuir na elaboração de planos nacionais de
dada pela Lei nº 10.792, de 2003) desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as san- da política criminal e penitenciária;
ções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. III – promover a avaliação periódica do sistema cri-
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) minal para a sua adequação às necessidades do País;
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de IV – estimular e promover a pesquisa criminológica;
direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada V – elaborar programa nacional penitenciário de
a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (Reda- formação e aperfeiçoamento do servidor;
ção dada pela Lei nº 10.792, de 2003) VI – estabelecer regras sobre a arquitetura e cons-
Parágrafo único. O isolamento será sempre comuni- trução de estabelecimentos penais e casas de
cado ao Juiz da execução. albergados;
VII – estabelecer os critérios para a elaboração da
estatística criminal;
Do Procedimento Disciplinar VIII – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos
penais, bem assim informar-se, mediante relatórios
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instau- do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou
rado o procedimento para sua apuração, conforme outros meios, acerca do desenvolvimento da execu-
regulamento, assegurado o direito de defesa. ção penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal,
Parágrafo único. A decisão será motivada. propondo às autoridades dela incumbida as medidas
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar necessárias ao seu aprimoramento;
o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até IX – representar ao Juiz da execução ou à autoridade
dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar administrativa para instauração de sindicância ou
diferenciado, no interesse da disciplina e da averigua- procedimento administrativo, em caso de violação
ção do fato, dependerá de despacho do juiz compe- das normas referentes à execução penal;
tente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) X – representar à autoridade competente para a
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento
preventiva no regime disciplinar diferenciado será penal.
computado no período de cumprimento da sanção
Legislação Especial

disciplinar.(Redação dada pela Lei nº 10.792, de Do Juízo da Execução


2003)
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado
Dos Órgãos da Execução Penal na lei local de organização judiciária e, na sua ausên-
cia, ao da sentença.
Art. 61. São órgãos da execução penal: Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I – o Conselho Nacional de Política Criminal e Peni- I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de
tenciária; qualquer modo favorecer o condenado;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – declarar extinta a punibilidade; f) a internação, a desinternação e o restabelecimento
III – decidir sobre: da situação anterior.
a) soma ou unificação de penas; III – interpor recursos de decisões proferidas pela
b) progressão ou regressão nos regimes; autoridade judiciária, durante a execução.
c) detração e remição da pena; Parágrafo único. O órgão do Ministério Público
d) suspensão condicional da pena; visitará mensalmente os estabelecimentos penais,
e) livramento condicional; registrando a sua presença em livro próprio.
f) incidentes da execução.
IV – autorizar saídas temporárias; Do Conselho Penitenciário
V – determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de Seu funcionamento é regulado pela legislação federal e
direitos e fiscalizar sua execução; estadual. Além de ser um órgão consultivo e fiscalizador da
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de execução penal, serve como um elo entre o Poder Executivo
multa em privativa de liberdade; e o Poder Judiciário.
c) a conversão da pena privativa de liberdade em
restritiva de direitos; Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo
d) a aplicação da medida de segurança, bem como e fiscalizador da execução da pena.
a substituição da pena por medida de segurança; § 1º O Conselho será integrado por membros nomea-
e) a revogação da medida de segurança; dos pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e
f) a desinternação e o restabelecimento da situação dos Territórios, dentre professores e profissionais da
anterior; área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança e ciências correlatas, bem como por representantes
em outra comarca; da comunidade. A legislação federal e estadual regu-
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no lará o seu funcionamento.
§ 1º, do artigo 86, desta Lei; § 2º O mandato dos membros do Conselho Peniten-
i) (vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) ciário terá a duração de 4 (quatro) anos.
VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
medida de segurança; I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena,
VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimen- excetuada a hipótese de pedido de indulto com base
tos penais, tomando providências para o adequado no estado de saúde do preso; (Redação dada pela Lei
funcionamento e promovendo, quando for o caso, a nº 10.792, de 2003)
apuração de responsabilidade; II – inspecionar os estabelecimentos e serviços
VIII – interditar, no todo ou em parte, estabeleci- penais;
mento penal que estiver funcionando em condições III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada
inadequadas ou com infringência aos dispositivos ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e
desta Lei; Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no
IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade; exercício anterior;
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. IV – supervisionar os patronatos, bem como a assis-
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003) tência aos egressos.

Do Ministério Público Do Departamento Penitenciário Nacional (Depen)

O MP é obrigado a intervir como custus legis em toda É o órgão da execução da pena subordinado ao Ministério
a execução penal, devendo fiscalizar todo o procedimento da Justiça. Além disso, fornece apoio financeiro e administra-
aplicado. Pode, inclusive, formular pedidos em benefício do tivo ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
condenado.
Ainda, deve mensalmente, um membro do MP visitar Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional,
os estabelecimentos penais, registrando sua visita em livro subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão exe-
próprio. cutivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio
administrativo e financeiro do Conselho Nacional de
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução Política Criminal e Penitenciária.
da pena e da medida de segurança, oficiando no Art. 72. São atribuições do Departamento Peniten-
processo executivo e nos incidentes da execução. ciário Nacional:
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público: I – acompanhar a fiel aplicação das normas de exe-
I – fiscalizar a regularidade formal das guias de reco- cução penal em todo o Território Nacional;
lhimento e de internamento; II – inspecionar e fiscalizar periodicamente os esta-
II – requerer: belecimentos e serviços penais;
a) todas as providências necessárias ao desenvolvi- III – assistir tecnicamente as Unidades Federativas na
Legislação Especial

mento do processo executivo; implementação dos princípios e regras estabelecidos


b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio nesta Lei;
de execução; IV – colaborar com as Unidades Federativas mediante
c) a aplicação de medida de segurança, bem como convênios, na implantação de estabelecimentos e
a substituição da pena por medida de segurança; serviços penais;
d) a revogação da medida de segurança; V – colaborar com as Unidades Federativas para a
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão realização de cursos de formação de pessoal peniten-
nos regimes e a revogação da suspensão condicional ciário e de ensino profissionalizante do condenado
da pena e do livramento condicional; e do internado;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
VI – estabelecer, mediante convênios com as uni- Do Conselho da Comunidade
dades federativas, o cadastro nacional das vagas
existentes em estabelecimentos locais destinadas Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho
ao cumprimento de penas privativas de liberdade da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)
aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, representante de associação comercial ou industrial,
em especial para presos sujeitos a regime disciplinar. 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indi-
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamen- cado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente
to a coordenação e supervisão dos estabelecimentos social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho
penais e de internamento federais. Nacional de Assistentes Sociais. (Redação dada pela
Lei nº 12.313, de 2010).
Do Departamento Penitenciário Local Parágrafo único. Na falta da representação prevista
neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a
Legislação local poderá criar Departamento Penitenciá- escolha dos integrantes do Conselho.
rio, com a finalidade de supervisionar e coordenar os esta- Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
belecimentos prisionais a que pertencer. I – visitar, pelo menos mensalmente, os estabeleci-
mentos penais existentes na comarca;
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento II – entrevistar presos;
Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições III – apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução
que estabelecer. e ao Conselho Penitenciário;
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão IV – diligenciar a obtenção de recursos materiais e hu-
similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar manos para melhor assistência ao preso ou interna-
os estabelecimentos penais da Unidade da Federação do, em harmonia com a direção do estabelecimento.
a que pertencer.
Da Defensoria Pública
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabe- execução da pena e da medida de segurança, ofi-
lecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos: ciando, no processo executivo e nos incidentes da
I – ser portador de diploma de nível superior de Direi- execução, para a defesa dos necessitados em todos
to, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, os graus e instâncias, de forma individual e coletiva.
ou Serviços Sociais;
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
II – possuir experiência administrativa na área;
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:
III – ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
o desempenho da função.
I – requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabe-
a) todas as providências necessárias ao desenvolvi-
lecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo
integral à sua função. mento do processo executivo; (Incluído pela Lei nº
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será orga- 12.313, de 2010)
nizado em diferentes categorias funcionais, segundo b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que
as necessidades do serviço, com especificação de de qualquer modo favorecer o condenado; (Incluído
atribuições relativas às funções de direção, chefia pela Lei nº 12.313, de 2010)
e assessoramento do estabelecimento e às demais c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído
funções. pela Lei nº 12.313, de 2010)
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especia- d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313,
lizado, de instrução técnica e de vigilância atenderá de 2010)e) a detração e remição da pena; (Incluído
a vocação, preparação profissional e antecedentes pela Lei nº 12.313, de 2010)
pessoais do candidato. f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio
§ 1º O ingresso do pessoal penitenciário, bem como de execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
a progressão ou a ascensão funcional dependerão g) a aplicação de medida de segurança e sua revoga-
de cursos específicos de formação, procedendo-se ção, bem como a substituição da pena por medida
à reciclagem periódica dos servidores em exercício. de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se h) a conversão de penas, a progressão nos regimes,
permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, sal- a suspensão condicional da pena, o livramento con-
vo quando se tratar de pessoal técnico especializado. dicional, a comutação de pena e o indulto; (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010)
Do Patronato i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela
Lei nº 12.313, de 2010)
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se j) a internação, a desinternação e o restabelecimento
a prestar assistência aos albergados e aos egressos da situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313,
Legislação Especial

(artigo 26). de 2010)


Art. 79. Incumbe também ao Patronato: k) o cumprimento de pena ou medida de segurança
I – orientar os condenados à pena restritiva de em outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
direitos; 2010)
II – fiscalizar o cumprimento das penas de prestação l) a remoção do condenado na hipótese prevista no
de serviço à comunidade e de limitação de fim de § 1o do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313,
semana; de 2010)
III – colaborar na fiscalização do cumprimento das II – requerer a emissão anual do atestado de pena a
condições da suspensão e do livramento condicional. cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
III – interpor recursos de decisões proferidas pela II – serviços relacionados à execução de trabalho pelo
autoridade judiciária ou administrativa durante a preso. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010) § 1o A execução indireta será realizada sob supervisão
IV – representar ao Juiz da execução ou à autoridade e fiscalização do poder público. (Incluído pela Lei nº
administrativa para instauração de sindicância ou 13.190, de 2015)
procedimento administrativo em caso de violação § 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão
das normas referentes à execução penal; (Incluído compreender o fornecimento de materiais, equipa-
pela Lei nº 12.313, de 2010) mentos, máquinas e profissionais. (Incluído pela Lei
V – visitar os estabelecimentos penais, tomando nº 13.190, de 2015)
providências para o adequado funcionamento, e Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção,
requerer, quando for o caso, a apuração de respon- chefia e coordenação no âmbito do sistema penal,
sabilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010) bem como todas as atividades que exijam o exercício
VI – requerer à autoridade competente a interdição, do poder de polícia, e notadamente: (Incluído pela
no todo ou em parte, de estabelecimento penal. Lei nº 13.190, de 2015)
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010) I – classificação de condenados; (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública vi- 13.190, de 2015)
sitará periodicamente os estabelecimentos penais, II – aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pela
registrando a sua presença em livro próprio. (Incluído Lei nº 13.190, de 2015)
pela Lei nº 12.313, de 2010) III – controle de rebeliões; (Incluído pela Lei nº 13.190,
de 2015)
Dos Estabelecimentos Penais IV – transporte de presos para órgãos do Poder Judici-
ário, hospitais e outros locais externos aos estabeleci-
Conforme prevê o art. 5º, XLVIII, CF, a pena será cumprida mentos penais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015)
em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do Art. 84. O preso provisório ficará separado do conde-
delito, a idade e o sexo do apenado. nado por sentença transitada em julgado.
§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acor-
Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao do com os seguintes critérios: (Redação dada pela Lei
condenado, ao submetido à medida de segurança, nº 13.167, de 2015)
ao preso provisório e ao egresso. I – acusados pela prática de crimes hediondos ou
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separada- equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
mente, serão recolhidos a estabelecimento próprio II – acusados pela prática de crimes cometidos com
e adequado à sua condição pessoal. (Redação dada violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela
pela Lei nº 9.460, de 1997) Lei nº 13.167, de 2015)
§ 2º O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar III – acusados pela prática de outros crimes ou con-
estabelecimentos de destinação diversa desde que travenções diversos dos apontados nos incisos I e II.
(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
devidamente isolados.
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua
da Administração da Justiça Criminal ficará em de-
natureza, deverá contar em suas dependências com
pendência separada.
áreas e serviços destinados a dar assistência, educa-
§ 3o Os presos condenados ficarão separados de
ção, trabalho, recreação e prática esportiva.
acordo com os seguintes critérios: (Incluído pela Lei
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de es-
nº 13.167, de 2015)
tudantes universitários. (Renumerado pela Lei nº I – condenados pela prática de crimes hediondos ou
9.046, de 1995) equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulhe- II – reincidentes condenados pela prática de crimes
res serão dotados de berçário, onde as condenadas cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;
possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação III – primários condenados pela prática de crimes
dada pela Lei nº 11.942, de 2009) cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;
§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do IV – demais condenados pela prática de outros crimes
sexo feminino na segurança de suas dependências ou contravenções em situação diversa das previstas
internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de 2009). nos incisos I, II e III. (Incluído pela Lei nº 13.167, de
§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a 2015)
cursos do ensino básico e profissionalizante. (Incluído § 4o O preso que tiver sua integridade física, moral
pela Lei nº 12.245, de 2010) ou psicológica ameaçada pela convivência com os
§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. demais presos ficará segregado em local próprio.
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010) (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação
Legislação Especial

as atividades materiais acessórias, instrumentais ou compatível com a sua estrutura e finalidade.


complementares desenvolvidas em estabelecimentos Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política
penais, e notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190, Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo
de 2015) de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua
I – serviços de conservação, limpeza, informática, natureza e peculiaridades.
copeiragem, portaria, recepção, reprografia, teleco- Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas
municações, lavanderia e manutenção de prédios, pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser
instalações e equipamentos internos e externos; executadas em outra unidade, em estabelecimento
(Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015) local ou da União.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimen- Da Casa do Albergado
to penal em local distante da condenação para reco-
lher os condenados, quando a medida se justifique Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumpri-
no interesse da segurança pública ou do próprio con- mento de pena privativa de liberdade, em regime
denado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro ur-
poderão trabalhar os liberados ou egressos que se bano, separado dos demais estabelecimentos, e
dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos
de terras ociosas. contra a fuga.
§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma
autoridade administrativa definir o estabelecimento Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos
prisional adequado para abrigar o preso provisório ou aposentos para acomodar os presos, local adequado
condenado, em atenção ao regime e aos requisitos para cursos e palestras.
estabelecidos. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações
para os serviços de fiscalização e orientação dos
Da Penitenciária condenados.

Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à Do Centro de Observação


pena de reclusão, em regime fechado.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os
Distrito Federal e os Territórios poderão construir exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão
Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.
provisórios e condenados que estejam em regime Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas
fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, pesquisas criminológicas.
nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela Lei nº Art. 97. O Centro de Observação será instalado em uni-
10.792, de 2003) dade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.
Art. 88. O condenado será alojado em cela indivi- Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Co-
dual que conterá dormitório, aparelho sanitário e missão Técnica de Classificação, na falta do Centro
lavatório. de Observação.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade
celular: Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos
fatores de aeração, insolação e condicionamento Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiqui-
térmico adequado à existência humana; átrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, Código Penal.
a penitenciária de mulheres será dotada de seção Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber,
para gestante e parturiente e de creche para abrigar o disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames
(sete) anos, com a finalidade de assistir a criança de- necessários ao tratamento são obrigatórios para
samparada cuja responsável estiver presa. (Redação todos os internados.
dada pela Lei nº 11.942, de 2009) Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no arti-
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e go 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado
da creche referidas neste artigo: (Incluído pela Lei no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou
nº 11.942, de 2009) em outro local com dependência médica adequada.
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo
com as diretrizes adotadas pela legislação educacio- Da Cadeia Pública
nal e em unidades autônomas; e (Incluído pela Lei
nº 11.942, de 2009) Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento
II – horário de funcionamento que garanta a melhor de presos provisórios.
assistência à criança e à sua responsável. (Incluído Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma)
pela Lei nº 11.942, de 2009) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, Administração da Justiça Criminal e a permanência do
em local afastado do centro urbano, à distância que preso em local próximo ao seu meio social e familiar.
não restrinja a visitação. Art. 104. O estabelecimento de que trata este Ca-
pítulo será instalado próximo de centro urbano,
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar observando-se na construção as exigências mínimas
referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei.
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
destina-se ao cumprimento da pena em regime DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE
Legislação Especial

semiaberto.
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compar- Das Penas Privativas de Liberdade
timento coletivo, observados os requisitos da letra a,
do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. Dos Regimes
Parágrafo único. São também requisitos básicos das
dependências coletivas: Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime
a) a seleção adequada dos presos; no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena
b) o limite de capacidade máxima que atenda os privativa de liberdade, observado o disposto no artigo
objetivos de individualização da pena. 33 e seus parágrafos do Código Penal.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Sistema de Progressão de Regime Art. 112. A pena privativa de liberdade será exe-
cutada em forma progressiva com a transferência
Estabelecido o regime inicial de cumprimento de pena, para regime menos rigoroso, a ser determinada
fará juz o sentenciado ao benefício da progressão de regime. pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos
um sexto da pena no regime anterior e ostentar
Obs.: o STJ e o STF entendem que a ausência de vagas bom comportamento carcerário, comprovado pelo
para cumprimento de pena no regime aplicado ao sentencia- diretor do estabelecimento, respeitadas as normas
do não deve ser ônus deste, e sim do Estado, o qual deve criar que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº
condições para que a punição se cumpra em local adequado. 10.792, de 2003)
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de
Prevalece que não havendo vagas, o sentenciado deve manifestação do Ministério Público e do defensor.
aguardar em liberdade, porém tal tema é contraditório e (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
polêmico. Ainda, durante o período em que permanece em § 2o Idêntico procedimento será adotado na conces-
liberdade, a contagem de tempo de cumprimento a pena são de livramento condicional, indulto e comutação
está sendo válida para todos os fins, como se preso estivesse. de penas, respeitados os prazos previstos nas normas
Há que ser preenchido, pelo sentenciado, um requisito vigentes. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
objetivo, que é o tempo de cumprimento da pena, e um Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto
requisito subjetivo, qual seja, o bom comportamento car- supõe a aceitação de seu programa e das condições
cerário, comprovado por atestado assinado pelo diretor do impostas pelo Juiz.
estabelecimento prisional. Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto
o condenado que:
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um I – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade
crime, no mesmo processo ou em processos distintos, de fazê-lo imediatamente;
a determinação do regime de cumprimento será feita II – apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo re-
pelo resultado da soma ou unificação das penas, ob- sultado dos exames a que foi submetido, fundados
servada, quando for o caso, a detração ou remição. indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso senso de responsabilidade, ao novo regime.
da execução, somar-se-á a pena ao restante da que Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho
está sendo cumprida, para determinação do regime.
as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições espe-
Por muito tempo o STF entendeu que não haveria pro-
ciais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo
gressão de regime para crimes hediondos e equiparados.
das seguintes condições gerais e obrigatórias:
Entendia que o sentenciado teria direito somente ao livra-
I – permanecer no local que for designado, durante
mento condicional. Hoje este entendimento foi alterado,
o repouso e nos dias de folga;
após a edição da Lei nº 11.464/2007, que prevê a progressão
II – sair para o trabalho e retornar, nos horários
de regime para crimes hediondos e equiparados.
fixados;
III – não se ausentar da cidade onde reside, sem
A Súmula nº 471 do STJ dispõe acerca da aplicação
do artigo 112 da LEP em caso e progressão de regime autorização judicial;
após a alteração ocorrida com a Lei 11.464/2007, IV – comparecer a Juízo, para informar e justificar as
vejamos: suas atividades, quando for determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições esta-
Súmula 471, do STJ: “Os condenados por crimes belecidas, de ofício, a requerimento do Ministério Pú-
hediondos ou assemelhados cometidos antes da vi- blico, da autoridade administrativa ou do condenado,
gência da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto desde que as circunstâncias assim o recomendem.
no artigo 112 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do be-
Penal) para a progressão de regime prisional”. neficiário de regime aberto em residência particular
quando se tratar de:
Portanto, conforme a LEP, a progressão de regime ocorre I – condenado maior de 70 (setenta) anos;
da seguinte forma: II – condenado acometido de doença grave;
• se for crime comum, aplica-se o art. 112 da LEP, ou seja: III – condenada com filho menor ou deficiente físico
deve cumprir 1/6 da pena e ter o parecer favorável ou mental;
emitido pelo diretos do estabelecimento prisional; IV – condenada gestante.
• se crime hediondo ou equiparado praticado até o dia
28/3/2007, data em que passou a ter vigência a Lei n. Progressão de Regime quando Comete Falta Grave
11.464/2007, mesmo que tenha sido julgado depois,
deve cumprir 1/6 da pena e ter o parecer favorável Quando o sentenciado comete falta grave ocorre a inter-
Legislação Especial

emitido pelo diretor do presídio, nos termos do art.112 rupção da contagem do prazo para progressão do regime, po-
da LEP; se cometido após o dia 28/3/2007 deve cumprir rém não interrompe o prazo para a concessão do livramento
2/5 da pena imposta, se primário e 3/5, se reincidente. condicional, conforme prevê a Súmula 441 do STJ, vejamos:

Da Progressão para o Regime Semiaberto Súmula nº 441/STJ. Pena. Execução da pena. Livra-
mento condicional. Falta grave. Não interrupção do
Se o juiz deferir a progressão, determina que a Secretaria prazo. CP, arts. 83, II. A falta grave não interrompe
de Administração Penitenciária a cumpra. o prazo para obtenção de livramento condicional.

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Progressão em Salto Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não
impede a utilização de equipamento de monitoração
É vedada no nosso ordenamento jurídico, ou seja, a pro- eletrônica pelo condenado, quando assim determinar
gressão do regime fechado para o aberto, mesmo que algu- o juiz da execução. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
mas poucas decisões isoladas a admitam em caso de falta
de vagas. Isso se deve ao objetivo da progressão de regime, O monitoramento eletrônico previsto no parágrafo único
que é avaliar a evolução do sentenciado para sua colocação do art.122 da LEP, acima transcrito, é a única hipótese cabível.
em sociedade novamente.
Requisitos para a Saída Temporária
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade
ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência O preso deverá ter cumprido 1/6 da pena, se primário e
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando 1/4, se reincidente. Cumprido este requisito, o juiz irá ouvir o
o condenado: Ministério Público e o diretor do presídio antes de decidir se
I – praticar fato definido como crime doloso ou falta concede ou não a saída temporária. É o que dispõe o art.123
grave; da LEP, a seguir, vejamos:
II – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena,
somada ao restante da pena em execução, torne Art. 123. A autorização será concedida por ato
incabível o regime (artigo 111). motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto Público e a administração penitenciária e dependerá
se, além das hipóteses referidas nos incisos ante- da satisfação dos seguintes requisitos:
riores, frustrar os fins da execução ou não pagar, I – comportamento adequado;
podendo, a multa cumulativamente imposta. II – cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena,
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se
deverá ser ouvido previamente o condenado. reincidente;
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer nor- III – compatibilidade do benefício com os objetivos
mas complementares para o cumprimento da pena da pena.
privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36,
§ 1º, do Código Penal). Prazo para a Saída Temporária

Da Permissão de Saída Está previsto no art. 124 da LEP, a seguir colacionado,


vejamos:
Esta possibilidade só existe para o preso em regime fe-
chado ou semiaberto e não necessita de autorização judicial, Art. 124. A autorização será concedida por prazo não
ficando a cargo do diretor do presídio. superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por
mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em re- § 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá
gime fechado ou semiaberto e os presos provisórios ao beneficiário as seguintes condições, entre outras
poderão obter permissão para sair do estabeleci- que entender compatíveis com as circunstâncias do
mento, mediante escolta, quando ocorrer um dos caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído
seguintes fatos: pela Lei nº 12.258, de 2010)
I – falecimento ou doença grave do cônjuge, compa- I – fornecimento do endereço onde reside a família a
nheira, ascendente, descendente ou irmão; ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante
II – necessidade de tratamento médico (parágrafo o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258,
único do artigo 14). de 2010)
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida II – recolhimento à residência visitada, no período
pelo diretor do estabelecimento onde se encontra noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
o preso. III – proibição de frequentar bares, casas noturnas e
Art. 121. A permanência do preso fora do estabeleci- estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº
mento terá a duração necessária à finalidade da saída. 12.258, de 2010)
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso pro-
Da Saída Temporária fissionalizante, de instrução de ensino médio ou
superior, o tempo de saída será o necessário para o
Também conhecida como “saidinha”, ocorre nos feriados cumprimento das atividades discentes. (Renumerado
e somente com autorização judicial, após receber informa- do parágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010)
ções do diretor do presídio. Esta saída temporária é direito § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída so-
apenas dos presos em regime semiaberto. mente poderão ser concedidas com prazo mínimo de
45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Legislação Especial

regime semiaberto poderão obter autorização para


saída temporária do estabelecimento, sem vigilância Quando o Condenado não Retorna ao Presídio no Prazo
direta, nos seguintes casos: Previsto
I – visita à família;
II – frequência a curso supletivo profissionalizante, Irá configurar fuga, que é uma falta grave, ocasionando
bem como de instrução do 2º grau ou superior, na a regressão para o regime fechado.
Comarca do Juízo da Execução;
III – participação em atividades que concorram para Art. 125. O benefício será automaticamente revogado
o retorno ao convívio social. quando o condenado praticar fato definido como

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crime doloso, for punido por falta grave, desatender seguinte forma: para cada 3 dias de trabalho, é abatido um
as condições impostas na autorização ou revelar baixo dia da pena; para cada 12 horas de estudo, as quais devem
grau de aproveitamento do curso. estar divididas em, no mínimo, 3 dias, é abatido, também,
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída um dia da pena. Há possibilidade do estudo ser feito a dis-
temporária dependerá da absolvição no processo tância, pela internet.
penal, do cancelamento da punição disciplinar ou
da demonstração do merecimento do condenado. Recomendação nº 44 do CNJ e admissão da leitura para
remição da pena
Da Remição
Tem por objetivo recomendar formas de aplicação da
Tanto a LEP quanto a Recomendação nº 44/2013, do CNJ, remição de pena por meio de atividades educacionais com-
dispõe acerca da remição da pena. plementares, estabelecendo critérios para a admissão da
leitura. Cumpre ressaltar que a remição da pena pela leitura
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime já é admitida em vários estabelecimentos prisionais. Veja-
fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou mos o que dispõe o art. 1º:
por estudo, parte do tempo de execução da pena.
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) Resolução 44, CNJ:
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será Art. 1º Recomendar aos Tribunais que:
feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, I – para fins de remição pelo estudo (Lei nº
de 2011) 12.433/2011), sejam valoradas e consideradas as
I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de fre- atividades de caráter complementar, assim enten-
quência escolar – atividade de ensino fundamental, didas aquelas que ampliam as possibilidades de
médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou educação nas prisões, tais como as de natureza
ainda de requalificação profissional – divididas, no cultural, esportiva, de capacitação profissional, de
mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, saúde, entre outras, conquanto integradas ao projeto
de 2011) político-pedagógico (PPP) da unidade ou do sistema
II – 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. prisional local e sejam oferecidas por instituição
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) devidamente autorizada ou conveniada com o poder
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o público para esse fim;
deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma II – para serem reconhecidos como atividades de
presencial ou por metodologia de ensino a distância e caráter complementar e, assim, possibilitar a remi-
deverão ser certificadas pelas autoridades educacio- ção pelo estudo, os projetos desenvolvidos pelas
nais competentes dos cursos frequentados. (Redação autoridades competentes podem conter, sempre
dada pela Lei nº 12.433, de 2011) que possível:
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as a) disposições a respeito do tipo de modalidade de
horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas oferta (presencial ou a distância);
de forma a se compatibilizarem. (Redação dada pela b) indicação da instituição responsável por sua exe-
Lei nº 12.433, de 2011) cução e dos educadores e/ou tutores, que acompa-
§ 4 o O preso impossibilitado, por acidente, de nharão as atividades desenvolvidas;
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará c) fixação dos objetivos a serem perseguidos;
a beneficiar-se com a remição. (Incluído pela Lei nº d) referenciais teóricos e metodológicos a serem
12.433, de 2011) observados;
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo e) carga horária a ser ministrada e respectivo conte-
será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão údo programático;
do ensino fundamental, médio ou superior durante f) forma de realização dos processos avaliativos.
o cumprimento da pena, desde que certificada pelo III – considerem, para fins de remição pelo estudo,
órgão competente do sistema de educação. (Incluído o número de horas correspondente à efetiva par-
pela Lei nº 12.433, de 2011) ticipação do apenado nas atividades educacionais,
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime independentemente de aproveitamento, exceto,
aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade neste último aspecto (aproveitamento), quando o
condicional poderão remir, pela frequência a curso de condenado for autorizado a estudar fora do esta-
ensino regular ou de educação profissional, parte do belecimento penal (LEP, art. 129, § 1º), ocasião em
tempo de execução da pena ou do período de prova, que terá de comprovar, mensalmente, por meio de
observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo. autoridade educacional competente, tanto a frequ-
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) ência, como o aproveitamento escolar;
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de IV – na hipótese de o apenado não estar, circuns-
prisão cautelar. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) tancialmente, vinculado a atividades regulares
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, de ensino no interior do estabelecimento penal e
Legislação Especial

ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela realizar estudos por conta própria, ou com simples
Lei nº 12.433, de 2011) acompanhamento pedagógico, logrando, com isso,
obter aprovação nos exames nacionais que certi-
Remição por Trabalho ou Estudo ficam a conclusão do ensino fundamental Exame
Nacional para Certificação de Competências de
Tanto o condenado em regime fechado, aberto ou semia- Jovens e Adultos (ENCCEJA) ou médio Exame Nacio-
berto fazem jus á remição. No regime fechado e semiaberto nal do Ensino Médio (ENEM), a fim de se dar plena
esta poderá ocorrer por trabalho ou estudo; no regime aber- aplicação ao disposto no § 5º do art. 126 da LEP (Lei
to somente por estudo. O abatimento da pena se dará da nº 7.210/1984), considerar, como base de cálculo

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
para fins de cômputo das horas, visando à remição ao juízo da execução cópia do registro de todos os
da pena pelo estudo, 50% (cinquenta por cento) da presos participantes do projeto, com informações
carga horária definida legalmente para cada nível de sobre o item de leitura de cada um deles, conforme
ensino [fundamental ou médio – art. 4º, incisos II, III e indicado acima;
seu parágrafo único, todos da Resolução n. 03/2010, j) fornecer ao apenado a relação dos dias remidos
do CNE], isto é, 1600 (mil e seiscentas) horas para por meio da leitura.
os anos finais do ensino fundamental e 1200 (mil e [...]
duzentas) horas para o ensino médio ou educação Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar
profissional técnica de nível médio; até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o
V – estimular, no âmbito das unidades prisionais disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir
estaduais e federais, como forma de atividade com- da data da infração disciplinar. (Redação dada pela
plementar, a remição pela leitura, notadamente Lei nº 12.433, de 2011)
para apenados aos quais não sejam assegurados os
direitos ao trabalho, educação e qualificação profis- Detração da Pena
sional, nos termos da Lei nº 7.210/1984 (LEP – arts.
17, 28, 31, 36 e 41, incisos II, VI e VII), observando-se É um abatimento da pena, como forma de compensação
os seguintes aspectos: pelo tempo de prisão cautelar que o sentenciado recebeu,
a) necessidade de constituição, por parte da autori- previsto no art.42 do Código Penal, vejamos:
dade penitenciária estadual ou federal, de projeto
específico visando à remição pela leitura, atendendo CP – Art. 42. Computam-se, na pena privativa de
a pressupostos de ordem objetiva e outros de ordem liberdade e na medida de segurança, o tempo de
subjetiva; prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de
b) assegurar que a participação do preso se dê de for- prisão administrativa e o de internação em qualquer
ma voluntária, disponibilizando-se ao participante 1 dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
(um) exemplar de obra literária, clássica, científica ou (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
filosófica, dentre outras, de acordo com o acervo dis-
ponível na unidade, adquiridas pelo Poder Judiciário, Não ocorre o abatimento da pena total, no caso da re-
pelo DEPEN, Secretarias Estaduais/Superintendências mição, o período da detração penal. O período da detração
de Administração Penitenciária dos Estados ou outros será utilizado posteriormente, conforme prevê o art. 128
órgãos de execução penal e doadas aos respectivos da LEP, que segue:
estabelecimentos prisionais;
c) assegurar, o quanto possível, a participação no pro- Art. 128. O tempo remido será computado como pena
jeto de presos nacionais e estrangeiros submetidos cumprida, para todos os efeitos. (Redação dada pela
à prisão cautelar; Lei nº 12.433, de 2011)
d) para que haja a efetivação dos projetos, garantir Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará
que nos acervos das bibliotecas existam, no mínimo, mensalmente ao juízo da execução cópia do registro
20 (vinte) exemplares de cada obra a ser trabalhada de todos os condenados que estejam trabalhando ou
no desenvolvimento de atividades; estudando, com informação dos dias de trabalho ou
e) procurar estabelecer, como critério objetivo, que das horas de frequência escolar ou de atividades de
o preso terá o prazo de 21 (vinte e um) a 30 (trinta) ensino de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº
dias para a leitura da obra, apresentando ao final do 12.433, de 2011)
período resenha a respeito do assunto, possibilitan- § 1o O condenado autorizado a estudar fora do esta-
do, segundo critério legal de avaliação, a remição de belecimento penal deverá comprovar mensalmente,
4 (quatro) dias de sua pena e ao final de até 12 (doze) por meio de declaração da respectiva unidade de
obras efetivamente lidas e avaliadas, a possibilidade ensino, a frequência e o aproveitamento escolar.
de remir 48 (quarenta e oito) dias, no prazo de 12 (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
(doze) meses, de acordo com a capacidade gerencial § 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias
da unidade prisional; remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
f) assegurar que a comissão organizadora do projeto Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código
analise, em prazo razoável, os trabalhos produzidos, Penal declarar ou atestar falsamente prestação de
observando aspectos relacionados à compreensão e serviço para fim de instruir pedido de remição.
compatibilidade do texto com o livro trabalhado. O
resultado da avaliação deverá ser enviado, por ofício, Do Livramento Condicional
ao Juiz de Execução Penal competente, a fim de que
este decida sobre o aproveitamento da leitura reali- É um benefício concedido pelo juiz da Vara de Execuções
zada, contabilizando-se 4 (quatro) dias de remição de Penais, colocando o sentenciado em liberdade. Difere da pro-
pena para os que alcançarem os objetivos propostos; gressão de regime, pois aqui não há verificação da adaptação
g) cientificar, sempre que necessário, os integrantes do sentenciado para o convívio em sociedade. Os requisitos
Legislação Especial

da comissão referida na alínea anterior, nos termos para a concessão do livramento condicional estão no art. 131
do art. 130 da Lei nº 7.210/1984, acerca da possi- da LEP, a seguir citado, e no art. 83 do Código Penal.
bilidade de constituir crime a conduta de atestar
falsamente pedido de remição de pena; Art. 131. O livramento condicional poderá ser conce-
h) a remição deverá ser aferida e declarada pelo juízo dido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos
da execução penal competente, ouvidos o Ministério do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código
Público e a defesa; Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Pe-
i) fazer com que o diretor do estabelecimento pe- nitenciário.
nal, estadual ou federal, encaminhe mensalmente [...]

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Código Penal – Art. 83. O juiz poderá conceder livra- a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz
mento condicional ao condenado a pena privativa e à autoridade incumbida da observação cautelar e
de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde de proteção;
que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) b) recolher-se à habitação em hora fixada;
I – cumprida mais de um terço da pena se o condena- c) não frequentar determinados lugares.
do não for reincidente em crime doloso e tiver bons d) (vetado) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da
11/7/1984) comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da
II – cumprida mais da metade se o condenado for sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde
reincidente em crime doloso; (Redação dada pela ele se houver transferido e à autoridade incumbida
Lei nº 7.209, de 11/7/1984) da observação cautelar e de proteção.
III – comprovado comportamento satisfatório durante Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
a execução da pena, bom desempenho no trabalho apresentar-se imediatamente às autoridades referi-
que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria das no artigo anterior.
subsistência mediante trabalho honesto; (Redação Art. 135. Reformada a sentença denegatória do
dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução,
IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de para as providências cabíveis.
fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a
pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) carta de livramento com a cópia integral da sentença
V – cumprido mais de dois terços da pena, nos em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade
casos de condenação por crime hediondo, prática administrativa incumbida da execução e outra ao
da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas Conselho Penitenciário.
afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será
específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela realizada solenemente no dia marcado pelo Presiden-
Lei nº 8.072, de 25/7/1990) te do Conselho Penitenciário, no estabelecimento
Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, onde está sendo cumprida a pena, observando-se
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a o seguinte:
concessão do livramento ficará também subordinada I – a sentença será lida ao liberando, na presença dos
à constatação de condições pessoais que façam pre- demais condenados, pelo Presidente do Conselho
sumir que o liberado não voltará a delinquir. (Redação Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na
dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) falta, pelo Juiz;
II – a autoridade administrativa chamará a atenção
Portanto, para o livramento condicional devem ser pre- do liberando para as condições impostas na sentença
enchidos os seguintes requisitos, cumulativamente: de livramento;
• lapso temporal: 1/3 de cumprimento da pena, se pri- III – o liberando declarará se aceita as condições.
mário; 1/2, se reincidente; e 2/3 para crimes hediondos e § 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo
equiparados; subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo libe-
• parecer favorável do diretor do presídio. rando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não
puder escrever.
Conselho Penitenciário § 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz
da execução.
Constante no art. 131 da LEP, supracitado, não fala em Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal,
livramento condicional, uma vez que o texto deste disposi- ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e
tivo legal remonta do ano de 1984 e, somente em 2003, as do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à
alterações referentes à progressão de regime e livramento autoridade judiciária ou administrativa, sempre que
condicional ocorreram e não foram inseridas na LEP. Por- lhe for exigida.
tanto, o Conselho Penitenciário não irá se manifestar em § 1º A caderneta conterá:
nenhum dos dois casos. a) a identificação do liberado;
O art. 112 da LEP, já analisado, em seu § 1º, fala da ne- b) o texto impresso do presente Capítulo;
cessidade de manifestação do Ministério Público e do defen- c) as condições impostas.
sor para a progressão de regime. No seu § 2º dispõe que o § 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado
mesmo procedimento deve ser adotado para o livramento um salvo-conduto, em que constem as condições do
condicional, indulto e comutação da pena, afetando a forma livramento, podendo substituir-se a ficha de identifi-
de aplicação do art.131 da LEP. cação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que
possam identificá-lo.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as § 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver
condições a que fica subordinado o livramento. espaço para consignar-se o cumprimento das condi-
Legislação Especial

§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional ções referidas no artigo 132 desta Lei.
as obrigações seguintes: Art. 139. A observação cautelar e a proteção rea-
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se lizadas por serviço social penitenciário, Patronato
for apto para o trabalho; ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; I – fazer observar o cumprimento das condições
c) não mudar do território da comarca do Juízo da especificadas na sentença concessiva do benefício;
execução, sem prévia autorização deste. II – proteger o beneficiário, orientando-o na execução
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicio- de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de
nal, entre outras obrigações, as seguintes: atividade laborativa.

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Parágrafo único. A entidade encarregada da observa- II – abster-se de remover, de violar, de modificar, de
ção cautelar e da proteção do liberado apresentará danificar de qualquer forma o dispositivo de moni-
relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da re- toração eletrônica ou de permitir que outrem o faça;
presentação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 140. A revogação do livramento condicional III – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres
do Código Penal. previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a
na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
advertir o liberado ou agravar as condições. I – a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº 12.258,
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração de 2010)
penal anterior à vigência do livramento, computar-se- II – a revogação da autorização de saída temporária;
-á como tempo de cumprimento da pena o período (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
de prova, sendo permitida, para a concessão de novo III – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas. IV – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não V – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
se computará na pena o tempo em que esteve solto VI – a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela
o liberado, e tampouco se concederá, em relação à Lei nº 12.258, de 2010)
mesma pena, novo livramento. VII – advertência, por escrito, para todos os casos em
Art. 143. A revogação será decretada a requerimen- que o juiz da execução decida não aplicar alguma das
to do Ministério Público, mediante representação medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágra-
do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, fo. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
ouvido o liberado. Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Mi- revogada: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
nistério Público, da Defensoria Pública ou mediante I – quando se tornar desnecessária ou inadequada;
representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
liberado, poderá modificar as condições especificadas II – se o acusado ou condenado violar os deveres a
na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer
lido ao liberado por uma das autoridades ou fun- falta grave. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
cionários indicados no inciso I do caput do art. 137
desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e Das Penas Restritivas de Direitos
§§ 1o e 2o do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei
nº 12.313, de 2010) Art. 147. Transitada em julgado a sentença que apli-
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, cou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução,
o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conse- de ofício ou a requerimento do Ministério Público,
lho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo promoverá a execução, podendo, para tanto, requi-
o curso do livramento condicional, cuja revogação, sitar, quando necessário, a colaboração de entidades
entretanto, ficará dependendo da decisão final. públicas ou solicitá-la a particulares.
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do inte- Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz,
ressado, do Ministério Público ou mediante repre- motivadamente, alterar, a forma de cumprimento
sentação do Conselho Penitenciário, julgará extinta das penas de prestação de serviços à comunidade
a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do e de limitação de fim de semana, ajustando-as às
livramento sem revogação. condições pessoais do condenado e às características
do estabelecimento, da entidade ou do programa
comunitário ou estatal.
Da Monitoração Eletrônica
Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por
meio da monitoração eletrônica quando: (Incluído Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
pela Lei nº 12.258, de 2010) I – designar a entidade ou programa comunitário ou
I – (vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) estatal, devidamente credenciado ou convencionado,
II – autorizar a saída temporária no regime semiaber- junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratui-
to; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) tamente, de acordo com as suas aptidões;
III – (vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) II – determinar a intimação do condenado, cientifi-
IV – determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei cando-o da entidade, dias e horário em que deverá
nº 12.258, de 2010) cumprir a pena;
V – (vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) III – alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la
Parágrafo único. (vetado). (Incluído pela Lei nº 12.258, às modificações ocorridas na jornada de trabalho.
de 2010)
Legislação Especial

§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas


Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos semanais e será realizado aos sábados, domingos e
cuidados que deverá adotar com o equipamento feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar
eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela Lei a jornada normal de trabalho, nos horários estabe-
nº 12.258, de 2010) lecidos pelo Juiz.
I – receber visitas do servidor responsável pela mo- § 2º A execução terá início a partir da data do primeiro
nitoração eletrônica, responder aos seus contatos comparecimento.
e cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei nº Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação
12.258, de 2010) de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da

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execução, relatório circunstanciado das atividades do condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido
condenado, bem como, a qualquer tempo, comuni- o condenado.
cação sobre ausência ou falta disciplinar. § 3º A fiscalização do cumprimento das condições,
reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal
Da Limitação de Fim de Semana por normas supletivas, será atribuída a serviço social
penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade
Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a ou instituição beneficiada com a prestação de servi-
intimação do condenado, cientificando-o do local, ços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo
dias e horário em que deverá cumprir a pena. Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da exe-
Parágrafo único. A execução terá início a partir da cução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.
data do primeiro comparecimento. § 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, à entidade fiscalizadora, para comprovar a obser-
durante o tempo de permanência, cursos e palestras, vância das condições a que está sujeito, comunicará,
ou atribuídas atividades educativas. também, a sua ocupação e os salários ou proventos
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica de que vive.
contra a mulher, o juiz poderá determinar o com- § 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar ime-
parecimento obrigatório do agressor a programas diatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais,
de recuperação e reeducação. (Incluído pela Lei nº qualquer fato capaz de acarretar a revogação do
11.340, de 2006) benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação
Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, das condições.
mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem § 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será
assim comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora
falta disciplinar do condenado. do local da nova residência, aos quais o primeiro
deverá apresentar-se imediatamente.
Da Interdição Temporária de Direitos Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena
for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer
Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à au- as condições do benefício.
toridade competente a pena aplicada, determinada § 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal
a intimação do condenado. modificar as condições estabelecidas na sentença
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, recorrida.
inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em § 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional
24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da exe-
do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá cução a incumbência de estabelecer as condições
seu início. do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do audiência admonitória.
Código Penal, o Juízo da execução determinará a Art. 160. Transitada em julgado a sentença conde-
apreensão dos documentos, que autorizam o exer- natória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência,
cício do direito interditado. advertindo-o das consequências de nova infração
penal e do descumprimento das condições impostas.
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediata-
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital
mente ao Juiz da execução o descumprimento da
com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer
pena.
injustificadamente à audiência admonitória, a sus-
Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo
pensão ficará sem efeito e será executada imedia-
poderá ser feita por qualquer prejudicado. tamente a pena.
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da
Da Suspensão Condicional pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão
na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 Código Penal.
(dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa Art. 163. A sentença condenatória será registrada,
de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma com a nota de suspensão em livro especial do Juízo
prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal. a que couber a execução da pena.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o
pena privativa de liberdade, na situação determinada fato averbado à margem do registro.
no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motiva- § 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo
damente, sobre a suspensão condicional, quer a para efeito de informações requisitadas por órgão
conceda, quer a denegue. judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará processo penal.
as condições a que fica sujeito o condenado, pelo
prazo fixado, começando este a correr da audiência Da Pena de Multa
Legislação Especial

prevista no artigo 160 desta Lei.


§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situ- O artigo 50 do Código Penal dispõe acerca do cumpri-
ação pessoal do condenado, devendo ser incluída mento da pena de multa, a qual terá seu início a cargo do
entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade, condenado. Caso o condenado não a cumpra, embora inti-
ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do mado pelo juízo, a ele são aplicadas as sanções do art. 164
artigo 78, § 2º, do Código Penal. da LEP, vejamos:
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou mediante Art. 164. Extraída certidão da sentença condenató-
proposta do Conselho Penitenciário, modificar as ria com trânsito em julgado, que valerá como título

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executivo judicial, o Ministério Público requererá, enquanto esta estiver sendo executada, poderá aque-
em autos apartados, a citação do condenado para, la ser cobrada mediante desconto na remuneração
no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou do condenado (artigo 168).
nomear bens à penhora. § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, liberdade ou obtiver livramento condicional, sem
ou o depósito da respectiva importância, proceder- haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos
-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para termos deste Capítulo.
garantir a execução. § 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior exe- casos em que for concedida a suspensão condicional
cução seguirão o que dispuser a lei processual civil. da pena.

CP – Art. 50. A multa deve ser paga dentro de 10 (dez)


dias depois de transitada em julgado a sentença. A Da Execução das Medidas de Segurança
requerimento do condenado e conforme as circuns-
tâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se A respeito do tema, a Resolução nº 113 do CNJ dispõe:
realize em parcelas mensais. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11/7/1984) Art. 14. A sentença penal absolutória que aplicar
§ 1º A cobrança da multa pode efetuar-se mediante medida de segurança será executada nos termos da
desconto no vencimento ou salário do condenado Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, da Lei nº 10216,
quando: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) de 06 de abril de 2001, da lei de organização judici-
a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei nº 7.209, ária local e da presente resolução, devendo compor
de 11/7/1984) o processo de execução, além da guia de internação
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de ou de tratamento ambulatorial, as peças indicadas no
direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) artigo 1º dessa resolução, no que couber.
c) concedida a suspensão condicional da pena. Art. 15. Transitada em julgado a sentença que aplicou
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) medida de segurança, expedir-se-á guia de internação
§ 2º O desconto não deve incidir sobre os recursos ou de tratamento ambulatorial em duas vias, reme-
indispensáveis ao sustento do condenado e de sua tendo-se uma delas à unidade hospitalar incumbida
família. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) da execução e outra ao juízo da execução penal.
Art. 16. O juiz competente para a execução da medida
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os de segurança ordenará a formação do processo de
autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para execução a partir das peças referidas no artigo 1º
prosseguimento. dessa resolução, no que couber.
Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar- Art. 17. O juiz competente para a execução da me-
-se-á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo dida de segurança, sempre que possível buscará
164, desta Lei. implementar políticas antimanicomiais, conforme
Art. 167. A execução da pena de multa será suspen- sistemática da Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001.
sa quando sobrevier ao condenado doença mental
(artigo 52 do Código Penal). Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da medida de segurança, será ordenada a expedição de
multa se efetue mediante desconto no vencimento guia para a execução.
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de
ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo
Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido
50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
a tratamento ambulatorial, para cumprimento de
I – o limite máximo do desconto mensal será o da
medida de segurança, sem a guia expedida pela
quarta parte da remuneração e o mínimo o de um
autoridade judiciária.
décimo;
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento
II – o desconto será feito mediante ordem do Juiz a
ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará
quem de direito; em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será
III – o responsável pelo desconto será intimado a remetida à autoridade administrativa incumbida da
recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a execução e conterá:
importância determinada. I – a qualificação do agente e o número do registro
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o geral do órgão oficial de identificação;
artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao II – o inteiro teor da denúncia e da sentença que
Juiz o pagamento da multa em prestações mensais, tiver aplicado a medida de segurança, bem como a
iguais e sucessivas. certidão do trânsito em julgado;
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar III – a data em que terminará o prazo mínimo de
diligências para verificar a real situação econômica internação, ou do tratamento ambulatorial;
Legislação Especial

do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará IV – outras peças do processo reputadas indispen-
o número de prestações. sáveis ao adequado tratamento ou internamento.
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar § 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia
de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a reque- de recolhimento e de sujeição a tratamento.
rimento do Ministério Público, revogará o benefício § 2° A guia será retificada sempre que sobrevier mo-
executando-se a multa, na forma prevista neste dificações quanto ao prazo de execução.
Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada. Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos
cumulativamente com pena privativa da liberdade, 8° e 9° desta Lei.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Da Cessação da Periculosidade § 2º A pena de limitação de fim de semana será
convertida quando o condenado não comparecer ao
Art. 175. A cessação da periculosidade será averigua- estabelecimento designado para o cumprimento da
da no fim do prazo mínimo de duração da medida de pena, recusar-se a exercer a atividade determinada
segurança, pelo exame das condições pessoais do pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das
agente, observando-se o seguinte: letras “a”, “d” e “e” do parágrafo anterior.
I – a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes § 3º A pena de interdição temporária de direitos
de expirar o prazo de duração mínima da medida, será convertida quando o condenado exercer, injus-
remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite tificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
a resolver sobre a revogação ou permanência da qualquer das hipóteses das letras “a” e “e”, do § 1º,
medida; deste artigo.
II – o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
III – juntado aos autos o relatório ou realizadas as Superveniência de doença mental durante o curso do
diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o Minis- cumprimento de pena privativa de liberdade
tério Público e o curador ou defensor, no prazo de 3
(três) dias para cada um; O juiz irá converter a pena privativa de liberdade em
IV – o Juiz nomeará curador ou defensor para o medida de segurança pelo prazo máximo da pena antes es-
agente que não o tiver; tabelecida. Se for observado que o sentenciado está curado,
V – o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer extingue-se a execução da pena. É o que prevê o art. 183 da
das partes, poderá determinar novas diligências, LEP, vejamos:
ainda que expirado o prazo de duração mínima da
medida de segurança; Art. 183. Quando, no curso da execução da pena
VI – ouvidas as partes ou realizadas as diligências a privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou
que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a
decisão, no prazo de 5 (cinco) dias. requerimento do Ministério Público, da Defensoria
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do Pública ou da autoridade administrativa, poderá
prazo mínimo de duração da medida de segurança, determinar a substituição da pena por medida de se-
poderá o Juiz da execução, diante de requerimento gurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010)
fundamentado do Ministério Público ou do interes-
sado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser
para que se verifique a cessação da periculosidade, convertido em internação se o agente revelar incom-
procedendo-se nos termos do artigo anterior. patibilidade com a medida.
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de
cessação da periculosidade, observar-se-á, no que internação será de 1 (um) ano.
lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de libe- Do Excesso ou Desvio
ração (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á
o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei. Conforme Andreucci236,
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz
expedirá ordem para a desinternação ou a liberação. o excesso e o desvio consistem na prática de qual-
quer ato fora dos limites fixados pela sentença. (...)
Dos Incidentes de Execução O excesso pressupõe um desrespeito, uma situação
prejudicial ao condenado em relação à quantidade da
Das Conversões pena ou sanções disciplinares. (...) O desvio, por seu
turno, está sempre ligado a um aspecto qualitativo
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior em relação à pena do condenado.
a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva
de direitos, desde que: Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução
I – o condenado a esteja cumprindo em regime sempre que algum ato for praticado além dos limites
aberto; fixados na sentença, em normas legais ou regula-
II – tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) mentares.
da pena; Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou
III – os antecedentes e a personalidade do condenado desvio de execução:
indiquem ser a conversão recomendável. I – o Ministério Público;
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida II – o Conselho Penitenciário;
em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma III – o sentenciado;
do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. IV – qualquer dos demais órgãos da execução penal.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade
será convertida quando o condenado: Da Anistia e do Indulto
Legislação Especial

a) não for encontrado por estar em lugar incerto e


não sabido, ou desatender a intimação por edital; A anistia consiste, basicamente, no esquecimento jurídico
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou de infrações penais. É denominada anistia especial quando
programa em que deva prestar serviço; aplicada a crimes políticos. Está prevista no art. 5º, XLIII,
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço CF e no art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.072/1990. É vedada sua
que lhe foi imposto; concessão em casos de prática de tortura, tráfico ilícito de
d) praticar falta grave; entorpecentes e drogas afins, terrorismo e crimes hediondos.
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa
de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Op. Cit., p. 378.
236

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Conforme prevê o art. 48, VIII, CF, é atribuição do Con- Público, quando não figurem como requerentes da
gresso Nacional a concessão ou não de anistia, através de medida.
lei com efeito retroativo. § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz
Importante destacar que o anistiado, se cometer novo decidirá de plano, em igual prazo.
delito, não será considerado reincidente. O procedimento § 2º Entendendo indispensável a realização de prova
para a concessão da anistia está previsto no art.187 da LEP, pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a
vejamos: produção daquela ou na audiência designada.

Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a re- Recurso Contra Decisão da Execução Penal
querimento do interessado ou do Ministério Público,
por proposta da autoridade administrativa ou do Con- O único recurso cabível contra qualquer decisão do juiz
selho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade. da execução é o Agravo, sem efeito suspensivo, previsto no
art.197 desta Lei, vejamos:
O indulto é uma forma de perdão soberano pelo Presi-
dente da República, nos termos do art. 84 da CF, por meio Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá
de Decreto, que pode se destinar a uma pessoa determi- recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
nada, sendo denominado indulto individual ou graça, ou a
uma coletividade, sendo denominado indulto coletivo. Não A Súmula nº 700 do STF trata deste tema, vejamos:
é aplicável a fatos.
SÚMULA Nº 700 – STF – É de cinco dias o prazo para
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado interposição de agravo contra decisão do juiz da
por petição do condenado, por iniciativa do Mi- execução penal.
nistério Público, do Conselho Penitenciário, ou da
autoridade administrativa. Possui, no entanto, efeito regressivo ou juízo de retrata-
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos ção, quando o processo retorna ao juiz para que este ratifique
documentos que a instruírem, será entregue ao Con-
ou retifique a sua decisão. A Resolução nº 113 do CNJ trata
selho Penitenciário, para a elaboração de parecer e
deste assunto em seu art. 7º, vejamos:
posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos
Art. 7º Modificada a competência do juízo da execu-
do processo e do prontuário, promoverá as diligên-
ção, os autos serão remetidos ao juízo competente,
cias que entender necessárias e fará, em relatório,
excetuada a hipótese de agravo interposto e em
a narração do ilícito penal e dos fundamentos da
processamento, caso em que a remessa dar-se-á após
sentença condenatória, a exposição dos anteceden-
eventual juízo de retratação.
tes do condenado e do procedimento deste depois
da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do
pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou Das Disposições Finais e Transitórias
circunstâncias omitidas na petição.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execu-
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, ção penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência
a petição será submetida a despacho do Presidente que perturbe a segurança e a disciplina dos estabe-
da República, a quem serão presentes os autos do lecimentos, bem como exponha o preso à inconve-
processo ou a certidão de qualquer de suas peças, niente notoriedade, durante o cumprimento da pena.
se ele o determinar. Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos por decreto federal.
cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou Art. 200. O condenado por crime político não está
ajustará a execução aos termos do decreto, no caso obrigado ao trabalho.
de comutação. Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por in- cumprimento da prisão civil e da prisão administrati-
dulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do va se efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão
do Conselho Penitenciário ou da autoridade admi- da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas
nistrativa, providenciará de acordo com o disposto por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça,
no artigo anterior. qualquer notícia ou referência à condenação, salvo
para instruir processo pela prática de nova infração
Do Procedimento Judicial penal ou outros casos expressos em lei.
Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da
Art. 194. O procedimento correspondente às situa- publicação desta Lei, serão editadas as normas
ções previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo- complementares ou regulamentares, necessárias à
Legislação Especial

-se perante o Juízo da execução. eficácia dos dispositivos não autoaplicáveis.


Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
ofício, a requerimento do Ministério Público, do Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
interessado, de quem o represente, de seu cônjuge, projetar a adaptação, construção e equipamento de
parente ou descendente, mediante proposta do estabelecimentos e serviços penais previstos nesta
Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade Lei.
administrativa. § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providen-
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo- ciada a aquisição ou desapropriação de prédios para
-se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério instalação de casas de albergados.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo po- § 2º As Corregedorias deverão manter registro em
derá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de relação aos alvarás de soltura não cumpridos na for-
Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada ma e no prazo previstos na presente resolução, para
solicitação, instruída com os projetos de reforma ou informação ao Departamento de Monitoramento do
de construção de estabelecimentos. Sistema Carcerário – DMF, quando solicitada.
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres Art. 3º Os Tribunais poderão formalizar convênios
estabelecidos para as Unidades Federativas implicará para cooperação e troca de informações com órgãos
na suspensão de qualquer ajuda financeira a elas públicos, dentre os quais o Departamento de Polícia
destinada pela União, para atender às despesas de Federal e Secretarias de Estado, para acesso das au-
execução das penas e medidas de segurança. toridades penitenciárias aos sistemas informatizados
da justiça criminal.
A Resolução nº 108/2010, do CNJ, que dispõe acerca do Parágrafo único. Referidos convênios permitirão que
cumprimento de alvarás de soltura e sobre movimentação as pesquisas sobre antecedente, prisão em flagrante
de presos do sistema carcerário, prevê o seguinte, acerca das e mandado de prisão sejam feitas de forma ininter-
medidas a serem adotadas em conjunto com o livramento rupta, inclusive aos finais de semana e feriados, a
do preso: fim de que todos os eventuais óbices à efetivação do
alvará de soltura sejam imediatamente levantados.
Art. 1º O juízo competente para decidir a respeito
da liberdade ao preso provisório ou condenado será A Resolução nº 108 do CNJ também se preocupa em
também responsável pela expedição e cumprimento regulamentar as comunicações dos atos processuais ao réu
do respectivo alvará de soltura, no prazo máximo de ou sentenciado, considerando que não existe previsão legal
vinte e quatro horas. a respeito, atentando contra a segurança nos presídios e
§ 1º O Tribunal poderá delegar ao juízo de primeiro ocasionando um ônus desnecessário ao erário, vejamos:
grau o cumprimento de decisão determinando a
soltura, caso em que a comunicação será feita ime- Art. 4º As comunicações dos atos processuais ao
diatamente após a decisão, a fim de possibilitar a indiciado, réu ou condenado preso serão realizadas
observância do prazo previsto no caput. por oficial de justiça diretamente no estabelecimen-
§ 2º O cumprimento de alvará de soltura de preso to onde custodiado, dispensada a requisição para a
custodiado em Estado diverso deverá ser feito pelo formalização de tais atos em juízo.
meio mais expedito, com observância do disposto no Parágrafo único. Comparecendo o réu ou apenado
artigo 2º, caput e parágrafo 1º. em audiência as comunicações em relação aos atos
§ 3º O preso em favor do qual for expedido o alvará de nela praticados serão realizadas na própria audiência.
soltura será colocado imediatamente em liberdade, Art. 5º O juiz do processo de conhecimento deverá
salvo se estiver preso em flagrante por outro crime ou requisitar diretamente o réu preso para a audiên-
houver mandado de prisão expedido em seu desfavor, cia, sem a necessidade de aquiescência da vara de
após consulta ao sistema de informação criminal do corregedoria de presídios ou das execuções penais,
respectivo tribunal e ao sistema nacional. onde houver.
§ 4º Ainda que outros motivos justifiquem a manu- Art. 7º Aplica-se a presente resolução, no que cou-
tenção da prisão, conforme disposto no parágrafo ber, aos sistemas eletrônicos para cumprimento de
anterior, o alvará de soltura deverá ser expedido e alvarás de soltura eventualmente instalados nos
apresentado pelo oficial de justiça diretamente à Tribunais.
autoridade administrativa responsável pela custódia,
para baixa nos registros competentes em relação ao EXERCÍCIOS
processo ou inquérito a que se refere o alvará.
§ 5º O oficial de justiça deverá certificar a data, local 1. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
e horário do cumprimento do alvará de soltura, o Considerando os tipos penais descritos no Estatuto do
estabelecimento prisional e o respectivo diretor, Desarmamento – Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
bem como se resultou ou não na soltura do preso e 2003, assinale a alternativa que contenha uma descri-
as razões que eventualmente justificaram a manu- ção típica incorreta.
tenção da prisão. a) Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar
§ 6º O cumprimento do alvará de soltura é ato que habitado ou em suas adjacências, em via pública ou
envolve o juízo prolator da decisão e a autoridade ad- em direção a ela, desde que essa conduta não tenha
ministrativa responsável pela custódia, não estando como finalidade a prática de outro crime.
submetido à jurisdição, condições ou procedimentos b) Deixar de observar as cautelas necessárias para
de qualquer outro órgão judiciário ou administrativo, impedir que menor de vinte e um anos ou pessoa
ressalvada as hipóteses dos parágrafos 1º e 2º. portadora de deficiência mental se apodere de arma
Art. 2º Decorrido o prazo de cinco dias após a deci- de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
são que determinou a soltura o processo deverá ser propriedade.
Legislação Especial

concluso ao juiz para verificação do cumprimento do c) Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em de-
alvará de soltura. pósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
§ 1º O não cumprimento do alvará de soltura na emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda
forma e no prazo será oficiado pelo juiz do processo ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de
à Corregedoria Geral de Justiça, inclusive do juízo uso permitido, sem autorização e em desacordo com
deprecado, quando for o caso, para apuração de determinação legal ou regulamentar.
eventual falta disciplinar e adoção de medidas pre- d) Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,
ventivas, e ao Ministério Público, para apuração de acessório ou munição, de uso permitido, em desa-
responsabilidade criminal. cordo com determinação legal ou regulamentar, no

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
interior de sua residência ou dependência desta, ou, nados serão submetidos, obrigatoriamente, à identi-
ainda no seu local de trabalho, desde que seja o ficação do perfil genético, mediante extração de DNA
titular ou o responsável legal do estabelecimento – ácido desoxirribonucleico. Sobre o tema, analise as
ou empresa. afirmativas a seguir.
I – A técnica utilizada deve ser adequada e indolor.
2. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) II – Serão submetidos ao procedimento exclusivamente
“Nos processos por crimes de tráfico de drogas, ofere- os condenados por crimes sexuais.
cida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acu- III – A autoridade policial, federal ou estadual, poderá
sado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo requerer ao juiz competente, no caso de inquérito ins-
de ______ dias.” Assinale a alternativa que completa taurado, o acesso ao banco de dados de identificação
corretamente a afirmativa anterior. de perfil genético.
a) 5 IV – A identificação do perfil genético será armazenada
b) 10 em banco de dados sigiloso.
c) 15
d) 30 Estão corretas apenas as afirmativas
a) I, II e III.
3. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) b) I, III e IV.
Os crimes hediondos são suscetíveis de: c) I, II e IV.
a) Fiança. d) II, III e IV.
b) Anistia.
c) Indulto. 8. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
d) Liberdade provisória. Segundo a Lei de Execução Penal, a assistência ao preso
e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir
4. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) o crime e orientar o retorno à convivência em socieda-
Não é considerado hediondo ou equiparado o crime de: de. Sobre o tema, assinale a alternativa incorreta.
a) Latrocínio. a) A assistência estende-se ao egresso.
b) Corrupção ativa. b) A assistência será material, à saúde, jurídica, sexual,
c) Estupro de vulnerável. educacional e religiosa.
d) Epidemia com resultado morte. c) A assistência material ao preso e ao internado con-
sistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
5. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
instalações higiênicas.
Segundo a Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 – Lei de
d) O estabelecimento disporá de instalações e serviços
Execução Penal, é incorreto afirmar que:
que atendam aos presos nas suas necessidades pes-
a) O Estado deverá recorrer à cooperação da comunida-
soais, além de locais destinados à venda de produtos
de nas atividades de execução da pena e da medida
de segurança. e objetos permitidos e não fornecidos pela Adminis-
b) A execução penal tem por objetivo efetivar as dis- tração.
posições de sentença ou decisão criminal e propor-
cionar condições para a harmônica integração social 9. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
do condenado e do internado. Nos termos da Lei de Execução Penal, a assistência à
c) A Lei de Execuções Penais não aplicar-se-á ao preso saúde do preso e do internado terá caráter
provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou a) preventivo e compreenderá atendimento médico e
Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito farmacêutico.
à jurisdição ordinária. b) curativo e compreenderá atendimento médico, far-
d) Ao condenado e ao internado serão assegurados to- macêutico e odontológico.
dos os direitos não atingidos pela sentença ou pela c) curativo e retributivo e compreenderá atendimento
lei. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, médico, odontológico e psicológico.
social, religiosa ou política. d) preventivo e curativo e compreenderá atendimento
médico, farmacêutico e odontológico.
6. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
Segundo a Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 – Lei 10. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
de Execução Penal, os condenados serão classificados, Estabelece a Lei de Execução Penal que a assistência
segundo os seus antecedentes e personalidade, para social tem por finalidade amparar o preso e o internado
orientar a individualização da execução penal. A clas- e prepará-los para o retorno à liberdade. Não incumbe
sificação será feita por Comissão Técnica de Classifi- ao serviço de assistência social:
cação que elaborará o programa individualizador da a) Conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames.
pena privativa de liberdade. Esta Comissão deverá ser b) Apurar a existência de bibliotecas e as condições de
composta, no mínimo, por dois chefes de serviço e: seu acervo.
Legislação Especial

a) Um psiquiatra, um psicólogo e um assistente social. c) Promover, no estabelecimento, pelos meios dispo-


b) Um psicólogo, um assistente social e um enfermeiro. níveis, a recreação.
c) Um psiquiatra, um assistente social e um enfermeiro. d) Acompanhar o resultado das permissões de saídas
d) Um assistente social, um farmacêutico e um psicó- e das saídas temporárias.
logo.
11. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
7. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) Assinale a alternativa que contenha a descrição conde-
No ano de 2012 a Lei de Execução Penal teve incluído nado que não seria egresso para os efeitos da Lei de
um artigo que determina que os determinados conde- Execução Penal:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a) Fulano de Tal, em suspensão condicional da pena. 15. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
b) Fulano de Tal, liberado condicional, durante o perí- A Lei de Execução Penal impõe a todas as autoridades
odo de prova. o respeito à integridade física e moral dos condenados
c) Fulano de Tal, liberado condicional, que teve pror- e dos presos provisórios. Sobre o tema, é possível dizer
rogado o seu período de prova. que não constitui direito do preso:
d) Fulano de Tal, liberado definitivo, tendo saído do a) Chamamento nominal.
estabelecimento prisional há seis meses. b) Submissão à sanção disciplinar imposta.
c) Atribuição de trabalho e sua remuneração.
12. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) d) Audiência especial com o diretor do estabelecimento.
Sobre as Disposições Gerais que a Lei de Execução Penal
estabelece quanto ao Trabalho do condenado, analise 16. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
as afirmativas a seguir. Sobre as disposições gerais que a Lei de Execução Penal
estabelece quanto à disciplina, assinale a alternativa
I – O trabalho do condenado, como dever social e con-
incorreta.
dição de dignidade humana, terá finalidade educativa
a) É vedado o emprego de cela escura.
e produtiva. b) São permitidas as sanções coletivas.
II – Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho c) As sanções não poderão colocar em perigo a inte-
as precauções relativas à segurança e à higiene. gridade física e moral do condenado.
III – O trabalho do preso não está sujeito ao regime da d) Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expres-
Consolidação das Leis do Trabalho. sa e anterior previsão legal ou regulamentar.
IV – As tarefas executadas como prestação de serviço
à comunidade não serão remuneradas. 17. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
“Segundo a Lei de Execução Penal, as faltas disciplinares
Estão corretas as afirmativas classificam-se em leves, médias e graves. A legislação
a) I, II, III e IV. local especificará as __________________, bem assim
b) I e II, apenas. as respectivas sanções. Pune-se a tentativa com a san-
c) I, III e IV, apenas. ção correspondente ___________________________.”
d) II, III e IV, apenas. Assinale a alternativa que completa correta e sequen-
cialmente a afirmativa anterior.
13. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) a) médias e leves / à falta consumada
Sobre o tratamento que a Lei de Execução Penal dá ao b) leves / à metade da falta consumada
Trabalho Externo, assinale a alternativa incorreta. c) médias / a um terço da falta consumada
a) A prestação de trabalho à entidade privada indepen- d) graves, médias e leves / a um quarto da falta consu-
de do consentimento expresso do preso. mada
b) A prestação de trabalho externo, a ser autorizada
18. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
pela direção do estabelecimento, dependerá de ap-
Estatui a Lei de Execução Penal que as recompensas têm
tidão, disciplina e responsabilidade, além do cum- em vista o bom comportamento reconhecido em favor
primento mínimo de um sexto da pena. do condenado, de sua colaboração com a disciplina e
c) Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao de sua dedicação ao trabalho. São recompensas:
preso que vier a praticar fato definido como crime, a) O elogio e a concessão de regalias.
for punido por falta grave, ou tiver comportamento b) O elogio e a autorização de trabalho interno.
contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo. c) A concessão de regalias e a constituição de pecúlio.
d) O trabalho externo será admissível para os presos em d) A constituição de pecúlio e a autorização de trabalho
regime fechado somente em serviço ou obras públi- interno.
cas realizadas por órgãos da Administração Direta ou
Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas 19. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)
as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. “O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenci-
ária será integrado por ______ membros designados
14. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) através de ato do Ministério da Justiça, dentre professo-
Segundo a Lei de Execução Penal, cumpre ao condena- res e profissionais da área do Direito Penal, Processual
do, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como
submeter-se às normas de execução da pena. Sobre os por representantes da comunidade e dos Ministérios
deveres dos presos, analise as afirmativas a seguir. da área social.” Assinale a alternativa que completa
I – Urbanidade e respeito no trato com os demais con- corretamente a afirmativa anterior.
denados. a) 9
II – Indenização à vítima ou aos seus sucessores. b) 11
c) 13
III – Conservação dos objetos de uso pessoal.
d) 15
IV – Indenização ao Estado, quando possível, das des-
Legislação Especial

pesas realizadas com a sua manutenção, mediante 20. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017)


desconto proporcional da remuneração do trabalho. Não incumbe ao Conselho da Comunidade:
a) Entrevistar presos.
Estão corretas as afirmativas b) Orientar os condenados à pena restritiva de direitos.
a) I, II, III e IV. c) Apresentar relatórios mensais ao juiz da execução e
b) I e II, apenas. ao Conselho Penitenciário.
c) III e IV, apenas. d) Visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimen-
d) I, II e III, apenas. tos penais existentes na comarca.

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21. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) As soluções apresentadas pelo magistrado, conside-
“Fulano de tal, médico renomado, com 73 anos de ida- radas isoladamente – referentes à dispensa da oitiva
de, foi condenado por diversos crimes sexuais, a 180 judicial do apenado e à interrupção do prazo para
anos de pena privativa de liberdade, em regime inicial- progressão – na decisão, foram corretas? Analise as
mente fechado. No início do cumprimento da pena, assertivas abaixo e responda:
ainda no regime fechado, ele requer que lhe seja de- I – Não, porque a audiência de justificação para prévia
ferido o benefício de prisão domiciliar.” Considerando oitiva do condenado se constitui em exigência obriga-
exclusivamente a Lei de Execuções Penais e descon- tória na regressão definitiva ao regime mais severo, nos
siderando eventuais entendimentos doutrinários ou termos da Lei de Execução Penal.
jurisprudenciais, assinale a alternativa correta. II – Sim, pois se inexiste dúvida sobre a falta grave, a
a) O pedido deverá ser deferido por ser ele maior de oitiva em juízo se constituiria em medida procrastina-
70 anos. tória, apenas repetindo o procedimento já realizado na
b) O pedido deveria ser deferido se ele fosse mulher e via administrativa.
gestante. III – Não, porque não deve existir alteração da data base
c) O pedido deverá ser deferido se ele estiver acome- para nova progressão, na medida em que o sentenciado
tido de doença grave. foi recapturado e não houve a prática de novo crime
durante o período em que ficou foragido.
d) O pedido deverá ser indeferido pelo fato de ele estar
IV – Sim, porque a prática de falta grave interrompe
no regime fechado.
a contagem do prazo para a progressão de regime de
cumprimento de pena, nos termos de entendimento
22. (Idecan/Sejuc-RN/Agente Penitenciário/Superior/2017) sumular do STJ.
Não pode suscitar o incidente de excesso ou desvio de V – Não, pois a fuga não se constitui em falta grave e,
execução o: portanto, não pode gerar regressão de regime e inter-
a) Sentenciado. rupção da contagem do prazo para a progressão de
b) Escrivão do Juízo. regime de cumprimento de pena.
c) Ministério Público.
d) Conselho Penitenciário. a) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
b) Somente as assertivas I e IV estão corretas.
23. (Cespe/MPE-RR/Promotor de Justiça/2017) Tendo em c) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
vista que o consumo de drogas ilícitas é um problema d) Somente a assertiva II e IV estão corretas.
de saúde pública e o seu tráfico, um problema de se- e) Apenas a assertiva V está correta.
gurança pública, assinale a opção correta em relação
aos crimes e às penas previstos na Lei Antidrogas. 25. (MPE-PR/Promotor de Justiça/2017) O doutrinador Gui-
a) Nem todas as condutas referentes aos crimes de lherme de Souza Nucci conceitua órgãos de execução
tráfico de substâncias entorpecentes descritas em penal como “os que, de alguma forma, interferem no
normativos anteriores foram recepcionadas pela cumprimento da pena de todos os condenados, fiscali-
nova Lei Antidrogas, razão pela qual há de se falar zando, orientando, decidindo, propondo modificações,
em abolitio criminis. auxiliando o preso e o egresso, denunciando irregulari-
b) A materialidade delitiva da posse de drogas para con- dades, etc.” (Leis Penais Processuais e Penais Comenta-
sumo próprio dispensa o laudo de constatação da das, 6ª ed. rev. Atual. E ref – São Paulo: Editora RT, 2012
substância entorpecente que evidencie a natureza (volume 2), pag.240). E, de acordo com o art. art. 61,
e a quantidade apreendida. da Lei nº 7.210/84 (LEP), não está elencado(a) dentre
c) A condenação simultânea nos crimes de tráfico e os órgãos de execução:
associação para o tráfico não afasta a incidência da a) O Conselho da Comunidade.
causa especial de diminuição da pena prevista na Lei b) O Patronato.
Antidrogas, uma vez que sejam cumpridos todos os c) O Conselho Penitenciário.
requisitos legais estabelecidos. d) A Defensoria Pública.
d) Configura transnacionalidade do tráfico de drogas a e) A Polícia Civil.
simples comprovação de que a substância tem como
26. (MPE-PR/Promotor de Justiça/2017) Assinale a alter-
destino ou origem outro país, pouco importando a
nativa correta:
efetiva transposição de fronteiras.
a) A Lei de Crimes Hediondos ao prever o cumprimento
de 3/5 (três quintos) da pena para fins de progressão
24. (MPE-PR/Promotor de Justiça/2017) O sentenciado de regime do condenado reincidente, não exige que
Afonso Garante, que cumpria pena em regime semia- a reincidência seja específica em crime hediondo ou
berto, empreendeu fuga da Colônia Penal Agrícola, equiparado, bastando a genérica.
resultando na regressão do regime prisional. O juiz da b) Nos termos da Lei de Execução Penal, constitui falta
execução proferiu decisão nos seguintes termos: “O média a conduta do condenado de ter em sua pos-
apenado fora sancionado com falta grave consubstan- se, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio
Legislação Especial

ciada em fuga, através de procedimento disciplinar ad- ou similar, que permita a comunicação com outros
ministrativo, com observância do contraditório e ampla presos ou com o ambiente externo.
defesa. Assim, entendo desnecessária nova oitiva em c) O cometimento de falta grave ocasiona a perda de
juízo e homologo a falta grave. Com isso, nos termos até 1/2 (metade) dos dias remidos, sendo que o Ju-
do inciso I do artigo 118 da LEP, regrido o sentenciado ízo das Execuções deve dimensionar o percentual
para o regime fechado, devendo ser considerada como cabível no caso concreto, a partir dos critérios pre-
data base para nova progressão de regime a data da vistos na LEP, relativos à natureza, aos motivos, às
sua recaptura, por se tratar de infração disciplinar de circunstâncias e às consequências do fato, bem como
natureza permanente.” à pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.

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d) O reconhecimento de falta grave decorrente do co- 30. (Cetro/TJ-RJ/Titular de Serviços de Notas e de Regis-
metimento de fato definido como crime doloso no tros/2017) Acerca da aplicação da lei penal no tempo,
cumprimento da pena exige o trânsito em julgado em especial, abolitio criminis, assinale a alternativa
de sentença penal condenatória no processo penal correta.
instaurado para apuração do fato. a) A anistia ou cancelamento de infração disciplinar
e) A Lei de Execução Penal não prevê a oitiva do Mi- ou criminal de servidor público estadual configura
nistério Público antes da decisão concessiva de li- hipótese de aplicação de abolitio criminis, estando,
vramento condicional, mas apenas da que concede portanto, sob competência exclusiva da União para
progressão de regime prisional. efeito de concessão do benefício, de acordo com o
entendimento do STF.
27. (FCC/TJ-SC/Juiz de Direito/2017) “A” praticou o crime b) A Lei nº 11.343/2006, que trata de tráfico de drogas,
de tráfico de drogas (art. 33 da Lei n° 11.343/06) de- ao revogar a Lei nº 6.368/1976, anterior, aponta para
pois de haver sido condenado, com trânsito em julgado, a existência de abolitio criminis ao deixar de prever
pelo delito previsto no artigo 28 do mesmo estatuto. que a associação eventual de menores de 21 (vinte
Na sentença, a condenação anterior e um) anos incorra em causa de aumento de pena.
a) não poderá ser considerada para fins de reincidência, c) A chamada “despenalização” da conduta de porte de
porquanto tal delito não possui cominada a pena de drogas, de acordo com o entendimento jurispruden-
prisão. cial do STF, constitui hipótese de abolitio criminis.
b) poderá ser considerada para fins de reincidência, d) Abolitio criminis tem efeito retroativo, atingindo,
mesmo não tendo o réu recebido pena privativa de inclusive, os processos em fase de execução penal
liberdade. e afastando os efeitos civis de reparação do dano
c) somente poderá ser considerada como maus ante- causado.
cedentes. e) A revogação do artigo do Código Penal que tratava
d) não poderá gerar qualquer efeito por não ser crime do delito de atentado violento ao pudor configura-
nos termos da lei de introdução ao código penal. abolitio criminis, uma vez que a modificação legal
e) somente poderá ser considerada como circunstância posterior não deteve o condão de unificar este tipo
judicial na primeira fase do cálculo da pena. penal com o de estupro.

28. (FCC/TJ-SC/Juiz de Direito/2017) A Lei n° 11.343/2006 31. (Cetro/TJ-RJ/Titular de Serviços de Notas e de Regis-
– Lei de Drogas, estabelece em seu art. 59 – Nos crimes tros/2017) Acerca da aplicação de tratamento mais
previstos nos arts. 33, caput e § 1° , e 34 a 37 desta Lei, o benéfico ao réu de crime de tráfico de entorpecentes
réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se (Lei nº 11.343/2006), assinale a alternativa que condiz
for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido com o entendimento atual do STF acerca do tema.
na sentença condenatória. Este dispositivo legal a) A incidência da circunstância atenuante em crime
a) foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal de tráfico de entorpecentes não pode conduzir à
Federal. redução da pena abaixo do mínimo previsto em lei.
b) estabeleceu modalidade de prisão preventiva vi- b) A aplicação da causa de diminuição de pena para réu
sando a garantia da ordem pública e assegurar a primário, de bons antecedentes, não dedicado às
aplicação da lei penal. atividades criminosas nem integrante de organização
c) é incompatível com a regra do Código de Processo criminosa não tem o cunho de afastar a hediondez
Penal que determina que o juiz, ao proferir a sen- do crime de tráfico de entorpecentes.
tença condenatória, decidirá, fundamentadamente, c) É vedada a conversão em penas restritivas de direitos
sobre a manutenção ou a imposição de prisão pre- na aplicação de diminuição de pena referente ao cri-
ventiva. me de tráfico de entorpecentes para réu primário, de
d) somente poderá ser aplicado no caso de sentença bons antecedentes, que não se dedica às atividades
penal condenatória que impuser o regime inicial de criminosas nem integra organização criminosa.
cumprimento da pena fechado. d) Configura bis in idem a valoração da natureza e da
e) é modalidade de execução provisória da pena pri- quantidade da droga na dosimetria do delito de trá-
vativa de liberdade aplicada ao réu. fico de entorpecentes tanto na primeira – pena-base
– quanto na terceira fase do cálculo da pena, o que
29. (FCC/TJ-SC/Juiz de Direito/2017) Segundo a Lei de impede de aplicar contornos mais benignos ao réu
Execução Penal, o preso, condenado com trânsito em com envolvimento ocasional, não reincidente, de
julgado, poderá ter a execução da sua pena fiscalizada bons antecedentes e desvinculado de organização
por meio da monitoração eletrônica, quando o juiz criminosa.
a) fixar o regime aberto para cumprimento da pena e) A existência de outro processo criminal, ainda sem
e o dispensar do recolhimento ao estabelecimento definição final, não afasta a incidência de atenuante
penal no período noturno e nos dias de folga. na aplicação da pena para crime de tráfico de en-
b) aplicar pena restritiva de liberdade a ser cumprida torpecentes quando se verifica que o réu se dedica
Legislação Especial

nos regimes aberto ou semiaberto, ou conceder pro- a atividades criminosas ou integra organização cri-
gressão para tais regimes. minosa.
c) aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça
limitação de horários ou de frequência a determi- 32. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Sobre o crime
nados lugares. de extorsão mediante sequestro, é correto afirmar que:
d) conceder o livramento condicional ou a suspensão a) a consumação do crime do art. 159 do CP se opera
condicional da pena. com a exigência de uma vantagem como condição
e) autorizar a saída temporária no regime semiaberto ou preço do resgate, o que faz com que o delito seja
ou determinar a prisão domiciliar. doutrinariamente classificado como crime formal.

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b) o crime é hediondo mesmo em sua forma simples, b) O exercício da função de ‘mula’, indispensável para
dispensando a verificação de resultados morte ou o tráfico internacional, traduz, por si só, adesão, em
lesão corporal de natureza grave para a incidência caráter estável e permanente, à estrutura de orga-
da Lei n°8.072, de 1990. nização criminosa.
c) o concurso de pessoas é uma das circunstâncias c) Faz-se necessária a aferição do grau de pureza da
qualificadoras concernentes ao crime de extorsão droga para realização da dosimetria da pena.
mediante sequestro, nos mesmos moldes do furto d) Para a configuração da majorante da transnaciona-
e diferentemente do que ocorre no roubo, no qual lidade prevista no art. 40 ,I, da Lei n° 11.343/2006,
a pluralidade de agentes tem a natureza de causa basta que existam elementos concretos aptos a
de aumento da pena. demonstrar que o agente pretendia disseminar a
d) há, no art. 159 do Código Penal, previsão expressa droga no exterior, sendo indispensável ultrapassar
de delação premiada, determinando diminuição da as fronteiras que dividem as nações.
pena ao participante que revelar o crime à autori- e) A condenação por tráfico de drogas e por associação
dade, permitindo a libertação do sequestrado ou a para o tráfico de drogas prescinde da efetiva apre-
recuperação do produto ou do proveito do crime. ensão de entorpecentes na posse de um acusado
e) ocorre a forma qualificada da extorsão mediante se- específico, cuja responsabilidade pode ser definida
questro, entre outras hipóteses, quando a restrição racionalmente, a despeito de apreendida a droga na
à liberdade da vítima dura mais de quinze dias, mas posse de terceiro, com base no contexto probatório,
nunca em tempo inferior. a autorizar o provimento condenatório.
33. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Quanto à na- 36. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) A prática de
tureza jurídica do art. 28, que trata do porte de drogas fato previsto como crime doloso constitui falta grave
para consumo pessoal, prevalece no Supremo Tribunal e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina
Federal o entendimento de que: internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem
a) houve uma descriminalização formal e transforma- prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferen-
ção em infração sui generis. ciado, com a seguinte característica, nos moldes da Lei
b) houve uma descriminalização substancial e transfor- de Execução Penal:
mação em infração do Direito judicial sancionador. a) duração máxima de trezentos e sessenta dias. sem
c) houve uma descriminalização substancial e transfor- prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave
mação em infração sui generis. de mesma espécie, até o limite da metade da pena
d) houve uma despenalização e descriminalização for- aplicada.
mal e substancial. b) recolhimento em cela com. no máximo. 3 detentos.
e) houve uma despenalização e manutenção do status c) visitas semanais de duas pessoas, sem contar as
de crime. crianças, com duração de uma hora.
d) duração máxima de trezentos e sessenta dias. sem
34. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) Acerca do Es- prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave
tatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003), assinale a
de mesma espécie, até o limite de um terço da pena
alternativa correta.
aplicada.
a) O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso per-
e) o preso terá direito à saida da cela por 2 horas diárias
mitido é inafiançável.
para banho de sol.
b) O proprietário responsável de empresa de segurança
e transporte de valores que deixar de registrar ocor-
37. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) No que concerne
rência policial e de comunicar à Polícia Federal perda,
à Lei que trata dos crimes Hediondos (Lei n° 8.072/1990
furto, roubo ou outras formas de extravio de arma
de fogo que esteja sob sua guarda, nas primeiras e suas alterações), assinale a alternativa correta.
24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato, a) A progressão de regime, no caso dos condenados
incorrerá no crime de omissão de cautela. por crimes hediondos, dar-se-á após o cumprimen-
c) De acordo com a recente decisão do Superior Tribu- to de 3/5 (três quintos) da pena, se o apenado for
nal de Justiça, aquele que mantiver em seu poder primário.
uma arma de fogo de calibre permitido com registro b) O crime de homicídio qualificado previsto no Código
vencido, incorrerá na prática do crime de porte ilegal Penal Militar é considerado hediondo.
de arma de fogo. c) O fato de o crime ser considerado hediondo, por si
d) No crime de comércio ilegal de arma de fogo. a pena só, não impede a concessão da liberdade provisória,
é aumentada em um terço se a arma de fogo, aces- de acordo com o entendimento dos Tribunais Supe-
sório ou munição forem de uso proibido ou restrito. riores.
e) O crime de omissão de cautela consiste em deixar de d) O sistema adotado pela legislação brasileira para
observar as cautelas necessárias para impedir que rotular uma conduta como hediondo é o sistema
menor de 14 (catorze) anos ou pessoa portadora de misto.
deficiência mental se apodere de arma de fogo que e) Dentre os crimes equiparados aos hediondos estão:
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esteja sob sua posse. tortura, tráfico ilícito de drogas e racismo.

35. (Ibade/PC-AC/Delegado de Polícia/2017) No que tange 38. (Ibade/PC-AC/Agente de Polícia Civil/2017) A pena pre-
aos crimes previstos na Lei de Drogas e a Jurisprudên- vista no crime de tráfico de drogas, previsto no art. 33
cia do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa da Lei n° 11.343/2006 (Lei de Drogas), é aumentada de
correta. um sexto a dois terços, se:
a) Compete à justiça dos Estados o processo e o julga- a) a natureza, a procedência cia substância ou dc pro-
mento dos crimes relativos a entorpecentes ocorri- duto apreendido e as circunstâncias do fato eviden-
dos com o exterior. ciarem a intermunicipalidade do delito.

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b) a infração tiver sido cometida por funcionários de 42. (Ibade/PC-AC/Auxiliar de Necrópsia/2017) Consoante a
serviço hospitalar, tais como médicos e enfermeiros. Lei de Tortura (Lei n° 9.455/1997), assinale a alternativa
c) sua prática envolver ou visar a atingir idoso ou ges- correta.
tante. a) O crime de tortura é inafiançável e suscetível de
d) a infração tiver sido cometida nas dependências ou graça ou anistia.
imediações de estabelecimentos prisionais. b) Se o crime é cometido contra criança, gestante, por-
e) o autor for reincidente na prática do crime de tráfico tador de deficiência, adolescente ou maior de 70
de drogas. (setenta) anos, aumenta-se a pena um sexto até a
metade.
c) A condenação pela prática do crime de tortura acar-
39. (Ibade/PC-AC/Agente de Polícia Civil/2017) Consoante a retará a perda do cargo, função ou emprego público
Lei de Tortura (Lei n° 9.455/1997), assinale a alternativa e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo
correta. da pena aplicada.
a) A Lei de Tortura aplica-se ainda quando o crime não d) A Lei de Tortura aplica-se ainda quando o crime não
tenha sido cometido em território nacional, sendo tenha sido cometido em território nacional, sendo
a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em
local sobjurisdição brasileira. local sob jurisdição brasileira.
b) Se o crime é cometido contra criança, gestante, por- e) O condenado por crime previsto na Lei de Tortura,
tador de deficiência, adolescente ou maior de 70 via de regra, iniciará o cumprimento da pena em
(setenta) anos, aumenta-se a pena um sexto até a regime semiaberto.
metade.
c) O crime de tortura é inafiançável e suscetível de 43. (Ibade/PC-AC/Auxiliar de Necrópsia/2017) Acerca dos
graça ou anistia. crimes hediondos (Lei n° 8.072/1990 e suas alterações),
d) A condenação pela prática do crime de tortura acar- pode-se afirmar que a:
a) pena por crime hediondo será cumprida integral-
retará a perda do cargo, função ou emprego público
mente em regime fechado.
e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo b) progressão de regime, no caso dos condenados aos
da pena aplicada. crimes hediondos, dar-se-á após o cumprimento de
e) O condenado por crime previsto na Lei de Tortura, 3/5 (três quintos) da pena, se o apenado for primá-
via de regra, iniciará o cumprimento da pena em rio, havendo vedação em caso de ser reincidente.
regime semiaberto. c) prisão temporária por crimes hediondos terá o prazo
de 10 (dez) dias, prorrogável por igual período em
40. (Ibade/PC-AC/Agente de Polícia Civil/2017) Acerca dos caso de extrema e comprovada necessidade.
crimes hediondos (Lei n° 8.072/1990 e suas alterações), d) prisão temporária por crimes hediondos terá o prazo
pode-se afirmar que a: de 20 (vinte) dias, prorrogável por igual período em
a) pena por crime hediondo será cumprida integral- caso de extrema e comprovada necessidade.
mente em regime fechado. e) progressão de regime, no caso dos condenados aos
b) prisão temporária por crimes hediondos terá o prazo crimes hediondos, dar-se-á após o cumprimento de
de 10 (dez) dias, prorrogável por igual período em 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primá-
caso de extrema e comprovada necessidade. rio, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.
c) progressão de regime, no caso dos condenados aos
44. (Ibade/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil/2017) A pena
crimes hediondos, dar-se-á após o cumprimento de prevista no crime de tráfico de drogas, previsto no art.
3/5 (três quintos) da pena, se o apenado for primá- 33 da Lei n° 11.343/2006 (Lei de Drogas), é aumentada
rio, havendo vedação em caso de ser reincidente. de um sexto a dois terços, se:
d) progressão de regime, no caso dos condenados aos a) o autor for reincidente na prática do crime de tráfico
crimes hediondos, dar-se-á após o cumprimento de de drogas.
2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primá- b) a natureza, a procedência da substância ou dc pro-
rio, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. duto apreendido e as circunstâncias do fato eviden-
e) prisão temporária por crimes hediondos terá o prazo ciarem a intermunicipalidade do delito.
de 20 (vinte) dias, prorrogável por igual período em c) a infração tiver sido cometida nas dependências ou
caso de extrema e comprovada necessidade. imediações de estabelecimentos prisionais.
d) a infração tiver sido cometida por funcionários de
41. (Ibade/PC-AC/Auxiliar de Necrópsia/2017) A pena pre- serviço hospitalar, tais com o m édicos e enfermeiros.
vista no crime de tráfico de drogas, previsto no art. 33 e) sua prática envolver ou visar a atingir idoso ou ges-
da Lei n° 11.343/2006 (Lei de Drogas), é aumentada de tante.
um sexto a dois terços, se:
a) o autor for reincidente na prática do crime de tráfico GABARITO
de drogas.
b) a infração tiver sido cometida nas dependências ou 1. b 10. b 19. c 28. c 37. c
Legislação Especial

imediações de estabelecimentos prisionais. 2. b 11. a 20. b 29. e 38. d


c) a infração tiver sido cometida por funcionários de 3. d 12. a 21. d 30. b 39. a
serviço hospitalar, tais como médicos e enfermeiros. 4. b 13. a 22. b 31. d 40. d
d) sua prática envolver ou visar a atingir idoso ou ges- 5. c 14. a 23. d 32. b 41. b
tante. 6. a 15. b 24. b 33. e 42. d
e) a natureza, 3 procedência de substância ou dc pro- 7. b 16. b 25. e 34. b 43. e
8. b 17. a 26. a 35. e 44. c
duto apreendido e as circunstâncias do fato eviden-
9. b 18. a 27. b 36. e
ciarem a intermunicipalidade do delito.

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos

Direitos, deveres e regime disciplinar dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará (Lei Estadual nº 9.826,
de 14 de maio de 1974).......................................................................................................................................................... 3

Lei nº 14.582, de 21/12/09 (D.O.E de 28/12/09) e suas alterações. Redenomina a Carreira Guarda Penitenciária,
e dá Outras Providências...................................................................................................................................................... 22

Sistema de Revistas nos Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará (Decreto Estadual nº 25.050, de 14 de
julho de 1998, publicado no DOE de 16/07/98).................................................................................................................. 23

Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará (Anexo Único da Portaria nº 240/2010,
de 16 de abril de 2010, publicada no Diário Oficial de 28 de abril de 2010 e republicada no DOE de 24 de agosto
de 2010)................................................................................................................................................................................ 24

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LEI Nº 9.826, DE 14 DE MAIO DE 1974 § 3º A posse em cargo em comissão determina o concomi‑


tante afastamento do funcionário do cargo efetivo de que for
Dispõe sobre o Estatuto dos titular, ressalvados os casos de comprovada acumulação legal.
Funcionários Públicos Civis do Art. 9º Os cargos públicos são providos por:
Estado. I – nomeação;
II – promoção;
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço saber que III – acesso;1
a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono e promulgo IV – transferência;2
a seguinte lei: V – reintegração;
VI – aproveitamento;
TÍTULO I VII – reversão;
DO REGIME JURÍDICO DO FUNCIONÁRIO VIII – transposição;
IX – transformação.
CAPÍTULO ÚNICO Art. 10. O ato de provimento deverá indicar a existência
Dos Princípios Gerais de vaga, com os elementos capazes de identificá-la.
Art. 11. O disciplinamento normativo das formas de
Art. 1º Regime Jurídico do Funcionário Civil é o conjunto provimento dos cargos públicos referidos nos itens VIII e IX
de normas e princípios, estabelecidos por este Estatuto e do art. 9º é objeto de legislação específica.
legislação complementar, reguladores das relações entre o
Estado e o ocupante de cargo público. CAPÍTULO II
Art. 2º Aplica-se o regime jurídico de que trata esta lei: Do Concurso
I – aos funcionários do Poder Executivo;
II – aos funcionários autárquicos do Estado; Art. 12. Compete a cada Poder e a cada Autarquia ou
III – aos funcionários administrativos do Poder Legislativo; órgão auxiliar, autônomo, a iniciativa dos concursos para
IV  – aos funcionários administrativos do Tribunal de provimento dos cargos vagos.
Contas do Estado e do Conselho de Contas dos Municípios. Art. 13. A realização dos concursos para provimento dos
Art. 3º Funcionário Público Civil é o ocupante de cargo cargos da Administração Direta do Poder Executivo competirá
público, ou o que, extinto ou declarado desnecessário o ao Órgão Central do Sistema de Pessoal.
cargo, é posto em disponibilidade. § 1º A execução dos concursos para provimento dos
Art. 4º Cargo público é o lugar inserido no Sistema Ad‑ cargos da lotação do Tribunal de Contas do Estado, do Con‑
ministrativo Civil do Estado, caracterizando-se, cada um, por selho de Contas dos Municípios e das Autarquias receberá a
determinado conjunto de atribuições e responsabilidades de orientação normativa e supervisão técnica do órgão central
natureza permanente. referido neste artigo.
Parágrafo único. Exclui-se da regra conceitual deste artigo § 2º O Órgão Central do Sistema de Pessoal poderá dele‑
o conjunto de empregos que, inserido no Sistema Adminis‑ gar a realização dos concursos aos órgãos setoriais e seccio‑
trativo Civil do Estado, se subordina à legislação trabalhista. nais de pessoal das diversas repartições e entidades, desde
Art. 5º Para os efeitos deste Estatuto, considera-se que estes apresentem condições técnicas para efetivação
Sistema Administrativo o complexo de órgãos dos Poderes das atividades de recrutamento e seleção, permanecendo,
Legislativo e Executivo e suas entidades autárquicas. sempre, o órgão delegante, com a responsabilidade pela
perfeita execução da atividade delegada.
TÍTULO II Art. 14. É fixada em cinquenta (50) anos a idade máxima
DO PROVIMENTO DOS CARGOS para inscrição em concurso público destinado a ingresso nas
categorias funcionais instituídas de acordo com a Lei Estadual
CAPÍTULO I nº. 9.634, de 30 de outubro de 1972, ressalvadas as exceções
Das Disposições Preliminares a seguir indicadas:3
I – para a inscrição em concurso para o Grupo de Tributa‑
Art. 6º Os cargos públicos do Estado do Ceará são aces‑ ção e Arrecadação a idade limite é de trinta e cinco (35) anos.
síveis a todos brasileiros, observadas as condições prescritas II – e para inscrição em concurso destinado ao ingresso
em lei e regulamento. nas categorias funcionais do Grupo Segurança Pública, são
Art. 7º De acordo com a natureza dos cargos, o seu fixados os seguintes limites máximos de idade:
provimento pode ser em caráter efetivo ou em comissão. a) de vinte e cinco (25) anos, quando se tratar de ingresso
Conhecimentos Específicos

Art. 8º Os cargos em comissão serão providos, por livre em categoria funcional que importe em exigência de curso
nomeação da autoridade competente, dentre pessoas de nível médio; e
que possuam aptidão profissional e reunam as condições
necessárias à sua investidura, conforme se dispuser em 1
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
regulamento. concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza
e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
§ 1º A escolha dos ocupantes de cargos em comissão as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
poderá recair, ou não, em funcionário do Estado, na forma exoneração; (Art. 37, II da CF)
do regulamento. 2
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza
§ 2º No caso de recair a escolha em servidor de entidade e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
da Administração Indireta, ou em funcionário não subor‑ as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
dinado à autoridade competente para nomear, o ato de exoneração; (Art. 37, II da CF)
3
A Constituição Federal de 1988 não prevê idade máxima para a inscrição em
nomeação será precedido da necessária requisição. concurso público para servidores públicos.

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b) de trinta e cinco (35) anos, quando se tratar de ingresso Art. 20. Só poderá ser empossado em cargo público quem
nas demais categorias; satisfizer os seguintes requisitos:
c) independerá dos limites previstos nas alíneas anterio‑ I – ser brasileiro;
res a inscrição do candidato que já ocupe cargo integrante II – ter completado 18 anos de idade4;
do Grupo Segurança Pública. III – estar no gozo dos direitos políticos;
§ 1º Das inscrições para o concurso constarão, obriga‑ IV – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;
toriamente: V – ter boa conduta;
I – o limite de idade dos candidatos, que poderá variar VI – gozar saúde, comprovada em inspeção médica, na
de dezoito (18) anos completos até cinquenta (50) anos forma legal e regulamentar;
incompletos, na forma estabelecida no caput deste artigo; VII – possuir aptidão para o cargo;
II – o grau de instrução exigível, mediante apresentação VIII – ter-se habilitado previamente em concurso, exceto
do respectivo certificado; nos casos de nomeação para cargo em comissão ou outra
III – a quantidade de vagas a serem preenchidas, distri‑ forma de provimento para a qual não se exija o concurso;
buídas por especialização da disciplina, quando referentes IX – ter atendido às condições especiais, prescritas em
a cargo do Magistério e de atividades de nível superior ou lei ou regulamento para determinados cargos ou categorias
outros de denominação genérica; funcionais.
IV – o prazo de validade do concurso, de dois (2) anos, § 1º A prova das condições a que se refere os itens I e
prorrogável a juízo da autoridade que o abriu ou o iniciou; II deste artigo não será exigida nos casos de transferência,
V  – descrição sintética do cargo, incluindo exemplifi‑ aproveitamento e reversão.
cação de tarefas típicas, horário, condições de trabalho e § 2º Ninguém poderá ser empossado em cargo efetivo
retribuição; sem declarar, previamente, que não ocupa outro cargo ou
VI – tipos e Programa das Provas; exerce função ou emprego público da União, dos Estados,
VII – exigências outras, de acordo com as especificações dos Municípios, do Distrito Federal, dos Territórios, de Autar‑
do cargo. quias, empresas públicas e sociedades de economia mista, ou
§ 2º Independerá de idade, a inscrição do candidato que apresentar comprovante de exoneração ou dispensa do outro
seja servidor de Órgãos da Administração Estadual Direta cargo que ocupava, ou da função ou emprego que exerce, ou,
ou Indireta. ainda, nos casos de acumulação legal, comprovante de ter
§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, a habilitação sido a mesma julgada lícita pelo órgão competente.
no concurso somente produzirá efeito se, no momento da Art. 21. São competentes para dar posse:
posse ou exercício no novo cargo ou emprego, o candidato I – o Governador do Estado, às autoridades que lhe são
ainda possuir a qualidade de servidor ativo, vedada a apo‑ diretamente subordinadas;
sentadoria concomitante para elidir a acumulação do cargo. II – os Secretários de Estado, aos dirigentes de repartições
Art. 15. Encerradas as inscrições, legalmente processa‑ que lhes são diretamente subordinadas;
das, para concurso destinado ao provimento de qualquer III  – os dirigentes das Secretarias Administrativas, ou
cargo, não se abrirão novas inscrições antes da realização unidades de administração geral equivalente, da Assembleia
do concurso. Legislativa, do Tribunal de Contas do Estado, e do Conselho
Art. 16. Ressalvado o caso de expressa condição básica de Contas dos Municípios, aos seus funcionários, se de outra
para provimento de cargo prevista em regulamento, inde‑ maneira não estabelecerem as respectivas leis orgânicas e
penderá de limite de idade a inscrição, em concurso, de regimentos internos;
ocupante em cargo público. IV  – o Diretor-Geral do órgão central do sistema de
pessoal, aos demais funcionários da Administração Direta;
CAPÍTULO III V – os dirigentes das Autarquias, aos funcionários dessas
Da Nomeação entidades.
Art. 22. No ato da posse será apresentada declaração,
Art. 17. A nomeação será feita: pelo funcionário empossado, dos bens e valores que cons‑
I – em caráter vitalício, nos casos expressamente previs‑ tituem o seu patrimônio, nos termos da regulamentação
tos na Constituição; própria.
II – em caráter efetivo, quando se tratar de nomeação Art. 23. Poderá haver posse por procuração, quando
para cargo da classe inicial ou singular de determinada ca‑ se tratar de funcionário ausente do País ou do Estado, ou,
tegoria funcional; ainda, em casos especiais, a juízo da autoridade competente.
III – em comissão, quando se tratar de cargo que assim Art. 24. A autoridade de que der posse verificará, sob
deve ser provido. pena de responsabilidade:
Parágrafo único. Em caso de impedimento temporário I – se foram satisfeitas as condições legais para a posse;
do titular do cargo em comissão, a autoridade competente II – se do ato de provimento consta a existência de vaga,
nomeará o substituto, exonerando-o, findo o período da com os elementos capazes de identificá-la;
Conhecimentos Específicos

substituição. III – em caso de acumulação, se pelo órgão competente


Art. 18. Será tornada sem efeito a nomeação quando, foi declarada lícita.
por ato ou omissão do nomeado, a posse não se verificar Art. 25. A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias da
no prazo para esse fim estabelecido. publicação do ato de provimento no órgão oficial.
Parágrafo único. A requerimento do funcionário ou de
CAPÍTULO IV seu representante legal, a autoridade competente para dar
Da Posse posse poderá prorrogar o prazo previsto neste artigo, até
o máximo de 60 (sessenta) dias contados do seu término.
Art. 19. Posse é o fato que completa a investidura em
cargo público.
Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promo‑
4
O art. 155 da Constituição do Ceará assegura aos maiores de dezesseis anos a
participação nos concursos públicos para ingresso nos serviços da administração
ção, acesso e reintegração. direta e indireta do Estado.

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CAPÍTULO V § 8º As faltas disciplinares cometidas pelo servidor
Da Fiança após o decurso do estágio probatório e antes da conclusão
da avaliação especial de desempenho serão apuradas por
Art. 26. O funcionário nomeado para cargo cujo provi‑ meio de processo administrativo-disciplinar, precedido de
mento dependa de prestação de fiança não poderá entrar sindicância, esta quando necessária.
em exercício sem a prévia satisfação dessa exigência. § 9º São independentes as instâncias administrativas
§ 1º A fiança poderá ser prestada em: da avaliação especial de desempenho e do processo ad‑
I – dinheiro; ministrativo-disciplinar, na hipótese do parágrafo anterior,
II – título da divida pública da União ou do Estado, ações sendo que resultando exoneração ou demissão do servidor,
de sociedade de economia mista que o Estado participe em qualquer dos procedimentos, restará prejudicado o que
como acionista, e estiver ainda em andamento.
III – apólice de seguro-fidelidade funcional, emitida por Art. 28. O servidor que durante o estágio probatório não
instituição oficial ou legalmente autorizada para esse fim. satisfizer qualquer dos requisitos previstos no § 3º do artigo
§ 2º O seguro poderá ser feito pela própria repartição anterior, será exonerado, nos casos dos itens I e II, e demitido
em que terá exercício o funcionário. na hipótese do item III.
§ 3º Não se admitirá o levantamento da fiança antes de Parágrafo único. O ato de exoneração ou de demissão
tomada de contas do funcionário. do servidor em razão de reprovação na avaliação especial
§ 4º O responsável por alcance ou desvio de bens do de desempenho será expedido pela autoridade competente
Estado não ficará isento da ação administrativa que couber, para nomear.
ainda que o valor da fiança seja superior ao dano verificado Art. 29. O ato administrativo declaratório da estabilidade
ao patrimônio público. do servidor no cargo de provimento efetivo, após cum‑
primento do estágio probatório e aprovação na avaliação
CAPÍTULO VI especial de desempenho, será expedido pela autoridade
Do Estágio Probatório competente para nomear, retroagindo seus efeitos à data
do término do período do estágio probatório.
Art. 27. Estágio probatório é o triênio de efetivo exercício Art. 30. O funcionário estadual que, sendo estável, tomar
no cargo de provimento efetivo, contado do início do exercí‑ posse em outro cargo para cuja confirmação se exige estágio
cio funcional, durante o qual é observado o atendimento dos probatório, será afastado do exercício das atribuições do
requisitos necessários à confirmação do servidor nomeado
cargo que ocupava, com suspensão do vínculo funcional nos
em virtude de concurso público
termos do artigo 66, item I, alíneas a, b e c desta lei.
§ 1º Como condição para aquisição da estabilidade, é
Parágrafo único. Não se aplica o disposto neste artigo
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comis‑
aos casos de acumulação lícita.
são instituída para essa finalidade.
§ 2º A avaliação especial de desempenho do servidor
CAPÍTULO VII
será realizada:
Do Exercício
a) extraordinariamente, ainda durante o estágio proba‑
tório, diante da ocorrência de algum fato dela motivador,
sem prejuízo da avaliação ordinária; Art. 31. O início, a interrupção e o reinício do exercício
b) ordinariamente, logo após o término do estágio das atribuições do cargo serão registrados no cadastro indi‑
probatório, devendo a comissão ater-se exclusivamente vidual do funcionário.
ao desempenho do servidor durante o período do estágio. Art. 32. Ao dirigente da repartição para onde for desig‑
§ 3º Além de outros específicos indicados em lei ou nado o funcionário compete dar-lhe exercício.
regulamento, os requisitos de que trata este artigo são os Art. 33. O exercício funcional terá início no prazo de trinta
seguintes: dias, contados da data:
I – adaptação do servidor ao trabalho, verificada por meio I – da publicação oficial do ato, no caso de reintegração;
de avaliação da capacidade e qualidade no desempenho das II – da posse, nos demais casos.
atribuições do cargo; Art. 34. O funcionário terá exercício na repartição onde
II – equilíbrio emocional e capacidade de integração; for lotado o cargo por ele ocupado, não podendo dela se
III – cumprimento dos deveres e obrigações do servidor afastar, salvo nos casos previstos em lei ou regulamento.
público, inclusive com observância da ética profissional. § 1º O afastamento não se prolongará por mais de quatro
§ 4º O estágio probatório corresponderá a uma com‑ anos consecutivos, salvo:
plementação do concurso público a que se submeteu o I – quando para exercer as atribuições de cargo ou função
servidor, devendo ser obrigatoriamente acompanhado e de direção ou de Governo dos Estados, da União, Distrito
supervisionado pelo Chefe Imediato. Federal, Territórios e Municípios e respectivas entidades da
Conhecimentos Específicos

§ 5º Durante o estágio probatório, os cursos de treina‑ administração indireta;


mento para formação profissional ou aperfeiçoamento do II – quando à disposição da Presidência da República;
servidor, promovidos gratuitamente pela Administração, III  – quando para exercer mandato eletivo, estadual,
serão de participação obrigatória e o resultado obtido pelo federal ou municipal, observado, quanto a este, o disposto
servidor será considerado por ocasião da avaliação especial na legislação especial pertinente;
de desempenho, tendo a reprovação caráter eliminatório. IV – quando convocado para serviço militar obrigatório;
§ 6º Fica vedada qualquer espécie de afastamento dos V – quando se tratar de funcionário no gozo de licença
servidores em estágio probatório, ressalvados os casos pre‑ para acompanhar o cônjuge.
vistos nos incisos I, II, III, IV, VI, X, XII, XIII, XV e XXI do art. 68 § 2º Preso preventivamente, pronunciado por crime
da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974. comum ou denunciado por crime inafiançável, em processo
§ 7º O servidor em estágio probatório não fará jus a do qual não haja pronúncia, o funcionário será afastado do
ascensão funcional. exercício, até sentença passada em julgado.

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§ 3º O funcionário afastado nos termos do parágrafo CAPÍTULO X
anterior terá direito à percepção do benefício do auxílio‑ Da Progressão e Ascensão Funcionais
-reclusão, nos termos da legislação previdenciária específica.
Art. 35. Para os efeitos deste Estatuto, entende-se por Seção I
lotação a quantidade de cargos, por grupo, categoria fun‑ Da Progressão Horizontal
cional e classe, fixada em regulamento como necessária ao
desenvolvimento das atividades das unidades e entidades Arts. 43 a 45 (Revogados pela Lei nº 12.913, de 18.6.1999)
do Sistema Administrativo Civil do Estado.
Art. 36. Para entrar em exercício, o funcionário é obrigado Seção II
a apresentar ao órgão de pessoal os elementos necessários Da Ascensão Funcional
à atualização de seu cadastro individual.
Art. 46. Ascensão funcional é a elevação do funcionário
de um cargo para outro de maiores responsabilidades e
CAPÍTULO VIII
atribuições mais complexas, ou que exijam maior tempo de
Da Remoção
preparação profissional, de nível de vencimento mais eleva‑
do, ou de atribuições mais compatíveis com as suas aptidões.
Art. 37. Remoção é o deslocamento do funcionário de Art. 47. São formas de ascensão funcional:
uma para outra unidade ou entidade do Sistema Administra‑ I – a promoção;
tivo, processada de ofício ou a pedido do funcionário, aten‑ II – o acesso;5
didos o interesse público e a conveniência administrativa. III – a transferência.6
§ 1º A remoção respeitará a lotação das unidades ou Art. 48. A promoção é a elevação do funcionário à classe
entidades administrativas interessadas e será realizada, no imediatamente superior àquela em que se encontra dentro
âmbito de cada uma, pelos respectivos dirigentes e chefes, da mesma série de classes na categoria funcional a que
conforme se dispuser em regulamento. pertencer.
§ 2º O funcionário estadual cujo cônjuge, também Art. 49. Acesso é a ascensão do funcionário de classe
servidor público, for designado ex-officio para ter exercício final da série de classes de uma categoria funcional para
em outro ponto do território estadual ou nacional ou for a classe inicial da série de classes ou de outra categoria
detentor de mandato eletivo, tem direito a ser removido profissional afim.
ou posto à disposição da unidade de serviço estadual que Art. 50. Transferência é a passagem do funcionário de
houver no lugar de domicílio do cônjuge ou em que funcionar uma para outra categoria funcional, dentro do mesmo qua‑
o órgão sede do mandato eletivo, com todos os direitos e dro, ou não, e atenderá sempre aos aspectos da vocação
vantagens do cargo. profissional.
Art. 38. A remoção por permuta será processada a pedido Art. 51. As formas de ascensão funcional obedecerão
escrito de ambos os interessados e de acordo com as demais sempre a critério seletivo, mediante provas que sejam
disposições deste Capítulo. capazes de verificar a qualificação e aptidão necessárias ao
desempenho das atribuições do novo cargo, conforme se
CAPÍTULO IX dispuser em regulamento.
Da Substituição
CAPÍTULO XI
Do Reingresso no Sistema Administrativo Estadual
Art. 39. Haverá substituição nos casos de impedimento
legal ou afastamento de titular de cargo em comissão.
Seção I
Art. 40. A substituição será automática ou dependerá Da Reintegração
de nomeação.
§ 1º A substituição automática é estabelecida em lei, Art. 52. A reintegração, que decorrerá de decisão ad‑
regulamento, regimento ou manual de serviço, e proceder‑ ministrativa ou judicial, é o reingresso do funcionário no
-se-á independentemente de lavratura de ato. serviço administrativo, com ressarcimento dos vencimentos
§ 2º Quando depender de ato da administração, o relativos ao cargo.
substituto será nomeado pelo Governador, Presidente da Parágrafo único. A decisão administrativa que determinar
Assembléia, Presidente do Tribunal de Contas, Presidente do a reintegração será proferida em recurso ou em virtude de
Conselho de Contas dos Municípios, ou dirigente autárquico, reabilitação funcional determinada em processo de revisão
conforme o caso. nos termos deste Estatuto.
§ 3º A substituição, nos termos dos parágrafos anteriores, Art. 53. A reintegração será feita no cargo anteriormente
será gratuita, salvo se exceder de 30 dias, quando então será ocupado, o qual será restabelecido caso tenha sido extinto.
remunerada por todo o período. Art. 54. Reintegrado o funcionário, quem lhe houver
Conhecimentos Específicos

Art. 41. Em caso de vacância do cargo em comissão e ocupado o lugar será reconduzido ao cargo anteriormente
até seu provimento, poderá ser designado, pela autoridade ocupado, sem direito a qualquer indenização, ou ficará como
imediatamente superior, um funcionário para responder excedente da lotação.
pelo expediente.
Parágrafo único. Ao responsável pelo expediente se 5
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza
aplicam as disposições do art. 40, § 3º. e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
Art. 42. Pelo tempo da substituição remunerada, o as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração; (Art. 37, II da CF)
substituto perceberá o vencimento e a gratificação de re‑ 6
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
presentação do cargo, ressalvado o caso de opção, vedada, concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza
porém, a percepção cumulativa de vencimento, gratificações e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
e vantagens. exoneração; (Art. 37, II da CF)

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Art. 55. O funcionário reintegrado será submetido a TÍTULO III
inspeção médica e aposentado, se julgado incapaz. DA EXTINÇÃO E DA SUSPENSÃO
DO VÍNCULO FUNCIONAL
Seção II
Do Aproveitamento CAPÍTULO I
Da Vacância dos Cargos
Art. 56. Aproveitamento é o retorno ao exercício do cargo
do funcionário em disponibilidade. Art. 62. A vacância do cargo resultará de:
Art. 57. A juízo e no interesse do Sistema Administrativo, I – exoneração;
os funcionários estáveis, ocupantes de cargos extintos ou II – demissão;
declarados desnecessários, poderão ser compulsoriamente III – ascensão funcional;
aproveitados em outros cargos compatíveis com a sua ap‑ IV – aposentadoria;
tidão funcional, mantido o vencimento do cargo, ou postos V – falecimento.
Art. 63. Dar-se-á exoneração:
em disponibilidade nos termos do art. 109, parágrafo único
I – a pedido do funcionário;
da Constituição do Estado.
II – de ofício, nos seguintes casos:
§ 1º O aproveitamento dependerá de provas de habili‑
a) quando se tratar de cargo em comissão;
tação, de sanidade e capacidade física mediante exames de b) quando se tratar de posse em outro cargo ou empre‑
suficiência e inspeção médica. go da União, do Estado, do Município, do Distrito Federal,
§ 2º Quando o aproveitamento ocorrer em cargo cujo dos Territórios, de Autarquia, de Empresas Públicas ou de
vencimento for inferior ao do anteriormente ocupado, o Sociedade de Economia Mista, ressalvados os casos de subs‑
funcionário perceberá a diferença a título de vantagem tituição, cargo de Governo ou de direção, cargo em comissão
pessoal, incorporada ao vencimento para fins de progressão e acumulação legal desde que, no ato de provimento, seja
horizontal, disponibilidade e aposentadoria. mencionada esta circunstância;
§ 3º Não se abrirá concurso público, nem se preencherá c) na hipótese do não atendimento do prazo para início
vaga no Sistema Administrativo Estadual sem que se verifi‑ de exercício, de que trata o artigo 33;
que, previamente, a inexistência de funcionário a aproveitar, d) na hipótese do não cumprimento dos requisitos do
possuidor da necessária habilitação. estágio, nos termos do art. 27.
Art. 58. Na ocorrência de vagas nos quadros de pessoal Art. 64. A vaga ocorrerá na data:
do Estado o aproveitamento terá precedência sobre as I – da vigência do ato administrativo que lhe der causa;
demais formas de provimento, ressalvadas as destinadas à II – da morte do ocupante do cargo;
promoção e acesso. III – da vigência do ato que criar e conceder dotação para
Parágrafo único. Havendo mais de um concorrente à o seu provimento ou do que determinar esta última medida,
mesma vaga, preferência pela ordem: se o cargo já estiver criado;
I – o de melhor classificação em prova de habilitação; IV – da vigência do ato que extinguir cargo e autorizar
II – o de maior tempo de disponibilidade; que sua dotação permita o preenchimento de cargo vago.
III – o de maior tempo de serviço público; Parágrafo único. Verificada a vaga serão consideradas
IV – o de maior prole. abertas, na mesma data, todas as que decorrerem de seu
Art. 59. Será tornado sem efeito o aproveitamento e preenchimento.
cassada a disponibilidade do funcionário, se este, cientifica‑
do, expressamente, do ato de aproveitamento, não tomar CAPÍTULO II
posse no prazo legal, salvo caso de doença comprovada em Da Suspensão do Vínculo Funcional
inspeção médica.
Art. 65. O regime jurídico estabelecido neste Estatuto
Parágrafo único. Provada em inspeção médica a inca‑
não se aplicará, temporariamente, ao funcionário estadual:
pacidade definitiva, a disponibilidade será convertida em
I – no caso de posse ou ingresso em outro cargo, fun‑
aposentadoria, com a sua consequente decretação. ção ou emprego não acumuláveis com o cargo que vinha
ocupando;
Seção III II – no caso de opção em caráter temporário, pelo regime
Da Reversão a que alude o art. 106 da Constituição Federal ou pelo regime
da legislação trabalhista;7
Art. 60. Reversão é o reingresso no Sistema Administra‑ III – no caso de disponibilidade;
tivo do aposentado por invalidez, quando insubsistentes os IV – no caso de autorização para o trato de interesses
motivos da aposentadoria. particulares.
Art. 61. A reversão far-se-á de ofício ou a pedido, de
Conhecimentos Específicos

Art. 66. Os casos indicados no artigo anterior implicam


preferência no mesmo cargo ou naquele em que se tenha em suspensão do vínculo funcional, acarretando os seguintes
transformado, ou em cargo de vencimentos e atribuições efeitos:
equivalentes aos do cargo anteriormente ocupado, atendido I – em relação ao item I, do artigo anterior:
o requisito da habilitação profissional. a) dar-se-á, automaticamente, a suspensão do vínculo
Parágrafo único. São condições essenciais para que a funcional até que seja providenciada a exoneração ou de‑
reversão se efetive: missão;
a) que o aposentado não haja completado 60 (sessenta) b) enquanto vigorar a suspensão do vínculo, o funcionário
anos de idade; não fará jus aos vencimentos do cargo desvinculado, não
b) que o inativo seja julgado apto em inspeção médica;
c) que a Administração considere de interesse do Sistema A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para aten‑
7

der a necessidade temporária de excepcional interesse público (Art. 37, IX da


Administrativo o reingresso do aposentado na atividade. Constituição Federal)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
computando, quanto a este, para nenhum efeito, tempo XVII – decorrente de período de trânsito, de viagem do
de serviço; funcionário que mudar de sede, contado da data do desli‑
c) o funcionário reingressará no exercício das atribuições gamento e até o máximo de 15 dias;
do cargo de que se desvinculou na hipótese de não lograr XVIII  – prisão do funcionário, absolvido por sentença
confirmação no cargo para o qual se tenha submetido a transitada em julgado;
estágio probatório. XIX – prisão administrativa, suspensão preventiva, e o
II – na hipótese do item II do artigo anterior, o funcionário período de suspensão, neste último caso, quando o funcio‑
não fará jus à percepção dos vencimentos, computando-se, nário for reabilitado em processo de revisão;
entretanto, o período de suspensão do vínculo para fins de XX – disponibilidade;
disponibilidade e aposentadoria, obrigando o funcionário XXI – nascimento de filho, até um dia, para fins de re‑
a continuar a pagar a sua contribuição de previdência com gistro civil.
base nos vencimentos do cargo de cujas atribuições se § 1º Para os efeitos deste Estatuto, entende-se por aci‑
desvinculou; dente de trabalho o evento que cause dano físico ou mental
III  – no caso do item III do artigo anterior, o funcio‑ ao funcionário, por efeito ou ocasião do serviço, inclusive
nário continuará sendo considerado como em atividade, no deslocamento para o trabalho ou deste para o domicílio
computando-se o período de suspensão do vínculo para do funcionário.
aposentadoria, nova disponibilidade, se for o caso, e pro‑ § 2º Equipara-se a acidente no trabalho a agressão,
gressão horizontal; quando não provocada, sofrida pelo funcionário no serviço
IV  – na hipótese do item IV do artigo anterior, o fun‑ ou em razão dele.
cionário não fará jus à percepção de vencimentos nem ao § 3º Por doença profissional, para os efeitos deste Esta‑
cômputo do período de suspensão do vínculo como tempo tuto, entende- se aquela peculiar ou inerente ao trabalho
de serviço, para nenhum efeito. exercido, comprovada, em qualquer hipótese, a relação de
causa e efeito.
TÍTULO IV § 4º Nos casos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo,
DOS DIREITOS, VANTAGENS E AUTORIZAÇÕES o laudo resultante da inspeção médica deverá estabelecer,
expressamente, a caracterização do acidente no trabalho da
CAPÍTULO I doença profissional.
Do Cômputo do Tempo de Serviço8 Art. 69. Para efeito de disponibilidade e aposentadoria
será computado:
Art. 67. Tempo de serviço, para os efeitos deste Estatuto, I – SIMPLESMENTE:
compreende o período de efetivo exercício das atribuições a) o tempo de serviço público federal, estadual ou mu‑
de cargo ou emprego público. nicipal;
Art. 68. Será considerado de efetivo exercício o afasta‑ b) o período de serviço ativo das Forças Armadas pres‑
tado durante a paz;
mento em virtude de:
c) o tempo de serviço prestado, sob qualquer forma de
I – férias;
admissão, desde que remunerado pelos cofres públicos;
II – casamento, até oito dias;
d) o tempo de serviço prestado em Autarquia, Empresa
III – luto, até oito dias, por falecimento de cônjuge ou
Pública e Sociedade de Economia Mista, nas órbitas federal,
companheiro, parentes, consanguíneos ou afins, até o 2º
estadual e municipal;
grau, inclusive madrasta, padrasto e pais adotivos;
e) o período de trabalho prestado a instituição de caráter
IV – luto, até dois dias, por falecimento de tio e cunhado;
privado que tiver sido transformada em estabelecimento de
V  – exercício das atribuições de outro cargo estadual serviço público;
de provimento em comissão, inclusive da Administração f) o tempo da aposentadoria, desde que ocorra reversão;
Indireta do Estado; g) o tempo de licença especial e o período de férias,
VI – convocação para o Serviço Militar; gozadas pelo funcionário;
VII – júri e outros serviços obrigatórios; h) o tempo de licença para tratamento de saúde;
VIII – desempenho de função eletiva federal, estadual ou II – EM DOBRO:
municipal, observada quanto a esta, a legislação pertinente; a) o tempo de serviço ativo prestado às Forças Armadas
IX – exercício das atribuições de cargo ou função de Go‑ em período de operações de guerra;
verno ou direção, por nomeação do Governador do Estado; b) o período de férias não gozadas;
X – licença por acidente no trabalho, agressão não pro‑ c) o período de licença especial não usufruído pelo
vocada ou doença profissional; funcionário.
XI – licença especial; § 1º O tempo de serviço a que aludem as alíneas c, “d”
XII – licença à funcionária gestante; e “e” do inciso I deste artigo será computado à vista de cer‑
XIII – licença para tratamento de saúde; tidões passadas com base em folha de pagamento.
XIV – licença para tratamento de moléstias que impos‑ § 2º Somente será admitida a contagem de tempo de
Conhecimentos Específicos

sibilitem o funcionário definitivamente para o trabalho, serviço apurado através de justificação judicial quando se
nos termos em que estabelecer Decreto do Chefe do Poder verificar a inexistência, nos registros de pessoal, de elemen‑
Executivo; tos comprobatórios de frequência.
XV – doença, devidamente comprovada, até 36 dias por § 3º As férias e períodos de licença especial não gozados,
ano e não mais de 3 (três) dias por mês; referentes a tempo de serviço anterior ao reingresso de
XVI – missão ou estudo noutras partes do território na‑ funcionário no Sistema Administrativo Estadual, relativo a
cional ou no estrangeiro, quando o afastamento houver sido tempo de serviço estranho ao Estado, não serão considerados
expressamente autorizado pelo Governador do Estado, ou para efeito do disposto nas alíneas “b” e “c” do inciso II deste
pelos Chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário; artigo, salvo se, na origem, assim tenham sido computados
aqueles períodos.
8
O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para
efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de
Art. 70. A apuração do tempo de serviço será feita em
disponibilidade (Art. 40, § 9º da Constituição Federal). dias.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Parágrafo único. O número de dias será convertido em funcionário, a este caberá requerer, ao superior hierárqui‑
anos, considerado o ano de 365 (trezentos e sessenta e cinco) co, o gozo das férias, podendo a autoridade, apenas, fixar a
dias, permitido o arredondamento para um ano, após a con‑ oportunidade do deferimento do pedido, dentro do ano a
versão, o que exceder a 182 dias, para fins de aposentadoria que se vincular o direito do servidor.
ou disponibilidade. § 2º O funcionário não poderá gozar, por ano, mais de
Art. 71. É vedado o cômputo de tempo de serviço dois períodos de férias.
prestado, concorrente ou simultaneamente, em cargos ou § 3º O funcionário terá direito a férias após cada ano de
empregos da União, dos Estados, Distrito Federal, Territórios, exercício no Sistema Administrativo.
Municípios, Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de § 4º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
Economia Mista, e instituições de caráter privado que hajam serviço.
sido transformadas em unidades administrativas do Estado. § 5º Revogado.
Art. 72. Observadas as disposições do artigo anterior, Art. 79. A promoção, o acesso, a transferência e a remo‑
para todos os efeitos, o funcionário em regime de acumula‑ ção não interromperão as férias.
ção de cargos poderá transferir, total ou parcialmente, tempo
de serviço de um para outro cargo, desde que o período não CAPÍTULO V
seja simultâneo ou concomitante. Das Licenças
CAPÍTULO II Seção I
Da Estabilidade e da Vitaliciedade Das Disposições Preliminares
Art. 73. Estabilidade é o direito que adquire o funcionário Art. 80. Será licenciado o funcionário:
efetivo de não ser exonerado ou demitido, senão em virtude I – para tratamento de saúde;
de sentença judicial ou inquérito administrativo, em que se II – por acidente no trabalho, agressão não provocada e
lhe tenha sido assegurada ampla defesa. doença profissional;
Art. 74. A estabilidade assegura a permanência do fun‑
III – por motivo de doença em pessoa da família;
cionário no Sistema Administrativo.
IV – quando gestante;
Art. 75. O funcionário nomeado em virtude de concurso
V – para serviço militar obrigatório;
público adquire estabilidade depois de decorridos dois anos
de efetivo exercício.9 VI – para acompanhar o cônjuge;
Parágrafo único. A estabilidade funcional é incompatível VII – em caráter especial.
com o cargo em comissão. Art. 81. A licença dependente de inspeção médica terá
Art. 76. O funcionário perderá o cargo vitalício somente a duração que for indicada no respectivo laudo.
em virtude de sentença judicial. § 1º Findo esse prazo, o paciente será submetido a nova
inspeção, devendo o laudo concluir pela volta do funcionário
CAPÍTULO III ao exercício, pela prorrogação da licença ou, se for o caso,
Da Disponibilidade pela aposentadoria.
§ 2º Terminada a licença o funcionário reassumirá ime‑
Art. 77. Disponibilidade é o afastamento de exercício de diatamente o exercício.
funcionário estável em virtude da extinção do cargo, ou da Art. 82. A licença poderá ser determinada ou prorrogada,
decretação de sua desnecessidade. de ofício ou a pedido.
§ 1º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o Parágrafo único. O pedido de prorrogação deverá ser
servidor ficará em disponibilidade percebendo remuneração apresentado antes de finda a licença, e, se indeferido, contar‑
proporcional por cada ano de serviço, à razão de: -se-á como licença o período compreendido entre a data do
I – 1/35 (um trinta e cinco avos) da remuneração, por término e a do conhecimento oficial do despacho.
cada ano, se homem; e, Art. 83. A licença gozada dentro de sessenta dias, con‑
II – 1/30 (um trinta avos) da remuneração, por cada ano, tados da determinação da anterior será considerada como
se mulher. prorrogação.
§ 2º A apuração do tempo de serviço será feita em dias, Art. 84. O funcionário não poderá permanecer em licença
sendo o número de dias convertido em anos, considerando‑ por prazo superior a vinte e quatro meses, salvo nos casos
-se o ano de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, permitido dos itens II, III, V e VI do art. 80, deste Estatuto.
o arredondamento para um ano, na conclusão da conversão, Art. 85. O ocupante de cargo em comissão, mesmo que
o que exceder a 182 (cento e oitenta e dois) dias. não titular de cargo efetivo, terá direito às licenças referidas
§ 3º Aplicam-se aos vencimentos da disponibilidade nos itens I a IV, do art. 80.
os mesmos critérios de atualização, estabelecidos para os Art. 86. São competentes para licenciar o funcionário
funcionários ativos em geral. os dirigentes do Sistema Administrativo Estadual, admitida
a delegação, na forma do Regulamento.
Conhecimentos Específicos

CAPÍTULO IV Art. 87. (Vetado).


Das Férias
Seção II
Art. 78. O funcionário gozará trinta dias consecutivos, Da Licença para Tratamento de Saúde
ou não, de férias por ano, de acordo com a escala organiza‑
da pelo dirigente da Unidade Administrativa, na forma do Art. 88. A licença para tratamento de saúde precederá a
regulamento. inspeção médica, nos termos do Regulamento.
§ 1º Se a escala não tiver sido organizada, ou houver Art. 89. O funcionário será compulsoriamente licenciado
alteração do exercício funcional, com a movimentação do quando sofrer de uma das seguintes moléstias: Tuberculose
ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira ou
9
São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para redução de vista que praticamente lhe seja equivalente,
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público (Art. 41, Caput
da Constituição Federal) hanseniase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, Parágrafo único. Salvo prescrição médica em contrário,
epilepsia vera, nefropatia grave, estados avançados de Pa‑ a licença será deferida a partir do oitavo mês de gestação.
get (osteite deformante) e outras que forem determinadas
em Regulamento, de acordo com indicações da medicina Seção V
especializada. Da Licença para Serviço Militar Obrigatório
Art. 90. Verificada a cura clínica, o funcionário licen‑
ciado voltará ao exercício, ainda quando deva continuar o Art. 101. O funcionário que for convocado para o serviço
tratamento, desde que comprovada por inspeção médica militar será licenciado com vencimentos integrais, ressalvado
capacidade para a atividade funcional. o direito de opção pela retribuição financeira do serviço
Art. 91. Expirado o prazo de licença previsto no laudo militar.
médico, o funcionário será submetido a nova inspeção, e Parágrafo único. Ao funcionário desincorporado
aposentado, se for julgado inválido. conceder-se-á prazo não excedente de trinta dias para que
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o tempo reassuma o exercício, sem perda dos vencimentos.
necessário para a nova inspeção será considerado como de Art. 102. O funcionário, Oficial da Reserva não remune‑
prorrogação da licença. rada das Forças Armadas, será licenciado, com vencimentos
Art. 92. No processamento das licenças para tratamen‑ integrais, para cumprimento dos estágios previstos pela
to de saúde será observado sigilo no que diz respeito aos legislação militar, garantido o direito de opção.
laudos médicos.
Art. 93. No curso da licença, o funcionário abster-se-á Seção VI
de qualquer atividade remunerada, sob pena de interrupção Da Licença do Funcionário
imediata da mesma licença, com perda total dos vencimen‑ para Acompanhar o Cônjuge
tos, até que reassuma o exercício.
Art. 94. O funcionário não poderá recusar a inspeção Art. 103. O funcionário terá direito a licença sem venci‑
médica determinada pela autoridade competente, sob pena mento, para acompanhar o cônjuge, também servidor pú‑
de suspensão do pagamento dos vencimentos, até que seja blico, quando, de ofício, for mandado servir em outro ponto
realizado exame. do Estado, do Território Nacional, ou no Exterior.
Art. 95. Considerado apto em inspeção médica, o funcio‑ § 1º A licença dependerá do requerimento devidamente
nário reassumirá o exercício imediatamente, sob pena de se instruído, admitida a renovação, independentemente de
apurarem como faltas os dias de ausência. reassunção do exercício.
Art. 96. No curso da licença poderá o funcionário re‑ § 2º Finda a causa da licença, o funcionário retornará
querer inspeção médica, caso se julgue em condições de ao exercício de suas funções, no prazo de trinta dias, após
reassumir o exercício. o qual sua ausência será considerada abandono de cargo.
Art. 97. Serão integrais os vencimentos do funcionário § 3º Existindo no novo local de residência repartição
licenciado para tratamento de saúde. estadual, o funcionário nela será lotado, enquanto durar a
Art. 98. À licença para tratamento de saúde causada por sua permanência ali.
doença profissional, agressão não provocada e acidente no Art. 104. Nas mesmas condições estabelecidas no ar‑
trabalho aplica-se o disposto nesta Seção sem prejuízo das tigo anterior o funcionário será licenciado quando o outro
regras estabelecidas nos arts. 105, item IV e 151, 152 e 169 cônjuge esteja no exercício de mandato eletivo fora de sua
e parágrafos, deste Estatuto. sede funcional.

Seção III Seção VII


Da Licença por Motivo de Da Licença Especial
Doença em Pessoa da Família
Arts. 105 a 108 (Revogados pela Lei nº 12.913, de
Art. 99. O funcionário poderá ser licenciado por motivo 18.6.1999)
de doença na pessoa de ascendente, descendente colateral, Art. 109. (Vetado).
consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de cônjuge do Parágrafo único. (Vetado).
qual não esteja separado, de dependente que conste do seu
assentamento individual e de companheiro ou companheira, CAPÍTULO VI
desde que prove ser indispensável a sua assistência pessoal e Das Autorizações
esta não possa ser prestada simultaneamente com exercício
funcional. Seção I
§ 1º Provar-se-á a doença mediante inspeção médica Das Disposições Preliminares
realizada conforme as exigências contidas neste Estatuto
quanto à licença para tratamento de saúde. Art. 110. Os dirigentes do Sistema Administrativo Estadu‑
§ 2º A necessidade de assistência ao doente, na forma al autorizarão o funcionário a se afastar do exercício funcional
Conhecimentos Específicos

deste artigo, será comprovada mediante parecer do Serviço de acordo com o disposto em Regulamento:
de Assistência Social, nos termos do Regulamento. I – sem prejuízo dos vencimentos quando:
§ 3º O funcionário licenciado, nos termos desta Seção, a) for estudante, para incentivo à sua formação profis‑
perceberá vencimentos integrais até dois anos. Depois desse sional e dentro dos limites estabelecidos neste Estatuto;
prazo, não lhe será pago vencimento. b) for realizar missão ou estudo em outro ponto do ter‑
ritório nacional ou no estrangeiro;
Seção IV c) por motivo de casamento, até o máximo de 8 (oito)
Da Licença à Gestante dias;
d) por motivo de luto até 8 (oito) dias, em decorrência de
Art. 100. A funcionária gestante, mediante inspeção falecimento de cônjuge ou companheiro, parentes consan‑
médica, será licenciada por quatro meses, com vencimentos güíneos ou afins, até o 2º grau, inclusive madrasta, padrasto
integrais. e pais adotivos;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
e) por luto, até 2 (dois) dias, por falecimento de tio e prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, findo
cunhado. o qual caracterizar-se-á o abandono do cargo.
II – sem direito à percepção dos vencimentos, quando se Art. 119. A autorização para afastamento do exercício
tratar de afastamento para trato de interesses particulares; para o trato de interesses particulares somente poderá ser
III – com ou sem direito à percepção dos vencimentos, prorrogada por período necessário para complementar o
conforme se dispuser em regulamento, quando para o exer‑ prazo previsto no art. 115 deste Estatuto.
cício das atribuições de cargo, função ou emprego em entida‑ Art. 120. O funcionário somente poderá receber nova
des e órgãos estranhos ao Sistema Administrativo Estadual. autorização para o afastamento previsto nesta Seção após
Parágrafo único. Os dirigentes do Sistema Administrativo decorridos, pelo menos, dois anos de efetivo exercício
Estadual poderão, ainda, autorizar o funcionário, ocupante contado da data em que o reassumiu, em decorrência do
do cargo efetivo ou em comissão, a integrar ou assessorar término do prazo autorizado ou por motivo de desistência
comissões, grupos de trabalho ou programas, com ou sem ou de cassação de autorização concedida.
afastamento do exercício funcional e sem prejuízo dos
vencimentos. CAPÍTULO VII
Da Retribuição
Seção II
Das Autorizações para Incentivo à Seção I
Formação Profissional do Funcionário Disposições Preliminares

Art. 111. Poderá ser autorizado o afastamento, até duas Art. 121. Todo funcionário, em razão do vínculo que
horas diárias, ao funcionário que frequente curso regular de mantém com o Sistema Administrativo Estadual, tem direito
1º e 2º graus ou de ensino superior. a uma retribuição pecuniária, na forma deste Estatuto.
Parágrafo único. A autorização prevista neste artigo pode‑ Art. 122. As formas de retribuição são as seguintes:
rá dispor que a redução do horário dar-se-á por prorrogação I – vencimento;
do início ou antecipação do término do expediente, diário, II – ajuda de custo;
conforme considerar mais conveniente ao estudante e aos III – diária;
interesses da repartição. IV – (Revogado pela Lei nº 12.913, de 18/6/1999)
Art. 112. Será autorizado o afastamento do exercício IV – auxílio para diferença de caixa;
funcional nos dias em que o funcionário tiver que prestar V – gratificações.
exames para ingresso em curso regular de ensino, ou que, § 1º O conjunto das retribuições constitui os vencimentos
estudante, se submeter a provas. funcionais.
Art. 113. O afastamento para missão ou estudo fora do § 2º A retribuição do funcionário disponível constitui
Estado em outro ponto do território nacional ou no estran‑ vencimentos para todos os efeitos legais.
geiro será autorizado nos mesmos atos que designarem o § 3º A retribuição pecuniária atribuída ao funcionário não
funcionário a realizar a missão ou estudo, quando do inte‑ sofrerá descontos além dos previstos expressamente em lei,
nem serão objetos de arresto, sequestro ou penhora, salvo
resse do Sistema Administrativo Estadual.
quando se tratar de:
Art. 114. As autorizações previstas nesta Seção depen‑
I – prestação de alimentos determinada judicialmente;
derão de comprovação, mediante documento oficial, das
II – reposição de indenização devida à Fazenda Estadual.
condições previstas para as mesmas, podendo a autoridade
§ 4º As reposições e indenizações à Fazenda Pública
competente exigi-la prévia ou posteriormente, conforme
serão descontadas em parcelas mensais não excedentes da
julgar conveniente.
10ª parte do vencimento.
Parágrafo único. Concedida a autorização, na dependên‑ § 5º Se o funcionário for exonerado ou demitido, a
cia da comprovação posterior, sem que esta tenha sido efetu‑ quantia por ele devida será inscrita como dívida ativa para
ada no prazo estipulado, a autoridade anulará a autorização, os efeitos legais.
sem prejuízo de outras providências que considerar cabíveis.
Seção II
Seção III Do Vencimento
Do Afastamento para o Trato
de Interesses Particulares Art. 123. Considera-se vencimento a retribuição corres‑
pondente ao padrão, nível ou símbolo do cargo a que esteja
Art. 115. Depois de três anos de efetivo exercício e vinculado o funcionário, em razão do efetivo exercício de
após declaração de aquisição de estabilidade no cargo de função pública.
provimento efetivo, o servidor poderá obter autorização Art. 124. O funcionário perderá:
de afastamento para tratar de interesses particulares, por I  – o vencimento do cargo efetivo, quando nomeado
um período não superior a quatro anos e sem percepção para cargo em comissão, salvo o direito de opção e de acu‑
Conhecimentos Específicos

de remuneração. mulação lícita;


Parágrafo único. O funcionário aguardará em exercício a II – o vencimento do cargo efetivo, quando no exercício
autorização do seu afastamento. de mandato eletivo, federal ou estadual;
Art. 116. Não será autorizado o afastamento do funcio‑ III – o vencimento do cargo efetivo, quando dele afastado
nário removido antes de ter assumido o exercício. para exercer mandato eletivo municipal remunerado;
Art. 117. O funcionário poderá, a qualquer tempo, de‑ IV – o vencimento do dia, se não comparecer ao serviço,
sistir da autorização concedida, reassumindo o exercício das salvo motivo legal ou doença comprovada, de acordo com o
atribuições do seu cargo. disposto neste Estatuto;
Art. 118. Quando o interesse do Sistema Administrativo V – um terço do vencimento do dia, se comparecer ao
o exigir, a autorização poderá ser cassada, a juízo da auto‑ serviço dentro da hora seguinte à fixação para o início do
ridade competente, devendo, neste caso, o funcionário ser expediente, quando se retirar antes de findo o período de
expressamente notificado para apresentar-se ao serviço no trabalho;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
VI  – um terço do vencimento, durante o afastamento I – prestação de serviços extraordinários;
por motivo de prisão administrativa, prisão preventiva, II – representação de Gabinete;
pronúncia por crime comum, denúncia por crime funcional III – exercício funcional em determinados locais;
ou condenação por crime inafiançável em processo no qual IV – execução de trabalho relevante, técnico ou científico;
não haja pronúncia, tendo direito à diferença, se absolvido; V – serviço ou estudo fora do Estado ou do País;
VII – dois terços do vencimento durante o período de VI – execução de trabalho em condições especiais, inclu‑
afastamento em virtude de condenação por sentença pas‑ sive com risco de vida ou saúde;
sada em julgado à pena de que não resulte em demissão. VII – participação em órgão de deliberação coletiva;
Parágrafo único. O funcionário investido em mandato VIII  – participação em comissão examinadora de con‑
gratuito de vereador fará jus à percepção dos seus venci‑ curso;
mentos nos dias em que comparecer às sessões da Câmara. IX – exercício de magistério, em regime de tempo com‑
plementar; ou em cursos especiais, legalmente instituídos,
Seção III inclusive para treinamento de funcionários;
Da Ajuda de Custo X – representação;
XI – regime de tempo integral;
Art. 125. Será concedida ajuda de custo ao funcionário XII – de aumento de produtividade;
que for designado, de ofício, para ter exercício em nova sede, XIII – exercício em órgãos fazendários.
mesmo fora do Estado. Parágrafo único. As gratificações não definidas nesta lei
Parágrafo único. A ajuda de custo destina-se à inde‑ serão objeto de regulamento.
nização das despesas de viagem e de nova instalação do Art. 133. A gratificação pela prestação de serviço ex‑
funcionário. traordinário é a retribuição de serviço cuja execução exija
Art. 126. A ajuda de custo não excederá de três meses dedicação além do expediente normal a que estiver sujeito
de vencimentos, salvo nos casos de designação do funcio‑ o servidor e será paga proporcionalmente:
nário para: I – por hora de trabalho adicional; ou,
a) ter exercício fora do Estado; II – por tarefa especial, levando-se em conta estimativa do
b) serviço fora do Estado. número de dias e de horas necessários para sua realização.
Parágrafo único. A ajuda de custo será arbitrada, dentro § 1º O valor da hora de trabalho adicional será 50% (cin‑
das respectivas áreas de competência, pelo Governador do quenta por cento) maior que o da hora normal de trabalho,
Estado, Presidente da Assembleia Legislativa, do Tribunal de apurado através da divisão do valor da remuneração mensal
Justiça, do Tribunal de Contas, do Conselho de Contas dos do servidor por 30 (trinta) e este resultado pelo número de
Municípios e das Autarquias. horas correspondentes à carga horária ou regime do servidor.
Art. 127. A ajuda de custo para serviço fora do Estado § 2º No caso do inciso II, a gratificação será arbitrada
será calculada na forma disposta em Regulamento. previamente pelo dirigente do órgão ou entidade da admi‑
Art. 128. O funcionário restituirá a ajuda de custo: nistração pública de qualquer dos Poderes, através de ato
que demonstre a proporcionalidade do pagamento, com
I – quando não se transportar para a nova sede no prazo
indicação da estimativa dos dias e dos horários que serão
determinado;
necessários à consecução dos serviços.
II – quando, antes de terminada a incumbência, regressar,
§ 3º A despesa total mensal com o pagamento da gratifi‑
pedir exoneração ou abandonar o serviço.
cação de que trata este artigo em nenhuma hipótese poderá
§ 1º A restituição é de exclusiva responsabilidade pessoal
exceder a 1,5% (hum e meio por cento) do valor total da
e poderá ser feita parceladamente.
despesa mensal com pagamento de pessoal, do órgão ou
§ 2º Não haverá obrigação de restituir, quando o regresso
entidade considerado.
do funcionário for determinado de ofício ou por doença § 4º O descumprimento ao disposto neste artigo acarre‑
comprovada, ou quando o mesmo for exonerado a pedido, tará responsabilidade para o dirigente do órgão ou entidade
após 90 (noventa) dias de exercício na nova sede. e seus subordinados envolvidos, que ficarão solidariamente
obrigados a restituir ao tesouro estadual as quantias pagas
Seção IV a maior.
Das Diárias Art. 134. A gratificação pela representação de Gabinete
poderá ser concedida a funcionários e a pessoas estranhas
Art. 129. Ao funcionário que se deslocar da sua repar‑ ao Sistema Administrativo, sem qualquer vínculo, com exer‑
tição em objeto de serviço, conceder-se-á diária a título de cício nos gabinetes e órgãos de assessoramento técnico do
indenização das despesas de alimentação e hospedagem, na referido Sistema, na forma do Regulamento.
forma do Regulamento. Art. 135. A gratificação pela elaboração ou execução de
Art. 130. O funcionário que receber diária indevida será trabalho relevante, técnico ou científico, será arbitrada e atri‑
obrigado a restituí-la de uma só vez, ficando, ainda, sujeito buída pelos dirigentes do Sistema Administrativo Estadual.
à punição disciplinar. Art. 136. A gratificação pela execução de trabalho em
Conhecimentos Específicos

condições especiais, inclusive com risco de vida ou de saúde,


Seção V será atribuída pelos dirigentes do Sistema Administrativo
Do Auxílio para Diferença de Caixa Estadual, observado o disposto em Regulamento.
Art. 137. A gratificação de representação é uma indeniza‑
Art. 131 e seu parágrafo único (Revogado pela Lei ção atribuída aos ocupantes de cargos em comissão e outros
nº 12.913, de 18.6.1999) que a lei determinar, tendo em vista despesas de natureza
social e profissional determinadas pelo exercício funcional.
Seção VI Art. 138. A gratificação por regime de tempo integral,
Das Gratificações que se destina ao incremento das atividades de investigação
científica, ou tecnológica, e aumento da produtividade, no
Art. 132. Ao funcionário conceder-se-á gratificação em Sistema Administrativo Estadual, será objeto de regulamen‑
virtude de: tação específica.

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§ 1º No Regulamento de que trata este artigo serão Art. 146. O direito de pleitear na esfera administrativa
obedecidas as seguintes diretrizes gerais: prescreverá em 120 (cento e vinte) dias, salvo estipulação em
I – proporcionalidade que variará de 60 % (sessenta por contrário, prevista expressamente em lei ou regulamento.
cento) a 100% (cem por cento) do valor do nível de vencimen‑ Art. 147. Os prazos estabelecidos neste Capítulo são
to ou função, observando-se os seguintes fatores de variação: fatais e improrrogáveis, e o pedido de reconsideração e o
a) complexidade da tarefa; recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição.
b) deslocamentos exigidos para execução das tarefas; Art. 148. Ao funcionário ou ao seu representante legal‑
c) a situação no mercado de trabalho; mente constituído é assegurado, para efeito de recurso ou
d) as condições de trabalho; pedido de reconsideração, o direito de vista ao processo na
e) as prioridades dos programas, do cargo ou grupo de repartição competente durante todo o expediente regula‑
cargos; e mentar, assegurado o livre manuseio do processo em local
f) a especialização exigida do funcionário. conveniente. Se o representante do funcionário for advoga‑
II – A atribuição da gratificação a ocupantes de cargos ou do, aplica-se o disposto na Lei Federal pertinente.
grupos de cargos será condicionada a procedimentos admi‑ Art. 149. O disposto neste Capítulo se aplica, no que
nistrativos que possibilitem a verificação das prioridades dos couber, aos procedimentos disciplinares.
programas, para aumento da produtividade ou incremento
à investigação científica ou tecnológica, com as justificativas TÍTULO V
dos programas e subprogramas, a relação dos servidores DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA
indispensáveis à sua execução, o prazo de duração do regime
e a despesa dele decorrente. CAPÍTULO I
§ 2º Excepcionalmente e até a aplicação do Plano de Das Disposições Preliminares
Classificação de Cargos de que trata a Lei nº 9.634, de 30
de outubro de 1972, o regime de tempo integral poderá Art. 150. O Estado assegurará a manutenção de um siste‑
ser atribuído a servidores mensalistas, remanescentes das ma de previdência e assistência que, dentre outros, preste os
extintas Tabelas Numéricas de Mensalistas, inclusive tendo seguintes benefícios e serviços ao funcionário e à sua família:
como base de cálculo o nível de vencimentos do cargo cor‑ I – aposentadoria;
respondente à respectiva qualificação profissional. II – pensão;
Art. 139. A gratificação de produtividade destina-se a III – pecúlio;
incentivar o aumento de arrecadação dos tributos estaduais, IV – auxílio-reclusão;
devendo ser objeto de Regulamentação. V – auxílio-natalidade;
Art. 140. A gratificação de exercício, atribuída aos funcio‑ VI – auxílio-doença:
nários fazendários, constantes da Lei nº 9.375, de 10.07.70, VII – auxílio-funeral;
será objeto de regulamentação própria. VIII – salário-família:
IX – assistência médica;
CAPÍTULO VIII
X – assistência hospitalar;
Do Direito de Petição
XI – assistência obstétrica (pré-natal);
XII – assistência odontológica;
Art. 141. É assegurado ao funcionário e ao aposentado
XIII – assistência financeira;
o direito de requerer, representar, pedir reconsideração e
XIV – assistência social;
recorrer.
XV – assistência jurídica.
Art. 142. A petição será dirigida à autoridade competente
para decidir do pedido e encaminhada por intermédio daque‑ § 1º A triagem dos casos apresentados para internamen‑
la a quem estiver imediatamente subordinado o requerente to hospitalar e consequente fiscalização e controle serão
se for o caso. realizados por um Grupo de Trabalho, cuja composição e
Art. 143. O direito de pedir reconsideração, que será atribuições serão determinados pelo Governo do Estado
exercido perante a autoridade que houver expedido o ato, através da Secretaria de Saúde ou Instituto de Previdência
ou proferido a primeira decisão, decairá após 60 (sessenta) do Estado, mediante ato próprio.
dias da ciência do ato pelo peticionante, ou de sua publicação § 2º Enquanto não for reformulado o Plano de Custeio
quando esta for obrigatória. da autarquia previdenciária do Estado, será admitido o sis‑
§ 1º O requerimento e o pedido de reconsideração de tema misto, competindo ao Tesouro o ônus decorrente dos
que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados benefícios previstos nos incisos I, VI, VII, VIII e X deste artigo,
no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) e, ao IPEC, os enunciados nos demais incisos, observadas as
dias improrrogáveis. normas da legislação específica.
§ 2º É vedado repetir pedido de reconsideração ou re‑ Art. 151. É assegurada pensão especial integral aos
curso perante a mesma autoridade. beneficiários de funcionário falecido em consequência de
Art. 144. Caberá recurso: acidente no trabalho ou doença profissional, na forma em
Conhecimentos Específicos

I – do indeferimento do pedido de reconsideração; que se acham conceituados nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do artigo
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente inter‑ 68, e corresponderá ao valor percebido pelo funcionário,
postos, nos termos do § 1º deste artigo. a título de vencimentos, na data do óbito, reajustável nos
§ 1º O recurso, interposto, perante a autoridade que termos da legislação específica.
tiver praticado o ato ou proferido a decisão, será dirigido à § 1º Da mesma forma será prestada assistência médica
autoridade imediatamente superior e, sucessivamente, em gratuita ao funcionário acidentado em serviço, ou que tenha
escala ascendente, às demais autoridades. contraído doença profissional.
§ 2º No encaminhamento do recurso observar-se-á o § 2º Até que legislação específica estipule o contrário, a
disposto na parte final do art. 142. pensão e a assistência médica referidas neste artigo serão
Art. 145. O pedido de reconsideração e o recurso não têm custeadas pelo Estado, independentemente de contrapres‑
efeito suspensivo, salvo disposição em contrário, e o que for tação por contribuição de previdência.
provido retroagirá, nos efeitos, à data do ato impugnado. § 3º (Vetado).

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CAPÍTULO II autarquias e fundações públicas, dispensadas, quanto a
Da Aposentadoria estas, a ouvida da Procuradoria-Geral do Estado.
Art. 154. O funcionário quando aposentado por invalidez
Art. 152. O funcionário será aposentado: terá provento integral, correspondente aos vencimentos,
I – por invalidez;10 incorporáveis do cargo efetivo, se a causa for doença grave,
II – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade;11 incurável ou contagiosa, a que se refere o artigo 89, ou aci‑
III  – voluntariamente, aos 35 (trinta e cinco) anos de dente no trabalho, ou doença profissional, nos termos do
serviço público.12 inciso X do artigo 68; o provento será proporcional ao tempo
§ 1º O tempo de serviço para a aposentadoria voluntária de serviço, nos demais casos.
das mulheres é de 30 (trinta) anos. § 1º Somente nos casos de invalidez decorrente de
§ 2º A aposentadoria por invalidez será sempre precedida acidente no trabalho ou doença profissional, como configu‑
de licença por período contínuo não inferior a 24 (vinte e rados nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do artigo 68, será aposentado
quatro) meses, salvo quando a junta médica declarar a in‑ o ocupante do cargo de provimento em comissão, hipótese
capacidade definitiva para o serviço, ou na hipótese prevista em que o respectivo provento será integral.
no artigo 68, inciso X. § 2º O funcionário aposentado em decorrência da invali‑
Art. 153. O processo de aposentadoria, iniciado com o dez por acidente em serviço, por moléstia profissional, ou por
requerimento do interessado ou de ofício, nos casos de apo‑ doença grave contagiosa ou incurável, especificada em Lei, é
sentadoria compulsória ou por invalidez, deverá ser devida‑ considerado como em efetivo exercício, assegurando-se-lhe
mente informado pelo setor competente do órgão de origem todos os direitos e vantagens atribuídas aos ocupantes de
do servidor, especialmente quanto à contagem do tempo cargo de igual categoria em atividade, ainda que o mencio‑
de serviço, às comprovações documentais necessárias, à nado cargo tenha ou venha a mudar a denominação de nível
indicação precisa dos proventos respectivos e à satisfação de classificação ou padrão de vencimento.
dos demais requisitos legais para a passagem à inatividade, Art. 155. (Revogado)
tendo, a partir daí, a seguinte tramitação: Art. 156. O funcionário aposentado compulsoriamente
I – o processo, já contendo a minuta do Ato de aposen‑ por motivo de idade, ou por invalidez decorrente de doença
tadoria, será encaminhado à Procuradoria-Geral do Estado, não prevista no artigo anterior, terá provento proporcional
para exame e parecer; ao tempo de serviço.
II  – opinando a Procuradoria-Geral do Estado, após § 1º A proporcionalidade dos proventos, com base no
cumpridas as diligências acaso requisitadas, favoravelmente, tempo de serviço, obedecerá, sempre, os seguintes percen‑
retornará o processo à origem para a assinatura do Ato de tuais sobre o vencimento do cargo:
aposentadoria pelo titular do órgão e publicação no Diário I – até 10 anos de tempo de serviço 50% (cinquenta por
Oficial do Estado; cento);
III  – publicado o Ato de aposentadoria, afastar-se-á o II – de 10 a 15 anos de tempo de serviço, 60% (sessenta
servidor da atividade e será o processo encaminhado ao por cento);
Tribunal de Contas do Estado, para fins de registro e controle III – de 15 a 20 anos de tempo de serviço, 70% (setenta
por cento);
de sua legalidade.
IV – de 20 a 25 anos de tempo de serviço, 80% (oitenta
§ 1º Caberá ao servidor interessado, prestar ao setor
por cento);
competente de seu órgão de origem todo o auxílio para a cor‑
V – de mais de 25 anos de tempo de serviço, e menos de
reta e diligente tramitação de seu processo de aposentadoria.
30 ou 35 anos, conforme o caso, 90% (noventa por cento).
§ 2º Nas hipóteses de aposentadoria compulsória ou
§ 2º O provento proporcional assim calculado será acres‑
por invalidez, o servidor se afastará da atividade tão logo
cido das vantagens que, por lei, lhe devam ser incorporadas.
iniciado o processo, sem que o tempo de afastamento possa
Art. 157. O provento da inatividade será reajustado,
ser considerado para qualquer efeito. automaticamente, sempre que se modificar o vencimento
§ 3º Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, caso dos funcionários em atividade, e, na mesma proporção, por
o processo de aposentadoria não esteja concluído no prazo motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda.
de 90 (noventa) dias, o servidor se afastará da atividade sem § 1º O provento, salvo o caso do reajuste previsto neste
prejuízo de sua remuneração, sem direito a contar o tempo artigo, não poderá ser superior aos vencimentos, nem será
de afastamento para qualquer efeito. objeto de reajuste quando o vencimento for alterado em
§ 4º Havendo parecer desfavorável da Procuradoria-Geral virtude de decisão em processo de enquadramento ou de
do Estado ou tendo o Tribunal de Contas julgado ilegal o Ato reclassificação.
de aposentadoria, deverá o servidor retornar à atividade, § 2º O provento decorrente de aposentadoria por im‑
inclusive quando, no primeiro caso, se haja valido da prer‑ plementação de tempo de serviço não poderá ser inferior à
rogativa do parágrafo anterior. remuneração auferida por servidor titular de cargo de igual
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo aos servidores das categoria, ainda que os mencionados cargos tenham ou
venham a mudar de denominação, de nível de classificação
Conhecimentos Específicos

10
Os servidores públicos serão aposentados por invalidez permanente, sendo ou de padrão de vencimento.
os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente
de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, na forma da lei (Art. 40, I da Constituição Federal). CAPÍTULO III
11
Os servidores públicos serão aposentados compulsoriamente, com proventos Do Salário-Família
proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou
aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar (Art. 40,
II da Constituição Federal): Art. 158. O salário-família é o auxílio pecuniário especial
12
Os servidores públicos serão aposentados voluntariamente, desde que cumpri‑ concedido pelo Estado ao funcionário ativo e ao aposentado
do tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco
anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes
como contribuição ao custeio das despesas de manutenção
condições (Art. 40, III da Constituição Federal): de seus dependentes.
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cin‑ Art. 159. A cada dependente relacionado no artigo se‑
quenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se
guinte corresponderá uma cota de salário-família de acordo
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. com o valor fixado em lei.

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Art. 160. Conceder-se-á salário-família: § 1º Será concedido ao declarante ativo ou inativo o
I – pela esposa que não exerça atividade remunerada; prazo de 120 (cento e vinte) dias para o esclarecimento de
II – por filho menor de 21 anos que não exerça atividade qualquer dúvida na declaração, o que poderá ser feito por
remunerada; meio de quaisquer provas admitidas em direito.
III – por filho inválido; § 2º Não sendo apresentado no prazo o esclarecimento
IV – por filho estudante que frequente curso secundário de que trata o § 1º, a autoridade concedente determinará
ou superior e que não exerça atividade lucrativa, até a idade a imediata suspensão do pagamento do salário-família, até
de 24 (vinte e quatro) anos; que seja satisfeita a exigência.
V – pelo ascendente sem rendimento próprio que viva Art. 168. Verificada, a qualquer tempo, a inexatidão das
às expensas do funcionário; declarações prestadas, será suspensa a concessão do salário‑
VI – por enteados, netos, irmãos, sobrinhos menores ou -família e determinada a reposição do indevidamente rece‑
incapazes que vivam às expensas do funcionário, bem como bido, mediante o desconto mensal de 10% do vencimento
pessoa menor ou incapaz que, igualmente assim viva sob sua ou provento, independentemente dos limites estabelecidos
guarda atribuída judicialmente; para as consignações em folha de pagamento.
VII  – pelo companheiro ou companheira, na forma e Art. 169. O funcionário e o aposentado são obrigados
conceituação da legislação previdenciária. a comunicar a autoridade concedente, dentro do prazo de
§ 1º Quando pai e mãe forem ambos funcionários do quinze dias, qualquer alteração que se verifique na situação
Estado e viverem em comum, o salário-família será conce‑ dos dependentes, da qual decorra supressão ou redução do
dido ao pai; se não viverem em comum, o salário-família salário-família.
será concedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda Parágrafo único. A não observância desta disposição acar‑
e, se ambos os tiverem, de acordo com a distribuição dos retará as mesmas providências indicadas no artigo anterior.
dependentes. Art. 170. O salário-família será devido em relação a cada
§ 2º Equipara-se ao pai e a mãe, o padrasto, a madrasta dependente, a partir do mês em que tiver ocorrido o ato ou
e os representantes legais dos menores e dos incapazes. fato que lhe der origem, deixando de ser devido igualmente
§ 3º A cota de salário-família por filho inválido corres‑ em relação a cada dependente no mês seguinte ao ato ou
ponderá ao duplo da cota dos demais. fato que determinar a sua supressão.
Art. 161. O salário-família será pago, ainda, nos casos Art. 171. O salário-família será pago juntamente com
em que o funcionário deixar de perceber vencimento ou os vencimentos ou proventos, pelos órgãos pagadores, inde‑
proventos, sem perda do cargo. pendentemente de publicação do ato de concessão.
Art. 162. Em caso de falecimento do funcionário, o CAPÍTULO IV
salário-família continuará a ser pago aos seus beneficiários. Do Auxílio-Doença
Parágrafo único. Se o funcionário falecido não se houver
habilitado ao salário-família, a administração ou interessados Art. 172. O funcionário terá direito a um mês de vencimen‑
tomarão as medidas necessárias para que seja pago aos seus tos, a título de auxílio-doença, após cada período de 12 (doze)
beneficiários, desde que atendam aos requisitos necessários meses consecutivos de licença para tratamento de saúde.
a partir da data em que fizerem jus ao benefício, observada, § 1º O pagamento do auxílio-doença será autorizado a
a prescrição qüinqüenal. partir do dia imediato àquele em que o funcionário completar
Art. 163. O salário-família não servirá de base para qual‑ o período a que se refere o caput deste artigo, indepen‑
quer contribuição, ainda que para fim de previdência social. dentemente de requerimento do interessado, em folha de
Art. 164. Será suspenso o pagamento do salário-família pagamento que obedecerá às mesmas normas das folhas de
ao funcionário que comprovadamente descurar da subsis‑ pagamento de vencimentos e proventos. Se o funcionário
tência e educação dos seus dependentes. ocupar mais de um cargo, o auxílio-doença será pago apenas
§ 1º Mediante autorização judicial a pessoa que estiver pelo de maior vencimento.
mantendo os dependentes do funcionário poderá receber o § 2º Quando ocorrer o falecimento do funcionário o
salário-família enquanto durar a situação prevista neste artigo. auxílio-doença a que fez jus será pago de acordo com as
§ 2º O pagamento voltará a ser feito ao funcionário tão normas que regulam o pagamento de vencimento ou pro‑
logo comprovado o desaparecimento dos motivos determi‑ vento não recebidos.
nantes da suspensão.
Art. 165. Para se habilitar à concessão do salário-família CAPÍTULO V
o funcionário, o disponível, ou o aposentado apresentarão Do Auxílio-Funeral
uma declaração de dependentes, indicando o cargo que exer‑
cer, ou no qual estiver aposentado ou em disponibilidade, Art. 173. Será concedido auxílio-funeral à família do
mencionando em relação a cada dependente: funcionário falecido, correspondente a 01 (hum) mês de seus
I – nome completo, data e local de nascimento, compro‑ vencimentos ou proventos, limitado o pagamento à quantia
vado por certidão do registro civil; de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais).
II – grau de parentesco ou dependência; Parágrafo único. Quando não houver pessoa da família
Conhecimentos Específicos

III – no caso de se tratar de maior de 21 anos, se total do funcionário no local do falecimento, o auxílio-funeral será
pago a quem promover o enterro, mediante comprovação
e permanentemente incapaz para o trabalho, hipótese em
das despesas.
que informará a causa e a espécie de invalidez;
IV – se o dependente vive sob a guarda do declarante. TÍTULO VI
Art. 166. A declaração do servidor será prestada a seu DO REGIME DISCIPLINAR
chefe imediato que a examinará e, após o seu visto, a en‑
caminhará ao órgão competente para o processamento e CAPÍTULO I
atendimento da concessão. Dos Princípios Fundamentais
Art. 167. O salário-família será concedido à vista das
declarações prestadas, mediante simples despacho que será Art. 174. O funcionário público é administrativamente
comunicado ao órgão incumbido da elaboração de folhas responsável, perante seus superiores hierárquicos, pelos
de pagamento. ilícitos que cometer.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 175. Considera-se ilícito administrativo a conduta de Inquérito à autoridade competente o fato, a fim de que
comissiva ou omissiva, do funcionário, que importe em seja providenciada a aposentadoria do funcionário.
violação de dever geral ou especial, ou de proibição, fixado § 7º Considera-se legítima defesa o revide moderado e
neste Estatuto e em sua legislação complementar, ou que proporcional à agressão ou à iminência de agressão moral
constitua comportamento incompatível com o decoro fun‑ ou física, que atinja ou vise a atingir o funcionário, ou seus
cional ou social. superiores hierárquicos ou colegas, ou o patrimônio da ins‑
Parágrafo único. O ilícito administrativo é punível, in‑ tituição administrativa a que servir.
dependentemente de acarretar resultado perturbador do § 8º Considera-se em estado de necessidade o funcio‑
serviço estadual. nário que realiza atividade indispensável ao atendimento de
Art. 176. A apuração da responsabilidade funcional uma urgência administrativa, inclusive para fins de preser‑
será promovida, de ofício, ou mediante representação, pela vação do patrimônio público.
autoridade de maior hierarquia no órgão ou na entidade § 9º O exercício da legítima defesa e de atividades em
administrativa em que tiver ocorrido a irregularidade. Se virtude do estado de necessidade não serão excludentes de
se tratar de ilícito administrativo praticado fora do local de responsabilidade administrativa quando houver excesso,
trabalho, a apuração da responsabilidade será promovida imoderação ou desproporcionalidade, culposos ou dolosos,
pela autoridade de maior hierarquia no órgão ou na entidade na conduta do funcionário.
a que pertencer o funcionário a quem se imputar a prática Art. 180. A apuração da responsabilidade do funcionário
da irregularidade. processar- se-á mesmo nos casos de alteração funcional,
Parágrafo único. Se se imputar a prática do ilícito a vários inclusive a perda do cargo.
funcionários lotados em órgãos diversos do Poder Executivo, Art. 181. Extingue-se a responsabilidade administrativa:
a competência para determinar a apuração da responsabili‑ I – com a morte do funcionário;
dade caberá ao Governador do Estado. II – pela prescrição do direito de agir do Estado ou de
Art. 177. A responsabilidade civil decorre de conduta suas entidades em matéria disciplinar.
funcional, comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa, que Art. 182. O direito ao exercício do poder disciplinar
acarrete prejuízo para o patrimônio do Estado, de suas en‑ prescreve passados cinco anos da data em que o ilícito tiver
tidades ou de terceiros. ocorrido.
§ 1º A indenização de prejuízo causado ao Estado ou às Parágrafo único. São imprescritíveis o ilícito de abandono
suas entidades, no que exceder os limites da fiança, quando de cargo e a respectiva sanção.
for o caso, será liquidada mediante prestações mensais des‑ Art. 183. O inquérito administrativo para apuração da
contadas em folha de pagamento, não excedentes da décima responsabilidade do funcionário produzirá, preliminarmente,
parte do vencimento, à falta de outros bens que respondam os seguintes efeitos:
pelo ressarcimento. I – afastamento do funcionário indiciado de seu cargo
§ 2º Em caso de prejuízo a terceiro, o funcionário respon‑ ou função, nos casos de prisão preventiva ou prisão admi‑
derá perante o Estado ou suas entidades, através de ação nistrativa;
regressiva proposta depois de transitar em julgado a decisão II  – sobrestamento do processo de aposentadoria vo‑
judicial, que houver condenado a Fazenda Pública a indenizar luntária;
o terceiro prejudicado. III – proibição do afastamento do exercício, salvo o caso
Art. 178. A responsabilidade penal abrange os crimes do item I deste artigo;
e contravenções imputados, por lei, ao funcionário, nesta IV – proibição de concessão de licença, ou o seu sobres‑
qualidade. tamento, salvo a concedida por motivo de saúde;
Art. 179. São independentes as instâncias administrativas V – cessação da disposição, com retorno do funcionário
civil e penal, e cumuláveis as respectivas cominações. ao seu órgão de origem.
§ 1º Sob pena de responsabilidade, o funcionário que Art. 184. Assegurar-se-á ao funcionário, no procedimento
exercer atribuições de chefia, tomando conhecimento de um disciplinar, ampla defesa, consistente, sobretudo:
fato que possa vir a se configurar, ou se configure como ilícito I – no direito de prestar depoimento sobre a imputação
administrativo, é obrigado a representar perante a autorida‑ que lhe é feita e sobre os fatos que a geraram;
de competente, a fim de que esta promova a sua apuração. II – no direito de apresentar razões preliminares e finais,
§ 2º A apuração da responsabilidade funcional será feita por escrito, nos termos deste Estatuto;
através de sindicância ou de inquérito. III – no direito de ser defendido por advogado, de sua
§ 3º Se o comportamento funcional irregular configurar, indicação, ou por defensor público, também advogado,
ao mesmo tempo, responsabilidade administrativa, civil e designado pela autoridade competente;
penal, a autoridade que determinou o procedimento disci‑ IV – no direito de arrolar e inquirir, reinquirir e contraditar
plinar adotará providências para a apuração do ilícito civil ou testemunhas, e requerer acareações;
penal, quando for o caso, durante ou depois de concluídos V – no direito de requerer todas as provas em direito
a sindicância ou o inquérito. permitidas, inclusive as de natureza pericial;
Conhecimentos Específicos

§ 4º Fixada a responsabilidade administrativa do fun‑ VI – no direito de arguir prescrição;


cionário, a autoridade competente aplicará a sanção que VII – no direito de levantar suspeições e arguir impedi‑
entender cabível, ou a que for tipificada neste Estatuto para mentos.
determinados ilícitos. Na aplicação da sanção, a autoridade Art. 185. A defesa do funcionário no procedimento
levará em conta os antecedentes do funcionário, as circuns‑ disciplinar, que é de natureza contraditória, é privativa de
tâncias em que o ilícito ocorreu, a gravidade da infração e os advogado, que a exercitará nos termos deste Estatuto e nos
danos que dela provierem para o serviço estatal de terceiros. da legislação federal pertinente (Estatuto da Ordem dos
§ 5º A legítima defesa e o estado de necessidade excluem Advogados do Brasil).
a responsabilidade administrativa. § 1º A autoridade competente designará defensor para
§ 6º A alienação mental, comprovada através de perícia o funcionário que, pobre na forma da lei, ou revel, não indi‑
médica oficial excluirá, também, a responsabilidade adminis‑ car advogado, podendo a indicação recair em advogado do
trativa, comunicando o sindicante ou a Comissão Permanente Instituto de Previdência do Estado do Ceará (IPEC).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2º O funcionário poderá defender-se, pessoalmente, IV – não tiver sido a ordem publicada, quando tal forma‑
se tiver a qualidade de advogado. lidade for essencial à sua validade;
Art. 186. O funcionário público fica sujeito ao poder V  – não tiver a ordem como causa uma necessidade
disciplinar desde a posse ou, se esta não for exigida, desde administrativa ou pública, ou visar a fins não estipulados na
o seu ingresso no exercício funcional. regra de competência da autoridade da qual promanou ou
Art. 187. Se no transcurso do procedimento disciplinar do funcionário a quem se dirige;
outro funcionário for indiciado, o sindicante ou a Comissão VI – a ordem configurar abuso ou excesso de poder ou
Permanente de Inquérito, conforme o caso, reabrirá os prazos de autoridade.
de defesa para o novo indiciado. § 1º Em qualquer dos casos referidos neste artigo, o fun‑
Art. 188. A inobservância de qualquer dos preceitos deste cionário representará contra a ordem, fundamentadamente,
Capítulo relativos à forma do procedimento, à competência à autoridade imediatamente superior a que ordenou.
e ao direito de ampla defesa acarretará a nulidade do pro‑ § 2º Se se tratar de ordem emanada do Presidente da
cedimento disciplinar. Assembleia Legislativa, do Chefe do Poder Executivo, do Pre‑
Art. 189. Aplica-se o disposto neste Título ao procedi‑ sidente do Tribunal de Contas e do Presidente do Conselho
mento em que for indiciado aposentado ou funcionário em de Contas dos Municípios, o funcionário justificará perante
disponibilidade. essas autoridades a escusa da obediência.

CAPÍTULO II CAPÍTULO III


Dos Deveres Das Proibições

Art. 190. Os deveres do funcionário são gerais, quando Art. 193. Ao funcionário é proibido:


fixados neste Estatuto e legislação complementar, e espe‑ I  – salvo as exceções constitucionais pertinentes, acu‑
ciais, quando fixados tendo em vista as peculiaridades das mular cargos, funções e empregos públicos remunerados,
atribuições funcionais. inclusive nas entidades da Administração Indireta (autar‑
Art. 191. São deveres gerais do funcionário: quias, empresas públicas e sociedades de economia mista);
I – lealdade e respeito às instituições constitucionais e II – referir-se de modo depreciativo às autoridades em
administrativas a que servir; qualquer ato funcional que praticar, ressalvado o direito de
II  – observância das normas constitucionais, legais e crítica doutrinária aos atos e fatos administrativos, inclusive
regulamentares; em trabalho público e assinado;
III – obediência às ordens de seus superiores hierárqui‑ III – retirar, modificar ou substituir qualquer documento
cos; oficial, com o fim de constituir direito ou obrigação, ou de
IV – continência de comportamento, tendo em vista o alterar a verdade dos fatos, bem como apresentar documen‑
decoro funcional e social; to falso com a mesma finalidade;
V – levar, por escrito, ao conhecimento da autoridade IV – valer-se do exercício funcional para lograr proveito
superior irregularidades administrativas de que tiver ciência ilícito para si, ou para outrem;
em razão do cargo que ocupa, ou da função que exerça; V – promover manifestação de desapreço ou fazer circu‑
VI – assiduidade; lar ou subscrever lista de donativos, no recinto do trabalho;
VII – pontualidade; VI – coagir ou aliciar subordinados com objetivos polí‑
VIII – urbanidade; tico- partidários;
IX – discrição; VII  – participar de diretoria, gerência, administração,
X – guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos conselho técnico ou administrativo, de empresa ou socie‑
de natureza reservada de que tenha conhecimento em razão dades mercantis;
do cargo que ocupa, ou da função que exerça; VIII – pleitear, como procurador ou intermediário, junto
XI – zelar pela economia e conservação do material que aos órgãos e entidades estaduais, salvo quando se tratar
lhe for confiado; de percepção de vencimentos, proventos ou vantagens de
XII – atender às notificações para depor ou realizar perí‑ parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau civil;
cias ou vistorias, tendo em vista procedimentos disciplinares; IX – praticar a usura;
XIII – atender, nos prazos de lei ou regulamentares, as X – receber propinas, vantagens ou comissões pela prá‑
requisições para defesa da Fazenda Pública; tica de atos de ofício;
XIV – atender, nos prazos que lhe forem assinados por lei XI – revelar fato de natureza sigilosa, de que tenha ciên‑
ou regulamento, os requerimentos de certidões para defesa cia em razão do cargo ou função, salvo quando se tratar de
de direitos e esclarecimentos de situações; depoimento em processo judicial, policial ou administrativo;
XV – providenciar para que esteja sempre em ordem, no XII – cometer a outrem, salvo os casos previstos em lei ou
assentamento individual, sua declaração de família; ato administrativo, o desempenho de sua atividade funcional;
XVI – atender, prontamente, e na medida de sua com‑ XIII  – entreter-se, nos locais e horas de trabalho, com
Conhecimentos Específicos

petência, os pedidos de informação do Poder Legislativo e atividades estranhas às relacionadas com as suas atribuições,
às requisições do Poder Judiciário; causando prejuízos a estas;
XVII – cumprir, na medida de sua competência, as deci‑ XIV  – deixar de comparecer ao trabalho sem causa
sões judiciais ou facilitar-lhes a execução. justificada;
Art. 192. O funcionário deixará de cumprir ordem de XV – ser comerciante;
autoridade superior quando: XVI – contratar com o Estado, ou suas entidades, salvo
I – a autoridade de quem emanar a ordem for incom‑ os casos de prestação de serviços técnicos ou científicos,
petente; inclusive os de magistério em caráter eventual;
II – não se contiver a ordem na área da competência do XVII – empregar bens do Estado e de suas entidades em
órgão a que servir o funcionário seu destinatário, ou não se serviço particular;
referir a nenhuma das atribuições do servidor; XVIII – atender pessoas estranhas ao serviço, no local de
III – for a ordem expedida sem a forma exigida por lei; trabalho, para o trato de assuntos particulares;

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XIX – retirar bens de órgãos ou entidades estaduais, salvo IV  – incontinência pública e escandalosa e prática de
quando autorizado pelo superior hierárquico e desde que jogos proibidos;
para atender a interesse público. V – insubordinação grave em serviço;
Parágrafo único. Excluem-se da proibição do item XVI os VI – ofensa física ou moral em serviço contra funcionário
contratos de cláusulas uniformes e os de emprego, em geral, ou terceiros;
quando, no último caso, não configurarem acumulação ilícita. VII  – aplicação irregular dos dinheiros públicos, que
Art. 194. É ressalvado ao funcionário o direito de acu‑ resultem em lesão para o Erário Estadual ou dilapidação do
mular cargo, funções e empregos remunerados, nos casos seu patrimônio;
excepcionais da Constituição Federal. VIII – quebra do dever de sigilo funcional;
§ 1º Verificada, em inquérito administrativo, acumulação IX – corrupção passiva, nos termos da lei penal;
proibida e provada a boa-fé, o funcionário optará por um X – falta de atendimento ao requisito do estágio proba‑
dos cargos, funções ou empregos, não ficando obrigado tório estabelecido no art. 27, § 1º, item III;
a restituir o que houver percebido durante o período da XI – desídia funcional;
acumulação vedada. XII – descumprimento de dever especial inerente a cargo
§ 2º Provada a má-fé, o funcionário perderá os cargos, em comissão.
funções ou empregos acumulados ilicitamente devolvendo § 1º Considera-se abandono de cargo a deliberada au‑
ao Estado o que houver percebido no período da acumu‑ sência ao serviço, sem justa causa, por trinta (30) dias con‑
lação. secutivos ou 60 (sessenta) dias, interpoladamente, durante
Art. 195. O aposentado compulsoriamente ou por inva‑ 12 (doze) meses.
lidez não poderá acumular seus proventos com a ocupação § 2º Entender-se-á por ausência ao serviço com justa
de cargo ou o exercício de função ou emprego público. causa não só a autorizada por lei, regulamento ou outro
Parágrafo único. Não se compreendem na proibição de ato administrativo, como a que assim for considerada após
acumular nem estão sujeitos a quaisquer limites: comprovação em inquérito ou justificação administrativa,
I – a percepção conjunta de pensões civis e militares; esta última requerida ao superior hierárquico pelo funcio‑
II – a percepção de pensões com vencimento ou salário; nário interessado, valendo a justificação, nos termos deste
III – a percepção de pensões com vencimentos de dispo‑ parágrafo, apenas para fins disciplinares.
nibilidade e proventos de aposentadoria e reforma; Art. 200. Tendo em vista a gravidade do ilícito, a demissão
IV – a percepção de proventos, quando resultantes de poderá ser aplicada com a nota “a bem do serviço público”,
cargos legalmente acumuláveis. a qual constará sempre nos casos de demissão referidos nos
itens I e VII do artigo 199.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. Salvo reabilitação obtida em processo
Das Sanções Disciplinares e seus Efeitos disciplinar de revisão, o funcionário demitido com a nota a
que se refere este artigo não poderá reingressar nos quadros
Art. 196. As sanções aplicáveis ao funcionário são as funcionais do Estado ou de suas entidades, a qualquer título.
Art. 201. Ao ato que cominar sanção, precederá sem‑
seguintes:
pre procedimento disciplinar, assegurada ao funcionário
I – repreensão;
indiciado ampla defesa, nos termos deste Estatuto, pena de
II – suspensão;
nulidade da cominação imposta.
III – multa;
Parágrafo único. As sanções referidas nos itens II e VI do
IV – demissão;
artigo 196 serão cominadas por escrito e fundamentalmente,
V – cassação de disponibilidade;
pena de nulidade.
VI – cassação de aposentadoria.
Art. 202. São competentes para aplicação das sanções
Art. 197. Aplicar-se-á a repreensão, sempre por escrito,
disciplinares:
ao funcionário que, em caráter primário, a juízo da autorida‑ I  – os Chefes dos Poderes Legislativo e Executivo, em
de competente, cometer falta leve, não cominável, por este qualquer caso, e privativamente, nos casos de demissão
Estatuto, com outro tipo de sanção. e cassação de aposentadoria ou disponibilidade, salvo se
Art. 198. Aplicar-se-á a suspensão, através de ato escrito, se tratar de punição de funcionário autárquico;
por prazo não superior a 90 (noventa) dias, nos casos de rein‑ II – os dirigentes superiores das autarquias, em qualquer
cidência de falta leve, e nos de ilícito grave, salvo a expressa caso, e, privativamente, nos casos de demissão e cassação,
cominação, por lei, de outro tipo de sanção. da aposentadoria ou disponibilidade;
Parágrafo único. Por conveniência do serviço, a suspen‑ III  – os Secretários de Estado e demais dirigentes de
são poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cin‑ órgãos subordinados ou auxiliares, em todos os casos, salvo
quenta por cento) por dia de vencimento, obrigado, neste os referidos nos itens I e II;
caso, o funcionário a permanecer em exercício. IV – os chefes de unidades administrativas em geral, nos
Art. 199. A demissão será obrigatoriamente aplicada nos casos de repreensão, suspensão até 30 (trinta) dias e multa
Conhecimentos Específicos

seguintes casos:13 correspondente.


I – crime contra a administração pública; Art. 203. Além da pena judicial que couber, serão consi‑
II  – crime comum praticado em detrimento de dever derados como de suspensão os dias em que o funcionário,
inerente à função pública ou ao cargo público, quando de notificado deixar de atender à convocação para prestação
natureza grave, a critério da autoridade competente; de serviços estatais compulsórios, salvo motivo justificado.
III – abandono de cargo; Art. 204. Será cassada a aposentadoria ou disponibili‑
dade se ficar provado, em inquérito administrativo, que o
13
O servidor público estável só perderá o cargo (art. 41, § 1º da Constituição aposentado ou disponível:
Federal):
• em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda I – praticou, quando no exercício funcional, ilícito punível
Constitucional nº 19, de 1998) com demissão;
• mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; II – aceitou cargo ou função que, legalmente, não poderia
• mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma
de lei complementar, assegurada ampla defesa. ocupar, ou exercer, provada a má-fé;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
III – não assumiu o disponível, no prazo legal, o lugar fun‑ indiciado ampla defesa, nos termos dos artigos estatutários
cional em que foi aproveitado, salvo motivo de força maior; que disciplinam o inquérito administrativo, reduzidos os
IV – perdeu a nacionalidade brasileira. prazos neles estabelecidos, à metade.
Parágrafo único. A cassação da aposentadoria ou disponi‑ § 2º Aberta a sindicância, suspende-se a fluência do
bilidade extingue o vínculo do aposentado ou do disponível período do estágio probatório.
com o Estado ou suas entidades autárquicas. § 3º A sindicância será realizada por funcionário estável,
Art. 205. A suspensão preventiva será ordenada pela designado pela autoridade que determinar a sua abertura.
autoridade que determinar a abertura do inquérito admi‑ § 4º A sindicância precede o inquérito administrativo,
nistrativo, se, no transcurso deste, a entender indispensável, quando for o caso, sendo-lhe anexada como peça informativa
nos termos do § 1º deste artigo. e preliminar.
§ 1º A suspensão preventiva não ultrapassará o prazo § 5º A sindicância será realizada no prazo máximo de
de 90 (noventa) dias e somente será determinada quando 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período, a pedido
o afastamento do funcionário for necessário, para que, do sindicante, e a critério da autoridade que determinou a
como indiciado, não venha a influir na apuração de sua sua abertura.
responsabilidade. § 6º Havendo ostensividade ou indícios fortes de autoria
§ 2º Suspenso preventivamente, o funcionário terá, do ilícito administrativo, o sindicante indiciará o funcioná‑
entretanto, direito: rio, abrindo-lhe o prazo de 3 (três) dias para defesa prévia.
I – a computar o tempo de serviço relativo ao período A seguir, com o seu relatório, encaminhará o processo de
de suspensão para todos os efeitos legais; sindicância à autoridade que determinou a sua abertura.
II – a computar o tempo de serviço para todos os fins de § 7º O sindicante poderá ser assessorado por técnicos, de
lei, relativo ao período que ultrapassar o prazo da suspensão preferência pertencentes aos quadros funcionais, devendo
preventiva; todos os atos da sindicância serem reduzidos a termo por
III – a perceber os vencimentos relativos ao período de secretário designado pelo sindicante, dentre os funcionários
suspensão, se reconhecida a sua inocência no inquérito do órgão a que pertencer.
administrativo; § 8º Ultimada a sindicância, não apurada a responsabi‑
IV – a perceber as gratificações por tempo de serviço já lidade administrativa, ou o descumprimento dos requisitos
prestado e o salário-família. do estágio probatório, o processo será arquivado, fixada a
Art. 206. Os Chefes dos Poderes Legislativo, Executivo e responsabilidade funcional, a autoridade que determinou a
Judiciário, os Presidentes do Tribunal de Contas e do Conse‑ sindicância encaminhará os respectivos autos para a Comis‑
lho de Contas dos Municípios, os Secretários de Estado e os são Permanente de Inquérito Administrativo, que funcionará:
dirigentes das Autarquias poderão ordenar a prisão admi‑ I – no Poder Executivo, na Governadoria, nas Secretarias
nistrativa do funcionário responsável direto pelos dinheiros de Estado, órgãos desconcentrados e nas autarquias;
e valores públicos, ou pelos bens que se encontrarem sob a II – no Poder Legislativo, na Diretoria Geral;
guarda do Estado ou de suas Autarquias, no caso de alcance III – no Tribunal de Contas e no Conselho de Contas dos
ou omissão no recolhimento ou na entrega a quem de direito Municípios.
nos prazos e na forma da lei.
§ 1º Recolhida aos cofres públicos a importância desvia‑ CAPÍTULO VI
da, a autoridade que ordenou a prisão revogará imediata‑ Do Inquérito Administrativo
mente o ato gerador da custódia.
§ 2º A autoridade que ordenar a prisão, que não poderá Art. 210. O inquérito administrativo é o procedimento
ultrapassar a 90 (noventa) dias, comunicará imediatamente através do qual os órgãos e as autarquias do Estado apuram
o fato à autoridade judiciária competente e providenciará a responsabilidade disciplinar do funcionário.
a abertura e realização urgente do processo de tomada de Parágrafo único. São competentes para instaurar o
contas. inquérito:
Art. 207. A prisão, a que se refere o artigo anterior, será I – o Governador, em qualquer caso;
cumprida em local especial. II – os Secretários de Estado, os dirigentes das Autarquias
Art. 208. Aplica-se à prisão administrativa o disposto no e os Presidentes da Assembleia Legislativa, do Tribunal de
§ 2º do art. 205 deste Estatuto. Contas e do Conselho de Contas dos Municípios, em suas
áreas funcionais, permitida a delegação de competência.
CAPÍTULO V Art. 211. O inquérito administrativo será realizado por
Da Sindicância Comissões Permanentes, instituídas por atos do Governador,
do Presidente da Assembleia Legislativa, do Presidente do
Art. 209. A sindicância é o procedimento sumário atra‑ Tribunal de Contas, do Presidente do Conselho de Contas
vés do qual o Estado ou suas autarquias reúnem elementos dos Municípios, dos dirigentes das Autarquias e dos órgãos
informativos para determinar a verdade em torno de possí‑ desconcentrados, permitida a delegação de poder, no caso
Conhecimentos Específicos

veis irregularidades que possam configurar, ou não, ilícitos do Governador, ao Secretário de Administração.
administrativos, aberta pela autoridade de maior hierarquia, Art. 212. As Comissões Permanentes de Inquérito Admi‑
no órgão em que ocorreu a irregularidade, ressalvadas em nistrativo compor-se-ão de três membros, todos funcionários
qualquer caso, permitida a delegação de competência: estáveis do Estado ou de suas autarquias, presidida pelo
I – do Governador, em qualquer caso; servidor que for designado pela autoridade competente,
II – dos Secretários de Estado, dos dirigentes autárquicos que colocará à disposição das Comissões o pessoal neces‑
e dos Presidentes da Assembleia Legislativa, Tribunal de sário ao desenvolvimento de seus trabalhos, inclusive os de
Contas e do Conselho de Contas dos Municípios, em suas secretário e assessoramento.
respectivas áreas funcionais. Art. 213. Instaurado o inquérito administrativo, a auto‑
§ 1º Abrir-se-á, também, sindicância para apuração das ridade encaminhará seu ato para a Comissão de Inquérito
aptidões do funcionário, no estágio probatório, para fins de que for competente, tendo em vista o local da ocorrência
demissão ou exoneração, quando for o caso, assegurada ao da irregularidade verificada, ou a vinculação funcional do

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
servidor a quem se pretende imputar a responsabilidade CAPÍTULO VII
administrativa. Da Revisão
Art. 214. Abertos os trabalhos do inquérito, o Presidente
da Comissão mandará citar o funcionário acusado, para que, Art. 228. A qualquer tempo poderá ser requerida a revi‑
como indiciado, acompanhe, na forma do estabelecido neste são do procedimento administrativo de que resultou sanção
Estatuto, todo o procedimento, requerendo o que for do disciplinar, quando se aduzam fatos ou circunstâncias que
interesse da defesa. possam justificar a inocência do requerente, mencionados
Parágrafo único. A citação será pessoal, mediante pro‑ ou não no procedimento original.
tocolo, devendo o servidor dele encarregado consignar, por Parágrafo único. Tratando-se de funcionário falecido ou
escrito, a recusa do funcionário em recebê-la. Em caso de não desaparecido, a revisão poderá ser requerida pelo cônjuge,
ser encontrado o funcionário, estando ele em lugar incerto e companheiro, descendente, ascendente colateral consan‑
não sabido, a citação far-se-á por edital, publicado no Diário güíneo até o 2º grau civil.
Oficial do Estado, com prazo de 15 (quinze) dias, depois Art. 229. Processar-se-á a revisão em apenso ao processo
do que, não comparecendo o citado, ser-lhe-á designado original.
defensor, nos termos do art. 184, item III e § 1º do art. 185. Parágrafo único. Não constitui fundamento para a revisão
Art. 215. Citado, o indiciado poderá requerer suas pro‑
a simples alegação de injustiça da sanção.
vas no prazo de 5 (cinco) dias, podendo renovar o pedido,
Art. 230. O requerimento devidamente instruído será
no curso do inquérito, se necessário para demonstração de
dirigido à autoridade que aplicou a sanção, ou àquela que a
fatos novos.
Art. 216. A falta de notificação do indiciado ou de seu tiver confirmado, em grau de recurso.
defensor, para todas as fases do inquérito, determinará a Parágrafo único. Para processar a revisão, a autoridade
nulidade do procedimento. que receber o requerimento nomeará uma comissão com‑
Art. 217. Encerrada a fase probatória, o indiciado será posta de três funcionários efetivos, de categoria igual ou
notificado para apresentar, por seu defensor, no prazo de 10 superior à do requerente.
(dez) dias, suas razões finais de defesa. Art. 231. Na inicial, o requerente pedirá dia e hora para
Art. 218. Apresentadas as razões finais de defesa, a inquirição das testemunhas que arrolar.
Comissão encaminhará os autos do inquérito, com relatório Parágrafo único. Será considerada informante a testemu‑
circunstanciado e conclusivo, à autoridade competente para nha que, residindo fora da sede onde funcionar a comissão,
o seu julgamento. prestar depoimento por escrito.
Art. 219. Sob pena de nulidade, as reuniões e as diligên‑ Art. 232. Concluído o encargo da comissão, no prazo de
cias realizadas pela Comissão de Inquérito serão consignadas 60 (sessenta) dias, prorrogável por trinta (30) dias, nos casos
em atas. de força maior, será o processo, com o respectivo relatório,
Art. 220. Da decisão de autoridade julgadora cabe recur‑ encaminhado à autoridade competente para o julgamento.
so no prazo de 10 (dez) dias, com efeito suspensivo, para a Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20
autoridade hierárquica imediatamente superior, ou para a (vinte) dias, prorrogável por igual período, no caso de serem
que for indicada em regulamento ou regimento. determinadas novas diligências.
Parágrafo único. Das decisões dos Secretários de Estado e Art. 233. Das decisões proferidas em procedimento de
do Presidente do Conselho de Contas dos Municípios caberá revisão cabe recurso, na forma do art. 220.
recurso, com efeito suspensivo, no prazo deste artigo, para
o Governador. Das decisões do Presidente da Assembleia TÍTULO VII
Legislativa e do Tribunal de Contas caberá recurso, com os DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
efeitos deste parágrafo, para o Plenário da Assembleia e do
Tribunal, respectivamente. CAPÍTULO ÚNICO
Art. 221. O inquérito administrativo será concluído no Das Disposições Gerais e Transitórias
prazo máximo de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado
por igual período, a pedido da Comissão, ou a requerimento Art. 234. O órgão central do sistema de pessoal do Poder
do indiciado, dirigido à autoridade que determinou o pro‑ Executivo e os assemelhados do Poder Legislativo e entidades
cedimento. autárquicas fornecerão ao funcionário cartão de identida‑
Art. 222. Em qualquer fase do inquérito será permitida a
de, dele devendo constar o retrato, a impressão digital, a
intervenção do indiciado, por si, ou por seu defensor.
filiação, a data de nascimento e a qualificação funcional do
Art. 223. Havendo mais de um indiciado e diversidade
identificado.
de sanções caberá o julgamento à autoridade competente
para imposição da sanção mais grave. Neste caso, os prazos Parágrafo único. Será recolhido o cartão do funcionário
assinados aos indiciados correrão em comum. que for exonerado, demitido ou aposentado.
Art. 224. O funcionário só poderá ser exonerado, estando Art. 235. Salvo disposição expressa em contrário, os
respondendo a inquérito administrativo, depois de julgado prazos previstos neste Estatuto somente correrão nos dias
Conhecimentos Específicos

este com a declaração de sua inocência. úteis, excluindo-se o dia inicial.


Art. 225. Recebidos os autos do inquérito, a autoridade Art. 236. Nos dias úteis, só por determinação dos Chefes
julgadora proferirá sua decisão no prazo improrrogável de dos Poderes Executivo e Legislativo poderão deixar de fun‑
20 (vinte) dias. cionar os órgãos e entidades estaduais.
Art. 226. Declarada a nulidade do inquérito, no todo ou Art. 237. É assegurado aos funcionários o direito de se
em parte, por falta do cumprimento de formalidade essen‑ agruparem em associação de classe, sem caráter sindical ou
cial, inclusive o reconhecimento de direito de defesa, novo político- partidário.
procedimento será aberto. Parágrafo único. Essas Associações, que deverão ter
Art. 227. No caso do artigo anterior e no de esgotamen‑ personalidade jurídica de direito privado, representarão os
to do prazo para a conclusão do inquérito, o indiciado, se que integrarem o seu quadro social perante as autoridades
tiver sido afastado de seu cargo, retornará ao seu exercício administrativas, em matéria de interesse da coletividade
funcional. funcional.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 238. O dia 28 de outubro será consagrado ao fun‑ representação, mantida a simbologia vigente até definição
cionário público estadual e comemorado, oficialmente, na regulamentar.
forma do que for disposto em Regulamento. Art. 247. Aplica-se o regime desta lei aos estabilizados
Art. 239. Ressalvadas as exceções constantes de dispo‑ nos termos do § 2º do Art. 177 da Constituição Federal de
sição expressa em lei, bem como os casos de acumulação 1967, com a redação dada pelo art. 194 da Emenda Consti‑
lícita, o funcionário não poderá receber, mensalmente, im‑ tucional nº 1, de 17 de outubro de 1969, desde que sujeitos
portância total superior a noventa por cento da percebida ao regime do Estatuto anterior, quando da aquisição da
pelos Secretários de Estado. estabilidade.
§ 1º Ficam excluídas do limite deste artigo: Parágrafo único. Com a estabilidade, as funções de
I – a gratificação pela representação de Gabinete; caráter eventual dos servidores em geral passam a ser de
II – salário-família; natureza permanente, caracterizando-se como cargo, de‑
III – progressão horizontal; vendo como tal, serem consideradas, para todos os efeitos.
IV – diárias e ajuda de custo; Art. 248. O funcionário que esteja com o seu vínculo
V – gratificação pela participação em órgão de delibe‑ funcional suspenso, ou no gozo de licença, poderá ser, a
ração coletiva; qualquer tempo, citado para se defender em procedimento
VI – gratificação de exercício; disciplinar, ou notificado para nele prestar depoimento, ou
VII – gratificação por prestação de serviço extraordinário. realizar ou se submeter a provas de natureza pericial, salvo
§ 2º O funcionário não perceberá, a qualquer título, manifesta impossibilidade por motivo de doença, justificada
importância mensal superior à recebida pelo Governador do perante o sindicante ou Comissão Permanente de Inquérito.
Estado, não se computando, entretanto, no cálculo, diárias, Art. 249. São considerados concursos públicos, gerando
ajudas de custo, gratificação por serviço ou estudo fora do todos os efeitos que lhe são atinentes, os exames de provas
Estado e a progressão horizontal. de habilitação ou seleção realizados para a admissão de
Art. 240. É vedado pôr o funcionário à disposição de candidatos a funções das extintas TNM e que se revestiram
entidade de direito privado, estranha no Sistema Adminis‑ das características essenciais dos concursos públicos, consi‑
trativo, salvo em caso de convênio, ou para exercer função deradas, como tais, a acessibilidade a todos os brasileiros,
considerada pelo sistema de relevante interesse social. o caráter competitivo e eliminatório e ampla divulgação.
Art. 241. São isentos de qualquer tributo ou emolu‑ Parágrafo único. A declaração de equivalência será feita
mentos os requerimentos, certidões e outros papéis que pelo órgão central do sistema de pessoal, mediante provo‑
interessem ao funcionário público ou a aposentado, nessas cação do interessado.
qualidades. Art. 250. Reduzida a capacidade do funcionário para o
Art. 242. Nenhum tributo estadual incidirá sobre os ven‑ exercício das atribuições do cargo que ocupa, comprovada
cimentos, proventos ou qualquer vantagem do funcionário através de perícia médica oficial, será ele readaptado, me‑
ou do aposentado, nem sobre os atos ou títulos referentes diante transferência, em cargo de atribuições compatíveis
à sua vida funcional. com o seu novo estado psíquico ou somático.
Art. 243. As normas do regime disciplinar previstas neste Parágrafo único. A readaptação obedecerá ao disposto
Estatuto, salvo as de natureza adjetiva, não se aplicam aos nos arts. 50 e 51 deste Estatuto.
casos pendentes. Art. 251. E permitida a consignação em folha de venci‑
Art. 244. O afastamento do funcionário ocupante de mentos, salários, proventos, subsídios, pensões e montepios.
cargo de chefia, direção, fiscalização ou arrecadação, para § 1º A soma das consignações não excederá de 30%
disputar mandato eletivo, dar-se-á nos termos da legislação (trinta por cento) dos vencimentos, salários, proventos,
eleitoral pertinente. subsídios, pensões e montepios.
Parágrafo único. Durante o afastamento de que trata este § 2º Esse limite será elevado até 70% (setenta por cento)
artigo o funcionário não perceberá os vencimentos ou vanta‑ para prestação alimentícia, educação, aluguel de casa ou
gens do cargo que momentaneamente detinha ou de que for aquisição de imóvel destinado a moradia própria.
ocupante efetivo, exceto o salário-família, considerando-se § 3º Serão computadas para efeito do cálculo previsto
o afastamento como autorização para o trato de interesses neste artigo as vantagens pecuniárias acessórias de caráter
particulares. permanente.
Art. 245. Ao ex-combatente da Força do Exército, da Art. 252. A partir de 1º de janeiro de 1974, todas as
Expedicionária Brasileira, da Força Aérea Brasileira, da Ma‑ gratificações adicionais por tempo de serviço percebidas
rinha de Guerra e da Marinha Mercante do Brasil, que tenha pelos funcionários deverão ser convertidas na progressão
participado efetivamente de operações bélicas na segunda horizontal prevista no Capítulo X, Seção I, do Titulo II, deste
Guerra Mundial, e cuja situação se encontra definida na Lei Estatuto.
Federal nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, são assegu‑ Art. 253. O Estado, na forma que dispuser Decreto do
rados os seguintes direitos: Governador do Estado, poderá assegurar bolsa de estudo
I – estabilidade, se funcionário público; ao funcionário, como incentivo à sua profissionalização, em
Conhecimentos Específicos

II – aproveitamento no serviço público, sem a exigência cursos não regulares de formação, treinamento, aperfei‑
do disposto no art. 106, § 1º da Constituição do Estado; çoamento e de especialização profissionais, mantidos por
III – aposentadoria com proventos integrais aos 25 (vinte entidades oficiais ou particulares, de reconhecida e notória
e cinco) anos de serviço efetivo, se funcionário público da idoneidade.
Administração direta ou autárquica; Parágrafo único. O Decreto a que se refere este artigo
IV – benefício do Instituto de Previdência; poderá dispor sobre a concessão de bolsas de estudo para
V – promoção após interstício legal, e se houver vaga; funcionários em cursos de extensão universitária e de pós‑
VI  – assistência médica, hospitalar e educacional, se -graduação.
carente de recurso. Art. 254. A carga horária de trabalho de trinta (30) horas
Art. 246. As atuais funções gratificadas passam à ca‑ semanais, a que estão obrigados os servidores públicos do
tegoria de cargos em comissão, convertendo-se automa‑ Sistema Administrativo Estadual, será prestada, em período e
ticamente os valores das gratificações em gratificações de tempo corrido das segundas às sextas-feiras.

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Parágrafo único. Os servidores que ocupam cargo de Art. 4º Os servidores integrantes da carreira redeno‑
magistrado, procurador, assessor jurídico, professor, médico, minada por esta Lei são submetidos ao regime de plantão
engenheiro, agrônomo, servidores públicos estatutários e de 12 x 36 horas, podendo haver revezamento no período
demais atividades assemelhadas, bem como os que exercem diurno e noturno.
cargo em comissão terão seus regimes de trabalho definidos Art. 5º A estrutura remuneratória dos Agentes Peniten‑
em regulamento próprio. ciários, integrantes da Carreira de Segurança Penitenciária,
Art. 255. Continuam em vigor as Leis e Regulamentos que é composta pelo vencimento base constante do anexo III,
disciplinam os institutos previstos neste Estatuto, desde que da Gratificação de Atividades Especiais e de Risco – GAER,
com ele não colidam, até que novas normas sejam expedidas. prevista no art.7º e Adicional Noturno previsto no art.8º,
Art. 256. Os Poderes Legislativo e Executivo, no âmbito de
todos desta Lei.
suas respectivas competências, expedirão os atos necessários
§ 1º Além das parcelas previstas no caput deste artigo,
a complementação e explicitação deste Estatuto.
o Agente Penitenciário integrante da Carreira de Segurança
Art. 257. Aplicam-se as disposições deste Estatuto subsi‑
diariamente, no que couber, ao Magistério Estadual em todos Penitenciária, poderá receber vantagem pessoal, sendo esta
os graus de ensino, ao pessoal da Policia Civil de carreira e compreendida como o valor já incorporado à remuneração
aos funcionários administrativos do Poder Judiciário. do Agente decorrente do exercício de cargo em comissão e a
Art. 258. Esta lei entrará em vigor a 1º de janeiro 1974, Gratificação por Adicional de Tempo de Serviço para aqueles
ficando revogadas todas as disposições legais ou regulamen‑ que já tinham implementado as condições para tanto quando
tares que, implícita ou explicitamente, colidam com este da edição da Lei nº 12.913, de 18 de junho de 1999.
Estatuto, especialmente a Lei nº 4.196, de 5 de setembro de § 2º Poderá ainda o Agente Penitenciário integrante da
1958; a Lei nº 4.658, de 19 de novembro de 1959; a Lei nº Carreira de Segurança Penitenciária perceber complemento,
7.999, de 11 de maio de 1965; a Lei nº 8.384, de 10 de janeiro este entendido como a parte percebida pelo agente que
de 1966; a Lei nº 9.226, de 27 de novembro de 1968; a Lei ultrapasse os valores decorrentes da presente Lei, percebida
nº 9.260, de 12 de dezembro de 1968, no que diz respeito no mês anterior ao da publicação desta norma, excluídas a
ao funcionário autárquico; a Lei nº 9.381, de 27 de julho de vantagem pessoal e a gratificação por adicional de tempo
1970; a Lei nº 9.443, de 9 de março de 1971 e a Lei nº 9.496, de serviço.
de 19 julho de 1971. Art.5º‑A. Fica instituído o Abono Especial por Reforço
Operacional ao Agente Penitenciário que, em caráter volun‑
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em For‑ tário, participar de serviço para o qual seja designado eventu‑
taleza, 14 de maio de 1974. almente, nos termos desta Lei e do respectivo regulamento.
§  1º O Abono Especial por Reforço Operacional é de
CÉSAR CALS natureza voluntária e a operação de reforço operacional
Claudino Sales Edival de Melo Távora deverá ser planejada pela Secretaria da Justiça e Cidadania,
Josberto Romero de Barros utilizando‑se no máximo 75% (setenta e cinco por cento) do
José Valdir Pessoa efetivo de Agentes Penitenciários ativos, conforme a natureza
Júlio Gonçalves Rego do trabalho de segurança penitenciária a ser desenvolvido
Alfredo Montenegro Franco nos termos do anexo único desta Lei. (Redação dada pela
Uchôa Lima Vicente Férrer Augusto Lima
Lei nº 6.120, de 14 de outubro de 2016)
José Aragão Cavalcanti
§ 2º O abono de que trata este artigo não será incorpo‑
Murilo Walderek M. de Serpa
rado aos vencimentos para nenhum efeito, inclusive previ‑
Amaury de Castro e Silva João
José Aristides Braga Ernando denciário, bem como não será considerado para cálculo de
quaisquer vantagens pecuniárias.
§  3º O abono Especial por Reforço Operacional será
LEI Nº 14.582, 21 DE DEZEMBRO DE 2009 limitado à execução de, no máximo, 60 (sessenta) horas de
reforços operacionais por mês, além da jornada normal de
Redenomina a carreira guarda
trabalho do Agente Penitenciário. (Redação dada pela Lei
penitenciária, e dá outras provi-
nº 16.063, de de julho de 2016)
dências.
Art. 6º Fica concedido, a partir de 1º de setembro de
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço saber que a 2008, Abono aos Agentes Penitenciários na forma do anexo
Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei: IV, da presente Lei, valor este absorvido na composição da
Art. 1º A carreira Guarda Penitenciária, integrante do remuneração, decorrente da redenominação da Carreira de
Grupo Ocupacional Atividades de Apoio Administrativo e Segurança Penitenciária.
Operacional, prevista no item 2, do anexo I, da Lei nº 12.386, § 1º O disposto no caput deste artigo aplica-se aos apo‑
sentados e aos pensionistas.
Conhecimentos Específicos

de 9 de dezembro de 1994, fica redenominada para carreira


Segurança Penitenciária e estruturada na forma do anexo I § 2º O abono previsto neste artigo não poderá ser consi‑
desta Lei, passando os Agentes Penitenciários a ter as seguin‑ derado ou computado para fins de concessão ou de cálculos
tes atribuições: atendimento, vigilância, custódia, guarda, de vantagens financeiras de qualquer natureza, cessando
escolta, assistência e orientação de pessoas recolhidas aos integralmente os pagamentos a esse título quando da im‑
estabelecimentos penais estaduais. (Redação dada pela Lei plementação da tabela vencimental que trata o anexo III.
nº 14.966, de 13 de julho de 2011) Art. 7º Fica instituída a Gratificação de Atividades Espe‑
Art. 2º Os ocupantes dos cargos/funções de Agente Peni‑ ciais e de Risco – GAER, devida aos servidores em atividades
tenciário, da carreira Segurança Penitenciária redenominada ocupantes dos cargos/funções de Agente Penitenciário, inte‑
pelo art.1º desta Lei, são posicionados na forma do anexo II. grantes da carreira de Segurança Penitenciária, no percentual
Art. 3º A Tabela vencimental para a carreira Segurança de 60% (sessenta por cento), incidente, exclusivamente,
Penitenciária é a prevista no anexo III. sobre o vencimento base, em razão do efetivo exercício das

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funções específicas de segurança, internas e externas, nos Secretaria da Justiça e Cidadania, a título de Reforço Opera‑
estabelecimentos prisionais do Estado. (Redação dada pela cional, na forma do art. 5º- A desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 15.154, de 9 de maio de 2012)14 Lei n.º 16.063, de 7 de julho de 2016)
§ 1º A GAER prevista no caput é devida aos integrantes Art. 12. A Gratificação de que trata o art.7º desta Lei,
da carreira prevista no art.1º desta Lei, como compensação será incorporada aos proventos de aposentadoria, des‑
do acréscimo da jornada, quando no efetivo exercício sob de que o servidor tenha contribuído por pelo menos 60
regime de plantão de 12 (doze) horas de trabalho, com re‑ (sessenta) meses ininterruptos para o Sistema Único de
vezamento no período diurno e noturno, perfazendo uma Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares,
carga horária semanal de 48 (quarenta e oito) horas. dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do Estado do
§ 2º Os servidores ocupantes dos cargos/funções de Ceará – SUPSEC. (Redação dada pela Lei nº 15.154, de 9 de
Agentes Penitenciários quando no exercício de cargos maio de 2012)
comissionados nas unidades prisionais, na Coordenadoria § 1º Para os servidores que implementarem as regras
do Sistema Penal, cujas atribuições sejam de natureza peni‑ dos arts.3º e 6º da Emenda Constitucional Federal nº 41, de
tenciária, ou, ainda, na Célula de Inteligência Penitenciária, 19 de dezembro de 2003, ou do art.3º, da Emenda Constitu‑
vinculada ao Gabinete da Secretaria da Justiça e Cidadania, cional Federal nº 47, de 5 de julho de 2005, e cujo período
farão jus a GAER. (Redação dada pela Lei nº 14.966, de 13 de percepção por ocasião do pedido de aposentadoria seja
de julho de 2011) menor do que 60 (sessenta) meses, será observada a média
Art. 8º É devido aos servidores ocupantes dos cargos/ aritmética do período de percepção, multiplicado pela fração
funções de Agente Penitenciário o adicional por trabalho cujo numerador será o número correspondente ao total de
noturno nas seguintes condições: meses trabalhados e o denominador será sempre o numeral
§ 1º O adicional por trabalho noturno é devido ao servi‑ 60 (sessenta).
dor cujo trabalho seja executado entre 22 (vinte e duas horas) § 2º O disposto neste artigo não se aplica para os servi‑
de um dia às 5 (cinco) horas do dia seguinte; dores que se aposentarem pelas regras previstas no art.40
§ 2º A hora de trabalho noturno será computada como da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda
de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos; Constitucional Federal nº 41, de 19 de dezembro de 2003,
§ 3º O trabalho noturno será remunerado com um nos termos da Legislação Federal.
acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor Art. 13. Ficam mantidas as regras instituídas no Capítulo
da hora diurno. IV, da Lei nº 12.386, de 9 de dezembro de 1994, referente a
Art. 9º A Gratificação pela execução de trabalho em ascensão funcional do servidor ocupante do cargo/função
condições especiais, inclusive com risco de vida ou de saúde, de Agente Penitenciário, conforme a estrutura e composição
prevista no inciso VI, do art. 132, da Lei nº 9.826, de 14 de constante no anexo I, sem prejuízo do interstício em curso.
maio de 1974, e no parágrafo único, art. 1º, da Lei nº 9.598, Parágrafo único. Os critérios específicos e os proce‑
de 28 de junho de 1972, e no art. 7º da Lei nº 9.788, de 4 dimentos para aplicação do princípio do mérito e/ou da
de dezembro de 1973, é incompatível com a percepção das antiguidade para a efetivação da progressão e da promoção
gratificações previstas nesta Lei, sendo vedado o seu paga‑ são os definidos no Decreto nº 22.793, de 1º de outubro de
mento aos integrantes da carreira redenominada por esta Lei. 1993, até que sejam definidos novos critérios.
Art. 14. As despesas decorrentes desta Lei correrão por
Art. 10. Fica extinta e cessa seu pagamento em relação
conta de dotação orçamentária da Secretaria da Justiça e
aos integrantes da carreira de Segurança Penitenciária a
Cidadania  – SEJUS, podendo ser suplementada, em caso
Gratificação Especial de Localização Carcerária, o Abono
de necessidade. (Redação dada pela Lei nº 16.063, de 7 de
Provisório e o Acréscimo de 40% (quarenta por cento) sobre
julho de 2016)
o vencimento base, previstos no art.1º e seus parágrafos, no Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
art.2º e parágrafo único, e art.3º, da Lei nº 13.095, de 12 de Art.16. Ficam revogadas as disposições em contrário.
janeiro de 2001.
Art. 11. A gratificação que trata o art. 7º desta Lei é in‑ Palácio Iracema, do Governo do Estado do Ceará, em
compatível com a percepção de qualquer gratificação pela Fortaleza, 21 de dezembro de 2009.
prestação de serviços extraordinários, com exceção dos
serviços eventuais a que estiverem inscritos voluntariamente Cid Ferreira Gomes
os agentes penitenciários designados eventualmente pela GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

ANEXO I
ESTRUTURA DA CARREIRA SEGURANÇA PENITENCIÁRIA GRUPO

QUALIFICAÇÃO
GRUPO CATEGORIA CARGO/
CARREIRA REFERÊNCIA EXIGIDA PARA
OCUPACIONAL FUNCIONAL FUNÇÃO
INGRESSO
Conhecimentos Específicos

Atividade de
Apoio Segurança Agente Curso de Nível
Apoio 1 a 20
Administrativo Penitenciária Penitenciário Médio
Administrativo

A Lei nº 16.102, de 2 de setembro de 2016 alterou o percentual da Gratificação de Atividades Especiais e de Risco - GAER, que passa a ser devida aos Agentes Peni‑
14

tenciários do Estado do Ceará, nos seguintes moldes:


• 70% (setenta por cento), a partir de fevereiro de 2017;
• 80% (oitenta por cento), a partir de janeiro de 2018; e
• 100% (cem por cento), a partir de novembro de 2018.

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ANEXO II ANEXO IV
POSICIONAMENTO DOS CARGOS/ VALORES CORRESPONDENTES AO ABONO
FUNÇÕES DE AGENTE PENITENCIÁRIO DO AGENTE PENITENCIÁRIO

SITUAÇÃO ATUAL SITUAÇÃO NOVA REFERÊNCIA VALOR EM R$


13 1 13 44,03
14 2 14 46,23
15 3 15 48,55
16 4 16 50,97
17 5 17 53,52
18 6 18 56,20
19 7 19 59,00
20 8 20 61,96
21 9 21 65,05
22 10 22 68,31
23 11 23 71,72
24 12 24 75,3
- 13
- 14 DECRETO Nº 25.050, DE 14 DE JULHO DE 1998
- 15
Dispõe sobre o sistema revis-
- 16 tas nos estabelecimentos penais
- 17 do Estado do Ceará e dá outras
- 18 providências.
- 19
- 20 O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, usando das
atribuições que lhe confere o art. 88, incisos IV e VI, da
ANEXO III Constituição Estadual, e
TABELA VENCIMENTAL DA CARREIRA SEGURANÇA Considerando o que dispõe a Lei Federal nº 7.210, de 11
PENITENCIÁRIA – 2012 – 40 horas de julho de 1984;
Considerando as sugestões deliberadas em plenário pelo
REFERÊNCIA/NÍVEL VALOR EM R$ Conselho Estadual de Direitos Humanos;
Considerando o dever da segurança dos estabelecimen‑
1 1.523,0915 tos penais em submeter as visitas e o material que transpor‑
2 1.600,07 tam à revista a fim de evitar a entrada de armas, drogas ou
3 1.680,07 objetos que possam comprometer a boa ordem, a disciplina
4 1.764,08 e a segurança desses estabelecimentos;
5 1.852,28 Considerando que os diretores dos estabelecimentos
penais devem zelar particularmente para que mantenham
6 1.944,88 e melhorem a vigilância das visitas aos presos;
7 2.042,14 Considerando a solicitação das entidades assistenciais,
8 2.144,24 pastorais e religiosas, para um melhor desempenho de suas
9 2.251,45 atividades nos estabelecimentos penais, decreta:
Art. 1º A revista dos visitantes, necessária à segurança
10 2.364,03
interna dos estabelecimentos penais do Estado do Ceará,
11 2.482,23 será realizada com respeito à dignidade humana e segundo
12 2.606,35 o disposto neste Decreto.
13 2.736,66 Art. 2º Considera-se visitante todo aquele que acorrer a
14 2.873,50 estabelecimento penal e ingressar em seu interior, para de
manter contato, direto ou indireto, com pessoas presas, os
15 3.017,19
prestar qualquer tipo de serviço à administração do estabe‑
16 3.167,94 lecimento penal.
Conhecimentos Específicos

17 3.326,43 Art. 3º Para garantia da segurança dos estabelecimentos


18 3.492,76 penais serão instalados detectores de metais e outros equi‑
19 3.667,39 pamentos necessários a impedir o ingresso de qualquer tipo
de armas e drogas nas casas prisionais.
20 3.850,76
Parágrafo único. Ninguém poderá deixar de se submeter
ao detector de metal.
O ingresso do Agente Penitenciário do Estado do Ceará far-se-á na referência
15 Art. 4º Todos os que necessitarem ingressar no interior de
1 do Grupo de Atividades de Apoio Administrativo Operacional – ADO, da qualquer estabelecimento penal, inclusive seus servidores,
Carreira de Segurança Penitenciária, instituída por esta Lei (Lei nº 14.582, de
21 de dezembro de 2009), com revisão geral determinada pelo Decreto nº serão submetidos a procedimento único e padronizado de
32.202/2017 (R$ 2.034,73), da Gratificação de Atividades Especiais e de Risco revistas, que serão realizadas por pessoa do mesmo sexo.
- GAER no percentual estipulado pela Lei Nº 16.102/2016 (R$ 1.424,31) e do Parágrafo único. Ficam excluídos da incidência do dispos‑
Adicional Noturno (R$288,25), somente quando o Agente Penitenciário estiver
submetido ao plantão no período noturno, totalizando R$ 3.747,29. to no caput os Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Judiciário, os magistrados, parlamentares, membros do as ações desenvolvidas no âmbito do Sistema Penitenciário
Ministério Público e Defensoria Pública, Secretários de Es‑ cearense, para o pleno desempenho das atividades das Uni‑
tado e os advogados regularmente inscritos na Ordem dos dades Prisionais, adequando‑se as diretrizes estabelecidas
Advogados do Brasil. na Lei de Execuções Penais;
Art. 5º Realizar-se-á a inspeção íntima, quando houver Considerando o trabalho realizado pela Comissão Es‑
fundada suspeita ou receio de que determinado visitante pecial criada para análise e proposituras das alterações
conduz ou pretende conduzir qualquer objeto ou substância revisionais, bem como as considerações trazidas pelos novos
não permitida em lei. equipamentos e setores da SEJUS, e a observações oriundas
Parágrafo único. Competirá à direção do estabelecimen‑ da contribuição de vários segmentos da sociedade, resolve:
to penal, na hipótese do caput deste artigo, a emissão de Art. 1º Aprovar a revisão do Regimento Geral dos Esta‑
guia de encaminhamento ao IML, para realização do exame belecimentos Prisionais do Estado do Ceará, na forma do
respectivo. Anexo que integra a presente Portaria.
Art. 6º Ficam expressamente vedadas quaisquer normas Art. 2º Este Regimento entrara em vigor na data da pu‑
restritivas ao ingresso de pessoas e alimentos nos estabele‑ blicação desta Portaria.
cimentos penais, salvo nas seguintes hipóteses:
a) visitante com ataduras, curativos ou assemelhados, SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA, em Fortaleza (CE),
sem atestado médico que justifique seu uso; aos 10 de dezembro de 2014.
b) alimentos definidos como bebidas alcoólicas, ou que,
sendo vegetais, possam produzir substâncias alcoólicas por Mariana Lobo Botelho Albuquerque
fermentação; SECRETÁRIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA
c) alimentos acondicionados em embalagens que possam
gerar subprodutos atentatórios a segurança. Registre‑se e publique‑se.
Art. 7º Poderá o Poder Executivo estabelecer critério de
credenciamento uniforme aos visitantes, mediante docu‑ ANEXO
mento específico fornecido pelo próprio estabelecimento REGIMENTO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS
penal, sem qualquer despesa ou custo para o credenciado.
PRISIONAIS DO ESTADO DO CEARÁ
Art. 8º As visitas dos familiares e amigos dos presos serão
mantidas às quartas-feiras e domingos, enquanto que as dos
TÍTULO I
representantes das entidades assistenciais, pastorais e reli‑
DO SISTEMA PENITENCIÁRIO
giosas ficarão a critério dos diretores dos estabelecimentos
penais que decidirão pelos dias que forem mais convenien‑
Art. 1º O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará adota
tes, preferencialmente em dias diferentes dos destinados
aos familiares e amigos. os princípios contidos nas Regras Mínimas para Tratamento
Parágrafo único. As entidades assistenciais, pastorais dos Reclusos e Recomendações pertinentes, formuladas
e religiosas credenciarão seus membros junto à Secretaria pela Organização das Nações Unidas – ONU – e respeita as
de Justiça, a qual fornecerá o documento de identificação diretrizes fixadas pela Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execuções
obrigatório a ser apresentado ao Corpo de Guarda no esta‑ Penais), alterações legislativas posteriores e nas Recomen‑
belecimento penal. dações Básicas para uma programação prisional editadas
Art. 9º O preso que mantiver contato, em local reservado, pelo Ministério da Justiça.
com qualquer daquelas pessoas enumeradas no parágrafo Art. 2º O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará
único do art. 4º, obrigatoriamente passará por vistoria, antes tem como finalidade a vigilância, custódia e assistência
e após desse contato. aos presos e às pessoas sujeitas a medidas de segurança,
Art. 10. Este Decreto entrará em vigor na data de sua assegurando‑lhes a preservação da integridade física e moral,
publicação. a promoção de medidas de integração e reintegração socio‑
Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário, espe‑ educativas, conjugadas ao trabalho produtivo.
cialmente o Decreto nº 24.754, de 29 de dezembro de 1997. § 1º Configura‑se, ainda, como finalidade do sistema
penitenciário estadual, a fiscalização e assistência ao egres‑
Palácio do Governo do Estado do Ceará, em Fortaleza, so, garantindo lhes a promoção de medidas de integração e
aos 14 de julho de 1998. reintegração socioeducativas.
Art. 3º O Sistema Penitenciário, pelas suas características
Tasso Ribeiro Jereissati especiais, fundamenta‑se na hierarquia funcional, disciplina
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ e, sobretudo, na defesa dos direitos e garantias individuais da
pessoa humana, organizado em Coordenadoria do Sistema
Sandra Dond Ferreira Penal – COSIPE, vinculado ao Poder Executivo como Órgão
Conhecimentos Específicos

Secretária da Justiça de Administração da Execução Penal.


Art. 4º A Coordenadoria do Sistema Penal é órgão subor‑
PORTARIA Nº 1.220/2014 dinado diretamente ao Secretário da Justiça e Cidadania do
Estado do Ceará, organizada em carreira, com ingresso de
A SECRETÁRIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA DO ESTADO DO seus integrantes na classe inicial, mediante Concurso Público
CEARÁ, no uso de suas atribuições legais que lhe são con‑ de provas e títulos, chefiada pelo Coordenador Geral, nome‑
feridas pelo art. 44, da Lei nº 13.875, de 7 de fevereiro de ado pelo Governador do Estado do Ceará, preferencialmente
2007, e tendo em vista o que consta do Processo do Sistema entre os membros da Instituição.
de Protocolo Único nº 5251265/2013; Parágrafo único. A nomeação do Coordenador do Sistema
Considerando a necessidade de revisar o Regimento Geral Penal deverá obedecer aos mesmos critérios previstos para a
dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará, confor‑ dos Diretores das Unidades Prisionais, constantes do artigo
me determina a Portaria nº 0.240/2010, que regulamenta 75 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execuções Penais).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 5º A Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Art. 10. As Penitenciárias destinam‑se aos condenados
Egresso é órgão subordinado diretamente ao Secretário da ao cumprimento da pena de reclusão, em regime fechado,
Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, tendo como missão caracterizando se pelas seguintes condições:
promover a inclusão social do preso e do egresso, através I – Segurança externa, através de muralha, com passadiço
do Núcleo Educacional e de Capacitação Profissionalizante e guaritas de responsabilidade dos Agentes Penitenciários do
– NECAP, do Núcleo de Empreendedorismo e Economia quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania.
Solidária – NEES, do Núcleo de Arte e Eventos – NAE e do II – Segurança interna realizada por equipe de Agentes
Núcleo de Gestão de Assistidos e Egressos. Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e
Cidadania que preserve os direitos do preso, mantenha a
TÍTULO II Segurança, a ordem e a disciplina da Unidade;
DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS III – Acomodação do preso preferencialmente em cela
individual;
Art. 6º O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará é IV  – Locais de trabalho, atividades socioeducativas e
constituído pelas seguintes Unidades: culturais, esportes, prática religiosa e visitas;
I – Centro de Triagem e Observação Criminológica; V – Trabalho externo, conforme previsto no art.36 da Lei
II – Unidades Prisionais e Casas de Privação Provisória de Execução Penal (LEP).
de Liberdade; § 1º Os estabelecimentos destinados a mulheres terão
III – Penitenciárias; estrutura adequada às suas especificidades e os responsáveis
IV – Colônias Agrícolas, Industriais ou Similares; pela segurança interna serão, obrigatoriamente, agentes pe‑
V – Complexo Hospitalar (Hospital Geral e Sanatório Penal nitenciários do sexo feminino, exceto em eventos críticos ou
e Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico); festivos, garantindo‑se, ainda, a obrigatoriedade de existên‑
VI – Casas do Albergado; cia de uma creche para a acomodação dos recém‑nascidos
VII – Cadeias Públicas. das internas neles recolhidos, nos 06 (seis) primeiros meses
§ 1º Os estabelecimentos prisionais buscarão não exceder de vida, prorrogável por igual período, se necessário.
a sua capacidade populacional máxima projetada.
§ 2º Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas
§ 2º A fim de garantir que o aprisionamento ocorra em
finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias
estabelecimento próximo ao contato familiar, deverá ser
Públicas locais, observadas as normas deste Regimento
priorizada a construção de unidades prisionais regionais.
no que forem aplicáveis, bem como as restrições legais ou
Art. 7º Os estabelecimentos prisionais destinam‑se ao
decisões judiciais.
condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso
§ 3º Haverá em cada estabelecimento de regime fecha‑
provisório e ao egresso.
Art. 8º Em todos os estabelecimentos prisionais será do uma Comissão Técnica de Classificação, que proporá o
obrigatoriamente observada a separação entre presos tratamento adequado para cada preso ou internado, além
provisórios e condenados, bem como a distinção por sexo, de acompanhar o programa de individualização da pena.
delito, faixa etária e antecedentes criminais, para orientar a Art. 11. As Casas de Privação Provisória de Liberdade
prisão cautelar, a execução da pena e a medida de segurança. destinam‑se aos presos provisórios, devendo apresentar
§ 1º Nos estabelecimentos prisionais será observada a estrutura adequada que garanta o exercício dos direitos
proporção de, no mínimo, 01 (um) agente penitenciário para elencados no presente Regimento e demais legislações.
cada 25 (vinte e cinco) internos por plantão, sendo vedada § 1º Excepcionalmente, visando garantir a integridade
a existência de unidade prisional com menos de 2 (dois) física e mental do interno, estas unidades poderão abrigar
agentes por plantão. presos condenados, que deverão permanecer em acomoda‑
§ 2º Nos estabelecimentos prisionais fica estabelecida ções separadas dos provisórios.
a proporção de profissionais da equipe técnica por 500 Art. 12. Os Estabelecimentos Agrícolas, Industriais ou
(quinhentos) detentos, obedecendo‑se o seguinte: Médico Mistos destinam- se aos condenados e condenadas ao cum‑
Clínico – 1; Enfermeiro – 1; Auxiliar de Enfermagem – 1; primento da pena em regime semiaberto, caracterizando‑se
Odontólogo – 1; Auxiliar de Consultório Dentário – 1; Psicó‑ pelas seguintes condições:
logo – 1; Assistente Social – 1; Advogado auxiliar da direção I – locais para:
– 1; Estagiário de Direito – 2; Terapeuta Ocupacional – 1. a) trabalho interno agropecuário;
§ 3º O acesso à justiça integral e gratuito será assegurado b) trabalho interno industrial;
aos internos através da Defensoria Pública, instituição autô‑ c) trabalho de manutenção e conservação intra e extra‑
noma, que disporá de espaço físico adequado para exercer muros, na circunscrição da Unidade respectiva;
suas funções. II – acomodação em alojamento ou cela individual ou
Art. 9º O Centro de Triagem e Observação Criminológica, coletiva;
situado na região metropolitana de Fortaleza, concentrará o III – trabalho externo na forma da Lei;
Conhecimentos Específicos

recebimento de presos oriundos da Secretaria de Segurança IV  – locais internos e externos para atividades socio‑
Pública e Defesa Social e das comarcas do interior. educativas e culturais, esportes, prática religiosa e visita
§ 1º O Centro de Triagem e Observação Criminológica conforme dispõe a Lei.
será responsável pela identificação e realização dos exames Art. 13. O Hospital Geral e Sanatório Penal destina‑se
gerais de admissão dos internos, sendo dotado de equipe ao tratamento do preso, em regime de internamento, das
técnica que promoverá atendimento social, psicológico, enfermidades infecto‑contagiosas, dos pós‑operatórios, das
médico, odontológico e jurídico, cujos resultados e desdo‑ convalescenças e de exames laboratoriais.
bramentos serão encaminhados à Comissão de Avaliação de § 1º O preso acometido de enfermidades, conforme arti‑
Transferências e Gestão de Vagas – CATVA que deliberará a go acima, deverá permanecer internado o tempo necessário
unidade prisional destinatária para recebimento do preso e, à sua reabilitação, tendo retorno imediato à sua Unidade
posteriormente, às Comissões Técnicas de Classificação das Prisional de origem logo após emissão de laudo médico
unidades de recebimento. autorizando sua alta.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2º Os presos ou internados que apresentarem quadro V – visita e atendimento médico e odontológico, sendo
de sorologia positiva HIV, receberão tratamento individuali‑ facultado ao preso optar por profissional particular às suas
zado, a critério médico. expenças;
§ 3º Aos presos ou internados que apresentarem quadro VI – Acesso aos meios de comunicação externos, auto‑
de dependência química em substâncias entorpecentes será rizados por lei.
garantido tratamento individualizado adequado às suas § 3º Nas Cadeias Públicas no interior do Estado as prefei‑
necessidades, adotando‑se políticas públicas voltadas para turas municipais oferecerão aos presos e presas os serviços
esta finalidade, nos termos da Lei nº 11.343/2006, bem como essenciais, conforme determinação do Ministério da Saúde
serão incluídos nas atividades do Programa de Ações Con‑ e Ministério da Justiça.
tinuadas de Assistência aos Drogadictos – PACAD da Sejus. Art. 17. Nas Unidades elencadas no artigo 6º deste Regi‑
§ 4º Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão mento, respeitadas suas especificidades, deverão ainda ser
existir leitos destinados ao tratamento de mulheres presas. respeitadas as seguintes determinações:
§ 5º O estabelecimento citado no caput deverá funcionar I – Segurança externa, através de muralha com passadiço
com equipes multidisciplinares em regime de plantão. e guaritas de responsabilidade dos Agentes Penitenciários
§ 6º a Secretaria da Justiça e Cidadania seguirá as reco‑ do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania, sub‑
mendações das portarias interministeriais do Ministério da metidos a uma capacitação específica para tal finalidade;
Saúde e Ministérios da Justiça em relação ao tema saúde, na II – Segurança interna realizada por equipe de Agentes
execução de vagas e atendimentos para os presos em casos Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e
de exames e tratamentos de alta complexidade. Cidadania que preserve os direitos do preso, mantenha a
§ 7º Nas unidades prisionais femininas deverão existir Segurança, a ordem e a disciplina da Unidade.
estruturas específicas para a assistência integral à saúde da § 1º Nas situações de conflito mais graves a manutenção
mulher, em atenção às suas peculiaridades. ou restabelecimento da ordem será promovida por grupo
Art. 14. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátri‑ especial de agentes penitenciários com treinamento e equi‑
co destina‑se ao cumprimento das medidas de segurança pamentos específicos.
e ao tratamento psiquiátrico separadamente, devendo § 2º Em caso de necessidade de intervenção da Polícia
adequar‑se às normas aplicáveis ao tratamento das respec‑ Militar, em caráter urgente, em qualquer das unidades re‑
tivas insanidades. feridas no caput deste artigo, sua permanência no interior
§ 1º O preso comprovadamente portador de doença das mesmas se dará pelo tempo estritamente necessário
mental deverá ser imediatamente encaminhado ao estabe‑ ao restabelecimento da ordem e da segurança interna, não
lecimento adequado para seu tratamento, lá não podendo podendo ultrapassar 90 (noventa) dias, salvo decisão funda‑
permanecer além do tempo necessário ao seu pronto resta‑ mentada da autoridade judiciária competente.
belecimento, atestado pelo serviço médico local.
§ 2º Em nenhuma hipótese será admitido o ingresso TÍTULO III
ou permanência de pessoas que não apresentem quadro DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
patológico característico da destinação do respectivo esta‑ DAS UNIDADES
belecimento.
§ 3º Na unidade de que trata o caput deste artigo deve‑ Art. 18. As Unidades Prisionais do Estado do Ceará serão
rão existir estruturas específicas para a assistência à saúde dirigidas por um(a) Diretor(a), que será assessorado pelo(a)
mental da mulher, em atenção às suas peculiaridades. Diretor(a) Adjunto(a), pelo Gerente Administrativo, pelo
Art. 15. A Casa do Albergado destina‑se ao cumprimento Chefe de Segurança e Disciplina e pelo Chefe de Equipe dos
da pena privativa de liberdade em regime aberto e da pena Agentes Penitenciários, sendo ainda integradas pelo Con‑
restritiva de direitos consistente em limitação de fim de selho Disciplinar e pela Comissão Técnica de Classificação.
semana, acolhendo pessoas do sexo masculino e feminino, Art. 19. A (o) Diretor(a) da Unidade Prisional, compete:
garantindo‑se a separação adequada com vistas à individu‑ I – Dirigir, coordenar e orientar os trabalhos técnicos, ad‑
alização das penas. ministrativos, operacionais, laborais, educativos, religiosos,
§ 1º O prédio deverá situar‑se em centro urbano, sepa‑ esportivos e culturais da Unidade respectiva;
rado dos demais estabelecimentos, e caracterizar‑se‑á pela II – Adotar medidas necessárias à preservação dos Direi‑
ausência de obstáculos físicos contra a fuga. tos e Garantias Individuais dos presos;
§ 2º A Casa do Albergado, além de dispor de local adequa‑ III – Visitar os presos nas dependências do Estabeleci‑
do para cursos e palestras, realizará encaminhamentos dos mento, anotando suas reclamações e pedidos, procurando
internos à rede de assistência social, de saúde e educação. solucioná‑los de modo adequado, no âmbito de sua compe‑
Art. 16. A Cadeia Pública destina‑se prioritariamente ao tência ou encaminhá‑los ao órgão competente, observando
recolhimento de presos e presas provisórios. as normas de segurança;
§ 1º Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas IV  – Dar cumprimento as determinações judiciais e
finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias prestar aos Juízes, Tribunais, Ministério Público, Defensoria
Conhecimentos Específicos

Públicas locais, observadas as normas deste Regimento Geral Pública e Conselho Penitenciário as informações que lhe
no que forem aplicáveis e as restrições legais ou de decisões forem solicitadas, relativas aos condenados e aos presos
judiciais, bem como a capacidade populacional máxima da provisórios;
Unidade respectiva. V – Assegurar o normal funcionamento da Unidade, ob‑
§ 2º Ao preso provisório será assegurado regime especial servando e fazendo observar as normas da Lei de Execução
no qual se observará: Penal e do presente Regimento Geral;
I – separação dos presos condenados; VI – Presidir a Comissão Técnica de Classificação;
II – utilização de pertences pessoais permitidos; VII – Elaborar o plano de segurança interna do Estabele‑
III  – uso de uniforme fornecido pelo Estabelecimento cimento em conjunto com o Chefe de Segurança e disciplina;
Prisional em quantidade de 03 (três) mudas; VIII – Conceder audiência ao interno quando solicitada;
IV – oferecimento de oportunidade de educação, traba‑ IX – Comparecer nas sessões do Conselho Penitenciário,
lho e lazer nos termos da legislação pertinente; quando convocado;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
X – Elaborar o plano operativo anual da Unidade e Ad‑ § 1º A substituição prevista neste artigo, por período
ministrar o Estabelecimento traçando diretrizes, orientando igual ou superior a 30 (trinta) dias, propiciará ao substituto
e controlando a execução das atividades sob sua responsa‑ os direitos e vantagens do cargo de Diretor(a) da Unidade.
bilidade; § 2º O cargo de Diretor‑Adjunto deverá, preferencialmen‑
XI – Realizar mensalmente reuniões com os servidores te, ser ocupado por servidor estável de carreira da Secretaria
da Unidade para estudos conjuntos de problemas afetos à de Justiça e Cidadania.
mesma; Art. 22. Ao Gerente Administrativo compete organizar,
XII – Promover mensalmente reunião com os represen‑ controlar e executar as atividades de apoio necessárias ao
tantes dos internos, realizando o Parlamento Carcerário; bom funcionamento operacional do Estabelecimento, inclu‑
XIII – Propor ao Núcleo de Segurança e Disciplina – NU‑ sive a manutenção preventiva e corretiva, competindo‑lhe:
SED, vinculado à COSIPE, a mudança de lotação dos servi‑ I – receber, controlar e distribuir gêneros alimentícios, os
dores da Unidade; destinados ao consumo do Estabelecimento;
XIV  – executar as determinações do Coordenador da II – supervisionar os serviços de copa e de cozinha;
COSIPE; III – requisitar o material de expediente e providenciar a
XV – autorizar visitas extraordinárias aos presos, em casos redistribuição junto aos demais serviços do Estabelecimento;
especiais, nos termos deste Regimento; IV  – manter sob sua guarda e responsabilidade todos
XVI – Autorizar remoção do preso para Estabelecimento os pertences do preso, de uso não permitido, fornecendo a
Penal diverso em caráter urgente e excepcional, comunican‑ estes comprovantes de recebimento;
do imediatamente à Comissão de Avaliação de Transferên‑ V – manter em bom estado de funcionamento as instala‑
cias e Gestão de Vagas – CATVA, que deliberará a unidade ções elétricas, telefônicas, hidrosanitárias e de climatização
prisional destinatária para recebimento do preso. Definida do prédio requisitando, com antecedência o material que
a unidade, deverá ser comunicada a transferência ao Juízo for necessário para este fim;
responsável pela prisão, ao Ministério Público, à Defensoria VI – elabora o relatório anual das atividades inerentes
Publica, ao Conselho Penitenciário, no prazo de 24 (vinte e ao serviço;
quatro) horas, nos casos expressos neste Regimento; VII – efetuar o balancete mensal do estoque de merca‑
XVII – mostrar aos visitantes as dependências do estabe‑ doria existente;
lecimento nas visitas coletivas, de caráter cultural ou cientifi‑ VIII – proceder á identificação de todo o material perma‑
co, devidamente autorizadas pela COSIPE, esclarecendo‑lhes, nente em uso na unidade;
quando se fizer necessário, os objetivos da execução penal; IX – adotar as medidas de segurança contra incêndio nas
XVIII – Dar ciência à família do preso, em caso de grave dependências do estabelecimento especialmente na área de
enfermidade, morte ou transferência deste, comunicando ao prontuário e almoxarifado;
preso, de igual modo, a doença ou morte de pessoa de sua X  – providenciar a manutenção preventiva e corretiva
família e concedendo lhe, se for o caso, permissão para sair; de máquinas, equipamentos e móveis em uso na unidade;
XIX  – Atribuir, em solenidades especiais, prêmios e XI – zelar pela conservação e limpeza do prédio;
recompensas aos presos de exemplar comportamento e XII  – controlar a manutenção de primeiro escalão, de
àqueles que pratiquem atos meritórios; responsabilidade dos motoristas nas viaturas da unidade;
XX  – Realizar outras atividades dentro de sua área de XIII – executar e controlar os serviços de reprodução xe‑
competência.
rográfica ou similar de documentos, publicações e impressos
Art. 20. O(a) ocupante do cargo de diretor(a) de Unidade
de interesse de Unidade;
Prisional, escolhido preferencialmente entre os servidores
XIV – organizar a prestação de contas dos suprimentos
de carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania, com atenção
de fundos destinados ao estabelecimento;
à sua vocação e preparação profissional específica, deverá
XV  – efetuar o controle diário das folhas e cartões de
satisfazer os seguintes requisitos:
registro de comparecimento do pessoal em exercício na
I  – ser portador(a) de diploma de nível superior em
Unidade;
Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou
XVI – preparar dentro dos prazos estipulados os docu‑
Serviços Sociais;
II – possuir experiência administrativa na área; mentos de controle de comparecimento e de alterações
III – ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o relativos ao pessoal, encaminhando-os à COSIPE.
desempenho da função. Parágrafo único. O cargo de Gerente Administrativo
Parágrafo único. O cargo de Diretor do Hospital Geral deverá ser ocupado por servidor de carreira da Secretaria
e Sanatório Penal e do Hospital de Custódia e Tratamento de Justiça e Cidadania.
Psiquiátrico deverá ser ocupado por profissional da área de Art. 23. Ao Chefe de Segurança e Disciplina compete
saúde, preferencialmente pertencente ao quadro de servi‑ gerenciar o setor de Segurança e Disciplina, elaborando o
dores estáveis da Secretaria da Justiça e Cidadania. plano de segurança interna do Estabelecimento, visando
Art. 21. A (o) Diretor(a) Adjunto, compete: proteger a vida e a incolumidade física dos servidores de
Conhecimentos Específicos

I  – Assessorar diretamente o(a) Diretor(a) da Unidade carreira, terceirizados e presos e a garantia das instalações
Prisional no desempenho de suas atribuições; físicas, bem como promover o conjunto de medidas que
II  – Substituir, em seus afastamentos, ausências e im‑ assegurem o cumprimento da disciplina prisional e organizar,
pedimentos legais, o(a) Diretor(a) da Unidade Prisional, controlar e orientar os Agentes Penitenciários no exercício
independente de designação especifica, salvo se por prazo de suas atribuições, competindo‑lhe:
superior a 30 (trinta) dias; I – orientar os presos quanto aos seus direitos, deveres
III  – Autorizar a expedição de certidões relativas aos e normas de conduta a serem observados, quando de sua
assuntos da Unidade; chegada à Unidade;
IV  – Acompanhar a execução do plano de férias dos II – realizar reuniões com os presos para preleções ins‑
servidores da Unidade; trutivas e disciplinares;
V – Exercer outras atividades que lhes sejam determina‑ III – propor a concessão ou suspensão de recompensas
das pelo(a) Diretor(a) da Unidade. aos presos;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
IV – fazer constar no prontuário disciplinar dos presos as VIII – Elaborar relatório circunstanciado ao final de seu
ocorrências e alterações havidas com estes; plantão, registrando todas as ocorrências havidas;
V  – controlar a movimentação de presos quando das Parágrafo único. O cargo de Chefe de Equipe dos Agen‑
transferências para outras celas; tes Penitenciários deverá ser ocupado preferencialmente
VI – manter atualizada a relação geral dos presos, seus por agente penitenciário estável da Secretaria de Justiça e
locais de recolhimento noturno, de trabalho e/ou perma‑ Cidadania.
nência obrigatória; Art. 25. O Conselho Disciplinar, órgão colegiado formado
VII – opinar quanto aos horários de visitas, rancho, re‑ pelo Diretor Adjunto, pelo Chefe de Segurança e Disciplina,
pouso noturno, alvorada e atendimento aos presos; por um Assistente Social, um Psicólogo e por um agente
VIII  – encaminhar ao Conselho disciplinar as faltas penitenciário de notória experiência, tem por finalidade:
disciplinares, praticadas por presos para conhecimento e I  – Conhecer, analisar, processar e julgar as faltas dis‑
julgamento; ciplinares cometidas pelos internos, aplicando a sanção
IX – promover vistorias nos presos e buscas nas depen‑ disciplinar adequada à falta cometida, assegurados o contra‑
dências do estabelecimento, de caráter preventivo ou sem‑ ditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou Advogado
pre que houver fundadas suspeitas de porte ou uso indevido
constituído pelo interno.
de armas, aparelhos celulares ou de objetos que possam
II – Conhecer os resultados de eventuais exames crimi‑
ser utilizados para prática de crimes ou falta disciplinares;
nológicos e acompanhar o perfil comportamental do preso.
X – manter atualizados registros e alterações relativas
Art. 26. O Conselho Disciplinar, que será presidido pelo
aos agentes penitenciários;
XI – elaborar a escala do plantão e organizar a compo‑ Diretor Adjunto e nas suas faltas ou impedimentos, pelo Che‑
sição das equipes; fe de Segurança e Disciplina, reunir‑se‑á tantas vezes quantas
XII – zelar pelo bom funcionamento dos equipamentos necessárias para deliberar sobre as tarefas a seu cargo.
e implementos necessários á execução dos serviços de se‑ § 1º Em caso de empate será considerado vencedor o
gurança interna; voto favorável ao preso.
XIII  – promover mensalmente em caráter ordinário, § 2º As decisões do Conselho de Disciplina serão sempre
reuniões com os agentes prisionais e extraordinariamente coletivas e lançadas por escrito, sendo tomadas por maioria
quando necessário; simples, observado quorum mínimo de 03 (três) membros
XIV – propor ao diretor a lista de nomes para escolha e para deliberação.
designados dos chefes de equipes; Art. 27. A Comissão Técnica de Classificação, órgão
XV – assegurar o respeito aos visitantes enquanto per‑ colegiado, deverá ser composta pelo(a) Diretor(a) do Esta‑
manecerem nas dependências da Unidade; belecimento, que a presidirá, dois agentes penitenciários,
XVII  – manter em arquivo o registro das pessoas que com larga experiência no penitenciarismo, um Psiquiatra,
visitam a Unidade; um Psicólogo, um Assistente Social, e tem por finalidade
XVIII – comunicar, diariamente, ao diretor c/ou substituto aquilatar a personalidade do condenado, para determinar
as alterações constantes no relatório de serviço diário; o tratamento adequado, competindo‑lhe:
XIX – manter informado o diretor sobre quaisquer alte‑ I – Fixar o programa reeducativo;
rações havidas na unidade; II  – Acompanhar a execução das penas privativas de
XX – colaborar nas realizações de eventos de caráter sócio liberdade;
cultural, esportivo e cívico do estabelecimento. III – Classificar o condenado segundo seus antecedentes
Parágrafo único. O cargo de Chefe de Segurança e Dis‑ e personalidade, para orientar a individualização da execu‑
ciplina deverá ser ocupado preferencialmente por agente ção penal;
penitenciário estável da Secretaria de Justiça e Cidadania. IV – Propor as conversões e as regressões, bem como
Art. 24. Ao Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários as progressões;
compete: V  – Informar, caso seja solicitado, através de parecer
I – Conferir o relatório da equipe anterior; técnico, o perfil criminológico do condenado para fins de
II  – Conferir o material de segurança sob sua respon‑ benefício;
sabilidade, bem como a frequência dos membros de sua VI – Zelar pelo cumprimento dos deveres dos presidiários
equipe, distribuindo as tarefas relativas ao funcionamento e assegurar a proteção dos seus direitos, cuja suspensão
da unidade entre os presentes;
ou restrição competirá a Direção da Unidade ou ao Juiz das
III  – Dar encaminhamento e supervisionar a execução
Execuções Criminais.
das determinações da Direção e do Chefe de segurança e
Art. 28. A Comissão Técnica de Classificação, para ob‑
disciplina;
tenção de dados reveladores da personalidade dos presos,
IV – Comunicar imediatamente qualquer ocorrência que
comprometa a ordem, a segurança e a disciplina da unidade poderá:
à Direção e ao Chefe de Segurança e Disciplina, relatando, I – Entrevistar pessoas;
Conhecimentos Específicos

em seguida, de forma circunstanciada, por escrito; II – Requisitar de órgãos públicos ou privados dados e
V – Em caso de emergência que comprometa a integri‑ informações referentes ao preso;
dade física do preso, autorizar transferência de alojamento III – Realizar outras diligências e exames.
no interior da unidade, diante da ausência de seu superior
hierárquico; TÍTULO IV
VI – Em caso de emergência que comprometa a integri‑ DAS FASES DA EXECUÇÃO
dade física do preso, autorizar a saída temporária do mesmo ADMINISTRATIVA DA PENA
para atendimento médico, mediante escolta, diante da
ausência de seu superior hierárquico; Art. 29. As fases da execução administrativa da pena
VII – Exercer a vigilância, em conjunto com os agentes serão realizadas através de estágios, respeitados os requisi‑
penitenciários de plantão, cumprindo e fazendo cumprir as tos legais, a estrutura física e os recursos materiais de cada
normas e regulamentos do estabelecimento; unidade prisional.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – Primeira Fase – procedimentos de inclusão e obser‑ § 2º A fotografia do preso será parte integrante do
vação por prazo não superior a 60 (sessenta) dias, realizado prontuário.
pelo Centro de Triagem e Observação Criminológica, e § 3º Após a abertura do prontuário, o preso receberá
complementados pela Comissão Técnica de Classificação da instruções a serem cumpridas, sobre as normas do estabele‑
unidade recebedora; cimento, sendo cientificado dos direitos e deveres prescritos
II  – Segunda Fase – desenvolvimento do processo da no presente Regimento, e da possibilidade de acesso ao
execução da pena compreendendo as várias técnicas pro‑ mesmo sempre que desejar.
mocionais e de evolução sócio- educativas. § 4º Em todas as dependências e acomodações das
Parágrafo único. A Secretaria da Justiça e Cidadania unidades prisionais deverão afixar‑se os direitos e deveres
elaborará Protocolo de Procedimentos Operacionais de Se‑ dos presos, permanecendo o presente regimento acessível
gurança Penitenciária, abrangendo, entre outras atividades a todos sempre que desejarem consultar.
e técnicas, uso de algemas; recebimento de presos; padrão § 5º Os analfabetos serão instruídos oralmente.
de vistorias e de revista pessoal; manuseio de equipamentos Art. 36. Os pertences trazidos com o preso cuja posse não
de segurança; controle de acesso de pessoas, veículos e ma‑ for permitida serão inventariados e colocados em depósito
teriais; emprego de armas letais e não‑letais; uso progressivo apropriado no Setor da Gerência Administrativa da Unidade
e proporcional da força, observando‑se procedimentos espe‑ Prisional, mediante contra recibo, sendo entregues poste‑
cíficos nos estabelecimentos prisionais femininos. riormente aos seus familiares, ou a pessoa por ele indicada.
Art. 30. À Comissão Técnica de Classificação, caberá § 1º Os objetos de valor e jóias serão recolhidos ao Se‑
avaliar a terapêutica penal em relação ao preso sentenciado, tor de Pecúlio, bem como importâncias em dinheiro serão
propondo as promoções subsequentes. depositadas em conta corrente do pecúlio disponível, com
Art. 31. As perícias criminológicas, eventualmente requi‑ preenchimento dos respectivos recibos.
sitadas, deverão ser realizadas pela equipe técnica do Centro Art. 37. O preso será submetido a exames clínicos pelo
de Triagem e Observação Criminológica ou pela Comissão Serviço de Saúde, devendo ser examinado por médico, que
Técnica de Classificação da unidade, observando em cada fornecerá atestado sobre as condições físicas apresentadas
caso o que for mais adequado. quando de sua chegada, e relacionará a necessidade de in‑
gestão de medicamentos eventualmente trazidos pelo preso,
TÍTULO V sob prescrição médica, bem como de dieta diferenciada.
DO INGRESSO, TRANSFERENCIA Art. 38. Quando da impossibilidade de cumprir todas as
E SAÍDA DO PRESO exigências enumeradas nos dispositivos anteriores, na data
da inclusão, as mesmas poderão ocorrer nos três dias úteis
CAPÍTULO I subsequentes.
Do Ingresso Art. 39. O preso que adentrar pela primeira vez na Uni‑
dade cumprirá um período inicial considerado de adaptação
Art. 32. O ingresso do preso condenado deverá se dar e observação, nunca superior a 60 (sessenta) dias, durante
mediante apresentação da guia de recolhimento, expedida o qual será observado seu comportamento no Centro de
pela autoridade judiciária competente, observando‑se o Triagem e Observação Criminológica e posteriormente, pela
disposto nos arts. 105 a 107 da Lei nº 7.210/ 84 (Lei de Comissão Técnica de Classificação da unidade recebedora.
Execuções Penais). Art. 40. Nos (10) dez primeiros dias do estágio de
Art. 33. O ingresso do preso provisório se dará através adaptação o preso não poderá receber visitas de familiares
da apresentação dos seguintes documentos: e amigos, podendo somente receber seu advogado ou De‑
I – guia de recolhimento expedida pela autoridade policial fensor Público.
ou judiciária competente; Art. 41. Durante o período de adaptação o preso será
II – comprovação de que o mesmo foi submetido a exame classificado quanto ao grau de periculosidade, comporta‑
de corpo de delito; mento e antecedentes.
III – comprovante de identificação do preso junto à De‑
legacia de Capturas; CAPÍTULO II
IV – Informação sobre os antecedentes criminais do pre‑ Da Transferência
so, com cópia do auto de prisão em flagrante ou do mandado
de prisão judicial. Art. 42. A transferência do preso de uma unidade prisio‑
Parágrafo único. Toda entrada, transferência ou saída nal para outra, dar‑se‑á, nas seguintes condições:
de preso de unidade deverá ser comunicada pela Direção a I – por ordem judicial;
todos os juízos onde o mesmo responda a procedimento II – por interesse técnico‑administrativo da administração
criminal. penitenciária;
Art. 34. Na ocasião do ingresso no Sistema Penitenciário, III – a requerimento do interessado;
o preso se submeterá a revista pessoal e de seus pertences, IV – por determinação do Secretário de Justiça e Cidada‑
Conhecimentos Específicos

devendo, logo após, ser submetido a higienização corpórea e nia, mediante Relatório de Inteligência Prisional.
substituição de seu vestuário pelo uniforme padrão adotado. § 1º A Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão
Art. 35. No ingresso, o preso terá aberto, em seu nome, de Vagas – CATVA será formada por equipe multidisciplinar
um prontuário, devidamente numerado em ordem seriada, e administrará o ingresso, reingresso e a transferência de
onde serão anotados, dentre outros, seus dados de iden‑ presos nas unidades do sistema penitenciário estadual, in‑
tificação e qualificação, de forma completa, dia e hora da dicando a unidade para onde o interno será encaminhado,
chegada, situação de saúde física e mental, aptidão profis‑ devendo ser presidida pelo Coordenador Adjunto da COSIPE,
sional e alcunhas. que executará, privativamente, as atribuições previstas no
§ 1º No prontuário ficarão arquivados todos os docu‑ inciso II do Art.16 do Decreto nº 27.385 de 2/3/2004.
mentos relativos ao preso, inclusive certidão atualizada de § 2º A Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão
antecedentes criminais do juízo local, bem como do seu de Vagas – CATVA será o órgão competente para a liberação
domicílio de origem; de vagas para presos provisórios e condenados em presídios,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
casas de privação provisórias de liberdade, penitenciárias, II – necessária a adoção de Medida Preventiva de Segu‑
Casa do Albergado, Hospital de Custódia e Manicômio rança Pessoal, e a unidade prisional não dispuser de recurso
Judiciário do Estado do Ceará, vinculados a Comarca de For‑ para administrá‑la.
taleza, obedecendo os procedimentos contidos em Portaria Parágrafo único. O diretor do estabelecimento ouvirá a
específica, observando as avaliações realizadas pelo Centro manifestação da Chefia de Segurança e Disciplina e do Serviço
de Triagem e Observação Criminológica. Social, devendo ser anexada Certidão Carcerária contendo
§ 3º Nos estabelecimentos prisionais não alcançados a data de entrada do preso, o tempo de recolhimento e o
pelas atribuições da Comissão de Avaliação de Transferências seu comportamento carcerário, e encaminhará à CATVA
e Gestão de Vagas – CATVA, a regulamentação permanecerá para deliberação.
determinada pelo presente Regimento. Art. 46. O pedido conterá:
I – petição assinada pelo requerente ou termo de decla‑
Seção I ração, onde justifique os motivos da pretensão;
Por Ordem Judicial II  – qualificação e extrato da situação processual do
sentenciado;
Art. 43. A transferência provisória ou definitiva do preso III  – informações detalhadas das condições de saúde,
de uma unidade prisional para outra, por ordem judicial, trabalho, instrução e conduta prisional;
dar‑se‑á nas seguintes circunstâncias: IV – manifestação do diretor da unidade prisional, sobre
I – por sentença de progressão ou regressão de regime; a conveniência ou não da transferência.
II – para apresentação judicial dentro e fora da Comarca; Art. 47. Quando ocorrer transferência temporária de
III – para tratamento psiquiátrico, desde que haja indi‑ presos entre as unidades prisionais, deverá haver acompa‑
cação médica; nhamento de informações referentes à disciplina, saúde,
IV – em qualquer circunstância, mais adequada ao cum‑ execução da pena e visitas dos mesmos, a fim de orientar
primento da sentença, em outro Estado da Federação, a juízo procedimento na unidade de destino.
da autoridade judiciária competente. § 1º No caso de remoção definitiva, além das providên‑
cias do caput deste artigo, o preso deverá ser acompanhado
Seção II de seu prontuário e pertences pessoais.
Por Interesse Técnico‑Administrativo
da Administração Penitenciária Seção IV
Por determinação do Secretário de
Art. 44. O preso será transferido por interesse técnico‑ad‑ Justiça e Cidadania, mediante Relatório
ministrativo da administração penitenciária nas seguintes de Inteligência Prisional
circunstâncias:
I – por solicitação do diretor da unidade, conforme indi‑ Art. 48. Emergencialmente, a transferência se dará por
cação da Comissão Técnica de Classificação e demais áreas determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, através
da COINT ou COSIPE.
de avaliação;
Parágrafo único. No prazo de 72 (setenta e duas) horas
II  – no caso de doença, que exija tratamento hospita‑
haverá formalização da transferência emergencial à Comissão
lar do preso, quando a unidade prisional não dispuser de
de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA,
infra‑estrutura adequada, devendo a solicitação ser feita
em relação aos estabelecimentos prisionais submetidos à
pela autoridade médica, ratificada pelo diretor da unidade;
sua atuação.
III – por interesse da Administração, com vistas a preser‑
vação da segurança e disciplina;
CAPÍTULO III
IV – para preservação da segurança pessoal do interno; Da Saída
V  – a preservação de condições pessoais favoráveis à
individualização da execução penal; Art. 49. A saída do preso da Unidade Prisional dar‑se‑á,
VI – a preservação de laços afetivos entre o condenado nos seguintes casos:
e seus parentes; I – pelo término do cumprimento da pena, devidamente
VII – para o exercício de atividades educacionais e/ou reconhecido por sentença do Juízo das Execuções Criminais
laborativas. e Corregedor dos Presídios;
§ 1º Compete à Coordenadoria do Sistema Penal, nas II – em virtude de algum beneficio legal que lhe tenha
unidades não alcançados pelas atribuições da Comissão de sido concedido, sempre por ordem escrita da Autoridade
Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas, em caráter Judiciária competente;
excepcional, e devidamente justificada, determinar a trans‑ III – para atendimento de requisições administrativas ou
ferência do preso, de uma a outra unidade prisional. policiais, mediante escolta e autorização escrita do Juiz das
§ 2º A transferência de preso condenado ou provisório Execuções Criminais e Corregedor dos Presídios;
será, no prazo improrrogável de 24 (vinte e quatro) horas, IV – para atendimento de requisições judiciais, mediante
Conhecimentos Específicos

comunicada, respectivamente, ao juízo das execuções penais escolta;


ou ao juízo responsável pelo processo. V  – em caráter excepcional, mediante autorização da
Direção do Estabelecimento Prisional, nos casos e na forma
Seção III estabelecidos nos artigos 120 e 121 da Lei de Execuções
A Requerimento do Interessado Penais.
Parágrafo único. Nas saídas previstas nos incisos I e II,
Art. 45. Fora das hipóteses que dependam de decisão será disponibilizado ao preso:
judicial, o preso, seus familiares ou seu procurador poderão I – a entrevista de desligamento realizada preferencial‑
requerer sua transferência, ao diretor do estabelecimento mente por psicólogo ou assistente social, quando receberá
respectivo, para unidade prisional do mesmo regime quando: aconselhamento e orientação, além do encaminhamento
I – conveniente, por ser na região de residência ou do‑ para a Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egres‑
micílio da família, devidamente comprovado; so – CISPE, rede sócio‑assistencial, de saúde e de educação;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – orientação, preferencialmente pelo Defensor Público VIII – solicitar à Diretoria mudança de cela ou pavilhão,
lotado na unidade, sobre as condições jurídicas às quais que poderá ser autorizada após avaliação dos motivos e da
ficará submetido; capacidade estrutural da Unidade;
III – vestimentas e condições de transporte para o retorno IX – peticionar à Direção do Estabelecimento e demais
à sua residência de forma digna, desde que localizada no autoridades;
Estado do Ceará ou, em situações excepcionais, a critério X – receber visitas do cônjuge, da companheira, de paren‑
da Secretaria da Justiça e Cidadania. tes e amigos em dias determinados, podendo ser suspenso
ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor da
TÍTULO VI Unidade, no caso de cometimento de falta grave;
DOS DIREITOS, DOS DEVERES, DOS BENS, XI – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
REGALIAS E RECOMPENSAS XII – receber atestado anual de pena a cumprir;
XIII – assistência jurídica integral desde sua inserção no
CAPÍTULO I Sistema Penitenciário, prestada por advogado constituído
Dos Direitos ou pela Defensoria Pública;
XIV – entrevista reservada com seu advogado constituído
Art. 50. São direitos comuns aos presos, além dos já ou Defensor Público, no parlatório, individualmente, nos dias
previstos pela Constituição Federal, Pactos Internacionais, úteis e no horário de expediente da Unidade;
Legislação Penal e Processual Brasileira, Lei de Execuções XV – à presa, em caso de gravidez, são asseguradas:
Penais e demais Leis, os seguintes: a) assistência pré‑natal;
I – preservação da individualidade, observando‑se: b) alimentação apropriada desde a confirmação da gra‑
a) chamamento nominal; videz até o fim da amamentação;
b) uso de número somente para qualificação em docu‑ c) internação, com direito a parto em hospital adequado,
mento da administração penal. por meio de escolta;
II – atendimento pela Diretoria do Estabelecimento e/ou d) condições para que possa permanecer com seu filho
demais funcionários; pelo período mínimo de 120 dias após o nascimento, pror‑
III – prática religiosa; rogável por igual período, em local adequado, mesmo que
IV – tratamento médico‑hospitalar, psiquiátrico, psico‑ haja restrição de amamentação;
lógico e odontológico gratuito, com os recursos humanos e e) condições para que possa permanecer com seu filho
materiais postos a sua disposição pela Unidade onde se acha pelo período mínimo de 180 dias após o nascimento, prorro‑
recolhido, sendo‑lhes garantidos: gável por igual período, após avaliação médica e de assistente
a) obtenção de assistência médica pela rede Municipal, social, em local adequado, quando estiver amamentando;
Estadual e Federal, quando esgotados ou inexistentes os XVI – reabilitação das faltas disciplinares;
recursos institucionais, de acordo com a disponibilidade XVII – Em caso de falecimento, doenças, acidentes graves
dessas redes; ou transferência do preso para outro estabelecimento, o
b) a faculdade de contratar, através de familiares ou Diretor comunicará imediatamente ao cônjuge ou, se for o
dependentes, profissionais médicos e odontológicos de caso, a parente próximo ou a pessoa previamente indicada;
confiança pessoal, a fim de orientar e acompanhar o trata‑ XVIII  – O preso será informado, imediatamente, do
mento que se faça necessário, observadas as normas legais falecimento ou de doença grave do cônjuge, companheira,
e regulamentares vigentes; ascendente, descendente ou irmão, podendo ser permitida
V  – frequência às atividades desportivas, de lazer e a visita a estes, sob custódia;
culturais condicionadas à programação da Unidade, dentro XIX – Em caso de deslocamento do preso, por qualquer
das condições de segurança e disciplina, obedecendo‑se os motivo, deve‑se evitar sua exposição ao público, assim como
a seguinte regra: resguardá‑lo de insultos e da curiosidade geral;
a) a prática de esportes deverá ser realizada em local XX – igualdade de tratamento, exceto quanto à indivi‑
adequado, pelo período de 02:00 horas, pelo menos uma dualização da pena.
vez por semana, sem prejuízo das atividades educacionais § 1º Os direitos previstos neste Regimento não excluem
e laborativas da Unidade; outros decorrentes dos princípios por ele adotados.
VI – contato com o mundo exterior e acesso aos meios § 2º Nos casos de prisão de natureza civil, o preso deverá
de comunicação social, por meio de: permanecer em recinto separado dos demais, aplicando‑se,
a) correspondência escrita com familiares e outras pes‑ no que couber, as normas destinadas aos presos provisórios.
soas, podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato
motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento CAPÍTULO II
de falta grave; Dos Deveres dos Presos
b) leitura de livros, jornais, revistas e demais periódicos,
desde que não contenham incitamento à subversão da or‑ Art. 51. São deveres dos presos, além dos previstos na
Conhecimentos Específicos

dem ou preconceito de religião, raça ou classe social e não legislação pátria:


comprometam a moral e os bons costumes; I – respeito às autoridades constituídas, funcionários e
c) programação da Rádio Livre; companheiros presos;
d) acesso coletivo a programa de televisão; II – comportamento disciplinado e cumprimento fiel da
e) acesso a sessões cinematográficas, teatrais, artísticas sentença;
e socioculturais, de acordo com a programação da Unidade III  – informar‑se das normas a serem observadas na
respectiva. Unidade Prisional, respeitando‑as;
VII  – acomodação em celas ou alojamentos coletivos IV – acatar as determinações legais solicitadas por qual‑
ou individuais, dentro das exigências legais, havendo trocas quer funcionário no desempenho de suas funções;
de roupas de uso pessoal, de cama, banho e material de V – manter comportamento adequado em todo o decurso
higiene, fornecidos pela Unidade Prisional ou outros setores da execução da pena, progressiva ou não;
devidamente autorizados; VI – submeter‑se à sanção disciplinar imposta;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
VII  – Conduta oposta aos movimentos individuais e CAPÍTULO III
coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou a disciplina; Dos Bens e Valores Pessoais
VIII – zelar pelos bens patrimoniais e materiais que lhe
forem destinados, direta ou indiretamente; Art. 52. A entrada de bens de qualquer natureza obede‑
IX – ressarcir o Estado e terceiros pelos danos materiais a cerá aos seguintes critérios:
que der causa, de forma culposa ou dolosa; I  – em se tratando daqueles permitidos, os mesmos
X – zelar pelo asseio pessoal e assepsia da cela, aloja‑ deverão ser revistados e devidamente registrados em do‑
mento, corredores e sanitários; cumento específico:
XI – submeter‑se às normas contidas neste Regimento a) a entrada de bens perecíveis, em espécie e manufatu‑
Geral, referentes às visitas, orientando‑as nesse sentido; rados, terá sua quantidade devidamente regulada;
XII – submeter‑se às normas, contidas neste Regimento b) os bens não perecíveis serão analisados pela unidade
Geral, que disciplinam a concessão de saídas externas pre‑ prisional quanto à sua necessidade, conveniência e quan‑
vistas em lei: tidade;
XIII – submeter‑se às normas contidas neste Regimento II – Em se tratando de bens de consumo e patrimoniais
Geral, que disciplinam o atendimento nas áreas de: trazidos por presos acompanhados ou não de funcionário,
a) saúde; quando das saídas externas autorizadas, serão analisados.
b) assistência jurídica; No caso de não se comprovar a origem será lavrado comu‑
c) psicológica; nicado do evento, sem prejuízo de outras medidas cabíveis;
d) serviço social; III – Quando do ingresso de bens e valores através de
e) diretoria; familiares e afins, serão depositados no setor competente,
f) serviços administrativos em geral; mediante inventário e contra- recibo:
g) atividades escolares, desportivas, religiosas, de tra‑ a) o saldo em dinheiro e os bens existentes serão devol‑
balho e de lazer; vidos no momento em que o preso seja libertado;
h) assistência religiosa; b) no caso de transferência do preso, os valores e bens
XIV – devolver ao setor competente, quando de sua saí‑ serão encaminhados à unidade de destino.
da ou da eventual transferência, os objetos fornecidos pela Art. 53. Em caso de falecimento do preso, os valores
unidade e destinados ao uso próprio; e bens a este pertencentes, devidamente inventariados,
XV – abster‑se de desviar, para uso próprio ou de ter‑
serão entregues aos familiares, atendidas as disposições
ceiros, materiais dos diversos setores da Unidade Prisional;
legais pertinentes
XVI – abster‑se de negociar objetos de sua propriedade,
de terceiros ou do patrimônio do Estado;
CAPÍTULO IV
XVII – abster‑se da confecção e posse indevida de instru‑
Das Recompensas e Regalias
mentos capazes de ofender a integridade física de outrem,
bem como daqueles que possam contribuir para ameaçar,
ou obstruir a segurança das pessoas e da Unidade Prisional; Seção I
XVIII – abster‑se de uso e consumo de bebida alcoólica ou Das Recompensas
de substância que possa causar embriaguez ou dependência
física, psíquica ou química; Art. 54. As recompensas têm em vista o bom compor‑
XIX – abster‑se de transitar ou permanecer em locais não tamento reconhecido em favor do preso sentenciado ou do
autorizados pela Direção da Unidade. preso provisório, de sua colaboração com a disciplina e de
XX – abster‑se de dificultar ou impedir a vigilância; sua dedicação ao trabalho.
XXI – abster‑se de quaisquer práticas que possam causar Art. 55. São recompensas:
transtornos aos demais presos, bem como prejudicar o con‑ I – o elogio;
trole de segurança, a organização e a disciplina; II – a concessão de regalias.
XXII – acatar a ordem de contagem da população carce‑ Art. 56. Será considerado para efeito de elogio a prática
rária, respondendo ao sinal convencionado da autoridade de ato de excepcional relevância humanitária ou do interesse
competente para o controle da segurança e disciplina; do bem comum, por portaria do diretor da unidade prisional,
XXIII – abster‑se de utilizar quaisquer objetos, para fins de devendo constar do prontuário do condenado.
decoração ou proteção de vigias, portas, janelas e paredes,
que possam prejudicar o controle da vigilância; Seção II
XXIV – abster‑se de utilizar sua cela como cozinha; Das Regalias
XXV – submeter‑se à requisição das autoridades judiciais,
policiais e administrativas; Art. 57. Constituem regalias, concedidas aos presos em
XXVI  – submeter‑se à requisição dos profissionais de geral, dentro da Unidade Prisional:
qualquer área técnica para exames ou entrevistas; I – visitas íntimas;
Conhecimentos Específicos

XXVII – submeter‑se às condições estabelecidas para uso II  – assistir coletivamente sessões de cinema, teatro,
de aparelho de rádio e/ou aparelho de TV; shows e outras atividades sócio‑culturais, fora do horário
XXVIII – submeter‑se às condições de uso da biblioteca do normal em épocas especiais;
estabelecimento, caso haja, e de livros de sua propriedade; III – assistir coletivamente sessões de jogos esportivos
XXIX – submeter‑se às condições estabelecidas para as em épocas especiais, fora do horário normal;
práticas desportivas e de lazer; IV  – participar de atividades coletivas, além da escola
XXX – submeter‑se às condições impostas para quaisquer e trabalho, em horário pré‑estabelecido de acordo com a
modalidades de transferências e remoção de ordem judicial, Unidade do Sistema e Direção;
técnico‑administrativa e a seu requerimento; V – participar em exposições de trabalho, pintura e ou‑
XXXI – submeter‑se aos controles de segurança impostos tros, que digam respeito às suas atividades;
pelos Agentes Penitenciários ou outros agentes públicos VI – visitas extraordinárias devidamente autorizadas pela
incumbidos de efetuar a escolta externa. direção se comprovada sua necessidade e relevância

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 58. Poderão ser acrescidas outras regalias de forma § 3º O tempo de isolamento preventivo será computado
progressiva, acompanhando as diversas fases e regimes de no período de cumprimento da sanção disciplinar.
cumprimento da pena. Art. 68. Aplica‑se o Regime Disciplinar Diferenciado, na
Art. 59. O preso no regime semi‑aberto poderá ter ou‑ hipótese de falta grave consistente na prática de crime doloso
tras regalias, a critério da direção da unidade visando sua que ocasione subversão da ordem ou disciplina interna, e
reintegração social. tem as seguintes características:
Art. 60. As regalias poderão ser suspensas ou restringi‑ I – duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem
das, por cometimento de falta disciplinar de qualquer natu‑ prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de
reza ou por ato motivado da direção da Unidade Prisional. mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada;
II – recolhimento em cela individual;
TÍTULO VII III  – visitas semanais de duas pessoas, sem contar os
DA DISCIPLINA E DAS FALTAS DISCIPLINARES filhos menores de quatorze anos, com duração de duas horas;
IV – o preso terá direito à saída da cela por duas horas
CAPÍTULO I diárias para banho de sol.
Das Disposições Gerais § 1º O regime disciplinar diferenciado também poderá
abrigar presos provisórios ou condenados que apresentem
Art. 61. No aspecto administrativo‑disciplinar, este Re‑ alto risco para a ordem e a segurança do Presídio ou da
gimento aplica- se aos presos de ambos os sexos recolhidos sociedade.
na mesma ou em Unidades Prisionais diversas. § 2º Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar dife‑
Art. 62. Todos os presos da Unidade Prisional serão renciado o preso provisório ou condenado sob o qual recaiam
cientificados das normas disciplinares, no momento de seu fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qual‑
ingresso na mesma. quer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.
Art. 63. As normas deste Regimento serão aplicadas aos § 3º A inclusão de preso no regime disciplinar diferen‑
presos, quer dentro do estabelecimento prisional e sua ex‑ ciado deverá ser requerida, apos deliberação da comissão
tensão, quer quando estiverem em trânsito ou em execução disciplinar, por meio de parecer circunstanciado, pelo Diretor
de serviço externo. da Unidade ao Juízo competente, sendo imprescindível a
decisão fundamentada da autoridade judiciária para a im‑
CAPÍTULO II posição de tal sanção.
Da Disciplina Art. 69. A suspensão e restrição de regalias poderão ser
aplicadas isoladas ou cumulativamente, na prática de faltas
Art. 64. A ordem e a disciplina serão mantidas com firme‑ de qualquer natureza.
za, sem constrangimento, sem impor maiores restrições que Art. 70. Pune‑se a tentativa com a sanção correspondente
as necessárias para manter a segurança e a boa organização à falta consumada.
da vida em comum, visando o retorno satisfatório do preso
CAPÍTULO III
a sociedade.
Das Faltas Disciplinares
Parágrafo único. A disciplina, a hierarquia, a fraternidade
e a civilidade são requisitos importantes para o aprimora‑
Art. 71. As faltas disciplinares segundo sua natureza
mento físico, mental e espiritual na busca da construção de
classificam se em:
um futuro melhor para o preso.
I – leves;
Art. 65. Os atos de indisciplina serão passíveis das se‑
II – médias;
guintes penalidades:
III – graves.
I – advertência verbal; Parágrafo único. O disposto neste capítulo aplica‑se, no
II – repreensão; que couber, ao preso provisório.
III – suspensão ou restrição de regalias;
IV – suspensão ou restrição de direitos, observadas as Seção I
condições previstas no incisos XIII e XIV do artigo 50 do Das Faltas Disciplinares de Natureza Leve
presente regimento;
V – isolamento em local adequado; Art. 72. Considera‑se falta disciplinar de natureza leve:
VI – inclusão no regime disciplinar diferenciado, mediante I – manusear equipamento de trabalho sem autorização
decisão fundamentada do juízo competente. ou sem conhecimento do encarregado, mesmo a pretexto
§ 1º Advertência verbal é a punição de caráter educativo, de reparos ou limpeza;
aplicado às infrações de natureza leve, e se couber as de II – adentrar em cela ou alojamento alheio, sem auto‑
natureza média; rização;
§ 2º Repreensão é a sanção disciplinar na forma escrita, III – desatenção em sala de aula ou no trabalho;
revestida de maior rigor no aspecto educativo, aplicável em IV – permutar, penhorar ou dar em garantia objetos de
Conhecimentos Específicos

casos de infração de natureza média, bem como os reinci‑ sua propriedade a outro preso sem prévia comunicação da
dentes de natureza leve. direção da unidade respectiva;
Art. 66. Às faltas leves e médias, poderão ser aplicadas V  – utilizar‑se de bens de propriedade do Estado, de
as sanções previstas nos incisos I, II, III do artigo anterior. forma diversa para a qual recebeu;
Art. 67. Às faltas graves, aplicam‑se as sanções previstas VI – executar, sem autorização, o trabalho de outrem;
nos incisos IV e V do artigo 65 deste Regimento Geral, não VII – responder por outrem às chamadas regulamentares;
podendo qualquer delas exceder a 30 (trinta) dias. VIII – ter posse de papéis, documentos, objetos ou valores
§ 1º O isolamento será sempre comunicado ao Juízo da não cedidos e não autorizados pela Unidade Prisional;
Execução. IX – descuidar da higiene pessoal;
§ 2º A autoridade administrativa poderá decretar o X – estar indevidamente trajado;
isolamento preventivo do faltoso pelo prazo máximo de 10 XI – proceder de forma grosseira ou discutir com outro
(dez) dias, no interesse da disciplina e da averiguação do fato. preso;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
XII – usar material de serviço para finalidade diversa da XVII – interferir na administração ou execução de qual‑
qual foi prevista; quer tarefa sem estar para isto autorizado;
XIII – deixar de freqüentar, sem justificativa, as aulas do XVIII – simular doença para esquivar‑se do cumprimento
curso em que esteja matrículado; de qualquer dever ou ordem legal recebida;
XIV – sujar pisos, paredes ou danificar objetos que devam XIX  – introduzir, transportar, guardar, fabricar, possuir
ser conservados; bebidas alcoólicas ou qualquer outra substância que cause
XV – portar ou manter na cela ou alojamento, material efeitos similares aos do álcool, ou mesmo ingerir tais substân‑
de jogos não permitidos; cias, ou concorrer, inequivocamente, para que outrem o faça;
XVI – remeter correspondência, sem registro regular pelo XX  – introduzir, guardar ou possuir remédios, sem a
setor competente; devida autorização da Direção da Unidade;
XVII – desobedecer aos horários regulamentares; XXI – solicitar ou receber de qualquer pessoa, vantagem
XVIII – descumprir as prescrições médicas; ilícita pecuniária ou em espécie;
XIX – lavar ou secar roupa em locais não permitidos; XXII – praticar atos de comércio de qualquer natureza,
XX – fazer refeições em local e horário não permitidos; sem a devida autorização, com outros internos, funcionários
XXI – conversar através de janelas, guichê da cela ou de ou civis;
setor de trabalho ou em local não apropriado; XXIII – manusear equipamento ou material de trabalho
XXII  – mostrar displicência no cumprimento do sinal sem autorização ou sem conhecimento da administração,
convencional de recolhimento ou formação; mesmo a pretexto de reparos ou limpeza;
XXIII – fumar em local ou horário não permitido. XXIV – apropriar‑se ou apossar‑se, sem autorização, de
XXIV  – proferir palavras de baixo calão ou faltar com material alheio;
preceitos de educação; XXV – destruir dolosamente, extraviar, desviar ou ocultar
XXV – dirigir‑se, referir‑se ou responder a qualquer pes‑ objetos sob sua responsabilidade, fornecidos pela adminis‑
soa de modo desrespeitoso; tração;
XXVI  – tocar instrumentos musicais fora dos locais e XXVI – fabricar qualquer objeto ou equipamento sem a
horários permitidos pela autoridade competente devida autorização, ou concorrer para que outrem incorra
na mesma conduta;
Seção II XXVII  – utilizar material, próprio ou do Estado, para
Das Faltas de Natureza Média finalidade diversa para a qual foi prevista, causando ou não
prejuízos ao erário;
Art. 73. Considera‑se falta disciplinar de natureza média: XXVIII – portar, confeccionar, receber, ter indevidamente,
I – utilizar‑se do anonimato para fins ilícitos ou causando em qualquer lugar do Estabelecimento Penal, objetos passí‑
embaraços à administração; veis de utilização em fuga;
II – provocar direta ou indiretamente alarmes injustifi‑ XXIX – permanecer o interno, em dias de visitação, na
cados; área destinada à circulação de pessoas, sem que para isto
III – deixar, sem justo motivo, de responder às revistas esteja autorizado ou acompanhado de seus visitantes, exceto
ou reuniões em horários pré‑estabelecidos, ou aquelas para para responder à chamada nominal ou efetuar suas refeições;
as quais ocasionalmente for determinado; XXX – permitir o interno que seus visitantes, sem autori‑
IV – atrasar‑se o interno do regime aberto e semi‑aberto, zação de autoridade competente, ingressem nos alojamentos
para o pernoite; ou celas ou acessem local não permitido;
V – atrasar‑se, sem justo motivo, o interno do regime XXXI – comportar‑se, quando em companhia de sua es‑
semiaberto quando do seu retomo ao Estabelecimento Penal posa, companheira ou diante de outros visitantes, de forma
no caso de saídas temporárias autorizadas; desrespeitosa;
VI – envolver, indevidamente, o nome de outrem para XXXII – tomar parte em jogos proibidos ou em aposta
se esquivar de responsabilidade; ilícitas;
VII – portar‑se de modo indisciplinado ou inconveniente XXXIII  – permanecer em alojamento diferente do seu,
quando das revistas e conferências nominais; sem a devida autorização da Administração ou o consenti‑
VIII – promover ou concorrer para a discórdia e desar‑ mento de integrante do local;
monia entre os internados, ou cultivar inimizades entre os XXXIV – transitar indevidamente por locais não permi‑
mesmos; tidos ou em desacordo com o respectivo estágio em que se
IX – portar‑se de modo inconveniente, provocando ou‑ encontra;
tros internos através de brincadeiras de cunho pernicioso XXXV – comunicar‑se, de qualquer forma, com internos
ou sarcástico; em regime de isolamento celular ou entregar aos mesmos
X – apresentar, sem fundamento ou em termos desres‑ quaisquer objetos sem autorização da administração;
peitosos, representação ou petição; XXXVI  – promover barulho no interior do alojamento,
XI – recriminar ou desconsiderar ato legal de agente da celas ou seus corredores, durante o repouso noturno, ou
Conhecimentos Específicos

administração da unidade respectiva; ainda, a qualquer hora, fazê- lo de forma a perturbar a


XII – deixar de realizar a faxina do xadrez, alojamento, ordem reinante;
banheiro ou corredores, cuja atribuição lhe esteja a cargo, XXXVII – disseminar boato que possa perturbar a ordem
ou fazê‑lo com desídia; ou a disciplina, caso não chegue a constituir crime;
XIII – transitar pêlos corredores dos alojamentos ou das XXXVIII – dificultar a vigilância ou prejudicar o serviço da
celas despido ou em trajes sumários; guarda em qualquer dependência da Unidade;
XIV – deixar de fazer uso do uniforme sem autorização; XXXIX  – praticar autolesão com finalidade de obter
XV – fazer qualquer tipo de adaptação nas instalações elé‑ regalias;
tricas ou hidráulicas da Unidade, sem a devida autorização; XL – praticar fato previsto como crime culposo ou con‑
XVI – concorrer para que não seja dado cumprimento a travenção, independentemente da ação penal;
qualquer ordem legal, tarefa ou serviço, bem como, concor‑ XLI – usar de ardil para auferir benefícios, induzindo a
rer para que seja retardada a sua execução; erro qualquer pessoa;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
XLII  – favorecer a prostituição ou a promiscuidade de TÍTULO VIII
parentes e demais visitantes. DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR,
DA SANÇÃO E DA REABILITAÇÃO
Seção III
Das Faltas de Natureza Grave CAPÍTULO I
Do Procedimento Disciplinar
Art. 74. Comete falta disciplinar de natureza grave o e da Sanção Disciplinar
preso que:
I – incitar ou participar de movimento para subverter a Art. 78. Cometida a infração, o preso será conduzido
ordem ou a disciplina; ao setor de disciplina, para o registro da ocorrência, que
II – fugir; conterá nome e matrícula dos servidores que dela tiveram
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofen‑ conhecimento, os dados capazes de identificar as pessoas ou
der a integridade física de outrem; coisas envolvidas, local e hora da mesma, rol de testemunhas,
IV – provocar acidente de trabalho; a descrição clara, concisa e precisa do fato, bem como as
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas; alegações do faltoso, quando presente, ao ser interpelado
VI – desobedecer ao servidor ou desrespeitar a qualquer pelo(s) signatário(s) das razões da transgressão, sem tecer
pessoa com quem deva relacionar‑se; comentários ou opiniões pessoais, e outras circunstâncias.
VII – não executar o trabalho, as tarefas ou as ordens § 1º A ocorrência será comunicada imediatamente ao
recebidas; diretor da unidade prisional, para que, no prazo de 03 (três)
VIII  – descumprir, injustificadamente, o condenado à dias, contados da constatação ou conhecimento do fato, seja
pena restritiva de direitos, a restrição imposta, ou retardar iniciado o procedimento disciplinar.
o cumprimento; Art. 79. O conselho disciplinar realizará as diligencias
IX – introduzir, receber, vender, fornecer, ainda que gra‑ indispensáveis à precisa elucidação do fato, inclusive soli‑
tuitamente, fazer uso, ter em depósito, transportar, trazer citação de perícia técnica, quando necessário, para formar
consigo, guardar ou emprestar telefone celular ou aparelho seus elementos de convicção.
de comunicação com o meio exterior, seus componentes Art. 80. Será propiciado ao detento submetido a jul‑
ou acessórios. gamento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo direito
de defesa, seja por advogado constituído ou por Defensor
Seção IV Publico lotado na Unidade Prisional respectiva.
Das Atenuantes e das Agravantes § 1º Caso não possua advogado constituído ou não saiba
declinar os dados necessários para a intimação do mesmo,
Art. 75. São circunstâncias atenuantes na aplicação das na data da audiência de instrução e julgamento, o faltoso
penalidades disciplinares: será assistido pelo Defensor Publico lotado na Unidade
I – primariedade em falta disciplinar; Prisional respectiva.
II – natureza e circunstância do fato; § 2º Caso não haja Defensor Público lotado na Unidade
III – bons antecedentes prisionais; Prisional respectiva, deverá ser intimado para o ato o De‑
IV  – imputabilidade relativa atestada por autoridade fensor Público lotado na Vara de Execuções Criminais com
médica competente; jurisdição sobre a referida Unidade.
V – confessar, espontaneamente a autoria da falta igno‑ Art. 81. Ao preso será dado conhecimento prévio da
rada ou imputada a outrem; acusação.
VI – ressarcimento dos danos materiais. Art. 82. O Conselho Disciplinar ouvirá, no mesmo ato,
Art. 76. São circunstâncias agravantes, na aplicação das primeiramente o ofendido e testemunhas, se houverem, e
referidas penalidades: por último o preso, de tudo lavrando‑se o termo respectivo.
I – reincidência em falta disciplinar; Art. 83. Concluídas as oitivas necessárias, ato contínuo,
II – prática de falta disciplinar durante o prazo de reabi‑ será facultado à Defesa, manifestação oral, que será tomada
litação de conduta por sanção anterior. por termo, pelo tempo de 15 (quinze) minutos.
Art. 84. Finda a instrução, passa‑se imediatamente ao
Seção V julgamento acerca da culpabilidade ou inocência do faltoso,
Das Medidas Cautelares bem como acerca da natureza da falta disciplinar a ele im‑
putada, o que deverá ser registrado na ata respectiva, que
Art. 77. O diretor da Unidade Prisional poderá determi‑ será assinada por todos os presentes.
nar, por ato motivado, como medida cautelar, o isolamento Art. 85. Caso seja o detento considerado culpado pela
do preso, por período não superior a 10 (dez) dias, quando: transgressão disciplinar a ele imputada, adotará o Conselho
I  – pesem contra o preso informações, devidamente Disciplinar uma das seguintes medidas:
Conhecimentos Específicos

comprovadas, de que estaria preste a cometer infração I – Tratando‑se de faltas de natureza leve ou média, reme‑
disciplinar de natureza grave; terá os autos respectivos ao Diretor do Estabelecimento que
II  – pesem contra o preso, informações devidamente aplicará a sanção correspondente, no prazo de 02 (dois) dias;
comprovadas, de que estaria ameaçada sua integridade II  – Tratando‑se de falta grave a aplicação de sanção
física; será de competência do Conselho Disciplinar, por ato de seu
III – a requerimento do preso, que expressará a necessi‑ presidente, no mesmo prazo acima citado.
dade de ser submetido a isolamento cautelar, como medida Art. 86. Em sendo o preso julgado inocente das imputa‑
de segurança pessoal. ções que lhe foram feitas, serão os autos respectivos enca‑
Parágrafo único. Em caso de necessidade, o prazo esta‑ minhados ao Diretor do Estabelecimento, a fim de que seja
belecido no caput deste artigo poderá, a pedido da direção por este determinado seu imediato arquivamento.
da unidade respectiva, ser prorrogado por igual período pela Art. 87. Concluído o julgamento respectivo será dada
autoridade judiciária competente. ciência ao preso envolvido e ao seu defensor.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 88. O preso poderá solicitar pessoalmente, ou atra‑ III – regular, quando cometer infração disciplinar de na‑
vés de seu patrono, reconsideração do ato punitivo, no prazo tureza média ou reincidir na prática de infração disciplinar
de 08 (oito) dias úteis, contados a partir da data em que a de natureza leve, nos últimos 30 (trinta) dias;
decisão lhe haja sido comunicada, nas seguintes hipóteses: IV – má, quando cometer infração de natureza grave ou
I – quando não tiver sido unânime a decisão do Conselho reincidir em infração de natureza média, durante o período
Disciplinar; de reabilitação.
II – quando a decisão do Conselho Disciplinar tiver sido Art. 96. No caso do preso ser oriundo de outra Unidade
manifestamente contrária às provas existentes nos autos Prisional, poderá ser levada em consideração para a clas‑
respectivos; sificação de seu comportamento a conduta mantida pelo
III  – quando a sanção aplicada estiver em desacordo mesmo no estabelecimento de origem.
com a Lei. Art. 97. O preso em regime fechado, terá os seguintes
Parágrafo único. o pedido será dirigido à autoridade que prazos para reabilitação da conduta, a partir do cumprimento
aplicar a sanção disciplinar. da sanção disciplinar:
Art. 89. O pedido de reconsideração, uma vez apreciado I – De 01 (um) mês para as faltas de natureza leve;
pela autoridade competente, deverá ser despachado no pra‑ II – De 03 (três) meses para falta de natureza média;
zo de 08 (oito) dias de seu recebimento, dele não cabendo III – De 06 (seis) meses para falta de natureza grave.
recurso administrativo. Art. 98. O preso em regime semi‑aberto terá os seguin‑
Art. 90. Após tornar‑se definitivo o ato punitivo, o Diretor tes prazos para reabilitação da conduta, a partir da data do
da unidade prisional determinará as seguintes providências: cumprimento da sanção disciplinar:
I – ciência ao preso envolvido e ao seu defensor; I – de 30 (trinta) dias para falta de natureza leve;
II – registro em ficha disciplinar; II – 60 (sessenta) dias para falta de natureza média;
III  – encaminhamento de cópia da sindicância ao Juiz Parágrafo único. a infração disciplinar de natureza grave
das Execuções e Corregedor dos Presídios e ao Conselho implicará na proposta, feita pelo diretor da unidade ao juízo
Penitenciário do Estado do Ceará; competente, de regressão do regime.
IV  – comunicação à autoridade policial competente, Art. 99. O preso em regime aberto terá os prazos para
quando o fato constituir ilícito penal; reabilitação da conduta, de acordo com o previsto no artigo
V – arquivamento em prontuário penitenciário. anterior.
Art. 91. Durante todo o período de cumprimento de sua Art. 100. O cometimento da falta disciplinar de qualquer
natureza, durante o período de reabilitação acarretará a ime‑
pena, o preso poderá pedir a revisão da punição sofrida, des‑
diata anulação do tempo de reabilitação até então cumprido.
de que comprove o surgimento de fato novo, não apreciado
Parágrafo único. Com a prática de nova falta disciplinar,
por ocasião do anterior julgamento.
exigir‑se- á novo tempo para reabilitação que deverá ser
Art. 92. A execução da sanção disciplinar será suspensa
somado ao tempo estabelecido para falta anterior.
quando desaconselhada pela unidade de saúde do Estabe‑
lecimento Prisional.
TÍTULO IX
Parágrafo único. Uma vez cessada a causa que motivou a DA ASSISTÊNCIA AO PRESO
suspensão, a execução será iniciada ou terá prosseguimento.
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II Da Assistência
Da Classificação da Conduta e da Reabilitação
Art. 101. É dever do Estado dar ao preso assistência
Art. 93. A classificação do preso far‑se‑á pela Comissão material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa,
Técnica de Classificação, consoante o rendimento apurado objetivando prevenir o crime e recuperar o preso, para que
através do cumprimento da pena e mérito prisional. possa retornar ao convívio social satisfatoriamente.
Art. 94. A conduta disciplinar do preso em regime fecha‑
do classificar- se‑á em: Seção I
I – excelente, quando no prazo mínimo de 01 (um) ano Da Assistência Material
não tiver sido cometida infração disciplinar de natureza gra‑
ve ou média, ou não tiver reincidido na prática de infração Art. 102. A assistência material consistirá no forneci‑
disciplinar de natureza leve; mento de alimentação suficiente, balanceada, vestuário e
II – boa, quando no prazo mínimo de 06 (seis) meses, instalações higiênicas.
não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave Parágrafo único. A Coordenadoria do Sistema Penal des‑
ou média; tinará, em cada uma de suas unidades prisionais, instalações
III – regular, quando for cometida infração disciplinar de e serviços adequados à sua natureza e finalidade, para o
natureza média nos últimos 30 (trinta) dias, ou grave, nos atendimento da sua população de internos.
Conhecimentos Específicos

últimos 03 (três) meses;


IV – má, quando for cometida infração disciplinar de na‑ Seção II
tureza grave ou reincidida falta de natureza média, durante Da Assistência à Saúde
o período de reabilitação.
Art. 95. O preso em regime semi‑aberto terá a sua con‑ Art. 103. A assistência à saúde será de caráter preventivo
duta disciplinar classificada em: e curativo, compreendendo o atendimento médico, odon‑
I – excelente, quando não tiver cometido infração disci‑ tológico, psicológico, farmacêutico e assistência social, obe‑
plinar de natureza grave ou média, ou não tiver reincidido decidas as diretrizes estipuladas no Plano Estadual de Saúde
na prática de infração disciplinar de natureza leve, pelo prazo no Sistema Penitenciário e pelas Portarias Interministeriais
de 06 (seis) meses; do Ministério da Saúde e Ministério da Justiça.
II – boa, quando não tiver cometido infração disciplinar § 1º É facultado ao preso contratar profissional médico
de natureza grave ou média pelo prazo de 03 (três) meses; e odontológico de sua confiança e às suas expensas, que

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prestará o atendimento em data e hora a serem marcadas ou benefício necessário ao bem estar dos presos sob seu
pela Unidade de Saúde do Estabelecimento Prisional. patrocínio, bem como de seus familiares;
Art. 104. Havendo necessidade de encaminhamento VIII – Patrocinar a defesa dos presos assistidos pela De‑
do preso ao Sistema de Saúde Pública, a autorização será fensoria Pública perante o Conselho Disciplinar;
expedida pelo Diretor do Estabelecimento, ou seu repre‑ IX – Promover a ação civil pública e todas as espécies de
sentante legal, comunicando‑se de imediato ao Juízo da ações capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos
Execução Penal. difusos, coletivos ou individuais homogêneos dos presos;
Art. 105. Todas as Unidades Prisionais com mais de 100 X – Difundir, no ambiente prisional, a educação e cons‑
(cem) presos deverão obedecer à padronização física, técni‑ cientização dos direitos humanos, da cidadania e do orde‑
ca e equipe profissional estabelecida para atendimento de namento jurídico;
saúde nos termos do Plano Estadual de Saúde no Sistema XI  – Realizar outras atividades dentro de sua área de
Penitenciário. competência.
§ 1º Nas demais Unidades, não sendo possível obe‑
decer a mencionada padronização, as ações e serviços de Seção IV
saúde serão realizadas por profissionais da Secretaria de Da Assistência Educacional
Saúde do Município onde se achem localizadas, garantin‑ e Qualificação Profissional
do- se no interior da Unidade uma estrutura mínima para
tal atendimento, contando com a presença permanente de Art. 112. A assistência educacional compreenderá a ins‑
um profissional de saúde. trução escolar, englobando o ensino fundamental e médio,
§ 2º Será assegurado acompanhamento médico especial bem como a formação profissional do preso.
à mulher, principalmente no pré‑natal e no pós‑parto, exten‑ Parégrafo único. A Sejus poderá firmar termo de coope‑
sivo ao recém‑nascido. ração com entidade pública ou particular para a promoção
Art. 106. O preso terá asseguradas as medidas de higiene de educação superior aos internos.
e conservação da saúde, durante todo o tempo de seu reco‑ Art. 113. Quando do ingresso a Unidade Prisional, será
lhimento, bem como constantes palestras de esclarecimentos feita a pesquisa referente à formação escolar, na fase de
e prevenção. triagem.
Art. 107. Caberá à Chefia da Unidade de Saúde da Insti‑ Art. 114. O ensino fundamental e médio será obrigatório,
tuição Prisional respectiva comunicar a (o) Diretor(a) sobre integrando‑se no sistema escolar público, a ser ministrado
casos de moléstias contagiosas, promovendo as medidas pela Secretaria de Educação do Estado.
necessárias para evitar a disseminação e contágio, propondo Parágrafo único. Somente serão dispensados do ensino
as vacinações dos internos e dos funcionários quando julgar fundamental, os presos que preencherem os seguintes
necessário. requisitos:
Art. 108. Caberá ao Conselho da Comunidade local I – apresentação do Certificado de Conclusão de ensino
acompanhar o cumprimento do Plano Estadual de Saúde no fundamental, médio ou superior;
Sistema Penitenciário. II – incapacidade devidamente comprovada e atestada
por responsável.
Seção III Art. 115. As atividades educacionais podem ser objeto
Da Assistência Jurídica de ação integrada e conveniada com outras entidades pú‑
blicas, mistas e particulares, que se disponham a instalar
Art. 109. Aos presos é assegurada assistência jurídica escolas, oficinas profissionalizantes na Unidade Prisional com
integral desde sua inserção no Sistema Prisional, prestada por aprovação do Projeto pela Coordenadoria do Sistema Penal.
advogado constituído ou pela Defensoria Pública Estadual; Art. 116. O ensino educacional será feito por profissionais
Parágrafo único. Em todos os estabelecimentos penais, da educação utilizando serviço de monitores aptos e treina‑
haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo dos, com materiais oferecidos pelo Poder Público.
Defensor Público. Art. 117. Os presos que tiverem frequência e aprovação
Art. 110. Aos presos que declarem não possuir advogado de acordo com as normas estabelecidas pelo art. 126 e §§ da
constituído, será prestada assistência jurídica por meio de Lei de Execução Penal, terão direito à remição de pena, após
Defensor Público do Estado, lotado na unidade respectiva, análise e avaliação pelo juízo da execução penal competente.
em Núcleo Especializado da Defensoria Pública ou no Juízo Art. 118. O ensino profissionalizante poderá ser minis‑
das Execuções Criminais sob cuja jurisdição esta se encontre. trado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico,
Art. 111. Ao Defensor Público responsável pela Unidade atendendo‑se as características da população urbana e rural,
respectiva, compete: segundo aptidões individuais e demanda do mercado.
I – manter o preso informado de sua situação jurídico Art. 119. A Unidade prisional disporá de uma biblioteca
penal; para uso geral dos presos, que será provida de livros ins‑
II – requerer e acompanhar os benefícios penais inciden‑ trutivos, recreativos e didáticos, jornais, revistas e outros
Conhecimentos Específicos

tes na execução, aos quais seu assistido fizer jus; periódicos e o acesso ao preso dar‑se‑á:
III – manter contato com o Juízo das Execuções, Tribunais, I – para uso na própria biblioteca; e
Conselho Penitenciário e Direção do Estabelecimento, no II – para uso na própria cela, mediante autorização da
sentido de velar pela situação do preso; direção da unidade.
IV – providenciar o recebimento de qualquer benefício § 1º A Sejus deverá desenvolver juntamente com a Se‑
extrapenal a que o preso tiver direito; cretaria de Educação do Estado projeto de remição de pena
V – providenciar para que os prazos prisionais não sejam pela leitura, como forma de estimular e valorizar a partici‑
ultrapassados, requerendo o que for de direito. pação dos internos em atividades educacionais e culturais,
VI – Organizar e manter estatísticas de atendimento dos colaborando para a sua reinserção social.
presos sob seu patrocínio; Art. 120. Os livros deverão ser cadastrados, utilizando‑se
VII  – Requerer, junto aos demais órgãos da estrutura fichas para consultas no local e nas retiradas para leitura
organizacional da Unidade Penitenciária, qualquer ação em cela.

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§ 1º Qualquer dano ou desvio deverá ser ressarcido ser cadastrado na Coordenadoria do Sistema Penal, que
pelo seu causador e devidamente punido na forma deste normatizará o procedimento de cadastro e fornecerá a
Regimento Geral. respectiva carteira de acesso, válida em todas as unidades
§ 2º Durante o cumprimento de sanção disciplinar, po‑ prisionais, condicionada a prévio agendamento e respeitando
derão ser retirados os livros pertencentes à biblioteca, que as normas de segurança prisional.
se encontrarem na posse do infrator. Art. 125. Nenhum religioso poderá iniciar seu trabalho
§ 3º Quando das saídas sob quaisquer modalidades, o sem antes ser advertido e instruído dos problemas prisionais
preso deverá devolver os livros sob seu poder. e devidamente cientificado de que deverá desenvolvê‑lo em
harmonia com as normas do estabelecimento.
Seção V § 1º A suspensão do ingresso de representantes religio‑
Da Assistência Social sos só poderá acontecer por determinação da Direção do
estabelecimento ou outra autoridade superior, por motivos
Art. 121. A assistência social tem por finalidade o amparo justificados e registrada por escrito, dando‑se ciência aos
ao preso e à sua família, visando prepará‑lo para o retorno à interessados com antecedência razoável.
liberdade, e será exercida por profissional habilitado. § 2º Após procedida a suspensão do ingresso de repre‑
Parágrafo único. É facultado o auxílio de entidades públi‑ sentantes religiosos, a decisão sobre a extensão a outras
cas ou privadas nas tarefas de atendimento social. unidades prisionais ficará a critério da Coordenadoria do
Art. 122. Incumbe ao serviço de Assistência Social, entre Sistema Penal.
outras atribuições: Art. 126. Na realização de eventos internos dever‑se‑á
I – Fornecer o diagnóstico Social do interno; dar preferência às atividades ecumênicas.
II – Prestar Assistência Social ao interno e à sua família; Parágrafo único. Além dos cultos coletivos, a assistência
III – Prestar assistência ao interno em caso de hospita‑ religiosa poderá ser oferecida individualmente a quem a
lização ou transferência da Unidade por motivo de saúde; solicitar, em horário e local previamente agendados e auto‑
IV  – Entrar em contato com a família do interno para rizados pela Direção do estabelecimento, sendo garantida a
realização de entrevistas ou para esclarecimento; privacidade durante o atendimento religioso pessoal, sem
V – Promover, quando necessário, o registro civil do inter‑ prejuízo da observância das normas de segurança prisional.
no e de seus filhos, expedição de documento de identidade Art. 127. De modo algum serão permitidos cultos ou ati‑
e carteira profissional; vidades religiosas que possam causar transtornos aos demais
VI – Proceder aos encaminhamentos à rede de assistência internos e servidores penitenciários, ou que venham pertur‑
social, de saúde e educação bar as manifestações religiosas de outras denominações.
VII – Integrar a equipe de Saúde nos termos do Plano Parágrafo único. A assistência religiosa não será instru‑
Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário; mentalizada para fins de disciplina, correcionais ou para
VIII  – Facilitar o acesso da comunicação entre preso, estabelecer qualquer tipo de regalia, benefício ou privilégio,
instituição e família; e será garantida mesmo à pessoa presa submetida a sanção
IX  – Fomentar debates e ações que reafirmem a real disciplinar.
função social da pena entre os servidores do sistema penal;
X – Buscar junto às redes sociais de apoio, benefícios que
Seção VII
possam resgatar a cidadania dos presos e presas, egressos
Da Assistência Psicológica
e familiares;
XI – Integrar a Comissão Técnica de Classificação;
Art. 128. A assistência psicológica será prestada por
XII  – Realizar outras atividades dentro de sua área de
competência. profissionais habilitados, por intermédio de programas
envolvendo o reeducando, a Instituição e familiares, nos
Seção VI processos de ressocialização e reintegração social.
Da Assistência Religiosa § 1º Incumbe ao serviço de Assistência Psicológica, entre
outras atribuições:
Art. 123. A assistência religiosa, respeitada a liberdade I – realizar atendimentos iniciais por meio da entrevista
constitucional de culto, a legislação vigente e com as caute‑ de anamnese;
las cabíveis, será prestada ao preso, sendo‑lhe assegurada II  – realizar, periodicamente, acolhimento de internos
a participação nos eventos organizados na Unidade, bem recém chegados, em caráter interdisciplinar;
como a posse de livros de instrução religiosa. III  – identificar demandas de acompanhamento psico‑
Parágrafo único. À pessoa presa será assegurado o lógico;
direito à expressão de sua consciência, filosofia ou prática IV  – acompanhar internos em condições de crises de‑
de sua religião de forma individual ou coletiva, devendo ser pressivas e outros transtornos mentais;
respeitada a sua vontade de participação, ou abstenção de V  – contribuir com as ações de promoção da saúde
participação de atividades de cunho religioso. mental, notadamente com a assistência aos dependentes
Art. 124. É assegurado a todas as religiões professadas químicos, participando para a proposição e a execução de
Conhecimentos Específicos

no interior da Unidade Prisional, através de seus diversos atividades voltadas à redução de danos e agravos à saúde.
representantes, direito a realização de cultos em dia e hora VI  – desenvolver atividades de grupos focais, traba‑
pré‑determinados pela Direção, desde que não coloquem lhando temas pertinentes ao contexto prisional, com viés
em risco a vida e a integridade dos participantes, vedado multidisciplinar;
o proselitismo religioso e qualquer forma de discriminação VII – proceder aos encaminhamentos à rede de assistên‑
ou estigmatização. cia social, de saúde e educação;
§ 1º Caso o estabelecimento prisional não tenha local VIII – participar da articulação de parcerias para a realiza‑
adequado para a prática religiosa, as atividades deverão ção de atividades de promoção da saúde mental, prevenção
se realizar no pátio, nas galerias ou nas celas, em horários da dependência química, orientação e assistência aos fami‑
específicos. liares de presos e egressos;
§ 2º Para atuar no estabelecimento prisional o líder ou IX – destinar, nas unidades femininas, atenção especial
grupo religioso fará pedido ao Diretor, por escrito, e deverá às internas gestantes, em estado puerperal e às crianças da

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creche, principalmente no período de separação entre mãe § 7º Caso haja necessidade de conserto do aparelho, o
e filho, assim como contribuir para o fortalecimento dos mesmo será feito com recurso próprio do preso ou de seus
vínculos da família que irá abrigar a criança visitantes.
§ 2º Os exames criminológicos e demais perícias técnicas § 8º É proibida qualquer espécie de conserto de aparelho
não poderão ser realizados pelos psicólogos que realizam a de rádio nas dependências internas do estabelecimento,
assistência aos presos. salvo em local determinado e com a devida autorização.
Art. 135. O acesso à televisão pelo preso, qualquer que
TÍTULO X seja o regime de cumprimento de pena, ocorrerá sob duas
DO CONTATO EXTERNO modalidades:
I – 01 (um) aparelho coletivo de propriedade da unidade
CAPÍTULO I prisional;
Da Correspondência Escrita II  – 01 (um) aparelho de uso particular em cada cela
ou alojamento, mediante prévia autorização por escrito da
Art. 129. A correspondência escrita entre o preso, seus direção da unidade, comprovada a propriedade do mesmo
familiares e afins será feita pelas vias regulamentares. por documento idôneo.
Art. 130. É livre a correspondência, condicionada a sua Art. 136. O aparelho de uso coletivo deverá ser fran‑
expedição e recepção, às normas de segurança e disciplina queado aos presos, através de programação institucional
da unidade prisional. previamente divulgada, nos seguintes locais:
Art. 131. Os materiais recebidos por via postal deverão I – em sala de aula, para fins didáticos e sócio‑culturais;
ser vistoriados em local apropriado, na presença do preso, II – em ambientes coletivos, em horários estabelecidos
observadas as normas de segurança e disciplina da unidade formalmente, sem prejuízo das atividades de trabalho, es‑
prisional. cola, esportes e outras prioridades.
Parágrafo único. Ao Diretor Adjunto da Unidade caberá Parágrafo único. O controle do aparelho e da programa‑
a vistoria mencionada neste artigo. ção compete à área de segurança e disciplina.
Art. 137. Não se permitirá mais de um aparelho de tele‑
CAPÍTULO II visão em cada cela, independente da quantidade de presos.
Dos Meios de Comunicação Art. 138. O uso dos meios de comunicação permitidos por
este Regimento Geral poderá ser suspenso ou restringido por
Art. 132. O preso terá acesso à leitura de jornais, revis‑ ato devidamente motivado, ficando seu restabelecimento a
tas, periódicos e outros meios de comunicação adquiridos critério da direção da unidade.
às expensas próprias ou por visitas, desde que submetidos
CAPÍTULO III
previamente a apreciação da direção da unidade prisional,
Das Visitas
que avaliará a sua contribuição ao processo educacional e
ressocializador, bem como a não infringência às normas de
Art. 139. As visitas ao preso se classificam sob duas cate‑
segurança.
gorias: as comuns e as conjugais (chamadas visitas íntimas).
Art. 133. A Rádio Livre, radiadora com estúdio na Sejus
e transmissão para todas as unidades prisionais por meio de Seção I
equipamentos técnicos de caixas de som, será responsável Das Visitas Comuns
pela transmissão de programação voltada para os internos,
de cunho cultural, educacional, informativo, esportivo, social, Art. 140. Os (as) presos (as) poderão receber visitas de
religioso e de entretenimento, operada por profissional de cônjuges, companheiras (os) ou parentes, em dias determi‑
comunicação, promovendo, ainda, a interação entre os inter‑ nados, desde que registrado no rol de visitas do Estabeleci‑
nos e seus familiares, bem como aproximando a comunidade mento Prisional e devidamente autorizadas pela direção, e
carcerária e a administração penitenciária. se darão na forma especificada na Portaria nº 692/2013 da
Art. 134. O uso do aparelho de rádio difusão poderá ser Sejus, ou outra portaria que venha a substituí‑la, expedida
permitido, mediante autorização por escrito expedida pela pelo mesmo órgão.
Direção da Unidade Prisional, observadas as peculiaridades Parágrafo único. O cadastramento no rol de visitas será
de cada estabelecimento e comprovada a propriedade do lavrado no prazo de até 10 (dez) dias da apresentação dos
mesmo por documento idôneo, nos locais onde não houver documentos elencados na referida portaria, devendo as
transmissão da rádio livre. hipóteses de indeferimento serem devidamente motivadas.
§ 1º É permitido ao interessado adquirir seu aparelho, Art. 141. As visitas serão limitadas ao número de 02 (dois)
com recursos de pecúlio ou de seus visitantes. visitantes por dia de visita, a fim de proporcionar adequadas
§ 2º O aparelho deverá ser de porte pequeno, a critério condições de revista, preservando as condições de segurança
da unidade prisional, que deverá atentar para a facilitação na Unidade Prisional. Quanto à visitação de filhos e netos
de sua revista. menores de idade, no dia destinado a essas visitas, não há
§ 3º O aparelho de rádio será registrado em livro próprio, limite de quantidade.
a cargo da Direção da Unidade, devendo constar desse regis‑
Conhecimentos Específicos

§ 1º Os cadastros de visita deverão ser preferencialmente


tro todos os dados que possibilitem sua perfeita identificação biométricos, sendo renovados a cada 02 (dois) anos e acom‑
e controle. panharão o preso em caso de mudança de unidade.
§ 4º O aparelho de rádio não identificado será apreen‑ § 2º Em não havendo cônjuge, companheira (o), ascen‑
dido pelos agentes da área de segurança e disciplina, que dentes e descendentes de primeiro ou segundo grau e cola‑
procederá às averiguações de sua origem, sem prejuízo da terais de primeiro grau ou parentes habilitados para a visita,
sanção disciplinar. poderá o(a) preso(a) cadastrar até 02 (dois) amigos (as).
§ 5º O portador do rádio deverá utilizá‑lo em sua própria Art. 142. A entrada de menores nas unidades prisionais
cela em volume compatível com a tranqüilidade dos demais só será permitida aos filhos e netos do(a) preso(a), acompa‑
presos, permitido o uso de fone de ouvido. nhados pelo responsável legal e, na falta deste, por aquele
§ 6º A Administração não se responsabilizará pelo mau que for designado para sua guarda e responsabilidade, pela
uso, extravio ou desaparecimento do aparelho, nem por autoridade judicial competente, devendo apresentar carteira
danos causados pelo usuário ou por outro preso. de identidade ou certidão de nascimento.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 1º A entrada do(a) companheiro(a) menor de idade se § 9º A realização de revista manual ocorrerá nas seguintes
dará mediante autorização do juízo das execuções, salvo se já hipóteses:
possuírem prole em comum, quando deverá ser apresentada I – o estado de saúde impeça que a pessoa a ser revistada
certidão de nascimento do(s) filho(s). se submeta a determinados equipamentos de revista ele‑
Art. 143. Não será permitida a visita a pessoa que: trônica, mediante comprovação de laudo médico expedido
I – não esteja autorizado pela direção; em até sessenta dias antes da visita, exceto quando atestar
II – não apresente documento de identificação; enfermidade permanente;
III  – apresentar sintomas de embriagues ou conduta II – quando não existir equipamento eletrônico ou este
alterada que levem a presunção de consumo de drogas e/ não estiver funcionando;
ou entorpecentes; III  – após a realização da revista eletrônica, subsistir
IV – estiver com gesso, curativos ou ataduras; fundada suspeita de porte ou posse de objetos, produtos
V – chegar na Unidade Prisional no dia e hora, não esta‑ ou substâncias, cuja entrada seja proibida.
belecido para visita; Art. 147. Os valores e objetos considerados inadequados,
VI – do sexo masculino que estiver trajando bermuda, encontrados em poder do visitante, serão guardados em local
calção e/ou camiseta sem mangas; apropriado e restituídos ao término da visita.
VII – do sexo feminino que estiverem trajando mini‑saias, Parágrafo único. Caso a posse constitua delito penal
miniblusas, roupas excessivamente curtas, decotadas e deverão ser tomadas as providências legais cabíveis.
transparentes. Art. 148. As pessoas idosas, gestantes e deficientes
Art. 144. Cartas, bilhetes ou qualquer outro meio de físicos, terão prioridade nos procedimentos adotados para
comunicação escrita, deverão ser entregues aos plantonistas a realização da visita.
da revista ou ao chefe de equipe que fará o encaminhamento Art. 149. O visitante que estiver com maquiagem, pe‑
ao preso. ruca e outros complementos que possam dificultar a sua
Art. 145. As visitas comuns deverão ocorrer preferencial‑ identificação ou revista, poderá ser impedido de ter acesso
mente, as quartas‑feiras e/ou domingos das 08:00 horas às à unidade prisional, como medida de segurança.
16:00 horas, encerrando-se o acesso ao interior da Unidade Art. 150. Roupas íntimas, agasalhos e material higiênico
Prisional às 14:00 horas, em período não superior a 08 (oito) não fornecidos pelo Sistema Prisional, bem como, bens de
horas, não devendo coincidir com o dia destinado às visitas consumo, perecíveis ou não, permitidos e trazidos pelos
íntimas. visitantes nos dias regulamentares de visita, serão entregues
§ 1º A critério da Coordenação do Sistema Penal ou da Di‑ no setor da revista, para que seja realizado um minucioso
reção da Unidade Prisional, poderá ser suspensa ou reduzida exame na presença do portador, após o que será permitida
a visita em caso de risco iminente à segurança e disciplina. a entrada no estabelecimento.
§ 2º Em caso excepcional, a administração poderá au‑ § 1º A Coordenadoria do Sistema Penal deverá formular
anualmente relação dos bens de consumo, perecíveis ou não,
torizar visita extraordinária, devendo fixar o tempo de sua
que poderão ser admitidos no interior das unidades, da qual
duração.
se dará ampla publicidade;
§ 3º O preso recolhido ao pavilhão hospitalar ou enfer‑
§ 2º As visitas não poderão ingressar nas unidades prisio‑
maria e impossibilitado de se locomover, ou em tratamento
nais levando qualquer pertence que não seja autorizado pela
psiquiátrico, poderá receber visita no próprio local, a critério
administração, devendo ser vedados apenas aqueles que
da autoridade médica.
atentem contra a segurança e disciplina do estabelecimento.
Art. 146. Antes e depois das visitas os presos poderão Art. 151. As visitas comuns serão realizadas em local
ser submetidos à revista. próprio, em condições dignas e que possibilitem a vigilância
§ 1º Os visitantes deverão ser revistados antes de aden‑ pelo corpo de segurança.
trarem na unidade. Parágrafo único. As unidades prisionais disporão de es‑
§ 2º A revista pessoal (eletrônica, mecânica ou manual) paços lúdicos para acolher filhos e netos de presos (as) por
será realizada com respeito à dignidade humana, sendo ocasião das visitas.
vedada qualquer forma de desnudamento, tratamento de‑ Art. 152. O visitante, familiar ou não, poderá ter seu
sumano ou degradante. ingresso suspenso pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, por
§ 3º A revista pessoal deverá ocorrer mediante uso de decisão motivada da direção da unidade, quando:
equipamentos eletrônicos detectores de metais, bodyscan‑ I – da visita resulte qualquer fato danoso à segurança e
ners, aparelhos de raio‑X ou similares, ou ainda manualmen‑ disciplina da unidade, que envolva o visitante ou o preso;
te, preservando‑se a integridade física, psicológica e moral II – houver aplicação de sanção disciplinar suspendendo
da pessoa revistada. o direito a receber visita.
§ 4º Onde houver bodyscanners obrigatoriamente este Parágrafo único. O visitante, familiar ou não, terá seu
será o meio utilizado para a revista eletrônica. cadastro cancelado se praticar qualquer ato tipificado como
§ 5º Considera‑se revista manual toda inspeção realizada crime doloso, sendo possível a recuperação do cadastro,
mediante contato físico da mão do agente público compe‑ por decisão da Direção da Unidade, ouvidos os Setores de
tente sobre a roupa da pessoa revistada, sendo vedados o Segurança e Disciplina e de Serviço Social, a partir de 6 (seis)
Conhecimentos Específicos

desnudamento total ou parcial, o toque nas partes íntimas, meses após a prática do ato.
o uso de espelhos, o uso de cães farejadores, bem como a Art. 153. O preso que cometer falta disciplinar média ou
introdução de quaisquer objetos nas cavidades corporais da grave poderá ter restringido ou suspenso o direito a visita
pessoa revistada. por até 30 (trinta) dias.
§ 6º A retirada de calçados, casacos, jaquetas e similares,
bem como de acessórios, não caracteriza desnudamento. Seção II
§ 7º A revista manual será realizada por servidor habili‑ Da Visita Íntima
tado e sempre do mesmo sexo da pessoa revistada.
§ 8º A revista pessoal em crianças ou adolescentes deve Art. 154. A visita íntima constitui um direito e tem por fi‑
garantir o respeito ao princípio da proteção integral da nalidade fortalecer as relações afetivas e familiares, devendo
criança e do adolescente, sendo vedada sua realização sem ser requerida pelo preso interessado ao Diretor da Unidade.
a presença e o acompanhamento de um responsável legal. Parágrafo único. A orientação sexual dos internos e dos

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
visitantes deverá ser respeitada, não devendo haver qualquer § 1º O trabalho interno tem caráter obrigatório, respei‑
tipo de discriminação. tadas as aptidões e a capacidade do preso, observando‑se:
Art. 155. A visita íntima poderá ser suspensa ou restringi‑ a) Na atribuição do trabalho, poderão ser levadas em
da pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta disciplinar média ou consideração a habilitação, a condição pessoal e as necessi‑
grave cometida pelo reeducando, bem como por atos do(a) dades futuras do interno.
companheiro(a) que causar problemas de ordem moral ou b) Os maiores de 60 (sessenta) anos terão ocupação
de risco para a segurança ou disciplina. adequada à sua idade.
Art. 156. Os serviços de Saúde e de Assistência Social c) Os doentes ou portadores de necessidades especiais,
do Sistema Penitenciário deverão planejar um programa declarados tais pelo órgão competente, terão ocupação
preventivo para a população prisional, nos aspectos sanitário compatível com seu estado físico e mental.
e social, respectivamente, sendo assegurada a distribuição § 2º A jornada de trabalho não poderá ser inferior a 06
gratuita de preservativos ao preso, quando da realização da (seis) nem superior a 08 (oito) horas, com descanso aos
visita íntima. domingos e feriados, salvo exceções legais.
Parágrafo único. O serviço de Saúde e a Comissão Técnica Art. 164. Conforme o disposto no artigo 126 da Lei de
de Classificação de cada unidade prisional desenvolverão os Execução Penal, o detento poderá remir parte do tempo de
programas propostos.
condenação, à razão de um dia de pena por três trabalhados.
Art. 157. Ao preso será facultado receber para visita ín‑
§ 1º Também se considera, para efeitos de remição, a
tima cônjuge ou companheiro(a) ou pessoa designada pelo
frequência regular aos cursos de Ensino Fundamental, Mé‑
mesmo, comprovadas as seguintes condições:
I – se cônjuge, comprovar‑se‑á com a competente Cer‑ dio e Profissionalizante, bem como a produção intelectual
tidão de Casamento; e produção de artesanato.
II – se companheiro(a), comprovar‑se‑á com o Registro § 2º Deverá existir uma ficha de frequência, a qual regis‑
de Nascimento dos filhos em nome de ambos ou declaração trará os dias trabalhados, devendo ser assinada diariamente
de união estável assinada por duas testemunhas, com firma pelo preso(a) e rubricada no final do mês pela autoridade
reconhecida; administrativa competente.
III  – nos demais casos, mediante declaração expressa § 3º A contagem do tempo de remição se dará na forma
do(a) preso(a), com a apresentação dos documentos exigidos do art.126 da Lei de Execução Penal.
para as visitas comuns, e avaliação do Serviço Social. § 4º Para fins de cumulação dos casos de remição, as
§ 1º o preso poderá receber a visita íntima de menor de horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de
18 (dezoito) anos, quando: forma a se compatibilizarem.
a) legalmente casados; § 5º O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir
b) nos demais casos, mediante autorização do juízo das no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar‑se com
execuções, salvo se já possuírem prole em comum, quando a remição.
deverá ser apresentada certidão de nascimento do(s) filho(s); § 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto
c) houver prova de emancipação civil do(a) visitante. ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional pode‑
§ 2º Somente será autorizado o registro de um(a) visitan‑ rão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de
te, ficando vedadas as substituições, salvo se ocorrer separa‑ educação profissional, parte do tempo de execução da pena
ção ou divórcio, no decurso do cumprimento de pena, obe‑ ou do período de prova.
decido o prazo mínimo de 6 (seis) meses, com investigação § 7º O disposto neste artigo aplica‑se às hipóteses de
do Serviço Social e decisão da Direção da Unidade Prisional. prisão cautelar.
Art. 158. Comprovadas as relações previstas nos artigos Art. 165. O Setor de Segurança e Disciplina informará à
anteriores, para a concessão de visita íntima, deverão ainda Unidade de Produção e comercialização sobre eventuais
as partes: impedimentos da atividade do trabalho do preso trabalhador
a) Apresentar atestado de aptidão, do ponto de vista e seus motivos.
de saúde, através de exames laboratoriais tanto para o(a) Parágrafo único. No caso de saída do preso da unidade
preso(a) como para o(a) companheiro(a); prisional será comunicada imediatamente para a Unidade de
b) Submeter‑se aos exames periódicos, a critério das Produção e Comercialização para as providências cabíveis.
respectivas unidades.
Art. 159. A periodicidade da visita exclusivamente íntima
CAPÍTULO I
será mensal, obedecidos os critérios estabelecidos neste
Do Trabalho Interno
Regimento Geral.
Art. 160. O controle da visita íntima, relativamente às
condições de acesso, trânsito interno e segurança do(a) Art. 166. O trabalho interno será desenvolvido através de
preso(a) e de seu cônjuge ou companheiro(a), compete aos qualquer atividade regulamentada, que tenha por objetivo
integrantes da área de segurança e disciplina. o aprendizado, a formação de hábitos sadios de trabalho, o
Art. 161. A visita deverá submeter‑se às normas de se‑ espírito de cooperação e a socialização do preso.
Conhecimentos Específicos

gurança do estabelecimento. Art. 167. Considera‑se trabalho interno aquele realiza‑


do nos limites do estabelecimento, destinado a atender às
TÍTULO XI necessidades peculiares da unidade.
DO TRABALHO, DA REMIÇÃO E DO PECÚLIO Art. 168. Será atribuído horário especial de trabalho
aos internos designados para os serviços de conservação,
Art. 162. A unidade prisional manterá o trabalho do subsistência e manutenção da Unidade.
reeducando como dever social e condição de dignidade hu‑ Art. 169. Compete à unidade prisional propiciar condi‑
mana, com finalidade educativa, produtiva e reintegradora. ções de aprendizado aos presos sem experiência profissional
Parágrafo único. Aplicam‑se à organização e aos métodos na área solicitada.
de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. Art. 170. Para a prestação do trabalho interno, dar‑se‑á
Art. 163. As modalidades de trabalho classificam‑se em sempre preferência aos presos que tenham índice superior
interno e externo. de aproveitamento e maior tempo de cumprimento de pena.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CAPÍTULO II unidades, elaborarão relatório circunstanciado das atividades
Do Trabalho Externo e funcionamento da respectiva unidade, encaminhando‑o ao
Coordenador do Sistema Penal do Estado, para as providên‑
Art. 171. O trabalho externo, executado fora dos limites cias que entender cabíveis.
do estabelecimento, será admissível aos presos em regime Art. 183. Os funcionários da Unidade Prisional cuidarão
fechado, quando obedecidas as condições legais, e aos presos para que sejam observados e respeitados os direitos e de‑
em cumprimento de pena em regime semiaberto e aberto. veres dos detentos respondendo, nos termos da legislação
Art. 172. O cometimento de falta disciplinar de natureza própria, pelos resultados adversos a que derem causa, por
grave implicará na revogação imediata da autorização de ação ou omissão.
trabalho externo, sem prejuízo da sanção disciplinar cor‑ § 1º No exercício de suas funções, os funcionários não
respondente, apurada através de procedimento disciplinar. deverão compactuar com os presos nem praticar atos que
Art. 173. O preso em cumprimento de pena em regime possam atentar contra a segurança, ordem ou disciplina,
semiaberto, poderá obter autorização para desenvolver mantendo diálogo com os detentos dentro dos limites
trabalho externo, junto às empresas públicas ou privadas, funcionais;
observadas as seguintes condições: § 2º Os agentes prisionais levarão ao conhecimento
I – Submeter‑se à observação criminológica realizada no da autoridade competente as reivindicações dos presos
período de 30 (trinta) dias de sua inclusão, sem qualquer objetivando uma solução adequada, bem como as ações
impedimento; ou omissões dos mesmos, que possam comprometer a boa
II – Manter comportamento disciplinado, seja na unidade ordem na Unidade Prisional.
prisional, seja na empresa a qual presta serviços; Art. 184. Ocorrendo óbito, fuga e evasão, a direção do
III – Cumprir horário, em jornada estabelecida no res‑ Estabelecimento comunicará imediatamente ao Juiz da
pectivo contrato de trabalho; Execução, a Coordenadoria do Sistema Prisional e também
IV – Retornar à unidade prisional quando de eventual solicitará a presença da Polícia Judiciária.
dispensa portando documento hábil do empregador; Parágrafo único. Falecendo o interno, os valores e bens
V – Ter justificado ao empregador, mediante documento devidamente inventariados, serão entregues aos familiares.
hábil, a falta por motivo de saúde; Art. 185. Em caso de danos ao Estabelecimento a Dire‑
VI  – Cumprir rigorosamente o horário da jornada de toria oferecerá a Coordenadoria do Sistema Penitenciário
relatório circunstanciado objetivando avaliar os prejuízos e
trabalho estabelecidos pela unidade prisional e empresa.
elucidar as irregularidades, encaminhando os resultados a
Art. 174. A unidade prisional deverá manter o controle
quem de direito.
e fiscalização através de instrumentos próprios, junto à em‑
Parágrafo único. Cabe ao reeducando ressarcir o Estado
presa e ao reeducando, para que o mesmo possa cumprir
pelos danos causados, ao patrimônio físico e material da
as exigências do artigo anterior.
Unidade Prisional.
Art. 186. Os casos omissos poderão ser resolvidos pelo
CAPÍTULO III diretor da Unidade, em conjunto com a Coordenadoria do
Do Pecúlio Sistema Penitenciário, com o conhecimento da Secretária
da Justiça e Cidadania, observadas as respectivas compe‑
Art. 175. O trabalho do(a) preso(a) será remunerado, tências.
obedecendo critérios de produtividade, não podendo ser Art. 187. A revisão do Regimento Geral dos Estabeleci‑
inferior a 3/4 três quartos) do salário mínimo. mentos Prisionais do Estado do Ceará será realizada a cada
Art. 176. O produto da remuneração será depositado 4 (quatro) anos, contados a partir de sua publicação, por
em conta bancária, em Banco Oficial ou Privado, conveniado Comissão Especial a ser designada pelo(a) Secretário(a) da
com o Estado. Justiça e Cidadania, composta preferencialmente de forma
Art. 177. Quanto aos valores do trabalho do preso, seu paritária por membros das instituições com atuação direta
pecúlio e deduções previdenciárias, observar‑se‑á o disposto no sistema prisional.
na Portaria nº 217/2014 da Sejus. Parágrafo único. Sem prejuízo da citada revisão, serão
Art. 178. Toda importância em dinheiro que for apreen‑ promovidos encontros anuais de servidores e gestores para
dida indevidamente com o reeducando e cuja procedência discussão, proposição e avaliação das políticas públicas para
não for esclarecida reverterá ao Estado, por processo ad‑ o sistema penitenciário.
ministrativo em que se obedeça ao devido processo legal. Art. 188. Este Regimento entrará em vigor na data de sua
Parágrafo único. Se a origem e propriedade forem legí‑ publicação, revogadas as disposições em contrário.
timas, a importância será depositada no pecúlio reserva do
reeducando, sem prejuízo das sanções disciplinares previstas. EXERCÍCIOS
Art. 179. Na ocorrência do falecimento do reeducando,
o saldo será entregue a familiares, atendidas as disposições 1. (VUNESP/PC-CE/Inspetor de Polícia/2015) Nos termos
pertinentes. do que dispõe a Lei nº 9.826/74, em relação ao regime
Conhecimentos Específicos

disciplinar, pode-se afirmar como correto que


TÍTULO XII a) o exercício da legítima defesa é causa excludente
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS de responsabilidade administrativa, ainda que haja
excesso e desproporcionalidade na conduta do
Art. 180. O abuso de poder exercido contra o interno será funcionário.
punido administrativamente, sem prejuízo da apuração da b) a apuração da responsabilidade funcional será feita
responsabilidade penal e civil. através de sindicância ou de inquérito.
Art. 181. Cada unidade prisional adotará, atendendo c) o ilícito administrativo é punível quando comprova‑
suas peculiaridades, horário próprio para tranca e destranca do que o seu resultado foi perturbador do serviço
das celas. estadual.
Art. 182. A cada mês do ano civil os Administradores das d) o ilícito de abandono de cargo e a respectiva punição
unidades prisionais, após consulta às equipes técnicas das prescrevem em 03 (três) anos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
e) se vários funcionários lotados em órgãos diversos b) 22 (vinte e duas) horas de um dia às 5 (cinco) horas
do Poder Executivo, juntos praticarem ilícito ad‑ do dia seguinte.
ministrativo, a competência para a apuração da c) 23 (vinte e três) horas de um dia às 6 (seis) horas do
responsabilidade será do Ministério Público. dia seguinte.
d) 24 (vinte e quatro) horas de um dia às 6 (seis) horas
2. (FCC/TCE-CE/Analista de Controle Externo/2015) do dia seguinte.
Josué é funcionário público, ocupando cargo efetivo
no quadro da Secretaria da Fazenda Estadual. Em 5. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011)
razão de sua formação superior na área de ciências De acordo com o estabelecido no art. 182 da Lei Esta‑
contábeis, foi convidado a ocupar a função de diretor dual nº 9.926 de 14 de maio de 1974 que dispõe sobre
financeiro da empresa estatal que atua na exploração direitos, deveres e regime disciplinar dos Funcionários
de rodovias estaduais. Josué, não obstante tenha se Públicos Civis do Estado do Ceará, contado a partir da
interessado pelo convite, ficou com receio de que seu data de ocorrência do ilícito, o número de anos para
afastamento desfavorecesse os direitos e vantagens a prescrição do direito ao exercício do poder disciplinar é
que faz jus como titular de cargo efetivo. A propósito a) dois.
desse aspecto, a Lei n° 9.826/1974 estabelece que b) três.
a) os direitos e vantagens conferidos aos ocupantes de c) quatro.
cargos públicos efetivos não se transferem aos ocupan‑
d) cinco.
tes de empregos públicos, posto que estes prescindem
de concurso público para serem preenchidos.
b) o afastamento de funcionário público ocupante 6. Conforme disposição do art. 173, inciso da Lei Estadual
de cargo efetivo não impacta no recebimento de nº 9.926, de 14 de maio de 1974, o número de meses
nenhum direito ou vantagem, em razão da irreduti‑ de vencimento ou provento concedido como auxílio
bilidade de vencimentos dos servidores públicos. funeral à família do funcionário falecido, mesmo que
c) em se tratando de ocupar outro cargo estadual de aposentado, corresponde a
provimento em comissão, o tempo de serviço será a) um.
computável para todos os fins em favor do servidor b) dois.
Josué. c) três.
d) é vedado o afastamento de servidor público ocu‑ d) seis.
pante de cargo efetivo para ocupar outro cargo na
Administração pública, tendo em vista que equiva‑ 7. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011)
leria a colocar o cargo original em disponibilidade. Considere as afirmações a seguir, tomando por base
e) apenas o afastamento que dependa de autorização a Lei Estadual nº 9.926, de 14 de maio de 1974 e, em
legislativa pode ser computado como tempo de seguida, assinale com V a afirmação verdadeira e com
efetivo serviço. F, a falsa:
( ) Será considerado de efetivo exercício o afastamen‑
3. (FCC/DPE-CE/Defensor Público/2014) O Estatuto dos to por até oito dias, em virtude de casamento.
Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará - Lei no ( ) O período de férias não gozadas será contado em
9.826, de 14 de maio de 1974 - em sua redação vigente, dobro, para efeitos de disponibilidade e aposenta‑
prescreve que doria.
a) acesso é a elevação do funcionário à classe imedia‑ ( ) O funcionário nomeado em virtude de concurso
tamente superior àquela em que se encontra dentro público somente adquire estabilidade depois de
da mesma série de classes na categoria funcional a decorridos quatro anos de efetivo exercício.
que pertencer. ( ) A nomeação é o fato que completa a investidura
b) em caso de afastamento para o trato de interesses em cargo público.
particulares e caso deseje o cômputo do tempo para ( ) Assiduidade, urbanidade e discrição configuram o
fins de aposentadoria, o servidor deverá recolher dever geral do funcionário.
mensalmente ao regime próprio de previdência dos
servidores públicos contribuição no valor de 11% Está correta, de cima para baixo, a sequência:
(onze por cento) de sua última remuneração. a) V, V, F, F, V.
c) a posse em cargo público é ato personalíssimo, não b) F, F, V, V, F.
se admitindo a posse por procuração. c) F, V, V, F, V.
d) somente após o término do estágio probatório d) V, F, F, V, F.
dar-se-á a avaliação especial de desempenho do
servidor público, resultando na sua confirmação ou
8. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011)
exoneração.
e) preso preventivamente, pronunciado por crime Nos termos do art.  152, inciso II da Lei Estadual
Conhecimentos Específicos

comum ou denunciado por crime inafiançável, em nº 9.926, de 14 de maio de 1974, o funcionário será
processo em que não haja pronúncia, o servidor será aposentado compulsoriamente aos
afastado do exercício de seu cargo até trânsito em a) sessenta anos de idade.
julgado da decisão do juízo criminal. b) sessenta e cinco anos de idade.
c) setenta anos de idade.
4. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011) d) setenta e cinco anos de idade.
Nos termos do art. 8º, § 1º da Lei Nº 14.582, de 21 de
dezembro de 2009, o adicional por trabalho noturno GABARITO
é devido ao servidor cujo trabalho seja executado no
período compreendido entre 1. b 3. e 5. d 7. a
a) 21 (vinte e uma) horas de um dia às 5 (cinco) horas 2. c 4. b 6. a 8. c
do dia seguinte.

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