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Disciplina: PRR - Obras Públicas - Fundamentos, Tipologia e Normatização.

Identificação da tarefa: Tarefa 2. Envio de arquivo.

Pontuação: 20 pontos.

Tarefa 2

Faça uma dissertação, obedecendo quanto à forma ao que aprendeu na disciplina de


Metodologia, sobre o tema: Normas sobre contratação de Obras Públicas no
Brasil – por que tanta corrupção?

Espera-se um texto entre quatro a seis laudas de conteúdo (espaçamento 1,5, fonte
Arial 12), excluídos os outros elementos formais.
1. Introdução

Frequentemente observamos em grande parte da mídia as notícias referindo-


se aos escândalos de corrupção envolvendo agentes públicos e empreiteiras nas
licitações e contratos de obras públicas, que são regidas pela lei nacional 8.666/1993
– Lei de Licitações e Contratos (LCC). A corrupção está arraigada na formação cultural
dos brasileiros, todos já ouviram falar do “jeitinho brasileiro”. Denúncias de desvios de
recursos públicos, superfaturamentos, sobrepreços, atrasos, paralisações, projetos
deficientes entre outros termos que se correlaciona a obra púbica como se sinônimo
fosse, nos motiva a esmiuçar o tema Normas sobre contratação de Obras Públicas no
Brasil – por que tanta corrupção?

Na busca por tentar compreender tantos atos ímprobos, a uma particularidade


da história do Brasil que remete aos tempos das caravelas, quando Pero Vaz de
Caminha escreve a famosa carta a Dom Manuel, anunciando a descoberta da Terra
de Vera Cruz e descrevendo as belezas naturais que encontrou nesta terra que se
plantando de tudo dá. Ele, ao final da carta pede uma “ajudinha”, a anistia do genro
condenado por roubar uma igreja e ferir um padre. Valendo-se do título de nobreza e
da proximidade com o rei podemos identificar as verdadeiras intenções do escrivão,
qual seja, do interesse particular sobrepondo-se ao interesse público. Esta carta é o
registro que a corrupção no Brasil está impregnada na cultura tupiniquim desde seu
nascimento.

Algumas centenas de anos se passaram e a corrupção continua em expansão


e com mecanismos engenhos adequados ao século XXI. Está por toda parte e em
todas as áreas, porém é inegável que o segmento da construção é uma das partes
mais afetadas negativamente pela péssima gestão dos governos, pela retração da
economia e principalmente pelos atos de corrupção.

A Operação Lava Jato está aí para provar o que todos já suspeitavam, um


grande esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, vários políticos do país, as
maiores empreiteiras brasileiras (Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Camargo
Correia, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, Engevix e UTC) e
diversas empresas de outros ramos (redes de postos de combustíveis e lava jato, rede
de hotéis etc). O esquema envolvia ainda grandes obras públicas de infraestrutura,
como a construção da Usina Nuclear Angra 3, a Ferrovia Norte-sul e as obras
realizadas para a Copa do Mundo.

2. Desenvolvimento

Aperfeiçoar os modelos de contratações públicas para que os procedimentos


se tornem mais ágil e transparentes é o intuito de todos. A eficiência da LLC é
discutível e a exequibilidade apresenta outros elementos que juntos, formam um
sistema ineficaz: profissionais desqualificados, maus gestores, fornecedores sem
compromisso, judiciário lento, enfim, tem-se a receita de um colapso nas contratações
públicas.

Há 25 anos foi promulgada a lei de licitações e contratos da Administração


Pública. Um marco no legislativo brasileiro, porém bastante defasada da atualidade e
na busca por se resolver isto já se foram mais de 30 alterações. A professora Maria
Sylvia Zanella Di Pietro, doutrinadora do direito administrativo, em entrevista à revista
do TCE-MG, apontou falhas na LCC e afirma que todas as tentativas para muda-lá
fracassaram e que as licitações são portas abertas para a corrupção.

A opinião da Professora Di Pietro reflete bem o pensamento de muitos juristas


que veem na Lei Geral de Licitações um engessamento nas contratações públicas.
Sobre a Lei 8.666/93, assim se manifestou a professora:

Ela (Lei 8.666/93) é excessivamente formalista. (...) Hoje ficou mais do que
provado que o formalismo da lei não contribuiu em nada para acabar com a
corrupção. Uma licitação pode ser formalmente tida como perfeita, só que
não se sabe quais as trocas, as coisas que “são feitas por trás”. Talvez seja
a própria Lei n. 8.666/93 que leve as autoridades a procurarem “caminhos
paralelos”. São muitas exigências. Não há liberdade alguma. Além disso, a
atual Lei de Licitações não fixa apenas normas gerais, conforme previsto na
Constituição, ela extrapola muito, deixando pouca ou nenhuma liberdade para
os Estados e Municípios legislarem.

Há tempos que se discute uma reforma nas legislações sobre licitações. E já


se encontra em tramitação no Congresso Nacional o substitutivo do Projeto de Lei do
Senado nº 559, de 2013, de autoria da Comissão Temporária de Modernização da Lei
de Licitações e Contratos, que “Institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública e revoga a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº
10.520, de 17 de julho de 2002, e dispositivos da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de
2011”.

Inicialmente vale salientar que boa parte do projeto de lei consiste em


adaptações dos principais textos normativos vigentes sobre licitações e contratos,
quais sejam: a Lei nº 8.666, de 1993 (Lei Geral de Licitações), a Lei nº 10.520, de
2002 (Lei do Pregão), e a Lei nº 12.462, de 2011 (Lei do Regime Diferenciado de
Contratações Públicas – RDC).

Todavia não significa que se trata apenas de uma compilação dos textos
normativos já existentes, trouxe sim várias inovações em seu texto original. Seguem
dois aspectos importantes no que tange a corrupção em Obras Públicas:

I. Reformulação do sistema de garantias nas contratações públicas.

Com a autorização para que o Poder Público exija a contratação de seguro com
cláusula de retomada. Em casos de rescisão unilateral, a seguradora deverá assumir
a gestão do contrato e finalizar o objeto contratado. Em suma, para obras, serviços e
fornecimentos de grande vulto, a garantia mínima deverá variar entre 10% e 30% do
valor inicial do contrato, podendo, em situações excepcionais, ser fixado em
percentual superior ao limite de 30%. Já para as demais contratações o percentual
deverá variar entre 5% a 20% do valor inicialmente contratado.

Aqui cabe uma crítica aos valores percentuais adotados. Nos EUA é obrigatório
o seguro cobrir 100% o valor do contrato, dessa forma é garantido o pleno
cumprimento da obra ou serviço, mesmo em casos que a contratada não cumpra com
suas responsabilidades, obrigando a seguradora a executar o restante da obra ou que
contrate uma terceira empresa para esse fim. Com a cobertura do prêmio no seu valor
total (100%) as seguradoras tomam uma série de cuidados que minimizam os riscos
da contratada falhar durante a vigência do contrato, nesse aspecto a proposta de
alteração da lei brasileira pouco progrediu já que na lei 8.666/1993 o valor era de 5%
e, em casos excepcionais, 10%.
II. Obrigatoriedade de projetos executivos anteriormente a licitação da obra ou
serviço.

Previsão de que serviços e obras de engenharia somente poderão ser iniciados


quando houver projeto executivo, de modo a privilegiar o estudo e a atuação planejada
da Administração Pública. Com isso, espera-se afastar a praxe amplamente difundida
de promover licitações com projetos básicos deficientes, o que muitas vezes pode dar
brecha a incontáveis termos aditivos com vistas a corrigir deficiências muitas vezes
previsíveis se houvesse um projeto executivo adequado.

Uma proposta poderia ser adotada a fim de que o procedimento licitatório e as


contratações públicas sejam feitas de modo mais transparente e riscos minimizados,
foi publicada pela Andrade Gutierrez – Uma das empreiteiras investigada pela Lava
Jato, que fechou acordo de leniência com o Ministério Público Federal para que tenha
as penas abrandadas, todavia terá que desembolsar R$1 bilhão em indenizações –
em um documento tornado público denominado “Pedido de desculpas e manifesto por
um Brasil melhor”, a AG listou 8 propostas para um brasil melhor.

1) Obrigatoriedade de estudo de viabilidade técnico-econômica anterior ao


lançamento do edital de concorrência, descartando-se obras que não
contribuam para o desenvolvimento do país;

2) Obrigatoriedade de projeto executivo de engenharia antes da licitação do


projeto, permitindo a elaboração de orçamentos realistas e evitando-se assim
previsões inexequíveis que causem má qualidade na execução, atrasos,
rescisões ou a combinação de todos esses fatores;

3) Obrigatoriedade de obtenção prévia de licenças ambientais, evitando-se


contestações judiciais ao longo da execução do projeto e o início de obras
que estejam em desacordo com a legislação;

4) Aferição dos serviços executados e de sua qualidade, realizados por


empresa especializada, evitando-se a subjetividade e interpretações
tendenciosas;

5) Garantir que ambas as partes tenham os seus direitos contratuais


assegurados, passíveis de serem executados de forma equitativa;

6) Modelo de governança em empresas estatais e órgãos públicos que


garanta que as decisões técnicas sejam tomadas por profissionais técnicos
concursados e sem filiação partidária;

7) Início de obras somente sob garantia de disponibilidade de recursos


financeiros, vinculados ao projeto até a sua conclusão;
8) Assegurar a punição de empresas e contratantes que não cumpram os
contratos na sua totalidade.

No substitutivo algumas medidas estão sendo adotadas. Garantir que todas


essas propostas sejam objeto de estudo e consideração pela Comissão Temporária
de Modernização da Lei de Licitações e Contratos com o propósito de que seja
perpassado à lei é a esperança que temos para um Brasil melhor.

3. Conclusão

Sabemos que essas mudanças não serão possíveis se não houver o


engajamento de todos os agentes do setor e de toda a sociedade. Essas propostas
irão trazer mais transparência e eficiência para toda a Administração Pública,
principalmente no que se refere as normas sobre contratações de obras públicas,
minimizando os riscos que poderiam ser brechas para a corrupção.

Diante de todo o exposto, é inegável a importância do processo licitatório na


contratação de Obras Públicas. A licitação se apresenta como um instrumento
fundamental na preservação e consolidação do princípio da igualdade de todos
perante a lei, fazendo com que, os gestores ajam com equidade e objetividade,
proporcionando aos interessados ampla transparência, mas se não houver
fiscalização e boa-fé dos gestores, nada disso irá acontecer. Respeitando os
princípios norteadores da Administração Pública, haverá o uso do dinheiro público de
forma eficiente, evitando com isso, o desperdício e a corrupção.

4. Bibliografia

 http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/andrade-gutierrez-publica-
pedido-de-desculpas-ao-povo-brasileiro
 http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=212
2766
 http://www.direitodoestado.com.br/colunistas/ricardo-marcondes-martins/reforma-
da-lei-de-licitacoes-como-podemos-piorar
 http://www.olicitante.com.br/nova-lei-de-licitacoes-pl-559-13/
 https://oglobo.globo.com/economia/infraestrutura/nas-licitacoes-lei-ainda-falha-
16152630
 Revista do Tribunal de Contas de Minas Gerais. janeiro/fevereiro/março — v. 82
— n. 1 — ano XXX. Disponível em
<http://revista.tce.mg.gov.br/Revista/RetornaRevista/60> Acesso em 21/03/2018
 SILVA, Thamires Olimpia. "Operação Lava Jato"; Brasil Escola. Disponível em
<https://brasilescola.uol.com.br/brasil/operacao-lava-jato.htm>. Acesso em 21 de
marco de 2018.

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