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Economia Global

Julho/Agosto 2010

Arrefecimento na segunda metade do ano.


Espírito Santo

EUA
Desaceleração em curso.
Zona Euro
Desempenho forte no 2À trimestre.
Espanha
Sector financeiro resiste aos testes de stress.
Brasil
Política monetária em foco.
China
Controlar o crescimento e a inflação.

www.bes.pt
¸ndice

Director-Coordenador A Economia Global Num Relance


Miguel Frasquilho Arrefecimento na segunda metade do ano. 5
mfrasquilho@bes.pt
Tel +351 21 3106457

Direcção Estados Unidos


Research Económico
Desaceleração em curso. 7
Carlos Almeida Andrade
Economista Chefe
caandrade@bes.pt
Tel +351 213106493 Zona Euro
Pedro Matos Branco Desempenho forte no 2À trimestre. 13
Economista Sénior
pebranco@bes.pt
Tel +351 21 3106493
Espanha
Maria Amélia Valverde
Economista Sénior Sector financeiro resiste aos testes de stress. 19
mavalverde@bes.pt
Tel +351 213106492
Henrique Sanchez Brasil
Economista
hmsanchez@bes.pt Política monetária em foco. 23
Tel +351 213106464
Tiago Lavrador
Economista China
tdlavrador@bes.pt
Tel +351 213106494 Controlar o crescimento e a inflação. 25
Ivo Banaco
Economista
ijbanaco@bes.pt
Tel +351 213106496
Paulo Talhão Paulino Indicadores Económicos 29
Economista
pmpaulino@bes.pt
Tel + 351 213106412
João Pereira Miguel
Economista
jpmiguel@bes.pt
Tel + 351 213106491

Research Económico Brasil Este documento foi redigido com informação disponível até Agosto 04, 2010.

Jankiel Santos
Economista Chefe
jsantos@besinvestimento.com.br
Tel +55 11 30 74 73 44 Economia Global na Internet
Flávio Serrano www.bes.pt
Economista
fserrano@besinvestimento.com.br Este documento é elaborado pelo Research Económico do Espírito Santo Research e utiliza informação
económica e financeira disponível ao público e considerada fidedigna. No entanto, a sua precisão não pode
Tel + 55 11 30 74 73 43 ser totalmente garantida. As opiniões expressas reflectem o ponto de vista dos autores na data da publicação,
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Julho/Agosto 2010 Economia Global 3


Economia Global

A Economia Global Num Relance


Arrefecimento na segunda metade do ano.

Calma nos mercado À entrada do período nobre das férias de Verão, o mês de Agosto, três reflexões
financeiros, prematura
merecem consideração: acalmia nos mercados financeiros, prematura
desaceleração económica
desaceleração da economia norte-americana e manutenção do ciclo de políticas
nos EUA e manutenção
das políticas nos restritivas em alguns destacados países emergentes.
emergentes.
No primeiro caso, tem-se assistido ao regresso da estabilização dos mercados
financeiros das principais praças internacionais, após a turbulência provocada
pela crise da dívida soberana nos países da periferia da Zona Euro. A causa mais
recente deste comportamento decorreu da divulgação (dia 23 de Julho) dos
Resultados dos stress
resultados – claramente melhor dos que os esperados – dos stress tests
tests eliminaram riscos
sistémicos, após forte realizados à banca europeia, que eliminaram os receios de ocorrência de riscos
turbulência nos mercado sistémicos. Do conjunto das 91 instituições objecto de análise, em apenas sete o
financeiros… rácio de capital Tier 1 ficou aquém de 6%, valor definido como fronteira entre o
sucesso e o insucesso do teste. As instituições em causa incluem um banco
grego (ATE Bank), um alemão (Hypo Real State) e cinco grupos de cajas de
ahorro espanholas (Diada, Espiga, Banca Cívica Unnim e Cajasur). Os testes
Apenas 7 de 91
instituições bancárias identificaram uma insuficiência de capital de EUR 3.5 mil milhões para o
europeias o rácio de conjunto das sete instituições, um gap não muito difícil de colmatar, que
capital Tier 1 ficou aquém contrasta de forma fundamental com a estimativa de EUR 566 mil milhões
de 6%.... os 4 bancos previsto anteriormente. Só no caso de Espanha, o Governo chegou a admitir a
portugueses receberam necessidade de recapitalização na ordem dos EUR 23 mil milhões. Os quatro
aprovação
bancos portugueses passaram o teste, apresentando, de acordo com o Banco de
Portugal, “um elevado grau de resistência ao cenário adverso”. Embora os testes
tenham sido objecto de crítica, dado o cenário de stress não ter incluído o
evento extremo de um default por parte da Grécia, exercícios (não oficiais)
realizados, que extremaram as condições adversas, parecem afastar cenários
mais complicados para o sistema bancário europeu. Neste contexto, tem-se
Distensão na aversão
verificado alguma distensão na aversão ao risco, traduzido, entre outros, na
risco com tendência para
tendência para maior fluidez no mercado interbancário e redução nos spreads da
maior fluidez no mercado
interbancário. dívida soberana entre os países da periferia da Zona Euro e a Alemanha.

No sentido ainda do alívio de tensões e de novos ganhos de confiança nos


mercados financeiros, de salientar a avaliação positiva realizada pela delegação
conjunta da Comissão Europeia, BCE e FMI (última semana de Julho e primeira
Visita de delegação
de Agosto) a Atenas no âmbito do auxílio à estabilização financeira da Grécia:
conjunta da Comissão
“Our overall assessment is that the program has made a strong start. The end-
Europeia, BCE e FMI a
Atenas coma avaliação June quantitative performance criteria have all been met, led by a vigorous
muito positiva. implementation of the fiscal program, and important reforms are ahead of
Schedule. However, important challenges and risks remain.”

No segundo caso, a economia norte-americana observou uma desaceleração


prematura e significativa no 2º trimestre de 2010. O abrandamento da activida-

Julho/Agosto 2010 Economia Global 5


Economia Global

de, pelo menos com a intensidade apresentada – a variação do PIB passou de


3.7% para 2.4% – só era admitida na segunda metade do ano, com o
desvanecimento dos efeitos favoráveis do enorme pacote fiscal implementado no
A significativa início da Administração Obama (American Recovery and Reinvestment Act) e o
desaceleração no
fim do ciclo de recomposição de stocks. O terminus, durante o 2º trimestre, dos
crescimento do PIB norte-
incentivos fiscais para a compra de primeira habitação, substituição do parque
americano no 2º trimestre
automóvel envelhecido (cash for clunkers) e aquisição de equipamentos para a
eleva as preocupações
habitação (cash for appliances) repercutiu-se de imediato no abrandamento do
para o desempenho da
consumo privado durante o próprio período, bem como se reflectiu
actividade na segunda
metade do ano… desfavoravelmente nos vários indicadores do mercado habitacional. Se se
exceptuar o contributo positivo da variação de existências para o PIB (1.1 pontos
percentuais), a variação da actividade teria sido de apenas 1.3%. A percepção
de que a ausência destes estímulos se irá agravar nesta segunda metade do ano
tem feito espoletar preocupações da possível derrapagem da economia norte-
americana para uma situação de double dip. Daí que cresçam expectativas para
….e centra as atenções a reunião da Reserva Federal (10 de Agosto), e a eventual retoma de novas
nas próxima reunião do medidas expansionistas, no quadro de uma actuação mais restringida, dados os
Federal Open Market constrangimentos orçamentais, da Administração Obama. Entre as possíveis
Committee
medidas de salientar, entre outros, o reforço da afirmação de manter a taxa fed
funds entre 0% e 0.25% por uma período muito dilatado, a redução da taxa de
remuneração das reservas excedentárias de 0.25% para 0% e o reinício da
aquisição de mortgage-backed securities e outros títulos.

Por último, a manutenção das políticas restritivas em algumas economias


emergentes. De facto, dado a forte animação da actividade em países como a
China, Brasil e Índia as autoridades monetárias adoptaram um conjunto de
medidas restritiva a fim de conter as pressões inflacionistas e controlar a
evolução de preços. A China mais avançada no ciclo económico fez subir por
O relativo êxito no mais de uma vez a taxa de reservas obrigatórios do sistema bancário, tendo
controlo da inflação, a par mesmo procedido à aplicação de restrições quantitativas à concessão de crédito;
do abrandamento da em paralelo, dado o forte boom do preço do imobiliário foi adoptado, em Abril,
actividade, coloca em um conjunto de medidas draconianas, tornando, entre outros quase proibitivo o
questão a manutenção de
crédito para segunda habitação. O Banco Central do Brasil, por sua vez, subiu,
políticas restritivas em
por três vezes, a taxa de referência, a Selic, e o Reserve Bank of India a repo
algumas economias
rate, por 4 vezes. Contudo, o sucesso na inversão da aceleração de preços, quer
emergentes
na China, com particular evidência na inflação do sector imobiliário, quer no
Brasil, levanta a questão de se o ciclo (benigno) de políticas restritivas possa
estar perto fim, com mais evidência na China, onde é claro o abrandamento da
actividade. Não é de excluir mesmo, para esta última, que após um crescimento
menos forte nesta segunda metade do ano (9% ou abaixo), as autoridades
monetárias venham a adoptar novas medidas expansionistas para dinamizar a
actividade.

No zénite deste Verão, as principais preocupações dirigem-se para a intensidade


de abrandamento da economia norte-americana.
Pedro Matos Branco
pebranco@bes.pt

6 Economia Global Julho/Agosto 2010


Estados Unidos

Estados Unidos
Desaceleração em curso.
A economia norte-americana cresceu 2.4%, em termos anualizados, no 2º trimestre deste ano, uma clara
desaceleração face aos primeiros três meses do ano. As minutas da última reunião do FOMC (22 e 23 de
Junho) revelaram que as autoridades mantêm uma perspectiva positiva para o andamento da actividade,
embora com um ritmo de expansão mais moderado, e no quadro de uma evolução de preços mais benigna,
tanto para este ano como para 2011. Este contexto foi corroborado por Ben Bernanke, na sua prestação semi-
anual sobre política monetária perante o Congresso, embora tenha contraponto que o outlook permanece
“unusually uncertain”. A manutenção da taxa de fed funds entre 0% e 0.25% deverá permanecer por um
período prolongado, não evidenciando o Fed qualquer urgência em proceder à redução do elevado nível dos
seus activos. Bernanke referiu mesmo que a Reserva Federal não podia ser apontada com tendo falta de
agressividade no suporte à actividade económica, encontrando-se mesmo pronta para novos passos, caso se
justifique. Os indicadores divulgados recentemente apontam, de forma genérica, para a falta de momentum da
economia norte-americana, com perda de ritmo nos principais drivers do crescimento, desde o inicio da
retoma, na segunda metade de 2009: a recomposição de stocks e os efeitos do pacote fiscal implementado
pela Administração Obama.

Crescimento do PIB abranda no 2À trimestre⁄.. De salientar ainda a contribuição bastante favorável


para a realização do PIB da variação de existências
A economia norte-americana cresceu 2.4%, em (1.1 pontos percentuais), embora em perda de
termos anualizados, no 2º trimestre deste ano, o influência, pelo terceiro trimestre consecutivo. Aliás,
que significa uma clara desaceleração face aos três se a recomposição de stocks tem tido um papel
primeiros meses do ano (3.7%). O consumo privado muito positivo na reanimação da actividade, o fim
perdeu vivacidade (de 1.9% para 1.6%), à medida deste ciclo potenciado pela perda de vigor da
que os efeitos do pacote fiscal implementado pela procura, em particular do consumo privado, constitui
Administração Obama se foram desvanecendo, um facto restritivo aos crescimento do PIB, no 3º
tendo o investimento privado (ao registar uma trimestre. Refira-se ainda que na ausência deste
variação de perto de 30%), em particular a vertente contributo, a variação da actividade não teria sido os
de equipamento e software, constituído a 2.4% apurados neste primeira estimativa, mas uns
componente mais dinâmica da despesa nacional. As meros 1.3%.
exportações experimentaram uma desaceleração (de
11.4% para 10.3%) ao mesmo tempo que as ⁄e Fed revê em baixa andamento da actividade⁄
importações mais que duplicaram o seu ritmo de
variação (de 11.2% para 28.8%), o que em termos A reunião do FOMC, Federal Open Market Committee
de contribuição para o crescimento do PIB a vertente (22 e 23 de Junho) vem revelar que a autoridade
externa líquida se revelou claramente desfavorável monetária mantém a perspectiva da continuação da
(-2.78 pontos percentuais). recuperação da actividade no quadro de uma
inflação controlada, quer para 2010, quer para o
Evolução do PIB e suas componentes. próximo ano, mas, no conjunto, um pouco menos
2009 2010 firme do que a previsão enunciada em Abril e com
2À Trim 3À Trim 4À Trim 1À Trim 2À Trim
PIB -0.7 1.6 5.0 3.7 2.4 uma evolução de preços ainda mais moderada.
Consumo privado -1.6 2.0 0.9 1.9 1.6
Consumo e investimento públicos 6.1 1.6 -1.4 -1.6 4.4
Investimento privado -18.5 11.8 26.7 29.1 28.8 Assim, para este ano, a Reserva Federal estima que
Investimento não residencial -7.5 -1.7 -1.4 5.8 17.0
Investimento residencial -19.7 10.6 -0.8 -12.3 27.9 o PIB possa vir a expandir-se a um ritmo de 3.3%
Exportações -1.0 12.2 24.4 11.4 10.3 (valor médio do intervalo de variação) contra 3.5%
Importações -10.6 21.9 4.9 11.2 28.8
Fonte: Bureau of Economic Analysis.
apontados anteriormente e uma inflação – medida
através da variação de preços do personal
consumption expenditure core (PCE deflator core),

Julho/Agosto 2010 Economia Global 7


Estados Unidos

medida preferencial do Fed – da ordem dos 0.9%, consentâneo com uma cada vez maior normalidade
que compara com os 1.1% de Abril; para 2011, no funcionamento do sistema financeiro.
tanto a variação do PIB como da inflação se
admitem agora em 3.9% e 1.1%, respectivamente, Fed funds rate.
contra os anteriores registos de 4% e 1.3%. Em
termos de mercado de trabalho as perspectivas são
igualmente menos animadoras do que no início do
2º trimestre, com a taxa de desemprego
relativamente à população activa a manter-se mais
elevada até 2012 do que nas anteriores projecções.

Previsões da Reserva Federal.


Central tendency
2010 2011 2012 Long run
GDP 3.0 - 3.5 3.5 - 4.2 3.5 - 4.5 2.5 - 2.8
April projection 3.2 - 3.7 3.4 - 4.5 3.5 - 4.5 2.5 - 2.8

Unenployment rate 9.2 - 9.5 8.3 - 8.7 6.6 - 7.5 5.0 - 5.3 Fonte: Reuters EcoWin Pro.
April projection 9.1 - 9.5 8.1 - 8.5 6.6 - 7.5 5.0 - 5.3

PCE inflation 1.0 - 1.1 1.1 - 1.6 1.0 - 1.7 1.7 - 2.0
Tudo indica que tal acção só deverá implementar-se
April projection 1.2 - 1.5 1.1 - 1.9 1.2 - 2.0 1.7 - 2.0 de forma efectiva quando se iniciar o processo de
subida das taxas de referência. De qualquer modo,
Core PCE inflation 0.8 - 1.0 0.9 - 1.3 1.0 - 1.5 embora sem que se possa retirar quaisquer ilações
April projection 0.9 - 1.2 1.0 - 1.5 1.2 - 1.6
Fonte: FOMC. em termos de política monetária, o Fed iniciou, com
carácter experimental, um ensaio de absorção de
Em termos globais, os membros do FOMC continuam liquidez, por leilão competitivo, através de um título
a prever uma recuperação da actividade no futuro, emitido pela autoridade monetária (Term Deposit
mas com vários riscos no sentido do abrandamento Facility – TDF), com uma validade máxima de 84
decorrentes, como são exemplo a incerteza quanto dias. Este programa decorreu já em três dos cinco
ao comportamento das famílias e empresários, a momentos previstos, tendo-se registado uma
persistente fraqueza no mercado habitacional, a procura significativa. É de admitir que as duas
melhoria apenas gradual nas condições do mercado restantes emissões ocorram no final do Verão.
de trabalho, o desvanecimento dos estímulos
provenientes do pacote fiscal e a lenta melhoria nas
Balanço da Reserva Federal.
condições de acesso ao crédito no sector bancário.

⁄reafirmando baixos níveis de taxas por extend period⁄

Neste contexto, de enfraquecimento do crescimento


– desaceleração da evolução da actividade e
manutenção em alta da taxa de desemprego – e de
ausência de pressões inflacionistas, o Fed irá
seguramente manter por uma período alargado de
tempo “ extended period” a fed funds rate em níveis
baixos, no actual intervalo compreendido entre 0% e
0.25%, até final de 2010 e em grande parte, senão
na totalidade, do próximo ano. Fonte: Reuters EcoWin Pro.

Terminadas, no final do primeiro semestre de 2010, ⁄com Bernanke a reafirmar a atenção redobrada do Fed
as acções de natureza menos convencional –
quantitative e credit easing – a Reserva Federal não Aliás as questões que, na actualidade, se colocam vão
tem evidenciado urgência em reduzir o elevado nível mais no sentido da necessidade de um maior
do seu balanço, colocando-o num patamar mais empenhamento por parte da Reserva Federal para
impulsionar a retoma da actividade do que a

8 Economia Global Julho/Agosto 2010


Estados Unidos

implementação de medidas restritivas. Ben Bernanke, 1º trimestre de 2010, respectivamente, desacelerou


no seu testemunho semi-anual sobre política monetária claramente, para a penas 1.1 pontos percentuais no
perante o Congresso, nos dias 21 e 22 de Julho, 2º trimestre de 2010.
embora tenha reafirmado que a maioria dos membros
do Fed admite para este ano um crescimento entre 3% Variação de existências (contribuição para o
e 3.5%, não deixou de referir que o outlook PIB, pontos percentuais).
permanece unusually uncertain, sem permitir, no 3

entanto, antever qualquer acção iminente da


autoridade monetária. Referiu que continuariam a
2

avaliar de forma cuidadosa o desenvolvimento das 1


condições económicas e financeiras, permanecendo

Percentage points
preparados para tomar decisões adicionais para 0

estimular o retorno à plena capacidade de utilização


dos recursos num quadro de estabilidade de preços e -1

adiantando que a Reserva Federal não pode ser


-2
apontada como tendo tido falta de agressividade
suficiente nas tentativas de suporte da actividade -3

económica. Em resposta a perguntas dos senadores 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

quanto a possíveis opções na implementação de Fonte: Reuters EcoWin Pro.


estímulos adicionais, Ben Bernanke enunciou três
possibilidades: (a) reforço da forma de comunicação O sector de actividade com maior grau de
nos statements do FOMC, muito provavelmente relacionamento com a evolução das existências é o
transmitindo aos mercados que a manutenção de taxas sector industrial. Os indicadores mais avançados
de juro muito baixas (0% a 0.25%) poderá vigorar por para o comportamento da a actividade – os surveys
uma período bastante mais alongado de tempo, (b) às empresas – têm vindo a apresentar um nítido
baixar a taxa de remuneração das reservas recuo. O ISM manufacturing caiu em Julho para 55.5
excedentárias de 0.25% para 0% (estimulando a pontos, o valor mais baixo desde Dezembro de 2009,
concessão de crédito por parte dos bancos) e (c) empurrado pelo abrandamento significativo nas
reiniciar a política de aquisições de mortgage-backed importantes vertentes de produção e de novas
securities e de outros títulos. Foi contudo omisso, encomendas.
reafirmando que a actual política se mantém
fortemente expansionistas, quanto à retoma de
qualquer programa de credit easing e, muito menos, ISM manufacturing vs PIB.
quanto a qualquer menção ao target de inflação 6 66

implícita pela autoridade monetária, de um aumento 5


61
dos 2% na variação homóloga do PCE deflator core 4

para, por exemplo 3%. 3 56

2
51
Factores de crescimento perdem intensidade
Percent

Index

1
46
0

A perspectiva de arrefecimento da actividade -1 41


enunciada pela Reserva Federal tem encontrado eco -2

no sentido apontado pelos indicadores económicos -3


36

recentemente divulgados que evidenciam uma visível -4 31

perda de momentum. Os factores determinantes de 1988 1992 1996 2000 2004 2008

expansão – ciclo de recomposição de stocks e efeitos Fonte: Reuters EcoWin Pro.


do pacote fiscal – entraram em declínio, devendo o
enfraquecimento intensificar-se na segunda metade Estas últimas recuaram cinco pontos em Julho, após
do ano. a quda de mais sete pontos em Junho, tendo-se
situado no valor mais baixo desde Junho de 2009.
No primeiro caso, a variação de existências que tinha Embora alguma desta deterioração possa ser devida
contribuído com 2.8 e 2.6 pontos percentuais (pp) aos problemas com a crise do petróleo no Golfo do
para o crescimento do PIB no 4º trimestre de 2009 e México, o rácio novas encomendas sobre existências,

Julho/Agosto 2010 Economia Global 9


Estados Unidos

provavelmente o melhor leading indicator entraram em território negativo, -1.1% e -0.5%,


proveniente do ISM manufacturing, caiu para 1.07 respectivamente.
em Julho, a partir de 1.28.
Vendas a retalho e confiança dos consumidores.
Rácio encomendas-stocks.
30

25

20

15

10
Index

-5

-10

-15

-20
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Fonte: Reuters EcoWin Pro
Fonte: Reuters EcoWin Pro
Este comportamento é, em parte, devido aos baixos
Por outro lado, os dados do mercado de trabalho preços da energia que faz cair o valor das vendas
evidenciam um aumento de apenas 9 mil novos nas estações de serviço e ao fim do programa “cash
empregos no sector também em Junho, o menor for appliances” que fomentava as famílias na
ganho desde Dezembro de 2009. Esta performance aquisição de um conjunto de bens para a habitação
do ISM manufacturing foi corroborada igualmente e que tinha permitido o aumento das vendas em
pelos surveys regionais Philadelphia Fed e Empire Março e Abril. No entanto, as vendas a retalho core,
State Manufacturing de Filadélfia e Nova Iorque, que excluem automóveis, gasolina e materiais de
respectivamente, cujos últimos registos confirmam construção, têm vindo igualmente a deteriorar-se de
os do índice nacional. forma significativa. No conjunto, nos últimos 3
meses, estas caíram cerca de 1.5%, em termos
Surveys Philadelphia Fed e Empire State anualizados, o que exceptuando o comportamento
Manufacturing. recente com a recente grande recessão, é a pior
performance desde o início do anos noventa. Neste
sentido, é de admitir um claro abrandamento do
consumo privado entre o primeiro e o segundo
trimestre.

Em termos de comportamento para o crescimento


do PIB, a vertente externa líquida observou um
contributo negativo. Embora as exportações em
termos reais tenham registado em Abril e Maio uma
variação anualizada (acima da do 1º trimestre), as
importações cresceram cerca de 15% em volume, o
que em consequência deteriora a participação desta
Fonte: Reuters EcoWin Pro componente para o PIB.

No segundo caso, o fim dos efeitos provenientes do


pacote fiscal, tem vindo a repercutir-se nas despesas
das famílias. Após o crescimento de 2.6% em Março
– a maior variação desde Janeiro de 2006 – as
vendas a retalho verificaram outra expansão muito
favorável, em Abril, mas menos surpreendente,
0.6%. No entanto, após a revisão em baixa deste
último valor para 0.3%, os registos de Maio e Junho

10 Economia Global Julho/Agosto 2010


Estados Unidos

Exportações e importações (taxas de variação Licenças para novas construções e preços das
trimestrais). habitações.

Fonte: Reuters EcoWin Pro Fonte: Reuters EcoWin Pro

Por último, o mercado habitacional encontra-se uma


vez mais numa trajectória de retrocesso, revelando Pedro Matos Branco
que o sector nunca conseguiu emergir das grandes pebranco@bes.pt
dificuldades experimentadas com a crise do
subprime.

Início de novas construções e confiança dos


empresários do sector.

Fonte: Reuters EcoWin Pro

A generalidade do indicadores – vendas de novas


habitações e de habitações existentes, licenças para
novas construções e início de novas construções
(housing starts) e confiança dos empresários do
sector (National Association of Home Builders) –
teima em sair da situação de depressão em que se
encontra, embora um ou outro indicador apresente
registos esporádicos mais positivos.

No conjunto, o mercado habitacional deverá


continuar sem contribuir de forma significativa, ou
mesmo positiva, nos próximos meses, para o
crescimento da economia norte-americana.

Julho/Agosto 2010 Economia Global 11


12 Economia Global Julho/Agosto 2010
Zona Euro

Zona Euro
Desempenho forte no 2À trimestre.
Os dados de actividade mais recentemente divulgados têm vindo a revelar-se francamente favoráveis,
apontando para a continuação da melhoria gradual de sentimento. Contudo, o ano de 2010 deverá registar um
crescimento ainda muito moderado, dada a fragilidade da procura interna. De facto, com as fortes medidas de
austeridade a ser implementadas, sobretudo nas economias da “periferia”, e o consumo privado restringido
pela evolução do emprego e rendimento disponível, o crescimento da Zona Euro em 2010 deverá permanecer
contido (em torno de 1%), devendo assentar no desempenho das exportações líquidas. A maior confiança no
desempenho da economia europeia relativamente aos últimos dados conhecidos para a economia americana
conduziu a uma expressiva apreciação do euro face ao dólar, de cerca de 11% desde 7 de Junho. A taxa de
juro de referência deverá manter-se inalterada em 1% durante pelo menos todo o ano de 2010.

PIB cresceu 0.2% no 1À trimestre de 2010⁄ França registou um crescimento de apenas 0.1%,
tendo o consumo privado registado uma estagnação, a
Depois de um crescimento trimestral de 0.1% no variação de existências contribuído negativamente para
último trimestre de 2009, o Eurostat apurou para o 1º o crescimento, e sido as exportações líquidas a liderar
trimestre de 2010 um crescimento trimestral da o crescimento.
economia da Zona Euro de 0.2%. Em termos
homólogos, o crescimento do conjunto da Zona Euro Crescimento do PIB
foi de 0.6%, após cinco trimestres consecutivos de (taxas trimestral e homóloga).
variações negativas. Var. trimestral Var. homóloga
2T 09 3T 09 4T 09 1T 10 2T 09 3T 09 4T 09 1T 10
Zona Euro -0.1 0.4 0.1 0.2 -4.9 -4.1 -2.1 0.6
Crescimento do PIB Alemanha 0.4 0.7 0.2 0.2 -5.8 -4.8 -2.2 1.5
(taxas trimestral e homóloga). França 0.2 0.3 0.6 0.1 -3.2 -2.6 -0.5 1.2
Espanha -1.0 -0.3 -0.1 0.1 -4.2 -4.0 -3.1 -1.3
%
Itália -0.3 0.4 -0.1 0.4 -6.1 -4.7 -2.8 0.5
4 Holanda -1.0 0.6 0.5 0.3 -5.3 -3.7 -2.2 0.6
3 Y-o-Y Portugal 0.7 0.2 -0.1 1.1 -3.1 -2.3 -1.0 1.8
2 Fonte: Eurostat.
1
0 Crescimento do PIB
-1 (taxas trimestral e homóloga).
-2
Var. trimestral Var. homóloga
-3 Q-o-Q 2T 09 3T 09 4T 09 1T 10 2T 09 3T 09 4T 09 1T 10
-4 PIB -0.1 0.4 0.1 0.2 -4.9 -4.1 -2.1 0.6
-5 Consumo privado 0.1 -0.2 0.2 -0.1 -1.2 -1.3 -0.5 0.0
-6 Consumo público 0.7 0.7 -0.2 0.2 2.6 2.7 1.9 1.7
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Investimento -1.5 -1.1 -1.2 -1.2 -12.7 -12.0 -9.9 -5.8
Exportações -1.1 2.9 1.8 2.1 -16.2 -12.9 -4.9 5.5
Fonte: Eurostat. Importações -2.8 2.8 1.2 3.8 -15.6 -13.0 -6.7 5.0
Fonte: Eurostat.
As más condições meteorológicas durante o 1º
trimestre penalizaram o desempenho do sector da ⁄ devendo ter acelerado no 2À trimestre.
construção e consumo, tendo sido a variação de
existências a liderar o crescimento do PIB. As Os dados de actividade mais recentemente divulgados
exportações líquidas, por seu turno, contribuíram têm vindo a revelar-se francamente favoráveis,
negativamente para o crescimento no 1º trimestre, continuando a apontar para uma melhoria expressiva
dada a aceleração mais forte das importações da actividade no 2º trimestre, em especial na
relativamente às exportações. Alemanha, economia onde a evolução dos índices PMI
e dos indicadores de actividade sugerem que se poderá
A economia alemã expandiu-se também 0.2%, tendo ter registado um crescimento de 1% entre Abril e
sido o consumo público e o investimento em Junho.
equipamento a dar o maior impulso ao crescimento. A

Julho/Agosto 2010 Economia Global 13


A produção industrial cresceu 0.9% no mês de Maio
(mantendo o ritmo do mês anterior), tendo a Índices PMI indústria e serviços.
respectiva taxa de crescimento homóloga descido
65
marginalmente, de 9.6% para 9.4%. Trata-se de um
PMI Services
desempenho francamente robusto em grande medida 60
propiciado pela procura externa. 55

Index (Points)
50
Produção industrial (t.v.h.).
45
%
10 40 PMI Manufacturing

5 35
0 30
-5 1999 2001 2003 2005 2007 2009

-10 Fonte: Bloomberg.

-15
No mesmo sentido aponta a evolução do índice IFO de
-20
confiança empresarial na Alemanha, com uma forte
-25 subida no mês de Julho, de 101.8 para 106.2 pontos,
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 nível mais elevado dos últimos 3 anos, sugerindo que a
Fonte: Bloomberg. economia alemã continua a exibir um bom
desempenho apesar dos sinais de desaceleração global
Contudo, importa notar que o bom desempenho da e, em particular, nos EUA. A aceleração da economia
indústria não é uniforme, sendo bastante mais forte na alemã ao longo dos últimos meses tem assentado em
Alemanha (+13.1% em termos homólogos) que nos grande medida no bom desempenho da procura
países do sul (em particular a Grécia, onde a produção externa, que tem estimulado visivelmente as
sofreu uma contracção de 6.3% em termos exportações.
homólogos) – tal evolução prende-se com o facto de a
produção na Alemanha e outros países do Norte ter Índice IFO de confiança empresarial.
uma componente maior de bens duradouros, que tem
vindo a exibir um desempenho mais forte, e também 110
com o facto de os países do sul terem uma menor 105
parcela da produção direccionada à exportação.
100
Index (points)

O 2º trimestre deverá ter sido marcado por uma 95


expressiva aceleração relativamente ao trimestre
anterior (de +0.2% para cerca de 0.8%). 90

85
Os índices PMI referentes já ao mês de Julho apontam
80
para uma aceleração da actividade, tanto na indústria
1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009
como nos serviços, à entrada do 3º trimestre. Assim, o
índice PMI indústria subiu de forma clara, de 55.6 para Fonte: Bloomberg.
56.5 pontos, sendo de destacar a forte subida da
componente de novas encomendas e, com menor O índice IFO e também os índices PMI relativos à
expressão, da produção e do emprego. O PMI serviços Alemanha sugerem que tal trajectória terá prosseguido
registou também uma melhoria, embora menos no início do 3º trimestre, devendo ser no entanto
acentuada, tendo subido de 55.4 para 56 pontos; neste menos favorável a evolução da procura interna. Note-
caso, é particularmente forte a subida das se também que é provável que se tenha assistido a
componentes de emprego e de expectativas. Esta uma maior divergência quanto ao desempenho da
evolução contrasta com a quebra dos índices ISM a economia alemã e das economias da “periferia” da
que se assiste na economia norte-americana e Zona Euro, sobretudo ao nível industrial.
sugerem que é menos provável um cenário de double
dip.

14 Economia Global Julho/Agosto 2010


Zona Euro

A economia alemã tem beneficiado da recuperação dos deverá permanecer um dos principais obstáculos a
fluxos de comércio internacional e da tendência de uma recuperação mais expressiva da actividade, num
depreciação do euro observada ao longo dos últimos contexto de agravamento do desemprego, que atinge
meses. O crescimento económico poderá surpreender 10% da população activa desde Fevereiro.
pela positiva em 2010, sobretudo em resultado do
desempenho favorável das principais áreas económicas Taxa de desemprego
na primeira metade do ano. A este propósito, refira-se (% da população activa).
a revisão em alta das perspectivas de crescimento do 10.5
PIB mundial levada a cabo pelo FMI, instituição que 10.0
prevê que a economia mundial cresça 4.6%, o que 10.0

representa uma subida de 0.4 pontos percentuais face 9.5

% of labour force
à anterior previsão.
9.0

Encomendas à indústria e exportações (t.v.h.). 8.5

8.0

7.5

7.0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Fonte: Bloomberg.

No seu conjunto, no entanto, os indicadores de


confiança apurados pela Comissão Europeia têm
prosseguido uma clara trajectória de melhoria, com o
índice de sentimento económico a atingir 101.3 pontos
em Julho, o que constitui o nível mais elevado desde
Fonte: Reuters EcoWin Pro. Março de 2008.

As expectativas de exportação prosseguem uma Índices de confiança na indústria,


trajectória de melhoria não só na indústria, mas nos serviços e dos consumidores.
também no sector dos serviços.
40
Services
Índices de novas encomendas na indústria e 30
nos serviços. 20
Index (Points)

10
20 40
0
10
30
-10
0
20 -20
-10 Construction
Index (Points)

Index (Points)

-20 Services 10 -30 Manufacturing


-30 (RHS) -40
0
Industry 2000 2002 2004 2006 2008 2010
-40
(LHS) -10
-50
Fonte: Bloomberg.
-20
-60
-70 -30 A falta de dinamismo da procura interna, e do consumo
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
privado em particular, num contexto de deterioração
Fonte: Bloomberg. das condições do mercado de trabalho e da forte
consolidação orçamental a ser implementada
Procura interna fragilizada constitui principal risco negativo. (especialmente exigente nos países da “periferia”),
constitui o principal risco negativo que se coloca ao
No plano do consumo, a informação mais recente é crescimento da Zona Euro ao longo dos próximos
menos expressiva, exibindo as vendas a retalho um trimestres.
crescimento modesto. A baixa propensão ao consumo

Julho/Agosto 2010 Economia Global 15


De facto, com as fortes medidas de austeridade a ser evolução da actividade e dos preços. O Presidente
implementadas, sobretudo nas economias da Jean-Claude Trichet sublinhou, no plano da actividade,
“periferia”, e o consumo privado restringido pela os dados favoráveis conhecidos para o 2º trimestre,
evolução do emprego e rendimento disponível, o alguns constituindo “boas surpresas” (destacando a
crescimento da Zona Euro em 2010 deverá produção industrial na Alemanha, cujo desempenho
permanecer contido (em torno de 1% no conjunto do considerou “muito bom”) que “não confirmam” uma
ano), devendo assentar no desempenho das situação de “double dip”. Segundo Trichet, o 2º
exportações líquidas. trimestre terá sido muito mais forte que o 1º (em que
o PIB cresceu 0.2%). Esta maior confiança em torno
Ausência de pressões inflacionistas. do crescimento da Zona Euro contribuiu para a
continuação da apreciação do euro. Quanto aos preços,
A taxa de inflação homóloga agravou-se no mês de as expectativas de inflação permanecem bem
Julho, de 1.4% para 1.7%, permanecendo a inflação “ancoradas”.
subjacente ou core, que exclui os preços da energia e
alimentação não-processada, em 0.9% ao longo dos Na conferência de imprensa, relativamente à subida
últimos meses. recente das taxas praticadas no mercado monetário
interbancário (em especial a taxa overnight EONIA),
A evolução da taxa de inflação homóloga nos últimos Trichet assinalou que tal evolução não sinaliza qualquer
meses prende-se sobretudo com o efeito estatístico plano do BCE para tornar a política monetária mais
decorrente da evolução dos preços dos combustíveis (a restritiva, frisando que tal interpretação seria mesmo
níveis mais elevados que no período homólogo de um “erro completo”. A subida daquelas taxas deve,
2009). A manutenção da inflação subjacente a níveis pelo contrário, ser vista como natural, dada a remoção
baixos ilustra a ausência de pressões inflacionistas gradual da liquidez nos mercados.
induzidas por parte da procura. Dada a manutenção de
uma elevada capacidade de produção não utilizada, tal Quanto às questões da liquidez e programa de
deverá prosseguir ainda nos próximos meses. aquisição de títulos de dívida, Trichet referiu que a
necessidade de intervenção nos mercados de dívida
Taxa de inflação homóloga (%). pública tem vindo a diminuir progressivamente,
%
reiterando a intenção de esterilizar todos os montantes
5 de títulos adquiridos. Trichet sublinhou que o BCE
continua a ceder liquidez nos montantes desejados
4 CPI
pelos bancos (note-se que estão agendadas novas
3 operações de cedência de liquidez a 3 meses para 25
de Agosto e 29 de Setembro).
2 1.7%
1 0.9% Neste contexto, o BCE deverá continuar a satisfazer
Core CPI
ilimitadamente a procura de liquidez dos bancos e a
0
manter a aquisição “cirúrgica” de títulos de dívida,
-1 procurando evitar situações de bloqueio nos fluxos
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 financeiros. Note-se, no entanto, que o BCE não está a
Fonte: Bloomberg. seguir nenhuma política de quantitative easing, no
sentido em que não tem aumentado a quantidade de
BCE deverá manter taxa de juro de referência por um moeda em circulação na economia. Esperamos, para
período prolongado. além da oferta ilimitada de liquidez, a manutenção da
taxa refi em 1% por um período prolongado de tempo.
Esta evolução contida da inflação e respectivas
expectativas, do crédito e da massa monetária deverão Maior confiança leva à recuperação do euro.
conduzir o BCE a manter a taxa de juro refi em 1%
durante um período ainda alargado. O final do mês de Julho ficou marcado pela divulgação
dos resultados dos stress tests a 91 bancos europeus.
Assim, na reunião de Junho, nem o comunicado nem a Considerando o cenário de um choque
conferência de imprensa trouxeram alterações macroeconómico adverso (que incluía um desvio
relevantes no que respeita às perspectivas para a negativo de 3% face às previsões de crescimento do

16 Economia Global Julho/Agosto 2010


Zona Euro

PIB da Comissão Europeia para 2010 e 2011, bem ao contrário do que foi estabelecido à partida, alguns
como uma deterioração adicional do risco soberano, bancos alemães não terão reportado de forma
levando a uma desvalorização dos títulos de dívida detalhada a sua exposição ao risco soberano, o que
pública detidos pelos bancos no seu trading book), os alimenta a crítica de alguma falta de clareza no
testes estimaram uma perda global de EUR 566 mil processo. Os próximos dias poderão trazer uma maior
milhões para o conjunto dos bancos. Mas apenas sete definição sobre a reacção dos investidores. Mas alguns
instituições ficaram aquém do limite mínimo de 6% exercícios entretanto conhecidos (não oficiais), que
para o rácio de capital Tier 1, definido como a fronteira stressaram adicionalmente as condições dos stress
entre o sucesso e o insucesso no teste. As instituições tests, parecem confirmar o afastamento de cenários
em causa incluem um banco grego (ATE Bank), um mais complicados para o sistema bancário europeu.
alemão (Hypo Real Estate) e cinco grupos de cajas de
ahorro espanholas (Diada, Espiga, Banca Cívica, Unnim Desejavelmente, os resultados agora divulgados
e Cajasur). Os testes identificaram uma insuficiência de permitirão ganhar algum tempo – um elemento
capital de EUR 3.5 mil milhões para o conjunto das essencial para uma recuperação plena da confiança
sete instituições – um gap bastante inferior a diversas dos investidores. De facto, o tempo será importante
estimativas anteriormente conhecidas e que não para se assistir ao reforço da capitalização de alguns
deverá ser muito difícil de colmatar (só no caso bancos, mesmo de alguns que passaram nos testes, e
espanhol, o Governo chegou a admitir um gap de EUR para se perceber as implicações das novas exigências
23 mil milhões). Os quatro bancos portugueses de solvabilidade no âmbito do quadro regulatório
passaram o teste, apresentando, de acordo com o Basileia III. O tempo será também importante para
Banco de Portugal, “um elevado grau de resistência ao que as economias da “periferia” da Zona Euro
cenário adverso”. apresentem resultados concretos de redução dos
respectivos défices públicos e, ainda, para que a
Spread dos títulos de dívida pública a 10 anos recuperação em curso da actividade económica da
relativamente à dívida pública alemã (pb). Zona Euro ganhe maior visibilidade. A maior confiança
1000 no desempenho da economia europeia relativamente
900 aos últimos dados conhecidos para a economia
800 Greece
americana conduziu a uma expressiva apreciação do
700 747 euro face ao dólar, de cerca de 11% desde 7 de Junho.
Basis Points

600
500 Cotação EUR/USD.
400
1.60
300 Ireland
Portugal 246 1.50
200 Italy 228
149 1.40
100
Spain 122
0 1.30
EUR/USD

Out. 2007 Abr. 2008 Out. 2008 Abr. 2009 Out. 2009 Abr. 2010 1.20
Fonte: Bloomberg. 1.10
1.00
Na medida em que vieram disponibilizar aos
0.90
investidores mais informação sobre a situação dos
bancos europeus, os testes e os seus resultados 0.80
2000 2002 2004 2006 2008 2010
favoráveis devem ser vistos como um passo positivo. A
reacção inicial dos mercados foi moderadamente Fonte: Bloomberg.
favorável, com uma subida dos principais índices
accionistas suportada pelo sector bancário e com um
pequeno estreitamento dos spreads soberanos e de
crédito e uma apreciação do euro. No entanto, é ainda
Tiago Lavrador
cedo para saber se estes resultados contribuirão para
tdlavrador@bes.pt
um reestabelecimento significativo da confiança dos
investidores. Os pressupostos do cenário de stress têm
sido criticados, sobretudo por não considerarem o
evento extremo de um default por parte da Grécia. E,

Julho/Agosto 2010 Economia Global 17


18 Economia Global Julho/Agosto 2010
Espanha

Espanha
Sector financeiro resiste aos testes de stress.
As últimas semanas foram marcadas pelo anúncio do chumbo de 5 instituições espanholas nos testes de stress
realizados à banca europeia. Neste contexto, o Governo aprovou alterações à regulação das cajas de ahorros,
visando diminuir a influência dos governos autonómicos, tornar a gestão daquelas instituições mais eficiente e
facilitar a sua entrada no mercado accionista para obter capital. No seguimento do que tinha sido anunciado, o
Governo aprovou um corte de 7.7% no montante da despesa pública, o que possibilitará que o défice se situe em
6% do PIB em 2011, 4.4% em 2012 e chegando aos 4% em 2013. De acordo com as contas públicas semestrais
apresentadas pelo Governo espanhol, o défice público foi de aproximadamente EUR 29.8 mil milhões de euros nos
primeiros seis meses, o que compara com EUR 39.6 mil milhões registados em igual período do ano passado.

Cinco instituições financeiras espanholas chumbam nos


testes de stress. O Governo aprovou um decreto-lei que introduz
alterações à regulação das cajas de ahorros, visando
No passado dia 23 de Julho, o Comité dos diminuir a influência dos governos autonómicos na
Supervisores Bancários Europeus (CEBS) anunciou o sua gestão. Assim, foram reduzidos os direitos de
chumbo de 7 das 91 entidades financeiras da União voto que as Administrações Regionais e outras
Europeia avaliadas nos testes de stress. Destas, entidades públicas podem exercer nos órgãos de
cinco são espanholas: a CajaSur, a Unnim, a Diada, gestão daquelas instituições, de 50% para 40%. Por
a Espiga e a Banca Civica, sendo que as quatro outro lado, políticos eleitos não poderão exercer
últimas representam uniões de cajas de ahorro. cargos de gestão das cajas de ahorro, mesmo nos
Apesar de as instituições em causa já terem sido casos em que os parlamentos regionais tenham que
alvo de intervenções por parte das autoridades, eleger os respectivos representantes nos órgãos de
estima-se que as necessidades de capitais se elevem gestão. Estas alterações pretendem tornar a gestão
a EUR 2.04 mil milhões, a fim de repor os rácios de daquelas instituições mais eficiente e facilitar a sua
adequação de fundos próprios (rácio “tier 1” acima entrada no mercado accionista para obter capital.
de 6%). No total foram analisadas 27 entidades Por último, há a assinalar a redução do número de
financeiras espanholas, com 21 a revelarem cajas, de 45 para 19, devido ao processo de fusões.
capacidade para manter níveis de capitais
satisfatórios numa situação de cenário adverso. Dos Evolução positiva das contas públicas no primeiro
maiores bancos espanhóis, destaque para o Banco semestre.
Santander, que manteria um rácio “tier1” de 10%, Nas últimas semanas, no seguimento do que tinha
para o BBVA, com um rácio de 9.3%, e para o Banco sido anunciado, o Governo aprovou um corte de
Popular, com um registo de 7.2% em situação de 7.7% no montante da despesa pública, o que
stress. possibilitará que o défice se situe em 6% do PIB em
2011, 4.4% em 2012 e chegando aos 4% em 2013.
CDS da banca espanhola, 5 anos (pb).
Face à emergência em restabelecer o equilíbrio das
450
contas públicas, algumas medidas adicionais vão
400 Banco de Banco
Sabadell Popular sendo veiculadas, como é o caso da possibilidade de
350
291 vir a ser eliminado o subsídio social de desemprego
300
289 de EUR 426 pago por mês aos desempregados que
Basis Points

250
já perderam o direito ao subsídio de desemprego.
200 185
151 Esta medida, desde que foi introduzida em 2009, já
150
custou ao Estado espanhol aproximadamente EUR
100
Banco 1.2 mil milhões. Neste âmbito, o próprio governador
50 BBVA Santander do Banco de Espanha veio igualmente alertar para a
0
2007 2008 2009 2010
insuficiência das medidas incluídas na reforma
laboral – dizendo que ”com quatro milhões de
Fonte: Bloomberg. desempregados não pode ser desprezada nenhuma

Julho/Agosto 2010 Economia Global 19


Espanha

forma de contratação”. O Governador alertou A produção industrial cresceu 3.3%, em termos


igualmente para o facto de o esforço das homólogos, em Maio, o que marca o terceiro mês
comunidades autónomas na redução do défice não consecutivo de acréscimos (2.3% em Abril), depois
estar a ser o suficiente. de 22 meses de queda. Para este desempenho em
muito contribuiu a evolução da produção de bens
Saldo orçamental (% do PIB). intermédios (+7.9%) e de bens de consumo
%
(+1.5%), em contraponto com a produção de bens
4.0 de capital (-0.4%), que registaram um desempenho
2.0
mais modesto.
0.0
Este registo sinaliza uma recuperação da actividade
-2.0
que, a manter-se nos próximos meses, deverá ter
-4.0
impulsionado um crescimento económico no 2º
-6.0 trimestre do ano, depois de uma ligeira subida do
-8.0 PIB de 0.1% no 1º trimestre. A actividade industrial
-10.0 deverá continuar a beneficiar de uma recuperação
-12.0 do comércio global.
1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011P
P
Previsão do Governo espanhol. Produção industrial (t.v.h., %).
Fontes: Bloomberg e Governo de Espanha.

De acordo com as contas públicas semestrais


apresentadas pelo Governo espanhol, o défice
público foi de aproximadamente EUR 29.8 mil
milhões de euros nos primeiros seis meses, o que
compara com EUR 39.6 mil milhões registados em
igual período do ano passado. Este registo
representa 2.83% do Produto Interno Bruto.

Agências de rating penalizam dívida pública espanhola.


Depois de, no final de Abril, a agência de rating
Standard & Poor’s ter revisto em baixa o rating da Fonte: Reuters EcoWin.
dívida pública espanhola de AA+ para AA, realçando
a debilidade da economia (que enfraquece a posição O desempenho das encomendas dirigidas à indústria
orçamental), o forte endividamento do sector indicia uma melhor perspectiva para o sector, ao
privado e um mercado de trabalho pouco flexível, avançarem 12.2% em termos homólogos durante o
também a agência Fitch, no final de Maio, baixou o mês de Maio (o sexto mês consecutivo em terreno
rating da dívida pública espanhola de AAA para AA+, positivo); para este desempenho, o destaque foi
realçando o impacto que o ajustamento orçamental para o avanço das encomendas de bens energéticos
implementado terá no crescimento económico. Por (+38.5%), de bens de capital (+13.7%) e de bens
seu turno, a agência Moody’s anunciou, a 30 de de intermédios (15.6%). Já as encomendas de bens
Junho, que colocou a dívida pública espanhola sob de consumo (2.1%) evoluíram a um ritmo bem mais
análise, podendo vir a proceder a um downgrade do modesto.
respectivo nível de rating (actualmente Aaa) num
período de 3 meses. Já os índices PMI apurados para a economia
espanhola apontam para uma estabilização da
Sector industrial e mercado de trabalho dão algum alento. actividade ao longo do próximo semestre, tanto no
À medida que têm sido conhecidos alguns sector da indústria como no sector dos serviços, no
indicadores, vai ganhando consistência a ideia de um mês de Junho. Assim, o índice PMI indústria sofreu
maior dinamismo da actividade económica no final uma descida marginal de 51.5 para 51.2 pontos,
do primeiro semestre deste ano. enquanto o PMI serviços caiu ligeiramente de 52.3
para 51.8.

20 Economia Global Julho/Agosto 2010


Espanha

Crescimento homólogo do PIB (%) e índices para o período de Verão. A descida é, contudo, já a
PMI Indústria e Serviços (Pontos). terceira consecutiva, e foi de 83 834 pessoas, ou
%
2.06%, para 3.98 milhões de indivíduos sem
7.0 70 emprego. Esta evolução aponta para o final do
65 processo de destruição de emprego e para uma
PMI Services (RHS)
5.0
GDP (LHS) 60 normalização do mercado de trabalho, para níveis
3.0
55 anteriores à crise.

Index (Points)
50
1.0 PMI Manufacturing (RHS) 45
Confiança dos consumidores e vendas a
40
-1.0 retalho (t.v.h., % e Pontos).
35
30 Consumer confidence
-3.0 8 (right hand scale) 120
25
6
-5.0 20 4 100
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2

Index (points)
80
Fonte: Bloomberg. 0

Percentage
-2
60
-4
Indicadores de confiança apurados pela
-6 Retail sales 40
Comissão Europeia (Pontos). -8 (left hand scale)
-10 20
80
-12
60 -14 0
Services
Construction 2005 2006 2007 2008 2009 2010
40
Fonte: Bloomberg.
20
Index (Points)

0 Registo de carros novos (t.v.h., %).


-20 Manufacturing
%
70
-40

-60
50
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
30
Fonte: Bloomberg.
10

Os indicadores de confiança publicados pela -10


Comissão Europeia para o mês de Julho revelaram
-30
uma ligeira deterioração do sentimento económico
geral (de 90.9 para 88.7 pontos), em sentido -50
contrário ao que se verificou para o conjunto da 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Zona Euro. Com excepção do sector da construção Fonte: Bloomberg.
todos os outros apresentaram ligeiros recuos.
Neste contexto, destaque para o crescimento das
Pela positiva esteve a ligeira subida do índice de vendas a retalho que, durante o mês de Junho,
confiança dos consumidores, que avançou de 65.1 avançaram 0.9% em termos homólogos (-1.7% em
pontos para 65.9, em Junho. Maio). Simultaneamente, espelhando a melhoria das
condições de consumo, as vendas de automóveis
mantiveram a recuperação evidenciada ao longo dos
A este contexto de melhoria do sentimento
últimos meses, com a taxa de variação homóloga a
económico dos consumidores espanhóis não será
manter-se a um nível bastante elevado (+25.6%).
alheia a evolução recente do mercado de trabalho.
Os dados do mercado de trabalho divulgados pelo
Estabilização do mercado habitacional poderá estar
Ministério do Emprego para o mês de Junho
próxima.
revelaram uma descida do número de
desempregados para um nível inferior a 4 milhões de
Os preços das habitações continuaram, no 2º
indivíduos, o que ocorre pela primeira vez nos
trimestre, a descida iniciada no final de 2007, tendo
últimos sete meses, graças ao recrutamento sazonal
caído somente 0.9% face ao trimestre anterior (em

Julho/Agosto 2010 Economia Global 21


Espanha

que por sua vez tinham descido 1.3%); em termos ultrapassou EUR 100.4 mil milhões, o que
homólogos, a taxa de variação moderou-se, corresponde a 5.5% do total de crédito.
passando de -4.5% para -3.6%. Por seu turno, os
dados referentes às vendas de imóveis, em Maio, Incumprimento do pagamento de crédito
revelaram um crescimento expressivo de 11.9% em (%, t.v.h. e % do total).
termos homólogos, sugerindo uma estabilização do
sector.

Confiança e encomendas no sector da


construção (s.r.e.).

Fonte: Reuters EcoWin.

Inflação mantém trajectória de recuperação.


No plano dos preços, a taxa de inflação homóloga
apresentou uma variação de 1.5% em Junho (igual
Fonte: Reuters EcoWin. registo em Maio). Tal como no conjunto da Zona
Euro, esta subida da inflação em termos homólogos
O crédito ao sector privado continua a trajectória de prende-se com o efeito estatístico de base
desaceleração que tem vindo a registar durante os decorrente dos preços dos combustíveis. Por
últimos trimestres. A variação homóloga dos componentes, o destaque foi para a evolução das
empréstimos às sociedades não financeiras caiu para classes de “Bebidas alcoólicas e tabaco” (12.9%) e
-4.12% em Junho. No mesmo período, os “Transportes” (5.7%). Paralelamente, ao nível da
empréstimos para aquisição de habitação recuaram inflação subjacente ou core, verificou-se uma
2.2% e os empréstimos ao consumo viram o variação de 0.4% em termos homólogos.
respectivo crescimento descer para -15.3%.
Taxa de inflação homóloga (%).
Crédito à habitação, ao consumo e a empresas %
não financeiras (%, t.v.h. e % do total). 6.5
5.5

4.5
3.5

2.5
1.5 1.5

0.5

-0.5
-1.5
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Fonte: Bloomberg.

Fonte: Reuters EcoWin.


João Pereira Miguel
Ainda referente ao sector bancário, destaque para a jpmiguel@bes.pt
contínua perda de qualidade do nível de
cumprimento do serviço da dívida que, em Maio,

22 Economia Global Julho/Agosto 2010


Brasil

Brasil
Política monetária em foco.
A evolução da política monetária voltou a ser foco de grande debate entre os economistas no Brasil após a
decisão surpreendente da autoridade monetária no último encontro do Copom – Comitê de Política Monetária
que, por unanimidade, decidiu elevar apenas a taxa básica de juros em 50 pontos base para 10.75%
(esperava-se 75 pontos base). A urgência dos ajustes nas taxas diminuiu, uma vez que a atividade económica
apresentou importante arrefecimento e os números de inflação estão muito próximos de zero. Acreditamos que
essa acomodação da atividade e os resultados muito baixos para a inflação estão fadados a serem revertidos
nos próximos meses, especialmente porque o mercado de trabalho continua robusto, o que deve garantir
sustentação da demanda agregada nos próximos meses.

Banco Central sobe juros para 10.75%. economia com pouca capacidade de absorver
choques de preços.
A evolução da política monetária voltou a ser foco de
grande debate entre os economistas no Brasil após a Utilização da Capacidade Instalada:
decisão surpreendente da autoridade monetária no CNI vs. FGV (% sa).
último encontro do Copom – Comitê de Política %
Monetária. Na ocasião, os diretores do Banco Central 88

entenderam que houve considerável melhoria no 86


balanço de riscos para a inflação, derivada de FVG
84
fatores tanto domésticos como externos, e decidiu,
por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 82
0.50 pp, enquanto a maioria dos analistas do 80 CNI
mercado esperava um movimento de 0.75 pp.
78

De fato, a urgência dos ajustes nas taxas diminuiu, 76


uma vez que a atividade económica apresentou Jan. Jan. Jan. Jan. Jan. Jan. Jan. Jan.
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
importante arrefecimento e os números de inflação
estão orbitando em patamares muito próximos de Fontes: CNI, FGV.
zero, para não mencionar que o ambiente externo se
deteriorou, aumentando a probabilidade de Taxa de desemprego (%, sa).
materialização de um cenário deflacionário ou, na %
“melhor” das hipóteses, neutro para a inflação. 14

Entretanto, acreditamos que essa acomodação da 13


atividade e os resultados muito baixos para a 12
inflação estão fadados a serem revertidos nos 11
próximos meses, especialmente porque o mercado 10
de trabalho continua robusto, o que deve garantir 9
sustentação da demanda agregada nos próximos 8
meses. Assim, o alívio recente pode dar a falsa 7
impressão de que a situação da inflação está sob
6
controle. Jan. Jan. Jan. Jan. Jan. Jan. Jan. Jan.
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
O principal ponto que nos deixa ainda céticos em Fontes: IBGE.
relação ao fim do processo de ajuste da política
monetária já na próxima reunião – hipótese que está Adicionalmente, apesar da melhora evidente no
em discussão entre os agentes de mercado – é a balanço de riscos, as expectativas de inflação, de
baixa ociosidade da economia. Tanto a utilização do acordo com a Pesquisa Focus do Banco Central,
capital como o nível de emprego apontam para uma permanecem inalteradas em um patamar acima do

Julho/Agosto 2010 Economia Global 23


Brasil

centro da meta para o ano de 2011. Como,


atualmente, o impacto das expectativas de inflação
no modelo estrutural do Banco Central é
relativamente elevado, a persistência da inflação
esperada acima da meta de 4.5% imputa uma carga
maior para a taxa Selic. Ou seja, acreditamos que
será necessário um ajuste residual nas taxas de
referência para garantir a convergência da inflação
às metas ao longo de 2011, enquanto que a
estrutura a termo da taxa de juros apreça uma
probabilidade elevada de o Banco Central
interromper o processo de ajuste na taxa básica de
juros. No início de Setembro, saberemos qual será a
opção da autoridade monetária, mas uma coisa é
certa: o fim (do processo de aperto monetário) está
próximo.

Expectativas de Inflação - IPCA 2010 (%).


%
5.1
4.9
4.7
4.5
4.3
4.1
3.9
3.7
3.5
Jan. May. Sep. Jan. May. Sep. Jan. May. Sep. Jan. May.
2007 2007 2007 2008 2008 2008 2009 2009 2009 2010 2010
Fonte: Banco Central do Brasil.

Jankiel Santos
jsantos@besinvestimento.com.br

24 Economia Global Julho/Agosto 2010


Estados Unidos

China
Controlar o crescimento e a inflação.
A mais recente bateria de indicadores divulgada pelas autoridades chinesas revela uma economia em
desaceleração mas ainda a operar a um ritmo elevado. O PIB cresceu 10.3%, em termos homólogos no 2º
trimestre (desacelerando a partir de 11.9% no 1º trimestre); por seu turno a produção industrial abrandou de
16.5% y-o-y em Maio para 13.7% em Junho; investimento e vendas a retalho também registaram ligeiras
desacelerações. Este enfraquecimento relativo da actividade - relativo porque estamos a falar de uma
economia que cresceu 11.1% na 1ª metade do ano - acabou por se repercutir nos preços no consumidor que
passaram de um crescimento de 3.1% y-o-y em Maio, para 2.9% em Junho. Não obstante esta ligeira queda, a
trajectória da inflação tem sido de subida. O IPC acelerou o ritmo de crescimento, de 2.8% para 3.1% em
Maio, em termos homólogos. Isto significou, na altura, que o nível de crescimento dos preços excedeu o target
de 3% estabelecido pelo Governo chinês para este ano. Prevemos que o Governo continue a privilegiar
medidas sectoriais específicas de controlo do crédito e do investimento, deixando eventuais subidas das taxas
de juro e/ou deixar o yuan se apreciar de forma mais expressiva, no quadro da actual flexibilização da política
cambial, para uma fase do ciclo económico em que se torne inevitável a utilização destes instrumentos de
política monetária.

PIB cresce 10.3% y-o-y no 2À trimestre⁄ sobreaquecimento alguns sectores específicos, como
o mercado de habitação. A este propósito, a
A mais recente bateria de indicadores divulgada principal medida de restritividade das políticas do
pelas autoridades chinesas revela uma economia em Governo tem sido, desde meados de Abril, o esforço
desaceleração mas ainda a operar a um ritmo de limitar a especulação no mercado de habitação e
elevado. O PIB cresceu 10.3%, em termos controlar os empréstimos feitos pelos governos
homólogos no 2º trimestre (desacelerando a partir locais, por intermédio de agências públicas de
de 11.9% no 1º trimestre); por seu turno a investimento.
produção industrial abrandou de 16.5% y-o-y em
Maio para 13.7% em Junho; investimento e vendas Produção Industrial (%, t.v.h.)
a retalho também registaram ligeiras
desacelerações.

PIB (%, t.v.h.)

Fonte: Reuters EcoWin Pro.

⁄com inflação no centro das preocupações do Governo .

Fonte: Reuters EcoWin Pro. Este enfraquecimento relativo da actividade - relativo


porque estamos a falar de uma economia que
Estes números tenderão a agradar ao Governo cresceu 11.1% na 1ª metade do ano - acabou por se
chinês dada a política mais restritiva que tem vindo a repercutir nos preços no consumidor que passaram
adoptar, precisamente com o intuito de abrandar o de um crescimento de 3.1% y-o-y em Maio, para
ritmo demasiado elevado com que a actividade 2.9% em Junho.
económica tem vindo a operar e que colocava em

Julho/Agosto 2010 Economia Global 25


China

Inflação (t.v.h.)
Investimento (t.v.h.)

Fonte: Reuters EcoWin Pro.


Fonte: Reuters EcoWin Pro.
Não obstante esta ligeira queda, a trajectória da
inflação tem sido de subida. O IPC acelerou o ritmo de Prevemos que o Governo continue a privilegiar medidas
crescimento, de 2.8% para 3.1% em Maio, em termos sectoriais específicas de controlo do crédito e do
homólogos. Isto significou, na altura, que o nível de investimento, deixando eventuais subidas das taxas de
crescimento dos preços excedeu o target de 3% juro e/ou deixar o yuan se apreciar de forma mais
estabelecido pelo Governo chinês para este ano. E veio expressiva, no quadro da actual flexibilização da política
numa conjuntura em que começaram a surgir notícias cambial, para uma fase do ciclo económico em que se
de manifestações de trabalhadores que têm torne inevitável a utilização destes instrumentos de
reinvindicado de forma crescente aumentos salariais. política monetária – muito provavelmente apenas em
meados de 2011.
Assim, e cada vez mais, o controlo das pressões
inflacionistas coloca-se no centro das preocupações das O caso particular do mercado de habitação.
autoridades. Com as exportações a acelerarem para um Como globalmente o objectivo de travar o crédito
crescimento de 48.5% y-o-y em Maio e a manterem-se está a ser conseguido, a principal preocupação do
muito elevadas em Junho (com um crescimento de Governo têm-se centrado em limitar a especulação
43.9%, em termos homólogos), a conjuntura parece no mercado imobiliário. O preço dos terrenos caíu
propiciar a novas medidas de cariz restritivo, como foi pela primeira vez em 18 meses em Junho (0.1%, em
já o caso, na prática, da flexibilização do yuan (ver termos mensais). Este parece ser já o reflexo das
mais abaixo a caixa “China flexibiliza política cambial”). medidas do Governo que, por um lado, tem
restringido o crédito para segundas casas e, por
⁄que tem adoptado políticas de restritividade sobre outro lado, tem aumentado a oferta de terrenos
crédito e investimento . disponíveis para construção (provocando assim uma
pressão em baixa sobre os preços).
A evidência aponta para que as medidas que têm sido
tomadas para controlar o crédito e o investimento De notar que o crescimento do investimento em
começam a dar, globalmente, resultados: com o construção tem sido um dos grandes motores de
número de novos projectos de investimento a cair 12% crescimento da economia. Torna-se, assim,
y-o-y em Maio, os novos empréstimos a baixar de CNY particularmente importante evitar a criação e o
774.0 mil milhões em Abril para CNY 639.4 mil milhões possível rebentamento de bolhas especulativas,
e CNY 603.4 mil milhões em Maio e Junho, tornando-se fundamental conduzir o crescimento dos
respectivamente e os sectores do aço, cimento e preços para níveis controladamente mais baixos e
automóvel a revelarem sinais de abrandamento. Nos com uma evolução estável. Não obstante todos os
primeiros 6 meses do ano o investimento cresceu esforços governamentais, este continua a ser um
20.5%, em termos acumulados, o que compara com dos principais riscos que se apresenta à economia
33.6% no mesmo período do ano. Também a chinesa. Algumas estimativas apontam para uma
produção industrial desacelerou de 17.8% y-o-y em queda de 10% a 20% nos preços da habitação, com
Abril para 16.5% e 13.7%, em Maio e Junho, particular ênfase para as regiões de Shanghai,
respectivamente.

26 Economia Global Julho/Agosto 2010


China

Pequim e Shenzhen, onde os preços cresceram mais evitou, por um lado, que este tema se tornasse o
acentuadamente no último ano. foco principal da reunião de Toronto e, por outro
lado, ganhou margem de manobra nas relações
Preço das habitações (t.v.h.) diplomáticas com os EUA, onde a pressão política
interna para se tomarem medidas proteccionistas
sobre os produtos chineses continua na ordem do
dia.
USD/RMB

Fonte: Reuters EcoWin Pro.

Caixa: China flexibiliza política cambial


Fonte: Reuters EcoWin Pro.
O Banco Popular da China (o banco central do país)
procedeu à flexibilização da moeda chinesa (o yuan Recorde-se que o “peg” face ao dólar foi adoptado
ou renminbi) no mercado cambial. Depois de a em Julho de 2008 e foi sempre descrito pelas
autoridade monetária ter, em meados de 2008, autoridades como uma medida temporária para
interrompido a estratégia gradual de valorização enfrentar a crise financeira mundial. Nesta altura,
yuan iniciada em 2005, – ao ter fixado novamente o com a China a crescer em torno de 10% e as
“peg” do yuan ao dólar, como resposta à crise exportações a subirem perto de 50% em termos
financeira e económica mundial –, esta decisão homólogos, já não haveria grandes condições para
marca o regresso da aproximação gradual da política manter a mesma postura.
cambial chinesa às leis do mercado.
Exportações e Importações
Existe um conjunto de motivos pelo qual a China
decidiu tomar esta medida. Por um lado, esta é uma
decisão que, ao levar (como se espera) a uma
apreciação da moeda, faz parte de uma postura de
maior restritividade das políticas nacionais para
controlar o crescimento económico e a subida dos
preços. Com efeito, a actividade revela estar em
sobreaquecimento em muitos sectores, como é por
exemplo o caso do sector da habitação. A
necessidade do Governo de conter potenciais bolhas
especulativas e, em geral, de controlar a inflação faz
com que esta flexibilização cambial se insira numa
política de controlo de preços, por via da queda dos Fonte: Reuters EcoWin Pro.
preços dos bens importados.
O yuan passa, assim, a movimentar-se de acordo
Por outro lado, o tema cambial é sobretudo um tema com um cabaz de moedas, no qual o dólar deverá
político particularmente sensível, sobretudo nas ter um peso muito significativo de cerca de 70%
relações bilateriais com os EUA. O timing escolhido (estes dados não foram tornados públicos pelas
para esta decisão, nas vésperas da reunião do G-20 autoridades chinesas). Não esperamos, no entanto,
no Canadá (que teve lugar nos passados dias 26 e uma apreciação muito relevante do yuan no curto
27 de Junho) espelha isto mesmo. O Governo chinês prazo, mas apenas simbólica. O banco central

Julho/Agosto 2010 Economia Global 27


China

reiterou a sua firme intenção de manter a moeda


fundamentalmente estável, tendo sido excluído das
opções o eventual alargamento das margens de
flutuação permitidas, actualmente em +/- 0.5%.
Deste modo, a apreciação do yuan deverá ser muito
gradual. Neste particular, as forwards sugerem uma
apreciação de 4% em 12 meses. Desde o anúncio
desta flexibilização o yuan apenas se apreciou em
cerca de 1%.

Em geral, e acima de tudo, o grande significado


deste anúncio de um yuan mais flexível é o sinal
muito positivo que a China dá à comunidade
internacional de que contribuirá construtivamente
para equilibrar os fluxos comerciais e financeiros
globais e que continuará a contribuir decisivamente,
com a sustentabilidade do seu crescimento
económico, para a continuação da recuperação
global.

Ivo Banaco
ijbanaco@bes.pt

28 Economia Global Julho/Agosto 2010


Indicadores Económicos

Indicadores Económicos Seleccionados, 2006-2011.


1. Produto Interno Bruto.
País/Região Valor do PIB, 2008 Crescimento anual do PIB real (%)
(USD mil milhões) 2006 2007 2008 2009P 2010P 2011P
União Europeia* 18387.8 3.2 2.9 0.7 -4.2 1.0 1.8
Zona Euro** 13633.8 3.0 2.8 0.6 -4.1 0.9 1.5
Alemanha 3673.1 3.2 2.5 1.2 -5.0 1.5 1.7
França 2867.0 2.4 2.3 0.3 -2.2 1.1 1.5
Itália 2313.9 2.0 1.6 -1.0 -4.7 0.7 1.4
Espanha 1602.0 3.9 3.6 0.9 -3.6 -0.6 0.3
Holanda 877.0 3.4 3.6 2.0 -4.0 1.0 1.6
Bélgica 506.2 3.0 2.6 1.0 -3.0 0.8 1.5
˘ustria 414.8 3.5 3.5 2.0 -3.6 0.8 1.5
Grécia 357.5 4.5 4.0 2.9 -1.3 -1.0 0.7
Irlanda 267.6 5.4 6.0 -3.0 -8.0 -2.0 2.6
Finlândia 271.9 4.9 4.2 1.0 -7.8 -1.0 1.6
Portugal 244.6 1.4 2.4 0.0 -2.6 0.7 0.5
Eslováquia 95.4 8.5 10.4 6.4 -3.5 2.0 2.6
Luxemburgo 55.0 6.4 5.2 0.7 -4.0 0.0 1.8
Eslovénia 54.6 5.9 6.8 3.5 -4.0 1.0 2.0
Chipre 24.9 4.1 4.4 3.6 0.5 1.0 1.3
Malta 8.4 3.8 3.7 2.1 -1.0 0.5 1.6
Reino Unido 2680.0 2.9 2.6 0.5 -4.9 1.5 2.0
Suécia 479.0 4.2 2.6 -0.2 -4.3 0.5 2.1
Polónia 527.9 6.2 6.8 5.0 1.7 3.2 3.1
Dinamarca 340.0 3.3 1.6 -1.2 -2.5 0.5 1.8
República Checa 216.4 6.8 6.1 2.7 -4.0 1.0 2.3
Roménia 200.1 7.9 6.2 7.1 -7.5 0.0 2.6
Hungria 155.9 3.9 1.2 0.6 -5.0 -0.2 3.1
Lituânia 49.9 6.3 6.2 6.0 -5.5 -1.0 3.1
Bulgária 47.3 7.8 8.9 3.0 -15.5 -3.0 2.5
Letónia 34.0 12.2 10.0 -4.6 -15.0 -2.0 2.0
Estónia 23.5 10.0 7.2 -3.6 -12.0 -1.0 4.2
Suíça 500.3 3.6 3.6 1.8 -2.0 0.5 1.0
Noruega 451.8 2.3 3.1 2.1 -1.7 1.3 1.8
Europa Emergente*** 2406.6 9.7 9.2 5.6 -7.4 2.9 4.4
Rússia 1676.6 7.7 8.1 5.6 -7.5 1.5 3.0
Turquia 730.0 6.9 4.7 0.9 -6.0 3.7 4.0
EUA 14441.4 2.7 2.1 0.4 -2.4 3.3 3.0
Canadá 1499.6 2.9 2.5 0.4 -2.5 2.0 3.6
Japão 4910.7 2.0 2.3 -1.2 -5.2 1.9 2.0
Oceânia*** 1141.9 2.7 3.9 2.2 0.2 1.9 3.2
Austrália 1013.5 2.8 4.0 2.4 0.5 1.9 3.3
Nova Zelândia 128.4 2.0 3.2 0.2 -2.0 2.2 2.4
América Latina*** 2985.7 4.9 5.2 3.9 -2.9 4.9 3.5
Brasil 1572.8 4.0 5.7 5.1 -0.2 7.0 4.0
México 1088.1 5.1 3.3 1.3 -7.0 3.0 3.0
Argentina 324.8 8.5 8.7 6.8 -2.5 1.5 2.5
˘sia Emergente*** 8258.6 9.4 10.1 7.0 5.0 7.8 8.0
China 4327.4 11.6 13.0 9.6 8.7 10.0 10.0
Coreia do Sul 929.1 5.2 5.1 2.2 -1.0 3.6 5.2
¸ndia 1206.7 9.8 9.4 7.3 5.7 8.8 8.4
Taiwan 511.8 5.5 6.3 6.1 3.9 4.8 5.0
Indonésia 391.4 4.8 5.7 0.1 -4.1 3.7 4.2
Tailândia 273.3 5.2 4.9 2.6 -3.0 3.7 4.5
Hong Kong 215.4 7.0 6.4 2.1 -2.7 5.0 4.4
Malásia 221.6 5.8 6.2 4.6 -3.5 2.5 4.1
Singapura 181.9 8.4 7.8 1.1 -3.0 4.1 4.3
˘frica do Sul 276.8 5.3 5.1 3.7 -1.8 2.6 3.6
Angola 84.9 18.6 20.3 13.2 2.7 7.5 8.3
Economia Global*** 55261.1 4.4 4.4 2.3 -1.0 3.3 3.5
* O valor do PIB corresponde ao somatório dos PIBs dos 27 Estados membros da UE.
** O valor do PIB corresponde ao somatório dos PIBs dos 16 Estados membros.
*** O valor do PIB corresponde unicamente ao somatório dos PIBs dos países indicados. As taxas de crescimento são médias ponderadas do crescimento dos países
indicados. No caso da Economia Global, as participações de cada país são corrigidas pelas paridades do poder de compra (purchasing power parity, PPP).
E – Estimativas; P – Previsões.
Fontes: Espírito Santo Research, FMI, OCDE, Comissão Europeia, INE.

Julho/Agosto 2010 Economia Global 29


Indicadores Económicos
2. Inflação e desemprego.
País/Região Inflação, IPC (taxa média anual, %) Taxa de desemprego (em % da população activa)
2006 2007 2008 2009P 2010P 2011P 2006 2007 2008 2009P 2010P 2011P
União Europeia* 2.2 2.2 3.5 0.8 1.5 1.4 7.6 6.8 6.8 8.7 9.9 9.8
Zona Euro** 2.2 2.1 3.3 0.3 1.1 1.4 8.2 7.4 7.3 9.2 10.5 10.5
Alemanha 1.8 2.3 2.8 0.2 0.6 0.7 9.8 8.4 7.3 7.7 9.2 9.3
França 1.9 1.6 3.2 0.1 1.1 1.6 9.2 8.4 7.8 9.5 10.2 10.0
Itália 2.2 2.0 3.5 0.8 1.8 2.0 6.8 6.1 6.8 7.8 8.7 8.7
Espanha 3.4 2.8 4.1 -0.3 1.1 1.3 8.5 8.3 11.3 18.0 20.0 20.5
Holanda 1.7 1.6 2.2 1.0 1.2 1.4 3.9 3.2 2.8 3.4 5.4 6.0
Bélgica 2.3 1.8 4.5 0.0 1.3 1.5 8.3 7.5 7.0 8.2 9.9 10.3
˘ustria 1.7 2.2 3.2 0.4 1.3 1.6 4.8 4.4 3.8 5.5 6.0 5.7
Grécia 3.3 3.0 4.2 1.3 1.4 1.9 8.9 8.3 7.7 9.0 10.2 11.0
Irlanda 2.7 2.9 3.1 -1.7 -0.8 1.2 4.5 4.6 6.0 11.7 14.0 13.2
Finlândia 1.3 1.6 3.9 1.6 1.4 1.3 7.7 6.9 6.4 8.5 10.2 9.9
Portugal 3.1 2.5 2.6 -0.8 0.9 1.5 7.7 8.0 7.6 9.5 10.5 10.8
Eslováquia 4.3 1.9 3.9 0.9 2.3 2.8 13.4 11.1 9.5 12.3 12.8 12.6
Luxemburgo 3.0 2.7 4.1 0.0 1.7 1.7 4.6 4.2 4.9 6.2 7.3 7.7
Eslovénia 2.5 3.8 5.5 0.9 1.7 2.0 6.0 4.9 4.4 6.7 8.3 8.5
Chipre 2.2 2.2 4.4 0.2 3.3 2.8 4.6 4.0 3.6 5.6 6.6 6.7
Malta 2.6 0.7 4.7 1.8 1.6 2.3 7.1 6.4 5.9 7.1 7.4 7.3
Reino Unido 2.3 2.3 3.6 2.2 3.2 1.0 5.4 5.3 5.6 7.8 8.7 8.0
Suécia 1.5 1.7 3.3 1.9 1.9 1.9 7.0 6.1 6.2 8.5 10.2 10.1
Polónia 1.3 2.6 4.2 3.5 2.5 2.5 13.9 9.6 7.1 8.4 9.9 10.0
Dinamarca 1.9 1.7 3.6 1.1 1.6 1.7 3.9 3.8 3.3 4.5 5.8 5.6
República Checa 2.1 3.0 6.3 0.6 1.4 1.6 7.2 5.3 4.4 6.9 7.9 7.4
Roménia 6.6 4.9 7.9 5.6 3.6 3.5 7.3 6.4 5.8 9.0 8.7 8.5
Hungria 4.0 7.9 6.0 4.0 4.2 2.5 7.5 7.4 7.8 10.5 11.3 10.5
Lituânia 7.4 7.6 12.0 2.5 1.3 2.0 9.0 6.9 5.6 7.0 8.0 7.2
Bulgária 3.8 5.8 11.1 4.2 -1.2 0.5 5.6 4.3 5.8 14.5 17.6 18.2
Letónia 6.6 10.1 15.3 3.3 -3.7 -1.2 6.8 6.0 7.5 16.9 19.9 18.7
Estónia 4.4 6.7 10.6 0.2 0.5 2.1 5.9 4.7 5.5 13.6 15.2 14.2
Suíça 1.0 1.0 2.4 -0.6 0.5 1.0 3.7 2.8 2.6 3.8 5.0 4.9
Noruega 2.3 0.8 3.2 2.3 1.8 2.3 3.4 2.5 2.6 3.3 4.0 3.8
Europa Emergente*** 10.4 9.5 14.8 11.5 9.9 8.5 11.8 10.0 9.6 12.7 12.8 12.0
Rússia 9.7 8.1 14.0 12.3 9.9 8.5 6.7 5.6 5.6 7.2 6.8 6.5
Turquia 9.6 8.2 10.5 6.2 6.8 5.7 9.8 9.9 10.7 15.0 14.8 13.0
EUA 3.2 2.9 3.8 -0.3 1.8 1.9 4.6 4.6 5.8 9.2 10.1 10.2
Canadá 2.0 2.2 2.5 0.2 1.3 1.9 6.3 6.0 6.1 8.3 8.3 8.2
Japão 0.3 0.0 1.4 -1.4 -1.4 -0.5 4.1 3.9 4.0 5.8 6.3 7.0
Oceânia*** 3.5 2.3 4.6 1.6 1.4 2.1 4.7 4.3 4.3 5.7 6.5 5.6
Austrália 3.5 2.3 4.6 1.6 1.5 2.1 4.8 4.4 4.3 5.7 6.4 5.5
Nova Zelândia 3.4 2.4 4.2 1.5 1.0 1.8 3.8 3.6 4.0 6.1 7.2 6.8
América Latina*** 4.1 4.9 5.8 4.8 4.7 4.0 7.7 7.6 6.8 7.7 n.d. n.d.
Brasil 3.1 4.5 5.9 4.3 5.5 4.5 10.0 9.3 7.9 8.1 8.1 7.8
México 3.6 4.2 4.9 5.4 3.5 3.0 3.6 4.8 4.9 6.8 n.d. n.d.
Argentina 10.9 8.8 8.6 5.6 5.0 5.0 10.2 8.5 7.9 8.8 10.8 n.d.
˘sia Emergente*** 3.1 4.4 6.2 1.7 2.4 2.6 3.6 3.4 3.6 3.7 3.7 n.d.
China 1.5 4.8 5.9 -0.1 0.6 1.5 4.1 4.0 4.2 4.3 4.2 4.2
Coreia do Sul 2.2 2.6 4.8 2.6 2.5 3.0 3.5 3.1 3.3 1.1 1.1 n.d.
¸ndia 6.1 6.4 8.3 8.7 8.4 5.7 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Taiwan 13.1 6.0 9.8 5.0 6.2 5.4 9.8 9.1 8.4 9.5 9.0 n.d.
Indonésia 0.6 1.8 3.5 -0.5 1.5 1.5 3.9 3.9 5.0 6.5 7.0 n.d.
Tailândia 4.6 2.2 5.5 -1.2 2.1 1.8 1.0 0.8 1.4 4.0 4.0 n.d.
Hong Kong 2.0 2.0 4.3 -1.0 0.5 1.5 4.8 4.0 3.5 5.1 4.8 4.6
Malásia 3.6 2.0 5.4 -0.1 1.2 1.9 3.0 3.0 3.1 4.5 5.0 n.d.
Singapura 1.0 2.1 6.5 -0.2 1.6 1.9 2.7 1.7 2.5 4.0 3.5 n.d.
˘frica do Sul 4.7 7.1 11.5 7.1 5.8 5.8 25.5 22.7 21.9 24.9 24.3 23.4
Angola 13.3 12.2 12.5 14.0 15.0 12.0 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Economia Global*** 2.6 2.9 4.2 1.2 1.9 1.9 5.0 4.6 4.9 6.4 n.d. n.d.
* As taxas de inflação e de desemprego correspondem às médias ponderadas dos 27 Estados membros da UE.
** As taxas de inflação e de desemprego correspondem às médias ponderadas dos 16 Estados membros.
*** As taxas de inflação e de desemprego correspondem às médias ponderadas dos países indicados. No caso da Economia Global, as participações de cada
país são corrigidas pelas paridades do poder de compra (purchasing power parity, PPP).
n.d. – informação não disponível.
E – Estimativas; P – Previsões.
Fontes: Espírito Santo Research, OCDE, FMI, Comissão Europeia, INE.

30 Economia Global Julho/Agosto 2010


Indicadores Económicos
3. Conta da Administração Pública e Balança corrente.
País/Região Saldo da conta da Administração pública (% do PIB) Balança corrente (% do PIB)
2006 2007 2008 2009P 2010P 2011P 2006 2007 2008 2009P 2010P 2011P
União Europeia* -1.4 -0.7 -2.1 -6.6 -7.3 -6.4 -0.2 -0.2 -0.9 -0.6 -0.4 -0.3
Zona Euro** -1.3 -0.6 -2.0 -6.3 -6.8 -6.1 0.3 0.3 -0.9 -0.7 -0.5 -0.5
Alemanha -1.6 0.2 0.0 -3.3 -5.0 -4.6 6.6 7.9 6.6 4.0 3.8 3.7
França -2.3 -2.7 -3.3 -7.5 -8.2 -7.7 -1.8 -2.3 -3.3 -2.3 -2.2 -2.4
Itália -3.3 -1.5 -2.7 -5.3 -5.3 -5.1 -2.0 -1.8 -3.0 -2.4 -2.4 -2.4
Espanha 2.0 1.9 -4.1 -11.2 -9.3 -6.0 -9.0 -10.0 -9.5 -5.4 -4.6 -4.2
Holanda 0.5 0.2 0.7 -5.3 -6.1 -5.6 9.0 8.5 4.2 3.1 3.1 3.9
Bélgica 0.3 -0.2 -1.2 -6.0 -5.8 -5.8 3.3 3.8 0.2 0.6 0.9 0.8
˘ustria -1.5 -0.4 -0.4 -3.4 -5.5 -5.3 3.0 3.4 3.6 1.5 1.4 1.8
Grécia -3.6 -5.1 -7.7 -13.6 -12.2 -12.8 -12.8 -14.7 -13.8 -8.8 -7.9 -7.7
Irlanda 3.0 0.1 -7.3 -14.3 -14.7 -14.7 -4.1 -5.3 -5.1 -3.1 -1.8 -1.5
Finlândia 4.0 5.2 4.2 -2.2 -4.5 -4.3 4.9 4.0 2.6 1.1 1.2 1.3
Portugal**** -4.1 -2.8 -2.8 -9.3 -7.3 -4.6 -10.4 -9.8 -12.1 -10.2 -10.2 -10.2
Eslováquia -3.5 -1.9 -2.3 -6.8 -6.0 -5.5 -7.4 -5.1 -6.8 -5.8 -5.3 -5.0
Luxemburgo 1.4 3.6 2.9 -0.7 -4.2 -4.2 10.3 9.7 5.5 9.4 11.2 12.2
Eslovénia -1.3 0.0 -1.7 -5.5 -7.0 -6.9 -2.4 -4.5 -6.1 -0.8 -0.2 -0.6
Chipre -1.2 3.4 0.9 -6.1 -5.7 -5.9 -7.0 -12.0 -18.0 -11.6 -9.0 -7.7
Malta -2.6 -2.2 -4.5 -3.8 -4.4 -4.3 -9.2 -7.0 -5.6 -3.2 -2.8 -2.5
Reino Unido -2.7 -2.8 -4.9 -11.5 -12.9 -11.1 -3.3 -2.7 -1.6 -2.4 -1.6 -0.9
Suécia 2.5 3.8 2.5 -0.5 -3.3 -2.7 8.5 9.0 8.3 7.8 7.9 8.3
Polónia -3.6 -1.9 -3.7 -7.1 -7.5 -7.6 -3.0 -5.2 -5.1 -1.9 -2.8 -3.2
Dinamarca 5.2 4.8 3.4 -2.7 -4.8 -3.4 2.9 0.7 2.2 1.9 2.2 2.9
República Checa -2.6 -0.7 -2.7 -5.9 -5.5 -5.7 -2.1 -2.6 -3.3 -2.5 -1.4 -0.8
Roménia -2.2 -2.5 -5.4 -8.3 -6.8 -5.9 -10.6 -13.6 -12.3 -5.5 -5.5 -5.7
Hungria -9.3 -5.0 -3.8 -4.0 -4.2 -3.9 -7.5 -6.5 -6.6 -1.3 -1.7 -1.8
Lituânia 3.0 0.1 1.8 -3.9 -1.2 -0.4 -18.6 -22.5 -22.9 -13.7 -9.8 -7.9
Bulgária -0.4 -1.0 -3.3 -8.9 -9.2 -9.7 -10.4 -15.0 -12.4 0.1 0.3 -0.4
Letónia -0.5 -0.3 -4.1 -9.0 -12.3 -12.2 -22.5 -22.5 -13.0 6.8 5.4 3.4
Estónia 2.5 2.6 -2.7 -1.7 -3.2 -3.0 -17.0 -17.9 -9.1 3.9 1.3 -0.3
Suíça 1.7 2.2 0.9 -1.5 -2.5 -2.5 14.4 9.9 2.4 6.1 7.1 7.8
Noruega 18.5 17.4 20.0 10.0 7.0 7.0 17.2 15.9 19.5 13.9 15.6 15.4
Europa Emergente*** 0.1 2.6 1.0 -9.2 -6.1 -4.1 3.5 0.6 0.7 1.2 1.2 1.4
Rússia 4.0 5.4 4.1 -6.8 -2.9 0.4 9.5 5.9 6.1 3.6 4.5 5.1
Turquia -3.6 -1.1 -1.8 -6.9 -5.5 -6.5 -6.0 -5.8 -5.7 -1.9 -3.7 -4.2
EUA -2.0 -2.7 -6.4 -11.3 -13.0 -13.1 -6.0 -5.2 -4.9 -2.9 -3.4 -3.3
Canadá 1.6 1.6 0.1 -4.9 -4.0 -2.2 1.4 1.0 0.5 -2.6 -1.8 -0.9
Japão -1.6 -2.5 -3.8 -8.0 -8.9 -9.1 3.9 4.8 3.2 1.8 2.0 1.0
Oceânia*** 2.1 1.4 1.2 -0.8 -3.5 -3.7 -5.7 -6.5 -5.1 -3.6 -5.7 -6.7
Austrália 1.9 1.5 1.7 -0.4 -3.3 -3.5 -5.3 -6.3 -4.6 -3.2 -5.6 -6.7
Nova Zelândia 3.9 0.4 -2.5 -3.6 -5.2 -5.2 -8.7 -8.2 -8.9 -7.1 -6.7 -6.5
América Latina*** -1.8 -1.1 -0.9 -2.5 -2.0 -1.7 0.8 -0.1 -1.3 -0.8 -1.3 -1.7
Brasil -3.0 -2.2 -1.9 -3.3 -2.0 -1.4 1.3 0.1 -1.7 -1.6 -2.5 -3.0
México -0.1 0.0 -0.1 -1.9 -2.7 -2.7 -0.5 -0.8 -1.4 -1.2 -1.3 -1.5
Argentina -2.0 0.2 1.4 -0.5 0.2 0.2 2.3 1.6 1.4 4.4 4.9 3.9
˘sia Emergente*** -1.5 0.0 -1.8 -4.4 -4.2 -4.1 6.8 7.7 6.2 5.7 5.7 5.8
China -0.7 0.3 -0.6 -3.5 -3.6 -3.5 9.5 11.0 9.8 7.8 8.6 8.7
Coreia do Sul 1.7 3.5 1.2 -2.8 -2.7 -2.7 0.6 0.6 -0.7 3.4 2.2 2.2
¸ndia -8.8 -5.8 -10.1 -10.4 -9.7 -9.5 -1.1 -1.0 -2.2 -2.2 -2.5 -2.4
Taiwan -2.0 -1.2 -1.6 -3.2 -3.0 -3.0 3.0 2.4 0.1 0.9 0.5 0.2
Indonésia -0.6 -0.2 -0.9 -2.9 -2.2 -2.2 7.2 8.6 6.4 7.9 8.0 8.4
Tailândia -2.7 -2.0 -1.1 -4.9 -3.6 -3.6 1.1 5.7 -0.1 4.9 2.7 2.3
Hong Kong 4.1 7.7 0.1 -3.4 -1.5 -1.5 12.1 12.3 14.2 10.7 10.8 10.0
Malásia -4.0 1.5 -3.8 -8.3 -6.1 -6.1 16.0 15.4 17.9 13.4 11.0 10.7
Singapura 7.5 11.1 6.3 2.5 2.4 2.4 25.4 23.5 14.8 12.6 12.5 12.9
˘frica do Sul -2.1 0.9 -1.2 -4.9 -5.5 -5.5 -6.3 -7.3 -7.4 -5.0 -6.5 -6.8
Angola 14.8 11.5 8.8 -14.3 -2.9 -2.9 25.2 15.9 7.5 -3.4 2.2 2.2
Economia Global*** -1.2 -0.7 -2.4 -6.0 -6.4 -6.1 0.8 1.0 0.4 0.7 0.6 0.6
* Os saldos do SPA e das balanças corrente e de capital correspondem às médias ponderadas dos 27 Estados membros da UE.
** Os saldos do SPA e das balanças corrente e de capital correspondem às médias ponderadas dos 16 Estados membros.
*** Os saldos do SPA e das balanças corrente e de capital correspondem às médias ponderadas dos países indicados. No caso da Economia Global, as
participações de cada país são corrigidas pelas paridades do poder de compra (purchasing power parity, PPP).
****: Os valores apresentados correspondem às previsões do Governo.
E – Estimativas; P – Previsões.
Fontes: Espírito Santo Research, OCDE, FMI, Comissão Europeia, INE.

Julho/Agosto 2010 Economia Global 31


Indicadores Económicos
4. Participação no PIB mundial da amostra de países considerada, 2008.
Valores em percentagem.
Participação a preços correntes E Participação corrigida pelas paridades do poder
País/Região de compra (PPP) E
Mundo 100.00 100.00
União Europeia* 30.18 22.04
Zona Euro** 22.38 15.68
Alemanha 6.03 4.21
França 4.71 3.07
Itália 3.80 2.63
Espanha 2.63 2.02
Holanda 1.44 0.98
Bélgica 0.83 0.56
˘ustria 0.68 0.47
Grécia 0.59 0.49
Irlanda 0.44 0.27
Finlândia 0.45 0.28
Portugal 0.40 0.34
Eslováquia 0.16 0.17
Luxemburgo 0.09 0.06
Eslovénia 0.09 0.09
Chipre 0.04 0.03
Malta 0.01 0.01
Reino Unido 4.40 3.22
Suécia 0.79 0.50
Polónia 0.87 0.96
Dinamarca 0.56 0.30
República Checa 0.36 0.38
Roménia 0.33 0.39
Hungria 0.26 0.29
Lituânia 0.08 0.14
Bulgária 0.08 0.09
Letónia 0.06 0.06
Estónia 0.04 0.04

Suíça 0.82 0.45

Noruega 0.74 0.37

Europa Emergente*** 3.95 4.63


Rússia 2.75 3.28
Turquia 1.20 1.34

EUA 23.71 20.61

Canadá 2.46 1.88


0.00
Japão 8.06 6.35

Oceânia*** 1.87 1.32


Austrália 1.66 1.15
Nova Zelândia 0.21 0.17

América Latina*** 4.90 5.90


Brasil 2.58 2.85
México 1.79 2.23
Argentina 0.53 0.82

˘sia Emergente*** 13.56 22.47


China 7.10 11.35
Coreia do Sul 1.53 1.84
¸ndia 1.98 4.75
Taiwan 0.84 1.31
Indonésia 0.64 1.06
Tailândia 0.45 0.80
Hong Kong 0.35 0.45
Malásia 0.36 0.56
Singapura 0.30 0.35

˘frica do Sul 0.45 0.71

Angola 0.14 0.15

Resto do Mundo 9.15 13.12


* O valor da participação corresponde ao somatório das participações dos 27 Estados membros da UE.
** O valor da participação corresponde ao somatório das participações dos 16 Estados membros.
*** O valor da participação corresponde ao somatório das participações dos países indicados.

32 Economia Global Julho/Agosto 2010


Indicadores Económicos
E – Estimativas. Fontes: Espírito Santo Research, FMI.

Julho/Agosto 2010 Economia Global 33


Indicadores Económicos
Zona Euro: Indicadores seleccionados.
Percentagem do PIB total*, 2008 E.
Região/País % do total
Zona Euro (EUR-15) 100.00
Alemanha 26.94
França 21.03
Itália 16.97
Espanha 11.75
Holanda 6.43
Bélgica 3.71
˘ustria 3.04
Finlândia 2.62
Grécia 1.96
Irlanda 1.99
Portugal 1.79
Eslováquia 0.70
Luxemburgo 0.40
Eslovénia 0.40
Chipre 0.18
Malta 0.06
*A partir de valores a preços correntes. E – Estimativas.
Fontes: Espírito Santo Research, FMI.

PIB per capita, 2008 E.


Região/País EUR Milhares * EUR-15=100 EUR-15=100 e PPC **
Zona Euro (EUR-15) 27.77 100.0 100.0
Alemanha 29.47 106.1 103.5
França 29.26 105.4 101.4
Itália 26.11 94.0 93.4
Espanha 23.49 84.6 93.0
Holanda 40.00 144.0 120.3
Bélgica 31.42 113.2 112.1
˘ustria 32.74 117.9 117.5
Finlândia 33.62 121.1 107.3
Grécia 20.57 74.1 89.2
Irlanda 43.16 155.4 130.5
Portugal 15.28 55.0 67.0
Eslováquia 10.17 36.6 62.5
Luxemburgo 77.27 278.3 257.7
Eslovénia 16.45 59.2 83.1
Chipre 19.46 70.1 84.3
Malta 13.02 46.9 68.7
Comparação com outras áreas
EUA 33.28 119.8 136.2
União Europeia (UE-27) 24.77 89.2 91.3
Japão 24.99 90.0 102.1
Reino Unido 33.42 120.3 108.5

Produtividade do trabalho, 2008 E.


Região/País EUR Milhares * EUR-15=100 EUR-15=100 e PPC **
Zona Euro 61.90 100.0 100.0
Alemanha 61.00 98.6 96.1
França 72.85 117.7 113.3
Itália 61.79 99.8 99.2
Espanha 50.93 82.3 90.5
Holanda 65.09 105.2 103.3
Bélgica 76.58 123.7 122.5
˘ustria 69.16 111.7 111.3
Finlândia 71.53 115.6 102.5
Grécia 53.69 86.7 104.4
Irlanda 88.65 143.2 120.3
Portugal 31.40 50.7 61.7
Eslováquia 25.20 40.71 69.6
Luxemburgo 111.16 179.6 166.3
Eslovénia 34.75 56.1 78.8
Chipre 40.05 64.7 77.8
Malta 33.98 54.9 80.4
Comparação com outras áreas
EUA 67.88 109.7 124.6
União Europeia (UE-27) 55.25 89.3 91.4
Japão 49.50 80.0 90.7
Reino Unido 69.82 112.8 101.7
* Valores a preços correntes. ** PPC – paridade do poder de compra, purchasing power parity. E – Estimativas.
Fontes: Espírito Santo Research, Comissão Europeia.

34 Economia Global Julho/Agosto 2010


Indicadores Económicos

Taxas de juro directoras seleccionadas.

Valores em %, excepto quando indicado.


Ðltima alteração Valor actual Previsão
País/Região Taxa Data Valor Julho 30, 2010 Set. 2010 Dez. 2010
(pontos base)
EUA Fed funds rate Dez. 16, 2008 -75 0.00-0.25 0.00-0.25 0.00-0.25
Zona Euro Refi rate Mai. 07, 2009 -25 1.00 1.00 1.00
Reino Unido Base rate Mar. 05, 2009 -50 0.50 0.50 0.50
Japão Overnight call rate target Dez. 19, 2008 -20 0.10 0.10 0.10
Brasil Taxa Selic Jul. 21, 2010 +50 10.75 11.75 11.75
Fontes: Espírito Santo Research, Bloomberg.

Taxas de câmbio seleccionadas.

3 meses 12 meses
Cotações Julho 30, 2010 Previsão Forward * Previsão Forward *
EUR/USD 1 1.305 1.170 1.300 1.150 1.300
EUR/GBP 2 0.831 0.880 0.831 0.870 0.832
EUR/JPY 3 112.79 112.32 112.66 109.25 112.06
EUR/CHF4 1.358 1.44 1.36 1.46 1.35
EUR/PLN5 4.01 3.86 4.03 3.80 4.09
EUR/AUD6 1.444 1.33 1.46 1.31 1.51
USD/JPY 7 86.46 96.00 86.39 95.00 86.05
USD/GBP 8 0.637 0.752 0.637 0.757 0.639
USD/BRL9 1.759 1.85 1.79 1.90 1.91
EUR/BRL10 2.295 2.16 2.34 2.19 2.49
1. Dólares por euro.
2. Libras por euro.
3. Ienes por euro.
4. Francos suíços por euro.
5. Zlotys por euro.
6. Dólares australianos por euro.
7. Ienes por dólar.
8. Libras por dólar.
9. Reais por dólar.
10. Reais por euro.
* As cotações forward indicam a expectativa dos mercados na data apresentada.
Fontes: Espírito Santo Research, Bloomberg.

Julho/Agosto 2010 Economia Global 35


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Director-Coordenador Miguel Frasquilho mfrasquilho@bes.pt +351 21 310 64 57

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36 Economia Global Julho/Agosto 2010


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