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NOTA TÉCNICA 08 | 2005

I. O CICLO ORÇAMENTÁRIO NO BRASIL

II. PROJETO DE LEI DE DIRETRIZES


ORÇAMENTÁRIAS - PLDO - 2006

Brasília, 29 de agosto de 2004.


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I. O CICLO ORÇAMENTÁRIO NO BRASIL

O processo de elaboração do orçamento público no Brasil obedece a um “ciclo”


integrado ao planejamento de ações, que, de acordo com a Constituição Federal de
1988, compreende o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei
Orçamentária Anual - LOA.

Diagrama 1 - Ciclo Orçamentário

Elaboração e Elaboração e revisão de Elaboração da Lei de


revisão do Plano planos nacionais regionais Diretrizes Orçamentárias -
Plurianual - PPA e setoriais LDO

Execução orçamentária e Discussão e aprovação da Elaboração da Proposta


financeira / Controle e Lei Orçamentária Anual - Orçamentária Anual -
avaliação da execução LOA PLOA

I.1. Plano Plurianual - PPA

O PPA é publicado a cada 4 anos, sendo válido para quatro exercícios financeiros. Sua
elaboração é de responsabilidade de todos os Ministérios, coordenada pela Secretaria
de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (SPI/MPO), e contempla os dispêndios de capital e as metas
físicas que devem ser alcançadas no período. Segundo o parágrafo primeiro do artigo
165 da Constituição, o PPA deve “estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e
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outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”. O


projeto deve ser enviado ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto do primeiro
ano de cada mandato presidencial e é aprovado através de lei ordinária, passando a
ser executado a partir do segundo ano. A cada ano o PPA é revisto e readequado às
circunstâncias pelos órgãos do poder executivo, sendo a revisão publicada em forma
de lei.

I.2. Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO

A LDO é também uma lei ordinária, só que de validade anual. O parágrafo segundo do
artigo 165 da CF 88 estabelece que esta lei “compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações da legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das
agências financeiras de fomento”. Sua função é, portanto, antecipar e orientar os
parâmetros que devem nortear a elaboração do orçamento para o ano seguinte.

O projeto da LDO é elaborado pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do


Planejamento, Orçamento e Gestão (SPO/MPO), com apoio técnico da Secretaria do
Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda (STN/MF) e apresentado até o dia 15 de
abril de cada ano ao Congresso Nacional, onde deve ser aprovado até o dia 30 de
junho, sob pena da não interrupção do primeiro período da sessão legislativa.

Os programas e ações destacados para o exercício a que se refere a LDO, assim


como suas prioridades e metas, são apresentados como anexos ao texto legal. A Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF) - Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 -
acrescentou dois anexos à LDO, quais sejam (i) Anexo de Metas Fiscais, onde são
estabelecidos os resultados primários esperados para os próximos exercícios, dando
ainda a dimensão da austeridade dessa política; e (ii) Anexo de Riscos Fiscais, onde
são elencadas as dívidas que ainda não estão contabilizadas como tal, mas que, por
decisão judicial poderão vir a aumentar a dívida pública.
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I.3. Lei Orçamentária Anual - LOA

Também lei ordinária, a validade da LOA abrange apenas um exercício fiscal. De


acordo com os parágrafos quinto e sexto do artigo 165 da Constituição Federal, a LOA
compreende o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas em que a
União detém a maioria do capital social com direito a voto e o orçamento da seguridade
social, sendo seu projeto acompanhado de demonstrativo regionalizado dos efeitos de
suas disposições. De responsabilidade de todos os Ministérios, o Projeto é coordenado
pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão (SPO/MPO) e encaminhado até o dia 31 de agosto de cada ano ao Congresso
Nacional, que deve discuti-lo, emendá-lo e, finalmente, devolvê-lo para sanção
presidencial até o encerramento da sessão legislativa em dezembro.
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AGENDA DO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO DE 2005


(Adaptado do divulgado pelo Congresso Nacional - Original)

Evento Responsável ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Plano Plurianual - PPA

PPA 2004 - 2007 - Envio do Projeto de Lei Poder Executivo 31


de Revisão do PPA

PPA 2004 - 2007 - Envio do Relatório de Poder Executivo 15


Avaliação do PPA e divulgação

Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO

LDO 2006 - Envio do Projeto de Lei Poder Executivo 15

LDO 2006 - Apreciação do Projeto de Lei Congresso Nacional 15 30

- Apresentação de Emendas na Congresso Nacional 24 8


Comissão

- Parecer do Relator Congresso Nacional 6

- Encaminhamento do Parecer da Congresso Nacional 17


Comissão à Mesa do CN

Lei Orçamentária Anual - LOA

LOA 2006 - Envio do Projeto de Lei Poder Executivo 30

LOA 2006 - Apreciação do Projeto de Lei Congresso Nacional 15

Créditos Adicionais (LOA 2005) - envio dos Poder Executivo


Projetos de Lei
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AGENDA DO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO DE 2005


(Adaptado do divulgado pelo Congresso Nacional - atualizado em 28/06/2005)

Evento Responsável ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Plano Plurianual - PPA

PPA 2004 - 2007 - Envio do Projeto de Lei Poder Executivo 31


de Revisão do PPA

PPA 2004 - 2007 - Envio do Relatório de Poder Executivo 15


Avaliação do PPA e divulgação

Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO

LDO 2006 - Envio do Projeto de Lei Poder Executivo 15

LDO 2006 - Apreciação do Projeto de Lei Congresso Nacional 15 30

- Apresentação de Emendas na Congresso Nacional 25 17


Comissão

- Parecer do Relator Congresso Nacional 28

- Encaminhamento do Parecer da Congresso Nacional 29


Comissão à Mesa do CN

Lei Orçamentária Anual - LOA

LOA 2006 - Envio do Projeto de Lei Poder Executivo 30

LOA 2006 - Apreciação do Projeto de Lei Congresso Nacional 15

Créditos Adicionais (LOA 2005) - envio dos Poder Executivo


Projetos de Lei
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II. O PROJETO DE LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS PARA 2006 – PLDO/2006

A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO para 2006, cujo projeto encontra-se em fase de
tramitação no Congresso Nacional, devendo ser aprovado até 30 de junho próximo,
orientará a elaboração de todo o orçamento federal para o próximo ano. Assim, faz-se
pertinente a análise dos seus dispositivos, em particular aqueles que possam vir a afetar,
de alguma forma, o setor saúde.

II.1. Disposições Gerais

O PLDO 2006 (PL nº. 004/2005) foi encaminhado ao Congresso Nacional no dia
15/04/2005 como determina o inciso II do artigo 35 dos Atos das Disposições Transitórias
da Constituição. De acordo com a Nota Técnica Conjunta nº. 05/2005 do Núcleo de
Assuntos Econômico-Fiscais da Câmara dos Deputados e Grupo de Política Fiscal do
Senado Federal podem ser destacadas, como considerações preliminares sobre os limites
de receita e despesa previstos no projeto de LDO para 2006, as que se seguem:

• O aumento do piso para o superávit primário1 do setor público, foi consolidado em


4,25% do PIB em contraste com os anteriores 3,15%, piso este apresentado no
corpo da lei e não nos Anexos como em anos anteriores.

• Foi estabelecido que a receita administrada pela Secretaria da Receita Federal não
poderá exceder, no projeto e na lei orçamentária de 2006, a 16% do PIB. Assim,
mesmo que o Congresso identifique erros ou omissões na previsão da SRF, não
poderá corrigi-los caso ultrapasse o teto acima referido.

• Os recursos acrescidos pelo recálculo das receitas não poderão ser utilizados para
emendas dos parlamentares, não havendo, no entanto, impedimentos para que os
excessos de arrecadação ocorridos durante a execução sejam utilizados pelo
Executivo em créditos adicionais ou para aumento do superávit primário2. A

1
Superávit primário - diferença entre as receitas e as despesas, excluindo-se desta última a rubrica
correspondente aos juros
2
Há no texto previsão de que a partir de 2007 serão adotadas providências pelo Poder Executivo para redução
da carga tributária, o que reduziria a arrecadação.
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limitação da estimativa de receita resultará em se conceder maior liberdade de


escolhas ao Poder Executivo, na medida em que a receita excedente terá sua
alocação decidida no âmbito daquele poder.

• Vale lembrar que historicamente as estimativas de receita constantes do projeto e


da lei orçamentária têm sido muito inferiores à efetivamente arrecadada. Em 2004,
por exemplo, o excesso de arrecadação da receita administrada pela SRF em
relação ao PLDO foi de R$ 18,5 bilhões e em relação à Lei foi de R$ 6,9 bilhões.
Para 2005, o Executivo prevê que arrecadará 16,1% do PIB de receita
administrada, mas, considerando-se apenas o excesso de arrecadação ocorrido no
primeiro trimestre, este percentual já seria de 16,2% do PIB.

• Outra inovação do PLDO é o estabelecimento do limite de 17% do PIB para as


despesas correntes primárias, ou seja, para todos os gastos com exceção
daqueles com serviço da dívida, com investimentos e inversões financeiras e com
transferências constitucionais ou legais. Na proposta orçamentária de 2005, as
despesas correntes primárias foram estimadas em 17,9% do PIB, na lei 17,5% e
no Decreto 17,1% do PIB (foram contingenciados R$6,8 bilhões). No entanto, há
despesas que deverão ser ampliadas ao longo do exercício como pessoal
(militares, legislativo, etc), desoneração das exportações e gastos com saúde.

• Dado que as despesas que mais têm crescido nos últimos anos são aquelas
vinculadas à evolução do salário mínimo e as despesas assistenciais, para que o
teto de 17% seja obedecido, o corte nos demais gastos deverá mais que
compensar o crescimento destas.

II.2. Disposições Pertinentes ao Setor Saúde

No que se refere à saúde, aplicam-se dispositivos do PLDO relativos às “Diretrizes


Específicas do Orçamento da Seguridade Social “. Neste tópico, podem ser destacados os
que se seguem.
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• A exemplo de anos anteriores, o PLDO determina que o orçamento das áreas


pertinentes à Seguridade contará com recursos provenientes de toda e qualquer
fonte, excetuadas aquelas receitas vinculadas a despesas específicas, como, por
exemplo, a contribuição de empregados e empregadores que é destinada à
previdência social 3.

• Determina ainda que “a destinação de recursos para atender a despesas com


ações e serviços públicos de saúde e de assistência social obedecerá ao princípio
da descentralização” e que “o orçamento da União incluirá os recursos necessários
ao atendimento da aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde, em
cumprimento ao disposto na Emenda Constitucional nº 29, de 13 de setembro de
2000”.

• Para efeito do cumprimento da EC 294, considera como ações e serviços


públicos de saúde “a totalidade das dotações do Ministério da Saúde,
deduzidos os encargos previdenciários da União, os serviços da dívida e a
parcela das despesas do Ministério financiada com recursos do Fundo de
Combate e Erradicação da Pobreza, e incluídas as dotações destinadas à
assistência médico-hospitalar prevista na alínea "e" do inciso IV do art 50 da
Lei no 6.880, de 9 de dezembro de 1980, ressalvada disposição em contrário
que vier a ser estabelecida pela lei complementar a que se refere o art 198, §
3o, da Constituição”.

• A novidade aí é a referência à Lei n° 6.880, de 9 de dezembro de 1980, que é o


Estatuto dos Militares. Desta forma, o PLDO incluiu a assistência prestada

3
Textualmente, destina à Seguridade Social recursos “das contribuições sociais previstas na
Constituição, exceto a que trata o art. 212, § 5º (a contribuição social do salário-educação), e as
destinadas por lei às despesas do orçamento fiscal; da contribuição para o plano de seguridade
social do servidor, que será utilizada para despesas com encargos previdenciários da União; do
orçamento fiscal; e das demais receitas, inclusive próprias e vinculadas, de órgãos, fundos e
entidades, cujas despesas integram, exclusivamente, este orçamento”
4
A EC 29 define o percentual mínimo que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
devem aplicar em ações e serviços públicos de saúde.
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aos militares e seus familiares5 no cálculo do volume de recursos necessário


ao cumprimento da Emenda, embora condicione este dispositivo ao que vier a
ser regulamentado pela lei complementar prevista.

• Na LOA de 2005, está programado para este fim, ou seja, para o Ministério da
Defesa, o valor de R$ 640.807.801,00, distribuído nos programas 0637 –
Serviço de saúde das forças armadas (R$ 637.093.551,00) e 1293 – Assistência
farmacêutica e insumos estratégicos (R$ 3.714.250, 00).

• Existe uma polêmica quanto à inclusão dessas despesas no cálculo para


aferimento do cumprimento da EC 29 por divergências quanto à interpretação
da definição de ações e serviços públicos de saúde6. Cabe ressaltar que a
Portaria GM/MS nº. 2047 de 05/11/2002, ou seja, uma portaria do próprio
Ministério da saúde, em seu Art. 8º inciso II7 define que as despesas com

5
Inciso IV, “e” do Art. 50 da Lei n° 6.880: (São direitos dos militares, nas condições ou nas
limitações impostas na legislação e regulamentação específicas...) “ a assistência médico-
hospitalar para si e seus dependentes, assim entendida como o conjunto de atividades relacionadas
com a prevenção, conservação ou recuperação da saúde, abrangendo serviços profissionais
médicos, farmacêuticos e odontológicos, bem como o fornecimento, a aplicação de meios e os
cuidados e demais atos médicos e paramédicos necessários”.
6
A Constituição em seu Art. 198 § 2º define os recursos mínimos a serem aplicados pela União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde.
7
Art. 8° Em conformidade com os princípios e diretrizes mencionados no art. 6° destas Diretrizes
Operacionais, não são consideradas como despesas com ações e serviços públicos de saúde, para
efeito de aplicação do disposto no art. 77 do ADCT, as relativas a:
I – pagamento de aposentadorias e pensões;
II - assistência à saúde que não atenda ao princípio da universalidade (clientela fechada);
III - merenda escolar;
IV - saneamento básico, mesmo o previsto no inciso XII do art. 7°, realizado com recursos
provenientes de taxas ou tarifas e do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, ainda que
excepcionalmente executado pelo Ministério da Saúde, pela Secretaria de Saúde ou por entes a ela
vinculados;
V - limpeza urbana e remoção de resíduos sólidos (lixo);
VI - preservação e correção do meio ambiente, realizadas pelos órgãos de meio ambiente dos
Entes Federativos e por entidades não-governamentais;
VII – ações de assistência social não vinculadas diretamente à execução das ações e serviços
referidos no art. 7°, bem como aquelas não promovidas pelos órgãos de Saúde do SUS;
Parágrafo único. Não integrarão o montante considerado para o cálculo do percentual mínimo
constitucionalmente exigido:
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assistência à saúde que não atenda ao princípio da universalidade (clientela


fechada) não devem ser consideradas.

• Outra alteração do PLDO em relação às regras vigentes em 2005 é o aumento


dos limites dos valores das contrapartidas exigidas dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios nas transferências de recursos no âmbito do
Sistema Único de Saúde - SUS, efetivada mediante convênios ou similares,
conforme o quadro abaixo.

Contrapartidas de transferências voluntárias 2005 2006

Municípios com até 25 mil habitantes 3% a 8% 3% a 15%

Demais Municípios nas áreas da Adene, Ada e Centro- 5% a 10% 5% a 20%


Oeste

Demais Municípios 20% a 40% 20% a 60%

Estados nas áreas da Adene, Ada e Centro-Oeste 10% a 20% 10% a 30%

Demais Estados 20% a 40% 20% a 60%

I - no caso da União, as despesas de juros e amortizações decorrentes de operações de crédito,


contratadas para financiar ações e serviços públicos de saúde; e
II - no caso dos Estados, Distrito Federal e Municípios, as despesas listadas no art. 7o, no
exercício em que ocorrerem, realizadas com receitas oriundas de operações de crédito contratadas
para financiá-las.
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II.3. Desdobramentos / Atualização (28/06/2005)

O Substitutivo ao PLDO, disponível no site da Câmara, foi bastante modificado em relação


à versão original, em virtude das emendas propostas e incorporadas pela Comissão. Entre
as alterações mais importantes podem ser citadas as que se seguem.

• A assistência médica prestada a militares e seus familiares não está mais incluída
entre as ações consideradas para cálculo do disposto na EC 29. (Art. 58, parágrafo
2º)

• Os percentuais máximos de contrapartida de estados e municípios foram reduzidos,


constando no novo texto os mesmos em vigor para o ano de 2005, ou seja:

Contrapartidas de transferências voluntárias

Municípios com até 25 mil habitantes 3% a 8%

Demais Municípios nas áreas da Adene, Ada e Centro-Oeste 5% a 10%

Demais Municípios 20% a 40%

Estados nas áreas da Adene, Ada e Centro-Oeste 10% a 20%

Demais Estados 20% a 40%

• Foi incluído como Artigo 53, na Subseção III, referente às transferências voluntárias
da União (convênios), a seguinte disposição:

“É vedada a transferência de que trata esta subseção para estados, Distrito


Federal e municípios que não cumpram a aplicação mínima em educação e
saúde, em atendimento ao disposto no art. 25, parágrafo 1º, inciso IV, alínea b, da
Lei Complementar nº 101, de 2000.”

Na prática, este artigo reforça a proibição de celebração de convênio com os estados e


municípios que não cumprirem o disposto na EC 29, uma vez que a Lei
Complementar nº 101 de 2000, ou Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelece no
artigo referido:
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“Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária
a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de
cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
§ 1º São exigências para a realização de transferência voluntária, além das
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:
......
IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
.....
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;”

Não foram observadas outras alterações de interesse para o setor.

II.4. Autógrafo da PLDO 2006 (25/08/2005)

O Congresso Nacional aprovou no dia 24/08/2005 o substitutivo ao PLDO 2006. O texto


agora vai à sanção presidencial.

No que se refere à saúde, pode ser destacado o parágrafo 3º do artigo 58 “Consideram-se


ainda como ações e serviços públicos de saúde, para os efeitos do inciso II do caput, as
dotações classificadas na função saúde destinadas aos hospitais vinculados às
instituições federais de ensino superior, excetuadas as despesas financiadas com as
fontes da manutenção e desenvolvimento do ensino.”

A novidade é a referência aos hospitais vinculados às instituições federais de


ensino superior nunca antes destacado nas ações e serviços públicos de saúde.

A versão da LDO que sai do Congresso dificilmente será mantida na íntegra pelo governo.
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Segundo alguns deputados, a expectativa é que sejam vetados pelo presidente os


seguintes dispositivos:

• proibição do Executivo de contingenciar recursos próprios das agências


reguladoras;
• proibição do contingenciamento de emendas parlamentares individuais ao
Orçamento da União;
• prever no orçamento de 2006 recursos para subsídios decorrentes de uma eventual
nova renegociação das dívidas do setor rural com o governo e seus bancos
federais.
• previsão de recursos para concessão de um aumento linear para todo o
funcionalismo público da União, em percentual equivalente, no mínimo, ao aumento
real estimado do PIB per capita.

Entre as modificações que o relator acredita que deverão ser mantidas pelo Executivo,
inclui a criação do mecanismo anticíclico de ajuste fiscal. Na hipótese de o crescimento
real do PIB, previsto em 4,5%, ser reestimado para baixo em 2006, a nova LDO manda
reduzir a meta de superávit, na proporção de 1/5 do desvio observado, até o limite de 0,25
pontos percentuais do produto. O mecanismo de ajuste possa ser acionado, porém, as
projeções para saldo da dívida líquida do setor público como proporção do PIB terão que
apontar queda, no mínimo, igual à média verificada em 2004 e 2005.

A seguir, transcrevemos na integra a Seção II - Das Diretrizes Específicas dos


Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do texto substitutivo do PLDO 2006.

..........
Art. 57. O orçamento da seguridade social compreenderá as dotações destinadas a
atender às ações de saúde, previdência e assistência social, obedecerá ao disposto nos
arts. 167, inciso XI, 194, 195, 196, 199, 200, 201, 203, 204, e 212, § 4 o , da Constituição,
e contará, entre outros, com recursos provenientes:
| NOTA TÉCNICA | 08 | 2005 15

I - das contribuições sociais previstas na Constituição, exceto a que trata o art. 212, § 5 o ,
e as destinadas por lei às despesas do orçamento fiscal;
II - da contribuição para o plano de seguridade social do servidor, que será utilizada para
despesas com encargos previdenciários da União;
III - do orçamento fiscal; e
IV - das demais receitas, inclusive próprias e vinculadas, de órgãos, fundos e entidades,
cujas despesas integram, exclusivamente, este orçamento.
§ 1 o A destinação de recursos para atender a despesas com ações e serviços públicos de
saúde e de assistência social obedecerá ao princípio da descentralização.
§ 2 o Os recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, incisos I,
alínea “a”, e II, da Constituição, no projeto de lei orçamentária e na respectiva lei, não se
sujeitarão a desvinculação e terão a destinação prevista no art. 167, inciso XI, da
Constituição.
§ 3 o As receitas de que trata o inciso IV deverão ser classificadas como receitas da
seguridade social.
§ 4 o Todas as receitas do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, inclusive as
financeiras, deverão constar na proposta e na lei orçamentária.
§ 5 o As despesas relativas ao pagamento dos benefícios assistenciais a que se refere o
art. 40, caput e § 1 o, da Lei n o 8.742, de 7 de dezembro de 1993, mantidas as suas
fontes de financiamento, serão efetuadas à conta do Fundo Nacional de Assistência
Social.

Art. 58. O orçamento da União incluirá os recursos necessários ao atendimento:


I - do reajuste dos benefícios da seguridade social de forma a possibilitar o atendimento do
disposto no art. 7 o , inciso IV, da Constituição, garantindo-se aumento real do salário-
mínimo em percentual equivalente ao crescimento real do PIB per capita em 2005; e
II - da aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde, em cumprimento ao
disposto na Emenda Constitucional n o 29, de 13 de setembro de 2000.
III – das despesas decorrentes da comercialização da safra agrícola e da cobertura do
déficit das operações de seguro rural e da concessão de subvenção econômica ao prêmio
do seguro rural, bem como das despesas que resultarem da aprovação de legislação que
| NOTA TÉCNICA | 08 | 2005 16

contemple o financiamento, refinanciamento, repactuação ou alongamento de dívidas


originárias de operações do crédito rural e agroindustrial.
§ 1 o Para efeito do inciso I, será considerada a projeção do crescimento real do PIB per
capita de 2005 constante da proposta orçamentária para o exercício de 2006.
§ 2 o Para os efeitos do inciso II do caput, consideram-se como ações e serviços públicos
de saúde a totalidade das dotações do Ministério da Saúde, deduzidos os encargos
previdenciários da União, os serviços da dívida e despesas financiadas com recursos do
Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, e ressalvada disposição em contrário que
vier a ser estabelecida pela lei complementar a que se refere o art 198, § 3 o , da
Constituição.
§ 3 o Consideram-se ainda como ações e serviços públicos de saúde, para os efeitos do
inciso II do caput, as dotações classificadas na função saúde destinadas aos hospitais
vinculados às instituições federais de ensino superior, excetuadas as despesas
financiadas com as fontes da manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 4 o Sendo as dotações da lei orçamentária insuficientes ao cumprimento do disposto no
inciso I deste artigo, o Poder Executivo tomará as providências à abertura dos créditos
adicionais necessários.

Art. 59. Para a transferência de recursos no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS,
efetivada mediante convênios ou similares, será exigida contrapartida dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios nos mesmos limites estabelecidos no art. 44 desta Lei,
ressalvado o disposto na alínea ”c” do inciso I do § 1 o do referido artigo, cujo limite
mínimo é de 10% (dez por cento).

Art. 60. Será divulgado, a partir do 1 o bimestre de 2006, junto com o relatório resumido da
execução orçamentária, a que se refere o art. 165, § 3 o, da Constituição, demonstrativo
das receitas e despesas destinadas à seguridade social, na forma do art. 52 da Lei
Complementar n o 101, de 2000, do qual constará nota explicativa com memória de
cálculo das receitas desvinculadas por força de dispositivo constitucional.

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