Água é o elemento relacionado à nossa sensibilidade afetiva e espiritual, às ancestralidades, história e

à constituição de nossa matriz emocional. A condição básica para que haja vida como conhecemos é a
existência de água. É ela que buscamos quando procurando por vida em outros planetas, e pelas origens
da vida no nosso. O carangueijo é um símbolo deste movimento entre o mar de onde viemos e a terra em
que vivemos.

A natureza deste elemento é se moldar, contornar as dificuldades. Nele reside o poder para se
transformar e regenerar. A água se transforma de acordo com o clima em seus vários estados. É
também um meio de troca - pessoas fortemente movidas pelo elemento costumam se afetar pelos
humores à sua volta, também afetando os demais com sua marés.

Este elemento também está ligado aos mistérios e forças ocultas. O oceano sempre esteve associado ao
insondável, representando uma força a ser respeitada e temida. Minha mestra Dona Emy dizia que “o
Escorpião tem duas almas: a da destruição e da regeneração”, e que é “através dessa natureza que
reconhecemos nossa força psíquica extraindo dela força e poder".

A capacidade de fantasiar e compartilhar emoções com o entorno pode ser muito bem realizada
artisticamente. Através de Água também acessamos o que é incompreensível e conecta a todos nós.
Infelizmente, em nossa sociedade muito do que está relacionado a este elemento é reconhecido como
loucura ou inaptidão social. Não à toa na astrologia clássica a casa 12 - ligada a Peixes - era associada à
prisão, hospícios e outras formas de exílio forçado.

A subjetividade, os movimentos de interiorização e a realidade revestida de significado psíquico são

expressões deste elemento. Conhecendo-o em nós, abrimos nossa sensibilidade para experiências
incompreensíveis à razão. Os processos psicanalíticos e espirituais - assim como contar e escrever
histórias - mobilizam e dão coerência a estes processos em nós.

Penetrar nos labirintos da alma pode ser uma viagem dolorosa e angustiante, de contato direto com a
solidão. No entanto, esse processo sem dúvida é necessário para aprendermos a conviver com nossa
riqueza e caos interior, acolhendo nossas emoções e realizando nosso poder e criatividade mais
profundos.

Bom mergulho!