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CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – LEI N. 7.

492/86

O conjunto dos crimes contra o sistema financeiro nacional é um dos


grupos que formam um conjunto mais amplo de delitos: os crimes contra a ordem
econômica. Os crimes contra a ordem econômica englobam vários conjuntos de
delitos, dentre eles: a) crimes contra a dignidade, a liberdade, a segurança e a
higiene do trabalho; b) crimes de abuso do poder econômico e contra a livre
concorrência; c) crimes contra a economia popular; d) crimes contra as relações
de consumo; e) crimes falimentares; f) crimes contra o ordenamento urbano; g)
crimes contra os sistemas de processamento ou comunicação de dados;
h) crimes contra o sistema financeiro nacional; i) crimes fiscais; e j) crimes
cambiais e aduaneiros (ARAUJO, 1995).

Ainda de acordo com João Marcelo Araújo (1995), nos delitos contra
a ordem econômica, tanto a doutrina nacional quanto a estrangeira, entendem
que são protegidos dois bens jurídicos fundamentais. Um deles é
o patrimônio individual e o outro é a ordem econômica, que, conforme explica
João Marcello de Araújo Júnior, “possui caráter supra individual e se destina a
garantir um justo equilíbrio na produção, circulação e distribuição da riqueza
entre os grupos sociais.

Nos delitos praticados contra o sistema financeiro nacional, de modo


semelhante do que ocorre com seu gênero crimes contra a ordem econômica,
existe a lesão ou exposição à perigo ao patrimônio individual. A diferença é que
nos crimes contra o sistema financeiro nacional, o outro bem jurídico está mais
delimitado: o bom funcionamento do sistema financeiro nacional, espécie do
bem jurídico mais geral ordem econômica (VIEIRA, 2007).

Os crimes contra o sistema financeiro nacional estão definidos na Lei


nº 7492/89, dentro de uma concepção moderna de Direito Penal, que trabalha
com ações lesivas a valores supra individuais cujo titular é toda coletividade
social.
O bem jurídico tutelado nesse diploma, segundo Régis Prado (2004),
é fundamentalmente, o sistema financeiro nacional consistente no conjunto de
instituições (monetárias, bancárias e sociedade por ações) e do mercado
financeiro (de capitais e valores mobiliários). Tem por objetivo gerar e intermediar
crédito (e empregos), estimular investimentos, aperfeiçoar mecanismos de
financiamento empresarial, garantir a poupança popular e o patrimônio dos
investidores, compatibilizar crescimento com estabilidade econômica e reduzir
desigualdades, assegurando uma boa gestão da política econômico-financeira
do Estado, com vistas ao desenvolvimento equilibrado do País. Trata-se de bem
jurídico de natureza macrossocial ou transindividual, de cunho institucional ou
coletivo, salvo exceções.

O artigo 1º da Lei 7492/86 descreve o que se deve entender por


instituição financeira para fins penais, como sendo instituição financeira, a
pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal
ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação
de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a
custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de
valores mobiliários. Equiparou ainda à instituição financeira a pessoa jurídica que
capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo
de poupança, ou recursos de terceiros; e, a pessoa natural que exerça quaisquer
das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual.

Assim, entende-se que o legislador quis conceituar o que entende por


“instituição financeira” para os efeitos penais. No parágrafo único, ampliou o rol
ao equiparar as pessoas descritas nos incisos I e II às pessoas contidas no
caput, dilatando mais ainda o conceito de “instituição financeira”.

Quanto aos tipos penais, conforme entendimento de Vanderson


Roberto Vieira (2007), todas as previsões típicas possuem como elemento
subjetivo o dolo, ou seja, a vontade e a consciência de se realizar a conduta
prevista no tipo. Não são apenáveis a título de culpa stricto sensu (negligência,
imprudência ou imperícia), pois não há previsão legal para isso.
A Lei 7492 possui 35 artigos, sendo que os artigos 2° ao 24
estabelecem os crimes contra o sistema financeiro nacional e os artigos 25 ao
35 cuidam da aplicação e do procedimento criminal.

As condutas previstas são: impressão ou publicação não autorizadas;


divulgação falsa ou incompleta de informação; gestão fraudulenta ou temerária;
apropriação indébita e desvio de recursos, sonegação de informação, emissão,
oferecimento ou negociação irregular de títulos ou valores mobiliários, exigência
de remuneração acima da legalmente permitida, fraude a fiscalização ou ao
investidor, documentos contábeis falsos ou incompletos, contabilidade paralela,
omissão de informações, desvio de bem indisponível , apresentação de
declaração ou reclamação falsa, manifestação falsa, operação desautorizada de
instituição financeira, empréstimo a administradores ou parentes e distribuição
disfarçada de lucros, violação de sigilo bancário, obtenção fraudulenta de
financiamento, aplicação irregular de financiamento, falsa identidade, evasão de
divisas, prevaricação financeira, etc.

Arnaldo Malheiros Filho se posiciona de modo crítico contra alguns


delitos previstos na lei 7.492/86, dizendo que não passam de ‘crimes de mero
capricho’, concluindo que não há razão para que nessas condutas se invoque
a ultima ratio do Direito Penal, pois não envolvem dano ou perigo sério, real,
concreto de ocorrência de dano. Menciona como exemplo a conduta do presente
art. 17, dizendo que, “o empréstimo a diretor é em princípio negócio de risco,
mas não há sentido em proibir uma instituição de grande porte de oferecer a um
diretor empregado um financiamento para aquisição de casa própria ou de
automóvel que, além da boa garantia, é de montante insignificante frente à
financiadora”.

Ainda, nos termos do artigo 26 da lei 7.492/86, a ação penal, nos


crimes contra o sistema financeiro nacional, será promovida pelo Ministério
Público Federal, perante a Justiça Federal, sendo todos delitos de ação penal
pública incondicionada.
Conclusão

João Marcello de Araújo (1995), afirma que “os delitos financeiros


talvez sejam aqueles que, em nosso país, causem mais danos à economia. A
necessidade de um tratamento sério e amplo de tais delitos é manifesta,
especialmente se atentarmos para o fato de que o nosso Direito Penal dispõe de
escassas e, lamentavelmente, imperfeitas normas, numa legislação
fragmentária, elitista e seletiva, que tem como consequência, a impunidade”.

Assim, conclui-se que é necessário que o Estado disponha de


instrumentos de prevenção e repressão ágeis e eficazes, visando aniquilar tais
delitos econômicos que assolam o País e que certamente prejudica toda a
sociedade.

Referencias
ARAÚJO JÚNIOR, João Marcello de. Dos crimes contra a ordem econômica.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1995.
MALHEIROS FILHO, Arnaldo. Crimes contra o sistema financeiro na virada do
milênio. Boletim IBCCRIM, São Paulo, n. 83 (esp.), out. 1999.
PRADO, Luiz Regis Prado. Direito Penal Econômico. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2004.
VIEIRA, Vanderson Roberto. Criminalidade econômica - considerações sobre a
lei 7.492/86 (lei do colarinho branco), que define os crimes contra o sistema
financeiro nacional. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, X, n. 38, fev 2007.
Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3589>.
Acesso em 12 de dez 2017.

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