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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

CENTRO DE ENGENHARIAS - CEng


CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO

Relatório de Engenharia de Reservatório

Ajuste de Histórico do Campo de


Namorado

Lígia Simon Brum


2017
LÍGIA SIMON BRUM

Ajuste de Histórico do Campo de Namorado

Trabalho acadêmico apresentado ao Curso


de Engenharia de Petróleo da Universidade
Federal de Pelotas, como requisito parcial à
obtenção da aprovação na disciplina de
Engenharia de Reservatório.

Professor: Dr. Valmir Risso


III

AGRADECIMENTOS

À Deus por ter me dado saúde e forças para superar as dificuldades.


Aos meus Pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.
Ao meu namorado, Moisés Dallmann, por toda atenção e motivação.
À minha amiga e monitora, Paula Schinoff, por não ter medido esforços para
me ensinar e ajudar.
Ao Bruno Vernochi, pelas inúmeras vezes que me auxiliou na utilização das
ferramentas computacionais no decorrer desta caminhada.

A Universidade Federal de Pelotas, pela oportunidade de fazer o Curso.


A todos os Professores que contribuíram com o meu crescimento.
Ao Prof. Dr. Valmir Francisco Risso pela oportunidade e apoio na elaboração
deste trabalho.

A todos que direta ou indiretamente estão fazendo parte da minha formação,


o meu muito obrigada!
IV

“O que prevemos raramente ocorre; o que menos


esperamos geralmente acontece.”

Benjamin Disraeli
V

RESUMO

BRUM, Lígia Simon. AJUSTE DE HISTÓRICO DO CAMPO DE NAMORADO.


Trabalho da disciplina de Engenharia de Reservatórios – Bacharel em Engenharia
de Petróleo, Centro de Engenharias, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas,
2017.

No gerenciamento de reservatórios de petróleo uma ferramenta extremamente útil é


a simulação numérica, cujo principal objetivo é estimar o comportamento de pres-
sões, saturações e produções de uma jazida de hidrocarbonetos submetida às con-
figurações alternativas de poços ou condições de produção. Prever o comportamen-
to de uma jazida de petróleo é uma das principais tarefas na engenharia de reserva-
tórios, sendo assim, o ajuste de histórico visa calibrar o modelo numérico (simula-
ção) criado, com o histórico do reservatório real disponibilizado, através da compa-
ração das curvas e dados de pressão, vazão de produção e injeção. O principal ob-
jetivo deste ajuste é reduzir as incertezas no desenvolvimento do reservatório, corri-
gindo o modelo de simulação através dos dados de produção e tornando-o o mais
representativo possível. No presente trabalho foram construídas as planilhas e gera-
dos gráficos, utilizando o software Excel, com propriedades geológicas de porosida-
de, permeabilidade, compressibilidade, pressão capilar e também gráficos de pres-
são, volume e temperatura (PVT). Posteriormente foi gerado e caracterizado o mo-
delo de simulação do Campo de Namorado. Futuramente será aplicado o ajuste de
propriedades a partir de métodos probabilísticos de simulação.

Palavras-Chave: Ajuste de Histórico, Campo de Namorado, Reservatório.


VI

ABSTRACT

BRUM, Lígia Simon. HISTORY MATCHING OF NAMORADO FIELD. Reservoir


Engineering Project (Bachelor in Petroleum Engineering) - Engineering Centre, Federal
University of Pelotas, Pelotas, 2017.

In the management of oil reservoirs, an extremely useful tool is the numerical


simulation, whose main objective is to estimate the pressure, saturation and
production behavior of a hydrocarbon deposit subject to the alternative configurations
of wells or production conditions. Predicting the behavior of an oil field is one of the
main tasks in reservoir engineering, so the history matching is designed to calibrate
the numerical model (simulation) created, with the actual reservoir history made
available, by comparing the curves and pressure data, production flow and injection.
The main objective of this adjustment is to reduce the uncertainties in the reservoir
development, correcting the simulation model through the production data and
making it as representative as possible. In the present work, the spreadsheets and
graphs were constructed, using Excel software, with geological properties of porosity,
permeability, com-pressibility, capillary pressure and also pressure, volume and
temperature (PVT) graphs. Subsequently, the simulation model of the Boyfriend Field
was generated and characterized. In the future, property adjustment will be applied
from probabilistic simulation methods.

Keywords: History Matching, Namorado Field, Reservoir.


VII

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.7: Etapas seguidas em um estudo de um modelo de reservatório............ 21

Figura 3.8: Representação do Ajuste de Histórico................................................... 24

Figura 3.9: Comparação entre o comportamento do histórico, caso base e


ajuste..........................................................................................................................25

Figura 3.10: Procedimentos realizados no ajuste de histórico.................................. 26

Figura 3.11: Exemplos de distribuições probabilísticas............................................. 29

Figura 3.12: Discretização da função densidade de probabilidade em 3 níveis de


incerteza.................................................................................................................... 30

Figura 3.13: Gráfico tornado para análise de sensibilidade.......................................31

Figura 3.14: Localização da Bacia de Campos......................................................... 32

Figura 3.15: Localização do Campo de Namorado na Bacia de Campos................ 33

Figura 3.16: Mapa estrutural do topo do reservatório do Campo de


Namorado.................................................................................................................. 34

Figura 5.1: Fluxograma das etapas adotadas neste trabalho................................... 39

Figura 5.2: Softwares CMG........................................................................................41

Figura 5.3: Compressibilidade de um óleo em função da densidade na pressão de


bolha.......................................................................................................................... 44

Figura 6.1: Compressibilidade com e sem a amostra 4V...........................................47

Figura 6.2: Gráfico da Pressão Capilar e função J.................................................... 47

Figura 6.3: Função J ajustada manualmente........................................................... 48

Figura 6.4: Pressão Capilar....................................................................................... 48

Figura 6.5: Curvas Sw e Sw corrigido para Krw e Kro...............................................49

Figura 6.6: Sg e Sg corrigido para Krg...................................................................... 50

Figura 6.7: Sg e Sg corrigido para Kro...................................................................... 51


VIII

Figura 6.8: Comparação entre o fator volume formação em função da pressão para
as três amostras........................................................................................................ 52

Figura 6.9: Pressão de Saturação............................................................................. 53

Figura 6.10: Configurações iniciais........................................................................... 54

Figura 6.11: Mapa de topo do Campo de Namorado contendo os blocos profundos


....................................................................................................................................55

Figura 6.12: Mapa de topo do Campo de Namorado com os blocos profundos


anulados ................................................................................................................... 55

Figura 6.13: Informações do Reservatório................................................................ 56

Figura 6.14: Gráfico Rs e Bo vs P para o modelo simulado...................................... 57

Figura 6.15: Gráfico Bg vs P para o modelo simulado.............................................. 58

Figura 6.16: Gráfico Viso e Visg vs P para o modelo simulado................................ 58

Figura 6.17: Curvas de permeabilidade relativa óleo-água....................................... 59

Figura 6.18: Curvas de permeabilidade relativa gás-óleo..........................................60

Figura 6.19: Curva de pressão capilar...................................................................... 60

Figura 6.20: Valores informados para Intial Condition.............................................. 61

Figura 6.21: Valores de Numerical Control, disponibilizados em sala de aula..........62

Figura 6.22: Curvas geradas na primeira simulação ............................................... 63

Figura 6.23: Definição da espessura e da profundidade do poço ............................ 64

Figura 6.24: Cálculo do FF para sua respectiva data e camada correspondente


....................................................................................................................................64

Figura 6.25: Declaração dos FF no modelo de simulação do Builder....................... 65

Figura 6.26: Comandos ALTER e SHUTIN .............................................................. 66

Figura 6.27: Campo de Namorado em três dimensões ........................................... 67

Figura 6.28: Grid Top do Campo de Namorado ....................................................... 67

Figura 6.29: Grid Thickness do Campo de Namorado ............................................. 68


IX

Figura 6.30: Permeabilidade I do Campo de Namorado ...........................................69

Figura 6.31: Porosidade do Campo de Namorado ................................................... 69

Figura 6.32: Net Gross do Campo de Namorado ..................................................... 70

Figura 6.33: Mapa de Ternário do Campo de Namorado ......................................... 71

Figura 6.35: Gráfico com as curvas de produção acumulada de óleo, gás e água
.............................................................................. .....................................................72

Figura 6.36: Gráfico das curvas de produção e injeção ........................................... 73

Figura 7.1: Gráfico de comparação entre a curva de produção diária de óleo e o


histórico do Campo .................................................................................................. 73

Figura 7.2: Gráfico de comparação entre as curvas de produção diária de óleo, gás e
injeção de água ....................................................................................................... 74

Figura 7.3: Gráfico de comparação entre a curva de produção diária de óleo e o


histórico do Campo ................................................................................................... 75

Figura 7.4: Gráfico de comparação entre a curva de injeção de água e o histórico de


injeção do Campo .................................................................................................... 76

Figura 7.5: Gráfico de comparação entre a curva pressão simulada e o histórico de


pressão do Campo ................................................................................................... 77
X

LISTA DE TABELAS

Tabela 6.1: Compressibilidade da Rocha.................................................................. 46


XI

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 3.1: Porosidade absoluta.............................................................................. 8


Equação 3.2: Lei de Darcy.......................................................................................... 9
Equação 3.3: Permeabilidade relativa........................................................................ 9
Equação 3.4: Saturação em termos de fração.......................................................... 10
Equação 3.5: Saturação em uma rocha reservatório contendo três fases............... 10
Equação 3.6: Pressão capilar................................................................................... 12
Equação 3.7: Densidade do óleo.............................................................................. 13
Equação 3.8: Expressão do fator volume-formação do óleo.................................... 13
Equação 3.9: Expressão do fator volume-formação do gás................................... 14
Equação 3.10: Expressão fator volume formação total............................................ 15
Equação 3.11: Expressão fator volume formação total.............................................15
Equação 3.12: Expressão razão de solubilidade...................................................... 16
Equação 5.1: Função J.............................................................................................. 42
XII

NOMECLATURA

ANP: Agência Nacional do Petróleo


°API: Grau do óleo segundo a American Petroleum Institute
AS: Analise de sensibilidade
Bg: Fator de volume de formação do gás
Black oil: Modelo de simulação
BP: Pressão de bolha
Bo: Fator de volume de formação do óleo
CMG: Computer ModelingGroup
E&P: Exploração & Produção
Fdp: Função de Densidade de Probabilidade
FO: Função-Objetivo
Gp: Volume acumulado de gás produzido nas condições padrão
IMEX: Simulador do tipo Black Oil
Kro: Permeabilidade relativa ao óleo
Krw: Permeabilidade relativa à água
Net gross: Espessura porosa
Np: Volume acumulado de óleo produzido nas condições padrão
Pcap: Pressão capilar
Perm I: Permeabilidade da rocha no eixo I
Perm J: Permeabilidade da rocha no eixo J
Perm K: Permeabilidade vertical da rocha
PVT: Propriedades do fluido a ser produzido
Qg: Volume de produção do gás
Qinj: Volume de água injetado
Qo: Volume de produção de óleo
Qw: Volume de produção de água
Rs: Razão de solubilidade
Sg: Saturação de gás
Sw: Saturação de água
Wp: Volume acumulado de água produzida nas condições padrão
XIII

GLOSSÁRIO

Campo de óleo: Área geográfica, na superfície, correspondente à projeção de


reservatórios de óleo.

Completação: Fase da exploração do petróleo em que se instala, no poço, o


equipamento necessário para trazer controladamente à superfície os fluidos
desejados, bem como permitir a instalação de eventuais equipamentos de
monitoração no poço. É interessante ressaltar que a completação também é feita
nos poços de injeção.

E&P: Exploração e Produção de petróleo e gás natural.

Fluido: Designação comum a líquidos e gases.


Hidrocarboneto: Composto químico constituído apenas por átomos de carbono e
hidrogênio.
Offshore: Termo relacionado a atividades (prospecção, perfuração e exploração) de
empresas petrolíferas que operam em mar.
Petróleo: Mistura complexa de hidrocarbonetos.
Poço: Perfuração feita no solo para extrair petróleo.
Reservatório: Rocha permeável e porosa onde está armazenado o petróleo.
Software: Nome dado ao comportamento de uma determinada sequência de instruções
executadas em um computador ou máquina semelhante, ou seja, não inclui apenas o
programa de computador, mas também manuais e especificações.
XIV

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ................................................................................................. III


RESUMO.................................................................................................................... V
ABSTRACT............................................................................................................... VI
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ VII
LISTA DE TABELAS ................................................................................................. X
LISTA DE EQUAÇÕES ............................................................................................ XI
NOMECLATURA ..................................................................................................... XII
GLOSSÁRIO ........................................................................................................... XIII
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
1.1 Motivação ............................................................................................................. 3
1.2 Justificativa.......................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 4
2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 4
2.2 Objetivo Específico ............................................................................................. 4
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 5
3.1 Fases da Vida de um Campo ................................................................................ 5
3.1.1 Exploração ......................................................................................................... 5
3.1.2 Avaliação ........................................................................................................... 6
3.1.3 Desenvolvimento ................................................................................................ 6
3.1.4 Produção ............................................................................................................ 6
3.1.5 Abandono ........................................................................................................... 7
3.2 Propriedades do Reservatório ............................................................................... 7
3.3 Propriedade das Rochas ....................................................................................... 8
3.3.3 Compressibilidade ............................................................................................ 10
3.3.4 Saturação ......................................................................................................... 10
3.3.5 Molhabilidade ................................................................................................... 11
3.3.6 Pressão Capilar ................................................................................................ 12
3.4 Propriedades dos Fluidos .................................................................................... 12
3.4.1 Viscosidade ...................................................................................................... 12
3.4.2 Densidade e Massa Específica ........................................................................ 12
3.4.3 Fator Volume-formação do Óleo (Bo) .............................................................. 13
3.4.4 Fator Volume-formação do Gás Natural (Bg) ................................................... 14
3.4.5 Fator Volume-Formação duas Fases do Óleo (Bt) ........................................... 14
3.4.6 Razão de Solubilidade (Rs) .............................................................................. 15
3.4.7 Pressão de Bolha ............................................................................................. 16
XV

3.4.8 Dados Pressão, Volume e Temperatura (PVT) ................................................ 17


3.5 Estimativa de Reservas ....................................................................................... 17
3.5.1 Analogia ........................................................................................................... 18
3.5.2 Análise de Risco ............................................................................................... 18
3.5.3 Método Volumétrico ......................................................................................... 18
3.5.4 Performance do Reservatório ........................................................................... 19
3.5.4.1 Análise de Declínio de Produção .................................................................. 19
3.5.4.2 Equação de Balanço de Materiais ................................................................. 19
3.5.4.3 Simulação Numérica de Reservatórios ......................................................... 20
3.6 Simulação Numérica de Reservatórios ............................................................... 20
3.6.1 Tipos de Simuladores Numéricos de Fluxo ...................................................... 22
3.6.1.1 Modelo Black Oil ........................................................................................... 22
3.6.1.2 Modelo Composicional .................................................................................. 22
3.6.1.3 Modelo Térmico ............................................................................................. 22
3.7 Ajuste de Histórico .............................................................................................. 23
3.7.1 Tipos de Ajuste de Histórico ............................................................................. 26
3.7.1.1 Ajuste de Histórico Manual ............................................................................ 26
3.7.1.2 Ajuste de Histórico Automático ...................................................................... 27
3.7.1.3 Ajuste de Histórico Assistido ......................................................................... 28
3.8 Análise de Incertezas e Risco ............................................................................. 28
3.9 Análise de Sensibilidade ..................................................................................... 30
3.10 Bacia de Campos .............................................................................................. 31
3.10.1 Campo de Namorado ..................................................................................... 33
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 35
5 METODOLOGIA .................................................................................................... 39
.................................................................................................................................. 39
.................................................................................................................................. 39
5.1 Ferramentas Computacionais Utilizadas ............................................................. 40
5.1.1 Excel................................................................................................................. 40
5.1.2 Computer Modeling Group (CMG) ................................................................... 40
5.1.2.1 IMEX.............................................................................................................. 41
5.1.2.2 BUILDER ....................................................................................................... 41
5.1.2.3 CMOST ......................................................................................................... 41
5.2 Caracterização do Reservatório .......................................................................... 42
5.2.1 Compressibilidade da Rocha............................................................................ 42
5.2.2 Pressão Capilar ................................................................................................ 42
5.2.3 Permeabilidades Relativas ............................................................................... 43
XVI

5.2.4 Compressibilidade do Óleo .............................................................................. 43


5.2.5 PVT .................................................................................................................. 44
5.3 Construção e Definição do Modelo de Simulação 3D ......................................... 45
5.4 Completação ....................................................................................................... 45
5.5. Ajuste de Histórico e Previsão de Produção ...................................................... 45
6 APLICAÇÃO .......................................................................................................... 46
6.1 Caracterização do Reservatório .......................................................................... 46
6.1.1 Compressibilidade da Rocha............................................................................ 46
6.1.2 Pressão Capilar ................................................................................................ 47
6.1.3 Permeabilidades Relativas ............................................................................... 49
6.1.4 PVT .................................................................................................................. 52
6.2 Construção do Modelo de Simulação .................................................................. 53
6.2.1 IO Control ......................................................................................................... 53
6.2.2 Reservoir .......................................................................................................... 54
6.2.3 Components ..................................................................................................... 56
6.2.4 Rock-Fluid Properties ....................................................................................... 59
6.2.5 Initial Conditions ............................................................................................... 61
6.2.6 Numerical Control ............................................................................................. 61
6.2.7 Wells and Recurrent Data ................................................................................ 62
6.3 Primeira Simulação – Poços sem completação .................................................. 63
6.4 Completação ....................................................................................................... 64
6.5 Comando ALTER ................................................................................................ 65
6.6 Segunda Simulação – Poços Completados ........................................................ 66
6.6.1 Mapas Gerados no Results 3D ........................................................................ 66
6.6.2 Gráfico das Curvas geradas no Results Graphs .............................................. 71
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 73
7.1 Primeira Simulação – Sem completação dos Poços ........................................... 73
7.2 Segunda Simulação – Poços Completados ........................................................ 74
8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 78
9 PRÓXIMAS ETAPAS ............................................................................................. 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 80
ANEXOS ................................................................................................................... 84
1

1 INTRODUÇÃO

Conforme Moura Filho (2005), o estudo de um reservatório de Petróleo


envolve grande complexidade, pois as inúmeras formas de caracterização de um
reservatório e o grande número de parâmetros possibilitam a geração de diversos
modelos. A complexidade intrínseca aos reservatórios de petróleo faz com que
muitas incertezas estejam envolvidas na sua caracterização, pois a maioria das
propriedades é obtida de maneira indireta.
A previsão da produção de fluidos (água, óleo e gás) é um dos principais
objetivos da Engenharia de Reservatórios. Esta habilidade de previsão facilita a
tomada de decisões sobre o projeto, sempre visando torna-lo economicamente
atrativo. O maior desafio na área de simulação de reservatórios é obter uma forma
flexível de representar, o mais fielmente possível, as características e o
comportamento de reservatórios reais, visto que cada reservatório possui suas
características específicas.
De acordo com Santos e Schiozer (2000) o processo de simulação de
reservatórios compreende basicamente as seguintes etapas: caracterização de
reservatórios, definição e construção do modelo de simulação, ajuste do histórico de
produção e previsão de comportamento (extrapolação). A realização destas etapas
envolve uma equipe multidisciplinar, com profissionais da engenharia de
reservatórios, geologia, geofísica e engenharia de produção. A validação do modelo
definido para o estudo é realizada através do ajuste de histórico de produção.
Moura Filho (2005) destaca que o ajuste de histórico de produção é um
método que visa calibrar os modelos de simulação a partir de dados simulados e
observados, através da minimização matemática de uma função objetivo, que
representa a qualidade do ajuste, de modo a reproduzir o comportamento passado,
e baseado nele elaborar estratégias de gerenciamento e planos futuros de
exploração. Com o passar do tempo, mais dados ficam disponíveis e os parâmetros
do reservatório podem ser alterados para a obtenção do melhor ajuste possível.
Santos e Schiozer (2000) ressalta que a principal dificuldade no ajuste de
histórico reside no fato de não ter uma solução única devido ao grande número de
variáveis envolvidas. Maschio e Schiozer (2004) complementam que na grande
parte das aplicações práticas, o ajuste de histórico ainda é feito de forma manual,
2

por um processo de tentativa e erro, o qual é bastante exaustivo e demanda muito


tempo do profissional envolvido.
Existem diversos métodos que auxiliam na previsão do comportamento de
reservatórios, entre eles Tentativa e Erro, Hooke & Jeeves e Ajuste Sobre incerteza.
Nesse trabalho será realizada a construção e simulação de um modelo do
reservatório do Campo de Namorado e a partir de dados de histórico, será feito o
ajuste de histórico, a partir de um método pré-estabelecido. Buscando assim,
diminuir as incertezas do modelo, podendo ter uma previsão mais confiável do
comportamento do campo nos próximos anos de exploração.
Para o desenvolvimento do trabalho serão utilizadas as ferramentas IMEX,
CMOST e Builder do grupo CMG (“Computer Modelling Group”).
3

1.1 Motivação

Dentro da Engenharia de Reservatórios, a simulação de reservatórios tem um


importante papel no gerenciamento de reservatórios. Metodologias que visam
diminuir o tempo gasto no ajuste de histórico são sempre relevantes, pois este
processo, além de ser realizado muitas vezes ao longo da vida de um campo de
petróleo, é normalmente a etapa mais demorada em um estudo de simulação.
Sendo assim, o ganho de tempo que pode ser obtido no processo de ajuste
de histórico pode ser investido em extrapolações futuras do novo modelo calibrado;
A motivação principal deste trabalho é a utilização e melhoria de metodologias
desenvolvidas para a redução das incertezas a partir dos dados de histórico de
produção do Campo de Namorado, procurando aumentar a confiança da indústria
para a utilização de métodos inovadores e que demandam uma quantidade de
tempo mínima.

1.2 Justificativa

Tendo em vista o cenário econômico atual da indústria petrolífera, minimizar


as incertezas de um campo de petróleo se faz necessário a fim de reduzir os gastos
com a produção e exploração. A fim de minimizar os riscos e incertezas torna-se
necessário fazer a previsão da produção futura do Campo de Namorado visando
minimizar os riscos e incertezas.
4

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do presente trabalho é colocar em prática os conhecimentos


adquiridos no decorrer da disciplina de Engenharia de Reservatório, do 7º Semestre
do curso de Engenharia de Petróleo da Universidade Federal de Pelotas, ministrada
pelo Professor Doutor Valmir Francisco Risso e assim obter aprovação da disciplina.

2.2 Objetivo Específico

Dentre os objetivos específicos destacam-se:

Obter domínio na utilização de ferramentas computacionais, como os


simuladores numéricos (IMEX e Builder), com enfoque para sua aplicação no ajuste
de histórico do Campo de Namorado localizado na Bacia de Campos;
Calibrar um modelo numérico do Campo de Namorado utilizando dados
dinâmicos de produção, para que os resultados de vazão de óleo sejam
semelhantes com os dados reais, possibilitando um aumento da confiabilidade nas
previsões de produção futuras;
Ajustar o histórico de produção do campo de Namorado a partir de um
método objetivando reduzir a incerteza desses atributos críticos do reservatório e
seu possível intervalo de variação, em uma busca pelos mínimos lacais até
encontrar o mínimo global;
Analisar a viabilidade da utilização do método adotado no processo de ajuste
de histórico.
5

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo objetiva-se introduzir os principais conceitos que são


frequentemente abordados em projetos de construção e simulação de reservatórios,
ajuste de histórico, e gerenciamento de campos produtores de petróleo.

3.1 Fases da Vida de um Campo

Um campo de hidrocarbonetos apresenta um longo ciclo de vida, na figura 3.1


podem ser observadas as fases que compreendem a vida de um campo, sendo
estas abordadas de forma resumida a seguir.

Figura 3.1: Fases da vida de um campo de hidrocarbonetos.


Fonte: ENGEPROJNEWS, 2013.

3.1.1 Exploração

Esta fase é caracterizada por um elevado grau de incertezas sobre a região


alvo. Diversas técnicas de sondagem geológica são empregadas na tentativa de
caracterizar a bacia sedimentar e quantificar a probabilidade de acumulação de
hidrocarbonetos. Ainda que os estudos geológicos indiquem que a probabilidade de
ocorrência de hidrocarbonetos no local seja alta, outras variáveis afetam a decisão
de prosseguir ou não com o projeto. Entre elas, destacam-se: dificuldades técnicas
de acesso ao potencial reservatório, existência de infraestrutura para o escoamento
6

da produção, proximidade dos mercados consumidores além do obstáculo formado


pelos riscos devido às instabilidades políticas, econômicas e fiscais na locação.
A fase de exploração é finalizada quando um poço exploratório confirma a
presença de hidrocarbonetos.

3.1.2 Avaliação

Uma vez que hidrocarbonetos foram encontrados por um poço exploratório, a


empresa deve avaliar o potencial econômico da descoberta. Atividades típicas desta
fase de vida de um reservatório incluem a perfuração de novos poços para tentar
determinar a extensão do campo e a execução de testes de produção para avaliar
as condições de produção do reservatório. O objetivo principal desta fase é a
redução das incertezas sobre o reservatório de forma que seja possível elaborar um
estudo de viabilidade contendo diversas opções técnicas para o desenvolvimento do
campo.

3.1.3 Desenvolvimento

O ponto central desta fase é na confecção e execução de um plano de


desenvolvimento para o campo. O plano de desenvolvimento segue as orientações
do estudo de viabilidade selecionando as técnicas cujas implementações sejam
economicamente viáveis. Os principais objetivos são: minimizar os investimentos e
os riscos e maximizar a produção e os lucros. Os planos de desenvolvimento
normalmente incluem diferentes abordagens para o desenvolvimento do campo, um
para cada cenário vislumbrado pela equipe de avaliação. Algumas abordagens
podem compartilhar certas etapas de desenvolvimento de forma a inserir
flexibilidade na adoção de uma ou outra estratégia de produção à medida que as
incertezas forem sendo mitigadas pela presença de novos dados. Esta é para as
empresas a fase mais dispendiosa em termos de investimentos, pois todos os
recursos presentes no plano de desenvolvimento são adquiridos e/ou fabricados e
os contratos de serviços e locação são lavrados.

3.1.4 Produção
7

A fase de produção tem início quando uma quantidade comercial de


hidrocarbonetos começa a fluir do sistema de produção (primeiro óleo). É nesta fase
que a empresa começa a recuperar o seu investimento. Esta fase pode ser
subdividida em 3 fases de acordo com o ritmo da produção:

 Ascensão. Neste período os volumes produzidos aumentam na medida em


que novos poços entram em operação;
 Platô. Nesta etapa novos poços podem entrar em operação, mas alguns
poços já se encontram em declínio. A produção mantém-se num mesmo patamar
durante este período;
 Declínio. Nesta etapa, todos os poços apresentam declínio de produção. Esta
é a etapa mais longa da fase de produção e persiste enquanto o projeto estiver
gerando lucros para a companhia. Na fase de produção o processo de ajuste de
histórico é mais importante devido às incertezas no processo de caracterização e
desenvolvimento dos campos os modelos numéricos construídos para representar
os reservatórios e gerenciar a produção não reproduzem fielmente o modelo real e,
por isso, devem ser calibrados.

3.1.5 Abandono

Esta fase tem início quando o fluxo de caixa do empreendimento torna-se


negativo. Nesta fase, a infraestrutura é removida ou reaproveitada e os poços são
selados para evitar vazamentos que possam agredir o meio ambiente.

3.2 Propriedades do Reservatório

Conforme Sampaio (2009), um reservatório de petróleo é caracterizado por


uma rocha sedimentar, geralmente arenito ou carbonato, portadora de óleo, gás ou
água. Esta rocha é formada por grãos ligados por um material chamado cimento e
espaços vazios, chamados de poros. Além disso, pode conter partículas muito finas
formando a matriz.
Realizar um ajuste de histórico em um reservatório de petróleo significa
calibrar o modelo usado na simulação variando as suas propriedades da rocha e
fluido com o intuito de aproximar as curvas de produção prevista e observada.
8

Sampaio (2009), ressalta que para obter sucesso na calibração, é necessário


compreender como funciona um reservatório de hidrocarbonetos, quais são as suas
propriedades e de que maneira elas influenciam no fluxo dos fluidos.

3.3 Propriedade das Rochas

Fazer um estudo detalhado sobre as propriedades das rochas é um fator


decisivo para analisar o comportamento de reservatórios de petróleo. Este trabalho
de coleta de dados e informações exige grande atenção e dedicação.

3.3.1 Porosidade

Segundo Rosa et al. (2006), a Porosidade é uma das mais importantes


propriedades de uma rocha reservatório pois ela mede a capacidade de
armazenamento de fluidos. A equação da porosidade é definida pela razão entre o
volume de vazios de uma rocha e o volume total da mesma.

Equação 3.1: Porosidade absoluta.

Sendo que representa a porosidade absoluta, o volume de vazios na


rocha e o volume total da rocha.

A porosidade pode ser classificada como absoluta (conforme a equação e


descrição acima), efetiva, primária e secundária.

A porosidade efetiva é definida como a relação entre o volume poroso


interconectado e o volume total do meio, ou seja, parte do volume poroso está
isolado dos demais poros e a outra parte pode estar conectada entre si, através dela
é possível descrever o volume máximo de fluido que pode ser extraído da rocha. A
porosidade primária é a porosidade original da rocha, sendo gerada antes da
diagênese, ou seja, durante a deposição do material sedimentar. Já a porosidade
Secundária, também conhecida por porosidade induzida, é desenvolvida durante a
9

diagênese por processos geológicos, químicos ou mecânicos.

3.3.2 Permeabilidade

A permeabilidade pode ser definida como a maior ou menor facilidade que a


rocha oferece a percolação do fluido. A permeabilidade depende do sentido do
escoamento do fluido. Conforme Dullien (1992) a permeabilidade é definida pela lei
de Darcy, equação 3.2, em um fluxo relativamente lento, permanente e unidirecional.

Equação 3.2: Lei de Darcy.

Sendo:

K – Permeabilidade Absoluta (Darcy)


Q - É a vazão volumétrica do fluido (cm3/s)
μ - É a viscosidade do fluido (cP)
L - É o comprimento do meio poroso na direção do fluxo (cm)
A - É a área seccional da amostra (cm2)
dP - É a diferença de pressão hidrostática (atm)
dL – É a diferença de comprimento (cm)

A porosidade é a capacidade do reservatório, enquanto a permeabilidade é a


habilidade do reservatório em conduzir essa capacidade de aprisionamento de
fluido.

A Permeabilidade ainda pode ser classificada como efetiva ou relativa. A


permeabilidade efetiva é o valor de permeabilidade de um fluido na presença de
outro. Nesse caso, a permeabilidade de cada fluido depende da respectiva
saturação. A permeabilidade efetiva é sempre menor que a permeabilidade absoluta.
A permeabilidade relativa é o valor que representa a permeabilidade de cada fluido
em relação a permeabilidade absoluta (total) da rocha.

Equação 3.3: Permeabilidade relativa.


10

3.3.3 Compressibilidade

Conforme Rosa et al. (2006), a porosidade das rochas sedimentares é função


do grau de compactação das mesmas, e as forças de compactação são funções da
máxima profundidade em que a rocha já se encontrou. A compressibilidade é
subdividida entre compressibilidade da matriz, dos poros e da rocha como um todo.
De maior importância na engenharia de reservatórios é a variação do volume
poroso, devida à chamada compressibilidade efetiva da formação ou dos poros.

3.3.4 Saturação

Define-se saturação de um determinado fluido em um meio poroso, como


sendo a fração ou a porcentagem do volume de poros ocupados pelo fluido,
conforme a equação 3.4.
Normalmente os espaços vazios das rochas-reservatórios estão parcialmente
ou totalmente preenchidos por líquidos (água, óleo) e gás. Sendo de grande
relevância econômica conhecer a percentagem que cada fluido ocupa no espaço
poroso.

Equação 3.4: Saturação em termos de fração.


Sendo:
Sf = Saturação do fluido
Vf = Volume do fluido
Vp = Volume Poroso

A representação de saturação para óleo, água e gás é respectivamente So,


Sw, Sg, conforme mostra a equação 3.5. A saturação de água existente no
reservatório no momento da sua descoberta é chamada de saturação de água inicial
ou conata.

Equação 3.5: Saturação em uma rocha reservatório contendo três fases.


11

Figura 3.2: Rocha-reservatório contendo três fluidos: água, óleo e gás.


Fonte: ROSA et al., 2006, p.14

3.3.5 Molhabilidade

Conforme Soares (2016), a molhabilidade pode ser definida como a tendência


da rocha reservatório preferencialmente estar em contato com um determinado
fluido em um sistema bifásico ou multifásico. Esta propriedade é de extrema
importância para o estudo de reservatórios pois ela controla a posição, o
escoamento e a distribuição dos fluidos no meio poroso.
Em um reservatório a superfície sólida é a rocha e os fluidos são água, óleo e
gás. A fase que “molha” preferencialmente a superfície é denominada como sendo a
fase molhante e por conseguinte a outra fase é denominada a não molhante.

Figura 3.3: Molhabilidade em sistemas óleo-água.


Fonte: GUILLÉN NUNEZ et al., 2007, p.26.
12

3.3.6 Pressão Capilar

A pressão capilar (Pc) em um reservatório de petróleo pode ser definida como


sendo a diferença de pressão entre a fase não molhante (Pnm) e a molhante (Pm),
conforme mostra a equação 3.6.

Equação 3.6: Pressão capilar.

3.4 Propriedades dos Fluidos

Conforme Rosa et al. (2006), as propriedades dos fluidos existentes nos


reservatórios de petróleo contribuem com importantes informações para o estudo do
comportamento desses reservatórios. Essas propriedades devem ser, de
preferência, determinadas experimentalmente em análises laboratoriais.
Conforme Sampaio (2009), as propriedades dos fluidos irão variar conforme a
composição, pressão e temperatura ao qual estão submetidas e a composição da
própria rocha, devido as interações rocha-fluido.

3.4.1 Viscosidade

Segundo Sampaio (2009), a viscosidade de um fluido é a propriedade que


indica a resistência dele ao fluxo. Para Rosa et al. (2006), a viscosidade de um
líquido é afetada pelas variações de temperatura e de pressão. Ao contrário do
comportamento de um gás ideal, nos líquidos a viscosidade diminui com a
temperatura e aumenta com a pressão. Além disso, no caso dos hidrocarbonetos
líquidos a viscosidade decresce com o aumento da quantidade de gás em solução.

3.4.2 Densidade e Massa Específica

Tradicionalmente a indústria do petróleo expressa a densidade do óleo


através do grau API. A relação entre a densidade e o °API, tendo a massa específica
da água como referência, conforme a equação 3.7. A densidade calculada pela
13

fórmula abaixo expressa a razão entre a massa específica do óleo, em condições de


superfície.

Equação 3.7: Densidade do óleo.

3.4.3 Fator Volume-formação do Óleo (Bo)

Conforme Rosa et. al. (2006), é a razão entre o volume que a fase líquida
(óleo mais gás dissolvido) ocupa em condições de pressão e temperatura quaisquer
e o volume do que permanece como fase líquida quando a mistura alcança as
condições-standard. A equação 3.8 apresenta a equação utilizada para calcular o
fator volume-formação do óleo.

Equação 3.8: Expressão do fator volume-formação do óleo.

Quando a pressão do reservatório for menor que a pressão de bolha o valor


do fator volume-formação do óleo (Bo) decresce continuamente com o decréscimo
da pressão, como mostra o gráfico da figura 3.4. Conforme Rosa et al. (2006), isso
se deve ao fato de que, à medida que a pressão é reduzida, a partir do ponto de
bolha, quantidades adicionais de gás são liberadas de solução, resultando então em
menores volumes remanescentes de óleo no interior do reservatório.
14

Figura 3.4: Gráfico do fator volume-formação de um óleo.


Fonte: ROSA et. al., 2006, p.79.

3.4.4 Fator Volume-formação do Gás Natural (Bg)

Conforme Rosa et al. (2006), o fator volume-formação de um gás pode ser


definido como sendo a relação entre o volume que ele ocupa em uma determinada
condição de temperatura e pressão e o volume por ele ocupado nas condições
standard, conforme expressa a equação 3.9.

Equação 3.9: Expressão do fator volume-formação do gás.

Sendo:
Bg = Fator volume-formação do gás.
Vo = Volume nas condições-standard ou padrão.
V = Volume do gás nas condições p, T.

3.4.5 Fator Volume-Formação duas Fases do Óleo (Bt)

Conforme Rosa et al. (2006), o fator volume-formação duas fases do óleo


(Bt), também conhecido como fator volume formação total, é definido como sendo o
quociente entre o volume total do fluido existente no reservatório a uma dada
15

condição de pressão e de temperatura e o volume de líquido que seria obtido se


esse fluido fosse transportado para as condições-padrão, conforme a expressão da
equação 3.10.

Equação 3.10: Expressão fator volume formação total.

Matematicamente o fator volume-formação total pode ser expresso por:

Equação 3.11: Expressão fator volume formação total.

Sendo Rsi e Rs são, respectivamente, as razões de solubilidade na pressão


inicial e na pressão p.
A figura 3.5 mostra uma comparação entre os comportamentos do fator
volume-formação do óleo (Bo) e do fator volume-formação total (Bt).

Figura 3.5: Gráfico de comparação entre os fatores volume-formação do óleo e total.


Fonte: ROSA et al., 2006, p.84.

3.4.6 Razão de Solubilidade (Rs)

Segundo Rosa et al. (2006), a razão de solubilidade (Rs) de uma mistura


líquida de hidrocarbonetos, a uma certa condição de pressão e temperatura, é a
relação entre o volume de gás que está dissolvido, expresso em condições-
16

standard, e o volume de óleo que será obtido da mistura, também expresso em


condições-standard. Portanto, a razão de solubilidade pode ser representada pela
equação 3.12.

Equação 3.12: Expressão razão de solubilidade.

Acima da pressão de bolha (entre pi e pb) a razão de solubilidade é constante


e igual à inicial, já que durante a fase em que o reservatório permanece subsaturado
nenhum gás sai de solução, conforme mostra o gráfico da figura 3.6.

Figura 3.6: Gráfico da razão de solubilidade de uma mistura líquida de hidrocarbonetos.


Fonte: ROSA et al., 2006, p.81.

3.4.7 Pressão de Bolha

De acordo com Rosa et al. (2006), o conceito de pressão de bolha está


associado a razão gás/óleo, a densidade do gás produzido, ao grau API do óleo e a
temperatura do reservatório. Quando uma dessa propriedade é alterada gera uma
queda na pressão que ao atingir a pressão de bolha, ou seja, pressão na qual se
forma a primeira bolha, o gás começa a desprender-se da solução, diminuindo os
níveis de recuperação de óleo.
17

3.4.8 Dados Pressão, Volume e Temperatura (PVT)

Em grande parte dos reservatórios de hidrocarbonetos, as propriedades dos


fluidos diferem consideravelmente daquelas encontradas nas condições de
superfície. Para o gerenciamento apropriado de um reservatório, não é suficiente
apenas o conhecimento das propriedades físicas do fluido do reservatório no geral,
mas também o processo pelo qual o fluido é submetido em sua trajetória entre o
reservatório e as condições de superfície. O termo PVT (pressão, volume e
temperatura) é usado para retratar o conjunto de medições que devem ser feitas
para definir a variação do volume com a mudança de pressão e temperatura.
Conforme Rosa et al. (2006), através dos dados PVT é possível analisar de
forma eficiente os efeitos da separação de fluidos na superfície e acompanhar todo
processo de migração do fluido nas condições de reservatório até a superfície.

3.5 Estimativa de Reservas

De acordo com Rosa et al. (2006), a estimativa de reservas é a atividade


indicada a obter os volumes de hidrocarbonetos que podem ser retirados de um
reservatório até o momento de seu abandono. Essa estimativa é de grande
importância para a tomada de decisão em executar ou não um projeto exploratório.
Todos os volumes estimados são expressos por convenção em condições-
standard ou padrão, ou seja, como se eles estivessem sujeitos às condições de
pressão e temperatura definidas como standard ou padrão. No Brasil, a Agência
Nacional do Petróleo (ANP) estabelece como condições básicas de temperatura e
pressão os valores de pressão de 1 atm (1,0332 kgf/cm2) e temperatura de 20 °C.
Para se fazer a estimativa do volume recuperável, além do estudo do
reservatório deve-se levar em consideração outros aspectos técnicos e econômicos.
Os conceitos apresentados no tópico a seguir são de extrema importância
para a estimativa de reservas e necessitam ser estimados em uma acumulação de
hidrocarbonetos.

 Volume Original – quantidade de fluido existente no reservatório na


época da sua descoberta;
18

 Volume Recuperável – estimativa da quantidade de fluido que pode ser


extraído do reservatório;
 Produção Acumulada – quantidade de fluido produzido do reservatório,
num dado momento;
 Reserva ou Recurso – quantidade de fluido que ainda pode ser
produzido do reservatório, num dado momento.

De acordo Rosa et al. (2006), existem inúmeras maneiras de estimar os


volumes originais e as reservas de uma acumulação de hidrocarbonetos. Esses
volumes podem ser calculados de diversas maneiras Dentre os métodos utilizados
destacam-se a analogia, a análise de risco, o método volumétrico e a performance
do reservatório (análise de declínio de produção, equação de balanço de materiais e
simulação numérica de reservatórios).

3.5.1 Analogia

Esse método de estimativa é utilizado quando ainda não se fez perfurações


na jazida. As informações existentes são de métodos indiretos que não comprovam
a existência de óleo e gás na área, como por exemplo a sísmica.

3.5.2 Análise de Risco

Esse método é utilizado antes da perfuração do poço pioneiro, da mesma


forma do método por analogia. As únicas informações existentes foram obtidas a
partir de reservatórios semelhantes localizados em regiões próximas.

3.5.3 Método Volumétrico

O método volumétrico consiste na determinação volumétrica da quantidade


total de hidrocarbonetos originalmente existente no reservatório.
Para calcular o volume original por esse método, torna-se necessário obter
certos dados como o volume total da rocha portadora de hidrocarbonetos,
porosidade média das rochas, saturação dos fluídos e fator de formação do fluido. O
19

volume original é expresso nas condições de superfície, por isso utilizasse o fator de
volume de formação.

3.5.4 Performance do Reservatório

O método de performance do reservatório é fundamentado no comportamento


passado do reservatório para prever seu futuro. É necessário para a utilização dessa
metodologia, dados históricos de produção e, em alguns casos, há a necessidade de
informações sobre o mecanismo de produção do mesmo. A seguir será apresentada
uma breve introdução sobre os principais métodos de performance do reservatório
utilizados na engenharia de reservatório.

3.5.4.1 Análise de Declínio de Produção

Este método se fundamenta apenas na observação do comportamento das


vazões de produção ao longo do tempo. Com a produção ocorre um declínio gradual
da pressão no reservatório provocando uma diminuição da produção e
consequentemente da vazão, tornando assim a análise de declínio de produção um
processo bastante simplificado por considerar apenas as relações de vazão versus
tempo do histórico de produção.

3.5.4.2 Equação de Balanço de Materiais

De acordo com Romero (2013), na engenharia de reservatórios o balanço de


materiais é uma técnica que procura fazer um balanço de massa dos fluidos
existentes no interior dos poros da rocha reservatório. Este balanço de massas ou
materiais pode ser expresso matematicamente com ajuda da Equação de Balanço
de Materiais (EBM).
A equação geral de balanço de materiais foi desenvolvida por SCHILTHUIS
no ano de 1936. A representação matemática deste balanço é a EBM, equação que
foi padronizada pela Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE) em 1956.
Conforme Rosa et al. (2006), na engenharia de reservatórios as principais
aplicações da EBM são:
20

 Determinação do volume original de Óleo;


 Determinação do volume original de Gás;
 Determinação do influxo de água proveniente de aquíferos;
 Previsão do comportamento de reservatórios de Óleo e Gás.

Para determinar o volume do reservatório o método de EBM utiliza apenas


uma única fórmula representando o reservatório por apenas um único bloco.

3.5.4.3 Simulação Numérica de Reservatórios

Esta técnica analisa o reservatório por meio de programas de simulação


numérica e matemática. Este método, diferentemente do anterior, faz a partilha do
bloco em fatias menores, cujas características diferem uma das outras, e ainda
fornecem o resultado em função do tempo.
O grau de precisão e confiabilidade deste método é influenciado pela
qualidade dos dados coletados e adquiridos.

3.6 Simulação Numérica de Reservatórios

A simulação de reservatório, conforme Aziz (1994), é uma mistura de:


engenharia, física, química, matemática, análise numérica, programação de
computadores, experiência e prática do engenheiro.
De acordo com Rosa et al. (2006), os simuladores de sistemas podem ser
classificados entre físicos e matemáticos. Os simuladores físicos são, por exemplo,
os simuladores analógicos, os modelos reduzidos e os protótipos. Os simuladores
matemáticos podem ser subdivididos em analíticos e numéricos.
Rosa et al. (2006), acrescenta que a simulação numérica é um dos métodos
empregados na engenharia de petróleo para se estimar características e prever o
comportamento de um reservatório de petróleo. Estes simuladores são comumente
conhecidos como simuladores numéricos de fluxo, devido ao fato de que são
utilizados para se estudar o comportamento do fluxo de fluidos em reservatórios de
petróleo empregando uma solução numérica.
Conforme Naveira (2007), a simulação numérica do fluxo de fluidos no
reservatório se tornou uma ferramenta fundamental para a indústria petrolífera.
21

Através desta, o engenheiro de reservatório pode simular diversos cenários de


explotação.
Segundo Rosa et al. (2006), a simulação numérica de reservatórios pode ser
dividida em quatro etapas:

 Caracterização do reservatório: é a etapa principal, onde se agrupa todas as


informações de campo sobre o reservatório a ser estudado criando o modelo
geológico mais adequado. As informações coletadas são: porosidade,
permeabilidade, saturação dos fluidos, pressão capilar, geometria do reservatório
dentre outras propriedades.
 Construção do modelo de simulação: nesta etapa definem-se os parâmetros
da simulação como o modelo utilizado, quantidade de blocos e camadas, dentre
outros.
 Ajuste de histórico de produção: são ajustes realizados na simulação para
que estas se assemelhem aos resultados obtidos em campo;
 Previsão do comportamento: consiste na extrapolação das curvas de
produção de fluidos: nesta etapa é realizada a extrapolação das curvas de produção.
É uma previsão muito importante e precisa ser feita de maneira cautelosa a fim de
se tornar a mais próxima da realidade.
As etapas descritas acima estão representadas a seguir no fluxograma da
figura 3.7.

Figura 3.7: Etapas seguidas em um estudo de um modelo de reservatório.


Fonte: ROSA et al., 2006, p.8.
22

3.6.1 Tipos de Simuladores Numéricos de Fluxo

Pode-se definir um simulador numérico de fluxo como um conjunto de


técnicas matemáticas, numéricas e computacionais utilizadas para o estudo preditivo
do escoamento dos fluidos no reservatório. Eles são classificados em função de
algumas características utilizadas, como: tratamento matemático, número de
dimensões e número de fases.
Os métodos matemáticos mais utilizados atualmente são denominados
modelo black oil, modelo composicional e modelo térmico, os quais serão
destacados nas seções abaixo.

3.6.1.1 Modelo Black Oil

De acordo com Rosa et al. (2006), o modelo black oil também pode ser
denominado de modelo tipo Beta ou volumétrico, neste modelo o tratamento
matemático envolve funções da pressão e da temperatura do reservatório. Cada
uma das fases (água, óleo e/ou gás) presentes no reservatório é considerada como
se tivesse um único componente.
3.6.1.2 Modelo Composicional

De acordo com Rosa et al. (2006), o modelo composicional, além de levar em


consideração a pressão e temperatura, também considera as composições das
diversas fases que podem estar presentes no reservatório. Neste caso, a fase óleo
não mais é admitida como sendo formada por um único componente, como no
modelo black oil, mas sim pelos vários hidrocarbonetos que compõem o óleo, tais
como C1, C2, C3, etc. Para facilitar os cálculos costuma-se agrupar diversos desses
componentes em grupos chamados pseudocomponentes. O objetivo deste
agrupamento é reduzir o tempo computacional que que um tratamento mais rigoroso
exigiria.

3.6.1.3 Modelo Térmico


23

Conforme Rosa et al. (2006), este modelo de simulador é utilizado quando é


necessário considerar os efeitos da temperatura no interior do reservatório. Por
tratarem de situações mais complexas, os modelos térmicos são composicionais.

3.7 Ajuste de Histórico

O ajuste de histórico é uma técnica que visa mitigar/minimizar as incertezas


relativas a caracterização da rocha reservatório e de seus fluidos a partir da inclusão
de dados dinâmicos do histórico de produção e pressão.
De acordo com Maschio (2008), o ajuste de histórico de produção é um
processo de calibração de um modelo de simulação através do aperfeiçoamento da
caracterização do reservatório. É uma das tarefas mais realizadas pelo profissional
ligado à simulação de reservatórios e ao gerenciamento de campos de petróleo.
Conforme Moura Filho (2006) o ajuste do modelo é realizado através da
alteração dos atributos incertos do reservatório, tais como porosidade,
permeabilidade, permeabilidade relativa, entre outros, contidos em um modelo base,
que serve como ferramenta para aumentar a confiabilidade na previsão de produção
de campos de petróleo.
Segundo Risso (2007) o modelo ajustado deve ser o mais realista possível,
pois toda tomada de decisão, como instalações de novos equipamentos, projetos de
desenvolvimento complementar ou fluxo de caixa são baseadas na previsão de
comportamento desse modelo.
Conforme Sampaio (2009), quando um modelo de reservatório se torna muito
grande devido ao grande número de células e detalhes, o tempo de processamento
da simulação aumenta significativamente, o que torna o processo de ajuste de
histórico demorado, exigindo um grande esforço computacional.
A necessidade de realização do ajuste de histórico surge, de acordo com
Sampaio (2009), quando o engenheiro de reservatório percebe uma discrepância
entre os valores de produção observados no campo e previstos pela simulação.
Na figura 3.8 abaixo está representado um ajuste de histórico. Os pontos na
cor rosa representam o histórico de produção. As curvas em vermelha representam
modelos descartados na etapa de ajuste de histórico devido à grande discrepância
do historio de produção. As curvas em azul representam os melhores ajustes, ou
24

seja, os modelos que mais se aproximaram do histórico de produção do campo e


serão utilizadas para fazer a previsão de produção do campo.

Figura 3.8: Representação do Ajuste de Histórico.


Fonte: Adaptado de MOURA FILHO, 2006, p.5.

A figura 3.9 mostra um modelo (caso base) cercado de imprecisões, erros e


interpretações subjetivas. Sendo assim procura-se alterar as propriedades no
simulador (porosidade, permeabilidade relativa, saturação, dentre outras) para
aproximar a curva da simulação com a curva do histórico.
Quanto menor o afastamento, ou seja, mais próximas as duas curvas ficarem,
mais ajustado estará o modelo numérico. Entretanto, várias combinações diferentes
de alterações no modelo podem resultar num mesmo ajuste para o histórico de
produção, cabe ao engenheiro determinar qual é a correta. Após os ajustes, é
importante testar as curvas de simulação e histórico, para saber se essas
apresentam desvios mínimos ou próximos de zero.
25

Figura 3.9: Comparação entre o comportamento do histórico, caso base e ajuste.


Fonte: SOUSA, 2007, p.15.

De acordo com Sousa (2007), as variáveis do processo são os valores dos


parâmetros do modelo numérico. O ponto de partida do ajuste é o modelo base,
onde todas as propriedades do reservatório estão fixadas nos valores mais
prováveis; um resultado que vem da etapa de caracterização do reservatório. Uma
das formas de medir a qualidade do modelo base é comparando os dados obtidos
na simulação com os valores obtidos no campo real. Os valores que esses
parâmetros assumem no modelo inicial, chamado de caso base, são originados do
processo de caracterização do reservatório, que antecede o ajuste.
Conforme Sampaio (2009), as etapas seguidas na elaboração de um ajuste
de histórico estão representadas no fluxograma da figura 3.10 abaixo.
26

Figura 3.10: Procedimentos realizados no ajuste de histórico.


Fonte: Modificado de SAMPAIO, 2009, p.36.

Conforme mostra o fluxograma da figura anterior, muitas vezes os ajustes de


histórico são feitos por tentativa e erro. Com a experiência de ajustes anteriores
determina-se quais os parâmetros que serão utilizados; cada parâmetro é alterado
na tentativa de ajustar os dados. Caso a alteração não seja adequada outro
parâmetro é escolhido e o processo continua até que o ajuste seja considerado
satisfatório.

3.7.1 Tipos de Ajuste de Histórico

Conforme Sousa (2007) existe diversas abordagens para o ajuste de


histórico. Estas podem ser classificadas em três níveis quanto ao grau de
automação do processo: ajuste manual, ajuste automático e ajuste assistido. Cada
um deles será detalhado nos tópicos a seguir.

3.7.1.1 Ajuste de Histórico Manual

O ajuste manual, de acordo com Gireli (2016), ainda é bastante utilizado na


indústria de petróleo por se tratar do método mais tradicional. Entretanto,
dependendo da complexidade do problema, e por ser um procedimento de tentativa
27

e erro, a utilização deste mecanismo tradicional pode se tornar bastante demorado,


dispendioso e muitas vezes frustrante. Além disso, em termos práticos, a qualidade
do ajuste de histórico manual é conduzida pela experiência dos profissionais
envolvidos e pelo tempo e capacidade computacional disponível.
Conforme Wanderley (2014), o ajuste manual consiste em um ajuste local que
representa uma etapa específica do ajuste, na qual cada poço é analisado
individualmente.
Dentre as atividades encontradas em um ajuste manual incluem:
 Grande esforço em tarefas manuais;
 Grande volume de dados que precisam ser analisados em cada iteração do
processo;
 A maior parte do tempo dedicado ao ajuste é utilizada na geração de dados
intermediários como planilhas e gráficos que permitem avaliar o ajuste.

3.7.1.2 Ajuste de Histórico Automático

Conforme Gireli (2016), com o intuito de amenizar as desvantagens do ajuste


de histórico manual, diversas tentativas têm sido realizadas desde meados da
década de 1960 buscando automatizar o ajuste de histórico. Este é um objetivo
comum de todos os profissionais envolvidos nesse ramo.
Segundo Amorim (2009), o ajuste automático de histórico tem o potencial de
economizar uma quantidade significativa de tempo e fornecer estimativas mais
precisas para o modelo de parâmetros.
Conforme Sousa (2007), um processo de ajuste totalmente automático
consiste em fornecer um ou mais modelos de simulação a um programa de
computador juntamente com os dados de histórico que precisam ser ajustados e, ao
término da execução, tem-se um conjunto de modelos ajustados como resultado.
Pode-se afirmar que este é um objetivo almejado por todos os profissionais
envolvidos em atividades de ajuste de histórico, porém, trata-se de uma
impossibilidade prática devido ao grande número de possibilidades que se
apresentam durante o ajuste.
O maior desafio no desenvolvimento de um processo de ajuste automático é
encontrar uma parametrização que leve ao ajuste, ou seja, encontrar um conjunto de
28

parâmetros que, quando modificados dentro de seus devidos intervalos de


confiança, levam ao ajuste.

3.7.1.3 Ajuste de Histórico Assistido

O ajuste de histórico assistido é uma combinação entre o ajuste de histórico


manual e o automático, uma vez que as melhores características de cada
metodologia são agrupadas. De um lado a experiência do engenheiro de
reservatórios é usada para limitar o número de variáveis mais importantes e escolher
os objetivos de cada etapa do ajuste, do outro, técnicas automatizadas são
empregadas para avaliar rapidamente a qualidade de cada tentativa de ajuste. A
maior parte dos processos de ajuste citados na literatura se enquadram nesta
categoria.
Conforme Wanderley (2014), uma grande vantagem do ajuste de histórico
assistido, caso seja devidamente formulado, é proporcionar a realização dos ajustes
global e local em uma única etapa.
De acordo com Gireli (2016):
“Um dos principais elementos para o sucesso do ajuste assistido é a
parametrização, ou seja, a escolha adequada dos atributos e seus limites de
incerteza, assim como, a divisão dos problemas complexos em problemas
menores, isto é, a realização do ajuste em etapas de modo a viabilizar o
processo” (GIRELI, 2016, p. 27).

É importante ressaltar que uma importante característica da adoção de


processos de ajuste assistidos é o aumento na produtividade do engenheiro de
reservatórios, na medida em que eles o livram de tarefas repetitivas como a geração
de casos de simulação derivados e a avaliação da qualidade do ajuste obtido.

3.8 Análise de Incertezas e Risco

De acordo com Moura Filho (2005), incertezas geológicas, econômicas e


tecnológicas podem influenciar diretamente nas decisões de gerenciamento relativas
aos planos de desenvolvimento de um campo e à estimativa de reservas. Devido a
isto, a quantificação do impacto dessas incertezas nos resultados é de extrema
relevância para se aumentar a qualidade e a confiabilidade das decisões.
29

Os dados geológicos e petrofísicos disponíveis, por exemplo, são


insuficientes para caracterizar precisamente as propriedades do reservatório
(porosidade, permeabilidade, curvas de permeabilidade relativa e outros), as quais
se tornam atributos incertos. Estes podem afetar significativamente os resultados de
uma previsão de produção ou de um projeto, gerando o risco, que é definido como o
grau de impacto das incertezas no modelo (BECERRA, 2007).
A tendência atual, conforme Costa (2003) é o tratamento probabilístico devido
ao elevado grau de incertezas que acompanham os projetos de E&P, assim como,
nos elevados custos envolvidos nos projetos.
De acordo com Silva (2011), para a caracterização do campo os parâmetros
de entrada são representados por distribuições de probabilidade, resultando em
diversos modelos de simulação; e, as saídas passam a ser um intervalo de valores
associados às suas respectivas probabilidades de ocorrência, não assumindo um
valor único (determinístico). As distribuições de probabilidade que representam os
atributos incertos podem ser de variados tipos, normal, log-normal, uniforme ou
triangular, respeitando sempre os limites físicos estabelecidos pela caracterização
de rocha e fluidos. Os tipos de distribuições mais comuns estão mostrados na figura
3.11.

Figura 3.11: Exemplos de distribuições probabilísticas.


Fonte: SILVA, 2011, p.12.
30

As combinações dos diferentes níveis dos diversos atributos incertos


constituem os cenários. A quantidade de cenários a ser simulada está diretamente
ligada ao número de atributos incertos e à quantidade de níveis. Quanto mais
atributos incertos e quanto maior o número de níveis associados a eles, maior o
número de simulações (SILVA, 2011).
A análise de cenários, conforme Silva (2006) permite corrigir um dos erros da
análise de sensibilidade que é considerar as interdependências entre as variáveis do
projeto. São escolhidos cenários para o projeto, por exemplo: cenário otimista,
pessimista e esperado considerando combinações diferentes, mas consistentes, das
variáveis. Para a modelagem do reservatório, cada atributo incerto pode ser
discretizado em níveis de incerteza, de acordo com a sua função densidade de
probabilidade (fdp), conforme a figura 3.12.

Figura 3.12: Discretização da função densidade de probabilidade em 3 níveis de incerteza.


Fonte: SILVA, 2011, p.13.

3.9 Análise de Sensibilidade

De acordo com Silva (2006), a análise de sensibilidade consiste em alterar o


valor de cada uma das variáveis individualmente permitindo avaliar o impacto desta
alteração no fluxo de caixa do projeto, identificando as variáveis que mais
influenciam no seu resultado econômico.
Conforme Bezerra (2007) a finalidade principal da análise de sensibilidade
(AS) é verificar a influência de cada atributo na função-objetivo (FO) em estudo,
31

identificando aqueles mais influentes, os atributos críticos. Para realizar a análise de


sensibilidade simples, primeiro simula-se o caso base, com todas as incertezas no
valor mais provável; em seguida, duas novas rodadas do simulador são realizadas
para cada atributo incerto, variando-se o atributo para outros dois valores que
representam a variabilidade do atributo (denominados de pessimista e otimista).
Os resultados de uma análise de sensibilidade são geralmente visualizados
em um gráfico tornado, no qual os parâmetros estão classificados de maior impacto
para os de menor impacto na função-objetivo, conforme mostra a figura 3.13. Com a
análise do gráfico tornado é possível identificar os atributos de menor influência na
função-objetivo, selecionando-se somente os atributos críticos. Sendo assim, o
número de modelos de reservatório a serem simulados é reduzido, assim como, o
esforço computacional e o tempo total de simulação.

Figura 3.13: Gráfico tornado para análise de sensibilidade.


Fonte: SILVA, 2011, p.14.

3.10 Bacia de Campos

A Bacia de Campos, figura 3.14, está localizada ao longo da margem


continental leste brasileira, mas especificamente na região sudeste, ocupando o
norte do Rio de Janeiro e o sul do Espírito Santo. Ainda na plataforma continental, a
Bacia de Campos é limitada a norte pelo Alto de Vitória que consiste em um bloco
elevado do embasamento o qual coincide com a terminação oeste da Cadeia de
32

Vitória-Trindade. Na parte sul, a bacia limita-se através do alto estrutural


denominado de Alto de Cabo Frio. A origem da Bacia de Campos está relacionada
ao evento que promoveu o rompimento do Supercontinente Gondwana, marcado
pela separação entre as placas tectônicas sul-americana e africana. Este processo
se iniciou há cerca de 140 M.a. (Eocretáceo) e marca o início da formação do
Oceano Atlântico Sul. Sua sequência evolutiva apresenta os estágios rifte, drift e
margem passiva, sendo classificada como uma bacia típica de margem divergente
assim como as demais bacias da margem continental brasileira (ROSA, 2011).

Figura 3.14: Localização da Bacia de Campos.


Fonte: Modificado de ENE, 2014, p. 24.

A figura 3.15 a seguir mostra em destaque a localização do Campo de


Namorado, o qual se refere este trabalho. As informaçãoes referentes a este Campo
serão apresentadas no próximo tópico.
33

Figura 3.15: Localização do Campo de Namorado na Bacia de Campos.


Fonte: Modificado de OLIVEIRA, 2005, p. 9.

3.10.1 Campo de Namorado

O Campo de Namorado, conforme Rosa (2011) foi descoberto em 1975 e


iniciou sua produção em 1979, sendo que em 1989 apresentava-se como o maior
campo produtor em termos de petróleo recuperável no Brasil, com uma reserva
estimada de 669 milhões de barris de óleo.
Conforme Timóteo et al. (2016) o Campo de Namorado encontra-se a cerca
de 80 km do litoral e sob uma lâmina d’água de 110 a 250 m, foi o primeiro campo
gigante a ser descoberto na plataforma continental brasileira. Sua locação foi
baseada em interpretação sísmica de um alto estrutural presente no topo da
Formação Macaé (carbonatos de idade albiana). No entanto, os reservatórios do
Campo de Namorado foram encontrados em arenitos turbidíticos, em profundidades
entre 2940m à 3300m.
O mecanismo primário de recuperação no reservatório produtor da
concessão, conforme a ANP (2016), consiste no gás em solução. Há injeção de
água e gás como mecanismo secundário de recuperação.
A coluna máxima de óleo é de aproximadamente 160 metros e o net-pay
médio, por poço, é de 60 metros. Em média, a porosidade é de 26%, a saturação de
óleo 75%, a permeabilidade de 400 mD e o índice de produtividade, geralmente, é
maior que 50 m3/d/kgf/cm2 (BARBOZA, 2005).
34

A figura 3.16 mostra os quatro blocos que compõem o Campo de Namorado.

Figura 3.16: Mapa estrutural do topo do reservatório do Campo de Namorado.


Fonte: BARBOZA, 2005, p.11.
35

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente capítulo busca trazer conclusões de trabalhos realizados


anteriormente que estão relacionados a etapas descritas neste trabalho, e que de
certa forma serviram como base para a construção deste estudo.

Kruger et al. (1961), salientaram a necessidade de uma relação entre os


dados de pressão calculados e os reais e propuseram um fator de ajuste
aproximado em cada ponto de grade. Para isto, os autores recomendaram a
utilização do cálculo numérico e que os ajustes realizados fossem feitos de maneira
sucessiva, em pequenas etapas.
Mannon (1964) aponta em seu artigo algumas das incertezas inesperadas na
previsão da produção e descreve possíveis problemas que podem ser encontrados
em casos específicos. Dois exemplos de campo que ilustram alguns dados dos
riscos na estimativa de taxas de produção futuras. É apresentada uma técnica que
pode ser empregada para obter previsões confiáveis em alguns casos.
Coats et al. (1970), realizaram em seu estudo diversas simulações, tendo por
base os inúmeros parâmetros incertos que foram escolhidos dentro de um intervalo
de incerteza de forma aleatória. O ajuste é realizado através da aproximação da
função objetivo pela combinação linear dos parâmetros, que tem coeficientes
determinados através de regressões lineares com minimização dos resíduos. O que
diferencia de uma regressão linear normal é que impõem limites as variáveis.
Slater (1970), combinou em seu estudo, além de equações diferenciais
parciais, algoritmos para otimizar o cálculo dos parâmetros. Utilizou, em alguns
casos, uma versão semelhante ao método dos gradientes. Em outras ocasiões fez o
uso de análise de regressão não linear e linear.
De acordo com Bishop et al. (1976), o procedimento de análise de
sensibilidade baseia-se numa determinação da sensibilidade de uma função de
objetivo para o valor dos parâmetros de reservatório utilizado no simulador. Foram
utilizadas duas funções objetivo: o quadrado da diferença entre as pressões
calculadas e medidas, e o tempo de integração desta função.
A partir dos estudos de Portella et al., (1999), observa-se que os métodos
determinísticos são fundamentados na teoria dos problemas inversos e os métodos
estocásticos imitam a técnica de tentativa e erro do processo de ajuste de histórico
36

manual. Desta maneira, o método gradiente é o mais eficiente, apesar de ter uma
taxa de convergência muito elevada, este método possui limitações, podendo
dependendo da situação, não convergir, por exemplo.
Manceau et al. (2001), apresentaram em seu estudo uma metodologia
totalmente integrada para o gerenciamento de incertezas do reservatório durante o
ajuste de histórico, a previsão de produção e otimização do processo de produção.
Com base na metodologia de concepção experimental tradicional. A combinação da
teoria de planejamento de experimentos e a metodologia de superfície de resposta
(utilização de um polinômio para representar a resposta do simulador de fluxo)
possibilitou a quantificação do impacto das incertezas “determinísticas” (dados
petrofísicos e de produção) na produção de óleo. Já a técnica inovadora de Joint
Modeling Method, é utilizada para quantificar o impacto das incertezas “estocásticas”
(diferentes realizações geoestatísticas e modelos de reservatórios ajustados
equiprováveis). Os autores concluem que a integração de métodos estatísticos,
permitem um tratamento eficiente das incertezas na engenharia de reservatórios,
sendo uma ferramenta apropriada para uso em tomada de decisões.
Netto et al. (2003) apresentaram em seu estudo um modelo de ajuste de
histórico, para um reservatório que o modelo de simulação original não reflete o
comportamento da produção. O objetivo principal dos autores é apresentar novas
abordagens para melhorar as correspondências do histórico de produção. A
metodologia adotada consiste em uma análise de sensibilidade dinâmica baseada
em simulação de modelos onde atributos incertos são testados e comparados com
um modelo base. Ao final, os autores concluíram que a metodologia proposta é útil
para integrar o processo de comparação de histórico com a análise de incerteza e
permite a seleção de modelos para obter cenários mais confiáveis para as previsões
de produção.
Conforme Tavassoli et al. (2004), o melhor modelo de produção não precisa
necessariamente ter um bom ajuste para os parâmetros do reservatório. Para isso,
realizaram uma simulação numérica para um período de aproximadamente três anos
para um caso base e um modelo de simulação, estudando os possíveis erros no
ajuste de histórico.
Khazanehdari et al., (2005) combinaram sísmica e ajuste de histórico de
produção. Para a modelagem foram utilizados um poço de produção e um de
injeção. A existência de várias repetições de conjuntos de dados 3D de alta
37

resolução proporcionou uma oportunidade única para realização de um “time lapse”


e produção de ajuste de histórico combinados. Os resultados de sucesso da
abordagem integrada e quantitativa descrito neste artigo demonstraram um potencial
para a futura integração de dados sísmicos e de reservatórios para entregar uma
melhor produção e gestão deste.
Rwechungura et al. (2011) compararam em seu estudo as diferentes técnicas
utilizadas para ajuste de histórico em reservatórios de hidrocarbonetos, e
constataram que quando o número de parâmetros a serem ajustados for adequado
para o desempenho do cluster disponível, a utilização de métodos livres poderia
gastar o mesmo tempo de processamento, além da possibilidade de haver ruídos
que danificam os resultados quando incorporados na função de custo. Portanto
nesta situação é viável a utilização dos clusters para processar todas as
informações, garantindo o maior número de repostas possível e com confiança. Os
métodos simplificados também foram testados considerando a incorporação de
dados adicionais, como dados eletromagnéticos ou de sísmica, e constatou-se que
haveria a necessidade de mais tempo para processar e ajustar o modelo, e
possivelmente inviabilizando o trabalho.
De acordo com Lind et al. (2013), o método de ajuste histórico assistido, visa
utilizar a análise de incertezas por meio de um software objetivando o melhor
cenário sem precisar da intervenção de operadores, sendo aplicado em um
reservatório com dados geológicos estruturais bastante complexos.
Schiozer et al. (2015), elaboraram uma metodologia aplicada ao campo de
Namorado localizado na Bacia de Santos. A metodologia consiste em 12 etapas
para análise de decisão integrada relacionada ao desenvolvimento e gerenciamento
de campos petrolíferos considerando a simulação de reservatórios, análise de risco,
histórico, técnicas de redução de incerteza, modelos representativos e seleção de
estratégia de produção sob incerteza. Ao final do estudo concluíram que a
metodologia é suficientemente flexível para ser aplicável ao reservatório em
diferentes estágios de vida, sendo é simples o suficiente para ser utilizado na
aplicação prática porque não requer aplicação de ferramentas complexas.
Conforme Sayyafzadeh (2015), os altos custos computacionais associados à
simulação de reservatórios geram uma grande barreira no processo de ajuste de
histórico. Em seu trabalho foram apresentadas a otimização de um modelo utilizando
quatro algoritmos visando comparar os resultados obtidos a partir desta
38

metodologia. A avaliação final mostra que o método proposto utilizando algoritmos


contribuiu para reduzir significativamente os custos computacionais.
39

5 METODOLOGIA

Neste capítulo será abordada a metodologia utilizada para a realização do


tratamento dos dados até a construção do modelo de simulação. Passos que serão
necessários para a geração do modelo de reservatório, o qual será utilizado
posteriormente para a realização do ajuste de histórico da produção. O fluxograma
que resume as etapas adotadas está apresentado na figura 5.1 a seguir.

Caracterização do Reservatório

Excel

C. rocha Pressão Krw - Kro Krg - Kro C. Óleo PVT


Capilar

Builder
Dados de
Poços

Definição e Construção do
Results 3D Modelo de Simulação Dados de
Produção

IMEX Completação e
ALTER

Ajuste de
Results Graphs
Histórico

Previsão de
Produção
Figura 5.1: Fluxograma das etapas adotadas neste trabalho.
40

A descrição de cada etapa mostrada no fluxograma da figura 5.1 será


apresentada no decorrer deste capítulo. No entanto, primeiramente será feita uma
abordagem a respeito das ferramentas utilizadas para este estudo que são de
extrema importância para o desenvolvimento deste trabalho.

5.1 Ferramentas Computacionais Utilizadas

5.1.1 Excel

Excel é o nome pelo qual é conhecido o software desenvolvido pela empresa


Microsoft Office, que consiste numa planilha constituída por linhas e colunas onde é
possível efetuar de maneira rápida e simples operações matemáticas e financeiras.
Para este trabalho, o Excel foi utilizado para manusear as propriedades, refe-
rentes ao Campo de Namorado, disponibilizadas pelo Professor Dr. Valmir e a partir
disto gerar gráficos para posteriormente serem comparados com as curvas geradas
pelo simulador Builder.

5.1.2 Computer Modeling Group (CMG)

O CMG é um programa de simulação de reservatórios, que envolve equações


de fluxo de massa e calor em meio poroso sujeito a determinadas condições inicial-
mente estabelecidas, que permite o operador prever o desempenho do reservatório
com grande confiabilidade e para que possa definir as futuras estratégias de drena-
gem economicamente viáveis. Para isso o programa fornece inúmeras funções que
facilitam a vida de um engenheiro de reservatórios: IMEX, BUILDER, Results 3D e
Results Graph, conforme está representado na figura 5.2 abaixo.
Destaca-se em especial neste trabalho a aplicação BUILDER do software da
CMG, o qual tornou possível a configuração do reservatório, pois este se trata de
uma ferramenta para a preparação de modelos de simulação na qual foram aplica-
dos todos os valores estáticos e dinâmicos pertinentes ao campo.
41

Figura 5.2: Softwares CMG.


Fonte: Battisti, 2016, p. 38.

/
5.1.2.1 IMEX

O IMEX é um simulador Black Oil da nova geração da CMG que simula deple-
tação primária, injeção de água, gás, solvente e polímero em reservatórios de poro-
sidade simples e dupla.

5.1.2.2 BUILDER

O Builder é uma ferramenta que pode ser utilizada para criar arquivos de en-
trada de simulação para os simuladores da CMG. O Builder cobre todas as áreas de
entrada de dados, incluindo criar e importar grids e propriedades dos grids, localiza-
ção dos poços, importar dados de produção dos poços, importar ou criar modelos de
fluidos, propriedades das rochas e dos fluidos e condições iniciais.

5.1.2.3 CMOST

CMOST é o módulo da CMG para realização de ajuste de histórico, otimiza-


ção, análise de sensibilidade e avaliação de incertezas. Ele pode realizar múltiplas
simulações em múltiplos computadores utilizando diferentes valores para os parâ-
metros de entrada. O CMOST pode ser utilizado em uma situação onde o usuário
executa múltiplos trabalhos de simulação com a intenção de visualizar o efeito da
mudança nos parâmetros de entrada nas propriedades de saída.
42

5.2 Caracterização do Reservatório

Nesta etapa serão descritos os processos envolvidos na criação dos dados


que serão usados para a formação do modelo de simulação do software CMG pela
ferramenta Builder. Para os cálculos que serão descritos abaixo, foi fornecido uma
tabela feita no Excel com alguns dados armazenados que serviriam de base para os
cálculos.

5.2.1 Compressibilidade da Rocha

Os dados de compressibilidade da rocha (Crocha) laboratoriais do campo de namo-


rado foram fornecidos pelo professor da disciplina através de um arquivo (ba-
se99_compressibilidade.pdf) que contem essa propriedade relacionada ao volume e
à pressão líquida (psi), dos poços testemunhados perfurados. Mas, para obter esse
dado foi necessário calcular a Crocha para as pressões líquidas de cada poço de
acordo com a tabela fornecida pelo professor, pois os dados do arquivo PDF eram
aproximados dos valores requeridos. Após, a coleta e armazenagem das Compres-
sibilidades, foi feito uma média dos valores obtidos.
Além disso, procurou-se coletar também os dados de porosidade e
permeabilidade dos poços.

5.2.2 Pressão Capilar

A pressão capilar foi determinada a partir de dados de 12 amostras. Entretan-


to, as amostras apresentam propriedades distintas de porosidade e permeabilidade,
fazendo com que sejam geradas diferentes curvas de pressão capilar. Foi necessá-
rio então, o cálculo do J médio a partir da fórmula descrita abaixo, para correlacionar
as curvas e determinar a pressão capilar do reservatório.

Equação 5.1: Função J.


43

5.2.3 Permeabilidades Relativas

Nesta parte, serão descritos os processos relacionados à construção dos dados de


permeabilidade relativa em relação à saturação de água e à de gás, sendo que o
primeiro foi baseado na permeabilidade relativa a água (Krw) e ao óleo (Kro) com
relação à saturação de água (Sw), e a segunda na permeabilidade relativa ao gás
(Krg) e ao óleo (Kro) com relação à saturação de gás (Sg). Entretanto, as duas eta-
pas são iguais com relação aos cálculos, por isso a descrição será feita como um
processo único.
Para a construção desses dados, como já foi dito, foi fornecido pelo professor da
disciplina um tabela contendo os dados laboratoriais de Sw por Krw / Kro (7 amos-
tras) e Sg por Krg/ Kro (5 amostras) de alguns poços. A partir disso, o processo foi
dividido em duas etapas: na primeira foram traçadas curvas de Sw / Krw e Sw / Kro,
e na segunda foram traçadas curvas de Sg / Krg e Sg / Kro para que posteriormente
pudesse ser feito uma curva média para cada processo. Mas, para isso, primeira-
mente, foi feito um calculo médio dos valores das curvas para cada uma das etapas
descrita acima com base em dados estipulados (Sw e Sg), onde se utilizou dois pro-
cessos principais, interpolação e extrapolação. Depois, foi utilizada a média geomé-
trica para gerar o dado médio das curvas de permeabilidade para o intervalo estipu-
lado (Sw e Sg), que foram utilizados para formar o polinômio pelo software Excel,
onde foram plotados vários pontos e traçado a linha de tendência que formaria o po-
linômio.

5.2.4 Compressibilidade do Óleo

A compressibilidade do óleo foi estimada em função da sua densidade na


pressão de bolha, já que não se tinha os valores laboratoriais de PVT.
Então os três valores de °API fornecidos foram transformados para densidade e
então utilizados na figura a seguir para determinar o valor de Co.
44

Figura 5.3: Compressibilidade de um óleo em função da densidade na pressão de bolha.


Fonte: ROSA, 2006, pág. 1-70.

5.2.5 PVT

Os dados de PVT do estudo das propriedades do fluido foram fornecidos por


meio de três arquivos PDF (base123, base125 e base126), onde foram coletados as
propriedades de Fator Volume Formação do Óleo (Bo), Razão de Solubilidade (Rs),
Fator Volume Formação do Gás (Bg) e Viscosidade do Óleo (Vo) nos três banco de
dados citados, sendo que a Viscosidade do Gás foi fornecida por meio de outro ar-
quivo pelo professor da disciplina.
Os dados de PVT foram ajustados a partir de interpolação linear, com o obje-
tivo de obter os mesmos valores de pressão para todas as amostras, visto que, os
valores coletados estavam em pressões distintas. Mesmo assim, foi necessário ex-
trapolar alguns valores por não se adequarem ao simulador.
A partir dos cálculos feitos, foi gerada a média das três amostras para cada
propriedade onde gerou-se gráficos para cada media das propriedades para analisar
se as modificações feitas estavam corretas, para depois formar a tabela de PVT.
Além disso, no processo de formação desta tabela procurou-se analisar os valores
para deixados sempre em ordem crescente ou constante nos valores finais, pois o
Builder não permite a entrada de dados decrescentes ou com variações, impossibili-
tando a construção do modelo de simulação.
45

5.3 Construção e Definição do Modelo de Simulação 3D

Nesta etapa, foram utilizados basicamente os dados apresentados anterior-


mente para caracterizar o reservatório. Também, foram incorporadas outras informa-
ções como, por exemplo, os mapas estruturais, mapas estáticos, contato óleo-água
e o contato óleo-gás. O modelo de simulação 3D foi construído no Builder, da CMG.
Além disso, foram adicionadas as características dos poços (diferenciando
assim os poços produtores dos injetores), assim como, definições sobre a produção
de cada poço.

5.4 Completação

Após a caracterização geral do reservatório foi adicionado ao simulador os


intervalos de completação para cada poço, calculados a partir da tabela de histórico
do Campo de Namorado, fornecida pelo Professor Valmir.
A completação de cada poço foi realizada pelo cálculo do fator de formação (FF),
que se dá pela porcentagem que cada camada está canhoneada em relação às suas
respectivas espessuras.
A partir da definição do modelo e das completações foi executado o modelo
no IMEX, possibilitando assim a visualização do mesmo no Results Graphs e no Re-
sults 3D.

5.5. Ajuste de Histórico e Previsão de Produção

Esta etapa da metodologia será abordada apenas no relatório final, pois ela
será desenvolvida no decorrer das próximas atividades.
46

6 APLICAÇÃO

6.1 Caracterização do Reservatório

6.1.1 Compressibilidade da Rocha

Os dados de compressibilidade da rocha laboratoriais do campo de namorado


foram fornecidos pelo professor da disciplina através de um arquivo
(base99_compressibilidade.pdf) que contem essa propriedade relacionada ao volume e
à pressão líquida (psi), dos poços perfurados. Foi calculada a pressão para cada um
dos dez poços, considerando que a pressão aumenta 2 psi a cada metro de
profundidade. Definindo assim, as respectivas compressibilidades nas unidades psi
e kgf/cm2, conforme mostra a tabela 6.1.

Tabela 6.1: Compressibilidade da Rocha

Conforme destacado na tabela 6.1 a amostra 4V apresenta um valor de


compressibilidade muito diferente das demais, sendo necessário excluí-la pois sua
discrepância não retrataria o real comportamento do reservatório. A figura 6.1
mostra a comparação das curvas, antes e depois da exclusão da amostra 4V. Sendo
assim, a partir da exclusão do poço 4V passou-se a considerar nove poços.
47

Figura 6.1: Compressibilidade com e sem a amostra 4V.

6.1.2 Pressão Capilar

A partir dos dados coletados para a saturação de água (Sw) para cada uma
das doze amostras, foram geradas as curvas de Pressão Capilar, conforme mostra o
primeiro gráfico da figura 6.2.
Observa-se no gráfico da pressão capilar que há um grande diferencial entre
as curvas de cada amostra, por este motivo, foi utilizada a função J (função J de Le-
verett) com o objetivo de gerar curvas com o desempenho mais similar, aproximando
o comportamento das diversas amostras. Os valores de J foram calculados para ca-
da amostra resultando no segundo gráfico da figura 6.2.

Figura 6.2: Gráfico da Pressão Capilar e função J.

A fim de criar uma tendência representativa de J, foi realizado um ajuste ma-


nual para cada amostra. O gráfico da figura 6.3 a seguir retrata os valores de J e de
48

J ajustado. Conforme indica a legenda do gráfico, a linha em azul corresponde à fun-


ção J, obtida através da média dos valores de J e a linha em preta corresponde à linha
de tendência de J ajustados manualmente.

Figura 6.3: Função J ajustada manualmente.

A partir disso, a pressão capilar encontrada está representada no gráfico da figu-


ra 6.4 abaixo:

Pcap Psi
25
20
15
10 Pcap Psi

5
0
0 20 40 60 80 100
Figura 6.4: Pressão Capilar.
49

6.1.3 Permeabilidades Relativas

As permeabilidades relativas de água-óleo (Kw-Ko) e gás-óleo (Kg-Ko) foram


determinadas a partir de vários processos de tratamento até chegar ao comporta-
mento desejado. Primeiramente foi realizado um ajuste a fim de normalizar a satura-
ção inicial para igual a zero. Foram ajustadas ao total uma quantidade de sete amos-
tras para o sistema água-óleo e cinco amostras para o sistema gás-óleo.
Os gráficos presentes na figura 6.5 ilustram o comportamento das curvas para
o sistema água-óleo. É notável que após a correção as curvas passaram a sair de
um ponto zero, se estendendo por um intervalo maior se comparado com a anterior.

Figura 6.5: Curvas Sw e Sw corrigido para Krw e Kro.

Os gráficos presentes na figura 6.6 e 6.7 ilustram o comportamento das cur-


vas para o sistema gás-óleo.
Conforme é possível observar nas figuras abaixo, a amostra 4866H para satu-
ração de gás não estava coerente com o comportamento das demais amostras,
sendo assim, optou-se por excluí-la com o objetivo de deixar o reservatório mais
harmônico.
50

Figura 6.6: Sg e Sg corrigido para Krg.


51

Figura 6.7: Sg e Sg corrigido para Kro.


52

6.1.4 PVT

Os dados de PVT foram ajustados a partir de interpolação linear, a fim de ob-


ter os mesmos valores de pressão para todas as amostras, visto que, os valores co-
letados estavam em pressões distintas.
Ainda assim, alguns valores foram extrapolados por não se adequarem ao simula-
dor.
O gráfico da figura 6.8 mostra o comportamento das curvas de pressão para
as três amostras após a interpolação linear.

Figura 6.8: Comparação entre o fator volume formação em função da pressão para as três amostras.

O valor de pressão de saturação foi denominado pelo comportamento das


curvas das amostras onde o ponto desejado era o local onde a curva média alterava
o comportamento, sendo esse valor de 224 (kgf/cm2), como representado no gráfico
da figura 6.9:
53

LINHAS DE TENDÊNCIA PARA O CÁLCULO DA


PRESSÃO DE SATURAÇÃO (MÉDIA)
1.45
y = -0,00019640x + 1,44818456
1.4 R² = 0,9989
1.35 Série1
1.3 Série2
Linear (Série1)
1.25
Linear (Série2)
1.2 y = 0,00111970x + 1,15298199
1.15 R² = 0,9998
0 100 200 300 400
Figura 6.9: Pressão de Saturação.

6.2 Construção do Modelo de Simulação

Nesta etapa, foi realmente construído o reservatório. Todas as propriedades


determinadas anteriormente passaram a ser incorporadas ao pré-processador Buil-
der 2016, assim como os dados de topo, espessura, permeabilidades, porosidade e
Net-Pay. É importante salientar que qualquer informação fornecida durante essa
etapa pode ser modificada posteriormente de acordo com a necessidade de quem
está trabalhando com o projeto.
Este programa funciona de maneira a facilitar a construção do modelo, dispõe
de várias etapas a serem seguidas, para que o usuário possa passar para o próximo
passo com a certeza de que o passo anterior foi construído sem erros. As seguintes
etapas serão explicadas neste tópico: I/O Control, Reservoir, Components, Rock-
Fluid Properties, Initial Conditions, Numerical Control e Well & Recurrent Data. Al-
gumas destas etapas possuem valores padrão (default) já completados pelo pro-
grama, e não foram alterados por não se julgar necessário.

6.2.1 IO Control
54

Nesta etapa foi carregado o arquivo .msh do mapa de topo permitindo a vi-
sualização do contorno do reservatório e da localização dos poços. Também nesta
etapa realizada a determinação da unidade (MODSI), e o tipo de simulador utilizado
(IMEX), o tipo de porosidade (Single Porosity) e a data de início (31/05/1979).

Figura 6.10: Configurações iniciais.

A partir desta etapa é feita a abertura do mapa de topo, na seção open map
file, para que os poços possam ser incluídos no programa.

6.2.2 Reservoir

As propriedades do reservatório do campo de Namorado foram inseridas no


Builder através dos dados de topo, espessura, mapas de permeabilidade horizontal
e vertical, porosidade, Net Gross e poços locados. Estas informações inseridas
foram distribuídas em uma malha com as dimensões de Nx = 87 e Ny = 44, sendo a
espessura do reservatório distribuídas em 12 camadas (Nz), totalizando uma malha
com 45936 blocos.
Foi necessário fazer um ajuste nos blocos devido às profundidades muito
elevadas que estes se encontravam. Conforme ilustra o mapa da figura 6.11, todos
os blocos que não estão na cor azul escuro estão a uma profundidade muito grande
se comprado com o restante do reservatório, por este motivo eles foram anulados,
obtendo-se assim o ajuste do reservatório conforme mostra o mapa da figura 6.12. É
55

possível observar comparando a legenda dos dois mapas que a profundidade


máxima passou de 50136m para 3232m após a anulação dos blocos profundos.

Figura 6.11: Mapa de topo do Campo de Namorado contendo os blocos profundos.

Figura 6.12: Mapa de topo do Campo de Namorado com os blocos profundos anulados.
56

6.2.3 Components

Em components foi utilizado o modelo Black Oil. Algumas informações do


reservatório foram também inseridas no Builder, as quais foram fornecidas ou
calculadas para a realização do projeto.
Para o calculo da temperatura do reservatório utilizou-se os dados dos arqui-
vos de PVT fornecido pelo professor da disciplina, onde se fez uma média das tem-
peraturas de cada amostra de PVT, convertendo os valores para a escala de graus
Celsius.
Para calcular a densidade do óleo, foi utilizada uma equação (X), onde os
dados de entrada foram os valores de °API dos arquivos de PVT. Assim, foi feita
uma média dos valores de °API dos três arquivos.
A inclusão da tabela de PVT é feita nesta seção, onde são inclusos os dados
calculados no Excel, retirando a vírgula dos numerais e colocando ponto, pois o
programa trabalha com base no sistema inglês; e determinando o tipo de fator
formação a ser usado, que no caso é o Bg, também se desmarca a opção de
compressibilidade do óleo.
A figura 6.13 ilustra algumas das especificações realizadas.

Figura 6.13: Informações do Reservatório.


57

Nesta etapa também são incluídos os dados PVT como mostram os gráficos
gerados, que representam Rs e Bo (Figura 6.14) Bg (Figura 6.15) e Viscosidade
(Figura 6.16), todos plotados em função da pressão.

Figura 6.14: Gráfico Rs e Bo vs P para o modelo simulado.


58

Figura 6.15: Gráfico Bg vs P para o modelo simulado.

Figura 6.16: Gráfico Viso e Visg vs P para o modelo simulado.


59

6.2.4 Rock-Fluid Properties

Os dados de propriedade de fluido foram anexados no programa Builder,


onde foram gerados os gráficos com as curvas de permeabilidade relativa em
relação à água (Figura 6.17), permeabilidade relativa em relação ao gás (Figura
6.18) e pressão crítica em relação à água (Figura 6.19).

Figura 6.17: Curvas de permeabilidade relativa óleo-água.


60

Figura 6.18: Curvas de permeabilidade relativa gás-óleo.

Figura 6.19: Curva de pressão capilar.


61

6.2.5 Initial Conditions

Nesta seção são definidas algumas condições iniciais do reservatório, que


servem de ponto de partida para a simulação. Foram definidas a pressão e
profundidade de referência (324 kg/cm2 e 3041 metros), depois foram incluídas a
cota do contato óleo-água (3110 metros) e o contato gás-óleo (2990 metros). As
informações adicionadas estão na figura 6.20.

Figura 6.20: Valores informados para Intial Condition.

6.2.6 Numerical Control

Nesta fase os valores foram ajustados de acordo com os valores disponibilizados


em sala de aula, como mostra a figura 6.21 abaixo. Foram inseridos os Time Steps
necessários a fim de delimitar alguns parâmetros para o reservatório.
62

Figura 6.21: Valores de Numerical Control, disponibilizados em sala de aula.

6.2.7 Wells and Recurrent Data

As informações referentes ao reservatório que foram incorporados ao modelo


gerado continha 53 poços distribuídos pelo reservatório, sem qualquer especificação
sobre condições operacionais de cada um deles. Devido ao fato de alguns poços
estarem localizados fora da malha e outros não apresentavam informações sobre o
seus respectivos históricos de produção, foi necessário realizar a exclusão deles.
Por fim obteve-se a quantidade total de 46 poços, sendo 33 produtores e 13
injetores.
Os poços produtores foram especificados com taxa de óleo máxima em
superfície (STO) de até 1000 m³/dia e com pressão mínima de poço (BHP) de 100
kg/cm². Já para os injetores foi definida uma taxa de injeção de água (STW) de até
1000m³/dia e pressão máxima de poço (BHP) de até 400 kg/cm².
63

6.3 Primeira Simulação – Poços sem completação

Após a definição de todas as propriedades e características do reservatório foi


realizada a validação, no simulador IMEX, do modelo de reservatório construído no
Builder.

Com o intuito de analisar o comportamento das curvas de produção e pressão


e posteriormente poder compará-las com curvas futuras foi gerado no Results
Graphs o gráfico da figura 6.22.

Figura 6.22: Curvas geradas na primeira simulação.

Como pode ser observado no gráfico da figura acima, a pressão caiu


significativamente no inicio da produção do campo, consequentemente as curvas de
produção de óleo, gás e água também sofreram este mesmo impacto. Isto se deve a
abertura dos poços ter sido declarada na mesma data (maio, 1979) ocasionando
uma queda brusca de pressão e consequentemente de produção.
64

6.4 Completação

A completação foi realizada no EXCEL pelo cálculo do FF (fator de formação),


que tem por objetivo definir a porcentagem que cada camada está canhoneada em
relação à espessura total da mesma. A figura 6.23 representa parte da tabela
utilizada para definir as camadas completadas. O topo e a base de cada camada
foram definidos a partir da visualização do grid top e do grid bottom de cada
camada.

Figura 6.23: Definição da espessura e da profundidade do poço.

A partir da definição do topo e da base de cada poço foram cálculos os FF


para cada camada correspondente ao intervalo do histórico canhoneado, conforme
mostra a figura 6.24.

Figura 6.24: Cálculo do FF para sua respectiva data e camada correspondente.


65

Após a definição dos valores de FF na ferramenta Excel foi carregado para o


Builder todos os valores obtidos a fim de caracterizar ainda mais o modelo de
simulação, conforme mostra a figura 6.25.

Figura 6.25: Declaração dos FF no modelo de simulação do Builder.

6.5 Comando ALTER

O comando ALTER é o comando que inclui os nomes dos poços e os valores


de vazão de produção e injeção de líquido, respectivamente, para os poços
produtores e injetores em cada time. O ALTER foi realizado a partir dos dados do
histórico de completação dos poços. Este comando apareceu logo após o nome do
poço no modelo simulado, como mostra a figura 6.26.
Nesta etapa também foi acrescentado o comando SHUTIN para todos os
poços produtores e injetores na data de maio de 1979, este comando garante que
todos os poços estarão fechados no tempo inicial.
66

Figura 6.26: Comandos ALTER e SHUTIN.

6.6 Segunda Simulação – Poços Completados

Após a inserção do FF e do comando ALTER foi simulado novamente o


arquivo .dat construído no simulador IMEX como objetivo de obter a visualização das
propriedades do reservatório no (Results 3D) e a comparação das curvas de
produção, injeção e pressão (Results Graphs). Primeiramente serão apresentados
os mapas gerados no Results 3D com as respectivas propriedades do campo, em
seguida serão apresentadas as curvas geradas.

6.6.1 Mapas Gerados no Results 3D

Na figura abaixo, figura 6.27, é possível visualizar o campo de namorado e


três dimensões.
67

Figura 6.27: Campo de Namorado em três dimensões.

O mapa abaixo, figura 6.28, refere-se ao mapa de topo do campo de


namorado. Na legenda do mapa constam as profundidades médias dos poços
perfurados, comparando as cores da legenda com o mapa é possível identificar as
zonas mais profundas do campo.

Figura 6.28: Grid Top do Campo de Namorado.


68

O mapa abaixo, figura 6.29, indica a espessura média de cada uma das doze
camadas do reservatório. Conforme mostra o mapa, as camadas com uma maior
espessura estão localizadas na área central do Campo.

Figura 6.29: Grid Thickness do Campo de Namorado.

O Campo de namorado possui uma permeabilidade relativamente alta, isso


pode ser visto no mapa da figura 6.30 a seguir. As zonas em vermelho representam
as áreas com maior permeabilidade do campo.
69

Figura 6.30: Permeabilidade I do Campo de Namorado.

A porosidade do Campo pode ser observada no mapa da figura 6.31.


Comparando este mapa com o anterior pode-se avaliar que nem sempre uma boa
permeabilidade vai indicar uma boa porosidade. As zonas que possuem uma maior
porosidade estão destacadas na cor vermelho.

Figura 6.31: Porosidade do Campo de Namorado.


70

A razão entre a espessura porosa e a espessura total do reservatório é obtida


através da propriedade Net Gross conforme mostra o mapa da figura 6.32. As zonas
que apresentam a cor vermelha são as que possuem o mesmo valor para a
espessura porosa e a espessura total.

Figura 6.32: Net Gross do Campo de Namorado.

A partir do mapa de Ternário é possível ter uma visualização completa dos


hidrocarbonetos presentes no reservatório. O mapa da figura 6.33 indica uma capa
de gás na área central do campo (cor rosa), ao redor dessa capa tem a presença de
óleo (cor verde) e em três extremidades tem-se uma saturação máxima de água.
71

Figura 6.33: Mapa de Ternário do Campo de Namorado.

Após a análise dos mapas exibidos acima com as suas respectivas


propriedades foi gerado no Results Graphs as curvas de produção e injeção que
serão apresentadas nos próximos gráficos.

6.6.2 Gráfico das Curvas geradas no Results Graphs

O gráfico da figura 6.34 apresenta as curvas de produção de óleo, gás e água


acumulada. Conforme é possível observar no comportamento das curvas, a
produção de gás foi significativamente maior que a de óleo.

Os valores de volume gerados no arquivo .OUT, a partir da simulação do modelo,


para o volume In Place do Campo de Namorado foram de:

 VOLUME DE ÓLEO = Aproximadamente 87 milhões de m3 de óleo.

 VOLUME DE ÁGUA = Aproximadamente 87 milhões de m3 de água.

 VOLUME DE GÁS = Aproximadamente 17 bilhões de m3 de gás.


72

Figura 6.35: Gráfico com as curvas de produção acumulada de óleo, gás e água.

A média de produção diária pode ser comparada nas curvas do gráfico da


figura 6.36 abaixo. Conforme citado anteriormente à produção de gás foi a mais
significativa. Também é possível visualizar que o começo da injeção de água foi
após o ano de 1984, a fim de manter a manutenção da pressão do reservatório
garantindo assim a produção de hidrocarbonetos.

Figura 6.36: Gráfico das curvas de produção e injeção.


73

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção serão apresentados os resultados obtidos nesta parte inicial do


projeto.

7.1 Primeira Simulação – Sem completação dos Poços

A partir da simulação do modelo inicial (sem o canhoneio dos poços) no IMEX


foi obtido o gráfico abaixo, figura 7.1. As curvas abaixo mostram a comparação
entre as curvas de produção de óleo diária (cor azul) e o histórico do campo (cor
vermelha).

Figura 7.1: Gráfico de comparação entre a curva de produção diária de óleo e o histórico do Campo.

Analisando a curva de produção acima é possível observar que a pressão


caiu significativamente com a abertura dos poços na mesma data,
consequentemente o reservatório produziu uma quantidade insignificativa de óleo.
74

7.2 Segunda Simulação – Poços Completados

Ao final da inserção da completação de todos os poços juntamente com o FF


e o comando ALTER foi realizada uma nova simulação do modelo no IMEX a fim de
comparar os resultados obtidos com os da simulação inicial.

O comportamento das curvas geradas para a produção de óleo, gás e injeção


de água foi satisfatória, conforme mostra o gráfico da figura 7.2, se comparado com
as da primeira simulação. Devido à completação e o comando ALTER foi possível
produzir óleo e gás a vazões maiores do que na primeira simulação.

Figura 7.2: Gráfico de comparação entre as curvas de produção diária de óleo, gás e injeção de água.

Com o objetivo de comparar a curva de produção de óleo simulada com o


histórico de produção do Campo de Namorado foi gerado o gráfico da figura 7.3.
75

Figura 7.3: Gráfico de comparação entre a curva de produção diária de óleo e o histórico do Campo.

A partir do gráfico acima é possível interpretar que no começo da vida


produtiva do campo a curva de produção coincidiu exatamente com a do histórico.
Porém a partir do terceiro ano a curvas de produção e a do histórico se afastaram o
que mostra que a vazão diária obtida a partir da simulação não coincide com os
valores de volume do histórico do Campo de Namorado, mesmo assim, o
comportamento das curvas está semelhante.

Também foi plotado a curva de injeção de água juntamente como o histórico


de injeção de campo, conforme mostra o gráfico da figura 7.4.
76

Figura 7.4: Gráfico de comparação entre a curva de injeção de água e o histórico de injeção do
Campo.

Conforme o gráfico acima, o comportamento da curva de injeção


coincidiu com a do histórico. Esse comportamento já era esperado, pois o valor de
injeção já foi estabelecido automaticamente a partir da inclusão do comando ALTER,
portanto o volume de água injetado segue os valores de injeção do histórico.

Por fim, foi plotada a curva de pressão simulada juntamente com o


histórico de pressão do campo, conforme mostra o gráfico da figura 7.5.
77

Figura 7.5: Gráfico de comparação entre a curva pressão simulada e o histórico de pressão do
Campo.

A partir da comparação da curva de pressão do modelo com o histórico do


Campo é possível analisar que a pressão do modelo caiu constantemente durante
todo o período de produção do campo, ficando abaixo da pressão de bolha. Já o
histórico de pressão do Campo mostra que a pressão do reservatório diminuiu nos
primeiros cinco anos de produção, estabilizando-se após este período. Esta
estabilização da pressão se deve ao inicio de injeção de água no reservatório,
conforme mostrado anteriormente (figura 7.2).
78

8 CONCLUSÃO

Após aplicação parcial da metodologia e posterior análise dos resultados


obtidos, chegou-se a algumas conclusões parciais a respeito do que foi
desenvolvido neste trabalho.
A manipulação e tratamento dos dados devem ser realizados de maneira
minuciosa, pois qualquer equívoco pode causar uma discrepância considerável dos
dados reais gerando incertezas quanto à confiabilidade dos dados manipulados.
O processo de completação dos poços é um trabalho manual que exige uma
grande atenção, por se tratar de um número significativo de camadas. Se for
realizada de maneira equivocada pode ocasionar prejuízos na produção do poço
ocasionando assim uma previsão da produção equivocada.
79

9 PRÓXIMAS ETAPAS

As próximas etapas a serem desenvolvidas nesse estudo é a calibração do


modelo buscando aproximar o comportamento deste ao histórico de produção real
do Campo de Namorado e a partir do ajuste de histórico prever o comportamento da
produção do campo ao longo dos próximos anos.
Utilizar metodologias propostas na literatura para realizar o ajuste de histórico
de produção a fim de aproximar as curvas geradas na simulação ao histórico.
80

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ANEXOS

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