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Introdução

A partir desta aula, nos aprofundaremos na gramática e na língua de sinais


propriamente dita.

O que você entende por gramática?


Quando relembramos nossos tempos de colégio, nos vêm à mente as aulas de língua
portuguesa e as “chatices” (pelo menos para a maioria) das regras gramaticais.

Mas não é bem assim...


Sem maiores aprofundamentos, podemos entender gramática no contexto da
capacidade linguística:
Em segundo lugar, há que se pensar em gramática como um sistema mentalmente
compartilhado entre os usuários de uma língua, cujo funcionamento e estrutura
não dependem de uma educação formal para serem aprendidos.

Isto equivale a dizer, por exemplo, que qualquer falante, mesmo alguém
considerado analfabeto, possui uma gramática (um conjunto de regras em sua
mente), a qual aprendeu no convívio com a sua comunidade linguística.

Atividade proposta
Acompanhe a história de uma criança de 3 anos que ainda não foi alfabetizada, e só
teve contato com a língua portuguesa através da interação com os pais e com outros
parentes. Ao final, iremos fazer uma pergunta para você responder. Vamos começar?

Clarissa é uma menina muito curiosa. Adora brincar, como toda criança, e diverte a
todos com suas primeiras palavras. Aos poucos, ela está desenvolvendo as primeiras
frases da língua, como “qué mamá”, “dodói nenê fiz”, bem como descobrindo o
significado das palavras.

Clarissa é uma menina muito curiosa. Adora brincar, como toda criança, e diverte a
todos com suas primeiras palavras. Aos poucos, ela está desenvolvendo as primeiras
frases da língua, como “qué mamá”, “dodói nenê fiz”, bem como descobrindo o
significado das palavras.

Logo no primeiro dia, Clarissa ficou louca ao ver uma vaca. Ela sabia muito bem que
bicho”era esse, já que sua mãe explicava a ela que o leite que ela toma todo dia vinha
daquele animal. Além disso, Clarissa tinha vários bichinhos de pelúcia que
representavam esse animal. Não foi surpresa que de sua boca saiu a seguinte frase:
“Mãe, óia a VACA”.

Ao caminhar mais um pouco, Clarissa se deparou com um bicho que parecia com a
vaca, mas que ela percebera não ser a mesma coisa. Surpreendentemente, ela se virou
para a mãe e disse:
“Mãe, óia o VACO”.

Considerando que todo ser humano é dotado de capacidade linguística, e que o


funcionamento e estrutura de uma determinada língua não dependem de uma
educação formal para serem aprendidos, responda:

Clarissa usou de um recurso gramatical para criar uma palavra nova (no caso, a
palavra “VACO”)?

SIM

NÃO
SIM
Parabéns! Realmente ela usou parte do sistema linguístico (a distinção entre gêneros
masculino e feminino), que é um recurso gramatical acionando pela capacidade
linguística. Ainda que tal palavra não exista na língua portuguesa, o fato de ela ter
assim pronunciado demonstra que ela soube distinguir masculino de feminino e soube
adaptar o recurso morfológico (a letra “o”, modelo para a formação do gênero
masculino na língua portuguesa) em sua construção.

E a língua de sinais?
A língua de sinais, a exemplo de qualquer língua oral, tem uma gramática própria,
constituída por um conjunto de regras presente na mente dos seus usuários.

Poderemos ter a tendência a acreditar que a língua de sinais seja uma espécie de
“língua oral sinalizada”. Em consequência disso, acabaremos acreditando que o
léxico (dicionário mental), os aspectos sintáticos, semânticos, pragmáticos e
quirológicos da LIBRAS constituem um emaranhado de sinais, aleatoriamente
utilizados, que mais parecem uma língua oral mal falada.

Por isso, podemos afirmar que os surdos, como qualquer ouvinte, possuem uma
língua, na medida em que, dotados desta capacidade linguística, decodificam
logicamente o mundo, organizando-o em suas mentes, através dos recursos físicos e
mentais dos quais dispõem.

Assim, sua capacidade linguística exterioriza-se, formando uma língua específica


que, ao invés de sinais orais e auditivos, usa sinais espaciais e visuais, valendo-se do
pleno funcionamento de sua visão, de suas mãos e do restante do corpo como um
todo.

Basta aprender os sinais que já estamos nos comunicando?


Na LIBRAS, os níveis de descrição da língua são os já conhecidos sintático,
semântico, pragmático. Em função da língua de sinais usar as mãos como principal
canal de manifestação, temos ainda o nível quirológico que diz respeito justamente ao
aspecto manual em si.
VOCÊ SABIA?
Desfazendo mitos...
A LIBRAS não é uma língua universal, conforme muitos pensam. Cada país tem a
sua própria língua de sinais. Além disso, há variações regionais dentro de cada país.
Assim, podemos citar: a ASL (American Sign Language), a LSF (língua de sinais
francesa), a Língua de Sinais Urubu Kaapor (Maranhão, Brasil) etc.

Começando a começar...
Uma boa descrição da língua de sinais não pode ser feita, naturalmente, a partir da
mesma lógica utilizada para a descrição de línguas orais. Afinal, a modalidade
linguística é totalmente diferente. No entanto, existem parâmetros que regem o uso
da língua de sinais. Costuma-se apresentar cinco parâmetros que possibilitam
entender a formação dos sinais e as bases para os seus usos durante a produção
discursiva.
Vamos conhecer esses parâmetros?

EXPRESSÃO FACIAL E/OU CORPORAL


Alguns sinais só podem ser diferenciados a partir da observação da expressão facial
que acompanha a sua produção de acordo com o contexto discursivo. Em termos de
configuração das mãos, de movimento, ponto de articulação e orientação, os sinais
correspondentes à palavra e a expressão “triste” e “por exemplo” são praticamente os
mesmos. A expressão facial que denota tristeza e pedido são cruciais para diferenciá-
los no contexto discursivo.

CONFIGURAÇÃO DAS MÃOS


Trata-se do “formato” que a mão ou as mãos assumirão no momento da produção de
sinais. Existem mais de quarenta formatos em que as mãos podem ficar configuradas,
além do alfabeto manual. É importante conhecer as configurações existentes para que
haja precisão na produção do sinal e para que se possa obter maior domínio na
aplicação dos sinais em contextos específicos, como no uso de classificadores, por
exemplo. Sinais como os correspondentes às palavras “Itália”, “bobo”, “fluminense
(time esportivo)”, ”evitar”, entre outros, possuem a mesma configuração de mãos.

PONTO DE ARTICULAÇÃO
Mesmo se a configuração das mãos estiver correta, o sinal pode não ser
compreendido se, acaso, não for feito no adequado ponto do espaço em relação ao
corpo. Este ponto pode ser relativo a alguma parte do corpo que é tocada no momento
da produção do sinal. Ou, então, relativo a um espaço neutro (vertical ou horizontal).
Sinais correspondentes às palavras em português “sábado” e “aprender”, embora,
tenham a mesma configuração e movimento, são articulados em pontos diferentes em
relação ao corpo.

MOVIMENTO
A produção de um sinal pode exigir um movimento específico ou nenhum tipo de
movimento. Isto pode estabelecer diferenças semânticas e/ou gramaticais. Os
números ordinais, por exemplo, diferenciam-se dos cardinais pelo movimento feito
em sua produção. O movimento é um parâmetro bastante complexo, pois pode
abarcar uma série de formas e de direções diferentes, identificáveis a partir da
maneira (contínuo, refreado, de retenção), da frequência, do tipo (de contato, de
contorno, etc.) e direcionalidade. Os sinais correspondentes a “sábado” e “aprender”,
citados anteriormente, exigem um “abrir e fechar das mãos repetidamente”, enquanto
que o verbo “pensar” não exige nenhum tipo de movimento.

ORIENTAÇÃO
No momento da produção do sinal, as palmas das mãos estão voltadas para uma
determinada direção, a essa peculiaridade dá-se o nome de orientação. Essa direção é
crucial para determinar, por exemplo, o uso sintático-semântico de alguns verbos. Se
considerarmos verbos como “emprestar” e “pedir emprestado”, logo percebermos que
a orientação das mãos determinará o sujeito da ação.

COMENTÁRIOS
Como se pode perceber, o desenvolvimento de habilidades necessárias para atingir
fluência na língua de sinais exige a ampliação e intensificação de competência
relativa à consciência corporal. Um usuário de LIBRAS precisa perceber para que
direção aponta, como seu corpo está posicionado, aprendendo a dominar os
movimentos em favor de uma construção frasal satisfatória para o cumprimento de
sua intenção discursiva. Não basta conhecer os sinais, é preciso saber aplicar a eles e
ao discurso os parâmetros da língua de sinais.

Assim, percebeu-se que um sinal é produzido a partir da combinação de


elementos espaciais, visuais e motores.
Elementos esses que determinam:

Além disso, é preciso considerar a posição do corpo e a expressão facial que


acompanham a produção desse sinal para que ele seja plenamente entendido em seu
contexto de produção.

Neste vídeo, você viu uma série de sinais (saudação, despedida etc.) aplicados fora de
contexto, somente para você conhecer as palavras usadas nas formas de cumprimento
mais usuais.

Informação Cultural (IC): Se você reparou bem, o sinal cuja legenda era "Como vai
você?”, em português, tem a transcrição do sintagma em LIBRAS "Saúde B-E-M".
Isso porque tal forma de construir a frase é pragmática, na LIBRAS equivale a
perguntar “Como vai você?“ em português.

Neste vídeo, você viu os sinais aplicados dentro de frases, em contextos de uso
efetivo da língua. No primeiro vídeo, as palavras estavam isoladas; neste, elas são
empregadas em situações práticas de comunicação em LIBRAS.

Informação Linguística (IL): algumas palavras podem ser sinalizadas de forma


diferente, dependendo de alguns aspectos (como a pessoa que sinaliza, por exemplo).
É o caso da palavra MÃE que, se sinalizada por uma criança, terá um sinal; se
sinalizada por um adulto, será outro.

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