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Emerson Caetano

O TERCEIRO SETOR E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Um estudo sobre os entes de cooperação ou entidades paraestatais.

1. Introdução ou sociais e são mantidas por contribuições


parafiscais instituídas pela União.
Atualmente o termo paraestatal refere-se São exemplos dessas entidades: SESI –
ao conjunto de entidades privadas sem fins lucrativos Serviço Social da Indústria; SESC – Serviço Social
que, apesar de não integrarem Administração Pública do Comércio; SENAC – Serviço Nacional de
direta ou indireta, são conhecidas como entes de Aprendizagem Comercial; SENAI – Serviço
cooperação com o Estado, pois se colocam ao lado do Nacional de Aprendizagem da Indústria; SEBRAE –
Poder Público no desempenho de atividades de Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
interesse coletivo. Empresas; SENAR – Serviço Nacional de
Essas entidades de direito privado Aprendizagem Rural; SEST – Serviço Social do
realizam, sem fins lucrativos, projetos de interesse do Transporte; SENAT – Serviço Nacional de
Estado em benefício da coletividade. Suas atividades Aprendizagem do Transporte; APEX-BRASIL –
consistem na prestação de serviços não-exclusivos da Agência de Promoção de Exportação do Brasil;
Administração Pública e, para tanto, recebem ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento
recursos e ajuda estatal, desde que preencham Industrial.
determinados requisitos estabelecidos em legislação Segundo Hely Lopes Meirelles,
específica. “serviços sociais autônomos são todos aqueles
Por receber recursos públicos, as instituídos por lei, com personalidade de Direito
paraestatais sujeitam-se ao controle pela Privado, para ministrar assistência ou ensino a
Administração Pública e pelos Tribunais de Contas. certas categorias sociais ou grupos profissionais,
Ademais, a aproximação do Estado faz com que o sem fins lucrativos, sendo mantidos por dotações
regime jurídico predominantemente privado desses orçamentárias ou por contribuições parafiscais. São
entes de cooperação seja parcialmente derrogado por entes paraestatais de cooperação com o Poder
regras de direito público. É o que se denomina Público, com administração e patrimônio próprios,
publicização do terceiro setor. revestindo a forma de instituições particulares
Com essas características jurídicas, as convencionais (fundações, sociedades civis ou
entidades paraestatais compõem um dos setores da associações) ou peculiares ao desempenho de suas
economia nacional. É que, segundo a doutrina incumbências estatutárias”.
predominante, o primeiro setor compreende o Estado Os serviços sociais autônomos não
com sua missão de realizar a atividade administrativa gozam de privilégios administrativos, fiscais ou
para satisfazer as necessidades da coletividade. O processuais, cabendo-lhes apenas aqueles que a lei
segundo setor compreende o mercado no qual vale a especial que os criar, expressamente, conceder-lhes.
livre iniciativa e tem como paradigma o lucro. O O Tribunal de Contas da União firmou
terceiro setor compreende entidades privadas sem orientação de que os serviços sociais autônomos não
fins lucrativos que exercem atividades de interesse se subordinam aos estritos termos da Lei nº 8.666/93,
social e coletivo, razão pela qual recebem incentivos mas a regulamentos licitatórios próprios.
do Estado a título de fomento. Há ainda, para alguns O regime de pessoal dos trabalhadores
doutrinadores, o quarto setor que compreende a que atuam em tais entidades paraestatais é o da CLT.
economia informal. Entretanto, os atos praticados por seus dirigentes
O terceiro setor, também conhecido estão sujeitos a mandado de segurança, ação popular,
como entidades paraestatais ou de cooperação, tem responsabilidade pessoal por danos, improbidade
como espécies os serviços sociais autônomos, as administrativa e responsabilização criminal.
organizações sociais, as fundações ou entidades de
apoio e as organizações da sociedade civil de 1.2 Organizações Sociais – OS
interesse público.
São organizações privadas, sem fins
1.1 Serviços Sociais Autônomos lucrativos, que atuam nas áreas de ensino, pesquisa
científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e
São entidades instituídas por lei, com preservação do meio ambiente, cultura ou saúde.
personalidade jurídica de direito privado que prestam Foram instituídas e disciplinadas pela Lei nº
assistência ou ensino a certas categorias profissionais 9.637/98, que exige a habilitação de tais entidades
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perante a Administração Pública a fim de obter a


qualificação de organizações sociais, concedida por 1.3 Fundações de Apoio
ato administrativo discricionário, desde que atendidos
os requisitos legais. São pessoas jurídicas de direito privado
Essas paraestatais, após a qualificação, sem fins lucrativos, instituídas na forma de fundações
são incentivadas pelo Poder Público, podendo receber que exercem atividades sociais relacionadas à
dele recursos financeiros, permissão de uso de bens ciência, pesquisa, saúde e educação, normalmente,
públicos e cessão de servidores públicos com ônus junto a hospitais públicos ou universidades públicas.
para o Estado, tudo mediante contrato de gestão. Essas entidades foram previstas pela Lei
Esse contrato define as obrigações da Administração nº 8.958/94, regulamentada pelo Decreto 5.205/2004,
Pública e da organização social e dispõe sobre o para permitir que as “instituições federais de ensino
controle estatal sobre a entidade paraestatal. superior e de pesquisa científica e tecnológica”
Os Estados, os Municípios e o Distrito possam contratar, com dispensa de licitação, nos
Federal poderão qualificar suas próprias organizações termos do artigo 24, XIII, da Lei nº 8.666/93, as
sociais, desde que aprovem suas leis próprias, uma “instituições criadas com a finalidade de dar apoio a
vez que a Lei nº 9.637/98 não é uma lei de âmbito projetos de pesquisa, ensino e extensão e de
nacional, ou seja, aplica-se somente à qualificação de desenvolvimento institucional, científico e
organizações sociais pela União. tecnológico de interesse das instituições federais
O vínculo jurídico mantido com o Poder contratantes”, constituídas geralmente na forma de
Público ocorre por meio de contrato de gestão, que fundações de direito privado, mas podem ser
disciplinará as atribuições, responsabilidades e instituídas também sob a forma de associação ou
obrigações do ente público e da organização social. cooperativa.
Ademais, essas organizações são livremente As instituições federais contratantes
qualificadas pelo Ministro ou titular do órgão poderão autorizar a participação de seus servidores
supervisor do seu ramo de atividade e pelo Ministro federais nas atividades realizadas pela fundação de
do Planejamento, Orçamento e Gestão, desde que apoio, sem prejuízo de suas atribuições funcionais.
preencham alguns requisitos legais. Além disso, as entidades de apoio poderão utilizar
Nos termos da Lei nº 8.666/93, em seu bens e serviços da instituição federal, mediante
artigo 24, XXIV, é dispensável a licitação “para a ressarcimento.
celebração de contratos de prestação de serviços As fundações de apoio celebram vínculo
com as organizações sociais, qualificadas no âmbito com o Poder Público sob a forma de convênios.
das respectivas esferas de governo, para atividades Sendo que elas não se sujeitam ao regime jurídico-
contempladas no contrato de gestão”. administrativo.
Observe que essa dispensa de licitação São exemplos dessas pessoas jurídicas:
refere-se à contratação da organização social pela FUNDEPES – Fundação Universitária de
Administração Pública. A organização, por ser uma Desenvolvimento, de Extensão e Pesquisa (ligada à
entidade privada, poderia, a princípio, contratar Universidade Federal de Alagoas); FAPEX –
livremente qualquer empresa para lhe prestar serviços Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (ligada à
ou fornecer bens. A propósito, o artigo 17 da Lei nº Universidade da Bahia); FCPC – Fundação Cearense
9.637/98 apenas dispõe que a organização social de Pesquisa e Cultura (ligada à Universidade Federal
publicará “regulamento próprio contendo os do Ceará); FINATEC – Fundação de
procedimentos que adotará para a contratação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (ligada
obras e serviços, bem como para compras com à Universidade de Brasília).
emprego de recursos provenientes do Poder
Público”, o que não significa obrigatoriedade de 1.4 Organizações da Sociedade Civil de
observância da Lei nº 8.666/93. Interesse Público – OSCIP
Ocorre que o Decreto nº 5.504/2005
restringiu essa liberdade no âmbito federal, ao exigir
que as obras, compras, serviços e alienações a serem São pessoas jurídicas de direito privado
realizados pelas organizações sociais com recursos da sem fins lucrativos, instituídas pela Lei nº 9.790/99,
União sejam contratados por licitação pública, sendo que foi regulamentada pelo Decreto Federal nº
obrigatório, para a aquisição de bens e serviços 3.100/99 e pela Portaria 361/99 do Ministério da
comuns, o emprego do pregão, preferencialmente o Justiça. Essas entidades destinam-se à prestação de
eletrônico. Em outras palavras, essas organizações serviços sociais não-exclusivos do Estado.
deverão obedecer às leis 8.666/93 e 10.520/2002, As OSCIP’s recebem incentivos e são
inclusive no tocante às hipóteses restritas de fiscalizadas pelo Estado mediante vínculo jurídico
inexigibilidade e dispensa de licitação. formalizado com a Administração Pública por meio
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de termo de parceria. Nesse instrumento, são de dispensa de licitação para a contratação da OSCIP
estabelecidos os direitos, responsabilidades e pela Administração.
obrigações da entidade paraestatal e do Poder Atualmente encontram-se qualificadas
Público. pelo Ministério da Justiça as seguintes organizações
As possíveis finalidades dessas pessoas da sociedade civil de interesse público: Instituto
jurídicas são fixadas no artigo 3º da referida lei, a Joãozinho Trinta – RJ; Agência de Produção e Gestão
exemplo da assistência social, cultura, proteção ao Cultural e Artística, Mar & Mar – ES; Arte e Vida –
patrimônio histórico e artístico, meio ambiente, DF; Centro de Referência em Mediação e
desenvolvimento econômico e social e a pobreza, Arbitragem–CEREMA – SP; Fórum Estadual de
entre outras. Defesa do Consumidor-FEDC – RS; Instituto
As contratações feitas pelas OSCIP’s, Jurídico Empresarial – PR; Instituto de Integração e
em nível federal, também exigem licitação pública, Ação Social do Tocantins-Instituto ASAS – TO;
nos termos do Decreto 5.504/2005, tal como para as Organização Ponto Terra – MG, entre várias outras.
organizações sociais, porém, não existe hipótese legal

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS VERSUS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE


INTERESSE PÚBLICO
PONTOS EM COMUM
1. São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos.
2. Prestam serviços sociais não exclusivos do Estado.
3. Recebem qualificação pelo Poder Público.
4. Contam com incentivo do Estado.
5. Submetem-se ao controle da Administração, tanto internamente, feito por algum órgão do Poder
Executivo, quanto externamente, pelo Poder Legislativo, com o auxílio do TCU.
6. Estão obrigadas a realizar licitação pública para contratações de bens e serviços, e, quando for o
caso, obrigatoriamente por pregão.
7. Estão sujeitas ao controle judicial, inclusive com a possibilidade de decretação de
indisponibilidade e seqüestro dos bens da entidade, de seus dirigentes e de agentes públicos
envolvidos.
8. A perda da qualificação (como entidade paraestatal) pode se dar por pedido ou mediante decisão
proferida em processo administrativo ou judicial, assegurados a ampla defesa e o devido
contraditório.
DIFERENÇAS
ORGANIZAÇÃO SOCIAL OSCIP
Vínculo Jurídico Contrato de Gestão Termo de Parceria
Entidade Em regra ad hoc (criada Preexistente à qualificação
para aquele fim)
Objetivo Privatizar a Administração Parceria para prestação de serviço social
Qualificação Ato Discricionário Ato Vinculado
Participação na Entidade Exigência de Representantes Não há exigência de representantes do
do Poder Público no Poder Público.
Conselho de Administração

Prof. Emerson Caetano


Bacharel em Direito pelo UniCEUB. Servidor público há mais de 10 anos, atualmente é analista judiciário
do Superior Tribunal de Justiça - STJ. Especialista em Direito pela Fundação Escola Superior do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios - FESMPDFT. Professor especialista em preparação
para concursos públicos, leciona Direito Administrativo no Obcursos, na Plêiade e no Objuris. Ministra
cursos e palestra em instituições como CREA-DF, Ministério da Integração Nacional, Fundação Superior
do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Ex-assessor de Ministro do Superior Tribunal de
Justiça.

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