CURITIBA
2014
EDUARDO HENRIQUE VIECILLI MARTINS DE MELLO
CURITIBA
2014
TERMO DE APROVAÇÃO
Trabalho Final de Curso aprovado pelo Curso de Eng. Civil, Setor de Tecnologia da Universidade
Federal do Paraná, como requisito parcial à obtenção de título de Bacharel em Engenharia Civil.
Orientador:
Prof. Marcos Arndt, D.Sc.
Universidade Federal do Paraná
Coorientador:
Prof. José Antonio Marques Carrer, D.Sc.
Universidade Federal do Paraná
CURITIBA
02 de dezembro de 2014
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha mãe pelo apoio e carinho, não só durante a elaboração deste
trabalho, mas durante toda minha vida.
Agradeço ao prof. José Antonio Marques Carrer que desde 2010 dispendeu sua aten-
ção com minhas dúvidas, me orientou na iniciação científica a partir de 2011 e foi parte
fundamental neste trabalho. Também pela oportunidade de utilizar os métodos numéricos e
que em muitas vezes que estava preocupado me contagiou com sua paciência.
Agradeço ao prof. Marcos Arndt por aceitar ser meu orientador neste trabalho e ao
prof. Roberto Dalledone Machado, por aceitar o convite para partipar da banca de avaliação.
Agradeço a todos os amigos feitos ao longo do curso, que me auxiliaram com ideias
e discussões para escrever este texto.
Agradeço às amigas dos outros cursos, pelo grande incentivo e cobrança para a elabo-
ração deste trabalho e por terem proporcionando conversas relaxantes sobre os mais variados
temas.
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo relativo à análise dinâmica de vigas regidas pelas teorias
de Euler-Bernoulli e de Timoshenko. São considerados os quatro tipos mais comuns de vigas -
biapoiada, biengastada, engastada-apoiada e em balanço - sujeitos à ação de um carregamento
uniformemente distribuído no espaço e atuando continuamente no tempo. É discutida a
utilização dos Métodos Numéricos para problemas de engenharia e, particularmente, o Método
das Diferenças Finitas. Este método é utilizado para a solução numérica dos problemas e
os algoritmos necessários para a implementação são apresentados. Para as vigas de Euler-
Bernoulli, as respostas numéricas são comparadas com as soluções analíticas; para as vigas de
Timoshenko, as respostas numéricas são comparadas com a analítica, disponível somente para
a viga biapoiada. As respostas relativas às duas teorias são comparadas entre si, possibilitando,
assim, verificar que tipo de diferença pode ocorrer entre elas. Conclui-se que há diferenças
tanto nas flechas como nas frequências, que crescem à medida que a altura da seção aumenta,
mantendo o vão da viga constante. Também conclui-se que o Método das Diferenças Finitas
apresenta bons resultados para as duas teorias.
This paper presents a study concerning the dynamic analysis of beams governed by Euler-
Bernoulli and Timoshenko theories. The four most common types of beams - pinned-pinned;
fixed-fixed; fixed-pinned and fixed-free - are considered, under a uniformly distributed dynamic
load in space, that acts continuously in time. The use of Numerical Methods in engineering
problems is discussed, particularly the Finite Difference Method. This method is used for
the numerical solution of both problems and the algorithms needed for the implementation
are developed. For Euler-Bernoulli beams, the numerical solutions are compared with the
analytical ones; for Timoshenko beams, the numerical results are compared with the analytical
ones, only available for pinned-pinned beams. The results from both theories are compared
with each other, allowing, therefore, to verify what differences can occur between them. One
can conclude that differences, not only on the deflection but also on the frequency, appear
and growth up with the increase of the section height for a fixed length of the beam. Also,
the Finite Difference Method can provide reliable results for both theories.
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.1 OBJETIVOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.1 TEORIA DE VIGAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.1.1 Teoria de Euler-Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1.2 Teoria de Timoshenko . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2 MÉTODOS NUMÉRICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2.1 Método das Diferenças Finitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3 MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.1 VIGAS ANALISADAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2 SOLUÇÕES ANALÍTICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.1 Euler Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.3 EQUACIONAMENTO NUMÉRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3.1 Solução Numérica - Teoria de Euler-Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3.2 Solução Numérica - Teoria de Timoshenko . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.3.3 Algoritmos - Fluxogramas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.3.3.1 Algoritmos para a Teoria de Euler-Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.3.3.2 Algoritmos para a Teoria de Timoshenko . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.4 MATERIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.5 NOMENCLATURA ADOTADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.6 DETERMINAÇÃO DOS INCREMENTOS ∆x E DO ∆t . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4 RESULTADOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Vigas são geralmente elementos prismáticos retos longos. Na maioria dos casos, as
forças atuantes nelas são perpendiculares ao seu eixo, provocando somente flexão e cisalha-
mento. Quando as forças não estão em ângulo reto com o eixo da viga, podem produzir
também esforços axiais. (BEER et al., 2003).
As vigas são elementos comuns em estruturas de pontes, torres, construções, etc. Há
numerosas estruturas que só foram viabilizadas devido ao conhecimento e aplicação da teoria
de vigas.
O carregamento de um viga pode ser com cargas externas distribuídas, forças externas
concentradas, momentos ou qualquer combinação destes (CRAIG, 2003). Quando a força
distribuída tiver valor constante sobre parte da viga, diz-se que a força é uniformemente
distribuída sobre aquela parte. (BEER et al., 2003).
Ao aplicar um carregamento, forças reativas surgem nos suportes das vigas, em reação
às cargas aplicadas (CRAIG, 2003). Os suportes podem também ser chamados de vínculos
(CAMPANARI, 1985) e abaixo são apresentados três deles:
FIGURA 2 – ARTICULAÇÃO
FONTE: adaptado de Campanari (1985)
FIGURA 3 – ENGASTE
FONTE: adaptado de Campanari (1985)
Hibbeler (2010) define estes apoios, respectivamente, de rolete, pino externo e apoio
fixo. Apresenta ainda acoplamentos com cabos, com apoio liso e com pino interno. O grupo
destes seis apoios são os mais comuns e estão ilustrados na figura 4.
b) Vigas biengastadas: constituídas de uma barra retilínea com engaste nas duas
extremidades.
As hipóteses para a teoria clássica são apresentadas por vários autores como Beer et
al. (2003) Nash (1982) e Hibbeler (2010). Podem ser expressas como:
a) A viga é prismática e possui um eixo central reto, coincidente com o eixo x (ver
figura 9);
c) Todas as cargas atuam no plano de simetria (plano x-y) (ver figura 9);
Com estas hipóteses, pode-se chegar à equação estática, apresentada por Hibbeler
(2010).
16
d2 y M
2
= (1)
dx EI
q
V
M M x
V
y
q
x4 − 2Lx3 + L3 x
Biapoiada y(x) =
24EI
q
x4 − 2Lx3 + L2 x2
Biengastada y(x) =
24EI
q
2x4 − 5Lx3 + 3L2 x2
Engastada-Apoiada y(x) =
48EI
q
x4 − 4Lx3 + 6L2 x2
Em balanço y(x) =
24EI
∂ 4y ∂ 2y
EI + ρA =q (5)
∂x4 ∂t2
dφ d2 y
κGA − =q (6)
dx dx2
d2 φ
dy
EI 2 = κGA φ − (7)
dx dx
dφ
M = EI (8)
dx
19
dy
V = κGA −φ (9)
dx
A solução para o caso estático pode ser obtida analiticamente e está resumida na
tabela 2.
q q
x4 − 2Lx3 + L3 x + Lx − x2
Biapoiada y(x) =
24EI 2κGA
q q
x4 − 2Lx3 + L2 x2 + Lx − x2
Biengastada y(x) =
24EI 2κGA
q qDf
2x4 − 5Lx3 + 3L2 x2 + Lx3 − 3L2 x2 −
Engastada-Apoiada y(x) =
48EI 48EI
q
x2 + 2Cf Lx
2κGA
q q
x4 − 4Lx3 + 6L2 x2 + Lx − x2
Em balanço y(x) =
24EI 2κGA
12EI + 5κGAL2
Cf = − (10)
24EI + 8κGAL2
3EI
Df = − (11)
3EI + κGAL2
∂φ ∂ 2 y ∂ 2y
−κAG − + q = ρA (12)
∂x ∂x2 ∂t2
∂ 2φ ∂ 2φ
∂y
EI 2 − κAG φ − = ρI 2 (13)
∂x ∂x ∂t
20
Não é raro que os resultados finais estejam distantes do previsto, mesmo seguindo os
passos acima. Os resultados dependem também da precisão dos dados de entrada, da forma
como estes dados são representados no computador e das operações numéricas efetuadas
(RUGGIERO; LOPES, 1996).
De uma maneira geral, os dados de entrada contém uma imprecisão inerente, pois
representam medidas obtidas com o uso de equipamentos específicos. A representação dos
dados e as operações numéricas efetuadas também podem acrescentar erros, pois a represen-
tação de números em uma máquina tem um número finito de dígitos e há mudança de base
numérica, o que acarreta em erros de arredondamento ou truncamento (RUGGIERO; LOPES,
1996).
Dentre os métodos numéricos disponíveis, existem: os métodos diretos e indiretos para
sistemas de equações lineares; os métodos para sistemas de equações não-lineares, como o
Método de Newton e o das Secantes; e os métodos para equações diferenciais ordinárias, como
o Método das Diferenças Finitas e os de Runge-Kutta (CUNHA, 2000). Existem também: o
Método dos Elementos Finitos, Método dos Elementos de Contorno e o Método dos Elementos
Discretos (HUAMAN, 2009).
Para este trabalho é utilizado o Método das Diferenças Finitas. Assim, é apresentado
a seguir uma discussão sobre ele.
determinação das incógnitas. As derivadas, que aparecem na equação original, são substituídas
(ou aproximadas) por fórmulas discretas de diferenças. A aplicação dessas fórmulas aos pontos
do domínio discretizado gera, geralmente, um sistema de equações algébricas, cuja solução
fornece os valores das incógnitas do problema nesses pontos discretos (ALVES; CARRER,
2007).
A série de Taylor representa uma função por uma série de potências, num dado
intervalo (THOMAS et al., 2002).
De acordo com Thomas et al. (2002), dada uma função y(x), que tem derivadas até
a ordem n + 1 numa dada vizinhança, sua expansão da série de Taylor é:
dy y(x + h) − y(x) h d2 y
= − (ξ) (15)
dx h 2 dx2
dy y(x) − y(x − h) h d2 y
= + (ξ) (16)
dx h 2 dx2
dy h2 d2 y h3 d3 y
y(x + h) = y(x) + h + + (ξ) (17)
dx 2 dx2 3! dx3
e
dy h2 d2 y h3 d3 y
y(x − h) = y(x) − h + − (ξ) (18)
dx 2 dx2 3! dx3
1
Esta dedução é uma transcrição do que consta no livro de Cunha (2000).
23
Deve ser observado que o erro envolvido na aproximação da derivada pela eq.(19) é
da ordem de h2 , enquanto nas aproximações progressivas e regressivas é da ordem de h.
Seguindo os mesmos princípios pode-se chegar a uma expressão para o cálculo de
aproximações para a segunda derivada. Tomando α = h e α = −h, mas com n = 3 na
eq.(14), temos:
dy h2 d2 y h3 d3 y h4 d4 y
y(x + h) = y(x) + h + + + (ξ) (20)
dx 2 dx2 3! dx3 4! dx4
e
dy h2 d2 y h3 d3 y h4 d4 y
y(x − h) = y(x) − h + − + (ξ) (21)
dx 2 dx2 3! dx3 4! dx4
d2 y
Somando as eq.(20) e eq.(21) e explicitando dx2
, chega-se a:
Analogamente, pode-se chegar nas expressões para as derivadas de ordem três e qua-
tro, apresentadas na tabela 3. Nesta tabela também está o resumo do exposto anteriormente,
sendo que para a primeira derivada é apresentada somente a diferença centrada.
dy y(x + h) − y(x − h)
dx 2h
Smith (2004) apresenta a aplicação do Método das Diferenças Finitas para equações
diferenciais parciais. As igualdades da tabela 3 permanecem válidas, porém com o denominador
de cada fração representando a variável na qual a derivada parcial é avaliada.
25
3 MÉTODOS
Neste trabalho é aplicado o Método das Diferenças Finitas para a solução de vigas
sujeitas a carregamento distribuído sobre todo o comprimento da viga. Este carregamento é
aplicado instantaneamente, ou seja, de forma abrupta.
Para medir a qualidade da soluções numéricas obtidas, estas serão comparadas com
as soluções analíticas disponíveis.
As características das vigas analisadas são apresentadas no item 3.1. As soluções
analíticas e numéricas, nos itens 3.2 e 3.3. As condições iniciais para todas as análises serão
sempre nulas, ou seja:
∂y
y(x, 0) = 0 e =0 (23)
∂t t=0
∂φ
φ(x, 0) = 0 e =0 (24)
∂t t=0
Para cada tipo de viga, serão simuladas quatro seções transversais diferentes, partindo
de uma mais esbelta e concluindo com uma mais espessa. Espera-se, assim, avaliar a influência
do esforço cortante nas deformações para cada configuração. As seções analisadas serão
sempre retangulares e terão sempre a mesma base, b. Na Tabela 5, as seções analisadas e as
propriedades dependentes delas.
Os passos para a obtenção da solução para a linha elástica não considerando os efeitos
dinâmicos pode ser encontrada em Hibbeler (2010) e utilizam a integração direta da equação
diferencial.
Já a solução para o caso dinâmico envolve separação de variáveis e pode ser en-
contrada em Rao (2004) e Graff (1991). O artigo de Carrer, Mansur e Vanzuit (2010) se
baseia nestes livros e apresenta também as raízes para as frequências naturais. Abaixo uma
transcrição do trecho do artigo.
Pode-se impor para a solução da função y(x, t) a seguinte igualdade:
∞
X
y(x, t) = Wn (x)qn (t) (25)
n=1
Viga Biapoiada
nπ
Frequência natural: βn = (28)
L
4q 1 − cos ωn t
qn (t) = para n ímpar (29)
EIL βn5
constante foi incorporada nas constantes oriundas da solução da função genérica do tempo,
qn (t).
O termo bn da eq.(29) é calculado com a eq.(30).
L
bn = (30)
2
Viga Biengastada
onde:
senh βn L − sen βn L
δn = (32)
cosh βn L − cos βn L
2q senh βn L sen βn L 1 − cos ωn t
qn (t) = −1 (34)
EIbn cosh βn L − cos βn L βn5
Viga Engastada-Apoiada
onde:
sen βn L − senh βn L
δn = (37)
cos βn L − cosh βn L
2q senh βn L sen βn L 1 − cos ωn t
qn (t) = 1− (39)
EIbn cosh βn L − cos βn L βn5
Viga Engastada-Livre
onde:
sen βn L + senh βn L
δn = (41)
cos βn L + cosh βn L
2q 1 − cos ωn t
qn (t) = (43)
EIbn βn5
j j
yi+2 − 4yi+1 + 6yij − 4yi−1
j j
+ yi−2 yij+1 − 2yij + yij−1
EI + ρA =q (46)
(∆x)4 (∆t)2
(∆t)2
EI
yij+1 yi+2 − 4yi+1 + 6yi − 4yi−1 + yi−2 + 2yij − yij−1
j j j j j
= q− 4
(47)
ρA (∆x)
que é a equação geral para o cálculo dos deslocamentos de uma viga sujeita a um carregamento
dinâmico, segundo a teoria clássica.
A equação utiliza o deslocamento de cinco pontos no j-ésimo passo de tempo, sendo
eles os pontos de i − 2 até i + 2 e um deslocamento do passo de tempo anterior para o i-ésimo
ponto. Dois problemas surgem. Um deles é que para o cálculo do primeiro passo de tempo, o
valor a ser calculado é yi1 , o que resulta em j = 0. Ao fazer isso, o último termo da eq.(47)
fica com valor fora do domínio do tempo, ou seja, yi−1 .
O segundo problema é o aparecimento dos pontos i + 2 e i − 2, que extrapolam o
comprimento da viga. Seja, por exemplo, uma viga biapoiada de comprimento L discretizada
com n pontos para a representação da malha de diferenças finitas, conforme figura 11.
j
para i = n − 1, surge o termo yn+1 , extrapolando em ambos os casos os limites da viga
Para contornar estes problemas foram utilizadas, respectivamente, as condições ini-
ciais e as condições de contorno. As condições inicias são que os deslocamentos iniciais são
nulos para todos os pontos e a viga está em repouso, ou seja:
yi0 =0
∂yij ∀i (48)
ẏi0 = =0
∂t
j=0
yi0+1 − yi0−1 = 0
Substituindo pela aproximação dada pelo MDF e considerando o momento nulo para
este apoio, temos:
j
∂ 2y yi+1 − 2yij + yi−1
j
M
2
= 2
= =0
∂x (∆x) EI
j
∴ yi+1 − 2yij + yi−1
j
= 0, i = 1 ou i = n (51)
Mas de acordo com a condições de contorno , y1j = ynj = 0 o que resulta em,
y0j = −y2j
∀j (53)
j j
yn+1 = −yn−1
∂y θ
=
∂x EI
34
Estas condições só são válidas para o engaste, que se localiza nos extremos da viga, ou seja,
para os pontos i = 1 e i = n. Assim,
y0j = y2j
∀j (55)
j j
yn+1 = yn−1
∂ 2y M
2
=
∂x EI
∂ 3y V
3
=−
∂x EI
Para o momento nulo, pode ser realizada a mesma substituição feita para o apoio
simples:
j
∂ 2y yi+1 − 2yij + yi−1
j
M
2
= 2
= =0
∂x (∆x) EI
j
∴ yi+1 − 2yij + yi−1
j
= 0, i = 1 ou i = n (56)
Para o esforço cortante, podemos substituir a derivada parcial pela aproximação apre-
sentada no item 2.2.1 - Método das Diferenças Finitas, obtendo:
j j j j
∂ 3y yi+2 − 2yi+1 + 2yi−1 − yi−2 V
3
= 3
=− =0
∂x 2(∆x) EI
j j j j
∴ yi+2 − 2yi+1 + 2yi−1 − yi−2 =0
j j j j
yn+2 − 2yn+1 + 2yn−1 − yn−2 =0 (59)
j j j
yn+2 = 4ynj − 4yn−1 + yn−2 (61)
A teoria de Timoshenko está representada nas eq.(6) e eq.(7), que permitem calcular
o deslocamento e a rotação da seção transversal. Já as eq.(12) e eq.(13), são as anteriores
avaliadas ao longo do tempo. Assim, a exemplo do realizado para a teoria de Euler-Bernoulli,
foi implementada a solução numérica dos casos dinâmicos.
As derivadas parciais das equações eq.(12) e (13), reapresentadas abaixo, foram subs-
36
∂φ ∂ 2 y ∂ 2y
−κAG − + q = ρA
∂x ∂x2 ∂t2
∂ 2φ ∂ 2φ
∂y
EI 2 − κAG φ − = ρI 2
∂x ∂x ∂t
∂φ φji+1 − φji−1
= (62)
∂x 2(∆x)
j
∂ 2ω yi+1 − 2yij + yi−1
j
= (63)
∂x2 (∆x)2
∂ω y j − y1−1
j
= 1+1 (66)
∂x 2(∆x)
∂ 2φ φj+1
i − 2φji + φj−1
i
2
= 2
(67)
∂t (∆t)
!
φji+1 − φji−1 yi+1
j
− 2yij + yi−1
j
yij+1 − 2yij + yij−1
−κAG − + q = ρA (68)
2(∆x) (∆x)2 (∆t)2
!
φji+1 − 2φji + φji−1 j
j
y1+1 j
− y1−1
EI − κAG φi − =
(∆x)2 2(∆x)
(69)
φj+1
i − 2φji + φj−1
i
ρI 2
(∆t)
37
As condições iniciais, ou seja para t = 0 (ou j = 0), são dados conhecidos. Assim,
as incógnitas das eq.(68) e eq.(69) são as que possuem o índice j + 1. Isolando estes termos
temos, da primeira equação:
" ! #
−κG φji+1 − φji−1 yi+1
j
− 2yij + yi−1
j
q(x, t)
yij+1 = (∆t)2
− + +
ρ 2(∆x) (∆x)2 ρA (70)
+2yij − yij−1
E da segunda, obtemos:
" !#
j j j j j
E φi+1 − 2φi + φi−1 κAG y1+1 − y1−1
φj+1
i = (∆t)2 − φji − +
ρ (∆x)2 ρI 2(∆x) (71)
+2φji − φj−1
i
yi0 = 0
φ0i = 0
j
∂y
ẏi0 = i
= 0 ∀i (72)
∂t
j=0
j
∂φi
φ̇0i =
= 0
∂t
j=0
38
Conforme apresentado no item 2.2.1, a terceira igualdade das condições iniciais pode
ser substituída por:
∂yij yi0+1 − yi0−1
= =0
∂t 2∆t
j=0
domínio do tempo. Além disso, para i = 1 e i = n, o valor da rotação necessária não está
contido no domínio do espaço.
Estes dois problemas podem, novamente, ser contornados recorrendo às condições
iniciais e às de contorno de cada viga analisada.
As condições iniciais foram apresentadas na eq.(72). A quarta igualdade desta equa-
ção pode ser substituída com a equação apresentada no item 2.2.1, obtendo:
∂φji φ0+1
i − φi0−1
= =0
∂t 2∆t
j=0
∂φ φj − φji−1 M
= i+1 = =0
∂x 2∆x EI
φji+1 − φji−1 = 0
Mas o apoio simples não impede a rotação da seção. Assim, apesar de o cálculo do
deslocamento não ser necessário para o ponto i = 1 e para o ponto i = n, o cálculo para
a rotação da seção nestes pontos precisa ser feito. Analisando a eq.(71), percebe-se que o
cálculo da rotação envolve o valor do deslocamento de dois pontos adjacentes, um de cada
lado, faltando a informação de um deslocamento para os extremos.
j j
Os termos yi+1 e yi−1 são utilizados no cálculo de φj+1
i . Quando i = 1 ou i = n,
os termos extrapolam o domínio do espaço. Estes dois termos apareceram ao substituir a
derivada parcial de primeira ordem da rotação em relação ao espaço na eq.(7) pela diferença
centrada do MDF [eq.(19)]. Mas existe mais de uma maneira de substituir a derivada de
primeira ordem. Como apresentada no item 2.2.1 - Método das Diferenças Finitas, temos
a diferença progressiva [eq.(15)] e a diferença regressiva [(eq.(16)], que utilizam o valor do
ponto e o valor do ponto seguinte ou anterior, respectivamente. Assim, foi utilizado estas
substituições ao invés da diferença centrada, apesar do erro envolvido crescer. Para o apoio
simples em i = 1 é utilizada a diferença progressiva e para o apoio em i = n a diferença
regressiva.
O item 3.3.3 apresenta a substituição feita.
Engaste
40
∂φ
M = EI
∂x
∂y
V = κAG −φ
∂x
φji+1 − φji−1 = 0
!
j j
− yi−1
∂y yi+1
V = κAG − φ = κAG − φji =0
∂x 2(∆x)2
j j
yi+1 − yi−1
2
− φji = 0
2(∆x)
41
j
yi−1 = 2(∆x)2 φji + yi+1
j
, para i = 1
∴ (78)
j
yi+1 = −2(∆x)2 φji + j
yi−1 , para i = n
Viga Biapoiada
A viga biapoiada analisada contém os apoios nas extremidades e vão L, conforme
figura 12. Nela estão apresentadas também a discretização no espaço, a numeração dos nós
e a distância ∆x entre eles.
L
x x x x x x
Tendo como base a eq.(47) e utilizando as relações apresentadas nas eq.(50) e eq.(53)
quando necessário, pode-se chegar ao seguinte código para o cálculo dos deslocamentos de
uma viga biapoiada:
Para j = 0, fazer:
Para i = 2, fazer:
(∆t)2
EI j
yij+1 = y j j j
− 4yi+1 + 5yi − 4yi−1 + yij
2ρA (∆x)4 i+2
(∆t)2
j+1 EI j
yi = y − 4yi+1 + 6yi − 4yi−1 + yi−2 + yij
j j j j
2ρA (∆x)4 i+2
Para i = n − 1, fazer:
(∆t)2
EI
yij+1 = −4y j
i+1 + 5yi
j
− 4y j
i−1 + y j
i−2 + yij
2ρA (∆x)4
De j = 1 até j = τ , fazer:
Para i = 2, fazer:
(∆t)2
EI j
yij+1 = y − 4y j
+ 5y j
− 4y j
+ 2yij − yij−1
ρA (∆x)4 i+2 i+1 i i−1
(∆t)2
EI j
yij+1 = y − 4y j
+ 6y j
− 4y j
+ y j
+ 2yij − yij−1
ρA (∆x)4 i+2 i+1 i i−1 i−2
Para i = n − 1, fazer:
(∆t)2
EI
yij+1 = −4y j
i+1 + 5yi
j
− 4y j
i−1 + y j
i−2 + 2yij − yij−1
ρA (∆x)4
43
Viga Biengastada
A viga biengastada analisada contém os apoios nas extremidades e vão L, conforme
figura 13. Nela estão apresentadas também a discretização no espaço, a numeração dos nós
e a distância ∆x entre eles.
L
x x x x x x
Tendo como base a eq.(47) e utilizando as relações apresentadas nas eq.(50) e eq.(55)
quando necessário, pode-se chegar ao seguinte código para o cálculo dos deslocamentos de
uma viga biengastada:
Para j = 0, fazer:
Para i = 2, fazer:
(∆t)2
EI j
yij+1 = y j j j
− 4yi+1 + 7yi − 4yi−1 + yij
2ρA (∆x)4 i+2
(∆t)2
j+1 EI j
yi = y − 4yi+1 + 6yi − 4yi−1 + yi−2 + yij
j j j j
2ρA (∆x)4 i+2
Para i = n − 1, fazer:
(∆t)2
EI
yij+1 = −4y j
i+1 + 7yi
j
− 4y j
i−1 + y j
i−2 + yij
2ρA (∆x)4
De j = 1 até j = τ , fazer:
Para i = 2, fazer:
(∆t)2
EI j
yij+1 = y − 4y j
+ 7y j
− 4y j
+ 2yij − yij−1
ρA (∆x)4 i+2 i+1 i i−1
(∆t)2
EI j
yij+1 = y − 4y j
+ 6y j
− 4y j
+ y j
+ 2yij − yij−1
ρA (∆x)4 i+2 i+1 i i−1 i−2
Para i = n − 1, fazer:
(∆t)2
EI
yij+1 = −4y j
i+1 + 7yi
j
− 4y j
i−1 + y j
i−2 + 2yij − yij−1
ρA (∆x)4
44
Viga Engastada-Apoiada
Outra tipo de viga analisada foi a engastada-apoiada, sendo que o engaste se encontra
na extremidade esquerda, no ponto i = 1, e o apoio simples na extremidade direita, no ponto
i = n, representado na figura 14.
L
x x x x x x
Tendo como base a eq.(47) e utilizando as relações apresentadas nas eq.(50), eq.(53) e
eq.(55) quando necessário, pode-se chegar ao seguinte código para o cálculo dos deslocamentos
deste tipo de viga.
Para j = 0, fazer:
Para i = 2, fazer:
(∆t)2
EI j
yij+1 = y j j j
− 4yi+1 + 7yi − 4yi−1 + yij
2ρA (∆x)4 i+2
(∆t)2
j+1 EI j
yi = y − 4yi+1 + 6yi − 4yi−1 + yi−2 + yij
j j j j
2ρA (∆x)4 i+2
Para i = n − 1, fazer:
(∆t)2
EI
yij+1 = −4y j
i+1 + 5yi
j
− 4y j
i−1 + y j
i−2 + yij
2ρA (∆x)4
De j = 1 até j = τ , fazer:
Para i = 2, fazer:
(∆t)2
EI j
yij+1 = y − 4y j
+ 7y j
− 4y j
+ 2yij − yij−1
ρA (∆x)4 i+2 i+1 i i−1
(∆t)2
EI j
yij+1 = y − 4y j
+ 6y j
− 4y j
+ y j
+ 2yij − yij−1
ρA (∆x)4 i+2 i+1 i i−1 i−2
Para i = n − 1, fazer:
(∆t)2
EI
yij+1 = −4y j
i+1 + 5yi
j
− 4y j
i−1 + y j
i−2 + 2yij − yij−1
ρA (∆x)4
45
Viga Engastada-Livre
A viga engastada-livre possui a extremidade da esquerda, no ponto i = 1, engastada
e a da direita, no ponto i = n, em balanço, conforme figura 15. Nela estão apresentadas
também a discretização no espaço, a numeração dos nós e a distância ∆x entre eles.
L
x x x x x x
Tendo como base a eq.(47) e utilizando as relações das eq.(50), eq.(55) e eq.(57)
quando necessário, pode-se chegar ao seguinte código para o cálculo de seus deslocamentos.
Para j = 0, fazer:
Para i = 2, fazer:
(∆t)2
EI j
yij+1 = y − 4yi+1 + 7yi − 4yi−1 + yij
j j j
2ρA (∆x)4 i+2
Para i = 3 até i = n − 2, fazer:
(∆t)2
j+1 EI j
yi = y j j j j
− 4yi+1 + 6yi − 4yi−1 + yi−2 + yij
2ρA (∆x)4 i+2
Para i = n − 1, fazer:
(∆t)2
j+1 EI
yi = −2yi+1 + 5yi − 4yi−1 + yi−2 + yij
j j j j
2ρA (∆x)4
Para i = n, fazer:
(∆t)2
EI j
yij+1 = j j
2yi − 4yi−1 + 2yi−2 + yij
2ρA (∆x)4
De j = 1 até j = τ , fazer:
Para i = 2, fazer:
(∆t)2
EI j
yij+1 = y − 4yi+1 + 7yi − 4yi−1 + 2yij − yij−1
j j j
ρA (∆x)4 i+2
Para i = 3 até i = n − 2, fazer:
(∆t)2
j+1 EI j
yi = y − 4yi+1 + 6yi − 4yi−1 + yi−2 + 2yij − yij−1
j j j j
ρA (∆x)4 i+2
Para i = n − 1, fazer:
(∆t)2
j+1 EI
yi = −2yi+1 + 5yi − 4yi−1 + yi−2 + 2yij − yij−1
j j j j
ρA (∆x)4
Para i = n, fazer:
(∆t)2
EI j
yij+1 = 2yi − 4yi−1 + 2yi−2 + 2yij − yij−1
j j
ρA (∆x)4
46
Viga Biapoiada
Tendo como base as eqs.(70) e (71) e utilizando as relações apresentadas nas eq.(73),
eq.(74), eq.(75) e substituindo a diferença centrada pela diferença progressiva ou regressiva,
quando necessário, pode-se chegar ao seguinte fluxograma:
Para j = 0, fazer:
Para i = 1, fazer:
" ! !#
(∆t)2 E φji+1 − 2φji + φji−1 κAG y j − yij
φj+1
i = − φji − i+1 + φji
2 ρ (∆x)2 ρI ∆x
Para i = n, fazer:
" !#
(∆t)2 E κAG y j − yi−1
j
φj+1
i = φ j
i+1 − 2φ j
i + φ j
i−1 − φji − i + φji
2 ρ(∆x)2 ρI ∆x
De j = 1 até j = τ , fazer:
Para i = 1, fazer:
" !#
E κAG y j − yij
φj+1
i = (∆t) 2
φ j
i+1 − 2φ j
i + φ j
i−1 − φji − i+1 + 2φji − φj−1
i
ρ(∆x)2 ρI ∆x
Para i = n, fazer:
" !#
E κAG y j − yi−1
j
φj+1
i = (∆t) 2
φ j
i+1 − 2φ j
i + φ j
i−1 − φji − i + 2φji − φij−1
ρ(∆x)2 ρI ∆x
48
Viga Biengastada
Tendo como base as eqs.(70) e (71) e utilizando as relações apresentadas nas eq.(73) e
eq.(74) quando necessário, pode-se chegar ao seguinte código para o cálculo dos deslocamentos
e rotação de uma viga biengastada:
Para j = 0, fazer:
Para i = 2 até i = n − 1, fazer:
" j j j
! #
j+1 (∆t)2 −κG φi+1 − φi−1 yi+1 − 2yij + yi−1
j
q
yi = − + + yij
2 ρ∆x 2 ∆x ρA
" !#
(∆t)2 E κAG j
y j − yi−1
φj+1
i = 2
φji+1 − 2φji + φji−1 − φji − i+1 + φji
2 ρ(∆x) ρI 2∆x
De j = 1 até j = τ , fazer:
Para i = 2 até i = n − 1, fazer:
" j j j j j
! #
j+1 −κG φ − φ y − 2y + y q
yi = (∆t)2 i+1 i−1
− i+1 i i−1
+ + 2yij − yij−1
ρ∆x 2 ∆x ρA
" !#
E κAG y j − yi−1
j
φj+1
i = (∆t)2
2
φji+1 − 2φji + φji−1 − φji − i+1 +2φji −φj−1
i
ρ(∆x) ρI 2∆x
49
Viga Engastada-Apoiada
Outra tipo de viga analisada foi a engastada-apoiada, sendo que o engaste se encontra
na extremidade esquerda, no ponto i = 1, e o apoio simples na extremidade direita, no ponto
i = n.
Tendo como base as eqs.(70) e (71) e utilizando as relações apresentadas nas eq.(73),
eq.(74) e eq.(75) quando necessário, pode-se chegar ao seguinte código:
Para j = 0, fazer:
Para i = 2 até i = n − 1, fazer:
" j j
! #
j+1 (∆t)2 −κG φi+1 − φi−1 yi+1 − 2yij + yi−1
j
q
yi = − + + yij
2 ρ∆x 2 ∆x ρA
" !#
(∆t)2 E κAG y j − yi−1
j
φj+1
i = 2
φji+1 − 2φji + φji−1 − φji − i+1 + φji
2 ρ(∆x) ρI 2∆x
Para i = n, fazer:
" !#
(∆t)2 E κAG y j − yi−1
j
φj+1
i = φ j
i+1 − 2φ j
i + φ j
i−1 − φji − i + φji
2 ρ(∆x)2 ρI ∆x
De j = 1 até j = τ , fazer:
Para i = 2 até i = n − 1, fazer:
" j j j j
! #
j+1 −κG φ − φ y i+1 − 2y + y q
yi = (∆t)2 i+1 i−1
− i i−1
+ + 2yij − yij−1
ρ∆x 2 ∆x ρA
" j j
!#
E κAG yi+1 − yi−1
φj+1
i = (∆t)2 φ j
i+1 − 2φ j
i + φ j
i−1 − φji − +2φji −φj−1
i
ρ(∆x)2 ρI 2∆x
Para i = n, fazer:
" !#
E κAG y j − yi−1
j
φj+1
i = (∆t)2 φ j
i+1 − 2φ j
i + φ j
i−1 − φji − i + 2φji − φij−1
ρ(∆x)2 ρI ∆x
50
Viga Engastada-Livre
O quarto tipo de viga analisada foi a engastada-livre, que possui a extremidade da
esquerda, no ponto i = 1, engastada e a extremidade da direita, no ponto i = n, em balanço.
Tendo como base as eqs.(70) e (71) e utilizando as relações apresentadas nas eq.(73),
eq.(74), eq.(77) e eq.(78) quando necessário, pode-se chegar ao seguinte código:
Para j = 0, fazer:
Para i = 2 até i = n − 1, fazer:
" j j
! #
j+1 (∆t)2 −κG φi+1 − φi−1 yi+1 − 2yij + yi−1
j
q
yi = − + + yij
2 ρ∆x 2 ∆x ρA
" !#
(∆t)2 E κAG j
y j − yi−1
φj+1
i = 2
φji+1 − 2φji + φji−1 − φji − i + φji
2 ρ(∆x) ρI ∆x
Para i = n, fazer:
(∆t)2
2κG q
yij+1= j j j
∆xφi − yi + yi−1 + + yij
2 ρ(∆x)2 ρA
(∆t)2
2E j
φj+1
i = −φ i + φ j
i−1 + φji
2 ρ(∆x)2
De j = 1 até j = τ , fazer:
Para i = 2 até i = n − 1, fazer:
" ! #
j+1 2 −κG φji+1 − φji−1 yi+1 − 2yij + yi−1
j
q
yi = (∆t) − + + 2yij − yij−1
ρ∆x 2 ∆x ρA
" !#
E κAG y j − yi−1
j
φj+1
i = (∆t)2
φ j
i+1 − 2φ j
i + φ j
i−1 − φji − i+1 +2φji −φj−1
i
ρ(∆x)2 ρI 2∆x
Para i = n, fazer:
2κG q
yij+1 = (∆t)2 ∆xφ j
i − y j
i + y j
i−1 + + 2yij − yij−1
ρ(∆x)2 ρA
2E j
φj+1
i = (∆t)2 j
−φi + φi−1 + 2φji − φij−1
ρ(∆x)2
51
3.4 MATERIAIS
O único material necessário para esta análise é um computador com software capaz
de compreender a linguagem FORTRAN. O conhecimento da linguagem também é necessário
e pode ser obtido consultando Chapman (2007).
Neste trabalho foi utilizado o Intel Visual Fortran Compiler XE 12.0 e precisão dupla
para todas as variáveis reais.
Para organizar as análises, foi elaborada uma codificação para as seções e para o tipo
de apoio das vigas. As seções são numeradas como na tabela 5. Como a base é mantida
constante a nomenclatura representa: Seção 1 - altura de 30 cm; Seção 2 - altura de 45 cm;
Seção 3 - altura de 60 cm; Seção 4 - altura de 75 cm. Os tipo de vigas são denominados por
YY, sendo o primeiro representante do tipo de apoio na extremidade esquerda e o segundo,
na extremidade direita. Cada Y pode assumir os seguintes valores: A - simplesmente apoiada;
E - engaste; L - extremidade livre. Assim, as vigas analisadas se chamam: AA - simplesmente
apoiada; EE - biengastada; EA - engastada-apoiada ; EL - engastada-livre (em balanço).
∆t2
2 q
2ρA
∆t2
3 q
2ρA
∆t2
4 q
2ρA
∆t2 EI ∆t2
2 q 2−
ρA ρA ∆x2
∆t2 EI ∆t2
3 q 2+
ρA ρA ∆x2
∆t2 EI ∆t2
4 q 2+
ρA ρA ∆x2
Como a carga vai ser aplicada de cima para baixo, é de se esperar que a deformação
da viga se de nesta direção também. Dos termos apresentados, o único que pode apresentar
valor negativo é o deslocamento para o ponto i = 2 para o segundo passo de tempo, j = 2,
devido à subtração envolvida. Partindo da premissa que este deslocamento não possa ser
53
negativo, tem-se:
∆t2 EI ∆t2
q 2− ≥0
ρA ρA ∆x4
EI ∆t2
2− ≥0
ρA ∆x4 (79)
EI ∆t2
≤2
ρA ∆x4
∆t2 ρA
∴ 4
≤2
∆x EI
∆t2 ρA ρbh ρ
4
≤2 = 2 Ebh3 = 24 2 (80)
∆x EI 12
Eh
4 RESULTADOS
Os deslocamentos apresentados aqui para as vigas AA, EE, EA sempre serão relativos
ao ponto central e para a viga EL será o ponto da extremidade livre. Para as vigas AA, EE e
EL os pontos representados coincidem com os pontos de deslocamento máximo.
Primeiramente foi feita uma comparação entre as soluções numéricas e as analíticas
para a análise dinâmica das vigas de Euler-Bernoulli, utilizando um tipo de seção. Os gráficos
na figura 16 apresentam visualmente os resultados obtidos ao simular vigas com a Seção 4.
Os valores obtidos pelo MDF apresentam boa concordância com os valores obtidos
pela solução analítica. A tabela 9 apresenta os deslocamentos numéricos e dinâmicos para
os primeiros passos de tempo, mostrando a proximidade dos valores obtidos. Apesar de o
intervalo de tempo ser ∆t = 0, 0625s, os cálculos foram realizados com ∆t = 2, 5x10−7 s.
Na tabela 8 foi feita uma comparação com os valores obtidos para a situação dinâmica
e a estática. A primeira coluna dela diz a qual viga pertencem os deslocamentos; a segunda,
o deslocamento obtido através da fórmula da estática; a terceira, o deslocamento fornecido
pela solução analítica da equação dinâmica; a quarta, o deslocamento obtido das simulações;
as duas últimas, o quociente entre o deslocamento dinâmico e o estático.
É importante observar que o deslocamento dinâmico, analítico e numérico, é aproxi-
madamente duas vezes o deslocamento estático. Esta diferença acontece pois o carregamento
age de forma abrupta ao longo da viga, situação que raramente acontece na prática.
0 0
0.02 0.004
0.03 0.006
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.04 0.008
0 0
0.01
0.01 0.015
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.02
0.015
0.025
Tipo de viga Seção Estático (10−3 mm) Numérico (10−3 mm) (Numérico)/(Estático)
AA 1 357,93 706,78 1,97
AA 2 107,98 215,38 1,99
AA 3 46,69 93,52 2,00
AA 4 24,65 49,47 2,01
EE 1 75,74 151,24 2,00
EE 2 24,37 49,09 2,01
EE 3 11,42 23,18 2,03
EE 4 6,59 13,48 2,04
EA 1 147,26 292,18 1,98
EA 2 45,91 92,11 2,01
EA 3 20,71 41,72 2,01
EA 4 11,49 23,19 2,02
EL 1 212,94 432,36 2,03
EL 2 63,57 133,80 2,10
EL 3 27,10 59,14 2,18
EL 4 14,06 31,97 2,27
FONTE: O Autor (2014)
a) Seção 1 - b = 20cm e h = 30cm b) Seção 2 - b = 20cm e h = 45cm
0 0
0.1
0.3
0.1
0.4
0.5 0.15
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.6
0.2
0.7
0 0
0.02 0.01
0.04 0.02
0.03
0.06
0.04
0.08
0.05
0.1
Sol. Numérica Sol. Numérica
Sol. Analítica Sol. Analítica
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (ms) Tempo (ms)
0 0
0.1
0.3
0.1
0.4
0.5 0.15
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.6
0.2
0.7
0 0
0.02 0.01
0.04 0.02
0.03
0.06
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.04
0.08
0.05
0.1
Sol. Num. EB Sol. Num. EB
Sol. Num. TS Sol. Num. TS
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (ms) Tempo (ms)
0 0
0.02
0.01
0.06 0.02
0.08
0.03
0.1
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.12
0.04
0.14
0.05
0.16
Sol. Num. EB Sol. Num. EB
Sol. Num. TS Sol. Num. TS
0 0
0.002
0.005
0.004
0.01 0.006
0.008
0.015
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.01
0.02
0.012
0.014
0.025 Sol. Num. EB Sol. Num. EB
Sol. Num. TS Sol. Num. TS
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (ms) Tempo (ms)
0 0
0.05
0.1
0.04
0.15
0.2 0.06
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.25
0.08
0.3
Sol. Num. EB 0.1 Sol. Num. EB
Sol. Num. TS Sol. Num. TS
0.35
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (ms) Tempo (ms)
0.01 0.005
0.01
0.02
0.015
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.03
0.02
0.04
0 0
0.02
0.2 0.06
0.08
0.3
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.1
0.4 0.12
0.14
Sol. Num. EB Sol. Num. EB
0.5 Sol. Num. TS Sol. Num. TS
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (ms) Tempo (ms)
0 0
0.01 0.005
0.01
0.015
0.03
0.02
0.04
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
0.025
0.05
0.03
0.06
Sol. Num. EB 0.035 Sol. Num. EB
Sol. Num. TS Sol. Num. TS
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (ms) Tempo (ms)
5 CONCLUSÃO
De maneira geral, a solução com o Método das Diferenças Finitas para as duas teorias
analisadas se mostrou eficiente.
Para a teoria de Euler-Bernoulli as soluções numéricas ficaram bem próximas da
solução analítica, como mostrado na figura 16 e na tabela 8.
A avaliação para a teoria de Timoshenko se deu de maneira indireta pelas figuras 18,
19, 20 e 21 e pela tabela 10. As figuras mostram que as duas teorias apresentam deslocamentos
semelhantes, principalmente até a metade do primeiro período, dada a proximidade das linhas
dos gráficos. Ao longo do tempo, as pequenas diferenças se acumulam e se tornam mais
aparentes. Surgem também diferenças nas frequências de vibração entre as teorias.
Já a tabela 10, ao mostrar que a relação entre os deslocamento dinâmico e estático
fica próxima de dois, também serve como uma medida da qualidade da solução numérica para
a teoria de Timoshenko. A relação entre os deslocamentos ficou muito próxima da relação
encontrada para a teoria de Euler-Bernoulli, que possui solução analítica.
Como citado por Kaw e Kalu (2009), os métodos numéricos servem para resolver
problemas que nem sempre possuem solução analítica. Assim, o Método das Diferenças Finitas
provou ser útil na solução numérica destas equações diferencias, como no caso da teoria de
Timoshenko, que não possui solução analítica para três dos quatro casos analisados.
Objetivando o dimensionamento de vigas de concreto armado, devem ser determi-
nados os momentos fletores máximos e esforços cortantes. Como todos os deslocamentos
são calculados, os esforços podem ser obtidos de maneira relativamente simples através das
eq.(1) e eq.(3) para Euler-Bernoulli ou eq.(8) e eq.(9) para a Teoria de Timoshenko, sendo as
derivadas substituídas pelas aproximações do Método das Diferenças Finitas.
Apesar de terem sido estudadas quatro tipos de vigas com apoios nas extremidades, a
consideração de vigas contínuas pode ser facilmente implementada nos algoritmos das soluções
numéricas. A inserção de apoios intermediários restringe o deslocamento dos pontos que os
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contém, dispensando seus cálculos. Nos algoritmos, basta excluir estes pontos do cálculo .
Com base na experiência adquirida ao longo do desenvolvimento deste trabalho, pode-
se propor, como sugestão de trabalho futuro, a solução de problemas de vigas sobre base
elástica, assim como a consideração de outros tipos de carregamentos, a saber: cargas con-
centradas; cargas, concentradas ou não, com variação no tempo; cargas impulsivas.
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REFERÊNCIAS
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5. ed. [S.l.]: McGraw Hill Brasil, 2003.
CAMPANARI, F. A. Teoria das Estruturas. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1985.
CHAPMAN, S. J. Fortran 95-2003 for Scientists and Engineers. 3. ed. New York:
McGraw-Hill, 2007.
GRAFF, K. F. Wave Motion in Elastic Solids. 1. ed. New York: Dover Publications, Inc.,
1991.
THOMAS, G. B.; FINNEY, R. L.; WEIR, M. D.; GIORDANO, F. R. Cálculo. 10. ed. São
Paulo: Addison Wesley, 2002.