SÃO PAULO
2014
WU CHIANG KUO NAVARRO
SÃO PAULO
2014
i
ii
iii
DEDICATÓRIA
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço in memoria aos meus pais, que me deram o caminho e cujas palavras
sempre me guiaram.
À Minha orientadora Profa. Dra. Gilda Collet Bruna, pela orientação e pelos
ensinamentos.
À Profa. Dra. Célia Regina Moretti Meirelles e o Prof. Dr. Leonardo Marques
Monteiro pelo direcionamento.
Aos professores Prof. Me. Luiz Carlos Chichierchio, Prof. Dr. Milton Granado, Profa.
Dra. Paula Raquel R. Jorge, Eng. Erwin Hartog van Banda, Eng. Dong Li, Eng.
Francisco Aurélio Chaves Brito e ao Eng. Cyro Antônio Laurenza pela indicação dos
livros, contatos, informações e materiais fornecidos para pesquisa.
Á empresa Bruel & Kjær, e ao Prof. Dr. Leonardo Marques Monteiro e ao Laboratório
de Conforto Ambiental e Eficiência Energética da FAU-USP (LABAUT), que
disponibilizaram os equipamentos para medição in loco.
Ao Eng. Rafael Zocatelli da empresa Bruel & Kjær, pelo treinamento nos
equipamentos de medição e no programa de simulação Predictor cedido à
confecção do mapa acústico com os dados levantados in loco no estudo de caso da
Rua Oscar Freire na cidade de São Paulo feito pela autora.
v
RESUMO
vi
ABSTRACT
Noise pollution results from human activities and compromises population life quality
and welfare. This creates public health problems and several social and economic
negative effects on cities.
This dissertation studies how urban morphology and architecture design interact and
interfere with the soundscape of a place. This study also reviews strategies, plans,
and measures to reduce the impact of noise in projects in Europe, Asia and Brazil. A
case study is also presented where concepts and acoustic principles are applied to
analyze the soundscape of Oscar Freire, a busy commercial street in São Paulo.
Keywords: Urban Noise. Urban Morphology. Urban Planning and Design. Public
Health and Life Quality. Soundscape.
vii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1 - Som Puro. Fonte: Autoria própria Fonte: Autora, 2014. ..................... 14
Ilustração 2 - Som Complexo. Fonte: Autora, 2014 ................................................. 14
Ilustração 3 - Propagação da Onda no Espaço. Fonte: Autora, 2014. ...................... 16
Ilustração 4 - Processamento do som nos seres humanos. Fonte: Adaptado de
BISTAFA, 2011. ....................................................................................................... 17
Ilustração 5 - Ouvido Humana. Fonte: Adaptado de PLETSCH, 2003. ..................... 18
Ilustração 6 – Espectro de frequência do som. Fonte: Autora, 2014. ....................... 20
Ilustração 7 - Liminares auditivos. Fonte: Adaptado de DE MARCO, 1982. ............. 21
Ilustração 8 – Fonte pontual. Fonte: Autora, 2014. ................................................... 22
Ilustração 9 - Fonte linear. Fonte: Autora, 2014. ...................................................... 23
Ilustração 10 - Absorção do som. Fonte: Autora, 2014. ............................................ 24
Ilustração 11 - Reflexão do som em superfície lisa. Fonte: Autora, 2014. ................ 25
Ilustração 12 - Som direto – Refletido. Fonte: Autora, 2014. .................................... 26
Ilustração 13 - Reflexão do som em superfície convexa. Fonte: Adaptado SILVA,
1971. ........................................................................................................................ 27
Ilustração 14 – Reflexão do som em Superfície côncava. Fonte: Adaptado SILVA,
1971. ........................................................................................................................ 27
Ilustração 15 - Transmissão do som. Fonte: GERGES, 2000. .................................. 28
Ilustração 16 - Difração do som de baixa frequência. Fonte: FERNANDES, 2005. .. 30
Ilustração 17 - Difração do som de alta frequência. Fonte: FERNANDES, 2005. ..... 30
Ilustração 18 - Reverberação do som. Fonte: Autora, 2014. .................................... 32
Ilustração 19 - Mecanismo mais significativos de propagação sonora ao ar livre. .... 33
Ilustração 20 - Efeito do vento. Fonte: Adaptado BERANEK, 1992. ......................... 34
Ilustração 21 - Ruído - onda Aleatória. Fonte: Autora, 2014. .................................... 35
Ilustração 22 - Trajetória de propagação sonora. Fonte: CNOSSOS-EU, 2012........ 37
Ilustração 23 - Mecanismos de geração de ruído pneu-pavimento: a) vibração dos
blocos do pneu; b) vibração dos flancos; c) bombeamento de ar; d) efeito de
pavilhão. Fonte: (FREITAS e PEREIRA, 2013, apud SANDBERG; EJSMONT, 2002)
................................................................................................................................. 53
Ilustração 24 - Asfalto poroso de camada simples. Fonte: SILENCE, 2008. ............ 54
Ilustração 25 - Asfalto poroso de dupla camada. Fonte: SILENCE, 2008, apud
MANFRED HAIDER ................................................................................................. 55
viii
Ilustração 26 - PERS - Pavimento Poroelástico para rodovias. Fonte: PERSUADE
(s/d) ......................................................................................................................... 56
Ilustração 27 - Definição de Via, do ponto de vista acústico ..................................... 57
Ilustração 28 - Definição de Rua, do ponto de vista acústico ................................... 57
Ilustração 29 - Rua com configuração em U. Fonte: Autora ..................................... 58
Ilustração 30 - Rua com configuração em L. Fonte: Autora ...................................... 59
Ilustração 31 - Rua com configuração de Campo Aberto. Fonte: Autora .................. 59
Ilustração 32 - Formas a serem evitadas, em relação à via. Fonte: SILENCE, 2008
apud WG 5, 2002, p. 27. .......................................................................................... 63
Ilustração 33 - Formas preferenciais em relação à via. Fonte: SILENCE, 2008 apud
WG 5, 2002, p. 27. ................................................................................................... 64
Ilustração 34 - Edifícios como barreira acústica. Fonte: SILENCE, 2008 apud
LARMKONTOR, BPW, KONSALT, 2004, p. 35........................................................ 65
Ilustração 35 - Novas implantações de edifícios como proteção acústica para o
interior da quadra. Fonte: SILENCE, 2008 apud LARMKONTOR, BPW, KONSALT,
2004, p. 29. .............................................................................................................. 66
Ilustração 36 – Áreas de garagens e depósitos como proteção para áreas mais
silenciosas. Fonte: SILENCE, 2008 apud LARMKONTOR, BPW, KONSALT, 2004, p.
49. ............................................................................................................................ 66
Ilustração 37 – Formas de autoproteção. Fonte: KANG, 2007 ................................. 68
Ilustração 38 - Layout interno de dois edifícios, residencial e comercial,
respectivamente, adequados ao conceito de autoproteção. Fonte: SILENCE, 2008
apud WG 5, 2002, p.31 ............................................................................................ 68
Ilustração 39 - Elementos arquitetônicos na fachada para autoproteção acústica.
Fonte: SILENCE, 2008 apud WG 2, 2002, p.32. ...................................................... 69
Ilustração 40 - Varanda como barreira acústica. Fonte: BARROSO-KRAUSE, 200570
Ilustração 41 - Demolição de edifícios que funcionam como barreira acústica para
área residencial. Fonte: SILENCE, 2008 apud. LARMKONTOR, BPW, KONSALT,
2004, p. 72. .............................................................................................................. 72
Figura 42 - Paley Park, em Nova York, vista para a cascata. Fonte: PPS, 2003. ..... 75
Figura 43 - Paley Park, em Nova York, vista do interior para a Rua 53. Fonte: PPS,
2003. ........................................................................................................................ 75
Ilustração 44 - Imagem aérea do Paley Park. Fonte: TATE, 2001. ........................... 76
Ilustração 45 - Vista por cima da fonte do GreenAcre Park. Fonte: SASAKI, 1975. . 77
ix
Ilustração 46 - GreenAcre Park, em Nova York. Fonte: SASAKI, 1975. ................... 78
Ilustração 47 - Análise da organização dos ambientes no Paley Park. Fonte: TATE,
2001. ........................................................................................................................ 79
Ilustração 48- Ciclo natural da paisagem sonora da costa oeste da British Columbia
................................................................................................................................. 81
Ilustração 49 – Pirâmide dos efeitos do ruído na saúde. Fonte: OMS, 2011 apud
BABISCH, 2002. ...................................................................................................... 91
Ilustração 50 - Diagrama dos efeitos causados à saúde humana pela exposição ao
ruído. Fonte: (MÜNZEL et al, 2014 apud BABISCH, 2014. Tradução da autora). .... 92
Ilustração 51 - Propagação do som no ar livre. Fonte: adaptado de BERANEK
(1992). ................................................................................................................... 102
Ilustração 52 - Etiqueta de pneu EU. Fonte: (EUROPEAN COMMISSION, 2012). . 107
Ilustração 53 - Dispositivos de moderação de tráfego. Fonte: ESTEVES, 2003, apud
ESTEVES, 1996. ................................................................................................... 110
Ilustração 54 – Trajetória de propagação - Fonte: adaptado de CNOSSOS-EU, 2012.
............................................................................................................................... 113
Ilustração 55 - Formas de atenuação do nível de ruído para os receptores. Fonte:
BARRETO, 2005, apud SANCHIDRIÁN, 2001. ...................................................... 114
Ilustração 56 - Formas de atenuação do nível de ruído. Fonte: SILENCE, 2008. ... 114
Ilustração 57 - Exemplos de barreiras acústicas de Hong Kong. Fonte:
(GOVERNMENT OF THE HONG KONG SAR, 2003). ........................................... 115
Ilustração 58 –Exemplos de barreira acústica com curva e cobertura. Fonte CDER,
2010. ...................................................................................................................... 115
Ilustração 59 - Zona de sombra acústica criada pela barreira acústica. Fonte: FHWA,
2012. ...................................................................................................................... 116
Ilustração 60 - Barreira acústica transparente coberta. Fonte: TODARO; LIPARI;
PUGLIANO, 2013. ................................................................................................. 117
Ilustração 61 - Barreira acústica com curva e cobertura. Fonte CDER, 2010. ........ 118
Ilustração 62 - Barreira acústica. Fonte: FHAW, 2012 ............................................ 118
Ilustração 63 - Etiqueta com indicação de desempenho acústico de esquadria.
Fonte: ARCOWEB, s/d apud NBR 10821-4.......................................................... 122
Ilustração 64 - Janela de vidro interna, com PVB para proteção antirruído. Fonte:
Soundproof, 2014. ................................................................................................. 125
x
Ilustração 65 - pele de vidro na fachada. Fonte: SILENCE, 2008 apud Green Noise,
2005, p.7 ................................................................................................................ 126
Ilustração 66 - Modelagem de ruído em 3Ds. Fonte: Brüel & Kjær, s/d. ................. 138
Ilustração 67- Mapa acústico do Cadna A. Fonte: (DataKustik, s/d). ...................... 139
Ilustração 68 - Mapa Acústico do SoundPlan. Fonte: SoundPlan, s/d. ................... 139
Ilustração 69 - Crescimento do número de automóveis e motocicletas em Fortaleza -
2001 a 2011. Fonte: (OBSERVATÓRIO DAS METROPÓLES, s/d apud
DENATRAN, 2011 ................................................................................................. 142
Ilustração 70 - Mapa acústico diurno (esquerdo) e noturno (direita) do bairro
Aerolândia. Fonte: BRITO, 2014 ............................................................................ 144
Ilustração 71 - Mapa acústico do entorno do Hospital Militar de Fortaleza, bairro de
Aldeota. Período diurno. Fonte: BRITO, 2014. ....................................................... 146
Ilustração 72 - Mapa acústico do entorno do Hospital Militar de Fortaleza, bairro de
Aldeota. Período noturno. Fonte: BRITO, 2014. ..................................................... 146
Ilustração 73 - City of Westminster. Fonte: adaptado de LONDONCOUNCILS, s/d.
............................................................................................................................... 149
Ilustração 74 - Mapa acústico de Londres, área de Westminster. Fonte: BANDA, s/d.
............................................................................................................................... 150
Ilustração 75 - Mapa de reclamações Fonte: CITY OF WESTMINSTER, 2009. ..... 150
Ilustração 76 - Média de ruído no período de 24 horas em Westminster. Fonte: CITY
OF WESTMINSTER, 2009. .................................................................................... 151
Ilustração 77 - Contexto mais amplo na politica de mapeamento e ações de combate
a poluição sonora na cidade de Westminster. Fonte: CITY OF WESTMINSTER,
2009. ...................................................................................................................... 152
Ilustração 78 - Os níveis de ruído de espaços abertos em relação à tranquilidade
CITY OF WESTMINSTER, 2009. ........................................................................... 154
Ilustração 79 - Acesso a mapa acústico on-line no site de serviços do DEFRA. Fonte:
DEFRA, s/d. ........................................................................................................... 155
Ilustração 80 - Acesso on-line a estatísticas sobre ruído de uma área no site de
serviços do DEFRA. Fonte: DEFRA, s/d. ............................................................... 155
Ilustração 81 - Mapa acústico de Hong Kong. Fonte: EPD, 2006. .......................... 157
Ilustração 82 - Estrutura da politica de gerenciamento de ruído em Hong Kong.
Fonte: EPD, 2006. ................................................................................................. 158
xi
Ilustração 83 - Edifícios com autoproteção: a) brise vertical, b) pódio e c) empena
cega. Fonte: EPD, 2006. ........................................................................................ 162
Ilustração 84 - Desenho de sacada com proteção acústica. Fonte: EPD, 2006. .... 163
Ilustração 85 - Localização da área de estudo. Fonte: Google Earth, 2014. ........... 164
Ilustração 86 - Montagem com recortes do mapa da cidade de São Paulo de 1905.
Fonte: PMSP, s/d. ................................................................................................. 166
Ilustração 87 - Mapa de 1905 em superposição com imagem do Google Earth 2014,
Fonte: Composição feita pela autora com mapa 1905 (PMSP, s/d) e imagem (Google
Earth, 2014) ........................................................................................................... 167
Ilustração 88 - Planta parcial do loteamento Jardim América. Fonte: CIACITY, s/d.
............................................................................................................................... 168
Ilustração 89 - Fotos da implantação do Bairro Jardim América. Fonte: CIACITY, s/d.
............................................................................................................................... 168
Ilustração 90 - Montagem com recortes do mapa da cidade de São Paulo de 1916.
Fonte: PMSP, s/d. .................................................................................................. 168
Ilustração 91 - Montagem com recortes do Mapa Sara Brasil de 1930. Fonte:
ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS DO BRASIL, 2010. ................................................. 169
Ilustração 92 - Interior da Casa Santa Luzia na esquina da Rua Oscar Freire com
Rua Augusta em 1930. Fonte: BARTABURU, 2013. p. 26. .................................... 170
Ilustração 93 - Cortiços na Rua Oscar Freire em 1938. Fonte: DUARTE, 1938. .... 170
Ilustração 94 - Obstáculos e lixo no passeio publico. Fonte: (a), (b), (c) SOLUÇÕES
PARA CIDADES, s/d, apud VIGLIECCA & ASSOCIADO), (d) VIGLIECCA &
ASSOCIADO, 2002. ............................................................................................... 171
Ilustração 95 - Obstáculos e lixo no passeio publico. Fonte: SOLUÇÕES PARA
CIDADES, s/d, apud VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002. ...................................... 172
Ilustração 96 - Fotomontagem com fotos da Rua Oscar Freire antes da intervenção
urbana. Fonte: VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002. ................................................ 172
Ilustração 97 – Da Rua Oscar Freire após a intervenção urbana. Fonte: VIGLIECCA
& ASSOCIADO, 2002. ........................................................................................... 173
Ilustração 98 - Levantamento da área: (a) uso (b) vegetação existente. Projeto
paisagístico (c). Projeto de Reurbanização. Fonte: SOLUÇÕES PARA CIDADES,
S/D, apud VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002. ....................................................... 174
Ilustração 99 - Corte transversal da rua nas extremidades da quadras. Fonte:
VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002. ........................................................................ 176
xii
Ilustração 100 - Corte transversal da rua no meio da quadras. Fonte: VIGLIECCA &
ASSOCIADO , 2002. .............................................................................................. 176
Ilustração 101- Fotos com detalhes do passeio no meio da quadra e nas
extremidades. Fonte: Fonte: SOLUÇÕES PARA CIDADES, s/d apud VIGLIECCA &
ASSOCIADO, 2002. ............................................................................................... 177
Ilustração 102 - Pracinha Oscar Freire em construção. Fonte: Google Street View,
2014. ...................................................................................................................... 178
Ilustração 103 - Localização da Pracinha Oscar Freire. Fonte: Google Earth, 2014.
............................................................................................................................... 178
Ilustração 104 - Pracinha Oscar Freire após implantação. Fonte: Foto b, (IMV, 2014);
Foto a, c e d, autora, 2014. .................................................................................... 179
Ilustração 105 – Sonômetro: Hand-held analyzer 2250 Brüel & Kjær. Fonte: Autora,
2014. ...................................................................................................................... 180
Ilustração 106 – Calibrador de sonômetro: Sound Calibrator 4231 Brüel & Kjær.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 180
Ilustração 107 - Termohigrômetro cedido pelo LABAUT da FAUUSP. Fonte: Autora,
2014. ...................................................................................................................... 181
Ilustração 108 – Anemômetro cedido pelo LABAUT da FAUUSP. Fonte: Autora,
2014. ...................................................................................................................... 181
Ilustração 109 - Posicionamento dos Pontos de Medição. Fonte: Autora, 2014. .... 182
Ilustração 110 - Localização da área de estudo. Fonte: Google Earth, 2014. ......... 184
Ilustração 111 - Mapa de zoneamento da área de estudo. Fonte: PMSP, s/d. ....... 185
Ilustração 112 - Planta de uso e ocupação da área de estudo. Fonte: Autora, 2014.
............................................................................................................................... 185
Ilustração 113 - Volumetria da área de estudo. Fonte: Autora, 2014. ..................... 186
Ilustração 114 - Planta da vegetação existente na área de estudo. Fonte: Autora,
2014. ...................................................................................................................... 188
Ilustração 115 - Corte longitudinal da área de estudo com elevação topográfica.
Fonte: Google Earth, 2014. .................................................................................... 189
Ilustração 116 - Gráfico do Nível de Pressão Sonora Equivalente Medido. Fonte:
Autora, 2014. ......................................................................................................... 192
Ilustração 117 - Gráfico da diferença Nível de Pressão Sonora Equivalente Medido
em relação aos limites aceitáveis definidos pela Norma NBR 10151 (2003) para as
quadras. Fonte: Autora, 2014. ................................................................................ 192
xiii
Ilustração 118 - Gráfico do Nível de Pressão Sonora Equivalente Medido organizado
por quadra. Fonte: Autora, 2014. ........................................................................... 193
Ilustração 119 - Gráfico por quadra da diferença Nível de Pressão Sonora
Equivalente Medido em relação aos limites aceitáveis para as quadra. Fonte: Autora,
2014. ...................................................................................................................... 193
Ilustração 120 - Mapa acústico da área em dia de semana no período do pico do
almoço. Fonte: Autora, 2014. ................................................................................. 196
Ilustração 121 - Mapa acústico da área em dia de semana no período do pico da
tarde. Fonte: Autora, 2014. .................................................................................... 197
Ilustração 122 - Mapa acústico da área no sábado no período do pico do almoço.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 198
Ilustração 123 - Mapa acústico da área no sábado no período do pico da tarde.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 199
Ilustração 124 - Mapa acústico da área no domingo no período do pico do almoço.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 200
Ilustração 125 - Mapa acústico da área no domingo no período do pico da tarde.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 201
Ilustração 126 – (esq.) Foto da quadra 1. Fonte: Google Street View. (dir.) Foto dos
equipamentos de medição posicionados no meio da quadra 1. Fonte: Autora, 2014.
............................................................................................................................... 202
Ilustração 127 - Gráfico da diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151
(2003), na quadra 1. Fonte: Autora, 2014 .............................................................. 204
Ilustração 128 - Esquina da Av. Rebouças com Rua Oscar Freire. fonte: Google
Street View, 2014. .................................................................................................. 205
Ilustração 129 - Local da configuração "L" na quadra 1 da Rua Oscar Freire......... 205
Ilustração 130 - Edifício residencial com varanda na quadra 1 - Autoproteção. Fonte:
Autora, 2014. ......................................................................................................... 206
Ilustração 131 - Exemplo de autoproteção em edifício com varanda na quadra 1
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 206
Ilustração 132 – (esq.) Foto da quadra 2. Fonte: Google Street View. (dir.) Foto dos
equipamentos de medição posicionados no meio da quadra 2. Fonte: Autora, 2014.
............................................................................................................................... 207
Ilustração 133 - Gráfico da diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151
(2003), na quadra 2. Fonte: Autora, 2014 .............................................................. 209
xiv
Ilustração 134 - ConIlustraçãoção "U" das quadras 2 a 5. Fonte: Autora, 2014. .... 210
Ilustração 135 - Detalhe comentado do mapa acústico da quadra 2 no sábado à
tarde. Fonte: Autora, 2014. .................................................................................... 210
Ilustração 136 – (esq.) Foto da quadra 3. Fonte: Google Street View. (dir.) Foto dos
equipamentos de medição posicionados no meio da quadra 3. Fonte: Autora, 2014.
............................................................................................................................... 211
Ilustração 137 - Gráfico da diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151
(2003), na quadra 3. Fonte: Autora, 2014 .............................................................. 213
Ilustração 138 - Dissipação do som pela Praça Oscar Freire e os prédios adjacentes.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 214
Ilustração 139 – Efeito do som propagando-se pelo vão entre os prédios da praça.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 214
Ilustração 140 – (esq.) Foto da quadra 4. Fonte: Google Street View. (dir.) Foto dos
equipamentos de medição posicionados no meio da quadra 4. Fonte: Autora, 2014.
............................................................................................................................... 215
Ilustração 141 - Gráfico da diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003)
(2003), na quadra 4. Fonte: Autora, 2014 .............................................................. 217
Ilustração 142 - Edifício residencial na quadra 4. a) fachada de empenha cega de
frente à Rua Oscar Freire. b) fachada com elementos de proteção ao ruído com
frente para a Rua Bela Cintra. Fonte: Autora, 2014. .............................................. 218
Ilustração 143 - Posicionamento de edifício analisado na quadra 4. Fonte: Google
Earth. ..................................................................................................................... 219
Ilustração 144 - Edifício residencial. Fonte: Autora, 2014. ...................................... 219
Ilustração 145 - Análise a propagação sonora na quadra 4. Fonte: Autora, 2014 .. 220
Ilustração 146 - Frente da loja que concentra ruído. Fonte: Autora, 2014. ............. 221
Ilustração 147 - Analise de espaço que concentra ruído. Fonte: Autora, 2014. ...... 221
Ilustração 148 – (esq.) Foto da quadra 5. Fonte: Google Street View. (dir.) Foto dos
equipamentos de medição posicionados no meio da quadra 5. Fonte: Autora, 2014.
............................................................................................................................... 222
Ilustração 149 - Gráfico da diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003)
(2003), na quadra 5. Fonte: Autora, 2014 .............................................................. 224
Ilustração 150 - Edifício na esquina de Rua Haddock Lobo com Rua Oscar Freire.
Fonte: Google Street View, 2014. .......................................................................... 225
xv
Ilustração 151 - Edifício na esquina de Rua Haddock Lobo com Rua Oscar Freire.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 226
Ilustração 152 - Edifício na esquina da Rua Haddock Lobo com Rua Oscar Freire.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 227
Ilustração 153 - Análise a propagação sonora na quadra 5.Fonte: Autora, 2014 ... 228
Ilustração 154 - Edifício sobre lojas de 2 pavimentos, mais recuo de 6 m. Fonte:
Google Street View, 2014. ..................................................................................... 229
Ilustração 155 - Edifício residencial sobre comercio e serviço com recuo de 6 m.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 229
Ilustração 156 - Análise a propagação sonora na quadra 5.Fonte: Autora, 2014 ... 230
Ilustração 157 – Edifício autoproteção. Fonte: Google Street View, (Esquerda) 2014.
(Direita) Fonte: Autora, 2014. ................................................................................. 230
Ilustração 158 - Edifício com autoproteção. Fonte: Autora, 2014. ......................... 231
Ilustração 159 - Diagrama de Causas, Efeitos e Consequências da Poluição Sonora.
Fonte: a autora, 2014 ............................................................................................. 239
Ilustração 160 - Diagrama de Recomendações, instrumentos e resultados para a
redução da poluição sonora. Fonte: a autora, 2014 ............................................... 240
Ilustração 161 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_M_Q1.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 260
Ilustração 162 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E1_SEG_M_Q1. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 260
Ilustração 163 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_M_Q1. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 261
Ilustração 164 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_T_Q1.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 261
Ilustração 165 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E1_SEG_T_Q1. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 262
Ilustração 166 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_T_Q1. Fonte: Autora, 2014
............................................................................................................................... 262
Ilustração 167 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_M_Q1.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 263
Ilustração 168 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E2_SAB_M_Q1. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 263
xvi
Ilustração 169 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_M_Q1. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 264
Ilustração 170 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_T_Q1.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 264
Ilustração 171 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E2_SAB_T_Q1. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 265
Ilustração 172 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_T_Q1. Fonte: Autora, 2014
............................................................................................................................... 265
Ilustração 173 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_Dom_M_Q1.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 266
Ilustração 174 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E3_Dom_M_Q1. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 266
Ilustração 175 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_Dom_M_Q1. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 267
Ilustração 176 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_Dom_T_Q1.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 267
Ilustração 177 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E3_Dom_T_Q1. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 268
Ilustração 178 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_Dom_T_Q1. Fonte: Autora, 2014
............................................................................................................................... 268
Ilustração 179 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_M_Q2.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 269
Ilustração 180 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E1_SEG_M_Q2. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 269
Ilustração 181 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_M_Q2. Fonte Autora, 2014
............................................................................................................................... 270
Ilustração 182 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_T_Q2.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 270
Ilustração 183 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E1_SEG_T_Q2. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 271
Ilustração 184 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_T_Q2. Fonte: Autora, 2014
............................................................................................................................... 271
Ilustração 185 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_M_Q2.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 272
xvii
Ilustração 186 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E2_SAB_M_Q2. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 272
Ilustração 187 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_M_Q2. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 273
Ilustração 188 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_T_Q2.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 273
Ilustração 189 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E2_SAB_T_Q2. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 274
Ilustração 190 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_T_Q2. Fonte: Autora, 2014
............................................................................................................................... 274
Ilustração 191 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_M_Q2.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 275
Ilustração 192 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E3_DOM_M_Q2. Fonte: Autora, 2014 ................................................................... 275
Ilustração 193 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_M_Q2. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 276
Ilustração 194 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_T_Q2.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 276
Ilustração 195 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E3_DOM_T_Q2. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 277
Ilustração 196 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_T_Q2. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 277
Ilustração 197 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_M_Q3.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 278
Ilustração 198 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E1_SEG_M_Q3. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 278
Ilustração 199 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_M_Q3. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 279
Ilustração 200 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_T_Q3.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 279
Ilustração 201 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E1_SEG_T_Q3. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 280
Ilustração 202 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_T_Q3. Fonte: Autora, 2014
............................................................................................................................... 280
xviii
Ilustração 203 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_M_Q3.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 281
Ilustração 204 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E2_SAB_M_Q3. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 281
Ilustração 205 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_M_Q3. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 282
Ilustração 206 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_T_Q3.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 282
Ilustração 207 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E2_SAB_T_Q3. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 283
Ilustração 208 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_T_Q3. Fonte: Autora 2014
............................................................................................................................... 283
Ilustração 209 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_M_Q3.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 284
Ilustração 210 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E3_DOM_M_Q3. Fonte: Autora, 2014 ................................................................... 284
Ilustração 211 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_M_Q3. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 285
Ilustração 212 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_T_Q3.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 285
Ilustração 213 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E3_DOM_T_Q3. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 286
Ilustração 214 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_T_Q3. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 286
Ilustração 215 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_M_Q4.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 287
Ilustração 216 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E1_SEG_M_Q4. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 287
Ilustração 217 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_M_Q4. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 288
Ilustração 218 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_T_Q4.
Fonte: Autora 2014 ................................................................................................ 288
Ilustração 219 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E1_SEG_T_Q4. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 289
xix
Ilustração 220 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_T_Q4. Fonte: Autora, 2014
............................................................................................................................... 289
Ilustração 221 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_M_Q4.
Fonte: Autora 2014 ................................................................................................ 290
Ilustração 222 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E2_SAB_M_Q4. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 290
Ilustração 223 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_M_Q4. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 291
Ilustração 224 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_T_Q4.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 291
Ilustração 225 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E2_SAB_T_Q4. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 292
Ilustração 226 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_T_Q4. Fonte: Autora, 2014
............................................................................................................................... 292
Ilustração 227 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_M_Q4.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 293
Ilustração 228 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E3_DOM_M_Q4. Fonte: Autora, 2014 ................................................................... 293
Ilustração 229 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_M_Q4. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 294
Ilustração 230 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_T_Q4.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 294
Ilustração 231 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E3_DOM_T_Q4. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 295
Ilustração 232 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_T_Q4. Fonte Autora, 2014
............................................................................................................................... 295
Ilustração 233 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_M_Q5.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 296
Ilustração 234 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E1_SEG_M_Q5. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 296
Ilustração 235 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_M_Q5. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 297
Ilustração 236 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_T_Q5.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 297
xx
Ilustração 237 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E1_SEG_T_Q5. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 298
Ilustração 238 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_T_Q5. Fonte: Autora,
20114 ..................................................................................................................... 298
Ilustração 239 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_M_Q5.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 299
Ilustração 240 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E2_SAB_M_Q5. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 299
Ilustração 241 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_M_Q5. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 300
Ilustração 242 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_T_Q5.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 300
Ilustração 243 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E2_SAB_T_Q5. Fonte: Autora, 2014 ..................................................................... 301
Ilustração 244 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_T_Q5. Fonte Autora, 2014
............................................................................................................................... 301
Ilustração 245 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_M_Q5.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 302
Ilustração 246 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E3_DOM_M_Q5. Fonte: Autora, 2014 ................................................................... 302
Ilustração 247 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_M_Q5. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 303
Ilustração 248 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_T_Q5.
Fonte: Autora, 2014 ............................................................................................... 303
Ilustração 249 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq).
E3_DOM_T_Q5. Fonte: Autora, 2014 .................................................................... 304
Ilustração 250 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_T_Q5. Fonte: Autora,
2014 ....................................................................................................................... 304
xxi
LISTA DE TABELAS
xxii
Tabela 19 - Medições do nível de pressão sonora equivalente em comparação com
os valores da norma NBR 10151 (2003), agrupados por horário e por quadra. Fonte:
Autora, 2014. ......................................................................................................... 191
Tabela 20 - Tabela de correspondência entre a variação no nível sonoro equivalente
em dB(A) e a percepção humana de variação no som. Fonte: DMPED, 2010. apud
BOLT, BERANEK e NEWMAN, 1973. .................................................................... 194
Tabela 21 - Levantamento das características da quadra 1. Fonte: Autora, 2014. . 202
Tabela 22 - Medições na quadra 1 identificando períodos de maior e menor LAeq.
............................................................................................................................... 203
Tabela 23 - Diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 1.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 204
Tabela 24 - Levantamento das características da quadra 2. Fonte: Autora, 2014. . 207
Tabela 25 - Medições na quadra 2 identificando períodos de maior e menor LAeq.
............................................................................................................................... 208
Tabela 26 - Diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 2.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 208
Tabela 27 - Levantamento das características da quadra 3. Fonte: Autora, 2014. . 211
Tabela 28 - Medições na Quadra 3 identificando períodos de maior e menor LAeq.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 212
Tabela 29 - Diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 3.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 213
Tabela 30 - Levantamento das características da quadra 4. Fonte Autora, 2014. .. 215
Tabela 31 - Medições na Quadra 4 identificando períodos de maior e menor LAeq.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 216
Tabela 32 - Diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 4.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 217
Tabela 33 - Levantamento das características da quadra 5. Fonte: Autora, 2014. . 222
Tabela 34 - Medições na Quadra 5 identificando períodos de maior e menor LAeq.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 223
Tabela 35 - Diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 5.
Fonte: Autora, 2014. .............................................................................................. 224
xxiii
LISTA DE ABREVIAÇÕES
dB Decibel
xxv
SUMÁRIO
1 Introdução ..................................................................................... 1
1.1 Objetivo ................................................................................. 2
1.2 Metodologia........................................................................... 3
1.3 Estrutura da Dissertação ....................................................... 4
2 Referências Teóricas ..................................................................... 5
3 Conceituação dos Fenômenos Acústicos .................................... 13
3.1 Som..................................................................................... 13
3.2 Ruído Urbano ...................................................................... 35
4 Morfologia Urbana e a Paisagem Sonora .................................... 47
4.1 Elementos Morfológicos ...................................................... 48
4.2 Projeto Arquitetônico ........................................................... 61
4.3 As árvores, a vegetação e a praça ...................................... 72
4.4 Paisagem sonora ................................................................ 79
5 Influência do Ruído Rodoviário na Cidade ................................... 86
6 Controle do ruÍdo na paisagem Sonora ......................................102
6.1 Controle do Ruído pela Atuação na Fonte ..........................103
6.2 Controle do Ruído pela Atuação na Trajetória ....................111
6.3 Controle do Ruído pela Atuação no Receptor ....................121
7 Instrumentos Legais e Tecnologia ..............................................127
7.1 Normas e Recomendações Internacionais e Nacionais. .....127
7.2 Tecnologias de Apoio .........................................................136
8 Referencias de Projetos de Redução do Ruído Urbano ..............140
8.1 Fortaleza ............................................................................142
8.2 Westminster .......................................................................148
8.3 Hong Kong .........................................................................155
9 Estudo de Caso – Rua Oscar Freire – São Paulo .......................164
9.1 Caracterização da Área de Estudo .....................................164
9.2 Metodologia da Pesquisa ...................................................179
9.3 Dados Gerais da Área de Estudo .......................................184
9.4 Medições ............................................................................190
9.5 Análise dos Resultados ......................................................202
9.6 Síntese da Análise dos Resultados ....................................231
xxvi
10 Análise Geral e Conclusões ........................................................234
Referências 245
Apêndice A – Gráficos e Mapas Acústicos Detalhados. .................................260
Apêndice B – Certificados de Calibração do Sonômetro e Calibrador ............305
xxvii
1 INTRODUÇÃO
Ruído urbano é o conjunto de sons emitidos pelas fontes presentes não naturais em
um espaço constituído pelas edificações e pelos equipamentos públicos de uma
área urbana. As principais fontes de ruído urbano são: rodoviária, ferroviária, aérea e
da construção civil.
O ruído rodoviário é o proveniente dos veículos automotores que trafegam nas vias,
sendo caracterizado de acordo com o volume de tráfego, a composição dos tipos e a
velocidade média dos veículos, a inclinação das vias, o tipo de pavimentação e a
textura da superfície. Os veículos, por sua vez, possuem vários componentes
emissores de diferentes ruídos: o motor, a transmissão, o sistema de freios, o atrito
de rolamento dos pneus com a superfície da via e o movimento do ar no entorno do
veículo. Embora importantes na paisagem sonora urbana, os ruídos das fontes
ferroviária, aérea e da construção civil não fazem parte do escopo desta pesquisa
voltada para a análise do ruído rodoviário urbano.
O ruído rodoviário urbano tem efeitos negativos para a saúde humana, ocasionando
distúrbios fisiológicos e psicológicos que alteram a capacidade cognitiva da
população, podendo inclusive ocasionar a morte prematura. A qualidade de vida da
população é afetada pela irritação e pelo desconforto provocados pela exposição ao
ruído urbano, com impactos também sobre a economia de uma cidade, implicando
em gastos com os tratamentos decorrentes dos problemas de saúde, com a perda
de produtividade dos indivíduos e com o aumento da agressividade e da violência na
sociedade, causadas pela perturbação mental e psiquiátrica, fazendo com que a
poluição sonora se torne, como já citado acima, uma preocupação importante da
OMS.
1
Para a análise do impacto do ruído no contexto urbano, nesta dissertação utiliza-se
a metodologia de uso de estudos de caso de cidades, no âmbito nacional e
internacional, às quais foram aplicados planos de ação, políticas e diretrizes, com o
objetivo de reduzir o ruído e melhorar a qualidade sonora da cidade, verificando, de
forma comparativa, as metodologias e ferramentas utilizadas e os resultados
obtidos, quando disponíveis.
1.1 OBJETIVO
2
1.2 METODOLOGIA
4
selecionados de projetos de redução de ruído realizados e em andamento nas
cidades de Fortaleza, Hong Kong e Westminster.
O Capítulo 8 trata do estudo de caso desenvolvido por esta autora, que analisa os
elementos morfológicos e a paisagem sonora de um trecho da Av. Rebouças,
localizada na cidade de São Paulo.
2 REFERÊNCIAS TEÓRICAS
O programa que nomeia este subtítulo diz respeito a uma pesquisa realizada de
acordo com a Diretiva Europeia para o Ruído Ambiente (2002). Tal pesquisa
representa o estado da arte para a redução de ruído, por meio de políticas públicas
e da aplicação de novas tecnologias nas cidades. O programa é principalmente
representado pelas ações e pelos estudos conduzidos pelo Projeto Silence (2008),
que aborda os aspectos normativos e de políticas públicas da Comunidade
Europeia, sobre o ruído dos transportes de superfície nas cidades. O programa trata
da definição dos problemas, das ações, das medidas e das prioridades na redução
5
do ruído. Os conceitos e a metodologia do projeto foram aplicadas e analisadas em
quatro cidades europeias: Barcelona, Bristol, Bruxelas e Genova.
Project Silence – Practitioner Handbook for Local Noise Action Plans (2008)
6
Parte 5: apresenta um conjunto de soluções tecnológicas em materiais da
construção e na manutenção da superfície das vias, de barreiras acústicas 1,
do sistema de isolamento dos edifícios, além do uso de ferramentas de
mapeamento acústico, do gerenciamento de tráfego e outras medidas
complementares para uma ação integrada na redução de ruído urbano.
Parte 6: descreve um estudo feito no trecho da área La Rambla, em
Barcelona, com o levantamento das principais fontes do ruído, tais como os
provenientes das atividades humanas, do comércio, do transporte e dos
animais, e com as recomendações para a melhora da paisagem sonora do
local.
1
Barreira acústica – é uma estrutura projetada para reduzir a propagação de poluição sonora, em
geral são instaladas ao longo de vias movimentadas, rodovias e ferrovias.
7
The Tuning of the World (1977)
O livro intitulado The Tuning of the World, de Raymond Murray Schafer, trata do
envolvimento do homem com o som do meio ambiente, o que é definido pelo autor
como “Soundscape”, termo traduzido para o português como “paisagem sonora”,
destacando que a conservação da qualidade da paisagem sonora é de suma
importância para o bem-estar social.
2
Hermann Hesse – pensador, filósofo e escritor de origem alemã, naturalizou-se suíço, em 1923.
Teve forte influência da filosofia indiana e da chinesa. Ganhou o Prêmio Goethe de Frankfurt, em
1946, e o Prêmio da Paz dos Livreiros Alemães, em 1955. The Glass Bead Game (O jogo das contas
de vidro) foi seu último romance.
8
A mudança da paisagem sonora3 devido à revolução industrial tornou-se evidente,
com a introdução de novos sons como o da locomotiva, dos motores dos automóveis
e das atividades das indústrias nas cidades.
Schafer cita o manifesto do futurista Luigi Russolo 4, que versa sobre o quanto os
ruídos emitidos pela modernidade industrial têm afetado o equilíbrio dos sons da
natureza. O ruído inerente às atividades da produção fabril causam problemas
auditivos aos operários.
Schafer (1977) emprega a palavra esquizofonia5 para tecer uma crítica a respeito
das novas tecnologias trazidas pela revolução elétrica, que causam o
empobrecimento da qualidade do som e de seu contexto original. Criando uma nova
paisagem sonora sintética, a reprodução eletroacústica desmantela o Hi-fi6 natural,
3
Paisagem sonora - O ambiente sonoro. Tecnicamente, qualquer porção do ambiente sonoro vista
como um campo de estudos. O termo pode referir-se a ambientes reais ou construções abstratas,
como composições musicais e montagens de fitas, em particular quando consideradas com um
ambiente. (SCHAFER, 1977 p. 366)
4
Luigi Russolo – é pintor, compositor e futurista italiano, autor da L'Arte dei Rumori (A arte do ruído)
(1913). Acreditava que a vida contemporânea era demasiado ruidosa e que os ruídos deveriam ser
utilizados para música. http://futurismo1909.wordpress.com/protagonistas/luigi-russolo-musico/
acesso: 26/4/2014.
5
Esquizofonia – (do grego schizo = partido e phone = voz, som), o termo empregado por SCHAFER
pela primeira vez em A Paisagem Sonora (The Soundscape), refere-se à separação entre o som
original e sua reprodução eletroacústica. Os sons originais são ligados aos mecanismos que os
produzem. Os sons reproduzidos por meios eletroacústicos são cópias e podem ser reapresentados
em outros tempos e lugares. A palavra foi empregada para dramatizar o efeito aberrativo do
desenvolvimento do século XX. (SCHAFER, 1977 p. 366).
6
Hi-fi - Abreviação de alta fidelidade (High Fidelity), isto é, uma razão sinal/ruído favorável. O uso
mais geral do termo ocorre em eletroacústica. Aplicado aos estudos da paisagem sonora, um
9
amplificando o problema de Lo-fi7, transfigurando os sons naturais, o que
normalmente acontece com os sons reproduzidos pelo rádio, pelo telefone e por
outros meios de comunicação eletroacústicos.
ambiente hi-fi é aquele onde os sons podem ser ouvidos claramente, sem estarem amontoados ou
mascarados. (SCHAFER, 1977 p. 365).
7
Lo-fi – Abreviação de baixa fidelidade (low fidelity), que é uma razão sinal/ruído desfavorável.
Aplicado aos estudos da paisagem sonora, o ambiente lo-fi é aquele em que os sinais se amontoam,
tendo como resultado o mascaramento ou falta de clareza. (SCHAFER, 1977 p. 365).
10
A perda de produtividade decorrente das perturbações sonoras é tratada nos itens
1.24, do capítulo 1, e 2.2, do capítulo 2, sendo que este último trata especificamente
do ruído de tráfego urbano. O capítulo 6 aborda o isolamento acústico em edifícios
residenciais, evidenciando a importância da distribuição espacial do edifício em
relação às vias, assim como o arranjo dos edifícios entre si, ou seja, de que modo
um edifício pode funcionar como barreira acústica, protegendo os demais.
O ponto central do título tratado neste subcapítulo diz respeito à influência das
configurações dos elementos morfológicos e do clima em relação ao mecanismo da
propagação das fontes de ruído na cidade. Segundo os autores,
11
Tratado Fundamental de Acústica en La Edification (1980)
O livro aborda a importância de um planejamento feito por uma equipe formada por
especialistas multidisciplinares, da colaboração do poder público e da própria
sociedade. A conscientização da população, bem como a aplicação das leis, são
medidas tão importantes quanto o gerenciamento do sistema de tráfego e do
volume, assim como o tratamento dos ruídos na fonte.
12
3 CONCEITUAÇÃO DOS FENÔMENOS ACÚSTICOS
3.1 SOM
Som é um fenômeno físico provocado por uma onda mecânica, uma vibração que se
propaga através do ar, da água ou de qualquer matéria. O som não se propaga no
vácuo, pois necessita de um meio material para a sua transmissão.
Do ponto de vista humano, o som é uma vibração que atua sobre o sistema auditivo,
sendo reconhecido e interpretado pelo cérebro. As vibrações harmônicas, quando
em volume aceitável, produzem uma sensação normal, enquanto vibrações não
harmônicas produzem uma ação perturbadora, denominada, sob este ponto de vista,
como ruído.
13
Ilustração 1 - Som Puro. Fonte: Autoria própria Fonte: Autora, 2014.
14
variações na composição das ondas de som podem ser identificadas pelo ouvido
humano. Assim, uma mesma nota musical, tocada por um violão e por um piano,
tem exatamente a mesma frequência principal de vibração (que corresponde à
frequência da nota), porém apresentam uma decomposição harmônica diferente e,
portanto, formatos diferentes.
Por ser um fenômeno cíclico, o som te, como elemento principal para sua descrição,
o tempo de um ciclo que é denominado Período da Onda, sendo medido em
unidades de tempo (T), normalmente em segundos. Porém, essa não é a medida
mais utilizada, mas, sim, o seu inverso (1/T), ou seja, o número de ciclos em um
determinado tempo padrão, que é denominado Frequência da Onda e medido em
8
Psicologia da Gestalt ou gestaltismo (de origem alemã: Gestalt - "forma ou forma de") surgiu no
início do século passado, na Alemanha, e teve como principais expoentes Kurt Koffka (1886-
1940), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Max Werteimer (1880-1943). É uma teoria da mente, da
Escola de Berlim. O princípio central da psicologia da Gestalt dá conta de que a mente forma um
todo global, com tendências de auto-organização. Esse princípio afirma que a mente humana
considera objetos em sua totalidade antes, ou em paralelo com a percepção de suas partes
individuais, sugerindo que o conjunto não equivale à soma de suas partes. A Psicologia da Gestalt
tenta entender as leis da nossa capacidade de adquirir e manter as percepções significativas em um
mundo aparentemente caótico.
15
ciclos por segundo ou Hertz (Hz). Basta uma dessas duas métricas para definir um
movimento ondulatório9, pois se pode calcular:
f=
onde:
A acústica é a área da física que trata da análise das ondas sonoras, considerando
os aspectos de produção (emissão), de propagação (transmissão) e dos efeitos
sobre os corpos físicos (recepção).
Sendo uma onda que se propaga em um meio físico, o som tem uma direção que é
determinada pelas características próprias dos seguintes elementos:
9
Movimento ondulatório é o movimento vibratório que se propaga em meios elásticos. Fonte:
Fernandes (2005).
16
da fonte emissora: apresenta várias características para classificação, entre
elas, quanto ao movimento (parada ou em movimento); e quanto à geometria
(pontual ou linear);
da transmissão: quanto às condições do meio de propagação, exemplificadas
por temperatura, umidade e pressão do ar, presença de barreiras ou
elementos de reflexão no caminho da propagação;
do elemento receptor: no caso, sendo de maior interesse o sistema auditivo
humano.
A velocidade da onda sonora depende das características do meio, tais como
pressão, umidade e temperatura, sendo então necessários o meio e as condições
correspondentes. A velocidade da onda sonora no ar é de aproximadamente 343
m/s para a temperatura de 20ºC, ao nível do mar (1 atmosfera de pressão) e em ar
seco.
4.
Ilustração 4 - Processamento do som nos seres humanos. Fonte: Adaptado de BISTAFA, 2011.
Dessa forma o som pode produzir muitas reações no ser humano, decorrentes das
emoções que provocam. O estudo das características dos sons e de sua
interpretação pelo sistema auditivo é hoje uma importante área da análise ambiental
17
e de seu impacto sobre a saúde do ser humano. A psicoacústica é a área da ciência
que estuda de que modo os sons produzem diferentes sensações no ser humano,
como bem-estar, irritação, repúdio, calma, lembrança etc.
As ondas sonoras penetram no sistema auditivo através do ouvido, que possui uma
forma complexa e adequada à recepção do som. Conduzido pelo canal auditivo
18
externo, que tem aproximadamente 2,5 cm de comprimento, é levado até o tímpano,
constituído por uma membrana elástica que vibra de acordo com a frequência
recebida. A membrana do tímpano, em forma de concha, é conectada a uma cadeia
de três ossos, denominados ossículos auditivos, nomeados martelo, bigorna e
estribo. Essas vibrações provocam movimentos iguais ao de um pistão, enviando as
vibrações para o osso chamado labirinto. O labirinto encerra um fluido chamado
perlinfa, responsável pela sensação de equilíbrio. Uma membrana flexível chamada
janela redonda possibilita a propagação dos movimentos de vibrações do estribo
para o fluido dentro do labirinto, através da janela oval que se localiza na parte
inferior do estribo.
19
Ilustração 6 – Espectro de frequência do som. Fonte: Autora, 2014.
O som abaixo de certa intensidade não é detectado pelo ouvido humano. Esse limite
inferior varia com a frequência e é denominado limiar de audibilidade. Acima de um
limite de intensidade, o som provoca dor e causa danos ao aparelho auditivo. O
referido limite superior é denominado limiar de dor, sendo também variável com a
frequência sonora. A Ilustração 7, mostra como se comporta a sensibilidade do ouvido
humano, em função da frequência e da intensidade do som.
20
Ilustração 7 - Liminares auditivos. Fonte: Adaptado de DE MARCO, 1982.
Ao se propagar em um meio material, o som forma uma frente de onda que define a
forma de propagação e pode ser classificada em esférica ou cilíndrica.
21
receptor e o centro emissor. Assim, a fórmula para o cálculo da intensidade sonora
em um ponto com distância r ao centro emissor é dada por:
22
eixo do emissor (r) e o comprimento da fonte (l), calcula-se a intensidade da fonte no
ponto receptor, pela fórmula:
Absorção do Som
Quando uma onda sonora incide sobre uma superfície, sua energia é absorvida pela
estrutura do material que compõe essa superfície. Ilustração 10. Dependendo da
constituição do material e, principalmente, quando há porosidade e elasticidade, o
material apresenta alto coeficiente de absorção sonora, como é o caso, por exemplo,
23
de: tecido, carpete, feltros, lã de vidro ou de rocha, placas de cortiça, placas de
coco, mantas e espuma acústica. Tais materiais absorvem, principalmente, as
médias e as altas frequências, e suas propriedades de absorção da energia
mecânica evitam que o som seja refletido.
Para grandes áreas, normalmente as matas ou áreas verdes com arbustos de médio
porte, além da vegetação rasteira, constituem elementos de atenuação e absorção
do som e podem ser utilizados com essa finalidade.
Reflexão do Som
24
incidência na superfície é igual ao ângulo de reflexão. Ilustração 11. As ondas
10
refletidas têm o mesmo comprimento de onda , mesma velocidade de propagação e
frequência. Como o material absorve pouco da energia incidente, praticamente toda
a energia segue na nova direção refletida. Materiais rígidos, com superfície lisa e
bem ancorados (fixados de forma rígida) funcionam como verdadeiros espelhos para
o som, e normalmente são obstáculos constituídos de concreto, mármore, granito ou
madeira fixada diretamente numa superfície rígida.
10
Comprimento da onda – é a distância entre duas frentes de onda consecutivas, ou seja, a distância
percorrida pela onda no período. Unidade de λ em metro. Fonte: (DE MARCO, 1985. p. 11).
25
públicas. Os motores dos automóveis estão entre os principais emissores de ruído,
portanto, considerando o motor como uma fonte pontual de propagação esférica
pouco acima do solo e a via como uma superfície plana refletora, os receptores na
calçada recebem, simultaneamente, não apenas o ruído direto da fonte, mas
também o ruído refletido na via, como mostra a Ilustração 12.
26
Ilustração 13 - Reflexão do som em superfície convexa. Fonte: Adaptado SILVA, 1971.
28
Difração do Som
29
originadas pelas bordas, criando, assim, o fenômeno da difração. Ilustração 16 e
Ilustração 17.
30
Reverberação do Som
Conforme descrição anterior, quando uma fonte emite um som, denominado som
direto, e sua onda incide sobre uma superfície lisa e rígida, a onda é refletida em
outra direção, com ângulo de reflexão igual ao ângulo de incidência.
11
Desfiladeiro – é o termo utilizado em geomorfologia e geologia para designar um vale profundo
com paredes abruptas em forma de penhascos.
31
causando reverberação urbana, o que amplifica os níveis
sonoros. (BISTAFA, 2011 p. 222).
32
altitude e, então, os raios sonoros se curvam para cima, criando uma zona de
sombra acústica em torno da fonte sonora. Ilustração 19.
Durante o dia, a radiação emitida pelo sol aquece a superfície terrestre e a Terra,
aquecida, irradia o calor para atmosfera. O ar aquecido se expande, torna-se mais
leve e tende a subir para uma altitude maior, segundo (SILVA, 1971) (JOSSE, 1975)
(BERANEK, 1992) (BISTAFA, 2011), a variação de temperatura e de altitude tem
efeito sobre a propagação sonora, seguindo um caminho que parte da fonte sonora
e se curva para cima. Durante o período da noite, a situação é invertida. Os raios
sonoros são curvados em direção ao solo, como apresenta a Ilustração 20.
33
Ilustração 20 - Efeito do vento. Fonte: Adaptado BERANEK, 1992.
34
3.2 RUÍDO URBANO
A DEFINIÇÃO DE RUÍDO
35
Ruído branco12 é o som que tem a potência constante para todas as frequências do
espectro13 audível entre 20 Hz e 20.000 Hz. Trata-se de um som de chiado, como o
de uma rádio FM fora de estação. O ruído branco é um artifício muito usado para
mascarar outros tipos de som (mascaramento do ruído14). (BISTAFA, 2011).
Ruído cinza é o ruído que apresenta uma curva de distribuição de potência, a qual
proporciona ao ser humano uma sensação de volume igual em todas as frequências
do espectro audível. O espectro desse ruído caracteriza-se por volume aumentado
nas frequências mais baixas e mais altas do espectro audível, ou seja, pontos em
que a sensibilidade do ouvido humano é mais baixa. (BISTAFA, 2011).
12
Ruído branco – a denominação é feita por associação com o caso da luz branca. Fonte: BISTAFA,
2011.
13
Espectro - Espectro do som é uma representação gráfica das componentes (ondas puras) de um
som complexo. Cada componente (som puro) é representado em um gráfico cartesiano por um ponto
que corresponde à frequência (eixo x) e a amplitude (eixo y) da componente.
14
Mascaramento do ruído - definido como a diminuição da percepção de um som pela introdução de
um ruído, para evitar ocorrência de audição contralateral, possibilitando a obtenção dos limiares
auditivos de cada orelha de forma independente.
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-56872009000400012&script=sci_arttext
15
Ruído rosa – decorre mais uma vez de associação com a luz; neste caso emitindo mais energia na
faixa vermelha do espectro. (BISTAFA, 2011).
36
3.2.1 RUÍDO RODOVIÁRIO
O principal responsável pela poluição sonora nos centros urbanos é o ruído emitido
pelo tráfego de veículos, gerando vários impactos negativos, como danos à saúde e
à qualidade de vida da sua população. Ilustração 22.
O ruído rodoviário é gerado pelo fluxo dos veículos nas vias. Sua composição é
complexa, pois há vários tipos de fontes emissoras e de condições locais que
contribuem para a geração desse tipo de ruído. São fatores preponderantes na
emissão do ruído rodoviário:
37
Os vários tipos de veículos: automóveis, caminhões leves e pesados, ônibus
e motocicletas;
Os vários tipos de motor: de combustão a diesel ou a gasolina, ou segundo a
capacidade do cilindro do motor e a potência;
O perfil topográfico e os pontos de parada comuns (cruzamentos e paradas
de ônibus) que obrigam os motoristas a acelerar ou frenar, emitindo ruídos
característicos do comportamento do motor, dos freios e do atrito com a via;
O atrito dos pneus com a superfície de rolamento;
As buzinas e sirenes.
O nível de intensidade sonora emitida pelo tráfego de veículos em uma via, sem
considerar a velocidade dos mesmos, é proporcional a quantidade de veículos em
circulação no local (Josse, 1975), e pode ser calculado pela fórmula:
( )
Onde:
Porem a fórmula acima deve ter seu valor corrigido de acordo com alguns fatores
que devem ser aplicados conforme o volume de veículos pesados, a inclinação da
via e a velocidade média dos veículos. Tais fatores são expressos nas tabelas
apresentadas a seguir:
38
Tabela 2 - Inclinação longitudinal de via (em porcentagem). Fonte: JOSSE, 1975.
Os meios de transporte fazem parte da vida moderna nos centros urbanos. O uso de
veículos automotores contribui para o deslocamento das pessoas e de mercadorias,
contribuindo também para o desenvolvimento econômico e social. Porém, em
contrapartida, o tráfego rodoviário, mais especificamente, gera problemas nocivos
39
tanto à saúde quanto ao meio ambiente, configurando-se como um dos maiores
causadores de tais danos à saúde. Um dos problemas associados ao transporte é o
ruído gerado pelos motores a combustão, que emitem ruído de baixa ou de alta
frequência, dependendo do fluxo do tráfego. Os ruídos de baixa frequência são
imperceptíveis ao ouvido humano, porém esse tipo de som afeta silenciosamente a
saúde humana ao longo dos anos, o que será tratado no capítulo cinco, que versa
sobre o impacto do ruído no ser humano.
A lei 8583/95, Ruídos Urbanos e Proteção do Bem Estar e do Sossego Público, diz
respeito ao limite do nível do ruído:
40
história temporal do ruído, analisando as variações de curta
duração e, principalmente, as de longa duração, as quais
dependem das condições do tráfego (lento, fluente, etc.) e da
porcentagem de veículos pesados no fluxo total.
(BELDERRAIN,1995 p. 37-38)
Com relação aos trens (locomotivas e vagões), as rodas têm papel importantíssimo
na emissão de ruído, pois o atrito com o trilho na rolagem, na frenagem e na
aceleração é um dos componentes fundamentais das vibrações que o sistema
emite.
Outro ponto fundamental é a fixação dos trilhos, que recebe uma grande carga de
energia durante o deslocamento do trem e o flexionamento dos trilhos. Se a fixação
não for dotada de um sistema de amortecimento apropriado, esse flexionamento
durante a passagem do comboio produz ondas que se propagam pelos trilhos e são
de alta intensidade.
16
Dormente - Peça de madeira, concreto, concreto protendido ou ferro, onde os trilhos são apoiados
e fixados e que transmitem ao lastro. Fonte: Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários –
(ANTF, s/d).
41
A suspensão dos vagões e locomotivas também atua de forma importante, não só
para a estabilidade da composição e diminuição da trepidação da carga, mas
também evitando que essa trepidação produza um ruído excessivo durante o
deslocamento. Trens mais estáveis e com menos vibração, além de mais
confortáveis para os passageiros, são também menos ruidosos para o entorno. Os
sistemas de engate entre os elementos da composição e os motores de tração são
outros componentes importantes na geração do ruído ferroviário.
17
Maglev - Maglev (derivado de levitação magnética) é um método de propulsão que utiliza levitação
magnética para propulsionar veículos com imãs, em vez de com rodas, eixos e rolamentos.
18
Tala de junção - Peça de aço ajustada e fixada, aos pares, por meio de parafusos, porcas e
arruelas, na junta dos trilhos para assegurar a continuidade da superfície teórica de rolamento da via.
Fonte: Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários – (ANTF, s/d).
19
Placa de apoio - Placa metálica padronizada interposta e fixada entre o patim do trilho e o
dormente de madeira, para melhor distribuição dos esforços e melhor fixação do trilho ao dormente.
Fonte: Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários – (ANTF, s/d).
20
Cremalheira - Sistema de tração usado em certas estradas de ferro, nos trechos de rampa muito
íngreme. Fonte: Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários – (ANTF, s/d).
42
”O ruído de tráfego ferroviário resulta da contribuição de
diferentes fontes sonoras, em que os mecanismos de
transmissão por via aérea e por via estrutural são responsáveis
pela radiação e propagação dos estímulos sonoros.”
(ALARCÃO; COELHO, 2008).
O ruído emitido pela passagem de um trem como o VLT (Veículo Leve sobre Trilho)
em área urbana é conhecido como uma fonte linear ou de propagação cilíndrica,
conforme mencionado anteriormente.
43
3.2.3 RUÍDO AERONÁUTICO
O ruído aeronáutico é emitido pelas turbinas dos aviões, pelos rotores dos
helicópteros e pelas hélices das aeronaves, gerando um alto nível de pressão
sonora de baixa frequência em toda a trajetória do voo, principalmente nas áreas de
aproximação, decolagem e pouso. Em 1979, a 1a manifestação de preocupação
explícita do órgão regulador, em relação ao controle de conflitos ambientais
decorrentes do ruído na aviação, emitiu o Decreto N° 89.43, disciplinando o ruído
gerado pela operação e manutenção em solo.
O helicóptero tem sido um meio de transporte bastante utilizado nos grandes centros
urbanos, especialmente na cidade de São Paulo, sendo que, de acordo com
Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), a cidade de São Paulo possui a
maior frota de helicópteros urbanos no mundo, com 452 helicópteros registrados na
capital paulista. De acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira
dos Pilotos de Helicóptero (ABRAPHE), cerca de 2.200 pousos e decolagens são
feitos por dia na cidade de São Paulo, o que tem causado incômodo para os
habitantes e usuários da cidade.
O decreto 83.399 /79, capítulo VIII - Dos Planos de Zonas de Ruído, explicita a
preocupação e recomendações quanto ao controle de conflitos ambientais e aos
problemas de ruído:
44
inevitável a construção de edificações desses tipos, bem como
para aquelas já existentes, recomenda-se um estudo
detalhado do problema de ruído e adoção de medidas
adequadas para a insonorização desses edifícios.” (Câmara
dos Deputados).
21
Edificação - a atividade ou o resultado da construção, reconstrução, ampliação, alteração ou
conservação de um imóvel destinado à utilização humana, bem como de qualquer outra construção
que se incorpore no solo com carácter de permanência. Fonte: Base de Dados Jurídica.
http://bdjur.almedina.net/citem.php?field=node_id&value=1226133 data de acesso: 01/05/2014.
45
A resolução CONAMA nº 1, de 08/03/90, estabelece critérios, padrões, diretrizes e
normas reguladoras da poluição sonora. O Decreto lei 11.804/95 determina sobre a
avaliação da aceitabilidade de ruídos na Cidade de São Paulo, visando ao conforto
da comunidade. No Art. 1º reza que:
A Lei Complementar 655/07 estabelece padrões relativos aos ruídos urbanos, fixa
níveis e horários em que será permitida sua emissão e cria a certidão de tratamento
acústico. No art. 2º,
Muitas Leis sobre limites de emissão do nível de ruído têm como referência a norma
NBR10151. O ruído da construção civil é gerado de várias formas, desde os
causados pelos caminhões durante a entrega do material de construção para o
canteiro, passando pelos ruídos próprios da movimentação para armazenagem, pelo
emitido pelos motores e pelos próprios mecanismos dos equipamentos, até o ruído e
a vibração causados pelo sistema construtivo.
46
4 MORFOLOGIA URBANA E A PAISAGEM SONORA
47
1998) (L. T. SILVA; M. OLIVEIRA, 2010) (ARIZA-VILLAVERDE; JIMÉNEZ-
HORNERO; DE RAVÉ, 2013;).
48
Um estudo morfológico deve necessariamente tomar
em consideração os níveis ou momentos de produção
de espaço urbano. Níveis esses que possuem, dentro
das disciplinas urbanístico-arquitetônicas, a sua lógica
própria, articulação sobre estratégias político-sociais.
Um estudo morfológico deve também identificar os
níveis de produção de forma urbana e as inter-relações.
(LAMAS, 2004, p. 38-39)
A forma urbana intervém no meio ambiente, nos seres vivos e no ambiente sonoro.
Sem levar em conta a introdução de novos sons no ambiente, as construções feitas
pelo homem e a ocupação do território pelas cidades criam um novo ambiente
sonoro, resultante da distribuição espacial dos elementos morfológicos que
interagem e interferem na trajetória de propagação do som no meio urbano.
22
Composição do solo – é formado pelos conjuntos de partículas, com dimensões e formas variadas.
49
primeiro caso ocorre quando o solo se apresenta compactado e perdeu sua
porosidade, sendo mais refletivo à incidência sonora. O segundo caso, por sua vez,
apresenta como característica a porosidade, que o faz mais absorvente, atenuando
bastante a energia da onda refletida. (NIEMEYER; SLAMA, 1998).
51
Os principais efeitos que contribuem na geração do ruído pela interação entre o
pneu e o pavimento, conforme FREITAS; PEREIRA (2013) apud SANDBERG;
EJSMONT (2002) são os seguintes:
52
Ilustração 23 - Mecanismos de geração de ruído pneu-pavimento: a) vibração dos blocos do pneu; b)
vibração dos flancos; c) bombeamento de ar; d) efeito de pavilhão. Fonte: (FREITAS e PEREIRA,
2013, apud SANDBERG; EJSMONT, 2002).
Pesquisas voltadas para a redução do ruído gerado pelo contato entre os pneus e o
revestimento do pavimento têm sido conduzidas nos países mais desenvolvidos,
envolvendo equipes multidisciplinares de especialistas em acústica, construção,
materiais, química e outros, em instituições acadêmicas, pelo governo e pela
indústria. O objetivo desses estudos é o desenvolvimento de materiais e de sistemas
construtivos que atendam aos vários requisitos para aplicação nas vias, tais como:
53
O Asfalto Poroso de Camada Simples, retratado na Ilustração 24, é formado por
agregado, que constitui um esqueleto de pedra resistente à deformação, preenchido
com elemento de ligação de cimento (DAC – Dense Asphalt Concrete) ou betume
(SMA – Stone Mastic Asphalt). No caso do SMA, o agregado é preenchido com
betume e fibras para dar estabilidade ao betume durante o transporte e a aplicação.
Trata-se de uma opção bastante utilizada na Europa, na Austrália, nos Estados
Unidos, no Canadá e no Japão (DRI-DK, 2008). Quanto menor o tamanho do
agregado maior a redução do ruído, sendo que cada país adota um padrão diferente
de tamanho máximo para cada tipo (DAC ou SMA), com dimensões variando de 11
23
a 16 mm. Verificou-se, também, que alto espaçamento, de 20 a 25% entre os
agregados, produz uma redução de ruído de 2 a 3 dB (A). Para vias urbanas, o SMA
não funciona adequadamente, pois a sujeira e o pó podem obstruir os poros,
prejudicando a drenagem e o desempenho acústico (DRI-DK, 2008) (SILENCE,
2008) (FREITAS; PEREIRA, 2013).
23
Volume de material no espaço entre os agregados, resultado da relação entre o volume dos
interstícios sobre o volume total.
54
Asfalto Poroso de Camada Dupla (two layer porous surface), exemplificado na
Ilustração 25, é constituído por uma camada com agregado fino, superposta a uma
camada de suporte de agregado mais grosso. Essa composição em dupla camada
apresentou melhor desempenho nas vias urbanas. A camada superior, com 25 mm
de espessura, contendo agregado com dimensão variando de 2 a 6 mm ou de 4 a 8
mm, é aplicada sobre outra camada com 45 mm de espessura, contendo agregado
com dimensão variando de 14 a 16 mm, conforme a Ilustração 25. A dimensão dos
agregados e a altura das camadas variam, dependendo da referência adotada em
cada país (SILENCE, 2008) (FREITAS; PEREIRA, 2013).
Ilustração 25 - Asfalto poroso de dupla camada. Fonte: SILENCE, 2008, apud MANFRED HAIDER
55
Ilustração 26 - PERS - Pavimento Poroelástico para rodovias. Fonte: PERSUADE, 2013.
56
4.1.2 RUA E VIA
De acordo com NIEMEYER (1998), há uma distinção entre via e rua, sob o ponto de
vista acústico. A via é destinada à circulação dos veículos, que compõem a fonte
sonora, enquanto a rua compreende, além da via de circulação, também o seu
entorno, até o limite das fachadas dos edifícios, conforme Ilustração 27 e Ilustração
28.
57
Com base em NIEMEYER; SLAMA (1998), a característica acústica de uma rua é
definida por uma regra simples, relacionando a largura da rua (d) e a altura dos
edifícios (h) que a margeiam.
58
Ilustração 30 - Rua com configuração em L. Fonte: Autora, 2014.
A natureza do tráfego, por sua vez, utiliza como parâmetros para a definição: a
velocidade média dos veículos na via; as características do fluxo do tráfego; a
variação de volume nos períodos do dia e da noite; e a composição do tráfego, de
acordo com os tipos de veículos (leves ou pesados). (JOSSE, 1975) (FHWA, 2011)
(CNOSSOS-EU, 2012).
59
Tabela 5 - Classificação das Vias. Fonte: NIEMEYER; SLAMAS, 1998, apud CETUR-81, p. 50.
60
4.2 PROJETO ARQUITETÔNICO
61
nas pessoas, como também, àqueles interessados em
caracterizar, acusticamente, uma dada região, por meio de
ferramentas, tais como, o mapeamento e a predição acústica.
Tais ferramentas têm sido bastante utilizadas, pois fornecem
informações do ruído ambiental para o planejamento urbano,
permitindo o acompanhamento e previsões da evolução de
ambientes sonoros, que segundo alguns estudos sofrem
influências diante da densidade construtiva e da forma das
edificações, enfim, da configuração do espaço urbano
(GUEDES, 2005. p. 2).”
62
Uma contribuição muito significativa para a implantação de projetos urbanos que
privilegiem as questões ligadas à qualidade ambiental sonora é dada pelo Projeto
Silence (2008), cuja finalidade é orientar as autoridades locais de cidades europeias
na implantação de projetos urbanos com redução dos níveis de ruído. Para tanto, o
manual do projeto expõe, de forma simples e ordenada, passo a passo, o
planejamento e o projeto, demonstrando de que forma os componentes morfológicos
atuam sobre a qualidade sonora, e recomendando a distribuição e a disposição dos
edifícios, para minimizar a propagação e aumentar a absorção da energia do ruído,
utilizando-se as próprias edificações como barreiras e proteção para áreas
residenciais e mais sensíveis, como nos casos de escolas e hospitais.
Os edifícios em formas “U”, com a abertura voltada para a via ou, mais
genericamente, de forma côncava em relação à via, concentram o som e, portanto,
requer um cuidado especial em sua implantação. Edifícios muito próximos, em
posições paralelas e perpendiculares à via, concentram e reverberam as múltiplas
reflexões das fachadas. Todas essas formas causam uma perturbação adicional no
ambiente interior do edifício, portanto devem ser evitadas, conforme o exemplificado
pela Ilustração 32 (SILVA, 1971) (DE MARCO, 1982) (SILENCE, 2008).
Ilustração 32 - Formas a serem evitadas, em relação à via. Fonte: SILENCE, 2008 apud WG 5, 2002,
p. 27.
63
As formas convexas, por sua vez, em relação à via, espalham o som e, portanto,
promovem a dispersão e a redução da energia sonora refletida, como ilustra a
Ilustração 33. (SILENCE, 2008). As formas abaixo devem ser as preferidas para a
implantação de edifícios paralelos às vias.
Ilustração 33 - Formas preferenciais em relação à via. Fonte: SILENCE, 2008 apud WG 5, 2002, p.
27.
64
Ilustração 34 - Edifícios como barreira acústica. Fonte: SILENCE, 2008 apud LARMKONTOR, BPW,
KONSALT, 2004, p. 35.
As formas dos edifícios que margeiam as vias são determinantes como barreiras de
proteção contra o som que penetra para o interior do quarteirão. O manual do
Projeto Silence apresenta várias formas de implantação de edifícios, de acordo com
seu uso e distribuição espacial. (ARIZMENDI, 1980) (MARCELO, 2006) (KANG,
2007) (SILENCE, 2008) (L. T. SILVA; M. OLIVEIRA, 2010) (ARIZA-VILLAVERDE;
JIMÉNEZ-HORNERO; DE RAVÉ, 2013, 2014).
65
Ilustração 35 - Novas implantações de edifícios como proteção acústica para o interior da quadra.
Fonte: SILENCE, 2008 apud LARMKONTOR, BPW, KONSALT, 2004, p. 29.
Ilustração 36 – Áreas de garagens e depósitos como proteção para áreas mais silenciosas. Fonte:
SILENCE, 2008 apud LARMKONTOR, BPW, KONSALT, 2004, p. 49.
66
Autoproteção acústica do interior do edifício
67
Ilustração 37 – Formas de autoproteção. Fonte: KANG, 2007
68
Os elementos arquitetônicos presentes na fachada voltada para a via, assim
como nas laterais do prédio, podem ser utilizados como autoproteção, tais
como: brises, elementos decorativos, paredes, empena cega e varandas,
funcionando como barreiras ou anteparos destinados à reflexão e absorção
das ondas sonoras, diminuindo a penetração dessas ondas para o interior dos
ambientes. A Ilustração 37-c e a Ilustração 39 ilustram de que modo esses
elementos podem atuar na redução do ruído interior. As varandas podem
atenuar o ruído exterior de 5 a 14 dB, dependendo da localização, do tipo de
janela ou porta, da profundidade, da altura do peitoril e do ângulo em relação
à via. Materiais de revestimento adequadamente aplicados também ajudam a
atenuar o ruído, como, por exemplo, a aplicação de um material absorvente
no teto da varanda e de outro, reflexivo, na parte externa do peitoril, como
ilustra a Ilustração 40 (NIEMEYER; SLAMA, 1998) (BARROSO-KRAUSE, et
al, 2005) (GUEDES, 2005) (MARCELO, 2006) (KANG, 2007) (SILENCE,
2008).
69
Ilustração 40 - Varanda como barreira acústica. Fonte: BARROSO-KRAUS, et al, 2005.
70
Tabela 6 - NBR 10151 (2003) . Fonte: NBR 10151, 2003.
71
O impacto sonoro decorrente da transformação do lugar deve ser estudado não só
na implantação de novos edifícios, mas, também, na demolição de estruturas
existentes, pois tais intervenções alteram a qualidade sonora, devido ao fato de
modificar as características espaciais de propagação do som. A demolição de uma
edificação próxima a uma via, e que funciona como barreira acústica para uma área
residencial, pode causar a deterioração da qualidade sonora desse local, caso
outras medidas de contenção não sejam tomadas no projeto, conforme exemplo da
Ilustração 41 (SILENCE, 2008).
Ilustração 41 - Demolição de edifícios que funcionam como barreira acústica para área residencial.
Fonte: SILENCE, 2008 apud. LARMKONTOR, BPW, KONSALT, 2004, p. 72.
72
A vegetação aplicada como revestimento nas fachadas atenua os sons agudos,
modificando o espectro do ruído e, dessa forma, criando, para o receptor humano, a
percepção de um ambiente sonoro menos ruidoso.
73
naturalmente distribuída, como se vê nos parques e praças, não oferece um efeito
significativo como barreira acústica.
BISTAFA (2011) comenta em seu livro que, para a criação de uma área de
insonorização24 com vegetação, é fundamental que se observem quatro
características essenciais, visando à obtenção da eficácia do isolamento acústico,
quais sejam: largura, localização, altura do cinturão e configuração do plantio. A
barreira acústica utilizando-se a vegetação só tem efeito de atenuação de ruído com
a escolha de uma vegetação densa, com extensão superior de 15 m e altura, no
mínimo 5 m acima da linha de visão, além de uma combinação de plantio
intercalando sub-bosque denso com plantio de vegetação perenifólia 25, entre a fonte
emissora e o receptor.
Tanto para BISTAFA (2011) quanto para NIEMEYER (1998), o plantio de arbustos,
vegetação rasteira ou árvores sobre os taludes, ao longo das vias de tráfego, tem
um efeito de redução do ruído mais por atuação dos taludes do que pela vegetação,
tratando-se de um método mais aceito pelos habitantes do que as barreiras
artificiais, pois a vegetação proporciona um ambiente psicologicamente mais
tranquilo.
24
Insonorização – é um meio para reduzir a pressão sonora em relação a uma fonte de som e do
receptor.
25
Perenifólias - são vegetais que não perdem as folhas durante o período de estio. Vegetação desse
tipo é encontrada de forma contínua desde o município de Pirambu até a divisa com a Bahia. Entre
as associações estão os manguezais localizados na foz dos rios São Francisco, Japaratuba, Sergipe
e afluentes, com diversas espécies de mangues (gêneros Rhyzophora, Laguncularia e Conocarpus).
Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural.
http://www.sagri.se.gov.br/modules/tinyd0/index.php?id=32/ Acesso em: 02 abr. 2014.
74
York, que ocupam espaços extremamente pequenos, decorrentes de áreas residuais
localizadas em vias movimentadas.
Figura 42 - Paley Park, em Nova York, vista para a cascata. Fonte: PPS, 2003.
Figura 43 - Paley Park, em Nova York, vista do interior para a Rua 53. Fonte: PPS, 2003.
O Paley Park foi projetado pelo arquiteto Robert Zion, do escritório Zion and Breene
Associates, para William S. Paley, da Fundação S. Paley, em 1967 e reformado em
1999. Trata-se de uma área de propriedade particular para o uso público, localizada
75
na Rua 53, entre a 5ª Avenida e a Avenida Madison, no centro de Manhattan
(Ilustração 44).
O GreenAcre Park, por sua vez, foi projetado pelos arquitetos do escritório Sasaki,
Dawson, DeMay Associates, liderados pelos arquitetos Masao Kinhoshita e Hideo
Sasaki, com participação de Tom Wirth. Foi aberto em 1971, em um pequeno
terreno de 20m de largura por 40m de comprimento, localizado na Rua 51, entre a 2ª
e 3ª Avenidas, igualmente no Centro de Manhattan, sendo também uma área
particular de uso público, pertencente à fundação Greenacre Foundation, fundada e
mantida por Abby Rockefeller Mauze (TCLF, 2014).
76
Ilustração 45 - Vista por cima da fonte do GreenAcre Park. Fonte: SASAKI, 1975.
77
Ilustração 46 - GreenAcre Park, em Nova York. Fonte: SASAKI, 1975.
O Paley Park, ilustrado pela Ilustração 47, foi planejado em quatro zonas distintas:
78
a quarta zona é a área de interação com a cascata, sendo dotada de uma
atmosfera totalmente diferenciada em relação à rua, proporcionada pelo som
da água corrente, que normalmente transmite um sentimento de calma ao
usuário, além de favorecer o conforto térmico do local. (TATE, 2001)
Ilustração 47 - Análise da organização dos ambientes no Paley Park. Fonte: TATE, 2001.
Paisagem sonora é um termo amplo que pode ser definido genericamente como o
conjunto de sons de um determinado ambiente. Segundo SCHAFFER (2011):
79
O gráfico da Ilustração 26 traz o levantamento de sons característicos da costa
oeste do estado canadense de British Columbia, tendo sido reproduzido da obra The
Soundscape, anteriormente mencionada. A interpretação do referido gráfico requer o
conhecimento e o entendimento a respeito das variações climáticas, da fauna e da
flora próprias do local em que a pesquisa foi realizada.
80
Ilustração 48- Ciclo natural da paisagem sonora da costa oeste da British Columbia
Fonte: (SCHAFER, 2011).
Com o propósito inicial de atrair a atenção para o tema da acústica urbana e da
rápida mudança do ambiente sonoro em Vancouver à época, a pesquisa citada
resultou em duas cartilhas intituladas New Soundscape e The Book of Noise, além
de um ensaio, o The Music of the Environment, em 1973, os quais serviram como
referência para a elaboração das leis de ruído canadense.
Schafer ainda organizou e publicou o livro The Tuning of the World (A Afinação do
Mundo), 1977, no qual tratou, pela primeira vez na literatura, do conceito de
“paisagem sonora” e de seu estudo de forma sistemática, tornando a publicação
uma obra de referência.
No ano seguinte, Barry Truax publicou o Handbook for Acoustic Ecology (Manual de
Ecologia Acústica), contendo a terminologia da acústica e da paisagem sonora.
(SFU, s/d).
81
comunicação acústica e dialogando com todos os
problemas do mundo real, quer seja ruído, som ambiente,
meios de comunicação ou ouvindo, em geral, a
comunidade acústica – em suma, todas as manifestações
sonoras, sob um ponto de vista interdisciplinar."
(KARMAN, 2009). (tradução Vânia H. L. G. Corrêa).
26
Ecologia acústica – é o estudo dos efeitos do ambiente acústico, ou paisagem sonora, sobre as
respostas físicas ou características comportamentais das criaturas que nele vivem. Seu principal
objetivo é dirigir a atenção aos equilíbrios que podem ter efeitos insalubres ou hostis. Fonte:
(Schafer, 2011)
27
Chris Argyris é professor de Comportamento Educacional e Organizacional na Harvard University,
desde 1971, e também lecionou na rival Yale University. Ele é considerado uma autoridade mundial
na área de comportamento organizacional. Ele foi o precursor do conceito de aprendizagem dupla
(double-loop learning), segundo o qual as empresas aprendem duplamente se emendarem quer os
erros quer as normas que os causaram. O objetivo é criar empresas que aprendam continuamente.
Fonte: http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/44-chris-argyris/ Acesso em: 01 maio 2014.
82
"O ruído é um sério risco ambiental para a saúde pública,
especialmente nas áreas urbanas, devido o aumento do
transporte e a ineficiência do planejamento urbano...” Janez
Potočnik28.
28
Janez Potočnik – é o comissário de meio ambiente da Comissão Europeia
83
proporcionar um ambiente saudável e de qualidade, os arquitetos e urbanistas
devem deter o conhecimento dos conceitos de conforto, incluindo a acústica, como
descreve DUBOIS; RAIMBAULT (2005):
84
ambientes urbanos serem mais bem qualificados, proporcionando melhor qualidade
de vida e bem estar à população das grandes cidades. (NIEMEYER; SLAMA, 1998)
(DUBOIS; RAIMBAULT, 2005) (GUEDES, 2005) (SILENCE, 2008) (L.T. SILVA;
OLIVEIRA, 2010) (WANG; KANG, 2011).
85
5 INFLUÊNCIA DO RUÍDO RODOVIÁRIO NA CIDADE
Com o advento da revolução industrial, uma infinidade de novos sons foi introduzida
no ambiente urbano. Posteriormente, a inovação, com o uso de aparelhos
eletroeletrônicos, trouxe muitas fontes de ruído para o ambiente SCHAFER (2011),
não só provenientes das máquinas e aparelhos, em si, mas também pela utilização
inadequada dos referidos aparelhos, exemplificando-se pelo fato bastante
recorrente, nos dias de hoje, da utilização de fones de ouvido em alto volume, por
parte dos jovens, causando danos auditivos em longo prazo. No entanto, o som é
necessário para a existência e, assim sendo, o bem-estar depende de uma
paisagem sonora adequada.
SILVA (1971) relata que o assunto já era tratado pelo arquiteto Rino Levi em 1964,
sob o tema de “Ruído e urbanismo”. O planejamento urbano é um trabalho
complexo, que demanda cooperação de uma equipe multidisciplinar que conte com
o apoio e a conscientização do poder público e da sociedade. Atualizações
constantes, tanto do planejamento quanto das ações a serem empreendidas, são
essenciais para que se adequem às novas realidades e para tratar o ruído de forma
mais eficiente e econômica, pois a cidade é um organismo vivo, que se modifica ao
longo do tempo, inclusive no que diz respeito à sua paisagem sonora. O ruído
muitas vezes não é reconhecido como sendo a causa de muitos problemas
cotidianos das pessoas, já que a população é atingida passivamente por seus
efeitos, como aborda Débora Barreto na Revista VeraCidade.
86
“Milhões de cidadãos passivos estão ficando perturbados,
comprometendo o raciocínio, a comunicação oral, a educação,
o bem-estar e a sobrevida, limitando as potencialidades
humanas.” (BARRETO, 2008).
O ruído deve ser tratado com prioridade no âmbito da Política Ambiental, de acordo
com a afirmação do grupo de trabalho da OMS, em 1971, considerando que:
Interessante observar que, embora o problema do ruído urbano, hoje com grande
exposição, estudos e diretivas de órgãos internacionais, ainda tem sido muito
negligenciado, tanto pelo poder público como pela sociedade de um modo geral.
Essa constatação demonstra, de certa forma, o quanto a população é mal informada
a respeito dos efeitos nocivos à saúde, causados pelo ruído, e de o quanto essa
questão é prioritária, no âmbito dos planos de governança e de ações públicas.
87
“Os altos níveis de ruído urbano têm se transformado, nas
últimas décadas, em uma das formas de poluição que mais
tem preocupado os urbanistas e arquitetos. Os valores
registrados acusam níveis de desconforto tão altos que a
poluição sonora urbana passou a ser considerada a forma de
poluição que atinge o maior número de pessoas. Assim, desde
o congresso mundial sobre poluição sonora em 1989, na
Suécia, o assunto passou a ser considerado questão de saúde
pública. Entretanto, a preocupação com os níveis de ruído
ambiental já existia desde 1981, pois, no Congresso Mundial
de Acústica, na Austrália” [...] “Na visão mais ampla, o silêncio
não deve ser encarado como um fator determinante no
conforto ambiental, mas deve ser visto como um direito do
cidadão. O bem-estar da população não deve ser tratado
apenas como projetos de isolamento acústico tecnicamente
perfeitos, mas, além disso, exige uma visão crítica de todo o
ambiente que vai receber a nova edificação. É necessária uma
discussão a nível urbanístico.” (FERNANDES, 2005, p. 48).
O ruído excessivo prejudica a saúde humana e interfere nas atividades diárias das
pessoas na escola, no trabalho, em casa e no lazer, podendo perturbar o sono,
88
causar efeitos cardiovasculares e psicofisiológicos, além de reduzir o desempenho e
provocar atitudes de aborrecimento e mudanças no comportamento social.
(MÜLLER-WENK, 2002) (OMS, 2011, 2012, 2014) (COMISSÃO EUROPEIA, 2012, a,
b) (CNOSSOS-EU, 2012) (MÜNZEL, et al, 2014) (PIMENTAL-SOUZA, 2014)
(FIORINI, 2014) (BABISCH, 2002, 2014). O mesmo impacto nocivo também ocorre
em relação à vida selvagem. OMS (2014).
Segundo o relatório publicado pela OMS (2012), o ruído de tráfego é uma questão
preponderante da saúde pública.
29
Ruído de fundo - Entende-se como ruído de fundo a média dos mínimos dos níveis de ruído
medido (Lra - nível de ruído ambiente) em local e hora considerados, na ausência da fonte emissora
em questão.
89
envelhecimento neuronal e decréscimo na formação dos ossos. FIORINI (2014) e
PIMENTAL-SOUZA (2014).
A Ilustração 49, intitulada Pirâmide dos efeitos do ruído na saúde (Pyramid of Health
Effects of Noise), elaborada por BABISCH (2002), ilustra a relação entre o número
de pessoas afetas e a gravidade dos problemas de saúde ocasionados pelo ruído.
Na base da pirâmide, que revela o maior número de pessoas afetadas, encontram-
se os efeitos menos severos, relacionados principalmente ao sentimento de
desconforto, tais como: irritação, aborrecimento e distúrbios do sono. No nível
imediatamente acima, que apresenta menor número de pessoas afetadas do que o
nível anterior, figuram os sintomas do estresse, com a detecção de hormônios
relacionados e reações fisiológicas decorrentes do quadro. No terceiro nível,
contando-se da base ao ápice da pirâmide, os fatores de risco ligados a esse
estresse se instalam em um número menor de pessoas, tais como: pressão alta,
colesterol elevado, diabetes e outros distúrbios metabólicos. Os fatores de risco
levam uma parcela dos indivíduos afetados a contraírem doenças crônicas, como: a
insônia e doenças cardiovasculares. Todos os efeitos citados vão culminar com a
morte de alguns indivíduos, causada por doenças desenvolvidas devido à maior
suscetibilidade, ao maior tempo e nível de exposição a que os indivíduos foram
submetidos. (BABISCH, 2002).
90
Ilustração 49 – Pirâmide dos efeitos do ruído na saúde. Fonte: OMS, 2011 apud BABISCH, 2002.
91
Ilustração 50 - Diagrama dos efeitos causados à saúde humana pela exposição ao ruído. Fonte:
(MÜNZEL et al, 2014 apud BABISCH, 2014. Tradução da autora).
92
fator de risco cardiovascular, e a incidência de doenças
cardiovasculares. As provas que sustentam este argumento
são baseadas em uma lógica estabelecida, apoiada por
estudos de laboratório e de campo de observação
experimental, e uma série de estudos epidemiológicos.”
(MÜNZEL THOMAS, 2014).
93
“Estima-se que a perda de DALYs (Disability-Adjusted Life
Year - Anos de Vida Ajustados por Invalidez ou Morte) em
função do ruído ambiental, nos países da Europa Ocidental,
somam 61.000 anos por doenças isquêmicas do coração,
45.000 anos por comprometimento cognitivo das crianças,
903.000 anos por distúrbios do sono, 22.000 anos por zumbido
e 654.000 anos por aborrecimento. Se todos forem
considerados em conjunto, a variação de carga seria de 1.0 a
1.600.000 DALYs. Isso significa que pelo menos 1 milhão de
anos de vida saudável são perdidos a cada ano, relacionados
com o tráfego nos países da Europa Ocidental, incluindo-se os
Estados Membros da UE. A perturbação do sono e a irritação
relacionadas ao ruído de tráfego rodoviário constituem a maior
parte da carga do ruído ambiente na Europa Ocidental. Devido
à falta de divulgação de dados relativos ao Sudeste Europeu e
aos estados recém-independentes, não é possível estimar a
carga de doenças em toda a Região Europeia da OMS. (OMS,
2012). (tradução: Vânia Helena Lopes Gonçalves Corrêa).
94
“O mais traiçoeiro efeito ocorre em níveis moderados de ruído,
porque mansamente vão-se instalando estresse, distúrbios
físicos, mentais e psicológicos, insônia e problemas auditivos.
Muitos sinais passam despercebidos do próprio paciente pela
tolerância e aparente adaptação e são de difícil reversão.
Muitas pessoas, perdidas no redemoinho das grandes cidades,
não conseguem identificar o ruído como um dos principais
agentes agressores e ficam desorientadas por não saberem
localizar a causa de tal mal. Por isso, nada se faz sob o
impacto de uma abusiva e, portanto, ruidosa mecanização e
sonorização tanto em ambientes fechados quando abertos.”
(BARRETO, 2008 apud SOUZA, 1992, p. 3).
Tabela 7 relaciona os impactos à saúde aos níveis de ruído, sendo que para níveis
abaixo de 50 dB(A) não se nota impacto algum, porém, para níveis acima dessa
marca, vários prejuízos à saúde são descritos.
Tabela 7 - Impacto dos Níveis de Ruído na Saúde. Fonte: BARRETO, 2008 apud MANZANA, s/d.
95
Tabela de Níveis de Ruído Aceitáveis Dependendo do Tipo da Área
Tipos de áreas Diurno Noturno
Área de Sítio e Fazendas 40 35
Área estritamente residencial urbana ou de hospital ou de escola 50 45
Área Mista, predominantemente residencial 55 50
Área Mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área Mista, com vocação recreacional 65 55
Área Mista, predominantemente industrial 70 60
Tabela 8 - Tabela de Níveis de Ruído em Ambiente Externo. Fonte: NBR 10151, 2003.
De acordo com (EEA, 2010), vários estudos indicam que o ruído pode prejudicar a
aprendizagem e diminuir o desempenho, especialmente em crianças.
30
Psicocognitiva - está ligada ao estudo dos processos mentais que influenciam o comportamento de
cada indivíduo e o desenvolvimento intelectual. Segundo o epistemólogo e pensador suíço, Jean
Piaget, a atividade intelectual está ligada ao funcionamento do próprio organismo, ao
desenvolvimento biológico de cada pessoa. Fonte: http://www.significados.com.br/cognitivo/ Acesso
em: 15 de maio 2014.
96
das funções superiores do cérebro, condenando suas vítimas a
cidadãos de segunda classe (SOUZA, 1992 apud Jouvet,
1977) (De KONINCK et al, 1989) (PIMENTEL-SOUZA, 1990,
1992).
A OMS estima que pelo menos um milhão de anos de vida saudável são perdidos a
cada ano, relacionadas com o ruído de tráfego nos países da Europa Ocidental,
incluindo 61 mil anos perdidos com doença isquêmica do coração, 45.000 com
prejuízo cognitivo nas crianças, 903.000 com distúrbios do sono, 22.000 com
zumbido no ouvido e 654.000 com aborrecimento. O relatório da OMS também
conclui que um em cada três indivíduos na Europa fica irritado durante o dia, e um
em cada cinco tem seu sono perturbado à noite, por causa do barulho do trânsito.
(DGFP-EU, 2012).
97
Na Noruega as autoridades adotaram um método para o levantamento quantitativo
do impacto do ruído sobre as comunidades. O método leva em conta os níveis de
ruído a que estão expostos os residentes de uma área e quantifica, em termos
monetários, o impacto. A magnitude do impacto do ruído é calculada pela soma de
um índice denominado, em norueguês, pela sigla SPI, que significa Índice de
Aborrecimento devido ao Ruído. Um SPI é igual a uma pessoa extremamente
perturbada pelo ruído e pode ser também resultado da soma de duas pessoas
moderadamente perturbadas, ou seja, (2 x 0,5 SPI). No escopo dessa metodologia
também são estabelecidos uma correlação entre os níveis de ruído em dB(A), acima
do limite de 55dB(A), e o índice de perturbação dessa população, em SPIs. Para
uma população total de 4,5 milhões de pessoas, mais do que 1,6 milhões são
impactadas por níveis acima de 50 dB(A) e resultam em 0,5 milhão de SPIs.
Para a unidade dessa métrica SPI, é estabelecido um custo de 1.600 € por ano, ou
seja, 1 SPI = 1.600 € por ano para o tratamento de uma pessoa extremamente
perturbada pelo ruído e, sendo uma métrica linear, o custo de uma pessoa
moderadamente perturbada é de 0,5 SPI, consequentemente, 800 € por ano.
(GJESTLAND, 2007).
Uma das medidas bem aceitas para a avaliação do impacto do ruído na economia é
o Disability Adjusted Life Years (DALYs), cuja tradução é Anos de Vida Ajustados
por Invalidez ou Morte, ou seja, quantos anos da expectativa normal de vida de um
habitante foram perdidos em razão da incapacitação para o trabalho ou morte
decorrente do fator em estudo. (OMS, 2012).
98
O Reino Unido também desenvolveu estudos para estimar o impacto na economia
produzido pelos efeitos da poluição sonora. As estimativas iniciais, baseadas em
estudos sobre o tema, apontam para um custo maior do que 7 bilhões de Libras ao
ano, sendo que, desse total, 3 a 5 bilhões de Libras equivalem a custos decorrentes
de irritação, 2 a 3 bilhões de Libras, a custos no impacto da saúde da população e 2
bilhões, a perda de produtividade. Os valores apresentados na
Tabela 9, levantados pela OMS, foram utilizados para as estimativas iniciais
referentes aos impactos no Reino Unido. (DEFRA-IGCB-NSG, 2008).
Número de anos
de vida
Impacto
potencialmente
Tipo de Monetizado no
Proporção perdidos na
Exposição Impacto Reino Unido
afetada por ano Europa por morte
ao Ruído (milhões de
ou invalidez,
Libras por ano)
relacionadas ao
ruído (DALYs)
3% de todos os
Tráfego
Doenças casos de doenças
durante o 211.000 £1.183
Cardíacas cardíacas na
dia
União Europeia
Ruído de
Distúrbio 2% de todos os
fundo à Sem dados Sem Dados
severo do sono europeus
noite
Ruído de
15% de todos os
fundo nas Irritação severa 278.000 £1.571
europeus
24 horas
3% de todos os
Ruído de casos de zumbido
Zumbido nos
tráfego e no ouvido (0,75% 9.300 £52
ouvidos
lazer de todos os
europeus)
Ruído Perturbação do
0,01% de todos os
Noturno e aprendizado 45.000 £252
europeus
Diurno em crianças
1,8% dos
Perda auditiva
europeus na idade
Música alta devido ao 6.800 £38
de 7 a 19 anos na
"ruído de lazer"
Europa
Tabela 9 - Efeitos do ruído na saúde. Fonte: DEFRA-IGCB-NSG, 2008 apud OMS, 2008.
99
DEFRA (Department for Environment, Food & Rural Affairs – Departamento de Meio
Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais), criou um subgrupo de estudo destinado
a desenvolver uma metodologia mais precisa para a avaliação do impacto
econômico do ruído. (DEFRA-IGCB-NSG, 2008).
100
cartas acústicas, obtém-se uma estimativa bastante razoável sobre os impactos
econômicos decorrentes do ruído. O documento cita, também, que estudo da OMS,
de 2011, considera o ruído como o segundo maior risco ambiental nos países
desenvolvidos. (DEFRA, 2013).
101
6 CONTROLE DO RUÍDO NA PAISAGEM SONORA
102
aos vários obstáculos que se interpõem no percurso da propagação, além da
atenuação normal promovida pela distância entre a fonte e o receptor. Outros
elementos também interferem na propagação, tais como as condições climáticas, a
configuração morfológica do lugar, a superfície das vias e a vegetação entre a fonte
e o receptor (Ilustração 51).
103
O objetivo desta pesquisa é amenizar o ruído rodoviário, especificamente o ruído de
tráfego urbano gerado pelo grande fluxo de veículos na cidade. Para tanto, as fontes
de ruído ligadas a esse contexto, das quais fazem parte os veículos, a infraestrutura
viária, o gerenciamento do fluxo de tráfego e o comportamento das pessoas, serão
privilegiadas neste trabalho.
104
Ruído: emissão de ruído por veículos – automóveis,
motocicletas, caminhões e ônibus – foi objeto de estudos por
parte da CETESB, que acabaram por estabelecer as bases do
Programa Nacional de Controle de Ruído Veicular. Tal
programa, lançado a partir das Resoluções CONAMA 01 e 02
de 1993 e atualizado pelas Resoluções CONAMA 08 de 1993,
17 de 1995, 20 de 1996, 242 de 1998, 268 e 272 de 2000,
estabelece limites máximos de ruído para veículos novos
comercializados no Brasil. Prevê ainda critérios para serem
utilizados em futuros programas de inspeção e fiscalização de
veículos em circulação, conforme as Resoluções CONAMA 07
de 1993, 227 de 1997, 252 e 256 de 1999.
105
Um dos veículos com maior emissão de ruído é a motocicleta que, devido aos
motores de dois tempos que emitem um nível sonoro muito alto, sendo que a tabela
correspondente à emissão de ruídos por essa classe de veículos aponta valores que
variam de 75 a 80 dB(A), de acordo com a cilindrada do motor, de 80 cm 3 a acima
de 350 cm3, respectivamente (CETESB, s/d).
No caso da atuação sobre a produção do ruído pelos pneus dos veículos, percebe-
se que essa ação depende fundamentalmente do estabelecimento de normas e da
legislação, e que estas sejam atendidas pelos fabricantes e fornecedores de pneus,
visto que a adoção de pneus com baixa emissão de ruído depende de preço e de
outras condições determinadas pelo mercado, pouco sensível à influência dos
gestores das cidades. Nessa área são necessárias ações reguladoras de órgão
federais ou entidades padronizadoras de maior abrangência.
106
que é semelhante às usadas nos eletrodomésticos, como o selo da Procel. A
etiqueta afixada nos pneus indica o seu desempenho nos quesitos: eficiência no
consumo de combustível, segurança e ruído externo. (EU, 2012).
Além dos benefícios para a mobilidade urbana, o fluxo contínuo dos veículos em
áreas urbanas com baixa variação de velocidade produz um nível de ruído menor do
que em vias onde há grande variação de velocidade, com paradas e arrancadas que
exigem variações de rotação do motor, trocas de marcha e frenagem, ações que
produzem um nível de ruído muito maior do que o regime estacionário e contínuo do
tráfego fluido.
107
A sincronização de semáforos e a eliminação de cruzamentos em nível, então,
permitem maior fluidez do trânsito e produzem uma melhora na paisagem sonora de
grandes avenidas.
“Traffic Calming pode ser assim definida como uma técnica (ou
um conjunto de técnicas) para reduzir os efeitos negativos do
trânsito, ao mesmo tempo em que cria um ambiente seguro,
calmo, agradável e atraente.” (ESTEVES, 2003, p. 51).
A Moderação de tráfego está se tornando cada vez mais aceita pelos profissionais
de transporte e urbanistas (VICTORIA TRANSPORT POLICY INSTITUTE, 2014).
Projetos de moderação de Tráfego podem variar, abrangendo desde pequenas
modificações em ruas isoladas até uma vasta remodelação da malha viária. A
108
implantação de rotatórias, por exemplo, obedece a um design moderno, que segue
três princípios básicos: normalmente apresenta apenas uma faixa de circulação;
com as entradas de forma inclinada, permitindo o acesso e a entrada na rotatória
acompanhando o fluxo; e uma ilha de deflexão, protegendo o tráfego entrante.
Essas medidas permitem que o tráfego flua nas rotatórias, reduzindo as paradas e
criando uma intersecção segura e contínua (VICTORIA TRANSPORT POLICY
INSTITUTE, 2014).
109
Ilustração 53 - Dispositivos de moderação de tráfego. Fonte: ESTEVES, 2003, apud ESTEVES,
1996.
110
dispositivos aplicados por esse sistema de redução de ruído denominado
Moderação de Tráfego (Traffic Calming).
Em todos esses projetos de redução de ruído e redução de velocidade nas vias,
utilizando-se as técnicas de Moderação de Tráfego, a conscientização e a educação
da população e dos motoristas são imprescindíveis para o sucesso e a compreensão
de que a redução de velocidade e a disciplina no trânsito promovem a melhor
convivência, com maior segurança e menor perturbação sonora.
Quando o tratamento do ruído na fonte não for suficiente para eliminá-lo ou reduzi-lo
aos níveis aceitáveis, o próximo passo é criar obstáculos na trajetória de propagação
sonora entre a fonte e o receptor.
111
A análise da trajetória de propagação das ondas sonoras no meio urbano deve levar
em conta o plano horizontal e também o plano vertical, com soluções específicas
para cada um desses planos.
112
Ilustração 54 – Trajetória de propagação - Fonte: adaptado de CNOSSOS-EU, 2012.
A seguir são listadas, e apresentadas nas Ilustração 55 eIlustração 56, algumas das
formas mais comuns de atuação na trajetória de propagação do som para a redução
do ruído de tráfego urbano:
113
Atenuação pela vegetação, já abordado no item 4.3.
Redução da reflexão do ruído na superfície do pavimento: asfalto poroso, já
abordado no item 4.1.1, e superfície de concreto flutuante.
Berma (trincheira), criando obstáculo lateral, para absorção pelo solo, e
reflexão, com redirecionamento para cima.
Barreira acústica para atenuar o ruído e proteger a área desejada com várias
formas, tais como: com curva, Ilustração 57; com cobertura, Ilustração 57; e
totalmente coberta (túnel). O túnel isolante da fonte para as demais áreas.
Ilustração 55 - Formas de atenuação do nível de ruído para os receptores. Fonte: BARRETO, 2005,
apud SANCHIDRIÁN, 2001.
114
Ilustração 57 - Exemplos de barreiras acústicas de Hong Kong. Fonte: (GOVERNMENT OF THE
HONG KONG SAR, 2003).
Ilustração 58 –Exemplos de barreira acústica com curva e cobertura. Fonte CDER, 2010.
115
Ilustração 59 - Zona de sombra acústica criada pela barreira acústica. Fonte: FHWA, 2012.
116
Ilustração 60 - Barreira acústica transparente coberta. Fonte: TODARO; LIPARI; PUGLIANO, 2013.
As barreiras acústicas podem reduzir o ruído que atinge o receptor em até 20 dB,
dependendo do tipo de construção e do material utilizado. Normalmente as barreiras
reduzem de 5 a 10 dB, de acordo com (CEDR, 2010) (FHWA, 2012), o que significa
uma redução do nível do ruído de tráfego em até a metade, para as habitações nas
vizinhanças das rodovias.
117
De acordo com o Guidelines on Design of Noise Barriers, do departamento de
proteção ao meio ambiente de (GOVERNMENT OF THE HONG KONG SAR, 2003),
teoricamente, a barreira acústica de parede tem a capacidade de alcançar uma
redução de 20 dB(A) e as bermas, de 23 dB(A).
118
circulação na via – e o receptor que fica nos pontos da sombra acústica gerada pela
barreira, conforme o ilustrado pela Ilustração 59.
119
Tabela 1 - Tipos de material utilizado em barreiras acústicas. Fonte: (GOVERNMENT OF THE HONG
KONG SAR, 2003).
Existe uma grande variedade de materiais que podem ser utilizados e diferentes
tipos de barreiras, cada uma trabalhando isoladamente ou compondo um conjunto
para atenuar o ruído de tráfego. O desempenho da barreira depende também de se
evitar o vazamento do ruído por espaços vazios, fendas, fissuras e buracos no
sistema construtivo.
120
6.3 CONTROLE DO RUÍDO PELA ATUAÇÃO NO RECEPTOR
Essa atuação tem por característica uma atuação mais individualizada e particular
de cada espaço, envolvendo, na maior parte das vezes, procedimentos de caráter
interno aos edifícios, e de responsabilidade de seus proprietários, tornando a ação
pública e conjunta mais difícil. Essas medidas normalmente são levadas a efeito
pelo estabelecimento de normas para fachadas, janelas e portas, de acordo com o
posicionamento das edificações em relação às vias. (NIEMEYAR; SLAMA, 1998)
(NIEMEYAR, 1998) (MARCELO, 2006) (SILENCE, s/d) (CEDR, 2010) (CNOSSOS-
EU, 2012) (NBR 15575-4, 2013).
121
Ilustração 63 - Etiqueta com indicação de desempenho acústico de esquadria. Fonte: ARCOWEB,
s/d apud NBR 10821-4 (2011).
122
construtivo da parede. De acordo com DE MARCO (1982), dependendo das
características construtivas, a parede pode reduzir de 55 a 20 dB e as janelas e
portas, de 45 a 15 dB.
Conforme explicação anterior, quando uma onda sonora atinge a parede de uma
fachada de alvenaria, uma parte da onda é refletida, voltando para o ambiente, e a
outra parte é transmitida ao outro lado da parede. A parede, de certa forma,
desempenha o papel de uma barreira acústica, atenuando o ruído do exterior para o
interior. De acordo com a lei da massa, quanto mais densa, melhor será o
desempenho no isolamento acústico (DE MARCO, 1982) (NIEMEYAR; SLAMA,
1998) (AMORIM; LICARIÃO, 2005) (BARROSO-KRAUSE, et al, 2005).
A construção de paredes duplas com uma camada de ar entre elas melhora muito o
desempenho do isolamento acústico (DE MARCO, 1982) (AMORIM; LICARIÃO,
2005) (BARROSO-KRAUSE, et al, 2005). As paredes duplas podem produzir uma
redução de 5 a 10 dB, resultado superior ao de uma parede simples de mesmas
características (DE MARCO, 1982).
A capacidade de uma janela para reduzir o ruído depende dos seguintes elementos
(ADELAIDE CITY COUNCIL, s/d):
123
Projeto da esquadria;
Vidros;
Composição do painel de vidro;
Distância entre os painéis de vidro;
Vedação.
124
Ilustração 64 - Janela de vidro interna, com PVB para proteção antirruído. Fonte: Soundproof, 2014.
125
Ilustração 65 - pele de vidro na fachada. Fonte: SILENCE, 2008 apud Green Noise, 2005, p.7.
Se o ar fresco deve ser tomado a partir do lado ruidoso do edifício, outra solução
possível é a instalação de persianas de som em frente às janelas. Tais persianas
atuam para o som como os brises para a insolação, permitindo que o ar entre no
ambiente, porém criando uma chicana para o percurso do ar, que atenua o nível
sonoro, reduzindo o nível do ruído, comparando-se a uma janela aberta na mesma
situação. (SILENCE, 2008, apud Rasmussen, 2008).
126
7 INSTRUMENTOS LEGAIS E TECNOLOGIA
Com a crescente preocupação com os efeitos nocivos do ruído infligidos aos seres
humanos e ao meio ambiente, reconhecidos desde os anos 1970, várias leis,
diretrizes e normas foram elaborados. O avanço tecnológico possibilitou o
desenvolvimento de tecnologias de apoio, como os softwares de simulação acústica
que são hoje importantes ferramentas para a visualização dos fenômenos acústicos
no meio ambiente.
127
O documento dá prioridade na redução de ruído com políticas de longo prazo,
destacando a importância da informação e da conscientização da população para o
real problema de ruído, incentivando a modificação de comportamento. Dessa forma
consciente e participativa, a comunidade se envolve, cooperando com a solução dos
problemas existentes e com a prevenção, o que muito auxilia as autoridades e
gestores municipais no tratamento da questão.
128
exposição e os efeitos do ruído na saúde e no meio ambiente, desenvolvendo
consultas ao público no que se refere a medidas para redução do ruído de
meio ambiente.
Gerenciamento de problemas de ruído ambiental - Os órgãos competentes
devem elaborar planos de ação e medidas na redução da poluição sonora em
acordo com os critérios das autoridades locais, não só atuando na redução de
locais ruídosos, mas também empreendendo esforços para a conservação
das características dos lugares onde já existe uma boa qualidade sonora no
meio ambiente.
Desenvolvimento da estratégia de longo prazo da EU - Desenvolver uma
estratégia política conjunta de longo prazo para União Europeia, com o
propósito de reduzir o número de pessoas expostas ao ruído, atuando nas
trajetórias de propagação e na proteção dos receptores, mas também
emitindo normas produção e certificação de forma a reduzir o ruído produzido
pelas fontes. (END, 2002).
CEDR (2003)
WG-AEN (2007)
O manual “Good Practice Guide for Strategic Noise Mapping and the Production of
Associated Data on Noise Exposure” (em português: Manual de Boas Práticas no
129
Mapeamento Estratégico do Ruído e na Produção de Dados Associados à
Exposição ao Ruído), produzido pelo European Commission Working Group
Assessment of Exposure to Noise (WG-AEN, em português Grupo de Trabalho da
Comissão Europeia na Avaliação da Exposição ao Ruído), teve sua primeira versão
publicada em 5 de dezembro de 2003, sendo a segunda versão revisada divulgada
em 13 de agosto de 2007.
130
Tabela 11 – Símbolos e cores para classificação das ferramentas. Fonte: WG-AEN, 2007. (tradução:
autora).
131
Tabela 12 - Ferramenta 4: Composição de veículos no tráfego rodoviário. Fonte: WG-AEN, 2007.
132
O projeto Silence ressalta que para atenuar o ruído no meio urbano já consolidado,
antes de quaisquer ações, deve-se fazer um inventário da situação existente através
do mapa acústico identificando os níveis de exposição na área com a finalidade de
hierarquizar as prioridades, ordenando as intervenções de forma a obter os
melhores resultados com o menor custo e principalmente com uma integração à
paisagem urbana existente. Essa é uma preocupação importante, pois além de
classificar as ações de acordo com sua eficácia garantindo um melhor uso dos
recursos e um melhor resultado com uma visão holística do problema, o respeito à
cultura, e a paisagem urbana são importantes para não descaracteriza-los com a
implantação, por exemplo, de barreiras acústicas totalmente alheias ao seu entorno,
ou intervenções urbanas sem inserção no contexto do lugar.
CNOSSOS-EU (2012)
133
Elaborada pelo Centro de Pesquisas da Comissão Europeia, está recomendação
segue as especificações apresentadas na Diretiva de Ruído Ambiental 2002/49/CE,
já mencionada.
CONAMA (1986)
134
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
135
15575-3:2013 – Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos.
15575-4:2013 – Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais
internas e externas SVVIE.
15575-5:2013 – Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas.
15575-6:2013 – Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitarios.
A norma NBR 15575-4 (2013) esclarece como os sistemas construtivos devem ter
os níveis desempenho para atenuar a transmissão do ruído pelas paredes externas
e internas, pelas esquadrias e pelas portas, além dos efeitos decorrentes do sistema
de piso nas edificações habitacionais.
136
no poder de cálculo dos computadores viabilizaram a modelagem espacial dos
fenômenos físicos por programas de simulação que permitem a criação e
visualização de diferentes cenários, tanto na implantação como nas etapas do
projeto, possibilitando uma analise da exposição aos níveis de ruído de acordo com
as características geométricas (HOLTZ, 2012) e morfológicas do lugar, em particular
os níveis de pressão sonora nas fachadas dos edifícios antes mesmo de sua
construção.
Predictor-LimA é um programa desenvolvido pela empresa Brüel & Kjær, que iniciou
seu desenvolvimento na década de 1970. É um pacote de programas integrados
para projetos de ruído ambiental, composto principalmente dos programas
Predictor™ e LimA™.
137
sobre métodos de cálculo (2003/613/CE) e da Diretiva IPPC (2008/1/CE) e
semelhantes. (Brüel & Kjær, s/d).
138
Ilustração 67- Mapa acústico do Cadna A. Fonte: (DataKustik, s/d).
139
8 REFERENCIAS DE PROJETOS DE REDUÇÃO DO RUÍDO URBANO
140
O mapeamento acústico31 é um instrumento de extrema importância para análise e
identificação dos problemas relacionados ao ruído, pois mapeia cada tipo de fonte
emissora de ruído, sua intensidade e sua zona de influência.
31
Mapeamento acústico é uma representação cartográfica que mostra as variações dos níveis de
exposição a ruído em ambiente externo, onde se visualizam as zonas às quais correspondem a
determinadas classes de valores em dB(A), reportando-se a uma situação existente ou prevista.
141
8.1 FORTALEZA
Com mais de 2,4 milhões de habitantes, a cidade de Fortaleza tem uma economia
muito ativa, distribuída tanto no centro da cidade e como nos bairros. As atividades
industriais concentram-se nas áreas de vestuários, calçados, alimentação, extração
de minerais não metálicos. (Prefeitura de Fortaleza, 2014).
Somente após dois anos combatendo a poluição sonora é que em 2006 a SEMAM
(Secretária do Meio Ambiente e Controle Urbano) da Prefeitura do Município de
Fortaleza percebeu a complexidade do problema. Ficou clara a necessidade de um
trabalho sistêmico para identificar as fontes emissoras dos ruídos, com o auxílio de
ferramentas e metodologias para o levantamento de dados e compor uma carta
acústica.
142
e normas técnicas pertinentes ao ruído urbano, cooperando também para a
aplicação da carta acústica como instrumento fundamental no estabelecimento de
parâmetros futuros de qualidade e conforto da paisagem sonora dentro do Plano
Diretor Estratégico no Município da Fortaleza. SEMAM (2011).
A metodologia desse projeto foi baseada na recomendação “Good Practice Guide for
Strategic Noise Mapping and the Production of Associated Data on Noise Exposure”
emitida pelo WG-AEN, conforme já descrito no capítulo anterior:
143
O foco das medições in loco para o estudo e análise das fontes foram os bairros de
Aerolândia e Aldeota onde as reclamações eram mais constantes e o ruído causava
grande perturbação aos habitantes e usuários da área.
O bairro Aerolândia localizado na zona leste da cidade, situado entre a Av. Gov.
Raul Barbosa e a BR 116 é uma zona urbanizada ZU-7 classificada como Zona
Mista, com vocação comercial e administrativa segundo a lei municipal Nº
7987/1996. Como esse bairro encontra-se bem em frente a cabeceira principal do
Aeroporto Internacional Pinto Martins, os problemas principais ocorrem devido ao
ruído aeroviário proveniente das aeronaves que decolam e aterrissam, e também ao
constante fluxo de veículos leves, como ilustram os mapas acústicos (Ilustração 70),
tanto no período diurno como no noturno, ambos apresentam valores de nível
sonoro muito acima dos limites determinados pela norma NBR 10151 (2003) (Tabela
13).
Ilustração 70 - Mapa acústico diurno (esquerdo) e noturno (direita) do bairro Aerolândia. Fonte:
BRITO, 2014.
144
Tabela 13 - Níveis de ruído aceitáveis para área do bairro Aerolândia. Fonte: NBR 10151,2003.
145
Ilustração 71 - Mapa acústico do entorno do Hospital Militar de Fortaleza, bairro de Aldeota. Período
diurno. Fonte: BRITO, 2014.
Ilustração 72 - Mapa acústico do entorno do Hospital Militar de Fortaleza, bairro de Aldeota. Período
noturno. Fonte: BRITO, 2014.
146
Tabela 14 - Níveis de ruído aceitáveis na área de hospital. Fonte: NBR 10151, 2003.
Para manter o sossego da vizinhança e nas áreas sensíveis que requerem silêncio,
o nível sonoro dentro do limite aceitável é estabelecido pela lei municipal 5530/81 do
código de obras e posturas do município capítulo XLI seção II da poluição sonora:
147
Até meados de 2014 foram adotadas medidas em relação ao entorno do Hospital
Militar de Fortaleza no bairro Aldeota, onde o órgão de controle de trânsito da cidade
(AMC) restringiu a circulação de veículos de grande porte em um extenso trecho da
área, permitindo apenas a circulação de veículos de carga de até 2,5 toneladas.
Com essa mudança averiguou-se a redução de 2 dB(A) nos níveis relativos ao
período diurno e entardecer. (BRITO; BECAR; KIMURA, 2013).
8.2 WESTMINSTER
32
City of Westminster é um “borough” da Grande Londres, equivalente a um distrito municipal ou
subprefeitura.
148
tem papel marcante tanto na economia de Londres como para toda a Inglaterra, pois
é um importante centro comercial, financeiro e de atividades econômicas.
Mais de 70% das edificações são tombadas e foram construídas nos séculos XVIII e
XIX, contando também com edificações modernas. Assim sendo atrai turistas do
mundo inteiro, que gastam em torno 5 bilhões de libras esterlinas por ano na
cidade, gerando milhares de empregos e uma grande variedade de atividades.
(WESTMINSTER, 2009).
149
Ilustração 74 - Mapa acústico de Londres, área de Westminster. Fonte: BANDA, s/d.
150
Os níveis sonoros medidos nesse levantamento foram no período diurno de 62
dB(A), e no noturno de 55,7 dB(A), acima dos limites estabelecidos pela OMS,
tornando , a cidade mais ruídosa do Reino Unido (Ilustração 76).
33
As medidas dos níveis médios do nível de pressão sonora se referem à frente das casas e foi
realizado na pesquisa de medidas de ruído de Westminster em 2008.
151
Ilustração 77 - Contexto mais amplo na politica de mapeamento e ações de combate a poluição
sonora na cidade de Westminster. Fonte: CITY OF WESTMINSTER, 2009.
De fato existem muitas ações em diferentes níveis do governo britânico com relação
à poluição sonora, fazendo parte de um amplo contexto de ações governamentais
em vários níveis (Ilustração 77), mas todas integradas de forma a complementar e
alavancar os esforços de cada organismo no combate ao ruído e seus efeitos
danosos na saúde e produtividade da população.
O plano de ação para combate a poluição sonora em nível nacional tem o objetivo
de promover a saúde e bem-estar dos habitantes, trabalhadores e dos visitantes
com a redução da poluição sonora e qualificar paisagem sonora do meio ambiente,
seguindo as exigências da Diretiva Europeia 2002/49/CE com a elaboração do mapa
acústico nos grandes centros urbanos e ao longo das principais eixos rodoviários e
ferroviários, e também com produzindo um plano de ação para gerenciar, reduzir o
ruído e proteger zonas tranquilas.
152
Dentro dessas perspectivas o conselho de Westminster tomou resoluções para a
redução da poluição sonora e seus impactos nos habitantes da cidade,
considerando as seguintes frentes de ação:
153
moradores e também operando em parceria com a comunidade e os setores
comercial e de entretenimento. Pequenos problemas são resolvidos muito
rapidamente com a intervenção desta equipe. (CITY OF WESTMINSTER, 2009).
154
Ilustração 79 - Acesso a mapa acústico on-line no site de serviços do DEFRA. Fonte: DEFRA, 2013.
Ilustração 80 - Acesso on-line a estatísticas sobre ruído de uma área no site de serviços do DEFRA.
Fonte: DEFRA, 2013.
155
Junto ao crescimento econômico explosivo, especialmente durante as décadas de
1980 e 1990, vieram também os problemas decorrentes do crescimento rápido,
desordenado e falta de planejamento adequado. O ruído de tráfego, construção civil,
fontes comerciais e industriais aumentou, sendo agravado por Hong Kong ser uma
cidade compacta e densamente povoada. Como resultado, mais de um milhão de
pessoas foram afetados por excesso de ruído de tráfego em Hong Kong (Tabela 15).
Tabela 15- População exposta à níveis de ruído de tráfego rodoviário em Hong Kong superiores a
70dB(A). Fonte: EPD, 2006.
156
diminuição de ruído em estradas existentes;
conscientização e educação da população através dos programas e
parcerias. (EPD, 2006).
157
Ilustração 82 - Estrutura da politica de gerenciamento de ruído em Hong Kong. Fonte: EPD, 2006.
Porém, é importante notar que os limites para os níveis de ruído devem ser
revisados periodicamente para evitar uma exposição excessiva ao ruído
158
futuramente. Por exemplo, o crescimento de tráfego urbano exigirá uma
necessidade de reajuste das medidas de mitigação de ruído em 2016. (EPD, 2006).
Controle na Fonte
O ruído oriundo da construção é um problema sério para o EPD. Por meio da Noise
Control Ordinance NCO (Portaria de Controle de Ruído) de 1989, o governo de
Hong Kong tentou gerenciar o ruído de construção na fonte através de um código de
conduta. Este código de conduta fornece orientações gerais e boas práticas de
gestão para evitar a violação desta portaria, fornecendo orientações, tais como,
horários permitidos para emissão de ruídos e recomendações para o uso de
equipamentos mais silenciosos.
159
Controle na Trajetória
Para obter a redução de 20 dB(A) em todas estas estradas, fato que beneficiaria
mais de 30 mil habitações, outras saídas tiveram de ser adotadas. Uma destas foi a
substituição do pavimento por uma superfície mais silenciosa, que reduziu o ruído
em cerca de 3 dB (A). O Governo tem feito esforços contínuos para minimizar o
ruído do tráfego existente mediante a instalação de barreiras acústicas nas estrada e
no recapeamento de estradas existentes com materiais de baixo ruído. Já em áreas
residenciais, foram implantados restrições de circulação de tipos de veículos e
horários de trafego. (EPD, 2006).
160
Controle no Receptor por Meio do Isolamento Acústico
161
Ilustração 83 - Edifícios com autoproteção: a) brise vertical, b) pódio e c) empena cega. Fonte: EPD,
2006.
162
uma geometria bem elaborada não permitindo que as ondas incidentes e refletidas
adentrem ao interior da habitação. As laterais da sacada são revestidas com painel
acústico de fibra de vidro com desenho e construção apropriados para a absorção
do som (Ilustração 84).
Mesmo tendo começado seus esforços em 1989, Hong Kong continua em sua
trajetória de implantação de medidas de contenção do ruído urbano, é um processo
contínuo de melhoria, visto que seu sucesso econômico continua a atrair mais
pessoas para esta cidade já altamente adensada.
163
9 ESTUDO DE CASO – RUA OSCAR FREIRE – SÃO PAULO
A Rua Oscar Freire no bairro de Cerqueira Cesar na cidade de São Paulo é uma rua
conhecida mundialmente como uma rua de comércio de alto padrão, onde houve
uma reurbanização em 2002 (VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002) e a implantação de
um “pocket park” em 2014 (IMV, 2014), tendo uma boa arborização e as edificações
com tipologia diversa. Além dessas características na esquina da Av. Rebouças está
em construção a futura Estação Oscar Freire do Metrô. Essas características foram
preponderantes na escolha desse local para o estudo de caso desta dissertação de
mestrado.
A Rua Oscar Freire está localizada no bairro de Cerqueira Cesar, distrito de Jardim
Paulista, zona Oeste, que se inicia na Rua Casa Branca cruza a Av. Rebouças
terminando na Av. Dr. Arnaldo, no bairro de Pinheiros, com uma extensão total de
2,6 km. É uma área nobre da cidade de São Paulo, conhecida como “Jardins”,
devido aos bairros Jardim Paulista, Jardim América e Jardins Europa planejados
pela Companhia City no início do século XX (CIA.CITY, s/d). É uma área
consolidada, onde se encontram três centralidades urbanas: Centralidade Alameda
Santos, centralidade Rua Augusta e centralidade Rua Oscar Freire (área de estudo)
(VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002).
164
A área de estudo compreende cinco quadras dessa rua delimitada em suas
extremidades pela Av. Rebouças e a Rua Augusta conforme Ilustração 85.
34
ZM 2 - Zona Mista de média densidade, predominantemente residencial (lei Nº 13.885/2004
PMSP).
35
ZM 3a – Zona Mista de alta densidade, com vocação comercial e administrativa (lei Nº
13.885/2004 PMSP).
165
9.1.3 CONTEXTO HISTÓRICO DO LOCAL
No século XIX, a região da área de estudos era formada por chácaras que
abasteciam a cidade de São Paulo. A Rua Oscar Freire foi aberta em 1897,
aparecendo nos mapas de 1905 (Ilustração 86) e 1916 (Ilustração 90) com o nome
de Rua São José. Recebeu em 1923 o nome de Rua Oscar Freire, em homenagem
ao Dr. Oscar Freire de Carvalho (1882-1923), que foi convidado em abril de 1918
pelo professor Arnaldo Vieira de Carvalho para fundar e reger a cátedra de Medicina
Legal. Aos 14 anos de idade matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia,
diplomando-se em 1902. Dedicou breve período a cirurgia, e passou a dedicar-se ao
campo da medicina legal. Foi um dos fundadores do Instituto Médico-Legal de São
Paulo. Fundou ainda a Sociedade de Medicina Legal e Criminologia, e a Sociedade
de Educação e Ensino. Era membro honorário do Instituto de Medicina Legal da
Universidade de Madri e correspondente da Sociedade de Medicina Legal da
Bélgica e de Roma. Como professor de medicina e cientista, deixou numerosos
trabalhos, além de artigos na imprensa diária sobre a história do ensino na perícia,
com centenas de laudos periciais e pareceres médico-legais, lições, artigos e
estudos. É Patrono da Cadeira nº 93 da Academia de Medicina de São Paulo.
(BEGLIOMINI, s/d; EMANUEL, 2008).
Ilustração 86 - Montagem com recortes do mapa da cidade de São Paulo de 1905. Fonte: PMSP,
s/d.
166
36
Ilustração 87 - Mapa de 1905 em superposição com imagem do Google Earth 2014 . Fonte:
Composição feita pela autora com mapa 1905 (PMSP, s/d) e imagem (Google Earth, 2014).
No mapa de 1905, a área dos Jardins aparece sem ruas e denominada como Villa
América, já aparecendo no mapa de 1916 com suas ruas delineadas (Ilustração 90).
Em 1915 a Companhia City, empresa inglesa de construção e urbanização, lançou o
bairro Jardim América (Ilustração 88), o primeiro da cidade com o conceito de
“cidade-jardim”, com uma área total aproximada de um milhão de metros quadrados
com 669 lotes, fazendo limite com o bairro de Cerqueira César onde se encontra a
Rua Oscar Freire, impulsionando o desenvolvimento desta área como área
residencial.
36
Imagem do mapa (de 1905) em superposição a imagem do Google Earth. A imagem
semitransparente do mapa foi escalonada e posicionada para coincidência de pontos de referência
com o Google Earth nos eixos Av. Paulista, Av. Rebouças e Av. Dr. Arnaldo. Dessa forma a Av.
Rebouças (em amarelo) e as ruas transversais (em branco) da imagem do Google Earth são
visualizadas no mapa de 1905, permitindo a localização das ruas do mapa da época em coincidência
com as denominações atuais. Vê-se então que a rua Oscar Freire (retângulo em vermelho para
mostrar os quarteirões da área de estudo) é nomeada de Rua São José no mapa de 1905, outras
ruas como Av. Rebouças e Rua Dr. Mello Alves, já aparecem com esses mesmos nomes à época. .
167
Ilustração 88 - Planta parcial do loteamento Jardim América. Fonte: CIA.CITY, s/d.
Ilustração 90 - Montagem com recortes do mapa da cidade de São Paulo de 1916. Fonte: PMSP, s/d.
168
Comparando com os anteriores, o mapa de 1930 (Ilustração 91) já mostra uma
considerável evolução na ocupação da área, com os bairros mais consolidados e o
nome Oscar Freire já constando no mapa.
Ilustração 91 - Montagem com recortes do Mapa Sara Brasil de 1930. Fonte: ESTAÇÕES
FERROVIÁRIAS DO BRASIL, 2010.
169
Ilustração 92 - Interior da Casa Santa Luzia na esquina da Rua Oscar Freire com Rua Augusta em
1930. Fonte: BARTABURU, 2013. p. 26.
Com o crescimento da Rua Augusta como centro comercial de alto padrão nas
décadas de 1950 e 1960, a área tornou-se mais comercial e cresceu em importância
a partir da metade dos anos 1970, quando a mesma Rua Augusta em decadência,
170
foi sendo substituída em importância para o comércio de alto padrão pela Rua Oscar
Freire, sendo apontada nos jornais da década de 1980 como ponto de encontro de
políticos e empresários. Nos anos 1990 com a abertura do mercado brasileiro para
produtos importados as maiores grifes do mundo instalaram suas lojas nessa rua
dando novo impulso econômico a área. (FYSKATORIS e BRAGA, 2014).
No início dos anos 2000, apesar do sucesso da área, vários problemas foram
identificados na rua os quais atrapalhavam a circulação dos pedestres, apresentava-
se poluição visual e problemas com higiene, tais como (SOLUÇÕES PARA
CIDADES, s/d):
Ilustração 94 - Obstáculos e lixo no passeio publico. Fonte: (a), (b), (c) SOLUÇÕES PARA CIDADES,
s/d, apud VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002), (d) VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002.
171
Ilustração 95 - Obstáculos e lixo no passeio publico. Fonte: SOLUÇÕES PARA CIDADES, s/d, apud
VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002.
Ilustração 96 - Fotomontagem com fotos da Rua Oscar Freire antes da intervenção urbana. Fonte:
VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002.
172
Ilustração 97 – Da Rua Oscar Freire após a intervenção urbana. Fonte: VIGLIECCA & ASSOCIADO,
2002.
O projeto teve início em 2001 e foi inaugurado em 2007, com a finalização das
intervenções nas 5 quadras desde a Rua Mello Alves até a Rua Padre João Manuel
numa área de 13.000 m2, com os conceitos básicos descritos pelo arquiteto:
173
fim, um valor cultural inequívoco para São Paulo. (VIGLIECCA
& ASSOCIADO, 2002)
Ilustração 98 - Levantamento da área: (a) uso (b) vegetação existente. Projeto paisagístico (c).
Projeto de Reurbanização. Fonte: SOLUÇÕES PARA CIDADES, S/D, apud VIGLIECCA &
ASSOCIADO, 2002.
174
A infraestrutura elétrica e de telefonia foi enterrada, permitindo um visual mais limpo
e um melhor aproveitamento do passeio publico, incorporando o desenho universal,
com a instalação de rampas para cadeirantes, e a recuperação das sarjetas e do
asfalto da pista de rolamento dos veículos. Novo mobiliário urbano, valorizando a
integração com as vitrines das lojas e criando um espaço agradável nas
extremidades da quadra onde o passeio é mais largo e permite a instalação de
bancos, elementos de comunicação visual e lixeiras padronizadas (Ilustração 99).
O alargamento dos passeios para 5 metros nas extremidades das quadras impôs o
estreitamento da via com consequente redução da velocidade nas entradas das
quadras (Ilustração 99), ao mesmo tempo proporciona o espaço para a criação de
bolsões de estacionamento lateral no miolo das quadras, onde o passeio é de 3
metros de largura (Ilustração 100).
175
Ilustração 99 - Corte transversal da rua nas extremidades da quadras. Fonte: VIGLIECCA &
ASSOCIADO, 2002.
Ilustração 100 - Corte transversal da rua no meio da quadras. Fonte: VIGLIECCA & ASSOCIADO ,
2002.
176
Ilustração 101- Fotos com detalhes do passeio no meio da quadra e nas extremidades. Fonte: Fonte:
SOLUÇÕES PARA CIDADES, s/d apud VIGLIECCA & ASSOCIADO, 2002.
177
Ilustração 102 - Pracinha Oscar Freire em construção. Fonte: Google Street View, 2014.
Ilustração 103 - Localização da Pracinha Oscar Freire. Fonte: Google Earth, 2014.
178
a c
b d
a
Ilustração 104 - Pracinha Oscar Freire após implantação. Fonte: Foto b, (IMV, 2014); Foto a, c e d,
autora, 2014.
179
Termohigrômetro37 Ilustração 107 fornecido por empréstimo pela Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU USP
Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética – LABAUT
Departamento de Tecnologia – AUT.
Anemômetro Ilustração 108 fornecido por empréstimo pela Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU USP
Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética – LABAUT
Departamento de Tecnologia – AUT.
Contador de mão de 4 dígitos.
Dois tripés.
Formulário em papel planilha para registro da tabela de medições.
Ilustração 105 – Sonômetro: Hand-held analyzer 2250 Brüel & Kjær. Fonte: Autora, 2014.
Ilustração 106 – Calibrador de sonômetro: Sound Calibrator 4231 Brüel & Kjær. Fonte: Autora, 2014.
37
Termohigrômetro – Equipamento que faz a medição de temperatura e umidade relativa do ar.
180
Ilustração 107 - Termohigrômetro cedido pelo LABAUT da FAUUSP. Fonte: Autora, 2014.
Ilustração 108 – Anemômetro cedido pelo LABAUT da FAUUSP. Fonte: Autora, 2014.
181
Ilustração 109 - Posicionamento dos Pontos de Medição. Fonte: Autora, 2014.
Para evitar influência direta do tráfego nas vias transversais e o efeito direto dos
semáforos nos cruzamentos, o sonômetro foi posicionado no meio de cada quadra,
medindo assim os efeitos sonoros do fluxo de veículos na Oscar Freire.
O sonômetro com filtro foi fixado em um tripé na altura de 1,20 m do chão, com
afastamento mínimo de 2 m de qualquer superfície refletora, para não causar
interferência no resultado da medição, e seguindo o procedimento de medição do
item 5.2.1 da página 2 da norma NBR 10151 (2003), Acústica – Avaliação do ruído
em áreas habitadas visando o conforto da comunidade. O termohigrômetro e o
anemômetro foram fixados em uma pequena plataforma sobre o outro tripé com uma
distância de um metro do sonômetro, de tal forma a medir os parâmetros ambientes
sem causar ruído (por exemplo, do ventilador) que pudesse ser captado pelo
sonômetro.
182
primeiro no horário do almoço entre 12:30 e 14:30, e o segundo no final da tarde
entre as 17:00 e 19:00. Aos sábados o horário de pico da tarde se inicia um pouco
antes as 16:30, mantendo-se até as 19:00. Dessa forma foram escolhidos os
seguintes períodos para a realização das medições: segunda-feira das 12:30 as
14:30 e das 17:00 as 19:00, sábado das 12:30 as 14:30 e das 17:00 as 19:00 e no
domingo das 12:30 as 14:30 e das 16:30 as 19:00.
Para cada ponto de medição estabeleceu-se a duração de 15 minutos para uma boa
abrangência das características sonoras do local. O sonômetro registra a pressão de
nível sonoro de 1 em 1 segundo, armazenando-a em sua memória. Assim temos
900 amostras em cada ponto de medição por período medido. Esse intervalo além
de suficiente para garantir uma boa amostragem nos pontos de medição evitando
medição de situações singulares, também permite que todas as medições nos 5
pontos e mais os deslocamentos, montagem e desmontagem dos tripés possa ser
feita dentro de um período de pico. A montagem dos aparelhos nos tripés facilitou o
processo de deslocamento e posicionamento dos aparelhos.
183
9.3 DADOS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo compreende cinco quadras da Rua Oscar Freire, na cidade de São
Paulo, entre Av. Rebouças até a Rua Augusta, com uma extensão de 671 m
(Ilustração 110).
É uma região de uso misto, sendo as duas primeiras quadras entre a Av. Rebouças
e a Rua da Consolação classificada como zona mista ZM 2 (Zona Mista de Média
Densidade, Predominantemente Residencial), e as três demais quadras entre a Rua
da Consolação e a Rua Augusta pertencente à zona mista ZM 3 (Zona Mista de Alta
Densidade com vocação Comercial e Administrativa), conforme a legislação vigente
de zoneamento de cidade de São Paulo, lei Nº 13.885/2004 (Ilustração 111).
184
Ilustração 111 - Mapa de zoneamento da área de estudo. Fonte: PMSP, s/d.
Ilustração 112 - Planta de uso e ocupação da área de estudo. Fonte: Autora, 2014.
185
Sendo uma zona de uso misto, a parte das edificações que fazem fronte para a rua
são predominantemente comerciais e de gabarito baixo. Já as edificações
residenciais tem gabarito elevado, ocupando o miolo dos quarteirões ou fazendo
fronte para as ruas transversais, como se pode observar na planta de uso e
ocupação nas Ilustração 112 e Ilustração 113.
186
Há várias leis específicas no município de São Paulo como, por exemplo, Lei
Municipal nº 15.777 de 29 de maio de 2013 que trata especificamente do ruído
emitido por equipamentos de som instalado em veículos estacionados. Também de
acordo com o uso definido para as zonas no zoneamento da cidade de São Paulo, o
Projeto Psiu define os níveis de ruído aceitáveis conforme a Tabela 16. Porém para
esta pesquisa foram adotados como referência os limites definidos pela norma NBR
10151 (2003) que são mais detalhados e rigorosos (
Tabela 17), em acordo com a Lei Municipal nº 11.501 de 11 de abril de 1994, que
dispõe sobre o controle e fiscalização das atividades que geram poluição sonora:
Tabela 16 - Níveis de ruído aceitáveis para Município de São Paulo. Fonte: PMSP-Psiu, s/d.
187
Tabela de Níveis de Ruídos Aceitáveis Dependendo do Tipo de
Área em dB(A)
Tabela 17- Níveis de ruído aceitáveis de acordo com a NBR 10151 (2003). Fonte: NBR 10151
(2003).
A área é bastante arborizada, pois ao longo das cinco quadras foram contabilizadas
101 arvores durante o levantamento como ilustra a Ilustração 114.
Ilustração 114 - Planta da vegetação existente na área de estudo. Fonte: Autora, 2014.
188
A inclinação (Ilustração 115) é mais acentuada na entrada da Rua Oscar Freire com
Av. Rebouças, porém como a mão de direção é no sentido do declive, e os carros
entram nesse trecho em baixa velocidade, a influência devido à inclinação no
contexto sonoro pode ser desconsiderada.
Ilustração 115 - Corte longitudinal da área de estudo com elevação topográfica. Fonte: Google Earth,
2014.
189
9.4 MEDIÇÕES
Tabela 18 - Tabela das medições classificadas por período e quadra. Fonte: Autora, 2014.
190
Tabela 19 - Medições do nível de pressão sonora equivalente em comparação com os valores da
norma NBR 10151 (2003), agrupados por horário e por quadra. Fonte: Autora, 2014.
191
Ilustração 116 - Gráfico do Nível de Pressão Sonora Equivalente Medido. Fonte: Autora, 2014.
Ilustração 117 - Gráfico da diferença Nível de Pressão Sonora Equivalente Medido em relação aos
limites aceitáveis definidos pela Norma NBR 10151 (2003) para as quadras. Fonte: Autora, 2014.
192
Ilustração 118 - Gráfico do Nível de Pressão Sonora Equivalente Medido organizado por quadra.
Fonte: Autora, 2014.
Ilustração 119 - Gráfico por quadra da diferença Nível de Pressão Sonora Equivalente Medido em
relação aos limites aceitáveis para as quadra. Fonte: Autora, 2014.
193
Nas Tabela 18 e Tabela 19 o número das quadras é colorido para facilitar a
identificação visual das medidas referentes às mesmas quadras nos diferentes
períodos. Na coluna medição está apresentado o nome dos arquivos onde foram
registrados os dados coletados pelo sonômetro, facilitando a identifica do dia da
medição (E1_SEG, E2_SAB e E3_DOM para as medições realizadas durante a
semana, no sábado e no domingo respectivamente), do período do dia (M para o
pico do horário de almoço e T para o pico da tarde) e das quadras (Q1 a Q5).
Também para facilitar a análise da coluna Leq (e das dos níveis de pressão sonora
medidos acima dos limites estabelecidos para a área são apresentados em fonte
vermelho, destacando-se com fundo vermelho ou verde o maior e menor valor
respectivamente do conjunto por quadra ou período conforme a tabela.
194
Para a análise dos dados coletados pelo sonômetros e geração dos gráficos usou-se
o software BZ5503 Measurement Partner Suite versão 4.3.2.123 – 28/03/2014, que
importou os dados para o computador diretamente do dispositivo via interface USB.
Para a predição dos níveis de pressão sonora em grid horizontal e vertical, levando-
se em conta a geometria da via, volumetria dos edifícios e os materiais de
revestimento, foi utilizado o software de simulação Predictor TM Type T810 versão 9.1,
configurado com ISO 9613.1/2.
195
Dia de Semana – Período de Pico da Manhã
Ilustração 120 - Mapa acústico da área em dia de semana no período do pico do almoço. Fonte:
Autora, 2014.
196
Dia de Semana - Período de Pico da Tarde
Ilustração 121 - Mapa acústico da área em dia de semana no período do pico da tarde. Fonte:
Autora, 2014.
197
Sábado – Período de Pico da Manhã
Ilustração 122 - Mapa acústico da área no sábado no período do pico do almoço. Fonte: Autora,
2014.
198
Sábado - Período de Pico da Tarde
Ilustração 123 - Mapa acústico da área no sábado no período do pico da tarde. Fonte: Autora, 2014.
199
Domingo – Período de Pico da Manhã
Ilustração 124 - Mapa acústico da área no domingo no período do pico do almoço. Fonte: Autora,
2014.
200
Domingo – Período de Pico da Tarde
Ilustração 125 - Mapa acústico da área no domingo no período do pico da tarde. Fonte: Autora, 2014.
201
9.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Quadra 1
Ilustração 126 – (esq.) Foto da quadra 1. Fonte: Google Street View. (dir.) Foto dos equipamentos de
medição posicionados no meio da quadra 1. Fonte: Autora, 2014.
Legenda
R Residencial CS Comercio e serviço M Misto INS Instituicional PÇA Praças
Ct Concreto Vd Vidro Md Madeira Mt Metal Vg Vegetação
202
Tabela 22 - Medições na quadra 1 identificando períodos de maior e menor LAeq.
Fonte: Autora, 2014.
Neste trecho a via é mais larga do que nas outras quadras em estudo,
principalmente a partir do cruzamento da Rua Oscar Freire com Av. Rebouças, onde
mede aproximadamente 25m de largura e contém uma ilha central com a função de
separar o fluxo que vem diretamente da Rua Oscar Freire com o fluxo de entrada a
direita dos veículos que vem da Av. Rebouças (Ilustração 128). Nesta primeira
quadra a via se estreita até a esquina com a Rua Melo Alves, onde mede
aproximadamente 10m de largura (estimado pela visita no local e medição no
Google Earth, 2014).
203
corresponde a um aumento sensível do volume perceptível de cerca de 1,3 a 1,75
vezes (Ilustração 127).
Tabela 23 - Diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 1. Fonte: Autora,
2014.
Ilustração 127 - Gráfico da diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 1.
Fonte: Autora, 2014
A quadra não apresenta grande variação do nível de ruído nos períodos medidos,
exceto no domingo de manhã quando ocorre o menor valor, ainda assim 4 dB(A)
acima do limite definido para a área.
204
característica de configuração em “L”. (Ilustração 128 eIlustração 129), sendo que a
partir da obra do metrô, a rua tem configuração em “U”.
Ilustração 128 - Esquina da Av. Rebouças com Rua Oscar Freire. fonte: Google Street View, 2014.
205
Observa-se um exemplo de autoproteção em edifício residencial (Ilustração 130)
com a utilização de uma sacada em frente à sala de estar de cada apartamento com
cerca de 1,5 m (Ilustração 131), a qual protege o ambiente interior da sala e produz
um recuo adicional para a janela dos quartos, além do recuo de 5 m do limite do
terreno até sacada em acordo com lei Nº 13.885/2004.
Ilustração 130 - Edifício residencial com varanda na quadra 1 - Autoproteção. Fonte: Autora, 2014.
Ilustração 131 - Exemplo de autoproteção em edifício com varanda na quadra 1 Fonte: Autora, 2014.
206
Quadra 2
Ilustração 132 – (esq.) Foto da quadra 2. Fonte: Google Street View. (dir.) Foto dos equipamentos de
medição posicionados no meio da quadra 2. Fonte: Autora, 2014.
207
Tabela 25 - Medições na quadra 2 identificando períodos de maior e menor LAeq.
Fonte: Autora, 2014.
A Quadra 2 situa-se no trecho entre Rua Melo Alves e Rua da Consolação, sendo
uma zona mista Z2 com predominantemente presidencial, conforme lei Nº
13.885/2004 de zoneamento vigente.
Tabela 26 - Diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 2. Fonte: Autora,
2014.
208
Ilustração 133 - Gráfico da diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151, 2003, na quadra 2.
Fonte: Autora, 2014
Embora os valores de nível de pressão sonora não sejam os mais altos da área de
estudo, devido à caracterização da quadra como predominantemente residencial
determina um limite menor pela norma, e portanto essa é a área com maior impacto
sonoro sobre os edifícios residenciais. O trecho da Oscar Freire, no entanto
encontra-se uma zona de transição entre a quadra 1 mais residencial e a quadra 2
mais comercial. Neste pedaço existe apenas um edifício residencial que faz fronte
para a Rua Oscar Freire, porém há vários edifícios residenciais nas transversais. O
trecho é caracterizado por lojas comerciais e de serviços em fronte para a rua onde
já houve o processo de reurbanização, portanto a via é mais estreita e o passeio
mais largo nas extremidades, com os bolsões de estacionamento como já
mencionado anteriormente.
O impacto maior desse nível de pressão sonora elevado se faz sobre os edifícios
residenciais dos blocos laterais que da quadra, já que eles são de gabarito muito
maior que os edifícios comerciais que margeiam a rua.
209
neste caso acentuada pelos materiais de revestimento da via, do passeio público e
das fachadas das edificações propriamente ditas.
Ilustração 135).
Ilustração 135 - Detalhe comentado do mapa acústico da quadra 2 no sábado à tarde. Fonte: Autora,
2014.
210
Quadra 3
Ilustração 136 – (esq.) Foto da quadra 3. Fonte: Google Street View. (dir.) Foto dos equipamentos de
medição posicionados no meio da quadra 3. Fonte: Autora, 2014.
211
Tabela 28 - Medições na Quadra 3 identificando períodos de maior e menor LAeq. Fonte: Autora,
2014.
Os níveis de pressão sonora variam de 3,7 a 7 dB(A) (Tabela 28) acima do definido
pela norma para áreas comerciais, pois apesar dos níveis serem similares ao da
quadra 2, como a quadra 3 tem classificação de zoneamento diferente, o limite de
ruído aceitável é maior (60dB(A)). Esses valores de nível de pressão sonora
correspondem a uma percepção de volume entre 1,3 a 1,65 vezes do som permitido
(Ilustração 137).
212
Tabela 29 - Diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 3. Fonte: Autora,
2014.
Ilustração 137 - Gráfico da diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 3.
Fonte: Autora, 2014
213
Ilustração 138 - Dissipação do som pela Praça Oscar Freire e os prédios adjacentes. Fonte: Autora,
2014.
Ilustração 139 – Efeito do som propagando-se pelo vão entre os prédios da praça. Fonte: Autora,
2014.
214
Quadra 4
Ilustração 140 – (esq.) Foto da quadra 4. Fonte: Google Street View. (dir.) Foto dos equipamentos de
medição posicionados no meio da quadra 4. Fonte: Autora, 2014.
215
A Quadra 4 é uma zona mista Z3 predominantemente comercial e administrativa,
conforme lei de zoneamento vigente Nº 13.885/2004 e está situada entre a Rua Bela
Cintra e a Rua Haddock Lobo. Como foi reurbanizada, tem a configuração de
quarteirão como o projeto da via, com estacionamentos laterais no miolo da quadra
e com calçadas mais amplas nas extremidades, revestidos de material refletivo.
Também as fachadas das edificações possuem revestimento refletivo de forma que
a rua apresenta a configuração em “U” criando um “canyon” acústico onde a
reverberação amplifica o impacto das ondas sonoras produzidas pelas fontes
veiculares.
Tabela 31 - Medições na Quadra 4 identificando períodos de maior e menor LAeq. Fonte: Autora,
2014.
Essa quadra possui valores medidos dos níveis de pressão sonora ligeiramente
menores que as demais quadras comerciais, contudo ainda de 3 a 6,8 acima do
limite aceitável definido pela NBR 10151 (2003), correspondendo a 1,2 a 1,6 vezes
para a percepção de volume quando compara com o limite. O perfil dos valores nos
períodos também acompanha a variação nas demais quadras comerciais tendo seus
maiores níveis na hora do almoço dos dias de semana, nas tardes de domingo e
sábado o dia todo.
216
Tabela 32 - Diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 4. Fonte: Autora,
2014.
Ilustração 141 - Gráfico da diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 4.
Fonte: Autora, 2014
217
Ilustração 142 - Edifício residencial na quadra 4. a) fachada de empenha cega de frente à Rua Oscar
Freire. b) fachada com elementos de proteção ao ruído com frente para a Rua Bela Cintra. Fonte:
Autora, 2014.
Esse edifício é bem posicionado dentro do bloco delimitado pelas ruas Alameda
Lorena, Rua Haddock Lobo, Rua Oscar Freire e Rua Bela Cintra (Ilustração 143),
com a fachada principal orientada para o noroeste e exibindo todos os elementos de
autoproteção estudados nos capítulos anteriores (Ilustração 144): distanciamento da
fachada para a via de movimento, empena cega voltada para fonte de ruído,
elementos arquitetônicos verticais e horizontais (“brises” verticais e horizontais
incorporados na própria estrutura do prédio, que além da proteção à insolação,
também agem como autoproteção ao ruído pelo sistema construtivo e a disposição
em que se encontram) e ainda contando com os edifícios adjacentes como barreira
acústica (Ilustração 145).
218
Ilustração 143 - Posicionamento de edifício analisado na quadra 4. Fonte: Google Earth.
219
Ilustração 145 - Análise a propagação sonora na quadra 4. Fonte: Autora, 2014.
Pode-se observar também através da Ilustração 145 que apesar do nível de ruído
gerado na rua Oscar Freire estar na faixa de 65 a 70 dB(A), ou seja, muito acima
dos limites para uma zona mista ZM3, os espaços entre esse edifício e seus vizinhos
atua como uma zona de escape que permite a propagação do som e
consequentemente a dissipação de sua energia, reduzindo os níveis de pressão
sonora para faixas de valores entre 40 e 55dB(A), dessa maneira abaixo dos limites
definidos para edifícios residenciais e comprovando a aplicação bem sucedida dos
fundamentos expostos nos capítulos anteriores para redução do impacto do ruído
nos receptores.
No lado oposto a esse edifício exemplo, encontra-se uma loja com recuo de 10 m.
Todavia esse espaço é confinado entre duas paredes laterais altas de concreto liso
e com cobertura de policarbonato em estrutura metálica de forma semicilíndrica
engastada nas paredes laterais (Ilustração 146), o que produz uma caixa de
reverberação com um teto côncavo onde as ondas sonoras ficam enclausuradas até
dissiparem toda sua energia no interior, como já elucidado no capitulo 3. Este é um
contraexemplo, e mostra que neste caso não houve uma preocupação com a
redução do ruído (Ilustração 147).
220
Ilustração 146 - Frente da loja que concentra ruído. Fonte: Autora, 2014.
Ilustração 147 - Analise de espaço que concentra ruído. Fonte: Autora, 2014.
221
Quadra 5
Ilustração 148 – (esq.) Foto da quadra 5. Fonte: Google Street View. (dir.) Foto dos equipamentos de
medição posicionados no meio da quadra 5. Fonte: Autora, 2014.
222
Tabela 34 - Medições na Quadra 5 identificando períodos de maior e menor LAeq. Fonte: Autora,
2014.
Os valores são todos acima do limite de ruído aceitável variando de 3,7 a 9,0 dB(A),
ou seja, em termos de percepção de volume sonoro entre 1,3 a 1,9 vezes o limite da
norma (Ilustração 149), ou seja, quase o dobro no domingo à tarde. Embora o valor
do nível de pressão sonora dessa área no domingo a tarde seja o maior medido na
área de estudo com 69 dB(A), como a norma para a ZM3 é de 60 dB(A), ele não
representa o maior valor acima da norma, pois a quadra 2 atingiu 66,9 dB(A) no
sábado à tarde, que quando comparado com a norma para ZM2 de 55 dB(A) resulta
em 11,9 dB(A) acima do limite.
223
Tabela 35 - Diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 5. Fonte: Autora,
2014.
Ilustração 149 - Gráfico da diferença de NPS entre a medição e a NBR 10151 (2003), na quadra 5.
Fonte: Autora, 2014.
O primeiro edifício encontra-se na esquina da rua Haddock Lobo com a Rua Oscar
Freire, tendo formato em “L” como mostra a foto da Ilustração 150, e constituído de
um pavimento comercial e pavimento sobreloja no miolo do L formado pelos 2
edifícios residenciais. Os edifícios fazem face com a rua com fachadas de empena
cega, que não possuem recuo em relação ao alinhamento do terreno. As fachadas
residenciais correspondentes à parte interna do ângulo reto formado pelos edifícios
224
tem 26m de extensão e, portanto estão recuadas em relação à rua nessa mesma
medida (Ilustração 151). Essa configuração tem vários aspectos interessantes a
serem analisados.
Ilustração 150 - Edifício na esquina de Rua Haddock Lobo com Rua Oscar Freire. Fonte: Google
Street View, 2014.
225
Ilustração 151 - Edifício na esquina de Rua Haddock Lobo com Rua Oscar Freire. Fonte: Autora,
2014.
226
Ilustração 152 - Edifício na esquina da Rua Haddock Lobo com Rua Oscar Freire. Fonte: Autora,
2014.
227
Ilustração 153 - Análise a propagação sonora na quadra 5.Fonte: Autora, 2014
228
Ilustração 154 - Edifício sobre lojas de 2 pavimentos, mais recuo de 6 m. Fonte: Google Street View,
2014.
Ilustração 155 - Edifício residencial sobre comercio e serviço com recuo de 6 m. Fonte: Autora, 2014.
229
Ilustração 156 - Análise a propagação sonora na quadra 5.Fonte: Autora, 2014.
Ilustração 157 – Edifício autoproteção. Fonte: Google Street View, (Esquerda) 2014. (Direita) Fonte:
Autora, 2014.
230
Ilustração 158 - Edifício com autoproteção. Fonte: Autora, 2014.
231
edificações, essa configuração em “U” é potencializada, criando o efeito denominado
“canyon urbano”.
Pode-se nessa área de estudo observar vários aspectos positivos que ajudam na
redução do impacto do nível de ruído alto sobre os moradores e usuários da região,
principalmente com a utilização de alto proteção, posicionamento e orientação
adequado de edificações em relação à via, os quais foram confirmados pelo
mapeamento acústico em grid horizontal e vertical efetuado através do software de
simulação.
Não foi objetivo desse estudo, verificar na redução do ruído rodoviário com a
atuação fonte. Somente pode-se verificar casos onde prédios atuam como barreiras
acústicas para os edifícios residenciais no interior das quadras. O mais observado,
foram as implementações de autoproteção em edifícios residenciais e uso misto,
favorecendo o ambiente interno.
A redução da largura da via, pelo aumento do passeio publico nas extremidades das
quadras e pelos bolsões de estacionamento no intervalo entre esses pontos, foi
implementada na intervenção urbana realizada em 2006, exemplificando na prática
que mecanismos propostos na moderação de tráfego foram implantados com
sucesso para reduzir a velocidade e agressividade dos motoristas na entrada e nas
conversões para a rua, consequentemente amenizando o ruído.
232
A maioria dos picos nos gráficos de nível de pressão sonora instantânea foram
observados quando da utilização de buzinas pelos automóveis e da passagem de
motos pelo local.
Outro fator interessante de ser observado foi o comportamento dos motoristas diante
da perspectiva de monitoração quando viam os equipamentos de medição
instalados. Passavam a andar mais devagar e mais comportados. De outro lado,
observou-se que principalmente nos sábados à tarde, muitos motoristas e
principalmente os motociclistas, em atitude exibicionista, aceleravam
exageradamente seus motores quando parados nos semáforos.
233
10 ANÁLISE GERAL E CONCLUSÕES
Esta dissertação tem o objetivo de fazer uma análise do ruído do tráfego rodoviário
urbano, estudando a interação e a interferência entre o projeto arquitetônico e o
urbanismo, em relação à paisagem sonora, servindo como base para o
planejamento e o projeto de intervenções urbanas com finalidade de redução do
impacto do ruído urbano na qualidade de vida de uma cidade.
234
Uma boa arquitetura e um bom urbanismo, no que diz respeito ao ruído, são obtidos,
não apenas mediante a atuação na redução da emissão pelas fontes sonoras, o que
muitas vezes está além do alcance das ações urbanísticas, como, por exemplo, a
melhoria dos motores dos veículos, mas, principalmente, atuando na trajetória da
propagação sonora, permitindo a dissipação da energia sonora e a proteção ao
receptor. Os materiais de revestimento das superfícies têm relevância primordial no
comportamento acústico de um local. Esses princípios orientam as estratégias para
atenuar o ruído nas cidades e são encontrados nas diretrizes e recomendações
formuladas e divulgadas por órgãos de fomento a ações públicas.
Para uma visão prática do resultado dessas ações e dos problemas encontrados na
aplicação das recomendações, foram estudadas as estratégias adotadas nas
cidades de Fortaleza, Westminster e Hong Kong, para as intervenções realizadas
visando à redução do ruído urbano. Em todos os casos, após a constatação de que
o nível de ruído encontrava-se elevado, devido às constantes reclamações por parte
da população, os gestores procederam a um levantamento da situação por meio do
mapeamento acústico. A partir dos dados resultantes e da criação do mapa acústico
das áreas afetadas, foi possível a identificação das fontes e dos problemas
relacionados ao fluxo de veículos e à composição do tráfego.
235
mais silencioso, resposta proativa às reclamações e proteção dos espaços mais
silenciosos. No escopo dessa estratégia, ações legislativas e de regulamentação
foram tomadas, sendo então estabelecido prazo de 24 horas para a resolução de
problemas trazidos pela população. Para estimular o envolvimento da sociedade
foram feitas campanhas de conscientização e educação.
236
edificações e com a aplicação correta dos materiais sejam observados ainda na fase
de projeto.
A Rua Oscar Freire apresenta conformação em “U” em quase toda a extensão, pelo
fato de ser estreita em relação às alturas das edificações, tendo sido esse o fator
que permitiu a comprovação do efeito de reverberação em alguns trechos, por meio
do mapa acústico. As cinco quadras escolhidas são de uso misto e, segundo a lei de
zoneamento vigente, varia de ZM2 (predominantemente residencial) a ZM3
(predominantemente comercial), o que possibilitou uma comparação dos níveis
sonoros medidos com diferentes limites estabelecidos para essas zonas,
evidenciando que as áreas residenciais ZM2 sofrem maior impacto, decorrente do
ruído gerado pelo tráfego de veículos resultante das atividades comerciais e de
serviços da área, evidenciado pelos momentos de pico apurados nas medições.
Assim como nos exemplos que revelam aspectos positivos, foram também
identificados edifícios que apresentam problemas, nos quais a orientação, a forma e
237
falta de elementos arquitetônicos de autoproteção na fachada expõem seus
moradores a um nível de pressão sonora além do limite aceitável definido pelas
normas. Particularmente, um dos edifícios analisados apresentou uma configuração
que produz um efeito interessante. As características de distanciamento, de
autoproteção dos pavimentos mais baixos, com uma área comercial na base do
edifício, mas, principalmente a configuração em “L” e o posicionamento em relação à
esquina no terreno que ocupa, produzem um efeito denominado “bolha sonora”, para
os andares intermediários, expondo os moradores desses pavimentos a um nível de
pressão sonora superior aos demais e acima dos limites aceitáveis definidos pelas
normas. Esse efeito foi detectado durante a análise do grid vertical do mapa acústico
da área e exemplifica como a falta de um projeto arquitetônico adequado pode gerar
uma situação de difícil correção, percebida somente depois da implantação e do
funcionamento do edifício.
238
Ilustração 159 - Diagrama de Causas, Efeitos e Consequências da Poluição Sonora. Fonte: a autora,
2014.
239
Ilustração 160 - Diagrama de Recomendações, instrumentos e resultados para a redução da poluição
sonora. Fonte: a autora, 2014.
240
Na organização e na estruturação de espaços urbanos, nos quais o bem-estar do
ser humano é prioridade, o projeto arquitetônico e o urbanismo têm a função
primordial de integração e harmonização das paisagens sonora, visual e térmica,
promovendo a saúde, o conforto e a preservação dos elementos culturais e
históricos do lugar.
Assim, não resta dúvida de que o meio ambiente equilibrado constitui um valor a ser
protegido, legal e constitucionalmente, ressaltando-se, ainda, que a qualidade
sonora e o bem-estar da população são alguns dos seus pressupostos essenciais. A
Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, garante
importantes direitos e deveres dos cidadãos e do poder público na área de meio
241
ambiente e de política urbana. Exemplificando os artigos relativos a essa área,
seguem os textos de dois deles:
I – adensamento populacional;
IV – valorização imobiliária;
VI – ventilação e iluminação;
242
Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos documentos
integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no
órgão competente do Poder Público municipal, por qualquer
interessado.
243
Sem nenhuma dúvida, pode-se dizer que melhor qualidade de vida será alcançada
com maior conhecimento, melhor educação, estratégias eficazes, planejamento
adequado e gestão eficiente.
244
REFERÊNCIAS
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Sheet, S/D. Disponivel em:
<http://www.adelaidecitycouncil.com/assets/noise_technical_fact_sheet_3_-
_sound_insulation_for_windows.pdf>. Acesso em: 9 set. 2014.
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<http://www.fec.unicamp.br/~luharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat-
apoio_S03_C-Acustico.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2015.
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BANDA, Erwin H. V. Noise Mapping: Examples, process, case study data
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Acesso em: 01 ago. 2014.
BRÜEL & KJÆR. Environemtal Noise. BRÜEL & KJÆR SOUND & VIBRATION
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BRÜEL & KJÆR. Sound Level Meter - Type 2270. s/d. Disponivel em:
http://www.bksv.com/Products/handheld-instruments/sound-level-meters/sound-level-
meters/type-2270. Acesso em: 30 set. 2014.
______, 2001. Lei Nº 10.257, de 10 de julho de 2001: Regulamenta os artigos 182 e 183
da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras
providências. Brasília: Congresso Nacional.
______, 1984. Decreto N° 89.43, de 8 de março de 1984. Dispõe sobre o Plano Básico
de Zoneamento de Ruído e Planos Específicos de Zoneamento de Ruído a que se
refere o Código Brasileiro do Ar.
______, 1995, Decreto lei 11.804, de 19 de junho de 1995. Dispõe sobre avaliação da
aceitabilidade de ruídos na cidade de São Paulo, visando o conforto da comunidade.
248
______, 1990, CONAMA nº 1, de 08 de março de 1990. Dispõe sobre critérios de
padrões de emissão de ruídos decorrentes de quaisquer atividades industriais,
comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as propagandas politica.
______, 2006, Decreto lei 146, 31 de julho de 2006. (Portugal). Dispõe a prevenção e o
controle da poluição sonora constituem objetivos fundamentais para a salvaguarda da
saúde e do meio ambiente.
______, 2007, Decreto lei 655, 06 de novembro de 2007. Dispõe sobre ruídos urbanos,
fixa níveis e horários em que será permitida sua emissão e cria a certidão de tratamento
acústico.
______, 1995, Decreto lei 8.583, 02 de janeiro de 1995. Dispõe sobre ruídos urbanos e
proteção do bem estar e do sossego público
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pdf>. Acesso em: 21 set. 2014.
SUTER, Alice H. Noise and Its Effects. In: Administrative Conference of the United
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http://www.pland.gov.hk />. Acesso em: 10 maio 2014.
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2014.
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for noise abatement. European Commission. s/d. Disponível em: http://www.silence-
ip.org/site/fileadmin/SP_J/E-
258
learning/Planners/SILENCE_Handbook_Local_noise_action_plans.pdf. Acesso em: 05
fev. 2014.
VIANNA, N. Solano. Acústica Arquitetônica, Urbana & Teatros e Afins. aea. s/d .
259
APÊNDICE A – GRÁFICOS E MAPAS ACÚSTICOS DETALHADOS.
Ilustração 161 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_M_Q1. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 162 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E1_SEG_M_Q1.
Fonte: Autora, 2014
260
Ilustração 163 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_M_Q1. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 164 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_T_Q1. Fonte: Autora, 2014
261
Ilustração 165 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E1_SEG_T_Q1.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 166 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_T_Q1. Fonte: Autora, 2014
262
Quadra 1 – Sábado – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 167 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_M_Q1. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 168 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E2_SAB_M_Q1.
Fonte: Autora, 2014
263
Ilustração 169 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_M_Q1. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 170 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_T_Q1. Fonte: Autora, 2014
264
Ilustração 171 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E2_SAB_T_Q1.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 172 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_T_Q1. Fonte: Autora, 2014
265
Quadra 1 – Domingo – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 173 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_Dom_M_Q1. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 174 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E3_Dom_M_Q1.
Fonte: Autora, 2014
266
Ilustração 175 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_Dom_M_Q1. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 176 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_Dom_T_Q1. Fonte: Autora, 2014
267
E3_DOM_T_Q1 Cursor values
Total LAFmax: 82,0 dB
[dB] LASmax: 79,1 dB
LAeq: 63,0 dB
90 LASmin: 50,6 dB
LAFmin: 48,2 dB
80
70
60
50
40
30
20
10
16 31,5 63 125 250 500 1k 2k 4k 8k 16k A 31,5k
C
[Hz]
Ilustração 177 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E3_Dom_T_Q1.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 178 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_Dom_T_Q1. Fonte: Autora, 2014
268
Quadra 2 – Dia de Semana – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 179 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_M_Q2. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 180 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E1_SEG_M_Q2.
Fonte: Autora, 2014
269
Ilustração 181 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_M_Q2. Fonte Autora, 2014
Ilustração 182 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_T_Q2. Fonte: Autora, 2014
270
Ilustração 183 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E1_SEG_T_Q2.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 184 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_T_Q2. Fonte: Autora, 2014
271
Quadra 2 – Sábado – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 185 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_M_Q2. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 186 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E2_SAB_M_Q2.
Fonte: Autora, 2014
272
Ilustração 187 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_M_Q2. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 188 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_T_Q2. Fonte: Autora, 2014
273
Ilustração 189 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E2_SAB_T_Q2.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 190 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_T_Q2. Fonte: Autora, 2014
274
Quadra 2 – Domingo – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 191 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_M_Q2. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 192 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E3_DOM_M_Q2.
Fonte: Autora, 2014
275
Ilustração 193 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_M_Q2. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 194 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_T_Q2. Fonte: Autora,
2014
276
Ilustração 195 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E3_DOM_T_Q2.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 196 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_T_Q2. Fonte: Autora, 2014
277
Quadra 3 – Dia de Semana – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 197 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_M_Q3. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 198 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E1_SEG_M_Q3.
Fonte: Autora, 2014
278
Ilustração 199 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_M_Q3. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 200 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_T_Q3. Fonte: Autora, 2014
279
Ilustração 201 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E1_SEG_T_Q3.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 202 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_T_Q3. Fonte: Autora, 2014
280
Quadra 3 – Sábado – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 203 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_M_Q3. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 204 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E2_SAB_M_Q3.
Fonte: Autora, 2014
281
Ilustração 205 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_M_Q3. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 206 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_T_Q3. Fonte: Autora, 2014
282
Ilustração 207 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E2_SAB_T_Q3.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 208 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_T_Q3. Fonte: Autora 2014
283
Quadra 3 – Domingo – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 209 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_M_Q3. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 210 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E3_DOM_M_Q3.
Fonte: Autora, 2014
284
Ilustração 211 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_M_Q3. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 212 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_T_Q3. Fonte: Autora,
2014
285
Ilustração 213 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E3_DOM_T_Q3.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 214 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_T_Q3. Fonte: Autora, 2014
286
Quadra 4 – Dia de Semana – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 215 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_M_Q4. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 216 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E1_SEG_M_Q4.
Fonte: Autora, 2014
287
Ilustração 217 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_M_Q4. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 218 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_T_Q4. Fonte: Autora 2014
288
Ilustração 219 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E1_SEG_T_Q4.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 220 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_T_Q4. Fonte: Autora, 2014
289
Quadra 4 – Sábado – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 221 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_M_Q4. Fonte: Autora 2014
Ilustração 222 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E2_SAB_M_Q4.
Fonte: Autora, 2014
290
Ilustração 223 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_M_Q4. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 224 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_T_Q4. Fonte: Autora, 2014
291
Ilustração 225 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E2_SAB_T_Q4.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 226 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_T_Q4. Fonte: Autora, 2014
292
Quadra 4 – Domingo – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 227 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_M_Q4. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 228 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E3_DOM_M_Q4.
Fonte: Autora, 2014
293
Ilustração 229 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_M_Q4. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 230 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_T_Q4. Fonte: Autora,
2014
294
Ilustração 231 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E3_DOM_T_Q4.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 232 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_T_Q4. Fonte Autora, 2014
295
Quadra 5 – Dia de Semana – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 233 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_M_Q5. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 234 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E1_SEG_M_Q5.
Fonte: Autora, 2014
296
Ilustração 235 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_M_Q5. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 236 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E1_SEG_T_Q5. Fonte: Autora, 2014
297
E1_SEG_T_Q5 Cursor values
Total LAFmax: 82,5 dB
[dB] LASmax: 80,0 dB
LAeq: 65,1 dB
LASmin: 56,0 dB
LAFmin: 53,9 dB
90
80
70
60
50
40
30
20
Ilustração 237 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E1_SEG_T_Q5.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 238 - Mapa acústico (grid horizontal). E1_SEG_T_Q5. Fonte: Autora, 20114
298
Quadra 5 – Sábado – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 239 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_M_Q5. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 240 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E2_SAB_M_Q5.
Fonte: Autora, 2014
299
Ilustração 241 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_M_Q5. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 242 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E2_SAB_T_Q5. Fonte: Autora, 2014
300
Ilustração 243 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E2_SAB_T_Q5.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 244 - Mapa acústico (grid horizontal). E2_SAB_T_Q5. Fonte Autora, 2014
301
Quadra 5 – Domingo – Período de Pico do Almoço.
Ilustração 245 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_M_Q5. Fonte: Autora,
2014
Ilustração 246 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E3_DOM_M_Q5.
Fonte: Autora, 2014
302
Ilustração 247 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_M_Q5. Fonte: Autora, 2014
Ilustração 248 - Gráfico de nível de pressão sonora instantânea. E3_DOM_T_Q5. Fonte: Autora,
2014
303
Ilustração 249 - Histograma do Leq por frequência (determinando LAeq e LCeq). E3_DOM_T_Q5.
Fonte: Autora, 2014
Ilustração 250 - Mapa acústico (grid horizontal). E3_DOM_T_Q5. Fonte: Autora, 2014
304
APÊNDICE B – CERTIFICADOS DE CALIBRAÇÃO DO SONÔMETRO E
CALIBRADOR
305