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O que significa o vocábulo «maranatá»?

Diác. Dr. António Pedro Lourenço


(antoniopedro.lourenco@gmail.com)

O vocábulo «maranatá» é um vocábulo já dicionarizado em


português (embora sem acentuação gráfica alguma)1 e que pode derivar,
na sua raiz, 1.º da fórmula aramaica «mārăn ’ăṭā’» (em arameuμ ‫) ר אֲתא‬
que significa, de acordo com os dicionários bíblicos: «O Senhor nosso
veio!» (em transliteração grega α ἀ ά) ou 2.º pode provir da
expressão também aramaica «mārănā’ ṭā’» (em arameuμ ‫ ) ר א תא‬que
significa «Ó Senhor nosso, vinde!» (em transliteração grega α ά α ά)2.
Portanto, pode ser entendido no tempo verbal do passado («O
Senhor nosso veio!»), ainda com a Sua força presente atuante («O Senhor
nosso vem!») ou no tempo verbal do imperativo («Ó Senhor nosso,
vinde!»)3.
Todas estas traduções são filologicamente possíveis, se bem que
haja certa preferência pela última4.
Esta fórmula aramaica encontra-se helenizada apenas uma vez no
Novo Testamento, mais concretamente em 1 Cor 16, 225. Em Ap 22, 206
existem algumas ressonâncias desta locução. Também está presente na
liturgia eucarística da “Didaqué”7 e nas “Constituições Apostólicas”8.

1
AA.VV., Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, tomo 4 (Fre-Mer), ed. Círculo de Leitores (Instituto
Antônio Houaiss de Lexicografia de Portugal), Lisboa 2003, pg. 2394; cfr. ainda INSTITUTO DE LINGUÍSTICA
TEÓRICA E COMPUTACIONAL (ILTEC), Portal da Língua Portuguesa, maranata:
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=lemma&lemma=191551; Dicionário Priberam, maranata:
http://www.priberam.pt/dlpo/maranata.
2
Cfr. VIGOUROUX, F., Maranatha, em VIGOUROUX, Fulcran Grégoire (org.), Dictionnaire de la Bible.
Contenant tous les noms de personnes, de lieux, de plantes, d'animaux mentionnés dans les Saints Écritures. Les
questions théologiques, archéologiques, scientifiques, critiques relatives à l'Ancien et au Nouveau Testament et des
notices sur les commentateurs anciens et modernes, tome 4 (L-PA), ed. Letouzey et Ané, Paris [1907?], colunas 712-
714; AA.VV., Grande lessico del Nuovo Testamento, vol. 6, ed. Paideia, Brescia 1970, coluna 1252; AA.VV.,
Diccionario del Cristianismo, ed. Editorial Herder (Biblioteca Herder. Sección de Teología y Filosofía; 131), Barcelona
1974, pgs. 457-458; AA.VV., Vocabulario práctico de la Biblia, ed. Editorial Herder (Biblioteca Herder. Sección de
Sagrada Escritura; 151), Barcelona 1975, colunas 955-956; MUNDLE, W., αρα αθά, em AA.VV., Diccionario
teológico del Nuevo Testamento, vol. 3, ed. Sígueme (Biblioteca de Estudios Bíblicos; 28), Salamanca 1983, pg. 298;
PRIG., P., Maranatha, em AA.VV., Diccionario enciclopédico de la Biblia, ed. Editorial Herder, Barcelona 1993, pg.
965; THEOBALD, Michael, Maranatha, em AA.VV., Diccionario enciclopédico de exégesis y teología bíblica, tomo 2
(I-Z), ed. Herder, Barcelona 2011, pg. 1023.
3
Cfr. Ibidem.
4
Cfr. AA.VV., Dicionário enciclopédico da Bíblia, 4.ª ed., ed. Vozes, Petrópolis 1987, coluna 938.
5
Cfr. 1 Cor 1θ, 22μ “Se alguém não ama o Senhor, seja anátema! «Vem, Senhor!»”μ
http://www.paroquias.org/biblia/index.php?c=1+Cor+16#22ν cfr. ainda “ ἴ οὐ φ ῖ ύ ο , ἤ ω ἀ α.
αρ α θ ”μ http://www.nestle-aland.com/en/read-na28-online/text/bibeltext/lesen/stelle/56/160001/169999/.
6
Cfr. Ap 22, 20μ “O que é testemunha destas coisas diz: 'Sim. Virei brevemente'. Ámen! Vem, Senhor Jesus!”μ
http://www.paroquias.org/biblia/index.php?c=Ap+22#20; cfr. ainda “Λέγ ὁ α υ αῦ α· α , ἔ χο α αχύ. Ἀ ,
ἔ χου ύ Ἰ οῦ”μ http://www.nestle-aland.com/en/read-na28-online/text/bibeltext/lesen/stelle/76/220001/229999/.
7
Cfr. Didaqué, cap. 10, n. θμ “Que a Tua graça venha e este mundo passe. Hossana ao Deus de David. Venha
quem é fiel e converta-se quem é infiel. Maranatha. Amém”μ http://www.didaskalikos.org/ptpd/Didaque.htmlμ “Ἐ έ ω
χ α πα έ ωὁ ο οὗ ο . Ὡ α Δαυ . ἴ ἅγ ἐ , ἐ χέ ω· ἴ οὐ ἔ , α ο ω·
αρ ἀθ · ἀ ”μ http://www.ccel.org/ccel/lake/fathers2.v.html.
8
Cfr. Constituições Apostólicas, liv. 7, cap. 26, n. 5: http://www.newadvent.org/fathers/07157.htm ou
http://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=hvd.hnp4en;view=1up;seq=205 ou
http://www.todostuslibros.com/libros/constituciones-apostolicas_978-84-9715-209-9: PG 1, 1020:
https://books.google.pt/books?id=qxANpCDQIjIC&redir_esc=y&hl=pt-PT.

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Por conseguinte, é uma fórmula que se encontra, diversas vezes,
nos documentos dos primórdios da Cristandade.
No entanto, é bom dizer que se São Paulo, ao escrever em grego
para os cristãos de língua grega, usou uma fórmula aramaica, isso
explica-se muito provavelmente pelo costume que esta fórmula aramaica
já era usada pela mesma comunidade, tendo sido criada, quase com toda
a certeza, por uma comunidade cristã de língua aramaica9.
Mas como se formou lexicalmente esta expressão? Como se
explica? De onde veio?
Ora bem! Entre os judeus de Israel, a palavra aramaica que era
usada para designar o vocábulo «senhor» («kýrios» do grego ύ ο ) era
«mārē’» (em arameu ‫ ) ֵרא‬ou enfaticamente «māryā’» (em arameu ‫) ריא‬.
Os judeus geralmente aplicavam a Deus o vocábulo aramaico de «mārî»
(em arameu ‫« = ר‬Senhor meu») ou então «mār’ān» (em arameu ָ‫= ר‬
«Senhor nosso». Os dados que possuímos nos Evangelhos indicam que
os discípulos chamavam a Jesus de «mār’î» (em arameu ‫« = רא‬Senhor
meu») ou «mār’ān» (em arameu ָ‫« = ר‬Senhor nosso»)10.
Por outro lado, o outro vocábulo aramaico que está presente na
expressão «maranatá» é o termo «’ăṭā’» (em arameuμ ‫ )אֲתא‬que provém do
verbo aramaico «’ātā’» (em arameu ‫ )ָתא‬que significa, em português,
«vir»11. Em hebraico, este verbo diz-se «’ātāh» (em hebreu ‫)ָתה‬12.
Tanto o pretérito perfeito aramaico «’atā’» («veio», em português)
como o imperativo aramaico «’etā’» («vinde», em português) encontra-se
atestado13.
Assim sendo, a expressão aramaica «maranatá» é, pois, cristãmente
falando, uma afirmação de fé na vinda do Senhor Jesus, contra os judeus
que afirmavam que o Messias ainda não tinha vindo14. Anuncia ou invoca
a presença do Senhor, tanto de aviso como de promessa15. O significado
desta expressão indica bem a tensão escatológica em que a primitiva
comunidade cristã vivia, depois da morte e ressurreição de Cristo: por um
lado, confessava a Jesus, como Senhor, que já tinha vindo («O Senhor
nosso já veio e está, mística e sacramentalmente, presente!» = em
arameu: ‫ ;) ר אֲתא‬e, por outro, suplicava a Jesus que Se revelasse

9
Cfr. AA.VV., Dicionário enciclopédico da Bíblia, 4.ª ed., ed. Vozes, Petrópolis 1987, colunas 938-939.
10
Cfr. AA.VV., Comentario biblico «San Jeronimo», tomo 5, ed. Cristiandad, Madrid 1972, pg. 792 [79:62].
11
Cfr. AA.VV., Grande lessico del Nuovo Testamento, vol. 6, ed. Paideia, Brescia 1970, colunas 1252-1258;
MUNDLE, W., αρα αθά, em AA.VV., Diccionario teológico del Nuevo Testamento, vol. 3, ed. Sígueme (Biblioteca de
Estudios Bíblicos; 28), Salamanca 1983, pg. 298.
12
Cfr. AA.VV., Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento, 1.ª ed., ed. Edições Vida Nova,
São Paulo 1998, pg. 140 [n. 188]; SCHÖKEL, Luis Alonso, Dicionário bíblico hebraico-português, 3.ª ed., ed. Paulus,
São Paulo 2004, pg. 84: http://www.paulus.com.br/loja/dicionario-biblico-hebraicoportugues_p_634.html.
13
Cfr. SCHNEIDER, G., αρά α θά, em AA.VV., Diccionario exegético del Nuevo Testamento, 2.ª ed., vol. 2
( -ω), ed. Sígueme (Biblioteca de Estudios Bíblicos; 91), Salamanca 2002, coluna 154.
14
Cfr. CARDOSO, Brito A., Maranathá, em AA.VV., Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira de Cultura, vol.
12, ed. Editorial Verbo, Lisboa 1971, coluna 1432; CARDOSO, Brito A., Maranathá, em AA.VV., Enciclopédia Verbo
Luso-Brasileira de Cultura Edição Século XXI, vol. 18, ed. Editorial Verbo, Lisboa 1999, colunas 1221-1222.
15
Cfr. PRIG, P., Maranatha, em AA.VV., Diccionario enciclopédico de la Biblia, ed. Editorial Herder,
Barcelona 1993, pgs. 965-966.

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abertamente a toda a humanidade com a Sua vinda escatológica na
parusia («Ó Senhor nosso, vinde! = em arameu: ‫) ר א תא‬16.
À luz do que foi escrito, é bom referir que tanto «mārăn ’ăṭā’»
como «mārănā’ ṭā’» não significam literalmente, em portuguêsμ “Vinde,
Senhor Jesus!”.
A expressão aramaica «maranatá» ainda é usada, no culto católico
(nomeadamente através de cânticos litúrgicos17), no tempo do Advento,
porque, neste tempo litúrgico, comemora-se e atualiza-se a preparação
para a vinda biológica e humilde de Jesus que ocorreu há cerca de 2000
anos em Nazaré, no seio de Maria Santíssima, ao mesmo tempo que se
prepara, de algum modo, a Sua última vinda no fim do mundo, onde Ele
virá para julgar os vivos e os mortos.
Ouçamos o Magistério da Igreja Católica:
 CIC, 4η1μ “A oração cristã é marcada pelo título de «Senhor», quer no convite à
oração: «O Senhor esteja convosco», quer na conclusão da mesma: «Por nosso Senhor Jesus
Cristo», quer ainda pelo grito cheio de confiança e de esperança: «Maran atha» («O
Senhor vem!») ou «Marana tha» («Vem, Senhor!») (1 Cor 16, 22): «Ámen, vem,
Senhor Jesus!» (Ap 22, 20)”18.
 CIC, 1130μ “A Igreja celebra o mistério do seu Senhor «até que Ele venha» e
«Deus seja tudo em todos» (1 Cor 11, 26; 15, 28). Desde a era Apostólica, a liturgia é atraída
para o seu termo pelo gemido do Espírito na Igreja: «Marana tha!» (1 Cor 16, 22). A
liturgia participa, assim, no desejo de Jesus: «Tenho ardentemente desejado comer convosco
esta Páscoa [...], até que ela se realize plenamente no Reino de Deus» (Lc 22, 15-16). Nos
sacramentos de Cristo, a Igreja recebe já as arras da sua herança e já participa na vida eterna,
embora «aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e
Salvador Jesus Cristo» (Tit 2, 13). «O Espírito e a esposa dizem: "Vem!" [...] «Vem, Senhor
Jesus!» (Ap 22, 17. 20)”19.
 CIC, 1403μ “σa Última Ceia, o prὰprio Senhor chamou a atenção dos Seus
discípulos para a consumação da Páscoa no Reino de Deus: «Eu vos digo que não voltarei a
beber deste fruto da videira, até o dia em que beberei convosco o vinho novo no Reino do
Meu Pai» (Mt 26, 29). Sempre que a Igreja celebra a Eucaristia, lembra-se desta promessa, e
o seu olhar volta-se para «Aquele que vem» (Ap 1, 4). Na sua oração, ela clama pela sua
vinda: «Marana tha» (1 Cor 16, 22), «Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 20), «que a Tua graça
venha e que este mundo passe!»”20.
 CIC, 2κ1ιμ “Esta petição é o «Marana Tha», o clamor do Espírito e da esposa:
«Vem, Senhor Jesus!»: «Mesmo que esta oração não nos tivesse imposto o dever de pedir a
vinda deste Reino, teríamos espontaneamente soltado este grito, com pressa de irmos abraçar
o objecto das nossas esperanças. As almas dos mártires, sob o altar de Deus, invocam o
Senhor com grandes gritos: "Até quando, Senhor, até quando tardarás em pedir contas do
nosso sangue aos habitantes da terra?" (Ap 6, 10). Eles devem, com efeito, alcançar justiça,
no fim dos tempos. Apressa, portanto, Senhor, a vinda do Teu Reino!»”21.

16
Cfr. AA.VV., Vocabulario práctico de la Biblia, ed. Editorial Herder, Barcelona 1975, colunas 955-956;
MACKENZIE, John L., Dicionário bíblico, ed. Paulinas, São Paulo 1984, pg. 580.
17
Cfr. MÚSICA SACRA, Lucien Deiss. Maranatha: https://www.youtube.com/watch?v=jHNQEzoUBHs;
FERREIRA DOS SANTOS, A.; SEIÇA, Alberto, Maranathá! Vem Senhor Jesus:
https://www.youtube.com/watch?v=mCNChS28npI; etc.
18
Catecismo da Igreja Católica (11-10-1992), n. 451:
http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s2cap2_422-682_po.html.
19
Ibidem, n. 1130: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s1cap1_1076-1134_po.html.
20
Ibidem, n. 1403: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s2cap1_1210-1419_po.html.
21
Ibidem, n. 2817: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p4s2_2759-2865_po.html.

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 BVI-AAG-23-08-200θμ “τ Apocalipse de João, mesmo estando cheio de
referências contínuas a sofrimentos, tribulações e pranto, a face obscura da história está, de
igual modo, repleto de frequentes cantos de louvor, que representam quase a face luminosa da
história. Assim, por exemplo, lê-se nele que uma grande multidão, que canta quase gritando:
"Aleluia! O Senhor nosso Deus, o Todo-Poderoso, começou o Seu reinado! Alegremo-nos,
rejubilemos, dêmos-Lhe glória, porque chegou o momento das núpcias do Cordeiro, a Sua
esposa já está pronta" (Ap 19, 6-7). Estamos diante do típico paradoxo cristão, segundo o
qual o sofrimento nunca precipita como última palavra, mas é visto como ponto de passagem
para a felicidade. Aliás, ele mesmo já está misteriosamente cheio da alegria que brota da
esperança. Precisamente por isto João, o Vidente de Patmos, pode encerrar o seu livro com
uma última aspiração, palpitante de expectativa trepidante. Ela invoca a vinda do Senhor:
"Vinde, Senhor Jesus!" (Ap 22, 20). É uma das orações centrais da Cristandade nascente,
traduzida também por São Paulo na forma aramaica: "Marana tha". E esta oração "Vinde,
Senhor Jesus!" (1 Cor 16, 22) tem diversas dimensões. Naturalmente é, antes de tudo,
expetativa da vitória definitiva do Senhor, da nova Jerusalém, do Senhor que vem e
transforma o mundo. Mas, ao mesmo tempo, é também oração eucarística: "Vinde Jesus,
agora!". E Jesus vem, antecipa esta Sua chegada definitiva. Assim, com alegria, dizemos ao
mesmo tempo: "Vinde agora e de modo definitivo!". Esta oração tem também um
terceiro significado: "Já viestes, Senhor! Temos a certeza da Vossa presença entre nós. É
uma experiência jubilosa. "Mas vinde de modo definitivo!". E assim, com São Paulo, com
o Vidente de Patmos, com a Cristandade nascente, também nós rezamos: "Vinde, Jesus!
Vinde e transformai o mundo! Vinde já hoje e vença a paz!" Amém”22.
 F-AAG-11-12-2013μ “τ testemunho das primeiras comunidades cristãs ressoa
sugestivo como nunca. Com efeito, elas costumavam acompanhar as celebrações e preces
com a aclamação «Maranatá», uma expressão constituída por duas palavras
aramaicas que, segundo o modo como são cadenciadas, podem ser entendidas
como uma súplica: «Vem, Senhor!», ou então como uma certeza alimentada pela
fé: «Sim, o Senhor vem, o Senhor está próximo!». É a exclamação na qual culmina toda
a Revelação cristã, no final da maravilhosa contemplação que nos é oferecida no Apocalipse
de João (cf. Ap 22, 20)”23.

Laus Deo!

22
BENTO XVI, Alocução na Audiência Geral de Quarta-Feira (23-08-2006):
http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2006/documents/hf_ben-xvi_aud_20060823.html.
23
FRANCISCO, Alocução na Audiência Geral de Quarta-Feira (11-12-2013):
http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2013/documents/papa-francesco_20131211_udienza-generale.html.

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