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Jefferson Claudio Machado Fagundes

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO


ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Integração das Instalações Hidráulicas e Elétricas no Sistema Construtivo

de Alvenaria Estrutural

Itatiba
2008
Jefferson Claudio Machado Fagundes

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO


ENGENHARIA CIVIL

Integração das Instalações Hidráulicas e Elétricas no Sistema Construtivo

de Alvenaria Estrutural

Projeto de pesquisa visando o


desenvolvimento do Trabalho de
Conclusão de curso para obtenção
do título de Engenheiro Civil

Orientador: Prof. Dr. Adilson Franco Penteado

Itatiba
2008
Jefferson Claudio Machado Fagundes

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO


ENGENHARIA CIVIL

Integração das Instalações Hidráulicas e Elétricas no Sistema Construtivo

de Alvenaria Estrutural

Projeto de pesquisa visando o


desenvolvimento do Trabalho de
Conclusão de curso para obtenção
do título de Engenheiro Civil

Aprovado em _____ / _____ /_____

Prof. Dr. Adilson Franco Penteado (orientador)


Profº Ms. André Penteado Tramontin
Profº Dr. Adão Marques Batista

Itatiba
2008
Dedicatória

Dedico essa monografia e todo meu trabalho e empenho de cinco anos de faculdade
a meu pai José Guimarães Fagundes e minha mãe Laudelina Machado, no qual não
teria todas as oportunidades que tive em minha vida se não fosse o sacrifício deles,
que sempre lutaram para eu poder estudar, ter uma vida digna e me incentivaram.
Esses dois guerreiros que mesmo com as pedras do caminho, fizeram tudo para
mim, sendo exemplos de pais.

Agradeço aos professores que muito me estimularam, acrescentando um grande


conhecimento técnico a minha vida profissional e a minha esposa que contribuiu
com sua paciência nas horas de mais estresse.

Tenho só que dizer uma única palavra: Obrigado


RESUMO

O projeto, constituído por duas etapas do processo da construção e definindo as características


da edificação, influencia decisivamente a exeqüibilidade da obra e o desempenho do ambiente
construído. A adoção de um sistema construtivo racionalizado proporciona, maior rapidez,
facilidade e qualidade a execução. Por isso a alvenaria estrutural, sistema cuja racionalização
se deve a integração dos projetos, vem sendo crescentemente empregada na construção civil.

A resistência em adotar esta técnica está no desconhecimento das práticas construtivas


próprias do sistema e no receio de abandonar o concreto armado, técnica já plenamente
dominada e aceita. Há ainda a carência de literatura específica direcionada a engenheiros,
responsáveis pela idealização do projeto.

Visando a qualidade de edificações, este projeto propõe a integração do sistema hidráulico e


elétrico em edifícios de alvenaria estrutural demonstrando a sua eficiência e rapidez na
execução do trabalho.

Palavras-Chaves: Alvenaria Estrutural, hidráulica, elétricas.


ABSTRACT

The project, consisting of two stages of the process of the construction and defining the
characteristics of the construction, decisively influences the feasibility of the workmanship
and the performance of the constructed environment. The adoption of a rationalized
constructive system provides, greater rapidity, easiness and quality the execution. Therefore
the structural masonry, system whose rationalization if must the integration of the projects,
comes increasingly being employed in the civil construction.

The resistance in adopting this technique is in the unfamiliarity of practical constructive the
proper ones of the system and in the distrust to abandon the armed concrete, technique already
fully dominated and accepted. It still has the lack of specific literature directed the engineers,
responsible for the ideal of the project.

Aiming at the quality of constructions, this project considers the integration of the hydraulical
and electric system in structural masonry buildings demonstrating to its efficiency and
rapidity in the execution of the work.

Word key: structural masonry, hydraulical, electric


Sumário

1. INTRODUÇÃO 01

1.1 GENERALIDADES 01

1.2 APRESENTAÇÃO 02

1.3 OBJETIVO 03

1.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA 04

2. HISTÓRICO 04

3. COMPONENTES 06

3.1 BLOCOS 06

3.2 ARGAMASSA 07

3.3 GRAUTE 07

3.4 ARMADURAS 08

4. PROJETO ARQUITETÔNICO 10

5. ESTABILIDADE GLOBAL 13

6. ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS 14

7. COORDENAÇÃO MODULAR 15

8. SISTEMA CONSTRUTIVO INTEGRAL: CASO DE APLICAÇÃO 20

9. SHAFTS 21

10. LIMITAÇÕES E VANTAGENS DA ALVENARIA NO BLOCO 23


ESTRUTURAL
10.1 LIMITAÇÕES 23

10.2 VANTAGENS 23

11. VERGAS E CONTRA VERGAS 24


12. PROJETO HIDRÁULICO 25

13. INSTALAÇÕES EMBUTIDAS 26

14. INSTALAÇÕES DE ESGOTO SANITÁRIO 28

15. INSTALAÇÕES DE ÁGUAS PLUVIAIS 29

16. MEDIÇÕES DE ÁGUA NOS APARTAMENTOS 30

17. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E DE TELEFONIA 31

18. DIFICULDADE NO ASSENTAMENTO DE CAIXAS DE TOMADAS E 34


INTRRUPTORES
19. CONCLUSÕES 36

20. BIBLIOGRAFIA 37, 38, 39


LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Igreja de Atlântida – Uruguai 02

Figura 02 – Arco em bloco estrutural 02

Figura 03 – Edificações populares em bloco estrutural 05

Figura 04 – Bloco Cerâmico 06

Figura 05 – Bloco Sílico Calcário 06

Figura 06 – Bloco Hidráulico e Macho duplo 07

Figura 07 – Argamassa 08

Figura 08 – Graute 09

Figura 09 – Armaduras 09

Figura 10 – Planta baixa e sua simetria 10

Figura 11 – Coordenação Modular 13

Figura 12 – Shafts 15

Figura 13 – Shafts em banheiro 21

Figura 14 – Vergas e Contra-Vergas 22

Figura 15 – Instalações Embutidas 24

Figura 16 – Exemplo de Passagem embutida 24

Figura 17 e Figura 18 – Planta baixa de instalação elétrica 26 e 27

Figura 19 e Figura 20 – Passagem de eletroduto pelos furos do bloco 31 e 32

Figura 21 – Planta baixa elétrica 33

Figura 22 – Aplicação das caixas elétricas nos blocos 34


LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Dimensões recomendadas para quadros de distribuição 32


LISTADE SIGLAS E SIMBOLOS

ABCI – Associação Brasileira de Construção Industrializada

ABNT - Associação Brasileiras de Normas Técnicas

NBR – Norma Brasileira

PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

UEMA – Universidade Estadual do Maranhão

USF – Universidade São Francisco


1
1. INTRODUÇÃO

1.1. Generalidades

As pressões pela redução dos custos e melhoria da qualidade na construção de edifícios


têm feito que as empresas construtoras, talvez de uma forma lenta e gradual, voltem sua
atenção para a implementação de métodos e ferramentas que propiciem uma racionalização
das atividades construtivas nos canteiros de obras. Uma dessas possibilidades é a contratação
e desenvolvimento de projetos para a produção, em especial no caso de alvenarias estrutural.
Embora a literatura recente apresente vários estudos sobre o desenvolvimento e
utilização desses projetos, são ainda escassos os trabalhos que focam as dificuldades para a
implementação dos mesmos, do ponto de vista da atividade projetual. Nesse contexto, o
presente trabalho propõe uma análise qualitativa das dificuldades identificadas na execução
desses projetos, por meio de estudos de caso. Especial atenção é dada a análise de registros de
incompatibilidades mais freqüentes que ocorrem nos projetos de produto (arquitetônico e
complementares), e que impactam no desenvolvimento dos projetos de produção de alvenaria.
São levantados problemas relativos à compatibilização de projetos ocorridos em dez
empreendimentos distintos, de empresas que utilizaram o sistema de racionalização de
alvenaria. Discute-se a forma como estas incompatibilidades são identificadas e apresentam-
se estratégias e ferramentas para a sua solução, com ênfase em sugestões a serem
incorporadas aos projetos arquitetônicos. Este projeto tem a finalidade de apresentar soluções
inovadoras para instalações hidráulicas e elétricas para estrutura do bloco.
A instalação hidráulica deve ser feita de maneira a preservar as paredes, pois como já
foi dito o bloco serve para vedação e estrutura na edificação. Diz o Engenheiro Ronaldo
Sergio de Araújo Coelho - Alvenaria Estrutural – São Paulo, 1998 UEMA – São Luiz página
156 Vol.1 “Que não é aconselhável abrir rasgos horizontais nas alvenarias para instalações
hidráulicas e elétricas, quando for possível que a mesma seja feita pelo piso, pelo forro ou,
quando não, em canaletas preenchidas com graute”.
No caso de prumadas verticais poderíamos solucionar o problema com uma abertura na
parede para passagem da tubulação, solução esta não muito indicada, pois diminui a área da
carga distribuída, além da consolidação de dois materiais de resistência às dilatações
diferentes, podendo ocasionar fissuras nos tubos pelo trabalho da dilatação.
2
Um exemplo de alvenaria estrutural pode ser visto nas figuras 1 e 2 onde foi construída
a igreja Atlântida, no Uruguai

Fig. nº 01 - Igreja de Atlântida – Uruguai – Fonte:

http://www.porta vitrusvius.com.br/arquitextos/arquitextos.asp-2008

Fig. 02 – Arco em bloco estrutural – Fonte:http://www.portalvitrusvius.com.br/


arquitextos/arquitextos.asp – 2008

1.2 APRESENTAÇÃO

Inicialmente serão realizados estudos preliminares para a avaliação do tema proposto,


tanto na limitação de cortes para passagens de tubos nas instalações elétricas e hidráulicas
como também a limitação de resistência dos blocos e argamassa.
Em conjunto com o Projetista da alvenaria estrutural, os projetistas de hidráulica e
elétrica devem chegar a um consenso comum para realização deste projeto, sem que haja
3

interferência no funcionamento das instalações, na estrutura e na arquitetura da edificação,


ressaltando também que a questão da produção deve ser levada em conta.
A alvenaria estrutural requer muitos cuidados de execução, pois o bloco é a própria
estrutura da edificação, a mesma trabalha como uma carga distribuída ao longo das paredes,
tanto que a resistência à compressão dos blocos e a argamassa ao serem assentados, devem
conter resistência compatível à carga projetada.
As instalações elétricas e hidráulicas no bloco estrutural são diferenciadas no sistema de
vedação por não admitirem cortes horizontais nas paredes exigindo assim um projeto mais
arrojado para solução da estrutura citada.
A construção civil vem se desenvolvendo ao longo dos anos em função da expansão
econômica, política, culturais e estéticas das cidades criadas pela necessidade do homem em
elaborar componentes destinados à alvenaria e diferenciar estruturas.

1.3 OBJETIVO

Relatar técnicas e conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, com a alvenaria


estrutural e a integração de instalações hidráulicas e elétricas.
Mas o que é integração?
Integração significa o estabelecimento de formas comuns de realizar uma
conjunção de técnicas de trabalho que propiciam maior agilidade e economia de tempo e
dinheiro em uma obra.
O objetivo do estudo é apresentar melhorias relevantes, realizar uma integração entre o
projeto hidráulico e elétrico no sistema construtivo de alvenaria estrutural.

1.4. LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Este trabalho se detém à alvenaria estrutural Armanda e não armada e suas interfaces com
instalações hidráulicas e elétricas.
4
2. HISTÓRICO

A história do Brasil reúne técnicas de utilização de taipa, chegada com a colonização,


onde a maior preocupação, à época era a durabilidade. Com o tempo impo-se o pau-a-pique
visando estruturas de parede mais estreitas, revelando-se ainda insatisfação ao ser humano,
que necessitava de maior leveza e amplitude.
A cantaria passou a ser difundida entre nós baseados na Antiguidade (blocos de granito
assentados peça por peça), mas o tempo impôs modificações.
A partir de 1870 abriu-se a possibilidade de blocos de argila, devido ao Código de
Posturas. A largura do tijolo de barro, ainda não cozido, deveria possuir a largura média das
mãos do pedreiro ( 15 cm) e na outra a colher . Carlos Alberto Tauil – Manual Técnico de
Alvenaria – ABCI - 1990
Em 1940 a ABNT(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS)
NBR(NORMA BRASILEIRA) 6461 (1983) E NBR 7170 (EB 19/1983) aprovou norma para
produção de tijolos de barro cozido dimensão de 5,5, 11 e 22 respectivamente espessura,
largura e comprimento.
Todavia, a evolução continua e o tempo de assentamento do tijolo cozido era enorme, a
partir daí, evoluiu-se para o tijolo furado de 20 x 20 cm e posteriormente para o bloco de
concreto de 20x 40 cm.
Na década de 70 desenvolve-se a alvenaria estrutura de blocos, inclusive com normas da
ABNT, sendo enfatizada a maior liberdade de construções e racionalização da mão de obra.
Nos anos 80 inicia-se a mesma campanha para o setor cerâmico, com a elaboração de
novos produtos e a difusão de novos materiais como o silício-calcário e concreto celular
autoclavado, tudo isto normatizado pela ABNT, no Manual Técnico de Alvenaria (1990) visto
na figura nº 03.
5

Fig. 03 – Edificações populares em bloco estrutural - Fonte: Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf
6
3. COMPONENTES

Entende-se por componente de alvenaria uma entidade básica feita de elementos que por
sua vez, comporão a estrutura. São eles blocos, argamassa, graute e armadura. Como exemplo
de elementos pode citar as paredes, os pilares, cinta e vigas.

3.1 BLOCOS
Temos vários tipos de blocos estruturais com sua própria aplicação conforme figura 04.

Fig. 04– Bloco Cerâmico – Fonte: Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf

As unidades são as responsáveis pela definição da resistência da estrutura.


Quanto ao material componente as unidades mais usadas são de concreto, cerâmicas e
de sílico-calcáreas. Conforme figura 05. Quanto à forma podem ser maciças ou vazadas e
quanto à aplicação as unidades podem ser classificadas de vedação e estruturais.

Fig. 05– Bloco Silício – Calcário – Fonte: Fonte: Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf
7
Bloco Hidráulico: o bloco destinado às posições modulares de pontos de utilização das
instalações (hidráulica, elétrica, telefônica, de gás, etc.)

3.2 Argamassa

Este elemento possui a função de solidarizar as unidades e uniformizar as tensões entre


as unidades de alvenaria, absorver pequenas deformações e prevenção de água e de vento nas
edificações. Sua composição de areia, cimento, cal e água, a argamassa de reunir boas
características de trabalhabilidade, resistência, plasticidade e durabilidade para o desempenho
de suas funções. Na argamassa é mais importante a plasticidade do que a resistência à
compressão, pois a plasticidade permite que as tensões sejam transferidas de modo uniforme
de uma unidade à outra. Na figura 06 vemos aplicação da argamassa sobre o bloco estrutural.

Fig. 06 Argamassa - Feng – Fonte: Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf

3.3 Graute

É um concreto com compostos de agregados graúdos e miúdos, água e cimento de alta


resistência, com grande fluidez. Sua função é o aumento da área da seção transversal das
unidades aumentando a capacidade portante da alvenaria à compressão ou permitir que as
armaduras colocadas combatam tensões de tração que a alvenaria por si só não teria condições
de resistir. Ramalho & Correia (2003).
8

Fig. 07 graute - Feng – Fonte: Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf

3.4 Armaduras

São as barras de aço utilizadas nas construções só que envoltas por graute. E a primeira
fiada costuma-se deixar uma abertura para posterior limpeza conforme figuras 08 e 09.
9

Figuras 08 e 09– Armadura- Fonte: Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf
10

4. PROJETO ARQUITETÔNICO

A elaboração adequada de um projeto específico voltado à produção das alvenarias é


um dos pontos mais importante para a melhor execução. O projeto de alvenaria deve antecipar
as decisões necessárias à execução de todos os engenheiros e profissionais envolvidos
conforme figura 10.

Projeto
Arquitetônico

Projeto Projeto
Elétrico Hidráulico
Projeto
Estrutural

Projeto Projeto
Estrutural Executivo

Fig. 10 – Integração dos profissionais.

O projeto para produção, quando elaborado somente por ocasião do desenvolvimento do


projeto executivo, na maioria dos casos não tem o mesmo potencial de racionalização que
teria se tivesse sido iniciado na fase de anteprojeto,o que seria mais desejável - Aquino, 2004.
Dentro deste contexto projetual, no qual os projetos para produção são desenvolvidos
simultaneamente e não seqüencialmente aos outros projetos, conforme Barros, 2003, as
11

interferências entre os diversos subsistemas, tais como modulação, passagens de instalações,


posicionamento de shafts e outros detalhes poderão ser identificados e, portanto, minimizadas.
Apesar destes conceitos serem consensuais nos meios acadêmicos, a literatura recente
mostra uma tendência de contratação dos projetos para produção de alvenaria somente após a
compatibilização dos anteprojetos, quando da realização dos projetos executivos; Barros e
Sabatini, 2003. Segundo os autores, no processo de desenvolvimento de projeto, a partir de
uma pesquisa realizada com cerca de vinte construtoras, os projetos para produção são
iniciados somente após a compatibilização dos anteprojetos, quando da realização dos
projetos executivos.
Neste caso, Barros, 2003, confirma a redução do potencial de racionalização. Isso
porque, neste momento, se perde a oportunidade de compatibilizar alguns itens relevantes
como: os vãos da estrutura com a modulação da alvenaria, com conseqüente corte de blocos, a
modulação da alvenaria com as aberturas para as esquadrias de portas e janelas e o
posicionamento das instalações com as características da alvenaria, inviabilizando, na maioria
dos casos, a inserção de shafts ou mesmo a passagem dos eletrodutos pelos componentes.
Referenciando este mesmo trabalho da autora, vale ressaltar que, apesar de um menor
potencial de racionalização, é desejável a contratação do projeto de alvenaria de vedação, pois
o seu desenvolvimento permitirá a identificação e definição de alguns detalhes importantes
como: identificação dos blocos a serem cortados para ajuste à modulação, ligação alvenaria-
estrutura, relação alvenaria-esquadria com seus elementos estruturais e alvenaria-instalação,
definição de detalhes construtivos e especificações de materiais, componentes e técnicas
construtivas.
Uma prática normal entre as empresas é a contratação dos projetos arquitetônicos logo
na efetivação do empreendimento. As demais contratações, inclusive os projetos para
produção, deveriam ocorrer simultaneamente, o que não é comum.
Quando é possível esta contratação “quase” simultânea de todos os projetos, esta ação
permitirá que as definições e decisões de projeto sejam tomadas em conjunto, de forma
harmônica e integrada.
Mesmo quando o projeto para a produção é contratado “tardiamente”, através da
aplicação de um questionário de reconhecimento da empresa, cuja metodologia é citada por
Correa, 2006, considerado a documentação referente aos diversos segmentos projetais
existentes (projetos estrutural, instalações, arquitetônico, executivos, detalhamentos,
12

especificações, etc.) relativos aos empreendimentos das empresas participantes. A


existência de projetos complementares é por si só um fator determinante na contratação dos
projetos para produção, ou seja, ao levantar os projetos já elaborados, já se tem em mente que
o potencial de racionalização do projeto para produção de alvenaria poderá ficar
comprometido, já que os “problemas relativos à vedação têm sido minimizados em virtude de
uma melhor discussão durante a coordenação” Aquino, 2004, ou seja, a intervenção do
projetista fica restrita somente ao levantamento de interferências evidenciadas no processo de
compatibilização, reduzindo a possibilidade de inserção de novos parâmetros
conceituais e racionalizadores que se são agregados aos projetos para produção.
Um exemplo comum, observado nos estudos de caso, decorrente dessa contratação
tardia do projeto para a produção, é a marcação dos eletrodutos das lajes já concretadas, que
será incompatível com a marcação da alvenaria em relação à locação dos pontos elétricos de
subida/descida, fato este que evitaria os cortes posteriores na alvenaria. Isso gera uma série de
dificuldades no embutimento dos eletrodutos dentro das alvenarias, provocando quebra e
entulho dos blocos cerâmicos.
A contratação tardia reduz significativamente o potencial de aplicação efetiva dos
conceitos de Engenharia Simultânea em relação à cooperação e ao consenso entre os
envolvidos no desenvolvimento, uma vez que não se adotou o conceito de projeto simultâneo,
fundamentado na orientação simultânea e conjunta entre os vários profissionais, na
organização de forma adequada do fluxo de informação entre eles e na condução das decisões
a serem tomadas na fase inicial de concepção do empreendimento. A constituição de equipes
multidisciplinares de projeto, desde suas primeiras fases, cuja principal responsabilidade
estabelece altos níveis de integração e comunicação, com procedimentos de coordenação de
projeto metodologicamente estabelecidos, ao invés de isolar as disciplinas ou especialidades
com a adoção da forma seqüencial e não iterativa de elaboração do projeto, constitui um fator
relevante dentro dos pressupostos da Engenharia Simultânea.
Por outro lado, a qualidade final do projeto reflete não só a competência específica de
cada projetista, mas principalmente, a interação facilitada pelo nível de relacionamento entre
eles.
Em função da contratação tardia, a integração do projetista de produção com os demais
projetistas ficou comprometida e o fluxo de informações foi deficiente, uma vez que as
reuniões de coordenação já aconteceram.
13
5. ESTABILIDADE GLOBAL

É importante que o projeto contemple as condições de estabilidade do sistema equilíbrio


na quantidade de paredes estruturais em ambas as direções nos diversos pavimentos garantem
a estabilidade global do sistema em relação às cargas horizontais e aumentam sua
resistência as eventuais torções. Quanto mais simetria tiver sua forma melhor será a rigidez do
sistema, como pode ser visto na figura 11.

Fig. 11. Planta baixa e sua simetria - Fonte : Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf
14
6. ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS

Quando se trata de um novo sistema construtivo, devem ser discutidos aspectos técnicos
e econômicos envolvidos, isto significa considerar as vantagens e as desvantagens desse
sistema.
Deve-se ressaltar que a utilização da alvenaria estrutural, para os edifícios residenciais,
parte de uma concepção bastante interessante que é a de transformar a alvenaria,
originalmente com função exclusiva de vedação, na própria estrutura. Dessa forma, pode se
evitar a necessidade da existência dos pilares e vigas que dão suporte a uma estrutura
convencional.
Assim, a alvenaria passa a ter a dupla função de servir de vedação e suporte para a
edificação, o que é em princípio muito bom para a economia, entretanto a alvenaria nesse caso
precisa ter sua resistência controlada, de forma a garantir a segurança da edificação. Essa
necessidade demanda a utilização de materiais mais caros e também uma execução mais
cuidadosa, o que aumenta o seu custo de produção em relação à alvenaria de vedação.
15
7. COORDENAÇÃO MODULAR

Inicialmente definiremos coordenação Modular como uma técnica que permite


relacionar de maneira coordenada as medidas de todos os elementos e componentes,
permitindo seu acoplamento através de simples montagem.
A modulação é feita desenhando o projeto em um malha de 15 x 15 cm evitando o uso
de peças complementares. A finalidade é simplificar o projeto proporcionando um perfeito
encaixe entre os blocos e encontro das paredes, evitando o recorte das peças minimizando a
mão de obra e o desperdício de materiais. Todos os projetistas trabalham em cima da planta
de modulação de primeira fiada.
É essencial para racionalização da alvenaria estrutural modular um arranjo
arquitetônico, ou pelo menos modular as paredes portantes desse arranjo, significa acertar as
suas dimensões em planta e também o pé direito da edificação, em função das dimensões das
unidades, de modo a não se necessitar, ou reduzir drasticamente, cortes ou ajustes necessários
à execução das paredes, a unidade mais usada é o bloco por ser
mais freqüente nas edificações em alvenaria estrutural e que pode ser visto na figura 12.

Fig. 12 – Coordenação Modular – Ronaldo C. Araújo Coelho- Alvenaria Estrutural –vol. 1


página 22– UEMA – São Luiz-1998
16
Lourenço, 2004 define uma parede resistente de alvenaria como um componente
estrutural contínuo vertical, retilíneo ou curvilíneo, constituído pela solidarização, por meio
de um ligante (argamassa), de um conjunto de elementos resistentes (unidades de alvenaria)
e que podem integrar elementos de reforço de outra natureza (varões metálicos, ligadores ou
outros). De acordo com a função estrutural que desempenham, as paredes podem ser
classificadas como paredes armadas, não armadas, confinadas, ou de contenção.
As paredes armadas são normalmente definidas como paredes principais (ou parede
mestra) destinadas a resistir a esforços verticais e horizontais. Na sua constituição, podem
dispor-se de armaduras verticais (através de furação vertical nos blocos preenchidos
posteriormente com argamassa ou em alinhamentos verticais de células para colocação de
armaduras especificas envolvidas em argamassa) e/ou de armaduras horizontais (embutidas
na argamassa de assentamento de fiadas de blocos e destinadas para o efeito), ou soluções
mistas. Neste tipo de paredes a colocação de armaduras é feita através de uma distribuição
uniforme.
As paredes não armadas tem normalmente uma definição de contraventamento das
paredes principais, podendo ser dimensionadas para resistir a ações horizontais no seu próprio
plano.
É freqüente a execução de cintas armadas no topo de cada painel de parede com o
objetivo de garantir a ligação entre as paredes e as lajes que nelas se apóiam.
As paredes confinadas, são normalmente concebidas com funções de resistência
conjunta do pano de alvenaria e de elementos armados de confinamento, horizontais e
verticais. Estes elementos de confinamento são executados em simultâneo com a alvenaria
podendo ser embutidos no interior da alvenaria ou executados com recurso a cofragem
ficando com faces de acabamento à vista. Nestas paredes a colocação de armaduras de
confinamento é feita através de alinhamentos espaçados, não tendo por isso uma distribuição
homogênea conforme se verifica nas paredes armadas. É viável a solução mista de paredes
confinadas reforçadas com armaduras específicas colocadas nas juntas horizontais e/ou nas
juntas verticais de assentamento.
As paredes de contenção, devem garantir a resistência à flexão bem como suportar
ações verticais provenientes do peso de paredes ou de lajes superiores.
17

As paredes não resistentes completam a classificação definida. Até ao presente


momento, têm sido vulgarmente utilizadas paredes simples como elemento de definição de
divisórias interiores e de enchimento de estruturas reticuladas de concreto armado ou mesmo
de estruturas metálicas. Para estruturas de alvenaria, estas paredes devem desempenhar uma
função similar devendo no entanto assegurar-se limites geométricos para caracterização da
sua esbeltez (finas) e garantia de suporte do seu próprio peso.
Interessa referir, que uma solução global deve ser vista não como o desenvolvimento de
um produto (unidade de alvenaria) de excelentes características, mas sim como um sistema de
produção, de construção e de qualidade capaz de garantir requisitos de conforto habitacional,
de verificação de exigências construtivas e estruturais regulamentares e que, de forma eficaz,
permita a execução de uma edificação de pequeno ou médio porte em prazos mais reduzidos e
com métodos simplificados, e conseqüentemente competitivas em termos econômicos. Um
sistema construtivo em alvenaria é constituído por um conjunto de elementos (blocos de
cerâmica), que procuram fornecer uma solução geral de edificação recorrendo pontualmente à
execução de elementos resistentes em concreto armado, podendo estes mesmos ser inseridos
no interior das paredes e desta forma dispensar todo o dispêndio de mão-de-obra e de
recursos.
Assim, uma solução integrada em alvenaria pode ser definida através de um pleno
conhecimento das condicionantes de obra, dos processos de execução e da forma de executar
cada elemento estrutural, devendo ser definidas as melhores condições de conjugação de
materiais e das suas formas garantindo sempre requisitos de qualidade elevada na construção.
Verificam-se assim diversos motivos para aposta num sistema construtivo em alvenaria.
Para conceber um sistema construtivo é essencial seguir algumas regras de garantia de
funcionalidade e de boa aplicação:
a) Preferencialmente, a arquitetura deve ser definida por um conjunto de corpos modulares,
b) Deve existir um trabalho constante de cooperação garantida entre a concepção
arquitetônica (arquitetos), os requisitos de resistência e de habitabilidade definidos nos vários
projetos de especialidades (engenheiros), e os aspectos de construtibilidade (empreiteiros);
c) Deve-se optar por soluções definidas por uma estrutura regular, devendo ser pouco
assimétrica quer em planta quer em altura;
d) Conceber uma definição prévia da malha de paredes estruturais e não estruturais;
18

e) Realizar estudos de otimização do comportamento estrutural e redefinição das paredes


estruturais, se necessário;
f) A concepção deve ser baseada para um sistema modular de unidades de alvenaria
disponível no mercado.
A definição da arquitetura deve ter em conta a existência de alinhamentos para
execução de elementos armados, bem como de uma correta definição dos pontos de passagem
de instalações hidráulicas, elétricas ou outras. Assim, nos respectivos projetos de
especialidade, deve ser apresentado um conjunto de desenhos e de pormenores construtivos
indispensáveis para a execução, tais como:
a) Plantas com a definição de fiadas de assentamento de blocos e de marcação de pontos de
colocação de elementos verticais de confinamento;
Regra 1: Utilizar blocos específicos para execução de montantes e cintas para que os
elementos de confinamento dispensem a utilização de sistemas próprios de amarração;
Regra 2: Procurar homogeneizar armaduras dos elementos verticais;
b) Desenhos de detalhes de blocos especiais e da forma de colocação e assentamento;
c) Desenhos de detalhes de armaduras, de vergas e de execução de aberturas;
Regra 1: homogeneizar os sistemas de armaduras e uniformizar as dimensões de aberturas,
para garantir um menor número de detalhes típicos;
Bloco de face com sistema de encaixe para junta vertical preenchidas/não preenchidas.
½ Bloco de face para finalização de fiada em comprimento ou ajuste de modulação.
Bloco ou ½ bloco de meia altura para finalização de fiadas em altura.
½ bloco de face plana para finalização de fiada em comprimento ou execução de T.
Elementos especiais diversos (execução de caixa de store ou de elementos, etc.).
Elementos especiais para forra térmica de pilares de concreto armado ou fechamento de vãos.
Bloco de face plana para finalização de fiada em comprimento ou execução em T.
d) Plantas com definição clara de alinhamentos verticais (courettes) e horizontais
(reentrâncias) para passagem de instalações;
Regra 1: Utilizar blocos específicos para colocação de instalações, evitando assim realizar
rasgos nos blocos;
19

Regra 2: Sempre que possível utilizar a distribuição horizontal de instalações pelo teto ou
embutidas na laje;
Regra 3: Preferencialmente, utilizar paredes não resistentes para instalação das tubulações;
(SILVA, MARGARETE MARIA ARAÚJO, 2003.)
20
8. SISTEMA CONSTRUTIVO INTEGRAL: CASO DE APLICAÇÃO

Uma referencia de um sistema modular em alvenaria surge como um desafio para


construção de edifícios sólidos, fiáveis, simples e econômicos, inclusive a execução de
acabamentos e com bons padrões de conforto, utilizando para tal métodos, baseados na
racionalização e standardização do projeto, da utilização de um sistema de alvenaria
confinada de blocos de cerâmica e com um controle de construção cuidado e de mão-de-obra
orientada.
A origem deste desafio foi lançada por uma empresa de origem nórdica, onde a
construção modular é uma realidade, após encontrarem alguns problemas na construção de
um primeiro edifício pelo processo freqüentemente usado : (a) atrasos de execução, (d)
incumprimentos por parte das empresas envolvidas, (b) deficiências na construção e (c)
alguns problemas relacionados pelo profissionalismo e a mão de obra dos trabalhadores.
Assim, e para a uma construção plana diversificada foi elaborado um projeto-tipo para
habitações (moradias e edifícios) tendo em conta princípios de otimização dos materiais
(rapidez, facilidade de execução e redução de desperdícios).Siqueira, 2007.
21
9. SHAFTS

Shafts são espaços deixados nas lajes, em toda a extensão vertical da edificação onde
são embutidas as instalações hidrosanitárias de maneira que não fiquem visíveis. Estas
instalações não devem ser embutidas, pois dificultaria o acesso para manutenções.

Fig. 13 – Shafts - http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf

Com a instalação do shaft, de maneira funcional em alvenaria pode ser feita embutida
ou externa, é importante que seja feito um projeto com a menor interferência possível do
encanador visando à maior eficiência e rapidez na elevação das estruturas.
Uma das soluções, para este problema é a implantação de shaft onde passariam
tubulações (prumadas) de recalque, extravasor, água fria, água quente se o prédio tiver, alem
de águas pluviais e esgoto sanitário. Prumadas estas projetadas de maneira a atender as
necessidades dos projetos sem interferir na estrutura do prédio.
Além de se preocupar com a funcionalidade do shaft é preciso tomar cuidado com a
estética, pois irá compor muita vez o interior de uma circulação e o interior do apartamento.
22

Outro fato a salientar seria a flexibilidade uma eventual manutenção, já que basta abrir
a porta do shaft e teremos toda tubulação, válvulas e registros acessíveis para posterior
manutenção.
Pode projetar também shaft no Box do chuveiro, dando um bom acabamento e
flexibilidade no acesso as tubulações e registros. Este modelo pode ser visto na figura nº 14.

Fig. 14 – Shaft no banheiro - Ronaldo C. Araújo Coelho- Alvenaria Estrutural –vol. 1 página
28– UEMA – São Luiz-1998

Após executar a alvenaria do shafts e instalado os tubos das instalações hidráulicas faz
necessário a fixação, chumbamento da tubulação e impermeabilização da laje com material
adequado.
23
10. LIMITAÇÕES E VANTAGENS DO ALVENARIA DE BLOCO ESTRUTURAL

10.1 Limitações do Bloco Estrutural

Número de pavimentos;
Impossibilidade de remoção de paredes com função estrutural;
Necessidade de integração com outros subsistemas construtivos;
Necessidade de alvenaria com características adequadas;
Maior homem hora no acompanhamento e execução da obra;

10.2 Vantagens do bloco estrutural

Redução de material para execução de forma;


Redução de material para execução de armadura para estrutura;
Redução de homem hora de carpintaria e armador;
Maior rapidez na execução da obra;
24
11. VERGAS E CONTRA – VERGAS

Verga e contra verga pode ser destacada como um reforço estrutural, pode ser moldadas
in loco utilizando bloco, canaleta, armadura e graute ou pré-fabricada. Sua função é distribuir
as cargas na parede provocadas nas regiões de abertura de portas e janelas.
Nas figuras nº 15 e 16 vemos vergas e contra vergas.

Fig. nº 15 – Vergas e Contra – Vergas – Fonte: Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf

Fig. nº 16 – Vergas e Contra – Vergas – Fonte: Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf
25
12. PROJETO HIDRAULICO

A integração de projetos é uma das premissas de um projeto de alvenaria estrutural. Em


um sistema construtivo racionalizado é inconcebível a hipótese de se raspar paredes,
improvisar na obra, etc. Essas práticas correntes em alvenaria de vedação e, infelizmente,
ainda encontrada em obras de alvenaria estrutural, significam, retrabalho, desperdício, maior
consumo de material e mão de obra e principalmente, insegurança estrutural, uma vez que a
parede, cuja seção resistente é reduzida, constitui o elemento estrutural.
A iniciativa de integração dos projetos deve ser do engenheiro, criando soluções para a
coexistência harmônica da arquitetura, estrutura e instalações.
Quando o projeto arquitetônico permitir que se tenha uma única parede comum a todas
as áreas molhadas pode-se utilizar o recurso de ligá-las as prumadas dispostas externamente e
justapostas à parede. Isto permite fechamento parcial ou total com outra parede e o painel
removível. E também viabiliza o uso de kits pré-fabricados e dispensa remoção de
acabamentos para inspecionar o resultado do processo.
Toda e qualquer instalação somente pode ser embutida na alvenaria verticalmente, nos
furos dos blocos. A maior dificuldade reside nas tubulações de água e esgoto. Para isso
algumas medidas podem facilitar o percurso vertical das instalações.
1. agrupamento das instalações hidrosanitárias de banheiros e cozinhas em paredes
hidráulicas (sem função estrutural) com tubulações passando pelos furos dos blocos.
2. Adoção de shafts para tubulações hidrosanitárias.
26
13. INSTALAÇÕES EMBUTIDAS

Em instalações embutidas nas alvenarias deve se procurar soluções de acomodações das


mesmas reduzindo ao máximo os cortes obrigatórios nas paredes.
Paredes separadas: Separamos um painel de parede em dois ou três painéis deixando um vazio
em todo o pé direito com a largura, modulada ou não, conveniente para a colocação das
prumadas e ramais de água, esgoto e gás, fechando-se esse vão posteriormente na mesma
espessura da parede.
Dutos Horizontais: trechos horizontais devem passar sob o piso ou no forro.Conforme
mostra a figura 17.

Fig. 17- Exemplo de passagem de tubulação – Fonte: Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf

Quando encontrados nas paredes, os dutos poderão ser executados em blocos canaletas
em paredes sem função estrutural. Conforme se observa na figura nº18.
27

Fig. 18 – Instalações Embutidas -


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf

O projeto para o trecho horizontal de tubulação de grande diâmetro deve prever sua
passagem entre a laje do teto e o forro. Os trechos verticais de água fria e quente para
torneiras e chuveiros devem passar horizontalmente entre o forro e o teto até o ponto de
descer ou subir na vertical pelos furos dos blocos. Sempre que haja paredes não−estruturais,
deve−se dar a elas a preferência para a passagem de tubulações.
É importante evitar os cortes horizontais em paredes estruturais. Caso a medida seja
inevitável, vale à pena consultar o projetista estrutural para que sejam observados os usos de
"sóculos", rodapés e roda forros. Eventuais cortes para atender necessidades de
manutenção em casos de vazamento podem atingir a integridade das paredes e alterar a sua
função estrutural.
Paredes com rebaixo: Usa-se bloco de espessura inferior à de parede original, o que
proporciona uma diferença de níveis de 5 cm, para acomodação de água e gás.
Vigas hidráulicas: Usa-se a peça pré fabricada com as tubulações horizontais de
alimentação de água já acomodadas na sua posição definitiva dentro delas.
28
14. INSTALAÇÕES DE ESGOTO SANITÁRIO

Como já foi citado o sistema de bloco estrutural serve de estrutura, então o cuidado com
o prumo da parede é redobrado, pois não podemos deixar que aconteça excentricidade entre
uma parede e outra. Garantindo assim uma mesma dimensão em todos os pavimentos tipos de
uma edificação; com este importante detalhe possibilita manter uma precisão entre os pontos
de esgoto das peças sanitárias.
Com o auxilio de uma perfuratriz (maquina de cortar concreto) podemos cortar o piso
no diâmetro suficiente para a instalação do tubo. Para a realização deste trabalho se faz
necessário a aplicação de um gabarito para manter a marcação das posições de furação.
Já que estão estabelecidas as alturas das prumadas, pois o pé-direito está pré-
estabelecido por conta da altura do bloco e espessura da argamassa; a altura do tubo também
será a mesma. Já os ramais primários e secundários da rede de esgoto também não sofrerão
alteração em suas medidas.
Temos então a possibilidade de montar uma linha de produção, uma vez conhecida as
medidas no primeiro pavimento tipo, os outros andares serão iguais, diminuindo assim o
tempo de execução, que será fundamental para viabilidade do empreendimento.
Isto vale também para instalações de água fria, água quente e águas pluviais.
Deve-se ressaltar que temos que tomar certos cuidados na hora da demarcação da laje,
para as caixinhas e tubulações das instalações elétricas, pois temos que verificar se a
demarcação das caixinhas e tubulações não são coincidentes com a tubulação de esgoto na
hora de corte da laje com o equipamento ( perfuratriz).
A racionalização é resultado dos projetos integrados e da participação efetiva de todos
profissionais envolvidos, assumindo assim papel preponderante no projeto e objetivo final.
29
15. INSTALAÇÕES DE ÁGUAS PLUVIAIS

Na elaboração do projeto de águas pluviais, são adotados condutos verticais passando


por shafts e condutos horizontais passando pelo forro.
Os condutores verticais quando disponibilizado na área externa seria interessante que
fossem projetados na face externa do bloco, devido sua grande dimensão em relação ao
tamanho do bloco.
30
16. MEDIÇÕES DE ÁGUA NOS APARTAMENTOS

Seria justo cada condomínio pagar pelo que ele consome e uma das maneiras seria a
instalação de hidrômetro em cada apartamento para medir a vazão de cada apartamento, pois
não é justo famílias que economizam água pagar por pessoas que desperdiçam este tão
precioso líquido. Esta medida também influencia na economia de todo condomínio garantindo
maior satisfação de cada proprietário do apartamento. Além de resolver o problema de
inadimplência, individualizando assim o corte de fornecimento de água. Seria interessante
pensar em sistema de medição remota para não incomodar os moradores na hora de realizar
leitura dos medidores. Pois existe software que faz esta medição e emite o boleto no dia
programado. Para isso têm que pensar na infra-estrutura para implantação do sistema, estes
medidores ficariam instalados em shafts juntamente com tubulação e cabo de pulsos emitidos
pelo hidrômetro.
31
17. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELEFONIA

Embora estas instalações tem ramificações por toda alvenaria, tem a vantagem de ser
distribuída através de eletrodutos. A definição do projeto elétrico também exige interação dos
projetistas. Os eletrodutos embutidos devem passar pelos blocos vazados. É importante
ressaltar: no sistema estrutural as caixas de passagem, de tomadas e interruptores podem ser
pré−instaladas em blocos cortados durante a execução da alvenaria.
Como alternativa construtiva, pode−se assentar o bloco cortado com espaço para a caixa
e posteriormente esta ser chumbada. Para a perfeita acomodação, as caixas para quadros de
distribuição e de passagem devem ser projetadas em dimensões que evitem cortes nas
alvenarias, conforme figura nº 19 de elevação de instalação elétrica .

Figura 19 – Elevação de instalação elétrica - Fonte: Construtora Franco Penteado – 2002 –


Ed. Belvedere – Itatiba - SP

As instalações externas às alvenarias normalmente são executadas sobrepostas às


mesmas, com eletroduto e caixas externas especiais com acabamento próprio, sem interferir
nos detalhes de execução das paredes.
32
O projetista estrutural deve ser informado das dimensões e posições dos quadros de
distribuição. Com isso, ele pode detalhar o reforço necessário para que as aberturas não
prejudiquem a integridade estrutural das paredes. Conforme tabela nº 1.
Tabela 1 Dimensões recomendadas para quadros de distribuição
Nº de blocos Dimensões de Quadros de Distribuição
horizontal x vertical (m) x (m)
1x2 0,40 x 0,40
1 fi x 3 0,60 x 0,60
2x4 0,80 x 0,80
2 fi x 5 1,00 x 1,00
4x6 1,20 x 1,20
Observação: No mercado não encontramos painéis com esta preocupação de dimensão
Fonte: www.portalvitrusvius.com.br/2008

As instalações elétricas e telefônicas podem ser embutidas, conforme figura nº 20, ou


externas as alvenarias. Nas instalações embutidas elétricas e telefônicas será obrigatória a
colocação das caixinhas e conduítes durante a elevação das alvenarias e da montagem da laje,
o que obrigará a presença do eletricista acompanhando todas as fases da execução da
estrutura.

Fig.20 – passagem de conduite – Fonte:portal-


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf
33

Nestas instalações elétricas tem se que ter os mesmos cuidados e executabilidade das
instalações hidráulicas. Sendo o painel geral de distribuição localizado no pavimento térreo
passando suas prumadas em shafts, derivando em corredor tipo para seus repetitivos
apartamentos.
Talvez se faça necessário criar mais de um quadro de distribuição nos rol de circulação
dos edifícios já que não é aconselhável quadros de grandes dimensões, pois precisaríamos de
vergas e contra vergas que provavelmente fugiria das dimensões das caneletas.
Sendo necessário a elaboração de projeto elétrico com a paginação de cada parede; ou
seja, cada parede terá um projeto de sua fachada mostrando em qual posição estará localizada
a caixinha para o assentamento do bloco. Mostrados na figuras nº 21

Fig. 21 – Caixas – Instalações Elétricas – Fonte:Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf
34
18. DIFICULDADE NO ASSENTAMENTO DE CAIXAS DE TOMADAS E
INTERRUPTORES.

Observou-se que na obra da Construtora Franco Penteado, no edifício denominado


Belvedere, situado em Itatiba – São Paulo, as caixas estampadas 4X2 e 4X4 constituídas de
diferentes materiais (ferro esmaltado, PVC e galvanizadas) e de diferentes fabricantes,
verificou-se o problema de sua dimensão, mais precisamente na profundidade.
Este sistema de alvenaria permite que as caixas 4X2 e 4X4 sejam assentadas no bloco
ainda no canteiro de obra, montando assim uma linha de produção, conforme figura 22.

Figura 22 – Aplicação das caixas elétricas nos blocos – Fonte:Reis


http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_apresentação.pdf

O projeto paginado, respeita a distância ideal de locação para cada aparelho doméstico.
Assim, o eletricista ou técnico responsável orienta o pedreiro a vir com a caixinha já
chumbada no bloco, obedecendo à seqüência da alvenaria estrutural. Há dificuldades na
introdução do eletroduto na caixa, pois a profundidade da caixa é insuficiente para vencer a
espessura do bloco. Neste caso o eletroduto fica solto no interior do bloco, deixando um
serviço não satisfatório.
35

É sugerido que seja fabricada uma caixa 4X4 e 4X2 com uma profundidade que seja
suficientemente adequada para instalar pelo menos um eletroduto de Ø 25 mm, extinguindo
assim, as adaptações na obra e deixando um serviço mais limpo e de melhor qualidade.
36
19. CONCLUSÃO

Nos últimos 15 anos, a alvenaria estrutural foi o processo construtivo que mais
experimentou e implantou mudanças estruturais significativas. Mudanças na elaboração,
apresentação, uso dos projetos, aplicação dos componentes e procedimentos de execução.
O emprego da alvenaria como elemento estrutural de suporte em edificações vem sendo
largamente ampliado, em especial por possibilitar, via de regra, uma redução nos custos de
produção.
O entrosamento entre os profissionais envolvidos, desde a elaboração do projeto, até a
execução de todas as etapas tem que estar bem interados para que todas as técnicas de
execução sejam concluídas sem que haja interferência na estrutura da edificação,
principalmente nas instalações hidráulicas e elétricas.
Considera-se que este trabalho cumpriu seu objetivo principal que era um estudo
preliminar para possibilitar o uso da alvenaria estrutural em conjunto com as instalações
elétricas e hidráulicas, podendo contribuir para estudos posteriores e aprofundamento.
37
20. BIBLIOGRAFIA

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São Paulo, 1985. Editora Edgard Blücher Ltda. 7ª Edição.

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Anais... São Paulo: EPUSP/PCC, 1998. p. 221-236.s e a

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emprego de telas soldadas como armadura e ancoragem -São Paulo : EPUSP, 1999 78 p.
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Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Departamento de Engenharia de Construção Civil,
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39
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construção. São Paulo, 1981(Projeto editores associados Ltda.).

______________________________. Manual técnico de alvenaria. São Paulo, 1990. ABCI


(Associação Brasileira de Construção Industrializada).

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