Anda di halaman 1dari 11

TJPA

PJe - Processo Judicial Eletrônico


Consulta Processual

14/03/2018

Número: 0800273-75.2016.8.14.0306
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: 2ª Vara do Juizado Especial Cível de Belém
Última distribuição : 30/03/2016
Valor da causa: R$ 31.520,00
Assuntos: DIREITO DO CONSUMIDOR, Transporte Aéreo
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
RECLAMANTE DIEGO BRUNO MIRANDA DUARTE
RECLAMANTE JACQUELINE SILVA RODRIGUES
RECLAMADO Tam Linhas aereas
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
23463 30/03/2016 15:13 Petição Inicial Petição Inicial
9
EXCELENTISSIMA SRA DRª JUIZA DE DIREITO DA 2ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL
DA COMARCA DE BELEM – PARA

Diego Bruno Miranda Duarte, solteiro, com RG nº 4722764 e inscrito no CPF sob o nº
89173341215, residente e domiciliado a Avenida Magalhaes Barata, 979, aptº 707 , CEP 66063-240,
Bairro São Braz e, Jacqueline Silva Rodrigues, solteira, com RG nº 5456699 e inscrita no CPF sob o nº
820.467.602-63, advogada regularmente inscrita a OAB-PA sob o nº 22.506, residente e domiciliada
nesta Capital na Avenida Almirante Barroso Conjunto Império Amazônico s/n bloco 2 entrada b apt 304,
vêm perante vossa Excelência, por sua advoga in fine assinado, regidos pela Lei 9.099/95 e com
fundamento nos arts. 282 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor a presente

AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

Em face de TAM LINHAS AEREAS S/A, inscrita no CNPJ sob o nº 02.012.862/0001-60, com
sede a Avenida Jurandir n.º 856, Hangar 7, 8º andar, sala 805, Bairro: Jardim Ceci/Aeroporto - CEP
04072-000 - São Paulo/SP e com filial nesta Capital situada a Avenida Assis de Vasconcelos, 265 -
C a m p i n a
Belém – PA, pelo que passa a expor, articuladamente.

1. Dos fatos

Os autores adquiriram passagem aérea da Empresa TAM, através do site “decolar.com” partindo
de Belém com destino a Fortaleza, sendo que a ida ocorreu na data de 12 de fevereiro de 2015 e a volta
programada para a data de 17 de fevereiro de 2015.

Os bilhete de número 957-2499351270 e 957-2499351271, cuja reserva de era de numero


5Q52CD, segue anexo a esta petição.

Ocorre que na data do embarque, 12/02/2015, a passageira Jacqueline Silva Rodrigues sentiu-se
mal, dando entrada na Unidade de Pronto Atendimento de Icoaraci as 23:00 do dia 11 de fevereiro de
2015, conforme se comprova por anexo. Cumpre frisar que o vôo de ida estava agendado para as 03:20 do
dia 12, ou seja, poucas horas depois de ter dado entrada no referido Hospital.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: JACQUELINE SILVA RODRIGUES Num. 234639 - Pág. 1
http://pje.tjpa.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16033015123376000000000232576
Número do documento: 16033015123376000000000232576
Dessa forma, como o passageiro Diego Bruno Miranda Duarte estava acompanhando-a, e em
razão da impossibilidade de que embarcassem, dada a condição física debilitada da passageira, perderam
o vôo da ida.

No dia posterior, 13/02/2015, já recuperados do susto, efetuaram contato com a TAM no numero
(91) 3323-9800, porem fomos informados de que a empresa TAM não teria qualquer responsabilidade
sobre remarcação de passagens aéreas no caso de compra através do site “decolar.com”, o que deveria ser
tentado único e somente pelo próprio site.

Ao vislumbrar a dificuldade para a remarcação e aproveitamento da passagem aérea de ida,


decidiram ir para a Capital do Ceará via ônibus, no intuito de aproveitar os passeios e hotel já pagos,
conforme anexo, e assim o fizeram, chegando a Capital Cearense no sábado as 14:00 horas para
aproveitar o que havíam pago, conforme passagem de ônibus em anexo.

Os passageiros fariam então a volta pelo vôo já devidamente pago.

Ocorre que na data de retorno a Belém (17/02/2015) ao tentar fazer o check in as 20:00 horas no
aeroporto Pinto Martins, foram informados de que, para sua surpresa e revolta, os bilhetes pagos da volta
haviam sido automaticamente cancelados em razão da não utilização do bilhete da ida, o que costumam
denominar de “no show”.

Inconformados, foram ate o guichê da TAM, quando houve o aconselhamento do funcionário


para proceder de uma das seguintes formas: 1) tentar o SAC da TAM, que só funciona em horário
comercial, e desse modo deveríam aguardar no aeroporto ate o outro dia para tentar resolver a situação; 2)
tentar contato com a “decolar.com”, que não resolveria a situação naquele momento; ou, 3) comprar duas
nova passagens para o trecho Fortaleza-Belém oferecidas pelo valor de R$ 1.236,10 (hum mil e duzentos
e trinta e seis reais e dez centavos), cada uma, somando, para os dois passageiros, a quantia de R$
2.472,20 (dois mil e quatrocentos e setenta e dois reais e vinte centavos).

Cumpre esclarecer que, na ocasião, a passagem foi oferecida em razao de haverem dois lugares
vagos no vôo, que, muito provavelmente, eram os já pagos pelos autores.

Irresignados ante a alegada impossibilidade de retornar a Belém no vôo, frise-se, já pago, se


dirigiram até o guichê do órgão de Defesa do Direito do Consumidor, conforme comprovante anexo.

Neste momento, o atendente nos aconselhou a procurar outra companhia que vendesse um
bilhete mais em conta, uma vez que o cancelamento automático do trecho da volta no caso do
não-aproveitamento da ida é uma medida que consta no contrato de compra da passagem aérea, muito
embora tenha confirmado o caráter abusivo da referida cláusula. Inclusive, orientou a pleitear em juízo
uma eventual devolução do valor pago pela nova passagem aérea, pois que naquele momento realmente
estavam em condição hipossuficiente na relação do consumidor, já que não realizar a compra e pagar o
preço pedido importaria na manutenção forçada na Capital Cearense por tempo indeterminado. Voltariam
então assim que pudessem pagar pelo valor abusivo cobrado pela Companhia.

Dessa forma, dada a impossibilidade de permanecer em Fortaleza por questões profissionais, já


que ambos os passageiros trabalhariam na quarta-feira (18/02/2015), sentiram-se obrigados a comprar o
bilhete para o mesmo voo pelo valor total de R$ 2.472,20 (dois mil e quatrocentos e setenta e dois reais e
vinte centavos), o que foi feito através do cartão de credito do autor Diego Bruno Miranda Duarte, que só
dessa forma poderia arcar com a despesa exorbitante e imprevista pedida pela Empresa.

Importante salientar que durante essas horas de desespero, não receberam qualquer atenção da
companhia aérea, cabendo a autora contestar a abusividade da medida, sendo tratados inclusive com
descaso quando o atendente da TAM orientou a aguardar para retornar alguns dias depois, quando a
passagem aérea estivesse de acordo com o que pudessem pagar (sic).

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: JACQUELINE SILVA RODRIGUES Num. 234639 - Pág. 2
http://pje.tjpa.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16033015123376000000000232576
Número do documento: 16033015123376000000000232576
Sendo assim, resumidamente, os autores compraram bilhetes de ida e volta no valor de R$
550,00, R$ 225,00 para cada, não puderam embarcar na ida por motivos de saúde, conforme comprovado,
e pelas normas da companhia aérea, sem qualquer aviso prévio, perderam automaticamente o direito ao
bilhete da volta, sendo obrigados a pagar somente pelo trecho da volta o valor de R$ 2.472,20 (dois mil e
quatrocentos e setenta e dois reais e vinte centavos).

Nestes termos, vêm a Este Douto Juízo requerer que seja caracterizada e indenizada a lesão ao
direito do consumidor, a fim de que se faça justiça!

2. DO AJUIZAMENTO DE NOVA ACAO EM RAZAO DA EXTINCAO SEM JULGAMENTO DE


MERITO DA ANTERIOR COM FULCRO NO ART. 51, I, DA LEI 9.099 de 1995.

De inicio, cabe informar que esta Ação teve de ser novamente ajuizada em razão da Extinção
sem julgamento do mérito da primeira, dada a impossibilidade, não justificada a tempo, da presença dos
reclamantes na audiência de instrução agendada para o dia 08 de marco nos autos do processo nº
0000822-55.2015.814.0306.

Naquele momento processual, os autores já haviam obtido acordo judicial com a Empresa
Decolar.com, restando a lide quanto a Empresa efetivamente responsável pelo ilícito TAM Linhas Aereas
s.a, o que se objetiva por meio desta Ação de Reparação.

A ausência do autor e seu procurador, nos juizados especiais cíveis, levam de plano a extinção do
processo sem o julgamento de mérito:

Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:


I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do processo;

§ 1º. A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia intimação pessoal


d a s p a r t e s .

No tocante a propositura de nova Ação, assim define Humberto Teodoro Junior em seu Curso de Direito
Processual Civil II:

“A extinção do processo por abandono da causa não impede que o autor volte a propor, em nova
relação processual a mesma ação.”

Por se tratar de Juizado Especial Cível, não houve condenação em custas, que apenas poderiam
ter sido arbitradas com o reconhecimento de litigância de má-fé, o que não ocorreu.

Ainda assim, muito embora não haja norma especifica na Lei n º 9.099/95 para fundamentar-se
a propositura de nova ação, aplica-se subsidiariamente as normas do CPC, principalmente as da parte
Geral, para que se possibilite o julgamento do mérito através da propositura de uma nova Ação.

3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: JACQUELINE SILVA RODRIGUES Num. 234639 - Pág. 3
http://pje.tjpa.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16033015123376000000000232576
Número do documento: 16033015123376000000000232576
3.1.Da Abusividade da Clausula de No Show

Os autores, atraídos pela comodidade no ato da compra, acabam por adquirir


passagens aéreas de ida e volta conjuntamente. Porém, não raras vezes ocorrem causas
alheias à vontade do consumidor que porventura culminam no não comparecimento para a ida.
No caso em análise, conforme se pode comprovar em anexo, a ora autora da presente
Ação estava hospitalizada na data da viagem, estando impossibilitada de comparecer para o
check-in. Tal quadro de saúde se reverteu dois dias depois, quanto então decidiram viajar e
aproveitar o que já havia sido pago.
Nessas situações de não comparecimento para o uso do bilhete da ida, as empresas
de companhia aérea se veem no direito de cancelar de forma automática o bilhete da volta,
muito embora este também tenha sido pago.
Nesses casos, o qual as Empresas costumam denominar de , somente no ato do
check-in da volta é que o consumidor é surpreendido com o cancelamento do seu bilhete de
retorno. Diante disso o consumidor é obrigado a adquirir uma nova passagem, muitas vezes
por preço 10 vezes superior, como no caso dos autos, sem contudo ser reembolsado pelos
valores dos bilhetes referente ao trecho não utilizado.
A alegação das empresas de transporte aéreo, é a de que o cancelamento da
passagem de volta, no caso de não utilização do trecho da passagem de ida, está estabelecido
em cláusula contratual, de forma que o usuário não teria direito à devolução dos valores
anteriormente desembolsados porque tinha prévia ciência da possibilidade de cancelamento,
haja vista a previsão contratual.
Contudo entendemos que o a referida prática é abusiva se interpretada à luz do art. 39,
V do Código de Defesa do Consumidor que assim dispõe:

"É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:


V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;".

Ora, o cancelamento do bilhete de passagem de volta é vantagem manifestamente


excessiva, pois o consumidor já pagou o preço integral pelo trecho no momento da reserva.
Sendo assim a aquisição de uma nova passagem importa em enriquecimento ilícito por parte
da empresa aérea.
De qualquer forma, mesmo que prevista a cláusula contratual estabelecendo o
cancelamento de ambas as passagens aéreas, o consumidor poderá buscar a declaração de
nulidade de referida cláusula com fundamento art. 51, XI, do CDC, litteris:

“Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas
ao fornecimento de produtos e serviços que:
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual
direito seja conferido ao consumidor”

Ainda nesse sentido, a ausência de qualquer destaque ou visibilidade em extenso contrato de


adesão para as cláusulas restritivas dos direitos do consumidor, afronta o princípio da transparência (art.
4º, caput, do CDC), e, na medida em que dificulta a ampla informação sobre as restrições a ele impostas,
torna abusiva, e, portanto, nula de pleno direito, a cláusula que prevê o cancelamento antecipado do
trecho ainda não utilizado, com fundamento nos artigos 51, incisos II, IV e XV, e 54, § 4º, todos do
diploma consumerista.
Condicionar a validade do bilhete de volta à utilização integral do bilhete de ida, além
de ferir a lógica da razoabilidade, traduz-se em venda casada, importando, ademais, em
enriquecimento indevido da empresa aérea, em detrimento do usuário de seus serviços, que
pagou previamente por todos os trechos, deixando apenas de viajar na última parte do percurso
de ida, o que não se traduziu em prejuízo para companhia aérea.
Ainda que o valor estabelecido no preço da passagem tenha sido efetivamente
promocional a empresa aérea não pode sob tal fundamento, impor a obrigação de utilização
integral do trecho de ida para validar o de volta.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: JACQUELINE SILVA RODRIGUES Num. 234639 - Pág. 4
http://pje.tjpa.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16033015123376000000000232576
Número do documento: 16033015123376000000000232576
No âmbito jurisprudencial, é latente o entendimento pela abusividade da referida
cláusula. Senão vejamos:

TJ-DF - Apelacao Civel do Juizado Especial ACJ 20140110172440 DF


0017244-79.2014.8.07.0001 (TJ-DF). EMENTA: JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS.
DIREITO DO CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO. PRELIMINAR DE
ILEGITIMIDADE PASSIVA. REJEITADA. TARIFA PROMOCIONAL. IDA E
VOLTA. VOO DE IDA “NO SHOW”. CANCELAMENTO DO VOO DE VOLTA.
ABUSIVIDADE. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA
MANTIDA. 1. Acórdão elaborado de conformidade com o disposto no art. 46 da
Lei 9.099 /1995, 12, inciso IX, 98 e 99 do Regimento Interno das Turmas
Recursais. Recurso próprio, regular e tempestivo. 2. PRELIMINAR:
ILEGITIMIDADE PASSIVA. O contrato de transporte aéreo foi firmado com a Gol
Linhas Aéreas Inteligentes S.A., restando, pois, patente sua legitimidade passiva
para atuar no presente feito, sob pena de afronta à teoria da aparência.
Precedente no TJDFT: Acórdão n.549905, 20110110227053APC, Relator: José
Divino de Oliveira, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 16/11/2011, Publicado no
DJE: 24/11/2011. Pág.: 239. 3. Em que pese se reconheça a atipicidade do
contrato de transporte aéreo, trata-se de uma relação de consumo, sendo,
portanto, aplicável ao caso, o Código de Defesa do Consumidor . 4. Abusiva
a cláusula contratual que prevê o cancelamento da passagem aérea de volta
em face da não utilização integral do bilhete de ida, consoante emerge dos
artigos 39 , I e 51 , XI do Código de Defesa do Consumidor . É de se
reconhecer a obrigação da rés-apelantes em indenizar os danos patrimoniais
causados à consumidora, em face do cancelamento unilateral do contrato e
da extensão dos transtornos e frustração por ela sofridos, no momento do
embarque. 5. Recurso CONHECIDO e NÃO PROVIDO. Conteúdo da Sentença
mantida por seus próprios fundamentos.

(TJ-DF - Apelacao Civel do Juizado Especial ACJ 20130110807155 DF

0080715-06.2013.8.07.0001 (TJ-DF) ). Ementa: CONSUMIDOR. PASSAGEM

AÉREA DE IDA E VOLTA. "NOSHOW". CANCELAMENTO AUTOMÁTICO DO

SEGUNDO TRECHO PELA COMPANHIA. CLÁUSULA RESTRITIVA SEM

QUALQUER DESTAQUE NO CONTRATO DE ADESÃO. NULIDADE. DIREITOÀ

INFORMAÇÃO CLARA E ADEQUADA. PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA.

DANOS MATERIAIS CONFIGURADOS. RECURSO IMPROVIDO.1 - acórdão

elaborado de conformidade com o disposto no art. 46 da lei 9.099 /1995, 12, inciso

ix, 98 e 99 do regimento interno das turmas recursais. Recurso próprio, regular e

tempestivo. 2 - ilegitimidade. No âmbito dos juizados especiais cíveis deve ser

prestigiada a teoria da asserção, segundo a qual, o exame das condições da ação

deve ser feito com abstração dos fatos demonstrados no processo. Precedentes

no stj (resp 879188 recurso especial 2006/0186323-6 - relator (a) ministro

humberto martins) e também no tjdft (2006 01 1 047168-6 apc -

0000976-28.2006.807.0001 (res.65 - cnj) Relator: Angelo Passareli). Preliminar

rejeitada. 3 - DIREITOÀ INFORMAÇÃO. É DIREITODO CONSUMIDOR, NOS

TERMOS DO ARTIGO 6º , INCISO III , DO CÓDIGO DE DEFESA DO

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: JACQUELINE SILVA RODRIGUES Num. 234639 - Pág. 5
http://pje.tjpa.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16033015123376000000000232576
Número do documento: 16033015123376000000000232576
CONSUMIDOR, O ACESSO À INFORMAÇÃO ADEQUADA E CLARA, COM

INEQUÍVOCO DESTAQUE SOBRE O RESTANTE DO TEXTO DO CONTRATO,

SOBRE AS RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELA COMPANHIA AÉREA PARA O

CASO DE NÃO APRESENTAÇÃO PARA EMBARQUE NO PRIMEIRO TRECHO

("NOSHOW"). 4 - A AUSÊNCIA DE QUALQUER DESTAQUE OU

VISIBILIDADE, PARA AS CLÁUSULAS RESTRITIVAS DOS DIREITOSDO

CONSUMIDOR, AFRONTA O PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA (ART. 4º ,

CAPUT, DO CDC ), E, NA MEDIDA EM QUE DIFICULTA A AMPLA

INFORMAÇÃO SOBRE AS RESTRIÇÕES A ELE IMPOSTAS, TORNA

ABUSIVA, E, PORTANTO, NULA DE PLENO DIREITO, A CLÁUSULA QUE

PREVÊ O CANCELAMENTO ANTECIPADO DO TRECHO AINDA NÃO

UTILIZADO, COM FUNDAMENTO NOS ARTIGOS 51, INCISO XV, E 54, § 4º,

TODOS DO DIPLOMA CONSUMERISTA. 5 - NÃO HAVENDO A COMPANHIA

AÉREA SE DESINCUMBIDO DO SEU DEVER DE INFORMAÇÃO - QUE DEVE

SER VISTO SOB O PRISMA MATERIAL E NÃO MERAMENTE FORMAL -, NÃO

CABE A IMPUTAÇÃO DO PREJUÍZO AO CONSUMIDOR, SURPREENDIDO

COM O CANCELAMENTO DO TRECHO DE VOLTA, AO TENTAR EMBARCAR

NO AEROPORTO DE DESTINO. 6 - DEVER DA COMPANHIA AÉREA,

PRESTADORA DE SERVIÇOS, DE INDENIZAR OS GASTOS COM A

AQUISIÇÃO DE NOVO BILHETE. PRECEDENTE NA TURMA: (ACÓRDÃO

N.640611, 20120110586380ACJ, 2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS

ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DO DF, DATA DE JULGAMENTO:

23/10/2012, PUBLICADO NO DJE: 11/12/2012. PÁG.: 390). 7 - RECURSO

CONHECIDO, MAS NÃO PROVIDO. CUSTAS E HONORÁRIOS FIXADOS EM

15% (QUINZE POR CENTO) SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO.

TJ-DF - Apelacao Civel do Juizado Especial ACJ 20140110471250 DF

0047125-04.2014.8.07.0001 (TJ-DF) Ementa: JUIZADOS ESPECIAIS.

CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO. PASSAGEM AÉREA DE IDA E VOLTA.

"NOSHOW". CANCELAMENTO AUTOMÁTICO DO SEGUNDO TRECHO PELA

COMPANHIA. CLÁUSULA RESTRITVA SEM QUALQUER DESTAQUE NO

CONTRATO DE ADESÃO. NULIDADE. AUSÊNCIA DE INFORMAÇÃO CLARA

E PRECISA. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA. FALHA NA

PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANOS MATERIAIS COMPROVADOS. RECURSO

CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1. É direito do consumidor

, nos termos do artigo 6º, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor, o acesso

à informação clara e precisa, ou seja, com inequívoco destaque, sobre as

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: JACQUELINE SILVA RODRIGUES Num. 234639 - Pág. 6
http://pje.tjpa.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16033015123376000000000232576
Número do documento: 16033015123376000000000232576
restrições impostas pela companhia aérea para o caso de não apresentação para

embarque no primeiro trecho ("no show"). 2. A ausência de qualquer destaque ou

visibilidade, em contrato de adesão, sobre as cláusulas restritivas dos direitos do

consumidor, configura afronta ao princípio da transparência (art. 4º, caput, do

CDC). Portanto, na medida em que dificulta a ampla informação sobre as

restrições a ele impostas, torna-se abusiva, e, portanto, nula de pleno direito, a

cláusula que prevê o cancelamento antecipado do trecho ainda não utilizado, com

fundamento no artigo 51, inciso XV, do CDC. 3. Na hipótese, o recorrido foi

impedido de viajar no voo originalmente contratado, diante da ocorrência do "no

show" no trecho de ida, tendo que adquirir nova passagem. A alegação da

recorrente de que consta no contrato celebrado entre as partes que a não

utilização do trecho de ida incorre no cancelamento da passagem de volta,

não merece prosperar, uma vez que não restou comprovado nos autos que a

empresa prestou essas informações de forma clara e precisa no ato da

compra. Não havendo a companhia aérea se desincumbido do seu dever de

informação, não cabe a imputação do prejuízo ao consumidor, surpreendido

com o cancelamento do trecho de volta, sendo ilícita a sua conduta. 4. A

falha na prestação do serviço é patente, tanto que o autor teve que vir a juízo

para ver sua pretensão amparada. Dessa forma, escorreita a sentença que

determinou o pagamento ao consumidordos valores pagos pelas novas

passagens adquiridas. 5. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida

por seus próprios fundamentos. 6. Condenada a recorrente ao pagamento de

custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10 % do valor da

condenação. 7. A súmula de julgamento servirá de acórdão, conforme regra do

artigo 46 da Lei n.º 9.099/95.

Ainda nos mesmos termos, a 2ª Vara Cível de Brasília acolheu Ação proposta pela
Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (PRODECON) contra esta empresa aérea
TAM LINHAS AEREAS e determinou que a Companhia Aérea pusesse fim a pratica sob pena
de R$ 5.000,00 reais por ocorrência, conforme se extrai do seguinte excerto[1]:

“A juíza da 23ª Vara Cível de Brasília condenou, em ação cível pública, a empresa
Tam Linhas Aéreas por prática comercial desleal. A companhia cancelava
automaticamente a passagem de volta quando o passageiro deixava de embarcar
no voo de ida. Em sua decisão, a juíza julgou procedente o pedido para condenar a
ré a abster-se de cancelar a passagem de volta em caso de "no-show" no trecho de
ida, sob pena de multa de R$ 5 mil por ocorrência registrada e, ainda, para
condenar a ré a ressarcir aos consumidores, em dobro, o valor da passagem de
volta, novamente adquirida em decorrência do cancelamento do bilhete de retorno,
originariamente comprado.

"Ante a sucumbência ocorrida, condeno ainda a ré ao pagamento das custas e despesas


processuais, bem assim em honorários no importe de R$ 3.000,00 (três mil reais), tudo a

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: JACQUELINE SILVA RODRIGUES Num. 234639 - Pág. 7
http://pje.tjpa.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16033015123376000000000232576
Número do documento: 16033015123376000000000232576
ser revertido ao Fundo criado pela Lei Federal n. 7.347/85 e pela Lei Complementar
Distrital n. 50/97". Na decisão, a magistrada destaca que o cumprimento individual desta
sentença, pelos consumidores lesados, não prescinde de demonstração da aquisição da
passagem de ida e volta em uma única operação, assim como da aquisição da nova
p a s s a g e m d e v o l t a .

A ação foi impetrada pela 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor


(Prodecon), por meio da ação cível pública. A Prodecon já tinha instaurado procedimento
de investigação sobre a companhia. Uma consumidora relatou que adquiriu passagens
aéreas via internet e que, ao não embarcar no voo de ida, suportando as multas
decorrentes do contrato, viu sua opção de volta cancelada, sem justificativa plausível.
Alega a autora que ao vender passagens aéreas de ida e volta por preço promocional,
com cláusula abusiva, no caso de o passageiro não embarcar no voo de ida, a volta é
automaticamente cancelada, prática que consiste na venda casada, exigindo do
consumidor vantagem excessiva.”

Pois veja, nobre julgadora, que o consumidor paga para ir e para voltar, mas tem o
direito, porque pagou por isso, de se valer do todo ou de apenas parte do contrato, sem que
isso, por si só, possa autorizar o seu cancelamento unilateral pela empresa aérea, que deve ser
indenizado.

3.2 Da Repetição de Indébito.

Embora exista quem defenda que a restituição do valor pago pela nova passagem deva
ser de forma simples, defendemos que nestes caso o consumidor tem direito à restituição em
dobro, nos termos do artigo 42 § único do Código de Defesa do Consumidor:

“O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do


indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável”

Em idêntico posicionamento, diz a Jurisprudência:

TJ-DF - Apelacao Civel do Juizado Especial ACJ 20140110438218 DF


0043821-94.2014.8.07.0001 (TJ-DF)
Data de publicação: 02/03/2015
Ementa: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO
INTERNACIONAL. TRECHO CASABLANCA/PARIS PARIS/DELI. REPETIÇÃO DE
INDÉBITO. NO-SHOW DO CONSUMIDOR. COBRANÇA DE REAJUSTE TARIFÁRIO.
CONSUMIDOR QUE NÃO CONSEGUE CONTATO TELEFÔNICO OU POR APLICATIVO
FORNECIDO PELA EMPRESA PARA CANCELAR O PRIMEIRO TRECHO DA VIAGEM.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
TJ-DF - Apelação Cível do Juizado Especial ACJ 20150310125937 (TJ-DF)

Data de publicação: 10/09/2015


Ementa: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE
REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C DANOS MORAIS. COMPANHIA AÉREA. NÃO
EMBARQUE DE PASSAGEIROS. PERDA DO VOO. FALTA DE CHECK-IN DE UM DOS
PASSAGEIROS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. QUANTUM DEVIDO.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.
Encontrado em: Publicado no DJE : 10/09/2015 . Pág.: 459 - 10/9/2015 Apelação Cível do
Juizado Especial ACJ 20150310125937 (TJ-DF) ROBSON BARBOSA DE AZEVEDO

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: JACQUELINE SILVA RODRIGUES Num. 234639 - Pág. 8
http://pje.tjpa.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16033015123376000000000232576
Número do documento: 16033015123376000000000232576
TJ-RJ - RECURSO INOMINADO RI 00189467620098190203 RJ 0018946-76.2009.8.19.0203
(TJ-RJ)
Ementa: AUTOS Nº 0018946-76.2009.8.19. 0203 TURISMO VOTO Passagem aérea. Trecho de
ida e volta. Não utilização do trecho de ida. Cancelamento do trecho de volta. Ausência de
informação clara e precisa quando da contratação. Impossibilidade. Dano moral configurado.
Sentença reformada. A reclamante adquiriu passagens aéreas com trechos de ida e volta, sendo
certo que deixou de se utilizar do trecho de ida, ocasião em que foi cancelado o trecho de volta. A
alegação da empresa aérea é de compra das passagens através da tarifa programada, o que
implicaria, por força contratual,no cancelamento total caso um dos trechos não fosse utilizado. O
cancelamento do trecho de volta da viagem só foi percebido quando a reclamante tentava embarcar
de volta, ocasião em que, por não conseguir, precisou fazer o trecho às suas expensas e por via
terrestre. A responsabilidade da empresa aérea decorre da má prestação do serviço oferecido, na
medida em que procedeu indevidamente ao cancelamento do trecho sem que a reclamante tivesse
solicitado e sem que esta tivesse prévio conhecimento de tal cancelamento. A alegação de
existência de termo contratual prevendo tal conduta não pode ser aceita. Como se trata de cláusula
restritiva e que implica em perda financeira, seria necessário destaque na redação e na forma de
ciência à consumidora, por força do disposto no artigo 54, § 4º do CDC, o que não ocorreu. Nesse
sentido está a jurisprudência do TJERJ, conforme verifico dos seguintes precedentes: "Agravo
Interno em Apelação Cível. Ação de responsabilidade civil cumulada com repetição de
indébito. Aquisição de passagens aéreasinternacionais de ida e volta para Nova Iorque, partindo
do Rio de Janeiro. Pagamento através de cartão de crédito. Pedido de cancelamento do trecho de ida
em razão da utilização do programa de milhagem da companhia aérea Ré. Cancelamento indevido também
do trecho de volta da viagem..

Portanto, a conduta da companhia de cancelar do bilhete de volta, pela não utilização


de parte do bilhete de ida, configura ato ilícito, gerando para o consumidor o direito de ser
ressarcido no valor da nova passagem que foi obrigado a adquirir, bem como, indenização
pelos danos morais caracterizados.

4. DOS PEDIDOS

Isto posto, requer:

1) A citação da Ré para que se façam presente à Audiência;

2) Que seja designada audiência una, por medida de economia processual, uma vez
que já houve Audiência de Conciliação entre as partes sem acordo frutífero;

3) A condenação da Empresa Re, conforme entenda o Juízo, para que se


responsabilize pelos danos sofridos pelos autores;

4) A condenação pelos danos materiais decorrentes do cancelamento do bilhete da


volta, quais sejam: o valor referente as novas passagens comprada no valor de R$
1.236,10 (hum mil e duzentos e trinta e seis reais e dez centavos), a serem pagos
em dobro devido a aplicação da repetição de indébito, para cada um dos autores.

5) A condenação pelos danos morais motivados pelo constrangimento sofrido na


ocasião do cancelamento unilateral do bilhete;

6) Pede-se ainda que seja relembrado o caráter pedagógico da indenização, de modo


que tais práticas abusivas não se repitam, protegendo os demais consumidores de
possíveis prejuízos futuros.

Fixa-se o valor da causa em R$ 31.520,00 (trinta e um mil e quinhentos e vinte reais)

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: JACQUELINE SILVA RODRIGUES Num. 234639 - Pág. 9
http://pje.tjpa.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16033015123376000000000232576
Número do documento: 16033015123376000000000232576
Nestes termos, pede deferimento.

Belém – Pará, 22 de Marco de 2016.

Jacqueline Silva Rodrigues


OAB-PA 22.506

[1]
http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2014/dezembro/empresa-aerea-condenada-por-pratica-comercial-desleal

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: JACQUELINE SILVA RODRIGUES Num. 234639 - Pág. 10
http://pje.tjpa.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16033015123376000000000232576
Número do documento: 16033015123376000000000232576

Anda mungkin juga menyukai