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As coisas que sinto

As coisas que sinto


Maria Letícia
Sumário
Eu....................................................... 5
Vazio.................................................... 6
Tua...................................................... 7
Desejo................................................... 8
Gratidão................................................. 9
Sorriso................................................. 10
Perfume................................................. 11
Carinho................................................. 12
Buracos................................................. 13
Paixão.................................................. 14
Ausência................................................ 15
Poeta................................................... 16
Costume................................................. 17
Solidão................................................. 18
Café.................................................... 19
Querer.................................................. 20
Problema................................................ 21
Dor..................................................... 22
Distância............................................... 23
Abraço.................................................. 24
Confiança............................................... 25
Kaukokaipuu............................................. 26
Mentiras................................................ 27
Porta................................................... 28
Olhar................................................... 29
Espera.................................................. 30
Palavras................................................ 31
Vício................................................... 32
Saudade................................................. 33
Vontade................................................. 34
Você.................................................... 35
Cafuné.................................................. 36
Adeus................................................... 37
Tarde................................................... 38
Tempo................................................... 39
Certezas................................................ 40
Arte.................................................... 41
Ânsia................................................... 42
Conversa................................................ 43
Apego................................................... 44
Paciência............................................... 45
Insegurança............................................. 46
Sorte................................................... 47
Decepção................................................ 48
Minha................................................... 49
Percepção............................................... 50
Ódio.................................................... 51
Tu...................................................... 52
Canção.................................................. 53
Medo.................................................... 54
Conexão................................................. 55
Orgulho................................................. 56
Viraha.................................................. 57
Cigana.................................................. 58
Mamihlapinatapai........................................ 59
Amor.................................................... 60
Castigo................................................. 61
Eu

Meus versos são tão simples


Que são naturais do ser,
Esse ser tão conturbado,
Complicado de entender.
Mas os versos são tão simples
Que nem posso saber
Se realmente sou eu
Quem os está a escrever.
Descrevo-me nas entrelinhas,
Mas nenhuma dessas linhas
Consegue me descrever,
Como pode ser então
Esses versos tão simples
Escritos por uma confusão?
Vazio

Lembra só das lembranças ruins,


Mas lembra de algo.
Fala que fui uma perda de tempo,
Mas fala de algo.
Chama-me dos nomes mais terríveis,
Mas me chama de algo.
Apaga todas as fotografias,
Mas faça algo.
Grita o meu nome entre os carros,
Mas demonstra algo.
Se tiver de me odiar, odeie,
Mas sinta algo,
Porque até teu ódio é afago,
Só não me deixe ser um vazio,
Um mero espaço.
Tua

Sem querer
Fui pegando
Tuas falas
E manias,
Teus desejos
E alegrias,
Teu sorriso
E expressão,
Tua nota
E canção,
Teus costumes
E tudo mais,
Quando vi
Tarde demais,
Já era alguma coisa
Parecida com você,
Escancarada pela rua
Para todo mundo ver
Que eu era alguma coisa,
Coisa tua.
Desejo

Fala-me as palavras sujas


Desse desejo profano
Que vai resistindo,
Que vai aumentando.
Tornando-se intrínseco,
Aos poucos matando
Quem o vai sentindo,
Quem o vai guardando.
Por isso despeja os verbetes,
Coloca-os na linha
Que essa maldita vontade
Também é minha.
Gratidão

Esse Sol que me incendeia,


Esse mar que molha a areia,
Areia essa dos meus pés.
Pés cansados do caminho
Nunca solitário, mas sozinho,
Trilhando o destino dos cordéis.
Cordéis que falam com calma
A língua falada na alma
Alma essa, surrada,
Mas pela esperança, abrilhantada.
Esperança de esperar
O Sol da alvorada
Para novamente pisar
Na areia molhada,
Areia essa, debaixo dos meus pés.
Sorriso

Perguntam-me “Por que não carregas sorriso no rosto?”.


Se for para ser falsa, que eu ria,
Eis que responderei a questão de mau gosto,
Mas não por obrigação, pois não deveria.
Meu sorriso não é obrigado a abrir os dentes,
Se rio, é baixinho,
Quase que internamente,
Mas um riso sozinho.
Um riso sem motivo para ter e nem ser,
Porque qual a graça de rir
Sem alguém para rir com você?
Não hei de rir para a vida,
Porque a vida não me sorri.
O menino não tem motivo para rir,
A menina também não,
Seria egoísmo de minha parte então,
Esbanjar um riso por aí.
Não sentir a dor do outro,
Seria falta de empatia
E pior é querer mostrar
O mesmo sorriso fúnebre
Todo dia.
Perfume

Amava o teu perfume,


Cheiro de hortelã
Que sempre ficava no corpo,
Na roupa, na cama.
Amava tanto que qualquer cheiro
Que o lembrasse vagamente
Levava o pensamento até você
Em um milésimo de segundo,
Em um instante.
Mas agora odeio esse perfume
E qualquer lembrança que ele carregue,
Porque você foi embora...
Mas o cheiro ainda ficou no corpo,
Na roupa, na cama.
Carinho

Quero o teu carinho

E como quero,

Esse toque mansinho

Que tanto espero.

Quero o teu carinho

Não por carência,

Nem por estar sozinho

Na minha existência.

Mas quero para ter,

Nem que por um momento,

A tua pele encostando-se à minha

Em um espaço de tempo.
Buracos

Eu e minha mania estúpida,

Desesperada,

De tapar todos os buracos,

De não deixar escapar nada.

Essa auto cobrança diária,

Querendo ter uma parede fechada

Ao invés de uma porta de entrada.

Eis que a vida me chama à atenção

E diz que o problema não é o buraco,

Mas sim a percepção.

Porque esse vazio que eu chamo de solidão,

Pode ser apenas um espaço

Esperando virar uma janela

Para que eu olhe o outro lado

E tome Sol, de vez em quando.


Paixão

Eu queria a quietude de um grande amor

E algumas certezas no fim do dia.

Você queria a loucura de uma paixão

Que levasse toda a calmaria.

Eu queria um colo para dormir,

Um abraço para mergulhar.

Você queria ter o mundo nas mãos

E nunca ficar em um só lugar.

Eu só queria a alegria de ter você

E pensar que era sorte.

Você pode até ter gostado de me ter,

Mas queria algo mais forte.


Ausência

Essa tua ausência


Aos poucos vai me matando,
Levando o brilho do olhar
Ou qualquer coisa que me faça feliz.
Ela queima no peito todos os dias,
Às vezes muito,
Às vezes bem pouco,
Mas sempre lá, para me fazer lembrar
Da tua existência.
Porém, quando essa ausência assassina
Chegar a me matar,
Não venhas derramar uma lágrima
Por agora sentir a falta
Que eu sempre sentia sozinha.
Poeta

Ser poeta é meu fardo

Diário e eterno,

De querer sempre rimar

Um verso incerto.

É a condenação escolhida pela vida,

A cruz que carrego rastejando,

O crime em que não serei absolvida,

A praga que vai se espalhando.

Porque eu não escolho ser poeta,

É a poesia que me chama

E lá vou eu, subordinada a ela,

Obedecendo as suas malditas exigências.

Às vezes é preciso sofrer um pouco

Para achar sentido,

Às vezes é preciso amar um pouco

Para ter abrigo,

Mas no fundo do eu,

Intrínseco,

Ela chama a hora que quer

E eu nunca consigo dizer não.


Costume

Acostumei-me tanto
A te ver no meu sofá,
A dividir a mesa de jantar,
A acordar antes de você,
Observar-te ao sono,
E saber que nunca teria dono,
Mas tua, eu fazia questão de ser.
Depois que tu foste embora,
O sofá nunca foi tão vazio,
A mesa de jantar era só minha,
O outro lado da cama ficou tão frio
Que já não tinha quem observar na madrugada,
Vi-me tão sozinha e desesperada
Que nem sei se eu senti a tua falta
Porque te amava
Ou estava apenas acostumada
A ter você aqui.
Solidão

A solidão já não me assusta,

É como um velho conhecido

Que você não gosta de receber,

Mas não incomoda

Porque não dá medo.

A ideia de ser sozinha

Não me apavora,

Porque me tornei

A melhor companhia

Que poderia ter

E amo quem sou

Quando não tem alguém olhando.

Por isso a solidão, às vezes,

Caminha ao lado

Mas não é meu fardo,

É só uma sombra.
Café

Deixa-me ser teu problema,

Tua perturbação,

Esquece esse teu dilema,

Tua condenação

E me deixa ficar de pouquinho,

Mas não vou entrar de mansinho,

Eu quero ser confusão,

Deixa-me tirar teu sono

Que até a cafeína faz isso

E eu não.
Querer

Que deuses e anjos me condenem

Se for pecado sentir,

Mas seria tão errado assim

Querer que você olhasse para mim

Como olha para ela?


Problema

Quando você chegou

Não imaginei que seria problema,

Foi tão de mansinho

Que nem percebi

E quando notei,

Torcia para você ficar.

Quando você foi ficando

Não imaginei que seria problema,

Era tão sutil

Que aos poucos

Me acostumei.

Eu só enxerguei o problema quando você foi embora.


Dor

Um dia você descobre

Que é libertador

Essa coisa de

Libertar a dor.
Distância

Se porventura

Ou por acaso,

A vida reduzisse esse espaço,

Esses malditos quilômetros

Que nos separam,

Nem que por um instante,

Só por um momento

Seria o bastante

Para reduzir essa saudade,

Que vem me matando

Cada vez que eu ouço o teu nome

E lembro que não temos

Nem ventura

E nem acaso.
Abraço

Só um abraço tem o poder

De reduzir os ressentimentos,

De aniquilar remorsos,

De amparar os choros,

De trazer perdão,

Paixão,

Querer,

Só um abraço tem esse poder

De deixar as almas falarem

Sem abrir a boca,

Sem uma palavra dizer.


Confiança

A maior prova de confiança

É quando jogo a armadura

E te escrevo meus versos

Porque é o mesmo que escancarar

O que há de mais intrínseco em mim.


Kaukokaipuu

Saudade de onde nem estive,

Um lugar distante

Que nunca vi,

Não que eu me lembre,

Não nessa vida.

Esse sentimento é saudade de casa,

Talvez seja por isso

Que não me encaixo aqui.


Mentiras

Quando tu perguntas se eu me importaria se fosses embora

E eu digo que não,

É a mentira mais suja e descarada que conto para mim mesma.


Porta

Eu tento não lembrar de você,

Mas tem a maldita porta

Que está sempre fechada

Porque você não vem mais.


Olhar

Não me olha desse jeito

Que eu sou frágil,

Eu gosto fácil

Quando me olham assim.

Não me olha desse jeito

Se não for levar para casa,

Fazer um carinho

E jurar amores por mim.

Se a sua intenção

For a de me ter nas mãos,

É jogo sujo, porque estou na sua,

Eu já sou toda tua,

Mas não me desconcentra,

Por favor, só tenta

Não me olhar assim.


Espera

Ainda te espero, na esperança

De o destino se transformar em vento

E trazer-te como folha, na dança

De um simples desejo do pensamento.

Ainda te espero bater na porta,

Sempre a mantenho destrancada

Em uma ilusão fria e torta

De te ver voltando pela madrugada.

Ainda te espero porque o silêncio me destrói

E o único som que ouço é o da minha voz,

Que grita para o seu tormento.

Ainda te espero porque miseravelmente dói

Quando as lembranças falam de nós

Em todo o tempo.
Palavras

Procurei as cem mais belas palavras do português

Para te escrever o verso mais belo da literatura,

Mas você não gostava de poesia.


Vício

Vicio em você

Até me tornar dependente

De algo que nem sei

Se estará aqui amanhã.

Mas vicio, talvez só pelo êxtase

De viver tudo em um momento,

Em um segundo,

Enquanto ainda o tenho.


Saudade

Saudade é o castigo

Daqueles que ficam

Lembrando daqueles que foram,

Porque o coração

Não entende a ausência

E faz questão de doer,

Querendo de volta o outro,

Que muitas vezes,

Já está ocupado

Sentindo saudade

De outro alguém.
Vontade

Fica aí com essa tua vontade

Guardada a sete chaves,

Alimentando esse monstro para que cresça,

Sem mover um dedo para cessá-lo,

Vai que um dia ele aumente tanto

Que te mate de uma vez.


Você

Torço para que um dia

Eu consiga te entender

Nas linhas desses versos

Ou nas do céu da tua boca.


Cafuné

Queria a tua mão

Morando entre meus cabelos,

Num eterno carinho

Para não desgrudar

Até pegar no sono

E me acostumar

Nesse vai e vem dos dedos,

Levando e trazendo a calma

Que eu tanto preciso.


Adeus

Não gosto de dizer adeus,

Mas é necessário.

Algumas coisas que nos fazem mal

Não precisam ser esquecidas,

Mas é necessário despedir-se

E deixá-las irem

Para que floresçam

Coisas novas

E boas.
Tarde

Tão efêmera foi aquela tarde,

Tão efêmera quanto o movimento dos carros

No mundo de concreto,

Tão efêmera quanto o pensamento de fazer

Algo incerto.

Tão efêmera quanto a juventude dos homens,

Mortais,

Tão efêmera quanto a cidade e seus feitos

Monumentais.

Tão efêmera quanto um riso de longe

Para um desconhecido,

Tão efêmera quanto os sonhos que nunca

Teríamos vivido.

Tão efêmera que quase nem notei

Que foi tão efêmera quanto aquele beijo

Que eu te dei.
Tempo

A gente passa a vida tentando A gente coloca inúmeras


poupar tempo. fórmulas na cabeça, mas não
recita uma poesia.
A gente deixa de dormir mais
um pouco. A gente corre porque está
atrasado
A gente não escuta mais as
canções por completo. E xinga quem estiver pela
frente.
A gente esquece o perfume do
campo quando a única coisa A gente diminui os contatos,
que se sente é o cheiro da o olho no olho, o sentir,
fumaça.
Porque as relações virtuais
A gente não costuma mais dar são mais fáceis de serem
abraços feitas
E nem recebê-los. E deletadas.
A gente deixa de sentar na A gente esquece de dar
calçada e conversar com os carinho aos animais.
amigos.
A gente nem se movimenta
A gente até se distancia de mais, porque os carros andam
quem amamos porque não temos no lugar de nossas pernas.
tempo de dar um oi.
A gente vai cada vez mais
A gente se vicia em cafeína ficando parecidos com as
para nos mantermos acordados. máquinas que construímos.
A gente vai deixando de amar A gente deixa de sorrir para
porque requer compromisso a vida,
E já somos compromissados com Tudo isso porque queremos
o trabalho. poupar tempo,

Mas a verdade é que


economizamos tanto o tempo
que desperdiçamos a vida
demais.
Certezas

Você me dá algumas meras certezas

Para compensar o turbilhão que me causa,

Que brinca e abusa

Enquanto eu apenas sigo

Confusa,

Mas, entregue

E rendida

À sua estúpida mania

De brincar com minha vida.


Arte

Arte é pintar com a aquarela de nossos olhos,

É dançar ao ritmo da nossa música,

É fotografar um momento para que vire lembrança,

É rimar na linha tênue do nosso eu.


Ânsia

Não sei o que me causas,

Mas meu corpo treme

Ao ouvir teu nome.

Uma simples palavra

Que paralisa

E me deixa boba feito menina.

Uma junção de letras

Com o efeito de me embrulhar

Feito papel de presente,

De me fazer suar as mãos

Como em um desespero.

Apenas um nome

E seu efeito devastador.


Conversa

Conversamos, mas nenhuma palavra foi entendida.

Eu de esquerda,

Ele de direita.

Eu da poesia,

Ele dos cálculos.

Eu da fantasia,

Ele da razão.

Eu do amor,

Ele da paixão.

Eu orgulhosa,

Ele também.

No fim, conversamos,

Mas nunca tivemos um diálogo.


Apego

Se tu dizes que me ama,

Mas não me deixaria ir

E se eu fosse

Que nunca encontrasse outro alguém

E se encontrasse, que fosse muito infeliz,

Desculpe-me, mas isso não é amor,

É só apego.
Paciência

Se tu achas que essa tua indecisão,

Esse teu “quero” e “quero não”

Vão me conquistar,

Te enganas profundamente

Porque a única coisa que acontece

É me fazer perder a paciência.


Insegurança

Você pode jurar amores

Todos os dias,

Mas sempre irei perguntar

Se tu me amas.

Você pode prometer voltar

Todos os dias,

Mas sempre irei perguntar

Que horas tu chegas.

Você pode fixar os olhos em mim

Todos os dias,

Mas sempre irei perguntar

Se ainda me olhas como na primeira vez.

Você pode sempre ter convicção,

Mas sempre perguntarei se tem certeza,

Não que seja por desconfiança,

Mas pela insegurança

De nunca ser suficiente.


Sorte

Alguns dizem que foi sorte

Ter você comigo,

Eu digo que sorte

É ganhar na loteria,

É esquecer o guarda-chuva

E não ver uma nuvem durante o dia,

É passar pelo perigo

Quase que por um triz,

Sorte é o acaso

Querendo nos ver feliz.

Mas você foi sorte não,

Foi cuidado,

Foi mostrar o querer

Escancarado,

Foi ter empatia,

Trazer alegria,

Regar para que floresça

E que no fim o sentimento cresça.

Sorte é quando se ganha de repente,

Você, eu conquisto diariamente.


Decepção

Se eu soubesse que seria assim,

No dia em que te conheci

Teria andado pelo lado oposto

Para nunca encontrar esse teu olhar

Traiçoeiro,

Maldito,

Que penetra o fundo da alma

Feito um parasita

E quando se alimenta

Vai embora.
Minha

Eu, minha,

Tão minha

Que estar só

Não é ser sozinha.

Sendo minha,

Tão minha,

Sou de alguém

Que não me deixa,

Que tá na minha.
Percepção

Eu nem percebi

Quando você chegou

E fez morada em mim,

Descobriu cada canto

Do meu quintal,

Mexeu até nas roupas

Do varal,

Sem pedir,

Sem avisar,

Mas quando percebi,

Te deixei ficar.
Ódio

Queria nem te odiar

Porque é o sentimento

Mais próximo de amar,

É quando o amor não dá certo

E queima como o inferno,

Dói até corroer,

E te consome pensar

No que poderia ter sido

Se não desse errado,

No choro que seria evitado,

Nos momentos desperdiçados,

Daí a raiva cresce

E o ódio surge

Pela falta do amor

Que foi embora

Levando qualquer resquício

De algum sentimento bom.


Tu

Se tu fosses tela,

Te pintaria.

Se tu fosses papel,

Te rabiscaria.

Se tu fosses canção,

Te cantaria.

Se tu fosses poema,

Te declamaria.

Se tu fosses café,

Te tomaria.

Se tu fosses verso,

Te rimaria.

Se tu fosses amor,

Te amaria

E amo.
Canção

-Escuta essa canção, lembrei de você.

Na verdade é meu jeito covarde

De falar por entrelinhas

Tudo o que eu queria dizer,

Mas não consigo.


Medo

De nada tinha medo,

Enfrentava tudo mesmo

Sem pestanejar

E nem presa em uma cela,

Mas tenho que confessar

Tremi na base ao ver você olhando,

Do jeito que me olhava, para ela.


Conexão

Quando você olha um desconhecido

Que em pouco tempo

Deixa de ser um desconhecido,

Que em pouco tempo

Passa a ser tão importante

Que você não entende

De onde veio esse sentimento,

Que conecta como um ímã

Para nunca mais soltar.


Orgulho

Meu orgulho traiçoeiro

Vai me atrasando,

Me atrapalhando

E me deixando na vontade

O tempo inteiro.

Esse orgulho trapaceiro,

Que esconde o sentimento

Que já sabe o mundo inteiro,

Menos você.
Viraha

Foi ali que percebi,

Na separação de nossos olhos

Que meu peito tremeu, doeu

Ao pensar na possibilidade de te perder

Por um instante.
Cigana

Oblíqua,

A inclinar-se pelos braços de alguém,

Procurando o ângulo certo

Para fincar suas raízes.

Com algumas certezas

E milhares de ideias duvidosas,

Ela segue por uma estrada incerta,

Sinuosa.

Dissimulada,

Oculta até as míseras verdades,

Brinca de inventar,

Mente com tamanha facilidade,

Talvez por medo de se deixar sentir

Ou pelo prazer de me ter em suas mãos.

Com cheiro de astúcia nos lábios,

Ela me beija,

Tão oblíqua e dissimulada como nos romances machadianos,

Mas com seus jogos e enigmas, me ganha,

Minha doce e perversa cigana.


Mamihlapinatapai

Eu queria, você também,

Se você falasse algo, eu falaria,

Se você quisesse, eu iria querer também,

Mas se você não dissesse algo, me calaria.

Sentíamos, eu sei,

E teu olhar revelava no fim,

Mas, nunca confessei,

Pois você só esperava por mim.

Nos encaramos repletos de desejo

Na tua vontade que também era minha,

Quase sucumbindo a um beijo.

Infelizmente, tudo foi dito por entrelinha,

Paixão era forte, eu vejo,

Mas coragem, ninguém tinha.


Amor

Amor é ter o infinito dentro de si,

É a mistura de astros e galáxias,

Confundindo-se com órgãos e artérias,

É o bater do peito explodindo

Em uma fusão atômica eterna.

*Amor quando é recíproco é a junção do seu infinito com o do outro.


Castigo

Tire qualquer coisa de mim,

Só não tire os meus versos

Que são a única salvação que tenho

Em algumas estrofes.

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