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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

PRODUÇÃO CIVIL: ATUALIZAÇÃO EM


SISTEMAS ESTRUTURAIS

PROF. EDUARDO GIUGLIANI


PROF. FELIPE BRASIL VIEGAS

FACULDADE DE ENGENHARIA
PUCRS

PORTO ALEGRE
2012
http://www.feng.pucrs.br/professores/giugliani
PROGRAMA

DATA AULA PROF ASSUNTO


APRESENTAÇÃO GERAL
15/09 01 EDUARDO OBJETIVOS DA DISCIPLINA
FELIPE PROJETO ESTRUTURAL: UMA VISÃO CONTEMPORÂNEA
NORMALIZAÇÕES: TENDÊNCIAS
USO DOS SISTEMAS COMPUTACIONAIS EM PROJETO:
IMPORTÂNCIA E IMPLICAÇÕES
COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
INTEGRAÇÃO ENTRE MATERIAIS ESTRUTURAIS
AVALIAÇÃO

28/09 05 FELIPE ESTRUTURAS DE AÇO


CARACTERÍSTICAS GERAIS
ESTRUTURAS DE AÇO
29/09 06 FELIPE VANTAGENS
DESVANTAGENS
CONCRETO COMO MATERIAL ESTRUTURAL
05/10 02 EDUARDO CRITÉRIOS DA NBR 6118/2003
CONCEITOS FUNDAMENTAIS:
??? CLASSE DE AGRESSIVIDADE, FISSURAÇÃO,
FCK E FATOR A/C
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE
FLEXÃO, CISALHAMENTO E ANCORAGEM
TOPICOS ESPECIAIS EM CONCRETO ARMADO
06/10 CONSOLE CURTO E DENTES GERBER
EDUARDO VIGAS PAREDE
??? 03 RESERVATÓRIOS
PATOLOGIAS
INSTABILIDADE GERAL DE EDIFÍCIOS:
19/10 04 EDUARDO FATOR GAMA Z
CARACTERÍSTICAS GERAIS E DIMENSIONAIS
PARA O PROJETO DE PAVIMENTOS:
Lajes Convencionais, Planas, Nervuradas, Treliçadas, Alveolares
INDICADORES DE PROJETOS
20/10 04 EDUARDO PARECER TÉCNICO ESTRUTURAL
Comentários
SOLUÇÕES PARA PISOS EM ESTRUTURAS DE AÇO
26/10 08 FELIPE DETALHES TÍPICOS DE LIGAÇÕES
NOÇÕES PRÉ-DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAS EM CONCRETO EM PRÉ-FABRICADO
27/10 09 SISTEMAS ESTRUTURAIS
FELIPE CARACTERÍSTICAS E TENDÊNCIAS
PRINCIPAIS CONDICIONANTES
TIPOLOGIA DOS PERFIS
ESTRUTURAS DE MADEIRA
CARACTERÍSTICAS E TENDÊNCIAS
TENSÕES ADMISSÍVEIS EM MADEIRA
PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MADEIRA

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APRESENTAÇÃO GERAL
NOTAS DE AULA
AULA 01

Prof. Eduardo Giugliani


Prof. Felipe Brasil Viegas
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2012

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• OBJETIVOS:
A proposta da disciplina inclui uma revisão dos principais conceitos
associados ao projeto das estruturas civis, indicando aos estudantes o
estado da arte no momento. Conceitos básicos para o gerenciamento das
atividades associadas à tomada de decisões no projeto e contratação dos
serviços de estruturas deverão ser apresentados aos alunos.

Noções de pré-dimensionamento estrutural (sem o enfoque das rotinas de


dimensionamento rigoroso) para discussão de opções; avaliação de
alternativas para propostas de sistemas estruturais para as obras com
diferentes materiais; exigências das normas com ênfase nos pontos
revisados pelos códigos em suas edições mais recentes e aspectos
especiais de cada tecnologia deverão merecer destaque no
desenvolvimento do curso.

Destaque-se que o objeto da disciplina não passa pelo ensino do cálculo


estrutural mas têm, sim, o enfoque na atualização dos estudantes frente às
opções disponíveis e mais utilizadas no segmento, neste momento.

• PROJETO ESTRUTURAL – UMA VISÃO CONTEMPORÂNEA

Etapas de um projeto estrutural:

 Concepção e lançamento
 Identificação dos carregamentos
 Análise estrutural
 Dimensionamento
 Detalhamento
 Verificação
 Revisões

• NORMALIZAÇÕES

O seguinte quadro mostra as principais normas técnicas associadas ao


projeto de estruturas civis e sua atual revisão

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ÁREA ÚLTIMA TÍTULO


REVISÃO
NBR-6118
ESTRUTURAS Projeto de Estruturas de Concreto -
CONCRETO 2003 Procedimento
ARMADO E Rev 2007
PROTENDIDO
ESTRUTURAS NBR-9062
CONCRETO PRÉ- 2006 Projeto e Execução de Estruturas de
MOLDADO Concreto Pré-moldado
ESTRUTURAS DE NBR-8800
AÇO – PERFIS 2008 Projeto e Execução de Estruturas de Aço de
LAMINADOS E Edifício
SOLDADOS
ESTRUTURAS DE NBR-14762
AÇO – PERFIS 2010 Dimensionamento de Estruturas de Aço
DOBRADOS A Constituídas por Perfis Formados a Frio
FRIO
ESTRUTURAS DE NBR-6122
FUNDAÇÕES 2010 Projeto e Execução de Fundações
ESTRUTURAS DE NBR-7190
MADEIRA 1997 Projeto de Estruturas de Madeira
VENTO 1987 NBR-6123
Forças Devidas ao Vento em Edificações
PONTES 2003 NBR - 7187
Projeto de Pontes de Concreto Armado e de
Concreto Protendido - Procedimento
CARGAS 1980 NBR-6120
Cargas para o Cálculo de Estruturas de
Edificações

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• USO DOS SISTEMAS COMPUTACIONAIS EM PROJETO

Principais tipos de softwares de apoio ao projeto de estrutura.

SOFTWARE ÁREA COMENTÁRIO


SAP2000 Análise estrutural Programa muito poderoso para
analise de barras, elementos finitos e
vibrações. Permite dimensionamento
estrutural com várias normas.
Americano.Ótima entrada gráfica.
Elevado custo. Complexo
STRAP Análise estrutural Concorrente com o SAP.
Hoje menos usado no Brasil. Está um
passo atrás
ANSYS Análise estrutural Programa muito poderoso para
analise de barras, elementos finitos e
vibrações. Pouco difundido em nosso
meio. Muito utilizado na UFRGS
GAELI Análise estrutural Programa de análise estrutural
estática desenvolvido na UFRGS nos
anos 80 e 90. Sem atualizações
CENTAURO Análise estrutural Programa básico de análise de barras
desenvolvido por estudantes de pós-
graduação da UFRGS nos anos 90.
Utilizado em um período na
UNISINOS. Comercializado em
alguns escritórios gaúchos
FTOOL Análise estrutural Software básico para análise de
estruturas de barras. Desenvolvido na
UNICAMP. Software livre disponível
na Internet. Muito popular no meio
acadêmico e em escritórios menores.
Limitado mas acessível e atende as
situações fundamentais

TQS Projeto Integrado Software padrão, atualmente, para


em Concreto projeto e detalhamento integrado em
Armado concreto. Perfeitamente adaptado as
atuais normas brasileiras. Mantém
ótimo padrão de atualização
permanente. Tem versões de
diferentes potenciais e preços

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CYPECAD Projeto Integrado Concorrente do TQS. Origem


em Concreto espanhola. Menos adaptado ao
Armado padrão de normas técnicas
brasileiras. Atualmente inferior em
recursos de projeto
ALTO QI EBERICK Projeto/Detalhe Software Nacional com menos
em Concreto recursos de projeto integrado do que
Armado os anteriores. Menor custo. Adequado
as normas técnicas brasileiras

MCALC/STCADEM Dimensionamento/ Programa de uma empresa gaúcha


Detalhamento de com uso em todo o país. Ideal para
estruturas projeto e detalhamento de estruturas
metálicas planas e pavimentos. Perfeitamente
compatível
TEKLA Detalhamento Muito Poderoso. Bastante utilizado
STRUCTURES estruturas fora do país. Raro no Brasil. Caro
Metálicas
METALICAS 3D Cálculo e Programa bastante completo. Não
detalhamento compatibilizado com as normas
estruturas brasileiras
metálicas
AUTOMETAL Análise e Desenvolvido pela Unicamp.
detalhamento de Disponível livremente na internet.
estruturas Interessante para treliças e pórticos
metálicas planas de pequenas dimensões. Limitado
mas acessível
USIMETAL Cálculo perfis de Muito simples. Distribuído pela
aço laminado Usiminas. É acompanhado por um
conjunto de arquivos com a teoria de
cálculo.
VISUAL METAL Dimensionamento Software educacional utilizado para
perfis de aço dimensionamento de peças isoladas
conforme NBR- em aço. Custo simbólico.
8800 Desenvolvido pela UPF
TACO Dimensionamento Software educacional utilizado para
Madeira dimensionamento de peças isoladas
em madeira. Custo simbólico.
Desenvolvido pela UPF

AUTOCAD Padrão para desenho e


Desenho detalhamento. Muito poderoso. Difícil
trabalhar em Engenharia e Arquitetura
sem ele.

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ACTIVE Software Gaúcho. Modelos em 2D e


Desenho 3D. Mais utilizado no mercado de
arquitetura. Sucede ao antigo
Arqui3D. Custo baixo

SKETCH UP Software livre da Google utilizado


Modelagem para modelagem 3D. Fácil de utilizar.
Espacial Muito empregado em arquitetura

DATACAD Desenho Software gaúcho utilizado em


Arquitetura e Engenharia Civil

MODELO COMPUTACIONAL TRELIÇA EM MADEIRA


ANÁLISE ESTRUTURAS DE BARRAS – TRELIÇA PLANA

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CANTONEIRA METÁLICA APOIO ESTRUTURA


ANÁLISE POR ELEMENTOS FINITOS

CORTE DE MONTAGEM ESTRUTURA PRÉ-FABRICADA EM CONCRETO

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ESTRUTURA METALICA PIPE-RACK


ANÁLISE PÓRTICO ESPACIAL

DETALHAMENTO ESTRUTURAL AUTOMATIZADO


VIGA EM CONCRETO ARMADO COM FURAÇÃO

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ESTRUTURA METÁLICA PARA IÇAMENTO DE PEÇAS


MODELO TRELIÇA ESPACIAL

MODELO 3D – SKETCH UP DE ESCADA METÁLICA E CAIXA DE ELEVADOR

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• COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS

 Visão de que a obra é um objeto único! Todos os projetistas contribuem para


a qualidade do produto final. A obra é o foco!
 Equipes multidisciplinares.
 Capacidade de entendimento dos interesses e particularidades de todos os
segmentos. Ex: Arquitetos precisam compreender as necessidades
estruturais. Estruturistas precisam valorizar aspectos estéticos e funcionais. A
perspectiva do custo, do orçamento, deve permear o trabalho.
 As soluções precisam atender os diferentes enfoques.
 Cliente exige muitas reuniões. Atendimento diferenciado.
 Surgimento de empresas especializadas em compatibilização de projeto.
 Importância do uso da cor em projeto. Crescimento dos softwares 3D. Na
indústria algumas empresas já exigem detalhamento em softwares
especializados para posterior compatibilização.
 Tendêndia à padronização de layers, cores, simbologia. Projeto integrado.

DETALHE GERADO COM TQS MOSTRANDO ELEMENTOS ESTRUTURAIS


DEGRAU INTERNO. NÍVEIS DE VIGAS

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DETALHE ESTRUTURAL EM 3D MOSTRANDO PISCINA E RASGOS

• ESTADOS LIMITES

Estados a partir dos quais uma estrutura não mais satisfaz a finalidade para
a qual foi projetada.

Coeficientes parciais de segurança x coeficiente global de segurança.

Fatores de combinação de cargas

Coeficientes de majoração para as ações e de minoração para os esforços


resistentes. Lembrar que a magnitude dos coeficientes varia com a
confiabilidade e conhecimento dos materiais, procedimentos. Eles
representam o conhecimento acumulado sobre as práticas e tecnologias do
meio.

Normalizações anteriores baseadas nos critérios da resistência dos


materiais. Método das tensões admissíveis. Atualmente método dos
estados limites. Perspectiva internacional: Normalizações com dualidade de
abordagens: Disponibilizar ambos os procedimentos para opção e
conveniência dos projetistas.

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o ESTADO LIMITE ÚLTIMO – ELU

Estados correspondentes à ruína de toda a estrutura, ou parte da


mesma, por ruptura, deformações plásticas excessivas ou por
instabilidade.

o ESTADO LIMITE DE SERVIÇO – ELS

Estados que, pela sua ocorrência, repetição ou duração, provocam


efeitos incompatíveis com as condições de uso da estrutura, tais
como: deslocamentos excessivos, vibrações e deformações
permanentes.

• INTEGRAÇÃO ENTRE MATERIAIS ESTRUTURAIS

 Possibilidade de uso harmônico de diferentes materiais estruturais numa


mesma obra.
 Importância da participação do arquiteto na tomada de decisão estrutural
 Combinar potencialidades dos diferentes materiais
 Tirantes: Aço
 Vigas mistas: Aço na tração e concreto na compressão
 Treliças de madeira com peças de aço na tração
 Ligações metálicas em peças de madeira
 Treliças metálicas em grandes vãos de obras em concreto
 Peças pré-moldadas aproveitando protensão na fábrica (mais barata)
combinadas com obras em concreto convencional
 Lajes pré-fabricadas evitando grande volume de fôrmas e escoramento,
associada com a construção tradicional ou com estrutura metálica de
mezaninos
 Peças metálicas como reforço estrutural para modificação de obras
tradicionais (residências, edifícios autoportantes)
 Marquises metálicas
 Peças pré-fabricadas simplificando a execução de elementos com grande
repetitividade como vergas, peitoris, etc.

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CONCRETO COMO MATERIAL


ESTRUTURAL/ TOPICOS ESPECIAIS
EM CONCRETO ARMADO
NOTAS DE AULA
AULAS 02/03

Prof. Eduardo Giugliani


Prof. Felipe Brasil Viegas
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CONCRETO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL

• EVOLUÇÃO DAS NORMAS DE CONCRETO

Linha do Tempo
o 1960
o 1978  + 18 anos
o 1986  + 8 anos
o 2003  + 25 anos !!!

• NORMA 6118/2003

Novos conceitos incorporados

QUALIDADE DE PROJETO

 Qualidade de solução adotada, normas


 Condições impostas ao projeto,
o Contratante
o Normas
o Limites dos materiais
o Durabilidade
o Elementos especiais  NBRs especiais
 Documentação de Projeto
o Desenhos, especificações e critérios de projeto
o Informações claras e precisas
o Informações suficientes para execução da obra
o Gerenciamento e equipe multidisciplinar
 Avaliação de Conformidade
o Contratante ao Contratado

DURABILIDADE

“As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de


modo que sob as condições ambientais previstas na época do
projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto
conservem suas segurança, estabilidade e aptidão em serviço
durante o período correspondente à vida útil”.

“Por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o


qual se mantêm as características das estruturas de concreto ...”

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 Visão de futuro
Tendência de uniformização das normas internacionais.
Padrão Europeu
• Comunidade Comum Européia:
CEB (Comitê Europeu do Beton)
Padrão Americano
• Aliança de Livre Comércio:
ACI (American Concrete Institute)

• CONCRETO: CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

o Resistência à compressão: fck


o Resistência à tração: ftk
o Módulo de Elasticidade Longitudinal

fck:
média das resistências obtidas através dos
corpos de prova a 28 dias, convencionando que é
a esta idade que a estrutura entrará em carga.
fck = fcm – 1,645.S, onde S é o desvio padrão
das resistências
fck >= 20 MPa
ftk:
Resistência Média
fct,m = 0,3 fck2/3
Resistência Inferior
fctk,inf = 0,7 fct,m
Resistência Inferior
fctk,sup = 1,3 fct,m

E:

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• REQUISITOS DE PROJETO, ORIENTAÇÕES DE NORMA,


TABELAS DE REFERÊNCIA:

 CAA: Classe de Agressividade Ambiental


 ELS – fissuração
 Resistência característica do Concreto: fck
 Fator água – cimento: a/c
 Cobrimento das armaduras
 ELS – deformação

CAA: Classe de Agressividade Ambiental

Relacionadas às ações físicas e químicas que atuam sobre as estruturas de


concreto, independente das ações mecânicas, ações térmicas, retração
hidráulica e outras previstas no dimensionamento estrutural do concreto.

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ELS – Fissuração:
Estado Limite de Serviço/Utilização

O objetivo da norma neste sentido visa atender o bom desempenho da


estrutura. Toda e qualquer estrutura de concreto fissura, sua ocorrência é
inevitável, principalmente devida à baixa resistência do concreto à tração.
Com vistas a obter-se uma proteção adequada da armadura quando à
corrosão e à aceitabilidade sensorial, busca-se controlar a abertura desta
fissuras.

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fck: Resistência característica do Concreto


fator água – cimento: a/c

A Norma recomenda que, na falta de ensaio específico de desempenho a


durabilidade do da estrutura, a adoção de características mínimas para sua
resistência e para o fator água cimento, itens extremamente relevantes quando
ao requisito de durabilidade.

Cobrimento das armaduras

Os cobrimentos nominais e mínimos devem estar sempre referidos à superfície


da armadura externa, em geral à face externa do estribo, e de acordo com a
seguinte tabela, correspondendo o cobrimento mínimo à CAA e à tipologia do
elemento estrutural considerado.

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ELS - deformação
Estado Limite de Serviço/Utilização

Deformações ou deslocamentos limites são valores práticos ‘utilizados’ para a


verificação ‘em serviço’ do ‘estado limite de deformações’ excessivas da estrutura.
Para efeitos da NBR 6618/2003 estas deformações são classificadas a partir de
quatro características básicas, com vistas a estabelecer limites indicados na tabela
seguinte:

• Aceitabilidade sensorial
• Efeitos específicos – vinculados à utilização da edificação
• Efeitos de elementos não estruturais – deslocamento que causam o mau
funcionamento de elementos não estruturais, mas vinculados a ela.
• Efeitos em elementos estruturais, alterando o modelo estrutural adotado.

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ELS - deformação
Estado Limite de Serviço/Utilização

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• CÁLCULO DE DEFORMAÇÕES – FLECHAS


FLECHA

instantânea
fo = β. M.L2/(E.J)

‘diferida’ ... infinita


fi = (1 + αf).fo

Fatores de influência:
• β:
o Vinculação
o Tipo de carga
• Vão  L
• Momento fletor  M
• Módulo de elasticidade longitudinal  fck
• Inércia da seção  b, h, As, As’

• ELEMENTOS ESTRUTURAIS TÍPICOS

 Lajes
 Vigas
 Pilares
 Pilares Parede

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LAJES

5 cm coberturas sem balanço


7 cm piso / cobertura com balanço
10 cm estacionamento (<30KN)
12 cm estacionamento (>30KN)
16 cm lajes planas

Tipo de Armadura Taxa de Armadura (*)


As negativa >= mínima
As positiva (1 direção) >= mínima
As positiva (2 direção) 67% mínima
>= 20%As;
As positiva secundária >=0,9cm2/m; >=50%mínima
(*) considerar como mínima a As indicada para as VIGAS

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VIGAS

Taxa mínima de armadura de flexão : As - longitudinal

Taxa mínima de armadura de cisalhamento: Asw - estribos


Asw min = [ρw min].100.b = [0,2.(fctm / fyk)].100.b = [0,2.(0,3.fck2/3 / fyk)].100.b

Ou de forma simplificada:
Asw min = (fck2/3 / fyk).6.b
As de pele (As pele)

NB1 / 78 NBR 6118 / 2003


As = 0,005%. b.h As =0,010%. b.h

Características:
Exigência para h > 60 cm
Mínimo de 2 barras por face.
s < 20 cm (espaçamento)
s < d/3

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PILARES

bw > 19 cm
Para casos de b menor do que 19 cm, a Norma exige que o coeficiente de
majoração seja alterado de acordo com a tabela seguinte:

As min pilar

NB1 / 78 NBR 6118 / 2003


As max = 6%.Ac As max = 8%.Ac
As min = 0,4%.Ac

min:
= 10.0 mm >= 1/8 da menor dimensão transversal da seção

PILARES-PAREDE

Características Gerais:
a > 5b : maior dimensão é superior a 5x a menor dimensão.
Considerar efeitos de 1ª e 2ª ordem.
Asw >= 0,25% As

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• ANCORAGEM DE ARMADURA

NBR 6118/2003

Itens: 9.4;18.3.2.4.1;18.3.3.3.1;22.2.4.2;22.3.2.4.3;22.3.2.4.4

O comprimento básico de ancoragem (Lb) reto de uma barra, necessário para


ancorar a força AS ⋅ f yd , é dado por:
φ f yd
Lb = ⋅
4 f bd

considerando que,
fbd = resistência de aderência de cálculo entre a armadura e o concreto (9.3.2.1)

2/3
f bd = η1 ⋅ η 2 ⋅η 3 ⋅ f ctd f ctk ,inf = 0.7 ⋅ (0.3 ⋅ f ck )

onde (8.2.5)
2/3
f ctd = f ctk ,inf / γ c f ctk ,inf = 0.21 ⋅ f ck

e,

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η valor característica

η1 1.0 para barras lisas (CA25)


η1 1.4 para barras entalhadas (CA60)
η1 2.25 para barras nervuradas (CA50)
η2 1.0 para situações de BOA aderência (B)
η2 0.7 para situações de MÁ aderência (M)
η3 1.0 para φ < 32mm
η3 (132 − φ ) para φ ≥ 32mm
100

O comprimento de ancoragem necessário é dado por:

AScalc
Lb,nec = α ⋅ Lb ⋅ ≥ Lb ,min
ASef

onde, o coeficiente α tem, como objetivo principal, permitir uma redução á Lb


devido á ocorrência de gancho na armadura, adotando-se:

α = 1.0 para barras sem ganchos.


α = 0.7 para barras tracionadas com ganchos e com cobrimento ≥ 3φ

AS,calc → armadura calculada AS,ef → armadura efetiva

φ f yd
Lb = ⋅
4 f bd

0.3 ⋅ Lb

Lb ,min ≥ 10 ⋅ φ
100mm

considerando que Lb ,min ≥ 0.3 ⋅ Lb , podemos concluir que
AS ,calc
Lbnec = α ⋅ Lb ⋅ ≥ 0.3 ⋅ Lb
AS ,ef
e que o valor máximo para AS efetiva pode ser dado por
AS ,ef ≤ 3.33 ⋅ α ⋅ AS ,calc

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Os ganchos devem observar os seguintes critérios:

2φ 4φ

Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3

Devendo ser garantidos os diâmetros mínimos de dobramento, tanto para ganchos


como para estribos:

Bitola (mm) CA 25 CA 50 CA 60
≤ 10 3Ø 3Ø 3Ø
10 < Ø ≤ 20 4Ø 5Ø -
≥ 20 5Ø 8Ø -

Observe-se, ainda, que para os estribos o diâmetro φt ≤ 10mm e que os


comprimentos mínimos do gancho são:

TIPO Lgancho Lmin


TIPO 1 5Ø 5cm
TIPO 2 5Ø 5cm
TIPO 3 10 Ø 7cm

Assim, calculando a ancoragem básica para os casos mais correntes temos:


φ f yd φ f yd
Lb = ⋅ = ⋅
4 f bd 4 η1 ⋅η 2 ⋅ η 3 ⋅ f ctd
f yd → aço CA50A f yd = f yk / γ S = f yk / 1.15 = 434.8MPa

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f bd →= η1 ⋅η 2 ⋅ η 3 ⋅ f ctd
η1 = 2.25 ( barras nervuradas – CA50 )
η 2 = 1.00 ( ancoragem em zona de boa aderência )
η 3 = 1.00 ( φ < 32mm )
2/3
f ctk ,inf 0.21 ⋅ f ck
( fck em MPa )
2/3
f ctd = = = 0.15 ⋅ f ck
γc 1.4
então:
φ 434.8 322 ⋅ φ
Lb = ⋅ 2/3
→ Lb = 2/3
( em MPa )
4 2.25 ⋅ 0.15 ⋅ f ck f ck

Em anexo, encontra-se planilha elaborada de acordo com os critérios da Norma


NBR 6118/2003, para os vários tipos de aço, concreto e diâmetros das barras
mais usuais.

SETEMBRO 2012 30
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COMPRIMENTO DE ANCORAGEM DE ACORDO COM A NBR 6118/2003


Lb básico abril.2008
Prof. Eduardo Giugliani, PUCRS
fck (Mpa)
Aço Ø Area Peso
20 21 22 23 24 25 28 30 35 40 50

Tipo mm cm2 kg/m Lb em cm


3,4 0,090 0,072 29 28 27 26 25 25 23 22 20 18 16
4,2 0,140 0,110 35 34 33 32 31 31 28 27 24 22 19
CA 60

4,6 0,170 0,132 39 38 36 35 34 33 31 30 27 24 21


5,0 0,200 0,160 42 41 40 38 37 36 34 32 29 27 23
6,0 0,280 0,230 51 49 47 46 45 44 40 39 35 32 27
6,4 0,320 0,260 54 52 51 49 48 46 43 41 37 34 29
7,0 0,385 0,300 59 57 55 54 52 51 47 45 41 37 32
eta1 8,0 0,500 0,400 67 65 63 61 60 58 54 51 46 42 37
1,40 Lb em Ø 84 82 79 77 75 73 67 64 58 53 46

Tipo mm cm2 kg/m Lb em cm


6,3 0,315 0,250 28 27 26 25 24 24 22 21 19 17 15
8,0 0,500 0,400 35 34 33 32 31 30 28 27 24 22 19
10,0 0,800 0,630 44 42 41 40 39 38 35 33 30 28 24
CA 50

12,5 1,250 1,000 55 53 51 50 48 47 44 42 38 34 30


16,0 2,000 1,600 70 68 66 64 62 60 56 53 48 44 38
20,0 3,150 2,500 87 85 82 80 77 75 70 67 60 55 47
22,5 4,000 3,150 98 95 92 90 87 85 79 75 68 62 53
25,0 5,000 4,000 109 106 103 100 97 94 87 83 75 69 59
eta1 32,0 8,000 6,300 140 135 131 127 124 121 112 107 96 88 76
2,25 Lb em Ø 44 42 41 40 39 38 35 33 30 28 24

Lb básico comprimento de ancoragem básido = Ø / 4 x fyd / fbd ( para barras comprimidadas/tracionadas)


Ø = diâmetro da armadura
fyd = resitência de cálculo do aço = fyk/1.15
/
fbd = resistência de aderência de cálculo entre o concreto e a armadura = η1.η2.η3.0,15.(fck)² ³
η = coeficientes para cálculo da tensão fbd: η1=coef. de conformação do aço; η2 = 1.0; η3 = 1.0 (ver item 9.3.2.1)
≥ 10 cm
Lb nec comprimento de ancoragem necessário = α x Lb x Ascal / Asef ≥ Lb min ≥ 10 Ø
α = 1.0 ancoragem reta, sem gancho ≥ 0.33 Lb
α = 0.7 ancoragem com gancho, com cobto no plano normal ao gancho ≥ 3Ø
α = 0.5 ancoragem com gancho e barra transversal (ver itens 9.4.2.2 e 9.4.2.5)
As cal = armadura calculada
SETEMBRO 2012 As ef = armadura efetiva Obs: Para barras comprimidas (caso de pilares) não poderá ser 31
Lb min comprimento de ancoragem mínimo utilizado gancho, somente ancoragem reta.
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• ABERTURAS EM ELEMENTOS DE CONCRETO

A Norma Brasileira de Concreto – NBR 6118/2003 – dispõe sobre este assunto


nos itens 21.3, 13.2.5 e 13.2.6, abordando os aspectos inerentes a furos,
aberturas e canalizações em elementos de concreto armado.
Qualquer estrutura que apresenta, em suas exigências de projeto, a necessidade
de furos ou aberturas, deverá ser projetada e detalhada para absorverem as
alterações do fluxo de tensões que ocorrem no entorno destes locais, prevendo-se
armaduras especiais para estes casos, além daquelas necessárias para a
estabilidade do elemento em função das solicitações atuantes.
Por uma questão de definição, chamam-se de ‘furos’ os espaços de pequenas
dimensões e, por outro lado, ‘aberturas’, aqueles espaços de dimensões maiores.
Um conjunto de furos muito próximos deverá ser avaliado como uma ‘abertura’.
No caso de vigas de concreto armado, devem ser observadas limitações
construtivas mínimas para a existência de aberturas paralelas à sua altura (NBR
6118/2003, item 21.3.3):

o Não devem apresentar


diâmetro superior a 1/3 da
largura da viga;
o A distância mínima do furo à
face da viga deve ser de 5
cm ou duas vezes o
cobrimento da armadura
especificado;
o No caso de vários furos,
estes devem estar
espaçados de, no mínimo, 5
cm ou o valor do diâmetro
do furo, devendo manter
pelo menos um estribo
nesta região.
Figura 1: Aberturas em Vigas – disposições mínimas
(fonte: NBR 6118/2003)

Tanto para o caso de vigas como de lajes, a seção remanescente de concreto,


descontada a área do furo ou da abertura, deverá ser verificada quanto a sua
capacidade de resistência ao cisalhamento e à flexão, a partir das solicitações
previstas pelo cálculo.

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Nem sempre os elementos estruturais devem ser reavaliados devido à existência


de furos ou aberturas, caso sejam observadas as seguintes características (NBR
6122/2003, itens 13.2.5.1 e 2):

1.VIGAS

Dispensa de reforço de armadura, caso sejam observadas as seguintes


condições:
o Furos posicionados na zona de tração do elemento e a uma distância
mínima do apoio equivalente à duas vezes a altura da viga (2h);
o Dimensões máximas do furo de 12 cm ou h/3;
o Distância entre os furos, em mesmo vão, de no mínimo 2h.

2. LAJES

Dispensa de reforço de armadura, sendo as lajes armadas em duas direções, e


observadas as seguintes condições:
o As dimensões da abertura devem corresponder a, no máximo, 1/10 do vão
menor da laje – ver Figura 2;
o A distância mínima entre o bordo da laje e a face da abertura deve ser, no
mínimo, de ¼ do vão na direção considerada – ver Figura 2;
o A distância entre as faces de aberturas adjacentes deve ser maior que ½ do
menor vão da laje.

Figura 2: dimensão limites para aberturas em lajes para dispensa de verificação

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CANALIZAÇÕES

Para o caso de canalizações embutidas (NBR 6118/2003, item 13.2.6),


posicionadas ao longo do eixo longitudinal do elemento de superfície, para o caso
de Lajes, ou no interior de um elemento linear, para o caso de Vigas e Pilares, fica
proibida sua ocorrência nos seguintes casos:

o Canalizações sem isolamento quando destinadas à passagem de fluidos


com variação de temperatura superior à 15ºC em relação ao ambiente,
desde que não isoladas ou verificadas para esta finalidade;
o Canalizações destinadas a suportar pressões internas superiores a 0,3
MPa;
o Canalizações embutidas em pilares de concreto, tanto imersas no material
ou em espaços vazios internos do elemento, sem a existência de
aberturas para drenagem.

ABERTURA EM VIGAS

Preferencialmente, quando possível, deve-se projetar aberturas em vigas


permitindo a permanência das bielas de compressão devido à existência das
forças cortantes, conforme ilustra a Figura 3.

Figura 3: Posição preferencial de pequenas aberturas em vigas


(fonte: NBR 6118/2003)
Sempre que o comprimento da abertura, no sentido do eixo longitudinal da viga for
superior a 0,60 h, recomenda-se que este fato seja considerado no
dimensionamento do elemento e avaliada a possibilidade de colocação de
armaduras de reforço, como indicado a seguir. Nesta região, no trecho da viga
onde está posicionada a abertura, a viga passa a funcionar como o modelo de
pórtico, formando um quadro rígido.
Em que pese a viga com abertura poder suportar a mesma carga que de uma viga
de alma cheia, desde que corretamente dimensionada sua armadura de reforço,

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cabe ressaltar que sua rigidez diminui, o que poderá ser um inconveniente para
outros fatores, como por exemplo, a verificação das deformações do elemento.
A Figura 5 ilustra estas etapas a serem seguidas com vistas ao
dimensionamento das armaduras de reforço no entorno de aberturas em vigas de
concreto.
No caso de aberturas circulares muito próximas, de acordo com Leonhardt,
deverá ser garantida uma distância mínima de 5 cm entre os furos, sendo
conveniente adicionar armaduras de cisalhamento inclinadas, conforme indicado
na Figura 4.

Figura 4: Armaduras inclinadas para vigas com furos circulares


(fonte: LEONHARDT, Volume 3)

Observação 1:
Nestes procedimentos, procurou-se não se caracterizar o banzo superior como
comprimido e o banzo inferior como tracionado, o que seria normal em vigas bi-
apoiadas, sujeitas assim à tração em sua face inferior. Fato contrário, quando da
ocorrência de aberturas próximas aos apoios internos de vigas contínuas, esta
situação inverte-se, sendo portando tracionada a face superior da viga nesta
região.
Observação 2:
Para o dimensionamento dos banzos à flexão composta sugere-se a utilização dos
Diagramas de Iteração, conforme indicado na Figura 6 (Fusco), obtendo-se para
cada banzo:
νd = Nd / (Ac.fcd) e µd = Md / (Ac.h.fcd) = νd.e/h  ábaco ω  As = ω.Ac.fcd / fyd
onde:
Nd = 1,4 . N
e=M/N
sendo que devemos ter em cada face do banzo uma armadura equivalente à As /
2.

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Observação 3:
Para o dimensionamento das armaduras de cisalhamento dos banzos, deve-se
considerar, além das características do tipo de concreto e aço (fck e fyk), os
seguintes procedimentos, de acordo com a Norma NBR 6118/2003, considerando
V’ o esforço cortante aplicado na seção:

Banzo Comprimido Banzo Tracionado


to
Seção: b, hc, dc = hc – cob Seção: b, ht, dt = ht – cobto
Solicitação: V’ = Vc = 0,80.V Solicitação: V’ = Vt = 0,20.V
Aswc ≥ Asw min Aswt ≥ Asw min
Cálculo da Armadura Asw
Asw = 100.b.ζd / fyd ≥ Asw min
Asw min = [ρw min].100.b = [0,2.(fctm / fyk)].100.b = [0,2.(0,3.fck2/3 / fyk)].100.b
ou, de forma simplificada:
Asw min = (fck2/3 / fyk).6.b
onde:
fcd = fck/1,4 e fyd = fyk/1,15
ζd = 1,11.( ζwd – ζc) ≥ 0
ζwd = 1,4.V’ / (b.d) 1
ζc = 0,09.fcd2/3  flexo-tração 2
ζwu = 0,27.αv. fcd = 0,27 . (1 - fck / 250). fcd
adotando espaçamentos ‘s’ limites dado por:
smax ≤ 0.6d ≤ 30 cm quando ζwd ≤ 0,67.ζwu
smax ≤ 0.3d ≤ 20 cm quando ζwd > 0,67.ζwu
1‘
b’ e ‘d’ referem-se às dimensões da seção a ser dimensionada
2
adotado também, por simplificação, para a flexo-compressão (ζcc = 0,09.fcd2/3.
Mo/Msd,max !!!)

Considerando-se as seguintes convenções (ver Figura 5):


h  altura da viga
d  altura útil da viga
b  largura da viga
L  vão da viga
L1  comprimento da abertura
a  altura da abertura
hc  altura do banzo comprimido
ht  altura do banzo tracionado

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recomenda-se a adoção das seguintes etapas para o dimensionamento


de vigas com aberturas, de acordo com Leonhardt:

• ETAPAS PARA O DIMENSIONAMENTO DE


ARMADURAS DE REFORÇO EM ABERTURAS DE VIGAS

1. Definição dos diagramas de solicitações de M e V da viga, para as cargas


atuantes;
2. Dimensionamento da viga à flexão e ao cisalhamento considerando a seção
cheia. (M  As flexão ; V  Asw);
3. Definição da seção s onde será posicionado o centro da abertura, obtendo-se
as solicitações Ms e Vs,
onde :
Ms  momento fletor na seção s
Vs  esforço cortante na seção s
4. Posicionamento da abertura na direção da altura da viga, priorizando-se
preferencialmente a ocupação da zona tracionada da alma e os critérios
indicados na Figura 1;
5. Determinação das forças normais nos banzos:
Nc = Nt = Ms / z
onde :
Nc  força de compressão, no banzo comprimido
Nt  força de tração, no banzo tracionado
z  distância na vertical entre os eixos dos banzos
6. Determinação das forças cortantes nos banzos, a partir do Vs da seção,
considerando-se que um maior % de Vs seja absorvido pelo banzo comprimido,
pois o banzo tracionado é admitido fissurado (Estádio II):
Vc = 0,80 a 0,90 Vs  cortante no banzo comprimido (adotado:0,80)
Vt = 0,20 a 0,10 Vs  cortante no banzo tracionado (adotado:0,20)
7. Determinação dos momentos fletores nos banzos:
Mc = Vc . L1/2  momento fletor no banzo comprimido
Mt = Vt . L1/2  momento fletor no banzo tracionado
8. Dimensionamento dos banzos à flexão composta:
Banzo comprimido: Mc , Nc , Vc  Asc e Aswc
Banzo tracionado: Mt e Nt , Vt  Ast e Aswt
sendo
Asc e Ast  as armaduras longitudinais nos banzos, calculadas de
acordo com as orientações da NBR 6118/2003 para flexão-composta,
devidamente ancoradas de um comprimento Lb na região de alma cheia da
viga, e
9. Aswc e Aswc  as armaduras transversais nestes mesmos banzos, calculadas
de acordo com as orientações da NBR 6118/2003.

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10. Determinar armadura de suspensão (Asws) nas extremidades da abertura para


um esforço cortante equivalente a 0,80 Vs, distribuída em uma largura de h/4,
em ambos os lados;

Nas figuras seguintes, são ilustrados os passos e ferramentas para o


dimensionamento expedito do reforço de aberturas em vigas:

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Figura 5: Viga bi-apoiada com abertura de dimensões L1 x a1

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Figura 6: Diagramas de Iteração (FUSCO) - Flexão Composta

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• PUNÇÃO

DE ACORDO COM CORDOVIL (1997, PG. 18):

A partir de ensaios de punção realizados em lajes de concreto armado pode-se


observar que o panorama da fissuração, antes da ruptura, apresenta fissuras
predominantemente radiais, não indicando uma tendência à formação de um
sólido parecido com um elemento axissimétrico. O sólido que se forma com uma
fissura circunferencial, não muito definido, somente o ocorre na ruptura da laje
quando o concreto perde todas as suas resistências, inclusive ao cisalhamento,
por pulverização do material na região solicitada.

As barras tracionadas das armaduras de flexão permitem, em função da taxa de


armadura, a maior ou menor ocorrência de fissuras na massa de concreto. Essa
fissuração, juntamente com a microfissuração do cimento endurecido e da zona de
transição, configura um quadro muito complexo. Isso torna o estabelecimento de
uma teoria geral aceitável para o problema da punção em lajes de concreto
armado.

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VANTAGENS:

Do uso das lajes planas, em relação ao tradicional piso com lajes e vigas:
• Solução mais econômica do que a solução tradicional
• Permite a redução do pé-direito e facilita a passagem de dutos sob a face
inferior;
• As formas são mais simples e econômicas;
• Maior ventilação e iluminação, pela ausência de vigas;
• Menores prazos de execução;
• Facilidade de armação e concretagem;

DESVANTAGENS:

• Em edifícios residenciais, normalmente não há uma disposição regular dos


pilares e assim a laje plana pode se tornar antieconômica;
• A ausência de vigas pode deixar a estrutura muito deformável frente às
ações horizontais, o que é um sério problema em edifícios altos;
• Para edifícios altos deve-se projetar em série de elementos de
contraventamento, como paredes estruturais ou pilares-parede nas caixas
dos elevadores;

CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:

SEGUNDO CORDOVIL (1997, PG. 38):

Ensaios demonstram que as deformações circunferenciais, inicialmente, são


maiores que as deformações radiais. Por isso, as fissuras radiais surgem em
primeiro lugar. Somente na ocasião da ruptura há a formação de uma fissura
quase circular, que limita o contorno de um sólido deslocado ao redor do pilar.

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DIMENSIONAMENTO DE CÁLCULO
NBR 6118/2003

O modelo de cálculo corresponde à verificação do cisalhamento em duas ou mais


superfícies críticas definidas no entorno de forças concentradas.
Primeira superfície crítica (contorno C), do pilar ou da carga concentrada, deve
ser verificada indiretamente a tensão de compressão diagonal do concreto,
através da tensão de cisalhamento.
Segunda superfície crítica (contorno C’), afastada 2d do pilar ou carga
concentrada, deve ser verificada a capacidade da ligação à punção, associada à
resistência à tração diagonal. Essa verificação também se faz através de uma
tensão de cisalhamento, no contorno C’.
Terceira superfície crítica (contorno C”), apenas deve ser verificada quando for
necessário colocar armadura transversal.

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ARMADURA DE COLAPSO PROGRESSIVO

No caso de a estabilidade global da estrutura depender da resistência da laje à


punção, deve ser prevista armadura de punção.
Essa armadura deve equilibrar um mínimo de 50% da força vertical no pilar.

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ELEMENTOS ESTRUTURAIS ESPECIAIS

• CONSOLE CURTO

Os consoles ou mísulas curtas são vigas engastadas onde ocorre a seguinte


relação:

a M
= ≤ 1.0
d V ⋅d

O estudo a seguir comentado está baseado em pesquisas de caráter teórico e


experimental, que indicaram a conveniência de que a altura h seja maior do que o
balanço L, razão pela qual forem pesquisados consoles com

L
= 0.6 a 0.5
h

z z

sendo ξ o coeficiente de atrito definido em função do tipo de junta:

junta seca ξ = 0.80


junta c/ argamassa ξ = 0.50
junta c/ neoprene ξ = 0.16

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• CONSOLES MUITO CURTOS


Quando a relação a/d é muito pequena, menor do que 0,5,

a
< 0.5
d

temos a caracterização de um CONSOLE MUITO CURTO, onde o problema


passa a ser semelhante ao da COMPRESSÃO DIAMETRAL, fazendo com que
seja necessário reforçar, substancialmente a armadura horizontal As2, mantendo-
se as demais armaduras:

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• DETALHAMENTO TÍPICO DE CONSOLE CURTO

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• DENTE GERBER

1,5. Lb

Lb

Armaduras (abordagem simplificada – Sussekind):

14 ⋅ Z
AS 1 = → ancorado com comprimento de (hv − d ) + lb (zona de ma aderência)
fyd

AS 2 = 0.3 ⋅ AS 1 → estribos horizontais ancorados em 15 ⋅ lb na viga (cm²)

2/3
AS 3 = ρw min .100.bw = (0,20.0,30.( fck ) / fyk ).100.bw.L(m)  estr. verticais (cm2)

14 ⋅ N
AS 4 = → estribos de suspensão distribuÍdos em hv (cm²)
fyd 4

ASf = armadura de flexão da viga


ASW = armadura de cisalhamento da viga

SETEMBRO 2012 51
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• VIGA DE EQUILÍBRIO

Quando um pilar estiver junto à divisa do terreno, o que também poderá ocorrer
com uma alvenaria junto à mesma divisa, tanto uma estaca ou sapata não
poderão ser executadas no ponto de aplicação da carga. Neste caso, é necessário
que recuemos este apoio em relação à divisa, em direção ao interior do terreno.
Por outro lado, também será necessário que a carga seja transferida ao centro
deste apoio, sendo isto realizado por intermédio de uma viga conhecida como
viga de equilíbrio ou viga alavanca, que tem por objetivo ‘contrabalançar’ o
momento fletor proveniente da excentricidade.

Para a análise desta questão, duas hipóteses são possíveis:

1ª a viga de equilíbrio é infinitamente rígida, servindo para transferir a carga do


pilar até o ponto do apoio no solo, sem fletir, funcionando segundo o modelo de
um consolo curto (a/d ≤1);

2ª a viga de equilíbrio apresenta-se como um modelo semelhante a de uma


peça fletida (a/d > 1).

Este elemento estrutural, ao ser analisado, deverá levar em consideração sempre


o modelo adotado, mesmo que parcialmente em cada trecho da viga.

No trecho em que a viga apresenta maiores dimensões, entre o ponto de


aplicação da carga e o ponto de apoio (chamada comumente de Cabeça da Viga
de Equilíbrio), a mesma deverá comportar-se como um console curto, sempre que
a a/d ≤ 1. Caso contrário será considerado como um balanço fletido de uma viga.
No trecho restante, entre os apoios, onde as dimensões são normalmente
menores, teremos uma viga sujeita a um comportamento de uma peça em flexão.

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• VIGA PAREDE
Características Gerais:

L/H > 2 a 3
Não mais válidas as hipóteses da Resistência dos Materiais.
Atua no Estádio I, não fissurado.
Muito bom desempenho para controle de deformações.

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INSTABILIDADE GERAL DE
EDIFÍCIOS

NOTAS DE AULA
AULA 04

Prof. Eduardo Giugliani


Prof. Felipe Brasil Viegas
http://www.pucrs.br/feng/civil/professores/inicial_giugliani.htm#
2012

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INSTABILIDADE DE EDIFÍCIOS

• DESLOCABILIDADE HORIZONTAL DE EDIFÍCIOS – NÓS FIXOS

O objetivo principal dos coeficientes gz (Gama-z) e α (Alfa), para efeito de cálculo,


é de classificar a estrutura quanto à deslocabilidade horizontal dos nós, e, a partir
desta classificação, permitir a avaliação da importância dos esforços de 2ª ordem
globais e suas conseqüências no projeto estrutural da edificação.

A NBR 6118/2003, em seu item 15.4.2, classifica as estruturas em estruturas em


dois tipos, considerando a deslocabilidade:

• Estruturas de nós fixos ( estruturas indeslocáveis)


• Estruturas de nós móveis ( estruturas deslocáveis)

As primeiras são aquelas nas quais os deslocamentos horizontais dos nós são
pequenos e, conseqüentemente, os efeitos globais de 2ª ordem são desprezíveis
e podem ser desconsiderados (inferiores a 10% dos respectivos esforços de 1ª
ordem). Nessas estruturas, é suficiente considerar, de acordo com a Norma
6118/2003, apenas os efeitos locais e localizados de 2ª ordem.

No outro caso, as estruturas de nós móveis são aquelas nas quais os efeitos
globais de 2ª ordem são importantes (superiores a 10% dos respectivos esforços
de 1ª ordem), devendo ser considerados, obrigatoriamente, tanto os esforços de
2ª ordem globais como os locais e localizados.

Cabe salientar que existem estruturas onde os deslocamentos horizontais são


grandes, porém, dispensam a análise do efeito de 2ª ordem global, pois as cargas
verticais atuantes são muito pequenas, não apresentando acréscimos
consideráveis de deslocamentos horizontais por elas produzidos. Exemplos destes
casos são postes de iluminação, pilares de pavilhões, dentre outros.

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Para esta finalidade de análise, a Norma NBR 6118/2003 apresenta dois critérios
para que se classifique a estrutura quanto à deslocabilidade de seus nós:

Critério 1
Parâmetro Alfa (Item 15.5.2)

Este critério da Norma NBR 6118/2003 considera que, para estruturas simétricas,
estas poderão ser consideradas de nós fixos (indeslocáveis) – e neste caso
dispensar as considerações de 2ª Ordem, se o fator α for menor que α1, obtidos
ambos a partir das expressões a seguir:

α = Htot . (Nk/(Ecs.Ic))1/2
onde:
α1 = 0,2 + 0,1n se n <= 3
α1 = 0,6 se n >= 4
onde:
n = número de pavimentos
Htot = altura total da estrutura
Nk = soma de todas as cargas verticais atuantes

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Ecs.Ic = rigidez da estrutura na direção considerada, ‘X’ ou ‘Y’


O valor de α1 = 0,6 pode ser aplicado para as estruturas usuais, incluindo
estruturas com pilares-parede ou mesmo estruturas aporticadas associadas com
pilares-parede.

Variações deste parâmetro podem ser adotadas, considerando:


α1 = 0,7 
para o caso de contraventamento constituído somente de pilares-parede
α1 = 0,5 
para o caso de contraventamento constituído somente de pórticos.

Critério 2
Coeficiente Gama-z (Item 15.5.3)

Este coeficiente é determinado a partir dos resultados de uma análise linear de 1ª


ordem, para cada caso de carregamento considerado na estrutura.
Sua análise é válida para estruturas reticuladas de no mínimo 4 pavimentos.
Seu valor é calculado e comparado com os valores limite a partir dos quais a
estrutura deve ser considerada como de nós móveis.
O valor de gz é definido por:
1
gz = -----------------
∆Mtot,d
1 - ----------
M1,tot,d

Onde:
M1tot,d =
momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as forças
horizontais (por exemplo a ação do vento), com seus valores de cálculo, em
relação à base da estrutura;

∆Mtot,d =

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soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura,


com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais de seus respectivos
pontos de aplicação, obtidos da análise de 1ª ordem.
O valor de gama-z será obtido para cada uma nas direções ‘X’ e ‘Y’ e para cada
combinação de cálculo definida. Destes, os máximos valores em ‘X’ e ‘Y’ são
adotados como valores críticos. Além disso, o coeficiente gama-z é obtido por
meio de uma análise elástica, considerando a não linearidade física e geométrica
dos elementos estruturais.
Uma vez que o valor de gama-z representa o próprio efeito de 2ª ordem, deve-se
satisfazer à condição gz 1.1 para considerar a estrutura como indeslocável (nós
fixos), e neste caso, dispensar as considerações de 2ª ordem.

Os dois critérios são apresentados pela Norma NBR 6118/2003 e verificam a


condição de os deslocamentos horizontais da estrutura não ultrapassem em mais
de 10% aos deslocamentos obtidos da análise estática linear de 1ª ordem.
Em alguns casos o Coeficiente Gama-z expressa com maior confiabilidade estes
requisitos de deslocamento, razão pela qual é o parâmetro mais largamente
utilizado pelos projetistas estruturais e também pela grande maioria dos sistemas
automatizados e projeto e dimensionamento estrutural.

• DESLOCABILIDADE HORIZONTAL DE EDIFÍCIOS – NÓS


MÓVEIS

Neste caso, quando:

α >= α1
ou
gz >= 1,1

é indispensável a consideração dos efeitos globais e locais de 2ª ordem, baseados


na não linearidade geométrica e não linearidade física dos elementos estruturais e
do material que o compõe – concreto armado.

Este processo é válido para considerações de gama-z que não ultrapassem a 1,3,
portanto:

gz <= 1,3

O que impõe assim um valor máximo a ser considerado deste fator no projeto
estrutural de um edifício como o aqui caracterizado.

Não linearidade-geométrica:

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A geometria dos elementos estruturais não apresenta mais sua


condição inicial, devendo ser incorporada sua condição geométrica deformada,
considerando assim sua pertinência devido às ações de 2ª ordem.

Não linearidade-física:
O concreto armado é um material altamente heterogêneo e cujo comportamento
não obedece à Lei de Hooke. Para a avaliação dos efeitos de

2ª ordem: é necessário fazer uma redução na rigidez considerada para as peças


estruturais.
Rigidez do elemento estrutural é o produto do módulo de elasticidade do material
pela inércia bruta da seção do elemento:
Rigidez = Ec . Ic
No item 8.2.8 da NBR 6118/2003, como já visto, é definido que para análises
elásticas da estrutura, para a obtenção de esforços solicitantes e para a
verificação de estados limites de serviço deve ser utilizado o módulo de
elasticidade secante, calculado como
Ecs = 0,85 Eci,
sendo Eci o módulo de elasticidade tangente inicial determinado a 30% de fc
(tensão do concreto);
onde a rigidez neste caso seria dada por:
E.I = Ecs.Ic = 0,85.Eci.Ic

assim, neste caso de não lineariadade-física,


teríamos que considerar uma redução da rigidez inicial dos elementos, fator de
redução que varia de acordo com seu tipo:
Lajes : (EI)red = 0,3. Eci.Ic
Vigas : (EI)red = (0,4 ou 0,5) . Eci.Ic
Pilares : (EI)red = 0,8. Eci.Ic

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• DEFORMAÇÕES GLOBAIS

Para a avaliação da deformação horizontal (∆h) de uma edificação adota-se o


seguinte limite, relacionado à deformação máxima admissível:

∆h <= ∆h max = Htot / 1.700

Edificação em 16 pavimentos – Modelagem Estrutural - TQS

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Perspectiva modelada Perspectiva deformada

1,2
Vista modelada Vista deformada
H = 48,80m ∆≈1,37cm  ≈ H/3515 <<< ∆max=H/1700≈2,87cm

1 ,
Deformação horizontal a ser obtida para, em casos usuais, uma força Fd = ΣFg + 0,3Fq1 + Σ0,4.Fq onde Fg = Σcargas
permanentes; Fq1 = ação do vento; e Fq = cargas acidentais (ver NBR 6118/2003, itens 11.8.3.1 e 13.3).
2
TQS: efetivadas 24 combinações; combinação mais desfavorável: gz = 1,09 e α = 0,878 (adotado gz como referência)

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• MODELAGEM DE PAVIMENTOS
Tipologias Básicas

LAJES E VIGAS

Características Sistema estrutural onde as lajes estão apoiadas


diretamente em vigas existentes em quatro, três, dois ou
apenas um bordo, podendo estes ser engastes ou apoio
simples. Além disto, estas lajes poderão ser
dimensionadas como armadas em uma ou duas
direções.
Os elementos do pavimento são considerados como
elementos ‘isolados’ e vinculados entre si através da
consideração de engastamentos ‘perfeitos’ ou ‘parciais’
em função do processo de cálculo adotado.
Solicitações Típicas momentos fletores, cortantes
Processo Simplificado, permite análise mais expedita, porém sem
maior grau de precisão com a realidade do conjunto da
estrutura.
Ferramentas Não requer ferramentas especiais para o cálculo das
solicitações.
Pré-dimensionamento Laje:
h = d + cobto
d = 2,5.Lmenor.(1 – 0,1.n)
onde:
n = número de bordos engastados
Vigas:
bi-apoiadas: H ≈ L/10
contínuas: H ≈ L/15
Comentários As deformações são deformações vinculadas a cada
elemento, laje ou viga, não indicando a deformação do
conjunto.

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Forma estrutural típica de sistema estrutural laje- viga- pilar

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GRELHAS

Características Todos os elementos, lajes e vigas, atuam de forma


conjunta no modelo estrutural, onde as considerações
de vinculação e engastamento ocorrem ‘naturalmente’ a
partir da existência ou não de continuidade entre os
mesmos.
Solicitações Típicas momentos fletores, momentos torsores, cortantes
Processo mais preciso e mais próximo da realidade das
solicitações existentes na estrutura
Ferramentas Para o processamento de um pavimento requer de
ferramenta automatizada para a obtenção das
solicitações.
Pré-dimensionamento Ver modelos compatíveis com este sistema estrutural.
Comentários As deformações, quando calculadas, estão relacionadas
com o conjunto dos elementos, sendo portando mais
próxima da deformação real.

Pavimento modelado a partir de um sistema de grelha:


INDEFORMADA

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Pavimento modelado a partir de um sistema de grelha:


DEFORMADA

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LAJE PLANA- LAJE COGUMELO

Características O pavimento apresenta-se plano, sem a existência de


vigas, somente de lajes apoiadas diretamente nos
pilares. São normalmente armadas em duas direções
ortogonais.
Solicitações Típicas momentos fletores, momentos torsores, cortantes
Processo de Cálculo • Complexo, dimensionando o pavimento a partir da
‘discretização’ das lajes em elementos de menores
dimensões e obtendo suas solicitações a partir da
modelagem de uma ‘grelha’ ou de um pavimento
formado por ‘elementos finitos’;
• Simplificado, admitindo-se a formações de faixas
principais e ortogonais, passando pelos pontos de
apoio (pilares), onde existe maior concentração de
solicitações, e faixas secundárias, onde estas
solicitações são menores.
Ferramentas Para uma análise mais complexa requer ferramenta
automatizada para a obtenção das solicitações.
Pré-dimensionamento Normalmente sua viabilidade estrutural ocorre com vãos
entre pilares na faixa de 7,0 a 10,0m, com espessuras
que oscilam entre 16 a 20cm, alterando-se estes limites
em função das cargas atuantes. Com a adoção de
concreto protendido pode-se atingir vãos maiores.
Comentários Normalmente a ligação laje-pilar é o ponto crítico neste
modelo estrutural. Assim, a verificação das tensões
junto aos apoios é imprescindível tanto para avaliar a
capacidade de resistência da seção de concreto como
para indicar necessidade de armadura de punção na
região próxima ao apoio. Caso seja necessário uma
maior espessura junto aos apoios, é comum projetar-se
capitéis nestes regiões, evitando-se assim um eventual
aumento de espessura em todo o elemento.Como são
elementos muito esbeltos, a avaliação das deformações
passa a ser um indicador muito importante.

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Modelo de sistema estrutural em Laje Plana

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Modelagem de pavimentos com a adoção do sistema de LAJE PLANA.

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LAJES NERVURADAS

Características O pavimento, integral ou parcialmente, é avaliado a


partir de um conjunto de vigas, posicionadas em uma
direção ou em duas direções, formando neste caso uma
malha ortogonal de vigas. Superiormente estas vigas
são coroadas e vinculadas por uma laje de pequena
espessura. Os espaços vazios entre as vigas são
normalmente preenchido por ‘cubetas’ ou blocos de
EPS.
Solicitações Típicas momentos fletores, momentos torsores, cortantes
Processo de Cálculo • Complexo, dimensionando o conjunto de elementos
a partir da constituição de uma grelha;
• Simplificado, podendo ser avaliada a partir do
funcionamento básico de ma laje equivalente.
Ferramentas Para uma análise mais complexa requer ferramenta
automatizada para a obtenção das solicitações.
Pré-dimensionamento Normalmente adotadas para vãos entre 8,0 a 15,0m.
Sua altura pode ser estimada inicialmente como
equivalente à H ≈ L/30, podendo variar em função da
carga atuante.
Comentários Permite a obtenção de elementos bastante esbeltos
para vão grandes. Normalmente não requer armadura
de cisalhamento nas nervuras.
Vantagens:
- estruturas mais leves que as lajes convencionais;
- proporciona melhor isolamento térmico e acústico;
- normalmente mais econômica que as lajes maciças e as lajes
planas;
Desvantagens:
- maior dificuldade para passagem de dutos;
- não é muito eficiente para suportar cargas pontuais;

Observação: NBR 6118/2003 (item 13.2.4.2)  Condições a serem observadas3:


a) L<=65cm: dispensada a verificação da mesa; cisalhamento na nervura como
nas lajes;
b) 65>L<=110cm: exigida verificação da mesa; cisalhamento na nervura como
nas vigas;
c) L>110cm: mesa deve ser verificada como laje maciça apoiada na grelha das
vigas/nervuras.

3
L = vão entre o eixo das nervuras.

SETEMBRO 2012 69
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Seção típica e dimensões mínimas (NBR 6118/2003 – Item 13.2.4.2)

Em função do vão entre os eixos das nervuras, a Norma NBR 6118/2003 indica e
determina procedimentos específicos para o projeto (Item 13.2.4.2).

Laje Nervurada em uma direção

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Laje Nervurada em duas direções

Zona maciça para atender


acréscimo de solicitações

LAJE

NERVURADADA – Modelagem Típica

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Ilustração de Laje Nervurada com ‘cubetas’ e ‘nervuras’

Ilustração de Laje Nervurada com ‘cubetas’ e ‘nervuras’

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LAJES TRELIÇADAS

Características Os elementos resistentes da laje treliçada – nervuras -


são projetados a partir de elemento trelizaçado, pré-
fabricado ou não, coroadas por uma laje superior de
pequena espessura. Os espaços vazios entre as
nervuras podem ser preenchido por elementos
cerâmicos, de concreto, EPS ou ‘cubetas’.
Normalmente são armadas em uma direção.
Solicitações Típicas momentos fletores, cortantes
Processo de Cálculo Simplificado, podendo ser avaliada a partir do
funcionamento básico de ma laje equivalente.
Ferramentas Não requer ferramenta complexa de cálculo, podendo
ser dimensionada a partir de processos simplificados.
Muitos fornecedores disponibilizam tabelas e
orientações práticas para o dimensionamento.
Pré-dimensionamento Normalmente adotadas para vãos entre 8,0 a 10,0m.
Sua altura pode ser estimada inicialmente como
equivalente à h ≈ L/25, podendo variar em função da
carga atuante.
Comentários Apresenta grande deficiência frente às deformações.
Com vistas à racionalização das formas, pode ser
projetada com uma mesa inferior pré-fabricada onde são
distribuidas as armadura de tração.

Lajes Treliçadas – seções típicas

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Modelos tradicionais de Lajes Treliçadas

Treliça Metálica Bloco de EPS

Laje Treliçada com blocos de EPS

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Laje Treliçada com blocos-cerâmicos

Formas Montagem

Detalhe Típico com a utilização de painel inferior

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LAJES ALVEOLARES

Características São elementos superficiais, unidirecionais, com alvéolos


em seu interior, normalmente protendidos.
Solicitações Típicas momentos fletores, cortantes
Processo de Cálculo Normalmente são adotadas orientações dos fabricantes
referentes à capacidade dos elementos, envolvendo
indicadores do tipo:
(1) sobrecarga atuante
(2) vão
Ferramentas De acordo com orientações do fabricante
Pré-dimensionamento De acordo com orientações do fabricante
Comentários Elementos de grande capacidade de carga e pequena
deformação. Exige apoio ‘mínimo’ nas extremidades
geralmente equivalente à metade da espessura da laje.
Não colabora com a rigidez global da estrutura.
Normalmente recebem uma capa superior determinada
em função da capacidade resistente do elemento (4 a 5
cm)

Orientações típicas de fornecedores de Lajes Alveolares

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Lajes Alveolares
Forma

Detalhes

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• INDICADORES GERAIS DE PROJETO4

Em uma edificação, a estrutura é uma das parcelas mais importantes e


significativas, sobre a qual se tem grandes possibilidades de controle de custos.
Seu percentual no custo da construção está na ordem de 20%. A busca e
obtenção de soluções racionais, otimizadas e econômicas depende de um
gerenciamento adequado da fase de projeto e uma sinergia entre todos os atores,
tanto projetistas – arquitetos e engenheiros – como dos executores da edificação.
Como ilustrado na figura anterior o custo de uma estrutura de concreto pode ainda
ser distribuído entre os seguintes itens:

• Concreto 20%
• Armação 26%
• Fôrmas 44%
• Andaimes 1%
• Lançamento 9%

demonstrando que a racionalização deste importante indicador – estrutura – não


pode ser visualizada somente a partir de alguns itens, mas do seu conjunto, como
será comentado na seqüência.

O melhor caminho não consiste pela busca única de redução de todos os


indicadores de projeto, mas sim do equilíbrio de um conjunto de itens que
interferem de forma relevante na estrutura final. A busca deste equilíbrio não ficar
restrita somente a itens estruturais, mas também outros que correspondem às
correlações entre a estrutura e os demais elementos que compõe a edificação.
Como ilustração, itens relevantes da estrutura estão a seguir relacionados:

4
Fontes de Consulta: DTC – Desenvolvimento e Tecnologia S/C Ltda. E Sistemas de
Indicadores de Qualidade e Produtividade para a Construção Civil (III Seminário –
Qualidade da Construção Civil, RS.

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• Densidade de pilares
• Padronização das dimensões dos elementos estruturais
• Resistência do concreto
• Espessura média do concreto
• Índice de formas
• Padronização das bitolas de aço
• Taxa de armadura
• Índices de produtividade na execução de vários serviços:
Formas, desforma, corte e dobra de aço, entre outros
• Reaproveitamento de formas
• Velocidade de execução da estrutura

Para os três indicadores mais usuais em estruturas, cabe observar que a simples
redução da espessura média do concreto pode implicar custos adicionais de forma
e armadura, o que às vezes não se apresenta como interessante. É sempre
necessário trabalhar objetivando o equilíbrio entre a diminuição no volume do
concreto, quantidade total de aço e área de formas.

A seguir estão descritos índices típicos para estruturas de edifícios dentro de


padrões usuais de projetos:

Convenções e Orientações adotadas:

• AR = área real global da edificação


• AP = área de projeção da edificação
• n = número de pavimentos da edificação
• As fundações não devem ser incluídas na composição destes índices

SETEMBRO 2012 79
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INDICADORES DE DESEMPENHO ESTRUTURAL


IAÇO índice de aço peso aço/ar kg/m2
Taxa de referência 14,3
taxa típica 1
n =< 15 8 a 12
taxa típica 2
15 < n <= 20 12 a 18
taxa típica 3 20 < n <= 30 15 a 21
ICON índice de concreto Volume concreto / AR m3/m2
taxa de referência 0,16
IFORMA índice de forma Área de forma / AR m2/m2
taxa de referência 1,86
taxa min 1,60
taxa max 2,10
IALAJE Índice de aço em laje peso aço/volume lajes kg/m3
45 a 55
IAVIGA Índice de aço em viga peso aço/vol. vigas kg/m3
70 a 100
IAPILAR Índice de aço em pilar peso aço/vol. pilares kg/m3
90 a 150
CFUND Índice cargas fundações Σ cargas fund./AR tf/m2
Edifícios Comerciais 0,95 a 1,20
Edifícios Residenciais 0,85 a 1,10
IESBELTEZ Índice de Esbeltez Altura tot/Menor Dim ---
Ótimo <4
Bom 4 < IE < 6
Não recomendável IE > 6
DPPILARES Densidade de Pilares AP/No pilares m2/pilar
VMVVIGAS Vão médio de vigas m
VMLLAJES Vão médio de lajes m

DP VMV VML REFERÊNCIA


m2/PILAR m M
14<DP<18 4<VMV<5,5 3,5<VML<5 ÒTIMO
12<DP<14 3<VMV<4 3,5<VML<5 BOM
12<DP<14 5,5<VMV<6,5 5<VML<6 BOM
DP<12 VMV<3 VML<3 DESACONSELHÁVEL
DP>20 VMV>6,5 VML>6 DESACONSELHÁVEL

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Transição de Pilares
Sem transição Ótimo
Com transição Péssimo
Redução de Pilares no pavto tipo (NPT) REDUÇÕES
NPT<10 O
11<NPT<20 1
21<NPT<40 2
No espessuras de laje
1 OTIMO
2 BOM
>2 DESCONS.
No de seções de vigas
(lajes em balanço não são computadas) <2 OTIMO
3 BOM
>3 DESCONS.
No de seções de pilares
≈5 BOM

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• NOTAS GERAIS DE PROJETO

Com a implantação da atual Norma NBR 6118/2003, passou a ter ainda mais
importância à completa informação, em projeto, de todos os requisitos adotados
para desenvolvimento e detalhamento dos projetos estruturais. De certa maneira
isto visa atender exigências da própria norma, como dota o projeto de um maior
nível de confiabilidade, qualidade e rastreabilidade.

Neste sentido, TODAS as informações disponíveis e adotadas em nível do projeto


estrutural realizado deverão estar registrada em cada planta, atendendo e
esclarecendo a pertinência de cada documento.

A título de ilustração, a seguir estão relacionados itens que deverão ser


discriminados como NOTAS GERAIS de um Projeto Estrutural, podendo estes
itens serem modificados, suprimidos ou agregados de outros, atendendo
especificados de cada projeto.

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NOTAS GERAIS:

1. Dimensões em ‘cm’;
2. Cotas de níveis expressas em ‘metros’;
3. Para o projeto das estruturas de concreto foram considerados requisitos
das Normas NBR 6118/2003, NBR 6120/1996;
4. Características Gerais do Concreto:
- Classe do Concreto: >= C30 (fck >= 30MPa)
- Módulo de Elasticidade Longitudinal:
ECcs = 0,85. Eci = 26.070 MPa;
- Classe de Agressividade Ambiental (CAA): II
- Cimento Classe CP IV
5. Cobrimentos das Armaduras:
- Lajes: 2,0 cm
- Vigas: 2,5 cm -
Pilares: 3,0 cm
6. Comprimentos Mínimos de Traspasse entre barras:
- ∅8.0 mm: 27 cm
- ∅10.0 mm: 33 cm
- ∅12.5 mm: 42 cm

1. 7. Consumo de Materiais *
Lajes Vigas Pilares
Fomas (m2) 180,0 150,3 95,5
Volume (m3) 18,0 18,6 6,0
* Consumo de Aço: ver Plantas de Detalhamento
8. Níveis de Lajes e Vigas

9. Legenda de Pilares

Exemplos ilustrativos

10. Junta de Dilatação: 2,0 cm

11. Conferir Medidas em Obra (CMO)

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• ESTUDO DE CASO
RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL
1. DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO

OBRA: AMPLIAÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO INDUSTRIAL

Dentro de seu escopo estrutural original, no que foi possível avaliar, a edificação
apresenta:

• Fundações profundas, do tipo estacas;


• Pisos do pavimento térreo, assim como canaletas para passagem de fios e
cabos, executados a partir de vigas e lajes em concreto armado;
• Pilares em concreto armado;
• Pavimento de cobertura executado a partir de lajes e vigas em concreto
armado. Este pavimento apresenta marquises em balanço e todas as lajes
de cobertura inclinadas favorecendo esgotamento de água. Estas lajes
foram impermeabilizadas, não apresentando proteção com qualquer tipo de
telha.

2. PROJETO ESTRUTURAL DA AMPLIAÇÃO DA SUBESTAÇÃO

O projeto estrutural foi desenvolvido baseado no Projeto Arquitetônico e baseado


na geometria e modelo do projeto original.
Dentro de seu escopo estrutural, o projeto estrutural desta Ampliação apresentou
as seguintes características:

• Preservou as características geométricas dos projetos originais;


• A opção de não vincular a nova estrutura às anteriores, com a utilização de
uma junta de dilatação, não foi adotada por ferir a geometria original;
• As fundações, projetadas e executadas são do tipo estacas pré-fabricadas;
• Pavimento térreo executado a partir de vigas e lajes em concreto armado;
• Pilares em concreto armado;
• Pavimento de cobertura executado a partir de lajes e vigas em concreto
armado. Estas lajes de cobertura são inclinadas favorecendo esgotamento
de água, sendo impermeabilizadas, porém não apresentando proteção
externa com qualquer tipo de telha.

Registre-se que, principalmente em relação ao pavimento de cobertura, para as


cargas atuantes e utilizando-se as seções geométricas sugeridas, as seções de
armaduras obtidas no cálculo estrutural são de valore muito pequeno, sendo,

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sendo na maioria dos casos definidos a partir de necessidades mínimas


determinadas por norma.

3. VISITA TÉCNICA REALIZADA EM .....

As informações obtidas podem ser resumidas da seguinte forma:

• A edificação original data, aproximadamente, do ano de 1972;


• As patologias visualizadas foram identificadas em tempo relativamente
recente;
• As patologias apresentam fissuras de pequena magnitude – ver
documentação fotográfica em Anexo;
• Até o momento não havia sido realizado qualquer tipo de recuperação;
• Durante o período de execução da Ampliação da Subestação não havia
sido constatada nenhuma dificuldade de ordem executiva na
implementação dos projetos estruturais;
• O local apresenta forte exposição à variação de temperatura devido à
exposição ao sol da laje inclinada da cobertura, em que pese esta estar
impermeabilizada;
• O local afetado em nenhum momento deixou de atender às finalidades
técnicas pretendidas.

A Visita Técnica realizada foi positiva no sentido de permitir a identificação clara


dos pontos de ligação da estrutura de concreto da Ampliação com a estrutura de
concreto da edificação original. Nestes locais foram notadas pequenas fissuras,
normalmente ao longo da altura da seção de interface (concreto novo – concreto
antigo). Esta constatação pode ser visualizada em vários pontos de ligação,
principalmente junto ao nível das lajes e vigas de cobertura, sendo identificadas
tanto nas faces internas como nas faces externas da estrutura.

Não foram constatadas, na data da realização da Visita Técnica, problemas


envolvendo rachaduras ou mesmo patologias que pudessem ocasionar qualquer
tipo de grave problema à estrutura de concreto – evolução rápida ou mesmo o
colapso pontual da estrutura.

Esta Visita Técnica foi documentada fotograficamente com vistas a uma melhor
avaliação das patologias visualizadas no local.

Em anexo estão relacionadas as fotografias que melhor indicam e referendam os


comentários que embasam este documento (em número de oito), sendo
identificadas suas posições a partir de Planta de Forma do setor afetado.

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4. PATOLOGIAS IDENTIFICADAS
Em vários pontos da edificação, foram constatadas pequenas patologias,
principalmente nas interfaces da obra recente com as anteriores.

Especificamente sobre este aspecto, houve a necessidade de, na fase de


execução da Ampliação, efetivar ligações – pontes de aderência – do concreto a
ser executado e dois outros tipos de concreto com idades distintas, com origem
em 1972 e 1998. Nestes casos as fissuras identificadas são verticais, de valor
pouco significativo, e geralmente prolongando-se parcialmente ao longo da altura
do elemento estrutural.
As fissuras mais características ficam mais bem visualizadas a partir dos registros
fotográficos em anexo, com as seguintes descrições:

FOTO DESCRIÇÃO
1 A Vista lateral da vinculação/interface da Viga V7 com estrutura existente – vista geral
Comentário: apresenta fissura vertical, iniciando junto á face inferior e prolongando-se
por aproximadamente 50cm
1 B Vista lateral da vinculação/interface da Viga V7 com estrutura existente – vista em
detalhe
Comentário: apresenta fissura vertical, iniciando junto á face inferior e prolongando-se
por aproximadamente 50cm
2 A Vista lateral, face oposta, da vinculação da Viga V7 com estrutura existente – vista
geral
Comentário: apresenta fissura vertical, iniciando junto á face inferior e prolongando-se
por aproximadamente 50cm, apresenta pequena queda do revestimento e cobrimento
externo, sem entretanto expor a armadura.
2 B Vista lateral, face oposta, da vinculação/interface da Viga V7 com estrutura existente –
vista em detalhe
Comentário: apresenta fissura vertical, iniciando junto á face inferior e prolongando-se
por aproximadamente 50cm, apresenta pequena queda do revestimento e cobrimento
externo, sem entretanto expor a armadura.
3 A Vista inferior da vinculação/interface da Viga V7 com estrutura existente – vista geral
Comentário: registra a fissura na base da Viga V7, no sentido transversal
3 B Vista inferior da vinculação da Viga V7 com estrutura existente – vista em detalhe
identificando viga de concreto da estrutura original apoiada no mesmo ponto, junto à
estrutura original
Comentário: registra a fissura na base da Viga V7, no sentido transversal, e ainda
fissura longitudinal de viga da estrutura original
4 Vista externa da Viga V5
Comentário: vista geral da Viga V5 identificando apoio direito em apoio existente
5 Vista externa do apoio da Viga V5 junto à estrutura original
Comentário: apresenta fissura vertical na aresta de interface, de pequena magnitude.
6 A Vista do apoio de viga da estrutura original, na continuidade da Viga V7, sobre pilar
existente – vista geral
Comentário: apresenta pequena queda de revestimento/cobrimento na região
intermediária da alma da viga.
6 B Vista do apoio de viga da estrutura original, na continuidade da Viga V7, sobre pilar
existente – vista em detalhe
Comentário: apresenta pequena queda de revestimento/cobrimento na região
intermediária da alma da viga.

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5. RE-AVALIAÇÃO DO PROJETO ESTRUTURAL REALIZADO

O Projeto Estrutural desenvolvido por esta empresa foi, a partir das constatações
in-loco, integralmente re-avaliado e revisado no que tange à memória de cálculo e
aos documentos produzidos e entregues ao cliente.

A revisão de cálculo e detalhamento não identifica incorreções ou omissões sendo


coerente com os padrões de norma e a boa técnica aplicada. Especificamente em
relação aos elementos de cobertura – lajes e vigas – onde foram observadas as
patologias, estes, igualmente, apresentam-se corretamente projetados,
dimensionados e detalhados. Avaliadas igualmente as deformações de projeto dos
elementos estruturais, todas apresentam igualmente grande folga em relação às
flechas admissíveis.

Observação realizada anteriormente, neste documento, aqui deve ser ratificada:


com a preservação das dimensões geométricas impostas pela arquitetura original
e pelo projeto arquitetônico da Ampliação, mesmo considerando as efetivas
cargas atuantes, e previstas em reuniões conjuntas, as necessidades de armadura
para as seções de concreto são de valores muito pequenos, atingindo em muitos
casos a necessidade de armaduras mínimas. Como, ainda, muitos dos elementos
lineares – do tipo viga – apresentam alturas superiores a 60 cm, estão igualmente
previstas armaduras de pele adequadas às exigências de praxe.

6. PARECER TÉCNICO

Avaliando-se o contexto aqui relatado, ratificamos a inobservância de qualquer


problema nos projetos estruturais da Ampliação.

Não observamos também, ao longo da inspeção in-loco, qualquer eventual vício


executivo que pudesse merecer preocupação de não atendimento à boa técnica.

As patologias observadas, de pouca significância – como já relatado, podem ter


várias e inúmeras causas, todas elas de grande dificuldade de previsibilidade,
tanto por parte da insuficiente documentação da edificação como, principalmente,
devido ao fato de esta obra, mais recente, apresentar necessidade de interface
com duas outras áreas da obra executadas em períodos anteriores, apresentando
concreto com características diferentes de endurecimento, em que pese
eventualmente terem sido projetados com igual resistência.

Quanto às patologias típicas de interface (concreto novo – concreto velho), onde


aparecem fissuras verticais, em uma face ou em ambas, junto às arestas de
contato, não parece merecer qualquer tipo de recuperação, por não apresentar,

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em nosso juízo, qualquer risco de estabilidade e ainda, por apresentar


fissuras que em parte teriam como origem variação térmica devido à exposição
externa, fatores sempre de difícil controle.

Especificamente em relação a um ponto da obra, apoio direito da Viga V7, obra


recente da Ampliação, junto à estrutura anteriormente executada, em que pese
suas patologias apresentarem origens semelhante ao mencionado anteriormente,
sugerimos a adoção de procedimento corretivo, observando-se que a magnitude
da trinca é pouco maior, podendo ser causa de desconforto ao cliente e eventual
ponto de início para um remoto processo de ataque às armaduras. Neste caso
indicamos a execução de reforço em chapa metálica com vistas à efetiva
estabilização da patologia. As dimensões das peças ligadas neste ponto e a
necessidade de que a vinculação – aderência – entre as estruturas seja efetiva
funcionando pela ancoragem das armaduras novas na seção antiga e pela
vinculação entre os concretos de idades muito distintas, parecem não ter atingido
adequado nível de eficiência. A aderência ao longo das faces transversais de
ambas estruturas (estrutura nova – estrutura original) deve ocorrer, em parte e
necessariamente, através da armadura inferior, conforme descrito nas plantas do
Projeto Estrutural, com o embutimento de comprimento mínimo e a utilização de
aditivo epoxi, procedimentos com razoável complexidade de execução, além de
dependerem ainda de um concreto executado em outro momento (estrutura
original) e sob condições nem sempre conhecidas.

Assim, a sugestão de reforço neste ponto, descrita no item seguinte, não antecede
qualquer preocupação com a estabilidade da estrutura neste ponto, porém visa,
objetivamente, evitar qualquer tipo de movimentação nesta interface, melhorar o
aspecto visual desta ligação assim como evitar preocupações leigas por
desconhecimento das origens do ocorrido, aqui exposto. Ao mesmo tempo sua
execução objetiva melhorar a vinculação entre as peças e evitar a implantação de
um processo de ataque às armaduras pela trinca aberta.

7. PROPOSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL

Tendo em vista a proposta de recuperação preventiva, indicada no item anterior,


correspondente à interface da viga V7(15x120) – apoio direito – e a viga existente,
executada anteriormente, situada em local identificado como detalhe A da planta
de formas, em anexo e pelas fotos 1, 2 e 3, define-se, a seguir, a relação de
procedimentos a serem adotados.

Esclareça-se, inicialmente, que a seção a ser recuperada compreende as faces


laterais das vigas, num trecho com 80 cm de comprimento (medidos à razão de 40
cm para cada lado da aresta de interface concreto novo – concreto velho) e altura
de 35 cm a partir da face inferior, devendo esta dimensão ser conferida em obra,
bem como a face inferior da viga com largura de 15 cm e mesmo comprimento de

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80cm. Assim está seção será aqui identificada como Seção


Recuperada – abreviada por SR à frente – com perímetro transversal em forma
de ‘U’.

PROCEDIMENTOS:

A) Realizar escoramento discreto das vigas em ambos os lados da região a ser


tratada e na viga transversal que se apóia na viga existente. Utilizar elementos
metálicos e espaçamento adequado às condições de operação da subestação
de modo a minimizar as interferências na condição de trabalho do cliente. Este
escoramento destina-se a minimizar propagação de danos por vibração –
devida à operação de apicoamento da superfície – e o eventual surgimento de
novas fissuras;

B) Apicoar toda a SR removendo, aproximadamente, 5 mm do cobrimento


existente das armaduras;

C) Junto à interface das vigas apicoar ao longo da fissura até uma profundidade
de 10 a 15 mm, formando um chanfro de aproximadamente 45º em ambos os
bordos adjacentes à fissura;

D) Aplicar, energicamente, em toda a SR com escovão de aço até remover


impurezas e materiais soltos;

E) Preencher a fissura, ao longo do seu desenvolvimento – face inferior e faces


laterais – com aditivo epóxi tipo Sikadur 31 ou similar, conforme orientação do
fabricante;

F) Uniformizar a largura da SR com vistas a obter-se uma largura padrão das


vigas, nessa região, equivalente a 15 cm. Para tanto:

o Aplicar ponte de aderência sobre a SR residual, utilizando-se aditivo


epóxi tipo Sikadur 31 ou similar, de acordo com a orientação do
fabricante;
o Aplicar argamassa polimérica sobre a superfície da SR, até obter
seção de 15 cm de espessura;

G) Preparar chapa metálica de reforço com 3mm de espessura, aço ASTM A-36,
com seção transversal em forma de ‘U’ para posterior revestimento da SR. Ver
detalhe em anexo;

H) A chapa metálica deverá ser jateada ao metal quase branco e furada conforme
indicado no detalhe anexo;

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I) Utilizando as chapas pré-furadas como molde executar furos


coincidentes atravessando transversalmente a seção das vigas, face a face;

J) Retirar a chapa metálica e limpar cuidadosamente a SR, bem como a chapa


metálica. Deverão ser removidos materiais pulverulentos e materiais
gordurosos;

K) Fixar a chapa metálica sobre a SR – agora de forma definitiva – observando:

o Aplicar ponte de aderência sobre a argamassa polimérica de


revestimento da SR, utilizando aditivo epóxi tipo Sikadur 31 ou
similar. Observar orientação do fabricante para a correta aplicação;
o Realizar a colagem da chapa sobre a SR, observando o correto
posicionamento dos furos e a realização de pressão entre as
superfícies;
o Aplicar pinos passantes com diâmetro de 10 mm, barras rosqueadas
de aço ASTM A-36, garantindo a efetiva pressão de aderência entre
as chapas e a SR. Apertar os parafusos passantes utilizando porcas
e arruelas ;

8. PROCEDIMENTOS EXECUTIVOS

ETAPA 01 – Planta 01
RECONSTITUIÇÃO DA SEÇÃO DE CONCRETO

A. Realizar escoramento discreto das vigas em ambos os lados da região a


ser tratada e na viga transversal que se apóia na Viga V7. Utilizar escoras
de elementos metálicos e espaçamento não superior à 50cm adequado às
condições de operação da subestação, de modo a diminuir as interferências
na condição de trabalho do cliente. Este escoramento destina-se a
minimizar propagação de danos por vibração – devida à operação de
apicoamento da superfície – e o eventual surgimento de novas fissuras;
B. Realizar abertura da seção de concreto, conforme indicado na Planta 01,
utilizando ferramenta adequada, preservando integralmente as armaduras
existentes e evitando criar fissuras no concreto remanescente;
C. Remover o cobrimento lateral da viga – acima da seção removida – ao
longo deste trecho de 100cm, e a cada 20cm, para colocação posterior das
armaduras transversais de reforço (ver item E a seguir);
D. Fixar armaduras longitudinais – Tipo (1): embutimento, em cada
extremidade, de 2x2Ø12,5mm, ancoradas em 20cm com a utilização de
aditivo epóxi tipo Sikadur 31 ou similar (ver detalhe de posicionamento
destas armaduras em detalhe na Planta 01);
E. Fixar armaduras transversais – Tipo (2): posicionamento de estribos,
7Ø6.3mm/20cm, e embutimento da dobra superior no concreto, ancorado
em 7cm com a utilização de aditivo epóxi tipo Sikadur 31 ou similar;

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F. Limpar as seções remanescentes e expostas de concreto


através de jato de areia ou escovão de aço, até remover impurezas e
materiais soltos;
G. Com vistas à concretagem da região inferior da viga, aplicar ponte de
aderência na face transversal da viga, utilizando aditivo epóxi tipo Sikadur
341 ou similar, de acordo com orientação do fabricante;
H. Colocação de cimbramento ao longo da seção a ser concretada,
preservando acesso para concretagem, por um lado, e ‘cachimbo’, pelo
outro, para o correto adensamento do concreto – ver detalhe em planta;
I. Concretar a seção inferior da viga com a utilização de concreto grout;
J. Remover as faces laterais do cimbramento após 24h da concretagem;
K. Remover a face inferior do cimbramento após 72h da concretagem,
mantendo neste trecho uma escora central;
L. Uniformizar a espessura da Viga V7 com vistas a dar cobrimento às
armaduras de reforço transversal e obter-se espessura padrão das vigas,
nessa região, equivalente a 15 cm. Para tanto:
a. Aplicar ponte de aderência sobre as faces da Viga V7, utilizando-se
aditivo epóxi tipo Sikadur 31 ou similar, de acordo com a orientação
do fabricante;
b. Aplicar argamassa polimérica sobre a superfície da Viga V7, até
obter seção de 15 cm de espessura;

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ETAPA 02 – Planta 02
REFORÇO METÁLICO INFERIOR

A) Aplicar, energicamente, em toda a seção de concreto – agora com espessura


uniformizada – escovão de aço até remover impurezas e materiais soltos;
B) Preparar chapa metálica de reforço com 3mm de espessura, aço ASTM A-36,
com seção transversal em forma de ‘U’ para posterior fixação na Viga V7 (ver
detalhe em anexo);
C) A chapa metálica deverá ser jateada ao metal quase branco e furada conforme
indicado no detalhe anexo;
D) Utilizando as chapas pré-furadas como molde executar furos coincidentes
atravessando transversalmente a seção das vigas, face a face;
E) Retirar a chapa metálica e limpar cuidadosamente a SR, bem como a chapa
metálica. Deverão ser removidos materiais pulverulentos e materiais
gordurosos;
F) Fixar a chapa metálica sobre a Viga V7 – agora de forma definitiva –
observando:

o Aplicar ponte de aderência sobre a argamassa polimérica de


revestimento da SR, utilizando aditivo epóxi tipo Sikadur 31 ou
similar. Observar orientação do fabricante para a correta aplicação;
o Realizar a colagem da chapa sobre a SR, observando o correto
posicionamento dos furos e a realização de pressão entre as
superfícies;
o Aplicar pinos passantes com diâmetro de 12.5mm, barras
rosqueadas de aço ASTM A-36, garantindo a efetiva pressão de
aderência entre as chapas e o concreto. Apertar os parafusos
passantes utilizando porcas e arruelas;

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ETAPA 03 – Planta 02
REFORÇO METÁLICO SUPERIOR

A) Limpar energicamente as faces da seção de concreto que receberão as


cantoneiras através de jato de areia ou escovão de aço, até remover
impurezas e materiais soltos;
B) Preparar os perfis em cantoneira indicados no projeto, ver detalhe na Planta
03;
C) A cantoneira deverá ser jateada ao metal quase branco e furada conforme
indicado no detalhe anexo;
D) Utilizando as cantoneiras como molde executar furos coincidentes
atravessando transversalmente a seção das vigas, de face a face;
E) Retirar a cantoneira e limpar cuidadosamente sua interface de ligação com o
concreto. Deverão ser removidos materiais pulverulentos e materiais
gordurosos;
F) Fixar a chapa metálica sobre o concreto – agora de forma definitiva –
observando:
o Aplicar ponte de aderência sobre a argamassa polimérica de
revestimento da SR, utilizando aditivo epóxi tipo Sikadur 31 ou
similar. Observar orientação do fabricante para a correta aplicação;
o Realizar a colagem da cantoneira sobre o concreto, observando o
correto posicionamento dos furos e a realização de pressão entre as
superfícies;
o Aplicar pinos passantes com diâmetro de 12.5mm, barras
rosqueadas de aço ASTM A-36, garantindo a efetiva pressão de
aderência entre a cantoneira e o concreto. Apertar os parafusos
passantes utilizando porcas e arruelas;

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9. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Foto 1 A

Foto 1 B

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Foto 2 A

Foto 2 B

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Foto 3 A

Foto 3 B

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Foto 4

Foto 5

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Foto 6 A

Foto 6 B

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PLANTA 01

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PLANTA 02
SETEMBRO 2012 100
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PLANTA 03

SETEMBRO 2012 101


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ESTRUTURAS E SISTEMAS
ESTRUTURAIS DE AÇO

NOTAS DE AULA
AULAS 5/ 6/ 7

Prof. Eduardo Giugliani


Prof. Felipe Brasil Viegas
http://www.pucrs.br/feng/civil/professores/inicial_giugliani.htm#
2012

SETEMBRO 2012 102


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• CARACTERÍSTICAS DO AÇO:

 Produzido na siderúrgica
 Fusão em alta temperatura (1600 8C – 1700 8C)
 Insumos básicos: Ferro + Carbono + Outros Metais
 Produção exige grande consumo de energia: Arco Voltaico
 Material reciclável
 Grande parte da matéria prima – sucata
 Liga: Define as características de um tipo de aço – Proporção entre os
componentes – Equivale a “receita” para se produzir um tipo de aço.
 Resistência mecânica varia com a liga

Exemplo diagrama tensão x deformação do aço

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PROPRIEDADE AÇO CONCRETO

PESO ESPECÍFICO 77 KN/m3 25 KN/m3

COEFICIENTE DE
DILATAÇÃO TÉRMICA 12 . 10-6 / 8C 10 . 10-6 / 8C

MÓDULO DE 20000 KN/cm2 2380 KN/cm2


ELASTICIDADE (P/ fck=25 MPa)

PARÂMETRO DE fy fck
REFERÊNCIA PARA TENSÃO TENSÃO
PROJETO ESCOAMENTO CARACTERÍSTICA À
COMPRESSÃO

QUADRO PROPRIEDADES BÁSICAS(não dependem da liga)

• PRODUÇÃO AÇO – MERCADO:


 AÇOS PLANOS: Chapas de aço. Indústria Automobilística.
Equipamentos. Perfis de aço obtidos pela dobra das chapas finas. Perfis
de aço obtidos pelo corte/solda de chapas grossas. Tubos.

 PERFIS DE AÇO: Obtidos por laminação. Peças com geometria


perfilada(I,H,U,L, etc). Estruturas metálicas. Implementos agrícolas.
Serralheria. Chassis de veículos.

 VERGALHÕES: Barras redondas obtidas pro laminação e/ou trefila.


Lisas ou com saliências(nervuras). Específicas para uso em concreto
armado ou em cabos para concreto protendido.

 AÇOS ESPECIAIS: Destinadas a produção de peças, ferramentas,


equipamentos, etc. As ligas atendem exigências especiais de
durabilidade, resistência, dureza, etc

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PRINCIPAIS LIGAS:

TENSÃO TENSÃO
LIGA ESCOAMENTO RUPTURA APLICAÇÃO
fy fu
(KN/cm2) (KN/cm2)
ASTM A-36 25 40 Perfis e chapas.
Aço mais comum para uso
estrutural
ASTM A-572 34,5 45 Perfis laminados – Padrão série W
- Açominas
ASTM A-570 23 35 Chapas para perfis dobrados a frio

ASTM A-588 34,5 48 Perfis laminados – Aço Patinável –


Resistência à corrosão
COR - 500 37 50 Perfis laminados – Aço Patinável
Série W
SAE – 1010 18 33 Aço para chapas finas – Muito
comum no mercado – Pouco
recomendado para estruturas
SAE – 1020 25 38 Aço comum para chapas finas
Usual para estruturas com perfis
dobrados a frio.
Equivale ao aço ASTM A-36
SAC - 350 35 49 Aço patinável em chapas finas.
Usado para perfis dobrados a frio
com alta resistência a corrosão
ASTM A-307 25 41,5 Aço especial para parafusos. É o
padrão mais simples para
parafusos
ASTM A-325 56 72,5 Aço de alta resistência mecânica
para parafusos. Muito usado
atualmente
ASTM A-490 89 102 Aço de alta resistência mecânica
para parafusos. Menos usual
CA-50 A 50 55 Aço para concreto armado.
Utilizado para armaduras
CA-60 B 60 66 Aço para concreto armado.Obtido a
partir do aço CA 50 A . Utilizado
para armaduras com diâmetros
menores

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• TIPOS DE PERFIS:
o PERFIS LAMINADOS

• Produzidos em siderúrgica por laminação a quente,


• Obtidos sem emendas entre as paredes,
• Dimensionados segundo a NBR 8800
• Seções típicas
> Perfil I
> Perfil H (É um I com largura igual a altura)
> Perfil U
> Perfil Cantoneira – L
(Podem ser de abas iguais ou desiguais)
> Perfil T (Seções pequenas para serralheria)
> Barra chata
> Barras Redondas

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Esquema de Laminação

Nomenclatura perfis laminados

• Identificação dos perfis:

Tipo do perfil ALTURA(mm) x PESO(Kg/m)


Ex.: I 254 x 37,4; U 203 x 17,1; W 360 x 79

Cantoneiras tem designação especial


L DIMENSÃO DA ABA(mm) x ESPESSURA(mm) ou
L DIM. ABA MAIOR x DIM. ABA MENOR x ESPESSURA
Ex.: L 127 x 9,5; L 102 x 64 x 8

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SÉRIES DE PERFIS LAMINADOS:

Conforme o padrão dos equipamentos de produção teremos diferentes catálogos


de perfis laminados, especialmente seções I e H

Série I – Identifica os perfis I, produzidos segundo padrão americano


Mesas com parede inclinada
No passado produzidos pela CSN no Brasil
Padrão mais tradicional dos perfis

Série W – Perfis I e H com mesas de espessura constante(Abas paralelas)


Produzidos atualmente pela AÇOMINAS no Brasil
Série mais utilizada atualmente dentre perfis laminados
Perfis com altura entre 150 mm e 610 mm

Série IPN - Perfis I com abas inclinadas – série européia

Série IPE - Perfis I com abas paralelas – série européia

Série HE - Perfis H com abas paralelas – série européia

PERFIS SOLDADOS OU COMPOSTOS

• Produzidos em metalúrgicas pela soldagem industrial(MIG) de


chapas de aço – Espessuras entre 6,3 mm – 40 mm
• Importante alternativa para utilização de vigas com maior altura
• Opção quando desejamos vigas com seções especiais, variáveis,
curvas, etc
• Destaca-se que a união por solda de alma e mesas não é fator de
fragilidade da seção
• Alternativa comercial quando não se tem adequado abastecimento
de perfis laminados. Material estocado é a chapa
• Perfis CVS interessantes construtivamente para apoio de lajes
prémoldadas – mesa mais larga melhora a condição de apoio

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Identificação de um perfil soldado

SÉRIES DE PERFIS SOLDADOS

PERFIS VS – VIGA SOLDADA b<< d

PERFIS CVS – COLUNA-VIGA SOLDADA b< d

PERFIS CS – COLUNA SOLDADA(H) – b = d

PERFIS DOBRADOS À FRIO

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• Obtidos pela dobragem a frio de chapas de aço relativamente finas. 1,9


mm < t < 8 mm
• Permitem a produção de perfis com as dimensões idealizadas em projeto.
São dobrados por encomenda a partir do projeto
• Produzidos em metalúrgicas. Estoque é de chapas em placas ou bobinas
• Ideais para treliças e estruturas mais leves. Tipicamente utilizados nas
estruturas de cobertura.
• Muito adotados nas estruturas na região sul do Brasil

• Preferem-se as seções que podem ser obtidas diretamente pela dobra da


chapa. Evita-se quando possível a solda
• São dimensionados segundo os critérios da NBR 14762
• Paredes esbeltas com limitação de resistência pela flambagem local das
paredes
• Alguns perfis tem dobras nos bordos das paredes para melhorar a sua
rigidez, resistindo melhor a flambagem local – “virola”

PERFIL CARTOLA DOBRADO A FRIO

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• Exemplos de seções dobradas à frio:

o Perfil U
o Perfil U enrijecido
o Perfil Cartola
o Perfil cantoneira abas iguais e desiguais
o Perfil Z
o Perfil Z enrijecido
o Perfil Sigma
o Perfil I(com solda de dois U)
o Perfil Tubo(com solda de dois U)
o Perfil Caixa(com solda de dois U enrijecidos)

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• PRINCIPAIS VANTAGENS DAS ESTRUTURAS METÁLICAS

VANTAGEM COMENTÁRIOS APLICAÇÕES


POTENCIAIS
⇒ Aço tem peso específico 3x maior que ♦ Mezaninos
ESTRUTURAS LEVES concreto Comerciais
⇒ Aço tem resistência 10x maior que ♦ Pavimentos
concreto Adicionais em obras
⇒ Utilizamos menor volume de material existentes
⇒ Cargas numa estrutura em geral temos: ♦ Plataformas sobre
o 1/3 carga utilização pisos industriais
o 1/3 fechamentos
o 1/3 peso próprio estrutura
⇒ Carga média edifício em concreto 1200
Kgf/m2
⇒ Carga média edifício em aço 900 - 1000
Kgf/m2
⇒ Importância de combinar uso com
fechamentos leves – Reduz cargas de
alvenarias. Estruturas leves sobre lajes
maiores: dry wall; divisória leves
⇒ Importante em lojas de shopping:
Mezaninos apoiados em lajes existentes

PEÇAS COM SEÇÕES ⇒ Maior resistência do material permite ♦ Reformas


MENORES trabalhar com peças menores ♦ Reforços estruturais
⇒ Conceito de estrutura de linhas. Aramado ♦ Obras com limitação
⇒ Possibilidade de obter estruturas de pé-direito
compostas – treliças ♦ Obras onde se busca
⇒ Preserva passagem da luz. Translúcida. reduzir impacto visual
Transparente. Valor arquitetônico da estrutura
⇒ Vigas com menor altura (Transparência)
⇒ Idéia de perfil em contraposição ao
elemento sólido do concreto

CAPACIDADE PARA ⇒ Possibilidade de estruturas com grandes ♦ Ginásios


VENCER GRANDES vãos livres ♦ Supermercados
VÃOS ⇒ Facilidade de treliçar ♦ Teatros
⇒ Muito importante em telhados e ♦ Cinemas
coberturas ♦ Revendas de
⇒ Vãos com até 50 m são comuns para aço veículos
⇒ Arcos com vãos maiores que 300 m ♦ Pavilhões Industriais
⇒ Explorado na cobertura de estádios de ♦ Pavilhões Agrícolas
futebol. Visão contemporânea sucedendo ♦ Shopping Centers
aos grandes estádios com cobertura de ♦ Passarelas

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concreto armado ou protendido


⇒ Vantagem importante para associar
soluções em aço com meso-estruturas de
concreto
⇒ Reduzido trabalho em obra ♦ Intervenções em
CURTO PRAZO DE ⇒ Depende pouco da condição climática indústrias
EXECUÇÃO ⇒ Não precisa aguardar prazo para entrar ♦ Lojas em shopping
em carga (contraposição ao ♦ Reforços estruturais
endurecimento do concreto) ♦ Supermercados
⇒ Permite paralelismo e simultaneidade na ♦ Pontes e passarelas
produção das peças ♦ Estruturas para
⇒ Importante em indústrias onde as obras shows e eventos
são realizadas durante paradas
programadas e curtas da atividade
produtiva
⇒ Importante em obras de shopping onde o
alto aluguel do espaço exige rápido início
da operação para viabilizar o custeio do
empreendimento
⇒ Importante em obras na via pública onde
a interrupção da circulação causa
grandes transtornos
⇒ Importante em segmentos de alta
competitividade onde a antecipação do
início da operação representa grande
ganho em faturamento cobrindo custos
adicionais na implantação
⇒ Importante na prestação de serviços para
clientes em shows e eventos quando a
utilização do espaço deve ser feita no
menor prazo viável
DISPENSA FÔRMAS ⇒ A solução não exige a construção prévia ♦ Obras com limitação
MÍNIMO OU NENHUM de uma obra provisória para sustentação de espaço em canteiro
ESCORAMENTO inicial do material ♦ Obras em locais altos
⇒ Reduz entulho e desperdício ♦ Obras sobre rios,
⇒ Otimiza o tempo de trabalho em obra lagos, etc
⇒ Torna mais eficiente o processo ♦ Obras com alto
construtivo compromisso
ecológico“green
⇒ Diminui riscos em obra
building”
⇒ Preserva madeira
⇒ Ganho de qualidade pela produção da ♦ Obras com limitação
PRODUZIDA NA estrutura em espaço industrial de espaço em
INDÚSTRIA ⇒ Evita a implantação de uma estrutura de canteiro
PRÉ-FABRICAÇÃO canteiro de obras ♦ Obras que exigem
⇒ A estrutura é um produto comprado de rapidez
um fornecedor ♦ Sinalização
⇒ Permite a implantação de um processo rodoviária
produtivo otimizado. Economia de ♦ Viadutos
energia, pessoal e material
⇒ Redução do desperdício
⇒ Redução dos serviços na obra
⇒ Menos riscos de acidente do trabalho no
canteiro

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⇒ Facilidade nas uniões com soldas e ♦ Ampliações


FACILIDADE PARA conectores para solidarização de peças industriais
REFORÇOS complementares ♦ Hospitais
⇒ Igual capacidade à tração e compressão ♦ Reforços de
do material favorece a modificação do coberturas
sistema estrutural
⇒ Importante em indústrias onde o lay-out
de ocupação é muito dinâmico
⇒ Importante para utilização onde existe a
demanda por ampliação da capacidade
de cargas
⇒ Possibilidade de conferir a estrutura antes ♦ Estruturas para
POSSIBILIDADE DE de sua colocação no local eventos
MONTAGEM E ⇒ Facilidade para transporte ♦ Feiras
DESMONTAGEM ⇒ Importante para utilização em ♦ Arquibancadas
elementos(paredes, telhados, portões) ♦ Show rooms
que possam exigir remoção para ♦ Painéis publicitários
passagem de equipamentos, veículos, ♦ Proteção para
reservatórios, etc. Manutenção. equipamentos que
Implantação possam ser
⇒ Fundamental para obras provisórias removidos
⇒ Relevante em obras construídas em ♦ Alojamentos para
terrenos locados como quadras equipes de obras
esportivas ♦ Passarelas
⇒ Importante para campanhas publicitárias, provisórias
obras emergenciais, etc ♦ Estruturas de apoio à
construção
⇒ Importante em terrenos com baixa ♦ Obras em terrenos
FUNDAÇÕES MAIS capacidade suporte. Estacas de grande ruins
ECONÔMICAS comprimento.
⇒ Estrutura mais leve implica menos cargas
nas fundações.
⇒ Estrutura com capacidade para vencer
maiores vãos indica menos pilares e logo
menos fundações
⇒ Peças menores exigem menores blocos
de fundação

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• LIMITAÇÕES NO USO DA ESTRUTURA METÁLICA

LIMITAÇÃO COMENTÁRIO
♦ Alto consumo do aço no mercado
ALTO CUSTO DO internacional. Demanda alta implica preço alto.
MATERIAL ♦ Aço é produzido em siderúrgica. Grandes
instalações. Alto consumo de energia. Rigoroso controle de
qualidade.
♦ Compete com concreto com insumos
muito baratos(brita, areia, cimento, água) e baixo consumo de
energia. Instalação de produção simples e de investimento muito
menor que o de uma siderúrgica. As vezes produzido na própria
obra com mão de obra muito simples.
♦ Círculo vicioso. Menos uso, menor
produção, menor fator de escala, maior custo
♦ Produção de estruturas de aço exige
EQUIPAMENTOS investimento em equipamentos especializados
ESPECIALIZADOS ♦ Máquinas de solda, corte, equipamentos
para movimentação de carga, câmaras de pintura, etc
♦ Capital imobilizado em investimento
nestes equipamentos será remunerado no preço da estrutura
♦ Compete com equipamentos muito
simples para produção da estrutura de concreto: serra para formas,
colheres, chaves de dobra de armadura, vibradores, etc. Menor
investimento e custo de manutenção
♦ A utilização de equipamentos
MÃO DE OBRA especializados exige mão-de-obra qualificada. Técnicos
ESPECIALIZADA ♦ Padrão de operários exige investimento
em treinamento
♦ Requer maior remuneração
♦ Exige manter o funcionário – pelo
investimento realizado nele – mesmo em períodos de baixo serviço.
Custo fixo.
♦ Profissional qualificado e treinado mais
raro no mercado. Aquecimento de mercado, eleva competitividade
entre empresas. Rotatividade de mão-de-obra. Aumento dos
salários para manutenção do quadro funcional
♦ Compete com a mão-de-obra mais
simples da pirâmide social: operário da construção civil: baixa
remuneração, baixa escolaridade, raro treinamento, fácil de repor,
facilmente dispensável em períodos de baixa no mercado
♦ A estrutura é fabricada fora do canteiro
INSTALAÇÕES logo numa instalação industrial. Custo de implantação e
INDUSTRAIS manutenção
♦ Exige grandes espaços físicos. Peças
grandes. Veículos de transporte
♦ Custo organizacional de empresa: Luz,
telefone, computação, contabilidade, impostos, refeitório, etc
♦ Compete com a industria de produção da
estrutura de concreto que tem a obra como sua sede operacional.
Trabalha na casa do cliente. Não tem instalação industrial e nem

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seus custos. As vezes tem um depósito.


♦ Como a estrutura de aço é um produto,
industrializado, é sujeito à tributação
♦ Projetos de estrutura metálica são desenvolvidos em cotas
PROJETO MAIS milimétricas
RIGOROSO E ♦ Todas as ligações entre as peças exigem detalhamento rigoroso e
DETALHADO trabalhoso
♦ Exige maior tempo de trabalho e hoje é menos automatizado
♦ Tem custo maior
♦ A produção das peças fora de sua posição na obra exige maior
rigor no controle do projeto. Não se percebe na fase de produção o
erro de cota, de posição, etc
♦ Como é um trabalho muito especializado tem menor quantidade de
profissionais atuando neste segmento no mercado. Implica
elevação do custo do projeto especialmente em situações de
mercado aquecido
♦ A peça produzida na industria precisa ser levada à obra!
TRANSPORTE DA ♦ Exige caminhões grandes.
FÁBRICA À OBRA ♦ Tamanho e peso das peças pode exigir várias cargas
♦ Condições de acesso ao local dependem, muitas vezes, de
negociação com autoridade pública e só autorizada em horários
especiais(noite, madrugada) com remuneração de operários mais
elevada
♦ Investimento em frota própria ou custo de frete que será
remunerado no custo da estrutura
♦ O ferro presente no aço é muito reativo e tende a reagir com o
CORROSÃO oxigênio na presença de umidade formando oxido de ferro –
ferrugem ou sais por ação de outros agentes agressores(gases
industriais, maresia, enxofre de escapamento)
♦ Peças esbeltas podem perder grande quantidade de material em
pouco tempo, oferecendo risco à segurança da estrutura
♦ Custo da proteção pode chegar a 25% do custo da estrutura
♦ Exige manutenção ao longo da vida útil da obra
♦ Um bom projeto pode minimizar os danos por corrosão
♦ Sistemas de proteção:
o Pintura: Depósito de filme de tinta impedindo o acesso ao
aço. Diversas resinas: Sintética, Epóxi, Poliuretano, etc.
Durabilidade depende da resina e da agressividade do
meio
o Galvanização: Banho de zinco criando uma película que
se liga ao ferro e forma camada protetora. O zinco reage
com o oxigênio mas não se desprende preservando a
película protetora. Pode ser pintada aumentando ainda
mais a durabilidade. Não admite soldagem após a
galvanização: Montagem em obra só com parafusos.
Longa durabilidade(Em geral superior a 30 anos)
o Aços Patináveis: Ligas de aço que incluem de 2 a 3% de
cobre na liga. O cobre reage com o oxigênio formando
uma camada oxidada que se mantém aderida à superfície
do metal. Se removida por raspagem torna a se formar pela
repetição da reação. Pode ser pintada. Oferta ainda reduzida
de perfis laminados em aço patinável(crescendo!).
Abundante em chapas para perfis dobrados a frio

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o Argamassas: Consiste em revestir os perfis com argamassa


criando uma barreira de proteção. Já eficiente também na
proteção ao fogo. Útil quando a estrutura não ficará
aparente. Ex.: Edifício Santa Cruz, Rua dos Andradas, Porto
Alegre
♦ A corrosão é um dos fatores que mais preocupa os que pretendem
começar a trabalhar com a estrutura metálica
♦ Quanto maior o investimento, inicial, em proteção menores os
custos em manutenções preventivas e corretivas ao longo da vida
útil da obra
♦ Lembrar que estruturas de concreto também exigem manutenção
♦ Aço perde resistência ao escoamento em temperaturas na ordem
RESISTÊNCIA AO de 500 8C
FOGO EM SITUAÇÃO ♦ Alta dilatação do material produz aumento dos esforços nas barras
DE INCÊNDIO ♦ Normas exigem tempos mínimos de resistência das estruturas de
edifícios para viabilizar a retirada das pessoas
♦ Sistemas de proteção em edifícios muitas vezes limitam o uso
arquitetônico da estrutura aparente em edifícios
♦ Principais mecanismos de proteção: barreiras termo-isolantes,
vermiculita, argamassa, placas, tintas intumescentes9aind caras
mas tendência internacional)
♦ Dimensões e peso das peças exigem equipamentos de içamento
EQUIPAMENTOS DE para carga em veículos de transporte, movimentação dentro da
MONTAGEM fábrica e, principalmente, montagem em obra
♦ Alto custo no aluguel de guindaste
♦ Alto investimento para frota própria
♦ Exige cuidadoso planejamento logísitico:
o Seqüência de Montagem
o Local para instalação do equipamento na operação
o Acesso dos caminhões de transporte
o Evitar estocagem em obra de peças grandes
o Planejar a operação de montagem
o Conferir se todas as peças e elementos de ligação foram
providenciados
o Dimensionar adequadamente a equipe de montagem
evitando tempo ocioso da máquina
o Desenvolver o projeto de fabricação das peças com o
enfoque da conveniência de transporte e montagem. Peças
muito grandes exigem transporte especial e guindastes de
maior capacidade(Muito mais caros)
♦ Lembrar: Cargas aerodinâmicas são ascencionais. Estruturas mais
MUITO AFETADAS leves sofrem mais com as cargas do vento
PELAS CARGAS ♦ Região sul do Brasil: Ventos mais intensos
AERODINÂMICAS NAS ♦ A carga do vento é a principal condicionante de custo no projeto das
COBERTURAS coberturas metálicas
♦ Especialmente em pavilhões pode levar ao surgimento de esforços de
arrancamento nas fundações. Condição muito desfavorável: Sapatas
de grande volume ou estacas tracionadas

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• SISTEMAS ESTRUTURAIS DAS COBERTURAS

TELHA


TERÇA


ESTRUTURA PRINCIPAL


PILAR


FUNDAÇÃO


SOLO RESISTENTE

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CROQUI ESTRUTURAL COBERTURAS

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DETALHE TÍPICO TRELIÇAS E APOIO TERÇAS

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• SISTEMAS ESTRUTURAIS DOS PAVIMENTOS

LAJE OU PISO


VIGAS SECUNDÁRIAS


VIGAS PRINCIPAIS


PILARES


FUNDAÇÃO


SOLO RESISTENTE

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CROQUI ESTRUTURAL MEZANINO

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TIPO:
TESOURAS
IMAGEM:

COMENTÁRIO:
♦ Funciona bem para vãos até 20 m
♦ Solução econômica
♦ Gera um plano horizontal na obra: Forros, iluminação
♦ Não produz carga horizontal significativa nos pilares
♦ Altura no centro H = L/10 a L/13
♦ Banzos são os perfis mais solicitados
♦ Funciona com inclinações maiores que 10 %

APLICAÇÕES:

♦ Obras com forro


♦ Edificações com vãos relativamente pequenos
♦ Obras mais simples
♦ Obras com telhado não aparente
♦ Muitas vezes utilizada com platibanda no contorno

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TIPO:
TRELIÇA BANZOS INCLINADOS

IMAGEM:

COMENTÁRIO:
♦ Vence vãos maiores, podendo chegar até 45 m
♦ Altura da treliça H = L / 30
♦ Os pilares precisam impedir o movimento horizontal da estrutura
♦ Empuxo para fora com carga gravitacional
♦ Empuxo para dentro com cargas aerodinâmicas
♦ Viável a utilização com inclinações menores
♦ Pode ser utilizada com altura maior ao centro, reduzindo deformações

APLICAÇÕES:
♦ Ginásios Esportivos
♦ Pavilhões onde se deseja maior pé-direito ao centro
♦ Coberturas de grande vão em geral
♦ Quadras esportivas

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TIPO:
PÓRTICO DE ALMA CHEIA

IMAGEM:

COMENTÁRIO:

♦ Consideram a rigidez conjunta dos pilares e vigas


♦ Lembrar: Modelo de pórtico permite utilizar vigas mais baixas porém pilares
mais robustos ( Na comparação com modelo vigas apoiadas)
♦ Peças fletidas exigem uniões com continuidade nas mesas
♦ Podem ter aberturas na lama para devolver transparência arquitetônica ao
conjunto
♦ Em geral, nas coberturas são menos econômicos do que treliças
♦ Permitem formas arrojadas
♦ Rotulados na base economizam na fundação. Pilares mais delgados no pé.
♦ Pórticos de coberturas h = L /28 – Pavimentos h = L / 25 a L/22

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APLICAÇÕES:

♦ Estruturas com grande vão livre


♦ Soluções de arquitetura com geometria especial
♦ Estruturas onde a redução de altura da viga para ganho de pé-direito seja
relevante

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TIPO:
PÓRTICO TRELIÇADO
IMAGEM:

COMENTÁRIO:

♦ Solução em treliça que aproveita o conceito de pórtico unindo a rigidez de


pilares e vigas
♦ Usado em estruturas de coberturas
♦ Em geral rotulado na base e muitas vezes ao centro
♦ Vãos até 40 m
♦ Cantos superiores são a seção crítica – Maior altura
♦ Muito econômicos
♦ Idéias para estruturas que possam ter de ser desmontadas
♦ Altura no canto na ordem de L/25

APLICAÇÕES:

♦ Quadras esportivas de aluguel


♦ Coberturas de quadras esportivas escolares
♦ Depósitos Agrícolas
♦ Revendas de Automóveis

SETEMBRO 2012 127


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TIPO:
ARCOS
IMAGEM:

COMENTÁRIO:
♦ Estrutura muito econômica. Baixo consumo de aço
♦ Capaz de vencer vãos gigantescos (superiores a 100 m)
♦ Podem ser circulares ou parabólicos (mais comuns).
♦ Arcos parabólicos flecha central L/4 a L/6
♦ Altura da treliça h = L/35 a L/40
♦ Geram grandes esforços horizontais nos pilares
♦ Soluções para absorção do empuxo: Tirantes (ineficientes para cargas de
vento!) – Pilares de grande inércia – Bielas diagonais – Levar o arco até
próximo das fundações reduzindo braço de alavanca – Arquibancadas
♦ Exigem arquitetura compatível com conceito de cobertura curva.
Impossível esconder!

APLICAÇÕES:
♦ Silos horizontais
♦ Ginásios Esportivos
♦ Shopping Centers
♦ Indústrias

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TIPO:
COBERTURAS DE VÃOS MÚLTIPLOS - SHEDS
IMAGEM:

COMENTÁRIO:
♦ Ideal para ambientes que exijam ventilação e iluminação natural
♦ Obras com planta longa e não muito larga ( b < 20 m)
♦ Maior consumo de aço. Treliças do shed apóiam-se numa viga treliçada
principal
♦ Cuidar calhas transversais ao eixo da obra
♦ Solução clássica para indústrias
♦ Altura da viga principal treliçada entre 1,5 m e 2,5 m. Para viabilizar
iluminação e ventilação compatíveis

APLICAÇÕES:
♦ Instalações industriais
♦ Ginásios Esportivos
♦ Unidades educacionais: Laboratórios, oficinas, etc

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TIPO:
TRELIÇAS ESPACIAIS
IMAGEM:

COMENTÁRIO:
♦ Conceito de estrutura plana
♦ Consumo de aço muito elevado. Na ordem de 30 a 40 Kg/m2
♦ Duas malhas de banzos com nós defasados entre o plano superior e
inferior. Diagonais unem os nós superiores com os inferiores.
♦ Exigem solução estrutural acima do plano da treliça para definir caimento
do telhado. Usar vários pequenos caimentos para preservar aspecto
estético de estrutura plana.
♦ Observar pontos de descida das águas pluviais
♦ Altura na ordem de h = L/20 a L/25.
♦ Capazes de vencer grandes vãos
♦ Poucas empresas fabricam este tipo de estrutura
♦ Cuidar detalhe das ligações. Nós patenteados.
♦ Perfis tipicamente tubos circulares

APLICAÇÕES:

♦ Centros de Eventos
♦ Foyers de teatros
♦ Marquises
♦ Shopping Centers
♦ Aeroportos, estações férreas

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TIPO:
MEZANINOS e PAVIMENTOS
IMAGEM:

COMENTÁRIO:
♦ Em geral utilizam vigas em perfis I
♦ Podem ser aporticados
♦ Muitas vezes apoiados sobre lajes de pisos existentes. Nestes casos utilizar
mais pilares reduzindo a carga sobre o pavimento inferior. Não utilizar piso
superior em laje(muito pesado)
♦ Espaçamento das vigas depende do tipo de pavimento
♦ Principais tipos de pisos:
o Lajes Alveolares
o Lajes Treliçadas
o Lajes vigota e tavela
o Painel Wall
o Placas Compensado Naval
o Chapas de aço xadrez
o Grades industriais
o Vidros aramados

APLICAÇÕES:

♦ Mezaninos comerciais em shopping centers


♦ Plataformas industriais
♦ Pavimentos de acesso à instalações em obras de restauro
♦ Mezaninos de bares nas reformas de antigas residências
♦ Mezaninos internos de apartamentos e residências
♦ Obras com limitação de pé-direito
♦ Pavimentos de edifícios de escritórios em unidades industriais

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SOLUÇÕES PARA PISOS EM


ESTRUTURAS DE AÇO

NOTAS DE AULA
AULA 8

Prof. Eduardo Giugliani


Prof. Felipe Brasil Viegas
http://www.pucrs.br/feng/civil/professores/inicial_giugliani.htm#
2012

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• PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS METÁLICAS

Nosso objetivo neste tópico é fornecer um conjunto de noções simplificadas que


permitam o pré-dimensionamento rápido de peças em aço.

Perceba-se que estes cálculos servem para finalidades como:

 Estimativa de investimento numa solução estrutural;


 Indicação das peças num projeto de arquitetura;
 Avaliação de viabilidade técnica de uma alternativa estrutural que deverá,
depois, ser dimensionada com rigor;
 Discussão de alternativas de projeto na definição da solução estrutural mais
conveniente.

Porém, atenção, estas orientações não podem substituir o cálculo estrutural


rigoroso e não devem ser elemento de projeto e especificação para a
execução da estrutura!

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PRÉ-DIMENSIONAMENTO À TRAÇÃO
CONCEITO:

COMENTÁRIOS:

• Aço tem grande resistência à tração


• No cálculo rigoroso é importante a verificação do escoamento da seção
bruta e da condição de ruptura nas seções com furos

UTILIZAÇÃO:

• Tirantes
• Barras de treliça
• Contraventamentos

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PRÉ-DIMENSIONAMENTO À COMPRESSÃO
CONCEITO:

COMENTÁRIOS:

• Barras de aço são muito esbeltas e tem sua capacidade muito limitada
pela flambagem
• Lembrar que a flambagem é uma instabilidade que depende da geometria
das barras, principalmente. Maior λ => Maior risco flambagem => Menor
capacidade de carga
• λ = Lfl / r
• Lfl – comprimento livre de flambagem depende da vinculação da barra.
Para reduzir comprimento de flambagem utilizar contraventamentos
• r – raio de giração é uma relação entre a inércia e a área da barra. Para
melhorar r, sem aumentar a área(consumo de aço) utilizar pilares
compostos

UTILIZAÇÃO:

• Pilares
• Barras de treliça

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PRÉ-DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO
CONCEITO:

COMENTÁRIOS:

• Capacidade de carga das vigas depende do escoamento da seção mas,


principlamente, depende da flambagem lateral
• A eficiência e a economia de uma viga depende muito de suas contenções
laterais
• Elementos fletidos têm sua capacidade de carga muito condicionada pela
altura da seção. H viga de aço = L/16(vigas bi-apoiadas) ou L/18(vigas
contínuas)
• A utilização de aço mais resistentes, em geral, é pouco útil no
dimensionamento de vigas pois o projeto é muito condicionado pelas
deformações.
• Para projetar vigas verificar sempre resistência e deformações

UTILIZAÇÃO:

• Vigas de pavimentos
• Terças de cobertura

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PRÉ-DIMENSIONAMENTO PARA
DEFORMAÇÕES À FLEXÃO
CONCEITO:

COMENTÁRIOS:

 É comum que as deformações condicionem o projeto das peças fletidas


 Lembrar que a flecha cresce com a potencia quarta do vão!
 Em terças de cobertura a norma permite utilizar flecha admissível L/180

UTILIZAÇÃO:

 Em todas as barras submetidas à flexão

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• LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS METÁLICAS

MEIOS DE LIGAÇÃO

 SOLDA:
o Ligação obtida pela fusão das superfícies que se deseja unir.
o Exige elevar a temperatura do aço, na região a soldar, para
1600 C – 1700 C
o Na construção civil solução mais comum solda de eletrodo
o Exige preparação da superfície, limpeza e isento de umidade
o Minimiza o uso de chapas de ligação
o Permite corrigir pequenas imperfeições
o Não permite montagem e desmontagem
o Destrói camada de pintura na região soldada
o Não exige furação das peças
o Recomendada para ligações na industria

 CONECTORES:
o Pinos que atravessam as peças metálicas através de uma
furação prévia
o Antigamente: Rebites(Exigiam furação mas não permitiam
desmontagem)
o Atualmente: Parafusos
o Podem ser de aço comum(ligações mais simples e peças
secundárias) utilizando aço ASTM A-307
o Para peças principais utilizam aço ASTM A-325 com alta
resistência mecânica
o Exige projeto e execução muito precisas
o Detalhamento das ligações com chapas de união e posição dos
furos
o Quando viável utilizar furos alongados facilitando a montagem
o Recomendado para as uniões realizadas na obra

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• DETALHES TÍPICOS DE LIGAÇÕES

• LIGAÇÕES FLEXÍVEIS: Chamamos de ligações flexíveis aquelas que


não transmitem momentos fletores entre as peças. Isto é, não impedem
de modo absoluto o giro relativo entre as seções – vigaxviga; vigaxpilar;
pilarxbloco de fundação, etc. Quando mais rigorosa for a condição de
cálculo para assegurar o giro livre entre as peças tanto mais eficiente
deverá ser a união. É comum que se utilizem pinos funcionando como
eixos em apoios rotulados de arcos e pórticos, por exemplo. Nos casos
mais simples concentramos os parafusos próximos ao eixo da peça
onde eles não podem impedir a flexão da seção.

• LIGAÇÕES RÍGIDAS: Chamamos de ligações rígidas aquelas que


solidarizam plenamente duas ou mais barras estruturais assegurando a
plena transmissão dos esforços entre as seções. São mais complexas e
mais caras, porém podem ser importante aliado do projetista na redução
das seções e na economia geral do projeto. São utilizadas, por exemplo,
na emenda de vigas; nós de pórtico e vinculação de pilares engastados
na base.

O conjunto de exemplos, a seguir, permite-nos observar diferentes tipos de


ligações estruturais e sua concepção.

BASE RÍGIDA DE PILAR


OBSERVAR: SÓCULO EM CONCRETO
SAÍDA DO PLUVIAL
CABO ATERRAMENTO
SAÍDA ELÉTRICA

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BASE RÍGIDA COLUNA CIRCULAR


OBSERVAR: SÓCULO EM CONCRETO
CHAPAS METÁLICAS

LIGAÇÃO COM APOIO DESLIZANTE


OBSERVAR: ROLETE SOBRE PILAR CONCRETO(Gigantinho)

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LIGAÇÃO COM APOIO DESLIZANTE


OBSERVAR: USO FURO ALONGADO(Araújo Viana)
CABOS TENSIONAMENTO LONAS

BASE FLEXÍVEL PILAR I INCLINADO


OBSERVAR: PARAFUSO NO EIXO DE GIRO
SÓCULO EM CONCRETO

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BASE ROTULADA PARA PÓRTICO


OBSERVAR: CHUMBADORES NO CONCRETO
PINO DE GIRO FIXADO EM CHAPAS

BASE ROTULADA PARA ARCO


OBSERVAR: BLOCO CONCRETO SALIENTE COM FACE INCLINADA

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APOIO ROTULADO PARA PILAR COMPOSTO


OBSERVAR: UNIÃO DAS PEÇAS EM DIREÇÃO A UM PONTO CENTRAL
(Araújo Viana)

LIGAÇÃO REBITADA
ANTIGO MODELO DE UNIAO DE ELEMENTOS METÁLICOS
(Cais do Porto)

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RÓTULA CENTRAL EM ESTRUTURA DE ARCO


OBSERVAR: FACILIDADE DE MONTAGEM
ESCORAMENTO PROVISÓRIO PARA INSTALAÇÃO
VIGAS TRELIÇADAS P/ TRAVAMENTO ARCOS

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NÓ DE TRELIÇA ESPACIAL
OBSERVAR: QUANTIDADE DE PARAFUSOS E PEÇAS

NÓ DE TRELIÇA ESPACIAL COM ESFERA


OBSERVAR: SOLUÇÃO PATENTEADA (Aeroporto Salgado Filho)

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APOIO MEZANINO EM PILAR CONCRETO


OBSERVAR: MÍSULA DE APOIO NO PILAR
PROBLEMA EXECUTIVA – AUSÊNCA CHUMBADORES NA CHAPA
(Hotel em Buenos Aires)

LIGAÇÃO FLEXÍVEL ENTRE VIGAS COM SOLDA NA ALMA


OBSERVAR: RECORTE NA MESA DA VIGA PARA EXECUÇÃO LIGAÇÃO

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LIGAÇÃO FLEXÍVEL ENTRE VIGAS


OBSERVAR: CANTONEIRA E PARAFUSOS NA ALMA
FACE INFERIOR DA LAJE STEEL DECK

LIGAÇÃO FLEXÍVEL ENTRE VIGA E PILAR


OBSERVAR: PARAFUSOS E CANTONEIRA NA ALMA
FIXAÇÕES DE VIGAS NA ALMA E NA MESA DO PILAR
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E ELÉTRICAS – COMPATIBILIDADE PROJETO

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LIGAÇÃO RÍGIDA COM FLANGES


OBSERVAR: DETALHE DAS PEÇAS DE LIGAÇÃO PRODUZIDAS FÁBRICA
(Pórticos de Sinalização Rodoviária)

LIGAÇÃO RÍGIDA ENTRE VIGAS


OBSERVAR: DETALHE DA EMENDA DE VIGA COM TALA
GARANTIR CONTINUIDADE À FLEXÃO

DIAMETRO PARAFUSOS ASTM A-307 PARAFUSOS ASTM A-325


mm pol TRAÇÃO CORTANTE TRAÇÃO CORTANTE
KN KN KN KN
12,5 1/2 18,0 9,3 36,2 17,5

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16 5/8 28,9 14,1 57,8 28,0


20 3/4 45,5 23,5 91,1 44,2
22 7/8 56,3 29,0 112,8 54,7
25 1 72,2 37,3 144,6 70,2
32 1 1/4 114,4 59,2 229,0 110,9
38 1 1/2 166,0 75,8 332,0 160,0

QUADRO RESUMO RESISTÊNCIA DOS PARAFUSOS


- VALOR ADMISSÍVEL JÁ CONSIDERADOS OS COEF. SEGURANÇA –
- USE PARA COMPARAÇÃO O VALOR ATUANTE SEM MAJORAÇÃO –

LEMBRAR ⇒ DISTÂNCIA MÍNIMA ENTRE


CENTROS DE FUROS = 3x DIÂMETRO

DISTÂNCIA MÍNIMA FURO E BORDA DA


CHAPA ≈ 1,75x DIÂMETRO

• CHUMBADORES:

• PRÉ-FIXADOS: Barras de aço, em geral rosqueadas, deixadas imersas


na massa de concreto, antes da concretagem. São calculadas
considerando-se a resistência da barra de aço e a tensão de aderência
da barra na ancoragem ao concreto armado.

• PÓS-FIXADOS: Barras de aço fixadas na massa de concreto já


endurecida mediante a realização de furos com broca apropriada.
Podem ser de ancoragem mecânica – quando ao serem fixadas abrem
presilhas de aço dentro do furo criando uma ancoragem junto a parede –
ou químicos quando a aderência entre a barra de aço e o concreto é
obtida pela utilização de uma resina química (tipicamente resina vinílica
ou epóxi – esta mais usada para fixação de esperas de armaduras de
concreto ). Os chumbadores químicos são mais utilizados atualmente,
observando-se que conseguem transferir esforços para o concreto ao
longo de todo o comprimento reproduzindo o modelo de transferência de
esforços que temos na aderência dos chumbadores pré-fixados.

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• Atenção:
Para plena capacidade de carga dos chumbadores deve-se respeitar
uma distância mínima entre chumbadores e entre chumbador e borda do
concreto igual a 1,5 vezes o embutimento do chumbador. Para situações
que não atendam essa condição devemos reduzir a capacidade de
carga conforme manual do fabricante.

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DIÂMETRO EMBUTIMENTO TRAÇÃO CORTE


mm KN KN
89 9,4
9,5 mm 133 9,4 5
178 9,4
108 16,7
12,7 mm 162 16,7 9
216 16,7
127 20,5
16 mm 184 26,1 13,5
254 26,1
168 32,7
20 mm 254 37,6 20
337 37,6
168 36,2
22 mm 254 51,2 26
337 51,2
210 49,1
25 mm 314 66,9 34,5
419 66,9
305 95,9
32 mm 381 104,5 54
457 104,5

QUADRO DE CAPACIDADE LIMITE PARA


CHUMBADORES QUÍMICOS
RESINA VINÍLICA – BARRA AÇO COMUM(ASTM A-36)
CONCRETO FCK = 20 MPa
(Ref. Catálogo Hilti)

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ESTRUTURAS PRÉ-FABRICADAS EM
CONCRETO

AULA 9 – I PARTE

Prof. Eduardo Giugliani


Prof. Felipe Brasil Viegas
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• ESTRUTURAS PRÉ-FABRICADAS DE CONCRETO


Características – Vantagens – Limitações

 Permite combinar o custo favorável do material concreto com as vantagens


da produção da estrutura em fábrica. Fora de sua posição final
 Reduz, muito, prazos de execução
 Permite grande ganho na qualidade de acabamento das peças

o Formas com melhor qualidade
o Melhor condição de adensamento
o Proximidade entre a dosagem do concreto e aplicação
o Uso de cura a vapor
 Viabiliza o uso competitivo do concreto protendido
 Permite a utilização de peças com seções geométricas especiais pelo uso
de fôrmas metálicas – Seções I, Trapezoidas, Telhas V, Telhas W
 Incrementa o máximo vão livre viável com a tecnologia de concreto
 Principais limitações:

o Exige transporte de peças relativamente pesadas


o Exige grandes e caros equipamentos de montagem
o Exige projeto rigoroso e cuidadoso
o Induz a existência de muitas juntas estruturais e construtivas na obra
o Inclui no processo o custo da unidade industrial na comparação com
o concreto moldado in-loco
o Exige a inclusão na estrutura de peças especiais de ligação como
consoles curtos; blocos cálice(castiçal); almofadas de elastômero
o Exige um planejamento logístico para montagem, içamento, fixação
das peças. Previsão de alças de içamento; furos de montagem,
groute para fixação, etc.

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• PRINCIPAIS TIPOS DE PEÇAS PRÉ-FABRICADAS

 LAJES: Placas Alveolares(Em geral moduladas em larguras típicas na


ordem de 120 cm – Prever capa de concreto com 4 a 5 cm de espessura –
Vãos ideais na faixa de 7 a 8 m); Placas Pi ( Vencem vão maiores – 15 m –
Também utilizam capas de concreto in-loco); Painéis para lajes
treliçadas(Uso de EPS no enchimento – concretagem de nervuras em obra
– Vãos ideais na faixa de 6 a 7 m)

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 VIGAS: Seções I, Retangulares, Trapezoidas. Peças


simplesmente armadas e peças protendidas. Capacidade de protensão
limitada pelo tipo das cordoalhas usadas pelo fabricante e pela capacidade
da pista de protensão. Em geral procurar adequar o projeto ao padrão de
fôrmas da indústria ( Menor custo e melhor qualidade pelo uso das fôrmas
padronizdas metálicas)

 PILARES: Em geral de seção retangular. Comprimentos máximos sem


emendas, preferencialmente limitados a 14 m – condição de transporte
comum. Podem ser produzidos em peças de até 24 m. Avaliar sempre:
Peso da peça para transporte; peso da peça para equipamentos de
movimentação na fábrica e no canteiro; Dimensões da peça para acesso ao
canteiro quando usa transporte especial(muito caro e complexo!). É viável a
emenda de pilares com elementos metálicos na interface e solda. Condição
crítica de projeto: Adequar os níveis dos consoles onde serão apoiadas as
vigas.

 ESCADAS: Preferir em geral escadas padronizadas em lances retos.


Escadas com planta U

 DEGRAUS DE ARQUIBANCADAS

 GALERIAS DE DRENAGEM

 MUROS DE ARRIMO

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DETALHE TÍPICO DE APOIO VIGA – PILAR


OBSERVAR: PINOS DE ANCORAGEM
CONSOLES GEOMETRIA QUALQUER

• BLOCOS DE APOIO DOS PILARESCÁLICES OU CASTIÇAIS

DESENHO MOSTRANDO AS PRINCIPAIS INFORMAÇÕES PARA ANCORAGEM

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• CRITÉRIO PARA DETERMINAR O EMBUTIMENTO DO


PILAR NO BLOCO ( NBR 9062/2006)

L em b = 1,5 h para M / ( N . h) ≤ 0,15

L em b = 2,0 h para M / ( N . h) ≥ 2,00

Interpolar para valores intermediários da relação

Onde:

M – Momento atuante na base do pilar


N – Esforço normal atuante na base do pilar
h – Dimensão do pilar na direção do Momento
L em b não pode ser inferior a 40 cm

ATENÇÃO: O valor de embutimento poderá ser reduzido por um fator 0,8 se


utilizarmos saliências – rugosidades com altura mínima de 1 cm em faixas de 10
cm – nas faces do pilar e do bloco.

Para dimensionamento das armaduras dos cálices utilizar modelo de console


curto. Ver formulações no item 6.4 da NBR 9062/06

• ALMOFADA DE ELASTÔMERO (NEOPRENE):

 Servem para reduzir o atrito nas interfaces entre as peças


 Muito importantes no dimensionamento dos consoles curtos. Evitam
patologias. Diminuem as armaduras de tração na mísula
 Como referência adotar uma tensão admissível de 7 MPa para neoprene
não fretado com espessura de 1 cm.
 Para neoprene fretado (com chapa metálica entre as camadas de
elastômero) utilizar uma tensão de 11 Mpa
 Para cálculo rigoroso ver Anexo A NBR 9062/2006

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ESTRUTURAS DE MADEIRA

AULA 9 – II PARTE

Prof. Eduardo Giugliani


Prof. Felipe Brasil Viegas
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• MADEIRA – CARACTERÍSTICAS:

 Material estrutural de origem natural


 Importante valor arquitetônico
 Questão Ambiental como limitante ao uso
 Crescimento das opções de madeira de reflorestamento – Madeira
licenciada
 Observar grande diversidade nas propriedades mecânicas – Madeira não
é uma material único!
 Resistência diferente em função da direção da solicitação. Fibras
 Madeira sobre deformação lenta
 Matéria orgânica teme ataques de bactérias (apodrecimento); insetos
(cupins); roedores e fungos. Importância do tratamento
 Baixo peso próprio em função da boa capacidade estrutural
 Limitação na capacidade de carga das ligações. Possibilidade de uso
combinado com o aço. Peças de ligação
 Vem sendo beneficiada com o avanço das tecnologias de
reprocessamento do material. Ex.: MDF
 Principais usos na construção civil atual: Mezaninos residenciais e
comerciais; estruturas de telhado (residências); decks de piscina. Obras
de arquitetura onde se busquem efeitos como ambiente acolhedor,
aconchego;

• PRINCIPAIS FORMAS ESTRUTURAIS DE USO DAS PEÇAS DE


MADEIRA
Peças de seção composta: Quando utilizamos a combinação de peças de
madeira serrada unidas, obtendo elementos com maior área, inércia, altura, etc,
conforme a necessidade que se pretenda atender. É uma opção ainda limitada
pela dimensão dos elementos componentes e pelas soluções de ligação entre os
elementos componentes. São exemplos desta alternativa vigas com formato de I;
pilares com peças justapostas e vigas formadas por tábuas justapostas.

Peças de madeira colada: Caracterizam-se por peças obtidas pela colagem


industrial de lâminas de madeira com espessura inferior a 30 mm formando peças
de grandes dimensões, tais como vigas e pórticos. Apresentam grande
flexibilidade de utilização podendo ser produzidas a partir de madeira de
reflorestamento; ser empregadas em elementos curvos; incorporarem elementos
metálicos para facilidade nas ligações e representam uma tendência futura para

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uso da madeira, sobretudo em grandes projetos arquitetônicos


utilizando a madeira. Seu emprego é comum na Europa - especialmente na
Alemanha – e nos Estados Unidos. No Brasil seu uso vêm crescendo com a
ampliação das indústrias capazes de produzirem as peças em madeira colada e
com a redução de custos.

Estruturas treliçadas: Trata-se de uma das mais tradicionais opções de


utilização da madeira em estruturas de grandes vãos. São adotadas em obras que
vão desde telhados residenciais até coberturas de galpões, ginásios, teatros. O
conceito de estrutura treliçada baseia-se na combinação de barras retas – peças
de madeira serrada ou mesmo peças compostas de madeira serrada - unidas em
nós, formando um reticulado rígido.

GINÁSIO COM ESTRUTURA EM PÓRTICOS DE MADEIRA LAMINADA COLADA


(Bagé – RS)

ESQUEMA ESTRUTURAL DE TELHADOS

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COBERTURA CURVA EM MADEIRA LAMINADA COLADA

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• TELHADOS EM MADEIRA SERRADA


ESTRUTURAS DOS TELHADOS EM MADEIRA: A definição das peças que
compõem a estrutura de um telhado de madeira, espaçamentos e vãos são
condicionadas pelo tipo e tamanho da telha que será utilizada; pelo tipo de
madeira que será empregada e, naturalmente, pelo dimensionamento estrutural.

SISTEMA ESTRUTURAL EM FUNÇÃO DO TIPO DA TELHA:

TELHA CERÂMICA  RIPA CAIBRO  TERÇA  TESOURA

TELHA ONDULADA  TERÇA  TESOURA

A – DISTÂNCIA ENTRE RIPAS 32 a


40 cm

B – DISTÂNCIA ENTRE TERÇAS 150


a 160 cm

C – DISTÂNCIA ENTRE CAIBROS 50


a 60 cm

DIMENSÕES TÍPICAS DAS PEÇAS: A tabela seguinte mostra as dimensões


típicas das peças que compõe a trama do telhado. Vale lembrar que as peças que
fazem parte da tesoura são obtidas pelo dimensionamento estrutural atendendo as
solicitações e deformações admissíveis conforme prescristo nas normas técnicas
específicas.

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DIMENSÕES ESPAÇAMENTO
PEÇA USUAIS USUAL
5 cm x 1 cm Varia com a dimensão da
RIPA 5 cm x 1,5 cm telha – medir na obra
3 cm x 1,5 cm 32 cm – 40 cm
4 cm x 1,5 cm
5 cm x 6 cm
CAIBRO 5 cm x 7 cm 50 cm a 60 cm
6 cm x 8 cm
6 cm x 12 cm 1,50 m – 1,60 m
(telhas cerâmicas)
TERÇA 6 cm x 16 cm
1,80 m – 2,20 m
8 cm x 16 cm (telhas onduladas)
(confirmar cálculo
estrutural)
Quadro externo
(linha e perna) 2,80 m – 3,50 m
8x16/10x20/12x20 cm (telhas cerâmicas)
Elementos internos
TESOURA (pendurais e escoras) 4,00 m – 5,50 m
8x8 / 8x12 / 8x16 / (telhas onduladas)
10x10 cm
(confirmar cálculo
estrutural)

NOMENCLATURA TÍPICA DAS PEÇAS DE UM TELHADO DE MADEIRA: A


figura a seguir – obtida na bibliografia indicada ao final – resume bem a
identificação usual das principais peças que compõe as treliças de madeira para
os telhados e seus elementos correlacionados. Destaque-se que essa
nomenclatura não é única ou padronizada, variando conforme a região do país e a
origem de seus habitantes. Indicamos variações mais conhecidas e referidas por
diferentes autores. Algumas delas são bastante antigas e podem ser consideradas
raras ou em desuso.

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ITENS 1 a 5 – TRAMA : Composta pelos elementos que serão suportados pela


treliça de cobertura
ITEM 1 – RIPAS: Peças pequenas, pregadas sobre os caibros, onde fixam-se
as telhas
ITEM 2 – CAIBROS: Elementos pouco maiores que as ripas destinados a
apoiá-las sendo fixados nas terças
ITEM 3 – TERÇA DE CUMEEIRA: Viga apoiada entre as treliças que fica no
ponto mais alto do telhado.

ITEM 4 – TERÇAS: Vigas apoiadas sobre os nós da treliça que sustentam os


caibros.
ITEM 5 – TERÇA DE CONTRAFRECHAL: Terça da parte inferior do telhado
ITEM 6 – FRECHAL: Viga de madeira colocada sobre a alvenaria para apoio
das treliças e amarração de suas extremidades.
Atualmente é pouco utilizado tendo sido substituído pelas
cintas de concreto no topo das paredes. A treliça é apoiada
sobre a cinta, adotando-se apenas um coxim de madeira
para nivelamento da estrutura.

ITEM 7 – CHAPUZ: Pedaço de madeira triangular, pregado no banzo superior

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da tesoura para fixação da terça sobre o nó


ITEM 8 – PERNA / BANZO SUPERIOR / ASNA / EMPENA / LORÓ: Barras
inclinadas que definem o caimento do telhado e formam a
parte superior do quadro treliçado.
ITEM 9 – LINHA / BANZO INFERIOR / TIRANTE / TENSOR / OLIVEL /
ARROCHANTE: Barra horizontal que une os extremos da treliça e define a
parte inferior do quadro treliçado.
ITEM 10 – PENDURAL CENTRAL / PENDURAL: Barra vertical no eixo de
simetria central, posicionado sob a cumeeira.
ITEM 11 – ESCORAS: Barras diagonais unindo os nós superiores e inferiores
ITEM 12 – PONTALETES / MONTANTES / PENDURAIS / SUSPENSÓRIO:
Barras verticais que unem os nós superiores e inferiores.
ITEM 13 – ESTRIBOS: Peça metálica de ligação que abraça a linha da treliça.
ITEM 14 – COBREJUNTA: Peça metálica superposta na face do elemento de
madeira para colocação dos parafusos passantes.
ITEM 15 – TESTEIRA OU ABA: Tábua de madeira que faz o acabamento de
extremidade do telhado unindo os caibros
ITEM 16 – MÃO FRANCESA: Elemento diagonal utilizado para reduzir o vão
das terças e estabilizar lateralmente as treliças.

DETALHE DO ESTRIBO

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ESTRIBO METÁLICO EM GALPÃO CENTENÁRIO DE FAZENDA GAÚCHA


(Pedras Altas – RS)

COLOCAÇÃO DAS TELHAS: As telhas cerâmicas são apoiadas sobre as ripas e


colocadas a partir do beiral em direção à cumeeira, superpondo-se a telha da nova
fiada sobre a anterior. Usualmente a telha de beiral é apoiada sobre um ripa de
altura dupla ou sobre a testeira do bordo. As telhas do beiral podem ser
argamassadas entre si, evitando-se o risco de que ventos mais fortes possam
iniciar por este bordo de ataque um processo de destelhamento. Igualmente
podem ser argamassadas as peças de acabamento superior posicionadas na
cumeeira. As telhas onduladas são fixadas diretamente sobre as terças, não
existindo ripas ou caibros. Estas telhas são fixadas com ganchos especiais que
abraçam a peça de madeira ou com parafusos galvanizados de rosca soberba ou
pregos especiais galvanizados. Como essas peças perfuram a telha devemos
vedar a abertura com arruelas metálicas e massa plástica.

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ESQUEMA DE APOIO DAS TELHAS

Os detalhes a seguir exemplificam detalhes de platibandas e beirais, com vários


tipos de calhas.

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• CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAMENTO DAS PEÇAS DE


MADEIRA

 NORMA TÉCNICA DE REFERÊNCIA: NBR 7190/97

 TENDÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE CLASSES DE MADEIRA FUNÇÃO


DE SUA RESISTÊNCIA CARACTE’RÍSTICA À COMPRESSÃO Fck.
PERMITE A SUBSTITUIÇÃO DE ESPÉCIES DE MADEIRA DENTRO DA
MESMA CLASSE

 QUANDO UTILIZAMOS UMA ESPÉCIE DEFINIDA OBTEMOS O fck A


PARTIR DA RESISTÊNCIA MÉDIA DOS ENSAIOS

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Fck = 0,7 x Fcm (compressão)

Ftk = 0,7 x Ftm (tração) ou

Ftk = 1,3 x Fck

CLASSE DICOTILEDÔNEAS CONÍFERAS


Mpa => Fck Ftk E Fck Ftk E

C20 20 26 9500 20 26 3500

C25 25 32,5 8500

C30 30 39 14500 30 39 14500

C40 40 52 19500

C50 50 65 24500

• TENSÕES ADMISSÍVEIS NA MADEIRA

 COMPRESSÃO: Fcd = Kmod . Fck / 1.4


 TRAÇÃO: Ftd = Kmod . Ftk / 1.8
 MÓDULO DE ELASTICIDADE: Eef = Kmod. E
 VALOR DE KMOD:

KMOD = KMOD1. KMOD2. KMOD3

(parâmetros que dependem da carga, umidade e tipo da madeira)

• VALORES USUAIS DE KMOD:


o Umidade Média Ambiente ≤ 75% KMOD = 0,56
o Umidade Média Ambiente > 75% KMOD = 0,45

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