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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES.

Uma visão neurociêntifica do TDAH no cotidiano escolar.

Por: Priscila Ramos Barbosa

Orientador
Professora Marta Pires Relvas

Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES.

Uma visão neurociêntifica do TDAH no cotidiano escolar.

Apresentação de monografia à Faculdade integrada


AVM como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Neurociência Pedagógica.
Por: Priscila Ramos Barbosa.
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AGRADECIMENTOS

.... Aos meus pais e minha avó que


tanto acreditaram em meu sonho e que
em todos os momentos torceram por
mim.
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DEDICATÓRIA

.... Dedica-se esta monografia a meu


namorado que ficou noites em claro lendo
meu plano de pesquisa e que por muitas
vezes deixou de se divertir para apoiar
meu sonho...
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RESUMO

Este presente trabalho visa mostrar que em pleno século 21, pode–se

observar que muitos profissionais da área de educação ainda sentem

dificuldades ao lidarem com crianças e jovens portadores de dificuldades de

aprendizagem, inclusive com um dos transtornos mais comuns que é o TDAH.

Seria de muita importância que os profissionais de educação pudessem

conhecer aspectos importantes para que possam atuar de uma melhor forma

em ambiente escolar, como conhecer os sintomas e as áreas cerebrais

afetadas em uma criança com TDAH, que muitas das vezes são

desconhecidas e questionar como possíveis praticas em sala de aula

relacionadas ao cérebro podem auxiliar a este transtorno, observando a

importância das funções executivas do cérebro relacionadas as praticas diárias

e o reforço positivo, aumentando a auto-estima do sujeito, pois quando

apredemos com emoção e prazer tudo poderá ficar mais fácil .

Sendo assim, pais e professores poderão se sentir mais seguros ao

lidarem com as diferenças e dificuldades de que seus filhos possuem para

aprender. E de como é fantástica a capacidade de cada uma destas crianças

quando se sentem encorajados e capazes.


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METODOLOGIA

Este presente trabalho será realizado em diversas fontes : sites da internet

específicos como:

ABDA(associação brasileira do déficit de atenção),(www.tdah.org.br) revistas

mente e cérebro (serie -doenças do cérebro),entrevistas com profissionais

da área(professores,psicopedagogos,neuropediatras,nutricionistas

especializados,fonoaudióloga) afim de observar a importância da neurociência

em conjunto com diversas áreas para um melhor auxilio no tratamento deste

transtorno.

livros:

• No mundo da lua –perguntas e respostas sobre transtorno do deficit de

atenção com hiperatividade em crianças adolescentes e adultos Paulo

Matos,7ª Ed.São Paulo : Lemos Editorial,2007.

• .Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade Russel Barkley,.Artmed

editora,2002.

• Transtorno de aprendizagem-uma abordagem neurobiológica e

multidisciplinar-Ligia Ohlweller ,Rudimar dos Santos Riesgo

Neurociência e os transtornos de aprendizagem -as múltiplas eficiências para

uma educação inclusiva.3ª Ed- Rio de Janeiro:wak Ed.,2009.


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• Silva, Ana Beatriz B.Mentes inquietas- tdah:desatenção,hiperatividade e

impulsividade.Rio de Janeiro:objetiva,2009
8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - O que vem a ser viver no mundo da lua? 11


1.1- Sintomas 13
1.2- Áreas cerebrais afetadas em crianças com TDAH. 16

CAPÍTULO II - Praticas escolares relacionadas as áreas cerebrais 24


2.1- Habilidades executivas x atividades escolares. 25

CAPÍTULO III – As emoções e o TDAH ( conhecendo o sistema límbico).29


3.1- Reforço positivo x reforço negativo. 32
3.2- Como os pais e professores podem lidar com um TDAH. 34

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42
9

INTRODUÇÃO
Em tempos atuais o que os educadores deparam-se em sala de aula

com maior freqüência, são os inúmeros casos de dificuldades de

aprendizagem.

Sejam em turmas de educação infantil onde o diagnóstico é menos

favorável, mas aonde se iniciam possíveis sintomas, até turmas de ensino

médio e universidades.

Estas observações são bem comuns, mas como lidar com elas?

Em primeira instancia, podem-se adquirir conhecimentos nesta área em

diversas fontes como cursos, congressos, sites da internet, etc, mas mesmo

assim muitos profissionais se deleitam em reclamações sobre seus alunos

desatentos e que vivem no mundo da lua, ao invés de procurarem meios de

como auxiliarem.

Hoje em dia um dos maiores vilões das salas de aula- o TDAH vem

esquentando o clima das escolas e a cabeça dos professores, sejam em

escolas de grande ou pequeno porte, em qualquer classe ou família, este

transtorno pode estar presente e muita das vezes ser diagnosticado

erradamente se não for observado previamente.

Umas das falas mais comuns de pais e professores são: este menino

não para quieto, não consegue se concentrar esquece-se de tudo, vive

cansado e apático, não sabemos o que fazer com ele!!!

Porém os educadores podem através de práticas pedagógicas auxiliar a

estas crianças e orientar também a todos os que tiverem envolvidos com estas,

buscando o melhor desenvolvimento para elas.


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Sabe-se que o TDAH não tem cura , mas pode-se proporcionar uma

melhor qualidade de vida a quem o possui,possibilitando um desenvolvimento

do sujeito de forma ampla e completa, inserindo dinâmicas, musicas, artes,

filmes, atividades de vida diária, em seu ambiente escolar.


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CAPÍTULO I
TDAH- O que vem a ser viver no mundo da lua?
Este é um termo muito utilizado por pais e professores de um tdah, meu
filho vive viajando “no mundo da lua.
Definição: O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade é um

transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e

acompanha o individuo por toda sua vida.

O transtorno se caracteriza por sintomas freqüentes de desatenção,

inquietude e impulsividade que aterrorizam pais e professores,fazendo com

que os mesmos se perguntem: como vou lidar com isso? O que fazer para que

esta criança tenha uma melhor atenção? Muitas destas respostas

encontraremos ao longo desta pesquisa.

Um cérebro de um TDA possui características próprias que o

diferenciam das demais crianças, possuem excelentes características, mas

também angustia e baixa auto-estima.

Uma pessoa com TDA pode ou não apresentar hiperatividade, mas a

dispersão permanecerá em ambos os casos, esta atrapalhará sua vida em

diversos aspectos da infância até a fase adulta. Imagine esquecer o que tem

que comprar no mercado após ter lido a lista do supermercado mil vezes,

simplesmente por estar distraída pelo setor de produtos de higiene, ou ficar

horas olhando pela janela da sala de aula, enquanto a professora já lhe

chamou umas quinhentas vezes?


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Difícil, porém muito comum nestes casos.

O que vem a ser muito importante não são somente os sintomas que se

apresentam, mas a intensidade dos mesmos.

De acordo com Ana Beatriz Barbosa: “Uma criança pode ser tdah, se a

desatenção, hiperatividade e impulsividade for muito mais intensa e freqüente quando

comparada com crianças da mesma idade.Portanto devem-se conhecer profundamente o

comportamento e as características infantis de uma forma geral, e não somente daquelas

crianças que apresentam algum tipo de transtorno.” (Ana Beatriz Barbosa,2009,pag61)

Atualmente em relação ao termo déficit, vem-se observando que o

termo “instabilidade de atenção” se aplica melhor, pois o primeiro tem a idéia

de uma deficiência absoluta e sabemos que crianças com tdah possuem muita

inteligência, o que precisam na verdade é aprender a lidar com toda dispersão

e inquietude existentes, fatores típicos que prejudicam o desenvolvimento

destas crianças. Pais, professores e equipe multidisciplinar serão peças chave

para o tratamento, fazendo com que as crianças saibam dirigir sua própria

vida, obtendo melhores resultados na escola e em sua vida social, que vem a

ser muito prejudicada.

Crianças com tdah normalmente são rotuladas a vida inteira, vitimas de

deboche dos amigos por levarem mais tempo para realizar as tarefas, ou

simplesmente por não pararem quietas um só minuto, fazendo com que os

amigos “fujam” delas. Estes momentos farão com que a criança se sinta

excluída e possuidora de baixa auto-estima, passando a se chamar de burra,

inútil e fraca.

Cérebros perfeitos não existem, é muito comum que as pessoas


possam apresentar traços de um ou outro transtorno, mas como já foi dito será
13

a intensidade do sofrimento causado a vida da pessoa, a seguir alguns dos


sintomas comuns neste caso.

1.1- Sintomas

É importante ressaltar que os sintomas aparecem desde cedo,inclusive

na fase pré-escolar. Muitos pais negam, pois é comum nesta fase de

desenvolvimento que as crianças queiram se expressar mais, são agitados e

falantes porém é importante uma observação constante.

Ao ingressarem na escola, os sintomas parecem saltar, ao terem que

lidar com limites, outras crianças e vivencias, cabe ainda frisar que os sintomas

não acontecem só na escola , mas em casa e em todos locais vividos .

Atividades que exijam atenção são importantes para que se observe os

comportamentos das crianças, inclusive em classes de alfabetização que exige

uma maior atenção em relação as atividades e compromissos, como deveres

de casa , é nesta fase por volta dos 7 anos de idade que os sintomas ficam

mais evidentes.

Sintomas mais comuns: ( queixa de pais e professores) de acordo com

o doutor Paulo Mattos em seu livro “no mundo da lua”:

• As crianças com TDAH, em especial os meninos, são agitadas ou

inquietas, freqüentemente têm apelido de "bicho carpinteiro" ou coisa

parecida.

• Na idade pré-escolar, estas crianças mostram-se agitadas, movendo-se

sem parar pelo ambiente, mexendo em vários objetos.

• Mexem pés e mãos, não param quietas na cadeira.


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• Falam muito e constantemente pedem para sair de sala ou da mesa de

jantar.

• Têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas,

repetitivas ou que não lhes sejam interessantes.

• São facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo, mas

também se distraem com pensamentos "internos", dando a impressão

de estarem "voando".

• Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram sinais, vírgulas,

acentos, etc.).

• Pela falta de atenção, esquecem recados ou material escolar, aquilo

que estudaram na véspera da prova.

• Tendem a ser impulsivas (não esperam a vez, não lêem a pergunta até

o final e já respondem, interrompem os outros, agem antes de pensar).

• É comum apresentarem dificuldades em se organizar e planejar aquilo

que querem ou precisam fazer.

• Seu desempenho sempre parece inferior ao esperado para a sua

capacidade intelectual.

Sintomas de desatenção:

• Prestam pouca atenção aos detalhes.

• Dificuldades de se concentrar, até mesmo em jogos.

• Dificuldades para seguir instruções até o fim e deixar tarefas pela

metade.
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• Dificuldades para planejar com antecedência, agindo com

impulsividade,(o que veremos mais a frente , nas áreas cerebrais

afetadas)

• Relutância em tarefas que exijam esforço mental

• Entre outras...

Sintomas de hiperatividade:

• Mexer-se com freqüência

• Dificuldades para se se manter sentado

• Falar demais

• Responder as perguntas antes das mesmas serem concluídas

• Parecem ter o “bicho carpinteiro” e todas as citadas

anteriormente por pais e professores.

Ainda de acordo com o doutor Paulo Matos, médico psiquiatra, responsável

por vários grupos de estudo do tdah e criador do livro “No mundo da lua”,

existem outros sintomas comuns em portadores de tdah como:

• Baixa auto-estima.É comum que adolescentes e adultos com tdah

tenham uma impressão ruim a cerca de si próprios;

• Depressão freqüente por acharem que nunca conseguiram desenvolver

todo o potencial que possuem;

• Adiantamento crônico das coisas;

• Mudanças de interesse o tempo todo;

• Intolerância e evitação de situações monótonas e repetitivas;

• Busca freqüente por situações estimulantes ou diferentes;

• Variações freqüentes de humor;


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• Dificuldades para ativar-se sozinho para fazer as coisas(principalmente

as rotineiras ou “chatas”).

Estas observações são importantes para que os educadores, possam

analisar o quão grave é este transtorno e que se puderem criar meios de

auxiliar poderão ser peças uteis para o tratamento destas crianças e que o

quanto antes forem tratadas, melhor qualidade de vida terão.

Deve-se fazer uma pergunta: Mas aonde ocorrem todos estes estímulos? A

resposta é simples: Do nosso cérebro, ele é o responsável de tudo.

Observar as áreas cerebrais “que agem de forma diferente” das demais

crianças, para melhor entender o que foi falado no inicio deste capitulo,,

permitirá um melhor entendimento a respeito deste transtorno.

TDAH é um transtorno neurobiológico. Mas o que vem a ser este termo?

1.2- Áreas cerebrais afetadas em portadores de TDAH.

Utilizando diversas técnicas de imageamento, pesquisadores

identificaram alterações em varias regiões do cérebro em portadores de tdah.

Significa que há uma estrutura cerebral que não “trabalha” como seria

esperado. Esta estrutura é chamada de lobo pré-frontal - é uma área do córtex

cerebral localizada na parte da frente da cabeça, entre a testa e o meio do

crânio. Esta área é formada por milhões de células cerebrais, chamadas

neurônios. Quando o córtex pré-frontal tem seu funcionamento comprometido,

a pessoa passa a enfrentar muitas dificuldades, entre elas problemas com

concentração, memória, hiperatividade e impulsividade. Pesquisadores

observaram que tanto o lobo frontal como o cerebelo são menores e também o
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lobo parietal e temporal , estas áreas são responsáveis pela emoção, controle

dos impulsos e movimentos , causando então um processamento anormal de

informações o que pode resultar no TDAH.

Estudos recentes indicam a possibilidade que o cérebro de crianças

com TDAH , possuem uma organização e funcionamento diferentes desde

uma idade muito precoce e que existe uma quantidade menor do

neurotransmissor dopamina que tem importante atuação no sistema límbico,

tratando de desafios emocionais.

A liberação de dopamina fortalece as conexões neurais levando ao

comportamento desejado quando há estímulos de recompensa, mas quando

este neurotransmissor esta em baixo nível, recompensas pequenas ou feitas

em momento errado não funcionam.

De acordo com o doutor Russel Barkley:

“Dois genes que regulam a dopamina foram identificados como associados ao TDAH. Um está

envolvido na remoção de dopamina na sinapse (conexão entre os neurônios) e é denominado

mecanismo transportador de dopamina e o outro esta envolvido na determinação da

sensibilidade dos neurônios e da própria dopamina”.(transtorno de déficit de atenção e

hiperatividade-pag82)

Pode-se observar de que o quanto de dopamina for produzido em um

cérebro, influenciará nos casos de TDAH.

Pode-se dizer que outros fatores como: ambiente escolar sem apoio,

crises familiares, falta de atenção por parte da família com a criança, também

poderão atrapalhar no tratamento, estes não são a causa porém poderão

transformar uma tendência latente em um transtorno instalado.


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De acordo com as observações em um site especializado em TDAH:

“As imagens abaixo mostram alterações no cérebro de um portador de TDAH,

comparado a um cérebro sem TDAH. Em descanso - sem a necessidade de concentração ou

ativação cognitiva, as alterações são pequenas - os “buracos” na imagem indicam áreas com

menor metabolismo de glicose, ou seja, onde há hipofunção. Já quando a pessoa tenta

concentrar-se, a hipofunção - e os déficits - são maiores.

Imagem de cérebro normal em descanso.

Imagem de cérebro TDAH em descanso.

Imagem de cérebro TDAH tentando se concentrar.

Imagens cerebrais e texto

obtidas através de Spect

Fonte: Clinca Amen - EUA e site: IPDA- instituto paulista de déficit de atenção.

WWW.ddadefictideatençao.com.br
19

A característica mais comum dos casos típicos de TDAH é a hipofunção

do córtex pré-frontal. Hipofunção significa que uma quantidade grande de

neurônios desta região pulsam mais devagar que o esperado.”

Em testes neuropsicológicos como, por exemplo, o reconhecimento das

letras em um computador , crianças com tdah apresentam tempos de reação

variados, mas freqüentemente mais lentos. “O motivo que os especialistas acreditam é

que o processamento neural de informação, pode-se interromper, principalmente quando

muitas exigências inundam o cérebro de repente”( revista: Mente e Cérebro- serie

doenças do cérebro).

Em relação a atividade cerebral, diversos estudos verificaram que a

mesma é mais baixa em portadores de TDAH na área frontal, do que em

pacientes sem o transtorno e que quanto mais ativa as áreas cerebrais , mais

sangue é necessário.

Em 1984, Hans Lou e Peter Bruhn, trabalhando no Kennedy Institute da

Dinamarca, observaram o fluxo sanguíneo do cérebro de 11 crianças com

TDAH, observaram que estas crianças apresentavam menor fluxo sanguíneo

na área frontal, particularmente no núcleo caudado, que é uma estrutura

importante na conexão das regiões frontais a estruturas medianas conhecida

como sistema límbico . o núcleo caudado é contituido por inúmeros feixes de

fibras nervosas, “conhecida como corpo estriado, esta região é muito importante na inibição

do comportamento e na manutenção da atenção”(Roberto Lent- Neurociência do

comportamento). Esta pesquisa reforça ainda mais de como o estudo das áreas

cerebrais é fundamental para o tratamento de um TDAH.


20

Para o bom desempenho de qualquer tarefa é fundamental o auto

controle das emoções e capacidade de inibir ou adiar respostas motoras. A

medida que as crianças vão crescendo,acabam adquirindo habilidades em

atividades mentais conhecidas como funções executivas, que auxiliam a evitar

distrações, lembrar metas e seguir os passos para alcança-las.

Para atingir um objetivo em uma brincadeira por exemplo, a criança

deverá ser capaz de lembrar a finalidade, planejar para alcançar a meta ,

manter emoções sob controle e se motivar, porém se impulsos distratores

permanecerem nenhuma dessas funções serão executadas com sucesso.

Nos primeiros anos de vida as funções executivas são executadas

externamente: as crianças falam sozinhas, enquanto resolvem um problema, a

medida que vão crescendo e amadurecendo, estas falas vão sendo

internalizadas, tornando-as privadas e evitando que outras pessoas conheçam

seus pensamentos, porém crianças com TDAH, não contam com o controle

necessário para inibir o desempenho publico dessas atividades.

De acordo com a revista: “mente e cérebro” em uma pesquisa

observaram:

“Que a perda de inibição e autocontrole leva às seguintes falhas no funcionamento

cerebral:

FUNÇÕES PREJUDICADAS:

• Memória de trabalho não verbal

• Internalização da fala autodirigida


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• Autoregulação do humor, motivação e nível de estimulação

• Reconstituição (habilidades de fragmentar comportamentos

observados em partes que podem ser recombinadas em novos

comportamentos para atingir uma meta).

CONSEQUENCIAS:

• Senso de tempo diminuído

• Inabilidade para reter fatos na mente

• Função retrospectiva

• Precário comportamento governado por regras

• Autocontrole e autoquestionamento insuficientes

• Exposição de todas as emoções publicamente sem censurá-las

• Redução do controle e da motivação

• Habilidade limitada para analisar comportamentos e sintetizar

novos

• Inabilidade para resolver problemas


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Estes são fatores importantes para que os educadores possam perceber

e analisar o quão grave é este transtorno de aprendizagem e parar de rotular

os alunos antes de saber realmente o diagnóstico.

As funções executivas como foram citadas acima, podem ser agrupadas

em quatro atividades mentais incluindo: iniciação de tarefas, memória de

trabalho, atenção sustentada e inibição de impulso , o que raramente ocorre

com crianças de tdah .

A memória de trabalho retém informações na mente, enquanto

determinada tarefa esta sendo executada,mesmo que o estimulo inicial tenha

sumido. Esta lembrança é fundamental, pois permite a capacidade de

premeditação, habilidades para imitar o comportamento dos outros,

capacidades estas prejudicadas em pessoas com TDAH.

A principal região do cérebro que envolve as funções executivas são o

córtex pré frontal como foi falado anteriormente.

A internalização da fala é outra função executiva. Antes dos 6 anos as

crianças costumam falar alto sozinha e com grande freqüência, por exemplo:

(onde coloquei minha lancheira? Ah, estava debaixo da cadeira!). No ensino

fundamental, estas falas ficam quase que inaudíveis e costumam desaparecer

até os 10 anos. Quando passa a ser internalizada, a fala auto dirigida permite

que a pessoa reflita sobre si mesma, siga regras,use o autoquestionamento

como meios para resolução de problemas . De acordo com Laura E Berk da

universidade de IIlinois nos anos 90: “Esta internalização da fala esta atrasada em

crianças com TDAH.”


23

O controle das emoções, motivação, consiste em outra função

executiva. Esta função permite que as pessoas possam alcançar objetivos

permitindo que elas adiem ou alterem reações emocionais a um determinado

acontecimento, controlando suas emoções controlam-se de maneira mais

sociável , o que muitas das vezes não acontece com portadores de TDAH ,

que geralmente agem por impulso, não censurando determinadas reações

emocionais, chorando, gritando e até mesmo batendo, não importando quem

está olhando e aonde está. Muitas das vezes crianças com TDAH, são

excluídas de brincadeiras e até festinha dos amigos por terem determinados,

comportamentos.

A reconstituição é a função executiva final e se refere a analise e

síntese do comportamento, proporcionando as crianças de acordo com seu

amadurecimento, o controle do comportamento em intervalos cada vez

maiores. De acordo com uma reportagem da revista Mente e Cérebro: “Estudos

relatam que crianças com TDAH são menos capazes que as demais para reconstruir ações de

comportamento aprendidas.”

Assim como a fala internalizada as outras três funções são

internalizadas durante um desenvolvimento neural típico da primeira infância,

parte-se então a necessidade de uma maior atenção ao desenvolvimento das

crianças nos primeiros anos de vida, sendo estimuladas de uma forma que

possa explorar o desenvolvimento das funções executivas, inclusive em

crianças com TDAH, mesmo que o diagnostico ainda não tenha sido feito,

alguns sintomas começam a surgir nesta época e uma intervenção preventiva

não adiaria possíveis sintomas , porém já auxiliaria em um possível tratamento.


24

O reconhecimento destas funções e de como funciona o tdah, mostra

como é importante a estruturação da equipe escolar e da própria família em

relação a este transtorno.

CAPÍTULO II- PRÁTICAS ESCOLARES RELACIONADAS ÀS AREAS

CEREBRAIS.

Atualmente muitos profissionais sentem-se literalmente perdidos ao

lidarem com crianças portadoras de TDAH, afinal precisam “dar conta” não

somente desta criança mas do conteúdo a ser trabalhado e do restante dos

alunos, muitas das vezes deixando de lado os alunos “problema”.

Portadores de TDAH precisam de um tempo maior para concluírem

suas tarefas e estas devem ser divididas para que possibilitem um melhor

aprendizado. Nos intervalos destas tarefas seria interessante que fizessem

atividades como o “ajudante do dia” , levando recados para outros profissionais

da escola , desta forma deverão prestar atenção no pedido da professora e

tentar não se distrair pelo caminho, fazendo com que o recado chegue correto

ao seu destino. É uma simples atividade porém que pode fazer muito efeito

inclusive fazer com que esta criança possa se sentir útil, fortalecendo assim

sua auto-estima.

Pode-se pedir que ensine aos amigos aquilo que ele mais gosta de

fazer, pode ser tocar um instrumento, ou qualquer coisa que envolva

criatividade, crianças com TDAH são muito criativas.


25

2.1 Habilidades executivas x atividades escolares.

O trabalho em habilidades executivas visa ajudar a crianças e

adolescentes portadores de TDAH , fazendo com que possam regular seu

comportamento, através de organização, planejamento, favorecendo assim na

sua tomada de decisões. Observar estas habilidades é de muita importância,

criando possíveis estratégias para sala de aula.

PLANEJAMENTO- “Habilidade de criar um caminho para atingir uma meta ou completar

uma tarefa.”

Aqui pode-se ensinar a criança a se perguntar: como posso fazer isso?

Observando a atividade proposta pelo professor e qual o melhor caminho para

terminá-la.

ORGANIZAÇÃO-“Habilidade de criar uma estratégia para facilitar a execução de uma

atividade.” Pais e professores podem auxiliar criando um quadro de estudos em

tamanho grande, bilhetes com o que deve ser feito, utilização de recados na

agenda , marcadores de texto , etc.

MANEJO DE TEMPO- “Capacidade de estimar quanto tempo tem para a execução de um

dever de casa, de uma prova de matemática ou de uma pesquisa para a escola por exemplo.”

Neste momento é importante que os pais e professores possam observar

quanto tempo esta criança leva para realizar a atividade. Treinar em casa é um

bom momento, proporcionando também que este seja tranqüilo, sem barulhos

externos, porém em algumas vezes seria ,importante também observar como

reagem com barulhos já que na escola será inevitável.


26

MEMÓRIA DE TRABALHO- “Habilidades para manter informações na mente, enquanto

executa uma tarefa. Utilizar aprendizagens do passado para aplicar na situação atual ou criar

estratégias de solução de problemas para o futuro.” Por exemplo: lembrar dos

conhecimentos de multiplicação para a resolução de um problema. É nesta

hora que entra a criatividade do professor desde a educação infantil, com

atividades que possam siguinificar para esta criança, inclusive através de

jogos. Se todos os lançamentos fossem trabalhados de forma lúdica

proporcionando o pensar, poderia ser mais fácil da criança memorizar este

momento e retornar a ele quando fosse necessário, pois quando se aprende

com prazer sente-se emoção , e assim armazenamos com maior facilidade,

não só com jogos, mas com brincadeiras livres , musicas e atividades

sensoriais , por exemplo: lançar a letra B fazendo um bolo com as crianças ,

fazendo com que sintam o cheiro , o sabor etc. automaticamente quando forem

escrever algo com a letra B lembrarão do delicioso bolo que fizeram.

METACOGNIÇÃO- “Habilidades para se observar, identificando como resolver um

problema.” É nesta hora que o professor e os pais deverão auxiliar a criança

estimulando sua fala interna: como estou indo? Como eu fiz este exercício?

Para a criança com TDAH terá dificuldades em fazer estas perguntas, então o

professor estimulará perguntado: como você fez este exercício? Como achou a

resposta no texto? Estimulando assim seu raciocínio e permitindo que a

criança se conheça melhor. Até mesmo em atividades simples de educação

infantil: você pintou a árvore de rosa! Você gosta desta cor? Permitindo com

que a criança possa expor suas idéias até que consiga internalizar estas falas.
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RESPOSTA INIBITÓRIA- “Capacidade de pensar antes de agir. Essa habilidade de

resistir em dizer ou fazer alguma coisa nos da tempo para avaliar uma situação que deve ser

dita ou não dita” . Em relação a este tipo de habilidade que para o TDAH possui

um grande desafio: diminuir sua impulsividade, umas das características

principais deste transtorno.

É neste momento que entra o professor dando limites certos no

momento certo, por exemplo: fazer com que espere sua vez de falar na sala ,

quando um amigos estiver relatando algo. Atividades lúdicas com regras são

fundamentais para que a criança com TDAH saiba esperar sua vez, sabendo

que sua impulsividade pode fazer com que ela perca o jogo por exemplo.

Um jogo simples que pode ser trabalhado em sala e que faz com que cada

criança tenha seu momento é o jogo de forca, e também proporciona que a

criança perceba as letras que não fazem parte da palavra escolhida,buscando

então uma melhor atenção da mesma.

AUTO-REGULAÇÃO DO AFETO- “Habilidade de regular as emoções para completar

tarefas, atingir objetivos e controlar o comportamento.” Atividades que evolvam o grupo

são importantes para estimular esta habilidade como: dinâmicas de grupo,

brincadeiras dirigidas, pesquisas de campo, AVD – ( atividade de vida diária-

fazendo com que a criança junto com o grupo viva situações que costumam

acontecer no dia a dia, como por exemplo: arrumar e organizar as carteiras do

refeitório, mantendo o mesmo limpo depois de utilizado, a sala de aula ,

organizar também livros e cadernos etc.) estes tipos de atividades coloca a

criança na situação em que ocorre diversos tipos de emoção. Neste momento


28

o educador será o mediador para que o comportamento desta criança seja

aceitável e respeitado por todos .

“Quando lidamos bem com nossas emoções, encontramos o verdadeiro equilíbrio.”( meishu-

sama).

INICIAÇÃO DE TAREFAS- “Habilidade de começar uma tarefa sem prolongar.” O que

para uma criança com TDAH, parece impossível,porém se a mesma tentar

realizar as tarefas sem lamuriar e indo até o final, já é um grande ganho para o

professor e para a própria criança .É nesta hora que os estímulos positivos e

os recursos utilizados poderão auxiliar no desenvolvimento dos portadores de

TDAH.

FLEXIBILIDADE- “ habilidade de revisar os planos , na presença de obstáculos , erros ou

novas informações . Trata-se da capacidade de adaptar-se as condições adversas.”

Saber errar ou perder é um grande desafio para qualquer pessoa, inclusive

para portadores de tdah. Jogos, desafios matemáticos em grupos, gincanas

etc, podem proporcionar situações que possam auxiliar a capacidade de

flexibilidade de cada criança.

PERSISTENCIA AO ALVO- “É a capacidade de seguir e executar um plano até

completar a meta”. Volta–se a questão da importância de começar e terminar

uma tarefa , com estímulos certos na hora certa , para que a criança não se

acomode também.
29

Pode-se observar a importância das funções executivas nas tomadas de

decisão , e que atividades corretas para estimular cada uma delas pode

favorecer ao tratamento de crianças com tdah.

Mas o que realmente moverá todo este esforço do profissional e dos

pais será o amor por tudo aquilo que tiverem fazendo acreditando que

portadores de TDAH, apesar de suas diferenças para aprender são mais do

que especiais e necessitam de todo apoio para caminharem em um mundo tão

preconceituoso.

Citações: www.comportamentoinfantil.com (Doutor Gustavo Teixeira)

CAPITULO III- As emoções e o TDAH( conhecendo o sistema límbico).


Observa-se que o mau Funcionamento das funções executivas, são

observadas em portadores de TDAH.

Estas crianças no decorrer de sua vida recebem muitas punições e

constantemente são chamadas atenção por tudo e por todos, seja por falta de

atenção ou por não se manterem quietas, acabam sendo excluídas das

atividades e festinhas dos amigos, etc. A conseqüência disto: baixa auto –

estima, que pode vir a gerar uma serie de sintomas como ansiedade,

depressão, agressividade etc.

Seria importante que pais e educadores se conscientizassem que

ambientes tranqüilos e harmônicos podem auxiliar no tratamento, não que seja


30

o único ponto, mas associado a medicação, terapia e auxilio da equipe escolar

e pais,possivelmente estas crianças poderão se sentir mais seguras para

caminhar com este transtorno.

Porém é importante ressaltar como funciona nossas emoções e onde

elas são formadas,afinal de contas para que o aprendizado aconteça precisa-

se de emoção por aquilo que esta sendo aprendido e crianças com TDAH,

precisam desta emoção a “toda” e os pais e educadores serão a peça-chave

do quebra- cabeça, fazendo com que estas emoções possam ser positivas,

pensadas e controladas, gerando satisfação no aprender em qualquer

situação, na escola ou fora dela.

É neste momento que percebe-se a importância de saber como funciona

o sistema límbico, mas antes deve-se ter uma noção básica do termo

EMOÇÃO. De acordo com Roberto Lent: “do ponto de vista biológico, a emoção pode

ser bem definida como um conjunto de reações químicas e neurais subjacentes à organização

de certas respostas comportamentais básicas e necessárias a sobrevivência dos animais.”

As emoções podem ser classificadas em primárias, (comuns a todos os

indivíduos da sua espécie, são inatas) como: alegria, tristeza, medo, nojo, raiva

e surpresa.

As secundárias tendem a estar ligadas a fatores socioculturais, como

culpa e vergonha ( o que acontece muita das vezes com portadores de TDAH).

O terceiro tipo que são as emoções de fundo, estão relacionadas com o

bem estar ou mal estar, calma ou tensões, gerados por estímulos internos, por

processos físicos ou mentais “contínuos” que podem nos levar a diversas

sensações como: cansaço, tensão ou relaxamento, ansiedade ou calma e etc.


31

É justamente neste ponto que precisa ser trabalhado os portadores de

TDAH – no controle de suas emoções para que possam no decorrer de sua

vida, aprenderem a agir com elas e não contra elas.

As emoções citadas acima ocorrem no circuito de Papez ou sistema

límbico tais como: a amígdala, o septo e o córtex pré frontal, este ultimo é a

parte principal onde ocorre o TDAH.

“A amígdala parece ser uma estrutura chave para o processo de integrar informações

sensoriais as respostas comportamentais e fisiológicas.” (Roberto Lent).

A amígdala esta envolvida no armazenamento de situações

desagradáveis e demais processos emocionais ( que é o que muito acontece

com portadores de TDAH) que vem “disparar” hormônios do stress como

cortisona e adrenalina gerando mais stress e medo. E as crianças não estão

livres deste desgaste mental e físico.

Muitos pais acabam colocando seus filhos hiperativos em diversas

atividades com o objetivo de “gastarem energia”,e no final mais stress pode ser

gerado, inundando a cabeça dos pequenos com tantas informações e

atividades.

O córtex pré frontal esta diretamente ligado as tomadas de decisões,

toda emoção gerada pela amígdala é armazenada pelo hipocampo e deste

passa para o lobo frontal para ser racionalizado , por exemplo: estou

amedrontado por algo que já me aconteceu no passado, automaticamente,

sinto sintomas como, falta de ar, taquicardia etc., logo meu córtex pré frontal

racionaliza esta mensagem e diz: “calma , você não tem nada é só sua

ansiedade” esta fala interna deveria agir naturalmente , ajudando a amenizar

os sintomas , porém portadores de TDAH devido a sua natural impulsividade


32

não consegue racionalizar, fazendo com que determinados problemas se

tornem maiores do que realmente são.

Estas informações são importantes para perceber como as emoções se

processam e de que como é importante um reforço positivo levantando auto-

estima de portadores de TDAH, que passam a maior parte do tempo sendo

criticados.

3.1-Reforço positivo x reforço negativo

Imagina saber que uma pessoa possui uma determinada dificuldade,

que traz vários transtornos em sua vida, fazendo se sentir para baixo e as

pessoas a sua volta dizendo que você é um fracassado, distraído, que “nunca

vai passar de ano” se não se concentrar na aula etc.

Não há tratamento que tenha um resultado 100%! Com tanta informação

negativa, sem estimulo nenhum, colocando a pessoa cada vez mais para

baixo. Imagine uma criança que esta em desenvolvimento? A professora

reclama na escola o tempo todo, tirando-a da sala como se fosse um

“problema”, chegando em casa os pais reclamam etc. Porem se a criança for

ter bons estímulos dos pais e professores ,como elogios e frases positivas

como: você consegue! Você pode! Poderá auxiliar no processo de tratamento,

tendo melhoras siguinificativas, como no caso observado abaixo:

A é um menino de 11 anos diagnosticado com: TDAH, dislexia e tod, tomam

ritalina LA com duração de 12 horas, tem acompanhamento de neuropediatra,

psicólogo, psicopedagogo e fonoaudióloga. Faz atividades esportivas (judô e

futebol) passa suas horas mais do que ocupado , esta sempre cansado e de

mal com o mundo. A família esta sempre presente para pagar seus
33

atendimentos, porem são muito ausentes ao que se refere a afetividade,

sendo irônicos muitas das vezes com A. compram muitos presentes e deixam

A fazer o que quer pois o relato é que A tem muitos problemas. A

conseqüência: falta de limites exagerado.

O único momento que A consegue realizar as tarefas e jogos propostos

são com o auxilio da psicopedagoga. A relatou que é a única hora que

conversam com ele e que por incrível que pareça mesmo sem o efeito da

Ritalina,(este medicamento inibe o transporte de dopamina e aumenta o tempo para que este

neurotransmissor tenha chance de se ligar aos seus receptores.) pois o atendimento

acontece as 18:30, A mantém-se atento com os jogos e atividades ficando

feliz quando é elogiado pelos seus acertos e mesmo quando erra , a

profissional diz que ele pode conseguir. A se sente tão estimulado que a

família chama a psicopedagoga de mágica.

Observa-se que não é pura mágica, mas sim atenção dada e estímulos

certos no momento certo. Punições devem ser dadas, mas sempre na hora

certa e explicando o porquê.

Muitos professores preferem ver somente os defeitos dos seus alunos e

os pais de seus filhos.

Esta não é uma postura muito correta ao lidar com crianças, devemos

ver o lado positivo daquela criança ou situação, caso contrario não seremos

educadores e sim ocuparemos o cargo de “rotuladores” e especialistas em

achismos. Para saber dar o reforço positivo é essencial que pais e profissionais

sejam conhecedores do comportamento de seus filhos e alunos, não precisam

ser especialistas, mas se observarem e derem atenção à aquele ser que esta
34

ali pedindo ajuda , verão o quanto é importante a participação familiar e escolar

e da constante troca de afeto,que é fundamental para motivar qualquer espécie

do planeta.

3.2- Como os pais e professores podem trabalhar com um TDAH.

Além de tratamento médico e psicológico para os portadores é

fundamental que os pais professores tenham devido treinamento com métodos

eficientes para saber lidar com os problemas comportamentais destas

crianças.

Dividir tarefas em passos menores e usar recompensas imediatas,

antecipar alguns acontecimentos etc, servem para externalizar o tempo, as

regras e as conseqüências como uma espécie de compensação para os

tênues e insuficientes modelos internos de informação, normas e motivação

que pautam o transtorno.

Muitos pais relatam não saber mais o que fazer com seu filho e os

professores se sentem desgastados quando lidam com um hiperativo em sala

de aula, deixando bem claro não ter paciência, diante disto a criança é

entregue a especialistas, o pagamento do profissional passa a ser uma

espécie de tranqüilizante para a família e uma segurança para os professores.

Porém sabe-se que esta segurança não é total se a própria criança não se

sentir segura.
35

Uma forma simples é começar com os deveres de casa, um momento

em que os pais deveriam estar acompanhando o desenvolvimento da criança,

mas que nem sempre acontece de forma satisfatória, logo a criança ficando

irritada e os pais também. Estar em lugar tranqüilo, respeitar o limite de tempo

da criança, separar as tarefas, como: hora da TV, hora do dever, hora de

brincar, colocando os devidos limites.

Deixar com que as crianças escolham em uma livraria , o livro que mais

interessa, pode ser de qualquer assunto: carros, animais etc, sentando e lendo

o livro, permitindo que seja um momento de descontração e não de tortura.

Estes são momentos importantes que atualmente raramente acontecem:

ver pais e filhos se divertindo. Muitas das vezes as crianças passam seu tempo

em uma creche ou brincando num parquinho enquanto as mães conversam

sobre as atitudes das professoras na escola, perdem tempo ao invés de

curtirem aqueles momentos mágicos com os filhos, estes pequenos gestos

serão fundamentais na formação da auto-estima, principalmente em crianças

com TDAH, na verdade todos precisam disso: sentir segurança em tudo que

realizar e esta segurança vem desde nossos primeiros anos de vida.

De acordo com o psicólogo Sam Goldstein e do neurologista Michael

Goldstein:

O passo inicial para os pais e professores é o conhecimento, lendo livros

e se informando sobre o tdah, mas estarão preparados para lidarem com este

transtorno de uma melhor forma, observando o porquê e como seus filhos e

alunos agem.
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O segundo passo é tentar identificar se a criança esta sendo

desobediente ou se esta agindo impulsivamente por causa da hiperatividade

sem ter um certo controle de seus impulsos, como por exemplo: se a mãe

pede para o filho fechar a porta do armário que esquece sempre aberta e

imediatamente ele volta, mostra que esta se esforçando para obedecer, mas

quando a mãe pede e sabe que o filho esta atento ao seu pedido e mesmo

assim deixa a porta aberta , pode ser uma situação de desobediência , por isto

a importância de conhecer o comportamento do filho e do próprio aluno.

Mostrar sempre o porquê esta errando e elogiar quando acontecer

acertos mesmo que sejam pequenos. Muitas das vezes pais e professores

percebem os erros e os acertos acabam sendo despercebidos.

Escola e família em sintonia é fundamental para que o tratamento de um

tdah , tenha resultado mais satisfatório , toda a equipe multidisciplinar precisam

ter uma comunicação direta sobre a criança a ser tratada.

O professor não esta no lugar de julgar e sair colocando rótulos nas

crianças ou dar diagnósticos, mas pode perceber os comportamentos e

encaminhar aos devidos profissionais , relatando tudo aquilo que foi

observado. “Quanto antes observado os sintomas e ter os devidos tratamentos médicos,

menos dificuldades terá em sua vida escolar, que se refletirão em sua vida adulta.”( Ana Beatriz

Barbosa).

Manter sempre a criança com tdah, próximo ao professor, distante de

portas e janelas, amigos tagarelas e tudo que possa distraí-la ,poderá ajudar .

Aulas dinâmicas, manter sempre contato visual ao falar, ser sempre

assertivo, ser claro e preciso, e acima de tudo muita paciência e amor, pois só
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com amor somos capazes de romper as barreiras do preconceito e de tudo

aquilo que for negativo.

Ao escolher uma profissão como educador, precisa-se saber que lidará

com pessoas, crianças em pleno desenvolvimento que precisarão de toda

equipe escolar e da família para caminharem em um mundo repleto de

perversidades , mas que ainda existem mentes capazes de fazer algo bem

melhor .E crianças com Tdah, não são diferentes, possuem todas as

condições para serem bem sucedidas,felizes e capazes de fazer parte

daqueles que um dia sentarão para contar sua história de vida e terão como

frase inicial: EU CONSEGUI!

É isto que motiva a todos aqueles que querem fazer parte desta história,

e que sejam todos juntos, família, escola e criança, como um time que sempre

entra para ganhar, mas que também sabe perder e fazer dos erros uma

conquista. É esta força interior que se chama auto-estima, que nos move

sempre para caminhos do bem, do amor e das conquistas e pacientes com

TDAH, precisam e devem sentir este prazer de viver.


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CONCLUSÃO

Este presente trabalho não tem caráter conclusivo, pois existem várias

possibilidades em um tratamento de portadores de TDAH, mas visa analisar

possíveis soluções em âmbito escolar e familiar que busquem auxiliar de forma

positiva a este transtorno.

A visão sobre o estudo das Neurociências e o conhecimento do

funcionamento do cérebro auxiliará os profissionais de educação a lidarem

com as dificuldades de aprendizagem, possibilitando utilizar técnicas de acordo

com as áreas cerebrais afetadas.

Acredita-se que este conhecimento do cérebro proporcionará maior

entendimento a comunidade escolar e familiar destes sujeitos, portadores sim

de dificuldades, mas capazes de serem portadores de muitas possibilidades,

criando para si próprios uma vida plena, capazes de transformar o que para

muitos parece ser impossível, mas para quem possui este transtorno é apenas

um caminho para se tornar uma pessoa cada vez mais realizada e para que

isto ocorra os alicerces terão seu inicio na primeira infância e darão

continuidade até a vida adulta.


39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BARKLEY,Russel A.Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Artmed

editora,2002.

LENT, Roberto. Neurociência da mente e do comportamento. Ed:

GEN/Guanabara Koogan/ LAB 2008.

MATOS, Paulo .No mundo da lua –Perguntas e respostas sobre transtorno do

déficit de atenção com hiperatividade em crianças adolescentes e adultos,7ª

Ed.São Paulo : Lemos Editorial,2007.

PHELAN,Thomas W. TDA/TDAH- sintomas diagnóstico e tratamento: crianças

e adultos. M.Books do Brasil editora,2005.

RELVAS, Marta Pires. Neurociência e os transtornos de aprendizagem -As

múltiplas eficiências para uma educação inclusiva.3ª Ed - Rio de Janeiro:wak

Ed.,2009.

RIESGO,Rudimar dos Santos,Ligia ohlweller.Transtorno de aprendizagem -

Uma abordagem neurobiológica e multidisciplinar .artmed editora,2009.

SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas- TDAH :desatenção,hiperatividade e

impulsividade.Rio de Janeiro:objetiva,2009.
40

STONER.Gary Phd. TDAH nas escolas. M. Books do Brasil editora,2005.

BIBLIOGRAFIA CITADA

Barkley,Russel A.Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Artmed

editora,2002.

LENT, Roberto. Neurociência da mente e do comportamento. Ed:

GEN/Guanabara Koogan/ LAB 2008.

MATOS, Paulo .No mundo da lua –Perguntas e respostas sobre transtorno do

déficit de atenção com hiperatividade em crianças adolescentes e adultos,7ª

Ed.São Paulo : Lemos Editorial,2007.

PINTO, Graziela Costa. Doenças do cérebro: hiperatividade e eplepsia.São

Paulo: Duetto,2010.( Mente e Cerebro-3)

SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas- TDAH :desatenção,hiperatividade e

impulsividade.Rio de Janeiro:objetiva,2009

Sitewww.tdah.org.br , www.universodotdah.com.br ,www.hiperatividade.com.br


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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I
O que vem a ser, viver no mundo da lua? 11

1.1 – Sintomas 13
1.2 – Áreas cerebrais afetadas em portadores de TDAH 16

CAPÍTULO II
Praticas escolares relacionadas as áreas cerebrais 24
2.1- Habilidades executivas x atividades escolares 25

CAPÍTULO III
As emoções e o TDAH( conhecendo o sistema límbico) 29
3.1-Reforço positivo x reforço negativo 32
3.2- como os pais e professores podem trabalhar
com um TDAH. 34

CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
BIBLIOGRAFIA CITADA 40
ÍNDICE 41
42

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia: Uma visão neurociêntifica do TDAH no cotidiano


escolar.

Autor: Priscila Ramos Barbosa

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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