CAMPUS DE MARABÁ
FACULDADE DE ENGENHARIA DE MATERIAIS
MARABÁ
2013
OTINIEL DE SOUSA VILA NOVA
MARABÁ
2013
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca II da UFPA. CAMAR, Marabá, PA
Banca examinadora:
___________________________________________- Orientador
Prof. M.Sc. Luis Fernando Nazaré Marques – UFPA
A DEUS, por me mostrar, em cada dia de minha vida, que não importa o quão
pequeno eu seja, eu posso tudo, pois o maior está ao meu lado.
A minha mãe, Asmavete, pelas palavras de sabedoria, de amor, de incentivo, pelas
lutas que travou ao meu lado, enfim pela imensa lista que só prova que ela é a
melhor mãe do mundo.
Ao meu pai, pelo trabalho e suor derramado, pelo apoio e por me mostrar que não
importa aonde cheguemos ainda podemos preservar o espirito mágico de um
menino.
A minha irmã, Desirée, por trazer uma alegria única aos meus dias.
A minha namorada, Keliane, por me fazer sonhar mais alto e mais longe.
Ao meu orientador professor Luis Fernando, pelo apoio acadêmico.
Aos meus amigos, Rayson Willber, Renata Monteiro e Lílian Carolina, por todos os
bons momentos que compartilhamos juntos.
Ao professor Marcio Mafra, por sua amizade e companheirismo para com nossa
turma.
A todos os Professores que contribuíram para a minha formação profissional.
A todos os alunos da turma de Engenharia de Materiais 2007, que fizeram essa
turma ser única e especial.
A faculdade de Engenharia de Materiais - FEMAT da UFPA pelo curso de
Graduação.
Pense como um homem que age.
Aja como um homem que pensa.
(Henry Bergson)
RESUMO
O aço é o material metálico mais utilizado no mundo, fato este devido a sua grande
versatilidade de propriedades e consequentemente de aplicações e ainda sua
capacidade de adequação através dos tratamentos térmicos. A têmpera é o
tratamento térmico que visa aumentar a dureza do aço através da formação da
estrutura metaestável denominada martensita, sendo que a obtenção dessa fase
depende de fatores como teor de carbono e elementos de liga, que é característica
de cada tipo de aço. Como forma de analisar a capacidade de um aço em formar
martensita adota-se ensaios tecnológicos que analisam a resposta do material ao
tratamento de têmpera em condições controladas, sendo que um dos principais é o
ensaio de temperabilidade Jominy, no qual a peça é resfriada em água corrente a
partir de uma de suas extremidades e posteriormente tem sua dureza analisada ao
longo do corpo de prova utilizado. Este trabalho buscou avaliar a temperabilidade de
um aço ABNT 1024 e compara-lo com os valores obtidos para outro aço, o ABNT
1045 e obteve como resultados uma diferenciação nas durezas encontradas e a
constatação de que este aço não adquire têmpera significativa, resultando apenas
em uma pequena camada endurecida, característica essa que se perde rapidamente
com o distanciamento da extremidade temperada da peça.
Steel is the metalic material most used in the world, a fact due to its great versatility
of properties and applications and hence also their ability to fit through the heat
treatments. Quenching is the heat treatment that aims to increase the hardness of
the steel through the formation of metastable structure called martensite, and this
treatment depends on factors such as carbon and alloying elements, and is
characteristic for each type of steel. In order to examine the capability of a steel to
form martensite is adopted technological tests which analyzes the response to
treatment of the material in controlled conditions of temperature, being the most
important is a Jominy hardenability test, in which the piece is cooled in water stream
from one of its ends and its hardness is subsequently analyzed over the specimen
used. This study aimed to assess the hardenability of a steel ABNT 1024 and
compares it with the values obtained for other steel ABNT 1045 and the results
obtained difference in hardness found and the realization that this steel does not
acquire significant hardening, resulting only in a small hardened layer, a
characteristic that is lost rapidly with distance from the quenched end of the piece.
Figura 6: Diagramas TTT para aços com (a) baixo teor de C e (b) médio teor de C. 23
Figura 12: Posição na curva Jominy versus diâmetro de barras redondas nos
diversos meios de resfriamento. ................................................................................ 29
Figura 14: Corpos de prova usinados prontos para serem ensaiados ...................... 35
Figura 16: Etapas de ajuste no aparato de ensaio Jominy, medida da altura do jato
de água (a); Alinhamento do corpo de prova com o jato d’água (b e c); posição de
abertura rápida dos registros (d) ............................................................................... 36
Figura 21: Gráfico comparativo dos resultados Jominy nos três corpos de prova .... 41
Figura 23: Gráfico comparativo entre valores de dureza para o aço ABNT 1045 e
ABNT 1024 ................................................................................................................ 43
Figura 24: Diagramas TTT para os aços 1024 e 1045, mostrando o tempo de inicio
de transformação da austenita e também a temperatura de inicio de formação da
martensita.................................................................................................................. 44
LISTA DE TABELAS
Dc Diâmetro crítico
H Severidade de têmpera
Mn Manganês
P Fósforo
S Enxofre
RESUMO..................................................................................................................... 8
ABSTRACT ................................................................................................................. 9
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. 10
SUMÁRIO.................................................................................................................. 14
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 16
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 17
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................... 39
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 45
Comparação dos resultados obtidos para o aço 1024 com os obtidos por Lima
(2012) para o aço 1045.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O aço é um material que pode ser utilizado nas mais diversas aplicações,
uma das características que permitem essa versatilidade é a possibilidade de
adequação de suas propriedades através dos processos de tratamentos térmicos.
Fonte: Machado.
3.2. A TÊMPERA
Fonte: cimm.com.br
Valores de H mais brandos são preferíveis para aços com melhor capacidade
de formar martensita, pois previnem os defeitos da têmpera, restando as condições
mais severas para aços com baixa temperabilidade ou em peças no qual se busque
uma profundidade de têmpera maior [4]. A Figura 5 mostra a diferença entre o
resfriamento no centro e na superfície para três diferentes meios.
Figura 6: Diagramas TTT para aços com (a) baixo teor de C e (b) médio teor de C.
Fonte: feng.pucrs.br
O corpo de prova padrão é obtido pelo processo de usinagem e deve ter uma
polegada de diâmetro por quatro de comprimento, porém para casos específicos em
que não haja material suficiente pode ser utilizado o corpo de prova reduzido onde o
diâmetro passa a ser de 19, 12,7 ou 6,4 mm. Outra opção é a utilização de um corpo
de prova fundido, mas isso deve ocorrer apenas quando não for possível sua
obtenção por usinagem [5]. A Figura 11 mostra o desenho esquemático de um corpo
de prova Jominy padrão.
Figura 12: Posição na curva Jominy versus diâmetro de barras redondas nos
diversos meios de resfriamento.
Por definição os aços são ligas de ferro carbono contendo de 0,08 até 2% de
C em peso, sendo que no geral esses limites não são utilizados em ligas comerciais.
Os aços hipoeutetóides são aqueles cujo teor de C não ultrapassa o valor de 0,77%
e que quando resfriados lentamente até a temperatura ambiente tem ferrita + perlita
como constituinte microestrutural. O teor de ferrita vai desde 0%, para o ferro puro, e
vai até 100% para o aço eutetóide [12].
Excelente forjabilidade;
Excelente soldabilidade;
Usinagem fácil, porém pobre em acabamento;
Baixa temperabilidade, devido ao baixo teor de C;
COMPOSIÇÃO QUIMICA
C Mn P S
1024 0.18-0.25 1.30-1.65 0.040 0.050
Fonte: steeltalk.com
Ótima forjabilidade;
Boa soldabilidade;
Baixa usinabilidade;
Baixa temperabilidade.
4.1. Materiais
4.2. Metodologia
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Temperatura de
Sérien”H” Composição austenitização para
têmpera (ºC)
925
10XX- 13XX- 15XX C≤0,25
32XX- 41XX- 43XX
0,25<C<0,36 870
51XX- 61XX- 86XX
87XX
C≥0,36 845
C≤0,25 845
48XX 0,25<C<0,36 815
92XX 0,36<C<0,50 800
C≥0,50 870
Fonte: ABNT NBR 6339/89
Fonte: Autor
Figura 18: Corpo de prova em diferentes instantes do ensaio, com menos de
um minuto (a e b), com aproximadamente cinco minutos (c) e com mais de oito
minutos (d)
Fonte: Autor
5.1. Metalografia
Fonte: Autor
Fonte: Autor.
O ensaio Jominy para o aço ABNT 1024 mostrou um decréscimo quase que
instantâneo nos valores de dureza de tal forma que já nas primeiras medidas
alcança valores abaixo dos 20 HRc, sendo que para uma melhor visualização foi
necessário expressar a dureza em escala vickers (HV). Os valores para os três
corpos de prova, juntamente com os resultados da média aritmética e o desvio
padrão para ambas as faces de cada um, são apresentados na Tabela 7:
Fonte: Autor
Nota-se que houve uma variação nos três resultados, em especial logo na
extremidade temperada. Tal fator deve-se ao fato de que para o aço ABNT 1024 o
tempo de inicio das transformações da austenita é quase nulo, o que pode ser
observado pelo diagrama TTT do mesmo mostrado na Figura 20, sendo que uma
mínima variação no tempo entre a retirada do forno e o inicio do resfriamento pode
provocar resultados visíveis. Pressupõe-se que o CP 2 foi aquele cujo espaço de
tempo entre a saída do forno e a abertura da válvula do aparato Jominy foi a menor
de todas.
Fonte: Autor
[1] Centro universitário Padre Anchieta. Ciência dos materiais – Aços carbono.
Unianchieta, Jundiaí-São Paulo, 2007.
[4] CHIAVERINI, Vicente. Aços e Ferros Fundidos. 7.ed. São Paulo: Editora ABM,
2008
[7] AMERICAN society for metals. Metals Handbook. 16ª Edição. ASM, Metals Park,
1990.
[17] AMERICAN society for metals. Metals Handbook. 4ª Edição. ASM, Metals Park,
1990.