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Material de Apoio

Curso preparatório –
concurso público da
polícia militar – Ceará

Direito constitucional:
- Art. 5º - Direitos e Garantias
fundamentais
- Art. 144 – Segurança Pública

Juazeiro – 2016

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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Antes de adentrarmos nos estudo dos direitos e garantias fundamentais, aliás,


direitos individuais e coletivos (art. 5ª a Constituição federal de 1988), é-nos
importante estudar os Fundamentos Da República Federativa Do Brasil, para que
compreendamos bem a matéria. Vamos nessa!!!

Os fundamentos da República Federativa do Brasil estão previstos no art. 1º,


da Constituição Federal de 1988. São eles os pilares, a base do ordenamento jurídico
brasileiro.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Para memorizá-los, usamos a famosa sigla “SOCIDIVAPLU”: soberania,


cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa e pluralismo político.

A soberania é um atributo essencial ao Estado, garantindo que sua vontade


não se subordine a qualquer outro poder, seja no plano interno ou no plano
internacional. A soberania é considerada um poder supremo e independente: supremo
porque não está limitado a nenhum outro poder na ordem interna; independente
porque, no plano internacional, não se subordina à vontade de outros Estados.

Assim, no âmbito interno, as normas e decisões elaboradas pelo Estado


prevalecem sobre as emanadas de grupos sociais intermediários como família, escola
e igreja, por exemplo. Por sua vez, na órbita internacional, o Estado somente se
submete a regras em relação às quais manifestar livremente o seu consentimento.

É relevante destacar que a soberania deve ser vista sob uma perspectiva
(sentido) democrática, donde surge a expressão “soberania popular”. Com efeito, o art.
1º, parágrafo único, dispõe que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente” nos termos da Constituição.

A cidadania, por sua vez, é simultaneamente um objeto e um direito


fundamental das pessoas; ela representa um verdadeiro status do ser humano: o de
ser cidadão e, com isso, ter assegurado o seu direito de participação na vida política
do Estado.

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A previsão da cidadania como fundamento do Estado brasileiro exige que o
Poder Público incentive a participação popular nas decisões políticas do Estado.
Nesse sentido, está intimamente ligada ao conceito de democracia, pois supõe que o
cidadão se sinta responsável pela construção de seu Estado, pelo bom funcionamento
das instituições.

A dignidade da pessoa humana é outro fundamento da República Federativa


do Brasil e consiste no valor-fonte do ordenamento jurídico, a base de todos os direitos
fundamentais. Trata-se de princípio que coloca o ser humano como a preocupação
central para o Estado brasileiro: a proteção às pessoas deve ser vista como um fim em
si mesmo.

O princípio da dignidade da pessoa humana possui elevada densidade


normativa e pode ser usado, por si só e independentemente de regulamentação,
como fundamento de decisão judicial. Além de possuir eficácia negativa (invalidando
qualquer norma com ele conflitante), o princípio da dignidade da pessoa humana
vincula o Poder Público, impelindo-o a adotar políticas para sua total implementação.

Em razão da importância do princípio da dignidade da pessoa humana, o STF


já o utilizou como fundamento de diversas decisões importantes.

A seguir, comentaremos um dos julgados do STF acerca da dignidade humana:


O STF considerou legítima a união homoafetiva como entidade familiar, em razão do
princípio da dignidade da pessoa humana e do direito à busca pela felicidade.

Voltando à análise dos fundamentos da República Federativa do Brasil, a


elevação dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa a essa condição
reforça que o nosso Estado é capitalista, e, simultaneamente, demonstra que o
trabalho tem um valor social.

Por último, o Estado brasileiro também tem como fundamento o pluralismo


político. Esse princípio visa garantir a inclusão dos diferentes grupos sociais no
processo político nacional, outorgando aos cidadãos liberdade de convicção filosófica
e política.

Forma de Estado / Forma de Governo / Regime Político:

Dentre as decisões políticas fundamentais, estão a definição da forma de


Estado e a forma de governo. Essas opções políticas foram escolhidas pelo Poder
Constituinte Originário logo no início do texto constitucional (art. 1º, caput).

a) Forma de estado diz respeito à maneira pela qual o poder está


territorialmente repartido; em outras palavras, é a repartição territorial do Poder que irá
definir a forma de Estado. Nesse sentido, um Estado poderá ser unitário (quando o
poder está territorialmente centralizado) ou federal (quando o poder está
territorialmente descentralizado).

O Brasil é um Estado federal, ou seja, adota a federação como forma de


Estado. Há diversos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios),
todos eles autônomos, dotados de governo próprio e de capacidade política. São
pessoas jurídicas de direito público que mantêm entre si um vínculo indissolúvel. Em
razão dessa indissolubilidade, um estado ou município brasileiro não pode se separar
do Brasil; diz-se que, em uma federação não há o direito de secessão. É esse o
princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, o qual é reforçado pelo fato de que

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a federação é cláusula pétrea da CF/88 (art. 60§ 4º, I, CF), não podendo, portanto, ser
objeto de emenda constitucional tendente à sua abolição.

O Estado federal, segundo a doutrina, apresenta duas características:


autonomia e participação.

Cabe destacar que autonomia difere de soberania. No Brasil, apenas a


República Federativa do Brasil (RFB) é considerada soberana, inclusive para fins de
direito internacional; só ela possui personalidade internacional. Isso porque na
Federação os entes reunidos, apesar de não perderem suas personalidades jurídicas,
abrem mão de algumas prerrogativas, em benefício do todo (Estado Federal). Dessas,
a principal é a soberania. A União é quem representa a RFB no plano internacional
(art. 21, inciso I), mas possui apenas autonomia, jamais soberania. Destaque-se,
todavia, que os outros entes federativos até podem atuar no plano internacional, mas
apenas na medida em que a RFB os autoriza.

Na CF/88, os Municípios foram incluídos, pela primeira vez, como entidades


federativas. Com essa previsão constitucional, o federalismo brasileiro O objetivo
dessa aula não é nos aprofundarmos no conceito de Estado unitário e Estado federal.

No Brasil, a União, os Estados-membros e os Municípios, todos igualmente


autônomos, têm o mesmo “status” hierárquico, recebendo tratamento jurídico
isonômico. O governo de qualquer um deles não pode determinar o que o governo do
outro pode ou não fazer. Cada um exerce suas competências dentro dos limites
reservados pela Constituição.

A federação brasileira tem como característica ser resultado de um movimento


centrífugo, ou seja, formou-se por segregação.

Outra característica de nosso federalismo é que ele é cooperativo. A


repartição de competências entre os entes da federação se dá de forma que todos
eles contribuam para que o Estado alcance seus objetivos.

b) Forma de Governo é o modo como se dá a instituição do poder na


sociedade e a relação entre governantes e governados. Quanto à forma de governo,
um Estado poderá ser uma monarquia ou uma república.

No Brasil, a forma de governo adotada (art. 1º, caput), foi a república. São
características da República o caráter eletivo, representativo e transitório dos
detentores do poder político e responsabilidade dos governantes.

c) O regime político adotado pelo Brasil é a democracia, o que fica claro


quando o art. 1º, caput, da CF/88 dispõe que a República Federativa do Brasil
constitui-se um Estado democrático de direito.

O Estado de Direito é aquele no qual existe uma limitação dos poderes


estatais; ele representa uma superação do antigo modelo absolutista, no qual o
governante tinha poderes ilimitados. O surgimento do Estado de direito se deve aos
movimentos constitucionalistas modernos.

A evolução histórica do Estado de Direitos nos evidencia que, inicialmente,


predominava a ideologia liberal; era o chamado Estado Liberal de Direito, no qual a
limitação do poder estatal e a garantia das liberdades negativas eram os principais
objetivos. Posteriormente, com a Revolução Industrial e a Revolução Russa, o Estado

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liberal dá lugar ao Estado Social de Direito, marcado pela exigência de que o Estado
oferte prestações positivas em favor dos indivíduos (direitos sociais).

Hoje, vive-se o momento do Estado Constitucional, que é, ao mesmo tempo,


um Estado de Direito e um Estado democrático. Cabe destacar que a expressão
“Estado Democrático de Direito” não implica uma mera reunião dos princípios do
Estado de Direito e do Estado Democrático, uma vez que os supera, trazendo em si
um conceito novo, mais abrangente.

No Brasil, existe uma democracia semidireta ou participativa, assim


caracterizada pelo fato de que o povo, além de participar das decisões políticas por
meio de seus representantes eleitos, também possui instrumentos de participação
direta. São formas de participação direta do povo na vida política do Brasil o plebiscito,
o referendo, a iniciativa popular de leis e ação popular. Esses mecanismos são o que a
doutrina chama “institutos da democracia semidireta”.

Cuidado para não confundir plebiscito e referendo!

É simples: o plebiscito é convocado antes da criação da norma (ato legislativo


ou administrativo) para que os cidadãos, por meio do voto, aprovem ou não a questão
que lhes foi submetida. Já o referendo é convocado após a edição da norma,
devendo esta ser ratificada pelos cidadãos para ter validade.

Harmonia e Independência entre os Poderes:

Modernamente, a separação de poderes não é vista como algo rígido. Com


efeito, o poder político é uno, indivisível; assim, o que pode ser objeto de separação
são as funções estatais (e não o poder político). Assim, apesar de a Constituição falar
em três Poderes, na verdade ela está se referindo a funções distintas de um mesmo
Poder: a legislativa, a executiva e a judiciária.

A Constituição Federal de 1988 adotou, assim, uma separação de Poderes


flexível. Isso significa que eles não exercem exclusivamente suas funções típicas, mas
também outras, denominadas atípicas. Um exemplo disso é o exercício da função
administrativa (típica do Executivo) pelo Judiciário e pelo Legislativo, quando dispõem
sobre sua organização interna e sobre seus servidores, nomeando-os ou exonerando-
os. Ou, então quando o Poder Executivo exerce função legislativa (típica do Poder
Legislativo), ao editar medidas provisórias ou leis delegadas.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 2º, trata da separação de poderes,


dispondo que:

“São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o


Executivo e o Judiciário.”

Chama-nos a atenção o fato de que a Constituição explicita que os três


Poderes são “independentes e harmônicos”. Independência é a ausência de
subordinação, de hierarquia entre os Poderes; cada um deles é livre para se organizar
e não pode intervir indevidamente (fora dos limites constitucionais) na atuação do
outro. Harmonia, por sua vez, significa colaboração, cooperação; visa garantir que os
Poderes expressem uniformemente a vontade da União.

A independência entre os Poderes não é absoluta, Ela é limitada pelo sistema


de freios e contrapesos, de origem norte-americana. Esse sistema prevê a

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interferência legítima de um Poder sobre o outro, nos limites estabelecidos
constitucionalmente. É o que acontece, por exemplo, quando o Congresso Nacional
(Poder Legislativo) fiscaliza os atos do Poder Executivo (art. 49, X, CF/88). Ou, então,
quando o Poder Judiciário controla a constitucionalidade de leis elaboradas pelo Poder
Legislativo.

Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil:

Os objetivos fundamentais são as finalidades que devem ser perseguidas pelo Estado
brasileiro. Que tal analisarmos o art. 3º da Carta Magna?

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as

desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Como se lembrar do rol de objetivos da República Federativa do Brasil, uma


vez que o art. 3º da CF/88 costuma ser cobrado em sua literalidade? Leia-o e releia-o
até decorá-lo! Para ajudá-lo na memorização do mesmo, peço que preste atenção nos
verbos, sempre no infinitivo: construir, garantir, erradicar e promover.

Calma, o curso não descambou para o Português! É que apenas com essa
observação, você poderá resolver a questão de sua prova, mesmo se não se lembrar
de nada que esteja escrito no art. 3º, CF/88.

Outra dica é que esses verbos formam a sigla “CO.GA.ER.PRO”, que serve de
memorização.

A promoção do bem de todos, sem preconceitos, alçada pela Carta Magna à


condição de objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, consagra a
igualdade formal como um dos objetivos da República Federativa do Brasil. O Estado
não pode se contentar com a atribuição de igualdade perante a lei aos indivíduos; ao
invés disso, deve buscar reduzir as disparidades econômicas e sociais.

Um exemplo da aplicação desse princípio é a reserva de vagas nas


Universidades Federais, a serem ocupadas exclusivamente por alunos egressos de
escolas públicas (cotas raciais). Busca-se tornar o sistema educacional mais justo,
mais igual. Não se trata de preconceito, mas de uma ação afirmativa do Estado.

Princípios das Relações Internacionais:

Estudaremos, agora, os princípios que regem a República Federativa do

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Brasil em suas relações internacionais, os quais estão relacionados no art. 4º,
da Constituição Federal.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados; Noções de Direito Constitucional p/ PRF

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,


política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.

Como costuma ser cobrado esse artigo? Geralmente o examinador tenta


confundir esses princípios com os objetivos expostos no art. 3º e os fundamentos da
RFB, apresentados no art. 1º da Carta Magna.

O legislador constituinte se inspirou na Carta da ONU, assinada em 1945, ao


escrever o art. 4º da CF/88. Naquela Carta, expressou-se o maior sentimento da
humanidade após o início da II Guerra Mundial: busca da paz. Em nossa Constituição,
tal sentimento foi registrado nos incisos III, IV, VI, VII e IX. Observe que nela
determina-se que a RFB buscará a autodeterminação dos povos, ou seja, respeitar a
sua soberania, não intervindo em suas decisões. Isso porque defende a paz e, para
tal, a solução pacífica dos conflitos, assumindo que as relações entre os povos deve
ser de cooperação.

Uma das consequências da II Guerra Mundial foi a independência das colônias.


Percebeu-se que, para haver paz, é necessário independência nacional, ou seja, ter
sua soberania respeitada pelas outras nações. Além disso, verificou-se que a paz
somente é possível com a igualdade entre os Estados, pois a existência de colônias e
as sanções impostas à Alemanha após a Primeira Guerra Mundial foram as principais
causas para a eclosão da Segunda. A igualdade entre os Estados é uma contrapartida
à independência nacional: é o compromisso de que uns respeitem a soberania dos
outros. Esses são os motivos pelos quais os incisos I e V do art. 4º foram escolhidos
por nosso constituinte como princípios das relações internacionais do Brasil.

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Finalmente, qual a imagem mais forte da II Guerra Mundial? O massacre dos
judeus, nos campos de concentração, promovido pelos nazistas. Uma vergonha para a
Humanidade. A Carta da ONU, em consequência, assume como princípio o estímulo
aos direitos humanos. Inspirado naquela Carta, nosso constituinte elevou à condição
de princípios a serem buscados pela

A Republica em suas relações internacionais a prevalência dos direitos


humanos e o repúdio ao terrorismo e ao racismo.

O parágrafo único do art. 4º da Constituição traz um objetivo a ser buscado


pelo Brasil em suas relações internacionais: a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

Quando é cobrado, o examinador geralmente troca América Latina por


América do Sul, para confundi-lo(a). Portanto, fique atento!

Direitos e Garantias Fundamentais: Teoria geral - Parte I (aula 01)

Os Direitos e Garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram


criados ao longo dos tempos. Tais comandos constituem-se de normas protetivas
que formam um conjunto de prerrogativas próprias à condição humana.

Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do


Estado (verticalidade). Mas não só do Estado. Os direitos e garantias fundamentais
também constituem normas de proteção do indivíduo em relação aos outros indivíduos
na sociedade (horizontalidade).

A Constituição Federal, quando se refere aos direitos fundamentais, classifica-


os em cinco grupos:

1- Direitos e deveres individuais e coletivos


2- Direitos sociais
3- Direitos de nacionalidade
4- Direitos Políticos
5- Partidos Políticos

Esta classificação encontra-se distribuída entre os artigos 5º e 17 do texto


constitucional e é normalmente chamada pela doutrina de Conceito Formal dos
Direitos Fundamentais (Catálogo de Direitos Fundamentais). O Conceito Formal é o
que a Constituição resolveu classificar como sendo Direito Fundamental. É o rol
(conjunto) de direitos fundamentais previstos expressamente no texto constitucional.

Pergunta: “O rol de direitos fundamentais é um rol exaustivo? Ou melhor,


taxativo?” só são esses? O que se quer saber é se o rol de direitos fundamentais é
só aquele que está expresso na Constituição ou não.

Reposta: Não. Na verdade, o rol de direitos fundamentais é exemplificativo. Essa


resposta é extraída do parágrafo 2º do artigo 5º que dispõe:

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§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Portanto, o rol não é taxativo, mas exemplificativo. A doutrina chama esse


parágrafo de Cláusula de Abertura Material que é exatamente a possibilidade de
existirem outros direitos fundamentais ainda que fora do texto constitucional. Este
seria o Conceito Material dos direitos fundamentais, ou seja, todos os direitos
fundamentais que possuem a essência fundamental, ainda que não estejam expressos
no texto constitucional.

2. Força Normativa dos Tratados Internacionais (status)

Uma regra muito importante para sua prova é a que está prevista no parágrafo 3º do
artigo 5º:

§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que


forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.

O parágrafo acima apresenta a chamada Força Normativa dos Tratados


Internacionais.

Segundo a Constituição, é possível que um tratado internacional possua força


normativa (status) de emenda constitucional, desde que preencha os seguintes
requisitos:

1) Seja de direitos humanos;


2) Seja aprovado nas duas casas legislativas do Congresso Nacional, ou seja, na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal;
3) Seja aprovado em dois turnos em cada casa;
4) Seja aprovado por 3/5 dos membros em cada turno de votação, em cada casa.
Preenchidos estes requisitos o Tratado Internacional terá força normativa de
Emenda à Constituição.

E se o Tratado Internacional for de Direitos Humanos e não preencher os


requisitos constitucionais previstos no § 3º do artigo 5º da Constituição? Qual será sua
força normativa? Segundo o STF, caso o Tratado Internacional fale de direitos
humanos, mas não preencha os requisitos do § 3º do Art. 5º da CF, ele terá força
normativa de Norma Supralegal.

E, por fim, os tratados internacionais que não falam de direitos humanos, cuida
de outros assuntos, como por exemplo, comércio? Estes tratados possuem força
normativa de Lei Ordinária.

Resumo: são três as forças normativas dos Tratados Internacionais:

3. Objetivo Dos Direitos Fundamentais

Neste ponto que surgem os conceitos de Amplitude Horizontal e Amplitude


Vertical.

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Amplitude vertical é o efeito protetor que as normas definidoras de direitos e
garantias fundamentais produzem para um indivíduo diante do Estado.

Já a amplitude horizontal é o efeito protetor que as normas definidoras de


direitos e garantias fundamentais produzem para um indivíduo diante dos outros
indivíduos.

4. Características

O elemento jurídico acima abordado, além de explicar a possibilidade de se inserirem


novos direitos fundamentais no rol dos que já existem expressamente na CRFB,
também constitui uma das características que serão abordadas a seguir:

˃ Historicidade – esta característica revela que os Direitos Fundamentais são


frutos da evolução histórica da humanidade. Significa que eles evoluem com o
passar do tempo;
˃ Universalidade – os direitos fundamentais pertencem a todas as pessoas,
independente da sua condição.

˃ Inalienabilidade – os direitos fundamentais não podem alienados, não podem ser


negociados, não podem ser transigidos.

˃ Irrenunciabilidade – os direitos fundamentais não podem ser renunciados.

˃ Imprescritibilidade – os direitos fundamentais não se sujeitam a prazos


prescricionais. Não se perde um direito fundamental pelo decorrer do tempo. Essa
é a regra. É possível encontrar uma exceção a esta regra quando se fala do
direito á propriedade. Este direito, se não for cuidado, é possível perdê-lo por
meio da chamada Ação de Usucapião.

˃ Não-taxatividade – esta característica, já tratada anteriormente, diz que o rol de


direitos fundamentais é apenas exemplificativo tendo em vista a possibilidade de
inserção de novos direitos.

˃ Limitabilidade – não existe direito fundamental absoluto. São direitos relativos.

˃ Proibição do retrocesso – esta característica proíbe que os direitos já


conquistados sejam perdidos.

˃ Aplicabilidade imediata: desde que a Constituição Federal entrou em vigor os


Direitos e Garantias Fundamentais já tem efeitos jurídicos. Assim, não
necessitam de regulamentação ou de complementação normativa.

˃ Concorrência – os direitos fundamentais podem ser utilizados em conjunto com


outros direitos. Não é necessário abandonar um para usufruir outro direito.

˃ Complementariedade – um direito fundamental não pode ser interpretado


sozinho. Cada direito deve ser analisado juntamente com outros direitos
fundamentais, bem como com outros institutos jurídicos.

EXERCÍCIOS

1. Incluem-se nos direitos e garantias fundamentais da República Federativa do


Brasil a inviolabilidade do direito à igualdade, a aposentadoria, a nacionalidade e

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o plebiscito. ( )

2. De acordo com o princípio da relatividade ou convivência das liberdades


públicas, os direitos e garantias fundamentais consagrados na CF não são
ilimitados, visto que encontram seus limites nos demais direitos igualmente
consagrados pela CF. ( ).

3. Excluem-se dos direitos e garantias fundamentais, previstos de forma taxativa


na CF, os direitos decorrentes de tratados internacionais de que a república
Federativa do Brasil seja parte. ( )

GABARITO: 01 – C 02 – C 03 – E

Direitos e Garantias Fundamentais: Teoria geral - parte II (aula 02)

1. Gerações dos Direitos Fundamentais

As Gerações ou Dimensões de direitos fundamentais são uma classificação


adotada pela doutrina que leva em conta a ordem cronológica de reconhecimento
destes direitos.

Atualmente, são cinco as dimensões reconhecidas, sendo as três primeiras


mais recorrentes em provas:

a) 1ª Dimensão: estão os primeiros direitos conquistados pela humanidade.


São direitos relacionados à liberdade, em todas as suas formas. Possuem um caráter
negativo diante do Estado, pois é vista como limitação ao poder estatal. Por conta dos
direito de primeira dimensão, o Estado fica impedido de agir ou interferir na sociedade.
Assim, são conhecidos também como direitos de defesa com caráter individual.
Exemplo: direitos às liberdades públicas, direitos civis e direitos políticos.

b) 2ª Dimensão: estes direitos surgem na tentativa de diminuir as


desigualdades sociais existentes na sociedade, provocadas pela primeira dimensão.
São conhecidos como direitos de igualdade. Para reduzir as diferenças sociais, o
Estado precisa interferir na sociedade, com uma conduta positiva adotada por meio
de prestações sociais. Exemplos: direitos sociais, econômicos e culturais.

c) 3ª Dimensão: aqui estão os conhecidos direitos de fraternidade. Direitos


que expressam um sentimento de solidariedade entre os povos na tentativa de
preservarem os direitos de toda a coletividade. Exemplo: direito ao meio ambiente
saudável, o direito ao progresso da humanidade, ao patrimônio comum.

d) 4ª Dimensão: estes direitos ainda não possuem um posicionamento pacífico


na doutrina, mas, em geral, afirma-se que na quarta dimensão ocorre a chamada
globalização dos direitos fundamentais. Direitos que rompem com as fronteiras entre
os Estados. São direitos de todos os seres humanos, independente de sua condição.
Exemplos: direito à democracia, ao pluralismo político, direitos ligados à genética e ao
espaço sideral.

e) 5ª Dimensão: É novidade. Apenas alguns doutrinadores a reconhece.

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Temos como exemplo o direito à paz, atualmente mais almejado pelo homem e que
consubstancia a comunhão de direitos.

Atenção: na medida em que os direitos foram sendo conquistados pela


sociedade, todos eles se complementavam, de forma que não existe substituição ou
superação de uma geração em relação a outra, mas sim em cumulação de direito.

As três primeiras dimensões estão relacionadas ao Lema da Revolução


Francesa: 1) liberdade, 2) igualdade e 3) fraternidade.

3. Destinatários dos Direitos Fundamentais

Quem são os titulares dos direitos fundamentais? Em simples palavras? Quem


tem tais direitos?

A Constituição Federal de 1988 dispõe no caput do artigo 5º que são


destinatários “os brasileiros e estrangeiros residentes no país”.

Questão: será se é necessário residir no país para que o estrangeiro tenha


direitos fundamentais?

Pensemos no caso em que turistas alemães estão de passagem pelo Brasil,


será correto não dar direitos de liberdade de locomoção para essas pessoas, pelo
simples fato deles não serem residentes? É claro que não.

Segundo o STF, o termo “residente” deve ser interpretado de forma mais


ampla, no sentido de abarcar todos aqueles que estão no país, independente de
residir no país. Todos são titulares de direitos fundamentais.

Cuidado: a regra é que os direitos fundamentais sejam conferidos às pessoas


naturais (eu, você!), mas, excepcionalmente, são destinados para pessoas jurídicas.
Ex. uma pessoa jurídica tem direita a indenização proporcional ao agravo sofrido.

E mais: tanto as pessoas jurídicas de direito privado quanto às pessoas


jurídicas de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais. Ex. o Estado
tem direitos!

4. Cláusulas Pétreas como Direitos Fundamentais

O artigo 60, § 4º da Constituição Federal traz o rol das chamadas Cláusulas Pétreas
(cláusulas de pedra).

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I -


a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

As Cláusulas Pétreas são núcleos temáticos de tanta relevância para a


sociedade que não podem ser retirados da Constituição. Observe que a CRFB

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proíbe a abolição destes princípios, mas não impede que os mesmos sejam
modificados (aumentados), no caso, para melhor. Cuidado!

O texto constitucional prevê no inciso IV como sendo Cláusulas Pétreas


apenas os Direitos e garantias individuais. Por conta disso, pela literalidade da
Constituição não são todos os direitos fundamentais que são protegidos como
“cláusulas de pedra”, mas apenas os de caráter individual. Cuidado!!!

5. Tribunal Penal Internacional – TPI

§4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja


criação tenha manifestado adesão.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) é uma corte de justiça permanente,


localizada em Haia (Holanda), com competência de julgamento dos crimes contra a
humanidade. É um Tribunal.

Uma coisa deve ser esclarecida. O TPI não julga qualquer tipo de crime, mas
aqueles crimes de guerra, agressão estrangeira, genocídio, dentre outros.

Atenção: O TPI não faz parte do Poder Judiciário brasileiro. Sua competência é
Complementar à jurisdição nacional, não ofendendo, portanto, a soberania do Estado
brasileiro. Isto significa que o TPI só age quando a Justiça Brasileira se omite ou
falhar.

6. Direito é diferente de Garantia?

Muitos questionam se direitos e garantias são a mesma coisa, mas a melhor


doutrina tem diferenciado estes dois institutos.

Assim, os direitos são os próprios direitos previstos na Constituição Federal.


Eles representam por si só estes bens. Direitos são normas declaratórias.

As garantias são instrumentos de proteção dos direitos. São ferramentas


disponibilizadas pela Constituição para a fruição dos direitos. Garantias são normas
assecuratórias.

Apesar das diferenças acima, é possível dizer que a garantia é um direito.

7. Poder Vinculante dos Direitos Fundamentais

Como já afirmamos, os direitos fundamentais possuem aplicabilidade tanto


nas relações verticais (entre o indivíduo e o Estado) quanto das relações horizontais
(entre os particulares). Sua amplitude, em regra, é direcionada a limitar a atuação
estatal com o objetivo de evitar o cometimento de arbitrariedades.

A doutrina afirma que existe um poder vinculante dos Direitos Fundamentais,


o qual pode se perceber em relação aos Poderes do Estado: Executivo, Legislativo e
Judiciário.

Exercícios

1. Em nenhuma hipótese, é admitida pela CF a pena de morte, a qual sequer

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poderá ser objeto de emenda, dada a existência de cláusula pétrea nesse
sentido. ( ).

2. A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item subsequente:

a) Os direitos fundamentais de primeira dimensão são aqueles que outorgam ao


indivíduo direitos a prestações sociais estatais, caracterizando-se, na maioria
das vezes, como normas constitucionais programáticas. ( ).

b) Embora a CF estabeleça como destinatários dos direitos e garantias


fundamentais tanto os brasileiros quanto os estrangeiros residentes no país, a
doutrina e o STF entendem que os estrangeiros não residentes (como os que
estiverem em trânsito no país) também fazem jus a todos os direitos, garantias e
ações constitucionais previstos no art. 5º da Carta da República. ( ).

GABARITO: 01 – E 02a – E 03b – E

Direitos Individuais – parte I (aula 03)

1. Introdução

A Constituição Federal, ao disciplinar os direitos individuais, coloca-os basicamente no


artigo 5º. Logo no caput deste artigo, já aparece uma classificação dos direitos quando
dispõe:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Os direitos individuais estão divididos em cinco grupos de direitos previstos no caput


do artigo 5º da CF:

1. Direito à vida
2. Direito à igualdade
3. Direito à liberdade
4. Direito à propriedade
5. Direito à segurança

Macete: VLISP.

Percebe-se que os 78 incisos do artigo 5º, de certa forma, surgem de um desses cinco
direitos acima. Agora, estudaremos os incisos mais importantes deste artigo de forma
a prepará-lo para a prova. Logicamente, não conseguiremos abordar todos os incisos,
o que não tira a sua responsabilidade de lê-los. A doutrina considera, inclusive, que os
diversos incisos do art. 5º são desdobramentos dos direitos previstos no caput
desse artigo.

Como já vimos antes, apesar de artigo 5º, caput, referir-se apenas a “brasileiros e
estrangeiros residentes no país”, há consenso na doutrina de que os direitos

14
fundamentais abrangem qualquer pessoa que se encontre em território nacional,
mesmo que seja estrangeiro residente no exterior. Assim, se um japonês que estiver
de férias no Brasil tem direitos fundamentais assegurados.

Vale lembrar ainda que a pessoa jurídica tem alguns direitos fundamentais, aqueles
compatíveis com sua estrutura.

Por fim, não esqueça que coisas ou bens, como um animal, imóvel, rio, ar e vento não
possuem direitos fundamentais. Na verdade, coisas e bens são objetos de direitos, e
não sujeitos de direitos.

Direito à Vida

É o direito mais fundamental de todos, por ser um pressuposto para o exercício dos
demais direitos. O direito à vida abrange a necessidade de se proteger a vida
extrauterina e intrauterina.

Mas temos uma pergunta: o direito à vida é absoluto?

Resposta: Não. Nenhum direito é absoluto. O direito à vida não é absoluto. São várias
as justificativas, como as excepcionalidades de pena morte, aborto necessário, aborto
de feto anencéfalo, legitima defesa e estado de necessidade.

1) Pena de morte: uma pergunta que não quer calar: Existe pena de morte no Brasil?

A sua resposta tem que ser “SIM”, “em caso de guerra declarada”, como verificaremos na
alínea “a” do inciso XLVII do artigo 5º abaixo:

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

Todas as vezes que a Constituição traz uma negação acompanhada de uma exceção,
estamos diante de uma possibilidade e isso é se torna uma questão de prova
perigosa.

2) Aborto: a prática de aborto no Brasil é permitida? Em regra, não. Assim, o direito


à vida abrange a vida intraulterina. O artigo 128 do Código Penal Brasileiro
apresenta duas possibilidades de prática de aborto que são verdadeiras excludentes de
ilicitude:

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez


resultante de estupro;

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da


gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal;

Além destas duas hipóteses acima, o STF também reconhece a possibilidade da


prática de aborto do feto anencéfalo (feto com má-formação do tudo neural). Mais
uma mitigação do direito à vida. Portanto, está correto marcar a alternativa na prova
que afirme: a interrupção da gravidez de feto anencéfalo não é tipificada como

15
crime de aborto.

Também temos o tema das células tronco embrionárias. Segundo o STF, é legitima e
não ofende o direito à vida nem, tampouco, a dignidade da pessoa humana, a
realização de pesquisas com células tronco embrionárias, obtidas de embriões
humanos produzidos por fertilização “in vitro” e não utilizados neste procedimento.

Legítima defesa e estado de necessidade: estes dois institutos, conhecidos por


excludentes de ilicitude do crime, são outras possibilidades de limitação do direito a
vida, conforme o artigo 23 do Código Penal:

Art. 23 - Não há crime quando o agente


pratica o fato:

I - em estado de necessidade;

II - em legítima defesa;

Assim, fica claro que o direito à vida não é absoluto.

Vale frisar que o direito à vida não está restrito apenas ao fato de se estar vivo.
Segundo o STF, quando a constituição protege o direito à vida, faz em duas
acepções básicas: direito à vida no sentido de estar vivo e no sentido de ter uma
vida digna, com qualidade (artigos 6º; 7º, IV; 196; 205; 215).

EXERCÍCIOS

1) Segundo a Constituição Federal, ninguém será submetido a tratamento desumano


ou degradante. Com base nessa regra, o STF tem entendimento firmado no sentido
de que é ilegal o uso de algemas, devendo o Estado assegurar outros meios para
evitar a fuga de presos e o perigo à integridade física de terceiros. ( ).

2) A proteção do direito à vida tem como consequência a proibição da pena de morte


em qualquer situação, da prática de tortura e da eutanásia. ( ).

3) A CF proibiu terminantemente a prática de tortura, ressalvados os casos de


legítima defesa e estado de necessidade. ( ).

4) Conforme a doutrina, a inviolabilidade do direito à vida limita-se ao direito de


continuar vivo, não se relacionando com o direito a uma vida digna.

GABARITO: 01 – E 02 – E 03 – E 04 – E

Direitos Individuais – parte II (aula 04)

1. Direito à Igualdade

2.1. Igualdade formal X igualdade material

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Direito pertencente à segunda geração de direitos fundamentais, a igualdade visa
reduzir as desigualdades sociais. Isonomia é sinônimo do termo Igualdade.

2.2. Igualdade na lei e igualdade perante a lei

Igualdade na lei vincula o legislador a tratar todos de maneira igualitária na


elaboração das leis, condição inerente a democracia e a república em que vivemos.

Igualdade perante a lei vincula o aplicador da lei, seja a administração pública, seja o
judiciário, ou mesmo os particulares, que devem agir respeitando a legislação vigente.

2.3. Igualdade formal X igualdade material

A doutrina classifica este direito em:

- Igualdade formal: significa o termo “todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza”. É o previsto no caput do artigo 5º. É uma igualdade jurídica,
que não se preocupa com a realidade, mas apenas evita que alguém seja tratado de
forma discriminatória.

- Igualdade material: é também chamada de igualdade efetiva ou substancial. É a


igualdade que se preocupa com a realidade. Significa a seguinte expressão: “tratar os
iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade, na medida das suas
desigualdades”. Este tipo de igualdade confere um tratamento com justiça para
aqueles que não a possuem. Exemplo: a reserva de vagas nas universidades públicas
para negros e índios é considerada constitucional pelo STF. Igualmente, é
constitucional a concessão de bolsa de estudos em universidades privadas para
alunos de família de renda baixa, com quotas para negros, pardos, indígenas e
portadores de deficiências.

A igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir um tratamento


isonômico entre as pessoas. Contudo, por diversas vezes, um tratamento igualitário
não consegue atender a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a
utilização da igualdade em seu aspecto material para que se consiga produzir um
verdadeiro tratamento isonômico.

Imaginemos as relações entre homens e mulheres. A regra é que homem e mulher são
tratados da mesma forma conforme previsto no inciso I do artigo 5º:

Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição;

Contudo, em diversas situações, seja na constituição, seja na lei, não podendo por
ato infralegal (exemplo: decreto, portaria, edital etc.), homens e mulheres serão
tratados de forma diferente, como por exemplo:

- Licença maternidade: 120 dias. Para o homem, apenas 05 dias de licença


paternidade, e isso é constitucional; a mulher tem mais tempo para se recuperar do
parto em razão da nítida distinção do desgaste feminino para o masculino no que
tange ao parto.

- Aposentadoria: a mulher se aposenta 5 anos mais cedo que o homem, sendo


constitucional;

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- Serviço Militar Obrigatório: só o homem está obrigado, e isso é constitucional.

- Concurso de agente penitenciário: só é possível concurso para agente de sexo


feminino para trabalhar em penitenciária feminina.

- limite de idade: segundo o STF, é legitima a previsão de limites de idade em


concursos públicos quando justificada pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido (súmula 683). Atenção: essa restrição de idade só pé admitida se
previsto em lei, tendo em conta o grau de esforço do cargo.

- Promoção: não ofende o principio da isonomia a adoção de critérios distintos


para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica.

-vedação de aumento de vencimentos: não cabe ao Poder Judiciário, que não tem
função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob
fundamento de isonomia (súmula 339 STF).

Estas são algumas das situações onde são permitidos tratamentos desiguais entre as
pessoas. As razões que justificam esta discriminação são as diferenças efetivas que
existem entre os homens e as mulheres em cada uma das hipóteses.

2.4. Ações afirmativas

Como formas de concretização da igualdade material foram desenvolvidas políticas


públicas de compensação dirigidas às minorias sociais chamadas de Ações
Afirmativas ou Discriminações Positivas.

2.5. Igualdade nos concursos públicos

Devido a importância do tema para concursos públicos, “tema na moda”, passamos a


analisar mais de perto o princípio da igualdade material nos concursos públicos.

Seria possível restringir o acesso a um cargo público em razão do sexo de uma


pessoa? Ou por causa de sua altura? Ou ainda, pela idade que possui?

Estas questões encontram a mesma resposta: sim. É possível, desde que os critérios
discriminatórios preencham alguns requisitos:

a) Deve ser fixado em lei: não bastam que os critérios estejam previstos no edital,
precisam estar previstos em Lei, no seu sentido formal;

b) Deve ser necessário ao exercício do cargo: A título de exemplo: seria razoável exigir
para um cargo de policial militar, altura mínima ou mesmo, idade máxima, que
representam vigor físico, tendo em vista a natureza do cargo que exige tal condição.
As mesmas condições não poderiam ser exigidas para um cargo de técnico judiciário,
por não serem necessárias ao exercício do cargo.

Em suma, podem ser exigidos critérios discriminatórios desde que previstos em lei e
que sejam necessários ao exercício do cargo, observados os critérios de
proporcionalidade e razoabilidade.

2.6. União estável homoafetiva

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Esse é um tema novo, que surgiu devido à evolução social e cultural e que tem
ganhado força pela jurisprudência, que tem considerada permitida a união estável
homoafetiva.

Com base na proibição de distinção em relação ao sexo prevista no artigo 3º da CF, o


Supremo tribunal Federal já legitimou vários direitos como os previdenciários, os de
relação de dependência jurídica sendo o casal homoafetivo equiparado a um casal
heterosexual. Como você pode perceber, todas as igualdades estão embasadas no
princípio da dignidade da pessoa humana.

EXERCÍCIOS

1. Segundo a constituição federal, brancos, negros e pardos são iguais em direitos e


obrigações, nos termos a serem estabelecidos em Lei Complementar. ( ).

Atenção: Considere o relato a seguir para responder a próxima questão.

2. O Congresso Nacional promulgou, em agosto de 2006, a Lei no 11.340, conhecida


por “Lei Maria da Penha”, a qual criou mecanismos para proteger a mulher que é
vítima de violência doméstica e familiar. Em fevereiro de 2012, o Supremo Tribunal
Federal (STF) julgou procedente a Ação Declaratória de Constitucionalidade no19
(ADC-19) para declarar a constitucionalidade de dispositivos da referida lei, o que
trouxe ainda mais força para sua aplicação.

O princípio constitucional, relacionado aos direitos fundamentais, que embasa a “Lei


Maria da Penha”, permitindo que a mulher receba um tratamento jurídico preferencial
em relação ao homem nas situações de violência doméstica e familiar, é o da :

a) Função social da propriedade.

b) Liberdade individual.

c) Igualdade material.

d) Inviolabilidade domiciliar.

e) Segurança jurídica.

3. O estabelecimento de regras distintas para homens e mulheres, quando


necessárias para atenuar desníveis, é compatível com o princípio constitucional da
isonomia e poderá ocorrer tanto na CF quanto na legislação infraconstitucional. ( ).

GABARITO : 01 – E 02 – C 03 – C

Direitos Individuais – parte III (aula 05)

Direito à Liberdade

O direito à liberdade pertence à primeira geração de direitos fundamentais por

19
expressarem os direitos mais desejados pelos indivíduos contra o Estado.

Acepções do direito de liberdade ao longo do texto da Constituição Federal:

Liberdade de Ação

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão


em virtude de lei;

Esta é a liberdade por excelência. Segundo o texto constitucional, a liberdade só pode


ser restringida por lei. Por isso, dizemos que este inciso também apresenta o
Princípio da Legalidade.

Aliás, é muito corrente em prova chamar este inciso II de Princípio da legalidade.

A legalidade pode ser entendida de duas formas, a depender do destinatário da


mensagem:

- Para o particular: para o particular, legalidade significa “fazer tudo que não for
proibido”.

- Para o agente público: para o agente público legalidade significa “poder fazer tudo o
que for determinado ou permitido pela lei”.

No que diz respeito à legalidade, importante dizer que a lei é o instrumento adequado,
democrático e pertinente para se criar direitos e impor obrigações aos indivíduos e ao
Poder Público.

Cuidado: temos que diferenciar o Princípio da legalidade do Princípio da Reserva


legal. O princípio da legalidade se apresenta quando a Constituição utiliza a palavra
“lei” em um sentido mais amplo, abrangendo não somente a lei em sentido estrito,
mas todos e qualquer ato normativo estatal, incluindo atos infralegais, que obedeça às
formalidades que lhe são próprias e contenha uma regra jurídica. Por meio do princípio
da legalidade, a Constituição determina a submissão e o respeito à “lei”, ou a atuação
dentro dos limites legais; no entanto, a referência que se faz é à lei em sentido
material.

Já o princípio da reserva legal é evidenciado quando a Constituição exige


expressamente que determinada matéria seja regulada por lei formal ou atos com
força de lei (como decretos autônomos, por exemplo). O vocábulo “lei” é, aqui, usado
em um sentido mais restrito.

Vamos ao próximo inciso.

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

Geralmente, este inciso III é cobrando literalmente. Trata-se do principio da vedação a


tortura.

Liberdade de Pensamento ou de expressão

Todos podem manifestar, oralmente ou por escrito, o que pensam, desde que isso não seja
feito anonimamente. Assim como os demais direitos fundamentais, a manifestação do
pensamento não possui caráter absoluto, sendo restringido pela própria Constituição Federal

20
que proíbe seu exercício de forma anônima:

Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o


anonimato;

A vedação ao anonimato, além de ser uma garantia ao exercício da manifestação do


pensamento, possibilita o exercício do direito de resposta caso alguém seja ofendido.

E a questão da Denúncia Anônima? Diante da vedação constitucional ao anonimato,


poder-se-ia imaginar que esta ferramenta de combate ao crime fosse considerada
inconstitucional. Contudo, não tem sido este o entendimento do STF. A denúncia
anônima pode até ser utilizada como ferramenta de comunicação do crime, mas não
pode servir como instrumento suficiente para a instauração do Inquérito Policial, muito
menos como fundamento para condenação de quem quer que seja. Este
posicionamento se aplica à instauração de qualquer tipo de procedimento
investigatório, seja administrativo, cível ou penal.

Segundo o STF, as autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de


persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se apenas em peças apócrifas ou em
escritos anônimos.

Também com base no direito à manifestação do pensamento e no direito de reunião, o


STF considerou inconstitucional qualquer interpretação do Código Penal que possa
ensejar a criminalização da defesa da legalização das drogas, ou de qualquer
substância entorpecente específica, inclusive através de manifestações e eventos
públicos. Esse foi um entendimento polêmico, que descriminalizou a chamada “marcha
da maconha”.

Em respeito a esse dispositivo o STF declarou inconstitucional a exigência de diploma de


jornalismo para ser jornalista haja vista esta profissão ser um canal essencial para divulgação
do pensamento e da informação.

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização


por dano material, moral ou à imagem;

Geralmente, este inciso V é cobrando literalmente.

Liberdade de Consciência e Crença Religiosa

Uma primeira pergunta deve ser feita acerca da liberdade religiosa em nosso país: qual a
religião oficial do Brasil? Nenhuma! A liberdade religiosa do Estado brasileiro é incompatível
com a existência de uma religião oficial. Vejamos.

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias;

Este inciso marca a liberdade religiosa existente no Brasil. Por este motivo, dizemos
que o Brasil é um Estado laico, leigo ou não-confessional. Isso significa que no Brasil
existe uma relação de separação entre Estado e Igreja. Esta relação entre o Estado e a Igreja
encontra, inclusive, vedação expressa no texto constitucional:

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

21
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;

Por causa da liberdade religiosa, é possível exercer qualquer tipo de crença no país. É
possível ser católico, protestante, mulçumano, ateu ou satanista. Isso é liberdade de
crença ou consciência. Liberdade de crer ou não crer. Perceba que o inciso IV, além
de proteger as crenças e cultos, também protege as suas liturgias. Apesar da proteção
constitucional, não se pode utilizar este direito para praticar atos contrários às demais
normas do direito brasileiro como, por exemplo, sacrificar seres humanos como forma
de prestar culto a determinada divindade. Isto a liberdade religiosa não ampara.

Vamos ao próximo dispositivo constitucional sobre a liberdade de Crença Religiosa:

VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas


entidades civis e militares de internação coletiva;

Aqui a Constituição Federal garantiu a assistência religiosa nas entidades de


internação coletivas, sejam elas civis ou militares. Entidades de internação coletivas
são quartéis, hospitais ou hospícios. Em razão desta garantia constitucional é
comum encontrarmos nestes estabelecimentos capelas para que o direito seja
exercido.

Cuidado: o próximo, pois é um inciso campeão em provas.

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de


convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Trata-se do instituto da Escusa de Consciência. Este direito permite a qualquer pessoa


que, em razão de sua crença ou consciência, deixe de cumprir uma obrigação imposta sem que
com isso sofra alguma consequência em seus direitos. No caso de uma obrigação imposta a
todos, se o indivíduo recusar-se ao seu cumprimento, ser-lhe-á oferecida uma prestação
alternativa. Não a cumprindo também, a Constituição permite que direitos sejam restringidos,
principalmente os políticos, conforme o art. 15 abaixo.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só


se dará nos casos de:

IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos


termos do art. 5º, VIII;

Devemos incluir aqui também o posicionamento da jurisprudência quanto à presença


de crucifixos em repartições públicas. O entendimento atual do CNJ considera que a
presença dos mesmos decorre da cultura nacional e não ofende a laicidade do
estado. O mesmo pode ser entendido para os feriados ligados a santidades.

Vamos ao próximo inciso.

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,

22
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;

A intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas são invioláveis: elas
consistem em espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas externas.

Destaque-se que as indenizações por dano material e por dano moral são
cumuláveis, ou seja, diante de um mesmo fato, é possível que se reconheça o direito
a ambas indenizações.

As pessoas jurídicas também poderão ser indenizadas por dano moral, uma vez que
são titulares dos direitos à honra e à imagem. Segundo o STJ, a honra objetiva da
pessoa jurídica pode ser ofendida pelo protesto indevido de título cambial, cabendo
indenização pelo dano extrapatrimonial daí decorrente.

Além disso, com base nesse inciso o STF entende que não se pode coagir suposto pai
a realizar exame de DNA.

Também relacionado aos direitos à intimidade e à vida privada está o sigilo bancário,
que é verdadeira garantia de privacidade dos dados bancários. Assim como todos os
direitos fundamentais, o sigilo bancário não é absoluto. Nesse sentido, tem-se o
entendimento do STJ de que “havendo satisfatória fundamentação judicial a ensejar a
quebra do sigilo, não há violação a nenhuma cláusula pétrea constitucional.”

A pergunta que se faz agora é a seguinte: quais autoridades podem determinar a


quebra do sigilo bancário? A quebra do sigilo bancário, como regra, somente pode ser
determinada pelas autoridades judiciárias e pelas Comissões Parlamentares de
Inquérito (CPI’s). Entretanto, devido à gravidade jurídica de que se reveste esse ato,
isso se dará somente em situações excepcionais, sendo fundamental demonstrar a
necessidade das informações solicitadas e cumprir as condições legais. Além disso,
para que a quebra do sigilo bancário ou do sigilo fiscal seja admissível é necessário
que haja individualização do investigado e do objeto da investigação. Não é possível,
portanto, a determinação dessa medida para apuração de fatos genéricos.

Da mais alta importância é o inciso a seguir, e deixo-o, desde logo, já expresso. Contudo, esse
dispositivo será analisado mais a frente com maior detalhes.

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Liberdade de Locomoção

Uma das liberdades mais almejadas pelos indivíduos durante as lutas sociais são o grande carro
chefe na limitação dos poderes do Estado. O inciso XV do artigo 5º já diz:

XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer


pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

O direito previsto neste inciso não possui caráter absoluto haja vista ter sido garantido em
tempo de paz. Isto significa que em momentos sem paz seriam possíveis restrições às
liberdades de locomoção. Destaca-se o Estado de Sítio (art. 137 da Constituição Federal).
Nestas circunstâncias seriam possíveis maiores restrições à chamada liberdade de locomoção
por meio de medidas autorizadas pela própria Constituição Federal.

23
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para
decretar o estado de sítio nos casos de:

I. comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a


ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;

II. declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só
poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:

I. obrigação de permanência em localidade determinada;

II. detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;

Outro ponto interessante refere-se à possibilidade de qualquer pessoa entrar,


permanecer ou sair do país com seus bens. Este direito também não pode ser
encarado de forma absoluta, haja vista a possibilidade de se exigir declaração de bens
ou pagamento de imposto quando da entrada no país com bens. Neste caso, liberdade
de locomoção não se confunde com imunidade tributária.

Caso a liberdade de locomoção seja restringida por ilegalidade ou abuso de poder a


Constituição reservou um poderoso instrumento garantidor, o chamado Habeas
Corpus.

Art. 5º, LXVIII – conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém sofrer ou


se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder

Liberdade de Reunião

Acerca desta liberdade é importante ressaltar as condições estabelecidas pelo texto


constitucional:

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente;

Resumindo, temos que as condições estabelecidas para o exercício do direito à


reunião são:

Reunião pacífica: não se legitima uma reunião que tenha fins não-pacíficos;
Sem armas: para evitar a violência ou coação por meio de armas;
Locais abertos ao público: encontra-se subentendida a reunião em local fechado;
Independente de autorização: não precisa de autorização;
Necessidade de prévio aviso: precisa de prévio aviso;

Não frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local – garantia de
isonomia no exercício do direito prevalecendo o de quem exerceu primeiro.

Muito cuidado com este tema em prova. As bancas gostam de omitir requisitos, ou

24
mesmo, confundir os candidatos com a questão da AUTORIZAÇÃO e do PRÉVIO
AVISO. Friso: “Não precisa de autorização, mas necessita de prévio aviso”.

Outro ponto que já foi alvo de questão de prova é a possibilidade de restrição deste direito no
Estado de Sítio e no Estado de Defesa. O problema está na distinção entre as limitações que
podem ser adotadas em cada uma das medidas:

Art. 136, § 1º – O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de


sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e
limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:

I – restrições aos direitos de:

a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I,
só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:

IV – suspensão da liberdade de reunião;

Enquanto no Estado de Defesa ocorrerão restrições ao direito de reunião, no Estado de Sítio


ocorrerá a suspensão deste direito.

ESQUEMA:

Estado de defesa: restrição

Estado de Sitio: suspensão.

Liberdade de Associação

São vários os dispositivos constitucionais que regulam a liberdade de associação, como os


exemplos a seguir:

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades


suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para


representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

A liberdade de associação só poderá ser usufruída para fins lícitos, sendo proibida a
criação de associação paramilitar. Entende-se como associação de caráter paramilitar,
toda organização paralela ao Estado, sem legitimidade, com estrutura e organização
tipicamente militar. Exemplos: facções criminosas, milícias ou qualquer outra

25
organização que possua fins ilícitos e alheios aos do Estado.

Destaca-se também a dispensa de autorização e interferência estatal no


funcionamento e criação das associações.

OBSERVAÇÃO: As associações podem ter suas atividades suspensas ou dissolvidas.


Em qualquer um dos casos deve haver decisão judicial. No caso da dissolução, por
ser uma medida mais grave, não basta qualquer decisão judicial, tem que ser
transitada em julgado. Isso significa uma decisão definitiva, da qual não caiba mais
recurso. Já no caso da suspensão das atividades, não é necessário esperar todo o
esgotamento de um processo (trânsito em julgado).

O inciso XX tutela a chamada Liberdade Associativa pela qual ninguém será obrigado
a se associar ou mesmo a permanecer associado a qualquer entidade associativa.

Por fim, as associações podem constituir representante(s) tanto na esfera judicial


quanto na administrativa, desde que possuam expressa autorização. Expressa
autorização significa por escrito, por meio de instrumento legal que comprove a
autorização.

EXERCÍCIOS

1. É livre a manifestação do pensamento, contudo, em passeatas o anonimato é


permitido. ( ).

2. As entidades associativas, em situações justificadas, têm legitimidade


independentemente de autorização, para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente. ( ).

GABARITO: 01 – E 02 - E

Direitos Individuais – parte IV (aula 06)

Direito à Propriedade

Conceito: Propriedade é a faculdade que uma pessoa tem de usar, gozar ou fruir de
um bem. O texto constitucional garante este direito de forma expressa:

XXII - é garantido o direito de propriedade.

Embora o direito de propriedade aparente possuir um caráter absoluto, quando


investigamos mais a fundo este tema, percebemos que ele possui vários limitadores
no próprio texto constitucional. Portanto, o direito de propriedade não é absoluto.

Limitações ao direito de propriedade

Dentre as limitações existentes na Constituição, temos função social, requisição


administrativa, desapropriação, dentre outras. Vejamos:

a) Função social – a Constituição exige em seu artigo 5º que a propriedade


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atenda a sua função social:
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

A necessidade de observância da função social demonstra que a propriedade é muito


mais que uma titularidade privada, tendo, na verdade, influências em toda a
sociedade. Exemplo: se uma propriedade imóvel (terreno urbano), que, apesar de
possuir um proprietário, ficar abandonada, com lixo etc., poderá ocorrer usucapião.

b) Requisição administrativa (inciso XXV do artigo 5º):

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de


propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano;

Esta é a chamada Requisição Administrativa. Este instituto permite que a


propriedade seja limitada pela necessidade de se solucionar situação de perigo
público. Não se trata de uma forma de desapropriação, pois o dono da propriedade
requisitada não a perde, apenas a empresta para uso público sendo garantido
posteriormente, havendo dano, direito a indenização. Este instituto limita o caráter
absoluto da propriedade.

c) Desapropriação: é a perda da propriedade. Este é o limitador por excelência do


direito, restringindo o caráter perpétuo da propriedade.

Existem três desapropriações importantes:

1) Desapropriação por interesse público: esta modalidade é utilizada pelo Estado


quando o interesse social ou a utilidade pública prevalecem sobre o direito individual.
Neste tipo de desapropriação, destaca-se que o proprietário nada fez para merecê-la,
contudo, o interesse público exige que determinada área seja desapropriada. É o caso
de construção de uma rodovia que exige a desapropriação de várias propriedades
para o asfaltamento da via. Veja a Constituição:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

Nesta modalidade de desapropriação gera-se o direito à indenização para o particular,


que deve ser paga em dinheiro, previamente e com valor justo.

2) Desapropriação sanção: nesta modalidade, o proprietário, por algum motivo não


observou a função social da propriedade. Por isso é chamada de Desapropriação-
sanção haja vista ser uma verdadeira punição. Segundo a CF, esta desapropriação
gera direito à indenização, que deverá ser paga em títulos da dívida pública ou
agrária. Vejamos os artigos 182, § 4º, III e 184 da Constituição:

Art. 182, § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

27
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização
em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo
de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em
lei.

3) Desapropriação confiscatória – por último temos esta modalidade prevista no arti.


243 da Constituição:
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais
de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente
destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e
medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.

É a desapropriação que ocorre com a propriedade utilizada para plantio de plantas


psicotrópicas. Neste caso, não haverá indenização, mas o proprietário poderá ser
processado pela prática de ilícito penal.

ESQUEMA:
Desapropriação por interesse público – Indenização em dinheiro.
Desapropriação sanção: indenização em títulos da divida agrária.
Desapropriação confiscatória: sem indenização.

Bem de família

A Constituição consagra uma forma de proteção às pequenas propriedades rurais


chamada de Bem de Família:

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

O mais importante para sua prova é se atentar para os requisitos estabelecidos no


inciso, quais sejam:

0 Pequena propriedade rural – não se trata de qualquer propriedade.

1 Definida em lei – não em outra espécie normativa.

2 Trabalhada pela família – não por qualquer pessoa.

3 Débitos decorrentes da atividade produtiva – não qualquer débito.

Propriedade imaterial

Além das propriedades sobre bens materiais, a Constituição também consagra


normas de proteção sobre a propriedade de bens imateriais. São duas as
propriedades consagradas: autoral e industrial.

Vejamos a proteção da propriedade autoral nos incisos abaixo:

28
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da


imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem


ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;

→ Já a propriedade industrial encontra-se protegida no inciso XXIX:

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para
sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social
e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

Uma relação muito interessante entre a propriedade autoral e a industrial está no


tempo de proteção previsto na Constituição. Observe que na propriedade autoral, o
direito do autor é vitalício tendo em vista a previsão de possibilidade de transmissão
desses direitos aos herdeiros. Contudo, quando nas mãos dos sucessores a proteção
será pelo tempo que a lei fixar, ou seja, temporário.
Já na propriedade industrial, a proteção do próprio autor já possui caráter temporário.

ESQUEMA:
Propriedade industrial: privilégio temporário.
Propriedade autoral: privilégio vitalício.

Direito à herança

Só faz sentido ter direito à propriedade se este direito pode ser transferido aos
herdeiros.

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
mais favorável a lei pessoal do “de cujus”;

Destaque especial deve ser dado ao inciso XXXI que prevê a possibilidade de
aplicação de lei estrangeira no país em casos de sucessão de bens de pessoa
estrangeira desde que estes bens estejam situados no Brasil. A CF/88 permite que
seja aplicada a legislação mais favorável aos herdeiros, quer seja a lei brasileira, quer
seja a lei estrangeira.

Outros incisos.
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Segundo o STF, as instituições financeiras também são alcançadas pelo Código


de Defesa do Consumidor. Além disso, o referido Código é aplicável aos casos de

29
indenização por danos morais e materiais por má prestação de serviço em transporte
aéreo.

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;

Essa norma traduz o direito à informação que, combinado com o princípio da


publicidade, obriga a todos os órgãos e entidades da Administração Pública, direta e
indireta (incluindo empresas públicas e sociedades de economia mista), a dar
conhecimento aos administrados da conduta interna de seus agentes. O princípio da
publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obrigação de transparência.

Todavia, os órgãos públicos não precisam fornecer toda e qualquer informação


de que disponham. As informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado não devem ser fornecidas. Também são imunes ao acesso as
informações pessoais. No caso de lesão ao direito à informação, o remédio
constitucional a ser usado pelo particular é o mandado de segurança.

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;

EXERCÍCIOS

1. Um dos clássicos direitos do modelo econômico adotado consiste na proteção à


herança, que é considerada um direito individual previsto na Constituição
Federal. A herança está vinculada ao direito a:

a) Solidariedade

b) Equidade

c) Justiça

d) Liberdade

e) Propriedade

2. Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos e garantias fundamentais


previstos na CF.

No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de


propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano. ( ).

3. Um estrangeiro casado com uma brasileira veio a falecer no Brasil, deixando


esposa e dois filhos brasileiros, além de seus pais estrangeiros, esses
residentes no exterior. Neste caso, a sucessão dos bens deixados no Brasil será
regulada pela lei

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a) Pessoal do de cujus, desde que contemple como sucessores do de
cujus todos aqueles previstos na lei brasileira.

b) Brasileira, ainda que a lei pessoal do de cujus seja mais favorável à


viúva e aos filhos.

c) Brasileira, desde que contemple como sucessores do de cujus todos


aqueles previstos na lei estrangeira.

d) Pessoal do de cujus, ainda que a lei brasileira seja mais favorável à


viúva e aos filhos.

e) Brasileira em benefício da viúva e dos filhos, caso não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do de cujus.

GABARITO: 01 – E 02 – C 03 - E

Direitos Individuais – parte V (aula 07)

Direito à Segurança

Conceito

Ao se referir à segurança como direito individual, o artigo 5º, quis dizer


“segurança jurídica” as quais são normas de pacificação social e que produzem uma
maior segurança nas relações sociais. Este é o ponto alto dos direitos individuais. Sem
dúvida, aqui está a maior quantidade de questões cobradas em prova. Comecemos o
estudo pelo dispositivo principal da segurança jurídica.

Inviolabilidade domiciliar

Esta garantia protege o indivíduo em seu recinto mais íntimo: a casa. A


Constituição diz:

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Como regra, só se pode entrar na casa de uma pessoa com o seu


consentimento. Excepcionalmente, a Constituição Federal admite a entrada sem
consentimento do morador nos casos de:

˃ Flagrante delito - dia e noite;

˃ Desastre - dia e noite;

˃ Prestar Socorro - dia e noite;

˃ Determinação judicial – só durante o dia!

Cuidado: no caso de determinação judicial, a entrada se dará apenas durante o

31
dia. Nos demais casos a entrada será permitida a qualquer hora.

Alguns conceitos importantes: O que é casa? O que pode ser entendido como
caso para efeito de inviolabilidade? Para o STF, o conceito de “casa” revela-se
abrangente, estendendo-se a:

1) qualquer compartimento habitado;

2) qualquer aposento ocupado de habitação coletiva; e

3) qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce


profissão ou atividade pessoal.

Assim, o conceito de “casa” alcança não só a residência do indivíduo, mas


também escritórios profissionais, consultórios médicos e odontológicos (parte não
aberta ao público), trailers, barcos e aposentos de habitação coletiva (como, por
exemplo, o quarto de hotel).

Observação: há questão que afirma que quarto de hotel desocupado pode ser
violado.

Por fim, não estão abrangidos pelo conceito de casa os bares e restaurantes.

O STF entende que, embora os escritórios estejam abrangidos pelo conceito de


“casa”, não se pode invocar a inviolabilidade de domicílio como escudo para a prática
de atos ilícitos em seu interior. Com base nessa ideia, a Corte considerou válida ordem
judicial que autorizava o ingresso de autoridade policial no estabelecimento
profissional, inclusive durante a noite, para instalar equipamentos de captação de som
(“escuta”). Entendeu-se que tais medidas precisavam ser executadas sem o
conhecimento do investigado, o que seria impossível durante o dia.

Por último, vale destacar que a doutrina admite que a força policial, tendo
ingressado na casa de indivíduo, durante o dia, com amparo em ordem judicial,
prolongue suas ações durante o período noturno.

Outra questão relevante é saber o que é dia? Dois são os posicionamentos


adotados na doutrina:

0 Das 6 às 18 horas;

1 Da aurora ao crepúsculo;

Segundo a jurisprudência, isto deve ser resolvido no caso concreto, tendo em


vista variação de fusos horários existente em nosso país bem como a ocorrência do
“Horário de Verão”. Na prática é possível entrar na casa independente do horário,
desde que seja durante o dia.

Sigilo das comunicações

A regra constitucional a seguir versa sobre segurança jurídica:

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;

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Este dispositivo prevê quatro formas de comunicação que possuem proteção
constitucional:

˃ Sigilo da correspondência

˃ Comunicação telegráfica

˃ Comunicação de dados

˃ Comunicações telefônicas

Destas quatro formas de comunicação, apenas uma obteve autorização de


violação do sigilo pelo texto constitucional: as comunicações telefônicas. Cuidado
com este tema em prova.

Segundo o texto expresso, só as comunicações telefônicas poderão ter o seu


sigilo violado. E mais, só o juiz poderá fazê-lo com fins definidos também pela
Constituição, os quais são para investigação criminal e instrução processual
penal.

Entretanto, considerando a inexistência de direito fundamental absoluto, a


jurisprudência tem considerado a possibilidade de quebra dos demais sigilos
desde que seja determinada por ordem judicial.

No que tange ao sigilo dos dados bancários, fiscais, informáticos e telefônicos, a


jurisprudência tem permitido sua quebra por determinação judicial, determinação de
Comissão Parlamentar de Inquérito, requisição do Ministério Público, solicitação
da autoridade fazendária.

Entende o STF que “a administração penitenciária, com fundamento em razões


de segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica,
pode violar cartas de presos”.
Sobre a comunicação de dados, é relevante destacar importante jurisprudência
do STF. Suponha que, em uma operação de busca e apreensão realizada em um
escritório profissional, os policiais apreendam o disco rígido (HD) de um computador
no qual estão armazenados os e-mails recebidos pelo investigado. Nesse caso,
entende a Corte que não há violação do sigilo da comunicação de dados. Isso porque
a proteção constitucional é da comunicação de dados e não dos dados em si. Em
outras palavras, não há, nessa situação, quebra do sigilo das comunicações
(interceptação das comunicações), mas sim apreensão de base física na qual se
encontram os dados.
Agora que já estudamos tópicos relevantes sobre o sigilo da correspondência e
das comunicações de dados, vamos nos focar no estudo do sigilo das comunicações.

De início, é importante destacar a diferença entre quebra do sigilo das


comunicações e interceptação das comunicações telefônicas. São coisas diferentes. A
quebra do sigilo das comunicações consiste em ter acesso ao extrato das ligações
telefônicas (grosso modo, seria ter acesso à conta da VIVO/TIM). Por outro lado, a
interceptação das comunicações telefônicas consiste em ter acesso às gravações das
conversas.

Há que se estabelecer, agora, a diferença entre três institutos que possuem


bastante semelhança entre si: i) interceptação telefônica; ii) escuta telefônica e; iii)
gravação telefônica.

33
A interceptação telefônica, conforme já vimos, consiste na captação de
conversas telefônicas feita por terceiro (autoridade policial) sem o conhecimento de
nenhum dos interlocutores, devendo ser autorizada pelo Poder Judiciário, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer, para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal.

A escuta telefônica, por sua vez, é a captação de conversa telefônica feito por
um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores. Por sua vez, a
gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento
ou ciência do outro.

Esses conceitos acima apresentados são baseados no entendimento do STJ e


podem ser cobrados em prova. Todavia, o STF tem usado o termo “gravação
clandestina” para se referir tanto à escuta telefônica (gravação de conversa feita por
terceiro com o conhecimento de apenas um dos interlocutores) quanto à gravação
telefônica (gravação feita por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro).
Cabe destacar que uma “gravação clandestina” pode ser oriunda de uma conversa
telefônica, pessoal ou mesmo de uma gravação ambiental.

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Trata-se de norma constitucional de eficácia contida que cuida da liberdade de


atividade profissional. Esta dispõe que, na inexistência de lei que exija qualificações para o
exercício de determinada profissão, qualquer pessoa poderá exercê-la. Entretanto, existente a
lei, a profissão só poderá ser exercida por quem atender às qualificações legais. Ex. A carteira
da OAB para o Advogado.

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,


quando necessário ao exercício profissional;

Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso à


informação (desde que esta não fira outros direitos fundamentais) e resguarda os
jornalistas, possibilitando que estes obtenham informações sem terem que revelar
sua fonte. Não há conflito, todavia, com a vedação ao anonimato. Caso alguém seja
lesado pela informação, o jornalista responderá por isso.

Gratuidade das certidões de nascimento e de óbito

A Constituição traz expressamente que:

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:


a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

Celeridade processual

Traz o texto constitucional:

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável


duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação;

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Esta garantia da celeridade processual decorre do princípio da Eficiência, que
obriga o Estado a prestar assistência em tempo razoável. Este princípio, aplicável nos
processos judiciais e administrativos, visa dar maior efetividade a prestação estatal.

Publicidade dos Atos Processuais

Em regra, os atos processuais são públicos. Esta publicidade visa garantir maior
transparência aos atos administrativos bem como permite a fiscalização popular. Além
disso, atos públicos possibilitam um exercício efetivo do contraditório e da ampla
defesa. Entretanto, esta publicidade comporta algumas exceções:

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da


intimidade ou o interesse social o exigirem;

Nos casos em que a intimidade ou o interesse social exigirem, a publicidade


poderá ser restringida apenas aos interessados. Imaginemos uma audiência em que
estejam envolvidas crianças, neste caso, como forma de preservação da intimidade, o
juiz poderá restringir a participação na audiência apenas aos membros da família e
demais interessados.

EXERCÍCIOS

4. No que concerne aos direitos e garantias fundamentais julgue o item a seguir:

A quebra do sigilo bancário dos indivíduos pode ser decretada por autoridade policial,
desde que autorizada pelo MP, dada a inexistência de proteção constitucional
específica acerca do assunto. ( ).
3. Com base na Constituição Federa de 1988, julgue o item seguinte:

O direito à duração razoável de processos, tanto no âmbito judicial quanto no


administrativo, é um direito fundamental previsto expressamente na CF. ( ).

4. Com base na Constituição Federa de 1988, julgue o item seguinte:

A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem o


consentimento do morador, salvo por decisão judicial ou, durante o dia, em casos de
prisão em flagrante ou desastre. ( ).

GABARITO: 01 – E 02 – C 03 – E

Direitos Individuais – parte VI (aula 08)

Direito à Segurança

Princípio da Segurança nas Relações Jurídicas

Este princípio tem como objetivo garantir a estabilidade das relações jurídicas. Veja o
que diz a Constituição:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa

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julgada;

Em linhas gerais podemos assim conceituá-los:

˃ Direito Adquirido – direito já incorporado ao patrimônio do titular;

˃ Ato Jurídico Perfeito – ato jurídico que já atingiu seu fim, já produziu seus
efeitos. Ato jurídico acabado, aperfeiçoado, consumado;

˃ Coisa Julgada - sentença judicial transitada em julgado. Aquela sentença da


qual não cabe mais recurso.

Uma coisa não se pode esquecer. A proibição de retroatividade da lei nos casos
aqui estudados não se aplica às leis mais benéficas, ou seja, uma lei mais benéfica
poderá produzir efeitos em relação ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e a
coisa julgada.

Devido Processo Legal

O devido processo legal possui como objetivo principal limitar o poder do Estado. Este
princípio condiciona a restrição da liberdade ou dos bens de um indivíduo à existência de um
procedimento estatal que respeite todos os direitos e garantias processuais previstos na lei. É o
que diz o inciso LIV do artigo 5º:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;

A exigência constitucional de existência de processo aplica-se tanto aos


processos judiciais quanto aos procedimentos administrativos.

Deste princípio surge a garantia constitucional à proporcionalidade e


razoabilidade. Da mesma forma, é durante o devido processo legal que poderão ser
exercidos os direitos ao contraditório e a ampla defesa que serão analisados a seguir.

Contraditório e Ampla Defesa

Estas garantias constitucionais, conforme já salientado, decorrem do Devido Processo


Legal. São utilizadas como ferramenta de defesa diante das acusações impostas pelo Estado ou
por um particular nos processos judiciais e administrativos:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;

Em linhas gerais podemos assim conceituá-los:

- Contraditório é o direito de contradizer, contrariar, contraditar. Se alguém diz que


você é ou fez alguma coisa, o contraditório te permite dizer que não é e que não fez o
que lhe foi imputado. É simplesmente o direito de contrariar.

- Ampla defesa é a possibilidade de utilização de todos os meios admitidos em direito


para se defender de uma acusação.

3. Em regra, o contraditório e a ampla defesa são garantidos em todos os processos

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judiciais ou administrativos, contudo, a legislação brasileira previu alguns
procedimentos administrativos incompatíveis com o exercício deste direito:

a Inquérito policial;

b Sindicância investigativa;

c Inquérito civil;

Em suma, nos procedimentos investigatórios que não possuem o condão de


punir o investigado não serão garantidos o contraditório e a ampla defesa.

Vejamos a súmula Vinculante do STF sobre o tema:


SV nº 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado
por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito
de defesa.

Proporcionalidade e Razoabilidade

Eis uma garantia fundamental que não está expressa no texto constitucional
apesar de ser um dos institutos mais utilizados pelo Supremo em suas decisões
atuais. Trata-se de um princípio implícito, cuja fonte é o Princípio do Devido Processo
Legal. Estes dois institutos jurídicos são utilizados como parâmetro de ponderação
quando adotadas medidas pelo Estado, principalmente no que tange a restrição de
bens e direitos dos indivíduos. Duas palavras esclarecem o sentido destas garantias:
necessidade e adequação.
Para saber se um ato administrativo observou os critérios de proporcionalidade e
razoabilidade, deve-se questionar se o ato foi necessário e se foi adequado a situação.

Inadmissibilidade das Provas Ilícitas

Uma das garantias mais importantes do direito brasileiro é a inadmissibilidade


das provas ilícitas. Encontra-se previsto expressamente no inciso LVI do artigo 5º:

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

Em razão desta garantia, é proibida a produção de provas ilícitas num processo


sob pena de nulidade processual. Em regra, a prova ilícita produz nulidade de tudo o
que à ela estiver relacionado. Este efeito decorre da chamada Teoria dos Frutos da
Árvore Envenenada. Segundo a teoria, se a árvore está envenenada, os frutos
também o serão. Se uma prova foi produzida de forma ilícita, as demais provas dela
decorrentes também serão ilícitas (ilicitude por derivação). Contudo, deve-se ressaltar
que esta teoria é aplicada de forma restrita no direito brasileiro, ou seja, encontrada
uma prova ilícita num processo, não significa que todo o processo será anulado, mas
apenas os atos e demais provas que decorreram direta ou indiretamente daquela
produzida de forma ilícita. Caso existam provas autônomas produzidas em
conformidade com a lei, o processo deve prosseguir ainda que tenha sido encontradas
e retiradas as provas ilícitas. Logo, é possível afirmar que a existência de uma prova
ilícita no processo não anula de pronto todo o processo.

Deve-se destacar ainda, a única possibilidade já admitida de prova ilícita nos


tribunais brasileiros: a produzida em legítima defesa.

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Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição

Este princípio, também conhecido como Principio do Livre Acesso ao Poder


Judiciário ou Direito de Ação garante, nos casos de necessidade, o acesso direto ao
poder judiciário. Também, decorre deste princípio a ideia de que não é necessário o
esgotamento das vias administrativas para ingressar com uma demanda no Poder
Judiciário. Assim prevê a Constituição Federal:

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Perceba que a proteção possui sentido duplo: lesão ou ameaça à lesão.


Significa dizer que a garantia pode ser utilizada tanto de forma preventiva como de
forma repressiva. Tanto para prevenir a ofensa a direito como para reprimir a ofensa já
cometida.

2. Quanto ao acesso ao Judiciário independente do esgotamento das vias


administrativas, temos algumas peculiaridades previstas na legislação brasileira:

˃ Justiça Desportiva – A Constituição Federal prevê no artigo 217:

Art. 217, § 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às


competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei.

Ou seja, o acesso ao Poder Judiciário está condicionado ao esgotamento das vias


administrativas.

˃ Habeas data – O artigo 8º da lei 9.507/97 exige, para impetração do habeas


data, a comprovação da recusa ao acesso a informação. Parte da doutrina não
considera isso como exigência de prévio esgotamento da via administrativa, mas
condição da ação. Veja a súmula nº 2 do STJ:

“Não cabe habeas data se não houve recusa de informações por parte da
autoridade administrativa”.

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;


...
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Traduzem também o princípio do “juízo natural” ou do “juiz natural”. Esse


postulado garante ao indivíduo que suas ações no Poder Judiciário serão apreciadas
por um juiz imparcial, o que é uma garantia indispensável à administração da Justiça
em um Estado democrático de direito. O princípio do juiz natural impede a criação de
juízos de exceção ou “ad hoc”, criados de maneira arbitrária, após o acontecimento de
um fato. Na história da humanidade, podemos apontar como exemplos de tribunais de
exceção o Tribunal de Nuremberg e o Tribunal de Tóquio, instituídos após a Segunda
Guerra Mundial; esses tribunais foram criados pelos “vencedores” (da guerra) para
julgar os “vencidos” e, por isso, são tão duramente criticados.

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;

Trata-se do princípio da legalidade. Segundo o Prof. Cezar Roberto Bitencourt,

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“pelo princípio da legalidade, a elaboração de normas incriminadoras é função
exclusiva da lei, isto é, nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma penal
criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrência deste fato exista uma lei
definindo-o como crime e cominando-lhe a sanção correspondente”.
O princípio da legalidade se desdobra em dois outros princípios: o princípio da
reserva legal e o princípio da anterioridade da lei penal.
O Princípio da reserva legal determina que somente lei em sentido estrito (lei
formal, editada pelo Poder Legislativo) poderá definir crime e cominar penas. Nem
mesmo medida provisória poderá definir um crime e cominar penas, eis que essa
espécie normativa não pode tratar de direito penal.
O princípio da anterioridade da lei penal, por sua vez, exige que a lei esteja em
vigor no momento da prática da infração para que o crime exista.
Em outras palavras, exige-se lei anterior para que uma conduta possa ser
considerada como crime.

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Retroagir significa “voltar para trás”, “atingir o passado”. Portanto, diz-se que
retroatividade é a capacidade de atingir atos pretéritos; por sua vez, irretroatividade é
a impossibilidade de atingi-los.
Todavia, é importante termos em mente que a lei penal poderá, em certos
casos, retroagir. É o que se chama de retroatividade da lei penal benigna: a lei penal
poderá retroagir, desde que para beneficiar o réu. Dizendo de outra forma, a “novatio
legis in mellius” retroagirá para beneficiar o réu.
Há um tipo especial de “novatio legis in mellius”, que é a conhecida “abolitio
criminis”, assim considerada a lei que deixa de considerar como crime conduta que,
antes, era tipificada como tal. Um exemplo seria a edição de uma lei que
descriminalizasse o aborto.
A “abolitio criminis”, por ser benéfica ao réu, irá retroagir, alcançando fatos
pretéritos e evitando a punição de pessoas que tenham cometido a conduta antes
considerada criminosa.

Vamos aos próximos princípios constitucionais.

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;

Trata-se do princípio da intranscendência das penas, também denominado pela


doutrina de princípio da intransmissibilidade das penas ou, ainda, personalização da
pena. A Constituição garante, por meio dessa norma, que a pena não passará da
pessoa do condenado; em outras palavras, ninguém sofrerá os efeitos penais da
condenação de outra pessoa.

No que diz respeito à obrigação de reparar o dano e à decretação do perdimento


de bens, a lógica é um pouco diferente, ainda que possamos afirmar que o princípio da
intranscendência das penas se aplica a essas situações.

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,


as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;

39
e) suspensão ou interdição de direitos;

O inciso acima prevê o princípio da individualização da pena, que determina que a


aplicação da pena deve ajustar-se à situação de cada imputado, levando em
consideração o grau de reprovabilidade (censurabilidade) de sua conduta e as
características pessoais do infrator.

A Constituição Federal prevê um rol não-exaustivo de penas que podem ser


adotadas pelo legislador. São elas: i) a privação ou restrição de liberdade; ii) a perda
de bens; iii) multa; iv) prestação social alternativa; e v) suspensão ou interdição de
direitos. Como se trata de um rol meramente exemplificativo, poderá a lei criar novos
tipos de penalidade, desde que estas não estejam entre aquelas vedadas pelo art. 5º,
XLVII, da CF/88.

XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

Já trouxemos alguns comentários sobre a alínea “a” deste inciso quando


estudamos o Direito à vida, bastando, agora, tecer algumas informações sobre as
demais alíneas.

Pena de banimento: inadmitida pela Constituição Federal, consistia em impor ao


condenado a retirada do território brasileiro por toda sua vida, bem como a perda da
cidadania brasileira. Consistia, assim, em verdadeira “expulsão de nacionais”.
Banimento não se confunde com a expulsão de estrangeiro do Brasil, plenamente
admitida pelo nosso ordenamento jurídico.

Pena de trabalhos forçados: inadmitida no direito brasileiro. exemplo: trabalhar


sob pressão psicológicas.

Pena de caráter perpétuo: inadmitida no direito brasileiro. Vale destacar o


entendimento do STF de que o máximo penal legalmente exequível, no ordenamento
positivo nacional, é de 30 (trinta) anos, a significar, portanto, que o tempo de
cumprimento das penas privativas de liberdade.

Penas cruéis: inadmitida no direito brasileiro. trabalhar quebrando pedras, com correstes
nos pés.
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

Trata-se do princípio da presunção de inocência, que tem por objetivo proteger


a liberdade do indivíduo frente ao poder de império do Estado. Somente a partir do
trânsito em julgado (decisão da qual não caiba mais nenhum recurso) de sentença
penal condenatória é que alguém poderá ser considerado culpado. É, afinal, o trânsito
em julgado da sentença que faz coisa julgada material.
Com base no princípio da presunção de inocência, é vedada, em regra, a
prisão do réu antes que sua condenação transite em julgado. No entanto, a
jurisprudência do STF considera que as prisões cautelares (prisão preventiva, prisão
em flagrante e prisão temporária) são compatíveis

40
com o princípio da presunção de inocência.
Segundo o STF, “viola o princípio constitucional da presunção de
inocência, previsto no art. 5º, LXVII, da CF, a exclusão de candidato de concurso
público que responde a inquérito ou ação penal sem trânsito em julgado da
sentença condenatória”.

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei;
Tem-se, aqui, norma constitucional de eficácia contida: na falta de lei dispondo
sobre os casos de identificação criminal excepcional, esta jamais seria exigível.
O que é identificação civil? É a regra: carteira de identidade, de motorista, de
trabalho... E a criminal? É a impressão digital (processo datiloscópico) e a fotográfica.
Aposto que você se lembrou daquelas cenas de filmes, em que o preso é fotografado
de frente e de perfil pela polícia, né? Assim, lei pode prever, excepcionalmente,
hipóteses de identificação criminal mesmo quando o indivíduo já foi identificado
civilmente. É o caso da Lei nº 9034/1995, de combate ao crime organizado, por
exemplo.

Os próximos incisos caem bastantes em provas de concursos. Vamos entender cada um!!!
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

EXERCÍCIO

1. A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item seguinte:

O contraditório e a ampla defesa são direitos constitucionais assegurados aos


servidores públicos no âmbito de processo administrativo disciplinar. ( ).
GABARITO 01 - C

Direitos Individuais – parte VII I (aula 09)

Direito à Segurança - Tribunal do Júri

O Tribunal do Júri é um órgão do poder judiciário que possui competência específica


para julgar crimes dolosos contra a vida. O Júri é formado pelo Conselho de Sentença
que é presidido por um Juiz Togado e por sete jurados que efetivamente farão o
julgamento do acusado. A ideia do Tribunal do Júri é que o acusado seja julgado pelos
seus pares (cidadãos).

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A Constituição Federal apresenta alguns princípios que regem este tribunal:

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a


lei, assegurados:

0 a) a plenitude de defesa;

1 b) o sigilo das votações;

2 c) a soberania dos veredictos;

3 d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

→ Segundo este texto, o Tribunal do Júri é regido pelos seguintes princípios:

˃ Plenitude de defesa - este princípio permite que no júri sejam utilizadas todas
as provas permitidas em direito.
˃ Sigilo das votações – o voto é sigiloso. Durante o julgamento não é permitido
que um jurado converse com o outro;
˃ Soberania dos veredictos - o que for decidido pelos jurados será considerado
soberano. Nem o Juiz presidente poderá modificar o julgamento.
˃ Competência para julgar os crimes dolosos contra a vida – O júri não julga
qualquer tipo de crime, mas apenas os dolosos contra a vida. Crimes dolosos,
em singelas palavras, são aqueles praticados com intenção, com vontade. É
diferente dos crimes culposos, os quais são praticados sem intenção.

Crimes imprescritíveis, inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia

Devemos memorizar os dispositivos abaixo:

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Atenção: Os crimes inafiançáveis englobam todos os crimes previstos nos


incisos XLII, XLIII e XLIV.
Os crimes que são insuscetíveis de graça e anistia não são imprescritíveis, e
vice e versa. Desta forma nunca pode existir na sua prova uma questão que trabalhe
com as duas classificações ao mesmo tempo.

Penas Proibidas e Permitidas

Vamos ver agora dois incisos que sempre caem em prova juntos: incisos XLVI e
XLVII. Nós temos no inciso XLVI as penas permitidas e no XLVII as penas proibidas.
Mas como isso cai em prova? O examinador pega uma pena permitida e diz que é
proibida ou pega uma proibida e diz que é permitida. Simples assim! Vamos então ler
os incisos:

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XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
1) privação ou restrição da liberdade;
2) perda de bens;
3) multa;
4) prestação social alternativa;
5) suspensão ou interdição de direitos;

Aqui ele traz o rol de penas permitidas. Você memoriza essa lista, cai na sua
prova e você vai lembrar quais são as penas permitidas. Eu só chamo sua atenção
para uma pena que pouco comum e que geralmente em prova é colocada como pena
proibida, que é a pena de perda de bens.

Agora olha o próximo inciso com o rol de penas proibidas:

XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

Essas são as penas que não podem ser aplicadas no Brasil. E aí cai na sua
prova assim: existe pena de morte no Brasil? Muito cuidado com isso, pois apesar da
Constituição ter dito que é proibida existe uma exceção no caso de guerra declarada.
Essa exceção é uma verdadeira possibilidade, de forma que você tem que afirmar que
existe pena de morte no Brasil. Apesar da regra ser a proibição, existe a possibilidade
de sua aplicação. Só como curiosidade, a pena de morte no Brasil é regulada pelo
Código Penal Militar a qual será executada por meio de fuzilamento.

A próxima pena proibida é a de caráter perpétuo. É a chamada “pena


casamento”, pois é aquela pena que é cumprida até que a morte os separe! Pena
perpétua você cumpre a pena até morrer. Não existe esse tipo de pena no Brasil, pois
as penas aqui são temporárias. Você só fica preso no Brasil até o máximo de 30 anos.

A outra pena é a de trabalhos forçados. É aquela pena em que o camarada é


obrigado a trabalhar de forma a denegrir a sua condição como ser humano. Muito
comum em filmes americanos onde o cara fica quebrando pedra ou vai girando
moinho no lugar do boi. Isso são exemplos de trabalhos forçados. Esse tipo de pena
não é permitida mais no Brasil.

Nós temos ainda a pena de banimento. É a expulsão do brasileiro, tanto nato


como naturalizado. Ainda tem as penas cruéis.

→ Prisão civil por dívida:


LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

Como destaque para sua prova, gostaria de enfatizar o disposto no inciso LXVII,
o qual prevê duas formas de prisão civil por dívida:

a) Devedor de pensão alimentícia


b) Depositário infiel

Apesar da CF apresentar estas duas possibilidades de prisão civil por dívida, o

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STF tem entendido que só existe uma possibilidade: a prisão do devedor de pensão
alimentícia. Isto significa que o Depositário Infiel não poderá sem preso. Esta é a
inteligência da Súmula Vinculante nº 25:

É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do


depósito.

Desta forma, o candidato tem que ter muito cuidado com esta questão em prova:
se te perguntarem conforme a Constituição Federal, responda segundo a Constituição
Federal. Mas se te perguntarem à luz da Jurisprudência, responda conforme o
entendimento do STF.

Extradição

Fruto de acordo internacional de cooperação, a extradição permite que


determinada pessoa seja entregue a outro país para que seja responsabilizada pelo
cometimento de algum crime. Existem duas formas de extradição:

˃ Extradição Ativa – quando o Brasil pede para outro país a extradição de


alguém.

˃ Extradição Passiva – quando algum país pede para o Brasil a extradição de


alguém.

A Constituição Federal preocupou-se em regular a extradição passiva por meios


dos incisos LI e LII do artigo 5º conforme se depreende a leitura abaixo:

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime


comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

De acordo com a inteligência destes dispositivos, três regras podem ser


adotadas em relação à extradição passiva:

Brasileiro Nato – nunca será extraditado

Brasileiro Naturalizado – será extraditado em duas hipóteses:

A) Crime comum cometido antes da naturalização

B) Comprovado envolvimento com o tráfico ilícito de drogas, antes ou depois


da naturalização

Estrangeiro – poderá ser extraditado salvo em dois casos:

i. Crime político

ii. Crime de opinião

ESQUEMA

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EXERCÍCIOS

1. Considerando os direitos e garantias fundamentais previstos na CF julgue o item


seguinte:

O repúdio ao terrorismo e ao racismo é princípio regente das relações internacionais


da República do Brasil, sendo a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível,
sujeito a pena de reclusão, e o terrorismo, crime inafiançável e insuscetível de graça
ou anistia.( ).

2. Julgue o item seguinte relativo a direitos e garantias fundamentais:

Embora, como regra geral, a CF vede a prisão civil por dívida, o mesmo dispositivo
que institui essa regra excepciona situações em que a referida prisão poderá ocorrer. (
).

3. Com base no que dispõe a CF, julgue o item seguinte:


Nenhum brasileiro nato será extraditado, salvo em caso de comprovado envolvimento
em tráfico internacional de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. ( ).

GABARITO: 01 – C 02 – C 03 - E

Direito à Segurança - Remédios Constitucionais (aula 10)

Iniciamos agora o estudo dos chamados Remédios Constitucionais, matéria


muito cobrada em prova de concurso. Os remédios constitucionais são espécies de
garantias constitucionais que visam proteger determinados direitos e até outras
garantias fundamentais. São poderosas ações constitucionais que estão disciplinadas
no texto da Constituição. Vejamos:

Habeas Corpus

Sem sobra de dúvida, este remédio constitucional é o mais importante para sua
prova haja vista a sua utilização para proteger um dos direitos mais ameaçados do
indivíduo: a liberdade de locomoção. Vejamos o que diz o texto constitucional:

LXVIII - conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar

45
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;

É essencial para sua prova, conhecer os elementos necessários para a


utilização desta ferramenta.

Primeiro, deve-se compreender que o Habeas Corpus é utilizado para proteger a


liberdade de locomoção. Cuidado com isso em prova, pois ele não tutela qualquer
liberdade, mas apenas a liberdade de locomoção.

Outro ponto fundamental é que ele poderá ser utilizado tanto de forma
preventiva quanto de forma repressiva. Habeas Corpus preventivo é aquele utilizado
para prevenir a violência ou coação à liberdade de locomoção. Habeas Corpus
repressivo é utilizado para reprimir a violência ou coação a liberdade de locomoção,
ou seja, é utilizado quando a restrição da liberdade de locomoção já ocorreu.

Perceba que não se trata de qualquer tipo de restrição à liberdade de locomoção


que caberá o remédio, mas apenas aquelas cometidas com ilegalidade ou abuso de
poder.

Nas relações processuais que envolvem a utilização do Habeas Corpus, é


possível identificar a participação de três figurantes:

˃ Impetrante – O impetrante é a pessoa que impetra a ação. Quem entra com a


ação. A titularidade desta ferramenta é Universal, pois qualquer pessoa pode
impetrar o HC. Não precisa sequer de advogado. Sua possibilidade é tão ampla
que não precisa possuir capacidade civil ou mesmo qualquer formalidade. Este
remédio é desprovido de condições que impeçam sua utilização da forma mais
ampla possível. Poderá impetrar esta ação tanto uma pessoa física quanto
jurídica.

˃ Paciente – é quem está doente, e a doença aqui é a restrição da liberdade de


locomoção. O paciente é quem teve a liberdade de locomoção restringida. Ele
será o beneficiário do habeas corpus. Pessoa jurídica não pode ser paciente de
habeas corpus, pois a liberdade de locomoção é um direito incompatível com
sua natureza jurídica.

˃ Autoridade Coatora – é quem restringiu a liberdade de locomoção com


ilegalidade ou abuso de poder. Poderá ser tanto uma autoridade privada quanto
uma autoridade pública.

Outra questão interessante que está prevista na Constituição é a gratuidade desta


ação:

LXXVII - são gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas-data”, e, na forma da


lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

A Constituição proíbe a utilização deste remédio constitucional em relação às


punições disciplinares militares. É o que prevê o artigo 142, § 2º:

§ 2º - Não caberá “habeas-corpus” em relação a punições disciplinares militares.

Contudo, o STF tem admitido o remédio quando impetrado por razões de


ilegalidade da prisão militar. Quanto ao mérito da prisão, deve-se aceitar a vedação
Constitucional, mas em relação a legalidade da prisão, prevalece o entendimento de

46
que o remédio seria possível.
Também não cabe habeas corpus em relação às penas pecuniárias, multas,
advertências ou ainda, nos processos administrativos disciplinares e no processo de
Impeachment. Nestes casos o não cabimento deve-se ao fato de que as medidas não
visam restringir a liberdade de locomoção.

Por outro lado, a jurisprudência tem admitido o cabimento para impugnar


inserção de provas ilícitas no processo ou quando houver excesso de prazo na
instrução processual penal.
Por último, cabe ressaltar que o magistrado poderá concedê-lo de ofício.

Habeas Data

2. O habeas data cuja previsão está no inciso LXXII do artigo 5º tem como objetivo
proteger a liberdade de informação:
LXXII - conceder-se-á “habeas-data”:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,


constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

Duas são as formas previstas na constituição para utilização deste remédio:

a) Para conhecer a informação

b) Para retificar a informação

É importante ressaltar que só caberá o remédio em relação às informações do


próprio impetrante.

As informações precisam estar em um banco de dados governamental ou de


caráter público, o que significa que seria possível entrar com um habeas data, contra
um banco de dados privado desde que tenha caráter público.

→ Da mesma forma que o habeas corpus, o habeas data também é gratuito:


LXXVII - são gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas-data”, e, na forma da
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

Mandado de Segurança

→ O mandado de segurança é um remédio muito cobrado em prova em razão dos seus


requisitos:
LXIX - conceder- se- á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;

Como se pode ver, o mandado de segurança será cabível proteger direito líquido
e certo desde que não amparado por habeas corpus ou habeas data. O que significa

47
dizer que será cabível desde que não seja para proteger a liberdade de locomoção e a
liberdade de informação. Este é o chamado caráter subsidiário do mandado de
segurança.

O mandado de segurança possui prazo decadencial para ser utilizado: 120 dias.
→ Existe também o mandado de segurança coletivo:

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

Observadas as regras do mandado de segurança individual, o mandado de segurança


coletivo possui alguns requisitos que lhe são peculiares: os legitimados para
propositura.

2. São legitimados para propor o mandado de segurança coletivo:

0 Partidos políticos com representação no Congresso Nacional – para se ter


representação no Congresso Nacional basta um membro em qualquer uma
das casas.

1 Organização sindical

2 Entidade de classe

3 Associação desde que legalmente constituída e em funcionamento há pelo


menos um ano. Observe que o requisito de um ano de funcionamento só se
aplica às associações.

Mandado de Injunção

O mandado de injunção é uma ferramenta mais complexa para se entender.


Vejamos o que diz a Constituição:

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;

O seu objetivo é suprir a omissão legislativa que impede o exercício de


direitos fundamentais. Algumas normas constitucionais para que produzam efeitos
dependem da edição de outras normas infraconstitucionais. Estas normas são
conhecidas por sua eficácia como normas de eficácia limitada. Isso mesmo, o
mandado de injunção visa corrigir a ineficácia das normas com eficácia limitada.

Todas as vezes que um direito deixar de ser exercido pela ausência de norma
regulamentadora, será cabível este remédio.

→ No que tange a efetividade da decisão deve-se esclarecer a possibilidade de


adoção por parte do STF de duas correntes doutrinárias:

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˃ Teoria concretista geral – o Poder Judiciário concretiza o direito no caso
concreto aplicando seu dispositivo com efeito erga omnes, para todos os casos
iguais;

˃ Teoria concretista individual – o Poder judiciário concretiza o direito no caso


concreto aplicando seu dispositivo com efeito inter partes, ou seja, apenas com
efeito entre as partes.

Ação popular

A ação popular é uma ferramenta fiscalizadora utilizada como espécie de exercício


direto dos direitos políticos. Por isso que só poderá ser utilizada por cidadãos. Veja
o que diz o inciso LXXIII do artigo 5º:

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;

Além da previsão constitucional, esta ação encontra-se regulamentada pela lei


4.717/65. Perceba que seu objetivo consiste em proteger o patrimônio público, a
moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio historio e cultural.

O autor não precisa pagar custas judiciais ou ônus da sucumbência, salvo se


tiver de má-fé.

EXERCÍCIO

1. Acerca dos direitos fundamentais previstos na CF, julgue o item a seguir:

O mandado de injunção é impróprio para pleitear em juízo direito individual líquido e


certo decorrente de norma constitucional autoaplicável. ( ).

2. Acerca dos direitos e garantias fundamentais previstos na CF, julgue o item a


seguir:

Para retificação de informações constantes de cadastros de registros públicos ou


banco de dados de entidades governamentais, é inadmissível a impetração de habeas
data, cuja finalidade é assegurar apenas o conhecimento dessas informações. ( ).

3. No que se refere aos remédios constitucionais, julgue o item seguinte:

Suponha que um partido político representado na câmara dos deputados por


apenas um deputado federal pretenda impetrar mandado de segurança coletivo para a
defesa dos interesses de seus integrantes. Nessa situação, o partido político, ainda
que não tenha representante no Senado Federal, terá legitimidade ativa para o
ajuizamento da ação. ( ).

4. Com referência aos direitos e garantias fundamentais e às ações constitucionais


julgue o item seguinte:

No ordenamento jurídico brasileiro, o habeas corpus somente pode ser


impetrado na forma repressiva, ou seja, somente no caso de alguém efetivamente ter

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sofrido violência que limite liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
( ).

GABARITO: 01 – C 02 – E 03 – C 04 – E

SEGURANÇA PÚBLICA (art. 144, da CRFB)

Segurança Pública

A Constituição Federal abre o capítulo da segurança pública consignando que


ela é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. Além disso, é exercida para
a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos (CF, art. 144):

I - Polícia Federal (PF);

II - Polícia Rodoviária Federal (PRF);

III - Polícia Ferroviária Federal (PFF);

IV - Polícias Civis (PC);

V - Polícias Militares (PM) e corpos de bombeiros militares.

Segundo o Supremo Tribunal Federal, o art. 144 da Constituição aponta os


órgãos incumbidos do exercício da segurança pública. Nesse sentido, os estados-
membros (exemplo: Estado do Ceará), assim como o Distrito Federal, devem seguir o
modelo federal. Resta, pois, vedada aos Estados-Membros a possibilidade de
estender esse rol, que é exaustivo (numerus clausus), criando outros órgão não
previstos na Constituição.

Observe que a segurança pública será exercida por órgãos federais e estaduais.
Todavia, o § 8° do art. 144 permite aos Municípios a constituição de guardas
municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações.

Mas as funções da guarda municipal são essencialmente patrimoniais, não


podendo esse órgão integrar a estrutura de segurança pública para exercer função de
polícia ostensiva ou judiciária. Guarde bem esse detalhe.

Cabe destacar que a lei disciplinará a organização e o funcionamento dos


órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de
suas atividades (CF, art. 144, § 7°).

É competência privativa da União legislar sobre a competência da Polícia


Federal e das Polícias Rodoviária e Ferroviária Federais (CF, art. 22, XXII).

Por fim, o § 9º do art. 144 estabelece o subsídio como forma de remuneração


dessas carreiras.

Vejamos algumas questões inicialmente.

50
81. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO/MS/2010) Os municípios não possuem força policial
própria, mas podem constituir guardas municipais destinadas unicamente à proteção de
seus bens, seus serviços e suas instalações.

Comentário: em regra, a segurança pública será exercida por órgãos federais e


estaduais. Mas, de fato, os municípios podem constituir guardas municipais destinadas
à proteção de seus bens, serviços e instalações (CF, art. 144, § 8°). Item certo.
82. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) A segurança pública é
dever da União e tem como objetivo fundamental a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio.

Comentário: Como mencionado, a segurança pública é dever do Estado (e não da


União). Por isso, errada a questão. De fato, nos termos do art. 144 da CF/88, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio. Item errado.
83. (CESPE/AUXILIAR DE TRÂNSITO/SEPLAG/DETRAN/DF/2008) A segurança pública
deverá ser exercida pelas polícias federal, rodoviária federal, ferroviária federal, civis,
militares e corpos de bombeiros militares.

Comentário: De fato, a segurança pública é exercida para a preservação da ordem


pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
84. (CESPE/PERITO CRIMINAL/PC/ES/2011) Sendo a segurança um dever estatal, direito
e responsabilidade de todos, os municípios, em momentos de instabilidade social,
podem constituir guardas municipais destinadas ao policiamento ostensivo e à
preservação da ordem pública.

Comentário: Vimos que os municípios podem instituir guardas municipais. Entretanto,


suas funções devem ser essencialmente patrimoniais, não podendo esse órgão
integrar a estrutura de segurança pública para exercer função de polícia ostensiva ou
judiciária. Item errado.
85. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Os municípios que
tiverem mais de vinte mil habitantes podem constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações.

Comentário: De acordo com o art. 144, § 8°, os Municípios poderão constituir guardas
municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações. Ou seja, a
Constituição federal não faz ressalva nem restrição quanto ao número de habitantes
necessário para que seja possível a instituição de guardas municipais. Item errado.

6.1 – POLÍCIA FEDERAL

O art. 144, § 1°, apresenta as competências da PF. Segundo esse dispositivo, a


polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:

I – apurar:

(a) infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens,


serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas;

(b) outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou


internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

51
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos
públicos nas respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

Vejamos uma questão.


86. (CESPE/AGENTE/PF/2009) A Polícia Federal tem competência constitucional para
prevenir e reprimir, com exclusividade, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho.

Comentário: Segundo o art. 144, § 1°, II da CF/88, compete à PF prevenir e reprimir o


tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
competência. Ou seja, a questão está errada, já que na prevenção e repressão ao
tráfico de drogas a PF não atua com exclusividade. Pelo contrário, sua atuação não
afeta a ação fazendária e de outros órgãos públicos nas suas áreas de competências.
Item errado.

6.2 – POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL E FERROVIÁRIA FEDERAL

A Constituição Federal estabelece a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a


Polícia Ferroviária Federal (PFF) como órgãos permanentes, organizados e mantidos
pela União e estruturados em carreira (CF, art. 144, §§ 2° e 3°).

A PRF destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias


federais. Já a PFF destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
ferrovias federais.

87. (CESPE/AUXILIAR DE TRÂNSITO/SEPLAG/DETRAN/DF/2008) O patrulhamento


ostensivo das rodovias federais é de competência exclusiva dos DETRANs.

Comentário: Segundo o art. 144, § 2°, compete à Polícia Rodoviária Federal (PRF), na
forma da lei, a função de patrulhamento ostensivo das rodovias federais. Item errado.

6.3 – POLÍCIA CIVIL, POLÍCIA MILITAR E CORPO DE BOMBEIROS MILITARES

Em âmbito estadual, temos as polícias civil, militar e o corpo de bombeiros


militares.

A Polícia Civil é dirigida por delegados de polícia de carreira. A ela incumbem,


ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares (CF, art. 144, § 4°).

Cabem à Polícia Militar a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública.


Aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil (CF, art. 144, § 5°). Para a doutrina, a atividade
de polícia de segurança compreende a polícia ostensiva e a polícia judiciária. A polícia
ostensiva tem por objetivo prevenir os delitos de forma a se preservar a ordem pública.
A polícia judiciária exerce atividades de investigação, de apuração das infrações

52
penais e de indicação de sua autoria, a fim de fornecer os elementos necessários ao
Ministério Público em sua função repressiva das condutas criminosas.

Nos termos do § 6º do art. 144 da CF/88, as polícias militares e corpos de


bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se,
juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios.

Com base nesse dispositivo, o STF não admite que leis estaduais atribuam às
polícias civis autonomia administrativa, funcional e financeira.

88. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA


PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) As polícias militares, os corpos de bombeiros
militares, as forças auxiliares e a reserva do Exército subordinam-se, juntamente com
as polícias civis, ao presidente da República.

Segundo o art. 144, § 6°, as polícias militares e corpos de bombeiros militares,


forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias
civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Item errado.

Vejamos agora o texto da constituição propriamente dito.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é


exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens,


serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e


o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e


estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

53
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,


ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública;


aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil.

§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva


do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela


segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de


seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste


artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998).

Novidade!!!

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da


incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras


atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos


respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados
em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014).

Questões de Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

(AOPC – PM /RS - 2009) 21. Assinale a alternativa correta. A dignidade da pessoa


humana foi sacramentada na Constituição Federal Brasileira como

a) objetivo da República Federativa do Brasil.

b) mecanismo de integração social e cultural.

c) garantia de promoção humana.

d) fundamento do Estado Democrático de Direito.

e) mecanismo de erradicação da pobreza e marginalização social.

54
(AOPC – PM /RS - 2009) 22. Assinale a alternativa correta. A Constituição Federal
assegura expressamente, no artigo 5º,

a) a liberdade de locomoção no território nacional em tempo de guerra e de paz.

b) o direito de herança.

c) a proibição das penas de morte, de banimento, de caráter perpétuo e de trabalhos


forçados em qualquer hipótese.

d) a possibilidade de extradição de brasileiro em caso de comprovado envolvimento


em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.

e) a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

(AOPC – PM /RS - 2009) 23. Assinale a alternativa correta. De acordo com os


dispositivos constitucionais, é gratuito(a) para os reconhecidamente pobres, na
forma da lei,

a) o casamento religioso.

b) a escritura pública de imóveis.

c) o registro comercial de empresas.

d) a associação em clubes esportivos.

e) o registro civil e a certidão de óbito.

(AOPC - Advogado/CISAMUSEP – 2016) De acordo com o que dispõe a


Constituição Federal, acerca dos direitos e garantias fundamentais, assinale a
alternativa correta.

(A) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter


paramilitar.

(B) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de


autorização e a interferência estatal em seu funcionamento se dá por meio da
exigência de licença especial.

(C) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado.

(D) Ninguém poderá ser compelido a associar-se, todavia, uma vez associado, a
permanência é obrigatória, salvo disposição legal em contrário.

(E) Às entidades associativas não pode ser conferida legitimidade para representar
seus filiados judicialmente, sendo que, ainda que haja autorização expressa, a
legitimidade alcançará apenas a representação extrajudicial.

55
(Advogado/CASAN – 2016) Referente aos Direitos e Garantias Fundamentais,
assinale a alternativa correta.

(A) É assegurado a todos o acesso à informação, desde que fornecida a fonte, sem
qualquer exceção.

(B) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei, exceto o serviço militar obrigatório, em tempo de paz, por crença religiosa,
isentando-se estes de prestações alternativas.

(C) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, por decisão judicial, inclusive à noite.

(D) A previsão de que todos são iguais perante a lei pode ser relativizada quando o
limite de idade para a inscrição em concurso público possa ser justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

(E) A todos é assegurado o direito de petição aos Poderes Públicos, exceto se o


cidadão estiver com débito para com a Administração Pública.

(ADVOGADO – PREFEITURA DE JUAZEIRO – 2016) A respeito dos “Direitos e


deveres individuais e coletivos” descritos na Constituição Federal, assinale a
alternativa correta.

(A) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
sendo apenas exigida prévia autorização da autoridade competente.

(B) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


ressalvada a possibilidade de censura ou licença para as atividades artísticas.

(C) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de


propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização prévia, em dinheiro,

independentemente da ocorrência de dano.

(D) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
mais favorável a lei pessoal do “de cujus”.

(E) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, quando trabalhada pela
família, poderá ser objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva.

AGORA, VAMOS JULGAR AS QUESTÕES A SEGUIR COMO VERDADEIRA OU


FALSA!!!

110. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) No caso de iminente perigo público,


a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, vedada ao proprietário
indenização ulterior na ocorrência de dano.

111. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) A pequena propriedade rural, assim


definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para

56
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
meios de financiar o seu desenvolvimento.

112. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) A lei assegurará aos autores de


inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às
criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do País.

113. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) A sucessão de bens de estrangeiros


situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

114. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) É reconhecida a instituição do júri,


com a organização que lhe der a lei, assegurados a plenitude de defesa, o sigilo das
votações, a soberania dos veredictos e a competência para o julgamento dos crimes
dolosos contra a vida.

115. (FCC/TJAA - TRE-AM/2010) a lei regulará a individualização da pena e adotará,


entre outras, as penas de privação ou restrição da liberdade, perda de bens, multa,
prestação social alternativa e suspensão ou interdição de direitos.

116. (FCC/TJAA - TRE-AM/2010) a prática do racismo constitui crime inafiançável e


imprescritível, sujeito à pena de detenção, nos termos da lei.

117. (FCC/TJAA - TRE-AM/2010) a lei considerará crime inafiançável e suscetível de


graça ou anistia a prática da tortura.

118. (FCC/TJAA - TRE-AM/2010) constitui crime inafiançável e prescritível a ação de


grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático.

119. (FCC/TJAA - TRE-AM/2010) nenhuma pena passará da pessoa do condenado,


podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser,
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
independentemente do valor do patrimônio transferido.

120. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) As normas definidoras dos direitos e garantias


fundamentais têm aplicação imediata.

121. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) Dentre outras, são gratuitas as ações de habeas
data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

122. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) Será, em qualquer hipótese, concedida a


extradição de estrangeiro por crime político.

123. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) Admitir-se-á, nos termos da lei, juízo ou tribunal de
exceção.

124. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) Nos termos da Constituição Federal, serão


equivalentes às emendas constitucionais, os tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos que forem aprovados, pelo Congresso Nacional, em dois
turnos, por dois terços dos votos dos respectivos membros.

125. (FCC/Técnico- TRT 15ª/2009) Rômulo se acha ameaçado de sofrer coação em


sua liberdade de locomoção, por ilegalidade e abuso de poder. A Constituição Federal
prevê como Direito Individual para garantir a sua liberdade, o manejo do mandado de
segurança.

57
126. (FCC/Técnico- TRT 15ª/2009) A prática do racismo constitui crime inafiançável e
prescritível.

127. (FCC/Técnico- TRT 15ª/2009) É vedada a assistência religiosa nas entidades


militares de internação coletiva.

128. (FCC/Técnico- TRT 15ª/2009) É assegurado, em qualquer hipótese, o acesso à


informação e a sua fonte.

129. (FCC/Técnico- TRT 15ª/2009) A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada.

130. (FCC/Técnico- TRT 16ª/2009) Nos termos da Constituição Federal é garantido a


aquele que se achar ameaçado de sofrer coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder e a qualquer cidadão que vise anular ato lesivo ao
patrimônio público, à moralidade, entre outros, respectivamente, o mandado de
segurança e o habeas corpus.

131. (FCC/Técnico- TRT 16ª/2009) É livre a manifestação do pensamento, sendo


permitido, em qualquer caso, o anonimato.

132. (FCC/Técnico- TRT 16ª/2009) A expressão da atividade científica depende de


censura ou licença.

133. (FCC/Técnico- TRT 16ª/2009) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de


assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva, vedada nas militares.

134. (FCC/Técnico- TRT 16ª/2009) Homens e mulheres são iguais em direitos e


obrigações.

135. (FCC/Técnico- TRT 16ª/2009) é plena a liberdade de associação, inclusive a de


caráter paramilitar.

136. (FCC/Auxiliar - TJ-PA/2009) Nos termos da Constituição Federal, a prática do


racismo constitui crime inafiançável e prescritível, sujeito à pena de prisão simples,
detenção e/ou reclusão e multa.

137. (FCC/Auxiliar - TJ-PA/2009) Um cidadão pretende ter assegurado o


conhecimento de informações relativas à sua pessoa, constantes de registros de
determinada entidade governamental. Para isso, a Constituição Federal garante a ele
a impetração de habeas data.

138. (FCC/EPP-SP/2009) Em relação aos direitos e garantias fundamentais, a


Constituição de 1988 estabelece um amplo, porém taxativo, rol de direitos públicos
subjetivos.

139. (FCC/EPP-SP/2009) Em relação aos direitos e garantias fundamentais, a


Constituição de 1988 demonstrou acentuada preocupação com a efetividade de suas
disposições.

140. (FCC/EPP-SP/2009) Em relação aos direitos e garantias fundamentais, a


Constituição de 1988 pouco inovou em relação às Constituições brasileiras anteriores.

141. (FCC/EPP-SP/2009) Em relação aos direitos e garantias fundamentais, a


Constituição de 1988 manteve-se atrelada ao padrão liberal clássico, refratário aos
direitos fundamentais de cunho prestacional.

58
142. (FCC/EPP-SP/2009) Em relação aos direitos e garantias fundamentais, a
Constituição de 1988 é de inspiração socialista, dependendo a plena fruição dos
direitos que consagra da planificação total da economia.

143. (FCC/Técnico - MPE-SE/2009) A pena de morte, conforme estabelece a


Constituição Federal brasileira, poderá ser aplicada em caso de guerra declarada.

144. (FCC/Analista - MPE-SE/2009) A lei considerará crime inafiançável e insuscetível


de graça ou anistia a prática de tortura.

145. (FCC/Analista - MPE-SE/2009) Nenhuma pena passará da pessoa do


condenado, extinguindo-se com sua morte a obrigação de reparar danos e a
decretação do perdimento de bens.

146. (FCC/Analista - MPE-SE/2009) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal.

147. (FCC/Analista - MPE-SE/2009) Não haverá penas de caráter perpétuo, salvo em


caso de guerra declarada nos termos da Constituição.

148. (FCC/Analista - MPE-SE/2009) Constitui crime inafiançável e imprescritível a


ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado democrático.

149. (FCC/Analista - MPE-SE/2009) O cidadão que pretenda questionar ato


considerado lesivo à moralidade administrativa, praticado pelo Prefeito do Município
em que reside, pleiteando sua anulação, tem legitimidade para propor ação popular,
ficando isento de custas judiciais e ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé.

150. (FCC/Analista - TRT-SP/2008) O ato de entregar o estrangeiro a outro Estado por


delito nele praticado é denominado deportação.

151. (FCC/Técnico - TRT-SP/2008) As entidades associativas, independentemente de


autorização expressa, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente.

152. (FCC/Técnico - TRT-SP/2008) As associações só poderão ser compulsoriamente


dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
primeiro caso, o trânsito em julgado.

153. (FCC/Técnico - TRT-SP/2008) No caso de iminente perigo público, a autoridade


competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano.

154. (FCC/Técnico - TRT-SP/2008) Aos autores pertence o direito exclusivo de


utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo
tempo que a lei fixar.

155. (FCC/Técnico - TRT-18ª/2008) Com relação aos Direitos e Deveres Individuais e


Coletivos, é correto afirmar que a lei não adotará a pena de multa.

156. (FCC/Técnico - TRT-18ª/2008) No Brasil não pode haver pena de suspensão ou


interdição de direitos.

157. (FCC/Técnico - TRT-18ª/2008) Segundo a Constituição Federal, não haverá pena


de banimento.

59
158. (FCC/Analista - TRT-18ª/2008) É inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal.

159. (FCC/Analista - TRT-18ª/2008) Ninguém será privado de direitos por motivo de


crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-
se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei.

160. (FCC/Analista - TRT-18ª/2008) A pequena propriedade rural, assim definida em


lei, trabalhada pela família, será objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o
seu desenvolvimento.

161. (FCC/Analista - TRT-18ª/2008) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,


em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente.

162. (FCC/Analista - TRT-18ª/2008) as associações só poderão ser compulsoriamente


dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
primeiro caso, o trânsito em julgado.

163. (FCC/Procurador - Recife/2008) A Constituição da República prevê que o


brasileiro naturalizado somente não será extraditado na hipótese de cometimento de
crime político ou de opinião.

164. (FCC/Procurador - Recife/2008) A Constituição da República prevê que o


brasileiro naturalizado poderá ser extraditado na hipótese de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

165. (FCC/Procurador - Recife/2008) É garantia constitucional da liberdade a previsão


segundo a qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão
em virtude de lei.

166. (FCC/Procurador - Recife/2008) A República Federativa do Brasil não se submete


à jurisdição de Tribunal Penal Internacional, ainda que tenha manifestado adesão à
sua criação.

167. (FCC/Procurador - Recife/2008) Os direitos e garantias expressos no texto


constitucional não excluem outros decorrentes de tratados internacionais, desde que
celebrados posteriormente à promulgação da Constituição.

168. (FCC/Procurador - Recife/2008) Serão equivalentes às emendas constitucionais


os tratados internacionais aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

169. (FCC/Assistente - TCE - AM/2008) A publicidade dos atos processuais não pode
ser restringida pela lei.

170. (FCC/Analista - TCE - AM/2008) É plena a liberdade de associação para fins


lícitos, vedada a de caráter paramilitar.

171. (FCC/Analista - TCE - AM/2008) A criação de associação independe de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

60
172. (FCC/Analista - TCE - AM/2008) As associações somente poderão ter suas
atividades suspensas por decisão judicial transitada em julgado.

173. (FCC/Analista - TCE - AM/2008) As entidades associativas têm legitimidade para


representar seus filiados judicial e extrajudicialmente, independentemente de
autorização.

174. (FCC/Secretário-MPE-RS/2008) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém


nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou, por determinação judicial até às 22:00h.

175. (FCC/Secretário-MPE-RS/2008) São a todos assegurados, independentemente


do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

176. (FCC/Secretário-MPE-RS/2008) Conceder-se-á mandado de segurança para


proteger direito líquido e certo, amparado por "habeas corpus" ou "habeas-data",
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública.

177. (FCC/Secretário-MPE-RS/2008) Constitui crime inafiançável e imprescritível a


ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático.

178. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) Não haverá juízo ou tribunal de exceção.

179. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) A prática do racismo constitui crime inafiançável e


prescritível, sujeito às penas de reclusão, detenção ou multa.

180. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito.

181. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal.

182. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
em qualquer local, independentemente de autorização ou de prévio aviso à autoridade
competente.

183. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) Aos autores pertence o direito exclusivo de


utilização de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.

184. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) Dentre outras hipóteses, será concedida a


extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

185. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) É direito e garantia fundamental do cidadão que


está sofrendo violência em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder, se valer do mandado de segurança.

186. (FCC/Técnico - TRF 5ª/2008) ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a


permanecer associado.

187. (FCC/Técnico - TRF 5ª/2008) A manifestação do pensamento é livre, garantido


em qualquer hipótese o anonimato.

188. (FCC/Técnico - TRF 5ª/2008) A expressão da atividade científica e de


comunicação depende de censura ou licença para o seu exercício.

61
189. (FCC/Técnico - TRF 5ª/2008) É garantido o direito à indenização pelo dano moral
decorrente da violação da intimidade e da vida privada das pessoas.

190. (FCC/Técnico - TRF 5ª/2008) É assegurado a todos o acesso à informação,


vedado em qualquer caso o sigilo da fonte.

191. (FCC/Técnico - informática - TRF 5ª/2008) Ninguém poderá ser compelido a


associar-se ou a permanecer associado.

192. (FCC/Técnico - informática - TRF 5ª/2008) A lei penal somente retroagirá em


prejuízo do réu.

193. (FCC/Técnico - informática - TRF 5ª/2008) É vedada a aplicação de pena de


suspensão ou interdição de direitos.

194. (FCC/Auditor - TCE-SP/2008) Medida Provisória que estabelecesse a


possibilidade de a autoridade policial efetuar buscas e apreensões na casa de
indivíduos investigados pela prática de atos de terrorismo, a qualquer hora do dia ou
da noite, independentemente de mandado judicial, seria incompatível com a
Constituição da República, porque a inviolabilidade de domicílio somente é
excepcionada, sem restrição de horário, em caso de flagrante delito, desastre ou para
prestar socorro, ou ainda, durante o dia, mediante determinação judicial.

195. (FCC/Técnico - TRE-SE/2008) São a todos assegurados, mediante o pagamento


de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder.

196. (FCC/Técnico - TRE-SE/2008) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,


em locais abertos ao público, mediante prévia autorização do Poder Público.

197. (FCC/Técnico - TRE-SE/2008) É plena a liberdade de associação para fins lícitos,


inclusive a de caráter paramilitar.

198. (FCC/Técnico - TRE-SE/2008) A criação de associações e, na forma da lei, a de


cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento.

199. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) As entidades associativas, quando expressamente


autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente.

200. (FCC/Analista - TRF 5ª/2008) Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação


de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático.

201. (FCC/Técnico - informática - TRF 5ª/2008) Haverá juízo ou tribunal de exceção.

202. (FCC/Técnico - informática - TRF 5ª/2008) Não será concedida extradição de


estrangeiro, salvo por crime político ou de opinião.

203. (FCC/Técnico - TRE-SE/2008) É livre a expressão da atividade de comunicação,


bem como a manifestação do pensamento, sendo permitido o anonimato.

Gabarito:

110 E 143 C 174 E

62
111 C 144 C 175 C

112 C 145 E 176 E

113 C 146 C 177 C

114 C 147 E 178 C

115 C 148 C 179 E

116 E 149 C 180 C

117 E 150 E 181 C

118 E 151 E 182 E

119 E 152 C 183 C

120 C 153 C 184 E

121 C 154 C 185 E

122 E 155 E 186 C

123 E 156 E 187 E

124 E 157 C 188 E

125 E 158 C 189 C

126 E 159 C 190 E

127 E 160 E 191 C

128 E 161 C 192 E

129 C 162 C 193 E

130 E 163 E 194 C

131 E 164 C 195 E

132 E 165 C 196 E

133 E 154 C 197 E

134 C 155 E 198 C

135 E 166 E 199 C

136 E 167 E 200 C

137 C 168 C 201 E

138 E 169 E 202 E

139 C 170 C 203 E

140 E 171 C

141 E 172 E

142 E 173 E

63

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