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SUPLEMENTO

DE ATIVIDADES
AUTO DA BARCA
DO INFERNO
GIL VICENTE

NOME:
1
Nº: SÉRIE/ANO:
ESCOLA:

I mportante autor da literatura portuguesa, fundador do teatro em


Portugal, Gil Vicente é um dos mais célebres escritores da história
da língua portuguesa. Situada no limiar entre a Idade Média e o Re-
nascimento, no período que ficou conhecido como Humanismo,
entre os séculos xv-xvi, a obra vicentina é um atestado exemplar
dessa transição de costumes e valores.
Tendo temática de base religiosa, seu teatro consegue harmonizá-la
com elementos profanos; sendo um dramaturgo da corte, cuja obra
era patrocinada por poderosos, consegue mesmo assim adicionar a
suas peças motivos do imaginário popular.
Parte da chamada Trilogia das Barcas, o Auto da barca do inferno é a
obra mais famosa de Gil Vicente e um clássico do teatro de língua por-
tuguesa. Desenvolva os principais pontos da obra neste suplemento
de atividades, depois da leitura do livro, dos Diários de um Clássico, da
Contextualização Histórica e da Entrevista Imaginária.
UMA OBRA CLÁSSICA

1. Qual é o tema central do Auto da barca do inferno?

2. Em que sentido podemos dizer que Gil Vicente é um autor


humanista?

3. Como melhor poderíamos definir o Auto da barca do inferno


no contexto da literatura portuguesa?










4. Quais são as principais diferenças entre o teatro religioso e
litúrgico e o teatro de Gil Vicente? Explique o porquê.

O ENREDO

5. Qual é a principal impropriedade da narrativa, que leva as


personagens a frustrarem suas expectativas?
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6. Qual é o efeito cômico gerado por essa situação das perso-


nagens?






7. Em termos de representação, Auto da barca do inferno:

a) Vale-se de que tipo de técnica?








b) A obra privilegia qual paisagem?




PERSONAGENS
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8. Relacione a personagem às características:


1. Frade a) Representa uma figura muito co-
mum na literatura da época, a do nés-
cio. Espécie de tolo, cuja falta de juízo,
mais do que cômica, é viciosa, e por
isso criticável.

2. Onzeneiro b) Empunha espada, capacete e es-


cudo. Pode-se entender por isso que
esses elementos representam a per-
da dos valores religiosos, a decadên-
cia dos costumes.

3. Sapateiro c) São símbolos evidentes da fé cristã.

4. Fidalgo d) Conduz um bode, símbolo da ne-


gação do cristianismo.
5. Parvo e) Usa avental e molde. Seu papel
tipifica a classe comercial e seus in-
teresses.

6. Judeu f) Aparece com moças e um cofre,


determinando assim a sua ganân-
cia e a exploração alheia.

7. Corregedor e Procurador g) Os processos e livros determi-


nam a função social que desempe-
nham.

8. Alcoviteira h) Leva uma bolsa, símbolo justa-


mente da usura e da cobiça, critica-
das por Gil Vicente.

9. Quatro Cavaleiros i) Imagina que o fato de ter pagado


sua pena em vida, tendo sido executa-
do, o absolve. Mas ele é apenas mais
um dos condenados.
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10. Enforcado j) Possui um manto e seu pajem leva
uma cadeira. Demonstra uma relação
hierárquica em relação aos outros e,
por conseguinte, presunção.

INTERTEXTUALIDADE

9. Leia os textos a seguir:

CANTO IV
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– “Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!

96
– “Dura inquietação d’alma e da vida,
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios:
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo digna de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana!

97
– “A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente? 6
Que perigos, que mortes lhe destinas
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos, e de minas
D’ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? que histórias?
Que triunfos, que palmas, que vitórias?

CAMÕES, Luis Vaz de. Os Lusíadas. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/


Edusp, 1998.

Para Gil Vicente, cada personagem deveria limitar-se a desempenhar


honestamente a sua profissão, sem procurar a ascensão social − “ven-
cer na vida” a todo custo seria fonte de corrupção e de desorganização
da vida em sociedade. Importa-lhe a verdade que viria dos costumes
estabelecidos que se chocavam com o delírio advindo das conquistas ma-
rítimas. Na descrição realista da vida de seu tempo, acaba assim por
contrariar o entusiasmo oficial. Não aparece em seu teatro, por isso, a
costumeira exaltação heróica dos cavaleiros conquistadores, tão comum
nessa época. Ele parece não se sentir atraído pelas formas épicas de re-
presentação que dariam origem, por exemplo, a Os Lusíadas.

ABDALA JUNIOR, Benjamin. “Teatro popular e sátira social”. In: VICENTE,


Gil. Auto da Índia. Auto da barca do inferno. Farsa de Inês Pereira. (Apresenta-
ção e notas de Benjamin Abdala Junior). São Paulo: Senac, 1996, p. 10-11.

De acordo com o trecho do estudioso Benjamin Abdala Junior e de-


pois de ter lido os excertos de Os Lusíadas de Camões, responda:

a) Tendo em vista as críticas à cobiça, expostas no Auto da barca


do inferno, qual seria a diferença mais marcante entre o universo
de Gil Vicente e o de Camões?

b) Em que momento a visão de mundo de cada um desses auto- 7


res pode coincidir? Podemos comparar esse episódio do Velho do
Restelo e o Auto da barca do inferno. Pesquise.

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
A seguir, responda a algumas questões relacionadas à seção Con-
textualização Histórica, encontrada na parte final do livro.
10. Compare os dois trechos a seguir:

Antes do aparecimento de Gil Vicente, não podemos falar num teatro


em Portugal, não obstante possamos respigar notícias de dramaturgia
religiosa durante a Idade Média e alguns documentos de teatro alegórico
da época de D. João II, um teatro à base de pura cenografia e em que a
palavra literária esteve quase inteiramente ausente. Anrique da Mora,
poeta do Cancioneiro geral de Garcia de Resende (1516), conquanto
nos ajude a compreender alguma coisa da dramaturgia vicentina (Leite
de Vasconcelos fizera um paralelo entre a sua Farsa do alfaiate e o Juiz
da beira – 1525 – de Gil Vicente), a sua produção, mais para ser lida,
não passa de um humilde outeiro ao pé duma montanha. O próprio
compilador desse Cancioneiro, Garcia de Resende − o cronista de D.
João II − deixou-nos o testemunho de que o teatro de Gil Vicente era
uma novidade extraordinária no seu tempo.

SPINA, Segismundo. “Carreira dramática”. In: VICENTE, Gil. O velho da horta.


Auto da barca do inferno. A farsa de Inês Pereira.
Introdução e estabelecimento do texto Segismundo Spina.
São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 8-9, 12. 8

Comecemos por pensar na produção dramática vicentina do ponto de


vista estético. Se há outra afirmação que deu o que falar foi a de que
Gil Vicente “inaugurou o teatro em Portugal”, quando, na verdade, o
que se queria dizer é que sua criação teatral é a primeira que merece tal
nome na história literária portuguesa. Ou seja: Gil Vicente não inven-
tou a partir de “nada”, como as distorções fazem supor; pelo contrário,
sua obra pode ser entendida como verdadeira summa da tradição, da
comédia greco-latina à dramaturgia religiosa medieval, das representa-
ções palacianas às festas carnavalescas popularizadas no Renascimen-
to. Como acontece nos grandes artistas (e o contemporâneo Camões que
o diga!), Gil Vicente apenas acrescentou a esse passado, ainda disperso
e nebuloso em Portugal, o gênio da própria inspiração.

MONGELLI, Lênia Márcia. “É dia de júri nas profundas!”. In: VICENTE, Gil.
Auto da barca do inferno. São Paulo: FTD, 1997, p. 8-10.
Em que sentido podemos dizer que eles são complementares? Em
que ponto eles divergem? Relacione esses dois pontos de vista ao
que você conhece sobre a vida e a obra de Gil Vicente.

11. Leia o trecho a seguir e responda:

Elogio da Loucura
Embora os homens costumem ferir a minha reputação e eu saiba 9
muito bem como meu nome soa mal aos ouvidos dos mais tolos, or-
gulho-me de vos dizer que esta Loucura, sim, esta Loucura que estais
vendo é a única capaz de alegrar os deuses e os mortais. A prova
incontestável do que afirmo está em que não sei que súbita e desu-
mana alegria brilhou no rosto de todos ao aparecer eu diante deste
numerosíssimo auditório. De fato, erguestes logo a fronte, satisfeitos, e
com tão prazenteiro e amável sorriso me aplaudistes, que na verdade
todos os que distingo ao meu redor me parecem outros tantos deuses
de Homero, embriagados pelo néctar com nepente. No entanto, antes,
estivestes sentado, tristes e inquietos, como se há pouco tivésseis saído
da caverna de Trofônio. Com efeito, como no instante em que surge
no céu a brilhante figura do sol, ou como quando, após um rígido
inverno, retorna a primavera com suas doces aragens e vemos todas as
coisas tomarem logo um novo aspecto, matizando-se de novas cores,
contribuindo tudo para de certo modo rejuvenescer a natureza, assim
também, logo que me vistes, transformastes inteiramente as vossas fi-
sionomias. Bastou, pois, minha simples presença para eu obter o que
valentes oradores mal teriam podido conseguir com um longo e longa-
mente meditado discurso: expulsar a tristeza de vossas almas.

ROTTERDAM, Erasmo de. Elogio da Loucura. São Paulo: Abril, 1972.


Trace um paralelo entre essa passagem de Erasmo de Rotterdam
e o Auto da barca do inferno.

A NOVA DO CADÁVER – A SUA ENTREVISTA IMAGINÁRIA


Agora é com você, caro leitor.

Valendo-se das orientações desta edição e das suas respostas às


atividades de leitura, elabore uma nova entrevista com o autor,
mais ou menos como a Entrevista Imaginária do final do livro.
Ainda que Gil Vicente não esteja entre nós, sua obra continua viva. 10
Sobretudo hoje, quando vemos tanta especulação e cobiça e tantas
virtudes que são defendidas, mas não são praticadas. Ele pode muito
bem nos auxiliar a compreender um pouco do mundo atual.
Seja por meio da linguagem, seja pela construção de suas per-
sonagens ou por meio de suas idéias: qualquer um desses cami-
nhos é possível para uma aproximação de sua vida e sua obra. Por
intermédio deles, podemos conhecer um pouco mais as idéias
sobre literatura, sobre Portugal e sobre as heranças populares da
literatura de língua portuguesa.
A abordagem pode mencionar as idéias artísticas de Gil Vicente,
suas fontes de inspiração ou até algumas características das per-
sonagens do Auto da barca do inferno. Vale a pena também inter-
rogar Gil Vicente sobre a opinião que ele tem em relação ao seu
tempo e o que o levou a escrever o Auto da barca do inferno.
Para elaborar este trabalho, procure basear suas respostas em afir-
mações do autor ou das personagens.

Bom trabalho!

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