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FUNDAÇÕES
UIA 1 | CONCEPÇÕES GERAIS PARA OS PROJETOS DE FUNDAÇÃO
FUNDAÇÕES | UIA 1 | 2

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SUMÁRIO

Aula 1 | Histórico das Fundações: Avanços e Retrocessos ao Longo do Tempo......................5!


1.1. Da Pré-História e História Antiga ...................................................................................................5!
1.2. Idade Clássica...................................................................................................................................6!
1.3. Da Idade Média ao Renascimento ..................................................................................................7!
1.4. Séculos XVIII e XIX ...........................................................................................................................7!
1.5. História Moderna e Contemporânea .............................................................................................8!
1.6. Realidade do Brasil ..........................................................................................................................9!

Aula 2 | Concepção Para Projeto .............................................................................................. 10!


2.1. Elementos Necessários ao Projeto .............................................................................................. 10!
2.2. Ações nas Fundações ................................................................................................................... 11!
2.3. Requisitos Mínimos para um Projeto de Fundações ................................................................. 12!
Influências a considerar ................................................................................................................................................................... 13!
2.4. Coeficientes de Segurança Globais e Parciais ............................................................................ 13!
2.5. Região Representativa do Terreno ............................................................................................. 14!

Aula 3 | Alternativas de Fundação ........................................................................................... 14!


3.1. Fundações Superficiais ou Diretas .............................................................................................. 14!
3.1.1. Bloco ............................................................................................................................................................................. 15!
3.1.2. Sapatas ......................................................................................................................................................................... 15!
3.1.3. Viga de Fundação .................................................................................................................................................... 16!
3.1.4. Baldrame ..................................................................................................................................................................... 16!
3.1.5. Radier............................................................................................................................................................................ 17!
3.2. Fundações Profundas ................................................................................................................... 17!
3.2.1. Estaca ............................................................................................................................................................................ 17!
3.2.2. Tubulão ........................................................................................................................................................................ 17!
3.3. Fundações Mistas ......................................................................................................................... 18!

Aula 4 | Escolha da Alternativa de Fundação .......................................................................... 19!


4.1. Critérios Gerais ............................................................................................................................. 19!
4.2. Condicionantes Especiais ............................................................................................................ 20!
4.3. Evitando Problemas com Fundações .......................................................................................... 22

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INTRODUÇÃO

Olá, estudante, bem-vindo(a) à disciplina Fundações!


Toda obra civil deve ser apoiada em uma estrutura de fundação sólida e capaz de suportar todos os
esforços. Para que o responsável técnico da obra, assim como o projetista, possa obter o melhor
desempenho possível, ele deve conhecer os melhores métodos para determinado solo.

É importante conhecer a história da Engenharia Geotécnica e suas evoluções para


saber o que não deu certo e o que deu certo!

Na disciplina de Fundações você irá conhecer a


evolução dos estudos no campo da Engenharia
Geotécnica, conhecer quais são os tipos de elementos
estruturais e as concepções para obter a melhor
eficiência da fundação.
Na primeira Unidade de Interação e Aprendizagem
(UIA), vamos estudar concepções gerais para os
projetos de fundação. Na UIA 2, vamos conhecer os
principais métodos de avaliação do solo, listar os
ensaios de campo e interpretar os resultados do
principal ensaio (SPT). Na UIA 3, partiremos para Fonte: http://tinyurl.com/y9bz45fy
estudar as metodologias de execução de cada tipo de
elemento estrutural, determinar a capacidade de
;carga utilizando alguns métodos, descobrir o que são recalques e determinar recalques de fundações
superficiais. E por fim, na UIA 4, estudaremos as fundações profundas, determinando a capacidade de
carga e estimando recalques sob cargas axiais, verificando características da fundação indireta e os
efeitos produzidos no solo.
Bons estudos!

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Acesse o material de estudo, disponível no Ambiente Virtual de


Aprendizagem (AVA), e assista à videoaula.

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Aula 1 |!HISTÓRICO DAS FUNDAÇÕES: AVANÇOS E RETROCESSOS AO


LONGO DO TEMPO

Olá, estudante, bem-vindo(a) à primeira Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA). Faremos aqui um
histórico sobre as fundações, dissertando sobre os avanços e retrocessos que marcaram a evolução desse
conhecimento ao longo do tempo. Boa aula!

1.1.!DA PRÉ-HISTÓRIA E HISTÓRIA ANTIGA


Em nossa uma breve viagem sobre a história das fundações, utilizaremos como base o
livro Fundações: Teoria e Prática (HACHICH, 2016) e a apostila do Laboratório de
Mecânica dos Solos e Pavimentação da Universidade Federal do Ceará, que desenvolveu
um excelente trabalho sobre a história das fundações (UFC, 2017).

Começamos na Pré-História, quando se tem registros de obras, ainda que modestas, realizadas pelo ser
humano. No Período Paleolítico, sensível ao clima e para proteger-se dos animais, o ser humano
abrigava-se em cavernas rochosas e, na falta destas, em abrigos subterrâneos improvisados. Muitas vezes
esses abrigos eram escavações verticais de aproximadamente 2 metros de profundidade, podendo-se
assim verificar que já existia a noção sobre a estabilidade dos maciços onde eram realizadas estas
escavações (UFC, 2017).
Depois disso, já no Neolítico, com o controle sobre a técnica da pedra lascada e, portanto, apto a
trabalhar de forma rudimentar a madeira, o homem construía suas primeiras habitações, despertando,
assim, a noção preliminar da estabilidade das construções e da resistência dos materiais sobre os quais
estas se apoiavam. Muitas dessas habitações eram construídas à beira de lagos, ou regiões inundadas,
sobre estacas de madeira, as palafitas. Tinham também cabanas feitas de pedras, eram mais raras,
ocorrendo apenas em locais onde havia escassez de madeira, ou submetidas a fortes ventos (UFC, 2017).

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Um grande salto no desenvolvimento e na evolução do homem ocorreu com a


descoberta dos metais, fazendo com que pudesse fabricar ferramentas mais eficientes. O
emprego de ferramentas metálicas propiciou o desenvolvimento de novas técnicas
construtivas permitindo trabalhar melhor os materiais de construção (madeira, pedra,
etc.) e escavar o solo, tornando possível a construção de obras de maiores dimensões e
até mesmo de grande vulto, como aquelas construídas na Idade Antiga pelos
mesopotâmicos, egípcios, etc.
Nos antigos impérios do Oriente Próximo, os materiais de construções passaram a ser o
tijolo cerâmico, principalmente na Mesopotâmia, e a pedra, no Egito. A utilização de
materiais de construção consideravelmente mais pesados que a madeira, largamente
utilizada até então, fez com que novas técnicas de fundação fossem desenvolvidas,
motivadas principalmente pelos inúmeros problemas verificados, uma vez que os
terrenos, que agora recebiam estas construções mais pesadas, não apresentavam
resistência suficiente, tendo sido verificado vários casos de insucessos.
(UFC, 2017)

Em geral, obras como castelos, palácios, templos, entre outras, eram


assentados sobre fundações arrumadas como restos de outras estruturas ou
paredes, misturadas ao solo e convenientemente compactadas. Assim, as
construções eram sucessivamente colocadas umas sobre as outras,
resultando num escalonamento de acordo com as suas idades. Data dessa
época também, aproximadamente século XVII a.C., o primeiro código de
construção conhecido, o código de Hamurabi, rei da Babilônia, no qual eram
previstas duras penalidades para os construtores cujas obras fracassassem.

1.2.!IDADE CLÁSSICA
Quando chegamos na Idade Clássica, houve um grande desenvolvimento na Fonte:
cultura ocidental promovida pelos gregos e, posteriormente, pelos romanos. http://tinyurl.com/hhn78nm

Os gregos pouco inovaram tecnicamente e materialmente, a não ser pelo uso


do mármore e da pedra calcária, preocupando-se mais com aspectos arquitetônicos, caracterizados pelos
grandes pórticos e colunas em seus palácios e templos, travejados com vigas de pedras. Esses novos
tipos construtivos eram, entretanto, concentradores de cargas nas fundações, que passaram a ser feitas
em blocos superpostos, em uma ou duas camadas, e em geral, grampeados uns aos outros de forma a
melhor dissipar o carregamento proveniente dos pórticos e das grandes colunas, como pode ser
observado nas ruínas do santuário de Afaya em Aegina (UFC, 2017).
As fundações de construções gregas de menores dimensões eram constituídas basicamente por sapatas
isoladas. Em lugares de terrenos fracos, os gregos sabiam como fazer a melhoria do solo, misturando as
cinzas de carvão, ou até mesmo calcário mole ou pedregulho e posterior compactação. Em alguns casos,
também eram utilizadas estacas de madeira como elemento de fundação, cravadas por máquinas,
provavelmente originadas de máquinas de guerra utilizadas para perfurar muralhas e portões.
As técnicas empregadas pelos gregos foram muito mais heranças das antigas civilizações do que
propriamente desenvolvidas por necessidades próprias. Apenas em Roma é que as técnicas construtivas
e de fundações receberam contribuição mais significativa. (UFC, 2017)
O desenvolvimento da técnica de construção em arcos romanos permitiu a execução de obras de
maiores dimensões que aquelas executadas pelos gregos, e, portanto, mais pesadas, necessitando-se,
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assim de fundações mais resistentes e eficientes. Merece destaque também a utilização do concreto,
tanto na execução de fundações como na construção dos arcos e domos, entre os quais se destaca o
impressionante Panteão de Roma (110-125 d.C.), Figura 1. Em Roma, a construção de fundações,
inicialmente com tijolos crus e depois cozidos, devidamente travados, e em seguida em concreto,
cresceu e culminou com fundações como a do Coliseu, uma laje de 170 m de diâmetro.

Figura 1. Panteão de Roma

Ao contrário dos gregos que pouco escreveram sobre suas construções, o legado
romano em termos de técnicas construtivas pode ser verificado na obra do engenheiro
militar e arquiteto Marco Vitrúvio Ollio (Sec. I a.C.). A obra de Vitrúvio contém uma série
de considerações interessantes a respeito das fundações das construções romanas,
como por exemplo, dimensões, profundidades de assentamento, distribuição das cargas
transmitidas ao solo e sobre as características de resistência do mesmo. Vitrúvio foi o
precursor da técnica de compactação de terrenos fracos pela cravação de estacas e da
utilização de ensecadeiras para a execução de fundações subaquáticas, além de
reconhecer, assim com Plínio (Séc. I a.C.), a existência de atrito nas areias, principalmente
naquelas de grãos angulares.
(UFC, 2017)

1.3.!DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO


Na Idade Média pouco se avançou em relação às técnicas desenvolvidas na
Idade Clássica. Entretanto, podem-se observar alguns avanços, como a
execução de fundações subaquáticas favorecidas pelo bombeamento das
ensecadeiras, a invenção do bate-estaca, bastante próximos dos bate-estacas
modernos, em 1450 por Francesco Di Giorgio.
Na Idade Moderna, o Renascimento trouxe também grande desenvolvimento
científico, principalmente devido aos trabalhos de Leonardo da Vinci e
Galileu, entre outros. Da Vinci muito contribuiu para a arquitetura e
construção com projetos de bate-estacas, ensecadeiras, etc.

1.4.!SÉCULOS XVIII E XIX


Fonte:
A partir do século XVIII d.C., a experiência acumulada até então por meio da http://tinyurl.com/y8fnqvl3

execução de diversas obras começou a ser teorizada, simbolizando o que seria os


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primórdios da Mecânica dos Solos (fase pré-clássica). Vários foram os trabalhos sobre aterros arrimados,
pressões transmitidas por maciços de solos, superfícies de deslizamento em taludes, efeito da água sobre a
estabilidade de taludes naturais e de aterros, dentre outros.

O período clássico da Mecânica dos Solos, segundo Das (2005), se inicia em 1776 com Charles
Augustin Coulomb. Coulomb utilizou os princípios de Máximos e Mínimos de funções reais,
vistos nas disciplinas de Cálculo Diferenciais e Integral, para determinar a verdadeira posição da
superfície de deslizamento dos maciços de solo para o cálculo me muros de arrimo. Nesta
análise Coulomb empregou leis de atrito e coesão aplicáveis a corpos sólidos, o que no futuro
daria origem a uma das clássicas equações da Mecânica dos Solos, a equação de Mohr-
Coulomb, que expressa à resistência ao cisalhamento dos solos ( ) em função da coesão (c), das
pressões normais () e do ângulo de atrito (tan ).
(UFC, 2017)

No século XIX, vários foram os autores que contribuíram para o progresso da Mecânica dos Solos, eles
realizaram trabalhos sobre a superfície de deslizamento de taludes naturais coesivos, e sobre a estabilidade de
escavações e aterros. Foram desenvolvidos trabalhos a respeito do estado de tensão dos solos (ativo, passivo
e de repouso), contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento de teorias empregadas no cálculo
dos empuxos de terra e da capacidade de cargas de fundações e também estudos sobre a percolação d’água
nas areias e assim definindo a permeabilidade destas através do seu coeficiente k, sendo este coeficiente um
dos parâmetros mais utilizados atualmente na engenharia geotécnica.

1.5.!HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA


Do início do século XX até os meados do mesmo século, caracterizou-se pela publicação dos resultados
de várias pesquisas realizadas sobre os comportamentos dos solos argilosos, nas quais foram
estabelecidas as suas propriedades e parâmetros fundamentais.

Segundo Das (2005 apud UFC, 2017), as principais foram:


•! estudos sobre a consistência das argilas;

•! ensaios de cisalhamento em argilas sob condições de carregamento vertical;

•! pressões horizontais, capacidade de carga, ensaios de caixas de cisalhamento para


determinação da resistência ao cisalhamento não drenada em amostras
indeformadas de argilas;

•! estudos sobre estabilidade de taludes de argila saturados;

•! estudos sobre consolidação das argilas.

O período contemporâneo da história geotécnica começa


necessariamente com Karl Terzaghi, o pai da Mecânica dos Solos. No
período de 1918 a 1925, Terzaghi começou no American Robert College,
em Istambul sua pesquisa sobre o comportamento dos solos,
especialmente, sobre o adensamento e consolidação das argilas, e sobre
a ruptura por piping em areias sob barragens. Terzaghi trabalhou ainda
no Instituto de Tecnologia de Massachusetts entre 1925 a 1929, na
Universidade Técnica de Viena entre 1929 a 1939, e na Universidade de Fonte: http://tinyurl.com/yd5mqyaz

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Harvard a partir de 1936, onde promoveu a primeira conferência da International Society of Solil
Mechanics and Foundation Engineering (ISSMFE).

1.6.!REALIDADE DO BRASIL

Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, foram fundadas as primeiras
escolas de ensino superior, além de bibliotecas, museus e jardins botânicos. A engenharia civil,
e com ela as técnicas de construções e fundações começam a serem ensinadas na Academia
Militar, vindo a se tornar um curso específico apenas em 1845. Em 1847 é criada a Escola
Politécnica do Rio de Janeiro e a Escola de Minas de Ouro Preto, em cujos programas já se
contemplavam as técnicas de fundações na disciplina Estudo dos Materiais de Construção e
sua Resistência, Tecnologia das Profissões Elementares, Arquitetura Civil. Esta disciplina daria
origem às disciplinas de Construção e Grande Estrutura, que posteriormente se transformaria
nas atuais Mecânica dos Solos e Fundações.
(UFC, 2017)

No século XIX foi grande o interesse pelos estudos geológicos no Brasil, principalmente devido aos
interesses ligados à mineração de ferro. A primeira obra de geologia no Brasil surge em 1874, publicada
em Boston por Charles Frederick Hartt e intitulada como Geologia e Geografia Física do Brasil. Neste
livro, são frequentes as citações às investigações geológicas ao longo dos traçados das estradas de ferro
construídas na época, contribuindo assim para o surgimento da Geologia de Engenharia, que só viria a
acontecer em 1907.

Quando Miguel Arrojado Lisboa investigou as formações geológicas ao longo do


traçado da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, e em 1909 estudou geologicamente
os locais de construção de barragens de obras contra a seca no Nordeste do país
(UFC, 2017).

A grande atividade de engenharia durante o império foi à construção de estradas de ferro nas quais o
projeto e a construção das fundações de aterros e das obras de arte estavam presentes. Infelizmente
referências a tais obras aparecem muito pouco na literatura nacional.
No início do século XX, com o advento do concreto armado foram construídos os primeiros edifícios de
grande porte no Rio de Janeiro e em São Paulo, dos quais infelizmente não existem informações a
respeito de suas fundações. Informações mais precisas a respeito de fundações dos edifícios construídos
datam da década de 1930, quando os edifícios de concreto armado já se apoiavam sobre sapatas de
concreto armado ou blocos de concreto simples. As fundações profundas eram de estacas de madeira ou
pré-moldadas de concreto armado e capeadas por blocos de concreto.

Na década de 1920 houve uma verdadeira revolução na engenharia brasileira, com o


aparecimento da pesquisa tecnológica. Em 1926, foi criado o Laboratório de Ensaios de
Materiais, destinados a resolver principalmente problemas relacionados ao concreto
armado, e que se transformaria posteriormente, em 1934, no Instituto de Pesquisas
Tecnológica (IPT).
Em 1944, foi fundada a Geotécnica S/A, a primeira empresa especializada em estudos e
projetos de solos e fundações no Brasil. Em 1948, chega ao Brasil a publicação de
Terzaghi e Peck, o “Soil Mechanics in Engineering Practice”, onde é apresentado um
novo método de prospecção geotécnica conhecido com SPT (Standard Penetration
Test), e com ele um novo parâmetro, o NSPT, largamente utilizado até os dias atuais
como ferramenta de prospecção.
(UFC, 2017)
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Para saber ainda mais sobre o assunto da aula, não deixe de acessar os
links disponíveis a seguir.
http://tinyurl.com/y949hzkz
http://tinyurl.com/ydfj5e9k

Termina aqui nossa primeira aula desta unidade. Introduzimos conceitos importantes sobre a historia desta
disciplina e área do conhecimento. Continue os estudos desta disciplina e até breve!

Aula 2 |!CONCEPÇÃO PARA PROJETO

Estudantes, nesta aula, depois de conhecermos um pouco da história, vamos para a prática. O assunto será a
concepção de projeto. Vamos lá?

2.1.!ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO PROJETO


É de extrema importância sabermos quais são os elementos necessários para o desenvolvimento de um
projeto de fundações. Para isso, vamos estudar, nesta aula, quais são os principais elementos segundo
Velloso e Lopes (2010).
Passo 1 – Topografia da área:

•! Levantamento topográfico (planialtimétrico).


•! Dados sobre taludes e encostas no terreno (ou que possam atingir o terreno).
Passo 2 – Dados geológico-geotécnicos:

•! Investigação do subsolo (às vezes em duas etapas: preliminar e complementar).

•! Outros dados geológicos e geotécnicos (mapas, fotos aéreas e de satélite, levantamentos


aerofotogramétricos, artigos sobre experiências anteriores na área etc.).
Passo 3 – Dados sobre construções vizinhas:
•! Número de pavimentos, carga media por pavimento.

•! Tipo de estrutura e fundações.

•! Desempenho das fundações.

•! Existência de subsolo.

•! Possíveis consequências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra.


Passo 4 – Dados da estrutura a construir:

•! Tipo e uso que terá a nova obra.


•! Sistema estrutural (hiperestaticidade, flexibilidade etc.).

•! Sistema construtivo (convencional, pré-moldado etc.).


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•! Cargas (ações nas fundações).


Os passos de 1 a 3 devem ser cuidadosamente avaliados pelo projetista em uma visita ao local de construção.
O passo 4 deve ser discutido com o projetista/arquiteto da obra e com o projetista da estrutura.

Dessa discussão vão resultar os deslocamentos admissíveis e os fatores de


segurança a serem aplicadas as diferentes cargas ou ações da estrutura.

No caso de fundações de pontes, dados sobre o regime do rio são importantes para avaliação
de possíveis erosões e escolha do método executivo. Já nas zonas urbanas, as condições dos
vizinhos constituem, frequentemente, o fator decisivo na definição da solução de fundação. E
quando fundações profundas ou escoramentos de escavações são previstos, o projetista deve
ter uma ideia da disponibilidade de equipamentos na região da obra.

Outro aspecto importante a ser levado em conta pelo projetista das fundações é a interface entre os
projetos de superestrutura e de fundações/infraestrutura. É comum que essa interface seja o nível do
topo das cintas, no caso de edifícios, e o topo de blocos de coroamento de estacas/tubulões ou de
sapatas, no caso de pontes. Ao receber as ações que decorrem da estrutura, o projetista das fundações
deve verificar se são fornecidas como valores característicos ou como valores de projeto (valores
majorados por fatores parciais de cargas, chamados de fatores de ponderação na Engenharia Estrutural)
e ainda que combinações foram utilizadas para o dimensionamento dos elementos na interface entre os
dois projetos (tipicamente os pilares).

2.2.!AÇÕES NAS FUNDAÇÕES


As solicitações a que uma estrutura está sujeita podem ser classificadas de diferentes maneiras. Em
outros países, é comum separá-las em dois grandes grupos: cargas vivas e cargas mortas.
Esses dois grupos se subdividem em:

- ocupação por pessoas e móveis;


- passagem de veículos e pessoas;
- operação de equipamentos móveis (guindastes etc.);
Operacionais
- armazenamento;
- atracação de navios, pouso de helicópteros;
- frenagem, aceleração de veículos (pontes).
Cargas vivas
- ventos;
- ondas, correntes;
Ambientais
- temperaturas;
- sismos.

- solicitações especiais de construção e instalação;


Acidentais
- colisão de veículos (navios, aviões etc.);

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- explosão, fogo;

- peso próprio da estrutura e equipamentos permanentes;


Cargas mortais
- empuxo de água;
ou permanentes
- empuxo de terra.
Quadro 1. Subdivisão das cargas vivas e mortas

No Brasil, a norma NBR 8681 (ABNT, 2003, p. 3) classifica as ações nas estruturas em:

Ações permanentes: as que ocorrem com valores constantes ou de pequena variação,


durante praticamente toda a vida da obra (peso próprio da construção e de
equipamentos fixos, empuxos, esforços devidos a recalques de apoios); Ações variáveis:
as que ocorrem com valores que apresentam variações significativas durante a vida da
obra (ações variáveis devidas ao uso da obra e ações ambientais, como vento, ondas,
correnteza etc.); Ações excepcionais: são as que têm duração extremamente curta e
muito baixa probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, mas que devem
ser consideradas nos projetos de determinadas estruturas (explosões, colisões,
incêndios, enchentes, sismos).
(ABNT, 2003)

A norma de ações e segurança nas estruturas estabelece critérios para combinações dessas ações na
verificação dos estados limites de uma estrutura (assim chamados os estados a partir dos quais a
estrutura apresenta desempenho inadequado às finalidades da obra): a segurança da estrutura contra o
colapso relaciona-se ao chamado “Estado Limite Último”, e a segurança dos usuários na utilização da
estrutura relaciona-se aos “Estados Limites de Serviço”.
O projetista de fundações deve avaliar cuidadosamente ainda as ações decorrentes do terreno (empuxos
de terra) e da água superficial e subterrânea (empuxos hidrostático e hidrodinâmico), bem como ações
excepcionais da fase de execução da fundação e infraestruturas (escoramentos provisórios por estroncas
ou tirantes, operação de equipamentos pesados etc.).

2.3.!REQUISITOS MÍNIMOS PARA UM PROJETO DE FUNDAÇÕES


Segundo Velloso e Lopes (2010), quando projetamos fundações precisamos estabelecer requisitos
básicos, eles nos darão segurança suficiente na realização do projeto. Tradicionalmente, os requisitos
básicos para um projeto de fundações são:

Deformações aceitáveis sob as condições de trabalho.

1.! Segurança adequada ao colapso do solo de fundação ou estabilidade externa.


2.! Segurança adequada ao colapso dos elementos estruturais ou estabilidade interna.

As consequências do não atendimento a esses requisitos podem ser desastrosas. O atendimento ao


requisito 1 corresponde à verificação de estados limites de utilização ou de serviço (ELS). O atendimento
aos requisitos 2 e 3 corresponde à verificação de estados limites últimos (ELU).
Outros requisitos que são tidos como específicos de certos tipos de obra são:

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3.! Segurança adequada ao tombamento e deslizamento (também estabilidade


externa), a ser verificada nos casos em que forças horizontais elevadas atuam em
elementos de fundação superficial.

4.! Segurança a flambagem.


5.! Níveis de vibração compatíveis com o uso da obra, a serem verificados nos casos
de ações dinâmicas.

Nos problemas de fundações, há sempre incertezas, seja nos métodos de cálculo, seja nos valores dos
parâmetros do solo que são introduzidos nesses cálculos, seja nas cargas a suportar. Consequentemente,
há a necessidade de introdução de coeficientes de segurança (também chamados fatores de segurança)
que levem em conta essas incertezas.
Conceitualmente, a fixação desses coeficientes de segurança para os problemas geotécnicos é bem mais
difícil que no cálculo estrutural, no qual entram materiais fabricados, relativamente homogêneos e, por
isso, com propriedades mecânicas que podem ser bem determinadas. O solo que participa do
comportamento de uma fundação é, na maioria das vezes, heterogêneo, e seu conhecimento é restrito
ao revelado pelas investigações realizadas em alguns pontos do terreno e que não impedem a ocorrência
de surpresas, seja durante a execução das fundações, seja depois da construção concluída.
INFLUÊNCIAS A CONSIDERAR
Segundo Meyerhof (1970 apud VELLOSO; LOPES, 2010):

As incertezas começam com as investigações geotécnicas, pois é praticamente


impossível ter um conhecimento “completo” do subsolo sobre o qual se vai construir.
Deve-se, portanto, prever uma margem de segurança para levar em conta a eventual
presença de materiais menos resistentes não detectados pelas sondagens etc.
(MEYERHOF 1970 apud VELLOSO; LOPES, 2010)

Os parâmetros de resistência e compressibilidade dos solos determinados, sejam em ensaios de laboratório,


sejam a partir de correlações com ensaios de campo (SPT, CPT etc.), apresentam também, inevitavelmente, erros
que devem ser cobertos por uma margem de segurança. Os cálculos de capacidade de carga (carga de ruptura
do solo que suporta uma fundação) são elaborados sobre modelos que procuram representar a realidade, mas
sempre requerem a introdução de simplificações das quais resultam erros que deverão ser cobertos por uma
margem de segurança. Também as cargas para as quais se projetam as fundações contêm erros que deverão ser
considerados pela margem de segurança. Finalmente, a margem de segurança deverá levar em conta as
imperfeições da execução das fundações, que podem, mediante adequada fiscalização, ser reduzidas, mas
nunca totalmente eliminadas.

2.4.!COEFICIENTES DE SEGURANÇA GLOBAIS E PARCIAIS


Se todas as incertezas anteriormente mencionadas forem incluídas num único
coeficiente de segurança, ele será chamado coeficiente ou fator de segurança
global. Se as incertezas indicadas forem tratadas nos cálculos com coeficientes
de ponderação para cada aspecto do cálculo, terão os chamados coeficientes
de segurança parciais (ou fatores de ponderação na Engenharia Estrutural).

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O uso de fator de segurança global é usualmente chamado de Método de Valores Admissíveis. O uso de
fatores de segurança parciais é usualmente chamado de Método de Valores de Projeto.

2.5.!REGIÃO REPRESENTATIVA DO TERRENO


Quando se deseja projetar uma obra de fundação, é importante conhecer detalhadamente como varia
espacialmente a composição do subsolo, bem como as espessuras e características das diversas camadas
de solo e de rocha.
Frequentemente, em obras que se estendem por grandes áreas, essas variações são de tal magnitude
que o comportamento de fundações ali executadas pode variar significativamente.

Então, para a realização de investigações e de provas de carga a priori em


elementos de fundação, é importante que o projetista defina regiões que, sob o
ponto de vista prático de desempenho desses elementos, possam ser consideradas
como uniformes.

Para isso, a nova versão da norma NBR 6122 (ABNT, 2010) conceitua região
representativa do terreno como aquela que apresente pequena variabilidade nas
suas características geotécnicas, ou seja, que apresente perfis com as mesmas
camadas de solo (que tenham influência significativa sobre o comportamento das
estacas) e pequenas variações nas respectivas espessuras e resistências.

Acessando os links a seguir, você aprenderá ainda mais sobre o que


estudamos aqui. Siga em frente e saiba mais!
http://tinyurl.com/y834tl9l

http://tinyurl.com/y9y8egkr

Finalizamos aqui mais uma aula. Os conceitos apreendidos aqui têm grande valia para a formação nessa
área. Continue estudando!

Aula 3 |!ALTERNATIVAS DE FUNDAÇÃO

Nesta aula, nosso assunto será estudar as diversas alternativas de fundação. Continue os estudos desta
disciplina e boa aula!

3.1.!FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS OU DIRETAS


Em projetos, costuma-se admitir simplificadamente a separação da estrutura em super e infraestrutura,
em que as áreas na infraestrutura são adotadas como as reações da superestrutura.
Quanto aos tipos de fundações, esses podem ser resumidos em dois grandes grupos:
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•! Superficiais: que são conhecidas como fundações diretas, as quais transmitem as cargas da
superestrutura ao terreno pelas pressões que se distribuem sob a base da fundação. São
exemplos os blocos e as sapatas em concreto armado.
•! Profundas: neste tipo, a carga é transmitida ao terreno através da resistência de ponta de sua
base e através do atrito lateral. Exemplos desse tipo de fundação são as estacas e tubulões

3.1.1.!BLOCO
Os blocos são elementos de grande rigidez executados com concreto simples ou ciclópicos,
dimensionados de modo que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto,
sem necessidade de armadura.
Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar normalmente em planta seção
quadrada ou retangular.

Figura 2. Detalhe de fundação com bloco


Fonte: http://tinyurl.com/y969x3s8

Não devemos confundir blocos de fundação com blocos de coroamento ou de capeamento, os quais são
construídos sobre estacas ou tubulões e armados de modo a transmitir a carga dos pilares para as estacas
ou os tubulões.

3.1.2.!SAPATAS
As sapatas são elementos de fundação executados em concreto armado, de altura reduzida em relação
às dimensões da base, que se caracterizam principalmente por trabalhar a flexão e dimensionados de
modo que as tensões de tração neles produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo
emprego da armadura.
Elas são indicadas para solos com alta capacidade de suporte e costumam ser mais econômicas que
outros tipos de fundação.
Apresento a vocês a figura a seguir para melhor compreensão das informações apresentadas.

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Figura 3. Detalhe de uma sapata de fundação


Fonte: http://tinyurl.com/yble7gyp

3.1.3.!VIGA DE FUNDAÇÃO
Elemento de fundação superficial comum a vários pilares, cujos centros, em planta, estejam situados no
mesmo alinhamento.

Figura 4. Detalhe de uma sapata associada


Fonte: http://tinyurl.com/yc7kayuf

3.1.4.!BALDRAME
Elemento de fundação constituído por um conjunto de valas preenchidos com pedras marroadas ou
blocos cerâmicos/concretos.

Figura 5. Baldrame
Fonte: http://tinyurl.com/gr8p8lk

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3.1.5.!RADIER
Elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos
(por exemplo: tanques, depósitos, silos, etc.).

3.2.!FUNDAÇÕES PROFUNDAS
3.2.1.!ESTACA
Elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que,
em qualquer fase de sua execução, haja descida de operário. Os materiais empregados podem ser:
madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in loco ou mistos.

Figura 6. Detalhe de um conjunto de estacas pré-moldadas de concreto


Fonte: http://tinyurl.com/jrdgdsh

3.2.2.!TUBULÃO
Trata-se de uma fundação profunda escavada manual ou mecanicamente, em que, pelo menos na sua
etapa final, há descida de pessoal para alargamento da base ou limpeza do fundo quando não há base.
Nesse tipo de fundação, as cargas são transmitidas essencialmente pela base a um substrato de
maior resistência.
Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido (pneumático) e ter ou não base alargada. Pode ser
executado com ou sem revestimento, podendo este ser de aço ou de concreto. No caso de revestimento
de aço (camisa metálica), este poderá ser perdido ou recuperado.

Figura 7. Tubulão a céu aberto


Fonte: http://tinyurl.com/y9bkdruh

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Figura 8. Tubulão a ar comprimido.


Fonte: http://tinyurl.com/y7uow7ah

3.3.!FUNDAÇÕES MISTAS
São fundações mistas aquelas que associam fundações superficiais e profundas. Exemplos:

•! sapatas sobre estacas – associação de sapata com uma estaca (chamada de “estaca T” ou
“estapata”, dependendo se há contato entre a estaca e a sapata ou não);

•! radiers estaqueados – radiers sobre estacas (ou tubulões), que transferem parte das cargas
que recebem por tensões de contato em sua base e parte por atrito lateral e carga de ponta das estacas.

Para saber mais conteúdos e curiosidades sobre os diversos tipos de


fundações, acesse os links disponíveis a seguir.
http://tinyurl.com/yc5mdush
http://tinyurl.com/ybb4qnkx

Finalizamos aqui mais uma de nossas aulas. Continue estudando para desenvolver as competências e
habilidades necessárias a essa área de atuação e do conhecimento.

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Aula 4 |!ESCOLHA DA ALTERNATIVA DE FUNDAÇÃO

Nesta aula, vamos falar da escolha alternativa de fundação. Essas noções são essenciais para o dia a dia
profissional e para o estudioso(a) da área. Continue os estudos desta disciplina e boa aula!

4.1.!CRITÉRIOS GERAIS
No Blog do Engenheiro Civil, temos que algumas características da obra podem impor certo tipo de
fundação. Esse é o caso, por exemplo, de uma obra cujo subsolo é constituído por argila mole até uma
profundidade considerável, como mostrado na parte (a) da figura a seguir, em que uma fundação em
estacas é a solução que se impõe. Quanto ao tipo de estaca, haverá, em geral, algumas opções a
examinar. Outras obras podem permitir uma variedade de soluções. Nesse caso é interessante proceder
um estudo de alternativas e fazer a escolha com base em (BLOG..., 2012):
•! menor custo;

•! menor prazo de execução.

Figura 9. Situações encontradas no estudo de alternativas para fundação

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Nesse estudo de alternativas, pode-se incluir mais de


um tipo de fundação superficial – ou mais de um nível
de implantação – com mais de um tipo de fundação
profunda. Na avaliação de custos e prazos é importante
considerar escavações e reaterros, como mostrado na
parte (b) figura. Na parte (c), estão mostradas duas
possibilidades de fundação superficial, sendo que
aquela implantada a maior profundidade tem menor Fonte: http://tinyurl.com/ycpobemj

volume de concreto armado (devido a uma maior


tensão de trabalho), porém maior volume de terra a movimentar e, caso ultrapasse o nível d’água, há
necessidade de rebaixamento do lençol d’água. A alternativa em estacas – parte (b) da figura –, por outro
lado, pode apresentar menor custo global se considerarmos o menor volume e o menor movimento de
terra. Assim, é válido se estudar mais de uma alternativa e comparar custos e prazos de execução. !
Os blocos e sapatas mais econômicos são aqueles que possuem comprimento e largura com
dimensões próximas e apresentam momentos fletores parecidos em ambas as direções,
simplificando a execução da armadura.

O radier é indicado para áreas totais de fundação que ultrapassam metade da área
da construção

Devemos salientar que o custo de um tipo de fundação envolve variáveis importantes, tais como o prazo
de execução e os parâmetros técnicos que determinam ou limitam a escolha da fundação. Dessa forma,
afirmar que um tipo de fundação é mais econômico que outro depende de cada projeto.

4.2.!CONDICIONANTES ESPECIAIS
De acordo com Alonso (1983), as fundações rasas só são vantajosas quando a área ocupada pela
fundação abranger, no máximo, de 50% a 70% da área disponível. E, de uma maneira geral, esse tipo de
fundação não deve ser usada nos seguintes casos:

•! aterro mal compactado;

•! argila mole;

•! areia fofa e muito fofa;

•! existência de água onde o rebaixamento do lençol freático não se justifica


economicamente.

Vale salientar que a sapata quando suporta apenas um pilar diz-se que ela é uma
sapata isolada. Caso o pilar seja de divisa (fronteira com o terreno vizinho), a
sapata é chamada de divisa. Quando a sapata suporta dois ou mais pilares, cujos
centros, em planta, estejam alinhados, é denominada viga de fundação.
Quando a sapata é comum a vários pilares, cujos centros, em planta, não estejam
alinhados, é denominada sapata associada ou radier parcial.
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De acordo com o mesmo livro, para se obter um projeto econômico, deve ser feito o maior número possível de
sapatas isoladas. Só no caso em que a proximidade entre dois ou
mais pilares resultem na sobreposição das sapatas isoladas, deve-se
lançar mão de uma sapata associada ou de uma viga de fundação.
Em regra, o condicionamento econômico da sapata associada
está diretamente ligado à obtenção de uma viga de rigidez
econômica. Para tanto, deve-se buscar que os momentos
negativos desta viga sejam aproximadamente iguais ao
momento positivo, em módulo.
Nos casos de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde
Fonte: http://tinyurl.com/y9b3ewm4não seja possível fazer com que o centro de gravidade da
sapata coincida com o centro de carga do pilar, pode-se adotar
uma viga de equilíbrio ou viga-alavanca ligada a outro pilar, criando-se uma estrutura capaz de absorver
o momento resultante da excentricidade decorrente do fato de o pilar ficar excêntrico com a sapata.
Quando as estacas fazem parte de grupos, devem-se considerar os efeitos dessa execução sobre o solo, a
saber, seu levantamento e deslocamento lateral, e suas consequências sobre as estacas já executadas.
Alguns tipos de solos, particularmente os aterros e as areias fofas, são compactados pela cravação das
estacas e a sequência de execução dessas estacas, em um grupo, deve evitar a formação de um bloco de
solo compactado capaz de impedir a execução das demais estacas.

Havendo necessidade de atravessar camadas resistentes, pode-se recorrer à perfuração


(solos argilosos) ou à lançagem (solos arenosos), tendo-se o cuidado de não descalçar as
estacas já executadas. Em qualquer caso, a sequência de execução deve ser do centro do
grupo para a periferia, ou de um bordo em direção ao outro.

Já nos solos expansivos, que são aqueles que, por sua composição mineralógica, aumentam de volume
quando há um aumento do teor de umidade, não se pode deixar de levar em conta o fato de que,
quando a pressão de expansão ultrapassa a pressão
atuante, podem ocorrer deslocamentos para cima.
Outro tipo de solo importante é o solo de elevada
porosidade, não saturados, sujeitos a colapso por
encharcamento, solos colapsáveis.
Uma condição importante é a consideração de uma
escala relativa de custos da utilização de fundações
profundas. Assim, podemos, de um modo genérico,
afirmar que: a estaca pré-moldada é uma das soluções
Fonte: http://tinyurl.com/ya6c5ad7
mais econômicas; a estaca tipo hélice já foi considerada
de custo elevado, porém, devido a sua alta produtividade e ao aumento da demanda, houve uma
progressiva redução de custos ao longo dos anos; a estaca Franki é considerada mais custosa que as
estacas anteriores (pré-moldada e hélice), porém de custo inferior a estaca raiz; a estaca do tipo raiz
apresenta alto custo; o tubulão é uma solução viável quando utilizado acima do nível d’água e com
pequenas profundidades, de 4 a 6 m. Conclusão, o melhor tipo de fundação é aquela que suporta as
cargas da estrutura com segurança e se adequa aos fatores topográficos, maciço de solos, aspectos
técnicos e econômicos, sem afetar a integridade das construções vizinhas.

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É importante a união entre os projetos estrutural e o projeto de fundações num


grande e único projeto, uma vez que mudanças em um provocam reações
imediatas no outro, resultando obras mais seguras e otimizadas.

4.3.!EVITANDO PROBLEMAS COM FUNDAÇÕES


É possível dividir os principais problemas que acontecem no processo de fundação entre
os equívocos cometidos durante o projeto e aqueles que ocorrem na fase de
execução.

A definição do tipo errado de fundação para as características geológicas do local, o


subdimensionamento resultado de uma investigação do subsolo inadequada ou devido à deficiência de
um projeto estrutural e a falta de capacidade técnica (empirismo) são as principais causas dos problemas
relacionados ao projeto.
Já na execução, podem ocorrer outros imprevistos, os erros na locação das fundações em campo, falhas
de instalação, deficiência na qualidade dos materiais empregados e também o empirismo.

Uma fundação realizada de maneira incorreta pode causar a ruína da edificação.

A prevenção através de projetos bem elaborados e detalhados que são acompanhados da supervisão
técnica de profissional devidamente habilitado é a principal alternativa, a fim de evitar que estes
problemas aconteçam.
Caso a prevenção não seja realizada adequadamente e seja constatado qualquer indício de problemas
durante a execução da fundação, é possível remediar a situação. Quando verificada dificuldade de
desempenho, geralmente os serviços de reparo envolvem o reforço das fundações. Já em caso de
problema relacionado à localização, a solução é a realização de novas fundações no local certo, com uma
reanálise da estrutura e da fundação quanto aos novos esforços.!

Figura 10. Fissuras em um edifício causado por problemas nas fundações.


Fonte: http://tinyurl.com/ya89jsxl

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Figura 11. Desabamento viaduto Belo Horizonte


Fonte: http://tinyurl.com/yd6rujxw

Vamos entender como ocorreu o acidente do viaduto em Minas Gerais?


Acesse o link a seguir.
http://tinyurl.com/ycad9ggj
Acesse também:
http://tinyurl.com/ybze7ekb

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Acesse o material de estudo, disponível no Ambiente Virtual de


Aprendizagem (AVA), e assista à videoaula.

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Você terminou o estudo desta unidade. Chegou o momento de verificar sua aprendizagem.
Ficou com alguma dúvida? Retome a leitura.
Quando se sentir preparado, acesse a Verificação de Aprendizagem da unidade no menu
lateral das aulas ou na sala de aula da disciplina. Fique atento, essas questões valem nota!
Você terá uma única tentativa antes de receber o feedback das suas respostas, com
comentários das questões que você acertou e errou.
Vamos lá?!

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FUNDAÇÕES | UIA 1 | 24

REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122: Projeto e execução de fundações –
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas –
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9061: Segurança e escavação a céu aberto –
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1985.

ALONSO, U. R. Exercícios de Fundações. São Paulo: Edgard Blücher, 1983.


BLOG DO ENGENHEIRO CIVIL. Escolha da Alternativa de fundação – Critérios Gerais. 25 set. 2012.
Disponível em: <http://construcaociviltips.blogspot.com.br/2012/09/escolha-da-alternativa-de-
fundacao.html>. Acesso em: 25 jul. 2017.

HACHICH, Waldemir. Fundações: Teoria e Prática. 3. ed. São Paulo: PINI, 2016.

UFC – Universidade Federal do Ceará. Apostila de Fundações do Laboratório de Mecânica do Solos e


Pavimentação do curso de graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará. Disponível em:
<http://www.lmsp.ufc.br/arquivos/graduacao/fundacao/apostila/01.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017.
VELLOSO, D. A.; LOPES, F. R. Fundações: Fundações Profundas. Volume 2. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

GLOSSÁRIO

Cinta: Moldura que guarnece o pé e a cabeça de colunas e pedestais. Cada uma das tábuas paralelas à
cumeeira pregadas ao redor dos caibros como reforço da armação do telhado e apoio das telhas. Ou
espécie de braçadeira de cimento, ferro ou cabo de aço que serve para amarrar parede exterior.
Recalque: É o termo utilizado em arquitetura e em Engenharia Civil para designar o fenômeno que ocorre
quando uma edificação sofre um rebaixamento devido ao adensamento do solo sob sua fundação.

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