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A SOCIEDADE DE ARQUEOLOGIA BRASILEIRA - SAB: PERSPECTIVAS DA

MAIORIDADE1

Sheila M. F. Mendonça de Souza


Fiocruz e UNESA

Maria Dulce Gaspar


Museu Nacional - UFRJ

INTRODUÇÃO

A SAB é uma jovem sociedade às vésperas de sua maioridade. Já teve, é claro, inúmeras
crises. Apesar disso, já cumpriu importante papel, dado que nasceu e cresceu nas duas
últimas décadas, período em que a Arqueologia constituiu-se enquanto campo profissional
específico e bem definido a partir de um conjunto de eventos que vão desde a abertura de
um curso de graduação em arqueologia, até o expressivo crescimento dos contratos, fora
dos domínios estritamente acadêmicos.

Sem vocação para ser uma Sociedade dos Poetas Mortos, a SAB parece pronta a aceitar o
desafio de crescer e acompanhar o seu momento, seguindo os bons exemplos de
congêneres como a SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e a ABA -
Associação Brasileira de Antropologia, sociedades profissionais indiscutivelmente
comprometidas com a modernidade e o desafio profissional do crescimento de seus
dinâmicos campos de atuação.

Para que isto se dê a Sociedade precisa de Títulos, mas, sobretudo, de Pessoas.

Um claro projeto que faça sentido, personalidade, alma, vontade e liberdade. No momento
em que o reconhecimento da profissão parece trazer mais uma importante mudança à
arqueologia brasileira, a SAB, aceitando consciente a perspectiva de maioridade, investe
para um resgate de força e credibilidade a fim de preparar-se para ocupar lugar e papel
institucional que lhe cabem.

1
Artigo publicado nos Anais do IX Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira. Rio de Janeiro,
agosto de 2000, CD-ROM.
Uma retrospectiva histórica ligeira, e as experiências acumuladas com a gestão da qual
participamos na Sociedade de Arqueologia Brasileira, podem ser úteis à discussão da SAB
e suas perspectivas futuras, num tempo de novas éticas e muitas arqueologias.

LEMBRANDO UM POUCO DA HISTÓRIA DA SAB

A idéia de criar uma Sociedade de Arqueologia Brasileira nasceu durante as reuniões


científicas chamadas Jornadas Brasileiras de Arqueologia, realizadas no Rio de Janeiro
ainda na década de setenta, pelo Instituto Superior de Cultura Brasileira, e sob inspiração
de Alfredo Mendonça de Souza e outros colegas. Sua criação expressou a necessidade
decorrente de um momento de transição em que a arqueologia brasileira, passada a etapa
de formação inicial, associada a alguns poucos profissionais atuantes em pólos do país,
começava a receber, cada vez mais participações e, principalmente, um forte reforço
representado pelos primeiros bacharéis que formavam-se na então Faculdade Marechal
Rondon.

Estas reuniões, ou Jornadas de Arqueologia, reunindo equipes e profissionais de todo o


país, supriam a necessidade de momentos de encontro nacional dos arqueólogos,
funcionando não apenas como fórum técnico, mas também como importante fórum político
da área.

As primeiras minutas do Estatuto da SAB foram redigidas nas JBAs realizadas nos anos de
1978 e 1979, quando foi também instituída a Comissão encarregada da formulação da
proposta de criação da Sociedade. Dela fizeram parte entre outros, Alfredo Mendonça de
Souza (da Faculdade de Arqueologia e do Instituo Superior de Cultura Brasileira), Maria
da Conceição Beltrão (do Museu Nacional, UFRJ) e Dorath Pinto Uchoa (do Instituto de
Pré-História da USP).

O ato formal de criação da Sociedade deu-se durante o Seminário Goiano de Arqueologia,


em 1980, e na Ata de constituição da SAB, Pedro Ignácio Schmitz chama atenção para o
processo de mudança acelerada do campo profissional e para a importância do passo que
havia sido dado, dizendo seguinte: A criação da Sociedade, é uma necessidade que se
impõe pois as crises que a arqueologia vinha enfrentando eram em virtude do crescimento
acelerado que está experimentando, o que a vem tornando concreta e eficaz, sendo a
reunião em curso uma prova cabal de que é possível conciliar técnicas e linguagens
diferentes, propiciando entendimento entre todos.

O então primeiro presidente da Sociedade, já naquele momento, dedicou palavras aos


arqueólogos presentes ressaltando as barreiras encontradas pelos profissionais da área no
Brasil, dizendo: Aos jovens arqueólogos presentes, que agora iniciam seu caminho nesta
profissão nem sempre fácil, os quais são nossos descendentes e nos substituirão neste
campo de estudos que todos iniciam com muitas dificuldades. Suaa palavras, relidas hoje
naquela Ata de criação, soam ainda com grande atualidade, chamando atenção para a
preocupação com a conciliação e com a hierarquia.

O caráter ainda diminuto da récem-fundada Sociedade, recém fundada com um grupo de


poucas dezenas de arqueólogos, a dificuldade financeira representada por um conjunto
modesto de contribuições anuais, e a realidade de um país inflacionado, levou a sugestão
de que a SAB deveria ser uma instituição a buscar recursos não apenas em seu quadro de
associados, mas também em órgãos de fomento diversos, com vistas a cumprir alguns
objetivos estatutários, entre os quais a organização de reuniões científicas, a divulgação de
trabalhos científicos, o cadastramento de sítios arqueológicos, entre outros.

Registrado o Estatuto da Sociedade, a primeira reunião científica foi realizada em 1981,


um ano após a criação da SAB. Realizada no Rio de Janeiro, então sede e foro jurídico da
SAB, foi sediada na Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá, hoje Universidade
Estácio de Sá, onde funcionava a única Faculdade de Arqueologia do país. Nesta reunião
foram apresentados 64 trabalhos, e compareceram à Assembléia da SAB 48 sócios-
votantes, que elegeram a primeira diretoria reconduzindo, de acordo com as normas
estatutárias, a mesma equipe diretora que, indicada em Goiânia, havia implementado
legalmente a SAB. Essa equipe era formada por Pedro Ignácio Schmitz - Presidente;
Ondemar Ferreira Dias Júnior - Vice Presidente; Alfredo Mendonça de Souza - Secretário
e Dorath Pinto Uchoa - Tesoureira. A partir daí as reuniões alternariam-se, bi-anualmente,
nas diferentes cidades do Brasil, sem interrupções.

A dificuldade para realizar alguns dos objetivos da Sociedade previstos em Estatuto, já


levavam naquele primeiro momento a uma colocação pragmática no sentido de se definir
com clareza quais as metas a serem imediatamente priorizadas, e por esta razão foi
registrado que nos Estatutos fala-se de uma revista. Devido aos poucos recursos talvez
seja prematuro pensar-se numa revista, que teria dificuldades de toda ordem, devendo-se
dar prioridades à publicação dos trabalhos da primeira reunião que para tal foram
selecionados .

Com relação a um objetivo mais ambicioso, de tornar a Sociedade uma instituição


centralizadora da informação arqueológica no Brasil, foi dito entretanto, cuidadosamente
que o cadastro de sítios e mapeamento talvez possa ser realizado.

Um objetivo estatutário da Sociedade, o de promover editoração científica, também foi


colocado neste primeiro momento como prioridade, dizendo-se naquela Ata: Também
parece chegado o momento de se produzir obras de divulgação sérias, com dados
atualizados, mas em linguagem accessível e destinada ao grande público, que ponham a
disposição da população brasileira os dados. Embora este propósito não tenha sido
atingido, já na segunda reunião científica, em 1983, realizada em Belo Horizonte, a
diretoria que encerrava seu mandato, tentando cumprir o que foi considerado seu
compromisso mais importante, dava conta da reprodução de teses e monografias de
mestrado de alguns dos sócios, distribuídas às principais instituições de pesquisa no Brasil.

Num contexto de crise econômica cada vez mais agravado pela inflação crescente, e com a
área acadêmica e de pesquisa cada vez mais penalizada pelas mudanças político-
econômicas nacionais, a divulgação científica, artesanal e modesta proporcionada pela
SAB, cumpriu digno papel. Numa situação cada vez mais difícil de editoração científica na
área de arqueologia, vista nesse momento de maneira pessimista, inclusive pelo fórum
profissional reunido na segunda SAB.

É nessa reunião que André Prous faz duas proposições que se tornariam motivo de
polêmica continuada por todos esses anos, exigindo novos atos de vontade: a necessidade
de se rever os recém-aprovados procedimentos para admissão de sócios, motivo de grande
insatisfação e conflitos, e a forma como deveriam ser realizadas as inscrições de chapas
concorrentes à Direção da Sociedade, que se julgava dificultada pelos prazos estatutários.
Naquele momento o colega chamava atenção para a dificuldade de articulação prévia entre
os membros das eventuais chapas, dada a dispersão dos profissionais nacionais, sugerindo
flexibilizar, em nível do Estatuto, os procedimentos e prazos para inscrições, de modo a
permitir que o processo fosse totalmente realizado durante a reunião científica da
Sociedade. Nessa mesma SAB foi também sugerida a criação de um Conselho de Ética da
Sociedade que passou a intermediar os numerosos problemas existentes entre os
profissionais. Nenhuma dessas duas proposições, entretanto, foi aprovada na Assembléia
sendo ambas as decisões postergadas naquele momento.

Finalmente foi também nessa reunião que Ondemar Dias Júnior propôs a criação de uma
comissão que desse início a discussões sobre a regulamentação da profissão, proposição
aprovada pela Assembléia, dando saída a um processo que hoje encontra-se em seus passos
finais.

A discussão, registrada em Ata, já na segunda reunião dos sócios da SAB destes temas
grandemente polêmicos, mostra que com o crescimento e a profissionalização crescentes
surgiu a necessidade de delimitar e organizar o campo da arqueologia desde o ponto de
vista político-profissional, e que tais necessidades, presentes na criação da SAB e
certamente sua maior motivação, não poderiam ser desconsideradas ou subestimadas.

Estes fatos aqui exemplificados, entre outros, documentados nas Atas da Sociedade,
decorrentes das conversas entre profissionais por todo o Brasil, confirmam que a SAB, ao
contrário do que muitos hoje pensam, foi criada a partir de uma motivação fortemente
política e de problemas concretos que se estabeleciam a nível da prática profissional, não
se tratando apenas de uma congregação científica.

Essa Sociedade, entretanto, estrategicamente deslocou-se para um escaninho oficial


supostamente mais científico de atuação. Centrando sua atuação na organização das
Reuniões Científicas e assumindo unicamente um perfil acadêmico muito ortodoxo, no que
se refere à composição de seus membros, a Sociedade de Arqueologia Brasileira, nos anos
de sua infância, aspirou um modelo mais contemplativo e de papéis idealizados. Os
confrontos internos, da mesma maneira que as demandas mais críticas, como a Comissão
de Ética, foram sendo habilmente contornados no sentido da acomodação e de
autopreservação, à espera, provavelmente de um tempo mais propício de maturidade.

Na terceira reunião em Goiânia, em 1985, já contando com 86 sócios, a SAB iniciou suas
articulações com outras sociedades científicas, inclusive filiando-se à SBPC. Não chegou,
entretanto, a ter participação e assento efetivos junto àquela instituição, dada a sua fraca
mobilização política.

Tendo aprovado um Regimento para funcionamento da Comissão de Seleção e logrado


objetivar os critérios de aprovação de seus membros, a SAB começou a receber demandas
por revisão de categorias de sócios, dando-se contradições e discussões sobre o tema. A
ênfase na titulação acadêmica como pré-requisito para acesso à categoria de sócio efetivo
tornou-se motivo de discussão, já que impedia o ingresso de profissionais recém-
graduados, com direito a voz e voto e participação plena na SAB. A fissão óbvia daí
decorrente, e o esvaziamento que se podia antever, contraditórios com o espírito com que
fora criada a Sociedade, levaram a muitas discussões e mudanças de fato e de direito.

Paralelamente às demandas de intervenção da Sociedade em questões éticas e


profissionais, eram trazidas à Assembléia, como ainda se dá hoje, problemas e demandas
do âmbito interno das instituições e equipes, tendo sido registrado: sócios da SAB que se
sintam prejudicados por problemas de ordem institucional ou outros que sejam de
natureza a prejudicar seus direitos ou impedir a realização de seus deveres, podem e
devem solicitar por escrito a mediação da sociedade. Para tanto a Sociedade deverá
assumir a responsabilidade de no menor prazo possível, de maneira a não trazer maiores
prejuízos, designar uma comissão dentre os membros não envolvidos com o problema,
com o objetivo de entrar em contato com os arqueólogos e instituições em conflito,
visando mediar uma solução justa para o problemas surgido.

Apesar das sérias crises testemunhadas por esse período, entretanto, não se logrou avançar
com a proposição de criação de uma instância deliberativa voltada às questões éticas, o que
apenas recentemente pode ser retomado e concretizado, e sem um colegiado consolidado e
código mais claramente estabelecidos, as intervenções nos casos polêmicos não chegaram
a resultar em ações exemplares ou satisfatórias, restando à SAB oferecer espaços de
corredores à discussão dos problemas que se acumulavam bi-anualmente.

Buscando atuar, enquanto representação profissional, a nível dos problemas nacionais, as


reuniões da SAB começam a debater e constituir também representações para problemas
relacionados à políticas de preservação e pesquisa. Em 1985 é produzido um importante
documento, a Carta de Goiânia, sobre a situação do patrimônio arqueológico brasileiro
com orientações profissionais para a arqueologia brasileira, bem como um conjunto de
recomendações propostas por uma Comissão de Legislação constituída para este fim na
SAB.

A polêmica sobre a forma como se conduzia a seleção de sócios para a SAB só pôde ser
atenuada a partir de 1987, com a flexibilização e melhor definição de critérios para
admissão de sócio efetivo, registrando-se então que esta categoria de associado passava a
estar aberta inclusive para os bacharéis em arqueologia, e numa Ata de redação confusa,
assinada na Assembléia Geral Ordinária de Santos, lê-se que tais mudanças teriam sido
feitas: para aqueles alunos que não tivessem ainda titulação mas estejam trabalhando em
arqueologia, tivessem a oportunidade de atuar como sócios-efetivos. Deveria ser
considerado o seguinte: curso de graduação e comprovação de pelo menos 6 anos de
prática em arqueologia, sendo que para os bacharéis do curso de arqueologia o tempo
seria de 4 anos. Sendo que titulados com mestrado e doutoramento ficam automaticamente
dispensados deste requisito

A flexibilização na admissão de sócios efetivos ampliou a participação de sócios votantes.


Passou a levar em conta o tempo de atuação como critério alternativo à titulação para a
admissão, assegurando a revisão automática de categorias, e a admissão imediata de
numerosos bacharéis em arqueologia até então deslocados na sua própria Sociedade
profissional.

De lá para cá, a explicitação das demandas, diferenças e polêmicas dentro da Sociedade e a


manifestação de diferentes pensares sobre a SAB, sua constituição, objetivos, propostas
cresceu, a medida em que cresceu significativamente o número de sócios, acompanhando o
progresso deste campo profissional no Brasil.

A formação sistemática seja em nível de graduação, seja em nível de pós-graduação, segue


no Brasil. O mercado de trabalho vem aumentando, principalmente com a possibilidade de
trabalhos temporários de salvamento arqueológico por todos os Estados. O crescimento da
qualificação profissional dos arqueólogos é sensível, e nos quadros da Sociedade contam-
se hoje quase quatrocentos sócios com grande número de mestres e doutores, mas também
com todos os que apenas bacharéis, atuam profissionalmente em vários níveis das
pesquisas. Na opinião da equipe que realizou a Avaliação da Arqueologia Brasileira para
um Simpósio desta reunião da SAB, chegamos a um ponto bom de equilíbrio
considerando-se crescimento e disponibilidade de recursos.

Formada hoje, essencialmente por sócios efetivos, a SAB mostra-se revigorada,


contrariando muitos que julgaram que caminhava para tornar-se inviável ou esvaziada. As
reuniões científicas dos últimos anos, realizadas em Santa Cruz do Sul, Rio de Janeiro,
João Pessoa e Porto Alegre foram reuniões de médio a grande porte e mobilizaram cada
vez mais os sócios, tanto em torno das questões científicas como das político-profissionais.

Práticas de acompanhamento da situação do campo profissional no Brasil, reuniões com


representações de categorias e instituições de fomento, como o CNPq, ou de proteção
como o IPHAN, passaram a ganhar mais espaço nos congressos SAB. A participação
crescente de convidados estrangeiros e a abertura a temáticas complementares ou
alternativas, aos assuntos usualmente enfocados pela arqueologia brasileira têm modificado
também o perfil científico das reuniões SAB, tornando-as progressivamente maiores, ao
nível dos congressos internacionais. A participação de duas a quatro centenas de inscritos
com apresentação de trabalhos em tais reuniões, sinaliza para o interesse que tais
congressos representam, e para o crescimento do número de profissionais atuantes.

Uma condução mais liberal e dinâmica na transição administrativa na SAB foi


acompanhada finalmente em 1995, com a inscrição de duas chapas e apresentação de
propostas administrativas à Sociedade. Outra eleição, ainda melhor e mais participativa,
marcou a reunião de 1997, reforçada pela votação de cerca de metade dos sócios efetivos, e
pelo empossamento da nova diretoria em uma Assembléia grande, participativa e cordial.
Confirmou-se a viabilidade de um processo político ao mesmo tempo mais aberto, mais
dinâmico e livre, e ao mesmo tempo construtivo.

Aprovado o Código de Ética, colocadas em discussão as questões científicas e políticas


atualmente mais relevantes para a arqueologia brasileira, aberta à participação ampla dos
colegas de diferentes países que trouxeram suas contribuições à arqueologia geral e do
Brasil, profissionalizada a estrutura do congresso bi-anual da sociedade, comprovada
viabilidade econômica da SAB e a possibilidade de torná-la ágil e participativa pelo uso de
instrumentos como a homepage da SAB, proposto um periódico de formato moderno que
permitisse inclusive captar recursos, SAB mostra-se em grande transformação.

Numa retrospectiva histórica podemos considerar que as demandas feitas desde a sua
criação, e que somente a médio prazo foram alcançadas, hoje mostram resultados
favoráveis. A Sociedade, realmente constituída por todos os profissionais interessados,
como espaço democrático de debate aberto às necessidades efetivas do campo profissional,
competitiva, estimulante pode ser realmente uma representação de categoria profissional
que cumpra os papéis, não necessariamente conflitantes, de veicular conhecimento e criar
bases político-profissionais.

VIVENDO A MUDANÇA
Ao começar a participar da gestão da SAB em 1995, deparamo-nos com uma nova situação
pela primeira vez se passava a Sociedade a uma equipe cuja vitória eleitoral não resultou
apenas do endosso de uma Assembléia Geral à chapa única proposta. A proposta
administrativa feita à época fora centrada na dinamização de uma Sociedade que, embora
crescendo, parecia padecer de um certo desestímulo e descrédito e que se mostrava em
riscos de esvaziamento.

A baixa participação dos sócios no processo político, traduzida no pequeno número de


sócios que mantinham-se em dia com as anuidades, que mantinham endereços atualizados,
ou que compareciam aos congressos; o número de arqueólogos atuantes que não
demandavam ingresso nos quadros da Sociedade; outras instituições assumindo pela SAB
o desenvolvimento de propostas técnicas e da esfera político-científica; o baixo nível de
interesse pelo projeto SAB, e o pequeno interesse em ajudar a gerir a Sociedade;
finalmente, o baixo nível de credibilidade em algumas demandas e propostas, eram
problemas por resolver.

Ao receber a Sociedade, nos demos conta também que a crise decorrente de uma
administração itinerante, da falta de sede e de equipe administrativa fixa, e da falta de
recursos, repercutia gravemente sobre as bases da instituição. Com o crescimento
progressivo e sem a devida garantia física, a Sociedade reduzia-se a um conjunto disperso
de documentos e muitos problemas.

Essa administração teve, portanto, diferentes frentes de atuação com a qual se preocupar.
Parte delas foi resolvida e parte ainda está por resolver. A SAB, para ser viável, deverá
poder ser administrada com continuidade, independente das fraturas presentes em toda e
qualquer transição eleitoral.

Dada a quantidade de problemas detectados, optou-se por fazer investimento no sentido de


resgatar os canais de comunicação com os sócios, de reorganizar minimamente um
cadastro, de veicular, o mais possível, os passos administrativos e o que a Administração
encontrava e fazia, buscando assim legitimar ações e reconstituir em bases participativas o
apoio dos sócios.

Buscando mobilizar de volta participação, por um lado reconstruindo a proposta da


Sociedade enquanto espaço livre e democrático, e por outro mantendo a presença da
Diretoria enquanto parceria presente e atuante, buscou-se recuperar um quadro que tendia à
dispersão. Uma política mais ativa de revisão das categorias de sócios, um incentivo à
adesão de novos sócios a SAB, a proposta de uma reunião científica na forma de um
Congresso, e portanto de maior porte, entre outras, foram estratégias bem sucedidas.

O estímulo de um processo político mais ativo resultou na proposição de duas chapas que
não chegaram a efetivar-se, e de duas que, afinal, consolidadas, apresentaram-se e
concorreram. A existência de uma segunda eleição competitiva e os numerosos interesses
daí decorrentes acelerou a mobilização dos sócios, assegurando ainda melhores resultado.
A SAB voltou a pulsar enquanto instituição.

Como reflexo de um arejamento progressivo no seu quadro de sócios, houve também uma
reativação política assegurada pela crescente incorporação de temas profissionais e
trabalhistas no conteúdo dos encontros, e pela competição eleitoral. Pode ser sentido um
aquecimento da Sociedade traduzido na maior participação ao longo de dois anos de gestão
e em um comparecimento maciço ao IX Congresso da Sociedade de Arqueologia
Brasileira, no Rio de Janeiro este ano.

Muitos outros problemas foram enfrentados, e muito do que a Administração do último


biênio, encerrada em 1997, poderia ter realizado não se concretizou. Grande parte das
dificuldades observadas resulta, tal como já foi amplamente discutido, da necessidade
premente de uma estrutura fixa, material e estável que assegure continuidade e trabalho
permanente de uma secretaria que já lida com cerca de 400 sócios, e que deve manter-se
dinâmica, receptiva a demandas, informativa, permanentemente falante aos sócios.

Alguns problemas, de resto sentidos por todas as administrações anteriores, e por todas as
sociedades nacionais em um país tão grande e difíceis são os espaços, tempos e pessoas,
tudo muito distante. Hoje há alternativas de diferentes ordens para a comunicação, mas há
ainda barreiras culturais e há necessidade de um processo educativo e, sobretudo de
vontade. Vontade política para a implementação de projetos claros, o condicionamento à
certas disciplinas, a confiança e o envolvimento. A Sociedade será apenas o que quisermos
que ela seja, ou o que os sócios quiserem que ela seja.

Outros problemas, portanto, são da ordem do projeto. E que projeto é esse que quisemos
ter de uma SAB? E que projeto é esse que as pessoas associadas a SAB gostariam ou
aceitariam ter? O que parecia claro ao início de nossa gestão tornou-se uma questão a ser
elaborada progressivamente ao longo do percurso.

Por mais que a concepção de SAB pareça formada, há uma situação real em que as
circunstâncias profissionais conduzem a um certo rumo. Por exemplo, a regulamentação da
profissão, com a criação dos Conselhos profissionais que definirão quem é arqueólogo
profissional no Brasil, está prestes a tirar da SAB uma parte de suas supostas atribuições,
um dos motivos de preocupação central com sua estrutura, composição de quadros de
associados. O crescimento da arqueologia de contrato, por sua vez, assegurando mercado
não acadêmico aos profissionais, introduz novas lógicas, novas éticas e novos problemas a
serem discutidos. Estes entre outros fatos ligados a circunstância profissional no Brasil,
pressionam sensivelmente a instituição cuja estrutura, ainda um pouco anacrônica, parece
espelhar valores e lógica acadêmicas.

A correspondência crescente e os contatos com sócios retomados intensivamente durante


esta gestão, deu clareza, por exemplo, de que a SAB, sendo a única no Brasil, não poderia
se dar ao luxo de segregar, e que seu papel não seria o de substituir a Academia. Sendo o
único espaço comum de compartilhamento de idéias, problemas, opiniões, pedidos e
socorro e incentivo teria que ser amplo, sem preconceitos, tendo por obrigação intermediar,
informar, interligar, ajudar a estabelecer conexões entre profissionais e instituições, sob
pena de não o fazendo, ser substituída por outras instituições profissionais.

Atuando como grande mediadora ou espaço neutro de interação, a SAB tem papel político
fundamental, sendo no mínimo uma postura imatura imaginar que as questões e razões
científicas prevalecem ao nível dos discursos e negociações no espaço de uma Sociedade
de profissionais como esta. Querer convencer a todos que a SAB privilegia apenas a
questão científica é enfraquecer a Sociedade em seu papel fundamental e torná-la
desacreditada. Contribuir para o amadurecimento do processo político na SAB, através da
abertura de espaços a lideranças verdadeiras e ajudando a equilibrar forças e interesses,
conduzir o processo político com maior grau de liberdade e aguda consciência do projeto
profissional que temos pela frente. Informar e intermediar as discussões, para que os
problemas sejam colocados e as soluções sejam buscadas, ao invés de fingir que não temos
problemas. Esse é o papel esperado de gestores da SAB: competência política para dentro e
para fora.

Ao passar pela experiência de gestão da SAB, pudemos sentir pessoalmente o quanto é


difícil esse desafio e quanto necessitamos amadurecer. Ainda assim, tal como
reconheceram colegas com quem dividimos nossas ansiedades, nesses últimos anos a SAB
cresceu, e parece possível hoje afirmar que estamos vivendo a mudança: a adolescente está
se tornando adulta, passou o tempo da tutela. Há um corpo de Sociedade capaz de
desempenhar o seu papel. Os riscos agora são aqueles próprios do crescimento, manter a
coordenação harmoniosa entre as partes do seu corpo, aprender a tolerar os pés que
crescem primeiro, ou a excessiva magreza dos récem-adultos, não esquizofrenizar.

Durante a gestão que vivemos, foi ainda o contato com as instituições governamentais e
empresas contratantes de serviços em geral deu clareza de quanto a Sociedade era
solicitada a informar e auxiliar na condução de políticas, abertura de espaços, redefinição
de processos profissionais. E de quão pouco preparados estávamos enquanto instituição
para agilizar tais participações. Ficou clara a necessidade de uma vertente atenta de ação
política, quer associada a outras instituições congêneres como a SBPC, quer pelo
acompanhamento permanente e direto de ações em diferentes campos governamentais.
Ficou clara também a necessidade de uma agilidade de consulta e disponibilização de
informações para assegurar a conexão entre as demandas do Estado e as necessidades e
disponibilidades dos profissionais em arqueologia.

Espaços políticos que significam oportunidades de fomento ao trabalho de pesquisa e


preservação mostraram-se abertos e pouco explorados pela arqueologia. A SAB pareceu,
em muitas oportunidades pouco visível, quase desconhecida. Uma política mais agressiva e
de ocupação de espaço, a semelhança do que vem sendo feito por profissionais de outras
áreas, como a Antropologia só poderá ser assegurada por uma organização bem amarrada,
em uma estrutura corporativa bem montada, ou seja, em uma Sociedade consistente,
fortemente apoiada em um número de sócios profissionais atuantes e qualificados, em
presença e em projetos políticos claros.

Ao atuar insistentemente no sentido de ativar a comunicação, incentivar os contatos,


recuperar a credibilidade e mostrar dinamismo de ação, buscamos ampliar, inclusive a base
política da SAB. Ao início esta Sociedade ainda pequena, expressando campo profissional
pouco expandido no Brasil, teria dependido fundamentalmente de pessoas que com méritos
ou influência política individual, assegurassem espaços e ganhos. Hoje, com o número de
sócios que podemos mobilizar e com a expressão profissional acumulada pelos mesmos,
embora ainda devamos contar com o reforço de alguns colegas que representam
individualmente grande peso político e profissional, temos que trabalhar as conquistas e
sua manutenção em bases profissionais mais coletivas.

Uma última avaliação da arqueologia brasileira, feita, para grande satisfação nossa, na
vigência de nossa gestão e apresentada durante a IX SAB mostra como já dito, o
crescimento e a consolidação de um campo profissional que em 1983, se dizia
pessimisticamente sob risco. A Sociedade de Arqueologia Brasileira, reunida no Rio de
Janeiro este ano, confirma os números de SCHMITZ e sua equipe do Anchietano:
crescemos e melhoramos de maneira impressionante nesses últimos anos, e mais
amadurecemos profissionalmente em progressão geométrica.

A administração do último biênio não logrou realizar tudo o que pretendia, talvez por que,
como de rotina, idealizamos e sonhamos além do que a realidade nos permitiria ir.
Realizamos alguns passos importantes e, principalmente, testemunhamos, emocionados
essa mudança fantástica que está se operando. Conseguimos que o processo, iniciado em
1995 não se interrompesse, parecendo haver boas chances até de que se avance
significativamente. Possibilitamos melhores condições, inclusive materiais à SAB, de tal
forma que as aquisições e vantagens se acumulem. É questão de vontade e de projeto. E há
pessoas com essa vontade e coerentes com esse projeto.

Ao receber a administração como a recebemos, e ao sentir as inúmeras dificuldades que


sentimos, tivemos momentos de grandes ansiedades. Quando chegamos ao final dessa
corrida contra o tempo, a sensação é de um certo alívio ao constatar que a SAB parece ter
tomado nessa fase recente seu rumo forte, e que isso não é muito diferente do que foi sua
concepção/vocação original.

Nos primeiros anos, talvez sob forte tutela, tenha se mantido sob ótica mais idealizada,
protegida. A medida em que crescemos essa Sociedade também pode crescer, à medida
que os profissionais ocuparam seu espaço na arqueologia brasileira, a SAB afirmou-se. A
SAB é uma jovem Sociedade às vésperas da sua maioridade, não temos mais preocupação:
deu certo. Deslanchou.

PERSPECTIVAS DA MAIORIDADE

Ao colocar em discussão no IX Congresso da SAB as Sociedades Científicas e seu papel


na constituição da Arqueologia, buscamos trazer aqui algumas experiências próximas
como a dos colegas Argentinos e Uruguaios e ao mesmo tempo a experiência da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência.

Da discussão com colegas aprendemos que cada uma dessas Sociedades, ainda que
convergentes em seus fins aparentes tem histórias e metas diversas. Não há uma única
forma de Sociedade pela simples razão de que não são idênticas as condições em que se
desenvolvem e estruturam os campos profissionais nos diferentes lugares.

Os colegas consultados nos chamaram atenção para o interesse em que as Sociedades


investissem para mutuamente apoiar o desenvolvimento e a formação dos profissionais em
seus respectivos países. Aqui no Brasil onde temos graduação e pós-graduação, parece-nos
interessante, mas menos essencial. A SAB não tem historicamente esse papel. Do ponto de
vista da SBPC, aumentar a visibilidade social da arqueologia e colaborar nos programas de
divulgação científica - também a educação, mas em nível de divulgação - seriam funções
primordiais, além é claro de participar mais ativamente do cenário de política científica no
país.

A SAB tem uma história que não pode ser desconsiderada, tem necessidades, decorrentes
das pessoas e da forma como a arqueologia brasileira vai se oganizando, que não podem
ser desconsiderada. Tem um papel de matriz, espaço de gestação do campo profissional,
que não pode se desconsiderado.

O sucesso nessa fase de maioridade, depende do que já falamos mas também de uma
certa flexibilidade e sensibilidade para adaptar-se, para adequar a estrutura da Sociedade às
demandas da comunidade profissional e do contexto em que nos inserimos. Já se disse que
chegar à maturidade sem desafetos é falta de personalidade, e talvez a SAB tenha
acumulado alguns desafetos ao longo desse percurso mas com certeza encontrou um
caminho coerente e bem sucedido.

Entretanto é bom enfatizar que a experiência dos últimos anos mostra que talvez
tenhamos nos preocupado mais com a biodiversidade existente na Sociedade do que com o
projeto SAB. Talvez aqui valesse lembrar a experiência antropológica tanto do ponto de
vista biológico como do ponto de vista cultural, opções de diversidade são vantajosas do
ponto de vista da adaptabilidade. A uniformidade de idéias e a cristalização de propostas
não assegura a sobrevivência, principalmente em tempos de rápidas mudanças e éticas
várias.

Diversidade de estilos e idéias, que não conflite seriamente com o projeto básico maior
da sociedade a multiplicidade de opções e o arejamento assegurado pela admissão de
novos atores administrativos e políticos e de renovação da vontade e da paixão, aliadas à
experiência e a um claro compromisso com a consolidação das aquisições já asseguradas
pode ser a grande vantagem desta Sociedade, onde o número de participantes já cresceu o
suficiente para ser massa crítica, mas ainda não tanto que não se possa reunir e conversar
em um único evento.

Uma análise rápida da SAB e sua trajetória já permite refletir sobre o seu papel.

Assegurar comunicação rápida eficiente e horizontal entre seus associados e as


instituiçòes em geral, fomentar as discussões e decisões de interesse para a área, participar
ativamente do processo político-profissional, assegurar a circulação de toda a produção
científica ou de qualquer natureza ligada á área; acompanhar atentamente a formação dos
profissionais e a conformação tomada pelo seu campo de atuação, inclusive no que se
refere a disponibilização de recursos e mercado de trabalho; participar na esfera
administrativa e política das questões nacionais relacionadas aos objetos de seu interesse;
interagir com outras instituições congêneres, seriam alguns dos papeis a serem assegurados
pela SAB. Muitas das propostas estatutárias originais são ainda válidas entretanto parte dos
papéis previstos para a Sociedade desenvolvem-se hoje no âmbito de instituições
especializadas, não havendo dúvidas que não caberá à SAB assumí-los.

Outros aspectos, talvez antes menos valorizados, deverão hoje ser tomados seriamente
em conta enquanto papel fundamental da Sociedade, tal como se aprende do exercício
levado a efeito por outras intituições congêneres como a SBPC. Entre esses papéis estão,
com destaque, a participação permanente e intensiva da SAB nos processos de divulgação
científica e educação para a preservação do patrimônio arqueológico.

A expansão do campo de trabalho, as dificuldades de formação especializada, a limitação


natural do mercado de trabalho e a necessidade crescente de participação comunitária nos
processos de pesquisa e conservação do patrimônio arqueológico, por outro lado, obriga a
SAB a pensar em políticas mais amplas e atrativas que permitam a constituição segura de
um segmento não profissional, mas participante da arqueologia brasileira, nos moldes da
avocational archaeology . A congregação de amadores que trabalhem junto aos
arqueólogos para recuperar e preservar o patrimônio arqueológico, que dividam tarefas
com o pesquisador , parece ter sido sempre uma demanda natural, haja visto o grande
número de pessoas com este perfil que ainda hoje participam de pesquisas e encontros.
Passado o período crítico de estabelecimento profissional da arqueologia brasileira, quem
sabe já não é chegado o tempo de se recuperar, agora sem tantos medos, esse segmento
imprescindível de colaboradores comunitários que tanto têm ajudado a arqueologia em
outros países? E que espaço mais adequado para isso do que a Sociedade profissional?

A arqueologia no Brasil não se institucionalizou a partir da SAB. Desenvolvida há


muitas décadas e tornando-se não apenenas mais intensiva mas também mais científica
desde o início deste século, a arqueologia brasileira, tal como já historiado por diferentes
colegas, tem tido muitas etapas, mas indubitavelmente constituiu-se enquanto compo
profissional muito antes da SAB. A institucionalização que firma os passos da arqueologia
brasileira, respondendo sensivelmente a uma demanda insinuada é o ensino regular para
formação profissional, em nível de graduação e depois em nível de pós-graduação.

Quando a Sociedade de Arqueologia Brasileira foi criada, o campo de trabalho em


arqueologia existia, implantado na academia, ainda restrito a poucas instituições e a um
pequeno número de profissionais, ou aspirantes a tal. A participação de um conjunto de
pressões e eventos assegurou que se delineariam, por diferentes vertentes, os contornos de
um campo profissional.

Como dito na Ata de fundação da SAB, e reiterado ainda, a sua constituição resultou de
uma necessidade, sentida a partir do crescimento e da complexificação do que era
anteriormente um campo reduzido e de manejo artesanal. A SAB resultou de um processo
acelerado de crescimento e profissionalização da arqueologia, que indubitavelmente se
daria a despeito dela.

Mas na qualidade de instituição constituída para agrupar os profissionais da área,


consequência, solução necessária, a SAB , de um modo ou de outro, e a despeito dos
diversos problemas que podemos lembrar, passou a ser o espaço ou lugar de caldeamento,
maturação, produção de idéias. Espaço esse que, a despeito de qualquer planejamento,
tende a ser neutro, de interação interinstitucional, interpessoal. A Sociedade de
Arqueologia Brasileira, ecoando os processos políticos dos diferentes grupos e instituições,
ou oportunizando a participação individual dos diferentes pesquisadores, proporciona
condições para a instituição da arqueologia no Brasil.

Seu papel vem crescendo nos últimos anos. A constituição de uma categoria profissional
e de um campo profissional muito mais avançado e organizado, a vista do que temos em
outros países americanos deve-se , sem duvida a existencia da Sociedade de Arqueologia
Brasileira, que ao longo desses dezoito anos, tornou-se o centro desse processo, através das
açòes representativas das diferentes instituições e profissionais da área.

Podemos imaginar que caracterísiticas teria a arqueologia brasileira hoje sem uma
sociedade profissional? Sem ESTA sociedade profissioanl, com sua história e acumulações
peculiares?
A experiência de uma curta gestão, e a convivência com os colegas ao longo de duas
décadas parece sugerir que a maneira como a arqueologia vem se institucionalizando em
nosso país tem relação direta e essencial com a SAB. É bom considerar isso ao pensar nas
perspectivas da maioridade.

Neste momento a SAB merece explicitação de seu projeto. É preciso ler nas entrelinhas
da história e da circunstância que vivemos, para propor sobre as bases do que já somos.

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