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Obras   Hídricas 

Estruturas   Hidráulicas 

1. Introdução 
Nesta  aula,  estudaremos  os  principais  temas referente às obras hídricas: barragens, 
vertedouros,  tomadas  d’água,  taludes,  bueiros,  canais  e  condutos  sob  pressão.  Obras  de 
Saneamento  estão  na  disciplina  de  Meio  Ambiente.  Obras  portuárias  também  estão  em 
disciplina   própria. 

2. Barragens 
Barragens  são  estruturas  construídas  transversalmente  a  um  rio  ou talvegue, com a 
finalidade  de  obter  a  elevação  do  seu  nível  d’  água  e/ou  de  criar  um  reservatório  de 
acumulação  de  água  seja  de  regulação  das  vazões  do  rio,  seja  de  outro  corpo  hídrico.  É 
essa  elevação  do  nível  d’  água,  por  exemplo,  que  possibilitará  a  alimentação  da  tomada 
d'água  de  uma  obra  hídrica  (uso  da  água  para  abastecimento  urbano,  geração  de  energia, 
insumo   industrial    etc.). 
 

 
 

 
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Em  locais  de  baixa  queda,  no  caso  de  aproveitamentos  hidrelétricos,  a barragem tem 
a  função  de  criar  o  desnível  necessário  à  produção  da  energia, pois  a produção energética 
é  função,  principalmente,  da  vazão  do  rio  e  da  altura  de  queda  da água. Esse assunto será 
detalhado   posteriormente   em   aula   própria. 
De  início,  vale  apresentar  a  distinção  entre  barragens  de  nível  e  barragens  de 
regularização  de  vazão  (também  conhecidas  como  barragens  de  acumulação).  As 
barragens  de  nível   são  aquelas  construídas  com  a  finalidade  de  se  criar  carga  hidráulica 
sobre  as  estruturas  de  captação.  Ou  seja,  destinam­se  a  criar  nível,  e  não  a  regularizar 
vazões.  Portanto,  não  garantem  o  abastecimento  no  período  de  recessão  e nem acumulam 
cheias   para   serem   liberadas   nos   períodos   de   vazões   mínimas   (efeito   de   regularização). 
Já  as   barragens  de  regularização   têm  como  efeito  a  redução  das  variações  de 
vazão,   estocando   as   vazões   máximas 
As  barragens  podem  ser  de  terra,  de  enrocamento,  de  concreto,  ou  mistas  (por 
exemplo,  a  barragem  da  Usina  Hidrelétrica  de  Itaipu,  com  trechos  em 
enrocamento,  trechos  em  terra  e  outro  em  concreto).  O  tipo  de  barragem  é  escolhido  em 
função  das  características  topográficas  e  geológico­geotécnicas  do  sítio,  considerando­se, 
ainda,  a  disponibilidade  de  materiais  naturais  de construção e o processo construtivo a ser 
utilizado. 
Cabe  destacar  que  tanto  as  barragens  de  terra  quanto  as  de  enrocamento  devem 
dispor  de  recursos  para  controlar  a  percolação  das  águas  que  se  infiltram  através  do 
maciço,  tratando  de  medir  esta  vazão  de  infiltração e conduzir toda a água  com segurança 
para   o  pé   da   barragem   (face   de   jusante). 

Escolha   do   local  
Para  a  escolha  de  um  local  adequado  para  a  implantação  de  uma  barragem,  devem 
ser   observados   os   seguintes   critérios: 
­ áreas  de  empréstimo  e  pedreiras  com  disponibilidade  de  material  em  quantidade 
suficiente  e  localizado  em  cota  superior  à  da  barragem  visando  facilitar  o  transporte  de 
materiais  (transportando  o  material  “morro  abaixo  se  economiza  bastante  no  consumo  de 
combustível   dos   equipamentos   de   transporte:   tratores,   escavadeiras,   caminhões); 
­ Possibilidade  de  utilização  do  material  proveniente  das  escavações  para  as 
barragens  de  concreto  e  enrocamento  (necessidade  de  se  fazer  um  “balanço”  do  material 
escavado   e  que   será   reutilizado,   levando   as   “sobras”   para   as   áreas   de   “bota­fora”); 
­ O  local  do  vale  deve  ser  o  mais  “encaixado”  possível,  ou  seja,  mais  estreito, 

 
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“afunilado”  (com  as  “ombreiras”  –  ponto  de  contato  da  barragem  com  o  terreno  natural  nas 
margens  esquerda  e  direita  ­  bem  próximas  uma  da  outra),  de  forma  a se reduzir o volume 
da   barragem; 
­ As   fundações   devem   ser   resistentes   o  suficiente   para   suportar   o  peso   da   barragem; 
­ Deve­se   observar   a  facilidade   de   construção   e  de    acessos. 

a. Barragens   de   terra   e  enrocamento 
As  barragens  de  terra  e  enrocamento  utilizam materiais disponíveis na região,  com 
um  mínimo  de  beneficiamento.  Assim,  geralmente  apresentam  custos  bastante  reduzidos 
em   relação   às    de   concreto.   Assim   sendo,   têm   uso   freqüente    no   Brasil. 
 

 
Deve  ser  analisado  o  balanceamento  de  materiais  a  fim  de se estudar a possibilidade 
de  se  utilizar  aqueles  provenientes  de  escavações.  Por  exemplo,  caso  seja  possível, 
pode­se  utilizar  o  solo escavado para a construção do canal de adução, do vertedouro ou da 
fundação,   evitando­se   o  bota­fora   de    material. 

 
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Cumpre  observar  que  essas  barragens  não  exigem  fundações  tão  resistentes 
como  exigem  as  de  concreto .  Elas  apresentam  geralmente  uma  grande  área  na  base  de 
contato  com  o  solo  e,  portanto,  transmitem  esforços  pequenos  para  a  base.  Além  disso, 
acomodam­se  melhor  a  eventuais  recalques   (acomodação  do  solo,  quando  submetido  a 
esforços,   causando   um   pequeno   deslocamento   vertical    da   superfície   do   terreno). 
Por  outro  lado,  têm  seus  critérios  de  projeto  bastante  ligados  ao  estudo  da  geotecnia 
(estudos  dos  solos),  já  que  a  percolação  da  água  através  do  corpo  dessas  barragens  deve 
ser   muito   bem   controlada. 
A   barragem  de  terra   é  apropriada  para  locais  onde  a  topografia  se  apresenta 
suavemente  ondulada,  nos  vales  pouco  encaixados.  Também  é  desejável que existam 
áreas  de  empréstimo  de  materiais  argilosos/arenosos  suficientes  para  a  construção  do 
maciço  compactado.  Essas  áreas  de  empréstimo são locais,  próximos ao empreendimento, 
em  que  seja  possível  obter  os  materiais  necessários  para  sua  construção,  sem  causar 
grandes  impactos  ao  meio  ambiente.  A  correta  identificação  das  áreas  de  empréstimo  (e 
bota­fora)  costuma  ser  bastante  rigorosa,  em  atenção  aos  requisitos  estabelecidos  pelo 
órgão   ambiental   responsável   pelo   licenciamento   da   obra    hídrica. 
Vale  lembrar  que  nesse  tipo  de  barragem  o  vertedouro  deve  ser,  quando  possível, 
localizado  fora  do  corpo  da  barragem  (em  uma  região  lateral  em  uma  das  margens,  por 
exemplo),  o  que  protegerá  o  maciço  de  solicitações  decorrentes  da  alta  velocidade  do 
escoamento   de   aproximação. 
A  barragem  de  terra  não  pode,  sob  nenhuma  hipótese  de  projeto,  sofrer  vertimento 
por  cima  de  seu  topo.  Essa  condição  de  projeto  visa  evitar  o  fenômeno  conhecido  como 
“galgamento  da  barragem”,  acidente  que  é  considerado  um  dos  principais  causadores  do 
rompimento   desse   tipo    de    barragem. 
Essas   barragens   de   terra   podem   ser   de   três   tipos: 
­ homogêneas   (Figura   abaixo   (a)):   feitas   de   solos   argilosos   e  muito   pouco   permeáveis; 
­ zoneadas  (Figura abaixo (b)): com um núcleo impermeável e as zonas externas mais 
permeáveis; 
­ mista  (diafragma  ­  Figura  abaixo  (c)):  constituída  de  vários  tipos  de  materiais  tais 
como   argila,   areia,   brita,   blocos   de   pedra. 
 

 
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Já  as   barragens  de  enrocamento   são  formadas  em  grande  parte  com  material  de 
grandes  diâmetros,  que  apresentam  alta  permeabilidade.  Assim,  devem  ter  sua  vedação 
garantida  por  uma  faixa  de  material  impermeável  (normalmente  feita  em  concreto  ou  por 
um   material   mais   fino,   como   solo    argiloso). 

Podem   ser   de   dois   tipos: 
­ barragens   de   enrocamento   com   face   em   concreto   (Figura   abaixo    (a)); 
­ barragens   de   enrocamento   com   núcleo   de   argila   (Figura   abaixo    (b)). 
 

 
As  barragens  de  enrocamento  são  viáveis  quando  inexiste  área  de  empréstimo  de 
solos  argilosos  na  periferia  da  obra  (seria  necessário  trazê­la  de  longe,  aumentando 
significativamente  os  custos  de  transporte  da  jazida  à  obra),  mas  há  pedreiras  facilmente 
exploráveis. 
Portanto  esse  tipo  de  barragem  é  encontrado  em  regiões  rochosas.  Também  é 
aplicável  em  vales  estreitos,  quando  é  problemática  a  construção  de um  vertedouro lateral, 
podendo   ser   usado   o  próprio   corpo   da   barragem   como   vertedouro. 
Assim,  no  caso  de  terrenos  com  baixa  capacidade  de  suporte,  recomenda­se  a 
adoção  das  barragens  de  terra  ou  enrocamento.  Isso porque elas  apresentam  uma grande 
base,   distribuindo   seu   peso   próprio. 
 
Percolação   e  drenagem   interna. 
Percolação  é  a  denominação  dada  ao  processo  de  passagem  de  água  pelo  maciço 
das  barragens,  ou  por  sua  fundação.  Ela  é  especialmente  danosa  no  caso  de  haver 
carreamento   de   solo   pelo   fluxo   da   água   ou   aumento   de   pressão   interna   na   barragem. 
Por  isso,  toda  barragem  requer  uma  zona  de  baixa  permeabilidade  (vedação),  cuja 
finalidade   é  controlar   e  reduzir   do   fluxo   de   água   pelo   corpo   do    maciço. 
O  volume  das  águas  percoladas é calculado por uma  rede de fluxo  (Figura abaixo), a 
qual  consiste  no  diagrama  formado  por:  (1)  linhas  de  igual  carga  hidráulica,  ou  linhas 
equipotenciais  (“equi”  =  igual,  “potencial”  =  no  caso,  a carga hidráulica); e (2) linhas de fluxo 
ou  de  corrente.  Essas  linhas  são  traçadas  aproximadamente  perpendiculares  entre  si  e  de 

 
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tal  forma  que  a vazão entre  cada par de linhas de fluxo (horizontais) seja constante e que a 
perda  de  carga  entre  duas  equipotenciais  (verticais)  seja  a  mesma,  formando, desse modo, 
uma   série   de   pequenos   quadrados,   tal   como   ilustrado   na   figura    abaixo. 

 
 
O  controle  da  percolação  complementa­se  com  a  drenagem  interna  (direcionando  o 
fluxo  de  água  de  forma  segura).  A  drenagem  interna  é  vital  para  a  segurança  de  uma 
barragem  e  tem  como  finalidades:  (i)  captar  e  conduzir  para  jusante  a  água  de  percolação; 
(ii)  proteger  o  aterro  contra  o  “piping”  (fissuramentos  internos),  contra  gradientes  de 
percolação  elevados  junto  ao  pé  de  jusante  da  barragem (“levantamento” da barragem); (iii) 
evitar   a  saturação   do   talude   (“encharcamento”,   com   posterior   ruptura   do   solo). 
O  fenômeno  de  “piping”  (na  tradução  livre  para  o  Português:  “entubamento”)  ocorre 
quando  o  solo rompe­se internamente à barragem em fendas ou orifícios e a água começa a 
percolar  violentamente,  exercendo  uma  ação  erosiva  intensa,  arrastando  as  partículas 
sólidas,  formando  dessa  maneira  uma  espécie  de  “tubo”  (Pipe).  Já  o  “levantamento”  ocorre 
quando  a  força  de  percolação  vertical  ascendente  iguala­se  ao  peso  do  solo.  Não  havendo 
mais  peso,  o  solo  “bóia”,  ou  seja,  é  como  se  o  solo  perdesse  seu  peso  e  passasse  a 
“flutuar”. 
A  escolha  do  tipo  de  drenagem  é  função  direta  da  permeabilidade  do  maciço  (= 
“corpo”  da  barragem)  e  das  características  do  material  drenante  disponível.  A  seguir, 
passamos   a  apresentar   alguns   tipos   de   sistemas   de   drenagem    interna: 
 
­ Tapete  drenante  (Figura  abaixo  (a)):  Previsto  para  dar  vazão  à  água  que percola o 
maciço,   atua   primordialmente   no   controle   do   fluxo   pela    fundação; 
­ Filtro  vertical  com  tapete  (Figura  abaixo  (b)):  Coleta  o  fluxo  que  percola  no  maciço, 
conduzindo­o  para  fora da barragem. Adotado em grande parte das barragens homogêneas, 
mas   vem   perdendo   espaço   com   a  adoção   do   filtro   inclinado; 
­ Filtro  inclinado  (Figura  abaixo  (c)):  localização  otimizada  do  filtro,  mas  de  difícil 
execução  em  função  da necessidade de rigorosa topografia para manutenção da “inclinação 

 
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de   projeto”   do   filtro   durante   as   atividades   de   execução   das   camadas     de   aterro; 
 
­   Dreno   de   pé   (rock­fill   ­  Figura   abaixo   (d)). 
 

Sistemas   de   drenagem   interna 
 
Como  critério  de projeto, recomenda­se levar os sistemas internos de drenagem  até o 
N.A.   máximo   normal   do   reservatório   e  lançar   o  dreno   horizontal   no   contato   com   a  fundação. 
O  importante  é  entender  para  que  servem  esses  sistemas  de  drenagem.  Como  já 
explicitado, o fluxo excessivo de água através da barragem causa instabilidade nessa última. 
Portanto,  as  drenagens  internas  visam  a  recolher  essa  água  que  percola  pelo  maciço, 
criando  um  caminho  preferencial  para  a água. Dessa forma, fica claro que as barragens não 
são  completamente  “estanques”.  É  permitido  que  um  pequeno  fluxo  de  água  “penetre”  em 
seu  corpo,  desde  que  este  pequeno  fluxo  consiga  ser  conduzido,  com  segurança,  até  o  pé 
de  jusante  da  barragem.  Do  contrário,  caso  o  fluxo  seja  intenso  e  “corte”  a  barragem  ao 
meio,  pode  haver  um  sério  acidente,  com  a  ruptura  do  maciço  (inclusive  com  perdas  de 
vidas   humanas,   como   no   passado). 
Essa  água,  muitas  vezes,  traz  junto  partículas  de  solo,  que  com  o  tempo  podem 
colmatar  o  dreno  (=  “entupir”  os  vazios).  Assim,  adotam­se  filtros  na  barragem  a  fim  de  se 
evitar  que  esses  grãos  finos  penetrem  no  material  grosso,  obstruindo  a passagem da água. 
Os  filtros  localizam­se  nos  contatos  existentes  entre  dois  materiais  de  permeabilidade 
diferente.  Por  exemplo:  transição  entre  o  maciço  e  o  rip­rap;  proteção  do  núcleo  em 
barragens  zoneadas;  filtro  chaminé;  tapete  filtrante;  transição  entre  o  maciço  e  o  rock­fill  (= 
dreno   de   pé   da   barragem   “preenchido   por   rocha”);   e  transição   nos   poços   de    alívio. 
Além  disso,  evitando,  por  exemplo,  a  fuga  de  solos  finos  do  núcleo  da  barragem 
(menos  permeável)  para  o  talude  de jusante (mais permeável), os filtros  protegem o próprio 
núcleo  e  aumentam,  por  consequência,  a  estabilidade  e  segurança  da  barragem  como  um 
todo. 
 
 

 
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b. Barragens   de   concreto 
As  barragens  de  concreto  dividem­se  em:   gravidade ;   arcos ;  e   contrafortes . 
Inicialmente  detalharemos  a  barragem  por  gravidade,  por  ser  a  mais  comumente 
encontrada.   Posteriormente   apresentaremos   as   principais   características   das   outras   duas. 
 

Barragens   de   gravidade 
A  barragem  gravidade  deve  ser  capaz  de  resistir,  com  seu  peso  próprio,  à  pressão 
da   água   do   reservatório   e  à  subpressão   das   águas   que   se   infiltram   pelas   fundações. 

Esse  tipo  de  barragem  é  recomendado  para  vales  estreitos,  encaixados,  em  maciço 
rochoso  pouco  fraturado  e  com  boas  condições  de  fundação.  A  seção  da  barragem  pode 
incorporar  o  vertedouro  quando  as  condições topográficas do local dificultarem a concepção 
de   vertedouro   lateral. 

A  cota  da  crista  de  uma  barragem  de  gravidade  corresponde  ao  NA  máximo  normal 
de  operação,  acrescido  da  sobrelevação  devida  à  propagação  da  cheia  de  projeto  e  da 
máxima  altura  para  a  arrebentação de ondas de vento. As larguras dos topos das barragens 
de  gravidade  variam  de  cerca  de  0,15  vezes  a  sua  altura,  até  a  largura  necessária  a uma 
rodovia. 
Há  ainda  uma  variante  desse  tipo  de  barragem:  a  barragem  de  gravidade  aliviada. 
Esse  tipo  foi  proposto  como  forma  de  se  otimizar  a  utilização  do  concreto.  Então, 
constatam­se  economias  importantes  no  volume  de  concreto,  o  que  torna  interessante  sua 
adoção   em   muitos   casos. 
 
Seções   típicas   e  dimensões   básicas 
A  seção  típica  recomendada  para  esse  tipo  de  barragem  é  apresentada  na  Figura 

 
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abaixo. 

 
 
Na  maioria  dos  casos,  adota­se  uma  seção  com  paramento  de  montante  vertical,  em 
função   dos   cálculos   de   estabilidade. 

Na crista da barragem, no trecho não vertente, deverá ser  construída  uma  mureta de 


proteção   contra   ondas,   em   concreto   ou   em   alvenaria   de    tijolos    maciços. 
A  jusante  da  barragem  deve  ser  feita  uma  bacia  de  dissipação,  cuja  função  será 
amortecer  o  impacto  da água extravasada pelo vertedouro. A bacia terá a mesma largura do 
vertedouro  e,  caso  a  rocha  seja  pouco  resistente  ou  fraturada  será  necessária  uma  laje  no 
fundo   da   bacia. 
Para  barragem  com  altura  menor  que  10  m,  a  cota  mínima  da  crista  deverá  estar 1,0 
m  acima  da  elevação  do  NA  normal  do  reservatório.  A  mureta  de  proteção  contra  ondas 
deverá  ter  uma  altura  mínima de 30 cm e largura de 20 cm. Para barragem com altura maior 
que  10  m,  deve­se  estimar  a  borda­livre  utilizando­se  os  critérios  específicos  e  mais 
aprofundados. 
 
Aspectos   construtivos 
1 –  A  área  sob  a  barragem,  mais  uma  faixa  de  5,0  m  para  montante  e  para  jusante, 
deverá  ser  limpa  (isto  inclui,  destocamento  e  remoção  das  camadas  superficiais)  até  se 
atingir   a  rocha   sã; 
2 –  As  irregularidades  na  superfície  da  rocha  deverão  ser  eliminadas  com  remoção 
do   material   ou   enchimento   com   concreto; 

 
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3 –   Os   materiais   extraídos   serão   colocados   fora   da   obra   e  do    reservatório. 
4 ­  A  barragem  deverá  ser  concretada  por  partes  (ou  blocos)  alternadamente,  para 
facilitar  a  cura  do  concreto.  Entre  os  blocos  deverão  ser  previstas  juntas  verticais  de 
dilatação  vedadas  contra  vazamentos.  O  trecho  do  vertedouro  deverá  ser  rebaixado  em 
altura   correspondente   à  da   lâmina   d  ‘água   máxima    vertente. 

 
 
É   usual   deixarem­se   vãos   livres   no   interior   do   maciço   para   fins   de  g
  alerias     de 
inspeção ; 
 
5 –   Antes   de   ser   iniciada   a  construção   da   barragem   deve­se   realizar   o  desvio   do   rio. 
 
 

Barragem   em   arco 
As  barragens  em  arco  apresentam  curvatura  em  planta  e, pela ação estrutural de sua 
forma  de  arco,  transmitem às ombreiras a maior parte dos esforços a que estão submetidas. 
São  construídas  em  concreto  e,  comparativamente  aos  outros  tipos,  as  barragens  em  arco 
apresentam   poucos   casos   de    ruptura. 
 

 
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As  mesmas  forças  atuantes  nas  barragens  de  gravidade  também  atuam  nas 
barragens  em  arco,  diferindo  apenas  em  sua  importância  relativa.  Devido  a  sua  base 
estreita,  podendo  ser  muito altas e delgadas, as barragens em arco são recomendadas para 
vales   estreitos   e  rochosos. 
 

Barragem   de   contraforte 
Uma  barragem  de  contrafortes  consiste  em  uma  placa  inclinada  que  transmite  o 
empuxo da água a uma série de contrafortes perpendiculares ao eixo da  barragem. Os tipos 
mais  comuns  são  os  de  laje  plana  e  os  de arcos múltiplos, sendo que, geralmente, nos dois 
casos  é utilizado o concreto armado como material. Cabe destacar que a ação estrutural dos 
arcos   permite   que   haja   uma   maior   distância   entre   os   contrafortes. 
 
 
 
 
 
 
 
 

As  barragens  de  contrafortes  gastam  entre  1/3  a  1/2  do  concreto  necessário  para  a 
construção de uma barragem de gravidade de mesma altura. Entretanto,  gastam muito mais 
formas   e  aço.   Assim,   o  seu   custo   nem   sempre   é   inferior. 
Se  por  um  lado  seu  peso  próprio  diminui,  em  relação  à  barragem  de  gravidade,  por 
outro,  a  redução  da  base  promove  o  aumento  da  compressão  sobre  a  fundação,  o  que 
exigirá,   em   alguns   casos,   o  tratamento   da    fundação. 
No  que  tange  aos  aspectos  construtivos,  o  fato  de  as  barragens  de  contrafortes 
consumirem  muito  menos  concreto  do  que  suas  equivalentes  de  gravidade  faz  com que o 
tempo   de   construção   seja   menor   e  o  problema   do   desvio   do   rio   menos   grave. 
 
 

 
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3. Vertedouros 
Vertedouros  ou  extravasores  são  estruturas  hidráulicas  destinadas  a  efetuar  a 
descarga  das  águas  excedentes  dos  reservatórios  sem  ocasionar  danos  à  barragem  e  às 
outras  estruturas  hidráulicas  adjacentes.  Essencialmente,  os  vertedores  constituem­se  de 
uma tomada d’ água associada a uma soleira, sendo que a água recolhida destina­se a uma 
estrutura   de   descarga,   sendo   que   a  jusante   desta   implanta­se   um   dissipador   de   energia. 
 

 
 

 
Os  vertedores  podem  ser executados em concreto, gabiões, alvenaria, aço e madeira. 
Essas  estruturas  podem  ser  implantadas  no  próprio  corpo  da  barragem  (no  caso  de 
barragens   de   concreto)   ou   independentemente    desta. 
Quanto  às  condições  de  operação,  os  vertedouros  podem  ser  classificados  em  de 
serviço  ou  de  emergência.  O  primeiro  descarrega  as  vazões  mais  freqüentes  e  o  segundo 
seria  usado  durante  as  grandes  cheias.  No  lugar  dos  extravasores  de  emergência,  podem 

 
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ser   utilizados   os   extravasores   fusíveis:   preparados   para    romper   sem   causar   grandes   danos. 
Os  vertedores  podem  ser  retangulares,  de  canal  lateral,  em  forma  de  tulipa,  ou  em 
sifão.   Há   ainda   as   barragens   vertedouras,   em   que   a  sangria   se   dá   por   cima   da   barragem. 

a. Tipos   de   vertedouros 
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tellus.   In   fringilla   tincidunt   odio,   in   ornare   sem   aliquam   nec. 
Os  vertedores   retangulares   (Figura  abaixo)  podem  ser  de  parede  delgada (e<2/3H – 
Figura   abaixo   (a))   ou   de   parede   espessa   (e>2/3H   –  Figura   abaixo      (b)). 

 
 

 
Nos  vertedouros  de   canal  lateral ,  o  muro vertedor é locado ao lado da barragem com 
o  canal  de  descarga  paralelo  à  crista  do  vertedouro.  Assim,  a  entrada  de  água  ocorre 
perpendicular   ao   escoamento. 

 
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Nos  vertedouros  em   tulipa ,  a  descarga  é  transportada  de  dentro do reservatório para 


jusante  da  barragem  através  de  um canal aberto (sangradouro em poço ou “morning glory”). 
O   poço   pode   ser   vertical   ou   inclinado. 
 

 
O   extravasor   tipo  s
  ifão  é
    um   sistema   de   conduto   forçado,   na   forma   de    U   invertido 
 

 
Além  disso,  os  vertedouros  podem  ser  com  controle  (b  e  c)  ou  sem  controle  (a),  de 
acordo   com   a  existência   ou   não   de    comportas. 

 
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O  extravasor  de  crista  livre  deve  ser  projetado  de  forma  que  o  escoamento  se 
processe  suavemente,  com  o  mínimo  de  turbulência.  Sua  forma  ideal  deve  ter  a  mesma 
forma  da  face  inferior  da  veia  líquida  que  escoa  por  sobre  um  vertedor  de  soleira  delgada 
em  sua  carga  máxima  “h”  (Figura  abaixo  (a)). Esse extravasor é chamado de soleira padrão 
(Figura   abaixo   (b)). 

 
 

 
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b. Dimensionamento   dos   vertedouros 
O  dimensionamento  dos  vertedores  é  realizado  a  partir  das  vazões  afluentes, 
portanto,  de  acordo com a “cheia de projeto”. Essa vazão extrema será calculada  a partir de 
estudos   hidrológicos   para   períodos   de   retorno    pré­definidos. 
A   equação   básica   para   dimensionamento   hidráulico   dos   vertedouros   simples    é: 
Q  =
   C
   ⋅   L
  e    ⋅      3/2 
   H    , 
 
  onde: 
 
Q   –  vazão   em   m³/s; 
C   –  coeficiente   de   descarga; 

Le   –  largura   efetiva,   em   ”m”;  

H   –  altura   de   carga,   em   “m” 
 
O  coeficiente  de  descarga  “C”  varia  de  vertedor  para  vertedor,  possuindo  valores 
maiores  para  a  soleira  padrão.  Ele  é  função  da  forma  da  soleira,  da  altura  de  fundo,  da 
inclinação  do  paramento  a  montante,  do  nível  e  da  velocidade  d’água.  Devido  à  dificuldade 
de  se  obter  esse  coeficiente,  muitas  vezes  o  engenheiro  recorre  à  construção  de   modelos 
reduzidos ,  que   representam   em,    escala    menor,   o  escoamento   de   água   naquele   vertedor. 

 
A  largura  efetiva “Le” corresponde à largura útil total do vertedor subtraída da eventual 
contração  do  jato  d’água  em  função  da  presença dos pilares. Ou seja, a presença e a forma 
dos  pilares  irão  interferir  no  escoamento  de  forma  a  diminuir  a capacidade de descarga do 
vertedouro.   Esse   efeito   é  representado   pela   largura   efetiva   Le. 
A  altura  de  carga  “H”  corresponde  à  energia  acima  da  crista  da  soleira,  sendo 
freqüentemente  considerada  igual  à  lâmina  d´  água  (supondo­se  uma  velocidade  de 
aproximação   nula). 
Portanto,  na  capacidade  de  descarga  de  um  vertedouro  influem  a  largura  da  soleira 
(Le),   a  altura   de   carga   medida   a  montante   da   soleira   (H)   e  a  forma   da   soleira   (C). 

 
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c. Medição   de   vazões   utilizando   vertedores 
É  bastante  comum  a  utilização  de  vertedouros  também  em  canais.  Nesse  caso, 
destinam­se  à  medição  de  vazões.  Isso  é  possível  por  meio  da  leitura  da  altura  da  lâmina 
d'água   a  montante   de   sua   soleira. 

 
 

d. Dissipadores   de   energia 
A  energia  cinética  (decorrente  da  velocidade)  associada  ao  escoamento  d’  água  a 
jusante  dos  vertedores  pode  chegar  a  níveis  muito  elevados,  ocasionando  a  destruição  do 
material  que  está  em  contato  com  a  água.  Torna­se  então  necessário  prever  a  construção 
de  estruturas  dissipadoras  de  energia,  destinadas  a  compatibilizar  a  velocidade  do 
escoamento   com   as   características   de   resistência   do   meio   físico   a  jusante. 
Se,  na  região  a  jusante  do  vertedouro,  for  identificada  a  presença  de  maciço rochoso 
fraturado, será suficiente verificar se o mesmo conseguirá dissipar a energia do escoamento. 
Caso   essa   região   seja   composta   por   solo   deverá   ser   projetada   uma   proteção   específica. 
Há   várias   soluções   distintas   para   a  dissipação   de   energia   da    água: 
­   Bacias  de  dissipação :  consiste  na  construção  de  uma  bacia  a  jusante  do 
vertedouro  em  que  parte  da  energia  é  dissipada  devido  à  mudança  de  regime  do 
escoamento. 

 
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Nesse  caso,  a  função  da  bacia  de  dissipação  é  forçar  a ocorrência de  um  fenômeno 
denominado  “ressalto  hidráulico”  ao  pé do vertedouro. O  ressalto  ocorre devido à mudança 
brusca  no  regime  de escoamento, que passa de supercrítico (no vertedouro) a subcrítico (na 
bacia)   e  dissipa   grande   quantidade      de   energia. 
­ Dissipadores  do  tipo  salto  de  esqui :  consiste  na  construção  de  uma  pequena 
curva  (que  “lança”  a  água  em  direção  ascendente)  a  jusante  da  estrutura  de  condução  de 
água.  A  dissipação  da  energia  ocorre  devido  à  turbulência  do  jato,  ao  atrito  e  à 
incorporação   de   ar   na   massa   líquida. 
 

 
­ Dissipadores  contínuos :  efetuam  a  dissipação  de  forma  distribuída  ao  longo  da 
estrutura   de   condução.   Podem   ser   citadas   como   exemplos:   escadas   e  calhas   dissipadoras. 

 
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Os  vertedouros  são  aberturas  de  contorno  aberto  interpostos  em  um  conduto  livre 
sobre  os  quais o líquido escoa; e podem ser considerados como orifícios, sem a parte 
superior. 
Esta   é  uma   das   possíveis   formas   de   conceituar    vertedouros. 
Resposta:   C 

A  estrutura  de  controle  regula  as  vazões  que  saem  do  reservatório  e  impede  o 
extravasamento  quando  o  reservatório  atinge  níveis  mais  elevados.  Essa  estrutura 
deve   ser   dimensionada   de   forma      que   as   relações   entre   carga   e  vazão   sejam   fixas. 
 
O  vertedouro  tem  a  função  de   extravasar   as  vazões  de  cheias  para  que  o  nível  do 
reservatório  não  venha  a  suplantar  o  topo  do  barramento.  Ou  seja,  não  é  função  impedir  o 
extravasamento,   muito   pelo   contrário. 
Resposta:   E 
 

 
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Os  extravasores,  também  identificados  por  vertedores  ou  vertedouros,  são 
dispositivos  de  segurança  responsáveis  pela  garantia  da  integridade  de  uma 
barragem;  devem  ser  projetados  e dimensionados com base em estudos hidrológicos 
e  os  seus  resultados  podem  ser  confirmados  por  meio  de  estudos  em  modelo 
reduzido. 
O  dimensionamento  dos  vertedouros  é  possível  a  partir  de  estudos  hidrológicos,  que 
definam  a  vazão  de  projeto.  Em  muitos  casos,  são  construídos  modelos  reduzidos 
para  se  avaliar  se  aquele  vertedouro  será  capaz  de  suportar  aquela  vazão  de  projeto.  É 
comum   ainda   a  utilização   de   modelos   reduzidos   para   se   estimar   coeficientes   de   descarga. 
Resposta:   C 

 
A  vazão de água através de um vertedor retangular depende somente do comprimento 
da   sua   soleira   e  da   velocidade   de   chegada   da   água   na   sua   entrada. 
 

Como  vimos,  há  vários  fatores  que  influem  na  capacidade  de  um  vertedouro.  Além 
dos  citados,  há  a  carga  hidráulica  a  montante,  a  forma  da  soleira,  a  existência  ou  não  de 
pilares   etc. 
Resposta:   E   

 
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4. Tomadas   d’água 
As  tomadas  d’  água  são  estruturas  destinadas  a  captar  e  conduzir  água  ao  sistema 
adutor;  permitir  o  esvaziamento  do  reservatório  e  a  passagem  de  sedimentos;  e  impedir  a 
entrada   de   corpos   flutuantes   e  de   água,   quando   necessário. 

 
As  tomadas  d’  água  compõem­se  de  grades  de  proteção  contra  corpos  flutuantes, 
comportas  para  controle  do escoamento e comportas de emergência (também chamados de 
stop­logs).  O  ideal  é  que  a  tomada d’ água tenha uma forma que reduza as perdas de carga 
ao   mínimo   possível,   em   todos   os   seus    trechos. 
As  tomadas  d’  água  devem  ser  localizadas,  sempre  que  possível,  junto  à  margem do 
reservatório,  ao  longo  de  trechos  retos.  Caso  seja  necessário  instalá­las  nos  trechos  em 
curva,  deve­se  preferir  o  lado  côncavo,  pois  os  sedimentos  transportados  pelo  escoamento 
se  depositam  na  parte  convexa,  devido  às  menores  velocidades  de  escoamento.  Além 
disso, na parte côncava as profundidades são maiores e a captação das águas superficiais é 
feita   livre   de   sedimentos   trazidos   por   arrasto. 
Portanto,  evita­se  a  entrada  de  sedimentos  na  tomada  d'água,  seja  em  rios,  seja  em 
reservatórios. 

 
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Os  arranjos  típicos  para  disposição  das  estruturas  componentes  da  tomada  d’água 
serão  variados,  em  função  dos  aspectos  topográficos  e  geológico­  geotécnicos  de  cada 
local.   Os   principais   elementos   componentes   das   tomadas   d'água   são   (Figura   abaixo): 
1 ­   canal   de   aproximação/adução   do   escoamento; 
2 ­  se  no  local  do  aproveitamento  os  estudos  sedimentológicos  realizados  revelarem 
que  o  rio  transporta  sedimentos,  deverá  ser  previsto  no  canal  de  adução,  a  montante  da 
estrutura de tomada d’água, uma câmara destinada à decantação do material em suspensão 
e/ou  um  desarenador.  O  funcionamento  dessas  estruturas  é  bastante  simples,  ocorrendo 
devido  às  baixas  velocidades  de  escoamento,  que  proporcionam  a  sedimentação  de 
partículas  sólidas.  Na  região baixa do desarenador, deve­se prever comporta de fundo, a fim 
de   se   possibilitar   sua   limpeza. 
3 ­  a  estrutura  de  tomada  d’água  propriamente  dita,  incluindo  a  grade  para  proteção 
contra   corpos   flutuantes   e  as   comportas   para   controle   do    escoamento. 
4 ­  a  adução  até  as  turbinas  geralmente  é  feita  por  meio  de  condutos  forçados. 
Entretanto,  nos  arranjos  nos  quais  a  casa  de  força  situa­se  afastada  da  tomada  d’água 
(Figura  abaixo),  a  jusante  da  estrutura,  posiciona­se  geralmente  o  canal  de  adução  em 
superfície  livre,  ou  tubulação  de  adução  de  baixa  pressão,  até  a  estrutura  da  câmara  de 
carga.  A  jusante  da  câmara  de  carga  situam­se  os  condutos  forçados,  por  onde  o 
escoamento   é  conduzido   às    turbinas. 
A  câmara  de  carga  é  a  estrutura  responsável  por  fazer  a  transição  da  água do  canal 
para  a  tubulação  de  alta  pressão.  A  câmara  de  carga  também  tem  a função de absorver as 
manobras  bruscas  que  porventura  possam  ocorrer  na  operação  (por  exemplo,  fechamento 
brusco   da   válvula   de   entrada   da    usina). 
Outra  estrutura  que  merece  ser  apresentada  aqui  é  a  chaminé  de  equilíbrio.  Trata­se 
de  reservatório  de  eixo  vertical,  normalmente  posicionado  no  final  da  tubulação  de  adução 
de  baixa  pressão  e  a  montante  do  conduto  forçado,  com  as  finalidades  de  amortecer  as 
variações  de  pressão  (evitando  o  golpe  de  aríete)  e  armazenar  água  para  fornecer  ao 
conduto  forçado  o  fluxo  inicial  provocado  pela  nova  abertura  da  turbina,  até  que  se 
estabeleça   o  regime    contínuo. 
A  câmara  de  carga  e  a  chaminé  de  equilíbrio  são  estruturas  pertinentes  ao  tema  de 
energia   hidrelétrica.   Portanto,   voltaremos   a  tratar   desse   assunto   posteriormente. 
As  figuras  abaixo  apresentam esquematicamente um arranjo composto de  câmara de 
carga. 
 
 

 
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A   Figura   abaixo   apresenta   um   arranjo   típico   de   tomada   d’água: 

A  captação  de  água  de  superfície  deve  situar­se  em  um  trecho  reto  do  curso da água 
ou,   caso   isso   não   seja   possível,   em   local   próximo   à  sua   margem   externa. 

O  ideal  é  que  as  captações  localizem­se  em  trechos  retos.  Quando  isso  não  for 
possível,  prefere­se  a  localização  nos  trechos  côncavos  (ou  externos),  que  acumulam 
menos   sedimentos. 
Resposta:   C  
 
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5. Taludes 
Como  forma  de  se  aumentar  o  período  de  utilização  da  barragem,  são  previstas 
formas  de  proteção  dos  taludes  (faces  inclinadas)  do  maciço.  No  caso  dos  taludes  de 
montante,  visa­se  a  proteção  contra  a  ação  do  vento,  ondas  do  reservatório  e  chuva.  No 
talude  de  jusante,  os  principais  agentes  de  ataque  são,  além  da  chuva  e  do  vento,  o 
pisoteio  de  animais  e  outras  formas  de  impactos  que  podem  ocorrer  na  face  que  fica 
“exposta”   à  ação   do   tempo. 
As  formas  mais  comuns  de  proteção  no  talude  de  montante  são  o  uso  de  “rip­rap” 
(lançado  ou  arrumado),  placas  de  concreto,  pedras  rejuntadas,  asfalto  e  brita  corrida  (= 
produto  resultante  de  britagem  primária  de  rocha  sã,  cuja  granulometria  é  contínua,  muito 
usada  em  obras  rodoviárias).  O  rip  rap  é  a  denominação  dada  a  uma  técnica  que  se  utiliza 
de   camada   de   fragmentos   de    rocha   utilizados   para   proteção   contra   a  erosão. 
No  talude  de  jusante,  adotam­se o plantio de espécies vegetais (grama, por exemplo), 
camadas  de  pedra  e  drenagem  superficial  (no  caso  de  barragens  maiores).  As  espécies 
vegetais  a  serem  escolhidas  devem  ser  do  tipo  cujo  crescimento  das  raízes  se dê de forma 
horizontal.  O  plantio  de  árvores  e  arbustos  deve  ser  evitado, pois suas raízes tenderão a se 
dirigir  para  os  sistemas  de  drenagem  interna  em  busca de água. Além disso, se elas vierem 
a  morrer,  os  “vazios”  das  raízes  apodrecidas  pode  criar  caminhos preferenciais para a água 
de   percolação. 

Sobre  a  proteção  dos  taludes  de  jusante  de  uma  barragem  de  terra  o  plantio  de 
árvores  e  arbustos,  ao  longo  do  talude,  deve  ser  previsto  e  planejado  para  facilitar  o 
crescimento   da   grama. 
Árvores  e  arbustos  devem  ser  evitados  já  que  suas  raízes  crescerão  contra  a 
barragem,  visando  a  atingir  os  drenos  internos.  Por  isso,  preferem­se  espécies  vegetais 
cujas   raízes   tenham   crescimento    horizontal. 

 
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Resposta:   E 

 
 

O   material   indicado   pela   letra   B  visa   reduzir   a  vazão   de   água   capaz   de   atravessar   o 
corpo   da   barragem. 

Vimos  que  para  a  estabilidade  de  uma  barragem  de  terra,  deve  ser  evitada  a 
percolação  de  água  que  percorra  todo  maciço.  Portanto,  a  camada  “B”  é construída 
de  material  menos  permeável,  de  forma  a  diminuir  a  passagem  de  água  atravessando  a 
barragem. 

Resposta:   C 

 
 
   

 
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O  material  da  camada  indicada  pela  letra  C  deve  ter  coeficiente  de  permeabilidade 
menor   que   o  do   material   da   camada   indicada   pela   letra   B. 

No  item  anterior  foi  explicado  que  o  material  da  camada  “B”  deve  ser  o  mais 
impermeável  possível.  A  letra  “C”  representa  uma  estrutura de transição (um  filtro) que visa 
a  evitar  o  carreamento  de  solos  finos  da camada B para jusante dreno interno da barragem. 
É   de   permeabilidade   intermediária   entre   a  camada   C  e  B. 
Resposta:   E 

As  barragens  de  terra ou de concreto são construções artificiais e os materiais que as 


constituem  podem  ser  especificados  e,  portanto,  conhecidos  e  controlados  pelo 
projetista.  O  mesmo  não ocorre com o terreno  de fundação, o qual normalmente deve 
ser  submetido  a  um  tratamento  para  melhorar  suas  características  de percolação. A 
respeito  das  diversas  alternativas  adotadas  nesse  tratamento,  julgue  os  seguintes 
itens. 
 
A  trincheira  de  vedação  ou  cutoff  consiste  em  escavação  feita  no  solo  de  fundação 
preenchida   com   solo    compactado. 
 

 
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Aqui,  cabe  uma  revisão  sobre  a  fundação  de  uma  barragem,  que  é  o  local  em  que 
esta  se apóia. É o local em que se encontram as obras abaixo do maciço.  Em alguns casos, 
a   fundação   determina   qual   será   o  tipo   de   barragem   adotado,   bem   como   sua   seção   típica. 
É  comum  ocorrerem  alguns  problemas  em  fundações  de  barragens:  (i)  falta  de 
estanqueidade  (=  “vedação”);  (ii)  baixa  resistência  (=  “capacidade  de  suporte”  de  cargas  é 
insuficiente);  (iii)  estabilidade  ameaçada  devido  ao  mau  contato  barragem­fundação 
(possibilidade  de  “deslizamento”  devido  à  falta  de  atrito  entre  barragem/fundação);  (iv) 
recalques   excessivos. 
Cabe  destacar  o  fato  de  que  muitas  vezes  o  fluxo  pela  fundação  chega  a  superar  o 
fluxo pelo maciço. Ademais, a grande maioria dos casos de piping ocorre na fundação (Cruz, 
1996).  Assim,  deve­se  prever  uma  vedação  para  a  fundação,  que pode ser considerada um 
complemento  para  a  proteção  dada  pelo  sistema  de  drenagem  interna.  Seguem  algumas 
medidas   adotadas   para    prevenir    os   problemas   supracitados: 
 
­ Trincheira  impermeável   (c
  ut  off ):  É  aplicável para a impermeabilização da camada 
de  areia  na  fundação.  Solução  mais  efetiva,  pois  intercepta  integralmente  a  feição 
permeável  onde  se  deseja  interromper  o  fluxo,  preenchendo­se  o  espaço  com  solo 
impermeável  compactado  até  a  superfície  impermeável.  Em  alguns  casos,  quando  a 
camada  permeável  encontra­se  estratificada,  adota­se  a  trincheira  parcial,  em  que 
escavação  atinge  parte  da  fundação  apenas;  entretanto,  essa  solução  apresenta  pequena 
influência   na   redução   de   vazões. 

 
­ Injeções  –  Utilizada  no  controle  das  fraturas  rochosas  de  forma a tornar a fundação 
rochosa  impermeável  e  consolidada  (usa­se  calda  de  cimento  neste  caso).  Também  pode 
ser  utilizada  em  fundações  permeáveis,  por  meio  de injeções de cimento, argila, bentonita e 
aditivos  químicos.  Nessa última aplicação, a injeção é indicada quando a camada permeável 
for   profunda   (tiver   uma   maior   espessura). 
 

 
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­ Cortina  de  estacas–prancha   –  Cravação  de  estacas­prancha  metálicas  até  se 
atingir  trecho  impermeável.  De  custo  elevado,  é  pouco  utilizada,  já  que  a  presença  de 
rocha  alterada  causa  descontinuidade  na  superfície  impermeabilizada,  ocasionando 
pontos   de   fuga. 
­ Tapete  impermeabilizante   –  Indicado  quando  a  espessura  do  solo  permeável  é 
muito  grande.  Reduz­se a descarga pela fundação pelo aumento do caminho da percolação. 
É   construído   com   o  mesmo   material   impermeável   do   núcleo. 

 
 
­ Diafragma  –
    Funciona   como   uma   cortina   de   injeções   ou   de   estacas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A  seguir,  seguem  duas  soluções  de  fundações  para  o  caso  de  a  camada  de  solo 
adjacente  à  barragem  (logo  abaixo  dela)  ser  impermeável,  mas  assentar­se  sobre  uma 
camada   mais   permeável. 

 
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­ Poço  de  alívio   ­  Os  poços  de  alívio  são  instalados  junto  ao  pé  de  jusante  para 
reduzir  os  danos potenciais das sub­pressões dos materiais mais permeáveis, subjacentes a 
camada  menos  permeável  (argilosa). Tais sub­  pressões podem acarretar erosão interna do 
material  de  fundação  e  instabilidade  do  maciço.  Ajudam  também  a  controlar  a  direção  e  a 
quantidade   de   fluxo   sob   a  barragem. 

 
­ Dreno  de  pé   –  Os  drenos  de  pé são constituídos de brita e pedregulho grosso, para 
os  quais  convergem  as  águas  freáticas,  sendo,  em  seguida,  coletadas  e  drenadas  para 
algum  ponto  onde  possam  ser  lançadas  sem  causar  danos  (leito  do  rio  ou  filtros).  São 
substituídos   pelos   poços   de   alívio   no     caso   de   camadas   impermeáveis   mais   espessas. 
 

 
 

Voltando  à  questão, temos que para ser mais efetiva, essa escavação deve alcançar o 
substrato   impermeável. 
Resposta:   C 
 
 

 
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Os  diafragmas  plásticos  são  uma  solução  moderna  que  consiste  na  escavação  de 
uma  vala  estreita  ou  ranhura  no  solo  da  fundação  preenchida  com  placas  de plástico 
delgadas. 

Os  diafragmas  plásticos  não são preenchidos com placas de plástico. É uma estrutura 


de   vedação   da   percolação,   realizada   em   solo   impermeável,   cimento    etc. 
Resposta:   E 

 
As  cortinas  de  estacas­prancha  consistem  na  cravação  de  estacas­pranchas 
metálicas,   de   chapas   bastante    delgadas,    até   atingir   o  substrato   impermeável. 

Esta  é  a  definição  de  cortinas  de  estacas­prancha.  Vale  destacar  que,  segundo  a 
literatura  especializada,  a  cravação  de  estacas  prancha  é  muito  pouco  utilizada,  devido  às 
descontinuidades   da   rocha,   que   inviabilizam   sua    utilização. 
Resposta:   C 

 
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Poço  de  alívio  é  um  poço  aberto  no  corpo  da  barragem  e  preenchido  com  material 
granular,   mais   permeável   que   o  solo   de   fundação. 

Como  visto  em  resposta  de  questão  anterior,  o  poço  de  alívio  é  aberto  no  pé  de 
jusante  da  barragem.  Ele  é  preenchido  com  material  mais  permeável  que  o  restante  da 
fundação. 
Resposta:   E  

   

 
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6. Bueiros 
Bueiros  são  estruturas  hidráulicas,  construídas  nos  pontos  baixos  dos  vales, 
objetivando  a  passagem  das  águas  dos  talvegues  sob  as  obras  de  terraplenagem. 
Compõem­se  de  3  partes:  a  boca  de  entrada  (a  montante),  o  corpo  da  obra  e  a  boca  de 
saída  (a  jusante).  Em  alguns  casos,  instala­se  um  dissipador  de  energia  a  jusante.  Em 
outros,  são  previstas  grades  na  boca  de  entrada  para  evitar  que  objetos  possam  obstruir o 
escoamento. 
 

Bueiro   tubular   simples   de   concreto 

Bueiro   celular   triplo   de   concreto 
 

 
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Bueiro   tubular   duplo   de   concreto 

Um  bueiro  pode  ser  considerado  um  conduto  livre  ou  forçado  e  de  pequeno 
comprimento,  intercalado  em  um  curso  de  água,  visando  auxiliar  a  transposição  de  um 
aterro. 
Apesar  de  serem  estruturas  simples,  os  bueiros  têm  seu  funcionamento  hidráulico 
complexo.  Assim,  podem  trabalhar  de  três  formas  distintas:  como  canal  (ou  seja, 
escoamento  livre);  como  orifício  (com  carga  hidráulica  a  montante);  ou  como  conduto 
forçado   (com   carga   a  montante   e  a  jusante). 
Para  continuar,  temos  que  compreender  o  conceito  de  orifício,  que  é  uma  abertura 
regular  na  parede  ou  no  fundo  de  um  recipiente,  através  do  qual  sai  o  líquido  ali  contido, 
mantendo­se  o  contorno submerso. Pode­se dizer que  um orifício está totalmente submerso 
se  o  nível  d'água  a  jusante estiver acima do bordo superior do orifício (a). Pode­se dizer que 
ele  está  parcialmente  submerso  se  o  nível  d'água  a  jusante  está entre os bordos do  orifício 
(b). 

 
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Voltando  aos  bueiros,  sua  classificação  se  dá  segundo  os  critérios  de  número  de 
linhas,  geometria  e  materiais  utilizados.  Adota­se  a  uma  notação  simples  para  sua 
identificação,   como   veremos   adiante. 
Os  bueiros  podem  ser  simples  (“S”),  duplos  (“D”)  ou  triplos (“T”),  conforme tenham 1, 
2 ou 3 linhas (evita­se um número maior que três). No caso de um número de linhas superior 
a  um  (linhas  múltiplas),  adota­se  uma  redução  da capacidade de vazão de 5%. Ou seja, um 
bueiro duplo terá  a capacidade  de  vazão igual a 95% da soma das capacidades individuais 
de   cada   um   dos    bueiros. 
Podem  ser  tubulares  ­  “T”  (seção  circular)  ou  celulares  –  “C”  (seção  retangular  ou 
quadrada).  Existem  ainda  outras  formas  menos  comuns  (elíptica,  por  exemplo), para serem 
usadas   quando   mais   conveniente   ao    projeto. 

Quanto  aos  materiais,  as  bocas  (de  saída  e  de  entrada)  podem  ser  construídas  em 
concreto,  alvenaria  de  pedra  argamassada  ou  em  gabiões  (pedras  envoltas  por  uma  tela 
metálica,  formando  uma  espécie  de  “caixa”  recheada  de  pedras).  O  corpo  pode  ser  de 
concreto  moldado  in  loco  ou  constituído  por  peças  pré­  moldadas,  nesse  caso  denominado 
genericamente  de  bueiros  de  concreto  (“C”).  São comuns também os construídos em chapa 
de  aço  corrugadas  (bueiros  metálicos  –  “M”).  Há  ainda  os  de  PVC,  fibra  de  vidro  etc.  As 
letras  especificadas  são  úteis  em  especificações  dos  serviços  de  uma  obra  hídrica,  como 
uma   forma      de   “abreviar”   a  descrição   do   serviço   em   uma   planilha    orçamentária. 
Um  bueiro  duplo  tubular  metálico,  com  diâmetro  de  1,00m,  terá  a  notação  BDTM  ø 
1,00.  Já  a  notação  BTCC  3,00  x  2,00  corresponde  a  um  bueiro  triplo  celular  de  concreto, 
cuja   seção   tem   3,00m   de   base   e  2,00m   de   altura,    cada    uma    das   células. 
Como  critério  de  projeto,  deve­se  ter  em  mente  que  o  dimensionamento  de  obras 
novas  é  usualmente  efetuado  na  hipótese  de  funcionamento  como  canal.  Em  ocasiões 
especiais,  admite­se  uma  condição  de  operação  com  pequena  carga  hidráulica,  limitada  a 
20%   da   dimensão   vertical   da   obra. 
Já  na  verificação  do  funcionamento  de  obras  já  existentes  (as  quais  podem  estar 
“subdimensionadas”  para  os  parâmetros  técnicos  atuais),  pode  ser  aceita  alguma  carga  a 
montante,  mas  deve  ser  dada  atenção  à  estabilidade  do  aterro,  que  muitas  vezes  não 
suporta   as   solicitações   decorrentes   de   elevados   níveis   de   água   a  montante. 
 
   

 
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A   Figura   abaixo   apresenta   algumas   alternativas   de   posicionamento   de    bueiros. 

 
É  recomendável  que  seja  seguido  o  traçado  do  percurso  natural  do  talvegue  (a). 
Entretanto,  há  a  possibilidade  de  se  usar  o  alinhamento  exposto  em  (b).  Nesse  caso,  o 
bueiro  deve  ter  sua  extremidade  de  jusante  terminando  além  da  face  do  talude,  visando 
protegê­lo  da  erosão  (em  especial  o  “pé”  do  dique),  já  que  evita  seu  contato  com  o 
escoamento.  Já  no  traçado  de  (c),  o  talude  funciona  como  uma  barragem,  já  que  ocasiona 
represamento   a  montante. 
Por  fim,  assim  como  ocorre  nos  canais,  deve  ser  analisada  a  velocidade  máxima  de 
escoamento  dos  bueiros,  de  acordo  com  o  material  do  revestimento.  Deve  ser  avaliada 
também  a  velocidade  admissível  do  escoamento  hidráulico  a  jusante  da  obra, prevendo­se, 
quando  necessário,  estruturas  de  dissipação  de  energia,  que  sejam  capazes  de  reduzir 
essas   velocidades. 

 
No  dimensionamento  de  drenos  e  bueiros  em  áreas  florestais,  deve­se  calcular  a 
vazão de pico da área de contribuição à montante, levando­se em conta um período de 
retorno   de   no   mínimo   200   anos. 

Essa  questão  trata  menos  de  bueiros  e  drenos e mais sobre o conceito de período de 


retorno  (TR),  conceito  já  estudado  em  nosso  curso  (Aula  Hidrologia).  No  caso  em  tela,  as 
áreas  são  florestais,  portanto,  não  é  necessário  o  dimensionamento  das  estruturas  para 
serem  capazes  de  conduzir  vazões  de  TR  superiores  a  200  anos,  pois  uma  eventual 
enchente   numa   área   florestal   seriam   relativamente    pequenas. 
Resposta:   E 

 
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A figura acima apresenta a seção transversal  de  uma  barragem de enrocamento com 


núcleo  de  argila  proposta  para  a  formação  de  um  reservatório.  Com  relação  às 
condições  apresentadas  nessa  figura  e  considerando  que  as  regiões  identificadas 
pelas   letras   A  e    B  são   constituídas   de   enrocamento,   julgue   os   seguintes    itens. 
 
Na   seção   transversal   apresentada,   não   foi   previsto   cut­off. 

Esta  questão  teve  o  gabarito  preliminar  ERRADO,  pois  a  estrutura  apresentada  seria 
(a  princípio)  um  cut  off  parcial,  como  sendo  o  prolongamento  do  núcleo  de  argila.  Mas  o 
CESPE  mudou  o  gabarito  e  apresentou  a  justificativa  de  que  o  cut  off  é  elemento  que 
dificulta  ou  interrompe  o  fluxo  de  água  através  do  solo.  Nesse  caso,  segundo  a  banca,  a 
figura  não  representaria  o  cut  off,  já  que  não  alcançaria  a camada de baixa permeabilidade 
do   solo. 
Resposta:   C 
 
 
   

 
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O  componente  indicado  pela  letra  C  representa  um  filtro  e  sua  localização  evita 
qualquer   possibilidade   de   piping   do   material   do   núcleo   argiloso. 

A  colocação  do  dreno  representado  por  “C”,  visa  recolher  a  água  que  percola  pela 
barragem.  Diminuindo  a  vazão  de  água  transpassando  a  barragem,  diminui­se  o  risco  de 
piping.  Mas  falta  ainda  um  filtro  vertical,  que  visaria  a  reter  o  deslocamento  de  solos  finos 
provenientes   do   núcleo. 

Resposta:   E 
 
O  componente  E  representa  uma  cortina  de  injeção  e  está  convenientemente 
posicionado  de  forma  a  reduzir  substancialmente  a  vazão  de  água  através do solo de 
fundação. 

A  localização  correta  da  injeção  é  sob  o  maciço  impermeável  de  forma  a  reduzir  a 
vazão   que   passa   pela   barragem. 
Resposta:   E 
 
As   barragens   de   enrocamento,   comuns   na   construção   de   açudes,   são   do   tipo   arco. 

Barragens   do   tipo   arco   são   feitas   com   concreto. 
Resposta:   E 

 
O  efeito  erosivo  das  ondas  formadas  na  superfície  da  água  do  reservatório  sobre  o 
talude  de  montante  pode  ser  combatido  com  o  lançamento  de  uma  camada  de 
pedrisco  ou  com  o  plantio  de  grama em placas ou por meio de hidrossemeadura na 
superfície   do   referido   talude. 

A  proteção  do  talude  de  montante  é  feita  com  rip­rap  (lançado  ou  arrumado),  placas 
de  concreto,  pedras  rejuntadas,  asfalto  e  brita  corrida.  Pedrisco  ou  plantio  de  grama  são 
largamente   utilizados   no   talude   de    jusante. 

 
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Resposta:   E 

Quanto   aos   tipos   de   barragens   e  suas   características,   julgue   os   itens   subseqüentes. 
As   barragens   de   terra   homogênea   toleram   fundações   mais   deformáveis. 

As  barragens  de  concreto  são  mais  rígidas  e  as  de  terra  são  mais  flexíveis.  Assim, 
essas  últimas  acomodam­se  mais  aos  eventuais deslocamentos da fundação. Esse é um os 
motivos  para  dizermos  que  as  barragens  de  terra/enrocamento  são  menos  exigentes 
quanto   à  fundação. 
Resposta:   C 

 
 

A  respeito  da  figura  acima,  que  mostra  o  desenho  da  seção  transversal  de  uma 
barragem,   julgue   os   seguintes    itens. 
O   trecho   indicado   pelas   letras   ABCD   é  denominado   ensecadeira. 
O  trecho  indicado  pelas letras ABCD é denominado trincheira (ou cut off) parcial. Essa 

 
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parte  da  estrutura  tem  a  função  de  diminuir  a  percolação  pela  fundação.  A  ensecadeira  é 
uma  estrutura  utilizada  durante  a  construção  da  barragem.  Antes  de  ser  iniciada  a 
construção  da  barragem,  o  rio  precisa  ser  desviado de seu curso natural. O desvio pode ser 
feito  em  duas  fases, como na Figura A, ou, se as condições topográficas e geológicas assim 
o  permitirem,  através  de  um  ou  mais  túneis escavados em rocha ou canais de desvio, como 
na   Figura    B. 
Resposta:   E 

O  número  1  indica  o  componente  destinado  a  diminuir  a  infiltração  de  água  do 


reservatório   pelo   corpo   da    barragem. 
O  número  1  indica  componente  destinado  a  conduzir  com  segurança  a  água  que 
percola   o  maciço.   Mas   não   diminui   a  infiltração   de   água   na    barragem. 
Resposta:   E 
 
O   talude   jusante   da   barragem   está   indicado   no   desenho   pelo   número   2. 
A  distinção  entre  os  termos  montante  e  jusante  sempre  é  cobrado  pelo  CESPE. 
Lembrem­se  sempre  de  que, considerando o  sentido do escoamento , montante é  o que fica 
antes,   acima   ,  enquanto   jusante   é  o  que   após   ou   abaixo   (n
  o   sentido   do   escoamento ). 
Resposta:   E 
 
 

 
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O  componente  destinado  a  drenar  a  água  que  percola  pelo  corpo  da  barragem  está 
especificado   no   desenho   pelo    número   3. 
O  componente  destinado  a  drenar a água é o de número 2. O componente de número 
3   visa   a  diminuir   a  percolação   de   água. 
Resposta:   E 
 

A   seção   transversal   apresentada   na   figura   é  típica   de   uma   barragem   zonada. 
É   característica   da   barragem   zonada   ter   um   núcleo   impermeável   e  espaldares 
formados   por   material   mais   permeável. 
Resposta:   C 

Considerando  a  seção  transversal  de  uma  barragem  construída  sobre  solo 


predominantemente  siltoso  e  o  esquema  da  figura  acima,  julgue  os  itens  que  se 
seguem. 
Para  as  condições  apresentadas  na  figura,  a  segurança  da  barragem  contra 
problemas  advindos  do  fluxo  de  água  pelo  solo  de  fundação estará sempre garantida 
caso  o  seu  núcleo  argiloso  penetre  na  camada  de  fundação  até  a  metade  da  sua 
espessura. 
O  ideal  é  que  a  trincheira  (prolongamento  do  núcleo  ao  longo  do  solo  de  fundação) 
atinja   o  substrato   impermeável. 
Resposta:   E 
 

 
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A  diferença  de  valores  de  rigidez  dos  materiais  utilizados na barragem pode provocar 
o   trincamento   do   núcleo    argiloso. 

A  diferença  de  rigidez  ocasiona  trincamento  de  partes  da  estrutura  devido  aos 
diferentes  níveis  de  acomodação  de  cada  material.  Por  isso,  são  previstas  camadas  de 
transição   entre   materiais   diferentes   (por   exemplo,   entre   argila   e  enrocamento). 

Resposta:   C 

 
 

 
Uma  das formas de ruptura hidráulica é a erosão interna, com progressão contrária ao 
fluxo   de   água,   denominada   retroerosão   tubular   ou  p
  iping. 

Está   correta   a  definição   de   piping   apresentada. 
Resposta:   C 

 
Em  barragens  construídas  sobre  terrenos  de  fundação  permeáveis,  é  possível  a 
ocorrência   de   ruptura   hidráulica   por   levantamento. 

 
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Ocorre  o  levantamento  quando  a  força  de  percolação  vertical  ascendente,  iguala­  se 
ao   peso   da   estrutura,   ocasionando   sua   ascensão    vertical. 
Resposta:   C 

 
A   crista,   ou   soleira,   é  a  denominação   dada   à  borda   inferior   de   um   vertedor. 

A  soleira  de  um  vertedouro  é  exatamente  a  sua  borda  inferior,  por  onde  escoa  o  fio 
d´água   vertente. 
Resposta:   C 

Os  principais  órgãos  constituintes  de  uma  barragem  são  o  maciço,  o  extravasor,  a 
usina  hidrelétrica,  a  tomada  d’água,  a  transposição  de  nível  (eclusa  e  escada  de 
peixes),  o  dissipador  de  energia,  entre outros. Em relação a esses componentes, 
julgue   os   itens   subsequentes. 
Se  o  local  onde  se  pretende  construir  uma  barragem  é  caracterizado  por  solo  e 
subsolo  que  apresentam  baixa  capacidade  de  suporte,  é  recomendável  a  construção 
de   barragens    de    contraforte    devido   ao   menor   peso   destas. 
Uma  fundação  com  baixa  capacidade  de  suporte  não  pode  receber  os  esforços 
decorrentes  de  barragens  de  contrafortes. Analisando o perfil dessas barragens, percebe­se 
que  há  a  redução  da  área  de  contato,  o  que  aumenta  as  solicitações  a  serem  transmitidas 

 
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pontualmente   no   terreno. 
Resposta:   E 

 
A vazão que escoa por um conduto, em que o fluido (água) está sob pressão, pode ser 
medida   por   meio   de    vertedores. 

É  bastante  comum  a  utilização  de  vertedouros  também  em  canais  abertos.  Nesse 
caso,  destinam­se  à  medição  de  vazões.  Isso  é  possível  por  meio  da  leitura  da  altura  da 
lâmina   d’   água   a  montante   de   sua   soleira. 
 

Vertedouro   para   medição   de   vazão 
Resposta:   E 
 
 
   

 
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A  vazão  máxima  é  um  valor  associado  a  um  risco  de  ser  igualado  ou  ultrapassado. 
Esse  dado  é  importante  no  dimensionamento  de  obras  hidráulicas  como vertedouros 
e   canais   de   adução. 
A  vazão  máxima  é  um  valor  associado  a  um risco (TR). A partir das vazões máximas, 
projeta­se   o  vertedor,   bem   como   os   canais   destinados   a  conduzir   essa   mesma   vazão. 
Resposta:   C 

 
Vertedores são dispositivos utilizados para medir vazão em escoamento por um canal, 
sendo  que  a  carga  sobre  a  soleira  medida  a  jusante  do  dispositivo  permite 
determinar   a  vazão. 

Os  vertedores  são  utilizados  para  medir  vazões,  mas  a  carga  é  medida  a  montante 
da   soleira. 

Resposta:   E 
 

   

 
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7. Canais 
 

 
Canais  são estruturas hidráulicas que têm por objetivo a condução de águas, de forma 
a  compatibilizar  as  demandas  às  disponibilidades.  Essas  demandas  podem  ser  para 
abastecimento,   irrigação,   drenagem   etc. 
Diferentemente  dos  condutos  sob  pressão,  os  canais  operam  em  escoamento  livre e, 
portanto,   por   gravidade. 
O  dimensionamento  de  um  canal  pode  ser  diferente  de acordo com as características 
da  superfície  em  contato  com  a  água  (em  função  de  o canal ser revestido ou não). Deve­se 
projetar  o  canal  segundo  a  hipótese  de  escoamento  uniforme,  todavia,  é  importante  a 
determinação  da linha d'água em condições mais realistas de projeto, supondo condições de 
escoamento  gradualmente  variado  (lembrando:  “variado”  =  aquele  que  varia  ao  longo  de 
sua   trajetória,   ou   seja,   de   montante   para   jusante). 
Os  canais  revestidos  são  mais  estáveis,  como  é  de  se  supor. Assim, o problema  de 
dimensionamento  reduz­se  à  otimização  da  seção  transversal  para  transportar  a  vazão  de 
projeto  a  custos  mínimos.  Isso  significa  que,  dados  (i)  o  coeficiente  de  rugosidade,  (ii)  a 
declividade  e  (iii)  a  área,  deve­se  buscar  uma  seção  geométrica  composta  pelo  menor 
perímetro  molhado  possível.  Assim,  gasta­se  menos  com  revestimento  do  canal.  Essa  é 
denominada   a  seção   de   máxima    eficiência. 
Já  os canais não­revestidos, ou erodíveis (= que podem sofrer erosão, ou seja, podem 
perder  material  sólido  das  margens  e  fundo),  têm  como  limitação  de  projeto  a  sua  própria 
instabilidade.  Essa  característica  variará  de  acordo  com  a  sua geometria, dos materiais do 
canal e dos materiais conduzidos pela água.  Assim, pode­se dimensionar esse tipo de canal 
pelo   método   da   velocidade   permissível   ou   o  método   das   tensões   de   arraste. 

 
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O  primeiro  método  (velocidade  permissível)  é  mais  simples  e  consiste  em 


dimensionar­se  o  canal  respeitando­se  as  limitações  de  velocidades  para  que  não  ocorra  a 
erosão  do canal. O valor limite da velocidade máxima será função do  material constituinte  do 
canal  e  da   carga  de  material  sólido   transportada  pelo  canal.  Ou  seja,  a  presença  de 
sedimentos  na  água aumenta a ocorrência de erosão, o que ocasiona a necessidade de que 
a  velocidade  de  escoamento  seja  menor.  Entretanto,  esse  método  não  leva  em  conta  a 
geometria   da   seção,   apenas   o  tipo   de   material. 
O  segundo  método  (tensões  de  arraste)  dimensiona  o  canal  de  forma  a  manter  as 
tensões  de  cisalhamento  (tensão  de  arraste) junto às paredes e ao fundo de canal inferiores 
a  uma  tensão  admissível,  valor  a  partir  do  qual  ocorreriam  processos  erosivos.  As  tensões 
de  arraste  efetivas  são  diferentes  no  leito  e  nas  paredes  do  canal.  Se  forem  inferiores  à 
tensão   crítica,   o  canal   será    estável. 
Qualquer  que  seja  o  revestimento  do  canal,  é  necessário  verificar  as  velocidades  do 
escoamento,  tanto  para  as  máximas  quanto  para  as  mínimas.  No  que tange as velocidades 
máximas,  mesmo  nos  canais  revestidos,  elas  não  podem  ser  tão  grandes  que  provoquem 
abrasão  (desgaste  causado  pelo  fluxo  da  água)  na  parede  ou  deslocamento  do 
revestimento.  Há  também  a  verificação  de  velocidades  mínimas  de  forma  a  se  evitar  a 
deposição   de   material   carreado   e  o  crescimento   da   vegetação   nas   margens. 
Exige­se  também  que  crie  uma  distância  vertical  entre  o  topo  do  canal  e  a  superfície 
da  água  nas  condições  de  projeto,  denominada   borda  livre .  Funciona  como  uma  faixa  de 
segurança,  face  às  imprecisões  e  incertezas  do  dimensionamento.  Ademais,  as  bordas 
livres  justificam­se  também  em  função  da  formação  de  ondas  superficiais  devido  às 
imperfeições   do   canal,   obstáculos    etc. 
Como  visto,  o  tipo  de  revestimento  de  um  canal  interfere  na  sua  capacidade  de 
condução   hidráulica.   Porém,   há   outros   aspectos    envolvidos. 
Canais  em  solos  ou  vegetação  têm  como  vantagens  o  baixo  custo  de  implantação  e 
sua  melhor  inserção  ambiental. Por outro lado, as baixas  velocidades  admissíveis implicam 
na  necessidade  de  canais  de  maior  porte  do  que  aqueles  correspondentes  aos  canais 
revestidos.   Ademais   esses   tipos   de   canal   exigem   manutenção   constante. 
Canais  revestidos  de  concreto  são  mais  comumente  utilizados  em  locais  em  que  a 
faixa  disponível  para  a  implantação  da  obra  é  reduzida.  O  concreto  permite  uma  grande 
flexibilidade  na  adoção  da  forma  geométrica  do  canal, além de permitir maiores velocidades 
de  escoamento,  que  possibilitam  uma  maior  capacidade  de  vazão.  As  seções  de  concreto 
não  exigem  tanta  manutenção  quanto  aquelas  em  solo  ou  vegetação.  Como  desvantagens 

 
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apontam­se  o  alto  custo  e  aspectos  ambientais.  Em  sistemas  de  drenagem,  ocorrem 
impactos   hidráulicos   devido   à  antecipação   dos   picos   de   cheia. 
Além  desses  tipos  de  revestimento,  destaca­se  a  utilização  de  gabiões  (grades 
metálicas  preenchidas  com  pedra)  e  enrocamentos  ou  rip­raps  (pedras  lançadas  ou 
arrumadas). 
Por  fim,  cabe  destacar  que  a  medição  de  vazões  em  canais  abertos  pode se dar  por 
intermédio  de  diversas  técnicas,  tais  como:  flutuadores,  calhas  Parshall,  molinetes  ou  em 
vertedores. 

Os  canais  são  estruturas  hidráulicas  que  têm  por  objetivos  básicos  a  condução  das 
águas,  seja  para  abastecimento,  irrigação,  drenagem,  etc.,  ou  ainda,  possibilitar  ou 
favorecer  a  navegação,  na  implantação  de  hidrovias,  de  forma  a  assegurar 
profundidades  necessárias  para  a  circulação  de  embarcações.  Qualquer  que  seja  o 
objetivo,  no  entanto,  seu  dimensionamento  obedece  aos  mesmos  critérios. 
Sabendo­se  que  um  canal  revestido  de  concreto  (K=80  m1/3/s)  será  construído  para 
atender  a  uma  vazão  de  3600  l/s,  escolha  a  seção  transversal  que  garanta  a 
velocidade   máxima   de   escoamento   permitida   de   6  m/s. 

A)     
 

 
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B)     

C)     

D)     

E)     
 
 

A   maioria   (não   todas)    das   questões   que   exigem   cálculos   cobra   do   aluno   um   raciocínio 
simples,   como   o  seguinte: 
Para   uma   vazão   de   3600   l/s,   passando   pela   seção   a  uma   velocidade   de   6  m/s, 
precisaremos   da   seguinte   área   A  de   canal: 
Q   =  3600   l/s   =  3600   dm3/s   V  =  6  m/s   =  60   dm/s 
A   =  Q/V   =  3600   /  60   =  60   dm2 
Apenas   a  área   do   item   D  corresponde   aos   60   dm2   =  0,6    m2. 

Resposta:   D    

 
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8. Condutos   sob   pressão 
Os  condutos  sob  pressão  (ou  condutos  forçados)  são  aqueles  que  trabalham 
submetidos  a  uma  pressão  diferente  (geralmente  maior)  da  atmosférica.  Assim,  sua  seção 
deve  ser  sempre  fechada,  e  o  líquido  escoa  em  seu  interior,  enchendo­  a  totalmente.  Em 
geral,   apresentam   seção   circular. 
 

 
Os  condutos  forçados  podem  funcionar  por  gravidade  (declividade  natural do terreno) 
ou  por  recalque (bombeamento) vencendo desníveis entre o ponto de captação e o ponto de 
utilização. 
A  Figura  abaixo  detalha  a  aplicação  do  teorema  de  Bernoulli  aos  escoamentos  em 
conduto  forçado.  A  Figura  abaixo  (a) apresenta uma situação sem escoamento  (v = 0 m/s). 
Nesse  caso,  a  linha  de  pressões  (soma  das  cargas  de  posição  e  de  pressão)  permanece 
inalterada  no  nível  do  ponto  1.  Na  situação  em  que  há  escoamento  (Figura  abaixo  (b)),  a 
carga    cinética    não    é   nula    (v    >   0    m/s). 

Portanto,  como  o  plano  de  energia  (linha  de  pressões  adicionada  à  carga  de 
velocidade)   continua   no   mesmo   nível,   a  linha   de   pressões    diminui. 
Na  situação da Figura abaixo, o diâmetro do tubo diminui. Como a vazão permanece a 
mesma,  segundo  a  equação  da  continuidade  (Q  =  V.A)  a  velocidade  aumenta, aumentando 
a   carga   cinética.   Assim,   há   uma   diminuição   ainda   maior   da   linha   de   pressões. 
 
 
 
 

 
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Entretanto,  na  prática,  o  líquido  no  conduto  é  submetido  a  forças  de  atrito  (com  a 
parede  interna  do  tubo),  que ocasionam uma perda de energia. Portanto, o plano de energia 
rebaixa­se   proporcionalmente   à  perda   de   carga. 
Muitas  vezes,  devido  à  topografia  do  terreno,  a  tubulação  poderá  estar  totalmente 
abaixo,   coincidente   ou   acima   da   linha   piezométrica   (de    pressões). 

 
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1 –  Tubulação  totalmente  abaixo  da  linha  piezométrica:  pressão  superior  à  pressão 
atmosférica.  Portanto,  o  escoamento  contínuo  está  garantido.  Apesar  disso,   nos  pontos 
altos   da  tubulação,  pode  haver  acumulação  de  ar  causando  até  a  interrupção  do 
escoamento.  Assim,  nesses  pontos,  instalam­se  “ventosas”,  peças  que  removem  o  ar  e 
admitem  a  sua  entrada  no  caso  de  esvaziamento  da  tubulação.  Nos  pontos  baixos 
exigem­se   dispositivos   de   descarga,   destinadas   ao   seu   esvaziamento   para   manutenção. 
2 –  Tubulação  coincidente  com  a  linha  piezométrica  (escoamento  livre):  conduto  livre 
ou   canal. 
 
Deve­se   destacar   que   em   projetos   de   adutoras   adota­se   os   traçados   1  ou    2. 
 
3 –  Tubulação  corta  a  linha  piezométrica:  o  trecho  acima  da  linha  piezométrica  fica 
sujeito a pressões inferiores à atmosférica, o que aumenta o risco de contaminação da água, 
com  a  entrada  de  impurezas  do  meio  externo  para  o  interior  da  tubulação  caso  haja 
qualquer   abertura   (imperfeição)   nas   paredes   do   tubo. 

4 –  Tubulação  corta  o  plano  de  carga  estático:  escoamento  ocorre  naturalmente 


apenas   se   a  tubulação   estiver   cheia. 
5 –  Tubulação  corta  a  linha  piezométrica  absoluta:  Nesse  caso  é  impossível  o 
escoamento  por  gravidade.  Exige­se  a  instalação  de uma bomba para impulsionar  o líquido 
até   o  ponto   mais   alto. 
Por  fim,  vale  citar  que,  em  condutos  fechados  a  medição  de  vazões  ocorre  por  meio 
de   técnicas   tais   como:   tubos   do   tipo   Venturi,   tubo   de   Pitot    etc. 
 
 
   

 
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Perda   de   carga 
Vimos  que  no  escoamento,  o  líquido  transforma  energia  em  calor  no  contato  com  a 
tubulação.  Essa  energia  denomina­se  perda  de  carga.  Essa  perda  de  carga  divide­se  em 
contínua   (ao   longo   do   tubo)   e  localizada   (em   conexões,   aparelhos   etc.). 
A  contínua  deve­se,  principalmente,  ao  atrito  interno.  A  razão  entre  a  perda  de  carga 
contínua  e  o  comprimento do conduto (L), representa o gradiente ou a inclinação da linha de 
carga,   e  é  denominada   por   perda   de   carga   unitária    (J): 
Δh′
J= L  

A   fórmula   universal   da   perda   de   carga   fornece   o  valor   da   perda    de    carga    contínua. 
f .U ²
   Δh′ = D.2g  

Onde: 

f   =  coeficiente   de   perda   de   carga; 
U   =  velocidade   média   do   escoamento   (m/s);   L  =  comprimento   do   conduto   (m); 
D   =  diâmetro   do   conduto   (m); 
g   =  aceleração   da   gravidade   (m²/s). 
 

 
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