APD – ARQUITETURA de PROCESSADORES DIGITAIS

MÓDULO 2

a. Parâmetros de tensão e corrente de entrada/saída

Os microcontroladores possuem características elétricas relacionadas às tensões

e correntes fornecidas/absorvidas pelas portas de entrada/saída.
Os valores destes parâmetros devem ser considerados a fim de se evitar
problemas com a interligação de componentes externos ao microcontrolador.

• VIL (Input Low Voltage)
valor limite de tensão para que seja
considerado nível lógico “0” na entrada do microcontrolador.
• VIH (Input High Voltage)
valor limite de tensão para que seja
considerado nível lógico “1” na entrada do microcontrolador.
• VOL (Output Low Voltage)
valor limite de tensão fornecida pelo
microcontrolador quando sua saída apresenta nível lógico “0”.
• VOH (Output High Voltage)
valor limite de tensão fornecida pelo
microcontrolador quando sua saída apresenta nível lógico “1”.

• IIL (Input Low Current)
valor limite de corrente fornecida [ − ] pelo

microcontrolador quando aplicado nível lógico “0” em sua entrada.
• IIH (Input High Current)
valor limite de corrente absorvida pelo
microcontrolador quando aplicado nível lógico “1” em sua entrada.
• IOL (Output Low Current)
valor limite de corrente absorvida pelo
microcontrolador quando sua saída apresenta nível lógico “0”.
• IOH (Output High Current)
valor limite de corrente fornecida [ − ] pelo
microcontrolador quando sua saída apresenta nível lógico “1”.

Microcontrolador AT89S52 (ATMEL)

Parâmetro Valor Min Valor Max Observações e condições de validade
VIL - 0,5V 0,9 V -
VIH 1,9 V 5,5 V -
VOL - 0,45 V -
2,4 V - IOH = [ - ] 60 µA (P1, P2, P3) ou [ - ] 800 µA (P0)
VOH 3,75 V - IOH = [ - ] 25 µA (P1, P2, P3) ou [ - ] 300 µA (P0)
4,5 V - IOH = [ - ] 10 µA (P1, P2, P3) ou [ - ] 80 µA (P0)
IIL - [ - ] 50 µA VIL = 0,45 V
IIH - ≈0 -
1,6 mA - Portas P1, P2, P3
IOL
3,2 mA - Porta P0
[ - ] 60 µA - VOH = 2,4 V → Portas P1, P2, P3
[ - ] 25 µA - VOH = 3,75 V → Portas P1, P2, P3
[ - ] 10 µA - VOH = 4,5 V → Portas P1, P2, P3
IOH
[ - ] 800 µA - VOH = 2,4 V → Porta P0
[ - ] 300 µA - VOH = 3,75 V → Porta P0
[ - ] 80 µA - VOH = 4,5 V → Porta P0
É importante destacar que a capacidade de absorver corrente (IIH, IOL) é muito
superior à capacidade de fornecer corrente (IIL, IOH). Esta constatação é de
grande importância no projeto das interfaces de saída.

b. Exemplo de cálculo utilizando carga genérica

c. Cálculo do resistor de pull-down (Rpull-down)

IILmin: 0,01mA IILmax: 0,09mA
VILmin: Vss VILmax: 0,9V

Rpull-down = VILmax / IILmax = 0,9V / 0,09mA = 10 kΩ

Rpull-down = 10 kΩ

d. Cálculo do resistor de base (Rb)

VOHmin: 2,8 V VOHmax: Vcc
IOHmax: 0,3mA
Hfe = 150 Corrente de acionamento do relê: 25mA

IB = IC / Hfe = 25mA / 150 = 0,167mA

RB = (VOHmin – 0,7 V) / IB = [(2,8 V – 0,7 V) / 0,167m A ] = 12,6 KΩ

RB = 12 KΩ
 c. Circuito de RESET

O reset no 8051 é ativo quando o pino RST permanecer em nível alto por 2 ou
mais ciclos de máquina (MC).

Neste caso, a CPU executa o chamado reset interno, que consiste em inicializar
seus registros internos com valores predeterminados:

d. O PC, o acumulador, o registro B, os flags, o DPTR e todos os registros dos

temporizadores/contadores são zerados
e. No Stack Pointer, é colocado o valor 07
f. As portas P0 a P3 terão valor FFH
g. O SBUF (Buffer serial) estará com conteúdo indeterminado e o registro de
controle da porta serial (SCON) será zerado
h. O registro PCON terá apenas seu bit mais significativo zerado
i. Os registros de controle de interrupção (EI e IP) terão ambos o valor binário
XXX00000

Durante o reset, o nível lógico dos pinos é indeterminado, indo a nível lógico 1
após a execução da rotina interna de reset.

Após um reset, o microcontrolador passará a executar as instruções gravadas na

memória de programa (ROM) a partir do endereço 0000h. Geralmente esta rotina
é conhecida como inicialização do sistema.

Para a execução do reset, deve-se conectar ao pino RST um circuito elétrico

externo - normalmente utiliza-se um circuito RC (10µF; 8K2Ω), com uma chave em
paralelo ao capacitor.
 d. Circuito de CLOCK

O clock corresponde ao relógio interno do microcontrolador, utilizado para

execução seqüencial de qualquer atividade interna ou externa à CPU.

A freqüência mínima de operação é 3,5 MHz e a máxima depende da versão do

chip – o mais comum é de até 12 MHz, mas as novas versões chegam a 60 MHz.

O 8051 possui um oscilador interno destinado a gerar o

sinal de clock do sistema.

Para utilizar o clock interno, deve-se conectar nos pinos

XTAL1 e XTAL2 um cristal oscilador na freqüência de
operação desejada, juntamente com dois capacitores de
realimentação (27 pF ~ 33 pF) conectados ao terra do
circuito.

Pode-se, também, utilizar um clock externo ao 8051,

principalmente quando há no sistema outros
dispositivos que utilizam um sinal TTL para gerar
sua base de tempo.

Para utilizar o clock externo, deve-se conectar o

pino XTAL1 no nível de terra (GND / Vss), e injetar
no pino XTAL2 o sinal do oscilador externo, que irá
diretamente para o sistema de controle e
temporização do microcontrolador.

O clock do microcontrolador é chamado de “ciclo de clock”, e corresponde à

referência ou base para geração do “ciclo de máquina” (MC), sendo que um ciclo
de máquina do 8051 tem a duração de 12 períodos de clock (Pck).

• Cristal de 12MHz
 1 
MC = 12 * Pck ⇒ MC = 12 *  6 
⇒ Mc = 1µs
 12 *10 

• Cristal de 11,0592MHz
 1 
MC = 12* Pck ⇒ MC = 12* 6
 ⇒ Mc = 1,085µs
 11,0592*10 

As instruções dos microcontroladores da família 8051 utilizam 1, 2 ou 4 ciclos de

máquina (MC) para serem executadas.
 e. Discussão
fonte de alimentação

O microcontrolador deve ser alimentado por uma fonte contínua, que forneça em
sua saída uma tensão de 5 Vdc com alto nível de estabilidade.

Uma fonte de tensão é composta por quatro estágios básicos: transformador;

retificador; filtro; regulador.

Transformador
adéqua a tensão alternada da rede ao nível correto de tensão

alternada que se deseja (127 VCA
10 VCC).

Retificador
formado por uma ponte retificadora com 4 diodos de silício, efetua
a retificação da corrente ao transformar a tensão alternada do secundário do
transformador em uma tensão contínua ondulada (com ripple).

Filtro
constituído por capacitores e indutores, retira as últimas ondulações

(ripple) que ainda possam existir sobre a tensão contínua, tornando-a mais pura.

Regulador
mantém a tensão de saída constante e

estabilizada, mesmo quando há variações na tensão
alternada da entrada ou da rede. Podem ser implementados
com componentes discretos ou na forma de circuitos
integrados, tal como o regulador de tensão 7805.