TECNOLOGIA E SOCIEDADE
Desafio em pesquisa Interdisciplinar
Resumo
Este trabalho teve como objetivo observar o interesse e as ações dos alunos a
respeito da conservação das espécies da Caatinga e do meio ambiente em que
estão inseridas, assim como incentivar a agirem em prol da sua conservação. O
trabalho foi realizado na Escola Estadual Moreira Dias, município de Mossoró/RN,
sendo aplicado um questionário investigativo a 196 alunos participantes e, em
seguida, realizou-se um simpósio com entrega de folhetos educativos sobre o
assunto abordado. O trabalho revelou ser um tema pouco abordado em sala de aula,
não havendo incentivo sobre como os alunos devem agir para conservar a Caatinga,
evidenciando que os professores devem dar mais prioridade ao assunto e incentivar,
continuamente, os alunos às ações.
Palavras-chaves: conservação, simpósio, Caatinga.
Abstract
The study was conducted in the State School Moreira Dias, Mossoró/RN, during the
months of November and December 2013, aimed to assess the interest and actions
1
Professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró – RN (andressaklima@gmail.com).
2
Professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró – RN (priksb2@gmail.com).
3
Aluno da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró – RN (yurialves18@hotmail.com).
4
Aluna da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró – RN (irlanagn@hotmail.com ).
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Mestrando em Ecologia e Conservação da Universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró – RN
(thiagoffno@gmail.com).
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INTRODUÇÃO
A Educação Ambiental auxilia na superação dos problemas ambientais,
formando cidadãos ativos e capazes de agir frente às dificuldades enfrentadas.
Neste sentido, a complexidade ambiental envolve inúmeras dimensões e necessita
de abordagens amplas e interdisciplinares. Todavia, na maioria das vezes, as ações
de Educação Ambiental encontram-se reduzidas ao âmbito ecológico, sem
considerar que a maior parte dos problemas ambientais é originada de práticas
sociais (LOUREIRO, 2004). É fundamental o estabelecimento de políticas públicas
que fortaleçam as escolas da educação básica, tendo em vista a importância que
exercem no processo de formação social, cultural, humana e ética da sociedade.
Mesmo tendo alcançado grandes avanços, no que se referem aos seus objetivos,
conteúdos, estratégias metodológicas e materiais didáticos, o universo escolar ainda
necessita de caminhos que lhe permitam contemplar dimensões relevantes do
conhecimento (GUERRA, 2006). Este legado gera a implementação de novos
valores e um maior entendimento sobre a relação do homem com a natureza,
contribuindo para uma melhor qualidade de vida (PHILIPPI; PELICIONE, 2002). Esta
nova visão ambiental orientará a comunidade para um desenvolvimento sustentável
que, por sua vez, necessita de um conjunto de eventos sociais correspondente à
formação da mente ou consciência ecológica, planejamento por parte da
administração pública e a participação da comunidade na gestão dos recursos do
ambiente (LEFF, 2001).
Em 1996, um grupo internacional de pesquisadores se reuniu em Bellagio, na
Itália, e nesta ocasião propuseram os princípios que guiam o desenvolvimento
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METODOLOGIA
O estudo teve como base a pesquisa participativa, por meio do qual os
pesquisadores estabelecem relações comunicativas com pessoas ou grupos da
situação investigada, desempenhando um papel ativo no equacionamento dos
problemas encontrados, no acompanhamento e na avaliação das ações
desencadeadas (THIOLLENT, 2005). Nessa perspectiva, Martins (2003) defende
que a unidade pesquisa-ensino é viabilizada pela pesquisa-ação, contribuindo para a
sistematização de novos conhecimentos.
A coleta dos dados ocorreu durante os meses de novembro e dezembro de
2013, na Escola Estadual Moreira Dias, município de Mossoró/RN. O estudo foi
realizado em duas etapas: Na primeira, foi aplicado a 196 alunos do ensino médio
um questionário investigativo composto de 12 questões. O questionário apresentou
questões gerais e específicas que tratava sobre os interesses e ações dos alunos
para conservação do meio ambiente e da Caatinga, bem como se já atuaram nesta
tarefa e como poderiam fazer isso no futuro. Algumas questões possuiam variável
categorizada, no qual o aluno escolhia uma das opções de resposta. As alternativas
se apresentaram de forma binária (Sim e Não), múltipla escolha ou escalonada
(VIEIRA, 2009).
A segunda etapa se constituiu da elaboração de um folheto educativo e da
organização do simpósio. As turmas foram divididas em oito grupos de cinco alunos,
para cada grupo foi incumbida a tarefa de desenvolver frases sobre meio ambiente,
dando sugestões de como cada um pode agir para sua conservação. Decidiu-se que
o folheto deveria ser simples, de fácil visualização e com frases curtas, para que
toda sua mensagem pudesse ser lida de forma clara e rápida. A melhor frase foi
selecionada pela turma, assim como as melhores sugestões de conservar o
ambiente. Em seguida, foi montado um folheto usando frases, sugestões e algumas
imagens obtidas na internet correspondentes ao tema que foi reproduzido para ser
entregue aos alunos participantes ao final do simpósio. Para a execução do
simpósio, foram convidados quatro palestrantes que exploraram a atual situação do
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A faixa etária dos alunos participantes variou entre 14 e 18 anos. Com relação
ao interesse dos alunos para o estudo da Educação Ambiental, um pouco mais da
metade (51,02%) se mostraram interessados (Figura 1). Sabe-se que a afinidade por
esse tema já é um facilitador na obtenção de uma nova consciência ambiental e na
busca por novas informações sobre o assunto. O professor tem tido dificuldades de
aproximar sua prática de reflexões teóricas estimulando o aluno a estudar e aplicar o
que aprende sobre a Educação Ambiental. Essa dificuldade pode ocorrer devido a
carga horária do professor em diferentes turnos, programas e projetos da escola que
não abordam a Educação Ambiental, dificuldades de leitura e escrita dos alunos
priorizando as aulas de português em relação as demais áreas do conhecimento,
além da ausência do acompanhamento da família na formação de conteúdos
conceituais, procedimentais e atitudinais, consequentemente os alunos não se
interessam em estudar o tema (RIBEIRO et al., 2006). No entanto, é necessária a
incorporação efetiva desse tema no planejamento escolar para que o aluno se
familiarize e adquira interesse pelo assunto. Segundo Chanel (1977, p.137), “o
interesse é o desejo que temos de conhecer um objeto ou ideia, é aquela
curiosidade que nos leva ao encontro do saber” e por sua vez o saber pode dar
motivos pra que os alunos adquiram atitudes em favor do meio ambiente. O
interesse de conhecer mais sobre o meio ambiente é o início da construção do
saber, e este interesse deve ser instigado durante as aulas de Ciências, em feiras,
gincanas, jogos didáticos, trabalhos em grupo ou outro meio que possa despertar no
aluno o interesse por tal tema.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os alunos mostraram-se interessados em trabalhar os temas que envolvem a
Educação Ambiental, embora não haja aplicabilidade no seu cotidiano. O interesse
não implica ser suficiente para estarem esclarecidos sobre o que fazer para ajudar a
conservar o ambiente, pois não há conhecimento consolidado a respeito do assunto
abordado, nem mesmo sobre as ações que deveriam adotar rotineiramente.
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Contudo, esse interesse revela ser um passo importante para os moverem a uma
ação efetivamente coerente. O professor deve fazer uso do conhecimento prévio do
aluno, ajudá-lo na aprendizagem de novos conceitos fazendo uma relação com o
seu cotidiano.
A construção do folheto em sala de aula auxiliou os alunos na compreensão
do tema, incentivando-os a agirem em prol da conservação do meio ambiente. O
Simpósio realizado foi importante para os alunos participantes, pois esclareceu
sobre os impactos causados pelo homem ao meio ambiente, sua relevância e
prejuízos, apontando a necessidade de serem minimizados através de atitudes
individuais e coletivas. No entanto, acredita-se que o pouco interesse revelado pela
mínima participação dos alunos no evento é reflexo não só da ausência eventual da
ação, mas também de vários aspectos culturais e sociais, que vão além do contexto
escolar. Portanto, o simpósio e a produção do folheto, assim como sua distribuição,
estimularam os alunos a reflexões sobre ações sustentáveis, com a necessidade de
se conservar o ambiente e que suas ações têm impactos amplos, positivos ou
negativos.
O caminho para que todos se sensibilizem para as questões amibientais é
longo e está apenas começando, por isso espera-se que mais trabalhos com esse
enfoque sejam realizados, norteando mais professores e alunos no processo de
priorização e incorporação da Educação Ambiental, movendo-os para o caminho da
ação.
REFERÊNCIAS
ABÍLIO, Francisco José Pegado; Guerra, Rafael Angel Torquemada (Org.). A
questão ambiental no ensino de Ciências e a formação continuada de professores
de ensino fundamental. Joao Pessoa: EDUFPB/FUNAPE, 2005.
ABÍLIO, Francisco José Pegado. Educação Ambiental: formação continuada de
professores no Bioma Caatinga. João Pessoa: EDUFPB, 2010.
ALMEIDA, Maria da Conceição Vieira; CÂMARA, Maria Helena de Freitas. Estudo do
ecossistema Caatinga no ensino médio a partir do livro didático de biologia e
geografia: Uma relação possível? In: TORRES, Maria Betânia Ribeiro de et al
(Orgs.). Teorias e práticas em educação ambiental. Mossoró, RN :UERN, 2009. p.
155-200.
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