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Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

1
CAPÍTULO

TRAÇÃO E COMPRESSÃO SIMPLES


ENTRE OS LIMITES ELÁSTICOS

1. TRAÇÃO E COMPRESSÃO SIMPLES ENTRE OS LIMITES ELÁSTICOS

1.1. Conceito de Tensão

Considere um corpo em equilíbrio sob a ação de um sistema de forças


externas:(figura1-1):

S
dA
∆A II ∆A n
I I n
M dF
M
∆F dρ

Figura 1-1: Corpo em equilíbrio e seccionado.

Para quantificar as forças internas num ponto M, imagina-se o corpo seccionado


por um plano genérico S passando por M. Toma-se em S um elemento de área ∆A contendo
M. Em ∆A atuam forças internas (ação da parte II sobre a parte I através de ∆A ) cuja

resultante é ∆F . A força interna média por unidade de área em ∆A será:


r ∆F
ρméd =
∆A

Admitindo que a área ∆A decresce indefinidamente, sempre contendo o ponto M,


no limite defini-se o vetor tensão no ponto M associado ao plano S (ou à direção de sua
r
normal n ):


r ∆F
ρn = lim
∆A→0 ∆A
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→ r
dF = ρ n ⋅ dA
Portanto, o vetor tensão em um ponto está associado a um plano. A área ∆A no
limite (dA) é chamada faceta. O vetor de tensão e sua medida possuem um caráter local, pois
são associados a um ponto.
r
Considerando agora a medida, ou norma, do vetor tensão ρ n , pode-se definir,
ainda, as seguintes componentes de tensão:
∆Fn
-Normal à seção: σ = lim
∆A → 0 ∆A
∆Ft
-Tangencial à seção: τ = lim ,
∆A → 0 ∆A

→ r
sendo ∆Fn a componente de ∆F na direção da normal n e ∆Ft sua componente na direção
tangencial (paralela) ao plano S.

1.2. Tensões em barras submetidas à força normal

Considerando o caso de uma barra, no qual analisam-se somente seções normais ao

eixo longitudinal da barra. No caso particular no qual o vetor resultante F R , das forças que

agem na seção, coincide com a direção normal dessa seção, isto é, só há componente F n ,
diz-se que a barra está submetida a forças normais.
r
Considere o caso simples de uma barra submetida a uma força F em seu eixo
longitudinal (força axial).

N
l
S S S

∆l

F F

Figura 1-2: Efeitos da força axial em barras de eixo reto.


r
A força F causa deformações longitudinais na barra. Essas deformações originam

componentes de tensão σ nas seções transversais, de modo que: N = σ ⋅ dA , isto é, o



esforço normal N corresponde à resultante das componentes de tensão nornal na seção. Neste
caso em particular, tem-se que σ é constante, logo:
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N = ∫ σ ⋅ dA ⇒ N = σ ∫ dA ⇒ N = σ ⋅ A

σ1

σ = constante
σ2

σ3
σ = variável na seção

Figura 1-3: Distribuição de tensões normais.

Quando σ for positivo a tensão normal é de tração, caso contrário é de compressão.


A tração causa um alongamento e a compressão um encurtamento.

1.3. Diagrama Tensão – Deformação

Inicialmente é necessário definir deformação. Considerando-se a barra anterior,


submetida a uma força axial, verifica-se a ocorrência de um alongamento ∆l, comumente
designado pela letra grega δ. O alongamento por unidade de comprimento define, então, a
∆l δ
deformação ε da barra, dada por: ε = = onde ∆l é a variação de comprimento (ou
l l
deformação absoluta), e ε a deformação específica.

Obs: É importante fazer distinção entre deformação absoluta e deslocamento.


Entende-se por deslocamento de um ponto, ou de uma seção transversal ou de um corpo, a
mudança da sua posição original. No caso da deformação, quer absoluta ou específica, sua
caracterização se dará pela mudança na forma do corpo, após ocorridos os deslocamentos.
Isto é, pela ocorrência de deslocamentos relativos entre os pontos do correspondente corpo.
Ensaios em corpos de prova padronizados permitem obter o chamado diagrama
tensão-deformação.
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F F

Incrementa-se F e mede-se ε. Para cada incremento,


l l calculam-se:
F δ
σ = eε =
A l
F F

Figura 1-4: Aplicação da força e medição das


deformações axiais.

Com os vários pares (σ; ε) constrói-se o diagrama:

Figura 1-5: Diagrama Tensão-Deformação a partir do ensaio.

O aspecto da curva σ - ε depende do material, podendo-se enquadrá-los em dois


grandes grupos: dúctil e frágil.

Curva σ –ε para material dúctil


σ

σ máx
σ adm

σe
σp patamar de escoamento

α
regime elástico regime plástico encruamento ruptura ε
Figura 1-6: Diagrama típico para materiais dúcteis.
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σ p → Limite de proporcionalidade para as deformações elásticas.


σ e → Tensão de escoamento (início das deformações plásticas)
σ D → Tensão considerada no dimensionamento:. σ d = σ máx cs
σ máx → Máxima tensão obtida no ensaio
A segurança das estruturas é garantida ao se considerar o valor de σ r no projeto

Curva σ –ε para material frágil

σ máx
σ adm

σp

Figura 1-7: Diagrama típico para materiais frágeis.

Neste caso, só ficam definidos σ p e σ máx , isto é, não ocorre escoamento do

material.
O trecho linear da curva σ –ε dos vários materiais pode ser representada pela
seguinte equação: σ = E ⋅ ε ,em que E é uma constante de proporcionalidade denominada
“módulo de deformação” do material. O valor de E se iguala à tg α e é uma característica
peculiar a cada material.
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1.4. Problema de análise estrutural: caso de uma barra sob carregamento axial

l
+ DN

A F
F

x
Diagrama de esforço normal
Figura 1-8: Barra submetida à carga axial na extremidade.

A resolução desse problema implica na determinação dos deslocamentos, das


deformações e das tensões em qualquer ponto da barra. Para tanto é necessário combinar as
relações:
- Compatibilidade:
Considerando que a barra se encontre submetida a um estado de tração uniforme,
no qual seções planas e perpendiculares ao eixo da barra se deformem paralelamente umas
em relação às outras, conforme ilustra a figura a seguir. Considerando um segmento AB na
barra indeformada, que após a ocorrência de deformação passa à posição A*B*. A
deformação específica longitudinal da barra ε x é dada por:

l
uB A∗ B ∗ − AB dx ∗ − dx u B − u A du
εx = = = = ,
AB dx dx dx
A B A* B*
x sendo du a variação dos deslocamentos
dx dx*

uA
sofridos por dois pontos distantes de dx
quando na posição indeformada.

- Equilíbrio: N ( x ) = σ x ⋅ dA . Quando σ é uniforme na seção, N ( x ) = σ x ⋅ A .



A

- Constitutiva: σ x = E ⋅ ε x ⇒ σ = E ⋅ ε

Assim:
u(x)
σ N (x ) N (x )
x x
⋅ dx ⇒ u ( x ) − u (0) = ∫
du
σ x = E ⋅ ε ⇒ σ xE ⋅ ⇒ du = x ⋅ dx ⇒ ∫ du = ∫ ⋅ dx
dx E 0 0
E⋅A 0
E ⋅ A
.
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• Para o caso particular em que N, E e A são constantes em x:


x x
N N N
u ( x ) − u (0) = ∫ ⋅ dx = ∫ dx = x
0
E⋅A E⋅A0 E⋅A
u ( x) → deslocamentos
du
εx = → deformações
dx
σ x = E ⋅ ε x → tensões
N ⋅l ∆l
Se x=l: ∆l = u (l ) − u (0 ) = , εx = e σ x = E ⋅εx
E⋅A l
Notar que ε x e σ x são constantes ao longo de x.

Se N = N ( x) ≠ cte ou A = A( x ) ≠ dx , a integral em du não é tão simples, de


modo que:
x x x

∫0 du = ∫0 E ⋅ A( x) dx ⇒ u (x ) − u (0) = E ∫0 A( x) dx
N ( x) 1 N ( x)

1.5. Caso de uma barra submetida a um carregamento uniformemente distribuído

ql
ql

+
N
q q x

l DN

N q
l-x

x A

Diagrama de esforço normal DCLs para o cálculo de N


Figura 1-9: Barra sob ação de carregamento distribuído uniforme.
Pelo equilíbrio de forças na direção x da parte da barra de comprimento l-x, tem-se:

∑ Fx = 0 ⇒ − N + q(l − x) = 0
N ( x ) = q (l − x)

Determinando a máxima componente de tensão normal e o máximo deslocamento


axial.
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N ( x) q
σ ( x) = ⇒ σ ( x) = (l − x)
A A
q ⋅l
x = 0 → σ ( x) = σ máx =
A
σ = E ⋅ε 
 du du σ σ q
du  ⇒ σ = E ⋅ ⇒ = ⇒ du = ⋅ dx ⇒ ∫ du = ∫ (l − x) ⋅ dx
ε=  dx dx E E E⋅A
dx 
q x2
⇒ u ( x) = (lx − + c)
E⋅A 2

-Condição de contorno: p/x=0, u(0)=0

q
u ( 0) = (0 + 0 + c ) = 0 → c = 0
E⋅A
q x2
u ( x) = (lx − )
E⋅A 2
du q
ε= = (l − x)
dx E ⋅ A

-Máximo deslocamento

du q
=0⇒ (l − x) = 0 → x = l
dx E⋅A
q l2 ql 2
x = l , u (l ) = umáx = (l ⋅ l − ) ⇒ umáx =
E⋅A 2 2⋅ E ⋅ A

Obs: o carregamento q pode ser o peso próprio da barra para o caso de seção
transversal com área constante.
Neste caso: q = γ ⋅ A , onde γ seria o peso específico do material e A seria a área
da seção transversal.

γ ⋅l2
Teríamos então: σ máx = γ ⋅ l e umáx =
2⋅ E
Analogamente ao que é feito no caso de vigas, pode-se determinar a equação de
equilíbrio interno através do equilíbrio de um trecho de comprimento infinitesimal dx tão
pequeno quanto se queira.
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q x N

q dx

N+dN

O equilíbrio do trecho da barra de comprimento infinitesimal dx fornece:

∑ F = 0 ⇒ − N + q ⋅ dx + N + dN = 0
x

dN
dN = − q ⋅ dx ⇒ = −q
dx
-Condição de contorno: p/ x=l →N=0

∑F x = 0 ⇒ − N + q ⋅ dx + N + dN = 0
dN = −q ⋅ dx ⇒ ∫ dN = − ∫ q ⋅ dx ⇒ N = −q ⋅ x + c

0 = −q ⋅ l + c ⇒ c = q ⋅ l
N = N ( x) = q ⋅ (l − x)

= − q ( x ) é valida para qualquer função de


dN
A equação de equilíbrio interno
dx
carregamento q ( x ) . Imagine que o comprimento dx seja pequeno de forma que a função de

carregamento possa ser considerada como a soma de um valor constante q ( x ) (valor da

função para um dado valor de x) e uma função variação suposta muito pequena: dq ( x ) ,
assim a equação de equilíbrio do trecho de comprimento infinitesimal dx ficaria:
x + dx

∑ Fx = 0 ⇒ − N + q(x ) ⋅ dx + ∫ dq(x )dx + N + dN = 0 , o valor da integral é o que


x

chamamos de infinitésimo de ordem superior, pois tem ordem de grandeza do produto de


duas grandezas muito pequenas ( dq ( x ) e dx ) e pode ser desprezado quando comparado

com termos de ordem de grandeza de apenas um infinitésimo ( dN e q ( x )dx ).

= − q ( x ) é válida para qualquer variação de q( x ) com x.


dN
Assim a equação
dx
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1.6. Exemplos
1.6.1. Para a barra abaixo, determinar a função deslocamento u(x) e a variação
de comprimento total da barra. Considere o módulo de elasticidade do
material E como conhecido.

A
3A
2
3 l

A B
1
P
3 l
C
2P

O exercício é resolvido dividindo-se a barra em dois trechos distintos:


Trecho BC:
- “entrando” de baixo para cima para determinar o esforço normal, tem-se:

N = 2P

N BC 2 P σ BC N 2P
N BC = 2 P ⇒ σ BC
x = = ⇒ ε BC
x = x
= BC =
ABC A E EABC EA

2P

⇒ u (x ) =
du 2P 2
Sendo ε x = x + C1 , para l ≤ x ≤ l
dx EA 3
Trecho AB:
- “entrando” de baixo para cima para determinar o esforço normal, tem-se:

N=P

N AB P σ AB N P
N AB = P ⇒ σ xAB = = ⇒ ε xAB = x = AB =
AAB 3 A E EAAB 3EA
2P - P = P

⇒ u (x ) =
du P 2
Sendo ε x = x + C 2 , para 0 ≤ x ≤ l
dx 3EA 3
Como a barra está fixa em x = 0 (topo):
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 2  2P
u(0) = 0 e C2 = 0. → u (x ) =
P 2
x , para 0 ≤ x ≤ l → u l  = l
3EA 3  3  9 EA
Para achar C1:
− 10 P
u(x ) = x + C1 , para l ≤ x ≤ l → u (x ) =
2P 2 4P 2P
l + C1 = l → C1 = l
EA 3 3EA 9 EA 9 EA

 P 2
 3EA x, se 0 ≤ x ≤ 3 l
u(x ) = 
2P 10 P 2
 x− l , se l ≤ x ≤ l
 EA 9 EA 3

u (x)

8Pl
9EA

2Pl
9EA

2 x
3 l l

Variação de comprimento total:

δ TOT = u (l ) =
8P
l
9 EA
Alternativamente:
P 2 2P 1 8P
δ TOT = δ AB + δ BC = ε xAB ⋅ l AB + ε BC
x ⋅ l BC = ⋅ l+ ⋅ l= l
3 AE 3 AE 3 9 EA

1.6.2. Para a barra solicitada por forças longitudinais centradas, calcular: a) A


Tensão Normal máxima; b) Os deslocamentos dos pontos das seções A e
B.
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30kN 10kN
x E = 10.000 kN/cm²
3m 2m
A B C A = 2 cm²

Figura 1-10: Exemplo 1.6.1

- Diagrama de corpo livre para o cálculo das reações:

MA
30kN 10kN
HA

VA

M A = 0 e VA = 0 (atendidas identicamente)

∑F x = 0 ⇒ H A + 30 − 10 = 0 → H A = −20kN

- Esquema:
SI S II
20kN 30kN 10kN

Seção S I :

SI
N AB − 20 = 0 ⇒ N AB = 20kN (tração)
20kN N AB

Seção S II :
S II
20kN 30kN N BC
N BC + 30 − 20 = 0 ⇒ N BC = −10kN (compressão)

- Determinação das Tensões

N AB 20
Trecho AB: σ AB = ⇒ σ AB = ⇒ σ AB = 10 kN cm 2 (tração)
AAB 2
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N BC − 10
Trecho BC: σ BC = ⇒ σ BC = ⇒ σ BC = −5 kN cm 2 (compressão)
ABC 2

Obs.: em valores absolutos, tem-se que σ máx= σ AB = 10 kN cm 2 .

- Determinação dos deslocamentos:


∆l→ variação do comprimento em cada

N = cte trecho. Quanto os pontos de uma seção se


 ⇒ u ( x) − u (0 ) =
N
x
A = cte  E⋅A deslocam em relação aos de uma outra
seção.

Condição de contorno (válida para o trecho AB): u (0 ) = 0

Trecho AB:

20kN ⋅ 300cm
∆l AB = u (300) − u (0 ) = = 0,3cm ⇒ u (300) = 0,3cm
10.000 kN 2 .2cm 2
cm

Trecho BC:

− 10kN ⋅ 200cm
∆lBC = u (500) − u (300 ) = = −0,1cm ⇒ u (500) = 0,3 − 0,1 = 0,2cm
10.000 kN 2 .2cm 2
cm
ou ainda ∆l AC = u (500 ) − u (0 ) = ∆l AB + ∆lBC = 0,2cm .
u(x) (cm)

0,3 0,2
x(cm)
0 300 500

1.6.3. Para a barra submetida a forças longitudinais centradas, calcular: a) O


valor da força F de modo que não seja exercida a tensão normal
admissível (respeitando os sentidos de F); b) Para o maior valor possível
de F, calcular o máximo deslocamento e verificar se existe alguma seção,
além do engaste, cujos pontos tenham deslocamento nulo. Caso exista,
determinar sua posição.
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σ adm = 12kN / cm 2
5F 2F E = 1,0 ⋅104 kN / cm 2
A B C D x

1,5 m 1,5 m 3m AAC = 6cm 2


ACD = 3cm 2
Figura 1-11: Exemplo 1.6.2

- Reações e diagrama de esforço normal:

∑ Fx = 0 ⇒ H A − 5F + 2 F = 0 ⇒ H A = 3F
HA 5F 2F
A B C D x

SI SII

3F 5F 2F
A B C D x

Trecho AB (SI): Trecho BD (SII):

SII
SI

3F N AB 3F 5F N BC = N CD
A A B

3F+NAB=0 →NAB=-3F 3F-5F+N=0 →N=2F


(compressão) (tração)

Diagrama de esforço normal:


2F
+ (DN)
A
B C D
-
3F

- Máximo valor de F
A tensão normal máxima em qualquer seção não pode ser maior que a admissível:
σ ≤ σ adm tanto na compressão quanto na tração.
Existem três trechos nos quais N e A são simultaneamente constantes:
* Trecho AB: NAB=-3F e AAB= AAC = 6cm²
* Trecho BC: NBC=2F e ABC= AAC= 6cm²
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* Trecho CD: NCD=2F e ACD= 3cm²

Com isso, fica clara a possibilidade de utilizar a equação σ = N A em cada


trecho.
− 3F
* Trecho AB: σ AB ≤ σ adm ⇒ ≤ 12 ⇒ FAB ≤ 24kN
6
2F
* Trecho BC: σ BC ≤ σ adm ⇒ ≤ 12 ⇒ FBC ≤ 36kN
6
2F
* Trecho CD: σ CD ≤ σ adm ⇒ ≤ 12 ⇒ FCD ≤ 18kN
3

- Deslocamentos em cada trecho da barra para o caso de F = Fmáx =18 kN

N trecho ⋅ ltrecho
∆ltrecho = , para trechos nos quais E, N e A são simultaneamente
Etrecho ⋅ Atrecho
constantes.
− 3 ⋅ 18 ⋅ 150
u ( xB ) = ∆l AB = ⇒ ∆l AB = −0,135cm
10000 ⋅ 6
2 ⋅ 18 ⋅ 150
u ( xC ) − u ( xB ) = ∆lBC = = 0,09cm
10000 ⋅ 6
2 ⋅ 18 ⋅ 300
u ( xD ) − u ( xC ) = ∆lCD = = 0,36cm
10000 ⋅ 3

- Deslocamentos longitudinais das seções C e D:

u ( xC ) = u ( xB ) + ∆lBC = ∆l AB + ∆lBC = ∆l AC = −0,045cm

u ( xD ) = u ( xC ) + ∆lCD = ∆l AB + ∆lBC + ∆lCD ⇒ ∆l AD = −0,045 + 0,36 ⇒ ∆l AD = 0,315cm

- Máximo deslocamento longitudinal


umáx = máx{u ( xB ), u ( xC ), u ( xD )} ⇒ umáx = u ( xD ) = ∆l AD = 0,315cm
Obs.: Os deslocamentos de uma seção qualquer devem ser determinados em
relação à mesma origem, que neste caso é a seção A (x = 0).

- Seção com deslocamento nulo:


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u(x) (cm)

0,315

d
150 300
x(cm)
0 600
-0,045
-0,135 300-d

d 300 − d
= ⇒ 0,315d = 0,045(300 − d ) ⇒ 0,36d = 13,5 ⇒ d = 37,5cm
0,045 0,315
No trecho CD em relação à seção C.

1.6.4. Determinar o encurtamento absoluto num bloco troncônico causado pela


força axial compressiva P e pelo peso do bloco P0. O módulo de
deformação longitudinal e o peso específico do material do bloco têm
respectivamente os valores E e γ.

P a
x
h

dx
d(x)

x
d0

Figura 1-12: Exemplo 1.6.3

- Equação geral para o cálculo dos deslocamentos


du N ( x) N ( x)
εx = = ⇒ du = dx
dx E ⋅ A( x) E ⋅ A( x)
- Análise para a força P no topo do bloco

−P π ⋅ [d ( x)]2
h
∆l1 = u1 (h ) − u1 (a ) = e u1 (h ) = 0
1
E ∫a A( x)
dx , A( x ) =
4

d (x ) d0
⇒ d (x ) = 0 x
d
Da figura percebe-se que: =
x h h
π ⋅ d 02
Daí: A( x) = Ax = x2
4 ⋅ h2
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− P 4 ⋅ h2 1 − 4 ⋅ P ⋅ h2
h h
Logo: ∆l1 = ∫ 2
.
E a π ⋅ d0 x 2
dx ⇒ ∆l1 = 2 ∫
π ⋅ E ⋅ d0 a
− x 2 dx ⇒

h
− 4 ⋅ P ⋅ h 2  x −1  − 4 ⋅ P ⋅ h 2  h −1 a −1  − 4 ⋅ P ⋅ h2  1 1 
⇒ ∆l1 =   ⇒ ∆l1 =  −  ⇒ ∆l1 =  − 
π ⋅ E ⋅ d 02  − 1  a π ⋅ E ⋅ d 02  − 1 − 1  π ⋅ E ⋅ d 02  a h 

− 4 ⋅ P ⋅ h2  h − a  4⋅ P⋅h
⇒ ∆l1 = 2   ⇒ ∆l1 = − (h − a ) (encurtamento)
π ⋅ E ⋅ d0  a ⋅ h  π ⋅ E ⋅ d 02 ⋅ a

4⋅ P⋅h
Encurtamento absoluto: ∆l1 = (h − a ) .
π ⋅ E ⋅ d 02 ⋅ a

- Análise para a ação do peso próprio


Neste caso além da variação da área da seção, o diagrama de N = N ( x ) também
depende de x. Assim:
1 h N ( x)
∆l2 = u2 (h ) − u2 (a ) = ∫ dx e u2 (h ) = 0
E a A( x)

a
x

P0

N(x)

P0 + N ( x) = 0 → N ( x) = = - P0 → N ( x ) = − A( x) ⋅ x ⋅ γ
1
3
1 h A( x) ⋅ γ γ h γ
∆l2 = − ∫ x ⋅ dx ⇒ ∆l2 = − ∫ x ⋅ dx ⇒ ∆l2 = − (h 2 − a 2 )
E a 3 ⋅ A( x) 3⋅ E a 6⋅ E
(encurtamento).
γ
Encurtamento absoluto: ∆l2 = (h 2 − a 2 )
6⋅ E
- O encurtamento total absoluto será dado por:
∆lT = ∆l1 + ∆l2

1.6.5. Para o cone a seguir, suposto apoiado numa superfície indeformável,


determine a função de deslocamento u(x) e a variação de comprimento de
seu eixo.
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1
Peso total = VTOT ⋅ γ = Abase ⋅ h ⋅ γ .
3
O peso para uma porção de coordenada x a partir do topo é dado por:
γ
p( x) = A( x ) ⋅ x , que será numericamente igual a menos a normal → N(x) = - p(x)
3
(compressão).
N (x ) p(x ) γ
σ x (x ) = = − A( x ) ⋅ x ⋅
1 1
=− = − ⋅γ ⋅ x
A( x ) A( x ) 3 A( x ) 3
A deformação é dada por:
σ x (x ) γ γ 2
ε x (x ) = =− x ⇒ u (x ) = − x +C
E 3E 6E
γ 2 γ 2
Sendo u (h) = 0 ⇒ − h +C = 0⇒ C = h
6E 6E
Finalmente:
γ 2 γ 2
u (x ) = − x + h
6E 6E
A variação de comprimento total é dada por:
γ 2
δ TOT = −u (0) = − h (o sinal negativo indica um encurtamento da peça).
6E

1.7. Estruturas estaticamente indeterminadas

Há situações nas quais as equações de equilíbrio da estática são insuficientes para


se determinar as reações de apoio. Nestes casos, é necessário levar em consideração as
deformações das barras para calcular essas reações.
Considere a barra biengastada abaixo, submetida à carga axial centrada. Essa barra
é hiperestática, ou estaticamente indeterminada, pois há duas reações a determinar e só é
possível utilizar uma equação da estática. São dois os métodos para se calcular tais reações.
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RA
A
P
a
P
C

l
b ∑ Fx = 0 ⇒ RA + RB = P

x RB
Figura 1-13: Barra biengastada sob carga axial.

- Primeiro método
Seleciona-se uma, ou algumas, das reações como incógnitas. Escolhamos RA , por

exemplo. Se RA for conhecida, a determinação de RB é direta, utilizando-se as equações da


estática.
RA
A
P A
a

l
l
b

B
B

Figura 1-14: Primeiro método de resolução.


Retirando-se o vínculo associado a RA , a estrutura resultante é isostática e

permanece estável, tornando-se estaticamente determinada. Dessa forma, a reação RA é


denominada “redundante estática”, e a estrutura isostática resultante é a dita “estrutura
primária”.
Considere agora o efeito de P no deslocamento do ponto A na estrutura primária.
− P ⋅b
Tal deslocamento ocorre para baixo, e seu valor é dão por δ p = .
E⋅A
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A seguir, adote a redundante RA como ação na estrutura primária. O deslocamento

RA ⋅ l
no ponto A será, então, dado por δ R = .
E⋅A
O deslocamento final do ponto A é dado pelam soma:

δ = δP + δR
Devido ao vínculo existente nesse ponto, tem-se que a deformação será nula, uma
vez que o engaste impede tal deformação. Logo:
δ = 0 ⇒ δP + δR = 0
Com isso:
− P ⋅ b RA ⋅ l P ⋅b
+ = 0 ⇒ RA =
E⋅A E⋅A l

A equação que define o deslocamento final δ do ponto A é denominada “equação


de compatibilidade de deslocamento”.
Pelo equilíbrio estático, obtêm-se RB :

P ⋅b P P⋅a
RA + RB = P ⇒ RB = P − ⇒ RB = (l − b) ⇒ RB =
l l l
Esse método de análise é também denominado “Método das Forças”, pois
considera forças como incógnitas. É um método mais geral, no qual podem ser consideradas
várias redundantes como no caso de vigas contínuas, biengastadas, etc.

- Segundo Método
Neste caso considera-se o deslocamento δ C como incógnita.

RA
A
P
a
P
C NAC

l
b P

NBC
B

x RB

Figura 1-15: Segundo método de resolução.


Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

O deslocamento δ C pode ser calculado por:

N AC ⋅ a R .a E ⋅ A ⋅ δC
δC = ⇒ δ C = A ⇒ RA = e
E⋅A E⋅A a
− N BC ⋅ b R .b E ⋅ A ⋅ δC
δC = ⇒ δ C = B ⇒ RB =
E⋅A E⋅A b

Admitindo-se que δ C é positivo para baixo, resultando em tração no trecho AB e

compressão em BC.
Pelo equilíbrio estático:

δ δ  P b+ a
RA + RB = P ⇒ E ⋅ A C + C  = P ⇒ = δC  ⇒
 a b  E⋅A  a ⋅b 
P ⋅ a ⋅b P ⋅ a ⋅b
⇒ δC = ⇒ δC =
E ⋅ A(a + b) E ⋅ A⋅l
P ⋅b P⋅a
Daí, temos que: RA = e RB =
l l

Este método de análise é também denominado “Método dos deslocamentos”, pois


considera deslocamentos como incógnitas. Assim como o método das forças, também é mais
geral, no qual podem ser consideradas várias redundantes como no caso de vigas contínuas,
bi-engastadas, etc.

1.8. Exemplos
1.8.1. Dimensionar a barra de seção circular da figura para uma tensão
admissível σ = 15kN/cm².

HA 40kN 40kN HD
A B C D
40kN x d
40kN

30cm 30cm 30cm


Seção reta DCL da barra

Figura 1-16: Exemplo 1.8.1

Reações: ∑ Fx = 0 ⇒ − H A + 40 − 40 + H D = 0 ⇒ H A = H D = H

- Diagrama de Esforço Normal:

- Esforços Normais em cada trecho


Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

SI S II S III

HA 40kN 40kN HD

Trecho AB (seção SI):

HA N AB − H A + N AB = 0 ⇒ N AB = H A = H

Trecho BC (seção SII):

N BC
− H A + 40 + N BC = 0 ⇒ N BC = H − 40
HA 40kN

Trecho CD (seção SIII):

N CD
− H A + N AB = 0 ⇒ N AB = H A = H
HA 40kN 40kN

A figura anterior corresponde ao diagrama de esforço normal hipotético, pois foi


obtido supondo-se intensidades e direções das reações. Observar que o diagrama ficou
determinado em função da reação H, que corresponde à incógnita do problema.

- Compatibilidade
H ⋅ 30 (H − 40 ) ⋅ 30 H ⋅ 30
∆lT = 0 ⇒ ∆l AB + ∆lBC + ∆lCD = 0 ⇒ + + =0⇒
E⋅A E⋅A E⋅A
⇒ H + H − 40 + H = 0 ⇒ 3 ⋅ H = 40 ⇒ H = 13,3kN

- Diagrama de esforço normal:

13,3 13,3
+ B
+
C D
DN(kN)
A
-
-26,7

- Tensão em cada Trecho


Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

Trecho AB:

4 ⋅ N AB 4 ⋅ N AB 4 ⋅ 13,3
σ AB ≤ σ ⇒ 2 ≤ σ ⇒ (d AB ) ≥ ⇒ (d AB ) ≥ ⇒ d AB ≥ 1,06cm
2 2

π ⋅ (d AB ) π ⋅σ π ⋅ 15

4 ⋅ − 26,7
Trecho BC: (d BC )2 ≥ ⇒ d BC ≥ 1,50cm
π ⋅ 15
4 ⋅ 13,3
Trecho CD: (d ) 2
≥ ⇒ d BC ≥ 1,06cm
CD
π ⋅ 15
Com isso, d barra = 1,50cm satisfaz às duas condições.

1.8.2. Seja a estrutura esquematizada na figura, a qual é composta por duas


barras com área A1 e A2, despostas simétricamente com relação a um eixo
vertical. Determinar o deslocamento do ponto c.
3m 3m

A B

1 2
4m
α α
y

x C

48 kN
Figura 1-17: Exemplo 1.8.2

Dados: A1 = 4cm 2 , A2 = 2cm 2 , sen α =0,6 , cos α =0,8 , E=20000 kN/cm²


- Estabelecendo o equilíbrio do nó:

N1 N2

α α

HC

48 kN

∑F y = 0 ⇒ N1 ⋅ cos α + N 2 cos α =48


Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

⇒ ( N1 + N 2 ) ⋅ 0,8 = 48 ⇒ N1 + N 2 = 60

∑F x = 0 ⇒ − N1 ⋅ senα + N 2 ⋅ senα − H C = 0 ⇒ 0,6 ⋅ ( N 2 − N1 ) = H C

Existem 3 incógnitas a determinar: N1 , N 2 e H C

Sendo a treliça uma estrutura estável e sendo possível utilizar apenas a resultante
nula de forças como equação de equilíbrio, pode-se concluir que a treliça é 1 vez
hiperestática. Neste caso, é necessário lançar mão das deformações (equação de
compatibilidade) para resolver o problema.

A B

1 2

α α

C
δC
∆l2 C
∆l1
48 kN
Para determinar a relação entre ∆l1 e ∆l2, observamos que existe restrição ao
deslocamento horizontal do ponto C e assim, este ponto se deslocará na vertical. A
barra 1 sofrerá uma variação de comprimento ∆l1 e uma rotação em torno do nó A,
enquanto a barra 2 sofrerá uma variação de comprimento ∆l2 e uma rotação em torno
do nó B. Como tratamos de pequenas rotações, aproxima-se o deslocamento na
extremidade não fixa da barra considerada como ocorrendo perpendicular a esta
barra (por considerar que a rotação em torno do nó fixo da barra seja muito pequena).
A figura a seguir ilustra o raciocínio descrito:

α α
barra 1 barra 2

C
∆l2 ∆l1
δc

rotação da barra 2 rotação da barra 1

Isolando-se os triângulos retângulos:


Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

∆l2
α α ∆l1
δc δc

∆l1 ∆l 2
cos α = = ⇒ ∆l1 = ∆l 2
δC δC
Com isso, é possível escrever:
N1 ⋅ l1 N ⋅l
∆l1 = ∆l2 ⇒ = 2 2 .
E1 ⋅ A1 E2 ⋅ A2
Como os comprimentos e os módulos de elasticidade são iguais, podemos escrever:
N1 N 2
∆l1 = ∆l2 ⇒ = ⇒ N1 = 2 ⋅ N 2
4 2
Daí:
N1 + N 2 = 60 ⇒ N 2 + 2 ⋅ N 2 = 60 ⇒ N 2 = 20kN e N1 = 40kN
0,6 ⋅ ( N 2 − N1 ) = H c ⇒ H C = 0,6 ⋅ (20 − 40 ) ⇒ H C = −12kN

-Determinação de δ C

Pela figura da estrutura deformada


40 ⋅ 500
∆l1 = ∆l 2 = δC ⋅ cos α ⇒ 0,8 ⋅ δC = ⇒ δC = 0,313cm (para baixo)
20000 ⋅ 4

1.8.3. Determinar a reação total em A, a reação na mola C e o esforço normal no


fio DE, supondo que a barra AD tem rigidez infinita e peso desprezível.

20 kN
E
5m 5m 5m
φ = 2cm 5m
A B E = 210 GPa

D
k = 50 kN/cm

Equação de equilíbrio estático:


∑ Fy = 0 ⇒ VA + VC + N DE = 20kN
∑ M A = 0 ⇒ 20 ⋅ 5 = VC ⋅ 10 + N DE ⋅ 15 ⇒ 2 ⋅ VC + 3 ⋅ N DE = 20kNm
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

Compatibilidade de deslocamentos:
δC δ E
da figura a seguir, tem-se que tgθ = = ⇒ 3 ⋅ δC = 2 ⋅ δ E .
10 15

15 m
10 m

θ
δC
δE

N DE ⋅ l DE N ⋅ 500
δE = = 2 DE = 7,58 ⋅ 10 −3 N DE
ADE ⋅ E DE 2 ⋅ π
⋅ 2,1 ⋅ 10 4
4
VC
δC = = 0,02VC
k
3 ⋅ 0,02 ⋅ VC = 2 ⋅ 7,58 ⋅ 10 −3 N DE ⇒ VC = 0,2527 N DE

2 ⋅ 0,2527 N DE + 3 ⋅ N DE = 20 ⇒ N DE = 5,7 kN ⇒ VC = 1,44kN e V A = 12,86kN


1.8.4. Para a estrutura a seguir determinar o valor do esforço normal em toda
peça e as reações RA e RD.

A
500 kN/cm
5m
diâmetro = 4,0 cm
B
4m
diâmetro = 6,0 cm 50 kN
C
5m

Resolvendo pelo método das forças e retirando o vínculo em A, tem-se:


Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

RA

50 kN

(1) (2)
A equação de compatibilidade é dada por:
δ TOT = δ (1) + δ (2 ) = 0

 
 
 R A R A ⋅ l BC R A ⋅ l CD   1 400 500  = −4,358 ⋅ 10 −3 R
δ (1) = −
 + + 
 = −RA ⋅ + 2 + 2
 k ABC ⋅ E ACD ⋅ E   500 4 ⋅ π 6 ⋅π 
 ⋅ 2,1 ⋅ 10 4 ⋅ 2,1 ⋅ 10 4 
 4 4 
(para cima)
 50 ⋅ l CD  50 ⋅ 500
δ (2 ) =   = ⋅ 2 = 0,0421cm (para baixo)
A
 CD ⋅ E  6 ⋅ π
⋅ 2,1⋅10 4
4
− 4,358 ⋅10 −3 R A + 0,0421 = 0 ⇒ R A = 9,66kN

R D = 50 − R A = 40,34kN

N AB = N BC = R A = 9,66kN e N CD = − RD = −40,34kN

1.9. Barras constituídas por dois materiais

Seja um tubo constituído por material com módulo de elasticidade longitudinal


E1 e área A1 . Esse tubo é preenchido com material de módulo E2 e área A2 . O conjunto é
apoiado numa base rígida, e em seu topo é posicionada uma placa, também rígida, para a
aplicação da força F. Determine as tensões geradas no tubo e no material de preenchimento.
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

F
E 1, A1

Placa Rígida
E 2, A2

l Corpo de prova

Seção reta do corpo de prova

Base Rígida

Figura 1-18: Corpo de prova constituído de dois materiais e submetido a uma carga centrada.

Em cada área deve atuar uma parcela da força normal da seção, logo:
N1 + N 2 = − F (equilíbrio estático).
- Compatibilidade de deslocamentos:
Aplicação da força F →Deformação ∆l do conjunto → Tubo: ∆l1 =∆l; Material de

preenchimento: ∆l2 =∆l.

∆l1 ∆l2
Assim: ∆l1 = ∆l2 ⇒ = ⇒ ε1 = ε 2
l1 l2
σ1 σ2
Da Lei de Hooke: σ = E ⋅ ε ∴ ε 1 = , ε2 =
E1 E2
σ1 σ2 E1
Mas: ε 1 = ε 2 ⇒ = ⇒ σ1 = σ2
E1 E2 E2
E1
Considerando n = , pode-se escrever: σ 1 = n ⋅ σ 2
E2

A força Normal pode ser obtida por: N = σ ⋅ dA . Nos casos de σ constante,



teremos N=σA. Assim:
N1 = σ 1 A1 e N 2 = σ 2 A2
Daí: N1 + N 2 = − F ⇒ σ 1 ⋅ A1 + σ 2 ⋅ A2 = − F ⇒ n ⋅σ 2⋅ A1 + σ 2 ⋅ A2 = − F

−F
⇒ σ 2 (n ⋅ A1 + A2 ) = − F ⇒ σ 2 =
n ⋅ A1 + A2
Que pode ser reescrita da seguinte forma:
−F
σ2 = , em que Aeq = n ⋅ A1 + A2
Aeq

σ1
Refazendo para σ 1 : N1 + N 2 = − F ⇒ σ 1 ⋅ A1 + A2 = − F ⇒
n
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

 A2  −F −F − n⋅F
σ 1  A1 +  = −F ⇒ σ1 = ⇒ σ1 = ⇒ σ1 =
 n  A nA1 + A2 n ⋅ A1 + A2
A1 + 2
n n
n⋅F
σ1 = −
Aeq

Para exercitar, considere o pilar abaixo submetido a compressão centrada de


intensidade 1.500 kN. O pilar tem seção transversal retangular sendo adotada distribuição
uniforme de 8 barras com 25 mm de diâmetro cada, conforme ilustrado abaixo. Sabendo-se
que o aço e o concreto apresentam módulos de deformação iguais a Eaço = 21.000 kN cm 2

e Econc = 3.000 kN cm 2 , respectivamente, pede-se para determinar as tensões em cada um

dos materiais e o deslocamento vertical do pilar.

1500kN
8φ25
40cm

40cm
2,0m

Seção reta do pilar

Figura 1-19: Exercício barras constituídas por dois materiais.

Escolhamos a seguinte ordem para aplicação das equações anteriormente


deduzidas:

 π ⋅ 2,52
 A1 = 8 ⋅ ⇒ A1 = 39,27cm 2
- Material 1:Aço→  4
 E = E = 21000 kN cm 2
 1 aço

 A2 = 40 ⋅ 40 − A1 ⇒ A2 = 1560,73cm 2
- Material 2: Concreto → 
 E2 = Econc = 3000 kN cm 2

F ⋅n F
Assim: σ 1 = − e σ2 = −
Aeq Aeq

E1 21000
n= ⇒n= ⇒n=7
E2 3000
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

Aeq = n ⋅ A1 + A2 ⇒ Aeq = 7 ⋅ 39,27 + 1560,73 ⇒ Aeq = 1835,62cm 2


Logo:
− 1500 ⋅ 7
σ1 = ⇒ σ 1 = −5,72 kN cm 2 (compressão)
1835,62
− 1500
σ2 = ⇒ σ 2 = −0,817 kN cm 2 (compressão)
1835,62
Deslocamento Vertical da seção do topo do pilar:
∆l1 ∆l
σ1 = E1 ⋅ ε1 ⇒ σ1 = E1 ⋅ ⇒ −5,72 = 21000 × 1 ⇒ ∆l1 = −0,055cm
l1 200
Caso fosse pedida a força normal em cada material:
N1 = σ1 ⋅ A1 ⇒ N1 = −5,72 ⋅ 39,27 ⇒ N1 = −224,62kN
N 2 = σ 2 ⋅ A2 ⇒ N 2 = −0,817 ⋅ 1560,73 ⇒ N 2 = −1275,12kN

1.10. Tensão Inicial e Tensão Térmica

Muitas vezes, em alguns sistemas estaticamente indeterminados é possível haver


tensões iniciais no processo de montagem, quer por imperfeições quer por variações
intencionais de comprimentos. Tais tensões existem na ausência de cargas exteriores e
dependem, exclusivamente, da geometria da estrutura, das propriedades mecânicas dos
materiais e da grandeza das imperfeições.
Considere, por exemplo, que a barra de uma treliça tenha comprimento l2 = l + a ,
maior que a medida l de sua posição na montagem. Uma possibilidade para montagem é:
Comprimir a barra 2, encurtando-a no valor a. Para tanto, a força F necessária será:
N 2( ) ⋅ l2 − F ⋅ l2 a ⋅ E2 ⋅ A2
∆l2 ( I ) = − a = I
⇒ N 2 = − F ⇒ −a = ⇒F=
E2 ⋅ A2 (1)
E2 ⋅ A2 l+a
F

A B C

l 1 1

α α 2 l+a
y

x D
∆l 2 (I)= -a

F
Figura 1-20: Problema de imperfeições geométricas em estruturas de treliça.
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

Após a montagem, o ponto D se deslocará, e seu valor será menor que a diferença
de comprimento a. Podemos considerar a força de compressão na barra 2 como uma força
aplicada no nó D, conforme ilustrado a seguir:

A C A B C
B
N 2 (I) N =0

α
α
α
α

δD
a D
D

Estabelecendo o equilíbrio do nó D:
N1 N1
N 2 (II)

∑ Fy = 0 ⇒ N 2 ( II )
+ 2 ⋅ N1 cos α − F = 0 ⇒ F = N 2 ( II ) + 2 ⋅ N1 cos α (1)

∑ Fx = 0 ⇒ N1 = N1 (2) (simetria)

Como a estrutura é simétrica e o carregamento atuante é também simétrico, o ponto


D se deslocará na vertical. Analisando a compatibilidade de deslocamentos, é possível
estabelecer a relação seguinte:

∆l 2 (II)
α
∆l 1 ∆l 1

∆l1
∆l2( ) =
II
cos α
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

N 2 ( II ) ⋅ l N1 ⋅ l1 E ⋅ A ⋅ l ⋅ cos α
= ⇒ N1 = 1 1 N 2( II ) (3)
E2 ⋅ A2 E1 ⋅ A1 ⋅ cos α E2 ⋅ A2 ⋅ l1

Substituindo (3) em (1):

2 E1 ⋅ A1 ⋅ l ⋅ cos 2 α F
N 2 ( II ) + N 2( II ) = F ⇒ N 2 ( II ) =
E2 ⋅ A2 ⋅ l1 2 E ⋅ A ⋅ l ⋅ cos 2 α
1+ 1 1
E2 ⋅ A2 ⋅ l1

l
Porém, da geometria da treliça: l1 =
cos α
F
Consequentemente: N 2 ( II ) =
2 E ⋅ A ⋅ cos 3 α
1+ 1 1
E2 ⋅ A2
A força normal final na barra 2 será:
F
N 2 = N 2( I ) + N 2( II ) ⇒ N 2 = − F + ⇒
2 E1 ⋅ A1 ⋅ cos 3 α
1+
E2 ⋅ A2

 
 
 1   E2 ⋅ A2 
⇒ N2 = F  − 1 ⇒ N 2 = F  − 1
2 E ⋅ A ⋅ cos α
3
 E2 ⋅ A2 + 2 E1 ⋅ A1 ⋅ cos α
3

 1 + 1 1 
 E 2 ⋅ A2 

a ⋅ E2 ⋅ A2 a ⋅ E2 ⋅ A2  E2 ⋅ A2 
Mas F = ∴ N2 =  − 1 ⇒
l+a l + a  E2 ⋅ A2 + 2 E1 ⋅ A1 ⋅ cos α 
3

 
 
a ⋅ E2 ⋅ A2  − 2 E1 ⋅ A1 ⋅ cos α  3
a ⋅ E2 ⋅ A2  −1 
N2 =   ⇒ N2 =
l + a  E2 ⋅ A2 + 2 E1 ⋅ A1 ⋅ cos3 α  l + a 1+ E2 ⋅ A2 
 2 E1 ⋅ A1 ⋅ cos α 
3

− a ⋅ E2 ⋅ A2
N2 =
(l + a ) ⋅ 1 + E2 ⋅ A2 3 
 
 2 E1 ⋅ A1 cos α 
Avaliando-se novamente o equilíbrio do nó obtém-se:
N 2( ) + 2 N1 ⋅ cos α = F ⇒ 2 N1 ⋅ cos α = F − N 2( ) ⇒
( )
II II

2 N1 ⋅ cos α = − N 2 ( I ) − N 2( II ) ⇒ 2 N1 ⋅ cos α = − N 2 ( II ) + N 2 ( I ) ⇒

⇒ 2 N1 ⋅ cos α = − N 2
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

Os valores de força normal surgiram por ocasião da montagem, isto é, antes


mesmo da atuação do carregamento na estrutura. Com isso, existirão tensões iniciais nas
N1 N
barras dadas por: σ 1i = e σ 2i = 2 .
A1 A2
Essas tensões devem ser adicionadas às tensões provocadas pelas cargas atuantes.

Na etapa de dimensionamento é essa adição que deve ser limitada à tensão admissível σ .
Isto é:

σ 1 + σ 1c ≤ σ e σ 2 + σ 2 c ≤ σ
i i

As deformações que ocorrem nas barras de um sistema provenientes de variações


térmicas podem, também, ter o mesmo efeito que as imperfeições geométricas. Considere
uma barra biengastada que experimenta um aumento de temperatura de t0 para t.

R R
∆t = t − t 0

Figura 1-21: Barra submetida a efeitos térmicos.

Devido à presença do engaste, a barra é impedida de alongar e surgem tensões de


compressão. O processo para determinação dessas tensões é semelhante ao já apresentado, o
qual utiliza como compatibilidade de deslocamento a não alteração no comprimento da
barra, isto é, ∆lbarra = 0.

Retirando-se um dos engastes, a variação de comprimento sofrida pela barra é dada


por:
∆lT = α ⋅ l ⋅ ∆t , sendo α o coeficiente linear de dilatação térmica do material, l seu
comprimento inicial, e ∆t a variação de temperatura sofrida.

∆t = t − t 0

l ∆l T

Figura 1-22: Variação de comprimento proveniente do efeito térmico.


Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

Considerando R como força atuante na extremidade, o deslocamento sofrido pela


barra será:

N ⋅l − R ⋅l
R
∆l N = =
E⋅A E⋅A
∆l N

Superpondo os efeitos, tem-se que:


R ⋅l
∆ltotal = ∆lT + ∆lN = 0 ⇒ α ⋅ l ⋅ ∆t − = 0,
E⋅A
R = α ⋅ E ⋅ A ⋅ ∆t , sendo a normal na barra N = − R (compressão).
Outro exemplo seria o da treliça com 3 barras, em que a barra vertical sofre um
acréscimo ∆t de temperatura. Caso essa barra não estivesse posicionada, sofreria um
alongamento no valor ∆lT = α ⋅ l ⋅ ∆t .

A B C

1 1
l
α α
2

∆l T

Nestas condições, para realizar a montagem proceder-se-ia de modo análogo ao


feito anteriormente, sendo que ∆lT corresponderia à diferença de comprimento a.
Assim, a força normal gerada na barra vertical é dada por:

− ∆l ⋅ E2 ⋅ A2 − α ⋅ l ⋅ ∆t ⋅ E2 ⋅ A2
N2 = ⇒ N2 =
 E2 ⋅ A2   E2 ⋅ A2 
(l + ∆l ) ⋅ 1 +  l (1 + α ⋅ ∆t ) ⋅ 1 + 
 2 E1 ⋅ A1 ⋅ cos α   2 E1 ⋅ A1 ⋅ cos α 
3 3

A essa força normal correspondem tensões normais como resultado da variação de


temperatura ∆t, sofrida pela barra 2.
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

1.10.1. Exemplo: Sabe-se que existe uma folga de 0,5mm entre as barras da figura
à temperatura de 20°C. Determinar, para a temperatura de 140°C, a tensão
normal e comprimento final da barra de alumínio.

 A = 2000mm 2

30 cm 25 cm Alumínio E = 70GPa
 −6
A B C D α = 23 ⋅10 / °C
alumínio aço
 A = 800mm 2

0,5 mm Aço E = 190GPa
 −6
α = 18 ⋅10 / °C
Na situação de equilíbrio:

Ν1 Ν2
∑F = 0 ⇒ N1 = N 2 = N
1 2

Imagina-se que as duas barras se deformam livremente e, a seguir, aplicam-se a


condição de igualdade entre os esforços normais e a equação de compatibilidade.
∆l1T = variação de comprimento da barra 1 devida à variação de temperatura;

∆l2T = variação de comprimento da barra 2 devida à variação de temperatura;

∆l1N = variação de comprimento da barra 1 devida ao esforço normal N;

∆l2N = variação de comprimento da barra 1 devida ao esforço normal N.

∆l1T = α1 ⋅ ∆t ⋅ l1 = 23 ⋅10−6 ⋅120 ⋅ 30 = 0,0828cm

∆l2T = α 2 ⋅ ∆t ⋅ l2 = 18 ⋅ 10 −6 ⋅ 120 ⋅ 25 = 0,0540cm

∆l1N =
N
(l1 ) = N ⋅ (30) = 2,143 ⋅10 −4 N
E1 A1 7000 ⋅ 20

∆l2N =
N
(l2 ) = N ⋅ (25) = 1,645 ⋅10− 4 N
E2 A2 19000 ⋅ 8

Equação de compatibilidade:
∆l1T + ∆l2T + ∆l1N + ∆l2N = fo lg a = 0,05cm

0,0828 + 0,0540 + 2,143 ⋅ 10 −4 N + 1,645 ⋅ 10 −4 N = 0,05cm ⇒ N = −229,14kN


Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

N 229,14
σ1 = =− = −11,46kN / cm 2
A1 20

∆l1 = ∆l1T + ∆l1N = 0,0828 − 2,143 ⋅10 −4 ⋅ 229,14 = 0,0337cm

1.11. Distensão de Anel Circular (vasos de pressão de paredes finas)

O estudo apresentado a seguir é válido para tubos vazados, nos quais a espessura e,
da seção transversal, é muito menor que o raio de curvatura R, nestas condições, pode-se
considerar que as tensões normais σ apresentam distribuição uniforme ao longo da espessura
e da parede do tubo.

e
R
σθ
O

Figura 1-23: Aproximação na distribuição de tensões ao longo da espessura do anel.

Considere agora um reservatório cilíndrico com raio de curvatura R, espessura e, e


comprimento l contendo um fluido sob pressão p.

θ
r e

p R

Figura 1-24: Cilindro sob pressão interna p e sistema de coordenadas utilizado.

Analisemos o comportamento de metade de um trecho infinitesimal de


comprimento dx submetida a esforços radiais devidos à pressão interna p (as forças
decorrentes da pressão do fluido dirigem-se radialmente contra o tubo).
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

dx

R
p p
x φ
σθ σθ

Figura 1-25: Equilíbrio da meia parte do cilindro.

O equilíbrio de forças na vertical (coincidente com a direção θ no caso ilustrado)


fornece:

π π

∑F = 0 ⇒2 ⋅ σθ ⋅ e ⋅ dx = ∫ psenφdA = ∫ psenφ(Rdφ ⋅ dx ) = pRdx ∫ senφdφ = pRdx(− cos φ) 0


π
V
A 0 0

pR
2 ⋅ σθ ⋅ e ⋅ dx = 2 pRdx ⇒ σ θ = (tensão circunferencial).
e

Tomando agora o equilíbrio de forças horizontais de um trecho que contém uma


das extremidades do vaso cilíndrico, tem-se:

σx

pR
∑F H = 0 ⇒ p ⋅ π ⋅ R2 = σx ⋅ 2 ⋅ π ⋅ R ⋅ e ⇒ σx =
2e
(tensão longitudinal).

1.12. Trabalho de deformação e Energia de deformação


A ação de uma força externa F sobre um corpo tem como resultado a alteração da
sua forma. Em contrapartida, as forças de ligação entre as moléculas do corpo opõem-se à
mudança da forma provocada por essas forças exteriores. Durante a mudança de forma, ou
deformação, as forças externas produzem trabalho, o qual é transformado parcial ou
totalmente em “energia potencial de deformação”. Um material é dito elástico se no processo
de carga e descarga de um corpo de prova não aparecer uma deformação permanente e não
ocorrer dissipação de energia (sistema conservativo). Sendo o sistema conservativo, todo o
trabalho realizado pelas cargas externas é convertido em energia potencial (energia de
deformação).
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

No presente caso, considera-se que as


cargas externas são aplicadas de forma lenta e
gradativa durante o crescimento do deslocamento, de σ int
S S
forma a evitar qualquer efeito dinâmico no sistema.
Considera-se aqui o caso de materiais
δ
elásticos, o que resulta no trabalho de deformação ser
igual à energia de deformação. F ext F ext

Deslocamento δ

Trabalho realizado por Fext

Acúmulo de energia potencial na


barra
Figura 1-26: Corpo sob ação de carga
axial

A densidade de energia de deformação u (energia de deformação por unidade de


volume) pode ser calculada como a área abaixo da curva do diagrama tensão deformação:
σ Caso linearmente elástico
σ

u
u

ε ε

Para o caso linearmente elástico:


ε ε
Eε 2 σε σ 2
u = ∫ σdε = ∫ Eεdε = = = .
0 0
2 2 2E
A energia de deformação total é dada por:
σ2
U = ∫ udV = ∫ dV , para o caso mais geral.
V V
2E
Para um solicitação axial, como a tratada no presente caso:
Capítulo Primeiro – Tração e Compressão simples entre os limites elásticos

N N2 N2
σ=
A
⇒u =
2 EA2
⇒ U = ∫ 2EA2 dV
V

Ou, em função de uma carga concentrada:

1
U = W = área sob a curva = Pδ
2

Nos casos em que a força P, associada à força normal, o módulo de deformação E e


a área A da seção transversal são constantes ao longo do comprimento x, pode-se escrever:
2
Px P
δ= ⇒U = x
EA 2⋅E ⋅ A
Exemplo: considere uma barra prismática, de comprimento submetida ao peso
próprio (peso específico γ ):
Peso próprio:
q 2 (l 2 − 2lx + x 2 )
q = γA ⇒ N = q(l − x ) ⇒ N 2 = q 2 (l 2 − 2lx + x 2 ) ⇒ u =
2 EA2

q 2 (l 2 − 2lx + x 2 ) q 2l 3 γ 2 Al 3
l
l dV = Adx ⇒ U1 = A∫ dx = =
0
2 EA2 6 EA 6E

γ 2 Al 3
A energia de deformação resulta: U =
6E

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