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Relatório e Contas • 2014

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2
Índice Geral
Mensagem do Governador...............................................................................................................................9

PARTE I – CONTEXTO ECONÓMICO-FINANCEIRO..................................................................................11


1.Economia Internacional...............................................................................................................................12
1.1. Crescimento da Economia Mundial......................................................................................................12
1.2. Comércio Internacional............................................................................................................................13
1.3. Inflação.......................................................................................................................................................14
1.4. Mercado Monetário.................................................................................................................................14
1.5. Mercado Cambial Internacional............................................................................................................16
1.6. Mercado Bolsista......................................................................................................................................19
1.7. Mercado das Commodities....................................................................................................................20

2. Economia Nacional......................................................................................................................................20
2.1. Sector Real.................................................................................................................................................20
2.1.1. Actividade Económica..........................................................................................................................20
2.1.2. Preços .....................................................................................................................................................22
2.1.3. Evolução do núcleo da inflação .........................................................................................................23
2.2. Sector Fiscal...............................................................................................................................................24
2.2.1. Política e Situação Orçamental...........................................................................................................24
2.2.2. Receitas Públicas...................................................................................................................................26
2.2.3. Despesas Públicas................................................................................................................................27
2.2.4. Financiamento........................................................................................................................................27
2.2.5. Dívida Pública.........................................................................................................................................28
2.3. Sector Monetário e Financeiro...............................................................................................................29
2.3.1. Política e Desenvolvimentos Monetários e Financeiros................................................................29
2.3.2. Evolução dos Agregados Monetários...............................................................................................31
2.3.3. Base Monetária.....................................................................................................................................33
2.4. Contas Externas........................................................................................................................................35
2.4.1. Balança de Pagamentos......................................................................................................................35
2.4.2. Reservas Internacionais.......................................................................................................................38
2.4.3. Mercado Cambial Nacional................................................................................................................38

PARTE II – SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO.........................................................................................40

3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano.......................................................................................41


3.1. Actividade do Sistema Bancário............................................................................................................41
3.2. Principais Indicadores do Sistema Bancário........................................................................................43
4. Sistemas de Pagamentos...........................................................................................................................44
4.1. O Subsistema de Liquidação por bruto em Tempo Real (SPTR)......................................................45
4.2. Os Subsistemas de Compensação.......................................................................................................45

PARTE III – RELATÓRIO DE ACTIVIDADES..................................................................................................47

5. Actividades do Banco Nacional de Angola.............................................................................................48


5.1. Comités Colegiais.....................................................................................................................................48
5.1.1. Comité de Política Monetária.............................................................................................................48
5.1.2. Comité de Estabilidade Financeira.....................................................................................................52
5.1.3. Comité de Investimento.......................................................................................................................52
5.2. Emissão Monetária..................................................................................................................................53
5.3. Supervisão Comportamental..................................................................................................................54
5.4. Organização e Gestão de Recursos......................................................................................................59
5.4.1. Desenvolvimento Organizacional.......................................................................................................59
5.4.2. Gestão de Risco.....................................................................................................................................61
5.4.3. Recursos Humanos...............................................................................................................................63
5.4.4. Tecnologias de Informação..................................................................................................................63
5.4.5. Gestão de Património e Serviços.......................................................................................................64
5.4.6. Relações Internacionais.......................................................................................................................66
5.4.7. Comunicação Institucional...................................................................................................................68

PARTE IV – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS........................................................................................69

PARTE V – NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS..................................................77

PARTE VI – CERTIFICAÇÃO DO CONSELHO DE AUDITORIA................................................................133

PARTE VII – CERTIFICAÇÃO DO CONSELHO DE AUDITORIA...............................................................139

Glossário..........................................................................................................................................................143

Índice de Gráficos

Gráfico 1: Taxas de Juro de referência.........................................................................................................15


Gráfico 2: Taxas de Juro dos Mercados Interbancários............................................................................15
Gráfico 3: Yields dos Mercados Obrigaccionistas.....................................................................................16
Gráfico 4: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas face ao USD.17
Painel 1: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Emergentes face ao USD........18
Gráfico 5: Índices Accionistas das Principais Economias Desenvolvidas..............................................19
Gráfico 6: Preços das Commodities Energéticas e Alimentares.............................................................20
Gráfico 7: Taxas de Crescimento do PIB Real e PIB Real por Sectores de Actividade........................21
Gráfico 8: Taxa de Inflação e Componentes do IPC...................................................................................22
Gráfico 9: Pesos das Classes de Despesas na Inflação............................................................................23
Gráfico 10: Índice de Preços Grossista (Taxas de variação, em %).........................................................23
Painel 2: Núcleo de Inflação em 2014 (em %) ...........................................................................................24
Gráfico 11: Dívida Pública e Dívida Pública Externa por Credores (em % do PIB)...............................28
Gráfico 12: Taxas de Juro Directoras e Taxas Luibor.................................................................................30
Painel 3: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário (em %) ............................30
Gráfico 13: Reserva Bancária - Depósitos Obrigatórios e Livres (em Kz Mil Milhões)........................34
Gráfico 14: Conta Corrente e Suas Componentes.....................................................................................35
Gráfico 15: Principais Países de Procedência das Importações..............................................................36
Gráfico 16: Conta Financeira e Suas Componentes..................................................................................37
Gráfico 17: Reservas Brutas e Rácio de Cobertura das Importações.....................................................38
Gráfico 18: Taxas de Câmbio no Mercado Primário e Secundário.........................................................39
Gráfico 19: Estrutura do Activo Total (em %)..............................................................................................41
Gráfico 20: Crédito Vencido/Crédito Total...................................................................................................42
Gráfico 21: Estrutura do Passivo Total (Em %)............................................................................................42
Gráfico 22: Rácios de Liquidez Geral e Imediata (Em %)..........................................................................43
Gráfico 23: Rácio de Solvabilidade...............................................................................................................44
Gráfico 24: Estrutura do SPA..........................................................................................................................44
Gráfico 25: Número e Montante de Documentos Compensados no SCV............................................45
Gráfico 26: Número e Montante das Transferências efectuadas no STC............................................46
Gráfico 27: Número de Operações Multicaixa...........................................................................................46
Gráfico 28: Emissão e Resgate de Títulos em 2014..................................................................................50
Gráfico 29: Stock de Títulos em 2014...........................................................................................................50
Gráfico 30: Taxas de Juro no Mercado Primário em 2014.......................................................................51
Gráfico 31: Venda de Divisas e Taxas de Câmbio em 2014.....................................................................51
Gráfico 32: Número Total de Reclamações e Reclamações por Bancos..............................................55
Gráfico 33: Número Total de Reclamações por Matéria..........................................................................55
Gráfico 34: Número de Reclamações por Estado......................................................................................56
Gráfico 35: Número de Visitas ao Portal do BNA......................................................................................57
Gráfico 36: Canais e Artigos mais Visitados...............................................................................................58
Gráfico 37: Número de Cartões autorizados...............................................................................................59
Gráfico 38: Gestão da Carteira de Projectos em 2014..............................................................................61
Gráfico 39: Projectos em Curso......................................................................................................................61
Índice de Quadros

Quadro 1: Produto Interno Bruto Mundial (em %).....................................................................................12


Quadro 2: Comércio Mundial (em %)...........................................................................................................13
Quadro 3: Inflação (em %)..............................................................................................................................14
Quadro 4: Estrutura Percentual do Produto Interno Bruto........................................................................21
Quadro 5: Principais Indicadores Orçamentais...........................................................................................25
Quadro 6: Receitas Públicas...........................................................................................................................26
Quadro 7: Despesas Públicas.........................................................................................................................27
Quadro 8: Serviço da Dívida Pública (em % do PIB)..................................................................................29
Quadro 9: Síntese Monetária.........................................................................................................................31
Quadro 10: Empréstimos por Sectores Institucionais e por Moeda.......................................................32
Quadro 11: Agregados Monetários..............................................................................................................33
Quadro 12: Base Monetária...........................................................................................................................33
Quadro 13: Principais Produtos Importados em 2014 (em USD Milhões).............................................35
Quadro 14: Número e Montante de Operações Liquidadas no SPTR...................................................45
Quadro 15: Histórico das Decisões do CPM em 2014..............................................................................48
Quadro 16: Resultados dos Processos de Reclamação............................................................................56
Quadro 17: Visitantes por Países...................................................................................................................57
Quadro 18: Quadro-resumo de Inspecções Off Site e On Site................................................................58
Quadro 19: Actividade Internacional............................................................................................................67
Quadro 20: Principais mutações na composição do Balanço..................................................................70
Quadro 21: Evolução dos resultados............................................................................................................71
Quadro 22: Balanços em 31 de Dezembro de 2014 e 2013.....................................................................73
Quadro 23: Demonstrações dos resultados para os exercícios findos
em 31 de Dezembro de 2014 e 2013...........................................................................................................74
Quadro 24: Demonstrações dos resultados e do outro rendimento integral para os
exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013............................................................................74
Quadro 25: Demonstrações das alterações nos capitais próprios para os exercícios
findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013...............................................................................................75
Quadro 26: Demonstrações dos fluxos das operações em moeda estrangeira
para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013..............................................................76
Quadro 27: Taxas de Câmbio médias para conversão de activos e passivos.......................................81
Mensagem do Governador

Em 2014, a economia mundial registou um crescimento real em torno dos 3,3%, de acordo com as estimativas do
FMI. Trata-se de uma taxa de crescimento igual à estimada para 2013, demonstrando a manutenção do ritmo da
actividade económica mundial. A redução do preço do barril do petróleo nos mercados internacionais foi um dos
factores determinantes do comportamento das economias emergentes, principalmente das fortemente dependentes
da exportação desta commodity. Como resultado, a taxa de crescimento real do PIB da África Subsariana foi revista em
baixa, de 5,8% para 4,8%.

Estimativas apontam para um crescimento da economia angolana de 4,7% em 2014, com destaque para o sector
não-petrolífero com um crescimento de 8,2%. Contudo, apesar da queda do preço do barril de petróleo, foi possível
preservar a estabilidade macroeconómica no nosso país. A taxa de inflação reduziu de 7,69% em 2013 para 7,48% e o
nível de reservas internacionais brutas manteve-se num patamar superior a seis meses de importações. Estima-se que
as contas fiscais tenham fechado em 2014 com um défice em torno de 3,1% do PIB.

O sistema bancário angolano expandiu em 2014. Em Dezembro de 2014, o activo total foi de Kz 7.129,44 mil milhões,
um crescimento de 7,3% face aos Kz 6.646,77 mil milhões registados em Dezembro de 2013. Este crescimento foi
motivado sobretudo pelo aumento dos títulos e valores mobiliários em Kz 317,72 mil milhões (25,86%) e da carteira de
crédito em cerca de Kz 261,88 mil milhões (8,9%). O sistema, como um todo, manteve-se financeiramente sólido, ao
registar um rácio de solvabilidade de 19,9%, acima do limite mínimo exigido de 10%.
Para 2015, o FMI prevê um crescimento económico global de 3,5%, influenciado, sobretudo, pela retoma da economia
dos EUA. As economias emergentes e em desenvolvimento deverão crescer cerca de 4,3%. A economia angolana, por
sua vez, deverá crescer 6,6%, prevendo-se que o sector petrolífero aumente a produção de uma média diária de 1,7
milhões de barris em 2014 para 1,8 milhões de barris em 2015.

A estabilidade macroeconómica continuará a ser o principal foco da política macroeconómica implementada pelo
Executivo, visando garantir um ambiente propício ao investimento e, consequentemente, ao crescimento económico e
à criação de emprego. A redução do preço do petróleo impôs uma revisão do OGE para 2015 que prevê um défice fiscal
na ordem dos 7% do PIB, na óptica de compromisso, e um corte de 33% na despesa fiscal. Entretanto, a taxa de inflação
deverá fixar-se num intervalo entre 7% e 9%.

No actual contexto económico, caracterizado pela baixa do preço do barril de petróleo, as reformas fiscais introduzidas
ao longo de 2014, onde se inclui a introdução da nova pauta aduaneira, foram no sentido de criar novas oportunidades
para a diversificação económica de Angola. Para que a mesma se materialize, o investimento privado será fundamental.
Do lado da política monetária, o BNA fará recurso dos instrumentos ao seu alcance, visando garantir as condições
necessárias tanto para a execução fiscal como para fomentar o financiamento ao sector privado, por parte do sistema
bancário. Neste sentido, o presente relatório procura apresentar a actividade económica internacional e doméstica,
bem como as principais actividades e os resultados financeiros do BNA em 2014.

José Pedro Morais


Governador
10
Relatório e Contas • 2014

PARTE I – CONTEXTO ECONÓMICO-FINANCEIRO

11
1. Economia Internacional

1.1. Crescimento da Economia Mundial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) actualizou, no seu World Economic Outlook (WEO) de Janeiro os dados do
crescimento económico para 2014, que se caracterizam pela manutenção das estimativas face a 2013 e que apontam
para um crescimento da economia mundial de 3,30%.

Este crescimento da economia mundial em 2014, acomoda tanto o crescimento das economias avançadas (em 1,8%)
como das economias emergentes e em desenvolvimento (em 4,4%). Nas economias avançadas, foram determinantes os
crescimentos da Zona Euro (0,80%), do Reino Unido (2,70%) e dos EUA (2,40%), enquanto nas economias emergentes e
em desenvolvimento foram decisivos os crescimentos da Índia (em 5,80%) e da China (em 7,40%).
Para 2015, o FMI actualizou também os dados do crescimento económico, que se caracterizam por reflectir uma revisão
em baixa das expectativas em relação à evolução da economia mundial. O FMI alerta para a possibilidade de que
a desaceleração das trocas comerciais seja ainda mais profunda, dado o aumento das tensões geopolíticas e das
desigualdades em termos de crescimento das diversas economias.

De acordo com os dados divulgados, estima-se um crescimento da economia mundial, em termos médios, de 3,50% em
2015, comparativamente aos 3,80% estimados no WEO publicado em Outubro de 2014.

Quadro 1: Produto Interno Bruto Mundial (em %)

2011 2012 2013 2014 2015*


CRESCIMENTO DO PIB Previsões
Economia Mundial 3,90 3,10 3,30 3,30 3,50
Economias Desenvolvidas 1,70 1,40 1,30 1,80 2,40
EUA 1,80 2,80 2,20 2,40 3,60
Zona Euro 1,50 -0,70 -0,50 0,80 1,20
Japão -0,60 1,40 1,60 0,10 0,60
Reino Unido 1,10 0,30 1,70 2,70 2,70
Economias Emergentes e em Desenvolvimento 6,20 4,90 4,70 4,40 4,30
Rússia 4,30 3,40 1,30 0,60 -3,00
China 9,30 7,70 7,80 7,40 6,80
Índia 6,30 3,20 5,00 5,80 6,30
Brasil 2,70 1,00 2,50 0,10 0,30
África Subsaariana 5,50 4,80 5,20 4,80 4,90
SADC 4,40 3,90 3,80 3,20 4,10
Fonte: FMI, World Economic Outlook (Update), Janeiro 2015; Indicadores de Convergência da SADC.

Obs.: Correspondem a taxas de crescimento anualizadas.

Segundo o mesmo organismo, este crescimento será realizado a ritmos diferentes entre os países desenvolvidos e
os países emergentes e em desenvolvimento, tendo sido revistas em ligeira alta as estimativas para as economias
desenvolvidas (mais 0,10 p.p. em 2015), enquanto as estimativas de crescimento para as economias emergentes e em
desenvolvimento foram revistas em baixa numa magnitude de -0,60 p.p. em 2015.

As economias desenvolvidas poderão apresentar taxas de crescimento do PIB real de 2,40% em 2015. Salienta-se a
revisão em alta da estimativa para os EUA que corresponde a um aumento de 0,50 p.p. em 2015 para 3,60%). A Zona
Euro poderá registar uma taxa de crescimento do PIB real de 1,20% em 2015, reflectindo uma descida face à estimativa

12
Relatório e Contas • 2014

anterior de 0,20 p.p.. Entretanto, espera-se que as economias emergentes e em desenvolvimento venham a registar
uma taxa de crescimento do produto de 4,30% em 2015.

Relativamente ao crescimento económico da região da SADC, este deverá manter-se moderado e robusto, contando
com 3,20% em 2014 e 4,10% 2015, suportado em parte por fluxos de capitais estrangeiros orientados para sectores
de exploração de recursos naturais e para o desenvolvimento de infraestruturas, assim como por um melhor contexto
externo em benefício das exportações da região. Contudo, as perspectivas têm sido revistas em baixa, reflectindo uma
trajectória menos favorável para a África do Sul, devido aos persistentes constrangimentos no mercado de trabalho.
Entretanto, destaca-se o crescimento do PIB real na República Democrática do Congo (RDC) para 8,60% em 2014 e
8,50% em 2015.

1.2. Comércio Internacional

Em 2014, o ritmo da recuperação do crescimento do comércio mundial permaneceu lento com os principais blocos
económicos a apresentarem comportamentos diferentes em relação a 2013, tendo-se verificado uma restrição das
importações e das exportações por parte das economias emergentes, ao passo que as economias desenvolvidas
aumentaram as suas exportações e importações.

Em 2014, as exportações das economias desenvolvidas cresceram em média 3,60%, mais de 1,20 p.p. em relação
ao ano anterior, enquanto as das economias emergentes e em desenvolvimento registaram um crescimento médio
de 3,90%, menos 0,50 p.p. relativamente a 2013. Observa-se que, apesar da desaceleração da actividade económica
nas economias emergentes e em desenvolvimento, estas continuam a crescer em níveis superiores às das economias
desenvolvidas. De acordo com os últimos dados do FMI (WEO, Janeiro de 2015), estas economias tenderão a retomar
as taxas de crescimento elevadas em 2015 (para os 5,80%).

Quadro 2: Comércio Mundial (em %)

2011 2012 2013 2014 2015*


COMÉRCIO MUNDIAL Previsões
Importação
Import. Economias Desenvolvidas 4,70 0,90 2,00 2,90 3,80
Import. Economias Emergentes e em Desenvolvimento 8,80 6,10 5,40 3,60 3,90

Exportação
Export. Economias Desenvolvidas 5,70 2,00 2,40 3,60 4,50
Export. Economias Emergentes e em Desenvolvimento 6,80 4,60 4,40 3,90 5,80
Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro de 2015

Obs.: São taxas de crescimento anualizadas

Relativamente às importações em 2014, as economias desenvolvidas apresentaram uma subida de 0,90 p.p. para os
2,90%. As economias emergentes e em desenvolvimento, por seu lado, registaram uma redução de cerca de 1,80
p.p. face a 2013. A redução das importações nas economias emergentes e em desenvolvimento é resultante do fraco
crescimento económico das principais economias do grupo, agravado pela queda do preço do petróleo no II Semestre
de 2014, das tensões geopolíticas, bem como, de constrangimentos do lado da oferta.

13
1.3. Inflação

De uma forma geral, as economias desenvolvidas registaram um aumento dos níveis de inflação de 1,40% para 1,50%
(mais 0,10 p.p.). A taxa de inflação nos EUA aumentou em 2014, mas ainda permanece abaixo do objectivo de longo
prazo da Reserva Federal norte-americana (Fed), isto é, abaixo dos 2,0%.

Quadro 3: Inflação (em %)

2012 2013 2014

Economias Desenvolvidas 2,00 1,40 1,50


Economias Emergentes e em Desenvolvimento 6,10 5,90 5,20
Fonte: FMI, World Economic Outlook, Update, Janeiro 2015

Na Zona Euro, os riscos de deflação são evidentes, devido à fragmentação financeira, aos elevados níveis de
endividamento e eventuais choques adversos, tendentes a conduzir a uma desaceleração ainda maior dos preços. De
acordo com o FMI, a deflação revela-se como um dos principais riscos para a Zona Euro, para o ano de 2015, dado os
limites impostos à política monetária num ambiente de taxas de juro próximas de zero.

Relativamente à economia japonesa, o nível geral de preços manteve-se constante nos últimos três meses de 2014
nos 2,40%.

Nas economias emergentes e em desenvolvimento, a inflação tem-se mantido praticamente estável desde Maio
de 2014. O declínio recente reflecte, em grande medida, a queda dos preços das commodities, particularmente das
commodities alimentares, que têm um peso elevado nos cabazes de índices de preços ao consumidor nestas economias.
Nos países que compõem o bloco da SADC, no período alvo de análise, o IPC apresentou resultados heterogéneos,
tendo desacelerado 0,50 p.p. no Botswana para os 3,8%; 0,40 p.p. na Namíbia para os 4,60%; 0,50 p.p. na África do
Sul para os 5,30%; 1,00 p.p. na Tanzânia para os 4,80%; 0,30 p.p. na Zâmbia para os 7,90%; e 0,81 p.p. no Zimbabwe
para os -0,01%, e acelerado nas restantes economias da região: 0,02 p.p. na RDC para os 1,48%; 0,50 p.p. no Malawi
para os 24,20%; -0,70 p.p. nas Maurícias para os 0,20%; 0,14 p.p. em Moçambique para os 1,93%; e 0,20 p.p. nas
Seychelles para os 0,01%.

1.4. Mercado Monetário

No período em análise, os principais bancos centrais das economias desenvolvidas decidiram manter as suas taxas de
juro de política monetária, à excepção do BCE, cuja taxa de referência foi reduzida por duas vezes: a primeira em 10
p.b. para os 0,15%, com a taxa de depósito em -0,10% no dia 5 de Junho; e a segunda em 0,05% no dia 4 de Setembro.
No final do ano de 2014, foi ainda implementado um plano de estímulos monetários, enquanto o Banco de Inglaterra
(BoE), a Reserva Federal norte-americana (Fed) e o Banco do Japão (BoJ) mantiveram as suas taxas de referência e os
programas de estímulos económicos.

14
Relatório e Contas • 2014

Gráfico 1: Taxas de Juro de referência


1,25

1,00

0,75

0,50

0,25

-
31/01/12
29/02/12
31/03/12
30/04/12
31/05/12
30/06/12
31/07/12
31/08/12
30/09/12
31/10/12
30/11/12
31/12/12
31/01/13
28/02/13
31/03/13
30/04/13
31/05/13
30/06/13
31/07/13
31/08/13
30/09/13
31/10/13
30/11/13
31/12/13
31/01/14
28/02/14
31/03/14
30/04/14
31/05/14
30/06/14
31/07/14
31/08/14
30/09/14
31/10/14
30/11/14
31/12/14
Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014

JPY UK EUA ZONA EURO

Fonte: Bloomberg

Nas principais economias emergentes (BRICS), os bancos centrais decidiram alterar as suas taxas de juro directoras.
O Brasil e a Rússia foram os países que mais alteraram as suas taxas de juro, devido à queda do preço do petróleo
no mercado internacional e à subida da inflação. No caso do Brasil a taxa de juro de referência subiu cinco vezes. O
Banco Central da Rússia reviu a taxa de juro de referência em 2014 seis vezes. O Banco Central da África do Sul alterou
duas vezes a sua taxa de juro ao longo de 2014, sendo a primeira em Janeiro para os 5,5% e a segunda em Julho para
os 5,75%, representando um aumento de 0,25 p.p.. O Banco da Reserva da Índia (RBI) elevou uma vez a sua taxa de
juro em 0,25 p.p., para os 7,75% no mês de Janeiro. Na China, o Banco Popular da China, cortou em 0,40 p.p. a taxa
directora e em 0,25 p.p. a taxa de remuneração dos depósitos. O banco central reduziu o custo de refinanciamento
ao sistema bancário chinês e desceu o incentivo para acumular dinheiro nos seus cofres. A taxa directora desceu de
6,0% para 5,6%, taxa esta que não era alterada desde Julho de 2012. Por sua vez, a taxa de remuneração de depósitos
desceu de 3% para 2,75%.

Gráfico 2: Taxas de Juro dos Mercados Interbancários


1,25

1,00

0,75

0,50

0,25

0,00
Jan/12

Mar/12

Mai/12

Jul/12

Set/12

Nov/12

Jan/13

Mar/13

Mai/13

Jul/13

Set/13

Nov/13

Jan/14

Mar/14

Mai/14

Jul/14

Set/14

Nov/14

Libor EUA - 3M Euribor - 3M Libor UK - 3M Libor JPY - 3M

Fonte: Bloomberg

O ano em análise ficou marcado pelo excesso de liquidez no mercado monetário. Num contexto de taxas de juro
nominais em níveis próximos de zero, as principais autoridades monetárias recorreram a medidas alternativas de
política monetária com o intuito de reduzir os custos de financiamento e fomentar o crescimento económico. Perante
as políticas acomodatícias dos principais bancos centrais mundiais, as principais taxas de juro de curto prazo (Euribor
e Libor nas diversas moedas a 3 meses) no mercado monetário apresentaram um comportamento estável em 2014,
embora com uma tendência ligeira de queda.

15
A política monetária permanece acomodatícia nas economias avançadas e praticamente inalterada nos mercados
emergentes desde a primavera (com excepção para a Rússia e a África do Sul). Na Zona Euro, o Banco Central Europeu
(BCE) anunciou uma série de acções para combater a baixa inflação, incluindo uma redução das taxas directoras,
flexibilização do crédito, e outras medidas para aumentar a liquidez. Nos EUA, embora a política monetária continue
expansionista, observou-se uma redução do volume mensal de compra de activos por parte da Fed.

Gráfico 3: Yields dos Mercados Obrigaccionistas


3,50
3,00
2,50
Percentagem

2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
Jan/12
Fev/12
Mar/12
Abr/12
Mai/12
Jun/12
Jul/12
Ago/12
Set/12
Out/12
Nov/12
Dez/12
Jan/13
Fev/13
Mar/13
Abr/13
Mai/13
Jun/13
Jul/13
Ago/13
Set/13
Out/13
Nov/13
Dez/13
Jan/14
Fev/14
Mar/14
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Jul/14
Ago/14
Set/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Treasuries EUA - 10 anos Bunds Alemanha - 10 anos
Gilts UK - 10 anos Bonds Japão - 10 anos
Fonte: Bloomberg

Os mercados de dívida foram caracterizados por uma tendência de redução das yields associadas aos títulos de dívida
pública dos principais países avançados, tendo os títulos de dívida norte-americana, japonesa, alemã e inglesa com
maturidade de 10 anos sido transaccionados com taxas de rendibilidade de 2,17%, 0,33%, 0,54% e 1,76%, o que
corresponde, respectivamente, a uma queda de 85,70 p.b., 41,20 p.b., 138,80 p.b. e 126,60 p.b., face aos valores do
final do ano anterior. Verificou-se, contudo, uma subida das yields associadas aos títulos de dívida pública de alguns
dos países periféricos da Zona Euro, como foi o caso dos títulos de dívida pública grega. Os receios face à instabilidade
política na Grécia já estão a provocar danos na economia e nem os dados mais recentes permitiram acalmar os
mercados financeiros.

Para 2015, espera-se um menor ritmo de expansão monetária acompanhado por uma recuperação da economia real.
No entanto, a transmissão da política monetária à economia real continua limitada por vários factores, impedindo uma
recuperação mais rápida destas economias, sugerindo a manutenção das taxas de juro em níveis reduzidos por um
longo período de tempo.

1.5. Mercado Cambial Internacional

O movimento de apreciação do USD em relação às moedas rivais foi muito expressivo em 2014, sobretudo nos últimos 3
meses do ano, confirmando-se uma alteração do sentimento de mercado em poucos meses. As divergências em termos
económicos e de política monetária entre os EUA, a Zona Euro e o Japão têm-se vindo a acentuar, definindo a actual
tendência cambial. Face ao constatado anteriormente, prevê-se que os factores de mercado se mantenham, reforçando
o USD, o que nesta fase de crescimento preocupa tanto as autoridades como os empresários norte-americanos.

16
Relatório e Contas • 2014

Gráfico 4: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas face ao USD
1,8 140
1,7 120
EUR/USD e GBP/USD

1,6
100
1,5

USD/JPY
80
1,4
60
1,3
40
1,2
1,1 20

1,0 0
Jan/12
Fev/12
Mar/12
Abr/12
Mai/12
Jun/12
Jul/12
Ago/12
Set/12
Out/12
Nov/12
Dez/12
Jan/13
Fev/13
Mar/13
Abr/13
Mai/13
Jun/13
Jul/13
Ago/13
Set/13
Out/13
Nov/13
Dez/13
Jan/14
Fev/14
Mar/14
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Jul/14
Ago/14
Set/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
EUR/USD GBP/USD USD/JPY

Fonte: Bloomberg

O Euro registou uma depreciação de 13,04% face ao USD, afectado pelos dados animadores dos EUA, pelos temores
de que uma intervenção militar na Ucrânia possa causar danos à União Europeia, levando alguns investidores a reduzir
a exposição ao risco; e pela manutenção da política acomodatícia do BCE, numa altura em que persistem os receios de
deflação. Por outro lado, a ideia de que a Zona Euro deve aplicar estímulos para favorecer o crescimento económico,
como acontece nos EUA, vieram reforçar a tendência de depreciação da moeda europeia, a fim de evitar o risco de
deflação na região.

Em relação à Libra esterlina, o USD valorizou-se em 6,13% ao ano, após dados mostrarem que os empréstimos líquidos
do Reino Unido reduziram. Verificou-se também uma contracção do meio de pagamento M4, a redução do PMI de
serviços, a manutenção do programa de estímulos económicos, a redução do lucro da maior corretora mundial, e uma
multa aplicada aos bancos ingleses.

O Iene, por sua vez, depreciou-se em cerca de 12,97% face ao USD, em resultado da manutenção dos estímulos à
economia pelo Banco do Japão e pelo facto da agência de classificação Moody’s ter cortado a classificação da dívida
pública do Japão em um nível para A1, criando uma “elevada incerteza” em relação à redução do seu défice fiscal, após
o Executivo ter decidido adiar o aumento previsto dos impostos sobre as vendas.

Em suma, o ambiente económico-financeiro permanece favorável ao Dolár norte-americano. Esta moeda, cujo valor tem
evoluído no sentido contrário do preço do petróleo, tem sido alvo da atenção dos investidores, o que tem contribuído
para a sua constante apreciação ao longo dos últimos meses. Por outro lado, para agravar a situação, têm surgido
riscos associados a questões geopolíticas que geram incertezas e receios no mercado. As relações difíceis entre a
Rússia e o Ocidente em relação à questão da Ucrânia, e que se resumem na aplicação de sanções económicas à
Russia, aparecem como potenciais influenciadores do curso da actividade económica em alguns países da Zona Euro,
sobretudo na Alemanha, com sinais evidentes de abrandamento da actividade económica, o que poderá causar uma
depreciação ainda maior do Euro em 2015.

17
Painel 1: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Emergentes face ao USD

75 13.000
6,50 13
70
12.000 6,40 12
65
11
11.000 6,30
60

USD/CNY

USD/ZAR
10

USD/IDR
55 6,20
10.000 9
50 6,10
8
9.000
45 6,00 7
40 8.000 5,90 6
12

12

4
1

r/1

t/1

l/1

z/1

4
4
3
2

3
12

12

1
n/

n/

v/

v/

z/1
l/1
r/1
1

t/1

v/
v/
Ju

n/

n/
Ab

Se

De
No

Fe
Ja

Ju

Ju
Ab

Se

De
Fe
No
Ja

Ju
USD/INR (Índia) USD/IDR (Indonésia) USD/CNY (China) USD/ZAR (África do Sul)

80,00 190,00
9,00 3,00
185,00
70,00
8,00 2,50 180,00
175,00
7,00 2,00 60,00
170,00

USD/NAY
USD/RUB
USD/BRL

6,00 1,50 50,00 165,00


160,00
5,00 1,00 40,00
155,00
150,00
4,00 0,50 30,00
145,00
3,00 0,00 20,00 140,00
14

4
4
3
12

12

3
12
12

12

12

14

z/1
l/1
t/1
r/1
r/1

t/1

l/1

z/1

v/
n/

n/

v/
n/

n/

v/

v/

Ju
Se

De
Fe
Ab
Ju

No
Ja

Ju
Ab

Se

De
No

Fe
Ja

Ju

USD/ARS (Argentina) USD/BRL (Brasil) USD/RUB (Rússia) USD/NAY (Nigéria)

Fonte: Bloomberg

O final de 2014 ficou marcado pela redução do Programa Quantitative Easing (QE) no sistema financeiro norte-
americano, estando a provocar alterações no valor das principais moedas. O processo de redução da liquidez
introduzido mensalmente pela Fed está a ser determinante no comportamento do USD em relação aos principais
câmbios internacionais, sendo notória a apreciação face às principais moedas, sobretudo das economias emergentes.
Neste contexto, as moedas das economias emergentes que mais depreciaram face ao USD foram o Rublo russo (com
uma depreciação de 61,40%) e o Peso argentino (com uma depreciação de 26,11%).

O Real brasileiro desvalorizou-se em cerca de 11,79% face ao USD. Este movimento foi impulsionado pelo cenário
político diante da expectativa de manutenção da actual política económica por mais quatro anos. O timbre pessimista
deve prolongar-se até que surjam mudanças na condução económica, principalmente na política fiscal, amplamente
criticada por ser pouco transparente e muito débil.

A moeda russa (Rublo) depreciou-se em 61,40% contra o USD, após a queda dos preços do petróleo, a quebra de
confiança nas empresas e sanções dos EUA e da UE. Esta depreciação já levou várias empresas estrangeiras a subir
os preços dos seus produtos em Rublos. O Banco Central Russo anunciou vender cerca de USD 7 Mil Milhões para
sustentar a sua moeda e implementar outras medidas para prevenir um “sell-off”, com vista a acalmar os temores
sobre os problemas económicos da Rússia.

A Rúpia indiana depreciou em cerca de 2,0% ao longo do ano, influenciada pelas expectativas em relação à política
do governo e da sua capacidade para resolver rapidamente o impasse político e provar a seriedade das reformas
estruturais.

O Renminbi depreciou-se 2,47% face ao USD, numa fase em que o Banco Popular da China (BoPC) decidiu ampliar o
intervalo de negociação, permitindo que a moeda chinesa flutuasse num intervalo de 2,0%, contra a meta anterior de

18
Relatório e Contas • 2014

1,0%. Adicionalmente, o anúncio da retirada de estímulos pela FED e a preocupação com os sinais de desaceleração
do PIB, bem como, a queda do PMI industrial, contribuíram para o enfraquecimento da moeda chinesa.

O Rand sul-africano perdeu, ao longo do ano, cerca de 9,35% em relação ao USD, devido à diminuição das reservas
cambiais do país, à ligeira queda no preço do ouro no mercado internacional, bem como ao agravar de outros problemas
internos, como a greve no sector metalúrgico. O comportamento da moeda sul-africana repercutiu-se também nas
moedas dos restantes países da Southern African Customs Union (SACU): Namíbia, Lesoto, Suazilândia e Botswana.

A moeda nigeriana (Naira) depreciou-se em 13,46% frente ao USD, devido sobretudo à queda dos preços do petróleo
no mercado internacional. Neste contexto, o Banco Central da Nigéria foi forçado a depreciar o Naira para conter a
queda das reservas estrangeiras. Os dados divulgados por esta instituição mostraram que as Reservas Internacionais
Líquidas (RIL) caíram 3,2% em Dezembro de 2014 para os USD 34,51 Mil Milhões contra os USD 35,66 Mil Milhões
em Novembro.

1.6. Mercado Bolsista

O ano de 2014 foi excepcional para as principais bolsas mundiais, tendo sido liderado pelas bolsas norte-americanas.

Gráfico 5: Índices Accionistas das Principais Economias Desenvolvidas


160

140

120

100

80

60

40
Jan/12 Jun/12 Nov/12 Abr/13 Set/13 Fev/14 Jul/14 Dez/14

S&P 500 (EUA) EuroStoxx 600 (Europa) FTSE 100 (Reino Unido) Nikkey 225 (Japão)

Fonte: Bloomberg

O índice S&P 500 fechou o ano com um ganho de 10,79% e o índice Nikkei 225 registou uma subida de 6,88% no ano.
Na Europa, o índice EuroStoxx 600 cresceu 4,26%, tendo fechado o ano em alta, enquanto o índice FTSE 100 do Reino
Unido caiu 2,75%.

Nas praças financeiras das principais economias emergentes, os resultados apresentaram-se mistos. Enquanto na
África do Sul (JTSE/JSE 40), na Índia (BSE Sensex 30) e na China (Shangai Composite 50 Index) valorizaram-se em
5,82%, 26,15% e 42,44%, respectivamente, no Brasil (Bovespa) e na Rússia (Micex) registaram-se quedas de 2,95%
e 7,41%, respectivamente.

19
1.7. Mercado das Commodities

A evolução do preço do petróleo, entre as commodities energéticas, é reflexo da baixa procura mundial e manutenção
da oferta de petróleo sem interrupções. Em 2014, os valores máximos do Brent e do WTI foram de 106,43 (no dia 19 de
Junho) e 107,26 (no dia 20 de Junho) USD/barril, respectivamente.

De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a procura mundial de crude em 2014 foi de 92,4 mb/dia em
termos médios, 0,7% acima da procura no ano anterior, e espera-se uma média de 93,3 mb/dia em 2015. No mesmo
ano, a produção mundial de crude cresceu em 1,9 mb/dia em relação a 2013 (com 91,4 mb/dia).

Quanto ao gás natural, a produção da OPEP aumentou para 6,4 mb/dia em 2014, contra os 6,3 mb/dia em 2013,
reflectindo o aumento da procura, devido às temperaturas baixas que se fizeram sentir nos países desenvolvidos. Ao
longo do ano o contrato Henry Hub subiu cerca de 14,48% para os 4,27 USD/MMBut.

Gráfico 6: Preços das Commodities Energéticas e Alimentares

PREÇOS INTERNACIONAIS DAS MATÉRIAS-PRIMAS ENERGÉTICAS ÍNDICE DE PREÇOS DOS ALIMENTOS


130 Reunião da OPEP 7,00 225 350
Crise Ucrânia-
Rússia em 27 de Outubro 330
120 de 2014 6,00
310
110 290
5,00 200
100 270
USD/MMBut
USD/Barril

4,00 250
90 230
3,00 175
80 210
2,00 190
70
170
60 1,00 150 150
1/2012
2/2012
3/2012
4/2012
5/2012
6/2012
7/2012
8/2012
9/2012
10/2012
11/2012
12/2012
1/2013
2/2013
3/2013
4/2013
5/2013
6/2013
7/2013
8/2013
9/2013
10/2013
11/2013
12/2013
1/2014
2/2014
3/2014
4/2014
5/2014
6/2014
7/2014
8/2014
9/2014
10/2014
11/2014
12/2014
50 -
1/1/2012 6/1/2012 11/1/2012 4/1/2013 9/1/2013 2/1/2014 7/1/2014 12/1/2014
BRENT WTI GÁS NATURAL (Henry Hub) Índice de Alimentos da FAO (ELE) Índice de laticínios (ELD) Índice de preço dos cereais (ELD)
Índice de preço do óleo (ELD) Índice de preço do açucar (ELD) Índice de preço da carne (ELD)

Fonte: Bloomberg e FAO

Obs.: Gás Natural está expresso em USD/Milhões de BTU; Brent e WTI estão expressos em USD/barril
No que respeita aos bens alimentares, o Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e Alimentação (FAO) encontrou-se em termos médios nos 188,6 pontos em Dezembro de 2014, registando
uma queda anual de 8,50% em relação a Dezembro de 2013. As reduções dos preços estiveram associadas ao aumento
das quantidades para exportação destes produtos, devido aos elevados stocks, à fraca procura em alguns meses do
ano, bem como às boas colheitas. Todavia, o preço da carne acelerou 9,89% em termos homólogos, pelo facto de a
procura por este produto permanecer firme.

2. Economia Nacional

2.1. Sector Real


2.1.1. Actividade Económica

De acordo com informações do Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial, as últimas projecções do PIB
para 2014 apontam para uma desaceleração no seu ritmo de crescimento da ordem dos 2,1 p.p. face a 2013, passando
de 6,8% para 4,7%. Esta evolução pode ser explicada não só pela contracção do sector petrolífero, mas também pelo
abrandamento que se regista no crescimento do sector não petrolífero.

20
Relatório e Contas • 2014

Gráfico 7: Taxas de Crescimento do PIB Real e PIB Real por Sectores de Actividade

12,00

10,00
8,00 Outros
Serviços Mercantis
6,00 Energia
Construção
4,00 Industria Transformadora
Petróleo
2,00 Diamantes e Outros
Pescas e derivados
- Agricultura
PIB Total Sector Petrolífero Sector não Petrolífero (25,00) (15,00) (5,00) 5,00 15,00 25,00 35,00 45,00
(2,00)
(4,00)
2012 2013 2014 2014 2013 2012
Fonte: MPDT

O PIB do sector petrolífero regista uma contracção da ordem dos 2,6% em 2014, correspondendo a uma produção média de
1,671 milhões de barris/dia. Os factores que poderão estar na base do fraco desempenho do sector petrolífero são operacionais.
Por sua vez, o PIB não petrolífero registou um abrandamento de cerca de 2,7 p.p., passando de 10,9% para 8,2%, explicado
sobretudo pela forte desaceleração que se registou nos sectores da agricultura (em -29,8 p.p.) e da energia (em -17,1 p.p.).

Estima-se que o sector da Agricultura tenha crescido 11,9% em 2014 (contra os 41,7% no ano anterior) em resultado
do fraco desempenho que se espera em quase todas as fileiras (excepto as hortícolas), durante a época da campanha
agrícola de 2014. A redução na produção justifica-se por irregularidades na distribuição das quedas pluviométricas.
O sector da Energia terá crescido de forma mais moderada (em 17,3%) contra os 34,4% no ano anterior. Apesar da
entrada em funcionamento de novas centrais, registaram-se alguns constrangimentos de ordem técnica.

Destacam-se, no entanto, o crescimento dos sectores das Pescas e Derivados (+2,4 p.p.) e de Serviços Mercantis (+1,0
p.p.). No que respeita aos serviços mercantis, as medidas administrativas em curso relativas à organização e disciplina
no exercício desta actividade, bem como à criação de infraestruturas de logística e da rede da distribuição (armazéns,
mercados) e instalação de novas unidades fabris, poderão ter contribuído para o crescimento do sector.

Quadro 4: Estrutura Percentual do Produto Interno Bruto

Estrutura Percentual (%) 2012 2013 2014


Sector primário (%) 54,96 52,57 48,72
Agricultura 7,05 9,91 11,13
Pescas e derivados 0,25 0,25 0,27
Diamantes e Outros 0,81 0,79 0,63
Petróleo 46,86 41,62 36,68
Sector Secundário (%) 15,56 16,70 18,12
Indústria Transformadora 6,83 7,33 7,96
Construção 8,60 9,20 9,97
Energia 0,12 0,17 0,19
Sector terciário (%) 29,49 30,73 33,16
Serviços Mercantis 22,05 23,33 25,29
Outros 7,43 7,40 7,87
Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial

21
Em termos de contributos em p.p., destacam-se como os sectores que contribuíram positivamente para o crescimento
económico de 2014, os sectores dos serviços mercantis (com 2,1 p.p.), da agricultura (com 1,3 p.p.), da construção (com
0,8 p.p.), da indústria transformadora (com 0,7 p.p.) e outros sectores (com 0,5 p.p.). O contributo do sector petrolífero,
pelo contrário, foi negativo para o crescimento do produto em 0,8 p.p..

Desagregando o PIB global pelos sectores primário, secundário e terciário, denota-se que o sector primário da economia
continua a manter o maior peso na estrutura do PIB em 2014, com 48,72%, seguido do sector terciário com 33,16%. O
sector secundário da economia, apesar de ser o sector com menor peso no PIB global, tem apresentado contribuições
crescentes em detrimento do sector primário, reflectindo o esforço dirigido à diversificação da economia.

2.1.2. Preços

Ao longo de 2014, o IPC de Luanda apresentou um perfil marcadamente descendente, tendo a taxa de variação
homóloga reduzido 0,21 p.p. fixando-se nos 7,48% (7,69% em 2013) e a taxa de variação média anual reduzido 1,51
p.p., situando-se nos 7,28% (8,79% em 2013). O comportamento da inflação ao longo do ano reflectiu não só a redução
dos preços internacionais, tanto de bens alimentares como de bens energéticos (petróleo e gás natural), dos preços
no produtor dos principais fornecedores do País, mas também o impacto de medidas de políticas adoptadas pelos
decisores de política económica, tais como, uma maior disciplina no sector fiscal e o rigor da Autoridade Monetária em
manter a estabilidade dos preços a nível nacional.

Gráfico 8: Taxa de Inflação e Componentes do IPC

12,00%
14,00
10,00%
12,00

8,00% 10,00

6,00% 8,00

4,00% 6,00

2,00% 4,00

0,00% 2,00
Dez/12 Abr/13 Ago/13 Dez/13 Abr/14 Ago/14 Dez/14 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14

IPC IPC Alimentares Não Processados


Homóloga Média dos últimos 12 meses
IPC Alimentares Processados IPC Outros Bens
IPC Serviços
Fonte: INE

O perfil descendente dos preços ao longo do ano deveu-se à redução registada nos preços da categoria de Bens (em -0,70 p.p.),
em particular de bens alimentares processados (-2,84 p.p.) e não processados (-2,10 p.p.). Da categoria de bens, destaca-se a
redução de 2,52 p.p. na classe de alimentação e bebidas não alcoólicas.

Os preços das categorias de serviços e outros bens registaram, pelo contrário, aumentos de cerca de 0,91 p.p. e 2,47 p.p.,
respectivamente. Destas categorias, realçam-se sobretudo, os acréscimos nos preços das classes de bens e serviços diversos
(4,69 p.p.), bebidas alcoólicas e tabaco (3,53 p.p.), vestuário e calçado (3,19 p.p.), mobiliário, equipamentos domésticos e
manutenção (2,41 p.p.) e transportes (1,98 p.p.).

As classes que mais contribuíram para a taxa de variação homóloga do IPC, foram as classes de alimentação e bebidas não
alcoólicas (com 2,89%), bens e serviços diversos (0,96%), vestuário e calçado (0,89%), mobiliário, equipamentos domésticos
e manutenção (0,84%), habitação, água, electricidade, gás e combustíveis (0,44%), transportes (0,39%), hotéis, cafés e
restaurantes (0,35%) e bebidas alcoólicas e tabaco (0,29%).

A classe da alimentação e bebidas não-alcoólicas, devido ao seu maior peso (39%) no IPC, continua a ser a que mais contribuiu para
a variação dos preços em Angola. A classe bens e serviços diversos bem como a classe vestuário e calçado também continuam a
apresentar um peso preponderante na inflação em 2014, conforme indica o gráfico abaixo, com 13% e 12%, respectivamente.

22
Relatório e Contas • 2014

Gráfico 9: Pesos das Classes de Despesas na Inflação


Ano 2013 Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas Ano 2014

Bebidas Alcoólicas e Tabaco

0,32% Vestuário e Calçados


4,09%8,41% Habitação, Água, Electrecidade, Gás e Combustíveis
0,11% 12,89%
0,00% 1,95%
3,41% 0,00% 4,70%
Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção 2,28%
2,73% 38,64%
Saúde 5,24%
8,72% 52,17% 3,15%
Transporte
7,05% 11,27%
Comunicações
8,61% 5,95% 3,84%
Lazer, Recriação e Cultura 11,94%
2,53%
Educação
Hoteis, Cafés e Restaurantes
Bens e Serviços Diversos
Fonte: INE

Relativamente ao Índice de Preços Grossista (IPG), ao longo de 2014 e à semelhança do IPC, apresentou uma tendência
marcadamente descendente, tendo evidenciado em termos homólogos uma taxa de variação de 6,05% (contra os
8,16% em 2013). Para esta evolução favorável do IPG, contribuíram os preços dos produtos nacionais do sector das
pescas e dos produtos importados no sector da Agricultura, produção animal, caça e silvicultura, que registaram
decréscimos da ordem dos 0,61 p.p. e 1,58 p.p., respectivamente.

Gráfico 10: Índice de Preços Grossista (Taxas de variação, em %)


9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14
Tx.Var.Homologa Tx.Var.mensal
Fonte: INE

Evolução do Núcleo da Inflação

Após analisar os cinco indicadores do núcleo da inflação seleccionados para o acompanhamento e a análise da inflação,
nota-se que ao longo do ano de 2014, os mesmos adoptaram uma tendência decrescente. Com efeito, os indicadores
do núcleo de inflação atingiram as seguintes cifras médias anuais:

• O IPC cheio alisado (N1) variou 7,09%;


• O IPC excluindo Carne (N2) variou 7,28%;
• O IPC excluindo Táxi Colectivo (N3) variou 7,31%;
• O IPC excluindo Vestuário e Calçado (N4) variou 6,83%;
• O IPC excluindo vestuário, calçado e produtos administrados (N5) variou 6,99%.

23
Estes indicadores apresentaram taxas de variação médias anuais inferiores às registadas no ano anterior, com
excepção do IPC excluindo a carne. Porém, importa salientar que, no último trimestre do ano, começaram a apresentar
um comportamento inverso ao demonstrado nos três primeiros trimestres do ano, mais uma vez, com excepção do IPC
excluindo a Carne.

Painel 2: Núcleo de Inflação em 2014 (em %)

Variação do IPC Cheio (Alisado )-(N1) vs Variação do IPC (Homóloga) Variação do IPC Excluindo Carne (Alisado)-(N2) vs Variação do IPC (Homóloga)

16,00 16,00
14,00 14,00
12,00 12,00
7,48
10,00 10,00 8,36
8,00 8,00
6,00 7,22 6,00 7,48
4,00 4,00
2,00 2,00
0,00 0,00
jan/11
abr/11
jul/11
out/11
jan/12
abr/12
jul/12
out/12
jan/13
abr/13
jul/13
out/13
jan/14
abr/14
jul/14
out/14

jan/11
abr/11
jul/11
out/11
jan/12
abr/12
jul/12
out/12
jan/13
abr/13
jul/13
out/13
jan/14
abr/14
jul/14
out/14
IPC N1 IPC N2

Variação do IPC Excluindo Taxi Colectivo (Alisado)-(N3) vs Variação do IPC Variação do IPC Excluindo Vestuário e Calçados (Alisado)-(N4) vs Variação do
(Homóloga) IPC (Homóloga)
16,00 16,00
14,00 14,00
12,00 12,00
10,00 7,48 10,00 7,48
8,00 8,00
6,00 6,00
4,00 7,47 4,00 6,82
2,00 2,00
0,00 0,00
jan/11
abr/11
jul/11
out/11
jan/12
abr/12
jul/12
out/12
jan/13
abr/13
jul/13
out/13
jan/14
abr/14
jul/14
out/14

jan/11
abr/11
jul/11
out/11
jan/12
abr/12
jul/12
out/12
jan/13
abr/13
jul/13
out/13
jan/14
abr/14
jul/14
out/14
IPC N3 IPC N4

Variação do IPC Excluindo Vestuário, Calçado e Produtos Administrados


(Alisado)-(N5) vs Variação do IPC (Homóloga)
16,00
14,00
12,00
10,00 7,48
8,00
6,00
6,68
4,00
2,00
0,00
jan/11
abr/11
jul/11
out/11
jan/12
abr/12
jul/12
out/12
jan/13
abr/13
jul/13
out/13
jan/14
abr/14
jul/14
out/14

IPC N5

Fonte: INE e DEE/BNA

2.2. Sector Fiscal


2.2.1. Política e Situação Orçamental

Em 2014, a Política Orçamental teve como principal objectivo aumentar a despesa fiscal por meio, sobretudo, do
programa de investimentos, de forma a realocar os recursos para outros sectores de actividade com o fim de diversificar
a economia. Do lado da receita, deu-se continuidade à implementação da reforma tributária com vista a aumentar a
arrecadação fiscal através do alargamento da base tributária do sector não petrolífero. O Orçamento Geral do Estado

24
Relatório e Contas • 2014

(OGE) de 2014 assumiu um preço médio anual, do barril do petróleo, de 98 USD e um crescimento do PIB na ordem dos
8,8%, em termos reais.
Contudo, estes pressupostos na verdade não se concretizaram ao longo do ano de 2014 (o preço médio do barril de
petróleo e o crescimento do PIB ficaram abaixo do esperado) e as receitas arrecadadas, nomeadamente as receitas
petrolíferas (que representam mais de 60% do total das receitas correntes) ficaram aquém do previsto, comprometendo
a execução da despesa, sobretudo da despesa de investimento inicialmente programada. Verificou-se entretanto um
reajustamento das despesas que fez com que o regresso aos défices orçamentais não fosse tão acentuado quanto foi
previsto no OGE para 2014.

Quadro 5: Principais Indicadores Orçamentais

2012 2013 2014 OGE 2014 Prel. 2012 2013 2014 Prel.
Em mil milhões de Kz Em % do PIB
Receitas Totais 5.054,80 4.848,61 4.745,47 4.322,80 46,5 40,2 37,6
Receitas Correntes 5.054,00 4.847,83 4.744,70 4.322,27 46,5 40,2 37,6
dq: Receitas de impostos Petrolíferos 4.102,70 3.629,83 3.313,10 2.961,87 37,7 30,1 25,8
Receitas de impostos não Petrolíferos 723,30 972,19 1.226,80 1.128,23 6,7 8,1 9,8
Despesas Totais 4.329,10 4.816,36 5.375,20 4.682,39 39,8 39,9 40,7
Despesas correntes 3.184,60 3.437,26 3.674,00 3.250,20 29,3 28,5 28,3
Despesas com Aq. de Activos não Financeiros 1.144,50 1.379,10 1.701,20 1.432,19 10,5 11,4 12,5
Saldo global (compromisso) 725,70 32,25 -629,73 -359,59 6,7 0,3 -3,1
Saldo corrente 1.870,20 1.411,35 1.071,47 1.072,61 17,2 11,7 9,3
Saldo primário 831,20 131,36 -502,13 -217,49 7,6 1,1 -1,9
Saldo primário não petrolifero -3.271,50 -3.498,48 -3.815,23 -3.179,35 -55,5 -48,3 -44,2
Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

O ano de 2014 foi marcado por várias reformas estratégicas de médio prazo, abrangendo o sector não petrolífero e o
sector dos combustíveis. No primeiro caso, foi aprovado em Julho de 2014 um pacote legislativo que recai sobre três
códigos tributários, nomeadamente: (i) o Código Geral Tributário, (ii) o Código do Processo Tributário e (iii) o Código de
Execuções Fiscais. Esta revisão veio alterar as taxas de imposto que são aplicadas às empresas, e reformular o limite
mínimo de elegibilidade dos rendimentos de particulares. O grande objectivo destas reformas esteve associado à
eliminação de actuais lacunas ao nível da tributação fiscal.

No segundo caso, o Executivo decidiu diminuir a atribuição de subsídios aplicáveis aos combustiveis, devido ao enorme
impacto dos mesmos sobre o total das despesas. Esta medida visa trazer uma maior equidade fiscal, dado que o
subsídio não era abrangente a todas as camadas sociais, sobretudo as menos favorecidas, e tendia a beneficiar as
camadas socialmente mais favorecidas. Com a redução dos subsídios aos combustíveis, criou-se uma folga fiscal que
pode ser aplicada em outras despesas, nomeadamente no sector da saúde e/ou educação.

Assim, tendo em conta todo este contexto da política orçamental, os dados preliminares disponibilizados pelo Ministério
das Finanças revelam uma evolução em geral menos favorável dos saldos orçamentais em 2014, relativamente ao ano
anterior. Com efeito, o saldo global registou um défice de Kz 359,6 Mil Milhões, correspondendo a 3,1% do PIB (contra
um superavit de Kz 32,3 Mil Milhões, cerca de 0,3% do PIB registado no ano anterior); o saldo corrente reduziu em 2,4
p.p., situando-se nos 9,3% do PIB (contra os 11,7% do PIB em 2013) e o défice global primário (excluindo os juros da
dívida) deteriorou-se, apresentando um défice de 1,9% do PIB (contra um superavit no ano anterior de 1,1% do PIB). O
saldo primário não petrolífero manteve em 2014 a tendência que tem exibido ao longo dos últimos anos, apresentando
um défice menor ao fixar-se nos -44,2% do PIB (quando comparado com o défice de 48,3% apurado em 2013).

Esta evolução menos favorável das contas públicas em 2014 foi determinada essencialmente pela redução das receitas
totais, nomeadamente, das receitas correntes petrolíferas. Em termos de peso no PIB, as receitas públicas registaram

25
uma queda de 2,6 p.p. situando-se nos 37,6% do PIB (contra os 40,2% no ano anterior) enquanto as despesas públicas
aumentaram em 0,8 p.p., fixando-se nos 40,7% do PIB (contra os 39,9% no ano anterior).

2.2.2. Receitas Públicas

As receitas públicas preliminares em 2014, fixaram-se nos Kz 4.322,8 Mil Milhões, apresentando uma taxa de execução
relativamente ao orçamentado na ordem dos 91,1%, e uma redução em termos homólogos do ano anterior de 10,8%.
Esta evolução deveu-se, essencialmente, à redução nas receitas correntes, nomeadamente, dos impostos provenientes
do sector petrolífero. Contribuíram também para a evolução das receitas correntes, mas em menor grau, as contribuições
sociais e as doações no período, que evidenciaram decréscimos da ordem dos 81,3% e 30%, respectivamente.

Em resultado do efeito da queda do preço médio do barril de petróleo sobre as receitas das exportações petroliferas, as
receitas de impostos do sector petrolífero registaram uma redução de 18,4%, situando-se nos Kz 2.961,9 Mil Milhões,
correspondendo a uma taxa de execução face ao orçamentado de 89,4%.

Quadro 6: Receitas Públicas

2012 2013 2014 OGE 2014 2012 2013 2014 2013 2014
Em mil milhões de Kz T.V.H Taxas de Execução
Receitas 5.054,80 4.848,61 4.745,47 4.322,80 5,8 -4,1 -10,8 106,1 91,1
Receitas Correntes 5.054,00 4.847,83 4.744,70 4.322,27 5,8 -4,1 -10,8 106,1 91,1
Impostos 4.826,00 4.602,02 4.539,90 4.090,10 6,6 -4,6 -11,1 104,6 90,1
Petrolíferos 4.102,70 3.629,83 3.313,10 2.961,87 7,5 -11,5 -18,4 110,6 89,4
Não petrolíferos 723,30 972,19 1.226,80 1.128,23 1,8 34,4 16,1 86,9 92,0
Impostos s/ rend., lucros e ganhos de capital 324,70 501,61 527,20 544,83 3,9 54,5 8,6 100,9 103,3
Impostos s/ propriedades 16,20 21,17 150,70 28,16 170,0 30,7 33,0 87,1 18,7
Impostos s/ bens e serviços 165,20 201,06 328,60 228,90 -2,3 21,7 13,8 79,8 69,7
Impostos s/ o comércio internacional 111,30 124,41 165,20 182,04 -0,9 11,8 46,3 57,4 110,2
Outros impostos 105,90 123,93 55,10 144,30 -4,3 17,0 16,4 95,9 261,9
Contribuições sociais 106,60 120,72 165,30 22,57 18,7 13,2 -81,3 166,7 13,7
Doações 1,60 1,84 - 1,29 -33,3 15,3 -30,0 ----- -----
Outras receitas 119,80 123,25 39,50 208,31 -23,3 2,9 69,0 127,1 527,4
Receitas de capital 0,80 0,78 0,77 0,54
Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

Por sua vez, as receitas de impostos do sector não petrolífero, em virtude da reforma tributária que o Executivo aprovou
em Julho de 2014, e, do aumento da actividade económica ao longo do ano, registaram em 2014 um aumento de 16,1%
situando-se nos Kz 1.128,2 Mil Milhões, apresentando uma taxa de execução relativamente ao orçamentado de 92%.
Destaca-se, nas receitas de impostos não petrolíferos, o bom desempenho registado ao nível da cobrança de todos os
impostos, sobretudo dos impostos sobre os rendimentos, lucros e ganhos de capital e sobre o comércio internacional,
que aumentaram em termos homólogos 8,6% e 46,3%, respectivamente.

De realçar que, face aos últimos desenvolvimentos internacionais relacionados com a evolução do preço do crude,
é ainda prematuro e incerto prever os níveis em que a oferta e a procura irão estabilizar e, assim, definir um preço
de equilíbrio. Este constitui o principal risco que ensombra a captação de receitas fiscais, enquanto houver esta
dependência de Angola face a este recurso natural. É facto, contudo, que a dependência diminui cada vez mais: as
receitas petrolíferas representaram 25,8% do PIB em 2014 (contra os 30,1% em 2013) e 68,5% do total das receitas
(contra os 74,9% do ano anterior).

26
Relatório e Contas • 2014

2.2.3. Despesas Públicas

Relativamente às despesas públicas, estas situaram-se em 2014 nos Kz 4.682,4 Mil Milhões, apresentando uma taxa
de execução relativamente ao orçamentado na ordem dos 87,1%, e uma redução em termos homólogos do ano anterior
de 2,8%. Esta evolução é explicada, essencialmente, pela queda que se regista nas despesas correntes.

As despesas correntes fixaram-se nos Kz 3.250,2 Mil Milhões, apresentando uma redução da ordem dos 5,4% e uma
taxa de execução relativamente ao orçamentado de 88,5%. Este desempenho das despesas correntes foi alcançado
através dos decréscimos em termos homólogos registados nos gastos com aquisição de bens e serviços (em -11%),
com as transferências (em -1,5%) em particular com as pensões dos antigos combatentes e com os subsídios (em
-32,7%) em virtude da redução dos subsídios aos preços dos combustíveis.

Fruto do pagamento de retroactivos em função do incremento salarial observado e, da maior necessidade de


financiamento devido aos baixos níveis de receitas verificados nos últimos tempos, as despesas com a remuneração
dos empregados e com os pagamentos de juros da dívida interna e externa registaram aumentos relativamente ao ano
anterior, da ordem dos 12,2% e 43,4%, respectivamente.

Quadro 7: Despesas Públicas

2012 2013 2014 OGE 2014 2012 2013 2014 2013 2014
Em mil milhões de Kz T.V.H Taxas de Execução
Despesas 4.329,10 4.816,36 5.375,20 4.682,39 14,7 11,3 -2,8 95,9 87,1
Despesas correntes 3.184,60 3.437,26 3.674,00 3.250,20 8,8 7,9 -5,4 102,9 88,5
Remuneração dos empregados 1.031,00 1.154,83 1.369,30 1.295,22 17,5 12,0 12,2 89,1 94,6
Bens e serviços 1.296,60 1.228,33 1.430,70 1.093,62 25,8 -5,3 -11,0 106,3 76,4
Juros 105,50 99,10 127,60 142,10 11,5 -6,1 43,4 152,9 111,4
Externos 36,80 40,13 59,10 61,83 -4,2 9,1 54,1 106,7 104,6
Internos 68,70 58,97 68,50 80,27 22,2 -14,2 36,1 216,8 117,2
Transferências correntes 203,30 244,81 209,80 241,18 27,6 20,4 -1,5 99,1 115,0
Subsídios 548,20 710,18 536,50 478,07 -28,5 29,5 -32,7 123,1 89,1
Aquisição de activos não financeiros 1.144,50 1.379,10 1.701,20 1.432,19 35,4 20,5 3,8 82,1 84,2
Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

As despesas com aquisição de activos não financeiros e, em particular, com os investimentos públicos, em 2014,
apresentaram um aumento de 3,8% em termos homólogos, situando-se nos Kz 1.432,2 Mil Milhões, com uma taxa
de execução face ao orçamentado de 84,2%. Estas despesas foram direccionadas essencialmente ao PIP sectorial, e
abrangeram na sua maior parte, em termos de volume de pagamentos, os programas de ordenamento do território e
urbanismo, construção de equipamentos sociais e edifícios públicos e fomento da actividade económica.

De referir que, não obstante as despesas de investimento público terem apresentado em 2014, uma forte desaceleração
no seu ritmo de crescimento relativamente aos últimos 3 anos (em que cresceram em média 23,7%), estas despesas
registam um aumento do seu peso em termos do PIB passando de uma taxa de 11,4% em 2013 para 12,5% em 2014,
assumindo uma enorme relevância no desenvolvimento da economia nacional, como fonte potenciadora de novas
oportunidades de crescimento do sector não petrolífero.

2.2.4. Financiamento

Em termos de financiamento, o Tesouro Nacional recorreu não só ao financiamento interno, com a emissão de Títulos públicos,
nomeadamente, de Bilhetes e Obrigações do Tesouro, num montante líquido total de Kz 690,9 Mil Milhões, mas também
recorreu ao financiamento externo, com empréstimos líquidos num montante total de Kz 308,3 Mil Milhões.

27
Importa ainda referir que, com as medidas tomadas em 2014, relativamente às reformas fiscais abrangendo o sector
não petrolífero e o sector dos combustíveis, o Executivo adquire um maior espaço de manobra em termos de política
orçamental uma vez que, por um lado, reflecte uma tentativa de maior captação de receitas por via da ampliação da
base tributária não petrolífera e, por outro, consegue uma redução das despesas com a redução dos subsídios aos
combustíveis. Estas são medidas consideradas importantes, dada a actual conjuntura económica de Angola, a qual
tem evidenciado uma dependência ainda grande face às receitas do petróleo e que, com a actual quebra do preço do
petróleo nos mercados internacionais, veio novamente mostrar a forte necessidade de reestruturação da economia
visando a captação de outras fontes de receitas fiscais do país.

2.2.5. Dívida Pública

Em resultado da necessidade de financiamento em 2014, o stock da dívida total do Governo Central aumentou em 8,5
p.p., situando-se nos Kz 4.880,1 Mil Milhões, representando 42,5% do PIB (contra os 33,9% do PIB em 2013). Esta
evolução reflecte o aumento tanto do endividamento externo como do endividamento interno.

Gráfico 11: Dívida Pública e Dívida Pública Externa por Credores (em % do PIB)
50,0
100%

40,0
80%

30,0 60%

20,0 40%

10,0 20%

- 0%
2010 2011 2012 2013 2014 (Prel.) 2010 2011 2012 2013 2014 (Prel.)
Divida Publica externa Divida Publica interna Divida Publica Total Comercial Bilateral Multilateral

Fonte: DES/BNA

O stock da dívida externa ascendeu aos Kz 2.995,5 Mil Milhões, passando a representar 26,1% do PIB (22,8% do
PIB em 2013), concentrando-se sobretudo em títulos e obrigações de longo prazo. Deste total, 69,6% foi contratado
de credores comerciais, nomeadamente de bancos e empresas, 26,8% de credores bilaterais e 3,6% de credores
multilaterais. Por sua vez, o stock da dívida interna atingiu os Kz 1.884,5 Mil Milhões, representando 16,4% do PIB em
2014 (11,1% do PIB em 2013), concentrando-se em grande parte em títulos do Tesouro, ou seja, em Bilhetes do Tesouro
(BT) e Obrigações do Tesouro (OT).

Os dados preliminares das contas fiscais para 2014, indicam que, em termos do PIB, o serviço da dívida externa
aumentou em 1,1 p.p. para os 3,1% do PIB, explicado pelo aumento nos pagamentos de juros e amortizações da dívida.
Por outro lado, o serviço da dívida interna, nomeadamente dos BT das OT e de outros títulos, também aumentou em
2,2 p.p. para os 11,8% do PIB, em virtude dos acréscimos nos pagamentos dos juros e amortizações da dívida. Assim,
o serviço da dívida pública total situou-se nos 14,9% (contra os 11,6% do PIB no ano anterior).

Ao longo do ano assistiu-se a um aumento das taxas de juro no mercado primário e, em termos médios, das taxas de
juro das OT para todos os prazos. A evolução recente permite constatar um maior recurso aos BT e OT relativamente
ao ano anterior. Assim, em Dezembro de 2014, as taxas de juro de BT a 91, 182 e 364 dias aumentaram face ao período
homólogo para os 6,44%, 7,11% e 7,48%, respectivamente. As taxas de juro das OT também aumentaram ligeiramente
em termos médios relativamente ao ano anterior, passando para taxas médias à volta dos 7,67% (contra os 7,46% no
ano anterior).

28
Relatório e Contas • 2014

Quadro 8: Serviço da Dívida Pública (em % do PIB)

2012 2013 2014


Serviço da dívida interna 8,6% 9,6% 11,8%
Juros 0,6% 0,49% 0,7%
Amortizações 8,0% 9,10% 11,1%
Bilhetes do Tesouro 2,2% 1,7% 1,4%
Obrigações do Tesouro 2,5% 1,2% 3,1%
Outros 3,2% 6,3% 6,5%
Serviço da dívida Externa 1,9% 2,0% 3,1%
Juros 0,3% 0,3% 0,5%
Amortização 1,5% 1,6% 2,6%
Total 10,5% 11,6% 14,9%
Fonte: MINFIN, Quadro Macro Fiscal (de 2014 e 2015)

Desta análise da dívida é visível que a dívida interna cresceu em 2014 a um ritmo mais acelerado do que a dívida
externa. O sector público recorreu ao financiamento interno, nomeadamente à emissão de BT e OT para cobrir as
suas necessidades de tesouraria, limitando o financiamento ao sector privado, com implicações negativas ao nível da
actividade económica. Por outro lado, com o aumento do peso da dívida pública no PIB, é também possível que as taxas
de juro venham a sofrer pressões altistas, uma vez que existe a possibilidade de os investidores exigirem prémios de
risco mais elevados.

Para o futuro existe a possibilidade de, com o abrandamento das receitas petrolíferas e a agenda do investimento
que o Executivo prevê cumprir até 2017, a situação do saldo orçamental possa continuar a apresentar algumas
vulnerabilidades, podendo vir a pressionar a dívida pública que, neste momento, ainda se mantém abaixo da meta de
60% recomendável pela SADC.

2.3. Sector Monetário e Financeiro


2.3.1. Política e Desenvolvimentos Monetários e Financeiros

Orientada para o objectivo de redução da inflação sem comprometer a sustentabilidade do sistema financeiro,
proporcionando o espaço para o alargamento do crédito ao sector privado e o crescimento económico, a política
monetária do BNA, em 2014, continuou focada no controlo da liquidez do sistema bancário, visando a manutenção e
garantia da estabilidade de preços.

Neste quadro, o BNA interveio fazendo uso dos seus instrumentos de gestão de política monetária. De notar que, ao
longo do ano de 2014 e relativamente ao ano anterior, verificou-se uma redução da taxa da facilidade permanente de
cedência de liquidez em 0,5 p.p. para os 9,75% e um aumento da taxa de juro da facilidade permanente de absorção
de liquidez em 1 p.p. para os 1,75%. Com o propósito de estimular o crédito e, consequentemente, o crescimento
económico, o BNA reduziu a taxa de juro de referência (Taxa BNA) em 0,75 p.p., passando de 9,75% para os 9%.

No mercado monetário interbancário, as taxas LUIBOR, em geral, inverteram a tendência decrescente do ano anterior,
sobretudo a taxa LUIBOR overnight, que em Dezembro de 2014 se fixou nos 5,19%; e as taxas para as maturidades de
1, 3 e 6 meses, que se fixaram nos 7,33%, 7,86% e 8,29%, respectivamente.

29
Gráfico 12: Taxas de Juro Directoras e Taxas Luibor

Taxas de Juro Directoras Taxas Luibor


14,00%
12,00%
12,00%
10,00%
10,00%
8,00%
8,00%
6,00%
6,00%

4,00% 4,00%

2,00% 2,00%

0,00% 0,00%
Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14
Taxa de juro de referência Taxa de absorção de liquidez
Taxa de cedência de liquidez Overnight 1 mês 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses

Fonte: BNA

O BNA interveio igualmente no mercado monetário, recorrendo às suas operações de política monetária em coordenação
com as operações de política fiscal para gerir a liquidez do sistema bancário e controlar a expansão monetária na
economia.

O aumento das taxas LUIBOR e as condições de liquidez do sistema reflectem-se nas taxas de juro activas e passivas
praticadas pelo sistema bancário. Assim, destaca-se em 2014, um aumento em geral das taxas de juro praticadas nas
operações de crédito em MN ao sector empresarial em todos os prazos e, das taxas de juro praticadas nas operações
de crédito em ME aos particulares nos prazos até 180 dias e a mais de 1 ano. As taxas de juro activas do crédito
empresarial em MN oscilaram entre os 13,7% e os 17,4%, enquanto as do crédito a particulares oscilaram entre os
12% e os 14,9%.

Painel 3: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário (em %)

Taxas de Juro do Crédito Empresarial em MN (em %) Taxas de Juro do Credito a Particulares em ME (em %)
19,00 14,00
18,00 12,00
17,00
10,00
16,00
15,00 8,00
14,00 6,00
13,00 4,00
12,00
11,00 2,00
10,00 0,00
4

4
4

14

4
4

4
4

14

4
4

14

14
4

14
14

4
14

14

3
4
3

-1

r-1

l-1
-1

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-1

-1

t-1

-1
r-1
-1

-1

v-1
-1

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-1

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Ap

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Ju

No

De
Fe
No

Au
De

Se
Fe

Au

Ja

Ju
De
Se
Ja

Ju
De

M
M

M
M

Ate 180 dias De 181 dias a 1 ano Mais de 1 ano Ate 180 dias De 181 dias a 1 ano Mais de 1 ano

Taxas de Juro dos Depositos a Prazo em MN (em %) Taxas de Juro dos Depositos a Prazo em ME (em %)
6,50 6,00
6,00
5,00
5,50
5,00 4,00
4,50
3,00
4,00
3,50 2,00
3,00
1,00
2,50
2,00 0,00
4

14

4
4

4
14

4
14

14
14

14

4
4

4
14

14

4
3

14

14

4
3
-1

-1

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-1

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-1
c-1

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-1

t-1

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No

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No
Se

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Ja

Fe
Ju

Au
De

Fe

Se
Ja

Ju
De
M

M
M

Ate 90 dias De 91 a180 dias De 181 dias a 1 ano Mais de 1 ano Ate 90 dias De 91 a 180 dias De 181 dias a 1 ano Mais de 1 ano

Fonte: BNA

30
Relatório e Contas • 2014

Por outro lado, destaca-se um aumento das taxas de juro praticadas nas operações passivas em MN e ME em todos
os prazos, com excepção da taxa de juro dos depósitos a prazo em ME com prazo de mais de 1 ano, que reduziu
relativamente ao ano anterior. As taxas de juro passivas em MN oscilaram entre os 4% e os 5,6%, enquanto as taxas
de juro passivas em ME oscilaram entre os 1,9% e os 4,4%.

2.3.2. Evolução dos Agregados Monetários

Os desenvolvimentos financeiros reforçados pela política monetária acomodatícia, bem como o dinamismo da actividade
económica nacional estimulando o aumento das necessidades de financiamento do sector privado, favoreceram a
expansão monetária em 2014. A oferta de moeda em sentido mais lato, representada pelo agregado monetário M3 e o
agregado monetário M2, cresceram em termos homólogos cerca de 16,2% e 16,1%, respectivamente.

Verifica-se, em 2014, uma ligeira melhoria da posição externa do país relativamente ao ano anterior, dada pela evolução dos
activos externos líquidos totais (+0,4%), reflectindo essencialmente o aumento excepcional dos activos externos líquidos dos
bancos comerciais, numa estratégia de rentabilizarem a sua liquidez. Os activos externos líquidos do BNA, por sua vez, registam
um decréscimo de 5,3%, em resultado sobretudo, da redução das reservas internacionais líquidas em 7,1%.

Quadro 9: Síntese Monetária

2012 2013 2014 2013 2014


Em Kz mil milhões T.V.H. (%)
Activos Externos Líquidos 3.165,80 3.115,40 3.126,50 -1,6 0,4
BNA 3.017,30 3.096,80 2.933,20 2,6 -5,3
Reservas Internacionais Líquidas 2.954,10 3.041,20 2.826,40 2,9 -7,1
Bancos Comerciais 148,50 18,60 193,30 -87,5 939,2

Activo interno líquido 2.722,90 3.240,30 4.047,90 19,0 24,9


Crédito Interno líquido 1.705,10 2.261,50 3.015,70 32,6 33,3
Crédito Líquido ao Governo Central -942,30 -665,60 69,00 29,4 110,4
Crédito ao Governo Central 1.186,10 1.441,80 2.001,70 21,6 38,8
Depósitos do Governo Central 2.128,40 2.107,40 1.932,70 -1,0 -8,3
Crédito à Economia 2.647,40 2.927,10 2.946,70 10,6 0,7
dq: Crédito ao Sector Privado 2.431,30 2.776,50 2.809,10 14,2 1,2
Crédito às sociedades não financeiras 1.907,40 2.203,50 2.038,00 15,5 -7,5
Crédito a outros sectores residentes 523,90 573,00 771,10 9,4 34,6
Crédito ao Sector Público Empresarial 85,20 73,60 61,60 -13,6 -16,3
Outros créditos 130,90 77,00 76,00 -41,2 -1,3
Outros activos líquidos 1.017,80 978,80 1.032,20 -3,8 5,5
Fonte: BNA

O crédito interno líquido aumentou 33,3% em 2014, determinado pela evolução do Crédito Líquido ao Governo Central.
Este aumentou 110,4% em termos homólogos, explicado pelo aumento do crédito bancário (em 38,8%) ao Tesouro
Nacional.

Por sua vez, o crédito à economia aumentou de forma moderada em 0,7% em termos homólogos devido, essencialmente, à
evolução do crédito ao sector privado, que representa uma grande parte do crédito concedido à economia. O crédito ao sector
privado apresenta um aumento de 1,2%, resultado em grande parte da evolução do crédito a outros sectores residentes,
nomeadamente aos particulares, que regista um acréscimo em termos homólogos da ordem dos 34,6%. O crédito às sociedades
não financeiras, nomeadamente às empresas privadas, por sua vez, decresceu em termos homólogos 7,5%.

31
Os particulares arrecadaram cerca de 20,3% do total do crédito, seguido das empresas ligadas aos sectores de
“Serviços colectivos, sociais e pessoais” (que arrecadaram 17,2% do total do crédito em 2014), “Comércio a grosso e
a retalho” (16,9% do total do crédito), “Actividades Imobiliárias, de Aluguer e serviços prestados as empresas” (12,6%
do total do crédito), “Construção” (10,1% do total do crédito) e “Indústrias transformadoras” (6,4% do total do crédito).
Sendo assim, em 2014, os financiamentos concedidos pelos bancos comerciais mantiveram-se concentrados nos
sectores do comércio, serviços e construção. Os sectores industriais continuam a apresentar um reduzido volume de
crédito, contrariamente ao que seria desejável do ponto de vista de diversificação da actividade económica.

Quadro 10: Empréstimos por Sectores Institucionais e por Moeda

2012 2013 2014 2013 2014 2013 2014


Em Kz mil milhões T.V.H. (%) Estrutura Percentual
Por Sectores Institucionais
Não residentes 368,0 424,6 286,8 15,4 -32,5 10,7 7,1
Governo Central 12,2 26,9 261,1 120,5 870,6 0,7 6,5
Sector público excl. Governo Central 85,2 73,6 61,6 -13,6 -16,3 1,8 1,5
BNA 212,8 211,8 318,8 -0,5 50,5 5,3 7,9
Outras instit. financeiras monet. e não monet. 444,5 471,0 278,3 6,0 -40,9 11,8 6,9
Sector Privado 2.431,3 2.776,5 2.809,1 14,2 1,2 69,7 70,0
Sociedades não financeiras 1.907,4 2.203,5 2.038,0 15,5 -7,5 55,3 50,8
Outros sectores residentes 523,9 573,0 771,1 9,4 34,6 14,4 19,2
Total 3.554,0 3.984,4 4.015,7 12,1 0,8 100,0 100,0
Por Moeda
Crédito em Moeda Nacional (MN) 1.929,6 2.322,9 2.805,4 20,4 20,8 58,3 69,9
Crédito em Moeda Estrangeira (ME) 1.624,4 1.661,5 1.210,3 2,3 -27,2 41,7 30,1
Total 3.554,0 3.984,4 4.015,7 12,1 0,8 100,0 100,0
Fonte: BNA

A par do aumento significativo do Crédito Líquido ao Governo Central e da ligeira melhoria dos influxos de reservas externas
relativamente ao ano anterior, em 2014, assiste-se a um aumento do agregado monetário M2, que apresenta uma taxa de
crescimento de 16,1%, totalizando Kz 5.103,5 Mil Milhões. Esta evolução do M2 é explicada pelo aumento tanto dos passivos
monetários (19,7%) como dos passivos quase monetários (10,9%). O crescimento das notas e moedas em poder do público
(22,9%) e dos depósitos à ordem em MN (29,6%) e em ME (1,4%), explicam o comportamento dos passivos monetários (M1),
enquanto o aumento dos depósitos a prazo em MN (em 29,7%) explica o comportamento dos passivos quase-monetários.

Realça-se, contudo, uma desaceleração no ritmo de crescimento dos passivos quase monetários relativamente ao ano anterior
(em -2,9 p.p.), em virtude da redução de 7,6% nos depósitos a prazo em ME (contra um aumento de 5,2% em 2013).

32
Relatório e Contas • 2014

Quadro 11: Agregados Monetários

2012 2013 2014 2013 2014


Em Kz mil milhões T.V.H. (%)
M3 3.853,0 4.398,1 5.110,1 14,1 16,2
M2 3.817,6 4.396,1 5.103,5 15,2 16,1
M1 2.228,2 2.587,1 3.096,9 16,1 19,7
Notas e Moedas em poder do público 244,6 276,4 339,7 13,0 22,9
Depósitos a ordem- MN 1.045,9 1.470,6 1.905,2 40,6 29,6
Depósitos a ordem - ME 937,6 840,1 852,0 -10,4 1,4
Quase-Moeda 1.589,4 1.809,0 2.006,6 13,8 10,9
Depósitos a Prazo - MN 724,8 899,8 1.166,6 24,1 29,7
Depósitos a Prazo - ME 864,6 909,3 840,0 5,2 -7,6
Outros Instrumentos equiparáveis a depósitos* 35,4 2,0 6,6 -94,4 233,3
Fonte: BNA

De realçar que, em 2014, a tendência de desdolarização da economia continuou, com o crédito e os depósitos em
moeda estrangeira a reduzirem o seu peso no total do crédito e dos depósitos, respectivamente. Em 2014, os depósitos
em ME representaram 35,5% do total dos depósitos à ordem e a prazo (contra os 42,5% em 2013), e os créditos em
ME representaram 30,1% do total dos créditos (quando em 2013 representava 41,7%). Os créditos em ME reduziram
27,2% em termos homólogos.

2.3.3. Base Monetária

A análise do balanço do Banco Nacional de Angola (BNA) permite constatar uma evolução positiva da base monetária,
que apresenta uma taxa de crescimento de 13,5%, situando-se nos Kz 1.580,1 Mil Milhões em 2014. O comportamento
desta variável, componente do passivo do banco central, espelha a evolução das suas principais componentes,
nomeadamente, das notas e moedas em circulação, dos depósitos dos bancos comerciais no banco central (depósitos
livres e obrigatórios) e de outras obrigações face às outras instituições monetárias.
As notas e moedas em circulação cresceram de forma mais moderada que no ano anterior (16,5% em 2014 contra os
22,3% em 2013), sugerindo uma menor procura por moeda, que não será alheio ao menor ritmo de crescimento da
actividade económica.

Quadro 12: Base Monetária

2012 2013 2014 2013 2014


Em Kz mil milhões T.V.H. (%)
Base Monetária 1.323,6 1.392,1 1.580,1 5,2 13,5
Notas e Moedas em Circulação 335,5 410,2 478,0 22,3 16,5
Reserva bancária 671,3 750,1 759,7 11,7 1,3
Depósitos obrigatórios 648,3 699,5 709,6 7,9 1,4
Depósitos obrigatórios - MN 368,7 398,6 432,5 8,1 8,5
Depósitos obrigatórios - ME 279,6 300,9 277,0 7,6 -7,9
Depósitos livres 23,0 50,6 50,2 120,1 -0,8
Depósitos livres - MN 23,0 41,7 20,0 81,4 -52,0
Depósitos livres - ME 0,0 8,9 30,1 ----- 238,2
Outras Obrigações face a outras instit. monetárias 316,8 231,8 342,4 -26,8 47,7
Fonte: BNA

33
Em resultado da redução dos depósitos livres (-0,8%) no banco central, nomeadamente em MN, mas também do
abrandamento que se regista no crescimento dos depósitos obrigatórios (que passa de um crescimento de 7,9% em
2013 para 1,4% em 2014), a reserva bancária apresenta uma desaceleração no ritmo do seu crescimento em 2014.

Os depósitos obrigatórios em MN registaram um aumento de cerca de 8,5% em 2014, passando para os Kz 432,5
Mil Milhões (contra os Kz 398,6 Mil Milhões em 2013), enquanto os depósitos obrigatórios em ME evidenciaram um
decréscimo de 7,9%, passando para os Kz 277 Mil Milhões (Kz 300,9 Mil Milhões em 2013). Por sua vez, ao contrário
dos depósitos livres em MN que apresentaram uma redução de 52% atingindo o montante de Kz 20 Mil Milhões
em 2014 (Kz 41,7 Mil Milhões em 2013), os depósitos livres em ME registaram um acréscimo bastante significativo,
situando-se nos Kz 30,1 Mil Milhões (contra os Kz 8,9 Mil Milhões em 2013).

Gráfico 13: Reserva Bancária - Depósitos Obrigatórios e Livres (em Kz Mil Milhões)

Depósitos Obrigatórios Depósitos Livres

800,0 60,0
50,0
600,0
40,0
400,0 30,0
20,0
200,0
10,0
0,0 0,0
2012 2013 2014 2012 2013 2014

Depósitos obrigatórios -MN Depósitos obrigatórios -ME Depósitos obrigatórios Depósitos livres - MN Depósitos livres - ME Depósitos livres

Fonte: BNA

Esta evolução das reservas bancárias reflecte o abrandamento dos depósitos em MN, dos passivos quase-monetários e
da venda de ME ao BNA pelos bancos comerciais. Tal facto é elucidativo do menor recurso à opção de manutenção de
reservas bancárias, para além das obrigatórias. Por outro lado, não obstante o aumento dos activos externos líquidos
dos bancos comerciais, constata-se uma redução das reservas bancárias relativamente ao total de depósitos em 2014.
Os reflexos destes desenvolvimentos justificam ainda a menor taxa de crescimento relativamente ao ano anterior do
crédito concedido pelos bancos comerciais ao sector privado e a reduzida subscrição pelos bancos comerciais dos
títulos do banco central.

Relativamente à evolução das Outras obrigações face às outras instituições monetárias, estas evidenciam um aumento
expressivo na ordem dos 47,7% em virtude, essencialmente, do aumento dos acordos de recompra (operações de
absorção) com aquelas instituições.

De realçar que, embora a um ritmo inferior, os activos externos líquidos do BNA são a principal fonte de alimentação
da base monetária, sendo inferior o peso das restantes fontes, nomeadamente, do Crédito Líquido ao Governo Central,
do crédito ao sector privado e do crédito às instituições financeiras não monetárias.

O multiplicador monetário (dado pela relação entre o stock de moeda M3 e a Base Monetária) aumentou ligeiramente
em 0,07 p.p. em 2014, para os 3,23 (3,16 em 2013), sendo o ritmo de crescimento do M3 superior ao da Base monetária.
A frequência da circulação monetária na economia angolana, medida pela relação entre o PIB nominal e o stock de
moeda M3, é de 2,25 no período em referência, reduzindo em 0,49 p.p. relativamente ao ano anterior, sugerindo que o
M3 cresceu a uma taxa superior ao crescimento da actividade económica. O rácio M1/M2 foi de 60,68%, apresentando
um aumento de 1,83 p.p. face ao ano anterior (que foi de 58,85%). Esta variação deveu-se ao crescimento superior do
M1 relativamente ao M2 e que resultou da expansão superior dos depósitos à ordem relativamente aos depósitos a
prazo, o que reflecte uma menor propensão dos agentes económicos relativamente à poupança.

34
Relatório e Contas • 2014

As notas e moedas em poder do público expandiram 22,9% em 2014, contra uma expansão de 13% no ano anterior. O
aumento das notas e moedas em poder do público infere uma maior preferência dos agentes económicos pela liquidez,
ou seja, por notas e moedas em detrimento dos depósitos à ordem.

2.4. Contas Externas


2.4.1. Balança de Pagamentos

A informação da Balança de Pagamentos reflecte o conjunto de transacções reais e financeiras realizadas por Angola
com o resto do mundo durante o ano de 2014.
Em 2014, a redução das exportações das ramas angolanas, associada à queda na produção e à queda no preço médio
do barril de petróleo, reflectiu-se negativamente na posição externa da economia angolana. Assim, o saldo global da
Balança de Pagamentos revelou-se deficitário, sendo que esta evolução foi impulsionada, principalmente, pelo fraco
desempenho da Conta Corrente.

Conta Corrente

De acordo com os dados preliminares da balança de pagamentos, a Conta Corrente apresentou um saldo deficitário
na ordem de USD 1.090,2 Milhões, registando uma redução de 113,1% em relação a 2013, cujo saldo foi excedentário
na ordem dos USD 8.348,4 Milhões. Deste modo, o défice da Conta Corrente correspondeu a 0,8% do PIB, contra um
excedente equivalente a 6,7% observado em 2013.

Para garantir esta evolução, a Conta de Bens surge como a principal responsável ao apresentar uma redução de 26,3%
do seu saldo superavitário, que se situou em USD 30.891,4 Milhões em 2014, contra USD 41.902,6 Milhões em 2013.
A redução observada é explicada, por um lado, pela queda das receitas de exportação em 13,6% e, por outro, pelo
aumento das despesas de importação em 6,6%.

Gráfico 14: Conta Corrente e Suas Componentes


60 000,0
50 000,0
40 000,0
30 000,0
Em Milhões de US$

20 000,0
10 000,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014
-10 000,0
-20 000,0
-30 000,0
Bens Serviços R. Primários
R. Secundários Conta Corrente

Fonte: BNA/DES

Os factores que estiveram na base da redução do valor das exportações foram, nomeadamente, a queda do preço
médio do petróleo bruto em 10,8% e do volume de exportações de petróleo em 4,2%. O preço médio de petróleo
das ramas angolanas passou de USD 107,7 por barril em 2013 para USD 96,1 em 2014, ao passo que o volume de
exportações de petróleo passou de 609,3 Milhões de barris para 583,9 Milhões de barris, respectivamente.

35
Por sua vez, em 2014 as importações de mercadorias registaram uma expansão, em termos absolutos de USD 1.742,2 Milhões,
correspondente a um crescimento de 6,6%, com destaque para os veículos automóveis e tractores (USD +783,6 Milhões), as
caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (USD +678,6 Milhões), as importações efectuadas para fins específicos
(USD +568,0 Milhões), bem como obras de ferro fundido, ferro ou aço (USD +383,1 Milhões). No entanto, alguns produtos viram
as suas importações reduzir-se, com destaque para os combustíveis que registaram uma queda de USD 514,5 Milhões.

Quadro 13: Principais Produtos Importados em 2014 (em USD Milhões)

Descrição 2013 2014


Combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação 4.962,7 4.448,2
Caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos 3.408,7 4.087,2
Veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres 2.508,3 3.292,0
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes 1.895,9 2.198,2
Obras de ferro fundido, ferro ou aço 1.418,4 1.801,5
Carnes e miudezas, comestíveis 803,2 909,2
Mercadorias importadas para fins específicos 191,4 759,4
Ferro fundido, ferro e aço 700,4 744,0
Instrumentos e aparelhos de óptica, fotografia ou cinematografia 419,0 636,7
Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 709,4 634,1
Outros 9.326,6 8.575,5
Fonte: BNA/DES

Os produtos com maior peso nas importações foram maioritariamente utilizados nos sectores petrolífero, da energia
e águas, assim como na construção. Por outro lado, tendo em conta que a produção agroindustrial do País ainda
é insuficiente para satisfazer a procura por produtos agrícolas, as importações de bens alimentares continuam a
ter um peso expressivo na estrutura das importações do País. Com efeito, em 2014 o custo com a importação de
bens alimentares situou-se na ordem dos USD 4.025,6 Milhões, contra os USD 3.844,8 Milhões registados no ano
precedente, representando assim um aumento de 4,7%.

À semelhança de anos anteriores, Portugal foi o principal país de procedência dos bens importados em 2014, sendo
que estes atingiram um custo avaliado em USD 4.320,7 Milhões, contra os USD 4.333,1 Milhões registados em 2013.
As categorias de bens com maior peso nas importações provenientes de Portugal são designadamente as máquinas e
instrumentos mecânicos (com 15,5% do total), os aparelhos e materiais eléctricos (com 10,9% do total), bebidas (9,2%
do total) e obras de ferro fundido (5,4% do total). No entanto, as importações provenientes de Portugal tiveram uma
forte desaceleração (0,3%), quando comparadas com o crescimento registado em 2013 (de 11,7%).

Gráfico 15: Principais Países de Procedência das Importações


4 333,1
4 320,7
Em USD Milhões

3 536,0
3 390,5

3 361,2
2 666,3

714,3
601,4
1 893,2

1 635,6

1 539,8

1 237,6

1 105,6
1 249,7

1 439,3

1 104,9

1 127,9

1 001,1
894,7

978,4
A
AL

DO
A

ÇA
A

IL
A

UR

ID
IC
EU

EA
UG

IN

AS

AN
UN

A
LG
AP
CH

C
RT

BR

RI
BE

FR
NG

O
PO

ÁF
IN
SI

RE

2013 2014
Fonte: BNA/DES

36
Relatório e Contas • 2014

Em relação à China, o segundo país em termos de procedência das importações com 12,1% do valor total, as
importações de bens deste país registaram um crescimento de 27,2% em relação ao ano de 2013 situando-se nos USD
3.390,5 Milhões, destacando-se os veículos automóveis (com um peso de 17% do total), as máquinas, aparelhos e
instrumentos mecânicos (com 14,1% de peso), o ferro fundido (com 13,3%) e os aparelhos e materiais eléctricos (com
12,7%).

As importações provenientes de Singapura, o país que se segue à China em termos de peso no total das importações,
fixaram-se nos USD 3.361,2 Milhões, apresentando uma redução de 4,2% relativamente ao ano de 2013. De entre
os bens importados deste país asiático destacam-se os combustíveis minerais (com um peso de 40,8% no total das
importações provenientes deste país), os aparelhos e materiais eléctricos (com um peso de 1,4%), as máquinas e
instrumentos mecânicos (com 1,3%) e as obras de ferro fundido ou aço (com 1,1%).

Nas restantes contas que compõem a Conta Corrente, verificou-se um ligeiro agravamento do saldo deficitário da conta
de Serviços na ordem dos 0,5% e do saldo deficitário da conta de rendimentos secundários, que inclui as doações, as
remessas de trabalhadores e outras transferências, na ordem dos 4,5%. Por seu turno, verificou-se uma melhoria em
17,9% do saldo deficitário da conta de Rendimentos Primários, que inclui os rendimentos de investimentos (lucros e
juros) e os rendimentos do trabalho (compensação de trabalhadores).

Conta de Capital e Financeira

A Conta de Capital e Financeira apresentou uma redução do saldo deficitário na ordem dos 53,0%, ao passar de USD
8.209,3 Milhões em 2013 para USD 3.862,0 Milhões em 2014. Esta melhoria da conta de capital e financeira deveu-se,
essencialmente, à evolução registada no investimento directo líquido, cujo défice reduziu-se em 61,2%, atingindo os
USD 5.106,4 Milhões, contra os USD 13.164,2 Milhões em 2013.

De realçar que, esta melhoria do défice do investimento directo líquido é fruto da especificidade do sector petrolífero,
dado que neste sector a recuperação do investimento mantém uma relação directamente proporcional às exportações.

Gráfico 16: Conta Financeira e Suas Componentes


10 000,0

5 000,0
Em Milhões de US$

0,0
2010 2011 2012 2013 2014
-5 000,0

-10 000,0

-15 000,0

Investimento Directo Capitais do M. e L. Prazo Outros Capitais Conta Financeira

Fonte: DES/BNA

Em termos brutos, o investimento directo estrangeiro em Angola aumentou em cerca de 8,3%, atingindo os USD
15.538,3 Milhões (contra os USD 14.345,9 Milhões em 2013), dos quais USD 12.026,2 Milhões são referentes à entrada
de capitais e USD 3.512,1 Milhões referentes aos lucros reinvestidos. Este fluxo, de natureza essencialmente privada
não financeira, relaciona-se com a execução de projectos ligados maioritariamente ao sector petrolífero.

A saída de capitais, tanto pelo investimento angolano no exterior como pela recuperação do investimento directo
estrangeiro em Angola, fixou-se nos USD 20.317,7 Milhões, contra os USD 27.510,1 Milhões em 2013, apresentando
uma redução de 11,2%.

37
No que concerne ao endividamento externo, verificou-se por um lado, uma redução dos desembolsos da dívida externa
(em 20,8%), passando para os USD 8.081,9 Milhões em 2014 (contra os USD 10.204,5 Milhões em 2013) e, por outro,
um crescimento da amortização da dívida externa (em 9,3%), passando para os USD 4.999,2 Milhões no período em
análise (contra os USD 4.574.7 Milhões em 2013) levando, com efeito, a uma entrada líquida de recursos na ordem dos
USD 3.082,7 Milhões em 2014, contra os USD 5.629,8 Milhões no período homólogo de 2013.

A conta de capital tem apresentado valores residuais ao longo dos anos, pelo que o saldo da conta de capital e
financeira é influenciado, fundamentalmente, pela conta financeira.

2.4.2. Reservas Internacionais

A posição das reservas brutas no final de 2014 foi de USD 28.173,1 Milhões (21,7% do PIB), contra os USD 33.125,3
Milhões (26,5% do PIB) no ano anterior, correspondendo a uma cobertura de 6,6 meses de importação, contra
os 8,1 meses de importação em 2013. São apontadas como principais causas da redução das reservas em 2014,
nomeadamente, a redução significativa das receitas de exportação de petróleo, como consequência da queda do preço
médio por barril de petróleo, a manutenção do volume de vendas de divisas aos bancos comerciais pelo BNA para fazer
face à procura para o pagamento de importações de bens e serviços, a transferência de recursos para a capitalização
do Fundo Soberano, a redução dos depósitos em moeda estrangeira dos bancos comerciais junto do BNA (componente
das reservas internacionais) e o serviço da dívida externa.

Gráfico 17: Reservas Brutas e Rácio de Cobertura das Importações


39.000,00 9,00

37.000,00 8,50
8,00
35.000,00
Meses de Importação
USD Milhões

7,50
33.000,00
7,00
31.000,00
6,50
29.000,00
6,00
27.000,00 5,50
25.000,00 5,00
jan/12 jun/12 nov/12 abr/13 set/13 fev/14 jul/14 dez/14

Reservas Brutas Rácio de Cobertura das Importações (ELD)

Fonte: DES/BNA

2.4.3. Mercado Cambial Nacional

Em 2014 foram disponibilizados aos bancos, através de leilões realizados no mercado primário, recursos cambiais
cifrados em USD 18.970,5 Milhões, tendo sido observado um decréscimo de 1,5%, comparativamente ao ano de 2013.
Contudo, os bancos comerciais adquiriram dos seus clientes, incluindo as companhias petrolíferas, USD 15.292,4
Milhões, contra os USD 11.038,2 Milhões no ano anterior. No total, as divisas adquiridas pelos bancos ascenderam a
USD 34.262,9 Milhões, contra os USD 30.287,5 Milhões no ano anterior, apresentando um aumento de cerca de 13%.

No mercado primário, a taxa de câmbio do em relação ao USD situou-se, em Dezembro de 2014, nos Kz 102,9, contra
Kz 97,6 no período homólogo de 2013, verificando-se assim uma depreciação nominal acumulada de aproximadamente
5,4%, contra uma depreciação de 1,9% em 2013. Por sua vez, no mercado secundário, a taxa de câmbio em relação ao
USD atingiu a cotação de Kz 105,8 em Dezembro de 2014, contra Kz 99,2 em Dezembro de 2013, tendo-se observado
uma depreciação nominal de 6,7%, contra os 1,6% no ano anterior.

38
Relatório e Contas • 2014

Gráfico 18: Taxas de Câmbio no Mercado Primário e Secundário

107,00

105,00

103,00

101,00
KZ/USD

99,00

97,00

95,00

4
4
4

4
4

14
3
3
3

3
3

13

/1
r/1
/1

t/1
i/1
/1
r/1
/1

t/1
i/1

v/
v/

jul
jan
jul
jan

ma
ma

se
ma
ma

se

no
no
M. SECUNDÁRIO M. PRIMARIO

Fonte: DES/DMA/BNA

39
PARTE II – SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO

40
Relatório e Contas • 2014

3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano


3.1. Actividade do Sistema Bancário

Relativamente ao Activo do Sistema Bancário, o volume de negócios da banca somou cerca de Kz 7.129,5 Mil Milhões
em Dezembro de 2014, contra os Kz 6.646,8 Mil Milhões relativos a Dezembro de 2013, representando um acréscimo
de Kz 482,7 Mil Milhões (7,26%), motivado principalmente pelo aumento de 25,86% nos títulos e valores mobiliários
e de 8,90% na carteira de crédito.

O crédito líquido manteve a sua relevância na estrutura de negócios da banca com um peso de 41,21%, seguindo-se os
títulos e valores mobiliários com 21,69% e Disponibilidades com 16,01%.

Gráfico 19: Estrutura do Activo Total (em %)

Composição do Activo em Dezembro de 2013 Composição do Activo em Dezembro de 2014

5,20%
0,00% 5,53%
0,00% DISPONIBILIDADES
3,19%
3,34% APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ
15,63% 16,01%
TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVADOS
11,59%
15,84% CRÉDITOS NO SISTEMA DE PAGAMENTOS
OPERAÇÕES CAMBIAIS 41,21%
40,85%
CRÉDITOS LÍQUIDOS
21,69%
18,48% OUTROS VALORES
INVENTÁRIOS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS E
ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES 0,48% 0,00%
0,26% 0,00%
0,39% IMOBILIZAÇÕES 0,30%

Fonte: DSI/BNA

Continua a verificar-se a migração de activos detidos em Moeda Estrangeira para Moeda Nacional no agregado do
sistema financeiro, sendo que os activos em MN representam 66,02% do total, valor que é superior em 7,85 p.p. em
relação ao período homólogo de 2013.

O crédito bruto concedido à economia atingiu os Kz 3.205,5 Mil Milhões, contra os Kz 2.943,6 Mil Milhões registados
no período homólogo, tendo aumentado Kz 261,9 Mil Milhões (8,90%). Relativamente à distinção por moedas, o crédito
em MN aumentou Kz 492,9 Mil Milhões (26,89%) face ao período homólogo, correspondendo a um peso de 72,56% do
total da carteira, ao passo que o crédito em ME abrandou em cerca de Kz 231,0 Mil Milhões (o que equivale a uma taxa
de crescimento de 20,80%), representando 27,44% do total da carteira.

O crédito vencido, por sua vez, aumentou 41,6% passando de Kz 328,9 Mil Milhões para os Kz 465.704,64 Milhões,
devido ao aumento considerável do nível de incumprimento do BESA. Por conseguinte, o rácio de crédito vencido sobre
o crédito total do sistema aumentou de 11,18% para 14,53%.

41
Gráfico 20: Crédito Vencido/Crédito Total
4.000.000 16,00%
14,53%
3.500.000 14,00%

3.000.000 12,00%
11,18%
2.500.000 10,00%
9,23%
Kz Milhões

8,59% 8,92%

Rácio
2.000.000 8,00%

1.500.000 6,00%

1.000.000 4,00%

500.000 2,00%

0 0,00%
mar/14

jun/14

set/14

dez/14
dez/13

Crédito Vencido Crédito Total crédito vencido/crédito total


Fonte: DSI/BNA

O aumento do crédito vencido e a ligeira diminuição das provisões constituídas de Kz 92,9 Mil Milhões em Dezembro
de 2013 para Kz 92,2 Mil Milhões em Dezembro de 2014 (-0,75%), resultaram na diminuição do rácio de cobertura do
crédito vencido por provisões de 42,26% em Dezembro de 2013 para 28,01% em Dezembro de 2014.

Relativamente ao Passivo total da Banca, em Dezembro de 2014, este somou Kz 6.406,8 Mil Milhões, representando
uma expansão de mais Kz 491,6 Mil Milhões (8,31%) face ao período homólogo. Esta evolução resultou sobretudo
do aumento dos depósitos em cerca de Kz 703,2 Mil Milhões (15,13%), que constituem a maior fonte de captação de
recursos das instituições financeiras bancárias, assumindo um peso de 83,52% sobre o passivo total.

À semelhança do Activo, o Passivo apresentou-se predominantemente em moeda nacional, representando cerca de


66,90% do volume total de obrigações do sistema bancário. Em termos de distribuição dos depósitos da banca, o risco
de concentração mantém-se alto, sendo que apenas 4 bancos detêm 64,31% do total de depósitos do sistema.

Gráfico 21: Estrutura do Passivo Total (Em %)

Composição do Passivo em Dezembro de 2013 Composição do Passivo em Dezembro de 2014

DEPÓSITOS
0,79% 1,77%
0,00% CAPTAÇÕES PARA LIQUIDEZ 0,00% 0,69%
0,05% 1,45% 0,77% 0,09% 1,91%
0,97% 0,36% 6,27%
5,14% CAPTAÇÕES COM TÍTULOS E VALORES 0,01%
0,00% MOBILIÁRIOS
0,03% 0,10%
INSTRUMENTOS FINANCEIROS
DERIVADOS 5,18%
12,31% OBRIGAÇÕES NO SISTEMA DE
PAGAMENTOS
OPERAÇÕES CAMBIAIS
OUTRAS CAPTAÇÕES
ADIANTAMENTOS DE CLIENTES
78,57% 83,52%
OUTRAS OBRIGAÇÕES
FORNECEDORES COMERCIAIS E
INDUSTRIAIS
PROVISÕES PARA RESPONSABILIDADES
PROVÁVEIS
Fonte: DSI/BNA

No fim do exercício económico de 2014, o resultado líquido da banca, embora positivo, diminuiu cerca de 50,29% (menos Kz 45,9 Mil
Milhões) ao passar de Kz 91,2 Mil Milhões em Dezembro de 2013 para Kz 45,4 Mil Milhões em Dezembro de 2014, influenciado pelo
resultado negativo do BESA, por consequência dos ajustamentos de provisões não constituídas em exercícios anteriores.

42
Relatório e Contas • 2014

3.2. Principais Indicadores do Sistema Bancário

Fazendo uma análise dos principais indicadores do sistema bancário, realça-se que, em termos de rendibilidade
do sistema, o ROE e o ROA diminuíram de 10,54% para 4,96% (-5,58 p.p.) e de 1,38% para 0,64% (-0,74 p.p.),
respectivamente.

A margem financeira diminuiu de Kz 234,1 Mil Milhões em Dezembro de 2013 para Kz 214,6 Mil Milhões em Dezembro
de 2014 (-8,33%), devido à redução dos proveitos de créditos em cerca de Kz 41,9 Mil Milhões (-14,21%), motivando
por sua vez, a redução do produto bancário de 62,65% para 56,37%.

Em termos de liquidez do sistema bancário, o rácio de liquidez imediata aumentou de 36,89% para 43,30%, indicando
uma maior capacidade de cobertura do passivo de curto prazo através de activos com maior liquidez. Importa referir,
que este aumento é fundamentalmente explicado através dos elementos denominados em moeda estrangeira, com um
aumento de 10,25 p.p. da liquidez imediata em moeda estrangeira, enquanto a liquidez imediata em moeda nacional
diminuiu 0,17 p.p. face a Dezembro de 2013.

Contrariamente, o rácio de liquidez geral sofreu uma diminuição de 106,91% para 103,45%, indicando uma menor
cobertura dos activos líquidos dos bancos perante as obrigações destes. A redução deste rácio ocorre tanto nos
elementos denominados em moeda estrangeira, com uma redução de 1,00 p.p., como nos elementos denominados em
moeda nacional, com uma diminuição de 7,24 p.p..

Gráfico 22: Rácios de Liquidez Geral e Imediata (Em %)


140,00%

120,00%

100,00%

80,00%

60,00%

40,00%

20,00%

0,00%
dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14

Liquidez Geral Liquidez Geral ME Liquidez Geral MN


Liquidez Imediata ME Liquidez Imediata MN Liquidez Imediata MN e ME

Fonte: DSI/BNA

Os depósitos aumentaram de Kz 4.647,8 Mil Milhões para Kz 5.350,9 Mil Milhões (15,1%) sendo que 55,19% (Kz
2.953,1 Mil Milhões) dos depósitos totais representavam os depósitos à ordem, 44,56% (Kz 2.384,1 Mil Milhões)
representavam os depósitos a prazo e 0,26% (Kz 13,8 Mil Milhões) representavam os outros depósitos. Devido ao
aumento em maior proporção dos depósitos relativamente ao crédito, o rácio de transformação (crédito/depósitos)
diminuiu de 63,33% para 59,90%.

Em Dezembro de 2014, o conjunto de bancos possuía Fundos Próprios Regulamentares (FPR) avaliados em Kz 922,04
Mil Milhões, o que representa um incremento de Kz 21.35 Mil Milhões face a 2013, a Exigência de Capital para o Risco
Cambial (ECRC) totalizou os Kz 49,83 Mil Milhões, equivalente a um aumento de Kz 13,03 Mil Milhões, e os Activos
Ponderados pelo Risco (APR) somaram Kz 4.147,60 Mil Milhões, tendo reduzido Kz 128,167 Mil Milhões relativamente
ao ano anterior.

43
Gráfico 23: Rácio de Solvabilidade
4.500.000,00 30%
4.000.000,00
3.500.000,00
3.000.000,00 25%
Kz Milhões

22,53%
2.500.000,00 22,01%

Rácio
20,97%
2.000.000,00 19,85%
19,40%
1.500.000,00 20%
1.000.000,00
500.000,00
0,00 15%
dez/13

mar/14

jun/14

set/14

dez/14
ECRC FPR APR Rácio de solvabilidade

Fonte: DSI/BNA

De um modo geral, o sistema bancário angolano continua a demonstrar capitalização suficiente para suportar
razoáveis riscos económicos e financeiros, com o rácio de solvabilidade a situar-se em 19,85%, acima do limite mínimo
regulamentar de 10%, estabelecido no Aviso 05/07, de 12 de Setembro.

4. Sistemas de Pagamentos

O Sistema de Pagamentos de Angola (SPA) é composto por quatro subsistemas de pagamentos, dos quais, três de compensação
e um de liquidação. Dos subsistemas de compensação fazem parte, nomeadamente, o Serviço de Compensação de Valores
(SCV), o Subsistema Multicaixa (MCX), e o Subsistema de Transferências a Crédito (STC). Do subsistema de liquidação faz parte
o Subsistema de Liquidação por bruto em Tempo Real (SPTR), onde são liquidados os saldos das compensações, bem como as
operações efectuadas no Sistema de Gestão de Mercado de Activos (SIGMA).

Gráfico 24: Estrutura do SPA

Fonte: DSP/BNA

No plano normativo em 2014, os esforços incidiram sobre a implementação efectiva dos regulamentos relativos à
Autorização para a Constituição das Sociedades Prestadoras de Serviços de Pagamentos , Prestação de Serviço de
Pagamentos e Cartões de Pagamento – Serviços Mínimos e de Adquirente Anexo – Serviços de Atendimento .
No que respeita à regulamentação, esta centrou-se nos instrumentos ou subsistemas de pagamento, definindo regras
para garantir uma maior protecção dos utilizadores dos serviços de pagamento e a criação de contas de pagamento
que facilitem o acesso aos serviços de pagamento pela população, mediante instrumentos de pagamento inovadores.

44
Relatório e Contas • 2014

4.1. O Subsistema de Liquidação por bruto em Tempo Real (SPTR)

Relativamente ao SPTR, a sua disponibilidade enquanto veículo de circulação de recursos financeiros denominados
na moeda nacional entre as instituições financeiras, é imprescindível para o pleno funcionamento do sistema de
pagamentos, assim como para a estabilidade do sector financeiro.
Em termos operacionais, o SPTR funcionou durante 249 dias úteis, cujos horários médios de abertura e fecho foram
das 07h51 às 17h41.

Em termos de evolução anual, assinala-se o aumento no número de operações, especialmente através de transferências
MT103 num total de 269 mil mensagens liquidadas, tendo-se verificado um crescimento de 24% ao nível destas
operações relativamente ao ano anterior.

O número de operações liquidadas no SPTR registou uma variação positiva de 19,89% face ao ano de 2013, em
consequência das transacções de clientes feitas com recurso a mensagens MT102 e MT103, embora fosse esperado
que uma grande parte destas operações fosse processada no STC.

O montante de operações liquidadas em 2014 no SPTR, excluindo os saldos de compensação, apresentou um crescimento
de 40,29% face a 2013, em virtude do aumento verificado ao nível das operações do SIGMA, cuja variação foi de 50,64%.

Quadro 14: Número e Montante de Operações Liquidadas no SPTR

Volume Montante (Kz Mil Milhões)


2013 2014 Variação (%) 2013 2014 Variação (%)
Total 265.327 318.097 19,89% 75.043 105.275 40,29%
Interb. 13.290 12.505 -5,91% 24.279 29.804 22,76%
SIGMA 11.005 15.779 43,38% 40.956 61.695 50,64%
Lev/Dep 11.238 15.372 36,79% 773 2.261 192,50%
Clientes 219.263 271.053 23,62% 5.743 9.595 67,07%
Outros 10.531 3.388 -67,83% 3.291 1.919 -41,69%
Fonte: DSP/BNA

4.2. Os Subsistemas de Compensação

Quanto aos Subsistemas de compensação, estes registaram em 2014 um crescimento de 31,53% no número de
operações e uma redução de 10,61% no seu valor total, verificando-se uma predominância do subsistema Multicaixa
em termos de número de operações (99,11% do total) e do SCV em termos de valor (65,62% do montante global).
A evolução negativa do valor total de operações deveu-se ao impacto do Instrutivo nº 09/13, que limita o valor para a
emissão de cheques para compensação.

Gráfico 25: Número e Montante de Documentos Compensados no SCV


700.000,00 3.000,00

600.000,00
2.500,00
500.000,00
Número de Operações

2.000,00
Kz Mil Milhões

400.000,00 Ordem de Saque


1.500,00
Documentos de Crédito
300.000,00
Cheques 1.000,00
200.000,00
500,00
100.000,00

- -
2012 2013 2014 2012 2013 2014
Fonte: DSP/BNA

45
O cheque continuou a ser o instrumento de pagamento de referência do SCV, correspondendo a 99,33% das quantidades
e 97,21% dos montantes deste subsistema, em virtude da extinção dos documentos de crédito e a migração das ordens
de saque para o SPTR, nos casos em que o valor destas for igual ou superior a Kz 5 Milhões, e para o STC, nos restantes
casos.

O subsistema de transferências electrónicas a crédito (STC) processou 860.035 transferências no montante de Kz 461,6
Mil Milhões, mais 124,36% em relação ao ano anterior. Este aumento substancial é resultante da maior aderência dos
bancos comerciais a este subsistema relativamente ao pagamento de salários e, também, do fluxo de transacções
realizadas.

Gráfico 26: Número e Montante das Transferências efectuadas no STC



500,00 1.000.000,00

400,00 800.000,00

N.º de Operações
Kz Mil Milhões

300,00 600.000,00

200,00 400.000,00

100,00 200.000,00

- -
2012 2013 2014

Valor das Operações Número de Operações no STC

Fonte: DSP/BNA

Na rede Multicaixa foram registadas em 2014, 135,80 milhões de operações, mais 32,47 Milhões que o período anterior.
As compras e os levantamentos representaram 25% e 65% do número total de operações financeiras, respectivamente.
O Multicaixa é o subsistema com maior número de operações processadas no SPA, reflectindo assim as suas
características de subsistema de operações de retalho, com valor unitário reduzido em comparação com os demais
subsistemas do SPA.

Gráfico 27: Número de Operações Multicaixa

160.000.000,00
140.000.000,00
120.000.000,00
N.º Operações

100.000.000,00
80.000.000,00
60.000.000,00
40.000.000,00
20.000.000,00
-
2012 2013 2014

Levantamentos Pagamentos

Fonte: DSP/BNA

Em 2014, continuou a registar-se um aumento tanto dos cartões activos como dos cartões não activos, com o
consequente crescimento gradual das quotas de compras e outros pagamentos na rede Multicaixa. Contudo, realça-se
que a quota de cartões activos permanece ainda baixa.

46
Relatório e Contas • 2014

PARTE III – RELATÓRIO DE ACTIVIDADES

47
5. Actividades do Banco Nacional de Angola
5.1. Comités Colegiais

O Banco Nacional de Angola, segundo a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, tem como principais funções assegurar a preservação do
valor da moeda nacional e participar na definição das políticas monetária, financeira e cambial.
Neste âmbito, compete ao Banco Nacional de Angola a execução, acompanhamento e controlo das políticas monetárias, cambial
e de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e administração do meio circulante no âmbito da política económica do País.

Por forma a estabelecer directrizes que levem à cabal implementação das suas principais atribuições, o Banco
Nacional de Angola tem instituídos três comités colegiais, nomeadamente o Comité de Política Monetária, o Comité
de Estabilidade Financeira e o Comité de Investimentos.

5.1.1. Comité de Política Monetária

O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (adiante designado por CPM) tem como objectivo definir
o curso da Política Monetária e estabelecer a Taxa Básica de Juros – a Taxa BNA – bem como as taxas de juro das
facilidades permanentes de cedência e de absorção de liquidez.
O Comité é constituído pelo Governador do Banco Nacional de Angola, que o preside, pelos Vice-Governadores e
pelos Administradores do BNA. Como convidados às reuniões de periodicidade mensal do CPM constam também os
Directores dos Departamentos de Estudos Económicos (que exerce a função de secretariado), de Mercados de Activos
e de Estatística do Banco Nacional de Angola.

Ao longo do ano de 2014, o Comité de Política Monetária acompanhou a evolução da conjuntura económica quer a nível nacional
quer a nível internacional, com base na qual tomou decisões no âmbito das suas funções. A evolução da taxa de inflação que,
em termos homólogos, se situou abaixo da meta dos 7,5% prevista para 2014, foi um dos indicadores que justificou a tomada
de decisão no sentido da redução em geral das taxas de juro directoras ao longo do exercício. Contudo realça-se que, não
obstante ter-se observado a nível anual uma redução das taxas de juro directoras, no último trimestre do ano, entretanto,
observou-se um aumento das mesmas, justificado pela aceleração da taxa de inflação homóloga neste período.

O Quadro abaixo demonstra o histórico das decisões que foram tomadas em cada uma das reuniões realizadas no
decorrer do ano de 2014.

Quadro 15: Histórico das Decisões do CPM em 2014

Data FAO Taxa BNA FCO


23/Dez/13 0,75% 9,25% 10,25%
27/Jan/14 0,75% 9,25% 10,25%
21/Fev/14 1,25% 9,25% 10,25%
31/Mar/14 1,50% 9,25% 10,00%
28/Abr/14 1,50% 9,25% 10,00%
26/Mai/14 1,75% 9,25% 10,00%
25/Jun/14 1,75% 9,25% 10,00%
28/Jul/14 1,75% 8,75% 9,75%
27/Ago/14 1,75% 8,75% 9,75%
29/Set/14 1,75% 8,75% 9,75%
27/Out/14 1,75% 9,00% 9,75%
24/Nov/14 1,75% 9,00% 9,75%
22/Dez/14 1,75% 9,00% 9,75%
Fonte: DES/BNA

Obs.: FAO - Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez Overnight; FCO -Facilidades Permanentes de Cedência de Liquidez Overnight

48
Relatório e Contas • 2014

Mercado Monetário

A regulação de liquidez por parte do Banco Central teve enfoque nas Operações de Mercado Aberto (OMA), na facilidade
permanente de absorção de liquidez e nos demais instrumentos à disposição do BNA. O volume de Operações de
Mercado Aberto (OMA) para absorção de liquidez foi de Kz 907.083,7 Milhões, representando uma média mensal de
Kz 75.590,3 Milhões. O seu impacto foi contraccionista sobre a base monetária em Kz 43.464,9 Milhões. Não foram
observadas Operações de Mercado Aberto (OMA) de cedência de liquidez em 2014.
No que diz respeito às facilidades permanentes de liquidez, realça-se que o recurso às mesmas permitiu que as
instituições bancárias acedessem ao financiamento intradia e/ou overnight do BNA nos termos regulamentados. O
volume dessas operações registou uma média mensal de Kz 63.053,3 Milhões, com maior incidência no segundo
semestre de 2014. Por outro lado, as instituições bancárias puderam aplicar os seus recursos excedentários de
tesouraria em depósitos overnight no Banco Central, num volume médio mensal de Kz 471.545,9 Milhões. Estas
operações tiveram maior preeminência, em termos de volume diário, no segundo semestre do ano em decorrência das
condições de liquidez no mercado. Em termos globais o efeito líquido dessas operações na liquidez foi contraccionista
em Kz 21.905,8 Milhões.

No mercado monetário interbancário, as operações de cedência de liquidez sem garantia entre as instituições bancárias
ascenderam a um volume médio mensal de Kz 1.183.168,4 Milhões em 2014, com maior incidência no terceiro trimestre
do ano, período em que o volume transaccionado representou cerca de 32,81% das operações no ano, observando-se
um ligeiro aumento de cerca de 4,22% face às operações realizadas em 2013.

Relativamente às taxas de juro no mercado interbancário, em particular, as taxas de juro de referência do BNA, destaca-
se que em 2014 a taxa BNA flutuou entre os 9,25% e os 8,75%, tendo encerrado o ano nos 9,00%. A taxa de facilidade
permanente de cedência de liquidez overnight situou-se nos 9,75% no final de 2014 e a taxa de facilidade permanente
de absorção de liquidez overnight nos 1,75%. Comparativamente a 2013, observaram-se variações das taxas directoras
de -0,25, -0,50 e +1,00 pontos percentuais, respectivamente.

Relativamente às taxas LUIBOR, as taxas de juro de referência das operações de liquidez não garantidas no mercado
interbancário, estas registaram uma tendência de aumento ao longo do ano, situando-se no final do ano nos 6,14% na
maturidade overnight e 9,55% na maturidade de 12 meses. As maturidades intermédias de 1,3,6 e 9 meses registaram
a mesma tendência de aumento, situando-se nos 7,45%, 8,02%, 8,50% e 8,93%, com variações de 0,46, 0,52, 0,38 e
0,11 pontos percentuais, face a 2013, respectivamente.

Mercado de Títulos Públicos

Relativamente à emissão de títulos públicos, foram emitidos Kz 712.446,3 Milhões de títulos públicos em 2014,
sendo Kz 462.152,8 Milhões em Bilhetes do Tesouro (BT) e Kz 250.293,5 Milhões em Obrigações do Tesouro (OT).
Comparativamente a 2013, o volume das emissões em 2014 foi superior em cerca de 45%.
Relativamente às emissões de Títulos do Banco Central para regulação de liquidez, a sua emissão foi substituída por
Operações de Mercado Aberto (OMA), suportadas por títulos da carteira do Banco Central.
As emissões do Tesouro visaram a criação de receita em moeda nacional para a cobertura das despesas correntes
e de investimento do Executivo, através da emissão de dívida interna titulada, em conformidade com as definições
orçamentais e através da antecipação de receita.

49
Gráfico 28: Emissão e Resgate de Títulos em 2014

Emissão de Títulos Resgate de Títulos

140,00 140,00

120,00 120,00

Kz Mil milhões
Kz Mil milhões

100,00 100,00

80,00 80,00

60,00 60,00

40,00 40,00

20,00 20,00

- -
I Trim II Trim III Trim IV Trim I Trim II Trim III Trim IV Trim

TBC BT OT TBC BT OT

Fonte: DMA/BNA

Os resgates de títulos ocorridos no período totalizaram os Kz 541.486,4 Milhões, sendo Kz 9.300,0 Milhões de TBC e Kz
532.186,4 Milhões referentes a Títulos do Tesouro, dos quais Kz 371.825,3 Milhões de BT e Kz 160.361,1 Milhões de
OT. Comparativamente a 2013, o volume de resgates foi superior em 19%, devido fundamentalmente ao maior volume
de emissão de BT observado no ano anterior.

Os fluxos expansionistas de liquidez resultantes destas operações foram atenuados com as emissões nos mesmos
períodos e com as Operações de Mercado Aberto para o caso de Títulos do Banco Central.

Relativamente ao efeito líquido das operações com títulos, realça-se que o efeito líquido das emissões de TBC foi expansionista
em cerca de Kz 9.300,0 Milhões, em resultado da descontinuação dessas emissões e substituição por Operações de Mercado
Aberto. Por sua vez, o efeito líquido das emissões de Títulos do Tesouro, nomeadamente de BT e OT, foi contraccionista em
cerca de Kz 117.878,7 Milhões, pelo facto de o Tesouro ter apresentado uma maior necessidade de financiamento em 2014. No
entanto, o endividamento público correspondeu a cerca de 74% da sua previsão anual.

O stock de títulos em moeda nacional a 31 de Dezembro de 2014 situou-se nos Kz 1.884,44 Milhões, dos quais
cerca de Kz 374.786,1 Milhões (19,89%) em carteira de BT e Kz 1.509.650,5 Milhões (80,11%) em carteira de OT.
Comparativamente ao ano de 2013 observou-se um aumento do stock em cerca de 65%, em resultado de um maior
volume de emissão em 2014. Por seu turno, o stock de títulos em moeda estrangeira foi de USD 2.149.520.000,00,
respeitante a emissões de anos anteriores do Tesouro Nacional para cobertura de investimentos específicos.

Gráfico 29: Stock de Títulos em 2014


1.600,00
1.400,00
1.200,00
1.000,00
Kz Mil milhões

800,00
600,00
400,00
200,00
-
I Trim II Trim III Trim IV Trim

BT OT

Fonte: DMA/BNA

Relativamente às taxas de juro no mercado primário, estas revelaram uma tendência de aceleração em todas as
maturidades das emissões de títulos públicos, embora com ligeiras variações, induzidas pelas condições da oferta e
procura por esses activos financeiros.

50
Relatório e Contas • 2014

No final de 2014 as taxas de juro dos Bilhetes do Tesouro situavam-se em 6,44%, 7,11% e 7,48% para as maturidades
de 91, 182 e 364 dias, respectivamente. As taxas de emissão de Operações do Mercado Aberto (OMA) demonstraram
igual trajectória, em conformidade com os objectivos da gestão coordenada da política monetária e fiscal, situando-se
nos 5,13%, observando um aumento de cerca de 2,13 p.p. em relação a 2013.

Relativamente aos títulos de médio e longo prazo, as taxas de juro das Obrigações do Tesouro indexadas à taxa de câmbio,
emitidas para financiar a execução do OGE de 2014, mantiveram-se ao longo do ano nos níveis pré-fixados em 7,00% e 7,75%
para as maturidades de 2 e 5 anos, respectivamente. O Tesouro emitiu ainda Obrigações do Tesouro Não Reajustáveis com
taxas de juro variáveis, que se situaram nos 7,00% e 8,25% para as maturidades de 2 e 5 anos, respectivamente.

Gráfico 30: Taxas de Juro no Mercado Primário em 2014


8,00%
7,00%
6,00%
5,00%
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez
BT-91 DIAS BT-182 DIAS BT-364 DIAS
Fonte: DMA/BNA

Mercado Cambial

Em 2014, o volume total de divisas vendidas à economia para as transacções com o exterior do país foi de USD 34.262,9
Milhões, com particular incidência no terceiro e quarto trimestres do ano, devido à sazonalidade das operações.
O provimento desse montante de recursos cambiais à economia permitiu absorver liquidez em moeda nacional no
montante de Kz 1.879.348,2 Milhões e suprir as necessidades de pagamentos de bens e serviços ao exterior do país.

A taxa de câmbio média de referência da economia, apurada com base nas transacções do mercado cambial interbancário
fixou-se nos 103,069 Kz/USD no final de 2014, sendo o USD o principal instrumento financeiro utilizado nas relações comerciais
da economia angolana com o resto do mundo. A variação cambial acumulada do Kwanza face ao USD foi de 5,39%, superior à
observada em 2013 de 1,87%, mas em nível confortável com a estabilidade da moeda nacional e da economia.

Gráfico 31: Venda de Divisas e Taxas de Câmbio em 2014


3 000 104,000
103,000
2 500
102,000
101,000
2 000
100,000
USD Milhões

Kz/USD

1 500 99,000
98,000
1 000
97,000
96,000
500
95,000
94,000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Compras ao BNA Taxa de Câmbio

Fonte: DMA/BNA

51
No mercado cambial interbancário, as instituições bancárias transaccionaram um montante aproximado de USD 914,81
Milhões, considerando-se este um segmento de mercado com perspectivas de crescimento face aos ajustamentos
do quadro regulamentar em curso, com particularidade para o novo regime cambial do sector petrolífero. A taxa de
câmbio média no mercado secundário, no final de 2013, situou-se nos 103,727 Kz/USD, demonstrando uma variação
acumulada de 4,98% face ao ano anterior.

Finalmente, o volume de operações cambiais executadas com o exterior do país, em 2014, apurado com base em
informação regulamentar reportada ao Banco Central pelo sistema bancário, foi de USD 39.072,0 Milhões, cuja
cobertura foi fundamentalmente garantida em cerca de 55,75% pelas vendas de divisas do Banco Central através das
sessões regulares de leilão de divisas, e cerca de 34,3% pelas vendas aos clientes.

5.1.2. Comité de Estabilidade Financeira

Por despacho datado de 08 de Maio de 2012, o Banco Nacional de Angola criou o Comité de Estabilidade Financeira
(COMEF), que é um órgão de consulta do Conselho de Administração no domínio da estabilidade financeira, apoiando
na definição de directrizes e estratégias para a mitigação do risco sistémico, assim como na adopção de políticas
macroprudenciais em articulação com as demais entidades de supervisão do Sistema Financeiro Nacional.

Compete ao COMEF, por um lado, definir os mecanismos de prevenção e os planos de contingência para a solução de
crises financeiras e, por outro, avaliar a execução macroeconómica e o comportamento das principais variáveis que
possam afectar a estabilidade financeira, incluindo a situação do sistema financeiro mundial na perspectiva do risco
sistémico e probabilidade de contágio a nível doméstico. Para o efeito, é analisado e avaliado o comportamento dos
principais indicadores de crescimento, rentabilidade, liquidez e solvência do sistema financeiro angolano, propondo
políticas que promovam a sua solidez e eficiência.

Este comité é presidido pelo Governador do BNA e integra os demais membros do Conselho de Administração, membros
do corpo directivo do BNA cujas matérias têm relação com a estabilidade financeira, podendo ainda participar outras
entidades Reguladoras do Sistema Financeiro e individualidades convidadas. O COMEF reúne-se ordinariamente uma
vez por trimestre e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu presidente.

No ano de 2014, foram realizadas quatro reuniões trimestrais, nas quais foram analisadas as vulnerabilidades do
sistema financeiro angolano e as acções implementadas para a mitigação dos diferentes riscos que promovem a
instabilidade financeira, ao nível da conjuntura macroeconómica, sector externo, mercado monetário, sistema de
pagamentos e sistema financeiro, destacando-se, entre outras:

1) A implementação do programa de avaliação profunda da qualidade dos activos da banca (AQA);


2) A partilha dos resultados das análises do índice de risco financeiro com os bancos comerciais, incluindo a
respectiva metodologia;
3) Os ajustes na fórmula de cálculo do índice de bancarização tendo em conta os resultados do Recenseamento Geral
da População e Habitação (CENSO 2014);
4) A realização de questionários sobre a implementação de planos de contingência nas Instituições bancárias.

5.1.3. Comité de Investimento

O Comité de Investimento, no seu papel de apoio ao Conselho de Administração na definição, análise, aprovação e
monitoramento das aplicações do Banco Nacional de Angola, realizou durante o exercício económico de 2014 três
sessões ordinárias, cuja síntese das principais deliberações e recomendações apresentam-se como se segue:
1) Avaliação das estratégias disponíveis de saída e de cobertura das diversas classes de activos e moedas da carteira
interna e externa de forma a mitigar os diferentes riscos e melhorar a performance da carteira consolidada;
2) Estratificação por tranches da carteira investida e a investir em Ouro (tranche para reserva de valor, tranche hedging),
como instrumento de suporte à gestão da alocação e da volatilidade da referida commodity;
3) Aprovação do Banco Mundial como gestor de activos, no âmbito do Reserves Advisory and Management Program

52
Relatório e Contas • 2014

(RAMP), para assessorar o BNA na adopção das boas práticas para a gestão das reservas internacionais;
4) Realização de uma avaliação independente das informações financeiras fornecidas pelas entidades gestoras de
activos contratados pelo BNA, com a concorrência de uma empresa de auditoria externa;
5) Aprovação do Relatório de Avaliação dos Gestores Externos referente ao exercício de 2013, bem como a reestruturação
dos contratos à luz das Linhas Mestras de Gestão das Reservas;
6) Implementação de uma maior diversificação na análise dos mercados internacionais, com vista a permitir a
identificação e um melhor acompanhamento de eventuais países Africanos elegíveis para realização de investimento.

Gestão das Reservas

A 31 de Dezembro de 2014, as Reservas Internacionais situaram-se nos USD 28.173,1 Milhões, (contra os USD 33.125,3
Milhões em 2013), traduzindo-se numa contracção de 14,95% face ao período homólogo, o que corresponde, por sua
vez, a uma cobertura de 6,6 meses de importação, contra os 8,1 meses de importação em 2013.

A trajectória descendente das reservas desde o quarto mês do ano resultou principalmente da redução da produção petrolífera
em Angola e dos preços internacionais de petróleo, assim como da transferência da última tranche para a capitalização do
FSDEA (Fundo Soberano de Angola). Por outro lado, em 2014, os fluxos de entrada de recursos foram inferiores em 17,76%,
explicado pelo facto do Tesouro ter registado um volume importante de desembolsos de financiamento (17,28%) e ter
consignado um menor volume de receitas, mediante dados obtidos do Balanço de Execução Anual do Plano de Caixa.

As intervenções do BNA no mercado cambial para a manutenção da estabilidade da Moeda Nacional resultaram na
injecção de cerca de USD 19.175 Milhões, com uma disponibilidade mensal da ordem dos USD 1.598 Milhões.

As Reservas Internacionais estão aplicadas em diferentes classes de activos, com predominância nos depósitos
bancários e instrumentos de renda fixa, ou seja, obrigações soberanas, supranacionais e de agências governamentais.
Em Dezembro de 2014, a alocação das Reservas Internacionais em termos de classes de activos estava distribuída da
seguinte forma: 46,1% em instrumentos de mercado monetário (depósitos bancários a prazo e à ordem), 45,5% em
instrumentos de renda fixa, 6,9% em investimentos alternativos, onde está incluída a posição do ouro. As restantes
classes de activos são residuais, nomeadamente os investimentos em acções que representam 0,16%, os fundos de
investimentos mobiliários 0,24% e os derivados financeiros 1,04%.

Quanto à exposição por moeda das Reservas Internacionais, estas encontram-se predominantemente investidas em
USD (70%), devido à natureza dos influxos das receitas petrolíferas, seguido do EUR com 16% e o GBP com 7%.
O prazo médio de investimento da carteira situou-se em 2,05 anos (24,60 meses) em Dezembro 2014. Nesse mês, a
rentabilidade apurada das Reservas Internacionais foi de 0,42% e 5,27% em termos anualizados.

Em termos do risco, a classificação de risco de crédito (rating) mostra que cerca de 70% dos activos estavam expostos
a ratings considerados investment grade. Em 31 de Dezembro de 2014, o VaR das Reservas Internacionais situou-se
em 1,26%, o que corresponde a uma perda máxima esperada de USD 194,43 Milhões e o VaR cambial das Reservas
Internacionais apurado situou-se em 2,54% do total das Reservas Internacionais, correspondente a uma perda potencial
máxima esperada de USD 204,9 Milhões.

5.2. Emissão Monetária

Relativamente à Emissão Monetária em 2014, o BNA reduziu de forma considerável (em -68%) o volume de emissão,
passando de 883,75 Milhões de notas em 2013, para 285,90 Milhões no período em análise. Em termos de valor
financeiro, a emissão atingiu o valor total de Kz 196.825 Milhões.
A redução do volume de notas emitidas em 2014 é uma consequência directa da adopção de uma nova família do
Kwanza (Série 2012) em 2013, objectivando melhor qualidade, características de segurança mais fiáveis e maior
durabilidade, e também, a reintrodução do uso das moedas metálicas.
Com a introdução da série 2012 em Março de 2013, foi necessário emitir e colocar em circulação um maior volume de
notas desta série, que permitisse a substituição paulatina da série de 1999, cuja retirada de circulação foi fixada para o

53
dia 31 de Dezembro de 2014. Este volume excepcional colocado à disposição da economia em 2013 provocou a redução
substancial da emissão monetária em 2014.

A série 2012 é constituída pelas denominações de notas de Kz 10.000,00 , Kz 5.000,00, Kz 2.000,00, Kz 1.000,00, Kz
500,00, Kz 200,00, Kz 100,00 e Kz 50,00 e moedas metálicas de Kz 20,00, Kz 10,00, Kz 5,00, Kz 1,00 e 50 Cêntimos,
sendo que as notas com maior volume na emissão foram as de menor valor facial, nomeadamente, as de Kz 50,00 e Kz
100,00, com um peso quantitativo conjunto de 52% do total emitido.

Assumindo-se a circulação simultânea das duas séries de notas, a Circulação Monetária, também designada por
“Notas e Moedas em Circulação” (e que corresponde ao volume de notas e moedas metálicas em poder do público,
incluindo a Caixa dos Bancos Comerciais) em 31 de Dezembro 2014, era constituída por 1.109 Milhões de notas (82%)
e por 241,73 Milhões de moedas metálicas (18%).

Em termos de valor financeiro, em 2014, a componente “nota” representou 99,82% (Kz 503.968,41 Milhões), enquanto
a componente “moeda metálica” representou apenas 0,18% (Kz 903,92 Milhões) do valor total da circulação monetária,
que atingiu os Kz 504.872,33 Milhões.

5.3. Supervisão Comportamental

O Banco Nacional de Angola aprecia reclamações de consumidores de produtos e serviços financeiros contra instituições
financeiras no âmbito do Aviso n.º 5/12, de 29 de Março, que estabelece as regras de protecção ao consumidor de
produtos e serviços financeiros em Angola.
Os procedimentos de análise e tramitação das reclamações apreciadas pelo BNA são estruturados em articulação
directa com as instituições bancárias e não bancárias sob supervisão do BNA.

Da análise dos processos de reclamação pelo Banco Nacional de Angola pode resultar uma das seguintes actuações:
concluir pela não existência de indícios de infracções por parte da instituição reclamada; recomendar à instituição
financeira a forma de correcção do assunto reclamado ou verificar se o mesmo já foi voluntariamente resolvido;
instaurar o adequado processo de contravenção, se os factos da reclamação indiciarem uma prática susceptível de
constituir violação de normas previstas em regulamentação específica. Dessa análise pode também concluir-se pela
necessidade de reencaminhar a reclamação ou solicitar a intervenção de outras entidades que tenham competências
em relação à matéria reclamada.

Gestão de Reclamações

Em 2014, a análise das reclamações remetidas ao Banco Nacional de Angola, que compreende as reclamações
apresentadas directamente às instituições financeiras bancárias e reportadas ao BNA e as apresentadas por via de
recurso no Departamento de Supervisão Comportamental, revelaram os seguintes aspectos:
1) O número de reclamações ao longo do período em análise apresentou uma trajectória de crescimento, subindo
de uma média mensal de 452 reclamações no ano de 2013, para 548 em 2014, registando-se assim um aumento de
21,17%;
2) Nas matérias reclamadas, destacam-se as relacionadas com o atendimento, cartões de pagamento, internet
banking, concessão de crédito, contas de depósito, erros nos pagamentos por ATM, transferências, operações com
numerário, movimentação irregular de conta e cheques. As duas primeiras apresentam-se em número mais significativo,
correspondendo a cerca de 47,77% do total das reclamações.
3) As reclamações foram provenientes maioritariamente de entidades singulares, tendo sido registadas 5.485
reclamações em 2014 contra as 4.501 no período homólogo, representando um aumento de 21,86%. Em relação às
entidades colectivas foram registadas 1.091 reclamações em 2014, contra as 926 reclamações no período homólogo,
com um aumento de 17,82%.

Relativamente às reclamações por tipo de bancos, durante o ano de 2014, foram recebidas por reporte no Banco Nacional
de Angola 6.576 reclamações (das quais 128 apresentaram recurso), contra as 5.427 registadas no período homólogo,

54
Relatório e Contas • 2014

o que significa um crescimento de 21,17%. Esta evolução reflecte uma crescente propensão dos consumidores de
produtos e serviços financeiros para questionarem as práticas bancárias que julgam incorrectas, o que por sua vez,
estará relacionado não só com o aumento da consciencialização em relação aos seus direitos, mas também com uma
maior disponibilidade dos meios que permitem exercer esses direitos.

A evolução do número de reclamações, apesar de irregular quando observada mês a mês, apresenta uma tendência
decrescente, tendo atingido o valor máximo em Fevereiro de 2014 com um total de 716 reclamações.

Gráfico 32: Número Total de Reclamações e Reclamações por Bancos

Número de Reclamações Número de Reclamações por Bancos

800 716 20
668 675
633 17 18
700
15 16 2 978 29 43
600 511 518 18
502 478
445 458 16 14 26 46 25 17
500 438
406 12
400 10
11 8
300 10
9 6
200 8 8 8
1 7 4
100 2 6 55
0 0 264
jan/14

fev/14

mar/14

abr/14

mai/14

jun/14

jul/14

ago/14

set/14

out/14

nov/14

dez/14

Bancos Priv. Nacionais Bancos Priv. Estrangeiros Bancos Públicos

2013 2014
Reclamações Bancos (ELE) Reclamações Recurso (ELD)

Fonte: BNA

Relativamente às instituições financeiras bancárias mais reclamadas em 2014, registou-se algumas alterações na estrutura de
distribuição das reclamações por bancos. Assim, registou-se aumentos de 8 p.p. no peso das reclamações referentes ao BNI e BPC e
reduções no peso das reclamações referentes ao BAI (em -16 p.p.), ao Standard Bank Angola (em -4 p.p.) e ao BCI (em -3 p.p.).

No que se refere à matéria das reclamações, registou-se igualmente algumas alterações na sua estrutura de
distribuição. Com efeito, registou-se um aumento de 7 p.p. no peso das reclamações referentes aos cartões, 4 p.p.
referentes às contas de depósito e operações com numerário, e 3 p.p. referentes às operações de transferência.
Por outro lado, registaram-se reduções no peso das reclamações referentes às operações de crédito (em -12 p.p.), à
internet banking (em -10 p.p.) e ao atendimento (em -4 p.p.).

Gráfico 33: Número Total de Reclamações por Matéria


Atendimento 1605
Internet banking 1055
644
Créditos 1047
512
Cartões 872
1495
Mov. Irregular de conta 312
258
ATM/TPA 249
356
Contas de depósito 141
435
Transferências 125
343
Operações com numerário 14
286
Cheques 14
61
Restantes matérias 51
0

0
00

00

00

00

00

00

00

00
10

20

30

40

50

60

70

80

90
10

11

12

13

14

15

16

17

2013 2014
Fonte: BNA

Nota: A classificação por matéria reclamada é feita de acordo com o número de reclamações reportadas pelos bancos.
Foi inserido na categoria “restantes matérias” todas as reclamações que representaram um volume inferior a 3,23%.
Relativamente ao estado das reclamações apresentadas nas instituições financeiras bancárias e no Banco Nacional de
Angola como recurso destaca-se que, em 2014, 72,98% do total das reclamações apresentadas pelos consumidores
bancários foram concluídas, 14,99% das reclamações encontram-se em análise, 11,75% das reclamações ficaram
pendentes e 0,28% das reclamações foram improcedentes.

55
As reclamações concluídas aumentaram 22,71% passando para 4.799 reclamações (3.911 em 2013), enquanto as
reclamações em análise evidenciaram uma redução de 34,87% passando para 986 reclamações (1.514 em 2013).
Contrariamente ao período homólogo em que não se registaram processos pendentes, em 2014 foram registados 773
processos nestas condições.

Gráfico 34: Número de Reclamações por Estado

3911
CONCLUÍDA
4799

1514
ANÁLISE
986

0
PENDENTE
773

2
IMPROCEDENTE
18

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000

2013 2014
Fonte: BNA

Nota: A classificação por resultado é feita de acordo com o número de reclamações concluídas e em análise nas
instituições financeiras bancárias, bem como no Banco Nacional de Angola.
Em termos de distribuição percentual de reclamações por tipo de resultado verificado na análise dos processos
concluídos, realça-se que, em 2014, 98,06% dos processos de reclamação foram concluídos por iniciativa das instituições
financeiras bancárias (97,39% no período homólogo), 2,39% por intervenção do BNA (1,82% no período homólogo),
0,02% por emissão de carta-circular (0,05% no período homólogo), e 0,19% por emissão de carta-recomendação por
apresentar indícios de infracção (0,17% no período homólogo).

Quadro 16: Resultados dos Processos de Reclamação

Resultados dos Processos de Reclamação Distribuição Percentual


2013 2014
Reclamações concluídas por iniciativa da Instit. Financeira 97,39% 98,06%
Reclamações concluídas por intervenção do BNA 2,39% 1,82%
Emissão de carta-circular 0,05% 0,02%
Reclamações que originaram carta-recomendação 0,17% 0,10%
Total 100,00% 100,00%
Fonte: DSC/BNA

Nota: A classificação por resultados dos processos de reclamações é feita de acordo com o número de reclamações
interpostas ao Banco Nacional de Angola, como instituição de recurso.

Em relação ao registo de fraudes e medidas correctivas, em 2014, registou-se um total de 11 processos de reclamações
por fraudes resultantes de movimentos irregulares de contas, ocorridos por meio de operações de levantamento de
numerário, cheques, bem como por cartões de pagamento, verificadas por falhas nos controlos internos das instituições
financeiras, em desobediência ao instituído no Aviso N.º 02/2013, de 19 de Abril, dos quais resultou a emissão de
cartas de recomendações às entidades bancárias reclamadas no sentido de sanarem as irregularidades detectadas,
nos termos da alínea c) do artigo 81.º da Lei N.º 13/05, de 30 de Setembro.

56
Relatório e Contas • 2014

Portal do Consumidor de Produtos e Serviços Financeiros

O Portal do Consumidor de Produtos e Serviços Financeiros registou, em 2014, um número total de 16.085 visitas, das
quais 13.141 são visitantes únicos (10.097 visitantes únicos em 2013), representando uma média mensal de 1.340
visitas, e um aumento de 59,30% relativamente ao ano anterior.

Gráfico 35: Número de Visitas ao Portal do BNA

1405
1281 1354
1099
1251 1069 1089
1060 1036
924 954

619
1575 1581 1729 1597
1371 1215 1272 1362 1409
1129 1104
741

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

N.º total de visitantes 2014 N.º de visitantes únicos 2014

Fonte: DSC/BNA

Das visitas efectuadas ao Portal do BNA discriminadas por países, destaca-se Angola com 7.105 visitantes ao Portal
do BNA, seguindo-se o Brasil com 4.237 visitantes, e Portugal com 2.299 visitantes.

Quadro 17: Visitantes por Países

Número País/Território Visitas % Visitas


2014 Var. Anual (%) 2014
1. Angola 7.105 49,61% 44,17%
2. Portugal 2.299 29,96% 14,29%
3. Brasil 4.237 156,01% 26,34%
4. Não identificado 600 -37,63% 3,73%
5. EUA 231 31,25% 1,44%
6. Moçambique 270 104,55% 1,68%
7. Reino Unido 181 47,15% 1,13%
8. França 0 -100,00% 0,00%
9. Cabo Verde 0 -100,00% 0,00%
10. Alemanha 0 -100,00% 0,00%
11. Holanda 235 - 1,46%
12. Indonésia 186 - 1,16%
13. África do Sul 76 - 0,47%
14. Outros 665 93,31% 4,13%
TOTAL 16.085 59,30% 100,00%
Fonte: DSC/BNA

Os canais mais visitados em 2014 continuam a ser os relacionados com as instituições financeiras, seguindo-se a
educação financeira, taxas de juro, bem como produtos bancários. Entretanto, os artigos ou temas mais visitados em
2014 mantêm-se como sendo as matérias relacionadas com as instituições financeiras não bancárias, transferências
bancárias, taxas Luibor e taxa BNA.

57
Gráfico 36: Canais e Artigos mais Visitados

Canais mais Visitados


1449
1324
1155 1059 952

454 530
361 157 272 0 234 0 46 0
s 105

RC

rio

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Ed

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gu
Se
N.º total visitantes em 2013 N.º total visitantes em 2014

889 Artigos mais Visitados

635
403 378
137163 231103 64 73 12152 0 41 45 38 107 37 75 0 45 0
No ia
ias

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cri
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rg

Es
O

Qu

Pe

N.º total visitantes em 2013 N.º total visitantes em 2014

Fonte: DSC/BNA

Acções de Inspecção

No exercício das suas funções de supervisão comportamental, o Banco Nacional de Angola efectuou em 2014, diversas
inspecções às instituições bancárias com o objectivo de avaliar o cumprimento dos normativos legais e regulamentares em vigor. A
fiscalização neste período foi efectuada com recurso a inspecções off site e on site a bancos comerciais e agências correspondentes.
Na tipologia de inspecções off site no período em análise, foram realizadas 102 acções de inspecção, efectuadas a 23 bancos
comerciais, tendo as mesmas incidido sobre a análise de reportes de informação das instituições por meio do aplicativo informático
de supervisão - SSIF e email corporativo do DSC, bem como sobre as publicações de carácter obrigatório, nomeadamente Preçários
e Condições gerais de utilização de cartões de pagamento (CGU) nas páginas Web dos bancos.

Quadro 18: Quadro-resumo de Inspecções Off Site e On Site

II Trim. 2014 III Trim. 2014 IV Trim. 2014


Fiscalização da publicação de Fiscalização do reporte Fiscalização da Fiscalização Fiscalização da Total das
Preçário e das CGU´s na página Web de informação no publicação de do reporte de publicação de Inspecções
Acções aplicativo informático Preçário e das informação Preçário e das
Off Site

SSIF CGU´s na página no aplicativo CGU´s na página


Web informático SSIF Web
Inspecções efectuadas 12 22 22 23 23 102
Entidades abrangidas 12 22 22 23 23 -
Acções Agência Sede Agências - Agência Sede Agências
Correspondentes Correspondentes
On Site

Inspecções efectuadas 12 24 0 10 30 76
Entidades abrangidas 12 12 0 10 10 -
Fonte: DSC/BNA

58
Relatório e Contas • 2014

De igual modo, foram realizadas um total de 76 acções de inspecção on site que incidiram sobre 22 sedes de bancos
e 54 agências correspondentes, tendo como objectivo aferir o cumprimento do Aviso n.º 05/2012, de 29 de Março,
referente à Protecção do consumidor de produtos e serviços financeiros e do Aviso n.º 10/2012, de 02 de Abril, referente
à Regulamentação dos cartões de pagamento bancário.

As acções de inspecção realizadas aos bancos comerciais permitiram averiguar irregularidades relativas aos Avisos
n.ºs 05/2012 de 29 de Março, 10/2012, de 02 de Abril e à Directiva n.º 04/DSI/10 de 28 de Dezembro, as quais
resultaram na emissão de 57 Cartas-recomendação para o saneamento das inconformidades constatadas, 19 processos
de contravenção, sendo que 17 originaram aplicação automática de multas e os restantes encontram-se ainda em fase
de conclusão.
Gráfico 37: Número de Cartões autorizados

18
15
12

8
7

1
Bancos públicos Bancos privados nacionais Bancos privados estrangeiros
2013 2014

Fonte: DSC/BNA

Em 2014, foram autorizadas 41 condições contratuais, representando um crescimento de 105% comparativamente


ao período homólogo. Estas deram lugar à emissão de 26 cartões de crédito, sendo 24 da rede Visa e 2 da rede
MasterCard, 11 cartões de débito da rede Multicaixa e 4 cartões pré-pagos.

5.4. Organização e Gestão de Recursos


5.4.1. Desenvolvimento Organizacional

Durante o período em análise, as actividades desenvolvidas pelo universo de departamentos que compõem a orgânica
do Banco estiveram em linha com as funções descritas nos respectivos Manuais de Organização Administrativa e com
os objectivos definidos no Plano Estratégico 2013-2015, aprovado pelo Conselho de Administração.

Com efeito, a par das acções correntes, os departamentos do Banco prosseguiram com a implementação activa das
acções inerentes ao Plano Estratégico vigente, o qual, em decorrência de revisões efectuadas no âmbito do processo de
monitoramento e revisão, passou a consubstanciar-se em 9 objectivos estratégicos, 29 Linhas de Orientação Estratégica
e 96 Acções Estratégicas, englobando três pilares, nomeadamente: política monetária e cambial, estabilidade do
sistema financeiro e suporte organizacional e tecnológico.

Tendo em vista o alcance da visão institucional estabelecida para o período de vigência do corrente ciclo de
planeamento estratégico, prosseguiu-se com a implementação de iniciativas estruturantes, importando destacar as
que estão orientadas para a adequação das políticas, estrutura e processos à missão e objectivos estratégicos do BNA,
envolvendo processos, pessoas, tecnologias, riscos e controlos, visando o fortalecimento da governação corporativa e
o desenvolvimento do capital humano.

Nessa conformidade, foi feito um investimento significativo na criação de condições conducentes à melhoria da
produtividade dos processos internos de trabalho e dos sistemas de informação, da capacitação e qualificação do
capital humano, da qualidade dos estudos e das estatísticas, do desenvolvimento de um plano de comunicação
institucional, assim como a implementação de um programa de racionalização de custos e optimização de serviços, a
par das acções tendentes à criação de uma cultura de gestão do risco objectivando o robustecimento do sistema de
controlo interno.

59
Perspectivando a optimização das funções do BNA, no domínio da adequação da estrutura organizacional à missão e
objectivos do BNA, houve necessidade de estabelecer uma separação entre o exercício de elaboração de normas e a
função de acompanhamento da sua aplicação, seja a nível prudencial como comportamental.

Neste sentido:

1) Foi reestruturado o Departamento de Supervisão Prudencial (DSI) com a autonomização da acção de regulação e
licenciamento de instituições financeiras bancárias, da função de inspecção, passando o Departamento de Supervisão
Prudencial a focar a sua actuação em torno da supervisão e inspecção, visando deste modo assegurar uma acção mais
efectiva;

2) Foi reestruturado o Departamento de Supervisão Comportamental (DSC), tendo sido expurgado das suas atribuições
as competências respeitantes à regulação, assim como as relativas à educação financeira, passando o DSC a focar a
sua actuação em torno da supervisão comportamental, estabelecendo regras de conduta das instituições e assegurando
que, no relacionamento com os seus clientes, respeitem princípios de transparência, diligência, respeito, honestidade
e integridade;

3) Foi criado o Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro (DRO), que passou a congregar as
competências respeitantes ao licenciamento e regulação do sistema financeiro;

4) Foi criado o Departamento de Educação Financeira (DEF), que passou a integrar as funções respeitantes à Educação
Financeira, assim como as relativas à administração do Museu da Moeda.

Ainda no domínio da orientação estratégica relacionada com a adequação da estrutura organizacional à missão e
objectivos do BNA importa destacar:

1) A reestruturação do Departamento de Controlo Cambial (DCC), com o propósito de modernizar os mecanismos de


acompanhamento do sistema bancário, que garantam maior eficácia e qualidade, contando com sistemas informáticos
adequados e recursos humanos mais capazes;

2) A extinção do Departamento da Dívida Externa (DDE), com a transferência das funções associadas à gestão da
dívida externa pública garantida e da respectiva base de dados, para o Ministério das Finanças, em conformidade com
o estabelecido no Protocolo para a Política Monetária e Fiscal entre o Banco Nacional de Angola e o Ministério das
Finanças (MINFIN);

3) A reestruturação do Departamento de Património e Serviços (DPS) e do Departamento de Recursos Humanos (DRH),


tendo em perspectiva a implementação de um programa estruturado de racionalização dos custos operacionais e um
melhor alinhamento dos respectivos processos organizacionais ao actual modelo de gestão da instituição;

4) A concepção e aprovação de dois instrumentos de governação corporativa que contribuirão, significativamente, para
o alinhamento do Banco Nacional às melhores práticas em planeamento e gestão organizacional, nomeadamente, a
Metodologia de Planeamento e Gestão Estratégica e a Metodologia da Governação por Processos do BNA.
No domínio da gestão e monitorização de projectos, o ano em análise foi marcado pelo início de 11 novos projectos e
conclusão de 21, tal como ilustrado no gráfico abaixo representado.

60
Relatório e Contas • 2014

Gráfico 38: Gestão da Carteira de Projectos em 2014

Projectos Novos Projectos Concluídos

Politica Monetaria e Cambial

1 2
Sistema Financeiro 5
4
Organização e Sistema de
3
Controlo Interno
6 2
Capital Humano
1
1 Infra-estrutura Tecnologica 7

Infra-estrutura Física

Fonte: DGO/BNA

No cômputo geral, a carteira de projectos do Banco é preenchida com 33 projectos, abrangendo todos os âmbitos e
perspectivas da instituição, nomeadamente, Política Monetária e Cambial, Supervisão das Instituições Financeiras,
Gestão do Meio Circulante, Organização, Controlo Interno e transparência institucional, e Infraestrutura Física e
Tecnológica, com alcance e repercussão em termos de processos, pessoas e tecnologias, tal como evidenciado no
gráfico seguinte.

Gráfico 39: Projectos em Curso

17

6
5
2 1 2
Sistema Financeiro Capital Humano Infra-estrutura Física
Politica Monetaria e Organização e Sistema de
Cambial Controlo Interno Infra-estrutura Tecnologica

Fonte: DGO/BNA

A implementação sólida dos projectos corporativos tem tido êxito, permitindo cimentar os alicerces para a melhoria
substancial da eficácia e eficiência operacional do Banco Nacional de Angola, em linha com a visão estabelecida no
âmbito do Plano estratégico 2013-2015.

5.4.2. Gestão de Risco

Com o objectivo de melhorar o nível de eficiência e eficácia da sua actividade, o BNA tem vindo a implementar
progressivamente um sistema de gestão de risco transversal a toda a instituição.
O cumprimento desta tarefa tem sido assegurada pelo Departamento de Gestão de Risco, que tem como uma das suas
funções identificar as áreas geradoras de risco procurando de imediato evitar, transferir ou atenuar os seus efeitos,
com vista a assegurar a redução do principal risco na actividade de um Banco Central, nomeadamente o risco da sua
reputação.

61
Actualmente, a actividade do DRI tem-se centrado na gestão dos riscos não financeiros , nomeadamente o risco
reputacional e o risco operacional, o risco de falhas no funcionamento de processos, sistemas, falha humana e falhas
induzidas por eventos externos à instituição (e que constituem possibilidades que decorrem directamente da sua
actividade).

A gestão de risco no BNA está alinhada ao modelo das três linhas de defesa, que assegura a adequada segregação
entre os papéis desempenhados por cada uma das linhas sem que deixem de interagir entre si, com o objectivo
principal de clarificar responsabilidades.

Na 1ª linha de defesa estão as unidades de estrutura que têm responsabilidades primárias na gestão dos riscos
das suas actividades correntes. As mesmas são responsáveis por identificar e reportar os riscos e assumem as suas
consequências.

Na 2ª linha de defesa está o DRI que tem a responsabilidade de definir políticas, estratégias e metodologias de gestão
de risco, bem como acompanhar, dar suporte, monitorizar e reportar os riscos das unidades de estrutura (1ª linha).

Na 3ª linha de defesa está o DAI que deve garantir uma auditoria independente sobre a efectividade do sistema de
gestão de risco e controlo interno.

O processo de gestão de risco utilizado pelo DRI está assente na metodologia COSO II - gestão de riscos na óptica
Departamental, que auxilia a Administração na tomada de decisão com base nos riscos, de forma a atingir as metas e
objectivos estratégicos definidos.

O Perfil de Risco do BNA foi aprovado e é composto pelos 15 principais riscos da sua actividade.

Durante o ano de 2014, foi dado destaque ao início da monitorização e reporte dos riscos não financeiros do Perfil de
Risco do BNA, com base nos Indicadores Chave de Risco (KRI´s) e respectivos limites, bem como a sua evolução.
No âmbito destas atribuições foram realizadas visitas de trabalho às Delegações Regionais para acompanhamento dos
riscos de segurança física no transporte de valores, acesso as casas fortes, sistemas de videovigilância e sistemas/
aplicativos informáticos.
Para uma melhor gestão do risco, e no âmbito do projecto IMPA – Implementação dos Módulos da Plataforma Aris, foi
adquirido o módulo Risk & Compliance Manager e foi iniciado o respectivo processo de formação.
Entretanto, visando a Disseminação da Cultura de Risco, foi aprovado o programa de formação transversal a todo o
Banco, com conteúdos específicos de acordo com os níveis hierárquicos, designadamente, Conselho de Administração,
Directores e Parceiros de riscos das Unidades de estrutura.

Finalmente, há a destacar que, em Outubro de 2014, o BNA tornou-se membro do IORWG - Grupo Internacional de
Trabalho para o Risco Operacional, que diz respeito a um centro de competências em matéria de gestão do risco
Operacional para Bancos Centrais e Autoridades de Supervisão. Esta entidade visa fornecer uma plataforma
compartilhada das melhores práticas e abordagens do tema. Esta adesão tem permitido ao DRI participar em diversos
trabalhos do grupo, o que permite o reforço da sua capacidade técnica.

No âmbito da orientação estratégica relacionada com o desenvolvimento de uma cultura de gestão do risco e
robustecimento do sistema de controlo interno, destacam-se ainda as seguintes acções e resultados, que reflectem
melhorias substanciais das competências e processos das áreas responsáveis pelo monitoramento do sistema de
controlo interno:

1) Operacionalização e consolidação das acções do Departamento de Auditoria Interna (DAI) em conformidade com as
normas e procedimentos do Instituto of Internal Auditores (IIA);

2) Monitorização e reporte trimestral dos principais riscos não financeiros inerentes à actividade do BNA, desdobrados

62
Relatório e Contas • 2014

entre riscos operacionais, estratégicos, legais e reputacionais, consubstanciando a afirmação e a consolidação das
acções do Departamento de Gestão de Riscos;

3) Criação e aprovação do Manual dos Activos Fixos Tangíveis, fruto da necessidade de se assegurar a adopção de
critérios e procedimentos que sirvam de suporte ao tratamento dos Activos Fixos Tangíveis durante o seu ciclo de vida
(aquisição, registo e abate ou venda efectiva);

4) Criação e aprovação de novas modalidades de gestão do Fundo de Maneio, prosseguindo-se à dotação de cada
unidade de estrutura de recursos financeiros em numerário para a realização de despesas não correntes de baixo valor.

5.4.3. Recursos Humanos

No âmbito do objectivo estratégico voltado para o desenvolvimento do capital humano importa destacar:
1) A aprovação do Regulamento do Fundo Social, que tem como objecto a satisfação das necessidades de carácter
social dos Trabalhadores do Banco Nacional de Angola (BNA), mediante a concessão de benefícios e/ou apoios de
natureza pecuniária com fins estritamente sociais;

2) A aprovação do Regulamento de Recrutamento e Selecção de Pessoal, que estabelece os procedimentos a observar


no processo de recrutamento, selecção, contratação e início de funções de trabalhadores, necessários ao preenchimento
do quadro de pessoal no BNA;

3) A Implementação de iniciativas de desenvolvimento e valorização contínua das competências dos trabalhadores,


nomeadamente o programa de bolsas de estudo, ao nível de mestrado, no país e no exterior, em diversas especialidades
e universidades de referência, assim como o pacote formativo em língua inglesa destinada aos técnicos e gestores
intermédios;

4) A Implementação de projectos ligados à promoção social, saúde e bem-estar dos trabalhadores, nomeadamente o
que se refere ao Fundo de Pensões, tendo sido assinados os documentos finais (contrato de constituição e o contrato
de gestão, assim como as actas solicitando a competente autorização dos ministérios do Trabalho e das Finanças).
Paralelamente decorre o estudo actuarial para o cálculo das responsabilidades com o aporte financeiro inicial;

5) A aprovação de um novo Regulamento de Gestão de Viagens, que estabelece os procedimentos a observar nas
viagens em serviço, incluindo acções de formação e estágios de capacitação técnica e profissional, efectuadas pelos
trabalhadores do Banco Nacional de Angola;

6) A criação do Centro de Desenvolvimento de Competências (CDC), com propósito de criar condições para o
fortalecimento e valorização dos recursos humanos a partir de uma gestão moderna e integrada das competências
funcionais. Este centro proporcionará aos trabalhadores do BNA uma educação corporativa, mediante formação
qualificada e certificada. A inauguração do CDC ocorreu a 31 de Outubro de 2014, na província de Benguela, onde
está localizado. Trata-se de um antigo edifício do BNA, reabilitado recentemente, implantado numa área de 2.732
metros quadrados, possuindo dez salas aulas, uma de informática, cinco salas polivalentes, uma reprografia e área
administrativa.

5.4.4. Tecnologias de Informação

No contexto das tecnologias de informação e comunicação, os esforços estiveram concentrados na consolidação das
actividades estratégicas iniciadas em 2013, com foco na adequação e modernização da infraestrutura tecnológica bem
como dos processos e mecanismos de gestão do Sistema de Informação do BNA, tendo como referência as melhores
práticas de governance nesse domínio.
Assim, das actividades realizadas para a materialização dos objectivos acima referidos, destacam-se as seguintes:

63
1) A instalação e configuração de equipamentos no Centro de Processamento de Dados primário do BNA, a funcionar
temporariamente no CIS - Centro Informático Seguro da EMIS, com o principal objectivo de minimizar o risco associado
à ausência de um centro de processamento de dados alternativo ao actual existente na sua Sede;

2) A definição e aprovação do Modelo de Governance de TI no BNA que estabelece a constituição de um fórum


denominado por CESTIC - Comité Estratégico de Tecnologias de Informação e Comunicação, encarregue da
integração da estratégia das áreas de missão e da área de tecnologias do BNA, bem como da definição dos direitos e
responsabilidades pelas decisões que norteiam os investimentos e comportamentos desejáveis no seu uso;

3) O apetrechamento do Centro de Desenvolvimento de Competências com infraestrutura tecnológica de suporte às


suas actividades, desde um centro de processamento de dados, postos de trabalho às áreas destinadas à formação;

4) Início da concepção de um novo sistema de operacionalização do mercado cambial- SGMC, visando dotar o BNA de
um sistema informático de operacionalização de mercado cambial mais flexível e adequado às regras sobre o mercado
cambial doméstico;

5) A optimização dos datamarts que compõem o data warehouse do BNA com vista à melhoria contínua da performance
e desempenho das bases de dados transaccionais e da informação de gestão necessária para análise e tomada de
decisão;

6) O projecto dos procedimentos de compilação das estatísticas visando a automatização da compilação das estatísticas
monetárias através do acesso ao Sistema de Supervisão das Instituições Financeiras (SSIF), a interligação online com
determinadas instituições públicas (Ministério das Finanças, Serviço Nacional das Alfândegas e Conselho Nacional
de Carregadores) para efeitos de compilação da balança de pagamentos e a criação de um portal para a recolha de
informação dos inquéritos elaborados para a balança de pagamentos;

7) A adopção do SAP - Cash Management para a gestão do meio circulante de forma integrada, e, contemplando todo
o ciclo de vida dos processos que lhe são inerentes, desde a aquisição à destruição;

8) Início da implementação do projecto Treasury & Risk Management – SAP TRM, com a integração dos processos dos
Departamentos de Gestão de Reservas (DGR), Mercado de Activos (DMA) e Operações Bancárias (DOB).
Finalmente, é de referir que no capítulo da cooperação com outros Bancos Centrais, o BNA realizou o XVI Fórum de
SI/TI dos Bancos Centrais da CPLP, com abordagem de temas actuais de tecnologias de informação, relacionados
fundamentalmente com o desempenho e segurança da informação, o uso de Cloud Computing e de Outsourcing de
serviços de TI nos Bancos Centrais da comunidade.

5.4.5. Gestão de Património e Serviços

Em 2014, o departamento de Património e Serviços sofreu uma reestruturação profunda na organização e funcionamento,
tendo culminado com a redefinição das suas funções principais, da sua missão e consequentemente com a aprovação
de uma nova estrutura orgânica (MOA), o que proporcionou a reengenharia e adequação dos processos de trabalho.

Desta forma, deu-se continuidade ao Plano Estratégico da Instituição no decorrer do ano em análise, que tinha sido
reajustado em 2013, onde consta a Linha de Orientação Estratégica “Modernizar a infraestrutura física“ e da qual o
responsável é o DPS. Ligadas a essa linha estão as acções descritas abaixo cuja implementação se materializou em
projectos inseridos na carteira e em tarefas bem definidas em que o estado é igualmente descrito a seguir:

1) Restaurar o Edifício Sede – as obras decorrem a bom ritmo tendo sido aprovados recentemente subprojectos
complementares. O seu término está previsto para o final de 2015;

2) Adequar e modernizar a infraestrutura onde o BNA está implantado, no âmbito da automatização do sistema

64
Relatório e Contas • 2014

de recontagem – Com efeito, encontram-se em fase de construção Salas de Recontagem, com os equipamentos
necessários para a automatização dos sistemas em:

i. Cabinda, estando prevista para o final de Fevereiro a sua conclusão;


ii. Huambo, cuja empreitada inclui reabilitação da área social do Edifício principal e requalificação dos anexos.
Conclusão prevista para o final deste ano;
iii. Menongue, onde decorre a reabilitação completa do edifício, incluindo o alargamento da Casa Forte e construção
de Salas de Recontagem com os requisitos recomendáveis. Esta obra tem o seu término previsto para o final de 2015;
iv. Moxico, em reabilitação completa do edifício incluindo o alargamento da Casa Forte e construção de Salas de
Recontagem com os requisitos recomendáveis. Esta obra tem o seu término previsto para o terceiro trimestre de 2015;
v. Huila, estando completamente executados os projectos arquitectónicos e de especialidade para a construção da Sala
de Recontagem da Huila, bem como os Termos de Referência e Cadernos de Encargos, aguardando apenas a devida
autorização para a realização do respectivo concurso.

3) Construção do Museu – Edifício em construção no espaço adjacente ao Edifício Sede do BNA, de imponência
reconhecida, onde se fez jus à beleza dos materiais nacionais, nomeadamente o granito de Benguela. Dada a dificuldade
na obtenção deste material e dos equipamentos audiovisuais, o terminus inicialmente previsto para Novembro de 2014
será apenas em Abril deste ano;

4) Implementar mecanismos para aferir processos de higiene e segurança laboral, assim como o controlo dos níveis
de poluição dos projectos de edificação – para implementação desta acção, pressupõe-se que seja feito um estudo
do impacto ambiental que tal obra provoca no meio envolvente quer no arranque, como no seu término. É exigida
igualmente a presentação de um Plano de Higiene e Segurança, cuja execução é controlada pela fiscalização;

5) Melhorar a articulação entre o BNA e as diferentes entidades envolvidas nos projectos de obras (Projectistas,
empreiteiros e fiscais) – Com efeito, sempre que se inicie a execução de um projecto são estabelecidas regras que
regem o relacionamento entre as partes através do estabelecimento de um contrato. Esta prática foi generalizada no
DPS, sendo 104 o número de contractos em execução e 11 em tratamento/preparação/assinatura.
Sendo o DPS um departamento fundamentalmente de prestação de serviços aos diversos órgãos do BNA, durante
o período em análise a sua actividade cingiu-se ao atendimento das várias solicitações e ao acompanhamento das
tarefas constantes no plano de trabalhos e inseridos na Carteira de projectos, como sendo:

1) Execução do arrolamento dos bens patrimoniais e a actualização da base de dados do aplicativo SAP (imobilizado);

2) Controlo de execução das empreitadas em curso e a sua execução financeira, agregando os dados à Carteira de
projectos;

3) Preparação de processos para a aquisição de imobilizados e outros artigos de uso corrente, tendo como ponto de
partida as solicitações recebidas;

4) Conferência e registo de processos de pagamento e elaboração dos respectivos mapas demonstrativos de custos
por rubrica e sua imputação;

5) Acompanhamento da execução dos contractos de fornecimento e prestação de serviços;

6) Acompanhamento e conferência do processo de Avaliação dos Imóveis do BNA;

7) Acompanhamento do processo de legalização dos imóveis;

8) Inventariação geral dos Economatos sob a sua tutela;

65
9) Acompanhamento da correcção dos bugs existentes na ferramenta SAP/MM, bem como a reparametrização do
módulo;

10) Acompanhamento e fiscalização dos trabalhos de exploração, manutenção preventiva e correctiva dos equipamentos
ligados às instalações eléctricas, com especial relevância aos geradores, UPS, quadros eléctricos, elevadores,
aparelhos de climatização e assistência técnica prestada às máquinas fotocopiadoras instaladas no Edifício Sede e
diferentes unidades de estrutura, bem como equipamentos de AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado) e
pagamento desses encargos;

11) Levantamento e análise das condições de obsolescência em que alguns edifícios se deparam, e a respectiva
elaboração de programas de restauro e manutenção;

12) Acompanhamento da adequação das redes estruturadas, quer fiscalizando quer emitindo os pareceres técnicos,
proporcionando a infraestrutura adequada para o efeito;

13) Acompanhamento das actividades desenvolvidas pelo Destacamento de Segurança no BNA e de um modo geral de
todas as unidades das Delegações Regionais.

5.4.6. Relações Internacionais

Durante o ano de 2014, o BNA participou em várias actividades promovidas pelos distintos organismos regionais e
internacionais dos quais é membro, bem como por instituições congéneres ou similares com as quais mantém relações
de cooperação bilateral, sendo de destacar as actividades constantes do quadro seguinte:

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Relatório e Contas • 2014

Quadro 19: Actividade Internacional

Instituição Evento Local Data


Reunião do Subcomité Macroeconómico do Comité dos Swazilândia 28 a 30 de Janeiro
Governadores dos Bancos Centrais (CCBG)
Reunião do Subcomité de Mercados Financeiro da SADC Pretória, África do Sul 4 a 6 de Fevereiro
XIX Conferência Anual do Subcomité das Tecnologias de Windhoek, Namíbia 17 a 21 de Fevereiro
Informação e Comunicação do CCBG
Reunião do Grupo de Trabalho do CCBG Pretória, África do Sul 18 a 20 de Fevereiro
38ª Reunião do Comité dos Governadores dos Bancos Swakopmund 17 a 19 de Março
Centrais (CCBG)
Reunião Anual do Subcomité dos Supervisores Bancários Maputo, Moçambique 26 a 28 de Maio
da SADC
Reunião do Grupo de Trabalho do Projecto Regional Pretória, África do Sul 9 de Maio
Comunidade para o
Integrado dos Sistemas de Pagamentos (SIRESS)
Desenvolvimento da África
Reunião do Subcomité Macroeconómico do CCBG e do Dar es Salam, Tanzânia 18 a 20 de Junho
Austral (SADC)
Painel de Revisão de Documentos de Pesquisa

14º Encontro da Task Force Ministerial sobre Integração Gaberone, Botswana 18 de Julho
Económica Regional
39ª Reunião do Comité dos Governadores dos Bancos Lusaka, Zâmbia 4 a 6 de Agosto
Centrais (CCBG)
Reunião do Grupo de Trabalho do CCBG Luanda, Angola 29 a 30 de Outubro
Sessões de informação preparatórias do Painel de Joanesburgo, África do 23 de Outubro a 7de
Avaliação pelos Pares Sul e Maseru, Lesoto Novembro
Sessão de Planeamento Estratégico do CCBG Pretória, África do Sul 6 a 8 de Dezembro

Seminário sobre Gestão de Recursos Humanos, Nairobi, Quénia 3 a 7 de Março

Instituto de Gestão 37ª Reunião do Comité Executivo Harare, Zimbabwe 27 a 28 de Março


Macroeconómica e Financeira 38ª Reunião do Comité Executivo Harare, Zimbabwe 24 a 25 de Julho
da África Austral e do Leste
Retiro de Chefes de Mercados Financeiros Nairobi, Quénia 1 a 3 de Setembro
(MEFMI)
Workshop sobre os Fundamentos de Gestão da Dívida Lilongwe, Malawi 30 de Junho a 11 de
Julho
Conselho de Governadores Washington, EUA 8 de Outubro
Banco Africano de 49ª Assembleia Anual do Grupo BAD Kigali, Ruanda 19 a 21 de Maio
Desenvolvimento (BAD)
Banco Africano de Importação 21ª Reunião Anual dos Accionistas Libreville, Gabão 2 a 8 de Junho
e Exportação (AFREXIMBANK)
Reuniões da Primavera Washington, EUA 8 a 13 de Abril
Fundo Monetário Internacional Workshop sobre Gestão de Risco de Crédito Joanesburgo, África 30 de Junho a 04 de
e (FMI) e Banco Mundial (BM) do Sul Julho
Assembleia Anual Washington, EUA 10 a 12 de Outubro
Seminário sobre Sistema de Pagamentos Lisboa, Portugal 5 a 9 de Maio

4º Encontro de Sistema de Pagamentos Lisboa, Portugal 18 a 20 de Junho


Banco de Portugal Seminário sobre Supervisão baseada no Risco Lisboa, Portugal 7 a 11 de Julho
Encontro Anual do Colégio de Supervisão do BCP Lisboa, Portugal 5 a 9 de Outubro
24º Encontro de Lisboa Lisboa, Portugal 5 a 8 de Outubro

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Banco Internacional de Reunião Anual Basileia, Suíça 7 de Junho
Pagamentos
Comité de Supervisão de Encontro de alto nível sobre o reforço de Supervisão no Cape Town, África 30 a 31 de Janeiro
Basileia (BCBS) e Instituto de Sector Financeiro e actuais prioridades regulamentares do Sul
Instabilidade Financeira (FSI)
4º Encontro de Contabilidade Maputo, Moçambique 18 a 20 de Maio
Comunidade de Países de 4º Encontro de Emissão e Tesouraria Rio de Janeiro, Brasil 26 a 29 de Maio
Língua Portuguesa (CPLP) 2º Encontro de Auditoria, Gestão de Riscos e Compliance Brasília, Brasil 12 a 13 de Agosto
Reunião do Regional Review Group Paris, França 7 a 9 de Janeiro
Regional Review Group Reunião de revisão Nairobi, Quénia 14 a 16 de Maio
Reunião de África e Médio Oriente Addis Abeba, Etiópia 17 a 19 de Setembro
Grupo de Combate ao 27ª Reunião de peritos seniores e 14ª Reunião do Conselho Arusha, Tanzânia 31 de Março a 4 de
Branqueamento de Capitais de Ministros Abril
da África Austral e do Leste 2ª Ronda de avaliação mútua dos Avaliadores Harare, Zimbabwe 28 de Abril a 2 de Maio
(ESAAMLG) Workshop sobre a avaliação do risco nacional e Pretória, África do Sul 30 de Junho a 04 de
abordagem do risco em matéria de branqueamento de Julho
capitais e financiamento do terrorismo
Workshop sobre Desenvolvimento da Inclusão Financeira, Pretória, África do Sul 30 de Julho a 1 de
Enquadramento Legal e Regulamentares em Função do Agosto
Risco
GAFI – Grupo de Acção Reunião Plenária Paris, França 10 a 14 de Fevereiro
Financeira Internacional Reunião Plenária Paris, França 23 a 27 de Junho

5.4.7. Comunicação Institucional

Ao longo do ano 2014, tendo em consideração a relevância crescente das actividades do BNA sobretudo num contexto de
profundas reformas estruturais, convindo manter a sociedade devidamente informada sobre matérias de carácter público,
foram desenvolvidas várias actividades de carácter externo e realizadas outras de carácter interno, no âmbito da política de
responsabilidade social e promoção da identidade de imagem da Instituição.

Do leque de actividades, destacam-se as campanhas de comunicação sobre as características da nova família do Kwanza,
sensibilização para o uso de moedas metálicas junto de mercados e escolas, divulgação de spots publicitários e participações
em programas de rádio e TV sobre o assunto, campanhas referentes à retirada de circulação de notas e moedas do Kwanza
(série 1999), entrada em circulação da moeda de 20 Kz e sorteio bankita.

De igual modo, de acordo com o plano de comunicação anual do BNA, o Gabinete de Comunicação Institucional,
em estreita colaboração com as diferentes unidades estruturais, promoveu, divulgou e coordenou a realização de
várias conferências com identidade, características e peças gráficas adequadas aos diferentes temas, previamente
indicados pelas áreas de missão. De entre as diferentes conferências destacam-se o ciclo Interno de conferências, o
Fórum “Os Desafios da Desdolarização”, o 2.º encontro nacional de tesouraria na Huíla, Conferência sobre os sistemas
de pagamento, III fórum de inclusão financeira, encontro anual de quadros, assinatura do acordo monetário Angola/
Namíbia e seminário sobre IFRS.

No que respeita a actividades de carácter social, mais especificamente, procedeu-se à realização de sorteios para angariação
de donativos destinados a crianças e idosos carenciados, tendo sido beneficiadas instituições como o Centro do Padre Horácio,
Lar Beiral, Lar El-Betel, Arquidiocese de Cabinda, Lar Otchio, Casa Gaiato, Hospital Divina Providência, Lar Kuzola e Lar Beiral.
Acresce-se ao resumo de actividades a publicação e actualização de comunicados e normas do BNA, nos canais da instituição
e nos canais externos quando assim se justificasse.

68
Relatório e Contas • 2014

PARTE IV – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

69
De acordo com o previsto no artigo 86.º da Lei nº. 16/10 de 15 de Julho, são apresentadas as Demonstrações Financeiras do
Banco Nacional de Angola (adiante designado por “BNA” ou “Banco”), relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2014,
que compreendem o Balanço, a Demonstração dos resultados e do outro rendimento integral, a Demonstração das alterações
nos capitais próprios, a Demonstração dos fluxos das operações em moeda estrangeira e as respectivas Notas às Contas,
aprovadas pelo Conselho de Administração em sessão realizada em 10 de Abril de 2015.

A preparação e apresentação de Demonstrações Financeiras, em conformidade com os procedimentos e normas internacionais


de contabilidade e relato financeiro foram, definidos como um objectivo do BNA, reflectindo o sentido da trajectória seguida
pelo seu Conselho de Administração tendo em vista a modernização do Modelo de Governação e de Gestão.

Este objectivo consubstanciou-se na adopção parcial das Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/
IFRS) como referencial contabilístico para a preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras do exercício findo em
31 de Dezembro de 2014. Esta adopção teve em conta as especificidades próprias de um banco central, o que determinou a
derrogação de algumas normas, tal como oportunamente aprovado pelo Conselho de Administração.

As Demonstrações Financeiras são apresentadas em milhares de Kwanzas (adiante designadas por mAOA).

Quadro 20: Principais mutações na composição do Balanço

Valores em milhares de AOA 2014 2013 Variação


Montante %
ACTIVO 3 431 576 075 3 561 482 752 (129 906 677) -4%
Ouro 72 231 818 69 476 042 2 755 776 4%
Activos sobre o exterior 2 951 414 683 3 190 904 485 (239 489 802) -8%
Activos internos 340 291 688 200 630 335 139 661 353 70%
Activos tangíveis e intangíveis 26 785 619 23 060 804 3 724 815 16%
Outros activos 40 852 267 77 411 086 (36 558 819) -47%
PASSIVO 3 123 054 455 3 244 855 311 (121 800 856) -4%
Notas e moedas em circulação 477 974 757 410 181 669 67 793 088 17%
Títulos do Banco Central - 9 237 803 (9 237 803) -100%
Reservas bancárias 759 715 456 750 076 773 9 638 683 1%
Mercado monetário interbancário 342 955 673 222 549 159 120 406 514 54%
Conta Única do Tesouro 1 203 526 437 1 463 026 992 (259 500 555) -18%
Fundo monetário internacional 159 106 961 201 691 432 (42 584 471) -21%
Outros passivos 179 775 171 188 091 483 (8 316 312) -4%
CAPITAIS PRÓPRIOS 308 521 620 316 627 441 (8 105 821) -3%

Em 31 de Dezembro de 2014, o Activo do Banco apresenta um saldo de mAOA 3.431.576.075, traduzindo um decréscimo
de mAOA 129.906.677 comparativamente a 31 de Dezembro de 2013. Esta variação é explicada essencialmente pelas
seguintes situações:

1) Diminuição de 8% dos “Activos sobre o exterior”, em consequência das transferências para o Fundo Soberano e
da redução verificada na arrecadação de impostos petrolíferos. Adicionalmente, o Banco manteve uma política de
investimentos de diversificação da carteira, com a desmobilização de depósitos a prazo para investimento em títulos
de dívida soberana estrangeira;

70
Relatório e Contas • 2014

2) Aumento de 70% dos “Activos internos” que foi originado por via de:

i. Aplicação de mAOA 106.829.378 em operações ocasionais de cedência de liquidez às instituições de crédito, sendo que em
31 de Dezembro de 2013 não existiam estas operações;

ii. Recebimento de Obrigações do Tesouro (OT) não remuneradas no valor de mAOA 31.290.000 referentes à realização de
capital previsto na Lei Orgânica do BNA. Este aumento da carteira de “Activos financeiros recebidos em aumento de capital”
foi efectuado por contrapartida da redução de “Outros activos”.

O Passivo do Banco apresenta um saldo de mAOA 3.123.054.455, que se traduz num decréscimo de mAOA 121.800.856, face
a 31 de Dezembro de 2013, explicado essencialmente pelas seguintes situações:

1) Redução de mAOA 259.500.555 do saldo da “Conta Única do Tesouro” (CUT);

2) Redução de 21% das responsabilidades para com o “Fundo Monetário Internacional” (FMI) decorrente da contínua
amortização do Stand-by Agreement;

3) Diminuição de mAOA 8.316.312 do saldo dos “Outros passivos” decorrente essencialmente da devolução de adiantamentos
dos bancos comerciais para constituição do capital social inicial, bem como da transferência destes adiantamentos para
reservas bancárias resultante do início de actividade de novas instituições de crédito;

4) Aumento de 54% do “Mercado monetário interbancário”, decorrente do aumento das operações ocasionais de absorção de
liquidez das instituições de crédito;
5) Aumento de 17% das “Notas e moedas em circulação”, decorrente da emissão de notas e moedas da nova família
do Kwanza.

Os Capitais Próprios do Banco apresentam um saldo de mAOA 308.521.620, que se traduz numa diminuição de mAOA
8.105.821 face a 31 de Dezembro de 2013, em consequência de:

1) Diminuição das reservas de reavaliação cambial para mAOA 29.269.697;

2) Distribuição de dividendos ao Ministério da Finanças (MINFIN), referentes ao resultado do exercício económico de


2013, no valor de mAOA 8.524.945;

3) Estes impactos foram parcialmente compensados pelo resultado do exercício de 2014 de mAOA 14.562.159, que se
traduz num aumento de 2% face ao exercício de 2013 e pelo aumento de mAOA 13.000.005 da reserva de reavaliação
de justo valor, justificado maioritariamente pela valorização da carteira dos títulos de dívida soberana estrangeira.

Quadro 21: Evolução dos resultados

Valores em milhares de AOA 2014 2013 Variação


Montante %
Margem financeira 27 459 037 24 043 816 3 415 221 14%
Comissões líquidas 12 253 352 11 060 165 1 193 187 11%
Resultados em operações financeiras 6 420 963 23 677 240 (17 256 277) -73%
Resultados operacionais 26 519 592 40 076 257 (13 556 665) -34%
Resultados de exploração (58 090 785) (84 649 239) 26 558 454 -31%
RESULTADO DO EXERCÍCIO 14 562 159 14 208 239 353 920 2%

71
Os principais indicadores da conta de resultados evoluíram do seguinte modo:

O resultado do exercício de 2014 ascende a mAOA 14.562.159, sendo a variação face ao exercício anterior explicada
essencialmente por:

1) Manutenção estável do crescimento da “Margem financeira” e das “Comissões líquidas”;

2) Diminuição de 73% dos “Resultados em operações financeiras”, explicada pela redução de mAOA 17.256.277 das
mais-valias potenciais e efectivas das aplicações geridas por entidades externas;

3) Diminuição de 34% dos “Resultados operacionais”, resultante essencialmente da diminuição dos resultados
cambiais em mAOA 15.779.737.

4) Redução de 31% dos custos de exploração, explicada essencialmente por:

i. Diminuição de mAOA 7.229.201 dos custos com pessoal;

ii. Diminuição de mAOA 20.420.840 no reforço de provisões reconhecidas no exercício.

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Relatório e Contas • 2014

Quadro 22: Balanços em 31 de Dezembro de 2014 e 2013

ACTIVO Notas 2014 2103


Ouro 3 72 231 818 69 476 042
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 4 211 542 012 85 238 110
Aplicações em instituições de crédito 5 1 119 514 666 1 502 306 469
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 7 566 238 487 579 588 736
Activos financeiros disponíveis para venda 7 975 239 369 947 295 347
Fundo monetário internacional 8 78 374 350 76 021 133
Investimentos em associadas e outras entidades 9 505 799 454 690
2 951 414 683 3 190 904 485
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 4 348 806 378 256
Aplicações em instituições de crédito 5 15 048 761 15 751 232
Operações de financiamento às instituições de
crédito relacionadas com operações de política monetária 6 106 829 378 -
Investimentos detidos até à maturidade 7 43 194 383 40 920 487
Activos financeiros recebidos em aumento de capital 7 174 440 000 143 150 000
Investimentos em associadas e outras entidades 9 430 360 430 360
340 291 688 200 630 335

Activos tangíveis 10 26 054 252 21 754 210


Activos intangíveis 10 731 367 1 306 594
Outros valores activos 11 40 852 267 77 411 087
Total do Activo 3 431 576 075 3 561 482 752

PASSIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS Notas 2014 2103


Notas e moedas em circulação 12 477 974 757 410 181 669
Títulos do Banco Central 13 - 9 237 803
Responsabilidades para com instituições de crédito
Nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 14 759 715 456 750 076 773
Mercado monetário interbancário 14 342 955 673 222 549 157
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 15 1 203 526 437 1 463 026 992
Outras responsabilidades 15 - 5 074
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo monetário internacional 8 159 106 961 201 691 432
Responsabilidades com pensões e outros benefícios 16 113 483 305 101 071 004
Provisões 17 40 609 483 31 708 311
Outros valores passivos 18 25 682 383 55 307 094
Total do Passivo 3 123 054 455 3 244 855 311

Capital 19 270 000 000 270 000 000


Reservas de reavaliação 20 1QQ1 7 106 426
Outras reservas 21 30 996 072 25 424 310
Resultados transitados 21 - (111 534)
Resultado do exercício 14 562 159 14 208 239
Total dos Capitais Próprios 308 521 620 316 627 441
Total do Passivo e Capitais Próprios 3 431 576 075 3 561 482 752

73
Quadro 23: Demonstrações dos resultados para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013

Notas 2014 2013

Juros e rendimentos similares 23 35 132 638 33 192 644


Juros e encargos similares 24 (7 673 601) (9 148 828)
Margem financeira 27 459 037 24 043 816

Rendimentos de serviços e comissões 25 13 947 017 12 534 229


Encargos com serviços e comissões 26 (1 693 665) (1 474 064)
Comissões líquidas 12 253 352 11 060 165

Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 27 5 505 797 23 718 949
Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 28 915 166 (41 709)
Resultados em operações financeiras 6 420 963 23 677 240

Resultados cambiais 29 26 837 456 42 617 193


Custos relativos à emissão de notas e moedas 30 (1 518 452) (2 262 232)
Resultados de alienação de outros activos 31 44 113 (24 195)
Outros resultados operacionais 32 1 156 475 (254 509)
Resultados operacionais 26 519 592 40 076 257

Custos com pessoal 33 (39 066 342) (46 295 543)


Fornecimentos e serviços de terceiros 34 (7 620 685) (6 707 752)
Amortizações do exercício 10 (2 348 396) (2 169 742)
Provisões líquidas de reposições e anulações 17 (9 055 362) (29 476 202)
Resultados de exploração (58 090 785) (84 649 239)

Resultado do exercício 14 562 159 14 208 239

Quadro 24: Demonstrações dos resultados e do outro rendimento integral para os exercícios findos em 31
de Dezembro de 2014 e 2013

2014 2013
Resultado líquido do exercício 14 562 159 14 208 239
Itens que poderão ser reclassificados posteriormente para resultados
Variações da reserva de reavaliação de justo valor de:
Activos financeiros disponíveis para venda 15 554 725 (22 375 652)
Ouro (2 554 720) (27 474 127)
Variações da reserva de reavaliação cambial (27 143 042) 26 869 755
Itens que não serão reclassificados posteriormente para resultados - -
Rendimento / (gasto) reconhecido directamente nos Capitais Próprios (14 143 037) (22 980 024)
Rendimento integral do exercício 419 122 (8 771 785)

As notas anexas fazem parte integrante da Demonstração dos resultados e do outro rendimento integral para o exercício findo em 31 de
Dezembro de 2014.

74
Relatório e Contas • 2014

Quadro 25: Demonstrações das alterações nos capitais próprios para os exercícios findos em 31 de
Dezembro de 2014 e 2013

Reservas
Resultados Resultado
Capital Reservas de reavaliação Outras reservas Total
transitados do exercício
Justo valor Cambial Reserva legal Reserva livre
Saldos em 31-12-2012 (Proforma) 270 000 000 543 466 29 542 984 10 688 867 10 688 867 7 707 10 004 906 331 476 797
Transferência de resultados de 2012 - - - 2 023 288 2 023 288 - (4 046 576) -
Distribuição de resultados de 2012 - - - - - - (6 069 864) (6 069 864)
Outras variações de reservas - - - - - (119 241) 111 534 (7 707)
Rendimento integral do exercício - (49 849 779) 26 869 755 - - - 14 208 239 (8 771 785)
Saldos em 31-12-2013 270 000 000 (49 306 313) 56 412 739 12 712 155 12 712 155 (111 534) 14 208 239 316 627 441
Transferência de resultados de 2013 - - - 2 841 648 2 841 648 (5 683 296) -
Distribuição de resultados de 2013 - - - - - - (8 524 943) (8 524 943)
Outras variações de reservas - - - - (111 534) 111 534 - -
Rendimento integral do periodo - 13 000 005 (27 143 042) - - - 14 562 159 419 122
Saldos em 31-12-2014 270 000 000 (36 306 308) 29 269 697 15 553 803 15 442 269 - 14 562 159 308 521 620

As notas anexas fazem parte integrante da Demonstração das alterações nos Capitais próprios no exercício findo em 31 de Dezembro de 2014.

75
Quadro 26: Demonstrações dos fluxos das operações em moeda estrangeira para os exercícios findos em
31 de Dezembro de 2014 e 2013

Valores em milhares de AOA 2014 2013


Actividades Operacionais
Proveitos de aplicações de liquidez 11 563 025 13 462 588
Proveitos de títulos e valores mobiliários 31 033 721 11 253 513
Despesas de produção de notas e moedas (3 472 157) (4 764 084)
Pagamentos de custos administrativos (1 666 185) (1 802 686)
Outros pagamentos e recebimentos (975 077) (101 925)
Fluxos de caixa de actividades operacionais 36 483 327 18 047 406
Actividades de Investimento
Investimentos em:
Títulos de dívida soberana estrangeira (10 521 232) (317 807 341)
Aplicações geridas por entidades externas 30 229 605 29 320 512
Operações cambiais 745 513 (28 443)
Aquisições e alienações de imobilizado (725 665) (255 899)
Fluxos de caixa de actividades de investimento 19 728 221 (288 771 171)
Actividades de Financiamento
Diminuições (aumentos) de depósitos de residentes:
Tesouro Nacional (567 599 248) (79 204 912)
Instituições Financeiras - Reservas bancárias 263 072 334 32 933 965
Fundo Monetário Internacional (49 175 295) (25 232 500)
Fluxos de caixa de actividades de financiamento (353 702 209) (71 503 447)
Efeito da variação cambial em caixa e equivalentes de caixa 40 955 706 44 202 737
Variação de caixa e seus equivalentes (256 534 955) (298 024 475)
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no início do exercício 1 600 578 286 1 898 602 761
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no fim do exercício 1 344 043 331 1 600 578 286

As notas anexas fazem parte integrante da Demonstração dos fluxos das operações em moeda estrangeira no exercício findo em 31 de
Dezembro de 2014.

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o agregado “Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira”
apresenta a seguinte composição:

Valores em milhares de AOA 2014 2013


Caixa e disponibilidades em instituições de crédito (Nota 4)
Notas e moedas em moeda estrangeira em caixa 16 454 20 239
Depósitos à ordem em moeda estrangeira:
No exterior 211 542 012 85 351 269
No país 327 115 239 309
Aplicações em instituições de crédito (Nota 5)
Depósitos a prazo
No exterior 1 117 014 525 1 499 131 969
No país 15 017 998 15 716 659
Aplicações subordinadas 125 227 118 841
1 344 043 331 1 600 578 286

76
Relatório e Contas • 2014

PARTE V – NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES


FINANCEIRAS

77
A origem do Banco Nacional de Angola remonta a 14 de Agosto de 1926, data da criação do Banco de Angola, com sede
em Lisboa. Até 1957 o Banco de Angola deteve, em exclusivo, o comércio bancário, altura em que surgiu no mercado
o Banco Comercial de Angola, de direito estritamente Angolano, representando um novo marco na história do país.

No panorama das transformações político-económicas que se sucederam até à década de 80, e tendo em atenção a
importância do sistema monetário e financeiro do País, foi desenvolvido em Agosto de 1975 o chamado “Processo da
tomada da Banca”, que levou ao confisco do activo e o passivo do Banco de Angola e à criação do Banco Nacional de
Angola, um ano após a independência nacional, através da Lei n.º 69/76 publicada no Diário da República Nº 266 – 1ª
Série de 10 de Novembro de 1976.

A partir de 1978 e através da Lei n.º 4/78, de 25 de Fevereiro, a actividade bancária passou a ser exclusivamente
exercida pelos bancos do Estado, na medida em que foram formalmente encerrados os bancos comerciais privados,
facilitando assim a extensão da rede de balcões do BNA por todo o território nacional.

Em 1991 e com base na Lei n.º 5/91 de 20 de Abril - Lei das Instituições Financeiras, iniciou-se um novo passo na
implementação de um sistema bancário de dois níveis, pelo que o BNA passou a exercer a função de Banco Central
consagrado como autoridade monetária e agente da autoridade cambial, retirando-se assim das funções comerciais
que exercia até então.

Neste momento, o BNA está presente no País através das suas delegações regionais localizadas nas províncias de (i)
Cabinda; (ii) Huíla; (iii) Benguela; (iv) Malange; e (v) Huambo.

De acordo com a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho – Lei do Banco Nacional de Angola, que estabelece a sua Lei orgânica,
as suas funções passaram a ter dois vectores principais: i) assegurar a preservação do valor da moeda nacional e, ii)
como Banco Central:

1) Actuar como banqueiro único do Estado;


2) Aconselhar o Estado nos domínios monetários, financeiro e cambial;
3) Colaborar na definição e executar a política cambial bem como o respectivo mercado;
4) Gerir as disponibilidades externas do País ou as que lhe sejam cometidas;
5) Agir como intermediário nas relações monetárias internacionais do Estado;
6) Zelar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de financiador
de última instância;
7) Garantir e assegurar um sistema de informação, compilação e tratamento das estatísticas monetárias, financeira
e cambiais e demais documentação, nos domínios da sua actividade de forma a servir como instrumento eficiente de
coordenação, gestão e controlo;
8) Elaborar e manter actualizado o registo completo da dívida externa do País, assim como efectuar a sua gestão;
9) Elaborar a balança de pagamentos externos do país.
O Conselho de Administração, enquanto órgão responsável pela definição das políticas de gestão e administração
do BNA, é responsável pela preparação e apresentação das demonstrações financeiras e das demais informações
constantes do presente relatório, zelando pela sua integralidade e objectividade, de forma a garantir que as operações
e transacções decorrentes da sua missão sejam realizadas e processadas de acordo com o estabelecido nas normas e
procedimentos em vigor.

6. Bases de Apresentação e resumo das principais Políticas Contabilísticas


6.1. Bases de apresentação

As demonstrações financeiras do BNA para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2014 foram preparadas no
pressuposto da continuidade das operações norteadas pelo novo plano de contas aprovado pelo Conselho de
Administração no exercício de 2013. Este novo plano de contas considera, na sua globalidade, as orientações técnicas

78
Relatório e Contas • 2014

e os princípios consagrados nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS) emitidas pelo Internacional
Accounting Standards Board (IASB), com as derrogações descritas na alínea 2) abaixo.

O Banco adoptou o novo plano de contas pela primeira vez no exercício findo em 31 de Dezembro de 2013, considerando
para o efeito os termos da IFRS 1 – Adopção pela primeira vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, as
quais foram aplicadas retrospectivamente para todos os períodos apresentados.

A Lei Orgânica do Banco não determina a estrutura de apresentação das demonstrações financeiras que o Banco
deve adoptar. Desta forma, coube ao Conselho de Administração do BNA decidir sobre a aplicabilidade das Normas
Internacionais de Relato Financeiro (IFRS/IAS) nas Demonstrações Financeiras, tendo em consideração a sua Lei
Orgânica e as suas funções enquanto entidade operadora das políticas fiscal, cambial e monetária do país.

Adopção de normas (novas ou revistas) emitidas pelo Internacional Accounting Standards Board (IASB) e interpretações
emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Commitee (IFRIC)

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões têm aplicação obrigatória pela primeira vez no exercício
findo em 31 de Dezembro de 2014:

i. IAS 32 – Instrumentos financeiros: Apresentação: A revisão desta norma clarifica determinados aspectos relativos à
diversidade na aplicação dos requisitos de compensação entre activos e passivos financeiros. É de aplicação obrigatória
em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2014.

ii. IAS 36 – Imparidade de activos: Esta emenda elimina os requisitos de divulgação da quantia recuperável de uma
unidade geradora de caixa com goodwill ou intangíveis com vida útil indefinida alocados nos períodos em que não foi
registada qualquer perda por imparidade ou reversão de imparidade. Vem introduzir requisitos adicionais de divulgação
para os activos relativamente aos quais foi registada uma perda por imparidade ou reversão de imparidade e a quantia
recuperável dos mesmos tenha sido determinada com base no justo valor menos custos para vender. É de aplicação
obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2014.

iii. IFRS 12 – Divulgações sobre participações noutras entidades: Esta norma vem estabelecer um novo conjunto de
divulgações relativas a participações em subsidiárias, acordos conjuntos, associadas e entidades não consolidadas.
Não foram produzidos efeitos significativos nas demonstrações financeiras no exercício findo em 31 de Dezembro de
2014, decorrente da adopção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas.

1) Normas, interpretações, emendas e revisões que irão entrar em vigor em exercícios futuros

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões não foram adoptadas em 31 de Dezembro de 2014, em
virtude de a sua aplicação não ser ainda obrigatória, apenas em exercícios económicos futuros:

i. Melhoramentos das normas internacionais de relato financeiro (ciclo 2011-2013): Estas melhorias envolvem
a clarificação de alguns aspectos relacionados com as normas IFRS 1 – Adopção pela Primeira Vez das Normas
Internacionais de Relato Financeiro, IFRS 3 – Concentração de Actividades Empresariais, IFRS 13 – Mensuração ao
Justo Valor e IAS 40 – Propriedades de Investimento. É de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados
em ou após 1 de Janeiro de 2015.

O BNA não procedeu à aplicação antecipada nas demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de Dezembro
de 2014, uma vez não serem estimados impactos significativos nas demonstrações financeiras decorrentes da sua
adopção.

79
2) Derrogações de normas e interpretações

À data de transição, e considerando as especificidades da sua actividade enquanto regulador do sistema financeiro e
responsável pela execução das políticas monetária e cambial do país, bem como pela gestão das reservas internacionais,
o Banco decidiu não adoptar as seguintes normas e interpretações emitidas pelo International Accounting Standards
Board (IASB) e pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC):

i. IAS 21 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio: O Banco manteve inalterado o tratamento contabilístico dado
às variações cambiais decorrentes da actualização dos activos e passivos expressos em moeda externa às taxas de
câmbio em vigor, sendo as valias cambiais potenciais reconhecidas numa rubrica de capitais próprios denominada
“Reservas de reavaliação cambial” e apenas registadas como resultados quando realizadas. Dada a grande volatilidade
dessas valias e a sua condição de potenciais, o Conselho de Administração considerou que a adopção da norma
poderia traduzir-se numa possível alteração dos princípios de capitalização do Banco e em interferência na gestão
da política monetária, considerando que a distribuição de dividendos ou a cobertura de prejuízos daí resultantes,
afectariam directamente a magnitude da base monetária com eventuais efeitos inflacionistas, para além de gerar
fluxos financeiros entre o Tesouro e o Banco Central com base em resultados não efectivos.

ii. IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas: O Banco decidiu não apresentar demonstrações financeiras
consolidadas, mantendo as suas participações valorizadas ao custo de aquisição com reconhecimento de eventuais
perdas por imparidade, independentemente do controlo e/ou influência significativa que possa ter sobre as entidades
participadas.

Estas derrogações de normas e interpretações continuaram a ser aplicadas nas demonstrações financeiras do Banco
no exercício findo em 31 de Dezembro de 2014.
Adicionalmente, o Banco decidiu adoptar parcialmente as seguintes normas e interpretações emitidas pelo IASB e
pelo IFRIC:

i. IAS 39 – Instrumentos financeiros: Reconhecimento e mensuração: As obrigações do Tesouro recebidas no âmbito


da realização do aumento de capital social aprovado pela Lei do BNA foram registadas no reconhecimento inicial, na
linha de activos financeiros recebidos em aumento de capital, pelo seu valor nominal, mais uma vez tendo em consideração o
impacto da adopção desta norma na capitalização do Banco e da sua consequente interferência na gestão de política monetária
do país.

ii. IAS 19 – Benefícios a empregados: O Banco encontra-se a aplicar a IAS 19 para todos os benefícios a empregados, excepto
em relação ao reconhecimento das responsabilidades com pensões de reforma e outros benefícios pós emprego. Para apurar
estas responsabilidades, o Banco solicita anualmente um estudo actuarial a um perito independente, o qual tem por base
pressupostos actuariais e financeiros que melhor se adaptam à população e à realidade do Banco. Todas as responsabilidades
com pensões de reforma são registadas por contrapartida de resultados. Após a constituição do fundo de pensões, que se
espera que ocorra em 2015, o Banco irá reavaliar a sua posição quanto à aplicabilidade desta norma, tendo em conta que o
artigo 88º da Lei Orgânica do Banco prevê que sejam registados em resultados do exercício dotações para o fundo de pensões.
As demonstrações financeiras do BNA em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 encontram-se expressas em milhares de Kwanzas,
tendo os activos e os passivos denominados em outras divisas sido convertidos para a moeda nacional, com base nas taxas de
câmbio médias indicativas que se seguem:

80
Relatório e Contas • 2014

Quadro 27: Taxas de Câmbio médias para conversão de activos e passivos

Moedas 2014 2013


1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 102,863 97,619
1 Euro (EUR) 125,195 134,386
1 Dólar Canadiano (CAD) 88,488 91,104
1 Rand da África do Sul (RAD) 8,875 9,306
1 Libra Esterlina (GBP) 160,003 160,709
1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 16,585 16,104

6.2. Resumo das principais políticas contabilísticas

Além dos princípios contabilísticos aplicáveis a certas rubricas das demonstrações financeiras descritos especificamente ao
longo do presente anexo, de uma forma geral o BNA utiliza na preparação das suas demonstrações financeiras os seguintes
princípios contabilísticos e critérios valorimétricos:

A. Especialização de exercícios

O Banco Nacional de Angola adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à generalidade
das rubricas das demonstrações financeiras. Deste modo, os proveitos e custos são reconhecidos em função do período de
vigência das operações, sendo registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu recebimento ou
pagamento.

B. Transacções em moeda estrangeira


As contas do Banco são preparadas na divisa do ambiente económico em que opera (“moeda funcional”), sendo expressas em
Kwanzas.

As operações em moeda estrangeira são registadas segundo os princípios do sistema “multi currency”, isto é, registadas nas
respectivas moedas de denominação, sendo convertidas para Kwanzas com base nas taxas de câmbio em vigor na data em
que ocorrem. Os activos e passivos denominados em moeda estrangeira são convertidos para Kwanzas mediante a utilização
da taxa de câmbio média publicada pelo Banco na data de relato financeiro.

Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais potenciais são registados numa rubrica específica de capital próprio
denominada “Reservas de reavaliação cambial”, sendo as diferenças cambiais efectivamente realizadas, quer sejam negativas
ou positivas, registadas na demonstração dos resultados do exercício em que ocorrem, nas respectivas rubricas de “Perdas e
ganhos associados a diferenças cambiais”.

C. Instrumentos financeiros

i. Reconhecimento inicial

Os activos e passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor, excepto para as obrigações
do Tesouro emitidas para a realização do capital social, sendo os custos directamente imputados à transacção acrescidos ao
valor da posição em balanço.
O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda de um activo ou pago para
transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração.

81
ii. Classificação de instrumentos financeiros

• Activos financeiros
Os activos financeiros, com excepção dos activos mencionados no ponto 1 anterior, são reconhecidos e valorizados de acordo
com a IAS 32 e a IAS 39 e compreendem as categorias específicas abaixo indicadas:
– Activos financeiros ao justo valor através de resultados;
– Activos financeiros disponíveis para venda;
– Investimentos detidos até à maturidade.

A classificação e mensuração destes activos financeiros reflecte a intenção do Banco relativamente a cada investimento,
tendo presente que a classificação inicial é, salvo algumas excepções, irrevogável e visa, nos termos da IAS 39 – Instrumentos
financeiros: Reconhecimento e mensuração, a ser mantida até ao reembolso ou venda do activo.

Activos financeiros ao justo valor através de resultados

Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem:


– Títulos de rendimento fixo e variável que o Banco tenha optado, no seu reconhecimento inicial, por registar e avaliar ao justo
valor através de resultados;
– Instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo (incluindo os embutidos em activos).

Os activos financeiros classificados nesta categoria são registados ao justo valor, sendo as valias potenciais resultantes da
valorização subsequente registadas em resultados, na rubrica de “Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor
através de resultados”.

O Banco classifica, nesta categoria, as aplicações geridas por entidades externas. A posição junto de cada um dos gestores
é actualizada com base na valorização reportada no extracto enviado periodicamente pelas respectivas entidades externas.
O montante dos compromissos de capital remanescente, assumidos junto dos gestores externos, está registado numa rubrica
extrapatrimonial, sendo actualizado simultaneamente sempre que é paga uma chamada de capital e aumentada a posição de
investimento junto da entidade em questão.

Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda incluem títulos de rendimento fixo que não se encontrem classificados como
activos financeiros ao justo valor através de resultados ou como investimentos detidos até à maturidade.

Os activos financeiros disponíveis para venda são mensurados ao justo valor, sendo as variações reconhecidas directamente em
capitais próprios na rubrica “Reservas de reavaliação de justo valor”, até à maturidade ou venda do título, momento em que o
ganho ou perda anteriormente reconhecido em capitais próprios é reconhecido em resultados.

Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto)
são registados em resultados, de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva em que os activos
financeiros disponíveis para venda estão com imparidade, considerando a situação dos mercados e a informação disponível
sobre os emitentes.

De acordo com a IAS 39, a evidência objectiva que um activo financeiro disponível para venda se encontra com imparidade
inclui dados observáveis acerca dos seguintes eventos de perda:

– Dificuldades financeiras significativas do emitente;


– Incumprimento contratual do emitente em termos de reembolso de capital ou pagamento de juros;

82
Relatório e Contas • 2014

– Probabilidade de falência do emitente;


– Desaparecimento de um mercado activo para o activo financeiro devido a dificuldades financeiras do emitente.

Para além dos eventos referidos, o Banco considera como evidência objectiva de imparidade uma diminuição significativa e
prolongada do justo valor dos activos financeiros.

Quando existe evidência objectiva de que um activo financeiro disponível para venda está com imparidade, a eventual perda é
registada em resultados após o desreconhecimento das menos valias potenciais reconhecidas em reservas de reavaliação de
justo valor.

As perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo são revertidas através de resultados, sempre que houver
uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade. As
perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento variável não podem ser revertidas. No caso de títulos de rendimento
fixo ou variável para os quais tenha sido reconhecida imparidade, posteriores variações negativas de justo valor são sempre
reconhecidas em resultados.

Investimentos detidos até à maturidade

Os investimentos detidos até à maturidade incluem os activos financeiros com pagamentos fixados ou determináveis e
maturidade fixada relativamente aos quais tenha a intenção e capacidade de deter até ao seu vencimento.

Estes activos são inicialmente reconhecidos pelo seu justo valor. Em geral, o justo valor no momento inicial corresponde ao valor
de transacção e inclui proveitos e custos directamente atribuíveis à transacção. Posteriormente, os investimentos detidos até à
maturidade são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro efectiva e sujeito a testes de imparidade.

Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto)
são registados em resultados, na rubrica “Juros e rendimentos similares”, de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

As obrigações do Tesouro emitidas em moeda nacional indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos e as indexadas
ao índice de Preços do Consumidor estão sujeitas a actualização do valor nominal do título de acordo com a variação dos
respectivos indexantes. Deste modo, o resultado da referida actualização do valor nominal do título é reflectido na demonstração
dos resultados do exercício em que ocorre.

Quando existe evidência objectiva de que um investimento detido até à maturidade está com imparidade, a eventual perda
por imparidade corresponde à diferença entre a quantia escriturada do activo financeiro e o valor de actualização dos fluxos
de caixa futuros estimados (excluindo o efeito de eventos futuros), descontados à taxa de juro efectiva original calculada no
reconhecimento inicial, devendo a mesma ser registada por contrapartida de resultados.

Se num período subsequente o montante da perda diminui e essa diminuição puder ser objectivamente relacionada com um
evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados.

Operações activas de mercado aberto

As operações de cedência de liquidez às instituições financeiras bancárias são suportadas por títulos públicos em moeda
nacional. Estes títulos são registados em contas extrapatrimoniais pelo seu valor nominal. Os fundos cedidos são registados na
rubrica de activo “Aplicações em instituições de crédito”, sendo periodificados os respectivos juros a receber.

Activos financeiros recebidos em aumento de capital

As obrigações do Tesouro Nacional recebidas no âmbito da realização do aumento de capital social do Banco são reconhecidas
em balanço pelo seu valor nominal, conforme referido na alínea b) do ponto 2.1.

83
• Passivos financeiros
Os passivos financeiros incluem notas e moedas em circulação, depósitos de outras instituições, títulos emitidos
pelo Banco Central, outros instrumentos no âmbito da política monetária e financiamentos obtidos junto do Fundo
Monetário Internacional (FMI).
Os passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor, deduzido de custos directamente
atribuíveis à transacção, sendo posteriormente valorizados ao custo amortizado.
Qualquer diferença entre o montante recebido líquido de custos de transacção e o montante a pagar na maturidade é
reconhecida na demonstração de resultados durante a vida do passivo através do método da taxa efectiva.
Notas e moedas em circulação

As notas e moedas em circulação são registadas pelo seu valor de emissão (valor facial) na rubrica de “Emissões de notas e
moedas”. Os encargos com a sua produção são reconhecidos linearmente como gastos ao longo do período de vida útil das
notas e moedas, na rubrica “Outros encargos e gastos – emissão de notas e moedas”, actualmente estimada em 5 anos.

Títulos emitidos pelo Banco Central

As emissões de Títulos do Banco Central (TBC) encontram-se registadas na rubrica de passivo “Dívida emitida – Títulos do
Banco Central”. Na data de emissão, os títulos são reconhecidos pelo seu justo valor (valor de emissão), sendo posteriormente
valorizados ao custo amortizado de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

Operações passivas de mercado aberto

Os fundos captados das instituições financeiras bancárias, decorrentes das operações de absorção de liquidez são registados
na rubrica de passivo “Responsabilidades para com instituições de crédito – Mercado monetário interbancário”, sendo os
respectivos juros reconhecidos de forma linear como custo durante a vigência do prazo das operações.

Fundo Monetário Internacional

O reconhecimento das transacções e saldos com o FMI segue as indicações dadas por esta instituição, que consideram as
características específicas das relações financeiras dos países membros com o Fundo.
As posições junto do FMI são denominadas em Direitos de Saque Especiais (DSE) e convertidas para Kwanzas à taxa de câmbio
à data de referência, sendo os activos e passivos registados separadamente. Adicionalmente, todas as variações cambiais
potenciais das posições junto do FMI bem como os juros pagos resultantes da dívida são reconhecidas numa rubrica de passivo,
denominada “Ajustamentos do FMI a regularizar”.

84
Relatório e Contas • 2014

iii. Método de valorização

Activo Método de avaliação / Fonte de informação


Caixa e disponibilidades em instituições de crédito Valor nominal
Aplicações em instituições de crédito Valor nominal
Activos financeiros ao justo valor através de resultados Justo valor com base nos extractos das entidades externas
Activos financeiros disponíveis para venda Justo valor com base no terminal financeiro da bloomberg
Investimentos detidos até à maturidade Custo amortizado
Activos financeiros recebidos no aumento de capital Valor nominal
Fundo monetário internacional Valor nominal
Investimentos em associadas e outras entidades Custo de aquisição
Operações de financiamento às instituições de

Passivo Método de avaliação / Fonte de informação


Notas e moedas em circulação Valor facial
Títulos do Banco Central Custo amortizado
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária Valor nominal
Responsabilidades internas para com outras entidades Valor nominal

• Justo valor
Os instrumentos financeiros registados nas categorias de activos ou passivos financeiros ao justo valor através de resultados e
activos ou passivos financeiros disponíveis para venda são valorizados pelo justo valor.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda de um activo ou pago para
transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à data da mensuração.

• Custo amortizado
Os instrumentos financeiros mantidos ao custo amortizado são inicialmente registados pelo justo valor acrescido ou deduzido
de custos ou proveitos directamente atribuíveis à transacção. O reconhecimento dos juros é efectuado pelo método da taxa
efectiva. Para as obrigações do Tesouro adquiridas no âmbito da realização do aumento de capital do Banco que não têm
qualquer remuneração associada, considerou-se uma taxa efectiva nula pelo que as mesmas se encontram registadas no
balanço do Banco pelo respectivo valor nominal.
Sempre que a estimativa de pagamentos ou cobranças associadas a instrumentos financeiros valorizados pelo seu custo
amortizado seja revista, o respectivo valor de balanço é ajustado por forma a reflectir os seus fluxos de caixa revistos. O novo
custo amortizado é apurado calculando o valor presente dos fluxos de caixa futuros revistos à taxa de juro efectiva ajustada do
instrumento financeiro. Este ajustamento no custo amortizado é reconhecido directamente na demonstração dos resultados.

iv. Reclassificação de activos financeiros


De acordo com a IAS 39, é possível reclassificar alguns activos financeiros classificados como activos financeiros ao justo valor
através de resultados ou disponíveis para venda para outras categorias de activos financeiros, se forem cumpridos alguns
requisitos, não sendo contudo permitidas reclassificações para a categoria de activos financeiros ao justo valor através de
resultados.

A reclassificação para as categorias de investimentos detidos até à maturidade apenas é possível se o Banco tiver intenção e
capacidade para manter os activos até à sua maturidade ou num futuro previsível.

D. Ouro
O ouro é valorizado em Dólares norte-americanos ao preço de fecho diário disponível na bolsa de Nova Iorque. As valias
potenciais provenientes da valorização ao justo valor e da reavaliação cambial são registadas em contas distintas de “Reservas

85
de reavaliação”. As valias efectivas são registadas na demonstração dos resultados, no momento da alienação das posições
de ouro detidas. As valias efectivas resultantes do justo valor são registadas nas rubricas “Ganhos em activos não financeiros”
ou “Perdas em activos não financeiros”, consoante se tratem de mais ou menos valias, respectivamente. As valias efectivas
resultantes da reavaliação cambial são registadas nas rubricas “Ganhos associados a diferenças cambiais” ou “Perdas
associadas a diferenças cambiais”, consoante se tratem de mais ou menos valias, respectivamente.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva de imparidade,
considerando para o efeito um declínio prolongado e significativo do seu valor ao longo do tempo.

Quando existem indícios objectivos de que o ouro está com imparidade, a perda potencial acumulada na reserva de reavaliação
de justo valor é desreconhecida do capital próprio e registada nos resultados do período, sendo que posteriores variações
potenciais negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

As perdas por imparidade registadas em ouro são revertidas através de resultados, se houver uma alteração positiva no justo
valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade.

E. Participações financeiras

As participações financeiras são registadas ao custo de aquisição, sendo os recebimentos decorrentes das distribuições de
lucros reconhecidos em resultados.
O Banco regista nesta rubrica as participações que detém na EMIS e no African Export-Import Bank (AfreximBank).
Adicionalmente, são efectuados testes de imparidade em cada data de relato financeiro, de forma a avaliar a recuperabilidade
do investimento de acordo com o previsto na IAS 36 – Imparidade de activos, sendo registada imparidade quando existem
perdas de carácter permanente.

F. Activos tangíveis

Os activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, reavaliado ao abrigo do disposto no Decreto-Lei nº 6/96, de
26 de Janeiro, de modo a reflectir o efeito da desvalorização da moeda nacional, sendo deduzido das respectivas depreciações
e perdas por imparidade acumuladas. Os custos de reparação, manutenção e outras despesas posteriores ao reconhecimento
inicial, associadas ao seu uso, são reconhecidos como custo do exercício. Os custos incorridos com benfeitorias que permitam
um acréscimo dos benefícios económicos futuros estimados inicialmente, bem como um aumento da vida útil do bem, deverão
ser capitalizados no valor do activo.

As depreciações são calculadas com base no método das quotas constantes e de acordo com a vida útil estimada, correspondente
ao período em que se espera que o activo esteja disponível para uso:

Anos de vida útil


Imóveis 50
Equipamento:
Mobiliário e material 10
Máquinas e ferramentas 10
Equipamento informático 3 a 10
Instalações interiores 10
Material de transporte 3
Equipamento de segurança 3 a 10
Outro equipamento 10
Obras em imóveis arrendados 3a5
Sistemas de tratamento automático de dados 3

86
Relatório e Contas • 2014

No âmbito do processo de implementação das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) como referencial
contabilístico, o BNA realizou uma revisão das políticas contabilísticas, nomeadamente a referente aos activos
tangíveis, classificados na categoria de imoveis.

Esta revisão consubstanciou-se na aprovação do novo manual de políticas contabilísticas pelo Conselho de
Administração. De acordo com a norma IAS 16 – “Activos Fixos Tangíveis”, o Banco deve escolher entre dois métodos
possíveis para mensurar os activos fixos tangíveis, sendo estes o método do custo e o método de revalorização. A
política contabilística deve ser aplicada a uma classe inteira de activos fixos tangíveis, neste caso os imóveis de uso
próprio. Atendendo aos requisitos da norma e à realidade específica do Banco, o Conselho de Administração aprovou
o método do custo como política contabilística a aplicar, sendo que os principais aspectos que suportam esta decisão
são os seguintes:

i. As anteriores políticas contabilísticas do Banco, que previam o modelo do custo como método de mensuração dos
imóveis de uso próprio, cumpriam a maior parte dos requisitos das IAS 16, não tendo sido identificada a necessidade
de alterar este método de mensuração.

ii. O modelo de revalorização acresce complexidade aos registos contabilísticos associados a estes activos, criando
necessidades de alteração de procedimentos internos e de parametrizações do sistema informático, decorrentes
dos ajustamentos de justo valor e consequentes (i) reexpressão ou eliminação das depreciações acumuladas e (ii)
reestimativa das amortizações do exercício. Importa referir que a norma prevê que quando um item do activo fixo
tangível for revalorizado, toda a classe do activo fixo tangível à qual pertença esse activo deve ser revalorizada.

iii. Conforme exposto na norma, o justo valor de edifícios deve ser determinado com base em avaliações realizadas
por peritos independentes e profissionalmente qualificados. De acordo com a IFRS 13 – Mensuração pelo justo valor,
o justo valor corresponde ao valor que seria recebido na venda de um activo numa transacção entre entidades de
mercado não relacionadas entre si.

iv. Contudo, não é possível determinar o justo valor destes imóveis de forma fiável, dado que em Angola não existe
ainda uma entidade que regule a actividade de avaliação imobiliária e não existem transacções de mercado com
activos comparáveis.

v. Adicionalmente, existe uma dificuldade acrescida na avaliação de alguns dos imóveis de uso próprio do Banco, tendo
em consideração as características muito específicas desses imóveis, nomeadamente no caso do edifício sede que em
1995 foi elevado a património histórico-cultural. A este respeito, importa ainda salientar que os imóveis do Banco não
se destinam à venda, mas ao uso no decurso das suas operações, pelo que um valor de mercado teórico sem referência
a transacções comparáveis apenas traria volatilidade acrescida aos capitais próprios do Banco.
vi. No âmbito da análise de benchmark efectuada, foram analisados os relatórios e contas dos bancos centrais do
dos países de língua portuguesa, tendo verificado que todos eles optaram pelo modelo do custo, como método de
mensuração dos activos fixos tangíveis.
Por último, importa salientar que a norma IAS 16 prevê que os valores de balanço dos activos fixos tangíveis, incluindo
imóveis de uso próprio, devem ser deduzidos de quaisquer perdas por imparidade acumuladas.
Neste sentido, deverá ser definida uma periodicidade para avaliação de indícios de imparidade nos activos fixos
tangíveis do Banco, o que não implica a realização de avaliações de mercado, mas sim o consumo do imóvel pelas
operações pelo Banco.
Os terrenos e o património artístico detidos pelo Banco não são objecto de depreciação.
As despesas com obras em imóveis arrendados são depreciadas por um período compatível com o da sua utilidade
esperada ou do contrato de arrendamento.
Periodicamente são realizadas análises no sentido de identificar evidência de imparidade em activos tangíveis. Sempre
que o valor líquido contabilístico dos activos tangíveis exceda o seu valor recuperável (maior de entre o valor de uso e
o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos resultados do exercício, na rubrica “Imparidade
de outros activos”.

87
O imobilizado em curso encontra-se registado pelo valor total das despesas já facturadas ao Banco, sendo transferido
para imobilizado firme quando começa a ser efectivamente utilizado, iniciando-se então a sua amortização.

G. Activos intangíveis

Esta rubrica compreende, essencialmente, custos com a aquisição de sistemas de tratamento de dados utilizados no
desenvolvimento da actividade do Banco.
Os activos intangíveis são registados pelo seu custo de aquisição, deduzidos de depreciações e perdas por imparidade.
As depreciações são registadas pelo método das quotas constantes, ao longo do período de vida útil estimada dos
activos, o qual corresponde a um período de três anos. Anualmente é efectuada uma análise para apuramento de
eventuais perdas por imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos intangíveis exceda o seu valor
recuperável (maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos
resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.

H. Benefícios dos empregados

i. Benefícios de curto prazo


Os benefícios de curto prazo tais como os salários, os subsídios de natal, férias e do 14 de Agosto são reflectidos em
resultados na rubrica de “Gastos com pessoal” no período a que respeitam, de acordo com o princípio da especialização
de exercícios.

ii. Benefícios pós-emprego


O Banco estabeleceu um plano de benefícios definidos, assegurando aos seus empregados, ou às suas famílias, o
pagamento de um complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de sobrevivência,
relativamente às pensões a que os trabalhadores têm direito pelo facto de estarem inscritos no regime da Segurança
Social.

De acordo com a Lei nº 2/2000 e os artigos 218º e 262º da Lei Geral do Trabalho, a compensação a pagar pelo Banco
no caso de caducidade do contrato de trabalho por reforma do trabalhador, determina-se multiplicando 25% do salário
base mensal, praticado na data em que o trabalhador atinge a idade legal de reforma, pelo número de anos de serviço.
O Banco assegura aos reformados e respectivo cônjuge bem como aos empregados com doenças crónicas (não abrangidas
pelo seguro de saúde) o pagamento das despesas com assistência médica e medicamentosa. Adicionalmente, o Banco
oferece anualmente aos seus reformados cabazes de Natal.

O valor total das responsabilidades com pensões e compensação de reforma, por serviços passados relativos ao plano
de benefício definido é determinado por actuários independentes, utilizando o método do crédito unitário projectado
e registado integralmente na rubrica do passivo “Responsabilidades com pensões e outros benefícios”, enquanto o
Fundo de Pensões não for constituído.

O valor total das responsabilidades com assistência médica e medicamentosa e com cabazes de Natal é estimado
pelo Conselho de Administração, sendo reconhecido na rubrica do passivo “Responsabilidades com pensões e outros
benefícios”.

I. Provisões e passivos contingentes

Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de eventos passados
relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de recursos, e este possa ser determinado com fiabilidade. O
montante da provisão corresponde à melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar a responsabilidade na
data do balanço. De acordo com o n.º2 do Artigo 5.º da Lei Orgânica do Banco, o Conselho de Administração pode criar
outras reservas e provisões destinadas a cobrir riscos de depreciação ou prejuízos a que determinadas naturezas de activos
ou operações estejam particularmente sujeitas.

88
Relatório e Contas • 2014

De acordo com a decisão definida e aprovada pelo Banco em 2013, a provisão para riscos de mercado poderá corresponder
até 5% do valor de balanço das posições em activos sobre o exterior, tendo uma natureza equivalente a uma reserva, dado
que apresenta um carácter de permanência, destinando-se a cobrir riscos potenciais de balanço numa perspectiva de médio e
longo prazo, considerando evoluções inesperadas dos mercados financeiros, assim como o agravamento generalizado do risco
de crédito. Os seus reforços e reposições são efectuados por contrapartida de resultados, conforme definido no Artigo 88.º da
Lei Orgânica do Banco.

A rubrica “Provisão para riscos diversos” inclui provisões para cobrir potenciais responsabilidades de natureza específica,
nomeadamente execução de garantias prestadas ou outros compromissos, abertura de contingências relativas a questões
cambiais e outras responsabilidades ou contingências legais.
Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos contingentes são
apenas objecto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja remota.

J. Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis


As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas extrapatrimoniais pelo
valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos reconhecidos em resultados ao longo do período de vida
das operações.

K. Impostos

O BNA encontra-se isento da tributação em sede de Imposto Industrial, não sendo os seus rendimentos sujeitos ao pagamento
de imposto. Não obstante o facto de o Banco no geral estar isento do pagamento de impostos, verificou-se durante o exercício,
tal como no passado, o pagamento de direitos alfandegários e inerentes sobre a importação de mercadorias e de outros
impostos que não se inserem no âmbito da isenção prevista na sua Lei Orgânica.

L. Capital social

Os aumentos de capital são reconhecidos na rubrica do capital próprio de “Capital”, no momento em que são subscritos. O
montante não realizado é registado numa rubrica de “Devedores por capital não realizado”.

M. Reservas e resultados transitados

As reservas do Banco são constituídas e movimentadas de acordo com o estabelecido no artigo 89º da Lei Orgânica do Banco
e dividem-se entre (i) a reserva legal e (ii) Outras reservas que o Conselho de Administração delibere.
Os resultados transitados representam resultados de períodos anteriores que se encontram a aguardar aplicação por parte do
Conselho de Administração.

N. Demonstrações dos fluxos das operações em moeda estrangeira

Para efeitos da preparação das demonstrações dos fluxos das operações em moeda estrangeira, o Banco considera como
caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira todos os depósitos à ordem e todos os depósitos a prazo, partes integrantes
das rubricas “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” (Nota 4) e “Aplicações em instituições de crédito” (Nota 5).

O. Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas

Na preparação das demonstrações financeiras do Banco são utilizadas estimativas e valores futuros esperados. Estas
estimativas são subjectivas por natureza e podem afectar o valor dos activos e passivos, proveitos e custos, assim como de
passivos contingentes divulgados. As estimativas com maior impacto nas demonstrações financeiras do Banco incluem as
abaixo apresentadas.

89
i. Pensões de reforma e sobrevivência e compensação por reforma

As responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência e por compensação de reforma são estimadas tendo por base
avaliações actuariais efectuadas por peritos externos. Estas estimativas incorporam um conjunto de pressupostos financeiros
e actuariais, nomeadamente a taxa de desconto, tábuas de mortalidade, invalidez, crescimento das pensões e dos salários,
entre outros.

Os pressupostos adoptados correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração quanto ao comportamento futuro
das referidas variáveis.

ii. Responsabilidades com cabazes e assistência médica e medicamentosa dos reformados


As responsabilidades com cabazes de Natal e assistência médica e medicamentosa dos reformados são estimadas pelo Banco,
tendo por base pressupostos actuariais e financeiros, nomeadamente a taxa de desconto, a taxa de inflação e as tábuas de
mortalidade.

O Banco considera que as responsabilidades registadas nas demonstrações financeiras reflectem de forma adequada a melhor
estimativa na data de balanço dos montantes a desembolsar.

iii. Determinação de perdas por imparidade em activos financeiros disponíveis para venda
De acordo com os requisitos de valorização destes activos, as menos-valias resultantes da desvalorização do respectivo valor de
mercado são reconhecidas por contrapartida de reservas de reavaliação de justo valor. Sempre que exista evidência objectiva
de imparidade, as menos-valias acumuladas que tenham sido reconhecidas na reserva de reavaliação de justo valor devem ser
transferidas para custos do exercício.

No caso de instrumentos de dívida classificados nesta categoria, as menos-valias são transferidas da reserva de reavaliação
para resultados sempre que existam indícios de que possa vir a ocorrer incumprimento dos fluxos de caixa contratuais,
nomeadamente, por dificuldades financeiras do emitente, existência de incumprimento de outras responsabilidades financeiras,
ou uma degradação significativa do rating do emitente.

iv. Provisões para riscos de mercado e riscos diversos

O plano de contas do Banco prevê a existência de uma provisão para riscos de mercado e uma provisão para riscos diversos.
Estas provisões possuem uma natureza equivalente a uma reserva, embora os seus reforços e reposições sejam efectuados
directamente por contrapartida da demonstração de resultados. A definição do montante da Provisão para riscos de mercado tem
em consideração os critérios de prudência de gestão apropriados no contexto dos investimentos do Banco em activos financeiros
nos mercados internacionais. A provisão para riscos diversos tem em vista a cobertura de outros riscos e contingências futuras,
sendo os montantes apurados com base em critérios de prudência para os outros elementos patrimoniais e extrapatrimoniais.
Os pressupostos adoptados para estas duas provisões correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração
quanto ao comportamento futuro das referidas variáveis.

7. Ouro

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Oz (*) Montante Oz (*) Montante
592 901 72 231 818 592 901 69 476 042

(*) 1 onça de ouro fino = 31,103481 gramas de ouro fino.

90
Relatório e Contas • 2014

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o Banco detinha 592.901 onças de ouro (Oz) a um custo médio de USD 1.679,12,
sendo o seu valor de mercado nestas datas de USD 1.184,37 e 1.200,38 USD, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a reserva de reavaliação de justo valor referente à posição de ouro regista uma
menos valia potencial que ascende a mAOA 31.197.569 e mAOA 28.642.849 respectivamente (Nota 20).
Durante os exercícios de 2014 e 2013, o Banco não reconheceu perdas por imparidade do ouro, tendo registado na
reserva de justo valor as mais ou menos valias potenciais resultantes da valorização deste activo.

8. Caixa e Disponibilidades em Instituições de Crédito

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
No exterior
Depósitos à ordem 211 542 012 85 238 110
No país
Depósitos à ordem
Em moeda estrangeira 327 115 352 468
Em moeda nacional 651 651
Notas e moedas em caixa
Em moeda estrangeira 16 454 20 239
Em moeda nacional 47 624
Fundo de maneio
Em moeda nacional 4 539 4 273
348 806 378 256
211 890 818 85 616 366

Da rubrica “No país – Notas e moedas em caixa” fazem parte os meios físicos existentes nas tesourarias de Luanda
e de cada uma das delegações regionais, sendo o seu controlo efectuado regularmente por meio de inventários
físicos. O saldo apresentado na rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Em moeda estrangeira” encontra-se
maioritariamente denominado em Dólares dos Estados Unidos.

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9. Aplicações em instituições de Crédito

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
No exterior
Depósitos a prazo
Valor aplicado 1 117 014 525 1 499 131 969
Juros a receber 2 374 914 3 055 659
Aplicações subordinadas 125 227 118 841
1 119 514 666 1 502 306 469
No país
Depósitos a prazo
Valor aplicado 15 017 998 15 716 659
Juros a receber 30 763 34 573
15 048 761 15 751 232
1 134 563 427 1 518 057 701

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a composição da rubrica “Depósitos a prazo – Valor aplicado” em termos de prazos
residuais até ao vencimento é a seguinte:

2014
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 254 289 270 266 933 848 378 374 071 217 417 337 1 117 014 525
No país 15 017 998 15 017 998
254 289 270 281 951 846 378 374 071 217 417 337 1 132 032 523

2013
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 183 187 621 481 839 877 510 434 480 323 669 991 1 499 131 969
No país 15 716 659 15 716 659
183 187 621 481 839 877 510 434 480 339 386 650 1 514 848 628

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a rubrica “No exterior – Depósitos a prazo” representa as aplicações do BNA
em bancos internacionais que se caracterizam pela contratação por prazo até um ano, remuneradas a uma taxa média
anual de 0,81% e 0,79%, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a rubrica “Aplicações subordinadas” corresponde a um depósito mantido junto do
AfreximBank para realização de capital subscrito.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a rubrica “No país – Depósitos a prazo”, corresponde integralmente a uma aplicação
junto de uma instituição financeira bancária nacional denominada em Dólares dos Estados Unidos, remunerada a uma
taxa média anual de 3,07% e 2,83%, respectivamente.

92
Relatório e Contas • 2014

10. Operações de financiamento ás Instituições de Crédito relacionadas com Operações de Política Monetária

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Mercado Monetário Interbancário
Operações de Redesconto
Valor aplicado 88 653 766 -
Juros a receber 91 632 -
Depósitos Overnight 18 083 980 -
106 829 378 -

Em 31 de Dezembro de 2014, esta rubrica inclui as operações activas realizadas em mercado aberto com o Banco
Económico S.A. (anteriormente designado por Banco Espírito Santo de Angola, S.A. ou BESA), nomeadamente
operações de redesconto e depósitos overnight. Estas operações têm prazos residuais até um mês, sendo remuneradas
a uma taxa média anual de 7,64% e 9,75%, respectivamente.

As operações de redesconto visam ceder liquidez por prazo mais alargado às instituições financeiras bancárias, na
qualidade de prestamista de última instância. Estas operações são concedidas a exclusivo critério do BNA, mediante
solicitação formal da instituição financeira, sendo realizadas com compromisso de recompra dos activos dados em
garantia.

Os depósitos overnight são disponibilizados pelo Banco Nacional de Angola, sendo executados por iniciativa directa
das instituições financeiras bancárias.

93
11. Activos Financeiros

A rubrica de instrumentos financeiros apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados
Aplicações geridas por entidades externas 566 238 487 579 588 736
Activos financeiros disponíveis para venda
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros
Valor nominal 724 113 910 768 063 577
Variações de justo valor (nota 20) (1 808 861) (18 433 356)
Rendimentos a receber (1 822 245) 13 610 083
Organismos financeiros internacionais - -
Valor nominal 241 336 037 184 271 850
Variações de justo valor (nota 20) (3 299 878) (2 230 107)
Rendimentos a receber 1 822 246 2 013 300
960 341 209 947 295 347
Activos internos
Investimentos detidos até à maturidade
Obrigações do Tesouro
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos 42 791 092 40 538 426
Juros a receber 403 291 382 061
43 194 383 40 920 487
Activos financeiros recebidos em aumento de capital
Obrigações do Tesouro 174 440 000 143 150 000
1 744 214 079 1 710 954 570

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a desagregação da rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados
– Aplicações geridas por entidades externas” por tipologia de instrumento financeiro é a seguinte:

2014 2013
Aplicações geridas por entidades externas
Instrumentos de dívida:
Dívida pública e corporate 298 670 125 224 905 860
Outros instrumentos de dívida 41 874 046 1 891 621
Dívida estruturada com capital garantido 34 916 341 37 621 213
Instrumentos de capital:
Outros instrumentos de capital 96 167 547 7 998 853
Fundos de investimento imobiliário 44 430 139 63 355 016
Fundos de investimento mobiliário 7 332 278 71 652 199
Fundos de investimento alternativo (hedge funds) 280 621 11 204 030
Fundos de capital de risco - 82 584 030
Depósitos e outros activos monetários 42 567 389 78 375 913
566 238 487 579 588 735

94
Relatório e Contas • 2014

A rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados – Aplicações geridas por entidades externas” diz
respeito a investimentos em activos de carteira discricionária. As responsabilidades futuras assumidas pelo BNA
para chamadas de capital decorrentes de investimentos em fundos de investimento alternativo junto de dois gestores
externos, registadas em contas extrapatrimoniais, ascendiam em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a aproximadamente
mAOA 12.837.419 e mAOA 13.928.072, respectivamente (Nota 22).

Os resultados da valorização destas aplicações ao seu justo valor são reflectidos na rubrica da demonstração de
resultados “Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados” (Nota 27).
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a composição da rubrica “Títulos de dívida soberana estrangeira – Valor nominal”
em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2014
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Total
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores Públicos Estrangeiros 62 394 727 218 679 940 276 872 774 166 166 470 724 113 910
Organismos Financeiros Internacionais 12 519 500 113 789 312 87 433 550 27 593 675 241 336 037
74 914 227 332 469 252 364 306 324 193 760 145 965 449 947

2013
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Total
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores Públicos Estrangeiros 62 807 553 137 962 255 256 444 700 310 849 069 768 063 577
Organismos Financeiros Internacionais - 47 605 250 136 666 600 - 184 271 850
62 807 553 185 567 505 393 111 300 310 849 069 952 335 427

Durante os exercícios de 2014 e 2013, registou-se o aumento do investimento em títulos de dívida soberana estrangeira,
enquadrado na política de investimentos vigente, com vista à diversificação das Reservas Internacionais e maximização
da rentabilidade, em função do perfil de risco definido.
Os resultados da valorização destas aplicações ao seu justo valor são reflectidos nos Capitais Próprios na rubrica
“Reserva de reavaliação” (Nota 20).

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, os títulos de dívida soberana estrangeira são remunerados a uma taxa média
anual de 1,56% e 1,73%, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a desagregação por prazos residuais das Obrigações do Tesouro Nacional
classificadas nas rubricas de “Investimentos detidos até à maturidade” e de “Activos financeiros recebidos em aumento
de capital” é a seguinte:

95
2014
Entre 1 a 3 Entre 3 a 5 Mais de 5
Até 1 ano Total
anos anos anos
Investimentos detidos até à maturidade
Indexadas à taxa de câmbio do
Dólar dos Estados Unidos - 42 791 092 - - 42 791 092
Activos financeiros recebidos em aumento de capital
Obrigações do Tesouro - - - 174 440 000 174 440 000
2013
Entre 1 a 3 Entre 3 a 5 Mais de 5
Até 1 ano Total
anos anos anos
Investimentos detidos até à maturidade
Indexadas à taxa de câmbio do
Dólar dos Estados Unidos - - 40 538 426 - 40 538 426
Activos financeiros recebidos em aumento de capital
Obrigações do Tesouro - - - 143 150 000 143 150 000

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, as Obrigações do Tesouro Nacional, associadas à categoria de investimentos


detidos até à maturidade, são remuneradas a uma taxa média anual de 8,00%.
O saldo da rubrica “Activos financeiros recebidos no aumento de capital” diz respeito a obrigações do Tesouro emitidas
pelo Ministério das Finanças para realização de parte do capital social subscrito no exercício de 2011, tal como
definido na Lei n.º16/10 de 15 de Junho, Lei do BNA. Estes títulos caracterizam-se por não apresentarem remuneração
associada e possuírem uma maturidade de 20 anos. Durante o exercício de 2014, o Ministério das Finanças procedeu à
emissão de uma obrigação no valor de mAOA 31.290.000, de acordo com o Despacho n.º84/14, de 8 de Abril de 2014.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o Banco não detinha quaisquer activos financeiros em incumprimento nas
categorias de Activos financeiros ao justo valor através de resultados, Activos financeiros disponíveis para venda e
Investimentos detidos até à maturidade.

12. Fundo Monetário Internacional

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, as posições activas e passivas junto do Fundo Monetário Internacional (FMI)
incluem:

2014 2013
Activos sobre o exterior
Quota FMI 43 318 798 41 493 956
Direitos de saque especiais 35 055 552 34 527 177
78 374 350 76 021 133

Responsabilidades externas
Stand by Agreement 54 148 497 99 585 495
Conta Títulos 41 744 409 36 087 401
Atribuição de direitos de saque especiais 41 307 738 39 574 488
Ajustamentos do FMI a regularizar 20 309 990 21 016 477
Contas nº1 e nº2 1 596 327 5 427 571
159 106 961 201 691 432

96
Relatório e Contas • 2014

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a rubrica “Activos sobre o exterior – Quota FMI” corresponde à participação inicial
da República de Angola, equivalente a 286.300.000 Direitos de Saque Especiais (“DSE”).
A rubrica “Responsabilidades externas – Stand-by Agreement” representa as responsabilidades assumidas pela
República de Angola referentes a financiamentos obtidos junto do FMI, sendo estes denominados em DSE. O
reembolso do empréstimo obtido iniciou-se em Fevereiro de 2013, tendo sido liquidados nos exercícios de 2014 e 2013
os montantes de 329.245 milhões e 171.780 milhões de DSE, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 a rubrica “Responsabilidades externas para com outras entidades - Ajustamentos
do FMI a regularizar” inclui o montante de m AOA 40.444.708 referente ao valor inicial da quota do FMI que foi
assumido pelo Ministério das Finanças bem como uma transferência no valor de mAOA 25.802.035 realizada no ano de
2007 pelo referido Ministério, para suportar os juros do empréstimo. Durante o exercício de 2014, foi registado nesta
rubrica o valor de mAOA 36.793.887 referente a reavaliação das posições junto do FMI, que inclui acerto de posições,
variações cambiais e custos com o financiamento externo obtido junto do FMI. Os comparativos das contas do FMI,
com referência a 31 de Dezembro de 2013, foram devidamente reclassificados, de forma a apresentar a estrutura de
responsabilidades de acordo com as posições do FMI. Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a taxa de câmbio de AOA
para DSE corresponde a aproximadamente 0,00660914 e 0,006899, respectivamente.

13. Investimentos em Associadas e Outras Entidades


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
No exterior
Afrexim Bank
Participação 499 914 436 357
Dividendos a receber 5 885 18 333
505 799 454 690
No país
EMIS, SARL 430 360 430 360
430 360 430 360
936 159 885 050

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o BNA detém 486 acções da classe “A” do AfreximBank, com um valor nominal de
10.000 USD cada, totalizando um valor de mUSD 4.860. As acções da classe “A” foram emitidas apenas para estados
africanos, directa ou indirectamente, através dos seus bancos centrais ou outras instituições designadas, o Banco
Africano de Desenvolvimento e instituições regionais e sub-regionais africanas. Estas acções serão pagas em cinco
parcelas iguais, sendo que as duas primeiras parcelas já foram liquidadas. O BNA mantém uma aplicação subordinada
junto do AfreximBank para liquidação de futuras parcelas do capital social subscrito (Nota 5).
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o BNA detém uma participação de 43% do capital da EMIS Empresa Interbancária
de Serviços S.A., registada ao custo de aquisição, cujo objectivo social é a gestão da rede multicaixa e a consolidação
do sistema de pagamentos de retalho de Angola. Conforme estabelecido no mandato que autoriza esta participação
social, o BNA tem vindo a reduzir a sua participação, tendo passado de 51% para os actuais 43%, estando em curso
acções que visam a progressiva redução dessa participação.

97
14. Activos tangíveis e intangíveis

Os movimentos ocorridos nas rubricas de imobilizações corpóreas, incorpóreas e em curso durante os exercícios de
2014 e 2013 foram os seguintes:

Saldo em 2013 Movimentos decorridos no exercício de 2014 Saldo em 2014


Abates
Amortizações Amortizações Amortizações
Valor bruto Valor líquido Aquisições Valor bruto (Amort.) Transferências Valor bruto Valor líquido
acumuladas do exercício acumuladas

Activos tangíveis
Imóveis 18 091 460 (3 832 249) 14 259 211 462 747 (397 263) - - 461 063 19 015 270 (4 229 512) 14 785 758
Equipamento 5 691 834 (2 084 850) 3 606 984 633 857 (806 415) (479 941) 479 929 - 5 845 750 (2 411 336) 3 434 414
Património artístico 51 968 - 51 968 - - - - - 51 968 - 51 968
Activos tangíveis em curso 3 836 047 - 3 836 047 4 407 128 - - - (461 063) 7 782 112 - 7 782 112
27 671 309 (5 917 099) 21 754 210 5 503 732 (1 203 678) (479 941) 479 929 - 32 695 100 (6 640 848) 26 054 252
Activos intangíveis
Software 2 942 529 (1 635 934) 1 306 595 569 490 (1 144 718) (799 301) 799 301 - 2 712 718 (1 981 351) 731 367
30 613 838 (7 553 033) 23 060 805 6 073 222 (2 348 396) (1 279 242) 1 279 230 - 35 407 818 (8 622 199) 26 785 619

Saldo em 2012 Movimentos decorridos no exercício de 2014 Saldo em 2013


Abates
Amortizações Amortizações Amortizações
Valor bruto Valor líquido Aquisições Valor bruto (Amort.) Transferências Valor bruto Valor líquido
acumuladas do exercício acumuladas

Activos tangíveis
Imóveis 17 811 816 (3 459 373) 14 352 443 279 644 (372 876) - - - 18 091 460 (3 832 249) 14 259 211
Equipamento 4 883 482 (1 313 930) 3 569 552 808 352 (770 920) - - - 5 691 834 (2 084 850) 3 606 984
Património artístico 52 563 (35 029) 17 534 - - (595) - 35 029 51 968 - 51 968
Activos tangíveis em curso 1 559 436 - 1 559 436 2 278 405 - (1 794) - - 3 836 047 - 3 836 047
24 307 297 (4 808 332) 19 498 965 3 366 401 (1 143 796) (2 389) - 35 029 27 671 309 (5 917 099) 21 754 210
Activos intangíveis
Software 1 698 875 (609 989) 1 088 886 1 243 654 (1 025 946) - - - 2 942 529 (1 635 935) 1 306 594
26 006 172 (5 418 321) 20 587 851 4 610 056 (2 169 742) (2 389) - 35 029 30 613 838 (7 553 034) 23 060 804

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a rubrica “Activos tangíveis em curso” refere-se às seguintes obras em curso, por
delegação:

2014 2013
Luanda 5 539 924 2 434 798
Benguela 1 768 849 1 009 317
Cabinda 400 935 175 511
Malange - 132 271
Outras 72 404 84 150
7 782 112 3 836 047

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o saldo da rubrica “Luanda” inclui o investimento que tem vindo a ser efectuado
na edificação do Museu da Moeda, bem como reflecte igualmente o contínuo investimento na melhoria das instalações
do edifício sede do Banco.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o saldo da rubrica “Benguela” corresponde ao investimento que tem vindo a ser

98
Relatório e Contas • 2014

efectuado na remodelação do edifício nessa delegação, para a instalação do centro de formação do BNA.
Em 2014, o aumento verificado na rubrica “Cabinda” é explicado essencialmente pelos custos que têm vindo a ser
incorridos com a construção de uma sala de recontagem e destruição automática de notas nessa província, a par do
que já sucedeu na sede e noutras delegações regionais.

Encontra-se em curso um processo de reavaliação de todos os imóveis do Banco Nacional de Angola, cuja finalização
está prevista para o final do exercício de 2015. Este trabalho tem o objectivo de estimar o potencial justo valor dos
imóveis, para posterior análise do Conselho de Administração do BNA.

15. Outros Valores Activos

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Devedores e outras aplicações
Devedores por capital não realizado 21 764 407 61 579 350
Adiantamentos a fornecedores 3 465 690 3 215 417
Devedores diversos 3 614 458 2 739 981
Pessoal 2 957 709 2 378 769
Governo Central 67 049 -
Despesas com encargo diferido
Emissões de notas e moedas 7 388 173 5 800 193
Outros fornecimento e serviços 34 783 -
Outros activos
Depósitos de transgressões cambiais 1 249 089 1 244 188
Economato 300 908 259 063
Contas de regularização 10 001 194 125
40 852 267 77 411 087

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores por capital não
realizado” corresponde ao valor que se encontra por realizar pelo Ministério das Finanças, referente ao aumento de
capital social que visa cumprir com o artigo n.º 4 da Lei Orgânica do BNA.

Nos exercícios de 2014 e 2013, a variação no saldo desta rubrica decorre dos seguintes movimentos:

Saldo em 31 de Dezembro de 2012 115 799 214


Reduções do exercício de 2013
Emissão de Obrigações do Tesouro (Nota 7) 48 150 000
Afectação de dividendos a distribuir relativos a exercícios anteriores
Exercício de 2012 6 069 864
Saldo em 31 de Dezembro de 2013 61 579 350
Reduções do exercício de 2013
Emissão de Obrigações do Tesouro (Nota 7) 31 290 000
Afectação de dividendos a distribuir relativos a exercícios anteriores
Exercício de 2013 8 524 943
Saldo em 31 de Dezembro de 2014 21 764 407

99
Durante os exercícios de 2014 e 2013, o Ministério das Finanças emitiu obrigações do Tesouro não indexadas, de cupão
zero, no valor de mAOA 31.290.000 e mAOA 48.150.000, respectivamente, para realização de parte desse capital social
(Nota 7).

A rubrica “Devedores e outras aplicações – Adiantamentos a fornecedores” corresponde integralmente aos montantes
adiantados à empresa fornecedora de notas e moedas da nova família do Kwanza.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores diversos” apresenta o
seguinte detalhe:

2014 2013
Operações pendentes de regularização 2 790 126 1 869 151
Condomínio das Flores 638 068 677 493
Sumprimentos EMIS 103 614 103 614
Condominio Nova Vida 79 850 89 723
Cauções a receber 2 800 -
3 614 458 2 739 981

O saldo da rubrica “Condomínio das Flores” corresponde ao valor em dívida referente ao investimento efectuado pelo
BNA em 2004 num empreendimento imobiliário de 100 habitações para os seus colaboradores. Os custos suportados
pelo Banco com o referido projecto são liquidados pelos colaboradores que beneficiam destas habitações, por um
período de 20 anos, através de amortizações mensais efectuadas aos seus salários.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações - Pessoal” pode ser detalhado
da seguinte forma:

2014 2013
Projectos habitacionais 2 563 000 2 035 000
Fundo social 394 709 343 769
2 957 709 2 378 769

No âmbito da política social vigente no BNA, e por forma a prestar apoio na obtenção de habitação própria, o Conselho
de Administração decidiu adquirir lotes de apartamentos para atribuição aos seus colaboradores na modalidade de
rendas resolúveis. O saldo da rubrica “Projectos habitacionais” representa o montante em dívida não subsidiado pelo
BNA e que será reembolsado pelos trabalhadores.
A rubrica “Fundo social” diz respeito ao montante a receber referente a ajudas extraordinárias concedidas pelo Banco
aos seus colaboradores para pagamento de despesas pontuais de cariz pessoal. Estes valores são posteriormente
cobrados aos respectivos beneficiários, juntamente com o processamento salarial.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o saldo da rubrica “Emissões de notas e moedas” corresponde as despesas
associadas à produção de notas e moedas de Kwanza. Os custos incorridos com a sua produção são inicialmente
registados nesta rubrica e depois reconhecidos linearmente em resultados, ao longo do período de vida útil das
mesmas, actualmente estimado em 5 anos.

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, as despesas com produção de notas e moedas apresentam a seguinte distribuição:

2014 2013
Notas 6 543 971 5 264 249
Moedas 844 202 535 944
7 388 173 5 800 193

Dado que a nova família Kwanza começou a ser emitida a partir de Março de 2013 e estar previsto para 30 de Junho
de 2015 a conclusão da retirada de circulação das notas da antiga família, o BNA optou por rever a sua política interna

100
Relatório e Contas • 2014

de reconhecimento do custo desta família, tendo registado em resultados, no exercício de 2013, a totalidade do saldo
que se encontrava por diferir nos exercícios seguintes (Nota 30).

16. Notas e Moedas em Circulação

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Emissão monetária
Notas emitidas 640 483 815 567 365 415
Moedas emitidas 915 407 526 650
Notas e moedas para circulação
Notas novas para circulação (163 413 874) (64 440 809)
Notas corridas para circulação - (77 178 770)
Moedas corridas para circulação (10 591) (114 215)
Notas para inutilizar - (15 976 604)
477 974 757 410 181 669

Esta rubrica representa a produção de notas e moedas que o Banco Nacional de Angola colocou no mercado como
instrumento de troca nas relações comerciais do País, deduzido dos valores faciais que o BNA detém nas suas casas
fortes e que aguardam a entrada em circulação no mercado ou destruição, por já não apresentarem as condições físicas
necessárias para circulação.

Os custos associados à depreciação anual das notas estão reflectidos na rubrica “Outros valores activos – Despesas
com encargo diferido” (Nota 11), os quais são reconhecidos linearmente em resultados do exercício, após entrada em
circulação, ao longo da vida útil estimada das notas, estabelecido actualmente em 5 anos.

17. Títulos do Banco Central

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, as responsabilidades do BNA pela emissão de Títulos do Banco Central (TBC)
apresentam a seguinte distribuição por instituição financeira bancária:

2014 2013
Instituição financeira Valor de emissão Valor de emissão
Banco Internacional de Crédito - 5 465 450
Banco Angolano de Investimentos - 3 473 880
Banco de Negócios Internacional - 298 473
- 9 237 803

No exercício de 2014, não existiram emissões de Títulos do Banco Central. As responsabilidades detidas em 31 de
Dezembro de 2013 representam emissões efectuadas no último dia do ano, com maturidades de 2 e 6 meses, tendo
sido remuneradas a uma taxa média anual de 3,97%.
Em 31 de Dezembro de 2013, a composição da rubrica “Títulos do Banco Central – Valor de emissão” em termos de
prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

101
2013
Instituição financeira Até 28 dias Entre 28 e 63 dias Entre 63 e 182 dias Total
Banco Internacional de Crédito - - 5 465 450 5 465 450
Banco Angolano de Investimentos - - 3 473 880 3 473 880
Banco de Negócios Internacional - - 298 473 298 473
- - 9 237 803 9 237 803

A emissão destes títulos enquadra-se no âmbito das medidas de política monetária, servindo como instrumento de
controlo dos níveis de liquidez no mercado monetário.

18. Responsabilidades para com Instituições de Crédito nacionais relacionadas com Operações de
Política Monetária

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Reservas bancárias
Em moeda nacional 452 552 934 440 226 797
Em moeda estrangeira 307 162 522 309 849 976
759 715 456 750 076 773
Mercado monetário interbancário
Depósitos overnight 126 474 000 55 594 316
Operações ocasionais de absorção de liquidez
Valor absorvido 215 005 570 166 721 071
Encargos a pagar 1 476 103 233 771
342 955 673 222 549 157
1 102 671 129 972 625 930

A rubrica “Reservas bancárias” representa os depósitos em moeda nacional e moeda estrangeira efectuados pelas
instituições financeiras bancárias nacionais, visando satisfazer as exigências legais relativas aos níveis mínimos de
reservas obrigatórias definidos pelo Banco Central, os quais não são remunerados.

A rubrica “Mercado monetário interbancário” representa as operações de absorção de liquidez, realizadas em moeda
nacional, destinadas a gerir a liquidez do sistema bancário nacional.

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, os depósitos overnight efectuados pelas instituições financeiras bancárias são
remunerados pelo BNA a uma taxa de juro anual de 1,75% e 0,75%, respectivamente.

102
Relatório e Contas • 2014

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, as responsabilidades do BNA pela realização de “Operações ocasionais de


absorção de liquidez” em mercado aberto apresentam a seguinte distribuição por instituição financeira bancária:

2014 2013
Valor Encargos a Valor Encargos a
Instituição financeira Total Total
absorvido pagar absorvido pagar
Banco de Fomento de Angola 98 655 091 990 329 99 645 421 38 616 794 45 486 38 662 280
Banco Angolano de Investimentos 93 681 613 390 131 94 071 744 68 680 840 104 506 68 785 346
Standard Bank Angola 12 000 000 54 768 12 054 768 11 499 957 13 147 11 513 104
Banco Regional do Keve 5 808 084 26 362 5 834 446 7 779 088 12 884 7 791 972
Banco de Comércio e Indústria 2 260 622 9 399 2 270 020 379 966 408 380 374
Banco Finibanco Angola 1 750 000 4 536 1 754 536 - - -
Banco Internacional de Crédito 457 700 64 457 764 22 500 000 41 089 22 541 089
Banco de Negócios Internacional 392 459 514 392 973 - - -
Banco Millenium Angola - - - 15 999 974 15 146 16 015 120
Banco Kwanza Invest - - - 1 264 452 1 106 1 265 558
215 005 570 1 476 103 216 481 673 166 721 071 233 772 166 954 843

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a composição da rubrica “Operações ocasionais de absorção de liquidez – Valor
absorvido” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2014
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 e 3 meses Mais de 3 meses Total
Banco Fomento Angola 48 651 060 40 000 000 10 004 030 98 655 090
Banco Angolano de Investimentos 49 953 245 43 728 369 - 93 681 614
Standard Bank Angola 12 000 000 - - 12 000 000
Banco Regional Keve 4 807 599 1 000 486 - 5 808 085
Banco de Comércio e Indústria 1 359 922 900 700 - 2 260 622
Finibanco Angola 500 000 1 250 000 - 1 750 000
Banco Internacional de Crédito - 457 700 - 457 700
Banco de Negócios Internacional 100 959 291 500 - 392 459
117 372 785 87 628 755 10 004 030 215 005 570

2013
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 e 3 meses Mais de 3 meses Total
Banco Angolano de Investimentos 34 980 840 33 700 000 - 68 680 840
Banco Fomento Angola 9 116 794 29 500 000 - 38 616 794
Banco Internacional de Crédito 11 000 000 11 500 000 - 22 500 000
Banco Millenium Angola 7 999 974 8 000 000 - 15 999 974
Standard Bank Angola 2 999 957 8 500 000 - 11 499 957
Banco Regional Keve 3 859 088 3 920 000 - 7 779 088
Banco Kwanza Invest 614 452 650 000 - 1 264 452
Banco de Comércio e Indústria - 379 966 - 379 966
70 571 105 96 149 966 - 166 721 071

103
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a taxa de remuneração das operações ocasionais de absorção de liquidez é de
5,65% e 2,64%, respectivamente.

19. Responsabilidades internas para com Outras Entidades

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Conta Única do Tesouro
Em moeda estrangeira 1 184 366 454 1 322 052 215
Em moeda nacional 19 159 983 140 974 777
1 203 526 437 1 463 026 992

Outras responsabilidades - 5 074

A rubrica “Conta Única do Tesouro” está inserida no âmbito do protocolo celebrado em 2002 com o Ministério das
Finanças, referente à gestão da Política Fiscal e Monetária, na qual o Tesouro deposita, entre outras receitas, as
resultantes dos impostos da exploração de petróleo e dos financiamentos obtidos. A remuneração desta conta apesar
de prevista no protocolo nunca foi implementada, sendo convicção do Conselho de Administração do Banco que a
referida remuneração referente ao exercício de 2014 e exercícios anteriores não seja exigível, dado que o protocolo se
encontra actualmente em revisão.

20. Responsabilidades com pensões e outros benefícios

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a estimativa das responsabilidades por serviços prestados relativamente aos
reformados e à população activa do Banco elegível ascende a:

2014 2013
Reformados
Pensões de reforma e sobrevivência 57 649 469 51 714 680
Assistência médica e medicamentosa 8 070 926 4 654 321
Cabazes de Natal 2 889 975 2 444 527
- -
Trabalhadores no activo
Pensões de reforma e sobrevivência 38 989 519 36 293 548
Compensação de reforma 3 581 975 3 652 328
Cabazes de Natal 2 301 441 2 311 600
113 483 305 101 071 004

O Banco assumiu o compromisso, a título voluntário, de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações
pecuniárias a título de complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de sobrevivência
aos seus trabalhadores. Neste sentido, as responsabilidades com pensões e outros benefícios consistem em provisões
que o Conselho de Administração decidiu constituir a partir do exercício de 2010, com o objectivo de cobertura das
responsabilidades com serviços passados relativas a pensões por velhice, reforma antecipada e de sobrevivência dos
seus colaboradores, com base num plano de benefícios definido. As mesmas são calculadas através da aplicação de
60% sobre o valor do salário pensionável dos participantes elegíveis.

O Banco pretende em 2015 formalizar um contrato de constituição do Fundo de Pensões dos trabalhadores do Banco,
alterando o seu plano de pensões de benefício definido para um plano de contribuição definida, sendo o valor das

104
Relatório e Contas • 2014

responsabilidades apuradas a data de constituição do fundo, uma contribuição inicial para o novo plano.
Adicionalmente, o Banco irá utilizar os encargos existentes, que têm vindo a ser calculados por peritos actuariais
independentes, para cobrir as responsabilidades relativas à sua potencial contribuição sobre o salário dos colaboradores
e decidir ainda qual a contribuição a cargo dos trabalhadores, como tempo de serviço pensionável dos participantes
que vierem a aderir ao Fundo. A contribuição a realizar pelos colaboradores apenas é devida a partir do momento em
que lhes seja comunicada esta obrigatoriedade e os mesmos venham a aderir voluntariamente ao plano de pensões
de contribuição definida. Assim, uma vez que a referida comunicação ainda não ocorreu, até 31 de Dezembro de 2014
nenhuma contribuição a realizar pelos colaboradores foi exigida.

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o número de participantes abrangidos pelo plano de benefícios definido (plano de
pensões) é apresentado no quadro seguinte:

Número de trabalhadores 2014 2013


Activos 1 829 1 842
Reformados + Pré reformados 1 511 1 724
3 340 3 566

As responsabilidades decorrentes do plano de pensões foram determinadas com base em estudos actuariais com
referência a 31 de Dezembro de 2014 e 2013, tendo sido utilizado o método do crédito unitário projectado.
Os principais pressupostos actuariais e financeiros são os seguintes:

Pressupostos actuariais e financeiros 2014 2013


Taxa de juro 3,50% 5,00%
Taxa esperada de crescimento salarial 3,50% 7,00%
Taxa de crescimento das pensões 0,00% 0,00%
Data de retroatividade 01.01.1984 01.01.1980
Data de corte 31.12.2014 31.12.2013
Tábua de mortalidade/sobrevivência PF-60/64 PF-60/64
Momento de atribuição 60 anos de idade com mínimo 60 anos de idade com mínimo
da pensão de reforma de 5 anos de serviço de 5 anos de serviço

As responsabilidades com compensação de reforma correspondem ao montante a pagar aos colaboradores que
atingem a reforma, conforme disposto na Lei n.º 2/2000 e os artigos n.º 218º e 262º da Lei Geral do Trabalho (alínea h)
da Nota 2.2.).
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o Banco reconheceu responsabilidades por serviços passados referentes à
obrigação construtiva associada à assistência médica e medicamentosa dos reformados e às despesas com os cabazes
de Natal dos reformados e dos trabalhadores activos (Nota 33).

21. Provisões

Nos exercícios de 2014 e 2013, os movimentos ocorridos na rubrica de provisões foram os seguintes:

Saldo em Saldo em Saldo em


Dotações Utilizações Reversões Dotações Utilizações Reversões
31-12-2012 31-12-2013 31-12-2013
Provisão para riscos de mercado - 30 567 773 - - 30 567 773 8 755 362 - - 39 323 135
Provisão para riscos diversos 5 264 089 - (3 031 980) (1 091 571) 1 140 538 306 717 (160 906) - 1 286 349
5 264 089 30 567 773 (3 031 980) (1 091 571) 31 708 311 9 062 078 (160 906) - 40 609 483

105
Durante o exercício de 2013, o Banco constituiu uma provisão para riscos de mercado, no montante de mAOA 30.567.773,
a qual se destina a fazer face aos crescentes riscos financeiros de balanço a que o Banco se encontra exposto, e que
em 31 de Dezembro de 2013 correspondia a 2% do valor de balanço dos títulos de dívida soberana estrangeira e das
aplicações geridas por entidades externas. Em 31 de Dezembro de 2014, a provisão para riscos de mercado ascende
a mAOA 39.323.135, que corresponde a 2% do valor de balanço dos títulos de dívida soberana estrangeira e 3,5%
do valor de balanço das aplicações geridas por entidades externas, uma vez que corresponde à melhor estimativa do
Conselho de Administração relativamente à exposição ao risco de mercado das referidas posições activas.

O saldo da rubrica “Provisão para riscos diversos” corresponde ao montante estimado para fazer face aos diversos
riscos inerentes à actividade do Banco. Devido às alterações regulamentares em sede de Imposto Consumo que
ocorreram durante o exercício de 2014, através da aprovação do Decreto-Legislativo Presidencial n.º 3-A/14, de 21 de
Outubro de 2014, bem como as alterações que já haviam sido introduzidas pelo Decreto Presidencial n.º 7/11, de 30 de
Dezembro, o Banco Nacional de Angola está analisar o enquadramento da isenção prevista no art.92º da Lei nº 16/2010
de 15 de Julho Lei do Banco Nacional de Angola, à luz do referido Decreto-Legislativo Presidencial. Até à presente data
ainda não foram concluídos os trabalhos de enquadramento.

22. Outros Valores Passivos

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Credores e outros recursos
Credores diversos 8 626 829 6 412 946
Adiantamentos dos Bancos Comerciais 5 744 496 44 583 486
Fundo habitacional 2 961 975 2 171 146
Contas de regularização 6 023 538 101 271
Encargos a pagar 2 325 545 2 038 245
25 682 383 55 307 094

A rubrica “Credores e outros recursos – Credores diversos” apresenta o seguinte detalhe:

2014 2013
Fornecedores 5 941 157 4 319 204
Depósitos de transgressões cambiais (Nota 10) 1 249 089 1 244 188
Outros credores 647 434 100 925
Cauções de empresas 789 149 748 629
8 626 829 6 412 946

A rubrica “Credores e outros recursos – Adiantamentos dos Bancos Comerciais” representa os montantes recebidos
no âmbito da constituição do capital social de novas instituições bancárias nacionais. Em 31 de Dezembro de 2014,
o saldo da rubrica é essencialmente explicado pelos depósitos efectuados para constituição do capital social do
Banco de Activos e Créditos de Angola e do Banco Prestígio, com os valores de mAOA 3.200.000 e mAOA 2.500.000,
respectivamente. A variação ocorrida no saldo durante o exercício de 2014 é essencialmente explicada pela restituição
do depósito efectuado para constituição do capital social do Banco de Poupança e Promoção Habitacional (BPPH) no
montante de mAOA 41.923.996.

A rubrica “Credores e outros recursos – Fundo habitacional” corresponde à estimativa do Conselho de Administração
para financiar investimentos imobiliários de cariz social, em conformidade com o disposto na Lei Orgânica do Banco.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a rubrica “Encargos a pagar” corresponde essencialmente à especialização do
subsídio de férias e do prémio de desempenho a atribuir ao pessoal e aos órgãos de gestão.

106
Relatório e Contas • 2014

Em 31 de Dezembro de 2014, a rubrica “Operações pendentes de liquidação – em moeda estrangeira” inclui


essencialmente três operações de esterilização da CUT que a esta data se encontravam pendentes de regularização.
Estas operações foram regularizadas pelo Banco durante o mês de Janeiro de 2015.
Em 31 de Dezembro de 2014, a rubrica “Operações pendentes de liquidação – em moeda nacional” corresponde
integralmente a dois levantamentos de instituições financeiras bancárias efectuados nos últimos dias de 2014 que a
esta data se encontravam pendentes de compensação. Estas operações foram objecto de regularização em Janeiro
de 2015.

Considerando que o montante de subsídio de férias atribuído em determinado exercício são um direito adquirido no
ano imediatamente anterior, o Banco releva contabilisticamente, no final de cada exercício, o valor deste subsídio e
respectivos encargos sociais entregáveis no ano seguinte.
Os prémios de desempenho a pagar ao pessoal e aos órgãos de gestão atribuídos são registados como custo no
exercício a que se referem, embora sejam pagos apenas no exercício seguinte.

23. Capital
O capital do BNA é de mAOA 270.000.000, podendo ser aumentado por incorporação de reservas, deliberadas pelo
Conselho de Administração e ratificadas pelo Titular do Poder Executivo (Lei n.º 16/10 de 15 de Junho).

24. Reservas de reavaliação

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Reserva de reavaliação de justo valor
Activos financeiros disponíveis para venda (5 108 738) (20 663 463)
Ouro (31 197 569) (28 642 849)
(36 306 307) (49 306 312)

Reservas de reavaliação cambial 29 269 696 56 412 738


(7 036 611) 7 106 426

25. Outras Reservas e Resultados Transitados

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Outras reservas
Reserva legal 15 553 803 12 712 155
Reserva livre 15 442 269 12 712 155
30 996 072 25 424 310

Resultados transitados - (111 534)

Em 31 de Dezembro de 2013, a rubrica “Resultados transitados” corresponde ao impacto da adopção das novas
políticas contabilísticas, com referência a 1 de Janeiro de 2013. Este valor decorre da alteração do reconhecimento
dos rendimentos associados aos títulos de dívida soberana estrangeira para o método da taxa efectiva. No decorrer do
exercício de 2014, estes resultados transitados foram transferidos por contrapartida de Reserva livre, de acordo com a
aprovação do Conselho de Administração do Banco.

107
26. Contas Extrapatrimoniais

As rubricas extrapatrimoniais apresentam a seguinte composição:

2014 2013
Responsabilidades por prestação de serviços 1 883 792 852 1 431 875 388
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 720 031 765 747 090 092
Notas e moedas fora de circulação 451 975 000 231 326 602
Compromissos perante terceiros 60 204 074 47 066 928
Garantias recebidas 3 748 155 3 147 300
Serviços prestados por terceiros 664 854 664 853
3 120 416 700 2 461 171 163

Na rubrica “Responsabilidades por prestação de serviços” encontram-se registadas as responsabilidades do BNA


actuando enquanto custodiante dos títulos emitidos pelo Ministério das Finanças (bilhetes do Tesouro e obrigações do
Tesouro). Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:

2014 2013
Responsabilidades por prestação de serviços
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 1 274 513 722 956 680 486
Bilhetes do Tesouro 374 786 086 265 454 623
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 234 491 638 209 740 279
Valores administrados pela instituição 1 406
1 883 792 852 1 431 875 388

A rubrica “Garantias prestadas e outros passivos eventuais” refere-se essencialmente a garantias e avales prestados e
a promissórias assumidas pelo BNA, perante entidades estrangeiras, as quais se encontram garantidas pelo Ministério
das Finanças. Nos exercícios de 2014 e 2013 esta rubrica é decomposta em:

2014 2013
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas
Financiamento da China 566 677 608 520 285 436
Financiamento do Brasil 1 998 248 3 487 740
Fundo Monetário Internacional - 36 087 401
568 675 856 559 860 577
Promissórias
Promissórias definitivas da linha Brasil 74 683 778 92 532 987
Promissórias a favor de outros 45 656 515 43 946 307
Promissórias provisórias da linha Brasil 31 015 616 43 169 921
151 355 909 179 649 215
Garantias prestadas ao abrigo de protocolos de
crédito com os bancos comerciais - 7 580 300
720 031 765 747 090 092

Estas responsabilidades encontram-se suportadas pelo Protocolo sobre a Gestão da Política Fiscal e Monetária
celebrado com o Ministério das Finanças. O mesmo identifica o Ministério como o responsável pelo seu pagamento,
sendo o BNA o garante da dívida em caso de incumprimento por parte do Ministério das Finanças.

108
Relatório e Contas • 2014

A rubrica “Notas e moedas fora de circulação” é constituída integralmente pelas notas e moedas da nova família de
Kwanza que se encontram prontas para emissão, bem como pelas notas deterioradas que aguardam destruição.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a rubrica “Compromissos perante terceiros” inclui os compromissos futuros
assumidos pelo Banco para chamadas de capital decorrentes de investimentos em fundos de investimento alternativo
junto das entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão discricionária, que ascendem ao montante de
mAOA 12.837.419 e mAOA 13.928.072, respectivamente (Nota 7).

27. Juros e rendimentos similares

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Activos financeiros disponíveis para venda 16 367 333 7 918 930
Aplicações em instituições de crédito 12 994 669 16 397 606
Investimentos detidos até à maturidade 5 559 572 8 762 199
Disponibilidades em outras instituições de crédito 202 804 113 381
Devedores e outras aplicações 8 260 528
35 132 638 33 192 644

As rubricas “Activos financeiros disponíveis para venda” e “Investimentos detidos até à maturidade” representam os
ganhos obtidos com os juros de cupão e os rendimentos resultantes do reconhecimento pelo método da taxa efectiva
das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) dos títulos de dívida soberana
estrangeira e obrigações do Tesouro Nacional detidos em carteira, respectivamente.
Nos exercícios de 2014 e 2013, a rubrica “Aplicações em instituições de crédito” diz respeito essencialmente aos
ganhos obtidos com juros de depósitos a prazo e juros de operações de cedência de liquidez realizadas pelo BNA.

28. Juros e Encargos Similares

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Recursos de instituições de crédito 7 611 404 7 993 522
Títulos do Banco Central 62 197 1 155 306
7 673 601 9 148 828

Nos exercícios de 2014 e 2013, a rubrica “Recursos de instituições de crédito” diz respeito aos custos incorridos com
os juros das operações de absorção de liquidez realizadas pelo BNA.

29. Rendimentos de Serviços e Comissões

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2014 2013
Comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros
Ministério das Finanças 13 875 495 12 421 359
Comissões recebidas por serviços prestados
Sistema de Pagamentos em Tempo Real 71 522 112 870
13 947 017 12 534 229

109
A rubrica “Comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros” refere-se a comissões arrecadadas
em consequência das transferências bancárias efectuadas em nome do Tesouro Nacional, nos termos do protocolo
celebrado entre o BNA e o Ministério das Finanças.

30. Encargos com Serviços e Comissões

Nos exercícios de 2014 e 2013, esta rubrica ascende a mAOA 1.693.665 e mAOA 1.474.064, respectivamente, dizendo
respeito ao reconhecimento das comissões cobradas pelas entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão
discricionária, comissões de custódia dos títulos de dívida soberana estrangeira e a comissões de manutenção de
contas à ordem.

31. Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados

Nos exercícios de 2014 e 2013, esta rubrica ascende a mAOA 5.505.797 e mAOA 23.718.949, respectivamente,
representando o resultado líquido das mais e menos valias potenciais de justo valor associadas às posições das
carteiras geridas por entidades externas.

32. Resultados de Activos financeiros disponíveis para Venda

Nos exercícios de 2014 e 2013, esta rubrica ascende a um ganho de mAOA 915.166 e a uma perda de mAOA
41.709, respectivamente, representando as valias obtidas com a alienação de títulos de dívida soberana estrangeira,
classificados na categoria de activos financeiros disponíveis para venda.

33. Resultados cambiais

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Ganhos cambiais
Ganhos associados a diferenças cambiais 26 879 847 39 447 550
Ganhos em operações cambiais 8 573 098 4 044 540
35 452 945 43 492 091

Perdas cambiais
Perdas associadas a diferenças cambiais 4 957 582 373 903
Perdas em operações cambiais 3 657 907 500 994
8 615 489 874 897
26 837 456 42 617 193

A partir de 31 de Dezembro de 2007, e tendo como base a deliberação constante da acta nº 08/A/2008 de 26 de
Julho do Conselho de Administração, apenas as variações cambiais realizadas são reflectidas nas rubricas “Ganhos
associados a diferenças cambiais” e “Perdas associadas a diferenças cambiais”. As diferenças cambiais potenciais
são reconhecidas na rubrica “Reservas associadas a diferenças cambiais” em Capitais Próprios (Nota 20).

34. Custos relativos à Emissão de Notas e Moedas

Nos exercícios de 2014 e 2013, esta rubrica ascende a mAOA 1.518.452 e mAOA 2.262.232, respectivamente, sendo
composta pela especialização dos custos relativos à emissão de notas e moedas.

110
Relatório e Contas • 2014

Com a emissão da nova família do Kwanza e a previsão da retirada da maior parte das notas em circulação da antiga
família para 2014, o BNA optou por rever a sua política interna de reconhecimento do custo da família antiga, tendo
reconhecido em resultados do exercício de 2013, a totalidade do saldo que se encontrava por diferir nos exercícios
seguintes, que ascendia a mAOA 1.553.506.

35. Resultados de alienação de Outros Activos


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Ganhos com alienação de outros activos
Ganhos em activos não financeiros 44 125 50 590

Perdas com alienação de outros activos


Perdas em activos não financeiros 12 74 785
12 74 785
44 113 (24 195)

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2014, o saldo da rubrica “Ganhos em activos não financeiros”, corresponde
aos ganhos com a alienação de activos tangíveis.

36. Outros resultados operacionais

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Outros rendimentos e receitas
Supervisão
Multas e penalidades 778 534 498 607
Outros 1 028 898 131 425
1 807 432 630 032

Outros encargos e gastos


Rendas de locação operacional 419 072 338 937
Quotizações e donativos 198 721 503 481
Impostos
Impostos aduaneiros 33 064 42 061
Taxas 100 62
650 957 884 541
1 156 475 (254 509)

Nos exercícios de 2014 e 2013, a rubrica “Supervisão – Multas e penalidades” corresponde às coimas aplicadas pelo
BNA às instituições financeiras pelo incumprimento das disposições legais em vigor.
Não obstante, o Banco no geral estar isento do pagamento de impostos, verificaram-se nos exercícios de 2014 e 2013,
o pagamento de direitos alfandegários e inerentes sobre a importação de mercadorias e de outros impostos que não
se inserem no âmbito da isenção prevista na sua Lei Orgânica.

111
37. Custos com Pessoal
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Remuneração de empregados 13 675 383 12 668 120
Encargos sociais facultativos 10 591 890 13 064 388
Encargos sociais obrigatórios 14 188 923 19 992 689
Remuneração dos órgãos de gestão 354 856 417 829
Outros 255 290 152 517
39 066 342 46 295 543

Nos exercícios de 2014 e 2013, a rubrica “Encargos sociais obrigatórios” é constituída essencialmente pelos reforços
efectuados nas estimativas das responsabilidades por serviços prestados referentes a pensões de reforma e
sobrevivência (Nota 16).

Nos exercícios de 2014 e 2013, a rubrica “Encargos sociais facultativos” inclui o reconhecimento das responsabilidades
por serviços passados referentes a assistência médica e medicamentosa dos reformados e às responsabilidades com
cabazes de Natal (Nota 16).

38. Fornecimentos e Serviços Externos


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2014 2013
Fornecimentos
Material de consumo corrente 165 110 216 354
Outros fornecimentos de terceiros 153 553 105 834
Água, energia e combustíveis 137 368 151 846
Material para assistência e reparação 72 707 35 261
Material de decoração e conforto 66 144 46 158
Publicações 40 932 16 983
Material de higiene e limpeza 28 318 40 539
Serviços
Serviços especializados 4 327 891 3 595 327
Conservação e reparação 832 935 529 856
Rendas e alugueres 554 851 497 939
Deslocações, estadas e representação 523 497 555 474
Comunicações 323 388 167 552
Publicidade e edição de publicações 287 121 514 447
Transportes 106 863 234 183
7 620 685 6 707 752

112
Relatório e Contas • 2014

A rubrica “Serviços – Serviços especializados” apresenta o seguinte detalhe:

2014 2013
Consultoria e auditoria 2 253 318 1 993 074
Licença de utilização de usuários 576 062 180 420
Outros 501 194 63 338
Avenças e honorários 418 483 158 416
Informática 275 868 432 322
Limpeza 166 325 125 929
Segurança e vigilância 109 817 64 496
Mão-de-obra eventual 15 940 78 024
Jardinagem 10 825 6 688
Judiciais 59 13 792
Carga e descarga de valores - 478 828
4 327 891 3 595 327

Nos exercícios de 2014 e 2013, a rubrica “Consultoria e auditoria” regista essencialmente os custos relativos a serviços
prestados no âmbito de projectos de consultoria, bem como de revisão e certificação externa das demonstrações
financeiras do Banco.

39. Partes relacionadas

As entidades relacionadas do Banco com as quais manteve saldos ou transacções nos exercícios findos em 31 de
Dezembro de 2014 e 2013 são as seguintes:

113
39.1. Ministério das Finanças

O Ministério das Finanças (MinFin) representa o Estado enquanto único accionista do BNA, constituindo a principal
entidade relacionada do Banco.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, os saldos ou transacções mantidas com esta entidade podem ser apresentados
da seguinte forma:

2014 2013
Activo
Investimentos detidos até à maturidade (Nota 7) 43 194 383 40 920 487
Activos financeiros recebidos em aumento de capital (Nota 7) 174 440 000 143 150 000
Devedores por capital não realizado (Nota 11) 21 764 407 61 579 350
Devedores e outras aplicações (Nota 11) 67 049 -
Total do Activo 239 465 839 245 649 837

Passivo
Ajustamentos do FMI a regularizar (Nota 8) 20 309 990 21 016 477
Conta única do Tesouro Nacional (Nota 15)
Em moeda nacional 19 159 983 140 974 777
Em moeda estrangeira 1 184 366 454 1 322 052 215
Total do Passivo 1 223 836 427 1 484 043 469

Capital próprio
Capital (Nota 19) 270 000 000 270 000 000
Total do Capital próprio 270 000 000 270 000 000
Valor líquido de balanço (1 254 370 588) (1 508 393 632)

Resultados
Juros de investimentos detidos até à maturidade (Nota 23) 5 559 572 8 762 199
Comissões recebidas (Nota 25) 13 875 495 12 421 359
Impostos (Nota 32) (33 164) (42 123)
Total dos Resultados 19 401 903 21 141 435

Extrapatrimoniais (Nota 22)


Responsabilidades por prestação de serviços
Custódia de títulos emitidos pelo Tesouro
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 1 274 513 722 956 680 486
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 234 491 638 209 740 279
Bilhetes do Tesouro 374 786 086 265 454 623
Garantias institucionais prestadas 568 675 856 559 860 577
Promissórias 151 355 909 179 649 215
Total das Extrapatrimoniais 2 603 823 211 2 171 385 180

114
Relatório e Contas • 2014

39.2. Empresa Interbancária de Angola (EMIS)


Trata-se do processador e operador de referência do sistema de pagamentos a nível nacional.
O BNA constitui o maior accionista, detendo inicialmente uma participação de 51%, passou ao longo do ano de 2014
para uma participação de 43% no capital social da entidade. Esta participação que visou assegurar a promoção do
desenvolvimento do sistema de pagamentos de Angola, vai continuar a ser reduzida até a sua completa extinção, tal
como previsto na lei que a autorizou.

Em 31 de Dezembro de 2014, o saldo do BNA para com a EMIS inclui a participação no capital social que ascende
a mAOA 391.573, que representa 391.573 acções, com o valor nominal unitário de AOA 1.000, e um valor de mAOA
38.787 correspondente a valores a receber de entradas no capital de novos bancos comerciais.

39.3. Conselho de Administração do Banco


Representa o órgão com o poder exclusivo de tomada de decisão no Banco, sendo actualmente composto por seis
membros.

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, as remunerações atribuídas ao Conselho de Administração
do Banco, bem como outros benefícios atribuídos, nos termos do respectivo regulamento, ascenderam a mAOA 354.856
e mAOA 417.830, respectivamente (Nota 33).

40. Divulgações relativas a Instrumentos Financeiros


Políticas de gestão dos riscos financeiros inerentes à actividade do BNA
Gestão das reservas internacionais

A gestão dos riscos financeiros relacionados com as reservas internacionais é assegurada pelo Departamento de
Gestão de Reservas (DGR). A avaliação e controlo do risco de crédito, risco de liquidez, risco de mercado (risco cambial
e risco de taxa de juro) e risco operacional são efectuados de acordo com as directrizes de investimento e perfil de
risco espelhadas nas Linhas Mestres e na Política de Investimento aprovados pelo Conselho de Administração, que têm
como objectivo primordial a preservação do capital. No âmbito da prossecução desse objectivo, a gestão de reservas
deverá ter em consideração a liquidez necessária para fazer face aos compromissos do Estado Angolano e do Banco
Nacional de Angola, bem como a maximização da rentabilidade, respeitando as linhas de actuação aprovadas.
Face a finalidade de optimizar o desempenho e concretizar os objectivos estratégicos do BNA, as Linhas Mestres e a
Política de Investimento têm promovido permanentemente o desenvolvimento do sistema vigente, definindo limites e
restrições relativamente à exposição das reservas internacionais, dos quais se destacam:

1) Definição de limites por tipo de instrumento financeiro;


2) Definição de limites por contraparte, atendendo à sua qualidade creditícia;
3) Definição de limites por moeda;
4) Definição de prazos médios de investimento;
5) Definição de benchmarks de rentabilidade e de limites de flutuação face à carteira de referência definida (stop-loss);
6) Definição de uma delegação de competências para os investimentos sob gestão.

Gestão da política monetária e cambial

Para a execução da política monetária durante 2014, o Banco Nacional de Angola manteve intervenções regulares de
absorção de liquidez no mercado monetário, através da realização de operações de mercado aberto (OMA), instrumento
previsto no seu quadro operacional de política monetária. Assessoriamente o Banco Nacional de Angola utilizou os
demais instrumentos regulamentares, com particularidade para as facilidades de liquidez e as reservas obrigatórias.
As operações de mercado aberto realizadas pelo Banco Nacional de Angola tiveram como suporte a sua carteira própria
de títulos, tendo a magnitude das suas intervenções sido adequadas à sazonalidade dos factores condicionantes da
sua variação, tendo em vista a persecução dos objectivos de regulação de liquidez e variação da base monetária.

115
O exercício da função de autoridade monetária e estabilizador do sistema financeiro, pelo Banco Nacional de Angola,
visou igualmente a criação de referências remuneratórias para as aplicações de recursos financeiros. Assim, ao longo
do exercício de 2014, a Taxa Básica do Banco Nacional de Angola (Taxa BNA), assim como as taxas das facilidades de
liquidez, foram reduzidas por decisão do Comité de Política Monetária em momentos distintos do exercício, como forma
de transmitir ao mercado a direcção para a curva de juros do dinheiro. Como reflexo de um exercício rigoroso de gestão
da liquidez a LUIBOR, taxa de juro das operações interbancárias de cedência de liquidez, continuou a descrever uma
tendência de redução, criando-se, no mercado interbancário, oportunidades de financiamento de curto prazo a custos
significativamente reduzidos.

Do ponto de vista da estabilidade cambial, o Banco Nacional de Angola manteve, de igual modo, regulares as suas
intervenções no mercado cambial primário, alocando recursos para o suprimento de necessidades de pagamentos
externos da economia, assim como para o exercício da regulação de liquidez, no âmbito da gestão operacional
coordenada de políticas monetária e fiscal, mas fundamentalmente.

Nessa mesma perspectiva, a gestão da política cambial visou a estabilidade das taxas de câmbio dos mercados, em
todos os seus segmentos, formal e informal, com ofertas regulares de divisas ao mercado, que permitiram a satisfação
das necessidades da economia e a variação da taxa de câmbio em níveis confortáveis com a estabilidade de preços.

No contexto descrito acima, apresentam-se de seguida as divulgações requeridas pelas normas IFRS 7 e IFRS 13 para
os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013.

116
Relatório e Contas • 2014

Justo valor de instrumentos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, os instrumentos financeiros e o ouro apresentam o seguinte valor de balanço, por
metodologia de valorização:

2014 2013
Valorizados ao Não valorizados Valorizados ao Não valorizados
Total Total
justo valor ao justo valor justo valor ao justo valor
Activo
Ouro 72 231 818 - 72 231 818 69 476 042 - 69 476 042
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 211 542 012 211 542 012 - 85 238 110 85 238 110
Aplicações em instituições de crédito - 1 119 514 666 1 119 514 666 - 1 502 306 469 1 502 306 469
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 566 238 487 - 566 238 487 579 588 736 - 579 588 736
Activos financeiros disponíveis para venda 975 239 369 - 975 239 369 947 295 347 - 947 295 347
Fundo monetário internacional - 78 374 350 78 374 350 - 76 021 133 76 021 133
Investimentos em associadas e outras entidades - 505 799 505 799 - 454 690 454 690
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 15 048 761 15 048 761 - 378 256 378 256
Aplicações em instituições de crédito - - - - 15 751 232 15 751 232
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária - - - - - -
Investimentos detidos até à maturidade - 43 194 383 43 194 383 - 40 920 487 40 920 487
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - 174 440 000 174 440 000 - 143 150 000 143 150 000
Investimentos em associadas e outras entidades - 430 360 430 360 - 430 360 430 360
Total 1 613 709 674 1 643 050 331 3 256 760 005 1 596 360 125 1 864 650 737 3 461 010 862
Passivo
Notas e moedas em circulação - 477 974 757 477 974 757 - 410 181 669 410 181 669
Títulos do Banco Central - - - - 9 237 803 9 237 803
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - 759 715 456 759 715 456 - 750 076 773 750 076 773
Mercado monetário interbancário - 342 955 673 342 955 673 - 222 549 157 222 549 157
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - 1 203 526 437 1 203 526 437 - 1 463 026 992 1 463 026 992
Outras responsabilidades - - - - 5 074 5 074
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo monetário internacional - 159 106 961 159 106 961 - 201 691 432 201 691 432
Total - 2 943 279 284 2 943 279 284 - 3 056 768 900 3 056 768 900

117
Justo valor para os activos e passivos financeiros não reconhecidos em balanço ao justo valor

2014 2013
Valor de Valor de
Justo valor Diferença Justo valor Diferença
balanço balanço
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 211 542 012 211 542 012 - 85 238 110 85 238 110 -
Aplicações em instituições de crédito 1 119 514 666 1 322 624 036 203 109 370 1 502 306 469 1 501 362 375 (944 094)
Fundo monetário internacional 78 374 350 78 374 350 - 76 021 133 76 021 133 -
Investimentos em associadas e outras entidades 505 799 633 554 127 755 454 690 633 554 178 864
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 348 806 348 806 - 378 256 378 256 -
Aplicações em instituições de crédito 15 048 761 14 365 326 (683 435) 15 751 232 15 804 040 52 808
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária - - - - -
Investimentos detidos até à maturidade 43 194 383 41 849 717 (1 344 666) 40 920 487 41 388 486 467 999
Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174 440 000 40 522 190 (133 917 810) 143 150 000 36 021 366 (107 128 634)
Investimentos em associadas e outras entidades 430 360 624 422 194 062 430 360 624 422 194 062
Total 1 643 399 137 1 710 884 413 67 485 276 1 864 650 737 1 757 471 742 (107 178 995)
Passivo
Notas e moedas em circulação 477 974 757 477 974 757 - 410 181 669 410 181 669 -
Títulos do Banco Central - - - 9 237 803 9 236 495 (1 308)
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 759 715 456 759 715 456 - 750 076 773 750 076 773 -
Mercado monetário interbancário 342 955 673 249 348 331 (93 607 342) 222 549 157 221 995 420 (553 737)
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 1 203 526 437 1 203 526 437 - 1 463 026 992 1 463 026 992 -
Outras responsabilidades - - - 5 074 5 074 -
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo monetário internacional 159 106 961 159 106 961 - 201 691 432 201 691 432 -
Total 2 943 279 284 2 849 671 942 (93 607 342) 3 056 768 900 3 056 213 855 (555 045)

No apuramento do justo valor apresentado no quadro anterior, foram utilizados os seguintes pressupostos:
1) Para efeitos do cálculo do justo valor das “Aplicações em instituições de crédito” foram descontados os fluxos de caixa futuros a taxas
de mercado de acordo com as moedas e prazos residuais das aplicações, adicionadas de um spread de risco representado pelas curvas
CDS (credit default swaps) das respectivas contrapartes.

2) Para efeitos do cálculo do justo valor dos “Investimentos em associadas e outras entidades” foi considerado o método da equivalência
patrimonial, tendo por base a situação líquida das entidades à data das últimas demonstrações financeiras disponíveis e auditadas e na
percentagem de participação detida pelo Banco.
3) Para os instrumentos classificados na categoria “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos financeiros recebidos no aumento
de capital” foi apurado com base nos fluxos de caixa previsionais futuros, sendo que a taxa de actualização utilizada corresponde à
média da taxa nominal de juro das últimas emissões de títulos do tesouro colocada pelo BNA no mercado primário, com prazos residuais
equivalentes aos das emissões constantes em carteira. Os fluxos de caixa previsionais foram apurados mediante a fixação do valor
nominal a cada data de relato financeiro.

4) Para as posições activas e passivas junto do “Fundo Monetário Internacional” foi considerada como aproximação ao justo valor as

118
Relatório e Contas • 2014

posições divulgadas por esta entidade.

5) Para as restantes rubricas considera-se que o justo valor é igual ao seu valor de balanço, por representarem
investimentos e financiamentos de curto prazo (inferiores a 1 ano).

Justo valor para os activos e passivos financeiros reconhecidos em balanço ao justo valor

2014 2013
Custo de Custo de
Justo valor Valia potencial Justo valor Valia potencial
aquisição aquisição
Activo
Ouro 103 429 387 72 231 818 (31 197 569) 98 118 892 69 476 042 (28 642 850)
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 556 512 209 566 238 487 9 726 278 581 354 214 579 588 736 (1 765 478)
Activos financeiros disponíveis para venda 974 283 851 975 239 369 955 518 967 958 810 947 295 347 (20 663 463)
Total 1 634 225 447 1 613 709 674 (20 515 773) 1 647 431 916 1 596 360 124 (51 071 792)

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a forma de apuramento do justo valor dos instrumentos financeiros e do ouro,
reconhecidos em balanço ao justo valor, apresenta o seguinte detalhe por hierarquia de valorização ao justo valor:

2014
Nível 2 Nível 3
Nivel 1 Cotações
Inputs observáveis Outras técnicas de Total
de mercado
de mercado valorização
Activo
Ouro 72 231 818 - - 72 231 818
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 494 356 073 71 882 414 566 238 487
Activos financeiros disponíveis para venda 975 239 369 - - 975 239 369
Total 1 047 471 187 494 356 073 71 882 414 1 613 709 674

2013
Nível 2 Nível 3
Nivel 1 Cotações
Inputs observáveis Outras técnicas de Total
de mercado
de mercado valorização
Activo
Ouro 69 476 042 - - 69 476 042
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 273 585 958 306 002 778 579 588 736
Activos financeiros disponíveis para venda 947 295 347 - - 947 295 347
Total 1 016 771 389 273 585 958 306 002 778 1 596 360 125

119
Para efeitos de apresentação nesta nota, os instrumentos financeiros registados em balanço ao justo valor são
classificados de acordo com a seguinte hierarquia, conforme previsto na norma IFRS 13 – Mensuração ao justo valor:

1) Nível 1 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor com base em cotações publicadas em mercados activos
a que o Banco tem acesso. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados com base em preços executáveis (com
liquidez imediata) publicados por fontes externas;

2) Nível 2 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor mediante a utilização de dados observáveis directa ou
indirectamente em mercados activos. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados tendo por base avaliações
fornecidas por contrapartes externas e técnicas de valorização interna que utilizam exclusivamente dados observáveis
de mercado;

3) Nível 3 - Os instrumentos financeiros que são valorizados através de modelos internos com alguns inputs que não
correspondem a dados observáveis de mercado.

Na forma de apuramento do justo valor apresentado nos quadros anteriores, foram considerados os seguintes
pressupostos:

1) Tratando-se de um activo líquido transaccionado em mercado activo, o justo valor do ouro corresponde ao produto
da multiplicação da quantidade de ouro detida pelo BNA pela cotação da Onça emitida por uma entidade especializada
(Golds Gold Spot), extraída do terminal financeiro da Bloomberg. Para o apuramento do custo de aquisição considerou-
se a taxa de câmbio em vigor nas respectivas datas de transacção, pelo que, as valias potenciais apurada s incluem
igualmente uma componente de valia cambial.

2) O justo valor dos instrumentos classificados na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de resultados”
corresponde à valorização evidenciada nos reportes periódicos enviados pelas contrapartes. Esta justo valor é atribuído
pelas próprias contrapartes, através do recurso a cotações de mercado e/ou modelos de valorização interna.

3) O justo valor da rubrica “Activos financeiros disponíveis para venda” foi apurado com base nos preços de mercado
dos títulos de dívida soberana estrangeira detidos em carteira. Para o efeito, considerou-se o preço “bid” dado pelo
contribuidor BGN, extraído do terminal financeiro da Bloomberg, bem como as taxas de câmbio em vigor na data
de relato financeiro. Para o apuramento do custo de aquisição consideraram-se as taxas de câmbio em vigor nas
respectivas datas de transacção, pelo que, as valias potenciais apuradas incluem igualmente uma componente de
valia cambial.

Risco de crédito

A gestão de risco de crédito é assegurada pelas áreas de negócio do Banco, nomeadamente pelo Departamento de
Gestão de Reservas (DGR) e Departamento de Mercados de Activos (DMA), sendo as mesmas responsáveis pela
segmentação do risco em função das características dos produtos e dos seus emitentes.

O risco de contraparte consiste no risco de crédito inerente a transacções nos mercados financeiros, correspondendo
à possibilidade de incumprimento pelas contrapartes dos termos contratados, e subsequente ocorrência de perdas
financeiras para o Banco. Os tipos de transacções abrangidas incluem disponibilidades e aplicações em instituições de
crédito, compra e venda de títulos e a contratação de operações de venda com acordo de recompra.
Na gestão e aplicação das reservas internacionais e dos activos internos, o DGR e o DMA assumem na sua actividade
um determinado nível de exposição ao risco de crédito. Estes departamentos de negócio regulam de forma criteriosa
e prudente a exposição ao risco de crédito, estabelecendo limites de concentração de risco, que são revistos
periodicamente.

120
Relatório e Contas • 2014

Exposição máxima ao risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a exposição máxima ao risco de crédito detalha-se da seguinte forma:

2014 2013
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 211 542 012 85 238 110
Aplicações em instituições de crédito 1 119 514 666 1 502 306 469
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 566 238 487 579 588 736
Activos financeiros disponíveis para venda 975 239 369 947 295 347
Fundo monetário internacional 78 374 350 76 021 133
Investimentos em associadas e outras entidades 505 799 454 690
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 348 806 378 256
Aplicações em instituições de crédito 15 048 761 15 751 232
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 106 829 378 -
Investimentos detidos até à maturidade 43 194 383 40 920 487
Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174 440 000 143 150 000
Investimentos em associadas e outras entidades 430 360 430 360
Total 3 291 706 371 3 391 534 820

Posições fora de balanço 720 031 765 739 509 792

121
Qualidade de crédito dos activos financeiros
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a exposição ao risco de crédito por rating de contraparte, detalha-se da seguinte
forma:

2014
Rating externo
AAA a AA- A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total

Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 145 643 920 2 287 744 63 542 689 3 039 1 410 - 63 210 211 542 012
Aplicações em instituições de crédito 129 116 250 492 979 023 342 882 522 10 766 273 22 553 403 - 121 217 195 1 119 514 666
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - 566 238 487 566 238 487
Activos financeiros disponíveis para venda 938 769 422 473 087 23 192 218 - - - 12 804 642 975 239 369
Fundo monetário internacional - - - - - - 78 374 350 78 374 350
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - 505 799 505 799
Activos internos -
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - 348 806 348 806
Aplicações em instituições de crédito - - - - - - 15 048 761 15 048 761
Investimentos detidos até à maturidade - - - 43 194 383 - - - 43 194 383
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - 174 440 000 - - - 174 440 000
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - 430 360 430 360
Total 1 213 529 591 495 739 854 429 617 429 228 403 695 22 554 813 - 795 031 611 3 184 876 993

2013
Rating externo
AAA a AA- A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total

Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 4 014 219 80 673 108 1 006 363 604 1 357 - 184 816 85 238 110
Aplicações em instituições de crédito - 896 014 533 322 620 628 41 765 800 20 882 266 118 841 220 904 401 1 502 306 469
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - 579 588 736 579 588 736
Activos financeiros disponíveis para venda 934 192 281 - 11 097 657 - - - 2 005 409 947 295 347
Fundo monetário internacional - - - - - - 76 021 133 76 021 133
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - 454 690 454 690
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - 378 256 378 256
Aplicações em instituições de crédito - - - - - - 15 751 232 15 751 232
Investimentos detidos até à maturidade - - - 40 920 487 - - - 40 920 487
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - 143 150 000 - - - 143 150 000
Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - 430 360 430 360
Total 938 206 500 976 687 641 333 719 291 226 199 891 20 883 623 118 841 895 719 033 3 391 534 820

122
Relatório e Contas • 2014

Na construção destes quadros foram considerados os seguintes pressupostos:


1) O rating considerado para as contrapartes é extraído do terminal financeiro da Bloomberg, através das notações
atribuídas entre a Standard & Poors e Moody’s ou equivalente.

2) Para as entidades Federal Reserve System (FED) e Bank for International Settlements (BIS) considerou-se a atribuição
de rating AAA por representarem uma instituição central e internacional, respectivamente, que visam a estabilidade
monetária e financeira.

3) Para os instrumentos financeiros das rubricas “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos financeiros
recebidos no aumento de capital” considerou-se o rating da República de Angola, por representarem instrumentos
financeiros emitidos pelo Estado.

4) Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos detidos nas
várias carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de resultados”,
não é possível divulgar a qualidade creditícia destas aplicações.

5) Para as posições activas e passivas junto do FMI e de entidades nacionais não existe informação de rating disponível.

123
Concentração de risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a exposição a risco de crédito, por região geográfica detalha-se da seguinte forma:

2014
Área Geográfica
Europa América do Norte África Ásia Supranacionais Oceânia Total

Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 147 997 472 63 543 713 - 827 - - 211 542 012
Aplicações em instituições de crédito 976 946 439 51 432 014 125 228 91 010 985 - - 1 119 514 666
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 425 545 204 120 095 920 - - 20 597 363 - 566 238 487
Activos financeiros disponíveis para venda 302 486 683 337 116 774 14 830 301 79 736 081 226 584 908 14 484 622 975 239 369
Fundo monetário internacional - - - - 78 374 350 - 78 374 350
Investimentos em associadas e outras entidades - - 505 799 - - - 505 799
Activos internos - -
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 348 806 - - - 348 806
Aplicações em instituições de crédito - - 15 048 761 - - - 15 048 761
Investimentos detidos até à maturidade - - 43 194 383 - - - 43 194 383
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174 440 000 - - - 174 440 000
Investimentos em associadas e outras entidades - - 430 360 - - - 430 360
Total 1 852 975 798 572 188 421 248 923 638 170 747 893 325 556 621 3 184 876 993

2013
Área Geográfica
Europa América do Norte África Ásia Supranacionais Total

Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 11 979 265 3 368 907 69 887 055 2 883 - 85 238 110
Aplicações em instituições de crédito 1 406 361 722 - 118 841 95 825 906 - 1 502 306 469
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 449 102 054 130 486 682 - - - 579 588 736
Activos financeiros disponíveis para venda 311 807 115 368 562 587 6 307 753 76 562 849 184 055 043 947 295 347
Fundo monetário internacional - - - - 76 021 133 76 021 133
Investimentos em associadas e outras entidades - - 454 690 - - 454 690
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 378 256 - - 378 256
Aplicações em instituições de crédito - - 15 751 232 - - 15 751 232
Investimentos detidos até à maturidade - - 40 920 487 - - 40 920 487
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 143 150 000 - - 143 150 000
Investimentos em associadas e outras entidades - - 430 360 - - 430 360
Total 2 179 250 156 502 418 176 277 398 674 172 391 638 260 076 176 3 391 534 820

124
Relatório e Contas • 2014

Risco de liquidez

O risco de liquidez é o risco de uma instituição não dispor de fundos necessários para fazer face, a cada momento, às
suas obrigações de pagamento.

O Conselho de Administração do Banco define limites de concentração por prazos de maturidade, os quais são revistos
anualmente, sendo responsabilidade do Departamento de Mercados de Activos (DMA) e do Departamento de Gestão
de Reservas (DGR) verificar, numa base diária, o cumprimento dos limites.

De seguida apresentam-se os mapas referentes ao risco de liquidez, considerando a totalidade dos fluxos de caixa
contratuais não descontados dos instrumentos financeiros, de acordo com a respectiva maturidade contratual.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, os fluxos de caixa contratuais não descontados dos activos e passivos financeiros
apresentam a seguinte estrutura:

2014

Prazos residuais

Entre 1 e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses Entre 1 e 3 Entre 3 e 5


Até 1 mês Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses e 1 ano anos anos

Activo

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 211 542 012 - - - - - - - 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito 254 725 398 267 472 796 555 727 036 220 222 191 - - - 125 227 1 298 272 648

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - 15 399 511 - - - - 566 238 487 581 637 998

Activos financeiros disponíveis para venda 23 870 583 7 793 666 21 145 830 14 957 139 371 444 989 366 247 943 254 125 764 - 1 059 585 914

Fundo monetário internacional - - - - - - - 78 374 350 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 505 799 505 799

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 348 806 - - - - - - - 348 806

Aplicações em instituições de crédito - 15 048 761 - - - - - - 15 048 761

Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 43 194 383 - - 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174 440 000 - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 430 360 430 360

Total 490 486 799 290 315 223 592 272 377 235 179 330 371 444 989 409 442 326 428 565 764 645 674 223 3 463 381 031

Passivo

Notas e moedas em circulação - - - - - - - 477 974 757 477 974 757

Títulos do Banco Central - - - - - - - - -

Responsabilidades para com instituições de crédito

nacionais relacionadas com operações de política


monetária

Reservas bancárias - - - - - - - 759 715 456 759 715 456

Mercado monetário interbancário 244 844 024 88 876 237 10 283 690 - - - - - 344 003 951

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - - - - - - - 1 203 526 437 1 203 526 437

Outras responsabilidades - - - - - - - - -

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo monetário internacional 2 165 940 8 289 024 11 927 468 15 249 550 16 939 471 14 163 60 103 116 202 896 170 848 614

Total 247 009 964 97 165 261 22 211 158 15 249 550 16 939 471 14 163 60 103 2 557 419 546 2 956 069 215

125
Liquidez ajustada 243 476 835 193 149 962 570 061 219 219 929 780 354 505 519 409 428 164 428 505 661 (1 911 745 323)

Liquidez acumulada 243 476 835 436 626 797 1 006 688 016 1 226 617 796 1 581 123 315 1 990 551 478 2 419 057 139 507 311 816

2013

Prazos residuais

Entre 1 mês e Entre 3 e 6 Entre 6 meses Entre 1 e 3 Entre 3 e 5


Até 1 mês Mais de 5 anos Indeterminado Total
3 meses meses e 1 ano anos anos

Activo

Activos sobre o exterior

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 211 141 803 - - - - - - - 211 141 803

Aplicações em instituições de crédito 323 459 073 265 224 465 312 568 494 218 262 634 - - - 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 564 523 085 564 523 085

Activos financeiros disponíveis para venda 10 626 752 12 446 588 17 261 741 33 070 508 194 910 866 374 536 957 293 314 321 - 936 167 734

Fundo monetário internacional - - - - - - - 78 374 350 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 505 799 505 799

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 348 806 - - - - - - - 348 806

Aplicações em instituições de crédito - 15 048 761 - - - - - - 15 048 761

Investimentos detidos até à maturidade - - 1 621 537 1 621 537 6 486 148 42 159 963 - - 51 889 185

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174 440 000 - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 430 360 430 360

Total 545 576 434 292 719 814 331 451 772 252 954 679 201 397 014 416 696 920 467 754 321 643 833 594 3 152 384 549

Passivo

Notas e moedas em circulação - - - - - - - 477 974 757 477 974 757

Títulos do Banco Central - - - - - - - -

Responsabilidades para com instituições de crédito

nacionais relacionadas com operações de política


monetária

Reservas bancárias - - - - - - - 759 715 456 759 715 456

Mercado monetário interbancário 136 908 478 86 089 622 - - - - - - 222 998 100

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - - - - - - - 1 203 526 437 1 203 526 437

Outras responsabilidades - - - - - - - 5 074 5 074

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo monetário internacional - 10 374 692 12 449 630 24 899 261 50 317 256 1 556 204 - 102 094 389 201 691 432

Total 136 908 478 96 464 314 12 449 630 24 899 261 50 317 256 1 556 204 - 2 543 316 113 2 865 911 256

Liquidez ajustada 408 667 956 196 255 500 319 002 142 228 055 418 151 079 758 415 140 716 467 754 321 (1 899 482 519)

Liquidez acumulada 408 667 956 604 923 456 923 925 599 1 151 981 017 1 303 060 775 1 718 201 491 2 185 955 812 286 473 293

Os principais pressupostos utilizados na construção dos quadros acima apresentados são os seguintes:

1) Os juros dependentes de indexantes de mercado ou outros referenciais, apenas determináveis em data futura
(por exemplo os juros das Obrigações do Tesouro Nacional indexadas à taxa de câmbio ou ao índice de preços do
consumidor) foram apurados com base em estimativas quanto ao valor futuro desses referenciais, baseadas no último
valor conhecido.

2) Não são considerados incumprimentos ou reembolsos antecipados.

3) Os depósitos à ordem (incluindo juros) e as participações detidas em carteira no activo são considerados activos e
passivos à vista, pelo que se encontram contemplados na coluna “Até 1 mês”.

126
Relatório e Contas • 2014

4) Para os restantes activos financeiros foi considerado que a sua maturidade era indeterminada, tendo sido incluídos
na coluna “Indeterminado”, assim como as notas e moedas em circulação, reservas bancárias e conta única do Tesouro
que embora sejam passivos financeiros exigíveis à vista não é expectável que tenham esse prazo de liquidação.

Risco de mercado

O risco de mercado corresponde à probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou nos capitais
próprios, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos financeiros detidos pelo Banco,
como, por exemplo, o risco de oscilações nas taxas de juro e de câmbio.

O Banco assume exposição a riscos de mercado, ou seja, a riscos provenientes de posições em aberto em taxas de juro,
moeda estrangeira e outros produtos expostos a movimentos do mercado.

Risco cambial

Traduz-se na probabilidade do valor de um instrumento financeiro se alterar devido à flutuação da taxa de câmbio da
moeda estrangeira associada ao instrumento.

A política de investimentos em moeda externa é definida por uma das áreas de negócio do Banco, designadamente
o Departamento de Gestão de Reservas (DGR). As disponibilidades, aplicações e recursos em instituições de crédito,
os títulos detidos em carteiras geridas interna e externamente, e os financiamentos expõem o Banco a risco cambial,
ainda que o mesmo seja gerido com a definição de limites de exposição por cada moeda, à composição das Reservas
Internacionais. Estes limites são definidos pelo DGR e aprovados pelo Conselho de Administração do Banco.
Decorrente da política contabilística descrita na alínea b) da Nota 2.2, o Banco regista todos os custos e proveitos
relativos a diferenças cambiais potenciais numa rubrica de capitais próprios, não tendo qualquer impacto na
demonstração dos resultados do Banco.

Em 31 Dezembro de 2014 e 2013, os instrumentos financeiros, por moeda nacional e estrangeira, apresentam o
seguinte detalhe:

2014

Exposição

Sujeito a taxa de juro Não sujeito a


taxa de juro
Taxa fixa Taxa Total
variável

Activo

Ouro - - 72 231 818 72 231 818

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 51 171 570 160 370 442 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito 1 119 514 666 - - 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 566 238 487 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 975 239 369 - - 975 239 369

Fundo monetário internacional - - 78 374 350 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - - 505 799 505 799

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 348 806 348 806

Aplicações em instituições de crédito 15 048 761 - - 15 048 761

127
Investimentos detidos até à maturidade 43 194 383 - - 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174 440 000 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - 430 360 430 360

Total 2 152 997 179 51 171 570 1 052 940 062 3 257 108 811

Passivo

Notas e moedas em circulação - - 477 974 757 477 974 757

Títulos do Banco Central - - - -

Responsabilidades para com instituições de crédito

nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias - - 759 715 456 759 715 456

Mercado monetário interbancário 342 955 673 - - 342 955 673

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - - 1 203 526 437 1 203 526 437

Outras responsabilidades - - - -

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo monetário internacional 159 106 961 - - 159 106 961

Total 502 062 634 - 2 441 216 650 2 943 279 284

2013

Exposição

Sujeito a taxa de juro Não sujeito a


taxa de juro
Taxa fixa Taxa Total
variável

Activo

Ouro - - 69 476 042 69 476 042

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 11 391 178 73 846 932 85 238 110

Aplicações em instituições de crédito 1 502 306 469 - - 1 502 306 469

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - 579 588 736 579 588 736

Activos financeiros disponíveis para venda 947 295 347 - - 947 295 347

Fundo monetário internacional - - 76 021 133 76 021 133

Investimentos em associadas e outras entidades - - 454 690 454 690

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 378 256 378 256

Aplicações em instituições de crédito 15 751 232 - 15 751 232

Investimentos detidos até à maturidade 40 920 487 - - 40 920 487

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 143 150 000 143 150 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - 430 360 430 360

Total 2 506 273 535 11 391 178 943 346 149 3 461 010 862

Risco de taxa de juro

O risco de taxa de juro diz respeito ao impacto que movimentos nas taxas de juro têm nos resultados e no valor
patrimonial dos activos e passivos do Banco. Este risco decorre essencialmente da existência de diferentes prazos
de vencimento ou de reapreciação dos activos, passivos e posições fora de balanço da entidade, face a alterações na
inclinação da curva de taxas de juro. Desta forma, o risco de taxa de juro corresponde ao risco do valor actual dos fluxos
de caixa futuros de um instrumento financeiro sofrer flutuações em virtude de alterações nas taxas de juro de mercado.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, os instrumentos financeiros, por tipo de taxa de juro, apresentam o seguinte

128
Relatório e Contas • 2014

detalhe:

2014

Exposição

Sujeito a taxa de juro Não sujeito a


taxa de juro
Taxa fixa Taxa Total
variável

Activo

Ouro - - 72 231 818 72 231 818

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 51 171 570 160 370 442 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito 1 119 514 666 - - 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 566 238 487 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 975 239 369 - - 975 239 369

Fundo monetário internacional - - 78 374 350 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - - 505 799 505 799

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 348 806 348 806

Aplicações em instituições de crédito 15 048 761 - - 15 048 761

Investimentos detidos até à maturidade 43 194 383 - - 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174 440 000 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - 430 360 430 360

Total 2 152 997 179 51 171 570 1 052 940 062 3 257 108 811

Passivo

Notas e moedas em circulação - - 477 974 757 477 974 757

Títulos do Banco Central - - - -

Responsabilidades para com instituições de crédito

nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias - - 759 715 456 759 715 456

Mercado monetário interbancário 342 955 673 - - 342 955 673

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - - 1 203 526 437 1 203 526 437

Outras responsabilidades - - - -

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo monetário internacional 159 106 961 - - 159 106 961

Total 502 062 634 - 2 441 216 650 2 943 279 284

2013

Exposição

Sujeito a taxa de juro Não sujeito a


taxa de juro
Taxa fixa Taxa Total
variável

Activo

Ouro - - 69 476 042 69 476 042

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 11 391 178 73 846 932 85 238 110

Aplicações em instituições de crédito 1 502 306 469 - - 1 502 306 469

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - 579 588 736 579 588 736

Activos financeiros disponíveis para venda 947 295 347 - - 947 295 347

Fundo monetário internacional - - 76 021 133 76 021 133

129
Investimentos em associadas e outras entidades - - 454 690 454 690

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 378 256 378 256

Aplicações em instituições de crédito 15 751 232 - 15 751 232

Investimentos detidos até à maturidade 40 920 487 - - 40 920 487

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 143 150 000 143 150 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - 430 360 430 360

Total 2 506 273 535 11 391 178 943 346 149 3 461 010 862

Passivo

Notas e moedas em circulação - - 410 181 669 410 181 669

Títulos do Banco Central 9 237 803 - - 9 237 803

Responsabilidades para com instituições de crédito

nacionais relacionadas com operações de política monetária

Reservas bancárias - - 750 076 773 750 076 773

Mercado monetário interbancário 222 549 157 - - 222 549 157

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - - 1 463 026 992 1 463 026 992

Outras responsabilidades - - 5 074 5 074

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo monetário internacional 201 691 432 - - 201 691 432

Total 433 478 392 - 2 623 290 508 3 056 768 900

Para efeitos da elaboração dos quadros anteriores, foram considerados os seguintes pressupostos:

1) Na rubrica “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” foram distinguidos os montantes de depósitos à


ordem regulares em instituições de crédito, não sujeitos a taxa de juro, dos que se encontram sujeitos a taxa de juro
variável, nomeadamente os depósitos com aplicações overnight contratadas.

2) Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos detidos nas
várias carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de resultados”,
não é possível divulgar a exposição por tipo de taxa de juro destas aplicações.

3) Apesar do cupão pago pelas obrigações do Tesouro Nacional, classificadas na categoria “Investimentos detidos até
à maturidade”, ser variável devido à flutuação do valor nominal em função da taxa de câmbio da data de liquidação, a
taxa de cupão associada a cada título é fixa.

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, os instrumentos financeiros por data de maturidade ou prazo de refixação de taxa,
apresentam o seguinte detalhe:

Datas de refixação

Entre 1 mês Entre 3 e 6 Entre 6 meses Entre 1 e 3 Entre 3 e 5 Mais de 5


Até 1 mês Total
e 3 meses meses e 1 ano anos anos anos Indeterminado

Activo

Ouro - - - - - - - 72 231 818 72 231 818

Activos externos -

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 211 542 012 - - - - - - - 211 542 012

Aplicações em instituições de crédito 254 682 189 267 296 547 379 273 296 218 137 407 - - 125 227 1 119 514 666

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 566 238 487 566 238 487

Activos financeiros disponíveis para venda 23 014 341 4 636 997 47 498 990 - 334 405 585 369 866 242 195 817 214 - 975 239 369

Fundo monetário internacional - - - - - - - 78 374 350 78 374 350

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 505 799 505 799

130
Relatório e Contas • 2014

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 348 806 - - - - - - - 348 806

Aplicações em instituições de crédito - 15 048 761 - - - - - - 15 048 761

Investimentos detidos até à maturidade - - - - 43 194 383 - - - 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 174 440 000 - 174 440 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 430 360 430 360

Total 489 587 348 286 982 305 426 772 286 218 137 407 377 599 968 369 866 242 370 257 214 717 906 041 3 257 108 811

Passivo

Notas e moedas em circulação 477 974 757 - - - - - - - 477 974 757

Títulos do Banco Central - - - - - - - - -

Responsabilidades para com instituições de crédito

nacionais relacionadas com operações de política


monetária

Reservas bancárias 759 715 456 - - - - - - - 759 715 456

Mercado monetário interbancário 244 536 398 88 339 114 10 080 161 - - - - - 342 955 673

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro 1 203 526 437 - - - - - - - 1 203 526 437

Outras responsabilidades - - - - - - - - -

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo monetário internacional 159 106 961 - - - - - - - 159 106 961

Total 2 844 860 009 88 339 114 10 080 161 - - - - - 2 943 279 284

2013

Datas de refixação

Até 1 mês Entre 1 mês Entre 3 e 6 Entre 6 meses Entre 1 e 3 Entre 3 e 5 Mais de 5 Total
e 3 meses meses e 1 ano anos anos anos Indeterminado

Activo

Ouro - - - - - - - 69 476 042 69 476 042

Activos externos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 85 238 110 - - - - - - - 85 238 110

Aplicações em instituições de crédito 183 853 390 482 547 150 511 329 208 324 457 880 - - - 118 841 1 502 306 469

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - 579 588 736 579 588 736

Activos financeiros disponíveis para venda 9 612 787 12 028 876 13 752 940 28 323 328 188 242 977 390 944 657 304 389 782 - 947 295 347

Fundo monetário internacional - - - - - - - 76 021 133 76 021 133

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 454 690 454 690

Activos internos

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 378 256 - - - - - - - 378 256

Aplicações em instituições de crédito - 15 751 232 - - - - - - 15 751 232

Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 40 920 487 - - 40 920 487

Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - - - - - 143 150 000 - 143 150 000

Investimentos em associadas e outras entidades - - - - - - - 430 360 430 360

Total 279 082 543 510 327 258 525 082 148 352 781 208 188 242 977 431 865 144 447 539 782 726 089 802 3 461 010 862

Passivo

Notas e moedas em circulação 410 181 669 - - - - - - - 410 181 669

Títulos do Banco Central - 9 237 803 - - - - - - 9 237 803

Responsabilidades para com instituições de crédito

nacionais relacionadas com operações de política


monetária

Reservas bancárias 750 076 773 - - - - - - - 750 076 773

Mercado monetário interbancário 136 825 620 85 723 537 - - - - - - 222 549 157

Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro 1 463 026 992 - - - - - - - 1 463 026 992

131
Outras responsabilidades 5 074 - - - - - - - 5 074

Responsabilidades externas para com outras entidades

Fundo monetário internacional 201 691 432 - - - - - - - 201 691 432

Total 2 961 807 560 94 961 340 - - - - - - 3 056 768 900

41. Acontecimentos após a data de referência

Após a data de referência destas demonstrações financeiras até à data em que as mesmas foram aprovadas
para emissão, não ocorreram quaisquer acontecimentos que possam ter impacto favorável ou desfavorável nas
demonstrações financeiras apresentadas.

42. Afectação do resultado de 2014

Tendo em consideração que o resultado apurado no exercício, que foi de mAOA 14.562.159, o Conselho de Administração
deliberou no dia 10 de Abril de 2015, no sentido de se proceder à seguinte distribuição daquele resultado, nos termos
do disposto no artigo 89.º da Lei do BNA:

1) 20%, ou seja mAOA 2.912.432 para Reserva legal;


2) 20%, ou seja mAOA 2.912.432 para Reserva livre;
3) 60%, ou seja mAOA 8.737.295 para o Tesouro Nacional, a título de dividendos.

Estas Demonstrações Financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração em sessão realizada em 10 de Abril de
2015, pelo que são assinadas pelos seus membros.

Luanda, 10 de Abril de 2015.

_____________________________________________
José Pedro de Morais Júnior (Governador)

_____________________________________________
Cristina Florência Dias Van-Dúnem (Vice-Governadora)

_____________________________________________
Gualberto Manuel Amaro Lima Campos (Vice-Governador)

_____________________________________________
Victor Manuel da Costa e Silva (Administrador)

_____________________________________________
António Manuel Ramos da Cruz (Administrador)

_____________________________________________
Manuel António (Administrador)

132
Relatório e Contas • 2014

PARTE VI – CERTIFICAÇÃO DO CONSELHO


DE AUDITORIA

133
134
Relatório e Contas • 2014

135
136
Relatório e Contas • 2014

137
138
Relatório e Contas • 2014

PARTE VII – RELATÓRIO DOS AUDITORES EXTERNOS

139
140
Relatório e Contas • 2014

141
142
Relatório e Contas • 2014

PARTE VIII – GLOSSÁRIO

143
Glossário

ATM: Automatic Teller Machine FMI: Fundo Monetário Internacional


BAD: Banco Africano de Desenvolvimento FNB: Finibanco Angola
BAI: Banco Angolano de Investimentos, S.A. GCI: Gabinete de Comunicação Institucional
BANC: Banco Angolano de Negócios e Comércio, S.A. ICE: Indicador de Clima Económico
BCA: Banco Comercial Angolano, S.A.R.L. INE: Instituto Nacional de Estatística
BCE: Banco Central Europeu Inf: Inflação
BCGTA: Banco Caixa Geral Totta de Angola, S.A.R.L. INF_IR: Componente Irregular Presente na Inflação
BCH: Banco Comercial do Huambo, S.A. INF_SA: Inflação Ajustada da Componente Sazonal
BCI: Banco de Comércio e Indústria, S.A.R.L. INF_SF: Componente Sazonal Presente na Inflação
BDA: Banco de Desenvolvimento de Angola INF_TC: Componente Tendencial e Cíclica
BESA: Banco Espírito Santo Angola, S.A.R.L. IPC: Índice de Preços ao Consumidor
BFA: Banco de Fomento Angola, S.A.R.L. IPI: Índice de Produção Industrial
BI: Bilhete de Identidade KEVE: Banco Keve, S.A.R.L.
BIC: Banco BIC, S.A. LUIBOR: Luanda Interbank Offered Rate
BIS: Banco Internacional de Pagamentos MCX: Multicaixa
BKI: Banco Kwanza Investimento, S.A. MEFMI: Instituto de Gestão Macroeconómica e Financeira
BM: Base Monetária da África Austral e do Leste
BMA: Banco Millennium Angola, S.A. MT102 e MT103: São mensagens que transferem os
BMF: Banco BAI Micro Finanças, S.A. pagamentos realizados pelos bancos em nome de clientes e
BMMN: Base Monetária em Moeda Nacional os pagamentos a clientes de bancos realizados pelo BNA em
BNA: Banco Nacional de Angola seu nome próprio ou do Tesouro Nacional.
BNI: Banco de Negócios Internacional, S.A. MT202: São mensagens que transferem os pagamentos
BPA: Banco Privado do Atlântico, S.A. feitos pelos bancos em nome próprio a outro banco.
BPC: Banco de Poupança e Crédito, S.A.R.L. OGE: Orçamento Geral do Estado
BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul OMA: Operações de Mercado Aberto
BT: Bilhetes do Tesouro OT: Obrigações do Tesouro
BVB: Banco Valor, S.A. PERT: Projecto Executivo para a Reforma Tributária
CCAA: Câmara de Compensação Automatizada de Angola PIB: Produto Interno Bruto
CCBG: Comité dos Governadores dos Bancos Centrais da SADC PRP: Painel de Revisão de Estudos
CI: Comité de Investimentos ROA: Rendibilidade do Activo
CMA: Zona Monetária Comum ROE: Rendibilidade dos Capitais
COMEF: Comité de Estabilidade Financeira SADC: Comunidade de Desenvolvimento dos Países da
CPM: Comité de Política Monetária África Austral
CTSPA: Conselho Técnico do Sistema de Pagamento Angolano SADCBA: Associação Bancária da SADC
CUA: Comissão da União Africana SBA: Standard Bank de Angola, S.A.
DEE: Departamento de Estudos Económicos SCC: Subsistema de Compensação de Cheques
DES: Departamento de Estatística SCV: Serviço de Compensação de Valores
DJU: Departamento Jurídico SFA: Sistema Financeiro Angolano
DMA: Departamento de Mercados de Activos SIGMA: Sistema de Gestão de Mercados e Activos
DPS: Departamento de Património e Serviços SIRESS: Sistema de Liquidação Electrónica Regional da SADC
DRI: Departamento de Gestão de Risco SNM: Sistema de Notas e Moedas
DSC: Departamento de Supervisão Comportamental SOL: Banco Sol
DSI: Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras SPA: Sistema de Pagamento Angolano
DSP: Departamento de Sistemas de Pagamento SPTR: Sistema de Pagamento em Tempo Real
EMIS: Empresa Interbancária de Serviços SSIF: Sistema de Supervisão das Instituições Financeiras
EUA: Estados Unidos da América STC: Subsistema de Transferência a Crédito
FAO: Facilidade de Absorção de Liquidez TBC: Títulos do Banco Central
FAO: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura TPA: Terminal de Pagamento Automático
FCO: Facilidade de Cedência de Liquidez VTB: Banco VTB África, S.A.

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Relatório e Contas • 2014

145
146
Relatório e Contas • 2014

Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, Angola - Caixa Postal 1243


Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125
www.bna.ao
147

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