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04/04/2018 Setor público começa conversão às normas internacionais - Fenacon

Setor público começa conversão às normas internacionais


É chegado o momento de municípios, estados e União iniciarem o processo
Entre as diferenças da iniciativa
privada está a geração de
receita sem contraprestação e
bens de uso público

Roberta Mello

roberta@jornaldocomercio.com.br

Em 2008, o Brasil iniciou a


adaptação às Normas
Internacionais de Contabilidade
(em inglês, International Financial
Reporting Standards - IFRS).
Depois da normatização e adequação das empresas privadas, é chegado o momento de municípios, estados e União
iniciarem o processo de entrar em consonância com os padrões internacionais. Isso inclui todos os órgãos públicos,
dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Em janeiro de 2017 passou a vigorar o primeiro conjunto de normas
internacionais voltadas ao setor público, além da Estrutura Conceitual da Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada
ao Setor Público (NBC TSP), publicada em outubro de 2016. Ao todo, são 32 normas, que devem ser convergidas a
partir da liberação de módulos até 2021. A legislação que regulamenta a contabilidade pública brasileira data de 1964
e não reflete os avanços pelos quais passou a contabilidade e a sociedade no período. Desde 2008, o Conselho
Federal de Contabilidade (CFC), órgão responsável pela edição de normas contábeis no País, publicou onze NBC
TSPs inspiradas nas internacionais, mas não convergidas. O governo federal iniciou, em 2013, o projeto ambicioso de
adequar as demonstrações contábeis aos padrões internacionais a partir da implantação do Plano de Contas Aplicado
ao Setor Público (Pcasp) em estados e municípios. O objetivo foi instituir um instrumento de orientação comum aos
gestores nos três níveis de governo, mediante consolidação, em um só documento - o Manual de Contabilidade
Aplicada ao Setor Público (Mcasp) - de conceitos, regras e procedimentos de reconhecimento e apropriação das
receitas e despesas orçamentárias sob os enfoques orçamentário e patrimonial. Em 2015, foi reformulado o Grupo
Assessor das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (GA - Área Pública), com a missão de
dar andamento ao processo de conversão. Atualmente, existem 32, e o CFC pretende, além da Estrutura Conceitual,
publicar mais cinco ainda este ano. “Convergimos as normas aplicadas ao setor privado e as de auditoria. Agora
vamos completar o processo com as normas para o setor público”, disse o vice- presidente técnico do CFC, Zulmir
Breda, que coordena o grupo. O CFC mantém, há anos, um grupo estudando a contabilidade do setor público, que foi
responsável pela elaboração das onze NBC TSPs e, no ano passado, foram incluídos Secretaria do Tesouro Nacional
(STN) e Tribunais de Contas estaduais (TCEs), Tribunal de Contas das União (TCU), acadêmicos e representantes
dos estados, traçando um cronograma para que, até 2021, todas as normas estejam convergidas. A Estrutura
Conceitual revoga a Resolução CFC nº 750, que aprovou os princípios que a contabilidade pública deve seguir. “A
Estrutura é muito extensa, bastante detalhada e traz alinhamento de conduta para as próximas normas que serão
convergidas. Ela trata de escopo e fala diretamente para quem se destina, na aplicabilidade”, afirma Breda. A grande
mudança com a consolidação das normas internacionais aplicadas ao setor público (as Ipsas ou International Public
Sector Accounting Standards), em um primeiro momento, deve ser a inclusão dos aspectos patrimoniais à
contabilidade. Até então, exemplifica Breda, apenas questões orçamentárias eram contabilizadas, ou seja,
investimentos em escolas, hospitais, infraestrutura não eram contabilizados. A normatização cria, ainda, parâmetros
únicos à contabilização dos patrimônios em todo território nacional. “A contabilidade pública deve obter maior
representatividade, adquirindo mais fidedignidade das informações que traz.
http://www.fenacon.org.br/noticias/setor-publico-comeca-conversao-as-normas-internacionais-1521/ Teremos demonstrações contábeis
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irão trazer informação muito mais completa e precisa sobre a realidade de cada ente federativo”, projeta o vice-
presidente técnico do CFC. Ainda que com conteúdo basicamente igual às regras aplicadas a empresas privadas, as
novas normas para demonstrações contábeis de entes públicos têm suas particularidades. As três grandes diferenças
dizem respeito aos bens de uso público, à geração de receita sem contraprestação e à existência de parcerias público-
privadas: todas completamente impossíveis de serem aplicadas à realidade de organizações com fins lucrativos. O
contador, especialista em contabilidade pública, coordenador da comissão de contabilidade aplicada ao setor público
do CRCRS, Diogo Duarte, diz que é importante deixar claro que a contabilidade pública não se parece com a aplicada
às empresas privadas, mas ao padrão internacional. “O que aconteceu foi que a convergência das normas aconteceu
antes para essas organizações”, salienta. A grande parte dos países desenvolvidos e em desenvolvimento já
convergiram ou estão em fase de conversão às Ipsas. As principais exceções entre esse grupo são os países
europeus que criaram as EPSAS (normas europeias), usando como base o dispositivo internacional consolidado pelo
Ifac. Estão submetidos à norma os governos nacionais, estaduais, distritais e municipais e seus respectivos poderes,
incluindo os Tribunais de Contas, Defensorias e Ministério Público. Ainda, incluem-se órgãos, secretarias,
departamentos, agências, autarquias, fundações instituídas e mantidas pelo poder público, fundos, consórcios públicos
e outras repartições públicas congêneres da administração direta e indireta, abrangendo aí as empresas estatais
dependentes.

Mcasp é o principal documento a ser usado para adaptação

A contabilidade dos órgãos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, no exercício de 2017, deverá
se basear na 7ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (Mcasp). A publicação, que visa auxiliar
o processo de consolidação das contas públicas e a elaboração do Balanço do Setor Público Nacional (BSPN), foi
lançada pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), neste início de ano, juntamente com as orientações para o envio
de dados para o Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi). O manual dá a
orientação técnica de forma detalhada, explicando como aplicar as novas regras na prática. O Mcasp está à disposição
de todos os estados e municípios. Além de estudar minuciosamente o manual, cursos de formação podem ajudar na
adequação às novidades. “É claro que, entre os funcionários públicos e gestores, a adoção das novas disposições do
CFC é mais do que uma opção. É uma reação à exigência da STN”, explica o contador Diogo Duarte. Entre os estados
brasileiros, o Rio Grande do Sul é um dos mais avançados, principalmente por contar com um Conselho Regional de
Contabilidade (CRCRS) atuante e com duas grandes consultorias para as entidades municipais: o DPM (Delegações
de Prefeituras Municipais Assessoria e Treinamento) e o Igam (Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos). O
CRC realizou encontros e palestras sobre o assunto em cidades do Interior gaúcho e deve continuar fazendo nos
próximos cinco anos. Além disso, diz Duarte, os municípios gaúchos têm a vantagem de contarem, em sua maioria,
com corpo técnico profissional e concursado. “É muito comum nas regiões Norte e Nordeste que os municípios
terceirizem a função do contador, o que dificulta a adaptação e um trabalho continuado”, revela.

Parâmetros foram criados pelo CFC

As mudanças nas normas internacionais de contabilidade caminham ao lado do Projeto de Lei (PLP) nº 295/2016, que
altera a Lei nº 4.320/1964, conhecida como Lei Geral dos Orçamentos (LGO). O projeto de lei em discussão no
Congresso Nacional pretende substituir a legislação vigente há mais de 50 anos e, em sua versão atual, afirma
textualmente que o padrão a ser utilizado para a elaboração da contabilidade pública são as Normas Brasileiras de
Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. Conforme os especialistas, o texto não reflete os anseios da sociedade em
questões como transparência, eficiência e qualidade do gasto público. A Lei nº 4.320/1964 rege a contabilidade
brasileira, cuja interpretação, sob o ponto de vista do orçamento, prevê que os registros das receitas orçamentárias
sejam feitos pelo regime de caixa, ou seja, quando da entrada do recurso nos cofres dos entes. Desde o início da
internacionalização da contabilidade pública, em 2008, os aspectos relacionados à contabilidade patrimonial presentes
na Lei nº 4.320/1964 foram revistos e, além disso, os normativos reforçaram a aplicação do regime de competência. O
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projeto propõe mudanças no processo orçamentário brasileiro. Além de alterar a Lei nº 4.320/1964, inclui alterações
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nas Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/00). O texto, que afeta normas adotadas por União,
estados, Distrito Federal e municípios, é a principal tentativa em discussão no Congresso para estruturar os
orçamentos públicos, que hoje contém normas dispersas em diversos documentos legais. A Lei de Responsabilidade
Fiscal estabelece, em regime nacional, parâmetros a serem seguidos relativos ao gasto público de cada ente
federativo (estados e municípios) brasileiro. As restrições orçamentárias visam a preservar a situação fiscal, garantir a
saúde financeira de estados e municípios, a aplicação de recursos nas esferas adequadas e uma boa herança
administrativa para os futuros gestores. Aprovado no Senado Federal, o projeto agora entra em análise na Câmara dos
Deputados. Na Câmara, um dos principais desafios será adequar o PLP 295 ao Novo Regime Fiscal, que limita os
gastos públicos por 20 anos a partir de 2017. Para o vice-presidente técnico do CFC, Zulmir Breda, a alteração ainda
deve levar um tempo, pois o governo federal já avisou que irá fazer substitutivos à matéria em tramitação.

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