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MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO DO TRABALHO
JurisWay Sala dos Doutrinadores Ensaios Jurídicos Direito Processual do Trabalho Indique este texto a seus amigos
Texto enviado ao JurisWay em 19/05/2014. Autoria:
Última edição/atualização em 21/05/2014.
Elcio Silva Ribeiro
Filho
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Estudante de Direito da Universidade Presbiteriana
Mackenzie.
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O presente trabalho visa analisar as medidas cautelares dentro do universo do Direito Empresarial
processo trabalhista. Conforme disposto abaixo, a abordagem consiste em tratar: I
o conceito e natureza jurídica, bem como as principais características das
medidas cautelares no âmbito trabalhista; II analise do procedimento das
medidas cautelares no processo do trabalho, em seu fluxo processual; e III uma
análise geral das medidas cautelares em espécie, aplicadas ao processo do
trabalho.
CONCEITO E ANÁLISE PRINCIPIOLÓGICA DA AÇÃO CAUTELAR NO
ÂMBITO DO PROCESSO TRABALHISTA.
Cautelar é providência concreta tomada pelo órgão judicial para eliminar uma
situação de perigo para direito ou interesse de um litigante, mediante conservação
do estado de fato ou de direito que envolve as partes, durante todo tempo
necessário para desenvolvimento do processo principal ou para a realização
coativa do direito do credor sobre o patrimônio do devedor, no processo de Outros artigos da mesma área
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Tratase de um conjunto de atos que visam prevenir, ou segurar, mediante QUESTIONAMENTO NA JUSTIÇA DO TRABALHO
provocação ao juízo, a propositura de uma ação com pretensão à sentença de LEGISLAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO DA
cognição completa, a garantia de proteção probatória, a possibilidade executiva da MULHER: uma perspectiva de sua evolução.
sentença, evitando lesão grave e de difícil reparação ao direito da parte. TUTELA ANTECIPADA NO PROCESSO DO TRABALHO
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27/04/2017 MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO DO TRABALHO Elcio Silva Ribeiro Filho JurisWay
Ressaltese a importância da medida cautelar trabalhista, tendo em vista que a Alterações na súmula 331 do TST
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conservação no processo do trabalho, e os remédios utilizados são aqueles de que
dispõe o processo civil, de maneira subsidiária, naquilo que for compatível com o
processo do trabalho. Provas da OAB
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Da Natureza Jurídica da Medida Cautelar no Processo do Trabalho Exame da OAB
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A medida cautelar pode ser apresentada tanto na fase cognitiva como na fase de
execução, visando à garantia do crédito do credor, estando para um tertium genus Certificados JurisWay
entre o processo de conhecimento e o de execução, pois pode ser apresentada nos Só Estudos Temáticos oferecem Certificado
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A característica específica da medida cautelar é a prevenção, e tem a função Consulte valor de cada tema
pois seu objetivo é assegurar a eficácia prática do provimento definitivo. Casamento e Divórcio
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Direito Processual Civil
Ressaltese, ainda, o caráter jurisdicional da medida cautelar, pois implica
atividade do órgão estatal que presta a tutela específica de natureza urgente. Em
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alguns casos a medida cautelar pode ter natureza acessória, dependente do São aproximadamente 70 temas
processo principal, mas a dependência se aplica apenas às medidas cautelares com
característica contenciosa ou jurisdicional e não nas que não abrangem o
contraditório, como ocorre na produção antecipada de provas.
Da Classificação das Medidas Cautelares no Processo do Trabalho
As medidas cautelares são aquelas que se destinam a resguardar o direito objeto da
ação principal, e tanto podem ser determinadas na fase de conhecimento como no
processo de execução. Sua finalidade é preservar a satisfação do resultado final.
Nesse sentido, podem ser classificadas nos seguintes quesitos:
I. Quanto ao momento, as medidas cautelares se dividem em: (i) preparatórias,
propostas antes da ação principal e destinadas a armar de elementos o interessado
(ex.produção antecipada de provas); ou (ii) incidentes, quando determinadas no
curso do processo (ex. habilitação)
II. Quanto à necessidade de ouvir o requerido, as ações cautelares podem, à
critério do juízo, ser oferecidas:(i) com audiência, quando for necessária a oitiva
da parte contrária, e ausentes os requisitos de periculum in mora e fumus boni
iuris, que analisaremos mais a frente; ou (ii) sem audiência, nos casos urgentes.
III. Quanto à existência de previsão em lei, as ações cautelares podem ser: (i)
específicas ou nominadas, que são aquelas enumeradas pela lei (ex: arresto,
sequestro, produção antecipada de provas, notificação, protesto etc..); ou (ii)
inespecíficas, inominadas ou atípicas, que são as medidas inominadas, não
previstas, mas determináveis quando houver receio de que uma parte cause ao
direito de outra lesão grave e de difícil reparação, embora não enquadraras em
nenhum modelo do Código.
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IV. Quanto à natureza das medidas, as ações cautelares podem ser: (i) de
natureza jurisdicional, que são as contenciosas, que compreendem pretensão
resistida (ex. arresto, sequestro etc..); ou (ii) de administração pública de interesses
privados: são as que não tem contraditório, inexistindo julgamento de mérito (ex.
notificações, protestos, etc.).
Da Cautelar satisfativa
O processo cautelar não pode ser utilizado para tutelar direito material. O juiz não
pode conceder medida cautelar que tenha caráter satisfativo, pois a postulação
principal deve ser proposta no processo principal, tendo o processo cautelar a
finalidade apenas de assegurar o desenvolvimento do processo de conhecimento
ou de execução.
O que se pretende com a medida cautelar não é a satisfação do direito, mas a
prevenção de uma lesão. Assim, a entrega da prestação jurisdicional definitiva não
pode ser antecipada, por meio de medida cautelar pois não é o direito material que
assegura o exercício dessa ação mas o risco processual de ineficácia da prestação
definitiva, tendo em vista o transcorrer do tempo até o provimento definitivo no
processo principal.
Para assegurar o direito em si, há institutos distintos, que são a tutela antecipada e
a tutela específica de obrigação de fazer e não fazer, previstas respectivamente
nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil.
As Condições subjetivas e objetivas da Ação Cautelar.
As condições da ação são: a possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e
a legitimidade para a causa, conforme disposto no art. 267, VI do Código de
Processo Civil.
Tem legitimidade ad causam aquele que comprove a probabilidade de
perecimento de direito, com a finalidade de impedir que o exercício da jurisdição
seja inócuo e demonstre a provável existência de um direito.
O interesse de agir deve existir não só para propor ou contestar a ação, como
afirma o art. 3º do CPC mas também na fase recursal, pois se o empregador
ganhou a ação e pretende recorrer, não terá interesse a ser tutelado.
Com relação à perda do objeto da ação cautelar, temos como exemplo a hipótese
de se pedir a produção antecipada de provas para ouvir uma testemunha e ela
falecer antes de ser ouvida. Por outro lado, um interesse que não existia quando da
propositura da ação ou da contestação, pode surgir no momento de ser proferida a
sentença e assim o interesse existe.
Para ser apreciado, o pedido não pode ser excluído a priori do ordenamento
jurídico, casos em que o Estado se nega a dar a prestação jurisdicional,
considerando o pedido juridicamente impossível.
Pressupostos da ação cautelar.
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27/04/2017 MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO DO TRABALHO Elcio Silva Ribeiro Filho JurisWay
Embora o Código de Processo Civil, base da cautelar no processo trabalhista, exija
apenas fundado receio de lesão grave ao direito da parte, de difícil reparação,
como fundamento da ação, tornouse comum, por força da doutrina e
jurisprudência a observação de dois pressupostos, que devem ser
inequivocadamente demonstrados pela parte interessada, como requisitos para o
acolhimento do pedido cautelar.
São pressupostos da ação cautelar (i) o periculum in mora e (ii) o fumus boni iuris,
conforme analisado a seguir:
Periculum in mora
O periculum em mora é a probabilidade de perecimento do direito pela demora na
prestação jurisdicional, sem a providência cautelar, cujo fim é impedir que o futuro
exercício da jurisdição venha a ser inócuo.
Deve ser demonstrado pela exposição dos fatos e verossimilhança destes, não da
existência do direito, o qual será objeto da ação principal, mas da circunstância de
que, se não concedida a medida, ficará frustrada a futura atuação jurisdicional,
sendo apenas essa a matéria a ser examinada, delimitandose a estera na qual a
cautelar deve atuar.
Fumus bonus iuris
O fumus boni iuris (fumaça do bom direito) é a probabilidade ou possibilidade da
existência do direito invocado pelo autor da ação cautelar e que justifica a sua
proteção, ainda que em caráter hipotético.
Para aferição dessa probabilidade não se examina o conflito de interesses em
profundidade, mas em uma cognição superficial e sumária, em razão mesmo da
provisoriedade da medida, pois a tutela cautelar não representa o deferimento do
direito material, mas a tutela do processual. Não se discute o direito material, o
que será feito na ação principal, mas o direito a ser tutelado por meio processual
adequado: o processo principal.
Do Poder Geral de Cautela.
O fundamento legal do poder geral de cautela do juiz está contido no art. 798 do
CPC , devendo juiz, sempre que necessário, tomar medidas no processo, a
requerimento das partes, destinadas a preservar este processo de eventuais danos
que possam ocorrer durante sua tramitação.
O poder geral de cautela não é arbitrário, ao contrário, é um poder discricionário
que deve ser exercido com a indispensável prudência e de acordo com os critérios
da oportunidade e conveniência.
No processo do trabalho, o poder de cautela do juiz também consta do art. 765 da
CLT, que permite ao juiz “ampla liberdade na direção do processo, podendo
determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento da causa. O limite do
poder geral de cautela do juiz está contido na lei, pois o juiz deverá julgar de
acordo com a previsão legal.
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27/04/2017 MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO DO TRABALHO Elcio Silva Ribeiro Filho JurisWay
Outro limite ao poder geral de cautela está disposto no art. 798 do CPC, estando
previsto que o juiz determinará as medidas cautelares que julgar adequadas
quando houver fundado receio de que uma parte cause lesão grave e de difícil
reparação ao direito da outra.
Outro limite ao poder geral de cautela do juiz diz respeito às próprias medidas
cautelares específicas previstas no CPC, pois o juiz só poderá determinar medidas
atípicas quando não houver previsão nos arts. 813 a 880 do CPC.
Da Competência para Oferecimento da Ação Cautelar.
A competência funcional para a ação cautelar é do juízo onde tramita a causa
principal, ou onde esta deveria ser proposta no caso de medida cautelar
preparatória.
Havendo recurso da decisão no processo principal, a medida cautelar deve ser
proposta no Tribunal competente para julgar o recurso, ou seja, será requerida ao
relator do processo, quando este já estiver designado.
Se não houver relator, deverá ser requerida à autoridade determinada pelo
regimento interno do tribunal, que poderá ser o seu presidente, o vicepresidente
judicial, ou outro, conforme dispor aquele.
Se o processo estiver no tribunal em grau de recurso e for proposta medida
cautelar em relação à execução provisória em carta de sentença, será competente
para tratar do tema o juízo de primeiro, pois a questão referese à execução.
Das Peculiaridades do processo cautelar.
Provisoriedade.
A eficácia da medida preventiva obtida por meio da ação cautelar é temporária e
provisória pois só dura enquanto se aguarda a solução do processo de cognição ou
de execução, que é o processo principal, o que realmente soluciona a lide. A ação
cautelar destinase a ser substituída por outra medida, que será determinada em
caráter definitivo, pelo processo principal.
Acessoriedade.
A ação cautelar é ligada a uma relação de complementariedade a uma ação
principal, já proposta ou da qual se anuncia a propositura. Dispõe o art.798 que “ o
procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal
e deste é sempre dependente”, o que mostraria que o processo cautelar é sempre
acessório ao principal. Ressaltese, porém, que nem sempre existirá o processo
principal a ser proposto, como por exemplo as cautelares de protesto, notificação,
etc.
Daí não poder se falar em acessoriedade.
Instrumentalidade.
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27/04/2017 MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO DO TRABALHO Elcio Silva Ribeiro Filho JurisWay
O processo cautelar não é um fim em si mesmo, pois objetiva garantir o resultado
de um outro processo. A ação cautelar, apesar de autônoma é de natureza
instrumental, tendo por finalidade garantir o resultado útil do processo principal,
sendo imprópria a sua utilização quando visa a satisfação do direito.
A ação cautelar não constitui um fim em si mesmo, tendo por escopo assegurar o
resultado útil do processo principal, servindo para afastar ameaça de lesão ao
direito ou para restabelecer, em caráter provisório, o direito violado.
Fungibilidade.
Fungível é aquilo que pode ser substituído por outra coisa. A fungibilidade não se
aplica às medidas cautelares, pois se for requerida medida cautelar erroneamente,
o juiz não poderá tomar medida por outra. Há necessidade de postulação pois o
juiz exercita o poder geral de cautela dentro da lei e, se procedesse de modo
contrário, seu ato seria ilegal.
Conforme disposto no art. 805 do CPC a fungibilidade constante na lei processual
referese ao fato que a medida cautelar pode ser substituída, de ofício ou a
requerimento das partes, pela prestação de caução ou outra garantia menos gravosa
para o requerido, desde que seja adequada e suficiente para evitar a lesão ou
reparála integralmente.
Sumariedade.
No processo cautelar, o juiz poderá conceder a medida cautelar apenas por
intermédio de uma investigação sumária, desde que atendidos os pressupostos do
fumus boni juris e do periculum in mora, sem a necessidade de ampla
investigação, ao contrário do que ocorre no processo de conhecimento. Dizse que
há uma certa superficialidade no exame da questão, sem a exigência de
demonstração cabal e profunda das alegações da parte.
Basta a existência da aparência do bom direito e a verossimilhança do que foi
alegado pois a cautelar é medida de caráter urgente e sua análise deve ser a mais
breve possível.
Revogabilidade.
Não há coisa julgada material no processo cautelar. Nos termos do art. 807 do
CPC, as medidas cautelares tem eficácia na pendência do processo principal mas
podem a qualquer tempo ser revogadas ou modificadas, não havendo coisa julgada
material no processo cautelar.
A modificação consiste na troca ou conversão de uma cautelar por outra. Já a
revogação diz respeito ao desfazimento da medida. Assim , a medida pode ser
modificada ou revogada antes de ser proferida a sentença, na própria sentença da
cautelar ou na própria sentença de mérito, tendo por objeto a sentença cautelar.
II. DO PROCEDIMENTO DAS MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO
DO TRABALHO
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=13283 6/14
27/04/2017 MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO DO TRABALHO Elcio Silva Ribeiro Filho JurisWay
A ação cautelar, por ser de rito especial, deve seguir o procedimento previsto no
Código de Processo Civil, não se aplicando o procedimento da CLT. A seguir,
analisaremos os principais atos processuais no curso da medida cautelar
trabalhista.
Petição inicial
A petição inicial da medida cautelar deve ser escrita e conter os requisitos do art.
801 do CPC que dispõe que o requerente pleiteará a medida cautelar em petição
escrita que indicará a autoridade judiciária a que for dirigida; o nome, estado civil,
a profissão e a residência do requerente e do requerido; a lide e seu fundamento; a
exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão e as provas que serão
produzidas.
Em razão de ser autônoma a medida cautelar, no processo do trabalho, a
jurisprudência tem exigido que se indique o valor da causa e se individualize o
pedido (art. 840, § 1º da CLT).
Não se exige o requerimento de citação do réu pois o art. 802 do CPC determina
que o réu será citado, sendo tal procedimento automático. A ação principal deverá
ser proposta em 30 dias, a contar da data da efetivação da medida cautelar, quando
for concedida em procedimento preparatório (art. 806 do CPC).
Do pedido liminar em cautelar trabalhista.
O juiz pode conceder o provimento de plano como também após a justificação
prévia do que foi postulado na inicial sem ouvir o réu, como preceitua o art. 804
do CPC. Fundamentase a liminar sem oitiva da parte contrária no caso do juiz
ficar convencido que, sendo o réu citado, poderá tornar ineficaz a medida.
Convencido o juiz que presentes os requisitos do fumus boni juris e do periculum
in mora, irá conceder a liminar sem ouvir a parte contrária o que será um ato
discricionário do magistrado, dentro da previsão legal.
Exceção
A parte poderá oferecer exceção na sua resposta, que pode ser de impedimento,
suspeição ou de incompetência, tando em razão da matéria, das pessoas ou do
lugar. Com a apresentação da exceção o processo fica suspenso, não sendo
praticado nenhum ato.
Apresentada exceção de incompetência, abrese vista dos autos ao excepto, por
vinte e quatro horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na primeira
audiência ou sessão que se seguir (art. 800 da CLT). Sendo oferecida exceção de
suspeição ou impedimento, e havendo necessidade de prova oral, será designada
audiência dentro de quarenta e oito horas para instrução e julgamento 9art. 802 da
CLT).
Se o recusando praticou algum ato pelo qual consentiu com a pessoa do juiz, não
mais poderá alegar exceção de suspeição ou impedimento, salvo sobrevindo novo
motivo. Acolhida a exceção de suspeição ou impedimento,s erá convocado para a
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=13283 7/14
27/04/2017 MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO DO TRABALHO Elcio Silva Ribeiro Filho JurisWay
mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, outro juiz para substituir o
impedido ou suspeito.
Das decisões que julgarem exceção de suspeição, impedimento ou incompetência
só caberá recurso quando forem terminativas do feito na Justiça do Trabalho.
Sendo meramente interlocutórias as demais decisões, só caberá recurso da questão
relativa à exceção quando for proferida a decisão definitiva.
Contestação
O requerido será citado para responder ao pedido, nos termos do art. 802 do CPC.
Poderá o requerido alegar desde a inexistência das condições da ação, os
pressupostos da ação (fumus boni juris e do periculum in mora), bem como arguir
das matérias contidas nos arts. 267 e 269 do CPC, incluindo inépcia da inicial,
prescrição e decadência.
A contestação deverá ser apresentada em audiência, que deve ser realizada já que
há exigência da tentativa de conciliação em todos os processos submetidos à
apreciação da Justiça do Trabalho, nos termos do art.764 da CLT. No caso de
processo de execução, não será necessária a apresentação da contestação em
audiência, podendo ser apresentada no prazo de cinco dias.
Nos termos do art. 797 do CPC, só em casos excepcionais, expressamente
autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem a audiência das
partes. Sendo preparatória a medida cautelar, cabe à parte propor a ação, no prazo
de trinta dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, conforme
determina o art. 806 do CPC.
Não sendo contestado o pedido, presumemse aceitos pelo requerido, como
verdadeiros, os fatos alegados pelo requerente.
Eficácia da medida cautelar e sua cessação.
Conforme disposto no art. 807 do CPC, as medidas cautelares conservam a sua
eficácia no prazo do art. 806 (30 dias quando preparatórias) e na pendência do
processo principal, mas podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou modificadas.
Cessa a eficácia da medida cautelar, como preceito do art. 808 do CPC, se a parte
não intentar a ação no prazo de 30 dias contados da efetivação da medida cautelar,
quando esta for concedida em procedimento preparatório; se o juiz declarar extinto
o processo principal com ou sem julgamento de mérito ou se não executada dentro
de 30 dias.
De tal maneira, não sendo proposta a ação principal no prazo de trinta dias a
contar da efetivação da medida, o juiz deve, de ofício, extinguir a cautelar sem
julgamento de mérito. Sendo deferida a medida, a cautelar conserva sua eficácia,
mesmo havendo recurso da decisão pois o art. 807 do CPC estabelece que na
pendência do processo principal a medida cautelar conserva a sua eficácia.
Sentença
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27/04/2017 MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO DO TRABALHO Elcio Silva Ribeiro Filho JurisWay
O arresto é a espécie de medida cautelar mais utilizada na Justiça do Trabalho,
pois objetiva a apreensão de bens do devedor, tantos quantos bastem para garantia
de uma futura execução por quantia certa. O arresto é cabível quando:
i. o devedor sem domicílio certo intenta ausentarse ou alienar os bens que
possui, ou deixar de pagar a obrigação no prazo estipulado;
ii. tendo domicílio o devedor se ausenta ou tenta ausentarse furtivamente;
registrandose sua insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou
tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta colocar seus bens em nome de
terceiro; comete outro qualquer artifício fraudulento, a sim de frustrar a execução
ou lesar credores;
iii. tendo imóveis, o devedor pretenda alienálos, hipotecálos, dálos em
anticrese, sem ficar com bens suficientes para o pagamento das dívidas.
Essas hipóteses são meramente exemplificativas. Para a concessão do arresto é
essencial prova literal da dívida líquida e certa além de prova documental ou
justificação dos casos descritos no art. 813 do CPC.
No processo do trabalho, a prova literal da dívida consiste nos títulos executivos
judiciais e extrajudiciais previstos no art. 876 da CLT e a sentença em que ainda
não houve trânsito em julgado. Nos termos do art. 820 do CPC, cessa o arresto
pelo pagamento, pela novação ou pela transação. Julgado procedente o pedido na
ação principal, o arresto se convolará em penhora.
Sequestro
Tratase de medida cautelar nominada que tem por objeto a apreensão e guarda de
um bem a fim de evitar que ele pereça, danifique ou se extravie, quando houver
discussão sobre sua posse ou propriedade. Determinado o sequestro, o bem
apreendido ficará em poder de um depositário nomeado pelo juiz.
A finalidade do sequestro é garantir a execução de obrigação de entrega de coisa
certa (art. 621 do CPC). O sequestro, portanto, não incide sobre bens que irão
garantir a dívida, mas sobre o bem objeto do litígio, tendo por fim evitar que o
bem desapareça ou pereça.
O sequestro é de raríssima utilização no processo do trabalho, cabendo, porém,
quando há controvérsia a respeito da coisa decorrente do contrato de trabalho. O
juiz poderá conceder liminarmente o sequestro, ou após justificação quando
verificar que o réu, ao ser citado, possa tornar a medida ineficaz (art. 804 do CPC).
Aplicase ao sequestro, no que couber, as disposições sobre o arresto.
Busca e Apreensão
Dispõe o art. 839 do CPC que o juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas
ou de coisas. A busca e apreensão tem por objetivo a captura de um bem ou de
uma pessoa quando houver receio de dano. A busca é a procura de um bem ou
coisa. Sucedelhe a apreensão, que é o aprisionamento daqueles e, apreendido o
objeto da busca, será ele entregue ao juiz, guardado em depósito ou entregue ao
interessado.
Na petição inicial exporá o requerente as razões justificativas da medida e da
ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado.
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27/04/2017 MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO DO TRABALHO Elcio Silva Ribeiro Filho JurisWay
Diante da competência material da Justiça do Trabalho (art. 114 da CF), não é
cabível em tese, no processo do trabalho a busca e apreensão de pessoas, somente
sendo possível de coisas, como por exemplo: documentos, que interessam para o
processo, CTPS, ferramentas de trabalho, etc...
Exibição
É medida cautelar preparatória que tem por objetivo a exibição judicial de coisa
móvel ou documento em poder de outrem para o fim de propositura de futura ação
judicial. Consta do art. 844 do CPC o rol de cabimento da exibição judicial.
A exibição se aplica no processo do trabalho, por exemplo, nos casos que
empregado necessita da exibição de um documento que está em posse do
empregador para embasar futura reclamação trabalhista.
Produção Antecipada de Provas
A produção antecipada de provas é medida cautelar preparatória que tem por
objetivo a produção de determinada prova, antes da propositura da ação,quando há
fundado risco de que, quando da instrução processual da causa, a prova não mais
seja possível de ser produzida.
O que justifica a produção antecipada de provas é o risco de se perderem os
vestígios indispensáveis à comprovação da existência de fatos que sejam de
fundamental importância ao deslinde do conflito a ser levado a juízo. O objeto da
antecipação da prova será, segundo o art. 846 do CPC, o interrogatório da parte, a
inquirição da testemunha e o exame pericial, devendo ser demonstrado a fumaça
do bom direito e o perigo da mora.
O requerente justificará sumariamente a necessidade da antecipação e mencionará
com precisão os fatos sobre que há de recair a prova. A produção antecipada de
prova é perfeitamente compatível com o processo do trabalho (art. 769 da CLT),
sendo comuns os exemplos de produção antecipada de prova pericial em caso de
insalubridade ou periculosidade, quando o local de trabalho do empregado está
prestes a ser desativado.
Exibição
Tratase a exibição de medida cautelar preparatória que tem por objetivo a
exibição judicial de coisa móvel ou documento em poder de outrem para o fim de
propositura de futura ação judicial. O interessado deverá provar que interesse
jurídico na exibição (art. 3º do CPC). Tanto o empregado como o empregador
poderão ter interesse em ver exibido em juízo certo documento ou coisa. O
interessado deve requerer ao juiz a exibição, expondo seus motivos, pois o
magistrado não pode conceder exibição de ofício (art. 2º do CPC) no processo
cautelar.
Justificação
Tratase de medida cautelar de pouca utilização e raríssima aplicabilidade porque
o ajuizamento da reclamação trabalhista já basta para cumprir o objetivo da
cautelar que é a pretensão de justificar a existência de algum fato ou relação
jurídica, seja sem caráter contencioso ou para servir de prova em processo. A
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justificação no processo do trabalho teria como exemplo o fato de o reclamante
pretender fazer prova de tempo de serviço duvidoso.
Protestos, Notificações e Interpelações
Protesto é medida acautelatória de direitos. Tem sua eficácia subordinada ao fato
de corresponder à intenção de quem o maneja e à correspondência perfeita dos
atos que se alega terem ocorridos. Constitui gênero das manifestações processuais
em juízo, tendo por espécie a notificação e a interpelação. O protesto tem sido
utilizado com frequência na Justiça do Trabalho, a fim de interromper a prescrição
(art. 202, II do CC) e também contra a alienação de bens pelo empregador, quando
este está prestes a se tornar insolvente.
A interpelação é o ato pelo qual se dá a conhecer a pretensão de exercer direito,
servindo para o credor dar conhecimento ao devedor para que cumpra a obrigação,
sob pena de ficar constituído em mora.
Notificação é o ato formal de comunicação que provoca a atividade positiva ou
negativa de alguém e que geralmente implica a cominação de penalidade. Não se
trata da notificação extrajudicial feita pelos cartórios de títulos e documentos mas
medida cautelar de notificação.
Os procedimentos para o protesto, a interpelação e a notificação serão comuns,
devendo atender aos requisitos dos art. 867 ao 873 do CPC. O protesto, a
notificação e a interpelação não admitem resposta, nem contraprotesto nos autos.
O interessado poderá contraprotestar em processo distinto, conforme consta do art.
871 do CPC.
Os protestos, as notificações e as interpelações não importam em trânsito em
julgado, pois o juiz não se pronuncia sobre o mérito da prova.
Atentado
A ação cautelar de atentado se trata de medida cautelar de natureza incidental,
tendo por objetivo preservar a dignidade do processo e também prevenis danos de
ordem processual, evitando a eficácia do provimento final. Nos termos do art. 879
do CPC, comete atentado a parte que no curso do processo viola penhora, arresto,
sequestro ou imissão na posse; prossegue em obra embargada ou pratica outra
qualquer inovação ilegal no estado de fato.
A sentença que julgar procedente a ação, ordenará o restabelecimento do estado
anterior, a suspensão da causa principal e a proibição de o réu falar nos autos até a
purgação do atentado, conforme consta do art. 881 do CPC.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito processual do trabalho.30.ed. São Paulo: Atlas,
2010.
MARTINS FILHO, Ives Gandra da Silva. Manual esquemático de direito e
processo do trabalho.20.ed. São Paulo: Saraiva, 2012
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=13283 12/14
27/04/2017 MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO DO TRABALHO Elcio Silva Ribeiro Filho JurisWay
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho.27.ed.
São Paulo: Saraiva, 2012.
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho.4.ed. São paulo:
LTr75, 2011.
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