898/1965
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de
natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa, civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 a 180 dias, com perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de 500
a 10.000 cruzeiros.
3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
a) multa de 100 a 5.000 cruzeiros;
b) detenção por 10 dias a 6 meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até 3 anos.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por denúncia do
Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de 48 horas, denunciará o
réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a
designação de audiência de instrução e julgamento. – Ação penal pública incondicionada
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado
poderá:
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de 2 testemunhas qualificadas;
b) requerer ao Juiz, até 72 horas antes da AIJ, a designação de um perito para fazer as verificações necessárias.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, independentemente de intimação.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se,
devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.
Art. 21. A AIJ será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre 10 e 18 horas, na
sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao MP ou ao advogado
que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de 15 min para cada um, prorrogável
por mais 10 min, a critério do Juiz.
Jurisprudência
O STJ é pacífico que os crimes de abuso de autoridade são de menor potencial ofensivo. O fato de existir a perda do
cargo não descaracteriza o menor potencial ofensivo.
“A negativa infundada do juiz em receber advogado durante o expediente forense, quando este estiver atuando em
defesa do interesse de seus clientes, configura ilegalidade e pode caracterizar abuso de autoridade”.
O particular não comete crime de abuso de autoridade sozinho. Entretanto, é admitido se ele praticar o fato em
concurso com agente público e souber dessa elementar.
CRIMES HEDIONDOS - LEI Nº 8.072/1990
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: [sistema legal]
Homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente;
Homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); *feminicídio
Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o);
Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3º grau, em razão dessa condição;
Latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
Extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
Estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);
Epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º);
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais;
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável
(art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).
Genocídio (arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956);
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003).
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são
insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o
cumprimento de 2/5 da pena, se o apenado for primário, e de 3/5, se reincidente.
Jurisprudência
A inafiançabilidade do crime não significa que não se admita a liberdade provisória SEM fiança.
A teor da jurisprudência consolidada desta Corte, o delito de associação para o tráfico, NÃO é equiparado a hediondo,
uma vez que não está expressamente elencado no rol do artigo 2º da Lei n. 8.072/1990.
Com as inovações trazidas pela Lei n. 10.792/03, alterando a redação do art. 112 da Lei n. 7.210/84 (Lei de Execução
Penal), afastou-se a exigência do exame criminológico para fins de progressão de regime.
O chamado "tráfico privilegiado" NÃO deve ser considerado crime equiparado a hediondo.
Súmula 471, STJ - Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n.
11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de
regime prisional.
CRIMES DE TORTURA – LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. [crime próprio]
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena
de detenção de 1 a 4 anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 4 a 10 anos; se resulta morte,
a reclusão é de 8 a 16 anos.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
dobro do prazo da pena aplicada.
2. SINARM: AUTORIZA (SÓ autoriza, atenção!!) o registro do porte de armas, autorização essa que
é PESSOAL e INTRANSFERÍVEL;
5. Se houver roubo, extravio ou furto da arma de fogo, o proprietário deve comunicar à unidade policial LOCAL mais
próxima e posteriormente, À PF, o prazo: IMEDIATAMENTE, se for empresa, o prazo é de 24h ;
6. O proprietário também deve comunicar à PF (se de uso permitido) ou ao Comando do Exército (se de uso restrito);
7. Informativo 364, STJ nos informa que a posse de arma de fogo com numeração raspada tem sua conduta tipificada
no art. 16, parágrafo único, IV, e NÃO no art. 12, caput, da Lei n. 10.826/2003, mesmo que o calibre do armamento
corresponda a uma arma de uso permitido. Precedente citado do STF: RHC 89.889-DF, DJ 27/2/2008"
9. Posse e porte de Simulacro e afins NÃO é considerado arma de fogo, portanto, NÃO pode ser enquadrado nos
tipos de posse e porte ilegal de arma de fogo;
10. Para o STF, arma desmuniciada deve ser considerada objeto do crime de posse (Art. 12) e porte ilegal (Art. 14) de
arma de fogo;
11. Quando for o caso de tráfico internacional de armas onde a ação se iniciar no território nacional e encerrar no
estrangeiro, a ação será PÚBLICA INCONDICIONADA processada na JUSTIÇA FEDERAL;
12. Para o STJ, receptação e porte ilegal de arma de fogo são crimes AUTÔNOMOS e possuem momentos
consumativos diversos, portanto, NÃO HÁ CONSUNÇÃO;
13. Alterações em armas de fogo as equiparam à armas de fogo de uso RESTRITO (observe isso no Art. 16);
15. As bancas sempre falam do instituto da culpa, mas lembre-se que não há gradação de culpa (grave, gravíssima,
etc.);
16. O Art. 15 (disparo de arma de fogo) REVOGOU o Art. 23 da Lei das Contravenções Penais;
19. Não se aplica a abolitio criminis temporária (arts. 30, 31 e 32) ao delito de porte DE ARMA DE USO RESTRITO.
20. STJ é possível a "aplicação do princípio da consunção aos crimes de roubo e porte de arma quando ficar
devidamente comprovado "o nexo de dependência ou de subordinação entre as duas condutas e que os delitos
foram praticados em um mesmo contexto fático