Um trabalho filantrópico que associa a Educação Popular com a luta pelos direitos
das mulheres em toda a América Latina e o Caribe, essa é a abordagem do REPEM, Red de
Educación Popular entre Mujeres, tratado no texto pelas colombianas Imelda Arana Sáenz,
Mestrada em Sociologia da Educação, e María Lucía Rapacci, Mestrada em Investigação e
Desenvolvimento. Começando o texto falando sobre os 30 anos de fundação da REPEM,
comemorados em 2011, ele vai apresentando os principais pontos das reivindicações,
objetivos, de uma forma bem didática e de fácil entendimento, mostrando que toda sua luta
é verdadeira e válida.
A “Pedagogia de Gênero”, como poderia ser chamado, trabalha com diversos tipos
de discussões e buscam a realização plena e democrática de processos emancipatórios,
dentre eles as quais: valorizam a diferença de gênero, vinculam teoria e prática envolvendo
experiências cotidianas, questionar a ordem patriarcal e práticas sexistas e de exclusão, entre
outros. Dessa forma, é retratado a dimensão da proposta do grupo, enfatizando estratégias
de formação e produção de conhecimentos dando visibilidade à Educação Popular entre
Mulheres, desde o feminismo, que luta pela equidade de gêneros, promovendo um saldo
pedagógico baseando suas reflexões nas reivindicações e lutas pelos direitos das mulheres,
desconstruindo ideias e concepções androcentricas que por muito tempo têm tirado as
mulheres a sua visibilidade, valor e participação como sujeitos sociais e políticos.
O texto também fala sobre a história e a trajetória do grupo, desde sua fundação, rica
em detalhes. O grupo não é exclusividade da Colômbia, ele teve origem em reuniões de
lideranças femininas em bairros de Bogotá, na década de 1970. Com o passar dos anos, é
destacado a formação de diversos grupos com temas e abordagens relacionados ao REPEM.
Fica evidente, com essa linha do tempo, que o grupo não é algo exclusivo de um país ou
único grupo, mas, na verdade, uma junção de diversos grupos, distribuídos por toda a
América Latina e o Caribe, que aderem à Educação Popular entre Mulheres, cada um
trabalhando com a desenvoltura do seu próprio país, fazendo reuniões a cada 2 ou 3 anos,
sempre debatendo e desenvolvendo novas agendas e metas a serem cumpridas, trabalhando
por uma sociedade mais igualitária e liberta.
Por fim, o artigo é uma ótima leitura para quem busca sabe mais sobre os diferentes
processos de Educação Popular ao redor do mundo. Rico em informações, foi um ótimo
trabalho por parte das autoras, a fim de contar ao mundo sobre o grupo e suas causas,
trazendo visibilidade às pessoas que desconheciam o movimento, também nos deixa uma
reflexão sobre a importância das ações dos grupos que são adeptos à Educação Popular ao
redor do mundo, o trabalho que fazem, suas lutas, seus pensamentos, suas particularidades,
enfim, enriquecedor.
REFERÊNCIA
SAÉNZ, Imelda Arana ; RAPACCI, María Lucía. LA EDUCACIÓN POPULAR
FEMINISTA UNA PERSPECTIVA QUE SE CONSOLIDA
http://www.bdigital.unal.edu.co/45596/1/laeducaci%C3%B3npopularfeministauna.pdf