Caro estudante,
As características fundamentais da
sociedade contemporânea que têm impacto
sobre a educação são, pois, maior
complexidade das relações sócio-produtivas,
uso mais intenso de tecnologia,
redimensionamento da compreensão das
relações de espaço e tempo, trabalho mais
responsabilizado, com maior mobilidade,
exigindo um trabalhador multicompetente,
multiqualificado, capaz de gerir situações de
grupo, de se adaptar a situações novas e
sempre pronto a aprender.
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UNIDADE – 01 A PRODUÇÃO COMO ARMA COMPETITIVA
Objetivos.
A função produção existe desde a origem do homem, dado que este produzia
as ferramentas e os utensílios necessários para prover suas necessidades de
sobrevivência. Com o passar do tempo, as pessoas passam a produzir bens mais
elaborados, até mesmo para revender a terceiros, dando origem aos artesãos e a forma
de produção organizada, dado que estes estabeleciam prazos de entrega, precificação
etc.
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Com a evolução da produção artesanal, os artesãos começaram a contratar
ajudantes denominados aprendizes. Após dominar a técnica de produção artesanal, os
aprendizes se tornavam novos artesãos, dando início a uma geração de profissionais
liberais de produção artesanal. A administração de Produção e Operações evoluiu até sua
forma atual através da combinação de práticas consagradas do passado, adaptando-se
aos desafios de cada era, a fim de buscar novas formas de gerenciar o sistema de
produção.
Com o uso das máquinas, houve uma grande mudança na forma como os
produtos eram fabricados, tais como:
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Vendo o potencial do invento, continuou aperfeiçoando-o por mais alguns
meses e entrou com um pedido de patente no dia 20 de junho de 1793. Apenas em 14 de
março de 1794 Whitney recebeu sua patente da descaroçadora de algodão, porém devido
à impaciência dos plantadores locais, ansiosos para implantar a máquina em suas
produções, esta foi copiada e pirateada graças à facilidade com que podia ser construída.
A primeira grande indústria nos Estados Unidos foi a indústria têxtil. Na guerra
anglo-americana de 1812, havia quase 200 fábricas têxteis na Nova Inglaterra. A
Revolução Industrial avançou ainda mais com o desenvolvimento do motor a gasolina e
da eletricidade nos anos 1800. Outras indústrias emergiram, e a necessidade de produtos
para sustentar a Guerra Civil estimulou o estabelecimento de mais fábricas. Em meados
dos anos 1800, o antigo sistema caseiro de produção foi substituído pelo sistema fabril,
mas as enormes melhorias para as fábricas ainda estavam por acontecer.
O período pós-guerra civil nos EUA (1812) montou o cenário para a grande
expansão da capacidade de produção no século XX. A abolição do trabalho escravo, o
êxodo de trabalhadores do campo para as cidades e a maciça influência de imigrantes no
período de 1866-1900 forneceram uma grande força de trabalho para os centros urbanos
industriais em franco desenvolvimento.
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Surgiram modernas formas de capital por meio de companhias com ações em
comum: o capitalista separou-se do empregador; os administradores tornaram-se
assalariados dos financistas que possuíam o capital. A rápida exploração e colonização
do Oeste Americano criaram a necessidade de numerosos produtos e de um meio de
levá-los aos colonos, ávidos por estes produtos. Surgem as ferrovias, novos territórios são
criados, dando início ao desenvolvimento dos transportes e da comunicação.
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Imagem 2 – Linha de produção da Ford
Entretanto, entre as duas grandes guerras, começou a surgir nos EUA uma
filosofia entre os gerentes segundo o qual os trabalhadores eram seres humanos, e
deveriam ser tratados com dignidade no trabalho.
O STP foi constituído por dois princípios direcionadores para facilitar este
processo crítico (OHNO, 1999). O primeiro é o Just in time (JIT), produzir somente o que
é necessário, na quantidade necessária, e quando for necessário. Qualquer desvio destas
verdadeiras necessidades da produção é considerado um desperdício. O segundo é o
Jidoka, ou automação, que busca fazer com que qualquer problema de produção seja
imediatamente evidenciado e parar de produzir quando os desvios forem detectados.
Foram também desenvolvidas diversas técnicas simples mas extremamente eficientes
para proporcionar os resultados esperados, como o Kanban e o Poka-Yoke.
1) A Revolução Francesa;
2) A Revolução Industrial e;
3) A Segunda Guerra Mundial, que significativamente influenciaram no progresso da
cadeia têxtil e consequentemente nas indústrias de confecção.
Outro fato que ocorreu e que contribuiu para a evolução do setor têxtil e de
confecção foi a descoberta de tintas acrílicas, que proporcionou uma segmentação de
produtos segundo sexo, através da produção de tintas com cores diferenciadas para os
dois sexos: masculino e feminino. Segundo Lever (1996), até então, o que diferenciava a
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roupa masculina da roupa feminina era somente o modelo, pois não havia opções de
roupas para fazer esta segmentação, no entanto, ressalva o mesmo autor, as crianças
continuaram a vestirem-se como adultos em miniaturas, porque os modelos eram iguais
para todas as idades.
Aliada a estes inventos surge em 1851 por Isaac Singer a máquina de costura,
que, segundo Nunes (2001, p.17), “foi o ponto decisivo para o desenvolvimento das
confecções e abertura de mais um espaço para as mulheres trabalharem em todo o
mundo”. A partir de então, as roupas passaram a ser confeccionadas em processos semi-
artesanal, com mais opções de cores e estampas, despertando o interesse do consumidor
e estimulando ainda mais o consumo de tecidos.
O aparecimento da administração
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A partir de então surgiram outros pensadores, destacando-se dentre eles os
seguintes:
Para entender o que é uma empresa, deve-se começar por sua finalidade, que se
situa na parte externa, ou seja, na sociedade, Já que a empresa comercial é um órgão da
sociedade. Desta forma, a finalidade básica de uma empresa está em criar um consumidor.
Os mercados não são criados pela natureza ou pelas forças econômicas, mas
sim pelos homens de negócios. É provável que o consumidor nem tenha sentido a
necessidade de utilizar determinado produto, porém a empresa deve sempre criar os
mercados. Por exemplo, ninguém sabia que precisava de uma máquina xerox, de um fax
ou até mesmo de um computador, contudo eles se tornaram disponíveis. Como a
finalidade da empresa é criar o consumidor, diz-se que ela tem duas funções básicas, a
saber: marketing e inovação.
– Marketing
– Inovação
– Organização de pessoal
– Recursos financeiros
– Recursos materiais
– Produtividade
– Responsabilidade social
– Nível do lucro
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Os objetivos são a base para o trabalho e para as incumbências. Eles
determinam a estrutura da empresa, as principais atividades que devem ser
desenvolvidas e, sobretudo, a alocação de pessoas e tarefas. Se os objetivos não
passarem de boas intenções, nada valem. Eles têm que se transformar em trabalho.
Nos anos 1920, o industrial francês Henri Fayol escreveu que todos os
administradores executam cinco funções, a saber: planejam, organizam, comandam,
coordenam e controlam. Atualmente, o uso das funções da administração como maneira
de classificar o cargo de gerente ainda é bastante difundido, porém costuma-se
condensá-las em quatro: Planejamento, Organização, Liderança e Controle.
Planejamento Liderança
Responsável por: Responsável por:
- Definição de metas - Motivação para o desempenho
- Administração estratégica - Solução de conflitos
- Ética e responsabilidade Empresarial - Administração de equipes
- Novos empreendimentos - Comunicação
- Administração internacional - Liderança
- Administração no ambiente natural
Controle
Organização Responsável por:
Responsável por: - Controle administrativo
- Estrutura organizacional - Administração de tecnologia e da
Organização pró-ativa inovação
- Administração de RH - Monitorar o desempenho da
- Administração da força de empresa.
trabalho diversificada.
Desempenho do administrador
Para ser bem sucedida em todos os seus objetivos, uma organização depende
dos administradores. Se eles forem competentes, a empresa atingirá suas metas.
Segundo estudiosos dos EUA, um dos mais importantes conceitos de avaliação
dos administradores, está na teoria dos 4 ES, quais sejam:
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EFICIÊNCIA – A capacidade de fazer certo as coisas. Envolve a noção do bom uso
dos recursos humanos, materiais, tecnológicos e especiais. Um administrador eficiente
é aquele que obtém produtos ou resultados à altura dos insumos usados para alcançá-
los. Ou seja, consegue minimizar os custos dos recursos necessários para alcançar os
objetivos. Na tecnologia da informação, esse conceito relaciona-se com a boa fluidez
do processamento.
EFICÁCIA – Significa fazer as coisas certas. Refere-se aos resultados satisfatórios da
empresa, comparando-se com os objetivos fixados na fase de planejamento. Um
administrador que seleciona objetivo inadequado, ou seja, produz carros grandes, no
momento em que cresce a demanda por carros pequenos. A eficácia representa
simplesmente a chave de sucesso de uma organização. Em tecnologia da informação,
representa a obtenção de insumos ou produtos finais pretendidos quanto da análise e
programação.
EFETIVIDADE – Refere-se à razão lógica de existir e de manter-se numa ideia ou
empreendimento no mercado. Em outras palavras, envolve as noções de regularidade,
de constância. Na tecnologia da informação, refere-se à praticidade e durabilidade dos
sistemas e programas desenvolvidos para a realidade da empresa.
ECONOMICIDADE – Refere-se à ausência de desperdício dos recursos investidos. Na
tecnologia da informação, esse conceito diz respeito à análise de custo/benefício, para
nortear o processo de aquisição dos meios computacionais, assim como a sua
utilização em tarefas que o justifiquem.
SIMPLIFICANDO AS DEFINIÇÕES
Eficiência
Processo
Eficácia Resultado
Teoria dos 4 “ES”
Economicidade
Menor Custo
Efetividade Constância
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2.1 – Economia em Transformação
Globalização
Mudanças tecnológicas
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Dentre os vários exemplos dessas novas formas organizacionais, estão o
desenvolvimento de equipe interdisciplinares não hierárquicas, a proliferação de
alianças estratégicas, o surgimento da organização virtual e o surgimento da mega-
concorrência entre alianças rivais em indústrias diversas como a automobilística, a
aeroespacial e a de chip de computadores.
Espírito Empreendedor
Para compreender melhor essa situação, serão feitos estudos de casos das
empresas Southwest e Wall Mart.
1. Reengenharia
2. Downsizing
3. Gerência pela qualidade total
4. Benchmarking
5. Terceirização
Reengenharia de processos
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O propósito básico da reengenharia é achatar, ao máximo, a pirâmide
organizacional, horizontalizar as comunicações e, quando o remédio não alcança o efeito
esperado, a inversão da pirâmide, em casos específicos, é um dos recursos adotados
para tornar a empresa mais competitiva.
O movimento surgiu adotando o seguinte princípio:
Exemplo da FORD
Downsizing
Embora o TQM (total quality management) tenha se popularizado nos anos 80,
suas raízes remontam a 30 anos antes disto. Em 1950, o americano W. Edwards Deming
foi ao Japão orientar aos japoneses como melhorar a eficácia da produção com o uso das
estatísticas para analisar a variabilidade nos processos de produção. Segundo Deming,
uma empresa bem administrada era aquela em que o controle estatístico reduzia a
variabilidade e resultava em qualidade uniforme e quantidade previsível de produção.
Suas ideias foram largamente responsáveis pelo incrível sucesso obtido pelo Japão do
pós-guerra na criação de produtos de alta qualidade e preços muito competitivos.
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Os esforços para o gerenciamento da qualidade total são caracterizados pelos
seguintes fatores:
Aumentar a produtividade.
Reduzir os custos de refugo e retrabalho.
Aumentar a confiabilidade do produto.
Reduzir o tempo de lançamento de novos produtos.
Reduzir os problemas ligados ao serviço ao cliente.
Aumentar a vantagem competitiva.
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Benchmarking
Terceirização
É a tendência de transferir para terceiros atividades que não fazem parte do negócio
da empresa.
É a tendência moderna que consiste na concentração de esforços nas atividades
essenciais, delegando a terceiros as complementares.
É o processamento de gestão pelo qual repassam algumas atividades para terceiros –
com os quais se estabelece uma relação de parceria – ficando a empresa concentrada
apenas em tarefas essencialmente ligadas ao negócio em que atua.
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Usos mais comuns:
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O BSC vai além de medidas de curto prazo, revelando claramente os vetores
de valor para um desempenho financeiro e competitivo superior e a longo prazo. Os
executivos precisam reconhecer esses vetores do sucesso a longo prazo, cujos objetivos
e medidas utilizadas no BSC não se limitam a um conjunto de desempenho financeiro e
não-financeiro, mas derivam de um processo hierárquico top down norteado pela missão
e estratégia traduzida em objetivos e medidas tangíveis. As medidas representam o
equilíbrio entre indicadores externos, voltados para acionistas e clientes, e as medidas
internas dos processos críticos de negócios, inovação, aprendizado e crescimento. Há um
equilíbrio entre as medidas de resultado passado e futuro.
A) Financeira
Para sermos bem sucedidos financeiramente, como deveríamos ser vistos pelos
nossos acionistas?
B) Clientes
Para alcançarmos nossa visão, como deveríamos ser vistos pelos nossos clientes?
C) Processos internos
Para satisfazermos nossos clientes, em que processos de negócios devemos
alcançar a Excelência?
D) Aprendizado e Crescimento
Para alcançarmos nossa visão, como sustentaremos nossa capacidade de mudar e
melhorar?
Visão e estratégia
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Quinto: Destacar os processos mais críticos para obtenção de desempenho superior para
clientes e acionistas. Em geral, essa identificação revela processos internos totalmente
novos nos quais a organização deve buscar a excelência para que sua estratégia seja
bem sucedida;
BILIOGRAFIA
KAPLAN, Robert S., NORTON, David P. "A estratégia em ação: Balanced Scorecard".
Rio de Janeiro: Campus, 1997.
LIKER, J. K.; MEYER, D., Modelo Toyota - Manual de Aplicação: Um Guia Prático Para a
Implementação dos 4Ps da Toyota. Porto Alegre: Bookman, 2007.
WOMACK, J. P; JONES, D. T., ROOS, D. A Máquina que Mudou o Mundo. 4. ed. Rio de
Janeiro: Campus, 2004.
OHNO, T.; O sistema Toyota de Produção Além da Produção em Larga Escala. Porto
Alegre: Bookman, 1997.
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