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rubricas EDITORIAL
04 www.deco.proteste.pt
CIDADÃOS EXIGEM
Abrimos-lhe as portas da nossa página na Internet.

06 Em linha UM PAÍS SEM BARREIRAS

> Europeus confiam pouco na Net
> Wikipédia: enciplopédia grátis on-line
Uma verdadeira prova de obstáculos. A rotina de quem tem
> Telemóvel: simuladores de operadoras deixam a desejar
uma deficiência física ou sensorial e procura uma vida “normal”
45 Breves está longe de ser fácil. Desde viajar nos transportes públicos a ir
> Carnaval em segurança
> Dominar a Net com o nosso guia prático ao hospital ou levantar dinheiro no multibanco, são muitas as
> Conselhos para poupar água e electricidade barreiras físicas que afectam a qualidade de vida desses cidadãos.
> Como agir em caso de envenenamento
As respostas de mais de 1200 portugueses a um inquérito que
48 Passar a Palavra publicamos na pág. 8, sobre actividades quotidianas, cuidados
> Nós e os media
de saúde, vida profissional e tempos livres, não deixam
> O aumento da conta da electricidade
> DECO dá formação dúvidas: quem tem uma deficiência física permanente, ou vive
> Seguro automóvel urgente temporariamente uma situação de incapacidade, sente na pele
> Consumidores de todo o mundo
o impacto da falta de condições. Os números são vergonhosos:
50 PRO TESTE Sempre 71% dos inquiridos revela ter sérias dificuldades em utilizar meios
As boas e más experiências de alguns consumidores
podem ser úteis para os restantes.
como o comboio, o metro e o autocarro. A alternativa para se
deslocar: o carro privado.
54 Índice
Em Portugal, ainda existem muitos serviços públicos, centros
de saúde e escolas, sem rampas, elevadores ou casas-de-banho

Mobilidade condicionada adaptadas. Disso demos conta, em 2003, numa inspecção a

edifícios das principais juntas de freguesia e câmaras municipais
O testemunho de Lisboa e Porto. No ano seguinte, terminava o prazo imposto
de mais de 1200
portugueses pela lei, em 1997, para fazer as mudanças necessárias nas
com alguma construções em prol da acessibilidade. Quatro anos depois,
deficiência
mostra que ainda os testemunhos recolhidos dão o sinal de alerta: muitas das boas
existem muitos intenções ficaram apenas no papel.
obstáculos Antes de mais, o Governo e as autarquias têm de saber o que
no dia-a-dia.
Até quando falta fazer e verificar se os edifícios construídos depois de 1997
o Governo vai cumprem as normas. Nesse sentido, uma nova lei contra a
permitir as
desigualdades? discriminação de pessoas com deficiência foi aprovada no Verão
passado. Esta pretende fazer face a uma série de injustiças sociais,
8 como os entraves no crédito à habitação, devido à exigência de
contratar um seguro de vida. No geral, as seguradoras recusam-
-no a quem seja portador de um determinado grau de invalidez

Sopas rápidas ou deficiência, resultante de doença. Até ao momento em que

fechámos esta edição, a nova lei ainda não tinha sido publicada.
Muitas das sopas Esperamos que o seu conteúdo venha dar resposta às nossas
dos restaurantes 16
de comida reivindicações nesses aspectos. Porque é preciso agir e cumprir a
rápida contêm lei, comunicámos os resultados do nosso inquérito à Secretaria
sal em excesso.
Encontrámos de Estado Adjunta e da Reabilitação e também à Secretaria de
também algumas Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor.
com muita Ultrapassar as barreiras é um triunfo ao alcance de poucos.
gordura e
sem equilíbrio Quando “esbarram” nas limitações da sociedade no Séc. XXI,
nutricional os que não desistem apelam ao Governo: quase um milhão
de portugueses são esquecidos e continua tudo por fazer. P
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 3
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TARIFÁRIOS DE ELECTRICIDADE
AINDA COM POUCA ESCOLHA
Na sequência da liberalização
do mercado eléctrico, o nosso si-
mulador indica-lhe se o seu tari-
fário actual é o mais económico.
As alternativas são reduzidas, pe-
lo que o consumidor continua a
poder optar entre a EDP e... a EDP.
Para já, as únicas novidades são
os novos tarifários deste fornece-
SIMULADORES
dor, o 5D e o 5D Verde.
Soluções à sua medida no nosso sítio na Net. Esta ferramenta, que será actua-
CONSUMO lizada à medida que surgirem no- simples pela bi-horária. Só tem
> Aquecer a água e a casa: qual o sistema mais barato? vos produtos, poderá aconselhar, de preencher um formulário com
> Combustível: qual o carro mais barato? por exemplo, a contratar uma po- o seu perfil (equipamento, utili-
> Electricidade: qual a melhor tarifa? Que potência contratar? tência inferior ou a trocar a tarifa zação em simultâneo, etc.). N
Tarifa simples ou bi-horária?
> Pegada ecológica: como melhorar o meu impacto ambiental?
> Rede fi xa: preço de uma chamada e qual o tarifário mais barato?
> Telemóveis: qual o plano de tarifário mais adequado?
CINEMA EM CASA
> Internet de banda larga: qual o fornecedor de acesso mais barato?
MONTAGEM AO VIVO E A CORES
DINHEIRO
> Cash-back: como usar o cartão de crédito sem pagar juros? Mais do que dizer como recriar o efeito cinematográfico na sua sala de
> Comprar e vender casa: que custos? estar, o nosso sítio mostra-lhe como fazê-lo em três simples passos.
> Contas à ordem: qual o melhor banco? Precisa de um televisor panorâmico, com uma diagonal de imagem de,
> Crédito à habitação e pessoal: qual o banco mais barato? pelo menos, 70 centímetros e um kit de cinema em casa. Este inclui
> Direitos de quem presta assistência à família um conjunto de colunas, receptor com leitor de DVD, amplificador AV
> IMI e IMT: quanto pagarei? e rádio. Se já tiver alguns destes componentes, pode, em alternativa,
> Poupanças: quanto renderão no futuro? comprar os que lhe faltam em separado. As colunas devem estar à mes-
> Seguro automóvel: qual o mais barato? ma distância do sofá e à altura dos ouvidos, numa espécie de círculo.
> Subida da taxa de juro: qual a prestação da minha casa? Nas ligações, do receptor para o televisor, use um cabo com ficha scart.
> Taxa anual de encargos efectiva global (TAEG): como calcular? Do receptor para as colunas, siga as indicações, ligando os fios de
cada coluna ao conector por mola correspondente. N
SAÚDE
> Álcool: calcule a sua taxa
> Analgésicos: a dose certa para o seu filho
> Calorias: qual a quantidade certa?
> Cancro da pele: teste o seu risco
> Doenças cardiovasculares: qual o meu risco?
> Fumar: nível de dependência e quanto poupo se parar?
> Memória: teste o seu estado
> Osteoporose: quando fazer o exame?
> Peso: a mais ou a menos?
> Próstata: terei problemas?
> Rinite alérgica e asma: teste o seu risco

TESTES COMPARATIVOS
Actualizamos regularmente os resultados dos nossos testes na Net.
> Computadores portáteis
> Gravadores de DVD
> Leitores de MP3
> Máquinas fotográficas digitais Siga as nossas pistas para não
falhar nenhuma ligação
> Máquinas de lavar roupa e loiça
> Telemóveis
> Televisores LCD e plasma

www.deco.proteste.pt Canais > Electrónica e telemóveis > DVD / TV / Som

4 PROTESTE 277 Fevereiro 2007

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em linha
telecomunicações e multimédia

INTERNET EUROPEUS CONFIAM POUCO

A Comissão Europeia publicou os resultados do
Eurobarómetro sobre a protecção dos consu-
midores no mercado comunitário. As compras
realizadas noutros Estados-membros da UE têm
aumentado: 26% dos ci-
dadãos (em 25 países)
compraram, pelo me- http://ec.europa.eu
nos, um bem ou serviço
no ano passado, contra 12%, em 2003 (em 15
países). Segundo o estudo, o comércio electró-
nico está a tornar-se mais popular: 27% dos
cidadãos fez pelo menos uma compra via Net
nos últimos 12 meses. A percentagem aumen-
ta para 50% no caso dos consumidores com
ligação em casa. Mas esta crescente confiança
dos europeus restringe-se, sobretudo, ao âm-
bito nacional, pois só 6% declararam ter reali-
zado compras pela Net noutro Estado-membro.
A percentagem duplica,
ou seja, 12%, no grupo
de consumidores com li-
gação à rede em casa.
Estes números provam que o comércio electró-
nico não contribui em pleno para o desenvol-
vimento do mercado comunitário. Motivo: falta
de confiança dos consumidores europeus na
hora de comprar bens e serviços fora do seu
país de residência. N

PARA NOS CONTACTAR

ASSINATURAS E ENCOMENDAS

> Telefone
808 200 146 WIKIPÉDIA HACKERS, SPAM E SPYWARE
> Fax
21 841 08 02 Software peer-to-peer, pop-ups, banners, cookies...
> Correio electrónico A lista de jargões informáticos em inglês é extensa,
assinaturas@deco.proteste.pt sobretudo para quem acede à Internet e preocupa-se
com a segurança (ver artigo na pág. 40 desta edição).
Na versão portuguesa da Wikipédia, enciclopédia
ESPANHA, ITÁLIA E BÉLGICA
00 351 21 841 08 58 gratuita on-line, escrita em colaboração com os
leitores, encontra as explicações. Ao escrever a
Os nossos associados têm acesso ao expressão pretendida no
Serviço de Informações não só em campo “busca”, tem
Portugal, mas também nos países das
acesso a um tex-
nossas congéneres espanhola, italiana
to, completado
e belga. Se tiver algum problema de
consumo durante a estada nestes com exem-
países, pode telefonar-nos. plos reais e
Entraremos em contacto com o Serviço ligações para
de Informações local, para que possam outros assun-
tomar conta do seu problema. tos e sítios
de interesse.
A Wikipédia
não se resume
Serviço de informações só à informática,
Aconselhamento jurídico
Serviço de Informações
e artigos publicados pois contém um ma-
Aconselhamento jurídico nancial de informação

21 841 08 58
e artigos publicados sobre várias áreas, como história, política,
geografia, personalidades, medicina, etc.
808 200 145 Centenas de milhares de cibernautas têm
contribuído para este projecto. Qualquer
9h00 às 13h00
um pode escrever ou melhorar os artigos já
14h00 às 18h00 publicados, bastando, para tal, saber como se
9h00 às 13h00
(dias úteis; sexta-feira, até às 17h) edita uma página e ter algum conhecimento en-
14h00 às 18h00
ciclopédico para partilhar. Por este motivo, algumas No sítio da Wikipédia
(dias úteis; sexta-feira, até às 17h)
informações nem sempre estão correctas ou actualiza- (http://pt.wikipedia.org),
www.deco.proteste.pt pode pesquisar sobre áreas, como
www.deco.proteste.pt das. Como há tantos outros cibernautas a ler os artigos
informática, história e geografia
e a consultar a página “Mudanças recentes”, a informa-
www.deco.proteste.pt ção pode ser rapidamente filtrada e corrigida. N

6 PROTESTE 269 Abril 2006


TARIFAS DE TELEMÓVEL OPERADORAS RECEIAM COMPARAR
Os simuladores das três princi-
pais operadoras de telemóvel –
Optimus, TMN e Vodafone – nem
sempre permitem comparar entre
si um mesmo perfil. A divergên-
cia nos dados sobre tarifários de
grupo, mensagens escritas (sms)
e temporização das chamadas,
entre outros, explicam esta limi-
tação. Além disso, todos os simu-
ladores omitem a listagem com-
pleta dos tarifários comparados.
Após introduzir os dados, o utili-
zador só tem acesso ao tarifário
mais barato. Há ainda a destacar
erros de cálculo, que deturpam o
preço final a pagar. Estas são as
principais conclusões do nosso
estudo, após a análise ao fun-
cionamento dos simuladores nos
sítios na Net das operadoras, em
Dezembro último, tendo em conta
a recomendação da Autoridade
da Concorrência.
Segundo o documento daquele
organismo, de 22 de Junho de
2006, os operadores móveis de-
veriam disponibilizar simuladores
de tarifários nos seus sítios que
permitissem:
– aceder às várias ofertas por
operador;
– identificar o perfil pretendido;
– obter uma resposta rápida, ine-
quívoca e comparável, sobre os
preços e outras condições rele-
vantes de cada operador.
Optimus, TMN e Vodafone já disponibilizam simuladores nos sítios,
mas ainda não permitem comparar tarifários entre si
Pretendia-se ainda que os simu-
ladores tivessem uma estrutura
idêntica de questões, permitindo
comparações entre si.
Para esta recomendação, contri-
buíram, entre outros, o estudo
que publicámos na PRO TESTE
n.º 255, de Fevereiro de 2005, o
qual denunciava que 90% dos
inquiridos não usava o tarifário
mais adequado. Na altura, só ha-
via o nosso simulador, exclusivo
para associados, e o da Anacom,
difícil de preencher (excepto com
factura electrónica).
Tarifários escondidos
A Optimus é a única a considerar
os tarifários disponíveis na totali-
dade. Já a TMN não inclui o tarifá-
rio de grupo VIPs nos resultados
e a Vodafone omite o Vodafone
Directo. Saliente-se que este últi-
mo é um tarifário e não uma ope-
radora, como a Rede4 e a Uzo.
Aliás, as restantes operadoras
– Rede4, Uzo, Yorn, The Phone
House e Worten Mobile – tam-
bém deveriam disponibilizar um
simulador idêntico. A última, por
enquanto, só tem um tarifário.
Erros ao preencher os dados
Nos simuladores da Optimus e da
Vodafone, pode ser induzido em
erro ao preencher o campo “Gru-
po Preferencial” ou “Números
frequentes”. Faz falta um texto
de apoio a indicar como são uti-
lizados estes dados no cálculo.
Na prática, o simulador pode
aconselhar um tarifário que não
corresponde ao seu perfil.
Também detectámos erros de cál-
culo no simulador da Optimus.
Nas simulações com chamadas
inferiores a um minuto, indica
sempre um preço abaixo do re-
al. Além disso, nalguns tarifários,
não inclui o custo das mensagens
no preço final.
Impossível comparar
Em todos os simuladores, apenas
tem acesso ao detalhe do plano
O nosso simulador inclui as operadoras mais recentes: no total, pode comparar
mais de 34 tarifários de 8 operadoras
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mais adequado ao seu perfil e à
estimativa de preço mensal, pelo
que não pode comparar os vários
tarifários do operador. Ainda que
resultem tarifários diferentes com
o mesmo custo mensal, apenas
um é apresentado. Neste caso,
nada é referido sobre os critérios
que presidem à escolha, nem tão
pouco é dito que existe outro tari-
fário com custo igual.
Também não é fácil comparar um
perfil em várias operadoras, pois
os simuladores não pedem rigo-
rosamente a mesma informação
no desenho do perfil. No geral,
as principais diferenças são a au-
sência do tarifário de grupo no si-
mulador da TMN, a dispersão nos
dados sobre as sms, a temporiza-
ção e o destino das chamadas.
Para cumprir na íntegra a re-
comendação da Autoridade da
Concorrência, as operadoras têm
ainda algum caminho a percor-
rer. Não basta criar simuladores.
É preciso melhorá-los, permitindo
ao consumidor comparar tarifas
(numa mesma operadora e en-
tre as várias) e encontrar a mais
barata para o seu caso. Para tal,
as operadoras devem acordar a
uniformização dos simuladores.
A bem da concorrência, espera-se
que os restantes operadores mó-
veis sigam o exemplo, disponibi-
lizando um simulador. N
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 7
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mobilidade condicionada
testemunho de 1200 portugueses

Tudo por fazer

nos transportes,
edifícios e trabalho
Quando a
sociedade lhes
fecha as portas,
algumas pessoas
com deficiência
não perdem
os objectivos.
Até quando
Governo, câmaras
e empresas vão
permitir que esta
seja uma luta
solitária?

8 PROTESTE 277 Fevereiro 2007

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INQUÉRITO
DECO PROTESTE

O que têm em comum Leila Marques e João Barreiras de cada dia > A principal “prova de esforço” para a maio-
Martins? Leila têm problemas num braço > As mentalidades mudam e são inegáveis ria dos inquiridos (71%) é viajar nos trans-
e João sofre de paralisia cerebral. Mas o os progressos na integração social de defi- portes públicos. Conduzir um carro privado
que lhes condiciona os movimentos e a cientes físicos e sensoriais. Contudo, o nos- é a única alternativa para as deslocações
vida não os impediu de subirem ao pódio so inquérito dá o sinal de alarme: as boas de 68% dos inquiridos. Porque o eléctrico,
no último Campeonato de Natação Adapta- intenções, sem passar à prática, nada tra- o comboio, o metro e o autocarro oferecem
da, em Durban (África do Sul), em Dezem- zem de novo. Em Portugal, há ainda muitos entraves, mais de metade diz que nunca uti-
bro passado, para envergar as medalhas pontos por resolver, ao nível dos transpor- lizou nenhum desses meios. Se tivessem de
de prata e de bronze. Ao todo, a selecção tes e no acesso aos edifícios públicos. viajar nalgum deles, para mais de metade
portuguesa fechou a competição com sete > O dia de uma pessoa com deficiência é dos inquiridos, as grandes dificuldades esta-
medalhas. Seria o nosso país tão bem re- semelhante ao de qualquer outra, com o pe- riam em permanecer de pé no veículo e os
presentado, se essas pessoas, mesmo com so das dificuldades que tem de contornar. maus acessos de e para as estações.
a mobilidade afectada, não se esforçassem >>
por encontrar uma via aberta, entre as mui-
tas pistas de obstáculos existentes, para ter
no desporto mais do que uma actividade
de reabilitação?
Mesmo sem medalhas, esse tem sido o DAR VOZ A 1213 DEFICIENTES
triunfo de Renato Pereira, de 26 anos, e Ru-
ben Portinha, de 19 anos. Incapacidades à > O dia-a-dia de quem possui uma deficiência pode ser uma verdadei-
parte, ambos são estudantes universitários ra prova de obstáculos, entre ir aos correios e levantar dinheiro no
e atletas que se esforçam todos os dias por multibanco. Em que medida as barreiras físicas afectam a qualidade
ter um padrão de vida semelhante ao de de vida dos cidadãos com incapacidade?
qualquer jovem da sua idade. Renato prati- > De Maio a Julho de 2006, foi o que tentámos saber, em conjunto
ca basquetebol há 6 anos e será, dentro de com as associações nossas congéneres da Euroconsumers (Bélgica,
3 anos, terapeuta da fala. Aos 14 anos, o Itália e Espanha). Para isso, contámos com a colaboração da Asso-
atropelamento por um comboio numa pas- ciação Portuguesa de Deficientes (APD) e da Associação dos Cegos
sagem de nível ditou-lhe a dependência de e Amblíopes de Portugal (ACAPO), para efectuar a distribuição dos
questionários.
uma cadeira de rodas para se deslocar.
> Recebemos o testemunho de 1213 portugueses. Dos inquiridos, 67%
Já Ruben, é nas pistas de atletismo que se
tem como principal deficiência limitações ao nível físico ou motor e
“desliga” de um ritmo intenso, repartido problemas de destreza (nos braços ou nas mãos, por exemplo) e 30%
entre a faculdade e um programa de rádio tem, sobretudo, problemas ao nível sensorial (visão e audição).
on-line. Um glaucoma congénito fechou-lhe
a janela visual para o mundo, mas encon-
trou no som um aliado para fazer passar a
sua palavra.
São mais de 630 mil (dados do Instituto
Nacional de Estatística, Censos 2001) os
portugueses com algum tipo de deficiência
obrigados a ultrapassar as suas limitações
e aquelas com que “esbarram” no dia-a-
dia, para ter alguma qualidade de vida.
Muitos resignam-se quanto à falta de aces-
so às infra-estruturas sociais. Outros con-
formam-se menos, sobretudo para quem a
invalidez é uma situação nova, vivida a cer-
ta altura. São estes milhões de portugueses
Actividades quotidianas, transportes, tempos livres e acessibilidades:
que nunca terão de sentir tantas dificulda- os inquiridos lançam vários sinais de alarme
des, se se criarem condições para os milha-
res que as enfrentam todos os dias.
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 9
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Para as suas deslocações, Renato conduz um carro próprio, Ao fazer o percurso na via pública, as dificuldades saltam à vista: veículos estacionados em cima
adaptado à sua condição. À porta de casa tem um lugar de dos passeios obrigam Renato a circular na estrada e a arriscar a vida
estacionamento reservado

>>
> Residente na zona de Sintra, Ruben Por-
tinha utiliza os transportes públicos para
chegar à faculdade, em Lisboa, e sente na
pele os entraves. Até à estação de comboio
da linha de Sintra tem de apanhar um au-
tocarro. Para saber qual o seu, não falha
o horário ou socorre-se das pessoas pre-
sentes na paragem. O mesmo acontece no
comboio. A alternativa: contar as paragens
e, porque possui algum resíduo visual, re-
conhece alguns elementos físicos.
> O nosso inquérito mostra que, em ca-
sa, também há obstáculos. Em 30% das
respostas que obtivemos, ficámos a saber
que existem pessoas sem equipamentos
especiais como rampas de acesso e eleva-
dores ou plataformas elevatórias, embora
precisem deles. O custo elevado é mesmo
a principal razão para não os terem.
> A tecnologia pode ser uma pequena aju-
da para quem está dependente dos ou-
tros para as tarefas diárias. No último tes-
te a máquinas de lavar roupa (PRO TESTE
n.º 276, de Janeiro), verificámos que a faci-
lidade de utilização para consumidores com
problemas de mobilidade não é uma preo-
cupação dos fabricantes.
Textos claros, símbolos tácteis e portas que
abrem a 180° permitiriam a essas pessoas
ter menos um impossível em casa: 58% dos
inquiridos afirmam precisar de assistência
nas lides domésticas. Preparar as refeições
e fazer pequenas compras são outras das
tarefas com as quais 49% e 56%, respecti-
vamente, dos inquiridos portugueses, não
conseguem lidar sozinhos.
> Uma ajuda profissional resolveria algu-
mas dificuldades de quase metade. Mas,
entre aqueles que não a têm, muitos desco-
nheciam um serviço dessa natureza.
O custo elevado é também um impedimen-
to para um quarto dos inquiridos. Em com-
paração com os outros países, a avaliar pe-
las respostas de quem pagou para receber
ajuda profissional, a média de custos ron-
da os € 950, mais baixos do que na Itália
(€ 2000) e na Bélgica (1200 euros).
A maioria dos inquiridos sem
ajuda profissional em casa
desconhecia a existência
deste serviço

Entre aqueles que a têm ou já a tiveram,

Inquiridos sentem dificuldades em... 48% considera que o principal obstáculo
em aceder a assistência especializada está
Utilizar os transportes públicos 71%
no tempo de espera.
Actividades de lazer 61%
Casa 51% Poucas oportunidades
Trabalho 51% profissionais
> A maioria dos inquiridos é composta por
Escola 45% reformados (52%). Destes, mais de metade
Vida afectiva 39% tem menos de 60 anos, sinal de que, por
Utilizar um meio de transporte privado 38% vezes, estas pessoas são obrigadas a en-
curtar a carreira, pela sua condição ou por
Relações (amigos, família, vizinhos) 31% falta de oportunidades. A experiência dos
O principal obstáculo na rotina das pessoas com algum tipo de incapacidade está nos transportes profissionalmente activos (37%) ilustra bem
públicos. Maus acessos para chegar às estações, entrar e sair do transporte e encontrar funcionários as dificuldades que enfrentam para dar vida
para ajudar são as principais queixas dos inquiridos a uma vocação ou habilidade.
>>
10 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
 mobilidade condicionada testemunho de 1200 portugueses
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PARA SABER MAIS

> Barreiras arquitectónicas

em edifícios públicos: PRO
TESTE n.º 232, Janeiro de
2003.
> Benefícios sociais e fiscais
para deficientes: DINHEIRO
&DIREITOS n.º 71, Setem-
bro de 2005.
> Carros adaptados: TESTE
SAÚDE n.º 62, Agosto de
2006.

Levantar dinheiro é impossível. Como se não bastasse Um edifício público, mas não para todos. A escadaria
a altura do equipamento, os degraus dificultam da Junta de Freguesia do Barreiro não permite a Renato
a tarefa de quem está limitado tratar de qualquer documentação que precise

Necessidades especiais no trabalho

ENTRAVES ORÇAMENTAIS
Entrar no edifício 43%
> Existem alguns apoios de que as pessoas com de-
Reduzir/alterar a carga horária 34%
ficiência podem beneficiar, como os benefícios fiscais.
Neste aspecto, o Orçamento de Estado para 2007 veio Adaptar as casas-de-banho 26%
limitar os direitos dos contribuintes com deficiência Circular no local de trabalho 22%
(com incapacidade permanente igual ou superior a
60%, para o fisco). Até agora, um deficiente com um Mais de um terço dos inquiridos tem uma profissão. Mas para melhor
grau de invalidez entre 60% e 79% estava isento de desempenhá-la, há ainda muito por fazer nos seus locais de trabalho
imposto sobre metade dos rendimentos de trabalho
por conta de outrem, até 13 774,86 euros. A isenção
seria maior, caso a invalidez ultrapassasse os 80 por Impedimentos para mais actividades de lazer
cento. Este ano, cada sujeito passivo pode deduzir três
Condição física
vezes o salário mínimo nacional (€ 1209) e o equiva- 71%
lente a um salário mínimo (€ 403) por cada dependen- Preço elevado 34%
te com deficiência. E quem já pagava IRS vai passar a
Precisaria da ajuda de alguém
pagar mais. Para tentar diminuir os efeitos negativos 33%
Sem instalações ou programas
sobre estes contribuintes, o Estado estabeleceu um de actividades na sua área 29%
período de transição. Ou seja, em 2007, para efeitos
de tributação, o fisco considera apenas 80% dos seus Actividades fora de casa são raras para muitos inquiridos. No último ano,
rendimentos e, no ano seguinte, 90 por cento. 61% nunca visitou um museu, por exemplo. A maioria dedica o seu tempo
livre a ver televisão e DVDs
> Os resultados do nosso inquérito mostram que o
orçamento é um fardo adicional para quem vive com
uma incapacidade. Entre os inquiridos que queriam Dificuldades em aceder a locais públicos
visitar algum profissional de saúde e não o fizeram,
cerca de 60% referiu o custo elevado como o motivo
Locais de lazer ou desporto 57%
para não ir a consultas de especialidade e não fazer Locais de convívio 55%
fisioterapia. Hospital 52%
> Mais de metade dos inquiridos portugueses conduz
um carro privado. Para comprá-lo, 30% teve direito a
Correios 51%
benefícios fiscais ou foi reembolsado. Por sua vez, na Banco ou caixa multibanco 48%
compra do carro em que se desloca como passageiro,
52% sublinha que não usufruiu de qualquer apoio.
Centro de saúde 46%
A falta de ajudas financeiras é também assinalada por
mais de metade das pessoas que dizem ter feito modi- Os maiores obstáculos fazem-se sentir nos inquiridos com problemas de visão:
ficações no carro devido à sua condição. cerca de 60% têm grandes dificuldades em frequentar um local de convívio
e em fazer compras num hipermercado

PROTESTE 277 Fevereiro 2007 11

 mobilidade condicionada testemunho de 1200 portugueses
>>
> Ao contratar pessoas com deficiência, as
empresas esquecem-se das adaptações ne-
cessárias e só olham aos subsídios que o
Estado lhes concede. Condições para entrar
no edifício, trabalhar menos horas ou dias
por semana, casas-de-banho e local de tra-
balho adaptados são as principais necessi-
dades por preencher.
> Face às respostas que obtivemos, a maio-
ria acaba por adaptar-se ao que já existe.
A satisfação profissional é um dado se-
cundário: metade dos inquiridos diz ter, no
seu emprego actual, poucas ou nenhumas
oportunidades para aplicar a sua formação.
Mais: 78% acha que dificilmente conseguirá
mudar para um emprego melhor.
Até porque a experiência anterior de muitos
Ir ao hospital ou aos correios
é uma tarefa difícil para mais
de metade dos inquiridos
não lhes deixa grande margem de manobra:
mais de um terço dos inquiridos activos ou
à procura de emprego, com menos de 60
anos, considera ter perdido um emprego,
devido à sua condição.
Vida dentro de quatro paredes
> Não é só no emprego que as diferenças
se notam. A vários níveis, a cidade está
fechada para quem vive uma situação de
incapacidade temporária ou permanente.
Mesmo para as pessoas que utilizam o
transporte privado nas deslocações, as bar-
reiras não desaparecem: lugares reservados
indevidamente ocupados e dificuldade em
estacionar perto dos locais onde vai são
algumas das situações com que se confron-
tam frequentemente os inquiridos.
> Também as actividades ao ar livre parecem
ser um luxo para quem o movimento tem li-
mites. Visitar museus e bibliotecas, praticar
exercício físico ou desporto, ir ao cinema,
ao teatro ou assistir a um jogo de futebol
são ocupações impossíveis para muitos in-
capacitados. Entre os hobbies domésticos,
o acesso à Internet ainda não é um hábito,
pois 49% dos inquiridos nunca navegou na
rede em sua casa. É conhecida a reduzida
12 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
Rip By XmosRips
taxa de introdução da rede nos lares por-
tugueses. E muitos sítios na Net ainda não
têm descrições áudio, comando verbal, inter-
pretação gestual ou legendas, para facilitar a
sua utilização.
> Apesar de a lei o exigir, as respostas ob-
tidas comprovam que muitos serviços públi-
cos, centros de saúde e escolas, por exem-
plo, não têm rampas, elevadores ou casas-
de-banho adaptadas. Mais de metade dos
inquiridos tem alguma dificuldade em usar
uma instalação desportiva, como uma pis-
cina, ir a um local de convívio, ao hospital
e aos correios. Levantar dinheiro no multi-
www.snripd.pt
banco ou ir ao banco e ter uma consulta no Nesta página, pode encontrar mais informações
centro de saúde são também tarefas árduas sobre direitos e apoios para as pessoas
para quase metade dos inquiridos. com deficiências
CONSUMIDORES EXIGEM
> Aceder aos edifícios ou habitações, viajar nos transportes públicos,
deslocar-se na via pública e utilizar os caixas multibanco são verdadei-
ras provas de esforço no dia-a-dia das pessoas com deficiências físicas
permanentes (como os invisuais e deficientes motores), mas também
de pessoas temporariamente numa situação idêntica. Em 2003, quan-
do fizemos uma inspecção a 42 edifícios das principais juntas de fre-
guesia e câmaras municipais de Lisboa e Porto, demos conta de uma
lista de impossíveis para os deficientes. Na altura, faltava um ano para
terminar o prazo imposto pela lei, em 1997, para as mudanças neces-
sárias nos edifícios públicos.
> Quatro anos depois, a opinião de quem vive limitado é clara: a fis-
calização não é eficaz e há muito por fazer. A começar por um levan-
tamento do que até agora mudou ao nível de equipamentos que facili-
tem os acessos. O “Plano de Acção para a Integração das Pessoas com
Deficiências ou Incapacidades”, publicado pelo Governo em Setembro
passado, prometia, até 2009, melhorar os acessos nos transportes pú-
blicos e promover a integração de deficientes no mundo do trabalho.
> No Verão passado, foi aprovada uma lei contra a discriminação de
pessoas com deficiência, que vem dar resposta a muitas injustiças so-
ciais, tanto na acessibilidade a locais públicos, como nas barreiras ao
crédito à habitação, devido à exigência de contratação do seguro de vi-
da (geralmente recusado a estas pessoas, por parte das seguradoras).
No momento em que escrevemos estas linhas, esta lei ainda não foi
publicada em Diário da República. Demos conhecimento dos resulta-
dos deste inquérito à Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação
e também ao Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do
Consumidor. Esperamos assim que o Governo não esqueça os seus
compromissos e oiça a voz dos nossos inquiridos e de quase um mi-
lhão de portugueses.

Falta o sabor da transparência
Por trás dos atractivos menus rápidos,
descobrimos uma ética muito menos apetecível
21 CADEIAS EM 6 PAÍSES
> O nosso inquérito, realizado em 6 países (Bélgica,
Espanha, Finlândia, Itália, Portugal e Suíça), foi co-
financiado pela Comissão Europeia. Debruça-se so-
bre 21 cadeias de fast food. No quadro que lhe apre-
sentamos na pág. 14, centramo-nos nos restaurantes
presentes em Portugal: McDonald’s, Burger King, Pi-
zza Hut, Telepizza, Pans & Company, Companhia das
Sandes e A Cascata.
> Recolhemos o máximo de informação sobre as políti-
cas ao nível social e ambiental e da responsabilidade
na relação com os fornecedores. Que cadeias impõem
critérios sociais e ambientais? Burger King Portugal,
Pizza Hut Portugal, Pans & Company e Companhia
das Sandes responderam ao inquérito.
> Para as outras cadeias, avaliámos a informação dis-
ponível em sítios na Net e em brochuras e em diver-
sas publicações especializadas. Também procurámos
obter informação através de Organizações Não Go-
vernamentais e de organizações sindicais.
responsabilidade social
cadeias fast food
Não inventou a chamada fast
food, nem tão pouco os ham-
búrgueres. Todavia, falar de
McDonald’s reporta-nos a esse
universo e a uma certa america-
nização e extensão do conceito
ao nível planetário. O tempo e
os ataques exteriores ajudaram
a que o McDonald’s se de-
fendesse e conseguisse, com
algum empenho, modificar o
seu comportamento ético. Será
que tal se confirma? E como se
comportam as outras cadeias?
Trabalho mal pago
> Trabalhar num restaurante de
fast food é, sobretudo, uma op-
ção temporária para estudantes
que, regra geral, são menos
exigentes quanto às condições
de trabalho. As cadeias são,
no mínimo, discretas acerca da
Rip By XmosRips
remuneração e do tempo de
trabalho. Os problemas nos vá-
rios países passam por baixos
salários, horários flexíveis im-
postos pela entidade patronal
e horas a mais não pagas.
> Apenas a Telepizza corres-
pondeu parcialmente às nossas
expectativas ao nível das rela-
ções laborais. Por exemplo, pa-
ra grávidas e pais com crianças
com menos de 3 anos, a cadeia
permite horários mais flexíveis.
Fornecedores sem lei
> Afastemo-nos das cozinhas
fast food para recuar às origens
das refeições aí confecciona-
das. É possível que provenham
de um campo de soja geneti-
camente modificada destinada
a alimentar os animais que
acabarão nos nossos pratos.
>>
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 13
 Rip By XmosRips

>> Responde às nossas exigências?

A maioria destrói lentamente a
floresta amazónica. O consumi-
dor tem poucas hipóteses de
adianta. É também a única ca-
A a quase todas
ÉTICA NAS CADEIAS FAST FOOD
deia a estabelecer um código
B à maioria
de conduta relativo à protec-

Política dos direitos

C parcialmente

Política ambiental
ser informado sobre tal eventu- ção do ambiente, ao bem-estar D a algumas

do trabalhador

Transparência
alidade. dos animais e, sobretudo, aos

APRECIAÇÃO
fornecedores
E

Relação com
a nenhuma
> O abastecimento é a activida- OGM. A sua aplicação é veri-

de menos visível, ética e trans-
parente. Nenhuma cadeia de
fast food consegue garantir que
GLOBAL
ficada através de auditorias.
Marca
Atitude progressista? Trata-se,
primeiro, de uma reacção aos McDonald’s Portugal C (1) D C C

a carne não provém de animais
alimentados com soja trans-
génica, excepto o McDonald’s
Europa e apenas para o fran-
go. Em Portugal, refere, no seu
sítio na Net, que a carne dos
ataques de que tem sido alvo, Burger King Portugal (Ibersol) C D D D D
não conseguindo garantir que Pizza Hut Portugal (Ibersol) C D D D D
as medidas são correctamente Telepizza Portugal D C D D D
aplicadas em todos os países.
Pans & Company Portugal (Ibersol) C D D E D
Daí que sejam medidas iso-
ladas e declarações de inten- Companhia das Sandes Portugal D E E E E

hambúrgueres é produzida em ções: não existe nenhuma regra A Cascata Portugal E (1) (1) E E
Toledo, Espanha. E nada mais de política social ou ambiental (1) Não existem informações, pelo que é impossível apresentar uma classificação.

imposta aos fornecedores, ou por terem em marcha um sis-

auditorias e pouca ou nenhu- tema de gestão ambiental. A
PERCURSO MAIS SAUDÁVEL ma informação disponível so- McDonald’s compromete-se, na
bre a produção. Tal conclusão teoria, com objectivos, como
Os anos 50 estão marcados pelo surgimento das pri-
também se aplica ao Burger a redução e reciclagem de re-
meiras cadeias de fast food. A Kentucky Fried Chicken
inaugurou o fenómeno, em 1952, nos EUA, com o fran- King Portugal, Pizza Hut, Te- síduos e redução do consumo
go frito. Um ano depois, o Burger King abre as portas lepizza, Pans & Company e de energia. O papel e a maioria
e, em 1955, é a vez do McDonald’s. O primeiro Pizza Companhia das Sandes. do material de embalagem é
Hut surge no outro lado do Atlântico, em 1958. reciclado. Plástico, papel, resí-
Apesar do desequilíbrio nutricional ligado ao abuso Produtores duos sólidos e óleo de fritura
deste tipo de refeições, os restaurantes de “comida de desperdício são separados. Segundo dados
rápida” continuam a ser um sucesso. Em 2001, as dez > Na produção de lixo e con- de 2005, o McDonald’s recicla
maiores cadeias de fast food americanas (que incluem sumo de energia e de água, o óleo de fritura em biodiesel.
as acima referidas) totalizam um volume de negócios as fast food desiludem. Não Esta empresa anuncia, em Por-
na ordem dos 100 mil milhões de dólares e empre-
existem reais políticas am- tugal, desde 1997, a redução
gam 5 milhões de trabalhadores repartidos em 107 mil
bientais, porque pecam pela do consumo de energia em 15
restaurantes em todo o mundo. Tal crescimento tem
suscitado um contra-ataque, sobretudo na Europa, de falta de metodologia para as por cento.
restaurantes fast food que destacam as qualidades nu- aplicar e avaliar. É raro forne- > Embora, no nosso País, a
tricionais e biológicas dos seus alimentos. cerem dados para avaliar as cadeia Burger King refira ter
Algumas cadeias têm reagido às críticas com menus medidas anunciadas. implementado uma política am-
mais saudáveis, onde incluem so- Em Portugal, A Cascata, espe- biental, cuja face mais visível
pas (ver pág. 16 desta edição). cializada nas “francesinhas”, é a separação de resíduos nos
Em Portugal, a Companhia é o pior exemplo, por nada restaurantes, não estão dispo-
das Sandes e a Pans & ter desenvolvido. Sem ter im- níveis números para avaliar o
Company concorrem com plementado um sistema de desempenho ambiental.
as cadeias fast food dos
gestão ambiental, a Telepizza
hambúrgueres e pizas
através da introdução de
e a Companhia das Sandes Ética e transparência
outros conceitos de fast não se distinguem. de fachada
food, além da sopa, com > McDonald’s, Burger King, > Think global, act local (“Pense
saladas e sanduíches. Pizza Hut e Pans & Com- globalmente, aja locamente”).
pany, em Portugal, obtive- Poucas dúvidas há que o sector
ram os melhores resultados, da “comida rápida” desconhece

14 PROTESTE 277 Fevereiro 2007


www.mcdonalds.pt
esta máxima. Os discursos éti-
cos não são postos em prática
de igual forma (quando o são)
em todos os países e restau-
rantes. As cadeias são muitas
vezes incapazes de dizer se as
regras definidas são realmente
aplicadas. Em parte, tal deve-
se ao sistema de franchising,
muito expandido na fast food.
Quase 90% dos Burger King
As políticas de responsabilidade social
das cadeias fast food não são aplicadas
do mesmo modo em todos os países
são criados a partir daquele
sistema. No McDonald’s, são
73 por cento.
> Registamos uma falta gene-
ralizada de proactividade, de-
cidindo-se tudo em reacção às
pressões exteriores. O nosso
inquérito revela também falta
de transparência, dada a debi-
lidade global das cadeias em
fornecer informações substan-
ciais sobre o seu comporta-
mento ético face aos consumi-
dores. Ao nível internacional, a
McDonald’s é uma excepção no
que toca à transparência. Mas,
em geral, as práticas locais,
quanto à informação, deixam
algo a desejar. Uma ética acei-
tável passará pela elaboração
de políticas claras que as ca-
deias imponham em todos os
restaurantes, franchisados in-
cluídos, e avaliação sistemática
através de auditorias externas.
> Ao nível nacional, à excepção
do McDonald’s, não obtivemos
nenhuma resposta ao nosso
inquérito mistério. Neste, per-
tendíamos avaliar a transpa-
rência da empresa às questões
colocadas pelos consumidores
ligadas à responsabilidade so-
cial. O panorama foi fraco, ao
nível nacional e internacional, o
que representa uma lacuna das
empresas em relação à trans-
parência e ao esclarecimento
do consumidor.
responsabilidade social cadeias fast food
Rip By XmosRips
No seu sítio na Net,
a McDonald’s informa
sobre a proveniência
da carne de frango e
menciona o total controlo
da rastreabilidade da
matéria-prima. O mesmo
não acontece com a carne
de vaca, onde apenas
se refere ser produzida
em Toledo, Espanha
CONSUMIDORES EXIGEM
> O sector fast food tem ainda muitas lacunas
por preencher nas várias vertentes da respon-
sabilidade social. Demonstra um baixo nível de
comprometimento em relação às suas práticas.
Em Portugal, é inegável que o desempenho
nesta matéria carece de uma maior atenção.
> Um desafio difícil para a implementação de
políticas e auditorias de responsabilidade so-
cial é o sistema de franchising, muito comum
neste tipo de restauração. Isto porque, de país
para país, o seu empenho diverge.
> A McDonald’s foi a única cadeia que conse-
guiu, mesmo assim, um saldo positivo, tendo
em conta uma transparência aceitável e uma
política ambiental com algumas acções con-
cretas. Aliás, o ambiente foi a área onde as
cadeias analisadas revelaram, em geral, um
melhor desempenho e algumas intenções de
melhoria ou de implementação. De resto, com
uma ou outra excepção, a situação é bastante
negativa ao nível dos direitos dos trabalhado-
res, da relação com os fornecedores e da po-
lítica de transparência. É necessário, de forma
inegável, um maior empenho nos parâmetros
analisados, para que se passe da mera teoria
à prática.
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 15

Muito sal, pouco equilíbrio
Cerca de 10 mil anos decorre-
ram já desde que se desco-
briram os primeiros registos
alusivos à existência de sopa.
Tal tradição perdura até hoje,
embora com alguma resistên-
cia, sobretudo dos adolescen-
tes. Mesmo assim, no conti-
nente europeu, Portugal é o pa-
ís com um dos consumos mais
significativos de sopa.
Trata-se, decerto, do método
culinário mais antigo, o que
não surpreende. As suas qua-
lidades nutricionais são notó-
rias, dada a sua riqueza, entre
outros, em vitaminas, minerais
16 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
TESTÁMOS 16 SOPAS FAST FOOD
e fibras. Por saciar a fome, dis-
pensa um segundo prato subs-
tancial. Aliás, não é por acaso
que a palavra sopa provêm do
sânscrito sû e pô, que, juntas,
significam, respectivamente,
bem alimentar.
A dada altura, em especial a
partir da Revolução Industrial,
este prato adquiriu uma cono-
tação algo negativa, em grande
parte devido à chamada “sopa
dos pobres”. Mas hoje em dia
já existe uma maior consciên-
cia dos benefícios da sopa,
que, geralmente, tende a ter
um elevado teor de fibras e
Rip By XmosRips
Visitámos nove
cadeias de comida
rápida à procura
da melhor sopa.
Muitas contêm
sal a mais e
algumas são
pouco equilibradas
nutricionalmente
MERGULHÁMOS EM 16 SOPAS
> Entre Setembro e Novembro de 2006, recolhemos 16
amostras de sopa em 9 restaurantes de comida rápi-
da, na Grande Lisboa e no Grande Porto.
> O objectivo principal do nosso estudo foi avaliar
a qualidade das sopas vendidas. A nossa análise
abrangeu três pontos de vista: nutricional, compo-
sição (aditivos) e higiene. Optámos por incluir vários
tipos de sopa de legumes. Para comparar as sopas,
tomamos como referência uma dose de 250 gramas.
> Realizámos ainda uma prova de degustação, para
verificar se existiam preferências especiais entre as
sopas analisadas.
 Rip By XmosRips

poucas calorias. Uma das prin-
cipais vantagens deste prato re-
side no facto de reter a maioria
dos nutrientes, como os sais
minerais e algumas vitaminas,
na água de cozedura.
Ao fazer concorrência directa
aos hambúrgueres e às pizas, a
sopa, conotada com a chama-
da slow food (ou “comida len-
ta”), adaptou-se perfeitamente
aos novos tempos e tornou-se
algo de consumo rápido, inte-
grada pelas cadeias fast food
ou então por lojas só a ela de-
dicada.
Pitadas de sal a mais
> Um traço comum à maioria
das sopas analisadas é o ex-
cesso de sal, algo que já vem
sendo comum nos alimentos
que testámos. Assim, numa
única dose de sopa, cerca de
um terço do sal necessário para
um só dia já está contemplado.
Por exemplo, na dose de sopa
de cenoura com agriões (light),
da Vitaminas & Companhia, do
Shopping Amoreiras, encontrá-
mos 6,1 gramas de sal por 250
gramas. Esta é uma quantidade
claramente excessiva se tiver-
mos em conta que a dose má- www.deco.proteste.pt
xima diária recomendada pela
Organização Mundial de Saúde No simulador, veja
de quantas calorias
é de seis gramas. precisa por dia
No extremo oposto, encontrá-
mos a sopa de legumes de
A Padaria, no Shopping Amo-
reiras, que apresentava um te-
or de sal de 1,15 gramas. Ora,
para cumprir em pleno o seu
papel benéfico para a saúde, é
essencial reduzir a quantidade
utilizada deste tempero.
> Bastante variável é o teor de
fibra alimentar presente na so-
pa e que está dependente da
>>

A Muito bom
B Bom SOPAS FAST FOOD: CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS DO TESTE
C Médio
Análises laboratoriais
D Medíocre
E Mau
Proporção de legumes
Equilíbrio nutricional

n.a. Não se aplica

Novembro de 2006
(por 250 gramas)

APRECIAÇÃO
Denominação
Fibra alimentar

GLOBAL
Microbiologia
Valor calórico

Degustação

PREÇO (€)
Aditivos

100
Total
Sal

Nome do estabelecimento e morada

0

Lisboa

Companhia das sandes Av. Guerra Junqueiro, 12-B, Lisboa creme de legumes E B 65 A A A B n.a. B B 2,00

Loja das sopas Centro Comercial Colombo, Lisboa sopa de legumes E A 73 B A A B B B B 2,50
sopa de cenoura
Vitaminas & Companhia Centro Comercial Colombo, Lisboa E B 55 B A A B B B B 1,75
com agriões (light)
Tarte & Salgados Centro Comercial Vasco da Gama, Lisboa sopa de legumes E B 103 B A A B B B B 2,10

A Padaria Shopping Amoreiras, Lisboa creme de legumes B C 163 E A A C n.a. B BFC 1,50

Pizza Hut Centro Comercial Colombo, Lisboa creme de cenoura E A 75 D A B C n.a. B BFC 1,55

McDonald’s Restelo, Rua Gregório Lopes, Restelo sopa de legumes C C 65 B A A C BFC C C 1,50

Telepizza Av. D. João II, 1.06.23, Lj. 3-B, Lisboa sopa de legumes D C 63 B A B C BFC C C 1,50
sopa de cenoura
Vitaminas & Companhia Shopping Amoreiras, Lisboa E C 93 E A A C AFB BFC C 1,75
com agriões (light)
Porto

Loja das sopas Norte Shopping, Senhora da Hora juliana de legumes D C 63 A A A B B B B 2,50

Sopas & Sopas Gaia Shopping, Vila Nova de Gaia creme de cenouras E C 83 B A A C n.a. AFB B 1,90

Sopas & Sopas Gaia Shopping, Vila Nova de Gaia sopa de legumes E C 68 A A A B AFB B B 2,20

Pizza Hut Gaia Shopping, Vila Nova de Gaia creme de cenoura E B 68 D A A C n.a. B BFC 1,55

McDonald’s Arrábida Shopping, Vila Nova de Gaia sopa de legumes D C 68 B A A B C BFC BFC 1,50

A Padaria Norte Shopping, Senhora da Hora creme de legumes E C 45 A A A B n.a. C BFC 1,50

Telepizza R. do Amial, n.º 283, Porto sopa de feijão branco E A 70 D A A C B C C 1,50

PROTESTE 277 Fevereiro 2007 17

 Rip By XmosRips

>>
quantidade de legumes ou le-
guminosas introduzidas.
SEGREDOS E RECEITA DE UMA SOPA RICA Algumas sopas, que não pas-
A sopa ocupa um lugar crucial numa refeição. A receita para 4 pessoas que propomos deverá saram do mediano, poderiam
ser, de preferência, acompanhada de um prato de carne ou peixe, com batata ou arroz e conter mais fibra.
salada. Esta sopa de legumes, onde o feijão substitui a batata como base na confecção, Por seu lado, a Loja das sopas
é também apropriada para crianças a partir de um ano, para diabéticos e outros doentes.
e a Pizza Hut, ambas do Centro
Comercial Colombo, ou a Telepi-
Cebola, abóbora, courgette zza, do Porto, são bons exem-
Esta sopa tem muita variedade plos (A): todas apresentavam
de legumes e pouca quantidade mais de 4 gramas de fibra.
de cada um, obtendo-se
diversidade e riqueza nutricional
Gordura a reduzir
> A sopa é, sem dúvida, um
alimento de grande interesse
nutricional e com baixas calo-
rias, importante para equilibrar
dietas mais pobres.
Embora na maioria das sopas a
quantidade de energia forneci-
da (inferior a 100 Kcal) e a ade-
quação em proteínas, gorduras
e hidratos de carbono seja boa,
cinco cadeias receberam uma
Couve, nabo e cenoura Estes legumes têm Feijão As leguminosas são importantes avaliação negativa. Tal ava-
muito baixo valor energético (cerca de diariamente, pela proteína vegetal, fibra liação deveu-se, sobretudo, a
20/25 Kcal por 100 gramas). Protegem o e vitaminas e minerais. A base da sopa um desequilíbrio na proporção
organismo, devido às suas propriedades poderá ser só de feijão ou grão. de nutrientes com excesso de
antioxidantes. Basta uma ou duas conchas de legumi- gordura, o que não é desejável
nosas para a sopa ficar a ganhar. numa sopa.
> O creme de legumes de A
RECEITA MUITO SAUDÁVEL Padaria, no Shopping Amorei-
ras, ou a sopa de cenoura com
Porquê esta sopa? agriões (light), da Vitaminas &
É bastante equilibrada, saciante Companhia, do mesmo espaço
e faz prescindir de um segundo comercial, são os que têm as
prato substancial. quantidades mais exageradas
Cada dose fornece entre 120 de gordura.
e 150 kcal. Esta sopa deve ser > Não encontrámos valores sig-
alternada com outras onde nificativos de glutamatos em
entrem legumes e leguminosas nenhuma das sopas que tes-
Na água onde se cozeu 120 g de feijão diferentes
cozinha-se 1 cebola grande, 200 g de
támos. Estas substâncias são,
abóbora e 1 courgette pequena. por vezes, adicionadas à comi-
Adiciona-se o feijão quando estes da e podem levantar problemas
ingredientes estiverem quase cozidos. de toxicidade.
Reduz-se a puré todos os legumes e o Por seu lado, não detectámos a
feijão, após cozinhados, levando-se de
novo ao lume.
presença de conservantes (áci-
Finamente cortados, junta-se 250 g de do sórbico e benzóico).
couve, 1 nabo e 1 cenoura. > Dado ser um alimento que
Após alguns minutos a cozer, adiciona-se atinge altas temperaturas du-
1 colher de sopa de azeite e muito rante um tempo considerável,
pouco sal.
na generalidade dos casos,
as sopas proporcionam uma

18 PROTESTE 277 Fevereiro 2007


grande segurança do ponto de
vista da higiene. Foi o que ve-
rificámos no presente estudo.
Apenas duas sopas apresenta-
vam uma ligeira contaminação
com microorganismos a 30°C,
o que não representa nenhum
perigo para a saúde. Tal pode-
rá dever-se a uma embalagem
contaminada, o que revela que
deveria haver maior cuidado
neste aspecto.
A prova dos sentidos
> Se o paladar não agradar, de
pouco vale um alimento estar
irrepreensivelmente bem ela-
borado. Com temperaturas e
quantidades iguais, e de for-
ma anónima, as sopas foram
dadas a saborear a um painel
de provadores experimentados.
O aspecto global, o odor, o sa-
bor, a consistência e a textura
foram aspectos que estiveram
na base desta análise.
> A proporção de legumes e
leguminosas também foi ava-
liada, para verificar se as sopas
em questão faziam justiça à
designação que lhes era atribu-
Sabor insípido, sopa aguada mal passada
e com grumos foram algumas das críticas
sobre as amostras de certos restaurantes
ída ou se, pelo contrário, os in-
gredientes adicionados tinham
uma presença residual. Os
cremes foram excluídos, por os
ingredientes não se poderem
distinguir.
Quanto à proporção de legu-
mes, a maioria das sopas agra-
dou ao nosso painel. Apenas
a amostra do McDonalds, do
Arrábida Shopping, foi menos
apreciada (C). O facto de haver
poucos legumes pesou nesta
apreciação.
Na parte degustativa, a Padaria
aqui é o título tema do artigo aqui é otestámos
DICAS PARA BEM CONSERVAR
(Norte Shopping) e a Telepizza
(no Porto) não passaram do
mediano. Sabor insípido, so-
pa aguada mal passada e com
grumos foram algumas das
apreciações relativas a estes
dois casos.
> Ainda sobre a sopa da Telepi-
zza, foi referido a presença de
pontos pretos e zonas velhas e
danificadas nos legumes.
A amostra da Telepizza, em Lis-
boa, apresentava também par-
tículas escuras (queimado) e
algum sabor a torrado (C).
Em relação à sopa do McDonal-
ds, no Restelo, na sua avalia-
ção pesou, sobretudo, o odor
pouco pronunciado (C).
> Por fim, a sopa de agriões
com cenoura light, vendida na
Vitaminas & Companhia, foi
referenciada como tendo um
sabor notório a sal, apesar de
ter sido, mesmo assim, razoa-
velmente apreciada (B/C).
título comentário
16 sopas do
fastartigo
food
Rip By XmosRips
> No frigorífico Guarde a sopa num recipiente fe-
chado, não mais do que 2 ou 3 dias.
> No congelador Deixe a sopa arrefecer antes de
a congelar, primeiro fora e, depois, dentro do fri-
gorífico, mudando-a depois para um recipiente
adequado à congelação. Deixe um espaço livre no
recipiente, pois a sopa, ao congelar, aumenta de
volume.
> Para descongelar Ao aquecer a sopa, leve-a a
lume brando, ainda congelada, ou deixe-a descon-
gelar primeiro no frigorífico. Também pode usar o
microondas. Para evitar que os cremes se quei-
mem, aqueça-os em banho-maria.
CONSUMIDORES EXIGEM
> Das 16 amostras de sopa que avaliámos em 9 res-
taurantes de comida fast food, alguns problemas e as-
pectos necessitam de certas melhorias.
> Um dos pontos negativos observados é a excessi-
va riqueza em sal. Tal vem confirmar a tendência que
existe tradicionalmente em Portugal de se adicionar
bastante sal aos alimentos durante a sua confecção.
Assim, mais uma vez, alertámos para a necessidade
de um uso mais comedido deste ingrediente. Até por-
que, além de poder ser nocivo para a saúde, muitas
vezes, os outros componentes da sopa ficam dema-
siado mascarados pelo sabor do sal.
> Verificámos ainda que a diversidade de legumes
nem sempre é a suficiente. Quando uma sopa não
tem grande riqueza de legumes, o conteúdo em fi-
bra é baixo, o que não é desejável numa sopa.
De qualquer modo, a maioria das amostras analisadas
tem um teor em fibra e um equilíbrio nutricional acei-
táveis. Descobrimos alguns casos pontuais de sopas
com gordura a mais, o que poderá dever-se ao exces-
so de azeite ou de natas adicionados, algo prejudicial
para a saúde.
> Para quem não tenha outra alternativa senão almo-
çar fora de casa todos os dias, as sopas oferecidas
pelos restaurantes fast food são uma opção bastante
razoável. Algo preferível, sem dúvida, aos menus que
incluem apenas os clássicos hambúrgures, batatas fri-
tas e refrigerantes.
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 19

Amor eterno enquanto dura
Confortáveis e ergonómicos, embora pouco duráveis,
os colchões testados prometem uma década de horas
felizes. Mas um foi eliminado nas provas de resistência
Dormir uma sesta preguiçosa
ao fim-de-semana ou descan-
sar após um exaustivo dia de
trabalho, pouco importa: um
colchão tem de ser sempre
confortável, isolar o suficien-
te para dar uma sensação
de aconchego e permitir uma
ventilação que afaste a humi-
dade em excesso. No geral, os
colchões testados conseguem
concretizar este sonho. Mas
não primam pela durabilidade.
Solução acessível
e confortável
> Os colchões testados dis-
põem de molas de aço, o que
lhes confere elasticidade, fir-
meza e boa ventilação. Com a
excepção do Pikolin, que usa
molas sem-fim, todos têm mo-
20 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
colchões de molas Rip By XmosRips
modelos de casal
las bicónicas (ou de Bonell).
Este sistema permite definir
zonas ergonómicas. Por opção
dos fabricantes, nenhum dos
modelos testados tem zonas
diferentes. Ambos os sistemas
se equivalem.
> Os colchões têm cerca de
1,40 x 1,90 m, as medidas cor-
rentes para camas de casal.
Não são pesados, mas, por se-
rem grandes, tornam-se difíceis
de transportar, sobretudo se
não tiverem pegas, como é o
caso do Pikolin Clasic Olimpo.
> Quase todos anunciam uma
face de Verão e outra de Inver-
no (mais fresca ou mais quen-
te). Mas apenas o Molibel apre-
senta dois lados diferentes.
> Alguns mitos dizem que,
quanto mais firme, melhor. Mas
não é bem assim. Uma pessoa
pesada tem interesse em op-
tar por um colchão (e estrado)
mais rígido.
Porém, quanto mais firme,
maior será a pressão nos vasos
sanguíneos sobre os quais o
corpo assenta. A pessoa tende,
então, a mexer-se, a fim de ali-
viar a pressão, originando um
sono agitado. Os colchões tes-
tados têm, no geral, uma firme-
za média.
Amantes das curvas
> Um bom colchão deve acom-
panhar a curvatura da coluna e
suportar todas as zonas do cor-
po. Os modelos do teste são
confortáveis e adaptam-se à
pressão exercida tanto por in-
divíduos pesados como leves.
> Se o colchão for muito rígido,
o corpo não entra totalmente
em contacto com o mesmo.
Embora haja melhor ventilação,
a pessoa tem menor apoio.
>>
 Rip By XmosRips

Molibel Ecomolibel
Durante os nossos testes,
algumas molas partiram-se.
Descobrimos ainda que o
colchão pode inflamar em
contacto com um cigarro

AMIGOS DO SONO
Colchão, estrado e almofada são os ingredientes de um sono descansado.
Há várias possibilidades a este nível, além dos colchões de molas, que testámos.

Colchões e estrados

A combinação Espuma Medicinais

entre estrado > A elasticidade, a densidade e a firmeza do colchão > Constituídos por gel ou
e colchão tem dependem do ar injectado nas suas células, que espuma vico-elástica, per-
de permitir são de poliéster ou poliuretano mitem uma óptima distri-
elasticidade, > Bom isolamento térmico, o que é uma mais-valia buição da pressão e evi-
resistência e no Inverno, mas não no Verão tam feridas em doentes
boa ventilação > Adaptam-se tanto a estrados de madeira perfurada acamados. Mas não tenha
e de ripas (conjunto mais rígido) como de molas ilusões: a maioria dos col-
(mais suave) chões vendidos como me-
dicinais não o são efecti-
Látex vamente
> Compostos por borracha natural ou sintética, são > Muito caros, não oferecem
geralmente mais caros vantagens para pessoas
> O látex é perfurado para assegurar uma boa venti- saudáveis
lação e regular a firmeza
> Adaptam-se ao corpo, têm razoável a boa ventila-
ção e isolamento correcto
> Adequam-se quer a estrados de ripas, quer de
molas

Almofadas
Manter a Penas Poliéster
curvatura do > Deformam-se facilmente, mas, quando abanadas, > Bom apoio para a cabeça,
pescoço é o retomam a forma inicial se não se compactarem de-
objectivo de > Adaptam-se à curvatura do pescoço masiado com o uso
uma almofada. > Boa absorção da humidade e boa ventilação > Bom conforto térmico e ven-
Uma capa tilação adequada, mesmo
lavável torna-a Látex no Verão
mais higiénica > Bom suporte para a cabeça e a curvatura do
pescoço Ortopédicas
> Boa solidez e isolamento térmico > Constituídas por dois rolos,
> A humidade não se liberta facilmente, pelo que o mais alto para quando se
estas almofadas podem tornar-se muito desconfor- dorme de lado e o mais bai-
táveis durante o Verão xo para repousar de costas
> Certas pessoas têm alergia ao látex > Com os movimentos noc-
turnos, às vezes, o pescoço
fica alto e, outras, baixo

PROTESTE 277 Fevereiro 2007 21

 Rip By XmosRips

>>
O seu peso não é distribuído
por toda a superfície do corpo,
mas apenas por aquela que fi-
ca em contacto com o colchão.
Já se este for mole, há tendên-
cia para afundar, aumentando a
sensação de calor, devido a má
ventilação. Quase todos os col-
chões testados permitem uma
área de contacto equilibrada.
> O nosso corpo liberta humi- quente. Os modelos testados
dade constantemente. Durante permitem uma boa ventilação.
o sono, parte é absorvida e > Enquanto dormimos, a nossa
libertada através do colchão e temperatura deverá ser cons-
estrado. Os modelos de molas tante. O isolamento é, assim,
têm melhor ventilação do que muito importante. Se for fraco,
os de espuma, pelo que são permite que se liberte mais ca-
mais adequados para quem lor do que o produzido. Sendo
transpira muito ou para quem forte, o calor é excessivamente
vive em regiões com Verão mantido e transpiramos mais.

Colmol Noite & Dia Pikolin Clasic Olimpo Climax Ortopex Light Colchões & Companhia Classic

o
gos
peri

Molarte Europa Molaflex 2020 Saúde Lusocolchão Veneza Molibel Ecomolibel

M Melhor do Teste
REPRESENTANTES N Escolha Acertada COLCHÕES DE MOLAS: CARACTERÍSTICAS
L Escolha Económica
CARACTERÍSTICAS
CLIMAX 21 922 86 40 A Muito bom
B Firmeza
Mais adequado para… (1)

www.climax-sa.com Bom

Facilidade de transporte
COLCHÕES & COMPANHIA C Médio
22 532 28 49 D Medíocre
www.colchoesecompanhia.pt E Mau Dimensões (cm)
Face de Verão/Inverno
Acabamentos

n.a. Não se aplica (comp. x larg. x alt.)

COLMOL 256 88 06 80
anunciada
Peso (kg)

www.colmol.pt
medida

LUSOCOLCHÃO 249 87 70 60 Marca e modelo

www.lusocolchao.com
MOLAFLEX 256 88 55 00 Colmol Noite & Dia 190,3x139,9x22 28,7 - médio A anunciado, mas com faces iguais B C
MOLARTE 256 60 06 90 Pikolin Clasic Olimpo 189,6x137,8x21,2 20,9 médio duro B não B D
www.molarte.pt
Climax Ortopex Light 192,9x140x22,2 32,3 - médio C anunciado, mas com faces iguais B C
MOLIBEL 256 88 14 67
www.molibel-sa.com Colchões & Companhia Classic 188,5x138,4x21,2 28,7 duro médio C anunciado, mas com faces iguais B C
PIKOLIN 21 210 92 80 Molarte Europa 192x139x23,7 32,6 duro macio A anunciado, mas com faces iguais B C
www.pikolin.pt
Molaflex 2020 Saúde 191,9x140,9x23,9 28,4 médio médio A não B C

Lusocolchão Veneza 191,4x140x25,2 35,7 médio médio C anunciado, mas com faces iguais B C

Molibel Ecomolibel 191,9x140,1x22,7 30,0 duro médio C sim B C

(1) Mais adequado para: A = todos os tipos de pessoas; B = pessoas de baixa estatura ou peso; C = pessoas de elevada estatura ou peso.

22 PROTESTE 277 Fevereiro 2007

 colchões de molas modelos de casal
Rip By XmosRips

Em ambos os casos, o sono por exemplo, molas partidas Molas bicónicas (Bonell) Molas sem-fim
pode ser perturbado. Os mode- e deformação nas zonas de
los testados oferecem um iso- contacto. No Molibel, algumas
lamento correcto. molas partiram-se durante os
testes. A repetição do ensaio
Pouco duráveis numa nova amostra confirmou
> Para avaliar o desgaste dos o resultado, pelo que este col-
colchões, simulámos os movi- chão acabou por ser eliminado.
mentos de uma pessoa durante Mas, mesmo nos restantes ca-
o sono. Ao fim de algum tempo, sos, as molas foram perdendo As molas bicónicas permitem definir zonas ergonómicas, fazendo variar a
começámos a notar uma perda alguma elasticidade. rigidez do aço com que são fabricadas. Com as sem-fim, tal não é possível
de firmeza e sobretudo de al- A durabilidade é, de facto, um
tura (nos piores casos, cerca ponto a melhorar. Ao fim de
de 1,5 cm). Verificámos ainda o oito a dez anos, estes colchões > Uma vela, um pau de incen- útil. Por exemplo, se optar pe-
aparecimento de danos, como, têm de ser substituídos. so ou um cigarro podem dar lo melhor colchão do teste,
origem ao pior. Daí que as ca- que é também a nossa Escolha
madas exteriores dos colchões Acertada, o Colmol Noite & Dia
devam ser fabricadas com ma- (entre € 239 e € 299), pode
teriais anti-inflamáveis ou ter poupar 126 euros face ao Mo-
CUIDE DO SEU COLCHÃO características de auto-extinção libel Ecomolibel (entre € 365 e
ao fogo. Não é o caso do Moli- € 532), o modelo com piores
> Um bom colchão, com alguns cuidados, pode durar mais.
Para tal, todos os dias, deixe-o arejar antes de fazer a cama.
bel, razão por que recebe uma resultados.
Aspire-o e vire-o regularmente. apreciação negativa. > A maioria das lojas não co-
> No momento da escolha, considere o seu nível de transpira- bra a entrega em casa do clien-
ção em repouso e o aquecimento do quarto. Para quem tem Poupe 126 euros te. Mas, quando é fixado um
alergias ou asma, revestir o colchão com uma capa anti-ácaros > Para sabermos os preços dos preço, pode variar entre 15 e
lavável é a opção certa (ver TESTE SAÚDE n.º 54, de Abril de colchões, visitámos mais de 40 euros. A cadeia Colchões
2005). Já se houver uma grande diferença de pesos entre o ca- 100 lojas, sobretudo especiali- & Companhia cobra € 40 pa-
sal, o melhor é um sistema de dois estrados e dois colchões, zadas, mas também de artigos ra compras até 250 euros.
que podem ser unidos com um lençol-capa. A pessoa mais pe- para o lar e grandes superfí- Como o colchão testado tem
sada deve ficar com o colchão mais duro.
cies. Conclusão: um pouco de um preço de € 247, conte com
pesquisa pode ser-lhe muito este adicional.

E RESULTADOS DO TESTE
ESCOLHA ACERTADA
RESULTADO DOS TESTES

Ergonomia Conforto Durabilidade

> Os colchões testados oferecem confor-
perda de elasticidade
danos e deformações

to, boa ventilação e um isolamento tér-

PREÇO (€)
mico no ponto certo. Mas, ao fim de oito
perda de firmeza
área de contacto

APRECIAÇÃO GLOBAL Outubro de 2006

Inflamabilidade
perda de altura
apoio do corpo

(entre… e…) a dez anos, terá de substituí-los.

distribuição
da pressão

> Tendo em conta todas as análises

higiénico

térmico

efectuadas, o Colmol Noite & Dia (entre

100
total

total

€ 239 e € 299) é o Melhor do Teste e

0

B B B B A A A C A C C B B 239,00 - 299,00 acumula o título de Escolha Acertada.

B C
B C
B C
B B
C C
C C
B B
> O Molibel Ecomolibel, no último teste,
B B A A B C A B C B BFC 232,40 - 332,00
foi a nossa Escolha Acertada. Apesar de
B B B A A C A C C B BFC 239,99 - 369,33 continuar a ser vendido sob a mesma
B B A A B C A C C B BFC 247,00 referência, mudou as características téc-
nicas e, agora, acabou por ser eliminado.
C B B B A D A C C B BFC 299,57 - 374,46
É inaceitável que o fabricante não infor-
B C A B C C A C C B BFC 300,00 - 389,00 me correctamente consumidor, para evi-
C C A B B D A C D B CFD 195,00 - 284,97 tar que este compre gato por lebre.
B B B A A C E C E D perigoso eliminado 365,00 - 532,00

PROTESTE 277 Fevereiro 2007 23

 segurança alimentar Rip By XmosRips

problemas mais frequentes

Consumidores pouco informados

Continuamos a saber pouco sobre os produtos que con-
Falta de informação e legislação, sumimos. Para muitos alimentos ainda não existe legisla-
falhas de higiene e conservação: ção específica. A fiscalização nem sempre é eficaz e ain-
da se descobrem problemas de composição, de higiene
os problemas que detectámos e conservação. Nos testes alimentares que efectuámos ao
longo de 2006, alertámos para as falhas encontradas.
repetem-se sem fim à vista

TESTES COMPARATIVOS

HAMBÚRGUERES com muita água e gordura AÇÚCAR em demasia

A maioria dos 19 hambúr-
gueres congelados de vaca
e de peru que testámos con-
tinham gordura e/ou água
em excesso (PRO TESTE n.°
266, de Fevereiro de 2006).
Muitas vezes, a qualidade
da carne deixava a desejar e
encontrámos aditivos desne-
cessários. Verificámos tam-
bém problemas de higiene e conservação, bem como informação Os valores máximos de açúcares adicionados, que po-
enganosa nos rótulos. dem ser ingeridos por dia, variam entre 50 e 75 gramas.
Medimos os açúcares simples em 110 alimentos e os va-
lores encontrados foram surpreendentes. Por exemplo,
FARINHEIRAS gordura sem limites
uma lata de refrigerante pode ter mais açúcares do que
Das 25 farinheiras testadas, uma tablete de chocolate ou uma fatia de marmelada
metade continha sal em ex- (TESTE SAÚDE n.° 59, de Fevereiro de 2006).
cesso e algumas falharam
na higiene. Encontrámos Sal-
monella e Listéria em alguns
produtos. Deve-se, por isso, AZEITONAS mal conservadas e sem higiene
cozinhá-los bem (PRO TESTE
n.° 268, de Abril de 2006).
A legislação deveria estabe-
lecer limites para a quantida-
de de gordura, e outros ingredientes, presentes nestes alimentos.

VINHO DO DOURO com conservantes a mais

Nos 50 vinhos testados, ve-
rificámos que os produtores
utilizavam doses exageradas
de sulfitos e/ou dióxido de Testámos 25 amostras de azeitonas de mesa, das quais
enxofre (PRO TESTE n.° 275, 15 eram embaladas e 10 a granel (PRO TESTE n.° 271,
de Dezembro de 2006). de Julho de 2006). Em ambas as formas de comerciali-
Nos rótulos faltam conselhos zação, o sal abunda. Nas azeitonas embaladas, o peso
sobre o serviço e a conserva- líquido escorrido nem sempre está correcto.
ção. A lista de ingredientes Em todas as azeitonas a granel, encontrámos problemas
continua também ausente. de higiene e/ou conservação.

24 PROTESTE 277 Fevereiro 2007

 Rip By XmosRips

PESQUISAS RELEVANTES SERVIÇOS

MEL E GELEIA REAL com resíduos de medicamentos SALADAS pouco nutritivas

Das 20 amostras Testámos 17 sala-
de mel que anali- das de frango nas
sámos, 30% apre- principais cadeias
sentavam resíduos de fast food (PRO
de medicamentos TESTE n.° 265, Ja-
(PRO TESTE n.° 265, neiro de 2006).
Janeiro de 2006). Quase todas ti-
Em 3 geleias reais nham problemas
puras testadas, uma de higiene e con-
continha mesmo servação. Pouco
cloranfenicol, um antibiótico proibido na União Europeia na pro- equilibradas, pecavam por ter gordura em excesso.
dução de alimentos para consumo humano.

GLUTAMATOS abundam na comida chinesa

PESCADO de origem desconhecida
Analisámos o cre-
Visitámos mais de pe, arroz chao-chao
100 estabelecimen- e shop suey de
tos, e verificámos vaca em 20 esta-
que o consumidor belecimentos com
nem sempre é infor- serviço take-away
mado sobre o mé- em Lisboa e Porto.
todo de produção e Quase metade das
a zona de captura refeições tinham
(PRO TESTE n.° 267, muito sal (PRO TES-
de Março de 2006), TE n.° 270, Junho de 2006) e os glutamatos abundavam.
sobretudo nas peixarias localizadas em mercados. Mais de 40%
não apresentavam esta informação ao consumidor.
CANTINAS DO PRÉ-ESCOLAR com falhas de higiene
ALIMENTOS ricos em ómega 3 mais caros Encontrámos pro-
blemas nas canti-
Analisámos alimen- nas de 30 escolas
tos que continham com ensino pré-
alegações relativas -escolar de Lisboa
ao ómega 3 e com- e Porto (PRO TESTE
parámo-los com os n.° 274, Novembro
produtos tradicio- de 2006). Equipa-
nais (TESTE SAÚDE mentos, superfícies
n.° 60, de Abril de e utensílios sujos e
2006). A maioria contentores do lixo destapados foram alguns exemplos.
permite mesmo au-
mentar a dose de ómega 3 consumida. Contudo, muitos destes
produtos podem custar o dobro.

PROBIÓTICOS com muito açúcar e poucas bactérias

CONSUMIDORES EXIGEM
Os probióticos con-
têm bactérias vivas
benéficas. Mas al- > Para restabelecer a confiança dos consumidores é preciso que
guns dos 12 produ- os produtores disponibilizem informação completa e transparen-
tos que testámos te sobre os alimentos. Os riscos sempre existirão. Logo, é impor-
não tinham, no final tante prevenir em vez de gerir os erros. Manter uma alimentação
do prazo de valida- variada e equilibrada também é uma forma de prevenção.
de, as quantidades
exigidas destas bac- > A melhor gestão da cadeia alimentar passa pela aprovação de
térias (PRO TESTE legislação realista e específica para alguns alimentos. A Autorida-
n.° 273, de Outubro de 2006). Verificámos que contêm menos de de Segurança Alimentar e Económica deve exercer uma fiscali-
proteínas do que os iogurtes e açúcares em excesso. zação mais eficaz e aplicar sanções realmente dissuadoras.

PROTESTE 277 Fevereiro 2007 25


Pequeno descuido pode ser fatal
Deixar uma vela acesa
perto de uma cortina,
esquecer-se da panela
ao lume ou do ferro
de engomar ligado
são gestos que podem
provocar um incêndio
PARA SABER MAIS
> Fritadeiras eléctricas: teste
mais recente na pág. 38
desta edição.
> Instalações de gás natural:
PRO TESTE n.° 262, Outu-
bro de 2005.
> Intoxicação por monóxido
de carbono: PRO TESTE n.°
254, Janeiro de 2005.
> Serviço Nacional de Bom-
beiros e Protecção Civil:
www.snbpc.pt
> Direcção-Geral de Geologia
e Energia: www.dgge.pt
> Direcção-Geral da Saúde:
www.dgs.pt
26 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
Em Dezembro do ano passado,
a explosão de um aquecedor a
gás reduziu a cinzas uma casa
na aldeia de Ervilhal, em São
Pedro do Sul. Um homem de
72 anos morreu carbonizado.
Segundo os bombeiros, o aque-
cedor estaria muito próximo da
cama do idoso, o que poderá
ter provocado a combustão.
A falta de cuidado é a causa
principal da maioria dos aci-
dentes. Para evitá-los, adopte
medidas de segurança básicas.
Vigiar a rede eléctrica
> Dê especial atenção ao fun-
cionamento dos aparelhos que
mais consomem (máquinas de
lavar, frigoríficos e fornos eléc-
tricos). Se precisarem de repa-
ração, chame um profissional.
> Evite ligar muitos aparelhos
ao mesmo tempo. Se não está
a utilizá-los, desligue-os sem
puxar pelo cabo eléctrico.
> Não pouse a base do ferro de
engomar sobre a tábua ou rou-
pa quando o desliga.
> Afaste os cabos eléctricos das
zonas de passagem e nunca os
faça passar por baixo de por-
tas, alcatifas, tapetes ou reves-
timentos em madeira.
> Não deixe lâmpadas, velas
acesas e aquecedores perto de
cortinas, papéis e outros mate-
riais combustíveis. Ao sair de
casa, não deixe aparelhos de
queima, como lareiras ou sala-
mandras, a funcionar.
> Ao acender a lareira, nunca
recorra a líquidos inflamáveis
como a gasolina.
Rip By XmosRips
Extintor sempre à mão
> Os produtos inflamáveis de-
vem ser guardados em recipien-
tes fechados, locais ventilados
e fora do alcance das crianças.
Não os armazene em arrecada-
ções, despensas ou garagens.
> Tubagens envelhecidas com
fissuras ou falta de manuten-
ção das instalações de gás po-
dem originar fugas. O resultado
pode ser um incêndio. Para
evitar esta situação é essen-
cial usar aparelhos instalados
por técnicos reconhecidos pela
DGGE (Direcção-Geral de Geolo-
gia e Energia) e que cumpram
as normas em vigor. Verifique
também periodicamente o es-
tado de conservação das ins-
talações de gás, incluindo tu-
bagens flexíveis e braçadeiras.
 incêndios em casa Rip By XmosRips

dicas de prevenção

Se apresentam sinais de des-
gaste, como fendas ou fissuras
superficiais, devem ser substi-
tuídas. Respeite o prazo de va-
lidade da tubagem flexível.
As garrafas de gás requerem
cuidados. Afaste-as das chamas
de qualquer combustível, de ra-
diadores, tomadas e interrupto-
res eléctricos. Nunca as deite
nem guarde em caves. Ao ligar
o redutor à válvula verifique se
ficou bem ajustado (este deve
ser fechado antes de movimen-
tar a garrafa). Ao sair de casa,
feche a torneira do gás.
Na cozinha, evite as correntes
de ar, que podem apagar a
chama do fogão e deixar o gás
a libertar-se. Quando colocar
líquidos a ferver, não permita
que derramem e também apa-
guem o lume.
> Acenda o fósforo e depois li-
gue o gás ao cozinhar ou acen-
der o esquentador. Antes de o
deitar fora, veja se ficou bem
apagado. Nos sistemas eléc-
tricos, deve fazer ao contrário:
abrir o gás no mínimo e só de-
pois ligar o acendedor.
> Nunca exceda um terço da
capacidade das frigideiras, pois
o óleo pode inflamar-se. Volte
sempre as pegas da frigideira
para o interior do fogão.
> Para acender o forno, ponha-
se de lado e nunca de frente Os folheto de conselhos úteis
são uma boa forma de chegar
para o mesmo. ao consumidor

PONTOS CRÍTICOS
FUMO É O PIOR INIMIGO Os aquecedores devem
estar afastados
> Pode tomar algumas medidas de precaução para dos móveis
facilitar a acção num cenário de incêndio: desimpedir
as vias de acesso, como escadas, corredores, halls de
entrada; não deixar materiais pesados nos peitoris das
janelas ou varandas e afixar o telefone dos bombei-
ros num local bem visível. Se mora junto de uma área
florestal, limpe o mato à volta da sua casa e separe
as culturas com barreiras corta-fogo, por exemplo um
caminho. Assim, pode evitar que, em caso de incên- Verifique com frequência
dio, as chamas passem de uma parcela para outra. o estado de conservação
Não queime lixos no interior das florestas nem numa das ligações eléctricas
distância inferior a 100 metros dos seus limites. Por (tomadas, interruptores,
casquilhos)
fim, mantenha em lugar de fácil acesso enxadas, pás
ou mangueiras, pois serão úteis num primeiro combate
ao incêndio.
> Primeiro aspecto importante: um fogo com origem
eléctrica nunca pode ser apagado com água. Caso sur- As lareiras devem estar
jam chamas numa frigideira, por exemplo, deverá tapá- protegidas com guardas
e desobstruídas, bem
-la com uma tampa, toalha ou outro objecto. Se demo- como as chaminés
rar mais de 30 segundos a apagar o incêndio, saia do e a tubagem dos
local e chame os bombeiros. Ao sair, feche as portas. recuperadores
Num incêndio em edifício procure sempre descer, mas
não utilize os elevadores.
> Se estiver bloqueado num compartimento e o fumo
entrar por baixo da porta, deve calafetá-la com panos
húmidos. Nunca abra uma porta que esteja quente ou
da qual saia fumo pelas frestas.
> O fumo pode fazer uma pessoa perder os sentidos
em poucos segundos. Para se proteger, tape a boca e
Ao utilizar um
o nariz com um pano húmido e respire através dele. extintor, actue
Como o fumo é menos denso que o ar e tende a subir, da periferia para
ande de gatas, perto do chão, para respirar melhor. o centro do fogo

PROTESTE 277 Fevereiro 2007 27

 automóveis Rip By XmosRips

conduzimos 8 carrinhas

Espaço e conforto em família

Os modelos testados são mais
amplos, mas muito caros.
Antes de comprar, analise bem
todas as suas características
> Quando a família começa a
crescer, o automóvel citadino
deixa de ser suficiente e a so-
lução é comprar uma carrinha
familiar. Mais espaçosos, mas
também mais caros, estes veí-
culos são a marca de uma fase
da nossa vida que engloba os
filhos e a crescente preocupa-
ção com a segurança.
Assim, testámos oito modelos
familiares a gasóleo e apresen-
tamos-lhe algumas das suas
características e os seus impor-
tantes pontos fortes e fracos.
O espaço é uma das principais
características destes veículos,
entre os quais se destaca o
Opel Vectra Caravan 1.9 com
480 e 855 litros de capacidade,
com os bancos rebatidos.
Por sua vez, o Audi A4 é o au-
tomóvel com a bagageira mais
pequena: tem apenas 330 litros
com os bancos colocados.
> Estes automóveis são tam-
>>

> OITO BOMBAS NA ESTRADA

Os nossos testes a automóveis são realizados em parceria com
outras associações europeias, o que torna impossível apresentar
na totalidade os automóveis mais representativos do mercado
de cada país. No entanto, fornecemos-lhe informações individu-
ais dos veículos. Os resultados dos testes que efectuámos inci-
dem sobre dois grandes critérios: um refere-se ao desempenho
e comportamento do automóvel em estrada e outro ao conforto
e a utilização do veículo.

Ao volante
> Motor e caixa de velocidades: o carro tem boa aceleração nas
ultrapassagens? A caixa está bem escalonada?
> Travões: tivemos em conta a distância para imobilizar o auto-
móvel com este a circular a 100 km/hora, e a análise dos peri-
tos sobre a estabilidade da travagem, a sua progressão, etc.
> Condução e comportamento em estrada: o veículo é fácil de
manobrar? É estável nas curvas e em linha recta?
> Campo de visão: o condutor tem visibilidade suficiente? Os re-
trovisores interiores e exteriores são eficazes?

Conforto
> Acesso, bancos e espaço interior: os passageiros têm espaço
suficiente? Os bancos são confortáveis?
> Capacidade de carga: o volume da bagageira, com os bancos
no lugar e rebatidos, o formato da mesma e o acesso.
> Conforto de condução: a suspensão é muito mole ou rija?
A direcção é pesada ou demasiado leve?
> Segurança: os cintos são suficientemente compridos? As ca-
deiras de criança ficam estáveis? Avaliámos também o impac-
to das opções de segurança do fabricante para os ocupantes.

28 PROTESTE 277 Fevereiro 2007

 Rip By XmosRips

A Muito bom
B Bom
C Médio
D Medíocre
E Mau

AUDI A4 Avant 2.0 TDI BMW Série 3 320d Touring

Cilindrada 1968 cc Potência 140 CV N.º de portas 5 Cilindrada 1995 cc Potência 163 CV N.º de portas 5
Consumo misto 6,56 litros/100 km Preço € 42 809 Consumo misto 6,31 litros/100 km Preço € 46 010

Modelo testado sem filtro de partículas, o que o torna a carri- Com o consumo mais baixo do grupo analisado, este modelo
nha mais poluente entre as testadas. Tem um motor potente apresenta um motor potente. Testado com filtro de partículas.
e económico.

Espaçoso nos bancos Emissões de gases Travões Visibilidade

da frente Travões Motor Acesso ao porta bagagens
Consumo Consumo Colocação das cadeirinhas
Instalação das cadeirinhas Bom desempenho em curvas para crianças
APRECIAÇÃO Ao volante B Conforto BFC APRECIAÇÃO Ao volante B Conforto BFC

MERCEDES C 220 DI Station OPEL Vectra Caravan 1.9 CDTI

Cilindrada 2148 cc Potência 150 CV N.º de portas 5 Cilindrada 1910 cc Potência 150 CV N.º de portas 5
Consumo misto 7,29 litros/100 km Preço € 51 069 - € 53 495 Consumo misto 6,35 litros/100 km Preço € 38 170

Este modelo possui um bom equipamento de segurança e Carro muito espaçoso e com bagageira ampla. Com o preço
apresenta um consumo baixo tendo em conta a alta cilindrada. mais baixo de aquisição, este veículo é o ideal para poupar em
Testado com filtro de partículas, é também amigo do ambiente. despesas com combustível. Testado com filtro de partículas.

Comportamento em estrada Bagageira pequena Espaço Comandos pouco práticos

Travões Ventilação atrás Motor Banco traseiro muito baixo
Conforto Suspensão Fraca visibilidade traseira
Comportamento em estrada
APRECIAÇÃO Ao volante AFB Conforto BFC APRECIAÇÃO Ao volante B Conforto B

PROTESTE 277 Fevereiro 2007 29

 Rip By XmosRips

PEUGEOT 407 SW 2.0 HDI RENAULT Laguna Break 2.0 dCi

Cilindrada 1997 cc Potência 136 CV N.º de portas 5 Cilindrada 1995 cc Potência 175 CV N.º de portas 5
Consumo misto 6,49 litros/100 km Preço € 39 050 - € 41 550 Consumo misto 6,99 litros/100 km Preço € 40 450 - € 43 300

Este carro tem um bom equipamento de segurança. Um dos Este modelo registou um bom desempenho na estrada
pontos fracos é a má visibilidade. Este modelo foi testado com a um baixo consumo. Testado com filtro de partículas.
filtro de partículas.

Conforto de condução Travões Espaço Visibilidade traseira

Segurança passiva Visibilidade Comportamento na estrada Motor ruidoso
Consumo Motor
Bagageira
APRECIAÇÃO Ao volante BFC Conforto BFC APRECIAÇÃO Ao volante BFC Conforto B

TOYOTA Avensis Station Wagon 2.2 D-4D 180 VOLVO V50 2.0 D

Cilindrada 2231 cc Potência 177 CV N.º de portas 5 Cilindrada 1998 cc Potência 136 CV N.º de portas 5
Consumo misto 7,15 litros/100 km Preço € 42 455 Consumo misto 6,36 litros/100 km Preço € 38 320 - € 43 120

Viatura testada com filtro de partículas e catalisador especial Com um bom nível de segurança, este carro tem um motor
que reduz bastante os níveis de emissão de gases poluentes. eficiente. Um dos seus inconvenientes é o pouco espaço
Motor potente e suave. nos bancos de trás. Testado com filtro de partículas.

Equipamento fácil de utilizar Encostos de cabeça do banco Travões Visibilidade

Bagageira espaçosa traseiro Comportamento na estrada Acesso à bagageira
Motor Consumo Espaço dos bancos
Consumo
APRECIAÇÃO Ao volante B Conforto BFC APRECIAÇÃO Ao volante BFC Conforto BFC

30 PROTESTE 277 Fevereiro 2007


>>
bém uma boa opção para os
adeptos do desporto que, com
algum jeito, já conseguem le-
var pranchas de surf, bicicletas
ou outros equipamentos. Todos
os carros que testámos estão
preparados para receber cinco
adultos e as suas bagagens.
Confortáveis
acima de tudo
> Para analisar os veículos, ti-
vemos em conta, além do es-
paço, elementos como o consu-
mo de combustível, a emissão
de gases poluentes, o conforto,
o comportamento do carro na
estrada.
A segurança geral e em particu-
lar a das crianças foram outras
das características testadas.
Entre vários aspectos, experi-
mentámos a facilidade de co-
locação da cadeirinha de bebé,
obrigatória para crianças com
menos de 12 anos com altura
abaixo dos 150 cm.
1 Esteja atento à manuten-
ção do seu carro, para prevenir
eventuais falhas. Problemas
nos injectores, nas velas, ou
nos filtros de ar, por exemplo,
podem aumentar o consumo
do veículo em 50 por cento.
2 Não se esqueça de contro-
lar a pressão dos pneus. Se cir-
cular com a pressão abaixo do
valor recomendado, o veículo
consume mais 3% do que o
habitual.
3 Carregue o carro só quando
for necessário. Com a bagagei-
ra cheia, o consumo pode subir
40 por cento. Transporte as bi-
cicletas no porta-bagagem. Ao
colocá-las no tejadilho, pode
elevar o consumo em mais de
30 por cento.
> Para quem faz viagens lon-
gas, ou mesmo para quem con-
duz no dia-a-dia, o conforto na
condução é essencial.
A bordo, quase todos os mode-
los oferecem uma excelente co-
modidade, com notas medianas
em critérios como o acesso aos
bancos, o ruído, a capacidade
de carga. Neste aspecto, des-
tacam-se pela positiva o Opel
Vectra Caravan 1.9 CDTI e o Re-
nault Laguna Break 2.0 dCi.
> A maioria destes automóveis
são bastante poluentes devido
aos seus motores de cilindrada
elevada. No entanto, quase to-
dos os modelos apresentaram
valores baixos de emissões
de partículas, isto porque pos-
suem um filtro.
Olho no preço
> Para que possa avaliar se o
preço de aquisição é vantajoso
a longo prazo, apresentamos o
consumo de cada automóvel.
Dos modelos testados, o BMW
Série 3 320d Touring é o mais
poupado: gasta apenas 6,3 li-
tros aos 100 quilómetros.
> A compra de um automóvel
exige um elevado investimento,
pelo que convém comparar os
diferentes preços e modelos.
No nosso sítio na Net, facilita-
mos-lhe a sua tarefa através de
um simulador. Aí pode compa-
rar preços e muito mais: anali-
sar as despesas de utilização
(revisões, pneus, preço de re-
venda, etc), o custo por quiló-
metro, entre outros elementos
que o ajudam a escolher o mo-
delo mais indicado. Os preços
apresentados foram recolhidos
em Janeiro nos sítios oficiais
das marcas, para as caracterís-
ticas dos carros testados.
Neste caso, não atribuímos os
nossos títulos de Melhor do
Teste e Escolha Acertada, pela
impossibilidade de testar os
modelos mais importantes do
mercado português.
automóveis conduzimos 8 carrinhas
Rip By XmosRips
PARA SABER MAIS
> Simulador e dicas para pou-
par no consumo no nosso
sítio: www.deco.proteste.pt
> Canais > Automóvel
> Standes de carros usados:
PRO TESTE n.º 276, Janeiro
de 2007.
> Testes de colisão: PRO TES-
TE n.º 275, Dezembro de
2006.
> Cadeiras de criança para
automóveis: PRO TESTE
n.º 270, Junho de 2006.
DECO PROTESTE ACONSELHA
> Antes de escolher um automóvel fa-
miliar, tenha em atenção os preços de
aquisição e o consumo de cada veículo.
Outros factores que não pode descurar
são o conforto do carro e o seu desem-
penho. Critérios que analisámos nos
modelos testados.
> Ao circular, verifique se todos os pas-
sageiros poêm o cinto de segurança.
Segundo o Código da Estrada as crian-
ças com menos de 12 anos de idade e
menos de 150 cm de altura só podem
ser transportadas em veículos com cin-
tos de segurança e numa cadeirinha
adequada ao seu tamanho e peso.
> Face à regulamentação internacional,
só existem cadeiras preparadas para
crianças com peso igual ou inferior a 36
quilos. No caso de crianças com menos
de 12 anos e menos de 150 cm, mas
com mais de 36 quilos, o Regulamento
de Utilização de Acessórios de Seguran-
ça prevê que devem utilizar o cinto de
segurança com um dispositivo elevató-
rio que permita a colocação do cinto em
condições.
Segurança deve ser a palavra de ordem
sempre que andar de automóvel, ainda
mais se for acompanhado de crianças.
Por muito irrequietas que sejam, até aos
12 anos ponha-lhes sempre na cadeiri-
nha. Se forem muito grandes para tal,
proteja-as com o cinto de segurança.
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 31
 máquinas de distribuiçãom Rip By XmosRips

cafés, refrigerantes, chocolates e sandes

Lanche com falhas automáticas

Oferta pouco variada, falta
de instruções de utilização
e de contactos para reclamar
são os principais problemas
que encontrámos

As máquinas de venda auto- para quando a fome aperta e

mática de produtos alimentares
e de bebidas quentes ou frias
são cada vez mais frequen-
tes em locais públicos. Estão
à disposição do consumidor,
por exemplo, nas estações de
transportes públicos, em hos-
pitais ou bibliotecas. Em geral,
são uma solução fácil e rápida
não há alternativas.
As bebidas disponíveis são so-
bretudo refrigerantes, águas,
cafés e seus derivados. Ao ní-
vel alimentar, os chocolates, as
bolachas e os bolos são uma
constante. Mais raramente po-
dem encontrar-se outros produ-
tos, como sandes ou iogurtes.

447 MÁQUINAS EM 50 CONCELHOS

> Entre 16 de Outubro e 7 de Novembro, controlámos o fun-

cionamento de 447 máquinas de distribuição automática de
produtos alimentares e bebidas. Por estarem avariadas ou
fora de serviço durante uma semana, 12 não foram testadas.
Limitámos o nosso teste prático a serviços e locais públi-
cos muito frequentados. São disso exemplo estações de
transportes, hospitais, centros de saúde, câmaras munici-
pais, tribunais, bibliotecas, ginásios e centros comerciais.
Visitámos 204 locais em 50 concelhos de Portugal conti-
nental e Ilhas. Excluímos desta amostra máquinas instala-
das em empresas, escolas, cafés e restaurantes.
> Objectivo do estudo: conhecer a oferta disponível (sem
a analisar nutricionalmente), os possíveis problemas de
funcionamento das máquinas e como as entidades res-
ponsáveis gerem as queixas. Averiguámos ainda se estes
equipamentos apresentam a informação obrigatória, co-
mo os contactos para o utilizador reclamar.

32 PROTESTE 277 Fevereiro 2007

 Rip By XmosRips

MUITAS TENTAÇÕES POUCO SAUDÁVEIS www.deco.proteste.pt

Saiba quantas
Chocolates 92 calorias precisa
de consumir por dia
Bolachas 62 no nosso simulador
Batatas fritas 54
Bolos 50
Bolos com recheio 49
Sandes 33
Iogurtes 30
Fruta 1
(% de máquinas com...)
As máquinas de distribuição alimentar analisadas oferecem,
sobretudo, produtos que, numa dieta saudável, devem ser comidos
com moderação: snacks hipercalóricos, açucarados ou com muito sal

Hospitais com produtos
mais variados
> Para analisarmos a oferta dos
produtos comercializados, visi-
támos mais de duas centenas
de locais públicos. Quisémos
averiguar quais os produtos
oferecidos e se estes variavam
consoante a natureza do espa-
ço onde estava instalada a má-
quina de venda automática.
Em geral, os chamados snacks
(como chocolates ou bolos) es-
tão presentes em quase todos
os equipamentos com produtos
alimentares. O mesmo aconte-
ce com os refrigerantes nas má-
quinas de bebidas.
> Verificámos que a presença
de sandes é mais frequente
em serviços de saúde (em 54%
das máquinas) e de atendimen-
to da administração central e
local, como os serviços da se-
gurança social (em 35 por cen-
to). Já em estações de trans-
portes, este valor desceu aos
10 por cento.
> Das 204 máquinas com pro-
dutos alimentares, apenas um
terço oferecia iogurtes. É sobre-
tudo nos hospitais, centros de
saúde e bibliotecas que a ofer-
ta deste produto é maior.
Nas estações de transportes
públicos, estava presente ape-
nas em 14% das máquinas. De
facto, encontrámos com maior
regularidade, nestes locais,
produtos que devem ser comi-
dos com moderação. Foi, aliás,
aqui que registámos uma maior
oferta de refrigerantes.
> Compreende-se que dispo-
nibilizar alimentos mais sau-
dáveis, como certas sandes
e fruta, seja uma dificuldade
acrescida para os operadores.
Têm prazos de validade muito
menores, o que implica uma
As empresas responsáveis pelas máquinas
devem fornecer ao consumidor alimentos
mais variados e nutritivos
reposição mais frequente. Mas
é lamentável que só numa má-
quina, no hospital de Aveiro
tenhamos encontrado fruta.
As empresas responsáveis pe-
las máquinas, bem como as
entidades onde estas se en-
contram devem esforçar-se por
vender alimentos mais nutri-
Comprámos este chocolate em 25 de Outubro
no hospital de Espinho. O prazo de validade
tivos. Nos serviços culturais e
de saúde já encontrámos uma
maior variedade de alimentos
e uma presença mais acentua-
da de produtos lácteos, como
iogurtes, e sandes. Mas os sna-
cks continuam a predominar.
Reclamar não é fácil
> A lei obriga a que as máqui-
nas de distribuição automáti-
ca tenham afixada informação
clara e legível sobre a identifi-
cação da empresa proprietária,
do fornecedor dos bens, con-
tactos rápidos para uma even-
tual reclamação, os produtos
tinha terminado há mais de um mês
e respectivo preço, bem como
instruções de utilização e de re-
cuperação do pagamento, caso
não seja fornecido o produto.
Na nossa visita às mais de 400
máquinas verificámos se era
cumprida esta imposição e ain-
da se havia alguma indicação
das moedas aceites.
> Como a compra é feita sem
a presença do vendedor, é fun-
damental que esta informação
esteja à disposição do consu-
midor. São disso representati-
vas as instruções de uso para
facilitar a aquisição ou os con-
tactos do operador. Só deste
modo, será possível, por exem-
plo, apresentar uma queixa do
serviço prestado.
Foi, todavia, significativo o nú-
mero de máquinas sem referên-
cia ao contacto para reclamar:
>>
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 33

>>
136 casos, incluindo três equi-
pamentos na estação de metro
LEI NEGLIGENCIADA da Alameda, em Lisboa, que
As máquinas de distribuição nem sempre exibiam um número de telefo-
apresentam a informação obrigatória ne desactualizado.
Embora apresentando uma so-
lução ao consumidor, é, contu-
Instruções de utilização
do, despropositada a indicação
dada numa máquina no hospi-
tal de Cascais. O utilizador era
21%
aconselhado a deixar os seus
dados pessoais e a descrição
do problema numa folha ane-
xa, à qual qualquer um poderia
79% aceder, pondo em risco a sua
confidencialidade.
> As falhas mais comuns foram
Um quinto das máquinas não tinha instruções a falta de indicação do número
de utilização e em 10 casos, as indicações
de matrícula da Conservatória
não eram claras
do Registo Comercial (em cerca
de metade das máquinas) e da
Contactos rápidos para reclamar forma de recuperação do paga-
mento (em mais de um terço).
Já quanto às moedas aceites,
31% apenas 82% dos equipamentos
exibia esta informação.
Em 67 casos não havia nenhum
69% elemento de identificação do
proprietário ou operador, cons-
tituindo uma falha muito grave.
Um terço das máquinas testadas não fornecia Moedas encravadas
contactos expeditos, o que dificulta a apresentação
imediata de uma queixa
e troco em falta
> Além das 14 máquinas que
estavam avariadas ou fora de
Recuperar o dinheiro
serviço (12 das quais manti-
37%
63% PARA SABER MAIS
> Inquérito sobre hábitos ali-
mentares e sedentarismo:
PRO TESTE n.º 272, Setem-
Todas as máquinas tinham o dispositivo obrigatório bro de 2006.
para recuperar o dinheiro, mas 37% não dispunham
de qualquer indicação sobre como o fazer > Alimentos açucarados: TES-
TE SAÚDE n.º 59, Fevereiro
Sim Não de 2006.
34 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
Rip By XmosRips
veram-se na mesma situação
uma semana depois), encon-
trámos problemas de funciona-
mento em mais 39 equipamen-
tos. Destes, quase dois terços
ocorreram em estações de
transportes públicos (comboio,
metropolitano e autocarros) e,
sobretudo, em Lisboa.
Nalguns casos, as dificuldades
na utilização da máquina não
prejudicaram 0 consumidor.
Dificultaram apenas a compra
do artigo. É o caso, por exem-
plo, de um equipamento na
unidade de saúde Cliria, em
Aveiro, onde as moedas encra-
varam diversas vezes. Só de-
pois de muitas tentativas, con-
seguimos fazer a compra.
> Mais graves foram 19 casos
em que o utilizador ficou pre-
judicado. Por exemplo, na es-
tação da Rodoviária Tejo, nas
Caldas da Rainha, a máquina
não dava trocos, nem fornecia
nenhuma indicação nesse sen-
tido. Resultado: como foi intro-
duzida uma quantia superior ao
preço do produto seleccionado,
a máquina reteve o troco.
Dois equipamentos na estação
de metro da Alameda, em Lis-
boa, assumiram as moedas de
€ 2 como sendo de € 1, fazen-
do o utilizador perder um euro.
No hospital Eduardo Santos Sil-
va, em V. N. de Gaia, e na esta-
ção da CP, no Entrocamento, a
máquina deu troco a menos e
em 7 casos reteve o pagamen-
to, mas não forneceu o produto
ou não permitiu seleccioná-lo.
> Nestes casos, usámos os con-
tactos indicados nas máquinas
para reclamar. Quando estes
não existiam ou não consegui-
mos estabelecer comunicação,
dirigimo-nos ao funcionário do
local onde esta estava.
 máquinas de distribuição cafés, refrigerantes, chocolates e sandes
Rip By XmosRips

CONSUMIDORES EXIGEM
APETITE PARA RECLAMAR
> As máquinas de venda automática nem sempre funcionam
bem. Se surgir um problema, por exemplo, se a máquina não
lhe der o troco, não lhe fornecer o artigo comprado ou lhe re-
tiver as moedas, não deixe de apresentar uma queixa. Faça-o
junto da entidade responsável pelo equipamento através dos
contactos indicados na própria máquina. No caso desta não
ter um contacto para reclamar ou não conseguir contactar o
proprietário, faça a queixa junto da entidade responsável pelo
local onde o equipamento está instalado. Se o problema não
ficar resolvido ou não lhe derem indicações precisas para con-
tactar a operadora da máquina, peça o livro de reclamações.
> Se o produto fornecido estiver fora do prazo de validade ou
em más condições, apresente também queixa à Autoridade
para a Segurança Alimentar e Económica (Av. Conde de Val-
bom, 98, 1050-070 Lisboa, 21 798 36 00 ou www.asae.pt).
> As máquinas de venda automática privile-
giam os chamados snacks, como chocolates,
bolos e bolachas. Embora também se en-
contrem sandes ou iogurtes, abundam, na
maioria das vezes, produtos que devem ser
comidos com moderação. Descobrimos algu-
mas diferenças entre a oferta das máquinas
instaladas, por exemplo, em serviços de saú-
de e estações de transportes. Nas primeiras,
o consumidor pode optar por produtos mais
saudáveis. Mas a oferta pode melhorar.
As entidades responsáveis pela exploração
dos equipamentos, sobretudo em serviços
de saúde ou de educação, devem ter cui-
dados acrescidos na escolha de alimentos
mais equilibrados, como iogurtes.

> Detectámos falhas graves na afixação da

Reclame de imediato se, ao fazer uma compra, ocorrer um problema
informação obrigatória. Um terço dos equi-
pamentos não indicava um contacto expedi-
to para reclamar e 21% não tinha instruções
de utilização. São faltas de informação gra-
ves que lesam o consumidor. Também não
é aceitável que os responsáveis pelos equi-
pamentos não actualizem os seus contactos
sempre que surjam alterações. Exige-se que
cumpram a lei e que os proprietários dos lo-
cais onde estas se encontram sejam co-res-
ponsáveis, como manda a lei.

> É ainda importante definir e legislar uma

Em geral, as operadoras rece-
beram bem as queixas, tendo
resolvido quase sempre de
imediato o problema. A excep-
ção ocorreu quando a informa-
ção não existia, estava vandali-
zada ou desactualizada, como
foi o caso de três máquinas em
estações do metropolitano de
Lisboa. Aqui, também de nada
nos valeram os funcionários
do Metro, que recusaram qual-
quer responsabilidade. Isto é
inaceitável, dado a lei também
responsabilizar os proprietários
dos locais onde as máquinas
estão colocadas.
Chocolate estragado
Com excepção de um chocolate
comprado no hospital de Espi-
nho, todos os produtos esta-
vam em boas condições e den-
tro do prazo de validade.
Embora se trate de um caso
único, é lamentável por poder
colocar em risco a saúde do
consumidor. Esta situação é
particularmente grave, porque
além da empresa estar a ven-
der um produto estragado, não
fornecia, na máquina, nenhum
contacto para reclamar, nem
elementos de identificação da
operadora.
forma padronizada de apresentar a infor-
mação na máquina. Mais: tornar obrigatório
um mecanismo de reclamação sem custos.
Na maioria dos casos, os contactos encon-
trados foram números de telefone ou tele-
móvel. Como o valor da chamada pode ser
superior ao montante a reclamar, o consu-
midor acaba por desistir da queixa. Uma so-
lução seriam os números “verdes”.
> A Autoridade de Segurança Alimentar e
Económica (ASAE) deve fiscalizar mais inten-
sivamente estes equipamentos. É lamentá-
vel termos encontrado à venda um produto
fora do prazo de validade. Já comunicámos
os resultados do estudo à ASAE, e ao Se-
cretário de Estado do Comércio, Serviços e
Defesa do Consumidor.
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 35
 fritadeiras eléctricas
10 aparelhos à prova
Dois modelos perigosos
É um utensílio simples e rápido, mas deve ser
usado com precaução. Duas fritadeiras não são
seguras e o cheiro a fritos ainda é difícil de eliminar
Colocam-se as batatas no óleo.
Quando este atinge 1750C, a
água das batatas evapora-se.
Alguns minutos depois, estão
prontas a servir: fritas por fora
e moles por dentro.
Em geral, as fritadeiras eléctri-
cas são mais seguras, higiéni-
cas e eficazes do que as tradi-
cionais frigideiras. Mas é preci-
so escolher com cuidado. Para
ajudá-lo, testámos 10 modelos
dos mais vendidos.
Acessórios
pouco práticos
> Analisámos a facilidade de
utilização, por exemplo o ma-
nuseamento do aparelho.
Nos acessórios, a pega do
cesto deve ser firme e de fácil
encaixe, para não se separar
do cesto enquanto se mexe ou
retira a comida. Mas nem todos
os modelos obtiveram bons
resultados. Na Philips Cucina
HD 6155/80, além de pesada, a
tampa não é articulada, o que
dificulta a sua abertura e pode
originar queimaduras.
Para prevenir que o óleo quen-
te salpique para fora da fri-
tadeira e reduzir odores, os
modelos estão equipados com
tampa e alguns com janela. Es-
ta permite acompanhar a fritura
dos alimentos e saber quando
é altura de os remover, sem ter
de levantar a tampa e serem
libertados cheiros e vapores.
Porém, nem sempre a janela
cumpre a sua função, já que,
nalguns modelos, basta haver
algum vapor para a embaciar.
36 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
Rip By XmosRips
1 Não deite fora o óleo usado.
2 Deposite-o num contentor
específico para tal. Este proce-
dimento permite converter o
óleo usado em biodiesel. Veja
os locais disponíveis no seu
município no simulador de
resíduos urbanos (www.deco.
proteste.pt.) .
3 Se o seu município não ti-
ver estes contentores, ponha
o óleo usado numa garrafa e
coloque-a no lixo.
> Filtrar o óleo deve ser uma
prática corrente. Mesmo quan-
do há um sistema de zona fria,
a filtragem do óleo é uma for-
ma de prolongar a sua vida e
melhorar a qualidade dos fritos.
Mas só a Tefal Snack Oleoclean
FA 700038 dispõe de um orifí-
cio de descarga com filtro na
cuba para facilitar esta tarefa.
Mudar o óleo com frequência
também é importante.
> As marcações nos apare-
lhos facilitam a sua utilização.
O Philips HD6163/00 tem os
símbolos (termóstato, interruptor
on/off, indicação de máximo/
/mínimo da capacidade do ces-
to, etc.) mais claros e visíveis.
Pelo contrário, a Taurus Axial
973593 tem símbolos muito pe-
quenos e pouco legíveis.
Quanto à utilização de frita-
 Rip By XmosRips

GUIA DE COMPRAS BEM FRITO

Antes de comprar uma fritadeira eléctrica, tenha em atenção as su-
as características. No exterior do aparelho, deve haver instruções
claras e completas (como a indicação da temperatura e o tempo
médio de fritura). A tampa deve ser articulada com mola e ter um
sistema de abertura fácil (por exemplo, com botão). As indicações
da capacidade do cesto devem estar bem visíveis.

deiras por pessoas canho- > Muitos aparelhos estão equi-

tas, há regras a ter em conta.
Para facilitar o seu uso, a frita-
deira deve ser simétrica: pegas
ao meio e controlos, símbolos
e indicações à frente.
Eficácia à prova
> O cheiro a fritos é muito de-
sagradável. Por isso, três mo-
delos vêm equipados com filtro
anticheiro: Moulinex Fridelys
AKE 141, Tefal Snack Oleoclean
FA 700038 e Tefal Magicclean
FR 400130. Apesar de nenhum
sistema acabar de vez com os
cheiros, a maioria dos mode-
los consegue resultados satis-
fatórios. Excepção: a Ufesa FR
2010 N não possui filtros e tem
apenas ventilação na tampa.
pados com um filtro de metal
que retém parte da gordura.
Para diminuir os cheiros, alguns
modelos têm filtros de car-
vão activo (como a Tefal Snack
Oleoclean FA 700038) ou uma
combinação de filtro de metal
antigordura e carvão activo anti- Pega do cesto deve ser fácil de Interruptor on/off, termóstato,
cheiro. Os últimos têm uma ca- encaixar e remover. Convém po- temporizador, luz vermelha pa-
pacidade limitada para absorver der ser levantada com a tampa ra indicar que o aparelho está
os cheiros. Ao atingir o ponto fechada e não ter de ser arru- ligado e verde para quando es-
de saturação são retidos menos mada dentro da fritadeira. tá pronto para fritar são úteis.
cheiros e é altura de o mudar.
Em média, a troca deve ocorrer
após 10 a 14 utilizações.
Menos gordura a 1800C
> A temperatura ideal de fritura
ronda os 1750C. Mas, como a
maioria dos fabricantes aconse-
>>
Componentes Se forem removí- Sistema de zona fria O óleo por
veis são mais fáceis de limpar. baixo da resistência aquece e
No primeiro caso, foi O revestimento antiaderente é movimenta-se menos, retendo
usado uma fritadeira uma boa opção. os resíduos de fritos anteriores.
com sistema de zona
fria. Assim, os restos
de comida de frituras
anteriores não se
misturaram com os
novos alimentos
a preparar, como
ocorreu no segundo
caso

Filtrar o óleo As cubas amoví- Filtros anticheiro de carvão ac-

veis que têm orifício com filtro
para a sua descarga são as
melhores. A zona fria, apesar
de útil, não substitui a filtra-
gem regular do óleo.
tivo ou o combinado anticheiro
e gordura são os melhores.
Em geral, quanto maiores, me-
lhor o resultado e eficácia. De-
vem ainda ser fáceis de remo-
ver para limpar.

PROTESTE 277 Fevereiro 2007 37

 Rip By XmosRips

Os 10 modelos testados e nomeados

Philips HD6163/00 Philips Cucina HD6155/80 Tefal Pro Fry Filtra FR 400831 Moulinex Fridelys AKE 141

o
gos
peri

Taurus Axial 973593 Tefal Snack Oleoclean FA 700038 Ufesa FR 2010 N Philips HD6103

M Melhor do Teste
N Escolha Acertada FRITADEIRAS ELÉCTRICAS: CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS DO TESTE
L Escolha Económica
CARACTERÍSTICAS RESULTADOS DOS TESTES
A Muito bom
B Bom filtros desempenho
Cesto com pega removível

C
Facilidade de utilização

Médio
Eficiência da zona fria

D
Sistema de zona fria

Medíocre
Capacidade máxima
Tampa com janela

APRECI
E Mau
tempo de fritura
da temperatura
de óleo (litros)
e antigordura

n.a. Não se aplica

antigordura

anticheiros

Segurança
Instruções
anticheiro

exactidão

Consumo
aspecto

gordura

Cheiros
total

Marca e modelo
Philips HD6163/00 V V V 2,95 B B B B B A C B B B B B

Philips Cucina HD6155/80 V V 2,65 B B B B B C B B B C C B

Tefal Pro Fry Filtra FR 400831 V V V 3,85 C A B B B A C A C B C BFC

Moulinex Fridelys AKE 141 V V 2,00 C C B C C A B A B C B BFC

Flama Profit Plus 633FL com timer (1) V V 2,95 B B B B B A C A C B B BFC

Taurus Axial 973593 V 2,10 C C B B C C B B B C C BFC

Tefal Snack Oleoclean FA 700038 V V 1,00 C D B C C C B A B C B BFC

Ufesa FR 2010 N V V 1,95 B C B B B C D B C C B C

Philips HD6103 1,80 B B B B B B B B C C E perigoso

Tefal Magiclean FR 400130 V V 1,90 C C B B B D B A B C E perigoso

1) Modelo em fase final de comercialização.

38 PROTESTE 277 Fevereiro 2007


>>
lha a fritura a 1900C, testámos
todos os modelos a essa tem-
peratura. Num segundo teste,
optámos por 1750C, nos mode-
los que assim o recomenda-
vam: os três Philips.
> Todos os aparelhos tiveram
uma prestação aceitável. Mas,
nalguns casos, verificaram-se
desvios de mais de 200C da
temperatura média de fritura
e abaixo da regulada no ter-
móstato. Embora este tenha
Flama Profit Plus 633FL com timer
sido regulado para 1900C e as
indicações da maioria dos fa-
o bricantes apontem para este
gos
peri
valor, o ideal é variar entre 170
e 1800C. Se fritar abaixo desta
temperatura, demora mais tem-
po e a comida absorve mais
gordura. Por sua vez, com altas
temperaturas, o óleo deteriora
mais depressa. Quando é usa-
da a capacidade máxima do
cesto, os alimentos também
Tefal Magiclean FR 400130
absorvem mais gordura, por-
que a temperatura baixa muito
e o tempo de fritura aumenta.
Só a Tefal Snack Oleoclean FA
700038 precisou de mais de 18
minutos para fritar 100g de ba-
tatas. Os restantes demoraram,
em média, 10 minutos.
> Se frita alimentos com pão
PREÇO (€)
AÇÃO GLOBAL Outubro de 2006 ralado, uma fritadeira com zona
(entre… e …) fria pode ser uma mais-valia.
Este sistema concentra os res-
tos de alimentos que ficam no
100
óleo no fundo da cuba, retar-
0
57,45 - 80,99 dando a sua degeneração.
Para saber se o sistema é efi-
68,00 - 96,00
caz, fritámos algumas partícu-
71,00 - 97,90
las de pão ralado, preparando,
67,50 - 93,99
depois, as batatas no mesmo
49,90 - 73,00 óleo. A zona fria mostrou ser
43,00 - 60,47 eficaz. Em geral, os aparelhos
59,90 - 99,00
sem esta característica obtêm
piores resultados. Na Tefal Ma-
38,90 - 55,00
giclean FR 400130, as batatas
eliminado 44,90 - 79,90
foram “contaminadas” por par-
eliminado 66,65 - 95,90 tículas carbonizadas.
> A maioria das fritadeiras
fritadeiras eléctricas 10 aparelhos à prova
Rip By XmosRips
tem um consumo moderado.
As mais eficientes são as do- REPRESENTANTES
tadas de resistência eléctrica FLAMA 256 850 170
imersa em óleo. www.flama.pt
> Segundo as nossas exigên- MOULINEX 22 947 93 10
cias enquanto associação de PHILIPS 21 416 33 33
consumidores, dois modelos www.philips.pt
foram eliminados. Embora to- TAURUS 21 797 26 50/51
www.taurus.es
dos os aparelhos em teste
TEFAL 21 868 47 35/ 78 36
respeitem as normas de segu- tefal.pt/rowenta.pt
rança eléctrica em vigor, fomos UFESA 21 425 06 00
mais rigorosos por crermos que bosch.pt/ siemens.pt/balay.pt
a lei não é suficientemente exi-
gente. A Philips HD6103 e a Te-
fal Magiclean FR 400130 foram
consideradas perigosas: a tem-
peratura da pega chegou aos
800 e 820C.
Preços em alta
Se em vez do modelo mais caro
do teste, o Tefal Pro Fry Filtra Fr
400831 (entre € 71 e € 97,90),
optar pela Escolha Acertada, o
Philips HD6163/00 pode gastar
menos 13,55 euros.
Com a nossa Escolha Económi-
ca poupa € 23,65 face à Tefal
Encomendas
Magiclean Fr 400130. Além de Telefone: 808 200 146
mais barata, é também muito Correio electrónico:
assinaturas@deco.proteste.pt
mais segura. Loja virtual: www.deco.proteste.pt/loja
ESCOLHA ACERTADA
> Em geral, as fritadeiras testadas mostraram ser
rápidas, eficientes e económicas. Mas nem sem-
pre são fáceis de utilizar e o cheiro a fritos conti-
nua difícil de controlar.
> O modelo Philips HD6163/00 (entre € 57, 45 e
€ 80,99) é o Melhor do Teste e a nossa Escolha
Acertada, por oferecer a melhor relação entre a
qualidade e o preço.
> Se pretende um modelo mais em conta, mas
com uma qualidade ainda aceitável, aconselha-
mos a Taurus Axial 973593 (entre € 43 e € 60,47)
como a nossa Escolha Económica.
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 39
 navegar na Internet
programas de segurança
Proteja o PC contra intrusos
Por 50 euros, equipe a sua máquina
com um pacote que combina antivírus,
firewall e anti-spyware. Válidos só por
um ano, estes exigem renovações caras.
Também há boas versões gratuitas dos
programas, mas em separado
40 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
Rip By XmosRips
Com a popularidade do acesso
à Internet e o crescimento da li-
gação de banda larga, os ciber-
nautas são confrontados com
vírus e tentativas de invasão
de privacidade e de burla infor-
mática. Evite ser infectado, ins-
talando um programa antivírus
e anti-spyware. Para assegurar
que o controlo do computador
não cai em mãos alheias ou
proteger dados pessoais, preci-
sa ainda de uma firewall.
Apesar de os programas serem
complementares, pode comprá-
-los em separado ou num único
pacote, que inclui outras fun-
ções de segurança como o an-
ti-spam, anti-phishing e contro-
lo parental. O pacote tem mais
vantagens: melhor integração
no sistema operativo, compa-
tibilidade e facilidade de uso
e actualização. Único inconve-
niente: custo elevado.
Testámos 14 programas combi-
nados, disponíveis em CD nas
lojas tradicionais ou virtuais
e para descarregar a partir da
Net. Analisámos também dois
antivírus e dois firewall gratui-
tos, para saber se são uma boa
alternativa.
Perigos à espreita
> Se pensa que os piratas in-
formáticos só se interessam
por informações das gran-
des empresas, desengane-se.
Podem entrar na sua máquina
para destruir ficheiros por pura
diversão, obter o número do
cartão de crédito, as palavras-
-chave do serviço homebanking
ou outros dados valiosos no
disco. Muitas vezes, invadem
computadores para espalhar ví-
rus a partir do seu via Internet
e difundir conteúdos ilegais.
Muitos ataques surgem da pes-

quisa aleatória de endereços
IP, pelo que até o computador
com os conteúdos mais desin-
teressantes pode ser um alvo.
Consoante o tipo de ligação, o
sistema operativo ou, mesmo,
os sítios que costuma visitar, o
utilizador corre diferentes níveis
de risco.
> Se navegar só de vez em
quando via modem, através de
uma linha telefónica analógica,
os riscos de invasão são bai-
xos. O endereço de rede muda
sempre que faz uma ligação,
deixando pouco tempo para ser
localizado. Caso permaneça du-
Se não está disposto a gastar cerca
de 50 euros, pode descarregar na Net
os programas gratuitos
rante muito tempo na Internet,
por ADSL ou cabo, torna-se um
alvo mais fácil.
> O risco aumenta caso fre-
quente sítios de jogos, de por-
nografia ou onde pode des-
carregar toques para telemó-
veis e programas pirateados.
O mesmo é válido se utilizar
um software peer-to-peer, co-
mo o eMule ou o Kazaa, que
permite a outros utilizadores
aceder e transferir ficheiros de
MP3 e filmes armazenados no
seu computador.
> Os chats, como o mIRC, ICQ,
Yahoo Messenger e Windows
Messenger, são também uma
fonte potencial de vírus.
> A maioria dos programas ma-
liciosos foi concebida para ata-
car os utilizadores do Windows,
por ser mais conhecido dos
piratas e ter mais utilizadores
do que os sistemas operativos
menos difundidos.
Trabalho em equipa
> Para proteger o seu PC, não
basta instalar um antivírus.
É preciso actualizá-lo regular-
mente, para responder a novos
ataques. Este detecta e elimina
os vírus na memória e no disco
rígido ou noutros dispositivos
de armazenamento (disquete,
CD, DVD ou pen-disk).
O anti-spyware também é in-
dispensável para proteger o
sistema informático. O spyware
é um programa espião, existen-
te na Net que, regra geral, se
disfarça de ferramenta inofen-
siva e gratuita. Actua de forma
dissimulada com o propósito
de recolher informações no PC,
que depois serão enviadas sem
autorização. O funcionamento
do anti-spyware, similar ao do
antivírus, permite detectar os
programas espiões ao compa-
rar os ficheiros analisados com
uma base de dados de defini-
ções spyware.
Para impedir que intrusos ace-
dam ao seu PC enquanto esti-
ver em linha, é necessário uma
boa firewall. Pode-se comparar
o funcionamento do programa
a um porteiro que filtra as en-
tradas e saídas, pela análise e
filtragem de dados e verificação
dos endereços de origem.
> Regra geral, os piratas recor-
rem a um programa especial
que rastreia as portas virtuais
de comunicação com a Internet
(não confundir com as portas
USB) de um computador ou de
endereços de rede. A firewall
>>
Rip By XmosRips
www.deco.proteste.pt
Internet de banda
larga: qual o
fornecedor de
acesso mais barato?
10 DICAS DE OURO
1 Faça actualizações do sistema operativo, browser, correio
electrónico, antivírus, firewall e anti-spyware.
2 Utilize sempre um antivírus, firewall e anti-spyware, mes-
mo que gratuitos, e mantenha as definições actualizadas.
Em caso de dúvidas, recorra à ajuda do manual.
3 Use produtos alternativos e menos populares. Por exem-
plo, Opera ou Netscape (browser), MacOS ou Linux (sis-
tema operativo) e Thunderbird, Pegasus Mail ou Foxmail
(programa de e-mail), etc.
4 Seja cauteloso na Net. Os sítios para adultos, de pirataria
informática e serviços de partilha de ficheiros são as prin-
cipais fontes de vírus e de outro software malicioso.
5 Não aceda à Internet como administrador do computador.
Crie e use antes uma conta limitada de utilizador.
Apesar de restringirem o acesso a certos conteúdos, as
6
linguagens Java, JavaScript e ActiveX devem estar bloque-
adas por defeito no browser.
7 Convém codificar ficheiros importantes e dados pessoais.
Faça cópias de segurança regulares de ficheiros importan-
8
tes para um DVD ou um disco externo.
9 Nunca forneça dados confidenciais como resposta a e-
-mails ou a páginas a que acedeu por esta via. Em sítios
de confiança, verifique se a ligação é segura. O endereço
deve começar por https:// e permitir o duplo clique sobre
um cadeado, no canto inferior direito do ecrã.
10 Não responda a spam, não abra, nem execute ficheiros
anexos de e-mails de desconhecidos. Não forneça o seu
endereço principal a estranhos e crie um para usar em sa-
las de chat, etc.
Numa mensagem para vários
destinatários, escreva os endereços
em “bcc”, em vez de “to”, para não
facilitar a vida aos spammers
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 41
 Rip By XmosRips

EXPERIMENTÁMOS OS MELHORES PROGRAMAS PARA PROTEGER A SUA MÁQUINA

Pacote antivírus e firewall

Gdata Internet Security 2007 Softwin Bitdefender Internet Security v10 Trend Micro PC-Cillin Internet Security 14

M Melhor do Teste
N Escolha Acertada ANTIVÍRUS E FIREWALL: CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS DO TESTE
L Escolha Económica
CARACTERÍSTICAS RESULTADOS
A Muito bom
B Bom
C Médio

Instalação e desinstalação
D Medíocre

Programa em português?
E Mau
n.a. Não se aplica Compatível com
Sítio do fabricante
o sistema operativo

Documentação
Outras (1)
Modelo (versão testada)

Pacote antivírus e firewall

Gdata Internet Security 2007 (17.0.6254/1.0.2) www.gdata.de/portal/GB 2000, XP A,B,C A B

Softwin Bitdefender Internet Security v10 (v10 build 108) www.realsoft.pt 2000, XP (2) A,B,C B C

Trend Micro PC-Cillin Internet Security 14 (15.00.1419) http://pt.trendmicro-europe.com 2000, XP B B C

F-Secure Internet Security 2007 (7.00 build 362) www.f-secure.com 2000, XP ✓ A,B,C B C

McAfee Internet Security Suite 2007 (version 7 build 7.0.331) www.mcafee.com/pt 2000, XP ✓ A,B,C C C

Kaspersky Internet Security 6.0 (6.0.0.299) http://kaspersky.com.pt 2000, XP ✓ A,B A C

Steganos Internet Security 2007 (9.0.0.306) www.steganos.com 2000, XP A,B D C

Microsoft Windows Live OneCare (1.1.1067.14/1.2.2.59) www.windowsonecare.com XP A,B,C D D

Panda Internet Security 2007 (11.00.00) www.pcseguro.pt 98, ME ,2000, XP ✓ A,B,C C C

CA Internet Security Suite 2007 (3.0.0.200) www.ca.com/offices/portugal 98, ME, 2000, XP A,B D C

Ashampoo Security Pack (1.20/1.11) www.ashampoo.com 2000, XP C C

Grisoft AVG Internet Security 7.5 (7.5.431) www.microplus.pt 98, ME, NT, 2000, XP, Vista ✓ A,B B C

Symantec Norton Internet Security 2007 (10.0.0.86) www.symantec.com XP ✓ B C C

Avira Premium Security Suite (7.02.00.46/0.26.00.10) www.avira.com 2000, XP B C B

Antivírus gratuito

Avira AntiVir Personal Edition Classic free (v7) www.free-av.com NT, 2000, XP C A

alwil avast! 4 Home Edition free (4.7.892) www.avast.com 95, 98, ME, NT, 2000, XP ✓ D B

Firewall gratuita

ZoneLabs Zone Alarm freeware (6.5.737.000) www.zonelabs.com 2000, XP B B

Ashampoo Firewall 1.10 free (1.10) www.ashampoo.com 2000, XP C C

n.d. = preço não disponível. (1) Outras características: A = anti-spam; B = anti-phishing; C = controlo parental. (2) Actualização gratuita do programa para a versão em português a partir de
três, no Trend Micro e no Panda. (4) Por enquanto, só disponível em Portugal em versão experimental. (5) Licença válida por dois anos.

42 PROTESTE 277 Fevereiro 2007

 navegar na Internet programas de segurança
Rip By XmosRips

F-Secure Internet Security 2007 McAfee Internet Security Suite 2007 Kaspersky Internet Security 6.0

Antivírus gratuito
Avira AntiVir Personal Edition Classic free

DOS TESTES PREÇO (€) Janeiro de 2007

Compra
download ou CD via Net
e “peso” do programa

versão em CD na loja
Funções do antivírus
Facilidade de gestão

APRECIAÇÃO GLOBAL
Funções da firewall
Ajuda à utilização

Renovação
tradicional
100
0

alwil avast! 4 Home Edition free

A C A B AFB 53,95 - n.d.

A B B B B 51,50 (3) - 36,71

A B B C B 49,95 (3) - 49,95

A D B B B 74,90 - 59,90

A D B C BFC 69,95 69,97 29,95

A B C A BFC 59,95 67,51 41,95

A B C A BFC 59,95 - 23,95

A C A C BFC (4)

B B B C BFC 79,95 (3) 79,95 79,95

B B C C BFC 49,95 - n.d.

A C B C BFC 39,89 - n.d.

Firewall gratuita
C B D B C 56,75 76,10 (5) n.d.
ZoneLabs Zone Alarm freeware
B C C C C 74,99 76,11 49,99

A C D B CFD 39,89 - n.d.

B B n.a. B B gratuito

A B n.a. B B gratuito

A B C n.a. B gratuito

A B C n.a. C gratuito

Março de 2007. (3) Inclui uma licença válida para dois computadores, no caso do Softwin, e para

PROTESTE 277 Fevereiro 2007 43

 navegar na Internet programas de segurança
>>
assegura que as portas não
usadas permanecem fechadas
ou que o computador não rea-
ge a um rastreio de porta, co-
mo se fosse invisível.
> Pode configurar uma firewall
para só consentir o tráfego de
correio electrónico e/ou bloque-
ar aplicações Java, Javascript
e ActiveX, etc. ou serviços de
chat. Algumas permitem filtrar
o conteúdo que entra no PC e
bloquear, por exemplo, as pop-
-ups promocionais, os banners,
os cookies e o acesso a sítios
para adultos e de jogos.
> A firewall só actua contra as
ameaças que por ela passam.
Se, por exemplo, deixar entrar
um elemento estranho através
de um CD, contendo um “ca-
valo de Tróia” ou um vírus, a
firewall de nada lhe servirá.
Nenhum é 100% seguro
> Regra geral, ao comprar o
programa na loja, recebe um
manual de instruções em pa-
pel. Se escolher a versão para
descarregar na Net, as instru-
ções são fornecidas num fichei-
ro em pdf. Os mais completos,
do Gdata e Kaspersky, são os
únicos a incluir conselhos para
utilizar o computador e a Inter-
net com segurança (A).
> Sete programas têm versão
em português: F-Secure, McA-
fee, Kaspersky, Panda, Gri-
soft, Symantec e alwil (estes
dois, em português do Brasil).
A maioria inclui filtros contra
mensagens indesejadas (an-
ti-spam), tentativas de burla
informática (anti-phishing) e
permite bloquear conteúdos
violentos ou para adultos, etc.
> Atenção aos requisitos míni-
mos para instalar e utilizar os
programas. A maioria dos fabri-
cantes é demasiado optimista
quanto às necessidades do PC
para executar a aplicação sem
problemas. Por exemplo, o
44 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
Aparência real
F-Secure diz precisar de 300MB
de espaço livre, mas ocupa
400MB após a instalação e ac-
tualização.
> A instalação correu de acor-
do com o descrito no manual.
Já a desinstalação carece de
mais empenho dos fabricantes.
Os programas deixam ficheiros
de registo, mesmo após esta
operação, o que pode contri-
buir para gerar erros.
> Todos os programas são fá-
ceis de utilizar e, em caso de
dúvidas, é possível aceder à
função “ajuda”. Esta fornece
explicações sobre quase todas
as opções dos menus.
> Dado que estes progra-
mas consomem muitos recur-
sos, mesmo num computa-
dor potente, podem influen-
ciar a rapidez, tornando o
processamento mais lento.
O F-Secure e o McAfee revela-
ram-se os “mais pesados” (D).
> Testámos a eficiência das
firewalls e dos antivírus.
Nenhum resistiu a todos os tes-
tes. Mas não existem grandes
lacunas, excepto no Grisoft e
no Avira Premium Security Sui-
te, na parte da firewall. Em am-
bos os casos, os piratas podem
contorná-la ou desactivá-la com
relativa facilidade.
Rip By XmosRips
Alerta spyware
Este programa espião disfarça-se de janela de propriedades
de visualização do Windows. Objectivo: recolher dados sobre
os hábitos de navegação do utilizador e fornecê-los
a terceiros sem autorização
Vários disfarces
Outra armadilha: o spyware pode aparecer como janela de aviso do Windows
a sugerir a instalação de um programa para “reparar erros”
ESCOLHA ACERTADA
> Nenhum sistema de protecção, qualquer que seja o preço, é
infalível contra os ataques de vírus ou de piratas informáticos.
Mas, se instalar um bom antivírus e firewall e seguir algumas dicas
de segurança, conseguirá minimizar os riscos. O Gdata Internet
Security 2007 (€ 53,95) é Melhor do Teste e Escolha Acertada, por
oferecer uma boa relação entre a qualidade e o preço. Mas trata-
-se de uma versão em inglês.
Se procura um programa com versão em português, o McAfee
Internet Security Suite 2007 (€ 69,95) e o Kaspersky Internet
Security 6.0 (€ 59,95) são as Escolhas Acertadas. O primeiro,
embora um pouco mais caro, compensa pelo baixo preço de re-
novação.
> Se não estiver disposto a gastar cerca de 50 euros (mais a
assinatura anual a partir do segundo ano), poderá descarregar
na Net os programas gratuitos que testámos. Também garantem
uma boa protecção, sobretudo se forem complementados com
um programa anti-spyware gratuito com qualidade. Prefira qual-
quer um dos antivírus testados, mais a firewall da ZoneLabs Zo-
ne Alarm freeware e um anti-spyware, como o Windows Defender
ou o Ad-Aware. Único inconveniente: como as ferramentas estão
separadas, a utilização não é tão fácil.

breves
MITOS URBANOS
> “Não meta as garrafas de água
no frigorífico, porque as dioxinas
do plástico libertam-se e podem
provocar cancro. Evite usar deso-
dorizante, pois causa cancro da
mama.” Estas são apenas algu-
mas das mensagens que circu-
lam pela Internet, os chamados
mitos urbanos.
> Linguagem pseudocientífica,
sem fundamentação credível e
cheia de imprecisões são as suas
principais características.
Estas mensagens escondem cer-
tos interesses, como a formação
de uma base de dados de ende-
reços electrónicos. Mas podem
também ser geradas por senti-
mentos de solidariedade ingé-
nua, como os pedidos para dar
sangue a uma criança com leuce-
mia, por exemplo. Por sua vez, e
na maioria dos casos, são mes-
mo brincadeiras de mau gosto.
> Para não alastrar o fenómeno,
não reenvie estas mensagens
para os seus amigos e se tiver
alguma dúvida contacte-nos.
NÃO REDUZA
OS SEUS DIREITOS
> Os saldos são aliciantes ao
consumidor mas mais vantajosos
para os comerciantes: escoam os
artigos da colecção que está a
acabar, para investir na nova.
> Nesta época, os preços baixam,
mas não os direitos dos consu-
midores. O comprador deve po-
der comparar o preço novo com
o antigo. O novo valor, de acordo
com a lei, deve ser apresentado
em conjunto com o anterior. Se
assim não acontecer exija-o ao
comerciante.
> Guarde o talão de compra para
que possa trocar uma peça defei-
tuosa. Para fazer uma reclama-
ção recorra à Autoridade de Se-
gurança Alimentar e Económica
(21 798 36 00).
DIVIRTA-SE
EM SEGURANÇA
A época é de festa,
mas um pequeno
descuido pode torná-
-la numa tragédia
> Máscaras, apitos buzinas, ser-
pentinas, bombinhas: o Carna-
val não é a mesma coisa sem
estes e outros artifícios. Mas é
também nesta altura de festa
que acontecem os maiores aci-
dentes. Para evitá-los, basta ter
alguns cuidados.
> Todos os anos as bombas de
Carnaval são a causa de inúme-
ros e graves acidentes. Na ver-
dade, estas famosas bombinhas
pertencem ao conjunto de explo-
sivos tecnicamente designados
como bombas de arremesso.
A lei determina que a venda
destas bombas só pode ser feita
a pessoas com autorização das
entidades competentes, apresen-
tando no acto da compra o do-
cumento comprovativo da autori-
zação. Esta declaração deve ser
requerida ao Comando Distrital
da PSP e são concedidas quan-
do: o interessado tem mais de
18 anos, as bombas destinam-se
a fins não lúdicos, os locais de
lançamento não implicam peri-
go para outros e as quantidades
pretendidas são justificadas.
Porém, sabemos que a realidade
não é esta. Este tipo de bombas
acaba por ser vendido nos mais
diversos estabelecimentos.
Nesta altura, não é difícil encon-
trar à venda estalinhos, bombi-
nhas de Carnaval, bombas de
mau cheiro, pós de comichão ou
para espirrar e outros que, pela
sua composição tóxica, podem
pôr em risco a segurança das
pessoas. A venda destes ele-
mentos ocorre em muitos quios-
As chamadas “bombinhas” são muito
perigosas e podem causar danos
permanentes
Rip By XmosRips
ques e papelarias que violam a
lei, por não possuirem condi-
ções de segurança para o seu
armazenamento.
> Entre as diversas lesões (cor-
tes e queimaduras) que estas
“brincadeiras” podem causar,
as mais frequentes afectam as
mãos e os dedos. A idade dos
acidentados varia entre os 10 e
os 16 anos. Por isso, pais, pro-
fessores e educadores devem
estar muito atentos ao perigo da
utilização destes produtos.
> Por vezes, as brincadeiras
que não deveriam representar
qualquer perigo, também o são.
Outros acessórios utilizados no
Carnaval como as máscaras, os
adereços postiços e os fatos não
obedecem aos requisitos legais
de segurança quanto à rotula-
gem, perigos de inflamibilidade
e toxicidade.
Antes de iniciar a festa, verifique
sempre o rótulo e leia com cui-
dado as intruções de utilização
dos produtos. P
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 45
 Rip By XmosRips

breves

NAVEGUE ON-LINE SEM DÚVIDAS

Se ainda tem algumas dificuldades ao explorar
a Internet, preparámos o guia perfeito para si
> A Internet faz parte do nosso dia-a-dia. As rela-
ções profissionais dependem em muito desta ferra-
menta e até mesmo as pessoais, através dos chats
de conversação. Por muito simples que nos pareça
enviar uma mensagem ou conversar com alguém na
Internet, esta não deixa de ser um instrumento de
informática.
> Para aceder à rede, precisa em primeiro lugar,
de algumas noções de como esta funciona e mais
importante: um computador com ligação à Internet.
Para tirar dela o máximo partido, convém também
conhecer os diversos programas informáticos em
constante evolução. Através do guia Conheça o
Mundo da Internet poderá experimentar sem me-
Encomendas do esta ferramenta. Com uma linguagem simples e
Telefone: 808 200 146 claras ilustrações verá que é fácil preparar-se para
Correio electrónico:
assinaturas@deco.proteste.pt conectar o seu computador à rede, fazer as mais di-
Loja virtual: www.deco.proteste.pt/loja versas pesquisas, descarregar ficheiros, ver filmes e
ouvir música, jogar, comprar on-line, etc.
> Se não tem qualquer conhecimento de informáti-
ca, não se assuste com a grande quantidade de in-
formação. No início de cada capítulo, descrevemos
os temas que o compõem, para o ajudar a dar os
primeiros passos na World Wide Web. Primeiro, di-
zemos-lhe quais as ferramentas necessárias para se
ligar à Internet. Depois, explicamos-lhe como nave-
gar na rede e mais: como transferir ficheiros desde
música a imagens, como fazer compras, como fun-
ciona o correio electrónico, etc.
Não esquecemos o outro lado da rede: os seus ví-
rus e perigos, os vários problemas que podem sur-
gir e até como esta ferramenta pode ser utilizada
de forma segura pelas crianças.
> Para o ajudar ainda mais, pode consultar, na pág.
40 desta edição, o nosso teste mais recente a pro-
gramas de segurança. P

CHOQUE ELÉCTRICO NAS FACTURAS

Poupar energia é mais fácil do que imagina.
Comece já hoje e veja os resultados no fim do mês
> No dia-a-dia, nem pensamos
no assunto, mas todos os me-
ses, pagamos as consequências
dos nossos actos. Baixar as con-
tas da água e da luz não é uma
missão impossível: é até mais fá-
cil do que pensa. Com pequenos
gestos pode poupar muitos litros
de água, energia e dezenas ou
mesmo centenas de euros. Uma
boa utilização dos electrodomés-
ticos é um bom começo.
> Não ligue a televisão só para
fazer companhia, mas apenas
quando quer ver alguma coisa.
Tente chegar a um acordo quan-
to às preferências lá em casa e
evite ter vários aparelhos ligados
ao mesmo tempo.
> Quando utilizar o forno, evite apenas quando for necessário. onde mais se pode poupar. Prefi-
abri-lo muitas vezes. Se preferir Durante o dia aproveite a luz ra os duches aos banhos de imer-
o microondas, use-o só para co- solar, abra as cortinas e estores são e poupe 80 mil litros de água
zinhar pequenas quantidades de para aquecer a casa. por ano. Feche a torneira enquan-
comida. > Na casa de banho é onde se to lava os dente ou faz a barba e
> Experimente contar as vezes gasta mais água, mas também não as deixe a pingar. P
que abre o frigorífico enquanto
cozinha. Verá que são muitas e
que podem ser reduzidas se tirar
todos os ingredientes que preci-
sa de uma só vez.
> Quanto às máquinas de lavar
loiça e roupa, assegure-se de
que as utiliza com a carga má-
xima. Procure usar os programas
de baixa temperatura.
> E porque nesta altura, os equi-
pamentos de aquecimento são
ainda imprescindíveis, utilize-os

46 PROTESTE 277 Fevereiro 2007


PRONTO A SOCORRER
> Como agir perante uma situa-
ção de envenamento? Uma into-
xicação pode pôr a vida de uma
pessoa em risco. Infelizmente,
ainda ocorrem muitos casos de
envenamentos, sobretudo com
crianças. Estas situações resul-
tam, na maior parte das vezes,
do descuido dos adultos ao
guardar os produtos tóxicos em
casa.
> Em primeiro lugar, interessa sa-
ber que os tóxicos mais corren-
tes são os agrícolas (pesticidas
e berbicidas), os alimentos (con-
servas, mariscos, ovos estraga-
dos), os medicamentos (analgé-
sicos, tranquilizantes, narcóticos)
e os industriais (cloro, amoníaco,
brometos). Os mais frequentes
nos acidentes que envolvem
crianças são os de uso domésti-
co como os detergentes.
> Todos estes produtos provocam
diferentes sintomas. Numa situa-
ção de envenenamento, convém
fazer um exame geral à vítima e,
depois, analisar o cenário que a
circunda. Verificar se há algum
odor estranho no ar, procurar
qualquer seringa ou caixa de
medicamentos vazias e ver se
mais alguém partilha os mesmos
sintomas, depois de uma refei-
ção, por exemplo. De seguida, e
porque não há um antídoto es-
pecífico para todos os tóxicos,
é necessário tentar identificar o
produto através de embalagens
Rip By XmosRips
ALIMENTE BEM
O SEU CÃO
O seu companheiro de quatro
patas necessita de uma alimen-
Muitos dos tação saudável e completa tal
produtos que como você. Assegure-se de que
usa em casa a comida que compra para o seu
cão não é muito calórica e tenha
são perigosos.
em atenção a conservação dos
Previna-se para o alimentos.
caso de acidente As embalagens de comida se-
ca não devem ficar mais do que
quatro semanas abertas e as la-
tas de conserva apenas três dias.
Compre a quantidade de ração
vazias, equipamento utilizado dem do tipo de envenenamen-
adequada ao que o seu animal
ou mesmo vómito, que deve ser to. Se algum produto tóxico for
come, para que não se estrague.
recolhido, sempre que possível, derramado sobre a pele, deve-se
para entrega no hospital. lavar o local afectado com água
Procure sempre responder às corrente e sabão durante 30
seguintes questões: qual o tóxi- minutos e retirar as roupas con-
co causador do mal estar; como taminadas. Se se tratar de uma SABOR
e através de que via o tóxico intoxicação via ocular, lave o(s) SEM SURPRESAS
entrou no organismo; em que olhos(s) com água. Se for através Grelhadores eléctricos e apare-
quantidade; há quanto tempo e, do ar, a fonte do tóxico deve ser lhos de fondue permitem confec-
finalmente, a descrição da víti- eliminada e a vítima retirada do cionar pratos deliciosos à mesa.
ma: sexo, idade, peso, sintomas, local. Se estiver perante um en- Mas não esqueça os cuidados
factores da vítima, como doen- venenamento contacte o Centro que estes aparelhos exigem.
ças e/ou alergias. de Informações de Antivenenos Coloque uma base não inflamá-
> Os primeiros socorros depen- (CIAV): 808 250 143. P vel entre a máquina e a mesa,
que deve ser estável, e verifique
se o cabo eléctrico não está em
contacto com nenhuma parte
Explosão de símbolos quente do aparelho.
Nocivo Estes produtos podem causar uma reacção infla-
matória se entrarem em contacto directo ou repetido com
a pele ou com as mucosas.
DETECTAR
Corrosivo Em contacto com tecidos vivos, podem exercer
uma acção destrutiva. COM SUCESSO
O detector de fumo pode salvar
Tóxico Se uma substância assinalada com este símbolo vidas, mas a sua má colocação
for ingerida ou entrar em contacto com a pele, os riscos torna-o inútil. Se só tiver um
são graves, agudos ou crónicos, podendo causar a morte. aparelho, coloque-o perto da zo-
na onde a sua família dorme, por
Oxidante Podem favorecer ou activar a combustão de
exemplo, entre a cozinha e os
substâncias inflamáveis.
quartos de dormir. Em casas com
Explosivo Produtos químicos explosivos que reagem de mais do que um andar só um de-
forma violenta ao calor, choque ou chama. tector não chega. Se quiser mais
segurança instale um aparelho
Inflamável Estes produtos são facilmente inflamáveis no tecto de cada quarto.
quando submetidos a uma fonte de energia: chama, Para evitar incêndios em casa
faísca, etc. consulte o artigo da pág. 24 des-
ta edição.
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 47
 Rip By XmosRips

passar a palavra

ELECTRICIDADE EM MODO DE ESPERA

NÓS E OS MEDIA > Caso permaneçam ligados à avançados pela Entidade Regu-
EDP, os consumidores irão, em ladora dos Serviços Energéticos
RÁDIO média, pagar 6% a mais, em (ERSE). Resta agora saber como
Nacional 2007, pela electricidade. É um irá evoluir a situação.
> Antena 1, Directo ao consumidor, de aumento que representa quase > A limitação ao aumento pode
2.ª a 6.ª feira, às 14h e 15m. 30 euros por ano, numa factura ter efeitos contraproducentes,
Internacional mensal que rondaria os 40 eu- pois não é suficiente para pagar
> RDP Internacional, rubrica Saber comer, diariamente às ros. Embora seja um valor supe- os custos de produção da ener-
00:50; 07:20; 15:20; 19:15. rior à inflação, e representar um gia consumida pelo País, dificul-
> Rádio Alfa Paris, emissão quinzenal. encargo adicional, é mais aceitá- tando a entrada de novos forne-
Regional (programas semanais) vel do que os 15,7% inicialmente cedores para o sector doméstico.
> Alentejo: Rádio Miróbriga, Espaço DECO, 5.ª feira, entre Além disso, cria um novo défice
as 11h e 20m e as 11h e 30m; sábados a partir das 13h e a somar ao já existente.
30m. Portugal tem uma dívida no sec-
> Algarve: Rádio Alvor, Rádio Racal, Rádio Televisão Atlân- tor da energia eléctrica superior
tico, Rádio Costa d’Oiro, Rádio Guadiana, Rádio Gilão e a 400 milhões de euros. Torna-
Rádio Fóia. -se urgente encontrar formas de
> Coimbra: Rádio Batalha e Rádio Clube de Arganil. reduzir os custos de produção e
> Évora: Rádio Renascença de Elvas, Rádio Clube de Grân- rever os relacionados com o in-
dola e Cidade FM. teresse económico geral, como
> Porto: Rádio Clube de Matosinhos. as rendas aos municípios e o
> Viana do Castelo: Rádio Afifense. fomento às energias renováveis,
> Ilha da Terceira, Açores: Rádio Nova Cidade, 5.ª feira, que representam mais de 16%
às 10 horas. da factura mensal dos consumi-
dores particulares.
IMPRENSA É inadmissível que sejam apenas
Nacional estes a subsidiar as energias al-
> Correio da Manhã, ao sábado. ternativas, quando as empresas
> Jornal de Negócios, à 6.ª feira. também beneficiam delas.
> Jornal 24 horas, Alerta Deco, 2.ª a 6.ª > Para escolher o melhor tarifá-
feira. rio, vá ao nosso simulador (www.
Regional (colunas semanais) deco.proteste.pt). P
> Algarve: Região do Sul, Postal do Algarve, Jornal do Al-
garve, Voz de Loulé, Jornal de Monchique, Jornal de Al-
bufeira, Correio de Lagos, Notícias de São Brás e Algarve
Região. DECO EM FORMAÇÃO
> Coimbra: A Comarca de Arganil, Diário de Coimbra, Di-
ário de Leiria, Jornal de Arganil, Mealhada Moderna e Re- > Em parceria com o Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advo-
gião Bairradina (coluna mensal). gados, a DECO realiza este mês duas acções de formação: “Os contra-
> Évora: Diário do Sul e Agenda da Câmara Municipal de tos de crédito” e “Contratos à distância de serviços financeiros”.
Portalegre (coluna mensal). > A primeira, a realizar-se a 6 e 7, visa actualizar e aprofundar as com-
> Porto: Jornal de Barcelos, Jornal da Lixa, Matosinhos Ho- petências técnico-jurídicas no que se refere a contratos de crédito,
je e O Comércio de Gaia. cartões de crédito e crédito à habitação, para uma melhor protecção
> Santarém: Jornal O Mirante. dos consumidores de serviços financeiros. A segunda acção, a 28 de
> Viseu: Diário de Viseu e Boletim Municipal de Penedono. Fevereiro, centra-se na contratação de serviços financeiros à distância
e na forma de garantir a defesa dos consumidores. O objectivo é ainda
INTERNET habilitar os participantes para a resolução eficaz de conflitos de con-
> Artigo mensal no portal Fastaccess sumo nestes domínios.
(www.fastaccess.pt) > As formações decorrem em horário pós-laboral, a partir das 18 e 30,
na sede da DECO (R. Artilharia Um, 79, 4.º, 1269-160 Lisboa). As inscri-
ções poderão ser feitas por correio electrónico (formacao@deco.pt),
por telefone (21 371 02 39) ou fax (21 371 02 99). P

48 PROTESTE 277 Fevereiro 2007


SEGURO AUTOMÓVEL URGENTE
A transposição da directiva co-
munitária, que prevê a apreen-
são e, no limite, a venda pelo
Fundo de Garantia Automóvel
(FGA) dos veículos acidentados
sem seguro, é urgente. Por um
lado, reforça a penalização so-
bre os condutores sem seguro e,
por outro, aumenta a protecção
das pessoas lesadas por aciden-
te de viação. A referida directiva
do contrato do seguro automó-
vel terá de ser transposta para
a legislação portuguesa até ao
próximo dia 11 de Junho. Assim
que a futura lei entre em vigor,
TESTE SAÚDE DESTE MÊS
> Eutanásia: mesmo com a dor
controlada, há doentes termi-
nais que preferem morrer
> Poluição: respiramos ar de
pouca qualidade
> Leite de crescimento: açúcar
e calorias a mais
> Sistema Nacional de Saúde:
mudanças geram desconfian-
ça nos utentes
> Queimaduras: como agir em
caso de acidente
> Saúde dos pés: dicas para
prevenir e tratar
os veículos acidentados sem se-
guro serão apreendidos e vendi-
dos, caso não sejam reclamados
no prazo de 45 dias. Nesta situa-
ção, o FGA substituirá a segura-
dora, em caso de sinistro.
Esta medida vem, sobretudo, de-
fender o direito dos lesados por
sinistro automóvel (por exem-
plo, no caso de atropelamento e
de colisão entre veículos).
Mas, tal como noutras áreas,
de pouco vale existir legislação
adequada sem uma fiscalização
eficaz que continue a vigiar os
infractores. P
Rip By XmosRips
CONSUMIDORES DE TODO O MUNDO
CREMES ANTI-RUGAS: SEM MILAGRES
Os laboratórios de cosmética ganham
fortunas com a venda de cremes que su-
postamente atrasam o envelhecimento.
Mas a verdade é que, segundo a revista
francesa de defesa dos consumidores,
Que choisir, na edição de Janeiro, não
existem cremes perfeitos. Na eficácia
contra as rugas, a maioria das nove mar-
cas testadas não passou de uma aprecia-
ção média e duas tiveram mesmo medío-
cre (entre os quais a Nivea). Além disso,
nem sempre os cremes mais caros revelaram ser os melhores.
MOBILIDADE CONDICIONADA: MUITO DESEMPREGO
A Compra Maestra, revista da associa-
ção de defesa do consumidor espanho-
la nossa congénere, em Janeiro, realizou
um inquérito a cerca de 500 cidadãos
com mobilidade condicionada. Empre-
go, mobilidade e saúde, entre outros,
foram temas abordados. Embora nalguns
aspectos os resultados sejam positivos,
tal como a mobilidade, outros demons-
tram a frágil condição destes cidadãos.
Por exemplo, a taxa de desemprego é
três vezes superior à média nacional espanhola e a assistência
domiciliária e as ajudas económicas são aspectos a rever. Na pág.
8, pode ver os resultados do mesmo inquérito para Portugal.
CHOCOLATES: ALGUNS AMARGOS DE BOCA
Nem sempre uma atraente caixa escon-
de chocolates de sabor irresistível. Re-
correndo às profissionais papilas gus-
tativas de cinco provadores, a Choice,
revista autraliana de defesa do consu-
midor, em Dezembro de 2006, concluiu
que algumas das 12 marcas provadas
não fazem jus à fama. Guylian ou Cad-
bury são exemplos de disparidades de
qualidade no sabor dos chocalotes pro-
vados. Chocolates grandes, muito doces
ou granulosos, ou ainda duros, secos ou com recheios de sabor
artificial não foram apreciados pelos provadores. P
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 49

PRO TESTE sempre
COMPRAR PELA NET
O nosso leitor A.S. escreveu-nos,
em Dezembro, questionando a
segurança de comprar pela Net.
Pretendia ser esclarecido, em
particular, sobre os sítios que
não indicam contacto telefónico.
Comprar pela Net implica sempre
algum risco. Porém, o facto dos
sítios terem ou não contacto
telefónico não nos permite
aferir sobre a sua fiabilidade
ou segurança. Às compras
feitas em sítios nacionais ou
de países da União Europeia
aplicam-se as regras das vendas
à distância. Depois de efectuada
a encomenda on-line, o
consumidor tem de a receber (se
nenhum outro prazo for referido),
em 30 dias. Caso isso não
ocorra, pode pedir o reembolso.
Após receber o produto, tem até
14 dias seguidos para o devolver.
Mais informações na DINHEIRO
& DIREITOS n.º 78, de Novembro
de 2006. N
POUCO CÉU,
MUITOS BILHETES
Há cerca de um ano, o nosso
associado C.B., do Porto,
comprou um bilhete de avião da
Air France na agência de viagens
Star. Como não tinha a certeza
sobre o dia de regresso, adquiriu
uma passagem que lhe permitia
adiar a data. Em contrapartida,
teria de pagar mais € 100 no
balcão da transportadora aérea
no dia de embarque.
Como acabou por se verificar
esta situação, comunicou à
agência que queria regressar
uma semana mais tarde, ou seja,
a 23 ou 24 de Abril.
Foi, contudo, informado de que
não poderia fazer essa reserva.
Os voos estavam lotados, pelo
que só poderia regressar em
Maio. A única opção seria pedir
50 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
à Air France para o colocarem
na lista de espera dos dias 23 e
24 de Abril. O nosso leitor assim
o fez. Apesar dos voos estarem
“cheios”, a transportadora
recomendou a C.B. ligar
regularmente para saber se havia
alguma desistência. Após várias
tentativas infrutíferas, C.B. foi
aconselhado a apresentar-se nos
dias 23 e 24 no balcão de check-
-in para, caso houvesse uma
desistência, assegurar a vaga.
No dia 24 foi informado no
balcão de que havia um lugar
disponível. Mas depois de
apresentar o seu passaporte
e bilhete, a funcionária disse
ao nosso leitor que havia um
problema com o bilhete.
Para tentar esclarecer a
confusão, dirigiu-se aos
escritórios da Air France no
aeroporto. Aí, disseram-lhe
que o bilhete já não estava
válido por ter sido anulado.
A responsabilidade do engano
foi atribuida à agência de
viagens.
Para não perder o lugar
disponível, este leitor comprou
um novo bilhete.
De regresso a Portugal, dirigiu-
-se à agência de viagens. Aí,
garantiram-lhe que o bilhete era
válido, tendo sido desnecessário
comprar um novo. Irritado com a
situação, contactou a Air France.
Esta confirmou a informação da
agência, recusando qualquer
responsabilidade pelo mal-
-entendido. C.B. decidiu, então,
expôr por escrito o caso à Air
France. Mas ao fim de um mês
continuava sem resposta.
Novo contacto para o serviço
de pós-venda.
Cansado de esperar, este
associado escreveu-nos. Cerca
de três semanas após termos
pedido esclarecimentos à
transportadora, esta reconheceu
o erro. Embora o caso tenha sido
resolvido a contento do leitor é
inaceitável que tenha esperado
10 meses pelo reembolso.
Se o desfecho não tivesse sido
positivo, C.B. poderia recorrer
ao Instituto Nacional de Aviação
Civil (21 842 35 00). N
Dez meses
após ter errado,
a Air France
reembolsou o
nosso leitor no
valor do bilhete
Rip By XmosRips
3OOO EUROS POR
PLASMA AVARIADO
No início de Junho de 2006, o
nosso associado J.M., de Vila
Nova de Santo André (concelho
de Santiago do Cacém), comprou
um plasma da LG na loja Tien
21. Este custou-lhe quase 3000
euros.
Ao fim de oito dias, reparou
que o sensor de luz Inteligent
Eye estava deslocado.
Dirigiu-se, então, à loja.
Foi informado de que a anomalia
seria reparada pela assistência
técnica, mas, para tal, seria
necessário abrir o aparelho.
J.M. contestou a solução,
justificando que preferia que
este fosse trocado. Contudo,
como na loja não havia mais
plasmas, a substituição era
impossível.
Insatisfeito com a situação,
este leitor contactou a LG
Portugal, que lhe comunicou
que o problema tinha de ser
resolvido com a loja onde o
televisor fora comprado.
Face a este impasse, J.M. decidiu
relatar-nos o seu caso.
A resposta da LG ao nosso
pedido de esclarecimento
chegou cerca de três semanas
mais tarde. Segundo a marca,
o problema foi resolvido com
o envio de um técnico a casa
do associado e reparação do
televisor.
Como prevê a lei, a
garantia de dois anos para
electrodomésticos, permite ao
consumidor exigir, entre outros,
a reparação ou substituição do
aparelho, caso este apresente
um defeito de fabrico ou avaria.
Se está a pensar comprar um
LCD ou plasma, consulte o nosso
teste a 28 modelos na PRO
TESTE n.º 274, de Novembro de
2006. Encontrámos diferenças
significativas de desempenho
que nem sempre se reflectem

www.deco.proteste.pt
Veja qual o melhor e mais barato
acesso à Internet móvel
no nosso sítio
50 DIAS À ESPERA
DO MODEM
O nosso leitor F.S., da Senhora
da Hora, em Matosinhos,
contratou o serviço de telefone
e Net da Clix. Quando este
último avariou, em 20 de
Fevereiro de 2006, apresentou
uma reclamação por telefone
ao serviço de apoio ao cliente.
Como, depois disso, a Clix nunca
o contactou para resolver a
avaria, ligou várias vezes para a
linha de apoio.
De início, atribuíram a culpa
a um problema na rede fixa
da Portugal Telecom, mas
após muita insistência do
nosso associado, admitiram a
possibilidade de haver outro tipo
de avaria.
Sem aviso prévio, enviaram em
Março um técnico a casa do
associado. Este não conseguiu,
no entanto, solucionar o
problema no serviço Net, dado o
modem estar avariado. A solução
mais rápida seria substitui-lo
por outro que o técnico tinha
consigo. Mas como o modelo
era diferente do de F.S., teria
de ser pago. F.S. ligou nesse
mesmo dia para o serviço de
apoio ao cliente. Foi-lhe dito que
o modem estava dentro do prazo
de garantia, mas não podia ser
entregue na loja para reparação.
Tinha de ser enviado por correio.
O nosso associado assim o fez,
mas, alguns dias mais tarde,
recebeu em casa a devolução
do equipamento avariado: a
empresa mudara de morada.
Novo telefonema à Clix e nova
indicação de endereço.
Para surpresa do nosso
associado, o modem foi
novamente devolvido, desta vez
por ter sido recusado.
Uma vez mais ligou para o apoio
ao cliente, tendo sido sugerida
outra morada. Pela terceira vez,
pagou as despesas de envio.
Com grande espanto, F.S.
recebeu, no início de Abril, no
seu telemóvel uma mensagem
informando-o de que a situação
estava resolvida. Como poderia
estar solucionada se continuava
sem modem? Foi necessário ligar
uma vez mais à Clix para tentar
obter uma explicação.
Só então foi bem sucedido e
o aparelho finalmente enviado
para sua casa.
F.S. teve de esperar 50 dias para
ver o problema resolvido, mas
a Clix nunca se “esqueceu” de
lhe cobrar as mensalidades do
serviço de Net.
F.S. escreveu-nos, por isso,
a relatar o seu caso. Depois
de pedidas explicações à Clix,
fomos informados de que esta
tinha reembolsado o leitor
em € 77, relativos a três
mensalidades e ao custo
de activação do modem.
Se não está satisfeito com o
seu acesso à Net, consulte no
nosso sítio os resultados do
teste a placas de acesso móvel
ou o simulador de preços dos
fornecedores de banda larga.
Em alternativa, ligue para o
808 200 145. N
Rip By XmosRips
ESPANHA de navegação automática se
comporte como o do nosso
JÁ AQUI AO LADO associado. Mais: que não exista
O nosso leitor C.S., de Ferreira nenhum defeito ou problema
do Zêzere (distrito de Santarém), técnico que justifique os
comprou para o seu carro trajectos indicados.
um GPS no valor de 2500 À data de fecho desta edição,
euros, num concessionário da ainda não tínhamos recebido
Nissan. Mas este, desde logo, uma resposta da Nissan Portugal.
demonstrou não funcionar Nota final: estes aparelhos estão
bem. As indicações dadas pelo em permanente avanço, com a
sistema de navegação obrigavam maioria das marcas a lançarem
a percursos muito longos. regularmente novos modelos
Por exemplo, quando C.S. e actualizações. Caso não se
solicitou o trajecto mais curto e verifique nenhuma avaria no
sem portagens para se deslocar aparelho do nosso associado,
de Ferreira do Zêzere para uma opção será proceder, caso
Albufeira, o aparelho sugeriu a marca do equipamento o
um percurso que incluía na rota permita, a uma actualização do
Espanha (ver imagens ao lado). software junto da Nissan. N
O nosso leitor dirigiu-se, por
isso, à Nissauto, em Tomar,
para apresentar uma reclamação.
Disseram-lhe, no entanto,
que o problema não podia
ser aí solucionado. C.S. foi
aconselhado a contactar um
concessionário da marca
em Lisboa.
Isto pareceu-lhe inaceitável,
dado ser da obrigação do serviço
de pós-venda resolver
o problema do GPS.
Porém, como não tinha outra
alternativa, tentou, por diversas
vezes, contactar telefonicamente
a Nissan em Lisboa.
Depois de ter explicado o seu
caso, aguardou, em vão, mais de
duas semanas por uma resposta.
Novamente contactou a Nissan,
enviando uma mensagem
de correio electrónico com a
descrição do sucedido.
A resposta tardou, mas chegou.
Segundo a marca automóvel, não
havia nenhuma deficiência no
aparelho. Os trajectos sugeridos
pelo GPS deviam-se a uma
“característica do sistema”.
Descontente com a postura
da Nissan, C.S. pediu a nossa
intervenção. De imediato O GPS do nosso leitor recomendava
contactámos a marca. Não passar por Espanha numa deslocação
é aceitável que um sistema entre Ferreira do Zêzere e Albufeira
PROTESTE 277 Fevereiro 2007 51

PRO TESTE sempre
GÁS SOMA MILHARES DE QUEIXAS
A Deco recebeu, desde 2002, milhares de queixas relativas ao serviço da Lisboagás.
Acertos indevidos, facturas prescritas e falhas no fornecimento de gás são os problemas
mais comuns dos nossos associados.
A nossa associada M.V.,
de Lisboa recebeu em Fevereiro
de 2006 uma factura do seu
plano Conta Certa no valor de
1932,17 euros. Como o montante
a pagar era muito elevado,
reuniu todas as facturas de gás.
Reparou, então, que havia erros
de leitura. O valor registado nos
relatórios das visitas técnicas
para 2006 era inferior
ao de 2003.
M.V. dirigiu-se à Loja do Cidadão
em Telheiras para tentar obter
uma explicação para esta
incongruência. Devido a um
problema informático, as leituras
de 2003 não constavam na base
de dados da Lisboagás.
Como o erro era da empresa, foi
sugerido a M.V. pagar o valor
devido em prestações.
A nossa leitora já tinha pago
três prestações no total
de € 921,42, quando decidiu
52 PROTESTE 277 Fevereiro 2007
Rip By XmosRips
Desde 2001, temos acompanhado
e avaliado o trabalho da Lisboagás.
Os resultados são maus e revelam
falta de profissionalismo
relatar-nos o seu caso.
Informámos M.V. de que o direito
de exigir o pagamento do serviço
de bens essenciais, como o gás,
caduca seis meses após a sua
prestação. Logo, não teria de
pagar os quase 2000 euros.
Esta associada escreveu à
Lisboagás, pedindo uma
reapreciação do seu plano de
pagamento e o reembolso ou
crédito do valor já pago.
A Lisboagás só reagiu dois
meses depois. Esta recusava a
rectificação da factura.
Face à inflexibilidade da
empresa, M.V. voltou a
contactar-nos, pedindo a nossa
intervenção. Como era ilegal
a exigência do pagamento da
FACTURAS SEM FUGAS DE EUROS
factura, pedimos esclarecimentos
à Lisboagás. A resposta chegou > Todos os anos recebemos centenas de reclamações sobre o
no final de Agosto: a empresa fornecimento e cobrança de gás. Uma das queixas mais comuns
decidiu creditar à leitora prende-se com o pagamento de consumos antigos.
Alguns consumidores não estão bem informados sobre a prescri-
1138,81 euros. N
ção dos consumos. Antes de pagar uma factura, veja qual o perío-
do de facturação a que se reporta. Segundo a lei, não é obrigado
a pagar consumos com mais de seis meses. Por exemplo, se em
Fevereiro de 2007 receber uma factura com um acerto relativo aos
primeiros três meses de 2006, não tem de o pagar. Isto, porque a
factura prescreve ao fim de seis meses.
> Excepção ocorre quando os contadores estão dentro de casa
e a empresa que comercializa o gás não pode fazer as leituras a
que está obrigada. Nesses casos, é necessário que o consumidor
colabore e indique, através dos contactos existentes para esse
efeito, a leitura do seu contador. Se não o fizer, a empresa que
Antes de pagar
o acerto, verifique lhe fornece o gás pode cobrar mais tarde consumos de períodos
se o período de de facturação superiores a seis meses.
consumo a pagar é
superior a 6 meses > Se tiver um problema com este serviço essencial e não o con-
seguir resolver com a empresa que o comercializa, relate o caso à
entidade reguladora. Se o problema for técnico, contacte Direcção-
Geral de Geologia e Energia, se for uma questão comercial ou con-
tratual, recorra à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
> Contactos:
Direcção-Geral de Geologia e Energia, Av. 5 de Outubro, 87, 1069-
039 Lisboa; 21 792 28 61; energia@dgge.pt.
Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, Rua Dom Cristóvão
da Gama n.º 1 – 3.º 1400-113 Lisboa; erse@erse.pt.
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índice
Este índice inclui os principais testes e estudos Carregadores e pilhas 271 06 G Q
publicados na PRO TESTE até à presente edição. Casa: Gás: Queijo:
Os assuntos estão apresentados por ordem al- – conforto térmico 254 05 – segurança das instalações 262 05 – conservar (R) 257 05
fabética, sendo indicados a edição (REV) e o ano – qualidade de construção 251 04 – tarifas 263 05 – flamengo 256 05
em que foram publicados. Os temas tratados Centros de inspecção automóvel 272 06 Gravação:
numa pequena rubrica (e não no âmbito de um Chocolate preto 262 05 – digital (R) 265 06 R
estudo mais exaustivo) estão assinalados (R). Chupetas (cuidados a ter) (R) 274 06 – gravadores de DVD 264 05 Reciclagem:
Cidadãos com mobilidade Guia de Preços 275 06 – pilhas 256 05
condicionada (inquérito) 277 07 – plástico (R) 266 06
ASSUNTO REV ANO Cinema em casa: H – pneus 266 06
– como instalar um kit (R) 274 06 Hambúrgueres 266 06 Recolha do lixo municipal 276 07
– kits 273 06 Hábitos alimentares (inquérito) 272 06 Refeições dos hospitais 263 05
A Colchões de casal 277 07 Hipermercados (impacto ambiental) 268 06 Responsabilidade social das empresas:
Acidentes domésticos 258 05 Colunas de som 251 04 Hospitais: – bolas de futebol (R) 270 06
Acrilamida nas batatas 254 05 Combustíveis alternativos 274 06 – qualidade do ar 265 06 – cadeias fast food 277 07
Agências de viagens: Comércio justo 266 06 – refeições 263 05 – café 272 06
– férias de Inverno 261 05 Comida chinesa (take-away) 270 06 – detergentes 265 06
– férias de Verão 256 05 Companhias aéreas e aeroportos I – Ikea (R) 276 07
– como reclamar do serviço (R) 271 06 (inquérito) 269 06 Impressoras: – lojas de desconto e hipermercados 275 06
Água: 245 04 Comportamento ao volante (inquérito) 270 06 – de jacto de tinta 271 06 – marcas e conceitos 274 06
– aromatizada 268 06 Comportamento ecológico (inquérito) 275 06 – multifunções 267 06 – petrolíferas 264 05
– da torneira 267 06 Computadores: – portáteis para fotografias 271 06 – tomate 271 06
– poupar (R) 262 05 – arquivar dados 270 06 – tinteiros alternativos 272 06 Ruído nas cidades (R) 274 06
– radioactividade (R) 263 05 – monitores TFT 272 06 Informática:
Alimentos: – multimédia 259 05 – agendas digitais 245 04 S
– com açúcar (R) 267 06 – para estudantes 261 05 – redes com e sem fios 248 04 Saladas de fast food 265 06
– com ómega 3 (R) 269 06 – portáteis e de secretária 275 06 Insecticidas 268 06 Saldos (R) 265 06
– menus escolares 261 05 – reparação 274 06 Instalações de gás 262 05 Salmão fumado 257 05
– nos hospitais 263 05 Consumo dos automóveis (R) 269 06 Internet: Scooters 260 05
– pesticidas 276 07 Crianças: – comparação internacional de preços 259 05 Segurança alimentar:
– sopas fast food 277 07 – barreiras de protecção 260 05 – comprar música 260 05 – cuidados a ter (R) 271 06
Ambientadores 254 05 – cadeiras para automóvel 270 06 – fornecedores de acesso com fios 261 05 – questões 265 06
Ambiente (impacto do consumo) 273 06 – cadeiras para refeição 267 06 – fornecedores de acesso sem fios 274 06 – reivindicações da DECO PROTESTE 277 07
Antibióticos no mel e geleia 265 06 – e Internet (R) 275 06 – programas de antivírus e firewalls 277 07 Segurança nas escolas (inquérito) 273 06
Aparelhagens (micro) 261 05 – ementas escolares 261 05 – tarifas 273 06 Segurança passiva 266 06
Aquecimento da casa (simuladores) 274 06 – fraldas (R) 255 05 – telefonar pela Internet 266 06 Seniores (tempos livres) 262 05
Aquicultura 267 06 – obesidade infantil 260 05 Sistemas de navegação automóvel 266 06
Ar condicionado: – parques infantis 257 05 L Sol (cuidados a ter) (R) 270 06
– guia de compras (R) 259 05 – toalhitas de limpeza 254 05 Leitores: Supermercados:
– teste comparativo 268 06 Cuidados dentários (R) 261 05 – de DVD 275 06 – compras ao domicílio 257 05
Aspiradores: – de MP3 276 07 – preços 269 06
– de arrastar 269 06 D – multimédia 264 05
– portáteis 267 06 Desodorizantes (R) 253 04 Limitador de volume do iPod 270 06 T
– robôs (R) 275 06 Detergentes: Luzes de Natal (R) 275 06 Telefone:
Automóvel: – e ambiente (R) 245 04 – inteligentes 273 06
– cadeiras de criança 270 06 – lava-tudo 245 04 M – satisfação (inquérito) 256 05
– carrinhas familiares 277 07 – loiça 259 05 Máquinas: – sem fio 266 06
– centros de inspecção periódica 272 06 – roupa 270 06 – de café (filtro) 264 05 – tarifas do fixo 273 06
– citadinos 268 06 Digitalização de VHS para DVD 266 06 – de lavar loiça (R) 271 06 Telemóveis:
– consumo (emissões de gases) 272 06 DVD (disco versátil digital): – de lavar loiça encastráveis 274 06 – auriculares e kits para carro 264 05
– estacionar com ajuda (R) 267 06 – leitores portáteis 275 06 – de lavar roupa 276 07 – satisfação (inquérito) 255 05
– fiabilidade 265 06 – gravadores 275 06 – de lavar e secar roupa numa só 272 06 – tarifas 275 06
– kits mãos-livres e auriculares 264 05 – teste a leitores 253 04 – de secar roupa 262 05 – teste 276 07
– MPV’s médios 271 06 – de venda automática 277 07 Televisores LCD e plasma 274 06
– pequenos familiares 263 05 E Máquinas fotográficas digitais 275 06 Termóstatos de aquecimento central 273 06
– pneus 270 06 Edredão: como manter (R) 254 05 Marcas (responsabilidade social) 274 06 Tinteiros alternativos 272 06
– oficinas (inquérito) 267 06 Electricidade (simuladores) 267 06 Mel (antibióticos) 265 06 Tira-nódoas 275 06
– segurança activa e passiva 266 06 Electricidade (liberalização) 274 06 Micotoxinas 259 05 Toalhitas:
– sistemas de navegação 266 06 Elevadores 249 04 Microondas: – de higiene pessoal (R) 259 05
– standes de usados 276 07 Emagrecer (consultas de nutrição) 271 06 – com grill 262 05 – de limpeza 254 05
– testes de colisão 275 06 Ementas: – reparação 260 05 Tomate 271 06
Azeite (R) 256 05 – das escolas 261 05 – simples 273 06 Torneiras termoestáticas (R) 268 06
Azeitonas 271 06 – dos hospitais 263 05 Minifornos eléctricos 266 06 Torradeiras 267 06
Energia: Mochilas escolares (escolher) (R) 272 06 Transporte escolar (segurança) (R) 273 06
B – clicar para poupar 276 07 Monitores TFT 272 06
Berbequins 266 06 – consumo dos aparelhos 254 05 V
Bibliotecas 266 06 – desempenho dos edifícios 271 06 O Vasos (R) 262 05
Bicicletas: – fontes renováveis 265 06 Obesidade infantil (R) 260 05 Vinho:
– equipamentos de segurança (R) 272 06 – tarifa bi-horária e potência 267 06 Oficinas automóveis (inquérito) 267 06 – Alentejo (tinto) 264 05
– guia de compras 269 06 Escadotes (R) 276 07 Organismos geneticamente – Dão (tinto) 253 04
Binóculos (guia de compras) 262 05 Escolas (inquérito sobre segurança) 273 06 modificados (OGM) 269 06 – Douro (tinto) 275 06
Bolas de futebol (R) 270 06 Escovas de dentes eléctricas 264 05 – Verde (branco) 242 03
Bricolagem: equipamento (R) 265 06 Esquentadores 275 06 P
Brinquedos (R) 275 05 Etiquetas para cuidar da roupa 272 06 Papel para imprimir fotografia 276 07
Explicadores e centros 272 06 Parques:
C – de campismo (R) 270 06
Cadeiras: F – de cidade (R) 273 06
– de criança para automóvel 270 06 Farinheiras 268 06 – de estacionamento 255 05
– de criança para refeição (R) 267 06 Ferros de engomar a vapor 270 06
NÚMEROS ATRASADOS
– infantis 257 05
Café: Fogões 255 05 Pesticidas nos alimentos 276 07 808 200 146
– responsabilidade dos produtores 272 06 Formatos de compressão de aúdio (R) 271 06 Pilhas e carregadores 271 06 assinaturas@deco.proteste.pt
– teste 261 05 Fornecedores de acesso à Internet 274 06 Pneus para carro:
Caldeiras murais a gás 263 05 Fotografia: – aparelhos para medir a pressão 270 06 Do n.º 164 ao n.º 176 € 3,74
Câmaras de vídeo digitais: – cartões de memória 243 04 – manutenção (R) 272 06 Do n.º 177 ao n.º 187 € 4,49
– ligações 255 05 – compressão (R) 263 05 – teste 270 06 Do n.º 188 ao n.º 198 € 4,71
– teste 274 06 – impressão de fotografia digital 268 06 Poluição em casa (R) 276 07 Do n.º 199 ao n.º 220 € 4,89
Camisolas polares (R) 266 06 – papel de impressão 276 07 Poupar com as Escolhas Acertadas 276 07 Do n.º 221 ao n.º 231 € 6,01
Cantinas dos jardins-de-infância 274 06 – rolos 246 04 Preços (afixação nas lojas e montras) 273 06 Do n.º 232 ao n.º 242 € 6,32
Capacetes: Fraldas (R) 255 05 Preços no supermercado 269 06 Do n.º 243 ao n.º 253 € 6,64
– de bicicleta (escolher) (R) 269 06 Frigideiras antiaderentes 261 05 Prevenir incêndios em casa 277 07
– de bicicleta para adulto 258 05 Frigoríficos: Do n.º 254 ao n.º 264 € 6,98
Probióticos (leites fermentados) 273 06
Carnaval (R) 266 06 – combinados 259 05 Do n.º 265 ao n.º 275 € 7,32
Protocolos:
Carne – duas portas 270 06 N.º 276 e n.º 277 € 7,68
– análises da água 260 05
– de bovino 250 04 – reparação 244 04 – Inatel 261 05
Preços com IVA válidos até 31/12/2007.
– de peru (R) 264 05 Fritadeiras eléctricas 277 07 – turismo da natureza 276 07 Edições esgotadas: n.º 155, 171, 188 e 195.
Cartões de memória 243 04 Furanos nos alimentos 274 06 Publicidade na televisão 255 05

54 PROTESTE 277 Fevereiro 2007