GLP
Vinícius de Castro Utsch
I. INTRODUÇÃO
Os processos industriais são variados, englobam diversos
tipos de produtos e exigem controle preciso dos produtos
gerados. Em linhas gerais, os maiores usuários de
instrumentação em sistemas de automação estão relacionados
às áreas industriais nos mais diversos segmentos.
Em todos os processos é indispensável se controlar e manter
constantes as principais variáveis, tais como pressão, nível,
vazão, temperatura, pH, condutividade, velocidade, umidade,
etc. Existem instrumentos de controle e medição que permitem
manter e controlar estas variáveis em condições mais
adequadas e precisas para o processo, como se estas fossem
manipuladas por um operador.
Segundo Idoeta em seu livro Elementos de Eletrônica Fig. 1. Software de programação do CLP em linguagem FBD
Digital [2], o controlador lógico programável (CLP) é um
equipamento de controle industrial microprocessado, criado Em linhas gerais, as capacidades e complexidade das
inicialmente para especificamente o controle lógico de diversas famílias de CLP existentes são determinadas pelo
variáveis discretas, e atualmente usado para praticamente número de entrada e saídas de um determinado equipamento.
todos os tipos de controle. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
Os CLP´s foram desenvolvidos para substituir os relés de define o CLP como sendo um dispositivo eletrônico digital
um circuito lógico sequencial ou combinacional para controle com hardware e software compatíveis com aplicações
industrial. O CLP funciona sequencialmente, olhando o estado industriais. Porém, em nossa atualidade é muito comum
dos dispositivos ligados às suas entradas, operando a lógica de encontrarmos CLP em vários equipamentos de uso doméstico,
em nossos veículos e na própria residência. Na verdade, o uso
do CLP é sempre bem vindo em qualquer situação onde seja
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de necessário o controle de uma determinada variável ou
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado
grandeza.
de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas Eletro-Eletrônicos, Automação
e Controle Industrial. Orientador: Prof. Wanderson Eleutério Saldanha.
Trabalho aprovado em 03/2014.
Uma das grandezas a serem tratadas no presente trabalho é a Para o processo de aquecimento, os queimadores do forno
temperatura de gases combustíveis. A medição de temperatura precisam receber seu combustível (GLP) na fase gasosa.
é uma das principais variáveis de processos industriais Para suprir todo o processo, o armazenamento se dá em
juntamente com a pressão e vazão, cita Bega em seu livro tanques especiais, conforme figura 3, onde o produto está em
Instrumentação Industrial [1]. sua fase líquida.
Segundo Paul A. Tipler, em seu livro Física [4], a Para isso, é necessário submeter o GLP a um processo de
temperatura quantifica o calor, que é uma forma de energia vaporização, elevando a temperatura do gás para algo em
associada à atividade molecular de uma substância. Quanto torno de 50° C e conduzindo o gás para os queimadores
maior a agitação molecular, maior a quantidade de calor e através de uma tubulação de aço carbono de Ø 2”.
maior será a temperatura da substância.
Existem várias formas de se obter a temperatura em uma
determinada substância. Contudo, iremos tratar
especificamente da medição desta temperatura em gases
combustíveis (mais precisamente o Gás Liquefeito de
Petróleo), que é encontrado na natureza em seu estado líquido.
Segundo Valdir Aparecido dos Santos, em sua obra Manual
Prático da Manutenção Industrial [3], o GLP é um dos sub-
produtos do petróleo sendo retirado do mesmo através do
refino. Torna-se liquefeito apenas quando é armazenado em
tanques de aço sob pressões de 6 à 8 atm. Para sua
armazenagem, são utilizados recipientes fabricados em aço de
várias capacidades volumétricas e formas. O processo de
vaporização do GLP está diretamente ligado ao aumento da
temperatura externa do recipiente que o contém. Fig. 3. Armazenamento do GLP em fase líquida
O que iremos estudar a seguir, trata-se de um processo pelo
qual utilizou-se um CLP para controle da temperatura de Tecnicamente o processo de vaporização instalado não era
vaporização do GLP a ser utilizado em um determinado eficiente, pois tratava o GLP como uma variável única,
processo industrial. controlando a temperatura através de queimador operando no
modo on/off, sem qualquer inspeção das variáveis de controle.
II. FUNÇÃO DO EQUIPAMENTO Em determinadas épocas do ano, a temperatura ambiente da
planta abaixa muito devido à sua região geográfica,
O equipamento a ser estudado está instalado em uma planta
promovendo diversas falhas no controle da vaporização e por
industrial na cidade de São João Del Rei – MG. Este parque
consequência na produção final do cliente.
fabril tem como sua principal atividade a geração de ligas de
A idéia de se implementar um CLP no controle do processo
alumínio para exportação.
de vaporização, partiu do princípio de que o GLP em sua fase
Em resumo, a liga de alumínio é formada através do
líquida não pode ser consumido pelos fornos de alumínio,
aquecimento da matéria prima até uma determinada
sendo assim necessário o monitoramento das grandezas físicas
temperatura próxima de 660° C, onde se tem o alumínio na
antes e depois da vaporização, garantindo uma qualidade
fase líquida, conforme mostra a figura 2. Nesse momento, é
significativa do combustível para seu consumo pelos fornos de
possível dar forma a liga após o resfriamento.
aquecimento do alumínio.
Em campo, foram levantados todos os dados necessários
para um controle efetivo, sendo citados a seguir as principais
variáveis.
GLP LÍQUIDO
VAPORIZADOR CLP
REFERÊNCIAS